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MÓDULO 1 – INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL

UNIDADE 1 – OS IMPACTOS DO DIREITO NO SETOR ECONÔMICO


Sob o ponto de vista econômico, a intervenção busca corrigir falhas de mercado (monopólio, assimetria de informação, etc.),
uma vez que a ideia de auto-regulamentação, não funcionou. Poderá acontecer em diversos campos por meio de medidas de
cunho fiscal, regulatório ou trabalhista.

A interferência estatal – que ocorre via legisladores (legislativo), agentes administrativos (executivo) e juízes (judiciário) – incide
no campo privado, com vistas a proteger e corrigir as desigualdades econômicas resultantes de alguns negócios entre agentes
econômicos, bem como orientar o desenvolvimento econômico no sentido de aumentar o bem-estar coletivo.

Formas de intervenção:
 Legislador
 Agentes administrativos
 Juiz
Razões de ser:
 Limitar os excessos dos agentes privados
 Estabelecer um padrão de comportamento
 Oferecer o mínimo existencial à população
 Executar políticas públicas
 Evitar injustiças

UNIDADE 2 – INTERVENÇÃO DO ESTADO NA ECONOMIA


ESTADO LIBERAL
As regras dos negócios se limitavam, basicamente, àquelas definidas pelos próprios agentes econômicos. Havia uma
máxima liberdade na sua estipulação, além de pouca interferência do Estado na economia. Competia ao estado
assegurar que a vontade humana fosse respeitada. Teorias econômicas – laissez-faire e invisible hand são certamente
as mais importantes –, que pregavam a ideia de que o mercado e as leis que dele naturalmente – leis econômicas, de
oferta e demanda, especialmente – seriam suficientes para regular todas as situações, sem a necessidade da
intervenção estatal. Auto regulação
1º FASE – Liberalismo político/ Liberalismo econômico
Liberalismo político
 Reconhecimento dos direitos individuais e das garantias processuais
 Igualdade perante a lei
 Separação em três poderes
 Separação estado-igreja
Liberalismo econômico
 Redução de impostos
 Pouco ou nenhum regulamento da economia pelo estado
2º FASE – Exploração do indivíduo com pouca capacidade negocial

O interesse a ser protegido era aquele de feição utilitarista. O direito tinha que servir à finalidade de proteger as
liberdades individuais como instrumento de tutela do bem-estar geral, em sentido puramente material.

O desequilíbrio socioeconômico entre os contraentes fez acentuar uma realidade não pensada ou dissimulada à época
da Revolução Burguesa: a de que a igualdade meramente formal permite a celebração de contratos substancialmente
injustos.

O Estado do tipo liberal encontrou sua crise na constatação de abuso de uma parte sobre a outra. Um dos fatores que
levaram o Estado do tipo liberal a ser superado por um modelo social foi a constituição de sociedades.

ESTADO SOCIAL
Surge como resposta do capitalismo aos ensaios revolucionários do socialismo, em franca expansão nos países
continentais, como Alemanha e Itália, diante dos excessos impostos pelo liberalismo. O poder público assume novas
funções, passando a intervir no domínio econômico e social, a fim de oferecer condições de vida dignas à classe
dominada (1º FASE)

O interesse público humaniza-se, à medida que passa a preocupar-se não só com os bens materiais que a liberdade de
iniciativa almeja, mas também com valores considerados essenciais à existência digna; quer-se liberdade com
dignidade, o que exige atuação do Estado para diminuir as desigualdades sociais e levar a toda a coletividade o bem-
estar social.
o Estado intervém na economia como distribuidor, dita o salário, manipula a moeda, regula os preços, combate o
desemprego, protege os enfermos, dá ao trabalhador e ao burocrata casa própria, controla as profissões, compra a
produção, financia as exportações, concede o crédito, institui comissões de abastecimento, provê necessidades
individuais, enfrenta crises econômicas, coloca na sociedade todas as classes na mais estreita dependência de seu
poderio econômico, político e social, em suma, estende sua influência a quase todos os domínios que dantes
pertenciam, em grande parte, à área da iniciativa privada.

A sobrecarga de funções admitidas pelo Estado trouxe consequências indesejáveis (2º FASE):
 Inchaço da máquina administrativa
 O crescimento das despesas públicas a um nível incompatível com a arrecadação
 A elevação da inflação
 O aumento da corrupção estatal
 Desemprego generalizado
 Não cumprimento das prestações assistencialistas programadas

ESTADO RELIBERALIZANTE (PÓS SOCIAL)


Passou a prescrever não um exato retorno ao estado liberal, mas um restabelecimento do prestígio ao voluntarismo
dos agentes econômicos de modo controlado, respeitando-se os direitos e garantias individuais.

São os agentes econômicos os responsáveis, regra geral, por orientarem os seus negócios, com base no conceito fundante da
organização econômica brasileira da livre iniciativa. Em determinadas situações, por meio das fontes impositivas (lei, autoridade
pública e juiz), o Estado determinará o que o particular deve fazer, por exemplo quando determina que uma empresa precisará
vender algumas marcas para uma fusão (aprovação com restrições), ou quando determina que uma empresa tenha alguns
funcionários portadores de deficiência em seus quadros, ou quando determina que a empresa é proibida de fazer distinção
entre consumidores, obrigando-a a contratar mesmo com quem ela, grosso modo, não tenha interesse.

As medidas interventivas do Estado devem ser proporcionais e razoáveis, sendo esses princípios densificados por três
parâmetros (ou elementos): a intervenção deve ser adequada, necessária e proporcional (em sentido estrito).

Limites da intervenção do Estado na economia


Ordem econômica. Fundamento. Livre iniciativa.
 Contenção de excessos dos particulares
 Ofensa ou ameaça a interesses públicos relevantes
Proporcionalidade e razoabilidade
 Adequação
 Necessidade
 Proporcionalidade em sentido estrito

Em obediência ao modelo econômico adotado pela Constituição Federal, cabe ao Estado exercer sua política de controle e
fiscalização, com o limite de intervenção mínima, o que significa tomar medidas razoáveis e proporcionais, sempre no sentido de
preservar o direito de propriedade, a livre iniciativa e a atividade econômica. Caso haja mais de um caminho legítimo para que o
Estado possa exercer sua atividade controladora e reguladora, deve necessariamente optar pela via menos gravosa para a
atividade econômica. Incide, também, nas questões relativas à ordem econômica, a máxima da proibição de excesso.

No Brasil, o modelo econômico adotado é o de economia de mercado, já o modelo jurídico é o da livre iniciativa.

Segundo o professor Eros Roberto Grau, o Estado poderá autuar sobre a economia:
 Prestando, ele próprio, serviços considerados públicos
 Por absorção ou participação
 Por direção
 Por indução

Já para o ministro do Supremo Tribunal Federal e professor Luís Roberto Barroso, são três os mecanismos de intervenção estatal
no domínio econômico:
 A atuação direta, que se subdividiria em intervenção por serviço público e intervenção por atividade econômica;
 O fomento
 A disciplina

O professor Celso Antônio Bandeira de Mello também divide as modalidades de interferência do Estado na ordem econômica
em três:
 O poder de polícia
 Os incentivos
 A atuação empresarial

TIPOS DE INTERVENÇÃO DO PODER PÚBLICO NO DOMÍNIO ECONÔMICO


 Atuação por indução (Fomento) – Interferência com vistas a oferecer incentivos e estímulos ao particular, buscando a
realização e o alcance de interesses do próprio Estado. Exemplos: os empréstimos subsidiados, as isenções tributárias
ou a utilização da extrafiscalidade de alíquotas, visando estimular investimentos em determinado setor
 Atuação por direção (ou disciplina) - passa a ter um grau maior de ingerência na vida das empresas, já que o poder
público obriga os particulares a agir de modo determinado, criando normas de conduta para desempenho da atividade
econômica, fiscalizando a conformidade com essas normas e, no caso de descumprimento, punindo o agente
econômico
 Atuação estatal direta - prevista no art. 173, caput da Constituição Federal - o Estado atua de forma direta na
economia, prestando a atividade, seja ela considerada um serviço público, seja ela considerada uma atividade
econômica, na qual a participação do Estado será em modelo de competição com os agentes privados. Somente poderá
ocorrer quando presente imperativo de segurança nacional ou relevante interesse coletivo, haja vista que essa é a
forma de intervenção do poder público sobre a ordem econômica mais intensa.

