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Questões de Língua Portuguesa

45 questões

“E agora,
José?”

01 Há versos célebres que se transmitem através das idades do homem, como roteiros,
02 bandeiras, cartas de marear, sinais de trânsito, bússolas – ou segredos. Este, que veio ao
03 mundo muito depois de mim, pelas mãos de Carlos Drummond de Andrade, acompanha-me
04 desde que nasci, por um desses misteriosos acasos que fazem do que viveu já, do que vive e
05
do que ainda não vive, um mesmo nó apertado e vertiginoso de tempo sem medida.
06
07 Considero privilégio meu dispor deste verso, porque me chamo José e muitas vezes na vida
08 me tenho interrogado: “E agora?” Foram aquelas horas em que o mundo escureceu, em que
09 o desânimo se fez muralha, fosso de víboras, em que as mãos ficaram vazias e atônitas. “E
10 agora, José?” Grande, porém, é o poder da poesia para que aconteça, como juro que
11 acontece, que esta pergunta simples aja como um tônico, um golpe de espora, e não seja,
12 como poderia ser, tentação, o começo da interminável ladainha que é a piedade por nós
13 próprios.
14 Em todo o caso, há situações de tal modo absurdas (ou que o pareceriam vinte e
15 quatro horas antes), que não se pode censurar a ninguém um instante de desconforto total,
16 um segundo em que tudo dentro de nós pede socorro, ainda que saibamos que logo a seguir
17 a mola pisada, violentada, se vai distender vibrante e verticalmente armar. Nesse momento
18
veloz tocara-se o fundo do poço.
19
20 Mas outros Josés andam pelo mundo, não o esqueçamos nunca. A eles também
21 sucedem casos, desencontros, acidentes, agressões, de que saem às vezes vencedores, às
22 vezes vencidos. Alguns não têm nada nem ninguém a seu favor, e esses são, afinal, os que
23 tornam insignificantes e fúteis as nossas penas. A esses, que chegaram ao limite das forças,
24 acuados a um canto pela matilha, sem coragem para o último ainda que mortal arranco, é
25 que a pergunta de Carlos Drummond de Andrade deve ser feita, como um derradeiro apelo
26 ao orgulho de ser homem: “E agora, José?”
27 Precisamente um desses casos me mostra que já falei demasiado de mim. Um outro
28 José está diante da mesa onde escrevo. Não tem rosto, é um vulto apenas, uma superfície
29 que treme como uma dor contínua. Sei que se chama José Júnior, sem mais riqueza de
30
31 apelidos e genealogias, e vive em São Jorge da Beira. É novo, embriaga-se, e tratam-no
32 como se fosse uma espécie de bobo. Divertem-se à sua custa alguns adultos, e as crianças
33 fazem-lhe assuadas, talvez o apedrejem de longe. E se isto não fizeram, empurraram-no
34 com aquela súbita crueldade das crianças, ao mesmo tempo feroz e covarde, e o José Júnior,
35 perdido de bêbedo, caiu e partiu uma perna, ou talvez não, e foi para o hospital. Mísero
36 corpo, alma pobre, orgulho ausente – “E agora, José?”
37 Afasto para o lado os meus próprios pesares e raivas diante deste quadro desolado de
SARAMAGO, José. In: . A bagagem do viajante. São Paulo:
Companhia das Letras, 1996, p. 33-34. Texto adaptado para
atender às prescrições do Acordo Ortográfico em vigor a partir de
2009.

Com base no texto, responda às


questões 01 a 10.

1. O texto “‘E agora, José?’” foi publicado numa coletânea de crônicas escritas por José
Saramago. Considerando o público-alvo do texto – leitores da coletânea ou do jornal onde a
crônica foi originalmente publicada, é correto inferir que um dos efeitos consequentes à
leitura do texto é:
A) o reconhecimento de um semelhante na pessoa de José Júnior.
B) o entendimento dos efeitos paliativamente benéficos do álcool.
C) a valorização dos dramas experimentados pelos Josés da elite burguesa.
D) a reflexão sobre a injustiça decorrente da desigualdade socioeconômica.
E) a crítica ao uso da violência como recurso para a manutenção de privilégios.
2. Para o enunciador, o verso do poema de Carlos Drummond de Andrade:
A) beira a incompreensão.
B) instala o conflito irresolvível.
C) trata o passado como remorso.
D) torna-se verdadeiro na idade adulta.
E) atua na superação do sofrimento.

