Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
VOLTA REDONDA
2012
FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA
PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO EM CIÊNCIAS DA
SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE
VOLTA REDONDA
2012
3
4
Este estudo foi motivado pela dificuldade em transmitir informações durante as aulas
teóricas da disciplina de ginecologia, a cerca das patologias intra-uterinas que levam ao
comprometimento da saúde feminina. O objetivo do estudo foi a produção de uma
vídeo-aula demonstrando as indicações, técnicas e realização de um exame
ginecológico que abordasse este órgão, resultando na gravação de vídeo explicativo do
exame de videohisteroscopia. Esta vídeo-aula foi elaborada nos estúdios da TV-FOA
que fica situado no campus do Centro Universitário de Volta Redonda. Contamos com o
auxílio de uma equipe técnica que ajudou na confecção deste trabalho com produção e
edição deste video. Foram utilizadas imagens de exames realizados no CEVESP
(Centro de Videoendoscopia São Paulo), que apresentassem patologias uterinas, que
fossem estudadas na aula proposta, filmagem do equipamento necessário à realização
do exame de videohisteroscopia e edição final pela equipe técnica dos comentários
elaborados pelo professor. O resultado final foi a gravação de um vídeo com a
explicação da realização do exame com suas principais indicações. Este recurso
permite que o aluno compreenda melhor as indicações, contra-indicações e possíveis
complicações que podem ocorrer durante a realização do exame. Concluímos que a
tecnologia quando utilizada como ferramenta de ensino permite auxiliar e complementar
o processo de ensino e aprendizagem principalmente na educação médica.
The motivation of the present study is the difficulty in transmitting information during
lectures about intrauterine pathologies in the discipline of gynecology, and aimed to
produce an instructional video demonstrating the indications, techniques and conducting
of complementary procedure that addressed this organ producing a video that would
explain the videohisteroscopy. This instructional video was filmed in the studios of TV-
FOA, which is located on the campus of the Centro Universitário de Volta Redonda. We
had the assistance of a technical team that helped in producing and editing of the
product. Images were obtained from CEVESP (Centro de Video Endoscopia São Paulo)
uterine pathologies examinations, footage of the equipment necessary for the
examination of videohisteroscopy and final editing were conducted by the technical staff
and the comments performed by the teacher. The result then was an eight minute length
video with an explanation of the examination with their main indications, allowing the
student the understanding of indications, contraindications and possible complications
that could occur during the procedure. We conclude that technology, used as a teaching
tool, allows supporting and supplementing of the teaching/learning process, specially in
graduate medical education.
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 14
1.1 O Processo de Ensino-Aprendizagem......................................................... 14
1.2 A Tecnologia no Processo de Ensino Aprendizagem ................................ 19
1.3 O Ensino da Medicina e Ginecologia ........................................................... 28
1.4 A Videohisteroscopia na Ginecologia ......................................................... 34
2. OBJETIVOS ...................................................................................................... 42
2.1 Geral ............................................................................................................... 42
2.2 Específicos .................................................................................................... 42
4. DISCUSSÃO ..................................................................................................... 47
Não existe receita pronta para uma boa aula, o professor tem que estar apto a se
adequar à determinada situação. Podem-se encontrar diferenças de turmas, podendo
ser elas homogêneas ou não, momentos diferentes, como por exemplo, alunos
dispersos, pois tiveram ou vão ter alguma prova. Esta flexibilidade do professor deve
ser buscada com o objetivo de um melhor aproveitamento do aluno (LIBÂNEO, 1994).
Aprender é uma atividade que acontece no aluno e que é realizada pelo aluno.
Na realidade, de tudo quanto se ensina apenas uma parte é efetivamente apreendida.
