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DIREITO CONSTITUCIONAL
PROFA. LEDA SIQUEIRA

01 – QUESTÃO:

No estudo da teoria do controle de constitucionalidade, são concebidas diversas classificações


acerca das formas de inconstitucionalidade. Sobre o tema, assinale a alternativa correta:

a) Quanto ao momento em que ela ocorre, a inconstitucionalidade pode se dar por ação ou
por omissão.
b) A inconstitucionalidade nomodinâmica se subdivide em propriamente dita, que ocorre nos
casos de violação de norma constitucional referente ao processo legislativo e em orgânica
que se dá nos casos de violação de norma que estabelece o órgão com competência legislativa
para tratar da matéria.
c) A inconstitucionalidade superveniente ocorre quando uma lei, que até antes da edição
da nova Constituição era constitucional, se torna inconstitucional em razão da nova Carta
Magna com ela incompatível.
d) A inconstitucionalidade indireta pode configurar-se como conseqüente ou reflexa, de
modo que ambas dão ensejo ao ajuizamento de uma ADI.
e) A inconstitucionalidade parcial não pode recair sobre apenas uma palavra ou expressão,
devendo todo o dispositivo legal ser impugnado.

> RESPOSTA: Alternativa B.

>> COMENTÁRIOS:

A doutrina classifica as formas de inconstitucionalidade através de cinco parâmetros


distintos, a saber:

• Quanto ao tipo de conduta praticada pelo Poder Público;


• Quanto à norma constitucional ofendida;
• Quanto à Extensão da Inconstitucionalidade;
• Quanto ao Momento;
• Quanto ao prisma de apuração.

Alternativa A: A alternativa A concentrou-se na classificação quanto ao momento da


inconstitucionalidade. Na classificação quanto ao momento, a inconstitucionalidade pode ser
originária, superveniente ou progressiva.

 Originária é aquela que ocorre quando o objeto impugnado surge após a existência
do parâmetro. Ou seja, a lei já nasce inconstitucional.

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 Superveniente é aquela que ocorre quando a norma nasce constitucional, mas
em razão de uma mudança do parâmetro decorrente de mutação constitucional, ela acaba se
tornando inconstitucional. Assim, quando um ato normativo era perante a Constituição antiga
constitucional, mas tornou-se inconstitucional em decorrência da Nova Constituição, não se
fala em inconstitucionalidade superveniente e sim em não recepção.

 Por derradeiro, a inconstitucionalidade progressiva revela-se em situações inter-


mediárias entre a constitucionalidade plena e a inconstitucionalidade absoluta nas quais as
situações fáticas do momento justificam a manutenção da norma que progressivamente irá se
tornar inconstitucional. Exemplo: Lei 1.060/50 que estabelece prazo em dobro para a Defenso-
ria Pública, ela ainda é constitucional e só vai se tornar inconstitucional quando a defensoria
possuir melhores estruturas de trabalho e de cumprimento de prazos comuns.

Por outro lado, quanto ao tipo de inconstitucionalidade, ela pode se dar por uma
ação ou por ação.

A Inconstitucionalidade por Ação ocorre quando o poder público pratica uma conduta
comissiva incompatível com o texto constitucional. Exemplo: edição de uma lei que viola os
preceitos constitucionais.

Por sua vez, a Inconstitucionalidade por Omissão ocorre quando o Poder Público
deixa de praticar uma conduta exigida por uma norma constitucional não auto-aplicável.
Por exemplo, quando o Poder Público deixa de editar uma lei que a Constituição impõe sua
elaboração.

Alternativa B: Quanto à norma constitucional ofendida, a inconstitucionalidade


pode ser formal ou material.

A inconstitucionalidade formal também é denominada de nomodinâmica, uma vez


que está relacionada ao processo que é algo dinâmico. Ela é subdividida em:

 Inconstitucionalidade formal propriamente dita: ocorre nos casos de violação de


norma constitucional referente ao processo legislativo.

Que por sua vez, se fraciona em:

1. Subjetiva: É a inconstitucionalidade no que tange ao vício de iniciativa, não se


observa o sujeito que deveria deflagrar o processo legislativo. Exemplo: Lei sobre vencimentos
de servidor público federal é de iniciativa do Presidente.

2. Objetiva: Relaciona-se às demais fases do processo legislativo. Exemplo: Quórum


de aprovação de leis.

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 Inconstitucionalidade Formal Orgânica: é aquela que ocorre nos casos de violação
de norma que estabelece o órgão com competência legislativa para tratar da matéria. Exemplo:
STF entendeu que não cabe à Assembleia Legislativa tratar de crimes de responsabilidade e
sim ao Congresso Nacional. Isso se difere da inconstitucionalidade formal propriamente dita
subjetiva que trata da pessoa.

 Inconstitucionalidade Formal por violação dos pressupostos objetivos: é aquela


que ocorre nos casos de violação de norma constitucional que estabelece algum tipo de
pressuposto objetivo para a elaboração do ato. Exemplo: medidas provisórias têm que observar
a relevância e urgência.

Contrapondo-se à inconstitucionalidade formal, temos a inconstitucionalidade


material ou nomoestática. Concretiza-se quando o conteúdo da lei impugnada é incompatível
com uma norma constitucional. Exemplo: A obrigatoriedade do regime integralmente fechado
prevista na Lei de Crimes Hediondos violava o conteúdo do Princípio da Individualização da
Pena.

Alternativa C: A inconstitucionalidade superveniente se relaciona ao fenômeno da


mutação constitucional, que ocorre quando uma norma constitucional passa a ser interpretada
de maneira diferente ao longo do tempo. O texto é igual, mas o sentido muda. Neste caso, a
lei originariamente é considerada constitucional por ser compatível com a interpretação dada
ao dispositivo no momento em que foi elaborada. No entanto, em virtude de uma mutação
constitucional (nova interpretação) aquela lei originariamente constitucional passa a ser
incompatível com o novo sentido atribuído à norma.

Alternativa D: Quanto ao prisma de apuração, a inconstitucionalidade se classifica


em direta e indireta.

A inconstitucionalidade direta é aquela que ocorre quando o objeto impugnado viola


diretamente uma norma constitucional.

A inconstitucionalidade indireta: é aquela que ocorre quando há um ato interposto


entre a constituição e o objeto impugnado, podendo ser:

 Consequente: é aquela que ocorre quando a inconstitucionalidade do ato é


decorrente da inconstitucionalidade de uma outra norma. Uma ADI poderá ter como objeto
não só a lei impugnada como também o decreto que a regulamenta, uma vez que se trata de
uma consequência da lei. É uma exceção ao princípio da demanda, pela qual uma lei pode ser
declarada inconstitucional sem constar expressamente do pedido. Tal fenômeno é chamado de
inconstitucionalidade por arrastamento.

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 Reflexa: é aquela que ocorre quando o objeto impugnado é diretamente ilegal e
indiretamente inconstitucional, ou seja, entre ele e a Constituição existe um outro ato normativo
interposto. Existe a Constituição, uma lei e um decreto. Apenas o decreto é inconstitucional.
Assim, neste caso não pode ser proposta uma ADI, pois a violação à Constituição não é direta,
trata-se de controle de legalidade.

Sendo assim, como regra a violação à Constituição apta a ensejar o ajuizamento de


uma ADI deve ser direta. Excepcionalmente a violação indireta é capaz de oportunizar uma ADI
desde que se trate de uma violação indireta conseqüente.

Alternativa E: Quanto à extensão da inconstitucionalidade, temos:

 Inconstitucionalidade Total: ocorre quando toda a lei ou todo o dispositivo são


incompatíveis com uma norma constitucional.

 Inconstitucionalidade Parcial: ocorre quando parte de uma lei ou de um dispositivo


é incompatível com a constituição. A inconstitucionalidade parcial pode recair sobre apenas
uma palavra ou expressão desde que sejam autônomas e não alterem o sentido da norma.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: B.

02 – QUESTÃO:

Considere as seguintes assertivas sobre o Mandado de Injunção.

I - Da decisão de relator que indeferir a petição inicial, caberá agravo, em 5 (cinco) dias, para
o órgão colegiado competente para o julgamento da impetração.
II - A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o advento
da norma regulamentadora podendo ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à
decisão, quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou
da prerrogativa objeto da impetração.
III - A Lei determina como regra a aplicação da corrente concretista direta individual.

Estão corretas as seguintes assertivas:

a) Todas.
b) Nenhuma.
c) I e II.
d) II e III.
e) Apenas I.

> RESPOSTA: Alternativa C.

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>> COMENTÁRIOS:

Assertiva I: Correta. Essa sentença traz o disposto no art. 6º, p. único da Lei 13.300/16.

Art. 6o A petição inicial será desde logo indeferida quando a impetração


for manifestamente incabível ou manifestamente improcedente.
Parágrafo único. Da decisão de relator que indeferir a petição inicial,
caberá agravo, em 5 (cinco) dias, para o órgão colegiado competente
para o julgamento da impetração.

Assertiva II: Correta. Por se tratar de um processo subjetivo, a eficácia da decisão


alcança apenas as partes da demanda. Todavia, a lei apresenta uma ressalva, de modo que
poderá ser conferida eficácia a toda a coletividade quando isso for inerente ou indispensável ao
exercício do direito invocado.

Art. 9º A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá


efeitos até o advento da norma regulamentadora.
§ 1º Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão,
quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da
liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração.
§ 2º Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos
aos casos análogos por decisão monocrática do relator.
§ 3º O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não impede
a renovação da impetração fundada em outros elementos probatórios.

Assertiva III: Está incorreta. A lei impõe como regra a aplicação da teoria concretista
intermediária individual.

Sobre o assunto, existem as seguintes correntes:

a) CORRENTE NÃO-CONCRETISTA: Por ela, o Poder Judiciário, ao julgar procedente


o mandado de injunção, deverá apenas comunicar o Poder, órgão, entidade ou autoridade que
está sendo omisso.

b) CORRENTE CONCRETISTA: Para esta corrente, o Poder Judiciário, ao julgar


procedente o mandado de injunção, deverá editar a norma que está faltando ou determinar
que seja aplicada, ao caso concreto, uma já existente para outras situações análogas.

A corrente concretista, por sua vez, se subdivide em:

 Quanto à necessidade de se conceder primeiramente prazo:

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b.1) Corrente concretista direta: o Judiciário deverá implementar uma solução para
viabilizar o direito do autor e isso deverá ocorrer imediatamente.

b.2) Corrente concretista intermediária: ao julgar procedente o mandado de injunção,


o Judiciário, antes de viabilizar o direito, deverá dar uma oportunidade ao órgão omisso para
que este possa elaborar a norma regulamentadora. Assim, a decisão judicial fixa um prazo
para que o Poder, órgão, entidade ou autoridade edite a norma que está faltando. Caso esta
determinação não seja cumprida no prazo estipulado, aí sim o Poder Judiciário poderá viabilizar
o direito, liberdade ou prerrogativa.

 Quanto às pessoas atingidas pela decisão:

b.3) Corrente concretista individual: a solução dada pelo Poder Judiciário para sanar
a omissão estatal valerá apenas para o autor do MI.

b.4) Corrente concretista geral: a decisão que o Poder Judiciário der no mandado
de injunção terá efeitos erga omnes e valerá para todas as demais pessoas que estiverem na
mesma situação.

A Lei nº 13.300/2016 determina, como regra, a aplicação da corrente concretista


intermediária individual de modo que a primeira providência é fixar prazo para sanar a omissão,
caso o impetrado não supra a omissão dentro do prazo, o juiz ou Tribunal deverá estabelecer
as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas
reclamados.

EXCEÇÃO: O juiz ou Tribunal não precisará primeiro fixar prazo e já poderá estabelecer
direito às condições, caso fique comprovado que já houve outro(s) mandado(s) de injunção
contra o impetrado e que ele deixou de suprir a omissão no prazo que foi assinalado nas ações
anteriores.
Art. 8o Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção
para:
I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da
norma regulamentadora; (corrente concretista intermediária)
II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos,
das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso,
as condições em que poderá o interessado promover ação própria
visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo
determinado. (corrente concretista intermediária)
Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o inciso
I do caput quando comprovado que o impetrado deixou de atender, em
mandado de injunção anterior, ao prazo estabelecido para a edição da
norma. (corrente concretista direta)

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>>> ALTERNATIVA CORRETA: C.

03 – QUESTÃO:

O mentor da concepção teleológica da Constituição é:

a) Abade Sieyes.
b) Hans Kelsen.
c) Konrad Hesse.
d) Ferdinand Lassalle.
e) Carl Schmitt.

> RESPOSTA: Alternativa D.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: Abade Sieyes é o mentor da Teoria do Poder Constituinte.

A Teoria do Poder Constituinte compreende o Poder Constituinte Originário e o Poder


Constituinte Derivado.

O Poder Constituinte Originário é aquele que instaura uma nova ordem jurídica,
rompendo totalmente com a ordem jurídica anterior criando-se um novo Estado.

O Poder Constituinte Derivado, por seu turno, pressupõe o Poder Constituinte


Derivado Revisor que determina que a partir de um determinado lapso temporal a Constituição
seja revisada; o Poder Constituinte Derivado Reformador, que é aquele exercido para se
efetuarem alterações na Constituição e, por último, o Poder Constituinte Derivado Decorrente
que é aquele que se desenvolve a partir da elaboração das Constituições Estaduais.

Alternativa B: Hans Kelsen é mentor da Teoria Pura do Direito, pela qual as normas
jurídicas devem sofrer um processo de depuração em relação a concepções religiosas,
sociológicas e psicológicas, encerrando apenas conteúdo normativo deontológico.

Alternativa C: Konrad Hesse é autor da concepção moderna da Força Normativa da


Constituição. Por ela, a Constituição possui uma força normativa capaz de modificar a realidade
obrigando as pessoas a observarem seus preceitos.

Alternativa D: Ferdinand Lassalle é mentor da concepção Sociológica da Constituição.


O autor enxerga a Constituição sob o aspecto da relação entre os fatos sociais dentro do Estado.
Nesse contexto, haveria uma Constituição Real que consistiria na soma dos fatores reais de
poder que regem uma determinada nação e uma Constituição Escrita que reuniria as normas

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dispostas a reger um Estado. Todavia, a Constituição real poderá coincidir ou não com a Escrita,
que se sucumbirá se contrária à Constituição Real ou efetiva.

Alternativa E: Atribui-se a Carl Schmitt a autoria sobre a concepção Política da


Constituição. Segundo ela, busca-se o fundamento da Constituição na decisão política
fundamental que antecede a elaboração da Constituição – aquela decisão sem a qual não se
estrutura um Estado, por exemplo, o sistema de governo adotado.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: D.

04 – QUESTÃO:

“Na aplicação da Constituição deve ser dada preferência a soluções concretizadoras de suas
normas que as tornem mais eficazes e permanentes”. Tal enunciado se relaciona à seguinte
metanorma.

a) Princípio da Unidade.
b) Princípio da Justeza.
c) Princípio do Efeito Integrador.
d) Princípio da Concordância Prática.
e) Princípio da Força Normativa.

> RESPOSTA: Alternativa E.

>> COMENTÁRIOS:

Enquanto princípios materiais são normas que estabelecem direitos ou impõem


deveres a serem observados no caso concreto (exemplos: Princípio da Isonomia, Princípio
da Liberdade Religiosa, Princípio da Dignidade da Pessoa Humana), princípios instrumentais
(metanormas ou postulados) são normas a serem utilizadas na interpretação e aplicação de
outras normas. Tais princípios são propostos por dois autores alemães: Konrad Hesse e Friedrich
Müller.

Alternativa A: O Princípio da Unidade institui que a Constituição deve ser interpretada


de forma a evitar contradições entre suas normas embora existam muitos dispositivos que
aparentemente são conflitantes entre si.

O Princípio da Unidade afasta a tese de hierarquia entre normas originárias da


Constituição, ao argumento de que se foi o mesmo poder que criou tais normas, o intérprete
deve fazer uma interpretação para conciliá-las, de modo que uma não invalida a outra.

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Alternativa B: O Princípio da Justeza ou Conformidade Funcional tem por finalidade
não permitir que os órgãos encarregados da interpretação constitucional cheguem a um
resultado que subverta o esquema organizatório funcional estabelecido pela Constituição.
Assim, cada Poder deve agir conforme as atribuições que lhe foram conferidas.

Alternativa C: O Princípio do Efeito Integrador ou Eficácia Integradora ordena que


nas resoluções de problemas jurídico-constitucionais deve ser dada primazia aos critérios
que favoreçam à integração política e social produzindo um efeito criador e conservador
desta unidade. Parte-se da premissa que a Constituição é o principal elemento de integração
comunitária, assim, ao interpretá-la deve-se buscar decisões que favoreçam a integração e não
rupturas.

Alternativa D: Pelo Princípio da Concordância Prática, cabe ao intérprete coordenar


e combinar os bens jurídicos em conflito realizando uma redução proporcional no âmbito de
alcance de cada um deles. Quando se tem dois princípios conflitantes entre si, invés de sacrificar
totalmente um para que o outro seja aplicado, deve-se aplicar proporcionalmente cada um
deles evitando o sacrifício total de um para a aplicação de outro.

Alternativa E: O Princípio da Força Normativa pressupõe que na aplicação da


Constituição deve ser dada preferência a soluções concretizadoras de suas normas que as
tornem mais eficazes e permanentes. Além disso, por esse princípio, a Constituição deve ser
respeitada, ela obriga e possui força normativa capaz de modificar a realidade.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: E.

05 – QUESTÃO:

Quanto à sistemática, as Constituições classificam-se como:

a) Reduzidas ou variadas.
b) Ortodoxas ou ecléticas.
c) Dogmáticas ou históricas.
d) Principiológicas ou preceituais.
e) Sintéticas ou analíticas.

> RESPOSTA: Alternativa A.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: Reduzidas ou variadas são classificações quanto à sistemática.

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Reduzidas ou codificadas são as Constituições que se materializam em um só código
básico. Por exemplo, Constituição do Brasil.

Variadas ou legais são aquelas que se distribuem em vários textos e documentos


esparsos.

Alternativa B: Ortodoxas ou ecléticas, por sua vez, são classificações quanto à


dogmática.

Ortodoxa é a Constituição formada por uma só ideologia. Por exemplo, Constituição


Soviética.

Eclética é aquela formada por ideologias conciliatórias. Por exemplo, a Constituição


Federal de 1988.

Alternativa C: Quanto ao modo de elaboração às Constituições podem ser dogmáticas


ou históricas.

Dogmáticas são aquelas que apresentam os dogmas estruturais e fundamentais do


Estado, partido de teorias preconcebidas e elaboradas de uma só vez.
As históricas constituem-se através de um lento e contínuo processo de formação, ao
longo do tempo, reunindo a história e as tradições de um povo.

Alternativa D: Constituições principiológicas ou preceituais revelam uma classificação


quanto ao sistema.

Principiológicas são aquelas em que predominam os princípios, ou seja, normas com


alto grau de abstração consagradores de valores.

Preceituais são aquelas nas quais prevalecem regras individualizadas revestidas de


pouco grau de abstração concretizadoras de princípios.

Alternativa E: Quanto à extensão, as Constituições se classificam em sintéticas ou


analíticas.

As sintéticas (concisas, breves, sucintas, básicas) veiculam apenas princípios


fundamentais e estruturais do Estado. Por exemplo, Constituição do Estados Unidos da América.

As analíticas abordam todos os assuntos que os representantes do povo entendem


fundamentais. Por exemplo, Constituição Federal de 1988.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: A.

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06 – QUESTÃO:

Em relação aos direitos de nacionalidade assinale a alternativa correta.

a) No rol dos brasileiros natos encontram-se os nascidos na República Federativa do Brasil,


ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país além dos
nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde ambos estejam a serviço
da República Federativa do Brasil.
b) A “quase nacionalidade” é uma característica atribuída somente aos portugueses.
c) Uma das hipóteses de perda da nacionalidade ocorre quando o brasileiro nato ou
naturalizado tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade
nociva ao interesse nacional.
d) Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro nato, salvo os casos previstos
na Constituição.
e) Naturalização expressa extraordinária ou quinzenária é a concedida a estrangeiros
oriundos de países que adotam a língua portuguesa, residentes na República Federativa do
Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram
a nacionalidade brasileira.

> RESPOSTA: Alternativa B.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: Nacionalidade Primária (originária) é aquela que o indivíduo adquire


com o nascimento. A Constituição adotou um critério misto (jus soli e jus sanguinis) atribuído
aos brasileiros natos.

Hipóteses: (art. 12, I da CF)

a) “Jus Soli” (critério territorial): são brasileiros natos os nascidos na República


Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de
seu país.

b) “Jus Sanguinis” (critério sanguíneo): são brasileiros natos os nascidos no


estrangeiro de pai brasileiro ou mãe brasileira desde que qualquer deles esteja a serviço da
República Federativa do Brasil.

c) “jus sanguinis” + registro.


“jus sanguinis” + residência + opção.

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Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa
do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade
brasileira.

Alternativa B: A “quase nacionalidade” é um instituto previsto no art. 12, § 1º, da


Constituição, sendo uma hipótese que se aplica apenas aos portugueses, não sendo extensível
aos originários de outros países falantes de língua portuguesa.

§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver


reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos
inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.

Alternativa C: As duas hipóteses de perda de nacionalidade estão previstas no art.


12, § 4º.

1ª) Ação de cancelamento da naturalização: A pessoa é um brasileiro naturalizado e


sua naturalização é cancelada em virtude de atividade nociva ao interesse nacional. Nesse caso,
a perda da nacionalidade só se aplica a brasileiros naturalizados.

§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:


I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude
de atividade nociva ao interesse nacional.

2ª) Naturalização voluntária: O brasileiro perde a sua nacionalidade quando adquire


outra nacionalidade, salvo nos seguintes casos:

1. Do reconhecimento da nacionalidade brasileira pela lei estrangeira;

2. De imposição de naturalização pela norma estrangeira, ao brasileiro residente


em país estrangeiro como condição para permanência em seu território ou para o exercício de
direito civis.

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela


Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
(Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro
residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em
seu território ou para o exercício de direitos civis.

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Alternativa D: A equiparação dos portugueses ocorre em relação ao brasileiro
naturalizado e não ao brasileiro nato.

Alternativa E: De acordo com o art. 12, II, “b” da Constituição,

Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República


Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem
condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.

Tal dispositivo aborda a naturalização expressa – extraordinária ou também conhecida


como naturalização expressa quinzenária que se aplica a pessoas de qualquer nacionalidade e
não apenas àquelas oriundas de países de língua portuguesa.

Sobre o assunto, a doutrina classifica as espécies de naturalização da seguinte forma:

1. Naturalização expressa – ordinária: prevista no art. 12, II, “a”, da CF/88, conferida
aos falantes de língua portuguesa. As formalidades estão previstas no estatuto do estrangeiro.
Nessa naturalização não há direito público subjetivo, sendo um ato discricionário do chefe do
Executivo.

2. Naturalização expressa – extraordinária (ou quinzenária): conferida aos


estrangeiros provenientes dos demais países. Esta hipótese está prevista no art. 12, II, “b”, da
CF/88, sendo necessário que a pessoa resida no Brasil por um período mínimo de 15 anos,
não tenha sofrido condenação penal e opte pela nacionalidade brasileira. Segundo o STF,
nesta hipótese de aquisição da nacionalidade há direito público subjetivo, pois o ato do chefe
do Executivo não é meramente discricionário, mas vinculado, ao contrário do que ocorre na
hipótese anterior.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: B.

07 – QUESTÃO:

Quanto ao Poder Legislativo assinale a alternativa incorreta:

a) A sessão legislativa tem duração anual.


b) Por viabilizar um direito de minorias, a CPI pode ser instalada mediante requerimento de
1/5 dos parlamentares.
c) Dentre os poderes conferidos à CPI vislumbra-se a quebra de sigilo bancário, fiscal,
telefônico de dados, mas não a interceptação telefônica.
d) É admitida a realização de CPI no âmbito municipal.
e) Um senador exerce seu mandato por duas legislaturas.

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> RESPOSTA: Alternativa B.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: A sessão legislativa tem duração anual, iniciando-se no dia 02 de


fevereiro até o dia 17 de julho. Durante esse período, temos o chamado período legislativo do
primeiro semestre. No dia 1º de Agosto se reinicia novo período legislativo que vai do dia 1º de
agosto até o dia 22 de dezembro. Aqui se tem o segundo período legislativo.

Assim, uma sessão legislativa compreende dois períodos legislativos. E dentro da
legislatura tem-se quatro sessões legislativas e oito períodos legislativos.

Alternativa B: A criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito exige o


requerimento de 1/3 dos membros de alguma das Casas Legislativas.

Nesse contexto, a CPI pode ser exclusiva ou conjunta. Exclusiva quando criada apenas
pela Câmara ou Senado exigindo-se requerimento de 1/3 dos membros da Casa. No caso de
ser conjunta, o 1/3 não é do Congresso Nacional como um todo e sim 1/3 da Câmara + 1/3 do
Senado. A CPI brasileira, seguindo a idéia da Constituição de Weimar é considerada um Direito
das Minorias.