3. As relações adversativas manifestam uma oposição entre duas ideias. Com base nisso, considere
o esquema a seguir.
Ideia I  “porém” (linha 08)  Ideia II.
Ideia III  “Em todo o caso” (linha 12)  Ideia IV. Ideia V  “Mas” (linha 16)  Ideia VI.

A assertiva “Muitas vezes, sentimo-nos completamente perdidos” equivale, no esquema:


A) apenas às ideias I e III.
B) apenas às ideias II e VI.
C) apenas às ideias IV e V.
D) às ideias I, IV e V.
E) às ideias II, III e VI.

4. O uso do vocábulo “talvez” nos excertos “talvez o apedrejem de longe” (linhas 26-27) e “ou
talvez não” (linha 28) indica que o enunciador:
A) ainda está delineando a caracterização da cena que acabou de criar.
B) realizou uma coleta de informações incompletas sobre o fato narrado.
C) realça a sensação de incerteza das crianças que maltratam José Júnior.
D) enfatiza que as ações mencionadas são verossímeis ainda que improváveis.
E) considera que as ações mencionadas ocupam papel secundário na cena narrada.

5. Considerando as relações de coesão e coerência estabelecidas pelo texto, é correto afirmar que,
no plano conotativo, “homens” (linha 31, antes de “esmagarem”) equivale a:
A) “outros Josés” (linha 16) e “homem” (linha 21).
B) “Alguns” (linha 18) e “genealogias” (linha 24).
C) “matilha” (linha 19) e “terras de Portugal” (linha 36).
D) “objeto de troça” (linha 32) e “bens avultados” (linha 34).
E) “a asa da lei” (linha 33) e “um alvo humano” (linha 36).

6. Os pronomes sublinhados em “que o pareceriam vinte e quatro horas antes” (linhas 12-13) e
“não o esqueçamos nunca” (linha 16) retomam, respectivamente:
A) uma oração e uma oração.
B) um adjetivo e uma oração.
C) um adjetivo e um pronome.
D) uma oração e um substantivo.
E) um advérbio e um substantivo.

7. O enunciador utiliza a expressão “é que” (linha 20) para reforçar que, no parágrafo em análise, há
uma:
A) causa.
B) dúvida.
C) correção.
D) alternativa.
E) consequência.

8. A forma verbal “Tivesse” (linha 34), para que se mantenham a classificação da oração
subordinada adverbial de que faz parte e o sentido original do enunciado em que se encontra,
pode ser substituída por:
A) Tido.
B) Teria.
C) Tiver.
D) Tinha.
E) Tendo.

9. O sentido de “Este, que veio ao mundo muito depois de mim, pelas mãos de Carlos Drummond
de Andrade, acompanha-me desde que nasci” (linhas 02-03) permanece inalterado em:
A) Este, pelas mãos de Carlos Drummond de Andrade, que veio ao mundo muito depois de mim,
desde que nasci me acompanha.
B) Desde que nasci, este, que, pelas mãos de Carlos Drummond de Andrade, veio ao mundo
muito depois de mim, acompanha-me.
C) Pelas mãos de Carlos Drummond de Andrade, este, que veio ao mundo muito depois de mim,
acompanha-me desde que nasci.
D) Desde que nasci pelas mãos de Carlos Drummond de Andrade, este, que veio ao mundo
muito depois de mim, acompanha-me.
E) Este, muito depois de mim, que veio ao mundo pelas mãos de Carlos Drummond de Andrade,
acompanha-me desde que nasci.

10. Assinale a alternativa em que o vocábulo “um” é classificado corretamente como numeral.
A) “um segundo” (linha 13).
B) “um canto” (linha 19).
C) “um vulto” (linha 23).
D) “um José Júnior pobre” (linhas 33-34).
E) “um alvo humano” (linha 36).

