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Estratégia Saúde da Família e

Núcleo de Apoio à Saúde da


Família: diretrizes e fundamentos

Saúde
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA E NASF

O que é a Estratégia Saúde da Família?

A Saúde da Familia é uma das principais estratégias, propostas pelo Ministério da


Saúde do Brasil, para reorientar o modelo assistencial do Sistema Único de Saúde, a partir da
atenção básica . Ela procura reorganizar os serviços e reorientar as práticas profissionais na
lógica da promoção da saúde, prevenção de doenças e reabilitação, enfim, da promoção da
qualidade de vida da população, constituindo-se em uma proposta com dimensões técnica,
política e administrativa inovadoras. Ela pressupõe o princípio da Vigilância à Saúde, a inter e
multidisciplinaridade e a integralidade do cuidado sobre a população que reside na área de
abrangência de suas unidades de saúde.

Sua expansão ganhou impulso com a Norma Operacional Básica (NOB-96) que
operacionalizou a descentralização de recursos e a municipalização da saúde,
apresentando as orientações para o repasse, aplicação e mecanismos de controle e
acompanhamento dos recursos financeiros que compõe o Piso da Atenção Básica (PAB),
assim com a responsabilidade dos municípios enquanto gestores.

A Vigilância à Saúde e sua relação com a Estratégia Saúde da


Família
Como vimos anteriormente, a ESF tem como objetivo a análise permanente da
situação de saúde da população e a organização e execução de suas práticas, adequadas
ao enfrentamento dos problemas existentes. É composta pelas ações de vigilância,
promoção, prevenção e controle de doenças e agravos e deve estar amparada nos
conhecimentos e técnicas vindos da epidemiologia, do planejamento e das ciências
sociais. Além disso, para viabilizar suas ações, é necessário compor uma equipe
multiprofissional com a participação de enfermeiro generalista, do médico, um ou dois
auxiliares de enfermagem e agentes comunitários de saúde.

Entre seus objetivos incluem-se: a prestação da assistência integral e contínua de


boa qualidade à população, elegendo a família e o seu espaço social como núcleo básico
de abordagem no atendimento à saúde; a intervenção sobre os fatores de risco a que
esta população está exposta, humanizando as práticas de saúde por meio de
estabelecimento de vínculo de confiança e contribuindo para a democratização do
conhecimento do processo saúde-doença.
Neste contexto, a Vigilância à Saúde resume em si todo conceito de saúde e
consequentemente do ato de cuidar, pois antevê a saúde de modo positivo, cuja meta para
ser alcançada pressupõe áreas fora do saber específico da saúde como: condições de
trabalho, habitação, educação adequada, meio ambiente saudável, equidade no cuidado,
entre outros. Ela foi colocada, como tema de discussão, em uma série de conferências
internacionais, nas quais foram definidos conceitos que mudaram de forma substancial o
paradigma de saúde, até então restrito à ausência de doença, com destaque às ações
curativas em detrimento da prevenção e promoção de saúde.
MÓDULO POLÍTICO GESTOR

Quais os princípios norteadores da Estratégia Saúde da


Família?

A Estratégia Saúde da Família incorpora os princípios do Sistema Único de


Saúde (SUS) e se estrutura a partir da Unidade Saúde da Família (USF), conforme
contextualizado a seguir:

• Integralidade e Hierarquização: A Unidade de Saúde da Família (USF) está


inserida na atenção primária à saúde. Suas equipes devem realizar o diagnóstico
de saúde do território adscrito, identificando o perfil epidemiológico e
sociodemográfico das famílias, reconhecendo os problemas de saúde prevalentes
e os riscos a que esta população está exposta, elaborando, com a sua
participação, um plano local para o enfrentamento dos problemas de saúde. O
cumprimento desses dois princípios pressupõe que os profissionais envolvidos
nas equipes de saúde compreendam que seus serviços estão organizados em
níveis de complexidade crescentes, desde o nível local de assistência, até os mais
especializados; este sistema é denominado referência e contra-referência, sendo
que a referência se dá do nível de menor para o de maior complexidade,
inversamente à contra-referência. A articulação entre esses dois sistemas é
bastante difícil uma vez que a demanda de serviços mais complexos excede ao
número de solicitações por parte da atenção básica, dificultando atingir
excelência no atendimento aos clientes que necessitam de serviços
especializados.

• Territorialização e Adscrição da Clientela: a USF trabalha com território de


abrangência definido, sendo responsável pelo cadastramento e acompanhamento
desta população. Recomenda-se que a equipe seja responsável por, no máximo,
4000 pessoas do território.

• Equipe Multiprofissional: composta por um enfermeiro, um médico generalista


ou de família, um auxiliar de enfermagem e agentes comunitários de saúde
(ACS). Além desses, odontólogos, assistentes sociais e psicólogos, dentre outros,
poderão fazer parte das equipes ou formar equipes de apoio, de acordo com as
necessidades locais.

• Caráter Substitutivo: substituição das práticas tradicionais de assistência, com


foco nas doenças, por um novo processo de trabalho, centrado na Vigilância à
Saúde.
Operacionalização da Estratégia Saúde da Família

A operacionalização desses objetivos ocorre por meio da definição territorial


da clientela, a noção da família como foco da assistência, o trabalho em equipe
interdisciplinar e multiprofissional e o vínculo entre os profissionais e as famílias
assistida.

Segundo o Ministério da Saúde, a territorialização pressupõe o diagnóstico das


características sociais, demográficas e epidemiológicas e deve impactar, de forma
favorável, as condições de saúde da população adscrita. Para tal, as equipes de
saúde devem realizar o cadastramento das famílias por meio de visitas domiciliares.
Este diagnóstico permite:

• Identificar os problemas de saúde prevalentes e situações de risco desta população;

• Elaborar, em conjunto com a comunidade, um plano de ação para o


enfrentamento dos determinantes de processo saúde/doença;

• Prestar assistência integral na USF, na comunidade, no domicilio além do


acompanhamento nos serviços de referência ambulatorial ou hospitalar;

• Desenvolver ações educativas e intersetoriais para o enfrentamento dos


problemas de saúde.

É na equipe multiprofissional que as situações levantadas no diagnóstico de


saúde devem ser enfrentadas, valorizando-se a soma de olhares dos distintos
profissionais que compõem esta equipe, obtendo-se, desta forma, um maior impacto
sobre os diferentes fatores que interferem no processo saúde-doença. Para isso, é
imprescindível que a estruturação do trabalho, na ESF, consolide-se nos princípios da
vigilância à saúde, rompendo assim com a dinâmica médico-centrada.

Uma das maiores dificuldades na implementação da ESF diz respeito à carência de


profissionais para atender a esta nova realidade. A ESF exige para sua consecução,
profissionais com formação generalista, capazes de atuar de forma efetiva, na complexa
demanda de cuidados da Atenção Básica, estando, desta forma, na contramão da
medicina intervencionista e sofisticada de nossos dias.

É urgente resgatar o valor destes profissionais e propiciar a este modelo, espaço


como especialidade e campo do saber e afastando a ideia de que o profissional que não
se especializa e o que “vai para a Saúde da Família”. Além disso, faz-se necessário, o
desenvolvimento de um processo de formação e capacitação permanente de todos os
profissionais envolvidos, de forma a incorporar, não apenas novos conhecimentos, mas
mudança na cultura e no compromisso com a gestão pública, garantindo uma prática
pautada nos princípios da promoção da saúde.
Como funcionam as Unidades de Saúde da Família?

O funcionamento das Unidades Saúde da Família (USF) se dá pela atuação de uma


ou mais equipes de profissionais que devem se responsabilizar pela atenção à saúde da
população, vinculada a um determinado território. Cada equipe é responsável por uma
área onde residem entre 600 a 1000 famílias, com limite máximo de 4000 habitantes.

Essas equipes devem realizar o cadastramento das famílias por meio de visitas
domiciliares às residências, em sua área de abrangência. As informações desse cadastro,
juntamente com outras fontes de informação, levam ao conhecimento da realidade
daquela população, seus principais problemas de saúde e seu modo de vida.
MÓDULO POLÍTICO GESTOR

Essas informações servem para que o gestor e a equipe, juntamente com a


população, possam planejar as atividades a serem desenvolvidas, para que cumpram seu
objetivo de melhorar as condições encontradas. O cadastro destas famílias é registrado
no Sistema de Informações da Atenção Básica (SIAB). O SIAB é, portanto, um sistema de
informação que sistematiza os dados coletados, possibilita a sua informatização e gera
relatórios de acompanhamento e avaliação.

Saiba Mais...

Importante perceber que todas essas atividades, desde uma visita domiciliar, uma consulta
médica ou de enfermagem, um grupo educativo, o acolhimento e toda e qualquer atividade
desenvolvida na USF, estão em sinergia com a filosofia da Vigilância à Saúde.

Composição da equipe da Unidade de Saúde da Família

Do mesmo modo que na ESF, a equipe da Unidade de Saúde da Família é composta


por um enfermeiro, um médico generalista ou de família, um auxiliar de enfermagem e
agentes comunitários de saúde (ACS). Além desses, odontólogos, assistentes sociais e
psicólogos, dentre outros, devem fazer parte tanto nessas equipes quanto nos Núcleos
de Apoio à Saúde da Família (NASF).

Todos esses profissionais devem desenvolver suas atividades laborais, tanto nas
unidades quanto na comunidade, devendo ter gosto pelo trabalho em equipe, facilidade
no trato com pessoas, habilidade em trabalhar com planejamento e programação em
saúde; capacidade em adaptar-se a situações novas e qualificação profissional adequada
às práticas de saúde pública.

Você sabe quais são as principais atividades que deve ser desempenhadas
pelos profissionais da Estratégia Saúde da Família na unidade básica de saúde?
Cada uma das ações desempenhada pelos profissionais que compõem a ESF, antes
de se constituir em uma tarefa que finda em si mesmo, faz parte de um projeto maior de
Vigilância à Saúde. Nessa lógica é importante refletirmos qual o sentido de uma área
adscrita, do acolhimento, da visita domiciliar, da consulta ou de um grupo educativo.
Caso estas ações findem em si mesmas e resolvam, ou não, apenas problemas pontuais,
e os profissionais envolvidos no processo de cuidar, não transcendam às queixas, foi vã a
proposta da integralidade do cuidado e consequentemente da Vigilância à Saúde.

