Sunteți pe pagina 1din 99

Ponto dos Concursos

www.pontodosconcursos.com.br

Atenção.

O conteúdo deste curso é de uso exclusivo do aluno matriculado, cujo


nome e CPF constam do texto apresentado, sendo vedada, por
quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia,
divulgação e distribuição.

É vedado, também, o fornecimento de informações cadastrais


inexatas ou incompletas – nome, endereço, CPF, e-mail - no ato da
matrícula.

O descumprimento dessas vedações implicará o imediato


cancelamento da matrícula, sem prévio aviso e sem devolução de
valores pagos - sem prejuízo da responsabilização civil e criminal do
infrator.

Em razão da presença da marca d’ água, identificadora do nome e


CPF do aluno matriculado, em todas as páginas deste material,
recomenda-se a sua impressão no modo econômico da impressora.
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

Administração Pública em Exercícios para o TCU


Aula 03

Olá pessoal!
Está é a terceira aula de nosso curso. O concurso já está chegando e o mais
importante é preparar a mente. Tentem descansar, relaxar o máximo possível
porque é importante chegar na prova com gás total. E não há nada mais relaxante
do que fazer mais de 100 questões de Administração Pública (hehehe).

Nesta terceira aula serão estudados os seguintes itens do edital.


5. Processos participativos de gestão pública: conselhos de gestão,
orçamento participativo, parceria entre governo e sociedade.
6. Governo eletrônico. Transparência da administração pública. Controle
social e cidadania. Accountability.
7. Novas tecnologias de gestão (reengenharia, qualidade, planejamento
estratégico, Balanced ScoreCard) e tecnologias da informação e
comunicação: impactos sobre a configuração das organizações públicas
e sobre os processos de gestão.

Qualquer dúvida, entrem em contato por meio do fórum.

Processos participativos de gestão pública

1 (CESPE/MDS/2006) Modelos de gestão participativa tensionam a forma de


gestão burocrática e demandam, para seu efetivo funcionamento, alterações na
forma de se dirigirem organizações públicas e de se gerenciarem seus recursos e
procedimentos.

Uma das disfunções do modelo burocrático que nós vimos na aula demonstrativa
(questão 31) é a dificuldade no atendimento a clientes e conflitos com o público, em
virtude do fato da administração burocrática trabalhar de forma auto-referida, ou
seja, pensando de forma isolada sem ouvir a sociedade em relação as suas reais
necessidades.

A administração gerencial muda o foco da atenção do processo para o resultado e


adota o paradigma do cliente na administração pública, ou seja, passa a dar
atenção ao que o cidadão tem a dizer, permitindo uma maior participação da
sociedade nas decisões do estado.

www.pontodosconcursos.com.br 1
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

Segundo Maria da Glória Gohn, a participação, pelas características e função, é


“sinônimo” de descentralização. É a transferência do poder decisório para a
comunidade. A administração burocrática não é condizente com modelos de gestão
participativa porque a decisão é centralizada nos altos escalões e o formalismo
impede a sociedade de participar das decisões. Por isso, quando a sociedade
passa a exigir uma maior participação, há uma tensão sobre o modelo burocrático,
que não consegue atender a estas demandas.

A questão está CORRETA.

2 (CESPE/MDS/2006) O modelo de administração pública societal incorpora aos


modelos burocráticos e gerenciais tradicionalmente fechados práticas que ampliam
a relação Estado-sociedade, como a instituição de conselhos gestores de políticas
públicas e o orçamento participativo.

Segundo Ana Paula Paes de Paula, as últimas décadas foram marcadas pela luta
dos brasileiros por processo de redemocratização do país, buscando reformar o
Estado e construir um modelo de gestão pública capaz de torná-lo mais aberto às
necessidades dos cidadãos brasileiros, mais voltado para o interesse público e
mais eficiente na coordenação da economia e dos serviços públicos. Ao analisar
esse contexto histórico, a autora identifica dois projetos políticos em
desenvolvimento e disputa.

De um lado está a administração pública gerencial, aplicada no Brasil com o Plano


Diretor da Reforma do Aparelho do estado. De outro, a administração pública
societal. O tema da inserção da participação popular na gestão pública é o cerne
dessa vertente. Uma concepção começou a se tornar predominante no âmbito
desse campo: a implementação de um projeto político que procura ampliar a
participação dos atores sociais na definição da agenda política, criando
instrumentos para possibilitar um maior controle social sobre as ações estatais e
desmonopolizando a formulação e a implementação das ações públicas.
Segundo a autora, a administração gerencial é participativa no nível do discurso,
mas centralizadora no que se refere ao processo decisório, à organização das
instituições políticas e à construção de canais de participação popular, enquanto a
administração societal é participativa no nível das instituições, enfatizando a
elaboração de estruturas e canais que viabilizem a participação popular

Questão CORRETA.

www.pontodosconcursos.com.br 2
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

3 (CESPE/MDS/2006) A experiência com os conselhos na sociedade brasileira,


entre eles o de assistência social, está inserida em uma dinâmica societária que
assegura a constituição de espaços públicos e plurais, assim como o exercício do
controle social pelos agentes e beneficiários da política.

Segundo Raquel Raichelis:


As diferentes experiências de organização dos Conselhos
atualmente em curso nas áreas da saúde, criança e adolescente,
assistência social, cidade, meio ambiente, cultura e tantas outras,
são expressões da busca de novos canais de participação da
sociedade civil na coisa pública, rumo à constituição de esferas
públicas democráticas, embora estejam na contra-corrente da
reforma neoliberal que tende a deslocar os espaços de
representação coletiva e de controle socializado sobre o Estado
para a ação dos grupos de pressão e de lobbies, desqualificando
e despolitizando a força da organização coletiva.

Portanto, a experiência dos conselhos, não está inserida em um momento que


garante a constituição de espaços públicos e plurais. Durante a década de 1990, o
modelo neoliberal fez com que houvesse uma forte tendência de concentração do
poder em grupos de pressão e de lobbies, indo contra os movimentos de
organização coletiva. Questão ERRADA.

4 (CESPE/IGEPREV/2005) Um dos princípios do modelo pós-burocrático é o da


participação popular no governo, em que este transfere à comunidade a
responsabilidade da garantia de que os serviços sejam prestados, mas permanece
com o poder decisório, ou seja, o controle dos serviços públicos permanece com o
governo.

O CESPE gosta de cobrar esta questão nos concursos. A participação, no modelo


gerencial, ocorre por meio da:

• Transferência do poder decisório e do controle dos serviços públicos;


• A responsabilidade da garantia de que os serviços sejam prestados continua
com o estado.

Descentralização e participação sempre envolvem participação no processo


decisório. Não se pode falar em descentralização se a decisão continua na mão de
poucos. A sociedade passa também a ter o controle sobre as políticas públicas,
determinando seus rumos e fiscalizando sua execução. Contudo, quem deve
garantir que o serviço vá ser prestado ainda é o Estado. Questão ERRADA.

www.pontodosconcursos.com.br 3
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

5 (CESPE/CENSIPAM/2006) No modelo gerencial, a participação da população


no governo se dá pela transferência do poder decisório da burocracia para as
comunidades, que controlam os serviços públicos, sem a responsabilidade final de
garantir que os serviços sejam prestados, uma vez que os objetivos da participação
popular são remover os obstáculos existentes ao controle social, encorajar as
comunidades organizadas a dirigirem os serviços que lhes são prestados, oferecer
estímulos necessários e transferir os recursos requeridos para enfrentar os
problemas em nível de cada comunidade.

Esta questão é a que deve ser usada como referência, já que ela traz o que
falamos na questão anterior: transferência da decisão e do controle sem transferir a
responsabilidade pela garantia de que os serviços devam ser prestados. Questão
CORRETA.

6 (CESPE/INSS/2007) Quando as autoridades realizam consultas sobre um


determinado assunto a grupos determinados, ocorre a denominada
pseudoparticipação.

Para Pateman, são possíveis três níveis de participação:


1) Pseudoparticipação: os indivíduos apenas são consultados sobre algum assunto
e endossam as decisões do líder, ou seja, não ocorre, de fato, participação alguma
na tomada de decisão;

2) Participação parcial: muitos tomam parte no processo decisório, mas o poder


final de decidir pertence a apenas uma das partes;
3) Participação plena: cada membro isoladamente tem igual poder de determinar o
resultado final das decisões.

Questão CORRETA.

7 (CESPE/CAMARA/2003) O orçamento participativo é uma das experiências


bem-sucedidas utilizadas por governos nacionais.

Dentro dos movimentos por maior democratização do Estado e participação da


sociedade civil no processo decisório, começam a surgir iniciativas que buscam
aproximar o governo dos cidadãos. A centralização política ocorrida durante o

www.pontodosconcursos.com.br 4
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

regime de 1964 fez com que se desenvolvessem movimentos sociais buscando


uma maior participação da sociedade. Muitos associam o surgimento do orçamento
participativo à experiência do município de Porto Alegre, a partir de 1989, mas
outras iniciativas já haviam sido empreendidas no Brasil no final dos anos 1970,
ainda durante o regime militar.

Inserida nesse contexto de reação à ditadura, a Constituição de 1988 promoveu a


descentralização dos serviços públicos para os estados e municípios, aproximando
o Estado das pessoas. O municípios ganharam o status de unidades autônomas da
federação junto com os estados, algo inédito no mundo no que se refere a
repartição de poderes em países federados.

Portanto, o orçamento participativo faz parte deste processo de descentralização


do poder para os governos locais, já que é neles que a sociedade pode realmente
participar. É na comunidade que as pessoas tem voz. Portanto, a questão está
ERRADA, já que o orçamento participativo é uma experiência bem-sucedida usada
por governos municipais, e não nacionais.

O governo federal divulgou em março de 2007 a criação de um Grupo de Trabalho


interministerial com o objetivo de “formular propostas de participação da sociedade
no acompanhamento da elaboração e execução dos três principais instrumentos da
administração pública – o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a
Lei Orçamentária Anual, dando um passo na direção do Orçamento Participativo”.
No entanto, nada de concreto foi divulgado depois disso. No plano estadual, o
orçamento participativo já é usado por alguns estados, como o Rio Grande do Sul e
o Pará.

8 (CESPE/TCU/2007) Em defesa da legitimidade das decisões comunitárias,


atribui-se ao orçamento participativo o mérito de conferir maior fidelidade à
programação de investimentos, ao contrário da flexibilidade que caracteriza o
processo convencional de programação.

A questão afirma que o orçamento participativo (OP) confere maior fidelidade à


programação de investimentos. Muitos alunos se confundem nesta questão
pensando que a maior fidelidade é do orçamento em relação à programação de
investimentos. Na realidade, é a programação que fica mais fiel. Só que mais à
que? A fidelidade é em relação aos anseios, às demandas da sociedade. Com o
orçamento participativo, o Estado está ouvindo o que a sociedade tem a dizer
sobre a alocação de recursos, quais são suas reais necessidades. Quando a
questão fala em “flexibilidade que caracteriza o processo convencional de
programação”, está dizendo que sem o orçamento participativo, o Executivo pensa a
alocação de recursos de forma isolada, da forma que mais lhe convém. Segundo
Roberto Coelho:
www.pontodosconcursos.com.br 5
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

Ao promover a discussão popular sobre o conteúdo do orçamento


público, o Orçamento Participativo inaugura acessos ou caminhos
para que informações fluam tanto para o lado do governo quanto
para o lado dos cidadãos. O Orçamento Participativo possibilita
que o governo capte, com maior facilidade e precisão, as
demandas sociais. Tais informações são imprescindíveis para a
fundamentação de decisões ligadas à alocação dos recursos
públicos.

Não podemos dizer que o Executivo é obrigado a acatar as decisões tomadas nos
fóruns do orçamento participativo. A competência para a iniciativa de lei
orçamentária é privativa do Executivo, portanto é ele quem define a proposta do
orçamento. O Supremo Tribunal Federal julgou a Ação Direta de
Inconstitucionalidade contra o artigo de lei do Estado de Santa Catarina,

Art. 20. Compete ao Conselho Estadual do Orçamento


Regionalizado elaborar o relatório final das propostas aprovadas
nas audiências públicas regionais e encaminhá-las à Gerência do
Orçamento da Secretaria de Estado da Fazenda, para inclusão na
Proposta de Orçamento Anual.

O Relator Ministro Sepúlveda Pertence afirmou que tal dispositivo não fere o art.
165 da CF, uma vez que as propostas resultantes das audiências públicas não
compelem o Poder Executivo ao seu aproveitamento, apenas indicam, não
havendo que se falar, pois, em ofensa ao princípio da independência dos poderes.
Caso houvesse tal vinculação, o artigo seria considerado inconstitucional, uma vez
que a iniciativa dos projetos de lei orçamentários é do Poder Executivo.

Contudo, mesmo não havendo esta vinculação, o orçamento participativo confere


maior fidelidade, já que o estado está ouvindo o que a sociedade tem a dizer. Por
isso a questão está CORRETA.

9 (ESAF/MPOG/2008) O Orçamento Participativo é um processo educativo que,


por meio de um formato institucional que favorece o aprendizado da política como
arena de alianças, negociações, conflitos e barganhas, faz com que se chegue, a
partir de demandas particularistas e locais, a uma visão mais abrangente dos
problemas urbanos e das limitações governamentais.

Esta questão foi tirada do texto de Sérgio de Azevedo, segundo o qual:


O Orçamento Participativo é um processo educativo que, através
de um formato institucional engenhoso, permite, a partir de
demandas particularistas e locais – mediante um processo de
filtragem e de negociações sucessivas –, discutir questões mais
www.pontodosconcursos.com.br 6
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

amplas da cidade. Os participantes iniciam o processo com uma


visão micro (a casa, a rua e, no máximo, o bairro) e uma pauta
maximalista (demandando todas as necessidades básicas);
paulatinamente, com o desenrolar do processo, passou a ter uma
visão mais abrangente da cidade, dos problemas urbanos e das
limitações governamentais, e a defender, portanto, uma pauta
viável. Em suma, ocorre um aprendizado da política como arena
de alianças, negociações, conflitos e barganhas.

Portanto, o caráter educativo do orçamento participativo se refere a possibilidade


da comunidade poder entender de forma mais ampla os problemas do município,
deixando de olhar apenas para os buracos na sua rua, da árvore que está
invadindo seu quintal, para se preocupar com aqueles problemas que afetam a
coletividade. Além disso, passa a entender melhor as limitações da atuação estatal,
passando a buscar soluções que possam ser alcançadas.

Acredita-se que o Orçamento Participativo tem potencial de atuação como indutor


de capital social. Na medida em que o OP incentiva um envolvimento maior dos
indivíduos com questões coletivas e, por conseqüência, com o Poder Público,
verifica-se uma tendência por maior organização dos indivíduos enquanto
sociedade civil, além da formação e capacitação de lideranças. Os participantes do
orçamento participativo desenvolvem uma série de habilidades democráticas,
principalmente no que diz respeito à aquisição de hábitos indispensáveis ao
processo de tomada de decisão coletiva.

Questão CORRETA.

10 (ESAF/MPOG/2008) Considera-se que o maior mérito do Orçamento


Participativo consiste em combinar as características democráticas e progressistas
da participação direta, com a capacidade de competir vantajosamente com as
práticas clientelistas.

Esta questão também foi tirada do texto de Sérgio de Azevedo:


Além disso, atingem-se frontalmente as práticas clientelistas de
alocação de recursos. De fato, considera-se que o maior mérito
do Orçamento Participativo consiste em combinar as
características democráticas e progressistas com a capacidade de
competir vantajosamente com as práticas clientelistas. Tanto é
assim que nas municipalidades onde o Orçamento Participativo
tem sido adotado regularmente até mesmo políticos de tradição
clientelista vêm percebendo que contrapor-se a ele resulta em
expressivo ônus político.

www.pontodosconcursos.com.br 7
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

Como vimos na questão do TCU acima, o orçamento participativo, apesar de não


ter caráter vinculador, traz mais fidelidade da programação dos investimentos em
relação às necessidades sociais, até mesmo por que a pressão da sociedade
passa a ser maior. É mais fácil o controle social já que as pessoas estão
participando do processo. Os Legislativos Municipais, por exemplo, normalmente
refratários a idéia do orçamento participativo, acabam por, se não abrindo mão,
pelo menos reduzindo consideravelmente o exercício de seu poder de veto.

A questão fala em “características da participação direta”. No entanto, não


podemos pensar que OP esteja associado à noção de democracia direta, que
prevê a participação de todos os cidadãos em todas as decisões a eles pertinentes.
Temos no caso do OP um hibridismo, em que há uma articulação entre democracia
representativa e democracia participativa. Num primeiro nível, o local, há a
participação direta; já no nível regional, temos as assembléias, com mecanismos
de delegação, mediante escolha de delegados e conselheiros nas esferas de
representação regional e municipal.

Em Porto Alegre, por exemplo, o Orçamento Participativo consiste em um processo


com duas rodadas de assembléias regionais e temáticas intercaladas por uma
rodada de assembléias ao nível local. Em uma segunda fase, se dá a instalação do
Conselho do Orçamento Participativo, um órgão de conselheiros representantes
das prioridades orçamentárias decididas nas assembléias regionais e locais.
Questão CORRETA.

11 CESPE/SENADO/2002) Orçamento participativo é uma das experiências bem-


sucedidas no aperfeiçoamento da representação política.

Pelo que vimos nas questões anteriores, o orçamento participativo tem se


mostrado uma ferramenta importante no processo de ampliação da participação da
sociedade nas decisões do Estado. Podemos dizer, que tem sido bem-sucedido.
Questão CORRETA.

Contudo, também devemos ter em mente que ele apresenta alguns problemas e
desafios. Vamos ver alguns:

1) Se por um lado o OP reduz as práticas clientelistas no processo de alocação


de recursos, por outro, em diferentes experiências, constataram-se
tentativas, por parte dos políticos tradicionais, de “capturar” o OP. Os
políticos de corte clientelista e os grupos que possuem controle sobre algum
tipo de recurso estratégico procuram, por vezes, atuar no sentido de adaptar
práticas clientelistas aos novos procedimentos do Orçamento Participativo.

www.pontodosconcursos.com.br 8
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

2) o OP enfrenta o chamado “engessamento” dos gastos orçamentários, que


reduz consideravelmente as margens de manobra na alocação de recursos
do poder executivo nos três âmbitos de governo. Na verdade, devido a
dotações previamente definidas em lei e às despesas de custeio da máquina
pública municipal, não é grande o volume de recursos cuja alocação pode
ser decidida através do Orçamento Participativo.

3) Apesar pressão da sociedade para que as decisões OP sejam


implementadas, os órgãos e as empresas públicas voltados para a
realização das obras não têm desempenhado, muitas vezes, sequer o papel
de viabilizar a aplicação efetiva dos parcos recursos disponíveis. Na maioria
dos casos estudados, o percentual e os valores absolutos das verbas
disponibilizadas foram relativamente baixos para o porte das respectivas
cidades, não ultrapassando 10% da receita própria do município.

4) Há uma baixa participação da “classe média”, que se sente sem condições


de disputar benfeitorias com os setores populares (maiores em número e em
níveis de carência), e uma baixa participação dos setores populares de mais
alto nível de pobreza (e de baixa capacidade organizacional), dificultando
que se atinja os grupos mais necessitados;

5) Devido à dificuldade de aprovação de projetos estratégicos de longo prazo,


no lugar de inúmeras pequenas obras pulverizadas, muitas prefeituras
optaram por não incluir os projetos estratégicos no Orçamento Participativo;

12 (CESPE/INSS/2007) Nos anos 80 do século passado, os conselhos


comunitários fundamentavam-se nos princípios de participação direta, em
contraponto à participação representativa, típica dos conselhos populares.

Segundo Maria da Glória Gohn, podemos diferenciar três tipos de conselhos no


cenário brasileiro do século XX: os criados pelo próprio poder público Executivo,
para mediar suas relações com os movimentos e com as organizações populares;
os populares, construídos pelos movimentos populares ou setores organizados da
sociedade civil em suas relações de negociações com o poder público; e os
institucionalizados, com possibilidade de participar da gestão dos negócios públicos
criados por leis originárias do Poder Legislativo, surgidos após pressões e
demandas da sociedade civil.

No primeiro tipo, temos como exemplo os conselhos comunitários criados para


atuar junto à administração pública municipal ao final dos anos 1970; no segundo,
os conselhos populares ao final dos anos 1970 e parte dos anos 1980; e no
terceiro, os conselhos gestores institucionalizados setoriais.

www.pontodosconcursos.com.br 9
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

A luta pela redemocratização do país fez com que o debate em relação aos
conselhos girasse em torno de duas propostas: como estratégia de governo, dentro
das políticas de democracia participativa; como estratégia de organização de um
poder popular autônomo, estruturado a partir de movimentos sociais da sociedade
civil.

Os conselhos populares foram propostas dos setores da esquerda ou de oposição


ao regime militar, e surgiram com diversos papéis, tais como: organismos dos
movimentos populares atuando com parcelas de poder junto ao executivo;
organismos superiores de luta e de organização popular, gerando situações de
duplo poder; organismos de administração municipal criados pelo governo para
incorporar o movimento popular ao governo, no sentido de assumirem tarefas de
aconselhamento, deliberação e/ou execução.

Os conselhos comunitários atuavam dentro de administrações municipais, como


forma de incorporação de movimentos sociais e canal de mediação. Criados pelo
próprio Executivo para auxiliar na administração municipal.

A questão está ERRADA porque eram os conselhos populares que


fundamentavam-se no princípio da participação direta, enquanto os conselhos
populares funcionavam por meio da participação representativa

13 (CESPE/FUNCAP/2004) Após a Constituição de 1988, vários conselhos de


representação descentralizada e paritária foram criados, cobrindo diferentes
setores da política social, e outros, já existentes, sofreram atualizações, assumindo
caráter deliberativo.

Os conselhos gestores foram a grande novidade nas políticas públicas ao longo


dos anos. Com caráter interinstitucional, eles têm o papel de instrumento mediador
na relação do estado com a sociedade e estão inscritos na Constituição de 1988, e
em outras leis no país, na qualidade de instrumentos de expressão, representação
e participação da população.

A Constituição de 1988 adotou como princípio geral a cidadania e previu


instrumentos concretos para o seu exercício via a democracia participativa. Leis
orgânicas específicas, pós-1988, passaram a regulamentar o direito constitucional
à participação por meio de conselhos deliberativos, de composição paritária, entre
representantes o poder Executivo e de instituições da sociedade civil.

As reformas operadas pelo Estado brasileiro, na última década, articulou a


existência de conselhos ao repasse de recursos financeiros do nível federal ao
estadual e ao municipal. A legislação em vigor no Brasil preconiza, desde 1996,
que para o recebimento de recursos destinados às áreas sociais, os municípios

www.pontodosconcursos.com.br 10
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

devem criar seus conselhos gestores. Isto explica porque a maioria dos conselhos
municipais surgiu após esta data.

Foram criados conselhos circunscritos às ações e aos serviços públicos (saúde,


educação e cultura) e aos interesses gerais da comunidade (meio ambiente, defesa
do consumidor, patrimônio histórico-cultural), assim como aos interesses de grupos e
camadas sociais específicas, como crianças e adolescentes, idosos, mulheres,
etc.

Luciana Tatagiba aponta que os conselhos gestores de políticas públicas são


espaços públicos de composição plural e paritária entre Estado e sociedade civil,
de natureza deliberativa, cuja função é formular e controlar a execução das
políticas públicas setoriais. A autora, utilizando a divisão proposta pelo Programa
Comunidade Solidária, classifica os conselhos gestores em:

a) conselhos de programas: vinculados a programas governamentais concretos,


em geral associados a ações emergenciais bem delimitadas quanto ao seu escopo
e a sua clientela. Ex: conselhos de alimentação escolar;

b) conselhos de políticas: ligados às políticas públicas mais estruturadas ou


concretizadas em sistemas nacionais. Ex: conselho de saúde, assistência, de
direitos da criança e do adolescente, educação, antidrogas;
c) conselhos temáticos: sem vinculação imediata a um sistema ou legislação
nacional, existem por iniciativa local. Ex: conselho da mulher.

Questão CORRETA.

14 (CESPE/FUNCAP/2004) A criação de conselhos é um fato nos municípios


brasileiros, seja por força de suas leis orgânicas, seja por força das legislações
federal ou estaduais.

A criação de conselhos nos municípios é decorrência tanto das leis orgânicas, no


nível municipal, quanto da legislação federal, que exige a criação de conselhos
para o repasse de recursos nas áreas sócias, além de leis estaduais. Questão
CORRETA.

15 (CESPE/PCPAADM/2006) O sucesso atual dos conselhos está relacionado ao


contexto favorável em que estes foram implantados, como, por exemplo, a
valorização das instâncias de representação coletiva.

www.pontodosconcursos.com.br 11
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

Os conselhos gestores são importantes porque são fruto de lutas e demandas


populares e de pressões da sociedade civil pela redemocratização do país.
Contudo, foram criados em um contexto de uma avalanche de reformas do Estado,
de caráter neoliberal, o que faz com que vários analistas e militantes de
movimentos sociais desacreditem os conselhos enquanto possibilidade de
participação real, ativa, esquecendo-se de que eles foram reivindicados e
propostos pelos movimentos em passado recente.

Já vimos na Questão 03 que na década de 1990 o modelo neoliberal fez com que
houvesse uma forte tendência de concentração do poder em grupos de pressão e
de lobbies, indo contra os movimentos de organização coletiva. Portanto, os
conselhos não foram implantados em um contexto de valorização das instâncias de
representação coletiva.

Além disso, a proliferação de conselhos no Brasil decorreu da exigência da União


para que se criassem os conselhos como condição para a transferência de
recursos. Questão ERRADA.

16 (CESPE/PCPAADM/2006) Os conselhos são espaços públicos com força legal


para atuar nas políticas públicas, na definição de suas prioridades, de seus
conteúdos e recursos orçamentários, de segmentos sociais a serem atendidos e na
avaliação dos resultados.

A legislação federal preconiza aos conselhos o caráter deliberativo, parte do


processo de gestão descentralizada e participativa, e os constitui como novos
atores deliberativos e paritários.
Segundo o Dicionário Houaiss, deliberação significa: “1. debate com o objetivo de
resolver algum impasse ou tomar uma decisão; 2. ação empreendida após consulta
e/ou reflexão”. Assim, o caráter deliberativo dos conselhos se refere ao seu poder
de tomar decisões, de ir além da simples consultas para participar de forma plena
da gestão pública.