Viciados em internet

1 Sou noturno. Gosto de escrever até de madrugada. Entro na internet em horários variados. Há
2 gente que, seja qual for o horário em que apareço, permanece on-line. Em todas as redes sociais ao
3 mesmo tempo! Recentemente conversei pelo Facebook com um rapaz de Belo Horizonte, de 25 anos.
4 Não consegue arrumar emprego nem amigos. Confessou: “Só falo da minha intimidade quando abro a
5 webcam”. Um diretor de uma multinacional, divorciado e sociável, lamentou-se:
6 — A maior parte dos meus antigos amigos hoje em dia só se relaciona pela internet.
7 O ciberviciado entra em síndrome de abstinência se não estiver plugado. É fácil reconhecê-lo:
8 em locais públicos tecla nervosamente o celular à procura de uma conexão. Assume uma expressão de
9 alívio quando consegue trocar duas ou três palavras com alguém que nem sequer conhece
10 pessoalmente.
11 Eu mesmo já me aproximei perigosamente do cibervício. Houve uma fase em que sentava
12 para escrever e passava horas trocando e-mails, no Twitter, MSN, Facebook. Reconheço um saldo
13 positivo: são inúmeras as pessoas com quem estabeleci uma sólida amizade. Com um toque
14 gastronômico, admito. Uma amiga mineira, outra paraense, senhoras do interior de São Paulo, todas
15 habituaram-se a me enviar vidros de compota, bombons de cupuaçu e uma infinidade de delícias.
16 Como conheceria damas tão dedicadas a me engordar sem o Twitter? Na época, porém, minha
17 produção literária diminuiu fragorosamente. Ainda adoro as redes sociais, mas me contenho. Boa
18 parte dos autores sofre a tendência. A palavra escrita é nosso meio de expressão. Nas redes sociais, eu
19 me torno muito mais sedutor que ao vivo, com minha estatura mediana, barriga proeminente e óculos
20 de míope. Bate-papos na web, com todas as fantasias decorrentes, são uma isca para os artistas.
21 Tolstói não teria escrito Guerra e paz nem Proust Em busca do tempo perdido se tivessem
22 computador. Prefiro não citar nomes, mas alguns escritores famosos que conheço leem e produzem
23 menos do que antes porque ficam se divertindo na web.
24 Para algumas pessoas, o uso contínuo da internet tem impacto no trabalho, nas relações de
25 amizade e também nas afetivas. A pesquisadora americana Kimberly Young fundou o Center for
26 Online Addiction, em Bradford, na Pensilvânia, para tratar ciberviciados. Como nos EUA existem
27 grupos para tudo, lá funcionam os de apoio para ciberviúvas – esposas de viciados em relações
28 amorosas, pornografia ou apostas pela internet. A compulsão já é tratada em vários outros centros
29 especializados dos EUA. O fenômeno é mundial. O hospital londrino Capio Nightingale também
30 oferece sessões de terapia a jovens viciados no computador. Na Coreia do Sul, o tratamento procura
31 estimular as relações face a face e trabalhos manuais, para criar outros interesses entre os
32 ciberviciados. Desde 2008 o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo iniciou o tratamento
33 de jovens com dependência tecnológica, incluindo em videogames.
34 Os casos mais sérios de que tive conhecimento acontecem no Japão. Existem pessoas que
35 moram em lan houses! Explico: em Tóquio, há lan houses com espaços privativos. A pessoa chega de
36 mochila. Pendura-se no computador noite e dia. Dorme algumas horas num colchonete e volta a viver
37 no fantástico mundo da web. Quando sai, leva tudo o que tem na mochila. Alimenta-se, arruma
38 dinheiro de algum jeito e volta a se instalar na lan house de sua preferência.
39 Muitos pais se negam a acreditar nos perigos da internet porque, afinal, o adolescente está sob
40 seus olhos, dando uma falsa impressão de segurança. Foi o caso de uma amiga carioca. Sua filha
41 passava horas on-line. A mãe orgulhava-se do empenho da garota. “Talvez ela estude informática!”,
42 dizia. Há dois meses a menina, menor de idade, fugiu de casa. Desesperada, a mãe descobriu que ela
43 estava num site de relacionamento com o sugestivo apelido de Safadinha.
44 São raros os pais que detectam quando o adolescente começa a usar drogas tradicionais. O
45 cibervício também é enganador. Pais tendem a acreditar que mexer com computador é sinônimo de
46 inteligência. Preferem o adolescente em casa que na balada. É um erro. No mínimo, os ciberviciados
47 afastam-se do convívio social importante para sua formação. Há quem diga que o viver on-line é tão
48 perigoso quanto consumir cocaína ou qualquer outra droga. Talvez seja exagero. Mas o cibervício
49 pode afetar perigosamente a vida do dependente e destruir sua qualidade de vida.
Walcyr Carrasco
Época, 23 jan. 2012, p. 96.
11. Quanto às características linguísticas do gênero a que pertence o texto “Viciados em
internet”, o que o distingue do editorial é:
A) a declaração de autoria.
B) a construção de parágrafos curtos.
C) a explicitação de um ponto de vista.
D) o predomínio da sequência narrativa.
E) a utilização do discurso indireto livre.
É uma questão de tipologia textual o texto é um artigo de opinião. Editorial não é assinado por
ninguém

