Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
Resumo
Nos últimos anos tem se discutido muito sobre a variação da quantidade da radiação que chega a
superfície terrestre, tendo em conta que a mesma facilita o homem nos processos físicos e dinâmicos da
atmosfera, influenciando na agricultura e no aproveitamento da energia solar como fonte alternativa de
energia. Este trabalho tem como objectivos estudar o Comportamento da Radiação Solar na cidade de
Nampula pelo Modelo de Angström no período de 1999-2013. Recorreu-se esse modelo por este
facilitar a determinação do comportamento da radiação solar que chega a superfície terrestre com
muita precisão a partir da insolação. E para tal usou-se a relação entre a insolação diária, a radiação
global diária e média mensal. Nesta ordem de ideia, a partir dos dados recolhidos no INAM, construiu-se
os gráficos durante os quinze anos, notando-se que a variação da radiação não é tao significativa por
causa do período ser muito curto, não só sendo uma zona em que as temperaturas são altas, fortes
nebulosidades e precipitações frequentes causando uma atenuação da radiação solar. Nos primeiros
cinco anos verificou-se que a radiação é uniforme, em que no mês de Outubro de 1999 teve o seu valor
mínimo , diferentemente aos dois restantantes que tiveram um crescimento não muito diferente do
primeiro com valores máximos de Em relação aos três gráficos o valor medio calculada pelo modelo de
Angström neste estacão é ,em que o comportamento da rediacao é caracterizado por pequenas
variações e as curvas sendo indenticas em meses.
1.1. Contextualização
Ao longo dos anos, o maior desafio para a ciência nessa área das energias renováveis, é maximizar a sua
produção, em que para tal, quanto maior for o potencial da intensidade da radiação solar, pode se
acreditar que maior será a produtividade com o uso correcto dos meios nos quais as produzem.
Contudo, com os anos, todo indica que a intensidade da radiação solar tende a crescer, aumentando a
radiação do calor, consequentemente o crescimento da temperatura média anual, criando um
desconforto térmico ao homem.
Qualquer aplicação de uso da energia solar deve começar pelo estudo das variações ao longo do ano,
em termos regionais e para diferentes condições de exposição. Estudos das intensidades e variações de
radiação solar devem compreender medidas por um período mínimo de um ano. As séries temporais e
espaciais das componentes da radiação incidente à superfície, permitem conhecer a energia diária,
mensal e anual; entretanto, exigem medidas simultâneas de rotina em diferentes condições
astronômicas, geográficas e climáticas. Em Moçambique, são poucas as estações meteorológicas que
medem a radiação solar por causa da falta de instrumentos envolvidos, e nalguns casos por se
encontrarem avariados, sendo por isso possível medir a insolação com o auxilio de métodos e modelos
teóricos determina-se a radiação solar
O presente trabalho procurou estudar o comportamento da radiação solar ao nível da estação do INAM
da cidade de Nampula nos últimos quinze anos.
Este trabalho está dividido em cinco capítulos, partindo da introdução onde são apresentados os
objectivos, a revisão da literatura que traz as bases de sustentação, materiais e métodos que aborda a
pari-passo os paços seguidos durante a pesquisa, resultados e discussão, as conclusões assim como as
referências bibliográficas e os anexos.
1.2. Problematização
Em Moçambique, o nível de aquecimento durante os últimos anos tende a subir devido ao constante
aumento da intensidade da radiação solar que chega a superfície terrestre de acordo com os dados
recolhidos no Instituto Nacional de Meteorologia (INAM).
1.3. Objectivos:
1.3.1.Objectivo geral:
Estimar radiação solar global na cidade de Nampula pelo método de Angström no período de 1999-
2013.
Justificativa
Em Moçambique, nem todas as estações meteorológicas conseguem medir o número de horas do brilho
solar (insolação), nisso, torna-se necessário recorrer a modelos que possam quantificar a radiação solar
com base nos parâmetros disponíveis em quantidade. Neste caso escolheu-se o modelo de Angström
por este utilizar um parâmetro de medição directa, a insolação, usada para a determinação da radiação
solar nos locais que são o objecto de estudo.
Nesta ordem de ideia os instrumentos que a estação de Nampula usa para medir a radiação solar são: o
Heliógrafo de Campbell-Stokes e um cartão que mede a insolação durante o dia, em que os dados são
convertidos e transformados em radiação. Segundo o INAM a Província de Nampula é composta por três
estacoes meteorológicas, Nampula cidade, Lumbo e de distrito de Angoche. A distância entre uma
estacão com a outra deve ser igual a 150km.
