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Confira
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Direito Eleitoral
Taguatinga / DF
2º/2016
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Direito Eleitoral
Conceito
Ramo do Direito Público que cuida do exercício da soberania popular, contendo regras e
princípios que tratarão da participação direta do povo na formação da vontade do Estado,
assim como da escolha dos representantes populares por meio do voto.
Soberania Popular – A soberania popular é exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto
e secreto, com valor igual para todos, e mediante:
plebiscito
referendo
Obs: A competência da Justiça Eleitoral é restrita ao julgamento de litígios eleitorais, por esse
modo, a conceituação do que é Direito Eleitoral é extremamente importante para a limitação da
atuação dessa Justiça Especializada
Exceções:
Litígios partidários
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Competência Legislativa
Quanto à competência para elaborar leis sobre Direito Eleitoral, dispõe que compete
privativamente à União legislar sobre Direito Eleitoral.
Deve-se ressaltar que, para a edição de leis sobre Direito Eleitoral, basta a elaboração de lei
ordinária. Contudo, caso a matéria a ser tratada refira-se a inelegibilidades ou organização e
competências Justiça Eleitoral, será indispensável a edição de lei complementar, nos termos
do art. 14, § 9º e art. 121, caput, ambos da CF/88.
Constituição Federal de 1988 – Dispõe, dentre outras questões, sobre direitos políticos,
sufrágio universal, alistamento, elegibilidade, inelegibilidade, ação de impugnação ao mandato
eletivo, perda e suspensão dos direitos políticos, bem como sobre a composição e organização
da Justiça Eleitoral
Código Eleitoral (Lei n. 4.737/65) – Contém regras gerais sobre processo eleitoral,
organização da Justiça Eleitoral, recursos e crimes eleitorais.
Parte do Código Eleitoral foi recepcionada com status de lei complementar. Isso porque a
Constituição Federal, em seu artigo 121, exige a edição de lei complementar para tratar sobre
organização e competências da Justiça Eleitoral. O restante do Código Eleitoral foi
recepcionado com stauts de lei ordinária.
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Lei nº 9.504/97 (Lei das Eleições) – Dispõe sobre normas aplicáveis ao processo eleitoral:
convenções, escolha de candidatos, registro, infrações no processo eleitoral, pesquisas,
propaganda, prestação de contas.
◦ Limites
Os princípios podem ser indicados como as normas que condicionam a aplicação das regras
eleitorais e a criação das normas jurídico-eleitorais. Possuem um conteúdo genérico e abstrato.
Afirma-se que os princípios são o alicerce, a base, a estrutura básica de um sistema.
Democracia
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Este é mais do que um princípio. Trata-se de um fundamento e valor essencial dos Estados
Modernos. A partir da extensão em que uma democracia é aplicada em um determinado país,
sabe-se a estrutura e a extensão das normas eleitorais.
Qualquer conduta que possa diminuir ou afetar a liberdade e a igualdade democrática deve ser
combatida. Para tanto, existem diversos instrumentos que evitam que o abuso do poder possa
macular e viciar a manifestação de vontade do povo e trazer um retrocesso democrático.
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A proteção da probidade administrativa por meio da instituição de inelegibilidades
infraconstitucionais foi buscada pela Lei Complementar n. 64/90. Entre as diversas hipóteses
de inelegibilidade inscrita nessa lei, tem-se, por exemplo, a do art. 1º, inc. I, alínea ‘g’
(inelegibilidade decorrente da rejeição de contas), a qual, em última análise, impede de
concorrer a cargos eletivos aqueles gestores que, na condução da coisa pública, tiverem suas
contas rejeitadas pelo órgão competente.
Por sua vez, na redação originária da Lei Complementar n. 64/90, não havia nenhuma hipótese
de inelegibilidade cuja finalidade era a proteção da moralidade para o exercício de mandato
eletivo. Com efeito, segundo o Texto Constitucional, a verificação da moralidade para o
exercício de mandato eletivo é aferida por meio da análise da vida pregressa do candidato.
Entretanto, apesar da inexistência de lei complementar com esse desiderato, tentou-se impedir
que candidatos que possuíssem ‘ficha suja’ participassem das eleições de 2008. Esse intento
foi buscado pela propositura da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 144,
STF. O pedido dessa ADPF n. 144 foi julgado improcedente, pois, para impedir que um
cidadão participasse das eleições por ter vida pregressa negativa, o art. 14, § 9º, da CF/88,
como visto, exige a edição de lei complementar.
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indiscutível a alta importância da vida pregressa dos candidatos, tendo em conta
que a probidade pessoal e a moralidade representam valores que consagram a
própria dimensão ética em que necessariamente se deve projetar a atividade
pública, bem como traduzem pautas interpretativas que devem reger o
processo de formação e composição dos órgãos do Estado, observando-se, no
entanto, as cláusulas constitucionais, cuja eficácia subordinante conforma e
condiciona o exercício dos poderes estatais. Aduziu-se que a defesa desses
valores constitucionais da probidade administrativa e da moralidade para o
exercício do mandato eletivo consubstancia medida da mais elevada
importância e significação para a vida política do país, e que o respeito a tais
valores, cuja integridade há de ser preservada, encontra-se presente na própria
LC nº 64/1990, haja vista que esse diploma legislativo, em prescrições
harmônicas com a CF, e com tais preceitos fundamentais, afasta do processo
eleitoral pessoas desprovidas de idoneidade moral, condicionando, entretanto,
o reconhecimento da inelegibilidade ao trânsito em julgado das decisões, não
podendo o valor constitucional da coisa julgada ser desprezado por esta Corte.
(Informativo nº 514, STF)
Com a edição da Lei Complementar n. 135/2010 (Lei da Ficha Limpa), essa lacuna legislativa
foi suprida. Atualmente, candidatos que possuam vida pregressa comprometedora, nos termos
atualmente prescritos no art. 1º, inc. I, alínea ‘e’, da Lei Complementar n. 64/90, estará
inelegível e, por esse motivo, não poderá candidatar-se a cargos eletivos.
Na análise do princípio da democracia, viu-se que o poder pertence ao povo, que o exerce
diretamente ou por meio de representantes.
Com a Constituição de 1988, os partidos políticos passaram a ter uma nova feição no sistema
democrático brasileiro. Passaram a ter a função de proteger os direitos fundamentais e o
regime democrático. O Estado não pôde mais imiscuir-se nos assuntos partidários e nem
determinar a estrutura das agremiações partidárias, conforme prescrição contida no art. 17, §
1º, da CF (princípio da autonomia partidária).
Inclusive, de acordo com o inc. V, § 3º, art. 14, da CF/1988, somente é possível concorrer a um
cargo público eletivo por meio dos partidos políticos. De acordo com José Jairo Gomes (2008:
p. 29),
[...] o esquema partidário é assegurado pela Lei Maior que erigiu a filiação
partidária como condição de elegibilidade. Assim, os partidos políticos detêm o
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monopólio das candidaturas, de sorte que, para ser votado, o cidadão deve
filiar-se. Inexistem no sistema brasileiro candidaturas avulsas.
Por isso, afirma-se que, no Brasil, adotou-se o princípio da democracia partidária em que o
partido político tem importante função para a consecução do valor democrático. Aliás, tamanha
a importância do partido na democracia brasileira que o Supremo Tribunal Federal afirmou que
o mandato eletivo pertence à agremiação partidária (STF, MS nº 26;602). Caso um detentor de
um cargo público eletivo desfilie-se de seu partido sem que exista uma justa causa, perderá
seu mandato.
A soberania popular é exercida por meio do sufrágio universal. Mas o que é sufrágio?
Sufrágio é o direito conferido ao cidadão para que possa validamente participar da formação da
vontade estatal. Traduz-se no direito de votar e ser votado. Diz-se que o sufrágio, ou seja, os
direitos políticos, são universais porque não podem ser criados critérios, obstáculos e óbices
para que o sufrágio seja exercido.
A afirmação de que o sufrágio é universal não indica que toda e qualquer pessoa possui
direitos políticos no Brasil. Somente as pessoas que preencherem os requisitos constitucionais
poderão exercer o direito ao voto e o direito de ser votado. Na verdade, “sufrágio universal é
aquele em que o direito de votar é atribuído ao maior número possível de nacionais. As
eventuais restrições só devem fundar-se em circunstâncias que naturalmente impedem os
indivíduos de participar do processo político” (GOMES, 2008: p. 36).
Partido Político é uma pessoa jurídica de direito privado, que se destina a assegurar, no
interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os
direitos fundamentais definidos na Constituição.
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criação, fusão, incorporação e extinção de agremiações partidárias, desde que se respeite a
soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da
pessoa humana.
De acordo com o art. 17, § 1º, da CF/1988, o estatuto do partido político deve estabelecer
normas de fidelidade e disciplina partidárias.
Por outro lado, esse princípio tem um viés jurisdicional e, desde 27/3/2007 (TSE, CTA nº 1398),
possibilita que os filiados eleitos possam perder seu mandato eletivo caso se desfiliem de seu
partido de origem sem que exista uma justa causa. Para o Ministro César Asfor Rocha, no
julgamento da Consulta-TSE nº 1.398,
Busca-se garantir a igualdade de todos os candidatos perante a lei eleitoral. Esse princípio
decorre diretamente do princípio da moralidade. As eleições devem estar livres de corrupção,
fraude, abuso do poder econômico.
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Os candidatos devem disputar o pleito eleitoral em paridade de condições. Pela lisura das
eleições, os meios empregados nas propagandas, nas campanhas, devem ser éticos e justos.
o Tribunal formará sua convicção pela livre apreciação dos fatos públicos e
notórios, dos indícios e presunções e prova produzida, atentando para
circunstâncias ou fatos, ainda que não indicados ou alegados pelas partes, mas
que preservem o interesse público de lisura eleitoral.
• corolário da moralidade;
Esse princípio eleitoral, que tem a função de garantir a igualdade de oportunidade de acesso
aos cargos públicos eletivos, pode ser violado pela prática das seguintes condutas ilícitas:
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Princípio do Aproveitamento do Voto
Este princípio direciona as atividades da Justiça Eleitoral. Isso porque o juiz deve preservar a
soberania popular quando estiver analisando nulidades que possam viciar as eleições.
Esta é a disposição do art. 149 do Código Eleitoral: “não será admitido recurso contra a
votação, se não tiver havido impugnação perante a mesa receptora, no ato da votação, contra
as nulidades arguidas”. Vê-se, portanto, que se houver alguma nulidade no ato de votar e esta
não for arguida imediatamente, o vício será desconsiderado.
Art. 219. Na aplicação da lei eleitoral o juiz atenderá sempre aos fins e
resultados a que ela se dirige, abstendo-se de pronunciar nulidades sem
demonstração de prejuízo.
• serve ao julgador para evitar nulidades de votos contidos em urnas eletrônicas ou nas
cédulas, quando for possível separar os votos nulos dos válidos.
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finalidade de estabilizar pelo período mínimo de 1 ano normas processuais-eleitorais. Sobre a
teleologia e o alcance desse princípio constitucional, esse foi o pronunciamento do STF:
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua
publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua
vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4, de 1993)
A partir da análise dessa norma constitucional, constata-se que a lei que alterar
o processo eleitoral tem vigência imediata. Não possui vacatio legis. Desse modo, não se
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aplica às leis que alterarem o processo eleitoral o art. 1º da Lei de Introdução às Normas de
Direito Brasileiro (LINDB). Essa é a redação desse art. 1º da LINDB:
Novamente, este artigo não é aplicável somente às leis que alterem o processo
eleitoral. Isso quer dizer que as leis que alterarem o processo eleitoral nunca terão vacatio legis
e a sua vigência é sempre imediata. Não obstante, as leis que tiverem o condão de alterarem o
processo eleitoral só serão aplicadas às eleições que ocorrerem após um ano da data de sua
publicação. Teremos uma lei vigente, eficaz e apta a produzir efeitos, mas que, por prescrição
constitucional, será aplicada após um ano após à publicação.
a) Lei A publicada no dia 4 de outubro de 2007 – sabe-se que, em 2008, as eleições ocorreram
em 5 de outubro (1º domingo de outubro). Nessa situação, como a Lei A foi publicada um ano
antes da data da eleição, será aplicada a essas eleições;
b) Lei A publicada no dia 5 de outubro de 2007 – embora a lei tenha vigência imediata, não
será aplicada às eleições de 2008. A lei que altere o processo eleitoral somente será aplicável
às eleições que ocorram até um ano da data de sua publicação, inclusive.
c) Lei A publicada no dia 6 de outubro de 2007 – embora a lei tenha vigência imediata, mas
não será aplicável às eleições de 2008. Somente será aplicável às eleições que ocorrerem
após o dia 7 de outubro.
Deve-se descobrir o que pode ser entendido por processo eleitoral. Isso porque
o princípio da anterioridade eleitoral não é aplicável a todas as leis eleitorais, mas somente
àquelas que alterarem o processo eleitoral.
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Indispensável, portanto, entendermos o conceito de processo eleitoral. Esse
conceito foi construído, de forma didática, pelo STF no seguinte julgado:
Além disso, essa alteração do processo eleitoral tem que ser capaz de
provocar, conforme jurisprudência do STF consolidada no julgamento da ADI n. 3.741:
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- Crimes eleitorais;
Anualidade?
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necessário grau de segurança e de certeza jurídicas contra alterações abruptas
das regras inerentes à disputa eleitoral" (ADI 3.345, rel. Min. Celso de Mello).
5. Além de o referido princípio conter, em si mesmo, elementos que o
caracterizam como uma garantia fundamental oponível até mesmo à atividade
do legislador constituinte derivado, nos termos dos arts. 5º, § 2º, e 60, § 4º, IV, a
burla ao que contido no art. 16 ainda afronta os direitos individuais da
segurança jurídica (CF, art. 5º, caput) e do devido processo legal (CF, art. 5º, LIV).
(ADI n. 3.685)
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Questões de Concursos
b) privativa da União.
R–B
c) só entra em vigor na data da publicação quando não há eleição prevista para até um ano
depois.
d) nenhuma.
R–B
a) entrará em vigor na data de sua publicação e terá aplicação imediata, devendo o TSE
comunicar aos partidos políticos as alterações ocorridas em até seis meses antes da data das
eleições.
b) somente entrará em vigor uma ano após a sua publicação, não tendo qualquer efeito
durante o período de vacatio legis.
c) entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um
ano da data de sua vigência.
d) terá vigência imediata se vier a aprimorar o sistema político partidário, de acordo com o
entendimento do TSE.
