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A MERCANTILIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR

Ildeni Dos Reis Oliveira1


Isabela De Alencar Rolin2

Lediane MalcherTeixeira3
Petrus Soares Azevedo Junior4
Simone Rogéria Sales Silva5
Tiago Penafort Rabelo6

Resumo: O presente trabalho tem o objetivo de refletir as políticas neoliberais em seu


processo de “mercantilização da educação superior”; e sua influencia nas universidades
públicas. Analisando as transformações socioculturais ocorridas nas últimas décadas
mostrando as consequências desse processo e os desafios a serem enfrentados pela
Universidade. E com isso provocar mudanças de atitudes em relação às problemáticas
encontradas no ensino superior para que assim ocorra a humanização democrática-social do
ensino superior e por consequência da sociedade.

Palavras–chave: Políticas Neoliberais; Privatização; Mercantilização; Educação Superior.

Abstract: The present work aims to reflect the neo-liberal policies in the process of
"commodification of higher education"; and their influence on public universities.
Analyzing sociocultural transformations in the last decades showing the consequences of
this process and the challenges faced by the University. And with that cause changes in
attitudes to the problems encountered in higher education so that the social-democratic
humanization of higher education and therefore of society occurs.

Key-word: Neoliberal Policies; Privatization; Commodification; Higher Education.


1
Licenciada em língua Portuguesa pela Universidade vale do Acarau(Uva)2012
2
Pedagoga Graduada pela Instituto de Ensino Superior do Amapá (IESAP) 2011.Pós graduada em
Psicopedagogia clinica e Institucional pela Universidade Adventista de São Paulo( UNASP-EC) 2012
3
Licenciada Plena em Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Pará (UFPA) -2007. Pós-graduada em
Língua Portuguesa e Analise literária pela Universidade da Amazônia (UNAMA) -2009
4
Bacharel em Direito pela FAMAP- 2011
5
Bacharel em Direito pela FAMAP- 2010. Pós-graduada em preparação a carreira de magistratura e Demais
carreiras Jurídicas EJAP\EMAP- 2012
6
Fisioterapeuta Graduado pelo SEAMA- 2009
INTRODUÇÃO

O final do século XX representou um momento de importantes transformações no


sistema capitalista mundial. Acompanhando essas transformações, a educação superior
passou e ainda segue passando por um período de redefinição das suas funções. Esta
redefinição vincula-se às mudanças impostas pelo processo de globalização econômica que
permeia o mundo contemporâneo. A principal redefinição se refere à orientação cada vez
mais próxima das instituições de educação superior (IES) e a essa nova lógica do
"mercado".
A "nova fase do capitalismo" (caracterizada por modelos de produção mais
enxutos, financeirização do mercado e redução da participação do Estado na economia,
entre outros fatores), reforçada pelo retorno aos fundamentos da antiga doutrina liberal
através da ascensão do neoliberalismo passou a subsidiar, em grande medida, essas práticas
de aproximação à demanda ou racionalidade do mercado. O processo de influência dessa
conjuntura econômica, política e ideológica sobre a educação superior é reconhecido como
o principal impacto sofrido por essas instituições desde a sua origem. Esse processo tem
sido identificado por diferentes rótulos: nos EUA como "capitalismo acadêmico", na
Europa como homogeneização da educação superior e na América Latina como
mercantilização e comoditização da educação superior pública.
Este trabalho tem como objetivo apresentar e comparar algumas das principais
interpretações acerca do processo de mercantilização da educação superior pública. Para
isso, ele parte do entendimento de que esse processo se relaciona com mudanças de caráter
mais geral, associadas, sobretudo, as influências neoliberais.
Tendo em vista que essa pesquisa parte do entendimento de que a reforma
neoliberal aprofundou a relação das IES com o "mercado", por isso, faz-se necessário
apresentar os aspectos ideológicos desse contexto. Por fim, são apresentadas algumas
considerações finais baseadas nas reflexões geradas ao longo do trabalho.

