Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
Beyond criminology?
Paddy Hillyard
Professor Emérito de Sociologia na Queen’s University Belfast, Irlanda do Norte.
p.hillyard@qub.ac.uk
Steve Tombs
Professor de Criminologia na The Open University, Reino Unido.
Professor de Sociologia na Liverpool John Moores University de 1998 a 2013.
steve.tombs@open.ac.uk
Resumo: Este artigo estabelece algumas das ca- Abstract: This article sets out some of the key
racterísticas-chave dos debates atuais entre, de features of current debates between, on the one
um lado, aqueles que mantêm o compromisso hand, those who would retain a commitment to
com o “crime” e a criminologia e, de outro, aque- “crime” and criminology and those, on the other
les que advogam abandonar a criminologia por hand, who would abandon criminology for a so-
uma perspectiva do dano social. Para isso, o arti- cial harm perspective. To this end, the article be-
go inicia destacando várias críticas à criminolo- gins by highlighting several criticisms of crimino-
gia que, embora não sejam novas, permitem um logy that, while are hardly new, is an important
ponto de partida importante para a discussão do starting point for a discussion of the potential of
potencial de desenvolvimento de uma disciplina the development of an alternative discipline. The
alternativa. Em seguida, o trabalho apresenta as paper then proposes a number of reasons why a
razões pelas quais a abordagem disciplinar or- disciplinary approach organised around a notion
ganizada em torno da noção de dano social se of social harm may prove to be more productive
mostra mais produtiva que a criminológica, com than has criminology hitherto: that is, may have
potencial para maior coerência e imaginação the potential for greater theoretical coherence
teórica e para mais progresso político. and imagination, and for more political progress.
Sumário: 1. Introdução. 2. Uma breve “crítica” à criminologia. 2.1. O crime não tem realidade
ontológica. 2.2. A criminologia perpetua o mito do “crime”. 2.3. O “crime” consiste em vários
eventos insignificantes. 2.4. O “crime” exclui muitos danos sérios. 2.5. Construindo os “cri-
mes”. 2.6. Criminalização e castigo infligem dor. 2.7. O “controle do crime” é ineficaz. 2.8. O
“crime” dá legitimidade à expansão do controle do crime. 2.9. O “crime” serve para manter
as relações de poder. 3. O potencial de uma perspectiva do “dano social”. 3.1. Definindo o
dano. 3.2. As vicissitudes da vida. 3.3. A atribuição da responsabilidade. 3.4. Respostas polí-
ticas. 3.5. Danos massivos. 3.6. Desafios ao poder. 3.7. Uma crítica do risco. 4. Criminologia,
dano social e justiça social. 5. Referências.
1. Introdução
Existem1-2 boas razões pelas quais este é um importante momento para re-
visitar as críticas e debater sobre os temas em torno da criminologia e do dano
social. Para começar, Van Swaaningen, em sua recente análise sobre a crimi-
nologia crítica (1997, 1999), sustentou que seu apogeu havia passado e que
“a criminologia havia se afastado das questões epistemológicas e sociopolíti-
cas e retornado a sua velha orientação empirista como uma ciência aplicada...
abastecida pelos temas da política cotidiana e orientada pela agenda de seus fi-
nanciadores”3 (VAN SWAANINGEN, 1999, p. 7). De maneira similar, Muncie
observou que a crítica ao “crime” e à criminologia, avançada pelos “criminólo-
gos radicais” nos anos 1970, é um “debate inacabado”, que foi “impedido pela
hegemonia crescente das abordagens realistas” a partir dos anos 1980 (MUN-
CIE, 1999, p. 6). Embora possamos não concordar com todos os detalhes da
análise de Van Swaaningen (nem com os de Muncie) sobre o estado da crimi-
grande maioria dos eventos que são definidos como crimes não é grave e não
marcaria, como indicou Hulsman (1986), pontos particularmente altos na es-
cala das dificuldades pessoais. Uma leitura das Estatísticas Criminais da Ingla-
terra e País de Gales, até 2002 uma publicação anual de Home Office, ilustra
esse ponto. A polícia registra detalhadamente centenas de eventos crimino-
sos, muitos dos quais envolvem pouco prejuízo físico ou financeiro e que, em
muitas ocasiões, não envolvem vítimas. Além disso, muito dos eventos meno-
res definidos como crimes estão cobertos por seguro e as pessoas são capazes
de obter compensação pelos danos causados, inclusive pelos danos que nem
ocorreram ou foram superdimensionados. Parece existir uma expectativa de
que, se o dano potencial está assegurado, é legítimo – e não visto como crimi-
noso pelas pessoas – que se façam falsas reclamações a fim de recuperar parte
dos custos pagos pelo seguro.