R–C
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Questão 4 –De acordo com as disposições legais e constitucionais vigentes, assinale a opção
incorreta.
b) Diversamente do que ocorre com as leis em geral, compete ao TSE expedir instruções para
a fiel execução do Código Eleitoral e das demais normas eleitorais.
c) Todo o poder emana do povo, que o exerce ou por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos da Constituição Federal; os mandatários são escolhidos, direta e
secretamente, entre candidatos indicados por partidos políticos nacionais, ressalvada a eleição
indireta nos casos previstos na Constituição e em leis específicas.
R–D
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Direitos Políticos
Nos termos do art. 14, caput, da CF, a soberania popular será exercida
por meio do sufrágio universal e pelo voto direto e secreto e, nos termos da lei,
mediante:
- plebiscito;
- referendo;
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- iniciativa popular de leis;
- ação popular, entre outros instrumentos de exercício direto de poder pelo povo.
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- sufrágio universal;
- referendo;
- plebiscito;
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Atenção!!! Todo cidadão tem direito político ativo. Isso quer dizer que qualquer
cidadão alistado perante a Justiça Eleitoral será titular do direito de votar,
independentemente de qualquer outra circunstância.
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“São prerrogativas que asseguram ao povo a faculdade de participar
democraticamente do governo, que por seus representantes, quer por si”.
1º - direito de votar;
6º - ação popular.
Além disso, no que se refere à aplicação das restrições à cidadania, deve-se levar em
consideração o princípio da tipicidade eleitoral. A partir dessa norma, somente será
admitida a limitação de direitos políticos nas hipóteses expressamente previstas na
Constituição Federal ou em lei.
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Federal. Não se admite a instituição de novas hipóteses de perda e suspensão de
direitos políticos por meio de legislação infraconstitucional.
Por sua vez, a restrição do direito político passivo por meio das
inelegibilidades somente cabe por meio de previsão contida em norma constitucional
(art. 14, §§ 4º a 7º) ou disposição de lei complementar. Isso porque o art. 14, § 9º, da
Constituição Federal, prevê a possibilidade de criação de outras hipóteses de
inelegibilidade, além daquelas estabelecida no texto constitucional, desde que haja a
instituição de lei complementar.
1º - hipóteses de inelegibilidades;
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Da mesma forma, Alexandre de Moraes reconhece que o direito ao
sufrágio abrange o direito de votar e de ser votado, sendo a essência dos direitos
políticos. Desse modo, o direito ao sufrágio abrange:
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- cidadão – titular de direitos políticos. Para a Constituição só poderá ser considerado
cidadão a pessoa que for brasileira e maior de dezesseis anos, desde que alistado
perante a Justiça Eleitoral.
- pessoa – titular de direitos. Para o Código Civil, todos os que nascerem com vida são
pessoas e titulares de direitos e obrigações na ordem civil.
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Direito ao voto
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Voto: características
- Secreto – o voto é sigiloso e o seu conteúdo não pode ser revelado pelos órgãos da
Justiça Eleitoral. Essa característica tem a finalidade de garantir a lisura e a probidade
das eleições, evitando que o eleitor tenha sua vontade corrompida pelo abuso do
poder econômico ou político.
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- Direto – o eleitor, sem intermediários, escolhe seus governantes e representantes.
Plebiscito e Referendo
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O referendo é convocado com posterioridade a ato legislativo ou
administrativo, cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição.
Alistamento Eleitoral
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A Constituição Federal, em seu art. 14, § 1º, enumera os requisitos
necessários para o alistamento eleitoral. Assim, são requisitos de alistabilidade:
Espécies de Alistamento
- Alistamento Obrigatório
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- Brasileiro maior de 18 anos e menor de 70 anos e
- Alfabetizado.
- Alistamento Facultativo
- Maiores de 70 anos;
- Analfabetos.
Você deve estar pensando: existe outra classe de pessoas que também
possui limitações físicas que podem tornar oneroso o exercício dos direitos políticos:
as pessoas com necessidades especiais (PNE’s). O alistamento eleitoral é facultativo ou
obrigatório para as PNE’s?
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Os próprios autores Gilmar Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco
respondem a essa pergunta, baseados em um julgamento do Tribunal Superior
Eleitoral, nos seguintes moldes:
- Alistamento Vedado
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- Estrangeiros – a nacionalidade brasileira é pressuposto para a
cidadania brasileira. O único estrangeiro que pode se alistar no
Brasil é o português por causa do estatuto da igualdade.
Quanto ao alistamento vedado, o Código Eleitoral, em seu art. 5º, inc. II,
prescreve que o alistamento é vedado àqueles que não saibam exprimir-se em língua
nacional. Este inciso está revogado. Veja o seguinte julgado do TSE:
- Declarada a não recepção do art. 5º, inciso II, do Código Eleitoral pela
Constituição Federal de 1988.
(TSE, PA n. 19.840/2010)
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Elegibilidade
I - a nacionalidade brasileira;
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Ressalte-se que essa norma constitucional pode ser classificada como
norma de eficácia contida. Isso quer dizer que, desde a promulgação da Constituição,
todo cidadão que quisesse concorrer a cargos públicos eletivos deveria preencher os
requisitos constitucionais inscritos no art. 14, § 3º, para exercer o direito à
elegibilidade. Entretanto, é possível que o legislador ordinário institua novos critérios
para o exercício do direito político passivo.
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Nacionalidade Brasileira
• Se tratar de eleições para o cargo de Presidente e Vice da República (CF/88, art. 12, §
3º, I);
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“Em razão de norma permissiva do § 1º do art. 12 da Constituição – que
assegura aos portugueses com residência permanente no País, se houver
reciprocidade em favor de brasileiros, os direitos inerentes ao brasileiro,
salvo os casos previstos na Constituição – os portugueses podem exercer a
capacidade eleitoral passiva e se candidatar a mandato eletivo (exceto para
Presidente e Vice-Presidente da República, em face do § 3º do art. 12),
desde que cumpram as demais condições de elegibilidade.”
Alistamento eleitoral
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exercício do direito à elegibilidade. O cidadão inelegível poderá exercer os demais
direitos políticos.
Pode-se afirmar que “há pleno exercício dos direitos políticos quando o
cidadão pode exercer o conjunto dos direitos a ele conferidos, tais como exercício do
voto (capacidade eleitoral ativa), de concorrer a cargos eletivos (capacidade eleitoral
passiva), de participar de partidos políticos, de utilizar instrumentos constitucionais e
legais, de ter efetiva participação e influência nas atividades de governo”.
Domicílio Eleitoral
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O cidadão somente pode concorrer a cargos eletivos da circunscrição de
seu domicílio eleitoral. O domicílio eleitoral demarca o local da candidatura e do
exercício dos direitos políticos do cidadão.
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DIREITO ELEITORAL. CONTRADITÓRIO. DEVIDO PROCESSO LEGAL.
INOBSERVÂNCIA. DOMICÍLIO ELEITORAL. CONCEITUAÇÃO E
ENQUADRAMENTO. MATÉRIA DE DIREITO. MÁ-FÉ NÃO CARACTERIZADA.
RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
Filiação Partidária
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Em regra, para concorrer a cargos eletivos, o cidadão deve estar filiado
ao respectivo partido político pelo prazo mínimo de seis meses antes da data das
eleições. Esta é a prescrição contida no art. 9º da Lei n. 9.504/97:
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Idade Mínima
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Inelegibilidades
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previstas em virtude do exercício de funções, cargos ou empregos que coloquem em
risco a normalidade e legitimidade das eleições.
Inelegibilidades: Classificação
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- inelegibilidade relativa – essas hipóteses de inelegibilidade impedem o cidadão de
concorrer a alguns cargos eletivos. Isso quer dizer que a restrição advinda da
inelegibilidade relativa não impedem, por completo, o exercício do direito à
elegibilidade. São exemplos de inelegibilidades relativas: a inelegibilidade para os
mesmos cargos, num terceiro mandato subsequente; a inelegibilidade decorrente da
incompatibilidade; a inelegibilidade decorrente do parentesco.
Inelegibilidades Constitucionais
- inalistabilidade;
- analfabetismo;
Inalistáveis
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A inelegibilidade decorrente da inalistabilidade está prevista no art. 14,
§ 4º, da Constituição, nos seguintes moldes:
Você pode perguntar: quem são os inalistáveis? Pelo art. 14, § 2°, da
CF/88, são inalistáveis os estrangeiros e, durante o período do serviço militar
obrigatório, os conscritos.
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seria de qualquer forma. Assevera, em outros termos, ser inelegível o
inelegível”.
Analfabetos
Para alguns, analfabeto é aquele que não sabe ler ou escrever, ou seja,
que não domina o idioma nacional, em face de uma exigência mínima de compreensão
da escrita. É aquele, segundo esse entendimento, que nem sequer sabe escrever o
próprio nome. Para outros, o conceito de analfabetismo é mais abrangente e envolve
os analfabetos funcionais ou os semi-alfabetizados, ou seja, aqueles que – mesmo
sabendo escrever o nome e compreendendo algumas palavras – não possuem a
capacidade, por exemplo, de leitura e compreensão ou redação de um texto. Possuem
séria dificuldade de leitura e também para expressar-se por escrito. José Jairo Gomes
apresenta um conceito geral de analfabeto:
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“De modo geral, pode-se dizer que analfabeto é quem não domina um
sistema escrito de linguagem, carecendo dos conhecimentos necessários
para ler e escrever um texto simples em seu próprio idioma. Assim, a noção
de analfabetismo prende-se ao domínio da escrita e da compreensão de
textos, ainda que singelos. Por outro lado, o domínio de tal sistema em
algum grau justifica o status de alfabetizado – ou, pelo menos, de
semialfabetizado”.
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1. Na falta do comprovante de escolaridade, é imprescindível que o
candidato firme declaração de próprio punho em cartório, na presença do
juiz ou de serventuário da Justiça Eleitoral, a fim de que o magistrado possa
formar sua convicção acerca da condição de alfabetizado do candidato.
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Reeleição
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Atenção!!! “Impende destacar que a Constituição Federal não proíbe
que uma mesma pessoa venha a exercer a chefia do Executivo por mais de duas vezes
(três, quatro, cinco vezes); o que se veda e a eleição sucessiva ao terceiro mandato
para o mesmo cargo”. (Vicente de Paulo e Marcelo Alexandrino)
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§ 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os
Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem
renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
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e) Se o vice não substituir o titular nos últimos seis meses do mandato nem
sucedê-lo, poderá concorrer ao lugar do titular (embora não lhe seja dado
concorrer ao mesmo cargo de vice), podendo, nesse caso, candidatar-se à
reeleição; assim poderá cumprir dois mandatos como vice e dois como titular.
f) É impossível que o Chefe do Poder Executivo, que esteja exercendo seu
segundo mandato sucessivo, vir a candidatar-se, no período imediatamente
subsequente, à vice-chefia.
g) Se o vice-Chefe do Poder Executivo somente substituiu o titular, não
houve exercício efetivo e definitivo do cargo para fins de reeleição, podendo
ser candidato à chefia do Executivo e, se eventualmente eleito, poderá disputar
sua própria reeleição. Esse é o entendimento do STF:
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RECURSO ESPECIAL. ELEIÇÕES 2008. REGISTRO CANDIDATURA. PREFEITO.
CANDIDATO À REELEIÇÃO. TRANSFERÊNCIA DE DOMICÍLIO PARA OUTRO
MUNICÍPIO. FRAUDE CONFIGURADA. VIOLAÇÃO DO DISPOSTO NO § 5º DO
ART. 14 DA CB. IMPROVIMENTO.
Inelegibilidade Reflexa
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- o titular paradigma deve ser ocupante de cargo eletivo no Poder Executivo
(Presidente, Governador ou Prefeito);
- devem ser cônjuge ou parentes, consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por
adoção;
- aplica-se aos parentes dos que houverem substituído o Chefe do Executivo nos seis
meses anteriores ao pleito (período de desincompatibilização).
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- Súmula Vinculante 18, STF – A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no
curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da
Constituição Federal;
- O parentesco com o Vice não gera inelegibilidade, a menos que ele tenha substituído
ou sucedido o titular dentro dos seis meses anteriores ao pleito;
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Atenção!!! Para a incidência dessa exceção, é necessário que o parente
do Chefe do Poder Executivo candidate-se à reeleição. Isso quer dizer que deve
concorrer ao mesmo cargo eletivo. Não poderá concorrer a cargo diverso.
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das inelegibilidades, girou durante décadas em torno do princípio basilar da
vedação de reeleição para o período imediato dos titulares do Poder Executivo:
regra introduzida, como única previsão constitucional de inelegibilidade, na
primeira Carta Política da República (Const. 1891, art. 47, § 4º), a proibição se
manteve incólume ao advento dos textos posteriores, incluídos os que regeram as
fases de mais acendrado autoritarismo (assim, na Carta de 1937, os arts. 75 a 84,
embora equívocos, não chegaram à admissão explícita da reeleição; e a de 1969
(art. 151, § 1º, a) manteve-lhe o veto absoluto). 2. As inspirações da
irreelegibilidade dos titulares serviram de explicação legitimadora da
inelegibilidade de seus familiares próximos, de modo a obviar que, por meio da
eleição deles, se pudesse conduzir ao continuísmo familiar. 3. Com essa tradição
uniforme do constitucionalismo republicano, rompeu, entretanto, a EC 16/97, que,
com a norma permissiva do § 5º do art. 14 CF, explicitou a viabilidade de uma
reeleição imediata para os Chefes do Executivo. 4. Subsistiu, no entanto, a letra do
§ 7º, atinente a inelegibilidade dos cônjuges e parentes, consangüíneos ou afins,
dos titulares tornados reelegíveis, que, interpretado no absolutismo da sua
literalidade, conduz a disparidade ilógica de tratamento e gera perplexidades
invencíveis. 5. Mas, é lugar comum que o ordenamento jurídico e a Constituição,
sobretudo, não são aglomerados caóticos de normas; presumem-se um conjunto
harmônico de regras e de princípios: por isso, é impossível negar o impacto da
Emenda Constitucional nº 16 sobre o § 7º do art. 14 da Constituição, sob pena de
consagrar-se o paradoxo de impor-se ao cônjuge ou parente do causante da
inelegibilidade o que a este não se negou: permanecer todo o tempo do mandato,
se candidato à reeleição, ou afastar-se seis meses, para concorrer a qualquer outro
mandato eletivo. 6. Nesse sentido, a evolução da jurisprudência do TSE, que o STF
endossa, abandonando o seu entendimento anterior. (RE n. 344882, Julgado em
07.04.2003)
Elegibilidade do Militar
60
O militar alistável é elegível. Isso quer dizer que a única espécie de
militar que não pode candidatar-se a cargos eletivos é o conscritos. Todos os demais
militares, não importa a Força ou a patente, são elegíveis.
