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A interferência estatal – que ocorre via legisladores (legislativo), agentes administrativos (executivo) e juízes (judiciário) – incide
no campo privado, com vistas a proteger e corrigir as desigualdades econômicas resultantes de alguns negócios entre agentes
econômicos, bem como orientar o desenvolvimento econômico no sentido de aumentar o bem-estar coletivo.
Formas de intervenção:
Legislador
Agentes administrativos
Juiz
Razões de ser:
Limitar os excessos dos agentes privados
Estabelecer um padrão de comportamento
Oferecer o mínimo existencial à população
Executar políticas públicas
Evitar injustiças
O interesse a ser protegido era aquele de feição utilitarista. O direito tinha que servir à finalidade de proteger as
liberdades individuais como instrumento de tutela do bem-estar geral, em sentido puramente material.
O desequilíbrio socioeconômico entre os contraentes fez acentuar uma realidade não pensada ou dissimulada à época
da Revolução Burguesa: a de que a igualdade meramente formal permite a celebração de contratos substancialmente
injustos.
O Estado do tipo liberal encontrou sua crise na constatação de abuso de uma parte sobre a outra. Um dos fatores que
levaram o Estado do tipo liberal a ser superado por um modelo social foi a constituição de sociedades.
ESTADO SOCIAL
Surge como resposta do capitalismo aos ensaios revolucionários do socialismo, em franca expansão nos países
continentais, como Alemanha e Itália, diante dos excessos impostos pelo liberalismo. O poder público assume novas
funções, passando a intervir no domínio econômico e social, a fim de oferecer condições de vida dignas à classe
dominada (1º FASE)
O interesse público humaniza-se, à medida que passa a preocupar-se não só com os bens materiais que a liberdade de
iniciativa almeja, mas também com valores considerados essenciais à existência digna; quer-se liberdade com
dignidade, o que exige atuação do Estado para diminuir as desigualdades sociais e levar a toda a coletividade o bem-
estar social.
o Estado intervém na economia como distribuidor, dita o salário, manipula a moeda, regula os preços, combate o
desemprego, protege os enfermos, dá ao trabalhador e ao burocrata casa própria, controla as profissões, compra a
produção, financia as exportações, concede o crédito, institui comissões de abastecimento, provê necessidades
individuais, enfrenta crises econômicas, coloca na sociedade todas as classes na mais estreita dependência de seu
poderio econômico, político e social, em suma, estende sua influência a quase todos os domínios que dantes
pertenciam, em grande parte, à área da iniciativa privada.
A sobrecarga de funções admitidas pelo Estado trouxe consequências indesejáveis (2º FASE):
Inchaço da máquina administrativa
O crescimento das despesas públicas a um nível incompatível com a arrecadação
A elevação da inflação
O aumento da corrupção estatal
Desemprego generalizado
Não cumprimento das prestações assistencialistas programadas
São os agentes econômicos os responsáveis, regra geral, por orientarem os seus negócios, com base no conceito fundante da
organização econômica brasileira da livre iniciativa. Em determinadas situações, por meio das fontes impositivas (lei, autoridade
pública e juiz), o Estado determinará o que o particular deve fazer, por exemplo quando determina que uma empresa precisará
vender algumas marcas para uma fusão (aprovação com restrições), ou quando determina que uma empresa tenha alguns
funcionários portadores de deficiência em seus quadros, ou quando determina que a empresa é proibida de fazer distinção
entre consumidores, obrigando-a a contratar mesmo com quem ela, grosso modo, não tenha interesse.
As medidas interventivas do Estado devem ser proporcionais e razoáveis, sendo esses princípios densificados por três
parâmetros (ou elementos): a intervenção deve ser adequada, necessária e proporcional (em sentido estrito).
Em obediência ao modelo econômico adotado pela Constituição Federal, cabe ao Estado exercer sua política de controle e
fiscalização, com o limite de intervenção mínima, o que significa tomar medidas razoáveis e proporcionais, sempre no sentido de
preservar o direito de propriedade, a livre iniciativa e a atividade econômica. Caso haja mais de um caminho legítimo para que o
Estado possa exercer sua atividade controladora e reguladora, deve necessariamente optar pela via menos gravosa para a
atividade econômica. Incide, também, nas questões relativas à ordem econômica, a máxima da proibição de excesso.
No Brasil, o modelo econômico adotado é o de economia de mercado, já o modelo jurídico é o da livre iniciativa.
Segundo o professor Eros Roberto Grau, o Estado poderá autuar sobre a economia:
Prestando, ele próprio, serviços considerados públicos
Por absorção ou participação
Por direção
Por indução
Já para o ministro do Supremo Tribunal Federal e professor Luís Roberto Barroso, são três os mecanismos de intervenção estatal
no domínio econômico:
A atuação direta, que se subdividiria em intervenção por serviço público e intervenção por atividade econômica;
O fomento
A disciplina
O professor Celso Antônio Bandeira de Mello também divide as modalidades de interferência do Estado na ordem econômica
em três:
O poder de polícia
Os incentivos
A atuação empresarial
Não é mais possível estabelecer uma distinção entre esses sistemas de Direito tal como era feito no passado. É preciso encontrar
outros critérios para a separação desses ramos. O professor Miguel Reale apresenta o seguinte modelo
Quanto ao conteúdo ou objeto a-1) Quando o interesse geral é visado de modo imediato e prevalecente , o direito é público
da relação jurídica a-2) Quando o interesse particular é imediato e prevalecente, o direito é privado
b-1) Se a relação é de subordinação, geralmente, trata-se de direito público
Quanto à forma da relação
b-2) Se a relação é de coordenação, geralmente, trata-se de direito privado
Contrato é o negócio jurídico bilateral, ou plurilateral, que sujeita as partes à observância de conduta idônea à satisfação dos
interesses que regulam.
