Sunteți pe pagina 1din 818

MONTAGENS ELETRÔNICAS PARA QUEM NÃO É TÉCNICO

Volume 1 – Teoria Básica e componentes eletrônicos


Paulo Edson Mazzei
Edição revista e ampliada
Direitos autorais do texto original Copyright © 2009-2013 Paulo
Edson Mazzei
Todos os direitos reservados.
As marcas e nomes comerciais citadas nesse livro são de propriedade dos seus
respectivos donos e por eles registradas®. Fotos onde não existe o copyright do autor são
de propriedade das entidades mostrada na própria legenda.
Para algumas fotos não foi possível identificar o autor, mas ele tem todos direitos
sobre essas fotos. Se isso ocorrer, por favor, entre em contato conosco.
Nenhuma parte deste livro poderá ser utilizada, copiada ou reproduzida em qualquer
forma ou meio, sem a expressa autorização do autor, sob as penas da lei.
Contato: radioeletronico@gmail.com
Dedicatória
Com carinho, para minha família, Rita, Xexa, Paulinho e Ro da qual “roubei” horas
para fazer esse livro.
As minhas ajudantes “caninas”, que permaneciam ao meu lado durante as longas
horas de montagem dos aparelhos mostrados e descritos neste livro: Perola e Paloma (in
memoriam)
Aos amigos que nos apoiaram nesse trabalho, que teve algumas “paradas” por
desanimo.
Ao grande amigo Gilberto Affonso Penna (in memoriam), Editor das revistas
“Antenna” e “Eletrônica Popular”, que sempre nos incentivou a publicar artigos técnicos e
que recebeu meus primeiros originais.
Apresentação

Umas palavras...

Escrevi esse livro para encorajá-lo a se aventurar na montagem de pequenos


aparelhos eletrônicos, geralmente divulgados em revistas e livros técnicos da área.
Nos muitos anos de prática na área profissional e de ensino de eletrônica, sempre me
deparei com jovens e veteranos fascinados por eletrônica, mas sem coragem para ir em
frente e realmente realizar alguma montagem.
As revistas técnicas de eletrônica, livros da área e milhares de sites na Internet,
despejam um grande volume de informações sabre as mais variadas áreas da eletrônica,
indo de pequenas fontes de alimentação até equipamentos sofisticados como um
verdadeiro analisador de espectro feito em casa!
Entretanto, apenas uma pequena parte dessas informações passa para o montador
iniciante o que realmente deve ser feito, iniciando-se com uma pequena descrição do
circuito e indo até detalhes finais como a calibração e uso. No meio dessa “via crucis”, as
informações são mínimas, mas de vital importância para a iniciante. Como, por exemplo,
desenhar o Iayout de uma placa de circuito impresso, que é o terror e bloqueio de grande
número de montagens. Outros temas como leitura de diagrama esquemático, Iayout e
desenho de caixas para abrigar os pequenos projetos, uso de equipamentos de teste,
localização de falhas, quase nunca aparecem. E a localização e substituição de
componentes eletrônicos, quando não se acha a indicada? Terrorismo puro...
Note bem que eu não “inventei” nada. O que faço nesse livro é dar as dicas de como
tomar “montáveI” um projeto de montagem. Usei projetos meus feitos ao longo do tempo,
alguns projetos de amigos e outros de livros e revistas. Sempre dando os créditos ao autor
do projeto original.
Usei aqui um mínimo de teoria: só o necessário para explicar algum detalhe muito útil
de um componente ou circuito e principalmente, na hora de possíveis substituições.
Existem centenas de bons livros no mercado que poderão ajudá-lo a se aprofundar na
parte teórica da eletrônica.
A linguagem usada em todo texto procurou ser adequada ao principiante, fazendo
com que você se sinta mais á vontade para encarar a montagem de um aparelho
eletrônico. Que me perdoem os “amadores profissionais”...
Espero, com esse livro, ajudá-lo exatamente nos pontos críticos mostrados acima.
Aqui você vai encontrar o diagrama esquemático bem desenhado, com identificação dos
terminais de semicondutores e outros, sugestões de layout para a confecção da placa de
circuito impresso, pontos críticos das montagens, sugestões para a confecção da caixa
que abrigará sua montagem, como testar as partes, como funciona, etc.
Não se assuste com os problemas relatados acima, pois espero que nesse livro você
não os encontre!
Entretanto, chega de palavras e mãos a obra! Nunca deixe o ferro de soldar
esfriar...!!
Por que um E-book?
O trabalho original de MONTAGENS ELETRÔNICAS PARA QUEM NÃO É TÉCNICO
terminou no ano de 2009 e virou um livro com um grande numero de paginas, feito em uma
gráfica rápida.
Esse tipo de livro ficou praticamente impossível de converter para E-readers, e
devido a sua grande extensão e quantidade de desenhos. Com a chegada dos E-readers,
tabletes, iPad, Kindle, etc., decidimos dividi-lo em volumes, para leitura nesses E-readers,
incluindo em cada um desses volumes os capítulos originais pertinentes ao assunto.
Também aproveitamos essa divisão em volumes e fizemos uma atualização dos
conteúdos de cada capitulo, bem como melhor apresentação das figuras e desenhos
apresentados.
O importante é que foi mantida a ideia original que era ensinar aos novatos na arte de
montar pequenos aparelhos eletrônicos, como fazer isso de uma forma que não houvesse
uso de teorias, cálculos, componentes eletrônicos difíceis, etc.
Fundamentalmente foi mantida a forma de “passo a passo”, com a apresentação
simplificada da teoria, diagramas esquemáticos, desenho dos layouts das placas de
circuito impresso (onde usadas), técnicas de montagem, lista de materiais, substituições
etc.
Os volumes que se seguem deverão conter os seguintes assuntos (Nota: pode ser
que devido à conversão para os E-readers, esses assuntos possam variar ligeiramente).
Veja quanta coisa boa vem ai!
NOTAS AOS INICIANTES:
1. Em todos os volumes de MONTAGENS ELETRONICAS, você vai encontrar
referencias a modelos mais antigos de componentes eletrônicos. Não, o livro
não está desatualizado. O fato é que o montador de pequenos circuitos
eletrônicos é bastante curioso e devido a isso poderá desmontar aparelhos
eletrônicos mais antigos para retirada das peças e construção de outros
aparelhos, como mostrado ao logo desse livro!
2. Muitos componentes novos são caros e às vezes encontrados somente em
lugares específicos. Para que você não desanime, desmonte rádios
valvulados e transistorizados, TV, etc., mais antigos, pois eles são uma
“mina” de componentes!!

OBSERVAÇÕES E CONDIÇÕES DE FORNECIMENTO DESSE LIVRO


1. Os projetos aqui descritos têm como fonte de referência livros, revistas, sites na
Internet, manuais de fabricantes, normas técnicas e experiência profissional do autor,
conforme listados nas “Referências” de cada capitulo. Essas pessoas, entidades, órgãos,
empresas, etc. são os proprietários desses projetos, marcas, símbolos, aplicações, etc.
Esses projetos são apresentados de forma a enriquecer o hobby de montagem de
pequenos aparelhos eletrônicos, sem incentivar a comercialização dos mesmos.
2. Todo cuidado foi tomado para que as informações aqui fornecidas fossem as mais
corretas possíveis. Porem, não nos responsabilizamos e nem garantirmos que os projetos
montados por você, vão funcionar da maneira descrita nesse livro. Em resumo, eles são
montados por sua própria conta e risco. Para nós, todos eles foram montados e
funcionaram. Sempre sugerimos que você consulte as fontes de referência, como apoio.
3. Todos os projetos foram montados, testados e descritos nesse livro com o intuito
de ajudar as pessoas que querem entrar na “arte da montagem eletrônica”. Não temos
nenhum vinculo com fabricante ou revendedor de componentes eletrônicos. Quando
mencionada determinada marca ou modelo, isso é feito como exemplo de uso do
componente ou material para uma determinada aplicação. Todos componentes eletrônicos,
peças, materiais, ferramentas, etc., estavam disponíveis na época de publicação desse
livro ( 2009).
4. Quaisquer “Marca Registrada” ® ou Nome de Fantasia mencionados em todo texto
pertencem aos seus respectivos proprietários. Procurei também mencionar todos os
“Copyright” © possíveis e se algum não foi mencionado, foi por falta de informações
disponíveis na época. Estou à disposição para a devida alteração, caso ocorra esse fato.
5. Não tenho como dar “consultas particulares” sobre as informações fornecidas.
Entretanto, perguntas serão respondidas via e-mail, no endereço de e-mail no inicio do
livro. O tempo de resposta será o menor possível, dentro das atividades do autor.
6. Faltou alguma coisa nesse livro? Ótimo, sinal que você leu com atenção: envie um
e-mail para mim, com as sugestões. Você encontrou alguma coisa errada? Por favor,
informe via e-mail. Gostou do livro? Recomende a outros...
7. E por fim...
Com certeza algum material desse livro vai ser copiado, transcrito, colocado na
Internet e imitado. Procure respeitar os Direitos Autorais. Em caso de transcrição para
outros textos ou Internet, peça autorização e sempre mencione a fonte e o autor.
Se você cobiça o exemplar desse livro que você viu na bancada de montagem de um
amigo, não copie afinal eu gastei cerca de quatro anos para fazê-lo e muitas horas foram
roubadas do convívio familiar para produzir os textos, desenhos, fotos, etc. que você vê
aqui.
Um grande abraço e mãos a obra! Aqueça o ferro de soldar!!
Volume 1 – Teoria Básica e Componentes Eletrônicos
Capitulo 1 - Resistores
Capitulo 2 – Capacitores
Capitulo 3 – Indutores
Capitulo 4 – Diodos e semicondutores
Capitulo 5 – Transistores
Capitulo 6 – Circuitos integrados
Capitulo 7 – Outros semicondutores
Capitulo 8 – Baterias, chaves e conectores.
Capitulo 9 – Soquetes, reles e alto-falantes.
Capitulo 10 – Cristais, fios e cabos.
Capitulo 11 – Microfones, núcleos e medidores.
Volume 2 – Circuitos eletrônicos básicos
Capitulo 12 – O diagrama esquemático real
Capitulo 13 – O circuito retificador
Capitulo 14 – O circuito amplificador
Capitulo 15 – O circuito oscilador
Capitulo 16 – Receptores de radio
Capitulo 17 – Transmissores de radio
Capitulo 18 – Antenas
Capitulo 19 – O CI NE602
Capitulo 20 – O micro controlador PIC
Volume 3 – Pratica de montagem eletrônica
Capitulo 21 - Instrumentos de medidas
Capitulo 22 - Soldagem de componentes eletrônicos
Capitulo 23 - Montagens eletrônicas – Ferramentas
Capitulo 24 - Montagens eletrônicas – Tipos
Capitulo 25 - Montagens eletrônicas – A PCI
Capitulo 26 – Montagens eletrônicas - Caixas
Capitulo 27 - Montagens eletrônicas: Juntando tudo e fazendo funcionar
Volume 4 – Montagens de fontes de alimentação
Capitulo 28 - Projetos – Fontes de Alimentação – Introdução
Capitulo 29 - Fonte de alimentação – Projeto 1 – CI 78XX
Capitulo 30 - Fonte de Alimentação – Projeto 2 – CI LM317T
Capitulo 31 - Fonte de alimentação – Projeto 3 – CI LM317T + 2N3055
Capitulo 32 – Fonte de alimentação – Projeto 4 – 13,8V/12ª
Volume 5 – Montagens de instrumentos de medidas
Capitulo 33 - Projetos – Instrumentos de medidas – Introdução
Capitulo 34 – Projeto 1 – Multímetro digital com display de LEDs
Capitulo 35 – Projeto 2 – Multimetro digital LCD
Capitulo 36 – Projeto 3 – Capacimetro e indutometro
Capitulo 37 – Projeto 4 – Frequencimentro digital
Capitulo 38 - Projeto 5 – Gerador de funções
Capitulo 39 – Projeto 6 – LC meter digital
Volume 6 – Montagens de amplificadores de áudio
Capitulo 40 - Projetos – Amplificadores de áudio – Introdução
Capitulo 41 – Projeto 1 – CI LM386
Capitulo 42 – Projeto 2 – TBA810
Volume 7 – Montagens de receptores de rádio
Capitulo 43 - Projeto – Receptores de radio – Introdução
Capitulo 44 – Projeto 1 – Receptor regenerativo
Capitulo 45 – Projeto 2 – Receptor de conversão direta
Capitulo 46 - Projeto 3– Receptor super-heteródino
Capitulo 47 – Projeto 4 – Receptor Diretodino – Conversão direta
Capitulo 48 – Projeto 5 – Receptor com SA602 – O Maritaca
Volume 8 – Montagens de transmissores de radio
Capitulo 49 - Projeto – Transmissores de radio – Introdução
Capitulo 50 – Projeto 1 – Transmissor CW – 50 mW
Capitulo 51 – Projeto 2 – Transmissor CW – 1,5W
Capitulo 52 - Projeto 3– Transmissor CW – 5W - Jorf
Volume 9 – Antenas
Capitulo 53 - Projetos – Antenas – Introdução
Capitulo 54 – Projeto 1 – Medidor de ROE
Capitulo 55 – Projeto 2 – O dipolo de meia onda
Capitulo 56 - Projeto 3– A antena mutibanda G5RV
Capitulo 57 – Projeto 4 – Antenas verticais para VHF
Capitulo 58 – Projeto 5 – A antena “J” para 2 metros
Capitulo 59 – Projeto 6 – Antenas Yagi
Nota: Um índice descritivo completo, dos nove volumes, em PDF, pode ser
solicitado diretamente para o autor. Veja no contato.
Índice
Apresentação
Capitulo 1
RESISTORES
Introdução
Tamanho e potencia
Tipos de resistores
Valores padrões e tolerância
Código de cores
Símbolos gráficos
Associação de resistores
Resistores fixos
Resistores ajustáveis e variáveis
Resistores especiais
Como Adquirir e substituir
Capitulo 2
CAPACITORES
Introdução
Formatos
Tipos de capacitores
Valores padrões e tolerâncias
Tensão de trabalho e temperatura
Terminais
Símbolos gráficos
Associação de capacitores
Capacitores fixos
Capacitores ajustáveis e variáveis
Capacitores especiais
Como Adquirir e substituir
Capitulo 3
INDUTORES
Introdução
Formato dos indutores
Tipos de indutores
Valores padrões e tolerâncias
Construção de indutores
Símbolos gráficos
Associação de indutores
Indutores fixos
Indutores ajustáveis
Indutores variáveis
TRANSFORMADORES
Como adquirir e substituir
Capitulo 4
DIODOS SEMICONDUTORES
Introdução
Tamanho e potencia
Tipos de diodos
Tensão e corrente de trabalho
Códigos e modelos
Símbolos gráficos
Associação de diodos
Diodos retificadores
Diodos zener
O diodo varicap
Diodos de sinal
Diodos emissores de luz - LED
Como adquirir e substituir.
Capitulo 5
TRANSISTORES
Introdução
Tamanho e potencia
Tensão e corrente de trabalho
Códigos para Transistores
Configuração dos terminais
Transistores bipolares
Transistores FET
Transistor UJT
Formato físico dos transistores
Guia de substituição de transistores
Transistores de potencia
Capitulo 6
CURCUITOS INTEGRADOS (CI)
Introdução
Generalidades
CI analógicos e digitais
Códigos
Símbolos gráficos
CI Lineares e amplificadores operacionais
CI Amplificadores de áudio
CI Digitais
6.9 CI REGULADORES DE TENSÃO
Como adquirir substituir
Capitulo 7
OUTROS SEMICONDUTORES
Introdução
Displays digitais
Tiristores, SCR e TRIAC
Como adquirir e substituir
Capitulo 8
BATERIAS CHAVES E CONECTORES
Introdução
Pilhas e baterias
Símbolos gráficos
Chaves e interruptores
Usos
Símbolos gráficos
Conectores
Usos
Símbolos gráficos
Capitulo 9
SOQUETES, RELES, FUSÍVEIS E ALTOFALANTES
Introdução
Soquetes
Características
Símbolos gráficos
Fusíveis
Símbolos gráficos
Reles
Características
Símbolos gráficos
Usos
Alto-falantes e fones
Características
Usos
Símbolos gráficos
Capitulo 10
CRISTAIS, FIOS E CABOS
Introdução
Cristais osciladores
Características
Usos
Símbolos gráficos
Fios e cabos
Fios
Cabos de força e similares
Fios de cobre esmaltados
Outros cabos
Símbolos gráficos
Capitulo 1
RESISTORES
Introdução
Nos circuitos eletrônicos o resistor é um dos componentes mais usados e suas
funções básicas são a de limitar a corrente elétrica e a de provocar quedas de tensão
(voltagem) em determinados pontos de um circuito. O chuveiro elétrico também usa o
efeito de resistência só que com a finalidade específica de "produzir calor".
Tamanho e potencia
O resistor tem a forma de um cilindro, com dois terminais nos extremos, para sua
conexão ao circuito. Resistores podem ser construídos de um filme (camada) de carbono
("carvão"), filme metálico ou fio. O tamanho físico de um resistor determina a sua
capacidade de dissipar calor (potência em Watts) e não a sua resistência. Nos circuitos
eletrônicos normais, os resistores usados são os de baixa potência como 1/4, 1/3, 1/2 e 1
watt (aprox.).
Tipos de resistores
Os resistores podem ser classificados em três tipos básicos: fixos - o valor não varia;
ajustáveis - o valor normalmente é ajustado apenas algumas vezes e variáveis - o valor
varia continuamente como nos potenciômetros usados em controle de volumes de rádios e
amplificadores.
A LEI DE OHM
George Ohm, um físico alemão que viveu no século 19, mediu a corrente elétrica que
circulava em fios de diversos materiais. Os conceitos básicos dai tirados são conhecidos como a
"LEI DE OHM" e diz:

“a corrente elétrica que passa por um fio, a uma temperatura constante, é


proporcional a voltagem (diferença de potencial) aplicada aos seus extremos".

Este mesmo conceito é usado hoje em dia para medir a resistência de vários materiais que
permitem a passagem da corrente elétrica. Se a diferença de potencial aplicada a um resistor é de 1
volt e a corrente que circula por esse resistor é de 1 ampère então a resistência do resistor é de 1
ohm.

Matematicamente isso pode ser escrito como:

V= IxR

onde:

V = diferença de potencial em volts

I = corrente elétrica em ampères

R = resistência em ohms

Essa fórmula pode ser reescrita de duas outras maneiras:

I = V/R e R = V/I

O ohm também é representado pela letra grega "ômega" → Ω.


Valores padrões e tolerância
Os resistores são fabricados em certos valores preferenciais dentro de
determinadas séries, chamadas de "E6", "E12" e "E24" (mais usadas). A Tabela 1.1
mostra esses valores para as três séries.
A tolerância do valor do resistor é outro fator que deve ser levado em consideração
para a sua correta seleção. Na maioria dos circuitos eletrônicos a tolerância usada está
em torno de ±5%. Entretanto, existem resistores fabricados com tolerâncias de ±2%, ±1%
e até menor. Um resistor de 100Ω, com tolerância de ±2% pode ter seu valor dentro de
98Ω e 102Ω.
O valor e a tolerância dos resistores fixos são identificados por faixas coloridas
pintadas no corpo do resistor como mostra o "Código de Cores" da Tabela 1.2.
* SÉRIES *

VALOR E6 E12 E24

10 J J

11 J
12 J J
13 J
15 J J J
16 J
18 J J

20 J
22 J J J
24 J
27 J J
30 J
33 J J J
36 J
39 J J
43 J
47 J J J
51 J
56 J J
62 J

68 J J J
75 J
82 J J
91 J
Tabela 1 Valores padrões
Notar que os valores dados na tabela devem ser divididos ou multiplicados por 10, 100, 1000, etc., para que se obtenham os valores
fabricados dentro da série. Por exemplo, é possível encontrar resistores de 0,1Ω, 1,0Ω, 10Ω, 100Ω, 1000Ω (1kΩ), 10.000.000 (10MΩ).......... etc.
Tabela 2 Código de cores

Código de cores
Para simplificar a notação dos valores de resistores, que podem ir de alguns décimos
de ohm até vários milhões de ohms, usam-se os múltiplos do ohm:
- 1.000 ohms = 1 kilohm = 1kΩ
- 1.000.000 ohms = 1 Megohm = 1MΩ
Assim sendo, um resistor de 15.000 ohms é um resistor de 15kΩ e um resistor de
4.700.000 ohms é a mesma coisa que 4,7MΩ. A figura 1.1 ilustra a aplicação do código
de cores para a leitura do valor ôhmico de resistores fixos. Notar que a primeira faixa
colorida a ser lida é a que está sempre mais próxima de um dos extremos do corpo do
resistor. A leitura é feita da esquerda para a direita, como mostrado nos exemplos.
Resistores de filme de carbono possuem quatro faixas coloridas para o valor ôhmico
e a tolerância enquanto que resistores de filme metálico possuem cinco faixas coloridas
para o valor ôhmico e a tolerância.
Fig. 1 Aplicação do Código de cores

Símbolos gráficos
Os resistores, como todos outros componentes eletrônicos ou elétricos, têm
símbolos gráficos que os representam nos diagramas esquemáticos. Os diagramas
esquemáticos são desenhos que, através de símbolos gráficos, mostram como os
componentes eletrônicos são interligados, para formar os circuitos de um receptor de
rádio, um amplificador de som, etc.
É praticamente impossível representar um circuito de um amplificador, por exemplo,
usando-se o desenho do formato físico dos componentes. Nesta obra usa-se o formato
físico dos componentes nos capítulos iniciais, para ilustração desses componentes.
Posteriormente serão usados somente símbolos gráficos.
A figura 1.2 mostra os símbolos básicos para os resistores fixos, ajustáveis e
variáveis. Notar que no caso do tipo "ajustável" a linha inclinada forma um pequeno "T"
enquanto que nos componentes variáveis a linha inclinada forma uma "seta". Essa
representação gráfica é também usada em outros símbolos eletrônicos, com componentes
ajustáveis e variáveis.·.
Fig. 2 Símbolos gráficos para resistores

Associação de resistores
Os resistores também podem ser associados (ligados) em série, para se obter um
valor maior de resistência (ver equação (a) da figura 2). Da mesma maneira, os resistores
podem ser associados em paralelo, para se obter um valor que é sempre menor do que o
menor valor de um deles. No caso de associação em paralelo de apenas dois resistores a
resistência total é mais simples de calcular (ver equação (b) da figura 2).
Já no caso de três ou mais resistores em paralelo a fórmula a ser usada é a da
equação (c) da figura 2.
Figura 2 Associação de resistores

Resistores fixos
Os resistores fixos são encontrados em alguns formatos físicos básicos, como
mostrados na figura 3. Nesta figura, em (a) pode ser visto um resistor do tipo de filme
metálico, com cinco faixas coloridas indicando o valor ôhmico. No desenho (b), pode ser
visto um resistor de filme de carbono, com quatro faixas coloridas para o valor. O desenho
(d) mostra um resistor de fio, com corpo de porcelana, para potências pequenas e médias
enquanto que o resistor de fio do desenho (e) tem o corpo coberto de uma pintura epóxi,
geralmente verde e pode ser encontrado em várias potências, desde alguns watts até
centenas de watts.
Os resistores fixos de filme de carbono são um pouco mais econômicos e são usados
para montagens comuns, onde não se requer alta precisão e estabilidade. Já os resistores
de filme metálico são encontrados com precisão de ±1% e ± 2% e são aplicados a
circuitos que requeiram grande precisão e alta estabilidade em função da temperatura.
Figura 3 - Resistores fixos

Alguns resistores fixos, para aplicações especiais, não usam o código de cores e o
valor ôhmico, tolerância e potência são impressos no próprio corpo. Os instrumentos de
medição, como os multímetros, usam esses resistores especiais, o que confere alta
precisão às medidas efetuadas.
A figura 3 mostra os tamanhos físicos dos resistores fixos de filme metálico e filme
de carbono em uso no mercado nacional, com as dimensões aproximadas. O tamanho
físico poderá variar ligeiramente dependendo do fabricante.
Os resistores de carbono geralmente têm o corpo de cor creme enquanto que os
resistores de filme metálico têm o corpo de cor verde ou azul, também dependendo do
fabricante.
Os três resistores em (1) são de carbono. O resistor em (2) é de filme metálico e os
dois resistores em (3) são de fio.
Figura 1 Visualização de tamanhos de resistores comerciais. Copyright © Constanta Ibrape - Philips do
Brasil Ltda
Figura 5 Código de cores de resistores comerciais. Copyright © Constanta Ibrape - Philips do Brasil Ltda

Resistores ajustáveis e variáveis


Os resistores ajustáveis comuns podem ser encontrados nos formatos mostrados na
figura 6. A foto 1 mostra um resistor ajustável, conhecido por "trimpot rotativo". As fotos
de 2 a 4 também é um trimpot, mas do tipo "linear". Este tipo de trimpot normalmente é
encontrado no tipo "multivoltas", onde é preciso girar o seu eixo várias voltas até atingir o
valor máximo de resistência.
Um resistor variável é mostrado em 5 a 7, comumente chamado de potenciômetro
rotativo.
Os resistores ajustáveis e os variáveis não usam código de cores e normalmente os
seus valores vem estampados no próprio corpo. Também são encontrados em alguns
valores da série "E24".
Os potenciômetros são especificados em função do tipo de curva de variação da
resistência, que pode ser linear (LIN) ou logarítmica (LOG). Potenciômetros podem ser
construídos de fio para uso com potências maiores. O terminal do trimpot ou
potenciômetro que corresponde ao elemento móvel (cursor) é sempre o do centro,
marcado com a seta branca na figura 6.

Figura 6 Resistores variáveis

Resistores especiais
Além dos resistores aqui descritos, existem alguns tipos especiais, que são aplicados
a determinados circuitos eletrônicos. Estes resistores variam a sua resistência em função
de um agente externo, como a luz, a temperatura ou a voltagem aplicada aos mesmos.
LDR (Light Dependent Resistor) é um resistor especial cuja resistência depende da
intensidade da luz aplicada ao mesmo. O formato físico do LDR é ilustrado na figura
7.3NTC e o PTC (Negative Temperature Coefficient) já têm sua resistência dependente da
temperatura aplicada aos mesmos. O "N" significa "negativo" e o "P" significa "positivo".
Figura 7.3.
VDR (Voltage Dependent Resistor) já altera a sua resistência em função da tensão
(voltagem) aplicada ao mesmo, mostrado na figura 7.2
O NTC e o PTC (Negative Temperature Coefficient) já têm sua resistência
dependente da temperatura aplicada aos mesmos. O "N" significa "negativa" e o "P"
significa "positiva". Veja figura 7 1
Esses três resistores especiais têm aplicação em circuitos de controle e proteção,
envolvendo variações de temperatura, luz e tensão.
Figura 7 Resistores especiais

Como Adquirir e substituir


No caso de montagens de circuitos tirados de revistas técnicas, livros e mesmo kits,
a própria lista de materiais indica todos os dados dos resistores a serem usados: valor
ôhmico, tolerância, potência e tipo.
O valor ôhmico é especificado como, por exemplo, 230Ω. Se não for possível
encontrar este valor, o mesmo pode ser confeccionado com, por exemplo, dois resistores
em série, de 130Ω e 100Ω. Ou um resistor de 110Ω mais um de 120Ω. Se a tolerância não
for crítica, como ±1% ou ±2%, o valor final dos resistores em série pode ser de 340Ω ou
mesmo 320Ω. É importante lembrar que na associação em série de resistores, a potência
total resultante é sempre igual a menor das potências usadas.
Os resistores em paralelo também podem ser associados para obtenção do valor
necessário. Por exemplo, um resistor de 150Ω pode ser obtido com dois resistores de
300Ω em paralelo. Neste caso, a potência resultante é a soma das potências, desde que
as potências individuais sejam iguais, o que é o aconselhado.
É importante recordar que os resistores fixos são fabricados nos valores indicados
nas séries e no comércio normal é possível achá-los facilmente na série "E24", que tem 24
valores de resistência (ver tabela 1.1.).
A tolerância não é crítica na maioria dos circuitos eletrônicos comuns, que fica em
torno dos ±5%. Nos circuitos de aparelhos de medidas como multímetros, geradores de
frequência, medidores de características elétricas de componentes eletrônicos, etc., a
tolerância pode ser crítica para determinados resistores. Nesse caso é importante seguir
as características descritas na lista de materiais e que pode pedir resistores com
tolerância de ±1% ou ±2%.
A potência dos resistores é especificada em watts, abreviado "W" e pode ser
calculada por:
P=VxI (1)
onde: P = potência em watts
V = tensão em volts
I = corrente em ampères
Outra maneira de calcular essa potência é usando-se o valor do próprio resistor,
através da fórmula:
P = I² x R (2)
Na prática é sempre aconselhável usar duas a três vezes esse valor para evitar
aquecimento anormal do resistor.
Para potências acima de 1 watt, usam-se resistores de fio, que podem ser
encontrados em potências de alguns watts até centenas de watts. É importante observar
as características descritas na lista de materiais do circuito a ser montado. Não existe
nenhum problema em usar um resistor com potencia maior do que a especificada, a não
ser que o tamanho físico do mesmo vai ser maior.
Os resistores de fio, com o valor impresso diretamente no próprio corpo costumam
usar abreviatura para esses valores, como:
R22 = 0,22Ω ou 1R2 = 1,2Ω ou 4R7 = 4,7Ω
O tipo do resistor também é especificado na lista de materiais do circuito. Em
circuitos comuns, onde não se necessitam de grande estabilidade e precisão, usam-se os
resistores de filme de carbono. Em caso contrário devem-se usar os resistores de filme
metálico com a tolerância especificada.
No caso de trimpots a lista de materiais costuma especificar o valor ôhmico e o tipo
de montagem: vertical ou horizontal. Para circuitos que precisem de trimpots com valores
críticos de ajuste deve ser usado o trimpot do tipo linear, também conhecido como
"multivoltas".
Potenciômetros são especificados em função do valor ôhmico e do tipo de curva de
variação da resistência, que pode ser linear ou logarítmica. Algumas vezes uma chave do
tipo "liga-desliga" é acoplada ao potenciômetro, sendo então acionada pelo eixo do
mesmo. Também é importante verificar o tipo de montagem do potenciômetro (painel ou
internamente) bem como o tipo de eixo que deve ser usado. Trimpots e potenciômetros
têm valores ôhmicos geralmente situados na série "E12".
Resistores especiais como os LDR, VDR e NTC são mais difíceis de serem
substituídos e deve-se usar o recomendado para o circuito.
07/11/13 – pem – Ver 0
Capitulo 2
CAPACITORES
Introdução
O capacitor também é um componente eletrônico bastante usado nos circuitos e tem
duas funções básicas importantes: armazenar uma carga elétrica (energia) e bloquear a
passagem da corrente contínua (CC), permitindo somente a passagem da corrente
alternada (CA). Condensador também era um nome usado para o capacitor. Um tipo de
capacitor usado no dia-a-dia é o encontrado nos pequenos rádios portáteis e nos
"walkman", para a sintonia das estações de rádio AM/FM.
Formatos
Capacitores são encontrados em uma grande variedade de formatos como descrito
adiante e este formato é em grande parte devido ao material usado na sua construção. No
caso dos capacitores, quanto maior o tamanho físico, maior a sua capacitância e a sua
voltagem de trabalho.
Basicamente, um capacitor é constituído de duas placas metálicas com um material
isolante no meio, chamado de dielétrico. Esta construção lembra um "sanduíche", onde o
dielétrico é o "recheio".
Tipos de capacitores
Os capacitores também podem ser encontrados em três tipos básicos, como os
resistores:
- fixos
- ajustáveis
- variáveis.
Para cada tipo básico de capacitor, ainda é possível fazer uma classificação, em
função do dielétrico usado e polarização, como descrito adiante, neste capítulo.
Valores padrões e tolerâncias
No capítulo 1, "RESISTORES", a tabela 1.1 mostra os valores referências das séries
"E", “E12" e "E24", que também são usadas para capacitores, geralmente do tipo fixo. Já
os capacitores ajustáveis e variáveis podem ter alguns valores dentro da série "E" e outros
fora. Para capacitores, os valores da série "E12" são os mais fáceis de serem
encontrados no comércio.
HISTÓRIA E TEORIA

O primeiro capacitor que usou lâminas metálicas, provavelmente foi construído


pelo físico italiano Carlos Mateucci, que em 1845 usou lâminas metálicas e
dielétrico de mica isolante.
A capacitância de um capacitor é em função da quantidade de carga elétrica que
o mesmo armazena e é dada pela fórmula:

C = Q/V

Onde: C = capacitância em farads


. Q = carga elétrica em coulombs
V = tensão aplicada

Os valores de capacitância usados nos circuitos eletrônicos são muito


pequenos, da ordem de picofarads (pF), nanofarads (nF) e microfarads (μF).
A capacitância de um capacitor é determinada pelo tamanho das suas placas, a
distância entre as mesmas e o material do dielétrico usado entre as placas.

A tolerância do valor do capacitor também é um ponto que pode se tornar importante


em determinados circuitos eletrônicos. Entretanto, é mais difícil achar capacitores de 1 ou
2%, ao contrário dos resistores. No caso dos capacitores, a tolerância pode vir indicada
por faixas coloridas no corpo ou impressas em dígitos no próprio corpo do capacitor.
Como o sistema de indicação de valor e tolerância varia muito para cada tipo de
capacitor, os mesmos serão discutidos individualmente.
É importante relembrar que capacitores usam apenas frações do FARAD e quase
sempre os valores são dados em função dos submúltiplos desta unidade de medida de
capacitância. A tabela 2.1 procura simplificar a leitura e notação destes submúltiplos do
Farad.
1F = 1 000 000 μF
1μF = 0,000 001 F (1 x 10-6 F)
1F = 1 000 000 000 nF
1nF = 0,000 000 001F (1 x 10-9 F)
1F = 1 000 000 000 000 pF
1pF = 0,000 000 000 001 F (1 x 10-12F)
Tensão de trabalho e temperatura
A tensão de trabalho de um capacitor é um dado muito importante a ser levado em
consideração pois é a máxima tensão que pode ser aplicada ao mesmo sem que o
material do dielétrico seja danificado. Essa tensão é especificada em voltagem de corrente
contínua (VCC).
Entretanto, um capacitor de 100 V pode ser usado sem problemas num circuito que
trabalhe com 12 V. O detalhe é que este capacitor terá um tamanho físico maior do que o
de 12V, devido a necessidade de um dielétrico mais "grosso" para esta voltagem.
Capacitores são fabricados com tensões de alguns volts, até milhares de volts,
dependendo do tipo.
A temperatura, ou mais apropriadamente, o coeficiente de temperatura de um
capacitor, é outro fator importante a ser determinado, na seleção do correto tipo de
capacitor. O coeficiente de temperatura indica em quantas partes por milhão o valor da
capacitância pode variar, por grau centígrado, naquele determinado tipo de capacitor.
Por exemplo, o código do coeficiente de variação de temperatura de um capacitor é
"N150". Isso significa que sua capacitância pode variar negativamente, em 150 partes por
milhão, por grau centígrado, ou seja, -150 x 10-6. N indica "negativo".
Como regra geral, os capacitores NPO (não variam com a temperatura) são usados
em circuitos críticos, geralmente osciladores de rádio frequências em receptores e
transmissores de rádio.
Para uso geral, onde a estabilidade de frequência não é crítica, capacitores com
outros coeficientes podem ser usados, como os N030, N080, N150, N220, N330, N470,
N750, etc.
Terminais
Os capacitores também costumam ter os terminais algo diferente dos resistores e
basicamente são classificados em três tipos. Veja figura 8.
- radiais (terminais no sentido do raio) (a)
- axiais (terminais no sentido do eixo) (b)
- unilaterais (dois terminais no mesmo sentido) (c)
A figura 8 ilustra os tipos de terminais para capacitores.

Figura 8 Tipos de terminais


Símbolos gráficos
Os símbolos gráficos usados para os capacitores estão mostrados na figura 2.2. A
seta indica um capacitor variável, enquanto que o pequeno "T" indica um capacitor
ajustável. É importante notar que existe um tipo de capacitor fixo que é polarizado,
chamado capacitor eletrolítico e muito usado em circuitos eletrônicos, mostrado no
desenho (d) da figura 9.

Figura 9 Símbolos gráficos para capacitores

Associação de capacitores
Como no caso de resistores, os capacitores também podem ser associados em série
e paralelo. Entretanto, os resultados obtidos são os inversos dos obtidos com resistores.
Isso porque capacitores em série não adicionam a sua capacitância que é calculada
da mesma maneira que a usada para resistores em paralelo, como ilustrado na figura 10.
Já no caso de capacitores em paralelo, basta somar as capacitâncias, para se obter a
capacitância total. Ver figura 10.
Ë importante observar que na associação em série a tensão final passam a ser a
soma das tensões. Já no caso da associação em paralelo, a tensão final mantem-se a
mesma da menor tensão usada.
Figura 10 Associação de capacitores

Capacitores fixos
Inicialmente os capacitores fixos podem ser separados em duas classes: polarizados
e não-polarizados. Estas duas classes podem apresentar diversos aspectos físicos, como
mostra a figura 11 (não polarizados) e figura 12 (polarizados).

Figura 11 Capacitores fixos não polarizados

O capacitor com faixas coloridas ilustradas em (g) é do tipo de poliéster metalizado


e é um dos poucos que ainda usa código de cores para identificação do valor, tolerância e
tensões imprimem estes dados no topo deste capacitor, não mais usando o código de
cores. Esse capacitor é antigo mas você ainda pode acha-lo em sucatas.
Capacitores de disco cerâmico são mostrados em (a) da figura 11. Em (b) são
exibidos dois capacitores do tipo “stiroflex”. Capacitores de poliéster metalizado mais
modernos são mostrados em (c) e (h) da figura. Em (d) podem ser vistos capacitores do
tipo “plate”. Capacitores de mica, de alta estabilidade, são mostrados em (f)
Figura 12 Capacitores fixos polarizados

Os capacitores do tipo fixo, polarizados, são conhecidos por capacitores eletrolíticos


e capacitores de tântalo, com um polo positivo (+) e um polo negativo (-), como indicado na
figura 12.
Esta figura ilustra vários tipos de capacitores eletrolíticos de baixo valor, com terminal
unilateral, radial e axial.. O terminal negativo é indicado por uma serie de sinais "-"
impressos na mesma posição onde se encontra este terminal.
Os capacitores eletrolíticos mostrados na parte inferior da fotos, aparecem com os
terminais voltados para cima.
A figura 13 mostra uma variedade de capacitores de tântalo. O valor vem impresso
diretamente no corpo do capacitor.
Um capacitor de alta capacitância é mostrado em (e) com os terminais contendo
parafusos para conexão ao circuito. Todos os outros tipos discutidos são soldados ao
circuito.
Figura 13 Capacitores polarizados de tântalo

Existem ainda outros tipos de capacitores fixos, que recebem nomes em função do
dielétrico usado para a sua construção: capacitor de papel, policarbonato metalizado, mica
prateada, etc. Ver a tabela 4 para as principais características, aplicações, tolerâncias,
etc.
Capacitores ajustáveis e variáveis
A figura 14 mostra os capacitores ajustáveis mais comuns, encontrados no comércio
normal. Estes capacitores são mais conhecidos pelo nome de "trimmer". Os modelos em
(a) mostram quatro trimmer circular de "folhas" (foil), do tipo miniatura. Este capacitor
ajustável é um dos modelos mais fáceis de ser encontrado.
O desenho (b) da mesma figura ilustra um trimmer de pistão, já com dimensões
maiores, sendo um modelo mais antigo. Um trimmer do tipo circular é mostrado no
desenho (c). Os dois trimmers mostrados na figura , em (d) são de porcelana, maiores.
Bastante usados em rádios antigos.
Os trimmers são encontrados em valores pequenos até aproximadamente 100 pF e,
como o nome diz, eles normalmente são usados para "acertar" uma outra capacitância
maior. Eles são usados em receptores de rádio AM/FM e TV, para as calibrações finais
dos circuitos que envolvem altas frequências. Os trimmer são montados nas placas de
circuito impresso dos equipamentos e sempre são ajustados através de uma chave de
fenda pequena e isolada.
Figura 14 Capacitores trimmer

Os capacitores variáveis são mostrados na figura 15. Os três capacitores variáveis


mostrados na parte superior da figura, são capacitores usados em receptores de radio e
FM sendo que o ultimo a direita é um tipo usado em pequenos rádios de AM/FM, com
lâminas metálicas e dielétricas plástico, dentro de uma proteção de plástico rígido. Os
tipos ilustrados na parte inferior da figura são capacitores variáveis usados em
promissores de radio, já com grande isolação e tamanho bem maior. O primeiro capacitor
na parte inferior, a esquerda, tem duas seções, ou seja, dois capacitores vaiáveis
montados num só eixo.

Figura 15 Capacitores variáveis

Capacitores especiais
Poucos são os capacitores especiais de uso mais ou menos frequente. Destaca-se o
capacitor de passagem, conhecido em inglês por "feedthrough". Este capacitor é usado em
circuitos de altas frequências, geralmente blindado em compartimentos metálicos. Alguns
modelos desse capacitor são mostrados na figura 16. Alguns tipos do feedthrough podem
ser soldado diretamente a blindagem metálica.
Figura 16 Capacitores fixos especiais

Como Adquirir e substituir


Qual o tipo correto a escolher? Qual a voltagem de trabalho que atende os requisitos
do circuito? Estas são importantes pergunta a serem levadas em consideração na escolha
correta do capacitor.
Nos circuitos mostrados em revistas técnicas, a lista de materiais sempre indica o
tipo correto a ser usado. A tabela 4 procura dar uma ideia da aplicação dos diversos tipos
de capacitores encontrados no comércio normal.

De uma maneira geral as características a serem observadas na escolha de um


capacitor são: tipo de circuito onde o capacitor vai ser usado, capacitância e tensões
para tipo de capacitor. Assim sendo, em um circuito do tipo oscilador, onde a estabilidade
de frequência é muito importante, é aconselhável usar capacitores de mica prateada,
capacitores de cerâmica NP0 (disco ou plate) ou capacitores do tipo “stiroflex”, com
coeficiente de temperatura igual a zero.
Em circuitos de áudio frequências (sons audíveis), já as características do capacitor
não são tão críticas, podendo ser usados capacitores de poliéster e outros similares.
Fontes de alimentação e circuitos semelhantes usam capacitores do tipo eletrolítico,
para a filtragem, como discutido mais adiante nesta obra.
De qualquer maneira, a tabela 4 é um importante guia na escolha do tipo correto.
Um determinado valor de capacitância pode ser conseguido, como no caso dos
resistores, usando-se capacitores em série ou em paralelo. Por exemplo, um capacitor de
aproximadamente 100pF pode ser conseguido associando-se dois capacitores de 47pF em
paralelo (capacitância total = 94pF).
Cada tipo de capacitor tem a sua faixa de valores, conforme mostra a tabela 4, que
pode variar de fabricante para fabricante. Os valores apresentados são médios entre
diversos fabricantes.
Figura 17 Marcação de valores no corpo de capacitores

Nem sempre os valores impressos no corpo de um capacitor deixam claro qual a sua
capacitância e tensão de trabalho. A figura 17 ilustra diversos formatos de apresentação
dos valores, que também podem variar de fabricante para fabricante. O valor da
capacitância sempre é indicado no capacitor, seja através do valor impresso no corpo ou
através do código de cores.
Capacitores ajustáveis e variáveis dificilmente têm seus valores de capacitância
impressos no corpo. Estes tipos de capacitores costumam indicar o valor mínimo e máximo
de capacitância.
Já no caso da tensão de trabalho de um capacitor, nem sempre o valor é marcado,
no caso dos valores impressos no corpo. A tensão de trabalho corresponde a "voltagem"
de CC (corrente contínua) que pode ser aplicada a um capacitor. Corrente contínua é o
tipo de corrente fornecida por pilhas, baterias e fontes de alimentação. Para maiores
informações sobre CC, verificar o capítulo apropriado.
Como regra geral, os capacitores de dielétrico de plástico (mylar, poliester, SCHIKO,
etc,) trazem a tensão de trabalho impressa. Os capacitores de disco cerâmico de alguns
fabricantes costumam trazer este valor. Quando não, deve-se usar como regra de
segurança o valor de 50 volts. Os capacitores de disco cerâmico de alta tensão sempre
trazem o valor impresso, como "1,5kV", "2500V", etc.
Os capacitores do tipo filme de polipropileno (STIROFLEX) possuem um sistema de
faixa colorida no corpo, para indicar a tensão de trabalho, como mostrado na tabela 2.6.
Ver faixa no corpo, no desenho (b) da figura 2.4.
Alguns tipos de “trimmers”, do tipo foil, têm cores diferentes para a placa de
cobertura (primeira placa plástica, junto ao eixo de ajuste), permitindo identificar a sua
capacitância, como mostra a tabela 2.5.
Os capacitores de cerâmica, do tipo PLATE, não trazem o valor da tensão de
trabalho. Normalmente os valores fabricados têm duas tensões de trabalho: 63 e 100V,
dependendo do tipo. A faixa colorida no topo do capacitor, como mostrado na figura 2.4,
desenho (e), indica o coeficiente de temperatura. Ver tabela 2.7.
Os capacitores eletrolíticos sempre trazem a tensões de tântalo são polarizados e
substituem os capacitores eletrolíticos com uma série de vantagens: menor tamanho, baixa
fuga, melhor desempenho, etc. Entretanto, os capacitores de tântalo não são encontrados
numa gama muito ampla de valores e tem um custo relativamente elevado. Num circuito
eletrônico este tipo de capacitor deve ser usado nos locais especificados, sem substituição
por capacitores do tipo eletrolítico. Capacitores polarizados como os eletrolíticos e de
tântalo não podem ser conectados invertidos em um circuito eletrônico, sob risco de danos
ao capacitor e até explosão do mesmo.
Os capacitores ajustáveis normais trabalham com tensões variáveis com dielétrico de
ar (sem dielétrico sólido) podem ser usados com tensões variáveis de altas tensões de
rádio, com isolação de 1, 2 e 5kV.
Como regra geral, verifica-se o espaçamento entre as placas e usa-se 1kV de
isolação para cada 1mm de espaçamento.
Para a correta determinação da tensão de trabalho de capacitores retirados de
aparelhos eletrônicos desmontados ou mesmo adquiridos naquela "super oferta" da loja de
componentes, valem as sugestões aqui descritas.
Até que valor de tensão pode ser aplicado a um determinado tipo de capacitor?
Como regra geral prática, para baixas tensões, deve-se verificar no diagrama
esquemático, qual a tensão de alimentação do circuito, através de pilhas e baterias ou
através de uma fonte de alimentação.
Determina-se o valor da mínima tensão de trabalho dos capacitores tomando-se a
tensão de alimentação do circuito e multiplicando-a por 2 (aprox. 1,42). Por exemplo, um
circuito que trabalha com uma bateria de 12V, deve ter capacitores que tenham tensão de
trabalho de no mínimo 12V x 1,42 = 17,04V. Neste caso, deve-se usar capacitores com
valores acima de 20V.
Quanto maior a tensão de trabalho de um capacitor, maior o seu tamanho físico. Isso
deve ser levado em consideração, no caso de uma possível substituição, em montagens
compactas e em placas de circuito impresso, onde geralmente os espaços disponíveis são
pequenos.
Capacitores que trabalham em circuitos de alta estabilidade, como osciladores de
radiofrequência (usados em receptores e transmissores de rádio e equipamentos
similares) e outros, geralmente usam capacitores com coeficiente de temperatura igual a
zero (NPO), do tipo mica prateada, disco cerâmico, poliestireno, plate, etc. Este tipo de
capacitor deve ser de muito boa qualidade e bem selecionado. O diagrama esquemático e
a lista de materiais de um determinado circuito eletrônico costumam indicar, além do valor
de capacitância, o tipo, tensão de trabalho, disposição dos terminais e características
especiais como o coeficiente de temperatura.
Se um circuito oscilador indica um capacitor de "47pF, disco cerâmico, NPO", nunca
deve ser usado para este capacitor um de poliéster, disco cerâmico N750, etc. A
substituição pode ser feita por um outro que trabalhe no mesmo tipo de circuito, como
indicado na tabela 4.
Tabela 4 - TIPOS, FAIXAS DE VALORES, TOLERÂNCIAS, TENSÕES E
APLICAÇÕES DE CAPACITORES
Neste exemplo, pode ser usado um capacitor de mica prateada, stiroflex ou plate
NPO.
Os capacitores do tipo mica prateada são excelentes para circuitos onde se requer
alta estabilidade em função da temperatura. Entretanto, estes capacitores são difíceis de
serem encontrados e os modelos mais indicados para sua substituição são os de disco
cerâmico NP0, o plate NP0 e o stiroflex.
Os capacitores de disco cerâmico podem ser encontrados numa ampla gama de
capacitância e coeficiente de temperatura. Os valores são impressos no próprio corpo do
capacitor, como mostra a figura 18. O sistema de marcação varia, conforme o fabricante
e a mencionada figura mostra alguns exemplos.
Figura 18 Marcação de valores em capacitores cerâmicos de disco
08/11/13 – pem – Ver 0
Capitulo 3
INDUTORES
Introdução
Os indutores são bastante usados em circuitos de radiofrequência (RF), como os
usados em receptores de rádio, TV, FM. Na sua fôrma mais simples consistem de um
pedaço de fio enrolado em uma fôrma (tubo) de material isolante como plástico, cerâmica
ou fenolite ou mesmo sem fôrma (ar). Esse enrolamento simples é conhecido por bobina.
O indutor tem funções diferentes, dependendo do circuito onde ele é usado. Pode
produzir sinais de corrente alternada (CA) de rádio e TV, quando usado nos circuitos
osciladores. Pode bloquear uma frequência alta (CA) e deixar passar uma frequência
baixa, quando usado nos filtros.
UM POUCO DE HISTÓRIA

O físico dinamarquês Oersted, em 1819, descobriu que correntes elétricas,


quando circulavam em um condutor, produziam um campo magnético.

Na realidade, Oersted colocou uma bússola próxima a um fio, pelo qual


circulava uma grande corrente elétrica, e descobriu que a agulha (ponteiro) da
bússola se movia com a passagem da corrente.

Dai a dedução de que a corrente elétrica circulando pelo fio produzia um


campo magnético e este campo magnético podia ser aumentado se o fio
condutor fosse enrolado em fôrma de uma bobina, com muitas espiras.

Dessa experiência feita por Oersted, surgiram os galvanômetros, que são


instrumentos que medem a passagem da corrente elétrica. Também esse
fenômeno é hoje usado para a construção de motores, dínamos, alternadores,
eletros-imã e uma grande variedade de componentes eletrônicos. Um desses
componentes é a bobina, usadas em rádio, TV, vídeo, transmissores, etc.,
analisada nesse capítulo.

A indutância de um indutor é medida em HENRY, abreviado H. Como 1H é um


valor muito grande de indutância para os circuitos normais, usam-se os
submúltiplos do Henry:

1 milihenry = 0,001 H = 1 mH
1 microhenry = 0,000001 H = 1 μH

Formato dos indutores


Os indutores podem tomar uma grande variedade de formatos e é necessária certa
prática para identificá-los e não confundi-los com outros componentes eletrônicos.
A figura 19 ilustra alguns dos tipos mais usados de indutores, com e sem núcleo,
sendo alguns fixos e outros ajustáveis. Esses tipos serão discutidos nos próximos itens.
O tamanho dos indutores é proporcional a sua indutância e quanto maior o número de
espiras de um indutor, maior é a sua indutância em henrys.
Figura19 - Formato físico de indutores

Tipos de indutores
Como os resistores e capacitores, o indutor também pode ser encontrado em três
tipos básicos: fixos, ajustáveis e variáveis. Os indutores variáveis são usados em casos
especiais e nos circuitos eletrônicos comuns os mais usados são os fixos e os ajustáveis.
Valores padrões e tolerâncias
Modernamente os indutores usados nos circuitos eletrônicos são do tipo miniatura e
podem ser encontrados em valores normais da série "E12", para baixas correntes. Ver (a)
e (b) da figura 23.
O experimentador eletrônico muitas vezes precisa construir seus próprios indutores,
com fio esmaltado enrolado em fôrmas de plástico ou papelão. Nem sempre o valor
desejado é disponível comercialmente e quase todos os artigos técnicos de livros e
revistas especializadas dão os dados construtivos dos indutores usados.
Dos dois tipos modernos de indutores miniatura encontrados no comércio, um deles
tem o valor marcado no próprio corpo plástico, como mostrado na figura 3.2 (b). O outro
tipo ((a) na mesma figura) tem um formato semelhante a um resistor de 1/3W e usa o
código de cores para a indicação do valor.
Existem alguns modelos de indutores, muito parecidos com transformadores,
chamados choques de filtro. Esses indutores, com alta indutância, são usados em fontes
de alimentação. Normalmente os indutores usados em eletrônica têm baixa indutância, da
ordem de microhenry e milihenry.
Construção de indutores
O indutor mais simples que existe é construído com um pedaço de fio enrolado em
fôrma de uma bobina ou mola, como ilustrado em (a) da figura 19. Este indutor não tem
uma fôrma, que é o suporte aonde vai enrolado o fio do indutor. Além disso, diz-se que o
mesmo tem núcleo de ar. O núcleo de um indutor é o material que vai colocado dento da
fôrma do indutor.
Com núcleo usam-se basicamente dois materiais: ferrite e pó de ferro. Geralmente
os indutores de núcleo de ferrite ou pó de ferro possuem o núcleo móvel, sendo este tipo
chamado de "ajustável".
As fôrmas do indutor podem ser de papelão isolante (fenolite), plástico e cerâmica.
No caso de indutores com núcleos de ar, são usados fios grossos para a sua construção,
sendo os mesmos auto suportados, como em (a) da figura 19.
Os fios usados para a construção dos indutores são os fios de cobre esmaltados e
no caso do espaçamento entre espiras ser grande usa-se fio de cobre nu, estanhado ou
prateado.
A indutância de um indutor é dada basicamente pelo número de espiras, diâmetro da
fôrma, comprimento do enrolamento e material do núcleo. A figura 20 mostra os
elementos construtivos de um indutor, geralmente do tipo enrolado pelo próprio
experimentador (a).
Algumas vezes o indutor é montado dentro de uma blindagem para protegê-lo de
campos magnéticos externos que possam alterar o seu funcionamento, como mostrado em
(b) da figura 20. Terminais na parte inferior da blindagem permitem a montagem do indutor
numa placa de circuito impresso.
Algumas fôrmas possuem terminais na parte inferior, para soldagem do fio da bobina
e posterior inclusão do indutor ao circuito, numa placa de circuito impresso ou não.

Figura 20 Transformador de FI desmontado

Símbolos gráficos
Os símbolos gráficos dos indutores lembram uma "mola", como mostrado na figura
21. Em (a) é mostrado o símbolo geral de indutor fixo, sem núcleo. Em (b) é mostrado um
indutor fixo com núcleo de ferro. Em (c), a linha tracejada indica um indutor fixo com núcleo
de pó de ferro ou ferrite.
O indutor mostrado em (d) da mesma figura já é um indutor ajustável, com núcleo de
ferrite ou pó de ferro. Dois indutores ajustáveis, com enrolamentos acoplados entre si, são
mostrados em (e) enquanto que o desenho (f) ilustra um indutor fixo com derivação
("tomada").
Indutores não tem polarização e algumas vezes, junto ao símbolo gráfico, aparece um
pequeno círculo preto, indicando o início do enrolamento e onde ele deve ser conectado
ao circuito, como mostra o desenho (f) da figura 21.

Figura 21 - Símbolos gráficos de indutores

Associação de indutores
Os indutores podem ser associados em série e paralelo, como outros componentes
eletrônicos. Entretanto, raramente encontra-se algum circuito eletrônico onde os mesmo
são associados. A figura 3.5 mostra as associações normais de indutores
Figura 22 - Associação de indutores

Notar a semelhança entre as associações de resistores e de indutores. Três ou mais


indutores podem ser associados em série, usando então a mesma fórmula para dois
indutores, como mostra figura 22.
Indutores fixos
Os indutores podem ser encontrados numa grande gama de formatos físicos.
Entretanto, alguns poucos tipos se destacam pelo seu uso acentuado nos circuitos
eletrônicos diversos. Esses tipos são ilustrados na figura 23, com alguns

Figura 23 - Indutores fixos

Os indutores mostrados em (a), (b) e (c) da figura 23 são indutores fixos miniaturas,
conhecidos por micro choques. O um indutor em (i) é construído a mão, enrolando-se um
fio de cobre esmaltados sobre uma forma de fenolite .Nesse tipo de indutor, se o fio for
grosso, ele pode ser auto suportado, sem necessidades de uma forma. Esse tipo de
indutor é conhecido como núcleo de ar. Já o indutor fixo mostrado em (d) é um choque de
RF. As figuras (f) e (g) são indutores toroidais. Os indutores da figura (h) são micro
choques vistos de outro ângulo. Os azuis têm o seu valor impresso no topo.
Os indutores mostrados em (d), (e) e (f) também podem ser classificados como
choques de RF, todos para baixa corrente. No caso do desenho (c), o enrolamento é do
tipo "ninho de abelha", feito por máquina especial. O choque de RF (d) é simplesmente
uma série de espiras de fio isolado (esmaltado), enroladas numa fôrma de material
isolante, geralmente cerâmica ou plástica.
Nos circuitos modernos, de baixa potência, os indutores mais usados são os
ilustrados em (e), (f), (g) e da figura 23. O indutor (e) é um tipo comumente conhecido por
"micro choque", usado em circuitos de pequena potência e tem o seu valor marcado no
corpo através do código de cores..
Os micro choques tem tamanho reduzido e seu corpo varia de aproximadamente 3,5
mm a 15 mm, com diâmetro variando de aproximadamente 2,5mm a 6mm. Os micro
choques são encontrados em valores que variam de aproximadamente 0,1 μH a 1000 μH.
A corrente máxima permitida varia conforme o valor do choque, sendo de
aproximadamente 40mACC para os micro choques de valor alto (em torno de 1000μH) e
de aproximadamente 300 mACC para micro choques de valor baixo (em torno de 1μH).
O indutor mostrado em (h) da figura 23 é outro tipo popular de indutor de pequeno
tamanho, facilmente encontrado no mercado. Este indutor é fabricado em diversos valores,
dentro da série "E12", para uso geral. Também são indutores para pequenas correntes, da
ordem de 50 a 100 mA, dependendo do valor.
Esses indutores têm o valor impresso no topo do invólucro, como mostrado no
desenho (f).
Os indutores do desenho (f) e (g), na figura 23, é um indutor fixo, com núcleo
toroidal, ou seja, em fôrma de um toróide. Esse indutor geralmente é construído pelo
próprio experimentador, adquirindo-se o núcleo em lojas especializadas. O núcleo toroidal
pode ser de ferrite ou pó de ferro, sendo fabricado em várias dimensões, para várias
frequências de uso. O enrolamento desse indutor já é algo mais complicado do que os
indutores normais. A vantagem no uso de núcleo toroidal é que o mesmo possui uma "auto
blindagem", não necessitando invólucros de metais.
Indutores ajustáveis
Os indutores ajustáveis também podem ser encontrados em vários formatos físicos e
os mais populares são ilustrados na figura 24
Figura 24 - Indutores ajustáveis

O indutor ajustável mostrado no desenho (a) da figura 24 tem um núcleo ajustável,


com uma fenda para a ferramenta de ajuste. Esses indutores são conhecidos como
transformador de FI (Frequência Intermediaria) Na base da bobina existe terminais que
permitem o encaixe da mesma numa placa de circuito impresso. As bobinas maiores têm
parafusos na caneca (blindagem) metálica que permite a sua fixação a uma placa de
circuito impresso ou mesmo a uma caixa metálica.
O desenho (b) é a parte interna de (a) A figura (c) mostra dois indutores em forma de
plástico e de fenolite. O núcleo é preso a um parafuso metálico, que permite o ajuste do
indutor. Girando-se o parafuso, o núcleo entra e sai do enrolamento, variando a indutância.
Os indutores do desenho (d) são miniaturas, do tipo de forma plástica.
Indutores variáveis
Os indutores variáveis já são mais difíceis de serem encontrados e tem aplicações
especiais. Um modelo ainda usado em circuitos acopladores de antena é mostrado na
figura 25.

Figura 25 Indutores variáveis

TRANSFORMADORES
Transformadores também são componentes muito especiais dentro do estudo de
indutores. Como o nome indica, os transformadores "transformam" uma tensão (voltagem)
CA em outra voltagem CA, de maior ou menor valor. Transformadores só funcionam em CA
- Corrente Alternada.
Um transformador básico pode ser construído como mostrado na figura 3.10. Um
enrolamento é chamado de primário, onde vai ser conectada a tensão disponível e o outro
enrolamento é chamado de secundário, onde se pode retirar uma outra tensão maior, igual
ou menor do que a tensão aplicada no primário do transformador.

Figura 26- Transformador Básico

O transformador ilustrado em (a) da figura 26 mostra um transformador abaixador


de tensão. Já o transformador mostrado em (b) é um transformador elevador de tensão.
Pela observação dos desenhos nota-se que o transformador elevador (b) tem um número
maior de espiras no secundário dai o fato de elevar a tensão aplicada ao primário. O
transformador abaixador é muito usado nas fontes de alimentação de circuitos eletrônicos,
pois a grande maioria dos mesmos trabalha com baixas tensões, comparada com a tensão
de 127VCA da rede de energia elétrica.
Os enrolamentos do transformador são feitos sobre um núcleo , que é constituído de
uma série de lâminas metálicas finas, de um material chamado ferro silício. Essas lâminas
têm o formato "E-I" pois tem semelhança com essas letras, como mostrado na figura 27.
Essa figura também ilustra qual o formato físico do transformador.
Figura 27 Formatos de transformadores.

Na figura 27, (a), o transformador mostrado é para pequenas potências. O


transformador mostrado em (b) já é um modelo para potências maiores, com uma capa
protetora para os enrolamentos. Quanto maior o tamanho do transformador, maior é a sua
potência.
Pode-se ver que a tensão do enrolamento secundário é proporcional ao número de
espiras desse enrolamento e a tensão aplicada ao primário. Essa importante relação é
mostrada nos desenhos, símbolos gráficos e fórmulas da figura 28.
No desenho (b) da figura 28, o transformador mostrado possui um enrolamento
primário e um enrolamento secundário com tomada central. Já o mostrado em (c) tem dois
primários e um secundário com tomada central. Um primário com tomada central e dois
secundário é ilustrado em (d). O desenho (e) mostra um enrolamento primário com duas
tomadas e dois enrolamentos secundários.
Figura 28 O transformador e suas relações

Os transformadores mais usados são os chamados "transformadores de potência"


para fontes de alimentação, onde o enrolamento primário vai ligado em 127 ou 220 VCA e
o enrolamento secundário fornece uma ou mais tensões que geralmente variam de 6 a 24
VCA, para os circuitos eletrônicos comuns. A corrente fornecida pelo secundário varia de
aproximadamente 100mA a dezenas de ampères, dependendo do emprego do
transformador.
A conexão do primário do transformador à rede de energia elétrica é muito
importante e a figura 29 mostra como isso pode ser feito.
Uma conexão errada à rede de energia elétrica pode inutilizar o transformador, com a
queima do enrolamento primário.

Figura 29 Conexões do enrolamento primário à rede de energia elétrica

Outro tipo de transformador usado algumas vezes em eletrônica é o transformador


de saída. Esses transformadores são semelhantes aos transformadores de força, mas
tem um tamanho físico muito menor, pois hoje em dia são usados em circuitos de
pequenas potências, como casadores de impedância. A impedância é a característica de
um circuito ou componente, de oferecer certa "oposição" a passagem da corrente elétrica
CA. Essa oposição é uma espécie de resistência e por isso também é medida em ohms.
Figura 30 Transformadores de saída

Uma impedância muito conhecida é o valor dado aos alto-falantes, que são
especificados em 4Ω, 8Ω, 16Ω, etc. Essa "resistência" na verdade é a impedância que o
alto-falante apresenta. Alguns amplificadores de som tem impedância de saída diferente
da dos alto-falantes, como 1kΩ, por exemplo. Ver figura 29.
Daí a necessidade do uso de um transformador de saída, para "casar" a impedância
do amplificador com a impedância do alto-falante, para máximo rendimento. A figura 30
mostra essas características.
Como adquirir e substituir
INDUTORES
Duas características são fundamentais para a correta escolha de um indutor: a
indutância em si e a corrente máxima que vai circular pelo indutor. As listas de materiais
para montagem de circuitos eletrônicos trazem esses valores. Entretanto, para o caso de
circuitos de baixas potências, onde são usado os micro choques, nem sempre a corrente é
informada. Neste caso, é necessário avaliar a corrente do circuito e verificar se o indutor
irá suportar essa corrente.
Normalmente os indutores pré-fabricados podem ser encontrados em valores dentro
das série "E6" e "E12". Os indutores pré-fabricados, do tipo micro choques e similares
trabalham com baixas correntes, da ordem de 100mA para indutores de baixo valor (em
torno de 10 μH) a 10mA para indutores de valor maior (em torno de 1000 μH).
Na grande maioria dos circuitos experimentais, o montador deverá confeccionar seus
próprios indutores, que variam desde simples indutores com núcleos de ar, feitos de fio
esmaltado, até indutores mais elaborados, com dois ou três enrolamentos, feitos em
fôrmas com núcleo variável ou núcleos toroidais. Normalmente esses circuitos ou
montagens eletrônicas trazem todas especificações para enrolamentos dos indutores,
como número de espiras, tipo e diâmetro do fio a ser usado, espaçamento entre espiras,
diâmetro da fôrma, tipo do núcleo, etc.
Em alguns circuitos, para o experimentador avançado, pode aparecer somente o
valor da indutância a ser usada, com algumas características do fio ou do tipo de núcleo a
ser usado. Isso costuma ocorrer com núcleos de ferrite ou pó de ferro, no formato toroidal.
Uma boa maneira de construir esses indutores é usar as tabelas fornecidas pelos
fabricantes, como a MICROMETALS® e a AMIDON® (USA), que fornecem os dados para
construção de uma enorme gama de indutores, usando núcleos toroidais.
Você também pode construir um “indutometro” ou seja, um medidor de indutâncias,
como descrito mais adiante nesse livro.
Ao usar núcleos de ferrite ou pó de ferro, o experimentador não poderá trocá-los,
pois poderá causar mau funcionamento do circuito onde os indutores vão ser usados. Dai,
a necessidade de um catálogo do fabricante, que fornece instruções para construção, usos
corretos dos materiais do núcleo e dicas importantes. A figura 31 mostra os tipos de
núcleos de ferrite e pó de ferro usado para bobinas.

Figura 31 Núcleos de ferrite e pó de ferro

O enrolamento pode ser chamado de cerrado, quando as espiras são enroladas uma
ao lado da outra e espaçado quando as espiras tem um certo espaçamento entre as
mesmas. Em alguns casos são usados fios nu (sem esmalte ou capa plástica) e fios de
cobre estanhados. A figura 32 ilustra os detalhes de uma bobina e fornece uma fórmula
que permite calcular a indutância de uma bobina simples, com boa aproximação.
Figura 32 Calculo de uma bobina simples

As fôrmas para o enrolamento de indutores (bobinas) devem ser de materiais de


ótima qualidade como porcelana ou determinados tipos de plástico. Tubos de papel ou
plásticos comuns podem ser usados, para baixas potências.
Fôrmas de porcelana são difíceis de encontrar, principalmente se elas precisarem de
núcleos ajustáveis. Já as fôrmas de fenolite (papel) são mais facilmente encontradas.
De qualquer maneira, o experimentador vai ter alguma dificuldade para encontrar
fôrmas para bobinas, com núcleos ajustáveis de ferrite ou pó de ferro. Uma maneira de
contornar o problema é "desmanchar" rádios e TV antigos e retirar as bobinas
encontradas. Muitas fôrmas e núcleos podem ser reaproveitados e o experimentador
realiza o trabalho de enrolar a bobina segundo as especificações do circuito.
O fio usado para o enrolamento de bobinas é o fio de cobre esmaltado. Esses fios
também têm seus diâmetros e seções baseados numa tabela de fios e a lista de materiais
costuma informar qual o número do fio a ser usado. Essa tabela é semelhante à tabela de
fios de cobre para instalações residenciais e pode ser encontrada num bom manual ou
handbook da ARRL (USA).
No caso de bobinas com fios finos, a fixação do início e término do enrolamento pode
ser um problema, pois o fio tenderá a ficar frouxo, soltando os extremos. A dica aqui é usar
pequenos pedaços de filme plástico, do tipo poliéster, para fixar estes extremos do
enrolamento, como mostrado na figura 33. Esse filme de poliéster é simplesmente uma
folha de poliéster fina, muito usado pelos desenhistas, em substituição ao papel vegetal.
Pequenas tiras desse filme farão o serviço.
Figura 10 Como enrolar uma bobina sobre uma forma.

Uma pequena tira de poliéster é colocada junto à fôrma da bobina, antes de


completar o número correto de espiras, como em (a) a figura 33. A seguir, enrolam-se
mais duas ou três voltas, prendendo a tira de poliéster junto a fôrma da bobina e dando
uma volta com a tira, forma-se um laço, como em (b).
O enrolamento continua e a última espira passa por dentro do laço, ilustrado em (c).
Por fim, o que restou da tira fora do corpo da bobina é puxado, prendendo assim a ultima
espira e travando todo enrolamento, como mostrado em (d).
Uma alternativa é colar essa ultima espira à fôrma da bobina. Entretanto, muitas
vezes a bobina precisa ser ajustada ao circuito com a retirada ou inclusão de espiras.
Evidente que esse processo será muito difícil se o enrolamento for colado à fôrma. O
desenho (e) ilustra um modelo de fôrma, com núcleo ajustável, que já tem os terminais
metálicos para fixação do enrolamento e solda.
Pequenos furos podem ser feitos nos extremos da fôrma da bobina, para segurar o
início e o fim do enrolamento, como mostrado em (f).

TRANSFORMADORES
Comparado com os componentes eletrônicos já analisados nesse trabalho, o
transformador é o mais caro deles e em muitos projetos eletrônicos que o experimentador
vai realizar ele pode ser o componente mais custoso do conjunto. Por isso é necessário
prestar bastante atenção a sua correta seleção.
Normalmente os transformadores de potência (ou força) usados em fontes de
alimentação, são especificados em função da tensão e da corrente do secundário, para
circuitos de baixa potência. A tensão do primário do transformador vai depender da tensão
da rede de energia elétrica aonde o circuito vai se ligado: 110, 127 ou 220 V. A corrente do
primário não precisa ser fornecida e estará correta se o transformador for de boa
procedência.
Assim sendo, pode-se ter na lista de materiais:
TR1 = Transformador de força, primário de 127 e 220 V,
secundário de 12 + 12 V, 5 A, montagem vertical.

Isso significa que o TR1 tem um primário que tanto pode ser ligado em 127V quanto
em 220V. O secundário tem dois enrolamentos de 12V cada e deve fornecer uma corrente
de 5A cada. A construção do mesmo deve ser vertical.
Pode-se ter outra lista de materiais como:

TR2 = Transformador de potência, primário de


110,127 e 220V e secundário de 15-0-15V, 2 A.

Neste caso, o secundário tem somente um enrolamento, com uma tomada central. A
figura 34 ilustra os símbolos gráficos desses dois transformadores.

Figura 34 Conexão do enrolamento primário

Os enrolamentos secundários dos transformadores de força podem ser conectados


em série ou paralelo, para se obter maior tens (série) ou maior corrente (paralelo). Isso é
ilustrado na figura 35.
Figura 35 Conexão dos enrolamentos secundários

Por exemplo, dois enrolamentos secundários de 5V podem ser ligados em série, para
se obter uma tensão total de 10V. A corrente máxima é a corrente de um dos enrolamentos
(a menor delas). Como outro exemplo, se um circuito requer 12 V com uma corrente de 2A
e o transformador possui dois enrolamentos de 12V com 1A, os dois enrolamentos podem
ser ligados em paralelo. A tensão resultante continua sendo 12V, mas a corrente que pode
ser solicitada passa para 2A, ao invés de 1A de cada enrolamento.
Ao se conectar enrolamentos em paralelo, dois fatos precisam ser levados em
consideração: (1) os enrolamentos precisam ter a mesma tensão e (2) os inícios dos
enrolamentos são conectados juntos, bem com os dois finais do enrolamento. Se essas
conexões forem invertidas, o transformador irá se aquecer podendo ser danificado.
Ao se adquirir um transformador é importante observar a sua construção mecânica,
onde as chapas de ferro do núcleo devem estar bem cortadas e alinhadas, dando a
impressão de que o núcleo forma uma só peça. Transformadores de baixa qualidade têm
estas chapas mal estampadas, parecendo que cada uma delas tem uma dimensão.
Observar também o acabamento da bobina, que deve ter bom isolamento, sem espiras de
fio saindo. Montagens dos enrolamentos em carretéis plásticos dão um bom acabamento
aos enrolamentos e ao transformador.
Como recomendação final é interessante procurar adquirir o transformador de uma
marca conhecida ou recomendada por outros experimentadores. Como alternativa, o
transformador pode ser enrolado em uma oficina recomendada, tomando-se cuidado com
a escolha do núcleo. Não deixar o técnico enrolador usar "aquele núcleo importado", pois
certamente os problemas irão aparecer. O núcleo também pode ser adquirido em casas
especializadas, podendo ser encontrados núcleos de ótima qualidade no país.
Capitulo 4
DIODOS SEMICONDUTORES
Introdução
Com a invenção dos semicondutores, uma nova revolução tomou conta da eletrônica.
Você vai ver como os diodos semicondutores podem ser usados em diversas aplicações
básicas nas montagens que você vai realizar. O diodo é o dispositivo semicondutor mais
simples encontrado em eletrônica. Na realidade a palavra diodo refere-se a uma família de
componentes eletrônicos semicondutores.
Tamanho e potencia
Os diodos semicondutores, usados normalmente em eletrônica, têm um formado
parecido com o dos resistores: o corpo dos mesmos tem a forma cilíndrica com dois
terminais nos extremos. Algumas vezes os diodos são montados em conjuntos de quatro
peças, para aplicação como pontes retificadoras.
Em aplicações de alta potencia, os diodos costumam ser de metal, montados em
dissipadores, para eliminar o calor do corpo dos mesmos, durante o funcionamento. Nesse
caso, eles são especificados em função da máxima corrente direta que pode circular pelos
mesmos.

UM POUCO DE TEORIA BÁSICA


O primeiro diodo foi o famoso “galena”, que era usado como diodo detector de
sinais de rádio nos primeiros receptores.

Basicamente o diodo é constituído de uma junção com um material


semicondutor tipo “P” e um material semicondutor tipo “N”. O material tipo N tem
excesso de elétrons enquanto que o material tipo P tem falta de elétrons, ou como se
diz, tem excesso de “buracos”.

A corrente elétrica em um diodo, circula quando ele está polarizado


diretamente e não circula quando ele está polarizado inversamente.

Essa característica tem importantes aplicações nos circuitos eletrônicos,


como você vai ver nos próximos capítulos.

Tipos de diodos
Basicamente, dois tipos de materiais são usados para a construção de diodos: o
germânio (Ge) e o silício (Si). Geralmente os diodos costumam ser classificados pela sua
ação nos circuitos eletrônicos, como retificadores, estabilizadores de tens, multiplicadores,
ceifadores, indicadores (LED), etc.
Tensão e corrente de trabalho
O diodo tem duas características básicas importantes ao ser escolhido para uma
determinada aplicação: a tensão inversa e a corrente direta.
A tensão inversa é a máxima tensão que o diodo pode suportar, quando ele está
polarizado inversamente, sem que ocorram danos a junção PN.
Já a corrente direta é a máxima corrente que pode circular pelo diodo, quando ele
está polarizado diretamente. Os fabricantes fornecem essas duas especificações para os
diversos modelos de diodos fabricados.
A figura 36 ilustra a condução do diodo, para a polarização direta e polarização
inversa.

Figura 36 Polarização do diodo semicondutor

No desenho (a) da figura 36, o diodo está polarizado diretamente e circula uma
grande corrente pelo medidor. Já no desenho (b) o diodo está polarizado inversamente e
circula uma diminuta corrente pelo medidor.
A máxima tensão inversa é aplicada no diodo quando ele está polarizado
inversamente, como em (b) acima. Essa tensão inversa pode ir de algumas poucas
dezenas de volts a centenas de volts. A máxima corrente direta circula pelo diodo com
polarização direta, como em (a) acima. A corrente direta vai de alguns miliampères (mA)
até centenas de ampères, nos diodos de potência.
Códigos e modelos
Encontram-se no mercado diodos provenientes de três regiões do planeta: Estados
Unidos, Europa e Japão. (agora tem a China mas desconhecemos diodos desse pais)
Cada um dos fabricantes dessas regiões adota uma nomenclatura e um código, para seus
modelos.
Os Estados Unidos (USA) adotam um código onde o modelo do diodo aparece como,
por exemplo, “1N4001".
Já vários países da Europa adotam um código que pode ser “BY127" enquanto que
no Japão o diodo pode vir marcado “1SA53". Dai a necessidade de sempre consultar o
“Manual de Diodos” dos diversos fabricantes, para se levantar as características de um
determinado diodo. Ver detalhes de como adquirir e substituir mais para frente, nesse
capítulo.
Esse código vem impresso diretamente no corpo do diodo semicondutor. O corpo dos
diodos pode ser de plástico, vidro, metal ou cerâmica. Uma faixa colorida sobre o corpo,
indica sempre o catodo. Ver figura 39.
O formato físico dos diodos vai ser mostrado quando discutirmos os diversos tipos,
conforme suas aplicações.
Símbolos gráficos
Vamos adotar os símbolos padrões no Brasil, da ABNT. Veja a figura 37.

Figura 11 Símbolos gráficos de diodos

Associação de diodos
Dentro de certos limites, os diodos retificadores podem ser associados em série,
para se obter maior tensão inversa. No caso da associação em paralelo, de diodos iguais,
obtêm-se maior corrente direta. Veja detalhes na figura 38.
Figura 38 Associação de diodos

Diodos retificadores
Os diodos retificadores são os mais usados nos circuitos eletrônicos comuns,
principalmente em fontes de alimentação.
As principais especificações que devem ser levadas em conta ao usar um diodos
retificadores são: máxima tensão inversa e máxima corrente direta. Esses dados também
são mostrados na tabela da figura 38.
Os formatos físicos mais comuns desses diodos são mostrados na figura 39.

Figura 39 Formatos de diodos retificadores e ponte de diodos

Os diodos (a) e (b) da figura 4.4 tem o corpo plástico e são retificadores para
correntes de 1 a 3A. O diodo mostrado em (c) tem o corpo metálico e pode ser
encontrado para correntes até cerca de 3A. Já o diodos metálico mostrado em (d) é para
corrente ala e tem uma rosca para montagem direta em um dissipador. Em (e) são
mostradas duas pontes retificadoras com invólucro em plástico. Note que na ponte
retificadora de cor verde dá para notar a marcação de onde deve ser aplicada a CA e
onde é a saída de CC. Em (f) é mostrada outro tipo de ponte retificadora para alta
corrente. Essas pontes podem chegar a dezenas de amperes.
As pontes retificadoras para altas correntes dissipam muito calor e são montadas em
um dissipador de calor, como o mostrado na figura 40.

Figura 40 Dissipador de calor e ponte retificadora.

A tabela 5 mostra dados simplificados de diodos retificadores, da maneira que você


vai encontrar nos manuais de fabricantes de semicondutores e de lojas de componentes
eletrônicos. PRV significa “tensão inversa de pico”, em inglês.

Tabela 5 Alguns tipos de diodos retificadores

Diodos zener
Os diodos zener são componentes especiais, para regular uma tensão, que pode ir
de 1V até dezenas de volts, em várias potências, que vão de 0,5Watt dezenas de watts.
Esses diodos, de importância para o montador, são usados até cerca de 24V, com
potência de 0,5 a 3W. A tabela 6 mostra as características de alguns modelos.

Tabela 6 Alguns tipos de diodo zener

Normalmente esses diodos tem o invólucro de vidro, para potência até 1W. As vezes
tem o invólucro de plástico (epóxi) para essas potências. O formato é o mesmo mostrado
em (a) da figura 41.

Figura 41Alguns tipos de diodos zener

O diodo varicap
O diodo conhecido por varicap é um diodo de capacitância variável em função da
tensão aplicada ao mesmo. Esse diodo é empregado nos modernos receptores de rádio,
AM, FM e TV, para a sintonia das estações. O amador, em suas montagens, também irá
encontrá-los. A tabela 7 mostra as principais características de alguns varicaps.

Tabela 7 Alguns tipos de diodos varicap

A foto 42 ilustra alguns formatos físicos de varicaps. Note que esses formatos
também são usados para outros tipos de diodos.

Figura 42 Alguns formatos de diodos varicap

Diodos de sinal
Com esse nome existem dois tipos principais de diodos: os diodos detectores e os
diodos de chaveamento. Os diodos detectores são usados para detectar sinais de rádio,
AM, FM, TV, etc. em circuitos desses tipos de aparelhos enquanto que os diodos de
chaveamento fazem papel de “chaves” em determinados tipos de circuitos eletrônicos. A
tabela 8 mostra alguns tipos de diodos dos modelos descritos.

Tabela 8 Alguns tipos de diodos de sinal

Diodos emissores de luz - LED


Por fim, outro diodo bastante usado pelo amador é o LED, ou seja, o diodo emissor
de luz, que emite um feixe luminoso ao ser atravessado por uma corrente elétrica. Podem
ser encontrados nas cores vermelha, verde, amarela e azul.
Os formatos para os LED variam bastante e alguns deles podem ser vistos na figura
43 .
Figura 43 Formatos de LEDs

Os LEDs mostrados em (a) da figura 43, são miniaturas e redondos. Os LEDs


retangulares são mostrados em (b).Na parte de baixo da figura 42, são mostrados os
suportes para montagem de LEDs em painéis. O suporte em (f) é para montagem numa
placa de circuito impresso.
Como adquirir e substituir.
Diodos retificadores e pontes de diodos
Normalmente, na “Lista de Materiais” encontradas nas revistas e livros, para um
determinado circuito, são fornecidas as especificações dos diodos. Isso você pode
encontrar de três formas, por exemplo:
1. D1 - Diodo 1N4002, ou;
2. D1 - Diodo retificador para 100V, 1A
3. D1 - Diodo 1N4002 ou semelhante
No primeiro caso, você pode adquirir diretamente um diodo tipo 1N4002, que pode
ser achado facilmente no comércio de componentes eletrônicos. No segundo caso, você
pode comprar um diodo retificador qualquer, que tenha as características pedidas: máxima
tensão inversa de 100V e máxima corrente direta de 1A.. Consulte um Manual de Diodos
Semicondutores, do fabricante do diodo oferecido, para conferir essas características. No
terceiro caso, a Lista de Materiais já dá uma dica que é o diodo 1N4002 ou qualquer
semelhante. Aí, você consulta as características do diodo 1N4002 para poder achar um
semelhante.
Não se esqueça de verificar a placa de circuito impresso ou o tipo de montagem dos
terminais do diodo, pois isso pode dar problemas na hora de soldá-lo ao circuito.
Os diodos retificadores podem ser usados em série e em paralelo, para que
possamos obter uma maior corrente direta ou uma maior tensão inversa, como ilustrado na
figura 38.
Ao usar diodos retificadores de potência, para altas correntes (5A ou mais), verifique
a necessidade de montá-los em dissipadores de calor. Verifique como o corpo do diodo ou
da ponte retificadora é afixado ao dissipador. Isso evita surpresas desagradáveis...
Os terminais dos diodos também são usados para ajudar a dissipar o calor, que é
gerado internamente no diodo. Veja dicas de montagem no capítulo apropriado.
Diodos zener
No caso dos diodos zener, eles são usados em baixas potências, entre 0,5 e 1W. As
tensões de trabalho do diodo zener são fáceis de serem encontradas nas lojas
especializadas, de 1 a 24V ou mais.
Se necessários, os diodos zener podem ser associados em série, para se obter a
tensão desejada. Sempre use diodos da mesma potência e procure achar diodos do
mesmo fabricante. Nada de usar em paralelo, pois pode complicar... Também não use
diodos zener de potência menor do que a especificada, mesmo que ele tenha a mesma
tensão de trabalho.
A Lista de Materiais sempre indica o tipo do diodo, por exemplo:
D6 - Diodo 1N4732; ou.
D6 - Diodo zener para 4,7V, 1W.
Esses diodos são meio complicados para se substituir e a sua aplicação é restrita a
circuitos especiais de RF (Rádio Frequência). Procure usar sempre o tipo recomendado
pela Lista de Materiais. Não se esqueça: o valor da faixa de capacitâncias do diodo deve
ser mantido.
Diodos de sinal
Dificilmente a Lista de Materiais fornece as características do diodo de sinal. Quase
sempre vem anotado:
D12 - Diodo 1N4148
Esse diodo do tipo 1N4148, bem como o 1N914, são diodos de sinal frequentemente
usados e fáceis de serem achados.
Diodos LED
Os LED também são bastante comuns no comércio de componentes eletrônicos. Se
você for usar um suporte para o LED, para montagem em painel, verifique o tamanho do
LED e o diâmetro interno do suporte.
No caso de LED com formatos retangulares e outros, montados em painéis de
aparelhos, já vai ser necessária uma certa habilidade para fazer um furo retangular numa
chapa de alumínio ou aço. É uma bela “mão de obra”!
Consulte o artigo técnico de montagem do circuito, na revista ou livro, para verificar
como identificar a polaridade do LED. A figura 43 ajuda a verificar a polaridade.