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e,
se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
Militar da ativa (subtenente), com mais de dez anos de serviço. Sendo alistável e
elegível, mas não filiável, basta-lhe, nessa condição excepcional, como suprimento
da prévia filiação partidária, o pedido do registro da candidatura, apresentado pelo
partido e autorizado pelo candidato. Só a partir do registro da candidatura e ate a
diplomação ou o regresso a Força Armada, manter-se-á o candidato na condição de
61
agregado (cf, art. 14, parágrafos 3º, V, e 8, II e art. 42, parag. 6º; CE, art. 5º,
parágrafo único e Lei n. 6.880/80, art. 82, XIV e parag. 4º). (Acórdão n. 11.314)
Inelegibilidades infraconstitucionais
Atenção!!! As condições de elegibilidade podem ser criadas por meio de lei ordinária.
Por outro lado, as inelegibilidade somente podem ser criadas por meio de lei
complementar.
62
- as inelegibilidades infraconstitucionais precisam ter prazos de cessação;
Probidade administrativa;
Moralidade para o exercício de mandato eletivo considerada
a vida pregressa do candidato; e a
Normalidade e legitimidade das eleições contra a influência
do poder econômico ou o abuso do exercício de função,
cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
63
Os direitos políticos são espécie de direitos fundamentais. Essa
constatação pode ser confirmada a partir da análise de sua topografia na Constituição.
O Título II da CF trata dos Direitos e Garantias Fundamentais e é subdividido em 5
capítulos. São eles:
- inelegibilidades.
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As inelegibilidades já foram estudadas no subtítulo anterior. Remetemos
você para lá e faça um estudo pormenorizado desse importante instituto restritivo do
exercício dos direitos políticos passivos.
65
Vamos, a partir de agora, estudar os institutos perda e suspensão dos
direitos políticos.
66
norma legal que será declarada a perda da nacionalidade brasileira
administrativamente, quando a pessoa adquirir outra nacionalidade por
naturalização voluntária. Como consequência desta alteração em sua
condição jurídica, tornando-se estrangeiro, por óbvio não mais terá direitos
políticos no Brasil”.
67
Não obstante, não se pode interpretar a CF de forma simplesmente
literal. Deve-se fazer uma interpretação sistemática para se chegar às consequências
jurídicas desejadas pelo legislador constituinte.
68
Suspensão dos Direitos Políticos
69
Essa suspensão durará pelo prazo de cumprimento da pena até a extinção da
punibilidade. Sobre essa hipótese constitucional de restrição dos direitos políticos,
ensina Alexandre de Moraes:
70
Outra controvérsia interpretativa surgiu sobre a possibilidade de
aplicabilidade dessa restrição dos direitos políticos quando houver aplicação de
medida de segurança. Nesse caso, a dúvida é saber se a sentença absolutória
imprópria atrai a incidência dessa hipótese de suspensão dos direitos políticos. Sobre
esse assunto, veja o seguinte julgado do TSE:
71
- improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º - de acordo com o art. 37, §
4º, da Constituição Federal, os atos de improbidade administrativa importarão a
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos
bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo
da sanção penal cabível.
72
Questões de Concursos – Direitos Políticos
a) plebiscito.
b) referendo.
c) participação partidária.
d) alistabilidade.
e) elegibilidade.
2 –Luis vinha disputando as prévias do seu partido para se lançar candidato a senador da
República. Contudo, uma semana antes de o partido escolher seu candidato ao cargo, Luis foi
condenado à pena privativa de liberdade por crime de lesão corporal culposa. Seus advogados
interpuseram o recurso cabível, do qual se aguarda julgamento.
a) A condenação imposta a Luis não terá reflexos na sua pretensão política, visto que a
sentença foi omissa quanto a perda dos direitos políticos.
c) A condenação imposta a Luis não terá reflexos na sua pretensão política, já que a
condenação por crime culposo não acarreta a perda dos direitos políticos.
d) A condenação imposta a Luis somente terá efeitos se ele for condenado a cumprir a pena
em regime fechado, pois, se obtiver qualquer benefício processual que lhe possibilite cumprir
a pena em liberdade seus direitos políticos permanecerão intactos.
a) a lei delegada.
73
b) o plebiscito.
c) a resolução.
d) a medida provisória.
e) a lei ordinária.
a) É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas
coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito
nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de
disciplina e fidelidade partidária.
c) Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e
à televisão, na forma da lei.
d) Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, deverão
coletar assinaturas de pelo menos 3% (três por cento) dos eleitores regulamente inscritos na
justiça eleitoral de no mínimo 7 (sete) Estados ou Territórios para que seus estatutos possam
ser registrados no Tribunal Superior Eleitoral e os partidos sejam como tal reconhecidos pela
lei eleitoral.
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b) Os militares são alistáveis, mas inelegíveis.
c) O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias
contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico,
corrupção ou fraude.
a) A lei que altera o processo eleitoral só entrará em vigor um ano após sua promulgação.
e) A perda ou suspensão de direitos políticos pode ocorrer por incapacidade civil absoluta, por
recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa ou por improbidade
administrativa.
a) Lei complementar é a única espécie normativa autorizada pela CF para disciplinar a criação
de outros casos de inelegibilidade relativa, além dos já previstos na própria CF.
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b) A condenação criminal com trânsito em julgado configura hipótese de perda dos direitos
políticos.
c) quem tenha sido condenado criminalmente por decisão judicial, mesmo que ainda não
transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos.
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10 – Com referência à nacionalidade e aos direitos políticos, assinale a opção correta.
a) II.
b) I e II.
c) II e III.
d) I e III.
77
12 – Paulo é candidato ao cargo de Prefeito de um determinado Município. Durante a
campanha, Paulo é acusado de praticar corrupção, mas acaba eleito pelo voto popular. José, o
candidato derrotado, neste caso, poderá impugnar o mandato eletivo de Paulo ante a Justiça
Eleitoral, instruída a ação com provas da corrupção, no prazo de
a) dez dias contados da posse, tramitando a ação em segredo de justiça, respondendo o autor,
na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
I. Para concorrer à reeleição, Eros deveria renunciar ao mandato até seis meses antes do
pleito.
78
II. Caso Eros exerça o mandato até o fim, Psiquê estará impedida de candidatar-se a cargos
eletivos no Município em que o ex-marido é Prefeito, não obstante tenha se divorciado dele
no curso do mandato.
III. A condição de ex-esposa de Eros não impede que Psiquê pleiteie cargos eletivos nas esferas
estadual ou federal, mesmo que ele venha a se reeleger, mas caso Psiquê se eleja, ficará
afastada do cargo que ocupa na Administração direta local.
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e III.
e) II e III.
a) Os estrangeiros podem alistar-se como eleitores, desde que quites com as respectivas
obrigações eleitorais do país de origem.
b) A idade mínima para se eleger Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito,
Vice-Prefeito, Vereador e Juiz de Paz é de vinte e um anos.
c) O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias
contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico,
corrupção ou fraude.
79
b) que o alistamento eleitoral e o voto são facultativos para os analfabetos funcionais.
c) que, nos termos da lei, é condição de elegibilidade, dentre outras, a nacionalidade brasileira
nata.
d) que o militar alistável é elegível, atendida, dentre outras, a condição de que, se contar com
menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade.
d) segundo a doutrina, o sufrágio restrito poderá ser censitário, quando o nacional tiver que
preencher qualificação econômica, ou capacitário, quando necessitar apresentar alguma
característica especial (natureza intelectual por exemplo).
17 – Nos termos da Constituição Federal, são condições de elegibilidade para Senador, quanto
à idade e à nacionalidade, respectivamente, ter, no mínimo,
80
a) trinta e cinco anos e ser brasileiro nato.
18 – Rodolfo, com 18 anos de idade, deseja, pela primeira vez, concorrer para o cargo de
Vereador em Município que pertence ao mesmo Estado no qual seu pai é Deputado Estadual.
Neste caso, segundo a Constituição, Rodolfo
a) poderá concorrer ao pleito, mas, se vencer as eleições, seu pai não poderá se reeleger no
mesmo Estado de jurisdição do filho.
b) não poderá concorrer ao pleito, pois incide em caso de inelegibilidade reflexa pelo fato de
seu pai ser Deputado Estadual no mesmo território de jurisdição em que deseja se eleger.
c) não poderá concorrer ao pleito, pois não possui idade suficiente para se eleger Vereador.
d) poderá concorrer ao pleito desde que seu pai renuncie ao respectivo mandato até seis
meses antes do pleito.
e) poderá concorrer ao pleito, pois possui idade suficiente para se eleger Vereador e não
incide em caso de inelegibilidade reflexa em relação a seu pai.
19 – Alfredo, Prefeito de um determinado Município, com trinta e cinco anos de idade, é irmão
de um Deputado Federal e deseja concorrer para o pleito de Senador Federal. Neste caso,
Alfredo
a) não poderá participar das eleições, pois incide em um caso de inelegibilidade reflexa, pelo
fato de seu irmão ser Deputado Federal.
b) poderá participar das eleições e não precisará renunciar ao mandato de Prefeito, pelo fato
de não estar concorrendo à reeleição.
81
c) poderá participar das eleições, desde que seu irmão renuncie ao mandato de Deputado
Federal até seis meses antes do pleito.
d) poderá participar das eleições, desde que renuncie ao mandato de Prefeito até seis meses
antes do pleito.
e) não poderá participar das eleições, pelo fato de não possuir idade suficiente para se eleger
Senador.
20 – Bernardo, com vinte e dois anos de idade, Bruno, com dezenove anos de idade,
Bartolomeu, com vinte e seis anos de idade, Basílio, com trinta e três anos de idade e Beltrão,
com trinta anos de idade, podem concorrer, respectivamente, aos cargos de:
82
c) são alistáveis como eleitores os militares, ainda que conscritos, durante o período de serviço
militar obrigatório.
22 – A lei WXYZ alterou o processo eleitoral. De acordo com a Constituição Federal brasileira
de 1988, a Lei WXYZ entrará em vigor
a) na data de sua publicação, mas não será aplicada para eleição que ocorra até um ano da
data de sua vigência.
b) em um ano após a sua publicação, sendo aplicada imediatamente após a data da sua
vigência para as eleições.
c) na data de sua publicação, sendo aplicada imediatamente após esta data para as eleições.
d) na data de sua publicação, mas não será aplicada para eleição que ocorra até três meses da
data de sua vigência.
e) na data de sua publicação, mas não será aplicada para eleição que ocorra até noventa dias
da data de sua vigência.
83
c) deverá ficar afastado de seu cargo, sendo-lhe facultado optar pela remuneração e, para
efeito de benefício previdenciário, os valores não serão determinados como se no exercício
estivesse.
d) não ficará afastado de seu cargo, havendo compatibilidade de horários, e deverá optar pela
remuneração do cargo eletivo ou do cargo efetivo junto ao TRF da 2ª Região.
25 – No tocante aos Direitos Políticos, Tibério, que respeita a ordem constitucional e o Estado
Democrático, sabe que, segundo a Constituição Federal brasileira,
d) a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com
valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular.
84
e) em regra, são elegíveis, no território de jurisdição do titular, os parentes afins, até o
segundo grau, do Prefeito.
b) Não será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que tiver cancelada sua
naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional.
c) A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto indireto e aberto, com
valor igual para todos.
a) a Constituição de 1988 determina uma série de limitações aos direitos políticos, sendo que
uma delas refere-se aos analfabetos, que apesar de poderem votar, são inelegíveis.
85
a) O cancelamento de naturalização por decisão do Ministério da Justiça é caso de perda de
direitos políticos.
b) Prefeito: sistema majoritário de maioria simples para municípios com menos de 200 mil
eleitores.
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II. A decisão do Supremo Tribunal Federal não pode- ria ter gerado efeitos sobre as eleições
gerais já realizadas, em decorrência do princípio constitucional da irretroatividade em face do
ato jurídico perfeito e da coisa julgada.
a) I e II.
b) I.
c) II.
d) III.
e) II e III.
d) Deputado Federal, apenas, desde que renuncie ao mandato até seis meses antes do pleito.
e) Deputado Estadual, apenas, desde que renuncie ao mandato até seis meses antes do pleito.
87
32 – Brasileiro naturalizado, de 21 anos de idade, servidor público da administração direta
federal há três anos, pretende candidatar-se a Prefeito do Município em que possui domicílio.
Nessa hipótese,
b) não pode candidatar-se a Prefeito, pois, para cargos de chefia do Poder Executivo, a
Constituição exige, como condição de elegibilidade, que o candidato seja brasileiro nato
d) pode candidatar-se a Vereador, mas não a Prefeito, em função da idade mínima para tanto
requerida, exigindo a Constituição, em qualquer hipótese, afastamento do cargo que ocupa na
administração para exercício do mandato eletivo.
33 – Átila, que não é titular de mandato eletivo e nem é candidato à reeleição, é filho adotivo
de Eulália, Governadora do Estado de São Paulo em exercício, e deseja concorrer ao cargo de
Prefeito do Município de São Paulo. Segundo a Constituição Federal, Átila, em regra, é
d) elegível, desde que sua candidatura seja previamente autorizada por Eulália.
e) inelegível.
88
34 – Um Governador de Estado, ainda no início do exercício de seu mandato, deseja se
candidatar ao cargo de Presidente da República. Para que possa concorrer às eleições e, caso
seja vitorioso, assumir o novo cargo, deverá ser brasileiro nato
a) e afastar-se temporariamente de seu atual mandato até seis meses antes do pleito.
c) ou naturalizado e renunciar a seu atual mandato até três meses antes do pleito.
e) e afastar-se temporariamente de seu atual mandato até três meses antes do pleito.
a) estrangeiros.
d) analfabetos.
a) pode se eleger ao cargo de Governador, se tiver no mínimo trinta e cinco anos de idade.
d) pode candidatar-se para Deputado Federal, se tiver no mínimo vinte e cinco anos de idade.
89
37 – O mecanismo de participação popular que possibilita uma consulta prévia da opinião
pública sobre questão política ou institucional a ser resolvida antes da elaboração de legislação
a seu respeito é
a) o recall.
b) a iniciativa popular.
c) o abaixo-assinado.
d) o plebiscito.
e) o referendo.
