Sunteți pe pagina 1din 10

A interpretação fenomenológica de Martin Heidegger das epístolas aos

tessalonicenses em vista de uma genuína filosofia da religião

João Marcos Montagner *


Renato Kirchner**

Resumo: Este estudo busca acompanhar a interpretação realizada por Martin Heidegger das duas
epístolas aos tessalonicenses, publicada no volume 60 das obras completas (Gesamtausgabe) sob o título
Fenomenologia da vida religiosa. Como já é sabido, as duas epístolas paulinas foram escritas aos fiéis de
Tessalônica. O filósofo utiliza o método fenomenológico para a apreensão do fenômeno religioso e
analisa como isso se dá na vida fática. O objetivo consiste em compreender o modo de viver a faticidade
da fé no contexto histórico da experiência cristã originária. Assim, pretendemos acompanhar
rigorosamente o modo como Heidegger evidencia a estrutura ontológica da vida fática na comunidade
cristã originária. Para cumprir a meta inicial, este trabalho será dividido em três partes: a primeira diz
respeito aos propósitos de Heidegger em realizar uma interpretação fenomenológica das epístolas
paulinas; na segunda parte serão explicitados os argumentos mais importantes da obra em estudo, ou seja,
especialmente das epístolas aos tessalonicenses interpretadas por Heidegger; por fim, procura-se entender
em que sentido o filósofo busca em Paulo uma genuína filosofia da religião.

Palavras-chave: Filosofia da religião; Fenômeno religioso; Experiência fática da vida;


Heidegger; Paulo.

1. Os propósitos de Heidegger em realizar uma interpretação fenomenológica


das epístolas paulinas

Quem é Paulo? Paulo é da tribo de Benjamin, cidadão Romano, criado e educado


em Tarso. Em Paulo está a revelação que o escândalo da Cruz não é o fim da história.
Ele é a figura mais influente na história do cristianismo, pela sua profundidade de
pensamento, alcance e suas numerosas cartas.
Paulo percorre estradas a pé, cerca de 32 quilômetros por dia. Dormia perto da
estrada, no frio, na chuva e na neve. Fala-se também de inúmeros naufrágios. Era um
judeu com uma mochila nas costas e desafiava a todos em nome de um malfeitor

*
Graduando do curso de filosofia na Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Endereço eletrônico:
marcosmontagner@gmail.com.
**
Doutor em filosofia, professor em cursos de graduação e pesquisador do mestrado em Ciências da
Religião na Pontifícia Universidade Católica de Campinas. E-mail: renatokirchner@puc-campinas.edu.br.
crucificado. Pregava onde vivia e trabalhava (faticidade da vida), ou seja, nos cortiços
das cidades maiores daquela época.
Sobre sua formação filosófica não se pode afirmar muito do conhecimento de
Paulo: “Minha palavra e minha pregação nada tinham de linguagem persuasiva da
sabedoria” (1Cor 2,4; 2Cor 11,6), sendo não adepto da oratória segundo os padrões
aristotélicos (BROWN, 2010, p. 601).
As cartas paulinas foram os primeiros textos do Novo Testamento a serem
escritos. Foram, portanto, uma literatura imediata com problemas concretos, ou seja, são
fonte primária e complemento dos Atos dos Apóstolos.
A questão inicial de Heidegger é a questão de filosofia como ciência, um modo de
ser filosofia. Ele concebe que “a filosofia surge da experiência fática da vida mesma e
experimentar não significa tomar conhecimento (saber), mas o confrontar-se com (viver
a experiência)”. Segundo o filósofo alemão: “O importante é que a experiência fática da
vida se torne acessível, o como experimentar de cada mundo” (HEIDEGGER, 2010, p.
16). A justificativa de proposta de estudo de Heidegger é:

A religiosidade cristã originária consiste na experiência cristã originária da


vida e ela mesma é tal; a experiência fática da vida é histórica, a religiosidade
cristã vive a temporalidade como tal (HEIDEGGER, 2010, p. 72).

Esta passagem coloca teses que não podem demonstradas, mas verificadas pela
fenomenologia, de tal modo que devemos proceder interpretativamente como se
estivéssemos escrevendo as epístolas com Paulo, ou seja, vivenciamos com ele a escrita
das epístolas, ou seja, nós propriamente as ditamos ao Apóstolo.