Figura 44 Polaridade do LED


18/11/13 – pem – Ver 0
Capitulo 5
TRANSISTORES
Introdução
Muito mais do que o diodo, a invenção do transistor causou uma grande revolução na
eletrônica! Sem ele não teríamos TV digital, DVD, computadores super potentes, etc.
Transistores estão em todos os circuitos eletrônicos que o montador amador vai se
defrontar seja qual for área da eletrônica.
Tamanho e potencia
As mesmas regras que estivemos discutindo para os diversos componentes
eletrônicos vistos até agora, também valem para os transistores: quanto maior o tamanho
físico do transistor, maior a sua potência de dissipação.
A grande maioria dos transistores usados pelo montador amador costuma ser de
plástico, de pequena ou média potência. Os transistores de grande potência são metálicos
e normalmente são montados em dissipadores de calor para operar em temperaturas
corretas.
Vários são os parâmetros que determinam as características de um transistor e
alguns dos mais significativos para o amador serão discutidos a seguir.
UMA GRANDE HISTÓRIA...

Inventores do transistor: Em
1948, os engenheiros dos Laboratórios
Bell, John Bardeen, Walter Brattain e
William Shockley inventaram o
transistor

Basicamente um transistor trabalha de duas maneiras:


1. Como uma “chave”, interrompendo ou não a passagem da corrente elétrica ou
2. Como um “amplificador” fazendo com que uma pequena corrente elétrica se torne
“maior”.
Para simplificar a compreensão, podemos assumir o transistor como sendo um
“sanduíche” de três pedaços de material semicondutor: dois pedaços de material
semicondutor tipo N e um pedaço de material semicondutor tipo P ou dois pedaços de
material semicondutor tipo P e um pedaço de material semicondutor tipo N. Veja a figura
44 para maior entendimento.
O transistor tem três terminais: coletor, base e emissor. Note que no transistor PNP
a pequena seta aponta para dentro do símbolo enquanto que no NPN a seta aponta para
fora.

Figura 45 Estrutura básica dos transistores PNP e NPN

Se uma pequena tensão é aplicada à base do transistor, uma pequena corrente


circula do emissor para a base e uma outra pequena parte circula pelo coletor. Um fluxo de
elétrons é injetado pelo emissor (emite) para o coletor (corrente convencional) e aparece
no coletor (sai). Essa polarização é mostrada na figura 46.

Figura 46 Funcionamento básico do transistor

Transistores normais são construídos de dois tipos de semicondutores: germânio e


silício. Modernamente a maioria dos transistores usados so de silício. Esses transistores
são chamados de bipolares.
Tensão e corrente de trabalho
Transistores são dispositivos altamente sensíveis sobre tenses e sobre correntes,
podendo ser facilmente destruídos. Também são sensíveis a temperatura e algumas vezes
podem ser destruídos no processo de soldagem do mesmo ao circuito!
O montador amador vai se defrontar com uma quantidade muito grande de tipos de
transistores nas construções.
Daí a grande necessidade de conhecer algumas das principais características desses
transistores, ao usá-los e principalmente ao substituí-los. A tabela 9 lista as principais
características para alguns modelos comuns, de silício. Para outros modelos, o Manual de
Transistores de cada fabricante deve ser consultado.
Os valores de tensão e de corrente máximos não podem ser ultrapassados em
nenhum caso. Esses valores são discutidos em detalhes na parte “Como adquirir e
substituir”, ainda nesse capítulo.

Tabela 9 Características de alguns modelos básicos de transistores.

Códigos para Transistores


Como no caso dos diodos, os transistores também são encontrados de três
procedências: Norte-americanos, Europeus e Japoneses. Ver a Tabela 10.
Tabela 10 Códigos para transistores

5.6 SÍMBOLOS GRÁFICOS

Existe uma grande quantidade de símbolos gráficos para transistores, em função da


sua construção. A figura 47 mostra os principais, encontrados nos diagramas
esquemáticos de montagens simples de áudio, RF, controle, etc.

Figura 47 Símbolos gráficos para transistores

Configuração dos terminais


Um dos problemas ao se trabalhar com transistores é a enorme diversidade de tipos
e modelos, aliados a inúmeros fabricantes espalhados pelo planeta. Assim sendo, a
configuração dos terminais de conexão do transistor ao circuito, pode assumir várias
formas. Essas configurações dos terminais seguem normas padronizadas de invólucros e
são fornecidas pelos fabricantes dos semicondutores, que até fornecem as dimensões
desses invólucros padronizados.
A figura 48 mostra alguns desses invólucros, de plástico e metal, mais usados nos
transistores de circuitos comuns.

Figura 48 Configuração dos terminais de alguns tipos de invólucros de transistores

Transistores bipolares
Os transistores bipolares são assim chamados devido a dois tipos de carga que
contribuem para seu funcionamento: elétrons e buracos. Têm os três terminais chamados
de base, emissor e coletor.
Em aplicações normais de audiofrequência (frequências audíveis) e algumas
aplicações de RF, eles são usados em três configurações de circuitos, dependendo de qual
terminal é comum a entrada e saída: base comum, emissor comum e coletor comum.
Esses três tipos de configurações estão ilustrados na figura 49.

Figura 49 Configurações de circuitos com transistores bipolares


Transistores FET
Os transistores FET - Field Efecct Transistor (Transistores de Efeito de Campo) são
outra classe de transistores e tem dos tipos de nosso interesse: os JFET - Junction Field
Efecct Transistor e os MOSFET - Metal Oxide Field Efecct Transistor. Os símbolos
gráficos para esses transistores podem ser vistos na figura 50.

Figura 50 Formato de transistores FET e MOSFET

Os FET têm características de funcionamento similar as das antigas válvulas a vácuo


e tem importantes aplicações em circuitos de RF e onde se requer alta sensibilidade.
Existem dois tipos de JFET: canal N e canal P. Os FET tem os terminais diferentes: gate
(porta), source (fonte) e drain (dreno).
Os MOSFET são similares ao JFET mas podem ter até duas portas (gate). Os JFET
tem sempre três terminais enquanto que os MOSFET podem ter mais de três terminais,
com duas portas (G1 e G2). Os MOSFET tem alta impedância de entrada sendo ideais
para circuitos de medidas, equipamentos profissionais, sintonizadores de TV e FM, etc.
Transistor UJT
Os transistores UJT - Unijunction Transistor (transistor de unijunção) são uma classe
diferente e tem aplicações especiais em circuitos de controle e pulsos. Veja o símbolo do
UJT na figura 51.
Esse transistor, também com três terminais, têm: Base 1 (B1), Base2 (B2) e Emissor
(E).
Figura 51 Transistores UJT, formatos e símbolos gráficos

Formato físico dos transistores


Alguns formatos físicos de transistores já foram mostrados nesse Capítulo. A figura
52 mostra mais alguns com os quais você pode se deparar.
Figura 12 Formatos diversos de transistores

Aqui começa o pesadelo de muitos montadores amadores, quando não acham os


transistores que precisam para os seus projetos. Muitas vezes o autor de um projeto, na
revista ou livro, diz que o transistor foi trazido por um “compadre que foi à Rússia e trouxe
o transistor no bolso do colete”...
Guia de substituição de transistores
Conhecendo as características básicas do transistor, com a ajuda de um bom Manual
de Transistor, é possível fazer a substituição por um modelo que possa ser facilmente
encontrado no mercado. Não poderíamos deixar de recomendar a aquisição de um bom
Guia de Substituição de Semicondutores, como é o caso do excelente “ECG®
Semiconductor Master Replacement Guide”, que pode ser encontrado em versão
impressa ou em CD-ROM. Esse Guia é fundamental para a correta substituição de vários
tipos de semicondutores. Modernamente voe vai encontrar esse guia em forma de CD
ROM e na Internet tem dezenas de links onde baixa-lo em PDF.
Esse guia é tão útil que merece uma foto por aqui. O meu está gasto, amarelado,
mas bem conservado e não está a venda!.

Figura 53 Guia de substituição de semicondutores ECG

Vamos tentar dar umas dicas de como usar esse Guia ECG ou outros similares.
1º passo: Verifique o circuito, na revista ou livro, e estude o transistor usado. Veja o
símbolo no circuito, descrição no corpo do texto do artigo, descrição na lista de materiais,
etc. Quanto mais informações, melhor.
2º passo: Verifique se o modelo indicado está disponível no comércio de
componentes eletrônicos. Muitas vezes o transistor indicado é facilmente encontrado no
exterior e não no país. Em alguns casos, se você quiser mesmo montar o circuito, será
necessária a aquisição no exterior, via Correio. Veja mais dicas no capítulo sobre
Montagens.
3º passo: Se você não achar, consulte o Guia de Substituição disponível e obtenha
as principais características, como foi apresentado na tabela 9, e reproduzidas na figura
54.

Figura 54 Características básicas dos transistores

Vamos discutir s características da figura 54.:


a) A Icmax é a máxima corrente que pode circular pelo transistor sem danificá-lo. O
conhecimento da corrente que passa pelo circuito é útil antes de se decidir por um
substituto. Se não sabemos isso, escolher um transistor com, pelo menos, esse valor
máximo especificado.
b) A tabela mostrada na figura 54 contém três especificações de tensão: VCEmax,
que é a máxima tensão que pode ser aplicada entre coletor e emissor sob condições de
operação, antes que o transistor seja danificado; VCB, é a máxima tensão que pode existir
entre o coletor e base, sem que ocorra danos ao transistor e VEB, que é a máxima tensão
inversa entre emissor e base. Em transistores de silício esse último valor está entre 5 e
6V.
c) O hFE, é o ganho de corrente para sinais de grande amplitude. Devido a variações
desse ganho, esse valor é especificado numa faixa (por ex., 20 a 100) ou somente no seu
valor mínimo. Esse ganho é definido como sendo a relação da corrente do coletor para a
corrente de base Ic/IB.
d) A PTOT é uma especificação muito importante e é a máxima potência dissipada
permitida antes que a junção do semicondutor se aqueça e seja destruída. Essa
especificação é normalmente especificada para uma temperatura de 25°C.
e) A fT é a frequência na qual o ganho do transistor cai para 1 (unidade). Essa
especificação é muito importante quando escolhemos transistores para trabalhar em rádio
frequências ou maiores.
f) Por fim, o Invólucro é a “embalagem” do transistor e para saber a correta
configuração de cada tipo de invólucro, você deve consultar o Guia. Note que dentro de
cada tipo de invólucro, ainda podem ocorrer configurações diferentes. Novamente, vá ao
Guia ou procure no site do fabricante na Internet..
Transistores de potencia
Os transistores de potência devem ser montados num dissipador apropriado, feito de
alumio, de cor preta. Esses dissipadores podem ser encontrados facilmente no comércio
especializado e são fornecidos em diversos formatos.
É importante observar também, que o transistor ou outro componente semicondutor
que vai montado no dissipador, tenha a técnica e as ferragens necessárias para isso, como
ilustrado na figura 55
É muito importante o uso de graxa de silicone ou pasta térmica, nos pontos indicados
na figura 55 .

Figura 55 Montagem de transistor de potencia no dissipador de calor


17/11/13 – pem – Ver 0
Capitulo 6
CURCUITOS INTEGRADOS (CI)
Introdução
Cedo ou tarde, você vai encontrar um circuito para montar, que tenha um CI - Circuito
Integrado. Algumas vezes montagens com CI assustam o amador, mas o uso de CI nos
circuitos simplifica tremendamente a montagem. Por outro lado, muitas vezes gera a
necessidade de placas de circuito impresso específicas para o circuito em questão.
Muito mais do que o diodo e o transistor os circuitos integrados causaram e ainda
causam uma revolução enorme na eletrônica. Como exemplo, um processador de
microcomputador, como um Pentium® tem mais de um milhão de transistores!!
Em muitos casos o uso de circuitos integrados facilita vida do montador amador.
Generalidades
Quase tudo que apresentamos para os transistores, é válido também para os
circuitos integrados (CI): potência, valores de tensão e de corrente, etc.
Na realidade, circuitos integrados (CI) não são componentes discretos e sim circuitos
inteiros dentro de uma pastilha (chip), reduzidos a dimensões microscópicas e
empacotados dentro de invólucros miniaturas. O típico invólucro de CI tem forma de um
tablete, com terminais ou pinos de conexão, ao longo do corpo, em duas filas paralelas.
Essa configuração é chamada de DIP ou do inglês = dual in-line package. Ver figura 56.

Figura 56 Formatos diversos de CI

Alguns CI podem parecer com transistores, com três terminais e invólucro de


plástico. Os invólucros DIP podem ter de 4 a mais de 64 pinos e modernamente surgem CI
para uso em computadores e circuitos de controle, com dezenas de pinos. A figura 56
mostra alguns invólucros de CI, para que possamos ter uma ideia de seu formato físico.
CI analógicos e digitais
Geralmente os CI são classificados em analógicos e digitais. Os CI analógicos
trabalham com sinais contínuos como os encontrados em áudio e RF enquanto que os CI
digitais trabalham com pulsos.
Os dois tipos de CI analógicos mais usados pelo montador amador provavelmente
são os amplificadores de áudio e os amplificadores operacionais. Eles podem ter
invólucros como os mostrados em (a), (b), (d) e (g) da figura 56.
Códigos
Aqui parece que a confusão é maior devido a um grande número de fabricantes e
devido a inúmeros CI dedicados a circuitos de rádio, TV, FM e outros aparelhos eletrônicos
desse tipo.
Entretanto, para o montador amador, o panorama não é tão complicado. A grande
maioria das montagens em que aparecem CI usam esses componentes de origem norte-
americana, disponíveis em muitos lugares. São CI analógicos como amplificadores
operacionais e CI digitais ainda alguns da antiga linha TTL. Amplificadores de áudio ainda
costumam aparecer com CI europeus, mas facilmente encontrados no país.
CI reguladores de voltagem são bastante usados, mas quase todos de origem norte-
americana. Esses CI são discutidos em mais detalhes no Capítulo sobre Fontes de
Alimentação.
De uma maneira em geral, antes dos números das famílias abaixo, os fabricantes
costuma colocar letras, que o identificam. Por exemplo:
• LM7400 (National Semiconductors®)
• MC 74L40 (Motorola®)
• μA7448 (Fairchild®)
• NE602 (Signetics®)
• CA3048 (RCA®)
• TL084CN (Texas®)
Os CI da série TTL (Transistor-Transistor-Logic) usam, dois número iniciais e depois
outros números que dão os modelos, dentro de cada família. Por exemplo:
- Família 54/74 = 7400
- Família 54L/74L = 74L01 (baixo consumo)
- Família 54LS/74LS = 74LS41 (baixo consumo, Schottky)
- Família 54H/74H = 74H38 (alta velocidade)
- Família 54S/ 74S = Schottky
Os amplificadores operacionais usam uma numeração dada por cada fabricante.
Assim sendo é possível encontrar modelos como 741, sempre precedido das letras do
fabricante, como discutido acima. Podem ser CA741, NE741, etc.
No caso dos amplificadores de áudio, são bastante usados CI da linha Philips®, que
tem vários modelos com diferentes potências. Os códigos usados são TAA, TBA, etc. O
TBA810, por exemplo, é um amplificador de áudio integrado, que fornece uma potência de
6W em 4Ω e sua tensão de alimentação vai de 4 a 20V. Os amplificadores de áudio de
potência relativamente elevada devem ser montados num dissipador de calor. Para os
dados completos desses tipos de CI, o Manual do fabricante ou um Guia deve ser
consultado. Ver figura 57

Figura 57 CI de áudio

A figura 58 mostra a montagem do dissipador num CI de áudio. Não se esquecer de


usar a graxa (ou pasta) de silicone para melhor contato térmico.
Figura 58 CI de áudio montado em dissipador

Símbolos gráficos
Os símbolos gráficos dos CI são simplificados, sempre mostrando os blocos e não o
circuito interno de cada um. A figura 59 mostra alguns símbolos.

Figura 59 Alguns símbolos gráficos de CI

Em (a) é mostrado o símbolo de um amplificador operacional diferencial, com suas


duas entradas. As letras “CI” indicam um Circuito Integrado. Devem ser seguidas de um
número para identificar o CI específico no circuito: CI1, CI2, etc. Em (b) é ilustrado um CI
regulador de tensão, modelo “7812", com sua entrada, saída e conexão a terra.
Três tipos de portas lógicas são mostradas em (c), (d) e (e). Note o desenho
diferente para os blocos. São CI digitais e cada CI as vezes pode conter várias portas
internamente.
Um amplificador de áudio integrado é mostrado em (f), com a numeração dos pinos,
entrada e saída. Os diversos componentes externos e alimentação, são conectados aos
pinos indicados.
Algumas vezes o CI é mostrado num único bloco, com sub-blocos internos,
mostrando as diversas funções de cada, como pode ser visto em (g). Notar a numeração
dos pinos, dentro do próprio desenho do mesmo.
Em todos CI, do tipo DIP, como mostrado em (a), (b) e (g) da figura 6.1, o pino 1 é
sempre marcado por um pequeno circulo no próprio corpo do CI. Além disso, esses CI tem
um pequeno semicírculo no lado em que o pino 1 está. Ver (g) da figura 56.
CI Lineares e amplificadores operacionais
Os amplificadores operacionais têm alta impedância de entrada e alto ganho. São
usados em vários tipos de circuitos, principalmente em instrumentação de medidas,
controles automáticos, etc. Repetimos aqui a figura 60 para maior visualização.

Figura 60 Formatos das pinagens dos CIs.

Esses CI costumam usar invólucros do tipo DIP, de plástico, de 8 ou mais pinos. Ver
desenhos (a) e (b) da figura 56.
CI Amplificadores de áudio
Os amplificadores de áudio são bastante conhecidos e módulos de potência, com
circuitos integrados, podem ser encontrados em vários potências, desde alguns watts até
dezenas de watts. Isso torna extremamente simples a montagem de amplificadores de
áudio (som) de alta qualidade. Veja figura 57.
O desenho da figura 58 mostra um CI para uso em amplificadores de áudio,
montado num dissipador de calor. A figura 61 ilustra CIs específicos para amplificadores
de áudio, com potencias indos de frações de watts a centenas de watts. Consulte sempre
os “data sheets” dos fabricantes, na Internet, para circuitos, pinagens, montagens, etc.

Figura 61 Invólucros de CI para amplificadores de áudio


CI Digitais
Os CI digitais foram desenvolvidos em várias “famílias”, desde os iniciais TTL até os
CMOS e outros mais atuais. Normalmente esses CI consistem de estágios operacionais de
transistores bipolares, NPN e PNP, operando com uma alimentação de +5V. Uma família de
TTL mais rápida foi desenvolvida e são os Schottky TTL.
Os CMOS deixaram de lado a antiga família de TTL com transistores bipolares,
devido ao alto consume de corrente desse TTL. Os CMOS tem baixo consumo aliado à
vantagem de operarem em 5 a 18V.
São três as funções básicas da família de CI digitais, que se combinam para formar
portas NOT, AND e OR.
Os CI digitais podem ser encontrados nos invólucros do tipo (a), (b), da figura 60,
DIP, de 14 pinos ou mais.
6.9 CI REGULADORES DE TENSÃO
Outra aplicação muito importante dos CI é como regulador de tensão, em circuitos de
fontes de alimentação. As fontes serão objeto de estudo, em um capítulo separado. Na
figura 62, os CI (b) e (c) são de reguladores de tensão integrados, para média e alta
potência.
Os CI reguladores de tensão, de maior potência, como os mostrados em (b) e (c) da
figura 62 devem ser montados em dissipadores apropriados, com pasta térmica, isolante
de mica, bucha isolante de nylon e a ferragem correta.
Figura 62 CIs reguladores de tensão

Como adquirir substituir


Como os circuitos com CI, muitas vezes são específicos, nem sempre é possível
substituí-los. Entretanto, em alguns casos pode ser possível, como vamos descrever.
Os CI digitais podem ser substituídos pelo mesmo modelo, mas de outro fabricante.
Por exemplo, um CI TTL, modelo LM7400, pode ser substituído por um CI de outro
fabricante, desde que seja do mesmo modelo: MC7400. Algumas outras substituições de
CI digitais podem ser feitas, mas envolve a mudança da placa de circuito impresso onde o
CI vai ser instalado, o que quase nunca é tarefa para o amador iniciante.
As mesmas considerações acima se aplicam aos CI reguladores de tensão, desde
que o modelo seja o mesmo. Veja o Capítulo sobre Fontes de Alimentação.
Os CI para amplificadores de áudio constituem praticamente um bloco separado de
circuito. Por exemplo, você tem um CD player e quer montar um amplificador de potência
para ele. Ai basta você escolher a potência de saída desejada e você terá algumas
opções, às vezes dentro do próprio fabricante. Mais uma vez tenha cuidado: se você vai
seguir o projeto de uma revista ou livro, a placa de circuito impresso desse projeto foi
desenhada especificamente para o CI original, indicado no projeto. Alterações no layout da
placa são complicadas...
Como já dissemos; se o autor do projeto informa que “o compadre dele trouxe o CI
quando foi para a China”, esqueça. Procure outro projeto semelhante.
Os CI lineares como amplificadores operacionais, também tem uma ampla gama de
modelos e é preciso algum conhecimento básico sobre amplificadores operacionais para
fazer uma substituição. Novamente é bom lembrar-se do detalhe da placa de circuito
impresso: se ela é fornecida no projeto, é específica para o CI indicado.
18/11/13 – pem – Ver 0
Capitulo 7
OUTROS SEMICONDUTORES
Introdução
Além dos diodos, transistores e CI, você vai se deparar com outros tipos de
semicondutores nas suas montagens amadoras. Devido a isso, vamos apresentar a você
alguns tipos de semicondutores como os displays, SCR, Triacs, etc., em termos básicos.
Displays digitais
Sob o título displays, vamos encontrar alguns modelos que o montador amador vai
encontrar nos projetos em livros e revistas.
O display de LED, de sete segmentos, é o mais comum nos projetos amadores,
apesar do seu consumo relativamente elevado. A figura 63 mostra dois desses displays,
bem como os segmentos que foram os números, quando acionados.

Figura 63 Displays de LEDs de 7 segmentos

Esses displays podem ser numéricos e alfanuméricos e você vai encontrá-los em


receptores de rádio, relógios, medidores diversos, etc. Esses displays usam barras de
LED que forma os números de 0 a 7 e as letras do alfabeto, em alguns tipos especiais.
Um circuito especial, geralmente com um CI digital, aciona o display, fazendo com
que os segmentos acendam corretamente. No caso de barras de LED, são necessários 16
barras para mostrar os caracteres alfanuméricos.
Uma matriz de pontos, de 5 colunas x 7 linhas, também mostra todos caracteres
alfanuméricos, como pode ser visto na figura 63 .
Em eletrônica existem cinco tipos de displays: incandescentes, fluorescente,
descarga de gás, LED (Diodo Emissor de Luz) e LCD - Displays de Cristal Líquido. Os
dois últimos são os mais usados nos circuitos para amadores.
Esses displays digitais são encontrados em vários tamanhos, desde 0,13 “ (usados
em calculadoras e relógios até várias polegadas (usados em marcadores de campos de
jogos). Eles tem o formato de um CI, com pinos que se encaixam em um soquete especial
ou são diretamente soldados ao circuito.
No uso normal de eletrônica usam-se displays de LED de aprox. 0,76" ( aprox. 20
mm), com cor vermelha, que são os mais comuns. Podem ter apenas um dígito ou dois
dígitos, com sinal de “+” e “-“. Ver a figura 64 para a pinagem.

Figura 64 Display de LEDs de 7 segmentos - Pinagem

A conexão do display de LED é indicada no circuito do projeto e quase sempre ele vai
montado numa placa de circuito impresso.
Ainda existem os displays digitais de LCD, que são bastante usados devido ao seu
baixo consumo quando comparado com os displays de LEDs.
Ver vários displays de LED e de LCD nas fotos da figura 65. Nessa figura, em (a)
são mostrados vários tamanhos de displays de LEDs, frente e verso. Em (b) é mostrado
um display de LCD de 40 pinos.
Figura 65 Formatos de displays de LEDs e LCD

Tiristores, SCR e TRIAC


Os tiristores são semicondutores usados em aplicações de chaveamento. São diodos
especiais mas algumas vezes tem formato de um transistor, já que todos les têm três
terminais.
Os tiristores operam desde baixa potência até potências enormes, nesse caso
precisando de dissipadores de calor, alguns de tamanho bem avantajado.
Os tiristores podem ser classificados em dois tipos: os SCR e os TRIAC.
a) os SCR, do inglês “Silicon Controlled Rectifier” ou Retificador Controlado de Silício,
é o mais usado pelo montador amador. Ele chaveia tensão de CC (Corrente Contínua)
atuando como um diodo comum numa direção e como um diodo em série com uma chave,
na outra direção de condução. Veja figura 66.
Figura 66 SCR e TRIACS - Formatos e pinagem.

Os SCR tem três terminais: a = anodo, c = catodo e g = Gate (porta) que faz o
disparo de controle do mesmo.
O símbolo gráfico para um SCR e TRIAC é mostrado na figura 66 bem como os
formatos físicos desses semicondutores.
b) O TRIAC é similar ao SCR, exceto pelo fato de que ele trabalha com CA (Corrente
Alternada). Na realidade, um TRIAC é composto de dois SCR, com apenas um Gate
(porta). Os outros dois terminais são os T1 = Terminal 1 e o T2 = Terminal 2. Cada um
desses terminais pode atuar como anodo e catodo.
Como adquirir e substituir
Basicamente as características que você deve analisar são:
1. Máxima corrente direta (I T max) e
2. Máxima tensão de pico repetitiva (VDRM).

Maiores informações sobre as características técnicas de SCR e TRIAC devem ser


consultadas nos Manuais dos fabricantes ou Guias de substituição.
19/11/13 – pem – Ver 0
Capitulo 8
BATERIAS CHAVES E CONECTORES
Introdução
Na montagem de qualquer projeto eletrônico, você vai se deparar com outros
componentes eletrônicos, além dos já estudados nesse livro.
É importante conhecê-los, pois um destes componentes, adquirido, substituído ou
montado errado, pode estragar todo seu projeto.
Pilhas e baterias
Como já mencionamos anteriormente, todos circuitos eletrônicos do amador são
alimentados por CC, ou seja, Corrente Contínua, fornecida por pilhas e baterias. Nem
sempre os projetos que você vai montar podem ser ligados à rede de CA (Corrente
Alternada), através de uma fonte de alimentação.
Para simplificar, podemos dizer que uma pilha é uma célula única, que sempre
fornece uma tensão em torno de 1,5V, enquanto que uma bateria é um conjunto dessas
células, ligadas em série, para fornecer uma tensão maior, que é a soma das células.
Pilhas e baterias são fornecidas numa grande variedade de tensões, formatos,
construção, e tipos. O tamanho de uma pilha é dado em função da sua capacidade de
corrente e não da sua tensão. Uma bateria do tipo chumbo-ácido, usada em automóveis, é
composta de células (ou vasos) que interligadas fornecem cerca de 13,8V. O grande
tamanho e peso dessas baterias vêm da sua capacidade de fornecer uma grande
capacidade de corrente, para alimentar os diversos circuitos do automóvel.
As pilhas e baterias podem ser descartáveis (são jogadas fora, em local apropriado,
depois de usadas) ou recarregáveis. As recarregáveis, depois de usadas, podem ser
recarregadas, com carregador apropriado. São também mais caras do que as
descartáveis, além de precisarem do carregador.
No caso de circuitos comuns, para o montador amador, usamos alguns tipos que
provavelmente você já conhece e que vão ser aqui descritos.
a) Características.
Os tipos mais comuns destas pilhas são as de carvão-zinco, e a alcalina, ambas
descartáveis. Elas tem uma tensão de aproximadamente 1,5V, quando novas e são
fornecidas em três tamanhos, em função da sua capacidade de corrente. Pilhas tamanho
A, (maiores) AA e AAA (menores).
Também existem pilhas recarregáveis, de 1,2V, de níquel-cádmio e de lítio, que tem
preço mais elevado que as outras pilhas.
A figura 67 mostra os formatos e as dimensões dessas pilhas e baterias mais
comuns e usadas em montagens eletrônicas comuns. Em (1) é mostrada uma pilha simples
e em (2) é mostrada uma bateria de 9V, muito usadas em instrumentos de medidas
portáteis.

Figura 67 Pilhas e baterias - Formatos e dimensões

Uma boa pilha ou bateria, para usar num circuito eletrônico, é a alcalina. Ela tem de
duas a dez vezes a duração de uma pilha ou bateria de carvão-zinco e pode ser
encontrada em 1,5V e baterias de 9V. Se possível e o custo permitir, use pilhas e baterias
recarregáveis, pois vale a pena. Cuidado com as diversas marcas que existem no
mercado. Entre no site do fabricante que quase todos eles dão dicas de como reconhecer
uma pilha falsa, geralmente de “origem geográfica desconhecida!.
Como já informei, não tenho nenhum vinculo com fabricante ou fornecer de pilhas e
baterias, mas me sinto na obrigação de informar pilhas de boa qualidade, disponíveis no
Brasil, para que você não entre em fria ao adquirir: são as “ENELOOP®”, fabricas pela
SANYO®. Mas cuidado: elas também já estão sendo falsificadas!
A figura 68 mostra uma série de pilhas e baterias. Em (a) uma bateria de 9V,
alcalina, com o clipe de conexão da bateria ao circuito. Em (b) uma bateria recarregável,
de 7,2V, de níquel-cádmio. Em (c) e (e), porta pilhas. Em (d) vários modelos de pilhas de
zinco-carvão.
A pilha recarregável de níquel-cádmio e a de lítio, são as melhores para se usar
apesar de ter preço mais alto. Ela comumente é chamada de “Ni-Cd” e elimina
necessidade de troca constante de pilhas. Essas pilhas também são encontradas em
forma de baterias de 6 a 12V (aprox.) e tem alta capacidade de corrente. Carregadores
para essas pilhas e baterias podem ser encontrados no comércio ou mesmo montados
pelo amador.
Figura 68 Pilhas e baterias

b) Usos
Ao usar pilhas e baterias, seja de qual for o tipo, lembre-se:
- Sempre use pilhas do mesmo tipo. Não misture.
- Remova as pilhas ou bateria se o equipamento não for usado por um longo período
de tempo.
- Pilhas e baterias, quando esgotadas, devem ser descartadas em lugares
apropriados (lembre-se da mãe natureza).
- Pilhas do tipo carvão-zinco não devem ser recarregadas. Não existem fórmulas
milagrosas e elas podem explodir se você tentar recarregá-las.
Para conveniência de montagem, deve ser usado um porta-pilha ou suporte para
pilhas, de plástico, facilmente encontrados em vários formatos e número de pilhas.
Símbolos gráficos
Nos capítulos anteriores já foram mostrados os símbolos gráficos para pilhas e
baterias, repetidos na figura 69.
Figura 13 Símbolos gráficos de pilhas e baterias

Chaves e interruptores

Características
Já que você vai usar CC ou CA para alimentar o seu projeto, você vai precisar de um
interruptor do tipo “liga-desliga”, para as pilhas ou fonte de alimentação. Sempre é
aconselhável usar um interruptor, geralmente montado no painel do aparelho.
Existe ai uma infinidade de tipos, mas o mais comum é o “1 polo x 1 posição, ou seja,
ele interrompe apenas um fio e tem posições de “liga” e “desliga”. Esse tipo é mostrado na
figura 70, em (a). Note que você pode encontrar interruptores que são montados em um
furo redondo feito no painel (geralmente Ø1/4") ou através de um furo quadrado o que dá
mais mão de obra para furar o painel. Veja figura 70 (b).
Figura 70 Interruptores

Na figura 70, em (a) vemos um interruptor de alavanca. Em (b) um outro interruptor


de alavanca mas com um furo quadrado no painel. Em (c) temos um interruptor duplo, tipo
liga-desliga, acoplado a um potenciômetro. Em (d) duas vistas do mesmo interruptor tipo
deslizante. Por fim, em (e) um interruptor de pressão.
Usos
Chaves e interruptores são usados em quase todos circuitos eletrônicos, para
ligar/desligar uma fonte de alimentação ou aparelho qualquer, para trocar a faixa de
sintonia de um receptor de radio, para selecionar uma ou outra entrada de sinal num
amplificador, etc.
Os tipos mostrados em (a) e (e) da figura 71 são usados para liga/desliga de
equipamentos eletrônicos, normalmente operando em 127 ou 220 V. Os tipos (a) são
interruptores de pressão, momentânea ou não. Em (c) podem ser vistas chaves
deslizantes, usadas em fontes de alimentação, geralmente para trocar a voltagem de
operação do equipamento: 127 ou 220VCA. Chaves rotativas podem ser vistas em (d)
sendo que a da direita é um tipo miniatura, para montagem direta na placa de circuito
impresso.
Figura 71 Alguns tipos de interruptores e chaves.

Símbolos gráficos
Os símbolos gráficos para chaves e interruptores podem ser vistos na figura 72.

Figura 72 Símbolos gráficos de chaves e interruptores

Conectores
a) Características
Como acontece com vários outros tipos de componentes, também existe uma grande
variedade de tipos de conectores. Para facilitar o trabalho, podemos tentar uma
classificação como a abaixo.
- Conectores de potência, usados geralmente na rede de alimentação de energia
elétrica, em 127 e 220V. Esses conectores, além dessa tensão relativamente alta, trabalha
em alguns casos, também, com altas correntes. A frequência da tensão de CA da rede
elétrica é de 60 Hz.
- Conectores de áudio, usados em circuitos de áudio, amplificação. Conectores desse
tipo trabalham com baixos níveis de sinais e frequência que variam de aprox. 10Hz a 20
kHz. Conectores comuns nessa aplicação são os plug para microfone, conectores tipo
“RCA” e outros tipos de plugs e jacks.
- Conectores para RF (Rádio Frequência), usados em circuitos de rádio, TV,
transmissores, etc. As frequências normais de rádio vão de 550 kHz até 30 MHz,
aproximadamente. Circuitos que trabalham em VHF, vão de 30 a 300 MHz.
- Conectores para sinais digitais, usados em microcomputadores, periféricos,
monitores, etc.
A figura 73 mostra alguns conectores dos tipos mais usados pelo montador amador.
O desenho (a) mostra uma barra de terminais, geralmente usados para circuitos de
alta potência. Em (b) é mostrado um par de bornes tipo “banana”, fêmea, comumente
usado na saída de fontes de alimentação, saída de alto-falantes em amplificadores de
áudio, etc.
Em (c) é mostrado um conector fêmea tipo “DIN” usado em circuitos de
amplificadores de áudio. O conector macho mostrado em (d) é um conector de microfone.
Os desenhos (e) e (f) mostram fêmea e macho do conector tipo fone de ouvido, tamanho
normal. Em (g) pode ser visto o mesmo tipo de conector de (f), mas miniatura, com 2,5
mm de diâmetro. Por fim, os desenhos (h) e (I) mostram os bastante usados conectores
tipo “RCA”, muito usados em Áudio Frequência.
Figura 73 Conectores usados em eletrônica

Os conectores para RF, devido a sua importância, são apresentados em um desenho


a parte, como mostrado na figura 74 . A figura 75 identifica cada um dos conectores
mostrados, sendo todos para uso em cabo coaxial de 50 ohms.
Figura 74 Conectores coaxiais para radiofrequência (RF).
Figura 75 Aplicação de conectores de RF

Usos
Os principais usos dos conectores já foram citados acima, de acordo com a potência,
tipo, etc.
Símbolos gráficos
A figura 76 mostra os símbolos gráficos para alguns conectores de uso mais
frequente.

Figura 14 Símbolos gráficos de conectores


21/11/13 – pem – Ver 0
Capitulo 9
SOQUETES, RELES, FUSÍVEIS E ALTOFALANTES
Introdução
Continuamos nesse capítulo a descrição de outros componentes eletrônicos que o
montador amador vai encontrar nos seus projetos em revistas e livros. Soquetes são
encontrados numa razoável gama de tipos e formatos e os principais são apresentados
aqui.
Soquetes
Vários componentes eletrônicos não são soldados diretamente a uma placa de
circuito impresso. Alguns deles, por motivos de serem frágeis ou estarem sujeitos a
substituições são montados através de um soquete, onde são facilmente encaixados ou
removidos.
Características
Na maioria dos casos os soquetes são isolantes, construídos de algum tipo de
plástico e costumam ter vários pinos. Os soquetes são usados em circuitos integrados,
transistores, cristais osciladores, relés, válvulas a vácuo, etc.
A figura 77 ilustra alguns desses tipos de soquetes.

Figura 77 Soquetes diversos


Os soquetes da figura 77, (a) e (b) são para CI do tipo DIP - Dual in Parallel e
podem ser encontrados com 8 pinos (b) para cima. Os soquetes de CI desse tipo,
chamados “pinos torneados”, tem uma qualidade melhor. Em (c) é mostrado um soquete
para display do tipo LCD. Soquete para placas de circuito impresso são mostrados na foto
(d) enquanto que em (e) e (f) temos soquetes especiais para transistor. O montados
amador raramente usa soquete para transistores, geralmente soldando o mesmo na placa
de circuito impresso. (g) e (h) mostram soquete3s para reles. As válvulas eletrônicas usam
os soquetes do tipo mostrado em (i) e em (j) pode ser visto um soquete para cristal de
quartzo oscilador.
A maneira correta de se ler a numeração dos pinos do CI, para o correto encaixe dos
mesmos, é mostrada em (d) da figura 78. Note que existe um semicírculo, no lado mais
estreito do corpo do soquete, que é o ponto de referência para a contagem dos pinos.

Símbolos gráficos
Não existe um símbolo gráfico específico para o soquete de CI. Os CIs são
desenhados no próprio circuito, como retângulos e colocados números para identificação
dos pinos.
Fusíveis
A grande maioria dos circuitos eletrônicos, que contém fontes de alimentação, pede o
uso obrigatório de um fusível, que é um componente de proteção do equipamento que o
montador vai usar.
a) Características
Os fusíveis são encontrados em vários formatos e a especificação é feita em relação
a:
- Máxima corrente que ele pode suportar,
- Tamanho padronizado e
- Tipo de retardo da ação do fusível: rápido, ação lenta, etc.
.
Figura 78 Fusíveis e porta fusíveis

Os fusíveis usados em circuitos eletrônicos comuns têm o corpo de vidro e os


extremos metálicos, para encaixe num suporte. Raramente eles são soldados ao circuito. A
figura 78 mostra alguns tipos de fusíveis de vidro bem como os porta fusíveis para esses
componentes.
Os desenhos (a) e (b) da figura 9.2 mostram fusíveis de vidro. O desenho (c) ilustra
um fusível bom e um fusível queimado (ruim). Os desenhos (d) e (e) ilustram porta fusíveis
de uso interno no circuito. O tipo (d) é soldado diretamente na placa de circuito impresso
enquanto que o outro tipo costumam ser preso na própria caixa do equipamento e
conectado ao circuito através de fios.
Os desenhos (f), (g) e (h) mostram porta-fusíveis do tipo que é montado no painel
traseiro do equipamento. Note que em (h) mostra-se onde o fusível de vidro de encaixado
e depois a tampa rosqueada que aperta todo conjunto.
Símbolos gráficos
Os fusíveis costumam ser representados por dois tipos de símbolos, que você vai
achar nos diagramas esquemáticos:

Figura 79 Símbolos gráficos de fusíveis


Reles
Os relés são componentes eletromagnéticos usados em circuitos eletrônicos de
controle, proteção, alarmes, etc.
Características
Em circuitos eletrônicos normais, os relés são usados em duas funções básicas: 1)
proteção de circuitos e 2) chaveamento de partes do circuito ou cargas.
Os relés são especificados em termos da tensão da bobina, na qual ele opera (fecha
ou arma), no número de contatos que ele possui, fechados ou abertos e na capacidade de
corrente desses contatos, dada em amperes.
A figura 80 ilustra alguns tipos mais comuns. Note que esses modelos também
podem possuir soquetes para sua montagem no circuito, impresso ou não.

Figura 15 Formatos de reles

Nessa figura, o desenho (a) mostra dois reles miniaturas, com capa de proteção feita
de plástico. Em (b) um relé normal, aberto, mostrando contatos, mola e bobina. Em (c) um
outro tipo de relé chamado “relé de lâmina” (reed relay), sendo vista a ampola de vidro,
com as lâminas. Essas lâminas operam (abrem e fecham) sob a ação de um campo
magnético produzido por uma bobina que pode estar montada no próprio relé ou sob a
ação de um imã que se aproxima da ampola.
Em (d) o relé de lâmina, internamente, mostrando a bobina de atuação. Em (e)
alguns modelos miniatura de relés de lâminas, para montagem em placas de circuito
impresso.
Símbolos gráficos
Os símbolos gráficos para reles são ilustrado na figura 81 e servem para qualquer
tipo de rele.

Figura 81 símbolos gráficos para reles

A figura 81 mostra o símbolo do relé, com algumas variações para os contatos. Note
que esses contatos são semelhantes a chaves uma vez que o relé , na realidade, é uma
chave de diferente tipo de acionamento.
Nessa figura, em (a), temos um relé de 1 polo e 1 posição, ou seja, ele abre e fecha
um contato, de apenas 1 polo (1 fio). Um relé com 2 polos e uma posição, é visto em (b).
O relé mostrado em (c) tem 1 polo e duas posições, ou seja, esse 1 pólo (1 fio) pode ser
conectado a dois lugares diferentes.
Em (d) da mesma figura é mostrado o símbolo de um rele de 2 pólos x 2 posições,
como também é esse tipo o mostrado na foto ao lado desse símbolo. Note a localização
dos contatos e terminais de alimentação da bobina.
Usos
Em alguns projetos eletrônicos de alarme ou chaveamento, você vai encontrar relés.
Quando as correntes a serem chaveadas ou comutadas tiverem valores elevados, é
necessário ter relés cujos contatos suportem essas correntes. Uma consulta ao manual do
fabricante fornece todos os dados.
Os relés de lâmina (reed) são pequenos e exigem pouca corrente para funcionar,
sendo ideais para a montagem em placas de circuito impresso, onde ocupam pouco
espaço. Já os reles normais, podem ser encontrados em tamanho miniatura, totalmente
encapsulados em plástico, apenas com os contatos saindo de sua base.
Muitos relés encapsulados em plástico costumam ter no próprio corpo um desenho
das conexões e seus terminais são numerados para facilidade de conexão.
Todos os tipos de relés, que tem bobinas, podem ser encontrados com diversas
tensões de funcionamento para a bobina: 6VCC, 12VCC, 127VCA, etc.
Alto-falantes e fones
Esses componentes devem ser seus velhos conhecidos... Os alto-falantes e fones
são usados em equipamentos de áudio e equipamentos eletrônicos que “produzem sons”
como receptores de radio, FM, TV, Microsystems, etc.
Características
Os alto-falantes costumam ser montados em caixas acústicas ou internamente em
receptores de rádio, TV, etc. Basicamente você vai escolher um alto-falante pelo diâmetro
(será que cabe na caixa?) e pela impedância do mesmo.
Na prática você vai encontrar alto-falantes de 1" (1 polegada = 2,54 cm) de diâmetro
até 12" ou 15". A impedância tem dois valores comuns no mercado: 4Ω e 8Ω. Use a
impedância recomendada no seu projeto.
Os fones também têm a impedância como fator principal e é possível achá-los em
dois modelos; o de cristal, miniatura e os de HI-FI, duplos, acolchoados, usados em
walkman, diskman, etc.
Usos
Basta você ler o item acima. Em seus projetos de montador amador, você vai usar
fones ou alto-falantes em pequenos receptores de rádio, alarme, etc. Procure sempre usar
componentes de boa qualidade já que as potências envolvidas costumam ser pequena.
A figura 82 mostra alguns tipos de fones e alto-falantes mais usados.

Figura 82 Modelos de alto-falantes e fones de ouvidos.


Os desenhos (a), (b) e (-c), da figura 9.5 mostram alto-falantes de uso normal. O
desenho (d) mostra um fone de ouvidos, com microfone acoplado. Um fone de ouvidos do
tipo magnético é mostrado no desenho (e) enquanto que o desenho (f) Ilustra um fone de
cristal comum. Um fone para HI-FI, usado em walkman é mostrado no desenho (g).
Símbolos gráficos
Os símbolos gráficos para alto-falantes e fones estão mostrados na figura 83,
respectivamente.

Figura 16 símbolos gráficos de alto-falantes e fones de ouvido


Capitulo 10
CRISTAIS, FIOS E CABOS
Introdução
O cristal, usados como osciladores em circuitos de receptores de rádio,
transmissores e computadores, não é um elemento tão usado pelo montador amador.
Entretanto, devido à facilidade de ser encontrado em diversas frequências, devido ao seu
uso em computadores, faz dele um excelente componente para a construção de
osciladores, equipamentos de teste e outros diversos circuitos.
Aos fios e cabos usados pelo montador, nem sempre é dada à devida atenção no seu
uso.
Cristais osciladores
O cristal oscilador é um componente eletrônico, construído de quartzo, muito usado
em circuitos de computadores e nos modernos receptores e transmissores de rádio, TV,
micro-ondas, computadores, etc.
Características
O cristal oscilador, na sua forma mais simples, tem um invólucro de metal e dois
terminais. Ele é constituído de uma fina lamina de quartzo, que oscila numa certa
frequência, dependendo da sua espessura e tipo de corte. Ele é especificado,
principalmente, pela sua frequência de oscilação, que sempre vem impressa no corpo do
mesmo.
Essa frequência de oscilação, pode variar desde alguns kHz (quilohertz) até dezenas
de MHz (Megahertz). A figura 84 mostra alguns tipos desse cristal.
Figura 17 Formatos comuns de cristais osciladores de quartzo

Em (a) da figura 10.1, é mostrado um cristal oscilador comum, que pode ser soldado
diretamente no circuito ou encaixado num soquete especial. O cristal ilustrado em (b) é
montado deitado no circuito. O cristal mostrado em (c), muito usado em “clock” de
computadores, é na realidade um circuito oscilador completo, com o próprio cristal e
componentes associados. A frequência na qual o cristal oscila é marcada no corpo do
mesmo.
Usos
Como já dito, o cristal de quartzo é usado como um elemento que produz uma
oscilação, numa determinada frequência. Junto com resistores, capacitores e transistores,
ele completa o chamado circuito oscilador, que será visto em maiores detalhes no capítulo
específico sobre isso.
Símbolos gráficos
O símbolo gráfico para o cristal é mostrado abaixo.

Figura 85 Símbolo gráfico do cristal oscilador.

Fios e cabos
Nem sempre é dada a devida atenção, pelo montador, ao uso correto de fios e cabos
nos diversos circuitos eletrônicos. Existe uma grande variedade e aqui os tipos básicos
mais comuns para o amador são analisados.
Fios
Normalmente o montador usa fios de dois tipos básicos: o flexível, constituído de
vários condutores de pequeno diâmetro juntos e o rígido, constituído de apenas um
condutor sólido. A capa desses fios costuma ser de PVC, que é um isolante. Algumas
vezes os fios são usados sem a capa de PVC e então são chamados de “fios nus”. Outras
vezes usamos os fios esmaltados, como os aplicados em motores e transformadores.
Os fios vêm com a capa de PVC em diversas cores e é aconselhável usar essas
cores diversas, quando passamos vários fios juntos, numa determinada parte do circuito.
Algumas vezes eles podem ter mais de um fio, ao lado um do outro e então são chamados
de “multi-veias”, muito usados em computadores.
A figura 86 ilustra alguns tipos mais comuns. Os fios são especificados em função da
sua bitola, ou seja, do número AWG, que dá sua capacidade corrente: quanto maior o
diâmetro do fio, maior a corrente que ele pode suportar.

Figura 18 Fio rígido e cabo flexível

Cabos de força e similares


A denominação “cabo” costuma ser aplicada a um conjunto de fios, sólidos ou
flexíveis, embalados na mesma capa.
Um exemplo disso é o cabo de força ou “cabo de rede”, que conecta o equipamento
eletrônico a rede de energia elétrica de 127 ou 220 VCA. Esse cabo pode ser adquirido
pronto, já com um plug na ponta ou construído com cabo e plug separados.
A figura 87 mostra alguns desses cabos.
Figura 87 cabos usados em montagens eletrônicas

Os cabos mostrados em (a) e (b) da figura 87 são cabos de rede padrão brasileiro
ABNT. Podem ter dois ou três pinos. O cabo em (b) é um “rabicho de força”. Os cabos de
(c) a (f) são cabos blindados usados em áudio e aplicações semelhantes. O cabo
mostrado em (c) é do tipo usado para telefonia. Um cabo de rede está mostrado em (d).
Os cabos de rede também são especificados em função da sua bitola, que determina
a corrente que o mesmo poderá suportar. Os de áudio, em função do número de
condutores: monofônico ou estereofônico.
Na figura 88, PE = polietileno sólido e CEL = polietileno celular.
Fios de cobre esmaltados
Os fios de cobre esmaltados são bastante usados para a construção de
transformadores e bobinas. São constituídos por um fio de cobre, coberto por um verniz de
alta resistência a temperatura e abrasão.
Esse esmalte é um ótimo isolante e os fios, ao serem preparados para serem
soldados em um circuito, devem ter seus extremos lixados (ou raspados) até a completa
remoção do esmalte. A seguir, esses extremos devem ser estanhados para boa conexão
ao circuito.
A figura 89 mostra esses fios e dá uma tabela com alguns dados de interesse sobre
algumas bitolas dos mesmos.
Figura 19 Fio de cobre esmaltado e algumas bitolas de fios

Outros cabos
A figura 90 ilustra mais alguns tipos de cabos usados em eletrônica, com os quais o
montador amador poderá se deparar.

Figura 20 Alguns tipos e cabos

Símbolos gráficos
Os símbolos usados para fios e cabos estão mostrados na figura 91a seguir.
Figura 21 Símbolos gráficos de fios e cabos
25/11/13 – pem – Ver0
Capitulo 11
MICROFONES, NÚCLEOS E MEDIDORES
Introdução
Chegamos ao final da descrição dos principais componentes usados pelo montador
amador em seus projetos. Vamos conhecer os microfones, núcleos e medidores mais
comuns.
Microfones
Os microfones são dispositivos transdutores, que transformam a energia sonora em
energia elétrica. De interesse para o montador, são os microfones usados em circuitos de
áudio e os usados em circuitos de transmissores de rádio.
Características gerais
Geralmente os microfones usados em amplificadores de áudio, têm características
de faixa larga, ou seja, cobrem as frequências audíveis, de aproximadamente 20Hz a 15
kHz. Os microfones usados em rádio comunicação, já tem uma resposta de frequência
menor e em alguns casos tem uma chave incorporada, que permitem passar da recepção
para a transmissão.
De acordo com a tecnologia (ou material) de construção, os microfones levam esses
nomes: cristal, cerâmico, magnético, de condensador, etc.
A figura 92 mostra alguns modelos de microfones.

Figura 22 Microfones

Em (a) e (b) são mostrados microfones típicos de rádio comunicação enquanto que
em (c) é ilustrado um microfone usado em áudio amplificadores.
Símbolo gráfico
O símbolo gráfico geral para os microfones é mostrado na figura 93 abaixo.
Figura 23 Símbolo gráfico de microfone

Núcleos
O montador amador vai se defrontar com o uso de núcleos em dois componentes
eletrônicos já analisados: os transformadores e os indutores. No caso dos indutores, os
núcleos podem ser usados em indutores fixos e indutores variáveis, como discutido no
capitulo apropriado
Características gerais
Os núcleos usados em transformadores podem ser de dois tipos: os núcleos de ferro
laminado e os núcleos de ferrite. Nos transformadores usados em baixas frequências,
como os de fontes de alimentação (60 Hz), os núcleos são os de ferro laminados e no
caso de transformadores usados em áudio (20Hz a 15kHz), costuma-se usar núcleos de
ferrite.
A figura 94 mostra alguns desses núcleos de ferro laminado, que foram discutidos.

Figura 24 Núcleos de transformadores de potencia.


Na figura 94 os desenhos (a) e (b) mostram o núcleo de ferro laminado, na forma “E-
I”, usados em transformadores de potência ou de força. Os desenhos (c) e (d) mostram
um núcleo de ferro laminado, mas em forma de “C”.
Outros núcleos importantes usados em eletrônica são os núcleos de ferrite e pó de
ferro usados em indutores como bobinas, choques, etc. Esses núcleos, devido as suas
características, podem operar em altas frequências e são muito usados em circuitos de RF
de receptores, transmissores de rádio, etc.
Os núcleos com forma toroidal são bastante usados e podem facilitar a construção
de indutores usando-se os dados fornecidos pelo fabricante. Veja na figura 95 alguns
formatos de indutores com núcleos de ferrite e pó de ferro.

Figura 95 Núcleos de transformadores e indutores em geral

Na figura 96 os núcleos mostrados em (a) são núcleos toroidais. Em (b) e (c) e


(f)temos os núcleos toroidais com enrolamentos. Já em (d) e (e) é mostrado o núcleo
binocular (focinho de porco) com e sem enrolamento. Esse núcleo tem várias aplicações e
uma delas é o “balum” usado em TV e vídeos, que transforma uma impedância de 300Ω
para 75Ω.
Os núcleos de ferrite para pequenos transformadores são mostrados em (g) e em (h)
podem ser vistos dois pequenos transformadores enrolados com esses núcleos.
Medidores
Os medidores podem ser classificados em duas categorias básicas: analógicos e
digitais. Eles são empregados para mostrar grandezas como tensão (voltímetros), corrente
(amperímetros, miliamperímetro), resistência (ohmímetros), etc.
Características gerais
Os medidores mostrados em (a), (b) e (c) da figura 96, são do tipo analógico, “com
ponteiro” enquanto que o desenho (d) da mesma figura mostra um medidor digital.

Figura 25 Medidores analógicos e digitais

Os medidores podem ser usados em fontes de alimentação, para indicar a tensão e


a corrente de saída, por exemplo. Em receptores podem ser usados para indicar a
intensidade do sinal recebido, conhecidos nesse caso como “S-meter”.
São muito empregados em instrumentos como frequencímetro (medidores digitais),
geradores de sinais, etc.
Uma aplicação muito importante para medidores está nos multímetros, que são
aparelhos de medidas que fazem múltiplas medidas: tensão, corrente e resistência. No
capitulo específico sobre o multímetro você analisará os mais comuns, analógicos e
digitais.
Os medidores podem ser usados em fontes de alimentação, para indicar a tenso e a
corrente de saída, por exemplo. Em receptores podem ser usados para indicar a
intensidade do sinal recebido, conhecidos nesse caso como “S-meter”.
São muito empregados em instrumentos como frequencímetro (medidores digitais),
geradores de sinais, etc.
Uma aplicação muito importante para medidores está nos multímetros, que são
aparelhos de medidas que fazem múltiplas medidas: tensão, corrente e resistência. No
capitulo específico sobre o multímetro você analisará os mais comuns, analógicos e
digitais.
26/11/13 – pem – Ver0
MONTAGENS ELETRÔNICAS PARA QUEM NÃO É TÉCNICO
Volume 2 – Circuitos eletrônicos básicos
Paulo Edson Mazzei
Edição revista e ampliada
Direitos autorais do texto original Copyright © 2009-2013 Paulo
Edson Mazzei
Todos os direitos reservados.
As marcas e nomes comerciais citadas nesse livro são de propriedade dos seus
respectivos donos e por eles registradas®. Fotos onde não existe o copyright do autor são
de propriedade das entidades mostrada na própria legenda.
Para algumas fotos não foi possível identificar o autor, mas ele tem todos direitos
sobre essas fotos. Se isso ocorrer, por favor, entre em contato conosco.
Nenhuma parte deste livro poderá ser utilizada, copiada ou reproduzida em qualquer
forma ou meio, sem a expressa autorização do autor, sob as penas da lei.
Contato: radioeletronico@gmail.com
Dedicatória
Com carinho, para minha família, Rita, Xexa, Paulinho e Rô da qual “roubei” horas
para fazer esse livro.
As minhas ajudantes “caninas”, que permaneciam ao meu lado durante as longas
horas de montagem dos aparelhos mostrados e descritos neste livro: Perola e Paloma (in
memoriam).
Aos amigos que nos apoiaram nesse trabalho, que teve algumas “paradas” por
desanimo.
Ao grande amigo Gilberto Affonso Penna (in memoriam), Editor das revistas
“Antenna” e “Eletrônica Popular”, que sempre me incentivou a publicar artigos técnicos e
que recebeu meus primeiros originais.
Apresentação

Umas palavras...

Escrevi esse livro para encorajá-lo a se aventurar na montagem de pequenos


aparelhos eletrônicos, geralmente divulgados em revistas e livros técnicos da área.
Nos muitos anos de prática na área profissional e de ensino de eletrônica, sempre me
deparei com jovens e veteranos fascinados por eletrônica, mas sem coragem para ir em
frente e realmente realizar alguma montagem.
As revistas técnicas de eletrônica, livros da área e milhares de sites na Internet,
despejam um grande volume de informações sabre as mais variadas áreas da eletrônica,
indo de pequenas fontes de alimentação até equipamentos sofisticados como um
verdadeiro analisador de espectro feito em casa!
Entretanto, apenas uma pequena parte dessas informações passa para o montador
iniciante o que realmente deve ser feito, iniciando-se com uma pequena descrição do
circuito e indo até detalhes finais como a calibração e uso. No meio dessa “via crucis”, as
informações são mínimas, mas de vital importância para a iniciante. Como, por exemplo,
desenhar o Iayout de uma placa de circuito impresso, que é o terror e bloqueio de grande
número de montagens. Outros temas como leitura de diagrama esquemático, Iayout e
desenho de caixas para abrigar os pequenos projetos, uso de equipamentos de teste,
localização de falhas, quase nunca aparecem. E a localização e substituição de
componentes eletrônicos, quando não se acha a indicada? Terrorismo puro...
Note bem que eu não “inventei” nada. O que faço nesse livro é dar as dicas de como
tomar “montáveI” um projeto de montagem. Usei projetos meus feitos ao longo do tempo,
alguns projetos de amigos e outros de livros e revistas. Sempre dando os créditos ao autor
do projeto original.
Usei aqui um mínimo de teoria: só o necessário para explicar algum detalhe muito útil
de um componente ou circuito e principalmente, na hora de possíveis substituições.
Existem centenas de bons livros no mercado que poderão ajudá-lo a se aprofundar na
parte teórica da eletrônica.
A linguagem usada em todo texto procurou ser adequada ao principiante, fazendo
com que você se sinta mais á vontade para encarar a montagem de um aparelho
eletrônico. Que me perdoem os “amadores profissionais”...
Espero, com esse livro, ajudá-lo exatamente nos pontos críticos mostrados acima.
Aqui você vai encontrar o diagrama esquemático bem desenhado, com identificação dos
terminais de semicondutores e outros, sugestões de layout para a confecção da placa de
circuito impresso, pontos críticos das montagens, sugestões para a confecção da caixa
que abrigará sua montagem, como testar as partes, como funciona etc.
Não se assuste com os problemas relatados acima, pois espero que nesse livro você
não os encontre!
Entretanto, chega de palavras e mãos a obra! Nunca deixe o ferro de soldar
esfriar...!!

Por que um E-book?


O trabalho original de MONTAGENS ELETRÔNICAS PARA QUEM NÃO É TÉCNICO
terminou no ano de 2009 e virou um livro com um grande numero de paginas, feito em uma
gráfica rápida.
Esse tipo de livro ficou praticamente impossível de converter para E-readers, e
devido a sua grande extensão e quantidade de desenhos. Com a chegada dos E-readers,
tabletes, iPad, Kindle, etc., decidimos dividi-lo em volumes, para leitura nesses E-readers,
incluindo em cada um desses volumes os capítulos originais pertinentes ao assunto.
Também aproveitamos essa divisão em volumes e fizemos uma atualização dos
conteúdos de cada capitulo, bem como melhor apresentação das figuras e desenhos
apresentados.
O importante é que foi mantida a ideia original que era ensinar aos novatos na arte de
montar pequenos aparelhos eletrônicos, como fazer isso de uma forma que não houvesse
uso de teorias, cálculos, componentes eletrônicos difíceis, etc.
Fundamentalmente foi mantida a forma de “passo a passo”, com a apresentação
simplificada da teoria, diagramas esquemáticos, desenho dos layouts das placas de
circuito impresso (onde usadas), técnicas de montagem, lista de materiais, substituições
etc.
Os volumes que se seguem deverão conter os seguintes assuntos (Nota: pode ser
que devido à conversão para os E-readers, esses assuntos possam variar ligeiramente).
Veja quanta coisa boa vem ai!
NOTAS AOS INICIANTES:
1. Em todos os volumes de MONTAGENS ELETRONICAS, você vai encontrar
referencias a modelos mais antigos de componentes eletrônicos. Não, o livro
não está desatualizado. O fato é que o montador de pequenos circuitos
eletrônicos é bastante curioso e devido a isso poderá desmontar aparelhos
eletrônicos mais antigos para retirada das peças e construção de outros
aparelhos, como mostrado ao logo desse livro!
2. Muitos componentes novos são caros e às vezes encontrados somente em
lugares específicos. Para que você não desanime, desmonte rádios
valvulados e transistorizados, TV, etc., mais antigos, pois eles são uma
“mina” de componentes!!

OBSERVAÇÕES E CONDIÇÕES DE FORNECIMENTO DESSE LIVRO


1. Os projetos aqui descritos têm como fonte de referência livros, revistas, sites na
Internet, manuais de fabricantes, normas técnicas e experiência profissional do autor,
conforme listados nas “Referências” de cada capitulo. Essas pessoas, entidades, órgãos,
empresas, etc. são os proprietários desses projetos, marcas, símbolos, aplicações, etc.
Esses projetos são apresentados de forma a enriquecer o hobby de montagem de
pequenos aparelhos eletrônicos, sem incentivar a comercialização dos mesmos.
2. Todo cuidado foi tomado para que as informações aqui fornecidas fossem as mais
corretas possíveis. Porem, não nos responsabilizamos e nem garantirmos que os projetos
montados por você, vão funcionar da maneira descrita nesse livro. Em resumo, eles são
montados por sua própria conta e risco. Para nós, todos eles foram montados e
funcionaram. Sempre sugerimos que você consulte as fontes de referência, como apoio.
3. Todos os projetos foram montados, testados e descritos nesse livro com o intuito
de ajudar as pessoas que querem entrar na “arte da montagem eletrônica”. Não temos
nenhum vinculo com fabricante ou revendedor de componentes eletrônicos. Quando
mencionada determinada marca ou modelo, isso é feito como exemplo de uso do
componente ou material para uma determinada aplicação. Todos componentes eletrônicos,
peças, materiais, ferramentas, etc., estavam disponíveis na época de publicação desse
livro (2009).
4. Quaisquer “Marca Registrada” ® ou Nome de Fantasia mencionados em todo texto
pertencem aos seus respectivos proprietários. Procurei também mencionar todos os
“Copyright” © possíveis e se algum não foi mencionado, foi por falta de informações
disponíveis na época. Estou à disposição para a devida alteração, caso ocorra esse fato.
5. Não tenho como dar “consultas particulares” sobre as informações fornecidas.
Entretanto, perguntas serão respondidas via e-mail, no endereço de e-mail no inicio do
livro. O tempo de resposta será o menor possível, dentro das atividades do autor.
6. Faltou alguma coisa nesse livro? Ótimo, sinal que você leu com atenção: envie um
e-mail para mim, com as sugestões. Você encontrou alguma coisa errada? Por favor,
informe via e-mail. Gostou do livro? Recomende a outros...
7. E por fim...
Com certeza algum material desse livro vai ser copiado, transcrito, colocado na
Internet e imitado. Procure respeitar os Direitos Autorais. Em caso de transcrição para
outros textos ou Internet, peça autorização e sempre mencione a fonte e o autor.
Se você cobiça o exemplar desse livro que você viu na bancada de montagem de um
amigo, não copie afinal eu gastei cerca de quatro anos para fazê-lo e muitas horas foram
roubadas do convívio familiar para produzir os textos, desenhos, fotos, etc. que você vê
aqui.
Um grande abraço e mãos a obra! Aqueça o ferro de soldar!!
Índice
Capitulo 1
O DIAGRAMA ESQUEMÁTICO REAL
Capitulo 2
O CIRCUITO RETIFICADOR
Tipos de corrente elétrica
Circuitos retificadores
Circuitos retificadores de meia onda e de onda completa
Capitulo 3
AMPLIFICADORES
O que fazem os amplificadores
O transistor como amplificador de baixas frequências (áudio))
Capitulo 4
OSCILADORES
Introdução
O básico sobre osciladores
Osciladores a cristal
Recomendações para osciladores
Capitulo 5
RECEPTORES DE RÁDIO
Introdução
O sinal de rádio
Os tipos de modulação
O receptor a cristal
O receptor de conversão direta
O receptor super-heteródino
O receptor de FM
Construção de receptores de radio.
Capitulo 6
TRANSMISSORES DE RÁDIO
Introdução
Transmissores de sinais de rádio
O transmissor de CW – Continuous Wave - Telegrafia
O transmissor de AM
O transmissor de SSB
Construindo transmissores de rádio
Capitulo 7
ANTENAS
Introdução
A onda eletromagnética
As definições usadas para antenas
Materiais para antenas
A antena vertical
Antenas horizontais
A antena direcional tipo yagi
Outros tipos de antenas
Instalação de antenas
Ajuste de antenas
Capitulo 8
O CI NE602
Introdução
NE602: A pequena maravilha!
O circuito de entrada
O circuito do oscilador local
O circuito de saída
A alimentação para o NE602N
Uma aplicação simples para o CI NE602N
Lista de peças para o circuito do conversor.
Dicas sobre os componentes
Capitulo 9
O MICRO CONTROLADOR PIC
Introdução
O que são os micro controladores?
O hardware para a programação
O software para a programação do PIC
Um pequeno projeto com PIC.
Dicas
As “Protoboards” e as placas de circuito impresso para protótipos.
Nota: Um índice descritivo completo, dos nove volumes, em PDF, pode ser
solicitado diretamente para o autor. Veja no contato.
Capitulo 1
O DIAGRAMA ESQUEMÁTICO REAL
Introdução
O diagrama esquemático ou simplesmente “esquema” é um desenho que, através de
símbolos gráficos, mostra como os diversos componentes de um circuito são interligados
para desempenhar certa função.
Não seria possível mostrar o desenho real de todos os componentes de um circuito,
daí a necessidade de mostrar os diversos símbolos interligados. Esse mesmo tipo de
representação é usado em várias áreas, como no desenho de uma casa, onde as paredes,
portas, janelas, etc. são mostradas através de símbolos específicos para as mesmas.
O diagrama em blocos
Com a complexidade cada vez maior dos circuitos eletrônicos, o diagrama em blocos
é uma ferramenta muito útil para mostrar o funcionamento de um circuito. Neste diagrama,
cada componente é mostrado como um bloco. Algumas vezes o bloco ilustra uma série de
componentes que desempenham certa função no circuito. Nada melhor do que um exemplo
para mostrar este funcionamento. A figura 1 mostra o diagrama em blocos de uma fonte
de alimentação regulada.
Na figura 1 são mostrados os diversos blocos que compõem uma fonte regulada.
Usa-se ainda, o desenho das formas de onda de tensão (em vermelho), na saída de cada
bloco. Logo abaixo de cada bloco, temos os componentes eletrônicos principais que estão
dentro de cada bloco.
Figura 1 Diagrama em blocos de uma fonte regulada

O diagrama esquemático
O diagrama esquemático já usa os símbolos gráficos que analisamos nos capítulos
anteriores, para os diversos componentes eletrônicos. Assim sendo, por exemplo, um
transformador conectado a um par de diodos retificadores é mostrado como o símbolo
gráfico do transformador, interligado aos diodos, através de fios. Analise a figura 2, (a).
Note que fios, representados por linhas, só tem contato elétrico quando unidos por
um pequeno círculo preto. No diagrama os fios podem se cruzar, e sem essa “bolinha” eles
não têm nenhum contato elétrico.
Normalmente os diagramas esquemáticos são “lidos” da esquerda para a direita e de
cima para baixo. Note que a identificação dos diversos componentes também segue essa
rota.
Em (b) da figura 2, já são mostrados os componentes reais interligados, num circuito
que funciona.
Figura 2 Diagrama esquemático e interligação dos blocos

Em vários tipos de outros circuitos, além da fonte de alimentação, existe mais uma
convenção usada, para a alimentação, baterias e caminho do sinal. Vamos ver a figura 3.
Quatro detalhes são importantes no diagrama da figura 3, já que são quase o
padrão para os desenhos de outros diagramas esquemáticos:
a) A entrada de sinal (Microfone) é colocada à esquerda, enquanto que a saída (Alto-
falante) está à direita. O fluxo do sinal é sempre da esquerda para a direita,
b) Os componentes são também numerados da esquerda para a direita, de cima
para baixo,
c) A alimentação do circuito, no caso uma bateria de 9V, é colocada a direita.
Quando usamos fonte de alimentação para 127/220V, ela costuma ser desenhadas a
esquerda do circuito, e.
d) A linha que alimenta o circuito está com o mais (+) na parte superior e como
menos (-) na parte inferior. Note que todos os componentes desenhados na linha marcada
pela letra “A”, dentro da seta, estão todos conectados ao polo positivo da bateria de 9V,
através da chave Ch1. Na linha marcada “B”, na base do diagrama, os componentes ai
desenhados, estão conectados a massa, terra ou “ponto comum do circuito”.
Figura 3 Diagrama esquemático de um amplificador de áudio convencional.

Junto com o diagrama esquemático do projeto que você vai montar, sempre é
fornecida a lista de materiais, contendo as especificações dos componentes usados.
Ela costuma listar:
a) Resistores, com valor, dissipação, tolerância;
b) Capacitores, com valor, tensão de trabalho, tipo de construção (cerâmico,
plástico, etc.);
c) Semicondutores, como diodos, transistores, circuitos integrados, display, LED,
com modelos e possível substituições;
d) Indutores, como transformadores, bobinas, choques de RF, etc.;
e) Por fim Diversos, onde entram dados sobre a caixa para o projeto (algumas
vezes), fios, cabos, parafusos, fusíveis, etc.
Figura 4 Lista de Materiais, conforme é fornecida pelas revistas ou livros (a maioria).
Para você ter uma ideia de uma lista de materiais real, veja a figura 4, tirada do
artigo “Montando o Receptor Simples e Eficiente”, publicado na revista “Eletrônica
Popular”.
a) a Lista mostrada refere-se ao circuito mostrado na Fig. 4 do artigo mencionado.
b) No caso dos Semicondutores, são dados dois modelos que podem ser usados e
indica que equivalentes também funcionam.
c) Na relação de Resistores, já é indicado que todos eles são de dissipação = 1/4 W
(0,25W), com tolerância de 5%, do tipo “carvão” (carbono).
d) No caso dos Capacitores, os tipos (de acordo com a construção), são indicados
no diagrama esquemático.
e) Os Diversos indicam as bobinas, que estão descritas no texto do artigo. Demais
diversos são: plaqueta de circuito impresso (desenho fornecido), fios, solda, etc.
Agora tudo junto: Diagrama esquemático, figuras, lista de materiais e texto,
Como será que tudo isso aparece num projeto real descrito em uma revista, para
ajudar o montador iniciante? Veja a figura 5, que é uma página real de uma revista.
(Mazzei, Paulo E. – ”Montando o Receptor Simples e Eficiente PY2DJW”, Revista
“Antenna - Eletrônica Popular”, Vol. 114, no.3, Dez/98 – Rio de Janeiro, RJ).
Figura 5 Pagina completa da revista, com diagrama esquemático, lista de materiais, etc.

Nessa figura o Diagrama Esquemático (com resistores e capacitores no padrão


norte-americano) é mostrado logo no topo da página, indicado como “Fig. 4 - Diagrama
esquemático do “Módulo Misturador”. Note que no diagrama estão indicados os tipos dos
capacitores usados, como informado na Lista de Materiais (ver figura 4): os capacitores
que tem um pequeno triângulo preto ao lado devem ser do tipo “cerâmica, disco, 50 V” e
os que têm um pequeno quadrado ao lado devem ser do tipo “Stiroflex, 50V”
Nesse diagrama, note ainda:
► A saída do circuito, vai ao “1º Transformador de FI”, que está descrito em outra
parte do artigo.
► O circuito tem uma entrada, na base da figura, onde está marcado “Sinal do
Oscilador Local”.
► Junto ao diagrama é fornecido um desenho de TR1, para ilustrar qual é a
localização dos terminais do mesmo. Note que ele é um transistor do tipo FET, com dupla
porta (dual gate).
► Observe que nesse diagrama tem um símbolo novo para você que é a antena:
está conectado ao potenciômetro marcado “Rx”.
O desenho mostrado na fig. 5 da revista, “Sugestão para o circuito impresso do
módulo misturador (face do cobre, escala 1:1)” é o desenho da placa de circuito
impresso. Mais detalhes sobre essas placas você vai ver no capítulo apropriado. É
também fornecido outro desenho dessa placa, visto pelo lado dos componentes.
A Lista de Materiais já foi discutida na figura 4.
Por fim, o texto do artigo descreve “O MISTURADOR” em seus detalhes,
componentes usados, dicas de como substituir, etc.
Tudo isso numa linguagem simples, informativa e com detalhes para o montador que
vai repetir o projeto.
Capitulo 2
O CIRCUITO RETIFICADOR
Introdução
Basicamente existem três tipos de circuitos usados em eletrônica: o retificador, o
amplificador e o oscilador.
Nesse capítulo vamos analisar os conceitos básicos dos circuitos retificadores que
tem extensa aplicação nas fontes de alimentação.
Tipos de corrente elétrica
As pilhas e baterias fornecem CC - Corrente Contínua que circula em apenas uma
direção num circuito elétrico e tem amplitude constante.
A corrente que nós temos disponível em nossas residências, nas tomadas na parede,
é CA - Corrente Alternada, que circula em duas direções e varia sua amplitude
constantemente. Isso é chamado de alternação e ocorre 60 vezes por segundo, para uma
CA de frequência igual a 60 Hz.
A CA é produzida em geradores, nas usinas hidroelétricas e transportada até nossas
residências, passando por estações abaixadoras, até termos 127 ou 220 VCA em nossas
residências. Veja a figura 6.
Observa-se que a forma de onda de CC, na figura 6 tem um valor (amplitude) que
permanece constante em 7,5V. No caso da forma de onda de CA, a corrente alterna a
polaridade e o valor não é constante.
O valor de tensão de 127 ou 220V que temos em nossas residências é o “valor
RMS”, como mostrado pela linha tracejada no desenho da CA. O valor de pico ou valor
máximo que a onda de CA atinge em cada semiciclo, é calculado multiplicando-se o valor
da VRMS por 1,414, como na figura 6.
Figura 6 Formas de onda de CC e CA

Circuitos retificadores
Equipamentos eletrônicos usados pelo amador, como amplificadores, receptores,
transmissores, acessórios, etc. geralmente não são alimentados diretamente pela rede de
energia elétrica de 127 ou 220 VCA.
Os circuitos desses equipamentos precisam de CC para funcionar, com um valor de
tensão bem menor, geralmente entre 3 e 28 volts, com correntes variando de algumas
dezenas de miliampères até dezenas de ampères.
Dai entra o circuito retificador, que transforma a Corrente Alternada, em uma CC
pulsante. Essa CC pulsante ainda não tem os requisitos corretos para alimentar nenhum
circuito eletrônico convencional.
Para que tenhamos uma CC que possa ser usada, colocamos no circuito um filtro,
que nada mais é, na sua forma mais simples, um capacitor de alto valor, do tipo
eletrolítico. Analise a figura 7.
Figura 7 Retificador de meia onda.

Circuitos retificadores de meia onda e de onda completa


Em (a) da figura 7 é mostrado um retificador de meia onda, constituído por um diodo
retificador, conectado a um gerador de 127V. A tensão de entrada, fornecida pelo gerador
é mostrada a direita desse circuito. À esquerda, é mostrada a forma de onda de saída,
constituída de uma CC pulsante.
Em (b) da mesma figura é mostrado o mesmo circuito retificador de meia onda,
agora com um capacitor de filtro conectado a saída, para “aplainar” a CC pulsante. Veja o
resultado na forma de onda a direita desse circuito.
Metade da onda de CA é cortada, quando o diodo está polarizado inversamente e
não conduz. Dai o nome “retificador de meia onda”. No caso do capacitor eletrolítico de
filtro que foi adicionado, ele mantém a tensão próxima ao valor de pico, mas com o tempo,
ele se descarrega, até chegar outro semiciclo, onde o capacitor novamente atinge o valor
de pico da tensão.
O retificador de meia onda não é muito usado e no seu lugar é usado o retificador de
onda completa, que usa dois diodos, mas precisa de um transformador de força ou
potência com uma tomada central no enrolamento, como mostrado na figura 8.
Figura 8 Circuito retificador de onda completa

Observando-se a forma de onda de saída do retificador de onda completa, verifica-


se que ela melhorou bastante uma vez que as duas “metades” (semiciclos) do sinal de CA
foram aproveitadas.
Outro circuito de retificador de onda completa que é bastante usado é o circuito
retificador de onda completa em ponte, que usa quatro diodos. Nota-se que nesse caso, o
secundário do transformador de força não precisa ter uma tomada central, o que barateia
o custo total da fonte, já que o transformador costuma ser o componente mais caro de
uma fonte de alimentação.
Esse circuito em ponte é mostrado na figura 9 e a forma de onda da tensão de saída
é a mesma do circuito retificador de onda completa que usa dois diodos. Os quatro diodos
podem ser encontrados já montados no mesmo invólucro, como mostrado no desenho da
figura 9.
Figura 9 Circuito retificador em ponte

No capítulo sobre FONTES DE ALIMENTAÇÃO, em “PROJETOS”, você vai


encontrar mais detalhes práticos e construtivos sobre fontes de alimentação.
27/11/13 – pem – Ver 0
Capitulo 3
AMPLIFICADORES
Introdução
Provavelmente os circuitos amplificadores são os mais usados em eletrônica.
Você vai encontrar amplificadores desde o rádio portátil, até em sistemas de Home
Theater, com amplificadores de vários canais.
Nesse capítulo você vai entrar em contato com amplificadores de áudio (som), e
amplificadores operacionais, usados em diversos circuitos e instrumentos de medidas.
Vamos ver também amplificadores de áudio em forma de um CI – Circuito Integrado, que
tem uma grande gama de aplicações e facilita em muito a vida do montador amador.
O que fazem os amplificadores
Vamos iniciar nossa análise de amplificadores pelos tipos que usam transistores
bipolares, que podem ser NPN ou PNP, como já visto no capítulo específico sobre
transistores.
Numa definição bem simples “um amplificador permite a entrada de um sinal na sua
entrada e permite que se obtenha um sinal "aumentado” na sua saída”. Isso dentro de
certos parâmetros como ganho, fidelidade, distorção, eficiência, etc. Para efeito de
análise, pode ser considerado como um “bloco”, com entrada saída e alimentação, como
mostrado na figura 10.

Figura 10 Estágio amplificador

O transistor como amplificador de baixas frequências (áudio))


Os transistores bipolares podem ser usados em três tipos de configurações, como
ilustrado na figura 11. Note que o nome dado a cada uma das configurações está de
acordo com o elemento do transistor que é comum à entrada e a saída do amplificador.
Figura 11 Configuração do transistor bipolar como amplificador

Os desenhos da figura 11 mostram polarizações simplificadas, para testes, do


transistor, nas três configurações: base comum, coletor comum e emissor comum. Mas na
prática, como são polarizadas essas diversas configurações? Analise a figura 11 que
mostra circuitos reais do transistor como amplificador.

Figura 12 Polarizações típicas para transistores NPN.


Agora vamos ver para que servem os diversos componentes usados num amplificador
com transistor bipolar, NPN, em configuração emissor comum, que é a mais comumente
usada em áudio frequências. Verifique isso na figura 13 .
Na figura 13, os resistores R1 e R2 formam um circuito divisor de tensão, para
fornecer a tensão de polarização correta para a junção base/emissor. R3 é o resistor de
emissor e dá estabilidade ao circuito. Faz com que o circuito fique menos dependente do
ganho individual do transistor, ganho esse chamado de beta (β).

Figura 13 Componentes do circuito amplificador

No resistor de coletor, R4, é desenvolvida a tensão de saída do circuito amplificador.


Os capacitores C1 e C3 permitem a entrada e saída do sinal de CA (sinal de áudio, que vai
ser amplificado). O capacitor de emissor, C2, em paralelo com R3, permite a passagem
livre do sinal de CA no resistor de emissor, R3.
Note que alguns dos componentes são ligados a massa (terra), que é o ponto comum
do circuito. Ai também são conectados as massas (terras) dos sinais de entrada e o
negativo da fonte de alimentação de 12V. É outra forma de desenhar o circuito dessa
configuração, quando comparado com o desenho da figura 12.
Muitas vezes vamos precisar obter ganhos relativamente elevados com um
amplificador de áudio e nesse caso podemos usar amplificadores com vários estágios de
amplificação, como o ilustrado na figura 14. Cada estágio de amplificação é representado
por um transistor e seus componentes associados. No caso, o amplificador de áudio
apresentado tem três estágios.
Figura 14 Amplificador de áudio de três estágios.

Em (a) da figura 14.6, é mostrado um amplificador de coletor comum. Dois


transistores interconectados em configuração Darlington são mostrados no desenho (b).
Em (c) é mostrado uma configuração de transistores em par complementar.
O amplificador de operacional
Dentre os muitos tipos de CI lineares, os amplificadores operacionais são os mais
usados. Esses amplificadores têm duas entradas e amplificam a diferença entre essas
entradas.
Um Op Amp (amplificador operacional) muito comum, já veterano, mas ainda
funcionando, é o modelo 741. Esse CI tem vários transistores e resistores internamente,
num único “chip”. Veja o desenho da figura 15 que mostra o circuito interno do 741. Note a
grande quantidade de transistores usados na sua construção.
Figura 15 Amplificador operacional 741.

Nos “Manuais de Amplificadores Operacionais”, de diversos fabricantes, você vai


encontrar dezenas de circuitos para as mais diversas aplicações com esses
amplificadores. A figura 16 ilustra uma dessas aplicações, para um amplificador de áudio,
que pode ser usado para um microfone, por exemplo. O CI TL081 é semelhante ao 741 e
é fabricado pela TEXAS INSTRUMENTS®.
No amplificador de áudio da figura 16, o negativo da fonte de alimentação de 12V é
conectado a massa. Os conectores de entrada e saída são dos tipos usados para cabos
blindados, como os conectores tipo “RCA”, fêmeas. O potenciômetro de Ganho, R4,
permite o ajuste do ganho do circuito ou “volume”.
Figura 16 Pré-amplificador de áudio com amplificador operacional.