12. Assinale a opção em que se observa a mesma relação semântica de causa e


consequência que se estabelece em “Sou noturno. Gosto de escrever até de madrugada.”
(linha 01).
A) “Como conheceria damas tão dedicadas a me engordar sem o Twitter? Na época,
porém, minha produção literária diminuiu fragorosamente.” (linhas 16-17).
B) “A compulsão já é tratada em vários outros centros especializados dos EUA. O
fenômeno é mundial.” (linhas 28-29).
C) “Os casos mais sérios de que tive conhecimento acontecem no Japão. Existem
pessoas que moram em lan houses!” (linhas 34-35).
D) “A pessoa chega de mochila. Pendura-se no computador noite e dia.” (linhas 35-36).
E) E)“O cibervício também é enganador. Pais tendem a acreditar que mexer com
computador é sinônimo de inteligência.” (linhas 44-46).
13. O termo destacado em “Na época, porém, minha produção literária diminuiu
fragorosamente.” (linha 17) pode ser substituído sem alteração de sentido por:
A) repentinamente.
B) paulatinamente.
C) incessantemente.
D) imensamente.
E) amistosamente.

14. Aponte a opção em que a interpretação inferida está corretamente relacionada à(s)
palavra(s) ou expressão(ões) do texto que a autoriza(m).
a) O diretor está à procura de novos relacionamentos e não enfrenta dificuldade de
relacionar-se com as pessoas – “divorciado e sociável” (linha 05).
b) Escritores, por passarem horas a fio na internet, estão lendo e produzindo menos –
“síndrome de abstinência” (linha 07).
c) O toque gastronômico da amizade pela internet fez o autor engordar e tornar-se um
sedutor – “saldo positivo” (linhas 12-13).
d) Muitas pessoas hoje em dia só conseguem manter relacionamentos nas redes sociais
–“compulsão” (linha 28).
e) Nos EUA, há vários grupos de apoio que ajudam no tratamento de ciberviciados e até de
ciberviúvas
– “exagero” (linha 48).

