CONTOS FOTOGRÁFICOS: UMA RELAÇÃO SOBRE MUNDOS E LUGARES
A dissertação se apresenta como uma reunião de textos poéticos teóricos que
analisam e se convergem um fazer artístico fotográfico baseado nos percursos e resultados da construção de três séries de imagens oriundas da investigação sobre a territorialidade, o íntimo e principalmente o conhecimento do processo de criação do artista. Contos Fotográficos estabelece a narrativa ficcional como fio condutor da pesquisa e resultado do processo de criação das séries de fotografias. As narrativas propõem um tratado com a perdição: o se perder entre imagens que pulsam e teimam em existir. Essas imagens surgem ora através de espelhos, ora como naturezas-mortas, outras em retratos. Os Contos Fotográficos são como paredes e escombros, recortes de lugares imaginários em mim, olhados por vários cantos e pontas onde apareço, ordenadas por um processo criativo.
O processo de construção textual está totalmente atrelado ao fazer artístico,
assim como a construção artística não se ordena de maneira simples e direta a narrativa teórica não se emenda numa lógica temporal e segue caminhos determinados pelas séries fotográficas que acompanham os capítulos. Investigando o processo criativo onde a fotografia é ferramenta, o mundo a matéria, uma vez que “Toda fotografia é uma ficção que se apresenta como verdadeira. Contra o que nos inculcaram, contra o que costumamos pensar, a fotografia mente sempre, mente por instinto, mente porque sua natureza não lhe permite fazer outra coisa.” (Fontcuberta, 2010. p.13).
Assim, a fotografia envolve com sua ideia de realidade, quando as possibilidades
narrativas e dialógicas da intenção do fotógrafo cria o ambiente da imagem e permite o adentrar nesse lugar. Assim, as imagens entregues passeiam por um ambiente de intimidade e cotidiano para posteriormente subverter as formas em lugares habitáveis pela imaginação.