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Índice
Primeiros anos Rei de Nápoles
Regência e ascensão Reinado 25 de julho de 1554
Apreciação a 13 de setembro de 1598
A Coroa de Portugal Antecessor(a) Carlos IV
Os Países Baixos e outros problemas Sucessor(a) Filipe II
O caso da princesa de Eboli Rei da Espanha , Sardenha e Sicília
A partir de 1552 já se tinha tornado rei como Filipe I de Nápoles, da Sicília, Sardenha, rei titular de Jerusalém e duque de Milão. Em
1555 foi também rei dos Países Baixos; em 1556 conde de Holanda, Zelândia e Ostrevant, duque de Gueldres e a partir de 1580 será
também o rei de Portugal, Filipe I. Recebeu uma educação humanista, planejada por seu tutor, Juan de Zúñiga, no entanto Filipe
nunca se tornaria um erudito pelos padrões renascentistas. Além da sua língua nativa, o espanhol, possuía domínio sobre oportuguês,
língua da sua mãe e o latim.
Demonstrou interesse pela arquitetura e a música, além de gosto por atividades ao ar livre, como a caça. Desde os 12 anos foi
preparado para os assuntos do governo e aos 16 anos ficou encarregado da regência dos reinos da Espanha, enquanto o pai
administrava o Santo Império Romano-Germânico. Assumiu a coroa espanhola em 1556, depois da abdicação do pai em 1555,
herdando um vasto império colonial, com uma difícil situação financeira e inimigos poderosos como a: Inglaterra, França e Países
Baixos.
Regência e ascensão
Nomeado regente da Espanha, com um Conselho, por CarlosV, em Bruxelas em 22 de outubro de 1555, Carlos V lhe cedeu os Países
Baixos, as coroas de Castela, Aragão e Sicília em 16 de janeiro de 1556, e o condado da Borgonha em 10 de junho. A coroa imperial
foi herdada por seu tio Fernando, irmão de Carlos V.
Católico devoto, defendeu a fé e se dedicou a interromper o progresso do protestantismo. É considerado por muitos o primeiro rei
absolutista da Espanha. Seu reinado começou com a quebra da Trégua de Vaucelles assinado com a França em 1556, à qual se uniu
ao Papa Paulo IV contra ele. Filipe teve portanto que enfrentar duas guerras ao mesmo tempo, na Itália e nos Países Baixos. Na Itália,
o duque de Alba, Vice-Rei de Nápoles, derrotou o duque de Guise e obrigou o Papa a pedir paz. Filipe a concedeu, magnanimamente,
e o duque de Alba foi obrigado a pedir o perdão do Papa por ter invadido os
Estados Pontifícios.
Na Espanha, Filipe prosseguiu a política de seus bisavôs, D. Fernando de Aragão e D. Isabel de Castela. Foi drástico na supressão da
heresia luterana, sobretudo em Valhadolid e Sevilha. Durante o seu reinado ocorreu uma sangrenta rebelião mourisca, no antigo
Reino de Granada de 1567 a 1570 que terminou com a intervenção de Dom João de Áustria, seu meio-irmão legitimado. Como
resultado os mouriscos, vencidos, foram deportados para outras partes da Espanha.
Apreciação
Em 25 de Julho de 1554, Filipe II se tornou rei consorte da Inglaterra por seu casamento com Maria Tudor. Na verdade, a função
política que ele passou a exercer na Inglaterra a partir de então é algo um tanto controverso, pois, embora seja conhecido como rei
consorte da Inglaterra, ele tinha os mesmos títulos e recebia as mesmas honras que sua esposa, além de os atos parlamentares
constarem sempre com os nomes de ambos e as moedas serem cunhadas com as efigies de ambos. Isso caracterizaria uma diarquia e,
por conseguinte, faria dele umrei da Inglaterra, e não apenas um rei consorte, que seria tão somente marido de uma rainha.
O projecto de união pessoal dos dois países falhou com a morte de Maria Tudor em 1558, antes de ter tido um herdeiro. Em guerra
contra a França, com quem lutava pelo controle de Nápoles e deMilão e seus territórios, obteve vitórias nas Batalhas de São Quintino
em 10 de agosto de 1557 e em Gravelines em 13 de julho de 1558. Após as vitórias que estabeleceram seu reinado e consolidaram a
hegemonia espanhola na Europa, o monarca assinou com a França oTratado de Cateau-Cambresisem 3 de abril de 1559.
Como parte do tratado constava seu casamento com Isabel de Valois (1545–1568),
filha de Henrique II da França, que fora prometida a Carlos das Astúrias, seu filho
com D. Maria Manuela. Isabel de Valois lhe deu apenas duas filhas as infantas Isabel
Eugênia e Catarina Micaela, fazendo com que o rei permanecesse sem descendentes
masculinos. Seria apenas com o seu quarto casamento, com a arquiduquesa Ana da
Áustria, filha do imperador Maximiliano II, que nasceria o herdeiro ao trono,
Filipe III de Espanha.
