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PERSONAGENS:
LUIZ GONZAGA - Luiz Gonzaga das Virgens e Veiga tinha 33 anos durante a
conspiração. Era pardo, forro, solteiro, soldado granadeiro do primeiro regimento
de linha da Província da Bahia. Desertou três vezes da milícia e, na terceira, foi
submetido a Conselho de Guerra. Foi preso em 24.08.1798. A prisão de Luiz
Gonzaga precipitou os acontecimentos, porque os outros rebeldes, temendo que
ele falasse demais na prisão, armaram uma estratégia suicida de atacar a cadeia
onde Gonzaga estava preso para soltá-lo e, como precisavam de muita gente,
começaram a convidar desconhecidos para o ataque. Foi enforcado na Praça da
Piedade em 8. 11. 1799.
MANUEL FAUSTINO - Manuel Faustino dos Santos Lira tinha 16 anos, durante a
conspiração. Nascido escravo de Antônio Francisco de Pinho, em Sto. Amaro da
Purificação, era mulato, alfaiate e foi entregue à Justiça pelo seu ex-senhor.
Morava no Terreiro de Jesus, casa de seus senhores. Sabia ler e escrever. Foi
preso em 16. 09. 1798 e enforcado na Praça da Piedade em 1799.
LUCAS DANTAS - Lucas Dantas de Amorim Torres era pardo, livre, solteiro e,
segundo alguns historiadores, menor de idade. Segundo outros, tinha entre 23 e
24 anos de idade. Foi ferido durante a prisão e negou qualquer envolvimento com
a conspiração, apesar de apontado como seu líder. Preso em 15. 09. 1798 e
enforcado na Praça da Piedade em 08. 11. 1799.
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CENÁRIO
Duas torres elevam-se sobre o palco: uma delas, tradicional, é ocupada pela
Rainha de Portugal. Em outra, tropical, com coqueiro e rede, está o Governador
da Bahia. De uma a outra ponta delas, grandes telões pintados mostram a cidade
do final do século XVIII ou, a depender da situação, o brasão do Brasil Colonial,
reproduções de quadros famosos etc.
NARRADOR - Nós estamos aqui para contar uma história verdadeira sobre
homens nascidos na Bahia, como nós, que foram enforcados na Praça da
Piedade, onde hoje vocês namoram, riem e comem pipocas. Esses homens,
Lucas Dantas, Luiz Gonzaga, Manuel Faustino e João de Deus, todos muito
pobres, pretenderam separar a colônia do Brasil do Reino de Portugal.
Pretenderam também proclamar a república e acabar com a escravidão mais de
cem anos antes que isso acontecesse. Eles queriam um país onde houvesse
liberdade, igualdade e fraternidade e por isso foram enforcados, deixando seus
exemplos para o ensinamento de nossa aprendizagem e de nosso orgulho.
Pouco antes deles em Minas Gerais, Tiradentes tentou o mesmo e teve a mesma
sorte. Hoje nós estamos aqui para contar a história da conspiração dos alfaiates
Lucas Dantas, João de Deus, Luiz Gonzaga e Manuel Faustino, que aconteceu
em dias do século dezoito, onde havia chuva e sol, como agora. A diferença é
que o Brasil não era uma república, mas uma colônia do Reino de Portugal, e
todos os brasileiros precisavam sustentar com os seus trabalhos e obedecer com
as suas cabeças aquilo que os reis portugueses exigiam.
HOMENS E MULHERES DO POVO (Cantando) - Entra dia, mais dia, haja chuva
ou garoa/ e o Brasil manda tudo o que faz pra Lisboa. / Entra ano e sai ano, céu
marrom, céu de anil, Portugal leva o ouro que produz o Brasil. / Entra hora e sai
hora, tempo bom, tempo mau, lá se vai mais um barco, cheio pra Portugal. / De
minuto a minuto, com calor ou com frio, Portugal vai juntando o que vem do
Brasil. / De segundo a segundo, mais um barco de proa que abandona o Rio com
destino a Lisboa./ Basta!
