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FACAMP – Faculdade de Campinas

Curso de Relações Internacionais


Economia Internacional II
1º Semestre de 2012 - 3º C
Catarina Rodrigues Duleba RA: 200910938
Diego Camargo RA: 200912035

Bretton Woods e o Euromercado

Compreende-se que o intervalo entre a Primeira e a Segunda Guerra


Mundial foi caracterizado por intensas flutuações cambiais, provenientes,
principalmente, do excesso de emissão monetária, da intensificação do uso de
políticas protecionistas e por desvalorizações competitivas. Essa situação
acabou por propiciar um sistema monetário instável e de não cooperação.
Agregada a esses fatores encontra-se a tentativa frustrada de reconstruir o
sistema do padrão-ouro. Desse modo, tornou-se necessário a estruturação de
um novo conjunto de normas, políticas e instituições que pudessem orientar as
transações monetárias internacionais.

A desarticulação do sistema monetário ocorrida no período entre-guerras


acabou por designar a necessidade de formular um padrão monetário
internacional que fosse capaz de suportar três fatores: as tensões entre os
divergentes objetivos de política econômica, a mobilidade internacional dos
capitais, a qual já não se mantinha pelo sistema de convertibilidade e o
deslocamento do centro hegemônico mundial, da Inglaterra para os Estados
Unidos.

Contudo, duas semanas após o ataque de Pearl Harbor, no ano de


1941, os aliados já sabiam que era apenas uma questão de tempo para que a
guerra estivesse ganha. Desse modo, começaram a pensar em como seria a
nova ordem econômica vigente.
Em julho de 1944, os representantes da Aliança das Nações Unidas
reuniram-se em Bretton Woods com o intuito de estruturar um novo padrão
monetário internacional. Durante a negociação, J. M. Keynes representou o
lado dos interesses britânicos (devedores). Já o lado norte-americano
(credores) foi representando por H.D.White.

De modo geral, o plano de Keynes abrangia uma política bilateral, uma


vez que tinha em vista o desejo dos Estados Unidos em alcançar uma ordem
multilateral. Dessa forma, o plano keynesiano pretendia evitar os prejuízos que
o multilateralismo causaria a Inglaterra, a qual se encontrava completamente
endividada, principalmente com suas colônias. Ademais, propunha uma moeda
mundial que não fosse o dólar (para tirar o poder dos EUA) e a formação de
uma câmara de compensação, a qual permitiria que os países superavitários
cedessem dinheiro para a câmara em moeda internacional, que seriam
repassados aos países deficitários. Desse modo, além de reduzir o déficit da
Inglaterra, evitaria o superávit dos Estados Unidos.

Por outro lado, o plano White visava à criação do banco mundial de


reconstrução (não autorizado pelo Congresso por inutilizar os bancos
regionais) e do fundo de estabilização internacional (FSI), o qual não se
consolidou, mas deu origem a parte do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Ademais, os Estados Unidos possuíam praticamente 70% das reservas de
ouro. Ou seja, só ele conseguiria sustentar o regime de convertibilidade.
Somente o dólar teria lastro em ouro, e as demais moedas teriam paridade fixa
em relação ao dólar e seriam conversíveis entre si. Essa situação acabaria
consolidando a hegemonia financeira norte-americana no âmbito internacional,
através do padrão ouro-dólar.

Compreende-se que os acordos finais de Bretton Woods tenderam muito


mais para os planos de White do que aos planos de Keynes. Ademais, BW
apresentou cinco características determinantes: taxa de câmbio fixa, porém
ajustável, criação do FMI, do Banco Mundial e da Organização Internacional do
comércio (OIC) - não vigora, mas leva a criação do GATT (Acordo Geral de
Tarifas e Comércio) - entretanto, a característica mais importante e a qual
diferencia BW dos demais padrões monetários refere-se ao controle de
capitais. Esse mecanismo, além de ter sido o item que mais funcionou em
Bretton Woods, favoreceu ambos os países, pois lhe permitia uma maior
autonomia para a realização de políticas monetárias e fiscais. Além disso, o
controle de capitais inibe a especulação, o que possibilita que os países
mantenham estáveis as suas taxas de câmbio e de juros, que são
fundamentais para a tomada de decisão do investidor. Dessa maneira, essa
estabilidade permitiu um grande nível de investimento em diversos países,
possibilitando o que se chamou de “milagre econômico” ao longo dos anos 50 e
60.

Durante o período em que Bretton Woods vigorava o dinheiro que


circulava no cenário internacional era apenas uma “moeda de conta”, que tinha
como função permitir que a troca de mercadoria entre os países. Ou seja, o
dinheiro envolvia a função de meio de troca da moeda. Assim, os países
quando realizavam trocas comerciais não precisavam pagar suas dívidas
imediatamente. Elas eram registradas num banco internacional e ajustadas
conforme as transações realizadas pelos países de maneira que não eram os
mercados que regulavam o fluxo monetário internacional.

Foi acordado que a partir de 1950 todas as moedas deveriam ser


conversíveis, exceto dos países em desenvolvimento. Porém isso não foi
possível antes de 1959, já que as economias européias ainda não tinham se
restabelecido do final da Segunda Guerra Mundial e, por isso, não conseguiam
manter a paridade com o dólar, devido aos grandes movimentos de
especulação. Dessa maneira, criou-se em 1949 a União Européia de
Pagamentos, que instaurava a conversibilidade nos países europeus como
uma tentativa de ir se adaptando à paridade monetária. Para Moffit, a Guerra
Fria tem um papel essencial nessa questão. Devido às divergências entre os
EUA, defensor do capitalismo, e a URSS, que visava à expansão do
comunismo pela Europa, os norte-americanos se empenharam na realização
de programas para a reconstrução de partes do continente europeu, para, de
certa forma, conter a ação soviética, através, por exemplo, do Plano Marshall.
Até que em 1959 a conversibilidade entre as moedas conseguiu ser instaurada.