Cabe ao professor estimular aos alunos para que estes possam exercer da melhor
forma a capacidade de aprender, estimulando de preferência, sem ameaças, buscando
16
Ensinar não é o mesmo que aprender, talvez muitos profissionais não entendam
esta diferença e procuram reações iguais as suas. Entender que ensinar e aprender,
apesar de participarem do mesmo processo, são coisas diferentes. Entender esta
diferença é um passo importante para modificar a sua forma de expor seus
ensinamentos (BORDENAVE, 1995).
São elas:
frente com o assunto, ou por outro lado, retornar ao início do assunto caso não perceba
uma boa assimilação pela turma (BORDENAVE, 1995).
Esta visão unilateral do ensino não cabe mais nos dias atuais, o aluno deve
participar do processo de forma ativa, deve estar pronto para interromper a aula, caso
algo não tenha sido perfeitamente entendido. O simples ato do professor em transmitir
o conhecimento através da aula não deve ser considerado como o bastante (LIBÂNEO,
1994).
Atualmente, e talvez mais praticado, através da pesquisa pela Internet. Podemos ter
acesso a qualquer tipo de informação em segundos, podendo ser de boa ou má
qualidade cabendo ao professor a seleção da boa utilização destas ferramentas
(DELORS, 2000).
Muitas vezes eles dominam com grande facilidade, sendo às vezes mais hábeis
em manusear até que os próprios professores. Esta facilidade deve ser aproveitada
para que a interação entre professor e aluno se constitua, assim sendo, quem ensina
também aprende.
Rörig (2010) afirma em seu estudo que dentro deste novo panorama é
importante a questão da prática educativa, da postura do professor e do seu
posicionamento frente à tecnologia digital em uso na educação.
conteúdos e torná-los interessantes como também motivar e guiar cada aluno através
de interação contínua (STAHL, 2006).
Para Mialaret (1973) o professor não pode ser mais considerado a única fonte de
conhecimento. O desenvolvimento das tecnologias da educação possibilitou que os
alunos pudessem por si mesmos adquirir novos saberes. Permite que o aluno tenha
acesso a várias informações do assunto que desejar, basta buscá-las. Está ao alcance
de cada um, o conhecimento desejado.
O professor deve se tornar parceiro do saber coletivo. Não esta mais só sobre o
seu domínio o conhecimento, ele deve estar disponível a dividir conhecimento e
aprender com seus alunos novas informações. Todos podem recorrer a diversos
recursos tecnológicos para adquirirem o saber (DELORS, 2000).
Tudo leva a crer que se trata de uma revolução inevitável e inigualável nos
últimos tempos, que permitirá a transmissão de uma quantidade cada vez maior de
informação num tempo cada vez mais curto. Nestas circunstâncias, o professor deve
saber utilizar da melhor forma possível, estas informações para melhorar o aprendizado
do seu aluno (DELORS, 2000).
A tecnologia não pode, por si só, constituir uma solução milagrosa para as
dificuldades sentidas pelos sistemas educativos. Deve, evidentemente, ser utilizada em
ligação com formas clássicas de educação e não ser considerada como um processo
de substituição, autônomo em relação a elas (DELORS, 2000).
Pode-se considerar que uma aula aliada a recursos didáticos pedagógicos torna-
se mais motivadora e menos cansativa, quando comparada com a aula expositiva
tradicional, normalmente utilizada nas salas de aula de ensino fundamental, médio e até
superior (CASTOLDI e POLINARSKI, 2010).
Mas o professor deve tomar o cuidado de não substituir a sua aula por vídeos, a
figura do professor é imprescindível e não deve ser descartada, assim sendo o
professor não pode se acomodar e ter apenas o trabalho de apertar o “play” e ao final
do vídeo dar por encerrada a aula.
Frizzo (2009) diz que a absorção do conhecimento é dada por vários níveis de
comunicação verbal e não verbal, sendo que quanto maior a quantidade de canais
utilizados para absorver a informação maior será a retenção. Estudos revelam que
somos capazes de reter 10% do que lemos 20% do que ouvimos 30% do que vemos,
50% do que vemos e ouvimos e 80% do que vemos, ouvimos e fazemos. Então,
porque não utilizar o máximo de sentidos durante a construção do conhecimento, já que
quanto mais estimulados mais aprendemos.