Conheça ou relembre as principais atividades:

• Mapeamento da área adscrita e dos equipamentos sociais presentes nesse


território;

• Planejamento, busca ativa, cadastramento e acompanhamento das famílias;

• Acolhimento e marcação de consultas;

 Ações individuais e/ou coletivas de promoção à saúde e prevenção de doenças;

• Consultas médicas, de enfermagem e de odontologia;

• Realização de procedimentos odontológicos, médicos e de enfermagem:


imunizações, inalações, curativos, drenagem de abscessos e suturas;

• Administração de medicamentos orais e injetáveis, terapia de reidratação, entre


outras;

• Acolhimento e urgências básicas de enfermagem, de medicina e de


odontologia;

• Realização de encaminhamento adequado das urgências e de casos de maior


complexidade.
MÓDULO POLÍTICO GESTOR

Núcleo de Apoio à Saúde da Família

Quais os princípios norteadores e as responsabilidades do


Núcleo de Apoio à Saúde da Família?

Constitui -se em desafios à ESF sua integração à rede assistencial, o aumento de sua
resolutividade e a capacidade de compartilhar e fazer a coordenação do cuidado. Com o
objetivo de superar estes desafios, o Ministério da Saúde, em 2008, criou o Núcleo de Apoio
à Saúde da Família (NASF) para ampliar a abrangência e as ações da Atenção Básica,
reforçando o processo de territorialização e regionalização em saúde.

O NASF não é uma estrutura desvinculada da atenção primária à saúde e, como esta,
tem dentre seus pressupostos a territorialização; a educação permanente em saúde;
integralidade; participação social; promoção da saúde e humanização. Ele procura ampliar,
aperfeiçoar a atenção e a gestão da saúde na ESF, superando uma lógica fragmentada e
privilegiando a construção de redes de atenção e cuidado, constituindo-se em apoio às
equipes de SF.

A principal diretriz do SUS a ser praticada por este núcleo é a integralidade e deve
estar presente na atitude do profissional no encontro com seus clientes. Além desta, outros
princípios e diretrizes devem orientar as ações a serem desenvolvidas pelo NASF, como o
território onde deve ser desenvolvida a atuação dos profissionais; a educação em saúde da
população; a interdisciplinaridade – onde diversas ações, saberes e práticas se
complementam; a participação social com foco na gestão participativa; a educação
permanente em saúde buscando a transformação das práticas profissionais e da
organização do trabalho; a humanização, a partir de construções coletivas entre
gestores, trabalhadores e usuários e promoção da saúde que procura eleger formas de
vida mais saudáveis.

Inúmeras e complexas são as responsabilidades atribuídas aos profissionais do


NASF, entre elas: a definição de indicadores e metas que avaliem suas ações; a definição
de uma agenda de trabalho que privilegie as atividades pedagógicas e assistenciais, além
de ações diretas e conjuntas com a ESF, no território.
Desafios a serem superados

O trabalho em grupo/equipe constitui-se em um dos desafios que se coloca para os


profissionais do NASF e da ESF. Este trabalho deve ser realizado em espaços coletivos e com
contratos bem definidos de funcionamento, com garantia de sigilo, uma vez que nesses
encontros, todos os assuntos devem ser tratados e, as críticas devem ser feitas e recebidas
de forma adequada, num aprendizado contínuo de gerenciamento de conflitos de forma
positiva.
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA E NASF
Como o Núcleo de Apoio à Saúde da Família se organiza?

O NASF está organizado em duas modalidades: NASF 1 e NASF 2. Esta constituição


diferencia-se entre si pelo número de profissionais com formação universitária envolvidos,
bem como ao número de equipes a que estão vinculados (confira no quadro 1).

QUADRO 1
Modalidades 1 2 do Núcleo de Apoio à Saúde da Família segundo
profissionais envolvidos e constituição dos núcleos

Para a implantação das diferentes modalidades do NASF foram definidos alguns


critérios e responsabilidades, cabendo ao gestor municipal a definição de quais os profissionais
que irão compor cada Núcleo, devendo organizar o seu processo de trabalho com foco nos
territórios de sua responsabilidade, conjuntamente com as equipes de SF.

Desta forma, o atendimento compartilhado entre os profissionais do NASF e os da ESF deve


ser priorizado, com troca de saberes, capacitação e responsabilidades mútuas, devendo o
atendimento individualizado pelo NASF se dar apenas em situações extremamente necessárias,
sempre respeitando os territórios sob sua responsabilidade.

Quais as principais responsabilidades atribuídas a todos os


profissionais que compõem os Núcleo de Apoio à Saúde da
Família?

São elas:

• Identificar as atividades, ações e práticas a serem adotadas em cada uma das áreas
de abrangência;

• Identificar, o público alvo a cada uma das ações;

• Atuar, de forma integrada e planejada, nas atividades desenvolvidas pelas ESF de


Internação Domiciliar, quando estas existirem;

• Acolher os usuários e humanizar a atenção;

• Desenvolver ações intersetoriais de forma a integrar a saúde a outras políticas sociais


como: educação, esporte, cultura, trabalho, lazer etc.;

• Promover a gestão integrada e a participação dos usuários nas decisões, por meio
dos Conselhos Locais e/ou Municipais de Saúde;

• Elaborar estratégias de comunicação para divulgação e sensibilização das atividades dos


NASF bem como material educativo e informativo em sua área de atuação;
• Avaliar, em conjunto com as ESF e os Conselhos de Saúde, o desenvolvimento e a
implementação das ações e a medida de seu impacto sobre a situação de saúde, por
meio de indicadores previamente estabelecidos;

• Elaborar projetos terapêuticos individuais, realizando ações multiprofissionais e


transdisciplinares, pelas ESF e os NASF, desenvolvendo a responsabilidade
compartilhada.

Importante refletir aqui também que, da mesma forma que em relação às ações
desenvolvidas pela ESF, cada ação por si ou todas elas, analisadas no conjunto da obra,
pressupõe um conjunto ações, a serem desenvolvidas em conjunto com as Equipes de
Saúde da Família e a comunidade, com vista à vigilância à saúde.
Ferramentas utilizadas pelo Núcleo de Apoio à
Saúde da Família em sua organização

Diversas ferramentas, já testadas na realidade brasileiras, são utilizadas na


organização e o desenvolvimento do processo de trabalho do NASF como: Apoio
Matricial, Clínica Ampliada, Projeto Terapêutico Singular (PTS) e Projeto de Saúde
no Território (PST).

Apoio Matricial - A expressão “apoio” constitui-se como central na proposta


do NASF, e remete à compreensão de uma tecnologia de gestão denominada apoio
matricial (NASF), que se complementa com o processo de trabalho em equipes de
referência (equipe SF), que buscam mudar o padrão dominante de
responsabilidade nas organizações: em vez das pessoas se responsabilizarem por
atividades e procedimentos, caracterizadas como tecnologia dura e leve-dura, o que
se pretende é construir a responsabilidade de pessoas para pessoas, caracterizada
pelas tecnologias leves. Desta forma o apoio matricial agrega tanto a dimensão
leve-dura, caracterizada pela assistência, responsável por produzir ação clínica
direta com os usuários, quanto da tecnologia leve, caracterizada pela ação técnico-
pedagógica que produz apoio educativo com e para a equipe.

Clínica Ampliada - A proposta de Clínica Ampliada se direciona a todos os


profissionais que fazem clínica, ou seja, os profissionais de saúde na sua prática de
atenção aos usuários. Toda profissão faz um recorte, um destaque de sintomas e
informações, cada uma de acordo com seu núcleo profissional. Ampliar a clínica
significa ajustar os recortes teóricos de cada profissão às necessidades dos usuários.
A discussão em equipe de casos clínicos, principalmente se mais complexos, é um
recurso clínico e gerencial importantíssimo. A existência desse espaço de
construção da clínica é privilegiada para o apoio matricial e, portanto, para o
trabalho dos profissionais do NASF.

Projeto Terapêutico Singular (PTS) - Constitui-se em um conjunto de


propostas de condutas terapêuticas articuladas, direcionadas a um sujeito
individual ou coletivo, realizada por uma equipe interdisciplinar, com apoio
matricial se necessário. Geralmente é dedicado a situações mais complexas. É uma
variação da discussão de “caso clínico”. Ele representa um momento em que toda a
equipe compartilha opiniões e saberes na tentativa de ajudar a entender o sujeito
com alguma demanda de cuidado em saúde e, consequentemente, para definição
de propostas de ações.

Projeto de Saúde no Território (PST) - Pretende ser uma estratégia das


equipes de SF e do NASF, para desenvolver ações efetivas na produção da saúde em
um território articulando os serviços de saúde com outros serviços e políticas
sociais, de forma a investir na qualidade de vida e na autonomia das comunidades.
Ele deve iniciar-se pela identificação de uma área e/ou população vulnerável ou em
risco. Tal identificação pode acontecer a partir de um caso clínico que chame a
atenção da equipe, como uma idosa com marcas de queda e que pode ser vítima
de violência. Deve ainda ter foco na promoção da saúde, participação social e
intersetorialidade, com a criação de espaços coletivos de discussão, onde sejam
analisados a priorização das necessidades de saúde, os seus determinantes sociais,
as estratégias e os objetivos propostos para a sua abordagem. É no espaço coletivo
onde a comunidade, suas lideranças e membros de outras políticas e/ou serviços
públicos, presentes no território, poderão se apropriar, reformular, estabelecer
responsabilidades, pactuar e avaliar o projeto de saúde para a comunidade. O PST
auxilia ainda o fortalecimento da integralidade do cuidado à medida que trabalha
com ações vinculadas à clínica, à vigilância e promoção da saúde.
Competências profissionais na
estratégia Saúde da Família e o
trabalho em equipe

Competências profissionais na
estratégia Saúde da Família e
o trabalho em
Processo de trabalho em saúde

O Departamento de Gestão da Educação na Saúde, da Secretaria de Gestão do


Trabalho e da Educação na Saúde, e o Departamento de Atenção Básica da Secretaria de
Atenção à Saúde elaboraram um documento que subsidia a discussão acerca das
competências profissionais para egressos de cursos de especialização em Saúde da
Família da Universidade Aberta do SUS.

Segundo este documento, essa formação traz consigo algumas peculiaridades,


como:

• a grande amplitude do campo de trabalho;

• a heterogeneidade das práticas locais;

• a ruptura paradigmática da estratégia;

• incipiente estrutura acadêmica para o ensino e a pesquisa em atenção básica


em nosso país.

Mais do que estabelecer competências, o grande desafio é o de torná-las


condutas de rotina. O conceito de competência envolve três dimensões: o
conhecimento, a habilidade e a atitude. Entende-se, portanto, que as competências
não estão desarticuladas do desempenho esperado e que este implica o agir.

Mas, para facilitar a compreensão dos papéis a serem desempenhados pela equipe
de saúde, abordaremos inicialmente as competências propriamente ditas, conforme
estabelecidas na Portaria nº 648/GM de 28/03/06, seguidas por reflexões acerca do
fazer e do ser um profissional da saúde.
O saber do trabalhador da saúde

Como vimos, as competências estão estabelecidas na Portaria nº 648/GM de


28/03/06, que aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de
diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica para o Programa Saúde da
Família (PSF) e o Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS).