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NARRADOR - Estamos em 1792 e o Alferes Joaquim José‚ da Silva Xavier, o
Tiradentes, ainda não é um herói, mas um bandido, um marginal. Ele foi o líder
dos subversivos que pretenderam acabar com a exploração de Portugal sobre o
Brasil, que já durava trezentos anos.
NARRADOR - E que depois de morto lhe seja cortada a cabeça e levada a Vila
Rica, aonde em lugar mais público seja pregada em poste alto, até‚ que o tempo
a consuma.
NARRADOR - E a casa em que vivia em Vila Rica seja arrasada e salgada, e que
lá nada mais se edifique.
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NARRADOR - E no mesmo chão onde está esta casa, se levantará um padrão
pelo qual se conserve em memória a infâmia desse abominável réu.
Tiradentes sai.
LUCAS DANTAS - Precisamos fazer uma guerra civil para que não mais se
distinga cor branca, parda e preta, para que sejamos todos felizes, sem exceção
de pessoa, para que não estejamos sujeitos a sofrer de um homem tolo, que nos
governe, porque só nos governarão aqueles que tiverem juízo e capacidade para
comandar homens, seja ele de que nação for, ficando o povo em governo
democrático e absoluto.
JOÃO DE DEUS - Eu sou muito capaz para tudo mas já me considero perdido,
carregado de querelas. Tenho seiscentos mil réis guardados e com eles quero ir
para Angola. É difícil morar numa terra onde a cor de um homem é mais
importante do que o seu trabalho.
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HOMENS E MULHERES DO POVO - (Cantando) As pernas nasceram logo, o
ódio veio mais tarde quando as pernas descobriram que andar sem futuro arde. /
Os braços chegaram cedo e o ódio chegou no instante em que viu que mais
fizesse nunca seria o bastante. / A cabeça veio cedo, ódio tardou a chegar, mas
chegou disposto a tudo, até morrer e matar.
NARRADOR - Este é Manuel Faustino dos Santos Lira, tem 16 anos e era
escravo de Antônio Francisco de Pinho até outro dia, mas conseguiu juntar
dinheiro para comprar sua liberdade. É um mulato bem aprumado e alfaiate de
ofício. Mora no Terreiro de Jesus e sabe ler e escrever, participando das reuniões
onde se fala muito da liberdade e da igualdade entre brancos, pardos e negros.
Apesar de ter nascido escravo, fala da liberdade com sabedoria.
NARRADOR - E por último, nós temos Luiz Gonzaga das Virgens, que tem 33
anos, é pardo e também comprou sua liberdade. É solteiro e soldado granadeiro
do primeiro regimento de linha desta Praça. Já desertou três vezes da milícia e
recentemente foi submetido ao Conselho de Guerra. Sabe ler e escrever e tem
uma letra muito bonita, com que escreve cartas e mais cartas, falando de
igualdade, que são enviadas à Rainha.
RAINHA - Senhor Governador, ordeno que toda habitação com mais de cinco
negros fugidos seja considerada um quilombo e destruída imediatamente. Seu
líder deve ser condenado à morte e seus seguidores açoitados, antes de
devolvidos aos seus donos. Exijo que essa ordem se cumpra com rigor! Rigor, Sr.
Governador.
(Estoura uma briga violenta entre os homens, com golpes de capoeira. Quando
a mulher do povo começa a falar, a briga congela.)
Telão : parede de uma casa antiga. João de Deus e Manoel Faustino jogam. Luiz
Gonzaga escreve carta e Lucas Dantas lê.
