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Artigo

Nitro- e Amino-Porfirinas: Importantes Intermediários para


Formação de Novos Derivados Porfirínicos
Auras, B. L.; Iglesias, B. A.;* Neves, A.
Rev. Virtual Quim., 2015, 7 (4), 1402-1420. Data de publicação na Web: 3 de fevereiro de 2015
http://www.uff.br/rvq

Nitro- and Amino-Porphyrins: Important Intermediates for Novel


Porphyrin Derivatives Formation
Abstract: The vital function played by porphyrin derivatives in nature has attracted the
attention of many scientists for more than a century. Studies on the synthesis,
functionalization, action of porphyrins and the search for potential applications of such
macrocycles were carried out during the last century, and they have involved several
research groups. In this context, the establishment of novel synthetic routes has been
a major objective over the years. In this review, the importance of nitro- and amino-
porphyrins as templates for the formation of new specifically substituted porphyrins
will be presented. Derivatives containing nitro and amino groups are presented as
important starting materials for the formation of new highly functionalized porphyrin
derivatives.
Keywords: Porphyrins; nitro-porphyrins; amino-porphyrins.

Resumo
As funções vitais desempenhadas por derivados porfirínicos na natureza tem atraído a
atenção de muitos cientistas por mais de um século. Estudos sobre a síntese,
funcionalização, e modo de ação de porfirinas e sobre a busca de potenciais aplicações
destes macrociclos foram realizadas durante o século passado e envolveram variados
grupos de pesquisa. Nesse contexto, o estabelecimento de novas rotas sintéticas tem
sido um dos principais objetivos ao longo dos anos. Neste manuscrito será tratada a
importância de nitro- e amino-porfirinas como moléculas-chave para a formação de
novas porfirinas especificamente substituídas. Derivados contendo grupos nitro e
amino são apresentados como importantes materiais de partida para a formação de
novos derivados porfirínicos funcionalizados.
Palavras-chave: Porfirinas; nitro-porfirinas; amino-porfirinas.
* Universidade Federal de Santa Catarina, Campus Trindade, CEP 88040-900, Florianópolis-SC,
Brasil.
bernardopgq@gmail.com
DOI: 10.5935/1984-6835.20150077
Rev. Virtual Quim. |Vol 7| |No. 4| |1402-1420| 1402
Volume 7, Número 4 Julho-Agosto 2015

Revista Virtual de Química


ISSN 1984-6835

Nitro- e Amino-Porfirinas: Importantes Intermediários para


Formação de Novos Derivados Porfirínicos
Bruna Luiza Auras, Bernardo A. Iglesias,* Ademir Neves
Universidade Federal de Santa Catarina, Campus Trindade, CEP 88040-900, Florianópolis-SC,
Brasil.
* bernardopgq@gmail.com

Recebido em 19 de novembro de 2014. Aceito para publicação em 29 de janeiro de 2015

1. Introdução
2. Nitro-Porfirinas
3. Amino-Porfirinas
4. Formação de Novos Derivados Porfirínicos
4.1. Reações nas posições meso-arílicas
4.2. Reações nas posições meso livres
4.3. Reações a posição β
5. Relação entre escalas e custo de reação
6. Perspectivas

1. Introdução foram publicados no período entre 2000 e


2014 utilizando a palavra porphyrin como
palavra-chave. Isso não surpreende, visto que
Pesquisas envolvendo derivados porfirinas são moléculas que apresentam
porfirínicos continuam a ser desenvolvidas certa estabilidade (térmica e fotoquímica),
em ritmo acelerado e estes certamente propriedades ópticas e fotofísicas,
representam uma das classes de compostos propriedades conformacionais, flexibilidade e
versatilidade química, juntamente de suas
macrocíclicos amplamente estudadas na
química. Informações a respeito das características de relevância biológica como,
características desses macrociclos estão por exemplo, na fotossíntese, na cadeia
atualmente reunidas em uma série de respiratória, na medicina, e também como
Handbooks, contendo 20 volumes, que vão cofatores em processos biológicos (tais como
desde metodologias sintéticas, citocromo P450 e citocromo C), tornando-as
espectroscopia, eletroquímica, bioquímica e tema de pesquisa por excelência. Entretanto,
cristalografia, até a aplicação de porfirinas nada disso seria possível sem o acesso às
nas áreas de terapia fotodinâmica (PDT), diferentes metodologias sintéticas que já se
óptica não-linear, medicina, entre outras encontram publicadas.
(Figura 1).1 Cerca de 30.000 artigos científicos

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Auras, B. L. et al.