A constituição de sociedades influenciou bastante a forma como os contratos passaram a ser celebrados.
Cláusulas contratuais gerais representam uma nova dinâmica de contratação do mercado, sendo necessária a verificação de
potenciais riscos de abuso de uma das partes sobre a outra.
Cláusulas contratuais gerais – técnica de redação de cláusulas contratuais, feitas em blocos, para serem replicadas com
as diversas partes com que a empresa que as elaborou irá contratar.
Contrato de adesão – Modalidade negocial que na prática não é negocial e sim impositiva, já que não dá margem à
discussão do conteúdo dos contratos
Se a empresa que está elaborando o contrato não permitir que a outra parte, ainda que seja outra empresa, discuta os termos
do contrato e altere o teor das cláusulas, estaremos diante de um contrato de adesão. O Código Civil Brasileiro prevê que o
aderente poderá ser beneficiado em casos que a contratação se der por adesão:
Art. 423: Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a
interpretação mais favorável ao aderente.
Art. 424: Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito
resultante da natureza do negócio.
Dentro do Direito privado, especialmente no direito dos contratos é possível conhecer diversos princípios:
Princípio da Liberdade contratual – Autonomia da vontade que significa o poder dos indivíduos de atuar, bem como de
suscitar (criar) efeitos reconhecidos e protegidos pela ordem jurídica, pelo direito. Composta por faculdades distintas:
Liberdade de contratar ou deixar de contratar (Liberdade de escolher se quer ou não contratar)
De negociar e determinar o conteúdo do contrato (Liberdade de escolher como contratar)
De celebrar contratos atípicos
De escolher o outro contratante (Liberdade de escolher quem contratar)
De modificar o esquema legal do contrato
De agir por meio de substitutos
Liberdade de forma
Dentre as liberdades que os agentes econômicos terão para celebrar contratos entre si, o que é comum entre todas
elas é: a vontade.
O Código de Defesa do Consumidor prevê, entre as práticas abusivas vedadas ao fornecedor de produtos ou serviços, a
recusa de venda para quem se disponha a adquirir mediante pronto pagamento (art. 39 IX, CDC)
Princípio pacta sunt servanda – Princípio do equilíbrio contratual exige que os contratantes realizem negócios jurídicos
ou contratos justos, garantindo que haja um equilíbrio nas obrigações assumidas por cada um dele. Ao vislumbrar um
desequilíbrio, o Poder Judiciário poderá, corretivamente, garantir uma readequação das obrigações e dos direitos
conferidos a cada um dos contratantes, libertando a parte em situação de onerosidade excessiva daquele dever
contratual, afastando, de modo pontual, determinadas cláusulas, ou estipulando uma lógica do contrato mais justa e
equânime. É importante que se tenha bastante presente nos negócios tanto o direito de pedir a revisão ou extinção de
um contrato, quanto as circunstâncias que serviram de base para a tomada de decisão se modificar em função de
evento imprevisível e extraordinário, gerando um peso, um desequilíbrio excessivo, quando o dever de estar em
relação nas quais a outra parte não esteja, por razões alheias a sua vontade, em extrema desvantagem.
Princípio da boa-fé objetiva – previsto no Código Civil em 3 artigos com 3 importantes funções:
Quando o Código, no art. 113, diz que os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os
usos do lugar de sua celebração a boa-fé têm a função interpretativa dos contratos;
Quando o art. 187 estabelece que também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes,
sobressai a função limitadora de direitos,
Quando o art. 422 estabelece a função de criação de deveres acessórias, de comportamento, os contratantes
são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e
boa-fé.
Toda a estratégia de business, de lançamento de um produto ou serviço deve olhar, com muita atenção, os riscos aos quais
estão submetidas as empresas que operam no setor de consumo. Com um código repleto de direitos aos consumidores e
deveres aos fornecedores, as implicações oriundas do direito acabam sendo decisivas na estratégia de negócios
RESPONSABILIDADE PELOS DEFEITOS DO PRODUTO OU DO SERVIÇO
Defeito-Vício: o produto não oferece a qualidade que dele legitimamente se espera. Ocasiona apenas prejuízo
patrimonial. Fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios
de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes
diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do recipiente, da
embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o
consumidor exigir a substituição das partes viciadas.
