Computadores

SEGUNDA-FEIRA 7 JUNHO 2004 DIRECTOR JOSE MANUEL FERNANDES EDITOR RUI JORGE CRUZ

PUB
A Opensoft, Lazer móvel nas As PME Windows mais O ‘Euro 2004’
do IRS à Suécia comunicações na berlinda transparente para todos
As soluções de uma A edição de 2004 As empresas de TI UMIC e Microsoft em Jogar os treinos
empresa que aposta do Mobile Entertainment viram-se para as PME acordo para a abertura e os jogos oficiais
na internacionalização Market, em Londres para crescerem do código-fonte à maneira de cada um
➜ págs. 8/9 ➜ pág. 5 ➜ págs. 7 e 11 ➜ pág. 7 ➜ pág.15

PROJECTO-PILOTO DE VOTO ELECTRÓNICO NAS ELEIÇÕES EUROPEIAS

Portugal volta a ensaiar

o voto por computador
O
S ELEITORES de assistentes, que poderão auxi-
nove freguesias liar os mais tímidos em rela-
do Continente ção às novas tecnologias.
vão poder expe- Sem necessitarem de bole-
rimentar, no tim de voto nem de caneta,
próximo dia 13 de Junho uma os votantes só precisam de
forma diferente de votar, tocar no ecrã das máquinas
através de um sistema de disponibilizadas para escolher
voto electrónico. O projecto o partido ou coligação da sua
foi aprovado pela Comissão preferência — seguindo-se
Nacional de Eleições e está depois um passo de confirma-
a ser desenvolvido pela Uni- ção, após o qual está termi-
dade de Missão Inovação e nado o processo de voto. Além
Conhecimento (UMIC) em disso, poderão responder a
conjunto com o Secretariado duas questões destinadas a
Técnico dos Assuntos para o colher as suas impressões
Processo Eleitoral (STAPE), acerca deste modelo de vota-
envolvendo três parceiros ção, que serão depois tratadas
tecnológicos, dois dos quais estatisticamente no âmbito da
em consórcio. avaliação do projecto-piloto.
A experiência não tem Para utilizadores habitua-
ainda valor legal, pelo que os dos a sistemas de Multibanco
eleitores destas freguesias vão e quiosques electrónicos, não
ser convidados é esperada
a fazer um FÁTIMA CAÇADOR estranheza de
segundo voto / CASA DOS BITS maior no uso
logo a seguir das máquinas
ao processo normal, que já de voto nem dúvidas quanto
realizaram junto da mesa de ao processo electrónico. A
voto em cujo caderno eleitoral questão estará na disponibili-
estão inscritos. A acompanhar dade dos cidadãos para expe-
o processo vão estar folhetos rimentarem o novo sistema
informativos, para além de depois de já terem ➜
ANDRÉ RUIVO

7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552
➜

exercido o seu direito de voto.
Diogo Vasconcelos, gestor da UMIC, subli-
nha que esta iniciativa se destina sobre-
tudo a sensibilizar os eleitores e a aferir
a receptividade política para este sistema
de voto — que já é usado em muitos países
do mundo em substituição dos tradicionais
métodos de sufrágio.
“Numa matéria tão sensível e tão
importante para a democracia, é preciso
darmos passos seguros para não intro-
duzirmos elementos de dúvida”, explicou
Diogo Vasconcelos a Computadores. Por
isso mesmo, a UMIC alinhou o projecto com
o STAPE de forma a garantir a segurança
e a confidencialidade do processo, traba-
lhando com as empresas fornecedoras da
solução tecnológica de forma a assegurar a
facilidade de utilização do sistema.
Uma outra vertente de informação está
também a ser desenvolvida pela unidade
ministerial, tendo sido enviada informação
aos eleitores das freguesias seleccionadas,
para além da criação de folhetos explica-
tivos sobre o processo, que se destinam a
afastar eventuais dúvidas que surjam.
O mesmo cuidado foi aplicado na
escolha das freguesias onde se realizará o
teste, procurando-se a maior diversidade
em termos geográficos, de enquadramento
sócio-económico, de dimensão e de multi-
partidarismo. Assim, as salas de voto
electrónicas serão montadas nas secções
de voto das freguesias de Santa Maria
de Belém (Lisboa), Paranhos (Porto), S.
Sebastião (Setúbal), Mangualde (Viseu),
Sé (Portalegre), Mirandela (Bragança),
S. Bernardo (Aveiro), Salvador (Beja) e
Salir (Faro), abrangendo cerca de 100 mil
eleitores.
Da mesma forma, foram envolvidas
quatro universidades independentes
para darem apoio na área da auditoria ao
processo e dos seus resultados. As univer-
sidades que participam são a do Minho, a
do Porto, a Clássica de Lisboa e a Técnica
de Lisboa.
Omron, sofrendo evoluções entre as duas
eleições. Em cada uma das freguesias, foi
colocada apenas uma máquina, onde os
eleitores tiveram oportunidade de exercer
um voto não vinculativo. Segundo o sub-
director-geral do STAPE, os eleitores rea-
giram então muito bem e não colocaram
qualquer questão relativa à segurança ou
à confidencialidade do voto.
No projecto-piloto que se realizará
neste ano, vão ser utilizadas três solu-
ções tecnológicas diferentes, embora com
interfaces semelhantes de contacto com o
eleitor. As máquinas são fornecidas pelas
três empresas seleccionadas pela UMIC
para o projecto: a portuguesa Multicert,
em consórcio com a PT Inovação, a Indra
CPC e a Unisys, também em parceria com
a PT Corporate e com o apoio da Elec-
tions Systems and Software (ES&S). O
investimento do Governo na experiência é
inferior a 500 mil euros e os equipamentos
não são comprados pelo Estado.
Cada uma das empresas irá estar em
três das freguesias seleccionadas, sendo a
distribuição organizada por zonas geográ-
ficas, ficando a Multicert com o Norte, a
Indra com o Centro e a Unisys com o Sul.
Ao todo, serão utilizadas quase 70 máqui-
nas de voto, 30 disponibilizadas pela
Indra, 22 pela Unisys e 17 pela Multicert
— todas com ecrã táctil e suportando
mecanismos de autenticação que creden-
ciam o eleitor e não permitem a repetição
do voto. Está também assegurada a possi-
bilidade de voto aos invisuais nos equipa-
mentos da Indra e da Unisys.
A Indra tem uma experiência longa
neste tipo de soluções e o seu Point&Vote
já foi utilizado em diversos países. Maria
Gabriela Recla, responsável pelos proces-
sos eleitorais na empresa, explicou a Com-
putadores que a Venezuela é um caso de
sucesso, tendo a solução da Indra já sido
utilizada em nove eleições entre 1998 e
2000, com a instalação de 7300 urnas, que
receberam os votos de mais de 11 milhões
de eleitores.
Em 2003, o mesmo equipamento
foi usado em eleições em Inglaterra,
no Epping Forest District Council, e
na Argentina, na cidade de Ushaia. No
próximo domingo, a Indra participará
também com a mesma solução eleitoral
na cidade de Vandoeuve-les-Nancy, em
França, aqui com validade legal, mas
também em testes-piloto que decorrem
nas cidades de Reims, Toulouse e Chalon.
Maria Gabriela Recla destaca a diver-
sidade de experiências na Europa, moti-
vada muitas vezes por diferenças legais
— mas afirma que já são poucos os países
da União Europeia que não dispõem de
uma lei eleitoral que permita aos eleitores
exercerem o seu voto através de soluções
ANN JOHANSSON/AP
baseadas nas mais recentes tecnologias
disponíveis no mercado.
A Unisys conta igualmente com uma
vasta experiência internacional, em cola-
boração com a ES&S, que desenvolveu a
solução. Um dos projectos de destaque da
empresa é o do processo eleitoral no Brasil,
onde forneceu mais de 130.000 “urnas elei-
torais electrónicas”, que permitiram que
os votos de 90 milhões de cidadãos fossem
contados e classificados no prazo de apenas
12 horas — com reduções significativas no
que respeita a fraudes e imprecisões típi-
cas do anterior sistema manual, conforme
justifica Manuel Correia Neves, director de
projecto na Unisys Portugal.
A empresa portuguesa Multicert —
especializada em soluções de certificação
electrónica — tem também no seu currí-
culo algumas experiências bem sucedidas,
entre as quais a recente eleição para o
Sindicato de Bancários de Sul e Ilhas
(SBSI), que permitiu que 5 por cento dos
bancários exercessem o seu direito de voto
através da Internet, autenticando o seu
acesso com um número de identificação
pessoal, conjugado com a data de nasci-
mento e o número de sócio do sindicato.
José Pina Miranda explicou a Com-
putadores que a Multicert detém conhe-
cimento de votação através da Internet,
completando-o com o “know how” da
PT Inovação em ambientes de quiosque
informático e sua segurança, o que levou
ao consórcio entre estas duas empresas
portuguesas para este projecto.
Todas as soluções permitem a evolu-
ção futura para modelos de votação elec-
trónica não presencial e multiplataforma,
que admitem a mobilidade do eleitor.
As expectativas de adesão são eleva-
das, mas ninguém quer arriscar sequer a
indicação de uma percentagem de segundo
voto nas nove freguesias-piloto, já que as
próprias sondagens não indicam números
muito risonhos em termos de presença dos
eleitores no processo eleitoral. Num fim-
de-semana que, para muitos, poderá ser
de ponte, a possibilidade de usar platafor-
mas como a Internet ou as redes móveis

Experiências internacionais diversas

Este é já o terceira ensaio de sistemas
de voto electrónico em eleições portugue-
sas mas é o que assume maior dimensão e
amplitude geográfica. As duas primeiras
experiências foram realizadas em 1997 e
em 2001 em eleições autárquicas, e envol-
veram, no primeiro caso, uma freguesia
de Lisboa (S. Sebastião da Pedreira),
enquanto, em 2001, se realizou o teste
em duas juntas de freguesia: Campelo
em Baião, no Norte, e Sobral de Monte
Agraço, no Centro.
Das duas vezes, apesar da diferenças
entre as localizações escolhidas, “a recep-
tividade foi entusiástica”, afirmou José
Miguéis, subdirector-geral do STAPE.
A tecnologia utilizada foi fornecida pela
O número de países que já utiliza sistemas electrónicos no âmbito de eleições políticas
está a crescer, sendo as experiências geograficamente muito diversificadas, desde o
Norte da Europa à Ásia e à América do Sul. As questões de segurança e confidencialidade para votar poderia reduzir a abstenção
foram aqui ultrapassadas mas, noutros locais, esta matéria sensível mantém afastado do — facilitando, ao mesmo tempo, que
horizonte os sistemas de E-voto — como no caso dos EUA, onde se tentou recentemente cidadãos que se encontrem longe das suas
criar uma comissão de trabalho para permitir aos militares e outros norte-americanos freguesias eleitorais pudessem exercer o
fora do país votarem através da Internet, vindo o projecto a ser depois abandonado face direito de voto
às preocupações de segurança expressas pelo Departamento de Defesa. Mas essa poderá ser uma evolução
Também na Irlanda a Comissão de Eleições pretendia que o voto nas eleições europeias futura, havendo que aguardar pela expe-
se realizasse através de um sistema electrónico mas uma análise realizada por uma riência do próximo dia 13 de Junho, que
comissão independente concluiu que seria necessário um período mais alargado de se espera seja bem sucedida. Primeiro que
testes a este sistema antes da sua utilização, pelo que se voltou à solução tradicional. tudo, é preciso que a Lei Eleitoral seja
Porém, estes casos contrastam com outras experiências de sucesso, como as da alterada, contemplando a possibilidade
Venezuela, do Brasil e do Reino Unido, referidas no texto principal. ● F.C. / CdB do voto electrónico, para que este modelo
seja alargado a todas as freguesias com
validade legal. ●

computadores .2 S E G U N D A - F E I R A . 7 . J U N H O . 2 0 0 4
S E G U N D A - F E I R A . 7 . J U N H O . 2 0 0 4 computadores .3
 NOVOS EQUIPAMENTOS BASEADOS EM SPARC E SOLARIS EM 2006