A radiação solar ao atingir a superfície da terra aquece as moléculas de ar e água, estas por sua vez
agitam-se, separando-se umas das outras. No movimento destas partículas ocorrem trocas de energia e
transporte de massa da terra para atmosfera e vice-versa ainda na horizontal, através da evaporação e
transpiração (circulação geral dos oceanos e da atmosfera), contribuindo para a formação das nuvens na
atmosfera e posteriormente da precipitação (ciclo hidrológico), ainda para as variações do tempo e
clima em geral (Lincx, 2004).
A radiação solar, participa na síntese da vitamina D na pele através dos raios solares na região
ultravioleta (UV) que fixa cálcio nos ossos, combatendo o raquitismo, para além do conforto que
proporciona ao organismo humano, ela fornece luz para a fotossíntese, processo pelo qual as plantas
usam essa energia para crescer e eventualmente prover alimentos para outros seres através da cadeia
alimentar (Guedes, 2004).
É de realçar que a radiação solar quando em excesso, pode causar problemas à vida, tais como:
queimaduras, o fotoenvelhecimento, o cancro da pele humana e pode sofrer agressões severas quando
exposta ao sol, principalmente pela radiação ultravioleta que compõe o espectro solar. Entretanto, a
radiação UV é usada na medicina em algumas circunstâncias especiais para tratamento de infeções
cutâneas quando nenhum outro tipo de tratamento se mostrar eficiente.
A Energia solar é qualquer tipo de captação de energia luminosa ou térmica do sol e a posterior
transformação desta energia em alguma forma utilizada pelo homem, seja directamente para o
aquecimento de água ou ainda como energia eléctrica ou mecânica. Durante o movimento de translação
ao redor do sol, a terra recebe 1,410 w/m2 de energia, esta medição feita numa superfície normal (em
ângulo recto) com o sol, disso 19% é absorvido pela atmosfera e 35% é reflectido pelas nuvens, e ao
passar pela atmosfera terrestre a maior parte da energia solar está na forma de luz visível e luz
ultravioleta (Thornton et al, 1999).
A terra recebe energia proveniente do sol quando a fonte de energia está associada à fusão
termonuclear na medida em que quatro átomos de Hidrogénio se fundem, originando um átomo de
Hélio, ocorrendo um processo de fusão nuclear, isto que acontece no interior do sol (equação 1). Nesse
processo são emitidos fotões altamente energéticos, de forma de transferência de energia de parte
mais interna até a superfície é realizada basicamente por meio de radiação electromagnética que é
absorvida e reemitida por átomos e gases que constituem as camadas mais externas do sol. Ao se
aproximar da superfície os gases quentes ao entrarem em contacto com camadas mais frias, sofrem
expansão e tendem a ascender por sua vez sofrem movimentos descendentes para uma zona chamada
zona de convecção onde a transferência de energia ocorre parcialmente por convecção e por radiação
electromagnética (Solar Térmico, 2004).
(1)
O único processo que pode gerar a enorme quantidade de energia produzida pelas estrelas e que faz
isso durante o tempo em que a estrela brilha é o de fusão nuclear reação nuclear onde núcleos de baixa
massa se fundem para produzir um núcleo de massa mais alta e energia.
Alem da equação acima, existe outra mais provável que ocorre no centro do sol chamada como cadeia
pp em que a maior parte da energia nuclear das estrelas é produzida pela fusão de quatro (4)
hidrogénios em um núcleo de hélio (equação 2) . Nesta ordem de ideia, esta energia surge na medida
em que seis (6) protões eventualmente produzem quatro (4) Hidrogénios, um núcleo de Hélio, dois
positrões, dois Neutrinos e dois Raios Gama.
111
O clima do nosso planeta já não é mais o mesmo, nos meses que seriam para chover o sol esta saindo,
nos meses que era para sair sol acaba chovendo, o clima está totalmente desgovernado e tudo isso é
por causa do aquecimento que é o assunto que tem-se abordado actualmente. Eis alguns factores
contribuintes param o aquecimento: A emissão de CO2 na atmosfera da Terra; Efeito estufa; O
desmatamento; Queima de combustíveis fosse; Desenvolvimento urbano sem planejamento e a
Desertificação.
Tudo isso esta causando um buraco, isto na camada de ozônio e ele são essências para o planeta, pois
impede que os raios ultravioletas atinjam a superfície terrestre e se ele for rompido os raios
ultravioletas causarão sérios danos aos seres humanos, como câncer de pele, deformação, atrofia, entre
outros (D’AMELIO, 2006).