Defeito-Fato: Quando o defeito extrapola a esfera do bem de consumo, passando a atingir o consumidor que poderá
ser o próprio adquirente do bem ou terceiros atingidos pelo acidente de consumo. A explosão da bateria de um celular
em uso seria fato do produto pois poderia causar danos aos consumidores além do prejuízo financeiro. Vícios de
qualidade, o fornecedor de serviços/produtos responde:
Quando tais vícios os tornam impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, ou seja,
quando se mostram inadequados para os fins que, razoavelmente, esperam-se deles;
Quando não atendem às normas regulamentares de prestabilidade;
Quando há disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária.
Caberá ao consumidor, à sua livre escolha, exigir:
A re-execução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;
A restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos, ou
O abatimento proporcional do preço
Responsabilidade civil do comerciante – O mesmo é igualmente responsável, embora não tenha produzido o produto,
quando:
O fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados;
Quando o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador
Quando ele não conservar adequadamente os produtos perecíveis
Excludentes de responsabilidade: o fornecedor não será obrigado a indenizar o consumidor quando
provar:
Que não colocou o produto no mercado
Quando o defeito inexistir, embora haja colocado o produto no mercado
Quando a culpa for exclusiva do consumidor ou de terceiros
Responsabilidade civil do Fornecedor de serviços: responsabilidade por informações insuficientes ou inadequadas
sobre sua fruição (seu aproveitamento) e riscos. Serviço defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor
dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
O modo de seu fornecimento
O resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam
A época em que foi fornecido
Excludentes de responsabilidade: o fornecedor não será obrigado a indenizar o consumidor quando
provar:
Quando provar que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; quando provar que a culpa
pelo defeito é exclusiva do consumidor ou de terceiros.
Sociedade anônima ou companhia (S/A) – capital divide-se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista somente
pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir. Os acionistas respondem pelas obrigações sociais até o
limite do que falta para a integralização das ações de que sejam titulares. S.A. são classificadas como abertas ou
fechadas, a depender de terem ou não suas ações autorizadas pela CVM – Comissão de Valores Mobiliários (órgão do
governo responsável por regular a atividade no mercado de capitais)
São três os requisitos preliminares para constituição de qualquer S.A.: subscrição de todo o capital social por duas
pessoas no mínimo; realização de, pelo menos, 10% do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro como
entrada; depósito das entradas em dinheiro em instituição financeira autorizada pela CVM.
Regime jurídico: Lei das SA (LSA) e Código Civil;
Requisitos preliminares: subscrição de todo o capital social por, no mínimo, duas pessoas; realização de 10%
do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro e depósito das entradas em dinheiro em instituição
financeira autorizada pela CVM;
Ações: ordinárias (que conferem aos seus titulares os direitos dos acionistas comuns, regulares, e cuja emissão
é obrigatória) e preferenciais (que conferem faculdades diferentes aos seus donos (voto), de acordo com
estipulação no estatuto)
Órgãos sociais: diretoria (conduz a companhia no dia a dia e executar as decisões tomadas pelos acionistas),
conselho de administração (obrigatório em caso de S.A. aberta – delibera matérias, por vezes, agilizando a
tomada de decisão de temas afetos à assembleia), conselho fiscal (órgão obrigatório e tem a atribuição de
fiscalizar os órgãos de administração, protegendo os interesses dos acionistas e da Cia) , assembleia geral
(órgão máximo, em que os acionistas acompanham a movimentação, o balanço, as demonstrações financeiras
da companhia e deliberam a respeito de decisões que deverão ser tomadas de forma colegiada)
Dever de diligência:
Qualificar-se para o cargo
Informar-se adequadamente e razoavelmente para a tomada de decisões
Investigar eventuais fatos que possam prejudicar a sociedade
Vigiar e monitorar o desenvolvimento das atividades sociais
Bem administrar.
Dever de cuidado
Dedicar tempo, esforço e conhecimento requeridos pela natureza das funções, as competências específicas e
as circunstâncias
Dever de lealdade
Usar informações e os poderes que possui em favor da sociedade, com isso, proibindo que o administrador use
o seu cargo para benefício próprio ou favorecimento indevido de terceiros
Dever de cumprir com as finalidades sociais
O administrador deve se pautar não apenas pelos interesses da sociedade empresária e seus acionistas, mas
também pelos interesses da população, da coletividade, o bem-estar comum.
Dever de evitar situações de conflito de interesses
Intervir em qualquer operação social em que tiver interesse conflitante com o da companhia, bem como na
deliberação que a respeito tomarem os demais administradores,
Dever de informar
Sobre fatos que possam influir, de modo ponderável, na decisão dos investidores do mercado de vender ou
comprar valores mobiliários emitidos pela companhia
DAS SAS
Art. 158 da LSA - o administrador não é pessoalmente responsável pelas obrigações que contrair em nome da
sociedade e em virtude de ato regular de gestão.
§ 1º O administrador não é responsável por atos ilícitos de outros administradores, salvo se com eles
for conivente, se negligenciar em descobri-los ou se, deles tendo conhecimento, deixar de agir para
impedir a sua prática. Exime-se de responsabilidade o administrador dissidente que faça consignar sua
divergência em ata de reunião do órgão de administração ou, não sendo possível, dela dê ciência
imediata e por escrito ao órgão da administração, no conselho fiscal, se em funcionamento, ou à
assembleia-geral.
