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Quem sou eu sábado, 25 de setembro de 2010 Páginas

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"Pinturas indigenas e seus significados"
10 dicas para cuidar
"Pinturas indigenas e seus significados"
melhor das suas orquídeas
Ao contrário do que muitos pensam, a pintural
corporal indígena tem seus significados e suas Morfologia das Orquideas
Netuno Borun Krekmun
funções sociais estabelecidas na tribo onde é
Somos frutos da paisagem em feita. religião, resistência e
que vivemos; ela dita nosso adaptação ­ Os Guarani:
comportamento e até nossos A pintura corporal para os indios tem sentidos ín...
pensamentos, na medida em diversos, não somente na vaidade, ou na busca
que reagimos a ela. SOCIEDADES INDÍGENAS
pela estética perfeita, mas pelos valores que são
E A AÇÃO DO GOVERNO
Visualizar meu perfil completo considerados e transmitidos através desta arte.
Entre muitas tribos a pintura corporal é utilizada Estatuto do Índio
como uma forma de distinguir a divisão interna
Nação Indígena Pindorama dentro de uma determinada sociedade indígena,
Brasil como uma forma de indicar os grupos sociais
nela existentes, embora exista tribos que Trechos da Bíblia em
utilizam a pintura corporal segundo suas Guarani
preferencias. Os materiais utilizados
normalmente são tintas como o urucu que Clique aqui para escutar
produz o vermelho, o genipapo da qual se alguns trechos da Bíblia
adquire uma coloração azul marinho quase lido na língua guarani
  preto, o pó de carvão que é utilizado no corpo
Saiba mais sobre a Arte sobre uma camada de suco de pau­de­leite, e o Musicas interpretada em
Indígena, cultura indígena, calcáreo da qual se extrai a cor branca.
índios do Brasil e sua história,
Guarani 
suas manifestações artísticas:
artesanato, arquitetura,
Os
cerâmica, pintura corporal,
etc. índios
pintam seu corpo, sua cerâmica e
seus tecidos com um estilo que
podemos chamar "abstrato".
Seguidores  
Observam a natureza mas não a
Português ­ Inglês
desenham, mas ao contrário do que
Seguidores (204) Siguiente Traduza
se pensa, não devemos chamá­la de
primitiva. Partem do elemento natural para torná­lo geométrico. 
13/12/2016

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24 Nov 16, 01:59 PM
fernando: As flores não são do
pau brasil. Veja as folhas . Abs.
6 Nov 16, 12:14 AM
leandro rosalves: só um erro o
áçai nao e áçai.por essa
palmeira se chama bacaba o
  formato do coco da palmeira e
Índia Kadiwéu (rio Nabileque) do cacho e deferente.em vez de
  polpa de áçai ela solta
© Coleção Boggiani/1892,
  leite.conhecido como leite de
publ. Dr. R. Lehmann­Niitsche  Cerâmica feita por índia Kadiwéu em 2004 bacaba
 