Sun e Fujitsu preparam linha de servidores

A
SUN MICROSYSTEMS e a Fujitsu
anunciaram, na passada
quarta-feira, uma parceria
com o objectivo de reforçar o para a sua distribuição, que
desenvolvimento e o forneci-
mento de novos sistemas baseados no sis-
tema operativo Solaris e na arquitectura
de processamento Sparc, conjuntamente
desenvolvida pelas duas empresas. O
objectivo é ampliar o mercado do Solaris
e dos processadores Sparc, e dar conti-
nuidade a um relacionamento de cerca de
20 anos entre ambas as empresas. Este
anúncio foi confirmado no mesmo dia em
Portugal, pela subsidiária da empresa
norte-americana, que passará a ter Jorge
Salamanca como seu novo director-geral
(ver notícia na pág. 12).
Como resultado desta parceria, a Sun
e a Fujitsu preparam agora uma nova
linha de servidores baseada em Solaris
e nos Sparc, que deverá
chegar ao mercado em 2006. ISABEL GORJÃO
Segundo as duas empresas, SANTOS
será criada apenas uma famí-
lia de produtos, que abarcará diversos
sistemas de centros de dados. O nome de
código atribuído à futura linha de produ-
tos é Advanced Product Line (APL). Esta
irá funcionar com o sistema operativo
Solaris (uma variedade de Unix), o Java
Enterprise System, uma plataforma para
aplicações desenvolvidas nesta linguagem
de programação, e virtualmente qualquer
aplicação empresarial.
Quando for lançada, a APL irá substi-
tuir duas linhas de produtos actualmente
existentes: a Sun Fire, da Sun, e a Prime- mercado na área da compu-
power, da Fujitsu (na imagem). Durante o
período de transição que antecederá o lan-
çamento da nova linha de presidente da Fujitsu,
produtos, a Sun e a Fujitsu afirmou, em comunicado
irão estabelecer acordos sobre esta parceria, que
a sua empresa está já a
deverá ter lugar através trabalhar no sentido de
das duas empresas. desenvolver processadores
“Este anúncio vai pre- de elevado desempenho e
parar o mercado para a segurança para sistemas
nova família de sistemas de supercomputadores e
baseados em Sparc e Sola- “mainframes”. O objectivo
ris, e prova que a Sun é é aliar a tecnologia de
uma das empresas mais semicondutores da Fujitsu
dinâmicas do mundo das ao sistema operativo Sola-
tecnologias de informação e ris, à linguagem de pro-
comunicação, e que aposta gramação Java e a outras
em várias parcerias com tecnologias da Sun. “Estou
clientes, ‘software houses’ confiante em que a relação
e agora com a Fujitsu, entre as duas empresas irá
bem dentro do ambiente permitir fornecer aos seus
de ‘mainframe’”, considerou clientes servidores optimi-
Jonathan Schwartz, presi- zados que atribuam um
dente e “chief elevado valor acrescentado
operating offi- ao seu negócio”.
cer” (COO) da Também os analistas
Sun Microsys- olham de bom grado para
tems — que adiantou que a esta parceria, a qual “não é
empresa “continua a expan- apenas positiva para a Sun
dir plataformas operativas e para a Fujitsu, que estão
líderes no mercado” e deu a marcar uma posição a
como exemplo o Java Enter- nível mundial, mas para os
prise System, o sistema seus clientes, parceiros e
operativo Solaris para ser- investidores que irão bene-
vidores com processadores ficiar desta aliança”, tal
x86. Para Schwartz, a Sun como considerou Vernon
e a Fujitsu “não poderiam Turner, vice-presidente
estar melhor posicionadas e especialista na área de
para conquistar quota de servidores empresariais
da empresa de estudos
tação em rede”. de mercado International
Hiroaki Kurokawa, Data Corporation (IDC). ●

computadores .4 S E G U N D A - F E I R A . 7 . J U N H O . 2 0 0 4
 MOBILE ENTERTAINMENT MARKET (MEM) 2004, EM LONDRES

O que se está ou não disposto

a pagar pelo lazer no telemóvel
A
QUARTA EDIÇÃO do Mobile Enter- mais global, o Mobile Enter- rapidamente se percebe que este mercado
tainment Market 2004, o maior tainment Fórum apre- cada vez mais se centra nas
evento mundial dedicado à sentou no MeM04 o grandes marcas e títulos
promoção da nova indústria primeiro “top” musi- derivados de filmes,
ligada ao “mobile entertain- cal com os toques programas de TV ou
ment” — serviços e produtos de entrete- mais vendidos em videojogos (ver, a
nimento para telemóveis e plataformas Inglaterra. este propósito, o
móveis — realizou-se na passada semana tema de abertura
no Business Design Centre de Londres, da anterior edição
nos dias 2 e 3 de Junho. Organizada em de Computadores:
colaboração com o Mobile Entertainment “Os jogos que tere-
Forum, associação internacional que mos no futuro”). Os
reúne as maiores empresas deste sector, jogos “non-branded” — ou
o evento deste ano incluiu a primeira seja, títulos que não
edição dos Mobile Entertainment Awards, alguns dos seus novos exibem uma marca
iniciativa que visa distinguir as empresas jogos para telemó- de grande noto-
e os projectos mais inovadores e criativos veis, usando marcas riedade — cada
nesta área. Foram premiados três projec- e títulos conhecidos vez terão menos
tos noutras tantas categorias: jogos para do mundo do PC oportunidade
telemóveis, música e inovação. A empresa e das consolas de se torna-
portuguesa Beactive, com o seu “Diário de — e os seus rem sucessos
Sofia”, foi uma das quatro nomeadas para representantes comerciais.
a categoria de inovação. sublinharam Outra
O Mobile Entertainment Market 2004 que a estraté- das áreas
(MeM04) dividiu-se em duas áreas dis- gia da empresa com maior
tintas: uma de exposição, onde algumas é lançar cada vez destaque
das empresas do sector apresentavam as mais títulos para foi o vídeo
suas mais recentes novidades — na sua este segmento em telemó-
grande maioria, empresas ligadas a jogos dos jogos para vel, com
e música para telemóveis — e uma área telemóveis várias dis-
de conferências, onde foram debatidas as usando a cussões em
mais recentes tendências deste sector. As notoriedade torno do facto
conferências deste ano, o que também se das licenças de o consumidor
reflectiu nos produtos em exposição, abor- e das marcas ter ou não interesse
daram três áreas em grande expansão: a que alcançou em ver programas de
música, os jogos e TV-video no telemóvel. noutras plata- televisão no seu telemóvel
A indústria discográfica tem estado A Electronic Arts, um dos maiores edi- formas. — e, no final do evento, a percepção mais
cada vez mais atenta ao fenómeno do tores mundiais de videojogos para todo o Cruzando esta intervenção com a da comum era a de que não existem ainda
entretenimento móvel, com as gran- tipo de plataformas, apresentou no MeM04 Disney Mobile, também presente no evento, grandes certezas neste domínio. A realidade
des editoras mundiais a apresentarem é que a Europa está a migrar das redes de
projectos e parcerias nesta área — a GSM para as de terceira geração (3G),
que não é alheio o forte crescimento do Os Mobile Entertainment Forum Awards baseadas na norma UMTS, com uma maior
mercado dos toques para telemóveis, capacidade transmissão de dados, e que um
que actualmente representa mais de 60 MEF Best Contribution to Mobile Games 2004 dos serviços mais promovidos pelos opera-
por cento das receitas globais na área de Vencedor: In-Fusio — In-Fusio Mobile Games Services dores para demonstrar as potencialidades
entretenimento móvel. Nomeados: Digital Bridges — Digital Bridges’ Premium Brand Java Retail Packs; Gameloft do 3G é a possibilidade de visualizar filmes
Um facto curioso foi sublinhado no — “Tom Clancy’s Splinter Cell: Pandora Tomorrow” ; Ideaworks3D — ‘N-Gage Arena’ no telemóvel.
evento: apesar de os projectos de venda – Wireless Gaming Communities Launch Mas, como noutros casos, também
de temas digitais via Internet estarem a aqui o consumidor é rei e será ele a
demorar a atingir um volume interessante MEF Best Contribution to Mobile Music 2004 decidir se está disposto a pagar para ver
de vendas — muito por o consumidor não Vencedor: Chaoticom with Eurotel Praha – Eurotel Jukebox programas de TV, filmes ou pequenos
estar disposto a pagar entre 1 a 2 euros Nomeados: Buongiorno Vitaminic — JukeBox; MusiWave — Pictones; Shazam vídeos no seu telemóvel. No que se refere
por um tema musical de 3 a 5 minutos Entertainment — Tagging Service à música e aos jogos, os dados apresenta-
—, a verdade é que o mesmo consumidor dos no MeM04 são inequívocos: a maioria
se dispõe a pagar entre 2 a 5 euros por um MEF Innovation Award 2004 dos consumidores já paga para personali-
toque polifónico do mesmo tema que não Vencedor: Ki-Bi Mobile Technologies — “Ki-Bi” zar o seu telemóvel com os mais recentes
dura mais de 30 segundos. Para tornar Nomeados: Beactive, Produções Interactivas SA — “Sofia’s Diary”; Tira Wireless — Tira toques polifónicos ou sons reais, e para
este novo sector de venda de toques e Jump; Whoosh Group with mBlox — Real-time play-along of quiz shows via SMS nele poder jogar os seus jogos favoritos. ●
música para telemóveis um mercado ainda NUNO BERNARDO em Londres / RUI JORGE CRUZ