Antes de morrer, o cardeal-arquiduque Alberto, vice-rei de Portugal, fora nomeado governador dos Países Baixos, e para o substituir
em Portugal nomeou um conselho composto do Arcebispo de Lisboa, dos condes de Portalegre, de Sabugal e de Santa Cruz, e de
Miguel de Moura. Foi o último ato importante do seu reinado.
A Coroa de Portugal
Um dos seus triunfos políticos foi obter a União Ibérica, fazendo valer seus direitos de sucessão em 1581 nas Cortes de Tomar, que
tiveram lugar no Convento de Cristo. A política matrimonial prévia das dinastias reinantes facilitara esta união.
Depois da morte do rei D. Sebastião na Batalha de Alcácer-Quibir, ao ser aclamado rei o cardeal D. Henrique, decrépito, investiu os
[carece de fontes?]
meios e dinheiro para ganhar ao seu partido a corte de Portugal.
Sete pretendentes disputavam a posse do reino quando morreu o rei em 1580, mas apenas cinco baseavam as suas pretensões em
fundamentos aceitáveis:
O reino de Portugal ficara entregue a cinco governadores dependentes dos Habsburgos, os quais hesitavam em reconhecer Filipe
como Rei. Este se dispôs a conquistar Portugal pelas armas. O prior do Crato se fizera aclamar em Santarém, mas dispunha de poucas
tropas. Filipe reuniu exército, entregou-o aoDuque de Alba; confiou ao Marquês de Santa Cruz o comando da esquadra, e conservou-
se próximo da fronteira de Badajoz. Alba marchou sobre Setúbal; conquistando o Alentejo, atravessou para Cascais na esquadra do
Marquês de Santa Cruz, marchou sobre Lisboa, derrotou o prior do Crato na Batalha de Alcântara a 4 de agosto de 1580, perseguiu-o
até à província do Minho, e preparou enfim o reino para receber a visita do seu novo soberano.
Filipe procurou não intervir muito na política interna de Portugal e entregou o governo do país a um homem de sua confiança, o
Duque de Alba. Além de ser filho de mãe portuguesa, Filipe fora educado por cortesões portugueses durante os primeiros anos de
vida. Filipe, em 9 de dezembro de 1580, atravessou a fronteira, entrou em Elvas, onde se demorou dois meses recebendo os
cumprimentos dos novos súditos. Dos primeiros que o veio saudar foi o duque de Bragança. A 23 de fevereiro de 1581 Filipe II saiu
de Elvas, atravessou triunfante e demoradamente o país, e a 16 de março de 1581 entrou em Tomar, para onde convocara cortes.
Distribuiu recompensas, ordenou suplícios e confiscos, e recebeu a noticia de que todas as colônias haviam reconhecido a sua
soberania, exceptuando a Ilha Terceira, onde se arvorara a bandeira do prior do Crato, ali foi jurado rei de Portugal a 16 de abril de
1581.
Nas cortes, prometeu respeitar os foros e as isenções e nunca dar para governador ao país senão um português ou um membro da
Família Real. Expediu de Lisboa tropas que subjugaram a Ilha Terceira, em que D. Antônio fora auxiliado pela França, e partiu para
Espanha depois da vitória naval de Vila Franca, em que o Marquês de Santa Cruz destroçou a esquadra francesa em 26 de julho de
1582, obtendo a submissão da ilha. Nomeando para vice-rei de Portugal seu sobrinho, o cardeal-arquiduque Alberto da Áustria, e
depois lhe ter agregado um conselho de governo e de ter nomeado os membros do conselho de Portugal, partiu finalmente a 11 de
fevereiro de 1583.
A nova monarquia, associada aos interesses da rama austríaca dos Habsburgos, dominava a Península Ibérica, Nápoles, Sicília,
Milão, Sardenha, Bélgica, Holanda e Luxemburgo atuais e partes da França; na Ásia, Filipinas e feitorias na Índia, Pérsia, China,
Indochina, Arábia; na África, as guarnições de Ceuta, Melilha, Mazalquivir, Orão, Ifni, Bizerta, La Goleta, Casablanca, Mazagão e
Ilhote de Vélez de la Gomera, Angola, Moçambique, Madeira, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Canárias, toda a América menos
algumas ilhas das Antilhas, parte dos atuais Estados Unidos e o Canadá, e terras na Guiana; na Oceânia, as Molucas, Ilha de Páscoa,
Ilhas Marianas (atuais Ilhas Marianas do Nortee Guam) e Ilhas Carolinas (atuais Ilhas Palau, Estados Federados da Micronésia, Ilhas
Marshall e Ilhas Gilbert.
