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MOTORES E
TRANSMISSÃO
Colecção Formação Modular Automóvel
Copyright, 2000
Todos os direitos reservados
IEFP
“Produção apoiada pelo Programa Operacional Formação Profissional e Emprego, confinanciado pelo
Estado Português, e pela União Europeia, através do FSE”
ÍNDICE
DOCUMENTOS DE ENTRADA
CORPO DO MÓDULO
3.1 - cárter.............................................................................................................................3.1
3.2 - canais...............................................................................................................................3.1
3.7 - mamómetros................................................................................................................3.16
6 - lubrificação - manutenção............................................................................................6.1
suas características.....................................................................................................8.1
Bibliografia............................................................................................................................... C.1
DOCUMENTOS DE SAÍDA
ANEXOS
OBJECTIVO GERAL
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
PRÉ-REQUISITOS
COLECÇÃO FORMAÇÃO MODULAR AUTOMÓVEL
Lubrificação de Sistemas de
Sistemas de Alimentação Diesel Sistemas de Ignição Sistemas de Carga e
Motores e Alimentação por
arrefecimento Arranque
Transmissão Carburador
Diagnóstico e Rep. de
Sistemas de Direcção Geometria de Órgãos da Suspensão Ventilação Forçada e Sistemas de
Avarias no Sistema de
Mecânica e Assistida Direcção e seu Funcionamento Ar Condicionado Segurança Activa
Suspensão
Diagnóstico e Diagnóstico e
Análise de Gases de Reparação em Reparação em Manutenção
Escape e Opacidade Rodas e Pneus Termodinâmica
Sistemas com Gestão Sistemas Eléctricos Programada
Electrónica Convencionais
Constituição de
Funcionamento do Processos de
Gases Carburantes e Noções de Mecânica Legislação Específica Processos de Corte e
Equipamento Traçagem
Combustão Automóvel para GPL sobre GPL Desbaste
Conversor para GPL e Puncionamento
Legenda
Módulo em Pré-Requisito
estudo
0 - INTRODUÇÃO
A industria automóvel actual evolui de uma forma extraordinariamente rápida, aplicando novas
tecnologias e incorporando mecanismos cada vez mais sofisticados. Um automóvel actual pouco tem
em comum com aquele que há dez anos circulava pelas nossas estradas, excepto que ambos estão
dotados de motor, travões, direcção, caixa, etc.. Todos estes mecanismos sofreram também uma
extraordinária evolução.
Devido ao aumento de complexidade destes mecanismos e com vista a aumentar o tempo de vida útil dos
mesmos, reduzindo assim custos, os vários sistemas de lubrificação sofreram também melhoramentos
assim como os óleos que neles circulam. Compreendendo e analisando estes sistemas bem como o
seu papel nos vários órgãos que constituem os motores e transmissões é possível diagnosticar muitos
problemas de funcionamento.
A aplicação de novas tecnologias neste sector condiciona o exercício de profissões a ele ligadas,
exigindo uma constante formação dos seus técnicos. A qualificação dos técnicos é portanto essencial
para que através, por exemplo, da análise de parâmetros como a temperatura e a pressão do óleo nos
diversos sistemas de lubrificação, se possa fazer um diagnóstico preciso que permita resolver mais
facilmente os problemas de reparação e manutenção colocados pelos motores e transmissões.
1- FINALIDADE DA LUBRIFICAÇÃO
Examinando à vista desarmada uma superfície polida, parece não existir qualquer irregularidade.
Contudo, vista ao microscópio, essa mesma superfície apresenta uma rugosidade constituída por
irregularidades muito pequenas, cuja forma varia com o processo de acabamento dessa superfície.
Nestas condições, para deslocar o corpo A sobre o corpo B (Fig.1.1), é preciso aplicar uma força
superior à resistência , que se opõe ao movimento devido ao contacto entre as rugosidades: a esta
resistência chama-se atrito.
Por efeito do calor originado pelo atrito de deslizamento, as superfícies metálicas em contacto sofrem
uma dilatação que enfraquece as ligações entre os cristais que constituem a estrutura dos elementos
acoplados mas, como entre estes últimos existe sempre uma certa pressão, os cristais das superfícies
deslizantes têm tendência para se interpenetrarem, provocando o fenómeno de caldeamento ou
gripagem.
Com o uso do lubrificante, para além de se ter reduzido a força necessária para o movimento, também
se diminuiu o aquecimento porque o lubrificante, ao envolver as superfícies, transporta uma certa
quantidade de calor. A lubrificação vai reduzir ao mínimo as perdas de potência e o desgaste das peças
provocando assim um aumento de rendimento e de vida útil das máquinas.
Temos então como principais objectivos da lubrificação:
No que respeita à quantidade de lubrificante aconselhada pelos fabricantes de motores, deve-se notar
que:
Um inconveniente bastante frequente nos motores é a contaminação do óleo lubrificante pelo combustível
não queimado que, ao passar entre o pistão e a camisa do cilindro, vai cair no cárter do motor. O
inconveniente é muito grave porque o combustível que passa indevidamente transporta a camada de
lubrificante das camisas dos cilindros e diminui a viscosidade do óleo em circulação, predispondo para
a gripagem os órgãos do motor em movimento.
Com o sistema de chapinhagem simples, que é o mais antigo, a lubrificação dos diversos órgãos do
motor verifica-se do seguinte modo:
Durante a rotação da cambota, as cabeças das bielas mergulham no óleo contido no cárter.Devido à
pressão originada pelo choque, o óleo entra num orifício especial existente nas cabeças e lubrifica as
cabeças da biela. Destas últimas passa a lubrificar os moentes da cambota através de um tubo que
para o efeito existe na cambota.
Colheres especiais, existentes nas cabeças das bielas, recolhem em cada rotação uma pequena quan-
tidade de óleo que é projectada, juntamente com o que ficou aderente às cabeças, nas camisas dos
cilindros e na cabeça dos pistões, de onde vai lubrificar o cavilhão e o casquilho do pé da biela.
O óleo projectado sobre as paredes internas do bloco lubrifica por queda os moentes da árvore de ca-
mes que está montada no bloco do motor.
Este sistema de lubrificação por chapinhagem é usado por vezes como complemento dos outros sis-
temas de lubrificação mais modernos, surgindo como o sistema utilizado para lubrificar determinadas
partes dos motores, como por exemplo quando o óleo no sistema de lubrificação forçada, que iremos
referir, se escapa dos moentes das bielas e é projectado ao longo das paredes das camisas, asseguran-
do assim a lubrificação entre o pistão e a camisa e da cavilha do pistão, como mostra a figura 2.1.
Este sistema é igualmente utilizado noutros órgãos que não o motor, como por exemplo caixas de
velocidades ou diferenciais, mas com outros fluidos de lubrificação, especialmente com viscosidades
superiores. No capítulo 4, falaremos destes assuntos de uma forma mais aprofundada.
Como durante o funcionamento do motor é inevitável um certo consumo de óleo, o nível no cárter tende
continuamente a baixar, tornando cada vez mais escassa a lubrificação por chapinhagem.
Para manter o óleo a nível constante e obter assim uma lubrificação uniforme, recorre-se ao sistema
representado esquematicamente na figura 2.2.
O sistema de lubrificação por circulação forçada mediante uma bomba é o universalmente adoptado
nos motores a 4 tempos.
A bomba de circulação (5) (Fig. 2.3), accionada através da cambota mediante duas rodas com dentes
rectos, aspira o óleo do cárter através de uma boca de aspiração (4), equipada com um pré-filtro me-
tálico e impele-o para o filtro de óleo (2), de onde parte o tubo principal (6) que atravessa o bloco do
motor.
Do tubo principal ramificam-se os pequenos canais que transportam o óleo aos apoios da cambota.
Como a cambota possui canais internos, o óleo sob pressão vai lubrificar os apoios das bielas. Uma ou
mais ramificações do tubo de distribuição (6) transportam o óleo às chumaceiras da árvore de cames
(7) e para os impulsores. Se o motor for de válvulas na cabeça e a árvore de cames estiver montada no
bloco, existe outra ramificação que transporta o óleo para lubrificar os eixos dos balanceiros. Através
de orifícios apropriados, geralmente moldados por fundição na cabeça dos cilindros ou no monobloco,
o óleo retorna ao cárter por gravidade.
Fig. 2.3 - Esquema da lubrificação por circulação forçada num motor de 4 cilindros em linha
A lubrificação das camisas dos cilindros dá-se por projecção do óleo por efeito da força centrífuga.
Durante a rotação da cambota grande parte do óleo que desce das extremidades das chumaceiras
das cabeças das bielas, é projectado pela força centrífuga sobre as paredes das camisas, sendo estas
lubrificadas eficazmente. O óleo lançado sobre a zona interior da cabeça do pistão, pela mesma força
centrífuga, vai lubrificar o casquilho do pé da biela e o cavilhão do pistão. Noutras soluções construtivas
de motores em linha com 4 cilindros, existem orifícios adicionais, no bloco de cilindros, que injectam
óleo a uma pressão mais baixa, para o arrefecimento dos pistões e lubrificação das cavilhas destes.
Nos modernos motores rápidos está actualmente excluída a lubrificação da cavilha do pistão (Fig.2.4),
através de um orifício longitudinal existente no corpo da biela porque, devido ao elevado número de
rotações da cambota, a força centrífuga produz uma lubrificação excessiva.
Com efeito, um nível de óleo demasiado alto produz um excesso de lubrificação das camisas dos cilin-
dros e portanto, a passagem de uma maior quantidade de óleo para a câmara de combustão, sujidade
das velas e maior consumo de lubrificante.
Quando a pressão ultrapassa o valor pré-fixado da carga de uma mola devidamente calibrada, a válvula
abre-se e o óleo volta para o cárter, diminuindo a pressão no circuito. Deste modo, a pressão do óleo no
tubo de distribuição, embora aumentando com o aumento da velocidade do motor, não pode ultrapas-
sar o valor máximo previamente fixado pela calibração da válvula limitadora. Normalmente, a pressão
máxima no circuito, com o motor quente e em regime máximo, situa-se dentro dos seguintes valores:
1. Chupador com filtro de malha. 2. Bomba de óleo. 3. Válvula limitadora da pressão. 4. Canal de retorno
de óleo para a admissão. 5. Filtro do óleo. 6. Sensor da pressão do óleo. 7. Galeria principal de distribui-
ção do óleo. 8. Canal no bloco de distribuição do óleo para a cabeça do motor. 9. Galeria de distribuição
de óleo na cabeça do motor. 10. Canais de distribuição do óleo para a árvore de cames.