(retirada do livro Arte e Técnicas Kadiwéu, 22 Aug 16, 07:26 PM
Arquivo do blog   olius: oilhs
de Jaime Garcia Siqueira Jr.)
  4 Nov 15, 09:34 PM
►  2016 (1) Heart Math Store: Transform
your response to stress through
heart coherence. You can create
►  2015 (1) more flow and less stress in your
As pinturas dos grupos indígenas sempre chamou a atenção de cronistas e life with Inner Balance
►  2014 (3) viajantes, desde a chegada dos primeiros europeus ao Brasil. Além da 22 Oct 15, 10:22 AM
Emcee: Couture
►  2013 (9) beleza dos desenhos, o que surpreendia os não­índios era a insistência da
21 Oct 15, 04:05 PM
presença dessas pinturas. Os índios sempre pintavam o próprio corpo e KEDAI RAHSIA: RAHSIA
►  2012 (14) também decoravam suas peças utilitárias. KEHEBATAN LELAKI DAN
 [Upgrade Cbox] Actualizar 
►  2011 (62) No entanto, durante muito tempo essas pinturas foram pouco estudadas Nome E­mail / url
pelos europeus. Eram consideradas apenas uma atividade lúdica, sem Mensagem Enviar
▼  2010 (133) maiores significados dentro da cultura indígena a não ser o mero prazer da Ajuda · Sorrisos · Cbox
►  Dezembro (9) decoração. Há algumas décadas, estudiosos perceberam que o grafismo
dos povos indígenas ultrapassa o desejo da beleza, trata­se sim, de um
►  Novembro (11)
código de comunicação complexo, que exprime a concepção que um grupo
►  Outubro (10) Ocorreu um erro neste
indígena tem sobre um indivíduo e suas relações com os outros índios, com
gadget
▼  Setembro (4) os espíritos, com o meio onde vive...
Esse boletim fala um pouco sobre esses desenhos indígenas. Para que
"Pinturas
servem alguns deles e algumas histórias que os índios contam sobre sua
indigenas e Divulgue
arte.
seus
significados"
 Significado de alguns Grafismos
DECLARAÇÃO
DE povos e
nações
indígenas <p align="center">
<a 
Carta Aberta aos
href="http://blog‐
Povo Indígenas         

­ Conferencia
Indí...
83ª EXPOSIÇÃO
DE
ORQUÍDEAS
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A seguir, quatro cumbucas de cerâmica, cada qual feita por uma etnia
Indígena
diferente, com seus grafismos tradicionais: 
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  Cerâmica dos índios Kadiwéu, de Mato
Cerâmica dos índios Wai Wai, do Pará
  Grosso do Sul
 
 

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Embora os europeus dissessem que os índios andavam nus,
nada mais estranho para estes que tal idéia. Não precisavam cobrir o corpo,
mas as pinturas corporais funcionavam como um código social: cada uma
delas indicava uma situação específica (guerra, nascimento de filhos, ritos,
luto etc.). Para os que conheciam o código, a pintura informava mais sobre
seu estado que as roupas européias. Além disso, também facilitava a
comunicação entre tribos que não falavam a mesma língua. Isto porque os
índios não se pintavam aleatoriamente, mas usavam motivos baseados na
natureza. Padrões como a espinha de peixe, a casca de jabuti, os rastros da
cobra, do veado e da onça eram comuns a muitas tribos.

"Por quê você pinta seu corpo ?" ­ perguntou um missionário europeu a um
índio.
"E você ? Por quê não se pinta ? Quer se parecer com os bichos ?" ­
respondeu o índio