É importante enfatizar que essa inclusão de um vasto número de even-
tos menores que pontuaria relativamente pouco na escala de gravidade não
é simplesmente uma função da definição do crime no direito penal. Precisa-
mos ter claro que, entre todos esses casos que são definidos como crime pela
lei, há processos de seletividade dentro dos quais crimes são selecionados pa-
ra controle pelas agências do sistema penal e que tais eventos, uma vez sele-
cionados, são então definidos pelos tribunais, levando a que alguns, mais que
outros, sejam definidos como mais graves através da aplicação consistente de
punições mais rigorosas. Assim, Reiman apresenta uma teoria da derrota pírri-
ca (pyrrhic defeat theory) do sistema de justiça criminal e da política criminal,
na qual argumenta que: “as definições de crime no Direito Penal não refletem
nem os únicos nem os mais perigosos comportamentos antissociais”; “as deci-
sões sobre quem prender ou acusar não refletem nem os únicos e nem os mais
perigosos comportamentos legalmente definidos como criminosos”; “as con-
denações criminais não refletem nem os únicos e nem os mais perigosos indi-
víduos entre todos aqueles presos e acusados”; e que “as condenações penais
não refletem o objetivo de proteger a sociedade dos únicos e dos mais perigo-
sos indivíduos entre os condenados, quando aplicam punições proporcionais à
nocividade do crime cometido”5 (REIMAN, 1998, p. 61).
5. “’The definitions of crime in the criminal law do not reflect the only or the most dan-
gerous of antisocial behaviours’; ‘the decisions on whom to arrest or charge do not re-
flect the only or the most dangerous behaviours legally defined as criminal’; ‘criminal
convictions do not reflect the only or the most dangerous individuals amongst those
arrested and charged’; and that ‘sentencing decisions do not reflect the goal of pro-
tecting society from the only or the most dangerous of those convicted by meting out
em Southall, oeste de Londres, no ano de 1997, quando sete pessoas morreram e 150
ficaram feridas.
8. N.T.: “Stranger danger”, segundo o English Oxford living dictionaries, é o perigo po-
tencial às crianças representado por pessoas desconhecidas (estranhos) que podem
aproximar-se delas, como algo em relação a que as crianças devem estar alertas. Dis-
ponível em: [https://en.oxforddictionaries.com/definition/stranger_danger]. Acesso
em: 23.10.2017.
9. “Wanted to harm to no-one in particular, but he knew his acts were likely to harm
someone – and once someone is harmed, the victim is someone in particular. There is
no moral basis for treating one-on-one harm as criminal and indirect harm as merely
regulatory” (REIMAN, 1998, p. 67).
10. “More people are now employed in what are known as the ‘prison industries’ than
in any of the country´s top 500 corporations, with the exception of General Motors”
(PILGER, 1998, p. 70).
controle do crime. Como Christie (1993, p. 11) apontou, essa indústria solu-
ciona dois grandes problemas que as sociedades modernas enfrentam: o acesso
diferencial ao trabalho remunerado e a desigual distribuição da riqueza. Faz is-
so proporcionando lucro e trabalho enquanto produz o controle daqueles que,
de outra maneira, causariam problemas. Sucessivos governos, desde a déca-
da de 1990, fizeram do controle do crime sua principal prioridade. No Reino
Unido, as quantias comprometidas para a lei e a ordem aumentaram mais que
qualquer outra área dos gastos públicos, e, como resultado, o sustento de mais
e mais pessoas está dependente do crime e do seu controle. As ordens sociais
modernas se caracterizam cada vez mais por uma irreconhecida, mas aberta,
guerra entre homens jovens, principalmente de contextos pobres e desfavore-
cidos, e um exército de profissionais na indústria do controle do crime (BOX,
1983; CHRISTIE, 1993; REIMAN, 1998). Ao mesmo tempo, muitas fábricas se
diversificaram para fornecer equipamentos na guerra contra o crime.
Como Hulsman (1986) mostrou, o sistema de justiça criminal é caracteri-
zado por uma incontrolabilidade fundamental. Para Henry e Milovanovic, os
esforços para controlar o crime convencional abastecem a máquina do crime:
“Intervenções de controle levam a atividade criminal a novos níveis em inves-
timento e respectiva autoinovação. [...] A indignação pública clama por mais
investimento nas medidas de controle que logo alimentam mais ainda o ciclo”
(1996, p. x-xi)11.