Figura 1. Exemplos de aplicações das porfirinas em diferentes áreas

Historicamente, os estudos relatados por objetivo central obter derivados tetra-


Willstatter, Stoll, Küster e Fischer,2 focavam substituídos para aplicações em diversas
principalmente na elucidação de estruturas áreas, principalmente na área de novos
de compostos naturais como as clorofilas e materiais moleculares.5 Por outro lado, tem-
moléculas do tipo heme. Esses foram, então, se dado cada vez mais ênfase na síntese e
seguidos pelo desenvolvimento da síntese caracterização físico-química de porfirinas
total de porfirinas β-substituídas proposta assimétricas, para as mais variadas
por Fischer, seguidos pela descrição da aplicações. Estas aplicações estão voltadas
síntese total de clorofilas e derivados da principalmente para as áreas da fotônica, da
vitamina B12.2 O alto valor agregado desses ciência dos materiais e da fotomedicina,
compostos, como a protoporfirina IX (1) ou a necessitando assim, de derivados
octa(etil)porfirina (2) fez com que novos assimetricamente substituídos, contendo
caminhos fossem abertos para o apenas um tipo de grupo funcional específico
desenvolvimento de novas pesquisas, para determinada função e aplicações tais
principalmente na área sintética e na como: macrociclos contendo propriedades
aplicação dessas moléculas. Na maioria dos anfifílicas como fotossensibilizadores,6 com
casos, usam-se porfirinas mais reativas como, propriedades do tipo donnor-acceptor para
por exemplo, as que apresentam posições aplicações na área de conversão de energia,7
meso livres reativas, aptas a funcionalizações, na química supramolecular,8 como novos
tais como nitração, halogenação, arilação, materiais para óptica não-linear9 ou ainda
entre outras. como modelos quirais para aplicações em
catálise assimétrica.10
Porfirinas meso-aril substituídas são muito
estáveis, sendo facilmente obtidas com altos Muitos grupos têm se dedicado a essa
rendimentos, em uma única etapa e em área de pesquisa durante anos e, desta
grandes quantidades (aproximadamente 1,0 forma, torna-se difícil reunir todas as
a 5,0 g). O exemplo mais comum é a contribuições significativas existentes,
5,10,15,20-tetra(fenil)porfirina (3), fazendo com que o leitor se remeta a
sintetizada pela primeira vez por Rothemund acompanhar vários volumes de livros
e colaboradores em 1935 (Figura 2).3 Por um específicos como o The Handbook of
lado, avanços nessas pesquisas têm como Porphyrin Science e artigos científicos
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encontrados na vasta literatura. de derivados porfirínicos para a formação de


moléculas com alto grau de aplicação
Nesta breve revisão bibliográfica, serão
tecnológica (Figura 2).
apresentados alguns exemplos selecionados

NH N NH N NH N NH N

N HN N HN N HN N HN

2
O HO O
OH
1 3 4

Figura 2. Porfirinas mais comumente utilizadas como material de partida: (1) protoporfirina IX,
(2) octa(etil)porfirina, (3) meso-tetra(fenil)porfirina e (4) 5,15-bis(fenil)porfirina

2. Nitro-Porfirinas como diclorometano e clorofórmio,


ocorrendo aumento no poder de agregação
dessas porfirinas em solução (turbidez). Essas
reações em macrociclos podem ser
Porfirinas nitro-substituídas são derivados
classificadas como: a) condensação direta (5);
termo e foto-estáveis de fácil obtenção. Mas
b) aril-substituídas (6); c) meso-substituídas
à medida que se aumenta o número de
(7) e d) β-substituídas (8) (Esquema 1; Figura
grupos nitro-substituídos, ocorre diminuição
da solubilidade em solventes orgânicos, tais 3).

O 2N NO 2

NO 2
N
[H +] H
+ N N
N H
H N
CHO

O2N 5 NO 2

Esquema 1. Reação de condensação direta para formação de meso-tetra(4-nitrofenil)porfirina


(5)

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NO 2

NH N NH N NH N
NO 2 NO 2
N HN N HN N HN

6 7 8

Figura 3. Representação estrutural de porfirinas meso-(4-nitroaril)substituída (6), meso-(10-


nitro)substituída (7) e β-(nitro)substituída (8)

