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Apresentação

Módulo 2 - Planejamento e fortalecimento do espaço educador

Apresentação ................................................................................................................................................................................................. 3
Objetivo ........................................................................................................................................................................................................... 3
Conteúdo programático ............................................................................................................................................................................ 3
Introdução....................................................................................................................................................................................................... 3
Aula 1 – A importância do planejamento ..................................................................................................................................... 6
Aula 2 – Como elaborar um bom projeto....................................................................................................................................12
A) Marco Lógico .............................................................................................................................................................................16
Aula 3 – O projeto político pedagógico (PPP) ..........................................................................................................................21
3.1 - A elaboração do Projeto Político Pedagógico .................................................................................................................26
Aula 4 – Diagnóstico participativo – Parte 1 .............................................................................................................................39
4.1 - Mapeamento e diagnóstico da realidade ..........................................................................................................................39
4.2 - O Diagnóstico Rápido Participativo (DRP) ........................................................................................................................43
4.2.1 - Realizando um DRP.................................................................................................................................................................44
Aula 5 – Diagnóstico Participativo – Parte 2 .............................................................................................................................50
5.1 - Ferramentas para o diagnóstico ............................................................................................................................................50
5.2 - Elaborar o plano de ação .........................................................................................................................................................59
Aula 6 – Estratégias para fortalecimento de equipe .............................................................................................................61
Aula 7 – Parcerias e Fontes de Financiamento .........................................................................................................................67
Referências Bibliográficas ..................................................................................................................................................................72
Referências Bibliográficas Complementares.............................................................................................................................73

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Apresentação

Olá! Bem-vindo(a) de volta. No primeiro módulo, você adquiriu conhecimentos que te ajudaram a
compreender os fundamentos da Educação Ambiental, sua trajetória e contexto histórico, além do papel das
Salas Verdes e dos educadores. Também pôde perceber os conceitos da educação ambiental no exercício da
prática educativa.
A partir de agora, você iniciará o módulo 2. Mas antes disso, é importante que você conheça os objetivos
e o conteúdo programático, vamos lá?

Objetivo
Instrumentalizar educadores e educadoras ambientais de modo que possam exercer sua
autonomia e que os espaços educadores sejam fortalecidos.
Promover o estudo reflexivo sobre:
 A importância do planejamento;
 Como elaborar um bom projeto;
 O projeto político pedagógico (PPP);
 A importância de um diagnóstico participativo e como realizá-lo;
 Estratégias para fortalecimento da equipe; e
 Parcerias e fontes de financiamento.

Conteúdo programático
Elaboração de projetos;
Elaboração do Projeto Político Pedagógico;
Importância do diagnóstico e como realizá-lo;
Fortalecimento de parcerias;
Fontes de financiamento.

Introdução
Os espaços educadores desenvolvem inúmeras ações educativas, abordando variadas temáticas
socioambientais e envolvendo os mais diversos públicos. A realização de todas essas ações implica em
resultados concretos, tais como: centenas ou milhares de pessoas alcançadas, dezenas de atividades realizadas,
estabelecimento de diversas parcerias, entre outros.

Nesse contexto de intenso trabalho, onde se insere o Projeto Político Pedagógico - PPP?
Por que elaborar ou revisar o PPP?

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Para que as ações de Educação Ambiental, realizadas por meio dos espaços educadores em todo o
território nacional, permaneçam e se ampliem, é importante que sejam desenvolvidas no âmbito de um Projeto
Político Pedagógico estruturante. Grande parte das dificuldades enfrentadas pelos espaços educadores podem
ser sanadas ao se consolidar um bom planejamento, e, portanto, um PPP.

Com um PPP contextualizado e bem concatenado, o espaço educador tem grandes chances de obter
apoio para os seus trabalhos, seja por meio do fortalecimento de parcerias, seja por meio de recursos externos
(concorrendo a editais, por exemplo), ou mesmo se organizando internamente.

Foto: Sala Verde Paraíba do Sul (Volta Redonda - RJ) - Parte da equipe de trabalho da Sala Verde Paraíba do Sul.

Trataremos aqui de conceitos importantíssimos para sua atuação como educador(a) ambiental, como a
importância do planejamento, como elaborar um bom projeto e, em específico, um bom Projeto Político
Pedagógico. Abordaremos ainda a importância do diagnóstico e como realizá-lo. Também serão identificadas
possíveis fontes de recursos e dicas de como fortalecer o trabalho em equipe.

Para os temas tratados neste módulo, recomendamos a leitura integral das seguintes publicações do
MMA, das quais extrairemos textos indicados para estudo. Seria bastante interessante aprofundar nessas obras
em sua íntegra, pois esclarecem muito sobre a base conceitual da Educação Ambiental e PPP. São elas:

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Para o melhor rendimento e aproveitamento de seus estudos, dividimos o conteúdo desse módulo em
7 aulas. Conheça-as abaixo e, na sequência, inicie a primeira aula.

Aula 1 - A importância do planejamento


Aula 2 - Como elaborar um bom projeto
Aula 3 - O projeto político pedagógico (PPP)
Aula 4 - Diagnóstico participativo – Parte 1
Aula 5 - Diagnóstico participativo – Parte 2
Aula 6 - Estratégias para fortalecimento de equipe
Aula 7 - Parcerias e Fontes de Financiamento

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Aula 1 – A importância do planejamento

Planejar é prever, antecipar mentalmente os resultados, a prática, ou seja, programar ações e resultados
almejados. Quando se sabe aonde se quer chegar e como fazer para chegar lá, fica muito mais fácil tomar
decisões. Para PADILHA (2008), a atividade de planejar é intrínseca à educação por suas características básicas
de evitar o improviso, prever o futuro, estabelecer caminhos que podem nortear mais apropriadamente a
execução da ação educativa.

Sem planejamento, as ações vão acontecendo conforme as circunstâncias, ou seja, baseadas na


improvisação ou na reprodução mecânica de práticas anteriores. Assim, não há avaliação dos resultados,
nem ajustes das necessidades para se chegar ao objetivo desejado.

Assim, o planejamento é importante para que a Educação Ambiental aconteça de maneira socialmente
engajada e comprometida, ciente de sua intencionalidade, e não perdida na prática pela prática.

Além disso, ações sem planejamento levam a contratempos, a grandes esforços dispendidos nas ações,
assim como a maiores gastos de recursos e tempo.

Assista a animação “Ormie” da Arc Production – Animation & video effects, disponível
no link https://www.youtube.com/watch?v=EUm-vAOmV1o e reflita:

Em que momento da minha atuação como educador(a) ambiental eu poderia ter realizado
minhas ações com mais facilidade e sem tantos percalços se houvesse planejado melhor?

Ressaltamos até aqui como o planejamento é importante para atuação do educador ambiental. Contudo,
você já parou para pensar no que exatamente esse conceito implica? Em outras palavras, o que exatamente
significa planejar?

“Planejamento é um processo que se preocupa com


“para onde ir” e “quais as maneiras adequadas de chegar
lá”, tendo em vista a situação presente e possiblidades
futuras, para que o desenvolvimento da educação atenda
tanto as necessidades do desenvolvimento da sociedade,
quanto as do indivíduo.” (COROACY, 1972, p. 79 apud
PADILHA, 2008, p. 31)

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“Planejar, em sentido amplo, é um processo que visa
dar respostas a um problema, estabelecendo fins e meios
que apontem para sua superação, de modo a atingir
objetivos antes previstos, pensando e prevendo
necessariamente o futuro, mas sem desconsiderar as
condições do presente e as experiências do passado,
levando em conta os contextos e os pressupostos
filosóficos, cultural, econômico e político de quem planeja
e de com quem se planeja.” (PADILHA, 2008, P. 63)

“Pensar antes de agir. Organizar a ação. Adequar


meios a fins e valores. Estas expressões sintetizam o
conceito de planejamento, considerando-o uma técnica,
uma ferramenta para a ação.” (FONSECA; NASCIMENTO;
SILVA, 1995, apud PADILHA, 2008, p. 31-2)

Podemos dizer que planejar é “um caminho, uma ambiência espacial e temporal de encontro
democrático, coletivo, crítico e criativo, para que possamos viver e transformar a realidade que hoje temos
na realidade que queremos.” (PADILHA, 2008, p. 27)

É um processo permanente e contínuo


É sempre voltado para o futuro
Visa à racionalidade da tomada de decisões
É sistêmico
É flexível a ajustes e correções
Deve otimizar a alocação de recursos
Deve ser sempre avaliado e replanejado.

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Leia o conto “A Parábola do Velho Lenhador”.

Certa vez, um velho lenhador, conhecido por sempre vencer os torneios que participava, foi desafiado por
um outro lenhador jovem e forte para uma disputa. A competição chamou a atenção de todos os
moradores da localidade. Muitos acreditavam que finalmente o velho perderia a condição de campeão
dos lenhadores, em função da grande vantagem física do jovem desafiante.

No dia marcado, os dois competidores começaram a disputa, na qual o jovem se entregou com grande
energia e convicto de que seria o novo campeão. De tempos em tempos olhava para o velho e, às vezes,
percebia que ele estava sentado. Pensou que o adversário estava velho demais para a disputa, e continuou
cortando lenha com todo vigor.

Ao final do prazo estipulado para a competição, foram medir a produtividade dos dois lenhadores e
pasmem! O velho vencera novamente, por larga margem, aquele jovem e forte lenhador.

Intrigado, o moço questionou o velho:

Não entendo, muitas das vezes quando eu olhei para o senhor, durante a competição, notei que
estava sentando, descansando, e, no entanto, conseguiu cortar muito mais lenha do que eu, como
pode?!
Engano seu! Disse o velho. Quando você me via sentado, na verdade, eu estava amolando meu
machado. E percebi que você usava muita força e obtinha pouco resultado.

Agora que você já leu o conto “A Parábola do Velho Lenhador”, reflita:


Qual a relação existente entre esse conto com o ato de planejar?

É importante garantir a socialização do ato de planejar, que inclui também o acompanhamento e a


avaliação da própria ação educativa.

“Simplesmente, não posso pensar pelos outros, nem


para os outros, nem sem os outros.” (Paulo Freire)

O planejamento, na abordagem de uma educação cidadã, está ligado à dialogicidade, ou seja, na


possibilidade de todos que estão envolvidos no processo educativo possam opinar e construir o planejamento
de forma participativa e democrática. Lembrando que diálogo, segundo Paulo Freire ,

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“é o encontro amoroso dos homens que,
mediatizados pelo mundo, o “pronunciam”, isto é, o
transformam, e, transformando-o, o humanizam para a
humanização de todos.” (FREIRE, 1983, p. 43)

Quando a equipe que executará as ações educativas participa do planejamento, todos se sentem parte
e se identificam com o projeto, o que resulta em comprometimento e engajamento. Diferentemente do que
acontece no planejamento não dialógico, que “convoca” as pessoas a se engajarem.

Quando um planejamento é realizado de maneira participativa, caracteriza-se, por si só, como um


processo educativo, porque se trata de um espaço para que as pessoas possam explicitar suas ideias, afinar suas
visões de mundo, seus sonhos, seus desejos e apresentar suas especialidades, experiências e competências

Além disso, promove o fortalecimento da equipe do espaço educador ou Centro de Educação Ambiental,
uma vez que as pessoas passam a se conhecer melhor e constroem um sonho coletivo para realizarem
cooperativamente. Vale lembrar que “o grupo é mais do que a soma das interações entre os indivíduos que o
constituem” (BERNARD apud PADILHA, 2008, p. 47).

“O planejamento participativo implica autonomia de


cada comunidade em escolher o seu caminho,
considerando que cada experiência é única.”(MDA, 2012)

Para que a participação das pessoas realmente aconteça, é importante lançar mão de metodologias
participativas. Com o apoio e envolvimento de todos na elaboração do planejamento fica bem claro, para cada
um, o que se pretende e o que deve ser feito para se chegar aonde se quer. Assim, na execução do que foi
planejado, a abordagem deixa de ser do comando e controle e passa a ser de corresponsabilidade e
comprometimento.

Quando se planeja, o resultado é um documento, plano de trabalho ou de ação, com ideias claras do
que se quer fazer. As ações são distribuídas no tempo, com informações sobre o que é necessário para executá-
las, como serão executadas e com identificação de quem as executa.

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Foto: Sala Verde de Vera Cruz do Oeste (Vera Cruz do Oeste - PR) – Agricultura faz reunião com equipe de trabalho.

“O Plano é um documento que registra o que se


pensa fazer, como fazer, quando fazer, com que fazer, com
quem fazer. [...] O Plano evita o improviso, o imediatismo,
a ausência de perspectivas, pois ele antecipa, ele prevê. O
Plano passa a ser um referencial, um norte para as ações
educacionais... Planejamento e Plano estão estreitamente
relacionados, mas não são sinônimos. O primeiro
representa o processo e o segundo é um registro do
processo.” (SOBRINHO, 1994 apud PADILHA, 2008, p. 36)

Quando um plano ou projeto é elaborado como resultado de um planejamento, outros planejamentos


mais detalhados e específicos, orientados pelo projeto, acontecerão. É o caso, por exemplo, do detalhamento
das ações (ou atividades) educativas previstas no projeto político-pedagógico. Além disso, quando o projeto
está em execução, atividades de planejamento podem ser frequentemente motivadas pelo processo contínuo
de monitoramento e avaliação do próprio projeto.

Muito bem! Você acaba de concluir a primeira aula do segundo módulo! Depois dela, você certamente
esta muito mais consciente a respeito da importância de se planejar as ações, principalmente quando se trata
das atividades pedagógicas desenvolvidas nos CEAs. Por meio do planejamento, contratempos são minimizados
e os projetos passam a ser executados com mais facilidade, pois os objetivos que se almejam alcançar tornam-
se mais claros.

Além disso, não se esqueça do quão produtivo pode tornar-se o planejamento efetuado de maneira
participativa, que envolva toda a equipe que executará o projeto. Esse é um aspecto tão importante que
trataremos dele com mais detalhes durante as aulas 4 e 5. Por enquanto, mantenha o pensamento de sempre
incentivar o comprometimento da equipe, o que pode ser feito já desde o planejamento!