Em seu capítulo II, aponta as características do processo de trabalho da ESF. Além


das características especificadas no capítulo I, relacionadas ao processo de trabalho das
equipes de Atenção Básica (unidades de saúde tradicionais, em que não
necessariamente tenham sido incorporadas equipes de Saúde da Família), são
características específicas do processo de trabalho da Estratégia Saúde da Família:

I - Manter atualizado o cadastramento das famílias e dos indivíduos e utilizar, de


forma sistemática, os dados para a análise da situação de saúde considerando as
características sociais, econômicas, culturais, demográficas e epidemiológicas do
território;

II - Definição precisa do território de atuação, mapeamento e reconhecimento da


área adstrita, que compreenda o segmento populacional determinado, com
atualização contínua;

III - Diagnóstico, programação e implementação das atividades segundo


critérios de Risco à saúde, priorizando solução dos problemas de saúde mais
frequentes;

IV -Prática do cuidado familiar ampliado, efetivada por meio do conhecimento da


estrutura e da funcionalidade das famílias, que visa propor intervenções que
influenciem os processos de saúde-doença dos indivíduos, das famílias e da própria
comunidade;

V- Trabalho interdisciplinar e em equipe, integrando áreas técnicas e


profissionais de diferentes formações;

VI - Promoção e desenvolvimento de ações intersetoriais, buscando parcerias e


integrando projetos sociais e setores afins, voltados para a promoção da saúde, de
acordo com prioridades e sob a coordenação da gestão municipal;
VII - Valorização dos diversos saberes e práticas na perspectiva de uma
abordagem integral e resolutiva, possibilitando a criação de vínculos de confiança
com ética, compromisso e respeito;

VIII - Promoção e estímulo à participação da comunidade no controle social, no


planejamento, na execução e na avaliação das ações; e

IX - Acompanhamento e avaliação sistemática das ações implementadas,


visando à readequação do processo de trabalho.
Todas as categorias profissionais integrantes da ESF participam deste
processo, cada qual com sua atribuição específica, mas é importante frisar
que a construção deste processo só ocorre mediante a participação de toda a
equipe nas reuniões semanais, para a organização e discussão do próprio
processo.

Cada tópico destacado nos ajuda a refletir sobre nossa atuação dentro da
rotina da unidade de saúde, sua forma de aplicação, limitações e aspectos a
serem aprimorados. A seguir vamos vê-los mais de perto!

Características específicas do processo de trabalho

O cadastramento, praticamente delegado exclusivamente ao agente comunitário


da saúde (ACS) e realizado mediante o preenchimento de fichas padronizadas, é que
ajudará na definição precisa do território. Identificar, além dos dados da ficha A do
Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB), os espaços sociais frequentados pelos
moradores (escolas, bares, igrejas), ou que funcionem como rede de suporte
(associações), auxiliam na compreensão da dinâmica sociocultural da população e
aumentam as chances de que ações intersetoriais possam reverter em benefícios.
MÓDULO POLÍTICO GESTO

Glossário

Padrões de

Previsibilidade:
A prática do cuidado familiar ampliado tem sido
1. Sair de casa; estimulada e estudada por pesquisadores da área no intuito
2. Compromisso com o de instrumentalizar os profissionais para que reconheçam,
seu parceiro; na estrutura familiar, a oportunidade de intervir no processo
saúde-doença. Ferramentas como o ciclo de vida familiar,
3. Aprender a viver junto;
que parte do princípio de que, assim como o indivíduo, os
4. Chegada do primeiro sistemas familiares têm sua própria história e passam por
filho;
padrões de previsibilidade, auxiliam os profissionais a
5. Vivendo com pré- identificar em que estágio de desenvolvimento a família se
escolares;
encontra para estabelecer o plano de cuidado para cada
6. Vivendo com adoles- caso familiar.
centes;
7. Saída dos filhos; Dentro desse plano de cuidado, estão previstas as
doenças que podem ocorrer com maior frequência em cada
8. Velhice.
uma das etapas do desenvolvimento familiar, somadas aos
critérios de risco ambientais, biológicos e comportamentais.

Na prática, estamos mais acostumados a organizar


nossas atividades em função do ciclo de vida do indivíduo, com consequentes ações
destinadas à prevenção e ao controle de doenças que acometem os bebês, as crianças, os
adolescentes, os adultos e os idosos. Só a partir do trabalho interdisciplinar e em equipe,
com a discussão do “caso da família”, é que aprendemos a pensar que um problema que
acomete um membro da família pode interferir na dinâmica de vida de todos os outros
membros.

Outro aspecto importante a ser lembrado para que se possam estabelecer laços fortes
com alguém é a criação de vínculos de confiança. Em sentido etimológico, con-fiança
significa ter fé junto com alguém, ou seja, acreditar junto com alguém em alguma coisa. Nas
práticas assistenciais, a confiança é essencial. O paciente confia no profissional, que ele
poderá contribuir ou oferecer um serviço do qual precisa de maneira adequada. Para ele, o
profissional é quem poderá ajudá-lo a recuperar ou a manter sua saúde. Entretanto,
algumas vezes, o profissional não é capaz de resolver o problema do paciente, e isso não é
incomum.
Desse modo, é necessário que o profissional esteja preparado para solicitar ajuda a
outro colega (se for o caso, pelo apoio matricial), ou para esclarecer ao paciente que aquele
problema não pode ser solucionado naquela instância (da Atenção Básica), e então
providenciar a referência (por exemplo, ambulatórios médicos de especialidades e centro de
especialidade odontológica). O importante é mostrar-se solidário ao problema e não se
esquecer da responsabilidade da Equipe de Saúde da Família no tocante à saúde da
população de seu território.

Sobre a Confiança, para refletir:

“Não é fácil ser paciente! A pessoa se sente exposta, agredida fisicamente e


emocionalmente não só pela doença, como também pelo profissional de saúde, que apalpa,
aperta, injeta, corta, subtrai esperanças, cria restrições ou dita normas. A pessoa doente sente
inquietações, angústias, medos, frustrações, inseguranças, inferioridades, incapacidades, raivas
ou outras emoções. Onde irá despejar ou colocar essas sensações?” (GAUDERER, 1991).
COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS NA ESF E O TRABALHO EM EQUIPE

Toda vez que ocorre quebra de confiança, rompe-se o relacionamento profissional-


paciente, e o paciente, insatisfeito, fica refratário a qualquer ação da equipe de saúde.
Para o estabelecimento do vínculo e aderência, devemos nos lembrar que a pessoa é
única. Isso significa que as pessoas são diferentes, têm suas características, seus anseios,
suas necessidades, e esse patrimônio, essa identidade merece ser respeitada; a “pessoa
humana” é provida de uma dignidade, ou seja, a pessoa tem valor pelo simples fato de
ser pessoa.

Sobre a Dignidade, para refletir:

Vamos supor que você tenha que atender em seu consultório um parente ou
amigo de quem gosta muito. Como você se sentiria?

É provável que você sinta dificuldade em atender essa pessoa não somente pelo
envolvimento psicológico, mas também porque você deseja que ela receba o melhor
tratamento possível. Assim, poderá acontecer de você se recusar a atender essa pessoa,
por achar que outro profissional estaria mais preparado para tal. Isso acontece porque
você reconhece o valor, a dignidade daquela pessoa. Você sabe que aquela pessoa
merece o melhor tratamento. É esse valor, essa dignidade, que devemos reconhecer em
todas as pessoas, estendendo a todos os pacientes o melhor tratamento que pudermos
oferecer.

Uma vez estabelecidos os parâmetros para o bom


Dicas
relacionamento entre as pessoas (embora isso não garanta
sua ocorrência!), a consequência gera o vínculo tão
desejado para a ESF.

Para saber mais sobre a


A preocupação com a criação do vínculo (muitas vezes política de humanização (PNH
expressa na forma de “humanização” da assistência)
suscitou inclusive a criação, em 2003, da Política Nacional – HumanizaSUS),
de Humanização (PNH – HumanizaSUS). acesse
www.saude.gov.br.

A insatisfação acaba também por distanciar a pessoa de sua responsabilidade sobre


os problemas vivenciados na comunidade. Por outro lado, uma comunidade bem
organizada tem maiores condições de lutar por seus direitos para a melhoria das
condições de vida, e cabe à Equipe de Saúde da Família dar suporte (e espaço) para que
as pessoas aprendam a lidar com seus problemas e busquem soluções para eles.
Estimular o controle social por meio da participação da comunidade nos Conselhos
Gestor e Municipal é um desafio que se coloca para toda a equipe. Não raro, a pessoa
ingressa por interesses próprios, mas, à medida que percebe que esses interesses são
comuns a outras pessoas, e que, portanto, ela passa a representar um grupo, sua
participação se torna mais efetiva.

Quanto ao último aspecto destacado – a avaliação –, não temos a pretensão de


discutir os indicadores de avaliação do sistema de saúde estudados no planejamento em
saúde, mas gostaríamos de apontar que o grau de satisfação do usuário do SUS é o
melhor parâmetro que se tem para a avaliação do bom funcionamento da ESF.

De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), em


2003, a satisfação dos usuários com o atendimento público odontológico recebido
permaneceu alta, com 92,6% considerando o cuidado recebido como muito bom ou
bom.
MÓDULO POLÍTICO GESTOR

Avaliação: Pesquisa de Satisfação de Serviços Públicos (Silvia Cervellini), com usuários de postos de saúde de uma capital.

O corpo da Portaria nº 648/GM traz as características específicas do processo de


trabalho da Saúde da Família, enquanto o Anexo I define as atribuições dos profissionais
das Equipes de Saúde da Família, de saúde bucal e de agentes comunitários de saúde.

São listadas, no Anexo I da Portaria, inicialmente as atribuições comuns a todos os


profissionais da Equipe de Saúde da Família:

I- Participar do processo de territorialização e mapeamento da área de atuação da


equipe, identificando grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos, inclusive
aqueles relativos ao trabalho, e da atualização contínua dessas informações,
priorizando as situações a serem acompanhadas no planejamento local;
II - Realizar o cuidado em saúde da população adscrita, prioritariamente no
âmbito da unidade de saúde, no domicílio e nos demais espaços
comunitários (escolas, associações, entre outros), quando necessário;

III - Realizar ações de atenção integral conforme a necessidade de saúde da


população local, bem como as previstas nas prioridades e protocolos da
gestão local;

IV - Garantir a integralidade da atenção por meio da realização de ações de


promoção da saúde, prevenção de agravos e curativas; e da garantia de
atendimento da demanda espontânea, da realização das ações
programáticas e de vigilância à saúde;

V- Realizar busca ativa e notificação de doenças e agravos de notificação


compulsória e de outros agravos e situações de importância local;

VI - Realizar a escuta qualificada das necessidades dos usuários em todas as


ações, proporcionando atendimento humanizado e viabilizando o
estabelecimento do vínculo;

VII - Responsabilizar-se pela população adscrita, mantendo a coordenação


do cuidado mesmo quando esta necessita de atenção em outros
serviços do sistema de saúde;

VIII - Participar das atividades de planejamento e avaliação das ações da


equipe, a partir da utilização dos dados disponíveis;

IX - Promover a mobilização e a participação da comunidade, buscando


efetivar o controle social;

X - Identificar parceiros e recursos na comunidade que possam potencializar


ações intersetoriais com a equipe, sob coordenação da Secretaria
Municipal de Saúde;
XI - Garantir a qualidade do registro das atividades nos sistemas nacionais
de informação na Atenção Básica;

XII - Participar das atividades de educação permanente; e

XIII - Realizar outras ações e atividades a serem definidas de acordo com as


prioridades locais.