A primeira classe trata de nitro-porfirinas aldeídos nitrados, fato este atribuído ao


obtidas por reação direta de condensação caráter aceptor do grupo nitro, esses
entre um aldeído nitro-substituído e pirrol, compostos apresentam, na maioria das
sendo estas, as mais comumente usadas e vezes, baixa solubilidade em solventes
descritas na literatura.11 Esse tipo de reação orgânicos. Este problema pode ser
de ciclização pode ocorrer tanto em meio solucionado através de reações de nitração
ácido (com ácido acético ou propiônico nas fenilas periféricas do anel porfirínico,
atuando como solvente e catalisador), sob conforme relatado por Smith e
condição de refluxo, ou em solvente orgânico colaboradores.12 Neste trabalho são descritas
sob atmosfera inerte como, por exemplo, em reações de nitração, utilizando nitrito de
solventes clorados como CH2Cl2, CHCl3 ou até sódio (NaNO2) em meio ácido (TFA), levando
em acetonitrila, na presença de um ácido de à formação de meso-aril nitro-porfirinas
Lewis como catalisador (no caso, ácido conforme ilustrado no Esquema 2. À medida
trifluoroacético ou BF3.Et2O).5 Normalmente, que aumenta o número de grupos nitro nos
porfirinas substituídas com nitro-grupos anéis aromáticos, ocorre gradativamente,
formam-se com baixos rendimentos (3-7% diminuição nos rendimentos das porfirinas
global). Apesar da alta reatividade dos nitro-substituídas.

NaNO 2, TFA
NH N NH N
3 minutos
NO 2
N HN N HN

3 9

Esquema 2. Reação de nitração da meso-tetra(fenil)porfirina (3), formando a 5-(4-nitrofenil)-


10,15,20-tri(fenil)porfirina (9)

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Reações de nitração ocorrem diretamente conta que porfirinas coordenadas aos íons
nas posições meso ou β do macrociclo, Zn(II) são mais resistentes aos processos
normalmente envolvendo a reação com íons oxidativos do que porfirinas base-livre
nitrônio (NO2+) ou então por ataque de (devido à mudança de reatividade do
espécies radicalares de NO2·.13,14 Para essas macrociclo e eletropositividade do metal),
nitrações são comumente utilizados por exemplo, quando o iodo atua como
reagentes tais como: oxidante.14 Banfi e colaboradores16 relataram
Zn(NO3)2.6H2O/Ac2O/CHCl3 (10),15 AgNO2/I2 a formação de meso-nitro porfirinas
(11),14 HNO3/AcOH/00C (12)13 e NaNO2/TFA/- utilizando nitrito de sódio (NaNO2) em ácido
78ºC (13)16 (Esquema 3) e reações com trifluoroacético (TFA), a -78°C (13). Essa
Cu(NO3)2.3H2O/Ac2O/CHCl3 (14),17 N2O4 reação é eficaz, uma vez que os íons nitrônio
14 18
(15), HNO3 fumeg./CHCl3 (16) (Esquema 4). (NO2+) formados reagem mais lentamente
devido à baixa temperatura utilizada. A
Em 1979, Smith e colaboradores14
mesma explicação se aplica quando a
relataram as primeiras reações de nitração
nitração ocorre nas posições meso da
nas posições meso livre em porfirinas. Essas
porfirina, reagindo com ácido nítrico
reações estão baseadas no uso de nitrito de
fumegante (HNO3) em presença de ácido
prata(I) (AgNO2), na presença de um agente
acético a baixa temperatura (12) (Esquema
oxidante (iodo, I2), em solução de acetonitrila
3).
e metanol. Com base nos dados da literatura,
a espé ie reati a π-cátion radicalar da Para porfirinas nitro-substituídas na
porfirina formada nessa solução é atacada posição β do anel porfirínico, essa
pela espécie de NO2-, fazendo com que funcionalização ocorre normalmente por
ocorra uma nitração direta na posição meso reações de adição de espécies radicalares de
livre do anel porfirínico (mais reativa), NO2 na posição β de metaloporfirinas.
formando a porfirina 11 (Esquema 3). Como Cavaleiro e colaboradores19 relataram a
o poder oxidante do iodo (E0 = 0.55 V) é nitração de metaloporfirinas de Zn(II)
menor do que dos íons prata(I) (E0 = 0.80 V), utilizando nitrato de tálio(III) (TlNO3) ou
a molécula de I2 atua como regulador de nitrato de amônio e cério(III)
iodeto de prata (AgI), formando um ((NH4)2Ce(NO3)6), formando compostos β-
precipitado de coloração acinzentada (mono)nitrados em baixos rendimentos. Em
durante a reação. Sendo o iodo um oxidante, 1993, também foi relatada a utilização de
au ilia ta é a re o jugação do siste a π nitrato de cobre(II) hidratado
da porfirina, após a funcionalização na (Cu(NO3)2.nH2O) em clorofórmio (solvente) e
posição meso do anel.14 anidrido acético, fazendo com que ocorra a
nitração direta em uma das posições β da
Outro fato importante é o uso de
porfirina, seguida de metalação da porfirina
metaloporfirinas, principalmente
com íons Cu(II) (14), como é evidenciado no
coordenadas a íons Zn(II) (10), sendo estas
Esquema 4.20
estáveis e solúveis em solventes orgânicos de
maneira geral. Também deve ser levado em