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Convido você a continuar a expandir seus conhecimentos a respeito de planejamento na próxima aula.
Nela, trataremos da elaboração de projetos, numa visão geral, explicitando cada um dos elementos de sua
estrutura: contexto, justificativa, objetivos, ações, metodologia, recursos, cronograma e monitoramento e
avaliação. Além disso, também trataremos do conceito e importância dos indicadores.

Espero você na próxima aula! Até lá!

A partir do momento em que essa crise humanitária é exposta, e o número de pessoas conscientes de
seu papel nessa empreitada torna-se cada vez maior, as ideologias que permeiam a sociedade passam a ser
repensadas. Como consequência, novas propostas passam a ser consideradas, como os conceitos envolvendo
sustentabilidade.

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Aula 2 – Como elaborar um bom projeto

Olá! Seja bem-vindo(a) à segunda aula desse módulo. Durante a aula anterior, destacamos o quão
importante é o ato de planejar. O planejamento é fundamental para o bom desenvolvimento de um projeto. A
partir dele, é muito mais prático alcançar todos os objetivos propostos.
Tendo em vista sua importância, o próximo passo do nosso estudo é entender como ele se materializa
em um projeto.
Um planejamento completo e eficaz engloba diversas fases e pode seguir formatos diferentes, de
acordo com a necessidade do projeto. Pensando nessa peculiaridade, nessa aula te convido a se debruçar na
questão de como elaborar um bom projeto.
Para fazê-lo em plenitude, trataremos em detalhes a respeito de cada um dos elementos do projeto,
como a importância do contexto e justificativa, a definição dos objetivos, ações e metodologia, além do papel
do monitoramento e avaliação. Dessa forma, cada uma dessas etapas poderá ser facilmente desenvolvida por
você na sua atuação como educador(a) ambiental.

Preparado(a)? Vamos lá!

Todo projeto tem a mesma natureza: trata-se de um documento que explicita um caminhar para
transformação da realidade, detalhando o passo a passo e as condições necessárias para alcançar essa
transformação. A partir de um planejamento, se elabora um documento, com linguagem clara e objetiva,
explicitando os seguintes aspectos:

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Um bom projeto conta com uma boa ideia, coerente com o contexto, bem justificada, e com estratégias
explicitadas e detalhadas, mostrando que é factível atingir o que se pretende.
Um bom projeto é aquele que conta com o envolvimento das pessoas da comunidade e se propõe a
realizar algo que contribuirá para solucionar problemas socioambientais relevantes e/ou realizar mudanças no
sentido de melhoria da qualidade de vida (das pessoas e de outras espécies também). Para que a intervenção
seja dessa natureza, é importante que o projeto seja pensado com base nas demandas concretas da realidade.
Nesse caso, um bom diagnóstico é o caminho. Trataremos desse tópico mais adiante. Também é
importante ouvir as pessoas da equipe, conhecer seus desejos, perfis, que valores motivam o fazer educativo
dessa equipe, a concepção que se tem de Educação Ambiental e o entendimento sobre que realidade se deseja
construir. Se situando com base na leitura da realidade e conhecendo as vontades e ideias das pessoas que
executarão o projeto, já se tem subsídios para escrever o contexto, o histórico, e a justificativa.

Nessa fase, identifica-se a base para a elaboração do projeto: as informações sobre a equipe/instituição
proponente, ou seja, seu perfil socioambiental, seus valores, sua missão, sua concepção de Educação Ambiental.
A partir do conhecimento da realidade, elabora-se uma ideia, um sonho, um desejo de transformá-la. Este é o
objetivo geral, a ideia-chave motivadora do projeto, que indica onde se pretende chegar.

Para alcançar o objetivo geral, é preciso dar passos firmes e certeiros. Esses passos tomam forma por
meio dos objetivos específicos. Para se alcançar os objetivos específicos, é necessário uma programação de
metas (definidas em termos quantitativos e com prazo determinado) e ações (ou atividades).

É importante também descrever como essas ações ou atividades serão realizadas (metodologia ou
desenvolvimento metodológico); quem as realizará (essa informação não precisa necessariamente constar no
projeto que irá concorrer a um edital, mas é muito importante para a equipe se orientar posteriormente, na
execução do projeto); quando (cronograma); o que será necessário para isso e quanto custará (mapeamento
e identificação de recursos ou orçamento).

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O desenvolvimento metodológico descreve como o projeto será realizado, como as atividades serão
realizadas, qual a fundamentação teórica, pedagógica, onde será realizada a atividade, com quem, por quem e
o que será necessário para que ocorra.
Em um projeto, o item mapeamento e identificação de recursos (ou orçamento) deve conter a
descrição detalhada dos investimentos e valores totais necessários para a execução de todas as atividades do
cronograma. Os recursos podem ser solicitados para um financiador e/ou contar com contrapartida de parceiros
e da própria comunidade. Sua estrutura deve conter, basicamente, as seguintes despesas: custos fixos (ou
equipamentos, material permanente), pessoal (considerando encargos sociais), material, transporte,
alimentação, viagens, eventos e outros gastos diversos. A forma de apresentar as informações financeiras
depende da especificidade do formulário de cada edital.

O cronograma é a representação esquemática, gráfica ou numérica das atividades e ações distribuídas


no decorrer do tempo. Preparar um cronograma é representar os objetivos do projeto no espaço e no tempo,
ou seja, explicitar o tempo necessário de execução para cada uma das atividades propostas. Vários autores
aconselham que você utilize sempre o verbo no infinitivo para construir o cronograma.

Quanto à unidade de tempo, a escolha é sempre do projetista. Sugere-se a divisão das atividades em
meses, mas o grau de detalhamento do cronograma é variável, dependendo das necessidades específicas do
projeto. Pode ser mensal, bimestral, trimestral, semestral, anual ou diário. O cronograma pode ser organizado
também em uma matriz, como o exemplo que segue.

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Além disso, há ainda o monitoramento e avaliação, que servem para verificar constantemente se os
rumos trilhados estão conduzindo ao cumprimento dos objetivos propostos em consonância com os
pressupostos sociais, pedagógicos, políticos, ambientais, éticos, econômicos etc., que o espaço educador se
propôs.
O monitoramento é um processo sistemático e contínuo. Por meio dele, é possível verificar o progresso
de cada uma das atividades, conferindo suas alterações no decorrer de determinado período. Para fazê-lo,
devem-se utilizar indicadores preestabelecidos, ou questões periodicamente retomadas (GUIJT, 1999 apud
HOTMAN et al., 2007). Os dados do monitoramento constituem subsídios para avaliação. É importante que o
projeto tenha um marco zero, ou seja, um documento de referência com dados e informações sobre o contexto
e situação inicial. O Marco zero, geralmente elaborado durante o diagnóstico inicial, poderá ser utilizado para
observar as mudanças que ocorrerão ao longo da implementação do projeto.

Dessa forma, sempre que estiver executando o diagnóstico de seus projetos, pense a respeito do marco
zero. Qual a situação inicial do seu contexto de atuação? Onde você deseja chegar? Ao responder essas
perguntas, você conseguirá definir parâmetros bem mais específicos, a partir dos quais você será capaz de
delimitar os indicadores.

Guijt define indicador como:

“...uma característica quantitativa ou qualitativa de um


processo ou atividade sobre o qual se quer medir as
alterações ocorridas.”

“...um indicador apenas é significativo se estiver


diretamente relacionado à informação de que as pessoas
necessitam e, também, se sabem como interpretar ou "ler"
seu sentido. Os indicadores apenas representam uma
realidade bem mais complexa e por isto devem ser
relevantes e precisos o bastante - nem tão perfeitos.
Medindo ou aferindo o mesmo indicador ao longo de
certo período e identificando as variações em seu valor,
pode-se verificar se houve progresso ou retrocesso.”
(GUIJT apud HOTMAN et al., 2007)

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Um indicador deve ter como referência um critério, ou seja, um parâmetro ou resultado almejado.
Recomenda-se citar a fonte de onde o dado do indicador será coletado, por exemplo: lista de presença,
observação, caderno de registros, etc. Segue abaixo exemplos de indicadores em um projeto que tem como
resultado esperado a conservação de espécies nativas.

Esses são apenas alguns exemplos de indicadores possíveis. Projetos diferentes exigirão indicadores
diferentes, então sempre pense em quais seriam as informações mais importantes para ilustrar o progresso das
atividades dos seus projetos. Esses dados, inclusive, são importantíssimos a outro momento: a avaliação. Você
já parou para pensar a respeito do papel dela?

A avaliação é fundamental em um projeto, pois é ela que possibilita identificar se os objetivos estão
sendo atingidos, e se as ações cotidianas estão levando aos resultados esperados. Na avaliação se evidenciam
os gargalos e potencialidades/acertos. Seus resultados criam oportunidades para que reflexões e ajustes sejam
feitos durante o andamento das atividades/ações. A avaliação pode ser realizada pela própria equipe executora,
pela equipe executora juntamente com demais participantes do projeto ou por consultor(es) externo(s).
Existem diversas formas de planejar e organizar as informações do Projeto. Apresentaremos a seguir o
Marco Lógico (Quadro Lógico), um instrumento que facilita os processos de concepção, estruturação, execução,
monitoramento e avaliação de projetos. Essa metodologia permite verificar com clareza a consistência da
estratégia de implementação do projeto.

A) Marco Lógico

Apresentamos a seguir a matriz sintetizada do Marco Lógico, reunindo os itens que o compõem.

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O Marco Lógico consiste em uma matriz que explicita a lógica da intervenção do projeto, ou seja, a
razão pela qual o projeto foi concebido e como será executado. Isso pode ser observado verticalmente na matriz
do Marco Lógico, com base na relação entre os diversos níveis de construção da estratégia do projeto. O
Marco Lógico traz, na vertical, o objetivo superior, o objetivo específico, os resultados esperados e as atividades
que devem ser realizadas para implementação do projeto, conforme abaixo.

O Marco Lógico também prevê a definição dos indicadores para cada um desses níveis, ou seja,
indicadores para analisar o alcance do objetivo superior, do objetivo específico, dos resultados esperados e das
atividades. A equipe deve inserir na matriz, no sentido horizontal, os indicadores, as fontes e os meios de
verificação referentes a cada indicador e os pressupostos ou condições externas que são indispensáveis para
que a estratégia seja bem sucedida.
A definição dessas informações durante o planejamento permite que a equipe do projeto tenha de
forma objetiva e clara como os objetivos, resultados e atividades serão verificados e monitorados.

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Ao estruturar um projeto seguindo o Marco Lógico, é possível observar e interpretar uma série de
informações importantes para o seu acompanhamento e avaliação. Para fazê-lo, é importante organizar tais
informações da melhor maneira possível. Uma das maneiras mais práticas é justamente em forma de tabela,
como destacado por Silva Junior.

"As divisões, em forma de tabela, permitem observar


uma relação de causa e efeito entre os elementos
componentes da matriz, possibilitando formar, as
seguintes hipóteses, segundo Bracagioli Neto, Gehlen, &
Oliveira (2010):

Se as atividades são executadas, são atingidos os


resultados;
Se os resultados são alcançados e os pressupostos
ocorrem, os objetivos do projeto são alcançados;
Se os objetivos do projeto são alcançados e os
pressupostos ocorrem, há uma contribuição
significativa ao objetivo superior ou geral.”
(Silva Junior, 2012, p.35)

Observando a tabela na lógica vertical, pode-se analisar questões como:

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Observando a tabela na lógica horizontal, pode-se analisar como os resultados do Projeto serão
monitorados e verificados de forma clara e específica. A lógica horizontal considera aspectos como:

Os métodos apresentados nessa aula podem auxiliar na sua atuação como educador(a) ambiental.
Espero que, por meio desse aprendizado, você se inspire a elaborar novos projetos, cada vez mais completos e
produtivos!
Lembre-se que contexto, justificativa, objetivos, metodologia, cronograma, monitoramento e avaliação
são todos elementos importantes, que se complementam durante a estruturação de um projeto.
Você percebeu como cada uma dessas informações se completam? O contexto ajuda a definir a
justificativa, que por sua vez reflete nos objetivos. O cronograma organiza o projeto de modo a torná-lo
executável, e seu progresso passa a ser identificado por meio do monitoramento e da avaliação!
É assim que se estrutura um projeto consistente e produtivo! O Marco Lógico, nesse contexto, atua
como um excelente instrumento para a elaboração e bom desenvolvimento do projeto. Utilize essas
metodologias sempre pensando em sua inter-relação.

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E esse assunto não termina por aqui! Na aula seguinte, os pressupostos para a elaboração de um bom
projeto tomarão uma concretude maior, ao se pensar em sua aplicabilidade nos Centros de Educação Ambiental.
Você sabe como se constituem projetos nos CEAs? Discutiremos a respeito disso ao tratarmos do Projeto
Político Pedagógico (PPP)!
Parabéns por concluir mais esse passo na sua jornada de aprendizado! Nos vemos na próxima aula.

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Aula 3 – O projeto político pedagógico (PPP)

Saudações e, mais uma vez, boas-vindas! Nesse ponto de nosso curso, você conhece cada um dos
elementos que compõem um bom projeto (contexto, justificativa, objetivos, cronograma, metodologia,
avaliação, etc). Desse modo, você está mais capacitado a contribuir com o planejamento de qualquer projeto,
de maneira geral.
Agora, chega o momento de falar a respeito de como os projetos tomam forma concreta dentro dos
Centros de Educação Ambiental!
Isso se dá por meio do Projeto Político Pedagógico - PPP, que é o assunto motriz dessa nossa terceira
aula.
Mantenha em mente as técnicas de elaboração de projetos apresentadas durante a aula anterior, pois
elas serão importantes para se pensar a respeito do papel, importância e conceito de PPP.
Preparado(a)? Bons estudos!

O projeto político-pedagógico configura-se como um plano, pois é o resultado de um extenso


planejamento que, constituído no contexto de um espaço educador, imprime uma direção e uma organização
para o seu fazer educativo. Em outras palavras, é a própria identidade dos Centros de Educação Ambiental
(CEAs). Essa direção é indicada por algumas perguntas como: que educação se quer e que tipo de cidadão se
deseja, para que projeto de sociedade? E a direção será resultante do entendimento das pessoas que participam
da construção do planejamento e, portanto, do projeto (PADILHA, 2008).
Tal plano é um projeto porque se trata de uma projeção, de lançar para diante, e nasce de um sonho.