Art. 58, § 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes


de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros pre-
vistos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela Câmara
dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente,
mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração
de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o
caso, encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a respon-
sabilidade civil ou criminal dos infratores.

Alternativa C: Em que pese a Constituição atribuir à CPI alguns poderes próprios de


magistrados, não se inclui nesse rol a interceptação telefônica que exige autorização judicial
expressa.

Dentro desses poderes da CPI, podemos destacar:

a) Quebra de sigilo bancário, fiscal, telefônico e de dados. Quebra do sigilo telefôni-


co envolve acesso aos dados de uma ligação, ao histórico de uma ligação. Não se pode efetivar
interceptação telefônica.

b) Busca e apreensão de documentos e equipamentos: a CPI pode determinar a


busca e apreensão de documentos, respeitando, por óbvio determinados limites, como a invio-

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labilidade de domicílio.

c) Condução coercitiva de testemunha: a CPI pode determinar condução coercitiva


de testemunha, não podendo, por outro lado, desrespeitar a regra da não auto-incriminação,
ou seja, as testemunhas têm direito de permanecerem caladas.

Alternativa D: A criação de CPI municipal é algo amplamente admitido com


fundamento no Princípio da Simetria.

Todavia, é um consenso também de que a CPI municipal teria poderes mais restritos
do que as outras CPIs. Isso porque como os Municípios não possuem Poder Judiciário, não há
como a CPI ter poderes próprios de autoridade judicial, sob pena de violação das competências
constitucionalmente atribuídas ao conferir ao Município um poder que ele não tem. Por
exemplo, em âmbito municipal não há que se falar em condução coercitiva de testemunha.

Alternativa E: Tendo em vista que uma legislatura compreende o lapso temporal de


quatro anos e que o mandato dos senadores tem duração de oito anos, é correto afirmar que
um senador exerce seu mandato por duas legislaturas.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: B.

08 – QUESTÃO:

Sobre o processo legislativo assinale a alternativa incorreta:

a) É concorrente entre o Presidente da República e o PGR a iniciativa de leis que disponham


sobre normas gerais para a organização do Ministério Público.
b) A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de
projeto de lei subscrito por, no mínimo, cinco por cento do eleitorado nacional, distribuído
pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de
cada um deles.
c) O quórum de votação é de maioria absoluta para as deliberações de lei complementar.
d) A lei complementar não é hierarquicamente superior à lei ordinária.
e) Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe discutir projeto de lei e,
excepcionalmente, votá-lo sem, contudo, submeter a votação ao plenário.

> RESPOSTA: Alternativa B.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: Em que pese o art. 61, § 1º, II, “d” da Constituição mencionar que:

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Art. 61. § 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as
leis que:
II - disponham sobre:
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União,
bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da
Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

Ela é concorrente, tendo em vista que a iniciativa sobre normas gerais de Ministério
Público estadual também é de competência do Procurador Geral de Justiça no âmbito dos
Estados.

Art. 128. O Ministério Público abrange:


5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada
aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização,
as atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas,
relativamente a seus membros:

Alternativa B: A iniciativa popular no âmbito nacional não se confunde com a


iniciativa popular municipal.

Em relação à primeira, ela pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos
Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional,
distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos
eleitores de cada um deles. (art. 61, §2º CF).

Já em relação à iniciativa em âmbito municipal, o art. 29, XIII da Constituição exige a


manifestação de pelo menos cinco por cento do eleitorado.

Alternativa C: O quórum de votação (instalação) é o mesmo para a lei complementar


e ordinária, sempre maioria absoluta. Configura-se como o número mínimo de parlamentares
que devem estar presentes no Plenário para votação sob pena de não poder haver deliberação.

Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de


cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos,
presente a maioria absoluta de seus membros.

No caso do quórum de aprovação, a lei complementar exige maioria absoluta e a lei


ordinária maioria simples.

Alternativa D: Não existe hierarquia entre as duas (apesar de o quórum ser diferente),
ambas possuem campos materiais distintos.

17
A lei ordinária não pode tratar de matéria reservada à lei complementar sob pena
de ser invalidada. Entretanto, uma lei complementar pode tratar de matéria residual sem ser
invalidada, uma vez que o seu quórum de aprovação é mais elevado e, portanto, não acarreta
em qualquer prejuízo. Neste caso, a lei será formalmente complementar, mas materialmente
ordinária, de modo que essa lei poderá ser revogada futuramente por uma lei complementar.

Alternativa E: Via de regra, um projeto de lei será submetido à votação na Câmara e


no Senado, ocorrendo no plenário, porém, excepcionalmente, a votação pode se realizar nas
comissões.

Art. 58, §2º da CF: às comissões, em razão da matéria de sua competência,


cabe: I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do
regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de um
décimo dos membros da Casa.

Essa excepcionalidade somente diz respeito às matérias objeto de lei ordinária.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: B.

09 – QUESTÃO:

De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa incorreta:

a) A Assembleia Legislativa da Bahia não precisa autorizar previamente o recebimento da


denúncia pelo STJ em face do Governador do Estado.
b) Se um Deputado Federal for condenado a uma pena que ultrapassa os 120 dias em regime
fechado, ele perde seu mandato.
c) O recurso extraordinário, embora sirva de ferramenta de controle difuso de
constitucionalidade, admite modulação de efeitos.
d) Na reclamação pode haver intervenção de amicus curiae.
e) É vedado que universidades públicas cobrem mensalidade em cursos de especialização.

> RESPOSTA: Alternativa E.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A:

Não há necessidade de prévia autorização da Assembleia Legislativa


para que o STJ receba denúncia ou queixa e instaure ação penal contra
Governador de Estado, por crime comum. Em outras palavras, não há
necessidade de prévia autorização da ALE para que o Governador do

18
Estado seja processado por crime comum. Se a Constituição Estadual
exigir autorização da ALE para que o Governador seja processado
criminalmente, essa previsão é considerada inconstitucional. Assim,
é vedado às unidades federativas instituir normas que condicionem a
instauração de ação penal contra Governador por crime comum à previa
autorização da Casa Legislativa. Se o STJ receber a denúncia ou queixa-
crime contra o Governador, ele ficará automaticamente suspenso de
suas funções no Poder Executivo estadual? NÃO. O afastamento do
cargo não se dá de forma automática. O STJ, no ato de recebimento
da denúncia ou queixa, irá decidir, de forma fundamentada, se há
necessidade de o Governador do Estado ser ou não afastado do cargo.
Vale ressaltar que, além do afastamento do cargo, o STJ poderá aplicar
qualquer uma das medidas cautelares penais (exs: prisão preventiva,
proibição de ausentar-se da comarca, fiança, monitoração eletrônica
etc.). STF. Plenário. ADI 5540/MG, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em
3/5/2017 (Info 863). STF. Plenário. ADI 4764/AC, ADI 4797/MT e ADI 4798/
PI, Rel. Min. Celso de Mello, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgados
em 4/5/2017 (Info 863).

Alternativa B:

Se o STF condenar um parlamentar federal e decidir que ele deverá perder


o cargo, isso acontece imediatamente ou depende de uma deliberação
da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal respectivamente? • Se
o Deputado ou Senador for condenado a mais de 120 dias em regime
fechado: a perda do cargo será uma consequência lógica da condenação.
Neste caso, caberá à Mesa da Câmara ou do Senado apenas declarar que
houve a perda (sem poder discordar da decisão do STF), nos termos do
art. 55, III e § 3º da CF/88. • Se o Deputado ou Senador for condenado a
uma pena em regime aberto ou semiaberto: a condenação criminal não
gera a perda automática do cargo. O Plenário da Câmara ou do Senado
irá deliberar, nos termos do art. 55, § 2º, se o condenado deverá ou não
perder o mandato. STF. 1ª Turma. AP 694/MT, Rel. Min. Rosa Weber,
julgado em 2/5/2017 (Info 863). Obs: existem decisões em sentido
diverso (AP 565/RO - Info 714 e AP 470/MG - Info 692), mas penso que,
para fins de concurso, deve-se adotar o entendimento acima explicado
(AP 694/MT).

Alternativa C:

É possível a modulação dos efeitos da decisão proferida em sede de


controle incidental de constitucionalidade. STF. Plenário. RE 522897/

19
RN, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/3/2017 (Info 857).

Embora carente de previsão legal, o STF entende que, excepcionalmente, admite-se,


em caso de controle difuso de constitucionalidade, a modulação temporal dos efeitos da decisão
proferida. Com o objetivo de seguir o mesmo modelo previsto no controle concentrado, o STF
decidiu que é necessário o quórum de 2/3 para que ocorra a modulação de efeitos em sede
de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida. Considerou-se que esta maioria
qualificada seria necessária para conferir eficácia objetiva ao instrumento.

Alternativa D:

É cabível a intervenção de amicus curiae em reclamação. STF. Plenário.


Rcl 11949/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 15/3/2017 (Info 857).

De acordo com Márcio André Lopes Cavalcante, 1 em regra, admite-se a intervenção


do amicus curiae em qualquer tipo de processo, desde que: a causa tenha relevância e a pessoa
tenha capacidade de oferecer contribuição ao processo.

A intervenção do amicus curiae pode ocorrer não apenas em processos que tramitem
em Tribunais, mas também em feitos que estejam em 1ª instância. Dessa forma, é cabível a
participação de amicus curiae em processo de reclamação.

Alternativa E: Essa afirmativa está incorreta.

A garantia constitucional da gratuidade de ensino não obsta a cobrança


por universidades públicas de mensalidade em cursos de especialização.
STF. Plená rio. RE 597854/GO, Rel. Min. Edson Fáchin, julgádo em
26/4/2017 (repercussá o gerál) (Info 862).

A pós-graduação está relacionada com a pesquisa e extensão e não com o ensino de


modo que a Constituição Federal prevê apenas a gratuidade do ensino.

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: E.

1 Informativo 857-STF (27/03/2017) – Márcio André Lopes Cavalcante. Disponível em http://www.dizerodireito.com.


br/2017/04/informativo-comentado-857-stf.html

20
10 – QUESTÃO:

De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, assinale a alternativa incorreta:

a) O STF não adota a Teoria da Abstrativização do Controle Difuso.


b) Em relação às quotas em concursos, é legítima a utilização, além da autodeclaração, de
critérios subsidiários de heteroidentificação, desde que respeitada a dignidade da pessoa
humana e garantidos o contraditório e a ampla defesa.
c) É cabível ADPF contra conjunto de decisões judiciais que determinaram a expropriação de
recursos do Estado-membro.
d) É proibido tratamento diferenciado entre a licença-maternidade e a licença-adotante.
e) Não é nula requisição pelo MP de informações bancárias de ente da administração pública.

> RESPOSTA: Alternativa A.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: ATENÇÃO! MUDANÇA DE ENTENDIMENTO!

Até 2017, este era o entendimento do STF.

O STF não acolhe a teoria da abstrativização do controle difuso. Não


houve mutação constitucional do art. 52, X, da CF/88. Para a maioria dos
Ministros, a decisão em controle difuso continua produzindo, em regra,
efeitos apenas inter partes e o papel do Senado é o de amplificar essa
eficácia, transformando em eficácia erga omnes. STF. Plenário. Rcl 4335/
AC, rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 20/3/2014 (Info 739).

A partir de então, houve uma mudança de entendimento.

Se uma lei ou ato normativo é declarado inconstitucional pelo STF,


incidentalmente, essa decisão, assim como acontece no controle abstrato,
também produz eficácia erga omnes e efeitos vinculantes. Assim, se o
Plenário do STF decidir a constitucionalidade ou inconstitucionalidade
de uma lei ou ato normativo, ainda que em controle incidental, essa
decisão terá os mesmos efeitos do controle concentrado, ou seja, eficácia
erga omnes e vinculante. Houve mutação constitucional do art. 52, X, da
CF/88. A nova interpretação deve ser a seguinte: quando o STF declara
uma lei inconstitucional, mesmo em sede de controle difuso, a decisão já
tem efeito vinculante e erga omnes e o STF apenas comunica ao Senado
com o objetivo de que a referida Casa Legislativa dê publicidade daquilo
que foi decidido. STF. Plenário. ADI 3406/RJ e ADI 3470/RJ, Rel. Min. Rosa

21
Weber, julgados em 29/11/2017 (Info 886).

Alternativa B:

É constitucional a reserva de 20% das vagas oferecidas nos concursos


públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no
âmbito da administração pública direta e indireta. É legítima a utilização,
além da autodeclaração, de critérios subsidiários de heteroidentificação,
desde que respeitada a dignidade da pessoa humana e garantidos
o contraditório e a ampla defesa". STF. Plenário. ADC 41/DF, Rel. Min.
Roberto Barroso, julgado em 8/6/2017 (Info 868).

Alternativa C:

O Estado do Rio de Janeiro vive uma grave crise econômica, estando


em débito com o pagamento de fornecedores e atraso até mesmo
no pagamento da remuneração dos servidores públicos. Os órgãos e
entidades também estão sem dinheiro para custear os serviços públicos.
Diante disso, diversas ações (individuais e coletivas) foram propostas,
tanto na Justiça comum estadual como também na Justiça do Trabalho,
pedindo a realização desses pagamentos. Os órgãos judiciais estavam
acolhendo os pedidos e determinando a apreensão de valores nas
contas do Estado para a concretização dos pagamentos. Neste cenário, o
Governador do Estado ajuizou ADPF no STF com o objetivo de suspender
os efeitos de todas as decisões judiciais do TJRJ e do TRT da 1ª Região
que tenham determinado o arresto, o sequestro, o bloqueio, a penhora
ou a liberação de valores das contas administradas pelo Estado do Rio de
Janeiro. O STF afirmou que a ADPF é instrumento processual adequado
para esse pedido e deferiu a medida liminar. O conjunto de decisões
questionadas são atos típicos do Poder Público passíveis de impugnação
por meio de APDF. STF. Plenário. ADPF 405 MC/RJ, Rel. Min. Rosa Weber,
julgado em 14/6/2017 (Info 869).

Alternativa D:

Os prazos da licença-adotante não podem ser inferiores ao prazo da


licença-gestante, o mesmo valendo para as respectivas prorrogações.
Em relação à licença-adotante, não é possível fixar prazos diversos em
função da idade da criança adotada. STF. Plenário. RE 778889/PE, Rel.
Min. Roberto Barroso, j. em 10/3/2016 (repercussão geral) (Info 817).

22
Alternativa E:

Não são nulas as provas obtidas por meio de requisição do Ministério


Público de informações bancárias de titularidade de prefeitura municipal
para fins de apurar supostos crimes praticados por agentes públicos
contra a Administração Pública. É lícita a requisição pelo Ministério
Público de informações bancárias de contas de titularidade da Prefeitura
Municipal, com o fim de proteger o patrimônio público, não se podendo
falar em quebra ilegal de sigilo bancário. STJ. 5ª Turma. HC 308.493-CE,
Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 20/10/2015 (Info 572).

>>> ALTERNATIVA CORRETA: A.

23
DIREITO ADMINISTRATIVO
PROFA. VERA LEILANE

11 – QUESTÃO:

Julgue os itens a seguir:

I) A servidão administrativa constitui a autorização para o Poder Público a usar a propriedade


privada imóvel para a execução de obras e serviços de interesse coletivo ou utilidade pública.
Traduz-se num direito real na coisa alheia e não admite indenização.
II) A requisição é uma modalidade de intervenção estatal na propriedade privada através da
qual permite-se ao Estado a utilização de bens móveis, imóveis ou serviços particulares. Con-
tudo, esta somente é admitida na hipótese de situação de perigo público iminente.
III) A limitação administrativa é uma modalidade de intervenção estatal na propriedade e
consiste na imposição de obrigações de caráter geral, a proprietários indeterminados, em
prol do interesse coletivo. Em se verificando o prejuízo ao particular, é cabível o pagamento
de indenização, ainda que a aquisição do imóvel tenha ocorrido posteriormente ao ato ad-
ministrativo.
IV) O tombamento é uma das formas de intervenção na propriedade através da qual o Poder
Público, objetivando proteger o patrimônio cultural brasileiro, impõe restrições ao gozo da
propriedade, não se operando a transferência da propriedade.

Estão corretos os itens:

a) I e II
b) II e III
c) III e IV
d) II e IV
e) I e III

> RESPOSTA: Alternativa D.

>> COMENTÁRIOS:

Item I: errado porque a servidão administrativa admite o pagamento de indenização.


O item traz o conceito correto desta modalidade de intervenção do estado na propriedade. A
servidão administrativa atinge o caráter exclusivo da propriedade, pois o Poder Público passa
a usá-la junto com o particular com a finalidade de atender a um interesse público certo e
determinado, ou seja, o de usufruir a vantagem prestada pela propriedade serviente. No que
tange a indenização quando a servidão decorre de imposição legal, como regra, não há direito

24
à indenização, pois o sacrifício é imposto a toda coletividade2. Porém, na hipótese de servidão
específica ou se uma propriedade sofrer maior prejuízo, é cabível a indenização, o que torna a
assertiva errada.

Item II: correto. Requisição é o instrumento de intervenção estatal mediante


o qual, em situação de perigo público iminente, o Estado utiliza bens móveis, imóveis ou
serviços particulares com indenização ulterior, se houver dano3. Observe-se, ainda, a previsão
constitucional do instituto: art. 5º, XXV, CF/88: No caso de iminente perigo público, a autoridade
competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização
ulterior, se houver dano.

Item III: errado. Como sabido, Limitações administrativas são determinações de


caráter geral, por meio das quais o Poder Público impõe a proprietários indeterminados
obrigações de fazer (obrigações positivas), ou obrigações de deixar de fazer alguma coisa
(obrigações negativas), ou de não fazer ou de permitir, com a finalidade de assegurar que a pro-
priedade atenda sua função social4. Por serem gerais, as limitações administrativas não geram
direito à indenização, porém se o gravame for maior para uma determinada propriedade,
é possível a justa indenização. Porém, a jurisprudência do STJ pacificou-se nos sentido da
responsabilização do Estado na indenização decorrente de limitação administrativa, desde que
preenchidos certos requisitos; dentre eles, que a aquisição do imóvel tenha se dado antes da
ocorrência da restrição administrativa.

Item IV: correto. No tombamento, o Estado intervém na propriedade privadas para


proteger a memória nacional, protegendo bens de ordem histórica, artística, arqueológica, cul-
tural, científica, turísticas e paisagística. A maioria dos bens tombados é de imóveis de valor
arquitetônico de épocas passadas em nossa história. É comum, também, o tombamento de
bairros ou até mesmo de cidades, quando retratam aspectos culturais do passado. O tomba-
mento pode, ainda, recair sobre bens imóveis. A Constituição Federal (BRASIL, 1988) estabe-
lece, expressamente, a autorização para essa modalidade de intervenção na propriedade, nos
seguintes termos, artigo 216, § 1º: § 1º. O Poder Público, com a colaboração da comunidade,
promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registro, vigi-
lância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação5.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: D.

2 https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1445939/ha-direito-de-indenizacao-pela-servidao-de-passagem-de-energia-
-eletrica
3 https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/2143678/em-que-consiste-o-fenomeno-da-requisicao-administrativa-marce-
lo-alonso
4 http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,da-intervencao-do-estado-na-propriedade-da-servidao-administrati-
va-requisicao-ocupacao-temporaria-limitacao-ad,54462.html
5 http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,da-intervencao-do-estado-na-propriedade-da-servidao-administrati-
va-requisicao-ocupacao-temporaria-limitacao-ad,54462.html

25
12 – QUESTÃO:

Assinale a alternativa correta.

a) Constitui hipótese de aplicação do poder hierárquico a aplicação de penalidade do


Secretário de Administração ao subordinado direto em decorrência de falta administrativa
apurada mediante o devido processo administrativo.
b) Entende-se por poder regulamentar como aquele conferido aos Chefes de Executivo de
explicar, de detalhar a lei para sua correta execução, ou de expedir decretos autônomos so-
bre matéria de sua competência ainda não disciplinada por lei.
c) O poder de polícia é a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e
restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade
ou do próprio Estado e tem como principal característica ser um poder vinculado.
d) Segundo entendimento do STJ, é possível a aplicação de sanções pecuniárias por sociedade
de economia mista, facultado-lhe, ainda, o exercício do poder de polícia fiscalizatório.
e) Em razão do atributo da auto-executoriedade e da coercibilidade, a administração pública
não possui interesse de agir para tutelar em juízo atos em que ela poderia atuar com base em
seu poder de polícia.

> RESPOSTA : Alternativa B.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: errada. O Poder Hierárquico de que dispõe o Executivo para organizar


e distribuir as funções de seus órgãos, estabelecendo a relação de subordinação entre o
servidores do seu quadro de pessoal.

O poder hierárquico tem como objetivo ordenar, coordenar, controlar e corrigir as


atividades administrativas, no âmbito interno da Administração Pública. Ordena as atividades
da administração ao repartir e escalonar as funções entre os agentes do Poder, de modo que
cada qual exerça eficientemente o seu cargo, coordena na busca de harmonia entre todos os
serviços do mesmo órgão, controla ao fazer cumprir as leis e as ordens e acompanhar o desem-
penho de cada servidor, corrige os erros administrativos dos seus inferiores, além de agir como
meio de responsabilização dos agentes ao impor-lhes o dever de obediência.

Ele difere do poder disciplinar, o qual foi conceituado na questão. O poder disciplinar
consiste na faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos servidores, o poder
disciplinar é exercido no âmbito dos órgãos e serviços da Administração. É considerado como
supremacia especial do Estado.

Correlato com o poder hierárquico, o poder disciplinar não se confunde com o mes-
mo. No uso do primeiro a Administração Pública distribui e escalona as suas funções execu-

26
tivas. Já no uso do poder disciplinar, a Administração simplesmente controla o desempenho
dessas funções e a conduta de seus servidores, responsabilizando-os pelas faltas porventura
cometidas.6

Alternativa B: correta. O poder regulamentar é um dos poderes administrativos e


consiste na atribuição, conferida ao chefe do Poder Executivo da entidade federativa, de expe-
dir regulamentos, objetivando propiciar a fiel execução da lei. Segundo Maria Sylvia Zanella Di
Pietro, é uma das formas pelas quais se expressa a função normativa do Poder Executivo. Pode
ser definido como o que cabe ao chefe do Poder Executivo da União, dos Estados e dos Municí-
pios, de editar normas complementares à lei, para fiel execução.

Alternativa C: errada.  Considera-se poder de polícia atividade da administração pú-


blica que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem,
aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao
respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. O poder de polícia tem como car-
acterísticas a discricionariedade, a auto-executoriedade e a coercibilidade. A discricionariedade
é o poder que a polícia administrativa tem de escolher, dentro dos limites legais, por critérios
de conveniência e oportunidade, o ato a ser praticado. Assim, a alternativa está errada porque
o Poder de polícia não é considerado um poder vinculado, sim discricionário.

Alternativa D: errada. Segundo entendimento do STJ, não é possível a aplicação


de sanções pecuniárias por sociedade de economia mista, facultado o exercício do poder de
polícia fiscalizatório.

Acórdãos AgInt no AREsp 541532/MG,Rel. Ministra DIVA MALERBI (DESEM-


BARGADORA CONVOCADA TRF 3ª REGIÃO), SEGUNDA TURMA,Julgado
em 16/08/2016,DJE 23/08/2016 AgRg no AREsp 539558/MG,Rel. Ministro
BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA,Julgado em 25/11/2014,DJE
03/12/2014 REsp 817534/MG,Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MAR-
QUES, SEGUNDA TURMA, Julgado em 10/11/2009,DJE 10/12/2009. De-
cisões Monocráticas REsp 1201319/RJ,Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES
MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA,Julgado em 01/02/2016,Publicado
em 04/02/2016 AREsp 689441/MG,Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,
SEGUNDA TURMA, Julgado em 30/11/2015,Publicado em 05/02/2016.

Alternativa E: errada. Segundo enunciado da edição 82 do informativo de jurispru-


dência em teses do STJ, a administração pública possui interesse de agir para tutelar em juízo
atos em que ela poderia atuar com base em seu poder de polícia, em razão da inafastabilidade
do controle jurisdicional.

6 http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=803

27
Acórdãos REsp 1651622/SP,Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUN-
DA TURMA, Julgado em 28/03/2017,DJE 18/04/2017 REsp 1366338/
SP,Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, Julgado em
14/04/2015,DJE 20/04/2015 AgRg no REsp 1396306/PE,Rel. Ministro MAU-
RO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA,Julgado em 14/10/2014,DJE
20/10/2014

13 - QUESTÃO:

Assinale a alternativa correta no que concerne ao entendimento dos Tribunais Superiores


acerca da licitação e contratos administrativos.

a) A contratação direta, quando não caracterizada situação de dispensa ou de inexigibilidade


de licitação, não implica dano in re ipsa, devendo-se comprovar o efetivo prejuízo ao erário.
b) A alegação de nulidade contratual fundamentada na ausência de licitação não exime o
dever de a administração pública pagar pelos serviços efetivamente prestados ou pelos
prejuízos decorrentes da administração, quando comprovados, ressalvadas as hipóteses de
má-fé ou de haver o contratado concorrido para a nulidade.
c) A superveniente homologação ou adjudicação do objeto licitado implica a perda do
interesse processual na ação em que se alegam nulidades no procedimento licitatório.
d) É devida indenização a permissionário de serviço público de transporte coletivo por pre-
juízos suportados em face de déficit nas tarifas quando ausente procedimento licitatório pré-
vio.
e) A Lei n. 8.666/1993, que estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administra-
tivos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações
no âmbito dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, conside-
rando a sua abrangência, guarda pertinência com as questões envolvendo concursos para
preenchimento de cargos públicos efetivos.