15 Assinale a alternativa em que o trecho 2 é uma exemplificação para o que é dito no trecho 1.
A) Trecho 1: “Há gente que [...] permanece on-line. Em todas as redes sociais ao
mesmo tempo!” (linhas 01-03).
Trecho 2: “Recentemente conversei pelo Facebook com um rapaz de Belo Horizonte, de
25 anos” (linha 03).
B) Trecho 1: “O ciberviciado entra em síndrome de abstinência se não estiver plugado.”
(linha 07).
Trecho 2: “em locais públicos tecla nervosamente o celular à procura de uma conexão.”
(linha 08).
C) Trecho 1: “são inúmeras as pessoas com quem estabeleci uma sólida amizade.” (linha
13).
Trecho 2: “Com um toque gastronômico, admito.” (linhas 13-14).
D) Trecho 1: “A compulsão já é tratada em vários outros centros especializados dos EUA.”
(linhas 28-29). Trecho 2: “O hospital londrino Capio Nightingale também oferece
sessões de terapia a jovens viciados no computador.” (linhas 29-30).
E) Trecho 1: “O cibervício também é enganador.” (linha 45).
Trecho 2: “No mínimo, os ciberviciados afastam-se do convívio social importante para
sua formação.” (linhas 46-47).
16. A interpretação das informações do quinto parágrafo do texto (linhas 24-33) autoriza afirmar
corretamente que:
A) as ciberviúvas incluem mulheres cujos maridos têm relações extraconjugais reais
iniciadas pela internet.
B) o autor considera comum a existência de um grupo de apoio para ciberviúvas.
C) a expressão “o fenômeno” (linha 29) refere-se ao uso compulsivo da internet.
D) o trabalho da pesquisadora KimberlyYoung inspirou a criação mundial de centros de
tratamento para ciberviciados.
E) o tratamento do cibervício na Coreia do Sul parte de interesses demonstrados pelos
pacientes.

17. A expressão “isca” (linha 20), usada em sentido conotativo (figurado), remete, no texto, às
noções de:
A) arrependimento e originalidade.
B) satisfação e saciedade.
C) produtividade e lazer.
D) sobrevivência e farsa.
E) desejo e perigo.

18. Assinale a alternativa em que o autor, para manipular o leitor, apresenta um argumento
que se sustenta na presunção.
A) “A maior parte dos meus antigos amigos hoje em dia só se relaciona pela internet.”
(linha 06).
B) “Tolstói não teria escrito Guerra e paz nem Proust Em busca do tempo perdido se
tivessem computador.” (linhas 21-22).
C) “Existem pessoas que moram em lan houses!” (linhas 34-35).
D) “[A pessoa] Alimenta-se, arruma dinheiro de algum jeito e volta a se instalar na lan
house de sua preferência.” (linhas 37-38).
E) “São raros os pais que detectam quando o adolescente começa a usar drogas
tradicionais.” (linha 44).

19. A composição, processo pelo qual se unem dois ou mais radicais para formar uma nova
palavra, explica a criação de “cibervício” (linha 11). Assinale a opção em que se encontra
uma palavra formada pelo mesmo processo:
A) “internet” (linha 01).
B) “on-line” (linha 02).
C) “plugado” (linha 07).
D) “videogames” (linha 33).
E) “lan houses” (linha 35).

20. Assinale a opção em que o excerto transcrito revela omissão de complemento nominal,
facilmente recuperado no texto.
A) “Gosto de escrever até de madrugada.” (linha 01).
B) “Eu mesmo já me aproximei perigosamente do cibervício.” (linha 11).
C) “Boa parte dos autores sofre a tendência.” (linha 17-18).
D) “A palavra escrita é nosso meio de expressão.” (linha 18).
E) “A pessoa chega de mochila.” (linhas 35-36).

21. Identifique a alternativa em que se verifica que a posição do pronome oblíquo deixou de
atender o que diz a gramática normativa sobre colocação pronominal.
A) “A maior parte dos meus antigos amigos hoje em dia só se relaciona pela internet.”
(linha 06).
B) “É fácil reconhecê-lo” (linha 07).
C) “Eu mesmo já me aproximei perigosamente do cibervício.” (linha 11).
D) “todas habituaram-se a me enviar vidros de compota” (linhas 14-15).
E) “os ciberviciados afastam-se do convívio social importante para sua formação.” (linhas
46-47).