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NARRADOR : A Rainha de Portugal, Dona Maria I, proibiu através de um édito
real, que era a sua forma de fazer a lei, que se imprimisse livros no Brasil. Mas
os livros chegavam através dos barcos, livros franceses cheios de idéias novas
sobre liberdade, igualdade e fraternidade, idéias que já haviam mudado os
destinos da Europa. Esses livros caíram nas cabeças dos jovens que vocês vêm
ali lendo, escrevendo e jogando e caíram de tal maneira, que por esses livros,
eles acabarão perdendo as cabeças.
MANUEL FAUSTINO – Ei, Gonzaga, que é que vocês estão fazendo aí que não
vêm jogar ?
LUIZ GONZAGA - Ele vai ter que me ouvir. Não vou ficar a vida toda trabalhando
e vendo os brancos subirem de posto, enquanto eu me dano.
LUCAS DANTAS - Isso não adianta. O que resolve é a revolução pra fazer a
nossa terra livre.
MANUEL FAUSTINO - Lucas Dantas está certo. Só está faltando é mais gente
pra revolta ir adiante.
LUCAS DANTAS - (Lendo) Ouçam isto: Vous savez tous, dignes répresentants
de la Nation...
LUIZ GONZAGA - Calma, João de Deus, espere. Você vai ver o que vem depois.
LUCAS DANTAS - Esperar o que? Nós estamos esperando desde 1500 ...
JOÃO DE DEUS – Boa, Manuel Faustino! Vamos escrever nossa “súplica” com
sangue...
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MANUEL FAUSTINO - Vocês vêm ou não vêm jogar?
LUIZ GONZAGA - (Desistindo dos dois e falando com Lucas Dantas). Escute:
Nós, homens pardos, recrutados e admitidos ao corpo das tropas pagas, tendo
todos os deveres de trabalho e lealdade da profissão militar, e expondo nossas
vidas pelo bem da Real Coroa...
LUCAS DANTAS - (Interrompendo) Pelo bem da Real Coroa não! Pelo bem da
nossa pátria!
JOÃO DE DEUS - (Jogando, mas prestando atenção a conversa) É por isso que
é preciso fazer um levante, pra todo mundo ser feliz e não ficar se desculpando
por não ser branco...
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LUIZ GONZAGA - ...Visto que V.Exa. tem sido chamado de piedoso, se bem que
só para os homens brancos que militam...
RAINHA - E por este édito real, por mim assinado, proíbo que se imprima
qualquer tipo de livro na Colônia do Brasil, e que achadas máquinas de
impressão, sejam destruídas, seus donos presos e premiados os delatores com
15 mil réis, pagos por este governo.
INQUISIDOR - Oh! maldito o que recheia/ de livros a mão alheia/ e faz o povo
pensar./ O livro caindo n'alma/ é praga - que tira a calma,/ tormenta que
encrespa o mar! / Quem do diabo tem medo,/ não faz de um livro segredo/, nem
faz da leitura um vício./ Imprensa é tinta perversa,/ que gera tola conversa,/ gera
bagunça e comício./
RAINHA - Está proibida a escrita/ e a leitura que advém,/ pra que aqui não se
repitam/ horrores de muito além./
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INQUISIDOR - Vamos arrombar as portas/ e começar a limpeza./ As estantes são
culpadas/ e o tinteiro sobre a mesa./ Já conspiram as gavetas/ secretas/ e
também os escaninhos/ daninhos.
Findo o ritual, saem com suas danças, gritando palavras de ordem contra os
livros.
RAINHA (Já sobre a torre, no trono) - Senhor Governador, por este alvará real
extingo o ofício de ourives na Colônia do Brasil. Ordeno também que sejam
destruídas todas as fábricas de tecidos de algodão, linho, lã e seda que aí
existam e que sejam presos aqueles que contra a minha determinação ainda
estejam plantando fumo na Colônia, para com ele exercer o tráfico ilegal de
escravos.