“Todo projeto supõe rupturas com o presente e


promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar
um estado confortável para arriscar-se, atravessar um
período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade
em função da promessa que cada projeto contém de
estado melhor do que o presente.” (VEIGA, 2004, p. 12)

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Político: É político (não partidário) porque há um claro posicionamento, uma intencionalidade
em transformar a sociedade, um compromisso forte com a formação de cidadãos para um
determinado tipo de sociedade.
Pedagógico: E é pedagógico porque é voltado para ações educativas e os fundamentos do
fazer pedagógico (temas e conteúdos, procedimentos metodológicos, tipo de atividades,
interações equipe-público, formas de avaliação do espaço educador e das atividades, etc.).

“Um Projeto Político Pedagógico consiste na


formulação e enunciação de uma proposta educacional, de
suas bases conceituais e políticas até a sua
operacionalização. Qualquer proposta pedagógica
pressupõe um projeto de sociedade, um projeto de ser
humano. O PPP apresenta-se como uma estratégia de
planejamento político, pedagógico, técnico, financeiro,
situacional, material e operacional.” (SILVA, 2005, p. 11)

Em resumo, o PPP tem sido relevante porque:

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Assim, o PPP ajuda a sinalizar a trilha a ser percorrida, seus obstáculos, desvios e atalhos e os meios
pelos quais se pode prosseguir na direção apropriada (SILVA, 2005, p. 19).
O projeto, concretamente, é um documento, resultante do planejamento, que serve, em primeiro lugar,
como bússola ou baliza para a atuação da própria equipe ou instituição. Mas ainda, pode servir como documento
em relações institucionais, para se firmar parcerias, ou seja, pleitear apoio para que o projeto aconteça. Esse
apoio pode se dar de diversas maneiras: doação de materiais, assessoria técnica, disponibilização de espaço, de
transporte, e até mesmo financeiro.
É certo que o processo de planejamento é importante e válido por si só. Todavia, o documento
resultante, o projeto, não deve ser visto como um papel a ser arquivado, mas para ser constantemente acessado,
consultado e ajustado, se necessário. Assim, o PPP está em constante processo de construção e deve ser vivido
por todas as pessoas envolvidas.
Quando o espaço educador vive o seu PPP e frequentemente o repensa, certamente estará sempre
fazendo uma reflexão sobre seus valores, objetivos e finalidades socioambientais e da própria visão de EA, e
sobre o seu fazer educativo, contribuindo também para demarcar uma compreensão de que CEAs não se
restringem meramente à dimensão estrutural (sede, espaços físicos e equipamentos). Além disso, o PPP também
é uma ferramenta importante para a coordenação das ações e para a gestão do próprio espaço educador.

“...o PPP deve ser uma das dimensões iniciais a serem


discutidas e equacionadas em qualquer projeto de
implantação de CEA. Sabemos, no entanto, que há diversas
iniciativas que surgem sem qualquer discussão sobre seu
PPP. Ele é a espinha dorsal de qualquer CEA, representando
toda a sua sustentação ideológica, política, pedagógica,
metodológica e material, ou seja, um importante elemento
estruturante do CEA...” (SILVA, 2005, p. 15)

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“O PPP traz uma visão de educação pautada em uma
visão de sociedade e que, a partir de seus sujeitos e realidade,
é traçada uma proposta de ação pedagógica e social. É,
portanto, um documento identitário, no qual os sujeitos se
veem e atuam sobre as suas demandas e planos, que serão
periodicamente revistos e sistematicamente reconstruídos.”
(SILVA, 2005, p. 12)

Cada espaço educador ou Centro de Educação Ambiental deve ter seu próprio projeto político-
pedagógico, que reflita as demandas de sua realidade, bem como os valores e sonhos de sua equipe educadora
e do público com quem atua. Assim, ao se planejar o PPP, a equipe deve parar para pensar sobre sua visão de
mundo, suas utopias, que mundo pretende construir, em diálogo com o contexto da realidade concreta na qual
está inserida.

Foto: Sala Verde Paraíba do Sul (Volta Redonda - RJ) - Curso para ensinar a população como montar um aquecedor solar de
água com garrafas pet e caixas de leite. (esqueda)
Foto: Sala Verde Bosque John Kennedy (Araguari - SP) - Comemoração da semana da água no Colégio Mais Positivo. (direita)

“As utopias desempenham um papel fundamental na


germinação dos projetos e uma eventual renúncia a elas
poderia significar, simbolicamente, uma perda de vontade de
transformar globalmente a realidade, de construir a história.”
(MACHADO, 1997 apud PADILHA, 2008, p. 77)

24
Muitos documentos síntese, resultantes de conferências, encontros, fóruns, são importantes textos
orientadores ou referenciais para inspirar e fundamentar as práticas em Educação Ambiental. Esses documentos,
já citados no Módulo 1, alimentam as políticas públicas de EA no Brasil. Então, podemos (e devemos) nos inspirar
nas ideias construídas coletivamente e disponíveis nesses documentos.
Dentre esses documentos, destacamos a publicação do ProNEA (2014), que traz algumas informações
interessantes, e também a publicação do MMA que trata especificamente a respeito do PPP aplicado aos CEAs.

A Recomendação Conama nº 11, de 04 de maio de 2011, do MMA/Conama, apresenta diretrizes para a


implantação, funcionamento e melhoria da organização dos Centros de Educação Ambiental – CEA, e dá outras
orientações. Dentre as recomendações, o Art 7º sugere que o projeto político-pedagógico dos CEAs:
Art. 7º
I – estabeleça as diretrizes de organização, funcionamento, metodologias pedagógicas e
programáticas;
II – seja elaborado de forma participativa e submetido a um constante processo de revisão ou
revalidação;
III – contemple aspectos como: concepção da Educação Ambiental a ser desenvolvida, missão,
objetivo geral e específicos, aproveitamento da infraestrutura disponível, programas oferecidos,
proposta de trabalho, perfil do público beneficiário, papel da equipe técnico-pedagógica,
diagnóstico da realidade do CEA, princípios orientadores e diretrizes para a forma de atuação,
metas, metodologias, recursos, cronograma, formas de avaliação, projeto para a
sustentabilidade do CEA e referências bibliográficas.
Art. 8º
O projeto político-pedagógico, respeitada a autonomia pedagógica de cada CEA, o pluralismo de ideias
e concepções pedagógicas e a diversidade cultural, deverá observar os seguintes parâmetros metodológicos:

I – observância dos princípios orientadores, referenciais teóricos e metodológicos da educação


ambiental, especialmente daqueles contidos na Lei no. 9.795, de 27 de abril de 1999, na
Resolução no. 422, de 23 de março de 2010, do Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama,
no ProNEA, no Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e
Responsabilidade Global, nas políticas e nos programas estaduais e municipais de educação
ambiental;

II – pedagogia da práxis e da participação, concebendo a educação ambiental como instrumento


para construção de princípios emancipatórios e valores de sociedades sustentáveis,
considerando as dimensões da sustentabilidade social, ambiental, política, econômica e cultural;

III – estímulo à mobilização e participação em ações cidadãs em prol da sustentabilidade,


superando a ênfase individualista na esfera comportamental; e

25
IV – articulação de coletivos, grupos, instituições e projetos que atuam na mesma base
territorial.

§ 1º. Os CEAs em atividade, que não disponham de projeto político-pedagógico, poderão


elaborá-lo a partir das diretrizes enunciadas nesta Recomendação.

§ 2º. Os CEAs que já disponham de projeto político-pedagógico poderão adequá-lo de modo a


atender a esta Recomendação.xxxxxxxxxxxxxxxxxxAo estruturar um projeto seguindo o Marco
Lógico, é possível observar e interpretar uma série de informações importantes para o seu
acompanhamento e avaliação. Para fazê-lo, é importante organizar tais informações da melhor
maneira possível. Uma das maneiras mais práticas é justamente em forma de tabela, como
destacado por Silva Junior.

Veja que o Inciso II faz referência a muitos dos temas abordados no Módulo 1: práxis, participação,
emancipação e valores de sociedades sustentáveis. Ou seja, sugere-se que esses
princípios/fundamentos/conceitos estejam presentes no PPP.

Art. 9º
Recomenda-se que o CEA torne público seu projeto político-pedagógico, disponibilizando-o, na
íntegra, a todos os interessados, nas formas impressa e digital.

3.1 - A elaboração do Projeto Político Pedagógico

“Se você não sabe onde quer ir, qualquer caminho


serve.” Charles Lutwidge Dodgson

Em um espaço educador, o Projeto Político Pedagógico constitui o documento de referência para a


realização e avaliação das ações em curso. O PPP consolida os resultados de um extenso processo de reflexão
entre a equipe e os atores envolvidos do espaço educador, apresentando um conjunto de ideias, concepções e
ações que traduzem a intencionalidade política e pedagógica do espaço educador. A ausência de um PPP pode
trazer implicações como:

26
Se o espaço educador no qual você atua ainda não tem um PPP, agora é a oportunidade para elaborá-
lo com sua equipe. Se já existe um PPP, convidamos você, sua equipe e parceiros para revisá-lo coletivamente,
propondo ajustes caso vejam necessidade. Os próximos passos do curso serão dados com o envolvimento de
toda a equipe do espaço educador, pois, como já foi dito, é muito importante que esse processo de
planejamento (construção ou revisão do PPP) se dê de forma participativa.

3.2 - Estrutura do PPP

O PPP se constitui de três eixos ou marcos centrais que dialogam entre si: marco conceitual, marco
situacional e marco operacional.
Conforme expresso no Projeto Político Pedagógico do Ministério do Meio Ambiente e suas Entidades
Vinculadas, é importante ter claro que, embora cada marco do PPP seja apresentado de forma separada, os
mesmos se relacionam intrinsecamente, agindo um sobre o outro de alguma forma. O que se apresenta no
marco situacional reforça de um modo geral as referenciais conceituais que balizam as ações do espaço
educador, enquanto que o marco operacional se constrói ressaltando as potencialidades, expectativas e
soluções de problemas indicados no cenário atual.

Provavelmente o espaço educador do qual você faz parte possui um PPP. Como ele foi
construído? Houve participação efetiva das pessoas envolvidas (equipe, parceiros, público alvo)?
Partiu-se da leitura da realidade? Se sim, como foram realizadas essas etapas de mobilização,
construção coletiva e diagnóstico/leitura da realidade?

Se o espaço educador ainda não tem um PPP, como você vislumbra que poderia realizar as
etapas de diálogo e reflexão sobre os marcos situacional, conceitual e operacional do Projeto
Político Pedagógico? Compartilhe na plataforma.

27
a) Marco Conceitual: O marco conceitual do Projeto Político Pedagógico aborda os princípios,
diretrizes, valores, conceitos e políticas balizadoras do espaço educador.

“O eixo Conceitual contém a idealização, o sonho de


futuro, os princípios e valores, a ética, a concepção de
sociedade e de ser humano partilhada pelo grupo. O eixo
Conceitual é o elemento menos volátil, menos dinâmico do
PPP, por isso deve ser construído com a máxima
profundidade possível, evitando-se a comodidade dos
chavões, as proposições feitas devem ser refletidas,
significadas, apropriadas profundamente pelo grupo.”
(SILVA, MMA, 2005)

Os processos educativos, estruturados a partir de um conjunto de ações e projetos, devem estar


imbuídos dos princípios e diretrizes estabelecidas nas políticas balizadoras.

Convide a sua equipe e parceiros para uma oficina de elaboração ou revisão do Marco
Conceitual do PPP. Apresentamos a seguir um conjunto de questões úteis para você discutir com a
equipe e parceiros do espaço educador. Procurem refletir sobre algumas das questões propostas,
registrando as contribuições apresentadas pelo grupo durante o processo de reflexão.

Após a oficina, sistematize as ideias em formato de um texto e compartilhe com seus colegas o
resultado da oficina de elaboração ou revisão do Marco Conceitual do PPP.

A explicação de cada tópico será detalhada abaixo:

28
1. BASES TEÓRICAS SOBRE UM PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO:
O que é e para que serve um PPP?
Quais aspectos são relevantes no processo de construção do PPP?
Quais são os objetivos estratégicos do PPP? Como o PPP poderá contribuir para a sua
instituição?

2. CONTEXTUALIZAÇÃO DAS POLÍTICAS BALIZADORAS DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO


Que sociedade queremos construir? Quais atores sociais queremos envolver nas ações
educativas? Por quê?
Qual a visão do espaço educador? (Ou seja, qual a direção que o espaço educador pretende
seguir? O que o espaço educador deseja ser?)
Quais políticas dialogam com a atuação do espaço educador?
Pensando nas políticas ambientais e nas atribuições da sua instituição, qual a missão do espaço
educador? (Ou seja, qual a razão de ser? qual o seu propósito?)
Quais os compromissos socioambientais assumidos pelo espaço educador?
Quais princípios e diretrizes dessas políticas podem ser destacados?
Quais outros documentos são balizadores das atividades educativas da instituição? O que cada
um deles aporta? Por que são relevantes?
Qual a abordagem apresentada nesses documentos para os processos educativos?
Qual concepção de educação ambiental será adotada pelo espaço educador?
Em que essa concepção de educação se fundamenta?
Foi adotada alguma nomenclatura específica para expressar uma determinada ideia ou
conceitos? Qual(ais)?
O que se pretende desencadear na instituição com a elaboração do PPP?

3. REFLEXÕES NA CONSTRUÇÃO PARTICIPATIVA DO PPP

Quais são as características necessárias em um processo educativo para que ele esteja alinhado
com os princípios e diretrizes estabelecidos nas políticas balizadoras e com a missão/visão do
espaço educador?
Qual é a identidade dos processos educativos do espaço educador? (Quais características o
espaço educador escolhe como parâmetros de referência para a formulação das suas ações
educativas?)

Durante o processo de construção do PPP, alguns termos e conceitos podem aparecer com recorrência
nos debates e reflexões. Esses conceitos específicos podem ser abordados no Marco Conceitual do PPP, com
vistas a refletir pontos relevantes trazidos pelo grupo. Sugerimos, portanto, registrá-los no documento final.

