Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
EVANGELHO
Sumário
EVANGELHO (A PALAVRA) 2
USOS DA PALAVRA ............................................................................................................. 2
RAÍZES DO EVANGELHO 3
NA DOUTRINA DOS APÓSTOLOS 4
EM QUE CONSISTIA A DOUTRINA....................................................................................... 4
PERCEPÇÕES SOBRE OS TEMAS PRINCIPAIS CONTINUAVAM VALENDO ............................ 4
COMPREENDENDO OS DEZ MANDAMENTOS ...................................................................... 6
PERSEVERAVAM NA COMUNHÃO 9
PERSEVERAVAM NO PARTIR DO PÃO 10
PERSEVERAVAM NAS ORAÇÕES 10
CONSERVANDO AS RAÍZES DO
EVANGELHO
ησαν δε προσκαρτερουντες τη διδαχη των
αποστολων και τη κοινωνια και τη κλασει του
αρτου και ταις προσευχαις
( * isan
de proskarterountes ti didachi ton apostolon kai ti
koinonia kai ti klasei tou artou kai tais prosefchais * )
E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir
do pão, e nas orações.
(Atos 2:42)
EVANGELHO (A PALAVRA)
USOS DA PALAVRA
1. No grego mais antigo, em Homero, significa recompensa por trazer boas novas
(Hom. Od, xiv. 12).
2. No Antigo Testamento há dois usos: novas propriamente ditas, e o sentido de nº
1 do grego antigo.
3. Termo técnico para «boas novas de vitória» (Plut. Demetr, 17, 1.896c).
4. No culto imperial, era usadas para designar as proclamações do imperador
divino, proclamações de boas novas que davam vida ou salvação ao povo.
5. No grego mais antigo e posteriormente, significava “sacrifício oferecido por
causa das boas novas” (Aristoph. eq, 658).
6. Na Septuaginta e em outras obras de um grego mais recente, significava as
próprias «boas novas» (11 Reis 18:20,22,25).
7. No Novo Testamento, as boas novas falam:
a. Do reino de Deus,
b. Da mensagem de Deus aos homens,
c. Do perdão de pecados,
d. Da esperança.
i. Nos escritos de Paulo o termo significa boas novas,
especialmente em relação às igrejas;
ii. O plano de Deus para a igreja,
iii. O destino e grande privilégio da mesma, incluindo os meios de
salvação, o perdão de pecados,
iv. A justificação etc., como elementos que são incorporados nas
boas novas.
8. Titulo dos Evangelhos. O termo Evangelho para designar cada um dos Quatro
Evangelhos começou nos escritos dos pais apostólicos. Ver Didache 8.2; 11
C/em. 8.5; Justino, Apol: i.86. Os próprios Evangelhos não têm este uso. De
modo geral, pode-se afirmar que a palavra tem atravessado três épocas no
decorrer da história:
1. Nos antigos autores gregos: recompensa por trazer boas novas.
2. Na Septuaginta e outras obras: as próprias boas novas.
3. No Novo Testamento: as boas novas de Cristo, ou então os livros que
apresentam as boas novas sobre Jesus. A palavra «evangelho», como
título do livro de Mateus, não foi usada pelo seu autor com esse sentido
especifico, referindo-se ao livro em si, mas muitos autores posteriores
têm usado a palavra dessa forma.
RAÍZES DO EVANGELHO
O texto em apreço nos informa que os primeiros discípulos, após a descida do
Espirito Santo, foram agregados ao corpo dos demais discípulos por convencimento
através da pregação do evangelho por parte de Pedro.
O que nos aparece logo após a pregação é um resumo do modo de vida dos
discípulos naquele tempo e o texto resume da seguinte forma (Atos 2.42):
O que nos salta aos olhos é a repetição da palavra “Perseveravam”. Apesar desta
palavra literalmente aparecer uma vez, ela está implícita na conjunção “E”. Portanto
nestes quatro comportamentos diários, os discípulos, tanto os mais novos (recém-
chegados), quanto os mais antigos (os que estavam juntos desde a época em que Jesus
começou a pregar), precisaram lutar com força de ‘perseverança’.
O que nos é muito significativo, pois o que em palavras nos parece fácil de fazer, na
prática do primeiro século, onde o evangelho nasce, e nasce a com força de sinais e
maravilhas (ou seja, com a evidência sólida da presença e aprovação de Deus), os
mesmos discípulos que vão fazer sinais pelos capítulos cinco, seis e sete de Atos dos
Apóstolos, vão agora ter um trabalho de esforço para manter a prática de coisas que são
a vida da igreja.