O Sol emite radiação electromagnética, cujos comprimentos de onda (λ) vão de centenas de metros até
valores inferiores a 10-10 metros. A radiação electromagnética tem características ondulatórias e
propaga-se no vácuo com uma mesma velocidade (c), e que tem o valor de 2,998x108 m /s
(Arruda,2004). Por isso, entre o comprimento de onda (λ), e a frequência (υ), existe uma relação, dada
pela expressão:
(3)
As regiões do espectro são designadas de acordo com os comprimentos de onda ou de acordo com a
frequência. As regiões do espectro do ultravioleta e do infravermelho referem-se a frequências mais
elevadas e mais baixas, respectivamente quando comparadas com as frequências do visível. É usual
caracterizar a radiação do espectro solar pelos seus comprimentos de onda do que pelas frequências.
Ultravioleta quer dizer no domínio das frequências “acima do violeta”, infravermelho “abaixo do
vermelho” e visível é região onde se consegue detectar a luz solar através dos olhos e localiza-se entre o
violeta e o vermelho. A Figura 2 mostra o espectro da radiação solar incidente no topo da atmosfera
(Cunha, 1977).
2.4. Distribuição da Radiação Solar na Superfície Terrestre
A variação da intensidade da radiação solar que chega á superfície da terra depende da distância entre o
Sol e a Terra, isto é, vária de um lugar para outro ao longo do dia, mês e época do ano, dependendo da
sua localização geográfica em relação ao equador e da natureza da superfície (líquida ou sólida),devido
aos movimentos de rotação e translação da Terra, variando durante o ano entre 1,47 x 108 km (periélio)
e 1,52 x 108 km (afélio). Devido a este facto, a vária entre 1325 W/m2 e 1412 W/m2. O valor médio é
designado por constante solar. A energia incidente por unidade de área será portanto máxima para
superfícies normais ao sol. O eixo da Terra tem uma inclinação de cerca de 23,5º em relação a sua
órbita, o que faz com que cada hemisfério receba quantidades diferentes de radiação, dependendo da
posição em que a Terra se encontra em relação ao sol.
A intensidade da radiação solar também varia com o ângulo de incidência dos raios solares. Ao ângulo
formado entre o zénite local e os raios solares denomina-se ângulo zenital (). O nível de irradiância na
Terra atinge um total aproximado de 1000 W/m2 ao meio-dia, em boas condições climatéricas,
independentemente da localização.
A intensidade da radiação solar no topo da atmosfera (Is) de uma superfície horizontal é dada pela
expressão (Duffie e Beckman, 1981)
(3)
O cosseno do ângulo zenital do sol (θz) para uma superfície horizontal é dado por
(4)
(5)
Onde é a constante solar dada em W/m2; é a latitude do local em graus, variando de 0º a; é o ângulo
horário dado em graus e é a declinação solar em graus e varia de 0º a. O ângulo horário e a declinação
solar são expressas por:
(6)
(7)
Mês
Declinaçao
Mês
Declinação
Janeiro
-21.27
Julho
+21.67
Fevereiro
-12.96
Agosto
+14.33
Março
-2.452
Setembro
+3.39
Abril
+9.460
Outubro
-8.39
Maio
+18.65
Novembro
-18.25
Junho
+23.28
Dezembro
-23.20
Como a distância terra-sol varia continuamente, para se obter o valor real da intensidade da radiação
solar, há uma necessidade de introduzir um factor de correção , que é expresso por:
(8)
(9)
(10)
(11)
2.5. Radiação no Topo da Atmosfera
A intensidade da radiação solar que atinge o topo da atmosfera terrestre provém da região da fotosfera
solar que é uma camada com aproximadamente 300 km de espessura e temperatura superficial da
ordem de 5800K. Porém esta radiação não apresenta como um modelo de regularidade, pois há
influência das camadas externas do sol (cromosfera e coroa) com pontos frios e quentes (QUISSICO
2005:14).
Apesar disto, pode-se definir um valor médio para o nível de radiação solar incidente normalmente
sobre uma superfície situada no topo da atmosfera.
As variações na radiação total emitida pelo sol são inferiores a 1,5%. Pode-se dizer, com razoável
precisão que a radiação incidente no topo da atmosfera depende apenas da distância entre o sol.