Esse é um diálogo real, acontecido no século XVIII e registrado pela
história. O indígena deu um dos significados, talvez o mais básico, de suas
pinturas: diferenciar­se de outros seres da Natureza. O índio pode se pintar.
Quando quiser. Nenhum outro animal consegue modificar sua aparência,
usando meios que não o próprio corpo, apenas pelo desejo de se embelezar,
ou se destacar dos demais.
Os índios, e também todos os homens de qualquer etnia, conseguem opor
sua opção cultural à realidade da Natureza. Nas discussões em que os
filósofos questionam o que diferencia o homem dos outros animais, a
resposta alcança sempre a arte. Somente os homens criam obras artísticas;
sejam pinturas, músicas, histórias, etc...
Em resumo: quando o índio pinta seu próprio corpo, ele demarca seu lugar
dentro de seu mundo. E o faz com rara beleza. O antropólogo Darcy Ribeiro
escreveu que o corpo humano é "a tela onde os índios mais pintam e aquela
que pintam com mais primor".
Para certas etnias, os grafismos possuem uma outra função: indicar se o
indivíduo pertence a um determinado grupo dentro da sociedade indígena.
Alguns povos indígenas dividem suas aldeias em duas metades.
Qualquer índio desses povos pertence a uma metade ou à outra, e
fazer parte de cada uma dessas metades implica em direitos e
deveres específicos. Os índios Xerente que vivem no norte do
estado do Tocantins são um exemplo. Eles dividem sua sociedade nas
metades Sdakrã, identificada com a Lua; e metade Siptato, identificada com
o Sol. Cada metade possui um grafismo específico: os índios Sdakrã pintam
o corpo sempre com traços horizontais, enquanto os índios da metade
Siptato usam apenas os traços verticais. Cada uma dessas metades é
dividida em vários clãs diferentes e para cada clã há também um padrão de
grafismo exclusivo: traços finos, traços grossos, círculos, etc... Isso
significa que um Xerente, ao pintar o próprio corpo, identifica­se perante os
outros membros de sua comunidade.
Os índios Kadiwéu, do Mato Grosso do Sul, também utilizavam os
grafismos de seu povo como identificações internas em sua sociedade. São
desenhos tão elaborados, que chamaram a atenção de vários
pesquisadores. Até o início do século XX, os grafismos eram tatuados no
corpo. Hoje em dia são pintados com o suco do jenipapo principalmente nas
celebrações. Abaixo está a foto de uma índia Kadiwéu e ao lado uma
cerâmica desse povo. Os padrões usados na pintura corporal são utilizados
também na decoração dos objetos feitos pelos índios.

Enquanto índios de alguns grupos utilizam os grafismos pintados no corpo
para se diferenciar dentro de sua sociedade; uma terceira função para os
grafismos indígenas é a identificação étnica de cada grupo. As pinturas que
os índios do Xingu usam no corpo e em seus objetos, são completamente
diferentes dos grafismos de índios que vivem no norte do Amazonas, por
exemplo. É possível com um pouco de prática, reconhecer a qual etnia
pertence algum objeto a partir da decoração do mesmo.
A seguir vão peças feitas por índios do Xingu. Apesar dos desenhos serem
diferentes, é possível verificar um padrão gráfico semelhante neles:

Na tribo Karajá, as pinturas significam,
principalmente, a passagem de uma fase da vida
para outra (com excessão da pintura diária e da
pintura hojuju), ou seja, quando uma criança deixa
sua infância para se tornar um 'menino jovem', um
'menino jovem' deixa essa fase para se tornar um
rapaz, etc, existem pinturas específicas que são
feitas nesse dia de passagem (que normalmente é
comemorado com uma festa).
Exemplo:
Quando o menino Karajá deixa sua infância,
tem que participar de Hetehoky (festa
específica) e usar a pintura corporal específica
para o caso. Quando ele participa da festa pela
primeira vez, tem que pintar o corpo inteiro
com tinta de jenipapo e raspar a cabeça. A
partir do momento que ele participa da festa,
utiliza e pintura e raspa a cabeça, ele deixa de
ser considerado como weryry (menino), e
passa a ser considerado jyre (menino jovem).
A partir daí, o jyre fica sempre pintado de preto
até crescer e passar a bôdu (rapazinho de 13
anos).

Veja este video sobre Grafismo indígena
  

GRAFISMOS INDÍGENAS - BRASIL

Os Kadiwéu são geralmente tidos como os melhores pintores
indígenas, e suas pinturas corporais já no Séc. XVI causavam
admiração aos europeus, a ponto de terem sido reproduzidas em
xilogravuras alemãs daquela época; mas inúmeros outros povos indígenas
se destacaram ou ainda se destacam nessa atividade, mesmo porque, entre
os 227 que ainda resistem, muitos são os que a praticam. Infelizmente, o
contacto cada vez mais freqüente com o homem branco tem repercutido
negativamente na pintura corporal (como de resto nas demais artes
indígenas), a ponto de padrões originariamente destinados a adornar corpos
humanos serem agora pintados sobre papel, com tintas industriais, e
vendidos por alguns reais a turistas; sem falar nas oficinas e nos concursos
de pintura corporal volta e meia organizados na maioria dos estados
brasileiros onde vivem povos indígenas. As cores empregadas na
pintura corporal são de origem vegetal, e se reduzem basicamente ao
vermelho, obtido do urucum; ao preto,fornecido pelo sumo do jenipapo
misturadoa fuligem; ao branco, da tabatinga, e com menor freqüência ao
amarelo, extraído do açafrão. Sua aplicação faz­se com auxílio de gravetos,
taquaras, com os dedos ou, em certas sociedades, mediante carimbos,
feitos com caroços de frutas partidos ao meio e mergulhados na tinta.
Elencamos em seguida alguns povos indígenas cuja pintura corporal, pelas
mais diferentes razões, merece menção especial.