Fig. 2.5 – Aplicação prática da lubrificação forçada num motor 4 cilindros, 16 válvulas
Nesta aplicação da lubrificação por circulação forçada, usada por um dos principais fabricantes euro-
peus de automóveis, o sistema de lubrificação é do tipo de filtragem completa do caudal de óleo sob
pressão. O cárter é em liga de alumínio e a vedação entre ele e o berço dos apoios é garantida por uma
camada de vedante líquido aplicada na flange do cárter.
O óleo é puxado do cárter, através de um filtro de malha e de um chupador (1), segue para a bomba
de óleo (2) com válvula limitadora da pressão integral (3) accionada pela cambota. O óleo em excesso
é desviado para a admissão (4) da bomba de óleo. O óleo é forçado através do filtro descartável (5),
instalado num adaptador fixo ao corpo da bomba de óleo. O sensor de baixa pressão do óleo (6) tam-
bém está aparafusado ao adaptador e regista a pressão do óleo na galeria principal deste, no lado da
saída do filtro.
A galeria principal do óleo (7) é alimentada através da galeria do óleo por baixo do berço dos apoios
da cambota, a qual incorpora furações para dirigir o óleo para os apoios da cambota. Furações trans-
versais na cambota, a partir dos apoios n.º 2 e 4 da mesma, levam o óleo aos apoios das bielas. Uma
passagem no corpo da bomba de óleo liga a uma furação (8) no bloco de cilindros e à galeria do óleo
(9) na cabeça do motor.
O óleo é fornecido à cabeça do motor através de galerias (10) a todo o comprimento do berço do veio
de excêntricos, lubrificando então cada touche hidráulica e cada apoio do veio de excêntricos.
Este sistema de lubrificação denomina-se de cárter seco porque o motor não possui o cárter normal de
grande capacidade, que funciona simultaneamente como recipiente de recolha e depósito de óleo. Este
sistema é normalmente usado em automóveis de competição, motociclos e na aviação.
Um radiador (1) para arrefecer o óleo, montado numa posição em que possa
estar bem exposto ao ar exterior durante a deslocação do veículo.
Em série, no circuito, no tubo de distribuição da bomba (6), está intercalado um filtro principal (5), como
nos circuitos normais, descritos anteriormente.
O óleo do depósito (7), por acção da bomba de distribuição (6), passa através do filtro principal (5), entra
nos tubos internos do motor e vai lubrificar os eixos da cambota, os da árvore de cames e os órgãos de
comando da distribuição, como nos circuitos vulgares, descritos anteriormente.
O óleo raspado das camisas dos cilindros é recolhido no recipiente (3). A bomba de recuperação (2) ex-
trai o óleo do referido recipiente e envia-o para o radiador (1) onde é refrigerado por acção do ar exterior.
Através dos tubos de recuperação (4) o óleo volta para o depósito (7) e o ciclo repete-se continuamente.
Os pequenos recipientes para a recolha do óleo são fabricados em ligas de alumínio ou de magnésio.
O circuito de lubrificação de cárter seco foi adoptado nos motores dos automóveis de competição, bem
como nos motociclos e na aviação, para satisfazer as seguintes exigências:
Num motor a 2 tempos, a mistura de ar/combustível passa pelo cárter no seu percurso do carburador
aos cilindros do motor. Por tal motivo não é possível prever um nível constante de óleo no cárter, pois
o lubrificante seria arrastado pela mistura de ar/combustível para os cilindros, sendo ali queimado.
Por esta razão, para lubrificar as partes móveis de um motor a 2 tempos, o óleo é misturado directa-
mente com o combustível, antes ou depois da sua introdução no depósito de alimentação. Quando a
mistura de ar e óleo combustível penetra no cárter, o combustível, por ser mais volátil, evapora-se e
passa ao motor como mistura ar/combustível, embora não se consiga evitar que parte do óleo seja tam-
bém arrastado juntamente com a mistura ar/combustível e seja queimado nos cilindros. De qualquer
forma, boa parte do óleo não é arrastado, revestindo as partes móveis do motor com uma película de
óleo, ficando estas assim devidamente lubrificadas.
Na maioria dos motores a 2 tempos, o óleo é posto directamente no depósito de combustível, junto
com este. Alguns destes motores contam com um sistema especial medidor de óleo, que a partir de
um depósito de óleo de reserva, fornece óleo ao carburador, tendo lugar a mistura na rampa de ar do
carburador.
O sistema de mistura, especialmente utilizado nos motores de pequena cilindrada para não sobrecarre-
gar o motor com bombas de óleo e respectivos tubos, exige um doseamento cuidadoso da mistura:
3.1- CÁRTER
O cárter serve de reservatório e deve apresentar uma vedação absoluta. Tem um papel importante so-
bre a temperatura do óleo, que, após a sua passagem pelo motor, é arrefecido dentro dele. Possui um
bujão de descarga e um orifício de enchimento, que está situado na maior parte dos casos, na tampa
das árvores de cames ou dos balanceiros. O cárter pode possuir um respirador e um filtro. O papel do
respirador é evitar as sobrepressões no interior do cárter e está situado num local elevado, para permitir
a condensação dos vapores de óleo. Nos motores utilizados em atmosferas poluídas, o respirador está
geralmente munido com um filtro especialmente concebido para este fim.
3.2- CANAIS
São ramificações fundidas no bloco do motor e na cabeça. Possuem uma secção suficiente para não
serem obstruídos pelas impurezas e para evitar perdas de carga no circuito. No caso de tubagens
exteriores aos órgãos, são geralmente em latão, cobre ou aço. Aquelas que envolvem os órgãos, com
movimentos relativos entre si, são flexíveis.
Bomba de palhetas.
Bomba de engrenagens.
Bomba de lóbulos.
As Bombas de engrenagens são constituídas por duas rodas dentadas com o mesmo diâmetro, conti-
das numa caixa vedada, uma das rodas é falsa, ou seja é comandada pela outra, a motriz.
A cada rotação, cada roda transporta uma quantidade de óleo igual ao volume dos espaços entre os
dentes. A partir do momento em que o motor entra em funcionamento, as rodas dentadas da bomba são
accionadas, o óleo é aspirado do cárter inferior, aloja-se entre cada um dos dentes e as paredes do cor-
po da bomba, ficando assim sob pressão. De seguida é dirigido para a canalização principal (Fig. 3.1).
Na prática, devido às perdas causadas pela folga inevitável entre as rodas e o corpo da bomba e entre
os dentes que engrenam uns nos outros, a força da bomba é menor do que a encontrada teoricamen-
te.
As Bombas de Palhetas (Fig. 3.2) são constituídas por um cilindro (5) montado excentricamente na
câmara do corpo da bomba. O cilindro está provido de uma ranhura longitudinal onde estão alojadas as
palhetas (3 e 4), mantidas aderentes à câmara cilíndrica pela acção de uma mola. Durante a rotação,
devido à excentricidade do cilindro, as palhetas deslocam-se radialmente, em sentido contrário e com-
portam-se como pistões aspirantes e compressores. Ao entrarem na ranhura, aspiram o óleo à entrada
e comprimem à saída o previamente aspirado, impelindo-o para o tubo de distribuição.
1 – Entrada do óleo
2 – Saída do óleo
3 e 4 – Palhetas
5 – Cilindro
As bombas de palhetas já não se usam, devido ao excessivo desgaste e aos inconvenientes que apre-
sentam, especialmente nos regimes elevados.
As Bombas de Lóbulos (figura 3.3), são compostas por 2 rotores alojados no corpo da bomba. O rotor
interno tem o seu veio descentrado e é comandado pelo motor, acciona por sua vez o rotor externo. O
rotor externo é montado livre no seu alojamento. Os dois rotores rodam no mesmo sentido.
Relativamente ao funcionamento deste tipo de bombas, consideremos um alvéolo do rotor interno, cujo
movimento iremos acompanhar com o auxílio da marca x na figura 3.4. Na fase de aspiração, o volume
A está em frente do orifício de admissão do óleo. O rotor roda e o volume A aumenta o que vai criar uma
depressão, aspirando assim o óleo. Quando o volume A é máximo, deixa de haver comunicação com
a admissão do óleo, entramos então na fase de ejecção, na qual o rotor continua a rodar e o volume
A é posto em comunicação com o orifício de saída. O volume A começa a diminuir até se tornar nulo,
evacuando assim o óleo sob pressão pelo orifício de saída.
As bombas de óleo podem ser accionadas directamente pela cambota ou pela árvore de cames através
de adequados pares de rodas com denteado helicoidal, para um funcionamento silencioso. Para asse-
gurar uma boa lubrificação e obter uma eficaz acção refrigeradora adoptam-se as seguintes relações de
transmissão: no primeiro caso, adopta-se uma relação de transmissão de 2/1; no segundo caso, uma
relação de 1/1.
Na figura 3.5 está representada uma bomba de óleo accionada pela mesma árvore que comanda a
distribuição. O pinhão (1) é accionado por um pinhão semelhante fixado na árvore de distribuição.
A título informativo, refere-se que o valor da pressão das bombas de óleo dos motores é geralmente da
ordem dos 3 bars, a um regime de 3000 r.p.m..
3 – Junta de vedação.
4 – Corpo da bomba.
7 – Roda condutora.
Dadas as exigentes condições de trabalho dos motores actuais, a temperatura que o óleo alcança é
elevada, o que pode ser prejudicial para os órgãos móveis do motor em determinadas condições de
funcionamento. Para baixar a temperatura do óleo podem ser feitas estrias no fundo do cárter. No en-
tanto, se isto não for suficiente há que recorrer ao emprego de dispositivos arrefecedores de óleo. Os
mais utilizados são os permutadores de calor óleo/ar ou óleo/água.
Na figura 3.6 mostra-se a disposição e ligações de um arrefecedor de óleo, quer de óleo/ar quer de
óleo/água. Geralmente possuem uma placa de conexão (1), acoplada ao bloco do motor, à canaliza-
ção principal do óleo e a uns tubos flexíveis que a ligam ao radiador (2) (óleo/ar) ou ao refrigerador (3)
(óleo/água), devolvendo o óleo posteriormente à canalização principal.
Quando se usa um radiador, este coloca-se na parte frontal do veículo, de modo que a deslocação do
ar provocada pela movimentação do veículo, arrefeça o óleo que circula no seu interior.
