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O Chamado de Deus na Bíblia

Deus é Amor e tem um projeto de amor para toda a Humanidade, porque Ele é o Criador de
tudo o que existe. Mas nosso Deus é também Comunidade, uma Trindade de pessoas: Pai, Filho e
Espírito Santo que se amam e vivem em missão e em harmonia. Por isso, o projeto que Deus tem
para nós é sempre um projeto comunitário, que Jesus chamou de Reino de Deus.
Nosso Deus é o Deus da Vida e por isso mesmo Jesus afirmou: “Eu vim para que todos
tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10). Por isso, Deus quer que aqui na terra se viva um
projeto de amor e de harmonia, de justiça e fraternidade. Ou seja, assim como nós rezamos no Pai
Nosso: “Seja feita a Tua vontade assim na Terra como no Céu!” (Mt 6,10).
Para realizar o seu projeto Deus poderia fazer tudo sozinho. Mas Ele prefere contar com a
nossa parceria. Ele escolhe pessoas (homens e mulheres), faz o convite. Deus chama... Já na Bíblia,
vamos ver que algumas pessoas chamadas respondem logo, outras resistem e encontramos também
aquelas que rejeitam e não aceitam o chamado. Com as pessoas que aceitam seu convite Deus vai
fazendo uma promessa, Deus institui uma Aliança, faz um pacto... Deus é sempre fiel àquilo que
promete e isso dá segurança para quem assume caminhar com Ele. Mas, nós seres humanos somos
mais inseguros, falhamos com mais facilidade, rompemos, traímos, abandonamos o projeto...
Mesmo assim Deus não desiste, dá uma nova chance: renova o convite, começa de novo, acredita
sempre... Percebemos então que o nosso Deus prefere agir em comunhão e, por isso, é bonito ver na
Bíblia que a todas as pessoas que Deus chama, Ele também dá uma garantia: “Não tenha medo! Eu
estarei contigo!”1.

A História da Salvação
A Bíblia nos ensina que no início de tudo havia somente um caos (Gn 1,2). Mas com a
intervenção de Deus, foi surgindo toda a criação e Deus viu que tudo que estava sendo criado “era
bom” (Gn 1,4.10.12.18.21.25.31). Deus abençoou sua criação (Gn 1,22.28; 2,3) e descansou feliz
no sétimo dia (Gn 2,2-3). Em seguida, com Adão e Eva, Deus apresentou um projeto. Colocou o
casal num paraíso, isto é, num jardim (Gn 2,8). Mas os humanos desobedeceram e traíram o projeto
e por isso foram expulsos do paraíso (Gn 3,24). Depois veio Caim que matou seu irmão Abel e
derramou o sangue inocente (Gn 4,1-10). Passou um tempo e a terra se encheu de violência e por
isso veio o dilúvio. Foi graças a Noé, um homem justo e que caminhava com Deus, que a Criação
foi salva. Deus fez uma Aliança e prometeu nunca mais destruir a sua criação... (Gn 6,5–9,17).
Mais adiante, temos um novo e grande chamado: Deus chamou Abrão e Sarai e fez a eles
uma grande promessa: terra, filhos e bênção (Gn 12,1-3). Abrão e Sarai aceitaram, responderam
“sim” ao projeto de Deus. E aí começou a história dos nossos pais e mães da fé. O Deus que chama,
dá também uma missão, e por isso muda os nomes: Abrão passa a se chamar Abraão, que quer dizer
“pai de muitos povos” e Sarai passa a se chamar Sara, que significa “Princesa, mãe de muitos povos
e reis” ( cf. Gn 17,4-15).
Mais tarde os descendentes de Abraão e Sara tornaram-se escravos no Egito (Ex 1,8-14). O
povo lembrou do Deus da Promessa. O povo gritou e seu clamor subiu até Deus. O Senhor viu sua
situação de opressão, ouviu seus gritos de dor e sofrimento. E, porque Deus conhece e ama, desceu
para libertar o povo (Ex 3,7-10). Mas como Deus não faz história sozinho, mais uma vez buscou
parceria. Chamou Moisés para guiar o povo. Moisés respondeu dando desculpas, dizendo que não
se sentia capacitado para a missão. Mas Deus prometeu que ia continuar com ele e que estaria junto
neste projeto “Vai, pois, agora, e Eu estarei na tua boca e te indicarei o que hás de falar” (Ex
4,12).