S E G U N D A - F E I R A . 7 . J U N H O . 2 0 0 4 computadores .5
 virose

OS VÍRUS DA SEMANA
Dia 7
WM/Eraser.A:Tw, WM/ERASER.H, W32/
Explet na senda do MyDoom Supova.f.worm, W97M/Alamat, VBS/Aqui,
W32/Supova.d.worm, W32/Supova.e.worm,
Na semana que passou, surgiu mais um “worm” que segue as pisadas do WM/Alliance.A
MyDoom, o Explet.A ou Plexus.A. Ele explora várias falhas do Windows
— entre elas, a LSASS que o Sasser explorava e a RPC DCOM que o Dia 8
Lovesan também explorou. W97M/Tolu, VBS/Aqui, W97M/Alamat, VBS/
O Explet escolhe entre cinco tipos diferentes de mensagens para iludir San@M, WM/Eraser.A:Tw, WM/KOMPU.A, VBS/
os utilizadores. Os seus assuntos são:“RE: order”,“For you”,“Hi, Mike”,“ubject: Valentin@MM
Good offer.” e “RE:”.Os respectivos textos são:
Dia 9
“Hi. TRASHER.D, WM/Eraser.A:Tw, Acid.A (intended),
Here is the archive with those information, you asked me. W97M/Alamat, VBS/Aqui, W97M/Jackal.A, VBS/
And don’t forget, it is strongly confidencial!!! Alphae, VBS/Inself
Seya, man. detecção.
P.S. Don’t forget my fee ;)” O Explet.A tem Dia 10
“Hi, my darling :) programadas duas VBS/Godzilla@M, VBS/Count, WM/Helper.B,
Look at my new screensaver. I hope you will enjoy... acções “destrutivas”.A X97M/Hopper.r, JS/Gigger.a@MM, VBS/
Your Liza” primeira é impedir a actualização automática dos sistemas Baracu.A@mm, VBS/Aqui, X97M/Anis, W97M/
“My friend gave me this account generator for http: //www.pantyola.com I antivírus da empresa Kaspersky, para o que apaga as respectivas Alamat, WM/Eraser.A:Tw, VBS/Zync, W97M/
wanna share it with you :) informações no ficheiro “hosts” do sistema. A segunda acção visa abrir a Nono.A, AOS.A, WM/Helper.A;B, VBS/Loveletter.ar,
And please do not distribute it. It’s private.” porta 1250, tornando possível o descarregar remoto de ficheiros para o W32/Urick@MM, W97M/Alina.a@mm, W97M/
“SGreets! I offer you full base of accounts with passwords of mail server computador infectado e deste para outros computadores. Melissa.ao@mm, W97M/Hope.p
yahoo.com. Here is archive with small part of it. You can see that all
information is real. If you want to buy full base, please reply me...” Netsky-P volta a fazer estragos Dia 11
“Hi, Nick. In this archive you can find all those things, you asked me. Entretanto, a Sophos, uma empresa inglesa de segurança, alertou para a WM/MERCY.B, WM/CVCK1.A, WM/JUNKFACE.A;B,
See you. Steve” manutenção da ameaça representada pelo “worm” Netsky.P — apesar de WM/Eraser.A:Tw, W97M/AntiSocial.e, W97M/
ele já datar de Março —, na sequência da intercepção, nos “gateways” de Alamat, W32/Blurt@MM, VBS/Aqui, W97M/
As mensagens incluem os ficheiros anexos SecUNCE.exe, AtlantI.exe, correio electrónico, nos últimos dias, de alguns milhares de mensagens Bablas.aj, WM/Alliance.A
AGen1.03.exe, demo.exe ou release.exe. Depois de executado, o “worm” que o continham.
copia-se a si próprio para a pasta do sistema com o nome upu.exe, O continuado “sucesso” do Netsky.P dever-se-á ao facto de ser propagado Dia 12
alterando o Registo do Windows de modo a ser executado de cada vez através de redes de partilha de ficheiros disfarçado de jogos de WM/Alliance.A, VBS/Aqui, W97M/Cobra.a1,
que o computador arranca. computador da série Harry Potter. A procura destes aumentou nesta W97M/Alamat, WM/Eraser.A:Tw, WM/Envader.A
O Explet também cria cópias suas na pasta de partilha do Kazaa, se existir, semana dada a proximidade do lançamento do novo filme do herói, (Intended), W97M/Yous
com os nomes AVP5.xcrack.exe, hx00def.exe, ICQBomber.exe, Internet “Harry Potter and the Prisoner of Azkaban”.Este “worm” propaga-se através
Optimizer1.05b.exe, Shrek_2.exe, UnNukeit9xNTICQ04noimageCrk.exe do correio electrónico e dos sistemas de partilha de ficheiros via Internet. Dia 13
e YahooDBMails.exe. E, nas partilhas da rede, cria cópias com os nomes Relembra-se que o Netsky.P é um “worm” de distribuição em massa por W97M/Yous, W97M/Digma, WM/Envader.A
hx00def.exe, ICQBomber.exe, InternetOptimizer1.05b.exe, Shrek_2.exe, correio electrónico, que usa um motor próprio de SMTP, enviando as (Intended), WM/CVCK1.B;E, WM/Eraser.A:Tw,
UnNukeit9xNTICQ04noimageCrk.exe e YahooDBMails.exe. mensagens que o propagam para endereços recolhidos na máquina VBS/Zync, Twno.A, WM/Goldsecret.B:Int, WM/
Além disso, o Explet envia cópias suas por correio electrónico para todos infectada — endereços esses que também utiliza para falsificar o FRIDAY.D, WM/BADBOY.A;B;C, WM/FRIDAY.A, WM/
os endereços que recolhe no disco, de ficheiros com as extensões .htm, remetente. A propagação faz-se também através das partilhas de rede e SHOWOFF.G, W97M/Alamat, W97M/Cobra.a1,
.html, .php, .tbb e .txt. Como já começa a ser hábito, ele evita enviar “mails” das redes de partilha de ficheiros, tentando também remover o “worm” W97M/BackHand.A, VBS/Aqui, WM/BOOM.A;B,
para uma série de endereços, onde presumivelmente será mais fácil a sua Bagle do sistema. ● JOSÉ DOUTIL W97M/Rapmak.a, VBS/Alphae, W97M/Idea.A