A paridade se refere a necessidade de existir nos conselhos a mesma quantidade


de representantes da sociedade civil e do governo. As novas estruturas inserem-se
na esfera pública não-estatal e, por força de lei, integram-se com os órgãos
públicos vinculados ao Poder Executivo voltados para políticas públicas
específicas, responsáveis pela assessoria e suporte ao funcionamento das áreas
onde atuam. Eles são compostos, portanto, por representantes do poder público e
da sociedade civil. Esta é a principal diferença dos conselhos gestores em relação
aos conselhos populares e comunitários, já que estes são compostos
exclusivamente de representantes da sociedade civil, cujo poder reside na força da

www.pontodosconcursos.com.br 12
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

mobilização e da pressão e, usualmente, não possuem assento institucionalizado


junto ao poder público.

Questão CORRETA.

17 (CESPE/PCPAADM/2006) A experiência de mais de uma década demonstra a


facilidade de os conselhos realizarem efetivamente o controle social, garantindo
direitos na formulação e gestão das políticas públicas.

Eu sempre falo que devemos observar se a questão trata da teoria ou da prática. A


questão anterior cobra a teoria. Já esta cobra o que acontece na prática. Ela quer
saber se os conselhos estão mesmo conseguindo ter a capacidade de propiciar
uma participação efetiva à sociedade.

Segundo Raquel Raichelis:


O acompanhamento das práticas dos Conselhos nas diferentes
políticas sociais e nos vários níveis governamentais, revela o
controle do Estado sobre a produção das políticas públicas, e
aponta os riscos de burocratização, cooptação e rotinização do
seu funcionamento. A centralização do poder nas mãos do
executivo fragiliza, em muitos casos, a autonomia dos Conselhos
diante das condições que os governos reúnem para interferir,
neutralizar ou mesmo minar suas ações e decisões.

São inúmeros os exemplos que expressam essa interferência em todos os níveis,


que vão desde a sonegação de informações, principalmente as relativas ao
orçamento, e das decisões governamentais que passam ao largo dessa instância
coletiva, até a nomeação dos representantes da sociedade civil sem a mediação de
processo eleitoral democrático, mudanças unilaterais e manipulação nas regras da
eleição, cooptação de conselheiros, presidências impostas, etc.

Segundo Maria da Glória Gohn:


Vários pareceres oficiais têm assinalado e reafirmado o caráter
apenas consultivo dos conselhos, restringindo suas ações ao
campo da opinião, da consulta e do aconselhamento, sem poder
de decisão ou deliberação. Nos municípios sem tradição
organizativo-associativa, os conselhos têm sido apenas uma
realidade jurídico-formal e muitas vezes um instrumento a mais
nas mãos dos prefeitos e das elites, falando em nome da
comunidade, somo seus representantes oficiais, não atendendo
minimamente aos objetivos de se tornarem mecanismos de
controle e fiscalização dos negócios públicos.
www.pontodosconcursos.com.br 13
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

A questão da representatividade e da paridade constituem problemas cruciais a ser


melhor definidas nos conselhos gestores de uma forma geral. Os problemas
decorrem da não existência de critérios que garantam uma efetiva igualdade de
condições entre os participantes. A participação deve ser paritária, mas ela não
deve ser uma questão apenas numérica.

A disparidade de condições para participação em um conselho de membros


advindos do governo daqueles advindos da sociedade civil é grande. Os primeiros
trabalham em atividades dos conselhos durante seu período de expediente de
trabalho normal remunerado, têm acesso aos dados e informações, têm infra-
estrutura de suporte administrativo, estão habituados com linguagem tecnocrática,
etc. Ou seja, eles têm o que os representantes da sociedade civil não têm. Faltam
cursos ou capacitação aos conselheiros de forma que a participação seja
qualificada em termos, por exemplo, da elaboração e gestão das políticas públicas.
Outro problema é que, o fato de as decisões dos conselhos terem caráter
deliberativo não garante sua implementação efetiva, pois não há estruturas
jurídicas que dêem amparo legal e obriguem o Executivo a acatar as decisões dos
conselhos.

Questão ERRADA.

18 (CESPE/MDS/2006) A transparência, o controle democrático, a representação


de interesses coletivos, a ampliação dos fóruns de decisão política, o
enfrentamento da cultura autoritária e a superação da cultura assistencial
constituem elementos essenciais para a efetivação das potencialidades dos
conselhos.

Para Raquel Raichelis, é preciso ter clareza que não basta enquadrar e classificar
os conselhos nas denominações específicas, mas entender os componentes
principais dos conselhos. Para essa autora os componentes seriam: visibilidade,
controle social, representação de interesses coletivos, democratização e cultura
política.

1) Visibilidade: possibilitar a transparência dos discursos e ações dos tomadores de


decisões. Dar visibilidade é também alterar a tendência histórica de subordinação
da sociedade civil ao Estado, abrindo possibilidades de mudança nessa relação

2) Controle social: participação da sociedade civil organizada na arbitragem dos


interesses em jogo e acompanhamento das decisões segundo critérios pactuados.
Ao adotar a expressão “controle social” como um dos componentes dos conselhos,
Raichelis utiliza-o dentro de uma perspectiva teórica, qual seja de um controle
estabelecido pela sociedade perante o aparelho de Estado.

www.pontodosconcursos.com.br 14
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

3) Representação de interesses coletivos: constituição de sujeitos sociais ativos,


mediadores de demandas coletivas. Os conselhos funcionam estabelecendo o
interesse público, que examina e acolhe demandas, compatibiliza interesses e
chancela uma agenda setorial de interesse público. Muito mais do que uma porta
de acesso ao aparelho estatal e seus mecanismos decisórios, os conselhos são
uma arena para processar interesses de modo a estabelecer o interesse público.

4) Democratização: ampliação dos fóruns de decisão política, aumentando os


condutos tradicionais de representação e incorporando novos atores, gerando uma
interlocução pública capaz de articular acordos e entendimentos que orientem
decisões coletivas.

5) Cultura pública: enfrentamento do autoritarismo social e da cultura privatista de


apropriação do público pelo privado. O enfrentamento dessa questão requer
considerar o Estado como coisa pública, desprivatizar interesses, introduzindo
cenas de negociação explícitas.

Questão CORRETA.

19 (CESPE/PMVSAUDE/2007) Os conselhos de gestão estabelecem a ligação do


Estado com a sociedade civil de forma a obter seu apoio institucional.

Os conselhos têm o papel de instrumento mediador na relação do Estado com a


sociedade. Com os conselhos, gera-se uma nova institucionalidade pública, eles
criam uma nova esfera social-pública ou pública não-estatal. Trata-se de um novo
padrão de relações entre Estado e sociedade, porque eles viabilizam a participação
de segmentos sociais na formulação de políticas sociais e possibilitam à população
o acesso aos espaços nos quais se tomam decisões políticas.

Os conselhos não existem para que o Estado consiga o apoio institucional da


sociedade civil. Eles não devem ser instrumentos de consulta, mas de participação
plena, em que a sociedade possa tomar decisões. Questão ERRADA.

20 (ESAF/MPOG/2008) Embora não chegue a impedir a realização do trabalho


das ouvidorias municipais, estaduais e federais, a falta de uma legislação federal
específica que regulamente a função das ouvidorias no país é considerada uma
das principais falhas do sistema brasileiro de ouvidorias.

Não há previsão legal expressa sobre ouvidoria na Constituição Federal, nem em


nenhuma lei complementar ou ordinária. O que existe é o do art. 37 da CF, alterado
pela EC 19º/1998.
www.pontodosconcursos.com.br 15
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na


administração pública direta e indireta, regulando especialmente:
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em
geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao
usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade
dos serviços;

Esta seria a base legal para a institucionalização de ouvidorias no poder público.


Portanto, não há impedimento para a realização do seu trabalho, mas a falta de
legislação prejudica um maior desenvolvimento destas instâncias de participação.
Aexistência da legislação permitiria, por exemplo, que a sociedde cobrasse dos
gestores públicos a institucionalização de ouvidorias nos diversos órgãos públicos.
Questão CORRETA.

Segundo Eliana Pinto, Ouvidora-Geral da União, são quatro os princípios


fundamentais da ouvidoria: ser um instrumento de democracia; um órgão de
controle; um espaço de resolução de conflitos extra-judicial; e uma ferramenta para
melhoria da gestão.

Governo eletrônico

21 (CESPE/CNPQ/2003) O Programa Sociedade da Informação envolve os


órgãos da administração direta, mas também contempla o setor privado nos seus
programas.

No Brasil, o marco inicial do processo de inserção do governo nas discussões


acerca do uso das tecnologias da informação e comunicação foi a criação do
programa “Sociedade da Informação”, em dezembro de 1999, com o objetivo de
“viabilizar a nova geração da Internet e suas aplicações em benefício da Sociedade
Brasileira”.
Com tal esforço, em setembro de 2000, o Governo brasileiro produziu, dentre
outros documentos, o chamado “Livro Verde”, que identificou o conjunto das ações
estabelecidas para impulsionar a Sociedade da Informação no Brasil,
contemplando ampliação do acesso à Internet, meios de conectividade, formação
de recursos humanos, incentivo à pesquisa e ao crescimento, comércio eletrônico e
desenvolvimento de novas aplicações.

No ano 2000 o Governo Brasileiro lançou as bases para a criação de uma


sociedade digital ao criar um Grupo de Trabalho Interministerial com a finalidade de
examinar e propor políticas, diretrizes e normas relacionadas com as novas formas
eletrônicas de interação.
www.pontodosconcursos.com.br 16
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

Em julho de 2000, o GTTI propôs uma nova política de interação eletrônica do


Governo com a sociedade apresentando um relatório preliminar GTTI-Consolidado
contendo um diagnóstico da situação da infra-estrutura e serviços do Governo
Federal, as aplicações existentes e desejadas e a situação da legislação de
interação eletrônica.

Em outubro de 2000 foi criado o Comitê Executivo de Governo Eletrônico (CEGE),


o que pode ser considerado um dos grandes marcos do compromisso do Governo
em prol da evolução da prestação de serviços e informações ao cidadão. A gestão
do governo eletrônico brasileiro é da atribuição do CEGE, presidido pelo Chefe da
Casa Civil da Presidência da República.

Questão CORRETA.

22 (CESPE/SENADO/2002) A implementação do governo eletrônico envolve a


disponibilização de informações pertinentes aos atos e fatos de determinadas
organizações ou perfil de atuação de determinados setores, promovendo maior
transparência, principalmente mediante webpages na Internet.

O Governo Eletrônico caracteriza-se pela utilização de tecnologias de informação e


comunicação para melhorar a informação e os serviços oferecidos aos cidadãos,
aumentando a eficiência e a eficácia da gestão pública além de incrementar
substantivamente a transparência do setor público e a transparência do cidadão
nas suas relações com o Estado.
O termo governo eletrônico tem foco no uso das novas tecnologias de informação e
comunicação aplicadas a um amplo arco das funções de governo e, em especial,
deste para com a sociedade.

Para o Banco Mundial, e-gov refere-se ao uso, por agências governamentais, de


tecnologias de informação (como redes de longa distância, Internet e computação
móvel) capazes de transformar as relações com o cidadão, empresas e outras
unidades de governo. Em termos gerais pode-se pensar nas seguintes relações
sustentadas pelo governo eletrônico: aplicações web com foco para o segmento
governo-negócio [G2B]; aplicações web voltadas para a relação governo-cidadão
[G2C]; e aplicações web referentes a estratégias governo-governo [G2G].
Questão CORRETA.

23 (CESPE/SENADO/2002) A implementação do governo eletrônico envolve a


implementação de centrais integradas de atendimento e relacionamento com
segmentos usuários de serviços e informações públicas.
www.pontodosconcursos.com.br 17
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

O documento Diretrizes de Governo Eletrônico traz os princípios do programa


Governo Eletrônico. Um dos princípios é:
1) Promoção da cidadania como prioridade: A política de governo eletrônico do
governo brasileiro abandona a visão que vinha sendo adotada, que apresentava o
cidadão-usuário antes de tudo como “cliente” dos serviços públicos, em uma
perspectiva de provisão de inspiração neoliberal. O deslocamento não é somente
semântico. Significa que o governo eletrônico tem como referência os direitos
coletivos e uma visão de cidadania que não se restringe à somatória dos direitos
dos indivíduos. Assim, forçosamente incorpora a promoção da participação e do
controle social e a indissociabilidade entre a prestação de serviços e sua afirmação
como direito dos indivíduos e da sociedade.

a) O governo eletrônico deve promover a universalização do acesso aos


serviços públicos em termos de cobertura e equanimidade da qualidade
oferecida:
ƒ O provimento de serviços deve priorizar os serviços básicos de
interesse dos cidadãos que cubram amplas parcelas da população;
ƒ Os sítios e serviços on-line do Governo Federal devem priorizar a
prestação de serviços para as classes C, D, E, sem detrimento da
qualidade dos demais serviços já disponíveis na Internet.

b) Os sítios e serviços on-line do Governo Federal devem ser estruturados de


acordo com os assuntos de interesse e perfil do público-alvo:
ƒ acesso e a utilização de portais pelos seus usuários devem se dar de
forma flexível, o que significa que diferentes dispositivos podem
permitir o acesso (computadores pessoais, computadores de mão,
telefones celulares);
ƒ o governo eletrônico deve promover a centralização e simplificação do
acesso. Assim, os portais governamentais devem conter acesso não
somente a serviços e informações providos pelo órgão ou nível de
governo, mas também por outras instâncias estatais.

c) Os serviços on-line devem ser oferecidos com base nos “eventos da vida”
do cidadão:
ƒ Os portais governamentais devem ser estruturados
predominantemente pelas demandas dos indivíduos e eventos da
linha da vida”, ou seja, devem oferecer acesso a serviços e
informações correspondentes a demandas pré-estabelecidas e
vinculadas a eventos da vida dos cidadãos e cidadãs e organizações.
Para tanto, devem ser organizados por agrupamentos lógicos de
informação e aplicações destinados a atender categorias de
necessidades dos usuários, em substituição ao critério departamental.

d) Tornar disponível a informação pública de maneira largamente acessível e


compreensível:
www.pontodosconcursos.com.br 18
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

ƒ Os sítios e serviços on-line devem ser estruturados de forma a


promover a transparência das ações governamentais;
ƒ Os recursos de governo eletrônico devem oferecer novas formas de
organizar e apresentar a informação de maneira a facilitar o controle
social das ações de governo;

e) Fazer uso da Internet como um canal de comunicação entre governo e


sociedade, permitindo a participação popular e a interatividade com os
cidadãos:

f) Os sítios e serviços online devem ter assegurado a qualidade e


confiabilidade do seu conteúdo, o que significa que:
ƒ Os padrões de qualidade dos serviços oferecidos através do governo
eletrônico devem dar conta de um mínimo de compromissos, como:
tempos de resposta, nível de satisfação, condições de prestação do
serviço, responsabilidades e direito a recurso.

Como podemos ver no item “b”, o governo eletrônico deve promover a


centralização e simplificação do acesso. Em um mesmo local, o cidadão deverá ter
acesso a diversos serviços, de diversos órgãos. Além disso, no item “c”, os portais
devem ser estruturados predominantemente pelas demandas dos indivíduos e com
base nos “eventos da vida”, ou seja, devem oferecer acesso a serviços e
informações correspondentes a demandas pré-estabelecidas e vinculadas a
eventos da vida dos cidadãos e cidadãs e organizações, abandonando-se a divisão
dos serviços com base nos departamentos. Questão CORRETA.

24 (MINHA AUTORIA) O governo eletrônico deve promover a universalização


do acesso aos serviços públicos em termos de cobertura e equanimidade da
qualidade oferecida e os sítios e serviços on-line do Governo Federal devem
priorizar a prestação de serviços para as classes C, D, E, sem detrimento da
qualidade dos demais serviços já disponíveis na Internet.

Apesar de o Governo Eletrônico defender a universalização do acesso aos serviços


públicos, haverá priorização nos sítios e serviços on-line do Governo Federal.
Questão CORRETA.

25 (CESPE/SENADO/2002) A implementação do governo eletrônico envolve a


diminuição da exclusão digital, mediante a promoção de uma cultura de utilização e
popularização do acesso às tecnologias informacionais a segmentos específicos.

www.pontodosconcursos.com.br 19
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

De acordo com o item “a” da Questão 23, deve haver uma priorização prestação de
serviços para as classes C, D, E nos sítios e serviços on-line do Governo Federal.
Contudo, são justamente estas classes que estão excluídas do mundo digital já que
não têm acesso a internet. Por isso, o segundo princípio do Governo Eletrônico é o
seguinte:

2) Indissociabilidade entre inclusão digital e o governo eletrônico: A Inclusão digital


deve ser tratada como um elemento constituinte da política de governo eletrônico,
para que esta possa configurar-se como política universal. Esta visão funda-se no
entendimento da inclusão digital como direito de cidadania e, portanto, objeto de
políticas públicas para sua promoção.

a) Construir infra-estrutura de inclusão digital voltada para uso público e


comunitário:
ƒ A infra-estrutura de acesso não pode ser apenas estatal, mas deve
promover a participação dos cidadãos e das organizações da
sociedade civil em sua gestão, utilizando preferencialmente o modelo
de telecentros comunitários utilizando software livre;
ƒ Utilizar tecnologias inclusivas e não excludentes e oferecer garantia
de acesso universal;
ƒ Promover a inclusão digital não somente de indivíduos, mas também
de organizações da sociedade civil.

b) Pluralidade de modelos sob mesmas diretrizes:


ƒ As ações realizadas no âmbito da política de inclusão digital não
serão remetidas a um modelo único de iniciativa;
ƒ Todas as ações deverão obedecer a princípios e diretrizes gerais
válidas para todas;
ƒ A política de inclusão digital deve materializar-se, do ponto de vista do
Governo Federal, em ações indutivas, normativas e financiadoras;

c) Segmentação de públicos:
ƒ Escolas e crianças são públicos prioritários e indispensáveis, mas não
exclusivos;
ƒ As iniciativas devem enfocar o público como sujeito do processo, não
apenas destinatário de serviços;
ƒ A segmentação de públicos não pode impedir que as iniciativas
garantam acessibilidade universal. Poderão ser desenhados
programas para públicos específicos, sem levar a constituição de
“guetos” e a alimentação de exclusão e discriminação pela política de
inclusão digital.

d) As iniciativas de inclusão digital devem ter comprometimento com o


desenvolvimento local:
ƒ As iniciativas de inclusão digital devem fomentar o desenvolvimento
social, econômico, político, cultural e tecnológico dos espaços onde
www.pontodosconcursos.com.br 20
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

se inserem.
ƒ O estimulo à produção e a sistematização de conteúdo e
conhecimentos locais são elementos fundamentais para a promoção
da efetiva apropriação tecnológica pelas comunidades envolvidas.
ƒ A sustentabilidade das iniciativas se dá pelo estímulo ao uso de TIC
para o desenvolvimento local.
A questão fala em “segmentos específicos”. Isto está de acordo com o item “c”, que
prevê a segmentação de públicos, sendo que escolas e crianças são públicos
prioritários e indispensáveis. Questão CORRETA.

Foi criado o Observatório Nacional de Inclusão Digital (ONID), que é uma entidade
que está sendo articulada pelo Governo Federal na forma de rede, envolvendo
órgãos e entidades da administração pública e da sociedade civil, para conhecer e
promover o intercâmbio entre iniciativas, e orientar investimentos em ações de
inclusão digital no País.

26 (CESPE/CNPQ/2003) Recentemente, foi aprovada no Congresso lei que obriga


o uso de software livre por parte dos órgãos federais da administração direta.

Outro princípio é:
3) Utilização do software livre como recurso estratégico: O software livre deve ser
entendido como opção tecnológica do governo federal. Onde possível deve ser
promovida sua utilização. Para tanto, deve-se priorizar soluções, programas e
serviços baseados em software livre que promovam a otimização de recursos e
investimentos em tecnologia da informação. Entretanto, a opção pelo software livre
não pode ser entendida somente como motivada por aspectos econômicos, mas
pelas possibilidades que abrem no campo da produção e circulação de
conhecimento, no acesso a novas tecnologias e no estímulo ao desenvolvimento
de software em ambientes colaborativos e ao desenvolvimento de software
nacional.

O software livre é a preferência do governo, mas não existe ainda obrigatoriedade


em sua adoção. Questão ERRADA.

No projeto “Guia Livre – Referência de Migração para Software Livre”, foi elaborado
um manual com o objetivo de ajudar os administradores a definir uma estratégia
para migração planejada e gerenciada, descrevendo, em termos técnicos amplos,
como pode ser realizada tal migração. Ele visa ser uma referência para processos
de Migração para o Software Livre no Governo Federal, bem como em qualquer
outro nível de governo ou esfera de poder que porventura necessitem utilizar tal
material como referencial ou desejem planejar e executar seus processos de
migração com base de sustentação em casos concretos de estratégias já
www.pontodosconcursos.com.br 21
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

implementadas.

27 (CESPE/SENADO/2002) A implementação do governo eletrônico envolve a


aplicação maciça de tecnologia da informação, visando a otimização de processos
de trabalho.

Agora em 2008, a ONU lançou uma pesquisa sobre governo eletrônico intitulada:
“UN e-Government Survey: From E-Government to Connected Governance”.
Segundo o estudo, os avanços das Tecnologias da Informação e Comunicação
possibilitaram uma nova racionalização no setor público. O governo eletrônico
estaria possibilitando não só que o estado forneça serviços públicos, assim como
uma maior eficiência, transparência e accountability, além de reduzir custos na
administração pública.
Muitos governos teriam iniciado suas atividades de governo eletrônico como um
foco na prestação de serviços e informações para os cidadãos, mas as plataformas
de prestação de serviços permaneceram separadas nos órgãos individualmente.
No entanto, a sociedade tem exigido cada vez mais que haja uma integração entre
os diversos sistemas governamentais.

Os governos estão passando a ver o governo eletrônico como um conceito amplo,


que foca na prestação de serviços na linha de frente, suportada pela integração,
consolidação e inovação nos processos de retaguarda, com o objetivo de atingir a
maior redução de custos possível e aprimoramento da entrega de serviços.

Não basta se concentrar na melhor prestação de sérvios na linha de frente, é


preciso também usar a tecnologia para reduzir custos e aumentar a eficiência dos
processos de retaguarda. Um governo eletrônico efetivo será aquele maior e
melhor na linha de frente e menor e mais racional na retaguarda.

Ganhou espaço, então, a concepção de “todo o governo”, que defende o trabalho


conjunto de todos os órgãos trabalhando com objetivos comuns e trabalhando de
forma conjunta, além de conjugar uma melhor prestação de serviços com a
racionalização dos processos internos. Muda-se do paradigma da “prestação de
serviços” para a “prestação de serviços com valor”. Surge daí o conceito de
Governança Conectada, que busca, por meio da promoção de ações coletivas, o
envolvimento de toda a sociedade, desenvolvendo a cooperação entre agências
governamentais e permitindo uma maior participação e engajamento dos cidadãos. A
questão é CORRETA, já que os investimentos em tecnologia da informação
buscam a otimização dos processos de trabalho. Contudo, não concordo com uso
do termo “maciça” na questão, já que há limites para os investimentos, isto está em
outro princípio do Governo Eletrônico, que é:
www.pontodosconcursos.com.br 22
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

4) Racionalização dos recursos: O governo eletrônico não deve significar aumento


dos dispêndios do governo federal na prestação de serviços e em tecnologia da
informação. Ainda que seus benefícios não possam ficar restritos a este aspecto, é
inegável que deve produzir redução de custos unitários e racionalização do uso de
recursos.

Grande parte das iniciativas de governo eletrônico pode ser realizada através do
compartilhamento de recursos entre órgãos públicos. Este compartilhamento pode
se dar tanto no desenvolvimento quanto na operação de soluções, inclusive através
do compartilhamento de equipamentos e recursos humanos. Destaque especial
deve merecer o desenvolvimento compartilhado em ambiente colaborativo,
envolvendo múltiplas organizações. Um exemplo de compartilhamento de recursos
está no Projeto Infovia Brasil, que consiste na obtenção de uma rede de
comunicação de voz, dados e imagens de alta velocidade, com abrangência
nacional, o que irá permitir a integração de todos os órgãos da administração
pública federal no País. Na primeira etapa, chamada Infovia Brasília, a rede irá
abranger prédios e órgãos da Administração Pública Federal, que estão localizados
na Esplanada dos Ministérios, setor de autarquias Sul e Norte , setor bancários Sul e
norte e setor de grandes áreas Norte.
O primeiro ponto a ser levado em conta para a implementação do projeto é a
redução e um melhor controle de gastos, além de contribuir para a padronização,
aumentar a confiança e a segurança das informações governamentais que
trafegam nas redes.

28 (MINHA AUTORIA) O A arquitetura e-PING (Padrões de Interoperabilidade de


Governo Eletrônico) define um conjunto mínimo de premissas, políticas e
especificações técnicas que regulamentam a utilização da Tecnologia de
Informação e Comunicação (TIC) na interoperabilidade de Serviços de Governo
Eletrônico, estabelecendo as condições de interação com os demais Poderes e
esferas de governo e com a sociedade em geral, sendo sua adoção obrigatória
para os órgãos e entidades da administração direta e indireta do Poder Executivo
Federal.

Outro princípio do Governo Eletrônico é a:


5) Adoção de políticas, normas e padrões comuns: o sucesso da política de
governo eletrônico depende da definição e publicação de políticas, padrões,
normas e métodos para sustentar as ações de implantação e operação do Governo
Eletrônico que cubram uma série de fatores críticos para o sucesso das iniciativas.
Neste sentido, a arquitetura e-PING – Padrões de Interoperabilidade de Governo
Eletrônico – define um conjunto mínimo de premissas, políticas e especificações
técnicas que regulamentam a utilização da Tecnologia da Informação e
www.pontodosconcursos.com.br 23
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

Comunicação (TIC) no governo federal, estabelecendo as condições de interação


com os demais poderes e esferas de governo e com a sociedade em geral.

Em outras palavras, significa fazer com que os diferentes sistemas de informação


existentes nas diferentes esferas de governo consigam “falar entre si”. Alguns dos
benefícios que a arquitetura e-PING pode trazer ao governo e à sociedade em
geral são a unificação dos cadastros sociais, a unificação dos sistemas de
segurança, a unificação dos Detrans, entre outros.