§ 2º Os administradores são solidariamente responsáveis pelos prejuízos causados em virtude do não
cumprimento dos deveres impostos por lei para assegurar o funcionamento normal da companhia,
ainda que, pelo estatuto, tais deveres não caibam a todos eles.
§ 3º Nas companhias abertas, a responsabilidade de que trata o § 2o ficará restrita, ressalvado o
disposto no § 4o, aos administradores que, por disposição do estatuto, tenham atribuição específica
de dar cumprimento àqueles deveres.
§ 4º O administrador que, tendo conhecimento do não cumprimento desses deveres por seu
predecessor, ou pelo administrador competente nos termos do § 3º, deixar de comunicar o fato a
assembleia-geral, tornar-se-á por ele solidariamente responsável.
§ 5º Responderá solidariamente com o administrador quem, com o fim de obter vantagem para si ou
para outrem, concorrer para a prática de ato com violação da lei ou do estatuto.
Exceções: quando proceder com culpa (negligência, imprudência ou imperícia) e dolo (intenção), e quando violar a lei
ou o estatuto.
DAS LDTAS
Art. 1.016. Os administradores respondem solidariamente perante a sociedade e os terceiros prejudicados, por culpa
no desempenho de suas funções.
Art. 1.017. O administrador que, sem consentimento escrito dos sócios, aplicar créditos ou bens sociais em proveito
próprio ou de terceiros, terá de restituí-los à sociedade, ou pagar o equivalente, com todos os lucros resultantes, e, se
houver prejuízo, por ele também responderá.
Parágrafo único. Fica sujeito às sanções o administrador que, tendo em qualquer operação interesse contrário ao da
sociedade, tome parte na correspondente deliberação.
Exceções: culpa no desempenho das suas funções (art. 1.016, CC) e conflito de interesse (art. 1.107, p.u., CC).
A preocupação com a proteção dos direitos da propriedade intelectual – ramo do direito que engloba o direito autoral e o
direito de propriedade industrial se justifica na medida em que, protegendo os direitos de propriedade intelectual, está-se
protegendo, fundamentalmente, o valor das inovações de caráter industrial e da capacidade distintiva dos produtos e dos
serviços explorados economicamente, que são indispensáveis para o desenvolvimento tecnológico e econômico dos países, e
para o funcionamento regular da concorrência. Atualmente, temos duas principais leis que regulam a matéria:
Lei nº 9.279/1996, que regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial (LPI)
Lei nº 9.610/1998, que consolida a legislação sobre direitos autorais.
Marca de produto ou serviço: aquela usada para distinguir produto ou serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem
diversa. Podem ser divididas em quatro tipos distintos:
Nominativa: formados apenas por palavras, por escrito, sem qualquer elemento gráfico. Poderá conter números e
letras de forma combinada. Algumas marcas nominativas também são formadas pelo nome principal, acrescido de uma
continuação, um descritor
Figurativa: são marcas formadas por desenho, imagem, ideograma, forma fantasiosa ou figurativa de letra ou
algarismo, e palavras compostas por letras de alfabetos como hebraico, cirílico, árabe, etc
Mista: formadas pela combinação de palavras, nomes, figuras, imagens, formas, etc.
Tridimensional: Segundo o professor Pedro Souza e Silva, estes sinais podem constituir não só forma de produto em si
mesmo, como a da sua embalagem ou vasilha, desde que, em qualquer caso, se trate de formas que não sejam banais,
isto é, que possuam um conteúdo suficientemente arbitrário para lhes conferir capacidade distintiva. (Toblerone,
Yakult)
Art. 122, da LPI - são suscetíveis de registro como marca os sinais distintivos visualmente perceptíveis, não compreendidos nas
proibições legais.
O Art. 124 tem 23 incisos indicando o que não são registráveis como marca, sendo os mais importantes os seguintes:
I – brasão, armas, medalha, bandeira, emblema, distintivo e monumento oficiais, públicos, nacionais, estrangeiros ou
internacionais, bem como a respectiva designação, figura ou imitação;
II – letra, algarismo e data, isoladamente, salvo quando revestidos de suficiente forma distintiva;
III – expressão, figura, desenho ou qualquer outro sinal contrário à moral e aos bons costumes ou que ofenda a honra
ou imagem de pessoas ou atente contra liberdade de consciência, crença, culto religioso ou ideia e sentimento dignos
de respeito e veneração;
V – reprodução ou imitação de elemento característico ou diferenciador de título de estabelecimento ou nome de
empresa de terceiros, suscetível de causar confusão ou associação com estes sinais distintivos;
VI – sinal de caráter genérico, necessário, comum, vulgar ou simplesmente descritivo, quando tiver relação com o
produto ou serviço a distinguir, ou aquele empregado comumente para designar uma característica do produto ou
serviço, quanto à natureza, nacionalidade, peso, valor, qualidade e época de produção ou de prestação do serviço,
salvo quando revestidos de suficiente forma distintiva;
VII – sinal ou expressão empregada apenas como meio de propaganda;
X – sinal que induza a falsa indicação quanto à origem, procedência, natureza, qualidade ou utilidade do produto ou
serviço a que a marca se destina;
XV – nome civil ou sua assinatura, nome de família ou patronímico e imagem de terceiros, salvo com consentimento do
titular, herdeiros ou sucessores;
XIX – reprodução ou imitação, no todo ou em parte, ainda que com acréscimo, de marca alheia registrada, para
distinguir ou certificar produto ou serviço idêntico, semelhante ou afim, suscetível de causar confusão ou associação
com marca alheia;
IMPERATIVO DE DISPONIBILIDADE - uma marca não pode ser registrada por uma pessoa (física ou jurídica) se outra pessoa já a
registrou anteriormente.