22. Em “Os casos mais sérios de que tive conhecimento acontecem no Japão.” (linha 34), o
pronome relativo vem antecedido por preposição porque
A) funciona como objeto indireto do verbo “ter”.
B) é complemento nominal do adjetivo “sérios”.
C) introduz uma oração substantiva que exerce a função de objeto indireto.
D) funciona como elemento expletivo que pode ser dispensado.
23. é regido pelo substantivo “conhecimento”, que pede Releia o enunciado: “É fácil
reconhecê-lo: em locais públicos tecla nervosamente o celular à procura de uma conexão”
(linhas 07-08). Assinale a alternativa cuja reescrita mantém o mesmo sentido do trecho
original.
A) É fácil reconhecê-lo nervosamente: em locais públicos tecla o celular à procura de uma
conexão.
B) É fácil reconhecê-lo: nervosamente em locais públicos tecla o celular à procura de uma
conexão.
C) É fácil reconhecê-lo: em locais públicos tecla o celular nervosamente à procura de uma
conexão.
D) É fácil reconhecê-lo: em locais públicos tecla o celular à procura, nervosamente, de
uma conexão.
E) É fácil reconhecê-lo: em locais públicos tecla o celular à procura de uma conexão,
nervosamente.

24. Assinale a alternativa em que o acréscimo do conectivo mantém o sentido do trecho original.
A) “Embora goste de escrever até de madrugada, entro na internet em horários variados”
(linha 01).
B) “Boa parte dos autores sofre a tendência, já que a palavra escrita é nosso meio de
expressão” (linhas 17-18).
C) “Nas redes sociais, eu me torno muito mais sedutor que ao vivo, por causa de minha
estatura mediana, barriga proeminente e óculos de míope” (linhas 18-20).
D) “Os casos mais sérios de que tive conhecimento acontecem no Japão. Portanto,
existem pessoas que moram em lan houses!” (linhas 34-35).
E) “Foi o caso de uma amiga carioca, à medida que sua filha passava horas on-line”
(linhas 40-41).

25. Os tempos verbais das formas “negam” (linha 39), “passava” (linha 41) e “fugiu” (linha 42)
são usados para estabelecer, respectivamente, a função de:
A) tecer comentário, descrever situação no passado e narrar fato passado.
B) informar ação habitual, apresentar ação interrompida e argumentar sobre fato passado.
C) trazer fato passado para o presente, narrar ação passada anterior à outra ação passada,
narrar fato passado.
D) proferir verdade atemporal, apresentar ação interrompida no passado, descrever situação
no passado.
E) narrar ação no presente, descrever situação no passado e argumentar sobre fato passado.

TEXTO

Cientistas devem ser responsabilizados por seus atos


Confiamos nos pesquisadores para nos alertarem sobre desastres naturais. Mas, se eles enviam a mensagem
errada, devem pagar por isso.