computadores .6 S E G U N D A - F E I R A . 7 . J U N H O . 2 0 0 4
PORTUGAL NA LISTA DE PAÍSES COM ACORDOS PRIVILEGIADOS COM A MICROSOFT
O código do Windows
visto por dentro
D
OIS ENGENHEIROS da Uni-
dade de Missão Inovação
e Conhecimento (UMIC)
vão ser os primeiros
programadores em Por-
tugal, fora da Microsoft, a poderem
consultar o código-fonte dos sistemas
operativos mais usados em todo o
mundo. O desafio é garantido pela
assinatura de um acordo de adesão
ao Government Security Program,
da Microsoft, por parte do Governo
português, representado pela UMIC.
Portugal junta-se, assim a uma
lista de mais de 60 países cujas
autoridades já formalizaram com
a Microsoft um acordo semelhante
— entre os quais se contam a Espa-
nha, Rússia, Reino Unido, Nova
Zelândia, China, Grécia e Austrália.
Mediante a adesão a este programa,
as autoridades governamentais
asseguram a possibilidade de ace-
derem ao código-fonte de versões
actuais dos sistemas operativos
Windows (entre as quais, do Win-
dows 2000, do Windows XP e do
Windows Server 2003, os de maior
relevância para as operações mais
sensíveis na administração pública),
para além de versões betas e “ser-
vice packs”, utilizar os sistemas de
testes e suporte técnico da Microsoft
no desenvolvimento de aplicações e
infra-estruturas de segurança, mini-
mizando as dúvidas e aumentando o
conhecimento dos programas desta
empresa de “software”.
No acordo, está previsto o alarga-
mento deste tipo de acesso a outros
profissionais da administração
pública que necessitem de conhecer
o código e se submetam ao mesmo
processo de validação e de assina-
tura pessoal de um contrato de confi-
dencialidade — que obriga a que, no
prazo de um ano após o último acesso
ao código-fonte, não desenvolvam
código similar.
Diogo Vasconcelos, gestor da
UMIC, assinala que este acordo vem
ao encontro da necessidade de garan-
tir os níveis de segurança desejados
para os sistemas informáticos da
administração pública. Este é, aliás,
o principal propósito do Government
Security Program, criado pela Micro-
soft em 2003.
Embora se especule que este
programa se destina a contrariar
o movimento de adesão de alguns
governos aos sistemas operativos
de código-fonte aberto (o chamado
“open source”) — por considerarem
que, desta forma, asseguram a pela
possibilidade de usarem o conheci-
mento desse mesmo código-fonte —,
João Paulo Girbal, director-geral da
Microsoft Portugal, explica que é
mais uma resposta à necessidade
manifestada pelas autoridades
governamentais para olharem com
mais atenção e de forma adequada
o “interior” dos sistemas operativos
que utilizam.
No âmbito do acordo, é ainda
contemplada a transferência de
conhecimento, já que os engenheiros
integrados no protocolo receberão
formação e terão uma ligação pri-
vilegiada aos centros técnicos da
Microsoft. Para além da consulta
do código, através de uma ferra-
menta de análise, os governos podem
assim sugerir alterações à Microsoft
S E G U N D A - F E I R A . 7 . J U N H O . 2 0 0 4
— mas, conforme admite João Paulo
Girbal, tal ainda não se verificou.
Apesar da assinatura do protocolo
com a Microsoft, Diogo Vasconcelos
sublinhou na ocasião que o Governo
português continua a apostar na
diversidade de ambientes e sistemas
operativos, existindo na adminis-
tração pública casos de sucesso de
implantação de ambientes baseados
em sistemas operativos e aplicações
de “open source”.
A própria UMIC, nos projectos
que tem liderado, tem insistido na
pluralidade —justificou o gestor
deste órgão, responsável pela con-
cretização das políticas do Governo
para a sociedade da informação
e a inovação. É o caso do projecto
e-U Campus Virtuais, onde os estu-
dantes podem utilizar qualquer
das plataformas de “software” para
interagirem com as redes sem fios a
serem disponibilizadas nas universi-
dades, e a recente criação de Salas
TIC, com a integração, nos computa-
dores dos alunos do ensino secundá-
rio, de matérias relativas tanto aos
sistemas operativos Windows como
ao Linux. ● FÁTIMA CAÇADOR / Casa dos Bits
CA cria centro em Barcelona…
As pequenas e médias empresas (PME) passaram
definitivamente a constituir um alvo incontornável mesmo
para os grandes fornecedores de tecnologias de informação.
No quadro da sua estratégia de aumentar a rendibilidade e a
penetração no mercado das PME da Europa, do Médio Oriente
e de África (EMEA), a Computer Associates (CA) anunciou
recentemente a abertura de um Centro de Interacção com
o Cliente (CIC) em Barcelona (Espanha). A criação deste CIC
resulta de a empresa considerar que ele constituirá uma
forma de detectar oportunidades entre as PME em toda a
geografia da EMEA e, ao mesmo tempo, conseguir transferir
essas oportunidades para serem desenvolvidas localmente
pelos parceiros. Segundo a CA, a equipa do CIC irá centrar-
se, inicialmente, na obtenção de um crescimento da quota
de mercado criando procura por parte do utilizador final,
através dos seus canais de parceiros. Por outro lado, apostará
na coordenação do apoio técnico de alto nível para parceiros
através de uma infra-estrutura avançada de tecnologias de
informação, envolvendo as melhores práticas e uma equipa de
engenheiros de “software”. ●
… dirigido em especial às PME
A abertura, pela Computer Associates, do Centro de Interacção
com Clientes (CIC) em Barcelona representa, para a empresa,
uma nova e importante etapa na sua estratégia para alargar
a sua área de intervenção nas pequenas e médias empresas
(PME), e reforçar a aposta no desenvolvimento dos seus
parceiros e revendedores em toda a Europa. Ao CIC caberá
detectar e tratar oportunidades de negócio nessa “franja
de mercado”,sendo essas oportunidades posteriormente
transferidas para desenvolvimento por parceiros com o
apoio da equipa de canal da CA em cada país — afirma José
Pedro Carvalho, director-geral da subsidiária portuguesa da
Computer Associates.“Para Portugal, cujo tecido empresarial
é maioritariamente constituído por PME, isso irá traduzir-se
numa melhoria significativa da imagem e reconhecimento
da CA, assim como num veículo adicional de crescimento de
negócio para a empresa e para os seus parceiros.”O CIC irá
desenvolver-se com base na experiência de sucesso do CIC
de Tampa, na Florida (EUA), maximizando as suas aplicações
internas, metodologia e recursos de formação e outras
infra-estruturas que podem ser facilmente aplicadas no canal
europeu. ●
Mediabooks faz a sua feira do livro
Pelo quarto ano consecutivo, a Mediabooks, a maior livraria
virtual do país, permite fazer uma visita “on-line”à Feira do
Livro e fazer as suas compras sem que o utilizador saia de
casa, apresentando-lhe 38 mil livros disponibilizados por 70
editoras. Basta entrar no “site”www.mediabooks.pt e fazer a
escolha, com direito a descontos entre os 15 e os 20 por cento.
Quem viver em Portugal Continental e fizer encomendas de
valor superior a 40 euros não pagará os portes de envio. A
Mediabooks proporciona ainda o pagamento das compras
através de Multibanco, MBNet, cartão de crédito, cheque e à
cobrança, sendo os pagamentos electrónicos certificados pelo
sistema da Verisign. O respectivo servidor seguro cifra todos
os dados confidenciais relativos ao cartão de crédito e outros,
de modo a que estes não circulem legíveis pela Internet. A
www.mediabooks.pt é uma loja global que dispõe de uma
base de dados com mais de 80 mil referências de livros, vídeos,
DVD, jogos, multimédia, revistas e E-books. ●
computadores .7
 Q
UANDO uma
O O2P na Gunnar Dafgard empresa como a
Coca-Cola se vê
Na fábrica de ultracongelados da Gunnar Dafgard, forçada a fazer
em Kallby, no Sudeste da Suécia, a solução de gestão uma retirada
operacional O2P, da portuguesa Opensoft, assegura a de produtos do mercado
gestão diária de um total de 4000 paletes de produtos por causa de um problema
para distribuição, das quais 3000 completas e 1000 detectado apenas numa
em “picking” (paletes que têm de ser formadas com grade de garrafas ou num
produtos diferentes). A empresa portuguesa concluiu lote específico, os custos
em Março último a instalação na empresa sueca, com a da operação (e de imagem)
migração para a versão 3 do O2P. são elevados. Uma jovem
O projecto incluiu a integração com o sistema de empresa portuguesa cha-
gestão empresarial SAP R/3 e com os terminais mada Opensoft desenvol-
de identificação automática por radiofrequência veu uma solução que, entre
utilizados pelos operadores “no terreno”. Centrada na outros atributos, é capaz
reengenharia das operações logísticas da Dafgard, com de evitar este tipo de situ-
o SAP WM (Warehouse Management, módulo do SAP ações. Chama-se O2P —
R/3) como base, o objectivo era “tornar mais fiável e Open Operational Platform
operacional a gestão dos armazéns e a sua integração — e é um “software” que
com a linha de produção”. estende o sistema de gestão
integrada SAP R/3 até à
área operacional de uma
empresa ou instituição,
com “reduções de custos e
ganhos de produtividade,
num prazo muito curto”.
Esta solução, desen-
volvida pelos engenheiros
portugueses da Opensoft,
está actualmente a fun-
cionar no Grupo Jerónimo
Martins, em Portugal e
na Polónia, e na Gunnar
Dafgard, na Suécia. Com o
O2P, esta empresa sueca,
líder no mercado nórdico de
produtos alimentares ultra-
congelados, já conseguiu um
aumento de 30 por cento na
sua capacidade de distribui-
ção, com uma redução da
mesma ordem (30 por cento)
Os ganhos já se verificam a vários níveis, de acordo nos custos operacionais.
com os indicadores divulgados pela Opensoft. Para Com uma facturação de
começar, passou a ser possível rastrear os lotes de 1,4 milhões de euros no ano
matéria-prima, aumentando de 300 a 400 (apenas lotes passado, os responsáveis da
de produto acabado) para 1400 o número total de lotes Opensoft esperam em 2004
controlados diariamente. Esta informação é importante chegar aos 2,2 milhões.
para o controlo de qualidade e permite evitar retiradas Alargar a base de clientes
totais de produto do mercado em caso de problemas
ocorridos apenas num determinado lote.
Também a capacidade de distribuição aumentou, de
600 para 1000 paletes de “picking” e de 1500 para 3000
paletes completas por dia, com uma redução de 30 por
é o grande desafio para
este ano, a par do reforço
da internacionalização. O
Ministério das Finanças,
para o qual desenvolveram a
cento nos custos operacionais. O nível de qualidade
do serviço — que tem em conta a quantidade de erros
cometidos — passou de menos de 90 para mais de
99 por cento a nível interno e de menos de 92 para
mais de 98 por cento a nível externo (operações para
actual versão do serviço “on-
line” Declarações Electróni-
cas, foi o primeiro cliente.
Mas cedo perceberam que
“havia no mercado espaço
o cliente). “Dados operacionais correctos são a base de
boas decisões de negócio”, conclui, em comunicado, o
director de sistemas de informação da Gunnar Dafgard,
Daniel Stenmark.
A Dafgard é, refere a Opensoft, a maior empresa
para produtos de logística”
— e lançaram-se no desen-
volvimento do O2P.
Foi no Verão de 2001 que
José Vilarinho começou a
totalmente privada do sector alimentar na Suécia. Com achar que existia uma opor-
mais de 1200 trabalhadores e um volume de negócios tunidade de mercado (de
superior a 160 milhões de euros, produz todos os nicho) no desenvolvimento
dias 80 mil “pizzas”, 1,3 toneladas de “tortellinis”, 1,8 de aplicações complexas
toneladas de almôndegas e 60 mil refeições rápidas, para a Web e ambientes de
em 22 variedades. ● R.H.F. elevado desempenho. Este
sócio fundador da Opensoft
e director responsável pelo
desenvolvimento específico
Opensoft - Soluções de soluções Web trabalhava
Informáticas Lda. então numa empresa que for-
necia soluções para o Minis-
Data da criação: Setembro de 2001 tério das
Origem dos capitais: privados nacionais Finanças. R I TA H A S S E
Actividade: desenvolvimento e instalação de solu- Não estava
ções Web complexas e para ambientes de elevado satisfeito e, já depois da
desempenho, nomeadamente na área da logística carta de demissão entregue,
Principais produtos: serviços (70 por cento da constituiu então a Opensoft
facturação) como empresa unipessoal.
Nº de empregados: 20 Começou a trabalhar nos
Média de idades: 27 anos primeiros projectos, para o
Cotada em bolsa: Não Ministério das Finanças, na
Facturação anual (2003): 1,4 milhões de euros área dos sistemas de gestão
Crescimento médio (2002-2003): 150 por cento da (entretanto defunta)
Internacionalização: 18 por cento da facturação contribuição autárquica e,
URL: http://www.opensoft.pt em meados de 2002 (for-
malmente, em Dezembro), a
Opensoft passou a empresa
computadores .8 S E G U N D A - F E I R A . 7 . J U N H O . 2 0 0 4
Lda., com a entrada de mais ANDRÉ RUIVO
dois sócios: Luís Pereira e
Filipe Janela, director respon-
sável pelos sistemas de logís-
tica — sempre com recurso a
capitais próprios. “Atraves-
sámo-nos pessoalmente na
empresa”, comenta Janela. O
capital social inicial de 5000
euros foi aumentado para
50.000, o que, segundo este
director, é importante para
a credibilidade da empresa.
A Opensoft tem um escritório
tecnológico no Taguspark,
em Oeiras, e outro, adminis-
trativo, em Silves (Algarve)
simplesmente porque José
Vilarinho é de lá e “surgiu a
oportunidade”.
A decisão de “embarcar
nessa aventura” em muito se
deve à complementaridade
das competências tecnológi-
cas dos sócios — José Vila-
rinho na área das soluções
para a Web e Filipe Janela
na dos sistemas complexos
para a logística, por exemplo
—, mas não só. “Tínhamos
ideias convergentes a mais
do que um nível”, explicou
a Computadores Filipe
Janela, nomeadamente
sobre o negócio. Partilhavam,
entre outras, uma visão de
empresa onde as pessoas são
o recurso mais importante.
De cinco empregados em
Julho de 2002, a Opensoft
passou a contar com 12 no
final desse ano, 17 em 2003
e agora 20 — das quais, 16
com formação tecnológica, 12
dos quais de nível superior.
Neste ano deverão entrar
mais três ou quatro pessoas. OPENSOFT AJUDA JERÓNIMO MARTINS
Todos os trabalhadores
estão no quadro e, de acordo
com os dois sócios, não existe
rotação de pessoal: quem
entra não sai, pelo menos até
agora. Mais recentemente,
começaram a investir na
formação especializada de
Tecnologia
recém-licenciados e mesmo
de finalistas. A qualifica-
ção dos empregados é uma
aposta: neste momento,
quatro estão a fazer pós-gra-
para optimiz
duações e a Opensoft acolhe
dois projectos de conclusão
de licenciatura. A colabora-
ção com as universidades
também é valorizada e a
de bens al
empresa tem a colaboração
de académicos em projec- Em paralelo, continua- a que um sistema não con-
tos específicos, “de ponta”, vam a decorrer os projectos verse com o outro”.
segundo José Vilarinho. para a Web. O “grande Foi esta versão que
trabalho” de 2002, segundo começou a ser instalada
A oportunidade sueca José Vilarinho, foi mesmo na Jerónimo Martins em
Com a junção de compe- a versão actual do sistema Agosto de 2003 — depois de
tências entre Vilarinho de entrega de declarações um contacto iniciado ainda
e Janela, a aposta no “on-line” do Ministério das em 2002 e que se materia-
desenvolvimento de um Finanças, que gera um trá- lizou primeiro nos armazéns
“software” de gestão opera- fego intenso e tem milhões de distribuição da cadeia
cional baseado em tecnolo- de utilizadores registados. Biedronka (“joaninha”, em
gias da Web O início de 2003 foi uma polaco), que o grupo detém
FERREIRA era óbvia. altura de consolidação e na Polónia. A Jerónimo
Em 2002, organização interna, uma Martins é um dos maiores
contactaram a Gunnar vez que “tinha entrado clientes de SAP R/3 em Por-
Dafgard, que gostou da muita gente”, observam os tugal, com um volume de ope-
solução da Opensoft. O directores. Além disso, o rações muito significativo, e
O2P apresentava a solução O2P continuou em evolução apresentava “os mesmos
para problemas específicos na Dafgard e foi certificado sintomas de dificuldades
que a empresa tinha na pela SAP, ganhando “outro que a Dafgard”, segundo os
altura, como a necessidade nível de credibilidade”, responsáveis da Opensoft.
de aumentar a capacidade sublinha José Vilarinho. “É No segundo semestre
logística a par da instalação uma questão muito impor- de 2003, foi também fir-
do SAP R/3. A primeira ins- tante”, frisa Filipe Janela. mada uma parceria com a
talação, do O2P 1.0, foi feita “Quando se gasta alguns Siemens para o desenvolvi-
em Novembro desse ano, na milhares em ‘software’, o mento de aplicações basea-
Dafgard. cliente não se quer arriscar das em tecnologias da Web

