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Transtornos Alimentares: uma perspectiva analítico-comportamental

Introdução

Aiello e Vale afirma que o uso das classificações psiquiátricas por analistas do
comportamento possuem as seguintes funções: facilitar a comunicação
interdisciplinar; realizar estudos epidemiológicos de populações, usando o diagnóstico
como referência para demarcar a população a ser investigada; agrupar dados de caso
com a mesma temática; ter referências sobre pesquisas que investigam a base
biológica de um quadro clínico; pesquisas transculturais; e especificar a área de
discussão acadêmica na literatura ou em outros eventos.

Assim, a análise do comportamento não busca explicar o comportamento somo


sintoma (efeito) de algum processo metafísico interno (causa), o comportamento é
analisado em si próprio, pela função que ocupa nas relações contingenciais.

1. A categoria Transtornos Alimentares.

A Anorexia nervosa, a Bulimia nervosa, o transtorno de Compulsão Alimentar


periódica e outro transtorno alimentar não especificado fazem parte dos chamados
Transtornos do comportamento alimentar, estando relacionadas a respostas como:
preocupação excessiva com o estado atual ou aumento da forma/peso corporal;
desejo de emagrecer, alterações na imagem corporal; utilização de práticas danosas
para controle de peso; busca exagerada pelo emagrecimento; culpa ao se alimentar.

Sabe-se que a população feminina jovem de 12 a 28 anos é a mais atingida, o


que chega a ser considerado pela literatura como um problema eminentemente
feminino.

A anorexia nervosa não se caracteriza necessariamente por uma falta de


apetite, mas sim pela recusa da alimentação e busca do domínio sobre a fome e o
corpo. Com o prosseguimento deste processo, o sucesso na restrição calórica pode
se tornar um dos poucos reforçadores disponíveis na vida do cliente.

O começo deste quadro se dá, na maioria das vezes, com uma queda brusca
no peso, podendo ser resultado de uma doença, tratamento médico ou dieta auto
induzida. Durante a adolescência a relação com a forma do corpo é um fator crítico,
pois as mudanças na puberdade impõem à adolescente uma adaptação do corpo
infantil para o maduro. As maneiras de lidar com o novo corpo pode motivar a busca
pelas práticas danosas de controle de peso.

Outra característica para avaliar o impacto da restrição alimentar é o calculo do


Índice de Massa Corporal (IMC = peso (kg) / altura (m)²). Para que uma pessoa seja
considerada anoréxica, seu IMC deve ser de 17,5 ou menor. Contudo, ele não faz
distinção entre massa magra e massa gorda, mas continua sendo um dos principais
critérios para avaliação do quadro.

A diferença entre bulimia nervosa e anorexia nervosa é que naquela, mesmo


que ocorra tentativas de restrição alimentar, estas, na maioria das situações, falham.
O episódio de bulimia corresponde a um consumo exagerado de grandes quantidades
alimentar, com uma posterior tentativa de retirar essa comida do corpo através de
métodos como a purgação (vômitos, exercícios em excesso, fumo, chás, vinagre,
laxantes, etc.). Durante o episódio bulímico a quantidade de calorias ingeridas pode
chegar a 1.200 ou 4.500 calorias. Não é incomum a alternância entre fases bulímicas
e anoréticas ao longo da história do cliente.

Em suma, a NA engloba um repertório de autocontrole restritivo da


alimentação, levando a um peso baixo. A BN engloba um pouco efetivo repertório de
restrição alimentar, acompanhado de excessos de ingestão alimentar que,
geralmente, antecedem tentativas de purgação. Ambas envolvem um sistema
complexo de fatores filogenéticos, ontogenéticos e socioculturais.

2. Caracterização nos três níveis de seleção por consequências

Para Skinner, a ocorrência da ação pode ser explicado pelas relações de


contingência entre os eventos antecedentes, a própria ação e as consequências que
a sucede. A Análise do comportamento compreende o comportamento humano como
sendo possibilitado por três processos históricos: a história da espécie (filogenia), a
história do indivíduo (ontogenia) e a história das práticas coletivas (cultura).

2.1 A filogenia e a categoria Transtornos Alimentares:

A alimentação faz parte do repertório de atividades necessárias à


sobrevivência. Na história da nossa espécie, os ambientes tinham pouca
disponibilidade de alimentos e períodos de escassez, exigindo dos indivíduos
mecanismos eficazes no armazenamento de reservas energéticas para sobreviverem.