Araweté. Os Araweté (ou Bïde = nós, seres humanos, em oposição a awi,
os outros, os inimigos), habitantes do Sul do Pará, não são mais de 300 na
atualidade. Constantemente ameaçados por belicosos vizinhos ou pelo
homem branco, o que os levou no passado a sucessivos deslocamentos, é
compreensível que sua cultura material seja limitada. Pintam cabelos e
corpo com o vermelho do urucum, e no rosto traçam em preto uma linha
horizontal sobre as sobrancelhas, uma vertical de alto a baixo no nariz e
duas diagonais que vão do lóbulo da orelha à comissura labial. 

Asurini. Os Asurini (= vermelhos) totalizam hoje uns 400 indivíduos,
e vivem no Tocantins. Utilizam em sua pintura corporal motivos
ornamentais estilizados, inspirados na natureza – cipó, feijão graúdo,
pata de jaboti, rabo de macaco, cangote de onça pintada etc. ­ ou seres
míticos, como Anhyaga Kwasiat, que foi quem lhes teria revelado os
desenhos. Conforme se destine a ornar determinada parte do corpo, a
pintura recebe nome específico; assim, a da perna chama­se tamaki, a da
cabeça kuaipai etc. 

Bakairi. São hoje cerca de 1000 e vivem em Mato Grosso. Homens e
mulheres costumam pintar seus corpos com jenipapo, urucum e tabatinga
em ocasiões especiais, como o casamento, a primeira menstruação ou a
morte, bem como no início da colheita do milho, na cerimônia de perfuração
SCRAPS DO NETUNO da orelha etc. Suas máscaras, em número de 23, cada uma dedicada a um Voltar para o inicio
animal, são pintadas com os mesmos motivos. 
animal, são pintadas com os mesmos motivos. 

Bororo. Entre os Bororo, que vivem em Mato Grosso e hoje totalizam cerca
de 1.000 indivíduos, a pintura corporal representa um elo de ligação entre o
mundo dos vivos e o dos mortos, e só pode ser usada com autorização do
tuxaua, em ocasiões especiais. Tem tríplice finalidade: ornamentar o corpo,
evitar doenças e afastar os maus espíritos. Durante os rituais, os que a
recebem representam o espírito dos mortos ou dos animais. Quanto aos
motivos ornamentais, são estilizações de formas naturais, encontradas na
fauna e na flora. 

Guajajara. Vivendo na região central do Maranhão, os Guajajara
(“povo do cocar”), ou Tenetehara (“seres humanos verdadeiros”), hoje
em número superior a 13.000, sofreram em contacto com os brancos
um processo de aculturação quase total, a ponto de terem praticamente
abandonado seus usos e costumes tradicionais, a pintura corporal inclusive,
para somente a partir de 1970, graças aos esforços da FUNAI, voltarem a
utilizá­la por ocasião de festas e rituais. 

Kadiwéu. Os padrões ornamentais utilizados em sua pinturacorporal pelos
Kadiwéu de Mato Grosso do Sul (hoje reduzidos a menos de 2.000
indivíduos)consistem em espirais, curvas e contra­curvas, cruzes, losangos,
volutas etc. aplicados no rosto, e somente nele, e de motivos geométricos
inspirados na Natureza, no corpo e apenas nele. 
No passado, os nobres pintavam apenas a testa, reservada aos
“plebeus” a pintura de todo o corpo. Entre todos os indígenas
brasileiros, os Kadiwéu destacam­se até hoje como os melhores
pintores. 

