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EPÍLOGO: UM NOVO
Nas sombras da selva, Kaimetsu-Uo olhou para a
Terra com uma expressão pensativa. “Há muita coisa que
me disseste que não tinha ouvido antes,” disse ele em voz
baixa. “Há muita coisa que me disseste que já me haviam
dito, de forma diferente.”
“A história é coisa viva, contos crescem e mudam
como todos os seres vivos fazem,” disse Unmei. “Quem pode
dizer o que é a verdade e o que não é? Mas isto foi o que
Hida me disse, se te ajuda.”
“Como Hida poderia ter te contado todas essas
histórias?” Perguntou Kaimetsu-Uo. “Há muitas partes que
não poderia ter testemunhado.”
Unmei abriu um largo sorriso, mas não respondeu.
“Acho que isso não importa,” disse Kaimetsu-Uo.
“Ainda aprendi muito com tuas histórias. Sempre pensei nos
Kami, de alguma forma, diferentes de nós.”
“São,” disse o koumori. “Bem diferentes.”
“Mas também iguais,” o jovem samurai rebateu.
“Fundaram o Império porque as pessoas precisavam de
liderança. Criaram Clãs porque deveres precisavam ser
cumpridos. O Amanhecer do Império não é um conto sobre
Kami ou sobre mortais. No fim, não há diferença. É um
conto de heróis.”
“Verdade,” Unmei respondeu. “Se não houvesse os
Kami, Kakita, Matsu, Mirumoto e os outros provavelmente
ainda seriam heróis, e ainda seria Mutsuhito um vilão. Mas
o que seria Shosuro? E que tipo de terra isso seria sem Genji
ou Atarasi, que eram ao mesmo tempo Deuses e mortais?
Ninguém pode dizer.”
“Não é o destino de alguém que o engrandece, mas
como abraçá-lo,” disse Kaimetsu-Uo. “Pensei que meu
destino era a liderar o Caranguejo, mas não era para ser. Eu
me ressenti de meu pai... mas não me ressinto mais. Ele
apenas me libertou para que eu encontrasse meu caminho.”