UNIDADE 3 – A DICOTOMIA ENTRE DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO


O Direito se divide, inicialmente, em dois ramos:
 Direito Público - a respeito das coisas do Estado
 Direito Privado - referente ao interesse individual

Não é mais possível estabelecer uma distinção entre esses sistemas de Direito tal como era feito no passado. É preciso encontrar
outros critérios para a separação desses ramos. O professor Miguel Reale apresenta o seguinte modelo

Quanto ao conteúdo ou objeto a-1) Quando o interesse geral é visado de modo imediato e prevalecente , o direito é público
da relação jurídica a-2) Quando o interesse particular é imediato e prevalecente, o direito é privado
b-1) Se a relação é de subordinação, geralmente, trata-se de direito público
Quanto à forma da relação
b-2) Se a relação é de coordenação, geralmente, trata-se de direito privado

Sistema de Direito privado – O estado aparece coordenando os sujeitos


 Direito civil
 Direito de propriedade intelectual
 Direito societário
 Direito do consumidor
Sistema de Direito público - O interesse da população é visado
 Direito administrativo – Dispõe a forma de funcionamento do Poder Executivo
 Direito tributário – Dispõe sobre as relações entre o fisco e os contribuintes
 Direito do Trabalho - O estado interfere na qualidade fundamental de poder soberano, estabelecendo equilíbrio entre
as partes interessadas e impondo soluções a que os particulares estão sujeitos, sendo vínculos de subordinação e não
coordenação
No entanto, há quem diga que o Direito do Trabalho representa um terceiro gênero, híbrido, entre Direito Público e Direito
Privado. Há, ainda, os que o consideram parte do Direito Privado, por regular as relações jurídicas entre particulares

MÓDULO 2 – OS CONTRATOS E O DIREITO DO CONSUMIDOR


UNIDADE 1 – PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO DOS CONTRATOS
O contrato pode ser entendido de duas formas distintas, mas intrinsecamente relacionadas:
1. Forma usual para referir-se a uma negociação - atrelado a uma relação econômica sem um maior cuidado com
tecnicismos
2. Forma conceitual técnica – É a contratação de um negócio jurídico entre duas ou mais pessoas, previsto em códigos e
leis, ou autorizado por esses gerando efeitos jurídicos

Contrato é o negócio jurídico bilateral, ou plurilateral, que sujeita as partes à observância de conduta idônea à satisfação dos
interesses que regulam.

A constituição de sociedades influenciou bastante a forma como os contratos passaram a ser celebrados.

Cláusulas contratuais gerais representam uma nova dinâmica de contratação do mercado, sendo necessária a verificação de
potenciais riscos de abuso de uma das partes sobre a outra.

 Cláusulas contratuais gerais – técnica de redação de cláusulas contratuais, feitas em blocos, para serem replicadas com
as diversas partes com que a empresa que as elaborou irá contratar.
 Contrato de adesão – Modalidade negocial que na prática não é negocial e sim impositiva, já que não dá margem à
discussão do conteúdo dos contratos
Se a empresa que está elaborando o contrato não permitir que a outra parte, ainda que seja outra empresa, discuta os termos
do contrato e altere o teor das cláusulas, estaremos diante de um contrato de adesão. O Código Civil Brasileiro prevê que o
aderente poderá ser beneficiado em casos que a contratação se der por adesão:
Art. 423: Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a
interpretação mais favorável ao aderente.
Art. 424: Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito
resultante da natureza do negócio.

Dentro do Direito privado, especialmente no direito dos contratos é possível conhecer diversos princípios:

 Princípio da Liberdade contratual – Autonomia da vontade que significa o poder dos indivíduos de atuar, bem como de
suscitar (criar) efeitos reconhecidos e protegidos pela ordem jurídica, pelo direito. Composta por faculdades distintas:
 Liberdade de contratar ou deixar de contratar (Liberdade de escolher se quer ou não contratar)
 De negociar e determinar o conteúdo do contrato (Liberdade de escolher como contratar)
 De celebrar contratos atípicos
 De escolher o outro contratante (Liberdade de escolher quem contratar)
 De modificar o esquema legal do contrato
 De agir por meio de substitutos
 Liberdade de forma
Dentre as liberdades que os agentes econômicos terão para celebrar contratos entre si, o que é comum entre todas
elas é: a vontade.
O Código de Defesa do Consumidor prevê, entre as práticas abusivas vedadas ao fornecedor de produtos ou serviços, a
recusa de venda para quem se disponha a adquirir mediante pronto pagamento (art. 39 IX, CDC)

 Princípio pacta sunt servanda – Princípio do equilíbrio contratual exige que os contratantes realizem negócios jurídicos
ou contratos justos, garantindo que haja um equilíbrio nas obrigações assumidas por cada um dele. Ao vislumbrar um
desequilíbrio, o Poder Judiciário poderá, corretivamente, garantir uma readequação das obrigações e dos direitos
conferidos a cada um dos contratantes, libertando a parte em situação de onerosidade excessiva daquele dever
contratual, afastando, de modo pontual, determinadas cláusulas, ou estipulando uma lógica do contrato mais justa e
equânime. É importante que se tenha bastante presente nos negócios tanto o direito de pedir a revisão ou extinção de
um contrato, quanto as circunstâncias que serviram de base para a tomada de decisão se modificar em função de
evento imprevisível e extraordinário, gerando um peso, um desequilíbrio excessivo, quando o dever de estar em
relação nas quais a outra parte não esteja, por razões alheias a sua vontade, em extrema desvantagem.

 Princípio da boa-fé objetiva – previsto no Código Civil em 3 artigos com 3 importantes funções:
 Quando o Código, no art. 113, diz que os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os
usos do lugar de sua celebração a boa-fé têm a função interpretativa dos contratos;
 Quando o art. 187 estabelece que também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes,
sobressai a função limitadora de direitos,
 Quando o art. 422 estabelece a função de criação de deveres acessórias, de comportamento, os contratantes
são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e
boa-fé.

ELEMENTOS PARA A FORMAÇÃO DOS CONTRATOS

A validade do negócio jurídico requer (art. 104 CC):


 Agente capaz
 Art. 3º. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16
(dezesseis) anos.
 Art. 4º. São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
 Os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos
 Os ébrios habituais e os viciados em tóxico
 Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade
 Os pródigos
 Objetivo lícito, possível e determinado ou determinável
 Objeto Lícito: Será lícito quando: não contrariar as leis e os bons costumes.
 Objeto possível
 Juridicamente: Não contrariar o ordenamento jurídico
 Fisicamente: Não contrariar as leis da física ou naturais
 Objeto determinado ou determinável: Quando não deixar de indicar, minimamente o objeto que será
negociado. Ainda que seja incerto, pelo menos devem constar do contrato o gênero e a quantidade.
 Forma prescrita ou não defesa em lei
 Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei
expressamente a exigir.
 Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que
visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a
trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.

EXTINÇÃO DOS CONTRATOS


 Pelo cumprimento do seu objeto
 Por existência de defeito do negócio jurídico
 Por meio de cláusula resolutiva – inadimplemento contratual
 Por meio da resilição
 Por inexecução contratual involuntária – caso fortuito e força maior
 Pela onerosidade excessiva
 Pela exceção de contrato não cumprido

O distrato é o modo amigável que se chega ao término antecipado do contrato.

UNIDADE 2 – DIREITOS DO CONSUMIDOR


A existência de um direito específico voltado aos consumidores se baseia na visão do consumidor como um contraente débil,
cuja liberdade é afetada pela ignorância, pela pressão das necessidades, pela influência unilateral dos métodos promocionais e
publicitários, que o colocam tendencialmente em uma posição de inferioridade e dependência em relação aos fornecedores de
bens e serviços merecedores de proteção compensatória.
VULNERABILIDADE DO CONSUMIDOR:
 Técnica
 Jurídica ou científica
 Fática ou socioeconômica
 Informativa
 Psíquica
Art. 6º - São direitos básicos do consumidor:
1. A proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços
considerados perigosos ou nocivos;
2. A educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a
igualdade nas contratações;
3. A informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade,
características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
4. A proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra
práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;
5. A modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos
supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
6. A efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
7. O acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
8. A facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil,
quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiências;
9. (vetado);
10. A adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral. Parágrafo único. A informação de que trata o inciso iii do
caput deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, observado o disposto em regulamento.