Para que se estabeleça os objetivos da e-PING, é fundamental que se defina


claramente o que se entende por Interoperabilidade. A seguir alguns conceitos:
ƒ Habilidade de transferir e utilizar informações de maneira uniforme e
eficiente entre varias organizações e sistemas de informações. (Governo da
Austrália)
ƒ Intercâmbio coerente de informações entre serviços e sistemas. Deve
possibilitar a substituição de qualquer componente ou produto usado nos
pontos de interligação por outro de especificação similar, sem comprometer
as funcionalidades do sistema. (Governo do Reino Unido)
ƒ Habilidade de dois ou mais sistema (computadores, meios de comunicação,
redes e outros componentes de TI) de interagir e intercambiar dados de
acordo com um método definido, de forma a obter os resultados esperados.
(ISO).
Na verdade, Interoperabilidade é uma soma de todos esses fatores. Alem disso,
deve ser levado em conta a existência de um legado de sistemas, de plataformas
de Hardware e software instaladas. Tem por meta a consideração de todos os
fatores para que os sistemas possam atuar cooperativamente, fixando as normas,
as políticas e os padrões necessários para consecução desses objetivos.

A adoção dos padrões e políticas contidos na e-PING não pode ser imposta aos
cidadãos e às diversas instâncias de governo, dentro e fora do país. O governo
brasileiro, no entanto, estabelece essas especificações como o padrão por ele
selecionado e aceito, ou seja, estes são os padrões em que deseja interoperar com
as entidades fora do Executivo federal. A adesão dessas entidades dar-se-á de
forma voluntária e sem qualquer ingerência por parte da Coordenação da e-PING.
Para os órgãos do Executivo federal a adoção dos padrões e políticas contidos na
e-PING é obrigatória. O "Executivo federal” inclui:
ƒ os órgãos da Administração Direta: Ministérios, Secretarias e outras
entidades governamentais de mesma natureza jurídica, ligados direta ou
indiretamente à Presidência da República do Brasil;
ƒ as Autarquias e fundações.

www.pontodosconcursos.com.br 24
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

Portanto, não são todas as entidades da administração indireta que são obrigadas a
adotar os padrões de interoperabilidade. Por isso a questão está ERRADA. O
restante dela está correto.

29 (CESPE/SENADO/2002) A implementação do governo eletrônico envolve o


incentivo à sociedade informacional, mediante maciços investimentos para o
desenvolvimento do mercado de tecnologia informacional, principalmente no que
diz respeito à conectividade.

O governo eletrônico deve ser tratado como instrumento de transformação


profunda da sociedade brasileira, o que obriga a levar em conta os múltiplos papéis
do governo federal neste processo:
1) Promotor da cidadania e do desenvolvimento: significa que o governo eletrônico
deve orientar-se para as demandas dos cidadãos enquanto indivíduos e também,
para promover o acesso e a consolidação dos direitos da cidadania especialmente:

ƒ direito ao acesso aos serviços públicos;


ƒ direito à informação;
ƒ direito ao usufruto do próprio tempo pelo cidadão (economia de tempo e
deslocamentos);
ƒ direito a ser ouvido pelo governo;
ƒ direito ao controle social das ações dos agentes públicos;
ƒ direito à participação política.
ƒ direito à inclusão digital.
2) Instrumento de mudança das organizações públicas: Busca-se a melhoria do
atendimento ao cidadão e de racionalização do uso de recursos públicos, além de
aumentar a transparência da informação, permitindo que o governo eletrônico
construa capacidades coletivas de controle social e participação política. Não se
trata somente de colocar mais serviços disponíveis na Internet, mas de fazer com
que a sua presença na Internet beneficie o conjunto dos cidadãos e promova o
efetivo acesso ao direito aos serviços públicos. O governo eletrônico deve
promover um deslocamento em direção à apropriação dos recursos de
relacionamento entre governo e sociedade pelas organizações da sociedade civil,
de forma a garantir que o governo eletrônico construa capacidades coletivas de
controle social e participação política.

3) Promover a disseminação da tecnologia de informação e comunicação: O


governo eletrônico deve contribuir para o desenvolvimento do país. Não basta que o
governo funcione como “exemplo indutor para a sociedade na utilização de
documentos eletrônicos e novas aplicações de suporte aos processos de trabalho”,
numa perspectiva voluntarista e na qual o governo federal renuncia a um papel

www.pontodosconcursos.com.br 25
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

mais ativo na sociedade. Sua intervenção deve ir além do exemplo. O desenho da


política de governo eletrônico e das políticas correlacionadas deve abrir espaços
para a promoção ativa do desenvolvimento nacional pelo campo da geração de
demanda de produtos e serviços e da articulação de iniciativas de fomento e
financiamento. Cabe à política de governo eletrônico eliminar a dependência de um
número restrito de fornecedores de bens, serviços e licenças de software, estimular
a promover o desenvolvimento de software e de novas tecnologias computacionais
por entidades de pesquisa e empresas nacionais e fomentar a adoção de
instrumentos de governo eletrônico pelos outros níveis de governo.

4) Promover práticas de Gestão do Conhecimento na administração pública: A


Gestão do Conhecimento é o conjunto de processos sistematizados, articulados e
intencionais, que governam as ações de criação, captação, armazenamento,
tratamento, disseminação e utilização de conhecimentos, com o propósito de atingir
objetivos institucionais. Essa inovadora visão de trabalho no setor público, no
âmbito do Governo Eletrônico, constitui nova capacidade de articulação do
processo decisório, de gestão das suas políticas estratégicas e de inclusão de um
novo produtor de conhecimento geralmente esquecido: a sociedade e suas
organizações. Além disso, os modelos e práticas da gestão do conhecimento são
iniciativas essenciais para integração das três esferas de governo.
A questão está CORRETA, já que um dos papéis do governo é o de promover a
disseminação da tecnologia de informação e comunicação.

30 (CESPE/MPEAM/2008) A cartilha do modelo de acessibilidade do governo


eletrônico (e-MAG) foi desenvolvida para facilitar o acesso aos sítios do governo
federal e identifica quatro tipos principais de situações por parte dos usuários com
deficiência: acesso aos computadores sem o uso de mouse, teclado, monitor ou
áudio.

Outro projeto do Governo Eletrônico é o “e-Mag: Modelo de Acessibilidade de


Governo Eletrônico”. A construção de sítios acessíveis é uma exigência do decreto
5.296, publicado em dezembro de 2004, que torna obrigatória a acessibilidade nos
portais e sítios eletrônicos da administração pública na rede mundial de
computadores para o uso das pessoas com necessidades especiais, garantindo-
lhes o pleno acesso aos conteúdos disponíveis.

O Modelo de Acessibilidade de Governo Eletrônico (e-MAG), consiste em um


conjunto de recomendações a ser considerado para que o processo de
acessibilidade dos sítios e portais do governo brasileiro seja conduzido de forma
padronizada e de fácil implementação.

www.pontodosconcursos.com.br 26
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

O e-MAG é coerente com as necessidades brasileiras e em conformidade com os


padrões internacionais. Foi formulado para orientar profissionais que tenham
contato com publicação de informações ou serviços na Internet a desenvolver,
alterar e/ou adequar páginas, sítios e portais, tornando-os acessíveis ao maior
número de pessoas possível.

No que se refere a acesso ao computador, foram identificados quatro tipos


principais de situações por parte de usuários portadores de deficiência:

1) Acesso ao computador sem mouse: pessoas com cegueira, dificuldade de


controle dos movimentos, paralisia ou amputação de um membro superior.
Tais pessoas sentem várias dificuldades na utilização do mouse;
2) Acesso ao computador sem teclado: pessoas com amputações, grandes
limitações de movimentos ou falta de força nos membros superiores. Essas
pessoas têm sérias dificuldades para utilizar o teclado tradicional. Nesses
casos, a interação poderá ser feita através de um periférico especial de
reconhecimento da fala ou de um emulador de teclado na tela;

3) Acesso ao computador sem monitor: a verdade é que a informação


processada por um computador não é de natureza visual. Para obterem a
informação que é projetada na tela, os cegos recorrem a um software
(programa leitor de tela) que capta essa informação e a envia para um
sintetizador de voz ou para um terminal Braille;
4) Acesso ao computador sem áudio: encontram-se relacionadas neste caso
pessoas com baixa audição e pessoas com surdez completa. Este grupo de
usuários possui dificuldade em acessar determinadas informações que se
encontram disponíveis somente através de dispositivos de áudio.

Questão CORRETA.

Transparência da administração pública

31 (CESPE/AGU/2004) A transparência e a desburocratização são, entre outras,


obrigações do Estado decorrentes do princípio da eficiência.

Esta questão tem como gabarito CORRETA. Neste concurso o CESPE fez algo
que deveria fazer em todos os demais: explicou não só porque alterou ou anulou
questões, mas também porque manteve o gabarito de algumas que foram alvo de
recursos. A justificativa para a manutenção deste gabarito foi:

www.pontodosconcursos.com.br 27
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

As características citadas na assertiva são do princípio da


eficiência, apontadas por Alexandre de Moraes, Direito
Constitucional, 15.ed. São Paulo: Atlas, 2004, pp. 321-322. O fato
de a transparência ser também característica do princípio da
publicidade não invalida a veracidade da assertiva, como também
a existência de outras características do princípio da eficiência
não a invalida, uma vez que esta traz a expressão “entre outras.

Segundo Alexandre de Moraes, o princípio da eficiência


é aquele que impõe à Administração Pública direta e indireta e a
seus agentes a persecução do bem comum, por meio do exercício
de suas competências de forma imparcial, neutra, transparente,
participativa, eficaz, sem burocracia e sempre em busca da
qualidade, primando pela adoção dos critérios legais e morais
necessários para a melhor utilização possível dos recursos
públicos, de maneira a evitar-se desperdícios e garantir-se uma
maior rentabilidade social.
Portanto, devemos entender que a transparência é decorrência também do
princípio da eficiência.

32 (CESPE/FUNAG/2005) A administração pública deve tornar transparentes


todos os seus atos e decisões na esfera administrativa indiscriminadamente para
que assim o princípio da publicidade seja respeitado.

O princípio da publicidade é um dos cinco princípios presentes no caput do art. 37


da CF. Num primeiro sentido, ele exige a ampla divulgação dos atos praticados
pela Administração Pública, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas em lei. A
partir deste princípio exige-se da Administração Pública que preste contas de todos
os seus atos, contratos e procedimentos. Deve manter plena transparência de seus
comportamentos, exceto nas hipóteses em que o impedir o interesse público, nos
casos extremos de segurança nacional ou em situações em que a divulgação
prévia possa eliminar a viabilização de medidas justificáveis.

O princípio da publicidade também está relacionado com o princípio da


impessoalidade, como podemos observar no art. 37 da CF:

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e


campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo,
informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal
de autoridades ou servidores públicos.

www.pontodosconcursos.com.br 28
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

Um outro sentido do princípio da publicidade é a transparência. A gestão da coisa


pública não é atividade sigilosa, que deve ser feita às ocultas. Ao contrário, é
atividade que a todos interessa. Logo, ao administrado deve ser propiciado o
conhecimento dos atos produzidos pela Administração, sejam de seu próprio
interesse, individual, sejam de interesse geral, coletivo.

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos


informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo
ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

A questão é ERRADA porque não são todos os atos que devem ser divulgados, de
forma indiscriminada.

Controle Social

33 (CESPE/SGA-ESP/2006) Entre os mecanismos que concretizam os princípios


constitucionais de democratização e de controle social, incluem-se os conselhos de
políticas públicas e as conferências.

O conceito de controle social se refere ao espaço de controle da Administração


Pública que se dá com a participação da Sociedade Civil, ou seja, por pessoas e
instituições que não estão vinculadas à estrutura governamental.

O controle social pode ser definido de diversas formas. Vamos ver as mais
importantes:

“Capacidade que tem a sociedade organizada de intervir nas


políticas públicas, interagindo com o Estado na definição de
prioridades e na elaboração dos planos de ação do município,
estado ou do governo federal”

“Poder legítimo utilizado pela população para fiscalizar a ação dos


governantes, indicar soluções e criar planos e políticas em todas
as áreas de interesse social”
Portanto, o controle social não é restrito à fiscalização do governo, mas está
relacionado também a participação da sociedade nas decisões de seu interesse. O
controle social pressupõe um avanço na construção de uma sociedade
democrática e que determina alterações profundas nas formas de relação do
aparelho de Estado com o cidadão. Através da reforma e modernização do
www.pontodosconcursos.com.br 29
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

aparelho do Estado é possível se criar mecanismos capazes de viabilizarem a


integração dos cidadãos no processo de definição, implementação e avaliação da
ação pública.

Além disso, o controle social é uma forma de se estabelecer uma parceria eficaz e
gerar a partir dela um compromisso entre poder público e população capaz de
garantir a construção de saídas para o desenvolvimento econômico e social do
país.

Controle social pressupõe, igualmente, que haja descentralização do Estado em


direção à sociedade, ou seja, a participação da população na gestão pública e a
possibilidade do cidadão em controlar instituições e organizações governamentais
para verificar o bom andamento das decisões tomadas em seu nome.
Oferecer controle social à população é governar de modo interativo, equilibrando
forças e interesses, e promovendo maior organização das diversas camadas
sociais de forma a buscar melhores padrões de eqüidade.

Assim, a questão está CORRETA porque os conselhos são instrumentos de


controle social na medida em que efetuam a fiscalização, mas principalmente
porque permitem uma maior participação da sociedade.

34 (MINHA AUTORIA) O controle social pode se dar por meio do monitoramento


autônomo, em que a sociedade tem a possibilidade de mover ações para
invalidação de atos que atentem contra o patrimônio público.

Os meios de exercício do controle social têm como pilar a fiscalização das ações
públicas, mas o seu papel é muito mais amplo. Visam, sobretudo, a indicar
caminhos, propor idéias e promover a participação efetiva da comunidade nas
decisões de cunho público. Nesse contexto pode-se dizer que o controle social
pode apresentar aspectos de monitoramento legal e monitoramento autônomo

O monitoramento legal ocorre por meio de instrumentos que, de acordo com a lei,
têm a função de controlar as funções públicas, seja movendo ações para a
averiguação, seja recorrendo aos órgãos competentes, ou mesmo no cumprimento
da própria missão institucional, da qual as ações não seriam resultado de
movimentos externos, mas inerentes do exercício da própria função. São
instrumentos de monitoramento legal:

ƒ Conselhos Gestores de Políticas Públicas


ƒ Orçamento Participativo;
ƒ Ministério Público,
ƒ Tribunais de Contas,
ƒ Defensoria Pública
www.pontodosconcursos.com.br 30
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

ƒ Dispositivos jurídicos (Ação Civil Pública, Mandado de Segurança Coletivo,


Mandado de Injunção, Ação Popular, Código de Defesa do Consumidor)

Já o monitoramento autônomo, que surge da própria necessidade social e acabam


por intervir diretamente como instrumento de controle, é realizado sem que haja
uma previsão legal, pela iniciativa da sociedade civil por meio de Sindicatos,
Associações, Ouvidorias Independentes, Partidos Políticos etc.

A questão está ERRADA porque as ações que permitem que a sociedade invalide
atos que atentem contra o patrimônio público é um tipo de monitoramento legal, já
que estas ações estão previstas na Constituição e nas leis como instrumentos de
controle social.

35 (CESPE/CAMARA/2003) A ação popular constitui atributo da cidadania, se


configura como instrumento de democracia direta no direito brasileiro e tem
natureza fiscalizatória.

Nascida em plena ditadura militar, através da Lei n° 4.717, de 29 de junho de 1965, a


Ação Popular ganhou novo fôlego ao ser consagrada pelo artigo 5º, inciso LXXIII, da
Constituição Federal de 1988, que dispõe:

Art. 5º, LXXIII: qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do
ônus da sucumbência;

O dispositivo dá à qualquer cidadão o direito de requerer a anulação de qualquer


ato de autoridade pública que prejudique o patrimônio público, a moralidade
administrativa, o meio ambiente e o patrimônio histórico e cultural, permitindo que
qualquer pessoa ou organização popular interfira na administração pública,
questionando atos que prejudiquem o direito de toda a comunidade.

Hoje é um importante instrumento de exercício da cidadania e do controle social


sobre a Administração Pública, que permite ao particular fiscalizar a atuação de
seus representantes públicos, servidores e agentes que tratam da coisa pública em
todos os níveis hierárquicos administrativos.

Seu conceito e abrangência estão muito bem definidos por Hely Lopes Meirelles:
“É o meio constitucional posto à disposição de qualquer cidadão
para obter a invalidação de atos ou contratos administrativos – ou
a estes equiparados – ilegais e lesivos do patrimônio federal,
www.pontodosconcursos.com.br 31
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

estadual e municipal, ou de suas autarquias, entidades


paraestatais e pessoas jurídicas subvencionadas com dinheiros
públicos.”

Segundo Maria Sylvia Zanella di Pietro, ação popular


"É a ação civil pela qual qualquer cidadão pode pleitear a
invalidação de atos praticados pelo poder público ou entidades de
que participe, lesivos ao patrimônio público, ao meio ambiente, à
moralidade administrativa ou ao patrimônio histórico e cultural,
bem como a condenação por perdas e danos dos responsáveis
pela lesão".
Promover a defesa do patrimônio público é combater danos morais e patrimoniais
causados contra o erário por agentes, servidores e representantes públicos
corruptos, por abuso de poder ou má gestão do dinheiro público como, por
exemplo, obras com preços superfaturados, contratação de servidores no serviço
público sem prévio concurso público, concessão de benefícios fiscais,
administrativos e creditícios ilegais, dentre outros.

Este importante instrumento de controle social garante a devolução ao Erário das


perdas acarretadas pelos prejuízos causados, que podem variar desde valor
pecuniário até valores morais, artísticos, estéticos, espirituais, ou históricos da
sociedade ou comunidade.
A Ação Popular pode ter caráter preventivo quando se pretende evitar a efetivação
do ato ou contrato que venha a causar lesão ao patrimônio público por ferir o
princípio da legalidade ou da legitimidade.

Tem caráter repressivo quando procura reparar dano decorrente de tal tipo de ato
ou contrato administrativo. Pode também deter caráter corretivo quando procura
corrigir o ato ímprobo executado pelo administrador e supletivo quando a
Administração Pública deve fazer ou executar determinado ato obrigado em lei e
não o faz, omitindo-se e trazendo prejuízo ao patrimônio público.

Questão CORRETA.

36 (CESPE/TCU/2007) A ação popular é importante instrumento de fiscalização


do Estado pelo cidadão, mas seus resultados têm sido bastante limitados; além de
ter sua legitimação ativa restrita ao cidadão, apresenta, em geral, insuficiência de
comprovação técnica das irregularidades apontadas e assistência jurídica
deficiente.

www.pontodosconcursos.com.br 32
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

Um dos problemas relacionados à ação popular é a assistência jurídica deficiente.


Segundo Daniel Bini:

Outro ponto que dificulta sua utilização são as barreiras de


Acesso à Justiça que podem se colocar entre o cidadão e a
efetiva propositura da Ação Popular como, por exemplo, arcar
sozinho com o ônus econômico, material e psicológico do litígio,
na maioria das vezes contra atos do Poder Público, o que
certamente lhe trará os inconvenientes da exposição pública; a
diferença econômica e informativa do autor popular para com,
geralmente, figurando no pólo passivo, o Estado; etc. Deve-se
considerar posicionamentos doutrinários favoráveis à ampliação
da legitimidade para a propositura da Ação Popular, bem como
desonerar o cidadão individualmente considerado, abrindo espaço
para que as associações também sejam legitimados ativos, a
exemplo do que já ocorre no Direito Português.

Percebemos ainda no final deste trecho que o autor defende que a legitimidade
seja ampliada que as associações também possam propor a ação, como
legitimados ativos, ou seja, outro problema é o fato da ação popular ter sua
legitimação ativa restrita ao cidadão.

Já em relação à insuficiência de comprovação técnica, Marino Pazzaglini Filho,


afirma que:

“se bem que a Carta Magna e as leis ordinárias lhe deferiram


vasta gama de possibilidades fiscalizatórias, o povo defronta com
extrema dificuldade para concretizá-las, deduzindo-se a um
componente apenas topológico do Estado, isto é, um espectador
impotente de aconteceres ilegais.” (...) “porque o processo não é
simples, demandando aptidão técnica e recursos que,
efetivamente, não estão ao alcance de pessoas e entidades
desprovidas de uma estruturação adequada e advogados
especializados. As ações populares quase sempre redundam em
insucesso pela escassez de comprovação técnica das
irregularidades que intentam debelar ou por assistência jurídica
deficiente”

Portanto, a questão está CORRETA.

37 (CESPE/TCE-PE/2004) A ação popular, tal como prevista na Constituição da


República, não é necessariamente dependente da prova do requisito da lesividade
econômica para que seu pedido seja julgado procedente.

www.pontodosconcursos.com.br 33
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

Apesar de haver insuficiência de comprovação técnica, é importante sabermos que


não é necessária a comprovação da lesividade do ato para que a ação popular seja
cabível. Basta que a pessoa comprove a ilegalidade do ato, como a não
competência do autor, para que a ação popular seja aceita.

Um outro beneficio da ação popular é que mesmo não tendo a disposição todos os
documentos necessários para provar os fatos alegados, pode-se iniciar a ação e
requerer ao Juiz que requisite os documentos que faltam diretamente ao órgão que
for mencionado na ação.

Questão CORRETA.

38 (CESPE/MPE-TO/2006) Em caso de desistência da ação popular ou na


hipótese de inexistência de interesse por parte de outros legitimados no
prosseguimento da ação, o Ministério Público poderá requerer a sua integração à
lide, como litisconsorte facultativo do autor. E, nessa condição, poderá promover e
regular andamento do processo, que, por exigência legal, só será extinto com
julgamento do mérito.

Caso o autor da ação popular desista, será publicado edital convocando possíveis
interessados a assumir a ação. O Ministério Público também pode assumi-la, mas
não é obrigado, trata-se de uma faculdade.
A questão está ERRADA porque o processo pode ser extinto sem julgamento de
mérito, como no caso em que o ato seja sanado, quando o objeto da ação deixa de
existir.

39 (CESPE/TST/2003) Um missionário estrangeiro, nascido na República de


Angola, país de língua portuguesa, residente no Brasil há um ano ininterrupto,
ingressou com ação popular contra o proprietário de uma fazenda, situada na
região amazônica, sob a alegação de que o fazendeiro estaria mantendo, em sua
propriedade, vários índios na condição de escravos. A ação popular não é cabível
para o caso, pois essa modalidade de ação judicial tem por objetivo anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade da qual o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.

Tal missionário tem legitimidade para propor a ação popular. Segundo a CF:
Art. 12. São brasileiros:
II - naturalizados:

www.pontodosconcursos.com.br 34
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira,


exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas
residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;

Portanto, podemos considerá-lo um cidadão brasileiro. A ação popular, conforme o


inciso LXXIII do art. 5º, é cabível para anular ato lesivo ao patrimônio público ou de
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e
ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
custas judiciais e do ônus da sucumbência. O caso apresentado na questão não se
enquadra neste inciso, portanto a ação popular não é cabível. Não vale falar que
índio é patrimônio cultural.

Questão CORRETA.

40 (CESPE/TJ-BA/2003) A Constituição da República prevê que se concederá


mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável
o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.

O mandado de injunção está previsto na CF/88:


Art. 5º, LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a
falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes
à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

É uma importante ferramenta garantidora de direitos básicos, podendo ser


impetrado quando existe a ausência de normas regulamentadoras e ocorre o
impedimento do exercício dos direitos constitucionais.

A Constituição nada diz a respeito de quem possui legitimidade para o mandado de


injunção, o que nos leva a crer que é parte legítima para impetrar o mandado de
injunção é toda pessoa, física ou jurídica, que por falta de uma regulamentação se
veja impedida de exercitar direito constitucionalmente previsto sobre o qual tenha
interesse direto. O STF vem admitindo o mandado de injunção coletivo proposto
por entidades associativas na defesa dos interesses de seus filiados.

O sujeito passivo é o órgão competente para a iniciativa da norma regulamentadora


necessária para o exercício do direito constitucionalmente previsto. Assim, o
presidente do Senado não é parte legítima para figurar no pólo passivo do
mandado de injunção se a omissão decorre da falta de lei de iniciativa do
Presidente da República.

Questão CORRETA.
www.pontodosconcursos.com.br 35
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

41 (CESPE/CGE-PB/2007) O mandado de injunção não é instrumento adequado à


determinação de edição de portaria por órgão da administração direta.

Por norma regulamentadora entende-se toda e qualquer medida necessária a


tornar um direito ou uma garantia, protegidos via mandado de injunção, plenamente
exercitável, medida que pode ser uma lei ou uma simples portaria. Questão
ERRADA.

Enquanto não existir a norma que regulamenta algum direito expresso na


Constituição, o cidadão ou grupo de cidadãos poderá utilizar o mandado de
injunção como forma de garantir o exercício do direito já agraciado pelo texto
constitucional. Ou seja, se existe um direito amparado pela Constituição Federal, e a
autoridade pública o desrespeita porque não existe uma lei que o regulamente, o
cidadão lesado se utiliza do mandado de injunção perante a Justiça, que interpreta,
com força de lei para as partes, um direito constitucional ainda não regulamentado
por lei ordinária.

O mandado de injunção se configura, assim, como uma forma de se criar e


estabelecer um princípio de respeito à norma constitucional, mesmo que não haja
lei regulamentar, para que autoridade pública não abuse do poder que ora se
encontra investido.

42 (CESPE/BOMBEIROS/2006) O mandado de injunção possui caráter


simplesmente declaratório e não mandamental.

Segundo Vicente Paulo, a decisão proferida em mandado de injunção tem eficácia


declaratória – reconhecendo a inconstitucionalidade da omissão – e mandamental
– cientificando o órgão ou a autoridade competente sobre sua mora na edição da
norma regulamentadora. Questão ERRADA.

