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O que todo espírita que aprendeu o catecismo na infância precisa saber

Por Paulo Henrique de Figueiredo, autor de Mesmer – a ciência negada e Revolução


Espírita – teoria esquecida de Allan Kardec.

A maioria dos espíritas vivenciou, na infância, o aprendizado dos dogmas católicos.


Muitos estudaram o catecismo, mas invariavelmente ouviram dos adultos os princípios, suas
aplicações na prática. Coisas como “Deus não gosta disso, ele vai te castigar”, “papai do céu
fica triste”, “Ele está vendo tudo, não adianta fazer escondido”. E a criança vai criando um
medo, porque elas levam a sério e compreendem literalmente o que lhes dizem. Deus vai
tomando a figura de um ser perpetuamente vigiador, à espreita para pegá-lo em erro e
castiga-lo impiedosamente. Uma visão terrível da divindade.
E quanto a si mesmo? Há o conceito da degeneração da alma e do pecado. Adão e Eva
viviam no paraíso, lugar cheio de prazeres e delícias, onde não há qualquer mal, seja miséria,
sofrimento, dificuldade alguma. Tudo é maravilhoso para sempre. Mas, e sempre tem um
“mas”, eles teimaram de comer o fruto da única árvore proibida daquela imensidão. Comeram
e foram expulsos, deixando a herança do pecado original para toda a descendência, a
humanidade. Esse é o que se ensina no catecismo. No decorrer dos séculos, essa interpretação
gerou graves consequências para a formação das crianças. O impulso criativo; a natural
inquietação para observar, experimentar, compreender; foram interpretados como rebeldia,
fruto do pecado original, natureza irascível que o arrasta para o erro, para a animalidade. A
solução estaria em subjugá-la, e o instrumento era a palmatória e outros castigos humilhantes.
Esses conceitos e comportamentos, transmitidos culturalmente por meio das
gerações, criaram também hábitos caseiros. E as crianças escutam o desestímulo: você é
burro, incapaz, teimoso, precisa apanhar. Como se uma natureza degenerada fosse sua
essência. E é exatamente esse o objetivo dos dogmas criados há milhares de anos! Vejamos.
Na Índia, por exemplo, seguindo os ensinamentos ancestrais dos Vedas, acredita que
há uma alma presente em cada um dos seres, ou atman, centelha da divindade universal. Tudo
o que se conquista pode ser perdido. Um grande sábio pode perder tudo e começar do zero.
De acordo com o modo de vida, um homem pode reencarnar como inseto ou animal.
Como vimos, na tradição católica, ocorreu uma queda ou degeneração da alma, que
vivia no paraíso, errou, e caiu num mundo de sofrimento e castigo.
Há também na tradição do pensamento grego a ideia de queda da alma. Platão contou
essa história. As almas viviam junto aos deuses, girando com as estrelas do céu, e quando
atingiam a abóbada celeste em seu mais alto ponto, divisavam a planície da verdade,
aprendendo um pouco de cada vez, em seus carros puxados por cavalos alados. Mas as almas,
por ganância e orgulho, disputando a posição melhor para observar a verdade, batiam seus
carros, perdendo as asas e caindo no mundo. Ou seja, reencarnar é um castigo, para purificar a
alma degenerada, que, só então, poderá voltar ao convívio dos deuses.
Veja só, em todas as tradições do passado, do velho mundo, a alma é vista como
degenerada, saindo perfeita da sua origem divina e caindo no mundo por seu erro, devendo
purificar-se para voltar ao estado original. Milhares de gerações foram criadas acreditando
que, quanto pior for sua condição social, mais erros cometeu no passado! Os sábios, ricos,
poderosos, são os mais purificados. Os pobres, doentes, simples, são os que mais erraram e
hoje pagam por suas culpas. Toda criança é uma alma decaída, que erro e deve sofrer. Sua
natureza rebelde, então, é a causa de sua desgraça, e se repetir esse comportamento, cairá em
desgraça ainda maior! É o que ensinam as doutrinas dogmáticas.
É importante lembrar que a maioria das pessoas vem recebendo essa doutrinação nas
mais diversas encarnações que vivenciaram nos últimos milênios! Pense nisso.
Isso leva o indivíduo a ter medo de tentar, pensando em evitar o erro, que representa
o pecado, a causa da queda, do castigo. O “novo” ou “diferente” é perigoso, mal, tentação,
porta da perdição. O melhor é obedecer aos poderosos, que são mais puros. O melhor é
repetir a tradição antiga, mais perto da vontade divina. Esse é o pensamento condicionado por
milhares de anos, vida após vida, aprendendo desde a infância os dogmas. E nesta vida, a
maior parte dos espíritas renovaram esses condicionamentos. No entanto, se escolheram
conhecer o Espiritismo, é fundamental compreender a mudança de paradigma que os espíritos
ensinam, para vivenciar a verdadeira trajetória da alma.