Toda a estratégia de business, de lançamento de um produto ou serviço deve olhar, com muita atenção, os riscos aos quais
estão submetidas as empresas que operam no setor de consumo. Com um código repleto de direitos aos consumidores e
deveres aos fornecedores, as implicações oriundas do direito acabam sendo decisivas na estratégia de negócios
RESPONSABILIDADE PELOS DEFEITOS DO PRODUTO OU DO SERVIÇO

ELEMENTOS PARA A ANÁLISE DA RESPONSABILIDADE


 Circunstâncias
 Apresentação
 Uso
 Riscos esperados
 Época de colocação no mercado
 Responsabilidade objetiva.
 Excludentes da responsabilidade:
 Não colocação do produto no mercado
 Defeito do produto/serviço inexistente
 Culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro

 Defeito-Vício: o produto não oferece a qualidade que dele legitimamente se espera. Ocasiona apenas prejuízo
patrimonial. Fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios
de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes
diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do recipiente, da
embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o
consumidor exigir a substituição das partes viciadas.

São impróprios ao uso e ao consumo:


 Os produtos cujos prazos de validade estejam vencidos;
 Os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos,
fraudados, nocivos à vida ou à saúde, perigosos ou aqueles em desacordo com as normas
regulamentares de fabricação, distribuição ou apresentação, e
 Os produtos que, por qualquer motivo, revelem-se inadequados ao fim a que se destinam.

Caberá ao consumidor optar:


 Pela substituição do produto por outro da mesma, espécie, em perfeitas condições de uso;
 Pela restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos;
 Pelo abatimento proporcional do preço.

 Defeito-Fato: Quando o defeito extrapola a esfera do bem de consumo, passando a atingir o consumidor que poderá
ser o próprio adquirente do bem ou terceiros atingidos pelo acidente de consumo. A explosão da bateria de um celular
em uso seria fato do produto pois poderia causar danos aos consumidores além do prejuízo financeiro. Vícios de
qualidade, o fornecedor de serviços/produtos responde:
 Quando tais vícios os tornam impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, ou seja,
quando se mostram inadequados para os fins que, razoavelmente, esperam-se deles;
 Quando não atendem às normas regulamentares de prestabilidade;
 Quando há disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária.
Caberá ao consumidor, à sua livre escolha, exigir:
 A re-execução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível;
 A restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de
eventuais perdas e danos, ou
 O abatimento proporcional do preço

 Responsabilidade civil do comerciante – O mesmo é igualmente responsável, embora não tenha produzido o produto,
quando:
 O fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados;
 Quando o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador
 Quando ele não conservar adequadamente os produtos perecíveis
 Excludentes de responsabilidade: o fornecedor não será obrigado a indenizar o consumidor quando
provar:
 Que não colocou o produto no mercado
 Quando o defeito inexistir, embora haja colocado o produto no mercado
 Quando a culpa for exclusiva do consumidor ou de terceiros
 Responsabilidade civil do Fornecedor de serviços: responsabilidade por informações insuficientes ou inadequadas
sobre sua fruição (seu aproveitamento) e riscos. Serviço defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor
dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:
 O modo de seu fornecimento
 O resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam
 A época em que foi fornecido
 Excludentes de responsabilidade: o fornecedor não será obrigado a indenizar o consumidor quando
provar:
 Quando provar que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; quando provar que a culpa
pelo defeito é exclusiva do consumidor ou de terceiros.

MÓDULO 3 – SOCIEDADES EMPRESÁRIAS E PROPRIEDADE INTELECTUAL


UNIDADE 1 – SOCIEDADES EMPRESÁRIAS
TIPOS DE SOCIEDADES

 Sociedade em nome coletivo (N/C)


 Sociedade em comandita simples (C/S)
 Sociedade em comandita por ações (C/A)
 Sociedade em conta de participação (C/P)
 EIRELI – Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (constituída por uma única pessoa titular da totalidade do
capital social)
 Sociedade limitada (Ltda.) - Sócios possuem responsabilidade limitada ao valor do capital social declarado e
respondem solidariamente apenas pela integralização desse montante; mais comum no mercado brasileiro, o que pode
ser explicado, não só pela limitação da responsabilidade, mas também pela sua maleabilidade, estrutura simplificada e
menos custosa, que atende aos interesses de pequenas, médias e grandes empresas.
 Regime jurídico: Código civil especial e geral;
 Características: limitação da responsabilidade, maleabilidade, estrutura simplificada e menos custosa, e
 Requisitos: pluralidade (Necessário pelo menos 2 sócios), participação no capital social, a intenção dos sócios
de unirem-se para atingir a finalidade da sociedade, o fim social todos os sócios contribuam para a formação
do capital social da sociedade, participando, como consequência, dos resultados obtidos por ela. Deve ser
formada por agentes capazes, objeto lícito, possível, determinado ou determinável e forma prescrita ou não
defesa em lei, já que a constituição da Ltda. se dá por meio de um contrato, que é o contrato social, elementos
do contrato social, divisão das cotas, governança, etc.

 Sociedade anônima ou companhia (S/A) – capital divide-se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista somente
pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir. Os acionistas respondem pelas obrigações sociais até o
limite do que falta para a integralização das ações de que sejam titulares. S.A. são classificadas como abertas ou
fechadas, a depender de terem ou não suas ações autorizadas pela CVM – Comissão de Valores Mobiliários (órgão do
governo responsável por regular a atividade no mercado de capitais)
São três os requisitos preliminares para constituição de qualquer S.A.: subscrição de todo o capital social por duas
pessoas no mínimo; realização de, pelo menos, 10% do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro como
entrada; depósito das entradas em dinheiro em instituição financeira autorizada pela CVM.
 Regime jurídico: Lei das SA (LSA) e Código Civil;
 Requisitos preliminares: subscrição de todo o capital social por, no mínimo, duas pessoas; realização de 10%
do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro e depósito das entradas em dinheiro em instituição
financeira autorizada pela CVM;
 Ações: ordinárias (que conferem aos seus titulares os direitos dos acionistas comuns, regulares, e cuja emissão
é obrigatória) e preferenciais (que conferem faculdades diferentes aos seus donos (voto), de acordo com
estipulação no estatuto)
 Órgãos sociais: diretoria (conduz a companhia no dia a dia e executar as decisões tomadas pelos acionistas),
conselho de administração (obrigatório em caso de S.A. aberta – delibera matérias, por vezes, agilizando a
tomada de decisão de temas afetos à assembleia), conselho fiscal (órgão obrigatório e tem a atribuição de
fiscalizar os órgãos de administração, protegendo os interesses dos acionistas e da Cia) , assembleia geral
(órgão máximo, em que os acionistas acompanham a movimentação, o balanço, as demonstrações financeiras
da companhia e deliberam a respeito de decisões que deverão ser tomadas de forma colegiada)

DEVERES DOS ADMINISTRADORES

 Dever de diligência:
 Qualificar-se para o cargo
 Informar-se adequadamente e razoavelmente para a tomada de decisões
 Investigar eventuais fatos que possam prejudicar a sociedade
 Vigiar e monitorar o desenvolvimento das atividades sociais
 Bem administrar.
 Dever de cuidado
 Dedicar tempo, esforço e conhecimento requeridos pela natureza das funções, as competências específicas e
as circunstâncias
 Dever de lealdade
 Usar informações e os poderes que possui em favor da sociedade, com isso, proibindo que o administrador use
o seu cargo para benefício próprio ou favorecimento indevido de terceiros
 Dever de cumprir com as finalidades sociais
 O administrador deve se pautar não apenas pelos interesses da sociedade empresária e seus acionistas, mas
também pelos interesses da população, da coletividade, o bem-estar comum.
 Dever de evitar situações de conflito de interesses
 Intervir em qualquer operação social em que tiver interesse conflitante com o da companhia, bem como na
deliberação que a respeito tomarem os demais administradores,
 Dever de informar
 Sobre fatos que possam influir, de modo ponderável, na decisão dos investidores do mercado de vender ou
comprar valores mobiliários emitidos pela companhia

RESPONSABILIDADE DOS ADMINISTRADORES

DAS SAS
Art. 158 da LSA - o administrador não é pessoalmente responsável pelas obrigações que contrair em nome da
sociedade e em virtude de ato regular de gestão.