Karajá – Divididos em três subgrupos: o Karajá propriamente dito,
que é o mais numeroso, o Javaé e o Xambioá, que distribuídos por
29 aldeias totalizavam na atualidade pouco menos de 3.000

indivíduos, os Karajá ­ ou Iny (“nós”), como se auto­denominam ­, habitam
uma vasta área dos Estados de Tocantins, Goiás e Mato Grosso, ao longo
dos rios Araguaia e Javaé, nela incluída a Ilha do Bananal. Na sociedade
Karajá a pintura desempenha papel de relevo, não só a ornamental, com que
enfeitam sua cerâmica utilitária ou figurativa (os famosos licocós), como
sobretudo a corporal. Num e noutro casos os padrões ornamentais são
constituídos por linhas horizontais ou verticais que ora se aproximam ora se
afastam ou se entrecruzam, entremeadas de pontos, representando partes
fortemente estilizadas de corpos de animais (cobra, peixe, tartaruga etc.,
nunca o animal inteiro). Tais padrões, mais de uma centena,
praticamente indistinguíveis a olhos não­índios, não são aplicados
aleatoriamente, sendo seu uso determinado por fatores como idade,
sexo ou posição social. Assim, há padrões só reservados aos chefes,
outros aplicáveis apenas a artefatos, e outros ainda utilizáveis em situações
especiais. Pernas e braços recebem pinturas à base de listas, faixas e
pontos; mãos, pés e rosto, padrões extraídos à fauna. Quando nasce uma
criança Karajá, seu corpo, após banhado, é recoberto de urucum; aos 10, 12
anos, na cerimônia iniciática do hetohoky (“casa grande”), o menino é
pintado com a tinta preta azulada do jenipapo e se torna um jyre; atingindo a
puberdade, o adolescente recebe na face dois círculos pintados a jenipapo e
carvão, que no passado recobriam uma dolorosa escarificação feita com o
dente do peixe­cachorro. 

Kaxinawá. Costumam pintar seus corpos por ocasião das grandes
festas, como o “batismo” dos legumes e o das bananas. Os padrões
ornamentais – mais de 50 – derivam de formas da fauna: jibóia, jacaré,
coruja, lagarto etc. etc. 

Maku. Os Maku, habitantes da região fronteiriça entre o Amazonas e o
Peru, possuem cultura material rudimentar. Na verdade, suas canoas,
cerâmica, cestaria e pintura corporal são copiadas das dos povos seus
vizinhos, como os Tukano e os Arawak.  

Maxakali. Nada melhor para explicar o papel da pintura corporal entre os
Maxacali de Minas Gerais do que esse pequeno texto de um deles, Rafael
Maxakali, explicando o namoro e o casamento entre seu povo: “Os Maxakali
dançam, brincam, nadam e se pintam com urucum e jenipapo para ficarem
bonitos e namorar. Mas como eles namoram? Os espíritos saem para cantar
e dançar e cantam bonito. Então dançam com as mulheres. Mas aqueles
(aqueles dois) no cantinho estão brincando e namorando também. Também
namoram quando estão nadando, pintam o rosto, a perna e o braço com
urucum, pintam­se para ficar bonitos”. 

Panará. Os chamados “índios gigantes”, cerca de 200 indivíduos cujo
habitat atual localiza­se entre Mato Grosso e o Pará, descendem dos
antigos Cayapó do Sul, dizimados pelos bandeirantes no Séc. XVIII e quase
definitivamente extintos em começos do Séc. XX. Não mais possuindo sua
própria pintura corporal, os Panará adotaram em época recente a dos povos
seus vizinhos, num curioso processo de apropriação cultural. 