1 - Placa de conexão
2 - Radiador
3 - Refrigerador
Nos permutadores óleo/água (fig. 3.7), o óleo circula por uma serpentina (3) no interior do refrigerador,
rodeada por uma câmara à qual chega água proveniente da refrigeração do motor através de (2), sain-
do novamente por (4).
No caso das bombas volumétricas que falámos anteriormente a pressão do óleo depende; do regime
de rotação do motor ou da viscosidade do óleo.
O aumento da pressão do óleo quando aumenta a velocidade de rotação da bomba, pode atingir valo-
res tais, que provoque uma lubrificação excessiva das camisas dos cilindros e da guia das válvulas. Isto
provoca um aumento da quantidade de óleo que passa para a câmara de explosão, aumentando assim
o consumo de lubrificante e as velas sujam-se, impedindo que a faísca salte.
É, portanto, necessário colocar uma válvula, devidamente calibrada, que tem a função de impor um
limite à pressão máxima.
Em geral, para motores normais de veículos automóveis, a pressão do óleo com o motor quente man-
tém-se dentro dos limites seguintes:
A válvula é colocada em derivação no circuito sob pressão e pode ser montada no corpo da bomba, no
tubo de distribuição à saída da própria bomba, no suporte do filtro principal ou no tubo de distribuição
existente no bloco do motor.
Este limitador de pressão é constituído por uma válvula de esfera. A esfera é mantida na sua sede por
uma mola aferida. Quando a pressão é inferior à força da mola, a válvula de esfera permanece fechada
(fig. 3.8). Quando a pressão é superior à força da mola, a mola comprime-se e destapa o orifício de uma
canalização que permite o retorno do óleo ao cárter. A pressão desce (fig. 3.9).
É importante que o condutor seja avisado a todo o momento sobre a pressão existente no interior do
sistema de lubrificação. Ele dispõe de um manómetro de pressão do óleo fixado no painel ou de uma
lâmpada de alerta que se acende, num vermelho vistoso, desde que a pressão caia abaixo de um valor
de segurança. Por causa disto, o sistema comporta um contacto constituído por uma membrana cali-
brada submetida à pressão do óleo do circuito. Esta membrana deforma-se accionando um contacto
eléctrico.
Fig. 3.8 - Válvula limitadora de pressão a Fig. 3.9 - Válvula limitadora de pressão a
pressão normal pressão demasiado elevada
O pressostato fecha o circuito da lâmpada no momento em que a pressão do óleo não alcança um
certo valor ou quando a pressão diminui anormalmente. A lâmpada acende-se e adverte o condutor.
No momento do accionamento ela deve acender-se, a lâmpada deve apagar-se desde que a pressão
normal seja atingida.
Examinemos como se produz a poluição do óleo de lubrificação de um motor e quais podem ser os
inconvenientes ou os acidentes provocados por um óleo contendo impurezas em suspensão.
Com efeito, as modificações de aspecto que o óleo de lubrificação apresenta, após algum tempo de
funcionamento de um motor, não são unicamente devidas à decomposição ou à alteração do óleo, mas
resultam sobretudo da sua contaminação por impurezas provenientes de uma combustão defeituosa e
do desgaste do motor. Os métodos actuais permitem uma análise bem profunda dessas impurezas e
uma separação em diversas categorias. Sendo assim é possível determinar a quantidade de matérias
siliciosas (areia, poeira) que são as mais abrasivas e portanto as mais importantes de eliminar.
Proteger o motor
Os principais elementos nocivos que devem ser retidos pela filtragem são:
Ferrugem
Fibras, insectos.
Areias (lama).
Água.
Carburante.
Bióxidos, etc.
A determinação de um filtro, sua constituição e as dimensões que deve ter não podem ser determinadas
senão pelo perfeito conhecimento da granulometria das partículas que deve reter.
MONTAGEM
Nesta montagem (fig. 3.10) apenas uma parte do óleo passa através do elemento filtrante, em caso
de obstrução deste, não é necessário existir uma válvula de segurança. A quantidade de óleo assim
desviada é pequena em relação ao caudal debitado pela bomba, evitando assim perdas de carga no
circuito de lubrificação. No entanto, é necessário um certo tempo para que todo o óleo do cárter seja
filtrado.
Em geral, este dispositivo permite uma filtragem de maior pressão, pois a perda de carga no filtro não
afecta a lubrificação do motor.
Por outro lado, uma grande parte do óleo percorre o circuito de lubrificação muitas vezes, antes de ser
filtrado.
Filtro em série:
Nesta montagem (fig. 3.11), todo o óleo proveniente da bomba passa pelo filtro. Esta disposição impli-
ca a existência de uma válvula de segurança, com passagem secundária permitindo um curto-circuito
do filtro no caso de obstrução do mesmo assim como no arranque do motor, quando o óleo está frio,
em que a capacidade do filtro é insuficiente para assegurar a lubrificação normal dos elementos. Esta
válvula de segurança pode ser montada dentro do próprio filtro ou externamente a este, como se pode
ver na figura seguinte.
Quanto ao tipo de filtros existentes, podemos distinguir dois grandes grupos, os filtros estáticos e os
filtros dinâmicos:
De filtros magnéticos
De crivos metálicos
De pilhas de discos
Crivos metálicos:
Estes elementos filtrantes são constituídos por telas metálicas com malhas muito finas, cujas combina-
ções podem ter definições de filtragem diferentes segundo as necessidades. O grau de filtragem pode
atingir 5 microns (5m).
Filtros magnéticos:
Fig. 3.13
Pilhas de discos:
Um grande número de discos de papel ou de metal empilhados uns sobre os outros, com um pequeno
intervalo entre eles, constituem uma coluna de filtragem.
O elemento filtrante apresenta-se sob a forma de uma folha permeável. A dimensão dos seus poros
condiciona a textura da filtragem. Com vista a reduzir a perda de carga, aumenta-se ao máximo a
superfície filtrante que se deve alojar no menor espaço possível. Por causa disto, a folha é dobrada
numerosas vezes sobre si mesma, geralmente em modulação e mantida no lugar, através de uma ar-
mação metálica.
Obtém-se assim um “cartucho de filtragem” que é colocado numa caixa metálica ligada ao circuito de
lubrificação.
O material filtrante pode ser de feltro ou de papel especial. O papel é geralmente impregnado com um
produto destinado a aumentar a sua resistência mecânica e também algumas vezes, destinado a mo-
dificar as suas propriedades de atracção quando em contacto com a água, a fim de evitar um acumular
de resíduos muito rápido.
Nos dois casos, o elemento filtrante não se pode limpar e o cartucho deve ser substituído por um novo,
logo que esteja sujo. A figura 3.15 mostra um filtro deste tipo.
Fig. 3.15 - Filtro de elementos filtrantes Fig.3.16 - Filtro de elementos filtrantes de pro-
de superfície fundidade
A matéria filtrante é constituída por fibras, de naturezas diversas: lã, feltro, lã de vidro, etc., aumentadas
de maneira a formar uma mecha filtrante de grande espessura.
As fibras, dispostas em todos os sentidos, deixam entre si interstícios de dimensões muito variáveis e
constituem uma rede filtrante na qual o óleo deposita progressivamente as suas impurezas, as mais
grossas são retidas na entrada, a textura do filtro aumenta com a profundidade da penetração (Fig.
3.16).
Em todos estes casos de filtros anteriormente referidos, devem ser substituídos periodicamente para
manter a sua eficácia. Estes intervalos de mudança são estabelecidos pelos fabricantes.
Estes tipos de purificadores são caracterizados pelos filtros centrífugos. O princípio da centrifugação
foi utilizado em diversas aplicações, entre outras, para a depuração de combustíveis líquidos, como os
óleos de lubrificação.
Os purificadores centrífugos exigem uma construção muito cuidadosa e perfeitamente equilibrada. São
aparelhos dispendiosos geralmente para grandes motores e instalações industriais.
Este tipo de filtro é constituído por um corpo cilíndrico ou por uma caixa fechada por uma tampa, onde
se encontra um rotor, que gira sobre um eixo côncavo unido à caixa. Este eixo é perfurado, colocando
em comunicação com o interior do motor, a canalização de chegada do óleo poluído proveniente do
motor. Dois canais verticais, provenientes do motor e munidos de um crivo metálico, permitem ao óleo
escapar por dois bocais situados sob o motor. Como o aparelho está ligado ao circuito de lubrificação
do motor, o óleo torna a sair com grande rapidez para os bocais. Por reacção, faz girar o rotor (Fig.
3.17).
Se este ruído não for audível, é porque o ro- Fig. 3.17 - Corte de um filtro centrífugo
tor parou rapidamente, isto indica um entupi- refrigerado
mento do feltro ou uma anomalia mecânica.
Filtro ciclone:
Este tipo de filtro, cuja utilização está muito pouco difundida, é montado directamente sobre o circuito
de lubrificação. Ele é acoplado a um filtro centrífugo, sendo este último montado em derivação com o
circuito de lubrificação (fig. 3.18).
O óleo sob pressão penetra primeiro no filtro ciclone onde são projectadas contra as paredes as suas
impurezas mais pesadas, depois elas são arrastadas em direcção ao fundo pela corrente de óleo. Pas-
sando por uma canalização interior do filtro ciclone, o óleo não purificado passa em seguida no filtro
centrífugo onde as partículas estranhas restantes são projectadas contra a parede do cárter, onde elas
se depositam. Este óleo limpo retorna ao cárter do motor.
O óleo, que se encontra na parte central do ciclone, está isento de impurezas e é conduzido por uma
canalização apropriada aos diversos órgãos do motor.
1 - Ciclone
3.7- MANÓMETROS
Os manómetros para a medida da pressão do óleo são colocados em derivação no tubo de distribuição.
Os manómetros são constituídos por um quadrante graduado e uma caixa em que está alojado um tubo
metálico encurvado, fechado numa extremidade. Este último está ligado a uma seta indicadora por meio
de um apropriado sistema multiplicador de alavanca e engrenagens, como se pode ver na figura 3.19.
Ao impulso do óleo, o tubo metálico, que é muito flexível, tende a endireitar-se, obrigando a alavanca a
movimentar-se e, portanto, a seta indicará no quadrante o valor da pressão.
no painel de instrumentos.