> RESPOSTA: Alternativa B.

>> COMENTÁRIOS:

Observe-se que a questão demandou conhecimento do entendimento dos Tribu-


nais Superiores sobre a matéria. Segundo jurisprudência extraída do jurisprudência em teses,
Edição 97, Licitações I, as assertivas são assim classificadas:

Alternativa A: Errada. Segundo entendimento do STJ, sedimentado no informativo


549, é cabível a aplicação da pena de ressarcimento ao erário nos casos de ato de improbidade
administrativa consistente na dispensa ilegal de procedimento licitatório (art. 10, VIII, da Lei
8.429/1992) mediante fracionamento indevido do objeto licitado. De fato, conforme entendi-
mento jurisprudencial do STJ, a existência de prejuízo ao erário é condição para determinar o

28
ressarcimento ao erário, nos moldes do art. 21, I, da Lei 8.429/1992 (REsp 1.214.605-SP, Segunda
Turma, DJe 13/6/2013; e REsp 1.038.777-SP, Primeira Turma, DJe 16/3/2011). No caso, não há
como concluir pela inexistência do dano, pois o prejuízo ao erário é inerente (in re ipsa) à con-
duta ímproba, na medida em que o Poder Público deixa de contratar a melhor proposta, por
condutas de administradores. Precedentes citados:

REsp 1.280.321-MG, Segunda Turma, DJe 9/3/2012; e REsp 817.921-SP,


Segunda Turma, DJe 6/12/2012. REsp 1.376.524-RJ, Rel. Min. Humberto
Martins, julgado em 2/9/2014. A contratação direta, assim, quando não
caracterizada situação de dispensa ou de inexigibilidade de licitação,
gera lesão ao erário (dano in re ipsa), na medida em que o Poder Público
perde a oportunidade de contratar melhor proposta. Acórdãos AgInt no
REsp 1671366/SP,Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA
TURMA,Julgado em 28/11/2017,DJE 01/12/2017 REsp 1121501/RJ,Rel.
Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, Julgado em 19/10/2017,DJE
08/11/2017 AgInt no REsp 1528837/SP,Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO,
SEGUNDA TURMA,Julgado em 24/10/2017,DJE 31/10/2017 AgInt no AREsp
595208/PR,Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA,Jul-
gado em 21/09/2017,DJE 28/09/2017 AgRg no REsp 1499706/SP,Rel. Mi-
nistro GURGEL DE FARIA, PRIMEIRA TURMA,Julgado em 02/02/2017,DJE
14/03/2017 AgRg no REsp 1406949/AL,Rel. Ministro BENEDITO GONÇAL-
VES, PRIMEIRA TURMA,Julgado em 18/10/2016,DJE 09/02/2017.

Alternativa B: correta. Conforme se observa no mencionado repositório de juris-


prudência, A alegação de nulidade contratual fundamentada na ausência de licitação não exime
o dever de a administração pública pagar pelos serviços efetivamente prestados ou pelos pre-
juízos decorrentes da administração, quando comprovados, ressalvadas as hipóteses de má-fé
ou de haver o contratado concorrido para a nulidade.

Acórdãos AgRg no REsp 1339952/SP,Rel. Ministra REGINA HELENA COS-


TA, PRIMEIRA TURMA,Julgado em 27/06/2017,DJE 02/08/2017 AgInt nos
EDcl no REsp 1303567/SC,Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO,
PRIMEIRA TURMA,Julgado em 13/06/2017,DJE 26/06/2017 AgRg no REsp
1363879/SC,Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA,Julga-
do em 26/08/2014,DJE 25/09/2014 AgRg no REsp 1383177/MA,Rel. Minis-
tro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,Julgado em 15/08/2013,DJE
26/08/2013 AgRg no REsp 1140386/SP,Rel. Ministro BENEDITO GONÇAL-
VES, PRIMEIRA TURMA,Julgado em 03/08/2010,DJE 09/08/2010 AgRg no
Ag 1056922/RS,Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA
TURMA,Julgado em 10/02/2009,DJE 11/03/2009.

29
Alternativa C: errada. A jurisprudência do STJ já se manifestou no sentido de que a
superveniente homologação/adjudicação do objeto licitado não implica a perda do interesse
processual na ação em que se alegam nulidades no procedimento licitatório, aptas a obstar a
própria homologação/adjudicação.

Acórdãos, AgInt no RMS 052178/AM,Rel. Ministro OG FERNANDES, SE-


GUNDA TURMA, Julgado em 20/04/2017,DJE 02/05/2017 REsp 1643492/
AM,Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, Julgado em
14/03/2017,DJE 20/04/2017 MS 012892/DF,Rel. Ministro HUMBERTO MAR-
TINS, PRIMEIRA SEÇÃO, Julgado em 26/02/2014,DJE 11/03/2014 REsp
1278809/MS,Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA,
Julgado em 03/09/2013,DJE 10/09/2013 AgRg na SS 002370/PE,Rel. Mi-
nistro ARI PARGENDLER, CORTE ESPECIAL, Julgado em 16/03/2011,DJE
23/09/2011 REsp 1059501/MG,Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MAR-
QUES, SEGUNDA TURMA, Julgado em 18/08/2009,DJE 10/09/2009

Alternativa D: errada. Segundo entendimento fixado no STJ, informativo 535, Não


há garantia da manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato de permissão de
serviço de transporte público realizado sem prévia licitação (Precedentes citados):

AgRg nos EDcl no REsp 799.250-MG, Segunda Turma, DJe 4/2/2010, e


AgRg no Ag 800.898-MG, Segunda Turma, DJe 2/6/2008. REsp 1.352.497-
DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 4/2/2014.) Assim, 4) Não é devida
indenização a permissionário de serviço público de transporte coletivo
por prejuízos suportados em face de déficit nas tarifas quando ausente
procedimento licitatório prévio. Acórdãos AgInt no AREsp 885436/
ES,Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA,Julgado em
16/11/2017,DJE 24/11/2017 REsp 1643802/RO,Rel. Ministro HERMAN
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, Julgado em 14/03/2017,DJE 20/04/2017
AgRg no REsp 1358744/RJ,Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TUR-
MA, Julgado em 06/12/2016,DJE 15/12/2016 AgRg no REsp 1364470/
RJ,Rel. Ministra DIVA MALERBI (DESEMBARGADORA CONVOCADA TRF
3ª REGIÃO), SEGUNDA TURMA,Julgado em 15/12/2015,DJE 18/12/2015
REsp 1354802/RJ,Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA
TURMA, Julgado em 19/09/2013,DJE 26/09/2013 EDcl no AgRg no REsp
1108628/PE,Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA,Jul-
gado em 23/03/2010,DJE 03/08/2010.

Alternativa E: errada. A Lei n. 8.666/1993, que estabelece normas gerais sobre licita-
ções e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, com-
pras, alienações e locações no âmbito dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e
dos municípios, não guarda pertinência com as questões envolvendo concursos para preenchi-

30
mento de cargos públicos efetivos.

Acórdãos REsp 1671401/PE,Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUN-


DA TURMA, Julgado em 05/09/2017,DJE 13/09/2017 AgInt no AREsp
1050544/SP,Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA
TURMA,Julgado em 22/08/2017,DJE 31/08/2017 AgInt nos EDcl no AREsp
975889/SP,Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TUR-
MA,Julgado em 06/04/2017,DJE 17/04/2017 AgRg no REsp 1527417/
CE,Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA,Julgado em
09/06/2016,DJE 21/06/2016 AgRg no AREsp 327109/PA,Rel. Ministro SÉR-
GIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, Julgado em 10/05/2016,DJE 19/05/2016
AgRg no REsp 1529923/AC,Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEI-
RA TURMA,Julgado em 06/08/2015,DJE 24/08/2015.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: B.

14 – QUESTÃO:

Sobre o entendimento do Supremo Tribunal Federal, analise os itens abaixo e assinale a al-
ternativa correta.

I - Os princípios da segurança jurídica e da proteção da confiança legítima justificam a manu-


tenção no cargo de candidato admitido sem concurso público.
II - A nomeação tardia de candidatos aprovados em concurso público, por meio de ato judicial,
à qual atribuída eficácia retroativa, gera direito às promoções ou progressões funcionais que
alcançariam houvesse ocorrido, a tempo e modo, a nomeação.
III - Mesmo que atenda ao interesse público, são inconstitucionais a autorização legislativa
genérica para contratação temporária e a permissão de prorrogação indefinida do prazo de
contratações temporária.
IV - O Estado tem a obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente cau-
sados aos detentos em decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de encarce-
ramento.

Estão corretos os itens:

a) I e II.
b) III e IV.
c) II e IV.
d) I e III.
e) II e III.

> RESPOSTA: Alternativa B.

31
>> COMENTÁRIOS:

Item I: falso. Segundo decidiu o STF, em tema de repercussão geral (tema 476), Não é
compatível com o regime constitucional de acesso aos cargos públicos a manutenção no cargo,
sob fundamento de fato consumado, de candidato não aprovado que nele tomou posse em de-
corrência de execução provisória de medida liminar ou outro provimento judicial de natureza
precária, supervenientemente revogado ou modificado. Igualmente incabível, em casos tais,
invocar o princípio da segurança jurídica ou o da proteção da confiança legítima. É que, por im-
posição do sistema normativo, a execução provisória das decisões judiciais, fundadas que são
em títulos de natureza precária e revogável, se dá, invariavelmente, sob a inteira responsabili-
dade de quem a requer, sendo certo que a sua revogação acarreta efeito ex tunc, circunstâncias
que evidenciam sua inaptidão para conferir segurança ou estabilidade à situação jurídica a que
se refere.7

Item II: Segundo decidiu o STF, em tema de repercussão geral (tema 454), A nomea-
ção tardia de candidatos aprovados em concurso público, por meio de ato judicial, à qual atri-
buída eficácia retroativa, não gera direito às promoções ou progressões funcionais que alcan-
çariam houvesse ocorrido, a tempo e modo, a nomeação. (RE 629.392, Relator Ministro Marco
Aurélio, julgamento finalizado em 08/06/2017).

Item III: verdadeiro. Conforme se observa no informativo 858 do STF, São inconstitu-
cionais, por violarem o artigo 37, IX (*), da CF, a autorização legislativa genérica para contratação
temporária e a permissão de prorrogação indefinida do prazo de contratações temporárias.

Com base nesse entendimento, o Plenário julgou procedente pedido formulado em


ação direta para declarar a inconstitucionalidade do inciso VI do art. 264 (**) e da expressão
“prazos estes somente prorrogáveis se o interesse público, justificadamente, assim o exigir ou
até a nomeação por concurso público”, constante da parte final do § 1º (***) do mesmo artigo,
todos da LC 4/1990 do Estado de Mato Grosso.

Em seguida, o Tribunal, por maioria, modulou os efeitos da declaração de inconsti-


tucionalidade para autorizar a manutenção dos atuais contratos de trabalho pelo prazo máxi-
mo de um ano, a contar da data da publicação da ata deste julgamento. Vencidos os ministros
Marco Aurélio (relator) e Carmen Lúcia (Presidente), que não modulavam os efeitos da decisão.
O ministro Marco Aurélio frisava que, toda vez que o STF agasalhasse situações inconstitucio-
nais, ele não só estimularia os legislativos a disporem de forma contrária à Constituição, como
também acabaria tornando-a um documento simplesmente flexível. A ministra Carmen Lúcia
pontuava que a norma estaria em vigor há mais de 25 anos e não seria possível existir situação
de urgência que durasse por todo esse período.

7 http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7088200

32
(*) CF/1988, art. 37, IX: “Art. 37. A administração pública direta e indireta
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: ... IX - a
lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para
atender a necessidade temporária de excepcional interesse público”.

(**)LeiComplementar4/1990,art.264,VI:“Art.264.Consideram-secomode
necessidade temporária de excepcional interesse público as contratações
que visem a: ... VI – atender a outras situações motivadamente de urgência”.

(***) Lei Complementar 4/1990, art. 264, § 1º: “§ 1º As contratações


de que trata este artigo terão dotação específica e não poderão ul-
trapassar o prazo de 06 (seis) meses, exceto nas hipóteses dos in-
cisos II, IV e VI, cujo prazo máximo será de 12(doze) meses, e inci-
so V, cujo prazo máximo será de 24 (vinte e quatro) meses, prazos
estes somente prorrogáveis se o interesse público, justificadamente,
assim o exigir ou até a nomeação por concurso público”.
ADI 3662/MT, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 23.3.2017. (ADI-
3662)

Item IV: verdadeiro. O Plenário retomou o julgamento de recurso extraordinário em


que discutida a responsabilidade do Estado e o consequente dever de indenizar, por danos
morais, o cidadão preso e submetido a tratamento desumano e degradante. No caso, o tribu-
nal de origem entendera caracterizado o dano moral porque, após realizado laudo de vigilân-
cia sanitária no presídio e decorrido lapso temporal, não teriam sido sanados problemas de
superlotação e de falta de condições mínimas de saúde e de higiene do estabelecimento penal.
Considerara, ainda, que não assegurado o mínimo existencial, não se poderia aplicar a teoria
da reserva do possível — v. Informativo 770. Em voto-vista, o Ministro Roberto Barroso proveu o
recurso, para reconhecer o direito do recorrente a ser indenizado pelos danos morais sofridos,
mediante remição de parte do tempo de execução da pena. Entendeu haver responsabilidade
civil do Estado pelos danos morais comprovadamente causados aos presos em decorrência de
violações à sua dignidade, provocadas pela superlotação prisional e pelo encarceramento em
condições desumanas ou degradantes. Nesse sentido, o descumprimento do dever estatal de
garantir condições dignas de encarceramento estaria diretamente relacionado a uma deficiên-
cia crônica de políticas públicas prisionais adequadas, que atingiria boa parte da população
carcerária e cuja superação seria complexa e custosa. Enfatizou não ser legítima a invocação da
cláusula da reserva do possível para negar a uma minoria estigmatizada o direito à indenização
por lesões evidentes aos seus direitos fundamentais. O dever de reparação de danos decorreria
de norma constitucional de aplicabilidade direta e imediata, que independeria da execução
de políticas públicas ou de qualquer outra providência estatal para sua efetivação. Por outro
lado, diante do caráter estrutural e sistêmico das graves disfunções verificadas no sistema pri-

33
sional brasileiro, a entrega de uma indenização em dinheiro conferiria resposta pouco efetiva
aos danos morais suportados pelos detentos, além de drenar recursos escassos que poderiam
ser empregados na melhoria das condições de encarceramento. Assim, seria preciso adotar me-
canismo de reparação alternativo, a conferir primazia ao ressarcimento “in natura” ou na forma
específica dos danos, por meio da remição de parte do tempo de execução da pena, em analo-
gia ao art. 126 da LEP. A indenização em pecúnia deveria ostentar caráter subsidiário, cabível
apenas nas hipóteses em que o preso já tivesse cumprido integralmente a pena ou em que não
fosse possível aplicar-lhe a remição. Por fim, enunciou a seguinte tese, para fins de repercussão
geral:

“O Estado é civilmente responsável pelos danos, inclusive morais,


comprovadamente causados aos presos em decorrência de vio-
lações à sua dignidade, provocadas pela superlotação prisional e pelo
encarceramento em condições desumanas ou degradantes. Em razão
da natureza estrutural e sistêmica das disfunções verificadas no siste-
ma prisional, a reparação dos danos morais deve ser efetivada prefe-
rencialmente por meio não pecuniário, consistente na remição de um
dia de pena por cada três a sete dias de pena cumprida em condições
atentatórias à dignidade humana, a ser postulada perante o juízo da
execução penal. Subsidiariamente, caso o detento já tenha cumprido
integralmente a pena ou não seja possível aplicar-lhe a remição, a ação
para ressarcimento dos danos morais será fixada em pecúnia pelo juízo
cível competente”. RE 580252/MS, rel. Min. Teori Zavascki, 6.5.2015. (RE-
580252)

>>> ALTERNATIVA CORRETA: B.

15 – QUESTÃO:

Assinale a alternativa correta.

a) O poder de polícia da administração manifesta-se tanto pela prática de atos específicos, de


efeitos concretos, quanto pela edição de atos normativos abstratos, de alcance generalizado.
b) A função normativa das agências reguladoras, dada sua autonomia administrativa, não se
subordina, necessariamente, ao disposto em lei.
c) Agência reguladora é uma pessoa jurídica de direito público interno, constituída sob a
forma de autarquia especial, cuja finalidade é prestar serviço público na respectiva área de
atuação, a exemplo de energia elétrica, telecomunicações, produção e comercialização de
petróleo.
d) A agência reguladora é dotada de autonomia administrativa e seus dirigentes, como regra,
têm mandato fixo. Contudo, considerando a situação de cargo em comissão, são demissíveis
ad nutum, dentro do âmbito do poder discricionário do chefe do Poder Executivo.

34
e) A nomeação de dirigente de agência reguladora é realizada pelo chefe do Poder Executivo,
não havendo qualquer óbice legal na previsão da demissão ser exclusiva do Poder Legislativo.

> RESPOSTA: Alternativa A.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: correta. O poder de polícia da administração, no entanto, manifes-


ta-se tanto pela prática de atos específicos, de efeitos concretos, quanto pela edição de atos
normativos abstratos, de alcance generalizado. Não se mostra estranha ao poder geral de
polícia da Administração, portanto, a competência das agências reguladoras para editar atos
normativos visando à organização e à fiscalização das atividades por elas reguladas.

Alternativa B: incorreta. Conforme se observa em trecho retirado do informativo 889,


é imprescindível a observância da lei no poder normativo das agências reguladoras. No infor-
mativo restou consignado que “Especificamente em relação à ANVISA, é certo aduzir que suas
funções regulatórias se destinam, em grande medida, à disciplina de atividades exercidas em
caráter eminentemente privado”. Não adstrita à regulação concorrencial, tampouco à regulação
de serviços públicos, sobressaem, na vocação dessa agência os contornos de típico exercício do
poder de polícia da Administração, no caso, a sanitária.

O poder de polícia da administração, no entanto, manifesta-se tanto pela prática de


atos específicos, de efeitos concretos, quanto pela edição de atos normativos abstratos, de al-
cance generalizado. Não se mostra estranha ao poder geral de polícia da Administração, portan-
to, a competência das agências reguladoras para editar atos normativos visando à organização
e à fiscalização das atividades por elas reguladas.

A função normativa das agências reguladoras, no entanto, notadamente quando


atinge direitos e deveres dos administrados ligados ao Estado tão somente por vínculo de su-
jeição geral, subordina-se necessariamente ao que disposto em lei. Assim, embora dotadas
de considerável autonomia, a medida da competência normativa em que são investidas as
agências reguladoras será aquela perfeitamente especificada nas leis pelas quais são cria-
das. Entretanto, tais assertivas não implicam em reduzir a regulação setorial ao preenchimento
de lacunas e muito menos à execução mecânica da lei. Dotada de inquestionável relevância
e responsabilidade, a função regulatória só é dignificada pelo reconhecimento de que não é
inferior nem exterior à legislação. Exerce-se, isto sim, em um espaço que se revela qualitativa-
mente diferente, pelo seu viés técnico, ainda que conformada pela ordem constitucional e legal
vigentes.

Alternativa C: errada. A Agência Reguladora não presta os serviços públicos


mencionados no item. Na realidade, o seu papel é de fiscalização das concessionárias do serviço
público, motivo pelo qual a alternativa não está correta.

35
Alternativa D: errada. Consoante decisão do STF na ADI 1949, a exoneração dos cargos
de dirigentes dos conselheiros das agências reguladoras não pode ficar a critério discricionário
desse Poder. Tal fato poderia subverter a própria natureza da autarquia especial, destinada à
regulação e à fiscalização dos serviços públicos prestados no âmbito do ente político, tendo a
lei lhe conferido certo grau de autonomia. Ainda extraindo-se do conteúdo da decisão, Carlos
Ari Sundfeld adverte que “o fator fundamental para garantir a autonomia da agência parece es-
tar na estabilidade dos dirigentes” (Introdução às agências reguladoras. In: SUNDFELD, Carlos
Ari (Coord.). Direito Administrativo Econômico. Malheiros: São Paulo, 2000. p. 88). Exatamente
por isso, tem-se a fixação de mandato com prazo certo, não podendo seus dirigentes ser exo-
nerados discricionariamente pelo chefe do Poder Executivo, sendo necessária a motivação e a
existência de processo formal.

Alternativa E: errada. Conforme decidiu o STF na ADI 1949:

“Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio


Grande do Sul (AGERGS). (...) Demissão por atuação exclusiva do Poder
Legislativo. Ofensa à separação dos poderes. (...) São inconstitucionais
as disposições que amarram a destituição dos dirigentes da agência re-
guladora estadual somente à decisão da Assembleia Legislativa. O vo-
luntarismo do legislador infraconstitucional não está apto a criar ou am-
pliar os campos de intersecção entre os poderes estatais constituídos
sem autorização constitucional, como no caso em que se extirpa a pos-
sibilidade de qualquer participação do governador do Estado na desti-
tuição do dirigente da agência reguladora, transferindo-se, de maneira
ilegítima, a totalidade da atribuição ao Poder Legislativo local. Violação
do princípio da separação dos poderes. [ADI 1.949, rel. min. Dias Toffoli,
j. 17-9-2014, P, DJE de 14-11-2014.]”

>>> ALTERNATIVA CORRETA: A.

16 - QUESTÃO:

São elementos do ato administrativo:

a) Competência, finalidade, forma, motivo e objeto.


b) Competência, finalidade e forma, apenas.
c) Competência, motivo e objeto, apenas.
d) Competência, finalidade, forma, motivo, objeto e discricionariedade.
e) Legalidade, publicidade, impessoalidade, moralidade e eficiência.

> RESPOSTA: Alternativa A.

36
>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: correta. São cinco os elementos do ato administrativo, conforme se


extrai do art. 2 da Lei da Ação Popular.

a) Competência (ou Sujeito) Sob o ângulo do sujeito, seria este o agente público a
quem a lei atribui competência para a prática de um dado ato administrativo. Já sob o enfoque
da competência, em si, esta poderia ser definida como a possibilidade ou o dever legal de agir,
atribuído a um dado agente público, para fins de atender à finalidade prevista na lei. Vícios de
competência: i) excesso de poder, ii) usurpação de função e iii) função de fato. i) Excesso de
poder = órgão ou agente público que, a princípio, seriam competentes, extrapolam os limites
de suas atribuições, legalmente estabelecidas. O agente age fora dos limites de suas atribuições
legais.

b) Finalidade - Corresponde ao objetivo perseguido com a prática do ato.

c) Forma - Existem duas possíveis acepções para o elemento forma. Uma primeira,
mais restrita, nos termos da qual a forma consiste na maneira pela qual o ato é exteriorizado.
Seria o revestimento externo do ato. A segunda, mais ampla, abarca também todas as
formalidades que integram o processo de formação do ato, incluindo sua própria publicação
em meio oficial. Em regra, os atos administrativos devem adotar a forma escrita. Exceções: atos
verbais (ordens de superior hierárquico a seus subordinados) e gestos, apitos, sinais luminosos
e placas utilizados na ordenação do trânsito.

d) Motivo São as razões de fato e de direito que impõem ou ao menos autorizam a


prática do ato administrativo. É a causa imediata do ato.

e) Objeto Equivale ao conteúdo material do ato. Corresponde ao efeito


jurídico imediato que o ato produz. É a alteração que o ato acarreta na ordem jurídica8.

Alternativa B: incorreta. A alternativa não está correta porque traz menos elementos
do que o previsto na lei.

Alternativa C: incorreta. A alternativa não está correta porque traz menos elementos
do que o previsto na lei.

Alternativa D: incorreta. A discricionariedade não é elemento do ato administrativo,


pelo que torna a alternativa incorreta.

Alternativa E: incorreta. Os elementos previstos na alternativa são, na realidade,

8 https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/materiais-de-apoio/direito-administrativo-atos-administra-
tivos-requisitos-ou-elementos-dos-atos-administrativos-205

37
princípios da administração pública previstos no texto constitucional. Assim, a alternativa está
incorreta porque não corresponde ao enunciado.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: A.

17 – QUESTÃO:

Sobre as organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP), assinale a alternativa


correta.

a) Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público as pessoas


jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que tenham sido constituídas e se encontrem
em funcionamento regular há, no mínimo, 1 (um) ano.
b) São passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público
as instituições hospitalares privadas não gratuitas, suas mantenedoras e as escolas privadas
dedicadas ao ensino formal não gratuito, bem como suas mantenedoras.
c) Contrato de gestão é o nome atribuído ao instrumento passível de ser firmado entre o
Poder Público e as entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse
Público destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a
execução das atividades de interesse público.
d) Perde-se a qualificação de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, a pedido ou
mediante decisão proferida em processo administrativo ou judicial, de iniciativa, somente,
do Ministério Público, no qual serão assegurados, ampla defesa e o devido contraditório.
e) A qualificação como OSCIP somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado,
sem fins lucrativos.