REGISTRO DE MARCA
Registro INPI ≠ outros órgãos governamentais
Proteção: 10 anos +
Direitos do titular
Ceder
Licenciar
Zelar pela integridade e reputação
Exceções:
Princípio da territorialidade - o dono de uma marca registrada só tem direito de uso exclusivo no Brasil
Princípio da especialidade - o direito do titular do registro ao gênero da atividade ou do produto que ele designa.
PATENTE - é o nome que se dá ao registro concedido para uma invenção ou um modelo de utilidade (MU). Ou seja, a patente
está para as invenções e o MU assim como o registro está para as marcas
Segundo o art. 6o da LPI, ao autor de invenção ou modelo de utilidade será assegurado o direito de obter a patente que lhe
garanta a propriedade, nas condições estabelecidas nesta Lei.
Para Invenção:
A novidade
A atividade inventiva
A aplicação industrial
Modelo de utilidade:
Objeto de uso prático, ou parte deste,
Suscetível de aplicação industrial,
Que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu
uso ou em sua fabricação.
Interesse que a sociedade tem, passados o período de exclusividade, de usar a invenção e o modelo de utilidade livremente,
sem ter de pagar royalties para o seu dono. Se o Estado não possuísse um sistema de concessão de monopólios, como acontece
com a patente, certamente, as empresas não teriam interesse em investir milhões de dólares em pesquisas para inventar algo
que lhes traga uma vantagem competitiva no mercado.
CONCORRENCIA DESLEAL
Repressão à concorrência desleal - Lei nº 9.279/94
– Contrariar o uso excessivo da liberdade de concorrência
– Proibição de atos contrários aos usos honestos de qualquer ramo de atividade econômica
Defesa da concorrência - 12.529/2011 –
– Proíbem-se os acordos e concertações entre empresas e as decisões de associação de empresas, que sejam
restritivos da concorrência, bem como a exploração abusiva de posições dominantes, para além dos auxílios
estatais às empresas que sejam passíveis de distorcer a concorrência.
Punições
Na esfera cível, prevendo indenização por perdas e danos ao lesado
Na esfera penal, revendo apreensão e destruição de materiais
O direito autoral conferido ao criador de obra intelectual independe de registro, sendo uma mera faculdade concedida ao autor
registrá-la no órgão público competente. No entanto, assim como a LDI, a LDA estabelece um fair use (um terceiro poderá usar
uma obra intelectual, sem violar o direito do autor), nas seguintes hipóteses previstas na lei:
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a
todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
[...]
IV – livre concorrência;
[...]
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só
será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme
definidos em lei.
As agências reguladoras foram desenvolvidas para serem o modo pelo qual o Estado atua de forma indireta no mercado,
disciplinando e fiscalizando determinadas atividades definidas por políticas públicas, na defesa da sociedade.
As agências são criadas por leis e seguem um regime especial instituído também pela mesma legislação, em que se encontra,
geralmente, o poder de investigação, gozando de independência em relação aos três poderes – executivo, judiciário e legislativo.
Os seus dirigentes são escolhidos pelo Presidente da República bem como aprovados pelo Senado Federal, o que impossibilita o
chefe do Poder Executivo de praticar discricionárias demissões.
O art. 174 da Constituição Federal determina que: como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado
exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e
indicativo para o setor privado. Também há mais uma determinação legal constitucional amparando a criação das agências
reguladoras pelo Estado.
Para cumprir o seu papel, as agências reguladoras brasileiras são estruturadas sobre regime dotado de alto grau de autonomia.
Essa autonomia é justamente a característica responsável por garantir a estabilidade da instituição, alheia às turbulências
políticas.
Buscando garantir que as agências reguladoras sejam capazes de desempenhar um papel autônomo, cumprindo as três funções
típicas a elas atribuídas, quais sejam:
Função quase-legislativa, também entendida como regulação normativa – é o estabelecimento de normas setoriais
disciplinares que devem ser seguidas pelos agentes regulados;
Função executiva, compreendida como regulação executiva – é a emissão de Atos de atribuição do direito de ingresso
no mercado – licenças, autorizações, concessões, registros –, Atos de fiscalização, e Atos de controle de preços e
fixação de tarifas
Função quase-judicante ou regulação judicante – é a mediação e resolução de conflitos entre agentes privados
regulados.
Com o desenvolvimento do sistema de desestatização, foram criadas as agências reguladoras, sob a forma de autarquias de
regime especial, tendo como atribuição essencial o exercício da função regulatória.