14.5 AMPLIFICADORES DE POTÊNCIA DE ÁUDIO

Os amplificadores de potência elevam o sinal a um nível suficiente para acionar um


alto-falante ou um par de fones. São usados em receptores de radio, TV, FM e nos
“receiver” usados em HI-FI e Home Theater.
Com a disponibilidade de circuitos integrados amplificador de potência é muito fácil
para o montador amador construir amplificadores de potência de áudio, com várias
potências de saída (medidas em Watts). Isso também facilita tremendamente a elaboração
da PCI, que se torna muito simples. Alguns fabricantes desses CI costumam dar nos seus
Manuais, os desenhos (layout) da PCI.
A figura 17 mostra um exemplo de amplificador com transistores de potência, do tipo
plástico, que pode ser usado para um amplificador de potência HI-FI de uso geral.
Figura 17 Amplificador de potencia com transistores Darligton

Na figura 17 o circuito mostrado pode fornecer várias potências de saída, até


aproximadamente 70W, com a substituição de alguns componentes e dos transistores de
saída Tr4 e Tr5. Esses transistores são do tipo “Darlington” e tem seu diagrama interno
mostrado na mesma figura, a esquerda. Note que nos blocos “Estabilização Térmica” e
“Proteção Contra Curtos-circuitos”, existem outros componentes eletrônicos, que formam
esses circuitos.
Modernamente podemos usar CI de potência, que reduzem em muito toda “mão de
obra” para a construção e montagem de amplificadores de potência.
Um CI de grande uso e utilidade, principalmente para a montagem de pequenos
receptores de áudio é o LM386, fabricado pela NATIONAL®. Ele produz cerca de 0,3 W
de saída quando alimentado com 6V, numa carga de 4 ohms ou cerca de 0,8W numa
carga de 8 ohms quando a alimentação for 12V. A figura 18 mostra detalhes do circuito de
aplicação do mesmo.
Figura 18 Amplificador de áudio com CI LM386

Recomendações para amplificadores de áudio


a) Usar cabos de entrada blindados para que não haja problemas de captação de
zumbidos. Os circuitos de entrada trabalham com sinais de baixo nível e tem altos ganhos
nos seus estágios amplificadores.
b) Cabo de saída grosso, conforme potência e distância do alto-falante ou caixa
acústica.
c) Aterramento conveniente do circuito, nos pontos recomendados que geralmente
são as entradas de sinal.
d) Fontes de alimentação reguladas e bem filtradas.
e) Conexões entre PCI e controles do painel, como volume, tonalidade, chaves, etc.
devem ser feitas com cabos blindados.
f) Transistores de potência e CI de potência, devem ser montados em dissipadores
de calor apropriados, conforme recomendação do fabricante. Use pasta térmica e a
ferragem adequada.
27/11/13 – pem – Ver0

Capitulo 4
OSCILADORES
Introdução
Osciladores são muito usados em circuitos de rádio, TV, FM, transmissores, etc. É
importante que você conheça os modelos básicos e que tipos de configuração eles podem
ter.
O básico sobre osciladores
“Osciladores produzem oscilações” A afirmação é boba, mas é verdadeira.
Osciladores são circuitos que através de componentes ativos (transistores e CI), produzem
sinais, geralmente senoidais (como a forma de onda da tensão de CA), para aplicações
em rádio, TV, transmissores, etc. Algumas aplicações exigem que osciladores produzam
sinais de forma “quadrada” ou mesmo “triangular”.
Os osciladores podem ser do tipo “LC”, indicando que eles produzem a oscilação
com circuitos LC = indutores (L) e capacitores (C). O oscilador a cristal usa esse
componente para produzir as oscilações, como os usados em clock de computadores.
Quando um oscilador é ligado pela primeira vez, instantaneamente ele começa a
produzir oscilações. Entretanto, como nenhum circuito é ideal, as perdas do próprio circuito
fazem com que ele pare de oscilar. Para que essas oscilações continuem, indefinidamente,
é necessário que usemos realimentação (feedback). A realimentação é uma técnica, usada
em muitos circuitos eletrônicos e consiste na retirada de uma pequena amostra do sinal de
saída e a injeção dessa amostra na entrada do oscilador. Isso pode acontecer com
amplificadores de áudio e outros circuitos. Algumas vezes, esse efeito é indesejável. Na
realidade, osciladores são amplificadores com a correta realimentação, do tipo positiva.
O circuito em blocos de um oscilador é mostrado na figura 19, em (a). Note a
realimentação da saída para a entrada.
Um tipo de realimentação, que você já conhece e tem efeitos indesejáveis, é a que
ocorre quando o alto-falante de um amplificador de áudio é aproximado do microfone do
mesmo amplificador. Ocorre uma “realimentação acústica” que tem como resultado todos
os aqueles apitos e barulhos já conhecidos. Isso é mostrado em (b) da figura 19.
Figura 19 Princípio de funcionamento do oscilador

O oscilador tipo “Hartley” é um circuito bastante usado e facilmente construído. Outro


tipo bastante usado é o tipo “Colpitts”. Ambos são mostrados, de forma simplificada, na
figura 20 .
Nos osciladores LC, de qualquer tipo, um problema sério que ocorre e precisa ser
contornado é o desvio de frequência em função da temperatura, já que , já que isso afeta a
frequência do sinal de saída do oscilador.
Figura 20 Osciladores LC Hartley e Colpitts

O oscilador Colpitts é bastante usado e a figura 21 mostra um circuito real, usando


um transistor FET. Esse circuito é conhecido como “OFV” ou Oscilador de Frequência
Variável.
Figura 21 Oscilador Colpitts com FET

Os capacitores C3 e C4 fazem parte do circuito de realimentação. C1 é um capacitor


ajustável (trimmer) que permite ajustar a faixa de operação do oscilador. C2 é um
capacitor variável, que varia a frequência do oscilador, dentro de certos limites.
L1 é um indutor que faz parte do circuito “LC” do oscilador. Para melhor
funcionamento, a bobina L1 deve ser montada dentro de uma blindagem, que pode ser
uma pequena caneca metálica, aterrada. L2 é um choque de RF, que junto com C5 e R2,
não permite a passagem do sinal de RF para a massa. A CC tem livre caminho nesse
circuito.
O circuito do oscilador é alimentado com uma tensão de 9,1V, que é conseguida
através do diodo Zener D2 e do resistor R3.
Esse tipo de oscilador mostrado na figura 21 usa um capacitor variável para ajuste
da frequência de operação, o que pode se tornar um problema na montagem. É um
componente mecânico relativamente grande, quando comparado com os outros
componentes do circuito. Além disso, algumas vezes é difícil de ser encontrado.
Assim sendo, é mais fácil usar um diodo do tipo “varicap”, ou diodo de capacitância
variável, para substituir o capacitor variável. Esse componente foi analisado no capítulo
referente a Diodos. Observe a figura 22, que é um oscilador tipo Hartley e usa um varicap.
O diodo D1 é um varicap e pode ser usado o Motorola® modelo MVAM115 ou o
Philips® modelo BB112 ou BB212. Tr1 é um transistor FET e um modelo que pode ser
usado é o 2N4416A. D2 é um diodo de sinal, do tipo 1N4148 ou 1N914. D3 é um diodo
zener para 6,2V, 0,5W.
A tensão marcada +12V (*), que alimenta o circuito do varicap, deve ser muito bem
filtrada e regulada e deve permitir uma variação de 1 a 8V no diodo varicap, através do
potenciômetro R2.
Figura 22 Oscilador Hartley com sintonia por diodos Varicap.

Note que esse potenciômetro é montado no painel do equipamento onde você vai
usar o oscilador. Agora, a frequência do oscilador passa ser controlada pelo potenciômetro
e não mais por um capacitor variável, como nos circuitos anteriormente discutidos. O
trimpot (resistor ajustável) R3 ajusta esta variação da tensão que vai ser aplicada ao diodo
varicap.
Os valores de L1, C1, C2, etc., devem ser de acordo com a frequência de oscilação.
Os demais componentes do oscilador, têm a mesma função descrita para os
componentes do circuito da figura 21.
Osciladores a cristal
Os cristais de quartzo já foram discutidos no Capítulo 10 e eles substituem o circuito
LC nos osciladores. O cristal tem uma frequência fixa de oscilação, marcada no invólucro
do mesmo e essa frequência é extremamente estável.
A figura 23 ilustra um oscilador básico a cristal.
Figura 23 Oscilador básico a cristal

L2 é uma bobina de poucas espiras, enroladas sobre L1. Note que L1 tem um núcleo
de ferrite. O capacitor trimmer C2 permite o ajuste da frequência de sintonia do sinal de
saída, permitindo a máxima tensão de saída.
Recomendações para osciladores
Como osciladores são circuitos que desempenham funções importantíssimas nos
equipamentos onde eles vão ser usados, você deve seguir certas recomendações básicas
ao montar um deles.
a) Nada de gambiarras com osciladores...
b) É importantíssima a estabilidade mecânica dos componentes. Cuidado com a
montagem mecânica, terminais excessivamente longos, etc. Capacitores variáveis devem
ser fixos a PCI com parafusos e cantoneiras em L, além das soldas normais. Bobinas
também devem ser bem montadas mecanicamente e blindadas com uma caneca metálica
aterrada, quando o circuito recomendar.
c) As tensões de alimentação devem ser muito bem reguladas e filtradas. Sempre
que possível, use reguladores de tensão de pequena potência, como os da série 78LXX,
descritos no capítulo sobre esses componentes.
d) Minimize as variações de temperatura do ambiente, usando sempre capacitores do
tipo NP0. Capacitores de poliestireno (stiroflex) são os melhores para aplicação em
osciladores.
e) O indutor usado num circuito LC deve ter núcleo de ar. Se você for usar um núcleo
toroidal, escolha o correto, de acordo com o fabricante. Toróides tipo “6" parecem ser os
melhores.
d) Tanto transistores bipolares como FET podem ser usados em circuitos
osciladores. Prefira os FET, sempre que possível e aterre a carcaça se ele tiver um
terminal para isso.
28/11/13 – pem – Ver 0
Capitulo 5
RECEPTORES DE RÁDIO
Introdução
Agora, chegou a hora de juntarmos os três circuitos básicos usados em eletrônica:
retificador, amplificador e oscilador e ver como eles funcionam para montar um receptor de
rádio.
Receptores de rádio sejam eles de Ondas Médias - OM, de Frequência Modulada -
FM de TV, etc., sempre exercem uma fascinação sobre o montador amador. Tanto é que
as revistas técnicas de eletrônica e os livros estão cheios de projetos, desde receptores
simples até mais elaborados, com várias funções.
O propósito desse capítulo é apresentar-lhe como funcionam os receptores básicos e
os circuitos mais comuns por eles usados. Divirta-se...
O sinal de rádio
O sinal de RF - Rádio Frequência ou a “onda” de rádio é quem transporta a
informação que recebemos nos nossos receptores, em forma de um som, uma imagem,
um dado, etc.
Basicamente o sinal de rádio é composto de duas componentes: a onda portadora
(RF) e a envolvente, que é o sinal de áudio ou a informação que é transportada. A onda
portadora é gerada em circuitos osciladores e sua frequência é definida de acordo com o
serviço usado. O serviço usado está definido dentro de faixas de frequências, ilustrado na
figura 24, (b).
A frequência do sinal de áudio e do sinal de RF é medida em Hertz (abreviado Hz).
Antigamente tínhamos ciclos por segundo para essa unidade. Sinais de áudio estão na
faixa de frequência, que podemos ouvir, e vão de aproximadamente 16 Hz a 18 kHz. Os
sinais de RF podem ter frequências tão baixas como 100 kHz (100 x 103 Hz) ou tão altas
como um sinal de micro-ondas, na região de 10 GHz (10 x 109 Hz).
Um sinal de áudio de 1kHz, significa que ele oscila 1000 vezes por segundo. Um sinal
de uma estação de rádio amador em 144 MHz significa que tem um sinal de RF que oscila
144 milhões de vezes por segundo!
Observe a figura 24. Em (a) vemos um diagrama em blocos básico de um
transmissor. O sinal de áudio (informação) produzido pelo microfone da cantora (1), é
injetado no modulador. A saída do modulador é injetada no oscilador (portadora), que faz
com que o sinal de áudio “module” o sinal de RF (2), como mostrado no ponto marcado (4)
no desenho. O sinal de RF pode ter, por exemplo, a frequência de uma estação de AM -
Amplitude Modulada, em 1,2 MHz ou 1200kHz.

Figura 24 Transmissor de radio e espectro de frequências.

Esse sinal é amplificado, para atingir o nível de potência necessário (4) e aplicado na
antena transmissora, como em (5). A partir dai o sinal é irradiado por todo espaço.
O desenho (b) da figura 24 mostra as faixas de frequências que são explanadas na
figura 25. Cada serviço de transmissão de rádio, TV, FM, comercial, etc., tem uma faixa
de frequências alocada.
FAIXA DESCRIÇÃO FREQUÊNCIAS
Very Low Frequency
VLF … a 30kHz
Frequência Muito Baixa
Low Frequency
LF 30 a 300 kHz
Frequência Baixa
Medium Frequency
MF 300kHz a 3 MHz
Frequência Média
High Frequency
HF 3 a 30 MHz
Frequência Alta
Very High Frequency
VHF 30 a 300 MHz
Frequência Muito Alta
Ultra High Frequency
UHF 300 MHz a 3 GHz
Frequência Ultra Alta
Super High Frequency
SHF 3 a 30 GHz
Frequência Super Alta
Extremely High Frequency
EHF 30 a 300 GHz
Frequência Extremamente Alta
Figura 25 Espectro de frequências por faixas utilizáveis.

Por exemplo, o serviço de FM para estações comerciais de música e voz, pode


transmitir na faixa de 88 a 108 MHz, estando, portanto compreendido na faixa de VHF.
Os sinais de rádio ou “onda eletromagnética” viajam pelo espaço, sem utilizar o ar
como meio de propagação. Devido a isso, podem alcançar grandes distâncias e serem
recebidos em lugares muito remotos.
No outro extremo, onde o sinal é recebido, acontece o processo inverso: o sinal de
áudio, que é a informação desejada, é recuperado e a portadora (RF) é descartada. Veja
a ilustração da figura 26.
Nessa figura, que mostra um diagrama em blocos bem simples de um receptor de
rádio, a antena capta o sinal de rádio (1) que é encaminhado para o circuito detector. A
função do circuito detector é “retificar“ o sinal de rádio, como mostrado no ponto (2), da
figura 26. Esse sinal detectado passa pelo filtro e na saída desse filtro já temos a
informação original (3), ou seja, o sinal de áudio.
O sinal de áudio na saída do filtro ainda é de pequeno nível e precisa ser amplificado
para poder acionar um alto-falante (4). Isso é feito pelo circuito amplificador, que é o último
bloco do receptor.
Figura 26 Diagrama em blocos simplificado de um receptor de radio

Nessa figura, que mostra um diagrama em blocos bem simples de um receptor de


rádio, a antena capta o sinal de rádio (1) que é encaminhado para o circuito detector. A
função do circuito detector é “retificar“ o sinal de rádio, como mostrado no ponto (2), da
figura 26. Esse sinal detectado passa pelo filtro e na saída desse filtro já temos a
informação original (3), ou seja, o sinal de áudio.
O sinal de áudio na saída do filtro ainda é de pequeno nível e precisa ser amplificado
para poder acionar um alto-falante (4). Isso é feito pelo circuito amplificador, que é o último
bloco do receptor.
Os tipos de modulação
Os sinais de rádio podem ter vários tipos de modulação, ou seja, a informação a ser
transmitida pode modular de várias maneiras a onda portadora.
Para o montador amador, os tipos de modulação que interessam estão detalhados na
figura 27. Note que as formas de onda estão mostradas de forma simplificada.
Note que as designações usadas são sempre em inglês, o que corresponde a:
- AM: Amplitude Modulada, usada hoje em dia nas estações de radio comerciais de
OM - Ondas Médias e OC - Ondas Curtas.
- FM: Frequência Modulada, usada para as estações de rádio na faixa de FM, de
88 a 108 MHz. Usada também em comunicações comerciais/profissionais entre empresas,
na faixa de VHF e UHF.
- CW - Onda Contínua, usada para comunicação em telegrafia, usando o Código
Morse. De uso bastante restrito a comunicações de radioamadores.
- SSB - Banda Lateral Única é um tipo de modulação usada para aplicações
comerciais entre empresas, uso militar, radioamadores. Substituiu o AM usado
anteriormente nesses tipos de empregos.
Figura 27 Tipos de modulação e formas de onda

O receptor a cristal
Um dos primeiros receptores de rádio foi o de “cristal” que usava como detector um
cristal de galena. É um receptor muito fácil de ser construído e não precisa de energia
elétrica para funcionar: o próprio sinal de rádio alimenta o mesmo. A potência fornecida
não é suficiente para acionar um alto-falante, mas é o suficiente para fones de ouvido. É
um excelente projeto para o montador amador, quando se inicia na construção de
pequenos receptores!
O circuito básico do receptor consiste de um indutor (L1), com duas derivações, um
capacitor variável (C1) que permite sintonizar as estações, um diodo detector de germânio
(o famoso cristal), um capacitor de filtro (C2) e um par de fones de alta impedância.
O indutor tem duas derivações ou “tomadas”, onde são conectadas a antena e o
diodo detector. Veja a figura 28. Note que um dos extremos do indutor ou bobina é
conectado a terra, junto com um dos terminais do capacitor variável.
Figura 28 Receptor de radio a cristal

Para um bom desempenho desse tipo de receptor é necessária uma boa conexão a
terra (solo) e uma antena de bom comprimento. Quanto maior o comprimento e a altura da
antena, melhor o desempenho do receptor.
A antena capta os diversos sinais de rádio, e apenas um deles é selecionado pelo
conjunto de L1 e C1. Esse sinal da emissora que foi selecionada é aplicado no diodo
detector D1, que “detecta” o sinal, usando apenas metade dele. O capacitor de filtro C2
desvia o sinal de RF (portadora) para a terra, deixando apenas um pequeno sinal de áudio
passar, para acionar os fones.
Aconselho você a começar a suas montagens pelo ótimo receptor descrito no link
abaixo. É um exemplo de como fazer o máximo, com um mínimo, sem desculpas para dizer
“não achei as peças....”. O site em questão é de nosso grande amigo Miguel Bartié,
grande radioamador de prefixo PY2OHH. Lá você vai encontrar muitas e muitas coisas
superinteressantes!
http://py2ohh.w2c.com.br/novato/mp0/mp0.htm
O receptor de conversão direta

Esse tipo de circuito ainda é usado em pequenos receptores de rádio, principalmente


para radioamadores, devido a sua simplicidade e bom desempenho. O diagrama em
blocos desse receptor é mostrado na figura 29.
Figura 29 Diagrama em blocos de um receptor de conversão direta

No receptor de conversão direta, o sinal proveniente da antena é detectado no


circuito detector, junto com o sinal proveniente do OFV - Oscilador de Frequência Variável.
Depois de detectado o sinal passa pelo filtro de áudio e é aplicado no amplificado de
áudio, para acionar um alto-falante.
As principais características desse tipo de receptor são:
a) Simplicidade de circuito, nos modelos pouco elaborados. Facilidade de construção,
com alguns cuidados básicos.
b) Possibilidade de irradiar um sinal, gerado no OFV, o que não é desejável.
c) Grande sensibilidade à microfonia, necessitando de grande estabilidade mecânica
para os componentes do circuito. Cuidadoso projeto do layout dos componentes
(distribuição dos componentes na montagem) na montagem deve ser executado.
d) Necessidade de um amplificador de áudio de alto ganho, o que pode ser
conseguido facilmente com CI.
e) Quando o receptor é alimentado através de uma fonte de alimentação conectada a
rede de energia elétrica de CA, podem aparecer ruídos indesejáveis. Um cuidadoso projeto
pode eliminar esse problema.
f) Receptores de conversão direta, muito elaborados, podem ser mais caros e
complexos do que um receptor super-heteródino (veja a seguir).
O receptor super-heteródino
Heterodinação é um processo pelo qual duas frequências (f1 e f2) são combinadas
num circuito, para na saída desse circuito produzir a soma dessas frequências (f1+f2) e a
diferença dessas frequências (f1-f2).
Os receptores super-heteródinos são usados na maioria dos receptores modernos,
em rádio, TV, FM, profissionais, etc. A figura 30 mostra o diagrama em blocos simplificado
de um desses receptores.

Figura 30 Diagrama em blocos de um receptor super-heteródino

O receptor super-heteródino de conversão simples, como o mostrado na figura 30,


funciona da seguinte maneira:
a) Na antena temos presente, por exemplo, um sinal de rádio de 7,00 MHz, que é
amplificado a níveis corretos, pelo “Amplificador de RF”.
b) Esse sinal é aplicado na entrada do circuito “Misturador”. Esse circuito também
recebe um sinal proveniente do circuito “Oscilador Local”, que está operando em 7,45
MHz, ou seja, 455 kHz acima do sinal de entrada do misturador, proveniente do
amplificador de RF. Para qualquer frequência de entrada do misturador, sua saída é
sempre 455 kHz, já que a frequência do oscilador local também vária em sintonia com o
sinal de RF da onda de rádio.
c) O sinal de RF de 455 kHz, é chamado de “Sinal de FI - Frequência Intermediária”.
Esse sinal á aplicado no circuito “Detector” onde é demodulado, ou seja, é extraído o sinal
de áudio do sinal de RF. O sinal de RF é desacoplado e descartado.
d) Esse sinal de áudio passa por um amplificador de áudio, com ganho suficiente para
acionar o alto-falante.
A figura 31 mostra um circuito completo de um receptor super-heteródino. Para
efeito de desenho e explanações, esse circuito e um dos mais simples que existe e ilustra
um receptor de AM, Ondas Médias
Figura 31 Circuito completo de um receptor super-heteródino para Ondas Medias em AM

Os circuitos super-heteródinos são bastante usados nos receptores modernos,


inclusive nos profissionais. No caso dos profissionais, temos os receptores de dupla
conversão, ou seja, são produzidos dois sinais de FI, o primeiro deles sempre numa
frequência maior. Devido a isso, existem também dois osciladores locais.
Esses receptores mais elaborados usam filtros a cristal, osciladores a cristal (maior
estabilidade), indicação digital para a frequência sintonizada, etc. Tem custo elevado e alto
desempenho.
O receptor de FM
Os receptores para FM – Frequência Modulada, na faixa comercial de 88 a 108 MHz,
usam o princípio dos receptores super-heteródinos, mas trabalham com sinais de FM.
Os circuitos eletrônicos usados num receptor super-heteródino de AM são os
mesmos usados num receptor de FM, com as seguintes alterações:
a) A detecção do sinal, é feita por um circuito “discriminador de FM”, com dois
diodos.
b) O amplificador de FI trabalha na frequência de 10,7 MHz e isso significa que o
oscilador local no receptor de FM está com uma frequência de 10,7 MHz acima da
frequência do sinal de rádio de FM.
c) Para a faixa de emissoras comerciais, a frequência de FM é de 88 a 108 MHz.
Para comunicações profissionais e de amadores, o FM é usado acima de 30 MHz.
Construção de receptores de radio.
Na sua “garimpagem” de circuitos em revistas e livros, certamente você vai encontrar
vários circuitos de receptores de rádio, desde o receptor a cristal, até modelos mais
sofisticados, com indicação digital, filtros, circuitos mais modernos para os osciladores,
etc.
Na maioria das vezes os componentes para essas montagens vão ser difíceis de
encontrar no mercado nacional. Entretanto, desmontando antigos receptores
transistorizados, de rádio e TV, você poderá obter vários componentes para as suas
montagens. Várias dicas são fornecidas na seção de “PROJETOS” dessa série.
Após a montagem, um receptor de rádio do tipo super-heteródino, precisa de uma
calibração dos seus circuitos, feita através de bobinas e capacitores ajustáveis trimmer.
Para isso, é necessário algum tipo de equipamento de medida, como um gerador de sinais
de RF e um multímetro. Isso não deve ser um empecilho para o montador amador uma vez
que vários equipamentos de medidas simples podem ser construídos para esses ajustes.
Entretanto, não desanime pois vou descrever diversos receptores na seção de
“Projetos”. Viste o link dado anteriormente e você vai ver que já dá para você ir pensando
em algo. Como eu disse na Apresentação desse Volume, “Aqueça o ferro de soldar”!
Capitulo 6
TRANSMISSORES DE RÁDIO
Introdução
Talvez até mais do que os receptores, os transmissores de rádio exercem uma
grande fascinação sobre o montador amador. Veja-se a enorme quantidade de circuitos
dos famosos “transmissores espião”, que usam a faixa de FM para a recepção de seus
sinais, e são publicados em revistas e livros técnicos de eletrônica para o montador.
A ideia desse capítulo é passar para você os princípios básicos sobre a transmissão
de rádio e os circuitos básicos de um transmissor.
Transmissores de sinais de rádio
A figura 32 mostra o princípio de transmissão de um sinal de áudio, com um
transmissor de AM.

Figura 32 Transmissor de radio em AM, simplificado.

Na figura 17.1, observe:


a) o sinal de áudio (1), produzido pelo microfone, é injetado na entrada do modulador.
Esse circuito amplifica o sinal de áudio a níveis adequados para modular (3) o sinal de RF,
que é a portadora (2). Modular é o processo pelo qual um sinal de áudio é sobreposto a
um sinal de RF. O sinal de RF serve de portadora ao sinal de áudio. Observe as formas de
ondas dos sinais da figura.
b) O sinal de áudio se junta ao sinal de RF e já formam a “onda de rádio (4)”, pronta
para ser recebida por um receptor de rádio. É uma portadora modulada.
c) Como esse sinal tem potência ainda pequena para ser aplicado numa antena, ele é
amplificado pelo amplificador de RF, até os níveis adequados, que podem ser de alguns
watts a milhares de watts em emissoras comerciais de rádio, FM e TV.
Os sinais de rádio viajam pelo espaço a uma velocidade de aproximadamente
300.000 km por segundo! Esses sinais podem ser refletidos por camadas ionizadas no
espaço e pela própria superfície da terra. Isso permite que você sintonize estações de
todo o mundo, que operem em frequências de até 30 MHz. Acima dessa frequência, em
VHF, UHF, etc., os sinais de rádio vão para o espaço. Condições especiais de propagação
permitem, às vezes, que sinais de VHF, como os de emissoras de TV e FM viajem
centenas de quilômetros.
Lembre-se de que os sinais de rádio podem assumir várias formas, conforme o tipo
de transmissão: AM, FM, SSB, CW, etc. Para cada um desses sinais de rádio, é preciso
um tipo de transmissor e o mais simples de todos é o transmissor de CW.
O transmissor de CW – Continuous Wave - Telegrafia
Um diagrama em blocos ilustra a constituição básica de um transmissor de CW, como
pode ser visto na figura 33.
Em (a) da figura 33, é mostrado o diagrama em blocos do transmissor de CW com
cristal e em (b) é dado um exemplo do circuito mais simples que pode ser usado.
O transistor NPN Tr1 oscila e ao mesmo tempo dá uma pequena amplificação ao
sinal gerado pelo cristal (Xtal), que oscila na frequência de saída do sinal de RF.
L2 e L3 acoplam o sinal de saída à antena. J1 permite a conexão do manipulador ou
chave, que vai fechar e abrir de acordo com a convenção dos sinais do código Morse. Os
demais componentes fazem as polarizações necessárias ao funcionamento do transistor
Tr1.
Figura 33 Transmissor de CW a cristal

O transmissor mostrado na figura 33 ainda sofre de alguns problemas para ser


usado como um bom transmissor de CW. Entretanto, se for adicionado a esse circuito mais
um estágio, chamado de isolador/amplificador (buffer), esse circuito já funciona bem.
Esse circuito é mostrado na figura 34.
Figura 34 Transmissor de CW com estágio isolador/amplificador.

Os transmissores de CW podem ser mais elaborados, com mais estágios como


multiplicadores de frequência, misturadores, filtros, OFV (Oscilador de Frequência
Variável), etc.
O transmissor de AM
O transmissor de AM - Amplitude Modulada, é mostrado, de maneira simplificada, na
figura 35. Em (a) é mostrado o diagrama em blocos e em (b) parte do circuito eletrônico,
com modulador e amplificador de RF.
O modulador nada mais é que um amplificador de áudio com potência suficiente para
modular o sinal de RF. Na saída do modulador usam-se comumente um par de transistores
e um transformador de saída, num circuito conhecido como “push-pull”. Esse transformador
tem seu secundário conectado ao circuito do amplificador de RF. Nesse secundário do
transformador de modulação também é conectada a tensão de alimentação do
amplificador de RF, marcada “+V” no desenho.
O amplificador de RF é comum e alimentado também pela tensão +V. Note que o
circuito modulador faz com que a amplitude do sinal de RF de saída varie, produzindo
então um sinal de AM.
Figura 35 Diagrama simplificado do transmissor de AM

17.5 O TRANSMISSOR DE FM

FM - Frequência Modulada, requer um novo circuito para que o sinal de áudio module
a portadora. Isso é mostrado no diagrama em blocos do desenho (a), figura 36
Figura 36 Diagrama simplificado de um transmissor de FM

No circuito eletrônico, mostrado em (b), a modulação é feita pela introdução do sinal


de áudio num diodo de capacitância variável ou varicap, D1. Como esse diodo varia sua
capacidade em função da tensão aplicada ao mesmo, ao ser aplicada uma tensão de
áudio ele varia sua capacidade em função desse sinal. Com isso, varia a frequência de
oscilação do cristal oscilador, produzindo o sinal de FM.
O diodo zener D2, estabiliza a tensão que alimenta o varicap. O sinal de saída no
circuito LC é aplicado a estágios seguintes.
O transmissor de SSB
Os sinais de SSB - Single Side Band, ou Banda Lateral Única, são gerados de uma
maneira totalmente diferente e bem mais complexa do que os métodos analisados até
agora.
Vamos analisar a figura 37, que mostra o diagrama simplificado em blocos (a) de um
transmissor de SSB, com filtro a cristal. O circuito do oscilador a cristal está em (b), do
modulador balanceado em (c) e do filtro a cristal no desenho (d).
Figura 37 Diagrama em blocos e circuitos simplificados de um transmissor de SSB

O oscilador a cristal tem dois cristais que permitem trocar o sinal de SSB, para USB
(Upper Side Band - Banda Lateral Superior) ou para LSB (Lower Side Band - Banda lateral
Inferior). Isso é feito pela chave Ch1. O sinal de saída do oscilador a cristal é injetado no
modulador balanceado.
Esse modulador é mostrado em (c) e é composto de 4 diodos e componentes
associados. A saída do modulador balanceado é aplicada no filtro de banda única.
Esse filtro seleciona uma das duas bandas do sinal: superior ou inferior, conforme
determinado pela chave Ch1, do oscilador a cristal. Como o filtro a cristal usa
componentes de precisão, normalmente ele é comprado pronto e ajustado, já na
frequência desejada.
A seguir, a saída do filtro a cristal é injetada na entrada do amplificador de RF, já USB
ou LSB. O amplificador eleva o sinal de SSB a níveis suficientes para ser transmitido.
Construindo transmissores de rádio
Transmissores de rádio têm circuitos complexos e muitas vezes são difíceis de serem
construídos pelo montador amador, principalmente devido:
a) Complexidade dos circuitos
b) Dificuldade de se encontrar os componentes adequados.
c) Necessidade de equipamentos de medidas de alto custo para o seu ajuste.
Entretanto, existem circuitos de transmissores de pequena potência, principalmente
em CW, que podem ser montados pelo montador amador, como poderá ser visto mais
para frente em outros volumes deste livro.
Capitulo 7
ANTENAS
Introdução
As antenas permitem que o sinal de rádio seja emitido para o espaço pelos
transmissores e recebidos pelos receptores.
Inúmeros são os tipos de antenas usados e muitos podem ser construídos pelo
montador amador, com materiais simples e ferramentas comuns. A antena é um dos mais
importantes elementos num sistema de comunicações.
A onda eletromagnética
Vamos ver algumas propriedades básicas das ondas de rádio e as frequências
usadas, para que nossa análise de antenas possa se tornar mais simples.
a) O sinal de rádio: O sinal de rádio é constituído de dois tipos de campos: o
elétrico e o magnético, que estão a 90° um do outro, como mostrado graficamente na
figura 38. Esse sinal recebe o nome de “onda eletromagnética” devido aos dois campos.
b) Velocidade: A onda eletromagnética viaja a cerca de 300.000 km por segundo, no
vácuo. Essa velocidade pode ser escrita matematicamente como
v=f/λ
Onde v = velocidade em m/s
f = frequência em Hz
λ = comprimento de onda em m (λ = lambda)
O comprimento de onda λ de qualquer onda eletromagnética pode ser determinado
desta fórmula. Por exemplo, um sinal de rádio cuja frequência é 10 MHz, tem um
comprimento de onda de 30 metros.
Figura 38 Representação da onda eletromagnética

c) Frequência: É o número de ciclos completados em 1 segundo. Medida em Hz/s.


Ver figura 39.
d) Polarização: É definida como a direção das linhas de força do campo elétrico. Se
essas linhas de força são perpendiculares a terra, a polarização é vertical, caso contrário
a polarização é horizontal.
e) Propagação: Uma onda eletromagnética pode ser classificada em ionosférica,
troposférica e terrestre.
De uma maneira em geral, as ondas eletromagnética até 30 MHz podem ser
refletidas e voltam a terra. Por isso elas se propagam por todo planeta, permitindo a
recepção de sinais de estações de rádio longínquas. As ondas terrestres, geralmente de
baixas frequências, formam um dos componentes dos outros dois tipos de onda e viajando
na superfície da terra podem ser recebidas até alguns quilômetros do ponto de origem.
A propagação das ondas de rádio depende de vários fatores, entre eles: horário do
dia e da noite, número de manchas solares, frequência da onda, fenômenos atmosféricos,
etc. As ondas eletromagnéticas de VHF e acima, só são refletidas de volta a terra em
condições especiais. Por isso não é possível receber estações de FM e TV de outros
países, em condições normais.
As relações entre tempo, frequência e comprimento de onda estão mostradas na
figura 39.

Figura 39 Relações entre tempo, frequência e λ.

As definições usadas para antenas


Antes de prosseguirmos, vamos dar as seguintes definições básicas usadas no
estudo de antenas.
a) Polaridade: Refere-se de como a antena é posicionada em relação ao plano da
terra: vertical ou horizontal. Ver figura 40, (a) e (b).
b) Ganho: É medido em decibéis e dá uma relação de ganho da antena, quando
comparado com uma antena padrão que pode ser o irradiador isotrópico ou um dipolo.
c) Decibel: Abreviado dB (décima parte do Bell), é uma unidade de medida usada
para definir o ganho de antenas. É usado para comparar um nível de potência com outro.
Por exemplo, uma antena que tem o ganho de potência duas vezes maior que outra tem na
realidade um ganho de 3dB. Veja essas relações para alguns valores, na tabela 1.
Relação de Relação de
dB dB
potencia potencia
0,10 -10 1,00 0
0,13 -9 1,26 1
0,16 -8 1,58 2
0,20 -7 2,00 3
0,25 -6 2,50 4
0,32 -5 3,16 5
0,40 -4 4,00 6
0,50 -3 5,00 7
0,63 -2 6,30 8
0,79 -1 8,00 9
1,00 0 10,00 10
Tabela 1 – Relações entre potencias e decibéis.
No caso de antenas, os padrões de referência mais comuns usados são o dBi -
ganho sobre a antena isotrópica e o dBd - ganho sobre a antena dipolo de ½ λ (meia
onda).O ganho em dBi é igual ao ganho em dBd mais 2,15.
Quando nos referimos a “ganho”, no caso de antenas, não queremos dizer que a
antena “amplifica” um sinal irradiado pela mesma, mas sim que concentra mais o sinal
numa determinada direção, devido a construção dos seus elementos.
d) Verticais e direcionais: Para simplicidade de estudos, as antenas podem ser
classificadas em dois tipos básicos: antenas verticais e antenas direcionais.
As antenas verticais ou “omnidirecionais”, irradiam seu sinal num plano de 360° ao
redor da antena e são polarizadas verticalmente. As antenas direcionais irradiam seu sinal
apenas numa determinada direção e são polarizadas horizontalmente (na maioria das
aplicações). Ver desenhos (a) a (d), com o campo eletromagnético ao redor das antenas.
No conceito de antena ideal, é usado o chamado irradiador isotrópico, que irradiaria
em todos as direções. O irradiar isotrópico é teórico, não existindo na prática e é usado
com referência para a medida e especificação do ganho de antenas (dBi).
e) Impedância: É a relação entre a tensão e a corrente de RF passando por um
condutor. A impedância da antena, medida em ohms, é muito importante, pois informa
como ela deve ser conectado ao transmissor, para que haja máxima transferência de
energia. Normalmente as antenas têm impedância nominal de 50 ohms bem como a saída
dos transmissores tem essa impedância. Assim sendo, usa-se um cabo coaxial de 50
ohms para conectar essa antena ao transmissor. Existem ainda cabos coaxiais de 75
ohms, como os usado em sinais de vídeo. Ver desenho (e), figura 40.
f) Lóbulo de irradiação: É uma representação gráfica de como sinal se distribui no
espaço, ao redor da antena, ao ser irradiado pela mesma. Ver figura 40, desenho (f).
g) ROE: A Relação de Ondas Estacionárias indica qual a diferença de impedância de
um determinado ponto ao ponto de 50Ω em uma antena em relação a outro ponto. Em
inglês a sigla usada para ROE é VSWR. Quanto mais alta a ROE de uma antena, maior as
perdas do sinal a ser transmitido. Se aceita como máxima ROE um valor de 1,5: 1. Veja
figura 40, desenho (e), onde a ROE é igual a 1:1.

Figura 40 Definições usadas para antenas.

Materiais para antenas


A grande maioria das antenas são feitas de tubos de alumínio, cujo diâmetro pode
variar de 1/4" (6,35mm) a 2 ou 3" (50 a 75mm), dependendo da frequência de operação da
antena, tipo, número de elementos, etc. Geralmente antenas para VHF e UHF são feitas
de varetas de alumínio, com diâmetro em torno de 1/4" (6,35mm) ou 3/16” (4,8mm)
Antenas do tipo dipolo de ½λ, para HF (3 a 30 MHz) costumam ser feitas de fio de
cobre, devido ao seu grande comprimento.
Outros materiais usados para as ferragens das antenas, como parafusos,
abraçadeiras, grampos em “U”, etc. devem ser de material que resista a ação do tempo,
como latão e aço inox.
Isolantes usados em antenas podem ser de plástico do tipo nylon, poliacetal, fibra de
vidro, etc. Fenolite e outros materiais similares podem ser usados pelo montador amador
Madeira muita bem seca e reta, em alguns casos, pode ser usada, mas deve receber um
bom tratamento contra umidade, com várias demãos de verniz de alta qualidade. Um
material muito útil que pode ser usado são tubos de PVC usados em instalações
hidráulicas, desde que a construção da antena permita.
A antena vertical
A antena vertical mais simples que existe é a antena de 1/4λ (um quarto de onda),
mostrada na figura 41. Ela é constituída de um elemento irradiador vertical cujo
comprimento é 1/4λ e de quatro elementos montados na base do elemento vertical, num
ângulo de 45E com esse elemento, também de 14/ λ. A impedância dessa antena é de
cerca de 50Ω e deve ser alimentada com um cabo coaxial com essa impedância. Veja mais
informações sobre cabos coaxiais no Capítulo 10, “Fios e cabos”, do Volume 1 desta
série.
Essas antenas, têm um conector coaxial na base das mesmas, onde é conectado o
cabo coaxial. Note que o condutor central do cabo coaxial é conectado ao elemento vertical
de 1/4λ, montado no isolador. A malha do cabo coaxial deve ser conectada aos 4
elementos do plano de terra, também com comprimento de 1/4λ.
O cálculo básico dessas antenas é:
Comprimento do irradiador = 71,25/f (1)

Onde f = frequência em MHz.


Uma antena vertical de 1/4λ, para operar em 30 MHz, teria:
71,25/30 = 2,375 m
para o elemento irradiante e para os 4 radiais do plano de terra.
Figura 41 Antena vertical de 1/4 de onda (λ).

O dipolo de ½λ também pode ser usado na posição vertical, ficando como mostrado
na figura 42. Essa antena é constituída de um elemento irradiante de ½λ, dividido ao meio,
onde é conectado o cabo coaxial que vem do transmissor.
Para VHF e UHF, o dipolo de meia onda pode ser feito de tubos de alumínio,
suportados por um isolador central, que pode ser um pedaço de tubo de PVC, como
mostrado em (a) da figura 42. Para frequências menores, o dipolo já fica com
comprimentos difíceis de serem construídos com tubos de alumínio, Nesse caso, podemos
usar fio de cobre, como mostrado em (b) da mesma figura. Note que nos extremos do
elemento irradiante, temos isoladores e mais um pedaço de fio ou cordinha de nylon que
suporta o dipolo na posição vertical.
Figura 42 Antena dipol0o de 1/2 λ .

O cálculo básico para o dipolo de ½λ, para antenas de fio de cobre, até 30 MHz, é:
Comprimento do irradiador = 142,5/f (2)

Onde f = frequência em MHz


Um dipolo de meia onda, para a frequência de ondas curtas de 6 MHz, teria:
142,5/6 = 23,75m
O ganho da antena vertical de 1/4λ é de 1dB e o ganho da antena vertical constituída
de um dipolo de ½λ é de 2,15 dB sobre a antena vertical de 1/4λ.
Antenas horizontais
A antena horizontal mais simples é o dipolo de ½λ, montado com isoladores nos
extremos ou feito de tubos de alumínio e montados pelo centro. Até frequências de 30 MHz
usam-se fios de cobre e a fórmula (2) pode ser usada para cálculo do seu comprimento.
Esse dipolo tem uma impedância característica de 75Ω e deve ser alimentado com cabo
coaxial desse valor, como mostrado na figura 43.
Figura 43 Construção da antena de 1/2 λ .

O ganho da antena dipolo de ½λ é o mesmo, independentemente se ela opera


vertical ou horizontal: 2,15 db sobre a antena vertical de 1/4λ.
Quando precisamos de ganho, usamos a antena Yagi, que, basicamente, consta de
um elemento excitador e de um elemento refletor. Elementos adicionais chamados
elementos diretores podem ser colocados, aumentando o ganho da antena Yagi. As
antenas Yagi podem também operar na vertical, introduzindo ganho nesse tipo de
polarização.
A figura 44 mostra uma antena yagi de 5 elementos, incluindo o elemento excitador e
o elemento refletor. O ganho da antena yagi depende mais do comprimento da gôndola
(boom) da antena, do que do número de elementos da mesma.
A antena direcional tipo yagi
Figura 44 Antena yagi de 5 elementos e gamma match.

A antena Yagi mostrada na figura 44 tem 5 elementos: um refletor, um excitador e


três diretores. A gôndola ou “boom”, sustenta os elementos e tem contato elétrico e
mecânico com os elementos. Em alguns modelos os elementos pode ser isolados da
gôndola.
Como a impedância desse tipo de antena não é 50Ω, é necessário um dispositivo
casador de impedância, para que ela possa ser ligada a um cabo coaxial de 50Ω. Esse
dispositivo é mostrado no detalhe da figura 44
O gamma match é constituído de dois tubos, telescopados, mas isolados um do outro
e de um cursor que desliza pelo elemento excitador e tubo mais grosso do gamma match.
O ajuste da antena é feito nesses elementos “telescopados” do gamma match e no cursor,
com ajuda de instrumentos de medida.
Outros tipos de antenas
Existe uma enorme variedade de antenas para todos tipos de serviços; radiodifusão
em AM e FM, TV, comercial, amador, profissional, dados, satélites, micro-ondas, etc.
Não é escopo desse livro descrevê-las mas você pode ver o formato físico de
algumas dessas antenas na figura 45.
Figura 45 Tipos de antenas que podem ser usadas em HF, VHF, UHF, etc.
Instalação de antenas
A instalação e ajuste de antenas por amadores pode ser
perigosa! Procure ajuda especializada.
Na instalação de antenas, a segurança deve vir em primeiro lugar! Você terá que
subir em torres ou telhados e sempre é bom pedir ajuda de outras pessoas, principalmente
de quem tem experiência nesse tipo de trabalho.
Quando uma antena for instalada numa torre , o instalador deve usar os
equipamentos de segurança necessários, como cinto de couro, capacete, etc. Não é
trabalho para amadores, principalmente se a antena for um tipo direcional, como uma yagi
de grande porte. Alguns fabricantes (USA) costumam enviar normas de segurança e de
instalação para suas antenas. Essas normas devem ser rigidamente seguidas e nada de
improvisações!
Um cuidado muito especial ao se instalar antenas, é que as mesmas e acessórios
como torres e mastros fiquem bem longe de linhas de energia elétrica. Uma queda da
antena, torre ou mastro, sobre uma linha de energia elétrica, pode causar sérios acidentes
e até a morte!
Antenas de fio, como dipolos e similares, podem ser instaladas em mastros ou
postes de madeira, como os feito de eucalipto, desde que secos, sem rachaduras e
pintados. Nesse caso, roldanas podem ser afixadas no extremo superior de cada poste e
quando o poste for içado, ele leva a roldana e cordas de nylon já no lugar. Daí, todo
trabalho restante poderá ser feito do chão, sem necessidade de escadas ou subidas ao
poste.
Outro cuidado muito especial é com o aterramento de antenas, torres e mastros. O
aterramento é necessário e se você não souber como fazê-lo, consulte um bom eletricista
que possa ajudá-lo! Um aterramento bem feito é a sua segurança, do seu equipamento e
da sua residência. Veja manuais de aterramento fornecidos por alguns fabricantes de
antenas (USA).
Antenas para FM, TV e antenas yagis de pequeno porte, para frequências comercias
e de radioamadores (VHF e UHF) podem ser instaladas em mastros metálicos aterrados,
adquiridos já pronto em lojas especializadas. São mastros do tipo telescópicos, que
permitem fazer a maior parte do trabalho, no solo. Esses mastros devem ser de boa
qualidade, mecanicamente fortes, com terminais para estaqueamento do próprio e devem
ter uma camada de tinta ou outra proteção contra a ferrugem.
Normalmente, quando um artigo em um livro ou revista descreve a construção de uma
antena, o autor costuma dar instruções e dicas de instalação.
Ajuste de antenas
Na grande maioria das antenas que o montador amador vai construir, vai ser
necessário um ajuste para que a mesma tenha os parâmetros requeridos, para correto
funcionamento.
Um ajuste perfeito requer uma gama muito grande de caros e complexos
equipamentos de medidas. Entretanto, o montador amador pode ajustar bem uma antena,
para esse tipo de uso, desde que tenha em mãos um medidor de ROE. Para sua sorte,
um medidor de ROE de razoável precisão pode ser construído com alguns poucos
componentes, como é descrito nos capítulos sobre “PROJETOS”.
a) Casamento de impedâncias
Normalmente um transmissor de rádio é “casado” a linha de transmissão através de
circuitos ressoantes LC que estão localizados na sua saída. Os modernos transmissores e
transceptores, não tem esse ajuste que é feito na fábrica. Esse ajuste é feito para que a
impedância de saída do transmissor seja 50Ω, pois ai vai ser conectado um cabo também
de 50Ω, o que é padrão na indústria.
Como o cabo coaxial, ou linha de transmissão também tem 50Ω, nesse ponto o
“casamento de impedâncias” é perfeito. Veja a figura 40, desenho (d).Esse cabo coaxial
vai para a antena que também deve ter sido ajustada para impedâncias em torno de 50Ω.
b) A carga “fantasma”
Um dos acessórios de grande utilidade para o amador, no ajuste de transmissores, é
a carga fantasma que simula uma impedância de 50Ω. Essa carga fantasma pode ser um
resistor de 50Ω, não indutivo (que não tenha nada de indutância), que possa suportar a
potência do sinal de RF a ela aplicada. A carga fantasma também pode ser construída
pelo montador amador.
Quando conectamos uma carga fantasma a saída do transmissor, temos uma
situação ideal de casamento de impedâncias, como mostrado na figura 46, (a).
c) A ROE
Num sistema de transmissão real, nem sempre a antena tem uma impedância de
50Ω, fazendo então com que parte do sinal fornecido pelo transmissor volte para o mesmo,
após circular pelo caminho cabo-antena-cabo. Quando isso ocorre, dizemos então que
temos alguma ROE no sistema de transmissão, cujo valor é maior, quanto maior a ordem
de descasamento dos componentes desse sistema.
Vamos assumir que no nosso sistema conectamos agora uma antena de 100Ω, como
ilustrado no desenho (c) da figura 46. Nessa situação, vamos ter uma onda refletida na
linha de transmissão, como mostrado na mesma figura.
A ROE (em inglês SWR) é uma relação entre a potência transmitida e a potência
refletida. Essa relação especifica o grau em que ocorre o descasamento de impedâncias
entre a linha de transmissão (cabo coaxial) e a antena (carga).
Quando a ROE é de 1,0:1, um casamento perfeito de impedância existe no sistema.
Se a ROE medida é de 1,5:1, 4% da potência transmitida é refletida pela carga,
significando que 96% da potência no final da linha de transmissão, alcançou a antena.

Figura 46 Casamento de impedâncias e ROE numa antena.

d) O medidor de ROE
Esse pequeno medidor, de grande utilidade no ajuste de antenas, simplesmente lê a
potência transmitida e a potência refletida, permitindo-se obter a relação entre as duas, ou
seja, a ROE. No capítulo sobre “PROJETOS” você vai aprender a construir um medidor de
ROE.
28/11/13 – pem – Ver 0
Capitulo 8
O CI NE602
Introdução
O Circuito Integrado NE602 e suas versões, é um daqueles CI que quase “faz de
tudo” para quem quer construir receptores de rádio, transmissores, geradores,
osciladores, etc. Devido a grande versatilidade desse CI, um capítulo está sendo dedicado
ao mesmo. Nos capítulos sobre Projetos, vai ser possível ver como o NE602 poderá ser
usado em diversas montagens.
NE602: A pequena maravilha!
Inicialmente o circuito integrado NE602 foi desenvolvido para uso em sistemas de
comunicação de baixa potência, particularmente telefonia celular, pela Signetics® (PHILIPS
COMPONENTS®), como um MISTURADOR DUPLO BALANCEADO e OSCILADOR
LOCAL. Tudo isso num invólucro plástico comum de 8 pinos (DIL) ou num invólucro
miniatura também de 8 pinos SMD (surface mount device - montagem de superfície).
Já existem versões mais elaboradas do NE602 que são as NE602AD e NE602AN,
SA602NE, etc. A figura 47 mostra o invólucro de 8 pinos, NE602N, plástico, DIL, que é o
mais comum e fácil de ser encontrado.
O MISTURADOR DUPLO BALANCEADO (MIXER) trabalha até 500 MHz enquanto
que o OSCILADOR LOCAL (OSCILLATOR) vai até 200 MHz, abrindo aí um caminho
enorme para inúmeros projetos nas frequências de HF e VHF. Conforme a figura 47, o
pino 8 corresponde ao +Vcc que não deve ultrapassar 7 VCC enquanto o pino 3 do
NE602N corresponde a terra. As entradas e saídas do NE602N vão ser descritas adiante,
conforme os seus circuitos, aplicações e possibilidades de usos em outros equipamentos.
O CI NE602N vem sendo usado já há vários anos por amadores, em diversas
montagens, como podem ser vistos em artigos em revistas internacionais. Uma pesquisa
na Internet também mostrará vários circuitos que usam esse CI.
Figura 47 Circuito interno do CI NE602N

A figura 48 ilustra, de uma maneira geral, as diversas conexões ao CI NE602N.

Figura 48 Circuitos para alimentação do CI NE602N


O circuito de entrada
Verificando as figuras 47 e 48, é possível ver que a entrada do NE602N é feita nos
pinos 1 e 2. Ai devem ser conectados os componentes associados dos possíveis circuitos
de entrada., como mostrados na figura 49. Dependendo da aplicação, o usuário escolhe o
mais indicado.
O circuito mostrado em (A) da figura 49 é usado para aplicações de alta impedância
de entrada ou para circuitos não sintonizados. O sinal a ser ai aplicado deve ser menor do
que 200mV.
Em (B) da mesma figura é mostrado um circuito diferencial não sintonizado, com o
uso de um transformador de RF (L1, L2) que não é sintonizado no sinal de entrada.

Figura 49 Conexões do circuito de entrada do CI NE602N

Para L1 e L2, podem ser usados transformadores de FI (Frequência Intermediária)


usados em receptores de FM, na frequência de 10,7 MHz. Esses transformadores são
fáceis de serem adquiridos ou podem ser retirados de receptores de FM “pifados”. É
importante notar que esses transformadores de FI tem um pequeno capacitor no
enrolamento secundário (L2), geralmente localizado do lado de fora do transformador. Na
base plástica do mesmo existe um pequeno rebaixo e ai costuma estar esse capacitor, que
deve ser retirado. Para isso, deve ser usada uma pequena chave de fenda ou algo
semelhante, para destruir o capacitor já que vai ser impossível retirá-lo sem danificá-lo.
Alternativa é construir esse transformador, usando um núcleo toroidal do tipo T-50-2
ou T-50-6, como os fabricados pela Amidon®. Nesse núcleo toroidal são enroladas cerca
de 4 espiras para o primário e cerca de 20 espiras para o secundário, com fio esmaltado
no. 26 AWG.

Uma terceira alternativa é usar transformadores do tipo usado em receptores de


rádio de ondas curtas. São transformadores construídos em forma de pequenas canecas
metálicas, muito parecidas com os transformadores miniaturas de FI. A TOKO® fabrica
diversos modelos no Brasil. No exterior pode ser achada uma grande variedade em lojas
que vendem componentes eletrônicos via Correio.
Essas mesmas dicas dadas acima, para L1 e L2, podem ser usadas para o circuito
(C) da figura 49.O capacitor C1 é um capacitor variável que faz a sintonia no circuito de
entrada do NE602N. Note que C1 deve ser isolado da terra.
Quando C1 precisa ser aterrado, pode então ser usado o circuito ilustrado em (D) da
figura 49.
Um grande problema para o montador amador ou hobista é encontrar capacitores do
tipo variável. Receptores antigos, são excelentes fontes desses capacitores, quando ainda
em bom estado. Para contornar esta dificuldade, usa-se o diodo de capacitância variável,
VARICAP, para a sintonia do circuito de entrada do NE602N. Isso é mostrado na figura 50.

Figura 50 Sintonia dos circuitos de entrada do NE602, com diodo Varicap.

Com relação ao circuito da figura 50, notar:


a. Vsintonia é a tensão aplicada ao VARICAP e deve ser muito bem estabilizada e
filtrada.
b. Os potenciômetros usados para sintonia, R2 e R3, devem ser lineares, de boa
qualidade.
c. O Diodo MV209 é um VARICAP, da MOTOROLA®. Tipos semelhantes podem ser
utilizados.
d. C1 é um capacitor do tipo “trimmer” (ajustável), de 47 pF, que faz a sintonia da
faixa a ser coberta pelo circuito de entrada.
e. Para L1 e L2, usam-se as dicas dadas anteriormente.
O circuito do oscilador local
A finalidade do oscilador local é gerar um sinal de RF que misturado ao sinal de
entrada do NE602 produza um sinal de saída que possa ser trabalhado para a retirada da
informação aí contida. O sinal produzido pelo oscilador local vai ser misturado com o sinal
proveniente do circuito de entrada, num processo chamado Heterodinação, produzindo um
terceiro sinal que costuma ser chamado de frequência intermediária. Esse processo é o
usado nos receptores de radio “heteródinos” .
Vários tipos de circuitos de oscilador local podem ser usados com o CI NE602N,
como ilustrado na figura 51.

Figura 51 Circuitos do Oscilador Local do CI NE602N

A figura 51 (A) mostra um circuito oscilador a cristal de quartzo (XTAL) que oscila em
frequência fixa determinada pelo cristal. Este circuito geralmente é usado em frequências
de até cerca de 20 MHz. Os capacitores aí usados devem ser estáveis, como os de
polipropileno (stiroflex), mica ou disco cerâmico tipo NP0. Os valores (aproximados)
desses capacitores são proporcionais à frequência de operação de acordo com as
equações abaixo:
C1 = 100/√f [1] e
C2 = 1000/√f [2]
onde: C = capacitância em pF (valores podem ser aproximados)
f = frequência de oscilação em MHz
Nesse mesmo circuito ilustrado em (A) o oscilador local a cristal pode ter sua
frequência variada, dentro de uma pequena margem de frequência, colocando-se um
capacitor ajustável (trimmer) de aproximadamente 30 pF em série com o cristal.
O circuito da figura 51 (B) ilustra um oscilador local a cristal, para frequências mais
altas, usando-se um cristal do tipo ”overtone”. Pode-se obter um sinal de alta frequência,
usando-se cristais de terceiro sobretom, da ordem de 25 a 50 MHz. A bobina L1 é
ajustada para a frequência do terceiro sobretom. Os valores que podem ser usados são
indicados abaixo:
COMPONENTE VALOR
C1 5,6pF
C2 22pF
C3 1nF
Xtal 25 a 50 MHz, 3º. sobretom

Já o circuito (C) da figura 51 contém um oscilador de frequência variável (VFO) do tipo


Colpitts. O ajuste de frequência é feito através do capacitor variável C3. O capacitor C4
impede que o pino 6 seja aterrado através da indutância de L1. Esse capacitor tem um
valor em torno de 10 nF. Os valores de C1 e C2 são calculados de acordo com as
equações dadas [1] e [2]. O capacitor C3 e o indutor L1 devem ter sua frequência de
ressonância na frequência de operação do VFO.
Como no caso do circuito de entrada do NE602, também se recomenda para o
oscilador local um circuito oscilador com Varicap como pode ser visto na figura 52. Nesse
circuito, o potenciômetro R2 ajusta a tensão que vai ser aplicada ao diodo Varicap D1,
fazendo com que sua capacidade varie, alterando assim a frequência de oscilação do
circuito. Essa frequência de oscilação é determinada, principalmente, por C5, L1 e D1.
Figura 52 Oscilador local com Varicap

O circuito de saída
No circuito de saída do CI NE602 obtém-se a frequência de FI, de onde será retirada
a informação do sinal.
Um circuito de saída não sintonizado é mostrado no desenho (A) da figura 53. Um
capacitor, em qualquer um dos pinos 4 ou 5 do CI, acopla o sinal de saída ao resto do
circuito.
Figura 53 Circuitos de saída do CI NE602N.

Um transformador de FI comum pode ser usado na saída do circuito mostrado em


(B) da figura em discussão. A frequência de operação desse transformador costuma ser
de 455 kHz para AM e de 10,7 MHz para FM. Isso é importante pois num circuito
heteródino, o sinal de saída do CI precisa estar na frequência desse transformador usado.
Mais detalhes sobre os receptores do tipo heteródino foram analisado no “Capítulo 5 –
RECEPTORES DE RÁDIO”.
O circuito mostrado em (C) da figura 53 é usado em circuitos de VHF e tem um dos
extremos da saída aterrado. O valor da frequência de sintonia é determinado pelo indutor
L1 em conjunto com os capacitores C1, C2 e C3.
Já um circuito muito prático e simples, sem ajustes de bobinas ou capacitores é
mostrado no desenho (D) da figura 53. Esse circuito usa um filtro cerâmico, FL1, do tipo
usado no canal de FI de receptores de rádio AM (455 kHz) ou FM (10,7 MHz), que não
precisa de nenhum ajuste. O capacitor C1, de 4,7 nF, é opcional.

É importante notar que toda vez que mencionamos filtros cerâmicos usados em FI, é
necessário que o processo de Heterodinação ocorrido no CI NE602 proporcione uma das
frequências padrão dos filtros. Essa situação, imprescindível para o bom funcionamento de
um receptor do tipo heteródino, é mostrada na figura 54
Figura 54 Princípios de Heterodinação.

A alimentação para o NE602N


A pequena tensão de alimentação do NE602N pode ser obtida de diversas maneiras
como descritas a seguir. Notar que o pino 8, Vcc do CI NE602N sempre é desacoplado por
um capacitor de 1 a 10 nF, montado o mais perto possível do corpo do CI. Terminais curtos
devem ser usados nos circuitos de RF.
► Para tensões de 4,5 a 8 Vcc a corrente é de cerca de 2,4 a 2,8 mA. Um resistor
de 150 Ω é colocado em série com Vcc. Ver (A) na figura 55.
► Para tensões de 9 Vcc, como de uma bateria comum, o resistor em série deve ser
de 1 a 1,5kΩ, como pode ser visto em (B) da figura 55
► Quando você usar o NE602N com uma tensão superior a 9 Vcc e essa tensão não
for muito estável recomenda-se o uso de uma fonte regulada de baixa corrente, com diodo
zener (ver figura 55, (C).
Figura 55 Alimentação do CI N E602N.

Para a alimentação do NE602N o ideal é usar um regulador de tensão integrado


como o popular 78LXX (baixa corrente), onde XX pode ser 5V, 6V, 8V. Esse circuito, com
um regulador de três pinos é o mais recomendado pois pode-se alimentar o restante do
circuito de um receptor/amplificador , por exemplo, com uma tensão maior enquanto que o
NE602N tem seu regulador próprio. A figura 56 ilustrou essa situação, para uma tensão da
fonte de alimentação de 12 VCC, mostrando ainda as conexões aos circuitos de entrada,
saída e oscilador local do NE602N. Como a corrente do NE602N é muito pequena, não
existe aquecimento no regulador 78L05.
Maiores detalhes técnicos sobre o CI Signetics®, bem como folhas de especificações
(data sheets) você pode encontrar no escritório da PHILIPS COMPONENTS®.
Uma aplicação simples para o CI NE602N
AVISO: Esse pequeno conversor foi colocado aqui para já
adiantar alguma referencia de montagem para você. Se você
acha que ainda é cedo para fazê-lo, não se preocupe, pois logo
você se tornará um expert e poderá montá-lo facilmente! Se
você quiser insistir, e já tem alguma pratica de componentes e
soldagem, vá em frente! Procure ajuda de um radioamador de
sua cidade pois ele tem uma certa experiência de montagem e
são bastante prestativos com os novatos. Boa sorte!
Antes de colocar mãos a obra para a montagem do primeiro equipamento usando a
pequena maravilha, é importante passar algumas dicas de circuitos simples que terão
grande utilidade nas suas experiências com o NE602N. Os aspectos técnicos dos circuitos
aqui apresentados não serão extensivamente discutidos pois a ideia é fornecer dicas para
você começar as suas pesquisas com o uso do CI NE602N em vários circuitos de
receptores, conversores, osciladores, etc.
A figura 56 mostra o circuito de um conversor que pode servir para várias faixas de
frequência, desde que você use os componentes apropriados. Mais para frente serão
apresentadas dicas para os indutores, capacitores e demais componentes. Esse conversor
é um circuito muito usado e faz com que um receptor comum, de AM, Ondas Médias, de
pouca cobertura de frequências, se torne um receptor multifaixas. Ou ainda, permite ouvir
aquela faixa de frequências que você gosta, em um receptor de OM (Ondas Médias), por
exemplo. Este receptor comum é ligado na saída do conversor e recebe a frequência na
saída do NE602. Para você saber quais serão as frequências de conversão, verifique a
figura 57 que é um exemplo quando se usa um radio comum, de Ondas Médias,
sintonizado em 1.000 kHz ou 1 MHz.

Figura 56 Circuito completo de um conversor de frequências usando o CI NE602N.

Frequência a ser Frequência de saída


Frequência do cristal
recebida para o radio
Faixa de 3,5 a 3,8MHz 4,5MHz 1,0MHz
Faixa de 7 a 7,3MHz 8,0MHz 1,0MHz
Faixa de 14 a
15,0MHz 1,0MHz
14.35MHz
Figura 57 – Dados do circuito para receber as frequências desejadas.
Lista de peças para o circuito do conversor.
a) Semicondutores:
CI1 = Circuito Integrado NE602AN
CI2 = Circuito Integrado Regulador de Tensão 78L05 - 5V, 100 mA
b) Capacitores:
C1 = 50 pF, ajustável (trimmer), miniatura
C2 = 0,047 µF disco cerâmico ou poliester, 50 V, miniatura.
C3 = 0,047 µF disco cerâmico ou poliester, 50 V, miniatura.
C4 = 50 pF, ajustável (trimmer), miniatura
C5 = 27 pF, disco cerâmico, 50 V
C6 = 1 µF, eletrolítico ou tântalo, 15V
C7 = 68 pF, disco cerâmico, 50 V
C8 = 50 pF, ajustável (trimmer), miniatura
C9 = 1 µF, eletrolítico ou tântalo, 15V
c) Indutores:
T1 = Transformador de entrada (bobina de antena)
T2 = Transformador de saída (bobina de FI)
d) Resistores
Não usa nenhum
e) Diversos:
XTAL = Cristal oscilador de quartzo na frequência apropriada
J1, J2 = Conectores tipo RCA, fêmea, para painel.
Dicas sobre os componentes
A grande maioria dos componentes do circuito do conversor é facilmente encontrável.
Entretanto, algumas dicas vão ajudá-lo a usar parte da sua sucata ou da sucata de
componentes de um amigo radioamador que também é dos que “não deixam o ferro de
soldar esfriar”.
Os CIs NE602N e 78L05 podem ser encontrados em lojas de componentes na
Internet. Aqui no Brasil ou no exterior. Além disso, qualquer loja de componentes tem o
78L05. Talvez o NE602N seja uma figurinha mais difícil, mas ainda resta a compra no
exterior: econômica, rápida e indolor. Veja a pinagem correta dos CIs na figura 57,
desenho (A) e (B).
Os transformadores T1 e T2 são do tipo FI (Frequência Intermediária), montados em
pequenas canecas. Normalmente podem ser usados os transformadores de FI de
receptores de FM, com frequência de 10,7 MHz, para recepção de sinais próximos a essa
frequência. Ver figura 57 (D). A dica é remover o pequeno capacitor que costuma ficar em
paralelo com o enrolamento secundário, como já descrito. Uma alternativa é enrolar a
própria bobina L1/L2 e L3/L4, em núcleos toroidais, que são achados no país. Estes
núcleos, de fabricação da AMIDON® (USA), já tem uma tabela que permite enrolar
facilmente a bobina para a indutância necessária. Ver a figura 57 (E).
O Xtal , figura 57 (F) pode ser mandado cortar, para qualquer frequência que se
deseje. Uma alternativa que podemos usar barata e fácil é usar os cristais de
computadores, que podem ser achados em diversas frequências. Faça uma visita a uma
loja que repara microcomputadores e você certamente achará vários deles em placas mãe
de micros, placas de redes, etc. Se a frequência desejada não for exatamente à
encontrada mas próxima não se desespere: basta estudar novamente a figuras 56 e você
verá que o receptor de OM que você vai usar pode ser ajustado para outras frequências
para receber o sinal desejado!

Figura 57 Componentes usados no conversor com NE602N.

Os capacitores não têm maiores problemas para ser encontrados. Os trimmers


podem ser os tipos de “folha”, miniatura, como mostrado em (C) da figura 57. Os
trimmers7 da “DAU®”, fabricados no Brasil, tem valores em função da cor das folhas que
isolam as placas do mesmo e no caso de aprox. 50 pF a cor é “incolor”.
O conversor descrito não entra em muitos detalhes construtivos, placa de circuito
impresso, sistema de montagem, etc. É mais um circuito ilustrativo das dicas de uso do CI
NE602N. Também é para você realizar alguma pesquisa em relação às frequências que
você deseja, componentes, dicas de adaptação de componentes específicos como
indutores, capacitores, cristais, etc. Uma excelente referência para montagem de circuitos
como esse descrito e outros é o ARRL® Handbook pois lá tem dicas valiosas sobre a
construção de bobinas com Toróides, capacitores, etc. Também procure ai a tabela de
enrolamento de toróides com núcleos da AMIDON®. Procure na Internet e você vai ficar
surpreso com a quantidade de dicas que poderá retirar dos projetos existentes e usar nos
circuitos de alimentação, entrada, saída, etc. do NE602N!
30/11/13 – pem – Ver 0
Capitulo 9
O MICRO CONTROLADOR PIC
Introdução
Hoje em dia já existem centenas de equipamentos eletrônicos, desde aparelhos para
entretenimento até equipamentos profissionais, que tem micro controladores embutidos
internamente, para controlar uma grande variedade de funções.
O uso de micro controladores permite a construção de equipamentos eletrônicos
mais poderosos no desempenho de suas funções, mais baratos e mais simples. Por
incrível que possa parecer os projetos desses aparelhos tornam-se mais simples com o
uso de micro controladores.
O que são os micro controladores?
Um micro controlador é um “pequeno computador” que recebe dados, toma decisões
e efetua cálculos baseados nestes dados e depois executa alguma tarefa. Normalmente
eles são apresentados na forma de um Circuito Integrado e os modelos mais usados tem a
forma de um CI de 18 pinos, como por exemplo, o PIC16F84, da MICROCHIP®.
Na realidade, os PICs da MICROCHIP® (USA) são os mais populares e este
fabricante tem vários modelos, dependendo dos programas que eles podem comportar
(número de linhas), quantidade de dispositivos internos, quantidade de dados a serem
manipulados, etc.
Internamente os PICs possuem todos os dispositivos típicos de um microprocessador
de um computador normal:
► CPU (Central Processor Unit), que é a Unidade Central de Processamento,
► Memória PROM (Programable Read Only Memory), que é uma Memória
programável somente para leitura,
► Memória RAM (Random Access Memory) que é uma Memória de acesso
casual,
► Uma série de Linhas I/O (Input/Outuput) para receber sinais de sensores
externos ou acionar/controlar dispositivos externos,
► Uma série de circuitos auxiliares para o funcionamento do PIC, como gerador de
clock, bus, contadores, etc.
A figura 58 mostra, em blocos e de maneira simplificada, como são os dispositivos
típicos dentro de um PIC.
Figura 58 Blocos internos do PIC 16F84 (simplificado)

O micro controlador funciona baseado num conjunto de instruções (um programa),


que vai determinar como o mesmo vai converter os sinais de entrada em sinais de saída.
Isso pode ser feito de uma infinidade de maneiras!
Nas entradas do micro controlador podem ser conectadas chaves, teclados,
sensores (temperatura, pressão, etc.) interligados através de um conversor
Analógico/Digital. Nas entradas também podem ser conectados dados provenientes de
uma porta serial ou paralela, proveniente, por exemplo, de um microcomputador PC.
As saídas dos micro controladores podem acionar diversos tipos de dispositivos,
gerar sons ou mesmo produzir dados para o controle de outros dispositivos. Informação
sob a forma de texto pode ainda ser exibida num display LCD (cristal líquido).
Os micro controladores são programados através de um programador especial.
Alguns micro controladores são apagados por um “apagador” de luz ultravioleta. A
MICROCHIP® fabrica uma série de PICs que são eletricamente programados e apagados,
tornando essas tarefas extremamente simples.
O hardware para a programação
Antes de o PIC ser usado em qualquer tipo de circuito, ele precisa ser programado
para desempenhar as tarefas definidas.
Essa programação é feita por especialistas da área, apesar de vários amadores já
trem desenvolvido essa habilidade. Em artigos de montagem com PICs, descritos em
revistas, livros e Internet, costuma-se fornecer o programa (código fonte) já pronto para
carregar no PIC.
Os programadores para PIC são vendidos comercialmente ou podem ser montados
por um amador com conhecimentos suficientes. Também são encontrados sob a forma de
kits, para montagem. Na realidade o circuito do programador é simples e apenas como
exemplo, um deles é mostrado na figura 59. Esse circuito foi baseado no “LUDIPIPO” 1.0
programmer for PIC16C84, de Ludwig Catta.
O circuito da figura 59 é alimentado pela porta serial do microcomputador. O CI1
deve ser montado em um soquete DIP de 18 pinos, de boa qualidade, já que o CI pode ser
colocado e retirado várias vezes. Melhor seria o uso de um soquete do tipo ZIF (zero
insertion force), mas de custo bem maior.
O programador vai conectado ao microcomputador através de um cabo serial o mais
curto possível.

Figura 59 Circuito de um programador para o PIC16F84

O software para a programação do PIC


O programa que é carregado no PIC é feito em linguagem de máquina. De uma
maneira em geral, é muito difícil escrever um programa diretamente em linguagem de
máquina.
Esse problema é contornado pelos programadores, que escrevem primeiramente o
programa numa linguagem de alto nível (como BASIC ou C) ou em assembler. A seguir,
esse programa é compilado para converter o código do mesmo em linguagem de máquina,
que o micro controlador PIC poderá entender. Examinando-se a extensão do nome do
arquivo, pode-se saber que código foi usado:
● HEX = linguagem de máquina que pode ser carregado diretamente no PIC
● ASM = Assembler, precisam ser convertidos em HEX antes de serem usados
● C, H = arquivos escritos em C. Precisam ser compilados antes de serem
usados
● BAS = arquivos escritos em BASIC, precisam ser compilados
A ferramenta mais popular para converter uma linguagem em arquivos HEX está
disponível no site da MICROCHIP®. Chama-se MPASM e é fácil de ser usada.
Vai ser preciso também um programa para carregar os arquivos HEX no PIC. Um
programa muito popular para isso é o PIX.
Um pequeno projeto com PIC.
Para que se possa ver a simplicidade de um projeto com um PIC, é mostrado a
seguir um circuito que gera sinais audíveis para o código Morse O código Morse é um
sistema de comunicação muito usado por radioamadores, que consiste na transmissão de
pontos e traços, formando assim letras.
Por exemplo, a letra “a” consiste de um ponto e de um traço. Para a memorização
desse código, o ponto tem o som de “di” e o traço tem o som de “da”. Assim, a letra “a”
tem o som de di-da. A letra “p” é
. ___ ___ . = di-da-da-di
O circuito mostrado na figura 60 permite que o PIC gere sinais randômicos (avulsos)
de letras completas, para treinamento na recepção desses sinais.
Os pinos RB0 e RB1 estão configurados como saídas e ai tem conectado um LED e
um alto-falante do tipo piezelétrico (buzzer). Através da saída RB0, o PIC acende o LED e
através da saída RB1 ele produz sons no pequeno alto-falante.
A alimentação do PIC é de 5V e é facilmente conseguida com um regulador de
tensão do tipo 7805. Essa tensão sempre é aplicada no pino 14, nomeado “VDD”. A
conexão a terra é feita no pino 5, nomeado “Vss”.
Para que o PIC funcione corretamente, ele precisa de um sinal de clock (relógio), que
é conectado aos pinos OSC1 e OSC2. Existem três alternativas para se conseguir este
sinal de clock:
Figura 60 Circuito gerador de código Morse.

a. No desenho "A” da figura 60 é mostrado a maneira mais simples que consiste num
circuito temporizador RC. A desvantagem desse circuito é a falta de estabilidade para
aplicações mais críticas e profissionais. Por exemplo, se o PIC vai acender somente o
LED, para uma indicação visual, esse tipo de circuito é suficiente.
b. Uma alternativa, mais profissional e segura é usar um cristal oscilador de quartzo4
nos pinos OSC1 e OSC2, como ilustrado em (B) da figura 20.3. Esses cristais podem ser
do tipo usado em placas de microcomputadores e tem custo reduzido.
c. Uma terceira alternativa, mais econômica que o cristal oscilador de quartzo é usar
um ressonador cerâmico, que já é mostrado conectado ao PIC no circuito da figura 60.
Esses ressonadores são encontrado no comércio comum de componentes.
A montagem do circuito da figura 60 pode ser feita numa PCI (Placa de Circuito
Impresso) feita especialmente para o projeto ou mesmo numa “breadboard” que não
precisará de solda. A “breadboard” é mais aconselhada pois o circuito poderá sofrer
alterações. Depois de tudo funcionando, desenha-se o layout final da PCI.

Dicas
O uso de micro controladores, do tipo PIC, abre um grande campo de pesquisa e
aplicações, não só para o profissional como também para o montador amador.
Os PICs já são encontrados em circuitos eletrônicos de entretenimento, automotivos,
de automação e controle, de telecomunicações, de medicina, etc.
Já existem várias empresas3 no pais que dão treinamentos em micro controladores
PIC e comercializam kits de programadores, etc. Mais ainda, muitas deles já vendem kits
para implementação de projetos, o que permite realizar uma série de experiências.
O hardware de qualquer projeto torna-se bem mais simples com o uso de PICs e o
software praticamente implementa um infinito número de ações.
Nunca seria pretensão deste capítulo dar conhecimentos para a implementação de
projetos com PIC. A ideia foi mais de uma apresentação do PIC e também de mostrar a
“ponta do iceberg”.
O importante é começar, fazendo cursos, lendo livros pesquisando na Internet
(centenas de sites...) e principalmente, montando e programando circuitos com PIC.
Como curiosidade, e para que a dificuldade com hardware não seja um empecilho,
são mostradas nas duas figuras a seguir, figura 61 e figura 62, uma solução de
montagem “caseira” com PIC, tirada de um site na Internet.

Figura 61 Montagem "caseira" de um circuito com PIC (visto do lado dos componentes)
Figura 62 Montagem "caseira” do mesmo circuito com PIC (visto pelo lado do cobre da placa de circuito
impresso tipo breadboard)
As “Protoboards” e as placas de circuito impresso para protótipos.
Este assunto caberia bem nas descrições de tios de montagens mas caso você já resolva
“por as mãos na massa”, essas placas permitem pequenas montagens, sem necessidade
de soldar nada! As “Protoboards” são placas de plástico, com centenas de contato, onde
você pode fazer suas montagens encaixando os componentes eletrônicos e interligando-os
com pequenos pedaços de fios rígido, isolados. Veja fotos nas figura 63 e 64.

Figura 63 Montagem em Protoboards

Figura 64 Protoboard comercial da ICEL® - Copyright©ICEL.


29/11/13 – pem – Ver 0
MONTAGENS ELETRÔNICAS PARA QUEM NÃO É TÉCNICO
Volume 3 – Prática de montagem
Paulo Edson Mazzei
Edição revista e ampliada
Direitos autorais do texto original Copyright © 2009-2013 Paulo
Edson Mazzei
Todos os direitos reservados.
As marcas e nomes comerciais citadas nesse livro são de propriedade dos seus
respectivos donos e por eles registradas®. Fotos onde não existe o copyright do autor são
de propriedade das entidades mostrada na própria legenda.
Para algumas fotos não foi possível identificar o autor, mas ele tem todos direitos
sobre essas fotos. Se isso ocorrer, por favor, entre em contato conosco.
Nenhuma parte deste livro poderá ser utilizada, copiada ou reproduzida em qualquer
forma ou meio, sem a expressa autorização do autor, sob as penas da lei.
Contato: radioeletronico@gmail.com
Dedicatória
Com carinho, para minha família, Rita, Xexa, Paulinho e Rô da qual “roubei” horas
para fazer esse livro.
As minhas ajudantes “caninas”, que permaneciam ao meu lado durante as longas
horas de montagem dos aparelhos mostrados e descritos neste livro: Perola e Paloma (in
memoriam).
Aos amigos que nos apoiaram nesse trabalho, que teve algumas “paradas” por
desanimo.
Ao amigo Gilberto Affonso Penna (in memoriam), antigo Editor das revistas “Antenna”
e “Eletrônica Popular”, que sempre me incentivou a publicar artigos técnicos e que recebeu
meus primeiros originais para publicação.
Apresentação

Umas palavras...

Escrevi esse livro para encorajá-lo a se aventurar na montagem de pequenos


aparelhos eletrônicos, geralmente divulgados em revistas e livros técnicos da área.
Nos muitos anos de prática na área profissional e de ensino de eletrônica, sempre me
deparei com jovens e veteranos fascinados por eletrônica, mas sem coragem para ir em
frente e realmente realizar alguma montagem.
As revistas técnicas de eletrônica, livros da área e milhares de sites na Internet,
despejam um grande volume de informações sabre as mais variadas áreas da eletrônica,
indo de pequenas fontes de alimentação até equipamentos sofisticados como um
verdadeiro analisador de espectro feito em casa!
Entretanto, apenas uma pequena parte dessas informações passa para o montador
iniciante o que realmente deve ser feito, iniciando-se com uma pequena descrição do
circuito e indo até detalhes finais como a calibração e uso. No meio dessa “via crucis”, as
informações são mínimas, mas de vital importância para a iniciante. Como, por exemplo,
desenhar o Iayout de uma placa de circuito impresso, que é o terror e bloqueio de grande
número de montagens. Outros temas como leitura de diagrama esquemático, Iayout e
desenho de caixas para abrigar os pequenos projetos, uso de equipamentos de teste,
localização de falhas, quase nunca aparecem. E a localização e substituição de
componentes eletrônicos, quando não se acha a indicada? Terrorismo puro...
Note bem que eu não “inventei” nada. O que faço nesse livro é dar as dicas de como
tomar “montáveI” um projeto de montagem. Usei projetos meus feitos ao longo do tempo,
alguns projetos de amigos e outros de livros e revistas. Sempre dando os créditos ao autor
do projeto original.
Usei aqui um mínimo de teoria: só o necessário para explicar algum detalhe muito útil
de um componente ou circuito e principalmente, na hora de possíveis substituições.
Existem centenas de bons livros no mercado e na Internet, que poderão ajudá-lo a se
aprofundar na parte teórica da eletrônica.
A linguagem usada em todo texto procurou ser adequada ao principiante, fazendo
com que você se sinta mais á vontade para encarar a montagem de um aparelho
eletrônico. Que me perdoem os “amadores profissionais”...
Também não tive verba suficiente para contratar um revisor para o texto, mas como
creio que os leitores estão mais interessados na técnica do que no purismo do vernáculo.
Se isso o incomoda, mande um e-mail para mim com suas sugestões.
Espero, com esse livro, ajudá-lo exatamente nos pontos críticos mostrados acima.
Aqui você vai encontrar o diagrama esquemático bem desenhado, com identificação dos
terminais de semicondutores e outros, sugestões de layout para a confecção da placa de
circuito impresso, pontos críticos das montagens, sugestões para a confecção da caixa
que abrigará sua montagem, como testar as partes, como funciona etc.
Não se assuste com os problemas relatados acima, pois espero que nesse livro você
não os encontre!
Entretanto, chega de palavras e mãos a obra! Nunca deixe o ferro de soldar
esfriar...!!

Por que um E-book?