38 – Willian, inglês, maior de trinta e cinco anos de idade, no pleno exercício dos direitos
políticos na Inglaterra, residente na Capital do Estado do Acre há cinco anos e filiado a
determinado partido político, deseja concorrer as eleições no Brasil. Na forma da Constituição
Federal, Willian
39 – No que concerne aos direitos políticos, nos termos preconizados pela Constituição Federal
de 1988,
a) a lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se
aplicando à eleição que ocorra até seis meses da data de sua vigência.
90
c) o mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de trinta dias
contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico,
corrupção ou fraude.
e) o militar alistável é elegível e, se contar mais de dez anos de serviço, deverá afastar-se da
atividade.
a) deverá se afastar do cargo até três meses antes do pleito, mas continuará recebendo a
respectiva remuneração.
c) deverá se afastar do cargo até seis meses antes do pleito, mas continuará recebendo a
respectiva remuneração.
GABARITO
91
Justiça Eleitoral
Os Tribunais e Juízes Eleitorais integram o Poder Judiciário, nos termos do art. 92, inc. V, da
CF/88.
Juízes Eleitorais
Juntas Eleitorais
Função Administrativa
Função Consultiva
Função Jurisdicional
Função Regulamentar
b) Justiça Especializada;
92
f) Divisão territorial para fins eleitorais (circunscrições, zonas e seções)
A Constituição Federal institui os órgãos que compõe a Justiça Eleitoral e dispõe, em linhas
gerais, sobre a organização dessa Justiça Especializada. Quanto à competência, somente
dispôs sobre a recursal e atribuiu à lei complementar o papel definição das demais regras de
organização e competências. Veja a disposição do art. 121, caput, da CF/88:
93
Note-se que a Constituição Federal trata da composição mínima. Caso seja necessário o
aumento do número de membros do TSE, basta a edição de uma lei complementar. Dispensa-
se a alteração da Constituição Federal por meio de emenda constitucional para essa finalidade.
No que se refere ao processo de escolha dos advogados que compõe o TSE, o art. 119 da
CF/88 prescreve que serão nomeados pelo Presidente da República dentre advogados
indicados pelo Supremo Tribunal Federal. Nesse processo de formação de lista tríplice para
encaminhamento ao Poder Executivo, a OAB não participa do procedimento, de acordo com o
entendimento do STF, ao julgar o MS n. 21.073/91.
Nesse processo de indicação dos advogados pelo Supremo Tribunal Federal, o Código
Eleitoral traz algumas restrições para a composição da lista tríplice, nos seguintes termos:
O Corregedor-Geral Eleitoral será escolhido dentre os Ministros do STJ (CF, art. 119, p.
único; CE, art. 17).
Há ainda a vedação de que, na composição do TSE, não podem fazer parte cidadãos que
tenham entre si parentesco, ainda que por afinidade, até o 4º (quarto) grau, seja o vínculo
legítimo ou ilegítimo, excluindo-se neste caso o que tiver sido escolhido por último (CE, art. 16,
§ 1º)
94
Esquema Didático sobre a composição do TSE
Presidente
Art. 17 do CE
Corregedor-Geral Eleitoral
Ministro do STJ
Ministro do STJ
Art. 16, I, alínea a, CE
Art. 17 do CE
Advogado Advogado
Deliberações do TSE
O TSE delibera por maioria de votos, em sessão pública, com a presença da maioria de seus
membros (art. 93, IX, CF; art. 19, CE). Contudo será necessário a presença de todos os
membros nos seguintes casos:
d) perda de diplomas
Indispensável, ainda, a Súmula 72 do Supremo Tribunal Federal. Essa súmula versa sobre a
participação dos três ministros do STF que compõem o TSE nos julgamentos, perante o STF,
de recursos de decisões que eles já julgaram no TSE. Esse é o teor da súmula 72 do STF:
95
No julgamento de questão constitucional, vinculada à decisão do
Tribunal Superior Eleitoral, não estão impedidos os ministros do
Supremo Tribunal Federal que ali tenham funcionado no mesmo
processo, ou no processo originário.
Competências do TSE
d) os crimes eleitorais e os comuns que lhes forem conexos cometidos pelos seus
próprios juízes e pelos juízes dos TRE’s;
Essa alínea está revogada pelos arts. 102, inc. I, alínea c, e 105, inc. I, alínea a, ambos
da CF. Caso um membros do TSE cometa um crime, ele será processado e julgado pelo
STF. Por sua vez, se um membro do TRE cometer um crime, será processado e julgado
pelo STJ. Quanto ao conceito de crime comum e crime eleitoral, para fins de fixação da
competência do STF e do STJ, esse é o entendimento do STF:
96
e) o habeas corpus ou mandado de segurança, em matéria eleitoral, relativos a atos do
Presidente da República, dos Ministros de Estado e dos Tribunais Regionais; ou,
ainda, o habeas corpus, quando houver perigo de se consumar a violência antes que
o juiz competente possa prover sobre a impetração;
Essa alínea está parcialmente revogada. Faremos uma análise separada do dispositivo.
Se a autoridade coatora for o Ministro de Estado, compete ao TSE processar e julgar o HC,
nos termos do art. 105, inc. I, alínea ‘c’. Caso contrário, caso o Ministro de Estado seja
paciente, competirá ao STF processar e julgar o HC, nos termos do art. 102, inc. I, alínea ‘d’.
Se a autoridade coatora for o Tribunal Regional Eleitoral, compete ao TSE processar e julgar
o HC, conforme previsão na alínea em análise.
Se a autoridade coatora for Ministro de Estado, compete ao STJ processar e julgar o MS, nos
termos do art. 105, inc. I, alínea ‘b’.
Se a autoridade coatora for o Tribunal Regional Eleitoral, deve-se fazer uma distinção da
natureza jurídica da questão que será objeto de recurso:
97
Consolidou-se, nos Tribunais Superiores e no STF, o entendimento
segundo o qual é de suas competências conhecer recurso em
mandado de segurança contra decisão proferida por órgão colegiado
de tribunal. O TSE é competente para julgar recurso em matéria
administrativa contra decisão proferida por tribunal regional em sede
de mandado de segurança. (RMS n. 99, TSE)
h) as reclamações contra os seus próprios juizes que, no prazo de trinta dias a contar
da conclusão, não houverem julgado os feitos a eles distribuídos.
i) a ação rescisória, nos casos de inelegibilidade, desde que intentada dentro de cento
e vinte dias de decisão irrecorrível, possibilitando-se o exercício do mandato eletivo
até o seu trânsito em julgado.
98
j) fixar as datas para as eleições de Presidente e Vice-Presidente da República,
senadores e deputados federais, quando não o tiverem sido por lei;
l) responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por
autoridade com jurisdição federal ou órgão nacional de partido político;
Destaque—se, por fim, que as decisões do Tribunal Superior são irrecorríveis, salvo as que
contrariarem a Constituição e as denegatórias de habeas corpus ou mandado de
segurança, das quais caberá recurso ordinário para o STF, interposto no prazo de 3 dias (CF,
art. 121, § 3º, CE, art. 281). STF, RMS 22470, Min. Rel. Celso de Mello, Primeira Turma, DJ
27.09.1996.
Conforme previsão na Constituição Federal, nos termos do art. 120, haverá um Tribunal
Regional Eleitoral na capital de cada Estado e no Distrito Federal.
Os Tribunais Regionais Eleitorais compõe-se (Art. 120, § 1º, CF/88, e 25, CE):
99
Quanto aos advogados que compõem os Tribunais Regionais Eleitorais, há um complexo
processo que é desenvolvido até que haja a efetiva nomeação pelo Presidente da República.
Primeiro, ocorre a formação de uma lista tríplice.
Essa lista tríplice organizada pelo Tribunal de Justiça será enviada ao TSE e os advogados que
a comporão deverão preencher os seguintes requisitos:
Os advogados que comporão a lista devem ter, no mínimo, dez anos de efetivo
exercício de atividade profissional, reputação ilibada e notório saber jurídico
Não podem fazer parte do Tribunal Regional pessoas que tenham entre si parentesco, ainda
que por afinidade, até o 4º grau, seja o vínculo legítimo ou ilegítimo, excluindo-se neste caso a
que tiver sido escolhida por último.
Os Tribunais Regionais deliberam por maioria de votos, em sessão pública, com a presença da
maioria de seus membros (art. 27, CE). Não há exigência de que o TRE ao julgar determinada
matéria necessite de quórum completo, diferentemente do TSE.
No caso de impedimento e não existindo quorum, será o membro do Tribunal substituído por
outro da mesma categoria, designado na forma prevista na Constituição.
100
a) o registro e o cancelamento do registro dos diretórios estaduais e municipais de
partidos políticos, bem como de candidatos a Governador, Vice-Governadores, e
membro do Congresso Nacional e das Assembléias Legislativas;
Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando (CF, art.
121, § 4º, CE, art. 276):
II. ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais;
Juízes Eleitorais
Cabe a jurisdição de cada uma das zonas eleitorais a um juiz de direito em efetivo exercício e,
na falta deste, ao seu substituto legal que goze das prerrogativas do Art. 95 da Constituição.
Trata-se de um juiz que integra a Justiça Estadual e que será designado para exercer as
funções eleitorais.
101
No que se refere à interpretação do locução “que goze das prerrogativa do art. 95”, o TSE
decidiu que “o juiz de direito substituto pode exercer as funções de juiz eleitoral, mesmo antes
de adquirir a vitaliciedade”.
Frise-se que não há concurso para juiz eleitoral. As funções eleitorais serão exercidas por
juízes de direito designados pelo TRE respectivo. Onde houver mais de uma vara, O TRE
designará aquela ou aquelas a quem incumbe o serviço eleitoral.
Embora esses juízes sejam integrantes da Justiça Comum estadual, os recursos contra as
suas decisões são endereçados ao TRE e não ao TJ ao qual esteja vinculado.
II. processar e julgar os crimes eleitorais e os comuns que lhe forem conexos,
ressalvada a competência originária do TSE e dos TRE;
III. decidir habeas corpus e mandado de segurança, em matéria eleitoral, desde que
essa competência não esteja atribuída privativamente à instância superior.
Juntas Eleitorais
os candidatos e seus parentes, ainda que por afinidade, até o segundo grau,
inclusive, e bem assim o cônjuge
102
os membros de diretorias de partidos políticos devidamente registrados e cujos
nomes tenham sido oficialmente publicados;
Poderão ser organizadas tantas Juntas quantas permitir o número de juízes de direito que
gozem das garantias do art. 95 da Constituição, mesmo que não sejam juízes eleitorais. Nas
zonas em que houver de ser organizada mais de uma Junta, ou quando estiver vago o cargo
de juiz eleitoral ou estiver este impedido, o presidente do Tribunal Regional, com a aprovação
deste, designará juízes de direito da mesma ou de outras comarcas para presidirem as juntas
eleitorais (CE, art. 37 e parágrafo único).
I. apurar, no prazo de 10 (dez) dias, as eleições realizadas nas zonas eleitorais sob a sua
jurisdição.
Questões de Concurso
103
R–D
Questão 2 – Considerando a hipótese de que Antônio seja juiz federal e se candidate a juiz do
TRE de determinada unidade da Federação, assinale a opção correta.
Questão 3 – O TSE (TSE) será composto, no mínimo, por sete membros, escolhidos mediante
eleição pelo voto secreto de três juízes entre os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF),
dois juízes entre os ministros do STJ (STJ) e, por nomeação do presidente da República, de
dois juízes entre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo
STF.
R–C
Questão 5 – Assinale a opção correta com relação aos órgãos da justiça eleitoral.
A) A justiça eleitoral é composta pelo TSE (TSE), pelo TRE, na capital de cada estado e no DF,
pelo Ministério Público Eleitoral e pelas juntas eleitorais.
B) Os ministros do TSE são escolhidos entre juízes do STF e do STJ e entre representantes da
advocacia.
C) Por determinação legal, a sede do TSE é na capital da República e, por isso, a sua
jurisdição encontra-se limitada ao DF.
D) O corregedor do TSE deve ser escolhido entre os ministros do STF.
R -- B
104
Questão 6 – O juiz oriundo da classe dos advogados com notável saber jurídico e idoneidade
moral integrante do TSE
(A) entre seis advogados de notório saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo STJ.
(B) escolhidos entre os Desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados, escolhidos
pelo Presidente da República.
(C) escolhidos mediante eleição e pelo voto secreto, entre os Ministros do STJ.
(D) escolhidos entre os Ministros do Supremo Tribunal Federal e nomeados por livre escolha
do Presidente da República.
(E) federais, escolhidos pelos Tribunais Regionais Federais e nomeados pelo Presidente da
República.
R–C
105
R–C
A) Os membros dos TREs são, todos eles, nomeados pelo presidente da República, entre
cidadãos de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo TJ de cada estado da
Federação.
B) Os TREs deliberam por maioria de votos, em sessão pública, com a presença da maioria de
seus membros.
C) Compete aos TREs processar o registro e o cancelamento do registro de candidatos a
governador, vice-governador e deputado estadual, cabendo ao TSE o registro e o
cancelamento do registro de candidatos a senador, deputado federal, presidente e vice-
presidente da República.
D) As decisões dos TREs são irrecorríveis, e, portanto, terminativas, quando versarem sobre
expedição de diplomas em eleições estaduais.
R–B
Questão 12 – O juiz oriundo da classe dos advogados com notável saber jurídico e idoneidade
moral integrante de TRE
(A) não poderá ser eleito para os cargos de Presidente ou Vice-Presidente desse Tribunal.
(B) servirá, salvo motivo justificado, no mínimo por dois anos, não podendo ser reconduzido ao
cargo no biênio seguinte.
(C) não poderá ser eleito para o cargo de Presidente desse Tribunal, apenas para o de Vice-
Presidente.
(D) não gozará, no exercício de suas funções, de plenas garantias, nem será inamovível.
(E) poderá ser eleito para o cargo de Vice-Presidente desse Tribunal, mas não para o cargo de
Presidente.
R –A
106
Questão 13 – Compete aos TRE’s processar e julgar originariamente
(A) indicados pelo Ministério Público Federal e nomeados pelo Presidente da República.
(B) nomeados pelo Governador do respectivo Estado.
(C) escolhidos por nomeação do Presidente da República.
(D) escolhidos, mediante eleição e pelo voto secreto, pelo TJ do respectivo Estado.
(E) escolhidos pelo Congresso Nacional e nomeados pelo Presidente da República.