Como você pode perceber, algumas atribuições coincidem com


características do próprio processo de trabalho e, portanto, parecem se
repetir (identificadas em itálico).

Por outro lado, surgem outros conceitos importantes (identificados em negrito),


inerentes à ESF, como o uso do domicílio e de outros espaços comunitários para a
realização de ações em saúde e a busca ativa que, na prática, parecem se contrapor à
garantia de atendimento da demanda espontânea. A população, acostumada a
consumir saúde, não identifica outros espaços, e às vezes até outros profissionais (que
não o médico) como capazes de produzir saúde.

Estudos qualitativos sobre o processo de trabalho em Saúde da Família, apontam


que os usuários são responsáveis por dois atravessamentos: a demanda espontânea
(representada, segundo a perspectiva de um profissional, como imaginário social
criado pela biomedicina, e não demanda reprimida); e a dependência em relação aos
integrantes da equipe, principalmente ao médico, alimentada pelo vínculo.

As relações conflituosas com os usuários também foram apontadas como fatores


limitadores nos processos de trabalho, mas não podemos nos esquecer da nossa
responsabilidade pela população adscrita. Essa responsabilidade também esbarra em
outro aspecto valorizado pela ESF, que é a autonomia do sujeito. Uma vez autônomos
para decidir sobre suas condutas, os profissionais da saúde sentem-se frustrados por
não conseguir aderência dos sujeitos, principalmente em relação às ações
programáticas de promoção da saúde e à prevenção de agravos.
Para melhorar isso, é preciso ouvir o paciente, reconhecer suas expectativas em
relação ao atendimento, informá-lo a respeito de sua saúde e das possibilidades de
tratamento; enfim, deve-se incorporar as pessoas nos processos de decisão sobre sua
saúde.

A decisão conjunta é o objetivo de um grupo com múltiplas competências. A


desejada horizontalidade, para a produção coletiva da Saúde da Família, acontece de
maneira mais homogênea.

Se houver participação nas atividades de planejamento. Evidentemente esse fórum


não está isento de opiniões divergentes, e cabe à gerência administrar eventuais conflitos.
A falta de perfil para a atuação em Saúde da Família, o estresse do trabalho, a ausência de
liderança (ou a disputa pela liderança), a alta rotatividade profissional, a falta de
estabilidade/vínculo empregatício, baixos salários, entre outros, devem estar na pauta das
reuniões para que a subjetividade dos próprios trabalhadores possa ser conversada,
discutida e pactuada (cuidar do cuidador), a fim de tornar o trabalho da equipe mais
integrado e resolutivo.

Portanto, o relacionamento deve ser pensado entre a equipe de saúde e a


família, ou entre os próprios profissionais da equipe.

Pode-se dizer que existem três paradigmas nas relações assistenciais: o técnico-
científico, que, na área da saúde e bem-estar, ocorre quando a doença se torna mais
importante que o doente, quando os equipamentos técnicos (de tratamento, de
diagnóstico) se interpõem entre o profissional e o paciente, dificultando (ou impedindo)
que se estabeleça um relacionamento adequado entre o profissional e o paciente; o
financeiro, que se refere à busca incessante pelo lucro, ou à busca em evitar prejuízos
financeiros, como nos casos que envolvem processos judiciais; e o humanitário, que
envolve um entendimento da importância do resgate das relações humanas.

É importante salientar que os profissionais devem buscar um equilíbrio entre esses


paradigmas. Não é possível abandonar a técnica, pois dessa forma não seria possível
oferecer o melhor tratamento para o paciente; também não seria justo trabalhar sem
pensar na nossa remuneração.
Todos os profissionais da área da saúde estabelecem relações com outras pessoas,
pacientes e equipe.

Relação (re-lação) significa estabelecer laços com alguém, e esses laços devem
ser fortes, sob o risco de se romperem se assim não o forem. Mas como estabelecer
um laço forte com alguém, sobretudo com uma família, ou com os membros de uma
equipe com a qual se trabalha?

Em primeiro lugar, é preciso se lembrar do respeito pela pessoa humana. Afinal, se


estamos falando em relação, estamos falando de pessoas, e essas pessoas (tanto os
pacientes quanto o profissional e sua equipe) devem ter sua dignidade e todas as suas
dimensões (física, psíquica, social e espiritual) respeitadas.

Partindo-se desse fundamento e tendo-se como objetivo estabelecer um laço forte


com alguém, precisamos compreender o conceito de empatia. De acordo com o
dicionário Houaiss, empatia é o “processo de identificação em que o indivíduo se coloca
no lugar do outro e, com base em suas próprias suposições ou impressões, tenta
compreender o comportamento do outro”.

Assim, se um profissional (de qualquer área) sempre se relaciona com alguém, é


importante lembrar que é necessário que ele se coloque no lugar do outro para
identificar como aquela pessoa gostaria que ele se comportasse. Colocando-se (o
profissional) no lugar do paciente, como gostaria que aquele que vai atendê-lo agisse?
Entretanto, é preciso lembrar que as pessoas são diferentes, por isso nem sempre o que
é bom para uma pessoa é bom para outra!

O profissional deve estar preparado para uma mudança de atitude, que envolve
perceber o outro, resgatando-se a subjetividade, e assim estabelecer com ele uma
relação empática. Também deve compreender que outros fatores, além do biológico,
fazem parte da totalidade do ser humano.

Evidentemente, saber o que é da competência de todos ajuda no entendimento


entre a equipe de saúde, sem necessitar de cobranças da gerência para o envolvimento
ou o cumprimento de determinada tarefa.
O papel de cada membro da equipe

Veremos a seguir as atribuições específicas para cada categoria. O papel de cada


membro da equipe deve ser de domínio de todos, diminuindo-se assim o risco de um
esperar que o outro faça aquilo que não está ao seu alcance.

Agente Comunitário de Saúde (ACS)

Considerado o elo com a comunidade, não há dúvidas quanto às suas atribuições;


entretanto, nem sempre é considerado “membro efetivo” da Equipe de Saúde da
Família, por não participar das reuniões com demais profissionais (salvo com o
enfermeiro), ou por não ter acesso ao prontuário e às informações (questiona-se a
possibilidade de manutenção do sigilo) (JUNGES et al., 2009). Cabe ao ACS:

I - Desenvolver ações que busquem a integração

Dicas
entre a equipe de saúde e a população adscrita

à UBS, considerando as características e as


finalidades do trabalho de acompanhamento
Se você tiver interesse por essa de indivíduos e grupos sociais ou coletividade;
discussão, leia um artigo sobre a
percepção do usuário do Programa
II - Trabalhar com adscrição de famílias em base
Saúde da Família sobre a privacidade
e a confidencialidade de suas geográfica definida, a microárea;
informações, relatadas ao ACS.
Acesse: Acesse: http://www.scielo.br/ III - Estar em contato permanente com as famílias
pdf/sausoc/v18n1/05.pdf. desenvolvendo ações educativas, visando à
promoção da saúde e à prevenção das
doenças, de acordo com o planejamento da
equipe;

IV - Cadastrar todas as pessoas de sua microárea e manter os cadastros


atualizados; V - Orientar famílias quanto à utilização dos serviços de saúde
disponíveis;
VI - Desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção das doenças e
de agravos, e de vigilância à saúde, por meio de visitas domiciliares e de ações
educativas individuais e coletivas nos domicílios e na comunidade, mantendo a
equipe informada, principalmente a respeito daquelas em situação de risco;

VII - Acompanhar, por meio de visita domiciliar, todas as famílias e indivíduos sob
sua responsabilidade, de acordo com as necessidades definidas pela equipe; e

VIII - Cumprir com as atribuições atualmente definidas para os ACS em relação à


prevenção e ao controle da malária e da dengue, conforme a Portaria nº 44/GM, de 3
de janeiro de 2002.

É permitido ao ACS desenvolver atividades nas unidades básicas de


saúde, desde que vinculadas às atribuições acima.

O documento que subsidia a discussão acerca das competências profissionais


para egressos de cursos de especialização em Saúde da Família da Universidade
Aberta do SUS traz explícito o papel do enfermeiro em assumir uma posição de
liderança no trabalho em equipe multiprofissional, o que implica compromisso,
responsabilidade, empatia, habilidade em comunicação e na tomada de decisão.
Não há nada que limite a participação de outra categoria nessa função, entretanto,
provavelmente pela formação (voltada para o cuidado e com experiências práticas
de trabalho em equipe multiprofissional), são os enfermeiros que, de fato, mais se
aproximam das propostas da Estratégia Saúde da Família e, por isso, acabam
assumindo a liderança.
Auxiliar de Saúde Bucal (ASB)

São atribuições do auxiliar:

I - Realizar ações de promoção e prevenção em saúde bucal para as famílias, grupos


e indivíduos, mediante planejamento local e protocolos de atenção à saúde;

II - Proceder à desinfecção e à esterilização de materiais e instrumentos utilizados;

III - Preparar e organizar instrumental e materiais necessários;

IV - Instrumentalizar e auxiliar o cirurgião-dentista e/ou o THD nos procedimentos


clínicos;

V - Cuidar da manutenção e conservação dos equipamentos odontológicos;

VI - Organizar a agenda clínica;

VII - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os


demais membros da Equipe de Saúde da Família, buscando aproximar e integrar
ações de saúde de forma multidisciplinar; e

VIII - Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado


funcionamento da USF.

Técnico de Saúde Bucal (TSB)

Cabe ao técnico de saúde bucal:

I - Realizar a atenção integral em saúde bucal (promoção, prevenção, assistência e


reabilitação) individual e coletiva a todas as famílias, a indivíduos e a grupos
específicos, segundo programação e de acordo com suas competências técnicas e
legais;

II - Coordenar e realizar a manutenção e a conservação dos equipamentos


odontológicos;
III - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os
demais membros da Equipe de Saúde da Família, buscando aproximar e integrar
ações de saúde de forma multidisciplinar;

IV - Apoiar as atividades dos ACD e dos ACS nas ações de prevenção e promoção da
saúde bucal; e

V - Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado


funcionamento da USF.