Para o cálculo da radiação solar que chega à superfície da terra (I), usa-se o modelo proposto por
Angström, segundo o qual (Duffie e Beckman, 1981)
(12)
Onde I0 é a radiação solar no topo da atmosfera, que se pode calcular sob certas condições (como o dia,
a hora, o ângulo do local e a inclinação do sol em relação ao plano do equador), a e b são constantes (e
), é a insolação medida pelo heliógrafo e é a insolação teórica ou astronómica. A insolação (N) durante o
dia, é dada por:
(13)
Esta expressão dá-nos a insolação astronómica, em que para a determinação da radiação solar no
intervalo de uma hora considera-se N = 1.
Na sua jornada, a Terra realiza diversos movimentos, sendo os mais importantes o de rotação e o de
translação. No movimento de rotação a Terra gira em torno do seu eixo, com um período de
aproximadamente 24 horas, sendo responsável pelo aparecimento do dia e da noite. E a translação é o
movimento que a Terra executa em volta do sol e demora cerca de 365 dias para dar uma volta
completa, e é este movimento que dá origem às estações do ano (Primavera, Verão, Outono e Inverno).
Ao ângulo compreendido entre o plano do equador e o vector posição de um astro, tomado desde o
centro da Terra, dá-se o nome de declinação do astro em questão. Este ângulo varia de 23.5º em 21
Junho a - 23.5º em 21 de Dezembro, sendo igual a zero nos dias 21 de Setembro e 21 de Março
(equinócios).
O sol ao passar pelos eixos de maior raio da elipse, duas latitudes no planeta recebe radiação máxima.
No mês Dezembro na latitude 23,5o S (trópico de Capricórnio) e no mês de Junho na latitude 23,5o N
(trópico de Câncer). Quando o sol se encontra a 23,5o S, diz-se que é solstício de verão para o
hemisfério sul e de inverno para o hemisfério norte e, a 23,5o N representa o solstício de verão para o
hemisfério norte e de inverno para o hemisfério sul
É um modelo que foi sugerido pela primeira vez por Kimbal (1918) e posteriormente melhorado por
Angström (1924) conhecida como relação entre a insolação diária e a radiação global diária, média
mensal. Serve para determinar a radiação solar com base na insolação e é dada pela seguinte relação:
Dentre as diversas expressões empíricas apresentadas na literatura para estimar a irradiância solar
global ao nível do solo, em escala de tempo diária, a de uso mais difundido é aquela proposta em 1924,
por Angström e mais tarde modificada por Prèscott (citado por Vianello e Alves, 2000).
(14)
Onde I0 é a radiação solar no topo da atmosfera, que se pode calcular sob certas condições (como o dia,
a hora, o ângulo do local e a inclinação do sol em relação ao plano do equador), I é radiação solar que
chega a superfície da terra, a e b são constantes (e ), é a insolação medida pelo heliógrafo e é a
insolação teórica ou astronómica.
Esta é uma das expressões empíricas simples que permitem conhecer a distribuição espacial da radiação
solar e é aplicável para qualquer ponto da Terra.
É usada para a determinação da radiação solar nos locais que são o objecto de estudo.
Para esta pesquisa escolheu-se o modelo de Angström na virtude de estimar o valor da radiação média
incidente a partir de séries de medidas, visto que em Moçambique a maior parte das estações
meteorológicas existentes não medem a radiação solar porque a maior parte destes instrumentos já
estão degradados, e com isso existem instrumentos que medem a insolação, tomando em conta na
determinação do numero de hora de brilho solar que atinge a superfície terrestre durante o dia (ao
renascer até ao pôr-do-sol) e as constantes climáticas para o local em estudo.
A cidade de Nampula, tem cerca de 471.717 habitantes sendo 240.433 do sexo masculino e de 231.284
de sexo feminino, segundo o Censo de 2007, distribuídos por 18 bairros em 06 Postos Administrativos,
situa-se, aproximadamente, no centro do espaço geográfico do distrito que leva o mesmo nome
(Distrito de Nampula), um pouco deslocada para o nordeste (NE) e ocupa uma área de 404 km2, de este
para o Oeste tem uma extensão de 24,5 km, entre os meridianos de 39˚ 23´ 28´´ e 39˚ 10´ 00´´ Este. No
sentido Norte-Sul estende-se por 20,25 km, desde a barragem do rio Monapo, a uma latitude de 15˚ 01´
35´´S, até ao riacho Muepelume, no paralelo 15˚ 13´ 15´´S.
Ao que concerne aos habitantes da cidade de Nampula quase 43,5% da sua população tem menos de 15
anos, e apenas 1,2% tem 65 ou mais anos. A população em idade escolar é de 5-14 anos que representa
27,7% dos residentes nesta urbe, o que da uma ideia da pressão que existe sobre as infraestruturas
escolares, que apenas conseguem dar resposta a 70% das necessidades.