29
4. CONCEITOS E FUNDAMENTOS QUE EMERGIRAM NA CONSTRUÇÃO DO PPP
Quais conceitos emergiram durante a construção do PPP?
Para cada conceito que surgiu, explicite:
Qual o seu significado segundo alguns autores?
Como este conceito se relaciona com a atuação do espaço educador?

b) Marco Situacional: O marco situacional refere-se aos processos educativos desenvolvidos pelo
espaço educador e a(s) sua(s) relação(ões) com os contextos socioambiental, político, econômico,
histórico e cultural no qual o espaço educador está inserido. Procura-se problematizar a atuação
do espaço educador, partindo da sua natureza e missão institucional e dos processos educativos
que desenvolve, e ampliar a discussão para uma análise de conjuntura mais ampla,
considerando a realidade em nível local, regional, estadual, nacional e mundial.

“O eixo Situacional refere-se às características


presentes do contexto, um diagnóstico da realidade
socioeducacional local. Um diagnóstico que deve ser
pensado como ponto de partida para a realização de planos
de trabalho não apenas no sentido "curativo", mas também
“preventivo”.” (SILVA, MMA, 2005)

Para elaborar o Marco situacional, portanto, é importante refletir a respeito das características da
instituição na qual o espaço educador está inserido, identificando a sua natureza, missão, atribuições, estrutura,
etc; realizar um diagnóstico e refletir sobre os processos educativos realizados pelo espaço educador; e
estabelecer relações entre esse contexto micro e o contexto macro.
O espaço educador pode adotar diferentes metodologias para realizar o seu diagnóstico. Para
promover o envolvimento e participação de um número maior de atores, podem ser utilizadas estratégias
metodológicas qualitativas e quantitativas, tais como: reuniões e oficinas, entrevistas, questionários, exposição
oral/vídeo e pesquisa de dados secundários.

30
Com relação ao Marco situacional...
Convidamos você a revisitar ou elaborar o Marco Situacional do PPP do seu espaço educador.

Realize esse exercício em duas etapas:

1ª) Caracterização da instituição e diagnóstico dos processos educativos: Faça um levantamento


de informações sobre a sua instituição e sobre os processos educativos desenvolvidos pelo espaço
educador no qual atua.

2ª) Oficina de elaboração ou revisão do Marco Situacional: Convide a sua equipe e parceiros
para uma oficina de elaboração ou revisão do Marco Situacional e socialize com os convidados os
resultados da etapa 1. Façam uma reflexão coletiva sobre a atuação do espaço educador e o contexto
no qual este se insere.

Registre as contribuições apresentadas pelo grupo durante o processo de reflexão e, após a oficina,
sistematize as ideias em formato de um texto. Compartilhe a sua experiência no Fórum.

A explicação de cada tópico será detalhada abaixo:

1. CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO:
Qual é a natureza institucional do espaço educador?
Qual é o histórico da instituição? Quando foi criada?
Como é a sua estrutura organizacional? (Secretarias, departamentos/diretorias. gerências,
coordenações, unidades, etc.). Onde o espaço educador está inserido?
Qual é a missão da instituição, de acordo com seu estatuto ou outro instrumento legal de
criação?
Quais são as atribuições da instituição, de acordo com seu estatuto ou outro instrumento legal
de criação?

31
2. DIAGNÓSTICO DOS PROCESSOS EDUCATIVOS:
Qual é o número de pessoas capacitadas ou atendidas no espaço educador?
Qual é o perfil do público atendido pelo espaço educador (faixa etária, escolaridade e atividade
profissional)
Que parcerias contribuem para a execução das ações?
Quais são os temas centrais das atividades desenvolvidas?
Que tipo de atividades são desenvolvidas pelo espaço educador? (Palestras, oficinas, cursos,
etc).
Qual é a tendência pedagógica que fundamenta as atividades desenvolvidas?
Quais metodologias são utilizadas nas ações educativas?
Como é feita a avaliação das ações educativas?
Quais são os principais desafios dos processos educativos?

3. ATUAÇÃO DO ESPAÇO EDUCADOR:


Qual é a conjuntura (socioambiental, econômica, política, histórica, cultural, etc) nos contextos
local, estadual, regional, nacional e global? Quais são os atores sociais relevantes?
Pensando nas questões socioambientais do país, quais são os principais desafios do espaço
educador? E quais são as principais demandas?
Quais são os públicos prioritários para as ações desenvolvidas pelo espaço educador?
Quais são as forças e fraquezas do espaço educador (aspectos sob o controle da instituição -
ambiente interno)?
Quais são as oportunidades e ameaças do espaço educador (aspectos que não estão sob a
governança da instituição - ambiente externo)?

c) Marco Operacional: O marco operacional define as linhas de ação ou eixos estruturantes, as


estratégias e ações a serem executadas.

O eixo Operacional deve ser o planejamento objetivo das estratégias e


ações a serem desenvolvidas, decorre de uma análise que contempla os eixos
Situacional e Conceitual ao mesmo tempo. O eixo Operacional deve ser
detalhado ao nível do cotidiano, se possível, para que cada indivíduo envolvido
saiba o que deve fazer na "segunda-feira". Um bom eixo Operacional tem sua
orientação pautada no eixo Conceitual e não no Situacional, este é apenas
ponto de partida e não ponto de chegada.” (SILVA, MMA, 2005)

32
Elaborar o Marco Operacional significa traduzir as ideias e reflexões geradas no processo de construção
dos Marcos Conceitual e Situacional em um projeto ou plano concreto, capaz de ser implementado, monitorado
e avaliado pelo espaço educador.

Apresentaremos a seguir um conjunto de questões úteis sobre o Marco Operacional para


você discutir com a equipe e parceiros do espaço educador. Procurem refletir sobre algumas das
questões propostas, registrando as contribuições apresentadas pelo grupo durante o processo de
reflexão.

Após esse exercício, sistematize as ideias em formato de um texto e compartilhe com seus
colegas o resultado da oficina de elaboração ou revisão do Marco Operacional do PPP.

A explicação de cada tópico será detalhada abaixo:

1. ORGANIZAÇÃO ESTRATÉGICA DO PPP:

Quais são os eixos de ação estruturantes para execução da missão da instituição e do espaço
educador?
Quais são os objetivos de cada eixo estruturante?
Quais ações serão realizadas para alcançar os objetivos estratégicos definidos em cada eixo
estruturante?
Que indicador pode ser atribuído a cada ação, para certificar que ela foi executada
integralmente? Como este indicador será verificado? Com qual periodicidade?
Quando será realizada cada uma das ações?
Quem são os responsáveis pela implementação do PPP?

33
2. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DO PPP:

Qual a estratégia para o monitoramento e avaliação do PPP?


Qual(ais) membro(s) da equipe terão a função de apoiar o acompanhamento e monitoramento
da implementação do PPP?
Qual a periodicidade desse monitoramento?
De que forma será feita a avaliação da implementação do PPP?
Com qual periodicidade será feita a avaliação?
Quais recursos e instrumentos serão utilizados para realizar o monitoramento e a avaliação?

Agora, convido você a revisitar ou elaborar cada um dos marcos do PPP do seu espaço educador.
Caso a instituição já possua um PPP, sugerimos que utilize essa oportunidade para fazer uma análise
crítica, junto com seus colegas de equipe, refletindo e propondo modificações, se pertinentes.

3.3 - Estruturação do documento final

O texto final do PPP, que explicará o que se pretende realizar, deve constar de alguns itens que ajudam
a deixar o projeto claro, servindo como referência para a própria equipe que vai executá-lo ou para outras
pessoas que porventura desejam apoiá-lo. Uma vez elaborado o PPP, o espaço educador pode adaptá-lo e
direcioná-lo para alguma instituição financiadora com o objetivo de captar recursos. É importante, nesse caso,
que as ideias sejam organizadas de acordo com as orientações ou roteiro sugerido no edital, se houver.

O manual de orientação - PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO APLICADO A CENTROS DE EDUCAÇÃO


AMBIENTAL E A SALAS VERDES - sugere que o PPP contenha:

1) Identificação do projeto: traz informações da instituição gestora do espaço educador, período de


duração do projeto, número de pessoas da equipe, estimativa de públicos que o espaço educador
pretende trabalhar;

2) Histórico e Justificativa: registro do processo histórico do espaço educador e da construção de


seu PPP; apresentação do PPP, seus marcos conceituais; a importância do PPP, seu alcance e
funções socioambientais. Neste item é de fundamental relevância apresentar uma abordagem
diagnóstica da situação/contexto onde o espaço educador está inserido (no município, na região,
na instituição proponente, etc.);”

34
3) Objetivos Gerais e Específicos: os primeiros, vinculados ao contexto que o espaço educador e
sua instituição promotora e/ou gestora estão inseridos; os específicos são desdobramentos desses,
e melhor explicitam como o espaço educador pretende alcançar o que se propõe. Os objetivos
(ambos) devem nascer do processo e não fora dele, são definidos com base nas diretrizes e
prioridades do PPP e estão inter-relacionados com a práxis* do espaço educador. Alguns também
consideram neste item a "Missão" do espaço educador;”
* Práxis: Prática; ação concreta.

4) Programação de Ações e Metas: representam um detalhamento das realizações que o espaço


educador pretende alcançar. As metas, em geral, são mais concretas e mais exequíveis que os
objetivos, devendo ser quantificadas (mensuráveis) e detalhadas. Também devem ser considerados
neste item os 'produtos' que o espaço educador se disponha a gerar. Quando estas metas não são
atingidas, devem-se verificar coletivamente quais as possíveis causas e levantar as ações
anteriormente previstas que, eventualmente, ainda não foram concretizadas. As metas devem estar
totalmente sintonizadas com os objetivos (gerais e específicos) do PPP;”

5) Desenvolvimento Metodológico: para que os objetivos e metas sejam alcançados, determinados


métodos (caminhos e estratégias) têm de ser desenvolvidos/percorridos. Eles emergem da
realidade e dizem respeito ao quê, ao como e em que tempo será feito. Trata-se também de prever
a disponibilidade de meios/técnicas (físicos, materiais, humanos e financeiros);”

6) Mapeamento e Identificação dos Recursos: entendidos aqui como sendo financeiro, material,
humano, dentre outros. Eles podem ser mapeados a partir de um diagnóstico do que o espaço
educador já possui, do que será necessário adquirir para atingir os objetivos propostos e como
será esta aquisição. Aqui também se deve planejar como o espaço educador pretende
autossustentar-se, e se isso não for uma realidade, que se explicite qual o percurso para se alcançá-
la. De fato, entendemos que a meta da sustentabilidade deva ser perseguida, ainda que na prática
se visualize um outro panorama na atualidade;”

7) Cronograma: prevê a distribuição ordenada das ações ao longo do tempo, de acordo com as
possibilidades de ação e a disponibilidade de recursos, cronologicamente situadas;”

8) Monitoramento e Avaliação: elemento essencial em qualquer processo educacional, retrata os


momentos de verificação da concretização parcial ou total dos objetivos e metas. Para tanto, é
necessária a definição de quais os indicadores, os instrumentos, as estratégias e os agentes
responsáveis pela sua realização. O monitoramento e a avaliação são fundamentais para reorientar
o espaço educador e suas ações, e deve ser um processo continuado e pautado na sua práxis
cotidiana.”
(Adaptado de MMA, 2005)

35
Agora que você conhece a estrutura do PPP, verifique como ele toma forma em um contexto
real, a partir de documentos elaborados por algumas Salas Verdes.

Nada melhor do que conhecer o Projeto Político Pedagógico de outros espaços educadores
que atuam com Educação Ambiental para consolidar o aprendizado. Conheça, a seguir, os PPPs de
algumas Salas Verdes.

Prefeitura Municipal de Colombo/PR - Secretaria Municipal de Meio Ambiente - PPP


SALA VERDE COLOMBO, disponível no curso digital (dentro da Plataforma);
Prefeitura Municipal de Taubaté/SP - Centro Municipal de Referência em Educação
Ambiental - PPP SALA VERDE CENTRO DE REFERÊNCIA EM EDUCAÇÃO
AMBIENTAL, disponível no curso digital (dentro da Plataforma);
Instituto Pró terra – Jaú/SP - PPP SALA VERDE INSTITUTO PRÓ TERRA, disponível
no curso digital (dentro da Plataforma);
Parque Nacional do Iguaçu – Foz do Iguaçu/PR - PPP SALA VERDE ESCOLA PARQUE,
disponível no curso digital (dentro da Plataforma);

Esses PPPs foram apresentados pelas instituições no último Edital do Projeto Salas Verdes, lançado
em 2013, pelo Departamento de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente.

Que tal socializar o PPP do espaço educador no qual atua?


Assim, outros espaços educadores poderão se identificar com o perfil e
atuação do seu espaço educador e poderão trocar figurinhas.
Aproveitando o ensejo, sugerimos o exercício a seguir.

36
Identifique um Centro de Educação Ambiental ou outra instituição próxima ao município
onde atua ou que tenha o mesmo perfil de atuação que o seu espaço educador. Procure conhecer o
PPP da instituição e troque ideias a partir do que conversamos até aqui. Se quiser, pode acessar a
página das Salas Verdes, disponível no curso digital (dentro da Plataforma), e buscar a mais próxima!

Como vimos no Módulo I, emancipação/autonomia é um valor importante para uma Educação


Ambiental preocupada com a formação de cidadãos conscientes, que não sejam simplesmente reprodutores de
informações. Assim, sugerimos que faça o exercício a seguir, refletindo sobre esse aspecto nas ações educativas
que realiza.

Identifique um Centro de Educação Ambiental ou outra instituição próxima ao município


onde atua ou que tenha o mesmo perfil de atuação que o seu espaço educador. Procure conhecer o
PPP da instituição e troque ideias a partir do que conversamos até aqui. Se quiser, pode acessar a
página das Salas Verdes, disponível no curso digital (dentro da Plataforma), e buscar a mais próxima!

Revisite o texto “Emancipação” do Carlos Frederico B. Loureiro, publicado em Encontros e


caminhos II, páginas 159 a 169. Disponível no curso digital (dentro da Plataforma).

Qual(ais) indicadores propostos por Loureiro (nas páginas 165 e 166), está(ão) presente(s) no
PPP ou nas ações educativas realizadas pelo CEA do qual você faz parte?

Qual(ais) indicadores podem ser incorporados no PPP ou ações do espaço educador?