Cirurgião-Dentista

São competências específicas do cirurgião-dentista, de acordo com o Anexo I da


Portaria nº 648/GM:

I - Realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil epidemiológico para o


planejamento e a programação em saúde bucal;

II - Realizar os procedimentos clínicos da Atenção Básica em saúde bucal, incluindo


atendimento das urgências e pequenas cirurgias ambulatoriais;

III - Realizar a atenção integral em saúde bucal (promoção e proteção da saúde,


prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde)
individual e coletiva a todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos, de acordo
com planejamento local, com resolubilidade;

IV - Encaminhar e orientar usuários, quando necessário, a outros níveis de


assistência, mantendo sua responsabilização pelo acompanhamento do usuário e o
segmento do tratamento;

V - Coordenar e participar de ações coletivas voltadas à promoção da saúde e à


prevenção de doenças bucais;
VI - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os
demais membros da Equipe de Saúde da Família, buscando aproximar e integrar
ações de saúde de forma multidisciplinar;

VII - Contribuir e participar das atividades de educação permanente do THD, do ACD


e do ESF;

VIII - Realizar supervisão técnica do THD e do ACD; e

IX - Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado


funcionamento da USF.

A inserção da saúde bucal na ESF ocorreu de forma não organizada,


ficando restrita a alguns municípios brasileiros até o ano 2000. Em 2001, o
Ministério da Saúde, com a Portaria no 1.444, de 28/12/2000,
regulamentada pela Portaria n° 267 de 06/03/2001, instituiu um incentivo
financeiro para a integração de uma equipe de saúde bucal para cada duas
equipes do Programa de Saúde da Família, por meio de duas possíveis
modalidades: Modalidade I – composta por Cirurgião-Dentista (CD) e Auxiliar
de Saúde Bucal (ASB) ou Modalidade II – composta por CD, Técnico de Saúde
Bucal (TSB) e ASB (todos 40 horas semanais).

A Portaria no 673/03, do Ministério da Saúde, alterou a proporção de


equipes de saúde bucal para 1:1, ou seja, para cada equipe de Saúde da
Família poderá ser integrada a respectiva equipe de saúde bucal.

Com isso, houve grande estímulo de contratação de pessoal auxiliar nos


municípios para a atuação em equipe de saúde bucal. Entretanto, pelo fato
de a prática profissional do cirurgião-dentista ser historicamente isolada,
nota-se que a primeira dificuldade para o entrosamento da equipe de saúde
é o próprio desconhecimento da atuação em equipe. O trabalho a quatro
mãos acaba por ser “aprendido” no serviço, e as competências são
discutidas no âmbito do planejamento das equipes.
Trabalhando com famílias vulneráveis

Os profissionais da ESF têm contato próximo e cotidiano com as famílias. Do ponto de


vista sistêmico, passam a fazer parte do sistema familiar não somente no momento da
visita, mas principalmente como referência para as questões de saúde. O agente
comunitário pode desenvolver sua atuação fazendo o exercício de olhar as situações “de
dentro”, como morador da mesma comunidade, e “de fora”, como profissional de saúde.
Para isso, precisa da ajuda da equipe para ampliar sua capacitação e supervisionar suas
intervenções.

A avaliação da condição da família pode ser realizada de várias formas. Existem alguns
instrumentos específicos, mas uma entrevista com a maior parte dos membros da família,
garantindo-se a presença do principal responsável, pode oferecer muitas das informações
necessárias. O fundamental é facilitar a comunicação para explorar as visões de vários
membros da família, permitindo que a informação circule e identificando aspectos que
revelem dificuldades, conflitos e potencialidades.

Escala de Coelho

Um instrumento que vem sendo utilizado por equipes da ESF é a escala de risco
familiar ou Escala de Coelho, que estratifica itens observados, classificando sua situação de
risco com base em dados que já são colhidos pelos agentes comunitários de saúde.

Com base nos critérios de risco identificados na Ficha A (condições de moradia,


número de entes etc.), podemos classificar as famílias entre Risco 1, Risco 2 ou Risco 3
(risco leve, moderado ou grave). Com a aplicação da escala em todas as famílias, a equipe
passa a ter maior compreensão sobre a relação entre os determinantes de saúde e as
situações vividas por elas.
Genograma
É um instrumento de fácil construção, visualização e interpretação,
considerando-se que seja importante sua utilização pelas equipes que desenvolvem
a ESF principalmente para as famílias mais expostas a situações de risco, permitindo
o planejamento das ações a serem desenvolvidas em cada caso, a partir do
diagnóstico familiar.

Ecomapa

O ecomapa, tal como o genograma, faz parte do conjunto de instrumentos de


avaliação familiar, e os dois podem aparecer de forma complementar dentro de um
prontuário familiar. Enquanto o genograma identifica as relações e ligações dentro do
sistema multigeracional da família, o ecomapa identifica as relações e ligações da família e
de seus membros com o meio e a comunidade onde habitam. Foi desenvolvido em 1975
para ajudar as assistentes sociais do serviço público dos Estados Unidos em seu trabalho
com famílias-problema.

PROFISSIONAIS NA ESF
DISPOSIÇÕES GERAIS

1 DOS PRINCÍPIOS E DIRETRIZES GERAIS DA ATENÇÃO BÁSICA

A atenção básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e


coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o
tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de
desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos
determinantes e condicionantes de saúde das coletividades. É desenvolvida por meio do exercício de
práticas de cuidado e gestão, democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe,
dirigidas a populações de territórios definidos, pelas quais assume a responsabilidade sanitária,
considerando a dinamicidade existente no território em que vivem essas populações. Utiliza
tecnologias de cuidado complexas e variadas que devem auxiliar no manejo das demandas e
necessidades de saúde de maior frequência e relevância em seu território, observando critérios de
risco, vulnerabilidade, resiliência e o imperativo ético de que toda demanda, necessidade de saúde ou
sofrimento devem ser acolhidos.
É desenvolvida com o mais alto grau de descentralização e capilaridade, próxima da vida das
pessoas. Deve ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e centro de
comunicação da Rede de Atenção à Saúde. Orienta-se pelos princípios da universalidade, da
acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da
responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social. A atenção básica
considera o sujeito em sua singularidade e inserção sociocultural, buscando produzir a atenção
integral.

A Atenção Básica tem como fundamentos e diretrizes:

I - Ter território adstrito sobre o mesmo, de forma a permitir o planejamento, a programação


descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais

II - Possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade e resolutivos,


caracterizados como a porta de entrada aberta e preferencial da rede de atenção, acolhendo
os usuários e promovendo a vinculação e corresponsabilização pela atenção às suas
necessidades de saúde.

III - Adscrever os usuários e desenvolver relações de vínculo e responsabilização entre as


equipes e a população adscrita, garantindo a continuidade das ações de saúde e a
longitudinalidade do cuidado.

IV - Coordenar a integralidade em seus vários aspectos, a saber: integrando as ações


programáticas e demanda espontânea;

V - Estimular a participação dos usuários como forma de ampliar sua autonomia e capacidade na
construção do cuidado à sua saúde e das pessoas e coletividades do território, no enfren-tamento
dos determinantes e condicionantes de saúde.
2. DAS FUNÇÕES NA REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE

Esta portaria, conforme normatização vigente do SUS, define a organização de Redes de


Atenção à Saúde (RAS) como estratégia para um cuidado integral e direcionado às necessidades de
saúde da população. As RAS constituem-se em arranjos organizativos formados por ações e serviços
de saúde com diferentes configurações tecnológicas e missões assistenciais, articulados de forma
complementar e com base territorial, e têm diversos atributos, entre eles, destaca-se: a atenção
básica estruturada como primeiro ponto de atenção e principal porta de entrada do sistema,
constituída de equipe multidisciplinar que cobre toda a população, integrando, coordenando o cuidado
e atendendo às suas necessidades de saúde. O Decreto nº 7.508, de 28 de julho de 2011, que
regulamenta a Lei nº 8.080/90, define que “o acesso universal, igualitário e ordenado às ações e
serviços de saúde se inicia pelas portas de entrada do SUS e se completa na rede regionalizada e
hierarquizada”. Nesse sentido, a atenção básica deve cumprir algumas funções para contribuir com o
funcionamento das Redes de Atenção à Saúde, são elas:

• - Ser base: ser a modalidade de atenção e de serviço de saúde com o mais elevado grau de
descentralização e capilaridade, cuja participação no cuidado se faz sempre necessária;

II - Ser resolutiva: identificar riscos, necessidades e demandas de saúde, utilizando e articulando


diferentes tecnologias de cuidado individual e coletivo, por meio de uma clínica ampliada
capaz de construir vínculos positivos e intervenções clínica e sanitariamente efetivas, na
perspectiva de ampliação dos graus de autonomia dos indivíduos e grupos sociais;

JJ - Coordenar o cuidado: elaborar, acompanhar e gerir projetos terapêuticos singulares, bem


como acompanhar e organizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das RAS.

IV - Ordenar as redes: reconhecer as necessidades de saúde da população sob sua


responsabilidade, organizando-as em relação aos outros pontos de atenção, contribuindo para
que a programação dos serviços de saúde parta das necessidades de saúde dos usuários.

3. DAS RESPONSABILIDADES

SÃO RESPONSABILIDADES COMUNS A TODAS AS ESFERAS DE GOVERNO:

I - Contribuir para a reorientação do modelo de atenção e de gestão com base nos fundamentos
e diretrizes assinalados;

II - Apoiar e estimular a adoção da Estratégia Saúde da Família pelos serviços municipais de


saúde como tática prioritária de expansão, consolidação e qualificação da Atenção Básica à
Saúde;

III - Garantir a infraestrutura necessária ao funcionamento das Unidades Básicas de Saúde, de


acordo com suas responsabilidades;

IV - Contribuir com o financiamento tripartite da atenção básica;

V - Estabelecer, nos respectivos planos de saúde, prioridades, estratégias e metas para a


organização da atenção básica;

VI - Desenvolver mecanismos técnicos e estratégias organizacionais de qualificação da força de


trabalho para gestão e atenção à saúde, valorizar os profissionais de saúde estimulando e viabili-
zando a formação e educação permanente dos profissionais das equipes, a garantia de direitos
trabalhistas e previdenciários, a qualificação dos vínculos de trabalho e a implantação de carreiras
que associem desenvolvimento do trabalhador com qualificação dos serviços ofertados aos usuários;

VII - Desenvolver, disponibilizar e implantar os sistemas de informações da atenção básica de acordo


com suas responsabilidades;

VIII - Planejar, apoiar, monitorar e avaliar a atenção básica;

IX - Estabelecer mecanismos de controle, regulação e acompanhamento sistemático dos resultados


alcançados pelas ações da atenção básica, como parte do processo de planejamento e programação;

X - Divulgar as informações e os resultados alcançados pela atenção básica;

XI - Promover o intercâmbio de experiências e estimular o desenvolvimento de estudos e pesquisas


que busquem o aperfeiçoamento e a disseminação de tecnologias e conhecimentos voltados à
atenção básica;

XII - Viabilizar parcerias com organismos internacionais, com organizações governamentais, não
governamentais e do setor privado, para fortalecimento da atenção básica e da Estratégia Saúde
da Família no País; e

XIII - Estimular a participação popular e o controle social.