O Espiritismo é a única proposta moderna de metafísica, e demonstra que todas as
tradições do velho mundo inverteram e distorceram a verdade sobre a alma. Segundo o
Espiritismo, não há queda, nem degeneração da alma. Isso porque ela não é criada perfeita
por Deus, mas simples e ignorante. Ou seja, todos os espíritos iniciam suas primeiras
encarnações sem desenvolvimento moral, por isso simples, e sem conhecimento, ou
ignorantes. E, a partir desse inicio igual e zerado, todos evoluem por seus esforços, vida após
vida. Além disso, nenhum espírito retrograda. Eles não perdem o desenvolvimento moral e
intelectual que conquistam. Nesse sentido, não há queda!
Grande parte dos espíritos, inclusive, em sua trajetória, não desenvolvem
imperfeições, como egoísmo e orgulho, evoluem progressivamente, sem passar por expiações.
Conhecemos o fato de que nosso planeta está na fase de “expiações e provas”, e quem
conhece essa definição pode pensar que todos os espíritos que aqui vivem estão em expiação.
Isso equivaleria ao dogma de que todos os que aqui reencarnam estão expiando suas
imperfeições. Mas não é o que o Espiritismo explica. Veja o que se afirma em O Evangelho
Segundo o Espiritismo:
“Entretanto, nem todos os Espíritos que encarnam na Terra vão para aí em expiação.
As raças a que chamais selvagens são formadas de Espíritos que apenas saíram da infância e
que na Terra se acham, por assim dizer, em curso de educação, para se desenvolverem pelo
contato com Espíritos mais adiantados”.
Esse ensinamento espírita inverte os fatos quanto às classes sociais desde os primeiros
tempos de nosso mundo (ou melhor, as doutrinas tradicionais é que inverteram ao negar a
verdade). A maioria dos espíritos iniciou simples e ignorantes neste mundo, e estão
aprendendo aos poucos, enfrentando as dificuldades como desafios. Todavia, aqueles que
formaram as castas dirigentes e poderosas, são espíritos mais antigos, que já viveram em
outros mundos, não acompanharam o desenvolvimento daqueles planetas, e por teimar em
seu egoísmo e orgulho, vivenciaram a oportunidade de usar seu conhecimento para dar
impulso ao desenvolvimento da humanidade terrena. Continua, no mesmo livro:
“Os Espíritos em expiação, se nos podemos exprimir dessa forma, são exóticos, na
Terra; já tiveram noutros mundos, donde foram excluídos em consequência da sua obstinação
no mal e por se haverem constituído, em tais mundos, causa de perturbação para os bons.
Tiveram de ser degradados, por algum tempo, para o meio de Espíritos mais atrasados, com a
missão de fazer que estes últimos avançassem, pois que levam consigo inteligências
desenvolvidas e o gérmen dos conhecimentos que adquiriram. Daí vem que os Espíritos em
punição se encontram no seio das raças mais inteligentes. Por isso mesmo, para essas raças é
que de mais amargor se revestem os infortúnios da vida. E que há nelas mais sensibilidade,
sendo, portanto, mais provadas pelas contrariedades e desgostos do que as raças primitivas,
cujo senso moral se acha mais embotado”.
Ou seja, a ideia de uma queda do paraíso para um mundo de sofrimento, em virtude
dos enganos, não é a trajetória de todos os espíritos desse planeta, como afirmam os antigos
escritos, mas a lembrança de alguns espíritos exilados, que aqui chegaram com a missão de
auxiliar os simples em seu desenvolvimento. Foi por isso que Jesus, ensinando a liberdade e
igualdade fundamentais da lei universal, afirmou que os simples são bem-aventurados, porque
herdarão a Terra.
Cabe a todo espírita trabalhar em seus pensamentos essa mudança de paradigma que
altera toda a visão do mundo. Nenhuma alma foi criada perfeita e degenerou. Todas foram
criadas simples, ignorantes e perfectíveis. Precisamos tentar, arriscar, experimentar, para,
observando as consequências dos atos, compreender o melhor jeito de agir. Essa é a forma de
aprender. Tentando. Toda descoberta conquistada pela ciência precisa ser repetida
novamente por cada um, para que o aprendizado seja um conquista de cada aprendiz. A
dúvida, a curiosidade, o impulso de participar, de tocar, de conhecer por seu próprio esforço é
a grande dádiva da liberdade, o maior bem que os espíritos recebem de Deus. O fundamento
da moral é a liberdade. A compreensão do bem e do mal nasce da escolha. O dever é sempre
voluntário, desinteressado, conquista da razão.
O Espiritismo é realmente uma revolução. Revolução Espírita. Fará com a moral, o que
as revoluções científicas fizeram com o progresso material. Esse foi o sonho de Allan Kardec,
quando divisou o futuro, a partir dos ensinamentos dos espíritos superiores. Que esse sonho
seja o de todo espírita, a partir de uma adequada compreensão dessa libertadora doutrina.

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