R–D
Questão 16 – Segundo as regras estabelecidas na Lei n.º 4.737/1965, compete aos juízes
eleitorais
A) julgar os crimes eleitorais, sendo os crimes comuns, ainda que conexos, julgados pela
justiça comum.
B) constituir as juntas eleitorais e designar sua sede e jurisdição.
C) ordenar o registro e a cassação do registro dos candidatos aos cargos eletivos municipais.
107
D) processar e julgar outros juízes eleitorais que tenham cometido crimes eleitorais em sua
jurisdição.
E) processar e julgar o registro dos diretórios estaduais e municipais de partidos políticos.
R–C
Questão 17 – Quanto aos órgãos da justiça eleitoral, julgue o item seguinte: as juntas eleitorais
não são consideradas órgãos da justiça eleitoral, constituindo-se em mera divisão regional
realizada pelo juiz que a preside.
Assinale a opção correta a respeito da composição e do funcionamento das juntas eleitorais.
A) Não podem participar das juntas eleitorais bancários e empregados de empresas estatais.
B) É permitida e até recomendável a participação de servidores da justiça eleitoral nas
referidas juntas.
C) São admitidos membros de diretórios de partidos políticos, desde que não ocupem função
executiva, na composição das citadas juntas.
D) Pessoas que ocupem cargos de confiança no Poder Executivo, desde que nomeadas no
ano anterior à eleição, podem participar das juntas eleitorais.
E) É vedada a participação em juntas eleitorais de parentes dos candidatos, ainda que por
afinidade, até o segundo grau.
R–E
I Os membros das juntas eleitorais serão nomeados pelo presidente do TSE, depois da
aprovação do respectivo TRE.
II Os servidores que integram o serviço eleitoral não podem ser nomeados membros das juntas
eleitorais, escrutinadores ou auxiliares.
III As juntas eleitorais são órgãos colegiados de primeira instância, sendo compostos por um
juiz de direito, que atua como presidente, e dois ou quatro cidadãos de notória idoneidade.
IV As zonas eleitorais podem ter mais de uma junta, limitadas ao número máximo de cinco
juntas por município.
A) I e III.
B) I e IV.
C) II e III.
D) II e IV.
R–C
108
109
Alistamento Eleitoral
Constitui o ato no qual o eleitor se credencia na Justiça Eleitoral, de modo a ser reconhecido
seu direito de votar, desde que preenchidos os requisitos legais e constitucionais.
Nos termos do art. 42 do Código Eleitoral, o alistamento faz-se por meio da qualificação e
inscrição do eleitor. Somente com a consumação dessas duas etapas ter-se-á a consumação
do alistamento eleitoral.
Prova da Qualificação
Nacionalidade brasileira
Brasileiro nato
Brasileiro naturalizado
Português
110
Obs1: Basta ter a nacionalidade brasileira para que a pessoa possa alistar-se. No que se
refere aos requisitos para a prática desse ato não há distinção entre brasileiro nato e
naturalizado.
Obs2: Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor
de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos
nesta Constituição.
Espécies de Alistamento
Alistamento Obrigatório:
◦ Alfabetizado
Alistamento Facultativo:
◦ Maiores de 70 anos
◦ Analfabetos
Alistamento Vedado
◦ Estrangeiros
Quanto ao alistamento vedado, o Código Eleitoral, em seu art. 5º, inc. II, prescreve que o
alistamento é vedado àqueles que não saibam exprimir-se em língua nacional. Este inciso está
revogado. Veja o seguinte julgado do TSE:
111
naturalmente, a vedação que se impõe em face da incapacidade
absoluta nos termos da lei civil.
- Sendo o voto obrigatório para os brasileiros maiores de 18 anos,
ressalvada a facultatividade de que cuida o inciso II do § 1º do artigo
14 da CF, não há como entender recepcionado preceito de lei,
mesmo de índole complementar à Carta Magna, que imponha
restrição ao que a norma superior hierárquica não estabelece.
- Vedado impor qualquer empecilho ao alistamento eleitoral que não
esteja previsto na Lei Maior, por caracterizar restrição indevida a
direito político, há que afirmar a inexigibilidade de fluência da língua
pátria para que o indígena ainda sob tutela e o brasileiro possam
alistar-se eleitores.
- Declarada a não recepção do art. 5º, inciso II, do Código Eleitoral
pela Constituição Federal de 1988.
(TSE, PA n. 19.840/2010)
Procedimento
O empregado pode deixar de comparecer ao serviço por até dois, sem prejuízo da
remuneração, para alistar-se.
112
Deferido o alistamento, o cidadão recebe o título eleitoral.
Título de Eleitor
◦ Nome do eleitor
◦ Data de nascimento
No caso de perda ou extravio, o eleitor pode requerer ao juiz eleitoral a expedição da 2ª via até
10 dias antes das eleições. Entretanto, somente será emitida a 2ª via do título eleitoral se o
eleitor estiver quite com suas obrigações eleitorais.
O título de eleitor é documento comprobatório da quitação eleitoral até a data de sua emissão.
O próprio eleitor
Partidos políticos
Ministério Público
Da decisão que indeferir o alistamento, o próprio eleitor poderá recorrer no prazo de 5 dias
Domicílio Eleitoral
113
O alistamento eleitoral deve ser requerido no domicílio eleitoral da pessoa. É indispensável,
portanto, a definição do que pode ser compreendido por domicílio eleitoral.
O conceito legal de domicílio eleitoral está descrito no art. 42, parágrafo único, do Código
Eleitoral. Essa é a redação deste dispositivo legal:
O alcance do conceito de domicílio eleitoral foi dado pela jurisprudência do TSE. Esse é o
conceito de domicílio eleitoral para o TSE:
114
anteriores, teve ele mais da metade dos votos para o posto pelo qual
disputava.
Transferência Eleitoral
As inscrições eleitorais tem caráter de definitividade. Há, não obstante, algumas situações que
podem ensejar o cancelamento da inscrição do eleitor. Essas hipóteses estão previstas no art.
71 do Código Eleitoral.
Conscritos
Estrangeiros
115
Suspensão ou perda dos direitos políticos
Art. 15 da CF/88
Falecimento do eleitor
Na mais antiga
116
Questões de Concurso
117
Questão 10 – Considerando a hipótese de que Maria, eleitora regularmente inscrita,
completará 70 anos de idade no dia 10/10/2010 e sabendo que o primeiro turno da eleição
ocorrerá no dia 3 de outubro e o segundo, se houver, ocorrerá no dia 31 do mesmo mês,
assinale a opção correta quanto às obrigações e aos direitos eleitorais de Maria.
Questão 12 – A respeito do título eleitoral, da sua forma e do seu conteúdo, além de outros
aspectos legais a ele pertinentes, nos termos como determina a legislação e, em especial, a
Resolução n.º 21.538/2003, do TSE, é correto afirmar que
A) a emissão do título eleitoral deve ser realizada por escrivão autorizado, que utilize modelo
impresso.
B) o título eleitoral deve ser emitido obrigatoriamente por computador.
C) deve constar, no título eleitoral, sempre a fotografia do eleitor.
D) a data de emissão do título eleitoral será aquela da primeira emissão, ainda que o eleitor
solicite segunda via.
E) o processo de alistamento é ininterrupto, e os requerimentos de transferência são recebidos
a qualquer tempo.
R–B
A) A inscrição de Antônio como eleitor será cancelada, em decorrência das disposições legais
e das resoluções do TSE.
B) Serão excluídos do cancelamento os eleitores que, por definição constitucional, não estejam
obrigados a votar.
C) O eleitor com mais de oitenta anos deve atualizar seu registro periodicamente, por
determinação legal.
D) A jurisprudência do TSE é omissa quanto ao assunto objeto da situação em apreço.
E) A CF e a Lei Eleitoral não fazem distinções em razão da idade, em respeito à isonomia.
R–B
118
A) Para que um cidadão do sexo masculino, maior de 18 anos de idade, casado, possa se
alistar como eleitor, é suficiente a identificação mediante certidão de casamento extraída do
registro civil.
B) A duplicidade de alistamento eleitoral importa irregularidade civil punida com multa.
C) Em caso de irregularidade no alistamento, qualquer eleitor é parte legítima para requerer ao
juiz eleitoral a abertura de investigação.
D) Em caso de duplicidade, a competência para julgamento de ilícito penal é do juiz eleitoral do
lugar onde ocorreu a primeira inscrição.
E) As inscrições canceladas devem ser excluídas do cadastro antes da eleição subsequente.
R-C
Questão 15 – Raimundo, servidor público estadual removido para a capital do estado, é eleitor
alistado em cidade do interior. Ao requerer a transferência do título, Raimundo deve
Questão 16 – Josué teve os seus direitos políticos suspensos mediante decisão judicial.
Posteriormente, sua condição foi alterada e ele pretendeu novo alistamento eleitoral. Diante
dessa situação hipotética, assinale a opção correta.
A) A regularização da situação de Josué deve ser procedida, de ofício, pelo órgão judicial que
decretou a perda.
B) Caso se tratasse de perda de direitos políticos, e não de suspensão, competiria ao juiz
eleitoral comunicar acerca da reaquisição ou do restabelecimento dos direitos políticos do
eleitor.
C) Cabe ao Ministério da Justiça comunicar acerca da reaquisição ou do restabelecimento dos
direitos políticos de Josué.
D) A sentença judicial presta-se para comprovar o restabelecimento dos direitos políticos de
Josué.
E) Caso Josué tivesse se recusado a prestar o serviço militar obrigatório, então seria vedada a
reaquisição de seus direitos políticos.
R–D
119
R–E
120
Sistemas Eleitorais
Os sistemas eleitorais podem ser definidos como o “conjunto de técnicas legais que objetiva
organizar a representação popular, com base nas circunstâncias eleitorais” (Marcos
Ramayana).
Para dar maior clareza ao tema, reproduz-se mais um conceito de sistemas eleitorais:
É o conjunto de regras que disciplinam o recebimento dos votos pelos
candidatos, a transformação da votação em mandato e a distribuição
das cadeiras no Parlamento, viabilizando a representação popular
(Djalma Pinto)
Por isso, pode-se afirmas que os sistemas eleitorais são definidos pelo complexo de regras
utilizadas nas eleições, determinantes de como se organizará o eleitorado e de como se
elegerão/escolherão os representantes políticos.
A escolha de um ou outro sistema eleitoral busca atingir a autenticidade eleitoral e a
necessidade de atender à especificidade de cada colégio eleitoral.
Sistema majoritário
Pelo sistema majoritário reputa-se eleito o candidato que obtiver a maioria dos votos. O
objetivo desse sistema é garantir que o candidato mais votado seja eleito.
Há duas formas de sistema majoritário:
Maioria Simples ou Relativa: reputa-se eleito o candidato que obtiver o maior número
de votos, independentemente do percentual de votação por ele alcançado (turno único)
121
Obs.: por maioria absoluta entende-se o primeiro número inteiro acima da metade do
eleitorado. Não é a metade mais um.
Obs: Não sendo alcançado tal percentual de votação, realiza-se um 2º turno,
considerando-se eleito aquele que tiver a maioria simples dos votos
Sistema proporcional
Pelo sistema proporcional tem o objetivo de garantir com haja uma melhor correspondência
entre a formação do Parlamento e as diferentes opiniões, valores e preferências existentes na
sociedade.
Por meio desse sistema, não se considera apenas a votação recebida pelos candidatos, mas
também a votação recebida pelos partidos.
Com a adoção do sistema proporcional, teremos uma maior igualdade material e a minoria,
desde que atinja um percentual mínimo de aprovação popular, participará da condução dos
negócios públicos. Logo, esse sistema possui o pluralismo político como marca fundamental.
Nesse sentido
Sendo por natureza, sistema aberto e flexível, ele favorece e
estimula, a fundação de novos partidos, acentuando desse modo o
pluralismo político de democracia partidária. Torna a vida política
mais dinâmica e abre à circunscrição das idéias e das opiniões a
novos condutores que impedem uma rápida e eventual esclerose do
sistema partidário. (Paulo Bonavides)
122
Sistema Majoritário
No ordenamento jurídico brasileiro, para os cargos regidos pelo sistema majoritário, adota-se o
princípio da indivisibilidade da chapa – “a eleição do Presidente importará a do candidato a
Vice-Presidente com ele registrado, o mesmo se aplicando à eleição de Governador”, conforme
previsão do § 4º do art. 3º da Lei n. 9.504/97.
Esse princípio também se aplica aos candidatos ao cargo de senador, uma vez que a chapa
somente pode ser registrada com dois suplentes que, em caso de vitória, serão proclamados
eleitos e diplomados juntamente com o titular.
Quanto à aplicação do princípio da Indivisibilidade da chapa, tem-se que, de acordo com o art.
18 da Lei Complementar n. 64/90:
Art. 18 A declaração de inelegibilidade do candidato à Presidência da
República, Governador de Estado e do Distrito Federal e Prefeito
Municipal não atingirá o candidato a Vice-Presidente, Vice-
Governador ou Vice-Prefeito, assim como a destes não atingirá
aqueles.
Desse modo, embora a chapa seja indivisível, a inelegibilidade é sempre individual. Somente
será reconhecida a inelegibilidade daquele que efetivamente incidiu em uma das hipóteses
previstas em lei.
123
O candidato, escolhido em convenção partidária, para concorrer aos cargos de Presidente e
Vice-Presidente, Governador e Vice-Governador, Prefeito e Vice-Prefeito, pode ser substituído,
a qualquer tempo, desde que antes de realizadas as eleições.
Caso a eleição para o cargo seja regida pelo sistema majoritário de dois turnos e se, após o
primeiro turno e antes do segundo, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de
candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
Não pode ocorrer substituição de candidatos após a realização do primeiro turno de votação.
Convoca-se, portanto, o 3º colocado para disputar o segundo turno de votação.
A Constituição Federal somente reconhece como válidos os votos efetivamente atribuídos a
candidatos ou a legenda partidária. Na contagem dos votos válidos das eleições majoritárias
exclui-se os votos nulos e os votos em branco (art. 77, § 2º, CF/88).
Sistema Proporcional
O quociente eleitoral se obtém com a divisão dos votos válidos, que é o somatório dos votos
dados a candidatos inscritos e às legendas partidárias, pelo número de cadeiras que estão em
disputa no parlamento.
Nesse cálculo, despreza-se a fração se for igual ou inferior e meio e, se superior, arredonda-se
para o primeiro número inteiro subsequente.
124
Além disso, para o cálculo do quociente eleitoral, os votos em branco e os nulos devem ser
desconsiderados.