Nos automóveis mais modernos utilizam-se exclusivamente indicadores de pressão de comando eléc-
trico. Estes constituem um apreciável aperfeiçoamento em relação aos manómetros de tubo metálico,
na medida em que se evitam não só o perigo de ruptura do tubo, que provocava a saída do óleo sob
pressão, como também a transmissão do ruído originado pelo motor ao habitáculo do veículo.
É constituído por um ponteiro ligado a uma âncora, por sua vez sujeita ao campo magnético gerado por
duas bobinas. A bobina principal é percorrida por uma corrente que depende da tensão de alimentação
e pela resistência do verificador da pressão. A bobina auxiliar é percorrida por uma corrente proporcio-
nal apenas à tensão de alimentação. Como a acção das duas bobinas sob a âncora se contrapõe, o
movimento do ponteiro é proporcional apenas à resistência do verificador de pressão, sendo insensível
às variações de tensão do sistema (Fig. 3.20).
Para controlar a viscosidade do óleo que circula pelo motor, certos construtores equiparam os seus
veículos com um indicador de viscosidade (Fig. 3.21).
A pressão na primeira câmara é constante, pois depende do regulador da mola e não da pressão da
bomba, a menos que esta seja inferior a um certo valor. Uma parte do óleo passa à segunda câmara e
volta ao cárter pelos tubos calibrados. Quanto mais viscoso é o óleo, mais difícil é o seu retorno pelos
tubos e portanto, a agulha do indicador de viscosidade acusa a pressão que reina na segunda câmara,
indicando sobre o painel o índice de viscosidade do óleo: baixo, normal e alto.
A lubrificação de todos os elementos giratórios e deslizantes das transmissões é necessária, não so-
mente para evitar o desgaste, mas igualmente para assegurar o arrefecimento dos mesmos. O óleo
deve separar as superfícies deslizantes uma da outra e ao mesmo tempo evacuar o calor que se de-
senvolve na película de óleo.
Não só nas superfícies lisas se forma uma película de óleo. Isto também acontece entre os dentes das
engrenagens. Mas é necessário considerar que para as engrenagens as superfícies de contacto são
arredondadas e portanto os fenómenos não se passam como nas superfícies lisas, temos uma situação
de lubrificação totalmente diferente.
Em resumo, podemos concluir que no caso das transmissões nos seus componentes, como carretos,
veios ou rolamentos, temos pressões enormes que reduzem a espessura da película de óleo a menos
de 1 mícron. Devem-se então utilizar óleos especiais, resistentes às grandes pressões que se verifi-
cam, o que permitirá reduzir ao mínimo o desgaste dos dentes. Normalmente estes óleos possuem
aditivos especiais para suportarem altas pressões sem perderem o poder lubrificante.
Quase todas as peças das transmissões são lubrificadas e refrigeradas por óleo projectado pela rota-
ção das próprias peças.
O óleo projectado provém de uma ou de várias engrenagens que rodam mergulhadas num banho de
óleo.
Este sistema de lubrificação por chapinhagem simples apresenta um certo número de inconvenientes
que, nas condições de utilização actuais, se tornam cada vez mais importantes.
Numa situação em que uma viatura passa directamente do arranque a frio, para uma situação de en-
garrafamento no trânsito, as engrenagens da transmissão giram muito lentamente ou até permanecem
paradas, durante um período mais ou menos longo. Esta situação não é favorável à lubrificação, caso
haja muito pouco ou quase nenhum óleo projectado sobre as partes a lubrificar. O veio primário gira
entretanto na caixa de velocidades fazendo as projecções suficientes para assegurar a lubrificação (Fig.
4.1).
Durante a sua rotação, os dentes das engrenagens mergulhados no óleo encontram uma resistência.
Essa resistência consome potência e portanto combustível, é então fundamental que se consiga reduzi-
la ao mínimo.
Podemos de resto render-nos à importância da travagem devida ao batimento no óleo, quando deixa-
mos rodar o carro em ponto morto e com as medições que efectuamos nesta ocasião, demonstra-se em
geral que para uma viatura sujeita a baixas temperaturas (-10 ºC) a resistência à deslocação a 60 km/h
é quase tão elevada como para deslocações a 100 km/h quando o motor, a caixa e todas as outras
transmissões estão quentes.
Estas perdas devidas ao batimento no óleo não são só devidas à rotação das engrenagens no banho
de óleo. Na caixa de velocidades existe todo um equipamento de peças de sincronismo que giram
próximas umas das outras e umas devido às outras. Cada jogo de engrenagens gira à sua velocidade
própria, determinada pelas relações de número de dentes e essas rotações diferentes levam a atritos
por batimento no óleo importantes. O aumento das perdas de potência por batimento no óleo depen-
dem da velocidade de rotação do motor, da velocidade da viatura e também do nível de óleo na caixa
de velocidades.
Existe também o caso em que transmissões cheias até ao topo aquecem até um tal ponto que o óleo
se deteriora, ou sofrem os efeitos da pressão excessiva que os retentores dos veios cedem. Portanto
pode-se concluir que quer um enchimento excessivo quer um enchimento defeituoso das caixas de
velocidades ou de qualquer outro tipo de transmissões, originam uma má lubrificação.
Neste sistema de lubrificação por chapinhagem, para trazer o óleo para os locais onde se deve en-
contrar, são utilizados pequenas goteiras e canais de lubrificação. As gotículas centrifugadas ao longo
das paredes e que por elas escorrem de retorno ao cárter, são recuperadas por pequenas goteiras em
material plástico ou em metal e transportam o óleo através de veios com canais para os rolamentos das
engrenagens, com o fim de lubrificar e refrigerar estes.
A centrifugação do óleo provoca a pulverização sobre todos os órgãos, projectando-se uma quantidade
significativa nas paredes do cárter. Este contacto com o cárter contribui em grande parte para o arre-
fecimento do óleo.
Por vezes são utilizados rolamentos de rolos cónicos como bombas. Com efeito, graças à diferença
de diâmetro entre o exterior e o interior, o óleo é propulsionado sobre uma direcção. É preciso não
esquecer que este sistema não funciona bem quando o óleo é muito fluído e é centrifugado pelas en-
grenagens (Fig. 4.2).
1 – Veio primário; 2 – Óleo pulverizado; 3 – Goteira de óleo; 4 – Veio secundário; 5 – Veio primá-
rio; 6 – Passagem do óleo; 7 – Óleo pulverizado; 8 – Veio secundário; 9 – Tubo de óleo; 10 – Veio
secundário
Fig.4.2 - Neste exemplo as gotículas de óleo projectadas, são transportadas por uma goteira e por
um pequeno tubo. Veios com canais lubrificam as engrenagens da caixa. O rolamento do
veio secundário é lubrificado por projecção de óleo
Para elevadas velocidades de rotação, é necessário injectar o óleo directamente sobre os dentes das
engrenagens em rotação.
O óleo de lubrificação é quase sempre arrastado pela centrifugação provocada pela face dos dentes.
Quanto mais quentes se encontrarem as faces dos dentes menor é o tempo que o óleo projectado para
a periferia dispõe para refrigerar os dentes, que receberam um forte aquecimento devido ao atrito.
É por esta razão que é necessário prever uma lubrificação por circulação forçada. Para se efectuar
este tipo de lubrificação, é necessário possuir uma bomba de óleo para injectar óleo sobre as faces dos
dentes exactamente no local em que eles se encontram em contacto.
Quando a velocidade de rotação aumenta, a quantidade de calor aumenta também e por consequência
é necessário refrigerar de uma forma mais precisa as faces dos dentes no local exacto onde se de-
senvolve a maior quantidade de calor. Deste modo utilizam-se sistemas de lubrificação e refrigeração
munidos, em vários pontos, de pequenas tubeiras de óleo que injectam este na zona de engrenamento
de cada jogo de engrenagens. Os rolamentos podem igualmente receber uma parte do óleo de lubrifi-
cação.
No entanto, é necessário ser-se extremamente cauteloso na realização destas instalações, porque a in-
jecção de óleo sobre as zonas de engrenamento dos dentes, assim como sobre os rolamentos é muito
importante e deve ser feita nas devidas quantidades, o que pode trazer dificuldades imprevistas.
Nas transmissões normais dos automóveis, o sistema de lubrificação por circulação forçada é ainda
pouco utilizado. De facto, as vantagens que este sistema traz não compensam os custos suplementa-
res inerentes a este tipo de instalações. Estes custos são devidos à necessidade de montar uma bomba
de óleo accionada pela transmissão, um filtro de óleo, uma válvula de segurança e um elevado número
de canais de óleo no cárter da transmissão.
Como no sistema de lubrificação por circulação forçada existem tubeiras de óleo, é preciso ter em conta
que, quando o óleo está frio, é necessário um certo tempo para que estas reunam o óleo e como um
abaixamento do nível de óleo na caixa de velocidades pode verificar-se logo após o arranque, o óleo
está de certa forma exposto sobre todas as paredes em vez de se encontrar a um determinado nível
no cárter.
Fig. 4.3 - Exemplo do sistema de lubrificação por circulação forçada aplicado numa caixa de velocidades
No exemplo da figura 4.3, a lubrificação é feita por circulação forçada. Todos os rolamentos críticos
nas secções principal e planetária da caixa são lubrificados à pressão através de canais existentes nos
veios. A bomba de óleo é accionada directamente pelo veio secundário, tendo dimensões suficientes
para assegurar a pressão máxima com o motor em baixa rotação.
A caixa de velocidades também tem um sistema de lubrificação por chapinhagem, com os carretos do
veio secundário parcialmente submersos num banho de óleo.
O óleo de lubrificação é limpo num pré-filtro, tendo as unidades principal e planetária bujões magnéticos
para reter todas as partículas metálicas. Uma lubrificação segura e óleo limpo são indispensáveis para
uma longa duração.
O ar que se desloca ao longo dos cárteres das transmissões, escoa uma certa quantidade de calor. O
calor desenvolvido nas transmissões é função da potência fornecida pelo motor e do nível de perdas
da transmissão.
O óleo absorve a maior parte do calor conduzindo-o sobre as paredes do cárter da transmissão. Por
isso, quando o veículo pára, o óleo do cárter permanece quente durante algum tempo. É evidente que,
quanto mais elevado for o nível de óleo no cárter, mais óleo aquece e consequentemente tem de arre-
fecer. Um nível de óleo baixo leva a uma temperatura elevada. Com efeito, mesmo que as perdas por
batimento no óleo sejam reduzidas, a transmissão das perdas por atrito para as paredes superiores do
cárter da caixa de velocidades efectua-se com mais dificuldade. Este aumento da temperatura do óleo
não é em caso algum desejável porque aumenta a transmissão dos ruídos e a carga térmica do próprio
óleo.