Com efeito, a pesquisa criminológica moderna, com sua produção de “re-
sultados científicos”, tem um papel nesse ciclo ao concretizar e afirmar a reali-
dade (ibid.). Em termos gerais, vários novos cursos sobre crime, criminologia
e justiça criminal foram estabelecidos nas universidades do Reino Unido para
treinar pessoal, enquanto se produz uma grande expansão na coleta e na análi-
se da inteligência criminal e na disseminação de notícias sobre crime.
11. “Control interventions take criminal activity to new levels on investment and self-en-
closed innovation. [...] Public horror and outrage call for more investment in control
measures that further feed the cycle” (HENRY, S.; MILOVANOVIC, D, 1996, p. x-xi).
12. “The implicit identification of crime with the dangerous acts of the poor” (REIMAN,
1998, p. 61).
to, buscamos uma perspectiva disciplinar que possa englobar os danos preju-
diciais ao bem-estar das pessoas desde o nascimento até a morte.
Claro, quando falamos de bem-estar das pessoas, não nos referimos (simples-
mente) a um indivíduo atomizado, ou a homens e mulheres e suas famílias, as
unidades sociais que frequentemente experienciam o dano. É evidente que vá-
rias formas de danos não estão distribuídas aleatoriamente, mas recaem sobre
pessoas de diferentes classes sociais, gêneros, graus de capacidade física, gru-
pos étnicos e raciais, diferentes idades, preferências sexuais, e assim por diante.
Ademais, um enfoque da perspectiva do dano social poderia centrar-se em zonas
geográficas específicas, com o que, apesar da enorme bagagem ideológica que
acompanha tal termo, poderia ser possível implementar o termo “comunidade”
positivamente dentro dos discursos da ciência social. A noção de uma “comu-
nidade prejudicada” poderia abrigar grupos de pessoas em qualquer forma de
coletividade que fosse física ou financeiramente prejudicada por qualquer meio.
13. N.T.: Os autores se referem ao livro onde o presente artigo foi orginalmente publica-
do: HILLYARD, P.; PANTAZIS, C.; TOMBS, S.; GORDON, D. (eds.). Beyond crimino-
logy? Taking harm seriously. London: Pluto Press, 2004.
como base para tais pesquisas etc. (COHEN, 1981; ROCK, 1994; HILLYARD;
SIM, 1997; PARTINGTON, 1997; HOLDAWAY; ROCK, 1998; HILLYARD et al.,
2004). Apesar de Foucault ser um ponto de referência frequente para a crimi-
nologia contemporânea, o significado epistemológico de grande parte de sua
obra parece ter sido deixado de lado.
Um desafio e tanto ao discurso dominante sobre crime e criminologia po-
deria ser um novo discurso ou disciplina sobre o dano social. Isso não quer
dizer que essa disciplina possa escapar do nexo poder-saber. Na verdade, o es-
tabelecimento de uma disciplina em torno do dano social não entraria no ter-
reno discursivo virgem, já que os Estados historicamente definiram o dano em
termos individualistas, termos institucionalizados através de discursos médi-
co-legais e profissionais. Mas, enquanto a perspectiva do dano social pode, ao
menos, buscar desenvolver explicações sociais, as origens da criminologia se
movem para um individualismo altamente problemático. Assim, defendemos
que a perspectiva do dano social, com seu ponto de partida explicitamente
político (veja-se adiante), sua base na reflexividade intelectual e seu compro-
misso com a recuperação dos saberes subjugados, poderia implicar uma forma
mais progressiva de poder-saber que a que a criminologia veio representando
em seus cem anos ou mais de história.
Deve ser notado aqui, também, que tal perspectiva parece colocar desafios
bem diferentes às estruturas de poder imbricadas dentro e em torno de Esta-
dos locais e nacionais. Com muita frequência, os produtos da fundamentação
criminológica foram usados para reforçar os Estados, fornecendo justificativas
para a extensão das atividades estatais em nome de uma justiça criminal mais
efetiva. Posto que os produtos da pesquisa em torno do dano social são mais
capazes de implicar os Estados, então a relação com eles será bem diferente –
é provável que haja menos simbiose em termos de atividade e interesses. Com
efeito, os vínculos cada vez mais próximos e complexos entre os Estados locais
e o capital local, nacional e transnacional significam que esses desafios são tan-
to políticos quanto econômicos. No que diz respeito aos desafios às estruturas
de poder existentes nesse sentido, então, uma ênfase no dano social pode ter
um potencial de transformação muito maior que a criminologia.
