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Saber guardar segredo é a grandeza maior do advogado, não basta ser conhecedor da lei é
necessário ser merecedor da confiança daquele, que muitas das vezes nos entra pela porta à
procura de ajuda e que, em desespero de causa, nos confia os seus segredos. Como anteriormente
tivemos oportunidade de frisar, o segredo profissional do advogado é, de certo modo, uma
imposição, um dever, que assenta em razões de ordem pública, em razões de confiança do
cliente, mas, essencialmente no respeito devido à sociedade em que nos inserimos.
A questão que se coloca ao advogado é a de saber qual ou quais os factos que são objecto
de tutela jurídica, isto é, que estão cobertos pelo segredo profissional. Todavia, consideramos
que em situações dúbias o advogado deve sempre socorrer-se de um parecer prévio, dirigido ao
respectivo Presidente do Conselho Distrital da Ordem, solicitando a quebra do dever de sigilo a
que está obrigado.
A obrigação de guardar segredo profissional cessa em tudo quanto seja necessário para a
defesa da dignidade, direitos e interesses legítimos do próprio advogado, do cliente ou dos seus
representantes, mediante prévia autorização do Presidente do Conselho Distrital da Ordem dos
Advogados, sendo certo que o advogado poderá socorrer-se da faculdade que a lei lhe permite,
pedindo escusa como forma de impedir a revelação de factos sigilosos.
O advogado está sujeito à acção disciplinar exclusiva dos órgãos da Ordem dos Advogados,
pois nos termos do artº 110º do E.O.A.“(…) Comete infracção disciplinar o advogado ou advogado-
estagiário que, por acção ou omissão, violar dolosa ou culposamente alguns dos deveres
consagrados no presente Estatuto, nos respectivos regulamentos e nas demais disposições legais
aplicáveis.”,podendo, igualmente, ser responsabilizado criminalmente e civilmente, atento o
disposto no artigo 111º do citado Estatuto.
As questões de cariz deontológico têm uma importância acrescida, não só porque fazem
parte de um quadro de princípios e valores inerentes a uma actividade profissional, mas porque
traduzem em si mesmo valores a defender e a preservar.
CONCLUSÕES:
4. – No EOA, as normas consagradas nos artºs 83º, 87º, 110º e 111º, visam regular,
punir e preservar a actuação dos advogados no quadro da sua exigente profissão
forense.
Moreira Claro – Céd. Prof. 3.177C – 4ª Secção dos Trabalhos do VII Congresso dos
Advogados Portugueses
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