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Ph

N N
O2N Zn NO 2
N N
Ph

Ph
Zn(NO3)2.6H 2O NH N
Ac2O, CHCl 3 10
NO 2
N HN
AgNO2/I2
Ph CH3CN, MeOH
Ph
NH N 11

N HN Ph
HNO 3 /AcOH
0˚C
Ph NH N
4 NaNO 2/TFA NO 2
-78˚C N HN
Ph
Ph
NH N 12
NO 2
N HN

Ph
13

Esquema 3. Exemplos de reações de nitração em porfirinas com posições meso livre

Ph Ph NO 2

Cu(NO3)2.3H 2O N N
NH N
Ac2O/CHCl3
Ph Ph Ph Cu Ph
N HN N N

Ph Ph
3 14

Esquema 4. Reação de nitração na posição  da meso-tetra(fenil)porfirina 3

Em 1997, Cavaleiro e colaboradores21 na posição β do macrociclo ocorram por


exemplificaram reações de nitração na reações com íons nitrônio (NO2+).22 Este
posição β de porfirinas base-livre utilizando estudo proposto evidencia que, dependendo
outros nitratos de metais de transição (tais da eletropositividade do íon metálico
como ZnII e TlIII), nas mesmas condições coordenado ao centro do anel porfirínico (CoII
reacionais (15, 16). Como ainda não há uma 17, NiII 18 ou PdII 19), pode ocorrer um
descrição clara e completa do mecanismo aumento significativo nos rendimentos dos
desse tipo de adição, Ostrowski e produtos nitrados (Esquema 5).
colaboradores propõem que essas nitrações

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Ph Ph NO 2

Zn(NO3)2.3H 2O ou Tl(NO3)3
NH N N N
Ac2O/CHCl3
Ph Ph Ph M Ph
N HN N N

Ph Ph
3 M = Zn(II) 15; Tl(III) 16;

Ph Ph NO 2
M II(OAc) n
HNO 3 fumeg.
NH N N N
CHCl3, N 2
Ph Ph Ph M Ph
N HN N N

Ph Ph
3 M = Co(II) 17; Ni(II) 18 ou Pd(II) 19;

Esquema 5. Reações de nitração para formação de porfirinas -NO2-substituídas

3. Amino-Porfirinas eletroquímicos, por exemplo, para redução


eletrocatalítica de O2 em H2O, segundo
relatado por Kuwana e colaboradores.23
Diferentemente das porfirinas As amino-porfirinas também podem ter
substituídas com grupos nitro, as amino- grupos diretamente ligados às posições a)
porfirinas possuem menor estabilidade em meso-aril; b) meso ou c) β-pirrólica do
solução, quando comparadas aos nitro- macrociclo. Uma exceção a respeito desses
derivados, principalmente quando essas compostos é a sua obtenção por
estão funcionalizadas nas posições β- condensação direta entre um amino-aldeído
pirrólicas, pois são compostos passíveis de e pirrol, pois grupos amino ligados a aldeídos
fácil oxidação e polimerização. Amino- ricos em elétrons (carbonilas reativas dos
porfirinas possuem vantagens no que se diz aldeídos), podem formar facilmente cadeias
respeito à solubilidade em solventes mais poliméricas na presença de solventes polares
polares (MeOH e EtOH), e com o acréscimo ou em meio ácido, sendo instáveis, sofrendo
de grupos NH2 inseridos na periferia da algum tipo de decomposição. Para evitar esse
porfirina, a solubilidade destes compostos tipo de problema, usam-se aldeídos
em solventes polares, aumenta contendo grupos protetores de aminas como:
gradativamente. A fácil polimerização devido amidas (R – NHC=OR´) 20, carbamatos
aos grupos amino faz com que esses (Boc2O) 21 ou ftalimidas (NHR) 22.24 A
compostos sejam estrategicamente utilizados desvantagem em utilizar esses tipos de
para modificações de eletrodos de carbono aldeídos se dá pelos baixos rendimentos
vítreo na formação de sensores obtidos nas reações (Esquema 6).