Uma mudança para a perspectiva do dano social não pretende, assim, ne-
nhum abandono de tais lutas. De toda forma, o compromisso com uma pers-
pectiva do dano social carrega consigo dois corolários claros. Primeiro, que a
atividade intelectual e política não privilegia a lei como um lugar de atividade
ou luta; e, segundo, que a atividade intelectual e política pode tratar do dano
sem fazer referência à lei. Essas são questões de tática política de curto e médio
prazo. Além disso, são táticas que não podem ser adequadamente adotadas to-
mando como ponto de partida a criminologia, que é necessariamente direcio-
nada a lidar com o crime, o direito e a justiça criminal.
Uma mudança para o “dano social”, assim, não implica uma restrição a nos-
so trabalho e a atividades políticas com a lei, e ao mesmo tempo não é simples-
mente um abandono desse enfoque. Enquanto as críticas à criminologia – já
revistas – são bem-feitas, tendem em direção à reificação da criminologia, quan-
do uma das tarefas da criminologia crítica foi, e certamente permanece sendo,
remodelar a natureza e os limites da disciplina. O problema para nós está em
quando esse objetivo tático é confundido com um fim estratégico. A criminolo-
gia pode ser remodelada, mas apenas dentro de alguns limites. Nós certamente
reconhecemos a força da discussão de Carlen de que é perfeitamente possí-
vel para qualquer forma de ciência social crítica reconhecer o poder ideológi-
co do referente empírico sem que nossa empreitada radical se veja subvertida
por ele: “não há nenhuma razão por que eles (teóricos radicais) não possam
levar a sério (ou seja, reconhecer) e ao mesmo tempo negar os efeitos ideológi-
cos do material referente empírico... a tarefa principal da teoria é engajar-se na
luta por controlar o poder sobre o ‘significado das coisas’”15 (CARLEN, 1992,
p. 54-62).
Assim, pode-se aceitar a pobreza dos discursos criminológicos dominantes
e aproximar-se deles como um objeto de luta. Entretanto, estrategicamente e
a longo prazo, essa luta pode apenas ter uma limitada variedade de resultados
(ainda que mais ou menos favoráveis), porque essa disciplina tem certos ele-
mentos necessários ou regras de formação.
Nossa visão, assim, é que, em geral, todas as formas de teorizar e de prática
intelectual tendem a coisificar, apoiar e reforçar esse mesmo fenômeno que es-
tá no centro de sua atividade. As disciplinas produzem e reproduzem seus ob-
jetos de estudo. Portanto, não importa quão desconstrutiva, radical ou crítica
15. “There is no reason why they [radical theorists] should not both take seriously (that
is recognise) and deny the empirical referent’s material and ideological effects... the
very task of theory is to engage in a struggle for power over the ‘meaning of things’”
(CARLEN, 1992, p. 54-62).
alternativa, como uma baseada no dano social, ela poderia ter algum êxito. Mas
isso traz consigo obstáculos, e é possível que alguém alegue que eles são mais
problemáticos que os que existem no fazer da criminologia, já que os perigos
associados à última são ao menos conhecidos (formalmente), enquanto aque-
les relacionados ao dano social são relativamente desconhecidos.
A curto e médio prazos, temos que notar que, quer surja ou não um novo en-
foque disciplinar, devemos aceitar que discutir questões levantadas sobre o dano
social não implica fazer uma simples escolha, de uma só vez, entre representar
esses casos como crimes ou como danos; cada um deve formar parte de uma es-
tratégia política efetiva. O que acrescentaríamos é que é crucial que, se ou quan-
do falamos de crime ou dano, tenhamos claro sobre o que estamos falando em
cada ocasião, ou seja, a descrição e as análises não devem deslizar entre os dois,
para não fornecer um argumento de cobrança dos críticos de que esses traba-
lhos carecem de rigor ou estão enviesados. A esse respeito, o desenvolvimento
de uma disciplina organizada em torno do dano social pode provar-se progres-
sista, sempre que forneça uma base disciplinar e os canais por meio dos quais o
tratamento do dano social possa – quando seja apropriado – prosseguir.
5. Referências
ALVESALO, A. Meeting the expectations of the Local Community on safety –
what about whitecollar crime? In: 27th Annual Conference of the European
Group for the Study of Deviance and Social Control, 1999, Palanga.