Faz-se uma ressalva: se nenhum Partido ou coligação alcançar o quociente eleitoral,
considerar-se-ão eleitos, até serem preenchidos todos os lugares, os candidatos mais votados.
Trata-se da hipótese em que, em razão de uma impossibilidade material, adotar-se-á o sistema
majoritário por maioria simples para a eleição dos cargos do Poder Legislativo.
O quociente partidário definirá quantos candidatos foram eleitos por cada partido político.
Segue a fórmula utilizada para o cálculo do quociente partidário:
Nos termos do art. 107 do CE, a fração deve ser desprezada, independente se menor ou maior
a meio, diferentemente do que ocorre no cálculo do quociente eleitoral.
Cada partido elegerá tantos candidatos quanto o seu quociente partidário indicar, na ordem da
votação nominal que cada um tenha recebido, desde que tenha candidatos registrados que
tenham obtido a votação nominal mínima.
Com efeito, somente será considerado eleito o candidato que tenha obtido classificação na
votação dentro o quociente partidário da agremiação e, além disso, que tenha alcançado votos
que correspondam a 10% do quociente eleitoral. Com essa prescrição:
Para a distribuição das vagas restantes, que não puderam ser atribuídas em razão da
exigência da votação nominal mínima, chamadas de sobras eleitorais, deve-se utilizar a
técnica da maior média.
Para o cálculo da Maior Média deve-se dividir o número de votos válidos atribuídos a cada
partido pelo número de lugares por ele obtido, mais um, cabendo ao partido que apresentar a
125
maior média um dos lugares a preencher. Esse cálculo deverá ser repetido para a distribuição
de cada um dos lugares. Veja a representação matemática da fórmula:
Nesse exemplo verifica-se que cada partido, para eleger um candidato deve conseguir, no
mínimo, 5.556.
Verifica-se que, após o cálculo do quociente partidário, os partidos preencherão, caso tenham
candidatos com votação nominal mínima, 7 vagas. Restam duas cadeiras. Deve-se utilizar a
Técnica da Maior Média. Para cada uma das vagas faz-se um cálculo da maior média.
Assim:
126
Partido A – 12000 votos / 2 + 1 = 4000
Partido B – 15000 votos / 2 + 1 = 5000
Partido D – 19000 votos / 3 + 1 = 4750
Tendo o Partido B obtido a maior média, ficará com a 8ª vaga, desde que tenha candidato com
a votação nominal mínima. Resta uma vaga. Faz-se novamente o cálculo da Maior Média.
Tendo o Partido D obtido a maior média, ficará com a última vaga, desde que tenha candidato
com a votação nominal mínima.
Partido A – 2 cadeiras
Partido B – 3 cadeiras
Partido D – 4 cadeiras
Se durante o cálculo da votação nominal mínima, não houver partidos com candidatos com
votos correspondentes a 10% do quociente partidário, as vagas serão distribuídas aos partidos
que apresentarem as maiores médias.
Ao fim, com a determinação das vagas conquistadas pelos partidos, resta, ainda, saber quem
serão os candidatos que ocuparão as vagas. O Código Eleitoral adotou o sistema da lista
aberta. Esse é a determinação do art. 109, § 1º, do CE:
Art. 109.
§ 1º. O preenchimento dos Iugares com que cada Partido ou
coligação for contemplado far-se-á segundo a ordem de votação
recebida pelos seus candidatos
Os candidatos mais votados da legenda partidária serão considerados eleitos. Os demais
candidatos mais votados entre os ‘não eleitos’ será considerados suplentes. Em caso de
vacância ou impedimento do titular do cargo, o suplente assumirá o mandato.
Sobre as normas aplicáveis aos sistemas eleitorais, veja as consequências promovidas pela
Lei n. 13.165/2015:
127
Resolução-TSE n. 23.456
Art. 147. Determina-se o quociente eleitoral dividindo-se o número
de votos válidos apurados pelo número de lugares a preencher,
desprezando-se a fração, se igual ou inferior a meio, ou
arredondando-se para um, se superior (Código Eleitoral, art. 106,
caput).
Art. 148. Determina-se, para cada partido político ou coligação, o
quociente partidário dividindo-se pelo quociente eleitoral o número
de votos válidos dados sob a mesma legenda ou coligação,
desprezada a fração (Código Eleitoral, art. 107).
Parágrafo único. Estarão eleitos, entre os candidatos registrados por
um partido ou coligação que tenham obtido votos em número igual
ou superior a dez por cento do quociente eleitoral, tantos quantos o
respectivo quociente partidário indicar, na ordem da votação
nominal que cada um tenha recebido (Código Eleitoral, art. 108).
Art. 149. Os lugares não preenchidos com a aplicação dos
quocientes partidários e a exigência de votação nominal mínima a
que se refere o art. 148 serão distribuídos mediante observância
das seguintes regras (Código Eleitoral, arts. 108, parágrafo único, e
109):
I - o número de votos válidos atribuídos a cada partido político ou
coligação será dividido pelo número de lugares por eles obtidos
mediante o cálculo do quociente partidário mais um, cabendo ao
partido político ou à coligação que apresentar a maior média um dos
lugares a preencher, desde que tenha candidato que atenda à
exigência de votação nominal mínima (Código Eleitoral, art. 109,
inciso I);
II - será repetida a operação para a distribuição de cada um dos
lugares (Código Eleitoral, art. 109, inciso II);
III - quando não houver mais partidos ou coligações com candidatos
que atendam às duas exigências do inciso I, as cadeiras serão
distribuídas aos partidos que apresentem as maiores médias
(Código Eleitoral, art. 109, inciso III).
§ 1º Calculada a primeira sobra na forma do inciso I, na repetição de
que trata o inciso II, a distribuição das demais vagas considerará,
para efeito do cálculo da média, o previsto no inciso I e também as
128
sobras que já tenham sido atribuídas ao partido ou à coligação, em
cálculos anteriores.
§ 2º No caso de empate de médias entre dois ou mais partidos
políticos ou coligações, será considerado aquele com maior votação
(Res.-TSE nº 16.844/1990).
§ 3º Ocorrendo empate na média e no número de votos dados aos
partidos políticos ou às coligações, prevalecerá, para o desempate,
o número de votos nominais recebidos pelo candidato que disputa a
vaga.
§ 4º O preenchimento dos lugares com que cada partido ou
coligação for contemplado se fará segundo a ordem de votação
nominal de seus candidatos (Código Eleitoral, art. 109, § 1º).
§ 5º Somente poderão concorrer à distribuição dos lugares os
partidos políticos ou as coligações que tiverem obtido quociente
eleitoral (Código Eleitoral, art. 109, § 2º).
§ 6º Em caso de empate na votação de candidatos e de suplentes
de um mesmo partido político ou coligação, será eleito o candidato
mais idoso (Código Eleitoral, art. 110).
Art. 150. Se nenhum partido político ou coligação alcançar o
quociente eleitoral, serão eleitos, até o preenchimento de todos os
lugares, os candidatos mais votados (Código Eleitoral, art. 111).
Art. 151. Nas eleições proporcionais, serão suplentes dos
candidatos eleitos todos os demais candidatos do partido que
concorrem isoladamente ou os da coligação que não forem eleitos,
na ordem decrescente de votação (Código Eleitoral, art. 112).
Parágrafo único. Na definição dos suplentes da representação
partidária, não há exigência de votação nominal mínima prevista no
art. 148
O Senado Federal é formado por 81 Senadores. Existem 3 senadores para cada Estado e três
para o DF (representação igualitária).
129
Quanto à Câmara dos Deputados, atualmente tem em sua composição 513 deputados
federais, nos termos do art. 1º da Lei Complementar 78/93. Essa é a redação do dispositivo:
Por disposição constitucional, nenhum Estado poderá ter menos de 8 e mais de 70 deputados
federais.
De forma diversa do modelo federal, os Estados possuem composição unicameral no que se
refere à organização do Poder Legislativo.
A determinação do número de deputados estaduais corresponde ao triplo do número de
deputados federais. Esse cálculo somente será aplicado até que se atinja o número de trinta e
seis deputados estaduais. Para os Estados que possuem mais de doze representantes na
Câmara dos Deputados, veja o que diz a Constituição Federal:
Logo, todas as vezes que um Estado atingir o limite de trinta e seis deputados, o cálculo dos
excedente não será mais o correspondente ao triplo dos deputados federais, mas será obtido
por meio da soma dos deputados federais acima de doze.
Exemplificando:
Dessa forma, o número de deputados estaduais de cada um desses entes federativos será de:
130
Estado B – 12 x 3 (triplo) = 36 deputados federais
Estado C – (12 x 3) + 1 = 37 deputados estaduais
Estado D – (12 x 3) + 2 = 38 deputados estaduais
Pode-se perceber que a CF/88 não estabeleceu a data de realização das eleições para os
cargos do Poder Legislativo. Essa tarefa foi cumprida pela Lei das Eleições (Lei n. 9.504), nos
seguintes moldes:
131
Estadual, Deputado Distrital e Vereador dar-se-ão, em todo o País, no
primeiro domingo de outubro do ano respectivo.
Parágrafo único. Serão realizadas simultaneamente as eleições:
I - para Presidente e Vice-Presidente da República, Governador e
Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal, Senador, Deputado
Federal, Deputado Estadual e Deputado Distrital;
II - para Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.
132
Recursos Eleitorais
Como sabido, recurso é um incidente processual que permite o reexame de uma decisão
exarada pelo juiz.
Na seara eleitoral, os recursos não terão efeito suspensivo, conforme previsão específica do
art. 257 do CE, salvo nos casos dos recursos ordinários interpostos contra decisão proferida
por juiz eleitoral ou pelo Tribunal Regional Eleitoral que resulte em cassação de registro,
afastamento do titular ou perda de mandato eletivo. A esse respeito, veja a prescrição contida
no art. 257 do Código Eleitoral:
Quanto ao prazo recursal, sempre que a lei não fixar prazo especial, o recurso deverá ser
interposto em três dias da publicação do ato, resolução ou despacho. Logo, como regra, após
a publicação ou intimação de decisões as partes terão 3 dias para interpor recurso. Esse prazo
genérico aplica-se aos seguintes recursos:
- recurso eleitoral
- recurso ordinário eleitoral
- recurso especial eleitoral
- recurso extraordinário eleitoral
- embargos de declaração
- agravo de instrumento
133
Esses prazos são preclusivos, salvo quando neste se discutir matéria constitucional. (CE, art.
259). Essa previsão legal não quer dizer que a interposição de recursos intempestivos
possibilitaria ao Tribunal rever a matéria, desde que constitucional. Se o recurso é
intempestivo, a decisão transita em julgado.
Agora, se matéria for constitucional, esta poderá embasar a propositura de uma futura ação
eleitoral com a finalidade de argüir tal matéria. Exemplo clássico é a utilização do Recurso
Contra a Expedição de Diploma para a argüição de inelegibilidade preexistente ao pedido de
registro de candidatura.
Dos atos, despachos e resoluções dos juízes e juntas eleitorais caberá recurso para o Tribunal
Regional Eleitoral. Veja que o juiz eleitoral não tem competência para rever as decisões
proferidas pelas Juntas Eleitorais.
Esse recurso deve ser interposto por meio de petição fundamentada, dirigida ao juiz eleitoral,
no prazo de três dias. Após a interposição do recurso, a parte contrária poderá apresentar
contrarrazões, em igual prazo.
Essa espécie recursal possui o efeito regressivo, ou seja, admite-se que o juiz prolator da
decisão exerça juízo de retratação.
Caso contrário, o recurso deverá ser remetido ao TRE, para julgamento.
Embargos de declaração
134
O Código Eleitoral afirma expressamente que a oposição dos embargos de declaração
interrompem o prazo para a interposição de outros recursos, salvo se manifestamente
protelatórios.
Com a Lei n. 13.165/2015, veja a atual redação do art. 275 do Código Eleitoral:
As demais hipóteses de cabimento de recurso em face das decisões dos Tribunais Regionais
Eleitorais estão previstas no art. 276 do Código Eleitoral. Essa é a disposição legal:
135
Art. 276. As decisões dos Tribunais Regionais são terminativas,
salvo os casos seguintes em que cabe recurso para o Tribunal
Superior:
I - especial:
a) quando forem proferidas contra expressa disposição de lei;
b) quando ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou
mais tribunais eleitorais.
II - ordinário:
a) quando versarem sobre expedição de diplomas nas eleições
federais e estaduais;
b) quando denegarem habeas corpus ou mandado de segurança
Art. 121.
§ 4º - Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente
caberá recurso quando:
I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição
ou de lei;
II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais
tribunais eleitorais;
III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas
eleições federais ou estaduais;
IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos
eletivos federais ou estaduais;
V - denegarem "habeas-corpus", mandado de segurança, "habeas-
data" ou mandado de injunção.
Por esses dispositivos, vê-se que existem duas espécies de recursos que poderão levar uma
decisão do TRE a ser reexaminada pelo TSE. São eles: recurso especial e recurso ordinário.
136
1ª hipótese – Ocorrer Violação a dispositivo legal ou constitucional. Nesta situação, não
basta a indicação do dispositivo supostamente malferido, sendo indispensável a argumentação
quanto à pretendida violação legal.
Agravo de Instrumento
Em linha de princípio, deve-se ressaltar que as decisões do TSE são irrecorríveis, salvo nas
hipóteses expressamente previstas na Constituição. Essa é a redação do art. 121, § 3º, da CF:
137
§ 3º - São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral,
salvo as que contrariarem esta Constituição e as denegatórias de
"habeas-corpus" ou mandado de segurança.
Logo, se a decisão do TSE não se amoldar a um desses permissivos constitucionais, ela será
irrecorrível.
Pela norma constitucional do art. 121, § 3º, depreende-se que, em caso de decisões contrárias
ao Texto Constitucional, caberá recurso ao Supremo Tribunal Federal. Nessa situação, o
recurso que deverá ser interposto é o Recurso Extraordinário.
Já na outra hipótese permissiva de cabimento de recurso em face de decisões do TSE,
“denegatórias de habeas corpus ou mandado de segurança”, o recurso cabível é o Recurso
Ordinário.
Em ambas as hipóteses de cabimento o recurso deverá ser interposto no prazo de 3 dias após
a publicação da decisão e, a parte contrária será intimada para, em igual prazo, apresentar
contrarrazões. Sobre o prazo para a interposição do RE, veja a seguinte Súmula 728 do STF:
Questões de Concurso
Questão 1 – É cabível recurso ao TSE das decisões dos TRE’s quando versarem sobre
inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais.