O trabalho original de MONTAGENS ELETRÔNICAS PARA QUEM NÃO É TÉCNICO
terminou no ano de 2009 e virou um livro com um grande numero de paginas, feito em uma
gráfica rápida. Esse tipo de livro ficou praticamente impossível de converter para E-
readers, e devido a sua grande extensão e quantidade de desenhos. Com a chegada dos
E-readers, tabletes, iPad, Kindle, etc., decidimos dividi-lo em volumes, para leitura nesses
E-readers, incluindo em cada um desses volumes os capítulos originais pertinentes ao
assunto.
Também aproveitamos essa divisão em volumes e fizemos uma revisão e atualização
dos conteúdos de cada capitulo, bem como melhor apresentação das figuras e desenhos
apresentados. O importante é que foi mantida a ideia original que era ensinar aos novatos
na arte de montar pequenos aparelhos eletrônicos, como fazer isso de uma forma que não
houvesse uso de teorias, cálculos, componentes eletrônicos difíceis, etc.
Fundamentalmente foi mantida a forma de “passo a passo”, com a apresentação
simplificada da teoria, diagramas esquemáticos, desenho dos layouts das placas de
circuito impresso (onde usadas), técnicas de montagem, lista de materiais, substituições
etc.
Os volumes que se seguem deverão conter os seguintes assuntos (Nota: pode ser
que devido à conversão para os E-readers, esses assuntos possam variar ligeiramente).
Veja quanta coisa boa vem ai!
NOTAS AOS INICIANTES:
1. Em todos os volumes de MONTAGENS ELETRONICAS, você vai encontrar
referencias a modelos mais antigos de componentes eletrônicos. Não, o livro
não está desatualizado. O fato é que o montador de pequenos circuitos
eletrônicos é bastante curioso e devido a isso poderá desmontar aparelhos
eletrônicos mais antigos para retirada das peças e construção de outros
aparelhos, como mostrado ao logo desse livro!
2. Muitos componentes novos são caros e às vezes encontrados somente em
lugares específicos. Para que você não desanime, desmonte rádios
valvulados e transistorizados, TV, etc., mais antigos, pois eles são uma
“mina” de componentes!!
OBSERVAÇÕES E CONDIÇÕES DE FORNECIMENTO DESSE LIVRO
Por favor, antes de você ler todos este livro, fazer suas montagens e adquiri suas
ferramentas, leia as “OBSERVAÇÕES E CONDIÇÕES DE FORNECIMENTO DESTE
LIVRO”, no final do mesmo.
Índice
Apresentação
OBSERVAÇÕES E CONDIÇÕES DE FORNECIMENTO DESSE LIVRO
Por favor, antes de você ler todos este livro, fazer suas montagens e adquiri suas
ferramentas, leia as “OBSERVAÇÕES E CONDIÇÕES DE FORNECIMENTO DESTE
LIVRO”, no final do mesmo.
Capitulo 1
INSTRUMENTOS DE MEDIDAS
Introdução
O que fazem os instrumentos de medidas
Medidores analógicos e digitais.
Geradores
Frequencímetro digitais.
Os osciloscópios.
Os medidores de LC (indutância e capacitância)
Cuidados ao adquirir e conservação
Capitulo 2
SOLDAGEM DE COMPONENTES
Introdução
Segurança
O soldador ou ferro de soldar
A solda
Acessórios para soldagem
Dicas para soldagem de componentes
A arte da soldagem
Soldando...
Indícios de soldas mal feitas
Boas e más soldas......
Dessoldando...
E se der problemas?
Capitulo 3
MONTAGENS ELETRÔNICAS - FERRAMENTAS
Introdução
Por que montar?
As ferramentas para montagem
Soldador (ou ferro de soldar), solda, sugador e acessórios.
Alicates
Chaves de fenda
Lente de aumento e pinças
Chave de relojoeiro, estiletes de corte e mini morsa
Outras ferramentas
Um mau montador sempre põe a culpa nas suas ferramentas....
O local de trabalho e a bancada.
A instalação elétrica da bancada.
Capitulo 4
MONTAGENS ELETRÔNICAS - TIPOS
Introdução
A montagem tipo “Aranha”
A montagem em barras de terminais isolados
A montagem em paca perfurada
A montagem em “strip board”
Receptor de radio montado em uma strip board. Veja projeto completo no link
A montagem em Protoboards®
Capitulo 5
MONTAGENS ELETRÔNICAS – A PCI
Introdução
Segurança em primeiro lugar!
INICIANDO... Pequenos conselhos para grandes projetos!
A placa de circuito impresso
A disposição dos componentes - Layout
O planejamento do fluxo de sinais
A disposição dos componentes na PCI
O uso do papel quadriculado.
Passando o layout para o lado do cobre da PCI.
Siga os passos.
Corroendo a PCI
Furando a PCI
Dicas:
Adesivos para o desenho de layout
Software para desenho de layout de PCI
Método alternativo para o layout da PCI, usando fita adesiva.
O método do “ferro de passar roupas”??
O método fotográfico
A PCI no estilo “MANHATTAN”
Conectando a PCI a outros componentes
Dicas
Capitulo 6
MONTAGENS ELETRÔNICAS – CAIXAS
Introdução
Segurança em primeiro lugar!
Fazer ou comprar a caixa??
Ferramentas
Que material usar?
Construindo a caixa
Seguindo o desenho de uma caixa.
Cortando a chapa...
Furando a chapa...
Furando...
Dobrando...
Acabamento da caixa.
Os painéis frontal e traseiro
Acessórios para a caixa
Dicas, dicas, dicas.
Capitulo 7
MONTAGENS ELETRÔNICAS – JUNTANDO TUDO E FAZENDO FUNCIONAR
Introdução
Montagem por blocos
E se nada funciona?
OBSERVAÇÕES E CONDIÇÕES DE FORNECIMENTO DESTE LIVRO
Nota: Um índice descritivo completo, dos nove volumes, em PDF, pode ser
solicitado diretamente para o autor. Veja no contato.
Capitulo 1
INSTRUMENTOS DE MEDIDAS
Introdução
Os instrumentos de medidas usados pelo montador amador podem ser construídos
ou adquiridos prontos. De todos eles, o mais importante é o multímetro.
O multímetro, quando usado corretamente, pode ser um dos mais importantes
instrumentos para a medida de componentes, testes, localização de defeitos, etc. Hoje em
dia, multímetros digitais que desempenham diversos tipos de medidas, já podem ser
encontrados no mercado, a preços razoáveis.
O que fazem os instrumentos de medidas
Os instrumentos de medidas são dispositivos que inseridos em uma parte de um
circuito elétrico ou eletrônico permitem a realização de medidas de tensão, corrente,
resistência, etc. Os mais comuns são os voltímetros, amperímetros e ohmímetros, que
como o nome já diz, medem essas grandezas elétricas.
Os símbolos usados para os instrumentos de medidas estão na figura 1, a seguir.
O importante saber como os medidores diversos são conectados aos circuitos pois
uma conexão errada pode danificar irremediavelmente um medidor!
Os medidores para CA não tem polaridade e podem se conectados sem se
preocupar com seus terminais. Já os medidores para CC tem polaridade “+” e “-“ e suas
conexões ao circuito devem ser feitas com cuidado. O Ohmímetro também não tem
polaridade, mas só podem ser usados em um circuito desenergizado (não ligado).
Em eletrônica usamos medidores para correntes mais baixas, como o
miliamperímetro e micro amperímetro e medidores para tensão normais (voltímetros) e em
medidas de altas tensões usamos o quilo voltímetro.
Figura 1 Símbolos gráficos de medidores

Estude a figura 2, onde vários tipos de medidores estão conectados em um circuito


elétrico de CC, constituído de uma bateria e resistores.

Figura 2 Conexões de medidores a um circuito.

Na figura 2, note:

a) O voltímetro no desenho (a) está lendo a queda de tensão no resistor R2. Observe
a polaridade do voltímetro, que está de acordo com a polaridade do circuito. Muito
importante: o voltímetro está conectado em paralelo com a tensão a ser medida!
b) No desenho (b) o amperímetro mede a corrente fornecida pela bateria e que
circula pelos dois resistores, R1 e R2. Muito importante: o amperímetro está
conectado em série com a corrente a ser medida!
c) A resistência deve ser medida com o circuito desligado (note Ch1 aberta em (c)!
O Ohmímetro está ligado em paralelo com o resistor R2. Essa medida deve ser feita com
o resistor desligado, ou seja, fora do circuito. No caso do exemplo, é um circuito em série
e não vai haver erros na medida. Nos circuitos em paralelo isso já não acontece.
Medidores analógicos e digitais.
Os voltímetros, amperímetros e ohmímetros podem apresentar as suas medidas de
duas maneiras: analógica e digital. Na medida analógica, a indicação é feita por um
ponteiro, sobre uma escala graduada, como mostrada no desenho (a) da figura 3. Os
medidores analógicos de boa qualidade costumam ser mais caros do que os medidores
digitais e são mais delicados no manuseio.
Em (b) da figura 2 é mostrado um multímetro analógico e em (c) um multímetro
digital.
O multímetro digital mostrado no desenho (c) da mesma figura apresenta as suas
medidas com dígitos num display de LED ou de cristal líquido. São mais robustos e de fácil
leitura para o montador amador. Modernamente os instrumentos digitais, principalmente os
multímetros, costumam ser mais baratos nos modelos simples portáteis.
Os multímetros já permitem a leitura de várias grandezas e seus submúltiplos, como
ampères, miliampères e microampères (CA e CC). Permitem ainda a leitura de tensão
(volts, CA e CC) e de resistência, em kilohms e megohms. Com um único display é
possível apresentar todas essas medidas. Alguns modelos digitais mais elaborados
permitem ainda a leitura de capacitâncias (microfarads), temperatura e frequência até
alguns Megahertz. Uma única chave, de múltiplas posições, permite a mudança de faixas e
da grandeza a ser medida. Um tipo comum de multímetro digital é mostrado em (c) da
figura 2.
Figura 3 Medidores e multímetros analógicos e digitais.

Geradores
Os geradores são equipamentos usados em calibração, testes e reparos de
equipamentos eletrônicos. Como o nome já diz, eles geram sinais que podem ser de baixa
frequência (áudio) ou de alta frequência (RF). Esses sinais podem assumir várias formas,
como senoidal, quadrada, triangular, etc.
Os geradores de sinais de áudio geralmente produzem sinais senoidais e quadrados,
na faixa de 10Hz a 100kHz. São usados em testes e reparos de equipamentos de som,
como pré-amplificadores, amplificadores de potência, caixas acústicas, etc.
Figura 4 Geradores de áudio e de RF.

A figura 4 mostra dois tipos de geradores: em (a) um de frequências digital, que


fornece varias formas de onda de saída. No modelo em (b) é mostrado um gerador de RF
analógico e a indicação da frequência de saída é via ponteiro.
Nos capítulos sobre PROJETOS, é descrita a construção de um Gerador de
Funções, usando apenas dois Circuitos Integrados. Esse equipamento é de muita utilidade
na bancada do profissional e do montador amador.
Os geradores de RF (Rádio Frequência) são usados para calibração e reparos em
equipamentos eletrônicos que trabalham com altas frequências como receptores de rádio,
TV, FM, transmissores, etc. Existem vários modelos, que podem gerar sinais de RF que
vão desde alguns quilohertz até centenas de Megahertz. São equipamentos de custo
relativamente alto e complexo.
Modelos simples podem ser construídos pelo montador amador que já tenha uma boa
experiência em circuitos de RF.
Até que ponto é preciso ter um gerador de áudio ou de RF? Depende do trabalho do
montador amador ou de sua inclinação para um dos ramos da eletrônica.
Se ele gosta de montar circuitos de áudio, como pré-amplificadores, amplificadores
de potência, equalizadores, etc., certamente o gerador de áudio irá ajudá-lo nos testes
necessários.
Se por outro lado às montagens forem de RF, como receptores e transmissores de
rádio, um gerador de RF até 150MHz vai ajudar bastante.
Os geradores de áudio e RF costumam ter incluído uma ponta de prova, algumas
mais elaboradas nos geradores de maior preço.
Frequencímetro digitais.
O frequencímetro digital é um instrumento de medida de suma importância para quem
trabalha com frequências baixas (áudio) e frequências altas (RF). É um valioso auxiliar na
calibração, testes e reparos dos mais variados equipamento eletrônicos, principalmente
nos equipamentos de rádio recepção e transmissão.
Com um frequencímetro digital é possível medir sinais senoidais, quadrado ou
triangulares, desde a faixa de áudio frequência (20Hz a 20kHz) até a faixa de RF (GHz...).
Como os multímetros digitais, já é possível encontrar frequencímetro digitais que
medem até 500 MHz, a preços acessíveis. Também ai vale pesar a decisão: montar ou
comprar? Com o uso de micro controladores tipo PIC (Ver Capítulo 20) já é possível fazer
um frequencímetro básico de até aproximadamente 30 MHz. Com uso de um “pre-scaler” é
possível chegar a frequências bem mais altas, da ordem de GHz. Ver figura 5.
Se o montador amador tem inclinação para a montagem de receptores e
transmissores de rádio, um frequencímetro que vá até a faixa de VHF ou UHF será o
indicado. Quanto maior o alcance da medida, maior o custo do frequencímetro.
O frequencímetro também pode medir períodos, tempos etc. nos modelos de
bancada, mais elaborados, como o mostrado em (B) da figura 5. Os modelos portáteis
são alimentados à bateria ou pilhas, para trabalho em campo. Ver figura 5, (A).
Em (a) da figura 5 é mostrado um frequencímetro de bancada, profissional, Que
pode medir frequências até 2,5 GHz. O display é de cristal, O frequencímetro ilustrado em
(b) já é um modelo portátil, para uso em campo ou mesmo em bancada, alimentado por
pilhas ou baterias.
Os frequencímetro de bancada costumam vir acompanhados de uma ponta de prova
para RF.
Figura 5 Frequencímetro digitais.

Os osciloscópios.
O osciloscópio permite visualizar a forma de onda de um sinal. É um instrumento
muito útil na bancada de um profissional, mas seu alto custo impede a maioria dos
amadores de adquiri-lo. Modelos modernos incorporam ainda frequencímetro e mesmo
multímetros digitais junto com os circuitos do próprio osciloscópio.
Existem modelos de dois canais, que permitem visualizar dois sinais ao mesmo
tempo. Além da visualização, o osciloscópio pode medir frequências, períodos, tensões,
correntes, etc.
A grande maioria dos osciloscópios usa um TRC – Tubo de Raios Catódicos para
mostrar a forma do sinal. Entretanto, modernamente existem osciloscópios compactos,
para uso em campo, que usam um display de cristal líquido para visualizar os sinais.
A figura 6 mostra em (A) um osciloscópio com TRC da Heathkit Educational® e em
(B) um osciloscópio da FLUKE®, com display de Cristal Líquido.
Obrigatoriamente o osciloscópio vem acompanhado de um conjunto de pontas de
provas, com atenuadores, etc., variando conforme fabricante e modelo.
Figura 6 Tipos de osciloscópios.

Para a grande maioria dos montadores amadores, um osciloscópio não é necessário.


Entretanto, se você precisar de um, procure laboratórios de escolas técnicas ou
universidades que costuma ter e deixam usar. Se você tiver um amigo com uma bancada
mais equipada, com um osciloscópio, melhor ainda.
Como alternativa, você tem os osciloscópios que usam o microcomputador e a placa
de som dos mesmos. Através de um software especial (freeware), baixado na Internet.
Os medidores de LC (indutância e capacitância)
Os medidores de L C permitem a leitura de valores de indutores (L) e capacitores
(C). Dependendo do modelo, as escala de leituras digitais, podem ir de alguns picofarads
até milifards (nos capacímetros) e de alguns microhenry até henrys (nos indutometros).
São instrumentos úteis na bancada do montador amador, pois permite achar o valor
de capacitores e indutores, que tenham seus valores impressos já apagados. Muitas vezes
o montador amador retira componentes de sucatas e os valores de resistores,
capacitores, indutores, etc. não estão identificados.
Para o caso dos resistores e potenciômetros, um simples multímetro resolve o
problema. Mas, para o caso de capacitores e indutores, é necessário o medidor de LC.
Estes medidores podem ser construídos facilmente e usados em conjunto com um
multímetro digital já existente, como mostram os projetos dados no em capítulos
posteriores deste livro.
Num outro capítulo, você vai encontrar detalhes para a construção de um “LC Meter”,
usando um micro controlador PIC. É um instrumento de excelente precisão,
tremendamente útil na bancada do amador.
Cuidados ao adquirir e conservação
► Qual marca devo adquirir?
Compre o melhor que sua verba permitir. Multímetros digitais de “origem geográfica
desconhecida” são encontrados em qualquer camelô na esquina. Muitos até de
funcionamento razoável e que podem prestar anos de bons serviços. Outros instrumentos
de medidas também podem vir do mesmo lugar “desconhecido”.
Já existem instrumentos de medidas de excelente qualidade, feitos no pais. Vários
fabricantes produzem multímetros, frequencímetros, pontes, fontes de alimentação,
geradores, etc. No mercado especializado podem ser adquiridos bons instrumentos
nacionais que atendem perfeitamente o amador e o profissional. Outros fabricantes,
espalhados pelo país, também fabricam instrumentos digitais.
Se você for investir num bom multímetro, por exemplo, além da marca e preço, você
deve observar se o equipamento tem circuitos de proteção, pontas de prova, manual de
instruções e garantia. Verifique se tem serviço técnico autorizado no país, em caso de
precisar de manutenção.

► Bancada ou portátil?
O instrumento de bancada é aquele destinado a ser usado na sua oficina, em casa.
Sua alimentação é de 127 ou 220 VCA. Costuma ser maior, mais pesado e mais preciso
do que os instrumentos portáteis.
Se você vai usar seus instrumentos em outros lugares além da sua bancada, eles
devem ser portáteis. O multímetro e alguns outros tipos de frequencímetro, já são
portáteis.
O instrumento portátil é pequeno e leve, alimentado por pilhas ou baterias,
recarregáveis ou não. Geralmente tem uma bolsa de proteção do aparelho, que
acomodam os cabos, etc.
► Acessórios
Vários instrumentos de medidas têm acessórios, quase sempre vendidos
separadamente, que permitem aumentar a capacidade de medida do mesmo.
Entretanto, com um pouco de habilidade do montador, vários acessórios podem ser
construídos e são descritos em artigos de livros e revistas especializadas. Em capítulos
posteriores, você vai achar dois pequenos projetos que podem tornar seu multímetro digital
num Capacimetro e num indutometro.
► Conservação
Cuide muito bem dos seus instrumentos de medidas. Geralmente no Manual de
Instruções o fabricante fornece dados de como fazer a conservação do instrumento.
Não submeta os instrumentos a calor excessivo, pancadas, choque e vibrações.
Verifique sempre a tensão de alimentação dos mesmos.
Quando não estiver em uso por tempo prolongado, retire as pilhas e baterias dos
instrumentos portáteis.
► Manual de Instruções
Pobre do Manual de Instruções, esse esquecido...!
A tentação é logo após comprar, enfiar o plug do cabo de rede na primeira tomada
que achar para ver funcionar. Depois, vem a decepção...
O Manual de instruções é acessório importante de qualquer aparelho eletrônico,
principalmente dos instrumentos de medidas.
Leia o Manual de Instruções antes de operar qualquer aparelho eletrônico!
► Segurança
Alguns instrumentos de medidas são usados para medições em aparelhos eletrônicos
em funcionamento! Daí, todo cuidado e atenção é pouco, pois você pode ter tensões CA
de até 220V presentes nesses aparelhos.
Nesse Capítulo são dadas dicas de segurança para o multímetro digital, mas que são
válidas para alguns instrumentos de medidas. Daí a necessidade fundamental da leitura do
Manual de Instruções, pois o fabricante do equipamento sempre alerta para os pontos de
importância, segurança, etc.
30/11/13 – pem – Ver 0
Capitulo 2
SOLDAGEM DE COMPONENTES
Introdução
Em um circuito eletrônico normal, os componentes eletrônicos são soldados a uma
base, que permite que esses componentes sejam interligados, para desempenharem a
função do circuito Essa base, costuma ser uma PCI, ou placa de circuito impresso.
Soldar é como uma arte mas você vai ver que seguindo algumas regras básicas e
com um pouco de prática, é possível fazer excelentes soldas de componentes na PCI ou
em terminais especiais para isso.
Segurança
Antes de “meter mnos a obra” é necessário que você conheça algumas regras de
segurança para soldagem e o uso do soldador (ou ferro de soldar) e solda usados em
eletrônica. Ninguém vai querer que você se queime e logo ache que soldar é muito difícil.
Veja a seguir.
SEGURANÇA

1. Nunca toque a ponta do soldador ou o corpo metálico


que aloja a resistência: essas partes podem atingir temperatura
em torno de 400EC e podem causar queimaduras doloridas.
2. Nunca solde componentes eletrônicos que estão
energizados (ligados) principalmente se existem tensões da
rede de energia elétrica de 127 ou 220V: sempre desligue o
equipamento em que você vai trabalhar.
3. Quando o soldador não estiver sendo usado, coloque-o
na sua base: não deixe um soldador ligado em qualquer lugar, em
cima de uma mesa ou não
4. Trabalhe sempre numa área bem ventilada: a fumaça
que se desprende durante o processo de soldagem é proveniente
do fluxo da solda e pode ser muito irritante. Não respire essa
fumaça.
5. Lave suas mãos após a soldagem: a solda contém
chumbo que é um metal venenoso.
6. Se você se queimar, lave bem o local e procure o kit de
Primeiros Socorros ou ajuda médica, se necessária.
; Assustado?? Não tem motivo, se você seguir as regras acima e
ler com atenção esse capítulo! Aqueça o soldador...!
O soldador ou ferro de soldar
O soldador, também conhecido por “ferro de solda” ou “ferro de soldar” é composto
das partes ilustradas na figura 7 . Em (a) dessa figura é mostrado um soldador normal e
em (b) um miniatura ou tipo “lapiseira”.

Figura 7 O soldador e suas partes.

a) Características e modelos
Soldadores podem ser encontrados numa grande variedade de tipos, formatos e
potências. Para o trabalho normal do montador amador, um soldador do tipo normal, de 15
a 30 W é o ideal. Se possível, pode-se adquirir um soldador pequeno, tipo lapiseira, para
trabalhos em CI - Circuitos Integrados e outros semelhantes. A tensno de trabalho deve ser
a da rede elétrica disponível: 127 ou 220V.
Modelos comerciais sno mostrados na figura 8. Como para qualquer outra
ferramenta usada em eletrônica, o ferro de soldar deve ser de boa qualidade. Devem-se
evitar soldadores de “origem geográfica desconhecida”, como os encontrados em feiras e
camelôs. É importante investir um pouco maios nesse item e ter uma ferramenta de longa
vida e com peças de reposição que podem ser encontradas no mercado.
O desenho (a) mostra um ferro de soldar simples enquanto que uma estação de
solda é mostrada em (c), com regulagem de temperatura, esponja mineral para limpeza da
ponta do soldador, etc. O formato das pontas disponíveis para os ferros da Weller® são
mostrada em (c) da figura.
Figura 8 Ferro de soldar comercial da marca WELLER®

b) Suportes
Como colocado no item “SEGURANÇA”, você nno deve deixar o soldador solto em
cima da mesa ou em qualquer outro lugar onde possam acontecer acidentes. Para isso
existe uma série de suportes, alguns já com uma esponja, que pode ser umedecida, para a
limpeza da ponta.
Esses suportes sno mostrados na figura 9. Em último caso, você pode fazer um
suporte caseiro, de duas maneiras: 1) um tubo de fibrocimento, colocado sob a mesa, num
lugar de fácil acesso (veja desenho (c) da figura) ou; 2) um suporte de chapa de metal
comum, dobrada como mostrado no desenho (d) da figura 9 .
Figura 9 Suportes para ferro de solda.

Quando um soldador é usado pela primeira vez, é necessário “estanhar” a ponta do


mesmo. Esse processo de estanhar é necessário para proteger a ponta do soldador de
oxidação causada pelo calor da mesma. Primeiramente se limpa toda a superfície da
ponta, retirando-se sujeira, graxa e alguma oxidação que tiver. Tudo isso é feito com o
soldador, frio, sem ligá-lo. Use uma escova de fios de aço para a limpeza. Se a ponta
estiver corroída, com buracos use uma lima para acertá-la.
A seguir liga-se o soldador na rede de energia elétrica e a sua ponta é coberta com
solda. Excessos de solda devem ser removidos com uma esponja mineral umedecida.
A ponta (ou ponteira) do soldador é feita de cobre ou de uma liga especial para evitar
a corrosão. Esse tipo de ponta tem durabilidade maior, mas a um custo também maior. O
cobre deteriora-se rapidamente com o uso, devido à oxidação. Ponteiras podem se feita
de fio de cobre duro, de diâmetro apropriado. Uma lima deve ser usada na ponta, para dar
o formato desejado.
A solda
A solda usada em eletrônica é uma liga composta de chumbo e estanho, que une os
terminais dos diversos componentes eletrônicos a uma base, como por exemplo, uma PCI
- Placa de Circuito Impresso ou a um terminal qualquer.
A liga mais comum é chamada de “40/60" que significa que a composição da solda
tem 40% de estanho e 60% de chumbo. Essa liga funde a temperatura de
aproximadamente 230EC.
A solda é apresentada em forma de um fio, que pode apresentar diversos diâmetros
conforme sua aplicação. Esse fio ainda tem um ou mais núcleos internos, que contem o
fluxo. O fluxo é uma espécie de aditivo, que ajuda a limpar as partes a serem soldadas. A
figura 10 mostra a solda usada em eletrônica.

Figura 10 Solda em forma de carretel e tubo (dispenser).

A solda ou “fio de solda” pode ser encontrada em rolos (0,5 kg), carretel e em tubo,
num dispenser, como visto na figura 10, (b). O tubo mostrado em (c) é também solda só
que sem chumbo (leadfree). Se achar, use sempre essa.
Acessórios para soldagem
Além dos soldadores e da solda, é conveniente você ter alguns acessórios para o
processo de soldagem, para ajudá-lo na própria soldagem e na limpeza de resíduos de
soldas, componentes, etc.
Um desses acessórios que tem grande utilidade é o suporte para placas de circuito
impresso, que permite colocá-la em várias posições para a soldagem. A figura 11 mostra
esse suporte, no desenho (a).
A figura 11 mostra em (c) um alicate dissipador de calor, para proteger componentes
eletrônicos sensíveis ao calor. Em (b) é mostrado um jogo de acessórios para limpeza de
soldas e em (d) um acessório para limpar os terminais de componentes eletrônicos, antes
de soldá-los no circuito. furação, corte, etc.
Muitos desses acessórios de soldagem podem ser construídos pelo amador, com
algumas ferramentas e um pouco de habilidade. Arames de aço e lâminas de serra
usadas, depois de esmerilhadas no formato, podem ser montadas em pequenos cabos
plásticos fazem pequenas ferramentas como as ilustradas na figura 11.
Figura 11 Acessórios para auxiliar a soldagem.

Dicas para soldagem de componentes


Você deverá tomar cuidado aos soldar alguns componentes eletrônicos. Alguns
podem ser facilmente destruídos pelo excesso de calor, outros precisam de
posicionamento adequado para soldagem, etc. Veja a figura 12.
Figura 12 Dicas e cuidados para soldagem dos componentes eletrônicos mais comuns.

A arte da soldagem
Apesar de termos passado a você várias recomendações e dicas de como soldar,
soldadores, solda, etc., o processo de soldagem em si nno é difícil.
Quatro itens devem ser observados antes de se começar a soldar e sno as “Regras
de Ouro” da Arte da Soldagem:
1) Limpe muito bem o terminal dos componentes, principalmente se você notar
qualquer sinal de oxidação nos mesmo. Use para isso uma lã de aço do tipo “Bom Bril®”,
seca e com movimentos cuidadosos. Uma lixa de metal, com granulação bem fina, também
pode ser usada. A sujeira e oxidação nos terminais impede a aderência da solda. Placas
de circuito impresso podem ser limpas com uma borracha dura. Se nno funcionar, lave com
uma esponja do tipo “Scotch Brite®”, até que apareça o cobre, brilhando, dos filetes da
PCI. Depois de componentes e PCI limpas, evite tocá-los com os dedos.
2) Ferro de solda na temperatura correta, com a ponta estanhada e limpa de
resíduos. Use a esponja! Se a ponta estiver gasta ou corroída por longos períodos de uso,
pare. Refaça a ponta original com uma lima, a frio. Depois ligue o soldador e estanhe a
ponta. Pontas especiais, de alta durabilidade, nno devem ser limadas. Use a esponja
umedecida para isso. Observe as normas de segurança!!
3) O tempo de soldagem é importante: o conjunto terminal do componente mais a
base (outro fio ou PCI) devem alcançar a temperatura correta para fundir a solda. Um
pouco de prática será suficiente para você descobrir esse tempo. Pratique antes, se você
é novato na soldagem! Temperatura em excesso pode danificar o componente que você
está soldando e temperatura insuficiente pode causar a famosa “solda fria” que é o terror
de quem quer saber “porque será que minha montagem nno funcionou?”!!
4) A quantidade de solda ou “cobertura da solda” deve ser a suficiente para unir o
componente com a base. Solda em excesso pode causar curto circuito (unino) ente os
terminais de componentes, principalmente CI. Solda em falta pode nno unir corretamente o
componente e base, deixando falhas.
Soldando...
Agora vamos discutir como o processo de soldagem ou a “solda” em si pode ser
feito. Normalmente em publicações especializadas você vai achar uma série de
recomendações e dicas de como fazer uma boa solda. Vamos tentar passar a você a “Arte
da Soldagem”!
Segure o soldador como se fosse uma caneta, com uma das mnos. Na outra mno
você deve segurar a solda, num tubo (dispenser) ou um pedaço retirado de uma rolo.
a) Em PCI - Placas de Circuito Impresso
Coloque a PCI sobre uma superfície lisa, coberta com um pano, para que ela nno
deslize. Se possível e a verba for suficiente, use o suporte para placas, mostrado em (a)
da figura 11 (a) ou semelhante. .
Os componentes devem ser encaixados, observando-se a polaridade. Em
componentes com muitos pinos como CI deve ser observado o alinhamento dos pinos.
Todos foram encaixados nos furos? Nenhum dobrou e ficou fora?
Componentes como diodos e capacitores e outros, com terminais longos, devem ser
encaixados e seus terminais devem ser dobrados em um certo ângulo para mantê-los no
lugar. Estude a figura 13. Os desenhos foram adaptados do site MADLABORG®. Esse
site é para iniciantes e você vai achar muita coisa boa lá.
Figura 13 Soldando os componentes numa PCI (Placa de Circuito Impresso).

Em (a) da figura 13 o componente (resistor) foi encaixado na PCI. Em (b) os


terminais foram dobrados, para manter o componente no lugar. Em (c) o soldador foi
encostado na “ilha” (veja capítulo sobre PCI) da PCI e no terminal do componente,
trocando calor com os mesmos. Depois do tempo correto de aquecimento, a solda foi
encostada em todo conjunto. Finalmente, depois que a solda esfriou, os terminais foram
cortados com um alicate de corte (mais detalhes no capitulo específico sobre
ferramentas).
Nno toque na PCI ou componente, enquanto a solda nno esfriar, o que toma poucos
segundos. Inspecione o seu serviço e veja se ele está bom.
Componentes como semicondutores (transistores, diodos e CI) devem ser soldados
por último para evitar que o calor da soldagem dos outros componentes se espalhe por
eles.
Os outros componentes como resistores, capacitores, bobinas, etc. podem ser
soldados de início a nno ser que algum desses componentes tenha tamanho e peso
excessivo, o que poderia atrapalhar o manuseio da placa durante a soldagem.
Indícios de soldas mal feitas
A figura 14 ilustra problemas que podem ocorrer durante a soldagem de
componentes a placa de circuito impresso (PCI).
Figura 14 Indícios de soldas mal feitas (soldas frias)

Observe a figura 14 (adaptados do site “MADLAB.ORG”©):


(a) A solda aderiu a folha cobrada da PCI mas não aderiu aos terminais do
componente.
(b) A solda aderiu ao terminal do componente mas não aderiu a folha cobreada da
PCI.
(c) A solda aderiu ao terminal do componente e a folha cobreada da PCI mas ficou
“cascuda”, sem brilho Faltou a temperatura suficiente a ser aplicada.
(d) Segurança: use óculos pois a solda ou a resina podem respingar em seus olhos!
(e) Limpeza: periodicamente limpe a ponta do soldador na esponja mineral
umedecida.
(f) Cuidados: no inicio você deve ter algumas queimaduras no dedão, mas isso faz
parte do aprendizado!!!

b) em terminais de componentes.
Os terminais para solda estão em componentes como potenciômetros, chaves, etc.
Ver a figura 15 para alguns exemplos de soldas em terminais de componentes.
Figura 15 Soldas em terminais de PCI e potenciômetros.

Boas e más soldas......


As figuras seguintes mostram exemplos de soldas com bom acabamento e soldas
com mau acabamento, em vários tipos de terminais e componentes.
Soldas bem feitas têm acabamento brilhante e tem a aparência de uma lágrima que
“escorreu certinho”. Soldas mal feitas ou frias, tem acabamento opaco e sno irregulares no
formato.
A figura 16 mostra vários problemas que podem ocorrer na soldagem, com
componentes soldados em PCI. Para efeito de simplicidade, o resistor mostrado, está
desenhado apenas pela metade.
Figura 16 Exemplos de soldas bem feitas e mal feitas.

Com terminais de soldagem, como os usados em potenciômetros, chaves, etc.,


também podem ocorrer problemas como os ilustrados na figura 17.

Figura 17 Soldas em terminais.


Dessoldando...
Algumas vezes vamos precisar retirar componentes eletrônicos já soldados numa
placa de circuito impresso ou mesmo fios soldados em terminais. Para isso temos também
uma técnica e dois auxiliares: o sugador de solda e malha de cobre. Os dois são
mostrados na figura 18.
Em (a) da figura 18 é mostrado uma malha para desoldar e um sugador de solda é
mostrado em (b).
A técnica de aplicação da malha é mostrada em (c): coloca-se a malha de dessoldar
sobre a solda já efetuada e coloca-se o soldador diretamente sobre a malha, no ponto
onde ela encostou na solda. Com o calor aplicado, a solda já efetuada escorre para a
malha. A malha pode ser retirada, junto com a ponta do soldador. Tudo isso deve ser feito
em um tempo muito curto para nno danificar a PCI e o componente
Figura 18 Técnicas e acessórios para dessoldar componentes da PCI.

O uso do sugador é mostrado em (d) da figura 18: arma-se o sugador (mola) e


coloca-se a ponto do soldador na solda a ser retirada. Quando essa solda se derreter,
aciona-se o gatilho do sugador e a solda é puxada para dentro do mesmo. Se ainda ficar
algum resto de solda na junção, repita a operação. Tudo isso, rapidamente!.
Com o uso, o êmbolo (parte interna do cilindro do sugador) do sugador começa a
ficar cheio de solda, retirada das junções desfeitas. Abra-o periodicamente, para limpeza,
de acordo com as instruções do fabricante.
E se der problemas?
Problemas com soldas mal executadas sno comuns na montagem do amador,
principalmente se ele está iniciando na Arte da Solda. A chamada “solda fria” é o terror do
montador novato!
Se depois de executada sua montagem o equipamento nno funcionar, execute a
seguinte verificação, em todas as soldas:
a) Veja se todas as soldas efetuadas estão limpas e brilhantes, sem escorrimento.
b) Verifique se nno existem curtos-circuitos entre as pistas (trilhas) de uma PCI. Nas
ilhas de componentes como CI é comum acontecerem “pontes” de solda entre as mesmas.
c) Coloque a placa contra uma luz (se for de fibra de vidro) e verifique por curtos,
filetes de solda em lugares impróprios, etc. Se a luz passar por algum furo onde você
soldou o terminal de algum componente, refaça solda.
01/12/13 – pem-Ver 0
Capitulo 3
MONTAGENS ELETRÔNICAS - FERRAMENTAS
Introdução
Uma das atividades mais “bacanas” e gratificantes para o montador amador é fazer a
montagem dos seus próprios equipamentos. O montador amador pode ser simplesmente
um hobista em geral, que quer montar qualquer tipo de aparelho eletrônico devido à
fascinação que sente pela eletrônica em si.
Ou pode ser um audiófilo que quer montar seus próprios aparelhos de som. Pode ser
ainda um radioamador, que quer montar sua estação de rádio e acessórios. Quer
incrementar seu carrão? Monte alguns acessórios automotivos! Os motivos são muitos e
as possibilidades variadas.
No Brasil, a indústria de kits é extremamente pequena e o montador amador tem que
“correr atrás de tudo” se ele quiser fazer alguma coisa. Existe também a possibilidade de
se adquirir kits no exterior, o que não é difícil em lojas dos USA e alguns países da Europa.
Verifique com os Correios como são as normas para essas aquisições.
Esse capítulo dá as dicas para você, montador amador, de como fazer isso...
Por que montar?
Basicamente são quatro os fatores que nos levam a montar algum equipamento
eletrônico:
a) O fator conhecimento: você irá aprender muita coisa montando um equipamento
eletrônico. Ainda mais, se você fez o equipamento, com certeza você vai ter condições de
consertá-lo, se ele quebrar ou vai poder modificá-lo para atender as suas necessidades
particulares.
b) O fato criatividade: você vai enfrentar desafios e por a trabalhar a sua
criatividade, na confecção de uma placa de circuito impresso, uma caixa para seu
equipamento, o desenho de um painel, a disposição dos diversos componentes dentro da
caixa, etc. Depois disso, você poderá dizer, orgulhoso: “foi feito por mim...”."
c) O fator econômico: Construir é sempre mais barato do que comprar pronto...
d) O fator da disponibilidade: nem sempre o que você pode e quer comprar está
disponível no mercado. Aí, a única solução, é montar.
Mas, depois de tudo isso, que é muito bacana, será que vale a pena fazer? Vou
achar todos componentes no Brasil? Que ferramentas eu vou precisar? Será que vai
funcionar? E se não funcionar, o que fazer?
Vamos mostrar a você, nesse capítulo, as respostas para as perguntas acima.
Embarque conosco nessa viagem!
As ferramentas para montagem
Você já deve ter algumas ferramentas comuns em casa. Muitas delas podem ser
aproveitadas para suas montagens. Entretanto, se você vai adquirir uma ou um conjunto
delas, as regras de ouro são:
a) Compre sempre ferramentas de marca conhecida e
b) Compre a melhor que você puder! Nada de ferramentas de “origem geográfica
desconhecida”, que são abundantes por ai, nas lojas, feiras, camelôs, etc. Sabe que
aquele “jogo de ferramentas de 1001 utilidades” que você viu na feira, “baratinho,
baratinho”, pode se tornar um pesadelo amanhã?
Procure comprar o melhor possível, dentro de seu orçamento. Vá a lojas (e não
barracas) especializadas em ferramentas e converse com o balconista. Nada de deixar que
ele empurre “aquele alicatinho alemão” muito barato! Procedendo assim, você vai ter pouca
mas boas ferramentas. Não exagere na compra mesmo que sua verba seja “gorda”. Com
o tempo você vai comprando mais e mais para completar sua “oficina”!
Soldador (ou ferro de soldar), solda, sugador e acessórios.
Já foram bastante discutidos no capítulo apropriado. Procure no índice e reveja se
necessário. A boa soldagem dos componentes é um dos fatores que mais colabora para o
bom funcionamento final do equipamento que você montou. Veja Capitulo 2 e figura 19.
Você deve ter um soldador pequeno de 15 a 30W e, se possível, um maior de 50W,
para soldagens mais pesadas. Uma solda de boa qualidade, do tipo 60/40 (se possível,
sem chumbo – “leadfree” e um sugador de solda. Se puder adquirir, os acessórios sempre
ajudam. Lembre-se que você mesmo pode construir alguns dos acessórios, como a
esponja mineral de limpeza, um suporte para PCI (placas de circuito impresso),
ferramentas de limpeza (iguais as dos dentistas: use fios de aço rígidos e pequenos cabos
plásticos, etc.)
Figura 19 Soldador e acessórios.

Alicates
Basicamente você vai precisar de três tipos de alicates: um alicate de ponta fina, bico
reto um alicate de corte diagonal e um alicate universal (ou de eletricista) e um alicate para
decapar fios ajuda bastante. O tamanho dessas ferramentas é dado em polegadas (“) e
pode ser de cerca de 4” ou 6” . Veja os desenhos desses alicates na figura 20.
Os alicates de (a) a (f) forma um jogo de 6 peças de “mini Alicates”, de 4 polegadas,
fabricados pela Stanley® e encontrados no brasil.
(a) Alicate de bico fino, meia cana, curvo.
(b) Alicate de corte diagonal.
(c) Alicate tipo “turquesa”
(d) Alicate de bico fino, meia cana, reto.
(e) Alicate de bico fino, chato, reto.
(f) Alicate tipo “bomba d´agua”, ajustável.
(g) Alicate decapador de fios, ajuste manual.
(h) Alicate decapador de fios, automático.
Figura 20 Alicates para montagem em eletrônica.

Chaves de fenda
Para essas ferramentas, você também deve adquirir chaves de fenda de boa
qualidade. Os modelos normalmente usados em eletrônica são os tipo de lâmina reta e tipo
“Phillips” (a) As chaves de fenda têm seus tamanhos definidos em polegadas, em função
do comprimento da lâmina. Use chaves de fenda de 6 a 8", com cabo plástico, que
possuam boa empunhadura. Em outras palavras, que “encaixam bem na mão”. Se a sua
verba for maior, adquira chaves de fenda que tenham as pontas de metal duro.
A figura 21 ilustra algumas das chaves de fenda usadas em eletrônica. Essas chaves
podem ser adquiridas em jogos (a) e (b), que contenham chaves para fenda comum e
Phillips, de vários tamanhos, mas que sejam de boa qualidade. Novamente, evite aqueles
jogos com “1001 chaves”, de origem geográfica desconhecida.
(a) As chaves de fenda em (a) formam um jogo de 8 peças de “chaves de vários
comprimentos, fabricados pela Stanley® e encontrados no brasil.
(b) As chaves miniaturas são mostradas no jogo da figura (b).
(c) As chaves de fenda mostradas em (c) são comuns, para uso geral.
(d) Uma chave de catraca, com pontas substituíveis é muito útil. Veja em (d).
Figura 21 Chaves de fenda para eletrônica.

Lente de aumento e pinças


Com o tamanho dos componentes eletrônicos ficando cada vez menor, você também
vai precisar de uma boa lente de aumento. Pode ser um modelo comum, do tipo usado por
filatelistas e pode ser encontrado em lojas de material ótico ou de ferramentas. Ao
escolher uma, leve junto com você um componente eletrônico pequeno, como um transistor,
onde tenha impresso no mesmo o modelo ou outra coisa qualquer. A lente de aumento
deve permitir esse tipo de leitura para a sua visão. Ver o desenho (b) na figura 22.
As pinças comuns, longas e de pontas retas, tem grande utilidade para o montador
amador, pois permitem encaixar, desencaixar, mover, etc., pequenos componentes
eletrônicos, fios, terminais, ferragens (porcas, parafusos), etc. Na figura 22 pode ser vista
em (a) uma pinça de ponta curva e alguns outros modelos úteis no desenho (a).
Figura 22 Outras ferramentas uteis em eletrônica.

Chave de relojoeiro, estiletes de corte e mini morsa


As chaves de relojeiro são uteis algumas vezes para pequenos parafusos. Ver em (c).
Já os estiletes de corte (ou faca para hobby), com lamina substituível, são muito uteis e é
mostrado em (d). Esse tipo de estilete você encontra em vários tamanhos, formatos,
cores, etc. Ao adquirir certifique-se de que vai ser possível encontrar lâminas de reposição
(lembre-se: origem geográfica desconhecida...) e certifique-se também de que o estilete
tenha uma trava de segurança para a lâmina.
Uma mini morsa, presa a mesa, pode se útil para diversas atividades do montador.
Uma morsa, do tipo miniatura, que pode ser presa à beirada de uma mesa, sempre é de
grande utilidade para cortar eixos de potenciômetros, pequenos parafusos e serviços
similares. Além disso, permite prender peças pequenas que precisem ser limadas, furadas
ou soldadas. Veja uma morsa dessas na figura 22, (E).
Outras ferramentas
Existe uma infinidade de ferramentas que “tentam” o amador ao visitar uma loja ou
hipermercado. Entretanto, com as descritas acima você já pode trabalhar corretamente.
Na figura 23 mostramos mais algumas ferramentas úteis, que poderão ser adquiridas aos
poucos.
Em (a) temos uma serra para metal, do tipo pequeno e em (b) um arco de serra para
metal. Com a lâmina de serra. Um jogo de chave tipo “Allen” é mostrado em (c) e uma
régua ou escala metálica esta em (d).
Uma máquina de furar elétrica (CA ou a bateria) (f) é uma ferramenta muito útil para
o montador amador. Pode ser um tipo pequeno e leve, com um mandril que suporte brocas
de até 1/4" de diâmetro, para furo em metais.
Deve-se adquirir um bom jogo de brocas com medidas em milímetros, de 1; 1,5; 2;
2,5; mm ate 6 mm e em polegadas, como diâmetros de 1/8", 5/32”, 3/16" e 1/4" (e).
Figura 23 Outras ferramentas para montagens.

Um mau montador sempre põe a culpa nas suas ferramentas....


Não deixe que isso aconteça com você: siga as regras abaixo:
a) Compre o melhor que você puder, dentro do seu orçamento. Poucas ferramentas,
mas de boa qualidade.
b) Compre suas ferramentas em lojas conhecidas.
c) Peça conselhos a um montador mais experiente, se necessário.
d) Vá adquirindo suas ferramentas aos poucos!
e) Mantenha suas ferramentas conservadas e organizadas numa caixa, gaveta ou
painel na parede.
f) Nunca empreste suas ferramentas... Ou, faça como eu: tenha um jogo só para seu
uso e um, de “origem geográfica desconhecida”, para empréstimos!
O local de trabalho e a bancada.
Esse assunto, que vamos analisar agora, vai interessar também a dona da casa, seja
ela mãe ou esposa...
a) O local de trabalho
Você deve escolher um local iluminado e ventilado para montar o “seu cantinho”. Use
ao máximo a iluminação e ventilação natural, evitando assim a necessidade de luminárias,
ar condicionado, ventiladores, etc.
O ideal é se você puder dispor de um cômodo ou “quartinho” só para suas
montagens. Se não for possível, não tem nenhum problema. Escolha um local da
residência que não tenha muito trânsito e que possa ficar moderadamente isolado do resto
das atividades do dia a dia. Não se esqueça de que crianças têm uma atração natural
irresistível por ferramentas, máquinas e outras coisas semelhantes. Isso é muito bom e
pode-se aproveitar esse interesse da criança para introduzi-la ao “mundo mágico das
ferramentas”! Usos, cuidados, segurança, etc.
A segurança do seu local de trabalho é fundamental, pois você vai ter ferro de
soldar, ferramentas cortantes, fios elétricos, tomadas, etc. Planeje o local de trabalho e as
instalações, tendo isso em mente.
A bancada é onde você vai fazer as suas montagens, consertos, etc. Existem
bancadas prontas para aquisição, mas podem ser construídas. Na figura 24 você pode ver
sugestões para dois tipos de bancada. Em (a) temos uma bancada de madeira que pode
ser feita facilmente, se o montador amador tiver as ferramentas e for um pouco habilidoso
no “trato com a madeira”. As diversas peças que compõem a bancada podem ser
encomendadas cortadas e em casa só fazemos a montagem final e acabamento.
No desenho (b), já temos uma bancada com um gaveteiro. Essa bancada é afixada
numa parede, no fundo do tampo ou na lateral do gaveteiro. Esse gaveteiro pode ser
encontrado pronto em madeira, metal e alguns modelos em plástico.
Figura 24 Modelos de bancadas para montagem.

O tamanho da bancada vai ser de acordo com o espaço disponível, a localização em


função de portas, janelas, etc. Excelentes bancadas podem ser feitas com portas de
madeira tipo lisas, com pés de perfil de ferro quadrado, conhecido como “metalon”. Com
um desenho, qualquer serralheiro faz os pés de “metalon” que depois são afixados na folha
de porta.
Sob a bancada, no fundo ou na lateral, deve ser colocado um painel ou “organizador”
para as ferramentas. Existem diversos modelos plásticos já prontos, a preços acessíveis.
Entretanto, uma folha de Duratex®, do tipo perfurado, faz o trabalho. Nos furos da chapa
perfurada, monte parafusos e pequenos ganchos de arame, para suportar as ferramentas.
Fixe o painel na parede com buchas plásticas. Veja exemplos de painéis na figura 25.
Atenção: Não localize esses painéis de ferramentas muito em cima da sua área de
montagem. Pela famosa “lei de Murphy”, uma ferramenta ao cair de um painel, vai cair
exatamente em cima daquele componente único, danificando-o irremediavelmente!

Figura 25 Exemplos de painéis para fixar as ferramentas na parede.

Gaveteiros do tipo plástico, que podem ser encontrados em lojas de ferragens e


hipermercados, devem ser adquiridos aos poucos, para organizar os componentes
eletrônicos, ferragens (porcas, parafusos, etc.) e outras miudezas.
A figura 25 mostra em (a) o “painel de ferramentas dos sonhos”! Em (b) pode ser
visto um a maneira econômica: no Ebay® podem ser comprados os ganchos e caixinhas
plásticas para prender num painel de Duratex® ou similar, perfurado. Finalmente o
“quartinho” do autor em (c), com suas bancadas, painéis de ferramentas, etc. Não deixe
ninguém limpar seu quartinho e organizar suas ferramentas pois senão tem coisas que vão
sumir de vez!! O quartinho de montagem também ter que ter um “certo ar de bagunça”
senão dá a impressão que você tem ele só para mostrar aos amigos!!
A instalação elétrica da bancada.
Bom, você construiu a bancada, adquiriu as ferramentas e acessórios, colocou um
painel para as ferramentas na parede e instalou alguns gaveteiros plásticos em cima da
bancada, para os componentes eletrônicos e miudezas.
E agora, como ligar o soldador, um aparelho qualquer, o soldador ou a furadeira
elétrica?? Você precisa agora fazer a instalação elétrica da bancada, para isso.
ATENÇÃO!!
Se você não tiver experiência com circuitos elétricos de
127 e 220VCA, chame um eletricista credenciado para fazer a
instalação elétrica!

Você vai precisar de 5 a 6 tomadas de 127VCA. Se a rede de energia elétrica de sua


residência permitir, instale uma tomada de 220VCA. Essas tomadas podem ser adquiridas
pronta sob o nome de “régua de tomadas” , com fusíveis de proteção, chaves, filtro de
linha, etc. Não se esqueça de identificar a tensão das tomadas.... Cuidado com os filtros
de linha... tem muita bomba.
Se você for construir sua régua de tomadas, basta interligar 5 ou 6 tomadas robustas
e aparafusá-las num sarrafo de madeira seca, pintado. Esse sarrafo ou a régua pode ser
aparafusado sob a mesa numa posição cômoda de se conectar e desconectar os diversos
plugs.
Sua bancada deve ter um fio terra corretamente instalado, através de uma haste
metálica, etc. Consulte um eletricista profissional.
Toda essa instalação elétrica deve ser ligada à rede de energia elétrica de sua
residência, através de disjuntores, que podem desarmar os circuitos, em caso de um curto-
circuito. Esses disjuntores devem ficar em lugar de fácil acesso, para uma emergência.
Sempre que você terminar o seu trabalho na bancada, desligue os disjuntores. Também
desligue-os em caso de “fumacê”...
Para terminar, instale-se numa cadeira confortável e mãos a obra no seu primeiro
projeto de montagem!
Capitulo 4
MONTAGENS ELETRÔNICAS - TIPOS
Introdução
Montagens eletrônicas podem ser feitas desde a conhecida por “aranha”, até a feita
em PCI – Placa de Circuito Impresso, especialmente desenhada.
Nesse capítulo vamos analisar os vários tipos de montagens disponíveis para o
montador amador, discutindo detalhes de como fazer, layout, colocação dos componentes,
soldas, etc.
A montagem tipo “Aranha”
A montagem de componentes chamada de “aranha”, simplesmente une os diversos
componentes eletrônicos de um circuito, através da soldagem direta de seus terminais.
Os diversos componentes eletrônicos são interligados entre si, sem nenhum tipo de
suporte, placa ou terminal. As entradas, saídas e alimentação circuito são feitas com
pedaços de fios, geralmente de cores diferentes para fácil identificação. Na realidade os
componentes ficam “pendurados”, seguros apenas através das soldas que unem os
terminais dos mesmos.
A figura 26 mostra uma montagem aranha de uma fonte de alimentação de onda
completa, com dois diodos e regulador de tensão integrado. Note que o primário do
transformador T1 é conectado a rede de energia elétrica de 127VCA. No secundário temos
o circuito retificador de onda completa (D1 e D2), o capacitor de filtro(C1) e o regulador
integrado CI1. A saída da tensão regulada é feita através de dois bornes, um vermelho
para o positivo e um preto para o negativo.
A montagem aranha geralmente é usada para testes de circuitos, antes que
procedamos para a montagem definitiva do circuito, numa PCI, por exemplo. Mesmo
assim, isso só e viável quando o número de componentes for pequeno. Esse tipo de
circuito tem sérias limitações, que devem ser levadas em conta:
a) Só deve ser usado para circuitos alimentados com pilhas ou baterias.
Figura 26 Montagem tipo "Aranha".

b) Se for usado para circuitos alimentados pela rede de energia elétrica, em 127
ou 220VCA, todos os fios devem ser isolados e o circuito inteiro deve ser alojado
numa caixa plástica ventilada. No exemplo da figura 26, a chave Ch1 e os bornes
seriam instalados no painel dessa caixa enquanto que o porta-fusível F1 e o cabo de rede
de CA estariam no painel traseiro dessa mesma caixa
c) Circuitos que precisem de muita ventilação, como grandes transformadores de
força, semicondutores de potência montados em dissipadores de calor, etc. não devem ser
montados na montagem tipo aranha, mesmo usando uma caixa plástica.
d) A montagem aranha não deve ser usada em circuitos de RF, que trabalhem em
altas frequências, como osciladores, amplificadores de RF, etc.
A montagem em barras de terminais isolados
A barra de terminais isolados é uma régua de fenolite (isolante), onde foram presos
terminais de latão estanhados, para soldagem de componentes.
Nesse tipo de montagem, uma ou mais barras de terminais é presa numa placa de
madeira ou Duratex® e os diversos componentes do circuito são soldados nos terminais da
barra, formando o circuito do aparelho. Com a cuidadosa disposição dos componentes, a
montagem pode ficar com um aspecto razoável. Ver a figura 27
Nessa figura, a barra de terminais isolados é mostrada no canto superior direito.
Essas barras são adquiridas em pedaços de cerca de 20 cm e depois podem ser cortadas
para se adaptarem as montagens a serem efetuadas. Note que as barras e alguns
componentes são presos na placa isolante através de parafusos.

Figura 27 Montagem com barra de terminais isolados.

Como limitação, esse tipo de montagem, deixa muito grande os equipamentos


montados. A placa montada deve ser instalada numa caixa metálica ou plástica, com os
controles e entradas e saídas, montadas nos painéis frontal e traseiro.
A montagem em paca perfurada
A placa perfurada é uma placa de fenolite (material isolante), com sua superfície
totalmente furada, sendo que os furos formam uma matriz, espaçados de 0,1” (0,1
polegada = 2,54 mm).
A matriz com espaçamentos de 0,1” é a mais comum pois é o padrão de medida para
o espaçamento dos terminais de vários componentes eletrônicos, como os Circuitos
Integrados, por exemplo.
A montagem é feita inserindo-se os terminais dos diversos componentes nessa placa
e dobrando-se os terminais por baixo da placa, tanto para fixá-los na placa quanto para
interconectá-los entre si. Quando o comprimento dos terminais não for suficiente para essa
interconexão, usamos pedaços de fios isolados, rígidos, de pequeno diâmetro, como o Nº
20 ou 22 AWG. Depois, é só soldar essas interconexões. Componentes mais pesados
como transformadores e dissipadores, devem ser afixados a placa perfurada com o uso de
parafusos, porcas e suportes.
A figura 28 ilustra esse tipo de montagem, usando-se o mesmo circuito da fonte de
alimentação mostrada na figura 26.
Na figura 29 (a) você pode ver como ficaria a montagem na placa perfurada, já com
os componentes eletrônicos interligados, por cima e por baixo da placa.

Figura 28 Montagem em placa perfurada.

O extremo de cada pedaço de fio é decapado e soldado no terminal do componente


eletrônico, de acordo com o circuito. Alguns terminais podem ter dois ou mais fios, saindo
ou entrando nele. Para melhor acabamento, os diversos pedaços de fios podem ser
dobrados em ângulo reto.
Os componentes eletrônicos externos, como o plug da rede de CA, porta-fusível,
chave liga-desliga e os bornes, não são montados na placa perfurada. Podem ser
conectados com pedaços de fios como mostrado e depois montados no painel da caixa
que abrigará o circuito da fonte de alimentação. Se a corrente fornecida pela fonte fizer
com que o CI1 aqueça muito, ele deverá ser montado num pequeno dissipador.
A montagem em placa perfurada pode ser usada para quase todos os tipos de
circuitos, de baixa frequência, em amplificadores de áudio, fontes de alimentação, alarmes,
etc. Não é aconselhada para circuitos de RF.
A montagem em “strip board”
A “strip board” (também PC Universal Board) é uma placa (board) de circuito
impresso, que já pode ser adquirida com as pistas em cobre (ou trilhas – strip) da PCI já
prontas. Essas placas, do lado do cobre, tem várias pistas, paralelas e já furadas nas
distâncias padrão de 0,1” (2,54 mm).
É na realidade um aperfeiçoamento da placa perfurada, vista anteriormente, pois
você não precisa mais de uma grande quantidade de pedaços de fios para interligar os
componentes: isso é feito pelas pistas de cobre. Apenas em alguns lugares você vai
precisar de pedaços de fio. Essas pistas são contínuas e você deve cortá-las conforme as
diversas interconexões do circuito a ser montado.
Devido a isso, é importante fazer um planejamento do Layout (disposição dos
componentes) da placa, antes de começar a cortar as pistas. Procure seguir o desenho
do próprio diagrama esquemático, observando pontos de alimentação, entradas, saídas,
fluxo do sinal, etc. O corte das pistas pode ser feito com o uso de uma ferramenta
apropriada (ver figura 29) ou mesmo com um estilete ou faca comum (cuidado!).
A placa tipo “strip board” pode ser usada para praticamente todo tipo de montagem.
É importante prestar bastante atenção no corte das pistas (strips) para evitar conexões
erradas. Se um corte for feito em lugar errado, basta soldar um pedaço de fio de cobre no
lugar do corte, para restaurar a pista.
Entretanto, circuitos de grande complexidade, que usam muitos componentes e
principalmente vários CI, já ficam difíceis de serem montados numa strip board.
A montagem das placas strip board numa caixa (gabinete) e a interligação da placa
com controles, entradas e saídas, é descrita no capítulo específico sobre PCI – Placas de
Circuito Impresso.
Figura 29 Montagem da fonte de alimentação em strip board.

A figura 30 mostra a sequência que deve ser seguida para um projeto com strip
board.

Figura 30 Sequencia de projeto para o uso da strip board

(a) Placa strip board da VERO®.


(b) Projeto a lápis ou no computador, para desenhar a disposição (layout) dos
componentes sobre a strip board.
(c) Strip board com os cortes efetuados nas pistas de cobre, de acordo com o layout
feito no item anterior.
(d) Circuito simples já montado na strip board.
Receptor de radio montado em uma strip board.
Veja projeto completo no link
ZEN.CO.UK
A montagem em Protoboards®
A Protoboard® é uma placa destinada à teste de circuitos, antes da montagem
definitiva numa PCI. Devido a isso, os componentes são encaixados na Protoboard®, onde
existem pequenos pontos de contatos que travam os terminais dos componentes usados.
A Protoboard® pode ser usada inúmeras vezes. Esses contatos só permitem o encaixe de
terminais de pequeno diâmetro. Terminais de diâmetros maiores além de não encaixarem,
poderão danificar irremediavelmente os contatos.
A figura 31 mostra uma Protoboard, já com alguns componentes encaixados.
A interligação dos diversos componentes da placa Protoboard® é feita com fio fino,
encapado. É importante ler o Manual de Instruções da Protoboard®, para verificar qual o
diâmetro máximo de fios que podem ser encaixados nos contatos. Devem ser usados fios
de diversas cores para facilitar a interligação dos componentes e identificar as entradas,
saídas, etc.
A montagem na Protoboard® também exige um cuidadoso estudo da disposição dos
componentes (layout) sobre a mesma, com análise das entradas, saídas, etc.
Esse tipo de placa permite a montagem de diversos tipos de circuitos, principalmente
os digitais, com CI. Circuitos por onde circulam altas correntes, como fontes de
alimentação e similares não devem ser montados nessa placa pois podem danificar os
contatos.

Figura 31 Montagens com Protoboard®.


02/12/13 – pem – Ver 0
Capitulo 5
MONTAGENS ELETRÔNICAS – A PCI
Introdução
A montagem de circuitos eletrônicos em PCI – Placa de Circuito Impresso permite
“personalizar” a montagem, com um melhor desempenho do circuito e um melhor
acabamento. Mostra também que o montador amador está aprimorando cada vez mais as
suas montagens.
Devido a isso, vamos ter um capítulo separado só para as PCI – Placas de Circuito
Impresso, onde você vai encontrar uma descrição dos métodos disponíveis ao amador,
como fazer, etc.
A construção caseira de PCI pode ser melhorada se houver “verba” suficiente para se
adquirir um kit para PCI, que já vem com todos os materiais para fazer o layout e a
corrosão. Verifique os disponíveis nas lojas de material eletrônico, hobby e na Internet.
Se você não quiser usar nada do que foi descrito, ainda tem o “Estilo Manhattan”,
descrito mas para frente neste livro. Ai, você não terá desculpas para não montar o seu
projeto!
Segurança em primeiro lugar!
Na confecção de PCI, você vai ter que usar produtos químicos e algumas
ferramentas de corte e elétricas. Devido a isso, a sua segurança vem em primeiro lugar e
também você não vai causar manchas na mesa e piso devido a derramamento de ácidos.
A “dona da casa” não vai gostar...
a) Produtos químicos: você vai precisar trabalhar com percloreto
de ferro, que deve ser misturado à água, para fazer a corrosão das
placas. Siga as normas de segurança que vem impressa na
embalagem. Em dúvida, consulte um amigo químico, artigos de
revistas ou mesmo o professor de química da escola local!
b) Ferramentas cortantes e elétricas: Para a furação da placa,
você vai usar uma pequena furadeira elétrica ou mesmo uma
furadeira elétrica comum. Vamos usar brocas de pequeno diâmetro,
que podem se estilhaçar ao serem usadas. Use óculos de
segurança para esse trabalho, pois seu rosto quase sempre vai
ficar próximo dela para poder ver os pontos que devem ser furados.
Estiletes de corte e arco de serra também vão ser usados com as
normas de segurança que você deve seguir para o uso de
ferramentas em geral.
c) Soldagem: Siga as normas corretas de segurança, já discutidas
no capítulo específico sobre SOLDAGEM.
INICIANDO... Pequenos conselhos para grandes projetos!
O primeiro passo é ter o diagrama esquemático em mãos para poder fazer o layout
(disposição dos componentes sobre a PCI). Isso você já deve ter, pois é o projeto que
você vai montar, tirado de um livro, revista ou de uma grande ideia que você desenvolveu
(porque não?). Se você tiver dúvidas, entre em contato com o autor do artigo ou a editora
do livro ou revista, para saber se saiu alguma coisa errada na publicação. Isso ocorre
muitas vezes e é bom “ficar experto” para não perder tempo, dinheiro e o que é pior: seu
projeto não vai funcionar.
Use e-mail, carta ou fax para uma resposta rápida. Boas publicações atendem bem
os leitores, dando rápido retorno. Se o circuito já foi publicado tempos atrás, consulte os
números posteriores da revista, para ver se tem alguma errata sobre o projeto. Boas
publicações também costumam disponibilizar esse serviço aos leitores...
Examine o circuito para ver a disponibilidade dos componentes no país ou no exterior.
Não pense que tudo vai ser encontrado por aqui. Se for uma revista estrangeira, o autor
costuma fornecer endereços de sites de empresas que vendem os componentes pelo
Correio. Consulte os sites, veja os preços e condições de pagamento e adquira os
componentes via Correios, com cartão de crédito internacional. Se você não tem o cartão,
consulte os Correios para ajuda.
Às vezes o autor do projeto informa que só foi possível montar o circuito porque “o
compadre dele trouxe o CI no bolso do colete, em sua última viagem à China”. Como
dissemos antes, “fique experto”!! É fria!
Outras vezes o próprio autor tem essas “figurinhas difíceis e pode fornecer uma
quantidade limitada. Consulte antes de começar o layout!”.
Antes de começar o layout da PCI você deve adquirir os componentes eletrônicos
que compõem o circuito que você vai montar. Além de verificar a disponibilidade dos
mesmos, com descrito acima, você vai ter o tamanho físico dos mesmos para poder fazer
corretamente o layout da PCI. Sem essas dimensões físicas dos componentes, nada feito!
Não “ache” que tal componente vai ter o tamanho “X por Y” e que a disposição dos seus
terminais é igual a aquele que você viu numa revista no ano passado. É “fria”...
A placa de circuito impresso
A placa de circuito impresso é constituída de uma base de um material isolante, como
fenolite ou fibra de vidro e de uma fina camada condutora de cobre que é depositada sobre
essa base. As PCI são encontradas em folhas grandes ou em pequenos pedaços, de
várias medidas, para o montador amador.
Através de um processo especial de corrosão, a camada condutora de cobre é
retirada de determinadas partes da placa, formando ilhas e pistas, que formam o layout do
circuito a ser montado. A figura 32 mostra as principais partes de uma PCI, bem como as
ilhas e pistas.
Figura 32 Placa de circuito impresso

A disposição dos componentes - Layout


Vamos analisar algumas técnicas simples, que permitem ao montador amador fazer
qualquer tipo de layout, aliando paciência e capricho. Já existem bons livros e artigos sobre
as técnicas de confecção de PCI e vamos aqui descrevê-las brevemente.
O planejamento do fluxo de sinais
Como nós vimos no capitulo sobre DIAGRAMAS ESQUEMÁTICOS, os mesmos são
desenhados seguindo certa orientação, baseada no fluxo dos sinais.

Isso quer dizer que existe uma linha para as conexões ao + da alimentação (+VCC),
outra linha para o “menos” da alimentação (massa ou terra), as entradas do sinal no
circuito estão à esquerda enquanto que as saídas estão à direita, etc. Veja isso na figura
33, que pode ser, por exemplo, um amplificador de áudio.
Muitas vezes o autor não fornece o diagrama esquemático da fonte de alimentação
para o circuito. Nesses casos, você deve procurar uma fonte (quase sempre regulada),
que forneça a tensão e a corrente necessárias à alimentação do circuito. Fontes de
alimentação quase nunca se constituem num problema: você vai achar uma porção delas
em outros artigos. Consulte também os “DATABOOKS” dos fabricantes de
semicondutores, que costumam fornecer diagramas para uso com seus semicondutores
como diodos retificadores, CI, reguladores de tensão, etc.

Figura 33 Fluxos dos sinais e alimentação de um circuito.

A fonte de alimentação pode ser montada numa PCI separada (aconselhável) onde
basta montar os diodos, capacitores, CI, resistores, etc. O transformador é montado fora
da PCI, geralmente na própria caixa que abriga o aparelho. Com isso, você economiza no
layout e no custo da PCI. Se a fonte de alimentação tiver componentes como transistores
e CI que precisam ser montados em um dissipador, considere a montagem desse
dissipador fora da caixa, para melhor ventilação.
A disposição dos componentes na PCI
Sempre que possível, alinhe os componentes eletrônicos em ângulos de 90º ao
desenhar o layout, para uma aparência organizada e “limpa”. Veja um exemplo dos
componentes montados na PCI da figura 34. Com isso você tem uma visão melhor dos
diversos componentes do circuito, no caso de testes ou procura de possíveis problemas.

Figura 34 Exemplos de componentes montados numa PCI na pista do –Vcc.

O uso do papel quadriculado.


Para o desenho de layout de PCI, existe uma folha de papel quadriculado especial,
cuja distância dos “quadradinhos” (grade) é de 0,1” (2,54mm). Isso facilita tremendamente
a localização correta dos pinos dos diversos componentes, uma vez que padroniza a
distância entre eles, como no caso de CI. Essa folha é de papel vegetal e tem tamanho
A4.
Vamos por etapa para a confecção do layout, usando uma das técnicas mais simples
para o montador amador.
a) O primeiro passo é rearranjar o diagrama esquemático para que ele se adapte as
necessidades do layout. A principal necessidade, nesse caso, é que não haja cruzamento
de pistas, o que provocaria um curto-circuito. Na figura 35, em (a) é mostrado o diagrama
esquemático de um amplificador de áudio, de dois estágios. Em (b) o mesmo diagrama foi
rearranjado, para que as pistas não se cruzassem, como ocorre com as linhas do
diagrama em (a). Essas pistas estão desenhadas em cinza, com uma espessura maior.
Figura 35 Modificação doo diagrama esquemático de um amplificador de áudio para o desenho da PCI.

b) Colocamos a folha quadriculada sobre uma placa fina de isopor e ai vamos


espetando os componentes, com seus terminais exatamente seguindo a grade feita pela
folha e de acordo com diagrama rearranjado, como mostrado em (b) da figura 35. Os
componentes devem ter seus terminais dobrados, deixando de 3 a 5 mm em cada dobra.
Importante: use os componentes no mesmo tamanho que você vai usar para a montagem
final da PCI!
c) A seguir, desenhamos as pistas no papel quadriculado, com uma caneta colorida,
do tipo de ponta porosa. Temos então um desenho similar ao mostrado na figura 36. Note
as pistas em cor cinza, com uma linha mais larga.
Figura 36 Desenho da PCI, visto por cima, lado dos componentes.

d) Depois que o layout estiver pronto e conferido, coloque um ponto colorido em cada
furo, que vai corresponder às ilhas da PCI. Depois, é só unir as ilhas, com as pistas,
conforme o layout desejado e o circuito.
e) Não se esqueça: o desenho que você obteve, como mostrado na figura 36 é a
PCI vista por cima, ou seja, do lado dos componentes. Para se ver o lado do cobre (pistas
e ilhas), deve se inverter ou desenho, como visto na figura 37.
Figura 37 Desenho da PCI vista pelo lado do cobre.

Passando o layout para o lado do cobre da PCI.


Agora, o layout da PCI pode ser passado para o lado do cobre da placa.
Você vai precisar de:
→ Placa para PCI, de fenolite ou fibra de vidro
→ Ferramenta para cortar a placa ou serra “tico-tico”
→ Material para limpeza da placa, como esponja do tipo ScotchBrite® ou similar
→ Caneta de ponta porosa, especial para desenho de PCI. Veja em lojas que
trabalham com componentes eletrônicos.
Siga os passos.
a) Corte a placa no tamanho que ficou o layout. Note que o contorno da mesma está
mostrado na figura 37, bem como quatro furos nos cantos, que foram feitos para montar a
placa na caixa do aparelho que você vai construir. Para isso use cortadores disponíveis no
mercado ou um arco de serra pequeno, do tipo “tico-tico”. Pode ser usada uma serra
elétrica do tipo “tico-tico”, usando-se um guia de madeira (régua) sobre a placa, para que
o corte saia reto e sempre em ângulo de 90º . Lixe as bordas cortadas, para dar
acabamento aos cortes.
b) Limpe a placa, principalmente no lado do cobre. Não use lixa ou esponja de aço do
tipo BomBril®. Para a limpeza use uma esponja dura, do tipo ScotchBrite®, sempre
debaixo d´agua. Pode ser usado um detergente ou sabão neutro, para ajudar a retirar
gordura ou graxa. Nada de limpar a seco. Depois da placa limpa, não toque mais o lado do
cobre com os dedos. Deixe secar numa estufa ou a temperatura normal.
c) Recorte o layout que você desenhou, conforme descrito anteriormente. Prenda
esse desenho sobre o lado do cobre na PCI. Esse desenho é o que você fez inicialmente,
como mostrado na figura 36, mas invertido, como mostrado na figura 37. Use fita adesiva
e deixe o desenho bem esticado sobre o cobre. Faça isso sem tocar o cobre com os
dedos.
d) Com um punção bem fino ou ponteiro qualquer, marque os pontos aonde vão os
centros da ilhas. Apenas uma marca, que permita posteriormente a furação com broca
fina. Marque também as entradas, saídas, alimentação, etc.
e) Retire o desenho de sobre a placa. Você terá agora o lado do cobre, apenas com
a marcação dos centros das ilhas. Com uma caneta especial, do tipo permanente, una as
ilhas de acordo com o layout que você desenhou, formando as pistas. Se as pistas forem
muito compridas ou cheias de voltas, você pode fazer pequenas marcas também nas
pistas, para sua orientação. Agora, você terá um desenho como o mostrado na figura 37.
f) Se você for corroer a placa que acabou de desenhar, muito cobre vai ser retirado.
É aconselhável você usar uma técnica para preencher os espaços restantes (com a caneta
especial) da placa, pois isso trás duas vantagens: primeiro, o tempo de corrosão vai ser
menor e segundo a área maior de cobre que foi deixada atua como uma espécie de
blindagem para os componentes, dissipando maior calor, etc. Estude a figura 38 e veja a
aplicação dessa técnica. A área que você deve preencher com mais cobre sempre deve
ser em primeiro lugar onde estão os pontos de massa (terra) do circuito (também o menos
da fonte). Em seguida, preencha a área que contenha os pontos de +Vcc. Se você quiser,
todas as pistas podem ser “engrossadas. Cuidado com os curtos-circuitos!” entre ilhas e
pistas.
Figura 38 Desenho da PCI, lado do cobre, deixando a maior área de cobre possível.

g) Faça uma verificação minuciosa para ver se não existem pistas e ilhas encostando,
cruzando, etc.
h) Repita o item g)
i) Você pode personalizar a sua PCI, escrevendo nela o seu nome, data, etc. e
principalmente as entradas, saídas, alimentação, etc. Isso pode ser feito usando-se letras
adesivas, como as da marca DECADRY®, fornecidas em cartelas. Esses adesivos não
são corroídos pelo ácido e podem ser retirados posteriormente.
j) A sua PCI está pronta para ser corroída. Não toque a placa com os dedos.
Corroendo a PCI

Agora é a hora da sujeira! Procure um lugar ventilado, onde você tenha água corrente
e uma pia. Não se esqueça das normas de segurança, pois você vai manusear
ácidos! Use luvas e proteja seus olhos!

Você vai precisar de:


Percloreto de ferro em pó ou já diluído, adquirido em lojas de componentes
eletrônicos. Dê preferência ao já diluído.
Bacia de plástico, que caiba a placa e que tenha cerca de 5 a 8 cm de altura. Não
use nada de metal!
Luvas do tipo plástico
Pinça plástica ou de madeira, para manusear a placa dentro do ácido.
Uma pia com muita água corrente...
Mãos a obra:
a) Organize o material que você vai usar, sobre a pia.
b) Faça um pequeno furo numa extremidade da PCI se você não for usar pinças para
manusear a placa dentro da bacia. Passe um pedaço de fio de cobre pelo fio, de maneira
que você possa colocar e retirar a placa na bacia.
ATENÇÃO: Adicione o Percloreto de Ferro na água, um
pouquinho de cada vez e vá mexendo. Nunca adicione água ao
percloreto. Siga as instruções do fornecedor do produto.
c) Se você adquiriu o percloreto já diluído, coloque-o na bacia. Se você adquiriu o
percloreto em pó, dissolva-o na bacia, conforme instruções na embalagem ou no folheto de
instruções do produto. Veja a quantidade correta de água, que está em torno de 2 litros de
água para cada 500g de percloreto.
d) Mergulhe a placa no ácido e deixe por alguns minutos. Periodicamente, levante a
placa e examine como anda a corrosão do cobre. Se o ácido for novo, em alguns minutos
você terá a placa corroída. De vez em quando, agite a placa dentro da bacia. Isso acelera
um pouco o processo de corrosão do cobre.
e) No final da corrosão, examine a placa com maior frequência para que não haja
corrosão excessiva das pistas e ilhas. Se necessário, ao examinar a placa, coloque-a
debaixo de água corrente, para retirar o ácidos e resíduos que ficam depositados sobre a
mesma.
f) No final da corrosão, quando somente restarem as pistas, ilhas e áreas pintas de
preto pela caneta especial, lave bem a placa em água corrente. Dê uma lavada final com
sabão neutro.
g) Chegou a hora de retirar a tinta preta da caneta especial que você usou. Faça isso
com a esponja do tipo Scotch Brite® ou similar. Se necessário, use um pouco de solvente
do tipo thiner para ajudar na limpeza.
h) Não toque no cobre com os dedos! As áreas de cobre da placa podem ser
protegidas para evitar o escurecimento das mesmas, que começa a ocorrer logo depois da
limpeza. Isso pode ser feito com um produto especial que dá um acabamento prateado as
áreas de cobre. Verifique nas lojas de componentes eletrônicos. Outro método, mais
“caseiro”, é passar sobre a placa uma camada de breu em pó, que foi previamente
derretido em álcool. O acabamento fica transparente e ajuda o processo de soldagem dos
componentes. Também existem um verniz especial para essa finalidade, em lugar do breu
dissolvido em álcool.
i) Deixe secar o verniz protetor, até que ele não esteja mais “pegajoso” ao tato.
j) O ácido deve ser guardado, para futuras aplicações, numa embalagem de vidro ou
plástico. Coloque um rótulo com o nome do ácido e data em que você dissolveu. Use um
funil de plástico para colocar o ácido na embalagem. Lave tudo que você usou para a
corrosão (bacia, luvas, pinça, etc.) com bastante água corrente, deixe secar e guarde para
futuras obras!
k) Verifique com a “dona da casa” se você deixou tudo em ordem!
Furando a PCI
A furação da PCI pode ser feita agora ou mesmo antes, se você quiser, logo após a
corrosão. Nesse caso, a tinta preta da caneta, atua como um protetor para o manuseio da
placa.
Novamente, não se esqueça das normas de segurança para o manuseio da furadeira
e brocas. Você vai trabalhar com brocas de pequeno diâmetro, que se quebram
facilmente, podendo provocar ferimentos nos olhos ou rosto! Use óculos de
proteção!
O que você vai precisar:
Mini furadeira para PCI (ver figura 39). Uma micro retifica do tipo Dremel® faz um
excelente serviço se você tiver a mão firme, ou
“Furadeira elétrica com mandril de ¼”, que possa receber brocas de pequeno
diâmetro. Ambas as furadeiras devem ser montadas num suporte para mantê-las na
vertical, como nas furadeiras de bancada. Veja a figura 39.

Figura 39 Micro retifica e suporte, da Dremel®

Brocas de diâmetros diversos, para metal, conforme os diâmetros dos terminais dos
componentes. Para transistores, CI, resistores e capacitores pequenos, a broca deve ter
diâmetro de 0,8 a 1,0 mm ou conforme o terminal do componente. Para componentes
maiores, como capacitores eletrolíticos, bobina, etc., use brocas de 1,0 a 1,2mm
Dicas:
a) Procure sempre colocar uma placa de madeira lisa, sob a PCI a ser furada.
Prenda a PCI a essa placa de madeira com grampos ou fita adesiva resistente. Todo
conjunto deve estar firmemente preso para que não haja movimento durante a furação.
b) A marcação que você fez nas ilhas, ao passar o layout para o lado do cobre da
PCI, deve servir de guia para a furação. Se precisar, reforce essa marcação, com um
punção fino, com pancadas suaves, para que a broca não saia fora.
c) Pode ocorrer a quebra de brocas, durante a furação. Tenha sempre algumas
brocas sobressalentes a mão. Não esqueça de usar óculos de proteção!
d) As brocas devem estar bem afiadas. PCI de fibra de vidro desgastam as brocas
rapidamente. Leve as brocas a uma oficina mecânica, para afiação, se necessário.
e) Os furos que prendem a PCI a caixa do equipamento, podem ser de cerca de 1/8”
ou 3,5 mm. Outros diâmetros, de acordo com os componentes ou acessórios.
Adesivos para o desenho de layout
Existem vários outros métodos que podem ser usados para o desenho do layout e
para passar esse desenho para o lado do cobre da placa, indo desde os caseiros até os
“mais profissionais”.
Um método que dá um ótimo acabamento ao layout é com o uso de adesivos
transferíveis próprios para circuito impresso. Esses adesivos são fornecidos numa cartela,
com vários deles depositados numa folha plástica. Encontram-se já prontas ilhas, pistas,
cantos, ilhas para CI, transistores, etc., todos na medida padrão da grade de 0,1” x 0,1”. A
figura 40 mostra alguns desses adesivos.
As pistas são encontradas na forma de rolos, como fita do tipo “crepe”, na cor preta
e em diversas larguras.
NOTA: Pode ser que haja dificuldades em encontrar esses
adesivos no mercado. Consulte as lojas especializadas, antes
de tentar usar esse método. As marcas que existiam eram
BISHOP, DECADRY, MECANORMA, ALFAC, GRAPHLINE.

Figura 40 Adesivos para layout de PCI.


Coloca-se uma folha de plástico transparente, duro, sobre a grade de 0,1” x 0,1”
(2,54mm x 2,54mm) e nessa folha são sendo depositados os adesivos, formando layout
necessário. Antes se deve fazer um estudo da disposição dos componentes, para facilitar
a colocação dos adesivos.
É bom relembrar: tenha sempre a mão os componentes definitivos que você vai usar
em seu projeto. Nada de “chutar” dimensões...
Os adesivos são aplicados a mão, com o uso de um estilete para desenhista, como
mostrado na figura 41 e figura 42.

Figura 41 Aplicação de adesivos para PCI (perdoem-me pela foto).


Figura 42 Aplicação da fita para as pistas.

Software para desenho de layout de PCI


Uma grande ajuda para o desenho do layout de PCI é usar um software apropriado.
Existem vários no mercado como os profissionais (e difíceis de usar) do tipo PROTEL®,
TANGO® e ORCAD®.
Entretanto, o amador que monta seu circuito em casa, se dispuser de um
microcomputador, poderá usar freeware mais “amigáveis” como o EAGLEWAREPCB®, o
PCB123® ou o EXPRESSPCB®. Procure os sites na Internet para ver as ultimas versões
e baixar os que forem grátis.
Pelo fato de serem “freeware”, quase todos eles tem suas limitações que podem ser
tamanho para os layout, número reduzido de pinos para os componentes do layout ou não
permitem a impressão dos layout para corrosão da PCI.
Nada que alguns “US$” enviados ao fabricante do software não resolva. Com a
remessa das “verdinhas”, o software é liberado. No caso do software que não permite a
impressão do layout, a exigência é o envio do layout gerado para que o fabricante do
software faça a placa e as remeta via Correios ou similar.
Temos usado o Eagleware PCB® com excelentes resultados apesar do mesmo ter a
limitação do tamanho do layout gerado. Para placas maiores, temos usado as “habilidades”
de um colega, que gera os layout num software profissional, com grande rapidez.
O layout gerado pelo software é então impresso numa folha de filme para
transparências (usada em retroprojetores), como já descrito. Depois é só passar o layout
para a placa de cobre e corroer ou levar o layout para o fabricante de PCI. Normalmente
as empresas que fazem PCI em pequena escala aceitam esses layout para confecção da
PCI.
Existem pequenas firmas ou mesmo “free lancers” que fazem as PCI se você
fornecer o filme, gerado com o software. Não costuma ter preços elevados, nos casos dos
“free lancers”.
Método alternativo para o layout da PCI, usando fita adesiva.
Outro método simples de fazer a PCI, colocando o layout no lado do cobre da placa,
é cobri-la totalmente com fita adesiva do tipo usada para embalagem (fita cor creme, de
papel, largura de cerca de 5cm). Sobre essa fita, colamos o layout já pronto (visto pelo
lado do cobre). Depois, com um estilete de corte, vamos recortando os contornos das
pistas, ilhas, etc. de maneira que nas áreas onde vai ocorrer corrosão, a fita é retirada
posteriormente.
Esse método é simples mas deve ser usado com pistas e ilhas quadradas, como o
desenho mostrado na figura 43. Pode ser usada uma folha quadriculada comum, se não
forem usados CI. Se for o caso, uma grade de 0,1” x 0,1” deve ser usada.
O trabalho é complicado, mas produz bons resultados, mesmo em circuitos que
trabalhem com RF, como os usados em receptores e transmissores. Os procedimentos de
corrosão, furação e acabamento são iguais aos já descritos.

Figura 43 PCI com método alternativo usando fita adesiva.