Timbira. Esse nome se aplica a sete sociedades indígenas
localizadas no Maranhão e no Tocantins: Apanyekrá, Apinayé,
Ramkokamekra­Canela, Gavião do Oeste, Krahô, Krinkati e Pukobyê. Além
de suas festividades e rituais, durante as quais pintam os corpos com os
padrões e nas cores que caracterizam os diferentes clãs, todos esses
povos cultivam a corrida de toras, que não faz parte de nenhum ritual de
iniciação ou pré­nupcial, como se pensava, mas é, isso sim, uma espécie
de esporte nacional Timbira. Para a realização da corrida de toras os
membros da comunidade dividem­se em grupos, segundo sua pintura, ou
em sociedades de festa; assim os Katám (vermelhos) enfrentam os
Vanmégn (pretos), entre os Apinayé de Tocantins, enquanto uma intrincada
tabela opõe Patos, Gaviões, Jaguares, Cutias, Máscaras, Peixes e
Palhaços, entre os Ramkokamekra­Canela do Maranhão ­ e para só ficar
nesses exemplos. As toras, obtidas de troncos de buriti e pintadas pelas
mulheres de cada grupo, têm peso e dimensões que variam segundo a idade
dos contendores (15 a 55 anos); as maiores, reservadas aos campeões da
tribo, medem cerca de um metro de altura por 40 a 50 cm de diâmetro, e
chegam a pesar 100 quilos! O desafio é levá­las às costas desde o local
onde foram cortadas até ao centro da aldeia, num percurso médio de três
quilômetros. Entre os mais importantes rituais Timbira incluem­se o Mekapri,
durante o qual o espírito de uma pessoa enferma é instado a voltar ao seu
corpo, e as cerimônias de casamento, morte e enterro. 

SCRAPS DO NETUNO Xerente. Os Xerente (Akwe) habitam o Tocantins e são hoje cerca de 1.800. Voltar para o inicio


Os motivos predominantes em sua pintura corporal são o traço, que
identifica os que pertencem ao clã Wahirê, da Lua, e o círculo, para os que
integram o clã Doí, do Sol. Adultos somente se pintam em ocasiões
especiais, ao contrário das crianças, que devem andar sempre pintadas. As
cores predominantes são o preto, obtido da mistura de carvão com pau­de­
leite, o vermelho de urucum e o branco, reforçado com penugem de
periquitos. Antes da aplicação das tintas, o corpo é untado com óleo de
babaçu. 

Xokleng. Os Xokleng de Santa Catarina conservaram até cerca de
1950 seus usos e costumes, crenças e cultura material, o que incluía a
pintura corporal, cada família ostentando em ocasiões especiais suas
“marcas” próprias, inspiradas em animais. Quando um Xokleng casado
morria,seu viúvo ou viúva permanecia algum tempo em reclusão, para se
purificar, e ao ser reintegrado à comunidade era recebido em meio a cantos
e danças, todos usando no corpo suas marcas de identificação.Em nossos
dias, os Xokleng adotaram a religião episcopal, passaram a usar roupas
como os brancos e trocaram rituais e celebrações pelas reuniões quase
diárias da Assembléia de Deus.Hoje, somente no Dia do Índio, 19 de abril,
os 750 remanescentes desse povo se despojam de suas roupas e pintam
os 750 remanescentes desse povo se despojam de suas roupas e pintam
seus corpos com as velhas marcas, não com finalidade ritualística, mas por
motivação estética, por achá­las uh (bonitas). A FUNAI vem tentando em
época recente reiniciá­los em seus costumes tradicionais, mas enfrenta a
resistência dos religiosos. 

Yawanawa. Apenas os membros mais idosos dos Yawanawa do Acre
(com seus parentes, os Katukina) ainda conservam na memória os padrões
ornamentais de sua antiga pintura corporal, hoje executada pelas mulheres
somente por ocasião das grandes festas ou saiti (“gritaria”), como a do mariri
e a da caiçuma. Nessas pinturas, cada vez menos freqüentes, predominam
o preto do jenipapo e o vermelho do urucum. 