Há diferentes correntes sobre os efeitos de uma decisão em mandado de injunção,


que se dividem em duas grandes teorias: a teoria concretista e a não concretista.
Pelo entendimento concretista, a decisão dada em um mandado de injunção é
capaz de declarar a omissão legislativa e implementar o exercício do direito até que
se elabore a lei pelo poder competente, ou seja, o Judiciário pode permitir que a
pessoa usufrua do direito enquanto não for publicada a lei. Se os efeitos da decisão
forem erga omnes (para todos), a posição é a concretista geral; se forem só para o
impetrante, será a concretista individual.

www.pontodosconcursos.com.br 36
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

A posição concretista individual divide-se em outras duas: a concretista individual


direta, quando o Judiciário, após reconhecer a omissão legislativa, imediatamente
estabelece a norma aplicável para o caso concreto, implementando desde já o
exercício do direito para o autor da ação; e a concretista individual intermediária,
segundo a qual o Judiciário, uma vez reconhecida a omissão, num primeiro
momento deve fixar um prazo de 120 dias) para que o órgão ou autoridade
competente elabore a norma; permanecendo a inércia, o Judiciário fixa a
regulamentação para o caso em concreto.

Em sentido oposto, a corrente não concretista entende que a decisão do mandado


de injunção tem a finalidade de apenas reconhecer formalmente a inércia do
legislativo, não estabelecendo qualquer medida jurisdicional que estabeleça
prontamente condições que viabilizem o exercício do direito.

O STF adota predominantemente o entendimento não concretista. Em regra, o STF


entende que a decisão do mandado de injunção guarda similitude com a decisão
decorrente da inconstitucionalidade por omissão, cabendo ao Poder Judiciário tão-
somente dar ciência ao órgão omisso.
Vicente Paulo afirma ainda que, em algumas hipóteses, o STF abandona a posição
não-concretista, conferindo maior eficácia às suas decisões em mandado de
injunção. Entende a Corte que é cabível a fixação de prazo para a edição da norma
regulamentadora quando o Estado tiver dupla sujeição passiva no caso, o que se
configura, nesse contexto, quando o Estado, além de ser o responsável pela
elaboração da norma, também ocupar o pólo passivo nas relações jurídicas que
resultariam do exercício do direito, o que se encontra inviabilizado pela inexistência
da norma. É o caso do direito a imunidade tributária, que só pode ser exercido com a
publicação de norma do Executivo. Ou ainda no caso do direito de greve dos
servidores públicos.

43 (CESPE/CGE-PB/2007) A ação civil pública não se presta ao controle de atos


lesivos ao meio ambiente.

A Lei n° 7.347/85 teve papel fundamental e inovador na tutela dos interesses


coletivos e difusos, trazendo a ação civil pública para o ordenamento jurídico
brasileiro. Por se tratar de direitos e interesses inerentes a toda a sociedade, deu
ao Ministério Público ampla legitimidade para atuar, tanto como parte quanto como
órgão fiscalizador dos danos eventuais e efetivos à coletividade.

É o instrumento processual para a defesa dos interesses relativos ao meio


ambiente, bens e direitos de valor histórico, turístico, artístico, estético,
paisagístico, dos deficientes físicos, investidores do mercado de capitais e direitos

www.pontodosconcursos.com.br 37
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

fundamentais das crianças e dos adolescentes, amparando interesses coletivos e


que são chamados de direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos.

O objeto da Ação Civil Pública sempre detém caráter amplo, pois procura proteger
os interesses da sociedade de maneira geral. Segundo a Lei da Ação Civil Pública:
Art. 1°: regem-se pelas disposições desta lei, sem prejuízo da
ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e
patrimoniais causados:
I - meio ambiente;
II - ao consumidor;
III - a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico;
IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo;
V - por infração da ordem econômica.
A questão é ERRADA porque o meio ambiente também pode ser protegido por
meio de ação civil pública.

Têm legitimidade para propor a ação civil pública:

1) Ministério Público;
2) Defensoria Pública;
3) União, Estados, Distrito Federal e Municípios;
4) Autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;
5) Associação que, concomitantemente
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio
ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência ou
ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.

44 (CESPE/MPE-TO/2006) A legitimidade passiva na ação civil pública é ampla,


compreendendo pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, ou seja,
qualquer pessoa a quem se impute responsabilidade por danos morais e
patrimoniais causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor
artístico, estético, turístico e paisagístico.

Quando se fala em controle social, abre-se um leque de interesses voltados à toda


comunidade. Por isso, este controle não deve ser exercido somente sobre os atos
da Administração Pública, mas também sobre os atos de particulares que atentem
contra o patrimônio da coletividade. A ação civil pública tem legitimidade passiva
ampla, justamente para defender o patrimônio da coletividade de atos praticados
também por particulares. Questão CORRETA.

www.pontodosconcursos.com.br 38
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

45 (CESPE/DPU/2007) Os efeitos da sentença que julga procedente a pretensão


aviada em ação civil pública são limitados à competência territorial do órgão
prolator, sendo inviável, sob pena de ofensa ao princípio da coisa julgada, a
extensão dos efeitos dessa sentença a todo o território nacional. Assim, a
execução dessa sentença só poderá ser promovida pelas pessoas atingidas pela
ilegalidade reconhecida por ela e desde que domiciliadas na área de abrangência
da decisão.

Até 1997, a sentença proferida em ação civil pública fazia coisa julgada erga
omnes em todo o território nacional, exceto se o pedido fosse rejeitado por
deficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderia intentar outra
ação, com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova. Em 1997 a Lei 7.347/85
foi alterada, restringindo-se a coisa julgada erga omnes aos limites da competência
territorial do órgão prolator da decisão.

Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, exceto se
a ação for julgada improcedente por deficiência de provas,
hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação
com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.
Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites
da competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for
julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em
que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico
fundamento, valendo-se de nova prova. (Redação dada pela Lei
nº 9.494, de 10.9.1997)

Não se pode negar o retrocesso ocorrido com esta alteração na Lei. Esse
retrocesso ocorreu de maneira inteiramente consciente. A intenção tanto da MP
1.570/97 quanto da lei em que se converteu, sem dúvida, foi atenuar a eficácia
prática da resolução judicial dos conflitos de massa julgados em sede ação civil
pública.

Questão CORRETA.

46 (CESPE/PGE-PB/2007) Não é possível a utilização da via da ação civil pública


para declarar, mesmo que incidentalmente, a inconstitucionalidade de uma lei, sob
pena de usurpação da competência do STF, já que a sentença proferida naquela
ação tem eficácia erga omnes.

É possível que seja discutida a constitucionalidade de lei mediante ação civil


pública, mas a decisão não terá o efeito erga omnes, ocorrendo apenas o controle
www.pontodosconcursos.com.br 39
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

incidental. Na ação civil pública, a inconstitucionalidade é invocada como


fundamento, como causa de pedir, constituindo questão prejudicial ao julgamento
do mérito. A constitucionalidade é questão prévia (decidida antes do mérito da ação
principal) que influi (prejudica) na decisão sobre o pedido referente à tutela do
interesse público. Questão ERRADA.

47 (CESPE/DETRAN/2003) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado


por qualquer partido político ou pelo Ministério Público em defesa da coletividade.

Outra inovação da CF/88 é o Mandado de Segurança Coletivo, que foi criado com o
objetivo de permitir que determinadas pessoas jurídicas fossem a juízo em
defesa de direitos líquidos e certos pertencentes a uma coletividade ou categoria
de pessoas. Com isso, evita-se a avalanche de ações idênticas, propostas por
cada um dos membros do grupo, permitindo-se que essas pessoas jurídicas,
atuando em nome próprio, defenda-os coletivamente em juízo.
Segundo o STF, o mandado de segurança coletivo sujeita-se às mesmas
exigências e princípios básicos que o mandado de segurança individual:

ƒ Violação ou ameaça de violação a direito líquido e certo;


ƒ Ilegalidade ou abuso de poder;
ƒ Ato de autoria de autoridade pública ou de agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições típicas do Poder Público.

Os legitimados para a propositura do mandado de segurança coletivo estão


elencados no art. 5°, LXX da CF, que assim dispõe:

LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:


a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um
ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

A necessidade de estar legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos


um ano existe apenas para as associações. Questão ERRADA.
Um detalhe interessante que traz enorme reforço na justificativa legal para o
instrumento, bem como outras formas de participação popular, está na Declaração
do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento de 1992, quando se refere ao
“Princípio da Participação”, baseado no artigo 225 da Constituição Federal e que
estabelece a participação da coletividade para a preservação do meio ambiente:
“participação na elaboração de leis, participação nas políticas públicas através de
audiências públicas e participação no controle jurisdicional através de medidas

www.pontodosconcursos.com.br 40
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

judiciais como ação civil pública, mandado de segurança coletivo, mandado de


injunção e ação popular.”

O mandado de segurança coletivo não pode ser utilizado em substituição à ação


popular, por meio da qual se defendem interesses de toda a coletividade. É
indispensável que o interesse defendido por meio mandado de segurança coletivo
corresponda a um direito subjetivo líquido e certo dos membros da classe ou
categoria, originando-se do exercício de suas atividades e que a eles pertença,
mesmo que não lhes seja exclusivo, pertencendo também aos membros de outras
coletividades ou aos indivíduos em geral.

Enfim, no mandado de segurança coletivo busca-se a satisfação de direitos


líquidos e certos pertencentes aos membros da categoria, mesmo que de modo
não-exclusivo, ao passo que na ação popular busca-se a satisfação de interesses
não pertencentes ao próprio impetrante, mas sim à coletividade. Logo, o mandado
de segurança não poderá ser utilizado em substituição à ação popular, e vice-
versa.

Accountability

48 (CESPE/MCT/2004) O termo accountability indica a imputação de


responsabilidade pela utilização de recursos e pelo alcance de resultados.

Não há tradução de accountability para o português. Alguns autores afirmam que


isto se deve à pouca qualidade de nossa democracia em comparação com as
anglo-saxãs. Alguns traduzem como responsabilização, outros como
responsividade, mas nenhum destes termos consegue abarcar todos os sentidos
presentes na accountabilty. Ela abrange:

ƒ Obrigação em prestar contas


ƒ Responsabilização pelos atos e resultados
ƒ Responsividade
O termo accountability abrange a relação entre o administrador público,
encarregado da gerência dos bens da coletividade, e a sociedade civil. Como ele
administra bens pertencentes a terceiros, deve prestar contas desta administração.
Contudo, o termo é utilizado não somente para referir-se ao ato de prestação de
contas por parte das autoridades publicas, como também engloba as
reivindicações decorrentes dos cidadãos quando julgarem que a atividade estatal
encontra-se deficiente em determinado aspecto.

www.pontodosconcursos.com.br 41
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

O segundo aspecto é a responsabilização do administrador público pelos seus atos


e pelos resultados alcançados. A administração gerencial busca a gestão por
resultados, ou seja, transfere o foco do controle do processo para o desempenho,
passando de um controle a priori para um a posteriori. Portanto, o administrador
público deve responder não só em termos de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade, mas também em termos de eficiência.

Já a responsividade refere-se à sensibilidade dos representantes à vontade dos


representados; ou, dito de outra forma, à disposição dos governos de adotarem as
políticas preferidas por seus governados. Podemos dizer, então, que a
accountability engloba a responsividade.

Já Andréas Schedler identifica no conceito de accountability dimensões e distintos


significados e ênfases. Inicialmente o autor distingue as duas conotações básicas
que o termo accountability política suscita:
a) a capacidade de resposta dos governos (answerability), ou seja, a
obrigação dos oficiais públicos informarem e explicarem seus atos

b) a capacidade (enforcement) das agências de accountability (accounting


agencies) de impor sanções e perda de poder para aqueles que violaram
os deveres públicos.
A noção de accountability, é basicamente, bidimensional: envolve capacidade de
resposta e capacidade de punição (answerability e enforcement). A dimensão da
answerability, aqui traduzida como capacidade de resposta, englobaria por sua vez
dois tipos de questões: uma dimensão relativa à informação das decisões e outra
condizente com a necessidade dos governantes explicarem tais decisões.
Entretanto, além de informar e justificar, accountability envolve ainda uma terceira
dimensão, relativa aos elementos que obrigam ao cumprimento da lei, através de
sanções, inclusive legais. Portanto, o autor divide a accountability em três
dimensões: informação, justificação, punição.

A questão está CORRETA, já que a responsabilização pelos atos e resultados é


um dos aspectos da accountability.

49 (CESPE/TERRACAP/2004) Não se pode dizer que accountability esteja


relacionada com o processo de reforma do Estado e com a responsabilização do
servidor público.

A reforma gerencial da administração pública, ao modificar substancialmente as


formas de controle no interior do aparato estatal (sobre a alta burocracia e sobre as
instituições públicas), dando ao mesmo tempo maior transparência às decisões
administrativas (abrindo-as ao controle da sociedade, e não apenas da própria
www.pontodosconcursos.com.br 42
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

burocracia), pode contribuir para o aumento da responsabilização dos


administradores públicos. Para isto, a informação é insumo fundamental. E não há,
aí, contraposição entre aumento de eficiência e aumento de accountability.

Uma das principais mudanças propostas pela atual reforma administrativa é a de


substituir a desconfiança generalizada nos funcionários públicos (e políticos) por
“um grau ainda que limitado de confiança” (Bresser Pereira, 1996). Nesse caso, a
maior autonomia para administrar é balanceada pelo compromisso com os
resultados a serem atingidos, e pela transparência das informações sobre
desempenho institucional – através do contrato de gestão. Trata-se da mudança
sobre o que controlar: o controle não será mais exclusivamente sobre processos,
mas fundamentalmente sobre resultados (entendendo a legalidade dos atos
administrativos como requisito necessário, mas não suficiente para a
accountability).

A accountability besta diretamente ligada a responsabilização do servidor público.


Segundo Bresser Pereira, com a instituição do Regime Juríico Único:

Criaram-se privilégios para os servidores públicos, garantindo-se-


lhes estabilidade plena, uma aposentadoria precoce com
vencimentos integrais equivalentes ao último salário e, na prática,
sacramentando-se a renúncia à exigência de sua
responsabilização (accountability) perante a sociedade.

A questão está ERRADA porque a accountability está sim relacionada com a


reforma do Estado e com a responsabilização do servidor público.

50 (CESPE/MRE/2006) A segregação, em órgãos distintos, das atividades de


formulação e de implementação de políticas públicas foi um dos pilares das
reformas pós-burocráticas, apresentando como vantagem o aumento da
flexibilidade e da agilidade operacional do sistema, e, como principal desvantagem,
a diminuição da accountability.

A separação das atividades de formulação e implementação das políticas públicas


torna maior a necessidade de controle. Quando apenas um órgão formula e
executa, a accountability é maior, já as responsabilidades estão concentradas na
mão de um número menor de pessoal. Já a descentralização dilui as
responsabilidades na mão de um número maior de pessoas, o que reduz a
accountability, a capacidade de se responsabilizar os diversos agentes envolvidos.
Veremos na próxima aula a gestão de redes organizacionais. As redes de políticas
públicas surgiram no contexto de reforma do Estado, em que este deixava de ser o
Estado provedor, para transferir para a iniciativa privada e a esfera pública não-
estatal responsabilidades na gestão das políticas públicas. Formaram-se redes, ou
www.pontodosconcursos.com.br 43
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

estruturas policêntricas, envolvendo diferentes atores, organizações ou nódulos,


vinculados entre si a partir do estabelecimento e manutenção de objetivos comuns.
Sonia Maria Fleury Teixeira elenca algumas características que seriam limitadoras
da eficácia das redes. Uma delas é que:

As redes de políticas apresentariam novos desafios para garantir


a rendição de contas (accountability) em relação ao uso dos
recursos públicos, pelo fato de envolverem numerosos
participantes governamentais e privados;

Portanto, a descentralização dos serviços públicos torna mais difícil o controle,


exigindo ferramentas de accountability mais efetivas. Questão CORRETA.

51 (MINHA AUTORIA) O controle exercido pelo TCU é uma forma de


accountability vertical, diz respeito a necessidade de prestação de contas dos
agentes públicos à sociedade.

Podemos acrescentar ao conceito de accountability duas definições: horizontal e


vertical. Accountability horizontal pode ser definida como sendo

a existência de agências estatais que estão legalmente


capacitadas e autorizadas, e realmente dispostas e aptas, a tomar
ações que ultrapassem da vigilância rotineira a sanção criminal ou
impedimento em relação às ações ou omissões por outros
agentes ou agências do estado que podem ser qualificadas como
ilegais... pois este tipo de accountability para ser efetivo precisa
ter agências que são autorizadas e dispostas a vigiar, controlar,
corrigir e/ou punir ações ilegais de outras agências estatais.

Em suma, seriam agências estatais funcionando rotineiramente com poderes de


supervisão, punindo ações ou omissões do Estado, consideradas ilegais. É o
controle exercido por instituições como o TCU, CGU, entre outras.

Já a accountability vertical pressupõe uma ação entre desiguais, seja sob a forma
do mecanismo do voto (controle de baixo para cima) ou sob a forma do controle
burocrático (de cima para baixo). Ela diz respeito à vigilância e sanções que
eleitores, imprensa, ONG´s, e outras organizações da sociedade civil exercem
sobre funcionários públicos. Implica a existência de um agente de controle externo,
principalmente o eleitorado. É o meio disponível para que cidadãos comuns
possam atuar na fiscalização da atividade pública dos seus representantes.
Embora as eleições sejam a principal fase da accountability vertical, este conceito
abrange ações da sociedade civil e imprensa para fiscalização e exposição dos
atos das autoridades públicas. A accountability vertical é, principalmente, embora
de forma não exclusiva, a dimensão eleitoral, o que significa premiar ou punir um
www.pontodosconcursos.com.br 44
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

governante nas eleições. No entanto, ela abrange também o controle exercido por
instituições de hierarquia supoerior.

A questão ERRADA porque o controle exercido pelo TCU se insere na


accountability horizontal, e não vertical.

Novas tecnologias de gestão

52 (CESPE/TRT-1ª/2008) As ferramentas de gestão privada e da gestão pública


diferem substancialmente, não se prestando a adaptação dessas ferramentas para
utilização em outro ambiente distinto daquele para que foi concebido inicialmente.

As reformas gerenciais ocorridas no mundo no final do século XX buscam


modernizar a gestão pública, trazendo para dentro dela princípios da gestão
privada. O gerencialismo tem uma ligação estreita com a adoção de práticas da
administração privada na gestão das organizações públicas. É com esse espírito
que o setor público assume o discurso da modernização, da orientação para os
clientes, da flexibilidade, da estrutura enxuta e desburocratizada, e as modernas
ferramentas de gestão, como qualidade total, planejamento estratégico,
reengenharia downsizing, benchmarking e terceirização, invadem as organizações
públicas e os projetos dos gestores públicos do momento.

Portanto, a questão está ERRADA ao dizer que as ferramentas da gestão privada


não podem ser usadas na administração pública, ou até mesmo o contrário, que as
boas práticas da administração pública influenciem a gestão privada.

53 (CESPE/TJDFT/2008) Considerando a linha evolutiva da gestão da qualidade


nas organizações, é correto afirmar que o controle estatístico da produção constitui
etapa posterior ao controle total da qualidade.

Garvin define quatro diferentes “eras da qualidade”: da inspeção; do controle


estatístico da qualidade; da garantia da qualidade; e da administração estratégica
da qualidade.

A era da inspeção em massa tem início simultaneamente à de produção em


massa. A qualidade era definida como a conformidade com o projeto, a adequação
às regras. O controle era realizado posteriormente a produção, verificando-se todas
as unidades produzidas.

www.pontodosconcursos.com.br 45
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

Com o passar do tempo, o constante aumento das quantidades e da complexidade


dos produtos fabricados elevava os custos para obtenção de níveis razoáveis de
qualidade. tornou-se impossível para determinados tipos de produtos a inspeção
“um a um”. Surgia, então, o controle estatístico da qualidade, que se baseia na
amostragem.

As décadas de 1940 e 1950 foram marcadas pelo desenvolvimento do referencial


teórico que daria origem à era da garantia da qualidade ou controle total da
qualidade. Foram desenvolvidas novas abordagens como: a dos custos da
qualidade (Cost of Quality - COQ) e a da engenharia de confiabilidade, ambas de
Joseph Juran; a do controle total da qualidade, de Armand Feigenbaum; e a do
zero defeito, de Phillip Crosby. Juntas, elas proviam uma série de ferramentas cujo
objetivo era mostrar que os custos totais da qualidade poderiam ser reduzidos por
meio de um acréscimo dos custos de prevenção. A possibilidade de quantificar os
custos de prevenção e de defeitos, aliada à expansão da prevenção para as
atividades de projeto de produto e processo, escolha de fornecedores e
treinamento e motivação dos funcionários, caracterizaram esta “era”.

A Qualidade Total defende que “prevenir é melhor que remediar”, ou seja, que era
melhor investir recursos para evitar os erros do que inspecionar as unidades já
produzidas. Além disso, a qualidade passa a ser entendida como a satisfação do
cliente, e não mais a conformidade com o projeto. Vejamos algumas definições de
qualidade

Na administração estratégica da qualidade, que evoluiu a partir dos anos 1990,o


objetivo não fica restrito ao atendimento aos requisitos dos clientes, mas é preciso
ultrapassá-los. Além disso, a qualidade passa a ser parte da estratégia da
organização.

A questão é ERRADA porque o controle estatístico da qualidade foi uma era


anterior a do controle total da qualidade.

54 (CESPE/PETROBRAS/2007) Uma das características do controle total de


qualidade é que dele não se exclui nada nem ninguém; ao contrário, amplia-se a
empresa e envolve-se toda a organização, o que acaba por atingir fornecedores e
clientes.

Qualidade Total é um sistema de administração que visa a obter qualidade em


todas as áreas de atuação. Uma organização que pretenda ser capaz de entregar
produtos e serviços de qualidade aos seus clientes precisa que todos os seus
departamentos e áreas funcionais excedam seu desempenho, e não somente a
área de operações. Além disso, não basta que todos os departamentos otimizem
seus desempenhos de forma isolada, visando atender seus clientes imediatos. É

www.pontodosconcursos.com.br 46
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

necessário integrar as diversas ações nas mais variadas áreas, para que estas
conduzam a empresa à competitividade duradoura.

A qualidade começa com o projeto, incluindo todas as especificações do produto


ou serviço, passando por todas as etapas de produção ou operação, e abrange o
atendimento ao cliente e a assistência técnica. Não devem existir lacunas, ou seja, o
cliente-alvo da empresa deve ser totalmente satisfeito. Além disso, todos os
departamentos e funcionários da empresa devem trabalhar de forma integrada no
sentido de preencher essas lacunas ao longo do tempo.

A qualidade total não fica restrita apenas a organização, deve incluir também
fornecedores e distribuidores, já que o cliente vê tudo de forma integrada. Ele está
preocupado com o produto e não em saber de quem é a responsabilidade pelos
erros. Questão CORRETA.

55 (CESPE/INMETRO/2007) Segundo os pressupostos da qualidade total, a


evolução do simples controle para a gestão da qualidade ocorre quando o processo
de planejamento da qualidade passa a ter como premissa básica o atendimento às
necessidades dos clientes.

A satisfação do cliente é um dos maiores princípios da Qualidade Total. É ele que


define o que é qualidade. Questão CORRETA.

56 (CESPE/STM/2004) Qualidade total é o conjunto de idéias e ações que


colocam a qualidade como ponto central das atividades de uma organização.

57 (CESPE/UEPA/2008) A qualidade total não é um objetivo em si, mas, sim, um


meio, para que a empresa, que envolve todas as pessoas e todos os órgãos da
organização, possa atingir os objetivos e resultados desejados.

Estou colocando estas duas questões juntas para demonstrar que as questões
nem sempre são bem formuladas. Estas duas questões são divergentes, mas
ambas são CORRETAS.

A qualidade total deve ser vista como a priorização da qualidade no atendimento ao


cliente, mas não deve ser entendida como o fim em si da organização. Ela é um
meio para se chegar aos objetivos. Temos que entender também como certa a
primeira questão porque a qualidade total defende que todas as atividades da
organização devem estar atentas para a qualidade, devem buscá-la
continuamente.
www.pontodosconcursos.com.br 47
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

58 (CESPE/TJDF/1998) A idéia de kaizen está associada à melhoria contínua de


processos organizacionais.

A qualidade é algo que deve ser buscada continuamente. Não podemos achar que
uma vez que alcançamos a qualidade, devemos reduzir nossos esforços. A
mudança é algo que todos dão por certo, mas no Japão ela é um modo de vida.
Após ter sido arrasado pela guerra, o país precisava se levantar. A partir daí, eles
implantaram não só nas empresas, mas também em suas vidas, a filosofia do
Kaizen, onde nenhum dia deve passar sem que ocorra algum melhoramento.

O Kaizen significa a busca do melhoramento contínuo em todos os aspectos,


refletindo na produtividade, na qualidade sem gasto ou com mínimo investimento.
O empregado pensa em desenvolver seu trabalho melhorando-o sempre,
continuamente, reduzindo custos para a empresa e alimentando a idéia de
mudanças positivas e continuadas.
O trabalho coletivo prevalece sobre o individual. O ser humano é visto como o bem
mais valioso das organizações, e deve ser estimulado a direcionar seu trabalho
para as metas compartilhadas da empresa, atendendo suas necessidades
humanas e se realizando por meio do trabalho. Satisfação e responsabilidade são
valores coletivos.

Questão CORRETA.

59 (CESPE/PETRONM/2004) O principal objetivo de um programa fundamentado


nos 5S é a manutenção da ordem no local de trabalho e sua aplicação em uma
indústria visa manter a produtividade das linhas de produção.

O 5S, ou housekeeping, também é uma filosofia que veio do Japão. A origem do


nome do programa vem das palavras japonesas seiri, seiton, seisoh, seiketsu e
shitsuke, que significam respectivamente seleção, organização, limpeza,
padronização e autodisciplina.

O objetivo do programa é trazer para o cotidiano de trabalho das pessoas bons


hábitos que se reflitam em maior produtividade e qualidade de vida na organização.
Alterando-se a maneira pela qual os funcionários lidam com situações corriqueiras,
busca-se desenvolver uma nova cultura de trabalho que favoreça a autodisciplina.
Por esse motivo, a maioria dos textos referentes à gestão da qualidade concorda
que a mudança deveria começar pela implementação dos 5S.

www.pontodosconcursos.com.br 48
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

O objetivo do 5S é aumentar a produtividade, e não manter, por isso (isso mesmo,


só por causa disso!) a questão está ERRADA.

60 (CESPE/UFT/2003) O círculo da qualidade é uma importante ferramenta da


qualidade, que tem como objetivo imediato auxiliar na resolução de problemas de
qualidade e de eficiência nas organizações, mas não visa explorar o
desenvolvimento da criatividade e a melhoria da comunicação nos grupos de
trabalho, que são deixadas como objetos de trabalho da área de recursos humanos
da organização.