O método do “ferro de passar roupas”??


a. Método do ferro de passar roupas??
Sim, é isso mesmo que você leu: ferro de passar roupas!
Baseado no fato de que impressoras laser e máquinas de copiar XEROX® formam a
imagem no papel através de um pó preto (toner) fundido diretamente sobre o papel, esse
efeito pode ser usado para produzir PCI a baixo custo e de ótima qualidade para o
amador.
O layout a ser usado é impresso numa impressora laser de boa qualidade, em escala
1:1, sobre uma folha de papel do tipo “glossy” (usada para impressão de fotos) ou numa
folha de filme de poliester (“papel de poliester”, encontrado em casa de material para
desenho técnico). Experimente outros tipos de papel. Em vez de uma impressora laser,
também pode ser usada uma cópia xerográfica do layout da PCI. Nesse caso, a máquina
de cópias deve ser ajustada para uma imagem mais “carregada”.
Depois do layout impresso, coloca-se o mesmo sobre a placa de cobre, com a face
onde está o toner, voltada para o cobre. Esse papel é preso na placa com pedaços de fita
crepe ou fita isolante, conforme o método usado. Deve-se usar sempre uma placa maior
do que o layout, para prender o papel na placa.
Depois é só “passar” (aquecer) o conjunto com o ferro de passar roupas da “mama”!
Com o calor, o toner volta a se fundir e é transferido para o cobre da PCI. Na face do
cobre, você vai ter o seu layout, agora constituído de pistas e ilhas de toner.
Após a transferência do layout para o cobre, espera-se a placa esfriar e coloca-se a
mesma de molha em água com sabão, para soltar ou desfazer o papel.
O método em si é simples, mas você terá que praticar (e errar...) algumas vezes até
achar o tempo, calor e tipo de papel certo para o seu caso. Pequenas correções podem
ser feitas nas pistas e ilhas, usando-se uma caneta de tinta permanente como a usada em
retroprojetores ou a usada para escrever em CD ROM.
Com o layout transferido, é só corroer a placa, furá-la e passar um verniz protetor
sobre o cobre.
Não vamos entrar nos detalhes desse método pois o mesmo já está descrito de
maneira excelente sites da Internet. Só damos algumas dicas no item seguinte, baseado
em nossa experiência com o método.
b. Dicas sobre o método do ferro de passar roupas
► A escolha do papel a ser usado, para a cópia do layout é fundamental. No nosso
caso, o papel que deu melhores resultados foi o “couche – fosco”. Você deve estar se
perguntando: e onde eu vou achar esse tal de papel “couche” - procure em gráficas pois
ele é muito usado para impressão de catálogos, revistas, documentos, etc. Outros papéis
devem ser testados, como os mencionados acima. A gráfica pode te arrumar uns retalhos
para teste.
► Note que essa impressão do layout da PCI deve ser do tipo “espelho”, ou seja,
vista pelo lado dos componentes. Se você usar a imagem do layout vista pelo lado do
cobre, ao transferi-la para a PCI a mesma vai sair invertida.
► O ferro de passar roupas deve ser passado sobre o papel que contem o layout.
Deve ser usada uma certa pressão do ferro sobre o papel, com movimentos circulares. O
tempo necessário vai depender de experiências que você deve fazer. No nosso caso, a
temperatura do ferro foi ajustada para “linho” (mais alta) e o tempo testado foi de
aproximadamente 5 minutos.
► No caso do papel couche, o ponto certo de transferência do toner para a face de
cobre pode ser visto. Isso ocorre quando você pode ver o desenho do layout aparecendo
em preto através da folha de papel couche.
► Deixe a placa de molho, após ela esfriar. Após a placa “bem ensopada” vai ser
necessário retirar o papel, com cuidado. Vai ficar alguns fiapos de papel (no caso do
couche) presos ao toner que está no cobre. Para retirá-los, use uma escova de dente
macia, passada sobre as pistas e ilhas.
► Após as correções (se houverem), a PCI deve ser corroída. Veja detalhes nesse
mesmo Capítulo e cuidado com sua segurança.

► Após a corrosão, resta tirar o toner que ficou depositado sobre as pistas e ilhas.
Muitos produtos foram testados como pode ser visto em vários artigos publicados na
Internet. No nosso caso, usamos água rás. Dá um pouco mais de “mão de obra”, mas o
produto não é tão tóxico e agressivo como thinner e outros.
No Capítulo 31,descrevemos a construção de uma fonte de alimentação regulada,
ajustável cuja PCI foi feita pelo método do “ferro de passar roupas”. Veja lá!
O método fotográfico
Esse método baseia-se no princípio fotográfico e usa uma emulsão comercial para
formar uma película sensível a luz, sobre o cobre da PCI.
O layout produzido numa impressora laser deve ser negativo, ou seja: as pistas e
ilhas são brancas (transparente) e o fundo, onde não tem cobre é preto. A seguir, esse
Com a luz, as partes claras do layout (pistas e ilhas) passam por um processo de
polimerização e não vão sair do cobre. As partes escuras não vão ser polimerizadas e vão
ser retiradas do cobre após um banho/lavagem com água.
Depois é só corroer, furar e proteger as partes de cobre com verniz. Sua placa está
pronta!
Esse método está descrito em sites da Internet, com detalhes e dicas. Cuidado com
os produtos químicos usados: são extremamente tóxicos.
A PCI no estilo “MANHATTAN”
a. Por que Manhattan?
Manhattan é uma ilha, nos USA, que forma a cidade de New York. Radioamadores
norte-americanos, buscando métodos simplificados de montagem de equipamentos
eletrônicos, que não usasse a PCI convencional, com layout de pistas e ilhas, corrosão,
etc., desenvolveram o “Estilo Manhattan” 10.
O nome “Manhattan” vem do uso de “ilhas” para soldar os terminais dos
componentes. Basicamente, o “Estilo Manhattan” pode ser descrito como:
● Uma placa de circuito impresso comum, que serve de base para as ilhas e será um
“plano terra”.
● Ilhas, também de circuito impresso comum, cortadas em formato de um pequeno
disco, com diâmetros que variam de 3 a 6 mm. Também podem ser quadradas (5x5mm) ou
retangulares (3x5mm). As dimensões devem ser adequadas ao projeto a ser montado.
● As ilhas são coladas à placa base, seguindo um layout previamente estudado, em
função do circuito a ser montado.
● Posteriormente, os diversos componentes que foram o circuito, são soldados a
essas ilhas (quando a conexão é isolada) ou soldados a base quando aterrados. Isso é
feito seguindo-se o diagrama esquemático do projeto e o layout definido.
● Todos componentes que são aterrados são soldados na placa base (plano terra).
O “Estilo Manhattan” é bastante usado e dá um bom acabamento e visual, quando
feito com capricho e cuidado. Uma excelente descrição sobre o “Estilo Manhattan” foi feita
por Chuck Adams e pode ser encontrada no link Método Manhattan PCI
Pode até ser o último método disponível ao amador, para fazer uma PCI, sem
corrosão. Vale a pena tentar! Veja mais para frente, neste livro, onde descrevemos a
construção de um pequeno receptor, usando o Método Manhattan Brasil.
Veja na figura 44 alguns componentes montados no estilo Manhattan.
b. Dicas para o layout da PCI no “ESTILO MANHATTAN Brasil”
Algumas das dicas aqui apresentadas foram tiradas dos
excelentes textos sobre “Estilo Manhattan”, disponíveis no link
acima, adaptados a nossa realidade.
Outras dicas vieram da experiência e da prática no trabalho
com o “Estilo Manhattan”, para algumas montagens.
Se você é um novato no “Estilo Manhattan”, por favor, comece
com um projeto simples. Talvez uma fonte de alimentação, um
pequeno amplificador de áudio ou similares vão ajudá-lo a ver os
prós e os contras do método.
Antes de começar a cortar, estampar, colar, furar, etc., você precisa planejar! Não
tá acostumado? Vai ter que se acostumar para que seu projeto funcione bem... Aqui vai :
Figura 44 Exemplos de componentes soldados em ilhas e ilhas soldados na placa base.

O que você vai precisar para o item b


1. Papel sulfite quadriculado comum de 5 x 5mm
2. Diagrama esquemático do projeto.
3. Régua, lápis, caneta marcadora
4. Gabarito plástico com diversos tipos de desenho de círculos,
retângulos, etc. Veja nas papelarias um modelo usado por crianças
para desenhar círculos, quadrados, retângulo, estrelas, etc. O
gabarito mostrado na foto 44 era fabricado pela Trident®.
5. Punção, martelo
6. Verniz
1. Tenha a mão logo de início, todas os componentes que você vai usar no projeto. Isso é
fundamental para você fazer um layout decente e que funcione. Veja figura 44.
2. Com os componentes a mão, vamos fazer o layout. Para isso, pegue uma folha de
papel quadriculado, desses divididos de 5 em 5 mm. Comece a trabalhar no canto superior
esquerdo da folha, para o layout ir crescendo num local que tenha espaço. Deixe margens
na folha, para segurança.
Figura 45 Elaborando o layout com papel quadriculado e gabarito.

3. Tenha a mão o diagrama do circuito que você vai montar. Tente seguir o próprio
fluxo do sinal, quase sempre da esquerda para a direita, de cima para baixo. Não se
esqueça que alguns controles como chaves, potenciômetros, capacitores variáveis devem
ser montados no painel frontal. Conectores de antena, alimentação, saída de áudio, etc.
devem ser colocados no painel traseiro.
4. Usando um gabarito que permita fazer pequenos círculos, vá desenhando as ilhas
a lápis, no papel quadriculado (intersecção das linhas), seguindo o diagrama esquemático.
Não tem um gabarito? Faça os círculos à mão. Faça um tipo de circulo para as ilhas
(cheio, por exemplo) e um outro tipo de circulo (vazio, por exemplo) para as conexões a
terra.
5. Procure colocar os componentes sempre em ângulos de 90 graus uns com os
outros. Isso dá um melhor acabamento e um layout “mais limpo”. Em circuitos de altas
frequências nem sempre você vai poder fazer isso pois muitas conexões são “ponto a
ponto”, bem curtas. Mas, por enquanto, deixe esses circuitos para lá.
6. Para saber a distância entre uma ilha e outra, você precisa do tamanho real do
componente: o tamanho do corpo mais o tamanho dos terminais.
No caso de um resistor ou capacitor, você não precisa usar todo comprimento do
terminal: use um pedaço que dê uma boa conexão as ilhas e permita que outros
componentes também sejam soldados a essa ilha.
Use seu gabarito para desenhar os contornos reais dos componentes (retângulos e
outras formas que podem ser aproveitadas). Não tem um gabarito? Faça os contornos à
mão. Não se esqueça de colocar a numeração dos componentes, R1, C3, Tr1, CI4, etc.
Figura 46 Layout no papel.

7. Ao interligar componentes e estabelecer a posição das ilhas, tenha em mente o


seguinte: ligações as mais curtas possíveis! Se preciso, os componentes podem ser
montados na vertical. Isso economiza espaço na placa base. Pelo diagrama esquemático
você poderá determinar o número de ilhas. Lembre-se de que cada “nó” ou pequeno
círculo preto que une os diversos componentes, é uma ilha.
8. Não se esqueça de marcar os pontos de terra do circuito, entradas e saídas de
sinais (antena, áudio, etc.), alimentação, etc.
9. Depois de pronto, confira o layout desenhado com o diagrama esquemático Em
seguida, confira novamente! Veja figura 45.
10. Agora, seguindo o diagrama esquemático, divida o layout em estágios ou blocos,
como por exemplo: fonte de alimentação, amplificador de áudio, oscilador local, etc. Essa
divisão pode ser feita com um traço vermelho, sobre o layout desenhado na folha
quadriculada. Isso facilitará seu trabalho pois permitirá que você monte um estágio (ou
bloco) de cada vez e possa testá-lo. Pela lógica, a fonte de alimentação seria o primeiro
estágio a ser montado, desde que seu projeto não seja alimentado por pilhas ou bateria.
Isso permitirá que você vá alimentando os outros estágios, para testes, enquanto vai
montando-os.
11. Provavelmente você estará pensando que os passos descritos acima são
bobagens e que você já pode ir colando ilhas e sair montando. Não faça isso, a não ser
que você já conheça o Estilo Manhattan e já fez várias montagens nesse estilo. O tempo
que você gasta no planejamento e conferência do layout vai ajudar a ganhar tempo na hora
de ligar o ferro de soldar e realizar a montagem.
12. Depois de todo planejamento de layout conferido, coloque o papel quadriculado
com o layout, sobre a PCI virgem (lado do cobre) que compõe a base (confira se ela está
limpa) e prenda com fitas adesivas, de preferência pelo lado de baixo. Note que o tamanho
da base só é definido depois do layout executado e conferido. Se você cortar a PCI da
base antes, vai sobrar placa... Ou vai faltar placa...
13. Marque os pontos das ilhas e terra com um pequeno punção, de maneira a deixar
uma fraca (porém visível) marca na PCI da base. Essa pequena marca vai guiá-lo
posteriormente na colocação das ilhas e pontos de terra. Veja figura 47.
Atenção: nos diagramas esquemáticos é comum unir os terminais de vários
componentes, para conectá-los a terra. Não faça isso com o “Estilo Manhattan” e sim
solde cada componente direto a terra, na PCI base.

Figura 47 Marcando os pontos das ilhas na placa base.

14. Retire o papel com o desenho do layout e verifique se a PCI base ainda continua
limpa, sem marcas de dedos. Guarde esse layout pois será seu guia durante a montagem
das ilhas e componentes.
15. Seguindo a orientação das pequenas marcas na PCI e o layout desenhado,
comece a colar as ilhas, estágio por estágio. Como dito acima no item 10, se seu projeto
tiver uma fonte de alimentação, comece por ela. Como você vai começar a colar as ilhas
num dos extremos da placa e ir avançando, proteja a parte da placa que não está sendo
usada. Use papel preso com fita adesiva, papelão ou um pano qualquer. Isso irá impedir
que a PCI base fique suja ou com marcas de dedos.
16. Se você tiver um “nó” aonde vão muitos terminais soldados, é aconselhável usar
uma ilha de diâmetro maior ou mesmo usar duas ilhas menores, uma ao lado da outra.
17. Em alguns projetos mais complexos ou se você ainda não sentir firmeza com o
“Estilo Manhattan”, deixe uma margem de segurança na PCI base: uns 20mm na margem
esquerda e mais 20mm na parte superior. Se aparecem componentes que precisam ser
colocados e não deu para você seguir o layout original, essa “margem de segurança” vai
atuar como tal! Se ela não for usada, você poderá cortá-la posteriormente.
c. Dicas para o material da PCI no “ESTILO MANHATTAN”
Segurança em primeiro lugar!
Cuidado pois você irá trabalhar com algumas ferramentas e
produtos que poderão causar acidentes.
1. Corte da PCI
2. Lixar bordas
3. Prensar ilhas
4. Cola-tudo
5. Solvente acetona.
6. Soldagem, ferro de soldar, fumos da solda, ventilação, etc.
7. Se você não enxerga bem, use óculos!

O que você vai precisar para o item c:


1. PCI para a base
2. Tiras de PCI para as ilhas
3. Produtos para limpar a PCI
4. Alicatão, prensa ou dispositivo para cortar ilhas
► A PCI – Placa de Circuito Impresso pode ser de fibra de vidro/epoxi, fenolite ou de
composite. Se a espessura da chapa for pequena, mais fácil de cortar as ilhas. Você deve
fazer um teste de produção das ilhas, com a placa que você encontrar. Para a PCI base,
você pode escolher uma chapa de qualquer dos materiais listados, com face única.
Figura 48 Corte da chapa de PCI.

► Após a PCI cortada, lixar as bordas para acertar o corte. Limpá-la para tirar as
manchas, marcas de dedos, etc. Um bom produto para isso é a espoja do tipo Scotch
Brite®.
► Para as ilhas, antes de cortar a placa, é necessário definir como as mesmas vão
ser cortadas. Para a maioria das ferramentas usadas para se obter as ilhas, é sempre útil
cortar a PCI em tiras, que podem ser deslocadas pela ferramenta de corte. No nosso
caso, a melhor solução foi usar PCI de fenolite, fina (1,2mm) ou a PVI de composite com
1,6mm de espessura.
► Após a chapa limpa, protegê-la com breu dissolvido em álcool. Passe apenas uma
camada pois senão fica manchado. Tente algum outro tipo de verniz, como o de
poliuretano, marítimo, etc.
► Como cortar as ilhas: prensar ou serrar? Antes, limpar a placa pois depois será
difícil. Existem alicates, que podem fazer os furos em chapas, do tipo dos alicates usados
para fazer furos em couro ou plástico flexível. Um vazador, de aço temperado, também
pode ser usado para se obter às ilhas. Também existe no mercado um tipo de alicate
usado por serralheiros, para fazer furos em portas de aço do tipo de enrolar, que se presta
para a produção de ilhas Manhattan. Veja foto na figura 49.
Figura 49 Alicate para vazar as ilhas da PCI.

► A foto da figura 50 mostra ilhas cortadas com uma espécie de vazador macho e
fêmea. Cada uma delas tem diâmetro de 3/16” (4,8 mm). Como o material fenolite da PCI
é mais macio, as ilhas ai cortadas ficaram com melhor acabamento.
O mesmo ocorre com ilhas feitas de PCI do tipo composite. Também o uso desses
materiais dá uma durabilidade maior à ferramenta de corte, já que a fibra de vidro é muito
abrasiva. Não se preocupe muito em usar as ilhas circulares. Se não for possível achar as
ferramentas para essas ilhas, use ilhas quadradas ou retangulares.

Figura 50 ilhas cortadas em fenolite e composite.

► Para a montagem de componentes que tenham muitos pinos de conexão, como CI


– Circuitos Integrados, transformadores de FI – Frequência Intermediária e outros, é
necessária a construção de “ilhas especiais”. Veja a figura 51.

Figura 51 Corte das ilhas especiais para CI.

► As ilhas especiais são feitas cortando-se uma plaqueta de PCI de 11mm x 18mm
(para um CI de 8 pinos, por exemplo). Depois de lixada as bordas e limpa, a mesma tem
cortes de serra feito na área cobreada, como mostra o desenho da figura 52.

Figura 52 Alternativas para as ilhas especiais.

► Essas ilhas especiais devem ser estanhadas antes de colar. Também é


aconselhável já soldar nelas o soquete do CI, transformador de FI ou o que for. Veja um
dispositivo para segurar essas ilhas especiais, para estanhar e soldar, feito com um
grampo de prender roupas no varal, na figura 53. Use sua imaginação para dispositivos
semelhantes ou melhores. Veja uma ilha pronta, com soquete de CI, na figura 54
Figura 53 Dispositivo para estanhar a ilha especial para CI.

Figura 54 Ilha especial para CI já com o soquete soldado.

► Com as ilhas cortadas, chegou a hora de preparar a placa de PCI para a base.
Não corra cortar de qualquer tamanho, que você vai perder placa de PCI. É necessário
que você tenha em mãos o layout do seu projeto, para saber o tamanho da PCI da base.
De qualquer maneira, é necessário limpar as rebarbas da PCI base, como descrito no item
b.
d. Montando as ilhas na base
O que você vai precisar para o item d:
1. Cola-tudo
2. Pinça de bico fino
3. Acetona (vidro pequeno ou empreste da mama)
4. Ferro de soldar de 25W
5. Solda de boa qualidade
6. Lupa para verificar o trabalho
7. Multímetro para verificar possíveis curtos

► Chegou a hora de colar as ilhas na base. Você já viu DICAS PARA O LAYOUT DA PCI
NO ”ESTILO MANHATTAN”, que é interessante dividir o circuito em blocos. Por isso, você
só vai colar as ilhas do primeiro bloco. Use para isso um tipo de cola-tudo instantânea,
comumente vendida em supermercados e lojas de ferragens. Compre um tubo pequeno,
secagem rápida . Leia as instruções de uso e regras de segurança para a cola-tudo,
no rótulo da embalagem ou da bisnaga.
► Coloque uma pequena gota de cola no ponto que você marcou com o punção.
Segure a ilha com uma pinça de ponta fina e coloque-a sobre a gota de cola, fazendo leve
pressão no topo da ilha, durante alguns segundos. Não force pois a ilha poderá deslizar e
causar problemas. Não tente usar os dedos para colocar as ilhas pois você poderá ter uma
surpresa desagradável ao ver seu dedo, ilha e base, colados juntos. Em caso de acidente
com a cola, use acetona como solvente. Cuidado: acetona também é um solvente
perigoso. Veja foto na figura 55.
Figura 55 Colando as ilhas na placa base.

► Espere alguns minutos para que a cola-tudo seque. Veja no rótulo da embalagem
qual é esse tempo. Se você percebeu que fez alguma besteira, como colar uma ilha num
ponto de terra, retire a ilha. Para isso, segurando a ilha com um alicate, faça um
movimento de rotação na ilha. Não puxe as ilhas com um alicate pois pode danificar a PCI.
Limpe a cola que ficou com a acetona.
► Após as ilhas coladas, de acordo com seu layout, no primeiro bloco (ou estágio)
de montagem, você deve estanhá-las. Use um ferro de soldar de ponta fina, cerca de 25W,
de boa qualidade. Cuidado com o excesso de calor e nada de colocar estanho demais,
pois pode escorrer e estragar seu trabalho.
e. Montando e soldando os componentes nas ilhas

Se essa for a sua primeira montagem com o “Estilo


Manhattan”, é aconselhável que você faça antes algumas práticas.
Veja as sugestões. Pratique !!

O que você vai precisar para o item e:


1. Componentes
2. PCI base e algumas ilhas para exercícios
3. Ferro de soldar e solda.
Sugestão para prática – siga a figura 44 como referência.
● Cole algumas ilhas novas numa placa base, limpa.
● Use alguns resistores que estão “encostados”, de preferência de ¼W ou 1/8W,
para a prática. Também podem ser capacitores, etc.
● Limpe os terminais dos resistores e veja se eles estão mais ou menos retos.
● Seguindo as fotos, dobre os terminais de acordo.
● Corte o excesso dos terminais. Veja fotos.
● Solde os resistores, segurando-os com uma pinça pois eles vão se aquecer. Para
segurá-los também serve um prendedor de roupas, do tipo de madeira. Solde resistores
tanto na horizontal quanto na vertical.
● Verifique seu trabalho. Use uma lupa se necessário.
● Pratique com mais alguns componentes, sem exagerar no calor aplicado.
● Solde também alguns pontos de terra, para você “sentir” o tempo que é preciso
para isso.
f. Finalizando...
► Todas (ou pelo menos as do bloco) ilhas coladas e pontos de terra demarcados?
Todos componentes que vão aos painéis frontal e traseiro já foram localizados no layout?
Foram deixadas ilhas e/ou pontos de terra para esses componentes, na PCI base?
► Se você for novato no “Estilo Manhattan” e quiser ter certeza de que suas ilhas e
PCI estão OK, verifique com o multímetro se não tem curtos entre as ilhas e placa base.
► Agora sim você pode começar a montagem do seu projeto, seguindo layout que
você bolou. Deixe o painel e as conexões dos controles para depois. Tenha a mão esse
layout e o diagrama esquemático de seu projeto. Conforme você for montando, vá fazendo
uma marca colorida no símbolo do componente, que está no diagrama ou no layout.
Conectando a PCI a outros componentes
Por ocasião da montagem da PCI, um dos primeiros passos a serem observados é
como vai ser feita a conexão dos diversos controles a PCI.
Um dos métodos mais simples é usando um pedaço de fio soldado ao controle,
chave, potenciômetro, etc.) e o outro extremo encaixado e soldado num furo da PCI. Muito
simples e fácil!
Entretanto, como supomos que muitas experiências e testes vão ser feitos nos
projetos montados, sugerimos um método que facilita a operação de monta/desmonta da
placa e dar melhor acabamento. Permite ainda que você possa colocar pontas de prova de
um multímetro, por exemplo, diretamente onde entram os diversos fios de conexão da PCI.
O método consiste em colocar nas PCI um terminal tipo “espada” ou “espadinha”.
Veja na figura 56 um desenho da espada e um desenho da ferramenta que é usada para
auxiliar na colocação da espadinha nos furos da PCI.
Figura 56 Terminais tipo "espadinha" e ferramenta para fazer o furo para esse terminal.

A ferramenta é feita com lâmina de arco serra e o uso de um esmeril. Se você não
tiver esmeril, leve o desenho na oficina da esquina e peça ajuda.
Para encaixar a espadinha na PCI, apóie a mesma na borda de uma mesa, bem
firme. Com o uso de um alicate de eletricista, empurre a “espadinha” no furo previamente
alargado com a ferramenta. Não tente introduzir a espadinha de uma só vez: um pouquinho
de cada vez, guiando com o alicate.
Você vai ver que a grande maioria das fotos de PCI mostradas nesse livro usam a
espadinha para a conexão dessas PCI aos diversos controles, conectores,
transformadores, etc.
Dicas
Para o layout dos seus projetos, use o EAGLEWARE PCB®. No começo parece
difícil mas depois de alguns erros e acertos você toma o jeito.
Na Internet você vai achar muitos outros sites que descrevem métodos de desenho
de layout, corrosão de PCI, etc., tanto em português como em inglês. Mãos a obra!
03/12/13 – pem – Ver 0
Capitulo 6
MONTAGENS ELETRÔNICAS – CAIXAS
Introdução
Após comprar os componentes para seu projeto e montá-los numa PCI, você precisa
de uma caixa ou gabinete para instalar o seu equipamento e dar “aquela” aparência
profissional no mesmo.
Aqui entra a dúvida: fazer ou comprar pronta uma caixa? Nesse capítulo vamos
ajudá-lo a escolher a melhor alternativa para seu projeto.
Segurança em primeiro lugar!
Para a construção de caixas (ou gabinetes), para acomodar o seu equipamento, você
vai precisar usar algumas ferramentas “mais pesadas”. Essas ferramentas, se mal
manuseadas, podem causar acidentes.
Use as normas de segurança dadas pelos fabricantes das mesmas e as varias dicas
que vamos dar durante o desenvolvimento desse capítulo.
Se necessário, use os equipamentos de proteção individual, como luvas, óculos de
proteção, avental e outros.
Fazer ou comprar a caixa??
Mesmo no Brasil você pode encontrar caixas prontas para as suas montagens, de
plástico e alumínio. As lojas que trabalham com componentes eletrônicos costumam vender
essas caixas em várias medidas.
Com uma caixa pronta, você deve adaptar seu projeto as dimensões e
características da mesma. Também deve levar em consideração os itens discutidos
adiante, no item “QUE MATERIAL USAR?”
Leve ainda em consideração o fato de você estar construindo sua caixa, aprendendo
a ler um desenho técnico, dicas do uso de trabalho com chapas e ferramentas, etc. bem
como o prazer de dar seu toque pessoal ao acabamento da mesma. E aquela velha frase:
“foi feita por mim!”.
As caixas plásticas fabricadas no Brasil pela PATOLA® podem ser encontradas numa
grande variedade de tipos e formatos.

As caixas de alumínio já não são encontradas em muitas dimensões ou formatos. É


preciso ir até a loja e verificar os modelos disponíveis de acordo com seu projeto.
Uma alternativa as caixas prontas é mandar fazer numa oficina mecânica. Se você
fornecer um desenho técnico da mesma, com formatos e dimensões corretas, ela será
feita de acordo com suas necessidades. Ai, você poderá usar chapa de alumínio ou aço,
do tipo galvanizado, usado em calhas. Nem sempre acredite que o mecânico que vai fazer
a sua caixa entende o que você desenhou: explique tudo direitinho, faça desenho das
partes e principalmente, de como as partes se encaixam.
Mesmo adquirindo uma caixa pronta ou mandando fazer, você ainda terá necessidade
de fazer a furação para os controles, placas de PCI, transformador, conectores, etc. Daí a
necessidade de ler com atenção o item seguinte, sobre as ferramentas.
Ferramentas
Pô!!! Vou precisar de mais ferramentas...? Se você está pensando em dar um
acabamento “quase profissional” ao seu projeto, você vai precisar de mais algumas
ferramentas além das já descritas no capítulo sobre montagens eletrônicas.
Entretanto, nem sempre você precisa construir sua caixa para abrigar o projeto: você
pode adquirir uma caixa pronta, de plástico ou alumínio e fazer a furação necessária.
Muitas vezes, com um pouco de criatividade, você pode usar caixas metálicas ou plásticas,
usadas para guardar alimentos e outras semelhantes.
Vale aqui as mesmas regras dadas para ferramentas de uso em eletrônica:
1. Adquira as melhores ferramentas que sua verba permitir. Vale pelo investimento,
qualidade e durabilidade.
2. Compre o necessário. Se o custo for alto para seu orçamento, compre aos
poucos.
3. Cuidado com ferramentas de “origem geográfica desconhecida!”. Nada daqueles
pacotes “com mil e uma peças...”.
4. Quando as máquinas ou ferramentas tiverem manuais de instrução, leia-os antes
de usar esses equipamentos!

a) Furadeira elétrica
A furadeira elétrica, muito útil nas montagens eletrônicas, também é de suma
importância nos trabalhos de construção de caixas. Os modelos com mandril de ¼“ ou 3/8”
são as ideais, para a grande maioria dos furos em chapas de alumínio, ferro e madeira.
Ver figura 57. Para furos em metal é interessante poder contar com uma base para a
furadeira, como em (c) da figura 57.
O ideal para trabalho com chapas de alumínio e aço é usar uma furadeira de
bancada, como mostrada em (c). Se o “caixa” for suficiente, vale a pena investir nessa
furadeira, pois é muito útil.. Mas, tome cuidado, pois apareceram no mercado um monte
desse tipo de furadeira, com vários acessórios, etc. a preço muito baixo. Compre de
marcas conhecidas, com garantia e assistência técnica.
Brocas para metal, de aço rápido, devem ser usadas para esses trabalhos. Não use
brocas de diâmetros maiores do que o mandril da furadeira comporta. Em caso de furos
maiores, existem diversas alternativas como descrito adiante. Use borcas de marca
conhecidas.

Figura 57 Furadeiras elétricas.

Use óculos de proteção e luvas ao furar chapas metálicas, pois esses materiais
soltam “cavacos” que podem causar ferimentos às mãos e olhos. Confirme que a broca
esteja bem apertada no mandril. Nunca use furadeiras elétricas danificadas, na parte
mecânica ou elétrica.
b) Martelo
O martelo é usado para auxiliá-lo a dobrar as chapas de alumínio ou aço que você vai
usar na construção da sua caixa. Pode ser um tipo comum, de peso médio, como ilustrado
na figura 58, (a).
c) Morsa
A morsa é outra ferramenta do tipo pesado que você usa para dobrar chapas. No
capitulo sobre montagens eletrônicas, indicamos uma pequena morsa de bancada, para
trabalhos bem leves. Veja o formato no desenho da figura 58, (c)
d) Tesoura para chapas
A tesoura serve para cortar chapas finas. Chapas mais grossas precisam ter o corte
feito em guilhotinas, dificilmente disponíveis na oficina do montador amador. Veja (b) da
figura 58.
Figura 58 Punção de centro, t4esouras, e morsa.

e) Punção de centro
O punção de centro é usado para marcar o lugar de um furo numa chapa metálica,
por exemplo. Essa marcação serve para guiar a broca, na hora da furação. Um modelo
simples e de baixo custo, é mostrado na figura 59, (a).
f) Riscador de chapas
O riscador, como o nome já diz, serve para passar para a chapa as dimensões de um
desenho, que permite a construção de uma caixa ou painel. No caso de alumínio, os riscos
não devem ser feitos muito profundos, pois podem aparecer depois sobre a pintura ou
acabamento

Figura 59 Escala de aço, esquadro, riscador para chapas e punção de centro.


g) Régua e esquadro metálico
A régua deve ser uma de boa qualidade, de preferência metálica, que já vem
calibrada em milímetros e frações de polegada. Os modelos mais comuns de régua têm 30
cm de comprimento. O esquadro deve ser totalmente de metal, com comprimento de cerca
de 30 cm. Os modelos mais baratos não têm boa precisão e podem causar diferenças nas
medidas e ângulos passados na chapa, por ocasião do traçado dos riscos.
h) Grampo “C”
O grampo em “C” é muito útil para segurar chapas numa base de madeira, quando
fazemos furos na mesma, principalmente os de maiores diâmetros, como discutidos
adiante nesse capítulo. Existem de vários tamanhos e o menor modelo é suficiente para o
montador amador. Veja figura 60 (b)
i) Jogo de Limas
Um jogo de limas para metal, de boa qualidade, é fundamental no dia a dia de quem
trabalha com montagens eletrônicas e outros tipos de atividades. Podem ter de 10 a 12
polegadas, com cabos de madeira ou plástico, que se encaixam bem nas mãos. Esse jogo
deve conter limas chatas, redondas e quadradas. As limas chamadas de “murça”
desbastam menos o metal do que as chamadas de “bastardas”. Para serviços de grandes
desbastes, procure usar um limatão. Um jogo de limas é ilustrado em (c) da figura 60.

Figura 60 Jogo de limas para metal e grampos tipo "C".

k) Acessórios
Aqui entram os materiais de acabamento como lixas para metal e madeira, de
diversas granas, tintas, pincéis, letras adesivas, etc. Mais adiante, nesse capítulo, você vai
ver o uso desses acessórios.
Que material usar?
Antes de tratar dos materiais, vamos ver quais os nomes corretos para as diversas
partes de uma caixa, como ilustrado na figura 61.
Os materiais que você poderá usar para fazer a caixa para seu projeto, podem ser
chapas de: alumínio, plástico, aço e madeira. O que você vai usar depende do tipo de
projeto a ser montado e de algumas considerações técnicas, discutidas a seguir.
► Tipo do circuito: Se você estiver montando algum amplificador de áudio ou
equipamento que trabalhe com baixas frequências, você pode usar qualquer um dos
materiais citados: alumínio, plástico, aço ou madeira. Se esse equipamento dissipar uma
grande quantidade de calor, você deve usar chapas de alumínio ou aço.
Ainda mais, se o circuito do seu projeto trabalha com RF, como transmissores,
receptores, geradores, etc. obrigatoriamente você deve usar chapas metálicas.
► Dissipação de calor: Fontes de alimentação de alta potência e equipamentos
semelhantes devem ter suas caixas construídas de alumínio ou aço. Os dissipadores dos
transistores e CI devem ser montados do lado de fora da caixa.

Figura 61 Partes de uma caixa para uso em equipamentos eletrônicos.

► Tamanho e peso: Se o equipamento for volumoso e pesado, nem sempre é uma


boa fazer uma caixa de plástico ou madeira. Use metal.
► Acabamento: Se você precisa “daquele acabamento profissional”, procure usar
chapas de metal, que podem ser tratadas, pintadas, etc.
► Facilidade de construção: Se você tem grandes habilidades mecânicas e uma
oficina caseira “bem sortida”, pode usar praticamente qualquer tipo de material, observada
as condições acima. Entretanto, se você não for lá muito bom com as ferramentas,
trabalhe com alumínio e madeira.
► Criatividade: Exercite a sua criatividade e dê uma olhada na cozinha da “mama”
ou da esposa e veja se tem alguma caixa plástica que sirva para seu projeto. Até latas
metálicas de mantimentos ou conservas podem ser usadas. Amadores norte-americanos
conhecem muito bem projetos feitos até em latas de sardinhas!
As chapas de alumínio podem ser encontradas em diversas espessuras mas a ideal,
para projetos pequenos, é a de 1mm de espessura. Caixas maiores podem ser feitas de
alumínio de 2mm de espessura. Essas chapas são grandes (1 x 1 ou 2 x 1m) mas algumas
lojas cortam no tamanho necessário. Verifique se não tem marcas de pancadas ou riscos
profundos.
As chapas de aço são chamadas, às vezes, de “chapa preta” e costumam vir sujas e
oxidadas. São mais baratas que as chapas de alumínio e mais difíceis de trabalhar. Um
alternativa é usar as chapas galvanizadas, usadas por “calheiros”, para fazer calhas para
águas pluviais. São limpas para trabalhar mas também mais difíceis de furar do que o
alumínio.
Chapas de madeira, do tipo “Duratex©”, podem ser usadas em algumas poucas
aplicações mais rústicas. Placas de madeira podem ser usadas como laterais de alguns
tipos de caixa.
Construindo a caixa
Vamos ver: você já montou a placa de circuito impresso do seu projeto, testou e está
tudo OK. Você também adquiriu o restante dos componentes eletrônicos que vão
montados fora da PCI, como transformadores, potenciômetros, conectores, chaves, etc.,
para ter em mãos seus formatos e dimensões corretas.
Para facilitar o entendimento dos passos descritos a seguir, vamos projetar uma
caixa para um amplificador de áudio comum, como o mostrado em blocos da figura 62.
Essa caixa, para facilidade de entendimento, é constituída de duas partes, com formato
em “U”. O “U” inferior contém a tampa inferior (fundo) e os painéis frontal e traseiro. O “U”
superior contém a tampa superior e as laterais.
Figura 62 Diagrama em blocos de um amplificador de áudio.

Com relação ao diagrama em blocos da figura 62 é importante notar:


a) Na entrada, direto na placa principal, é aplicado o sinal proveniente de um CD-
ROM, receiver de AM/FM, tape deck, etc. Uma chave seletora na entrada, permite
selecionar duas fontes de sinal. A saída da placa principal do amplificador é conectada ao
estágio de saída que contem dois transistores de potência, montados em um dissipador de
calor. Esse dissipador vai ser montado fora da caixa.
b) A placa principal e o estágio de saída são alimentados por duas tensões diferentes
(Vcc1 e Vcc2), produzidas por uma fonte de alimentação regulada, montada numa PCI.
c) A fonte de alimentação é ligada à rede de energia elétrica de 127 VCA, através de
um interruptor do tipo Liga/Desliga e vai ao primário do transformador de força. O
secundário desse transformador está conectado a PCI da fonte regulada.
d) O primário do transformador também tem um fusível de proteção. Um LED,
conectado a placa PCI da fonte regulada, indica quando o circuito está ligado.
● Primeiro passo: O layout mecânico da tampa inferior (fundo da caixa)
O layout mecânico é simplesmente a disposição das diversas partes que vão ser
montadas dentro da caixa do seu projeto. Por exemplo, como vai ser montada a PCI? E o
transformador? E os controles, entradas e saídas?
Uma folha de papel quadriculado, do tipo 5 x 5 mm, ajuda nesse layout. Coloque a
folha sobre uma mesa e disponha sobre ela as diversas partes que vão ser montadas no
fundo da caixa, como PCI´s, transformador, dissipador, controle, chaves, etc. deixando
entre essas partes uma folga de 5 mm, ou maior, conforme o componente.
Marque na folha de papel quadriculado todos os furos necessários para prender as
PCI, transformador, pés, etc.
O layout mecânico para o fundo da caixa do nosso amplificador de áudio, poderia
ficar como ilustrado na figura 63.
Na figura 63 observe os seguintes pontos:
■ O dissipador foi colocado no painel traseiro da caixa, para maior ventilação. Os fios
de conexão do transistor montado no dissipador, devem passar por um furo no painel
traseiro e poderem ser conectados a PCI. Verifique no projeto se a sua caixa vai precisar
de furos de ventilação na tampa inferior e na tampa superior.
■ Foi planejada a colocação de uma ponte de terminais isolados, para montagem do
cabo de rede.
■ Os conectores de entrada, geralmente do tipo “RCA” fêmea, foram colocados a
uma certa distância do conector de saída.
■ O LED, apesar de estar mostrado ao lado da chave Liga/Desliga, é montado sobre
essa chave, conforme vai ser mostrado no layout mecânico do painel frontal.
■ Nas PCI estão mostrados os terminais de conexão, para interligação dos diversos
fios e cabos que chegam ou saem dessas placas.
■ Uma linha tracejada grossa, indica o contorno do fundo da caixa, que é menor do
que a folha de papel quadriculado.
Figura 63 Layout mecânico do funda da caixa (tampa inferior) da caixa do amplificador.

● Segundo passo: O layout mecânico do painel frontal


Usando-se o mesmo método do papel quadriculado, desenhamos agora o layout do
painel frontal, de acordo com as dimensões que temos para essa parte da caixa. Isso é
mostrado na figura 64
Note os seguintes pontos em relação à figura 64:
■ Os controles de volume, chave seletora e chave liga/desliga estão agrupados numa
linha, na parte superior do painel frontal.
■ O LED, que indica quanto o equipamento está ligado, está na parte inferior do
painel, logo abaixo da chave liga/desliga.
■ O painel frontal está 90˚ em relação ao fundo da caixa. Isso ocorre no ponto
marcado “dobra” da figura 64.
■ Procure sempre distribuir os controles diversos de maneira que eles tenham fácil
acesso com as mãos. Nunca coloque controles muito pertos, pois quando você instalar os
knobs (botões) nos mesmos, vai ser impossível girá-los. Medidores e displays devem ficar
em lugares de fácil visão, geralmente num painel frontal que tenha certa inclinação para
facilitar a visão.
■ Marque na folha de papel quadriculado todos os furos necessários para os
controles, chaves. LED, etc.
Figura 64 Painel frontal da caixa.

A figura 65 ilustra o painel traseiro da nossa caixa, com os componentes que ai vão
montados.

Figura 65 Painel traseiro da caixa.


Note os seguintes pontos em relação à figura 65:
■ A furação dos conectores de entrada e saída, o porta-fusíveis e o cabo de rede
estão alinhados na parte inferior do painel traseiro.
■ O dissipador de calor, que contém os transistores de saída está mostrado através
de uma linha pontilhada. Tem dois furos, que prendem o dissipador à caixa. Logo abaixo do
dissipador tem um outro furo, para a passagem dos fios que interconectam os transistores
ao circuito principal.
● Terceiro passo: As dimensões dos furos
Agora, chegou a hora de dimensionar os diversos furos da nossa caixa. Para isso, a
regra é simples:
■ “Use as dimensões reais dos componentes que você tem a mão”. Nada de
“imaginar” que determinado componente “pode ter” tais dimensões! Cuidado com catálogos
de fabricantes: nada indica que você vai achar exatamente “aquele” componente... Você
pode ter surpresas desagradáveis...
■ Não se esqueça de que alguns componentes vão precisar de suportes para ser
montados e os furos devem ter as dimensões desses suportes. No nosso projeto, é o caso
do LED, no painel frontal, que normalmente é montado com o uso de um porta-led. Nada
impede, por outro lado, que você use a furação do tamanho do corpo do LED e cole o
mesmo ao painel.
● Quarto passo: Aqueles furinhos a mais...
Sempre vai ser necessários colocar “alguns furinhos a mais” na caixa. Observe:
■ A caixa deve ser provida de pés de borracha ou plástico. Se eles forem fixados por
parafusos, deixe a furação necessária. Geralmente 4 pés, um em cada canto do fundo da
caixa, são suficientes. Os pés frontais podem ter maior altura, para dar uma certa
inclinação a caixa e facilitar a leitura dos controles e medidores;
■ As placas de PCI também precisam ser afixadas a tampa inferior (fundo), via
suporte e parafusos. Faça a marcação para esses furos, de acordo com a furação das
PCI. Normalmente as PCI tem de 3 a 4 furos cada.
■ Determinados projetos exigem que a caixa tenha furos de ventilação, geralmente
feitos sobre os componentes que podem aquecer durante o funcionamento, como
transformadores, transistores de potência, reguladores de tensão, etc.
Afinal, como ficaria a caixa completa que estivemos usando como exemplo até o
momento? Veja a figura 66.
Foram usadas duas cantoneiras em “L”, feitas com a mesma chapa, para a
construção das peças que vão unir as duas partes da caixa. Essas cantoneiras são
primeiramente aparafusadas na tampa inferior, com parafusos e porcas comuns. Na hora
de fechas a caixa, a tampa superior é aparafusada nas cantoneiras com pequenos
parafusos do tipo “auto-atarrachantes”.

Figura 66 Caixa completa do modelo usado como exemplo.

Seguindo o desenho de uma caixa.


Em muitos casos, quando você segue o projeto de um livro ou revista, você vai
encontrar o desenho da caixa a ser construída. Esse desenho é chamado de “desenho
mecânico” e mostra as diversas dimensões da caixa, localização e dimensões das
furações, dobras, cortes, etc.
Se você resolver seguir essa alternativa, usando o layout do autor do projeto, não se
esqueça da “regra de ouro”: verifique se os diversos componentes eletrônicos que você vai
adquirir são encontrados no mercado e tem o mesmo tamanho e formato físico dos
indicados no projeto original!
Se não for possível, por exemplo, achar o transformador de força com as mesmas
dimensões e altura, você deve alterar as dimensões da caixa do projeto original.
O desenho mecânico tem algumas convenções básicas que você deve seguir. A
figura 67 procura ilustrar as mais comuns.
Figura 67 Desenh0o mecânico de um painel frontal.

Com relação à figura 67 podemos observar:


■ O painel frontal tem dimensões totais de 220 x 110 mm (incluindo as dobras).
■ Os furos em polegadas devem ser feitos com as brocas indicadas nas diversas
dimensões. Alguns furos usam brocas em milímetros.
■ O material a ser usado é chapa de alumínio, com espessura de 1,5 mm.
■ Usa-se uma peça do painel frontal.
Cortando a chapa...
Passe para a chapa o desenho do painel frontal. Para isso, use o riscador, escala
metálica e esquadro. Muito cuidado com as medidas e com os ângulos corretos (use o
esquadro).

Use a tesoura para chapas, como a descrita no anteriormente Siga as regras de


segurança. Se você tem uma chapa grande em mãos, corte um pedaço para o painel, um
pouco maior que o necessário.
Como alternativa você pode levar sua chapa a uma oficina mecânica, já riscada, e
pedir que a cortem em uma guilhotina para chapas. O corte sai perfeito e no esquadro. Às
vezes, compensa...
Após cortar a chapa na medida final, lime todas as beiradas da mesma, para tirar as
rebarbas deixadas pelo corte.
Furando a chapa...
Novamente, ao furar, não se esqueça da “regra de ouro”: você já tem em mãos os
diversos componentes que vão ser montados no painel, como chaves, potenciômetros,
LED, etc. ?
A sequência para furação pode ser:
a) Marque os furos com o punção de centro, usando levemente o martelo.
b) Nunca fure uma chapa diretamente, segurando com as mãos. Podem ocorrer
acidentes sérios se a chapa travar na broca e girar junto com ela.
c) Use uma tábua de madeira, plana, como base para a furação. Prenda a chapa
nessa tábua, com o uso de dois grampos o tipo “C”, mostrado em (b) da figura 60. Veja
figura 68 que ilustra o uso do grampo “C”.
Figura 68 Furando uma chapa da maneira correta!

Furando...
● Furos pequenos: geralmente os furos pequenos são para parafusos, que fixam os
diversos componentes em seus respectivos lugares. Use os diâmetros de brocas
recomendadas.
● Furos redondos maiores, acima de 1/8” ou 3/16”, devem ser feitos com o uso de
vários diâmetros de brocas, até chegar a dimensão correta.

● Furos redondos ou quadrados, de grandes dimensões, devem ser feitos da


seguinte maneira:
■ Risque o contorno do furo com riscador ou compasso de ponta seca, no caso de
furos redondos de grandes diâmetros.
■ Risque agora uma linha interna a esse furo (redondo ou quadrado), para servir de
guia a uma série de furos que vão ser feitos nessa linha.
■ Marque vários furos nessa linha guia, próximos uns dos outros, de maneira que
quando você chegar ao fim da furação, você poderá retirar (ou quase) a chapa que vai
aparecer com a furação. Use para isso o punção de centro.
■ Fure com broca fina, cerca de 1/8”, alinhando bem todos esses furos. Ai, deve sair
o miolo da chapa, ou quase sair...
Figura 69 Fazendo furos grandes.

■ Depois de retirado o miolo, é só limar as rebarbas do furo, até que ele tenha o
formato desejado. Prenda a chapa numa morsa e use limas de acordo com o trabalho. É
cansativo e precisa de capricho e paciência... Veja figura 69.
■ Após toda furação, tire a rebarba dos furos. Nos furos de pequeno diâmetros, use
uma broca de diâmetros maior, girando-a sobre o furo, com a mão. Não use a máquina de
furar para isso. Nos furos maiores, use uma lima para metal, pequena, com o formato
apropriado.
Dobrando...
Para a dobra da caixa, faça um pequeno dispositivo, com dois pedaços de cantoneira
em “L”, de aço, de dimensões iguais a 1 “x 1” x 1/8 “. Passe na serralheria perto da sua
casa e você ganhará os dois pedaço para isso. Devem ter o comprimento necessário para
as dobras a serem feitas, sem ter amassados ou rebarbas nas arestas da cantoneira em”
L “.
Siga a sequência abaixo e os desenhos da figura 70 para dobrar chapas.

Figura 70 Dobrando uma chapa com dispositivo de dobre e morsa.

a) Prenda o dispositivo de dobragem na morsa. Veja em (a) da figura 70.


b) Coloque a chapa a ser dobrada no dispositivo, alinhando o risco da dobra com as
arestas da cantoneira do dispositivo de dobragem. (b) da figura 70.
c) Use um bloco de madeira dura e reta, para aparar os golpes do martelo, fazendo a
dobragem da chapa. Veja isso nos desenhos (c) e (d) da figura 70.
d) Vá deslocando o bloco de madeira ao logo da chapa a ser dobrada, imprimindo ao
mesmo pancadas pequenas com o martelo.
e) Após terminar a dobra, verifique o ângulo correto com o esquadro.
Acabamento da caixa.
Depois da caixa furada e dobrada, faz-se uma verificação total para vê se não
esquecemos nenhum furo, dobra, etc. Após isso, podemos pensar então no acabamento
que será dado à mesma.
a) Limpeza das chapas
Seja qual for a chapa usada para a confecção da caixa, a limpeza da mesma é de
fundamental importância para o acabamento a ser dado. No alumínio e aço, isso pode ser
feito com uma esponja de lã de aço, tipo “BOM BRIL®”, sob água corrente e com sabão
ou detergente. O alumínio assim limpo já poderia ser usado para a caixa, sem nenhum tipo
de acabamento.
b) Pintura das chapas
Depois da chapa limpa e seca, sem resíduos de óleo ou graxa, evite pegá-la com as
mãos, para não engordurá-la. Escolha sempre um lugar ventilado para a pintura da caixa.
Primeiramente deve ser aplicado um fundo para a pintura. No mercado existem
diversos tipos de fundos e a loja de tintas da esquina poderá orientá-lo sobre o melhor tipo.
Adquira a menor quantidade possível. Adquira também os pincéis de pelos macios,
necessários ao trabalho. Não se esqueça do solvente para limpar o pincel e os respingos
na mesa da “mama”.
Depois do fundo aplicado, deixe secar bem e dê uma lixada , com lixa fina, para
metal. Se necessário, dê mais uma demão de fundo, lixando após a secagem completa.

Chegou a hora da tinta final. Ai você tem vários tipos de tintas, cores, texturas, etc.
Normalmente usa-se esmalte sintético fosco ou brilhante, conforme sua preferência. As
cores preferidas são a cinza (o de sempre!) e a preta.
Faça a pintura, usando o pincel uniformemente, com pouca quantidade de tinta. Não
deixe escorrer e coloque para secar num lugar onde não tenha pó e onde o seu cachorro
não possa pisar em cima.
Os grandes fabricantes de tinta têm em seus sites na Internet, várias dicas de
pintura, que vão desde a limpeza das peças, até acabamento final, com uma porção de
outras dicas. Veja as referências no final do capítulo. Não tem Internet? Passe então na
loja de tintas, que eles costumam ter vários folhetos sobre o assunto, destinados ao “pintor
de final de semana”.
Os painéis frontal e traseiro
Depois de pintados e bem secos, os painéis podem receber um “acabamento
profissional”, com o uso de letras adesivas. Essas letras são vendidas em cartelas, nas
livrarias, e costumam vir em vários formatos e tamanhos de letras. São encontradas nas
cores branco e preto, conforme a cor do seu painel.
A colocação dessas letras adesivas requer paciência e cuidado mas o acabamento
fica muito bom. Limpe bem o local onde as letras vão ser depositadas. Veja as dicas:
● Coloque o painel numa mesa plana, como se fosse escrever sobre ele. Coloque
uma pequena tira de papel comum, exatamente no local onde você pretende colocar as
letras adesivas. Essa tira de papel pode ser presa pelos extremos, com fita adesiva
comum e ele vai servir de guia para a colocação das letras. Isso é muito importante, para
que as letras fiquem alinhadas.
● Divida corretamente a palavra a ser “escrita” no painel, de maneira que ela fique
centrada com o furo do controle. A palavra que identifica o controle, pode ser feita acima
ou abaixo do mesmo. Cuidado: não se esqueça de verificar o tamanho (diâmetro) do knob
(botão) que você vai usar pois se ele for grande, poderá tampar as letras. Veja figura 71.
● Leia as instruções de como trabalhar com as letras adesivas. Elas costumam vir
impressas na própria cartela de embalagem das letras.

Figura 71 Colocação de letras adesivas.

● O painel traseiro também pode receber essas letras, o que facilitará a identificação
dos diversos componentes ali montados.
Alternativas para rotular seu painel:
a) Fazer as letras no computador, usando folhas adesivas. A PIMACO® fabrica
essas folhas e tem um pequeno programa para a impressão das etiquetas.
b) Usar uma rotulador do tipo das fabricas pela BROTHER®, que usam fitas
coloridas, de varias larguras. Essa alternativa, apesar de dar bom acabamento, é a mais
cara devido ao custo da fita para as etiquetas.
Acessórios para a caixa
Existe uma série de acessórios, que facilitam a montagem dos componentes numa
caixa metálica. Dependendo da verba destinada ao projeto, você poderá adquiri-los ou
construí-los, com um pouco de criatividade. Veja os tipos mais comuns.
a) Pés
São de grande importância na caixa pois além de dar um bom aspecto a mesma, não
riscam a mesa da “mama” e ainda ajudam na ventilação dos componentes internos. Podem
ser encontrados em vários formatos, presos com parafusos ou encaixados em furos.
Existem ainda pés de plástico transparente, adesivos. Verifique na loja que vende
componentes eletrônicos ou na loja que vende acessórios de borracha para autos. Ver (a)
e (b) d figura 72.
Alternativa econômica: já usei tampas de pasta de dentes como pés! Use sua
criatividade!
b) Espaçadores para PCI
Esses espaçadores são usados para montar as placas de PCI diretamente no fundo
da caixa, isolando-as do metal da mesma. São feitos de plástico e não necessitam de
parafuso, sendo encaixados diretamente nos furos da PCI. Veja figura 72, (c), (d) e (e).
Em (f) um espaçador de metal.
Se você não encontrar esses espaçadores para adquirir ou são caros, faça pequenos
espaçadores para as PCI, usando tubos plásticos de pequeno diâmetro, como os do corpo
de canetas esferográficas. Nesse caso, esses espaçadores devem ser montados com
parafuso e porca e é necessário observar se o parafuso não encosta em alguma pista ou
ilha da PCI, provocando curtos.
Alternativa econômica: pequenos tubos de caneta BIC® dão ótimos espaçadores
para montagens das PCI no fundo da caixa. Use sua criatividade!
Figura 72 Pés de borracha e espaçadores para PCI.

c) Borracha de passagem
Essas borrachas, em forma de arruela, encaixam-se nos furos por onde devem
passar cabos e fios, protegendo-os. Uma aplicação típica é no furo do painel traseiro, por
onde passa o cabo de rede de 127 ou 220V. Costumam ser encontradas para furos de
1/4” e de 3/8”. Ver desenho (a) da figura 73.
d) Ponte de terminais isolados
Essas pontes ou barras de terminais isolados tem grande utilidade para o montador,
pois permite interligar fios dentro da caixa, com maior segurança e um melhor aspecto na
montagem. Veja (b) da figura 73.
Figura 73 Borracha de passagem, barra de terminais isolados e cintas de amarração.

e) Cintas de amarração
Essas cintas (ou fitas) de plástico flexível, servem para amarrar conjuntos de fios,
formando o que chamamos de “chicote”. Dão acabamento e melhor aspecto a fiação
interna de uma caixa. Veja a figura 73, (c).
f) Porta-fusíveis
Como o nome já diz, os porta-fusíveis alojam os fusíveis do circuito e geralmente são
montados no painel traseiro do equipamento. Alguns modelos de porta-fusíveis são
montados direto na PCI, como mostra a figura 74.
g) Porta LED e “olho de boi”
Os porta-LED facilitam muito a montagem do LED, no painel. O nome “olho de boi” é
comumente usado para suporte de pequenas lâmpadas de filamento (6 ou 12V). Também
são encontrados com lâmpadas do tipo néon, para serem conectados diretamente em 127
ou 220V.
h) Conectores diversos
Existe uma grande variedade de conectores que são usados em eletrônica, como
você já viu anteriormente. Muitos podem ser montados no painel frontal, enquanto que
alguns tipos específicos são montados no painel traseiro da caixa. Devem ser seguidas as
recomendações do projeto. Veja alguns modelos na figura 74.
Figura 74 Conectores e acessórios diversos.
Dicas, dicas, dicas.
Precisaríamos de muitas e muitas páginas para passar todas as dicas relativas a
construção de caixas para projetos eletrônicos.
Com o tempo e a prática, você vai aprender um montão delas. Entretanto, aqui vão
algumas que poderão auxiliá-lo na construção dessas caixas.
■ Se você não tem muita habilidade com as diversas ferramentas necessárias à
construção de caixas, mande fazer numa oficina ou compre uma caixa pronta, para você
fazer a furação final.
■ Tenha sempre em mãos todos os componentes eletrônicos que você vai usar. Isso
é importante para o tamanho e aspecto físico que esses componentes vão ter dentro da
caixa ou nos painéis.
■ Planeje muito bem sua caixa, para não ter surpresas desagradáveis! Cuidado com
as dimensões e localização dos diversos furos. Simplicidade e capricho são fundamentais!
■ Antes de dobrar e dar o acabamento final veja se você fez todos os furos. Depois
da caixa pintada, fica meio complicado...
■ Ao montar os diversos componentes como PCI, controles, conectores, etc., não
force nada. Cuidado com o uso de ferramentas para dar aperto a esses componentes.
■ Cuidado com curtos-circuitos entre os diversos componentes e PCI, com a parte
metálica da caixa. Use isolante onde for necessário.
■ Use e abuse da paciência, paciência, paciência...
■ Use e abuse do capricho, capricho, capricho...
■ Veja na foto da figura 75 como construímos algumas caixinhas, com chapa
galvanizada fina, do tipo usado por Calheiros. Mais simples não tem e podem ser
construídas em casa, com as dicas dadas nesse capítulo.
BOA SORTE!!
Figura 75 Construção de caixa pequenas com chapas de aço do tipo usado para calhas.
Capitulo 7
MONTAGENS ELETRÔNICAS – JUNTANDO TUDO E
FAZENDO FUNCIONAR
Introdução
Agora chegou a hora de juntar a PCI – Placa de Circuito Impresso, acessórios, etc. e
colocar na caixa, fazendo o seu projeto funcionar! Nesse capítulo você vai aprender como
finalizar a montagem na caixa e fazer os testes iniciais do circuito montado.
NOTA: Se você vai montar algum aparelho que você viu numa
revista, Internet ou livro, sempre consulte a fonte para erratas no
circuito ou layout da PCI. Veja também a disponibilidade dos
componentes pois apesar de achar “quase” tudo ali na esquina”,
tem um CI que não acha em lugar nenhum!!
Boas revistas e livros, assim como alguns sites da Internet,
costumam dar retorno e algumas vezes ajudar. Mas isso não ocorre
sempre...

Montagem por blocos


Uma das melhores formas de começar a montagem dos componentes na caixa é por
blocos ou por circuitos. Vamos usar como exemplo o circuito do amplificador de áudio que
construímos no Capítulo 24 e a caixa feita para ele. Para facilidade repetimos o desenho
dos blocos na figura 62.
A montagem em blocos tem uma grande vantagem: permite ir testando os circuitos,
bloco por bloco. Se um deles der problemas, fica muito mais fácil achar onde o mesmo se
localiza. Essa técnica costuma ser usada na montagem de kits bem planejados. Também
com essa técnica, você começa a aprender o funcionamento do circuito, técnica de
medidas, localização de falhas, etc.
Figura 76 Diagrama em blocos do amplificador de áudio do Capitulo 6.

Como você deve estar lembrado, tínhamos duas placas de PCI: uma para a fonte de
alimentação regulada e outra para o amplificador de áudio. Tínhamos ainda o estágio de
saída, com dois transistores, montados diretamente no dissipador de calor. O
transformador de força também é montado na tampa inferior (fundo da caixa).
Pelo projeto de nossa caixa, executado no Capítulo 6, tínhamos:
a) No fundo da caixa vão instalados: Transformador, placas PCI (2) e uma ponte de
terminais isolados, para montagem do cabo de rede (127VCA).
b) No painel frontal vão instalados: a chave liga/desliga, o LED, o controle de volume
e chave seletora de entradas do amplificador.
c) No painel traseiro vão instalados: cabo de rede, porta-fusíveis, saída do
amplificador (para alto-falantes), dissipador de calor e entrada do amplificador.
Analisando o diagrama em blocos da figura 76, vemos que podemos começar pela
fonte de alimentação, constituída de: cabo de rede, ponte de terminais isolados, porta-
fusíveis, transformador de força, LED, chave liga/desliga e placa do circuito regulador.
Como regra geral da montagem temos:
● Instale primeiramente os componentes mecânicos, como ponte de terminais
isolados (no fundo da caixa), porta-fusíveis e borracha de passagem para o cabo de rede
(no painel traseiro).
● Instale ainda a chave liga/desliga e o LED no painel frontal.
● Monte a PCI do circuito regulador da fonte de alimentação, usando os espaçadores
plásticos da PCI. Ou os espaçadores de tubo plástico que você “fabricou”. Nesse caso,
use parafusos para prender a PCI.
● Como o transformador de força é a peça mais pesada, ela é montada por último.
Veja as ligações desse transformador: os fios ou terminais do primário devem estar
voltados para o lado da ponte de terminais e os fios ou terminais do secundário devem
estar voltados para a placa do circuito regulador.
● Alguns componentes já vêm com um sistema de fixação, geralmente composto de
uma arruela e uma porca. Outros, como o transformador e a ponte de terminais isolados
precisam de um parafuso, porca e arruela de pressão.
A caixa deve ficar então com o layout da figura 77. ATENÇÃO: para maior
facilidade de compreensão do desenho, a caixa é mostrada aberta, como se ainda
não estivesse dobrada.
Como você deve estar lembrado, tínhamos duas placas de PCI: uma para a fonte de
alimentação regulada e outra para o amplificador de áudio. Tínhamos ainda o estágio de
saída, com dois transistores, montados diretamente no dissipador de calor. O
transformador de força também é montado na tampa inferior (fundo da caixa).
Pelo projeto de nossa caixa, executado no Capítulo 6, tínhamos:
a) No fundo da caixa vão instalados: Transformador, placas PCI (2) e uma ponte de
terminais isolados, para montagem do cabo de rede (127VCA).
b) No painel frontal vão instalados: a chave liga/desliga, o LED, o controle de volume
e chave seletora de entradas do amplificador.
c) No painel traseiro vão instalados: cabo de rede, porta-fusíveis, saída do
amplificador (para alto-falantes), dissipador de calor e entrada do amplificador.
Analisando o diagrama em blocos da figura 76, vemos que podemos começar pela
fonte de alimentação, constituída de: cabo de rede, ponte de terminais isolados, porta-
fusíveis, transformador de força, LED, chave liga/desliga e placa do circuito regulador.
Como regra geral da montagem temos:
● Instale primeiramente os componentes mecânicos, como ponte de terminais
isolados (no fundo da caixa), porta-fusíveis e borracha de passagem para o cabo de rede
(no painel traseiro).
● Instale ainda a chave liga/desliga e o LED no painel frontal.
● Monte a PCI do circuito regulador da fonte de alimentação, usando os espaçadores
plásticos da PCI. Ou os espaçadores de tubo plástico que você “fabricou”. Nesse caso,
use parafusos para prender a PCI.
● Como o transformador de força é a peça mais pesada, ela é montada por último.
Veja as ligações desse transformador: os fios ou terminais do primário devem estar
voltados para o lado da ponte de terminais e os fios ou terminais do secundário devem
estar voltados para a placa do circuito regulador.
● Alguns componentes já vem com um sistema de fixação, geralmente composto de
uma arruela e uma porca. Outros, como o transformador e a ponte de terminais isolados
precisam de um parafuso, porca e arruela de pressão.
A caixa deve ficar então com o layout da figura 77. ATENÇÃO: para maior
facilidade de compreensão do desenho, a caixa é mostrada aberta, como se ainda
não estivesse dobrada.

Figura 77 Layout da caixa, com fundo e painéis frontal e traseiro.

Agora, podemos iniciar a soldagem dos componentes. Lembra-se dos cuidados e


dicas dados no Capítulo 2 – Soldagem de componentes? Se você não se recorda, faça
uma revisão desse capítulo.
Uma possível sequência de passos seria:
1º Passo: Conectar os dois fios do primário do transformador, a dois dos terminais
isolados da ponte de terminais. Cuidado para não usar o terminal que está conectado a
parte metálica da caixa, que é o mesmo que prende a ponte a caixa, via um parafuso. Use
os próprios fios do transformador (quando forem disponíveis) ou pedaços de fios, entre os
terminais do transformador e a ponte.
Ao interligar os primeiros componentes da montagem, já seria interessante adotar um
código de cores para os fios. No caso dessa interligação transformador-ponte, vamos usar
fio cinza, de diâmetro apropriado.
Corte os dois pedaços de fio cinza, de tamanho apropriado. Descasque as pontes,
torça-as (se for fio flexível) e estanhe-as. Entrelace os dois fios, e interligue o
transformador e ponte, como mostrado na figura 78. Reveja o capítulo sobre soldagem
para ver como é feita a solda de fios em terminais.
As soldas nos componentes, no lugar definitivo, poder ser feitas agora.
2º Passo: Testar o circuito primário do transformador e a alimentação em CA.

Figura 78 Montagem dos componentes do circuito do primário do transformador.

Ainda não conecte o plug do cabo de rede a rede de CA.


CUIDADO: Agora você vai trabalhar com tensões elevadas, da
ordem de 127VCA! Siga as regras de segurança e faça uma
revisão do Capítulo 19 – Instrumentos de Medidas.

Coloque um fusível, de valor apropriado ao projeto, no porta-fusíveis.


a) O primeiro teste consiste em verificar a continuidade do circuito de CA, no primário
do transformador, com todo circuito desligado da rede de CA. Não coloque o plug do
cabo de rede a tomada de 127VCA!!
■ Ligue a chave liga/desliga de CA.
■ Coloque a escala do multímetro na posição “OHMS X 1”.
■ Conecte a ponta de provas cor preta do multímetro em um dos pinos do plug do
cabo de rede. Use uma ponta de provas com um jacaré no extremo.
■ Conecte a ponta de provas cor vermelha do multímetro no outro pino do plug do
cabo de rede. Use uma ponta de provas com um jacaré no extremo.
■ Com isso você vai verificar a continuidade de todo circuito do primário do
transformador, envolvendo o cabo de rede, chave liga/desliga, enrolamento primário e
porta-fusíveis.

☺Se toda a montagem estiver correta, você deverá encontrar uma medida de
resistência infinita quando a chave estiver desligada e apenas alguns ohms quando a chave
estiver ligada.

; Se der algum resultado diferente do acima, teste cada componente individualmente,


com o multímetro, na posição “OHMS”.
b) O segundo teste consiste em verificar o circuito do secundário do transformador,
com o circuito ligado à rede de CA.
■ Coloque a escala do multímetro na posição “VOLTS AC”. A escala a ser usada
deve ser a que comporte a medida da tensão do secundário do transformador. Se o
secundário do transformador fornece uma tensão de 12 VCA, você deve usar uma escala
acima desse valor, por exemplo, 20VCA.
■ Conecte as duas pontas de prova do multímetro ao secundário do transformador
(não tem polaridade).
■ Com a chave liga/desliga na posição “desligada”, conecte o plug do cabo de rede à
rede de alimentação de CA, 127V (ou 220V).
☺ Ligue a chave liga/desliga e a tensão do secundário do transformador
(aproximadamente) deverá ser indicada pelo multímetro.

; Problemas? Se nada “fumacear”, provavelmente a única alteração que você


encontraria seria no valor da tensão medida no secundário, que variaria em torno de
12VCA. Isso, na realidade não representaria um problema, na maioria dos casos. Se o
transformador estiver com o enrolamento primário ou secundário em curto, o fusível vai
abrir ou “queimar”. Nesse caso, desligue todo circuito e meça novamente a resistência de
cada componente. Substitua os que estiverem danificados.
Com isso terminamos o primeiro teste de parte do circuito total do amplificador.
3º Passo: Instalar e conectar o LED e conectar a placa PCI do regulador de tensão.
O LED é alimentado pela PCI do regulador de tensão e vai instalado no painel frontal,
através de do porta-LED. Use dois pedaços de fios, sendo um preto e outro vermelho
(catodo e anodo do LED). Após soldar esses fios aos terminais do LED, coloque sobre a
solda um pequeno pedaço de espaguete, para evitar curto-circuito.
A PCI do regulador de tensão vai conectada ao secundário do transformador de
força. Prepare dois pedaços de fios flexíveis, cor cinza, para essa conexão, soldando-os
nos terminais do transformador e na PCI. Se você usou um transformador com um
enrolamento com tomada central, você vai precisar dos dois pedaços de fio cinza e mais
um pedaço de cor preta (para a tomada central do enrolamento).
Note que a PCI da fonte regulada tem três terminais na saída: um positivo para a
placa PCI do amplificador, um outro positivo para alimentar os transistores montados no
dissipador e um terceiro terminal que é o negativo, comum as duas tensões.
Veja essas conexões na figura 79.
4º Passo: Testar o circuito da fonte de alimentação regulada e LED.
a) O teste consiste em verificar o circuito da fonte de alimentação e LED, com o
circuito ligado à rede de CA.
■ Coloque a escala do multímetro na posição “VOLTS CC”. A escala a ser usada
deve ser a que comporte a medida da tensão que a fonte regulada vai fornecer.
■ Conecte as duas pontas de prova do multímetro aos terminais de saída da fonte de
alimentação, conforme desenho da figura 79.
Figura 79 Conexão da PCI da fonte regulada e LED.

■ Com a chave liga/desliga na posição “desligada”, conecte o plug do cabo de rede à


rede de alimentação de CA, 127V (ou 220V).

☺ Ligue a chave liga/desliga e a tensão de saída da fonte regulada deverá ser


indicada pelo multímetro. Repita para a outra tensão, mudando apenas a ponta de prova
de cor vermelha para o terminal correspondente. A outra tensão de saída da fonte
regulada deverá ser indicada pelo multímetro, de acordo com os valores do projeto.

;Problemas? Nada “fumaceou”?, Se fumaceou, desligue todo circuito e meça os


componentes usados na PCI. Veja o Capítulo 21 – Instrumentos de Medidas. Substitua
os componentes que estiverem danificados.
Com isso terminamos o segundo teste de parte do circuito total do amplifcador.
5º Passo: Instalar a PCI do amplificador, dissipador de calor, conectores de entrada
e saída, controle de volume e chave seletora.
Instale: conector RCA de entrada, conector do alto-falante, dissipador de calor,
borracha de passagem para os fios do transistor montado no dissipador, potenciômetro de
volume chave seletora de entradas. Use as ferragens apropriadas para os diversos
componentes, como já discutidos.
Para a conexão dos conectores RCA das entradas, até a PCI, use cabo blindado fino
para áudio. Pode ser um cabo do tipo “estéreo” ou cabo mono. Decape esse cabo,
separando a blindagem do condutor central, em ambas extremidades.
O mesmo tipo de cabo deve ser usado para a conexão entre o potenciômetro de
volume e chave seletora de entradas.
A conexão ao terminal do alto-falante pode ser feita com fio flexível comum,
entrelaçado, de cor verde, por exemplo.
O dissipador de calor já deve estar com os fios dos transistores soldados e
devidamente isolados com pedaços de espaguete. Os transistores devem ter sido
montados no dissipador com o uso de buchas isolantes, parafusos, etc. passe os fios para
dentro da caixa através da borracha passante no painel traseiro.
Instale o potenciômetro e chave seletora (rotativa) nos respectivos furos. Prenda com
a porca e arruela dentada que acompanham esses componentes, usando ferramentas
apropriadas.
Oriente os terminais dos mesmos para baixo, em direção ao fundo da caixa. Veja
essas conexões na figura 80.

Figura 80 Interconexões entre o potenciômetro, chave seletora da entrada e conectores de saída para alto-
falantes.

5º Passo: Testar o circuito completo do amplificador de áudio.


Conecte um alto-falante na saída do amplificador de áudio.
Um teste que já mostra como está o funcionamento do amplificador é conectar uma
fonte de sinal a uma das entradas, como um CD player, um tape deck, etc. e verificar o
comportamento do amplificador.
Se você não tiver uma dessas fontes de sinal a mão, use o seu próprio dedo,
colocado na entrada de sinal. Um ronco forte deverá aparecer no alto-falante.

☺Funcionou? Faça o teste definitivo com a fonte de áudio que você vai usar, para
ver a qualidade do som, intensidade, etc.

; Problemas? Passe para o item seguinte onde você vai aprender técnicas bem
simples de localização de defeitos.
E se nada funciona?
O método que descrevemos a seguir é baseado no fato de que a grande maioria dos
montadores amadores tem, no máximo, um multímetro como instrumento de medidas, para
a localização de falhas. Esse método, com uma porção de dicas dadas, funciona para um
grande número de casos.
Fazendo um rápido processo estatístico, com falhas encontradas por montadores
amadores, que usam circuitos de revistas e livros, encontramos aproximadamente os
seguintes dados:
- 90% das falhas acontecem devido a erro do montador
- 4% das falhas ocorrem devido a componentes com defeito
- 3% das falhas ocorrem por causa de defeitos na PCI
- 3% das falhas são ocasionadas por erros no artigo que descreve o projeto.
Se você achar muito difícil tentar resolver essas falhas e ainda é um montador
iniciante, peça ajuda a um amigo que já tenha uma boa experiência em montagens e, de
preferência, que tenha uma bancada “recheada” de instrumentos de medida.
Se você se dispuser a “botar a mão na massa”, vamos lá...
1º Passo: Calma...
Sabe aquele tipo de e-mail que você lê e fica “uma fera”? Quase sempre você deixa
para responder no dia seguinte quando você está mais calmo! Ou o chefe que fala uma
grande besteira para você e é preciso manter a calma?
É isso ai! Se o seu projeto não funcionou depois de uma montagem caprichosa, nem
tente na mesma hora correr atrás das falhas! Deixe para outra hora, outro dia... Com
certeza você vai estar ansioso e a localização de falhas exige uma “cabeça fresca”.
2º Passo: Verificar todos os componentes e conexões
Realize esse passo com o circuito desligado!
● Componentes - Verifique todos os componentes do circuito, estejam ou não na PCI.
Faça a você mesmo as seguintes perguntas:
a) Os valores dos componentes estão corretos?
b) Os componentes que tem polaridade estão orientados corretamente? Diodos,
capacitores eletrolíticos, transistores, CI, etc.?
c) Os componentes estão inseridos na furação correta da PCI ou montados
corretamente nos painéis frontal e traseiro?
d) Fiz alguma substituição de componentes, principalmente de semicondutores, por
não ter encontrado o componente original? Essa substituição está correta? Verifiquei nos
manuais de componentes e “Data Book”?
e) Verifiquei a continuidade dos fios, cabos, enrolamentos, etc.?
f) Tem algum furo na PCI que está “sobrando”? Porque isso ocorre?
● Conexões – Use uma lupa e verifique se as soldas, tanto na PCI, quanto no
restante do circuito estão corretas. Procure por:
a) Soldas frias
b) Aspecto duvidoso das soldas e demais conexões
c) Curtos-circuitos entre pistas, ilhas, fios, cabos, etc.
No caso de soldas frias e aspecto duvidoso, refaça essas soldas. Reveja o Capítulo
20 – Soldagem de componentes, para verificar o método de dessoldar um componente.
No caso de curto-circuito entre pistas e ilhas, retire-os com auxílio de uma pequena faca ou
estilete de corte. Muito cuidado nessa operação!

☺ Funcionou? Ótimo, vá em frente... Use sua nova montagem para ver os


resultados.

; Não funcionou? Vá para o 3º passo.


3º Passo: Divida o circuito em blocos ou estágios
Analise o diagrama esquemático do circuito que você montou e tente dividi-lo em
blocos ou estágios, para analisar cada um individualmente. Observe as dicas que demos
durante a montagem, onde você testou cada bloco, assim que terminava de montá-lo.
Por exemplo, podemos começar pela fonte de alimentação, com o equipamento
desligado e verificar:
a) A tensão da rede é de 127 VCA (ou 220VCA)?
b) A chave liga/desliga está “ligada”? Parece besteira, mas acontece cada uma!!
c) Você verificou a continuidade do fusível, chave liga/desliga, primário do
transformador de força, etc.?
Ligue o equipamento à rede de CA e meça, com o multímetro, a tensão de saída
da fonte. Essa tensão está correta? Se não tiver nenhuma tensão na saída da fonte, teste
um a um os componentes da mesma.
Você também pode “seguir” as tensões do circuito, medindo a tensão CA no primário
do transformador, a tensão CA no secundário, a tensão CC no eletrolítico do circuito de
filtro da fonte, a tensão nos pinos do CI regulador de tensão (se o equipamento usa fonte
regulada), e assim por diante, até localizar qual componente está causando o mau
funcionamento da fonte de alimentação.
Se o circuito é alimentado por pilhas ou baterias, verifique o estado das mesmas e
substitua, se necessário.

☺ Funcionou? Ótimo, vá em frente... Use sua nova montagem para ver os


resultados.

; Não funcionou? Vá para o 4º passo.


4º Passo: Siga os “caminhos” da alimentação e do sinal no circuito
O que chamamos de “caminhos” da alimentação são os pontos para os quais a fonte
de alimentação fornece tensão. O sinal, no caso do nosso amplificador de áudio, parte das
entradas, nos conectores RCA do painel traseiro e vão em direção ao conector de saída
para o alto-falante, passando pelo circuito amplificador (na PCI), chave, controle de
volume, estágios de saída com transistores no dissipador, etc.
Como dito anteriormente, um sinal pode ser injetado no amplificador de áudio, com o
próprio dedo, dando então um forte ronco no alto-falante. Se você tiver um gerador de
áudio ou um injetor de sinais e souber usá-los, tudo fica bem mais fácil.

☺ Funcionou? Ótimo, vá em frente... Curta seu novo amplificador!


; Não funcionou? Continua mudo? Vá para o 5º passo.

5º Passo: Algum componente do circuito está defeituoso...


Já estava na hora de acharmos isso, depois de todos os passos que seguimos.
a) Tente medir o valor do componente, quando possível. Você já sabe que, por
exemplo, um resistor medido conectado em um circuito, apresenta um valor que muitas
vezes não tem nada que ver com seu valor dado pelo código de cores. Isso porque ele vai
estar conectado com outros componentes, em série e em paralelo, alterando a medida
direta do valor do mesmo.
Na maioria dos casos, você vai ter que desconectar o componente. No caso de
resistores, diodos, etc. basta soltar apenas um dos terminais do componente, para fazer a
medida.
Compare as medidas obtidas em um componente suspeito, com as medidas obtidas
com um componente novo.
b) Se a medição do valor do componente não deu em nada, tente substituir alguns
componentes chaves do circuito, por outros novos. Defeitos ocorrem mais em
semicondutores (diodos, transistores e CI) do que em resistores e capacitores.

☺ Funcionou? Ótimo, vá em frente... Curta seu novo amplificador!


; Não funcionou? Continua mudo? Vá para o 6º passo.
6º Passo: Chegou a hora de se perguntar: Será que esse circuito ou PCI estão
desenhados corretamente na revista ou livro que consultei?
a) Releia o artigo da revista ou livro. Verifique se ele tem fotos que podem ajudar a
detalhar determinado ponto do circuito ou PCI. Fotos mostram se o autor realmente
montou o projeto. Alguns autores, felizmente poucos, lançam ideias de determinados
circuitos, sem nunca tê-los montado... Cuidado!!
b) A PCI foi desenhada (layout) por você? Se sim, verifique todo layout. Se o autor
forneceu um layout, verifique se está de acordo com o circuito.
c) Se você tirou seu projeto de uma revista, verificar nos números subsequentes da
publicação de saiu alguma ERRATA ou o famoso “gato”.
d) Contate o autor ou a editora da revista ou livro, via carta ou e-mail. Se ele não
forneceu esses dados, a Editora da revista vai ajudá-lo a entrar em contato com ele.
Coloque em poucas palavras o que está acontecendo e o que você já fez para resolver.
Principalmente, informe se você fez alguma substituição de componentes.
LEI DE MURPHY: Como sempre, o problema vai estar no último
componente testado ou na última ação que você tomar!
Não desanime, pois com certeza, você vai fazer funcionar o seu projeto!!
OBSERVAÇÕES E CONDIÇÕES DE FORNECIMENTO DESTE LIVRO
1. Os projetos aqui descritos têm como fonte de referência livros, revistas, sites na
Internet, manuais de fabricantes, normas técnicas e experiência profissional do autor,
conforme listados nas “Referências” de cada capitulo. Essas pessoas, entidades, órgãos,
empresas, etc. são os proprietários desses projetos, marcas, símbolos, aplicações, etc.
Esses projetos são apresentados de forma a enriquecer o hobby de montagem de
pequenos aparelhos eletrônicos, sem incentivar a comercialização dos mesmos.
2. Todo cuidado foi tomado para que as informações aqui fornecidas fossem as mais
corretas possíveis. Porem, não nos responsabilizamos e nem garantirmos que os projetos
montados por você, vão funcionar da maneira descrita nesse livro. Em resumo, eles são
montados por sua própria conta e risco. Para nós, todos eles foram montados e
funcionaram. Sempre sugerimos que você consulte as fontes de referência, como apoio.
3. Todos os projetos foram montados, testados e descritos nesse livro com o intuito
de ajudar as pessoas que querem entrar na “arte da montagem eletrônica”. Não temos
nenhum vinculo com fabricante ou revendedor de componentes eletrônicos. Quando
mencionada determinada marca ou modelo, isso é feito como exemplo de uso do
componente ou material para uma determinada aplicação. Todos componentes eletrônicos,
peças, materiais, ferramentas, etc., estavam disponíveis na época de publicação desse
livro (2009).
4. Quaisquer “Marca Registrada” ® ou Nome de Fantasia mencionados em todo texto
pertencem aos seus respectivos proprietários. Procurei também mencionar todos os
“Copyright” © possíveis e se algum não foi mencionado, foi por falta de informações
disponíveis na época. Estou à disposição para a devida alteração, caso ocorra esse fato.
5. Não tenho como dar “consultas particulares” sobre as informações fornecidas.
Entretanto, perguntas serão respondidas via e-mail, no endereço de e-mail no inicio do
livro. O tempo de resposta será o menor possível, dentro das atividades do autor.
6. Faltou alguma coisa nesse livro? Ótimo, sinal que você leu com atenção: envie um
e-mail para mim, com as sugestões. Você encontrou alguma coisa errada? Por favor,
informe via e-mail. Gostou do livro? Recomende a outros...
7. E por fim...
Com certeza algum material desse livro vai ser copiado, transcrito, colocado na
Internet e imitado. Procure respeitar os Direitos Autorais. Em caso de transcrição para
outros textos ou Internet, peça autorização e sempre mencione a fonte e o autor.
Se você cobiça o exemplar desse livro que você viu na bancada de montagem de um
amigo, não copie afinal eu gastei cerca de quatro anos para fazê-lo e muitas horas foram
roubadas do convívio familiar para produzir os textos, desenhos, fotos, etc. que você vê
aqui.
Um grande abraço e mãos a obra! Aqueça o ferro de soldar!!
04/12/13 – pem – Ver 0
MONTAGENS ELETRÔNICAS PARA QUEM NÃO É TÉCNICO
Volume 4 – Fontes de Alimentação - Projetos
Paulo Edson Mazzei
Edição revista e ampliada
Direitos autorais do texto original Copyright © 2009-2013 Paulo
Edson Mazzei
Todos os direitos reservados.
As marcas e nomes comerciais citadas nesse livro são de propriedade dos seus
respectivos donos e por eles registradas®. Fotos onde não existe o copyright do autor são
de propriedade das entidades mostrada na própria legenda.
Para algumas fotos não foi possível identificar o autor, mas ele tem todos direitos
sobre essas fotos. Se isso ocorrer, por favor, entre em contato conosco.
Nenhuma parte deste livro poderá ser utilizada, copiada ou reproduzida em qualquer
forma ou meio, sem a expressa autorização do autor, sob as penas da lei.
Contato: radioeletronico@gmail.com
Dedicatória
Com carinho, para minha família, Rita, Xexa, Paulinho e Rô da qual “roubei” horas
para fazer esse livro.
As minhas ajudantes “caninas”, que permaneciam ao meu lado durante as longas
horas de montagem dos aparelhos mostrados e descritos neste livro: Perola e Paloma (in
memoriam).
Aos amigos que nos apoiaram nesse trabalho, que teve algumas “paradas” por
desanimo.
Ao amigo Gilberto Affonso Penna (in memoriam), antigo Editor das revistas “Antenna”
e “Eletrônica Popular”, que sempre me incentivou a publicar artigos técnicos e que recebeu
meus primeiros originais para publicação.
Apresentação

Umas palavras...