Quando uma viatura circula em tempo chuvoso, é frequente que o arrefecimento da transmissão seja
tão eficaz que a viscosidade do óleo aumenta fortemente.
Este rápido aumento da viscosidade exerce uma influência sobre a lubrificação por projecção assim
como sobre os sincronizadores e muitos automobilistas já se aperceberam que o sincronismo da caixa
do seu carro está a falhar durante o tempo chuvoso, mas sem saberem precisamente que a verdadeira
razão não é propriamente a chuva mas sim o arrefecimento anormal do óleo na caixa de velocidades.
Ele pode utilizar um radiador de óleo (fig. 4.4) ou utilizar um óleo lubrificante sintético especial. A uti-
lização de um radiador de óleo pressupõe a utilização de uma bomba de óleo, mas tal sistema não é
muito simples nem funcional.
Quando o radiador de óleo não tem termostato, a temperatura do óleo pode baixar até um ponto tal,
fora das condições extremas de grande velocidade ou de temperatura exterior muito elevada, que os
problemas de lubrificação e de sincronismo podem ser comparáveis aos verificados no inverno, em que
a viscosidade aumenta muito, aumentando assim as perdas por batimento das engrenagens no óleo.
Uma solução interessante é constituída pelo permutador de calor, em que o líquido de refrigeração
serve para reaquecer rapidamente o óleo do diferencial e serve ao mesmo tempo para refrigerar esse
óleo quando a temperatura deste ultrapassa a do líquido de refrigeração. Evita-se assim quer as perdas
excessivas por batimento das engrenagens no óleo devido ao facto de este não ter ainda chegado à
temperatura óptima, quer a má lubrificação geral inerente à elevada fluidez do óleo quando a sua tem-
peratura é elevada.
Fig.4.4 – Quando se utiliza uma bomba de óleo para a lubrificação, podemos igualmente
instalar um radiador de óleo
O ar contido nas transmissões cria também sérios problemas, uma vez que tende a dilatar-se quando a
temperatura aumenta. Isto significa que se a transmissão está estacionária à temperatura ambiente, ela
fica sujeita a uma pressão excessiva quando a temperatura no seu interior aumenta e fica sujeita a uma
depressão se a temperatura no seu interior diminuir para valores inferiores à temperatura ambiente.
São utilizadas juntas nas quais os lábios são capazes de se deslocar no caso de depressão, podendo
assim permitir a entrada de ar exterior.
Quando a transmissão aquece, a pressão no interior do cárter aumenta, o que torna a estanquecidade
do óleo mais difícil. Os lábios das juntas do óleo são empurrados fortemente sobre os veios e mesmo
que a estanquicidade se mantenha, o atrito e o desgaste aumentam.
A purga de ar, de um espaço cheio de óleo quente, não é uma operação simples. Em geral forma-se
uma espuma que provoca uma pulverização do óleo. A purga de ar para o exterior livre de óleo é muito
difícil. É necessário ter o cuidado devido para que não entrem para o interior da transmissão humidade
ou impurezas.
A figura 4.5 mostra o caso de uma purga de ar num diferencial, realizada com a ajuda de uma serpen-
tina de desarejamento e de um pequeno depósito de desarejamento.
Fig.4.5
Causas:
1) Falta de óleo no cárter. É a primeira coisa a verificar, pois pode-se ter perdido óleo por um bujão
mal apertado ou que tenha caído.
2) Chupador obstruído por impurezas. A bomba costuma aspirar o óleo através de um chupador
de malha metálica, que pode ser obstruído, por excesso de sujidade. Basta limpar o chupador
com uma escova e gasolina. Na verdade, este defeito verifica-se antes que o manómetro indique
zero, pois de cada vez que se acelera o motor, o manómetro assinala uma queda de pressão.
Isto deve-se ao facto de que, em baixas velocidades é necessário passar bastante óleo para
alimentar a bomba e o chupador sujo não deixa passar a quantidade necessária de óleo quando
o motor é acelerado.
3.3) Defeito interno, por exemplo, ruptura ou desgaste de uma palheta, ou dos dentes da bomba.
Se a bomba for de pistão, as válvulas podem estar a fechar mal devido a alguma impureza
que não a permita assentar direito.
3.4) Nos motores em que a bomba não fica imersa no óleo do cárter, por exemplo, quando a
bomba fica situada no veio da árvore de cames e aspira o óleo por um tubo, pode ser que a
bomba não esteja a ser alimentada, por haver pouco óleo no cárter ou por existirem entra-
das de ar indevidas na aspiração da bomba, por causa de uma má vedação, etc.
4) Válvula de descarga mal fechada por ruptura da mola ou atraso do pistão devido a sujidades
tendo como consequência o retorno do óleo para o cárter em vez de lubrificar o motor.
Causas:
1) Óleo muito diluído, tendo perdido viscosidade, o que pode ser verificado retirando a vareta me-
didora do nível de óleo e constatando o estado deste.
4) Válvula de descarga em mau estado ou regulada para valores muito baixos, o que implica
a desmontagem da mesma e posterior regulação.
5) Casquilhos do motor gastos, pelo que o óleo se escapa com muita facilidade pelas folgas
excessivas existentes.
6) Óleo inadequado ao tipo de motor ou à época do ano, o que implica a utilização do óleo
correcto.
Causas:
1) Válvula de descarga presa, impedindo a sua abertura, o que implica proceder à sua
desmontagem e reparação.
3) Canalizações obstruídas parcialmente, o que implica a limpeza das mesmas, pelo que
se deve vazar todo o óleo e montar outro mais fluído, fazendo funcionar o motor nestas
condições durante 30 minutos, no final dos quais se volta a vazar o circuito e coloca-se o
óleo adequado.
4) Óleo inadequado ao tipo de motor e à altura do ano, neste caso deve-se substituir o óleo
pelo correcto.
Causas:
Consumo excessivo de óleo. Nas figuras 5.2 e 5.3 estão detalhadas as causas mais prováveis de
um excessivo consumo de óleo, que pode originar-se por perda ou por combustão nos cilindros. Nas
legendas de ambas as figuras enumeram-se as causas.
Fig. 5.2 - Corte longitudinal de um motor, mostrando as causas do consumo excessivo de óleo
Perdas
Queimas
11) Segmentos gastos ou sem elasticidade. 18) Folga excessiva no apoio dianteiro da
cambota.
Fig. 5.3 - Corte transversal de um motor, mostrando mais causas de consumo excessivo de óleo
Perdas
Queima
Analisando as duas figuras anteriores, compreende-se as razões de cada causa. Especialmente deve-
se examinar:
As engrenagens devem encontrar-se em perfeito estado, sem desgastes excessivos, roturas de dentes
ou qualquer outra anomalia. Em caso de necessidade de substituição deverão ser substituídas sempre
as duas.
Movendo em separado cada uma das engrenagens em duas direcções opostas, com estas montadas
na carcaça, pode-se detectar a folga de montagem, que deverá ser medida com um comparador. A
folga máxima admissível é de 0,2 mm e a tolerância de montagem deve ser de 0,1 mm.
Deve-se verificar igualmente a folga existente entre as engrenagens e as paredes do corpo da bomba,
introduzindo uma lâmina calibrada entre ambos (fig. 5.4). A folga não deve superar os 0,2 mm. Caso
contrário, deve-se substituir as engrenagens e se for necessário, a carcaça da bomba também. A folga
de montagem estabelecida é de 0,1 a 0,15 mm.
Deve-se também controlar a folga existente entre as faces superiores das engrenagens e a tampa de
fecho da bomba, como mostra a figura 5.5. Se esta for superior a 0,15 mm substitui-se as engrenagens
ou a carcaça. A folga de montagem está compreendida entre 0,01 e 0,08 mm.
Uma vez efectuadas estas verificações na bomba de óleo e reparados os defeitos encontrados, procede-
se à sua montagem, durante a qual se fazem rodar à mão as engrenagens comprovando que não existe
qualquer tipo de entraves à sua rotação.
Fig. 5.4 - Verificação da folga existente entre Fig. 5.5 - Verificação da folga existente entre
as engrenagens e as paredes do as faces superiores das engrena-
corpo da bomba gens e a tampa de fecho da bom-
ba
No caso de uma bomba de lóbulos, deve-se verificar igualmente as gretas, folgas, deformações, etc.,
como no caso das bombas de engrenagens. E em particular, o desgaste do rotor interno e do rotor
externo, como se verifica na figura 5.6, em dois locais particulares. Os valores encontrados devem estar
compreendidos entre as seguintes tolerâncias:
No caso em que os valores encontrados não estiverem dentro das especificações, deve-se substituir
em conjunto o rotor interno e o externo.
Para além destas verificações detalhadas do sistema de lubrificação, deve-se verificar igualmente se
existem fugas de óleo através da junta do cárter de óleo e órgãos auxiliares fixados ao bloco, como a
bomba de gasolina, o que pode ser detectado através de manchas no exterior. Se for necessário limpam-
se as superfícies supostamente com fugas e faz-se funcionar o motor até alcançar a temperatura de
regime, observando posteriormente as ditas zonas para detectar possíveis fugas. A figura 5.7 mostra
os pontos de fuga mais comuns de um motor.
Retirando a tampa para a colocação de óleo no motor, com o motor em funcionamento, pode-se observar
a saída de vapores de óleo através dela, o que significa desgaste excessivo dos segmentos, com uma
perda notável da pressão de combustão para o cárter. Neste caso era necessário reparar o motor.
Apesar dos progressos da técnica construtiva das transmissões actuais, continuam a existir problemas
de passagens de velocidades ou de ruídos. O “arranhar” nas passagens de velocidades ocorre na maior
parte das vezes no tempo frio. Por sua vez, os problemas de ruídos surgem especialmente quando a
caixa está quente. Quando conhecemos as razões de um problema é mais fácil encontrar a solução
para o mesmo.
Os sintomas normais das avarias em transmissões, caracterizam-se por ruídos provocados pela falta
de lubrificação nos órgãos que deveriam ter sido irrigados, o que origina a gripagem dos mesmos como,
por exemplo, rolamentos, dentes de carretos e engrenagens.