Parabéns, você acaba de chegar ao final de mais uma aula! Nesse momento, é importante ressaltar a
importância do PPP e o modo como as práticas para o bom planejamento – descritas durante na aula anterior
– podem contribuir para o seu papel fundamental na elaboração e melhoria desse documento!
Depois de conhecê-lo em detalhes, creio que sua atuação pedagógica pode se tornar ainda mais
aprimorada. Pensar a respeito do PPP e seus aspectos específicos, como o marco conceitual, situacional e
operacional, possibilita reforçar ainda mais a identidade dos espaços educadores.

37
Você deve ter percebido também que um dos aspectos mais importantes a respeito do PPP é
justamente o modo como ele deve ser elaborado e melhorado por meio de uma ação em conjunto, a partir do
envolvimento de toda a equipe atuante.
Esse trabalho em grupo é necessário em todas as fases da elaboração do PPP, começando desde a
etapa do diagnóstico. Por esse motivo, o conteúdo da próxima aula será justamente o conceito de diagnóstico
participativo. Até lá!

38
Aula 4 – Diagnóstico participativo – Parte 1

Olá, que bom te ver por aqui! Vamos nos recordar do conteúdo tratado anteriormente? Falamos a
respeito de como se elaborar um bom projeto, incluindo o próprio PPP, o projeto político pedagógico.
Para fazê-lo, contudo, é necessário efetuar, além do planejamento em si, um diagnóstico bastante
completo, que dê conta de todo o escopo necessário ao contexto no qual se deseja atuar.
Já ouviu o velho ditado que diz que “duas cabeças pensam melhor do que uma”? Pois o mesmo se
aplica ao processo de diagnóstico. Ao envolver toda a equipe – e, mais do que isso, a própria comunidade na
qual se almeja atuar – o diagnóstico torna-se muito mais completo e assertivo.
Ansioso(a) para conhecer algumas técnicas que te ajudarão nesse diagnóstico? Vamos lá!

A paisagem e o modo como os recursos da natureza são usados são o resultado de um modo de ver o
mundo. A Educação Ambiental busca fazer com que as pessoas se conscientizem de como veem o mundo para
então atuarem sobre ele. É assim que as pessoas se transformam e transformam também o seu modo de se
relacionar com o mundo.
Para desenvolver uma proposta de Educação Ambiental em um determinado território, é preciso
conhecer:
A história;
A economia;
A cultura;
As pessoas;
Os movimentos que ali se organizam;
As intervenções;
As instituições e instâncias de decisão;
Os conflitos socioambientais;
As possibilidades que todo esse conjunto de elementos oferece.

Se o seu trabalho se dá em uma escala menor, em um assentamento ou propriedade familiar, ou numa


empresa, ou escola, por exemplo, a lógica é a mesma: antes de começar uma intervenção é necessário conhecer:
O lugar;
As pessoas;
Seus sonhos;
Suas percepções;
Dialogar com tudo o que lhe contam e mostram.

4.1 - Mapeamento e diagnóstico da realidade

39
Para começar a conhecer o território ou comunidade, Ferraro (2007) sugere a realização do que ele
chama de Mapeamento da realidade socioambiental. Com o mapeamento, torna-se possível orientar melhor
o uso dos recursos externos e valorizar os indivíduos e organizações que fazem parte do caminho para
construção da sustentabilidade da região. Este mapeamento, com o progressivo envolvimento da população,
vai evoluindo para um diagnóstico socioambiental participativo e incorporando análises que contribuem para
definições políticas das ações sobre o ambiente (FERRARO, 2007).
O Mapeamento deve ser realizado de forma coletiva, sempre tendo em vista o processo pedagógico
de conscientização crítica e emancipadora, por meio do questionamento, da explicitação dos diferentes pontos
de vista e do diálogo.
O processo de discussão dos resultados do diagnóstico deve resultar na elaboração de uma proposta
de intervenção prática a partir da busca de soluções viáveis para resolução dos problemas socioambientais
identificados, o que gerará o projeto.
No Mapeamento, é importante conhecer aspectos como:
O território de atuação: A localidade é o ponto de partida para a construção do conhecimento
do mundo: fazer os educandos falarem a partir de seu território, do seu lugar de vida,
convivência, trabalho, relações sociais, e, num movimento solidário, dialético e dialógico,
criativo e crítico, ir permitindo que eles desvendem o local e o universal, denominem o mundo
e se comprometam com as ações necessárias à construção do mundo novo (Brasil/MDA, 2010).
A história de ocupação desse território: A formação cultural e étnica do povo que vive no
território, os ciclos econômicos, os conflitos socioambientais e lutas que deram origem a atual
distribuição da terra.
A socioeconomia: O que está sustentando a vida das pessoas em um território, que atividades
econômicas acontecem e como as pessoas do território se relacionam com essas atividade.
Como é feito o uso dos recursos naturais?
O ambiente: A vegetação, os animais, a quantidade de água, o quanto já está ocupado e o
quanto e onde está o que restou da floresta original. Pensar-agir no ambiente é a fonte original
do saber humano. Por isso, é importante conhecer como o ambiente era e como se modificou
ao longo do tempo. É importante entender os processos que estão determinando a
configuração do espaço, quem está perdendo e ganhando com estas modificações.
Quantidade de pessoas que vivem no território: Quantas são, qual é sua origem cultural e
étnica?
Atores sociais e instituições que atuam no território: Associações, sindicatos, grupos de
mulheres, órgãos locais de assistência técnica, coletivos educadores, ONGs, redes e
movimentos, instituições que atuam na gestão ambiental pública, na educação formal, na
formação política, profissionalização, formação acadêmica, formação cidadã, no ambientalismo,
nas lutas do universo do emprego, na luta pela terra, por moradia, por melhores serviços
públicos, por democracia, por respeito à diversidade, por direitos políticos e sociais.

40
Experiências socioambientais e educacionais já existentes: Tanto as realizadas pelo poder
público quanto pela sociedade civil.
Políticas públicas acessadas: Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar-
Pronaf, Programa de Aquisição de Alimentos- PAA, Merenda Escolar, etc.
Conflitos socioambientais: Conflitos socioambientais são decorrentes de uma divergência
entre projetos que incidem sobre um mesmo espaço, grupo social, recursos ou pessoas. Por
exemplo, as ações e intenções de uma mineradora sobre uma área podem gerar conflito com
os interesses de cidades à jusante do curso d ́água que acolherá seus rejeitos.

O Mapeamento é uma etapa que busca uma leitura mais descritiva


dos processos, sem fazer julgamentos. O diagnóstico, numa segunda etapa,
consiste no julgamento ético (certo ou errado), político (bom ou ruim) e
estético (bonito ou feio). Este diagnóstico deve estar acompanhado de um
processo de reflexão e interpretação do que se define como problema e do
que se define como desejável.” (FERRARO, 2007)

O Órgão Gestor da PNEA elaborou um documento que trata da relação do mapeamento e


diagnóstico quando executados em contextos socioambientais.

Leia do Documento Técnico "Mapeamentos, diagnósticos e Intervenções participativos


no socioambiente", do Órgão Gestor da PNEA. Disponível no curso digital (dentro da Plataforma).

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Durante o diagnóstico, além do detalhamento das
questões levantadas no mapeamento, também deverão ser
investigados os sonhos das pessoas, os desafios e problemas
existentes, assim como o quanto as pessoas estão dispostas a
participar da mudança da realidade. Isso também faz parte da
leitura da realidade.

Para se elaborar um bom projeto, que realmente venha a contribuir com transformações
socioambientais relevantes e que conte com um efetivo envolvimento das pessoas, é fundamental fazer um bom
diagnóstico da realidade. O diagnóstico fornecerá subsídios para elaborar o histórico, a justificativa e conduzirá
a uma boa ideia de intervenção, ao objetivo geral do projeto.
O diagnóstico pode ser feito diretamente pela equipe de pessoas que pretende intervir em uma dada
realidade socioambiental ou pode ser elaborado pelas pessoas do território, com o apoio da equipe. Nesse caso,
trata-se de um diagnóstico participativo. As pessoas refletem sobre sua realidade, suas demandas, suas
vontades, seus potenciais e, a partir dessa reflexão coletiva, é definida qual intervenção será realizada. Mais do
que ter informações sobre a realidade, o diagnóstico participativo promove a tomada de consciências dos
sujeitos sobre as problemáticas socioambientais e desperta a motivação para atuar na resolução dos problemas.
Além disso, podem aflorar as oportunidades e potencialidades para a transformação socioambiental que se
almeja.
Existem várias ferramentas que propiciam um bom diagnóstico. Podemos citar:
Expedição (por exemplo, por um rio ou um território);
Chuva de ideias;
Mapeamento;
Entrevistas;
Fotografias registrando problemas e potenciais socioambientais;
Grupos de conversação com perguntas geradoras.

Para um bom diagnóstico, é recomendável que se utilizem diferentes ferramentas, para que as pessoas
possam perceber a realidade e se expressar de diferentes maneiras.
Às vezes, o que é um problema para um grupo, não é visto como tal por outro. Por exemplo, muitas
vezes um olhar de fora percebe o lixo como problema em uma comunidade, enquanto que, para a comunidade,
o problema pode ser falta d’água, ou doenças. A questão do lixo pode até estar relacionada, mas muitas vezes

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não é percebida pela população. Dessa forma, chegar com um projeto pronto sem dialogar com as necessidades
prementes da comunidade pode gerar dificuldades na adesão ou envolvimento das pessoas.

O diagnóstico é, em si, um processo educativo. Também conhecido como estudo do meio; ler a
realidade é uma ação educadora que visa à conscientização crítica dos cidadãos e cidadãs para que seja possível
a sua transformação.

4.2 - O Diagnóstico Rápido Participativo (DRP)

O Diagnóstico Rápido Participativo (DRP) é um conjunto de técnicas e ferramentas que permite que as
comunidades façam o seu próprio diagnóstico e possam começar a autogerenciar o seu planejamento e
desenvolvimento. Desta maneira, os participantes poderão compartilhar experiências e analisar os seus
conhecimentos, a fim de melhorar as suas habilidades de planejamento e execução (VERDEJO, 2010).
No diagnóstico, são identificadas as questões socioambientais concretas presentes na comunidade,
assim como ameaças potenciais e os desafios que a comunidade enfrenta.
São também identificados os recursos disponíveis:
Humanos;
Ambientais;
Sociais;
Econômicos;
Culturais.

Se já houver um tema ou uma questão socioambiental crítica evidente no território, o diagnóstico pode
focar mais especificamente nesse tema ou questão. Caso contrário, o diagnóstico pode ser um meio para
identificar o tema ou questão a ser abordado pela intervenção socioambiental, olhando para o território de uma
forma mais ampla.
O diagnóstico contribui não somente para a coleta de informações, mas principalmente para o
envolvimento e conscientização crítica das pessoas da comunidade. No momento em que identificam o espaço
social, histórico, político e cultural e, ao mesmo tempo, se apropriam do conhecimento produzido, os que
participam do processo se tornam sujeitos das ações educativas ambientais. O momento do diagnóstico é
também, portanto, um momento de sensibilização e envolvimento. É necessário participar para aprender e para
se envolver.
Nunca se deve perder de vista a imagem do todo ao se estudar as partes durante o processo de
diagnóstico. Segundo Edgar Morin, o pensamento complexo é a base para a transdisciplinaridade tão
fundamental na abordagem socioambiental.
Segundo Verdejo (2010), um Diagnóstico Rápido Participativo - DRP deve ser:
Rápido;

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Participativo (as pessoas não são objetos de estudo, mas sujeitos ativos do processo,
participando como pesquisadores e produtores de conhecimento ao longo de todas as etapas
da pesquisa, do planejamento à coleta e análise e aplicação dos resultados - assim, o
diagnóstico se torna um processo pedagógico e um instrumento de conscientização e
envolvimento);
Simples (métodos facilmente compreendidos e aplicados por qualquer participante - não exigir
equipamentos sofisticados);
Prático (os resultados devem servir para realizar ações concretas); e
Provisório/dinâmico (em constante revisão e mudança).

Assista ao vídeo "Diagnóstico rápido participativo ambiental", disponível no curso


digital (dentro da Plataforma).

Responda:

Quais são as principais etapas de realização de um DRP?

Compartilhe a sua resposta no fórum da Plataforma de Ensino.

Assista ao vídeo “Encontros Regionais e Atividades Comunitárias”, disponível no curso


digital (dentro da Plataforma), que fala sobre a experiência de DRP em trabalhos com comunidades
rurais.

4.2.1 - Realizando um DRP

A partir das informações mais gerais obtidas por meio do mapeamento, podem ser definidos quais
aspectos precisam ser aprofundados no diagnóstico. Este deve ser planejado passo-a-passo:
1. Quem realizará?
2. Quem participará?
3. Qual será o papel de cada membro da equipe?

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4. Que informações são necessárias para compreendermos a realidade socioambiental do lugar?
5. Que lugares devemos visitar?
6. Que instituições devem ser visitadas?

De acordo com o Guia Prático DRP do MDA, elaborado por Verdejo (2010), os sete passos na preparação
de um DRP são:
Fixar o objetivo do diagnóstico;
Selecionar e preparar a equipe mediadora;
Identificar participantes potenciais;
Identificar as expectativas dos/as participantes no DRP;
Discutir as necessidades de informação;
Selecionar as ferramentas de diagnóstico;
Desenhar o processo de diagnóstico.

Uma experiência concreta para inspirar a elaboração do roteiro:

O Centro de Desenvolvimento Agroecológico Sabiá realizou, no início dos seus trabalhos,


um DRP do município Bom Jardim para compreender a realidade antes de iniciar trabalhos em
Agroecologia com agricultores familiares. Como um dos resultados dessa experiência, publicou
uma cartilha para orientar processos de DRP (Habermeier, 1995). Veja a seguir uma das ferramentas
que foram elaboradas para a realização desse DRP: o roteiro provisório que foi elaborado para
orientar os trabalhos (que não é para ser imitado, mas somente para inspirar, pois, inclusive, foi se
modificando ao longo dos trabalhos do Sabiá):

Roteiro Geral (eixos temáticos para aprofundar em conversas e observação):

1. história da comunidade
2. localização e infraestrutura
3. condições ambientais de produção
4. população e perfil social
5. estrutura fundiária
6. atividades econômicas
7. organização do trabalho entre homens, mulheres e jovens
8. calendário agrícola
9. tecnologia e sistema de produção
10. comercialização e mercado

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11. economia e renda familiar
12. assistência técnica e projetos
13. organização e comunicação
14. vida cultural e religiosa

Recife, maio de 1992.