Todavia, a pesquisa foi realizada no Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) Delegação de Nampula,
que situa-se junto do Aeroporto Internacional de Nampula, sita no bairro de Namicopo, posto
administrativo do mesmo nome, com uma altitude de 438m ao nível médio das águas do mar, com uma
latitude de 15˚ 06´S e longitude de 32˚ 17´, em enquadrada no primeiro semestre do ano de 2014.
O Clima predominante é tropical húmido com temperaturas médias anuais entre 24 graus celsius a 26
graus Celcius com uma floresta aberta de miombo, caracterizando – se por duas estacoes: chuvosa e
quente, que normalmente começa em Novembro e termina em Abril, composta por aguaceiros e
trovoadas frequentes. (MDAE, 2005).
Na presente pesquisa usou-se o Heliógrafo de Campbel-Stokes porque não mede a radiação solar mas
sim a insolação, sendo necessário se fazer uma conversão desta para se conhecer a quantidade de
radiação solar. A conversão é feita com base em modelos, o que pode causar alguns desvios em relação
ao valor real da radiação solar.
O heliógrafo de Campbell-Stokes, é constituído essencialmente por uma esfera de vidro, incolor ou de
um verde amarelado, com cerca de 10 cm de diâmetro e encontra-se montado concentricamente num
suporte metálico esférico. O diâmetro deste suporte é tal, que os raios solares ficam intensamente
focados por uma tira de cartão fixada numas ranhuras do suporte. Há na sime-coroa esférica (suporte
metálico esférico), três pares de ranhuras sobrepostas destinadas a segurar cartões próprios para as
diferentes estacoes do ano. A radiação solar é focalizada pela esfera sobre uma fita que, pela ação da
radiação é queimada. O comprimento desta fita queimada é a medida da insolação.
A medida da insolação é importante para a caracterização climática de uma determinada região e para a
estimação da radiação solar numa superfície horizontal, onde não existe medidas piranométricas. A
figura abaixo mostra um heliógrafo de Campbell-Stokes (ZELOSO:2007).
3.4. Métodos
O trabalho foi desenvolvido a partir de dados coletados na Estacão do INAM de Nampula, este
localizado junto do Aeroporto Internacional de Nampula, isto no bairro de Namicopo, a uma altitude de
438m ao nível médio das águas do mar, com uma latitude de 15˚ 06´S e longitude de 32˚ 17´.
Para a efetivação desta pesquisa, foi necessário a consulta bibliografia criteriosamente selecionada e
aproveitando alguns pensamentos dos peritos da área da radiação solar afectos ao INAM -Nampula.
Tratando do comportamento da radiação solar, foi necessário ter os valores da intensidade da radiação
solar, para posterior fazer o seu estudo num determinado período.
Em seguida, o estudo focou – se na observação dos casos particulares encontrados no terreno para
desenvolver e formular novos pensamentos para que se possa chegar a certas conclusões e obtenção de
dados de valores diários referentes ao local em estudo durante um período de 15 anos, isto é de 1999 à
2013. Segundo o INAM, estes dados representam os valores de insolações diários medidos na estação
meteorológica da superfície do local, através do instrumento para medir a insolação, neste caso usam-se
(heliógrafo de Campbell-Stokes). Os dados foram armazenados por um datalogger (Campbell Scientific,
modelo 21X), programado para realizar as leituras dos sensores a cada minuto, com registros totais a
cada 60 minutos, ou seja, no final do dia obtinham-se 24 leituras para cada variável.
Num intervalo de 10 dias, os dados eram coletados da estacão e transferidos, com um módulo de
armazenamento (Campbell Scientific), para um microcomputador, fazendo-se uso do software PC208W,
onde foram convertidos em planilha eletrónica MS Excel, versão 2002. Apos a formatação destes dados,
foi realizada uma análise de consistência dos valores obtidos, a fim de se identificar possíveis erros no
registro devido a digitação, ausência de registros ou valores nulos.
Nesta ordem de ideia procurou-se analisar o comportamento da radiação solar global na cidade de
Nampula nos últimos anos com base no modelo de Angström. E para se efectuar a recolha de dados no
terreno, usou-se como técnica a observação direta e participante.
Neste capítulo faz-se a análise e discussão dos dados obtidos a partir do Instituto Nacional de
Meteorologia, numa perspetival comparativa no que se refere no comportamento da intensidade da
radiação solar nos últimos 15 anos na cidade de Nampula. Nesta ordem de ideia para cada gráfico
agrupou-se para um período de cinco anos.