1
Só para citar alguns exemplos de chamados que ouvem do Senhor esta expressão: Abraão (Gn 15,1; 21,20.22); Isaac
(Gn 26,24); Jacó (Gn 28,15); Moisés (Ex 3,12); Josué (Js 1,2); Davi (2Sm 7,3.9); Jeremias (1,8.19); o povo na
caminhada (Dt 20,1; Ex 33,11ss); o povo como servo sofredor (Is 41,10; 43,5); Maria (Lc 1,28); Paulo (At 18,9), etc.
Deus libertou o povo da escravidão. Deus caminhou com o seu povo, esteve junto nas horas
do perigo e das dificuldades: diante do mar; no calor do deserto, na falta de água, de alimento, na
falta de lideranças, diante dos inimigos, etc. (cf. Ex 15-18). Com o seu povo, Deus fez uma Aliança:
“Eu serei o vosso Deus e vocês serão meu povo” (cf. Ex 19; Jr 7,23; Ez 36,28). O povo que era
“escravo do faraó” tornou-se “servo/servidor do Senhor”. Deus libertou o povo para que vivesse
feliz na Terra Prometida, onde deveria viver em liberdade e celebrar ao seu Deus (cf. Dt 30,15-20).
A escolha do povo foi uma escolha feita com amor e por amor. Não é porque Israel era o
maior ou o melhor dos povos da terra. Ao contrário: “Se o Senhor se apaixonou por vocês e vos
escolheu não é porque vocês são os mais numerosos dos povos da terra. Pelo contrário, sois o
menor de todos os povos! Foi por amor a vocês e para manter a promessa...” (Dt 7,7-8a). E por
isso, a este povo o Senhor tratou com um amor imenso: “Ele o encontrou numa terra árida, num
deserto solitário e cheio de uivos. Cercou-o de cuidados e o guardou com carinho, como se fosse a
menina dos seus olhos. Assim como a águia que cuida do seu ninho e revoa por cima dos filhotes,
Ele o tomou, estendendo as suas asas, e o carregou por cima de suas penas” (Dt 32,10-11).
Deus escolheu, chamou e tratou seu povo com carinho e com amor. A missão do povo era
viver um projeto de amor, ser um povo bem disposto, para servir ao Senhor e celebrar a beleza da
vida... Deveria ser um povo que fosse sinal para todos os povos do mundo do quanto Deus ama e
quer bem. Assim todos os demais povos deveriam servir e louvar ao único Deus. “Vocês serão para
mim uma propriedade peculiar entre todos os povos da terra, porque toda a terra me pertence.
Vocês serão para mim um reino de sacerdotes, uma nação santa” (Ex 19,5-6).
O povo foi chamado para uma vocação à santidade: “Sede santos porque eu o vosso Deus
sou santo” (Lv 19,2). Deus sempre foi fiel ao projeto e às suas promessas. O povo de Deus nem
sempre foi fiel. Várias vezes traiu a Aliança, não escutou a voz dos Profetas, cometeu injustiças,
afastou-se da Lei de Deus e por isso recebeu o mesmo castigo de Adão: foi expulso da Terra
Prometida. No ano de 586 aC a Terra Santa foi ocupada pelos invasores e o povo de Deus foi
exilado para a Babilônia (cf. 2Rs 24,10–25,21). Mesmo na dor e sofrimento do Exílio, Deus não
abandonou seu povo, esteve junto como uma mãe que consola o filho. Ele mandou Profetas para
animar o povo, para trazer esperança, para alimentar o sonho (ver os capítulos 40 a 55 de Isaías).
Mesmo que Israel nem sempre foi fiel à sua missão, Deus continuou alimentando a
esperança, tocando em frente o seu projeto. Um “resto” do povo de Deus, porém, continuou fiel e
firme. Deus então fez a Promessa de enviar o Messias... Mesmo que o tempo ia passado, este
“resto” continuou fiel, praticava a justiça, celebrava ao seu Deus e esperava... (cf. Is 4,3; 6,13; 7,3;
28,5-6; 37,4; 37,31-32; Mq 4,7; 5,2; Am 3,12; 5,15; 9,8-10; Sf 2,7.9; 3,12-13; Jr 3,14; 5,18; Ez 5,3;
9; 12,16; Br 2,13, etc.). O Antigo Testamento termina com uma promessa de esperança: o Messias
vai chegar!

