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AJUSTE COMPLEMENTAR
ENTRE O BRASIL E CEPAL/ILPES
APOSTILA
Claudia Botteon
A avaliação de projetos é uma ferramenta que permite tomar decisões isto é, ajuda a
determinar como utilizar os recursos disponíveis da melhor forma possível (uso eficiente
dos recursos).
• Conceito de projeto.
• Avaliação econômica de projetos.
• Soluções e alternativas.
• Pontos de vista a partir dos quais se faz a avaliação.
• Ciclo de vida de um projeto.
A. Conceito de projeto
Do ponto de vista da avaliação, projeto é um plano de ação que implica usar recursos
produtivos e que é capaz de gerar benefícios por si mesmo. Ou seja, todo projeto utilizará
recursos produtivos (custos) e obterá satisfação no futuro (benefícios). Por isso se diz
que um projeto é uma fonte de custos e benefícios que ocorrem através do tempo.
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projeto a implementação de uma política econômica, como a colocação de um subsídio à
exportação de um bem, a eliminação de um imposto à produção etc.
Dada a ampla gama de decisões que podem ser analisadas, a avaliação de projetos é
uma tarefa interdisciplinar, onde intervêm especialistas de diferentes ramos (engenheiros
civis e/ou médicos, arquitetos, administradores de empresas, economistas etc.). Cada um
contribui com pontos de vista diferentes, num trabalho conjunto (para que seja eficiente).
Por exemplo, num projeto de "nutrição infantil" faz falta a intervenção de médicos,
sociólogos e economistas.
O indicador mais utilizado, por ser mais confiável, é o valor presente líquido, que é igual à
soma dos valores atuais dos benefícios líquidos do projeto, calculados utilizando a taxa
de desconto. Também se costuma calcular outros indicadores, tais como a taxa interna
de retorno, a relação beneficio/custo etc.
O estudo de um projeto surge como resposta a uma ideia que procura solucionar um
problema ou a forma de aproveitar uma oportunidade.
Por exemplo, pode ser necessário avaliar de um projeto que consiste em construir uma
escola numa zona rural, na qual o estabelecimento existente não tem capacidade para
atender a demanda educativa da zona. Para realizar a tarefa correta, é necessário revisar
todos os antecedentes relacionados com este projeto. Isto permitirá identificar outras
formas de solucionar o problema de demanda de educação insatisfeita: ampliar a escola
existente, ampliar os turnos da escola existente, transferir alunos a outra escola
localizada a certa distância etc., ou inclusive uma solução mista entre as opções
indicadas.
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Isto implica que um mesmo problema pode ser solucionado de diferentes maneiras, cada
uma delas constituindo um projeto. Há que avaliar todas para estar seguro quanto ao
mais conveniente. Ademais, dentro de cada projeto há decisões quanto a tamanho,
momento ótimo para iniciá-lo, qualidade, tecnologia etc. que deve ser considerado. Isto
implica que há que avaliar cada um dos projetos (soluções ao problema) com suas
diferentes alternativas.
Um mesmo projeto pode ser objeto de diferentes avaliações econômicas. Portanto, antes
de iniciar sua avaliação, é importante esclarecer sob que ponto de vista será feito. Este
elemento é fundamental para definir os benefícios e custos a considerar, e seus
respectivos valores.
Avaliação privada
A avaliação privada é feira sob o ponto de vista de uma pessoa (empresário, empregado
de uma empresa, membro de uma família etc.) ou grupo de pessoas (empresários,
família, obreiros de uma fábrica etc.).
Em uma avaliação privada é essencial indicar desde o ponto de vista de quem é feita. Um
exemplo permitirá esclarecer este tema. Na hipótese de avaliação de um projeto
educativo sob o ponto de vista da instituição que o implementaria, ou de uma das
pessoas a beneficiadas. Assim, se os alunos devem pagar uma matrícula pela educação
recebida, quando o projeto avalia desde o ponto de vista de um deles, esse pagamento
representa um custo de educação; sob o ponto de vista da instituição, a cobrança da
matrícula constitui um benefício.
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não convém ao país. A contaminação não entra como custo na avaliação privada, o que
ocorre na social.
Os projetos normalmente passam, ao longo da sua vida, por uma série de fases e etapas.