As decisões das agências reguladoras são atos administrativos e, como tais, submetidos a eventuais controles judiciais. A
doutrina afirma que o ato administrativo deve ser anulado pelo poder Judiciário quando:
Não se verificar nas atribuições legais do agente que o praticou (incompetência)
Importar violação da constituição, lei, regulamento ou outro ato normativo (objeto ilícito)
Desrespeitar as formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato (vício formal)
For motivado em matéria de fato ou de direito materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado
obtido (motivação)
Desviar-se de sua finalidade visando a um fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de
competência (desvio de finalidade)
O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC) é responsável pela manutenção da economia competitiva, seja por meio
de atuação preventiva, seja por meio de atuação repressiva, a depender da situação, de ações que possam comprometer a livre
concorrência no Brasil. É formado pelo Cade e pela Secretaria de Acompanhamento Econômico – Seae – do Ministério da
Fazenda.
Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Cade – É uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Justiça,
com sede e foro no Distrito Federal, que exerce, em todo Território Nacional, as atribuições dadas pela Lei 12.529/11. O
Cade tem como missão zelar pela livre concorrência no mercado, sendo a entidade responsável, no âmbito do Poder
Executivo, não só por investigar e decidir, em última instância sobre a matéria concorrencial, como também fomentar e
disseminar a cultura da livre concorrência. Ainda de acordo com o seu site, o Cade é composto por três órgãos: Tribunal
Administrativo de Defesa Econômica, Superintendência Geral e Departamento de Estudos Econômicos. A autarquia
também possui unidades de apoio e suporte ao cumprimento da sua missão institucional. São elas a Procuradoria
Federa Especializada junto ao Cade e a Diretoria de Administração e planejamento.
Sendo o Cade uma autarquia especial, integrante da Administração Pública indireta, está sujeito aos princípios
constitucionais que regem a atuação da Administração: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência.
Cabe ressaltar que o Cade tem como competência analisar os aspectos concorrenciais de atos de concentração cuja
notificação à autarquia é obrigatória. Atos de concentração são as fusões de duas ou mais empresas de passados
independentes, ou as aquisições de controle total ou parcial de uma ou mais empresas por outras. Poderá ser, também,
as incorporações de uma ou mais empresas por outras, ou a celebração de contrato associativo, consórcio ou joint
venture entre duas ou mais empresas:
Fusão é um ato societário pelo qual dois ou mais agentes econômicos independentes, criam um novo agente
econômico, deixando de existir, consequentemente, como entidades jurídicas distintas
Incorporação é um ato societário pelo qual um ou mais agentes econômicos incorporam outros agentes
econômicos, total ou parcialmente, dentro de uma mesma personalidade jurídica – ou seja, empresa – no qual
o agente incorporado desaparece, mas o adquirente mantém a identidade jurídica anterior à operação.
Aquisição ocorre quando um agente econômico adquire o controle ou a parcela substancial da participação
acionária de outro agente econômico.
Joint venture é a associação entre dois ou mais agentes econômicos para a criação de um novo agente
econômico, sem a extinção dos agentes que lhe deram origem. Geralmente, a joint venture tem como objetivo
a pesquisa e o desenvolvimento de novos produtos e serviços, a atuação em um novo mercado distinto dos
mercados individuais de cada empresa, ou a participação no mesmo mercado relevante dos agentes
econômicos, entre outros.
Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda – SEAE – A Seae realiza a chamada “advocacia
da concorrência”, perante órgãos do governo e sociedade. Promove a livre concorrência, opinando sobre proposições
legislativas ou minutas de atos normativos nos aspectos relacionados ao tema, propondo a revisão de leis, decretos e
regulamentos, manifestando-se sobre pedidos de revisão de tarifas e realizando estudos que avaliem a concorrência
em setores específicos da economia, visando subsidiar as decisões de órgãos governamentais.
Práticas restritivas verticais: são as limitações impostas pelos fornecedores de produtos ou serviços a outros agentes
econômicos, com os quais se relacionam comercialmente, por meio de uma cadeia produtiva de bens ou serviços. Na literatura
e na jurisprudência internacionais, as principais práticas verticais são as seguintes:
a) Fixação de preços de revenda (resale price maintenance ou RPM), pela qual um produtor estabelece os preços –
máximos, mínimos ou rígidos – a serem praticados na venda final pelos distribuidores ou revendedores dos seus
produtos, impedindo, portanto, que esses agentes tomem decisões comerciais e concorrenciais livres.
b) Acordos de exclusividade (exclusionary practices), pelos quais duas empresas relacionadas verticalmente, ou seja, em
diferentes etapas da cadeia mercadológica, acordam realizar a suas transações de forma exclusiva – tipicamente, um
produtor, distribuidor ou revendedor se compromete a comprar ou negociar, com exclusividade, produtos de um dado
fornecedor, restringindo a participação de outros interessados e, dessa forma, limitando a sua atuação no mercado.
c) Venda casada (tying ou tie-in), sendo o caso em que uma empresa vende um conjunto de produtos ou serviços a outra
empresa ou ao usuário final apenas de forma conjunta, recusando-se a comercializá-los separadamente.
d) Recusa de negociação (refusal to deal), quando uma empresa (que tanto pode ser o fornecedor ou o produtor de
determinado bem ou serviço como o seu comprador ou distribuidor) recusa-se a vendê-lo ou comprá-lo a outra
empresa em condições consideradas normais no mercado.
e) Discriminação de preços, que consiste na prática por uma empresa de preços diferentes para clientes diferentes,
distorcendo o mercado.
f) Restrições territoriais e de base de clientes, em que um produtor ou fornecedor limita, contratualmente, a área de
atuação dos seus revendedores ou distribuidores, seja em termos geográficos, seja quanto a certas características dos
clientes, impedindo a competição livre entre eles.