Nos sistemas de lubrificação de transmissões por chapinhagem as principais avarias ocorrem por
ausência de lubrificação, como neste sistema quase todas as peças das transmissões são lubrificadas
por óleo projectado pela rotação das próprias peças, a ausência completa de óleo no cárter das mesmas
ou um nível muito baixo deste provoca inevitavelmente a má lubrificação de toda a transmissão em
causa, originando o aquecimento excessivo entre superfícies metálicas em contacto o que leva à
gripagem e/ou quebra das mesmas. Por vezes, com níveis de óleo baixos, o que se passa é que a
lubrificação por chapinhagem da peça que entra directamente em contacto com o óleo é suficiente, mas
o óleo projectado que deveria atingir as goteiras e canais existentes em vários sítios da transmissão,
não chega aos mesmos e portanto não é transportado para os locais de lubrificação mais difíceis,
provocando, com o tempo, a deterioração das peças lá existentes.
Por estes motivos é de extrema importância a verificação periódica do nível de óleo nestas transmissões.
O principal motivo da variação do nível de óleo são as fugas, quer no cárter da transmissão quer junto
aos retentores. A análise cuidada da localização destas é muito importante. Para nos ajudar a detectar
a origem da fuga, é aconselhável que primeiro se limpe a transmissão e depois se deite no óleo um
pouco de aditivo fluorescente. Faça uma prova de estrada e, então, localize a(s) fuga(s) com a ajuda
de uma luz ultravioleta.
Nos sistemas de lubrificação de transmissões por circulação forçada as principais avarias ocorrem, um
pouco à semelhança daquilo que já falámos para motores, se houver canais obstruídos, se a bomba
estiver avariada, se o filtro estiver saturado ou se houver fugas de óleo do sistema para o exterior.
No caso de canais obstruídos deve-se retirar todo o óleo do circuito e substituí-lo por outro mais fluído,
pôr o sistema a funcionar e após algum tempo voltar a colocar o óleo adequado. Se o problema for
do filtro deverá ser substituído ou limpo. No caso da bomba não debitar o caudal suficiente, deve-se
verificar todas as suas dimensões construtivas como referimos anteriormente no caso das bombas de
óleo dos motores, posto isto repará-la ou substituí-la. Se o problema forem fugas, os procedimentos a
efectuar estão indicados na tabela anterior.
6- LUBRIFICAÇÃO – MANUTENÇÃO
Manutenção Periódica:
Esta definição corresponde ao que se pode igualmente chamar manutenção preventiva, em oposição
à manutenção curativa, que só se dá após a avaria ou quando as condições de utilização parecem
exorbitar no baixo rendimento e no consumo excessivo de combustível e lubrificantes.
A manutenção preventiva é, em si, relativamente custosa, à priori. Mas, por eliminar quase totalmente
os riscos de incidentes técnicos ou mesmo de acidentes, revela-se, afinal, extremamente benéfica, por
causa de uma satisfação total das condições de exploração comercial do material em questão.
A partir do momento em que o óleo é introduzido no motor começa a perder as suas propriedades
lubrificantes. Esta perda gradual da qualidade deve-se especialmente à acumulação de produtos
contaminantes, por exemplo, a água e as lamas. Por outro lado, em consequência da combustão,
tendem-se a formar partículas carbonosas, algumas das quais vão parar ao óleo para além das gomas,
ácidos e resinas que surgem devido à combustão e no próprio óleo devido às altas temperaturas a
que está submetido. Também há que ter em conta que o ar aspirado para a mistura, leva consigo
poeiras e apesar do filtro ser muito eficaz, não consegue purificá-lo completamente. O motor, além
disso, desprende pequenas partículas metálicas, consequência do desgaste das suas peças. Todas
estas partículas e corpos circulam arrastados pelo óleo. À medida que aumenta a quilometragem
efectuada pelo motor, acumulam-se quantidades crescentes de todos estes produtos no óleo e, apesar
da filtragem do mesmo, parte das impurezas acumuladas permanecem nele. O resultado é que ao fim
de um tempo o óleo vai tão carregado de sujidade que é impossível garantir a sua qualidade e basta
que não ocorra a sua substituição por óleo limpo, que o desgaste do motor aumentará rapidamente.
Os óleos modernos estão preparados para “lutar” contra a sua contaminação. Contêm produtos químicos
(aditivos) que impedem e reduzem a corrosão e a formação de espumas, ao mesmo tempo que ajudam
o motor a manter-se limpo. De qualquer forma, não conseguem conservar a pureza e limpeza do óleo
indefinidamente. Ao fim de um tempo de funcionamento, o óleo está muito contaminado e deve ser
trocado. Este tempo varia em função das condições de utilização do motor.
Os fabricantes de automóveis recomendam igualmente, a mudança do filtro do óleo cada 10000 km.
O óleo, como já referimos, deverá ser substituído ao fim de um certo número de quilómetros, conforme
recomendado pelo fabricante. Deve montar-se um filtro novo, igualmente por indicação do fabricante.
Para mudar o óleo ao motor, comprove-se que o automóvel se encontra numa superfície horizontal,
visto o cárter estar projectado para se esvaziar completamente apenas quando o automóvel estiver
nesta posição.
Para recolher o óleo (evitando o seu derrame) coloca-se um recipiente com capacidade para pelo
menos 5 litros, pois a sua capacidade pode conter todo o óleo esvaziado na maioria dos modelos
automóveis, excepto quando se trata de automóveis de grandes dimensões.
Para retirar o bujão de esvaziamento do cárter, utilizar sempre uma chave de dimensões adequadas e,
de preferência, uma chave de caixa ou luneta. Se o bujão ficar danificado pelo emprego de uma chave
imprópria, poderá ser extremamente difícil retirá-lo. Alguns bujões apresentam um íman destinado a
atrair todas as partículas metálicas em suspensão no óleo do motor. Estes ímans são frágeis e quebram-
se facilmente quando não são manuseados com cuidado.
Antes de se proceder ao esvaziamento do cárter, põe-se o motor a trabalhar até que se atinja a sua
temperatura normal de funcionamento para que o óleo fique mais fluído e escorra mais facilmente. As
figuras 6.1, 6.2, 6.3, 6.4 e 6.5 representam uma situação prática de mudança de óleo numa viatura.
Fig.6.1 - Antes de retirar o bujão de esvazia- Fig.6.2 - O óleo fluirá mais facilmente se for
mento do cárter, procurar um recipi- retirado o tampão de enchimento
ente adequado para recolher o óleo e se o motor tiver trabalhado até
do motor. Deve também dispor-se atingir a temperatura normal de
de óleo apropriado para voltar a en- funcionamento, antes de ter início o
cher o cárter esvaziamento
Quando se desmonta um filtro de óleo, o óleo extravasa assim que se rompe a junta. Para desmontar o
filtro, quebrar a junta antes de desapertar completamente o parafuso de aperto. Como o filtro tem uma
mola, poderá saltar subitamente, a menos que se quebre primeiro a junta. O novo elemento filtrante
vem normalmente acompanhado de diversas juntas, que devem ser comparadas com as que irão ser
substituídas. Montar as novas juntas de dimensões adequadas no local apropriado no filtro. Para retirar
as juntas que irão ser substituídas, é indicado recorrer a uma agulha grossa. Ver figuras 6.6, 6.7, 6.8
e 6.9.
Fig. 6.3 - Enquanto o óleo escorre, retirar a tampa das válvulas e limpá-la. Montá-la novamente, com uma junta
nova, para se comprovar que não haverá fugas de óleo
Fig. 6.4 - Voltar a colocar o bujão e encher o Fig. 6.5 - Manter o motor a trabalhar e observar
motor com o óleo recomendado Fa- se ocorrem fugas de óleo, nomeada-
zer o arranque do motor para verifi- mente no filtro, as quais poderão vir a
car se a luz avisadora da pressão do causar graves avarias no motor. Parar
óleo, no tablier, se apaga rapidamen- o motor. Verificar o nível de óleo, que
te entretanto poderá ter descido um pou-
co. Atestar
Fig. 6.6 - Dois tipos de filtros de óleo: um ele- Fig. 6.7 - Para montar um filtro de vaso,
mento filtrante que é montado no vaso desapertar o seu parafuso de
do filtro (à esquerda) e uma unidade fixação. Quebrar primeiramente
filtrante completa a junta e aliviar a pressão da
mola
Fig. 6.8 - Retirar o elemento filtrante que irá ser Fig. 6.9 - Retirar a junta gasta, compará-la com
substituído e limpar o vaso com petró- as que compõem o novo conjunto do
leo. Guardar a mola e a anilha filtro e escolher de entre estas uma
semelhante
No caso de em vez de um elemento filtrante existir um filtro completo, o desaperto deste faz-se com a
ajuda de uma chave de filtros, que abraça este completamente permitindo assim o seu desenroscar.
Caixa de velocidades:
As caixas de velocidades não exigem atenção especial, excepto no que se refere à mudança do óleo
da caixa. Contudo, deverá haver maior cuidado quando a caixa de velocidades é automática, pois a
utilização de um tipo de óleo da caixa diferente do recomendado ou a penetração de sujidade poderão
ocasionar graves danos.
O processo de verificação do nível do óleo da caixa varia de um tipo de caixa de velocidades automática
para outro. Normalmente, põe-se o motor a funcionar e, com o travão de mão aplicado, engata-se uma
velocidade baixa para a frente ou a marcha atrás. Verificar então o nível de valvulina com a vareta e
atestar, se necessário. É perigoso encher demasiado as caixas automáticas, pois, neste caso, o óleo
aquecerá excessivamente, podendo chegar a atingir o seu ponto de inflamação.
Para efectuar a mudança do óleo de uma caixa de velocidades manual, assegure-se que o automóvel
se encontra numa superfície horizontal antes de atestar a caixa, a fim de determinar o verdadeiro nível
do óleo.
Encher a caixa com óleo pelo bujão de enchimento e até ao nível deste. Colocar o bujão apenas depois
de todo o óleo em excesso ter saído.
Dado que a transmissão automática possui um conversor de binário em vez de uma embraiagem normal,
o motor pode, em muitos casos, estar a funcionar ao ralentí, com uma velocidade baixa engrenada e o
travão de mão aplicado, quando se verifica o nível de óleo da transmissão. As figuras 6.10, 6.11, 6.12,
6.13 e 6.14, mostram uma situação prática de mudança da valvulina de uma caixa de velocidades.