2. A interpretação heideggeriana das epístolas aos tessalonicenses

O “ter-se-tornado” e o “sabeis” são palavras destacadas por Heidegger como


chave de leitura e entendimento do que Paulo explica nas epístolas aos tessalonicenses.
A palavra “presença”, no grego clássico, é “parousia” e tem o significado de “vinda”.
“Presença” possui então um sentido não pensado pela história conceitual ou foi
modificado, causando uma mudança no entendimento quando ocorre o conceito
“parusia”.
“Vós sabeis muito bem...” indica, portanto, um saber todo peculiar, pois Paulo
remete os tessalonicenses a si mesmos e o saber que possuem a respeito do seu “ter-se-
tornado” (HEIDEGGER, 2010, p. 91). Essa forma de olhar as cartas e analisar as
palavras na sua origem etimológica faz parte do modo fenomenólogigo de Heidegger
proceder, a fim de abstrair, conhecer e entender o modo de vida de Paulo e dos
tessanolicences.
Na segunda carta, chama atenção a expressão “como viver”. Este “viver como
Paulo” é prospoto aos tessalonicenses no seu modo de vida, isto é, requer um saber todo
peculiar.
Heidegger olha para as palavras e para o modo próprio de Paulo falar e mostra que
somente através do entendimento dos conceitos ou das palavras “saber”, “ter-se-
tornado” e “parusia” pode ser compreendido os ensinamentos de Paulo e o que ele
realmente quer dizer em suas cartas. De modo que podemos ler na interpretação que
Heidegger realiza das epístolas:

Se a parousia depende de como eu vivo, então não estou em condições de


suportar até o final a fé e o amor que me são exigidos e, então, vejo-me
levado à proximidade do desespero. (HEIDEGGER, 2010, p. 96) Para isso
faz falta da faticidade do saber. Saber quem seja verdadeiramente Cristo, isso
decide-se porque se reconhece o Anticristo. (HEIDEGGER, 2010, p. 99)

3. Estudando as cartas, Heidegger procura em Paulo uma genuína filosofia


da religião

O “como” (Wie) da relação de Paulo com a comunidade em Tessalônica e o


“como” (Wie) da relação de Paulo com aqueles que se colocaram a seu lado poderia ser
sintetizado nestes pontos: 1) eles experienciam seu ter-se-tornado, conhecem seu mundo
próprio; 2) também eles experienciam um saber do seu ter-se-tornado. A mesma
experiencia pessoal obtida na proclamação é afirmada por Paulo com o “vós sabeis”.
Heidegger explica que seu “ter-se-tornado” pessoal, isto é, individual, de cada um,
é também o mesmo “ter-se-tornado” de Paulo. Eles compartilham seu mundo e, dessa
maneira, todos eles conjuntamente alteram o mundo circundante por compartilhá-lo de
algum modo entre si.
O saber acerca do ter-se-tornado próprio constitui uma tarefa muito especial
para a explicação; define-se o sentido de uma faticidade que se vê
acompanhada de um saber determinado, não separado, mas ela é
coexperiencida de modo plenamente original. (HEIDEGGER, 2010, p. 84)

Assim, o “saber” e o “ter-se-tornado” dão-se num único momento, na


proclamação, sendo ação da palavra, enfim, uma revelação individual e pessoal. É o que
podemos ler na passagem heideggeriana seguinte:

O ter-se-tornado não é, pois, um acontecimento qualquer na vida, mas é


coexperienciado continuamente de modo que seu ser no agora presente é seu
ter-se-tornado. Seu ter-se-tornado é seu ser no agora presente.
(HEIDEGGER, 2010, p. 84)

No trecho 1Ts 1,9-10, “Como vos convertestes dos ídolos a Deus, para servirdes
ao Deus vivo e verdadeiro”, a virada para Deus é uma opção primária, inicial, pois é
somente a partir dela e com ela que se dá a virada que se afasta dos ídolos. A palavra no
grego clássico tem o significado de alucinação, insconciência, sendo um modo utilizado
por Paulo: “Por nosso Senhor Jesus Cristo que morreu por nós, a fim de que nós, na
vigília ou no sono vivamos em união com ele” (1Ts 5,9-10). “Na vigília e no sono”
significa novamente “vivos ou mortos”. “Definimos, assim, o vir mediante o aceitar e,
além disso, mediante o receber”, escreve Heidegger. E continua:

O que é aceito é o como do comportar-se. Trata-se de uma virada radical


absoluta, de modo mais adequando, num voltar-se para Deus e num afastar-
se dos ídolos. O absoluto voltar-se para dentro do sentido realizador da vida
fática explicita-se em duas direções: servindo e esperando, um caminhar
diante de Deus e um persistir. [...]
A aceitação consiste em colocar-se dentro da necessidade da vida. [...] O estar
presente de Deus possui a relação elementar ao modo de vida (vivendo).
A aceitação é em si mesma o caminhar diante de Deus. (HEIDEGGER, 2010,
p. 84-86)

Quanto às perguntas sobre a parusia encontradas nas epístolas, Paulo responde


pelo sentido referencial da parusia, que é radicalmente distinta de todas as expectativas.
“Tempo é instante”, ou seja, o tempo é apreendido em sentido atitudinal, pois o que há
com os mortos que não vivenciam mais a presença (1Ts 4,13-18) e quando se realizará a
presença (1Ts 5,1-12)? Explicando: como “mortos” significa aqueles que “jazem
adormecidos”, do mesmo modo que “ressureição” significa “despertar”.
Também na comparação entre 1Ts 4,13-18 (“mortos”) e 1Ts 5,1-12 (“tempo”),
prazo e dia, também descrito como a luz e o dia, o estado de vigília, opõem-se às trevas
e à noite, ao sono, sendo os “filhos da luz”, isto é, os cristãos opõem-se aos “filhos das
trevas”.
Da mesma forma, Paulo não diz: “Nesse ou naquele momento o Senhor virá
novamente”; também não diz: “Não sei quando ele voltará”, mas ele diz: “Vós sabeis
muito bem...” e este saber é um saber todo peculiar, poiss remete os tessalonicenses a si
mesmos e o saber que possuem a respeito do seu ter-se-tornado enquando experiência
da proclamação.
Portanto, a contraposição de Paulo à experiência do ter-se-tornado é uma
contraposição a dois distintos modos de vida. Quando eles dizem “paz e segurança”,
revela uma expectativa de vida para aqueles que vivem nessa expectativa, mas, se a
calamidade os afeta, não podem fugir dela e não podem salvar-se a si mesmos, porque
não têm a si próprios, porque esqueceram seu próprio si-mesmo, porque não têm a si
mesmos na claridade do próprio saber, porque não conseguem agarrar-se nem salvar-se
a si mesmos por estarem “na escuridão”.
Paulo responde à pergunta pelo “quando” no modo de dizer que não há segurança
alguma para a vida e a contínua insegurança é também o que caracteriza as significações
fundamentais da vida fática cristã. Insegurança não é casual, mas a condição necessária;
não lógica nem natural, mas a condição para ver com claridade e a necessidade de
reflexão sobre a própria vida e sua realização.
Quando as pessoas disserem “paz e segurança” (1Ts 5,3), então, “lhes sobrivirá
repentina destruição” (cf. BÍBLIA JERUSALEM). Segundo Heidegger, “entregam-se ao
que a vida lhes dá, ocupam-se de qualquer tarefa da vida. Deixam-se absorver por
aquilo que a vida oferece; eles estão na escuridão no que diz respeito ao saber sobre eles
mesmos. Em contrapartida, os crentes são filhos da luz e do dia” (HEIDEGGER, 2010,
p. 93-94).
Na resposta de Paulo, “estejamos vigilantes”, o “quando” muda para o modo, pois
é pelo modo como a parusia se apresenta em minha vida, ela remete à realização da vida
mesma, a qual pode ser definida de menreira formal: “A religiosidade cristã vive a
temporalidade”.
É um tempo sem uma ordem própria, sem lugares fixos etc. Mediante um
conceito de tempo objetivo é impossível atingir esta temporalidade. De modo
algum o “quando” (Wann) é apreensível objetivamente.
O sentido dessa temporalidade é também fundamental tanto para a
experiência fática da vida quanto para problemas que dizem respeito à
eternidade de Deus. (HEIDEGGER, 2010, p. 93)
Se a parousia depende de como eu vivo, então não estou em condições de
suportar até o final a fé e o amor que me são exigidos e, então, vejo-me
levado à proximidade do desespero. Aqueles que pensam assim angustiam-se
em sentido próprio, sob o sinal da verdadeira preocupação se poderão levar a
cabo as obras da fé e do amor e se suportarão até o dia decisivo
(HEIDEGGER, 2010, p. 96).