Nelas as idéias se transformam de investimento em investimento concreto que, depois,
permitem produzir bens ou serviços. É claro que muitos projetos ficam no caminho, isto é,
sua execução é adiada e inclusive nunca chegam a ser executados.
• Pré-investimento.
• Investimento.
• Operação.
Fase de pré-investimento
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de cada componente do investimento, dos custos operativos e dos benefícios. A partir
desta informação se realiza uma avaliação preliminar do projeto. Em muitos aspectos,
nesta etapa se costuma utilizar informação básica secundária, isto é, elaborada
anteriormente por outras pessoas ou instituições.
Seu objetivo fundamental é determinar se existem antecedentes que justifiquem
abandonar o projeto sem efetuar gastos futuros em estudos que pesquisam com
maior e melhor profundidade. Descartam-se alternativas tecnicamente não viáveis.
Por exemplo: na avaliação de um projeto de construção de um condomínio fechado,
podem-se pesquisar quantas permissões de projetos similares foram solicitadas e
aprovadas. De acordo com o resultado obtido pode-se chegar à conclusão de
abandonar o estudo do projeto por agora. Esta conclusão pode ser obtida sem ter
chegado a calcular os benefícios e custos do projeto.
• Etapa de pré-viabilidade: trata-se de obter informação mais precisa do que na etapa
anterior e de incorporar dados adicionais gerados pela equipe avaliadora, como
selecionar as alternativas de tecnologia, tamanho, localização, etc., que resultem
mais promissoras, com o objetivo de aprofundar seu estudo na etapa seguinte.
A ênfase nesta etapa consiste em medir os custos e benefícios de cada alternativa
identificados na etapa de perfil e formar ou montar o fluxo de benefícios líquidos. No
entanto, projetam-se os custos e benefícios sobre a base de critérios quantitativos,
mas servindo-se de informação secundária elaborada por terceiros (por exemplo, da
instituição governamental que elabora as estatísticas).
• Etapa de viabilidade: consiste em estudar com maior detalhe a alternativa que na
etapa anterior surge como a mais conveniente, para conseguir uma maior precisão e
diminuir o risco envolvido no projeto.
Sua ênfase está em valorizar em forma mais precisa possível os benefícios e os
custos. A etapa de viabilidade, a diferença da anterior, procura determinar a
informação na fonte que a gera. Por exemplo, se um dos itens a considerar na
avaliação de um projeto é a "compra de um terreno", na etapa de pré-viabilidade se
estima seu valor de forma aproximada. Se a superfície do terreno requerido for
aproximadamente de 3.000 m2 e o preço médio do m2 na zona é de R$ 500, na etapa
de pré-viabilidade utiliza-se como valor de investimento o resultado do produto de
ambos os valores, isto é, R$ 1.500.000. Na etapa de viabilidade, o analista deverá
verificar-se a existência de um terreno das dimensões desejadas, já que o mais
provável é do que não se obtenha um do tamanho exato requerido. Desta forma, se o
terreno mais próximo ao tamanho requerido tivesse 3.180 m2, a etapa de viabilidade
deverá considerar como investimento o valor de R$ 1.590.000.
Estas etapas podem variar em sua duração e profundidade, até o ponto de omitir alguma
delas. De cada uma surge um informe ou relatório que explica o realizado e as
conclusões obtidas.
O salto de uma etapa a outra implica decidir se convém fazer um investimento adicional
para estudar o projeto mais profundamente, tendo em conta os resultados obtidos até
esse momento. O avaliador, em função de sua experiência, pode indicar que esse projeto
está em condições de passar à etapa seguinte. É o mesmo que quando uma pessoa
aprende a conduzir um automóvel. Se o aluno pergunta ao instrutor quando deve mudar
a marcha, não é fácil indicar o momento exato. No entanto, depois com a prática, o aluno
sozinho sabe quando passar da segunda marcha para a terceira.
Em cada etapa, avalia-se se deve continuar com os estudos, recusar o projeto, postergá-
lo ou executá-lo. No caso de decidir pela execução, o projeto passa à fase seguinte.
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Fase de investimento
Nesta fase são realizadas as ações que permitem a execução física do projeto, até deixá-
lo em condições de produzir os bens e serviços que constituem seu objetivo.
Fase de operação
F. Bibliografia
FONTAINE, Ernesto, Evaluación social de proyectos, 12a. ed. (México, Alfaomega, 1999).