Práticas Restritivas Horizontais: As práticas restritivas horizontais consistem na tentativa de reduzir ou eliminar a concorrência
no mercado, seja estabelecendo acordos entre concorrentes no mesmo mercado relevante com respeito a preços ou outras
condições, seja praticando preços predatórios. Em ambos os casos visa, de imediato ou no futuro, em conjunto ou
individualmente, o aumento de poder de mercado ou a criação de condições necessárias para exercê-lo com maior facilidade. O
cartel é uma forma da prática restritiva horizontal.
A finalidade dos processos administrativos é a manutenção da ordem pública. Seja de ofício, seja por meio de representação, a
superintendência-geral possui a legitimidade de abrir o inquérito administrativo para fins de reconhecimento da verossimilhança
dos fatos alegados, em até 180 dias a partir da instauração. Se for verificada a responsabilização, a maior sanção administrativa
por infração da ordem econômica é a aplicação de multa de 0,1% a 20% do faturamento bruto no último exercício. No entanto,
não será inferior à vantagem obtida. Se houver responsabilidade do administrador, é aplicada multa variável de 1% a 20% do
valor daquela aplicável à empresa. Nas hipóteses restantes, a multa poderá variar de R$ 50.000,00 a R$ 2.000.000.000,00, de
acordo com o art. 37 da Lei nº 12.529/2011. Adicionalmente às multas acima, o artigo seguinte prevê a imposição de outras
penalidades, sendo elas:
Proibição de contratar com instituições financeiras oficiais e participar de licitações
Recomendação aos órgãos públicos competentes para que seja concedida licença Compulsória de patentes e
para que não seja concedido ao infrator parcelamento de Tributos federais, incentivos fiscais ou subsídios
públicos;
Publicação, em meia página, a expensas do infrator, de extrato da decisão condenatória;
Determinação de dissolução de sociedade, transferência de controle societário, venda de ativos, cessação
parcial de atividades, proibição de exercer o comércio em nome próprio ou como representante de pessoa
jurídica por até cinco anos, bem como qualquer outra providência que venha a ser necessária para a
eliminação dos efeitos nocivos à ordem econômica
Inscrição no cadastro nacional de defesa do consumidor
Princípios:
a) Legalidade tributária (art. 150, I)
b) Isonomia tributária (art. 150, II)
c) Anterioridade tributária (art. 150, III, b)
d) Anterioridade nonagesimal (art. 150, III, c)
e) Irretroatividade tributária (art. 150, III, a)
f) Capacidade contributiva (art. 145, § 1º)
g) Vedação ao confisco (art. 150, IV)
h) Não limitação ao tráfego de pessoas e bens e a ressalva do pedágio (art. 150, V)
i) Uniformidade geográfica (art. 151, I);
j) Proibição da tributação federal diferenciada da renda da dívida pública e da remuneração dos agentes, em âmbito
não federal (art. 151, II)
k) Proibição das isenções heterônomas (art. 151, III)
Imunidades:
a) Recíproca (art. 150, VI, a)
b) Dos templos de qualquer culto (art. 150, VI, b)
c) Dos partidos políticos e suas fundações, sindicatos dos trabalhadores, das instituições de educação e das entidades
de assistência social (art. 150, VI, c)
d) Sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão (art. 150, VI, d)
e) Sobre fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de
autores brasileiros ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros, bem como os suportes materiais ou
arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser
(incluída pela EC n. 75/2013)
Obrigações tributárias – é o dever de o contribuinte prestar pagamento na forma da lei. Se divide em principal e acessória
Principal – Quando o contribuinte tem por dever o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária (multa em
dinheiro). Nasce com a ocorrência do fato gerador. (Compra de um carro é fato gerador do pagamento do IPVA)
Acessória – Quando a prestação a ser cumprida é a de fazer ou não alguma coisa, ou permitir que ela seja feita pelo
fisco, tudo no interesse de arrecadação ou da fiscalização dos tributos. (Escrituração das operações de circulação de
mercadoria (notas fiscais) sujeitas ao ICMS e apuração do respectivo saldo devedor ou credor nos livros fiscais)
Sujeitos da relação tributária
Ativo – Pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir seu cumprimento
Passivo – Pessoa física ou jurídica obrigada por lei ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Dispõe a lei que
este pode ser:
Contribuinte – Quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador
Responsável – Quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa
em lei
Quanto à obrigação tributária acessória, considera-se sujeito passivo a pessoa obrigada às prestações que constituam o
seu objeto nos termos do art. 122 do Código Tributário Nacional.
Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo
pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito
passivo das obrigações tributárias correspondentes.