Berenice Vollrath (2001) para ensinar bem, o professor deverá saber o que vai
ensinar, deve possuir técnica de ensino e práticas de sala de aula eficientes que lhe
permitam transmitir aos alunos de forma clara e significativa os conteúdos que ele
domina.
Este órgão era a prova que eles constantemente evocavam de que a natureza
não havia criado um ser imperfeito, como pensavam os antigos, mas confiado às
mulheres a missão de gerar e de dar à luz, portanto associados ao papel social de ser
mãe (MARTINS, 2004).
A mulher era vinculada à figura do ser incapaz, frágil, não estava associado a
trabalhos que exigissem inteligência, mas a reprodução da espécie e aos cuidados das
crianças. Sua importância estava relacionada à capacidade de gerar herdeiros
30
saudáveis. Seu destino era obedecer ao homem, este sim, representava a figura da
inteligência, do poder e do trabalho. Acreditava-se que o homem era mais capaz
intelectualmente que a mulher. Pesquisas comparavam o tamanho do cérebro do
homem e da mulher e comprovavam que a superioridade masculina se dava porque o
homem possuía um cérebro maior. A educação feminina ficava restrita aos cuidados da
casa e dos filhos e uma educação fora destes padrões era visto como uma ameaça.
Alguns poucos autores iam de encontro à idéia vigente no século XVIII e XIX, de
que as mulheres eram menos inteligentes do que os homens, estes acreditavam que a
superioridade masculina se devia à falta de recursos intelectuais, já que poucas
mulheres tinham a oportunidade de estudar (MARTINS, 2004).
A aceitação dos exames por parte das mulheres e de seus maridos deveu-se ao
paciente trabalho de convencimento e da aceitação da autoridade dos médicos. Da
mesma forma que o obstetra passou a ser aceito na cena do parto, o ginecologista
conseguiu, aos poucos, conquistar a confiança da mulher (MARTINS, 2004).
A necessidade da realização do exame físico pelo médico não foi vista com bons
olhos pela sociedade, porque antes da medicina clínica o princípio do “toque e não
olhe” era o seguido por todos. Este princípio foi modificado ao longo do século XIX pelo
convencimento dos médicos junto a sua clientela associando a necessidade de ver com
a idéia de prevenção.
32
Com a Guerra Fria – iniciada logo após a Segunda Guerra Mundial, na década
de 50, e que durante quase 50 anos dividiu o mundo em dois grandes blocos de poder
impulsionou a ciência e a tecnologia de forma jamais vista na história da humanidade.
Muitos equipamentos, serviços e processos foram descobertos durante a tensão que
existiu entre Estados Unidos e União Soviética pela ameaça, de ambos os lados, de
ações bélicas, sobretudo com o uso de bombas atômicas. A corrida espacial, resultante
do avanço científico, proporcionado por essa tensão, trouxe inúmeras inovações
(KENSKI, 2007).
sua realização têm evoluído de forma sistemática e rápida para torná-los delicados e o
exame menos traumático (CRISPI et al., 2007).
É importante que o aluno saiba como o exame é realizado para saber por que ele
estará solicitando aquele exame para determinada paciente. Caso contrário, ele deixará
de pedir quando for necessário ou pedirá desnecessariamente, onerando o tratamento
ou desperdiçando a oportunidade de realizar um diagnóstico adequado.
BRILEY (1998) refere que cerca de 5% a 33% das mulheres que procuram
clínicas ginecológicas, fora das consultas de rotina anual, têm como queixa principal o
sangramento uterino anormal (SUA).
Esta queixa de SUA pode ter vários fatores causadores, desde patologias intra-
uterinas ou até mesmo fatores fisiológicos que podem levar ao sangramento uterino
anormal.
