Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
O presente livro faz parte de uma coleção denominada – Coleção Docência em Formação,
esta é destinada a formação inicial de professores e na formação continuada de professores
que se encontram em exercício, fornecendo subsídios formativos em consonância com as
novas diretrizes curriculares e a LBD, apresenta as Ciências Naturais como um conteúdo
cultural relevante para que possamos compreender e atuar no mundo contemporâneo.
Incentivar os professores a mudanças em sua docência, saber usar e disseminar novos
conhecimentos e práticas aos alunos, é a proposta dos autores do livro. O capítulo 1 aborda
os desafios do ensino de Ciências, que não é restrito a esta disciplina, e sim a toda educação
escolar que vive em um momento de transformações, devido aos desafios do mundo
contemporâneo, que refletem na formação inicial e continuada de professores que apresenta
sinais inequívocos de esgotamento. A primeira questão levantada pelos autores é a forma
como a Ciência é trabalhada, apresentada como uma ciência morta, pelo distanciamento do
uso dos modelos e teorias para compreensão dos fenômenos naturais e fenômenos vindos da
ação do homem além de apresentar a ciência como um produto acabado e inquestionável.
Em outros tempos, poucos alunos chegavam ao ensino médio e a minoria fazia o nível
superior. Hoje, não foi só o número de estudantes que aumentou; modo como eles chegaram
também mudou: novas formas de expressão, crenças diferenciadas, expectativas de vida
diferenciadas, ou seja, temos um novo público que traz a necessidade de mudanças no
ensino de ciências. Assim, temos dois tipos de ensino de Ciências: um voltado para a
formação de cientistas e outro, que é a ciência para todos que exige mudanças na atuação
do professor, na medida em que este deverá se mobilizar na busca por construir o
entendimento de que o processo de produção do conhecimento, que caracteriza a ciência e
tecnologia, não pode ser desvinculado da realidade, pois é resultado da ação humana sócio-
historicamente determinada e submetida a pressões internas e externas. Um ponto
interessante destacado pelos autores diz respeito à Cultura, termo este que nos remete à
Arte, Cinema, Letras e desvincula a Ciência e Tecnologia que são também formas de
cultura com teorias e práticas em seu sentido mais amplo. Os autores destacam que o livro
didático é ainda insuficiente como principal ferramenta de trabalho do professor. Hoje, há
uma grande discussão nacional sobre os equívocos, principalmente de conceitos e
metodologias, apresentados nos livros didáticos, e pouco se tem dado importância a outras
fontes de informações como livros paradidáticos, recursos midiáticos e rede web. Outra
forma de desvinculação do processo de ensino/aprendizagem são os espaços de divulgação
científica e cultural como: museus, planetários, exposições, feiras e clubes de ciências, estes
chegam a ser tratados como opções de lazer e não como fontes de aprendizagem e extensão
do espaço escolar. Trabalhar com produção científica no ensino de Ciências exige que
antes o professor faça uma reflexão baseada em quatro pontos: o primeiro é que o
conhecimento científico não é pronto, verdadeiro e acabado, pois é um processo em
constante transformação e dinâmico; o segundo ponto é sempre abordar a conceituação
científica contida nos modelos e teorias; o terceiro ponto é analisar qual conhecimento
científico deve ser ensinado aos alunos e quais não serão abordados e por que, e o último
ponto, a ser levado em consideração no trabalho com a produção científica, é a relação
ciência-tecnologia, sendo que esta não pode ser ignorada quando se ensina Ciências.
Portanto, o ensinar Ciências no ensino fundamental e médio é permitir ao aluno se apropriar
da estrutura do conhecimento científico e de seu potencial explicativo e transformador,
garantindo assim uma visão mais ampla e abrangente dos modelos e teorias. Alguns temas,
quando tratados no ensino de Ciências, são brevemente apresentados aos alunos, ignorados
ou até mesmo desatualizados. Um exemplo disto é o modelo atômico que trabalha a questão
dos elétrons, prótons e nêutrons, mas sabe-se pouco sobre os quarks que estão lá presentes
no núcleo atômico; outro exemplo é o tema deriva continental - falam-se das placas
tectônicas, camadas rochosas e fósseis, mas pouco se fala da movimentação do manto
superior a uma profundidade de 700 km da superfície, sugerindo correntes profundas de
convecção. A forma como são descritos os ventos, marés, nuvens, auroras boreal e austral,
extinção de espécies seguramente não acontecem na Terra como se explica nas aulas de
Ciências e em outras disciplinas. Uma explicação básica para a existência de vida na Terra
é a presença do processo de fotossíntese como sendo a única fonte de energia para os seres
vivos e isto acontecendo há cerca de 4 bilhões de anos atrás, mas estudos recentes mostram
que um dos indicadores de aumento de oxigênio da Terra, um minério primevo de óxido de
ferro, não supera 2,7 bilhões de anos. Quando se trata de código genético, um exemplo, que
não é abordado em sala de aula, é o fato de que bactérias presentes em fundos de poços de
petróleo possuem o mesmo código genético que bactérias que vivem em nosso intestino.
Esses são alguns temas que são parcial ou totalmente abstraídos do ensino de ciências.
―A sala de aula é o local privilegiado do ponto de vista das relações que se estabelecem
entre aluno e aluno, aluno e professor e destes com o conhecimento, uma vez que,
cotidianamente, essas relações têm ocorrência sistemática, sendo planejadas com base em
alguma perspectiva didático-pedagógica.” (Delizoicov, D, 2007.)
Questões de linguagem
A dificuldade que os alunos, principalmente do ensino fundamental, têm em lidar com a
linguagem escrita é um fator que cria dificuldade para sua utilização na introdução de novos
conhecimentos. A escrita e o seu uso são restritas às disciplinas de linguagem e, nas demais
disciplinas, esta não tem um papel de expressão, o que talvez explique a dificuldade que os
alunos apresentam em construir um conhecimento baseados na leitura e escrita. Outra
dificuldade apresentada pelos autores são as ilustrações que se encontram nos livros
didáticos, que levam à construção errônea de conceitos, relações e dimensões. Por exemplo,
na representação do sistema solar é comum acentuar a forma elíptica das órbitas, sendo que
estas apresentam a forma circular praticamente. Referências Bibliográficas
Questões
4. Podemos definir o sujeito coletivo como: a. o sujeito que vive em grupo, mas que não
interage com os demais integrantes deste grupo; b. o sujeito que vive individualmente que
se relaciona somente com o meio em que vive; c. sujeito individual, mas quando passa a
interagir, a se relacionar com o meio físico e social; d. sujeito que vive em grupo e se
relaciona somente com o meio em que vive; e. nenhuma das alternativas está correta.