> RESPOSTA: Alternativa E.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: incorreta. Segundo se observa no art. Art. 1o  da Lei 9790 de 1999,
podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público as pessoas
jurídicas de direito privado sem fins lucrativos que tenham sido constituídas e se encontrem em
funcionamento regular há, no mínimo, 3 (três) anos, desde que os respectivos objetivos sociais
e normas estatutárias atendam aos requisitos instituídos por esta Lei. Lembre-se que para os
efeitos desta Lei, considera-se sem fins lucrativos a pessoa jurídica de direito privado que não
distribui, entre os seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores,
eventuais excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações
ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os
aplica integralmente na consecução do respectivo objeto social.

38
Alternativa B: A alternativa está incorreta porque as entidade mencionadas, mesmo
que realizem as atividades previstas em lei como necessárias para a qualificação de OSCIP, a
lei veda tal possibilidade. Observe-se o art. 2o  da Lei 9790 de 1999. Não são passíveis de qua-
lificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem
de qualquer forma às atividades descritas no art. 3o  desta Lei: I - as sociedades comerciais;
II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional; III -
as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões
devocionais e confessionais; IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas
fundações; V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços
a um círculo restrito de associados ou sócios; VI - as entidades e empresas que comercializam
planos de saúde e assemelhados; VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas
mantenedoras; VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas man-
tenedoras; IX - as organizações sociais; X - as cooperativas; XI - as fundações públicas; XII - as
fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por
fundações públicas; XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação
com o sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal.

Alternativa C: errada. O nome atribuído ao instrumento passível de ser firmado entre


o Poder Público e as entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interes-
se Público destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento
e a execução das atividades de interesse público é o Termo de Parceria, motivo pelo qual a
alternativa reta incorreta. Contrato de gestão é o Instrumento que pode ser usado para aumen-
tar a autonomia de um Órgão ou Entidade da Adm ou servir de vinculo juridico com entidades
privadas que serão chamadas ORGANIZAÇÕES SOCIAIS.

Alternativa D: errada. Conforme se observa no Art. 7 o da lei 9790 de 1999, a perda da


qualificação pode ocorrer através de iniciativa popular e do Ministério Público, o que torna a
assertiva errada.

Alternativa E: corrreta. Segundo previsão do art. 3o da Lei das OSCIP, a qualificação
instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços,
no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferida às pessoas jurídicas
de direito privado, sem fins lucrativos. Observe-se, ainda que, tais enes precisam que seus
objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades: I - promoção da assistên-
cia social; II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das
organizações de que trata esta Lei; IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma
complementar de participação das organizações de que trata esta Lei; V - promoção da segurança
alimentar e nutricional; VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção
do desenvolvimento sustentável; VII - promoção do voluntariado; VIII - promoção do desenvol-
vimento econômico e social e combate à pobreza; IX - experimentação, não lucrativa, de novos
modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédi-

39
to; X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica
gratuita de interesse suplementar; XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos
humanos, da democracia e de outros valores universais; XII - estudos e pesquisas, desenvol-
vimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos
técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo. XIII - estudos
e pesquisas para o desenvolvimento, a disponibilização e a implementação de tecnologias vol-
tadas à mobilidade de pessoas, por qualquer meio de transporte.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: E.

18 - QUESTÃO:

Sobre as parcerias público privadas (PPP), analise os itens abaixo e assinale a alternativa
correta.

I - A parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão aplicável aos órgãos


da administração pública direta dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, bem como
aos fundos especiais, às autarquias, às fundações públicas, às empresas públicas, às socie-
dades de economia mista e às demais entidades controladas direta ou indiretamente pela
União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
II - A contraprestação da Administração Pública não será, obrigatoriamente, precedida da
disponibilização do serviço objeto do contrato de parceria público-privada, sendo possível,
em casos excepcionais e devidamente justificados, o adiamento por parte do ente público.
III - A parceria público-privada pode ser realizada na modalidade patrocinada ou administra-
tiva. A patrocinada ocorre na concessão de serviços públicos ou de obras públicas quando
envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários, contraprestação pecuniária do par-
ceiro público ao parceiro privado.
IV - A contraprestação da Administração Pública nos contratos de parceria público-privada
poderá ser feita por ordem bancária, cessão de créditos tributários e outorga de direitos em
face da Administração Pública, sendo vedada a outorga de direitos sobre bens públicos do-
minicais.

Assinale alternativa correta.

a) Está correto o item I.


a) Está correto o item II.
b) Está correto o item III.
c) Está correto o item IV.
d) Estão todos incorretos.

> RESPOSTA: Alternativa C.

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>> COMENTÁRIOS:

Item I: Incorreto. A parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão,


na modalidade patrocinada ou administrativa e há possibilidade de aplicação pelos aos órgãos
da administração pública direta dos Poderes Executivo e Legislativo, aos fundos especiais, às
autarquias, às fundações públicas, às empresas públicas, às sociedades de economia mista e
às demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal
e Municípios. Não há previsão de utilização por parte do Poder Judiciário, o que torna o item
incorreto.

Item II: Incorreto. Segundo previsão do Art. 7o da Lei 11079 de 2004, a contraprestação
da Administração Pública será obrigatoriamente precedida da disponibilização do serviço
objeto do contrato de parceria público-privada. Não há exceções previstas na lei, motivo pelo
qual a alternativa resta incorreta.

Item III: Correto. De fato, A parceria público-privada pode ser realizada na modalidade
patrocinada ou administrativa. A patrocinada ocorre na concessão de serviços públicos ou de
obras públicas quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários, contraprestação
pecuniária do parceiro público ao parceiro privado enquanto que a administrativa é o contrato
de prestação de serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda
que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens.

Item IV: Incorreto. A alternativa está errada porque incluiu como vedação uma
hipótese de possibilidade expressa de contraprestação e, além disso, colocou como hipótese
a cessão de créditos tributários, quando na realidade é possível a cessão de créditos não
tributários. Assim, segundo disposto na Lei 11.079 de 2004, A contraprestação da Administração
Pública nos contratos de parceria público-privada poderá ser feita por 1) ordem bancária, 2)
cessão de créditos NÃO tributários, 3) outorga de direitos em face da Administração Pública 4)
outorga de direitos sobre bens públicos dominicais, além de outros meios admitidos em lei.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: C.

19 - QUESTÃO:

Sobre as organizações sociais, assinale a alternativa correta.

a) O Poder Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade como organização social


sem necessidade de prévio processo administrativo.
b) A desqualificação importará reversão dos bens permitidos e dos valores entregues à
utilização da organização social, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
c) As entidades qualificadas como organizações sociais são declaradas como entidades de
interesse social e utilidade pública, para todos os efeitos legais, contudo sua natureza privada

41
impede de ser destinatária de recursos orçamentários e bens públicos.
d) O contrato de gestão deve ser submetido, após aprovação pelo Conselho de Administração
da entidade, ao Presidente da República ou autoridade supervisora da área correspondente
à atividade fomentada.
e) Para a qualificação como organização social, as entidades privadas devem ter finalidade
lucrativa, sem a obrigatoriedade de investimento de seus excedentes financeiros no
desenvolvimento das próprias atividades.

> RESPOSTA: Alternativa B.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: errada. Segundo previsão do art. 16 da Lei 9.637 de 1998, o Poder


Executivo poderá proceder à desqualificação da entidade como organização social, quando
constatado o descumprimento das disposições contidas no contrato de gestão. O seu § 1o estatui
que a desqualificação será precedida de processo administrativo, assegurado o direito de ampla
defesa, respondendo os dirigentes da organização social, individual e solidariamente, pelos
danos ou prejuízos decorrentes de sua ação ou omissão.

Alternativa B: correta. Previsão expressa do § 2o do art. 16 da Lei 9.637 de 1998.

Alternativa C: incorreta. Segundo disposição do art. 11 e 12 da Lei 9.637 de 1998, as


entidades qualificadas como organizações sociais são declaradas como entidades de interesse
social e utilidade pública, para todos os efeitos legais. Às organizações sociais poderão ser
destinados recursos orçamentários e bens públicos necessários ao cumprimento do contrato de
gestão. Inclusive, são assegurados às organizações sociais os créditos previstos no orçamento e
as respectivas liberações financeiras, de acordo com o cronograma de desembolso previsto no
contrato de gestão.

Alternativa D – errada. Conforme disciplina do art. Art. 6o da Lei 9.637 de 1998, o


contrato de gestão, elaborado de comum acordo entre o órgão ou entidade supervisora e a
organização social, discriminará as atribuições, responsabilidades e obrigações do Poder
Público e da organização social. Este contrato de gestão deve ser submetido, após aprovação
pelo Conselho de Administração da entidade, ao Ministro de Estado ou autoridade supervisora
da área correspondente à atividade fomentada. Assim, a alternativa está errada porque
submete ao Presidente da República a responsabilidade pela assinatura do contrato quando,
na realidade, é do Ministro do Estado.

Alternativa E – errada. Conforme se verifica no Art. 2o da Lei 9.637 de 1998, são


requisitos específicos para que as entidades privadas referidas no artigo anterior habilitem-
se à qualificação como organização social, dentre outros, a finalidade não-lucrativa, com a
obrigatoriedade de investimento de seus excedentes financeiros no desenvolvimento das

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próprias atividades. Assim, a alternativa está errada porque consta a necessidade de finalidade
lucrativa e a inexistência de obrigatoriedade de investimento de seus excedentes financeiros no
desenvolvimento das próprias atividades.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: B.

20 - QUESTÃO:

Com base no entendimento do STF e STJ sobre o assunto, responda a questão.

I - O excesso de prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar é hipótese de


nulidade absoluta.
II - É permitida a prova emprestada no processo administrativo disciplinar, bastando a repro-
dução fotográfica e autenticação da mesma.
III - A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar é causa de
nulidade, havendo a convalidação se o administrado abdica da defesa técnica.
IV - Segundo entendimento pacificado no STJ, não é admissível a instauração de processo
administrativo com base em denúncia anônima.

Assinale alternativa correta.

a) Está correto o item I.


a) Está correto o item II.
b) Está correto o item III.
c) Está correto o item IV.
d) Estão todos incorretos.

> RESPOSTA: Alternativa E

>> COMENTÁRIOS:

Assertiva I: errada. A súmula 592 do STJ estabelece que O  excesso de prazo para a
conclusão do processo administrativo disciplinar só causa nulidade se houver demonstração
de prejuízo à defesa. Assim, a alternativa está errada porque traz como hipótese de nulidade
absoluta, e a súmula traz o entendimento que somente há nulidade se houver prejuízo à defesa.

Assertiva II: errada. Segundo a súmula 591 do STJ, é permitida a “prova emprestada”
no processo administrativo disciplinar, desde que devidamente autorizada pelo juízo compe-
tente e respeitados o contraditório e a ampla defesa.Assim, a alternativa está errada primeiro
porque é imprescindível a autorização judicial acerca da utilização da prova e, também, por não
trazer a previsão do respeito ao contraditório e à ampla defesa.

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Assertiva III: errada. A súmula vinculante 05 oriunda do STF, discorre que a falta de
defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.
Segundo decidido pelo STF, “na espécie, o único elemento apontado pelo acórdão recorrido
como incompatível com o direito de ampla defesa consiste na ausência de defesa técnica na
instrução do processo administrativo disciplinar em questão. Ora, se devidamente garantido o
direito (i) à informação, (ii) à manifestação e (iii) à consideração dos argumentos manifestados,
a ampla defesa foi exercida em sua plenitude, inexistindo ofensa ao art. 5º, LV, da Constituição
Federal. (...) Nesses pronunciamentos, o Tribunal reafirmou que a disposição do art. 133 da CF
não é absoluta, tendo em vista que a própria Carta Maior confere o direito de postular em juízo
a outras pessoas.” (RE 434059, Relator Ministro Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgamento em
7.5.2008, DJe de 12.9.2008. Inclusive, recentemente, o STF indeferiu o pedido de cancelamento
da Súmula.

Assertiva IV: errada. Segundo entendimento do STJ, é possível a instauração de


processo administrativo com base em denúncia anônima. Precedentes:

AgRg no REsp 1307503/RR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,


SEGUNDA TURMA, julgado em 06/08/2013, DJe 13/08/2013; RMS 38010/
RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em
02/05/2013, DJe 16/05/2013; EDcl no MS 15517/DF, Rel. Ministro BE-
NEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/08/2011, DJe
31/08/2011; RMS 30510/RJ, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA
TURMA, julgado em 17/12/2009, DJe 10/02/2010; REsp 867666/DF, Rel. Mi-
nistro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 27/04/2009,
DJe 25/05/2009; REsp 1271165/PR (decisão monocrática), Rel. Ministro
HUMBERTO MARTINS, julgado em 30/04/2013, DJe 03/05/2013; MS
013122/DF (decisão monocrática), Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA
FILHO, julgado em 22/11/2007, DJe 29/11/2007.

O fundamento é o de que por conta do poder-dever de autotutela imposto à Adminis-


tração e, por via de consequência, ao administrador público, a denúncia, mesmo que anônima,
deve ser apurada e investigada.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: E.

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DIREITO ELEITORAL
PROFA. POLLYANNA FALCONERY

21 – QUESTÃO:

Acerca dos conhecimentos sobre Convenção Partidária e Registro de Candidatura, assinale a


opção INCORRETA:

a) A mera apresentação de contas, sem a respectiva aprovação, garante a emissão da certidão


de quitação eleitoral.
b) A coligação partidária existe a partir da homologação do acordo da convenção partidária
pela Justiça Eleitoral, cuja eficácia da decisão retroage á data da celebração do acordo entre
os partidos.
c) Segundo o Princípio da Anualidade Eleitoral, tanto leis quanto as decisões do TSE que
alterem o procedimento do pleito eleitoral não se aplicam às eleições ocorridas até um ano
após a publicação destas.
d) Ministério Público Eleitoral possui legitimidade para recorrer de decisão que deferiu
registro de candidatura, mesmo que não tenha apresentado impugnação ao pedido inicial
desse registro.
e) O órgão de direção nacional do partido pode anular a deliberação de convenção partidária
de nível inferior, que esteja em desacordo com as diretrizes do respectivo órgão.

> RESPOSTA: Alternativa B.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A. VERDADEIRA. Para o candidato concorrer ao pleito, ele deverá juntar,


no seu processo de registro de candidatura, a certidão de quitação eleitoral. A quitação eleitoral
destina-se a atestar a existência/inexistência de registro, no cadastro eleitoral, de restrição no
histórico da inscrição (título) do interessado. Refere-se à plenitude do gozo dos direitos políticos
(ao atestar o exercício do voto), ao atendimento a convocações da Justiça Eleitoral para auxiliar
os trabalhos relativos ao pleito, à inexistência de multas aplicadas, em caráter definitivo, pela
Justiça Eleitoral e não remitidas, e à apresentação de contas de campanha eleitoral. A Lei
12.034\2007 incluiu o §7º no art. 11 da Lei 9.504\97 dispondo:

§ 7º A certidão de quitação eleitoral abrangerá exclusivamente a plenitude


do gozo dos direitos políticos, o regular exercício do voto, o atendimento
a convocações da Justiça Eleitoral para auxiliar os trabalhos relativos
ao pleito, a inexistência de multas aplicadas, em caráter definitivo,
pela Justiça Eleitoral e não remitidas, e a  apresentação de contas de
campanha eleitoral.

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Assim, nota-se que o final do parágrafo fala apenas de apresentação de contas, não
informa a necessidade de aprovação destas contas. Diante da redação da norma e dos discursos
jurídicos em torno de seu alcance, em 2010, o TSE, no julgamento do Resp nº 442.363, entendeu
pela interpretação literal do artigo, ou seja, que a mera apresentação de contas já é suficiente
para obter a quitação eleitoral. Portanto, a alternativa está verdadeira.

Alternativa B. FALSA. As coligações partidárias são acordos celebrados pelos partidos


políticos, dentro de uma mesma circunscrição eleitoral (municipal, estadual ou federal) para a
eleição majoritária e proporcional. As coligações para a eleição a cargos majoritários podem ser
compostas por mais de uma coligação para a disputa aos cargos proporcionais. Exemplo: em
um município, os Partidos Alfa e Gama fizeram coligação para lançar candidatos a vereadores
e os partidos Beta e Ômega também fizeram coligação para lançar candidatos a vereadores. As
duas coligações podem se unir e lançar um único candidato ao cargo majoritário de Prefeito.
Conforme disposto no art. 34, §4º, da Resolução 23.191\2009 do TSE, as coligações serão
tratadas como partido único.

Elas passam a existir desde o acordo celebrado entre os partidos e não a partir da
homologação pela Justiça Eleitoral. Esse é o entendimento do TSE sobre a matéria, no julgado
Ac nº 25.015\2005.

Alternativa C. VERDADEIRA. O Princípio da Anualidade ou anterioridade Eleitoral


vem insculpido no art. 16 da CRB/88:

Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data
de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da
data de sua vigência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 4,
de 1993).

Desse modo, tem-se que o princípio da Anualidade tem por escopo evitar que
as normas eleitorais sejam alteradas faltando menos de um ano e um dia para as eleições,
prejudicando o equilíbrio da disputa e garantindo a todos que participam do processo segurança
jurídica.

Importante recordar a grande discussão envolvendo esse princípio acerca da


aplicação da Lei da Ficha Limpa às eleições de 2010, publicada em junho do mesmo ano. O TSE
entendeu que a lei se aplicaria de imediato ao pleito de 2010, sem ferir o princípio da anualidade,
visto que ela não geraria desequilíbrio na disputa e nem privilégios desmedidos. Contudo, em
23/03/2011, o STF entendeu, por seis votos a cinco, que a Lei da Ficha Limpa não se aplicava
ao pleito de 2010. O STF entendeu, por ocasião do julgado, que houve alteração do processo
eleitoral, ainda que indiretamente, portanto, a Lei da Ficha Limpa gera efeitos indiretos no
processo eleitoral, o que impediu sua imediata aplicabilidade nas eleições daquele ano.

46
Portanto, toda lei que gere reflexo no processo eleitoral não pode ser aplicada ao
pleito que ocorra até um ano após sua publicação.

Neste aspecto, é importante saber que o TSE entende que a jurisprudência eleitoral
deverá se adequar ao Princípio da Anterioridade Eleitoral, ou seja, as Decisões do TSE que
alterem o pleito eleitoral só têm eficácia no pleito eleitoral posterior - RE nº 637.485. Desse
modo, a assertiva está correta.

Alternativa D. VERDADEIRA. O Registro de Candidatura é um processo obrigatório


para todos aqueles que pretendem concorrer ao pleito eletivo. Ele visa apurar se o candidato
preenche os requisitos legais de elegibilidade, bem como documentar a situação patrimonial do
candidato antes de assumir o cargo eletivo. O processo está disciplinado nos art. 10 e seguintes
da Lei 9.504\97. O pedido de registro é feito pelo partido ou coligação (art. 10 da Lei 9.504\97).

Conforme decorre do estabelecido no art. 72 da Lei Complementar 75\93, o Ministério


Público Eleitoral deverá atuar nos processos de registro de candidatura, manifestando-se acerca
da regularidade do registro, podendo, se for o caso, impugná-lo. O TSE possuía entendimento
que, se o MP não impugnasse o registro de candidatura antes de prolatada a sentença, não
poderia recorrer do seu deferimento. Esse entendimento mudou quando o STF, no julgamento
do ARE nº 728188/RJ, DJE 18/12/2013 (Inf. 733) dispôs que o Ministério Público Eleitoral possui
legitimidade para recorrer de decisão que julga o pedido de registro de candidatura, mesmo
que não haja apresentado impugnação anterior.

Alternativa E. VERDADEIRA. Esse é o teor do art. 7º da Lei 9.504\97, com a redação


dada pela Lei 12.034\2009. As convenções partidárias são atos político-partidários, cuja função
é a escolha de candidatos ao pleito, a fixação de limite de gastos dos candidatos na campanha e
o sorteio dos números com os quais irão concorrer. A espécie de convenção partidária depende
da espécie de eleição. Assim, a convenção municipal serve para definir os candidatos ao pleito
municipal, prefeito, vice-prefeito e vereadores. As convenções regionais, para as eleições de
governadores, vice-governadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores. Já as
convenções nacionais irão escolher os candidatos a presidente e vice-presidente da república.

Quem define as regras para as convenções partidárias, conforme a autonomia


conferida aos partidos políticos, é o estatuto do partido, observando a legislação pátria, e,
na falta deste, caberá ao órgão de direção nacional do partido elaborar as referidas normas,
devendo publicá-las no Diário Oficial da União, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias antes das
eleições. Na redação anterior, era a convenção nacional quem estipulava as diretrizes.

Se a convenção partidária de nível inferior contrariar as diretrizes estabelecidas pelo


estatuto do partido ou pelo órgão superior, caberá a esse a anulação da convenção, no prazo de
30 (trinta) dias até a data limite para o registro de candidatos.

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Importante registrar que, para o TSE, o período para a realização das convenções
partidárias marca o início do processo eleitoral, sendo, portanto o marco para a incidência da lei
nova ao pleito, nos termos do princípio da anualidade (RO nº 1616-60 DF). Cabe ainda frisar que
a Lei 13.165\2015, estabeleceu que a deliberação sobre coligações deverá ser feita no período
de 20 de julho a 5 de agosto do ano em que se realizarem as eleições.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: B.

22 – QUESTÃO:

Configura propaganda eleitoral antecipada, a prática da seguinte conduta antes do período


permitido em lei:

a) A transmissão, ao vivo, por rádio comunitária, das prévias partidárias de todos os partidos
registrados em uma determinada zona eleitoral.
b) A propaganda veiculada na TV, em junho do ano eleitoral, pelo partido político, divulgando
o programa político-partidário.
c) A divulgação de debate parlamentar feito pelo candidato do partido em plenário, no
exercício do cargo político.
d) A participação de filiados a partidos políticos ou de pré-candidatos em entrevistas,
programas, encontros ou debates no rádio, na televisão e na internet, inclusive com a
exposição de plataformas e projetos políticos, observado pelas emissoras de rádio e de
televisão o dever de conferir tratamento isonômico.
e) A realização, às expensas do partido, de reuniões de iniciativa da sociedade civil, para
divulgar ideias, objetivos e propostas partidárias.

> RESPOSTA: Alternativa A.

>> COMENTÁRIOS:

A questão versa sobre propaganda eleitoral, cobrando o disposto no art. 36-A da Lei
9.504\97 e suas recentes alterações, incluindo a Lei 13.165\2015 e a Lei 13.488\2017. O artigo
é de leitura obrigatória do candidato, sobretudo, em razão da organizadora do concurso ter
costume de cobrar o conteúdo legislativo seco em suas questões.

Antes de comentar acerca as alternativas, cuja resposta é facilmente encontrada


com a leitura do mencionado artigo, é interessante recordar a diferença entre os três tipos de
propaganda política admitidas no cenário brasileiro: a propaganda partidária, a propaganda
intrapartidária e a propaganda eleitoral. Os nomes são autoexplicativos e orientam o candidato
na diferenciação delas.

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Propaganda partidária: é a propaganda feita pelo Partido Político, nos semestres
não eleitorais, cujo objetivo é difundir os programas partidários, transmitir mensagens aos
filiados e divulgar a posição do partido em relação a temas políticos-comunitários. Será sempre
gratuita, no rádio e na TV. Assim, esta é uma propaganda do partido fora do período eleitoral. A
propaganda partidária foi extinta. A partir de 2018, ela não consta mais do ordenamento jurídico
brasileiro.

Propaganda intrapartidária: é aquela dirigida aos filiados do partido, que decidirão,


em convenção partidária, a escolha do candidato ao pleito. Aquele quiser ser escolhido pela
convenção, poderá realizar propaganda para indicar seu nome, na quinzena anterior a referida
escolha, vedado o uso de rádio, televisão e outdoor (art. 36, §1º, da Lei 9.504\97).

Propaganda eleitoral: é a que visa às eleições, dirigida à conquista do voto, somente


sendo permitida, conforme alteração feita pela Lei 13.165\2015, a partir do dia 16 de agosto
do ano eleitoral. Em regra, as questões de concurso cobram apenas esta última espécie de
propaganda, pois é a que gera impugnações, multas e outras penalidades aos candidatos e
partidos políticos que a fazem em desacordo com a lei.

Como a lei estipula um prazo para que as propagandas eleitorais se iniciem, assim,
qualquer propaganda feita antes de 16 de agosto do ano eleitoral será irregular, por ser
antecipada, visto que apta a gerar o desequilíbrio no pleito eleitoral. Como a propaganda eleitoral
é regida pelo princípio da liberdade, no intuito de disciplinar quais atos seriam permitidos
aos candidatos e partidos sem serem considerados propaganda antecipada, o art. 36-A da Lei
9.504\97 traz um rol de condutas que podem ser praticadas pelos candidatos e partidos antes
de 16 de agosto do ano eleitoral. Em todo caso, é vedado o pedido explícito de voto.

