Seja cidadão! Não abdique dos seus direitos. A saúde
Em defesa da saúde pública e do ambiente, urge abolir não tem preço. Fale com a sua Junta de Freguesia ou o uso de herbicidas de síntese no controlo de plantas Câmara Municipal para usar exclusivamente métodos infestantes nos espaços públicos e, em alternativa, uti- de controlo de ervas respeitadores da saúde e do am- lizar exclusivamente métodos mecânicos e térmicos, à biente juntando-se à iniciativa “Autarquia sem Glifo- semelhança do que já é feito noutros locais, como é o sato”. Alerte os seus vizinhos, amigos e familiares. caso das 12 autarquias e 20 freguesias em Portugal, e um pouco por todo o mundo. Por si. Pelos seus. Por todos. Pela Terra!
A “Semana internacional de acção contra os pestici-
das”, promovida pela PAN (Pesticide Action Network), A água faz parte do nosso é uma campanha aberta a todos com o objectivo de promover alternativas aos pesticidas. Ocorre durante património comum. os primeiros 10 dias de primavera. Milhares de pes- soas exigem uma Primavera livre de pesticidas. Em Portugal, a Sociedade Portuguesa de Saúde Ambien- tal é a entidade responsável pela celebração deste evento.
Hoje em dia vivemos num mundo híper conecta-
do. Mas para a natureza, sempre foi assim: os her- bicidas aplicados para matar as “ervas daninhas” vão parar às nossas ribeiras, rios, lençóis freáticos, fontes, barragens, torneiras e ao nosso corpo.
Neste cartaz pode ler-se:
“Zero pesticidas (...) Nós encorajamo-vos a fazer o mesmo no vosso jardim. Preserve a natureza, aceite as ervas silvestres”. Neste cartaz pode ler-se: “Juntos cultivamos o futuro”. MAIS INFORMAÇÕES: http://quimicos.quercus.pt http://www.paneurope.info Torne-se defensor da nossa água! Junte-se ao movi- http://colherparasemear.wordpress.com mento em prol da água e diga não aos herbicidas! DEFINIÇÃO QUAIS OS IMPACTOS DOS HERBICIDAS? QUAIS AS ALTERNATIVAS? Os herbicidas (herbi=erva, cida=matar) são produtos Problemas de saúde graves, como o cancro*, contami- A primeira questão que se impõe é limitar ao mínimo químicos do grupo dos pesticidas e foram concebidos nação da água, do solo, da fauna e da flora, perda de indispensável o controlo das plantas infestantes, con- para terem uma acção tóxica, pelo que uma vez disper- biodiversidade e o surgimento de ervas resistentes que siderando a nova legislação sobre o uso de pesticidas sos no ambiente poderão atingir e causar efeitos indese- depois não se conseguem controlar, são alguns dos im- (Lei n.º 26/2013, de 11 de Abril, que transpõe a Dire- jados em organismos não-alvo, como no Homem. pactos negativos. tiva 2009/128/CE), que aponta para que só haja apli- cação de herbicidas quando não existam alternativas viáveis, nomeadamente meios de combate mecânicos Em Portugal está autorizada a comercialização de um her- e biológicos. A SITUAÇÃO ACTUAL bicida à base de glifosato para usos urbanos, o SPASOR. Segundo o seu fabricante (a multinacional Monsanto), Há muitas situações em que o controlo de plantas in- A aplicação de herbicidas é uma prática generalizada não é tóxico para as células humanas, é inócuo para in- festantes é desnecessário ou contra-indicado, como pelas autarquias, pelas empresas Estradas de Portugal, sectos auxiliares, minhocas, abelhas e humanos, e com- em margens de linhas de água, pelo que a opção “zero” REFER, EDP, etc., recebendo a Quercus inúmeras denún- pleta e rapidamente biodegradável na água e no solo, deveria ser tida em consideração, o que traria benefíci- cias da aplicação abusiva e inadequada. o qual possui um certificado de compatibilidade ambi- os económicos para as autarquias (menos mão-de-obra ental emitido pelo responsável pela comercialização em e gasto em herbicidas). Venderam-se em Portugal, em 2011, cerca de 2000 to- Portugal, a Manuquímica, ou seja, os próprios interes- neladas de herbicidas, das quais 1400 toneladas à base sados na venda. No entanto, a degradação do glifosato Depois de ponderadas as áreas em que se justifica cla- ramente o controlo das infestantes dever-se-á equacio- de glifosato. ocorre entre os 30 a 90 dias (Abreu, 2003 citado por nar os métodos alternativos: Romano, 2010-12), período relevante para a manifes- Existem já 12 autarquias e 20 freguesias que aderiram tação de efeitos indesejáveis pela contaminação ambi- Mecânico (motoroçadora, destroçadora, enxada): Tem à iniciativa “Autarquia sem Glifosato” e optaram por ental. a vantagem de evitar a erosão e os ravinamentos, soluções mais ecológicas para controlo de ervas (ver uma vez que as raízes das plantas fixam o solo. Tem mapa). E, contrapondo a alegada inocuidade, vários estudos um grande potencial no aproveitamento da biomassa científicos tornados públicos pela Organização Mundial gerada, como a produção de composto, cuja utilização de Saúde evidenciaram graves impactos na saúde (actua em espaços verdes públicos tem benefícios, como a di- nos animais como desregulador hormonal e canceríge- minuição da contaminação por fertilizantes químicos. 2. CONTAMINAÇÃO no), mesmo em doses muito baixas, 500 a 4000 vezes DO SOLO E DAS ÁGUAS mais baixas que no uso agrícola. Térmico: Há locais onde a monda mecânica poderá não ser a mais adequada, e em alternativa pode ser utilizada (*) Segundo a Liga Portuguesa contra o Cancro, os óbitos por cancro em a monda térmica. Consiste na destruição das plantas in- Portugal ascendem a 42 000/ano. festantes por acção do calor através de queimadores de gás propano. Este processo não afecta a vida no solo, uma vez que o aumento da temperatura será de apenas 1 a 2 oC. É eficaz para plantas até 5 cm de altura.
Abafamento: Consiste em cortar e deixar as ervas no
local ou colocar outros resíduos vegetais (empalhamen- to); ou implantar plantas abafantes autóctones em ta- ludes para fixarem o solo evitando o ravinamento. 3. CONTAMINAÇÃO 4. CANCRO DA ÁGUA DA REDE E OUTRAS DOENÇAS Herbicome (herbi=erva, come=come): Outra forma de eliminar as plantas adventícias reside no pastoreio de animais tais como ovelhas, cabras e burros.