Com esse planejamento ou roteiro nas mãos, a equipe que realizará o diagnóstico pode chamar a
comunidade para apresentar a proposta, contar o que planeja fazer, convidar à participação e ouvir suas opiniões
e sugestões.
Nesse momento, pode-se também fazer um levantamento dos sonhos e visões de futuro de cada um
e identificar temas geradores que vão orientar o diagnóstico e as ações.
Feitos os ajustes necessários, parte-se para a construção do diagnóstico propriamente dito.

Dependendo da escala do trabalho, será necessário fazer uma pesquisa de dados secundários, ou seja,
já publicados ou coletados por outras pessoas ou instituições em livros, artigos de revistas, jornais, inclusive
mapas, fotos aéreas e de satélite. Que escala e quais dados? Se o Diagnóstico é amplo, visando o
desenvolvimento regional sustentável, pode ser necessária uma imagem de satélite do município e dados do
IBGE sobre a distribuição da população e as suas atividades econômicas. Por outro lado, se o diagnóstico é de
um assentamento no qual vivem 20 famílias, por exemplo, ao invés de dados secundários, podem-se realizar
atividades de grupo com a comunidade para realizar um mapeamento participativo e entrevistas para conhecer
as atividades econômicas.
Com os dados secundários em mãos (se houver), segue-se para a pesquisa de campo. Essa pesquisa é
feita pela equipe do diagnóstico que deve, sempre que possível, incluir pessoas da comunidade.

Métodos de pesquisa de campo, adaptado de Verdejo (2010) e Habermeier (1995):

Observação direta: Observar de olhos abertos a paisagem, as habitações, os roçados, as


plantações, a infraestrutura, os prédios públicos, a vegetação do lugar, os bichos, as pessoas e
como elas se comportam. Ouvir as histórias das pessoas e do lugar, a percepção que as pessoas
têm do lugar em que vivem, os sentimentos, os descontentamentos, as dúvidas, os desejos, os
sonhos.
Observação participante: Observação feita mediante a convivência na realização de tarefas do
cotidiano. O objetivo central é compreender a percepção da realidade da comunidade, uma vez
que é essencial entender por que agem desta ou de outra maneira antes de fazer uma
proposição. Em muitos casos, a convivência em algumas tarefas cotidianas pode ser mais
esclarecedora do que a aplicação de dezenas de questionários.

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Entrevistas com lideranças: São realizadas a partir de uma lista ou roteiro de perguntas que
conduzam à compreensão das questões do diagnóstico.
Discussões de grupo de temas específicos ou temas geradores: Organizar reuniões ou
encontros nos quais pode-se simplesmente fazer uma rodada na qual cada um diz o que sabe
e pensa sobre o tema em questão ou pode-se também utilizar uma das ferramentas
apresentadas a seguir que se aplique ao objetivo da discussão.
Entrevistas com questionários: Podem ser aplicadas depois das entrevistas com as lideranças,
das reuniões com os agricultores e das discussões de grupo. Durante a elaboração do DRP,
recomenda-se que as entrevistas sejam realizadas por equipe formada por pessoas da própria
comunidade.
Entrevistas aprofundadas e específicas: As entrevistas também podem ser aplicadas para
compreender de forma aprofundada aspectos específicos relacionadas a determinado tema.
Quando o tema é solo degradado, por exemplo, podem-se realizar entrevistas com agricultores
para compreender a evolução das práticas que ele utilizou no terreno ao longo do tempo.

Uma experiência concreta para inspirar (fonte: HABERMEIER, 1995)

Veja o roteiro para discussão em grupo com agricultores que o Centro de Desenvolvimento
Agreocológico Sabiá utilizou no DRP do município Bom Jardim.

Roteiro para Discussão em Grupo com Agricultores

1. Problema da falta de terra


Qual a área necessária para uma família viver da agricultura?
Qual a área que uma família consegue trabalhar?

2. Produção e comercialização
Principais culturas / calendário agrícola / meses de pico de mão-de-obra
Existe autossuficiência nos produtos alimentares básicos?
Principais produtos comercializados: vantagens / desvantagens respectivas
Alternativas de comercialização

3. Emigração
Quem já trabalhou fora? onde? por quê?
Quem tem irmão e filhos que deixaram a terra e não voltaram mais?
Como enxergam o futuro dos seus filhos?
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4. Organização
O sindicado é útil par aos agricultores? por quê?
O que o sindicato deveria fazer mais / diferentemente?

Recife, maio de 1992.

Verdejo (2010) dá algumas dicas para se fazer uma boa entrevista:

Explique as suas intenções e procure a aprovação da pessoa entrevistada;


Leve em consideração os desejos da pessoa entrevistada sem impor os seus critérios;
Respeite o conhecimento da pessoa entrevistada sobre o assunto;
Respeite a opinião da pessoa entrevistada sem, necessariamente, compartilhá-la;
Escute atentamente, já que a pessoa entrevistada colocou o seu tempo à disposição;
e
Evitar perguntas sugestivas ou manipuladoras como, por exemplo: "Não é verdade
que você prefere a agricultura orgânica?"

Finalizado o levantamentos de dados, inicia-se a etapa de análise e interpretação dos resultados


obtidos, cujo objetivo é fazer uma reflexão e análise crítica da situação atual, identificando problemas,
potencialidades e limitações.
Quando o diagnóstico é de uma região extensa, essa etapa é feita pela equipe do diagnóstico e quando
se trata do diagnóstico de uma comunidade, essa etapa é feita em grupo, com todos os membros que puderem
participar.
Chegamos ao término de mais uma aula. Bom trabalho!
Relembremos que, nas aulas anteriores, falamos bastante a respeito da importância de cada uma das
fases do planejamento de projetos. Dentre elas, o diagnóstico configura-se como elemento basilar para ações
completas e eficazes. Agora, ciente também da importância de se envolver toda a comunidade, suas atividades
de planejamento participativo se tornarão por demais produtivas.
Com as técnicas e ferramentas do DRP, inclusive, o diagnóstico pode contar com uma visão múltipla
das realidades e do contexto de atuação, sem a necessidade de despender um período muito grande de tempo.
Nessa aula, apresentamos algumas das técnicas de diagnóstico participativo, como observação e
entrevista. Contextos diferentes podem apresentar especificidades únicas, exigindo métodos distintos para se
executar o diagnóstico. Pensando nisso, convido você a pensar um pouco mais a respeito do diagnóstico
participativo na próxima aula.

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Nela, conheceremos algumas outras ferramentas bastante eficazes ao diagnóstico, como linha do
tempo, mapas, maquetes, diagramas, dentre outras. Por meio desse aprendizado, você estará ainda mais
qualificado para efetuar os diagnósticos para seus projetos em qualquer contexto de atuação.
Nos veremos lá!

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Aula 5 – Diagnóstico Participativo – Parte 2

Saudações! Seja bem-vindo(a) à quinta aula desse módulo. Na aula anterior, começamos a tratar mais
detidamente a respeito de um conceito muito importante para a elaboração de projetos: a execução de um
diagnóstico participativo. Por meio da participação conjunta da equipe e comunidade, as ações tornam-se mais
produtivas, por englobar seus sonhos e necessidades específicas.
Além disso, também tratamos a respeito do conceito de Diagnóstico Rápido Participativo que, como
você pôde perceber, engloba uma série de técnicas de diagnóstico, como métodos de observação, entrevistas
e discussões de grupo.
Pensar a respeito de técnicas de diagnóstico participativo é muito importante nesse momento, pois
quanto maior for o número de métodos que estiverem à sua disposição, mais fácil será encontrar o mais
interessante e eficaz para o contexto no qual se pretende atuar.
Que tal então conhecer algumas outras ferramentas que você poderá utilizar em seus diagnósticos?
Tenha uma boa jornada de aprendizado!

5.1 - Ferramentas para o diagnóstico

Existe uma série de ferramentas para uso nas discussões de grupo sobre temas específicos. Para
selecionar as ferramentas mais adequadas, é importante refletir sobre:
Que tipo de informação é relevante?
A quantidade de informação gerada pela ferramenta é realmente necessária?
A equipe tem a capacidade de analisar todas as informações geradas, no tempo previsto?

Antes de usar uma ferramenta, pode ser feito um ensaio prévio para evitar surpresas e imprevistos.
Pode-se adaptar, criar e fundir ferramentas de acordo com cada realidade e público específicos.
São apresentadas, a seguir, resumidamente, algumas ferramentas que podem ser úteis no contexto da
educação ambiental.

A linha do tempo consiste em uma ferramenta que tem como objetivo construir uma forma de
visualização atrativa (painel, fluxograma, desenho, maquete, etc.) para os fatos históricos e
marcos de uma região, um município, uma comunidade ou um projeto. Na linha do tempo são
apresentados os fatos marcantes, os conflitos, as superações, etc. No caso de um projeto,
podem ser apresentados também os resultados alcançados ao longo do tempo.

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A construção da linha do tempo de uma região ou comunidade pode ser feita com base em
entrevistas com atores sociais da comunidade/região ou realizada em grupo, convidando atores
locais para uma oficina. Pode-se solicitar que tragam fotos e filmes que retratem a história do
lugar, jornais antigos, etc.
No caso de um projeto, a linha do tempo pode ser construída coletivamente pela equipe do
projeto junto com os demais atores envolvidos, e pode ser utilizada tanto na fase de
planejamento, para visualizar as principais etapas previstas ao longo do tempo, quanto ao final,
para avaliação de todo o processo de implementação do projeto.

De que forma você pode utilizar a Linha do tempo nas ações que realiza?

Os mapas e maquetes mostram, de forma visual, os diferentes elementos do uso do território,


expondo aspectos relevantes para a ação. Os mapas e maquetes podem ser úteis para
diferenciar áreas urbanas e rurais, identificar os recursos naturais, as atividades econômicas, os
problemas ambientais, as zonas de conflitos, etc. Também podem representar espacialmente
uma propriedade ou uma comunidade. Essa ferramenta pode ser utilizada em comunidades
para análises e discussões coletivas sobre o estado atual da comunidade, assim como para
identificar potencialidades e limitações existentes no território.

Maquetes e mapas podem ser instrumentos relevantes para o processo educativo quando
construídos de forma dialógica e crítica. Ao inserir ou desenhar os elementos do mapa ou
maquete e fazer uma análise crítica de cada um, é possível avaliar os diferentes grupos sociais,
as formas de apropriação dos recursos naturais e as relações socioambientais existentes no
território.

Os mapas de territórios e comunidades podem ser elaborados coletivamente. Para a confecção


do mapa de uma comunidade, sugere-se a participação de um grupo de comunitário, pois cada
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um traz um olhar sobre a localidade. Os mapas coletivos são confeccionados com a participação
de todos e, à medida que se confecciona o mapa, são feitas reflexões sobre a realidade
observada.
Como era o território no passado?
Quais mudanças ocorreram?
Quais conflitos surgiram?
Quais as principais características do território agora?
Quais são os usos da terra e dos recursos naturais?
Quais os principais problemas socioambientais?
Quais os atores sociais que estão em conflito?

O Diagrama de Venn é utilizado para identificar os grupos organizados da comunidade e as


relações que estes têm entre si e com outras instituições locais e regionais fora da comunidade.
Com esse diagrama, são identificados os atores sociais que atuam no território. O objetivo é
colocar em evidência as relações que se estabelecem entre os membros da comunidade e as
instituições, para reconhecer a sua importância e influência nos processos de decisão e
desenvolvimento comunitário (VERDEJO, 2010).

Veja a seguir um exemplo de Diagrama de Venn.

52
No Diagrama de Venn, a distância com relação ao centro pode representar a afinidade entre os
atores sociais ou a distância geográfica entre eles. O que cada círculo representa deve ser
definido coletivamente pelo grupo que realiza o diagnóstico.

A identificação dos atores sociais que atuam no território também pode ser feita por meio de
uma tabela conforme o exercício proposto a seguir.

Identificação dos atores sociais do território:

Convide a equipe do espaço educador que você atua e realize uma oficina
para identificação dos atores sociais existentes no território. Em grupo,
reflitam sobre as questões abaixo e preencham uma tabela, conforme o
modelo a seguir.

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a) Atores: Quais os principais atores sociais (grupos de pessoas que têm o
mesmo interesse) existentes no seu território?

b) Interesses: Quais são os interesses de cada um deles?

c) Cenário Futuro: Quais são os cenários futuros em cada situação? O cenário


futuro pode ser ilustrado em desenho, poesia, foto, texto, carta, etc.

Você pode expor a tabela na parede, em tamanho grande, para que todo o grupo
possa ver e contribuir. Use a sua criatividade. Caso não seja possível reunir o
grupo, realize o exercício individualmente.

Ao final, reflita(m):
Como o espaço educador se relaciona com os atores sociais do território?
Quais foram os aprendizados proporcionados pela atividade?

Relação de gênero - Verdejo (2010) sugere algumas ferramentas para conhecermos como as
relações entre homens, mulheres, jovens, crianças e idosos acontecem em uma comunidade ou
família. Uma delas é a Matriz de distribuição das tarefas entre mulheres e homens.

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Ao identificar e refletir sobre as atividades e a dedicação dos homens e mulheres, muitos
trabalhos realizados que passam despercebidos são explicitados, contribuindo para serem
valorizados. Além disso, essa ferramenta oferece a oportunidade de conversar sobre as
atividades em que estão inseridos e quais outras podem participar.

O A Análise FOFA (Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças) foi originalmente


concebida para melhorar o desempenho das empresas. Ao longo do tempo, foi sendo adaptada
para aplicação em diversos contextos, como ações de educação ambiental e diagnósticos. A
matriz FOFA permite analisar o ambiente interno e externo de uma organização, comunidade
ou mesmo um tema gerador. As fortalezas e fraquezas dizem respeito ao ambiente interno, ou
seja, sobre o qual temos muito controle. As oportunidades e ameaças dizem respeito ao
ambiente externo, ou seja, sobre o qual temos pouco controle.
* Análise FOFA corresponde à nomenclatura amplamente conhecida e aplicada no Brasil para Análise
SWOT. O termo FOFA deriva do termo original SWOT, em inglês. A sigla original SWOT (Strengths,
Weaknesses, Opportunities e Threats), em português, foi traduzida para FOFA, correspondendo a Forças,
Fraquezas, Oportunidades e Ameaças..