ALVESALO, A.; TOMBS, S. Working for criminalisation of economic offending:
contradictions for critical criminology? Critical Criminology: An Internatio-
nal Journal, n. 11, p. 1-20, 2002.
BECK, U. Risk society: towards a new modernity. London: Sage, 1992.
BLAD, J. R.; VAN MASTRIGT, H.; UILDRIKS, N. A. The criminal justice system
as a social problem: an abolitionist perspective. Rotterdam: Erasmus Univer-
sity, 1987.
BOX, S. Power, crime and mystification. London: Tavistock, 1993.
BRAITHWAITE, J. White-collar crime. In: GEIS, G. (ed.). White-collar crime:
classic and contemporary views. 3. ed. New York: The Free Press, 1995.
CARLEN, P. Criminal women and criminal justice: the limits to, and potential
of, feminist and left realist perspectives. In: MATTHEWS, R.; YOUNG, J.
(eds.). Issues in realist criminology. London: Sage, 1992.
CHRISTIE, N. Conflicts as property. British Journal of Criminology, n. 17,
p. 1-19, 1977.
CHRISTIE, N. Suitable enemies. In: BIANCHI, H.; SWAANINGEN, R. van
(eds.). Abolitionism: towards a non-repressive approach to crime. Amster-
dam: Free University Press, 1986.
LACEY, N. Legal construction of crime. In: MAGUIRE, M.; MORGAN, R.; REI-
NER, R. (eds.). The Oxford handbook of criminology. 3. ed. Oxford: Oxford
University Press, 2002.
MAGUIRE, M.; MORGAN, R.; REINER, R. (eds.). The Oxford handbook of crimi-
nology. Oxford: Oxford University Press, 1994.
MAGUIRE, M.; MORGAN, R.; REINER, R. (eds.). The Oxford handbook of crimi-
nology. 2. ed. Oxford: Clarendon, 1997.
MATHIESEN, T. Prison on trial. London: Sage, 1990.
MUNCIE, J. Decriminalising criminology. British Criminology Conference, Li-
verpool, 11-15 jul. 1999.
NAUGHTON, M. Re-orientating miscarriages of justice. In: HILLYARD, P. et
al. Beyond criminology? Taking harm seriously. London: Pluto Press, 2004.
PARTINGTON, M. Socio-legal research in Britain: changing the funding enviro-
ment. In: THOMAS, P. (ed.) Socio-legal studies. Aldershot: Dartmouth, 1997.
PEARCE, F.; TOMBS, S. Hegemony, risk and governance: “social” regulation
and the US chemical industry. Economy and Society, n. 25, 3, 1996.
PEARCE, F. Toxic capitalism: corporate crime and the chemical industry. Alder-
shot: Ashgate, 1998.
PEMBERTON, S. A theory of moral indifference: understanding the production
of harm by capitalist society. In: HILLYARD, P. et al. Beyond criminology?
Taking harm seriously. London: Pluto Press, 2004.
PILGER, J. Hidden agendas. London: Vintage, 1998.
REIMAN, J. The rich get richer and the poor get prison: ideology, class and crimi-
nal justice. 5. ed. Boston: Allyn and Bacon, 1998.
RIGAKOS, G. Risk society and actuarial criminology: prospects for a critical
discourse. Canadian Journal of Criminology, n. 41, p. 137-150, 1999.
ROCK, P. The social organization of British criminology. In: MAGUIRE, M.;
MORGAN, R.; REINER, R. (eds.). The Oxford handbook of criminology. Ox-
ford: Oxford University Press, 1994.
SLAPPER, G.; TOMBS, S. Corporate crime. London: Longman, 1999.
SMART, C. Feminist approaches to criminology, or postmodern woman meets
atavistic man. In: GELSTHORPE, L.; MORRIS, A. (eds.). Feminist perspecti-
ves in criminology. Milton Keynes: Open University Press, 1990.
SOCIAL EXCLUSION UNIT. Reducing re-offending by ex-prisoners. London: Ca-
binet Office, 2000.
SUTHERLAND, E. White-collar criminality. American Sociological Review, n. 5,
p. 1-12, 1940.
SUTHERLAND, E. Is “White-collar crime” crime? American Sociological Re-
view, n. 10, p. 132-139, 1945.
SUTHERLAND, E. White-collar crime. New York: Holt Reinhart and Winston,
1949.
Pesquisas do Editorial