A partir do momento em que a maioria dos países passou a se tornar


dependentes do dólar, os Estados Unidos se tornaram a nova hegemonia.
Porém, diferentemente do que vinha acontecendo nos últimos quinze anos (de
1945 a 1960) os EUA começaram a demonstrar um déficit em seu balanço de
pagamentos, o que fazia com que os países começassem a desconfiar da
conversibilidade do dólar quanto ao ouro, uma vez que o mundo estava
“inundado” de dólar, que, por sua vez, começou a fraquejar.

Assim, como os EUA vinham de um período político nacional turbulento


devido à pressão realizada pela população pela realização de políticas sociais,
o que fazia com que os gastos públicos fossem maiores que sua arrecadação,
pelo seu déficit comercial e pelos gastos que estavam tendo com a Guerra do
Vietnã, um surto inflacionário começou a surgir no país. Dessa maneira, como
as reservas dos países em geral eram dadas em dólar, com o problema da
inflação, eles tiveram que começar a emitir moeda, o que fez com que essa
crise cambial se espalhasse. Porém, os EUA não podiam valorizar o dólar, pois
acabariam com Bretton Woods. Assim, Nixon, em 1971 argumenta que o
sistema monetário vigente estaria prejudicando os EUA e dessa maneira,
anuncia, unilateralmente, o fim de Bretton Woods e o fim da conversibilidade
entre o dólar e o ouro.

Durante esse período entre 1968 e 1971, chamado de “crise do dólar”


vai se formando o Euromercado conforme a Inglaterra – visando seu objetivo
de voltar a ser uma potência financeira internacional - foi concedendo, a partir
de 1946, que fossem realizados no país depósitos e empréstimos em moedas
que não fossem a libra, o que foi muito importante, principalmente, para a
China e a URSS, que não podiam fazer aplicações nos bancos norte-
americanos, pois eram vistos pelos EUA como ameaças comunistas. Além
disso, o Banco da Alemanha apresentava altos superávits em seu balanço de
pagamentos fazendo com que se acumulassem grandes quantidades de dólar,
o que aumentava ainda mais o montante de capital do Euromercado.

Esse novo sistema correspondia a uma “democratização” dos negócios


financeiros de maneira “privatizada”. Ou seja, nesse período os países que
precisavam de empréstimos não precisavam pedir ajuda aos países ricos, mas
sim diretamente aos bancos, o que, de certa forma, facilitou a concessão dos
empréstimos, uma vez que antes as negociações eram feitas por tecnocratas,
o que as deixava mais difíceis e atenua, também, os choques entre centro e
periferia. Além disso, ele ajudava de certa forma, a legitimar o papel do dólar
como moeda internacional, uma vez que facilitava a sua circulação entre
diversos países.

O “Choque do Petróleo”, que correspondeu a um imenso aumento do


preço do produto, a partir de 1973, foi um dos principais itens para o
desenvolvimento do Euromercado. O que aconteceu foi que esse aumento dos
preços, acabou propiciando uma recessão em vários países, o que fazia com
que eles tivessem que pedir empréstimos. Por outro lado, foi se acumulando
um grande montante de dinheiro nas mãos dos árabes (exportadores de
petróleo) que acabava sendo direcionado aos empréstimos dos outros países
que precisavam do dinheiro, para até mesmo, realizar a compra de petróleo.
Essa abundância de capital fez com que muitos países, principalmente os em
desenvolvimento, conseguissem o dinheiro necessário para manter os
programas de crescimento que estavam sendo implantados, como foi o caso
do Brasil.

Então, foi através dessa modificação do cenário internacional como a


formulação do Euromercado, a entrada de países na concorrência industrial e
inovações financeiras – consórcio de bancos, formação de agências insulares e
a adoção, pelos bancos, de taxas de juros variáveis – que acabou provocando
uma abundância de capital em busca de rentabilidade, expondo a incapacidade
do governo norte-americano em manter o antigo sistema. Principalmente
porque a manutenção de Bretton Woods previa alguns mecanismos que não
cabiam mais a essa nova ordem, que agora demandava um sistema mais
liberalizado e sem tantas regulamentações, como por exemplo, as taxas de
câmbio e o controle de capitais que vigoravam anteriormente. Esse conjunto de
fatores acabou por finalizar o padrão dólar-ouro, ou seja, o sistema de Bretton
Woods.

Foi só a partir de 1979 que os EUA conseguiram recuperar a sua


hegemonia no cenário mundial. Para recuperar o capital que fugia do país, em
direção ao Euromercado, Paul Volcker triplicou as taxas de juros norte-
americanas absorvendo o capital de volta para os EUA. Como resultado, todos
os outros países tiveram que elevar suas taxas de juros, mas mesmo assim
não conseguiram competir com a credibilidade que tinha o dólar, o que acabou
gerando uma “recessão mundial”. Assim, grande parte dos países que
detinham empréstimos no Euromercado acabou quebrando, e muitos, como
Brasil, Venezuela e México chegaram a decretar sua moratória.
BIBLIOGRAFIA

BELLUZZO, Luis Gonzaga. Os antecedentes da tormenta. Carta Maior.


Disponível em:
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EICHENGREEN, B. A Globalização do Capital. Uma história do Sistema


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De OLIVEIRA, Giuliano Contento; MAIA, Geraldo; MARIANO, Jefferson. O


Sistema de Bretton Woods e a dinâmica do sistema Monetário Internacional
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