Fig. 6.10 - Uma caixa de velocidades apresenta dois bujões: o bujão de es-vaziamento
(em baixo) e o bujão de enchimento ou de nível, normalmente situado a
meio da parte lateral da caixa de veloci-dades
Fig. 6.11 - Antes de começar a esvaziar a cai- Fig. 6.12 - Retirar o bujão de esvaziamento da
xa de velocidades, retirar o bujão caixa de velocidades
de enchimento para permitir a en-
trada de ar
Fig. 6.13 - O escoamento tornar-se-á muito Fig. 6.14 - Roscar novamente o bujão e encher
mais fácil se o automóvel tiver a caixa de velocidades pelo furo de
funcionado durante um curto pe- enchimento
ríodo de tempo antes da mudan-
ça
Veio de Transmissão:
Num automóvel de tracção traseira com uma disposição convencional da transmissão, um veio liga a
caixa de velocidades ao eixo traseiro. Deve haver o cuidado de não lhe aplicar pancadas e evitar que
esteja empenado. Verificar todos os 10000 km se os parafusos que fixam o veio de transmissão ao
eixo traseiro estão apertados. Quando os cardans apresentarem copos de massa, lubrificar todos os
5000 km. Os cardans, contudo, vêm, na sua maioria, selados de fábrica e não necessitam de qualquer
manutenção. Se existir uma folga quando se segura o veio e se torce para cada um dos lados dos
cardans, é sinal de que estes estão gastos.
Eixo de transmissão:
Os automóveis de tracção à frente ou os de motor atrás têm semi-eixos articulados, em vez de um veio
de transmissão convencional. Verificar o fole de borracha que cobre o cardan para comprovar que este
não está rasgado nem gretado. Verificar se os semi-eixos não apresentam folga. Nos automóveis de
motor atrás verificar todos os 5000 km se os parafusos que fixam o cardan ao eixo estão apertados. Em
alguns modelos de tracção à frente o cardan do lado correspondente ao motor é de metal e borracha e
está fixado por grampos em forma de U e por porcas. Verificar todos os 10000 km se estes estão bem
apertados.
Foi nos lubrificantes para motores que se verificou a maior evolução. Ainda há alguns anos eram frequentes
as intervenções oficinais para descarbonizar motores. Esta operação, dadas as características actuais
dos lubrificantes é, quase sempre efectuada junto com outras reparações e inspecções, realizadas
após um período de funcionamento muito longo do motor.
Tipos de óleos:
Os óleos destinados à lubrificação dos motores de automóveis devem possuir um certo número de
qualidades perfeitamente determinadas.
Sob o ponto de vista prático, eles são caracterizados principalmente pela sua viscosidade, o seu ponto
de combustão e o seu ponto de congelamento.
A viscosidade pode-se, assim, exprimir por centistock (1/100 de stock). É a viscosidade física absoluta
do lubrificante, isto é, a resistência real do deslocamento das suas moléculas, umas em relação às
outras. Determina-se a viscosidade medindo a força necessária para fazer deslocar de 1 cm, no seio do
lubrificante, uma superfície de 1cm, à velocidade de 1cm/seg. Para fazer essa medida, usa-se também
a massa especifica do lubrificante utilizado.
Este método moderno de medição da viscosidade pode ser utilizado para todos os lubrificantes, desde
os óleos mais líquidos aos mais consistentes.
A viscosidade de um óleo modifica-se com a temperatura. Quanto mais elevada a temperatura, menor
será a viscosidade do óleo.
A principal qualidade de um óleo deve ser uma viscosidade suficiente para assegurar um atrito líquido
a temperaturas de funcionamento das peças do motor entre 80 a 150ºC. Com um óleo de qualidade
inferior, a viscosidade diminui a tal ponto, com o aquecimento, que a lubrificação torna-se pouco eficaz
(desgaste rápido).
O ponto de combustão é a temperatura à qual o óleo emite vapores susceptíveis de serem inflamados.
Deve ser o mais elevado possível, de modo a evitar as fugas por vaporização quando este entra em
contacto com as partes inferiores do pistão do motor quente. A temperatura de combustão é, geralmente,
superior a 220ºC para os óleos finos e ultrapassa 250ºC para os óleos espessos.
Ponto de congelamento é a temperatura em que o óleo não escorre mais de uma proveta quando esta
é inclinada. O ponto de congelamento deve ser o mais baixo possível, de modo a facilitar que o motor
entre em movimento depois de estacionamentos prolongados sob temperaturas invernais. Nas regiões
temperadas, o óleo deve possuir um ponto de congelamento de pelo menos 16ºC negativos.
As diferentes estruturas moleculares dos óleos dão-lhes algumas qualidades particulares que influenciam
o seu comportamento no motor.
Muitos, dos óleos destinados aos motores de automóveis são de origem mineral. São fáceis de conhecer
pela cor de aço cinzenta-azulada do seu reflexo. Estes óleos possuem uma grande estabilidade química.
Contudo, o seu poder lubrificante diminui rapidamente acima de 120ºC.
Actualmente, melhora-se o óleo mineral adicionando-lhe elementos químicos apropriados. Estes aditivos
podem ter uma grande concentração e ser introduzidos no motor no momento da sua utilização. São
postos no mercado sob o nome de superlubrificantes.
Os aditivos podem ser adicionados directamente ao óleo quando do seu fabrico. Neste caso dá-se-lhes
o nome de óleos aditivos, designados normalmente por óleos H.D. (Heavy Duty). Os óleos H.D. são
vendidos no mercado sob diversas designações, dependendo estas da proporção de adição que eles
contêm.
Chamam-se assim os óleos e produtos especiais destinados a uma melhor lubrificação de certos pontos
delicados do motor. São misturados na gasolina ou no óleo de lubrificação.
Incorporado à gasolina, o superlubrificante penetra no topo dos cilindros. Melhora a lubrificação das
cabeças do pistão, dos anéis de compressão e das partes superiores das guias de válvulas. Estes
produtos são, especialmente, formados por um óleo resistente às temperaturas da câmara de
combustão.
Por vezes, alguns superlubrificantes são completados por um produto antidetonante. Todos os
superlubrificantes destinados a serem misturados no óleo do motor contêm grafite coloidal. A grafite
incrusta-se nas superfícies de atrito, mancais, pinos, bielas, árvores de cames, etc., mantendo uma
lubrificação excelente quando a sua temperatura se eleva exageradamente. De notar que apenas a
grafite coloidal fica em suspensão no óleo e fornece uma lubrificação correcta. A grafite em pó ou em
pasta é perigosa.
Ela obstrui os tubos de lubrificação e provoca um desgaste prematuro dos elementos mecânicos. Só
são recomendados produtos de qualidade superior.
Um certo número de superlubrificantes destinados aos óleos de motores contêm igualmente aditivos
metálicos. A sua acção não é imediata. É necessário que o motor trabalhe durante horas com estes
produtos para lhes permitir uma melhoria progressiva das superfícies de atrito.
Por outro lado, todos os superlubrificantes destinados à mistura carburada são adicionados com produtos
antidetonantes e decapantes. Os primeiros asseguram um melhor desenvolvimento da combustão e
têm acção imediata. Os segundos favorecem a limpeza das câmaras de combustão. Contudo, para que
a sua acção seja eficaz, é necessário pôr o motor a funcionar durante alguns minutos a plena potência
e alto regime.
Óleos aditivos:
Os óleos aditivos, conhecidos também por óleos H.D., são óleos que contêm um certo número de
corpos químicos destinados a dar propriedades especiais ao lubrificante. Os corpos adicionados ao
óleo são, normalmente, compostos por enxofre, grafite, cromo, chumbo, estanho e alguns produtos
sintéticos cuja composição só é conhecida nas refinarias. Os ingredientes adicionais variam com a
marca e dependem essencialmente das propriedades que visam obter.
Poder detergente:
Poder dispersante:
É a propriedade que a camada de óleo tem que lhe permite resistir às altas
pressões mecânicas actuantes sobre os mancais do motor, a qualidade de
lubrificação mantém-se, assim, mais acentuada durante o funcionamento a
plena potência, altos regimes e altas temperaturas.
Resistência à oxidação:
Como a composição dos óleos aditivos varia conforme a sua marca, é fundamental não misturar óleos
H.D. de proveniências diferentes. Poder-se-ia, assim, comprometer a sua estabilidade.
Por outro lado, o poder detergente confere ao óleo uma propriedade de penetração muito grande.
Esta propriedade faz com que seja mais difícil efectuar a vedação do motor e provoca mais facilmente
subidas de óleos nas câmaras de combustão, o que pode resultar num pequeno aumento de consumo
de lubrificante.
Num motor usado, a introdução de óleo aditivo origina a dissolução dos depósitos. Os elementos móveis
e, em particular, os segmentos funcionam muito mais livremente. Deste facto resulta uma melhoria
da compressão e da potência, mas, frequentemente, o funcionamento do motor é um pouco mais
ruidoso.
A introdução de um óleo aditivo altamente detergente num motor que anteriormente já funcionou com
um óleo comum apresenta certos riscos.
O óleo aditivo provoca o desprendimento dos depósitos de carvão internos. Estes depósitos, de volume
apreciável, não se dissolvem totalmente no óleo e acumulam-se no fundo do cárter, nos filtros e nos
tubos de lubrificação, onde a sua presença pode criar graves incidentes.
Para se beneficiar das vantagens que apresentam os óleos H.D. e evitar os inconvenientes assinalados
acima, é necessário tomar algumas precauções quanto ao seu emprego. As mais importantes são:
Para passar da lubrificação com óleo comum à lubrificação, com óleo H.D. num
motor que já tenha feito alguns milhares de quilómetros, é necessário efectuar
uma limpeza cuidadosa d depósito do óleo. Com o primeiro enchimento de
óleo H.D., não se deve ultrapssar 300 km. Um esvaziamento e uma lavagem
completa permitirão eliminar todos os resíduos que o óleo terá destacado das
parades internas.
No campo dos óleos para motores e sistemas de engrenagens de veículos automóveis usam-se
generalizadamente as classificações SAE (Society of Automotive Engineers).
Os óleos, segundo estas classificações, são distribuídos por diversas graduações de acordo com a
viscosidade, num processo que se tem mostrado bem adoptado, constituindo as graduações SAE
uma indicação rápida e simples da ordem de viscosidade de óleos de motor, caixas de velocidades e
diferenciais.
As classificações SAE dizem apenas respeito à viscosidade e não a outras qualidades que os óleos
possuam. Dentro de uma mesma graduação SAE 30, por exemplo, podem considerar-se diversos
tipos de óleos de diferentes propriedades e diferentes campos de aplicação, embora de viscosidade
semelhante, isto é, dentro do mesmo intervalo de viscosidade.