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CHO CH3COOH
Refluxo NH N
1.5 h
+ R R
N N HN
H
R
R

O
H O
R = H 3C N (20) N (21) N (22)
H
O
O O

Esquema 6. Representação esquemática de formação de porfirina contendo aldeídos com


grupos protetores de aminas
Uma rota alternativa para a obtenção (COOH) 23, na presença de cloridrato de
direta de NH2-porfirinas é por meio da reação hidroxilamina (NH2OH.HCl) e ácido
de redução de ácidos carboxílicos, descrita polifosfórico (PPA; redutor), formando a
por Wamser e colaboradores.25 Essa respectiva meso-tetra-(4-aminofenil)porfirina
metodologia baseia-se na reação de uma 24 (Esquema 7).
porfirina substituída com ácidos carboxílicos

HOOC COOH H 2N NH 2

PPA
N NH 2OH.HCl N
H H
120˚C
N N N N
H H
N N

HOOC COOH H 2N NH 2
23 24

Esquema 7. Síntese de meso-tetra(4-aminofenil)porfirinas a partir de meso-tetra(4-


carboxifenil)porfirinas

Embora a síntese e purificação de baixa reatividade como, por exemplo, as


porfirinas amino-substituídas represente uma porfirinas meso-aril-substituídas, que
tarefa aparentemente complicada, elas necessitam de reduções sob condições mais
podem ser obtidas por meio de reações de drásticas, como as reduções com estanho. Já
redução de nitro-porfirinas, por metodologias as porfirinas contendo grupos nitro
clássicas como redução catalisada por diretamente ligados nas posições meso- ou β-
estanho (tanto na forma de Sn0 como SnII) em pirrólicas, podem ser facilmente reduzidas
meio ácido ou por reações de redução, em condições mais brandas, como nas
catalisadas por paládio suportado em reações que utilizam Pd/C 10% e NaBH4.20,28
carbono (Pd/C 10%); utilizando agentes
A metodologia mais utilizada para a
redutores como o NaBH4 ou hidrazina (N2H4).
formação de amino-porfirinas emprega
A escolha da melhor metodologia de redução
cloreto de estanho(II) hidratado (SnCl2.2H2O)
pode ser ordenada pela reatividade da
como agente redutor em ácido clorídrico
posição onde o grupo nitro se encontra
concentrado (HCl), sob refluxo a 65°C e
ligado na porfirina, ou seja, em compostos de
atmosfera inerte de N2. Em 1989, Kruper e
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Auras, B. L. et al.

colaboradores26 relataram a nitração da (4-aminofenil)-10,15,20-tri(fenil)porfirina (25)


meso-tetra(fenil)porfirina (3), seguida de como é evidenciado no Esquema 8.
aminação redutiva, levando a formação da 5-

SnCl2.2H 2O
N NaNO 2 N HCl conc. N
H TFA, 3 min. H H
refluxo, 65˚C
N N N N N N
H H H
N N N

3 9 NO 2 25 NH 2

Esquema 8. Síntese da 5-(4-aminofenil)-10,15,20-tri(fenil)porfirina 25

Ainda há pouca certeza e poucos relatos porfirinas também podem ser facilmente
na literatura elucidando o mecanismo de reduzidas com cloreto de estanho(II) em
redução de nitro-porfirinas,27 mas acredita-se meio ácido (27). Em 2002, Anderson e
que o mecanismo mais provável seja via colaboradores28 relataram a obtenção de
processo bi-eletrônico, ocorrendo oxidação meso-amino porfirinas pela reação de
do composto de Sn(0) ou Sn(II), em meio redução utilizando NaBH4, catalisada por
ácido (HCl), seguido de redução do grupo Pd/C 10%, em metanol a temperatura
nitro ligado à porfirina. ambiente (Esquema 9). Mander, Cavaleiro e
colaboradores20,29 relataram trabalhos
Em derivados substituídos diretamente
relativos a reduções de nitro-grupos de Zn(II)-
com grupos nitro nas posições meso- ou β-
β-(2-nitro)-tetra(fenil)porfirina 15, utilizando
pirrólica do macrociclo, os grupos nitro
Sn(0) em meio ácido (28). De forma
podem ser facilmente reduzidos sob
alternativa, β-nitro-porfirinas podem ser
condições brandas, ou seja, na presença de
reduzidas com hidrazina (29), catalisadas por
um redutor como boro-hidreto de sódio
Pd/C 10%, em clorofórmio (Esquema 10).
(NaBH4), catalisada por Pd/C 10% ou ainda na
presença de hidrazina (N2H4) (26). Nitro-

Ph NaBH 4, Pd/C 10% Ph Ph


MeOH
ou SnCl2.2H 2O
N N N 2H 4, CHCl 3 N N N N
HCl
H 2N Zn NH 2 O2N Zn NO 2 H 2N Zn NH 2
N N N N N N

Ph Ph Ph
26 10 27

Esquema 9. Rota sintética para a formação de meso-amino porfirinas

Ph NH 2 Ph NO 2 Ph NH 2

N 2H 4, Pd/C 10%
N N N N N N
CHCl 3 Sn0 /HCl
Ph Zn Ph Ph Zn Ph Ph Zn Ph
N N N N N N

Ph Ph Ph
29 15 28

Esquema 10. Rota sintética para a formação de β-amino porfirinas


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4. Formação de Novos Derivados β.