 § 1º O administrador não é responsável por atos ilícitos de outros administradores, salvo se com eles
for conivente, se negligenciar em descobri-los ou se, deles tendo conhecimento, deixar de agir para
impedir a sua prática. Exime-se de responsabilidade o administrador dissidente que faça consignar sua
divergência em ata de reunião do órgão de administração ou, não sendo possível, dela dê ciência
imediata e por escrito ao órgão da administração, no conselho fiscal, se em funcionamento, ou à
assembleia-geral.
 § 2º Os administradores são solidariamente responsáveis pelos prejuízos causados em virtude do não
cumprimento dos deveres impostos por lei para assegurar o funcionamento normal da companhia,
ainda que, pelo estatuto, tais deveres não caibam a todos eles.
 § 3º Nas companhias abertas, a responsabilidade de que trata o § 2o ficará restrita, ressalvado o
disposto no § 4o, aos administradores que, por disposição do estatuto, tenham atribuição específica
de dar cumprimento àqueles deveres.
 § 4º O administrador que, tendo conhecimento do não cumprimento desses deveres por seu
predecessor, ou pelo administrador competente nos termos do § 3º, deixar de comunicar o fato a
assembleia-geral, tornar-se-á por ele solidariamente responsável.
 § 5º Responderá solidariamente com o administrador quem, com o fim de obter vantagem para si ou
para outrem, concorrer para a prática de ato com violação da lei ou do estatuto.
Exceções: quando proceder com culpa (negligência, imprudência ou imperícia) e dolo (intenção), e quando violar a lei
ou o estatuto.

DAS LDTAS
 Art. 1.016. Os administradores respondem solidariamente perante a sociedade e os terceiros prejudicados, por culpa
no desempenho de suas funções.
 Art. 1.017. O administrador que, sem consentimento escrito dos sócios, aplicar créditos ou bens sociais em proveito
próprio ou de terceiros, terá de restituí-los à sociedade, ou pagar o equivalente, com todos os lucros resultantes, e, se
houver prejuízo, por ele também responderá.
 Parágrafo único. Fica sujeito às sanções o administrador que, tendo em qualquer operação interesse contrário ao da
sociedade, tome parte na correspondente deliberação.
Exceções: culpa no desempenho das suas funções (art. 1.016, CC) e conflito de interesse (art. 1.107, p.u., CC).

UNIDADE 2 – PROPRIEDADE INTELECTUAL


Direitos da propriedade intelectual:

A preocupação com a proteção dos direitos da propriedade intelectual – ramo do direito que engloba o direito autoral e o
direito de propriedade industrial se justifica na medida em que, protegendo os direitos de propriedade intelectual, está-se
protegendo, fundamentalmente, o valor das inovações de caráter industrial e da capacidade distintiva dos produtos e dos
serviços explorados economicamente, que são indispensáveis para o desenvolvimento tecnológico e econômico dos países, e
para o funcionamento regular da concorrência. Atualmente, temos duas principais leis que regulam a matéria:
 Lei nº 9.279/1996, que regula direitos e obrigações relativos à propriedade industrial (LPI)
 Lei nº 9.610/1998, que consolida a legislação sobre direitos autorais.

Marca de produto ou serviço: aquela usada para distinguir produto ou serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem
diversa. Podem ser divididas em quatro tipos distintos:
 Nominativa: formados apenas por palavras, por escrito, sem qualquer elemento gráfico. Poderá conter números e
letras de forma combinada. Algumas marcas nominativas também são formadas pelo nome principal, acrescido de uma
continuação, um descritor
 Figurativa: são marcas formadas por desenho, imagem, ideograma, forma fantasiosa ou figurativa de letra ou
algarismo, e palavras compostas por letras de alfabetos como hebraico, cirílico, árabe, etc
 Mista: formadas pela combinação de palavras, nomes, figuras, imagens, formas, etc.
 Tridimensional: Segundo o professor Pedro Souza e Silva, estes sinais podem constituir não só forma de produto em si
mesmo, como a da sua embalagem ou vasilha, desde que, em qualquer caso, se trate de formas que não sejam banais,
isto é, que possuam um conteúdo suficientemente arbitrário para lhes conferir capacidade distintiva. (Toblerone,
Yakult)

Art. 122, da LPI - são suscetíveis de registro como marca os sinais distintivos visualmente perceptíveis, não compreendidos nas
proibições legais.

O Art. 124 tem 23 incisos indicando o que não são registráveis como marca, sendo os mais importantes os seguintes:
 I – brasão, armas, medalha, bandeira, emblema, distintivo e monumento oficiais, públicos, nacionais, estrangeiros ou
internacionais, bem como a respectiva designação, figura ou imitação;
 II – letra, algarismo e data, isoladamente, salvo quando revestidos de suficiente forma distintiva;
 III – expressão, figura, desenho ou qualquer outro sinal contrário à moral e aos bons costumes ou que ofenda a honra
ou imagem de pessoas ou atente contra liberdade de consciência, crença, culto religioso ou ideia e sentimento dignos
de respeito e veneração;
 V – reprodução ou imitação de elemento característico ou diferenciador de título de estabelecimento ou nome de
empresa de terceiros, suscetível de causar confusão ou associação com estes sinais distintivos;
 VI – sinal de caráter genérico, necessário, comum, vulgar ou simplesmente descritivo, quando tiver relação com o
produto ou serviço a distinguir, ou aquele empregado comumente para designar uma característica do produto ou
serviço, quanto à natureza, nacionalidade, peso, valor, qualidade e época de produção ou de prestação do serviço,
salvo quando revestidos de suficiente forma distintiva;
 VII – sinal ou expressão empregada apenas como meio de propaganda;
 X – sinal que induza a falsa indicação quanto à origem, procedência, natureza, qualidade ou utilidade do produto ou
serviço a que a marca se destina;
 XV – nome civil ou sua assinatura, nome de família ou patronímico e imagem de terceiros, salvo com consentimento do
titular, herdeiros ou sucessores;
 XIX – reprodução ou imitação, no todo ou em parte, ainda que com acréscimo, de marca alheia registrada, para
distinguir ou certificar produto ou serviço idêntico, semelhante ou afim, suscetível de causar confusão ou associação
com marca alheia;

IMPERATIVO DE DISPONIBILIDADE - uma marca não pode ser registrada por uma pessoa (física ou jurídica) se outra pessoa já a
registrou anteriormente.

REGISTRO DE MARCA
 Registro INPI ≠ outros órgãos governamentais
 Proteção: 10 anos +
 Direitos do titular
 Ceder
 Licenciar
 Zelar pela integridade e reputação
Exceções:
 Princípio da territorialidade - o dono de uma marca registrada só tem direito de uso exclusivo no Brasil
 Princípio da especialidade - o direito do titular do registro ao gênero da atividade ou do produto que ele designa.

Poderá o titular da marca perder o registro, no entanto, em basicamente três situações:


 Pela expiração do prazo de vigência, isto é, pela falta de apresentação de pedido de renovação ao INPI
 Pela renúncia
 Pela caducidade, que acontecerá se o proprietário da marca deixar de usá-la por 5 anos consecutivos e alguém
requerer o cancelamento do seu registro (artigos 142 a 146, LPI).