Jesus: presença de Deus vivo no meio de nós!


“Quando chegou a plenitude dos tempos Deus mandou seu filho nascido de uma mulher”
(Gl 4,4). O povo que andava errante e sem lideranças, viu surgir uma luz, uma esperança, uma
estrela que brilhava no céu da noite escura. “E o Verbo de Deus se fez carne e habitou entre nós!”
(Jo 1,14). Sinal de que Deus cumpre todas as suas promessas (cf. Js 21,45; 1Rs 8,56), sinal de que
Deus continua amando seu povo e acreditando em nós...
“Este é o meu Filho amado, escutai-o!” diz Deus (cf. Mc 9,7). Jesus é a presença de Deus no
meio de nós. Por isso, Jesus ensina, anuncia, fala de Deus. Ele faz o bem, mostra com sinais que o
Reino de Deus começou e já está no meio de nós. Jesus não quis realizar sua obra sozinho, e por
isso ele também escolhe e chama pessoas para o seu serviço: apóstolos, discípulos, homens e
mulheres são escolhidos e chamados para fazer parte deste grande projeto do Reino. Jesus chama
alguns para ficarem com Ele (Mc 3,13), chama outros para enviar em missão (Lc 10,1-20), outros
para caminhar com Ele (Lc 8,1-3)... Tempos depois, o chamado de Deus se dirige a Saulo, um
perseguidor da Igreja. Foi graças ao seu “sim” que mudou seu nome para Paulo, e que se tornou o
grande evangelizador e que levou a mensagem de Jesus a tantas comunidades espalhadas pelo
mundo afora.
Tantas pessoas são chamadas na Bíblia! Muitas aceitam logo, outras vão mais devagar.
Aceitar o convite de Jesus é abandonar o projeto do mundo. É colocar-se a serviço, é arriscar tudo
porque vale a pena; é também assumir sua cruz e as conseqüências deste seguimento (cf. Mc 8,31-
38). Jesus não chamou aqueles e aquelas porque eram os melhores. Seguramente naquela época
havia pessoas muito mais capacitadas e em melhores condições. Mas Ele chamou aqueles que Ele
quis, “não fostes vós que me escolhestes, fui eu que vos escolhi” (Jo 15,16). Não importa a situação
ou condições em que viviam. Jesus chama por amor e com amor. Ou como se costume dizer: “Deus
não chama os capacitados; Deus capacita os chamados”.

Diversidade dos chamados:


Na Bíblia encontramos o chamado de tantas pessoas e em lugares diversos. Moisés foi
chamado enquanto apascentava o rebanho do sogro (Ex 3,1); Samuel ouviu o convite enquanto
queria dormir (1Sm 3,1ss); Isaías estava no Templo rezando (Is 6,1-8); Jeremias foi escolhido ainda
no ventre da sua mãe e chamado quando ainda era criança (Jr 1,4-10); os primeiros discípulos de
Jesus estavam pescando ou consertando as redes (Mt 4,18-22); Natanael estava “debaixo da
figueira” (Jo 1,48); a samaritana estava indo buscar água no poço (Jo 4,7); Mateus estava cobrando
impostos e explorando o povo (Mt 9,9); Paulo estava perseguindo a Igreja a caminho de Damasco
(At 9,1-6); a primeira comunidade cristã na Europa nasceu quando as mulheres estavam à beira do
rio (At 16,13) e se reunia na casa de uma mulher (Lídia) que aceitou o chamado de Deus. Não
importa o que as pessoas estão fazendo ou onde estão. Importa que escutem o chamado e que se
levantem e sigam! E que ninguém fique sentado “porque ninguém nos convidou” (Mt 20,7).
Os quatro primeiros discípulos chamados por Jesus são da sua região, isto é, da Galiléia.
Mas é importante notar como os textos bíblicos afirmam que primeiro Jesus os “viu” e somente
depois os “chamou” (Mt 4,18-22; Mc 1,16-20). Jesus olha, vê quem são, o que estão fazendo...
Convida e espera a resposta... Eles não têm dúvidas: deixam seu trabalho, seus barcos e redes,
deixam os seus familiares e seguem o Mestre!
A Igreja desde o seu início viu florescer um celeiro de diferentes vocações, respondendo
sempre às necessidades missionárias e pastorais que iam surgindo. Ao lado dos Doze Apóstolos e
dos discípulos de Jesus, vemos surgir os diáconos (At 6,1-7). Nas Cartas do Apóstolo Paulo
percebemos que nas comunidades existiam diversidades de dons, carismas e ministérios:
presbíteros, profetas, epíscopos, diáconos, colaboradores, etc. (Rm 12,6-8; 16; 1Cor 12-14; ou nas
cartas a Timóteo e Tito).
Não é mais uma raça (povo de Israel) como no AT, onde só quem era da tribo de Levi podia
ser sacerdote. Na Igreja que cresce e se espalha, anunciando a boa nova do Reino de Deus, há
espaço para todos aqueles e aquelas que querem colaborar com o projeto de Deus: “Irmãos amados
de Deus, sabemos que sois do números dos eleitos” (1Ts 1,4) e Paulo exorta e encoraja para “viver
de maneira digna de Deus, que vos chama ao seu Reino e sua glória” (1Ts 2,12).