4. DA INFRAESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA ATENÇÃO BÁSICA

São necessárias à realização das ações de atenção básica nos municípios e Distrito Federal:

I - Unidades Básicas de Saúde (UBS) construídas de acordo com as normas sanitárias e tendo
como referência o manual de infraes-trutura do Departamento de Atenção Básica/SAS/MS;

II - Manutenção regular da infraestrutura e dos equipamentos das Unidades Básicas de Saúde;

III - Equipes multiprofissionais compostas, conforme modalidade das equipes.

IV - Garantia pela gestão municipal, de acesso ao apoio diagnóstico e laboratorial necessário ao


cuidado resolutivo da população; e

V - Garantia pela gestão municipal, dos fluxos definidos na Rede de Atenção à Saúde entre os
diversos pontos de atenção de diferentes configurações tecnológicas, integrados por serviços de
apoio logístico, técnico e de gestão, para garantir a integralidade do cuidado.

 UBS SEM ESF = 18.000 HAB


 UBS COM ESF = 12.000 HAB
4.1 EDUCAÇÃO PERMANENTE DAS EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA

A consolidação e o aprimoramento da atenção básica como importante reorientadora do


modelo de atenção à saúde no Brasil requerem um saber e um fazer em educação permanente que
sejam encarnados na prática concreta dos serviços de saúde. A educação permanente deve ser
constitutiva, portanto, da qualificação das práticas de cuidado, gestão e participação popular.
O redirecionamento do modelo de atenção impõe claramente a necessidade de
transformação permanente do funcionamento dos serviços e do processo de trabalho das equipes,
exigindo de seus atores (trabalhadores, gestores e usuários) maior capacidade de análise,
intervenção e autonomia para o estabelecimento de práticas transformadoras, a gestão das
mudanças e o estreitamento dos elos entre concepção e execução do trabalho.

4.2 DO PROCESSO DE TRABALHO DAS EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA

São características do processo de trabalho das equipes de atenção básica:

I - Definição do território de atuação e de população sob responsabilidade das UBS e das equipes;

II -Programação e implementação das atividades de atenção à saúde de acordo com as


necessidades de saúde da população, com a priorização de intervenções clínicas e sanitárias nos
problemas de saúde segundo critérios de frequência, risco, vulnerabilidade e resiliência.

III - Desenvolver ações que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco clínico-
comportamentais, alimentares e/ou ambientais, com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a
persistência de doenças e danos evitáveis;

IV- Realizar o acolhimento com escuta qualificada, classificação de risco, avaliação de necessidade
de saúde e análise de vulnerabilidade, tendo em vista a responsabilidade da assistência resolutiva à
demanda espontânea e o primeiro atendimento às urgências;

V- Prover atenção integral, contínua e organizada à população adscrita;

VI - Realizar atenção à saúde na Unidade Básica de Saúde, no domicílio, em locais do território


(salões comunitários, escolas, creches, praças etc.) e em outros espaços que comportem a ação
planejada;

VII - Desenvolver ações educativas que possam interferir no processo de saúde-doença da


população, no desenvolvimento de autonomia, individual e coletiva, e na busca por qualidade de vida
pelos usuários;

VIII - Implementar diretrizes de qualificação dos modelos de atenção e gestão, tais como a
participação coletiva nos processos de gestão, a valorização, fomento à autonomia e protagonismo
dos diferentes sujeitos implicados na produção de saúde.

IX - Participar do planejamento local de saúde, assim como do monitoramento e avaliação das ações
na sua equipe, unidade e município, visando à readequação do processo de trabalho e do
planejamento diante das necessidades, realidade, dificuldades e
possibilidades analisadas;

X - Desenvolver ações intersetoriais, integrando projetos e redes de apoio social voltados para o
desenvolvimento de uma atenção integral;
XI - Apoiar as estratégias de fortalecimento da gestão local e do controle social; e

XII - Realizar atenção domiciliar destinada a usuários que possuam problemas de saúde
controlados/compensados e com dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma unidade
de saúde.

4.3 DAS ATRIBUIÇÕES DOS MEMBROS DAS EQUIPES DE ATENÇÃO BÁSICA

As atribuições dos profissionais das equipes de atenção básica devem seguir as referidas disposições
legais que regulamentam o exercício de cada uma das profissões.

4.3.1 São atribuições comuns a todos os profissionais:

I - Participar do processo de territorialização e mapeamento da área de atuação da equipe,


identificando grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos e vulnerabilidades;

II - Manter atualizado o cadastramento das famílias e dos indivíduos no sistema de informação


indicado pelo gestor municipal e utilizar, de forma sistemática, os dados para a análise da situação de
saúde, considerando as características sociais, econômicas, culturais, demográficas e
epidemiológicas do território, priorizando as situações a serem acompanhadas no planejamento local;

III - Realizar o cuidado da saúde da população adscrita, prioritariamente no âmbito da unidade de


saúde, e, quando necessário, no domicílio e nos demais espaços comunitários (escolas, associações,
entre outros);

IV - Realizar ações de atenção à saúde conforme a necessidade de saúde da população local, bem
como as previstas nas prioridades e protocolos da gestão local;

V - Garantir a atenção à saúde buscando a integralidade por meio da realização de ações de


promoção, proteção e recuperação da saúde e prevenção de agravos;

VI - Participar do acolhimento dos usuários realizando a escuta qualificada das necessidades de


saúde, procedendo à primeira avaliação (classificação de risco, avaliação de vulnerabilidade, coleta
de informações e sinais clínicos)

VII - Realizar busca ativa e notificar doenças e agravos de notificação compulsória e de outros
agravos e situações de importância local;

VIII - Responsabilizar-se pela população adscrita.

IX - Praticar cuidado familiar e dirigido a coletividades e grupos sociais que visa a propor intervenções
que influenciem os processos de saúde-doença.

X - Realizar reuniões de equipes a fim de discutir em conjunto o planejamento e avaliação das ações
da equipe, a partir da utilização dos dados disponíveis;

XI - Acompanhar e avaliar sistematicamente as ações implementadas, visando à readequação do


processo de trabalho;

XII - Garantir a qualidade do registro das atividades nos sistemas de informação na atenção básica;

XIII - Realizar trabalho interdisciplinar e em equipe, integrando áreas técnicas e profissionais de


diferentes formações;

XIV - Realizar ações de educação em saúde à população adstrita, conforme planejamento da equipe;

XV - Participar das atividades de educação permanente;


XVI - Promover a mobilização e a participação da comunidade, buscando efetivar o controle social;

XVII - Identificar parceiros e recursos na comunidade que possam potencializar ações intersetoriais; e

XVIII - Realizar outras ações e atividades a serem definidas de acordo com as prioridades locais.

Atribuições do Cirurgião-Dentista:

I - Realizar diagnóstico com a finalidade de obter o perfil epidemiológico para o planejamento e a


programação em saúde bucal;

II - Realizar a atenção em saúde bucal (promoção e proteção da saúde, prevenção de agravos,


diagnóstico, tratamento, acompanhamento, reabilitação e manutenção da saúde) individual e coletiva
a todas as famílias, a indivíduos e a grupos específicos, de acordo com planejamento da equipe, com
resolubilidade;

III - Realizar os procedimentos clínicos da atenção básica em saúde bucal, incluindo atendimento das
urgências, pequenas cirurgias ambulatoriais e procedimentos relacionados com a fase clínica da
instalação de próteses dentárias elementares;

IV - Realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea;

V - Coordenar e participar de ações coletivas voltadas à promoção da saúde e à prevenção de


doenças bucais;

VI - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros
da equipe, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar;

VII - Realizar supervisão técnica do técnico em saúde bucal (TSB) e auxiliar em saúde bucal (ASB); e
VIII - Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da UBS.

Atribuições do Técnico em Saúde Bucal (TSB):

I - Realizar a atenção em saúde bucal individual e coletiva a todas as famílias, a indivíduos e a grupos
específicos, segundo programação e de acordo com suas competências técnicas e legais;

II - Coordenar a manutenção e a conservação dos equipamentos odontológicos;

III - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros
da equipe, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma multidisciplinar;

IV - Apoiar as atividades dos ASB e dos ACS nas ações de prevenção e promoção da saúde bucal;

V - Participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da UBS;

VI - Participar do treinamento e capacitação de auxiliar em saúde bucal e de agentes multiplicadores


das ações de promoção à saúde;

VII - Participar das ações educativas atuando na promoção da saúde e na prevenção das doenças
bucais;

VIII - Participar da realização de levantamentos e estudos epidemiológicos, exceto na categoria de


examinador;
IX - Realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea;

X - Realizar o acolhimento do paciente nos serviços de saúde bucal;

XI - Fazer remoção do biofilme, de acordo com a indicação técnica definida pelo cirurgião-dentista;

XII - Realizar fotografias e tomadas de uso odontológico exclusivamente em consultórios ou clínicas


odontológicas;

XIII - Inserir e distribuir no preparo cavitário materiais odontológicos na restauração dentária direta,
vedado o uso de materiais e instrumentos não indicados pelo cirurgião-dentista;

XIV - Proceder à limpeza e à antissepsia do campo operatório, antes e após atos cirúrgicos, inclusive
em ambientes hospitalares; e

XV - Aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, manuseio e descarte de produtos e


resíduos odontológicos.

Atribuições do Auxiliar em Saúde Bucal (ASB):

I - Realizar ações de promoção e prevenção em saúde bucal para as famílias, grupos e indivíduos,
mediante planejamento local e protocolos de atenção à saúde;

II - Realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea;

III - Executar limpeza, assepsia, desinfecção e esterilização do instrumental, dos equipamentos


odontológicos e do ambiente de trabalho;

IV - Auxiliar e instrumentar os profissionais nas intervenções clínicas;

V - Realizar o acolhimento do paciente nos serviços de saúde bucal;

VI - Acompanhar, apoiar e desenvolver atividades referentes à saúde bucal com os demais membros
da equipe de Saúde da Família, buscando aproximar e integrar ações de saúde de forma
multidisciplinar;

VII - Aplicar medidas de biossegurança no armazenamento, transporte, manuseio e descarte de


produtos e resíduos odontológicos;

VIII - Processar filme radiográfico;

IX - Selecionar moldeiras;

X - Preparar modelos em gesso;

XI - Manipular materiais de uso odontológico; e

XII - Participar da realização de levantamentos e estudos epidemiológicos, exceto na categoria de


examinador.
Especificidades da Equipe de Saúde da Família

São itens necessários à Estratégia Saúde da Família:

I - Existência de equipe multiprofissional (equipe de Saúde da Família) composta por, no mínimo,


médico generalista ou especialista em Saúde da Família ou médico de Família e Comunidade,
enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família, auxiliar ou técnico de enfermagem e
agentes comunitários de saúde,

II - O número de ACS deve ser suficiente para cobrir 100% da população cadastrada, com um
máximo de 750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de Saúde da Família, não ultrapassando o
limite máximo recomendado de pessoas por equipe;

III - Cada equipe de Saúde da Família deve ser responsável por, no máximo, 4.000 pessoas, sendo a
média recomendada de 3.000, respeitando critérios de equidade para essa definição.