R–C
Questão 2 – Dentre outros casos, cabe recurso especial das decisões dos Tribunais Regionais
quando
138
Questão 3 – O prazo para interposição de recurso da decisão do Juiz Eleitoral que rejeitar
impugnação de registro de candidato a Prefeito Municipal e do acórdão do TRE que confirmar
a decisão de primeiro grau é de
(A) 3 dias.
(B) 3 e 5 dias, respectivamente.
(C) 5 dias.
(D) 5 e 7 dias, respectivamente.
(E) 15 dias.
R–A
Questão 4 –Cabe recurso ordinário das decisões dos TRE’s, entre outras das que:
I. Sempre que a lei não fixar prazo especial, o recurso deverá ser interposto em 3 (três) dias da
publicação do ato, resolução ou despacho.
II. Das decisões dos TRE’s que denegarem habeas corpus ou mandado de segurança cabe
recurso ordinário para o TSE.
III. Denegado o Recurso Especial pelo Presidente do TRE, o recorrente poderá interpor, dentro
de 10 (dez) dias, agravo de instrumento.
IV. O Presidente do TRE não poderá negar seguimento ao agravo de instrumento contra a
decisão denegatória de Recurso Especial, ainda que interposto fora de prazo
(A) I, II e IV.
(B) I, II e III.
(C) I, III e IV.
139
(D) II e III.
(E) III e IV.
R–A
140
Partidos Políticos
Sistema partidário
Constituição Federal
141
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas
coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito
nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de
disciplina e fidelidade partidária.
Trata-se de uma pessoa jurídica de direito privado, nos termos do art. 44, inc. V, do Código
Civil.
Em razão de ser uma pessoa jurídica eminentemente privada, os litígios que envolvam conflitos
entre esferas de diretórios - municipais, estaduais e nacional - de determinado partido se
inserem no âmbito da competência da Justiça Comum.
A Justiça Eleitoral terá uma atribuição administrativa, no que tange à repartição do fundo
partidário e do programa partidário.
No âmbito judicial, a Justiça Eleitoral somente terá competência para julgar litígios partidários
que tenham reflexos no processo eleitoral, no âmbito dos processos atinentes a registros de
candidatura. Essa é a jurisprudência do TSE:
142
garantia constitucional do mandado de segurança e a jurisdição
da justiça eleitoral.
II - Recurso interposto tempestivamente perante a direção partidária e
dirigido à Convenção Nacional: deferimento parcial da segurança
para que o citado recurso seja processado e decidido pelo órgão
competente, a Convenção Nacional."
(Mandado de Segurança nº 1.534, Rel. Min. Diniz de Andrada, DJ
de 1º.9.1993)
A criação de Partidos Políticos envolve duas fases distintas: a criação dos partidos e o registro
do Estatuto do partido junto ao Tribunal Superior Eleitoral.
Dessa feita, em primeiro lugar o partido deve adquirir personalidade jurídica, com a inscrição
dos seus atos constitutivos junto ao Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas da Capital
Federal. Segue os requisitos que devem ser cumpridos quando do requerimento do Registro de
Partido Político:
Apoiamento Mínimo
143
Art. 7º. Omissis.
§ 1º Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha
caráter nacional, considerando-se como tal aquele que comprove, no
período de dois anos, o apoiamento de eleitores não filiados a partido
político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco décimos por
cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos
Deputados, não computados os votos em branco e os nulos,
distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de
0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja votado em cada
um deles.
A prova do apoiamento mínimo de eleitores é feita por meio de suas assinaturas, com
menção ao número do respectivo título eleitoral, em listas organizadas para cada Zona, sendo
a veracidade das respectivas assinaturas e o número dos títulos atestados pelo Escrivão
Eleitoral (art. 9º, § 1º, Lei 9096).
Quanto a possibilidade de colheita de apoio de eleitores, por meio da internet, para fins de
demonstração do apoiamento mínimo, esse foi o entendimento do TSE:
“(...). 2. Por sua vez, nos termos do art. 9º, § 1º, da Lei dos Partidos
Políticos, a veracidade das assinaturas e do número dos títulos
constantes das fichas de apoiamento de eleitores deve ser atestada
pelo escrivão eleitoral. 3. Hipótese em que não há como se acolher
pedido de encaminhamento de fichas de apoiamento de eleitores
por meio da Internet, haja vista a exigência contida no art. 9º, § 1º,
da Lei dos Partidos Políticos. Pedido indeferido”. (Resolução
22553/2007 (PET 2669), Rel. Min. Carlos Eduardo Caputo Bastos, DJ
29.6.2007, p. 339)
144
certidões dos cartórios eleitorais que comprovem ter o partido obtido o apoiamento
mínimo de eleitores a que se refere o § 1º do art. 7º.
Somente após o registro no Estatuto no Tribunal Superior Eleitoral, o partido poderá participar
do processo eleitoral, receber recursos do Fundo Partidário e ter acesso gratuito ao rádio e à
televisão. Igualmente, deferido o registro, é assegurada a exclusividade da sua denominação,
sigla e símbolos, vedada a utilização, por outros partidos, de variações que venham a induzir a
erro ou confusão. Essas prescrições estão contidas no Texto Constitucional:
Art. 7º Omissis
§ 2º Só o partido que tenha registrado seu estatuto no Tribunal
Superior Eleitoral pode participar do processo eleitoral, receber
recursos do Fundo Partidário e ter acesso gratuito ao rádio e à
televisão, nos termos fixados nesta Lei.
§ 3º Somente o registro do estatuto do partido no Tribunal Superior
Eleitoral assegura a exclusividade da sua denominação, sigla e
símbolos, vedada a utilização, por outros partidos, de variações que
venham a induzir a erro ou confusão.
Fica cancelado o registro do partido que, na forma de seu estatuto, se dissolva, se incorpore ou
venha a se fundir a outro (art. 27, Lei 9096).
Igualmente, haverá cancelamento do registro do Partido Políticos, quando o TSE, por meio de
decisão judicial, após trânsito em julgado, determinar o cancelamento do registro civil e do
estatuto do partido contra o qual fique provado (art. 28, Lei 9096):
ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira;
estar subordinado a entidade ou governo estrangeiros;
não ter prestado, nos termos desta Lei, as devidas contas à Justiça Eleitoral;
que mantém organização paramilitar.
Do Funcionamento Parlamentar
O partido político funciona, nas Casas Legislativas, por intermédio de uma bancada, que deve
constituir suas lideranças de acordo com o estatuto do partido, as disposições regimentais das
respectivas Casas e as normas desta Lei (art. 12, Lei 9.096).
145
Somente teria direito ao funcionamento parlamentar os partidos políticos que ultrapassassem
uma cláusula de desempenho, também denominada de cláusula de barreira. Essa é a redação
do dispositivo que prevê a limitação ao direito de funcionamento parlamentar por meio da
cláusula de barreira:
Do Programa e do Estatuto
O partido é livre para fixar, em seu programa, seus objetivos políticos e para estabelecer, em
seu estatuto, a sua estrutura interna, organização e funcionamento (art. 14, Lei 9.096).
O Estatuto do partido deve conter, entre outras, normas sobre (art. 15, Lei 9096):
nome, denominação abreviada e o estabelecimento da sede na Capital Federal;
146
direitos e deveres dos filiados;
Filiação Partidária
147
Considera-se deferida, para todos os efeitos, a filiação partidária, com o atendimento das
regras estatutárias do partido (art. 17, Lei 9096).
Para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deverá estar filiado ao respectivo partido pelo menos
seis meses antes da data fixada para as eleições, majoritárias ou proporcionais.
A comprovação dessa filiação será feita pelo partido político com o encaminhamento de lista de
filiados à Justiça Eleitoral. Assim, na segunda semana dos meses de abril e outubro de cada
ano, o partido envia, aos Juízes Eleitorais, para arquivamento, publicação e cumprimento dos
prazos de filiação partidária para efeito de candidatura a cargos eletivos, a relação dos nomes
de todos os seus filiados, da qual constará o número dos títulos eleitorais e das seções em que
são inscritos (art. 19, Lei 9096).
Caso o nome de algum filiado não esteja inscrito na lista encaminhada pelo partido, esse é o
entendimento sumulado do TSE:
Esse prazo legal mínino de filiação partidária para fins de preenchimento da condição de
elegibilidade, pode ser alterado pela agremiação partidária. Desse modo, é facultado ao partido
político estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária superiores aos previstos na
Lei n. 9.096/95, com vistas à candidatura a cargos eletivos (art. 20, Lei 9096).
Contudo, esses prazos não podem ser alterados em anos eleitorais, para que a segurança
jurídica dos filiados não seja atingida.
Desfiliação partidária
morte;
perda dos direitos políticos;
expulsão;
outras formas previstas no estatuto, com comunicação obrigatória ao atingido no prazo
de quarenta e oito horas da decisão.
148
Além disso, para cancelar a filiação partidária, quem se filia a outro partido deve fazer
comunicação de seu novo vínculo ao juiz eleitoral de sua zona eleitoral. Caso não comunique,
para evitar a ocorrência da duplicidade de filiação partidária, o art. 22, parágrafo único da Lei n.
9.096/95, prescreve que deve ser considerada válida a filiação mais recente. A esse respeito:
A responsabilidade por violação dos deveres partidários deve ser apurada e punida pelo
competente órgão, na conformidade do que disponha o estatuto de cada partido (art. 23, Lei
9096).
Entretanto, filiado algum pode sofrer medida disciplinar ou punição por conduta que não esteja
tipificada no estatuto do partido político. E, ao acusado é assegurado amplo direito de defesa.
Na Casa Legislativa, o integrante da bancada de partido deve subordinar sua ação parlamentar
aos princípios doutrinários e programáticos e às diretrizes estabelecidas pelos órgãos de
direção partidários, na forma do estatuto (art. 24, Lei 9096).
Pode definir, corretamente, fidelidade partidária como sendo:
Essa previsão tem status constitucional, estando prevista no art. 17, § 1º, da CF:
149
Infidelidade Partidária
Com base nesse princípio constitucional da fidelidade partidária, o DEM fez uma consulta ao
TSE (Consulta n. 1398) e formulou o seguinte questionamento:
150
III - mudança de partido efetuada durante o período de trinta dias que
antecede o prazo de filiação exigido em lei para concorrer à eleição,
majoritária ou proporcional, ao término do mandato vigente. (Incluído
pela Lei nº 13.165, de 2015)
Nas hipóteses de criação, fusão ou incorporação de partido político, para que se reconheça a
justa causa para a desfiliação partidária, não pode passar um prazo longo entre o fato e a
desfiliação. Esse é o entendimento do TSE:
A legitimidade foi conferida ao partido de origem do requerido, o qual deverá formular o pedido
no prazo decadencial de 30 dias a partir da desfiliação.
Caso o partido, no prazo decadencial, não proponha a ação de decretação de perda do
mandato eletivo por infidelidade, surge, de forma subsidiária, a legitimidade do Ministério
Público ou do suplente para a propositura da demanda nos 30 dias subsequentes.. Esse é o
teor do art. 1º da Res.-TSE n. 22.610/2007:
151
Art. 1º - O partido político interessado pode pedir, perante a Justiça
Eleitoral, a decretação da perda de cargo eletivo em decorrência de
desfiliação partidária sem justa causa.
§ 2º - Quando o partido político não formular o pedido dentro de 30
(trinta) dias da desfiliação, pode fazê-lo, em nome próprio, nos 30
(trinta) subseqüentes, quem tenha interesse jurídico ou o Ministério
Público eleitoral.
Recursos
Propaganda Partidária
152
difundir os programas partidários;
transmitir mensagens aos filiados sobre a execução do programa partidário, dos
eventos com este relacionados e das atividades congressuais do partido;
divulgar a posição do partido em relação a temas político-comunitários.
Há, ainda, uma vedação. Os partidos políticos não podem realizar propaganda partidária
onerosa no rádio e televisão. A veiculação de suas propagandas restringir-se-á ao horário
gratuito.
Questões de Concurso
153
Questão 3 – (CESPE. 2010. Analista Judiciário. Taquigrafia. TRE/BA) Com relação às regras
atinentes aos partidos políticos, julgue o item que segue: a Lei assegura a liberdade de criação
dos partidos políticos, mas exige que o novo partido possua caráter nacional e que, após
adquirir a personalidade jurídica, promova o registro do estatuto no TSE.
R–C
Questão 4 – (CESPE. 2009. Analista Judiciário. Área Administrativa. TRE/GO) Acerca dos
partidos políticos, é correto afirmar que
A) têm autonomia para escolher livremente seus candidatos, mas não para estabelecer as
regras relativas à estrutura, organização e disciplina que regem as agremiações partidárias.
B) podem requerer a exclusão de qualquer eleitor inscrito ilegalmente e assumir a defesa do
eleitor cuja exclusão esteja sendo promovida.
C) após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus estatutos no
TRE do estado em que estão sediados.
D) têm direito a recursos do fundo partidário, bem como a propaganda gratuita no rádio,
televisão, jornais e revistas impressas.
R–B
Questão 5 – (CESPE. 2009. Técnico Judiciário. Área Administrativa. TRE/MG) Acerca dos
partidos políticos, assinale a opção correta.
A) Os partidos políticos têm autonomia para a definição de sua estrutura interna, sua
organização e seu funcionamento, bem como para o recebimento de recursos financeiros de
procedência estrangeira.
B) Somente após o reconhecimento da personalidade jurídica na forma da lei civil, o partido
político pode promover o registro de seus estatutos no TSE (TSE).
C) A CF estabelece o caráter estadual e municipal dos partidos políticos.
D) Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso remunerado ao
rádio e à televisão.
E) A CF veda a fusão de partidos políticos.
R–B
Questão 6 – (FCC. 2010. Analista Judiciário. Área Judiciária. TRE/AM) A respeito da filiação
partidária é INCORRETO afirmar que
154
(A) considera-se deferida, para todos os efeitos, a filiação partidária, com o atendimento das
regras estatutárias do partido.
(B) é facultado aos partidos políticos estabelecer, em seu estatuto, prazos de filiação partidária
inferiores aos previstos em lei, com vistas a candidaturas a cargos eletivos.
(C) os prazos de filiação partidária, fixados no estatuto do partido, com vistas a candidatura a
cargos eletivos, não podem ser alterados no ano da eleição.
(D) para desligar-se do partido, o filiado faz comunicação escrita ao órgão de direção municipal
e ao Juiz Eleitoral da Zona em que for inscrito.
(E) quem se filia a outro partido deve fazer comunicação ao Juiz de sua respectiva Zona
Eleitoral, para cancelar sua filiação.