1 Um julgamento iniciado em setembro na Itália vem gerando repúdio da comunidade


2 científica mundial. Seis cientistas e um funcionário público são acusados de negligência ao avaliar os
3 riscos de um terremoto que deixou 309 mortos e 1500 feridos na cidade de L’Áquila, em 2009. Os 7
4 acusados integravam um conselho consultivo do governo e estão sendo processados por homicídio
5 culposo. Segundo a promotoria, eles poderiam ter emitido um alerta adequado que salvaria muitas
6 das vítimas.
7 Não acho que os cientistas cometeram um crime, então não deveriam ir para a cadeia. Mas
8 acredito que eles atuaram de forma irresponsável ao não alertar a população sobre os riscos do
9 terremoto. Assim, eles deveriam ser repreendidos por meio de ações de acordo com a lei italiana.
10 Cientistas a serviço do governo que agem de maneira irresponsável devem pagar de alguma forma
11 por seus erros – tal como acontece com um policial, por exemplo.
12 É por isso que eu me recusei a assinar uma carta aberta em apoio aos cientistas italianos. O
13 texto, com mais de 5 mil membros da comunidade científica, afirma que eles estão sendo julgados
14 por não preverem um terremoto – sendo que antecipar um evento assim é tecnicamente impossível.
15 Ora, esse não é o ponto. Não se pode mesmo prever um terremoto. O problema foi a mensagem que
16 os cientistas mandaram ao público. Nas semanas anteriores à tragédia, uma sequência de pequenos
17 tremores atingiu a região de L’Áquila. A população ficou nervosa, e muita gente decidiu dormir fora
18 de casa. É o que costuma fazer quem mora em áreas de risco quando a terra começa a tremer. Os
19 moradores receberam ainda a informação de um técnico (que não fazia parte do conselho do governo)
20 de que o solo da região emitia altos níveis do gás radônio – o que pode ser indício de um grande
21 tremor. Assim, quando as pessoas perguntaram ao governo o que estava acontecendo, o porta-voz do
22 conselho de cientistas (o 7º acusado) disse que a situação sísmica era “normal” e que o panorama era
23 até favorável. Essas palavras foram interpretadas pelas pessoas como “Não se preocupem, não haverá
24 um grande terremoto”. E o que elas fizeram? Voltaram para casa; centenas morreram ou se feriram.
25 Os cientistas poderiam ter corrigido a declaração do porta-voz, mas nada fizeram.
26 Não podemos dizer que um terremoto vai ocorrer, mas tampouco podemos dizer que ele não
27 vai ocorrer. A mensagem correta seria: “A informação que temos é incompleta. Talvez haja um
28 terremoto, talvez não. Você pode dormir fora de casa se quiser. Se for ficar dentro, lembre-se: ao
29 sentir vibrações, proteja-se debaixo de algo como uma cama, mesa ou o batente de uma porta.
30 Armazene água e comida; provavelmente vai faltar eletricidade”. Medidas assim salvam vidas.
31 Crianças japonesas as aprendem desde os 3 anos. Mas nada disso foi dito em L’Áquila.
MUTTER, John. Superinteressante, Nov/2011, p. 30.

26.O propósito do autor é


a. alertar os leitores em geral sobre os riscos de terremotos e seus efeitos.
b. sugerir aos leitores medidas preventivas contra os efeitos de terremotos.
c. defender o ponto de vista dele acerca das responsabilidades dos cientistas.
d. orientar os cientistas a fazer previsões mais precisas de risco de terremoto.
e. criticar a insensibilidade dos cientistas em relação aos problemas da população.

27. Segundo o autor do texto, os cientistas italianos:


a. são responsáveis por um homicídio culposo.
b. poderiam ter dado informações adequadas à população.
c. foram negligentes na avaliação do risco de terremoto.
d. deveriam ter convencido a população a proteger-se melhor.
e. poderiam ter previsto o terremoto observando indícios naturais.
Segundo o autor do texto... questão de compreensão
28. Ao afirmar “Essas palavras foram interpretadas pelas pessoas como:...” (linha 23), o autor introduz:
a. a intenção dos cientistas contida nas palavras do porta-voz do conselho.
b. a interpretação inadequada dada pela população às palavras do porta-voz.
c. a interpretação dele sobre as palavras do porta-voz do conselho de cientistas.
d. a pressuposição dele sobre como a população interpretou as palavras do porta-voz.
e. em discurso indireto, as palavras do porta-voz dos cientistas à população da cidade.

29. Os cientistas deveriam ter dado um alerta adequado à população. De acordo com o texto, essa é a opinião.
a. da população.
b. da lei italiana.
c. da promotoria.
d. do conselho consultivo.
e. da comunidade científica.

30. O texto lido é tipicamente:


a. narrativo.
b. descritivo.
c. expositivo.
d. argumentativo.
e. conversacional.

31. O texto é um artigo de opinião. É um recurso expressivo típico do gênero o emprego no texto de:
a. discurso direto.
b. tempo pretérito.
c. substantivos de ação.
d. advérbios de negação.
e. verbos de julgamento.

32. Assinale o item que faz uma paráfrase adequada da seguinte declaração do autor: “Não acho que os
cientistas cometeram um crime, então não deveriam ir para a cadeia.” (linha 07).
a. “Se os cientistas não cometeram um crime, não acho que eles deveriam ir para a cadeia”.
b. “Acho que os cientistas não cometeram um crime, tanto que não deveriam ir para a cadeia”.
c. “Não acho que os cientistas cometeram um crime, mesmo assim deveriam ir para a cadeia”.
d. “Porque não acho que os cientistas cometeram um crime, eles não deveriam ir para a cadeia”.
e. “Como não acho que os cientistas cometeram um crime, não acho que eles deveriam ir para a
cadeia”.