E EMPRESA SUECA GUNNAR DAFGARD
portuguesa
zar a gestão
imentares
— nomeadamente, um sis-
tema de avaliação de riscos
de processos de negócio. No
Ministério das Finanças, a
Opensoft deu início à ins-
talação dos novos sistemas
para a gestão do patrimó-
nio, motivada pela entrada
em vigor dos “novos” impos-
tos IMI e IMT. O trabalho
continua, actualmente, ao
nível do sistema de gestão
do imposto de selo. Outro
cliente é a CP-Caminhos
de Ferro Portugueses, cujo
sistema de gestão de bilhe-
teiras conta com desenvol-
vimento da Opensoft.
Automatizar a gestão
operacional
O O2P é, então, um “sof-
tware” do tipo “chave na
mão”, que prolonga o sis-
tema de gestão empresarial
integrada da SAP até “ao
terreno”. Isso não significa
que o R/3, como solução
de gestão centralizada que
abarca todas as potenciais
áreas de uma empresa
(desde os recursos humanos
ao planeamento ou à própria
logística) não tenha uma
visão da gestão operacional;
mas não gere necessaria-
mente as operações e muito
menos as gere necessaria-
mente bem, argumentam os
directores da Opensoft.
Nas palavras de Filipe
Janela, o SAP R/3 é um sis-
tema que “está desenhado
para os decisores, não para
quem cria a informação” e
cujo objectivo é “dar à gestão
a informação necessária para
tomar decisões”. O sistema de
ERP (Entreprise Resource
Planning) da SAP foi uma
“escolha” natural não só por
ser líder de mercado mas
porque apresentava “carên-
cias” específicas ao nível da
área operacional — justificam
os responsáveis da Opensoft.
Segundo José Vilarinho,
o que o O2P faz é simplificar
as operações, transformando
a linguagem do operador
(um empregado de arma-
zém, por exemplo), que deve
ser simples e eficiente, em
linguagem do R/3 (para deci-
sores). Esta é também uma
questão de automatização:
nos armazéns da Gunnar
Dafgard, onde os emprega-
dos andam munidos de um
terminal móvel com leitor
de códigos de barras, o O2P
permitiu reduzir o tempo
de processamento de cada
palete de produto acabado
de três a quatro minutos
para apenas 15 segundos.
Exclusivamente com o R/
3, as várias fases da recepção
da mercadoria — descarga do
camião, recepção do “stock”,
identificação das paletes,
impressão de etiquetas, etc.
— seriam feitas em sepa-
rado e manualmente, com
os empregados a terem de se
deslocar até um computador
para a inserção dos dados. O
O2P, pelo contrário, permite
a extensão do sistema até
ao operador, mobilizando o
sistema até às suas mãos,
resume Filipe Janela.
Uma das grandes van-
tagens é a diminuição dos
erros, que é importante para
qualquer negócio, mas de
forma particular na indús-
tria alimentar, onde está em
causa a saúde das pessoas.
Como empresa de ultracon-
gelados, era importante para
a Dafgard garantir a inexis-
tência de erros na validade da
matéria-prima, por exemplo
(ver caixa). Segundo Filipe
Janela, só com o R/3 não era
possível ter essa qualidade
— e a respectiva certificação.
“A SAP diz que tem
uma ferramenta que faz o
mesmo, mas nós discorda-
mos”, afirma, com um sor-
riso, Filipe Janela. Existem
no mercado, aliás, outras
ferramentas que podem ser
consideradas concorrentes
do O2P, mas, segundo José
Vilarinho, a solução da
Opensoft caracteriza-se por
um importante elemento
diferenciador: o facto de ser
um “software” “de persona-
lização e não de desenvol-
vimento”, mas flexível. O
que isto quer dizer é que,
além de ser uma solução de
“chave na mão” (a instalação
no cliente não requer progra-
mação, reduzindo os custos
de instalação e de manuten-
ção), o O2P permite “alterar
processos de negócio muito
rapidamente”, garante o
sócio fundador.
Objectivo América
Latina
O nível de risco para o cliente é
também menor, refere Filipe
Janela, porque o O2P “tem a
grande vantagem de ter
cristalizado um conjunto de
melhores práticas logísticas”,
dando ao cliente o “conforto
de ver que o seu problema
já está resolvido”. O O2P
permite, por outro lado, uma
S E G U N D A - F E I R A . 7 . J U N H O . 2 0 0 4
alteração de conceitos para os
clientes, defende José Vilari-
nho, que estão habituados a
pensar naquilo que o R/3 os
deixa fazer e não naquilo
que querem fazer — e como
podem alterar ou comple-
mentar o sistema de forma
a consegui-lo.
Além de reduzir ou
impedir os erros, permitir
uma gestão exacta das ope-
rações, automatizar tarefas,
reduzir o tempo de proces-
samento e oferecer uma
interface mais adequada ao
operador, o O2P tem uma
vantagem “intrínseca”: é
que a área operacional é a
área da empresa onde mais
facilmente se pode rentabi-
lizar, poupando e gerando
ganhos, refere José Vila-
rinho. É igualmente uma
solução independente do
“hardware” e muito virada
para a mobilidade, podendo
mesmo ser utilizada com
telemóveis. A Opensoft
está, aliás, a estudar um
projecto em que a transfe-
rência de dados será feita
via GPRS.
Até final de 2004, a
grande novidade para o
O2P em termos tecnológicos
deverá mesmo ser a altera-
ção para uma plataforma
de “open source” — como
a Java Enterprise Edition
(J2EE). A actual solução
foi desenvolvida com tec-
nologias abertas (Web)
mas sobre ferramentas
Microsoft. Esta mudança
advém, de acordo com José
Vilarinho, da necessidade
de integrar o O2P completa-
mente com o SAP, para que
funcione como se fosse um
módulo do próprio sistema
de ERP e não um produto
à parte.
Com clientes em três
países europeus, a Open-
soft quer neste ano reforçar
a sua internacionalização e
aposta na América do Sul —
com o Brasil como porta de
entrada para outros países.
O objectivo é também que
as vendas lá fora passem a
representar 25 por cento do
volume de negócios global.
À pergunta sobre qual
tinha sido até agora o
momento mais crítico da
empresa, Filipe Janela res-
pondeu que “é o presente” e
explicou: “Porque queremos
ter um crescimento signifi-
cativo”. Mas “em 2001, as
perspectivas eram piores”.
Os dois sócios sentem que
existe hoje uma maior
abertura por parte do mer-
cado do que há dois anos.
Para o director responsável
pelos sistemas de logística,
“o mercado está claramente
com uma perspectiva dife-
rente do investimento”
— menos irracional e mais
realista. E o planeamento
do retorno (do investimento)
passou a ter de ser “muito
bem explicado”, observa,
por seu lado, José Vilari-
nho. O que para a Opensoft
é muito bom, garante Filipe
Janela, uma vez que “é fácil
explicar como é que o O2P
vai trazer retorno”. ●
computadores .9
 CIBERTERRORISMO E PRIVACIDADE EM DEBATE NA ORDEM DOS ADVOGADOS