A zona norte de Moçambique é fortemente influenciada pela zona de convergência intertropical, por
altas temperaturas, forte nebulosidade e precipitações frequentes, o que pode causar uma forte
atenuação da radiação solar. Outro facto é que esta região encontra-se relativamente próxima ao
equador, o que favorece um maior aquecimento da superfície pela radiação solar já que ela recebe a
radiação (raios solares) directa durante todo o ano. E para melhor percepção desses dados, os
resultados foram apresentados graficamente.
A radiação solar que chega à superfície da terra depende da duração do dia e posição Terra-sol. Nos
verão, os dias são longos e no inverno são curtos, isto porque o hemisfério de verão permanece mais
tempo iluminado pelo sol, e deste modo a quantidade de radiação solar que chega à superfície também
será maior.
Relativamente ao gráfico 2 constatou-se que este não diferencia muito do anterior, por se verificar uma
variação não muito significativa referentes ao comportamento da intensidade da radiação solar, nota-se
que nos primeiros cinco meses destes anos o comportamento da radiação tende a subir atingindo o seu
valor máximo no mês de Maio com o valor, diferentemente aos mês de Junho a Julho que foi atingindo
os seus pontos mais baixo com valor aproximado () por se tratar dum período de transição duma
estacão do ano para o outro isto é, do Inverno para o Verão. E para os restantes meses foi se registando
um crescimento constante da radiação.
De acordo com o gráfico 3 em relação aos dois primeiros a variação da radiação ainda continua não
sendo uniforme, nesta ordem de ideia nota-se que houve uma descida da radiação nos meses da
Dezembro a Fevereiro com valor aproximado de (, por se considerar como um tempo de intensa
precipitação e verificou-se que os valores da radiação solar tende a subir e atingindo o seu ponto mais
alto no mês de Maio com um valor de (, descendo no mês de Junho, por se tratar um período de
inverno, em que a radiação não atinge a superfície com muita intensidade por se considerar como um
período em que há muita nebulosidade com precipitações atmosférica resultando as mudanças
climáticas, e em seguida subindo gradualmente de forma constante de Agosto a Novembro. Tratando-se
como uma situação normal visto que dentro de intervalo destes meses nota-se sempre em todos os
anos que a radiação é muito forte.
Analisando as curvas dos três gráficos, estas tem o mesmo comportamento, mas as variações são
diferentes, visto que no momento de inverno normalmente a radiação solar que chega na superfície da
terra não é maior devido as precipitações atmosféricas, principalmente nos meses de Janeiro a Maio,
mas por causa das alterações climáticas nota-se que no intervalo destes meses a radiação tende a subir,
e descendo no mês de Junho, este que é o mês de transição do inverno para o verão que vai ate no
intervalo dos meados de Julho a Dezembro.
Regiões próximas ao equador recebem maior quantidade de radiação em relação às zonas de latitudes
médias e aos polos, ou seja, a radiação solar diminui do equador aos polos. A altitude também contribui
para a variação da radiação solar à superfície. Superfícies elevadas recebem maior quantidade de
radiação quando comparadas com as de baixa altitude, isto porque os raios solares percorrerem uma
trajectória curta para atingir as superfícies elevadas.
Para as médias mensais homologas, consistiu na perspetiva de agrupar os quinze anos de modo a
identificar a variação da radiação de cada mês. Nesta ordem de ideia nota-se um crescimento no mês de
Setembro que atingiu o seu valor máximo (, isto devido a alternância de aquecimento dada no início em
cada estacão do ano em um hemisfério é desfasada de seis meses em relação ao outro. Quer dizer que
no hemisfério sul, o verão começa nos solícitos de Dezembro e o inverno no de junho. E no hemisfério
Norte, o princípio do verão dá-se nos solstícios de Junho, cerca de seis meses depois de ter começado a
mesmo estacão no hemisfério sul.
Durante o dia a radiação solar varia com o ângulo que os raios solares incidem sobre a superfície que é
uma função da hora do dia. Ao nascer e pôr-do-sol, o ângulo formado pelos raios solares e a superfície
da terra é menor a quantidade de radiação solar que atinge a superfície da terra é mínima, isto porque
os raios solares percorrem longas distâncias até atingir a superfície da terra. Por volta do meio-dia solar,
o ângulo entre os raios solares e a superfície da terra atinge o seu valor máximo (90o) e diz-se que o sol
está no zénite, os raios solares percorrem a distância mais curta, e a radiação solar que chega à
superfície terrestre é máxima.