Para Heidegger, o modo explicado por Paulo é o modo de como vivo o hoje em
função da expectativa do futuro. A angústia no sentido religioso cristão é o modo de
levar até o final o objetivo inicial, descoberto no ter-se-tornado, e o saber dos propósitos
da presença, ou seja, da parusia até o dia decisivo.
aulo aponta o engano dos que compreendem e vivem a parusia sem trabalho e na
ociosidade, na expectativa de algo futuro, perdendo-se o que podemos ler em 1Ts 3,11:
“Ouvimos dizer que alguns dentre vós levam vida à-toa, muito atarefados sem nada
fazer.”
A resposta de Paulo diz respeito a dois modos de vida fática para o que é o
Anticristo. O sentido da proclamaçao do Anticristo é o seguinte: deve-se tomar o
Anticristo como tal. Ele aparece como um deus: “o deus deste mundo” (2Cor 4,4). “Para
os incrédulos , dos quais o deus deste mundo obscureceu a inteligência, a fim de que
não vejam brilhar a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a imagem de Deus.”
Segundo o entendimento do filósofo alemão: “Para isso faz falta da faticidade do saber.
Saber quem seja verdadeiramente Cristo isso decide-se porque se reconhece o
Anticristo” (HEIDEGGER, 2010, p. 99).
O acontecimento da parusia ordena-se segundo seu sentido de acontecimento, ou
melhor, aos homens que se dividem em chamados (cf. 2,10) e perdidos ou réprobos. Os
que se perdem têm o sentido ofuscado pelo senhor deste mundo. Eles não podem provar.
“Discerni tudo e ficai com o que é bom” (1Ts 5,21). Trata-se de um aceitar que é um
último decidir-se, funda-se no saber e no provar (HEIDEGGER, 2010, p. 101).
Paulo adverte em 2Ts 2,3: “Ninguém deveria deixar enganar-se”. “Os que se
perdem acreditam na mentira, eles não são indiferentes, estão ocupados em grau
máximo, porém, acabam se enganando e sucumbem ao Anticristo” (2Ts 2,11). A opção
pelo exagero com a preocupação pelo futuro faz com que se perca o presente e a graça,
pois para Paulo é no “modo de viver”, de manter-se na graça do “ter-se-tornado”,
mantendo a presença, o saber da proclamação, pois somente por meio da fé e pela
experiência da mudança para o “ter-se-tornado” que é possível compreender e ver o
modo do Anticristo como negação do mundo compartilhado. O engano do Anticristo é o
próprio mundo, somente no saber pode ser reconhecido: “Paulo diz simplesmente:
permanecei firmes e dominai as tradições” (como modo de viver) “as quais vós tendes
experimentado” (ter-se-tornado, sabeis) (HEIDEGGER, 2010, p. 103).

Algumas considerações a título de conclusão

A experiência cristã fática da vida é determinada historicamente por surgir com a


proclamação da verdade revelada e admitida, a qual afeta o homem num momento e
continua acompanhando-o constantemente na realização da vida. Essa experiência da
vida continua determinando, por sua vez, as relações que se lhe sucedem. Segundo
Heidegger:

A experiência fática da vida dos cristãos é determinada historicamente na


medida em que sempre começa com a proclamação. A conexão do cristão
com o mundo circundante é tratada em 1Cor 26-27. [...] a religiosidade cristã
vive a temporalidade. É necessário compreender que sentido tem, para o
cristão, as referências circomundanas e comundanas (HEIDEGGER, 2010, p.
104).