Porfirínicos
4.1. Reações nas posições meso-arílicas

Derivados porfirínicos, de modo geral,


quando substituídos com grupos do tipo Em 1999, Collman e colaboradores30
aminas primárias (NH2), ciano (CN), aldeídos dentre vários trabalhos, relataram
(CHO), sais de diazônio (N2+) ou azidas (N3) acetamido-porfirinas contendo íons Fe(III),
têm um grande atrativo no que diz respeito a chamadas de picket fence, pocket ou capped
sua reatividade perante algumas porphyrins, na formação de análogos da
funcionalizações. Nas demais seções serão hemoglobina e mioglobina. Compostos dessa
descritos alguns aspectos importantes a classe são obtidos a partir de derivados de
respeito de variadas reações utilizando-se meso-(2-aminofenil)porfirinas (30, 31), sendo
NH2-porfirinas como material de partida, com funcionalizadas através da formação de
a ocorrência de funcionalização nas variadas ligações peptídicas, como amidas terminais
posições do anel porfirínico (aril-, meso- ou (Figura 4).

O O
(CH 2)n
N N
H H
O O
NH L NH L
N N N N
Fe Fe
N N N N
HN HN
O O
H H
N N

O O

30 31
N
L=
N

Figura 4. Representação estrutural de porfirinas estudadas por Collman e colaboradores30

Em 1998, o mesmo conceito estabelecido porfirinas aplicadas na área de materiais


por Collman e colaboradores, foi usado para mesomórficos (cristais líquidos), utilizando
o desenvolvimento de novas porfirinas macrociclos funcionalizados com grupos do
contendo substituintes quirais, pela tipo tri-(alcóxido)benzoilamino na periferia
funcionalização dos grupo NH2 nas posições do anel,33 e porfirinas contendo pontes de
orto-fenil existente na periferia da porfirina.31 grupos anidridos ftálicos para modificação de
Em 2000, trabalhos variados foram surgindo superfícies de Si(100)34. Macrociclos
como, por exemplo, os trabalhos publicados porfirinóides funcionalizados com derivados
por Van Lier e colaboradores32 que relataram de boro, no caso carboranos (nidoboranos),
a obtenção de Zn(II) amino-porfirinas para aplicação na medicina, terapia
substituídas através da formação de ligação fotodinâmica (PDT) e na terapia de captura
intermolecular do tipo C – N, catalisada por de nêutrons de boro (BNCT) 32 também são
sais de Pd(II). encontrados na literatura, descrita por Smith,
Luguya e colaboradores (Figura 5).12,35
Em 2006, foram relatados trabalhos com

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Auras, B. L. et al.

K+ K+
H H H H
H H
N N

N
H
N BH
N
H C
N
K+
H H K+ H
H
N 32 N
H H

Figura 5. Representação estrutural de uma porfirina funcionalizada com derivados de boro,


proposto por Luguya e colaboradores12,35

Funcionalizações com triazinas (33),36 grupos do tipo 1,3-bis(aril)triazenos 35, para


grupos triazóis (34)37 ou contendo grupos do a possível formação de novos sensores para
tipo 1,3-bis(aril)triazeno (35)38 na posição metais, bem como na formação de estruturas
meso-aril do macrociclo também são alvos de auto-organizadas tais como MOF´s
grande interesse. Porfirinas substituídas com (Molecular Organic Frameworks), com
a unidade triazina (33), por exemplo, foram expectativa na investigação de suas
empregadas como agentes de superfícies propriedades coordenativas. Na verdade,
antibacterianas. Porfirinas contendo grupos esse comportamento foi atribuído ao ligante
triazol (34) foram aplicadas para sistemas do triazeno periférico como sendo um novo sítio
tipo push-pull e as porfirinas contendo de coordenação na molécula (Figura 6).

N N
N
NH N N NH
NH
NH N
N HN N HN N
N Cl N
HN
N
Cl
34
33

NH N H
N
N HN N N

NO 2

35

Figura 6. Exemplo de porfirinas meso-aril-substituídas contendo grupos do tipo triazina (33),


triazol (34) ou 1,3-bis(aril)triazeno (35), respectivamente

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Auras, B. L. et al.