Feitas estas ponderações, passamos a verificar as assertivas. Lembrando que a


questão pede para que o candidato assinale a ação que configura propaganda antecipada.

Alternativa A: VERDADEIRA. Este é um caso considerado como propaganda


antecipada e não admitido pela legislação pátria. Conforme disposto no art. 36-A, III, da Lei
das Eleições, não será considerada propaganda antecipada a realização de prévias partidárias
e a respectiva distribuição de material informativo, a divulgação dos nomes dos filiados que
participarão da disputa e a realização de debates entre os pré-candidatos. Contudo o §1º desse
mesmo artigo dispõe que é vedada a transmissão ao vivo por emissoras de rádio e de televisão
das prévias partidárias, sem prejuízo da cobertura dos meios de comunicação social. Assim,
pouco importa se a rádio é comunitária e se ela divulgou as prévias partidárias de todos os
partidos da respectiva zona, o que a lei veda é a forma de divulgação ao vivo destes atos através
de emissoras de rádio ou tv.

Alternativa B: FALSA. A assertiva descreve uma propaganda partidária e não eleitoral,


visto que sua finalidade é divulgar o programa político-partidário e não a captação de votos.

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Ademais, ela foi feita no mês de junho, ou seja, em semestre anterior ao das eleições, portanto,
não se trata de propaganda antecipada, nem irregular.

Alternativa C: FALSA. O Art. 36-A, IV, da Lei 9.504\97 dispõe que não é considerada
propaganda antecipada a divulgação de atos de parlamentares e debates legislativos, desde
que não se faça pedido de votos.

Alternativa D: FALSA. Esse é o teor expresso do inciso do inciso I do art. 36-A da Lei
9.504\97. Portanto, a participação de filiados a partidos políticos ou de pré-candidatos em
entrevistas, programas, encontros ou debates no rádio, na televisão e na internet, inclusive
com a exposição de plataformas e projetos políticos, observado pelas emissoras de rádio e de
televisão o dever de conferir tratamento isonômico, não é considerada propaganda antecipada.

Alternativa E: FALSA. Tal conduta não é considerada propaganda irregular, nos


termos do inciso VI do art. 36-A da Lei 9.504\97, que dispõe: a realização, a expensas de partido
político, de reuniões de iniciativa da sociedade civil, de veículo ou meio de comunicação ou do
próprio partido, em qualquer localidade, para divulgar ideias, objetivos e propostas partidárias.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: A.

23 – QUESTÃO:

Acerca do regime jurídico dos partidos políticos, marque a alternativa correta.

a) Para participar das eleições, o Partido Político necessita registrar seu estatuto perante o
TSE até um ano antes do pleito e constituir e anotar o órgão de direção nacional nas eleições
presidenciais, perante o TSE, o órgão de direção estadual, perante o TRE, ou o órgão de
direção municipal, perante o Juiz Eleitoral, até seis meses antes das eleições.
b) Para ter seu registro deferido junto ao TSE, um partido deve possuir caráter nacional,
provado através do “apoiamento mínimo” de eleitores não filiados a partido político,
correspondente a, pelo menos, 0,5% (meio por cento) dos votos válidos dados nas últimas
eleições gerais para a Câmara dos Deputados, não computados os brancos e os nulos,
distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por
cento) do eleitorado que haja votado em cada um deles, no período de um ano.
c) A infidelidade partidária causa perda do mandato tanto dos eleitos para cargos eleitos pelo
sistema proporcional quanto pelo sistema majoritário.
d) A personalidade jurídica do partido político é adquirida com o deferimento de seu registro
junto ao TSE.
e) O órgão partidário que tiver dado causa a não cumprimento de obrigação civil ou trabalhista
ou qualquer outro ilícito responde de forma exclusiva por tal responsabilidade, excluindo a
dos demais órgãos de direção partidária.

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> RESPOSTA: Alternativa E.

>> COMENTÁRIOS:

Os Partidos Políticos estão regidos no art. 17 e seguintes da CRB\88 e na Lei 9.096\97


e suas alterações posteriores.

Alternativa A. FALSA. Para participar das eleições, o Partido Político necessita


registrar seu estatuto perante o TSE, até seis meses antes do pleito, conforme redação do art.
4º da Lei 9.504/97, dada pela Lei 13.488/2017 e constituir e anotar o órgão de direção nacional
nas eleições presidenciais (perante o TSE), o órgão de direção estadual (perante o TRE) ou o
órgão municipal (perante o Juiz Eleitoral) até a data da convenção para escolha de candidatos,
período que vai de 20 de julho a 5 de agosto. Portanto, a assertiva está incorreta.

Alternativa B. FALSA. O art. 17 da CRB\88 traz, em seus incisos, requisitos a serem


observados na criação de partido político, dispondo:

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos


políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático,
o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e
observados os seguintes preceitos:
I - caráter nacional;
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou
governo estrangeiros ou de subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.

Assim, para que um partido político seja criado e tenha regular funcionamento no
Brasil, ele deve ter caráter nacional, não podendo existir partido registrado apenas em nível
municipal ou estadual. Conforme exposto no §1º do art. 7º da Lei 9.096\95, o partido terá caráter
nacional quando comprovar o apoiamento mínimo de eleitores, correspondente a, pelo menos,
0,5% (meio por cento) dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados,
não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados,
com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja votado em cada um
deles. Antes da Lei 13.165\2015, não havia prazo para o partido provar esse apoiamento mínimo.
Assim, coletadas as assinaturas, o Partido teria direito ao deferimento de seu registro. Após a
entrada em vigor da referida lei, no intuito de dificultar a criação de novos partidos políticos, a
legislação passa a exigir prova desse apoiamento mínimo por dois anos e não por apenas um
como traz a assertiva.

Alternativa C. FALSA. Importante registrar que fidelidade partidária não se confunde


com indisciplina partidária. O primeiro é instituto de direito público que vincula não somente

51
o mandatário a seu partido, mas também ao eleitor. Assim, considerado infiel, terá como
consequência a perda do mandato eletivo. A indisciplina partidária, por sua vez, é instituto de
direito privado, que relaciona os partidos políticos aos seus filiados. Nos termos do estatuto do
partido, o filiado sofrerá as respectivas sanções por ser considerado indisciplinado.

Acerca da infidelidade partidária, tanto o TSE, na Consulta nº 1.398 quanto o STF,


no julgamento dos MS 26.602, 26.603 e 26.604 entenderam que, no caso de um detentor de
mandato eletivo mudar de partido, perderá o cargo político, visto que o mandato pertence
ao partido e não ao candidato eleito. Contudo, na oportunidade, o TSE e o STF analisavam
casos de detentores de mandato eletivo a cargo eleito pelo sistema proporcional. Instado a
se manifestarem acerca da mudança de partido pelos ocupantes de cargo eleito pelo sistema
majoritário, o STF na ADI 5018, entendeu que o princípio da fidelidade partidária não se aplica
aos detentores de mandato eleito pelo sistema majoritário, sob pena de violação da soberania
popular. No mesmo sentido, o TSE editou a Súmula 67: A perda do mandato em razão da
desfiliação partidária não se aplica aos candidatos ao pleito majoritário.

Alternativa D. FALSA. Conforme dispõe o art. 7º da Lei 9.096\95, o partido político,


após adquirir personalidade jurídica na forma da lei civil, registra seu estatuto no Tribunal
Superior Eleitoral. Da leitura do artigo infere-se que o Partido Político adquire personalidade
jurídica com o registro de seu Estatuto perante o Cartório de Registro Civil. O pedido de registro
junto ao TSE garante que ele recebe os recursos do fundo Partidário, o acesso gratuito ao rádio
e a TV, a exclusividade sobre sua denominação, sigla e símbolos e permite que eles participem
das eleições. Portanto, é fundamental o registro perante o TSE para que o Partido passe a
desempenhar suas funções políticas. É no momento do pedido do registro junto ao TSE, que
o partido deverá comprovar o apoiamento mínimo através de certidão emitida pelos cartórios
eleitorais.

Alternativa E. VERDADEIRA. Esta é a redação do art. 15-A da Lei 9.096\95.

Art. 15-A. A responsabilidade, inclusive civil e trabalhista, cabe


exclusivamente ao órgão partidário municipal, estadual ou nacional que
tiver dado causa ao não cumprimento da obrigação, à violação de direito,
a dano a outrem ou a qualquer ato ilícito, excluída a solidariedade de
outros órgãos de direção partidária.
Parágrafo único.   O órgão nacional do partido político, quando
responsável, somente poderá ser demandado judicialmente na
circunscrição especial judiciária da sua sede, inclusive nas ações de
natureza cível ou trabalhista.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: E.

52
24 – QUESTÃO:

Acerca das condições de elegibilidade e causas de inelegibilidade, assinale a alternativa


correta:

a) A inelegibilidade decorrente do analfabetismo só pode ser arguida até o prazo para o


ajuizamento da Ação de Impugnação de Registro de Candidatura.
b) É possível a filiação de um eleitor considerado inelegível.
c) Para concorrer às eleições, o candidato deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva
circunscrição pelo prazo de um ano antes do pleito e estar com a filiação deferida pelo partido
no mínimo seis meses antes da data da eleição.
d) É inelegível o Vereador que renunciar a seu mandato desde o recebimento, pela Câmara
de Vereadores, de representação capaz de autorizar a abertura de processo por infringência
a dispositivo da Lei Orgânica do Município, nos 8 (oito) anos subsequentes à respectiva
renúncia.
e) Claudio é Diretor Regional da Caixa Econômica Federal na Bahia e quer concorrer ao cargo
de Prefeito de Salvador. Para tanto, Cláudio deverá pedir exoneração do cargo de direção seis
meses antes do pleito.

> RESPOSTA: Alternativa B.

>> COMENTÁRIOS:

A capacidade eleitoral se divide em ativa e passiva. A capacidade eleitoral ativa diz


respeito ao exercício de todas as prerrogativas inerentes ao poder de sufrágio: votar, participar
de consultas populares, propor Ação Popular, iniciativa popular de lei. Já a capacidade eleitoral
passiva, refere-se à capacidade que o cidadão tem de ser votado, pleiteando mandatos políticos.

Para que o indivíduo possa vir a ser eleito, é preciso antes que preencha
determinados requisitos (condições de elegibilidade) e não incorra em nenhuma das hipóteses
de inelegibilidade previstas em lei.

Assim, de acordo com a Teoria Clássica, elaborada pelo ex-Ministro do STF, José
Carlos Moreira Alves, adotada pelo Supremo Tribunal Federal e pelo TSE, as condições de
elegibilidade (requisitos positivos) se diferenciam das causas de inelegibilidade (requisito
negativo), visto que as primeiras são consideradas requisitos que se devem preencher para
que se possa concorrer às eleições, enquanto as inelegibilidade são impedimentos que, se
não afastados, por quem preencha os pressupostos de elegibilidade, lhe obstam concorrer a
eleições, e servem de impugnação à Diplomação, caso eleito. A diferenciação é essencial, visto
que as condições de inelegibilidade só podem ser tratadas em Lei Complementar, no caso
brasileiro, conforme dispõe o art. 14, §9º, da CRB\88. A Lei Complementar 64\90 disciplina esses
casos. Já as condições de elegibilidade podem ser disciplinadas em lei ordinária como é o caso

53
da Lei 9.504\97.

Em contrapartida à teoria clássica, se encontra a Teoria de Adriano Soares da Costa,


para quem tanto as condições de elegibilidade quanto as causas de inelegibilidade seriam faces
da mesma moeda, ou seja, possuem a mesma natureza. Para ele, as condições de elegibilidade
seriam, em verdade, condições de registrabilidade da candidatura.

Prevalece tanto na doutrina quanto na jurisprudência, a doutrina clássica.

Feitas as considerações, passamos a analisar o conteúdo das assertivas.

Alternativa A. FALSA. As causas de inelegibilidade são, em sua maioria, derivadas de


atos ilícitos praticados pelo pretenso candidato. Contudo, há situações em que a lei impõe a
inelegibilidade, mesmo sem a pessoa ter cometido qualquer ato ilícito, no intuito de proteger
a moralidade administrativa e o equilíbrio do pleito eleitoral. As causa de inelegibilidade estão
previstas na Constituição, no art. 14, e na LC 64\97.

As causas de inelegibilidade constitucionais podem ser arguidas a qualquer momento,


mesmo após expirado o prazo para a impugnação do registro de candidatura. Já as causa
previstas na lei complementar, sua arguição deverá ser feita no prazo para o ajuizamento da
respectiva ação, do contrário, ocorrerá a preclusão. As causas de inelegibilidade constitucionais
são:

I – Os inalistáveis. São eles: os estrangeiros (salvo os portugueses), os militares


conscritos (aqueles que estão prestando serviço militar obrigatório), os menores de 16
(dezesseis) anos.

II – Os analfabetos. Neste aspecto, importante recordar o entendimento do TSE,


no sentido de que o analfabeto funcional encontra-se habilitado a disputar as eleições
(entendimento proferido no famoso caso do Deputado Tiririca). Outro importante entendimento
do TSE é que o teste de alfabetização só pode ser aplicado quando o candidato não apresentar
documento comprobatório de escolaridade com o requerimento do registro de candidatura (
TSE; Recurso Especial Eleitoral nº 8941 PI).

III – No território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou


afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado
ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis
meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.

Nesse sentido, a assertiva está falsa, visto que o analfabetismo, enquanto causa de
inelegibilidade prevista no §4º do art. 14 da CRB\88, poderá ser arguida mesmo após o prazo
para o ajuizamento da ação de impugnação de mandato eletivo.

54
Alternativa B. VERDADEIRA. Segundo Francisco Dirceu Barros, a posição dominante
no TSE é no sentido de que somente poderá filiar-se a partido eleitor que estiver em pleno gozo
dos seus direitos políticos, mas há uma exceção. O art. 1º da Resolução 23.117\2009 dispõe:

Art. 1º Somente poderá filiar-se a partido o eleitor que estiver no pleno


gozo de seus direitos políticos (Lei nº 9.096/1995, art. 16), ressalvada a
possibilidade de filiação do eleitor considerado inelegível (Ac.-TSE nºs
12.371, de 27 de agosto de 1992, 23.351, de 23 de setembro de 2004 e
22.014, de 18 de outubro de 2004).

Portanto, a assertiva está verdadeira.

Alternativa C. FALSA. Esse era o teor do art. 9º da Lei 9.504\97, com redação dada
pela Lei 13.165\2015. Com a nova redação dada ao artigo pela Lei 13.488\2017, o candidato
deverá possuir domicílio eleitoral na respectiva circunscrição pelo prazo de seis meses e estar
com a filiação deferida pelo partido no mesmo prazo. Assim, a nova lei unificou os prazos tanto
de domicílio quanto de filiação em seis meses.

Alternativa D. FALSA. A inelegibilidade decorrente de pedido de renúncia


de ocupante de mandato eletivo em razão de representação ou petição capaz de gerar
procedimento de apuração de infringência a normas da Constituição Federal, Constituições
Estaduais e Leis Orgânicas Municipais foi uma inovação trazida pela Lei da Ficha Limpa e
visa evitar que parlamentares, no intuito de se furtarem ao processo para a apuração destes
atos, renunciassem ao mandato e voltassem a ocupar os respectivos cargos, concorrendo nas
eleições seguintes. A renúncia era uma forma de se furtar a uma possível inelegibilidade, bem
como a sua responsabilização. Com a entrada em vigor da Lei Complementar 135\2010, uma
vez ofertada a representação ou petição capaz de gerar o referido processo, caso o mandatário
renuncie, ele passa a ser inelegível, pelo período que faltava para completar o mandato
renunciado e nos oito anos subsequentes ao término da legislatura. Desse modo, a alternativa
está errada por duas razões, primeiro porque não necessita que a representação seja recebida
pela Câmara de Vereadores, basta o oferecimento, do contrário, o mandatário aguardaria para
verificar seu recebimento pelo órgão colegiado, podendo, inclusive, transacionar a rejeição da
representação, e caso não conseguisse, renunciaria, se esquivando da sanção de inelegibilidade
da mesma forma que ocorria anteriormente, frustrando a finalidade da LC 135\2010. Lembrando
sempre que não será qualquer representação apta a ensejar a inelegibilidade por renúncia,
mas aquela que é capaz de gerar um processo para apurar infringência à norma constitucional
federal, estadual ou da Leio Orgânica Municipal. Em segundo, a alternativa está errada porque o
vereador não ficará inelegível apenas por oito anos subsequentes à renúncia e sim pelo período
que faltava para completar o mandato mais os oito anos subsequentes. Esse prazo é geral para
qualquer cargo eletivo.

55
Alternativa E. FALSA. A Alternativa versa sobre desincompatibilização para concorrer
a cargo eletivo. Estes prazos variam de três, quatro ou seis meses antes do pleito. A maioria
dos prazos previstos na LC 64\97 são de seis meses. De acordo com a LC 64\97, os Presidentes,
Diretores e Superintendentes de autarquias, empresas públicas, sociedades de economia
mista e fundações públicas e as mantidas pelo poder público, deverão se desincompatibilizar,
ou seja, deixar de exercer o cargo por um determinado período mínimo antes das eleições.
O caso em análise está disciplinado na alínea a do inciso IV do art. 1º da referida lei. Este
artigo estabelece que os casos de inelegibilidade para concorrer aos cargos de Presidente da
República, Vice-Presidente, Governador de Estado e Vice-Governador de Estado também se
aplicam aos candidatos ao cargo de Prefeito e Vice Prefeito, contudo, faz ressalva quanto ao
prazo de desincompatibilização, que será de quatro meses e não seis como previsto para os
outros cargos majoritários. Desta forma, a questão está falsa porque o prazo informado para a
desincompatibilização está errado.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: B.

25 – QUESTÃO:

O Tribunal de Conta dos Municípios do Estado da Bahia emitiu parecer rejeitando as contas
do Prefeito do Município X, no ano de 2015, porque ficou constatado que ele ordenou a
realização de despesa não prevista em lei orçamentária, qual seja, pagamento de adicional aos
servidores públicos municipais, no mês de julho de 2015, totalizando um prejuízo aos cofres
públicos municipais no montante de R$120.000,00 (cento e vinte mil reais). Face ao Parecer
do Tribunal de Contas, a Câmara de Vereadores acolheu o Parecer e rejeitou as respectivas
contas. O Prefeito devolveu aos cofres públicos municipais o valor corrigido e impetrou
Mandado de Segurança para anular o processo de julgamento das contas. Liminarmente,
requereu a suspensão dos efeitos da decisão. O Juiz negou o pedido liminar. O Prefeito
impetrou Agravo de Instrumento, cujo pedido liminar ainda não foi apreciado pelo Tribunal
de Justiça. Fez requerimento de registro de candidatura para concorrer à reeleição do cargo,
nas eleições municipais de 2016, juntando a prova do protocolo do Mandado de Segurança
e do Agravo de Instrumento. A coligação de oposição impugnou a referida candidatura
alegando que o Prefeito está inelegível para concorrer às eleições de 2016. Diante da situação
exposta, é correto afirmar:

a) Como a Justiça Eleitoral é o órgão judicial competente para decidir se o fundamento da


rejeição de contas enseja a inelegibilidade, deverá rejeitar a impugnação e deferir o registro
do candidato, visto que ele sanou a irregularidade que originou a rejeição das contas,
devolvendo o dinheiro.
b) A Justiça Eleitoral deverá acolher a impugnação e indeferir o pedido de registro de
candidatura, pois está vinculada ao julgamento da conta pelo órgão competente para aprecia-
la, no caso, a Câmara de Vereadores, e não há decisão judicial anulando ou suspendendo os
efeitos da rejeição das contas.

56
c) A Justiça Eleitoral deverá acolher a impugnação e indeferir o pedido de registro de
candidatura, visto que o candidato teve suas contas rejeitadas pelo órgão competente,
fundamentada em ato que configura improbidade administrativa dolosa e ainda não teve
decisão judicial suspendendo nem anulando a rejeição de contas.
d) A Justiça Eleitoral deverá rejeitar a impugnação e deferir o pedido de registro de
candidatura, visto que o candidato judicializou o julgamento das contas e a questão ainda
não foi decidida pelo poder judiciário.
e) Se a Câmara de Vereadores não tivesse julgado as contas do Prefeito, caberia ao juiz
eleitoral aferir a causa de inelegibilidade, tomando como parâmetro as informações contidas
no Parecer do Tribunal de Contas dos Municípios.

> RESPOSTA: Alternativa C.

>> COMENTÁRIOS:

A questão aborda a inelegibilidade em razão da rejeição de contas relativas ao


exercício de cargos ou funções públicas. Segundo a alínea g do inciso I do art. 1ª da LC 64\97,
são inelegíveis os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas
rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa,
e por decisão irrecorrível do órgão competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada
pelo Poder Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes, contados
a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II do art. 71 da Constituição
Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem exclusão de mandatários que houverem agido
nessa condição. Desse modo, conforme a referida disposição normativa, o órgão competente
deverá proferir decisão irrecorrível rejeitando as contas e este fato só deixará de ocasionar a
inelegibilidade, caso haja alguma decisão do Poder Judiciário suspendendo o julgamento ou
anulando, não basta, portanto a simples judicialização da questão.

No caso, o órgão responsável pelo julgamento das contas do Prefeito é a Câmara


Municipal, após parecer prévio do Tribunal de Contas dos Municípios, conforme foi decidido
pelo STF no julgamento dos REx 84826 e 729744, em 10 de agosto de 2016, com repercussão
geral reconhecida. Importante registrar que o parecer do Tribunal de Contas só deixará de
prevalecer por rejeição de 2\3 dos membros da Casa Legislativa. No REx 729744 também ficou
consignado que, em caso de omissão da câmara Municipal, o parecer emitido pelo Tribunal de
Contas não gera a inelegibilidade.

Outro ponto a ser observado é o fundamento da rejeição de contas, conforme o


dispositivo legal citado. Apenas gerará a inelegibilidade a rejeição de contas por irregularidade
insanável que configure ato doloso de improbidade administrativa.

Feitas essas ponderações, é possível responder ao caso exposto.

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Alternativa A: FALSA. A Justiça Eleitoral é o órgão judicial competente para decidir se
o fundamento da rejeição de contas enseja a inelegibilidade. Desse modo, a rejeição de contas
pelo órgão competente não enseja a inelegibilidade de forma automática. Cabe ao juízo eleitoral
verificar se o fundamento da rejeição das contas pelo órgão competente gera a inelegibilidade. O
candidato será inelegível se as contas forem rejeitadas pela prática de irregularidade insanável
que configura ato de improbidade administrativa. No caso concreto, a rejeição das contas foi
originada de um ato de improbidade administrativa, qual seja a ordenação de despesa não
prevista em lei orçamentária (art. 9, IX, da Lei 8429\92), portanto, não há o que se falar em
irregularidade sanável como sugere a assertiva. Ademais, o TSE, julgado do Recurso Especial
Eleitoral nº104-03, em 03\11\2016, entendeu que para enquadramento na alínea g do inciso I
do art. 1º da LC 64\97, é suficiente a identificação do dolo genérico caracterizado pela simples
vontade de praticar a conduta que enseja a irregularidade insanável. Consignou ainda que
eventual devolução integral ou parcial do valor recebido indevidamente não tem o condão de
afastar a incidência da inelegibilidade.

Portanto, no caso analisado, a Justiça Eleitoral deverá acolher a impugnação e


indeferir o registro de candidatura do atual Prefeito, visto que está inelegível e não há decisão
judicial suspendendo a decisão da Câmara de Vereadores.

Alternativa B: FALSA. Conforme exposto na explicação da Alternativa A, a assertiva


está errada, visto que a Justiça Eleitoral não está vinculada à simples rejeição das contas pela
Câmara Municipal. Cabe à Justiça Eleitoral verificar se o fundamento da rejeição de contas enseja
a inelegibilidade no caso concreto (Recurso Especial Eleitoral n 104-03, julgado pelo Pleno do
TSE, em 03\11\2016). Este entendimento impede que o Prefeito venha a se tornar inelegível
por alguma perseguição política de opositores na Câmara de Vereadores, visto que é possível
rejeitar Parecer do Tribunal de Contas por 2\3 dos votos.

Alternativa C: VERDADEIRA. Conforme exposto na explicação da Alternativa A e nos


comentários prévios às assertivas, o Prefeito encontra-se inelegível face à rejeição de suas
contas pelo órgão competente (Câmara de Vereadores) por ato que configura ato doloso de
improbidade administrativa e não há decisão judicial suspendendo ou anulando o julgamento
das contas. Portanto, conforme exposto, ele deverá ter seu registro de candidatura indeferido.

Alternativa D: FALSA. A mera judicialização do julgamento das contas não enseja a


suspensão da causa de inelegibilidade, exigindo a lei que haja uma decisão judicial anulando
ou suspendendo a decisão de rejeição das contas.

Alternativa E: FALSA. Conforme exposto nos comentários prévios às assertivas, o


STF, no julgamento do Recurso Extraordinário nº 729744, em 10\08\2016, com repercussão
geral reconhecida, entendeu que a omissão no julgamento das contas pelo órgão competente,
o parecer emitido pelo Tribunal de Contas não gera a inelegibilidade. Logo, a assertiva está
errada.

58
>>> ALTERNATIVA CORRETA: C.

