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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

CURSO DE DIREITO
FILOSOFIA DO DIREITO
Professor Doutor Aristóteles Ladeira Rocha

O DISCURSO DO MÉTODO
(Resumo)

Trabalho apresentado como parte


do Curso de Filosofia do Direito do
Curso de Direito da Universidade
Estácio de Sá/Juiz de Fora-MG.

Aluno Jorge Paulo dos Santos Soares

Juiz de Fora, março de 2010


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O DISCURSO DO MÉTODO
Descartes (31 de março de 1596 – 11 de fevereiro de 1650)

René Descartes, nome latino Renatus Cartesius, viajou para a Alemanha, motivado pelas guerras
e para ver a coroação do Imperador para o Exército e, na volta, foi impedido pela neve de
prosseguir viagem, ficando acolhido em um quartel, sem convívio social, mantendo-se fechado num
quarto aquecido, por muito tempo. Lá conseguiu delinear pensamentos que viriam a formar seu
método próprio de adquirir conhecimento.

Quando convidado a discursar para jovens cientistas sobre um método científico para adquirir e
testar conhecimentos, escreveu e falou em público o seu memorável “Discurso do Método”, o qual
se mostra neste resumo.

Descartes iniciou o discurso retirando de si mesmo a responsabilidade pela emissão de um


método absoluto, colocando o seu método como algo que obteve sucesso em sua experiência
própria e, para aqueles que pudessem desacreditar de seu método, ele de antemão autorizava até a
considerá-lo como fábula.
Mostra também como se dedicou às letras desde a infância, porém colocando dúvidas sobre os
conceitos recebidos de seus professores, colocando para si alternativas à construção do
conhecimento, pela via que ele chamou de “escola do mundo”, pelos conhecimentos de outros
povos e suas culturas, por meio de viagens e pela via da busca do conhecimento pelo estudo dos
seus próprios pensamentos. No primeiro caso, viu que poderia tornar-se estrangeiro para sua própria
terra, escolhendo então a segunda via, sem, entretanto, desconsiderar os saberes dos diferentes
povos e dos diferentes séculos (autores antigos), entendendo que esses eram saberes importantes
para a humanidade. Ele via também que havia duas espécies de espíritos (pessoas) no mundo:
aquelas que se supunham demasiadamente cultas a ponto de não ponderar seus pensamentos e ações
e aquelas que se considerariam incapazes de cogitar fatos e coisas e que seguiriam as opiniões de
seus mestres. Ele mesmo admitiu que estaria no segundo grupo, caso permanecesse com um único
mestre. Optou então por seguir lentamente pelo caminho da ponderação das idéias, confrontando-as
com todos os conhecimentos dos tempos e dos lugares.

Na sua busca para a construção de um método de adquirir e testar conhecimentos, teceu críticas
a seus mestres matemáticos quanto a seus métodos por não mostrarem a aplicabilidade de seus
conhecimentos no mundo real. Considerou que seus preceitos eram verdadeiros, mas estavam
emaranhados com outros tantos preceitos inúteis que era difícil de serem separados. Isso mostrava
maior necessidade de diminuir os preceitos para ensinamento das disciplinas, era preciso diminuir o
número de construtores para um prédio ficar mais bonito, era preciso menos leis em um Estado (que
fossem cumpridas) para que o Estado fosse mais justo. Assim, ele elege somente quatro preceitos,
para observá-los sempre a fim de adquirir conhecimento:

1. Não digerir nenhum conhecimento que não fosse do seu próprio conhecimento como
verdadeiro, ou seja, não ser apressado em aceitar os conhecimentos que lhe eram propostos,
analisando-os até exaurir qualquer motivo para duvidar deles;

2. Em face de uma dificuldade, dividir o problema em tantas partes quantas fossem necessárias,
a fim de estudá-las isoladamente para melhor dar solução;

3. Conduzir os estudos ordenadamente, visando a entender os conceitos mais simples em


primeiro lugar para depois aumentar o grau de dificuldade aos poucos, para só então elevar-se aos
pensamentos mais compostos;
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4. Estabelecer o máximo de relações entre as partes, realizar revisões gerais a fim de certificar-se
de que nada foi omitido.

Esses quatro aspectos, não tomados simplesmente, mas exercitando-os a cada busca de
conhecimento foram para o autor a estrada muitas vezes trilhada para sobrepor os crescentes
conhecimentos, uns apoiados nos outros a fim de construir conhecimentos maiores.