Escrevi esse livro para encorajá-lo a se aventurar na montagem de pequenos


aparelhos eletrônicos, geralmente divulgados em revistas e livros técnicos da área.
Nos muitos anos de prática na área profissional e de ensino de eletrônica, sempre me
deparei com jovens e veteranos fascinados por eletrônica, mas sem coragem para ir em
frente e realmente realizar alguma montagem.
As revistas técnicas de eletrônica, livros da área e milhares de sites na Internet,
despejam um grande volume de informações sabre as mais variadas áreas da eletrônica,
indo de pequenas fontes de alimentação até equipamentos sofisticados como um
verdadeiro analisador de espectro feito em casa!
Entretanto, apenas uma pequena parte dessas informações passa para o montador
iniciante o que realmente deve ser feito, iniciando-se com uma pequena descrição do
circuito e indo até detalhes finais como a calibração e uso. No meio dessa “via crucis”, as
informações são mínimas, mas de vital importância para a iniciante. Como, por exemplo,
desenhar o Iayout de uma placa de circuito impresso, que é o terror e bloqueio de grande
número de montagens. Outros temas como leitura de diagrama esquemático, Iayout e
desenho de caixas para abrigar os pequenos projetos, uso de equipamentos de teste,
localização de falhas, quase nunca aparecem. E a localização e substituição de
componentes eletrônicos, quando não se acha a indicada? Terrorismo puro...
Note bem que eu não “inventei” nada. O que faço nesse livro é dar as dicas de como
tomar “montáveI” um projeto de montagem. Usei projetos meus feitos ao longo do tempo,
alguns projetos de amigos e outros de livros e revistas. Sempre dando os créditos ao autor
do projeto original.
Usei aqui um mínimo de teoria: só o necessário para explicar algum detalhe muito útil
de um componente ou circuito e principalmente, na hora de possíveis substituições.
Existem centenas de bons livros no mercado e na Internet, que poderão ajudá-lo a se
aprofundar na parte teórica da eletrônica.
A linguagem usada em todo texto procurou ser adequada ao principiante, fazendo
com que você se sinta mais á vontade para encarar a montagem de um aparelho
eletrônico. Que me perdoem os “amadores profissionais”...
Também não tive verba suficiente para contratar um revisor para o texto, mas como
creio que os leitores estão mais interessados na técnica do que no purismo do vernáculo.
Se isso o incomoda, mande um e-mail para mim com suas sugestões.
Espero, com esse livro, ajudá-lo exatamente nos pontos críticos mostrados acima.
Aqui você vai encontrar o diagrama esquemático bem desenhado, com identificação dos
terminais de semicondutores e outros, sugestões de layout para a confecção da placa de
circuito impresso, pontos críticos das montagens, sugestões para a confecção da caixa
que abrigará sua montagem, como testar as partes, como funciona etc.
Não se assuste com os problemas relatados acima, pois espero que nesse livro você
não os encontre!
Entretanto, chega de palavras e mãos a obra! Nunca deixe o ferro de soldar
esfriar...!!

Por que um E-book?


O trabalho original de MONTAGENS ELETRÔNICAS PARA QUEM NÃO É TÉCNICO
terminou no ano de 2009 e virou um livro com um grande numero de paginas, feito em uma
gráfica rápida. Esse tipo de livro ficou praticamente impossível de converter para E-
readers, e devido a sua grande extensão e quantidade de desenhos. Com a chegada dos
E-readers, tabletes, iPad, Kindle, etc., decidimos dividi-lo em volumes, para leitura nesses
E-readers, incluindo em cada um desses volumes os capítulos originais pertinentes ao
assunto.
Também aproveitamos essa divisão em volumes e fizemos uma revisão e atualização
dos conteúdos de cada capitulo, bem como melhor apresentação das figuras e desenhos
apresentados. O importante é que foi mantida a ideia original que era ensinar aos novatos
na arte de montar pequenos aparelhos eletrônicos, como fazer isso de uma forma que não
houvesse uso de teorias, cálculos, componentes eletrônicos difíceis, etc.
Fundamentalmente foi mantida a forma de “passo a passo”, com a apresentação
simplificada da teoria, diagramas esquemáticos, desenho dos layouts das placas de
circuito impresso (onde usadas), técnicas de montagem, lista de materiais, substituições
etc.
Os volumes que se seguem deverão conter os seguintes assuntos (Nota: pode ser
que devido à conversão para os E-readers, esses assuntos possam variar ligeiramente).
Veja quanta coisa boa vem ai!
NOTAS AOS INICIANTES:
1. Em todos os volumes de MONTAGENS ELETRONICAS, você vai encontrar
referencias a modelos mais antigos de componentes eletrônicos. Não, o livro
não está desatualizado. O fato é que o montador de pequenos circuitos
eletrônicos é bastante curioso e devido a isso poderá desmontar aparelhos
eletrônicos mais antigos para retirada das peças e construção de outros
aparelhos, como mostrado ao logo desse livro!
2. Muitos componentes novos são caros e às vezes encontrados somente em
lugares específicos. Para que você não desanime, desmonte rádios
valvulados e transistorizados, TV, etc., mais antigos, pois eles são uma
“mina” de componentes!!
OBSERVAÇÕES E CONDIÇÕES DE FORNECIMENTO DESSE LIVRO
Por favor, antes de você ler todo este livro, fazer suas montagens e adquirir suas
ferramentas, leia as “OBSERVAÇÕES E CONDIÇÕES DE FORNECIMENTO DESTE
LIVRO”, no final do mesmo.
Índice
Apresentação
Capitulo 1
PROJETOS - FONTE DE ALIMENTAÇÃO
Introdução
Por que as fontes de alimentação?
O transformador
O retificador
O filtro
Fontes chaveadas
Circuitos de proteção
Manuais de semicondutores
Capitulo 2
PROJETO 1 - FONTE DE ALIMENTAÇÃO COM 78XX
Fonte de alimentação com CI
Dicas
Placa de circuito impresso
A montagem na caixa
Como fazer a caixa?
Capitulo 3
PROJETO 2 - FONTE DE ALIMENTAÇÃO VARIÁVEL COM LM317T
Fonte de alimentação variável com CI LM317T
Dicas
Placa de circuito impresso
Como fazer a caixa?
Capitulo 4
PROJETO 3 - FONTE DE ALIMENTAÇÃO VARIÁVEL COM LM317T E
TRANSISTOR 2N3055
Fonte de alimentação variável com CI LM317T e transistor 2N3055
Placa de circuito impresso
A montagem na caixa
Capitulo 5
PROJETO 3 – CONSTRUÇÃO DE UMA FONTE DE ALIMENTAÇÃO VARIÁVEL
COM LM317T E TRANSISTOR MJ2995
Introdução
O circuito da fonte
Dicas de montagem e componentes
Caixa para a fonte
Dicas
Capitulo 6
PROJETO 4 – FONTE DE ALIMENTAÇÃO VARIÁVEL PARA 13,8V E 20A
Introdução
As PCI
Discussão dos circuitos e dicas de montagem
Discussão dos circuitos e dicas de montagem
A caixa e a montagem final
Fotos da fonte
Bibliografia consultada para o volume 4 – Fontes de Alimentação.
Adendos
OBSERVAÇÕES E CONDIÇÕES DE FORNECIMENTO DESTE LIVRO
Capitulo 1
PROJETOS - FONTE DE ALIMENTAÇÃO
Introdução
Toda bancada do montador amador precisa de uma fonte de alimentação regulada e
de preferência ajustável. Os diversos projetos que são montados podem ser testados na
bancada, antes de serem construídos definitivamente numa caixa, já com a fonte de
alimentação incorporada.
Outros equipamentos, que requerem pilhas ou baterias, podem ser alimentados pela
fonte, para seu funcionamento.
Por que as fontes de alimentação?
Equipamentos eletrônicos usados pelo amador, como amplificadores, receptores,
transmissores, acessórios, etc. geralmente não são alimentados diretamente pela rede de
energia elétrica de 127 ou 220 V, corrente alternada (CA).
Esses equipamentos precisam de corrente continua (CC) para funcionarem, com um
valor de tensão bem menor, geralmente entre 3 e 28 volts, com correntes variando de
algumas dezenas de miliampères até dezenas de ampères.
Dai entra a FONTE DE ALIMENTAÇmO, que conectada em 127 ou 220 VAC produz a
necessária tensão CC regulada, em torno de 13,8 VCC para os equipamentos eletrônicos
a serem alimentados (cargas).
Geralmente a fonte de alimentação é um equipamento ao qual o montador novato ou
antigo, muitas vezes, não dá a devida atenção. Uma fonte de alimentação mal projetada,
sem circuitos de proteção, pode torrar um equipamento de algumas centenas de reais
($)...
Para um estudo simplificado, a fonte de alimentação pode ser dividida em quatro
blocos funcionais, como mostrado na figura 1. Dentro dos círculos são mostradas as
formas de onda de tensão, na saída de cada bloco, apenas para efeito de ilustração e
comparação.
O transformador
O transformador já é seu velho conhecido, do capítulo de “INDUTORES”.
A função do transformador é “transformar” a tensão da rede de 127 ou 220 VCA
numa tensão mais baixa, de acordo com o requerido pelos equipamentos. Essa tensão
pode assumir vários valores, mas na grande maioria das fontes ela é da ordem de 9 a 18
VCA. Esse transformador é comumente chamado de ”Transformador de Força”.
Figura 1 Diagrama em blocos de uma fonte regulada.

O primário do transformador de força deve ser conectado a rede de energia elétrica


usando sempre um fusível de valor apropriado e uma chave do tipo liga-desliga. Ver a
figura 2. Ainda mais, como todo equipamento da estação do radioamador, a fonte de
alimentação também deve ser aterrada, com um cabo de rede e plug de três pinos ou
diretamente na caixa metálica da mesma.
A corrente e a tensão do enrolamento secundário do transformador devem ter valores
apropriados para um bom funcionamento da fonte de alimentação, como mostrado nas
DICAS a seguir.
Dicas para transformadores
1. A tensão do secundário, a plena carga, deve ser
superior a 3 volts em relação à tensão de saída da
fonte. Tensões maiores poderão ser usadas, mas
com dissipadores do calor maior nos transistores do
circuito regulador.
2. A corrente do secundário deve ser, no mínimo,
30% superior a corrente máxima solicitada pelo
equipamento a ser alimentado pela fonte.
OBS. Note que as dicas dadas daqui para frente somente são validas para
componentes eletrônicos de boa qualidade! Nada de adquirir componentes eletrônicos de
“origem geográfica desconhecida” e depois dizer: “Pô, as dicas nno funcionam!”
Por exemplo, quais serno os requisitos do transformador do uma fonte do
alimentação para alimentar um aparelho eletrônico que precisa do 13,8 VCC e 10 A?
Tensão do saída = aprox. 18 VCA
Corrente de saída = aprox.. 13 ACA
Especial atenção deve ser dada à aquisição do transformador, devido as “bombas”
presentes no mercado. Se possível, o transformador de força deve ser enrolado por uma
oficina de eletrotécnica de confiança, ou adquirido de empresa idônea. Com o uso das
DICAS para transformadores, é possível ter uma fonte de alimentação que realmente
atenda os requisitos da grande maioria dos equipamentos.
Figura 2 Tipos de circuitos retificadores.

O retificador
Basicamente, o retificador transforma a CA em uma corrente contínua chamada “CC
pulsante”. Veja a forma de onda na saída do retificador, figura 1.
Existem três tipos de retificadores usados nas fontes de alimentação: o do meia
onda, o de onda completa com tomada central no transformador e o de onda completa
com ponte retificadora, como ilustrado na figura 2. Os mais usados sno os de onda
completa, com dois diodos ou quatro diodos. Desses dois circuitos, o de ponte, com quatro
diodos é o mais prático, pois o transformador de forca tem apenas um enrolamento e as
pontes retificadoras já podem ser encontradas prontas, com os quatro diodos num só
invólucro.
Dicas para retificadores
1. A tensão inversa de pico do diodo deve ser de no
mínimo 3 vezes o valor da tensão de CA do
secundário do transformador de forca.
2. A corrente direta do diodo retificador deve ser no
mínimo 40 a 50% maior do que a corrente solicitada
pela carga.

O filtro
Como a tensão de saída do retificador não é uma CC pura é necessário fazer uma
filtragem na mesma para que ela possa ser usada para alimentar os diversos
equipamentos eletrônicos. Essa CC pulsante, na saída do retificador, precisa ser
“aplainada”, para ficar com o mínimo possível de ondulação (ripple).
Quem se encarrega disso é o circuito do filtro, que na forma mais simples e funcional
é composto de um capacitor, do tipo eletrolítico, com alto valor, ligado a saída do
retificador. Na grande maioria das fontes de alimentação, para uso do amador, um circuito
de filtro como esse é o suficiente, desde que se use o capacitor de valor correto. A figura
3 ilustra o capacitor de filtro conectado a um circuito retificador.
Um capacitor eletrolítico polarizado é usado no filtro da fonte de alimentação, devido
aos altos valores de capacitância que se pode conseguir com esses capacitores, num
invólucro relativamente pequeno. O capacitor eletrolítico tem uma tensão de trabalho que
deve ser escolhida em função da tensão do secundário do transformador de força.

Figura 3 Circuito de filtro com capacitor eletrolítico

Dicas para o capacitor de filtro


1. 0 valor do capacitor eletrolítico do filtro deve ser de
aproximadamente 2.200 pF por cada 1 ampère de
corrente que a fonte fornece. Quanto maior a
capacitância, melhor, só que o custo aumenta.
2. A tensão de trabalho do capacitor deve ser de no
mínimo 1,5 vezes a tensão de pico do secundário do
transformador de força.

28.6 O REGULADOR DE TENSmO

Como a tensão de saída da fonte pode variar em função da corrente solicitada pela
carga, é importante prover meios de regular (ou estabilizar) o valor da tensão de saída.
Ainda mais, a tensão da rede que alimenta a fonte, também pode variar, ocasionando
alteração na tensão de saída da fonte.
Isso é feito com o circuito regulador que além de realizar as duas funções acima,
ajuda na filtragem da corrente continua fornecida pela fonte.
Durante muito tempo foram usados diodos Zener para regular a tensão do fontes do
alimentação. Ainda hoje, os circuitos mais simples, de baixa potência e econômicos usam
esses diodos, que são fabricados em vários valores de tensão, conforme a tensão a ser
regulada. Ver o capítulo sobre “Diodos Semicondutores”.
Modernamente os circuitos reguladores são fornecidos na forma do um Cl (Circuito
Integrado) do três ou mais terminais, pronto para ser conectado a saída do filtro, apenas
com a adição do mais alguns poucos componentes. Na forma mais simples o Cl regulador
do regulador de tensão tem três terminais, como os da série “78XX” e podem ser
encontrado em vários valores de tensão.
Assim, o Cl 7812 é um Cl regulador de tensão positivo, de três terminais, para 12
Volts. Esse regulador pode trabalhar com correntes do ate 1,5 A, com o uso de um
dissipador do calor. A figura 4 mostra o uso dos reguladores mais usados da série do CI
78XX, com mais informações sobre os mesmos.

Figura 4 O regulador de tensão da família "78XX".


Notar que no desenho do circuito regulador da figura 4, o capacitor C é o capacitor
de filtro usado na fonte de alimentação. Os capacitores C1 e C2 são usados para evitar
que ruídos e oscilações presentes no circuito possam afetar o funcionamento do Cl
regulador de tensão. O valor desses capacitores está entre 0,1 e 0,47 μF e devem ser
soldados o mais próximo possível dos terminais do Cl.
Na saída do circuito regulador ainda é aconselhável colocar mais um capacitor de
filtro, do tipo eletrolítico, de aproximadamente 100 μF com tensão de trabalho de
aproximadamente 1,5 vezes a tensão de saída da fonte.
Outro Cl de três terminais, bastante usado, é o LM317T que permite a construção de
uma fonte variável de até 32 volts, com correntes de saída de até 1,5 A. A figura 5 ilustra
a conexão desse tipo de Cl, num circuito básico para 1,2 a 32 VCC, 1,5 A. Um dissipador
deve ser usado no Cl regulador.

Figura 5 Regulador de tensão variável LM317T.

Todos os Cl reguladores de três pinos descritos podem ser usados em conjunto com
um transistor de potência, para aumentar a corrente de saída de uma fonte de
alimentação.
Geralmente as fontes usadas pelo amador usam correntes que podem variar de
algumas centenas de miliampères a dezenas de ampères e para a construção de fontes
econômicas usa-se esse recurso.
A figura 6 ilustra o uso do um transistor do potência NPN para aumentar a corrente
de saída do regulador de três terminais. Em (a) usa-se um regulador da série 78XX e em
(b) um regulador variável tipo LM317T.
Figura 6 Aumentando a corrente de saída do LM317T com um transistor.

Outro Cl regulador bastante usado para fontes variáveis é o CI regulador de precisão


LM723 ou μA723, de 14 pinos, invólucro plástico (mais econômico). Esse CI permite a
construção de fontes reguladas mais elaboradas, com vários tipos de proteção do circuito.
A figura7 (a) mostra o CI 723 e as suas conexões básicas num circuito regulador.

Figura 7 Regulador de precisão LM723 com transistor de potencia.


Fontes chaveadas
Os circuitos reguladores chaveados são usados nas fontes conhecidas como fontes
chaveadas que operam em princípios totalmente diferentes dos descritos para as fontes
lineares, até agora descritas. As fontes chaveadas têm alta eficiência, pouco peso e são
fisicamente pequenas quando comparadas a uma fonte linear de mesma potência.
Entretanto, essas fontes possuem um inconveniente, em alguns casos, para o
montador, devido ao seu alto custo, circuitos de grande complexidade e possibilidade de
gerar interferências em alguns equipamentos eletrônicos por elas alimentado, quando não
são bem projetadas.
Nas fontes chaveadas a tensão da rede é retificada sem ser abaixada (transformada)
e essa tensão é chaveada em alta frequência, por circuitos usando tiristores ou
transistores FET. Essa tensão de alta frequência é então transformada nas tensões
necessárias, através de um transformador toroidal. A seguir são retificadas e filtradas de
maneira normal.
Como a frequência de chaveamento é alta, em tomo de 10 a 20 kHz (comparada com
60 Hz das fontes lineares) o transformador é muito menor, fazendo com que essas fontes
sejam menores e mais Ieves.
Vários filtros tem que ser incorporados a esse tipo de fonte para que ela não interfira
com o funcionamento dos equipamentos por ela alimentados.
Circuitos de proteção
Os reguladores descritos até o momento, com três pinos, como os da família 78XX
ou os reguladores de precisão como os LM723, tem circuitos de proteção internos contra
curtos-circuitos na saída da fonte bem corno proteção contra temperaturas elevadas, que
podem destruir esses CI.
Além de uma fonte de alimentação ter uma saída bem regulada, capacidade total de
fornecer continuamente a corrente especificada, baixa ondulação (ripple) ela precisa ter
circuitos de proteção na saída, com a finalidade de proteger os equipamentos por ela
alimentados, principalmente contra sobre tensões.
Numa fonte linear, como as descritas até o momento, se o regulador ou os
transistores (ver figuras 6 e 7) que aumentam a capacidade de corrente de um regulador
entrar em curto, toda tensão retificada (mais alta do que a tensão regulada) irá ser
aplicada diretamente ao equipamento alimentado pela fonte. Isso irá destruir o aparelho.
Um circuito de proteção de sobre tensões eficiente, bastante simples e muito usado,
é construído com um diodo SCR (tiristor) e um diodo Zener, como mostrado na figura
Em (a) da figura 8 é mostrado o circuito de proteção para sobre tensão de uma
forma simplificada. D1 é um diodo Zener cujo valor é escolhido em função da tensão de
saída da fonte. D2 é um SCR (tiristor) que irá disparar quando certa tensão for aplicada ao
seu gate G (porta), fornecida pelo diodo Zener. F1 é um fusível que irá se romper, quando
o tiristor entrar em ação, protegendo assim o equipamento alimentado pela fonte de
alimentação.
Na mesma figura, em (b) é mostrado um circuito prático que pode ser adicionado a
fontes de alimentação já existentes, com saída em 13,8 VCC, 10 A. Nesse circuito:
D1 = Diodo Zener de 15V, I W
D2 = Tiristor de 20A, 100V
F = Fusível de 25A, ação rápida
R1 = Resistor de carbono de 330Ω, ½ W
R2 = Resistor de carbono de 22Ω, ½ W
C1 = Capacitor eletrolítico de 1000μF x 16V

Figura 8 Circuitos de proteção para uma fonte de alimentação.

Dicas para o circuito protetor contra sobre tensões.


1. A corrente do fusível F1 (ação rápida) deve ser
aproximadamente 125% maior do que a corrente de
saída da fonte. Use um fusível de boa qualidade.
2. O diodo Zener D1 deve ser escolhido para que
tenha sua tensão de cerca de 2 a 3 V superior a
tensão de saída da fonte.
3. A corrente do tiristor D2 deve ser de
aproximadamente 1,5 a 2 vezes a corrente de saída
CC da fonte. A tensão de operação pode ser em
torno de 100 V.
Manuais de semicondutores
Muitos dos circuitos aqui usados foram tirados dos próprios DATA BOOKS (Manual
de Semicondutores) dos fabricantes de semicondutores e foram adaptados ao nível desse
livro.
Note que o amador que se dispuser a construir um dos circuitos já deve ter lido com
atenção os capítulos anteriores desse livro, versando sobre componentes eletrônicos,
circuitos básicos, diagramas esquemáticos, soldas, etc.
Num capítulo posterior você vai entrar em contato com circuitos reais de fontes de
alimentação, com todas as informações necessárias para sua realização.
06/12/13 – pem – Ver 0
Capitulo 2
PROJETO 1 - FONTE DE ALIMENTAÇÃO COM 78XX
Fonte de alimentação com CI
Com apenas um Circuito Integrado (CI), da série 78XX, é possível construir fontes de
alimentação regulada, com várias tensões de saída, da ordem de 5 a 24V, com corrente
de saída de até 1A. Essa fonte é protegida contra curtos-circuitos e sobre aquecimento.
A escolha dos componentes eletrônicos e a tensão de trabalho dos mesmos é
importante para o correto funcionamento das fontes. Reveja descrição mais detalhada
desses dados, no Capítulo 1 – PROJETOS – FONTES DE ALIMENTAÇÃO.
A figura 9 mostra o diagrama esquemático do PROJETO 1, com a fonte regulada de
5 a 24V, usando CI reguladores de tensão da série 78XX.
Dicas
● Transformador: para se obter as tensões maiores no secundário, podem ser
usados transformadores com enrolamentos duplos no secundário, do tipo usado para o
retificador de onda completa com dois diodos. Nesse caso, não se usa a tomada central
do enrolamento secundário.
● Retificadores: os diodos para 2 A, podem ser substituídos por dois diodos do tipo
1N4001 (1A), em paralelo, aumentando a capacidade de corrente dos mesmos, para 2A.
Você também pode substituir os quatro diodos retificadores, por uma ponte retificadora,
para 2A, 50 ou 100V. Nesse caso, você vai ter que alterar a PCI que é fornecida como
sugestão para esse projeto.
● Capacitor do filtro: o capacitor eletrolítico do filtro, C1, é do tipo vertical (com
terminais unilaterais). Você pode usar um capacitor com terminais axiais, desde que você
dobre os terminais na mesma direção. Coloque um pedaço de espaguete no terminal
exposto.
● CI regulador: Deve ser montado num dissipador de calor, com uma pequena
porção de pasta térmica na parte metálica do CI.
Figura 9 Fonte de alimentação regulada para varias tensões de saída, usando os CI da serie 78XX.

● Fusível F1: deve ser montado em um porta fusíveis no painel traseiro. Como
alternativa econômica, você pode usar um porta fusíveis interno, preso ao fundo da caixa.
● PCI: No diagrama esquemático da figura 9, existe uma linha tracejada em volta do
mesmo, que indica o contorno da PCI, ou seja, quais os componentes do circuito que serão
montados na PCI. Existe também o desenho dos terminais da PCI, marcados sobre a linha
tracejada do contorno. Esses terminais são indicados por letras de A a E. Essas letras
correspondem aos pontos marcados no desenho da PCI.
Placa de circuito impresso
O circuito do PROJETO 1 pode ser montado até no sistema de “ponte de terminais
isolados”, devido a pequena quantidade de componentes eletrônicos. Se for o caso, você
deve reler o Capítulo 24 – MONTAGENS ELETRÕNICAS – TIPOS, que descreve esse
tipo de montagem.
Entretanto, como a PCI para esse projeto não é difícil de fazer e como sabemos que
você quer um ótimo acabamento para sua fonte de alimentação, damos, como sugestão, o
desenho de uma PCI especialmente preparada para o PROJETO 1. Veja a figura 10.

Figura 10 PCI da fonte do Projeto 1 (a) vista somente pelo lado dobre, (b) vista pelos dois lados (raios X) e
(c) vista pelo lados dos componentes.

A figura 10 mostra em (a) a PCI da fonte do Projeto 1, vista pelo lado do cobre ou
da solda (em preto). Os desenhos não estão em escala. O desenho (b) da mesma figura
mostra a mesma PCI vista ao mesmo tempo pelo lado do cobre e pelo lado dos
componentes. O lado dos componentes é mostrado em (c) da figura 10.
Você deve notar que na PCI da figura 10, foi usado o método de “quadrados e
retângulos” para o lado cobre, deixando nessa face o máximo possível de cobre. Lembre-
se que esse layout pode ser transferido (no tamanho 1:1) para o cobre e cortado com uma
faca de hobby ou estilete.
Se for possível, copie, imprima ou escaneie o desenho da PCI e aumente na
copiadora ou scanner até que ele fique com as dimensões das de 90 x 50mm.
Cubra a PCVI bem limpa com fita adesiva de papel, como ensino no capitulo sobre as
PCI, Depois com um estilete, recorte as ilhas e pistas (no caso, retângulos e quadrados).
Outro método de fazer essa PCI, como você viu no Capítulo 25 – Montagens
eletrônicas – a PCI (placa de circuito impresso), é usando ilhas e pistas. Esse método é
mostrado na figura 11

Figura 11 Alternativa para o layout da PCI do Projeto 1 da fonte de alimentação.

Em (a) da figura 11 pode ser vista a PCI pelo lado do cobre (em preto). No desenho
(b) é vista a mesma PCI, por ambos os lados: cobre e componentes.
Você poderá construir a sua PCI usando layout diferente, técnicas diferentes, etc. O
circuito da fonte é muito simples e dificilmente você terá problemas. Os layout aqui
fornecidos são sugestões. Se você for usá-los não se esqueça de manter as medidas da
placa: 90 x 50 mm. Isso é muito importante!
A montagem na caixa
Após a montagem dos componentes eletrônicos na PCI, você pode construir uma
caixa para a fonte do Projeto 1 ou mesmo adquirir uma pronta, de metal ou plástico, que
caibam os componentes da mesma.
Use ponte de terminais isolantes para interligação do cabo de rede, porta-fusível,
primário do transformador, etc. O comprimento e disposição dos fios e cabos, para essa
fonte não é crítico.
No painel frontal você deve colocar a chave liga/desliga, o LED, montado num porta
LED e os bornes da tensão de saída (+ e -) . No painel traseiro devem ser colocadas o
porta fusíveis e entrada do cabo de rede, através de uma borracha de passagem.
Figura 12 Sugestão para a construção de uma caixa metálica para montagem interna dos componentes da
fonte.

Uma sugestão de caixa para a fonte do projeto 1 é mostrada no desenho (a) da


figura 12. O detalhe de construção dessa caixa é mostrado no desenho (b) da mesma
figura. A caixa completa, com PCI e demais componentes, está mostrada em (c) dessa
figura.
Como fazer a caixa?
Ai é por sua conta...
Mas, como uma pequena ajuda para a sua primeira montagem, aqui vai:
a) Use chapa de alumínio de 1,0mm de espessura.
b) Dobre de acordo com as dicas dadas anteriormente na construção de caixas.
c) Se as duas dobras no fundo caixa, que seguram a tampa, forem difíceis de fazer,
faça- as separado, como também já discutido.
d) O tamanho final da caixa deve ser de acordo com as dimensões dos componentes
que você usou. Use papel quadriculado comum e faça o desenho mecânico.
e) Mais alguma duvida? Pesquise nos capítulos anteriores, em outros volumes dessa
serie.
f) Aqueça o soldador e boa sorte!
06/12/13 – pem – Ver 0
Capitulo 3
PROJETO 2 - FONTE DE ALIMENTAÇÃO VARIÁVEL
COM LM317T
Fonte de alimentação variável com CI LM317T
Com apenas um (CI), modelo LM317T, é possível construir uma fonte de alimentação
regulada e ajustável, com tensões de saída, de 1,2 a 32V, com corrente de saída de até
1,5A. Essa fonte é protegida contra curtos-circuitos e sobre aquecimento.
A escolha dos componentes eletrônicos e a tensão de trabalho dos mesmos são
importantes para o correto funcionamento das fontes. Reveja descrição mais detalhada
desses dados, no Capítulo 26 – PROJETOS – FONTES DE ALIMENTAÇÃO.
A figura 13 mostra o diagrama esquemático do PROJETO 2, com a fonte regulada
variável de 1,2 a 32V, usando CI reguladores de tensão LM317T.
Dicas
● Transformador: para se obter as tensões maiores no secundário, podem ser
usados transformadores com enrolamentos duplos no secundário, do tipo usado para o
retificador de onda completa com dois diodos. Nesse caso, não se usa a tomada central
do enrolamento secundário.
● Retificadores: os diodos para 2 A, podem ser substituídos por dois diodos do tipo
1N4001, 1N4002 (1A), em paralelo, aumentando a capacidade de corrente dos mesmos ,
para 2A. Você também pode substituir os quatro diodos retificadores, por uma ponte
retificadora, para 2A, 50 ou 100V. Nesse caso, você vai ter que alterar a PCI que é
fornecida como sugestão para esse projeto.
● Capacitor do filtro: o capacitor eletrolítico do filtro, C1, é do tipo vertical (com
terminais unilaterais). Você pode usar um capacitor com terminais axiais, desde que você
dobre os terminais na mesma direção. Coloque um pedaço de espaguete no terminal
exposto.
Figura 13 Projeto de fonte regulada, variável.

● CI regulador: Deve ser montado num dissipador de calor, com uma pequena
porção de pasta térmica na parte metálica do CI. Se for usada uma caixa metálica para a
fonte, esse CI pode ser montado no fundo ou painel traseiro da caixa, que servirá então de
dissipador. Não instale o CI sobre pintura e não se esqueça de usar os isolantes
necessários para sua montagem.
● Capacitores C2, C3 e C4: esses capacitores são importantes para eliminar ruídos
de alta frequência que podem alterar o funcionamento dos circuitos alimentados pela fonte.
Devem ser de tântalo ou, em último caso, eletrolíticos do mesmo valor.
● Fusível F1: deve ser montado em um porta fusíveis no painel traseiro. Como
alternativa econômica, você pode usar um porta fusíveis interno, preso ao fundo da caixa.
● PCI: No diagrama esquemático da figura 13, existe uma linha tracejada em volta
do mesmo, que indica o contorno da PCI, ou seja, quais os componentes do circuito que
serão montados na PCI. Existe também o desenho dos terminais da PCI, marcados sobre
a linha tracejada do contorno. Esses terminais são indicados por letras de A a E. Essas
letras correspondem aos pontos marcados no desenho da PCI.
Placa de circuito impresso
O circuito do PROJETO 2 pode ser montado até no sistema de “ponte de terminais
isolados”, devido à pequena quantidade de componentes eletrônicos. Se for o caso, você
deve reler o Capítulo MONTAGENS ELETRÕNICAS – TIPOS, que descreve esse tipo de
montagem.
Entretanto, como a PCI para esse projeto não é difícil de fazer e como sabemos que
você quer um ótimo acabamento para sua fonte de alimentação, damos, como sugestão, o
desenho de uma PCI especialmente preparada para o PROJETO 2. Veja a figura 14.
A figura 14 mostra em (a) a PCI da fonte do Projeto 2, vista pelo lado do cobre ou
da solda (em preto). Os desenhos não estão em escala. O desenho (b) da mesma figura
mostra a mesma PCI vista ao mesmo tempo pelo lado do cobre e pelo lado dos
componentes. O lado dos componentes é mostrado em (c) da figura 14.
Figura 14 PCI para a fonte de alimentação do Projeto 2.
Você deve notar que na PCI da figura 14, foi usado o método de “quadrados e
retângulos” para o lado cobre, deixando nessa face o máximo possível de cobre. Lembre-
se que esse layout pode ser transferido (no tamanho 1:1) para o cobre e cortado com uma
faca de hobby ou estilete.
Outro método de fazer essa PCI, como você viu no Capítulo sobre Montagens
eletrônicas – a PCI (placa de circuito impresso), é usando ilhas e pistas. Esse método é
mostrado na figura 15.

Figura 15 Alternativa para o layout da PCI do Projeto 2.

Em (a) da figura 15, pode ser vista a PCI pelo lado do cobre (em preto). No desenho
(b) é vista a mesma PCI, por ambos os lados: cobre e componentes.
Você poderá construir a sua PCI usando layout diferente, técnicas diferentes, etc. O
circuito da fonte é muito simples e dificilmente você terá problemas. Os layout aqui
fornecidos são sugestões. Se você for usá-los não se esqueça de manter as medidas da
placa: 92 x 50 mm. Isso é muito importante!
30.4 A MONTAGEM NA CAIXA

Após a montagem dos componentes eletrônicos na PCI, você pode construir uma
caixa para a fonte do Projeto 2 ou mesmo adquirir uma pronta, de metal ou plástico, que
caibam os componentes da mesma.
Use ponte de terminais isolantes para interligação do cabo de rede, porta-fusível,
primário do transformador, etc. O comprimento e disposição dos fios e cabos, para essa
fonte não é crítico.
No painel frontal você deve colocar a chave liga/desliga, o LED, montado num porta
LED e os bornes da tensão de saída (+ e -) . No painel traseiro devem ser colocadas o
porta fusíveis e entrada do cabo de rede, através de uma borracha de passagem.

Figura 16 Sugestão para construção da caixa para a fonte de alimentação do Projeto 2.

Uma sugestão de caixa para a fonte do Projeto 2 é mostrada no desenho (a) da


figura 16. O detalhe de construção dessa caixa é mostrado no desenho (b) da mesma
figura. A caixa completa, com PCI e demais componentes, está mostrada em (c) dessa
figura.
Como fazer a caixa?
Ai é por sua conta...
Mas, como uma pequena ajuda para a sua segunda montagem, aqui vai:
a) Use chapa de alumínio de 1,0mm de espessura.
b) Se as duas dobras no fundo caixa, que seguram a tampa, forem difíceis de fazer,
faça- as separado, como também já discutido. Veja na figura 16.
c) Lp1 pode ser um “olho de boi” de neon para 127 ou 220V ou um LED para 127V.
d) Mais alguma duvida? Pesquise nos capítulos anteriores, em outros volumes dessa
serie.
e) Aqueça o soldador e boa sorte!
06/12/13 – pem – Ver 0
Capitulo 4
PROJETO 3 - FONTE DE ALIMENTAÇÃO VARIÁVEL
COM LM317T E TRANSISTOR 2N3055
Fonte de alimentação variável com CI LM317T e transistor 2N3055
Com um CI modelo LM317T e um transistor de passagem modelo 2N3055, é possível
construir uma fonte de alimentação regulada e ajustável, com tensões de saída, de 1,2 a
32V, com corrente de saída de até 3A. Essa fonte é protegida contra curtos circuitos e
sobreaquecimento.
A escolha dos componentes eletrônicos e a tensão de trabalho dos mesmos são
importantes para o correto funcionamento das fontes. Reveja descrição mais detalhada
desses dados, no Capítulo 1 – PROJETOS – FONTES DE ALIMENTAÇÃO.
A figura 17 mostra o diagrama esquemático do PROJETO 3, com a fonte regulada
variável de 1,2 a 32V, usando CI regulador de tensão LM317T e transistor de potência
2N3055.
● Transformador: para se obter as tensões maiores no secundário, podem ser
usados transformadores com enrolamentos duplos no secundário, do tipo usado para o
retificador de onda completa com dois diodos. Nesse caso, não se usa a tomada central
do enrolamento secundário.
● Retificadores: os diodos para 5 A, podem ser substituídos por uma ponte
retificadora para 5A e 50 ou 100V. Nesse caso, você vai ter que alterar a PCI que é
fornecida como sugestão para esse projeto. Se for o caso, mãos a obra!
● Capacitor do filtro: o capacitor eletrolítico do filtro, C1, é do tipo vertical (com
terminais unilaterais). Você pode usar um capacitor com terminais axiais, desde que você
dobre os terminais na mesma direção. Coloque um pedaço de espaguete no terminal
exposto. Pode ser que esse capacitor seja caro e, como alternativa, desenhamos a PCI
para você usar 2 capacitores de 3300μF em paralelo, se necessário.
● CI regulador: Deve ser montado num dissipador de calor, com uma pequena
porção de pasta térmica na parte metálica do CI.
Figura 17 Fonte regulada variável de 3A.
● Transistor TR1: o transistor TR1 é montado num dissipador de calor. Esse
dissipador de calor é montado externamente, no painel traseiro da caixa. Os fios de
conexão do transistor ao circuito entram por um furo nesse painel.
● Capacitores C2, C3: esses capacitores são importantes para eliminar ruídos e
oscilações de alta frequência que podem alterar o funcionamento dos circuitos alimentados
pela fonte. Devem ser de tântalo ou, em último caso, eletrolíticos do mesmo valor.
● Capacitor C4: é montado diretamente nos bornes da tensão de saída da fonte, por
dentro da caixa.
● Fusível F1: deve ser montado em um porta fusível no painel traseiro. Como
alternativa econômica, você pode usar um porta fusível interno, preso ao fundo da caixa.
● PCI: No diagrama esquemático da figura 17, existe uma linha tracejada em volta
do mesmo, que indica o contorno da PCI, ou seja, quais os componentes do circuito que
serão montados na PCI. Existe também o desenho dos terminais da PCI, marcados sobre
a linha tracejada do contorno. Esses terminais são indicados por letras de A a E. Essas
letras correspondem aos pontos marcados no desenho da PCI.
Placa de circuito impresso
O circuito do PROJETO 3 pode ser montado até no sistema de “ponte de terminais
isolados”, devido a pequena quantidade de componentes eletrônicos. Se for o caso, você
deve reler o Capítulo MONTAGENS ELETRÕNICAS – TIPOS, que descreve esse tipo de
montagem.
Entretanto, como a PCI para esse projeto não é difícil de fazer e como sabemos que
você quer um ótimo acabamento para sua fonte de alimentação, damos, como sugestão, o
desenho de uma PCI especialmente preparada para o PROJETO 3. Veja a figura 18.
A figura 18 mostra em (a) a PCI da fonte do Projeto 2, vista pelo lado do cobre ou
da solda (em preto). Os desenhos não estão em escala. O desenho (b) da mesma figura
mostra a mesma PCI vista ao mesmo tempo pelo lado do cobre e pelo lado dos
componentes. O lado dos componentes é mostrado em (c) da figura 18.
Figura 18 Sugestão para a PCI da fonte variável com transistor 2N3055.

Você deve notar que na PCI da figura 18, foi usado o método de “quadrados e
retângulos” para o lado cobre, deixando nessa face o máximo possível de cobre. Lembre-
se que esse layout pode ser transferido (no tamanho 1:1) para o cobre e cortado com uma
faca de hobby ou estilete.
Outro método de fazer essa PCI, como você viu no Capítulo – Montagens
eletrônicas – a PCI (placa de circuito impresso), é usando ilhas e pistas. Esse método é
mostrado na figura 19. Aqui pode ser usado o método do ”ferro de passar roupas”
descrito no capitulo sobre PCI.

Figura 19 Alternativa para o layout da PCI do Projeto 3.

Em (a) da figura 19, pode ser vista a PCI pelo lado do cobre (em preto). No desenho
(b) é vista a mesma PCI, por ambos os lados: cobre e componentes.
Você poderá construir a sua PCI usando layout diferente, técnicas diferentes, etc. O
circuito da fonte é muito simples e dificilmente você terá problemas. Os layout aqui
fornecidos são sugestões. Se você for usá-los não se esqueça de manter as medidas da
placa: 92 x 58 mm. Isso é muito importante!
A montagem na caixa
Após a montagem dos componentes eletrônicos na PCI, você deve construir uma
caixa para a fonte do Projeto 3 ou mesmo adquirir uma pronta, de metal ou plástico, que
caiba os componentes da mesma.
Use ponte de terminais isolantes para interligação do cabo de rede, porta-fusível,
primário do transformador, etc. o comprimento e disposição dos fios e cabos, para essa
fonte não é crítico.
No painel frontal você deve colocar a chave liga/desliga, o LED, montado num porta
LED e os bornes da tensão de saída (+ e -) . No painel traseiro devem ser colocadas o
porta-fusível e entrada do cabo de rede, através de uma borracha de passagem.

Figura 20 Sugestão para construção de caixa e montagem interna da fonte do Projeto 3.


Uma sugestão de caixa para a fonte do Projeto 3 é mostrada no desenho (a) da
figura 20. O detalhe de construção dessa caixa é mostrado no desenho (b) da mesma
figura. A caixa completa, com PCI e demais componentes, está mostrada em (c) dessa
figura.
Em tempo... Os layouts das PCI usadas nos três projetos anterior foram desenhadas
pelo nosso amigo Carlos Tomazelli, expert no desenho de PCI. Nossos agradecimentos!
07/12/13 – pem – Ver 0
Capitulo 5
PROJETO 3 – CONSTRUÇÃO DE UMA FONTE DE
ALIMENTAÇÃO VARIÁVEL COM LM317T E
TRANSISTOR MJ2995
Introdução
Não poderíamos deixar de incluir aqui, como uma espécie de bônus, esse adendo,
em forma de capitulo 5, sobre a construção de uma pequena, mas valente fonte de
alimentação.
Porque agora? Foi necessidade... Nossa fonte principal pifou e não foi a primeira vez.
Ela é “parruda” e difícil de abrir, cada vez que temos que repará-la. Saturados desse
problema, resolvemos ver se dava para fazer uma fonte que atendesse as nossas
montagens, com material fácil de ser adquirido e que pudesse ser montada num final de
semana.
Decidimos usar o excelente regulador LM317T, o que nos permitiria fazer uma fonte
de cerca de 1,2 a 30 Vcc de saída. Como a corrente fornecida por esse regulador é da
ordem de 1,5A e precisávamos de um pouco mais, optamos por usar um transistor em
paralelo para “fortalecer” a corrente de saída.
O circuito da fonte
Veja na figura 21 o circuito da fonte com LM317 e transistor .
O circuito usado é um “velho conhecido” dos Data Books de fabricantes como TEXAS
INSTRUMENTS®, NATIONAL®, MOTOROLA® e outros. Apenas foram colocamos alguns
refinamentos e adaptado outro transistor para o lugar do MJ2955.
Dicas de montagem e componentes
Vamos lá:
a. Os capacitores colocados em paralelo com os 4 diodos da ponte retificadora, junto
com o transformador T2 na saída, fazem um filtro para impedir que a RF do equipamento a
ser alimentado entre pela fonte. Podem ser deixados de lado se esse não for o seu caso.
Figura 21 Diagrama esquemático da fonte variável com CI LM317T e transistor MJ2955.
Figura 22 Lista de materiais - Projeto de construção da fonte.

Figura 23 Dica para usar um 2N3055 (NPN) no ligar de um 2N2955 (PNP).


b. O LED (D5), o potenciômetro R5 e o transistor MJ2955 (junto com C6 e C7) são
montados fora da PCI.
c. Monte o transistor de potência Tr1 num dissipador de pelo menos 100x80x30 mm,
com aletas, para não ter problemas com sobreaquecimento. Veja as fotos. Note que os
capacitores de poliester C6 e C7, são montados direto nos terminais do transistor, por
baixo do dissipador. Veja foto na figura 24.

Figura 24 Montagem do transistor MJ2955 no dissipador de calor.

d. Use fios grossos para as ligações do transistor Tr1, entre a PCI e dissipador.
e. O transistor de potência PNP MJ2955 usado para Tr1 tem o preço um pouco alto,
quando comparado com um 2N3055, NPN. Além disso, o 2N3055 pode ser achado em
qualquer loja de componentes ou mesmo na sua sucata. Como tínhamos um monte deles e
nenhum MJ2955, fizemos a adaptação mostrada no circuito (B) da figura 23.
f. A fonte também foi testada com um PNP TIP2955 e funciona bem mas com
correntes de saída um pouco menor do que o MJ2955.
g. O circuito do diagrama (B) é montado em duas barras de ponte de terminais
isolados, sem necessidade de PCI.
h. Muito cuidado: se você for usar um transistor PNP: use o diagrama (A) da figura
21 e a mesma PCI mostrada na figura 26.
O desenho da figura 25 ilustra como é feita a fixação do transistor no dissipador de
calor.
Figura 25 Montagem do transistor de potencia no dissipador de calor.

i. Entretanto, se você optar por usar um transistor NPN como o 2N3055, faça as
seguintes modificações nos componentes da PCI mostrada:
- Não use o resistor R2 (0,1Ω). Em seu lugar coloque um jump de fio grosso.
- Retire R3 (10Ω) e não coloque nada no lugar.
- Substitua o resistor R4 (0,33Ω) por um de 22Ω, 5W, fio.
- Monte o transistor e demais componentes do circuito (B) da figura 23, como
explicado. Veja um detalhamento na figura 27 e figura 28.
- O restante dos componentes da PCI permanece o mesmo.
Figura 26 Sugestão para as placas de PCI para a fonte.

j. A PCI mostrada na figura 26 foi feita usando-se o método do “ferro de passar


roupa”. Deu excelente resultado e foi necessário (perfeição...) apenas um pequeno retoque
com caneta permanente. Ficou comprovado que o método caseiro do “ferro de passar
roupas” funciona: o segredo é a escolha do papel correto para imprimir o layout! Veja o
Capítulo sobre a PCI, para mais detalhes sobre o método.

Figura 27 Montagem do circuito para adaptação do 2N3055 em lugar do 2N2955.


Figura 28 Posição dos componentes mostrados na figura 27.

A seguir são mostradas varias fotos de minha montagem. Use como um guia, se você
for fazer essa fonte.

Figura 29 Vista da PCI montada.


Figura 30 Outra vista da PCI montada.

Figura 31 Vista lateral da caixa da fonte;


Figura 32 Vista por trás da caixa da fonte;

Caixa para a fonte


Veja fotos da montagem completa nas figuras 33.
Foi feita uma caixa de chapa de alumínio, de 2mm de espessura, para a fonte, como
pode ser visto na foto figura 33.
A caixa da fonte tem as seguintes dimensões: largura: 165mm, altura: 80mm e
profundidade: 165mm.
Com a altura de 80mm por nós usada, dá certo para usar o dissipador informado. Se
você for usar dissipadores de outras dimensões, veja se ele cabe na área externa do
painel traseiro da caixa.
No fundo da caixa foram montados a PCI e transformador de força. No painel frontal
foram instaladas a chave liga/desliga, LED, potenciômetro de ajuste da tensão de saída e
bornes ”+” (vermelho) e “-“ (preto).
No painel traseiro externo, foram montados o dissipador, porta-fusível e cabo de
rede. Na parte interna desse painel foi montado o circuito adaptador com o 2N2905 e
resistores, já devidamente montados nas duas barras de terminais isolados.
Acessórios que você pode usar para dar “aquele ar profissional”: 4 pés de borracha
no fundo caixa, borrachas de passagem para cabo de rede e fiação que vem do transistor
montado no dissipador, pintura total da caixa.
Etiquetas adesivas feitas com uma rotulador “Brother®”, identificam os diversos
controles e dão o acabamento final. Veja a figura 33.

Figura 33 Vista frontal da caixa da fonte.

Enquanto construía a caixa, bati os olhos numa caixa de uma fonte para computador.
A mesma estava pifada e acabei desmontando-a para aproveitar algum material interno.
Veja que essa caixa, com pequenas adaptações ou não, também serve para alguma
montagem! Qualquer oficina de computador tem essas fontes aos montes!
Figura 34 caixa vazia de fonte de computador.

Dicas
Mais dicas do que demos nesse artigo, nos desenhos e nas fotos, é impossível!
07/12/13 – pem – Ver 0
Capitulo 6
PROJETO 4 – FONTE DE ALIMENTAÇÃO VARIÁVEL
PARA 13,8V E 20A
Introdução

NOTA: Esta fonte de alimentação já é um projeto avançado


devido ao circuito, a quantidade de PCIs e a montagem
mecânica compacta. Se você quer partir para sua construção,
pense em fazê-la numa caixa maior, com maior facilidade de
acesso a montagem dos componentes internos.
A fonte que vamos descrever já é um modelo “mais profissional” e atende o montador
mais exigente e mesmo o mais avançado. Serve para uso em bancada de testes e também
para alimentar equipamentos de transmissão e recepção de rádio, como os usados por
radioamadores, comerciais, etc.
A figura 35 mostra o diagrama esquemático do PROJETO 4.
► Observe os seguintes pontos em relação ao diagrama esquemático da figura
35:
a) As linhas do diagrama, que tem espessura maior, são condutores grossos, devido
a corrente elevada que circula no circuito. Ai você deve usar fios e cabos de, no mínimo
2,5 mm2.
b) A linha tracejada delimita os contornos da diversas PCI usadas. Os pontos
marcados nessas linhas, com letras, indicam as conexões das respectivas placas, como
mostrado mais adiante.
c) São usados quatro dissipadores: um para a ponte retificadora e um para os três
transistores de potência 2N3055, montados fora da caixa. Mais um pequeno dissipador é
montado na PCI 4, para o transistor TR1 dessa PCI. Por último, um dissipador é montado
para o SCR.
Figura 35 Diagrama esquemático da fonte de alimentação regulada para 13,6V e 12A.
As PCI
Para facilidade de montagem e melhor acabamento da montagem da fonte, foram
usadas 4 PCI, descritas a seguir.
● PCI 1
Essa placa contem os componentes do circuito de entrada da fonte: Conexão do
cabo de rede, capacitores C1 e C2 e o MOV que é um varistor para proteger a entrada da
fonte contra picos de tensão de CA. Como alternativa, esses componentes podem ser
montados numa ponte de terminais isolados.
A figura 36 mostra o layout da PCI 1. Em (a) pode ser visto o lado do cobre e em (b)
o lado dos componentes. O circuito mostrado em (c) permite identificar como essa PCI é
conectada ao resto do circuito do primário de T1.
Figura 36 Layout da PCI 1 e suas conexões a T1.

● PCI 2
A PCI2 contém os capacitores eletrolíticos do circuito de filtro da fonte. Por medida
de economia foram usados 4 capacitores eletrolíticos de 4700μF ao invés de apenas um
capacitor de valor maior, mas de custo mais alto e nem sempre encontrado no mercado.
Na realidade essa PCI é composta de duas tiras de cobre, largas, devido à alta corrente
que circula pelo circuito do filtro. Veja detalhes na figura 37.
Figura 37 Layout e conexões da PCI 2 ao circuito

● PCI 3
A PCI3 contém os componentes do filtro de RF de saída (13,8VCC) e mais os
componentes de disparo do SCR de proteção contra sobre tensões. Essa PCI3 é
mostrada na figura 38.
Também como alternativa, os componentes da PCI3 podem ser montados numa
ponte de terminais isolados e colocados o mais próximo possível dos bornes de saída da
fonte.
● PCI 4
A PCI4 contém o circuito de controle da fonte de alimentação, com o CI1 e o
transistor excitador TR1. O layout da PCI4 é mostrado na figura 39.
Figura 38 Layout da PCI 3 e conexões ao circuito.

Figura 39 Layout da PCI 4 e conexões com o circuito.

Discussão dos circuitos e dicas de montagem


Os circuitos da fonte de alimentação de 13,8V e 12A são convencionais, tirados de
DATABOOKS de fabricantes de semicondutores.
■ Circuito de entrada: A entrada da fonte é conectada em 127VCA ou 220VCA,
conforme o caso, através do primário do transformador. Nesse primário existe um Varistor
de Oxido Metálico (R1), conhecido como “MOV”, que protege o primário do transformador
T1, contra picos de tensão da rede. Os capacitores C1 e C2 (PCI1) formam um filtro para
RF. Esses capacitores devem ser de disco cerâmico ou poliéster metalizado, com tensão
de trabalho de no mínimo 600V.
Uma lâmpada piloto, do tipo néon, para 127V (ou 220V) indica quando a fonte está
ligada à rede de CA. A alimentação do primário é feita através do fusível F1 (no painel
traseiro) e Ch1, chave liga/ desliga, no painel frontal.
■ Retificação e filtro: A seção retificadora é constituída de uma ponte retificadora
de onda completa, acoplada a um capacitor de filtro de alto valor. A ponte retificadora deve
ser montada num dissipador de calor, fora da caixa, usando-se a ferragem correta e pasta
térmica. A fiação da ponte entra na caixa via um furo no painel traseiro, com uma borracha
de passagem. Observe no diagrama esquemático da figura 35 que esses condutores
carregam altas correntes e precisam ter uma área mínima de 5mm.
O capacitor de filtro é constituído por C1, na PCI2. Na realidade, C1 é formado por
quatro capacitores eletrolíticos de 4700μF x 35V, ligados em paralelo para se conseguir
uma alta capacidade.
■ Transistores de passagem
Os três transistores de potência 2N3055 permitem aumentar a corrente fornecida
pela fonte de alimentação. Eles são montados em um dissipador, com as ferragens
adequadas e com o uso de pasta térmica. Veja figura 40.
A interligação dos transistores 2N3055, já montados no dissipador, deve ser feita com
o uso de pequenas pontes de terminais isolados, para sustentação dos resistores de fio de
0,22Ω e dos demais fios da base, coletor e emissor. O coletor do transistor 2N3055 é a
própria carcaça e ele deve ser montado com buchas isolantes e terminais de conexão.
Essa interligação dos transistores é mostrada na figura 41.
Figura 40 Montagem dos três transistores 2N3055 no dissipador de calor.

Figura 41 Montagem dos três transistores 2N3055 no dissipador.

Discussão dos circuitos e dicas de montagem


Os circuitos da fonte de alimentação de 13,8V e 12A são convencionais, tirados de
DATABOOKS de fabricantes de semicondutores.
■ Circuito de entrada: A entrada da fonte é conectada em 127VCA ou 220VCA,
conforme o caso, através do primário do transformador. Nesse primário existe um Varistor
de Oxido Metálico (R1), conhecido como “MOV”, que protege o primário do transformador
T1, contra picos de tensão da rede. Os capacitores C1 e C2 (PCI1) formam um filtro para
RF. Esses capacitores devem ser de disco cerâmico ou poliéster metalizado, com tensão
de trabalho de no mínimo 600V.
Uma lâmpada piloto, do tipo néon, para 127V (ou 220V) indica quando a fonte está
ligada à rede de CA. A alimentação do primário é feita através do fusível F1 (no painel
traseiro) e Ch1, chave liga/desliga, no painel frontal.
■ Retificação e filtro: A seção retificadora é constituída de uma ponte retificadora
de onda completa, acoplada a um capacitor de filtro de alto valor. A ponte retificadora deve
ser montada num dissipador de calor, fora da caixa, usando-se a ferragem correta e pasta
térmica. A fiação da ponte entra na caixa via um furo no painel traseiro, com uma borracha
de passagem. Observe no diagrama esquemático da figura 35 que esses condutores
carregam altas correntes e precisam ter uma área mínima de 5mm.
O capacitor de filtro é constituído por C1, na PCI2. Na realidade, C1 é formado por
quatro capacitores eletrolíticos de 4700μF x 35V, ligados em paralelo para se conseguir
uma alta capacidade.
■ Transistores de passagem
Os três transistores de potência 2N3055 permitem aumentar a corrente fornecida
pela fonte de alimentação. Eles são montados em um dissipador, com as ferragens
adequadas e com o uso de pasta térmica. Veja figura 40.
Note ainda, que a saída do emissor dos transistores de passagem 2N3055, e
conectada a um porta- fusível, para o fusível de 10A. Esse porta-fusível deve ser escolhido
com muito cuidado: não deve ser usado um modelo comum, com base de fenolite. Esses
modelos têm um contato mecânico e elétrico muito pobre e provoca ai uma razoável queda
na tensão de saída, quando a corrente fornecida pela fonte for elevada.
Você tem ai duas possíveis alternativas:
a) Usar um porta-fusível e fusível do tipo lâmina, usado em automóveis. Procure em
lojas de auto elétrico.
b) Usar um porta-fusível e fusível do tipo industrial, tipo médio. Procure nas lojas de
material elétrico e escolha um modelo adequado.
■ O circuito de proteção contra sobre tensões
Se ocorrer alguma falha nos transistores de passagem, a tensão retificada, na saída
da ponte retificadora e filtro (cerca de 25V) pode ser aplicada diretamente aos terminais
da saída da fonte de alimentação. Como você deverá estar alimentando equipamentos que
funcionam com cerca de 12V dá para imaginar o que poderá ocorrer! É fumaça na certa...
Para evitar isso, usamos um circuito conhecido como “crowbar” (pé de cabra), que
coloca a saída da fonte de alimentação em curto, provocando a ruptura do fusível F2, se
os transistores de passagem falharem. Esse circuito é constituído pelos componentes
SCR1, R2, D1, R3 e C1.
Os componentes restantes, montados na PCI3, formam um filtro para RF, quando
você usar a fonte para alimentar transmissores, receptores, CD/DVD players de
automóveis, transceptores de rádio, etc.
■ O circuito de controle
Todos os componentes que formam o circuito de controle para o regulador de tensão
da fonte, estão na PCI4. Note que o CI LM723 é montado num soquete ao invés de
soldado diretamente no circuito. O transistor Tr1, um modelo TIP122, é montado num
pequeno dissipador de alumínio, diretamente sobre a placa da PCI4. O próprio parafuso
que segura o transistor TIP122, segura ao mesmo tempo dissipador. Ai não existe
necessidade de se isolar o transistor do dissipador.
O trimpot de 10kΩ é do tipo multivoltas e ele fica na vertical, para facilitar sue ajuste.
Isso é conseguido com a montagem da PCI4 na posição vertical. Esse trimpot serve para
ajustar a tensão de saída da fonte, em 13,8V ou num outro valor próximo.
A caixa e a montagem final
Para a montagem da fonte, foi construída uma caixa de chapa de aço de 1mm. As
dimensões não são críticas, mas deve-se levar em conta o peso final da fonte, ventilação,
localização da PCI, etc. Como referência vamos usar a figura 42.
A caixa construída tem as seguintes dimensões: Largura 260mm, profundidade
160mm e altura 130mm. Essa caixa é formada de duas peças, em formato de “U”. O
transformador de força é o maior componente e acaba determinando o tamanho da caixa,
junto com os dissipadores externos. Não se esqueça dos furos de ventilação que devem
ser feitos na tampa inferior (fundo) e na tampa superior.
As PCI3 e PCI4 são montadas verticalmente enquanto que as outras PCI são
montadas na horizontal. Para as PCI na vertical, são usadas cantoneiras de metal, em
forma de “L”.
No painel frontal foram montados o LED (no porta LED), a lâmpada piloto e a chave
liga/desliga, do tipo tecla. Esses componentes estão todos alinhados na vertical, do lado
esquerdo do painel. Pelas fotos mostradas a seguir pode ser visto que o nosso painel
ainda tem espaço para um alto-falante e uma tomada de fone de ouvidos. Isso porque a
fonte é usada para alimentar um transceptor de radioamador.
A montagem final não é crítica, em relação ao posicionamento dos componentes e
fiação. Recomenda-se que a PCI1 esteja próxima da entrada do cabo de rede e que a
PCI3 esteja próxima aos bornes de saída de tensão da fonte.
Observe que alguns condutores são grossos, devido à alta corrente que circula pelos
mesmos. Na fonte mostrada nas fotos, foram usados cabos de 5mm2, com terminais nos
extremos. São terminais do tipo usado para montagem de painéis elétricos e facilmente
encontrados em lojas de material elétrico. Esses terminais são feitos para serem
“crimpados” mas no nosso caso, todos foram soldados.
Tinta preta e letras adesivas brancas dão um bom acabamento ao conjunto.
Figura 42 Layout mecânico da caixa da fonte de alimentação.

Fotos da fonte
As fotos aqui mostradas são da própria fonte construída pelo autor e está em uso há
vários anos.
Aproveitei a própria caixa da fonte para montar um alto-falante sobressalente e uma
saída para fones, como pode ser visto na foto do painel frontal. Provavelmente você não
precisa disto.
Figura 43 Foto interna da fonte.

Figura 44 Painel frontal da fonte de alimentação.


07/12/13 – pem – Ver 0

Bibliografia consultada para o volume 4 – Fontes de Alimentação.


Nota: Os títulos em azul são recomendados, alguns disponíveis na Internet, outros
podem ser adquiridos como usados no Ebay®, Amazon®, etc. Especificações de todos
semicondutores citados podem ser achados nos sites dos diversos fabricantes. Pesquise...
1. Data sheet da Texas Instruments® para o CI LM317T, LM78XX, etc. Veja site do
fabricante: Texas Instruments/
2. QRP Classics – ARRL® – “Some power supply design basics – 1990 – USA
3. The ARRL Handbook – 1997 - ARRL® - USA
4. Veja um grande numero de data sheets (folhas de dados) de semicondutores no site
ALLDATASHEET.
Adendos
OBSERVAÇÕES E CONDIÇÕES DE FORNECIMENTO DESTE LIVRO
1. Os projetos aqui descritos têm como fonte de referência livros, revistas, sites na
Internet, manuais de fabricantes, normas técnicas e experiência profissional do autor,
conforme listados nas “Referências” de cada capitulo. Essas pessoas, entidades, órgãos,
empresas, etc. são os proprietários desses projetos, marcas, símbolos, aplicações, etc.
Esses projetos são apresentados de forma a enriquecer o hobby de montagem de
pequenos aparelhos eletrônicos, sem incentivar a comercialização dos mesmos.
2. Todo cuidado foi tomado para que as informações aqui fornecidas fossem as mais
corretas possíveis. Porem, não nos responsabilizamos e nem garantirmos que os projetos
montados por você, vão funcionar da maneira descrita nesse livro. Em resumo, eles são
montados por sua própria conta e risco. Para nós, todos eles foram montados e
funcionaram. Sempre sugerimos que você consulte as fontes de referência, como apoio.
3. Todos os projetos foram montados, testados e descritos nesse livro com o intuito
de ajudar as pessoas que querem entrar na “arte da montagem eletrônica”. Não temos
nenhum vinculo com fabricante ou revendedor de componentes eletrônicos. Quando
mencionada determinada marca ou modelo, isso é feito como exemplo de uso do
componente ou material para uma determinada aplicação. Todos componentes eletrônicos,
peças, materiais, ferramentas, etc., estavam disponíveis na época de publicação desse
livro (2009).
4. Quaisquer “Marca Registrada” ® ou Nome de Fantasia mencionados em todo texto
pertencem aos seus respectivos proprietários. Procurei também mencionar todos os
“Copyright” © possíveis e se algum não foi mencionado, foi por falta de informações
disponíveis na época. Estou à disposição para a devida alteração, caso ocorra esse fato.
5. Não tenho como dar “consultas particulares” sobre as informações fornecidas.
Entretanto, perguntas serão respondidas via e-mail, no endereço de e-mail no inicio do
livro. O tempo de resposta será o menor possível, dentro das atividades do autor.
6. Faltou alguma coisa nesse livro? Ótimo, sinal que você leu com atenção: envie um
e-mail para mim, com as sugestões. Você encontrou alguma coisa errada? Por favor,
informe via e-mail. Gostou do livro? Recomende a outros...
7. E por fim...
Com certeza algum material desse livro vai ser copiado, transcrito, colocado na
Internet e imitado. Procure respeitar os Direitos Autorais. Em caso de transcrição para
outros textos ou Internet, peça autorização e sempre mencione a fonte e o autor.
Se você cobiça o exemplar desse livro que você viu na bancada de montagem de um
amigo, não copie afinal eu gastei cerca de quatro anos para fazê-lo e muitas horas foram
roubadas do convívio familiar para produzir os textos, desenhos, fotos, etc. que você vê
aqui.
Um grande abraço e mãos a obra! Aqueça o ferro de soldar!!
kMONTAGENS ELETRÔNICAS PARA QUEM NÃO É
TÉCNICO
Volume 5 – Instrumentos de medidas - Projetos
Paulo Edson Mazzei
Edição revista e ampliada
Direitos autorais do texto original Copyright © 2009-2013 Paulo Edson
Mazzei
Todos os direitos reservados.
As marcas e nomes comerciais citadas nesse livro são de propriedade dos seus respectivos
donos e por eles registradas®. Fotos onde não existe o copyright do autor são de propriedade das
entidades mostrada na própria legenda.
Para algumas fotos não foi possível identificar o autor, mas ele tem todos direitos sobre essas
fotos. Se isso ocorrer, por favor, entre em contato conosco.
Nenhuma parte deste livro poderá ser utilizada, copiada ou reproduzida em qualquer forma ou
meio, sem a expressa autorização do autor, sob as penas da lei.
Contato: radioeletronico@gmail.com
Dedicatória
Com carinho, para minha família, Rita, Xexa, Paulinho e Rô da qual “roubei” horas para fazer
esse livro.
As minhas ajudantes “caninas”, que permaneciam ao meu lado durante as longas horas de
montagem dos aparelhos mostrados e descritos neste livro: Perola e Paloma (in memoriam).
Aos amigos que nos apoiaram nesse trabalho, que teve algumas “paradas” por desanimo.
Ao amigo Gilberto Affonso Penna (in memoriam), antigo Editor das revistas “Antenna” e
“Eletrônica Popular”, que sempre me incentivou a publicar artigos técnicos e que recebeu meus
primeiros originais para publicação.
Apresentação

Umas palavras...

Escrevi esse livro para encorajá-lo a se aventurar na montagem de pequenos aparelhos


eletrônicos, geralmente divulgados em revistas e livros técnicos da área.
Nos muitos anos de prática na área profissional e de ensino de eletrônica, sempre me deparei
com jovens e veteranos fascinados por eletrônica, mas sem coragem para ir em frente e realmente
realizar alguma montagem.
As revistas técnicas de eletrônica, livros da área e milhares de sites na Internet, despejam um
grande volume de informações sabre as mais variadas áreas da eletrônica, indo de pequenas fontes
de alimentação até equipamentos sofisticados como um verdadeiro analisador de espectro feito em
casa!
Entretanto, apenas uma pequena parte dessas informações passa para o montador iniciante o
que realmente deve ser feito, iniciando-se com uma pequena descrição do circuito e indo até detalhes
finais como a calibração e uso. No meio dessa “via crucis”, as informações são mínimas, mas de
vital importância para a iniciante. Como, por exemplo, desenhar o Iayout de uma placa de circuito
impresso, que é o terror e bloqueio de grande número de montagens. Outros temas como leitura de
diagrama esquemático, Iayout e desenho de caixas para abrigar os pequenos projetos, uso de
equipamentos de teste, localização de falhas, quase nunca aparecem. E a localização e substituição
de componentes eletrônicos, quando não se acha a indicada? Terrorismo puro...
Note bem que eu não “inventei” nada. O que faço nesse livro é dar as dicas de como tomar
“montáveI” um projeto de montagem. Usei projetos meus feitos ao longo do tempo, alguns projetos de
amigos e outros de livros e revistas. Sempre dando os créditos ao autor do projeto original.
Usei aqui um mínimo de teoria: só o necessário para explicar algum detalhe muito útil de um
componente ou circuito e principalmente, na hora de possíveis substituições. Existem centenas de
bons livros no mercado e na Internet, que poderão ajudá-lo a se aprofundar na parte teórica da
eletrônica.
A linguagem usada em todo texto procurou ser adequada ao principiante, fazendo com que você
se sinta mais á vontade para encarar a montagem de um aparelho eletrônico. Que me perdoem os
“amadores profissionais”...
Também não tive verba suficiente para contratar um revisor para o texto, mas como creio que
os leitores estão mais interessados na técnica do que no purismo do vernáculo. Se isso o incomoda,
mande um e-mail para mim com suas sugestões.
Espero, com esse livro, ajudá-lo exatamente nos pontos críticos mostrados acima. Aqui você
vai encontrar o diagrama esquemático bem desenhado, com identificação dos terminais de
semicondutores e outros, sugestões de layout para a confecção da placa de circuito impresso, pontos
críticos das montagens, sugestões para a confecção da caixa que abrigará sua montagem, como testar
as partes, como funciona etc.
Não se assuste com os problemas relatados acima, pois espero que nesse livro você não os
encontre!
Entretanto, chega de palavras e mãos a obra! Nunca deixe o ferro de soldar esfriar...!!

Por que um E-book?


O trabalho original de MONTAGENS ELETRÔNICAS PARA QUEM NÃO É TÉCNICO
terminou no ano de 2009 e virou um livro com um grande numero de paginas, feito em uma gráfica
rápida. Esse tipo de livro ficou praticamente impossível de converter para E-readers, e devido a sua
grande extensão e quantidade de desenhos. Com a chegada dos E-readers, tabletes, iPad, Kindle, etc.,
decidimos dividi-lo em volumes, para leitura nesses E-readers, incluindo em cada um desses
volumes os capítulos originais pertinentes ao assunto.
Também aproveitamos essa divisão em volumes e fizemos uma revisão e atualização dos
conteúdos de cada capitulo, bem como melhor apresentação das figuras e desenhos apresentados. O
importante é que foi mantida a ideia original que era ensinar aos novatos na arte de montar pequenos
aparelhos eletrônicos, como fazer isso de uma forma que não houvesse uso de teorias, cálculos,
componentes eletrônicos difíceis, etc.
Fundamentalmente foi mantida a forma de “passo a passo”, com a apresentação simplificada da
teoria, diagramas esquemáticos, desenho dos layouts das placas de circuito impresso (onde usadas),
técnicas de montagem, lista de materiais, substituições etc.
Os volumes que se seguem deverão conter os seguintes assuntos (Nota: pode ser que devido à
conversão para os E-readers, esses assuntos possam variar ligeiramente). Veja quanta coisa boa vem
ai!
NOTAS AOS INICIANTES:
1. Em todos os volumes de MONTAGENS ELETRONICAS, você vai encontrar
referencias a modelos mais antigos de componentes eletrônicos. Não, o livro não está
desatualizado. O fato é que o montador de pequenos circuitos eletrônicos é bastante
curioso e devido a isso poderá desmontar aparelhos eletrônicos mais antigos para
retirada das peças e construção de outros aparelhos, como mostrado ao logo desse
livro!
2. Muitos componentes novos são caros e às vezes encontrados somente em lugares
específicos. Para que você não desanime, desmonte rádios valvulados e
transistorizados, TV, etc., mais antigos, pois eles são uma “mina” de componentes!!
OBSERVAÇÕES E CONDIÇÕES DE FORNECIMENTO DESSE LIVRO
Por favor, antes de você ler todo este livro, fazer suas montagens e adquirir suas ferramentas,
leia as “OBSERVAÇÕES E CONDIÇÕES DE FORNECIMENTO DESTE LIVRO”, no final do
mesmo.
Índice
Apresentação
Capitulo 1
PROJETOS – INSTRUMENTOS DE MEDIDAS
Introdução
Multímetro: montar ou comprar?
Os multímetros digitais
Usando o multímetro digital
Um multímetro digital de melhor precisão com maiores funções
Principais funções e escalas do multímetro da MINIPA.
Cuidados com o multímetro digital
Alguns exemplos de medições
Outros instrumentos de medidas
Testando semicondutores com o multímetro
Medindo a junção de diodos
Medição simples de transistores
Capitulo 2
PROJETO 1 – MULTÍMETRO DIGITAL COM DISPLAY DE LED
Introdução
Como funciona o multímetro digital
O circuito do multímetro digital
As PCI (placas de circuito impresso) do multímetro digital
A montagem
Capitulo 3
PROJETO 2 – MULTÍMETRO DIGITAL COM DISPLAY DE LCD
Introdução
O circuito
Exemplo de aplicação
Testes preliminares
Fotos da montagem
Capitulo 4
PROJETO 3 – CAPACÍMETRO E INDUTÔMETRO PARA USAR COM MULTÍMETRO
Introdução
O módulo do capacímetro
Lista de materiais
A PCI do capacímetro.
Montagem
Ajustes
Módulo de medição de indutância
Lista de materiais
A PCI
Montagem
Capitulo 5
PROJETO 4 – FREQUENCÍMETRO DIGITAL
Introdução
O frequencímetro digital
A PCI do frequencímetro
Montagem da PCI
Testes e ajustes
Uma caixa para o frequencímetro
Uma caixa personalizada para o frequencímetro.
Dicas...
Modificações
Capitulo 6
PROJETO 5 – UM PRESCALER PARA O FREQUENCÍMETRO DIGITAL
Introdução
O circuito do prescaler
Montagem
Capitulo 7
PROJETO 6 – GERADOR DE FUNÇÕES DE 20Hz A 200kHz
Introdução
O gerador de funções
A PCI do gerador de funções
Montagem da PCI
Uma caixa para o gerador
Calibração
Capitulo 8
PROJETO 5 – LC METER
Introdução
O circuito do capacímetro/ indutometro digital (LC meter)
A PCI do LC meter
A montagem da PCI
Testes e ajustes
Uma caixa para o LC meter
OBSERVAÇÕES E CONDIÇÕES DE FORNECIMENTO DESTE LIVRO
Capitulo 1
PROJETOS – INSTRUMENTOS DE MEDIDAS
Introdução
O multímetro, junto com a fonte de alimentação regulada, são os instrumentos mais comuns na
bancada do profissional e do montador amador.
As fontes de alimentação reguladas e ajustáveis foram analisadas no Volume 4 e vários
projetos de construção são apresentados nos Capítulos desse Volume.
Um multímetro de boa qualidade, bem usado pelo montador amador, resolve uma grande parte
das medições do dia a dia e dos problemas que surgem na montagem de equipamentos eletrônicos.
No Capítulo 21 o multímetro foi analisado mais extensamente, com exemplos de usos mais comuns.
Outros instrumentos de medidas podem completar a bancada do montador amador ou
profissional, como descrito.
Multímetro: montar ou comprar?
Atualmente o preço dos multímetros digitais caiu bastante e com o surgimento de ofertas “de
origem geográfica desconhecida”, os preços destes aparelhos despencaram.
Provavelmente será mais fácil comprar um multímetro digital de marca conhecida, do que
tentar reunir os componentes para montá-lo. Se você quiser aprender como um multímetro funciona, a
sua construção vai ajudá-lo nisso.
Escolha um multímetro digital que atenda as suas necessidades básicas de medidas, em tensão
(CA/CC), corrente (CA/CC) e resistência. Muitos deles, além dessas medidas, medem frequência,
temperatura, diodos, continuidade com bip sonoro, etc.
Os multímetros digitais também são mais resistentes a quedas e vários modelos vem com uma
capa emborrachada (Holster) para proteção do mesmo.
De qualquer maneira, nos capítulos seguintes você vai conhecer a montagem de dois
multímetros digitais: um usando display de LEDs e outro usando display de cristal líquido. Mesmo
que você não vá montar um multímetro digital completo, os conceitos apresentados nestes dois
capítulos serão muito úteis.
Vamos supor que você montou uma fonte de alimentação regulável e ajustável e precisa medir a
tensão de saída da mesma. Uma alternativa seria conectar um multímetro digital constantemente na
saída da fonte, para saber qual a tensão de saída da mesma. Alternativa seria usar um voltímetro
analógico de ponteiro para isso, mas com custo elevado. Com um dos circuitos apresentados nos
capítulos seguintes, você poderá montar um pequeno módulo de medição digital, para ler essa tensão
de saída da fonte. Também poderá ler a corrente de saída da fonte de alimentação, com o acréscimo
de uma pequena chave e um resistor.
A figura 1 ilustra dois tipos de multímetros comerciais, da MINIPA®. Em (a) um modelo
analógico e em (b) um modelo digital.

Figura 1 Multímetros analógicos e digitais.

Para o trabalho do montador amador é interessante que o multímetro tenha condições de fazer
medições em CC, CA (tensão e corrente) e resistência. As escalas podem ser, no mínimo:
● Tensão CC: até 1.200 V
● Tensão CA: até 600 V
● Corrente CC: até 2 A
● Corrente CA: até 2 A
● Corrente CC especial: até 10 A
● Resistência: até 10 MΩ
A grande maioria dos multímetros digitais tem uma escala especial para medida de corrente
CC, que costuma ir até 12 ou 20 A, conforme o modelo e fabricante. Essa escala especial usa um
borne separado da escala normal do multímetro.
Um par de pontas de provas (vermelha + preta) acompanha o multímetro. Alguns modelos
fornecem junto alguns fusíveis sobressalentes para os circuitos de proteção internos.
Os multímetros digitais
Como os multímetros digitais básicos são mais econômicos e fáceis de usar, recomenda-se que
o amador adquira um desses tipos para seu uso na “oficina”. Baseado nisso, vamos analisar com
mais detalhes esse tipo de multímetro.
A figura 2 ilustra um modelo genérico de multímetro digital, que vamos usar para nossa
descrição.
a) Display: O display é de cristal líquido e tem 3½ dígitos, ou seja, três dos dígitos (a direita)
são completos, com indicação de 0 a 9 e o primeiro dígito é incompleto, com indicação de “1".
Você vai ver que uma escala de “2000", na realidade mede até “1999".
b) Chave seletora: Permite selecionar as diversas funções (tensão CC = e CA ~), corrente,
resistência, etc.) e as escalas que podem ser usadas, dentro de cada função. Assim sendo, no caso
de tensões CC, a chave seletora permite escolher entre as escalas de 200mV, 2000mV (2V), 20V,
200V e 1000V. Não se esqueça de que esses valores são valores de “fundo de escala”.

Figura 2 Multímetro digital com escalas e funções.

c) Medições especiais: Duas escalas, em baixo, à direita, permitem a medição de diodos


semicondutores (símbolo do diodo) e de continuidade sonora (símbolo de uma pequena buzina).
Além disso, altas correntes CC, até 10A, podem ser medidas com a chave seletora na posição
“10ADC”. Note que “DC” é a nossa “CC”.
d) Bornes: Bornes: três bornes permitem que se use pontas de provas, para conectar o
multímetro aos pontos onde as diversas medidas vão ser feitas. O multímetro é fornecido com duas
pontas de prova: uma vermelha e outra preta. Por convenção, a ponta preta é conectada a massa ou
terra do circuito a ser medido. No multímetro essa ponta vai conectada no borne marcado “COM”
(comum).
e) Alimentação: o multímetro digital é alimentado por uma bateria de 9V, preferencialmente
do tipo alcalina. Alguns tipos são alimentados por pilhas de aprox. 1,5V, tamanho AAA.
f) Manual de instruções: Sim, os multímetros vêm com um Manual de Instruções, que deve
ser lido antes de começar a usá-lo para as diversas medidas.
Usando o multímetro digital
ATENÇÃO: Antes de você começar a medir circuitos energizados com
tensões CC ou CA, comece pela medida de resistência já que essa
medida só pode ser feita com o circuito desenergizado.
►Medições de resistência: a resistência de um circuito ou de um componente qualquer, só
pode ser medida com o circuito desligado, o seja, sem tensão aplicada. A figura 3 mostra as escala
de resistência. Note que a chave seletora está na posição de 200kΩ.

Figura 3 Medidas de resistência.

Pegue alguns resistores e faça algumas medições, comparando o valor medido com o valor do
código de cores. Para isso, não se esqueça de levar em conta a tolerância do resistor.
ATENÇÃO: A partir de agora você vai começar a medir circuitos
energizados com tensões CC ou CA. Cuidado e siga as recomendações
de segurança. Se possível, comece medindo a tensão de pilhas e
baterias.
►Medições de tensões: Você deve selecionar a função tensão e selecionar a faixa mais
apropriada. O montador amador deve usar mais as faixas de 20VCC e 200VCC. Para CA, usa-se a
faixa de 200VCA (127V) e a faixa de 750 CA (220V). Veja a figura 4 para ilustração.

Figura 4 Medições de tensão CC - Corrente continua.

A figura 5 ilustra a seleção das tensões CA e as faixas disponíveis que vão até 750V.
Figura 5 Medições de tensão CA.

► Medições de correntes CC: somente podem ser medidas correntes CC, como ilustrado na
figura 6. Uma posição única do seletor, permite medir correntes de até 10ACC, usando-se o borne
em separado, para isso. Note que nessa figura o seletor está na faixa de 200μACC.
Figura 6 Medições de corrente CC.

► Outras medições: mais duas medições estão disponíveis nesse multímetro que estamos
discutindo: uma delas permite medir e testar diodos semicondutores e a outra posição permite
verificar a continuidade de componentes e circuitos, audivelmente. O multímetro tem uma pequena
“buzina” que soa quando a condutividade está dentro de certos limites. Essas escalas estão ilustradas
na figura 7. Os bornes, onde são conectadas as pontas de prova do multímetro também são mostradas
nessa figura.
Figura 7 Medição de diodos e continuidade.

Um multímetro digital de melhor precisão com maiores funções


Até o momento, usamos como medição nosso multímetro genérico, pois com ele fica bem mais
fácil explanar as diversas medidas que ele pode fazer. Esses multímetros funcionam bem para o uso
geral do dia a dia. Usamos um desses durante muitos anos e só quando sentimos necessidades de
medidas de valor mais elevado, trocamos o nosso.
Mas...você sabe como é o montador: tá sempre querendo algo mais!!
Devido a isso, vamos agora descrever como são feitas as medições com um multímetro digital
de qualidade e com mais funções e escalas de medidas.
Veja na figura 8 o painel frontal desse multímetro, com todas suas funções.
Figura 8 Multímetro digital MINIPA.

ATENÇÃO: Se você pretende adquirir um multímetro digital para repor o


seu atual ou mesmo para ser seu “primeiro’ multímetro, existem diversos
modelos a disposição no país.
Considere os seguintes pontos ao escolher:
1. Verifique que tipos de medidas você pretende fazer. Não tem porque
adquirir um multímetro que mede até 50A, 5000v, etc. se nunca você vai
trabalhar com esses valores.
2. Quanto você pode gastar? Tem até os genéricos de menos de R$20,00 até
os importados de cerca de R$400,00. Fique no “caminho do meio”...
3. Alimentação: Alguns multímetros são alimentados com baterias de 9V,
caras e nem sempre de boa qualidade. Outros já usam pilhas comuns do
tipo AAA, que até podem ser recarregáveis.
4. Precisa mesmo ter 1001 utilidades? Todas aquelas funções além de
tensões e correntes CA e CC, resistência, você precisa de medida de
frequência, capacitância, período, temperatura, etc.?
5. Tem Nota Fiscal e garantia escrita do fabricante ou fornecedor?

Principais funções e escalas do multímetro da MINIPA.