4.2. Reações nas posições meso livres colaboradores28 mostraram como variados
grupos podem servir de espaçadores entre
duas porfirinas, conectados via posição meso,
A substituição de grupos específicos ou então para a formação de um sistema
diretamente nas posições meso da porfirina é misto em uma mesma molécula, voltado para
muito utilizada na obtenção de compostos de aplicação na área de materiais eletro-ópticos.
grande interesse para as mais variadas Essas porfirinas podem ser facilmente
aplicações. Em 1995, Nocera e funcionalizadas partindo-se de uma meso-
colaboradores39 relataram a formação de [(10-amino)-5,15-bis(fenil)porfirinato]zinco(II)
sistemas do tipo donnor-acceptor com grupos 36, através da formação de espécies do tipo
amidínios ligados na posição meso, com o diazo (37), imino (38) ou azido (39) (Esquema
trabalho focado em estudos de mecanismos 11). Arnold e colaboradores41 estudaram a
de transferência de elétrons, via formação de novos corantes (bis-porfirinas)
acoplamento de prótons. Nessa mesma linha conectados por grupos-ponte do tipo azo,
de raciocínio, Osuka e colaboradores40 explorando assim propriedades de foto-
mostraram a formação de porfirinas isomerização E/Z dos dímeros formados
contendo anidridos ftálicos susbtituídos na (Esquema 11).
posição meso. Em 2002, Anderson e

Ph

N N
Zn N
N N N R
"
II)
u( NH 2
"C Ph
37
R

Ph Ph
CHO

N N N N
R
Zn NH 2 Zn N
N N R
N N

Ph Ph
NaN 3 38
36 DMF

Ph

N N
Zn N3
N N

Ph
39

Esquema 11. Formação de porfirinas contendo unidades ligadas diretamente nas posições
meso de uma porfirina do tipo: diazo (37), imino (38) e azido (39)

. . Reações na posição β uma classe importante de compostos,


principalmente para aplicações nas áreas de
materiais moleculares e terapia fotodinâmica
Porfiri as β-substituídas representam (PDT). Sua obtenção é relativamente mais

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Auras, B. L. et al.

simples, quando comparada aos compostos possuir distorções na sua estrutura e


meso-aril substituídos, devido à alta apresentar características espectroscópicas
reatividade das posições β-pirrólicas. São interessantes quando funcionalizadas nessa
interessantes devido a sua reatividade e são posição do anel porfirínico.29
moléculas templates muito utilizadas em
Uma série de novas porfirinas conjugadas
reações de cicloadição dipolar,42-44
diretamente por ligações nas posições β
polimerizações, oxidações, entre outras.
foram obtidas por Crossley e colaboradores,45
Todos esses fatores podem ser relacionados
for adas a partir da reação e tre β-diamino-
aos elétro s π deslo alizados o a ro i lo,
porfiri as e α-dionas (40, 41 e 42). Esses
fazendo com que estes compostos tenham
novos compostos possuem grande interesse
uma reatividade acentuada nessas posições
no que diz respeito à aplicação nas áreas de
do anel.
reconhecimento molecular, fotossíntese
Em 1982, Baldwin e colaboradores11 artificial ou materiais óptico-eletrônicos
relataram funcionalizações com grupos (Figura 7). Cavaleiro e colaboradores46-48
funcionais amida na posição β de capped- relatara o os deri ados porfirí i os β-
porphyrins, para formação de sistemas substituídos contendo heterociclos (43-46),
miméticos da hemoglobina, mioglobina e voltados para aplicação na área de sensores
citocromos. A partir desse ponto, começaram de íons e para formação de estruturas auto-
as investigações das propriedades organizadas com propriedades
espectroscópicas e eletroquímicas de supramoleculares (Figura 8).
siste as β-substituídas, pois estas podem

N N
H N N H N
N N N N N
H N N H N
N N

40 41

N N
H N N H
N N N N
H N N H
N N

42

Figura 7. Porfiri as β-funcionalizadas com heterocíclicos tais como pirazino-fenantrolina (40),


imidazol-piridina (41) e bis-pirazóis (42), respectivamente

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Auras, B. L. et al.

O 2N

Ph Ph N Ph Ph
N N
H H
N N N N
NO 2 N
H H
N N
Ph Ph Ph Ph NO 2

43 44

C6F 5
Ph Ph C6F 5 C6F 5
N H N F F
H N H N NH N
N N O N N N C6F 5
H H N N HN
N N F F
Ph Ph C6F 5 C6F 5
O C6F 5
46
45

Figura 8. Porfiri as β-substituídas usadas na aplicação como sensores, para determinação de