Ainda nas técnicas surgidas no Japão, temos o Círculo de Controle da Qualidade.


Trata-se de um pequeno grupo de cinco a doze pessoas que se reúnem
voluntariamente e com regularidade para analisar, identificar e propor soluções
para problemas de qualidade de produção. Podem ser grupos formados por
pessoas da mesma área de trabalho e nível hierárquico (grupos homogêneos), ou
então grupos formados por funcionários de diversas áreas e níveis hierárquicos
(heterogêneos).
É um pequeno grupo instituído para executar as atividades de controle de
qualidade de maneira voluntária no local de trabalho. Esse grupo integra as
atividades de controle de qualidade em toda a empresa. As idéias básicas e
princípios são:

ƒ Atividade voluntária;
ƒ Autodesenvolvimento;
ƒ Atividades em grupo;
ƒ Participação de todos os empregados;
ƒ Atividades estreitamente ligadas à realidade de trabalho;
ƒ Desenvolvimento mútuo;
ƒ Originalidade e criatividade;
ƒ Consciência da qualidade, dos problemas e do melhoramento.
Este conceito foi pensado por Kaoru Ishikawa. Para auxiliar o trabalho destes
grupos, Ishikawa defendia o uso das sete ferramentas da qualidade:

1. Gráfico de Pareto.
2. Diagramas de causa-efeito
3. Histogramas.
4. Folhas de verificação.
5. Gráficos de dispersão.
6. Fluxogramas.
7. Cartas de controle.

www.pontodosconcursos.com.br 49
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

A questão é ERRADA porque os círculos da qualidade buscam sim explorar o


desenvolvimento da criatividade e a melhoria da comunicação nos grupos de
trabalho.

61 (CESPE/MMA/2008) Utilizando-se o princípio ou a análise de Pareto, aplicado


à administração da qualidade, é possível demonstrar, por meio de um gráfico que
apresente uma curva do tipo ABC, que a maior parte dos defeitos é responsável
pela quase totalidade dos prejuízos.

O Diagrama de Pareto constitui uma das ferramentas utilizadas no controle de


qualidade e foi inicialmente definido por Joseph Juran em 1950. Na sua base está o
Princípio de Pareto que refere que um pequeno número de causas (geralmente
20%) é responsável pela maioria dos problemas (geralmente 80%).
No fim do século XIX, o economista sóciopolítico Vilfredo Pareto observou que
havia uma distribuição desigual de riqueza e poder na população total. Ele calculou
matematicamente que 80% da riqueza estava em mãos de 20% da população.

A grande aplicabilidade deste princípio à resolução dos problemas da qualidade


reside precisamente no fato de ajudar a identificar o reduzido número de causas
que estão muitas vezes por detrás de uma grande parte dos problemas que
ocorrem. É na detecção de 20% das causas que dão origem a 80% dos efeitos que o
Diagrama de Pareto se revela uma ferramenta muito eficiente. De fato, o
Diagrama de Pareto diz que, em muitos casos, a maior parte das perdas que se
fazem sentir são devidas a um pequeno número de defeitos considerados vitais
(vital few). Os restantes defeitos, que dão origem a poucas perdas, são
considerados triviais (trivial many) e não constituem qualquer perigo sério. Uma vez
identificados os vital few dever-se-á proceder à sua análise, estudo e
implementação de processos que conduzam à sua redução ou eliminação. Diagrama
de Pareto é um gráfico de barras que ordena as freqüências das
ocorrências, da maior para a menor, permitindo a priorização dos problemas.
Mostra ainda a curva de percentagens acumuladas. Sua maior utilidade é a de
permitir uma fácil visualização e identificação das causas ou problemas mais
importantes, possibilitando a concentração de esforços sobre os mesmos.
É uma forma de descrição gráfica aonde procura-se identificar quais itens são
responsáveis pela maior parcela dos problemas. A Curva ABC parte do mesmo
princípio, dividindo em classes de acordo com as prioridades. Na classe A ficam os
itens mais importantes, na B os intermediários e na C os menos importantes.

A questão é ERRADA porque não é a maior parte dos defeitos que é responsável
pela quase totalidade dos prejuízos, mas uma pequena parte.

www.pontodosconcursos.com.br 50
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

Segundo a regra de Pareto, 20% dos defeitos são responsáveis por 80% dos
prejuízos.

62 (CESPE/UFT/2004) A análise de Pareto não pode ser considerada uma


ferramenta válida para o gerente que busca o desenvolvimento da qualidade em
sua organização, especialmente em virtude do fato de que ela falha na priorização
das causas dos problemas.

A análise de Pareto tem como grande vantagem justamente a priorização das


causas dos problemas. Questão ERRADA.

63 (CESPE/TJ-AP/2003) Análise de Pareto, conhecida também como diagrama de


Ishikawa, constitui ferramenta fundamental da qualidade que auxilia o gerente na
classificação e na priorização dos problemas enfrentados nos processos
organizacionais.

A Análise de Pareto e o Diagrama de Ishikawa são coisas diferentes. Por isso a


questão está ERRADA.

O Diagrma de Ishikawa é conhecido também como Diagrama de Causa e Efeito, ou


ainda como Diagrama Espinha de Peixe, ou então como Diagrama 6M (já foi 4M e
5M).
Este sistema permite estruturar hierarquicamente as causas de determinado
problema ou oportunidade de melhoria, bem como seus efeitos sobre a qualidade.
Por isso chamado de Causa e Efeito. Em sua estrutura, todos os tipos de
problemas podem ser classificados como sendo de seis tipos diferentes (por isso
6M):

ƒ Método
ƒ Matéria-prima
ƒ Mão-de-obra
ƒ Máquinas
ƒ Medição
ƒ Meio ambiente
É conhecido como Diagrama Espinha de Peixe porque sua representação gráfica
se assemelha a espinha de um peixe.

Classes de Causas

www.pontodosconcursos.com.br 51

Problemas

8512497
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

64 (CESPE/SGA-DF/2004) O diagrama Ishikawa, ou espinha de peixe, utiliza a


divisão das possíveis causas dos problemas por classes. Trata-se de um
levantamento quantitativo dos problemas e é usado para consolidar a análise dos
problemas encontrados.

O Diagrama de Ishikawa é um levantamento qualitativo, e não quantitativo. Ele


busca separa os probles por causas, de modo a organizar o raciocínio a respeito
de determinados problemas. Questão ERRADA.

65 (CESPE/BOAVISTA/2004) Diferentemente do estoque, as operações


desnecessárias no processo produtivo não agregam valor ao produto, constituindo
desperdícios a serem eliminados pela organização.

A qualidade total não se preocupa apenas com a satisfação do cliente, ela tem
como princípio também a eliminação de desperdícios e a redução do custo.
Portanto, operações desnecessárias que não agregam valor ao produto devem ser
eliminadas.
Estoque é a manutenção de determinado recurso sem utilização. É dinheiro
parado. A meta principal de uma empresa é maximizar o lucro sobre o capital
investido em fábrica e equipamentos, em financiamento de vendas, em reserva de
caixa e em estoques. Quanto maior o estoque, maior será o investimento da
empresa que estará parado sem dar retorno.

Portanto, os estoques também são considerados desperdícios que devem ser


eliminados pela organização. Questão ERRADA.

66 (CESPE/TCU-Auditor/2007) Ao identificar uma atividade que não adiciona valor


ao serviço prestado, o administrador, para avaliar a conveniência da eliminação ou
modificação dessa atividade, deve proceder a uma análise custo-benefício de sua

www.pontodosconcursos.com.br 52
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

decisão, em que o custo da mudança seja confrontado com os seus benefícios,


medidos pela redução dos lucros e(ou) acréscimo das despesas.

Se a atividade não adiciona valor, ela não apresenta benefício nenhum, apenas
custos, por isso não é necessária uma análise custo-benefício para decidir pela sua
eliminação ou não. Ela deve apenas ser eliminada. Questão ERRADA.

67 (CESPE/ADEPARA/2004) A eliminação de desperdício torna-se cada vez mais


uma função importante para qualquer organização que busca a qualidade de modo
contínuo, o que significa que se deve reduzir ao mínimo a atividade que não agrega
valor ao produto. Nesse contexto, buscar a produção flexível e evitar a utilização do
método just in time são idéias fundamentais para eliminar o desperdício.

Just in Time (JIT) pode ser traduzido como “na hora exata”. Este método tem o
objetivo de, em um processo de fluxo, fazer com que as partes necessárias à
montagem chegarem à linha de produção no momento em que são necessárias e
somente na quantidade necessária. Isso tem como objetivo eliminar a
necessidades de estoques. É preciso uma coordenação muito grande com
fornecedores.

A questão está ERRADA porque o JIT deve ser usado para se eliminar
desperdícios.

68 (CESPE/MMA/2008) Entre os novos paradigmas da administração, destaca-se


o que se convencionou denominar downsizing, tendência em foco a partir de
meados dos anos 80 do século passado, que se caracteriza pelo alargamento da
hierarquia, aumento dos quadros de chefia e concentração dos poderes de
decisão.

O downsizing surgiu em decorrência do crescimento desordenado de grandes


empresas, ocorrido nos anos 80 do século XX, por meio da diversificação para
novos negócios. Foram criadas estruturas gigantescas com o objetivo de
conquistar economias de escalas e ganhar fatias maiores do mercado.
Nos anos 90, com o acirramento da competição e a maior rapidez das mudanças
ocorridas no ambiente, essas empresas não possuíam agilidade e flexibilidade para
acompanhar o ritmo acelerado das mudanças, por isso foram forçadas a
reestruturar-se — processo designado downsizing (achatamento).

A aplicação desse termo à gestão significa a redução radical do tamanho da


empresa, geralmente por meio do delayering (redução dos níveis hierárquicos) ou
www.pontodosconcursos.com.br 53
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

sub-contratando ao exterior atividades não fundamentais (outsourcing). As


empresas ganham flexibilidade, perdem burocracia e ficam mais próximas do
mercado e dos clientes.

O Downsizing resulta, assim na redução dos níveis da gestão e na redução da


dimensão da organização através da anulação de áreas produtivas não essenciais,
centrando-se no que melhor sabem fazer (core competence), permitindo uma maior
flexibilização da estrutura.

A questão é ERRADA porque o downsizing promove o achatamento da


organização, eliminando níveis hierárquicos, redução dos quadros de chefia e
descentralização dos poderes de decisão.

69 (CESPE/STJ/2004) O downsizing é um dos mais importantes e relevantes


recursos na busca da eficiência e do equilíbrio fiscal do setor público, devendo ser
utilizado em qualquer processo de modernização administrativa, pois garante o
máximo de eficiência e resultados para o cidadão.

O downsizing pode ser uma ferramenta útil para o setor público na redução dos
gastos governamentais. O governo pode se concentrar nas suas competências
essenciais, naquilo que lhe é fundamental, terceirizando para a iniciativa privada
serviços assessórios, como limpeza, telefonia, manutenção de equipamentos.
Contudo, ele não poderá ser usado em qualquer processo de modernização
administrativa. Apesar das vantagens dos cortes nos custos e na maior
flexibilização da organização, normalmente através da anulação de atividades
relacionadas com áreas ou produtos menos rentáveis, o que permite uma
concentração de esforços e recursos nas áreas mais rentáveis, o Downsizing
continua a ser muito criticado e mal aceito devido ao problema das demissões. No
campo teórico, muitos gurus da gestão criticaram ferozmente a utilização do
downsizing pelas organizações. Nomes como Peter Drucker e Charles Handy
viriam a público lançar a sua indignação. Robert Tomasko, um dos autores do
conceito, afirmou mesmo que se teria ido longe de mais na utilização do
downsizing.

Questão ERRADA.

70 (CESPE/PETROBRAS/2004) A gestão da qualidade total TQM (total quality


management) tem duas características principais: foco no atendimento aos clientes
e resolução sistemática dos problemas por meio de equipes constituídas de
empregados da linha de produção. Uma das ferramentas utilizadas para ajudar a

www.pontodosconcursos.com.br 54
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

resolver os problemas é o benchmarking, que consiste no estudo das melhores


organizações do mundo na realização de uma determinada tarefa, cujos
procedimentos passam a ser adotados como padrão.

Benchmarking é a busca das melhores práticas na indústria que conduzem ao


desempenho superior. O benchmarking é visto como um processo positivo e pró-
ativo por meio do qual uma empresa examina como outra realiza uma função
específica a fim de melhorar como realizar a mesma ou uma função semelhante. Um
ponto importante é que o benchmarking é um processo gerencial permanente, que
requer atualização constante da coleta e análise cuidadosa daquilo que há de
melhor externamente em práticas e desempenho para as funções de tomada de
decisões e de comunicações em todos os níveis da empresa. Um processo que
obriga ao teste constante das ações internas em relação aos padrões externos das
práticas da indústria.
Não concordo quando a questão fala em “estudo das melhores organizações do
mundo na realização de uma determinada tarefa”. O benchmarking pode ser
realizado com qualquer organização. O que importa é o estudo das boas práticas.
Se um feirante tem uma sistemática muito boa de organização dos produtos, uma
cadeia de Lojas como a Magazine Luiza pode usar o benchmarking.

Contudo, isto é um nível de detalhismo que geralmente não torna as questões do


CESPE erradas. Questão CORRETA.

71 (CESPE/INMETRO/2007) A técnica do benchmarking consiste na cópia exata


das práticas de uma organização concorrente, com vistas a garantir o mesmo nível
de qualidade e a anular sua vantagem competitiva.

O benchmarking é o estudo das melhores práticas e não a cópia exata das


atividades de uma organização concorrente. Cada organização é diferente das
outras, por isso é preciso um grau de adaptação. Além disso, o objetivo não é
anular vantagens competitivas, mas conquistar. Questão ERRADA.

72 (CESPE/ADEPARA/2004) O ciclo PDCA de controle é um importante método


gerencial para o alcance da qualidade nas organizações, e uma de suas principais
fases é o momento em que se definem determinada meta e os métodos que
permitirão alcançá-la.

O ciclo PDCA, ciclo de Shewhart ou ciclo de Deming, foi introduzido no Japão após a
guerra, idealizado por Shewhart e divulgado por Deming, quem efetivamente o
www.pontodosconcursos.com.br 55
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

aplicou. O ciclo de Deming tem por princípio tornar mais claros e ágeis os
processos envolvidos na execução da gestão, como por exemplo na gestão da
qualidade, dividindo-a em quatro principais passos.

O PDCA é aplicado principalmente nas normas de sistemas de gestão e deve ser


utilizado (pelo menos na teoria) em qualquer empresa de forma a garantir o
sucesso nos negócios, independentemente da área ou departamento (vendas,
compras, engenharia, etc.).

O ciclo começa pelo planejamento, em seguida a ação ou conjunto de ações


planejadas são executadas, checa-se o que foi feito, se estava de acordo com o
planejado, constantemente e repetidamente (ciclicamente) e toma-se uma ação
para eliminar ou ao menos mitigar defeitos no produto ou na execução.
Também chamado de ciclo da melhoria contínua, o PDCA parte da insatisfação
com o status quo disseminado na cultura organizacional e pressupõe a análise de
processos com vistas a realizá-los de maneira otimizada. Pressupõe, assim, quatro
etapas:

a) planejar a mudança (to plan),


b) implementá-la (to do),
c) verificar o resultado (to check) e
d) agir corretivamente (to act correctly).
É importante ressaltar que o agir corretivamente não significa necessariamente que
houve erro na implementação do plano de melhoria. A última etapa do PDCA
consiste em verificar de que forma as atividades podem ser novamente
melhoradas. Por isso, inclusive, seu símbolo é um círculo, evidenciando que a
busca pela excelência não tem fim.

A fase em que são definidas as metas e os métodos que permitirão alcança-la é o


planejamento. Questão CORRETA.

73 (CESPE/STJ/2004) O alcance da qualidade no setor público pode estar


relacionado ao fato de os cidadãos terem sido atendidos em suas necessidades, à
redução dos custos da administração pública e a uma gestão de processos que se
desenvolva continuamente.

Entre os princípios da qualidade total temos a satisfação do cliente, no caso do


setor público o cidadão. A redução dos custos e dos desperdícios, eliminando-se
operações desnecessárias que não agregam valor e estoques; e a melhoria
contínua, presente no Kaizen, já que não podemos deixar de buscar a qualidade.
Questão CORRETA.

www.pontodosconcursos.com.br 56
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

74 (CESPE/STJ/2004) Alguns pontos podem ser buscados para se alcançar uma


nova gerência pública, tais como: eliminar da organização tudo aquilo que não
agrega valor a seus serviços, desenvolver novas tecnologias, desenvolver
processos continuados de planejamento e desenvolver programas de capacitação
contínua.

Novamente aqui temos os princípios da qualidade total. Questão CORRETA.

75 (CESPE/TRE-MA/2005) Quando o órgão público de controle do governo é


capaz de, por intermédio dos relatórios e dos controles de saída de recursos,
apurar os mínimos erros e desperdícios na construção de uma ponte, por exemplo,
é correto afirmar que tal governo possui gerenciamento de qualidade total.

Vimos que a primeira das eras da qualidade foi a da inspeção em massa. Ela era
caracterizada pelo controle dos erros ao final da produção, verificando-se todas as
unidades produzidas. Um órgão que consegue apurar os mínimos erros por
intermédio de relatórios e controles de saída está inserido nesta inspeção em
massa. Se ele adotasse a qualidade total, investiria na prevenção, porque depois
que a ponte já está construída as correções vão ser muito mais caras. Questão
ERRADA.

76 (CESPE/TRE-MA/2005) Em um governo cuja estrutura gerencial baseia-se na


gestão da qualidade total, a autoridade é centralizada, enfatizando o trabalho
conjunto das equipes de gerentes, especialistas e funcionários.

Na gestão da qualidade total, um dos princípios é o trabalho em equipes. Várias


cabeças juntas pensam melhor do que uma sozinha. Além disso, autoridade é
descentralizada, ocorrendo o enpowerment das equipes. Questão ERRADA.

77 (CESPE/INMETRO/2007) O planejamento estratégico, que considera a


organização como um todo e sua relação com o ambiente, relaciona-se à
formulação de objetivos e à escolha da melhor forma de alcançá-los.

Vejamos algumas definições de planejamento estratégico:

www.pontodosconcursos.com.br 57
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

Philip KOTLER: “O Planejamento Estratégico é uma metodologia


gerencial que permite estabelecer a direção a ser seguida pela
Organização, visando maior grau de interação com o ambiente”.

Mosimann e Fisch, “a finalidade do planejamento estratégico é


estabelecer quais serão os caminhos a serem percorridos para
atingir a situação desejada. É a arte da passagem do estágio
onde estou para o estágio onde quero ir”.

Maximiano caracteriza o planejamento estratégico como “o


processo de elaborar uma estratégia (ou plano estratégico), com
base na análise do ambiente e nos sistemas internos da
organização”.

Bateman e Snell argumentam que o planejamento estratégico


“envolve a tomada de decisões sobre os objetivos e estratégias
de longo prazo e que afetam a organização como um todo”.

Podemos resumir que o planejamento estratégico é um processo gerencial que


busca estabelecer objetivos para a organização como um todo e estabelecer os
caminhos a serem seguidos com o objetivo de otimizar sua relação com o
ambiente.

Questão CORRETA.

78 (CESPE/INMETRO/2007) Embora apresentem escopos e características


distintas, os níveis de planejamento estratégico, tático e operacional devem estar
alinhados quanto ao alcance dos objetivos máximos da organização.

Vimos na aula passada, na questão 22, que a estrutura organizacional se divide em


três níveis: estratégico tático e operacional. Com o planejamento ocorre a mesma
coisa.
O planejamento estratégico é feito para a organização como um todo, para o longo
prazo e é, normalmente, de responsabilidade dos níveis mais altos da empresa. Diz
respeito a seleção dos cursos de ação a serem seguidos, levando em conta as
condições externas e internas à empresa e sua evolução esperada. Também
considera as premissas básicas que a empresa, como um todo, deve respeitar para
que o processo estratégico tenha consistência e sustentação decisória.

O planejamento tático está relacionado com determinado setor, e não a empresa


como um todo. Trabalha com a decomposição dos objetivos, estratégias e políticas
estabelecidos no planejamento estratégico. O planejamento tático é desenvolvido

www.pontodosconcursos.com.br 58
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

em níveis organizacionais intermediários, como as gerências de recursos humanos,


de marketing, financeira, etc.

O planejamento operacional pode ser considerado como a formalização,


principalmente através de documentos escritos, das metodologias de
desenvolvimento e implantação estabelecidos. É neste nível que são estabelecidos
os objetivos e estratégias operacionais, que definem as ações específicas que
permitem realizar os objetivos dos níveis anteriores.

Questão CORRETA.

79 (CESPE/SGAPROC/2004) O planejamento estratégico de uma organização


envolve a tomada de decisões sobre os objetivos e estratégias para a organização
como um todo. É de responsabilidade dos ocupantes dos cargos estratégicos da
organização (diretores e presidente, e altos executivos), já que são eles que
possuem a capacidade e a visão ampla e atualizada do mercado, das tendências
econômicas e políticas.

Vimos que o planejamento estratégico é é voltado para a organização como um


todo e que é de responsabilidade dos níveis mais altos da empresa. Esta questão
está CORRETA. No entanto, não devemos entender que isto afaste os demais
níveis da organização do planejamento estratégico, como podemos observar na
próxima questão.

80 (CESPE/PRODEST/2006) Embora seja de responsabilidade da cúpula da


organização, é recomendável que o processo de planejamento estratégico envolva
a participação de todos os demais níveis organizacionais.

Esta questão também é CORRETA, já que o planejamento estratégico não pode


excluir os demais níveis organizacionais.

81 (CESPE/SGAPROC/2004) O planejamento tático traduz os objetivos e planos


estratégicos mais amplos em objetivos e planos específicos relevantes para uma
parte definida da organização, geralmente uma área funcional, como a gerência de
marketing ou a gerência de RH. Portanto, é correto afirmar que o planejamento
tático ou gerencial é desenvolvido e aplicado nesse nível organizacional.

www.pontodosconcursos.com.br 59
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

O planejamento tático realmente traduz os objetivos e planos estratégicos mais


amplos em objetivos e planos específicos. Ele faz a decomposição dos objetivos,
estratégias e políticas estabelecidos no planejamento estratégico. É a setorização
do planejamento estratégico, ou seja, cada gerência irá desenvolver seu
planejamento com base nas premissas do planejamento estratégico. Contudo,
apesar de ser desenvolvido no nível tático das organizações, ele não é aplicado
neste nível. Ele irá traçar os objetivos e diretrizes do setor, que serão aplicados no
nível operacional, por meio do planejamento operacional. A questão está ERRADA.

82 (CESPE/INMETRO/2007) O nível tático de planejamento compõe-se da


formalização, principalmente por meio de documentos escritos, e do detalhamento
das metodologias a serem operacionalizadas em uma unidade organizacional
específica.

Como vimos na Questão 78, esta é a definição de planejamento operacional, e não


do planejamento tático. Esta definição é de Djalma de Oliveira. Quando falamos em
operacionalização, estamos nos referindo ao planejamento operacional. Questão
ERRADA.

83 (CESPE/SGAPROC/2004) O planejamento operacional identifica os


procedimentos a ele pertinentes que devem ser desenvolvidos para que os
objetivos de médio e longo prazos sejam alcançados.

Quando falamos em operacionalização, em procedimentos, estamos falando do


planejamento operacional. Não é ele que estabelece os objetivos de médio e longo
prazos, mas é ele que estabelece os procedimentos que devem ser desenvolvidos
para se alcançar estes objetivos. Questão CORRETA.

84 (CESPE/SGAPROC/2004) É durante o desenvolvimento do planejamento


operacional que a análise ambiental, ou SWOT, é elaborada. Nessa análise, são
identificados os pontos fortes, fracos, as ameaças e as oportunidades relacionados
à organização.

A análise SWOT é um método de diagnóstico estratégico. O termo é a junção das


iniciais das palavras, em inglês: forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. A
análise ambiental é realizada no planejamento estratégico, já que é este que
estabelece as diretrizes da relação da empresa com seu ambiente. Questão
ERRADA.
www.pontodosconcursos.com.br 60
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

85 (CESPE/SGAPROC/2004) O planejamento estratégico difere do planejamento


operacional em uma dimensão temporal, porque ele se refere à tomada de
decisões a longo prazo.

Esta é uma das diferenças do planejamento estratégico em relação ao operacional.


Ele também é mais amplo, já que envolve a organização como um todo, apresenta
maiores riscos, justamente porque é mais amplo e de prazo maior, e tem uma
flexibilidade menor e suas decisões são mais irreversíveis.

Em relação ao planejamento tático, o planejamento estratégico também difere


numa dimensão temporal. O estratégico envolve decisões tem um alcance
temporal prolongado, enquanto o tático trabalha com prazos mais curtos.

Questão CORRETA.

86 (CESPE/UFT/2004) As fases fundamentais do planejamento estratégico são a


determinação do diagnóstico estratégico, a definição da missão da organização, a
definição de instrumentos prescritivos e quantitativos, o controle e a avaliação.

Um dos grandes problemas de questões de concursos públicos, principalmente em


administração, é que as bancas escolhem determinados autores e cobram seus
conceitos como se fossem a Verdade, apesar de diversos outros autores trazerem
formas diferentes de se conceituar as mesmas questões. Quando falamos em
fases do planejamento estratégico, teremos pela frente inúmeros autores
estabelecendo inúmeras fases diferentes. Contudo, temos que saber aquelas que a
banca considera como as corretas.

O CESPE gosta muito do Djalma de Oliveira, que foi quem elencou as fases que
estão nesta questão. Contudo, ele mesmo coloca que, quando se considera a
metodologia para o desenvolvimento estratégico nas empresas, têm-se duas
possibilidades:

ƒ Primeiro se define onde se quer chegar e depois se estabelece como a


empresa está para se chegar a situação desejada. Isto significa que
primeiro se estabelece a missão para depois ser feito o diagnóstico
estratégico.
ƒ Primeiro verifica-se como se está para então se estabelecer onde
quer chegar. O diagnóstico estratégico vem antes da definição da
missão.

www.pontodosconcursos.com.br 61
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

A vantagem do primeiro método é a possibilidade de maior criatividade no processo


pela não-existência de grandes restrições. Já a segundo metodologia apresenta a
vantagem de colocar o executivo com o pé no chão, já que na anterior o processo
pode ser muito mais ambicioso.