IV - Cadastramento de cada profissional de saúde em apenas uma ESF, exceção feita somente ao
profissional médico, que poderá atuar em, no máximo, duas ESF e com carga horária total de 40
horas semanais; e

V - Carga horária de 40 horas semanais para todos os profissionais de saúde membros da equipe de
Saúde da Família, à exceção dos profissionais médicos.

Os profissionais de saúde bucal que compõem as equipes de Saúde da Família podem se organizar
nas seguintes modalidades:

I – Cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde da Família e auxiliar em saúde bucal


(ASB);

II – Cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde da Família, técnico em saúde bucal (TSB)


e auxiliar em saúde bucal (ASB); e

III - Profissionais das Modalidades I ou II que operam em Unidade Odontológica Móvel.

Equipes de Atenção Básica para Populações Específicas

Equipes do Consultório na Rua

A responsabilidade pela atenção à saúde da população de rua, como de qualquer outro


cidadão, é de todo e qualquer profissional do Sistema Único de Saúde, com destaque especial para a
atenção básica. Em situações específicas, com o objetivo de ampliar o acesso desses usuários à
rede de atenção e ofertar de maneira mais oportuna atenção integral à saúde, pode-se lançar mão
das equipes dos Consultórios na Rua, que são equipes da atenção básica, compostas por
profissionais de saúde com responsabilidade exclusiva de articular e prestar atenção integral à saúde
das pessoas em situação de rua.
As equipes deverão realizar suas atividades de forma itinerante, desenvolvendo ações na rua,
em instalações específicas, na unidade móvel e também nas instalações das Unidades Básicas de
Saúde do território onde está atuando, sempre articuladas e desenvolvendo ações em parceria com
as demais equipes de atenção básica do território (UBS e NASF), e dos Centros de Atenção
Psicossocial, da Rede de Urgência e dos serviços e instituições componentes do Sistema Único de
Assistência Social, entre outras instituições públicas e da sociedade civil.
Equipes de Saúde da Família para o Atendimento da População Ribeirinha da Amazônia
Legal e Pantanal Sul Mato-Grossense

Considerando as especificidades locais, os municípios da Amazônia Legal e Mato Grosso do


Sul podem optar entre dois arranjos organizacionais para equipes Saúde da Família, além dos
existentes para o restante do País:

I - Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas (eSFR): desempenham a maior parte de suas funções
em Unidades Básicas de Saúde construídas/localizadas nas comunidades pertencentes à área
adscrita e cujo acesso se dá por meio fluvial; e

II - Equipes de Saúde da Família Fluviais (eSFF): desempenham suas funções em Unidades Básicas
de Saúde Fluviais (UBSF).

Núcleos de apoio à saúde da família

Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) foram criados com o objetivo de ampliar a
abrangência e o escopo das ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade.
São constituídos por equipes compostas por profissionais de diferentes áreas de
conhecimento, que devem atuar de maneira integrada e apoiando os profissionais das equipes de
Saúde da Família, das equipes de atenção básica para populações específicas (Consultórios na Rua,
equipes Ribeirinhas e Fluviais etc.) e Academia da Saúde, compartilhando as práticas e saberes em
saúde nos territórios sob responsabilidade dessas equipes, atuando diretamente no apoio matricial às
equipes da(s) unidade(s) na(s) qual(is) o NASF está vinculado e no território dessas equipes.
Os NASF fazem parte da atenção básica, mas não se constituem como serviços com
unidades físicas independentes ou especiais, e não são de livre acesso para atendimento individual
ou coletivo (estes, quando necessários, devem ser regulados pelas equipes de atenção básica).
Devem, a partir das demandas identificadas no trabalho conjunto com as equipes e/ou
Academia da Saúde, atuar de forma integrada à Rede de Atenção à Saúde e seus serviços (ex.:
CAPS, Cerest, Ambulatórios Especializados etc.), além de outras redes como SUAS, redes sociais e
comunitárias.
A responsabilização compartilhada entre a equipe do NASF e as equipes de Saúde da
Família/equipes de atenção básica para populações específicas prevê a revisão da prática do
encaminhamento com base nos processos de referência e contrarreferência, ampliando-a para um
processo de compartilhamento de casos e acompanhamento longitudinal de responsabilidade das
equipes de atenção básica, atuando no fortalecimento de seus princípios e no papel de coordenação
do cuidado nas Redes de Atenção à Saúde.
Os NASF devem buscar contribuir para a integralidade do cuidado aos usuários do SUS
principalmente por intermédio da ampliação da clínica, auxiliando no aumento da capacidade de
análise e de intervenção sobre problemas e necessidades de saúde, tanto em termos clínicos quanto
sanitários. São exemplos de ações de apoio desenvolvidas pelos profissionais dos NASF: discussão
de casos, atendimento conjunto ou não, interconsulta, construção conjunta de projetos terapêuticos,
educação permanente, intervenções no território e na saúde de grupos populacionais e da
coletividade, ações intersetoriais, ações de prevenção e promoção da saúde, discussão do processo
de trabalho das equipes etc.
Todas as atividades podem se desenvolvidas nas Unidades Básicas de Saúde, Academias da
Saúde ou em outros pontos do território. Os NASF devem utilizar as Academias da Saúde como
espaços que ampliam a capacidade de intervenção coletiva das equipes de atenção.
Programa saúde na escola

O Programa Saúde na Escola (PSE), instituído pelo Decreto Presidencial nº 6.286, de 5 de


dezembro de 2007, surgiu como uma política intersetorial entre os Ministérios da Saúde e da
Educação, na perspectiva da atenção integral (promoção, prevenção, diagnóstico e recuperação da
saúde e formação) à saúde de crianças, adolescentes e jovens do ensino público básico, no âmbito
das escolas e Unidad Básicas de Saúde, realizada pelas equipes de saúde da atenção básica e
educação de forma integrada, por meio de ações de:

I - Avaliação clínica e psicossocial que objetivam identificar necessidades de saúde e garantir a


atenção integral a elas na Rede de Atenção à Saúde;

II - Promoção e prevenção que articulem práticas de formação, educativas e de saúde, visando à


promoção da alimentação saudável, à promoção de práticas corporais e atividades físicas nas
escolas, à educação para a saúde sexual e reprodutiva, à prevenção ao uso de álcool, tabaco e
outras drogas, à promoção da cultura de paz e prevenção das violências, à promoção da saúde
ambiental e desenvolvimento sustentável; e

III - Educação permanente para qualificação da atuação dos profissionais da educação e da saúde e
formação de jovens.
ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA E ATENÇÃO BÁSICA – QUESTÕES

1 - (Prefeitura Curitiba) São atribuições específicas do odontólogo na equipe de


saúde bucal, EXCETO:

a) Supervisionar o trabalho desenvolvido pelo THD e pelo ACD.


b) Coordenar ações coletivas voltadas para a promoção e prevenção em saúde bucal.
c) Realizar o tratamento integral, no âmbito da atenção básica, para a população adstrita.
d) Realizar levantamento epidemiológico para traçar o perfil de saúde bucal da população adstrita.
e) Orientar na prevenção de doenças, cujas causas tenham caráter alimentar e nutricional.

2 - (Prefeitura de Guiricema) Segundo o Ministério da Saúde, constituem-se


princípios básicos para a operacionalização do Programa de Saúde da Família,
EXCETO:

A) Promoção da assistência médico-hospitalar de alta complexidade para toda a família.


B) Cadastramento da população a ser atendida.
C) Trabalho em equipe multiprofissional.
D) Centrar o trabalho no eixo da vigilância à saúde.
E) Vincular o programa à rede de serviços de saúde já existente, para a garantia da atenção integral.

3 – (Prefeitura de Tiradentes ) O Ministério da Saúde está investindo muito no


Programa de Saúde da Família (PSF) com o objetivo de atender maior número de
pessoas e assim trabalhar a prevenção. O PSF é um programa de atenção:

A) Primária
B) Secundária
C) Terciária
D) Quaternária
E) Hospitalar
4 - (Prefeitura de Serra Negra) O Programa de Saúde da Família compreende
estratégias de reorganização de serviços que se traduzem em ações como:

I. Organização de demanda primando por atendimento individual à queixa.


II. Organização de demanda, trabalho em equipe e com grupos.
III. Atenção Domiciliar e Educação Permanente.
IV. Organização de demanda onde o enfoque principal está na referência e contra-referência dos
serviços e sua hierarquização.

Somente está(ão) correta(s)

(A) as afirmativas I e III.


(B) as afirmativas II e III.
(C) as afirmativas I e IV.
(D) apenas a afirmativa IV.
(E) todas as afirmativas.

5 - (Polícia Militar SP) Assinale a afirmação correta referente ao programa de saúde


da família.

(A) Trata-se de uma estratégia de baixo custo voltada prioritariamente às populações mais carentes,
que contempla algumas das necessidades básicas de atendimento a emergências.
(B) É uma das estratégias para mudança do modelo assistencial anteriormente centrado nas
especialidades, baseada no menor custo, considerando-se que o SUS tornou-se inviável
financeiramente.
(C) Trata-se de uma estratégia para mudança do modelo assistencial anteriormente centrado na
abordagem de doenças para um modelo com enfoque nas condições de vida das comunidades.
(D) Trata-se de uma estratégia para ampliar as equipes de saúde e o mercado de trabalho, com
médicos de diversas especialidades, enfermeiros e outros profissionais afins.
(E) Trata-se de uma estratégia incompatível com a existência de uma rede de unidades básicas de
saúde, razão pela qual sua implementação é mais difícil nas grandes metrópoles, onde o SUS é mais
consolidado.