►Display: O display é de cristal líquido e tem 4.3/4 dígitos, ou seja, três dos dígitos (a
direita) são completos, com indicação de 0 a 9 e o primeiro dígito é incompleto, com indicação de
“3".
Você vai ver que uma escala de “4000", na realidade mede até “3999".
►Chave seletora: Permite selecionar as funções já que as escalas de tensões CA e CC e
resistência são escolhidas automaticamente pelo multímetro. Somente no caso de Corrente existe uma
seleção na chave, do lado direito, como mostrado na figura 8.
►Medições especiais: Quatro posições na chave seletora (parte de cima, no meio da escala),
que permitem a medição de diodos semicondutores (símbolo do diodo) e de continuidade sonora
(símbolo de uma pequena buzina). Além disso, altas correntes CC e CA, até 20A, podem ser medidas
com a chave seletora na posição “10ADC”. Note que “DC” é a nossa “CC”. Este multímetro também
mede capacitância, frequência e temperatura.
►Bornes: Bornes: quatro bornes permitem que se use pontas de provas, para conectar o
multímetro aos pontos onde as diversas medidas vão ser feitas. O multímetro é fornecido com duas
pontas de prova: uma vermelha e outra preta. Por convenção, a ponta preta é conectada a massa ou
terra do circuito a ser medido. No multímetro essa ponta vai conectada no borne marcado “COM”
(comum).
Como esse multímetro tem muitas funções e especificações técnicas, não seria escopo desse
livro colocá-las aqui. Viste o site MINIPA® e baixe o manual do mesmo, em PDF. Alias, você deve
fazer isso para todos os aparelhos que for comprar, até mesmo eletrodomésticos. Evita muitas
surpresas desagradáveis e depois aquela frase fatal “eu não sabia que não fazia isso...”
Cuidados com o multímetro digital

Você adquiriu um belo multímetro digital e “está louco” para começar a medir alguma coisa!
Cuidado, não enfie as ponta de prova na primeira tomada de parede que você encontrar!!
Algumas regras de segurança que você deve seguir, para sua própria segurança e longa vida
para seu multímetro:
a) Tenha certeza de que a chave seletora de funções e as pontas de prova estão nas posições e
lugares corretos. Verifique três vezes. Verifique mais uma vez!
b) Não use o multímetro se as pontas de prova estiverem danificadas, soltas ou com os cabos
descascados.
c) Nunca meça a resistência de um componente ou circuito se o mesmo estiver energizado.
d) Nunca toque as pontas de prova conectadas a um circuito energizado, principalmente em
medidas de tensões CA.
e) Não use o multímetro comum para tentar medições acima das comportadas pelo aparelho.
Você quer ver qual é alta tensão do tubo de um monitor de computador? Nunca faça isso!
f) Sempre comece pela maior escala, ao medir uma corrente ou tensão desconhecida. Pelo tipo
de circuito e pela tensão de alimentação do mesmo você já tem uma ordem de grandeza desse valor.
g) Nunca mude as escalas de um multímetro, com ele conectado a um circuito energizado. Isso
pode danificá-lo irremediavelmente.
h) Sempre verifique as condições da bateria ou pilhas que alimentam o multímetro: se elas
estiverem gastas, poderão dar indicações errôneas das medidas. Alguns tipos de multímetros digitais
acusam baterias descarregadas, indicando no display “LOW BATTERY”. Está na hora de substituir a
bateria...
i) Não submeta o multímetro a pancadas e choques mecânicos. Não deixe que ele seja molhado
ou exposto ao sol.
Alguns exemplos de medições
A seguir, apresentamos a você alguns exemplos de medições que podem ser feitas com o
multímetro digital. Antes, tenha certeza de que você verificou todos os pontos do item acima
“CUIDADOS COM O MULTÍMETRO DIGITAL”.
a) Medições de resistência: veja na figura 9 como se verifica o valor ôhmico de um resistor,
um fusível (bom ou ruim) e a continuidade de um cabo qualquer. Note que os componentes a serem
testados estão desligados do circuito.
No exemplo, do fusível a resistência a ser obtida com a leitura é em torno de “0Ω”. Se você
encontrar valores maiores ou o display indicar “O.L” (open), existe algum problema com o mesmo.
No caso do resistor, escolha uma escala que dê uma leitura de maior precisão. Se você
escolher uma escala muito alta, o valor que o multímetro mostra é “1". Vá usando escalas menores
até uma leitura correta. Verifique o valor medido com o valor dado no corpo do resistor, pelo código
de cores.
Na medida de continuidade de cabos blindados, como os usados em áudio, o valor pode ser de
alguns ohms para cabos finos e longos. Meça a resistência entre o pino central do plug (vivo) e a
malha. Se o cabo estiver bom, esse valor é infinito e o multímetro irá indicar sempre “1", em
qualquer escala. Se indicar valores baixos você pode ter um “curto circuito” entre o condutor central
e a malha do cabo.
Figura 9 Exemplo de medições de resistência e continuidade.

b) Medições de tensões CC: Quando você conhece a tensão de alimentação do equipamento a


ser medido, selecione uma escala de medição acima desse valor. Conecte a ponta de provas negativa
(preta) e depois vá deslocando a ponta de provas positiva (vermelha) nos diversos pontos do
circuito, onde você precisa medir. A figura 10 mostra a medição da tensão de uma bateria. Nunca use
esse sistema para medir a corrente de uma bateria pois pode danificar seu multímetro.

Figura 10 Exemplo de uma medição de VCC.

Se você não sabe qual a o valor da tensão CC a ser medida, use sempre a maior escala e vá
abaixando até ter uma leitura precisa. Não se esqueça que cada vez que você for abaixando a escala,
na chave seletora, o multímetro precisa ser desconectado do circuito sob medida. Por exemplo, veja
a figura 10 para a medição da tensão de uma bateria de 9V. Nessa figura, a leitura de maior precisão
é na escala de 20V.
c) Medições de tensões CA: CUIDADO, SIGA OS PROCEDIMENTOS DE
SEGURANÇA!! Vamos supor que você vá medir a tensão da rede de CA, presente em uma tomada
na sua residência. Veja a figura 11 para os detalhes.

Figura 11 Medição de tensão CA da rede de energia.

d) Medições de corrente CC: O nosso multímetro mede somente corrente contínua e as


escalas vão de 200μA a 200mA, com uma escala especial, separada, até 10A, com um borne
separado para isso. Estude a figura 12.
CUIDADO: Inversão de polaridade das pontas de prova ou medições de correntes superiores
às permitidas pelo multímetro pode ocasionar danos ao mesmo ou ao componente, circuito ou
aparelho que você estiver medindo. Os multímetros digitais costumam ter fusíveis de proteção para
as medidas de corrente. Consulte o Manual de Instruções do mesmo.
No desenho (a) da figura 12, temos um resistor de 47Ω conectado a uma bateria de 9V. Pela lei
de Ohm você calcula que a corrente deve estar próxima de 0,19A, ou, 191mA. Nesse caso, a chave
seletora do multímetro deve estar na escala de 200mA, que é a maior. Observe com cuidado a
polaridade da bateria e das pontas de prova.
Figura 12 Medição de corrente continua.

No desenho (b) da mesma figura, estamos medindo a corrente consumida por um micro system,
alimentado por uma fonte de alimentação externa. Usamos para isso a escala separada de 10ACC,
com aponta de prova positiva (vermelha) conectada ao borne especial marcado “10ADC”.
Novamente, cuidado com as conexões das pontas de prova, bornes de saída da fonte de alimentação e
a polaridade dos fios (ou conector) de alimentação do micro system.
Outros instrumentos de medidas
Existem ainda outros instrumentos de medidas, mas a grande maioria deles de uso profissional.
Alguns exemplos mais comuns:
a) Gerador de Funções: produzem sinais do tipo senoidal, triangular, quadrado, etc., em
frequências de até cerca de 1MHz. Usados em testes de circuitos de baixa frequência e circuitos
digitais.
b) Gerador de RF: produzem sinas de RF que podem ir desde alguns kilohertz até centenas de
megahertz. São usados para alinhamento de receptores de rádio, TV, FM, etc.
c) Frequencímetro Digital: medem a frequência, período, etc. de sinais desde a faixa de áudio
até centenas de Megahertz. Alguns modelos podem medir até a faixa de Gigahertz. Usado em conjunto
com o Gerador de RF para calibrações e ajustes em receptores e transmissores de rádio, TV, FM,
etc.
d) Pontes ou medidores de RLC: Como o nome já diz, medem resistência, indutância e
capacitância. Podem ser encontrados em caixas que são parecidas com multímetros digitais. As
pontes RLC são instrumentos de maior precisão, mas de uso complexo e de custo mais alto.
e) Osciloscópio: Esse aparelho permite a visualização numa tela, dos sinais medidos. Permite
obter as amplitudes e as formas de onda dos sinais de qualquer tipo, sejam eles de baixas ou altas
frequências. Costumam ser instrumentos de custo alto, dificilmente encontrados e não necessários na
bancada do montador amador.
Testando semicondutores com o multímetro
Antes de você sair por ai medindo todos os semicondutores que encontrar, leia com atenção as
observações abaixo.
Todas as medidas descritas a seguir são feitas com o semicondutor fora do circuito. Nunca
faça essas medidas com o semicondutor montado no circuito e ainda mais, com o circuito energizado!
Multímetros analógicos e digitais podem ter comportamentos diferentes em algumas medidas
feitas em semicondutores. Leia com atenção as dicas dadas para cada um dos tipos.
Multímetros analógicos podem trabalhar com uma tensão interna de vários volts (bateria) que
podem danificar o semicondutor que você está tentando medir. Leia o Manual de Instruções do
multímetro para essa observação. Por outro lado, multímetros digitais podem ter uma corrente de
medida pequena, não o suficiente para polarizar as junções dos semicondutores e isso pode resultar
em falsas indicações do multímetro. Novamente, leia o Manual de Instruções!
Medindo a junção de diodos
Multímetros analógicos: Conecte o multímetro ao diodo como mostrado na figura 13. Use a
menor escala de resistência disponível. Um diodo como um retificador ou diodo de sinal, quando
polarizado diretamente, deve indicar 2/3 da leitura da escala, ou seja, um par de centenas de ohms
(desenho (a). Na polarização inversa, desenho (b), o multímetro deve indicar uma grande resistência,
próximo ao infinito.
- Se a indicação for 0Ω (zero) em ambas as direções, o diodo está em curto-circuito. Jogue
fora!
- Se a indicação for muito alta (ou infinito) em ambas as direções, o diodo está aberto. Jogue
fora!
Figura 13 Medições de diodos com o multímetro analógico.

Multímetros digitais: Nos multímetros digitais normalmente existe a posição de medição de


diodos, representada pelo símbolo gráfico de um pequeno diodo, na escala do multímetro. Nas
escalas normais de resistência, o multímetro digital não pode medir a junção de diodos
semicondutores, devido a baixa tensão aplicada para essa medida. Essa escala especial de diodos
indica a tensão de queda da junção, que estará entre 0,5 e 0,8V para diodos de silício e entre 0,2 e
0,4V para diodos de germânio. Veja essa situação na figura 14.
Figura 14 Medição de diodo semicondutor com multímetro digital.

- Se a indicação for “1.” (desenho (a), o diodo está bom. Se a indicação for “.00” ou outro
qualquer valor, a junção do diodo está ruim).
- Se a indicação for aproximadamente à tensão da junção (desenho (b), o diodo está bom. Se a
indicação for “.00” a junção está em curto. Se a indicação for “1.”, a junção está aberta. Nesses dois
últimos casos, o diodo está defeituoso.
Medição simples de transistores
Para a medição de transistores NPN e PNP, o multímetro, tanto analógico quanto digital, aplica
uma tensão nas junções do transistor em teste. Essa tensão, aplicada através das pontas de prova, nem
sempre correspondem às cores das pontas de prova dos multímetros. Como regra geral temos:
- Nos multímetros analógicos, a ponta de prova vermelha tem a polaridade negativa (-) e a
ponta de prova preta tem a polaridade positiva (+). Isso é importante para se saber o sentido da
corrente na junção do transistor.
- Nos multímetros digitais, essas polaridades são inversas as acima descritas: a ponta de prova
vermelha é positiva (+) e a ponta de prova preta é negativa (-).
A figura 15 mostra o procedimento para um teste simples de transistores, conforme descrito a
seguir..
Multímetros analógicos:
1º Passo: Selecione a escala de resistência “X 100" e conecte a ponta de prova positiva
(preta) a base do transistor (no exemplo, da figura 15, NPN).
2º Passo: Com a ponta de prova negativa (vermelha), verifique as duas junções do transistor,
uma de cada vez, entre coletor-base e emissor-base.
Um transistor normal irá indicar uma leitura em torno de 500Ω. Uma leitura muito alta, irá
indicar um transistor defeituoso.
Se o transistor for PNP, siga o mesmo procedimento acima, mas invertendo as pontas de
prova.
Com os dois passos acima, medimos a resistência das junções, quando polarizadas
diretamente. Siga o passo restante para medir a resistências das junções, quando polarizadas
inversamente. Isso permite verificar se o transistor tem curtos-circuitos ou fuga excessiva

Figura 15 Medição simplificada de transistores.


3º Passo: Selecione a escala de resistência de “X 10k” e conecte a ponta de prova negativa
vermelha à base do transistor (NPN).Verifique as duas junções.
Uma baixa indicação de resistência indica que o transistor está em curto ou com fuga na
junção.
Uma indicação entre aproximadamente 500kΩ e 1,5MΩ indicam que o transistor está OK.
Se o transistor for PNP, siga o mesmo procedimento acima, mas invertendo as pontas de
prova.
Multímetros digitais:
1º Passo: Selecione a escala de diodos e conecte a ponta de prova positiva (vermelha) a base
do transistor (no exemplo, da figura 16, NPN).
2º Passo: Com a ponta de prova negativa (preta), verifique as duas junções do transistor, uma
de cada vez, entre coletor-base e emissor-base.
Um transistor normal irá indicar uma leitura em torno de 0,45 a 0,9V em ambas junções. Uma
leitura muito alta (no multímetro digital “1”), irá indicar um transistor defeituoso.
Se o transistor for PNP, siga o mesmo procedimento acima, mas invertendo as pontas de
prova.
3º Passo: Conecte a ponta de prova negativa (preta) a base do transistor (NPN).Verifique as
duas junções.
Um baixa indicação de resistência indica que o transistor está em curto ou com fuga na junção.
Uma indicação de (no multímetro digital “1.”), nas duas junções indicam que o transistor está
OK.
Se o transistor for PNP, siga o mesmo procedimento acima, mas invertendo as pontas de
prova.
Observe que os valores que demos acima, para os tipos de multímetros, são apenas de
referências e servem para um teste simples de um transistor. A melhor maneira de fazer este tipo
de teste em transistores, usando um multímetro analógico ou digital, é comparar as medidas
obtidas em um transistor supostamente defeituoso, com um transistor do mesmo tipo, que
sabemos estar perfeito.
Figura 16 Medição de transistor com multímetro digital.
10/12/13 – pem – Ver 0
Capitulo 2
PROJETO 1 – MULTÍMETRO DIGITAL COM DISPLAY DE
LED
Introdução
ATENÇÃO: Este projeto, apesar de ter uma boa quantidade de
componentes e varias PCI, não é difícil. Os circuitos são simples, as PCI
foram desenhadas com um bom tamanho para serem feitas “quase” que até a
mão, com caneta de tinta permanente. O que temos é um circuito
“trabalhoso”, mas o projeto é interessante devido a inúmeras
possibilidades de aplicação. Vá em frente...aqueça o soldador!

Toda bancada do montador eletrônico, seja ele amador de final de semana, hobista ou
profissional, deve ter no mínimo um multímetro, digital ou analógico.
O funcionamento desses instrumentos já foi discutido no Capítulo sobre INSTRUMENTOS
DE MEDIDAS, com todos detalhes necessários, como técnicas de medidas, usos, cuidados, etc.
Não sabemos se hoje, seria interessante descrever a montagem de um multímetro digital de
bancada para o amador, devido ao baixo custo desses instrumentos no mercado. Entretanto, o módulo
básico de medição de um multímetro digital, pode ser útil para que possamos prover outros
instrumentos com essa medição digital de tensão ou corrente, a um custo baixo.
O circuito usado nesse Projeto 01 usa componentes eletrônicos “já meio antigos” (mas ainda
disponíveis no mercado) e baseia-se num projeto desenvolvido pela “RCA®” Tem a vantagem de ser
montado com relativa facilidade devido as PCI de grande tamanho. Já um multímetro digital com
display de cristal líquido, mais moderno, envolveria componentes eletrônicos de difícil manuseio
(CI, chaves, etc.) devido ao seu pequeno tamanho e enorme número de pinos nos CI. O baixo custo
desses instrumentos é um atrativo para sua compra e não montagem.
OBS.: A montagem do multímetro digital de bancada descrita a seguir somente é indicada para
amadores já “meio avançados”. As PCI usadas até que são simples mas o sistema de chaves rotativas
das diversas escalas, precisa de muita atenção e alguma prática. Você é iniciante, mas tem “aquele
amigo fera” que te ajuda nas montagens? Então vá em frente... Também, se você pensa como o grande
poeta “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”...vá em frente!
Como funciona o multímetro digital
Para que você possa tirar o máximo proveito desse projeto e possa aplicá-lo a outros circuitos
onde você precise de medições de tensão e corrente, em CA e CC, vamos analisar o diagrama em
módulos (blocos) do nosso multímetro.
A figura 17 mostra esse diagrama, de maneira simplificada. Note que não foram mostradas
todas as interconexões entre os módulos e os diversos sistemas de chaveamento (vários!) para as
grandezas a serem medidas, tipos de corrente, escalas, etc.

Figura 17 Diagrama em blocos do multímetro digital com display de LED.

Inicialmente é importante você saber que o coração do multímetro digital é o Módulo de


Medição, composto do “Conversor A-D” (Conversor Analógico-Digital) que é acoplado ao Módulo
do Display de LED. Para perfeito funcionamento desse Módulo Conversor A-D, existem dois pré-
requisitos:
● A tensão de entrada deve ser sempre CC
● A tensão de entrada não deve ultrapassar 0,999V
Como funciona o Módulo de Medição? É muito simples: quando uma tensão, com os pré-
requisitos acima é aplicada na entrada do Módulo, o primário estágio, que é o Conversor A-D
converte essa tensão de analógica para digital. A seguir, esse sinal digital excita o Display de LED e
temos então a indicação digital do valor da tensão analógica aplicada à entrada.
a) Medições de tensão CC
As tensões CC a serem medidas são aplicadas num divisor de tensão, constituídos por uma
série de resistores de precisão, montados em série. Isso é necessário pois a entrada do módulo de
medição (Conversor A-D) só mede tensões CC, até 0,999V. Tá lembrado??
Assim sendo, para qualquer que seja a tensão CC, até 1000V, na saída do divisor de tensão
sempre teremos uma tensão CC de até no máximo 0,999V. No nosso multímetro, podemos medir
tensões CC nas escalas de 1V, 10V, 100V e 1000V. não se esqueça que na realidade, uma escala de
“100V”, pode ser indicada digitalmente até 99,9V, no display, devido às características do Módulo
de Medição, como já explicado.
b) Medições de tensão CA
Como já dito anteriormente, precisamos sempre de uma tensão CC para que o módulo de
medição (Conversor A-D) possa funcionar corretamente.
Quando aplicamos uma tensão CA, ela primeiramente é dividida pelo divisor de tensão inicial
e depois é aplicada a um módulo chamado Conversor CA-CC. Esse circuito eletrônico é constituído
de um retificador de precisão, com a saída ajustável, dentro de certos limites.
Na saída do Conversor CA-CC, vamos ter então um sinal sempre de CC e que nunca ultrapasse
0,999V.
c) Medições de corrente CC
Como no caso das tensões, é preciso um “redutor” para as correntes CC a serem medidas. Isso
é feito pelos shunts, que produzem uma pequena queda de tensão ao serem atravessados por uma
corrente elétrica. No nosso multímetro, podemos medir correntes nas escalas de 1mA, 10 mA,
100mA e 1000mA (1A), que irão sempre produzir uma tensão CC de no máximo 0,999V.
d) Medições de corrente CA
Usa-se o mesmo conversor de CA-CC para que possamos medir correntes de CA nas escalas
de 1 a 1000mA.
e) Medições de resistência
Como você deve estar “matutanto”, apesar de pretendermos medir “ohms”, como fazer para
obter uma pequena tensão de CC, dentro dos pré-requisitos do nosso Módulo de Medição?
Usamos para isso o módulo chamado “Conversor Ω-CC”, como mostrado no diagrama em
módulos da figura 34.1. O que ele faz? Exatamente o que o nome diz: você mede uma resistência na
entrada do multímetro e na saída do módulo Conversor Ω-CC você tem uma tensão CC, proporcional
ao valor da resistência medida.
Nosso multímetro pode medir resistências nas escalas de 1kΩ, 10kΩ, 100kΩ e 1MΩ.
Novamente não se esqueça: por exemplo, na escala de “1MΩ” nosso multímetro vai indicar,
digitalmente, até “999 kΩ” ou “0,99MΩ”.
Como você viu, para qualquer medida a ser efetuada, tudo se resume em converter as
grandezas e quantidades em um valor que atenda os pré-requisitos do Módulo de Medição:
● A tensão de entrada deve ser sempre CC
● A tensão de entrada nunca deve ultrapassar 0,999V
O circuito do multímetro digital
A figura 18 mostra o diagrama esquemático dos três blocos da figura 17: divisor de tensão,
shunts de corrente e conversor de ohms para VCC.
►O bloco divisor de tensão, faz o que o nome diz: qualquer voltagem CC que você aplicar na
entrada do multímetro (+V), será convertida para uma tensão de 0 a 0,999VCC. Isso é feito pelos
resistores Rx e R11 a R15, que são resistores de boa precisão (veja texto).
►Os shunts de corrente, permitem selecionar as correntes CC e CA que você quer medir e
transformá-las novamente para uma tensão de 0 a 0,999VCC. Os resistores R16 a R19 tomam conta
disso. São resistores de baixo valor, alguns de fio. Veja lista de materiais. Quanto melhor a precisão
desses resistores, melhor precisão na leitura de correntes. Um fusível F3 protege os circuitos do
multímetros, contra sobre correntes.
►O conversor ohms para VCC também faz isso que o nome diz. Os valores de resistência são
convertidos numa tensão de 0 a 0,999VCC.
Baseado no fato acima, vimos que na saída de todos circuito, seja qual for a medida que
estamos fazendo, a tensão CC será sempre de 0 a 0,999V. Essa é a condição principal para o
conversor A/D poder funcionar OK.
► O conversor CA para CC, pega as tensões e correntes alternadas aplicadas a entrada e
converte-as a valores de tensões continuas, sempre com valores entre 0 e 0,999V.
Engenhoso, não é? Conseguimos pegar um monte de grandezas, com valores diferentes e fazer
com que na saída do circuito do multímetro eu tenha sempre tensões CC de 0 a 0,999V!
Figura 18 Circuito dos módulos de conversão do multímetro digital.

A figura 19 apresenta o diagrama esquemático do Módulo dos Displays do multímetro digital.


Figura 19 Módulo de medição A/D do multímetro digital.

No módulo de medição A/D temos o coração do multímetro é o conversor analógico para


digital, que depois ira acionar os displays de LEDs. Todo esse módulo é composto de dois CI da
RCA®. Modelos CA3462E e CA3461E e mais três transistores comuns que podem ser os 2N2907 ou
equivalentes.
Analisando o circuito rapidamente:
a. O trimpot R1 ajusta a leitura de 0.00 (zero) nos displays de LEDs.
b. O trimpot R2 ajusta o ganho do circuito.
c. D1 e D2 são dois diodos destinados a proteger a entrada do circuito do conversor A/A, de
maneira que uma tensão grande não atinja a entrada desse conversor.
d. Todo circuito é alimentado por uma tensão regulada de 5V.
A figura 20 apresenta o diagrama esquemático do Módulo dos Displays do multímetro digital.
Figura 20 Circuito dos displays de LEDs e chaveamento dos pontos decimais.
Figura 21 Diagrama do módulo das fontes de alimentação para o multímetro

Com relação as fontes de alimentação:


►Um só circuito retificador em ponte alimenta três CI reguladores de tensão.
►Como o consumo dos circuitos é baixo, podem ser CI reguladores de pequena corrente. Veja
Lista de Materiais.
►O ponto marcado “menos” (-) na PCI é o ponto comum (terra) para as três fontes de
alimentação.
As PCI (placas de circuito impresso) do multímetro digital
As PCI (placas de circuito impresso) deste projeto são construídas por qualquer um dos
métodos descritos no Capítulo sobre Montagens Eletrônicas – A PCI. No projeto visto nas fotos,
as PCI foram feitas com ilhas e pistas adesivas, seguindo os desenhos mostrados.
Como a disposição dos componentes eletrônicos não é crítica, o layout pode ser mudado a
vontade, evitando-se conexões muito compridas. As medidas das placas são dadas nos desenho é já é
um ponto de partida. Se forem usados componentes eletrônicos de tamanho diferente, o layout deve
ser alterado de acordo com os mesmos.
Para a interconexão entre as diversas PCI (módulos) foram usados pequenos terminais,
conhecidos como “terminal espada” (ou espadinha), como descrito mais adiante. Isso facilita a
soldagem dos diversos fios que unem as PCI. Outros tipos de terminais poderão ser usados, com a
corresponde furação para os mesmos.
A furação das placas pode ter os seguintes diâmetros:
a. Furos para resistores e capacitores: 0,8 mm
b. furos para os CI (circuitos integrados): 0,6 mm
c. Furos para os terminais espada: 1.2 mm
d. Demais furos conforme os componentes usados
e. Furos de fixação das PCI a caixa: 3,5 mm
A PCI do Módulo dos Conversores está apresentada na figura 22, vista pelo lado dos
componentes. Essa placa tem as dimensões de 136 x 105mm.
As pistas mais largas são da parte de medição de corrente (I). Por ai passam correntes de até 1
A, daí a necessidade de pistas mais largas.
Figura 22 PCI 1 Módulos dos conversores de tensão, corrente e resistência.

Figura 23 PCI 1 vista pelo lado do cobre.

A figura 24 mostra a PCI do Módulo dos Conversores, vista somente pelo lado dos
componentes. Essa placa tem as dimensões de 136 x 105mm.
Figura 24 PCI dos módulos conversores vista pelo lado dos componentes.

A PCI do Módulo de Medição A-D é ilustrada na figura 25 vista pelo lado dos componentes.
Figura 25 PCI 25 – Módulo de medição A/D.
Figura 26 PCI 2 módulo de medição, visto pelo lado do cobre.

A PCI do módulo de medição, vista pelo lado dos componentes é mostrada na figura 26.
Figura 27 PCI 27 módulo de medição, visto pelo lado dos componentes.

Veja a PCI do módulo dos displays, vista pelo lado do cobre, na figura 28.

Figura 28 PCI dos displays de LEDs.


A figura 28 ilustra a PCI do módulo dos displays, vista pelo lado dos componentes

Figura 29 PCI dos displays vista pelo lado dos componentes.

Figura 30 Montagem da PCI dos displays na PCI do módulo de medição.


A montagem
Vamos dividir a montagem placa a placa, com uma pequena descrição dos pontos importantes e
dicas em cada placa. Note que essa descrição não é detalhada, uma vez que esse projeto não é um
“kit”.
1. Preparos iniciais (para todas as PCI)
1.1 Verificar as ilhas e pistas das PCI, tentando localizar possíveis curtos-circuitos, pistas
abertas, etc.
1.2 Verificar os diâmetros dos furos. Os furos de fixação das placas são de 1/8” (3,1mm).
1.3 O primeiro componente a ser colocado nas PCI é o terminal tipo “espada” ou “espadinha”.
Veja na figura 31 um desenho da espada e um desenho da ferramenta que é usada para auxiliar na
colocação. Nas fotos mostradas a seguir também é possível ver os terminais tipo espadinhas
montados.

Figura 31 Terminal tipo "espadinha" e ferramenta para alargar o furo para colocação.

1.4 A ferramenta é feita com lâmina de arco serra e o uso de um esmeril. Se você não tiver
esmeril, leve o desenho na oficina da esquina e peça ajuda. Note que os furos onde vão encaixados a
espadinha devem ter 1,2mm. Compre uma broca nessa medida ou muito aproximado.
1.5 Apoie a PCI na borda de uma mesa, bem firme. Com o uso de um alicate de eletricista,
empurre a “espadinha” no furo previamente alargado com a ferramenta. Se você fizer o corpo da
ferramenta com mais de 60mm, como moostra a figura, você poderá colocar ai um cabo, feito de
mangueira de irrigação de jardim, que caiba ai bem firme.
1.6 Depois de encaixadas todas as espadinhas, solde-as com cuidado.
1.7 Após a montagem de alguns componentes, pare e verifique como ficaram as soldas. Use
uma lente de aumento para isso.
1.8 Componentes polarizados, como diodos, transistores, Circuitos Integrados, capacitores
eletrolíticos, etc. devem ser verificados com cuidado, por ocasião da sua montagem na PCI. De
preferencia use soquetes para o CIs.
1.9 Nada de calor excessivo nos componentes ou na PCI. Lembre-se das regras de ouro da boa
soldagem! Soldador com a ponta correta e limpa.
1.10 No caso do terminal de algum componente não caber no furo da PCI, use uma broca de
tamanho adequado e furadeira miniatura para alargá-lo. Faça isso com muito cuidado, para não
danificar a PCI e outros componentes já soldados.
1.11 É aconselhável que você pratique o processo de encaixe das “espadinhas” num pedaço de
PCI qualquer.
1.12 Use as fotos do multímetro digital, para outras dicas de montagem, componentes, etc.
2. Módulo de medição – Conversor A-D
2.1 Monte os dois soquetes dos CI: CI1 e CI2. Cuidado com a posição do pino 1.
2.2 Solde os “jumpers”, que apenas são pequenos pedaços de fio nu, ligando duas ilhas.
2.3 Veja foto do módulo de medição na figura 32, visto pelo lado dos componentes e visto
pelo lado do cobre na figura 33.

Figura 32 PCI do módulo de medição.


Figura 33 PCI vista pelo lado do cobre.

3. Módulo do display
3.1 Na parte inferior da placa dos displays são soldados 18 fios nus que vão fazer a
interconexão dessa PCI com a PCI do módulo de medição. Veja a figura 34. A figura 35 mostra a
mesma placa, visto pelo lado do cobre.

Figura 34 PCI dos displays com fios de conexão entre placas.

3.2 Depois dos fios acima estarem soldados, a PCI do módulo do display é encaixada na PCI
do módulo de medição. Isso pode ser uma tarefa meio complicada... Para ajudar esse encaixe,
alargue apenas o início dos furos com uma broca de diâmetro maior. Isso também está mostrado na
figura 34.
Figura 35 PCI dos displays vista pelo lado do cobre

3.3 Os displays devem ficar com as ranhuras que tem no seu corpo, voltadas para cima.
3.4 O LED que vai nessa placa é do tipo miniatura e ele vai fazer o papel de um ponto decimal,
antes do primeiro dígito. Monte-o com cuidado ao lado do primeiro display, como pode ser
observado nas fotos.

Figura 367 Montagem da PCIU dos displays na PCI do módulo de medição.

4 Fonte de alimentação
4.1 Observe com atenção a polaridades dos capacitores eletrolíticos, diodos e CI reguladores
de tensão, usados no circuito da fonte.
4.2 Note que os CI1 e CI3, reguladores de tensão para 12V, tem a disposição dos terminais
diferente um do outro. Veja a figura 39 e figura 40.

Figura 37 Outra vista da PCI dos displays montada.

3.3 Os displays devem ficar com as ranhuras que tem no seu corpo, voltadas para cima.
3.4 O LED que vai nessa placa é do tipo miniatura e ele vai fazer o papel de um ponto decimal,
antes do primeiro dígito. Monte-o com cuidado ao lado do primeiro display, como pode ser
observado nas fotos.

Figura 38 Terminais dos semicondutores.

4.Fonte de alimentação
4.1 Observe com atenção a polaridades dos capacitores eletrolíticos, diodos e CI reguladores
de tensão, usados no circuito da fonte.
4.2 Note que os CI1 e CI3, reguladores de tensão para 12V, tem a disposição dos terminais
diferente um do outro. Veja a figura 39 e figura 40.
4.3 O CI2, que é o regulador de tensão para 5V é montado fora da placa, num pequeno
dissipador. Pode ser no fundo da caixa do multímetro ou no painel traseiro.

Figura 39 PCI da fonte montada.

Figura 40 PCI da fonte vista pelo lado do cobre.

Não, não me esqueci de dar o layout da PCI da fonte de alimentação. Como é muito simples e,
além disso, tem as fotos acima, deixei como exercício para você fazer. Pode mudar o layout a
vontade que no circuito da fonte de alimentação não tem maiores problemas. Boa sorte!
5. Testes iniciais a fonte de alimentação.
5.1 Nesse ponto vocês já podem fazer alguns testes iniciais.
5.2 Vamos começar pela fonte de alimentação, isoladamente, para ver se ela fornece as tensões
necessárias ao bom funcionamento do multímetro. Conecte tudo como ilustrado na figura 41.
5.2 Conectar a PCI da fonte ao secundário do transformador (trafo). O transformador de força
que alimenta a fonte: primário na rede de CA de 127 ou 220V e secundário conectado a PCI da fonte
de alimentação.
5.3 Conectar o primário do trafo a rede de energia elétrica de 127V. Se possível, use um cabo
de rede que tenha um fusível para proteção, em caso de algum fumacê no circuito. Ou use uma régua
de tomadas (popularmente chamado de filtro de linha), que tenha chave liga/desliga e fusível de
proteção.
5.4 Use agora seu multímetro digital adquirido na loja e meça as tensões de saída da fonte.
Meça também a tensão da rede. Cuidado: 127V ou 220V!
5.5 Confira com as tensões indicadas na figura 21, que é o circuito das fontes de alimentação.
5.6 Esse é um teste rápido, sem carga. Ou seja, sem as outras placas conectadas, Sem carga os
três CI reguladores não devem se aquecer.
5.7 Nesse ponto você já pode fazer alguns testes iniciais com as PCI conectadas a fonte.
5.2 Conectar as placas entre si, como mostrado na figura 42 e o transformador de força que
alimenta a fonte: primário na rede de CA de 127 ou 220V e secundário conectado a PCI da fonte de
alimentação.
5.3 Conectar a PCI do módulo de medição. Para essa PCI você vai precisar somente da
alimentação de +5V. A outras saídas da fonte, de +12V e-12V, ainda não serão usadas. Coloque um
pequeno dissipador no CI regulador de 5V pois ele pode se aquecer.
5.4 Com as conexões descritas acima, os displays devem acender, dando uma leitura qualquer.
Se isso não ocorrer, desligue tudo e reveja as diversas conexões.
Figura 41 Conexões entre rede de 127V, Trafo e PCI das fontes.

6 Testes iniciais de medição


6.1 Se os displays acenderem, gire R1 para verificar se ocorrem mudanças na leitura do valor
mostrado no display.
6.2 Coloque o dedo na entrada de tensão “IN”, na PCI de medição e veja se o display mostra
um valor qualquer.
6.3 Os testes acima deve ser feitos rapidamente, se você não estiver usando um dissipador para
o CI2. Ele vai aquecer e pode danificar.
6.4 Faça o teste dos pontos decimais: com um cabo de prova com “jacarés” nos extremos,
interconecte os PD (pontos decimais) a terra, um de cada vez.
6.5 Os pontos e o LED devem acender, mostrando funcionamento correto. Veja figura 43.
Figura 42 Conexões das PVI de medição e fonte de alimentação.
Figura 43 Teste da placa de medição

7. Módulo dos conversores


7.1 Monte os diversos componentes, observando sempre a polaridade de CI, diodos,
transistores, etc.
7.2 Os porta fusíveis F1, F2 e F3 são soldados a PCI através de pequenos pedaços de fios
rígidos, grossos.
7.3 Os trimpots usados são do tipo com disco de ajuste, vertical. A PCI do módulo dos
conversores é mostrada na figura 44, junto com as outras PCI.
Figura 44 As PCI do multímetro digital.

8. Caixa para o multímetro digital


8.1 A ligação das chaves rotativas, que fazer a seleção de escalas (1, 10, 100, 1000), CC/CA e
função (V/I/Ω) só pode ser feita após as PCI estarem montadas numa caixa metálica ou plástica.
8.2 Veja a figura 45 para sugestão de uma caixa. No mercado, você encontrará diversos tipos
de caixas plásticas que servirão para o multímetro.
8.3 Com o que você aprendeu nos capítulos anteriores, já dá para você projetar sua própria
caixa. Veja na figura 45 uma sugestão de caixa para seu multímetro digital. Você pode alterá-la,
desde que os fios entre as placas não fiquem muito compridos.
8.4 No painel traseiro você deve colocar a entrada da rede de 127VCA e o porta fusível
plástico.
Figura 45 Sugestão de caixa para o multímetro.

9. Chaves rotativas
9.1 Essa é a parte mais complicada da montagem, mas não impossível de ser feita. Use chaves
de boa qualidade, como as mostradas na foto (EVETRON®), que tem pastilhas isolantes e fibra de
vidro, eixo de latão, contatos prateados, etc. Veja fotos dessas chaves na figura 46. Se não for
possível encontrar essas chaves, procure pelas de pastilha de fenolite.
9.2 A foto da figura 46 mostra detalhes das chaves e a figura 47 detalha as conexões ás
pastilhas
Figura 46 Chaves rotativas Ch1, Ch2 e Ch3.

Figura 47 Detalhes dos contatos das chaves Ch1, Ch2 e Ch3.

9.3 Use fio flexível de diversas cores para as conexões das chaves. Faça um pequeno “chicote”
de fio, dentro de um tubo de espaguete plástico, para melhor acabamento e facilidade de montagem.
Identifique cada um desses chicotes. Fios desse tipo, mas rígidos e que também podem ser usados,
podem ser encontrados nos cabos telefônicos instalados em ruas. Veja se perto da sua residência tem
alguma instalação de rede telefônica e peça um pedaço. Se não vá até a loja da companhia telefônica
de sua cidade e tente arrumar por lá. Vai ser aquela alegria!! Veja sugestão na figura 48.

Figura 48 Sugestão para confecção de "chicotes de fios" para interligação das chaves as PCI.

9.4 Identifique também cada umas das pastilhas das chaves, marcando-as com caneta
permanente ou pequenas tiras de fita escritas. Por exemplo “a” de Ch1 ,“c” de Ch3, etc.
9.5 Veja na figura 49 a seguir, como vão ser feitas as ligações das chaves a placa dos módulos
conversores de tensão, corrente e resistência.
Figura 49 Identificação das conexões (espadinhas) na PCI do módulo dos conversores.

10. Ajustes preliminares

10.1 Geral: A precisão do multímetro digital depende basicamente de três fatores;


a. Precisão dos componentes usados nos circuitos do módulo dos conversores,
b. Cuidado nos ajustes das diversas escalas e
c. Precisão do multímetro padrão usado como referência.
No caso da precisão dos componentes, foi visto que a lista de materiais já pedia resistores com
precisão de 1% para os divisores de tensão (medição de tensão) e os shunts de medição de corrente.
As escalas de resistência e tensão CA são ajustadas através de trimpots. No caso da placa do
conversor A/D, temos mais dois trimpots que ajustam o zero e o ganho. Para uma boa precisão esses
ajustes devem ser feitos cuidadosamente e repetidos algumas vezes para se ter certeza dos valores
ajustados.
Como referência de calibração do multímetro, vamos precisar de outro multímetro digital, de
boa qualidade. Para isso, apele para o amigo que tem uma oficina recheada de aparelhos.
Laboratórios de escolas técnicas e faculdades costumam ter multímetros digitais de boa qualidade.
Todos os passos descritos a seguir, devem ser repetidos três a quatro vezes, para se ter certeza
dos valores.
Use os desenhos do layout das PCI, para localizar os componentes que devem ser ajustados.
Siga as regras de segurança e dicas fornecidas sobre o uso do multímetro, nos Capítulos
apropriados.

Figura 50 Identificação das conexões (espadinhas) na PCI do módulo de medição A/D.

ATENÇÃO: PRIMEIRO LEIA OS PASSOS SEGUINTES, ANTES DE COMEÇAR A


CALIBRAR QUALQUER COISA.
10.2 – Calibração do módulo de medição A-D
a. Coloque duas pontas de prova na entrada do multímetro, nos bornes marcados “Terra” e
“Volts”.
b. A chave seletora “CC/CA” deve estar na posição “CC” e a chave de “ESCALAS” deve
estar na posição de 1 VCC.
b. Ajuste o trimpot R1 (47kΩ – ajuste de zero), na PCI do módulo de medição) para uma
leitura de “.000”. nos displays de LEDs.
10.3. Ajuste da leitura de tensão CC
a. Aplicar uma tensão de 900 mV na mesma entrada e ajustar o trimpot R2 (10kΩ – Ajuste de
ganho) para uma leitura de “.900”. Essa tensão pode ser conseguida construindo-se um divisor de
tensão com uma pilha comum e com um potenciômetro de 10 kΩ. Use o multímetro de referência para
ajustar a tensão em exatamente 900 mV.
b. Aplicar outras tensões CC de valores diversos, usando as diversas escalas “VCC” do
multímetro. Verificar se as leituras estão corretas, com o multímetro de referência. Use uma fonte de
alimentação variável e aplique diversos valores a entrada do multímetro. Meça pilhas e baterias
diversa.
ATENÇÃO: Não é aconselhável aplicar tensões CC maiores do que 600 V nesse multímetro,
devido à isolação dos componentes usados, chaves, etc.
10.4. Ajuste da leitura de tensão CA
ATENÇÃO: NÃO APLICAR TENSÃO MAIOR DO QUE 600 VCA NA ENTRADA DO
MULTÍMETRO!
a. Colocar a chave “CC/CA” na posição “CA”.
b. A chave seletora de escalas deve estar na posição “’10”.
c. Aplicar cerca de 1,5CA, 60 Hz, na entrada do multímetro digital, nos bornes marcados
“Terra” e “Volts”. Essa tensão pode ser conseguida com um gerador de áudio, ajustado para 60 Hz.
Use o multímetro de referência para ajustar essa tensão.

d. Ajustar o trimpot R21 (100kΩ), na placa dos conversores de medição (CA), para essa
tensão de 1,5VCA.
e. Devido a alguns problemas de linearidade do circuito conversor CA-CC, poderão surgir
erros em algumas escalas de tensão CA. Nesse caso, faça as calibrações com maior precisão nas
escalas que você vai usar. As medidas mais frequentes de CA ocorrem na faixa de 10 a 250 VCA
(secundário de transformadores, redes de energia elétrica, etc.).
f. Aplique outras tensões de CA de 127 e 220V e confira os valores. Se precisar, retoque R21.
10.5. Ajuste da leitura de ohms
a. Colocar a chave seletora de funções em “Ω”.
b. A chave de escalas deve estar na posição “1” (vai medir resistores até 1kΩ).
c. Arrume um resistor padrão de cerca de 470Ω (pelo menos 1% de tolerância) e confira sua
resistência com o multímetro de referência.
d. Colocar o mesmo resistor nos bornes de entrada, marcados “OHMS” e “TERRA” e ajustar
o trimpot R26 (1kΩ) para uma leitura de “.470” no display. Este trimpot está na placa dos
conversores de medidas.
e. Repetir os passos c e d acima para as outras escalas do multímetro. Escolha sempre
resistores padrão próximo ao meio da faixa: 470Ω, 4,7kΩ, 47kΩ e 470kΩ ( ou cerca de 560/620Ω,
etc.)
f. Os trimpots a serem ajustados são:
Escala de 1kΩ = R26
Escala de 10kΩ = R27
Escala de 100kΩ = R28
Escala de 1000kΩ = R29
g. Repita esse processo, para outros valores de resistência, dentro de cada faixa, e verifique
qual é o comportamento do multímetro.
19.6. Ajuste da leitura de corrente
a. Para este ajuste você vi precisar de um reostato ou potenciômetro de fio, com valor de cerca
de 100Ω, uma fonte de alimentação que possa fornecer até cerca de 1,5A e um multímetro digital de
referência, que possa ler até cerca de 1,5A. Monte o circuito da figura 51. Importante: ajuste o
potenciômetro para que ele tenha 100Ω entre os terminais marcados 1 e 2 na figura 51, antes de
liga-lo ao circuito.
b. Colocar a chave de funções em “I CC”. A chave de escalas deve estar na posição de “1A”.
O multímetro de referência também deve estar na escala de 1A ou maior.
c. Ajuste o reostato ou potenciômetro de fio, para que o multímetro de referência leia 0,9A . A
leitura do multímetro digital deve ser de aproximadamente 0,9 A. OBS.: Essa precisão vai depender
da precisão (tolerância) do resistor R19, de 1Ω usado no circuito.
d. Sem mais tocar no reostato ou potenciômetro de fio, retire o multímetro de referencia e
coloque o nosso multímetro no lugar. Veja se os valores são bem próximos. OBS.: Se a variação for
muito grande, troque esse resistor até obter um valor próximo ao desejado.
e. Repita o passo c, obtendo os valores da tabela a seguir. Ainda vale a OBS feita neste item,
para todos outros valores.
Referencia padrão Leitura no multímetro Resistor shunt na PCI
0,9 A 900mA R19 = 1Ω
0,09 A 00.0mA R18 = 10Ω
0,009 A 9.00mA R17 = 100Ω
0,0009 A .900mA R16 = 1kΩ
12/12/13 – pem – Ver 0
Capitulo 3
PROJETO 2 – MULTÍMETRO DIGITAL COM DISPLAY DE
LCD
Introdução
Complementando o Projeto 1, de um Multímetro Digital com display de LED, este Projeto 2
descreve um outro Módulo de Medição, mas agora com um display de cristal líquido (LCD).
Todo projeto é baseado num Application Bulletin AO23 da empresa INTERSIL® (USA), que
usando o Conversor A-D modelo ICL7106, permite montar um medidor digital de painel, com apenas
um CI e poucos outros componentes.
Esse CI ICL7106 é bastante conhecido pois é usado numa infinidade de multímetros
comerciais, devido a sua facilidade de montagem, precisão, etc.
O circuito
A figura 51 mostra o circuito do ICL7106 e suas diversas conexões com display e outros
componentes.
Note que são usados alguns pontos de teste (TP) para medições diversas no circuito. No nosso
caso, não temos necessidade desses TP. Note ainda que na PCI são deixadas conexões para os Pontos
Decimais de cada dígitos. Colocar ai uma espadinha para conexão destes pontos.
A alimentação é feita com uma bateria de 9V, devido ao baixo consumo do circuito. Nada
impede que se use uma fonte regulada para alimentar o medidor.
O trimpot R4 permite ajustar o ganho do circuito, na hora da calibração. Esse é o único ajuste
do circuito.
O circuito apresentado na figura 51 é um “medidor digital de painel” e ainda não é um
multímetro. No capítulo passado, projeto 01, mostramos os circuitos de entrada para um multímetro
digital para CC/CA, V, I e ohms. Se você resolver usar o circuito com o ICL7106, é preciso adaptar
aqueles circuitos de entrada, para essa nova condição de leitura do ICL7106.
Figura 51 Circuito do medidor digital de painel com o CI ICL7106.

No circuito com o CA3161/3162, a leitura máxima do módulo de medição A-D era de


0,999VCC. No caso do ICL7106, a leitura máxima é de 1,999VCC. Baseado nisso, os valores dos
diversos componentes do Módulo dos Conversores daquele circuito, podem ser usados com o
ICL7106, com as respectivas adaptações. Isso dica a seu cargo, como exercício!!.
Exemplo de aplicação
Com o circuito do ICL7106 você pode montar diversos tipos de medidores para as mais
diversas aplicações.
Vamos supor que você montou uma das fontes de alimentação descritas nos Projetos sobre
Fontes de Alimentação e precisa medir a corrente CC que ela fornece aos circuitos que alimenta.
Veja essa situação na figura 52.
Figura 52 Medição de CC numa fonte de alimentação.

Pela figura 52, vemos que a corrente solicitada pela carga é de 2A . Para que ela possa ser
medida, essa corrente precisa ser “transformada” numa tensão de até 2V. Recorde-se que nosso
Medidor Digital de Painel mede até 2VCC (1,999V)”.
Essa tensão pode ser conseguida, fazendo-se com que a corrente a ser medida, passe por um
resistor e nele provoque uma queda de tensão de 2V. Basta então calcular o valor desse resistor, no
circuito da figura 52 anotado como “Rx”. Temos então:
Rx = 2V/2A = 1Ω
Note que este valor de RX é idêntico ao valor do resistor usado para medir correntes de até 1A
no circuito usado para o multímetro digital do Projeto 01, Capítulo 2.
Figura 53 PCI do medidor digital de painel, visto pelo lado do cobre.

Figura 54 PCI do medidor digital de painel, visto pelo lado do cobre.


Figura 55 PCI dividida em duas partes, para montagem separada do display (sugestão).

Testes preliminares
Após a montagem da PCI, podem ser feitos os seguintes testes e ajustes.
a. Geral: Ao aplicar uma tensão no circuito (pontos marcados +V e –V), com os terminais de
entrada curto-circuitados, o display deve acender e indicar “zero”. O sinal “-“ (negativo) deverá
“piscar”, aparecendo aprox. 50% do tempo de indicação.
b. Sobre escala: Se for aplicada uma tensão maior do que 1,999V, o display irá indicar apenas
“1” ou “-1”, com a supressão dos três últimos algarismos.
c. Polaridade: A ausência de qualquer sinal à esquerda do primeiro dígito (1) indica uma
leitura positiva. Se a indicação for “-1” a leitura é negativa.
d. Ganho: Aplique uma tensão de 1,000VCC a entrada do medidor digital e ajuste o trimpot
R4, para uma leitura de 1,000 no display de cristal líquido. Para isso, use uma fonte de alimentação
estabilizada (que parta do zero V) e um multímetro digital externo, de boa precisão.
Fotos da montagem
A seguir são apresentadas algumas fotos da montagem do medidor digital de painel, com alguns
comentários sobre particularidades que possam ajudar na montagem.
Figura 56 PCI e layout da PCI.

O layout acima foi feito pelo sistema do ferro de soldar. O fabricante tem no site o tamanho
real da PCI. Imprimimos numa folha de papel couche e mão a obra. Foram necessárias algumas
correções com caneta de tinta permanente.
A figura 57 ilustra a PCI montada, sem o CI e o display LCD.
Figura 57 PCI vista pelo lado dos componentes.

O multímetro digital montando e funcionando é mostrado na figura 58.

Figura 58 PCI montada e funcionando.

Veja mais sobre esse medidor digital LCD no site da INTERSIL®.


A empresa MAXIM® também fabrica esse CI,
Esse medidor tem inúmeras aplicações e com, um pouco de criatividade e esforço você pode
usar um medidor digital para uma porção de pequenos aparelhos.
12/12/13- pem – Ver 0
Capitulo 4
PROJETO 3 – CAPACÍMETRO E INDUTÔMETRO PARA
USAR COM MULTÍMETRO
Introdução
Este capítulo apresenta a você dois pequenos módulos que, quando acoplados a seu multímetro
digital, permitem a leitura de capacitância e indutância.
A um pequeno custo e alguns componentes você poderá estender em muito a funcionalidade do
seu multímetro, permitindo a leitura dos valores de capacitores e indutores que você vai usar em suas
montagens.
Estes dois módulos de medição de capacitores e indutores foram baseados em dois pequenos
projetos apresentados na “bíblia dos radioamadores” que é o ARRL HANDBOOK FOR RADIO
AMATEURS®. Adaptamos os circuitos, fizemos as PCI, caixas, etc. e o resultado foi tão bom que
acabamos publicando dois pequenos artigos sobres estes módulos, na revista “ANTENNA
ELETRÔNICA POPULAR” (Um capacímetro Digital – Paulo Edson Mazzei – Revista “Antenna
Eletrônica Popular” – Vol 114, no. 2 – Brasil – Páginas 105 a 109).( Indutometro Digital - Paulo
Edson Mazzei – Revista “Antenna Eletrônica Popular” – Vol 114, no. 3 – Brasil – Páginas 179 a
183).
Com isso visávamos divulgar os circuitos aos hobistas e montadores amadores.
O módulo do capacímetro
O diagrama esquemático do módulo do capacímetro é mostrado na figura 59.
O CI1, que é um 74HC132, tem somente três portas usadas: a, c e d. O CI2 é um regulador de
tensão, que alimenta o circuito todo. Os trimpots R7, R8 e R9 permitem os ajustes do capacímetro,
como descrito mais adiante.
No circuito da figura 59, o capacitor de valor desconhecido (Cx) é conectado nos bornes
marcados “Cx”. O capacímetro mede valores de capacitores em duas escalas: Low (baixa) de 2,2 a
1000pF e na High (alta) de 1000pF a 2,2:F, aproximadamente.
Figura 59 Circuito do capacímetro.

Lista de materiais
- Semicondutores:
- CI1 – 74HC132
- CI2 – 78L05, regulador de tensão
- DI a D3 – 1N4148 ou 1N914
- Resistores (todos de 1/3W, carbono):
- R1 – 1MΩ
- R2 - 47 kΩ
- R3 – 5,1 MΩ
- R4 - 680 Ω
- R5 - 10 kΩ
- R6 - 120 kΩ
- R7 - 200 kΩ, trimpot miniatura, multivoltas, montagem vertical.
- R8 - 100 kΩ, trimpot miniatura, multivoltas, montagem vertical.
- R9 - 2 kΩ, trimpot miniatura, multivoltas, montagem vertical.

-Capacitores (poliester metalizado, 100V):


- C1 – 0,1:F
- C2 – 390pF – disco cerâmico
- C3 – 1,5:F
- C4 – 0,2:F
- C5 - 10:F – eletrolítico, 12V, vertical
- C6 – 1,5:F – eletrolítico, 12V, vertical
-Diversos:
- Ch1 – Chave miniatura, alavanca, 2 polos x 2 posições
- Ch2 – Chave miniatura, alavanca, liga/desliga
- PCI, solda, fios, caixa, bornes e pinos banana, bateria de 9 V, etc.
A PCI do capacímetro.
A PCI para o módulo medidor de capacitância é mostrada na figura 60, lado da solda.

Figura 60 PCI do módulo de m edição de capacidade, lado do cobre.

O lado dos componentes, da mesma PCI pode ser visto na figura 61.
Figura 10 PCI vista pelo lado dos componentes.

Montagem
Com relação à montagem da PCI é interessante observar os seguintes detalhes:
a. A PCI é compacta, devido à necessidade de uma pequena caixa metálica para encaixar o
módulo no multímetro. Daí o cuidado necessário para a confecção da mesma. É aconselhável mandar
fazer a PCI numa firma que trabalha no ramo. Veja dicas no capitulo referente a PCI.
b. Use soquete para o CI2.
c. As chaves CH1 e CH2 são montadas no painel e através de pedaços de fios isolados, são
conectadas aos pontos corretos na PCI. Veja figura 62.
d. Todos componentes são facilmente encontrados no comércio especializado.
As conexões para o multímetro, bateria e capacitor de teste (Cx) também são feitas com fios
isolados do tipo flexível. Use cores diferentes conforme as polaridades.
Figura 62 Conexão dos semicondutores e chaves.

Veja também na figura 63 como é a conexão da chave miniatura de alavanca, de 2 polos x 2


posições.
Todo conjunto foi montado numa pequena caixa metálica de 90mm de comprimento x 70mm de
largura x 35mm de altura. Veja a caixa na foto da figura 63.
Figura 63 Caixa do módulo de medição de capacitância.

Note pela figura 63 que duas garras tipo “jacaré” foram soldadas a pinos banana e servem
para conectar o capacitor em teste.
A figura 64 mostra outra vista da caixa. Note os dois pinos banana na parte de baixo da caixa,
onde todo módulo vai encaixado no multímetro digital. Os pinos banana tem um espaçamento
exatamente igual ao de meu multímetro digital.

Figura 64 Painel da caixa do módulo.


A PCI já montada e com todas conexões pode ser vista na figura 65.

Figura 65 Vista interna do módulo de capacitância.

Ajustes
Deve ser usada a seguinte sequência para ajuste do módulo de medição de capacitância:
1. Conecte o módulo aos terminais do multímetro digital e coloque a chave seletora de
alcances do multímetro para medição de 2 VCC (1,999V) .
2. Ligue o módulo e coloque a chave H/L (High/Low) na posição “L”.
3. Sem nenhum capacitor conectado nos bornes de “Cx”, ajuste o trimpot R8 para obter uma
leitura de “0V” no multímetro.
4. Arrume um capacitor qualquer de aproximadamente 1000pF, com boa precisão e conecte-o
aos terminais de Cx.
5. Ajuste o trimpot R7 para uma leitura de 1,00VCC (se você usou um bom capacitor de
1000pF).
6. Coloque a chave do módulo de capacitância em H (high) e conecte um capacitor de 1,0 :F
nos bornes de Cx.
7. Ajuste o trimpot R9 para uma leitura de 1,00VCC no multímetro digital.
8. Repita mais uma ou duas vezes esse procedimento.
9. Caso você tenha outros capacitores de boa precisão e valores conhecidos, meça-os e
verifique diferentes pontos das faixas de medição.
10. Pronto, seu módulo de medição de capacitância está calibrado!
OBS.: A precisão das leituras do módulo depende da precisão dos capacitores usados nos
ajustes. Use sempre capacitores de 1 ou 2% de tolerância. Nesse ponto, se você não tiver capacitores
de 1% ou 2% de tolerância, é interessante arrumar emprestado um bom capacímetro para saber o
valor certo do capacitor que você está usando. Ou levar vários capacitores a uma escola ou
universidade que tenha um capacímetro e medir todos.
Módulo de medição de indutância
O diagrama esquemático do módulo do indutometro é mostrado na figura 66. As considerações
que fizemos para o módulo do capacímetro também são válidas para esse módulo. Note que os
semicondutores são os mesmos do módulo anterior, bem como chaves, bateria, etc.
Na escala “Low” o módulo pode medir indutâncias de 3 a 500:H e na escala “High” mede de
100:H a 7mH, aproximadamente.

Figura 66 Diagrama esquemático do módulo de medição de indutância.

Lista de materiais
- Semicondutores:
- CI1 – 74HC132
- CI2 – 78L05, regulador de tensão
- DI – 1N4148 ou 1N914
- Resistores (todos de 1/3W, carbono):
- R1 – 220Ω
- R2, R4 - 22 kΩ
- R3 – 10kΩ
- R5 - 33kΩ
- R6 - 100 kΩ
- R7 - 10 kΩ, trimpot miniatura, multivoltas, montagem vertical.
- R8 - 10 kΩ, trimpot miniatura, multivoltas, montagem vertical.
- R9 - 1 kΩ, trimpot miniatura, multivoltas, montagem vertical.
-Capacitores (poliester metalizado, 100V):
- C1 – 0,01:F
- C2 – 0,01:F
- C3 – 0,1:F
- C4 - 10:F – eletrolítico, 12V, vertical
- C5 – 1,5:F – eletrolítico, 12V, vertical
-Diversos:
- Ch1 – Chave miniatura, alavanca, 2 polos x 2 posições
- Ch2 – Chave miniatura, alavanca, liga/desliga, PCI, solda, fios, caixa, bornes
A PCI

A PCI para o módulo medidor de indutância é mostrada na figura 66, lado da solda. A PCI tem
56mm x 56mm.
A figura 67 mostra a mesma PCI, agora do lado dos componentes.
Figura 67 PCI do módulo de medição de indutância. Vista pelo lado do cobre.

A mesma PCI é mostrada na figura 68, agora vista pelo lado dos componentes. As linhas
marcadas com a letra “J” são fios que interligam os pontos marcados na PCI. São comumente
chamados de “jumpers” ou “jump”.

Figura 68 PCI do capacímetro vista pelo lado dos componentes.

Montagem
Uma caixa idêntica ao módulo anterior foi também usada para o indutometro. Os bornes e pinos
tipo “banana” também são idênticos na mesma posição. Veja figura 69.
A PCI montada deste módulo é mostrada na figura 70. Note que a montagem dos diversos
componentes segue os mesmos procedimentos usados para o módulo de medição de capacitância

Figura 69 Caixa do medidor de indutância.

Figura 70 Vista interna do medidor de indutância.

O módulo de medição (tanto capacímetro quanto indutometro) pode ser visto acoplado ao
multímetro digital na figura 71.
Figura 71 Módulo de medição acoplado ao multímetro.

Referencia para os módulos do capacímetro e indutometro.


Measure Inductance and Capacitance with a DVM – ARRL Handbook for Radio Amateurs –
17a. Edição, 1997 – USA – Páginas 26.22 e 26.23.
12/12/13 – pem – Ver 0
Capitulo 5
PROJETO 4 – FREQUENCÍMETRO DIGITAL
Introdução
O frequencímetro digital ou “contador de frequência” é um instrumento de medida de grande
utilidade na bancada do montador amador, principalmente se ele vai realizar pequenos projetos na
área de RF - Rádio Frequência.
Até algum tempo atrás era grande a complexidade desse tipo de equipamento, muitas vezes
usando a lógica TTL, com dezenas de CI – Circuitos Integrados. Para o montador amador, isso era
um grande problema, principalmente em relação a construção das PCI – Placas de Circuito Impresso
para esse tipo de frequencímetro.
Com a chegada dos micro controladores PIC (reveja o Capítulo 20 - PIC) a montagem de um
frequencímetro digital ficou bem mais fácil e muito mais barata.
O projeto aqui descrito é de autoria de Carlos Tomazelli, que gentilmente cedeu os dados para
a execução desse Capítulo. Esse circuito permite medidas de frequências de 100kHz até aprox.
35MHz.
NOTA: Como você viu no capitulo sobre PICs (Componente eletrônicos) o
PIC precisa estar programado corretamente para funcionar nesse projeto.
Nos kits que são vendidos por alguns amadores, eles já vêm programados.
Mais detalhes você pode conseguir sobre o PIC programado ou o kit para
frequencímetro no YahooGoups. Se você se interessar, entre nesse grupo e
pergunte. YahooGroupQRP

O frequencímetro digital
Todo projeto é baseado no PIC 16F84 da MICROCHIP® e mais um CI 74HC4046.
O sinal a ser medido é tratado pelo CI1, o 74HC4046O e depois aplicado ao CI2 que é o PIC,
“cérebro” do frequencímetro. A lógica de funcionamento do PIC é estabelecida pela programação do
PIC, feita através de um arquivo chamado DFC1.HEX.
A leitura é feita no Display LCD, que tem 2 linhas de 16 caracteres cada. Esse display tem um
sistema de iluminação interna, chamado de “back light” que permite fazer leituras com baixa
iluminação ambiente.
A figura 72 mostra o diagrama completo do frequencímetro.
Figura 72 Circuito do frequencímetro digital com PIC.

LISTA DE MATERIAIS
1.Semicondutores:
CI1 = CI 74HC4046
CI2 = PIC 16F84 da Microchip®
Rg1 = 7805, LM7805 – Regulador de tensão
D1, D2 = 1N4148, 1N914
D3 = 1N4007
Display: Módulo contador com display de LCD, 16 caracteres, 2 linhas
como o ITM-1602A
2. Resistores (todos metal film, 1/8 W, 5%)R1 = 1kΩ
R2 = 390Ω
R3 = 3,3 kΩ
R4 = 15Ω
Tp1 = 10kΩ, trimpot, vertical.
3. Capacitores (poliester, 50V, 10%)
C1 = 100pf, disco cerâmico
C2, C3, C4, C7, C9, C11 = 0,1μF
C5, C6 = 22pF, disco cerâmico, NP0
C8, C10 = 220μF, 16V, eletrolítico
4. Diversos
Xtal 1 = Cristal oscilador de quartzo, 10 MHz.
Jp1 e Jp2 = Jumpers do tipo usado em placas de microcomputadores
(macho e fêmea)
CN1 = Barra de 16 terminais
Fios, solda, PCI, caixa, etc.
Todo circuito é alimentado por uma fonte externa de 9 a 12 VCC, sem regulador. A regulação
da tensão de +5Vcc para o frequencímetro é feita pelo regulador Rg1, montado na PCI do mesmo.
O circuito também pode ser alimentado por uma bateria de 9V, funcionando por um bom tempo
se não for ligado o back light. Esse back light tem sua luminosidade regulada pelo trimpot Tp1 e
pode ser desativado (no caso de se usar bateria) se for retirado o jump de Jp2.
A PCI do frequencímetro
Todo circuito da figura 72 é montado em apenas uma PCI, como mostrado na figura 73.

Figura 73 PCI vista pelo lado do cobre

A figura 74 mostra a mesma PCI, mas do lado dos componentes ou “silkscreen”.


O módulo do display LCD já vem montado e sua PCI é conectada a PCI do frequencímetro
através de uma barra de terminais, como mostrado na parte superior do desenho da figura 75. O
módulo do display é visto na figura 75.
Figura 74 PCI vista pelo lado dos componentes.

Figura 75 PCI do frequencímetro e módulo LCD.

Montagem da PCI
A PCI descrita nas figuras 74 e 75 é de dimensões reduzidas, relativamente compacta. Isso
significa que os componentes têm que ser encaixados corretamente, na furação correta, seguindo a
impressão de silkscreen mostrada na figura 75.
Os CIs são montados em soquetes de boa qualidade, observando-se a posição do pino 1. A
polaridade correta dos diodos e capacitores eletrolíticos também deve ser observada na hora da
montagem.
O regulador de tensão RG1, 7805, é montado deitado na PCI ocupando a área maior de cobre,
como mostrado na figura 77. Esse regulador também pode ser fixado a essa área, através de um
pequeno parafuso, porca e arruelas.
Depois que você montou a PCI do PIC, é hora de acoplar essa placa com a placa do módulo
contador. Provavelmente o componente mais crítico de ser montado dessa PCI é a pequena barra de
16 terminais (CN1) que interliga a PCI do frequencímetro com a PCI do modulo contador. Veja esse
detalhe na figura 76, junto com outros conectores miniatura usadas na PCI.

Figura 11 Barra de terminais isolados e jumpers.

Para orientá-lo na montagem e reforçar o que foi colocado acima, são dados a seguir alguns
passos que facilitam a montagem da PCI do frequencímetro.
► PCI do frequencímetro:
a. Conferir se todos componentes estão OK.
b. Alguns furos da PCI precisam ser refeitos, antes da montagem, para acomodar corretamente
os seguintes componentes:
- CI RG1 – 7805 = Fixar o CI na placa com um parafuso de Φ 1/8”, com porca e arruelas
lisas.
- Idem = Aumentar os furos dos três terminais desse CI para Φ 0,8mm
- Verificar se os terminais para os conectores de entrada e jumpers estão com o diâmetro
correto.
c. Colocar os jumpers de fio fino nos lugares indicados na PCI por uma linha preta.
d. Inserir e soldar todos os resistores e capacitores. Notar que R3 e R4 são montados
verticalmente.
e. Inserir e soldar os diodos D1, D2 e D3. Cuidado com as polaridades.
f. Inserir e soldar os jumpers Jp1 e Jp2.
g. Inserir e soldar os soquetes dos CI U1 e U2. Cuidado com as polaridades e com curto entre
os terminais dos soquetes, ao soldar. Se você não enxerga bem, use uma lupa...
h. Inserir e soldar o Cristal 1. Cuidado com excesso de calor.
i. Inserir o CI regulador de tensão RG1. Dobre seus terminais e monte-o no lugar apropriado
com o parafuso, porca e arruelas de pressão. Veja figura 77.

Figura 77 Montagem do CI regulador 7805 na PCI.

j. Inserir e montar a barra de terminais isolados CN1. Note que essa barra é montada com a
parte mais longa dos terminais na PCI e que ela não entra totalmente na furação, como mostra a
figura 78. Note também que a solda é feita numa posição “meio difícil”.

Figura 78 Espaçamento entre PCI e módulo do display.

Veja na foto da figura 79 como fica o espaçamento desenhado na figura 78.


Figura 79 Montagem da PCI do frequencímetro no modulo LCD.

► Módulo do display de LCD:


a. Encaixar o modulo do display LCD nos pinos da barra de terminais CN1 e soldar pelo lado
de cima, onde está o próprio display.
A figura 80 mostra a PCI montada junto com dois conectores miniatura. O conector branco,
maior, foi retirado de uma fonte pifada de microcomputador. O outro é usado em placa mãe também
de micro.

Figura 80 PCI do frequencímetro.

Testes e ajustes
Essa parte é muito simples:
a. Ainda não instale os CIs nos soquetes da PCI.
b. Conecte a placa do frequencímetro e módulo contador a fonte externa de 9 ou 12Vcc.
c. Com um multímetro, meça a tensão de alimentação dos pinos dos CI1 e CI2, em relação a
terra (GND), conforme abaixo. Tensões maiores do que as da tabela podem danificar os CI.
CI Pinos Tensão VCC
CI1 – 74HC4046 16 5V
CI2 - PIC 4 e 14 5V
d. Desligue a alimentação do frequencímetro e encaixe os dois CI nos respectivos soquetes,
observando a posição do pino 1.
e. O display deve acender e marcar “00.0000 MHz HF” na linha superior.
f. As palavras “FREQUENCY METER” devem aparecer na linha inferior. Veja figura 81.
g. Ajuste o trimpot TP1 para um brilho de fácil leitura no display. Lembre-se que quanto maior
o brilho no back light, maior consumo da fonte ou bateria.
h. Injete um sinal de RF, com um Gerador de Frequências de RF. Uma outra fonte de sinais
qualquer pode ser usada, entre 100kHz e 40 MHz para o teste.
i. Se você puder dispuser de outro frequencímetro, de precisão conhecida, use o mesmo para
uma comparação.
j. Se for necessária uma grande precisão na leitura, um trimmer plástico, miniatura, de 30pF,
pode ser colocado no local de C5 ou C6, para ajustes.
Pronto! Seu frequencímetro está ajustado e pronto para qualquer medição.
As fotos da figura 82 mostram o frequencímetro descrito, já montado.

Figura 81 Frequencímetro funcionando. Nota: O display ainda está com o plástico protetor sobre o LCD.

Uma caixa para o frequencímetro


Nossos projetos anteriores já descreveram uma série de caixas. Agora, é só adaptar uma delas
para seu frequencímetro ou pegar as ferramentas e construir uma específica para ele. Para isso, note:
a. Use um conector tipo “BNC” para a entrada de RF. Entre o conector BNC e a entrada de RF
usar um pedaço de cabo coaxial fino, 50Ω.
b. A fonte de 12Vcc pode ser montada junto com a PCI e módulo LCD, na mesma caixa. Como
a corrente consumida pelo frequencímetro é pequena (aproximadamente 70mA) use um transformador
de 100 a 150mA, retificadores de 50V/1A e filtragem normal. Na fonte não precisa de mais um
regulador, pois na PCI já tem o regulador de 5V.
c. Como já comentado, o frequencímetros pode ser alimentado com uma bateria de 9V ou um
conjunto de pilhas que forneça 9Vcc. Nesse caso, colocar os terminais apropriados para encaixe da
bateria ou porta-pilhas.
d. No painel frontal da caixa, além do conector BNC, use uma chave miniatura liga/desliga.
Uma caixa personalizada para o frequencímetro.
O frequencímetros completo, como descrito até o presente momento, serve para indicação de
frequência em receptores de rádio, transmissores, sinais de áudio, etc., devido ao seu pequeno
tamanho e montagem compacta.
A caixa construída mede 160mm de largura, 80 mm de altura e 165mm de profundidade. Para a
sua construção usamos chapa de alumínio de 2mm de espessura. A tampa foi pintada de preto e o
fundo e painéis de cinza.
Se ele for usado como instrumento de bancada, é interessante separar a placa do PIC da placa
do display LCD. A interconexão dessas placas é então feita com um cabo de vários condutores e
conectores miniaturas, como os mostrado na foto da figura 82.
Também o uso de uma caixa, permite a montagem de um “prescaler”, tornando possível a
medida de frequência até a região de VHF ou mais, dependendo do prescaler usado.
A foto da figura 83 mostra a caixa construída em alumínio, especialmente para esse
frequencímetros. Nesta caixa você vai notar que existem mais duas chaves de alavanca, miniaturas,
para selecionar qual o sinal de entrada do frequencímetro: HF (High Frequency) e VHF (Very High
Frequency). Nesse caso, vai mais uma PCI na caixa que é a do “prescaler”.

Figura 82 Condutor e conector entre a PCI e o modulo do display.


Figura 83 Caixa para o frequencímetro.

Veja a seguir mais algumas fotos do frequencímetro que poderão servir de ajuda aos
montadores.

Figura 84 Vista da fonte de alimentação interna do frequencímetro.


Figura 85 Vista interna do conjunto e cabos flexíveis entre a PCI e o módulo display.

Figura 86 Vista total do fundo da caixa do Frequencimentro.

Dicas...
O autor desse projeto e layout, Carlos Tomazelli, também publicou um artigo na revista
“Antenna – Eletrônica Popular”. Veja a referência: Carlos Tomazelli – “Frequencímetro digital para
HF com PIC16F84” – Revista Antenna-Eletrônica Popular – pág. 11/1186 – Vol. 121 – No. 1 – 2002
Rio de Janeiro, Brasil.
Para a medida de frequências superiores a 30 MHz pode ser usado um circuito chamado
“prescaler”. Esse circuito divide a frequência de entrada, permitindo a leitura direta no modulo LCD.
Por exemplo, uma frequência de 150 MHz, vai ser lida no display como “15.00000”, se o prescaler
dividir o sinal por 10 ou seria lida como 1,500000 se a divisão do sinal for por 100.
Na referência 3 você vai achar circuitos e dicas de como montar um prescaler. Note que esse
tipo de circuito, por trabalhar com altas frequências (VHF/UHF), já é indicado para montadores
experientes ou para se montado com ajuda do “amigão” veterano.
Modificações
a. Display
Pode ser usado um display azul, no lugar do display verde indicado nesse projeto. O custo vai
aumentar uma vez que esses displays são mais caros. Veja figura 87.

Figura 87 Acima display LCD "gigante" e abaixo, display azul.


Capitulo 6
PROJETO 5 – UM PRESCALER PARA O FREQUENCÍMETRO
DIGITAL
Introdução
Como meu Frequencimentro lia ate um pouco acima de 30MHz e eu precisa de leitura de
frequências acima desse valor, usei o circuito publicado por S, Harisankar, site HAM RADIO
INDIA, com excelentes resultados.
Quando o prescaler é conectado a entrada de um frequencímetro digital que leia até 30MHz,
essa capacidade de leitura é expandida até cerca de 200MHz.
O circuito do prescaler
O circuito foi desenhado em torno de um CI próprio para divisão de frequências que é o
DS8629, podendo ser usado até 200MHz.
Antes que o sinal a ser dividido passe pelo prescaler, ele é amplificado por um estagio
amplificador com dois transistores BFR91A, transistores estes de baixo ruído e especiais para altas
frequências.
O ganho total de RF desse circuito amplificador é ajustado pelo trimpot P1, no diagrama
esquemático.
O CI DS8629, divide a frequência de entrada por 100. Assim, quando você estiver injetando
uma frequência de 150MHz na entrada, a leitura no seu frequencímetro digital será de 1,500000MHz.
Os diodos D 1 e D2 bloqueiam sinais de alto nível, para não sobrecarregar os circuitos do
prescaler.
A alimentação do circuito é feita por uma fonte de 5V regulada, que pode ser um pequeno
regulador 78L05, devido ao pequeno consumo do circuito.
Veja na figura 88 o circuito do prescaler, do site informado acima.
Figura 88 Circuito do prescaler de até 200MHz.

A PCI, mostrada do lado do cobre, para o prescaler é mostrada na figura 89.

Figura 89 PCI do prescaler vista pelo lado do cobre. (cobre em azul)


Figura 90 PCI do prescaler vista por ambos os lados (Raios X).

Figura 91 PCI do prescaler vista pelo lado dos componentes.

As figuras 90 e 91 completam a visão das PCI do prescaler.


Em relação a PCI, note:
a. Ela deve ser feita de fibra de vidro e não fenolite.
b. Observe a montagem dos dois transistores BFR91A. Você precisa fazer dois furos na placa
para o corpo plástico deles se encaixarem ai. Eles devem entrar por baixo da PCI, do lado
do cobre. Veja figura 92.
c. As conexões devem ser as mais curtas possíveis. Nada de deixar componentes com
terminais longos.
d. Após a soldagem dos componentes na PCI, limpe o lado do cobre com álcool para não
deixar resíduos de resina de solda.
e. Os furos maior, 3,5mm são para os parafusos de fixação da PCI no fundo da caixa metálica.
f. Coloque um pequeno dissipador de alumínio sobre o CI DS8629. Ele se aquece um pouco
em funcionamento.
Figura 92 Montagem dos transistores BFR91A na PCI.

Montagem
Depois de montada a PCI, ela foi encaixada na mesma caixa do frequencímetro, dai o motivo
de termos duas chaves no painel para uma entrada em HF e outra entrada em UHF. Devem ser usados
conectores tipo BNC para essas entradas.
Veja a seguir algumas fotos da PCI montada.

Figura 93 PCI do prescaler montada.


Figura 94 PCI vista pelo lado do cobre. Observe a montagem dos dois BFR91A.

Figura 95 Montagem da PCI do prescaler dentro da caixa do frequencímetro.

Depois que montamos o frequencímetro básico, tomamos conhecimento desse excelente


prescaler. Desse modo, você vai notar algumas diferenças entre as fotos internas da caixa e as que
agora vamos apresentar. Se leituras ate 30MHz forem suficientes para você, não precisa do
prescaler.
Se você quer deixar para montá-lo no futuro, deixe o espaço para a PCI, como está nas fotos a
seguir.
Figura 96 Caixa do Frequencimentro, com prescaler, vista internamente.

Nota: Nossos agradecimentos a Carlos Tomazelli, PY2CSU, pelos desenhos, layout e dicas do
frequencímetro.
13/12/13 – pem – Ver 0
Capitulo 7
PROJETO 6 – GERADOR DE FUNÇÕES DE 20Hz A 200kHz
Introdução
O Gerador de Funções é um instrumento de teste muito versátil que ajuda bastante o montador
amador. Basicamente ele produz uma variedade de sinais de saída, com precisão e estabilidade. Nos
circuitos mais simples, ele pode gerar sinais senoidais, quadrados e triangulares, que vão desde
alguns Hz até MHz. Esses sinais gerados têm enorme utilidade na calibração, teste e reparos de
diversos tipos de equipamentos eletrônicos.
Com o uso de Circuitos Integrados, a construção de Geradores de Funções tornou-se bastante
simplificada. Esse projeto descreve um Gerador de Funções simples, baseado no CI ICL8038.
O gerador de funções
O circuito integrado ICL8038, da INTERSIL® é um gerador de funções completo, num só CI
de 14 pinos, DIP. Na realidade o circuito interno do CI ICL8038 produz inicialmente um sinal de
onda quadrada e depois transforma esse sinal em triangular e senoidal. A empresa norte americana
MAXIM também fabrica um CI que tem essa mesma função.
O circuito apresentado é baseado em Notas de Aplicação da INTERSIL® e é um dos mais
simples que pode ser feito com o CI ICL8038, como mostrado na figura 97.
Figura 97 Circuito completo do gerador de funções com CI ICL8938.
LISTA DE MATERIAIS
Semicondutores
CI1 = CI ICL8038 da INTERSIL Capacitores
CI2 = CI LF351 C1 = poliester, 1μF x 100V
Resistores (todos de metal film ou carbono, C2 = poliester, 220nF x 100V
1/4W) C3 = poliester, 22nF x 100V
R1= 10MΩ C4 = disco cerâmico, 220pF x 100V
R2 = 4,7MΩ C5 = disco cerâmico, 220pF x 100V
R3, R12= potenciômetro linear, 10kΩ, carbono C6 = eletrolítico, 47μF x 25V
R4 = 22kΩ Diversos
R5, R6, R13 = 2,2kΩ Ch1 = Chave rotativa, 1 pólo x 4 posições
R7, R8 = trimpot multivoltas, linear, 100kΩ, Ch2 = Chave rotativa, 1 pólo x 3 posições
carbono J1, J2 = Conectores de saida, BNC fêmea (ou
R9, R10 = 10kΩ RCA)
R11 = 2,7kΩ Soquetes para os CI, solda, etc.
R14= 47Ω
Este circuito foi baseado em Notas de Aplicação e Folha de Dados da INTERSIL.
Toda parte de geração de sinais senoidais, triangulares e quadrados é feita pelo oscilador
interno do CI ICL8038. Os capacitores indicados como C2 a C5, na figura 97 determinam as
frequências de cobertura do gerador, conforme tabela abaixo.
Ch1 Capacitor Frequência
1 C2 = 1µF 20 a 200Hz
2 C3 = 220nF 200 a 2kHz
3 C4 = 220pF 2kHz a 20kHz
4 C5 = 220pf 20kHz a 200kHz
O potenciômetro R3 permite variar a frequência de saída, dentro dos valores de cada faixa,
como mostrado na tabela acima.
Os trimpots R7 e R8 permitem ajustar a forma de onda senoidal, evitando distorções no sinal
gerado.
A chave Ch1 seleciona qual forma de onda vai ser aplicada na entrada do amplificador
isolador (“buffer”) com o CI LF351: senoidal, quadrada ou triangular.
O potenciômetro R12 permite ajustar a tensão do sinal de saída, nas três formas de onda. Notar
que existem dois conectores para o sinal de saída: J1 e J2. J1 está conectado diretamente na saída do
CI LF351 e permite uma alta tensão de saída das formas de onda. Para circuitos que precisam de
sinais de menores intensidades, foi colocada a saída em J2, através de um divisor de tensão.
A PCI do gerador de funções
Numa só placa de circuito impresso (PCI) são montados todos componentes do Gerador de
Funções, com exceção da fonte de alimentação.
A figura 98 mostra a PCI do Gerador, vista pelo lado do cobre. Notas as dimensões da placa e
os quatro furos de fixação da mesma a caixa que vai abrigar todos componentes do Gerador de
Funções.

A mesma PCI é mostrada do lado dos componentes na figura 99. Nessa figura notar:

Figura 98 PCI vista pelo lado do cobre.

► Os trimpots multivoltas tem duas alternativas de montagem. Notar que existem duas ilhas na
PCI, para o pino central de R7 e R8. Isto permite colocar o parafuso de calibração destes trimpots
(cursores) numa posição cômoda de serem alcançados, para calibração. Escolha a sua posição.
► As conexões dos componentes externos como R3, R12, Ch1, Ch2, J1 e J2 são mostradas
foras do contorno da placa. Na placa foram deixadas ilhas maiores, para estas conexões, onde são
soldados os terminais tipo “espadinha” ou similares.
►As conexões para os potenciômetros R3 e R12, que vãos dos mesmos (montados no painel
da caixa) à PCI devem ser feitas com cabo blindado fino e flexível. O mesmo deve acontecer para as
conexões de Ch1.
► Os pontos marcados J1, J2, J3 e J4 são onde vão soldados dois jumpers, feitos com
pequenos pedaços de fio de cobre rígido, nu.
Figura 99 PCI vista pelo lado dos componentes, mostrando conexões as chaves e potenciômetros externos.

A PCI vista ao mesmo tempo pelas duas faces (visão Raios-X) é mostrada na figura 100.

Figura 100 PCI vista do lado do cobre e dos componentes (Raios X).
A figura 101mostra uma foto da PCI, já com os componentes montados.

Figura 101 PCI montada.

Montagem da PCI
Não existem maiores problemas na montagem da PCI uma vez que a mesma e simples, com
poucos componentes. Como dicas:
● Os CI devem ser montados com soquetes
● Usar terminais tipo “espadinha” na PCI para as conexões aos componentes externos
● Usar cabos blindados finos e flexíveis para a conexão dos potenciômetros, chaves Ch1 e
Ch2 e conectores de saída.
● Os dois trimpots podem ser montados em posições que permitam a sua calibração, com a
PCI já montada no lugar.
● De preferência devem ser usados conectores fêmeas, tipo BNC, para montagem em painel,
para J1 e J2. Como alternativa, podem ser usados conectores tipo “RCA”, fêmea, para painel.
A foto da figura 102 mostra a PCI do Gerador de Funções, com os componentes externos
conectados. Notar que os conectores de saída, J1 e J2, não foram mostrados. Os cabos blindados que
vão aos mesmos estão à esquerda na foto.
Figura 102 PCI conectada aos componentes externos.

Uma caixa para o gerador


Como já discutido nos capítulos sobre construção de equipamentos, existem vários tipos de
caixa que podem ser usadas para abrigar o circuito do Gerador de Funções. Elas podem se de
plástico ou metal.
Como você já aprendeu muito bem como se faz uma caixa metálica para seu gerador de
funções, fica a seu cargo desenhar essa. Veja se ela pode ficar com as mesmas dimensões das caixa
usadas para o frequencímetro e o LC meter (mais para frente). Ai você mostra com orgulhos para os
amigos e família...”tudo feito por mim!!”
A figura 103 dá uma sugestão de layout para uma caixa para o Gerador de Funções, se você
resolver construí-la, usando chapas de alumínio. Senão veja caixas plásticas fabricas pela
PATOLA.®
Figura 103 Sugestão de caixa para o Gerador de Funções.