R–B
Questão 7 – (FCC. 2009. Analista Judiciário. Área Judiciária. TRE/PI) Tício filiou-se ao partido
político Alpha. Posteriormente, filiou-se ao partido político Beta, sem comunicar ao partido
Alpha nem ao Juiz de sua Zona Eleitoral. Nesse caso,
(A) o estatuto do partido não pode prever outras formas de cancelamento da filiação partidária
além dos casos previstos em lei.
(B) considera-se deferida, para todos os efeitos, a filiação partidária com o atendimento das
regras estatutárias do partido.
(C) constatada a dupla filiação, será considerada nulas todas as filiações partidárias.
(D) para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deverá estar filiado ao respectivo partido pelo menos
há um ano antes da data do pleito.
(E) o eleitor que não estiver no pleno gozo de seus direitos políticos pode filiar-se a partido, mas
não pode concorrer a cargo eletivo.
R–B
155
Questão 9 – (FCC. 2010. Analista Judiciário. Área Administrativa. TRE/RS) Os partidos
políticos, observados os limites legais, podem receber auxílio pecuniário ou estimável em
dinheiro, inclusive através de publicidade de qualquer espécie, procedente de:
Questão 10 – (FCC. 2010. Analista Judiciário. Área Judiciária. TRE/RS) No que concerne às
finanças e à contabilidade dos partidos políticos, quanto à prestação de contas, é certo que:
(A) Em razão do sigilo, a Justiça Eleitoral não poderá determinar diligências necessárias à
complementação de informações relativas às contas dos órgãos de direção partidária ou de
candidatos.
(B) A falta de prestação de contas não implica em suspensão de novas cotas do Fundo
Partidário.
(C) Os partidos políticos são obrigados a conservar a documentação comprobatória de suas
prestações de contas por prazo não inferior a cinco anos.
(D) Um partido político não pode examinar, nem impugnar, na Justiça Eleitoral, as prestações
de contas mensais ou anuais de outros partidos.
(E) Os balanços não precisarão, por tratar-se de questão interna, indicar a origem e o valor das
contribuições e doações.
R–C
156
157
Coligações
Coligação é uma pessoa jurídica pro tempore (com existência limitada ao período eleitoral)
formada pela união de diversos partidos políticos. Tem personalidade jurídica distinta dos
partidos que a compõe, devendo funcionar como um só partido no relacionamento com a
Justiça Eleitoral e no trato dos interesses partidários (Art. 6º, § 1º, da Lei nº 9.504/97).
A formação da coligação partidária poderá ser feita pelos partidos, de forma facultativa, no
período das convenções partidárias (10 a 30 de junho do ano da eleição). A partir do momento
da deliberação entre os partidos, surgirá a coligação partidária como pessoa jurídica, não
dependendo de qualquer homologação a ser feita pela Justiça Eleitoral. Esse é o entendimento
do TSE:
Consulta. Coligações.
Os partidos políticos que ajustarem coligação para eleição de
presidente da República não poderão formar coligações para eleição
de governador de estado ou do Distrito Federal, senador, deputado
federal e deputado estadual ou distrital com outros partidos políticos
que tenham, isoladamente ou em aliança diversa, lançado candidato
à eleição presidencial.
158
Com a EC n. 52/2006, o legislador constituinte reformador instituiu o princípio da liberdade de
formação de coligações. Essa é a redação do dispositivo alterado:
Desse modo, é facultado aos partidos políticos, dentro da mesma circunscrição, celebrar
coligações para eleição majoritária, proporcional, ou para ambas, podendo, neste último caso,
formar-se mais de uma coligação para a eleição proporcional dentre os partidos que integram a
coligação para o pleito majoritário.
159
§ 1º-A. A denominação da coligação não poderá coincidir, incluir
ou fazer referência a nome ou número de candidato, nem conter
pedido de voto para partido político. (Incluído pela Lei nº 12.034,
de 2009)
Registro de Candidatos
160
IX - propostas defendidas pelo candidato a Prefeito, a Governador de Estado e a
Presidente da República.
161
Sistema Eletrônico de Votação
No Brasil, embora o voto seja um direito público subjetivo, também constitui-se em um dever
para aqueles que sejam maiores de 18 anos e menores de 70 anos, desde que alfabetizados.
Diversamente, para os analfabetos de qualquer idade, os maiores de 16 anos e menores de 18
anos, bem como aqueles que têm mais de 70 anos, têm o direito de votar de forma facultativa.
O voto possui as seguintes características:
162
secreto – o voto é sigiloso, não se podendo identificar a escolha do cidadão;
pessoalidade – o voto somente pode ser exercido pelo próprio eleitor. Não é
possível a outorga de mandato para o exercício do voto;
periodicidade – o voto para a escolha dos candidatos deve ser exercido com certa
periodicidade;
livre manifestação de escolha – o eleitor não pode ser coagido a escolher
determinada candidatura;
igualdade – o voto tem o mesmo valor para todos os cidadãos;
obrigatoriedade do comparecimento no dia da votação – em regra, o voto é
obrigatório.
O não cumprimento desse dever cívico acarreta certas sanções àqueles que deixaram de
exercê-lo.
Sanções ao inadimplemento
Se o eleitor não exercer o seu direito ao voto e não justificar-se perante o juiz eleitoral no prazo
de sessenta dias após as eleições, incorrerá em multa eleitoral (art. 7º do CE).
Ressalte-se que não incidirão nessa sanção aqueles que não têm o dever de votar, ou seja,
aos que o exercício do direito ao voto seja facultativo. Também não estará sujeito à multa o
portador de deficiência que torne impossível ou demasiadamente oneroso o cumprimento das
obrigações eleitorais (Res.-TSE nº 21.920).
O eleitor que deixar de votar e não regularizar sua situação perante a Justiça Eleitoral, não
poderá:
inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, investir-se ou
empossar-se neles;
receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou emprego
público, autárquico ou paraestatal, bem como fundações governamentais, empresas,
institutos e sociedades de qualquer natureza, mantidas ou subvencionadas pelo
governo ou que exerçam serviço público delegado, correspondentes ao segundo mês
subsequente ao da eleição;
participar de concorrência pública ou administrativa da União, dos Estados, dos
Territórios, do Distrito Federal ou dos Municípios, ou das respectivas autarquias;
obter empréstimos nas autarquias, sociedades de economia mista, caixas
econômicas federais ou estaduais, nos institutos e caixas de previdência social, bem
como em qualquer estabelecimento de crédito mantido pelo governo, ou de cuja
administração este participe, e com essas entidades celebrar contratos;
163
obter passaporte ou carteira de identidade;
renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo;
praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou imposto de
renda;
obter Certidão de Quitação Eleitoral.
Isenção
O Código Eleitoral isenta o exercício do direito ao voto àqueles estejam enfermos; aos que se
encontrem fora do seu domicílio; e aos funcionários civis e militares em serviço que os
impossibilite de votar (inciso II, art. 6º, Código Eleitoral).
Contudo, essa norma do Código Eleitoral não foi recepcionada pela nova ordem constitucional
instaurada pela Constituição de 1988.
Haverá, de acordo com a CF/1988, isenção relativa quanto ao voto:
aos maiores de 16 anos e menores de dezoito;
aos maiores de 70 anos;
aos analfabetos de qualquer idade;
ao portador de deficiência que torne impossível ou demasiadamente oneroso o
cumprimento das obrigações eleitorais.
A votação e a totalização dos votos serão feitas por sistema eletrônico, podendo o Tribunal
Superior Eleitoral autorizar, em caráter excepcional, a adoção do sistema manual de colheita
de votas, por meio da utilização de cédulas oficiais. Esse sistema eletrônico, desse modo, deve
ser obrigatoriamente utilizado em todas as seções eleitorais, salvo impossibilidade material.
Nessa votação por meio de sistema eletrônico, o voto poderá ser atribuído ao candidato ou à
legenda partidária, devendo o nome e fotografia do candidato e o nome do partido ou a
legenda partidária aparecer no painel da urna eletrônica, após a digitação dos respectivos
164
números pelo eleitor, com a expressão designadora do cargo disputado no masculino ou
feminino, conforme o caso.
Na votação para as eleições proporcionais, serão computados para a legenda partidária os
votos em que não seja possível a identificação do candidato, desde que o número identificador
do partido seja digitado de forma correta.
No que se refere à ordem de votação, a urna eletrônica exibirá para o eleitor, primeiramente, os
painéis referentes às eleições proporcionais e, em seguida, os referentes às eleições
majoritárias.
O artigo 14 da Constituição Federal prescreve que o voto é secreto. Essa característica do voto
produz conseqüências no sistema eletrônico de votação, que tem que garantir a
impossibilidade de violação dessa garantia constitucional.
Para cumprimento desse mandamento, a urna eletrônica disporá de recursos que, mediante
assinatura digital, permitam o registro digital de cada voto e a identificação da urna em que foi
registrado, resguardado o anonimato do eleitor. Para tanto, caberá à Justiça Eleitoral definir a
chave de segurança e a identificação da urna eletrônica.
Contudo, ao ser contabilizado e registrado digitalmente de cada voto, a urna eletrônica deve
assegurar o sigilo e inviolabilidade, permitindo-se a verificação da integridade do sistema pelos
partidos políticos, coligações e candidatos.
Ao final da eleição, a urna eletrônica procederá à assinatura digital do arquivo de votos, com
aplicação do registro de horário e do arquivo do boletim de urna, de maneira a impedir a
substituição de votos e a alteração dos registros dos termos de início e término da votação,
garantindo-se a legitimidade democrática e impossibilitando a ocorrência de fraudes que
possam alterar a manifestação popular depositada na urna.
Partidos e candidatos não podem criar urnas eletrônicas para o treinamento de eleitores.
Somente o TSE pode colocar à disposição dos cidadãos urnas destinadas a treinamento.
Nesse sistema, considerar-se-á voto de legenda quando o eleitor assinalar o número do
partido no momento de votar para determinado cargo e somente para este será computado.
Em nas Seções em que for adotada a urna eletrônica, somente poderão votar eleitores cujos
nomes estiverem nas respectivas folhas de votação ou no cadastro de eleitores constante da
urna. A esse respeito, veja a seguinte disposição normativa aplicada pelo TSE nas eleições de
2010:
Res.-TSE n. 23.218/2010
Art. 47. Só serão admitidos a votar os eleitores cujos nomes
estiverem incluídos no respectivo caderno de votação e no cadastro
de eleitores da seção, constante da urna (Lei n° 9.504197, art. 62,
caput).
165
§ 4º Não poderá votar o eleitor cujos dados não figurem no cadastro
de eleitores da seção, constante da urna, ainda que apresente título
de eleitor correspondente à seção e documento que comprove sua
identidade, devendo, nessa hipótese, a Mesa Receptora de Votos
reter o título de eleitor apresentado e orientar o eleitor a comparecer
ao cartório eleitoral a fim de regularizar a sua situação.
§ 5º Poderá votar o eleitor cujo nome não figure no caderno de
votação, desde que os seus dados constem do cadastro de eleitores
da urna.
Do Voto em Trânsito
A partir da edição da Lei n. 12.034/2009, tornou-se possível o voto em trânsito para as eleições
presidências. Veja a disposição legal em comento:
166
§ 2º Os membros das Forças Armadas, os integrantes dos órgãos de
segurança pública a que se refere o art. 144 da Constituição Federal,
bem como os integrantes das guardas municipais mencionados no §
8o do mesmo art. 144, poderão votar em trânsito se estiverem em
serviço por ocasião das eleições. (Incluído pela Lei nº 13.165, de
2015)
§ 3º As chefias ou comandos dos órgãos a que estiverem
subordinados os eleitores mencionados no § 2o enviarão
obrigatoriamente à Justiça Eleitoral, em até quarenta e cinco dias da
data das eleições, a listagem dos que estarão em serviço no dia da
eleição com indicação das seções eleitorais de origem e destino.
(Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)
§ 4º Os eleitores mencionados no § 2o, uma vez habilitados na forma
do § 3o, serão cadastrados e votarão nas seções eleitorais indicadas
nas listagens mencionadas no § 3o independentemente do número
de eleitores do Município. (Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015)
Questões de Concurso
A) Na urna eletrônica, em uma eleição municipal, vota-se inicialmente para o cargo de prefeito.
B) O voto em trânsito é permitido apenas aos candidatos e militares em serviço.
C) O voto em trânsito é permitido aos eleitores portadores de necessidades especiais.
D) No regime legal da urna eletrônica, não se admite o voto em trânsito.
E) A urna eletrônica impede o voto em legenda partidária.
R – N/A
Questão 2 – (CESPE. 2009. Técnico Judiciário. Área Administrativa. TRE/MA) O eleitor que
não votar nem justificar a sua ausência não poderá
167
E) receber recursos de precatórios judiciais.
R–B
Questão 4 – (FCC. 2010. Técnico Judiciário. Área Administrativa. TRE/AM) A urna eletrônica
(A) disporá de recursos que, mediante assinatura digital, permitam a identificação da urna em
que cada voto foi registrado e do eleitor que o registrou.
(B) disporá de recursos que, mediante assinatura digital, permitam o registro digital de cada
voto.
(C) terá uma chave de segurança, cuja definição cabe aos partidos políticos ou coligações.
(D) contabilizará cada voto, não sendo possível fiscalização por parte de partidos políticos,
coligações ou candidatos.
(E) exibirá sempre ao eleitor primeiramente os painéis referentes às eleições majoritárias.
R–B
168
Questão 5 – (FCC. 2009. Analista Judiciário. Área Judiciária. TRE/PI) Numa eleição
proporcional, o eleitor digitou corretamente o número da legenda, mas assinalou número de
candidato inexistente. Nesse caso, o voto será
(A) nas Seções em que for adotada a urna eletrônica, poderão votar eleitores cujos nomes não
estiverem nas respectivas folhas de votação, se forem autoridades ou candidatos.
(B) a urna eletrônica disporá de recursos que, mediante assinatura digital, permitam a
identificação da urna em que foi registrado e do eleitor que o registrou.
(C) a urna eletrônica exibirá para o eleitor, primeiramente, os painéis referentes às eleições
majoritárias e, em seguida, os referentes às eleições proporcionais ambas para mandatos
federais.
(D) considerar-se-á voto de legenda quando o eleitor assinalar o número do partido no
momento de votar para determinado cargo e somente para este será computado.
(E) a urna eletrônica é extremamente segura e inviolável, motivo porque não podem ser
fiscalizadas pelos partidos políticos, coligações ou candidatos.
R–D
169