6 - (Prefeitura de Ilha Comprida) Correspondem ao nível de atuação do Auxiliar de


Consultório Dentário, exceto:

a) Organizar o ambiente de trabalho, considerando a sua natureza e as finalidades das ações


desenvolvidas em saúde bucal.
b) Desenvolver ações de prevenção e controle das doenças bucais, voltadas para indivíduos, famílias
e coletividade.
c) Realizar ações de atendimento clínico-odontológico voltados para o restabelecimento da saúde,
conforto, estética e função mastigatória do indivíduo.
d) Desenvolver em equipe ações de planejamento participativo e avaliação dos serviços de saúde.
7 - (Prefeitura de Praia Grande) Quando se fala em Atenção Primária à Saúde ou
Atenção Básica, o Ministério da Saúde define a Saúde da Família como estratégia
prioritária e por meio dela a atenção à saúde é feita por uma equipe multidisciplinar
composta por, no mínimo:

a) médico, enfermeiro, cirurgião-dentista e ACS (Agente Comunitário de Saúde).


b) médico, técnico ou auxiliar de enfermagem, cirurgião-dentista e ACS.
c) médico, enfermeiro, técnico ou auxiliar de enfermagem e ACS.
d) médico, enfermeiro, técnico ou auxiliar de enfermagem e cirurgião-dentista.

8 - (Prefeitura de São Paulo) A atenção básica

(A) observa critérios de risco, vulnerabilidade, resiliência e o imperativo ético de que toda demanda,
necessidade de saúde ou sofrimento devem ser acolhidos.
(B) tem a participação social restrita do ponto de vista formal, pois os agentes comunitários de saúde,
por residirem no território, representam as ideias da comunidade.
(C) utiliza tecnologias de cuidado simples que devem auxiliar no manejo das demandas e
necessidades de saúde de maior frequência e relevância em seu território.
(D) deve se organizar para exercer sua função central de acolher, escutar e oferecer respostas
positivas, ainda que representem pouco diante das necessidades da população.
(E) deve ter as estruturas dos serviços definidas exclusivamente pelos municípios que têm autonomia
para estabelecer a composição de suas equipes livremente.

9 - (Prefeitura de São Paulo) Uma das características do processo de trabalho das


equipes de atenção básica é

(A) desenvolver aulas sobre as doenças mais comuns para que a população passe a ter uma
formação técnica.
(B) desenvolver ações que priorizem os grupos de risco e a população mais jovem, com a finalidade
de prevenir o aparecimento de doenças e danos evitáveis.
(C) realizar a atenção integral domiciliar a todos os usuários para que eles não precisem se deslocar
até as unidades de saúde.
(D) definir o território de atuação e de população sob responsabilidade das UBS e das equipes,
provendo atenção integral, contínua e organizada à população adscrita.
(E) participar do planejamento local de saúde, mas não do monitoramento e da avaliação das ações
na sua equipe.
10 - (Prefeitura de São Paulo) Uma das atribuições comuns dos profissionais da
atenção básica é

(A) participar do gerenciamento dos insumos necessários para o adequado funcionamento da


unidade básica de saúde.
(B) participar das ações educativas, atuando na promoção da saúde e na prevenção das doenças
bucais e gastrointestinais.
(C) participar do processo de territorialização e mapeamento da área de atuação da equipe,
identificando grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos e vulnerabilidades.
(D) realizar orientações sobre uso de medicamentos e seus efeitos adversos.
(E) executar limpeza, assepsia, desinfecção e esterilização do instrumental, dos equipamentos
odontológicos e dos utilizados na vacinação.

11 - (Prefeitura de São Paulo) O modelo da Estratégia de Saúde da Família, dentre


outros objetivos, busca:

(A) responsabilizar a população pelo autocuidado e pela capacidade de resolutividade dos problemas
de saúde.
(B) favorecer a aproximação da unidade de saúde das famílias e possibilitar o estabelecimento de
vínculos entre a equipe e os usuários.
(C) propiciar, à população adscrita, capacidade para realizar pequenos curativos em casa, para que
haja uma diminuição da demanda nas unidades de saúde.
(D) a auto-organização de acordo com as necessidades da população adscrita sem qualquer vínculo
com diretrizes nacionais.
(E) promover informações sobre automedicação, para que a população ganhe autonomia em relação
aos serviços de saúde.

12 - (Prefeitura de Lages) A Política Nacional de Atenção Básica estabelece como


caracteristica do processo de trabalho da ESF Estratégia de Saúde da Família:

A.( ) Trabalho interdisciplinar, integrando técnicas e profissionais de diferentes formações.


B.( ) Valorização do conhecimento científico em detrimento do saber popular, possibilitando alta
eficiência .
C.( ) Diagnóstico, programação e implantação das atividades segundo os recursos disponíveis,
priorizando os problemas mais complexos.
D.( ) Prática do cuidado individual padronizado e baseado nas patologias mais graves.
13 - (Prefeitura de Itapema) A atenção básica à saúde é considerada o primeiro nível
de atenção no modelo adotado pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Integra um
conjunto de ações de caráter individual ou coletivo que inclui a promoção da saúde,
a prevenção de doenças, o diagnóstico, o tratamento e a reabilitação dos pacientes.
Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que uma atenção básica bem estruturada
pode garantir a resolução dos problemas de saúde da população de um município,
percentualmente, em torno de:

A.( ) 30%.
B.( ) 50%.
C.( ) 80%.
D.( ) 90%.

14 - (Prefeitura de São Joao da Barra) Em relação à Atenção Básica, avalie se as


afirmativas as seguir são falsas (F) ou verdadeiras (V):

( ) É desenvolvida com o mais alto grau de descentralização e capilaridade, próxima da vida das
pessoas.
( ) Deve ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e centro de comunicação
da Rede de Atenção à Saúde.
( ) Orienta-se pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da continuidade do
cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da humanização, da equidade e da
participação social.
( ) Considera o sujeito em sua singularidade e inserção sociocultural, buscando produzir a atenção
integral.

As afirmativas são respectivamente:

(A) F, V, V e V. (B) V, V, V e V. (C) V, F, F e F. (D) F, V, F e V. (E) F, F, V e F.

15 - (Prefeitura de Porto Alegre) Dentre os fundamentos da atenção básica, temos:

I. Acesso universal e contínuo a serviços de saúde; avaliação e acompanhamento sistemático dos


resultados.
II. Integralidade e valorização do profissional da saúde.
III. Vínculo e co-responsabilização entre equipes e a população adscrita.
IV. Participação popular e o controle social.
V. Promover a pesquisa de ponta no meio universitário.

Estão corretas as afirmativas:

a) I e V. b) I, II, III e IV. c) I, III e V. d) I, III e IV. e) II e V.


16 - (Prefeitura de Limeira) A organização da Atenção Básica tem como
fundamentos os princípios do SUS:

I. Resolutividade: eficiência na capacidade de resolução de ações e serviços da saúde, através da


assistência integral resolutiva, contínua e de boa qualidade à população adscrita, no domicílio e na
Unidade de Saúde, buscando identificar e intervir sobre as causas e fatores de risco aos quais essa
população está exposta.
II. Intersetorialidade: desenvolvimento de ações integradas entre os serviços de saúde e outros
órgãos públicos com a finalidade de articular políticas e programas de interesse para a saúde, cuja
execução envolva áreas não compreendidas no âmbito do SUS, potencializando, assim, os recursos
financeiros, tecnológicos, materiais e humanos disponíveis e evitando duplicidade de meios para fins
idênticos .
III. Humanização do atendimento: responsabilização mútua entre os serviços de saúde e a
comunidade e estreitamento do vínculo entre as equipes de profissionais e a população.

Estão corretos os itens:

a) I e II , apenas. b) I e III, apenas. c) II e III, apenas. d) I, II e III.

17 - Para orientar a comunidade quanto ao acesso aos serviços de saúde, o


técnico de enfermagem deve estar ciente que a porta de entrada do Sistema
Único de Saúde deve ser, preferencialmente,

(A) a Atenção Básica


(B) o Pronto Socorro
(C) as Clínicas especializadas
(D) o Conselho de Saúde local
(E) os setores de alta complexidade

18 - Assinale a opção correta relativa ao Programa Saúde da Família (PSF) do SUS.

A) Iniciado na década de 90, o PSF apresentou uma redução no número de usuários atendidos nos
últimos anos em razão da menor adesão de gestores estaduais e municipais nas administrações mais
recentes.
B) O PSF é uma estratégia de modelo assistencial, operacionalizada mediante a implantação de
equipes de especialistas em hospitais regionais.
C) O PSF tem como proposição de ação uma abordagem terapêutica exclusivamente centrada na
patologia, visando primordialmente o diagnóstico e o tratamento.
D) No PSF, as equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número indefinido de
famílias, em uma área geográfica não delimitada, conforme a demanda espontânea.
E) No PSF, as equipes atuam mediante ações de reabilitação de pacientes com doenças e agravos
mais frequentes, bem como na manutenção da saúde da comunidade.
19 - Quanto à organização da atenção básica e ao funcionamento da estratégia de
saúde da família, assinale a opção correta.

A) Nos grandes centros urbanos, o Ministério da Saúde recomenda uma cobertura populacional de,
no máximo, trinta mil habitantes para cada unidade básica de saúde (UBS) sem saúde da família.
B) Para cada unidade básica de saúde (UBS) com saúde da família, o parâmetro recomendado pelo
Ministério da Saúde é de até vinte mil habitantes, em grandes centros urbanos.
C) O Ministério da Saúde não normatiza parâmetros de cobertura populacional para unidade básica
de saúde (UBS) por se tratar de assunto a ser definido pelos próprios municípios que desejarem
organizar esse tipo de serviço de saúde.
D) Uma das atribuições específicas do profissional enfermeiro na estratégia de saúde da família é
realizar consulta de enfermagem, procedimentos e atividades em grupo, não sendo permitida a
solicitação de exames complementares nem a prescrição de medicações.
E) A normatização do Ministério da Saúde sobre o funcionamento das equipes de saúde da família
exige uma carga horária semanal de quarenta horas para todos os profissionais da equipe, exceto
para os médicos.

20 - Na estratégia de Saúde da Família, uma das atividades do Agente Comunitário


de Saúde é o cadastramento das famílias, a identificação de microáreas e grupos de
risco.
Essa atividade caracteriza o(a):

A) Demografia da população.
B) Trabalho em equipe multiprofissional.
C) Hierarquização da população adstrita.
D) Educação permanente em saúde.
E) Territorialização.

21 - Em relação à Estratégia de Saúde da Família, assinale a alternativa


INCORRETA

A) É considerada um modelo de atenção primária à saúde, focado na unidade familiar e em território


definido.
B) Desenvolve atividades de acordo com o planejamento realizado com base no diagnóstico
situacional.
C) Tem como equipe mínima um médico, um enfermeiro, um auxiliar ou técnico de enfermagem e
agentes comunitários de saúde.
D) Tem caráter complementar em relação à rede de Atenção Básica tradicional.
E) Tem como atribuições comuns a todos os profissionais da equipe participar do processo de
territorialização e mapeamento da área de atuação da equipe.

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