PATENTE - é o nome que se dá ao registro concedido para uma invenção ou um modelo de utilidade (MU). Ou seja, a patente
está para as invenções e o MU assim como o registro está para as marcas

Segundo o art. 6o da LPI, ao autor de invenção ou modelo de utilidade será assegurado o direito de obter a patente que lhe
garanta a propriedade, nas condições estabelecidas nesta Lei.
 Para Invenção:
 A novidade
 A atividade inventiva
 A aplicação industrial
 Modelo de utilidade:
 Objeto de uso prático, ou parte deste,
 Suscetível de aplicação industrial,
 Que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu
uso ou em sua fabricação.

LPI estabelece o prazo, contados da data de concessão


 Patentes: de 10 a 20 anos
 Modelo de utilidade: 7 a 15 anos

Interesse que a sociedade tem, passados o período de exclusividade, de usar a invenção e o modelo de utilidade livremente,
sem ter de pagar royalties para o seu dono. Se o Estado não possuísse um sistema de concessão de monopólios, como acontece
com a patente, certamente, as empresas não teriam interesse em investir milhões de dólares em pesquisas para inventar algo
que lhes traga uma vantagem competitiva no mercado.

CONCORRENCIA DESLEAL
 Repressão à concorrência desleal - Lei nº 9.279/94
– Contrariar o uso excessivo da liberdade de concorrência
– Proibição de atos contrários aos usos honestos de qualquer ramo de atividade econômica
 Defesa da concorrência - 12.529/2011 –
– Proíbem-se os acordos e concertações entre empresas e as decisões de associação de empresas, que sejam
restritivos da concorrência, bem como a exploração abusiva de posições dominantes, para além dos auxílios
estatais às empresas que sejam passíveis de distorcer a concorrência.

Práticas concorrenciais desleais:


 Faz falsa afirmação sobre o seu concorrente, com o fim de obter vantagem;
 Desvia a clientela do concorrente para si por meio de práticas fraudulentas;
 Usa a marca ou outro sinal de propaganda do concorrente, ou os imita, criando confusão entre os produtos ou
estabelecimentos;
 Expõe ou oferece à venda produtos adulterados ou falsificados em recipiente do concorrente;
 Dá ou promete dinheiro a empregado do concorrente, para que o empregado lhe dê alguma informação que resulte
em vantagem competitiva
 Divulga, explora ou utiliza-se, sem autorização do concorrente, de informações ou dados confidenciais, a que teve
acesso em razão de uma relação contratual ou empregatícia, mesmo após o término do contrato, ou conseguidos por
meios ilícitos.

Punições
 Na esfera cível, prevendo indenização por perdas e danos ao lesado
 Na esfera penal, revendo apreensão e destruição de materiais

DIREITO AUTORAL – Lei 9.610/1998


Por direito autoral, compreende-se tanto o direito de autor, propriamente dito, como os que a ele são conexos, como os direitos
dos artistas intérpretes ou executantes, dos produtores fonográficos e das empresas de radiodifusão. Sendo merecedora de
proteção pelo direito autoral, o criador da obra intelectual terá direitos de duas espécies:
 Direitos Patrimoniais (negociável) – O titular tem o direito de tirar proveito econômico da criação intelectual, qualquer
que seja a modalidade de utilização, direta ou indireta.
– Exploração da obra por todas as modalidades de utilização possíveis.
– Garantem ao titular dos direitos autorais o aproveitamento econômico da obra protegida.
– Quem quiser fazer uso comercial dessa obra precisa pedir autorização para o seu titular ou adquirir, por meio
de transferência, o conteúdo desse direito, ou seja, podem ser alienados, transferidos para terceiros;
– Prazo: 70 anos contados de 1o de janeiro do ano subsequente ao falecimento do autor, obedecida a ordem
sucessória da lei civil;
 Direitos Morais (Pessoal, intransferível e irrenunciável) – Direito com conteúdo ético, que liga a obra ao criador
intelectual. Tal direito comporta algumas faculdades típicas conferidas ao autor. São elas, os poderes de:
– Manter a obra inédita
– Retirá-la de circulação por razões éticas;
– Modificar a obra;
– Assegurar a integridade e a genuinidade da obra;
– Reivindicar a paternidade;
– Ter o seu nome mencionado ou indicado na utilização da obra (que não se confunde com direito ao nome)
– Evitar o uso do nome na obra (repúdio à paternidade)

O direito autoral conferido ao criador de obra intelectual independe de registro, sendo uma mera faculdade concedida ao autor
registrá-la no órgão público competente. No entanto, assim como a LDI, a LDA estabelece um fair use (um terceiro poderá usar
uma obra intelectual, sem violar o direito do autor), nas seguintes hipóteses previstas na lei:

Art. 46. Não constitui ofensa aos direitos autorais:


 I – a reprodução: na imprensa diária ou periódica, de notícia ou de artigo informativo, publicado em diários ou
periódicos, com a menção do nome do autor, se assinados, e da publicação de onde foram transcritos; em diários ou
periódicos, de discursos pronunciados em reuniões públicas de qualquer natureza; de retratos, ou de outra forma de
representação da imagem, feitos sob encomenda, quando realizada pelo proprietário do objeto encomendado, não
havendo a oposição da pessoa neles representada ou de seus herdeiros; de obras literárias, artísticas ou científicas,
para uso exclusivo de deficientes visuais, sempre que a reprodução, sem fins comerciais, seja feita mediante o sistema
Braille ou outro procedimento em qualquer suporte para esses destinatários;
 II – a reprodução, em um só exemplar de pequenos trechos, para uso privado do copista, desde que feita por este, sem
intuito de lucro;
 III – a citação em livros, jornais, revistas ou qualquer outro meio de comunicação, de passagens de qualquer obra, para
fins de estudo, crítica ou polêmica, na medida justificada para o fim a atingir, indicando-se o nome do autor e a origem
da obra;
 IV – o apanhado de lições em estabelecimentos de ensino por aqueles a quem elas se dirigem, vedada sua publicação,
integral ou parcial, sem autorização prévia e expressa de quem as ministrou;
 V – a utilização de obras literárias, artísticas ou científicas, fonogramas e transmissão de rádio e televisão em
estabelecimentos comerciais, exclusivamente para demonstração à clientela, desde que esses estabelecimentos
comercializem os suportes ou equipamentos que permitam a sua utilização;
 VI – a representação teatral e a execução musical, quando realizadas no recesso familiar ou, para fins exclusivamente
didáticos, nos estabelecimentos de ensino, não havendo em qualquer caso intuito de lucro;
 VII – a utilização de obras literárias, artísticas ou científicas para produzir prova judiciária ou administrativa;
 VIII – a reprodução, em quaisquer obras, de pequenos trechos de obras preexistentes, de qualquer natureza, ou de
obra integral, quando de artes plásticas, sempre que a reprodução em si não seja o objetivo principal da obra nova e
que não prejudique a exploração normal da obra reproduzida nem cause um prejuízo injustificado aos legítimos
interesses dos autores.
 Art. 47. São livres as paráfrases e paródias que não forem verdadeiras reproduções da obra originária nem lhe
implicarem descrédito.
 Art. 48. As obras situadas permanentemente em logradouros públicos podem ser representadas livremente, por meio
de pinturas, desenhos, fotografias e procedimentos audiovisuais.

MÓDULO 4 – REGULAÇÃO DOS MERCADOS E DEFESA DA CONCORRÊNCIA


UNIDADE 1 – REGULAÇÃO DOS MERCADOS
A Constituição Federal de 88, quando trata da ordem econômica privilegia a livre iniciativa:

 Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a
todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
[...]
IV – livre concorrência;
[...]
 Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só
será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme
definidos em lei.

As agências reguladoras foram desenvolvidas para serem o modo pelo qual o Estado atua de forma indireta no mercado,
disciplinando e fiscalizando determinadas atividades definidas por políticas públicas, na defesa da sociedade.
As agências são criadas por leis e seguem um regime especial instituído também pela mesma legislação, em que se encontra,
geralmente, o poder de investigação, gozando de independência em relação aos três poderes – executivo, judiciário e legislativo.
Os seus dirigentes são escolhidos pelo Presidente da República bem como aprovados pelo Senado Federal, o que impossibilita o
chefe do Poder Executivo de praticar discricionárias demissões.

O art. 174 da Constituição Federal determina que: como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado
exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e
indicativo para o setor privado. Também há mais uma determinação legal constitucional amparando a criação das agências
reguladoras pelo Estado.