NEOLIBERALISMO E A EDUCAÇÃO
Em poucas palavras, percebe-se que o neoliberalismo é um conjunto de ideias
políticas e econômicas capitalistas que defende a não participação do estado na economia.
Segundo Galvão (1997), o centro de toda prática neoliberal é o mercado e, por conseguinte,
o consumo; nasceu na chamada Escola de Chicago, através dos postulados de dois
economicistas Milton Friedmann7 e Frederic Hayek, na crise econômica dos anos 60, com a
acusação de ser o Estado o responsável pela crise. No discurso neoliberal, a educação deixa
de ser parte do campo social e político para ingressar no mercado e funcionar a sua
semelhança. Vale ressaltarmos três objetivos relacionados ao que a retórica neoliberal
atribuiu ao papel estratégico da educação:

1. Atrelar a educação escolar à preparação para o trabalho e a pesquisa acadêmica


ao imperativo do mercado ou às necessidades da livre iniciativa. Assegurar que o
mundo empresarial tem interesse na educação porque deseja uma força de
trabalho qualificada, apta para a competição no mercado nacional e internacional.
[...]
2. Tornar a escola um meio de transmissão dos seus princípios doutrinários. O
que está em questão é a adequação da escola ideologia dominante. [...]
3. Fazer da escola um mercado para os produtos da indústria cultural e da
informática, o que, aliás, é coerente com ideia de fazer a escola funcionar de
forma semelhante ao mercado, mas é contraditório porque, enquanto, no discurso,
os neoliberais condenam a participação direta do Estado no financiamento da
educação, na prática, não hesitam em aproveitar os subsídios estatais para
divulgar seus produtos didáticos e paradidáticos no mercado escolar.
(MARRACH, 1996, p. 46-48).

Dessa forma podemos compreender que as políticas para o ensino superior, estão
voltadas ao interesse de uma classe, a classe Dominante. Para Carnoy (1988, p.69), o
Estado capitalista é dominado pela burguesia:

O Estado é a expressão política da classe dominante sem ser originário de


um complô de classe. Uma instituição socialmente necessária exigida para
cuidar de certas tarefas sociais necessárias para a sobrevivência da
comunidade torna-se uma instituição de classe.

No discurso neoliberal a educação deixa de ser parte do campo social e político


para ingressar no mercado e funcionar a sua semelhança onde sua máxima é a acumulação
do capital: produzir para produzir, ou seja, produzir para lucrar a partir da mais-valia; essa
consiste na redução do tamanho do Estado e na abertura total e irrestrita do mercado,
inclusive do setor de serviços onde está incluída a educação superior.
7
Prêmio Nobel de Economia, 1980.
O neoliberalismo passou a dar a direção à política brasileira, a partir de 1990,
quando foi iniciada uma série de reformas no Estado, tendo como centralidade a
privatização. Os discursos privatistas dos governos brasileiros, com Fernando Collor de
Mello, quando proclama a superioridade do setor privado sobre o setor público. O mercado
passou a ser considerado o grande impulsionador do crescimento econômico.
O resultado dessa política tem provocado uma deteriorização na oferta dos
serviços sociais públicos, especialmente nos setores da educação e da saúde. A ideia básica
presente nas reformas educativas, nas décadas de 80 e 90, em consonância com os
organismos internacionais, é que os sistemas de ensino devem tornar-se mais diversificados
e flexíveis, objetivando maior competitividade com contenção nos gastos públicos.

A MERCANTILIZAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR

No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), aprovada em


dezembro de 1996, possibilitou a edição de novos decretos a fim de normatizar a criação e
a expansão das IES. A comercialização da Educação Superior teve amparo legal a partir da
promulgação do Decreto nº 2.306, de 10 de agosto de 1997. Ao obter esse reconhecimento,
a educação superior tornou-se “objeto de lucro ou acumulação”; uma mercadoria ou a
“educação-mercadoria” de interesse dos empresários da educação, que viria se completar
com seu par gêmeo de interesse de todos os empresários dos demais ramos industriais e
comerciais, a “mercadoria-educação” (RODRIGUES apud SGUISSARDI, 2008, p. 1000-
1001).
PANIZZI, (2006, p. 26). Afirma que “o conhecimento passou a ser visto como
uma mercadoria altamente comercializável, indo ao encontro dos interesses da sociedade
capitalista. E, para aguçá-los ainda mais, ao contrário do que acontece com os bens
materiais, as ideias, ao serem vendidas, continuam em posse de quem as ofertou. Assim,
uma única pessoa ou instituição poderá utilizá-las por inúmeras vezes, dependendo dos
interesses da sociedade.” Tendo por princípio essa lógica, os cursos superiores passaram a
ser criados sob a ótica do mercado.
O movimento de privatização desse nível de ensino tem sido intenso e se evidencia
tanto pela expansão do setor privado como pela privatização das IES públicas. Esse
movimento vem transformando a universidade pública num modelo educacional que
privilegia a mercantilização do ensino como a principal forma de superação da crise
institucional que ela vivencia. Assim, a privatização interna das instituições públicas ocorre
por meio da utilização de diferentes mecanismos, dentre os quais destacamos: criação de
fundações de direito privado; cobranças de taxas de mensalidades de cursos de pós-
graduação lato sensu; convênios e contratos de prestação de serviço com empresas privadas
para o desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão; dentre outros, com a
finalidade de captar recursos no mercado.
A redução dos investimentos públicos e a defesa da diversificação das fontes de
financiamento foram centrais na reforma da educação superior adotada no país. Essa reforma
cumpre as orientações do Banco, como se evidencia no relatório:

(...) maior autonomia institucional é a chave para o êxito da reforma do ensino


público superior, especialmente a fim de diversificar e utilizar os recursos mais
eficientemente (...) A experiência demonstra que se quer que as instituições
estatais melhorem sua qualidade e eficiência, os governos deverão efetuar
reformas importantes no financiamento a fim de mobilizar mais recursos
privados para o ensino superior em instituições estatais (...) de várias maneiras:
mediante a participação dos estudantes nos gastos; arrecadação de recursos de
ex-alunos; utilização de fontes externas; realização de outras atividades que
gerem receitas. (grifos nossos). (BANCO MUNDIAL, 1995, p. 44 e 69).

Essa tese fundamenta-se no argumento de que o conhecimento propiciado pelo


ensino superior deve ser visto como um investimento produtivo (pois garante ganhos), um
bem privado ou uma mercadoria de interesse individual negociado no mercado de trocas.
Isso fortalece a ideia de que o Estado deve se afastar da manutenção desse nível de ensino
uma vez que a educação superior passa a ser considerada como um serviço público não
exclusivo do Estado e competitivo.
Segundo Vera Lúcia Jacob Chaves8, “A educação de direito público e dever do Estado será
transformada numa atraente mercadoria a ser negociada no mercado capitalista de serviços,
nacional e internacional. Ora, sem a garantia de financiamento público para o sustento
integral, as IES públicas seguirão a lógica da gestão empresarial, perdendo a frágil
autonomia que ainda possuem, na medida em que a agenda da universidade será definida a
8
Doutora em Educação e professora do Programa de Pós-Graduação em Educação, Instituto de Ciências da
Educação da Universidade federal do Pará (UFPA)
a partir dos interesses privados”.
É importante salientar, ainda, que o projeto do governo federal mantém a excessiva
fragmentação da educação superior brasileira, as IES poderão ser organizadas em
universidades, universidades tecnológicas, faculdades, centros universitários e centros
tecnológicos. Em síntese, podemos afirmar que, a reforma em curso para a educação
superior brasileira, dificultará ainda mais o acesso da maioria da população ao ensino
superior público e de qualidade que é um direito de todo (a)s e deve ser garantido pelo
Estado brasileiro.
A formação de profissionais de alta qualidade é uma necessidade urgente para o
desenvolvimento da sociedade brasileira com redução da exclusão social. O fato é que, quando as
instituições de Ensino Superior são administradas exclusivamente na perspectiva do lucro e
do negócio, tornando a competência técnica à única referência na educação dos indivíduos,
seus processos de ensino passam a inibir a formação crítica dos educandos. A estrutura
universitária em elevação nos últimos anos, orientada por modelos de gestão empresarial,
não vem formando pensadores. Anísio Teixeira (apud SGUISSARDI, 2008, p. 1009) coloca
em dúvida esse novo sistema de Ensino Superior, quando escreve:

A função da universidade é uma função única e exclusiva. Não se trata somente


de difundir conhecimentos. O livro também os difunde. Não se trata, somente, de
conservar a experiência humana. O livro também a conserva. Não se trata,
somente de preparar práticos ou profissionais, de ofícios ou artes. A
aprendizagem direta os prepara, ou, em último caso, escolas muito mais singelas
do que universidades. Trata-se de manter uma atmosfera de saber para se preparar
o homem que o serve e o desenvolve. Trata-se de conservar o saber ativo e não
morto nos livros ou no empirismo das práticas não intelectualizadas. Trata-se de
formular intelectualmente a experiência humana, sempre renovada, para que a
mesma se torne consciente e progressiva.

Para atingir tais anseios, a universidade deve estabelecer novas metas que venham
a superar as transformações decorrentes dessa reorientação mercantilista da educação. Os
altos índices de expansão da Educação Superior no Brasil e a transformação dos institutos e
das faculdades em unidades de negócios são fatores responsáveis pela gradativa eliminação
e marginalização das disciplinas humanas e sociais. O constante empobrecimento dos
currículos, com o intuito de aumentar a Mercantilização do ensino superior lucratividade
em meio à efervescência do mercado educacional, está impossibilitando o desenvolvimento
de profissionais críticos e comprometidos com as causas sociais. Se isso não bastasse, a
flexibilização e adaptação da estrutura curricular aos interesses do mercado vêm
prejudicando o acesso e a produção livre do conhecimento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nas análises das principais transformações que a educação superior vem
sofrendo nos últimos tempos, pode-se definir a mercantilização da educação superior como
o processo em que o desenvolvimento dos fins e dos meios da educação superior, tanto no
âmbito estatal como no privado, sofre uma reorientação de acordo com os princípios e a
lógica do mercado e sob a qual a educação superior, gradativa e progressivamente, perde o
status de bem público e assume a condição de serviço comercial. A universidade deve
conquistar sua autonomia e sua credibilidade, frente ao atual estado de expansão e de
privatização da Educação Superior, para que isso aconteça, duas condições se fazem
necessárias: a intensificação do investimento em pesquisa e a valorização das disciplinas
humanas e sociais. No que se refere ao primeiro aspecto, o envolvimento efetivo de
professores e de alunos em atividades de pesquisa constitui um antídoto contra o estado de
fragmentação do conhecimento, que foi fortalecido pelo atual processo de Mercantilização
da Educação Superior. Segundo esta lógica, a educação passa a ser vista como uma
mercadoria, enfraquecendo-se a ideia da educação como um direito do cidadão e dever do
Estado. Nesse sentido, a luta por uma educação pública de qualidade e democrática é
fundamental para a sociedade.

REFERENCIAS

BECHI, Diego. In: Mercantilização do ensino superior: os desafios da universidade diante


do atual cenário educacional. Disponível em:
<http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciEduc/article/view/11580 >. Acesso em: 15
de junho de 2014.
CHAVES, Vera Lúcia Jacob. In: Expansão da privatização/Mercantilização do ensino
superior brasileiro: A formação dos oligopólios. Disponível em: <http://
www.scielo.br/pdf/es/v31n111/v31n111a10.pdf.>. Acesso em: 15 de junho de 2014.

LOPES, Ediane Carolina Peixoto Marques. CAPRIO, Marina. In: As influências do modelo
neoliberal na educação. Disponível em: <
http://www.fclar.unesp.br/Home/Departamentos/CienciasdaEducacao/RevistaEletronica/edi
5_artigoedianelopes.pdf >. Acesso em: 15 de junho de 2014.

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