33. Em “Não se pode mesmo prever um terremoto” (linha 15), o verbo “poder” é utilizado com o sentido de:
a. proibição.
b. permissão.
c. capacidade.
d. possibilidade.
e. probabilidade.

34. Em “É por isso que eu me recusei a assinar...” (linha 12), a construção “É... que” têm a função de expressar
a. modo.
b. realce.
c. polidez.
d. delimitação.
e. indeterminação.

35. Em “O panorama era até favorável” (linhas 22-23), o vocábulo “até” denota
a. inclusão.
b. exclusão.
c. oposição.
d. explicação.
e. retificação.
36. Em “Ora, esse não é o ponto” (linha 15), o vocábulo “Ora” introduz, em relação ao conteúdo anterior,
a. uma explicação.
b. uma conclusão.
c. uma finalidade.
d. um contraste.
e. uma causa.

37. Em “É por isso que eu me recusei a assinar uma carta...” (linha 12), o pronome “isso” remete
a. ao risco de terremoto que os cientistas deveriam ter previsto.
b. à opinião do autor sobre as responsabilidades dos cientistas.
c. à descrição dos prejuízos causados pelo terremoto.
d. ao erro cometido pelos cientistas italianos.
e. à punição prevista nas leis italianas.

38. A pergunta “E o que elas fizeram?” (linha 24), empregada no terceiro parágrafo do texto, é uma:
a. questão de reflexão proposta pelo autor.
b. solicitação de informação feita pelo leitor.
c. dúvida do leitor a ser esclarecida pelo autor.
d. pergunta que simula interação entre autor e leitor.
e. demanda por resposta às necessidades da população.

39. Em “Você pode dormir fora de casa se quiser” (linha 28), o uso que o autor faz da oração condicional
expressa
a. desejo.
b. polidez.
c. dúvida.
d. certeza.
e. intimidação.

40. Em “assim, eles deveriam ser repreendidos por meio de ações de acordo com a lei italiana.” (linha 09), a
locução prepositiva “por meio de” encabeça um termo com a função sintática de:
a. agente da passiva.
b. adjunto adnominal.
c. adjunto adverbial.
d. predicativo do sujeito.
e. complemento nominal.
41. Em “É o que costuma fazer quem mora em áreas de risco quando a terra começa a tremer.” (linha 18), a
oração “quem mora em áreas de risco” tem a função sintática de:
a. sujeito.
b. aposto.
c. objeto direto.
d. agente da passiva.
e. predicativo do sujeito.

42. O vocábulo “terremoto” significa “terra em movimento”. A base nominal “terra” encontra-se no vocábulo
a. terrível.
b. terrorismo.
c. terrificado.
d. terrificante.
e. aterramento.
43. Assinale o item em que a oração está de acordo com as regras da gramática normativa.
a. O porta-voz informou à população que a situação sísmica era “normal”.
b. O porta-voz informou a população que a situação sísmica era “normal”.
c. O porta-voz informou à população de que a situação sísmica era “normal”.
d. O porta-voz informou para a população de que a situação sísmica era “normal”.
e. O porta-voz informou para a população de que a situação sísmica era “normal”.
44. No substantivo “porta-voz”, temos o emprego do hífen. Pela mesma regra do Acordo Ortográfico,
emprega-se hífen em:
a. guarda-roupa.
b. manda-chuva.
c. para-quedas.
d. ponta-pé.
e. gira-sol.

45. Na frase “Não podemos dizer que um terremoto vai ocorrer, mas tampouco podemos dizer que ele não
vai ocorrer” (linhas 26-27), o vocábulo “tampouco” significa:
a. tão pouco.
b. ainda mais.
c. nem mesmo.
d. ainda menos.
e. também não.
26
01 27 02
28 29
03 30
04 310532 06
3307
34 35
08 36
09 3710
38 39 40 41 42 43 44 45
C
D B ED D C DA E CE C B CB AEDB B AD B C A E A A E

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