O ‘annus horribilis’
do direito tecnológico
O
NDE COMEÇAM as necessida- Perante o espanto na forma como
des legislativas e policiais estas questões são levadas a Conselho de
e termina a privacidade Ministros ou à Assembleia da República,
individual? Há ou não uma Teixeira da Mota salientou ainda duas
exigência social, em nome do questões para a falta de associação cívica
cada vez mais generalizado termo “terro- na defesa destas questões. Por um lado, as
rismo”, para atentar contra as liberdades pessoas estão preocupadas com a sobrevi-
cívicas de todos os cidadãos? O que está a vência económica, o que as fragiliza para
fazer Portugal no panorama legislativo? as lutas sociais. Por outro lado, o associati-
Estas questões estiveram, na semana vismo cívico em Portugal é mínimo e ainda
passada, presentes no debate organizado menos nas questões relacionadas com as
pela Ordem dos Advogados (OA), com a tecnologias ou a privacidade individual.
presença de José Magalhães, deputado do “Desde 1994, andámos muito”, salientou
Partido Socialista, Ana Roque, professora José Magalhães; “mas não nas questões
na Universidade Autónoma de Lisboa, cívicas”, rematou Pedro Amorim.
e Francisco Teixeira da Mota, advogado Lopes Rocha lembrou, nesse sen-
(e consultor jurídico do PÚBLICO), e tido, haver uma quase inexistência de
os moderadores Pedro Amorim e Lopes conhecimento em Portugal do que é feito
Rocha, da secção de Direito das Novas em Bruxelas, um secretismo e défice de
Tecnologias e Comércio Electrónico da OA. “transmissão para o público” nacional. Um
Neste terceiro debate — os anterio- exemplo recente foi a questão das paten-
res foram sobre o cibercrime e o projecto tes de “software”, em que Portugal votou
MyLifeBits (ver “Pelo Direito ao Esque- a favor, sem que se saiba que organismo
cimento”, Computadores de 22-3-2004) ou político liderou a votação nacional (ver
—, Pedro Amorim começou por explicitar caixa “A incógnita da votação nacional nas
algumas interrogações e reflexões sobre o fora dos casos em que já há credencial “outros instrumentos para se cair em exces- patentes de ‘software’”). ●
quadro legislativo nacional ou propostas para [a Polícia Judiciária] actuar”. sos”. A professora da UAL salientou que, “a
ainda em discussão naquilo que classi- Magalhães prossegue alertando que par da falta de produção legislativa”, está
ficou como um “annus horribilis” para o “o resultado desta forma de intervenção também “preocupada com a falta de quali-
direito tecnológico em Portugal. legislativa avulsa é muito insatisfatório dade” dessa mesma produção. A incógnita da votação
O jurista referia-se ao regime jurídico e, na verdade, insustentável. A Comis- Já para José Magalhães, “a questão é
da obtenção de prova digital electrónica, são Nacional de Protecção de Dados que não estamos a agir sozinhos” e se tem nacional nas patentes
que prevê o acesso a dados dos conteúdos [CNPD], felizmente, estabeleceu, através de olhar para os “parceiros europeus”, sendo de ‘software’
de, por exemplo, men- da Deliberação n.º 61/2004, “errado agir como se fôssemos os Estados
sagens de E-mail. Falou PEDRO FONSECA princípios orientadores da Unidos”. O conhecimento da lei deste país Não se sabe quem representou
também do Orçamento sua acção, o que é de aplau- “é importante” mas exige uma análise e um Portugal na reunião do Conselho
de Estado, onde constam três alterações dir, mas não basta, e a multiplicação de enquadramento do ponto de vista nacional. Europeu em que o tema das patentes
legislativas que permitem “o acesso indis- situações pode gerar perdas de eficácia Este enquadramento é, no entanto, de de “software” foi discutida e votada.
criminado” a dados fiscais e da segurança ou atentados, não apenas por invasão da difícil substância adaptável porque, para “Deveria ser simples a resposta,
social pelas forças policiais, sem qualquer privacidade, mas, pelo contrário, por mau Pedro Amorim, os EUA podem impor à mas não é”, refere José Magalhães
controlo judicial. uso, ou défice de uso, da videovigilância Europa e a Portugal certas regras. O no seu blogue parlamentar. “Uma
Finalmente, sobre a questão da video- para fins que são bons. Não se deve ter jurista deu o exemplo de um banco nacio- singularidade europeia: este tema
vigilância, remeteu para um texto de José uma atitude de satanização da videovigi- nal a quem as autoridades norte-ameri- é debatido no Conselho sobre
Magalhães publicado no blogue parlamen- lância [...], deve ter-se uma atitude de uso canas pedem extractos de conta de um Competitividade, ‘faute de mieux’.
tar República Digital, onde, sobre o debate regrado e enquadrado da videovigilância determinado cidadão: O banco recusa, ao Logo, são as gentes da Economia que
no Parlamento, é dito que “temos uma lei com respeito pelos direitos, liberdades abrigo da lei portuguesa, e os EUA amea- debatem as subtilezas jurídicas”.
provisória a vigorar para o Euro 2004 em e garantias”. Em resumo, referiu, falta çam com o encerramento das respectivas O deputado socialista lembra que “há
matéria de videovigilância mas as autori- “uma lei-quadro para a videovigilância, delegações. Só restaria à instituição ban- um pequeno memo oficial sobre a
dades criminais, no último dia da vigência como Espanha e França têm, e é preciso cária fornecer os dados requeridos pelas reunião” do referido Conselho, realizada
desse diploma, ficarão sem meios para fazer isso em Portugal”. autoridades norte-americanas… a 17 e 18 de Maio, em que “Portugal
actuar neste domínio”. “Isto é, é urgente Para Ana Roque, “a luta contra o ter- “Há que evitar dois males opostos”, votou a favor” e só a Espanha se opôs,
aprovar legislação estável e estrutural rorismo está a ser usada” como desculpa salienta José Magalhães, “não se pode com a abstenção de Áustria, Itália
sobre o uso de meios de videovigilância e não convém que a pressão do terrorismo brincar com o terrorismo e a acção policial e Bélgica. Uma tabela das posições
por autoridades de investigação criminal, conduza à pressão sobre a Constituição e necessita de meios”. Não vê “na armadura dos eurodeputados portugueses nas
legal um impedimento a lutar” contra o reuniões de 2003 sobre este assunto
terrorismo mas também concorda que encontra-se em www.ffii.org.uk/votes/
O perigo da destruição do modelo democrático este “não pode ser usado para combater a swpat/country/PT.html .
armadura constitucional”. Para o deputado Sobre o mesmo assunto, várias vozes
Um dia após o debate na Ordem dos Advogados, Ana Roque escreveu no seu blogue socialista, Portugal tem leis “e não há vazio criticaram o modelo seguido por
Modus Vivendi (em www.amata.blogspot.com ) algumas reflexões sobre o mesmo. Sob legal”. Há também uma transposição “atem- Portugal. Bruno Dias, deputado do
o título “Terrorismo(s)”, afirma ter percebido “melhor a ausência de política do Governo pada” das directivas comunitárias (apesar PCP, escreveu na semana passada
em matéria de sociedade da informação”, nomeadamente que “a duvidosa técnica de referir mais tarde alguns atrasos nessa sobre o tema, num artigo denominado
utilizada para transpor a Directiva que dá origem ao novo diploma do Comércio transposição) mas somos um “’case study’ “Software na UE: A Caixa de Pandora”,
Electrónico não é a única questão, como bem salientou José Magalhães”, mas também de inexplicabilidade”: nota-se uma “polí- publicado no Expresso Online (http:
“os atrasos incompreensíveis em matérias que aguardam regulamentação são ainda tica errática” sem coordenação, apesar da //online.expresso.pt/opiniao_int/
mais preocupantes, como é ilustrado em matéria de videovigilância”. existência da Unidade de Missão Inovação artigo.asp?id=24744666).
A autora refere pensar “na completa perversidade do terrorismo, que pode bem vir e Conhecimento (UMIC), “com diferentes A Associação Nacional para o Software
a ganhar em qualquer caso: por um lado, atenta contra o modelo de democracia entidades a agir, com legislação avulsa”. Livre (Ansol) — em www.ansol.org
ocidental, criando insegurança, pânico, dor, ganhando quando atinge esse objectivo José Magalhães salientou ainda o — tem dinamizado um protesto sobre
funesto; por outro lado, ao reagir contra ele, os Estados podem cair na tentação de “timing” ditado para certas alterações estas questões, salientando que “será
ameaçar o próprio modelo de democracia que representam, fazendo perigar aquilo legais por “opções políticas muito marca- ilegal utilizar na Europa a maioria do
que é o seu próprio fundamento — os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos tais das pelo caso Casa Pia” e que “é inapagá- ‘software’ se esta perigosa directiva for
como os entendemos nesta zona do mundo. vel e terá questões funestas” no futuro. O adoptada sem emendas adequadas”.
Só uma utilização cirúrgica (e muito controlada) de qualquer restrição às liberdades deputado salientou ainda que “o cruza- Aproveitando as próximas eleições
dos cidadãos, sujeita a ampla fiscalização por instâncias de regulação — como, mento de dados” ou o referido (por Pedro europeias, a Ansol aponta pistas
em Portugal, a Comissão Nacional de Protecção de Dados —, reforçada com o Amorim) acesso aos dados fiscais ou da para questionar os candidatos ao
accionamento dos tribunais competentes em matéria constitucional, tanto a nível de segurança social “é uma questão princi- Parlamento Europeu sobre a directiva,
fiscalização preventiva como de apreciação de casos concretos, poderá limitar o perigo pal” e “aparece entre uma ‘cena de estalos’ disponível em http://kwiki.ffii.org/
de destruição do modelo que nos levou tanto tempo e esforço a construir”. ● P.F. entre o Ministério da Justiça e a CNPD”, ?MepV0405En . ● P.F.
tendo assim avançado.