Aos vinte e três anos, Descartes já utilizava seu método e, pelo fato de ter pouca idade e já
galgar patamares altos no conhecimento, preocupou-se com o alicerce de sua própria construção
como ser humano, dedicando-se a estabelecer para si próprio uma espécie de método moral para
viver, para que sobre essa moral o conhecimento fosse escorado. Nesse momento, ele relaciona a
vida moralizada com a vida feliz, ou seja, a felicidade é tomada como objeto da vida moral. Para
isso, valeu-se de um outro método próprio, com três aspectos:

1. Permanecer no ensinamento moral de seus pais, observando aqueles que fossem mais sensatos
que teria que conviver. Observando-os, nem tanto os ouvindo, já que muitas vezes seus discursos
eram diferentes de suas ações e sobre tudo, escolhendo os pensamentos moderados, para não
incorrer na culpa de errar por escolher os extremos;

2. A segunda máxima, hoje traduzida como “foco”, é a atitude de manter-se firme em direção ao
objetivo demarcado, caminhando o mais reto possível para uma mesma direção e não mudar o
caminho por qualquer motivo. Aqui vemos uma posição (em movimento) e uma negação. A
positividade é a ação de manter-se no caminho e caminhando. A negação é a ação de não sair do
caminho, resistindo ao “canto das sereias” que enlouqueciam os navegantes na época de Ulisses. A
segunda máxima é a manutenção da idéia de terminar o que se começou. Devemos, segundo
Descartes, decidir por uma idéia, ainda que não sejamos perfeitos para escolher a perfeita, e assim,
após a decisão, devemos considerá-la como não mais como duvidosas, percorrendo-as até o fim.

3. A terceira máxima, considerou ele, era vencer a si próprio antes do que vencer o destino, era
modificar-se a si próprio a alterar a ordem do mundo. Isso faz saber que o controle das coisas do
mundo não é nosso e que o mundo caminha por si só. E os objetivos que traçamos a nós mesmos
inconscientemente não são produtores de frustrações e infelicidades. A terceira máxima exigira dele
vasto treinamento para entender que o mundo não nos pertence e que somente nós somos objetos do
nosso poder de mudança. Sendo dominadores de nossos sentimentos, pensamentos e percepções das
coisas externas, podemos ser felizes e senhores do universo como o vemos.

No passar de seus pensamentos, Descartes diz ao auditório que os oito anos de estudo na escola
da vida o levaram àquele lugar onde estavam todos, pois os anos transcorridos em guerra
transformaram os exércitos deles em mantenedores da paz e não operadores da guerra. E que a
ordem estabelecida após as dores das guerras os tornou mais preocupados com os assuntos próprios
do que com os assuntos alheios. Uma forma de validar o auditório para o nível do discurso.

Estabelecidos os preceitos iniciais, os primeiros como método de pesquisa, os segundos como


esteio da racionalidade, Descartes parte para a construção de uma pilha de conhecimentos que se
iniciam no “eu”, já que é sobre o que se tem mais poder. Estuda então o “eu”, o ser humano, como
algo a ter sua existência provada e o fato de pensarmos (o fato de que o pensamento dele existia), e
ele percebia isso muito bem, torna-se a premissa inicial tomada como absolutamente verdadeira,
corroborando o “cogito, ergo sum”, penso logo existo. O pensar era a prova do existir humano.
Sobre esse conhecimento iniciou sua construção a ponto de entender que o ser humano é o
pensamento e que o ser humano existe independentemente de qualquer lugar ou coisa material.
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Viu também que se fariam todas as idéias do mundo externo a partir do pensamento, com a
capacidade de julgá-las perfeitas ou imperfeitas, dessa forma a idéia de perfeição estava em seu
pensamento, assim como a idéia de imperfeição. Duas idéias que combinavam com sua natureza, a
idéia de haver algo perfeito, sabendo-se ser imperfeito impunha a conclusão de que era parte de
outro ser externo, criador, perfeito, sendo então obra dele. A este ser não viu outro nome senão
Deus.

Tendo atribuído a perfeição a Deus e aos seres concretos a imperfeição, entendeu que seu existir
não era absoluto, ou seja, era dependente do Deus Perfeito.