Um dos autores que adotou um modelo com base na primeira metodologia foi
Kotler, como podemos ver no diagrama abaixo:

A primeira etapa é a declaração da visão e missão, para depois ser feita a análise
do ambiente interno e do externo.

Djalma de Oliveira desenvolveu sua modelo com base na segunda metodologia. O


problema é que o CESPE adotou isto como verdade, como poderemos ver nas
duas próximas questões. A seguir veremos cada uma das fases propostas pelo
autor:

Fase I – Diagnóstico estratégico;


Fase II – Missão da empresa;
Fase III – Instrumentos prescritivos e quantitativos;
Fase IV – Controle e avaliação

Questão CORRETA.

87 (CESPE/INSS/2008) A primeira fase na elaboração de um planejamento de


longo prazo voltado para uma possível mudança no modelo de previdência social
seria a fixação dos novos objetivos.

www.pontodosconcursos.com.br 62
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

Esta questão foi dada como ERRADA. Justamente porque o CESPE considera que a
primeira fase do planejamento estratégico é o diagnóstico estratégico, e não o
estabelecimento da missão, dos objetivos. Contudo, esta questão deveria ser
anula, já que muitos autores defendem o que está na questão.

88 (CESPE/TJDFT/2008) No processo de planejamento, a definição da nova


missão da organização deve ocorrer após a etapa de diagnóstico estratégico.

Nesta questão o CESPE percebeu a besteira que estava fazendo e ela foi
ANULADA com a seguinte justificativa:
Embora a seqüência apresentada no item seja sugerida por
muitos autores, não é obrigatória, especialmente quanto à
procedência da definição da missão organizacional. Além disso,
deve-se considerar as peculiaridades de cada organização para a
adequada definição das atividades do planejamento.

Percebemos claramente a preferência do CESPE pelo início do planejamento


estratégico pelo diagnóstico.

89 (CESPE/ADEPARA/2004) O diagnóstico estratégico é uma das etapas da


elaboração do planejamento estratégico. Nesse momento, busca-se analisar
especialmente o ambiente interno da organização, com seus pontos fortes e fracos,
assim como as estratégias que deverão ser seguidas para que a organização
alcance seus objetivos.

O diagnóstico estratégico, também denominado de “auditoria de posição”, consiste


na análise do “como se está”. Podemos dividir esta fase em quatro etapas:

1) Identificação da Visão: identificam-se quais são as expectativas e os


desejos dos acionistas, conselheiros e elementos da alta administração da
empresa. A visão pode ser considerada como os limites que os principais
responsáveis pela empresa conseguem enxergar dentro de um período de
tempo mais longo e uma abordagem mais ampla.
2) Análise Externa: verifica as ameaças e oportunidades que estão no
ambiente da empresa e as melhores maneiras de evitar ou usufruir destas
situações. A empresa deve olhar para fora de si, para o ambiente onde
estão as oportunidades e ameaças.

www.pontodosconcursos.com.br 63
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

3) Análise Interna: verifica os pontos fortes, fracos e neutros da empresa. Os


pontos neutros também devem fazer patê da análise porque muitas vezes
não se têm condições de estabelecer se determinada atividade ou aspecto
está beneficiando ou prejudicando a empresa.

4) Análise dos Concorrentes: esta etapa, na realidade, decompõe um


aspecto da etapa da análise externa. Entretanto, o seu tratamento deve ser
detalhado, pois o produto final irá proporcionar a identificação das vantagens
competitivas da própria empresa e a dos concorrentes.

Um ponto importante nas questões do CESPE é que, quando ele prioriza uma
aspecto do assunto que está sendo cobrado, apesar deste aspecto quase sempre
não ser o mais importante, a questão não está errada. Nesta questão o CESPE diz
que no diagnóstico estratégico busca analisar “especialmente, o ambiente
interno”. É um equívoco dizer que a análise interna é mais importante que a
externa. Mas, sempre que o CESPE faz este tipo de coisa, usa termos como
“especialmente”, “principalmente”, “fundamentalmente”, “primordialmente”, a
questão não está errada. Veremos isso em outras questões ao longo do curso.
Por isso, apesar desta questão estar ERRADA, não creio que este trecho fosse
considerado errado. O erro está em dizer que as estratégias que deverão ser
seguidas são definidas no diagnóstico estratégico. As macroestratégias são
definidas junto com a missão, enquanto a estratégia é definida na fase dos
instrumentos prescritivos e quantitativos.

90 (CESPE/TJ-AP/2003) A identificação das oportunidades que possam surgir a


partir do ambiente externo é um dos principais elementos do planejamento
estratégico e deve ser realizada por meio do mapeamento das diversas dimensões
sociais e econômicas presentes no ambiente externo. Essas oportunidades
deverão ser identificadas logo após a definição das estratégias e antes da definição
das metas específicas.

O diagnóstico estratégico é a primeira fase do planejamento estratégico. Portanto,


as oportunidades serão identificadas antes da definição das estratégias e das
metas específicas. Questão ERRADA.

91 (CESPE/ADEPARA/2004) Antes de se elaborar o planejamento estratégico de


uma organização, é necessário que a missão e a visão de futuro dessa
organização estejam bem definidas.

www.pontodosconcursos.com.br 64
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

A definição da missão é uma das fases do planejamento estratégico, por isso ela
não é feita antes, mas durante o planejamento estratégico. Questão ERRADA.

92 (CESPE/SGA-DF/2004) A empresa Alfa foi criada para prestar serviços de


revelação fotográfica e venda de produtos para fotografia e vídeo. Cinco anos se
passaram e essa empresa teve um crescimento de 230% em relação ao primeiro
ano de funcionamento e 40% a mais em relação à média de crescimento dos seus
concorrentes, pois a qualidade de seus trabalhos abriu espaço para outros
segmentos de mercado, a exemplo dos convênios firmados com diversos órgãos
públicos locais. A missão de uma organização define o propósito fundamental e
único que ela tenta seguir, identificando seus produtos ou serviços e clientes.
Nesse contexto, é correto afirmar que a missão organizacional da empresa Alfa,
tendo-se passados 5 anos de vida e aplicação, não deverá ser alterada, pois os
índices de crescimento denotam a importância e a adequação da missão ao
mercado.

A missão é a razão de ser da empresa. Nesta fase, procura-se determinar qual o


negócio da empresa, porque ela existe, ou ainda em que tipos de atividades a
empresa deverá concentrar-se no futuro. Aqui procura-se responder à pergunta:
”Onde se quer chegar com a empresa?”.
Missão é uma forma de se traduzir determinado sistema de valores em termos de
crenças ou áreas básicas de atuação, considerando as tradições e filosofias das
empresa. Ela exerce a função orientadora e delimitadora da ação empresarial, e
isto dentro de um período longo de tempo, em que ficam comprometidos valores,
crenças, expectativas, conceitos e recursos.

Segundo Megginson:
A missão define o propósito fundamental e único que a
organização tenta seguir e identifica seus produtos ou serviços e
clientes. Assim a missão identifica a razão-de-ser da organização,
ou sejam o que ela representa.

Assim, apesar de Djalma de Oliveira sempre falar em propósitos, devemos


considerar como correta a afirmação de que a missão define o “propósito
fundamental e único” a organização.

A missão de uma organização pode ser aberta ou fechada. Ela será aberta quando
na sua missão não for mencionado produtos e/ou serviços específicos e fechada
quando é mencionado o produto e/ou serviço da organização. A empresa pode
trabalhar com qualquer uma das duas missões, mas é interessante conseguir
estabelecer uma missão aberta, pois a mesma propicia uma amplitude maior do
negócio. A empresa tem que estar preparada para não apenas definir a missão, e
www.pontodosconcursos.com.br 65
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

sim redefini-la quando julgar necessário e o mercado exigir. Assim, a missão não
deve ser pensada apenas com base no passado, mas principalmente olhando-se
para o futuro. Por isso a questão está ERRADA ao dizer que a missão da empresa
não deve ser alterada, apenas porque ela vem apresentando bons números.

93 (CESPE/ANATEL/2006) Um dos componentes do planejamento estratégico é


a missão, que pode ser definida como as declarações qualitativas e quantitativas
do que a empresa deseja alcançar em um futuro mensurável. A missão orienta a
definição dos objetivos e das metas organizacionais.

A missão não envolve declarações quantitativas, números. Envolve apenas


declarações qualitativas, de objetivos. Segundo Djalma de Oliveira, “a missão deve
ser entendida como uma identificação a ser seguida, mas nunca algo específico a
ser alcançado“. Portanto, a missão não precisa estabelecer um objetivo que a
empresa deseja alcançar em um futuro mensurável. Ela funciona como uma
bússola, que dirá qual é o norte da empresa. Questão ERRADA.

Na definição da missão é estabelecida a postura estratégica da organização, que é a


maneira como a organização se posiciona diante de seu ambiente. Também são
estabelecidas as macroestratégias e macropolíticas. As macroestratégias
correspondem às grandes ações ou caminhos que a empresa deverá adotar para
melhor interagir, usufruir e gerar vantagens no ambiente. Já as macropolíticas
correspondem às grandes orientações que servirão como base de sustentação
para as decisões, de caráter geral, que a empresa deverá tomar, para melhor
interagir com o ambiente.

94 (CESPE/BOAVISTA/2004) A missão corresponde à razão de ser de uma


empresa, devendo ser definida de modo realista e capaz de refletir as habilidades
essenciais dessa empresa.

Apesar de não precisar ser algo alcançável em um período de tempo pré-


determinado, a missão da empresa deve ser realista. Segundo Djalma de Oliveira:

A definição da missão da empresa é importante porque é nesse


ponto que se procura descrever as habilidades essenciais da
empresa.

Assim, a missão deve servir de guia para que a organização identifique as


competências que serão as mais importantes para que ela alcance seus objetivos.
Veremos na aula sobre gestão de competências, que o desenvolvimento de um
programa de gestão de competências tem uma perspectiva top-down, ou seja, a
www.pontodosconcursos.com.br 66
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

partir da estratégia, definem-se as competências essenciais, para depois serem


definidas as competências de gestão, as organizacionais e, por fim, as individuais.
Questão CORRETA.

95 (CESPE/DFTRANS/2008) O processo de implantação do planejamento


estratégico, com a aplicação dos instrumentos prescritivos e quantitativos
selecionados, somente deve ocorrer após a definição da missão da empresa.

Na fase dos instrumentos prescritivos e quantitativos a análise básica é de “como


chegar na situação que se deseja”. Para tanto, pode-se dividir esta fase em dois
tipos de instrumentos perfeitamente interligados: prescritivos e quantitativos.
Os instrumentos prescritivos vão proporcionar a explicitação o que a empresa
deve fazer para se direcionar no alcance de seus propósitos, que estão
estabelecidos dentro da missão. Eles devem respeitar as macropolíticas e
macroestratégias, que são estabelecidos na missão, ou seja, esta fase ocorre
depois da definição da missão. Questão CORRETA.

O tratamento dos instrumentos prescritivos pode ser realizado através de


determinadas etapas:

Estabelecimento de objetivos, desafios e metas: definem-se os objetivos, que são a


situação que se pretende atingir; os objetivos funcionais, que são objetivos
intermediários, relacionados Às áreas funcionais; os desafios, que são uma
realização que deve ser continuamente perseguida; e as metas, que são a
quantificação dos objetivos e desafios, a estipulação de prazos.

Estabelecimento de estratégias e políticas funcionais: a estratégia é o caminho


mais adequado a ser executado para se alcançar um objetivo; a política é a
definição dos níveis de delegação, faixas de valores e/ou quantidades limites e de
abrangência de estratégias e ações para consecução dos objetivos. Estabelecimento
dos projetos e planos de ação: os projetos são os trabalhos a serem feitos
com responsabilidades de execução, resultados esperados com quantificação
de benefícios e prazos para execução preestabelecidos; programas são os
conjuntos de projetos homogêneos quanto ao seu objetivo maior; planos de ação
são os conjuntos das partes comuns dos diversos projetos quanto ao assunto que
está sendo tratado.
Já os instrumentos quantitativos consistem nas projeções econômico-financeiras
do planejamento orçamentário, devidamente associadas à estrutura organizacional
da empresa, necessárias ao desenvolvimento dos planos de ação, projetos e
atividades previstas. Nessa etapa deve-se analisar quais são os recursos

www.pontodosconcursos.com.br 67
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

necessários e quais as expectativas de retorno para atingir os objetivos, desafios e


metas da empresa.

96 (CESPE/ADEPARA/2004) No contexto do planejamento estratégico, a função


de controle e avaliação auxilia na disponibilização de informações gerenciais
periódicas, para que seja rápida a intervenção no desempenho do processo.

Na fase de controle e avaliação verifica-se “como a empresa está indo” para a


situação desejada. Pode ser definida, em termos simples, como a ação necessária
para assegurar a realização das estratégias, objetivos, desafios, metas e projetos
estabelecidos. Essa função, em sentido amplo, envolve processos de:

ƒ Avaliação de desempenho;
ƒ Comparação do desempenho real com os desejáveis;
ƒ Análise dos desvios dos objetivos;
ƒ Tomada de ação corretiva provocada pelas análises efetuadas
ƒ Acompanhamento para avaliar a eficiência da ação de natureza
corretiva;
ƒ Adição de informações ao processo de planejamento para
desenvolver os ciclos futuros da atividade administrativa.

Questão CORRETA.

97 (CESPE/TJDFT/2008) A fase de controle e avaliação do planejamento


estratégico é uma das atividades inseridas na análise de pontos fortes e fracos
internos à organização.

A fase de controle e avaliação é uma fase separada do diagnóstico estratégico. Ela


avalia como está sendo a implantação da estratégia, e não qual a situação da
empresa antes da elaboração do planejamento. Questão ERRADA.

98 (CESPE/TST/2003) No planejamento estratégico, são definidos apenas dois


mecanismos de controle e de avaliação, a serem empregados em momentos
específicos: o controle preliminar, efetuado antes da ocorrência do evento que se
pretende controlar, e o controle corrente, efetuado ao mesmo tempo da ocorrência
do evento que se pretende controlar.

Os estágios de controle e avaliação são três:

www.pontodosconcursos.com.br 68
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

Controle preliminar ou prévio: feito antes da ocorrência ou fato que se pretende


controlar. Procura evitar que ocorram variações no plano, bem como minimização
do surgimento de problemas.

Controle corrente ou em tempo real: refere-se às atividades de controle e avaliação


efetuadas ao mesmo tempo da ocorrência do evento ou fato que se pretende
controlar. Procura corrigir o desempenho durante a sua execução.

Pós-controle: é feito após a ocorrência do evento ou fato que se pretende controlar.


Avalia os desvios ocorridos, determina as causas dos mesmos, bem como corrige
o desempenho programado.
Portanto, a questão está ERRADA porque não são dois, mas três os mecanismos
de controle e avaliação.

99 (CESPE/TCU/2007) A reengenharia, concebida como um aprimoramento ou


redesenho de processos, está voltada para a automação e robotização dos
processos de trabalho, com vistas à substituição de mão-de-obra por equipamento,
e conseqüente redução dos custos de produção e venda dos bens e serviços.

O termo reengenharia foi usado pela primeira vez no mundo dos negócios em
1990, no artigo “Reengineering Work: Don´t Automate, Obliterate”, de Michael
Hammer. Traduzindo o nome do artigo temos “Reengenharia do trabalho: não
automatize, elimine”. Pelo nome do artigo já podemos ver que a questão está
ERRADA, já que a reengenharia não é voltada para a automação e robotização
dos processos de trabalho.

Hammer apresentou a seguinte definição oficial:


Reengenharia é o ato de repensar e reprojetar de forma de forma
radical os processo de uma empresa para obter melhorias
drásticas em desempenho
A idéia por trás da reengenharia é que a maioria das organizações não foi
planejada para o que realmente faz:executar processos comerciais para criar e
fornecer produtos e serviços a seus clientes. Por isso, enquanto o cliente está
interessado no processo de ponta a ponta ou horizontal, a organização
freqüentemente está voltada para dentro, para as cadeias verticais de comando
através das quais administra seus departamentos. Por isso, Hammer defende que a
organização uma mudança radical, que abandone a forma anterior de trabalhar e
que comece a pensar da estaca zero. Segundo o autor:

Reengenharia é mudar a forma com que o trabalho é feito.


Reengenharia é começar novamente da estaca zero... É rejeitar
www.pontodosconcursos.com.br 69
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

os critérios convencionais e suposições recebidas do passado... É


inventar novas abordagens para a estrutura do processo que
tolerem pequena ou nenhuma semelhança com abordagens de
situações anteriores..

O ponto de partida da reengenharia não são os processos existentes e sim as


necessidades dos clientes destes processos a serem reestruturados. Trata-se,
portanto, de procurar a maneira mais acertada de se atingir determinado objetivo,
sem se preocupar com a forma como esse processo era conduzido no passado.

A principal característica da reengenharia é a redefinição dos desenhos de uma


organização, ou seja, reestruturar, aprimorar procedimentos, mudar atitudes e
comportamentos são as grandes prioridades dessa importante ferramenta de
gestão. Portanto, a questão também erra ao dizer que o objetivo da reengenharia é a
substituição de mão-de-obra por equipamento, e conseqüente redução dos
custos de produção e venda dos bens e serviços. Isto geralmente ocorre em
empresas que passam por reengenharia, mas não deve ser considerado como algo
intrínseco ao modelo, muito menos um objetivo.

100 (CESPE/MCT/2004) O conceito de reengenharia está originalmente


fundamentado em enxugamento de pessoal.

Apesar de os processos de reengenharia geralmente resultarem em redução no


número de trabalhadores, não devemos fazer essa associação. Segundo Hammer:
Reengenharia não é downsizing. Downsizing significa livrar-se de
pessoas e cargos para melhorar os resultados financeiros a curto
prazo. A reengenharia não tem nada em comum com este tipo de
resposta superficial e reativa a problemas. A reengenharia é o
repensar do trabalho desde as suas bases até o final, a fim de
eliminar todo trabalho desnecessário e de encontrar melhores
formas de realizar o que é necessário.

Questão ERRADA.

101 (CESPE/TJDFT/2008) A distribuição do trabalho proposta pela reengenharia


tem por base a divisão dos processos centrais da organização em atividades
estruturadas em departamentos distintos.

Um dos problemas que a reengenharia busca resolver é o fato de o trabalho


precisar atravessar vários departamentos para atender ao cliente. Cada
www.pontodosconcursos.com.br 70
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

transferência de departamento implica em uma nova fonte de atraso potencial,


porque o departamento que recebe o pedido pode estar trabalhando com um
conjunto diferente de prioridades. Nessas circunstâncias, pode facilmente
acontecer que fazer o que é melhor para o cliente não seja necessariamente fazer o
que o chefe do departamento recomendou. Cada vez que o trabalho é transferido
para outro departamento, o trabalho tem que entrar numa fila para ser processado
de acordo com as prioridades do departamento em que agora se encontra.

A organização da empresa passa a ser feita em torno de processo e não de


funções ou departamentos. Portanto, a questão está ERRADA, já que a
reengenharia busca a integração dos trabalhos realizados num processo, e não a
divisão em departamentos distintos.

102 (CESPE/TJDFT/2008) Em geral, a reengenharia pressupõe a mudança para


uma estrutura embasada em equipes direcionadas para o atendimento das
necessidades dos clientes.

O ponto de partida da reengenharia é o cliente. Os processos devem ser pensados


de forma a obter o melhor resultado para o cliente. Por isso a estrutura deve ser
pensada na integração das atividades relacionadas ao processo que busca atender o
cliente. Questão CORRETA.

103 (CESPE/UFT/2004) Alguns objetivos da reengenharia, em um processo de


mudança organizacional, referem-se ao redirecionamento da operação e da re-
análise do processo de trabalho. Além disso, a reengenharia objetiva melhorar a
qualidade, constituindo quase sempre uma meta dos projetos de reengenharia, ao
lado da redução de custos e do redirecionamento organizacional.

Uma medida das diferentes formas como as organizações interpretam o conceito


de reengenharia está na faixa de ambições daqueles que a estão aplicando.
Enquanto alguns buscam aperfeiçoar os processos, outros fazem a reformulação
radical de um ou mais processos. Alguns chegam a promover a reengenharia da
empresa, quando procura-se reformular todos os seus processos, reprojetando
toda a estrutura da empresa. Um número reduzido de empresa reconhece que
existe a necessidade de “reinventar o negócio”, se perguntando porque existem e o
que estão tentando conseguir. Questão CORRETA.

www.pontodosconcursos.com.br 71
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

104 (CESPE/CEARAPORTOS/2004) A reengenharia é uma ferramenta de gestão


que defende a reestruturação moderada dos processos empresariais, visando
alcançar resultados visíveis e drásticos.

A reengenharia defende a reestruturação radical, e não moderada. Questão


ERRADA.

105 (CESPE/SESPA/2004) Um dos fatores que podem levar ao fracasso da


reengenharia em uma organização refere-se ao fato de se tentar implementá-la de
cima para baixo, especialmente em se tratando de processos de trabalho.

A reengenharia deve ser implementada de cima para baixo (Top-down), tendo no


topo que existir uma grande convicção neste processo. Para tanto, é essencial que a
estratégia da empresa esteja bem definida, antes de se avançar para a
Reengenharia, pois esta só vale a pena se melhorar a posição estratégica da
empresa. A esta questão tem como gabarito ERRADA, justamente porque a
implantação deve ser de cima para baixo. Segundo Hammer:

Uma liderança forte e comprometida de um executivo é uma


condição sine qua non absoluta para a reengenharia. Somente
um executivo sênior que acredite na causa da reengenharia pode,
de fato, faze-la acontecer.Os funcionários dos níveis inferiores da
organização, não obstante quão inteligentes ou bem
intencionados, não têm a perspectiva necessária para ver os
processos como um todo e seus pontos fracos, nem a autoridade
para instituir os tipos de mudanças de longo alcance que a
reengenharia requer. A reengenharia nunca se faz de baixo para
cima (bottom-up). Ela é um fenômeno de cima para baixo (top-
down).

Contudo, é um absurdo dizer que isto não poderia levar ao fracasso. Os


empregados também devem participar do processo e podem criar sérios
obstáculos caso sejam contrários ao processo. Segundo Coulson-Thomas, entre os
fatores de sucesso na implantação da reengenharia é:

A visão da RPE deve ser ambiciosa e transparente; os objetivos


das mudanças devem ser amplamente divulgados e o programa
deve contar com a participação e o apoio dos empregados. Não
existe nenhuma técnica capaz de substituir a falta de objetivos e
de motivação.

Portanto, dizer que a implementação de cima para baixo não leva ao fracasso em
hipótese alguma é um equívoco muito grande. O importante é sabermos que o
www.pontodosconcursos.com.br 72
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

CESPE considera que a reengenharia vem de cima para baixo, que a participação
da cúpula é muito importante.

106 (CESPE/STJ/2004) A organização pública que se dispuser a implementar a


reengenharia deve observar que esse processo, entre outros aspectos a ele
inerentes, exige o efetivo comprometimento da alta cúpula, a utilização de
tecnologias de informação e o investimento em treinamento.

Já vimos que a reengenharia parte de cima, por isso é importante que a alta cúpula
esteja comprometida com a reengenharia. Isto vale também para o setor
público.Em relação à tecnologia da informação, José Gonçalves afirma que
A Reengenharia é uma combinação de técnicas de engenharia
industrial, métodos de pesquisa operacional, teoria da
administração e métodos de análise de sistemas de informação,
usando o poder da Tecnologia da Informação para transformar os
processos de negócios das organizações, tornando-as mais
competitivas em seus mercados.

A tecnologia torna-se um fator primordial dentro da reengenharia porque permite


que os processos sejam otimizados e as comunicações facilitadas. Contudo, não
devemos entender que a reengenharia vai sempre usar a Tecnologia da
Informação, modernizar sua tecnologia. Este não é o objetivo da reengenharia.
Veremos isso novamente na questão seguinte.
Por fim, para que uma empresa possa colher todos os benefícios de um programa
de reengenharia, é preciso que seus funcionários estejam preparados para assumir
novos papéis e usar novas tecnologias. Em alguns projetos de reengenharia,
grandes somas são investidas em TI para criar um potencial que não se torna
realidade por falta de investimentos em treinamento de pessoal.

Questão CORRETA.

107 (CESPE/CEARAPORTOS/2004) A reengenharia não pode ser aplicada em


uma organização, independentemente da utilização de modernas tecnologias.

Está questão está ERRADA porque a tecnologia não é algo intrínseco à


reengenharia, algo que seja imprescindível. Devemos sempre lembrar que o
objetivo maior da reengenharia é o redesenho de processos, buscando melhorar a
capacidade de atendimento às necessidades dos clientes.

www.pontodosconcursos.com.br 73
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

108 (CESPE/TJ-AP/2003) A combinação de vários processos em apenas um e a


execução de um trabalho onde faz mais sentido fazê-lo são algumas das
características dos processos que passaram por reengenharia.

Podemos enumerar alguns princípios da reengenharia:


1. Organizar os processos com base nos resultados e não nas tarefas: é preferível
ter uma pessoa desempenhando todos os passos de um processo, concebendo o
trabalho dessa pessoa à volta de um objetivo ou de um resultado. Através da
aplicação deste princípio podem ser evitados os erros causados pela passagem de
informação de tarefa para tarefa o que, além de atrasar o processo total, obriga
muitas vezes à repetição de tarefas mal executadas por não cumprirem os
requisitos da tarefa que se lhes segue.

2. Colocar aqueles que vão utilizar o output do processo a executá-lo: muitas


vezes, com o objetivo de se beneficiar das economias de escala e da
especialização, as empresas criam departamentos especializados para tratar de
tarefas especializadas. Cada departamento trata apenas de um tipo de trabalho e é
um "cliente" e um "fornecedor" de outros. Com a reengenharia, esses
departamentos passam a disponibilizar aos outros não os produtos que aqueles
necessitam, mas a informação necessária para que de uma forma mais eficiente e
eficaz os obtenham;

3. Colocar o processamento da informação nas mãos de quem a produz.: por falta


de confiança, por falta de tempo, ou ainda por motivos relacionados com a
especialização das tarefas, as empresas criavam departamentos que apenas
processavam a informação que outros geravam. Com as novas tecnologias e com
colaboradores mais informados, é hoje possível e desejável colocar o próprio
processamento da informação nas mãos de quem a cria.