computadores .10 S E G U N D A - F E I R A . 7 . J U N H O . 2 0 0 4
 INVESTIMENTOS EM PARCERIAS COM FORNECEDORES DE ‘SOFT WARE’
IBM quer chegar às PME
de todos os sectores
A
JUDAR OS PARCEIROS a
desenvolver soluções
adequadas a pequenas
e médias empresas
(PME) e abarcar os mais
diversos sectores de actividade são
dos principais objectivos da IBM
— daí o investimento em parcerias
com fornecedores independentes de
“software” (os chamados ISV) e a
realização, nos passados dias 3 e 4
de Junho, de uma conferência. Em
La Gaude, junto a Nice (França), os
responsáveis da IBM falaram dos
seus esforços para impulsionar o
desenvolvimento de aplicações.
A IBM pretende disponibilizar
soluções completas aos seus clientes,
tal como referiu Lesley Norris (na
imagem), directora da IBM para a
área dos fornecedores independentes
de “software”: “São essas soluções
que temos vindo a adquirir e nos
levam a ter um conjunto de parcerias
com diversas empresas” — referindo
ainda que a IBM não está interes-
sada em entrar na área das apli-
cações, a não ser desta forma, em
conjunto com parceiros de negócio.
Não desenvolvendo internamente
as várias aplicações, a IBM pretende
apoiar a sua rede de parceiros atra-
vés de diversas iniciativas, nomeada- maioritariamente
mente com o objectivo de os interligar constituídos
entre si e de divulgar o que tem sido pequenas e médias
feito em vários países e nas mais
diversas cidades. “Estabelecer uma
rede de parceiros é muito importante
para a IBM”.
Lesley Norris destaca ainda a
importância de se encontrar uma
forma eficaz de escolher, para cada
caso e em cada país, a aplicação
certa. “Se estivermos apenas em
França, nunca saberemos qual pode-
ria ser a aplicação certa para ser
utilizada numa pequena fábrica em
Itália. Só com os parceiros certos é
que isso se consegue fazer.”
São vários milhares os fornece-
dores independentes de “software”
que são parceiros da IBM e o número
tende a aumentar porque também
tem crescido o número de PME, a
quem este tipo de
aplicações se des- ISABEL GORJÃO SANTOS
tina. “Por norma, a em La Gaude (França)
IBM centrava-se no
mercado das grandes empresas mas
o mercado das pequenas e médias
organizações tem crescido muito
rapidamente, o que justificou esta
estratégia, adoptada há dois ou três
anos”. Durante este período, a IBM
procurou começar a explorar o mer-
cado das PME, “que não é composto
apenas por um ou dois sectores, pois
envolve hospitais, clínicas, empresas apenas relacionada com o entrete-
de todo o tipo”.
Lesley Norris considera que as
PME percebem a importância de
tornar o seu negócio mais eficiente
e, por consequência, mais lucrativo:
“Se aumentar a eficiência implica
investir em tecnologias de informa-
ção e em novas soluções, então as
empresas fazem-no, na expectativa
de obter um rápido retorno do seu
investimento. A pergunta principal
é: o que é que eu posso fazer para
melhorar os resultados?”
O apoio dado pela IBM aos seus
parceiros contempla diversas inicia-
tivas, da formação presencial à infor-
mação disponibilizada através de
um “site” dedicado aos fornecedores
independentes de “software”.
A responsável pela área dos ISV
da IBM considera que Portugal,
bem como Espanha ou Itália, são
mercados típicos para as soluções
dado o número de PME existentes.
“São alguns exemplos de mercados
por
organizações, e que,
portanto, repre-
sentam uma boa
oportunidade de
investimento”.
Também Andrea
Gambetti, respon-
sável da IBM pelo
desenvolvimento
de negócios em
mercados conside-
rados “emergentes
e competitivos”
na Europa, Médio
Oriente e África (EMEA), salientou
que as pessoas da IBM dedicadas
a esta área gastam uma boa parte
do seu tempo a identificar parceiros
de negócio e novas oportunidades.
Entre as diversas
áreas que Gambetti
considerou funda-
mentais para as
PME e nas quais a IBM tem vindo a
desenvolver projectos, estão o multi-
média digital, os portais de negócio, a
integração entre diferentes sistemas
e ainda o Linux.
Michel Duponchel, vice-presi-
dente da IBM para a área de Digital
Media na EMEA, considerou que a
área de multimédia digital não está
nimento, pois tem vindo também
“a impulsionar os negócios, a trans-
formá-los e a acrescentar-lhes valor”.
A necessidade de as empresas se
adaptarem também ao mundo “wire-
less” e de disporem de aplicações
adaptadas às novas necessidades
foram também salientadas.
O Linux e os sistemas de código-
fonte aberto foram igualmente
abordados, desta vez por Adam
Jollans, responsável pela estratégia
de “marketing” da IBM em torno do
Linux. A possibilidade de modificar
as aplicações e a capacidade de
S E G U N D A - F E I R A . 7 . J U N H O . 2 0 0 4
suportar um ambiente heterogéneo,
em termos de “hardware”, foram
algumas das vantagens apontadas
ao Linux, tendo Jollans referido que
75 por cento dos parceiros da IBM
para a área de desenvolvimento de
aplicações para PME já possui apli-
cações em Linux ou está a planear
fazê-lo a curto prazo. “Os ISV têm
vindo a investir no Linux, os clientes
das pequenas e médias
empresas estão a usar
aplicações em Linux
e essa aposta está a
tornar-se cada vez
mais interessante”.
No final do mês
passado, a IBM anun-
ciara que 400 ISV
haviam aderido ao
PartnerWorld Indus-
try Networks, um
programa lançado pela
empresa há dois meses
para ajudar estes seus
parceiros a desenvolve-
rem aplicações e solu-
ções para sectores específicos. Entre
esses 400 ISV, estão cerca de 200
empresas norte-americanas, uma
centena da EMEA e outras tantas
asiáticas. Neste ano, a IBM prevê
investir mil milhões de dólares em
programas dedicados aos ISV, como
é o caso do PartnerWorld Industry
Networks, que comporta sobretudo
os sectores da banca, dos mercados
financeiros, da saúde, das ciências
da vida, do retalho e das telecomu-
nicações.
Também dedicado aos ISV, a
IBM inaugurou, em La Gaude, um
Digital Media Solutions Centre para
o desenvolvimento de soluções para
as PME que servirá toda a EMEA
e ficará localizado no laboratório de
desenvolvimento que a IBM já pos-
suía nesta cidade francesa.
Ao novo centro caberá ajudar
os cerca de 90 mil parceiros da
IBM na área do desenvolvimento
de aplicações a aproximarem-se
das necessidades das PME. “Inau-
gurar o Digital Media Centre em
La Gaude significa que a IBM
estará apta a trabalhar de forma
ainda mais próxima com os ISV,
levando até aos clientes soluções
válidas e que podem ser adoptadas
de imediato”, considerou Michel
Duponchel. ●
computadores .11
 .com
Autodesk cresceu 41 por cento
A Autodesk, empresa de “software” de projecto e conteúdos digitais,
anunciou os resultados financeiros do seu primeiro trimestre fiscal
de 2004, findo a 30 de Abril. O volume de negócios atingiu os 298
milhões de dólares, mais 41 por cento face aos 211 milhões de dóla-
res registados no mesmo período do ano anterior. O lucro líquido no
trimestre foi de 43 milhões de dólares (ou de 49 milhões de dólares
numa base pró-forma). Este lucro líquido pró-forma exclui encargos
de reestruturação de 8 milhões de dólares. No exercício anterior, o
lucro líquido do primeiro trimestre foi de 8 milhões de dólares, não
tendo havido ajustamentos pró-forma. Os proveitos do programa
de subscrições aumentaram 56 por cento em relação ao ano ante-
rior, ascendendo a 37 milhões de dólares. No que respeita aos lucros,
as margens operacionais melhoraram 15 pontos percentuais em
relação ao primeiro trimestre fiscal de 2004, situando-se nos 18 por
cento. Excluídos os custos de reestruturação, a margem operacional
pró-forma ascendeu a 21 por cento no trimestre. ●
EMC alargou a sua quota de mercado
A EMC alargou a sua quota de mercado na área dos sistemas de
armazenamento de informação. Segundo a empresa de estudos
de mercado Gartner, esse sector valeu cerca de 12.900 milhões
de dólares em 2003, tendo a EMC alcançado 20,6 por cento do
mercado de armazenamento externo. No mês passado, a Gart-
ner reportou que a EMC foi também o principal fornecedor de
“software” de gestão de armazenamento, em 2003, liderando
o mercado de 5000 milhões de dólares com 28,3 por cento de
receitas, quase 10 por cento à frente do seu concorrente mais pró-
ximo. Segundo Howard Elias, vice-presidente executivo da EMC,
“o aumento de quota de mercado em 2003 reflecte o sucesso dos
produtos da EMC e comprova o papel estratégico que o arma-
zenamento em rede e o ‘software’ de gestão desempenham nos
sistemas informáticos dos clientes de qualquer dimensão”. Howard
Elias adiantou ainda que, “ao longo dos dois últimos anos, a EMC
procurou disponibilizar plataformas de armazenamento escaláveis,
flexíveis e que podem rapidamente assimilar as últimas tecnolo-
gias para acrescentar valor ao negócio dos clientes”. ●
Receitas da APC cresceram 14 por cento
A American Power Conversion Corporation (APC) anunciou os
resultados do primeiro trimestre de 2004, tendo registado recei-
tas na ordem dos 351,8 milhões de dólares, o que representa
um aumento de 14 por cento face aos 309 milhões de dólares
alcançados no primeiro trimestre de 2003. Os resultados líquidos
do trimestre foram de 34,7 milhões de dólares, tendo aumentado
16 por cento quando comparado com os 30 milhões do período
homólogo de 2003.“Estamos muitos satisfeitos por começarmos
o ano com um desempenho tão saudável no primeiro trimestre,
incluindo o crescimento dos resultados líquidos, que excedeu
computadores .12
o crescimento das receitas”, disse Rodger Dowdell, presidente
da empresa. “Entrámos em 2004 com uma posição financeira e
competitiva fortíssima, e estamos a impulsionar essa força em
todos os nossos negócios. É evidente que as soluções da APC
são reconhecidas pelos clientes através das suas aplicações de
redes, como verificámos com o crescimento nos nossos prin-
cipais segmentos de negócio”. O segmento “Small Systems” da
APC, no qual se integram as UPS e os produtos de gestão para
PC, servidores e mercados em rede, produziu receitas na ordem
dos 275,1 milhões de dólares, o que representa 79 por cento das
receitas globais do trimestre. ●
Galp e EDS reforçam parceria
A Galp Energia e a EDS prolongaram por mais um ano o actual
contrato de prestação de serviços de sistemas de informação em
regime de “outsourcing”, inicialmente celebrado no final de 1997
pelo período de 10 anos, ficando agora válido até ao final de
2008. Desde 1998 que a EDS gere os sistemas de informação da
Petrogal e, após 2001, alguns sistemas da Galp Energia. Tais siste-
mas incluem as aplicações de suporte ao negócio, diversas com-
ponentes de infra-estruturas e comunicações. Segundo Manuel
Ferreira, responsável pelos sistemas de informação da Galp
Serviços, “o processo de renegociação, que decorreu durante o
final do ano de 2003, pautou-se por uma grande abertura por
parte da EDS face às necessidades da Galp Energia”. Para além de
se adaptar o contrato às novas realidades, foram introduzidos
mecanismos que permitirão à Galp Energia melhorar o serviço
prestado. José Lloret, director de operações da EDS Portugal, con-
siderou que o novo contrato “vem reforçar a parceria já existente
entre as duas empresas e traduz a aposta da EDS no principal
negócio, que é a gestão de sistemas de informação”. ●
… & pessoas
SÉRGIO SEQUEIRA é o novo director-geral da subsidiária por-
tuguesa da Netsize Portugal. Sérgio Sequeira desempenhava,
desde 2002, a função de assessor do presidente da comis-
são executiva da Optimus. De 1998 a 2000, trabalhou como
consultor na McKinsey & Company, tendo realizado diversos
projectos nas áreas de telecomunicações, seguros, petróleo e
gás natural. Ingressou na Optimus em 2001, onde desenvolveu
projectos para o mercado de retalho e serviços para o mercado
empresarial. ●
JORGE SALAMANCA é o novo director-geral da Sun Microsys-
tems Portugal. Até agora, Jorge Salamanca desempenhava a
função de director da divisão de serviços na Sun Microsystems
em Portugal. Josmar Ribeiro, o director-geral cessante da Sun
Portugal, passará a ocupar o cargo de director executivo ibérico.
Jorge Salamanca tem 42 anos e trabalha na Sun Microsystems
desde 2000. ●
S E G U N D A - F E I R A . 7 . J U N H O . 2 0 0 4
dica
Acrescentar a opção de Safe
Mode ao Menu de Arranque
Quando se tem problemas com o Windows XP, é muitas
vezes necessário reiniciar repetidas vezes o sistema em
Modo de Segurança — o chamado (em inglês) Safe
Mode, modo em que o Windows arranca só com parte
das suas configurações, sendo a mais visível a resolução
de ecrã, que é reduzida para o modo VGA.
Num computador típico, para se aceder ao Menu de
Arranque do Windows — onde é possível escolher o
arranque em Modo de Segurança —, é preciso carregar na
tecla F8 quando o Windows começa a ser carregado. Ao
fazê-lo, aparece o Menu de Arranque onde estão disponíveis
várias opções de arranque, sendo as três primeiras as opções
do Modo de Segurança: simples, com rede ou com linha de
comandos. Com as setas direccionais do teclado, escolhe-se
o modo pretendido e depois o sistema arranca.
Mas é possível fazer aparecer logo no início do arranque
uma versão simplificada deste menu. Para isso, tem que
se editar o ficheiro Boot.ini, o que se faz através do painel
de controlo Sistema (Iniciar > Painel de Controlo, depois
escolher Desempenho e Manutenção e, em seguida,
Sistema; também se pode usar o atalho de teclado
Tecla do Windows + Tecla Pause/Break). No separador
Avançadas do painel de controlo, na área Arranque e
Recuperação, carrega-se no botão Definições: abre-se
uma nova janela com aquele nome (como se pode ver na
imagem) e aqui carrega-se no botão Editar.
Abre-se então o ficheiro Boot.ini numa sessão do Bloco de
Notas. O conteúdo deste ficheiro costuma ser o seguinte:
[boot loader]
timeout=30
default=multi(0)disk(0)rdisk(0)partition(1)WINDOWS
[operating systems]
multi(0)disk(0)rdisk(0)partition(1)Windows=”Microsoft
Windows XP Professional” /fastdetect
Copia-se a seguir a última linha e cola-se no fim do
documento. Depois, substitui-se “Microsoft Windows XP
Professional” por “Safe Mode”.Por último, há que substituir o
parâmetro “/fastdetect”.Há três configurações possíveis para
o parâmetro de configuração do arranque em Safe Mode:
- “/safeboot:minimal” permite arrancar no Modo de
Segurança simples;
- “/safeboot:network” é para arrancar com rede;
- “/safeboot:minimal(alternateshell)” para arrancar com
linha de comandos.
Ainda se pode acrescentar outros parâmetros, como, por
exemplo, “/sos” (que mostra o nome dos controladores
de dispositivos à medida que eles são carregados, o
que permite descobrir possíveis controladores que não
“entrem”), “/bootlog” (que cria um ficheiro com o nome
Ntbtlog.txt na pasta do Windows, com a listagem de
tudo o que é carregado no arranque).
A linha a acrescentar no Boot.ini poderia, então, ficar
com o seguinte aspecto:
multi(0)disk(0)rdisk(0)partition(1)Windows =”Safe Mode”
/safeboot:minimal /sos /bootlog ● JOSÉ DOUTIL
 FICHA S H A R E WA R E
POWERPOINT2DVD, DA WONDERSHARE SOFT WARE

Passar dos ‘slides’