Paulo apresenta a faticidade cristã originária como algo sem nenhum caráter
extraordinário, com nenhuma peculiaridade, é a vida comum que prevalece, pois após a
transformação pela realização da proclamação, a faticidade mundana permanece como
era anteriormente:

A ênfase da vida cristã é sempre realizadora: 1Ts 3,3; 5,9. Todos os


complexos realizadores primários [não é o extraordinário que vem]
conduzem a Deus e se realizam [mas é o modo de viver] diante de Deus.
(HEIDEGGER, 2010, p. 105)
Agora a espera é “o esperar” , é um esperar por Deus, não remete para um futuro,
mas para Deus ou em Deus, o sentido real da temporalidade determinada por e pela
relação fundamental com Deus, um modo a viver de maneira realizadora na
temporalidade “o presente” e na eternidade, “o futuro”.
O modo de Paulo determina o “como” (Wie) do modo de viver e o comportamento
do cristão, e o seu “ter-se-tornado” é o “modo de viver” com o mundo circundante e o
mundo compartilhado com os outros (1Cor 7,20) e a apropriação das significâncias e,
mantendo a faticidade cristã, permanecem “na condição na qual fostes chamados”, ou
seja, a vida real é vivenciada “como se não” (VATTIMO, 2004, p. 151-167). É um negar-
se ao mundo circundante e compartilhado, permanecendo no mundo interior da
experiência obtida pela proclamação, sendo o ter-se-tornado originário do saber para a
mudança propriamente dita.
A significância do mundo circundante tranforma-se em bens temporais mediante o
ter-se-tornado. O sentido da faticidade, nessa direção, define-se como temporalidade. O
ter-se-tornado tem o sentido atemporal de “eterno”, as relações com o mundo próprio se
vêem maximamente afetadas pelo ter-se-tornado cristão (HEIDEGGER, 2010, p. 106).
O cristão possui a consciência de que esta faticidade não pode ser alcançada por suas
próprias forças, mas que procede de Deus – fenômeno da ação da graça. Nesse sentido
podemos ler na interpretação que Heidegger faz das epístolas paulinas as
tessalonicenses:

A realização ultrapassa o poder do homem; não é realizável apenas a partir


das próprias forças. [...] Pelo contráro, um “ter apoio” é realizado sempre em
relação a uma determinada significância, atitude, consideração do mundo, na
medida em que, ao dar e obter apoio, Deus é correlato de uma significância.
[...] Aquele que não tiver “aceitado” estará incapacitado de suportar até o
final a faticidade ou de apropriar-se do “saber”. (HEIDEGGER, 2010, p. 109)

Diz Paulo que levamos o tesouro, ou seja, “a faticidade cristã” em vasos de barro.
O complexo realizador é um “saber” (1Cor 2,10), o modo em que somos chamados pela
proclamação e a revelação pessoal a um “ter-se-tornado”, de modo que “a nós Deus o
revelou pelo espírito”, portanto, o “saber” exige, por sua própria essência, “ter espírito”.
Heidegger aponta que na forma paulina não há nenhum “ser espírito”, mas sim um
“ter espírito”, “viver em espírito” ou “ser sujeito a”, mas o espírito não é parte do
homem, sendo uma propriedade adquirida na vida fática.
O ser humano mesmo torna-se Deus, o “espírito no humano” é o divino no
humano , “alma humana” é o humano nele (HEIDEGGER, 2010, p. 110). “O espírito
em Paulo é o fundamento realizador desde o qual brota o saber mesmo” (HEIDEGGER,
2010, p. 111).
Referências
BÍBLIA DE JERUSALÉM.: São Paulo, Paulus 2003.
BROWN, Raymond E. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Paulinas,
2010.
HEIDEGGER, Martin. Fenomenologia da vida religiosa. Tradução Enio Paulo
Giachini, Jairo Ferrandin e Renato Kirchner. Bragança Paulista: Edusf; Petrópolis:
Vozes, 2010.
HEBECHE, Luiz. O escândalo de Cristo: ensaio sobre Heidegger e São Paulo.
Ijuí: Editora Unijuí, 2005.
VATTIMO, Gianni. Depois da cristandade: por um cristianismo não religioso.
Rio de Janeiro: Record, 2004.

S-ar putea să vă placă și