Relacionando a informação acima, de acordo com o trabalho sabe-se que a cidade de Nampula é
predominado por um clima tropical húmido em que no geral as regiões mais elevadas apresentam-se
com temperaturas mais suaves em relação as outras, e os valores das radiações mostradas nos gráficos,
verifica-se através da nebulosidade e das variações climáticas registadas, em que as chuvas iniciam nos
meses de Outubro e Abril com pico nos meses de Janeiro e Marco.
Nesta ordem de ideia nota-se que nem sempre a radiação solar que atinge a superfície terrestre é
máxima quando percorre distâncias curtas, mas sim também da variação do tempo, em que um dia do
Céu limpo podemos ter o registo na totalidade em que o raio solar atinge a terra. Enquanto no dia que o
Céu estiver nebulado podemos não conseguir medir a radiação na superfície apenas na atmosfera.
Depois de ter-se agrupado os valores num período de cinco anos para cada gráfico, agrupou-se os
valores médios das radiações durante os quinze anos, de modo a notar qual foi a variação do
comportamento da intensidade da radiação durante este período em estudo.
Nesta ordem de ideia, as médias anuais verificadas ao longo destes anos, nota-se que o valore mais alto
da radiação foi observado no ano de 2004 com um valor aproximado de (), visto que durante este ano a
radiação direita foi maior em relação a outros anos, porque não houve muita precipitação atmosférica, a
nebulosidade foi menor durante o ano e o sol encontrava-se sempre com o Céu limpo, influenciando
com que a radiação solar chega-se na superfície terrestre com uma maior intensidade.
E os valores mais baixos foram registados no ano de 2007 com um valor aproximado de (), por se
considerar um período em que foi caracterizado com muita nebulosidade que se verifico duranta este
todo ano. Como foi dito anteriormente para estes dois anos relactivamente ao comportamento da
radiação deveu-se essencialmente por causa das mudanças climáticas que foram registadas, isto é, no
ano de 2004 houve pouca precipitação e o tempo sempre encontrava-se limpo, diferentemente ao
outro ano.
Em relação a outros anos, a radiação directa e difusa tem uma variação anual semelhante, isto é, tendo
o mesmo comportamento de forma constante, visto que os valores tende a um valor aproximado de (),
tendo em conta vários factores em relação esta variação que influenciam directamente na radiação
solar e no clima como, a nebulosidade, temperatura e precipitações frequentes durante o ano.
Nesta ordem de ideia encontrou-se os parâmetros mensais das equações lineares de regressão, na qual
se pode observar que os valores das radiações e das insolações n/N foram bem correlacionados. Para
avaliar a eficiência se o modelo é bom ou não usou-se o seguinte critério:
A partir das figuras abaixo pode-se observar as retas das equações de regressão linear mensais com o
seu respectivo grau de ajustamento. Conforme pode ser observado existe uma tendência dos pontos
para um bom ajustamento linear.
Apos as pesquisas da radiação solar em função de números de horas em que o sol ficou descoberto, em
média a nível mensal durante os últimos anos concluímos que:
A distribuição espectral da radiação solar em cada metro quadrado vária de ano para ano e de região
por região, não se colocando em ênfase as quantidades, pois estas oscilam de ano para ano, porque o
nível de produção de aerossóis que podem criar atenuantes da radiação na atmosfera terrestre, é
variável. Razão pela qual observando os gráficos mostram oscilação dos valores da radiação solar em
todos os anos, não só a comparação dos valores calculados teoricamente e os medidos pelos aparelhos
nota-se claramente que não diferem muito por causa das curvas estarem sobrepostas.
Segundo o INAM a Província de Nampula é composta por três estacoes meteorológicas, Nampula
cidade, Lumbo e de distrito de Angoche. A distância entre uma estacão com a outra deve ser igual a
150km. Nesta ordem de ideia depois de se observar e determinar a radiação neste período de estudo
pelo modelo de Angström, o comportamento da radiação solar na cidade de Nampula relactivamente ao
seu nível de crescimento note-se que a sua variação não sendo tão notória, isto é, as curvas tem o
mesmo comportamento não se diferenciando muito um do outro, isto é, mostrando uma pequena
variação por se tratar de um período muito curto, que em termos normais o mínimo seria num intervalo
de trinta a cinquenta anos, onde a variação da radiação pode ser notória.