Crédito tributário – é o direito que o Estado tem de exigir do contribuinte o pagamento do tributo devido. (CTN): Art. 139. O
crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. O crédito tributário resulta da conjugação da
lei, do fato gerador e do lançamento.
O lançamento – previsto no art. 142, caput, do CTN – é o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato
gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o
sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
Princípios fundamentais
Princípio da irrenunciabilidade de direitos – Previsto nos artigos 9 e 468 da CLT, tem por finalidade garantir ao
trabalhador seus direitos previstos no contrato de trabalho, tendo em vista que, geralmente, carece de autonomia da
vontade quando se trata do empregado
Princípio da continuidade da relação de emprego – É encontrado nos artigos 10 e 448 da CLT que tratam
respectivamente das alterações na estrutura da empresa e na mudança da sua prioridade que irão afetar os direitos
adquiridos e o contrato de trabalho. O entendimento predominante das indenizações devidas, mediante dispensa do
empregado sem justa causa, presume-se a duração do trabalho por tempo indeterminado. O contrato por prazo
determinado – Obra certa, escopo limitado no tempo, etc. – é uma exceção. Já o contrato de experiência é o mais usual
dos contratos por tempo determinado, tendo como duração limitada a 90 dias, prazo após o qual teria o início do
contrato por prazo indeterminado
Princípio da primazia da realidade – Busca de maneira evidenciada pelos fatos, definir a relação jurídica estipulada
pelos contraentes, ainda que sob capa simulada, não corresponde à realidade. A força dos documentos escritos é muito
relativa, de forma que eles sucumbem às evidências que o contrariem, que demonstrem que a realidade foi diferente
do que estava no papel
Princípio da prevalência da norma mais benéfica – O princípio da proteção ao trabalhador se materializa em três
outros princípios:
In dubio pro operário: Significa dizer que sempre que houver dúvida acerca do alcance ou interpretação de
uma determinada norma, ela deverá ser interpretada favoravelmente ao empregado
Aplicação da norma mais favorável: Traduz a ideia de que a norma a ser aplicada será sempre aquela que for
mais benéfica para o trabalhador, independentemente da posição hierárquica da norma
Condição mais benéfica: Traduz naquele que se reverter em maior benefício ao empregado. As normas de
hierarquia mais elevadas estabelecem pisos de direitos e não seus limites. As normas hierárquicas inferiores e
mesmo os contratos individuais de trabalho prevalecem quando se trata de definir direito dos trabalhadores
Direitos Básicos
1) Registro em carteira de trabalho: serve como meio de prova da relação de emprego, de cláusulas do instrumento de
trabalho e seu tempo de duração.
2) Salário mínimo: deve respeitar o piso da categoria, quando existir, ou o mínimo nacional fixado.
3) Jornada de trabalho: deverá ser de até 8 horas diárias e 44 horas semanais. Além desse período, o trabalhador tem
direito a fazer, no máximo, duas horas extras por dia, que devem ser remuneradas, no mínimo, em 50% acima do valor
da hora normal.
4) Descanso semanal remunerado: deve ser de 24 horas consecutivas e coincidir, preferencialmente, com o domingo. Nos
serviços que exigem trabalho aos domingos, o descanso deverá ser efetuado em sistema de revezamento.
5) FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço): trata-se de uma espécie de poupança aberta em nome do empregado,
mantida por depósitos mensais de 8% do salário. O Fundo pode ser sacado em momentos especiais, como aquisição da
casa própria, aposentadoria, demissão sem justa causa ou em caso de algumas doenças graves.
6) Saúde e segurança no trabalho: a CLT define que o empregador cumprirá as normas de segurança e medicina do
trabalho, além de instruir os empregados para evitarem acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais.
7) Licença-maternidade: o referido direito à empregada concede o afastamento de 120 dias e é devido a partir do 8o mês
de gestação – comprovado por meio de atestado médico –, ou a partir da data do parto, mediante apresentação da
certidão de nascimento. As mães adotivas também têm direito ao benefício pelo mesmo período. Os pais têm direito a
cinco dias corridos a partir da data do nascimento do filho.
8) Férias: o período deverá ser de 30 dias corridos caso o trabalhador não tiver faltado, injustificadamente, mais de 5
vezes ao serviço. O pagamento de, pelo menos, um terço do salário normal deverá ser efetuado até 2 dias antes do
início das férias.
9) 13o salário: corresponde a um mês de serviço prestado. Pode ser pago em duas parcelas: a primeira até novembro, ou
nas férias do empregado, e a segunda até 20 de dezembro.
10) Verbas rescisórias: o trabalhador demitido sem justa causa tem direito a receber 13º proporcional, um terço de férias,
saldo de salários e aviso prévio, entre outras. O empregador ainda deve pagar uma multa de 40% sobre o saldo total do
FGTS depositado.
Tipos de contrato
Outros contratos de trabalho: Estagiários, trabalhadores autônomos, eventuais, temporários e avulsos são contratados
sem vínculo empregatício
Trabalhador temporário: uma pessoa física é contratada por uma empresa por três meses no máximo. O trabalhador
temporário tem direito a todos os benefícios que são pagos aos profissionais com carteira assinada