59
DIREITO CIVIL
PROFA. CINTIA CAMPOS

26 – QUESTÃO:

Sobre o instituto do bem de família, assinale a alternativa correta:

a) A impenhorabilidade do bem de família não pode ser oposta ao credor de pensão alimentícia
decorrente de vínculo familiar ou de ato ilícito.
b) A proteção de impenhorabilidade do bem de família alcança apenas o imóvel da família,
não se estendendo aos bens móveis que lá estejam.
c) Se o único imóvel residencial do devedor estiver locado a terceiros, perderá a condição
especial de impenhorabilidade.
d) A vaga de garagem, mesmo que possua matrícula própria no registro de imóveis, constitui
bem de família para efeito de penhora.
e) A proteção de impenhorabilidade do bem de família alcança o imóvel pertencente aos
casais, homossexuais ou heterossexuais, e às pessoas separadas e viúvas, mas não às
solteiras.

> RESPOSTA: Alternativa A.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: Nesse sentido, é o posicionamento do STJ:

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE


INDENIZAÇÃO POR ACIDENTE DE VEÍCULO. IMPUGNAÇÃO À PENHORA.
PRESTAÇÃO ALIMENTÍCIA. EXCEÇÃO À PROTEÇÃO AO BEM DE FAMÍLIA.
CABIMENTO. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
1. O acolhimento da pretensão recursal, a fim de afastar o entendimento
do acórdão estadual de que penhora é decorrente de indenização de
acidente, demandaria a alteração das premissas fático-probatórias
estabelecidas pelo acórdão recorrido, com o revolvimento das provas
carreadas aos autos, o que é vedado em sede de recurso especial, nos
termos da Súmula 7 do STJ.
2. A jurisprudência deste Sodalício ao interpretar o artigo 3º, inciso III, da
Lei 8.009/90, assevera a irrelevância da origem da obrigação alimentícia,
não importando se decorre de relação familiar ou se é proveniente de
indenização por ato ilícito.
3. Ao repisar os fundamentos do recurso especial, a parte agravante não
trouxe, nas razões do agravo regimental, argumentos aptos a modificar

60
a decisão agravada, que deve ser mantida por seus próprios e jurídicos
fundamentos.
4. Agravo regimental a que se nega provimento.
(AgRg no AREsp 516.272/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA
TURMA, julgado em 03/06/2014, DJe 13/06/2014)

Alternativa B: Contrário ao enunciado legal, contido no parágrafo único do artigo


primeiro da lei n. 8009/90: A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam
a construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos,
inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados.

Alternativa C: Assertiva contrária ao posicionamento do STJ: “É impenhorável o único


imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros, desde que a renda obtida com a
locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família” (Súmula n. 486/STJ).

Alternativa D: Assertiva contrária ao posicionamento do STJ: “A vaga de garagem


que possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui bem de família para efeito de
penhora” (Súmula n. 449/STJ).

Alternativa E: Assertiva contrária ao posicionamento do STJ: “O conceito de


impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas
solteiras, separadas e viúvas” (Súmula n. 364/STJ).

>>> ALTERNATIVA CORRETA: A.

27 - QUESTÃO:

Sobre responsabilidade civil, assinale a alternativa errada:

a) A responsabilidade civil dos danos ambientais não possui caráter punitivo imediato, pois
a punição é função que incumbe ao direito penal e administrativo.
b) As instituições bancárias respondem objetivamente pelos danos causados por fraudes
ou delitos praticados por terceiros - como, por exemplo, abertura de contracorrente ou
recebimento de empréstimos mediante fraude ou utilização de documentos falsos -,
porquanto tal responsabilidade decorre do risco do empreendimento, caracterizando-se
como fortuito interno.
c) a configuração do dano moral coletivo pressupõe a demonstração da prática de ato ilícito
de razoável relevância que afete verdadeiramente toda a coletividade, pois do contrário
estar-se-ia impondo mais um custo às sociedades empresárias.
d) O dano moral coletivo é aferível in re ipsa, ou seja, sua configuração decorre da mera
constatação da prática de conduta ilícita que, de maneira injusta e intolerável, viole direitos
de conteúdo extrapatrimonial da coletividade, revelando-se despicienda a demonstração de

61
prejuízos concretos ou de efetivo abalo moral.
e) O STJ não admite a condenação por dano moral coletivo na hipótese de lesão ao erário
por ato de improbidade administrativa, uma vez que esse sistema possui sanções próprias, a
exemplo de multa e ressarcimento do dano.

> RESPOSTA: Alternativa E.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: Posicionamento adotado pelo STJ no julgamento do REsp 1354536/SE

RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANO AMBIENTAL. RECURSO ESPECIAL


REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C DO CPC. DANOS
DECORRENTES DE VAZAMENTO DE AMÔNIA NO RIO SERGIPE. ACIDENTE
AMBIENTAL OCORRIDO EM OUTUBRO DE 2008.
1. Para fins do art. 543-C do Código de Processo Civil: a) para demonstração
da legitimidade para vindicar indenização por dano ambiental que
resultou na redução da pesca na área atingida, o registro de pescador
profissional e a habilitação ao benefício do seguro-desemprego, durante
o período de defeso, somados a outros elementos de prova que permitam
o convencimento do magistrado acerca do exercício dessa atividade, são
idôneos à sua comprovação; b) a responsabilidade por dano ambiental
é objetiva, informada pela teoria do risco integral, sendo o nexo de
causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se integre na
unidade do ato, sendo descabida a invocação, pela empresa responsável
pelo dano ambiental, de excludentes de responsabilidade civil para
afastar a sua obrigação de indenizar; c) é inadequado pretender conferir
à reparação civil dos danos ambientais caráter punitivo imediato, pois a
punição é função que incumbe ao direito penal e administrativo;
d) em vista das circunstâncias específicas e homogeneidade dos efeitos
do dano ambiental verificado no ecossistema do rio Sergipe - afetando
significativamente, por cerca de seis meses, o volume pescado e a renda
dos pescadores na região afetada -, sem que tenha sido dado amparo
pela poluidora para mitigação dos danos morais experimentados e
demonstrados por aqueles que extraem o sustento da pesca profissional,
não se justifica, em sede de recurso especial, a revisão do quantum
arbitrado, a título de compensação por danos morais, em R$ 3.000,00
(três mil reais); e) o dano material somente é indenizável mediante prova
efetiva de sua ocorrência, não havendo falar em indenização por lucros
cessantes dissociada do dano efetivamente demonstrado nos autos;
assim, se durante o interregno em que foram experimentados os efeitos
do dano ambiental houve o período de “defeso” - incidindo a proibição

62
sobre toda atividade de pesca do lesado -, não há cogitar em indenização
por lucros cessantes durante essa vedação; f) no caso concreto, os
honorários advocatícios, fixados em 20% (vinte por cento) do valor da
condenação arbitrada para o acidente - em atenção às características
específicas da demanda e à ampla dilação probatória -, mostram-se
adequados, não se justificando a revisão, em sede de recurso especial.
2. Recursos especiais não providos.
(REsp 1354536/SE, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA
SEÇÃO, julgado em 26/03/2014, DJe 05/05/2014)

Alternativa B: Posicionamento adotado pelo STJ:

RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. JULGAMENTO


PELA SISTEMÁTICA DO ART. 543-C DO CPC. RESPONSABILIDADE CIVIL.
INSTITUIÇÕES BANCÁRIAS. DANOS CAUSADOS POR FRAUDES E DELITOS
PRATICADOS POR TERCEIROS. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. FORTUITO
INTERNO. RISCO DO EMPREENDIMENTO.
1. Para efeitos do art. 543-C do CPC: As instituições bancárias respondem
objetivamente pelos danos causados por fraudes ou delitos praticados
por terceiros - como, por exemplo, abertura de conta-corrente ou
recebimento de empréstimos mediante fraude ou utilização de
documentos falsos -, porquanto tal responsabilidade decorre do risco
do empreendimento, caracterizando-se como fortuito interno.
2. Recurso especial provido.
(REsp 1199782/PR, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA
SEÇÃO, julgado em 24/08/2011, DJe 12/09/2011)

Alternativa C: Posicionamento adotado pelo STJ:

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL


PÚBLICA. DESCUMPRIMENTO DO DEVER DE INFORMAR. DANOS MORAIS
COLETIVOS. AUSÊNCIA DE ABALO A TODA COLETIVIDADE. DANOS
MATERIAIS. INEXISTÊNCIA. INVIÁVEL MODIFICAR AS CONCLUSÕES DO
ACÓRDÃO A QUO. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS N. 7 E 83 DO STJ. AGRAVO
DESPROVIDO.
1. A condenação à indenização por dano moral coletivo em ação civil
pública deve ser imposta somente aos atos ilícitos de razoável relevância
e que acarretem verdadeiros sofrimentos a toda coletividade, pois do
contrário estar-se-ia impondo mais um custo às sociedades empresárias.
Precedentes. Incidência da Súmula 83/STJ.
2. As instâncias ordinárias, soberanas na análise do acervo probatório
dos autos, consignaram não ter havido prova da ocorrência de danos,

63
sejam eles materiais ou morais, capazes de ensejar a condenação à
reparação civil, pois não se comprovou o dano aos correntistas, tendo
em vista as isenções de tarifas, bem como não houve dificuldade
oposta pela casa bancária para transferência dos vencimentos para as
instituições financeiras escolhidas pelos servidores públicos. Infirmar
tais conclusões demandaria o reexame de provas, atraindo a aplicação
da Súmula 7/STJ.
3. Agravo interno desprovido.
(AgInt no AREsp 964.666/RJ, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE,
TERCEIRA TURMA, julgado em 25/10/2016, DJe 11/11/2016)

Alternativa D: Posicionamento adotado pelo STJ:

RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DIGNIDADE DE CRIANÇAS E


ADOLESCENTES OFENDIDA POR QUADRO DE PROGRAMA TELEVISIVO.
DANO MORAL COLETIVO. EXISTÊNCIA.
1. O dano moral coletivo é aferível in re ipsa, ou seja, sua configuração
decorre da mera constatação da prática de conduta ilícita que, de maneira
injusta e intolerável, viole direitos de conteúdo extrapatrimonial da
coletividade, revelando-se despicienda a demonstração de prejuízos
concretos ou de efetivo abalo moral. Precedentes.
2. Na espécie, a emissora de televisão exibia programa vespertino
chamado “Bronca Pesada”, no qual havia um quadro que expunha a
vida e a intimidade de crianças e adolescentes cuja origem biológica
era objeto de investigação, tendo sido cunhada, inclusive, expressão
extremamente pejorativa para designar tais hipervulneráveis.
3. A análise da configuração do dano moral coletivo, na espécie, não
reside na identificação de seus telespectadores, mas sim nos prejuízos
causados a toda sociedade, em virtude da vulnerabilização de crianças e
adolescentes, notadamente daqueles que tiveram sua origem biológica
devassada e tratada de forma jocosa, de modo a, potencialmente, torná-
los alvos de humilhações e chacotas pontuais ou, ainda, da execrável
violência conhecida por bullying.
4. Como de sabença, o artigo 227 da Constituição da República de
1988 impõe a todos (família, sociedade e Estado) o dever de assegurar
às crianças e aos adolescentes, com absoluta prioridade, o direito
à dignidade e ao respeito e de lhes colocar a salvo de toda forma de
discriminação, violência, crueldade ou opressão.
5. No mesmo sentido, os artigos 17 e 18 do ECA consagram a inviolabilidade
da integridade física, psíquica e moral das crianças e dos adolescentes,
inibindo qualquer tratamento vexatório ou constrangedor, entre outros.
6. Nessa perspectiva, a conduta da emissora de televisão - ao exibir

64
quadro que, potencialmente, poderia criar situações discriminatórias,
vexatórias, humilhantes às crianças e aos adolescentes - traduz flagrante
dissonância com a proteção universalmente conferida às pessoas em
franco desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, donde
se extrai a evidente intolerabilidade da lesão ao direito transindividual
da coletividade, configurando-se, portanto, hipótese de dano moral
coletivo indenizável, razão pela qual não merece reforma o acórdão
recorrido.
7. Quantum indenizatório arbitrado em R$ 50.000,00 (cinquenta mil
reais). Razoabilidade e proporcionalidade reconhecidas.
8. Recurso especial não provido.
(REsp 1517973/PE, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA,
julgado em 16/11/2017, DJe 01/02/2018)

Alternativa E: Posição contrária à adotada pelo STJ:

ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. DANO AO ERÁRIO.


MULTA CIVIL. DANO MORAL. POSSIBILIDADE. PRESCRIÇÃO.
1. Afastada a multa civil com fundamento no princípio da
proporcionalidade, não cabe se alegar violação do artigo 12, II, da LIA por
deficiência de fundamentação, sem que a tese tenha sido anteriormente
suscitada. Ocorrência do óbice das Súmulas 7 e 211/STJ.
2. “A norma constante do art. 23 da Lei nº 8.429 regulamentou
especificamente a primeira parte do § 5º do art. 37 da Constituição
Federal. À segunda parte, que diz respeito às ações de ressarcimento ao
erário, por carecer de regulamentação, aplica-se a prescrição vintenária
preceituada no Código Civil (art. 177 do CC de 1916)” ? REsp 601.961/
MG, Rel. Min. João Otávio de Noronha, DJU de 21.08.07.
3. Não há vedação legal ao entendimento de que cabem danos morais
em ações que discutam improbidade administrativa seja pela frustração
trazida pelo ato ímprobo na comunidade, seja pelo desprestígio efetivo
causado à entidade pública que dificulte a ação estatal.
4. A aferição de tal dano deve ser feita no caso concreto com base em
análise detida das provas dos autos que comprovem efetivo dano à
coletividade, os quais ultrapassam a mera insatisfação com a atividade
administrativa.
5. Superado o tema da prescrição, devem os autos retornar à origem
para julgamento do mérito da apelação referente ao recorrido Selmi
José Rodrigues e quanto à ocorrência e mensuração de eventual dano
moral causado por ato de improbidade administrativa.
6. Recurso especial conhecido em parte e provido também em parte.
(REsp 960.926/MG, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA,

65
julgado em 18/03/2008, DJe 01/04/2008)

>>> ALTERNATIVA CORRETA: E.

28 – QUESTÃO:

Sobre regime sucessório, responsa a alternativa correta:

a) No sistema constitucional vigente, é inconstitucional a distinção de regimes sucessórios


entre cônjuges e companheiros, devendo ser aplicado, em ambos os casos, o regime previsto
no Código Civil para a união estável.
b) Concorrendo à herança do falecido, irmãos bilaterais com irmãos unilaterais, cada um
destes herdará de forma igualitária.
c) Não sobrevivendo cônjuge, ou companheiro, nem parente algum sucessível, ou tendo eles
renunciado a herança, está se devolve ao Estado.
d) Calcula-se a legítima sobre o valor dos bens existentes na abertura da sucessão, abatidas
as dívidas e as despesas do funeral, adicionando-se, em seguida, o valor dos bens sujeitos a
colação.
e) Não pode o testador estabelecer cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade, e de
incomunicabilidade, sobre os bens da legítima.

> RESPOSTA: Alternativa D.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: O STJ adotou entendimento de que em ambas hipóteses, matrimônio


e união estável, devem ser aplicados o regime previsto para o primeiro. Vejamos:

RECURSO ESPECIAL. CIVIL. SUCESSÕES. ARROLAMENTO DE BENS.


EX-COMPANHEIRA. DESCOMPASSO ENTRE SUCESSÃO DE CÔNJUGE
E SUCESSÃO DE COMPANHEIRO. HABILITAÇÃO NO INVENTÁRIO
DEVIDA. DIREITO AO USUFRUTO VIDUAL. NÃO CABIMENTO.
INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 1.790 DO CÓDIGO CIVIL DE 2002.
SUCESSÃO QUE DEVE OBSERVAR O REGIME ESTABELECIDO NO ART.
1.829 DO CC/2002. RECURSO PROVIDO.
1. Referida controvérsia foi enfrentada recentemente pelo colendo
Supremo Tribunal Federal, no julgamento dos Recursos Extraordinários
646.721/RS e 878.694/MG, em que se declarou incidentalmente a
inconstitucionalidade do art. 1.790 do Código Civil de 2002, em que
se propôs a seguinte tese: “No sistema constitucional vigente, é
inconstitucional a distinção de regimes sucessórios entre cônjuges
e companheiros, devendo ser aplicado, em ambos os casos, o regime

66
estabelecido no art. 1.829 do Código Civil de 2002.” 2. O recurso especial
deve ser provido apenas para negar o direito da recorrida ao usufruto
vidual, mantendo-a habilitada nos autos do arrolamento/inventário,
devendo ser observados e conferidos a ela os direitos assegurados pelo
CC/2002 aos cônjuges sobreviventes, conforme o que for apurado nas
instâncias ordinárias acerca de eventual direito real de habitação.
3. Recurso especial provido.
(REsp 1139054/PR, Rel. Ministro LÁZARO GUIMARÃES (DESEMBARGADOR
CONVOCADO DO TRF 5ª REGIÃO), QUARTA TURMA, julgado em 06/02/2018,
DJe 09/02/2018)

Alternativa B: Enunciado traz disposição dissonante ao texto legal: Art. 1.841 do CC.
Concorrendo à herança do falecido irmãos bilaterais com irmãos unilaterais, cada um destes
herdará metade do que cada um daqueles herdar.

Alternativa C: Enunciado traz disposição dissonante ao texto legal: Art. 1.844 do


CC. Não sobrevivendo cônjuge, ou companheiro, nem parente algum sucessível, ou tendo eles
renunciado a herança, esta se devolve ao Município ou ao Distrito Federal, se localizada nas
respectivas circunscrições, ou à União, quando situada em território federal.

Alternativa D: Enunciado previsto no art. 1847 do CC.

Alternativa E: Enunciado traz disposição dissonante ao texto legal: Art. 1.848. Salvo
se houver justa causa, declarada no testamento, não pode o testador estabelecer cláusula de
inalienabilidade, impenhorabilidade, e de incomunicabilidade, sobre os bens da legítima.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: D.

29 – QUESTÃO:

Sobre os institutos da tutela e da curatela, assinale a alternativa correta:

a) Os filhos menores são postos em tutela: com o falecimento dos pais, ou sendo estes
julgados ausentes; ou em caso de os pais decaírem do poder familiar.
b) Não podem ser tutores e serão exonerados da tutela, caso a exerçam, os que foram
condenados por crime de furto, roubo, estelionato, falsidade, contra a família ou os costumes,
desde que tenha sido fixada pena privativa de liberdade.
c) Os maiores de setenta anos podem escusar-se da tutela.
d) O juiz não poderá estabelecer curatela compartilhada a mais de uma pessoa.
e) A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege
pelo menos 3 (três) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua
confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-

67
lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade.

> RESPOSTA: Alternativa A.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: Alternativa corresponde ao art. 1728 do CC.

Alternativa B: Enunciado contrário ao texto legal: Art. 1.735, IV, do CC: Não podem
ser tutores e serão exonerados da tutela, caso a exerçam: IV - os condenados por crime de furto,
roubo, estelionato, falsidade, contra a família ou os costumes, tenham ou não cumprido pena;

Alternativa C: Enunciado contrário ao texto legal: Art. 1736. Podem escusar-se da


tutela: II - maiores de sessenta anos.

Alternativa D: Enunciado contrário ao texto legal: Art. 1.775-A. Na nomeação de


curador para a pessoa com deficiência, o juiz poderá estabelecer curatela compartilhada a mais
de uma pessoa.

Alternativa E: Enunciado contrário ao texto legal: Art. 1783-A do CC: A tomada de


decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 3 (três)
pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-
lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e
informações necessários para que possa exercer sua capacidade.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: A.

30 – QUESTÃO:

Sobre os regimes de bens entre os cônjuges, assinale a alternativa incorreta:

a) É obrigatório o regime da separação absoluta de bens no casamento das pessoas que o


contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento.
b) Nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação
absoluta, prestar fiança ou aval.  Quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, cabe
ao juiz suprir a outorga.
c) Não estão incluídos na comunhão, no regime de comunhão parcial de bens, os bens
adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior.
d) No regime da comunhão parcial, presumem-se adquiridos na constância do casamento os
bens móveis, quando não se provar que o foram em data anterior.
e) No regime de participação final nos aquestos, cada cônjuge possui patrimônio próprio, e
lhe cabe, à época da dissolução da sociedade conjugal, direito à metade dos bens adquiridos

68
pelo casal, a título oneroso, na constância do casamento.

> RESPOSTA: Alternativa C.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: Alternativa em consonância ao art. 1641, I, do CC.

Alternativa B: Alternativa em consonância aos arts. 1647, III, e 1648, do CC.

Alternativa C: Alternativa em dissonância ao art. 1660, II, do CC. Art. 1.660. Entram
na comunhão: II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou
despesa anterior.

Alternativa D: Alternativa em consonância ao art. 1662, III, do CC.

Alternativa E: Alternativa em consonância ao art. 1672, do CC.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: C.

31 – QUESTÃO:

Sobre as causas suspensivas do casamento, assinale a alternativa correta:

a) Não devem se casar o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem
o foi do adotante.
b) Não devem se casar o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa
de homicídio contra o seu consorte.
c) Não devem se casar o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não
fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros.
d) Não devem se casar a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter
sido anulado, até nove meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade
conjugal.
e) Não devem se casar o divorciado, enquanto não houver sido homologada a partilha dos
bens do casal e os alimentos devidos entre os cônjuges.

> RESPOSTA: Alternativa C.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: Constitui causa impeditiva do casamento, consoante o art. 1521, I, do


CC.

69
Alternativa B: Constitui causa impeditiva do casamento, consoante o art. 1521, VII,
do CC.

Alternativa C: Alternativa em consonância ao art. 1523, I, do CC.

Alternativa D: Alternativa em dissonância ao art. 1523, II, do CC. Art. 1.523. Não devem
casar: II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez
meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal.

Alternativa E: Alternativa em dissonância ao art. 1523, III, do CC. Art. 1.523. Não
devem casar: III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha
dos bens do casal.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: C.

32 – QUESTÃO:

Sobre o instituto da usucapião, assinale a alternativa correta:

a) Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, com justo título e boa-fé,
possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade.
b) Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco
anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a duzentas e
cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua
moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
c) Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados,
por cinco anos ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua
família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou
rural.
d) Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com
exclusividade, sobre imóvel urbano de até cinquenta metros quadrados cuja propriedade
divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua
moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário
de outro imóvel urbano ou rural.
e) Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente,
independente de justo título e boa-fé, o possuir por dez anos.

> RESPOSTA: Alternativa C.

>> COMENTÁRIOS:

70
Alternativa A: Alternativa em dissonância ao art. 1.238, do CC: Aquele que, por quinze
anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade,
independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por
sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.

Alternativa B: Alternativa em dissonância ao art. 1.239, do CC: Aquele que, não sendo
proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem
oposição, área de terra em zona rural não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva
por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade

Alternativa C: Assertiva reproduz o art. 1.240, do CC.

Alternativa D: Alternativa em dissonância ao art. 1.240-A do CC: Aquele que exercer,


por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre
imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida
com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de
sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel
urbano ou rural.

Alternativa E: Alternativa em dissonância ao art. 1.242 do CC: Adquire também a


propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o
possuir por dez anos.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: C.

33 – QUESTÃO:

Sobre as associações e fundações, assinale a alternativa correta:

a) As fundações são instituídas por escritura pública ou testamento, com a dotação de bens
livres, declarando a sua finalidade, que somente pode ser religiosa, moral, cultural ou de
assistência.
b) As associações são constituídas por uma união de pessoas que se organizam para fins
econômicos ou não econômicos, através de um estatuto social.
c) A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em
procedimento judicial de jurisdição voluntária que assegure direito de defesa e de recurso,
nos termos previstos no estatuto.
d) Em relação às fundações, caberá ao Ministério Público Federal velar por elas caso a
fundação atue em mais de um estado.
e) O estatuto da fundação poderá ser elaborado pelo Ministério Público, se não for elaborado
no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, se não fizer em cento e oitenta
dias.

71
> RESPOSTA: Alternativa E.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: Alternativa em dissonância ao parágrafo único, do art. 60 do CC: A


fundação somente poderá constituir-se para fins de: assistência social; cultura, defesa
e conservação do patrimônio histórico e artístico; educação; saúde; segurança
alimentar e nutricional; defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção
do desenvolvimento sustentável; pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias
alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e
conhecimentos técnicos e científicos; promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos
direitos humanos; e atividades religiosas.

Alternativa B: Alternativa em dissonância ao art. 53, do CC: Constituem-se as


associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos.

Alternativa C: Alternativa em dissonância ao art. 50, do CC: A exclusão do associado


só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito
de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto.

Alternativa D: Alternativa em dissonância ao art. 66, parágrafo segundo, do CC: Art.


66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. §2o. Se estenderem a
atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério
Público.

Alternativa E: Alternativa em consonância ao art. 65, parágrafo único, do CC.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: E.