A partir de modelos teórico que se conseguiu determinar a radiação que atinge a superfície terrestre,
analisou-se o comportamento da radiação na região em estudo, e a partir dos gráficos nota-se que as
radiações apresentadas nas tabelas são quase idênticas, isto deve-se por causa das fortes nebulosidades
e precipitações que causa uma atenuação da radiação. A probabilidade do modelo de Angström neste
estudo verifica-se na medida em que os modelos estatísticos usados na determinação da radiação solar
global, dão valores muito próximos dos observados, com uma variação mínima e que podem ser
aplicados para qualquer local da região.
O modelo de Angström demostrou que para a estimativa da radiação solar diária existe uma
concordância com os dados obtidos e os resultados são satisfatórios com uma margem de erros em
relação aos valores observados muito pequenos em termos de variações, isto deve-se por causa do
período ser muito restrito.
Também sugerimos para quem fizer um estudo de género, use o modelo de Allen para fazer a
correlação da radiação incidente neste caso a temperatura registada durante o dia, mês e ano, podendo
relacionar nível de aquecimento na atmosfera terrestre mediante a radiação solar que a terra recebe.
BIBLIOGRAFIA
ARRUDA, L. B. (2004). Operação de Sistemas de Aquecimento Solar de Água com controlo de vazões em
colectores planos, Escola Plitécnica da Universidade de São Paulo, Brasil.
ASSIS, S. V. et al. (2004). Avaliação de um Método Empírico para Estimativa da Radiação Solar Global.
CENTRO DE REFERÊNCIA PARA ENERGIA SOLAR E EÓLICA SÉRGIO DE SALVO BRITO Tutorial: Energia
solar,
CUNHA, G.R (1977). Meteorologia: Factos & Mitos- Passo Fundo, EMBRAPA-CNTP. Modelo de Allen,
Depto de Meteorologia/Fac. Met./UFPel- Pelotas/RS, Brasil.
D’AMÉLIO, M.T.S. Estudo de gases de efeito estufa na Amazônia. Dissertação. (Mestrado em Ciências)
Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares. Universidade de São Paulo. 2006.
DUFFIE, JOHN A. BECKMAN, WILLIAM A. Solar Engineering of Thermal Processes. John Willey & Sons, 2ª
ed., 1981.
HEUVELDOP, J.; J. P. TASIES; S. Q. CONEJO; L. E. PRIETO. Agroclimatología tropical. San José: Editorial
Universidade Estatal a Distancia. 1986. 394 P.
KRATZEMBERG, M.G. et al. (2003). Rastreabilidade de Radiômetros para medição da Energia Solar no
Brasil, Recife, Pernambuco, Brasil.
LIMA, F.Z, ALVES, A.R. MARTINS, J.H, COSTA, JMN: Desenvolvimento de modelos para determinação da
irradiaancia solar difusa horaria. In congresso Brasileiro de Engenharia Agrícola, 1995.
LINDZEN, R. et al. "Does the Earth Have an Adaptive Infrared Iris?". In: Bulletin of the American
Meteorological Society, 2000;
LINCX-SERVIÇOS DE SAÚDE (2004). Radiação Solar. Acedido em: 15, Novembro, 2017,
em:www.lincx.com.br/lincx/saude_a_z/saude_homem.asp.
MC DANIELS, D. K. (1984), The sum. Our future Energy Seurce 2nd Edition, University of origom, New
Yourk.
SILVA, C.N. MOURA, F.C.C. LAGO, R.M. XAVIER, E.S. A discussão do efeito estufa nos livros de Química do
Ensino Médio e Superior. 13º Encontro nacional de Química. Unicamp, Campinas, SP. 24 a 27 de Julho
de 2017.
SOLAR TÉRMICO, Energia solar térmica: manual sobre tecnologias, projecto e instalação, Portugal, 2004.
TEIXEIRA, T. M. B. et al. (2005). Um exemplo de uso de Modelos Físicos no ensino de Geologia de
Engenharia, Departamento de Geologia, UFRJ, Brasil.
TIBA, C. et al. ATLAS Solarimetros do Brasil: banco de dados terrestres Recife: Editora Universitária da
UFPE, 2000.
THORNTON, P.E. et al (1999). Agricultural and Forest Meteorology: An improved algorithm forestimating
incident daily solar radiation from measurements of temperature, humidity andprecipitation, no 93.
VIANAELLO, R. L.; ALVES, A. R. Meteorologia básica e aplicações. Viçosa: UFV – Imprensa Universitária.
2000. 449 P.
ZELOSO, B. T. Determinação da radiação global em Moçambique pelo modelo de Allen; Maputo; 2007