Mas e quanto à existência das outras coisas diferentes do seu próprio ser e de Deus, não seriam
elas fruto de ilusões da mente? Por que se pode dizer que as coisas que vemos em sonho são menos
reais do que as coisas que vemos quando estamos acordados?

Deus, o ser perfeito seria para Descartes a resposta a essas perguntas. Sendo ele perfeito em
bondade, não produziria efeitos imagens de coisas na mente humana sem que elas fossem
verdadeiras, sendo ele a perfeição em verdade, não poderia mentir. Logo, Deus é a prova que as
coisas que existem fora do pensamento são reais, assim, aquele que não acredita em Deus não pode
ter certeza de que tudo o que vê, toca, ouve ou sente possa ser real. Sem Deus, essas coisas
poderiam ser produtos da mente.

Baseado na existência da alma e de Deus como axiomas, Descartes estudou os outros seres, a
luz, os corpos celestes, os animais e as plantas.

Só então iniciou um estudo sobre o que permitiria que a alma habitasse neste mundo concreto: o
corpo humano. Partindo do coração, que considerava ser a fonte de calor do corpo, percorreu
pensamentos sobre todos os sistemas anatômicos, observando que os movimentos dos músculos
respondiam a certos espíritos produzidos no cérebro (hoje os conhecemos como sinais elétricos).
Ateve-se então ao cérebro que entendeu ser o ponto de contato entre o mundo dos pensamentos e o
corpo físico, prevendo a construção de autômatos.

Admite ainda, na comparação entre a fala dos homens (transformação se sentimentos e sinais em
palavras) com a fala dos animais (limitada a sinais e sons simplórios), que a alma humana é racional
e que a possibilidade dela se afastar do corpo que habita seria irreal, mas que a proximidade da idéia
da perfeição de Deus nos impele à idéia da imortalidade, como vida dependente de quem vive
eternamente.

Descartes, preparando o final, fala de seus avanços enquanto usava seu método de instrução, das
coisas que aprendeu e de sua aversão à escrita de livros, mas de quanto isso era importante para que
outros, no futuro ou não, pudessem observar o que fez e dar prosseguimento ou ainda contestar
validamente para que os seus erros fossem manifestos a ponto de ter que refazer uma conclusão
sobre determinado assunto. Mesmo julgando-se jovem à época do discurso, sempre citou que não
poderia perder tempo em se instruir, por isso, em contrapartida não gostava de publicar estudos,
considerando que os críticos que se apresentavam a ele não tinham o mesmo rigor de critérios ou a
mesma sede de descobrimento da verdade e que ao invés de subirem à razão para discussão,
preferiam descer aos espaços sem luz, para que, sendo cegos, tivessem alguma vantagem.
Vantagem que só expressava seus apegos à vaidade de poder dizer conhecerem de tudo, quando
nada viam.

Culmina então na proposição aos ouvintes de que o que ele sabe é infinitamente menor do que o
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que está por ser conhecido pelo ser humano e que os ouvintes terão muito mais prazer em conhecer
essas coisas por si mesmo do que saber por meio dele. Esse fora o principal motivo de que não
tenha escrito ensaios sobre o assunto que fossem anteriores a este.

Mas haveria duas razões para expor seus ensaios no discurso do método:

1. A primeira foi para não aguçar a imaginação dos inconvenientes sobre qual o verdadeiro
motivo que o levara a não publicar. Isso certamente turbaria o descanso que ele sempre prezava;

2. A outra era que a pressa em instruir-se o levava a experimentos que não poderia fazer sem o
auxílio de outra pessoa, que para isso deveria inicialmente conhecer os seus estudos para poder
objetá-los. Expressa isso categoricamente ao pedir aos ouvintes que qualquer posição contrária aos
estudos expostos no discurso do método deveria ser enviada ao seu editor para análise.

Ao dizer que o verdadeiro mérito não está em criar idéias novas a partir de seus estudos, mas de
não aceitar qualquer idéia anterior como verdadeira até que seja submetida ao seu método, conclui
que está tão envolvido com a atividade de adquirir conhecimentos absolutos sobre a natureza a fim
de ajudar a medicina que não teria sucesso em qualquer outra empreitada e que agradece muito mais
àqueles que o ajudam a aproveitar nesse sentido o tempo de vida que lhe restava do que a alguém
que lhe oferecesse o melhor emprego do mundo.

Juiz de Fora, 20 de março de 2010.

Jorge Paulo dos Santos Soares


Aluno de Filosofia do Direito

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