34 – QUESTÃO:

Assinale a alternativa que não corresponde a uma súmula do STJ:

a) A obrigação alimentar dos avós tem natureza complementar e subsidiária, somente se


configurando no caso de impossibilidade total ou parcial de seu cumprimento pelos pais.
b) É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação.
c) São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato.
d) Depende de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de imagem de
pessoa com fins econômicos ou comerciais.
e) É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral.

> RESPOSTA: Alternativa D.

72
>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: Enunciado corresponde à súmula 596 do STJ.

Alternativa B: Enunciado corresponde à súmula 549 do STJ.

Alternativa C: Enunciado corresponde à súmula 37 do STJ.

Alternativa D: Entendimento contrário ao fixado na súmula 403 do STJ: Independe


de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com
fins econômicos ou comerciais

Alternativa E: Enunciado corresponde à súmula 387 do STJ.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: D.

35 – QUESTÃO:

Sobre a classificação dos bens, assinale a alternativa incorreta:

a) Não perdem o caráter de imóveis, as edificações que, separadas do solo, mas conservando
a sua unidade, forem removidas para outro local.
b) São bens móveis os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes.
c) São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente
dos demais.
d) Constitui universalidade de fato o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas
de valor econômico.
e) São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo
duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro.

> RESPOSTA: Alternativa D.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: Enunciado corresponde ao art. 81, I, do CC.

Alternativa B: Enunciado corresponde ao art. 83, II, do CC.

Alternativa C: Enunciado corresponde ao art. 89, do CC.

Alternativa D: Entendimento contrário ao disposto no art. 91 do CC: Constitui


universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor

73
econômico.

Alternativa E: Enunciado corresponde ao art. 93, do CC.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: D.

36 – QUESTÃO:

Sobre os defeitos do negócio jurídico, assinale a alternativa correta:

a) É possível o convalescimento do negócio jurídico se o erro na indicação da pessoa ou da


coisa for suprível pelo seu conteúdo e pelas circunstâncias.
b) Configura-se o instituto da lesão quando alguém, premido da necessidade de salvar-se,
ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação
excessivamente onerosa.
c) Presumem-se em fraude contra credores os negócios ordinários praticados pelo devedor
insolvente, indispensáveis à manutenção de estabelecimento mercantil, rural ou industrial,
ou à subsistência do devedor e de sua família.
d) O falso motivo vicia a declaração de vontade, tornando anulável o negócio jurídico.
e) O dolo do representante convencional de uma das partes só obriga o representado a
responder civilmente até a importância do proveito que teve.

> RESPOSTA: Alternativa A.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: Enunciado corresponde ao art. 142, do CC.

Alternativa B: Entendimento contrário ao disposto no art. 164 do CC: Presumem-


se, porém, de boa-fé e valem os negócios ordinários indispensáveis à manutenção de
estabelecimento mercantil, rural, ou industrial, ou à subsistência do devedor e de sua família.

Alternativa C: Enunciado traz conceito do instituo de estado de perigo, previsto


no art. 156 do CC: Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade
de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume
obrigação excessivamente onerosa.

Alternativa D: Entendimento contrário ao disposto no art. 140 do CC: Art. 140. O falso
motivo só vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante.

Alternativa E: Entendimento contrário ao disposto no art. 149 do CC: O dolo do


representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até

74
a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o
representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: A.

37 – QUESTÃO:

Assinale a alternativa correta, de acordo com as disposições do Código Civil:

a) A validade da declaração de vontade dependerá de forma especial, salvo quando a lei não
exigir expressamente.
b) Em decorrência do princípio da formalidade, o silêncio não poderá ser interpretado como
manifestação de vontade.
c) A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de
não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
d) Nos negócios jurídicos benéficos e na renúncia se atenderá mais à intenção nelas
consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.
e) Quando um negócio jurídico é subordinado ao termo inicial, a aquisição do direito fica
suspensa até a sua implementação.

> RESPOSTA: Alternativa C.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: Enunciado contrário ao disposto no art. 107, do CC: A validade da


declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a
exigir.

Alternativa B: Enunciado contrário ao disposto no art. 111, do CC: O silêncio importa


anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração
de vontade expressa.

Alternativa C: Enunciado corresponde ao art. 110, do CC.

Alternativa D: Entendimento contrário ao disposto no art. 114 do CC: Os negócios


jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente

Alternativa E: Enunciado contrário ao disposto no art. 131, do CC: O termo inicial


suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: C.

75
38 – QUESTÃO:

No que concerne à nulidade e anulabilidade dos atos jurídicos, é correto afirmar:

a) Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-
se a anulação, será este de quatro anos, a contar da data da conclusão do ato.
b) A parte poderá reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a um incapaz, ainda
que não provar que reverteu em proveito dele a importância paga.
c) A invalidade parcial de um negócio jurídico não prejudicará a parte válida, assim como a
invalidade da obrigação principal não implica a das obrigações acessórias.
d) A invalidade dos atos por incapacidade relativa do agente ou por vício resultante de erro,
dolo, coação, simulação ou fraude, não tem efeito antes de julgada por sentença, e poderá
ser pronunciada de ofício pelo juiz.
e) Comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os
limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

> RESPOSTA: Alternativa E.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: Enunciado contrário ao disposto no art. 179, do CC: Quando a lei


dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-se a anulação,
será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.

Alternativa B: Enunciado contrário ao disposto no art. 181, do CC: Ninguém pode


reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a um incapaz, se não provar que reverteu
em proveito dele a importância paga.

Alternativa C: Enunciado contrário ao disposto no art. 184, do CC: Respeitada a


intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o prejudicará na parte
válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica a das obrigações
acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.

Alternativa D: Entendimento contrário ao disposto no art. 177 do CC: A anulabilidade


não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício; só os interessados
a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de solidariedade
ou indivisibilidade.

Alternativa E: Enunciado corresponde ao art. 187, do CC.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: E.

76
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
PROFA. NAYARA CAMPOS

39 – QUESTÃO:

Assinale a opção incorreta, de acordo com o disposto no Novo Código de Processo Civil:

a) A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser


estimulados pelos membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.
b) O conciliador atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre
as partes, podendo sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo
de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem.
c) O conciliador e o mediador ficam impedidos, pelo prazo de 1 (um) ano, contado do término
da última audiência em que atuaram, de assessorar, representar ou patrocinar qualquer das
partes.
d) É vedada a aplicação de técnicas negociais, ainda que com o objetivo de proporcionar
ambiente favorável à autocomposição.
e) As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o mediador ou a câmara
privada de conciliação e de mediação, sendo que os conciliadores ou mediadores poderão
ou não estar cadastrados no tribunal.

> RESPOSTA: Alternativa D.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: CORRETA. A questão aborda o tema conciliação e mediação no NCPC,


cujos artigos são de leitura obrigatória pelo candidato. Vejamos alguns pontos principais, que
foram abordados na pergunta.

Art.2º, § 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução


consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados,
defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso
do processo judicial.

Alternativa B: CORRETA. Um dos assuntos que frequentemente cai em concursos


públicos é a diferenciação entre conciliação e mediação, o que é tratado de forma específica no
NCPC. Vejamos.

Art.165, § 2o O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos


em que não houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir
soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de

77
constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem.
§ 3o O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que
houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados
a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que
eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si
próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos.

Alternativa C: CORRETA. O NCPC estipula uma “quarentena” para os mediadores e


conciliadores, de forma que estarão impedidos de atuar em favor das partes pelo prazo de 1
ano, contado da ultima audiência.

Art. 172. O conciliador e o mediador ficam impedidos, pelo prazo de 1


(um) ano, contado do término da última audiência em que atuaram, de
assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes.

Alternativa D: ERRADA. A negociação é uma das técnicas de autocomposição, na


qual as próprias partes, através de conversas diretas, fazem propostas e contrapropostas para
se chegar a uma solução satisfatória para todos os envolvidos.

A adoção de técnicas negociais é prevista no NCPC, com objetivo de tornar o ambiente


favorável à autocomposição. Como exemplo de tais técnicas, podemos citar o pleno poder das
partes como consequência da autonomia privada, a solução sempre consensual, a informação
completa acerca dos fatos, a confidencialidade, o conhecimento real do conflito, etc.

Art. 166. A conciliação e a mediação são informadas pelos princípios


da independência, da imparcialidade, da autonomia da vontade,
da confidencialidade, da oralidade, da informalidade e da decisão
informada.
§ 1º A confidencialidade estende-se a todas as informações produzidas
no curso do procedimento, cujo teor não poderá ser utilizado para fim
diverso daquele previsto por expressa deliberação das partes.
§ 2º Em razão do dever de sigilo, inerente às suas funções, o conciliador
e o mediador, assim como os membros de suas equipes, não poderão
divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos da conciliação
ou da mediação.
§ 3º Admite-se a aplicação de técnicas negociais, com o objetivo de
proporcionar ambiente favorável à autocomposição.
§ 4º A mediação e a conciliação serão regidas conforme a livre autonomia
dos interessados, inclusive no que diz respeito à definição das regras
procedimentais.

Alternativa E: CORRETA. É o que dispõe o NCPC:

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Art. 168. As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o
mediador ou a câmara privada de conciliação e de mediação.
§ 1º O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou não
estar cadastrado no tribunal.
§ 2º Inexistindo acordo quanto à escolha do mediador ou conciliador,
haverá distribuição entre aqueles cadastrados no registro do tribunal,
observada a respectiva formação.
§ 3º Sempre que recomendável, haverá a designação de mais de um
mediador ou conciliador.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: D.

40 – QUESTÃO:

Assinale a alternativa correta, acerca da competência interna:

a) Determina-se a competência no momento citação, sendo irrelevantes as modificações


do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão
judiciário ou alterarem a competência absoluta.
b) No caso de intervenção da União, os autos serão remetidos ao juízo federal, ainda se houver
pedido cuja apreciação seja de competência do juízo perante o qual foi proposta a ação.
c) A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, mas cujo juízo
tem competência relativa, podendo o autor optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro
de eleição.
d) Quando houver continência e a ação contida tiver sido proposta anteriormente, no
processo relativo à ação continente será proferida sentença sem resolução de mérito, caso
contrário, as ações serão necessariamente reunidas.
e) Havendo execução de título extrajudicial e ação de conhecimento relativa ao mesmo ato
jurídico, serão reputadas conexas as ações, sendo reunidas para decisão conjunta, salvo se
uma deles já houver sido sentenciada.

> RESPOSTA: Alternativa E.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: INCORRETA. Segundo o princípio da “perpetuatio jurisdictionis”, uma


vez determinada a competência, são irrelevantes as modificações ocorridas no estado de fato
ou de direito. Segundo o novo Código, considera-se o momento do registro ou da distribuição
para a determinação da competência. Ressalta-se, porém, que existem exceções legalmente
previstas, quais sejam, a supressão de órgão judiciário e a alteração de competência absoluta.

79
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da
distribuição da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do
estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando
suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta.

Alternativa B: INCORRETA. Havendo pedido de competência do juízo no qual foi


proposta a ação, este resolverá apenas sobre referido pleito, não enviando os autos ao juízo
competente. Vejamos.

Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão


remetidos ao juízo federal competente se nele intervier a União, suas
empresas públicas, entidades autárquicas e fundações, ou conselho
de fiscalização de atividade profissional, na qualidade de parte ou de
terceiro interveniente, exceto as ações:
I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de
trabalho;
II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho.
§ 1º Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja
de competência do juízo perante o qual foi proposta a ação.
§ 2º Na hipótese do § 1o, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos
em razão da incompetência para apreciar qualquer deles, não examinará
o mérito daquele em que exista interesse da União, de suas entidades
autárquicas ou de suas empresas públicas.
§ 3º O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar
conflito se o ente federal cuja presença ensejou a remessa for excluído
do processo.

Alternativa C: INCORRETA. Ação possessória tem competência absoluta no foro de


situação da coisa.

Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é


competente o foro de situação da coisa.
§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de
eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança,
servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
§ 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da
coisa, cujo juízo tem competência absoluta.

Alternativa D: INCORRETA. A alternativa troca os conceitos trazidos no art.57, CPC.


Vejamos:

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Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver
identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma,
por ser mais amplo, abrange o das demais.

Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido


proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida será
proferida sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações
serão necessariamente reunidas.

Alternativa E: CORRETA. Aplica-se o instituto da conexão para o caso de execução de


titulo extrajudicial e ação de conhecimento relativa ao mesmo ato jurídico, conforme abaixo
descrito:

Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for
comum o pedido ou a causa de pedir.
§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta,
salvo se um deles já houver sido sentenciado.
§ 2º Aplica-se o disposto no caput:
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa
ao mesmo ato jurídico;
II - às execuções fundadas no mesmo título executivo.
§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam
gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso
decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: E.

41 – QUESTÃO:

Analise as alternativas a seguir, e assinale a incorreta:

a) Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em
juízo.
b) O juiz nomeará curador especial ao incapaz, enquanto durar a incapacidade, e ao réu preso
revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não constituído
advogado, sendo a curatela especial exercida pela Defensoria Pública.
c) O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação possessória, salvo
quando casados sob o regime de separação absoluta de bens.
d) Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação do autor, o
juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para sanação do vício, após o qual,
permanecendo a parte inerte, o processo será extinto.
e) O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 dias, intervir como fiscal da ordem

81
jurídica nos processos que envolvam interesse de incapaz, e, caso permaneça inerte, caberá
ao juiz requisitar os autos e dar andamento ao processo.

> RESPOSTA: Alternativa C.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: CORRETA. A questão visa trabalhar artigos relacionados à capacidade


de ser parte, bem como a atuação do Ministério Público quando houver envolvimento de
interesse de incapaz na ordem civil.

A assertiva em análise trabalha a “legitimatio ad processum” ou capacidade


processual, que é a capacidade para estar em juízo, e se distingue da “legitimatio ad causam”,
que é a legitimação para a ação. A capacidade processual é um dos pressupostos processuais
necessários para o desenrolar válido de um processo, de forma que sua ausência acarreta a
extinção sem mérito, nos termos do art.485, IV, CPC. Vejamos.

Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem
capacidade para estar em juízo.

Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor
ou por curador, na forma da lei.

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:


IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de
desenvolvimento válido e regular do processo;

Alternativa B: CORRETA. É o que dispõe o CPC:

Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao:


I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste
colidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade;
II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora
certa, enquanto não for constituído advogado.
Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defensoria
Pública, nos termos da lei.

Alternativa C: INCORRETA. A assertiva trabalha a questão da capacidade processual


das pessoas casadas, havendo atualmente regramento específico no CPC.

Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor


ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob

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o regime de separação absoluta de bens.
§ 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:
I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o
regime de separação absoluta de bens;
II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato
praticado por eles;
III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família;
IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção
de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges.
§ 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do
réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por
ambos praticado.
§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos
autos.

Alternativa D: CORRETA. É o que dispõe o art.76, CPC:

Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da


representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo
razoável para que seja sanado o vício.
§ 1º Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância
originária:
I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor;
II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber;
III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo,
dependendo do polo em que se encontre.
§ 2º Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de
justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o relator:
I - não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente;
II - determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência
couber ao recorrido.

Alternativa E: CORRETA. Vejamos a atuação do Ministério Público na defesa da ordem


jurídica, notadamente quando relacionado à presença de incapaz. Neste ponto, ressalta-se que
a incapacidade que impõe a intervenção do MP não é a incapacidade processual, mas sim a
incapacidade civil, de acordo com o regramento do Código Civil.

Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta)


dias, intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em
lei ou na Constituição Federal e nos processos que envolvam:
I - interesse público ou social;
II - interesse de incapaz;

83
III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.
Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si
só, hipótese de intervenção do Ministério Público.

Art.180, § 1º Findo o prazo para manifestação do Ministério Público sem


o oferecimento de parecer, o juiz requisitará os autos e dará andamento
ao processo.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: C.

42 – QUESTÃO:

Assinale a alternativa correta, acerca das despesas e honorários no curso do processo civil:

a) As despesas relativas a ato cuja realização o juiz determinar de ofício ou a requerimento


do Ministério Público, quando sua intervenção ocorrer como fiscal da ordem jurídica, serão
pagas ao final, pelo vencido.
b) São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, desde
que definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente.
c) As despesas de atos adiados ou cuja repetição for necessária ficarão a cargo do órgão do
Ministério Público se, sem justo motivo, houver dado causa ao adiamento ou à repetição.
d) A concessão de gratuidade afasta a responsabilidade do beneficiário pelas despesas
processuais e pelos honorários advocatícios decorrentes de sua sucumbência.
e) Da sentença que indeferir a gratuidade ou que acolher a sua revogação caberá agravo de
instrumento.

> RESPOSTA: Alternativa C.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: INCORRETA. Conforme o CPC, caberá ao autor adiantar referidas


despesas, as quais, ao final, serão suportadas pelo vencido:

Art.82, § 1o Incumbe ao autor adiantar as despesas relativas a ato cuja


realização o juiz determinar de ofício ou a requerimento do Ministério
Público, quando sua intervenção ocorrer como fiscal da ordem jurídica.

Art. 91. As despesas dos atos processuais praticados a requerimento da


Fazenda Pública, do Ministério Público ou da Defensoria Pública serão
pagas ao final pelo vencido.

84
Alternativa B: INCORRETA. Serão devidos honorários também na execução provisó-
ria. Vejamos:

Art.85, § 1o São devidos honorários advocatícios na reconvenção,


no cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução,
resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente.

Alternativa C: CORRETA. É o que dispõe o CPC:

Art. 93. As despesas de atos adiados ou cuja repetição for necessária


ficarão a cargo da parte, do auxiliar da justiça, do órgão do Ministério
Público ou da Defensoria Pública ou do juiz que, sem justo motivo,
houver dado causa ao adiamento ou à repetição.

Alternativa D: INCORRETA. Haverá a condenação do sucumbente pelas despesas e


honorários, mas referidas verbas ficarão com a exigibilidade suspensa.

Art.98, § 2o A concessão de gratuidade não afasta a responsabilidade do


beneficiário pelas despesas processuais e pelos honorários advocatícios
decorrentes de sua sucumbência.
§ 3º Vencido o beneficiário, as obrigações decorrentes de sua sucumbência
ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser
executadas se, nos 5 (cinco) anos subsequentes ao trânsito em julgado
da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de existir
a situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de
gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações do
beneficiário.
§ 4º A concessão de gratuidade não afasta o dever de o beneficiário
pagar, ao final, as multas processuais que lhe sejam impostas.

Alternativa E: INCORRETA. Da sentença que indeferir a gratuidade caberá apelação


(e não agravo de instrumento, o qual somente é cabível se a gratuidade for deferida ou não em
decisão interlocutória). Vejamos:

Art. 101. Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher


pedido de sua revogação caberá agravo de instrumento, exceto quando
a questão for resolvida na sentença, contra a qual caberá apelação.
§ 1º O recorrente estará dispensado do recolhimento de custas até
decisão do relator sobre a questão, preliminarmente ao julgamento do
recurso.
§ 2º Confirmada a denegação ou a revogação da gratuidade, o relator ou
o órgão colegiado determinará ao recorrente o recolhimento das custas

85
processuais, no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de não conhecimento
do recurso.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: C.

43 – QUESTÃO:

Assinale a alternativa correta, a respeito da sucessão das partes e do litisconsórcio:

a) A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos, a título particular, altera a
legitimidade das partes, cabendo ao autor adequar o polo passivo da demanda.
b) O adquirente ou cessionário da coisa litigiosa poderá intervir no processo como assistente
simples do alienante ou cedente, estendendo-se os efeitos da sentença proferida entre as
partes originárias ao adquirente ou cessionário.
c) O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes tanto
na fase de conhecimento, quanto na liquidação de sentença ou na execução, quando este
comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença.
d) O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação
jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes.
e) Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes
distintos, inclusive no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não
prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar.

> RESPOSTA: Alternativa C.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: INCORRETA. Vejamos o que dispõe o NCPC:

Art. 108. No curso do processo, somente é lícita a sucessão voluntária


das partes nos casos expressos em lei.

Art. 109. A alienação da coisa ou do direito litigioso por ato entre vivos,
a título particular, não altera a legitimidade das partes.
§ 1º O adquirente ou cessionário não poderá ingressar em juízo,
sucedendo o alienante ou cedente, sem que o consinta a parte contrária.
§ 2º O adquirente ou cessionário poderá intervir no processo como
assistente litisconsorcial do alienante ou cedente.
§ 3º Estendem-se os efeitos da sentença proferida entre as partes
originárias ao adquirente ou cessionário.

Alternativa B: INCORRETA. Justificativa na alternativa ‘a’.

86
Alternativa C: CORRETA. Vejamos o que dispõe o NCPC acerca do litisconsórcio
multitudinário:

Art. 113. Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em


conjunto, ativa ou passivamente, quando:
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente
à lide;
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir;
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito.
§ 1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número
de litigantes na fase de conhecimento, na liquidação de sentença ou
na execução, quando este comprometer a rápida solução do litígio ou
dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença.
§ 2º O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação
ou resposta, que recomeçará da intimação da decisão que o solucionar.

Alternativa D: INCORRETA. Atenção! A assertiva tentou confundir o candidato trocando


os conceitos de litisconsórcio necessário e litisconsórcio unitário, os quais foram conceituados
expressamente pelo NCPC, que superou a unidade de tratamento havida no código anterior.

Além dos conceitos, o candidato deve se atentar também para as consequências da


não observância do litisconsórcio, as quais são diferenciadas quando se compara o unitário e o
necessário. Vejamos:

Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando,


pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença
depender da citação de todos que devam ser litisconsortes.

Art. 115. A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do


contraditório, será:
I - nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que
deveriam ter integrado o processo;
II - ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados.
Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz
determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser
litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do
processo.

Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação


jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os
litisconsortes.

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Art. 117. Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com
a parte adversa, como litigantes distintos, exceto no litisconsórcio
unitário, caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os
outros, mas os poderão beneficiar.

Alternativa E: INCORRETA. Justificativa na alternativa ‘d’ (art.117, CPC).

>>> ALTERNATIVA CORRETA: C.

44 – QUESTÃO:

Assinale a alternativa correta a respeito da intervenção de terceiros no Novo Código de


Processo Civil:

a) A assistência será admitida em qualquer procedimento e em todos os graus de jurisdição,


recebendo o assistente o processo no estado em que se encontre, sendo que referida
intervenção somente será indeferida caso haja impugnação em 15 dias, ou seja, caso de
rejeição liminar.
b) Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio o assistente, este não
poderá discutir a justiça da decisão, ainda que alegue o desconhecimento de alegações das
quais o assistido, culposamente, não se valeu.
c) A denunciação à lide é obrigatória no caso de ação regressiva, no entanto, admite-se que
o direito regressivo seja exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide não for
permitida.
d) No chamamento ao processo, a citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio
passivo poderá ser requerida pelo réu até a audiência, e deve ser promovida no prazo de 10
dias, sob pena de ficar sem efeito o chamamento.
e) A oposição é a modalidade de intervenção na qual quem pretender, no todo ou em parte,
a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu pode, até ser proferida a sentença,
oferecer pedido contra ambos, o qual será distribuído por dependência.

> RESPOSTA: Alternativa A.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: CORRETA. É o que dispõe o NCPC:

Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro


juridicamente interessado em que a sentença seja favorável a uma delas
poderá intervir no processo para assisti-la.
Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento
e em todos os graus de jurisdição, recebendo o assistente o processo no

88
estado em que se encontre.

Art. 120. Não havendo impugnação no prazo de 15 (quinze) dias, o


pedido do assistente será deferido, salvo se for caso de rejeição liminar.
Parágrafo único. Se qualquer parte alegar que falta ao requerente
interesse jurídico para intervir, o juiz decidirá o incidente, sem suspensão
do processo.

Alternativa B: ERRADA. Vejamos o que dispõe o Código de Processo Civil:

Art. 123. Transitada em julgado a sentença no processo em que interveio


o assistente, este não poderá, em processo posterior, discutir a justiça
da decisão, salvo se alegar e provar que:
I - pelo estado em que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos
atos do assistido, foi impedido de produzir provas suscetíveis de influir
na sentença;
II - desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o
assistido, por dolo ou culpa, não se valeu.

Alternativa C: ERRADA. Não há denunciação à lide obrigatória no Novo CPC. Ademais,


se não efetuada a denunciação, o direito regressivo poderá ser exercido por ação autônoma.
Vejamos.

Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer


das partes:
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi
transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que
da evicção lhe resultam;
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em
ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo.
§ 1º O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a
denunciação da lide for indeferida, deixar de ser promovida ou não for
permitida.
§ 2º Admite-se uma única denunciação sucessiva, promovida pelo
denunciado, contra seu antecessor imediato na cadeia dominial ou
quem seja responsável por indenizá-lo, não podendo o denunciado
sucessivo promover nova denunciação, hipótese em que eventual
direito de regresso será exercido por ação autônoma.

Alternativa D: ERRADA. Vejamos o que dispõe o NCPC:

89
Art. 131. A citação daqueles que devam figurar em litisconsórcio passivo
será requerida pelo réu na contestação e deve ser promovida no prazo
de 30 (trinta) dias, sob pena de ficar sem efeito o chamamento.
Parágrafo único. Se o chamado residir em outra comarca, seção ou
subseção judiciárias, ou em lugar incerto, o prazo será de 2 (dois) meses.