A criação das agências reguladoras no Brasil,


diferentemente do que ocorreu nos Estados
Unidos, deu-se no intuito de responder às
exigências do mercado quanto à captação de
investimentos, em um momento em que o País
realizava um amplo processo de privatizações e
desestatizações, em que se delegava à iniciativa
privada a prestação de atividades anteriormente
prestadas pelo Estado.

A segurança da estabilidade trazida pelo caráter


apolítico das agências reguladoras era um grande atrativo para os investimentos privados. Esse atrativo, evidentemente, não
existiria caso a regulação dos setores coubesse a um órgão sujeito ao jogo político, tendo-se em vista a enorme insegurança
trazida pela alternância de partidos com diferentes programas de governo.

Para cumprir o seu papel, as agências reguladoras brasileiras são estruturadas sobre regime dotado de alto grau de autonomia.
Essa autonomia é justamente a característica responsável por garantir a estabilidade da instituição, alheia às turbulências
políticas.

A autonomia típica das agências reguladoras se decompõe em alguns tipos de independência.

 Independência política dos dirigentes


 Independência técnico-decisional, ou seja, predomínio da discricionariedade técnica sobre a discricionariedade político-
administrativa, não havendo recurso das suas decisões
 Independência normativa
 Independência gerencial, orçamentária e financeira

Buscando garantir que as agências reguladoras sejam capazes de desempenhar um papel autônomo, cumprindo as três funções
típicas a elas atribuídas, quais sejam:
 Função quase-legislativa, também entendida como regulação normativa – é o estabelecimento de normas setoriais
disciplinares que devem ser seguidas pelos agentes regulados;
 Função executiva, compreendida como regulação executiva – é a emissão de Atos de atribuição do direito de ingresso
no mercado – licenças, autorizações, concessões, registros –, Atos de fiscalização, e Atos de controle de preços e
fixação de tarifas
 Função quase-judicante ou regulação judicante – é a mediação e resolução de conflitos entre agentes privados
regulados.

Com o desenvolvimento do sistema de desestatização, foram criadas as agências reguladoras, sob a forma de autarquias de
regime especial, tendo como atribuição essencial o exercício da função regulatória.

As decisões das agências reguladoras são atos administrativos e, como tais, submetidos a eventuais controles judiciais. A
doutrina afirma que o ato administrativo deve ser anulado pelo poder Judiciário quando:
 Não se verificar nas atribuições legais do agente que o praticou (incompetência)
 Importar violação da constituição, lei, regulamento ou outro ato normativo (objeto ilícito)
 Desrespeitar as formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato (vício formal)
 For motivado em matéria de fato ou de direito materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado
obtido (motivação)
 Desviar-se de sua finalidade visando a um fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de
competência (desvio de finalidade)

UNIDADE 2 – DEFESA DA CONCORRÊNCIA


A concorrência é o procedimento a que são submetidos os agentes econômicos – empresas ou pessoas físicas –, que disputam,
entre si, parcelas de mercado via preços, qualidade de produto ou serviço e inovação.

O Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC) é responsável pela manutenção da economia competitiva, seja por meio
de atuação preventiva, seja por meio de atuação repressiva, a depender da situação, de ações que possam comprometer a livre
concorrência no Brasil. É formado pelo Cade e pela Secretaria de Acompanhamento Econômico – Seae – do Ministério da
Fazenda.
 Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Cade – É uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Justiça,
com sede e foro no Distrito Federal, que exerce, em todo Território Nacional, as atribuições dadas pela Lei 12.529/11. O
Cade tem como missão zelar pela livre concorrência no mercado, sendo a entidade responsável, no âmbito do Poder
Executivo, não só por investigar e decidir, em última instância sobre a matéria concorrencial, como também fomentar e
disseminar a cultura da livre concorrência. Ainda de acordo com o seu site, o Cade é composto por três órgãos: Tribunal
Administrativo de Defesa Econômica, Superintendência Geral e Departamento de Estudos Econômicos. A autarquia
também possui unidades de apoio e suporte ao cumprimento da sua missão institucional. São elas a Procuradoria
Federa Especializada junto ao Cade e a Diretoria de Administração e planejamento.

Sendo o Cade uma autarquia especial, integrante da Administração Pública indireta, está sujeito aos princípios
constitucionais que regem a atuação da Administração: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência.

Cabe ressaltar que o Cade tem como competência analisar os aspectos concorrenciais de atos de concentração cuja
notificação à autarquia é obrigatória. Atos de concentração são as fusões de duas ou mais empresas de passados
independentes, ou as aquisições de controle total ou parcial de uma ou mais empresas por outras. Poderá ser, também,
as incorporações de uma ou mais empresas por outras, ou a celebração de contrato associativo, consórcio ou joint
venture entre duas ou mais empresas:
 Fusão é um ato societário pelo qual dois ou mais agentes econômicos independentes, criam um novo agente
econômico, deixando de existir, consequentemente, como entidades jurídicas distintas
 Incorporação é um ato societário pelo qual um ou mais agentes econômicos incorporam outros agentes
econômicos, total ou parcialmente, dentro de uma mesma personalidade jurídica – ou seja, empresa – no qual
o agente incorporado desaparece, mas o adquirente mantém a identidade jurídica anterior à operação.
 Aquisição ocorre quando um agente econômico adquire o controle ou a parcela substancial da participação
acionária de outro agente econômico.
 Joint venture é a associação entre dois ou mais agentes econômicos para a criação de um novo agente
econômico, sem a extinção dos agentes que lhe deram origem. Geralmente, a joint venture tem como objetivo
a pesquisa e o desenvolvimento de novos produtos e serviços, a atuação em um novo mercado distinto dos
mercados individuais de cada empresa, ou a participação no mesmo mercado relevante dos agentes
econômicos, entre outros.

 Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda – SEAE – A Seae realiza a chamada “advocacia
da concorrência”, perante órgãos do governo e sociedade. Promove a livre concorrência, opinando sobre proposições
legislativas ou minutas de atos normativos nos aspectos relacionados ao tema, propondo a revisão de leis, decretos e
regulamentos, manifestando-se sobre pedidos de revisão de tarifas e realizando estudos que avaliem a concorrência
em setores específicos da economia, visando subsidiar as decisões de órgãos governamentais.

A atuação dos órgãos do SBDC é dividida em três ações principais


1. Ação preventiva – Análise das operações de concentração e cooperação econômica, aprovando, proibindo ou impondo
restrições para proteção do mercado
2. Ação repressiva – Investigação e punição de condutas anticompetitivas aplicando ou não multas e demais sanções
cabíveis aos infratores da ordem econômica. O Cade, no processo administrativo, cumpre o papel do juiz no processo
judicial. Condutas anticompetitivas:
 Formação de cartel
 Práticas abusivas de empresas dominantes
3. Ação educativa – Difusão da cultura de concorrência através da promoção de seminários, palestras, cursos e
publicações de relatórios e revistas especializadas, para difundi a importância da concorrência para a sociedade.

Práticas restritivas verticais: são as limitações impostas pelos fornecedores de produtos ou serviços a outros agentes
econômicos, com os quais se relacionam comercialmente, por meio de uma cadeia produtiva de bens ou serviços. Na literatura
e na jurisprudência internacionais, as principais práticas verticais são as seguintes:
a) Fixação de preços de revenda (resale price maintenance ou RPM), pela qual um produtor estabelece os preços –
máximos, mínimos ou rígidos – a serem praticados na venda final pelos distribuidores ou revendedores dos seus
produtos, impedindo, portanto, que esses agentes tomem decisões comerciais e concorrenciais livres.
b) Acordos de exclusividade (exclusionary practices), pelos quais duas empresas relacionadas verticalmente, ou seja, em
diferentes etapas da cadeia mercadológica, acordam realizar a suas transações de forma exclusiva – tipicamente, um
produtor, distribuidor ou revendedor se compromete a comprar ou negociar, com exclusividade, produtos de um dado
fornecedor, restringindo a participação de outros interessados e, dessa forma, limitando a sua atuação no mercado.
c) Venda casada (tying ou tie-in), sendo o caso em que uma empresa vende um conjunto de produtos ou serviços a outra
empresa ou ao usuário final apenas de forma conjunta, recusando-se a comercializá-los separadamente.
d) Recusa de negociação (refusal to deal), quando uma empresa (que tanto pode ser o fornecedor ou o produtor de
determinado bem ou serviço como o seu comprador ou distribuidor) recusa-se a vendê-lo ou comprá-lo a outra
empresa em condições consideradas normais no mercado.
e) Discriminação de preços, que consiste na prática por uma empresa de preços diferentes para clientes diferentes,
distorcendo o mercado.
f) Restrições territoriais e de base de clientes, em que um produtor ou fornecedor limita, contratualmente, a área de
atuação dos seus revendedores ou distribuidores, seja em termos geográficos, seja quanto a certas características dos
clientes, impedindo a competição livre entre eles.