Na classificação SAE J 300 Jun 89, são considerados onze graus de viscosidade, representados por
um número SAE, seguido ou não da letra W, inicial de Winter (Inverno). Os números SAE seguidos da
letra W, referem-se à viscosidade de arranque e de bombagem e a temperaturas negativas, os outros
números SAE são baseados na viscosidade a 100ºC.
A figura 7.1 mostra uma tabela com os valores limites dos 11 graus de viscosidade SAE considerados.
Vejamos, com base na classificação SAE para óleo de motor, o que se entende por um óleo
multigraduado.
Um óleo diz-se multigraduado quando, tendo uma viscosidade que cai num dos intervalos designado
com a letra W (5W, 10W, 20W ou 25W), apresenta igualmente a 100ºC uma viscosidade que cai dentro
de um dos outros intervalos (20, 30, 40, 50 ou 60), e vice-versa.
Assim, um óleo que tenha a –20ºC a viscosidade de arranque de 3500 cP (dentro pois do intervalo
da graduação SAE 10W) e que tenha a 100ºC a viscosidade de 11,5 cST (dentro pois do intervalo da
graduação SAE 30) será um multigraduado 10W30.
Os casos possíveis para multigraduados de acordo com as definições SAE são os seguintes:
5W50 10W30 10W40 10W50
15W20 15W30 15W40 15W50
20W20 20W30 20W40 20W50
As funções e correspondentes características requeridas aos lubrificantes são muito diversas, de acordo
com os vários tipos de órgãos a lubrificar e respectivas condições de serviço.
Listam-se nas figuras 7.2, 7.3, 7.4 e 7.5, de maneira muito sintética, as principais funções e características
requeridas aos seguintes tipos de lubrificantes:
Deverá notar-se, nos exemplos seguintes, que se omite a referência a algumas propriedades gerais
exigíveis a todos os lubrificantes líquidos, nomeadamente, poder de adesão às superfícies metálicas
e elevada resistência à ruptura das películas lubrificantes sob carga (esta resistência aumenta com a
viscosidade). Faz-se, contudo, referência sistemática à necessidade de se procurar uma adequada
viscosidade para a redução das forças de atrito.
ÓLEOS DE MOTOR
(Auto – 4 tempos)
Fig. 7.2 – Principais características dos óleos para motores auto a 4 tempos
Fig. 7.3 – Principais características dos óleos de cilindros de grandes motores Diesel
Fig. 7.4 – Principais características dos óleos de cárter de grandes motores Diesel
Fig. 7.5 – Principais características dos óleos para motores a dois tempos
Nos vários sistemas de transmissão dos automóveis são os seguintes os tipos de engrenagens mais
vulgarmente utilizadas:
As necessidades de lubrificação das engrenagens têm muito a ver com o tipo de engrenagens
montadas. A escolha do óleo ou massa de lubrificação está condicionada a factores de potência, cargas
específicas, velocidades, temperaturas, etc..
As engrenagens abertas ou descobertas, são geralmente lubrificadas com óleos pretos bastante
viscosos e de grande adesividade ou então com massa de lubrificação.
A lubrificação a massa ou a óleos é escolhida conforme a dimensão, o tipo e a velocidade a que está
submetida a engrenagem e ainda ao meio ambiente em que está a funcionar.
No caso específico das transmissões auto, só o fabricante sabe que tipos de engrenagens usou na
construção dos vários tipos de transmissões dos veículos e por isso deve-se seguir as instruções deste
para o tipo de óleos a usar.
Fig. 8.3 - Engrenagem cónica dentes direitos Fig. 8.4 - Engrenagem cónica de dentes
em espiral
De seguida listam-se nas figuras 8.8 e 8.9, de maneira muito sintética, as principais funções e
características requeridas aos seguintes tipos de lubrificantes:
Deverá notar-se, nos exemplos seguintes, que se omite a referência a algumas propriedades gerais
exigíveis a todos os lubrificantes líquidos, nomeadamente, poder de adesão às superfícies metálicas
e elevada resistência à ruptura das películas lubrificantes sob carga (esta resistência aumenta com a
viscosidade). Faz-se, contudo, referência sistemática à necessidade de se procurar uma adequada
viscosidade para a redução das forças de atrito.
Fig.8.8 - Principais características dos óleos para sistemas fechados de engrenagens cóni-
cas em espiral e hipóides.
BIBLIOGRAFIA
SERRA, Maria Armanda; FARINHA, Maria Helena – Química Aplicada I, Instituto Superior de Engenharia
de Lisboa.
Castrol France S.A. – L´huile et les Transmissions, Delta Press France 1994.
PÓS-TESTE
Em relação a cada um dos exercícios seguintes, são apresentadas 4 (quatro) respostas das
quais apenas 1 (uma) está correcta. Para cada exercício indique a resposta que considera
c) Nada acontece..........................................................................................................................
d) Os cristais das peças próximas das superfícies deslizantes têm tendência para se inter-
penetrarem................................................................................................................................
c) Ao efeito de um compressor................................................................................................
a) Somente nos motores deste tipo a mistura óleo-combustível entra em contacto com
os órgãos rotativos do motor . .............................................................................................
b) Somente nos motores deste tipo se atingem altas rotações capazes de bem lubrificar
o motor.................................................................................................................................
d) Dois lóbulos..........................................................................................................................
9 – No caso de uma bomba de óleo accionada pela árvore de cames, por cada volta
completa desta o eixo da bomba roda:
a) 2 voltas.................................................................................................................................
b) 3 voltas.................................................................................................................................
c) 1 volta...................................................................................................................................
d) ½ volta..................................................................................................................................
b) É que há uma lubrificação excessiva dos rolamentos das extremidades dos veios............
a) Valores baixos......................................................................................................................
b) Zero......................................................................................................................................
c) Valores altos.........................................................................................................................
d) Oscilações de valores..........................................................................................................
a) Deve ser o mais alto possível, de modo a facilitar que o motor entre em movimento
depois de estacionamentos prolongados a baixas temperaturas........................................
b) Deve ser o mais baixo possível, para melhorar o nível de ruídos de funcionamento
do motor...............................................................................................................................
c) Deve ser o mais baixo possível, de modo a facilitar que o motor entre em movimento
depois de estacionamentos prolongados a baixas temperaturas........................................
d) Deve ser o mais baixo possível, de modo a facilitar que o motor entre em movimento
depois de estacionamentos prolongados a altas temperaturas...........................................
b) Na gasolina..........................................................................................................................
c) No óleo lubrificante...............................................................................................................
23 – Quando se utiliza pela primeira vez um óleo H.D. não se deve ultrapassar os:
a) 1000 km...............................................................................................................................
b) 300 km.................................................................................................................................
c) 5000 km................................................................................................................................
d) 200 km.................................................................................................................................
a) À pressão.............................................................................................................................
b) À temperatura......................................................................................................................
c) Ao ponto de combustão........................................................................................................
d) À viscosidade.......................................................................................................................
a) A altas pressões...................................................................................................................
b) A temperaturas elevadas......................................................................................................
c) À temperatura de 100ºC.......................................................................................................
d) A temperaturas negativas.....................................................................................................
1 b) 0,8
2 b) 0,8
3 d) 0,8
4 a) 0,8
5 c) 0,8
6 b) 0,8
7 a) 0,8
8 c) 0,8
9 c) 0,8
10 d) 0,8
11 b) 0,8
12 b) 0,8
13 a) 0,8
14 a) 0,8
15 c) 0,8
16 c) 0,8
17 d) 0,8
18 b) 0,8
19 c) 0,8
20 d) 0,8
21 a) 0,8
22 a) 0,8
23 b) 0,8
24 d) 0,8
25 d) 0,8
TOTAL 20
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Exemplo de exercícios práticos a desenvolver no seu posto de trabalho e de acordo com a matéria
constante no presente módulo.
EQUIPAMENTO NECESSÁRIO
- 1 VEÍCULO AUTOMÓVEL
- 1 RECIPIENTE COM CAPACIDADE IGUAL OU SUPERIOR A 5L
- FERRAMENTAS DE (DES)APERTO
- 1 ELEVADOR
TAREFAS A EXECUTAR
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
EQUIPAMENTO NECESSÁRIO
TAREFAS A EXECUTAR
2 – NO CASO DE SER UM FILTRO COMPLETO DESAPERTAR ESTE COM A AJUDA DE UMA CHAVE
DE FILTROS.
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
- ENCHER UM MOTOR COM ÓLEO NOVO, VERIFICAR O SEU NÍVEL E A POSSÍVEL EXISTÊNCIA
DE FUGAS, REALIZANDO AS TAREFAS INDICADAS EM SEGUIDA, TENDO EM CONTA OS
CUIDADOS DE HIGIENE E SEGURANÇA.
EQUIPAMENTO NECESSÁRIO
- 1 VEÍCULO AUTOMÓVEL
- 1 ELEVADOR
- ÓLEO NOVO EM QUANTIDADE RECOMENDADA PELO CONSTRUTOR
- FERRAMENTAS DE (DES)APERTO
TAREFAS A EXECUTAR
1 – APERTAR O BUJÃO COM A ANILHA NOVA, COM A AJUDA DE UMA CHAVE DE CAIXA
OU LUNETA APROPRIADA.
4 – FECHAR ESSE ORIFÍCIO COM A SUA TAMPA. COLOCAR O MOTOR A FUNCIONAR O TEMPO
SUFICIENTE PARA ENCHER O FILTRO DE ÓLEO, POSTO ISTO, PARAR O MOTOR.
GUIA DE
NÍVEL DE
TAREFAS A EXECUTAR AVALIAÇÃO
EXECUÇÃO
(PESOS)
1 – Colocar o veículo a trabalhar ao “ralenti”. 2
GUIA DE
NÍVEL DE
TAREFAS A EXECUTAR AVALIAÇÃO
EXECUÇÃO
(PESOS)
1- No caso de ser um filtro de elemento filtrante, quebrar a jun-
ta antes de desapertar completamente o parafuso de aper- 5
to.
CLASSIFICAÇÃO 20
GUIA DE
NÍVEL DE
TAREFAS A EXECUTAR AVALIAÇÃO
EXECUÇÃO
(PESOS)
1- Apertar o bujão com a anilha nova, com a ajuda de uma
3
chave de caixa ou luneta apropriada.