(Música de suspense)
JOÃO DE DEUS - A palavra liberdade/ não é comício,/ só sabe dela quem tem/ o
puro vício./
LUIZ GONZAGA - A palavra liberdade/ não tem segredo,/ mas lhe vestem sete
véus/ de puro medo./
JOÃO DE DEUS - A palavra liberdade/ é velha e nova./ A cada dia que nasce‚/ é
posta à prova./
LUIZ GONZAGA - A palavra liberdade/ é uma palavra/ e como toda palavra,/ seu
selo grava./
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RAINHA - Senhor Governador, chegaram aqui notícias trágicas e estarrecedoras.
Um bando de mulatos alfaiates, só por saberem ler e escrever, têm espalhado
ideias de igualdade entre as diversas raças da Colônia e proclamam fazer
revolução, independência e até democracia! Qual a causa, Sr. Governador, da
indisciplina e insubordinação em que está mergulhada esta cidade? A razão - é
preciso que vos diga - é a falta de rigor, a frouxidão de quem governa esta
Capitania!
Soldados armados prendem Domingos da Silva Lisboa, que fica no palco durante
toda a cena. Homens e mulheres do povo entram e acompanham impotentes a
prisão. Interferem aqui e ali, repetindo e caricaturando trechos do diálogo do
Governador com o Prior do Carmo.
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PRIOR DO CARMO - (Lendo) O povo republicano bahiense houve por bem
eleger V. Exa. cidadão presidente do Supremo Tribunal Republicano e
Democrático, e dirigente da revolução.
PRIOR DO CARMO - Só quer dizer, Sr. Governador, que eles lhe passaram o
comando, que nomeiam Fernando Portugal, Supremo Presidente da Baderna!
GOVERNADOR - Serão punidos com o maior rigor os réus infames deste infame
pleito!
PRIOR DO CARMO - Não é pleito, Sr. Governador, eles ordenam sua liderança !
PRIOR DO CARMO - E agora se complica a situação, porque não pode ser Silva
Lisboa o autor dos papéis sediciosos. O homem está preso. Outro foi o miserável
escrevinhador. Mas quem?
GOVERNADOR - Já não pode Portugal governar esta cidade, que o que ela
quer é anormal: justiça, paz e igualdade.
Soldados armados prendem Luiz Gonzaga das Virgens, que é atado, como num
pelourinho, à sua escrivaninha.
NARRADOR - Luiz Gonzaga das Virgens foi preso em casa, cheio de papéis
escritos. Aliás, só tinha papel na casa dele. O miserável não possuía mais nada.
HOMENS E MULHERES DO POVO - Onde estão os planos que ano sobre ano
foram preparados?/ Onde está o chefe que há de ser o chefe no instante
chegado? / Onde estão as armas que Luiz Gonzaga disse que existiam?/ Onde
estão as tropas, navios franceses que um dia viriam? / Onde estão os padres,
muitos militares que ajudarão ? / Onde está a pólvora, a espingarda nova, o
sabre e o canhão? / Onde estão os homens, escravos e livres, que haverão de
lutar? / Onde está o povo que quer liberdade, por Deus, onde está ?/
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GOVERNADOR - Pois bem, Joaquim, vá até lá e me traga notícias de todos que
lá estiverem!
TRAIDOR DOIS - Eles estão esperando ajuda dos franceses. São amigos dos
franceses. Parece que vêm dois navios de lá, com muitas armas, e um deles me
garantiu que o próprio Napoleão Bonaparte está interessado na vitória dos
pardos do Brasil.
NARRADOR - Toda a revolta tem um traidor. Essa tem três e os três se chamam
Joaquim! Parece piada, mas é verdade. Cada um desses Joaquins vai ganhar
alguma coisa levando os rebeldes para a forca. Dinheiro, patente e o nome na
história.
TRAIDOR TRÊS - Parece que são muitos e vão se reunir hoje no Campo do
Dique pra discutir o que devem fazer. São milhares de escravos e gente de
consideração, padres, militares graduados, brancos, todos misturados com gente
de cor. Uma coisa verdadeiramente abominável.