No Brasil português, a "Cidade Real de Nossa Senhora das Neves", fundada em 1585 e hoje denominada João Pessoa, capital do
Estado da Paraíba, em 1588 adquiriu o nome de "Filipeia de Nossa Senhora das Neves", em homenagem ao rei Filipe II.
Filipe II assim decretou a volta do exército e do Cardeal, mas se recusou a diminuir a severidade dos decretos do pai. Surgiram assim
as dificuldades com os iconoclastas, e ele jurou castigá-los, enviando o Duque de Alba com um exército, o que provocou a demissão
de Margarida de Parma. Alba se comportou como em país conquistado, mandou prender e executar o conde de Egmont e o conde de
Hornes, acusados de cúmplices dos rebeldes, criou o Conselho de Perturbações, conhecido popularmente como Conselho do Sangue,
derrotou o Príncipe de Orange e seu irmão, que haviam invadido o país com mercenários alemães, mas não conseguiu evitar a
recaptura de Brille. Teve êxitos militares, mas foi chamado de volta em 1573. Seu sucessor
, Requesens, não pode recuperar Leida.
Influenciadas pelo Príncipe de Orange, as províncias concluíram a «Pacificação de Gante», regulamentando a situação religiosa nos
Países Baixos do Sul sem intervenção real. O novo governador, Dom João da Áustria, atrapalhou os cálculos de Orange ao aceitar a
Pacificação, e finalmente Orange resolveu proclamar a deposição de Filipe II nas províncias rebeladas. O monarca respondeu banindo
Orange que acabou assassinado, em 1584. Nem assim as Províncias Unidas se submeteram, e a Espanha as perdeu para sempre. Os
numerosos interesses econômicos e religiosos levaram às guerras que causaram a emancipação da Holanda, da Zelândia e do restante
das Províncias Unidas.
As províncias do sul no entanto, foram recuperadas pelo novo governador, Alexandre Farnésio. No entanto, a guerra contra os
rebeldes se tornou mais difícil, com os protestantes sob a liderança de Maurício de Orange, filho de Guilherme de Orange. Filipe II
mudou sua política e cedeu os Países Baixos a sua filha Isabel Eugênia, que fez casar com o arquiduque Alberto da Áustria,
determinando que as províncias retornariam à Espanha caso não houvesse
descendentes do casamento (1598).
Palácios reais como o Escorial, erguidos por ele ao norte de Madri tinham o
objetivo de espelhar a solidez e a magnificência da estrutura arquitetônica da
Espanha. Com os edifícios e catedrais vieram os grandes pintores: Sofonisba
Anguissola, El Greco, Juan Pantoja de la Cruz, Juan de Ribera, Diego
Filipe II, pintado por Ticiano Vecellio
Velázquez, Zurbarán, Murillo, e tantos outros. Com o novo público urbano e
cortesão surgiu a novela de Cervantes, a poesia de Calderón de la Barca, de
Garcilaso de la Vega, de Luís de Gôngora, de Francisco Quevedo, e as comédias de Lope de Vega, ao mesmo tempo em que a
Espanha acompanhava os relatos sensacionais das conquistas feitas porPonce de León, Hernán Cortés ou de Bernal Díaz del Castillo.
Também podemos destacar a narrativa de Garcilaso el Inca. Muitos gêneros literários destacaram naquela época: o épico, o lírico, o
dramático e o cômico, além de um produto tipicamente espanhol, a novela picaresca como Lazarillo de Tormes, de autoria anonima e
Don Quixote de La Mancha de Miguel de Cervantes. Ao lado dessa riqueza, também prosperou a literatura beata, dos monges, das
freiras e dos místicos.
O reinado de Filipe II foi definitivamente a Era de Ouro do Império Ultramarino Espanhol. Entre a descoberta e a decadência passou-
se um pouco mais de um século (para George Ticknor, o historiador literário norte-americano que criou, em 1849, a expressão "Idade
do Ouro" para as letras espanholas, esse período se estenderia de 1492 até 1665). A prata e o ouro mexicano e peruano, as essências
indianas vindas da conquista das Américas e das rotas orientais, contribuíram para que a arte espanhola atingisse um nível
extraordinário.
Rui chegara como menino ou pagem da Rainha Isabel de Portugal e passou a pagem do infante Filipe, ficando bons amigos. Foi
secretário pessoal do rei, sumiller de Corps, conselheiro de Estado e de Guerra, intendente da Fazenda, primeiro mordomo do
príncipe Don Carlos. Cheio de comedimento e nobreza, chegou a Grande de Espanha. Dos 11 filhos, sobreviveram cinco: dois
militares (pensa-se que o primogênito, Rodrigo, soldado em Portugal e Flandres, poderia ser filho do Rei), um poeta, um eclesiástico
que chegou a Arcebispo de Granada e de Saragoça, uma monja.