íons e na formação de blocos de construção supramoleculares

5. Relação entre escalas e custo de planejamento prévio em todos os aspectos


mencionados. De um modo geral, qualquer
reação reação de condensação com pirróis,
formação de dipirrometanos,
tripirrometanos, etc., pode ser facilmente
É importante comentar a respeito de executada em maior escala e de uma forma
escala de síntese, purificação e custo de mais simplificada (ordem de 10-30 g). Da
reação, como principais problemas dos mesma forma que as funcionalizações como
compostos citados ao longo da revisão. Alta bromações, formilações e nitrações, são
solubilidade e alto rendimento, dependendo possíveis em uma escala na faixa de 2-5 g.
do que se encontra funcionalizado na Muitos destes compostos podem ser
periferia de uma porfirina, podem ser purificados via recristalização ou até por
encarados como novos desafios. A maioria simples filtração, por meio de uma fase
das reações citadas, ao longo deste trabalho, estacionária, como a sílica-gel. No caso de
foram, primeiramente, conduzidas de forma porfirinas tetra-substituídas ou do tipo 5,15-
exploratória em concentrações de mM, substituídas (trans), estas podem ser
sendo realizadas no máximo em escalas de purificadas através de filtração e pela
50-100 mg. Os custos de uma reação para a remoção de impurezas insolúveis formadas
obtenção de moléculas-alvo aumentam à durante a reação.
medida que necessitam do uso de compostos
mais sofisticados e específicos como Com o aperfeiçoamento de metodologias
compostos organometálicos, materiais de síntese, o grau de pureza e rendimento
cromatográficos, solventes específicos, entre dos compostos têm aumentado de forma
outros, elevando os custos da química de exponencial, por meio da utilização de
porfirinas. condições como, por exemplo, reações em
micro-ondas, reações em estado sólido, entre
Derivados porfirínicos que precisam ser outras.
obtidos em grande escala necessitam, sem
sombra de dúvidas, de um maior Um aspecto muitas vezes negligenciado é

Rev. Virtual Quim. |Vol 7| |No. 4| |1402-1420| 1416


Auras, B. L. et al.

a formulação de moléculas-alvo (target- funcionalização de sistemas tetrapirrólicos.


molecules), pois há um forte interesse em De fato, mais surpresas são esperadas nesta
obter porfirinas que sejam solúveis em água área de transformações sintéticas, que
para aplicações em áreas médicas, o que ganhou força nestes últimos anos.
contrasta com a química orgânica sintética Funcionalizações de porfirinas meso- ou β-
em termos de funcionalizações. Nesse caso, o substituídas merecem destaque, mas sempre
material pode ser facilmente incorporado em buscando melhorias nas metodologias
lipossomas para torná-los solúveis em meio adotadas até o momento. Apesar de seu
aquoso e proporcionar biocompatibilidade ao caráter como um cromóforo por excelência,
material. Desta maneira, muitas etapas poucas reações fotoquímicas têm sido
sintéticas podem ser omitidas e propiciar um descritas para porfirinas. Provavelmente,
menor custo-benefício, obtendo um rápido muito mais esforços incidirão sobre a
retorno de alta confiabilidade e preparação de sistemas multifuncionais e
funcionalidade do material formado. multimodulares, como sistemas
bioconjugados e sistemas contendo uma
Toda a questão do custo-benefício estará
comunicação eletrônica favorável.
relacionada no desenvolvimento e
purificação desses compostos, que,
dependerá do valor de mercado agregado
para a sua comercialização. Contudo, para Agradecimentos
uso de forma simples, porfirinas utilizadas
como corantes não serão capazes de
competir com processos industriais já Os autores deste trabalho agradecem ao
existentes, como no caso de ftalocianinas na Conselho Nacional de Pesquisa e
indústria de DVDs e Blue-Rays, por exemplo. Desenvolvimento (CNPq) pelo financiamento
Embora sejam compostos ditos como do projeto de pesquisa (Processo
estáveis, porfirinas podem sofrer 405588/2013-5), Bolsa de Iniciação científica
significativos processos fotoxidativos ao (CNPq 105361/2014-3) e Bolsa Atração
longo do tempo. No entanto, compostos que Jovens Talentos-BJT (CNPq 301451/2014-1).
atuam como fotossensibilizadores, sensores, Ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia
catalisadores na química fina e limitadores (INCT) e ao Departamento de Química da
ópticos podem ser preparados a preços Universidade Federal de Santa Catarina –
competitivos e em escala de multigramas, DQ/UFSC.
onde vários desses já atingiram o mercado. Em homenagem ao 71º aniversário do
Prof. Dr. José A. S. Cavaleiro – Universidade
de Aveiro - Portugal
6. Perspectivas
Referências Bibliográficas
Apesar de todo planejamento lógico no
desenvolvimento de metodologias sintéticas,
1
acredita-se que as principais áreas de Smith, K.; Kadish, K.; Guilard, R.; The
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estão voltados simplesmente para Rothemund, P. Formation of porphyrins
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