A comida, na história evolutiva da espécie humana, ganhou um papel


reforçador incondicionado, uma sensibilidade biológica que também está relacionada
com a emissão de respondentes de prazer ao ingerir o alimento. Devido aos alimentos
ricos em carboidratos, gorduras e açucares, serem facilmente serem transformados
em energia, foram selecionados na evolução os indivíduos que eram mais sensíveis
a esses três tipos de alimentos. Isso e o potencial de reforço desses grupos de
alimentos participa em parte na explicação de ser difícil, por exemplo, alguém ir na
clínica relatar um episódio de compulsão alimentar com verduras.

O cliente pode utilizar-se da comida como uma estratégia de controle


emocional, fugindo do contato com emoções aversivas. Alguns comportamentos
característicos dos transtornos alimentares são decorrentes da privação alimentar.
Morgan indica que alterações em vias norodrininérgicas e da serotonina podem
exercer papel em queixas clínicas relacionadas como humor alterado, forte controle
de impulso, pensamentos obsessivos etc. É provável que essa anormalidade seja
decorrente dos períodos de jejuns e dietas.

Na BN, existe uma clara preferência por alimentos altamente calóricos,


podendo estar relacionado a uma alteração na produção da saciedade. A ânsia por
carboidrato e o episódio de compulsão alimentar podem funcionar como estratégias
para regularizar a homeostase e superar a desnutrição. Outras alterações
consequentes da restrição alimentar estão nos níveis de HLC, NPY e VPA, que
contribuem para o aparecimento da amenorreia e perda dos caracteres sexuais
secundários. Isso pode ser um reforçador negativo em alguns casos da AN.

Sobre a prática excessiva de exercícios, estudos mostram que a atividade física


pode resultar do jejum, pois, no ponto de vista da seleção natural, na ausência
prolongada de comida, seria importante, para a sobrevivência da espécie, que os
indivíduos continuassem procurando novas fontes de alimento, mesmo que implicasse
em mais gasto de energia. Além disso, a atividade física elicia relaxamento, reduzindo
ansiedade, além de ser um momento para o cliente fugir de eventos aversivos.

2.2 A ontogenia e a categoria transtornos alimentares


Na ontogênese, o foco de análise é o processo de seleção (pelas
consequências) das respostas individuais. Nela, há o estudo do alimento na sua
relação com o comportamento operante, estabelecendo com este, relações de
contingência. A construção da relação entre o sujeito e o alimento se inicia nos
primeiros momentos de vida, uma vez que, frequentemente, uma criança reforçada
com alimento também obtém outros reforçadores como atenção social, afeto dos pais,
interação com estes, etc. Caso ocorra um pareamento, o alimento passa a poder
eliciar respondentes de bem-estar e em situações de privação afetiva, a comida
poderia ocupar o espaço de reforçadores sociais, quando estes não estiverem
disponíveis por alguma razão.

Assim, uma adolescente encontra na comida um substituto para o reforçamento


social, mas que não possui o exato efeito emocional das interações sociais, sendo
preciso então uma significativa quantidade (forte intensidade) para que ocorra uma
significativa eliciação de respondentes (forte magnitude) como prática compensatória.
Isso resulta num excesso de comida e, consequentemente, ganho excessivo de peso.
Como a mídia frequentemente utiliza o corpo magro para obter reforçadores como
aceitação, o corpo acima do peso seria, para a garota, mais um impeditivo para a sua
realização social. Para perder peso, a adolescente começa a elaborar práticas para
resolver rapidamente o problema do ganho de peso, sem ter que perder a comida
como fonte de prazer. Assim, a comida possui funções contraditórias

Assim, fica claro a contingência estabelecida entre ficar magra (ação) – atenção
social (consequência). Com o progresso da terapia espera-se, nestes casos, que o
novo repertório de habilidades sociais possa ocupar de forma mais positivamente
reforçadora o espaço na vida da cliente.

2.3 A cultura e as práticas anoréticas e bulímicas

O estudo da cultura permitiu avaliar que esta frequentemente associa o corpo


magro com reforçadores como aceitação social, felicidade, satisfação, status social,
atratividade sexual. Assim, a magreza é vendida como uma mercadoria ilusoriamente
acessível a todos, independentemente das contingências filogenéticas e
ontogenéticas. Por outro lado, o sobrepeso acaba recebendo um status negativo.

Além disso, há uma difusão de práticas anoréticas nas redes sociais pelos
jovens com transtornos alimentares, com o intuito de oferecer uma troca de
experiencias entre usuárias com transtornos, ideia de como esconder e ludibriar pais
e profissionais de saúde, relatos de como iniciaram o quadro, e até mesmo oferecendo
uma rede de apoio social. Essas mensagens trocadas promovem uma valorização
social das práticas anoréxicas e bulímicas, configurando uma contingência de reforço
que pode não estar disponível no ciclo de amizades e ou familiar.

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