4. Tratar os recursos dispersos geograficamente como se estivessem


centralizados: descentralizar um recurso (humano, equipamento, ou matéria prima)
oferece um melhor serviço a quem o utiliza. No entanto os custos da redundância,
da burocracia e a perda de economias de escala muitas vezes não o compensam.
O uso de Bases de Dados, Redes de Telecomunicações, permitem atualmente às
empresas recolher os benefícios de flexibilidade e serviço da descentralização,
mantendo a coordenação e controle, como se fosse um sistema centralizado;

5. Ligar atividades paralelas em vez de integrar apenas os seus resultados:


devem ser criadas ligações entre funções paralelas de modo a coordená-las
enquanto as suas atividades decorrem. Isto evita que o resultado de uma tarefa
efetuada por um departamento não encaixe com o resultado da tarefa paralela
efetuada por outro departamento, eliminando-se assim os custos do redesenho.

www.pontodosconcursos.com.br 74
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

6. Colocar o ponto de decisão onde o trabalho é executado, permanecendo o


controle implícito no processo: as pessoas que fazem o trabalho devem poder
tomar as decisões e o processo pode ter o controle implícito. Este princípio permite
que os níveis piramidais de gestão sejam comprimidos e que as organizações se
tornem mais "planas". Com trabalhadores que se gerem a si próprios e se auto-
controlam a hierarquia e burocracia lenta associada desaparecem.

7. Recolher a informação apenas uma vez e na fonte: quando havia dificuldade na


transmissão de informação, fazia sentido recolhê-la repetidamente. As empresas
tinham de viver com os atrasos associados, erros de entrada e custos. Hoje em dia,
quando se recolhe uma peça de informação, ela pode ser imediatamente arquivada
numa base de dados para ficar disponível a qualquer um que dela necessite.

A questão está CORRETA. A reengenharia busca, se possível, colocar o processo


todo na mão de uma só pessoa e vários processos devem ser combinados em
apenas um. Além disso, os processos devem ser executados onde faz mais sentido
fazê-los. Por exemplo, quando uma matéria-prima chega ao almoxarifado,não se
deve, alegando necessidade de maior controle, deixar a responsabilidade pela
confirmação do pedido com a Contabilidade, mas sim com o próprio Almoxarifado.

109 (CESPE/IGEPREV/2005) A deslinearização dos processos leva à


possibilidade de vários serviços passarem a ser realizados simultaneamente. No
entanto, ela não se relaciona com os objetivos de reengenharia, pois tende a gerar
retrabalho.

O quinto princípio da questão anterior defende que atividades paralelas devem ser
ligadas em vez de integrar apenas os seus resultados. Ele não defende que o
processo deve ser executado todo de forma linear, com as etapas só começando
assim que a anterior acabe. É inconcebível atualmente pensar que os processos
devem ser lineares, que não podem haver tarefas paralelas. No entanto, o gabarito
da questão é CORRETA. Este é um equívoco do CESPE.
Hammer identificou alguns fatores de sucesso na implantação da reengenharia.
Um deles é que:

1. Os passos são executados na ordem natural: isso não significa que o processo
deve ser linear. Muitos processos contêm tarefas que precisam esperar
desnecessariamente umas pelas outras e que a imposição de prioridades ou
seqüências de atividades retarda o trabalho. A necessidade de executar tarefas em
uma ordem preestabelecida pode ser evitada introduzindo-se o acesso simultâneo
de muitas atividades aos mesmos documentos, o que pode ser obtido com o auxílio
da tecnologia da informação.

Outros fatores de sucesso apontados por Hammer:


www.pontodosconcursos.com.br 75
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

2. Vários cargos são combinados: há uma “compressão horizontal” porque,


sempre que possível, um processo distribuído e fragmentado é transformado em
missão para uma só pessoa.

3. As decisões são tomadas pelos empregados: a reengenharia promove a


delegação de poderes e o encorajamento da criatividade dos empregados. Isso
diminui a quantidade de níveis hierárquicos na organização, reduzindo a
quantidade de gerentes intermediários. Assim, além da “compressão horizontal”,
temos também um achatamento vertical.

4. O mesmo processo pode ser executado de várias formas: a idéia de realizar as


coisas sempre da mesma forma, que era lógica no tempo da produção em massa,
tornou-se obsoleta. Hoje, é mais razoável que existam várias versões do mesmo
processo para atender a uma grande variedade de casos.

5. Os controles e verificações são reduzidos: a reengenharia afirma que os


controles e verificações não contribuem para aumentar o valor do produto e
portanto devem ser minimizados. Entretanto, Hammer reconhece que os controles
podem ter um papel importante, principalmente quando realizados de forma global e
a posteriori.

6. A necessidade de compatibilização é reduzida: como o processo passa a ser


feito, do início ao fim, pela mesma equipe, diminuem-se os erros na passagem do
trabalho de uma unidade para outra.

7. O único ponto de contato é o gerente do processo: a reengenharia defende que o


processo seja colocado na mão de poucas pessoas, de uma só equipe, ou então, se
possível, de uma só pessoa. Contudo, em processos complexos, em que isso
não é possível, o processo deve ter apenas um ponto de contato com o cliente,
somente um gerente de caso (case manager) deve se relacionar com ele, ou seja,
não deve haver várias pessoas fazendo isso ao mesmo tempo.

110 (CESPE/PRODEPA/2004) Algumas das características fundamentais de


processos que passaram por reengenharia são o aumento das verificações e dos
controles, que aumentam a qualidade do serviço prestado ao cliente, e a
fragmentação de tarefas, o que aumenta a produtividade nos trabalhos realizados
na organização.

A reengenharia busca a diminuição das verificações e dos controles e a


coordenação das tarefas, a compressão dos processos em apenas um. Questão
ERRADA.

www.pontodosconcursos.com.br 76
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

111 (CESPE/STJ/2004) A reengenharia é uma tecnologia gerencial que pode ser


muito útil para as organizações públicas, pois exige pensar os processos que, a
partir de uma reestruturação, deverão aumentar o número de gerentes de linha
intermediária, possibilitando o aumento dos elos entre a cúpula estratégica e o
núcleo operacional.

A reengenharia pode ser muito útil para o setor público sim. Tudo bem que, se me
perguntarem se o TCU deve fazer reengenharia, é óbvio que vou responder que
não, já que sou um servidor público e prezo pelo meu trabalho (hehehe, brincadeira
gente). Tudo bem que reengenharia não quer dizer enxugamento de pessoal, mas
também dificilmente vai resultar em aumento no número de trabalhadores. A
reengenharia diminui a organização tanto horizontalmente quanto verticalmente,
reduzindo o número de gerentes de linha. Questão ERRADA.

112 (CESPE/TJDFT/2008) Muitos dos problemas verificados nos processos de


reengenharia decorrem da dificuldade das organizações em redistribuir as relações
de poder e os processos administrativos necessários à nova configuração dos
trabalhos.

Vimos na questão XXX que a reengenharia defende que o ponto de decisão deve
estar onde o trabalho é executado, que as decisões são tomadas pelos
empregados. Redistribuir o poder é uma das maiores dificuldades enfrentadas
pelas organizações que promovem a reengenharia. A redistribuição dos processos
administrativos também é outro obstáculo, já que as pessoas são resistentes à
mudança e não querem deixar de fazer aquilo que faziam a anos. Questão
CORRETA.

113 (CESPE/CEARAPORTOS/2004) Genericamente, espera-se que um processo


profundo de reengenharia provoque a introdução de novos valores e crenças na
cultura de uma organização.

A reengenharia começa com um reprojeto do processo, mas não termina por aí.
Uma mudança radical e fundamental na estrutura do processo tem efeitos que
serão difundidos por todos os aspectos do negócio. Um aspecto vital da revolução
da reengenharia é a reformulação do sistema de valores da organização.
Inevitavelmente, os valores dão forma ao comportamento das pessoas e à maneira
como elas executam seu trabalho.
Quando se realiza a reengenharia de um processo, é vital que os valores sejam
realinhados.Tentar passar um novo processo para pessoas que tenham valores
www.pontodosconcursos.com.br 77
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

condizentes com o processo antigo é a receita do caos. É duplamente importante


que as pessoas interiorizem os novos valores que os processos novos venham a
requerer, porque esses valores também representarão uma ferramenta-chave de
gerencial para o ambiente onde se realiza a reengenharia.

Um marco que se atribui à reengenharia, é que ela cria processos com flexibilidade
muito maior do que aqueles que ela substitui. Os regulamentos ou manuais de
procedimentos tornam-se irrelevantes, à medida que dos membros das equipes de
processos se espera que focalizem um resultado para o cliente.

Questão CORRETA.

114 (CESPE/CEARAPORTOS/2004) Uma das críticas mais comuns ao modelo


baseia-se no fato de que muitas empresas se limitaram ao corte de custos por meio
de demissões de pessoal em grande escala, argumentando que realizavam a
reengenharia.

O grande problema que surgiu quando a reengenharia virou um modismo é que


muitas organizações passaram a dizer que faziam reengenharia, quando, na
verdade, estavam apenas reduzindo pessoal Ela passou a ser usada nos mais
diversos setores, sem o mínimo critério e planejamento, provocando o que
Prahalad e Hamel chamaram de “anorexia corporativa”. Este termo significa que a
empresa que enfatiza unicamente a reengenharia como ferramenta competitiva
tende a ficar “magra”, mais fraca e sem “músculos” para desenvolver as
competências básicas que serão essenciais para o seu sucesso no futuro. É
importante esclarecer que os autores não desmerecem a reengenharia enquanto
ferramenta de gestão, apenas consideram-na como uma das ferramentas a ser
utilizada nos momentos adequados e não como a solução para todos os
problemas. Questão CORRETA.

115 (CESPE/SEGER/2007) Os sistemas tradicionais de controle e avaliação dos


resultados de uma organização tendem a enfatizar o resultado financeiro final. A
necessidade de sistemas que ofereçam uma visão de conjunto combina produtos e
fatores, medidas financeiras e não-financeiras. Uma das ferramentas concebidas
para isso chama-se balanced scorecard, que focaliza várias dimensões do
desempenho, desdobrando-se em medidas específicas. Na perspectiva do cliente,
por exemplo, deve-se ter indicadores que respondam como ele enxerga a
organização.

Para KAPLAN e NORTON, criadores do Balanced Scorecard (BSC):

www.pontodosconcursos.com.br 78
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

O Balanced Scorecard é basicamente um mecanismo para a


implementação da estratégia, não para sua formulação [...]
qualquer que seja a abordagem utilizada [...] para a formulação de
sua estratégia, o Balanced Scorecard oferecerá um mecanismo
valioso para a tradução dessa estratégia em objetivos, medidas e
metas específicos.

O BSC corresponde a um sistema de avaliação do desempenho organizacional que


leva em consideração que os indicadores financeiros, por si mesmos, não refletem
perfeitamente a efetividade da organização. Os indicadores financeiros somente
medem os resultados dos investimentos e das atividades, medidas em termos
monetários. Crescia o entendimento de que era necessário um instrumento que
contivesse as medidas do desempenho que capturassem as atividades da empresa
como um todo.

Balanced Scorecard pode ser traduzido como Indicadores Balanceados de


Desempenho, ou ainda Cenário Balanceado , já que o objetivo é fornecer uma
visão equilibrada da organização sob diversos aspectos, e não só a perspectiva
financeira. Por isso, o BSC está estrutura em quatro perspectivas:

a) Perspectiva Financeira: Nesta perspectiva, as medidas financeiras são valiosas


e demonstram as conseqüências econômicas imediatas de ações consumadas.
Deve-se compreender que desta forma, os acionistas terão uma clara percepção
da gestão da empresa. Com a elaboração do BSC os objetivos financeiros devem
estar vinculados à estratégia da empresa. Exemplos: lucratividade, retorno sobre o
investimento, fluxo de caixa, retorno sobre o capital.
b) Perspectiva dos Clientes: como a organização é vista pelo cliente e como ela
pode atendê-lo da melhor maneira possível. Os indicadores devem mostrar se os
www.pontodosconcursos.com.br 79
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

serviços prestados estão de acordo com a missão da organização. Exemplos:


satisfação do cliente, pontualidade na entrega, participação no mercado,
tendências, retenção de clientes e aquisição de clientes potenciais.

c) Perspectiva dos processos internos: os processos de negócios que a


organização precisa ter excelência. Os indicadores devem mostrar se os processos
e a operação estão alinhados e se estão gerando valor. Exemplos: qualidade,
produtividade, desenvolvimento de novos produtos, logística, comunicação interna e
interfaces. As atividades internas devem estar direcionadas para o atendimento
das demandas originadas pelos indicadores voltados para os clientes. Afinal, o
desempenho excelente do ponto de vista do cliente decorre de processos, decisões
e ações em todo o âmbito da organização.

d) Perspectiva do Aprendizado e Crescimento: a capacidade da organização para


melhorar continuamente e se preparar para o futuro. Os indicadores devem mostrar
como a organização pode aprender e se desenvolver para garantir o crescimento.
Exemplos: índices de renovação dos produtos, desenvolvimento de processos
internos, inovação, competências e motivação das pessoas.

Questão CORRETA.

Diz-se que os indicadores financeiros são de retardo. São o resultado das ações
anteriormente praticadas. O BSC complementa estes indicadores com os
orientadores do desempenho econômico futuro, ou indicadores de comando.

O BSC, a partir de uma visão integrada e balanceada da organização, tem por


objetivo descrever, implementar e gerenciar estratégia em todos os níveis de uma
empresa através do alinhamento de objetivos, iniciativas e indicadores da
estratégia da organização

O Scorecard fornece à empresa uma visão de desempenho integrada, visto que


engloba quatro perspectivas.

116 (CESPE/TCU/2005) O BSC é um método de planejamento estratégico que


agrega objetivos, medidas e iniciativas de desempenho com base em quatro
perspectivas integradas e que podem ser hierarquizadas desde o nível
organizacional até o nível dos indivíduos que atuam na organização.

Na definição de Kaplan e Norton da questão anterior, eles falam que “o Balanced


Scorecard é basicamente um mecanismo para a implementação da estratégia, não
para sua formulação”. A partir deste trecho, a questão estaria errada.

www.pontodosconcursos.com.br 80
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

Contudo, as experiências de aplicação do BSC revelam que executivos arrojados


utilizam o BSC não apenas como um instrumento de medida do desempenho
organizacional, mas também como ferramenta de gestão, sendo também utilizado
para estabelecer metas individuais e de equipes, remuneração, alocação de
recursos, planejamento, orçamento, feedback e aprendizado estratégico. Portanto,
ele está sendo usado com objetivos que vão muito além dos pensado por Kaplan e
Norton.

O BSC se transformou assim num sistema de gerenciamento estratégico. Embora a


intenção original do sistema do BSC fosse equilibrar os números históricos
financeiros com as diretrizes de valor futuro para a organização, à medida que mais
e mais empresas testaram o conceito, descobriram que ele era uma ferramenta
essencial para o alinhamento de ações de curto prazo com sua estratégia.

A partir de uma visão integrada e balanceada da organização, o BSC tem por


objetivo descrever, implementar e gerenciar estratégia em todos os níveis de uma
empresa através do alinhamento de objetivos, iniciativas e indicadores da
estratégia da organização.

Questão CORRETA.

117 (CESPE/TCU/2007) O balanced scorecard estabelece um sistema de


comunicação a partir de quatro perspectivas: a financeira, a dos processos
internos, a do cliente e a de aprendizado. Essa estrutura, que possibilita a
articulação dos resultados pretendidos pela organização, avalia o desempenho
atual e as perspectivas futuras, podendo-se compatibilizar o desempenho esperado
do indivíduo com aqueles estratégicos para a organização.

Dizemos que o BSC estabelece um sistema de comunicação porque ele representa


de forma gráfica como está o desempenho da organização e das pessoas. Ao
longo dos anos posteriores a divulgação de seu trabalho, Kaplan e Norton
descobriram que as empresas não apenas estavam, utilizando o BSC para
complementar medidas financeiras com os orientadores de desempenho futuro,
mas também comunicando suas estratégias através do BSC. O BSC se tornou uma
importante ferramenta na tradução da estratégia e para contar sua história a todos
os funcionários.

Podemos dizer então que o BSC pode ser utilizado como um sistema de medição,
um sistema de gerenciamento estratégico e um sistema de comunicação. Questão
CORRETA.

www.pontodosconcursos.com.br 81
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

118 (CESPE/INMETRO/2007) O balanced scorecard (BSC) é um método


administrativo que, sem fazer uso de indicadores financeiros, propicia a avaliação
estratégica da organização por meio da utilização de indicadores operacionais.

O BSC não abandona a perspectiva financeira, ele agrega outras perspectivas a


ela. Questão ERRADA.

119 (CESPE/TRE-AP/2007) A mensuração da evolução do aprendizado e


crescimento organizacional, no modelo BSC, depende do emprego de indicadores
com visão de futuro, chamados key performance indicators, bem como de
indicadores de passado, chamados de key goal indicadors.

Key Goal Indicators (KGI) Indicam o que deve ser cumprido. Objetivo. são os
drivers de negócio, usualmente suportam as perspectivas financeiras e clientes,
são medidas que refletem se atingiu-se a meta, são medidas após o fato ocorrido
Key Performance Indicators (KPI) são orientados ao processo, focam o como. Eles
referem-se às perspectivas dos processos internos e do aprendizado e
crescimento. São medidas que refletem as tendências em termos de atingir ou não
a meta no futuro, são medidas antes do fato.
A questão está ERRADA porque a perspectiva do aprendizado e crescimento
depende somente de indicadores com visão de futuro, os KPI. Ela não depende
dos KGI.

120 (CESPE/SENADO/2002) A limitação da aplicação da abordagem balanced


scorecard em organizações públicas ocorre, principalmente, pelo fato de que esta
baseia-se, originalmente, em uma cadeia de agregação de valor cujo resultado final
é a satisfação do consumidor.

Não há limitações para a aplicação do BSC em organizações públicas. Ainda mais


porque o BSC possui uma perspectiva que avalia justamente a satisfação do
consumidor, a perspectiva dos clientes. Questão ERRADA.

Pessoal, ficamos por aqui.

Até a próxima,
Rafael.
www.pontodosconcursos.com.br 82
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

LISTA DAS QUESTÕES

1. (CESPE/MDS/2006) Modelos de gestão participativa tensionam a forma de


gestão burocrática e demandam, para seu efetivo funcionamento, alterações na
forma de se dirigirem organizações públicas e de se gerenciarem seus recursos e
procedimentos.

2. (CESPE/MDS/2006) O modelo de administração pública societal incorpora aos


modelos burocráticos e gerenciais tradicionalmente fechados práticas que ampliam
a relação Estado-sociedade, como a instituição de conselhos gestores de políticas
públicas e o orçamento participativo.

3. (CESPE/MDS/2006) A experiência com os conselhos na sociedade brasileira,


entre eles o de assistência social, está inserida em uma dinâmica societária que
assegura a constituição de espaços públicos e plurais, assim como o exercício do
controle social pelos agentes e beneficiários da política.

4. (CESPE/IGEPREV/2005) Um dos princípios do modelo pós-burocrático é o da


participação popular no governo, em que este transfere à comunidade a
responsabilidade da garantia de que os serviços sejam prestados, mas permanece
com o poder decisório, ou seja, o controle dos serviços públicos permanece com o
governo.

5. (CESPE/CENSIPAM/2006) No modelo gerencial, a participação da população no


governo se dá pela transferência do poder decisório da burocracia para as
comunidades, que controlam os serviços públicos, sem a responsabilidade final de
garantir que os serviços sejam prestados, uma vez que os objetivos da participação
popular são remover os obstáculos existentes ao controle social, encorajar as
comunidades organizadas a dirigirem os serviços que lhes são prestados, oferecer
estímulos necessários e transferir os recursos requeridos para enfrentar os
problemas em nível de cada comunidade.

6. (CESPE/INSS/2007) Quando as autoridades realizam consultas sobre um


determinado assunto a grupos determinados, ocorre a denominada
pseudoparticipação.

www.pontodosconcursos.com.br 83
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

7. (CESPE/CAMARA/2003) O orçamento participativo é uma das experiências


bem-sucedidas utilizadas por governos nacionais.

8. (CESPE/TCU/2007) Em defesa da legitimidade das decisões comunitárias,


atribui-se ao orçamento participativo o mérito de conferir maior fidelidade à
programação de investimentos, ao contrário da flexibilidade que caracteriza o
processo convencional de programação.

9. (ESAF/MPOG/2008) O Orçamento Participativo é um processo educativo que,


por meio de um formato institucional que favorece o aprendizado da política como
arena de alianças, negociações, conflitos e barganhas, faz com que se chegue, a
partir de demandas particularistas e locais, a uma visão mais abrangente dos
problemas urbanos e das limitações governamentais.

10. (ESAF/MPOG/2008) Considera-se que o maior mérito do Orçamento


Participativo consiste em combinar as características democráticas e progressistas
da participação direta, com a capacidade de competir vantajosamente com as
práticas clientelistas.

11. CESPE/SENADO/2002) Orçamento participativo é uma das experiências bem-


sucedidas no aperfeiçoamento da representação política.

12. (CESPE/INSS/2007) Nos anos 80 do século passado, os conselhos


comunitários fundamentavam-se nos princípios de participação direta, em
contraponto à participação representativa, típica dos conselhos populares.

13. (CESPE/FUNCAP/2004) Após a Constituição de 1988, vários conselhos de


representação descentralizada e paritária foram criados, cobrindo diferentes
setores da política social, e outros, já existentes, sofreram atualizações, assumindo
caráter deliberativo.

14. (CESPE/FUNCAP/2004) A criação de conselhos é um fato nos municípios


brasileiros, seja por força de suas leis orgânicas, seja por força das legislações
federal ou estaduais.

15. (CESPE/PCPAADM/2006) O sucesso atual dos conselhos está relacionado ao


contexto favorável em que estes foram implantados, como, por exemplo, a
valorização das instâncias de representação coletiva.

16. (CESPE/PCPAADM/2006) Os conselhos são espaços públicos com força legal


para atuar nas políticas públicas, na definição de suas prioridades, de seus
www.pontodosconcursos.com.br 84
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

conteúdos e recursos orçamentários, de segmentos sociais a serem atendidos e na


avaliação dos resultados.

17. (CESPE/PCPAADM/2006) A experiência de mais de uma década demonstra a


facilidade de os conselhos realizarem efetivamente o controle social, garantindo
direitos na formulação e gestão das políticas públicas.

18. (CESPE/MDS/2006) A transparência, o controle democrático, a representação


de interesses coletivos, a ampliação dos fóruns de decisão política, o
enfrentamento da cultura autoritária e a superação da cultura assistencial
constituem elementos essenciais para a efetivação das potencialidades dos
conselhos.

19. (CESPE/PMVSAUDE/2007) Os conselhos de gestão estabelecem a ligação do


Estado com a sociedade civil de forma a obter seu apoio institucional.

20. (ESAF/MPOG/2008) Embora não chegue a impedir a realização do trabalho


das ouvidorias municipais, estaduais e federais, a falta de uma legislação federal
específica que regulamente a função das ouvidorias no país é considerada uma
das principais falhas do sistema brasileiro de ouvidorias.

21. (CESPE/CNPQ/2003) O Programa Sociedade da Informação envolve os órgãos


da administração direta, mas também contempla o setor privado nos seus
programas.

22. (CESPE/SENADO/2002) A implementação do governo eletrônico envolve a


disponibilização de informações pertinentes aos atos e fatos de determinadas
organizações ou perfil de atuação de determinados setores, promovendo maior
transparência, principalmente mediante webpages na Internet.

23. (CESPE/SENADO/2002) A implementação do governo eletrônico envolve a


implementação de centrais integradas de atendimento e relacionamento com
segmentos usuários de serviços e informações públicas.

24. (MINHA AUTORIA) O governo eletrônico deve promover a universalização


do acesso aos serviços públicos em termos de cobertura e equanimidade da
qualidade oferecida e os sítios e serviços on-line do Governo Federal devem
priorizar a prestação de serviços para as classes C, D, E, sem detrimento da
qualidade dos demais serviços já disponíveis na Internet.

www.pontodosconcursos.com.br 85
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

25. (CESPE/SENADO/2002) A implementação do governo eletrônico envolve a


diminuição da exclusão digital, mediante a promoção de uma cultura de utilização e
popularização do acesso às tecnologias informacionais a segmentos específicos.

26. (CESPE/CNPQ/2003) Recentemente, foi aprovada no Congresso lei que obriga


o uso de software livre por parte dos órgãos federais da administração direta.

27. (CESPE/SENADO/2002) A implementação do governo eletrônico envolve a


aplicação maciça de tecnologia da informação, visando a otimização de processos
de trabalho.

28. (MINHA AUTORIA) O A arquitetura e-PING (Padrões de Interoperabilidade de


Governo Eletrônico) define um conjunto mínimo de premissas, políticas e
especificações técnicas que regulamentam a utilização da Tecnologia de
Informação e Comunicação (TIC) na interoperabilidade de Serviços de Governo
Eletrônico, estabelecendo as condições de interação com os demais Poderes e
esferas de governo e com a sociedade em geral, sendo sua adoção obrigatória
para os órgãos e entidades da administração direta e indireta do Poder Executivo
Federal.

29. (CESPE/SENADO/2002) A implementação do governo eletrônico envolve o


incentivo à sociedade informacional, mediante maciços investimentos para o
desenvolvimento do mercado de tecnologia informacional, principalmente no que
diz respeito à conectividade.

30. (CESPE/MPEAM/2008) A cartilha do modelo de acessibilidade do governo


eletrônico (e-MAG) foi desenvolvida para facilitar o acesso aos sítios do governo
federal e identifica quatro tipos principais de situações por parte dos usuários com
deficiência: acesso aos computadores sem o uso de mouse, teclado, monitor ou
áudio.

31. (CESPE/AGU/2004) A transparência e a desburocratização são, entre outras,


obrigações do Estado decorrentes do princípio da eficiência.

32. (CESPE/FUNAG/2005) A administração pública deve tornar transparentes


todos os seus atos e decisões na esfera administrativa indiscriminadamente para
que assim o princípio da publicidade seja respeitado.

33. (CESPE/SGA-ESP/2006) Entre os mecanismos que concretizam os princípios


constitucionais de democratização e de controle social, incluem-se os conselhos de
políticas públicas e as conferências.

www.pontodosconcursos.com.br 86
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

34. (MINHA AUTORIA) O controle social pode se dar por meio do monitoramento
autônomo, em que a sociedade tem a possibilidade de mover ações para
invalidação de atos que atentem contra o patrimônio público.