Quando construída coletivamente, a matriz FOFA pode ajudar a identificar, por exemplo, os
recursos disponíveis (humanos, ambientais, sociais, econômicos e culturais) e os desafios a
serem enfrentados, contribuindo para a análise crítica da realidade e a criação de estratégias
eficazes de intervenção socioambiental, considerando o contexto apresentado.

Uma análise FOFA para o tema "água", por exemplo, em um município fictício, poderia gerar a
seguinte matriz:

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Para melhor compreender as possíveis aplicações da Análise FOFA na construção
de um projeto agroecológico, separamos um exemplo verídico.

Veja a aplicação da Análise FOFA na construção de um projeto agroecológico


com jovens agricultores de Bananeiras- PB no artigo "Ferramentas Metodológicas na
Construção e Fortalecimento de Projetos Agroecológicos em Assentamentos e
Comunidades", publicado na Revista Brasileira de Agroecologia/nov. 2009, Vol 4. No. 2,
disponível no curso digital (dentro da Plataforma).

A matriz de priorização dos problemas socioambientais é um dos principais produtos do


diagnóstico. O coletivo deverá identificar os principais desafios ou problemas a serem
superados para que os sonhos da comunidade sejam alcançados. Esses problemas podem ser
identificados nos questionários individuais ou durante uma atividade de grupo na qual são
listados os problemas da comunidade, a partir das sugestões de cada um dos participantes.

A seguir, elabora-se uma matriz para priorização dos problemas mais urgentes e/ou
estratégicos que deverão ser trabalhados em primeiro lugar.

Uma vez priorizados os problemas, o grupo pode aprofundar a reflexão. Ao problematizá-lo, é


possível identificar a sua causa real, propor ações transformadoras e esboçar ideias para a
construção de um plano de ação.

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Árvore dos problemas - Ao investigar e dialogar sobre os problemas, Paulo Freire (1987)
adverte que é necessário que a situação-problema não seja tida como algo fatal e
intransponível, mas como uma situação desafiadora, que apenas limita, e que pode ser
transformada.

A árvore dos problemas é uma ferramenta utilizada para analisar a relação causa-efeito de
vários aspectos de um problema previamente determinado. As raízes da árvore simbolizam
as causas do problema, o tronco é onde se posiciona o problema, os galhos e as folhas
representam os efeitos.

A intenção é fazer uma análise criteriosa de um problema com a finalidade de estabelecer as


suas causas primárias. Estas serão o ponto de partida para a busca de soluções.

A árvore deve ser construída em grupo. Depois de explicar o objetivo da atividade ao grupo,
inicia-se desenhando uma árvore e colocando o problema previamente identificado no tronco.
Durante a discussão, os participantes preenchem tarjetas com as possíveis causas (raízes) e
efeitos (galhos) do problema e colocam na árvore exposta.

Uma vez inseridos todos os elementos (causas e efeitos), o grupo confirma se cada proposição
está de acordo e, quando necessário, realiza-se ajustes trocando as tarjetas da raiz (causas) para
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os galhos (efeitos) ou o inverso. Quando o grupo estiver de acordo com a posição das causas e
efeitos identificados nas tarjetas, realiza-se o debate final para discutir quais causas podem ser
controladas ou eliminadas por atividades da comunidade. Essas informações serão utilizadas na
elaboração do Plano de Ação.

Apresentamos algumas ferramentas para ajudar a conhecer e refletir sobre a sua realidade. Você pode
utilizá-las e adaptá-las de acordo com a sua realidade. O importante é que o diagnóstico forneça as informações
necessárias para a elaboração de um projeto efetivo de intervenção socioambiental. O diagnóstico deve ser
adaptado a cada realidade específica e não pode acontecer indefinidamente. À medida que as demais etapas
forem desenvolvidas, é possível levantar novas informações, dialogar sobre temas só percebidos posteriormente
e assim por diante. A leitura da realidade é permanente e constante.
Com o diagnóstico feito, o grupo possui os elementos para:

A devolutiva do diagnóstico é uma etapa muito importante. Isto pode ser realizado em uma reunião,
quando são compartilhados os resultados obtidos. Esse é o momento em que se tem uma visão geral dos
resultados do diagnóstico no coletivo, é quando as informações são discutidas e checadas, para então, com
base nos resultados, fazer o planejamento participativo com os atores envolvidos e/ou a comunidade.
Fecharemos esse ciclo retomando o início da nossa conversa neste Módulo 2. Nessa fase de
planejamento, se pergunta:

As respostas a cada uma dessas perguntas serão de fundamental importância para a etapa que
falaremos na sequência. Elas nortearão como elaborar o plano de ação.

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5.2 - Elaborar o plano de ação

Durante a reunião da devolutiva, elabora-se um plano de ação para a realidade


estudada/problematizada. O plano de ação pode ser estruturado de diferentes formas:
Pode-se elencar os problemas prioritários e definir o que será feito para superá-los;
Listar o que se quer transformar ou construir, e apontar os passos para essa caminhada;
Elaborar uma tabela detalhada para cada problema identificado que inclui metas, ações ou
atividades, recursos necessários, responsáveis e o prazo.

Veja o exemplo a seguir.

Nesse momento de construção participativa do plano de ação, será importante a mediação do(a)
educador(a) ambiental. Interesses serão mobilizados e o(a) educador(a) deve conseguir mediá-los para que seja
possível a elaboração de um plano de ação que satisfaça a todos.
As experiências em Educação Ambiental que ocorrem em comunidades mostram que os projetos mais
bem sucedidos são os que dão especial atenção à organização comunitária. Esse tema deve ser considerado
em qualquer plano de ação comunitário com ênfase socioambiental.
Não existe possibilidade de transformação da realidade sem ação. A ação acontece ao se colocar o
plano em execução. Agir significa realizar todas as atividades previstas no plano de ação, alimentadas pela visão
de mundo e valores afinados no coletivo.

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Existem diversos temas, estratégias e atividades possíveis em Educação Ambiental. Apresentaremos nos
Módulos 3 e 4 algumas possibilidades de atividades pedagógicas como inspiração.

Parabéns! Chegamos ao final da quinta aula desse módulo. Com isso, concluímos nosso ciclo a respeito
do diagnóstico participativo. Foram duas aulas, durante as quais você conheceu uma miríade de ferramentas
propícias ao diagnóstico: observação, entrevistas, reuniões, linhas do tempo, mapas, diagramas, dentre outras.
Para além das ferramentas, contudo, é importante relembrar o aspecto mais positivo do diagnóstico
participativo: a união das opiniões, aspirações e sonhos de diferentes pessoas, com suas visões de mundo
específicas, únicas e valiosas.

O trabalho colaborativo deve ser incentivado para além do momento do diagnóstico. De fato, deve
estar presente durante cada uma das atividades desenvolvidos pelo espaço educador.
Os membros da equipe, dessa forma, devem contar com a colaboração da sociedade na qual atuam.
Devem formar um grupo coeso, almejando os mesmos objetivos e trabalhando em conjunto para alcançá-los.

Pensando justamente na importância de se fomentar essa união, trataremos na próxima aula de uma
série de estratégias para fortalecimento de equipe.
O modo de encarar determinadas situações, as atitudes para com os outros, além da promoção de
algumas atividades, muitas vezes simples, contribuem para a sintonia geral do grupo.
Até breve!

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Aula 6 – Estratégias para fortalecimento de equipe

Boas-vindas novamente! Como você está? Você passou um bom tempo, nas duas aulas anteriores,
conhecendo uma série de métodos e práticas úteis ao diagnóstico participativo, que englobam desde
observação e entrevistas, até metodologias mais específicas como linha do tempo, mapas, análise FOFA, dentre
outras.
A partir da aquisição desse repertório, você está mais do que preparado(a) a efetuar diagnósticos
completos e assertivos, que tornarão sua prática pedagógica ainda mais produtiva, independentemente do
contexto e grupos com os quais tenha que trabalhar!
O conteúdo discutido durante as aulas anteriores, contudo, deve ser compreendido para além de
ferramentas, apenas. As vantagens do diagnóstico participativo nos deixa claro o quão importante é o esforço
coletivo durante a realização das atividades dos espaços educadores, por fazer com que os sonhos, aspirações
e dificuldades da comunidade sejam incorporados em nosso fazer educador!
Pensando no papel fundamental da união e comprometimento de todos, te convido, nessa aula, a
conhecer algumas estratégias para fortalecimento da equipe. Por meio de práticas simples, que podem ser
adequadas às especificidades do seu contexto de atuação, você conseguirá ocupar papel basilar ao motivar e
unir todos os envolvidos com o trabalho dos CEAs: educadores(as) ambientais, educandos(as), parceiros e
comunidade.
Preparado(a) para fortalecer o espírito de equipe no seu espaço educador? Bons estudos!

Para começar, vamos refletir um pouco sobre fortalecimento de equipe. As considerações que
trataremos podem servir tanto para a equipe educadora (do espaço educador) quanto para qualquer grupo
unido em torno de um ideal.
Grupo e equipe caracterizam-se por ser um coletivo de pessoas. A diferença entre os dois é que equipe,
além de uma reunião de pessoas, consiste em um time de pessoas reunidas em torno de um ideal.

Para o bom funcionamento de uma equipe, é fundamental que esta seja unida, coesa, afinada,
harmônica, entusiasmada e cheia de energia e disposição para realizar um trabalho de intervenção
socioambiental. Além de propiciar um trabalho comprometido, de qualidade, o espírito da equipe contagia as
outras pessoas e as estimulam a participar do projeto.

Construir o PPP, como já vimos, é uma excelente oportunidade para o fortalecimento da equipe
educadora, pois os sonhos são compartilhados, as pessoas se conhecem melhor e é possível exercitar a
capacidade de tomar decisões coletivamente, um atributo essencial de uma equipe fortalecida.
Uma equipe é coesa quando todos estão unidos por uma causa comum, quando há prazer em estar
junto e realizar as ações propostas.

Há algumas atitudes e sentimentos pessoais que beneficiam o trabalho em equipe. Veja a seguir:

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Tolerância, respeito, acolhimento - Em uma equipe que, naturalmente, as pessoas têm
diferentes perfis, trajetórias de vida, personalidades e temperamentos, é fundamental saber
conviver com as diferenças. É importante perceber que a diferença percebida no outro é uma
oportunidade de reflexão sobre as próprias ações e posturas do indivíduo. O outro é sempre
um espelho. Crescemos na convivência. Vale a pena observar a complementaridade que pode
haver entre os membros de uma equipe.

Confiança, transparência, abertura ao diálogo - Estar disposto(a) a ouvir, repensar suas


ideias, deixar claro o que pensa, ser verdadeiro(a), acreditar que o(a) outro(a) é capaz, são
algumas atitudes que propiciam o crescimento de todos na equipe e trazem tranquilidade e
fortaleza para o grupo.

Bom Humor, otimismo, postura positiva - À primeira vista, pode parecer supérfluo, mas essas
atitudes e posturas trazem leveza e ânimo para a equipe. Essas atitudes contribuem para o
grupo avançar quando ocorre alguma dificuldade e trazem energia e disposição a todas as
pessoas do grupo. Essas características comportamentais contagiam as outras pessoas, criando
um clima psicológico favorável para os trabalhos da equipe.

Comprometimento, responsabilidade, dedicação, envolvimento, iniciativa - Estar inteiro


no trabalho e se envolver verdadeiramente são atitudes que favorecem a realização dos
trabalhos e ajudam muito a manter a equipe estimulada e fortalecida. A dedicação de cada
membro da equipe e o comprometimento do grupo com o alcance dos resultados desejados
contribuem para o engajamento e paixão pelo trabalho realizado e vice-versa. Dedicação, zelo,
motivação, energia, alegria, entusiasmo e comprometimento advém da paixão pelo que
fazemos.

Solidariedade, compaixão, empatia - Compreender a perspectiva do outro, solidarizar com


as dificuldades do outro, se colocar no lugar do outro, querer que o outro sempre se sinta bem
são atitudes relacionais que beneficiam a harmonia da equipe, fortalecendo os seus membros.
Além disso, procurar colocar os interesses do grupo acima dos interesses pessoais.

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Como você avalia a contribuição dessas atitudes e sentimentos para o fortalecimento de
uma equipe?
Tolerância;
Respeito;
Confiança;
Bom Humor;
Comprometimento;
Abertura ao diálogo;
Otimismo;
Acolhimento;
Transparência;
Postura positiva;
Responsabilidade.

Existem algumas estratégias para se desenvolver e promover as qualidades mencionadas numa equipe:

Promover oportunidades de convivência - Realizar ações conjuntas é uma oportunidade para


criar e fortalecer laços entre as pessoas. Além do próprio trabalho em equipe, promover
momentos de descontração como caminhar, fazer um piquenique, realizar mutirões (para
plantar, cuidar de um lugar, coletar sementes, etc.), preparar uma refeição e compartilhá-la, são
exemplos de atividades de propiciam um convívio agradável e fortalece os laços.

Promover momentos de celebração - É muito importante celebrar as conquistas e as


superações, comemorar, confraternizar e agradecer. Comemorar os aniversários, o retorno de
uma pessoa, o restabelecimento da saúde de alguém da equipe e celebrar as vitórias alimentam
as pessoas de ânimo e motivação. A cada passo do projeto, sempre que uma atividade for
realizada pela equipe, é importante celebrar. A celebração é um ritual que marca uma fase, uma
passagem, com alegria; deixa registrado que foi feita uma conquista, que os esforços e
dedicação de todos não foram em vão, pelo contrário, geraram frutos e são reconhecidos por
isso.

Promover uma boa comunicação - Uma boa comunicação é condição fundamental para evitar
mal entendidos, ruídos e descompassos na equipe. Existem algumas estratégias que facilitam a
comunicação. Durante uma reunião, por exemplo, pode-se instituir o bastão da fala para que
todos tenham a oportunidade de se expressar. O bastão da fala corresponde a um objeto que
deve ser passado de mão em mão, tendo a palavra quem pegou o objeto. Às vezes, a palavra
63
fica monopolizada por algumas pessoas e, passando o bastão, todos poderão ter a
oportunidade de falar. Quando o grupo é muito grande, o que inibe a participação dos mais
tímidos, uma sugestão é propor conversas em grupos menores para depois compartilhar no
grupo maior.