A viúva entrou com a filha e vasta servidumbre para o mosteiro carmelita de Pastrana, fundado por Santa Teresa de Jesus com fundos
seus (Teresa fundara também um mosteiro masculino). A intervenção do Rei conseguiu afastar a nova reclusa. Em 1576 na Corte,
amante do rei, fora também amante de António Pérez (nascido em Madrid em 1534), o jovem secretário de Estado, enigmático
personagem protegido por Eboli (com suspeitas de homossexualidade aprendida na Itália por António Pérez[carece de fontes?]), que era
secretário do Rei; e seria talvez amante de Juan de Escobedo, o secretário de don João de Áustria, que vinha da nobreza mediana da
Cantábria.
Em 28 de julho de 1579 Filipe II ordenou a prisão de ambos, seis anos depois. Pérez fugiu para o Aragão e salvou-se. Ana, acusada
de malversar o seu património, foi presa na Torre de Pinto (arredores de Madrid) e transferida para a fortaleza de San Torcaz; em
1581 seria desterrada no seu palácio de Pastrana, sem a tutela dos filhos, e ali morreu em 1591.
Casamentos e posteridade
(I) Casou aos 16 anos emSalamanca em 15 de novembro de 1543 com a infanta de Portugal Maria Manuela (Coimbra, 15 de outubro
de 1527 - Valladolid, 12 de julho de 1545). Era filha de sua tia a rainha D. Catarina de Áustria (que por sua vez era filha de Joana de
Castela e do arquiduque Filipe de Habsburgo) e do rei D. João III. O noivo teve sarna, atrasando a consumação do matrimónio,
segundo informou ao imperador seu pai o aio fiel, Juan de Zúñiga.
(III) Isabel de Valois (Fontainebleau, 1545 - Aranjuez, 3 de outubro de 1568), filha de Henrique II de França, foi sua terceira mulher.
Casaram-se por procuração em Paris em 22 de junho de 1559. O encontro pessoal teve lugar em 31 de janeiro de 1560 na capela do
palácio ducal ou do Infantado de Guadalajara, casando-se na missa de velaciones. Sua mãe era Catarina de Médici, que a havia
prometido ao rei da Inglaterra Eduardo VI (morto em 1553) e a Dom Carlos da Áustria em 1558. Pelo tratado de Cateau-Cambresis
de 3 de abril de 1559 ajustou-se o casamento, celebrados os desposórios na Catedral de Notre-Dame de Paris estando o rei
representado pelo duque de Alba. Isabel cruzou a fronteira em 3 de janeiro de 1560, sendo esperada em Roncesvalles pelo Arcebispo
de Burgos D. Francisco de Mendoza, o Duque do Infantado D. Iñigo López de Mendoza. Levada a Guadalajara, instalaram-se os
soberanos no palácio ducal. Ela teve a saúde abalada por propensão a contágios e a numerosos abortos. Uma gravíssima erupção de
varíola, com poucos meses de casada, quase a matou, e tinha crónicos acessos hemorroidais. Teve certa intervenção na política nas
conferências de Bayonne em que, em junho de 1565, encontrou seu irmão o rei da França Carlos IX e Catarina de Médici (o rei se
recusara a assistir, desaprovando a política de transigência da sogra com os protestantes, e enviou o Duque de Alba). Outra vez
grávida, Isabel abortou; mal tratada pelos médicos, morreu aos 22 anos, deixando 2 filhas.
Ana desembarcou em Santander e encontrou o tio pela primeira vez no Alcázar de Segóvia, estando já casados por poderes. A
cerimónia de casamento foi realizada em 1570 em Segovia. Ana morreu estando a corte em Badajoz, a caminho de Portugal. Consta
que de gripe ou numa epidemia, quando seguia o progresso das armas espanholas. Dela, o rei teve seis filhos, quatro deles varões.
Seria a primeira rainha a ter o corpo sepultado no novo Panteão dos Reis do
mosteiro de El Escorial.
7 - Fernando (1571-1578)
8 - Carlos Lourenço (1573-1575)
9 - Diogo (1575-1582)
10 - Filipe III de Espanha (1578-1621)
11 - Maria (1580-1583)
Ver também
Ordenações Filipinas
Árvore genealógica dos reis de Portugal
Referências
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Rei de Nápoles
25 de julho de 1554 – 13 de setembro de
Precedido por 1598
Carlos I
Sucedido por
Filipe III
Precedido por
Henrique I
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