2-OBJETIVOS
2.1 Geral
2.2 Específicos
3-MATERIAIS E METODOS
- Um microfone de lapela
a) Produção e filmagem:
Para a iluminação do local foi utilizada a luz própria do ambiente hospitalar além
da luz de led 200w que se encontra acoplada a câmera. As imagens do ambiente
hospitalar foram gravadas em plano aberto ou panorâmico para definir o local (sala de
exame) e quando foi gravado o equipamento a ser utilizado para a realização do
exame, a gravação foi feita em plano fechado (close) para detalhamento das imagens.
Todo o áudio foi gravado em estúdio para reduzir interferências e ruídos que por
ventura poderiam atrapalhar a gravação.
b) Edição:
4-DISCUSSÃO
Esta dissertação teve com produto final a criação de uma vídeo-aula para ser
utilizada na disciplina de ginecologia buscando uma melhor forma de apresentação das
patologias intra-uterinas ao aluno.
proporcionou uma troca de saber constante. Cada vez mais, esta linguagem audiovisual
tem contribuído para a consolidação do processo educativo moderno (DELORS 2000).
Não basta apenas o professor ser um profundo conhecedor apenas na sua área
de atuação, ele deve estar vinculado ao contexto social. Deve saber aquilo que o aluno
quer conhecer. Isso leva a necessidade de pesquisa de informações, principalmente
através recursos tecnológicos.
Barboza (2010) afirma em seu estudo que, é sempre o professor quem define
quando, por que e como utilizar o recurso tecnológico a serviço do processo de ensino
e aprendizagem. O professor é sempre o responsável pelo processo que desencadeia
para promover a construção do conhecimento, e nesse sentido é insubstituível.
Ao nível da prática médica temos como próprio exemplo o estudo que nos
propusemos a realizar. Na ginecologia, o exame de videohisteroscopia é um exame
minimamente invasivo, que permite a avaliação de um órgão genital interno feminino,
ao nível ambulatorial, com a paciente consciente, sem necessidade de internação
hospitalar. Isso pôde ocorrer porque o equipamento necessário para sua realização tem
evoluído de maneira sistemática e rápida com o objetivo de torná-los mais delicados e
menos traumáticos.
Nas universidades era importante passar aos alunos como estas mudanças
foram fundamentais e determinantes para a evolução do conhecimento.
A educação não poderia se limitar a linguagem escrita, pois nossa cultura atual
dominante vive impregnada por uma nova linguagem, a da televisão, a da informática e
50
Mas é claro que todo este processo de evolução do ensino somente poderá ser
possível, se existir apoio da instituição de ensino para disponibilizar equipamentos
adequados e sala de aula compatível com esta prática.
Deve haver uma força conjunta entre professor e instituição para que a evolução
aconteça. O sucesso final vai depender de uma boa relação entre professor-aluno e de
uma gestão consciente das instituições de ensino, adequada à tecnologia.
5-CONSIDERAÇÕES FINAIS
Isso só foi possível graças ao grande avanço tecnológico que vem ocorrendo há
alguns anos. A cada dia temos uma novidade que nós possibilita a aquisição do
conhecimento de forma mais ágil, seja através do computador, do telefone, televisão,
internet, enfim qualquer instrumento que nós conecte ao mundo.
sites que disponibilizem vídeos relacionados à educação para que qualquer professor
interessado possa utilizá-la.
A tecnologia deve ser usada sempre que possível em prol da melhor qualidade e
aproveitamento do ensino.
6-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
24 - LIBÂNEO, J,C. Didática. 32ª Reimpressão revisada 2011. São Paulo. Ed. Cortez,
1994.p. 65-173.
APÊNDICES E ANEXOS
APÊNDICE 1 – Termo de Consentimento Livre Esclarecido do Projeto
“Ferramentas de Ensino em Videohisterospia para Alunos de Graduação”
59