Análise de um chamado bíblico: Mc 3,13-19


“Depois Jesus subiu à montanha, e chamou a si os que ele queria, e eles foram até ele. E
constituiu Doze, para que ficassem com ele, para enviá-los a pregar, e para terem autoridade para
expulsar os demônios. Ele instituiu, pois os Doze, e impôs a Simão o nome de Pedro; a Tiago, o
filho de Zebedeu, e a João, o irmão de Tiago, impôs o nome de Boanerges, isto é, filhos do trovão,
depois André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, o filho de Alfeu, Tadeu, Simão o zelota, e
Judas Iscariot, aquele que o entregou” .
Vamos analisar melhor o texto. Antes de chamar, Jesus subiu ao monte. Foi lá para rezar e
abastecer-se. Ele costumava fazer isso sempre antes de tomar decisões importantes. A montanha era
o lugar privilegiado do encontro com Deus. Foi no monte Sinai (ou Horeb) que Moisés recebeu as
tábuas da Lei; no monte Sião havia o Tempo de Jerusalém; no monte Tabor aconteceu a
transfiguração; no monte Jesus pronunciou o sermão da montanha e proclamou as bem-
aventuranças, etc. Mais uma vez Jesus se preparou bem para o que vai fazer.
Ele chamou para si “aqueles que Ele quis”. Jesus era livre nas suas escolhas e chamados.
Portanto, o chamado é individual, é único, personalizado... e “eles foram até ele”, isto é, tiveram
que fazer a sua parte, mover-se, sair de onde estavam, foi preciso ir ao encontro... Mas também eles
eram livre para responder e para ir até Jesus.
Jesus constituiu os Doze. O número 12 na Bíblia é muito importante. No AT eram Doze as
tribos de Israel; Doze Patriarcas; Doze Juízes... No NT teremos também Doze Apóstolos. Aqueles
que serão salvos serão 144.000, isto é, 12 x 12 x 1000, ou seja, todos os escolhidos e que foram fiéis
aos projeto de Deus (cf. Ap 7,4; 14,3). O número mil significa uma quantidade tão grande que não
se pode contar...
Jesus chamou aqueles que Ele quis, com três finalidades:
1) “Para ficar com Jesus”: o primeiro objetivo de quem é chamado é ficar com Jesus. Estar
com Jesus faz bem e precisamos deste tempo precioso de estar aos pés do Mestre, como fez Maria,
a irmã de Marta e Lázaro, que soube escolher a melhor parte (Lc 10,38-42).
2) “Para enviá-los a pregar”: é certo que “é bom estarmos aqui” (Mc 9,5), como disse
Pedro. Mas não é um “ficar” definitivo. É preciso descer da montanha, ir ao povo, anunciar, levar a
boa notícia aos outros, a tantos que precisam ouvir a mensagem de Deus. Portanto, a missão de
quem é chamado é ir ao mundo, pois a multidão sofre, está cansada, como ovelhas sem pastor; esta
messe é grande e precisa de operários (cf. Mt 9,37-38).
3) “Para ter autoridade para expulsar demônios”. Na época de Jesus, toda doença era
considerada um demônio, tudo o que dividia, tudo o que atrapalhava a vida era coisa do demônio.
Portanto, quem é chamado será também investido do poder de “expulsar demônios”, isto é, de ir
pelo mundo e fazer o bem, libertar as pessoas, ajudar a construir o Reino de Deus que Jesus
anunciou. “Ide por todo o mundo” foi o último desejo do Mestre (cf. Mt 28,19-20).
Importante notar que depois de subir o monte, orar, chamar, constituir os Doze, indicar a
finalidade do chamado, Jesus passa agora ao chamamento individual. Cada um é chamado pelo
próprio nome. Alguns mudam de nome. O nome é importante e indica quem somos. O nome nos dá
identidade e nos torna conhecidos. Não somos um número a mais. Temos um nome só nosso. “Eu
conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem” (Jo 10,14). Aquele que chama tem um nome e
conhece o nome daquele que é chamado! “Chamei-te pelo nome: tu és meu!” (Is 43,1).