Editor
Rui Jorge Cruz
Redactores, colaboradores
e cronistas
Ana Gerschenfeld, Ana Machado,
André Ruivo, António Granado,
Casa dos Bits, Fernando Santos,
Helena Viegas, Henrique Carreiro,
Henrique Saias, Isabel Gorjão
Santos, João Cruz, José Antunes,
José Doutil, Luís Félix, Miguel
Crespo, Nuno Bernardo, Paulo
Almeida, Pedro Fonseca, Rita
Cruz, Rita Hasse Ferreira
Secretariado
Paula Dias
Paginação
Ana Carvalho, Ivone Ralha,
Hugo Pinto, Jorge Guimarães
Projecto Gráfico & Designer
Luis Carlos Amaro/
Gráficos à Lapa
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para escolas e instituições de
solidariedade social. Preços
especiais para Macau, Timor, São
Tomé e Guiné. Os preços incluem
IVA à taxa legal em vigor.
a um vídeo
O
POWERPOINT, da Micro-
soft, veio revolucionar
a forma como apre-
sentamos informação
a uma audiência. Seja
em conferências, apresentações
comerciais, reuniões ou mesmo na
sala de aulas, oradores, gestores
ou professores já não prescindem
do seu computador portátil, ligado
a um projector de vídeo, para apre-
sentarem as suas ideias, produtos
ou dados a partir de “slides” cria-
dos no Powerpoint. Este é um dos
casos em que o nome do produto
define não só a sua própria catego-
ria mas uma metodologia própria.
Devido ao impacto desta aplica-
ção na vida moderna, várias empre-
sas desenvolveram utilitários e
funcionalidades que pretendem
melhorar a vida de quem recorrer
com alguma frequência a este pro-
duto da Microsoft. Um desses pro-
dutos é o Powerpoint2DVD, uma
ferramenta que permite trans-
formar apresentações criadas no
Powerpoint em DVD de vídeo, que
podem ser corridos em qualquer
PC ou leitor doméstico de DVD. Ou
seja, para fazer uma apresentação,
o utilizador já não necessitará de
levar o seu portátil e projector de
vídeo: no local onde a apresentação
será realizada, apenas necessitará
de uma televisão e de um leitor de
DVD.
Para as empresas,
Powerpoint2DVD vem trazer várias
possibilidades na apresentação de
produtos ou serviços. Se, até agora, o Para além de encontrar um mercado
resultado final de um trabalho reali- nas empresas de pequena e média
zado no Powerpoint era um ficheiro
.ppt — que poderia ser corrido em
qualquer computador equipado
com o mesmo programa —, graças
ao Powerpoint2DVD o
resultado final poderá NUNO BERNARDO
ser um filme em DVD
que, tal e qual os ficheiros Power-
point, poderá conter textos, ima-
gens, sons e ficheiros de vídeo. Desta familiar. No final, converte o ficheiro
forma, o resultado final poderá
correr em qualquer lado, mesmo
onde não exista um computador.
Por este motivo, esta pode ser uma
ferramenta para a criação de DVD
de apresentação de novos produtos
que as empresas podem enviar aos
seus clientes.
O Powerpoint2DVD permite a
qualquer utilizador de computa-
dor, mesmo aos menos esclarecidos
o no que se refere às novas tecnolo-
gias, criar os seus próprios DVD e
distribuí-los a amigos e familiares.
dimensão, o produto pode ser usado
com sucesso em casa. Recorrendo
às fotografias da última festa de
aniversário, a alguma criatividade
e ao Powerpoint, da
Microsoft, o utilizador
poderá criar uma apre-
sentação divertida, que demonstre a
alegria e a animação desse encontro
criado usando o Powerpoint2DVD e
o resultado é um DVD, que poderá
ser usado em qualquer leitor domés-
tico de vídeos DVD.
A utilização do programa é bas-
tante simples. Após ter criado a sua
apresentação, o utilizador deverá
seleccionar a opção Converter para
DVD, que irá surgir na interface
gráfica do Microsoft Powerpoint
após se ter instalado correctamente
a ferramenta Powerpoint2DVD. Ao
seleccionar a opção Converter para
DVD, o utilizador deverá responder
a um conjunto de questões a fim de
personalizar o seu trabalho. Uma
dessas questões tem a ver com a
funcionalidade Autoplay, que per-
mite ao DVD gravado correr auto-
maticamente mal seja inserido num
leitor de DVD (tal e qual os filmes
comerciais que se compra em DVD).
O utilizador poderá ainda adicionar
um tema musical (ou vários) para
acompanhar a apresentação, além
de escolher se pretende que a cadên-
cia dos “slides” seja automática (com
um intervalo de x segundos entre
eles) ou manual, com durações dife-
rentes para cada “slide”.
Na lista de funções do
Powerpoint2DVD, vamos encon-
trar o suporte para a tecnologia
MiniDVD, que permite a criação
de discos compatíveis com a tecno-
logia DVD mas a partir dos simples
CD-ROM e com apenas 23 minutos
de duração. Em muitos casos, a
tecnologia MiniDVD será mais do
que suficiente para se gravar o
trabalho final, evitando que o uti-
lizador tenha de adquirir um dos
novos gravadores de DVD dispo-
níveis no mercado. Para usar esta
tecnologia, apenas necessitará de
um vulgar gravador de CD-ROM e
de um disco CD-R.
Para além do Powerpoint2DVD,
a editora Wondershare Software
possui dois outros programas
que apostam no mesmo conceito:
converter ficheiros para filmes a
gravar em DVD. O Photo2DVD
permite a criação de filmes DVD a
partir de uma selecção de fotogra-
fias digitais, enquanto o FlashonTV
permite a criação de filmes DVD a
partir de animações de Flash. Este
último pode ser muito interessante
para os criadores de animações em
Flash e que assim pretendem distri-
buir o seu trabalho de forma mais
universal — em vídeo DVD.
O Powerpoint2DVD é um
produto muito interessante para
quem use com frequência o Micro-
soft Powerpoint. Permite gravar
os “slides” do programa num
formato mais universal, o Video
DVD, sendo, por isso, uma ferra-
menta essencial nos departamen-
tos de “marketing” de pequenas
e médias empresas. O programa
tem um custo de 60 euros para
uso doméstico e de 130 euros para
uso profissional. Mas, como todos
os programas de “shareware”,
o leitor poderá testar as suas
funcionalidades durante um perí-
odo de 30 dias. Para obter a sua
cópia gratuita deste “shareware”,
digite http://www.powerpoint-to-
dvd.com no seu “browser”. ●

S E G U N D A - F E I R A . 7 . J U N H O . 2 0 0 4 computadores .13
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4”x 5”; detecção de 512
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E-mail: antonio_augusto_
sousa@hotmail.com
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Data: 24-06-2004 a 26-06-2004 disco Western Digital 320 MB;
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Zona Porto, Feira e arredores.
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Local: Genebra, Suíça Contacto: 93 809 38 82
URL: www.rsp-workshop.org E-mail: antonio_augusto_
sousa@hotmail.com
Placa gráfica
IOLTS 2004 - 10th IEEE International On-Line Testing nVidia Ge-Force 2 MX400
64MB, AGP 2x/4x, com TV
Symposium out. Preço: 35 Euros
Data: 12-07-2004 a 14-07-2004 (discutível).
E-mail: ei02088@fe.up.pt
Local: Funchal, Ilha da Madeira Portátil Intel
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Disco 40Gb, Monitor 17”,
E-mail: jct@inesc-id.pt Combo Leitor (Dvd) e
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Contacto: Secretariat COMPAQ Armada 110
E-mail: webmaster@socrt.org (portátil)
P3 800 Mhz; 192 Mb SDRAM;
URL: www.socrt.org 10 GB disco rígido; CD-Rom
24X; Placa Som Integrated
16-Bit; 1.44 Mb Disquete
MWSCAS 2004 – International Midwest Symposium 3,5’’; Placa Gráfica Trident
on Circuits ans Systems CyberBlade 3D 8 Mb;
Data: 25-07-2004 a 28-07-2004 Modem Fax V.90 56K;
Placa Rede Ethernet; Ecrã
Local: Hiroshima, Japão Cores 14’’ Matriz Activa TFT;
URL: huis2.huis.hiroshima-u.ac.jp/mwscas04 MS Windows Milenium.
Grande Lisboa.
Contacto: tel. 965076944;
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CD-RW 48- 16-48; ATI Radeon
9000 com 128 MB e TV in/
out; Audigy 2; Soundblaster
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ou Power MAC G3/G4 - OS
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239995314 (Lousã-Coimbra)
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E-mail: christian@netc.pt
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 JOGOS

‘EURO 2004’

Portugal já é campeão
A
CERTEZA de vitória é, por
enquanto, apenas em formato
virtual — quanto ao real, logo
se verá. Mas, em plena Euro-
mania, quem é que não quer
tentar levar a equipa lusa à vitória? E é
para todos os portugueses, os tais que estão
convocados por “mister” Scolari, que o jogo
oficial do Euro 2004 foi criado.
Claro que não é bem assim, pois a febre
estende-se a pelo menos todos os outros países
participantes na fase final do campeonato, e
os muitos dólares ou euros pagos à UEFA pela
Electronic Arts irão certamente ser compen-
sado pelos milhões de cópias vendidas. Neste
caso, pode dizer-se que os jogadores virtuais esperam lá passar. E, com os comentários de fácil jogar mesmo sem experiência; mas, por Título “Euro 2004”
podem ficar satisfeitos. Não só podem levar a Jorge Perestrelo e Hélder Conduto aos jogos, outro, para fazer a diferença, é preciso apren- Estilo Desporto 8/10
equipa das quinas à vitória, como podem ver está-se mesmo em casa. der a dominar muito bem os pormenores da Plataforma PlayStation 2, PC e Xbox
em campo os seus ídolos. Do ponto de vista do jogo, não há muitas interface, o que, dependendo da plataforma, Produtor Electronic Arts
Evolução natural da série “FIFA”, este inovações, estando estas centradas em nem sempre é muito fácil — por exemplo, Distribuidor Electronic Arts
“Euro 2004” permitirá aos jogadores habituais novas habilidades para os jogadores; mas quando, em simultâneo, se tem de controlar Edição Maio 2004
sentirem-se em casa, com a dife- há bastantes aperfeiçoamen- a força e a direcção.
rença de terem agora apenas MIGUEL CRESPO tos, em particular a nível da Para dar realismo ao jogo, as condições
selecções europeias. Mas como inteligência dos jogadores. A meteorológicas alteram-se e o desempenho Além do modo Euro 2004, há hipóteses
a Europa já não é o que era, há 51 equipas, com mecânica-base, essa, não apresenta gran- dos jogadores sofre variações tendo em conta o de treinar, fazer torneios ou cumprir desafios,
os principais jogadores com nomes reais e até des variações em relação ao que é norma moral e o cansaço, mas também se são “estre- entre outros, mas não há truques na manga,
feições modeladas em 3D (tal como os árbitros), no estilo, começando o jogo-base nas qua- las” num de quatro tipos de acção: desarmar, como era tradição. Como convém, o jogo está
para que a empatia seja total. lificações e terminando com a final… se o driblar, correr ou rematar. totalmente em português, uma mais-valia
No caso português, há ainda mais atrac- jogador conseguir lá chegar. A componente de gestão é reduzida à para ajudar à universalização de “Euro 2004”
tivos, nomeadamente o facto de os desafios se Tratando-se de um jogo-espectáculo, escolha dos 22 convocados (a partir dos 40 — um jogo feito à medida de Portugal e dos
disputarem nos estados reais do Euro, recria- “Euro 2004” aposta bastante na componente jogadores de cada países), do 11 inicial e das portugueses, e que vai ser muito jogado por
dos até ao pormenor. Por isso Luz, Dragão, festiva. As repetições são completamente substituições. O apoio é dado através de essa Europa fora… e não só. Bem construído,
Alvalade XXI, Municipal de Braga e todos os televisivas, os hinos nacionais são realistas, o boletins informativos, “olheiros” que expli- tecnicamente bom, “Euro 2004” está adequado
outros são palcos para os desafios, podendo público incita os jogadores e estes festejam. cam o tipo de jogo do adversário ou mesmo a todo o tipo de jogadores, num compromisso
servir de habituação prévia ou recordação O jogo, em si, tem dois níveis de dificul- de médicos, que alertam para o estado de sempre difícil de encontrar. Agora só falta que
dos bons momentos que todos os adeptos dade implícitos. Por um lado, é relativamente cada atleta em campo. o mundo real imite o virtual… ●

S E G U N D A - F E I R A . 7 . J U N H O . 2 0 0 4 computadores .15
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