35. (CESPE/CAMARA/2003) A ação popular constitui atributo da cidadania, se


configura como instrumento de democracia direta no direito brasileiro e tem
natureza fiscalizatória.

36. (CESPE/TCU/2007) A ação popular é importante instrumento de fiscalização do


Estado pelo cidadão, mas seus resultados têm sido bastante limitados; além de ter
sua legitimação ativa restrita ao cidadão, apresenta, em geral, insuficiência de
comprovação técnica das irregularidades apontadas e assistência jurídica
deficiente.

37. (CESPE/TCE-PE/2004) A ação popular, tal como prevista na Constituição da


República, não é necessariamente dependente da prova do requisito da lesividade
econômica para que seu pedido seja julgado procedente.

38. (CESPE/MPE-TO/2006) Em caso de desistência da ação popular ou na


hipótese de inexistência de interesse por parte de outros legitimados no
prosseguimento da ação, o Ministério Público poderá requerer a sua integração à
lide, como litisconsorte facultativo do autor. E, nessa condição, poderá promover e
regular andamento do processo, que, por exigência legal, só será extinto com
julgamento do mérito.

39. (CESPE/TST/2003) Um missionário estrangeiro, nascido na República de


Angola, país de língua portuguesa, residente no Brasil há um ano ininterrupto,
ingressou com ação popular contra o proprietário de uma fazenda, situada na
região amazônica, sob a alegação de que o fazendeiro estaria mantendo, em sua
propriedade, vários índios na condição de escravos. A ação popular não é cabível
para o caso, pois essa modalidade de ação judicial tem por objetivo anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade da qual o Estado participe, à
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.

40. (CESPE/TJ-BA/2003) A Constituição da República prevê que se concederá


mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania.

41. (CESPE/CGE-PB/2007) O mandado de injunção não é instrumento adequado à


determinação de edição de portaria por órgão da administração direta.

www.pontodosconcursos.com.br 87
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

42. (CESPE/BOMBEIROS/2006) O mandado de injunção possui caráter


simplesmente declaratório e não mandamental.

43. (CESPE/CGE-PB/2007) A ação civil pública não se presta ao controle de atos


lesivos ao meio ambiente.

44. (CESPE/MPE-TO/2006) A legitimidade passiva na ação civil pública é ampla,


compreendendo pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, ou seja,
qualquer pessoa a quem se impute responsabilidade por danos morais e
patrimoniais causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor
artístico, estético, turístico e paisagístico.

45. (CESPE/DPU/2007) Os efeitos da sentença que julga procedente a pretensão


aviada em ação civil pública são limitados à competência territorial do órgão
prolator, sendo inviável, sob pena de ofensa ao princípio da coisa julgada, a
extensão dos efeitos dessa sentença a todo o território nacional. Assim, a
execução dessa sentença só poderá ser promovida pelas pessoas atingidas pela
ilegalidade reconhecida por ela e desde que domiciliadas na área de abrangência
da decisão.

46. (CESPE/PGE-PB/2007) Não é possível a utilização da via da ação civil pública


para declarar, mesmo que incidentalmente, a inconstitucionalidade de uma lei, sob
pena de usurpação da competência do STF, já que a sentença proferida naquela
ação tem eficácia erga omnes.

47. (CESPE/DETRAN/2003) O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado


por qualquer partido político ou pelo Ministério Público em defesa da coletividade.

48. (CESPE/MCT/2004) O termo accountability indica a imputação de


responsabilidade pela utilização de recursos e pelo alcance de resultados.

49. (CESPE/TERRACAP/2004) Não se pode dizer que accountability esteja


relacionada com o processo de reforma do Estado e com a responsabilização do
servidor público.

50. (CESPE/MRE/2006) A segregação, em órgãos distintos, das atividades de


formulação e de implementação de políticas públicas foi um dos pilares das
reformas pós-burocráticas, apresentando como vantagem o aumento da
flexibilidade e da agilidade operacional do sistema, e, como principal desvantagem, a
diminuição da accountability.

www.pontodosconcursos.com.br 88
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

51. (MINHA AUTORIA) O controle exercido pelo TCU é uma forma de


accountability vertical, diz respeito a necessidade de prestação de contas dos
agentes públicos à sociedade.

52. (CESPE/TRT-1ª/2008) As ferramentas de gestão privada e da gestão pública


diferem substancialmente, não se prestando a adaptação dessas ferramentas para
utilização em outro ambiente distinto daquele para que foi concebido inicialmente.

53. (CESPE/TJDFT/2008) Considerando a linha evolutiva da gestão da qualidade


nas organizações, é correto afirmar que o controle estatístico da produção constitui
etapa posterior ao controle total da qualidade.

54. (CESPE/PETROBRAS/2007) Uma das características do controle total de


qualidade é que dele não se exclui nada nem ninguém; ao contrário, amplia-se a
empresa e envolve-se toda a organização, o que acaba por atingir fornecedores e
clientes.

55. (CESPE/INMETRO/2007) Segundo os pressupostos da qualidade total, a


evolução do simples controle para a gestão da qualidade ocorre quando o processo
de planejamento da qualidade passa a ter como premissa básica o atendimento às
necessidades dos clientes.

56. (CESPE/STM/2004) Qualidade total é o conjunto de idéias e ações que


colocam a qualidade como ponto central das atividades de uma organização.

57. (CESPE/UEPA/2008) A qualidade total não é um objetivo em si, mas, sim, um


meio, para que a empresa, que envolve todas as pessoas e todos os órgãos da
organização, possa atingir os objetivos e resultados desejados.

58. (CESPE/TJDF/1998) A idéia de kaizen está associada à melhoria contínua de


processos organizacionais.

59. (CESPE/PETRONM/2004) O principal objetivo de um programa fundamentado


nos 5S é a manutenção da ordem no local de trabalho e sua aplicação em uma
indústria visa manter a produtividade das linhas de produção.

60. (CESPE/UFT/2003) O círculo da qualidade é uma importante ferramenta da


qualidade, que tem como objetivo imediato auxiliar na resolução de problemas de
qualidade e de eficiência nas organizações, mas não visa explorar o
desenvolvimento da criatividade e a melhoria da comunicação nos grupos de

www.pontodosconcursos.com.br 89
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

trabalho, que são deixadas como objetos de trabalho da área de recursos humanos
da organização.

61. (CESPE/MMA/2008) Utilizando-se o princípio ou a análise de Pareto, aplicado à


administração da qualidade, é possível demonstrar, por meio de um gráfico que
apresente uma curva do tipo ABC, que a maior parte dos defeitos é responsável
pela quase totalidade dos prejuízos.

62. (CESPE/UFT/2004) A análise de Pareto não pode ser considerada uma


ferramenta válida para o gerente que busca o desenvolvimento da qualidade em
sua organização, especialmente em virtude do fato de que ela falha na priorização
das causas dos problemas.

63. (CESPE/TJ-AP/2003) Análise de Pareto, conhecida também como diagrama de


Ishikawa, constitui ferramenta fundamental da qualidade que auxilia o gerente na
classificação e na priorização dos problemas enfrentados nos processos
organizacionais.

64. (CESPE/SGA-DF/2004) O diagrama Ishikawa, ou espinha de peixe, utiliza a


divisão das possíveis causas dos problemas por classes. Trata-se de um
levantamento quantitativo dos problemas e é usado para consolidar a análise dos
problemas encontrados.

65. (CESPE/BOAVISTA/2004) Diferentemente do estoque, as operações


desnecessárias no processo produtivo não agregam valor ao produto, constituindo
desperdícios a serem eliminados pela organização.

66. (CESPE/TCU-Auditor/2007) Ao identificar uma atividade que não adiciona valor


ao serviço prestado, o administrador, para avaliar a conveniência da eliminação ou
modificação dessa atividade, deve proceder a uma análise custo-benefício de sua
decisão, em que o custo da mudança seja confrontado com os seus benefícios,
medidos pela redução dos lucros e(ou) acréscimo das despesas.

67. (CESPE/ADEPARA/2004) A eliminação de desperdício torna-se cada vez mais


uma função importante para qualquer organização que busca a qualidade de modo
contínuo, o que significa que se deve reduzir ao mínimo a atividade que não agrega
valor ao produto. Nesse contexto, buscar a produção flexível e evitar a utilização do
método just in time são idéias fundamentais para eliminar o desperdício.

68. (CESPE/MMA/2008) Entre os novos paradigmas da administração, destaca-se


o que se convencionou denominar downsizing, tendência em foco a partir de

www.pontodosconcursos.com.br 90
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

meados dos anos 80 do século passado, que se caracteriza pelo alargamento da


hierarquia, aumento dos quadros de chefia e concentração dos poderes de
decisão.

69. (CESPE/STJ/2004) O downsizing é um dos mais importantes e relevantes


recursos na busca da eficiência e do equilíbrio fiscal do setor público, devendo ser
utilizado em qualquer processo de modernização administrativa, pois garante o
máximo de eficiência e resultados para o cidadão.

70. (CESPE/PETROBRAS/2004) A gestão da qualidade total TQM (total quality


management) tem duas características principais: foco no atendimento aos clientes
e resolução sistemática dos problemas por meio de equipes constituídas de
empregados da linha de produção. Uma das ferramentas utilizadas para ajudar a
resolver os problemas é o benchmarking, que consiste no estudo das melhores
organizações do mundo na realização de uma determinada tarefa, cujos
procedimentos passam a ser adotados como padrão.

71. (CESPE/INMETRO/2007) A técnica do benchmarking consiste na cópia exata


das práticas de uma organização concorrente, com vistas a garantir o mesmo nível
de qualidade e a anular sua vantagem competitiva.

72. (CESPE/ADEPARA/2004) O ciclo PDCA de controle é um importante método


gerencial para o alcance da qualidade nas organizações, e uma de suas principais
fases é o momento em que se definem determinada meta e os métodos que
permitirão alcançá-la.

73. (CESPE/STJ/2004) O alcance da qualidade no setor público pode estar


relacionado ao fato de os cidadãos terem sido atendidos em suas necessidades, à
redução dos custos da administração pública e a uma gestão de processos que se
desenvolva continuamente.

74. (CESPE/STJ/2004) Alguns pontos podem ser buscados para se alcançar uma
nova gerência pública, tais como: eliminar da organização tudo aquilo que não
agrega valor a seus serviços, desenvolver novas tecnologias, desenvolver
processos continuados de planejamento e desenvolver programas de capacitação
contínua.

75. (CESPE/TRE-MA/2005) Quando o órgão público de controle do governo é


capaz de, por intermédio dos relatórios e dos controles de saída de recursos,
apurar os mínimos erros e desperdícios na construção de uma ponte, por exemplo, é
correto afirmar que tal governo possui gerenciamento de qualidade total.

www.pontodosconcursos.com.br 91
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

76. (CESPE/TRE-MA/2005) Em um governo cuja estrutura gerencial baseia-se na


gestão da qualidade total, a autoridade é centralizada, enfatizando o trabalho
conjunto das equipes de gerentes, especialistas e funcionários.

77. (CESPE/INMETRO/2007) O planejamento estratégico, que considera a


organização como um todo e sua relação com o ambiente, relaciona-se à
formulação de objetivos e à escolha da melhor forma de alcançá-los.

78. (CESPE/INMETRO/2007) Embora apresentem escopos e características


distintas, os níveis de planejamento estratégico, tático e operacional devem estar
alinhados quanto ao alcance dos objetivos máximos da organização.

79. (CESPE/SGAPROC/2004) O planejamento estratégico de uma organização


envolve a tomada de decisões sobre os objetivos e estratégias para a organização
como um todo. É de responsabilidade dos ocupantes dos cargos estratégicos da
organização (diretores e presidente, e altos executivos), já que são eles que
possuem a capacidade e a visão ampla e atualizada do mercado, das tendências
econômicas e políticas.

80. (CESPE/PRODEST/2006) Embora seja de responsabilidade da cúpula da


organização, é recomendável que o processo de planejamento estratégico envolva
a participação de todos os demais níveis organizacionais.

81. (CESPE/SGAPROC/2004) O planejamento tático traduz os objetivos e planos


estratégicos mais amplos em objetivos e planos específicos relevantes para uma
parte definida da organização, geralmente uma área funcional, como a gerência de
marketing ou a gerência de RH. Portanto, é correto afirmar que o planejamento
tático ou gerencial é desenvolvido e aplicado nesse nível organizacional.

82. (CESPE/INMETRO/2007) O nível tático de planejamento compõe-se da


formalização, principalmente por meio de documentos escritos, e do detalhamento
das metodologias a serem operacionalizadas em uma unidade organizacional
específica.

83. (CESPE/SGAPROC/2004) O planejamento operacional identifica os


procedimentos a ele pertinentes que devem ser desenvolvidos para que os
objetivos de médio e longo prazos sejam alcançados.

84. (CESPE/SGAPROC/2004) É durante o desenvolvimento do planejamento


operacional que a análise ambiental, ou SWOT, é elaborada. Nessa análise, são

www.pontodosconcursos.com.br 92
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

identificados os pontos fortes, fracos, as ameaças e as oportunidades relacionados à


organização.

85. (CESPE/SGAPROC/2004) O planejamento estratégico difere do planejamento


operacional em uma dimensão temporal, porque ele se refere à tomada de
decisões a longo prazo.

86. (CESPE/UFT/2004) As fases fundamentais do planejamento estratégico são a


determinação do diagnóstico estratégico, a definição da missão da organização, a
definição de instrumentos prescritivos e quantitativos, o controle e a avaliação.

87. (CESPE/INSS/2008) A primeira fase na elaboração de um planejamento de


longo prazo voltado para uma possível mudança no modelo de previdência social
seria a fixação dos novos objetivos.

88. (CESPE/TJDFT/2008) No processo de planejamento, a definição da nova


missão da organização deve ocorrer após a etapa de diagnóstico estratégico.

89. (CESPE/ADEPARA/2004) O diagnóstico estratégico é uma das etapas da


elaboração do planejamento estratégico. Nesse momento, busca-se analisar
especialmente o ambiente interno da organização, com seus pontos fortes e fracos,
assim como as estratégias que deverão ser seguidas para que a organização
alcance seus objetivos.

90. (CESPE/TJ-AP/2003) A identificação das oportunidades que possam surgir a


partir do ambiente externo é um dos principais elementos do planejamento
estratégico e deve ser realizada por meio do mapeamento das diversas dimensões
sociais e econômicas presentes no ambiente externo. Essas oportunidades
deverão ser identificadas logo após a definição das estratégias e antes da definição
das metas específicas.

91. (CESPE/ADEPARA/2004) Antes de se elaborar o planejamento estratégico de


uma organização, é necessário que a missão e a visão de futuro dessa
organização estejam bem definidas.

92. (CESPE/SGA-DF/2004) A empresa Alfa foi criada para prestar serviços de


revelação fotográfica e venda de produtos para fotografia e vídeo. Cinco anos se
passaram e essa empresa teve um crescimento de 230% em relação ao primeiro
ano de funcionamento e 40% a mais em relação à média de crescimento dos seus
concorrentes, pois a qualidade de seus trabalhos abriu espaço para outros
segmentos de mercado, a exemplo dos convênios firmados com diversos órgãos

www.pontodosconcursos.com.br 93
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

públicos locais. A missão de uma organização define o propósito fundamental e


único que ela tenta seguir, identificando seus produtos ou serviços e clientes.
Nesse contexto, é correto afirmar que a missão organizacional da empresa Alfa,
tendo-se passados 5 anos de vida e aplicação, não deverá ser alterada, pois os
índices de crescimento denotam a importância e a adequação da missão ao
mercado.

93. (CESPE/ANATEL/2006) Um dos componentes do planejamento estratégico é a


missão, que pode ser definida como as declarações qualitativas e quantitativas do
que a empresa deseja alcançar em um futuro mensurável. A missão orienta a
definição dos objetivos e das metas organizacionais.

94. (CESPE/BOAVISTA/2004) A missão corresponde à razão de ser de uma


empresa, devendo ser definida de modo realista e capaz de refletir as habilidades
essenciais dessa empresa.

95. (CESPE/DFTRANS/2008) O processo de implantação do planejamento


estratégico, com a aplicação dos instrumentos prescritivos e quantitativos
selecionados, somente deve ocorrer após a definição da missão da empresa.

96. (CESPE/ADEPARA/2004) No contexto do planejamento estratégico, a função


de controle e avaliação auxilia na disponibilização de informações gerenciais
periódicas, para que seja rápida a intervenção no desempenho do processo.

97. (CESPE/TJDFT/2008) A fase de controle e avaliação do planejamento


estratégico é uma das atividades inseridas na análise de pontos fortes e fracos
internos à organização.

98. (CESPE/TST/2003) No planejamento estratégico, são definidos apenas dois


mecanismos de controle e de avaliação, a serem empregados em momentos
específicos: o controle preliminar, efetuado antes da ocorrência do evento que se
pretende controlar, e o controle corrente, efetuado ao mesmo tempo da ocorrência
do evento que se pretende controlar.

99. (CESPE/TCU/2007) A reengenharia, concebida como um aprimoramento ou


redesenho de processos, está voltada para a automação e robotização dos
processos de trabalho, com vistas à substituição de mão-de-obra por equipamento,
e conseqüente redução dos custos de produção e venda dos bens e serviços.

100. (CESPE/MCT/2004) O conceito de reengenharia está originalmente


fundamentado em enxugamento de pessoal.

www.pontodosconcursos.com.br 94
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

101. (CESPE/TJDFT/2008) A distribuição do trabalho proposta pela reengenharia


tem por base a divisão dos processos centrais da organização em atividades
estruturadas em departamentos distintos.

102. (CESPE/TJDFT/2008) Em geral, a reengenharia pressupõe a mudança para


uma estrutura embasada em equipes direcionadas para o atendimento das
necessidades dos clientes.

103. (CESPE/UFT/2004) Alguns objetivos da reengenharia, em um processo de


mudança organizacional, referem-se ao redirecionamento da operação e da re-
análise do processo de trabalho. Além disso, a reengenharia objetiva melhorar a
qualidade, constituindo quase sempre uma meta dos projetos de reengenharia, ao
lado da redução de custos e do redirecionamento organizacional.

104. (CESPE/CEARAPORTOS/2004) A reengenharia é uma ferramenta de


gestão que defende a reestruturação moderada dos processos empresariais,
visando alcançar resultados visíveis e drásticos.

105. (CESPE/SESPA/2004) Um dos fatores que podem levar ao fracasso da


reengenharia em uma organização refere-se ao fato de se tentar implementá-la de
cima para baixo, especialmente em se tratando de processos de trabalho.

106. (CESPE/STJ/2004) A organização pública que se dispuser a implementar a


reengenharia deve observar que esse processo, entre outros aspectos a ele
inerentes, exige o efetivo comprometimento da alta cúpula, a utilização de
tecnologias de informação e o investimento em treinamento.

107. (CESPE/CEARAPORTOS/2004) A reengenharia não pode ser aplicada em


uma organização, independentemente da utilização de modernas tecnologias.

108. (CESPE/TJ-AP/2003) A combinação de vários processos em apenas um e a


execução de um trabalho onde faz mais sentido fazê-lo são algumas das
características dos processos que passaram por reengenharia.

109. (CESPE/IGEPREV/2005) A deslinearização dos processos leva à


possibilidade de vários serviços passarem a ser realizados simultaneamente. No
entanto, ela não se relaciona com os objetivos de reengenharia, pois tende a gerar
retrabalho.

110. (CESPE/PRODEPA/2004) Algumas das características fundamentais de


processos que passaram por reengenharia são o aumento das verificações e dos
www.pontodosconcursos.com.br 95
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

controles, que aumentam a qualidade do serviço prestado ao cliente, e a


fragmentação de tarefas, o que aumenta a produtividade nos trabalhos realizados
na organização.

111. (CESPE/STJ/2004) A reengenharia é uma tecnologia gerencial que pode


ser muito útil para as organizações públicas, pois exige pensar os processos que, a
partir de uma reestruturação, deverão aumentar o número de gerentes de linha
intermediária, possibilitando o aumento dos elos entre a cúpula estratégica e o
núcleo operacional.

112. (CESPE/TJDFT/2008) Muitos dos problemas verificados nos processos de


reengenharia decorrem da dificuldade das organizações em redistribuir as relações
de poder e os processos administrativos necessários à nova configuração dos
trabalhos.

113. (CESPE/CEARAPORTOS/2004) Genericamente, espera-se que um


processo profundo de reengenharia provoque a introdução de novos valores e
crenças na cultura de uma organização.

114. (CESPE/CEARAPORTOS/2004) Uma das críticas mais comuns ao modelo


baseia-se no fato de que muitas empresas se limitaram ao corte de custos por meio
de demissões de pessoal em grande escala, argumentando que realizavam a
reengenharia.

115. (CESPE/SEGER/2007) Os sistemas tradicionais de controle e avaliação dos


resultados de uma organização tendem a enfatizar o resultado financeiro final. A
necessidade de sistemas que ofereçam uma visão de conjunto combina produtos e
fatores, medidas financeiras e não-financeiras. Uma das ferramentas concebidas
para isso chama-se balanced scorecard, que focaliza várias dimensões do
desempenho, desdobrando-se em medidas específicas. Na perspectiva do cliente,
por exemplo, deve-se ter indicadores que respondam como ele enxerga a
organização.

116. (CESPE/TCU/2005) O BSC é um método de planejamento estratégico que


agrega objetivos, medidas e iniciativas de desempenho com base em quatro
perspectivas integradas e que podem ser hierarquizadas desde o nível
organizacional até o nível dos indivíduos que atuam na organização.

117. (CESPE/TCU/2007) O balanced scorecard estabelece um sistema de


comunicação a partir de quatro perspectivas: a financeira, a dos processos
internos, a do cliente e a de aprendizado. Essa estrutura, que possibilita a
articulação dos resultados pretendidos pela organização, avalia o desempenho
www.pontodosconcursos.com.br 96
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

atual e as perspectivas futuras, podendo-se compatibilizar o desempenho esperado


do indivíduo com aqueles estratégicos para a organização.

118. (CESPE/INMETRO/2007) O balanced scorecard (BSC) é um método


administrativo que, sem fazer uso de indicadores financeiros, propicia a avaliação
estratégica da organização por meio da utilização de indicadores operacionais.

119. (CESPE/TRE-AP/2007) A mensuração da evolução do aprendizado e


crescimento organizacional, no modelo BSC, depende do emprego de indicadores
com visão de futuro, chamados key performance indicators, bem como de
indicadores de passado, chamados de key goal indicadors.

120. (CESPE/SENADO/2002) A limitação da aplicação da abordagem balanced


scorecard em organizações públicas ocorre, principalmente, pelo fato de que esta
baseia-se, originalmente, em uma cadeia de agregação de valor cujo resultado final é
a satisfação do consumidor.

GABARITO

1-C 21 - C 41 - E 61 - E 81 - E 101 - E
2-C 22 - C 42 - E 62 - E 82 - E 102 - C
3-E 23 - C 43 - E 63 - E 83 - C 103 - C
4-E 24 - C 44 - C 64 - E 84 - E 104 - E
5-C 25 - C 45 - C 65 - E 85 - C 105 - E
6-C 26 - E 46 - E 66 - E 86 - C 106 - C
7-E 27 - C 47 - E 67 - E 87 - E 107 - E
8-C 28 - E 48 - C 68 - E 88 - - 108 - C
9-C 29 - C 49 - E 69 - E 89 - E 109 - C
10 - C 30 - C 50 - C 70 - C 90 - E 110 - E
11 - C 31 - C 51 - E 71 - E 91 - E 111 - E
12 - E 32 - E 52 - E 72 - C 92 - E 112 - C
13 - C 33 - C 53 - E 73 - C 93 - E 113 - C
14 - C 34 - E 54 - C 74 - C 94 - C 114 - C
15 - E 35 - C 55 - C 75 - E 95 - C 115 - C
16 - C 36 - C 56 - C 76 - E 96 - C 116 - C
17 - E 37 - C 57 - C 77 - C 97 - E 117 - C
18 - C 38 - E 58 - C 78 - C 98 - E 118 - E
19 - E 39 - C 59 - E 79 - C 99 - E 119 - E
20 - C 40 - C 60 - E 80 - C 100 - E 120 - E

www.pontodosconcursos.com.br 97
CURSO – ON-LINE - ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS
P/ TCU
PROFESSOR RAFAEL ENCINAS

BIBLIOGRAFIA

AZEVEDO, Sérgio de. Considerações sobre a experiência brasileira do orçamento


participativo. Disponível em: www.rls.org.br/publique/media/Sergio_Azevedo.pdf

COULSON-THOMAS, Colin. Reengenharia dos Processos Empresariais: mitos e


realidades. Rio de Janeiro: Record, 1996.

GOHN, Maria da Glória. Conselhos gestores e participação sociopolítica. São


Paulo: Cortez, 2007.

MENDES, Daniel Henrique Bini. Ação Popular Ambiental e acesso à Justiça:


considerações acerca da legitimidade ativa. Disponível em:
www.ibap.org/teses2004/teses2004d20.doc

NIVEN, Paul R. Balanced Scorecard passo-a-passo. Rio de Janeiro: Qualymark,


2005.

OLIVEIRA, Djalma de Pinto Rebouças de. Planejamento Estratégico: Conceitos,


Metodologias, Práticas. 7a ed., São Paulo : Atlas, 1993.

PAULA, Ana Paula Paes de. Administração Pública Brasileira: entre o


gerencialismo e a gestão social. Disponível em:
http://www.rae.com.br/redirect.cfm?ID=2025

PAZZAGLINI FILHO, Marino, et. al. Improbidade administrativa: aspectos jurídicos


da defesa do patrimônio público. São Paulo: Atlas, 1999

RAICHELIS, Raquel. Democratizar a Gestão das Políticas Sociais – Um Desafio a


Ser Enfrentado pela Sociedade Civil. Disponível em:
http://www.fnepas.org.br/pdf/servico_social_saude/texto1-4.pdf

TAVARES, Mauro Calixta. Planejamento Estratégico: a opção entre sucesso e


fracasso empresarial. São Paulo: Editora Harbra, 1991.

TEIXEIRA, Sonia Maria Fleury. O desafio da gestão das redes de políticas.


Disponível em:
www.lead.org.br/filemanager/download/375/O_Desafio_da_Gestão_de_Redes_de_
Políticas.pdf

www.pontodosconcursos.com.br 98

S-ar putea să vă placă și