Depois do chamado vem a preparação:


Ninguém está pronto. Quem é chamado precisa crescer, formar-se, preparar-se para aquilo
que quer ser, para a missão a ser realizada. Quem é chamado é como o barro na mão do oleiro. O
artista modela, trabalha, até tornar-se uma peça agradável aos seus olhos. “E no entanto, Senhor, tu
és nosso pai, nós somos a argila e tu és nosso oleiro, todos nós somos obras de tuas mãos” (Is 64,7;
ver também Jr 18). Assim como o Menino Jesus que ia “crescendo em sabedoria e graça” (cf. Lc
2,40), os vocacionados precisam deixar-se modelar, deixar-se formar.
Moisés quando foi chamado se sentiu impotente, incapaz de tão grande missão. Foi preciso
tempo para preparar-se. O Apóstolo Paulo era fariseu, havia estudado na escola de Gamaliel,
mesmo assim passou mais três anos preparando-se para a nova missão (cf. Gl 1,17-18). Jesus
mesmo dedicou muito tempo com os seus Apóstolos e Discípulos para poder formá-los, para que
estivessem capacitados para o anúncio do Reino.
A Bíblia mesmo diz que “muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos” (Mt 22,14).
Muitos dos que iniciaram a caminhada com Jesus, acabaram abandonando quando apareceram as
primeiras dificuldades (cf. Jo, 6,66). Quem é chamado deve responder “sim” mas também preparar-
se, abandonar tudo e seguir os passos do Mestre, deixando-se “modelar”.
Um dos textos vocacionais mais bonitos, neste sentido, é Eclesiástico 2, que nos ensina:
“Meu filho, se te apresentares para servir ao Senhor, prepara-te para a prova. Endireita o
teu coração e seja constante, não te apavores no tempo da adversidade. Une-te ao teu Senhor e
não te separes dele, a fim de seres exaltado no último dia. Tudo o que te acontecer, aceita-o, e nas
dificuldades que te humilharem, seja paciente, pois o ouro se prova no fogo e os eleitos no cadinho
da humilhação. Na doença e na indigência, conserva a tua confiança. Confia no Senhor e Ele te
ajudará, endireita o teus caminhos e espera nele...” (Eclo 2,1-6).
Portanto, a formação é necessária para toda pessoa que se decide seguir o Senhor. Há uma
formação inicial antes de assumir a missão. Mas há também uma formação que é permanente, isto
é, até o final da vida. Vocação precisa de cultivo, de carinho, de cuidado. Vocação que não é
cuidada, acaba morrendo, como planta de jardim que não é regada e tratada com carinho. Os Atos
dos Apóstolos nos informam que os primeiros anunciadores da mensagem de Jesus estavam
“cheios/repletos do Espírito Santo” (At 2,4; 4,8.31; 6,5, 7,55; 9,17; 13,9; etc).
Oxalá, todos nós que fomos chamados pudéssemos chegar ao final da vida e exclamar como
o Apóstolo Paulo, que na prisão escreveu a seu discípulo Timóteo: “Dá testemunho... Participa do
meu sofrimento pelo Evangelho, confiando no poder de Deus, que nos salvou e chamou para uma
vocação santa... Sei em quem acreditei! Combati o bom combate!” (2Tm 1,8-9.12; 4,7).
Finalizo recordando que o chamado a Maria continua sendo o exemplo dos tantos chamados
de Deus e respostas na Bíblia. Numa vila pequena e desprezada, Deus visitou uma jovem. Fez o
convite. Ela escutou, e mesmo sem poder compreender tudo o que isso iria comportar para sua vida,
soube responder seu “sim” com serenidade e confiança nAquele que a chamou: “Eis aqui a serva
do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38).

Frei Ildo Perondi


ildo.perondi@pucpr.br

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