MULHER DO POVO - Ai, quem me ensina a tortura/ desta roda que não para,/
subindo nome e renome/ baixando açoite na cara?/ É o nome que faz o corpo/ na
forca dependurado?/ E o braço que estende o laço/ com o mesmo nome é
tratado?
JOÃO DE DEUS - Eu convidei alguns oficiais das Milícias dos Brancos e dos
Mulatos.
LUCAS DANTAS - Alguns mulatos estão dispostos a nos ajudar e alguns negros
também estão interessados em nossas idéias.
MANUEL FAUSTINO - Aquele branco metido a coisa. Eu não sei se nós devemos
confiar nele.
LUCAS DANTAS - Existem momentos em que nós devemos confiar nas pessoas,
mesmo com a certeza de que vamos ser enganados.
LUCAS DANTAS - Não nos cabe pensar no porquê, nós devemos fazer. Temos
de invadir a cadeia e soltar Luiz Gonzaga, temos de proclamar a República e por
um homem decente no governo. Temos que dar as mesmas condições de
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trabalho e de honra a pretos, pardos e brancos. Alguém tem que fazer isso. Que
sejamos nós!
MANUEL FAUSTINO - Precisamos ter cuidado. Temos que começar logo esta
reunião!
CENA 11 : O JULGAMENTO
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Durante toda a cena do julgamento, o coro permanece no palco reagindo às
falas, ora como se fossem presos, ora como se fossem pessoas do povo.
LUIZ GONZAGA - Nós somos tantos que todo o papel desta cadeia não pode
nos conter. Nós somos quase todos. Os que estão famintos, os que morrem de
muito trabalho e pouca comida, os que vão para o açoite, os que têm filhos e
pensam: o que será deles e dos filhos deles e dos netos dos filhos deles, se
existem leis que dizem que os brancos por serem brancos podem tudo, e os
pardos e os negros, por serem pardos e negros, não podem nada. Eu pedi à
Rainha cem vezes. Escrevi cem cartas dizendo que era pardo por um acidente
da natureza, mas que era bom e que podia fazer tudo que um branco podia. Ela
não me ouviu. Ninguém me ouviu. Aí eu resolvi que seria ouvido de qualquer
maneira. Este é o tamanho de um homem, doutor. Quando ele precisa ser ouvido,
ele faz de tudo para ser ouvido.
RAINHA - Celerados! Não sabem que Deus criou a terra e a água e as separou,
os pássaros e as serpentes e os separou, os bons e os maus e os separou, os
brancos e os pretos e os separou. Eles não podem ter a minha misericórdia e,
como líderes desta sedição, serão enforcados.
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cabeças vão apodrecer nas ruas. Hoje é o dia 8 de novembro de 1799, dia das
execuções dos Alfaiates. E o governo português fez desse dia uma data festiva.
(Durante as falas seguintes, os alfaiates serão retirados das forcas pelos Homens
e Mulheres do Povo e deitados em 4 pequenos praticáveis ,colocados no
proscênio.)
(Os corpos são cobertos com grandes panos negros. São trazidos incensórios e
vasos de barro, com flores brancas.)
NARRADOR - E como não possuem bem algum, nada existe para desapropriar
em nome do Fisco ou da Câmara Real.
RAINHA (Música com acento sacro) - Eu, Dona Maria I, A Piedosa, Rainha de
Portugal e de todas as suas Colônias da Índia, da África e da América, ordeno
que o mundo jamais seja diferente, que existam sempre os ricos e os pobres, os
pretos, os pardos e os brancos, os bons e os maus, e que estejam todos sob o
domínio da Coroa Portuguesa. Que os bons, os pacíficos, os obedientes sejam
premiados e que os maus sejam castigados com a morte e depois da morte com
o fogo do inferno. Eu, Dona Maria I, A Louca, Rainha de Portugal e de todas as
suas Colônias da Índia, da África e da América, ordeno e determino que seja
sempre assim, assim para todo o sempre.
Fim
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