Isso é facilmente identificável pela ordem de Jesus aos seus discípulos ao ser
assunto aos céus: Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e
ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até
aos confins da terra. (Atos 1:8)
O texto mostra os lugares por graus de afinidade, e a história mostra que no começo
da evangelização os discípulos tiveram dificuldades para sair de Jerusalém e seguir a
apregoar aos gentios, pois o centro religioso de mais conforto para os primeiros crentes
era em Jerusalém, sede da Torah, Lei de Moisés.
2. NÃO TERÁS OUTROS DEUSES DIANTE DE MIM. NÃO FARÁS PARA TI IMAGEM
DE ESCULTURA, NEM ALGUMA SEMELHANÇA DO QUE HÁ EM CIMA NOS
CÉUS, NEM EM BAIXO NA TERRA, NEM NAS ÁGUAS DEBAIXO DA TERRA. NÃO
TE ENCURVARÁS A ELAS NEM AS SERVIRÁS; PORQUE EU, O SENHOR TEU
DEUS, SOU DEUS ZELOSO, QUE VISITO A INIQUIDADE DOS PAIS NOS FILHOS,
ATÉ A TERCEIRA E QUARTA GERAÇÃO DAQUELES QUE ME ODEIAM. E FAÇO
MISERICÓRDIA A MILHARES DOS QUE ME AMAM E AOS QUE GUARDAM OS
MEUS MANDAMENTOS. (V. 3-6)
5. HONRA A TEU PAI E A TUA MÃE, PARA QUE SE PROLONGUEM OS TEUS DIAS
NA TERRA QUE O SENHOR TEU DEUS TE DÁ. (V. 12)
2º. Mandamento: D'us não se refere somente aos deuses pagãos: ao se adotar
algo material ou uma pessoa como o único guia para o comportamento na
vida, está-se incorrendo no perigo de criar, para si, um deus. E nesta
categoria estão incluídos: dinheiro, trabalho, líderes, atores, cantores,
políticos, etc.
a. A segunda praga foi a de rãs. As rãs, por serem animais anfíbios,
podem viver tanto na água como na terra. Simbolizam a dualidade,
assim como é a crença em mais de uma divindade.
b. D'us não tem uma forma. O que podemos conhecer d’Ele são Suas
Manifestações, que tomam várias formas não-físicas. Adotar uma
imagem para representá-lO significa limttá-lO. D'us está acima de
qualquer imagem, pois Ele é Quem as cria. E nenhuma poderá se
comparar a Ele. Servir a imagens é servir à criatura, e não ao Criador.
c. Só tem ciúmes de alguém quem ama esse alguém. Com isso, D'us
declara Seu amor às pessoas e quer fidelidade em troca.
d. Quando os filhos fazem algum delito, D'us verifica se os pais tiveram
alguma participação nisso, como por exemplo, não os educaram para
evitar a má ação. Se for constatada a corresponsabilidade no evento,
os castigos dos filhos serão atenuados e os pais serão castigados
também.
e. Até quatro gerações conseguem viver simultaneamente. Isto significa
que os antepassados ainda podem presenciar e se arrepender, em
vida, da educação que feneceram ao pecador, evitando, com isso,
piores consequências.
f. Os delitos ocorrem por falta de amor a D'us, pois quem O ama quer
agradá-lo, cumprindo os Seus Mandamentos, e, com isso, evitando
pecar.
g. Os que cumprem os Preceitos Divinos e O amam serão
recompensados por Ele, bem como seus futuros descendentes, até
milhares de gerações.
PERSEVERAVAM NA COMUNHÃO
A coisa mais difícil depois de perseverar na palavra de Deus é fazer as coisas de
forma a ter comunhão.
O pilar da igreja era a comunhão, mas era uma comunhão, não artificial, era uma
comunhão construída.
Quando o texto nos fala de que ‘perseveravam’, ele está falando de um trabalho
árduo que era feito com vistas a um fim. As pessoas daquela comunidade se esforçavam
para manter sua vida em conexão com a de seus irmãos, ou seja, o que aprenderam com
os ‘Dez Mandamentos’ (hb. Esser Dibrot), agora se esforçavam para por em prática, e
isso em nome de terem comunhão.
1º - A comunhão é entre pessoas que tem coisas em comum conosco – “De sorte
que foram batizados os que de bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia
agregaram-se quase três mil almas, e perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na
comunhão, e no partir do pão, e nas orações”. (Atos 2.41,42)
5º - A comunhão é protegida com oração – “De sorte que foram batizados os que de
bom grado receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três mil almas,
e perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas
orações”. (Atos 2.41,42)
PERSEVERAVAM NO PARTIR DO PÃO
Este ato simbólico, porém revelador não era somente uma cerimonia ou um
costume, mas dentro do quadro doutrinário da igreja do primeiro século era uma Mitzvá
(ordenança), dada por Deus em Cristo aos seus discípulos.