Wajãpi. Esse povo, integrado por cerca de 1.000 indivíduos, mais da
metade vivendo no Amapá, e os restantes na Guiana Francesa, distingue­se
por ter sido responsável pela criação do padrão kusiwa (“caminho do risco”),
utilizado tanto em sua pintura corporal quando na de seus objetos.Trata­se
de combinar entre si do modo mais engenhoso possível desenhos
estilizados de cobra, borboleta, espinha de peixe, casco de jaboti etc.,
assim formando intrincadíssimas tramas ad infinitum. Para os Wajãpi os
padrões empregados no kusiwa foram­lhes revelados pelos mortos, e o
indívíduo que tem o corpo pintado passa a se identificar com o espírito de
um morto, ou de um animal. Em 2003 a UNESCO declarou o padrão kusiwa
Patrimônio Imaterial da Humanidade. 

Wayana. Como tantos povos indígenas, os Wayana, que habitam o
norte do Pará, têm uma versão mítica para a origem dos padrões e das
cores com que se pintam. Segundo eles, foi o homem­lagarto kurupeakê e a
cobra­grande tuluperê que lhes forneceram os desenhos e cores (preto e
vermelho respectivamente) de sua pintura corporal. Aliás, prova da
superioridade do homem sobre o bicho é que cada bicho possue uma única
“pele”, enquanto ao se pintar o homem pode utilizar várias “peles”. Certos
motivos Wayana possuem simbolismo particular: assim, o pontilhado imita
as malhas da onça e representa o domínio sobre a Natureza; o triângulo é a
borboleta e remete ao mundo espiritual; e o listrado é uma alusão à cobra­
grande e ao sobrenatural.

Postado por Netuno Borun Krekmun às 22:22 
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Informativo (3)
 
Marcadores: Brasil, Cultura indigena, Curiosidade, Etnias, indios

7 comentários:
Laura Lobato disse...
Para mim é muito importante fazer consultas neste blog sobre
as culturas indígenas, tenho aprendido muitas coisas, todas as
vezes que tenho dúvidas recorro.Neste momento gostaria de
saber o que significa aquela pintura no rosto de mulheres de
algumas tribos do xingu, parece um bumerangue, que as vezes
tem um ponto no meio as vezes não, só vi esse desenho no
rosto de mulheres.Podem ajudar­me?
Laura Lobato
Fortaleza ­ Ceará.
16 de janeiro de 2011 16:31

Diógenes Mariano disse...
MUITO IMPORTANTE O BLOG POIS COM ELE VOU FAZER
UMA TATUAGEM DEFINITIVA COM PINTURAS DE POVOS
GENUINAMENTE BRASILEIROS, DOJAO, CASINHAS­PE
15 de abril de 2011 09:35

Elisangela disse...
Muito interessante o seu blog!! Ele me ajudou a tirar algumas
duvidas que eu tinha sobre as pinturas indígenas.

Obrigada! Eli
17 de abril de 2011 17:35

fag disse...
Muito bom esse blog, muita informação sobre pinturas
indígenas. Parabéns
19 de fevereiro de 2012 21:59

Patti Vieira disse...
Sou grande admiradora da cultura indígena e adorei o seu blog. 
É muito rico de informações!!!

Parabéns =)

SCRAPS DO NETUNO 29 de setembro de 2012 02:28 Voltar para o inicio

Íkaro G. disse...
A cultura indígena para mim significa muito e hoje descobri um
ótimo blog que fala a respeito desta maravilhosa cultura o site
está de parabéns!!!!
3 de março de 2013 17:06

Anônimo disse...
Com que materiais os Wajapi faziam figuras geometricas em
seus cestos?
10 de maio de 2013 18:54

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