Alternativa E: ERRADA. Atenção! No novo código de processo civil, a oposição não é


mais tratada como intervenção de terceiros, mas sim como procedimento especial. Vejamos.

PARTE ESPECIAL.
LIVRO I
DO PROCESSO DE CONHECIMENTO E DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
TÍTULO III
DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
CAPÍTULO VIII
DA OPOSIÇÃO

Art. 682. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito


sobre que controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença,
oferecer oposição contra ambos.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: A.

45 – QUESTÃO:

Assinale a alternativa correta, segundo as normas do NCPC:

a) O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado de ofício, a


pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.
b) O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento,
no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.
c) A instauração do incidente suspenderá o processo, ainda se requerido na petição inicial,
e, concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória.
d) Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em
fraude de execução, será nula em relação ao requerente, sendo que a fraude é verificada a
partir da citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar.
e) Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e
requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias, e, neste caso, caberá a oposição de
embargos de terceiro.

> RESPOSTA: Alternativa B.

90
>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: ERRADA. No NCPC, não é cabível de ofício, mas apenas mediante o


requerimento das partes ou MP. Vejamos.

Art.133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica


será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe
couber intervir no processo.
§ 1º O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará
os pressupostos previstos em lei.
§ 2º Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração
inversa da personalidade jurídica.

Atenção! Parte da doutrina entende que, no âmbito do direito consumerista, caberia


a desconsideração de ofício, já que o art.28, CDC, não exige o requerimento das partes, ao
contrário do que ocorre na desconsideração na órbita cível, regrada pelo art.50, CC.

Art. 28, CDC. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da


sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de
direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação
dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será
efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento
ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.

Art. 50, CC. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado


pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz
decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe
couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas
relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos
administradores ou sócios da pessoa jurídica.

Alternativa B: CORRETA. É o que estabelece o NCPC:

Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do


processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução
fundada em título executivo extrajudicial.
§ 1º A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao
distribuidor para as anotações devidas.
§ 2º Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da
personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que
será citado o sócio ou a pessoa jurídica.
§ 3º A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese

91
do § 2o.
§ 4º O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos
legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica.

Alternativa C: INCORRETA. Não haverá suspensão do processo se houver requerimento


da desconsideração na petição inicial, hipótese em que não haverá incidente em apartado,
conforme art.134, §§2º e 3º, do CPC.

A despeito deste equívoco, que torna a afirmativa incorreta, o restante da assertiva


está correto, sendo caso de cabimento de agravo de instrumento.

Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido


por decisão interlocutória.
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo
interno.

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias


que versarem sobre:
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;

Alternativa D: INCORRETA. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação em


frauda a execução não será NULA, mas sim INEFICAZ em relação ao requerente.

Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a


oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em
relação ao requerente.

Art.792, § 3o Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica,


a fraude à execução verifica-se a partir da citação da parte cuja
personalidade se pretende desconsiderar.

Alternativa E: INCORRETA. A primeira parte da assertiva está correta, no entanto,


havendo citação da pessoa a ser atingida pela desconsideração, não caberá embargos de
terceiro, o qual somente será possível se quem sofrer a constrição judicial dos bens não tiver
feito parte do incidente. Vejamos.

Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado


para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze)
dias.

Art.674, § 2o Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos:


III - quem sofre constrição judicial de seus bens por força de

92
desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez
parte.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: B.

46 – QUESTÃO:

Acerca do processo para execução de alimentos, assinale a alternativa correta:

a) No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia, bem


como na de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente,
mandará intimar o executado pessoalmente para, em 15 (quinze) dias, pagar o débito, provar
que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo, sendo que somente a comprovação de
fato que gere a impossibilidade absoluta de pagar justificará o inadimplemento.
b) Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz poderá
mandar protestar o pronunciamento judicial ou decretar a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3
(três) meses, a qual será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar separado dos
presos comuns.
c) O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as
prestações dos 2 (dois) anos anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no
curso do processo.
d) Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito objeto de execução pode
ser descontado dos rendimentos ou rendas do executado, de forma parcelada, contanto que,
somado à parcela devida, não ultrapasse cinquenta por cento de seus ganhos líquidos.
e) Os alimentos provisórios e o cumprimento definitivo da obrigação de prestar alimentos
serão processados em autos apartados, prevendo o código que, verificada a conduta
procrastinatória do executado, o juiz deverá, se for o caso, dar ciência ao Ministério Público
dos indícios da prática do crime de abandono material.

> RESPOSTA: Alternativa D.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: INCORRETA. A questão visa trabalhar procedimento que demanda a


atuação do membro ministerial em favor de incapaz, que é a execução de alimentos. Neste
ponto, a leitura da legislação é essencial.

O prazo para a apresentação de defesa pelo executado é de 3 (três) dias, conforme já


anteriormente previsto no CPC/73.

Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de


prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos,

93
o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado
pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou
justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
§ 1º Caso o executado, no prazo referido no caput, não efetue o
pagamento, não prove que o efetuou ou não apresente justificativa da
impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará protestar o pronunciamento
judicial, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 517.
§ 2º Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta
de pagar justificará o inadimplemento.
§ 3º Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for
aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial na
forma do § 1o, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três)
meses.
§ 4º A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar
separado dos presos comuns.
§ 5º O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das
prestações vencidas e vincendas.
§ 6º Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da
ordem de prisão.
§ 7º O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o
que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da
execução e as que se vencerem no curso do processo.
§ 8º O exequente pode optar por promover o cumprimento da sentença
ou decisão desde logo, nos termos do disposto neste Livro, Título II,
Capítulo III, caso em que não será admissível a prisão do executado,
e, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo
à impugnação não obsta a que o exequente levante mensalmente a
importância da prestação.
§ 9º Além das opções previstas no art. 516, parágrafo único, o exequente
pode promover o cumprimento da sentença ou decisão que condena ao
pagamento de prestação alimentícia no juízo de seu domicílio.

Atenção! O desemprego não é justificativa suficiente para descumprimento das


obrigações alimentares, conforme reiteradamente sustenta a jurisprudência.

Alternativa B: INCORRETA. O erro da alternativa está no conectivo ‘ou’, já que o juiz


poderá mandar protestar a decisão bem como decretar a prisão, de forma cumulativa, e não
alternativa. É o que dispõe o art.528, §3º, acima transcrito.

Alternativa C: INCORRETA. Atenção! Não confundir o débito que autoriza a prisão


civil (aqueles relativos a 3 meses anteriores, conforme art. 528, §7º, do CPC) com o prazo
prescricional para a execução ( 2 anos, art.206,§2º, do CC).

94
Art. 206. Prescreve:
§ 2o Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a
partir da data em que se vencerem.

Alternativa D: CORRETA. A previsão do art.529,§3º, do CPC é nova na legislação, de


forma a admitir o parcelamento dos débitos já vencidos, mediante desconto m folha, desde
que a parcela, somada à quantia mensalmente devida em razão da obrigação alimentar, não
ultrapasse 50% dos rendimentos líquidos do alimentante. Vejamos.

Art. 529. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor


ou gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação do trabalho,
o exequente poderá requerer o desconto em folha de pagamento da
importância da prestação alimentícia.
§ 1º Ao proferir a decisão, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou ao
empregador, determinando, sob pena de crime de desobediência, o
desconto a partir da primeira remuneração posterior do executado, a
contar do protocolo do ofício.
§ 2º O ofício conterá o nome e o número de inscrição no Cadastro de
Pessoas Físicas do exequente e do executado, a importância a ser
descontada mensalmente, o tempo de sua duração e a conta na qual
deve ser feito o depósito.
§ 3º Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito
objeto de execução pode ser descontado dos rendimentos ou rendas
do executado, de forma parcelada, nos termos do caput deste artigo,
contanto que, somado à parcela devida, não ultrapasse cinquenta por
cento de seus ganhos líquidos.

Alternativa E: INCORRETA. Os alimentos definitivos já transitados em julgado serão


processados nos mesmos autos, o que torna a alternativa incorreta.

Art. 531. O disposto neste Capítulo aplica-se aos alimentos definitivos


ou provisórios.
§ 1º A execução dos alimentos provisórios, bem como a dos alimentos
fixados em sentença ainda não transitada em julgado, se processa em
autos apartados.
§ 2º O cumprimento definitivo da obrigação de prestar alimentos será
processado nos mesmos autos em que tenha sido proferida a sentença.

Art. 532. Verificada a conduta procrastinatória do executado, o juiz


deverá, se for o caso, dar ciência ao Ministério Público dos indícios da
prática do crime de abandono material.

95
>>> ALTERNATIVA CORRETA: D.

47 – QUESTÃO:

Assinale a alternativa incorreta:

a) É admissível a assunção de competência quando o julgamento de recurso, de remessa


necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão de direito,
com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos.
b) Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator proporá, desde que haja
requerimento da parte, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, que seja o recurso,
a remessa necessária ou o processo de competência originária julgado pelo órgão colegiado
que o regimento indicar.
c) também é caso de assunção de competência a hipótese de relevante questão de direito
a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição de divergência entre
câmaras ou turmas do tribunal, sendo que a decisão proferida vinculará todos os juízes e
órgãos fracionários.
d) a tese firmada em incidente de assunção de competência admite que o juiz de 1º grau,
independentemente de citação do réu, julgue liminarmente improcedente o pedido que lhe
for contrário, além de ser hipótese de dispensa de reexame necessário.
e) caberá reclamação ao tribunal que proferiu decisão em IAC, da parte interessada ou do
Ministério Público, para garantir a observância de acórdão proferido, sendo que referido
instrumento compreende a aplicação indevida da tese jurídica bem como sua não aplicação
aos casos que a ela correspondam.

> RESPOSTA: alternativa B.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: CORRETA. O incidente de assunção de competência é novidade no


NCPC, devendo ser estudado de forma aprofundada pelo candidato. A questão trouxe alguns
apontamentos importantes da lei processual, os quais devem estar decorados pelo candidato.
Vejamos.

Art. 947. É admissível a assunção de competência quando o julgamento


de recurso, de remessa necessária ou de processo de competência
originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão
social, sem repetição em múltiplos processos.
§ 1º Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator
proporá, de ofício ou a requerimento da parte, do Ministério Público ou
da Defensoria Pública, que seja o recurso, a remessa necessária ou o
processo de competência originária julgado pelo órgão colegiado que o

96
regimento indicar.
§ 2º O órgão colegiado julgará o recurso, a remessa necessária ou o
processo de competência originária se reconhecer interesse público na
assunção de competência.
§ 3º O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos
os juízes e órgãos fracionários, exceto se houver revisão de tese.
§ 4º Aplica-se o disposto neste artigo quando ocorrer relevante questão de
direito a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição
de divergência entre câmaras ou turmas do tribunal.

Atenção! Uma das diferenças entre os recursos repetitivos e o AIC é a existência de


questão relevante, mas SEM repetição em múltiplos processos.

Ademais, poderá ser instaurado o AIC de forma preventiva, conforme dispõe o art.947,
§4º, do CPC.

Alternativa B: INCORRETA. É possível a instauração de AIC de ofício, hipótese na qual


o relator proporá que o recurso, remessa necessária ou processo de competência originária com
reconhecido interesse público seja julgado pelo colegiado, conforme art.947, §1º, do CPC/15.

Alternativa C: CORRETA. É o AIC preventivo, conforme já delineado na justificativa da


alternativa ‘a’.

Alternativa D: CORRETA. Vejamos as disposições legais:

Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz,


independentemente da citação do réu, julgará liminarmente
improcedente o pedido que contrariar:
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior
Tribunal de Justiça;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas
repetitivas ou de assunção de competência;
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.

Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito
senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença:
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios
e suas respectivas autarquias e fundações de direito público;
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução
fiscal. (...)

97
§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença
estiver fundada em:
I - súmula de tribunal superior;
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior
Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas
repetitivas ou de assunção de competência;
IV - entendimento coincidente com orientação vinculante firmada
no âmbito administrativo do próprio ente público, consolidada em
manifestação, parecer ou súmula administrativa.

Alternativa E: CORRETA. É o que dispõe o CPC/15:

Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério


Público para:
I - preservar a competência do tribunal;
II - garantir a autoridade das decisões do tribunal;
III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e
de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado
de constitucionalidade; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)
(Vigência)
IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de
incidente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de
assunção de competência; (Redação dada pela Lei nº 13.256,
de 2016) (Vigência)
§ 1º A reclamação pode ser proposta perante qualquer tribunal, e seu
julgamento compete ao órgão jurisdicional cuja competência se busca
preservar ou cuja autoridade se pretenda garantir.
§ 2º A reclamação deverá ser instruída com prova documental e dirigida
ao presidente do tribunal.
§ 3º Assim que recebida, a reclamação será autuada e distribuída ao
relator do processo principal, sempre que possível.
§ 4º As hipóteses dos incisos III e IV compreendem a aplicação indevida
da tese jurídica e sua não aplicação aos casos que a ela correspondam.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: B.

98
48 – QUESTÃO:

Analise as proposições a seguir.

I - Caberá agravo de instrumento contra a decisão que decide parcialmente o mérito do


processo, quando um ou mais pedidos formulados na inicial mostra-se incontroverso.
II - Aplica-se a técnica de ampliação do colegiado em caso de divergência em julgamento
de recurso de agravo de instrumento, em se tratando de decisão parcial de mérito, apenas
quando houver reforma da decisão.
III - São previstas expressamente no NCPC as hipóteses taxativas de cabimento do agravo de
instrumento no processo de conhecimento, dentre as quais estão elencadas as decisões que
desconsideram a personalidade jurídica, reconhecem a incompetência do juízo, decidem
tutelas provisórias, excluem litisconsorte, entre outras.
IV - As cópias da petição inicial e da petição que ensejou a decisão agravada, bem como da
contestação, além de outros documentos elencados pela lei, são peças obrigatórias do agravo
de instrumento, sem as quais o referido recurso não será conhecido, de plano, pelo relator.

Assinale a opção que contenha apenas proposições corretas:

a) I e III.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I e IV.
e) I e II.

> RESPOSTA: Alternativa E.

>> COMENTÁRIOS:

Item I: CORRETO. A decisão parcial de mérito é uma das novidades trazidas pelo
NCPC, e, segundo a doutrina predominante, trata-se de decisão interlocutória (e não sentença).
Referida decisão é impugnável via agravo de instrumento, estando também inserta no rol do
art.1015, NCPC. Vejamos:

Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos


pedidos formulados ou parcela deles:
I - mostrar-se incontroverso;
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
§ 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a
existência de obrigação líquida ou ilíquida.
§ 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação
reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito,

99
independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa
interposto.
§ 3º Na hipótese do § 2o, se houver trânsito em julgado da decisão, a
execução será definitiva.
§ 4º A liquidação e o cumprimento da decisão que julgar parcialmente
o mérito poderão ser processados em autos suplementares, a
requerimento da parte ou a critério do juiz.
§ 5º A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo
de instrumento.

Item II: CORRETO. A ampliação de colegiado para julgamentos não unânimes é a


técnica decisória que substituiu o antigo recurso de Embargos de Divergência. A questão visa
trabalhar, assim, as novidades do NCPC, de forma correlacionada. Sobre a adoção da técnica no
julgamento de agravo de instrumento, é o que dispõe o NCPC:

Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento


terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de
outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente
definidos no regimento interno, em número suficiente para garantir a
possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a
eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante
os novos julgadores.
§ 1º Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma
sessão, colhendo-se os votos de outros julgadores que porventura
componham o órgão colegiado.
§ 2º Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por
ocasião do prosseguimento do julgamento.
§ 3º A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente,
ao julgamento não unânime proferido em:
I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença,
devendo, nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior
composição previsto no regimento interno;
II - agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar
parcialmente o mérito.
§ 4º Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento:
I - do incidente de assunção de competência e ao de resolução de
demandas repetitivas;
II - da remessa necessária;
III - não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte
especial.

100
Item III: INCORRETO. Atenção! O rol do art.1015, do CPC, segundo a doutrina, é
taxativo para as decisões interlocutórias proferidas no âmbito do processo de conhecimento.

No entanto, parte da doutrina entende que, apesar de taxativo, admite interpretação


extensiva, para aplicar o agravo de instrumento, por exemplo, às decisões que decidem pela
incompetência do juízo, já que a hipótese de “rejeição de convenção de arbitragem”, prevista no
inciso III, seria, em última análise, uma decisão acerca de competência.

O item encontra-se, errado, assim, já que descreve a hipótese de decisão de


incompetência como uma das possibilidades expressas do Código.

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias


que versarem sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido
de sua revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos
embargos à execução;
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões
interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de
cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de
inventário.

Item IV: INCORRETO. Referidas cópias realmente são documentos obrigatórios para
a interposição do agravo de instrumento. No entanto, a ausência de algumas delas não levará
ao não conhecimento do recurso de imediato. Conforme descrito pelo art.1.017, §3º, do CPC,
caberá ao relator conceder prazo para sanar o vício.

Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída:


I - obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da
petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada,
da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial

101
que comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos
advogados do agravante e do agravado;
II - com declaração de inexistência de qualquer dos documentos
referidos no inciso I, feita pelo advogado do agravante, sob pena de sua
responsabilidade pessoal;
III - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.
§ 1º Acompanhará a petição o comprovante do pagamento das
respectivas custas e do porte de retorno, quando devidos, conforme
tabela publicada pelos tribunais.
§ 2º No prazo do recurso, o agravo será interposto por:
I - protocolo realizado diretamente no tribunal competente para julgá-lo;
II - protocolo realizado na própria comarca, seção ou subseção judiciárias;
III - postagem, sob registro, com aviso de recebimento;
IV - transmissão de dados tipo fac-símile, nos termos da lei;
V - outra forma prevista em lei.
§ 3º Na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum outro vício
que comprometa a admissibilidade do agravo de instrumento, deve o
relator aplicar o disposto no art. 932, parágrafo único.
§ 4º Se o recurso for interposto por sistema de transmissão de dados
tipo fac-símile ou similar, as peças devem ser juntadas no momento de
protocolo da petição original.
§ 5º Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as peças
referidas nos incisos I e II do caput, facultando-se ao agravante
anexar outros documentos que entender úteis para a compreensão da
controvérsia.

Art. 932, §único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator


concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado
vício ou complementada a documentação exigível.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: E.

49 – QUESTÃO:

Assinale a alternativa incorreta, acerca dos embargos de declaração:

a) Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para esclarecer


obscuridade ou eliminar contradição, suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia
se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento e corrigir erro material.
b) Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com
indicação do erro, obscuridade, contradição ou omissão, e, em qualquer caso, o embargado
será intimado para, querendo, manifestar-se no prazo de 5 dias.

102
c) Os embargos de declaração independem de preparo e devem observar o prazo em dobro
para litisconsortes com advogados distintos.
d) considera-se omissa a decisão interlocutória que empregar conceitos jurídicos
indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso.
e) Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a
interposição de recurso, inclusive no âmbito dos juizados especiais.

> RESPOSTA: Alternativa B.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: CORRETA. Os embargos de declaração, na vigência do NCPC, se prestam,


também, a eliminar erros materiais, o que não era previsto no CPC/73. Ademais, ressalta-se que
o próprio Código esclareceu que serão cabíveis os aclaratórios contra qualquer decisão judicial,
seja despacho, decisão interlocutória, sentença ou acórdão.

Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão


judicial para:
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar
o juiz de ofício ou a requerimento;
III - corrigir erro material.

Alternativa B: INCORRETA. Em princípio, deve-se lembrar que os embargos de


declaração não têm contrarrazões, pois sua finalidade imediata não é modificar o julgado, mas
apenas aperfeiçoá-lo ou integrá-lo, com supressão de uma omissão, esclarecimento de uma
obscuridade ou eliminação de uma contradição, além da eliminação de um erro material. No
entanto, havendo possibilidade de gerar efeitos infringentes, o embargado deverá ser intimado
para contrarrazões.

Atenção! Somente haverá intimação da parte recorrida no caso de o eventual


acolhimento dos embargos lhe for prejudicial por implicar modificação da decisão embargada.

Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em


petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição
ou omissão, e não se sujeitam a preparo.
§ 1º Aplica-se aos embargos de declaração o art. 229.
§ 2º O juiz intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no
prazo de 5 (cinco) dias, sobre os embargos opostos, caso seu eventual
acolhimento implique a modificação da decisão embargada.

103
Por fim, observa-se que a previsão do §2º é novidade do CPC/15, não havendo
previsão correlata no CPC/73. Desta feita, observa-se que o NCPC preocupou-se em garantir
o contraditório substancial, de forma que parte da doutrina entende que se os embargos
declaratórios ocasionaram efeitos infringentes à decisão, sem que tenha sido intimada a parte
contrária, haverá nulidade da decisão em embargos.

Alternativa C: CORRETA. Vejamos as disposições legais:

Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em


petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradição
ou omissão, e não se sujeitam a preparo.
§ 1º Aplica-se aos embargos de declaração o art. 229.

Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de


escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro
para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal,
independentemente de requerimento.

Alternativa D: CORRETA. Vejamos as disposições legais:

Art. 1.022, Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:


I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos
repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao
caso sob julgamento;
II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1o.

Alternativa E: CORRETA. O CPC/15 alterou a redação do art.50 da Lei 9.099/95,


de forma que a atual redação admite a interrupção do prazo recursal também nos juizados
especiais. Vejamos.

Art. 1.026, CPC. Os embargos de declaração não possuem efeito


suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso.

Art. 50, Lei 9.099/95. Quando interpostos contra sentença, os embargos


de declaração suspenderão o prazo para recurso.

Art. 50, Lei 9.099/95. Os embargos de declaração interrompem o prazo


para a interposição de recurso. (Redação dada pela Lei nº 13.105, de
2015)

>>> ALTERNATIVA CORRETA: B.

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50 – QUESTÃO:

Leia atentamente e assinale a opção incorreta acerca da ação rescisória:

a) Somente a decisão de mérito transitada em julgado, poderá ser rescindida.


b) Há erro de fato, passível de rescisória, quando a decisão rescindenda admitir fato
inexistente, sendo indispensável que o fato não represente ponto controvertido sobre o qual
o juiz deveria ter se pronunciado.
c) As hipóteses de intervenção do Ministério Público como fiscal da ordem jurídica deverão
ser observadas tanto no processo de conhecimento original quanto na ação rescisória.
d) A propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda;
e) Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por outros participantes do
processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso
da execução, estão sujeitos à anulação.

> RESPOSTA: Alternativa A.

>> COMENTÁRIOS:

Alternativa A: INCORRETA. Atenção! O Novo CPC prevê hipóteses de ação rescisória


contra decisões que não sejam de mérito, conforme art.966, §2º. Vejamos:

Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida


quando:
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou
corrupção do juiz;
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente
incompetente;
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da
parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim
de fraudar a lei;
IV - ofender a coisa julgada;
V - violar manifestamente norma jurídica;
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo
criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória;
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova
cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só,
de lhe assegurar pronunciamento favorável;
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
§ 1º Há erro de fato quando a decisão rescindenda admitir fato inexistente
ou quando considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo
indispensável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto

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controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado.
§ 2º Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a
decisão transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça:
I - nova propositura da demanda; ou
II - admissibilidade do recurso correspondente.
§ 3º A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da
decisão.
§ 4º Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por
outros participantes do processo e homologados pelo juízo, bem como
os atos homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos
à anulação, nos termos da lei.
§ 5º Cabe ação rescisória, com fundamento no inciso V do caput deste
artigo, contra decisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão
proferido em julgamento de casos repetitivos que não tenha considerado
a existência de distinção entre a questão discutida no processo e o
padrão decisório que lhe deu fundamento. (Incluído pela Lei nº 13.256,
de 2016) (Vigência)
§ 6º Quando a ação rescisória fundar-se na hipótese do § 5º deste artigo,
caberá ao autor, sob pena de inépcia, demonstrar, fundamentadamente,
tratar-se de situação particularizada por hipótese fática distinta ou de
questão jurídica não examinada, a impor outra solução jurídica.

Alternativa B: CORRETA. É o que dispõe o art.966, §1º, acima transcrito.

Alternativa C: CORRETA.

Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória:


I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou
singular;
II - o terceiro juridicamente interessado;
III - o Ministério Público:
a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção;
b) quando a decisão rescindenda é o efeito de simulação ou de colusão
das partes, a fim de fraudar a lei;
c) em outros casos em que se imponha sua atuação;
IV - aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a
intervenção.
Parágrafo único. Nas hipóteses do art. 178, o Ministério Público será
intimado para intervir como fiscal da ordem jurídica quando não for
parte.

Alternativa D: CORRETA. Trata-se da regra geral, estabelecida pelo CPC:

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Art. 969. A propositura da ação rescisória não impede o cumprimento
da decisão rescindenda, ressalvada a concessão de tutela provisória.

Alternativa E: CORRETA. Conforme art. 966, §4º, transcrito na justificativa da


alternativa ‘a’.

>>> ALTERNATIVA CORRETA: A.

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