1º - Não era algo esporádico, era algo constante e que deveria fazer parte da
Liturgia;
2º - Não era algo que todos quereriam, pois coma palavra perseverança vem à ideia
de que alguém poderia querer deixar passar, mas sempre tinha alguém para lembrar-se
do partir do pão;
3º - Não era que se podia deixar para depois, pois a palavra de ordem era,
perseverem no partir do pão.
Com isso podemos entender melhor a orientação de Paulo ao nos contar sobre a
Ceia que Jesus instituiu, dizendo: “fazei isto em memória de mim” (1Corintios 11.24),
este ato deveria ser não somente um memorial, mas um exercício de perseverança por
parte dos discípulos que precisavam se esforçar para:
2
[de Cristo], 1Coríntios 11.29 - πίνουν ... σώμα (que beber ... corpo) {A}
Os melhores testemunhos preservaram a leitura mais breve. Em muitos testemunhos, o significado do
texto foi aclarado por acréscimos feitos a partir do v. 27: o advérbio'αναξίως (de um modo indigno -
imprudente) foi inserido depois de πίνουν (aquele que beber), e as palavras του κυριου (do Senhor) foram
acrescentadas depois de σώμα (corpo). Não está claro, porém, se neste caso "o corpo" se refere ao "corpo
do Senhor" (assim NTLH, NVI, TEV e FC) no sentido do corpo crucificado de Cristo (como no v. 27), ou
se está se referindo à igreja como o corpo de Cristo. Neste caso, σώμα pode ser uma referência à igreja
como o corpo de Cristo, como transparece na tradução da NBJ (também em Moffatt): "sem discernir o
Corpo". O problema com essa inicial maiúscula é que o ouvinte do texto não percebe qualquer diferença
de significado quando o texto é lido em voz alta, e o leitor do texto não vai necessariamente entender o
significado daquele "C" maiúsculo em "Corpo".
Muito já ouvimos falar sobre oração, porém o que mais nos chama a atenção sobre
este tema é a comparação feita desta com o relacionamento interpessoal.
Com este tema em alusão ao outro podemos compreender qual a intensão de Lucas
ao mencionar que havia uma guerra quanto à oração também, e por isso o usar da
palavra ‘perseveravam’, ou seja, obstinavam-se, insistiam em orar.
Compreendemos que o que faz separação entre nós e Deus são nossos pecados
(Isaías 59.2), mas nunca nos esqueçamos de que na boca do juiz e profeta Samuel,
deixar de orar é pecado – 1Samuel 12.23.
É nesse contexto que vemos o Senhor dando a maior e melhor explicação sobre os
que irão estar com ele no mundo vindouro.
É mister notar que o mesmo coloca no quadro de afinidades uma sentença muito
pesada, a saber, a exclusão total do reino para aqueles que aparentemente mais
trabalharam em prol do mesmo. Se não vejamos:
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele
que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome?
E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas
maravilhas?
E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que
praticais a iniquidade.
Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei
ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha”. (Mateus 7:21-24)
Este texto é fantástico, pois o Mestre começa este trecho falando de diálogo e
termina falando do mesmo assunto, na verdade os exemplos se alternam, mas o que está
em voga é a capacidade de diálogo e compreensão das partes.
Note comigo que esse grupo de pessoas diz ter feito muita coisa para o Senhor,
porém na classe de maravilhas, milagres, e coisas muito difíceis para um homem fazer
no âmbito de seu serviço para Deus, uma, e talvez a mais difícil de todas foi
negligenciada. E esta é a capacidade de ouvir e praticar aquilo que se ouviu.
Mas o mais intrigante é que Jesus coloca esta incapacidade do homem ouvir e
guardar a sua palavra numa forma de relacionamento, pois o grupo diz: “Senhor,
Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios?
E em teu nome não fizemos muitas maravilhas?” – incrível, eles estão dizendo:
O ponto chave do relacionamento, pois como vimos, eles devem ter orado para
expulsar demônios, mas com certeza apenas eles falaram, apenas eles expressaram suas
carência e desejos, seus medos e anseios, suas decepções e aspirações. Porém como
sabemos; orar não é falar, orar é conversar, portanto, orar também é ouvir, e é isso que
Cristo está querendo ensinar quando menciona – “nunca vos conheci”.
Estas pessoas podem até ter falado para Deus, mas nunca com Deus. Elas podem
ter mencionado muita coisa de suas vidas ao Senhor, mas nunca deram suas vidas a Ele.
Esse é o maior dos problemas. Oramos por uma obrigação de falarmos com Deus.
Falamos pra Deus muito de nós, mas não temos tempo para ouvir Deus falar d’Ele pra
gente.
Neste ponto os discípulos eram firmes, eram tão firmes que ‘perseveravam’ na
oração, tanto quanto perseveravam em tudo o mais.