Outra dica simples é propiciar um espaço para que


as pessoas possam se expressar, como um mural, uma
caixinha de sugestões ou duas caixas com os dizeres “gosto
muito quando... ” e “não gosto quando...”. No local de
encontro do grupo, deixar explícitas algumas ideias que
movem ou motivam o grupo, como missão, diretrizes,
pensamentos, etc.

Em uma equipe, é importante que não existam barreiras para o diálogo. É fundamental lidar de frente
com os conflitos, os quais, são comuns acontecerem durante a realização de um trabalho em conjunto.

Muitas vezes, por um motivo pequeno, às vezes um mal entendido, criam-se sentimentos de antipatia
e rancor que, com o tempo, crescem e prejudicam as relações e o trabalho em equipe.

Lembrem-se de aparar as arestas sempre que necessário, pois uma equipe é um organismo, uma
unidade, não há como progredir com desavenças, competição e separações.
Isso pode ser feito de diversas maneiras, uma delas é por meio da organização de algumas atividades
extremamente positivas para o fortalecimento da equipe atuante. Veja a seguir:

Acordo de convivência - Construir um acordo de convivência com a equipe também ajuda


para a harmonia e coesão do grupo. Procurem pontuar comportamentos que podem ser úteis
para o bom funcionamento da equipe. É importante que todos falem e explicitem as suas ideias
para se estabelecer uma boa comunicação na equipe. As ideias acordadas pelo grupo devem
ser escritas em um cartaz e ficar expostas para que todos se lembrem do acordo firmado e
estejam atentos àquelas atitudes/comportamentos.

Promover dinâmicas e rituais - Dinâmicas são atividades que, de forma lúdica e utilizando
linguagens variadas, inclusive corporal e artística, promovem nas pessoas a reflexão e vivência
acerca de alguns assuntos, tratando-os em sua complexidade e promovendo a percepção, a
compreensão e a sensibilização. Existem dinâmicas que propiciam às pessoas da equipe se
conhecerem melhor, perceberem o potencial de cada um, suas competências e habilidades,

64
exercitarem a confiança e a solidariedade, dentre outras, e são ótimas ferramentas para integrar
a equipe.
Também vale a pena pensar em rituais diários ou semanais, como começar sempre os trabalhos
em grupo com cada um falando “como estou me sentindo?”, fazer um diálogo semanal, ou fazer
um café da manhã coletivo, entre outros.

Possibilitar que haja tempo para reflexão - Muitas equipes, devido a elevada carga e
intensidade dos trabalhos que desenvolve, não reservam um tempo para analisar e refletir sobre
as ações em curso, os resultados e aprendizados. É muito importante que a equipe, além de
planejar e executar as ações, reserve momentos para avaliar e aprimorar as atividades em curso.
Esses momentos podem ser no início e final do dia, e/ou da semana, e/ou do mês. Pode ser
também no início e final de semestre, início e final de ano, sempre que necessário.

Reuniões produtivas - Realizar reuniões periodicamente, quer seja para tomada de decisões,
planejamento ou avaliação também contribuem para o trabalho em equipe. Para que esses
momentos sejam agradáveis e produtivos, é necessário que as reuniões tenham um objetivo
claro, sejam organizadas e objetivas, com espaço para a participação das pessoas.
Recomenda-se que as reuniões sejam marcadas em dia e horário que todos possam participar
e que seja um momento agradável para as pessoas. Marcar reuniões à noite ou aos finais de
semana, se não for um consenso, pode desgastar a equipe. No próximo módulo
aprofundaremos sobre como preparar reuniões produtivas.

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Para fortalecimento do grupo, realize uma avaliação do trabalho em equipe do
espaço educador em que atua, respondendo às questões propostas a seguir. Esse
exercício também pode ser realizado de forma coletiva. Convide a sua equipe e realizem
as reflexões propostas. Essa é uma ótima oportunidade de aprendizado e
aprimoramento do grupo.
a) Faça uma lista com os 10 principais aspectos que você considera relevantes
para o trabalho em equipe.
b) De 0 a 10, como você avalia a sua equipe em cada um dos aspectos
identificados?
c) De 0 a 10, como você avalia a sua atitude em cada um dos aspectos
identificados?

Após essa avaliação, é necessário apontar caminhos e agir.

Defina pelo menos 5 ações que você pode realizar para fortalecimento de sua
equipe e coloque-as em prática.
Elabore um parágrafo e compartilhe a sua experiência sobre fortalecimento de
equipe no fórum do curso.

Percebe como às vezes algumas ações simples já contribuem para a melhoria do clima entre uma
equipe? Seja por meio do modo de agir, com mais tolerância e respeito, ou mesmo com ações mais dedicadas,
como a organização de momentos de celebração, você tem um papel fundamental como incentivador dentro
de sua equipe! Faça sua parte!

É com esse convite em mente que chegamos ao final de mais uma aula. Excelente trabalho!

Trabalhando com o intuito de ter uma equipe unida e engajada, fica muito mais fácil colocar em prática
os conceitos apresentados durante as últimas aulas. Desse modo, a execução de um projeto, do diagnóstico ao
planejamento, ocorrerá de maneira tranquila, com a colaboração positiva de todos os envolvidos.
Para fazê-lo em plenitude, uma última questão deve ser considerada: a importância de parcerias e
fontes de financiamento. Dependendo do escopo do projeto, contribuições externas serão necessárias, seja
no ponto de vista técnico, logístico ou monetário. Esse será o tema de nossa próxima aula, na qual
apresentaremos algumas opções de parcerias.
Vejo você lá!

66
Aula 7 – Parcerias e Fontes de Financiamento

Olá! Seja bem-vindo(a) de volta à sétima e última aula desse módulo. Durante essa caminhada de
aprendizado, você estudou sobre o planejamento de um bom projeto, o conceito do Projeto Político Pedagógico
- PPP, a importância do diagnóstico participativo, além de aprender algumas estratégias para fortalecer a equipe
do seu espaço educador.
Agora, chegou o momento de falarmos a respeito de parcerias e fontes de financiamento, pois, na
realidade prática, a maioria dos projetos precisa de subsídios para ser executado plenamente.
Pensando nisso, acho válido te apresentar a possíveis parceiros para seus projetos, que podem
contribuir e fortalecer as ações de Educação Ambiental de sua equipe.
Bons estudos!

Para iniciarmos esse tópico, convidamos você a refletir um pouco sobre as parcerias do espaço
educador em que atua.

Quais são os principais parceiros do espaço educador em que atua?


Qual a estratégia que vocês utilizam para obter parcerias?
Quais as dificuldades encontradas?

Compartilhe no fórum.

Um parceiro em um projeto é um sujeito ou instituição que compartilha dos mesmos ideais e se dispõe
a oferecer apoio para que o projeto se realize. O apoio pode se dar de diferentes formas:

Disponibilização de espaço
Disponibilização de transporte
Assessoria técnica
Recursos humanos
Materiais
Recursos financeiros

As parcerias podem ocorrer em diferentes níveis. Existem parceiros que se integram à equipe e
participam da elaboração do projeto, por exemplo, membros de instituições afins ou pessoas da comunidade
envolvidas no projeto.
Quando o projeto está em processo de elaboração, nas fases de diagnóstico e planejamento, é
importante mapear possíveis parcerias, identificando as instituições ou pessoas que apresentam perfis para

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apoiar o projeto. Uma vez identificados os parceiros potenciais, a instituição deve contatá-los para apresentar a
ideia do projeto e dialogar para verificar as possibilidades de apoio à iniciativa. A instituição pode convidá-los
para participar das reuniões de elaboração do projeto ou, caso não seja possível a participação no processo,
agendar uma reunião posteriormente para conversar novamente sobre o projeto e firmar a parceria.
As parcerias estabelecidas podem agregar valor ao projeto, pois contribuem para evidenciar que outras
instituições apoiam a ideia e estão dispostas a colaborar para sua implementação.

Um projeto pode demandar apoio financeiro ou não, de acordo com o seu escopo. Alguns projetos,
por exemplo, podem ser realizados apenas com a disponibilidade de pessoas e recursos locais. As instituições
que apoiam o projeto e viabilizam recursos financeiros para a sua implementação são denominadas
patrocinadores ou financiadores, sendo também parceiras do projeto. Existem diferentes fontes de recursos:

O Estado - Empresas Públicas, Prefeituras, Agências Governamentais;


As Agências Internacionais - Organismos especializados da ONU, Agências Regionais;
O setor privado - Empresas, Indivíduos, Organizações sem fins lucrativos, Institutos e
Fundações;
Indivíduos - Doações, apadrinhamento, (corresponsáveis – consumidores); e
Outras formas - Internet (Crowding Funding), rifas, festas, etc.;

O financiamento de projetos, em geral, está vinculado a alguma política ou linha programática. Os


programas ou políticas atendem a determinadas áreas geográficas e preocupam-se com determinados
resultados e impacto social. Por exemplo:

Programas de saúde;
Programas de educação;
Programas relacionados a mulheres, jovens;
Programas de desenvolvimento;
Ambientais: água, biodiversidade;
Programas de geração de renda;
Entre outros...

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Avalie as suas experiências sobre financiamento, respondendo as seguintes
questões:
O seu espaço educador é autossuficiente em recursos?
Como se dá o financiamento das ações educativas desenvolvidas pelo
seu espaço educador?
Que estratégias utiliza para obter recursos para desenvolver as ações
propostas no PPP?

Certamente você tem muito a contribuir.


Compartilhe as suas respostas no Fórum.

Antes de acessar uma fonte de recursos, é importante analisar alguns aspectos como:

Que tipo de apoio seu projeto precisa?


Quais fontes de recurso podem ser acessadas?
Qual o procedimento para acessar o recurso?
Essa fonte de recurso é adequada ao projeto?

É importante pensar que tipo de apoio seu projeto precisa e entender como funcionam essas fontes de
recursos. Algumas instituições financiadoras ofertam recursos por meio de editais públicos. Neste caso o projeto
deve ser escrito seguindo o roteiro ou formulário disponibilizado no edital e encaminhado dentro de prazo
estabelecido, para concorrência com outros projetos.
BANCO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL – BNDES (www.bndes.gov.br);
CESE – Coordenadora Ecumênica de Serviço (www.cese.org.br/enviar-projeto);
Fundo Nacional do Meio Ambiente – FNMA (www.mma.gov.br/apoio-a-projetos/fundo-
nacional-do-meio-ambiente);
Fundo Amazônia (www.mma.gov.br/apoio-a-projetos/fundo-amazonia);
Fundo Clima (www.mma.gov.br/clima/fundo-nacional-sobre-mudanca-do-clima);
FNS – Fundo Nacional de Solidariedade (www.caritas.org.br);
Funbio – Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (www.funbio.org.br);
Fundação Banco do Brasil (www.fbb.org.br);
Fundo Socioambiental CASA (www.casa.org.br);
Petrobras (www.petrobras.com.br/pt/sociedade-e-meio-ambiente/selecoes-publicas);
União Européia (www.europa.eu/european-union/about-eu/funding-grants_pt).

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Conheça outras fontes de financiamento acessando alguns sites, como:
Associação Brasileira de Captadores de Recursos – ABCR (http://captacao.org/recursos).

A escolha dos parceiros ou fontes de financiamento diz muito sobre o perfil da organização que está
pleiteando apoio e sobre os seus ideais. Há organizações que não aceitam dinheiro de empresas que degradam
intensamente o ambiente e/ou apresentam histórico de exploração dos trabalhadores, e que apoiam projetos
socioambientais com o intuito de limparem sua imagem negativa. A equipe deve conversar sobre escolha dos
parceiros e se posicionar de acordo com seus valores.

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) apoia programas e projetos voltados para o


conhecimento, a proteção, a recuperação e o uso sustentável dos recursos naturais. Conheça as linhas
do Ministério do Meio Ambiente para apoio a projetos disponíveis, no site (www.mma.gov.br/apoio-
a-projetos).

Podemos escolher o que semear, mas somos obrigados a


colher aquilo que plantamos.

(Provérbio chinês)

Espero que a sua jornada de aprendizado tenha sido deveras proveitosa durante todo esse segundo
módulo! Antes de prosseguirmos, vamos relembrar brevemente o que foi abordado?

I) A importância do planejamento;
II) Como elaborar um bom projeto;
III) O projeto político pedagógico (PPP);
IV) A importância de um diagnóstico participativo e como realizar;
V) Estratégias para fortalecimento da equipe; e
VI) Parcerias e fontes de financiamento.

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Falamos a respeito da importância de planejar, sobre métodos e práticas necessárias à elaboração de um
bom projeto, além do próprio conceito de PPP, em si, fundamental a todo espaço educador.

Na sequência, a importância do diagnóstico tomou uma concretude maior a partir de diversas


ferramentas e métodos que podem ser implementados nos diversos contextos de atuação! Não se esqueça,
contudo, que para fazê-lo, é necessário possuir uma equipe unida e fortalecida, o que pode ser constantemente
incentivado a partir de uma série de práticas.

Por fim, creio que agora você está ciente de que sua equipe não está sozinha nessa empreitada. Há,
inclusive, uma considerável quantidade de instituições e parceiros, que podem contribuir nas diversas esferas
de atuação educacional. Desse modo, desejo que você sinta-se inspirado(a) a colocar esse preceitos em prática.
Ao fazê-lo, compartilhe com os demais suas percepções!

No terceiro módulo de nosso curso, sairemos da esfera de planejamento de projetos para tratar a
respeito de sua execução, de modo mais específico. Para fazê-lo de maneira eficaz e completa, apresentaremos
uma série de fundamentos importantíssimos para a prática pedagógica, incluindo uma ampla cartilha de
métodos e ferramentas que podem ajudar a tornar sua prática educativa cada vez mais eficaz.

Assim sendo, continuaremos nossa jornada de aprendizado no próximo módulo. Até lá!

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Referências Bibliográficas

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uma pedagogia de ATER. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Agrário, 2010. 45p. Disponível em:
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Técnicos. Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental, Brasília, 2007.

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Referências Bibliográficas Complementares

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