Práticas Restritivas Horizontais: As práticas restritivas horizontais consistem na tentativa de reduzir ou eliminar a concorrência
no mercado, seja estabelecendo acordos entre concorrentes no mesmo mercado relevante com respeito a preços ou outras
condições, seja praticando preços predatórios. Em ambos os casos visa, de imediato ou no futuro, em conjunto ou
individualmente, o aumento de poder de mercado ou a criação de condições necessárias para exercê-lo com maior facilidade. O
cartel é uma forma da prática restritiva horizontal.

Condições para formação de cartel:


 Poder de mercado conjunto das empresas em acordo, que depende, principalmente da elasticidade da demanda do
cartel, da rivalidade das concorrentes que não fazem parte do esquema e da possibilidade de entrada de novos
concorrentes nesse mercado. Em um cartel de um produto com uma demanda inelástica, sem rivais expressivos e com
altas barreiras à entrada, é extremamente provável que haja efetivo exercício de poder de mercado e aumento
lucrativo dos preços dos produtos.
 Baixa expectativa de punição severa. Dessa forma, quanto menores as sanções associadas à prática de cartel e quanto
menores as probabilidades de detecção da prática pelas autoridades competentes, maior o incentivo para a
cartelização.
 Custos para a constituição do respectivo acordo. Como qualquer outro contrato, um cartel envolve custos de
constituição, como a negociação de seus termos, que pode ser complexa. Quanto maiores forem os seus custos de
organização, menos provável será a criação de um cartel. São apontados quatro motivos dos custos de organização de
um cartel:
 Poucas empresas envolvidas
 Elevada concentração de mercado
 Produtos pouco ou nada diferenciados
 Existência de uma associação de classe ou sindicato

A finalidade dos processos administrativos é a manutenção da ordem pública. Seja de ofício, seja por meio de representação, a
superintendência-geral possui a legitimidade de abrir o inquérito administrativo para fins de reconhecimento da verossimilhança
dos fatos alegados, em até 180 dias a partir da instauração. Se for verificada a responsabilização, a maior sanção administrativa
por infração da ordem econômica é a aplicação de multa de 0,1% a 20% do faturamento bruto no último exercício. No entanto,
não será inferior à vantagem obtida. Se houver responsabilidade do administrador, é aplicada multa variável de 1% a 20% do
valor daquela aplicável à empresa. Nas hipóteses restantes, a multa poderá variar de R$ 50.000,00 a R$ 2.000.000.000,00, de
acordo com o art. 37 da Lei nº 12.529/2011. Adicionalmente às multas acima, o artigo seguinte prevê a imposição de outras
penalidades, sendo elas:
 Proibição de contratar com instituições financeiras oficiais e participar de licitações
 Recomendação aos órgãos públicos competentes para que seja concedida licença Compulsória de patentes e
para que não seja concedido ao infrator parcelamento de Tributos federais, incentivos fiscais ou subsídios
públicos;
 Publicação, em meia página, a expensas do infrator, de extrato da decisão condenatória;
 Determinação de dissolução de sociedade, transferência de controle societário, venda de ativos, cessação
parcial de atividades, proibição de exercer o comércio em nome próprio ou como representante de pessoa
jurídica por até cinco anos, bem como qualquer outra providência que venha a ser necessária para a
eliminação dos efeitos nocivos à ordem econômica
 Inscrição no cadastro nacional de defesa do consumidor

MÓDULO 5 – DIREITO TRIBUTÁRIO E DIREITO DO TRABALHO


UNIDADE 1 – DIREITO TRIBUTÁRIO
O Estado só pode exercer as suas funções por meio da coleta de tributos.
 Tributo - Toda obrigação de pagar, instituída por lei aos contribuintes, a fim de que haja a distribuição do que foi
arrecadado às áreas de interesse, sobretudo, saúde, educação, segurança, política econômica entre outras. Em regra,
deve ser pago com dinheiro, excepcionalmente com imóveis. As espécies de tributo são:
 Taxas – As taxas decorrem de atividades estatais, tais como os serviços públicos ou do exercício do poder de
polícia
 Impostos – Incidem sobre a propriedade de um imóvel (IPTU), disponibilidade de renda (IR), propriedade de
veículo automotor (IPVA), etc.
 Empréstimos compulsórios – Têm por finalidade buscar receitas para o estado a fim de promover
financiamento de despesas extraordinárias ou urgentes, quando o interesse nacional esteja presente
 Contribuições de melhoria – Se originam da realização de obra pública que implique valorização do imóvel do
contribuinte
 Contribuições parafiscais – são tributos instituídos para promover o financiamento de atividades públicas. São
tributos finalísticos, ou seja, sua essência pode ser encontrada no destino dado, pela lei, ao que foi arrecadado

Finalidade dos tributos


 Arrecadatória – com a finalidade que o Estado angarie os recursos necessários para o seu funcionamento, para pagar a
máquina pública, os servidores, o financiamento dos serviços que presta diretamente, a manutenção de bens públicos,
a execução de políticas públicas. Tributos são o preço que pagamos por uma sociedade civilizada.
 Extrafiscal – o Estado se utiliza de normas tributárias para induzir o comportamento dos contribuintes, visando atingir
determinados objetivos de política pública. É uma das formas de intervenção do Estado na economia, a forma indutiva.
A função extrafiscal pode ter resultados eficientes ou ineficientes, dependendo da sua capacidade de induzir mais ou
menos o comportamento dos contribuintes e, evidentemente, alcançar a finalidade pretendida pelo Governo ao utilizar
a norma nesse sentido.

Limites ao poder do Estado de tributar


As normas limitadoras existem para que não haja o exercício arbitrário da tributação. A tributação deverá ser feita de forma
justa, equilibrada e respeitosa, sem que haja imposições arbitrárias que firam a propriedade e a liberdade dos cidadãos
contribuintes. Os limites constitucionais ao poder de tributação podem ser encontrados nos artigos 150, 151 e 152, e no art.
145, da Constituição Federal, sendo essas limitações, basicamente, advindas dos princípios e das imunidades tributárias
inseridas na Constituição. Os mais relevantes são:

 Princípios:
a) Legalidade tributária (art. 150, I)
b) Isonomia tributária (art. 150, II)
c) Anterioridade tributária (art. 150, III, b)
d) Anterioridade nonagesimal (art. 150, III, c)
e) Irretroatividade tributária (art. 150, III, a)
f) Capacidade contributiva (art. 145, § 1º)
g) Vedação ao confisco (art. 150, IV)
h) Não limitação ao tráfego de pessoas e bens e a ressalva do pedágio (art. 150, V)
i) Uniformidade geográfica (art. 151, I);
j) Proibição da tributação federal diferenciada da renda da dívida pública e da remuneração dos agentes, em âmbito
não federal (art. 151, II)
k) Proibição das isenções heterônomas (art. 151, III)

 Imunidades:
a) Recíproca (art. 150, VI, a)
b) Dos templos de qualquer culto (art. 150, VI, b)
c) Dos partidos políticos e suas fundações, sindicatos dos trabalhadores, das instituições de educação e das entidades
de assistência social (art. 150, VI, c)
d) Sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão (art. 150, VI, d)
e) Sobre fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras musicais ou literomusicais de
autores brasileiros ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros, bem como os suportes materiais ou
arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser
(incluída pela EC n. 75/2013)

Obrigações tributárias – é o dever de o contribuinte prestar pagamento na forma da lei. Se divide em principal e acessória
 Principal – Quando o contribuinte tem por dever o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária (multa em
dinheiro). Nasce com a ocorrência do fato gerador. (Compra de um carro é fato gerador do pagamento do IPVA)
 Acessória – Quando a prestação a ser cumprida é a de fazer ou não alguma coisa, ou permitir que ela seja feita pelo
fisco, tudo no interesse de arrecadação ou da fiscalização dos tributos. (Escrituração das operações de circulação de
mercadoria (notas fiscais) sujeitas ao ICMS e apuração do respectivo saldo devedor ou credor nos livros fiscais)
Sujeitos da relação tributária
 Ativo – Pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir seu cumprimento
 Passivo – Pessoa física ou jurídica obrigada por lei ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Dispõe a lei que
este pode ser:
 Contribuinte – Quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador
 Responsável – Quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa
em lei
Quanto à obrigação tributária acessória, considera-se sujeito passivo a pessoa obrigada às prestações que constituam o
seu objeto nos termos do art. 122 do Código Tributário Nacional.

Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo
pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito
passivo das obrigações tributárias correspondentes.

Crédito tributário – é o direito que o Estado tem de exigir do contribuinte o pagamento do tributo devido. (CTN): Art. 139. O
crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. O crédito tributário resulta da conjugação da
lei, do fato gerador e do lançamento.

O fato gerador, é o fato que gera a obrigação tributária.

O lançamento – previsto no art. 142, caput, do CTN – é o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato
gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o
sujeito passivo e, sendo o caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

UNIDADE 2 – DIREITO DO TRABALHO


Regulamenta as relações de trabalho, as partes envolvidas – empregador e empregado – e as organizações protetoras da
relação de trabalho.

Princípios fundamentais

 Princípio da irrenunciabilidade de direitos – Previsto nos artigos 9 e 468 da CLT, tem por finalidade garantir ao
trabalhador seus direitos previstos no contrato de trabalho, tendo em vista que, geralmente, carece de autonomia da
vontade quando se trata do empregado
 Princípio da continuidade da relação de emprego – É encontrado nos artigos 10 e 448 da CLT que tratam
respectivamente das alterações na estrutura da empresa e na mudança da sua prioridade que irão afetar os direitos
adquiridos e o contrato de trabalho. O entendimento predominante das indenizações devidas, mediante dispensa do
empregado sem justa causa, presume-se a duração do trabalho por tempo indeterminado. O contrato por prazo
determinado – Obra certa, escopo limitado no tempo, etc. – é uma exceção. Já o contrato de experiência é o mais usual
dos contratos por tempo determinado, tendo como duração limitada a 90 dias, prazo após o qual teria o início do
contrato por prazo indeterminado
 Princípio da primazia da realidade – Busca de maneira evidenciada pelos fatos, definir a relação jurídica estipulada
pelos contraentes, ainda que sob capa simulada, não corresponde à realidade. A força dos documentos escritos é muito
relativa, de forma que eles sucumbem às evidências que o contrariem, que demonstrem que a realidade foi diferente
do que estava no papel
 Princípio da prevalência da norma mais benéfica – O princípio da proteção ao trabalhador se materializa em três
outros princípios:
 In dubio pro operário: Significa dizer que sempre que houver dúvida acerca do alcance ou interpretação de
uma determinada norma, ela deverá ser interpretada favoravelmente ao empregado
 Aplicação da norma mais favorável: Traduz a ideia de que a norma a ser aplicada será sempre aquela que for
mais benéfica para o trabalhador, independentemente da posição hierárquica da norma
 Condição mais benéfica: Traduz naquele que se reverter em maior benefício ao empregado. As normas de
hierarquia mais elevadas estabelecem pisos de direitos e não seus limites. As normas hierárquicas inferiores e
mesmo os contratos individuais de trabalho prevalecem quando se trata de definir direito dos trabalhadores

Direitos Básicos

1) Registro em carteira de trabalho: serve como meio de prova da relação de emprego, de cláusulas do instrumento de
trabalho e seu tempo de duração.
2) Salário mínimo: deve respeitar o piso da categoria, quando existir, ou o mínimo nacional fixado.
3) Jornada de trabalho: deverá ser de até 8 horas diárias e 44 horas semanais. Além desse período, o trabalhador tem
direito a fazer, no máximo, duas horas extras por dia, que devem ser remuneradas, no mínimo, em 50% acima do valor
da hora normal.
4) Descanso semanal remunerado: deve ser de 24 horas consecutivas e coincidir, preferencialmente, com o domingo. Nos
serviços que exigem trabalho aos domingos, o descanso deverá ser efetuado em sistema de revezamento.
5) FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço): trata-se de uma espécie de poupança aberta em nome do empregado,
mantida por depósitos mensais de 8% do salário. O Fundo pode ser sacado em momentos especiais, como aquisição da
casa própria, aposentadoria, demissão sem justa causa ou em caso de algumas doenças graves.
6) Saúde e segurança no trabalho: a CLT define que o empregador cumprirá as normas de segurança e medicina do
trabalho, além de instruir os empregados para evitarem acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais.
7) Licença-maternidade: o referido direito à empregada concede o afastamento de 120 dias e é devido a partir do 8o mês
de gestação – comprovado por meio de atestado médico –, ou a partir da data do parto, mediante apresentação da
certidão de nascimento. As mães adotivas também têm direito ao benefício pelo mesmo período. Os pais têm direito a
cinco dias corridos a partir da data do nascimento do filho.
8) Férias: o período deverá ser de 30 dias corridos caso o trabalhador não tiver faltado, injustificadamente, mais de 5
vezes ao serviço. O pagamento de, pelo menos, um terço do salário normal deverá ser efetuado até 2 dias antes do
início das férias.
9) 13o salário: corresponde a um mês de serviço prestado. Pode ser pago em duas parcelas: a primeira até novembro, ou
nas férias do empregado, e a segunda até 20 de dezembro.
10) Verbas rescisórias: o trabalhador demitido sem justa causa tem direito a receber 13º proporcional, um terço de férias,
saldo de salários e aviso prévio, entre outras. O empregador ainda deve pagar uma multa de 40% sobre o saldo total do
FGTS depositado.

Requisitos do contrato de trabalho

 Continuidade, onerosidade, habitualidade, personalidade e subordinação.


 Agente precisa ser capaz, ou seja, ocorre a partir de 14 anos de idade; a partir dos 16 anos, poderá ser empregado,
mesmo assim com limitações grandes à sua capacidade; a partir dos 18 anos, poderá trabalhar normalmente
 O trabalho deverá ser prestado com continuidade. Não pode ser eventual ou temporário, já que o eventual não cria
vínculo empregatício;
 O objeto deverá ser lícito e possível de ser feito, sem contrariar a lei
 Deve realizar a tarefa ele mesmo, não poderá agenciar, terceirizar o seu próprio ofício
 O trabalho tem de ser remunerado;
 O empregado é um trabalhador subordinado, dirigido pelo empregador. Essa subordinação pode ser econômica,
técnica, hierárquica, jurídica ou social.

Tipos de contrato

 Contrato por tempo indeterminado e por tempo determinado


 Tempo indeterminado: O empregador deve pagar os benefícios obrigatórios sujeitos na legislação trabalhista;
 Tempo determinado: podendo ter duração máxima de dois anos. Trabalhador recebe os direitos trabalhistas e
pode ser indenizado caso o contrato seja rompido sem justa causa antes do tempo estipulado. No caso de
demissão, o valor a ser pago ao trabalhador corresponde à metade dos salários devidos até o fim do contrato.
 Contrato de experiência: Tal contrato deve durar, no máximo, 90 dias e tem como finalidade verificar se o
empregado possui aptidão

 Outros contratos de trabalho: Estagiários, trabalhadores autônomos, eventuais, temporários e avulsos são contratados
sem vínculo empregatício
 Trabalhador temporário: uma pessoa física é contratada por uma empresa por três meses no máximo. O trabalhador
temporário tem direito a todos os benefícios que são pagos aos profissionais com carteira assinada

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