Na figura 104, em (A) é mostrada uma sugestão para o layout do painel da caixa e em (B) uma
sugestão para a confecção mecânica da caixa. O ponto (x) marcado na caixa da figura (B) é para
lembra-lo que essa dobra não precisa ser feita na mesma pela da caixa. Pode ser feita uma dobra com
perfil em “L”, que depois une topo e fundo da caixa.
Calibração
Para a calibração do gerador de funções você vai precisar de um osciloscópio ou um software
(Winscope ou similares) que permite usar seu microcomputador como osciloscópio. Procure na
Internet que você vai achar varias versões como freeware.
Passos para calibração:
a. Conecte a saída “ALTA” do Gerador de Funções a entrada do osciloscópio, para poder
verificar a forma do sinal gerado.
b. Ajuste a forma de onda para “Senoidal” (Ch2)
c. Ajuste a faixa de frequência para 2 a 20 kHz (Ch1)
d. Ajuste o nível de saída para uma boa amplitude de leitura no osciloscópio.
e. Ajuste o trimpot R7 para que o sinal mostrado pelo osciloscópio seja o mais próximo de
uma onda senoidal pura.
f. Ajuste agora o trimpot R8 para o mesmo objetivo de e acima. Note que estes ajustes de R7 e
R8 são interativos: um “mexe” com o outro.
g. Repita até que seja possível ter uma forma de onda senoidal pura ou “quase pura”.
h. Com o ajuste da onda senoidal, automaticamente as ondas triangular e quadrada, ficam
ajustadas.
A figura 104 mostra como ficariam as três formas de onda corretamente ajustadas.

Figura 104 Formas de ondas na saída do gerador (aproximadamente).


13/12/13 – pem – Ver 0
Capitulo 8
PROJETO 5 – LC METER
Introdução
Bonito nome não é...LC METER!! Esse pequeno medidor já foi montado por centenas de
amadores e fez um sucesso tremendo. Realmente, ele é muito bem bolado e preciso.
Esse instrumento é muito útil para quem vai trabalhar com circuitos de RF (principalmente) é o
capacímetro e o indutometro (LC METER). Com um medidor desse tipo é possível verificar valores
de capacitores e indutores bem como descobrir os valores desses componentes quando usamos
material da sucata.
No Projeto 3, já descrevemos um capacímetro/indutometro para ser acoplado a um multímetro
digital. É um projeto simples mas que permite a leitura de valores de capacitores e indutores, dentro
de determinadas faixas de valores.
O projeto descrito a seguir, usa novamente um micro controlador (veja Capítulo 20 – PIC) e
foi implementado por Carlos Tomazelli1, que mais uma vez cedeu os dados para a montagem do
capacímetro/indutometro descrito a seguir. O projeto original do capacímetro/indutometro foi
desenvolvido por um radioamador turco, Bárbaros Asuroglu, TA2CBA.
NOTA: Como você viu no capitulo sobre PICs (Componente eletrônicos) o
PIC precisa estar programado corretamente para funcionar nesse projeto.
Nos kits que são vendidos por alguns amadores, eles já vêm programados.
Mais detalhes você pode conseguir sobre o PIC programado ou o kit para
LC Meter no YahooGoups. Se você se interessar, entre nesse grupo e
pergunte. YahooGroupQRP
O circuito do capacímetro/ indutometro digital (LC meter)
O CI U1, LM3111, é um comparador que funciona como um oscilador LC. O “L” é um choque
de 68µH (XRF1) e “C” é um capacitor de 680pF (C2). Dessa maneira, a frequência de oscilação é
de 740kHz. Um capacitor de 1.020pF (valor preciso) é ligado em paralelo a C2, por meio dos
contatos do relé RL1. Isso faz com que a nova frequência de oscilação do LC seja 468kHz.
Essas duas frequências são medidas pelo PIC, durante o processo de autocalibrarão interna.
Ao se fazer uma nova medida, um indutor de valor desconhecido é colocado em série com L (XRF1)
ou então um capacitor de valor desconhecido é colocado em paralelo com C2.
O circuito completo do LC Meter é mostrado na figura 105.
Figura 105 Diagrama esquemático completo do LC Meter.
Uma descrição simples e muito boa, desse LC METER, pode ser encontrada no site da Internet,
LC METER.
A lista de materiais para a montagem do LC METER é mostrada abaixo. Note que usamos as
designações de referências para os componentes, iguais as do projeto original do autor. Dessa
maneira, usamos Q1 para o transistor BC548, ao invés de “Tr1”, como usaríamos na nossa
designação. Nos outros circuitos desse livro, você encontra os CI – Circuitos integrados com a
designação “CI”. No projeto do autor do LC METER, ele usa “U”, para os CI.
LISTA DE MATERIAS LC METER
1. Semicondutores
U1= CI LM311
U2 = PIC 16F84
Q1 = transistor BC548
RG1 = LM7805 ou similar, regulador de 5V, com dissipador
D1 a D3 = diodo 1N4002
Display: Módulo contador com display de LCD, 16 caracteres x 1 linha.
2. Resistores (todos metal film, 1/8 ou 1/4W)
R1, R3 e R6 = 100kΩ, 1%
R2 e R7 = 1kΩ, 1%
R4 = 47kΩ, 1%
R5 = 10kΩ, trimpot multivoltas, vertical
3. Capacitores
C1, C5, C6 = 10μF x 16V, tântalo
C2 = 680pF, stiroflex, 5 ou 10%
C3 = 1000pF, stiroflex, 5 ou 10%
C4 = 20pF (ou 22pF), stiroflex, 5 ou 10%
C8, C9 = 22pF, disco cerâmico
C23, C24 = 100 nF, poliester, 50V
C25, C26 = 470μF x 16V, eletrolítico
4. Diversos
Xtal 1 = cristal oscilador de quartzo, 4MHz
Jp1 = Jumper do tipo usado em placas de microcomputadores (macho e
fêmea).
CN1 = Barra de 14 terminais, miniatura
Ch1 e Ch2 = chave de tecla, 4 polos x 2 posições
Ch3 = Chave de pressão, contato momentâneo, normalmente fechada
Ch4 = Chave liga/desliga, miniatura, no painel
RL1 = Rele de 12Vcc, 1 polo, duas posições. Metaltex modelo AT1RC-12V
TF1 = Transformador de força, primário 127 e 220V, secundário 9+9volts,
200mA. Keletron modelo G20B ou similar.
F1 = Fusível de vidro, miniatura, 0,25 A, com porta fusível para instalação
na PCI.
J1 e J2 = Bornes fêmea, um preto e um vermelho
Cabo de rede CA, solda, parafusos, porcas, etc.
PCI especial para o LC METER. Ver texto.

Quase todos componentes do circuito do LC METER são montados na PCI especial. As


exceções ficam para: Chaves Ch3 (ZERO), display de LCD, bornes de Lx e Cx (J1 e J2), chave Ch4
(liga/desliga) que são montados no painel frontal.
Todo circuito é alimentado por uma pequena fonte de alimentação, montada na própria PCI.
A PCI do LC meter
A figura 106 mostra a PCI do LC METER, também desenvolvida por Carlos Tomazelli. Essa
vista é do layout do lado do cobre.

Figura 106 PCI do LC Meter, vista pelo lado do cobre.

O lado dos componentes é mostrado na figura 107, com as respectivas entradas, saídas, etc.
Figura 107 PCI do LC METER vista pelo lado dos componentes.

O módulo do display LCD já vem montado numa PCI e sua conexão a PCI principal é feita com
uma barra de terminais miniatura e um chicote de fios, como mostrado em fotos mais adiante. Veja a
PCI montada na foto da figura 108.
A montagem da PCI
Quando é utilizada a PCI fornecida pelo autor do projeto, a mesma já vem com o layout dos
componentes impressos no fenolite, através de silkscreen (veja figura 108, parte da PCI.). Isso
facilita em muito a montagem, com a colocação dos componentes, polaridades, etc.,
Os CI são montados em soquetes apropriados. Use soquetes de boa qualidade, observando
sempre a posição do pino 1. Outros componentes polarizados, como transistor, eletrolíticos, etc.
devem ser montados com cuidado.
O regulador de tensão LM7805 é montado na vertical, com um pequeno dissipador como
mostrado na foto da montagem completa nas figuras 108 e 109.
Figura 108 PCI montada.

Figura 109 Outra vista da PCI montada.

Para auxiliar na montagem da PCI do LC METER, sugerimos a seguir alguns passos para
montagem e algumas dicas especiais.
►PCI principal:
a. Conferir se todos componentes estão OK. Nunca é demais medir os componentes (quando
possível) com o multímetro ou outro LC meter.
b. Alguns furos da PCI precisam ser aumentados, antes da montagem. Por exemplo, os quatro
furos que suportam a placa no fundo da caixa, devem ser refurados para um diâmetro de 1/8”
(3,2mm). Os furos dos terminais do regulador de tensão também precisam ser aumentados. Se você
for usar terminais para as diversas conexões da PCI principal ao LCD, chaves, etc., veja qual é o
diâmetro desses componentes. Daí a valiosa dica: tenha tudo em mãos antes de começar a
montagem...
c. Soldar todos os jumpers nos lugares indicados na PCI. Note que esses jumpers (pontes) são
pequenos pedaços de fio rígido, indicado na figura 107 com a letra “J”.
d. Inserir e soldar todos os resistores. Observar com atenção os que têm tolerância de 1%.
e. Inserir e soldar todos os capacitores. No caso dos eletrolíticos e tântalo, observe a
polaridade. O valor do capacitor C4, de 20pF (ou 22pf) poderá mudar durante os ajustes finais. É
aconselhável no lugar dele, colocar dois pequenos terminais, em forma de agulhas, como os usados
em microcomputadores. Ai, os valores que vão ser usados para teste, poderão ser soldados a esses
pinos, sem a necessidade de usar o sugador de solda, o que poderia danificar a PCI devido inúmeras
soldas e ressoldas.
f. Colocar e soldar os terminais para o jumper Jp1.
g. Inserir e soldar os soquetes dos CI. Cuidado com a orientação do pino 1.
h. Inserir e soldar o choque de 68μH, XRF1 e o cristal XTAL1. Cuidado com o excesso de
calor!
i. Colocar os diodos D 1 a D3. Cuidado com o excesso de calor!
j. Encaixar, com cuidado, as chaves Ch1 e Ch2. A PCI já foi desenhada para receber os
terminais dessas chaves. Ao adquirir as chaves, se você tiver dificuldades sobre o tamanho e
formato, leve a PCI a loja e faça um teste com a furação. Veja figura 110.
Figura 110 Detalhes das chaves Ch1 e Ch2 montadas na PCI.

k. Colocar o transistor Q1, BC548. Verifique a disposição dos terminais. Cuidado com o
excesso de calor!
l. Monte o regulador de tensão Rg1. Depois de todos componentes montados, volte a ele para
colocar o dissipador de calor. Use uma fina camada de pasta térmica entre o dissipador e o corpo do
LM7805.
m. Insira o relé RL1. Não tem erro, pois ele entra somente numa posição.
n. Coloque o porta-fusíveis no lugar, prendendo-o com um parafuso e porca, se for o caso.
Solde os terminais. Note que no desenho da PCI, figura 109, não existe um furo para prender o porta-
fusíveis a PCI. Se você for usar o parafuso, faça um furo de 1/8” (3,2mm).
o. Monte o transformador TF1 na PCI, com dois parafusos, arruelas e porcas. Observe a
posição do primário e do secundário. É aconselhável deixar um pequeno excesso de fios na conexão
desses dois enrolamentos.
p. Na PCI mostrada nas fotos, foram montados terminais de encaixe para todos componentes
que vão fora da PCI, como os do painel frontal. Isso permite um maior manuseio da placa, durante a
montagem, ajustes e possíveis problemas. Além disso, o acabamento é melhor. Vejas as fotos.
q. Solde o cabo de rede de CA nos pinos apropriados da PCI. Verifique qual a tensão de CA da
sua residência!
►PCI do LCD:
Nesse módulo do display LCD, a única montagem a ser feita é a da barra de terminais
miniatura, para conexão entre a mesma e a PCI principal. Na falta dessa barra de conectores, os fios
podem ser soldados diretamente ao módulo do LCD, com muito cuidado. Use fios de cores diversas.
Testes e ajustes
Siga os passos abaixo:
1. Ainda não instale os CIs.
2. Alimente o LC METER e com um multímetro meça a tensão CC em relação a terra, nos
pinos da tabela abaixo.
CI PINOS TENSÃO CC
U1 (CI1) 8 5V
U2 (CI2) 4 e 14 5V
3. Tudo legal? Nada “fumaceou”?? Desligue a alimentação de CA (127 ou 220V). Se não
encontrou nenhuma tensão nos pinos dos CIs, você deve examinar os componentes da fonte de
alimentação, começando com o cabo de rede, fusível, chave liga/desliga, etc.
4. Encaixe os dois CI nos respectivos soquetes, observando a posição do pino 1. Cuidado!!
5. Aperte as chaves Ch1 (L) e Ch2 (C) de maneira que elas fiquem para fora (não
pressionadas). Ainda não coloque nada para medir.
6. Ligue a chave “liga/desliga”. O LCD deve acender, mostrando o texto “CALIBRATING”.
Depois de um certo tempo, aparece o texto “WAIT” e por fim o texto “READY” . Se tudo estiver OK
com os componentes e a montagem, é isso que você vai ver.
7. Se uma das chaves, Ch1 ou Ch2 estiver fora da sua posição inicial (todas para fora), o texto
que aparecerá no LCD será “WRONG SWITCH”. Nesse caso, basta pressionar a chave “C” ou “L” e
o display volta a indicar “CALIBRATING”.
8. Se nada disso acontecer, você tem algum problema de montagem. Comece então a
verificação:
● Componentes nas posições corretas da PCI?
● Componentes polarizados estão corretos?
● Transistor Q1 está montado corretamente?
● CIs: CI1 e 2, não foram invertidos?
● Chicote de fios que vão da PCI principal ao módulo do display LCD não estão invertidos?
● Nada de curtos-circuitos entre as pistas e ilhas?
● Nada de soldas frias? Use uma boa lupa, ainda mais se você usa óculos...
● E ai por diante...
9. Tudo OK? Aperte a chave Ch2, para a leitura de “capacitores". Zere a leitura, pressionando
a chave Ch3 “ZERO”, momentaneamente. Coloque então um capacitor para você fazer a sua primeira
medida de capacitância e ver como o LC METER se comporta. Procure usar capacitores de valores
conhecidos, de boa qualidade.
10. Repita para outros valores de capacitores e veja como as medidas feitas pelo LC METER
se comparam com os valores dos capacitores que você escolheu. Use capacitores na faixa de “pF”,
“μF” e “nF”.
11. Como você pode conectar os capacitores e indutores ao LC METER? Você deve ter usado
bornes para isso. Às vezes os bornes ficam difíceis de serem usados, devido ao tamanho do terminal
do capacitor. Nesse caso, improvise essa conexão com curtos pedaços de fios e pequenas garras
jacarés.
12. Repita essas medidas para indutores de vários valores, na faixa de “μH” e “mH”.
13. Como seu LC METER se comportou? As medidas de capacitância e indutância estão muito
fora?
14. Chegou a hora de calibrar o LC METER. Para isso você vai precisar de alguns valores de
capacitância (preferencialmente na faixa de “pF”, “μF” e “nF”) e alguns valores de indutância
(preferencialmente na faixa de “μH” e “mH”). Esses capacitores e indutores devem ser componentes
de baixa tolerância. Quanto menor essa tolerância, mais precisas calibração do LC METER. Se você
não tiver esses capacitores e indutores existem duas possíveis soluções:
● Emprestar de algum laboratório de Escola Técnica ou Faculdade da sua cidade ou
● Pegar os capacitores e indutores que você tem e levá-los a uma dessas Instituições e pedir
que eles meçam os seus valores, com uma ponte de precisão. Anote esses valores com cuidado.
15 Ligue o LC METER e deixe aquecer por uma hora. Depois conecte um capacitor de
precisão de valor conhecido (ou medido), na faixa de 100 a 470pF. Veja exemplo na figura 111.
Figura 111 Leitura de um capacitor de precisão de1.130pF (1,13nF) com tolerância de 0,625%!!.

16. Observe a medida obtida. Está um pouco fora do que deveria marcar? Note que pequenas
tolerâncias são aceitáveis e não vale o tempo e o trabalho para que a leitura seja “exatamente” a
mesma do componente. Uma diferença de 1 a 2% está ótima!
17. Não se esqueça também, de que um capacitor de 100pF, com tolerância de 5%, pode ter seu
valor entre 95 e 105 pF.
18. Se a leitura está fora e você quer uma “alta precisão”, um ajuste deve ser feito no valor de
C4, o capacitor de 20 ou 22pF.
19. Substitua esse capacitor por outros de valor acima e abaixo de 20pf e veja o que acontece
com a leitura. Certamente você vai chegar a um bom ponto onde a leitura terá uma ótima precisão
para os seus trabalhos.
20. Nesse ponto, depois de muito trabalho e de muitas soldas, e você ter conseguido uma
precisão de 1% nas leituras, pode acontecer de chegar aquele amigo chato e que ao ver seu novo
aparelhinho, exclama “Pô, só 1% de precisão??”
21. Calma, calma e calma. Lembre-se de que esse LC METER é um aparelho para amadores,
porém com uma ótima precisão para todos seus trabalhos.
Uma caixa para o LC meter
Como no caso do FREQUENCÍMETRO COM PIC (Capítulo 37), foi desenvolvida uma caixa
personalizada para o mesmo, para ser usado como instrumento de bancada.
A foto da figura 112 mostra a caixa construída para o LC METER
Figura 112 Caixa para o LC meter.

A caixa construída mede 160mm de largura, 80 mm de altura e 165mm de profundidade. Para a


sua construção usamos chapa de alumínio de 2mm de espessura. A tampa foi pintada de preto e o
fundo e painéis de cinza.
O maior trabalho na confecção da caixa é a furação do painel frontal: os furos do display e das
chaves Cx e Lx. Esses furos têm que ser marcados com precisão na chapa de alumínio e depois
limados para o acabamento final, depois da caixa dobrada. Se você encontrar knobs (botões)
redondos para as chaves Cx e Lx, melhor pois não vai ter muita mão de obra para esses furos. Se
forem knobs quadrados, como os mostrados nas fotos, vai dar um pouco mais de trabalho mas nada
impossível de ser feito. Capricho...
No painel frontal foram montados o display LCD, a chave miniatura liga/desliga (Ch4), os dois
bornes “Cx/Lx”, as chaves seletores de “Cx” e “Lx” (Ch1 e Ch2) e a chave de pressão do “ZERO”
(Ch3). No painel traseiro existe apenas a saída do cabo de rede.
Quatro pés de borracha, no fundo da caixa, completam a montagem externa. Furos de
ventilação foram feitos na tampa e no fundo da caixa.
O módulo do display LCD foi montado com 4 parafusos (veja foto) e separado do painel por
pequenos espaçadores plásticos. A placa principal do LC METER também é montada no fundo da
caixa com pequenos espaçadores plásticos.
Como mencionado anteriormente, a interligação da PCI e módulo do display LCD foi feita
com um conector miniatura e um chicote de fios coloridos. Os fios do chicote foram soldados a PCI
principal e no outro extremo tem o conector que se encaixa na placa do módulo do display. O
conector miniatura e os fios do chicote foram retirados de um monitor de vídeo pifado.
No display foi usado um conector miniatura do tipo usado em placas mãe de
microcomputadores. Use sua imaginação para obtenção desses conectores e chicote de fio. Em
último caso, solde os diretamente nas placas, sem conectores.
Figura 113 Vista da PCI montada. Notar o dissipador colocado no regulador LM7805.

Conectores miniatura e chicotes de fio também foram usados para conexão das chaves do
painel e bornes. Veja nas fotos.
As figuras seguintes mostram algumas vistas internas do LC Meter, apenas a título de
orientação para o montador.
Figura 114 Vista da PCI com o chicote de fios que vão ao módulo do display de LCD.
Figura 115 Montagem interna do módulo do LCD, bornes e chaves do painel.

Finalizando, veja na figura 116 como ficaram três dos projetos descritos neste Volume e no
Volume 4: A fonte de alimentação, o frequencímetro digital e o LC Meter digital.
Figura 12 Projetos montados e funcionando na bancada do autor.
OBSERVAÇÕES E CONDIÇÕES DE FORNECIMENTO DESTE LIVRO
1. Os projetos aqui descritos têm como fonte de referência livros, revistas, sites na Internet,
manuais de fabricantes, normas técnicas e experiência profissional do autor, conforme listados nas
“Referências” de cada capitulo. Essas pessoas, entidades, órgãos, empresas, etc. são os proprietários
desses projetos, marcas, símbolos, aplicações, etc. Esses projetos são apresentados de forma a
enriquecer o hobby de montagem de pequenos aparelhos eletrônicos, sem incentivar a
comercialização dos mesmos.
2. Todo cuidado foi tomado para que as informações aqui fornecidas fossem as mais corretas
possíveis. Porem, não nos responsabilizamos e nem garantirmos que os projetos montados por você,
vão funcionar da maneira descrita nesse livro. Em resumo, eles são montados por sua própria conta e
risco. Para nós, todos eles foram montados e funcionaram. Sempre sugerimos que você consulte as
fontes de referência, como apoio.
3. Todos os projetos foram montados, testados e descritos nesse livro com o intuito de ajudar
as pessoas que querem entrar na “arte da montagem eletrônica”. Não temos nenhum vinculo com
fabricante ou revendedor de componentes eletrônicos. Quando mencionada determinada marca ou
modelo, isso é feito como exemplo de uso do componente ou material para uma determinada
aplicação. Todos componentes eletrônicos, peças, materiais, ferramentas, etc., estavam disponíveis
na época de publicação desse livro (2009).
4. Quaisquer “Marca Registrada” ® ou Nome de Fantasia mencionados em todo texto
pertencem aos seus respectivos proprietários. Procurei também mencionar todos os “Copyright” ©
possíveis e se algum não foi mencionado, foi por falta de informações disponíveis na época. Estou à
disposição para a devida alteração, caso ocorra esse fato.
5. Não tenho como dar “consultas particulares” sobre as informações fornecidas. Entretanto,
perguntas serão respondidas via e-mail, no endereço de e-mail no inicio do livro. O tempo de
resposta será o menor possível, dentro das atividades do autor.
6. Faltou alguma coisa nesse livro? Ótimo, sinal que você leu com atenção: envie um e-mail
para mim, com as sugestões. Você encontrou alguma coisa errada? Por favor, informe via e-mail.
Gostou do livro? Recomende a outros...
7. E por fim...
Com certeza algum material desse livro vai ser copiado, transcrito, colocado na Internet e
imitado. Procure respeitar os Direitos Autorais. Em caso de transcrição para outros textos ou
Internet, peça autorização e sempre mencione a fonte e o autor.
Se você cobiça o exemplar desse livro que você viu na bancada de montagem de um amigo,
não copie afinal eu gastei cerca de quatro anos para fazê-lo e muitas horas foram roubadas do
convívio familiar para produzir os textos, desenhos, fotos, etc. que você vê aqui.
Um grande abraço e mãos a obra! Aqueça o ferro de soldar!!
14/12/13 – pem – Ver 0
MONTAGENS ELETRÔNICAS PARA QUEM NÃO É TÉCNICO
Volume 6 – Amplificadores de áudio e receptores de
rádio - Projetos
Paulo Edson Mazzei
Edição revista e ampliada
Direitos autorais do texto original Copyright © 2009-2013 Paulo
Edson Mazzei
Todos os direitos reservados.
As marcas e nomes comerciais citadas nesse livro são de propriedade dos seus
respectivos donos e por eles registradas®. Fotos onde não existe o copyright do autor são
de propriedade das entidades mostrada na própria legenda.
Para algumas fotos não foi possível identificar o autor, mas ele tem todos direitos
sobre essas fotos. Se isso ocorrer, por favor, entre em contato conosco.
Nenhuma parte deste livro poderá ser utilizada, copiada ou reproduzida em qualquer
forma ou meio, sem a expressa autorização do autor, sob as penas da lei.
Contato: radioeletronico@gmail.com
Dedicatória
Com carinho, para minha família, Rita, Xexa, Paulinho e Rô da qual “roubei” horas
para fazer esse livro.
As minhas ajudantes “caninas”, que permaneciam ao meu lado durante as longas
horas de montagem dos aparelhos mostrados e descritos neste livro: Perola e Paloma (in
memoriam).
Aos amigos que nos apoiaram nesse trabalho, que teve algumas “paradas” por
desanimo.
Ao amigo Gilberto Affonso Penna (in memoriam), antigo Editor das revistas “Antenna”
e “Eletrônica Popular”, que sempre me incentivou a publicar artigos técnicos e que recebeu
meus primeiros originais para publicação.
Apresentação

Umas palavras...

Escrevi esse livro para encorajá-lo(a) a se aventurar na montagem de pequenos


aparelhos eletrônicos, geralmente divulgados em revistas, internet e livros técnicos da
área. Nos muitos anos de prática na área profissional e de ensino de eletrônica, sempre
me deparei com jovens e veteranos fascinados por eletrônica, mas sem coragem para ir
em frente e realmente realizar alguma montagem.
As revistas técnicas de eletrônica, livros da área e milhares de sites na Internet,
despejam um grande volume de informações sobre as mais variadas áreas da eletrônica,
indo de pequenas fontes de alimentação até equipamentos sofisticados como um
analisador de espectro feito em casa!
Entretanto, apenas uma pequena parte dessas informações passa para o
montador(a) iniciante do que realmente deve ser feito, iniciando-se com uma pequena
descrição do circuito e indo até detalhes finais como a calibração e uso (algumas vezes).
No meio dessa “via crucis”, as informações são mínimas, mas necessárias para o(a)
iniciante. Como, por exemplo, desenhar o Iayout de uma placa de circuito impresso, que é
a dificuldade de inúmeras montagens. Outros temas como leitura de diagrama
esquemático, Iayout e desenho de caixas para abrigar os pequenos projetos, uso de
equipamentos de teste, localização de falhas, quase nunca aparecem. Não foi esquecida a
localização (disponibilidade) e substituição de componentes eletrônicos.
Note bem que eu não “inventei” nada. O que faço nesse livro é dar as dicas de como
tomar “montáveI” um projeto de montagem. Usei projetos meus feitos ao longo do tempo,
alguns projetos de amigos e outros de livros, revistas e Internet, dando os créditos ao
autor do projeto original. Usei um mínimo de teoria: só o necessário para explicar detalhes
muito úteis de um componente ou circuito e na hora de possíveis substituições. Centenas
de bons livros no mercado e na Internet, poderão ajudá-lo a se aprofundar na parte teórica
da eletrônica.
A linguagem usada em todo texto procurou ser adequada ao principiante, fazendo
com que você se sinta mais á vontade para encarar a montagem de um aparelho
eletrônico. Que me perdoem os “amadores profissionais”...
Também não tive verba para contratar um revisor para o texto, mas creio que os
leitores estão mais interessados na técnica do que no purismo do vernáculo. Se isso o
incomoda, mande um e-mail para mim com suas sugestões.
O Volume 6 já é um “mão na massa total”! Só projetos de construção de pequenos
amplificadores de áudio e vários projetos de construção de receptores de radio.! Isso tudo
com um mínimo de teoria sem bla bla bla! Veja o “Click to LOOK INSIDE!”, logo acima da
foto da capa do livro, que está no site da Amazon.com.®
Entretanto, chega de palavras e mãos a obra! Nunca deixe o soldador esfriar...!!

Por que um E-book?


O trabalho original de MONTAGENS ELETRÔNICAS PARA QUEM NÃO É TÉCNICO
virou um livro com um grande numero de paginas, feito em uma gráfica rápida,
praticamente impossível de converter para E-readers, devido a sua extensão e quantidade
de desenhos. Com a chegada dos E-readers, tabletes, iPad, Kindle, etc., decidimos dividi-
lo em volumes, para leitura nos E-readers, incluindo em cada um desses volumes os
capítulos originais pertinentes ao assunto.
Foi feita uma revisão, atualização e ampliação do conteúdo de cada capitulo, bem
como melhor apresentação (cores) das figuras e desenhos apresentados. O importante é
que foi mantida a ideia original que era ensinar aos novatos na arte de montar pequenos
aparelhos eletrônicos, como fazer isso de uma forma que não houvesse uso de teorias,
cálculos, componentes eletrônicos difíceis, etc. E ainda, se divertindo!!
Foi mantida a forma de “passo a passo”, com a apresentação simplificada da teoria,
diagramas esquemáticos, desenho dos layouts das placas de circuito impresso técnicas
de montagem, lista de materiais, substituições etc.
O que tem nos outros volumes? Viste o site da Amazon e veja lá!
NOTAS AOS INICIANTES:
Em todos os volumes de MONTAGENS ELETRÔNICAS, você vai encontrar
referencias a modelos mais antigos de componentes eletrônicos. Não, o livro não está
desatualizado. O fato é que o montador de pequenos circuitos eletrônicos é bastante
curioso e devido a isso poderá desmontar aparelhos eletrônicos mais antigos para retirada
das peças e construção de outros aparelhos, como mostrado ao logo desse livro!
Desmonte rádios valvulados e transistorizados, TV, etc., mais antigos, pois eles são uma
“mina” de componentes!!
Muitos componentes novos são caros e às vezes encontrados somente em lugares
específicos.
OBSERVAÇÕES E CONDIÇÕES DE FORNECIMENTO DESSE LIVRO
Por favor, antes de você ler todo este livro, fazer suas montagens e adquirir suas
ferramentas, leia as “OBSERVAÇÕES E CONDIÇÕES DE FORNECIMENTO DESTE
LIVRO”, no final do mesmo.
Índice
Apresentação
Capitulo 1
PROJETOS – AMPLIFICADORES DE ÁUDIO
Introdução
O que faz o amplificador de áudio?
Os projetos de áudio
Amplificadores de áudio de potência: dicas para pesquisa
Capitulo 2
PROJETO 1 - AMPLIFICADOR DE ÁUDIO DE 0,5W COM LM386
Introdução
O circuito do amplificador
A PCI
A montagem da PCI
A caixa e a montagem final
Capitulo 3
PROJETO 2 - AMPLIFICADOR DE ÁUDIO DE 7W COM TBA810
Introdução
O circuito do amplificador
A relação de materiais:
A PCI
A montagem da PCI
Caixa para o amplificador
Capitulo 4
RECEPTORES DE RADIO
Introdução
Receptores de rádio: dá para montar?
Os componentes dos receptores
Técnicas de montagem para receptores de rádio
E então??
Capitulo 5
PROJETO 1 - RECEPTORES REGENERATIVOS
Introdução
O circuito do receptor
Construindo a PCI especial
Dicas de montagem
Dicas de montagem
Uma caixa para o receptor
Testes e operação com o receptor
Modificações...
Capitulo 6
PROJETO 2 – RECEPTOR DE CONVERSÃO DIRETA COM NE602N
Introdução
A PCI para o receptor
Montagem da PCI
O receptor para 40 m
Caixa para o NEOPHYTE BR
Calibração do NEOPHYTE BR
Modificações
Kit do neophyte
Capitulo 7
PROJETO 3 – RECEPTOR SUPER HETERÓDINO PARA ONDAS CURTAS, COM
NE602N
Introdução
O circuito do “super-heteródino”
A PCI para o receptor
Montagem da PCI
A caixa para o super-heteródino
Calibração do super-heteródino
Usando o super-heteródino
Modificações para outras faixas
Atualização do circuito do receptor – a nova versão
Capitulo 8
PROJETO 4 – RECEPTOR DE CONVERSÃO DIRETA COM TRANSISTORES
COMUNS
Introdução
O circuito do “Diretodino”
As PCI para o receptor DIRETODINO
Montagem da PCI do OFV
Calibração do OFV do DIRETODINO
Montagem da PCI do estágio amplificador de RF e misturador
A caixa para o Diretodino
Recomendações a serem observadas na construção:
Calibração final do Diretodino
Usando o Diretodino
Modificações
Capitulo 9
PROJETO 5 – RECEPTOR DE CONVERSÃO DIRETA - O PRIMEIRO
DIRETODINO
O Primeiro Diretodino
O projeto do primeiro Diretodino
Capitulo 10
PROJETO 6 – O RECEPTOR “MARITACA”
Introdução
O circuito do “Maritaca”
As PCI para o receptor
Q montagem da PCI do VXO
Calibração do VXO do MARITACA
Montagem da PCI do amplificador de RF
Montagem da PCI do misturador e amplificador de áudio
A caixa para o Maritaca
Calibração final do Maritaca
Usando o Maritaca
Modificações
Montagem “facilitada
Adendo à construção do receptor Maritaca.
Adendos
Fotos do receptor Maritaca montado na caixa e funcionando
OBSERVAÇÕES E CONDIÇÕES DE FORNECIMENTO DESSE LIVRO
Capitulo 1
PROJETOS – AMPLIFICADORES DE ÁUDIO
Introdução
Muitos dos equipamentos eletrônicos que você vai montar usam amplificadores de
áudio. Desde o mais simples “walkman” até o mais sofisticado “receiver de A/V” (áudio e
vídeo) usado nos modernos “Home Theater”.
Você pode até precisar construir um potente amplificador de áudio para o seu home
Theater, com 6 canais, de 200 WRMS cada, baixa distorção, etc. Entretanto, esse pode não
ser o seu caso e você muitas vezes, somente precisa de um módulo amplificador, para
usar nos seus pequenos projetos.
O que faz o amplificador de áudio?
Como você viu no Capítulo 14, basicamente, o amplificador de áudio pega um sinal
proveniente de uma fonte (CD player, cassete deck, toca discos, etc.) e amplifica esse
sinal (que é de alguns milivolts) até um nível suficiente para acionar um fone, um simples
alto-falante ou uma grande caixa acústica.
Todo esse sistema de amplificação, pode ser representado pelo diagrama em blocos
da figura 1.

Figura 1 Sistema de amplificação de áudio.

Na figura 1, as fontes de áudio são microfone, tape deck de rolo, sintonizador de FM


e DVD/CD player. Os sinais dessas fontes são de pequenas amplitudes, da ordem de
milivolts. Esses sinais são aplicados a um pré-amplificador, que além de dar uma pequena
amplificação nos sinais, ainda trabalha esses sinais em termos de amplitude, tonalidade,
filtragem, etc.
O pré-amplificador tem várias entradas na parte traseira, para as diversas fontes de
sinais. Tem ai também as saídas para o amplificador de potência de áudio. No pré-
amplificador você vai encontrar os controles de volume, graves, médios, agudos, filtros
diversos, etc.
O amplificador de potência eleva o sinal proveniente do pré-amplificador, a níveis
suficientes para acionar as caixas acústicas que podem ser duas num sistema estéreo ou
diversas num sistema “Home Theater”.
Por fim, as caixas acústicas transformam o sinal elétrico fornecido pelo amplificador
de potência, em som.
Os projetos de áudio
Não é escopo desse livro dar informações de como construir amplificadores de alta
fidelidade ou caixas acústicas.
Nos capítulos seguintes, sobre projetos com amplificadores de áudio, você vai
encontrar circuitos para uso no dia a dia. Muitas vezes o montador amador se depara com
circuitos que precisam de um amplificador de áudio.
Se você construir um modular, com caixas, fonte, entrada, saída, volume, etc vai ter
como fazer várias experiências, sem ter necessidade de montar um amplificador toda vez
que um projeto pedir. Esse pequeno módulo amplificador de áudio passa a ser mais um
instrumento na bancada do montador amador.
Os projetos apresentados nos Capítulos seguintes são todos baseados em CI –
Circuitos Integrados. Isso permite facilidade no projeto do layout da PCI e na montagem
dos componentes.
Modernamente você pode encontrar amplificadores de áudio integrados de apenas
1Watt até centenas de Watts. Uma pesquisa na Internet fornecerá milhares de resultados
sobre o tema.
Amplificadores de áudio de potência: dicas para pesquisa
No caso dos amplificadores de áudio de alta potência, existem os módulos
amplificadores de potência fabricados pela SANYO®, que podem ser encontrados em
diversas potências. Com eles é possível construir amplificadores integrados de alta
qualidade.
Existem ainda na Internet vários sites para o montador de circuitos de amplificadores
e acessórios de áudio, com diagramas, dicas, onde achar peças, etc.
Os CI para áudio, fáceis de serem encontrados no Brasil são os da série da
PHILIPS®, usualmente iniciando com TBA, TDA, etc.
A NATIONAL SEMICONDUCTORS® também tem vários CI amplificadores de áudio,
desde alguns miliwatts a dezenas de watts.
Vários fabricantes no exterior fornecem kits de amplificadores de áudio e acessórios,
desde alguns poucos watts.
Vários artigos, circuitos, dicas, etc. sobre áudio podem ser achados no site da
ELLIOTT SOUND PRODUCTS. Uma boa dica para quem gosta de montar amplificadores
de áudio e gosta de saber a teoria por trás.
Capitulo 2
PROJETO 1 - AMPLIFICADOR DE ÁUDIO DE 0,5W
COM LM386
Introdução
Neste Capítulo vamos dar um projeto que é um pequeno amplificador de áudio muito
versátil, usando o CI LM386.
Apesar da potência ser pequena, este amplificador tem bastante utilidade coma
amplificador de uso geral em bancada, amplificador para um par de fones, amplificador
para um receptor de rádio, etc.
O circuito do amplificador
O circuito do amplificador de áudio com o CI LM386 é simples e baseado no Data
Sheet da NATIONAL SEMICONDUCTORS®. A figura 2 mostra circuito do amplificador,
que fornece cerca de 0,5W de potência de saída.

Figura 2 Circuito do amplificador de áudio com CI LM386

A relação de materiais é a seguinte:


Lista de materiais
1. Semicondutores: 3. Capacitores
CI1 = CI LM386, DIL, plástico, 8 C1 = .1μF, poliéster, 50V
pinos C2 = 100μF, eletrolítico, 15V
2. Resistores: C3, C4 = 10μF, eletrolítico, 15V
R1 = 10KΩ, potenciômetro linear, C5 = .047μF, poliéster, 50V
carbono C6 = 220μF, eletrolítico, 15V
R2 = 10Ω, 1/3 W, carbono ou 4. Diversos
metal film AFT = Alto-falante de 8 ou 16 Ω
PCI, soquete para CI1, solda,
etc.
O amplificador pode ser alimentado por uma fonte comum, de 9 ou 12VCC e a
corrente é muito pequena. Pode também ser alimentado por pilhas ou baterias.
O valor do capacitor C3 pode ser alterado, entre .47 e 10μF, para aumentar o ganho
do amplificador. Entretanto, em certos casos um ganho maior pode fazer com que o
amplificador oscile.
O potenciômetro R1 controla o volume e é montado fora da PCI, geralmente no
painel da caixa que vai abrigar o amplificador.
A PCI
A PCI para o amplificador de áudio com CI LM386 é bem simples, como mostra o
desenho da figura 3.

Figura 3 PCI do amplificador vista pelo lado do cobre.

A mesma PCI é mostrada na figura 4, agora vista pelo lado dos componentes.
Figura 4 PCI vista pelo lado dos componentes.

A figura 5 mostra a PCI numa visão “raios-X”, onde pode ser visto o lado dos
componentes bem como o lado do cobre. Note as conexões externas, onde foi deixada
uma ligação de terra para cada circuito: entrada, saída e alimentação.

Figura 5 PCI vista pelos dois lados.

A montagem da PCI
A montagem da PCI não tem maiores problemas e os componentes não requerem
cuidados especiais. O CI1 deve ser montado num soquete. Para facilidade de conexão
foram deixados terminais de terra separados, para entrada, saída e +9Vcc.
O potenciômetro R1, que controla o volume, deve ser conectado a PCI através de
cabo blindado comum, fino, para áudio. A entrada de sinal, que vai conectada a um dos
terminais de R1, também deve usar esse tipo de cabo.
Para essa entrada de sinal, pode ser usado um conector do tipo “RCA”, fêmea,
montado no painel da caixa do amplificador.
Veja o amplificador montado na foto da figura 6.

Figura 6 Amplificador com LM386 já montado.

A caixa e a montagem final


A figura 7 dá uma sugestão de caixa para o amplificador de áudio com CI LM386.
Para maiores detalhes quanto a construção de caixas, veja o Capítulo apropriado.
No painel frontal estão os controles de volume, a chave liga/desliga e o conector tipo
“RCA” de entrada do sinal a ser amplificado. No painel traseiro estão instalados: Saída
para alto-falante (bornes fêmea, tipo banana), cabo de rede (127/220Vca) e porta-fusíveis.
Como opção, o alto-falante poderá ser montado internamente.
Se for usada uma fonte de alimentação externa, não será necessário o cabo de rede
e porta-fusíveis. Nesse caso, devem ser colocados mais dois bornes para a tensão de
alimentação: um preto e um vermelho. Se o amplificador for alimentado com uma bateria
de 9 Vcc, a mesma pode ser alojada dentro da caixa do amplificador.
Figura 7 Sugestão de caixa para o amplificador com LM386.

Use cabo blindado para áudio, fino, para as ligações de entrada do amplificador. A
blindagem (malha) desse cabo é conectada a terra.
16/12/13 – pem – Ver 0
Capitulo 3
PROJETO 2 - AMPLIFICADOR DE ÁUDIO DE 7W COM
TBA810
Introdução
Precisa de mais potência? Que tal um amplificador de áudio com até 7 watts de
potência de saída?
É o que vamos descrever nesse segundo projeto, usando um circuito integrado de
áudio, muito conhecido, o TBA810.
O circuito do amplificador
O circuito do amplificador de áudio com o CI TBA810 é simples e baseado no Data
Sheet1 da PHILIPS®.
A figura 8 mostra circuito do amplificador, que fornece cerca de até 7W de potência
de saída.

Figura 8 Circuito do amplificador de potencia.

A relação de materiais:
RELAÇÃO DE MATERIAIS
3. Capacitores
C1 = .1μF, poliéster, 50V
C2 = 100μF, eletrolítico, 15V
1. Semicondutores:
C3 = 470μF, eletrolítico, 15V
CI1 = CI TBA810, DIL, plástico
C4 = 100 μF, eletrolítico, 15V
2. Resistores todos de 1/3w:
C5 = 1500pF, poliéster, 50V
R1 = 100KΩ, carbono ou metal
C6 = 5,6nF, poliester, 15V
film
C7 = .1μF, poliéster, 50V
R2 = 56Ω, Carbono ou metal film
C8 = 100μF, eletrolítico, 15V
R3 = 100Ω, carbono ou metal
C9 = 1000μF, eletrolítico, 15V
film
4. Diversos
R4 = 1Ω, 1/2 W, carbono
AFT = Alto-falante de 4 ou 8 Ω
Conectores de entrada e saída,
PCI, solda, etc.

O amplificador pode ser alimentado por uma fonte comum, de 6 a 16VCC e a


corrente deve ser de aproximadamente 1A. Para fontes de alimentação maiores de 12V,
use uma voltagem maior para os capacitores eletrolíticos do circuito da figura 8.
Pode ser colocado um potenciômetro na entrada para controlar o volume, montado
fora da PCI, geralmente no painel da caixa que vai abrigar o amplificador.
De acordo com o fabricante, a potência de saída do circuito é dada na tabela abaixo.
Tensão da fonte (VCC) Potencia (W)
6 1
9 2,5
14,4 6
16 7

A PCI
A PCI para o amplificador de áudio com CI LM386 é bem simples, como mostra o
desenho da figura 9.
Figura 9 PCI vista pelo lado do cobre.

A mesma PCI é mostrada na figura 10, agora vista pelo lado dos componentes.

Figura 10 PCI vista pelo lado dos componentes.

A figura 11 mostra a PCI numa visão “raios-X”, onde pode ser visto o lado dos
componentes bem como o lado do cobre. Note as conexões externas, onde foi deixada
uma ligação de terra para cada circuito: entrada, saída e alimentação.
Figura 11 PCI visa pelos dois lados.

A montagem da PCI
A montagem da PCI não tem maiores problemas e os componentes não requerem
cuidados especiais. O CI1 deve ser montado diretamente na placa.
Note que o CI tem duas aletas metálicas, para montagem no dissipador de calor.
Esse dissipador de alumínio pode ser uma única peça ou em duas partes, como no nosso
caso. Isso facilita a montagem do mesmo. O dissipador, quando adquirido, é uma única
peça de 91mm x 72mm, e deve ser cortado exatamente ao meio, com uma serra comum.
Cada dissipador tem um furo que prende o mesmo no CI e ao mesmo tempo prende
o dissipador na PCI. Isso faz com que o conjunto tenha rigidez mecânica e ao mesmo
tempo aterra a aleta do CI.
Para isso, siga os passos:
a. Fure os dissipadores, conforme mostrado na figura 12.
Figura 12 Montagem do dissipador (metade) no CI.

b. Prepare dois espaçadores metálicos de 3,8 a 4 mm de altura. Eles podem ser


feitos com tubinho de cobre, que tenha diâmetro interno de 3,5 mm. Nesse furo interno
deve passar um parafuso de 1/8” ou 3 mm. Pode ser outro metal qualquer lembrando-se
que esse espaçador é quem vai dar o aterramento para as aletas do CI. Veja figura 13.

Figura 13 Montagem do dissipador no CI.

c. Use pasta térmica para montagem do dissipador na aleta do CI.


d. O CI é montado direto na PCI, após todos os outros componentes soldados, sem
o uso de soquete. Muito cuidado ao encaixar os pinos do CI na PCI! Siga os passos
abaixo:
● Encaixe o CI na furação da PCI
● Por enquanto, solde apenas dois pinos do CI, somente para mantê-lo no lugar. Use
pinos nos extremos do corpo.
● Encaixe os espaçadores metálicos por baixo das aletas, entre a mesma e a PCI.
Veja detalhe na figura 13.
● Com cuidado, encaixe o dissipador, já com o parafuso e arruela lisa no furo. A aleta
do CI e a parte inferior do dissipador já devem estar com pasta térmica.
● Por baixo da placa, no lado cobreado, coloque uma arruela lisa e a porca. Prenda
todo conjunto com cuidado.
Capriche bem na montagem dos dissipadores no CI e na montagem do conjunto na
PCI, pois depois de tudo soldado no lugar, vai ser difícil remover o conjunto...
Para facilidade de conexão foram deixados terminais de terra separados, para
entrada, saída e +9Vcc.
Para essa entrada de sinal, pode ser usado um conector do tipo “RCA”, fêmea,
montado no painel frontal da caixa do amplificador.
A figura 14 ilustra o amplificador já montado. Observe os detalhes do dissipador.

Figura 14 PCI do amplificador, montada.

Caixa para o amplificador


Use uma das sugestões para caixas já dadas nos capítulos anteriores de projetos.
Adapte seu tamanho para a PCI que você vai usar.
Se você for montar a fonte junto com o amplificador, faça a caixa maior para o
transformador de força e demais componentes do circuito retificador. Esses componentes
não precisam ser montados necessariamente numa PCI e duas barras de terminais
isolados podem ser usadas. Use um transformador com a tensão do secundário de acordo
com a potência que você precisa.
Nesse caso, sua caixa vai precisar de furos extras nos painéis frontal e traseiro, para
acomodar a chave liga/desliga, porta-fusíveis, LED, alto-falante, etc.
16/12/13 – pem – Ver 0
Capitulo 4
RECEPTORES DE RADIO
Introdução
Chegou a hora de montarmos alguns receptores de rádio de fácil construção para o
montador amador. Em capitulo anterior já analisamos a teoria básica de funcionamento dos
receptores de rádio.
Receptores de rádio: dá para montar?
Apesar da dificuldade em encontrar componentes já prontos para a construção de
receptores de rádio, com um pouco de perseverança e capricho, dá para montar alguns
modelos mais simples.
Uma grande dica é desmontar receptores antigos, de rádio ou TV, a válvulas ou
transistorizados e aproveitar vários de seus componentes, como capacitores variáveis,
trimmers, bobinas, semicondutores, etc.
Receptores de rádio podem ser construídos em vários graus de dificuldade, iniciando
pelo receptor regenerativo, receptor de conversão direta, super-heteródino, etc. até os
receptores sintetizados.
De qualquer forma, vale a grande regra geral: experimente, pesquise!
A maior dificuldade reside em alguns componentes como os descritos a seguir:
Os componentes dos receptores
a. Indutores
Se você for montar circuitos de receptores achados em revistas estrangeiras, a
grande maioria usa núcleos toroidais para a construção de bobinas e choques de RF, em
geral. Alguns tipos desses núcleos podem ser encontrados no país e as alternativas são
construir em forma comum ou adaptar indutores já existentes.
A grande vantagem dos indutores com núcleos toroidais são:
● Facilidade de construir pois os fabricantes dão fórmulas simples para enrolar com a
indutância requerida,
● Não precisam de blindagens.
● São pequenos e fáceis de serem montados na PCI,
● Existem núcleos que trabalham desde alguns kilohertz até centenas de megahertz.
Esses núcleos podem ser adquiridos pelos Correios já que os principais fabricantes
vendem em pequenas quantidades. Veja na AMIDON® e na TOROIDE KING®.
Indutores podem ser construídos com uma grande variedade de formatos. A mais
simples usa uma forma isolante, de fenolite, plástico ou cerâmica, sendo as duas primeiras
mais comuns. Essas formas podem ser encontradas no comércio ou podem ser retiradas
de receptores antigos.
Rádios antigos tinham bobinas e transformadores de FI (Frequência Intermediária)
geralmente avantajados como mostra a figura 15. Retirando-se o enrolamento, dá para
aproveitar a forma.
Note que essas bobinas e transformadores de RF devem ser usados nas frequências
próximas as originais:
● Transformadores de FI de AM: em torno de 455 kHz,
● Transformadores de FI de FM: em torno de 10,7 MHz,
● Bobinas de antena e osciladoras: de acordo com as frequências originais do
receptor de rádio onde você retirou. OC – Ondas Curtas vão de aproximadamente 3 a 15
MHz, nos receptores comuns. Nos receptores de FM essas bobinas vão trabalhar em
cerca de 88 a 108 MHz.
● Receptores de TV já trabalham em frequências mais altas e tem algumas bobinas
que podem ser usadas. Experimente...
Na figura 15, as duas “canecas de alumínio” na parte superior (a) e (b), são
transformadores de FI antigos. Na parte inferior da figura, vários núcleos para enrolamento
de bobinas, já com os antigos enrolamentos retirados. Em (c) duas formas plásticas, em
(d) uma forma de fenolite e em (e) duas formas de cerâmica.

Figura 15 Transformadores de FI e formas de bobinas.

Choques de RF, de tamanho normal e miniatura, também eram encontrados em


receptores de TV antigos. Hoje pode se encontrar no comercio choques miniaturas, como
os fabricados por algumas indústrias brasileiras. Esses micro choques podem ser vistos na
figura 16 junto com outros modelos mais antigos.
É muito interessante poder contar com um medidor de indutância ou “indutometro”,
para se descobrir os valores desses componentes “canibalizados” de rádios e TV antigos.
Veja o indutometro e o LC Meter, descritos no Projeto de instrumentos de medidas.
► Regra geral: Experimente...

Figura 16 Micro choques para RF.

b. Capacitores variáveis e trimmers


Os capacitores variáveis podem ser achados em receptores antigos, a válvulas ou
transistorizados. Podem ter duas ou três seções e o tamanho varia bastante. A figura 17
mostra alguns desses capacitores.

Figura 17 Capacitores variáveis.

Transmissores antigos, valvulados, também costumavam ter vários capacitores


variáveis, alguns com alta isolação.
Ainda é possível achar no comércio capacitores variável plásticos, de duas seções,
com aproximadamente 140pF por seção. Veja esse capacitor na última foto à direita da
figura 18.
Uma alternativa, melhor do que o uso dos capacitores variáveis é usar um varicap,
quando possível. Nos receptores de banda estreita, que cobrem alguns kilohertz, é
possível usar um diodo varicap, ou diodo de capacitância variável, fácil de ser encontrado
no comércio. Também já existem diodos varicap com capacitância em torno de 400 pF
como o modelo MVAM109, cuja capacitância máxima é de 460 pF com 1 Volt e a
capacitância mínima é de 35pF com 8 volts. Outro tipo é o diodo varicap MV209, para 5 a
40 pF. Esses diodos são mostrados na figura 18.

Figura 18 Diodos de capacitância variável – Varicaps

Os capacitores ajustáveis, conhecidos por “trimmers” também podem ser retirados


de rádios antigos. Os modelos miniatura, cerâmicos ou plásticos, podem ser encontrados
no comércio especializado.
No caso dos trimmers e capacitores variáveis de valor desconhecido, é bom contar
com um medidor de capacitância ou “capacímetro”, como o descrito no Capitulo sobe
instrumentos de medidas.
► Regra geral: Experimente...
c. Semicondutores
Como já discutido anteriormente, trate de usar os mesmos modelos indicados no
projeto que você vai montar. Alias, ao escolher um projeto para montar, a disponibilidade
dos semicondutores é fator de sucesso para o término do mesmo.
● CI – Circuitos Integrados: na grande maioria dos casos, não vai ser possível
achar um substituto. Na linha digital, com portas lógicas, pode se encontrar alguma coisa.
● Diodos – Retificadores, diodos de sinal, zener e similares, não são problema.
Varicap podem ser um problema dependendo da capacidade requerida.
● Transistores – É aqui que reside o perigo, pois existe uma grande variedade de
modelos e a tentação de substituir “por qualquer um” é grande... Ainda mais quando o
balconista “tecnicamente informa: é tudo a mesma coisa, leva esse que é equivalente”...
Veja dicas no Capítulo apropriado – Transistores. Especial atenção aos transistores
FET.
► Regra geral: Experimente...
d. Diversos
No caso das especificações de resistores e capacitores, basta seguir o
recomendado:
● Resistores: ver valor ôhmico e potência.
● Capacitores: ver valor da capacitância, tensão de trabalho, tipo (cerâmico,
poliester, eletrolítico, etc) e as informações a respeito do coeficiente de temperatura. Se o
projeto pede “NP0”, use isso.
Se o projeto que você vai montar informa que a disposição dos componentes na PCI
(layout) é crítica, siga o layout fornecido a não ser que você tenha grande experiência no
desenho de um novo.
Use blindagens nos lugares apropriados, quando pedido. Bobinas podem causar
problemas...
► Regra geral: Experimente...
► Regra auxiliar: Consulte um montador mais experiente, quando necessário.
As dicas acima são: simplesmente dicas... Não fique assustado com elas: aqueça o
ferro de soldar e mãos a obra!
Técnicas de montagem para receptores de rádio
Antes de começar, que tipo de receptor você deseja fazer? Nossos conselhos são
para começar com o mais simples que existe: o receptor galena! Praticamente você não
vai gastar nada e vi ouvir varias estações de radio em OM – Ondas medias. Veja como
fazer isso, aproveitando o que você já tem em casa, no site do Miguel. Não só copie, tente
melhorar a montagem, a fiação, a base, etc. Experimente...!
Depois você pode partir para um receptor regenerativo que já tem amplificador de
áudio e outros refinamentos. Damos nos capítulos a seguir alguns que se tornaram
famosos no meio de amadores, devido a sua facilidade de construção e desempenho.
Depois, você poderá tentar kits mais elaborados, como os da RAMSEY®. Veja
quantos tipos eles têm! Aqueça o soldador!
a. PCI – Placa de Circuito Impresso
● Cuidado nas soldas e na inserção dos componentes e polaridades.
● Capricho na montagem: faça certo da primeira vez. (1ª. Lei da Qualidade em
montagens eletrônicas)
● Se você for desenhar o layout da PCI, em circuitos de RF, use pistas largas para
reduzir a indutância das mesmas. Em circuitos de fontes de alimentação, use as larguras
de pistas e diâmetros de ilhas de acordo com as correntes envolvidas. Releia o Capítulo
sobre PCI.
● Ligações entre componentes na PCI, as mais curtas possíveis.
b. Componentes
● Terminais os mais curtos possíveis em circuitos de RF. Cuidado com o comprimento
dos fios e cabos que unem a PCI aos componentes dos painéis frontal e traseiro. Use
cabo blindado nos lugares e circuitos indicados.
● Em muitos circuitos a estabilidade mecânica dos componentes pode ser crítica,
como é o caso de osciladores de RF. Capacitores variáveis e bobinas devem estar muito
bem montados na PCI ou em um painel, quando for o caso. Isso quer dizer: montados com
parafusos e próximos as PCI.
c. Semicondutores
● Use dissipador nos semicondutores, quando indicado. Não se esqueça da pasta
térmica, isolação do dissipador, etc.
● Use soquete para montagem dos CI, quando possível. Isso evita que você danifique
o mesmo ao soldá-lo na PCI.
d. Acabamento final
● Determinados circuitos precisam ser montados dentro de uma caixa metálica para
blindagem.
● Onde houver dissipação de calor nos componentes, veja se tem ventilação. No
caso de fontes de alimentação, coloque os dissipadores do lado de fora da caixa.
E então??
Pronto! Você escolheu um projeto bacana de um receptor de rádio, todos
componentes foram encontrados a preços razoáveis e agora vai começar.
Sites na Internet onde voe poderá achar muitas dicas valiosas sobre receptores de
radio para principiantes:
GOMES
MIGUEL
Então, mãos a obra!! O soldador já deveria estar aquecido...
16/12/13 –pem – Ver 0
Capitulo 5
PROJETO 1 - RECEPTORES REGENERATIVOS
Introdução
Os receptores de radio sempre exerceram uma grande fascinação sobre o montador
amador.
Desde os receptores a “galena” até os modernos receptores sintetizados, digitais, a
evolução foi muito grande. Isso também fez com que a construção de receptores de rádio
ficasse cada vez mais difícil ou até mesmo impossível.
Entretanto, alguns modelos ainda podem ser construídos pelo montador amador que
já tenha alguns conhecimentos. Um desses modelos famosos é o receptor regenerativo,
muito usado até alguns anos atrás e ainda usado por ouvintes de ondas curtas e
radioamadores.
Nesse primeiro Projeto vamos descrever um receptor regenerativo fácil de ser
construído pelo amador. Vários modelos de receptores regenerativos podem ser achados
numa busca na Internet.
É um tipo de receptor simples, de alta sensibilidade e fácil de ser construído com
componentes que podem ser achados em qualquer loja de rádio ou mesmo retirados de
alguma sucata.
Nosso projeto é baseado no receptor desenvolvido por Charles Kitchen© (publicado
na revista QST/ARRL®) e é um dos mais simples possíveis em termos de circuito,
componentes e construção.
Esse circuito foi divulgado e montado centenas de vezes em revistas e na Internet e é
muito usado como projeto para ensinar habilidades básicas de montagem para escoteiros,
grupos de sócios de clubes de radioamadores, ouvintes de ondas curtas, etc.
É um receptor simples, para o novato e não pode ser comparado com receptores do
tipo super-heteródino. Vai ser seu “teste” para entrar no mundo da “construção de
receptores”!
Veja a construção usando o “Estilo Manhattan”, para que você possa ver as grandes
possibilidades que este estilo de PCI abre, sem necessidade de uma PCI elaborada. Veja
o circuito na figura 19.
Figura 19 Circuito do receptor Regenerativo
LISTA DE MATERIAIS
D1 = 1N34, OA85, diodo de sinal,
germânio
1. Semicondutores
D2 a D5 = 1N4148, 1N914 –
Tr1 = 2N2222
diodo de sinal, silício
CI1 = LM386
D6 = 1N4001, 1N4002, 1N4003,
etc - retificador (se for usado –
ver texto
3. Capacitores (todos disco
2. Resistores (todos 1/8W, cerâmico, 50V)
carbono ou metal film) C1 = 150pF, variável miniatura,
R1, R3 = 1kΩ dielétrico de plástico
R2, R5 = 100kΩ, potenciômetro C2, C5, C9 = 0,01μF
linear, carbono C3, C4 = 0,001μF
R4 = 22kΩ C6, C10 = 46 μF, 25V, eletrolítico
R6 = 150kΩ C7, C12 = 0,047 μF
R7 = 10Ω C8 = 0,0022 μF
R8 = 100kΩ, potenciômetro C11 = 10 μF, 25V, eletrolítico
linear, carbono (se for usado – C13 = 220 μF, 25V, eletrolítico
ver texto) C14 = 0,-1 μF (se for usado – ver
R9 = 1MΩ (se for usado – ver texto)
texto) C15 = 5 a 10pF (se for usado –
ver texto)
4. Indutores
L1 = Bobina, forma de aprox. 30mm de diâmetro – 13 espiras,
tomada na 2ª. espira, fio #22, encapado - ver texto
5. Diversos
Soquete de 8 pinos para CI1
J1 = Conector RCA (ou BNC)
Bateria ou pilhas, de 9V, com
para antena
porta-pilhas
J2 = Conector para fones
Placa de circuito impresso virgem,
3 = Terminais isolados para fonte
pads
externa (+e -)
Fios #22 para interligação, solda,
Fal = alto-falante pequeno, 4Ω
parafusos, etc.
Ch1 = chave liga/desliga,
Caixa para o receptor
miniatura
Botões (knob)

O circuito do receptor
O circuito do receptor regenerativo é apresentado na figura 44.1 (A).
Como funciona o receptor regenerativo?
O indutor L1 junto com o capacitor C1 sintoniza o sinal de
entrada vindo da antena. O transistor TR1 é o amplificador de RF,
do tipo regenerativo e opera como oscilador do tipo Hartley.
O potenciômetro R2 controla o nível de regeneração
(realimentação positiva). O diodo D1, junto com o capacitor C5
formam o detector de sinal.
O volume do sinal de áudio é controlado por R5 e excita o
amplificador integrado CI1 constituído por um LM386 em
configuração comum.
A frequência de cobertura do receptor está aproximadamente entre 5 e 12MHz, com
os valores fornecidos para L1 e C1.
Uma antena telescópica também pode ser usada no receptor regenerativo e dá bons
resultados. Para isso deve ser colocado um borne fêmea na caixa, como mostrado
adiante. Entretanto, uma antena externa é importante para o correto funcionamento do
receptor.
O circuito pode ser alimentado por uma bateria de 9V, por um conjunto de pilhas (6 x
1,5V) ou por uma fonte externa de baixa corrente.
Os semicondutores são os mais simples possíveis e somente o diodo D1 que requer
um pouco mais de atenção: é um diodo de germânio (Ge), do tipo detector e pode ser o
OA85 (Philips®) ou o 1N34.
Não deve ser usado ai um diodo de silício como os outros indicados nesse circuito.
Para C1, pode ser usado tanto um capacitor com dielétrico de ar (como os antigos –
melhor!) como um capacitor variável usado em rádio portátil transistorizado, com dielétrico
de plástico. Os capacitores com dielétrico de ar darão melhores resultados, mas nem
sempre são fáceis de serem encontrados. Esse capacitor tem cerca de 140pF. Veja na
figura 20 uma foto dos capacitores com dielétrico de ar e plástico, com os terminais a
serem usados, já que o modelo com dielétrico de plástico tem um “montão” deles!
Figura 20 Capacitores variáveis.

Os demais capacitores podem ser de disco cerâmico, se possível. C6, C10, C11 e
C13 são capacitores eletrolíticos ou de tântalo. De preferência use os que têm terminais
unilaterais (do mesmo lado), pois facilitam a montagem na PCI especial, como será
descrito.
L1 é enrolada numa forma que é um tubo vazio de invólucro de filme 35mm. São
pequenas caixas plásticas, cilíndricas, com cerca de 30mm de diâmetro. Enrole ai 13
espiras, de fio plástico #22 (No. 22), com uma tomada (tap) na 2ª. espira. Veja mais
detalhes na figura 21 e 22 Para prender o enrolamento, faça dois pequenos furos no início
e no fim do enrolamento, para ai passar o fio e travar o mesmo. Para a tomada, basta
decapar um pedaço de fio, na volta certa e torcê-lo. Não existe espaçamento entre as
espiras.
Figura 21 Enrolamento do indutor L1.

Figura 22 Bobina L1.

O conector J2, para os fones é do tipo de “3 circuitos”. Quando não são usados os
fones, o conector “encaixa” o alto-falante no circuito de saída do amplificador de áudio.
Quanto o conector dos fones é encaixado em J2, automaticamente o alto-falante “sai” do
circuito.
Para a antena (J1) pode ser usado um conector do tipo “RCA”, fêmea, a ser montado
no painel traseiro. Note que se for usada uma antena telescópica em lugar de uma antena
externa, deve ser colocada na caixa do receptor um encaixe para mesma.
O alto-falante a ser usado é do tipo miniatura, pois o amplificador LM386 tem pouca
potência, cerca de 0,5 ou 1W..
Os demais componentes não têm maiores problemas e são de usos comuns,
facilmente encontrados no comércio especializado.
Construindo a PCI especial
Para montagem do nosso receptor regenerativo vamos adotar o “ESTILO
MANHATTAN”, desenvolvido por radioamadores norte-americanos.
Esse estilo se baseia numa placa de circuito impresso base, onde são coladas ilhas
redondas ou retangulares, do mesmo material, seguindo um layout pré-determinado.
Depois os componentes eletrônicos como resistores, capacitores, transistores,
diodos, CIs, etc. são soldados a essas ilhas, formando então o circuito do equipamento.
Esse “ESTILO MANHATTAN” está descrito no Capítulo 25, sobre PCI. Refaça a leitura
para não dar mancada...
Recapitulando como planejar a montagem no estilo “Manhattan”:
1. É preciso planejar antes... Nada de começar a colar sem rumo.
2. Peque uma folha de papel quadriculado (5 x 5mm)
3. Vá colocando as ilhas a lápis, seguindo diagrama; Se você tiver a um gabarito,
com círculos e retângulos, use ele para marcar a posição dos componentes.
4. Coloque o desenho em tamanho real dos componentes, numerando, de acordo
com o diagrama esquemático.
5. Ligações as mais curtas possíveis. Veja figura 23, como uma sugestão.
Provavelmente existirão centenas de layouts para esse circuito.
NOTA: A placa base usada por nós nesse projeto tem 120 x 100mm, PCI virgem, de
fenolite. Fibra de vidro ou composite também podem ser usadas.
Figura 23 Sugestão para o layout do circuito do receptor. Estudo feito a lápis.

Veja na figura seguinte, figura 24, o estudo já melhorada e pronto para ser colado na
PCI, lado do cobre.
Figura 24 Layout já desenhado corretamente, verificado e pronto.

6. Prepare a PCI da placa base. Corte no tamanho e proteja a camada de cobre, se


possível pelo sistema de banho de prata usado por fabricantes de PCI.
7. Marque os pontos de terra
8. Depois de tudo conferido, coloque o papel quadriculado sobre a PCI virgem.
9. Marque os pontos das ilhas e terra com um pequeno punção.
Figura 25 Marcando o local da ilhas.

10. Depois de todas ilhas marcadas, retire o papel quadriculado. Evite tocar na PCI
que já foi limpa.
11 Cole as ilhas com SuperBond® da Loctite® Deixe secar. Atenção: cuidados
especiais devem ser tomados com esse tipo de cola. Veja as instruções e recomendações
de segurança no próprio rótulo ou embalagem.
12. Estanhe as ilhas com cuidado, se voe ainda não estanhou-as.
13. Comece montagem somente pela PCI base, deixe o painel e suas conexões para
depois.
Dicas de montagem
► Os componentes do detector, D1, C5 e R4, devem ser montado diretamente entre
o estator de C1 (capacitor variável) e R5 (controle de volume). Para isso, o controle de
volume é montado no painel o mais próximo do capacitor de sintonia.
► Para interligação entre R5 e R2 para a placa base, use cabo blindado fino. Siga a
sugestão dada para o painel, na figura 27.
► A bobina L1 é presa a chapa base com um parafuso e porca através de um furo
no fundo do tubo do filme.
► Não deixe terminais muito longos para os diversos componentes do circuito.
► A figura 26 ilustra a montagem da base, já com as ilhas circulares e ilha para o CI
coladas. Note que o cobre da PCI da placa base foi prateado.
Figura 26 Ilhas sendo coladas nos lugares previamente marcados.

Figura 27 Montagem de C1, C5 e R4.

Dicas de montagem
O passo a passo descrito a seguir visa ajudar a montagem do receptor para o
montador novato. São sugestões que facilitam a montagem e outras você mesmo vai
descobrir. O importante é fazer a montagem com cuidado e capricho. Durante o processo
de montagem, procure não manusear muito a placa para não deixá-la cheia de marcas de
dedos. Se possível, use a prateação na camada de cobre da PCI.
Atenção: Estude agora um projeto de caixa para o seu
receptor. Neste estágio, você vai poder manusear a placa base,
sem danificar algum componente já montado.
Veja a altura da bobina e do capacitor de sintonia que você vai usar.
Se você usar chapa de alumínio, ou uma caixa pronta,
posteriormente você poderá fazer a furação dos painéis frontal e
traseiro, já com todos componentes montados. Veja a sugestão de
caixa no item UMA CAIXA PARA O RECEPTOR.
a. Já com o layout pronto, feito em papel quadriculado, prenda a folha sobre a placa
base.
b. Marque as ilhas de solda e os pontos de terra. Não use muita força no punção
senão as ilhas não ficarão bem coladas, devido à elevação da camada de cobre, com a
pancada do punção.
c. Com a placa marcada, faça uma pequena marca de tinta nos pontos de terra:
nesse pontos você não vai colar nenhuma ilha.
d. Faça os furos para o capacitor C1, se o mesmo for montado na placa base. Se
não for o caso, verifique como ele vai se montado.
e. Faça o furo para a bobina L1.
f. Dê mais uma limpada na placa base, com álcool. Evite colocar os dedos na placa.
g. Cole as ilhas nos pontos marcados. Exerça uma pequena pressão nas ilhas, logo
após a colagem, por cerca de 20 segundos. Cole também a ilha especial do CI1. Deixe
todo conjunto secar por cerca de 2 horas.
h. Estanhe os pontos de terra. Se você esquecer algum, não se preocupe pois
poderá fazê-lo depois.
i. Estanhe as ilhas. Não use calor excessivo e cuidado para não colocar as ilhas em
curto com a placa base.
j. Baseado no layout que você fez, faça em primeiro lugar a interligação entre os
pontos (ilhas) que usam pedaços de fios. Sempre que possível, use fio encapado, do tipo
rígido. Fio #22 é o suficiente. Estanhe os extremos antes de soldar.
k. Solde todos resistores, dobrando seus terminais com cuidado. Mais uma vez,
cuidado com o excesso de calor. Verifique:
● Os resistores estão com os valores corretos?
● Os terminais dos resistores estão limpos e estanhados?
l. Solde todos capacitores, observando as dicas e cuidados dados para os
resistores.
m. Solde os diodos, de D1 a D5 e o transistor Tr1. Veja os cuidados acima. Cuidado
com excesso de calor.
n. C1 e a bobina L1 são componentes grandes e por isso são soldados após toda
montagem dos outros componentes.
o. A bobina L1 pode ser mudada de local bem como o capacitor de sintonia C1. Isso
foi planejado pois você poderá ter que usar um capacitor de tamanho diferente do nosso.
p. Corte os terminais da bobina, com uma pequena folga. Coloque um pedaço de
espaguete no fio da tomada do enrolamento (2). Solde a bobina e prenda na placa base,
com parafuso, porca e arruela.
q. Prepare os componentes do detector, constituídos por D1, C5 e R4. Solde todos
em série, com terminais curtos, menos nos extremos. Veja a figura 27. Deixe de lado, por
enquanto.
r. Monte o capacitor de sintonia C1, conforme o tipo que você vai usar. Se preciso,
faça um suporte metálico para a montagem do capacitor de sintonia, no painel ou na placa
base.
Uma caixa para o receptor
A caixa para o receptor regenerativo pode ser feita usando vários materiais, mas é
aconselhável que o painel seja metálico. Chapa de alumínio de 1mm pode ser usada e é
fácil de ser trabalhada.
O painel também pode ser feito de uma placa de PCI, com as dimensões
apropriadas. Se for o caso, essa chapa é soldada a PCI da base, com o uso de algumas
cantoneiras, para reforço. O painel também pode ser feito no esquema normal, de alumínio
ou chapa de aço.
No painel traseiro vão os conectores J1 para a antena (tipo RCA fêmea) e o
conector para alimentação (J3), se for usada uma fonte externa. Os controles do painel
frontal podem ser montados como sugerido na figura 28. De qualquer maneira, sempre é
aconselhável montar o controle de volume, R5, sob o capacitor de sintonia, C1.
No projeto original desse receptor foi usado um painel metálico, com uma caixa
plástica presa ao mesmo. Veja uma sugestão de caixa para o receptor regenerativo na
figura 28.

Figura 28 Sugestão de caixa para o receptor.

No nosso caso, a caixa foi feita de chapa de alumínio, de 1mm de espessura, cortada
com tesoura para metais. Dois painéis idênticos formam uma estrutura. Esses painéis são
presos a PCI base com pequenas cantoneiras, também de alumínio. São usadas três
cantoneiras para cada painel, com parafusos de 1/8”.Veja figura 29.

Figura 29 Tipo de caixa construída pelo autor.

Nessa sugestão de caixa, note:


► A PCI base não encosta nos painéis frontal e traseiro. Existe um espaço entre as
mesmas, para passagem dos fios que vão aos potenciômetros de volume (R5) e de
regeneração (R2).
► O circuito detector (D1, C5 e R4) também é conectado ao volume R5, por essa
passagem.
► O controle de volume R5, regeneração R2 e a saída para fones J2 são montados
abaixo da PCI, com cabos blindados finos, onde for o caso.
► A chave liga/desliga Ch1, C1 e o alto-falante são montados no painel acima da PCI
base. Veja sugestão na figura 29.
► No painel traseiro, acima da PCI base, são montados o conector de antena J1 e o
conector para alimentação externa J3, se for usada uma fonte externa.
► Todo esse conjunto mecânico deve ser bem firme. Use mais cantoneiras, se
necessário.
► Uma tampa, também de chapa de alumínio, pode ser feita, para abrigar o
conjunto. Ponha sua criatividade em ação!
► Use um “knob” grande para C1, para facilitar a sintonia. Se sua “verba” for maior,
um redutor pode ser usado. A “Joto®” fabrica um modelo adequado.
► Os painéis podem ser pintados ou não. Letras adesivas, do tipo “Letraset®”
identificam os vários controles. Não se esqueça dos pontos de referência de leitura dos
diversos controles, que podem ser feitos com um pequeno círculo ou traço no painel.
► Na placa base foi deixado um bom espaço para o capacitor de sintonia C1, pois
vários modelos podem ser encontrados. No mercado acha-se o capacitor com dielétrico de
plástico e nas sucatas os com dielétrico de ar. No nosso caso, foi usado o de plástico com
bons resultados. Veja na figura 30 as dimensões da cantoneira em “L” que usamos para
C1. Veja também foto da figura 31.
A parte da extensão mostrada em preto na figura 30 é feita com um pedaço de eixo
plástico comum de potenciômetro, que sobrou de um corte. A parte de diâmetro maior,
dessa mesma extensão (bucha) é feita com um pedaço de corpo de caneta esferográfica
ou outro tubo qualquer de diâmetro compatível com o eixo de potenciômetro (1/4”).

Figura 30 Suporte para montagem de CI. Detalhes construtivos. Veja texto.


Figura 31Suporte do capacitor variável C1.

Veja fotos do receptor montado nas fotos das figuras seguintes.

Figura 32 Vista do indutor e capacitor variável.


Figura 33 Vista completa da PCI do receptor.

Figura 34 PCI vista por baixo.


Figura 35 Painel frontal do receptor.

Figura 36 Painel traseiro do receptor.

Testes e operação com o receptor


Siga os passos:
● Ainda não instale o CI1, LM386. Ligue a alimentação (pilhas, baterias ou fonte
externa) e meça a tensão no pino 6 do CI1. Com alimentação de 9Vcc, essa tensão deve
ser cerca de +8,4Vcc.
● Se estiver correta, desligue e instale o CI1. Se não estiver, reveja toda montagem.
● Instale a antena (externa) e fones (ou alto-falante).
● Ajuste os controles de volume e regeneração para a metade do seus cursos. Para
saber se o estágio de áudio funciona, basta colocar o dedo no terminal do controle de
volume.
● Ligue a chave Ch1 e se estiver tudo OK, você vai ouvir um chiado nos fones ou alto-
falante.
● Ajuste o controle de regeneração (R2) para ouvir um chiado no alto-falante. Isso é
sinal de que Tr1 está oscilando.
● Você deve ajustar, ao mesmo tempo, o capacitor de sintonia e o controle de
regeneração, para a correta sintonia das estações. Esses controles já forma instalados em
lados opostos, para que você use as duas mãos.
Modificações...
a. Amplificador de áudio
Você já deve ter visto, após a montagem e uso do receptor regenerativo, que o
amplificador de áudio dele é “meio fracote”. Ele é bom para fones, do tipo de alto ganho,
como os usados nos walkman e diskman. Proteja seus ouvidos!
Entretanto, para acionar um alto-falante, o CI LM386 só vai funcionar quando o sinal
recebido for muito forte. Mesmo assim, você vai ouvir somente em ambientes silenciosos.
De qualquer maneira, deixamos espaço para a montagem de um pequeno alto-falante, de
2 a 2,5”, como pode ser visto pela figura 35.
No capítulo sobre amplificadores de áudio e nos projetos sobre esses circuitos, foram
dados dicas de outros CI, que podem ser usados para se obter maior potência. Procure
nos sites dos fabricantes de CI e tem vários “Application Notes” que descrevem
amplificadores das mais variadas potências. Fica a seu cargo essa alteração!
b. Recepção em outras frequências
A frequência que o receptor recebe é determinada pelos valores de C1 e L1. Com os
valores apresentados anteriormente, para esses dois componentes, a frequência de
cobertura do receptor está aproximadamente entre 5 e 12MHz.
Podem ocorrer duas situações que você deseje:
► Receber frequências maiores do que os 12 MHz. Nesse caso, você pode diminuir
o número de espiras da bobina (aconselhável) ou substituir o capacitor por um valor menor
(não aconselhável).
► Receber frequências menores dos que os 5 MHz. Nesse outro caso, você pode
aumentar o número de espiras da bobina ou colocar um capacitor variável para C1, com
maior capacidade. Esse valor não deve ultrapassar os 350 pF, aproximadamente.
Hoje em dia, esses capacitores são difíceis de achar e o mais aconselhável é alterar
o número de espiras de L1. Quantas? Ai, você deve experimentar, testando quantas
espiras você precisa para cobrir a faixa de frequências desejada.
Pode até ser estudada a colocação de uma pequena chave, próxima de L1, que faça
essa seleção do número de espiras. Nesse caso você terá um receptor de duas faixas
com um pequeno acréscimo. Não se esqueça das recomendações: fios bem curtos!
c. Sintonia fina
O circuito mostrado em (B) da figura 1 permite montar um sistema de sintonia fina no
receptor, para facilidade de sintonia das estações de rádio. Esse circuito usa um diodo
retificador comum, como o 1N4001, 1N4002, etc., como diodo de capacitância variável ou
varicap.
O potenciômetro R8, de 100kΩ, varia a tensão que é aplicado ao diodo D6 e altera
sua capacitância, permitindo um ajuste fino da sintonia.
Se você for introduzir esse circuito, planeje a montagem dos componentes na placa
base, colocando as ilhas correspondentes.

d. Outros receptores regenerativos.


Parece incrível, mas este tipo de receptor da excelentes projetos de montagem, com
poucos componentes e alto desempenho. Veja mais alguns links abaixo.
a. Circuito original do receptor descrito nesse capitulo CHARLES KITCHIN 1 ©.
b. Mais um link de receptor regenerativo do mesmo autor CHARLES KITCHIN 2©.
c. Site do Gomes GOMES.
19/12/2013 – PEM – Ver 0
Capitulo 6
PROJETO 2 – RECEPTOR DE CONVERSÃO DIRETA
COM NE602N
Introdução
Agora vamos trabalhar com o versátil CI NE602N, já descrito em Capítulo apropriado.
Como foi visto nesse Capítulo, o NE602 permite a construção de vários equipamentos
eletrônicos como receptores, transmissores, osciladores, etc.
Para o Projeto 02 de receptores, vamos usar um circuito bastante conhecido por
radioamadores, o popular “Neophyte”. Esse receptor foi primeiramente descrito por John
Dillon, num excelente artigo na revista Posteriormente, dezenas de outros projetos,
baseados no mesmo circuito, apareceram em diversas revistas técnicas de eletrônica e
sites na Internet.
A propósito, “neophyte”, em inglês, quer dizer “novato”... No nosso caso, ficou
“Neophyte BR”
45.2 O CIRCUITO DO “NEOPHYTE BR”
O Neophyte BR é um receptor de conversão direta, extremamente simples para ser
construído. Ele está sendo descrito para sintonizar uma das faixas de frequências usadas
por radioamadores: 80 metros (3,5 a 3,8MHz) ou 40 metros (7,0 a 7,3MHz). Entretanto,
nada impede que alguns valores de capacitores e indutores sejam alterados para que ele
opere em outras frequências. Experimente,,,
O receptor usa dois CIs: o CI1 que é um NE602N e trabalha com sinais de RF
provenientes da antena e o CI2, LM386, que é um amplificador de áudio de pequena
potência. Esse receptor pode receber sinais de SSB, AM e CW.
Como funciona o receptor
O sinal de RF proveniente da antena e injetado no primário do
transformador T1, através do controle de GANHO, R1. O
secundário de T2, junto com o capacitor C4 (RF) funciona como
uma “pré-seleção” para os sinais de RF que deverão ser injetados
no pino 1 do CI NE602N. Observe que T2 funciona como um indutor
comum e não como um “transformador”.
A seção “osciladora” do CI1 funciona como Oscilador Local,
sendo que T2 e os capacitores a ele associados formam o conjunto
oscilador.
Na seção “misturadora” do CI1 os sinais provenientes do
oscilador local e do circuito de entrada são misturados para
fornecer uma saída de áudio balanceada, nos pinos 4 e 5 do CI
NE602N.
Esse sinal de áudio é injetado no amplificador de potência de
áudio, constituído pelo CI2, LM386 e componentes associados,
Como o consumo do receptor é baixo, a alimentação pode ser feita
por 4 pilhas “C” (grandes), de 1,5V ou por uma fonte de
alimentação bem filtrada e regulada. A corrente consumida está na
ordem de 10mA em baixos volumes.
O receptor de conversão direta já foi discutido. Veja a figura 37 para recordar o
funcionamento básico desse tipo de receptor.

Figura 37 Funcionamento simplificado do receptor de conversão direta.

O circuito mostrado na figura 38, em (a), é para a faixa de radioamadores de 80m


(3,5 a 3,8 MHz). Na mesma figura, o circuito parcial mostrado em (b) é a configuração
usada para a faixa de 40m (7,0 a 7,3 MHz).
Veja na tabela 1 os valores dos componentes para essas duas faixas (*Cxx no
diagrama da figura 38)). Note que é muito importante usar capacitores NP0 (Coeficiente
de Temperatura 0) para os capacitores, onde recomendado.

Figura 38 Circuito completo do receptor de conversão direta.

Faixa C1 C7, C8 C9 C10 C11


80m 330pF 1000pF 470pF 270pF 129pF
40m Não usar 330p\f 120pF 68pF 150p
Tabela 1 - Capacitores de disco cerâmico. Ca7 a C11 = NP0 stiroflex ou disco.

RELAÇÃO DE MATERIAIS
Resistores (todos 1/4W,
1. Semicondutores carbono)
CI1 = NE602N ou SA602 R1 = 1kΩ, pot de carbono, linear
CI2 = LM386 R2 = 100Ω
D1 = Diodo retificador 1N4001 ou R3, R5 = 10kΩ
similar (50V/1A) R4 = 1,5kΩ
R6 = 4,7Ω
2. Capacitores 4. Diversos
C1 = 330pF, disco cerâmico ou T1, T2 = Transformadores de FI,
plate, 50V para FM (10,7MHz), miniatura,
C2, C6, C13, C16 = 47nF, núcleo cor verde, relação de
poliester, 50v espiras de 7:1
C3, C5, C18 = 10μF, 12V, J1 = conector de antena (BNC ou
eletrolítico RCA)
C4 (a+b) = Variável miniatura de J2 = Conector para fones, circuito
duas seções: 140 + 60 pF, fechado
aprox., dielétrico de plástico, J3 = Conector para alimentação
usado em rádios portáteis ou bornes tipo banana
C7 a C11 = Veja Tabela 1 Fal = alto-falante miniatura, 8Ω
C12 = Variável, 365 pF, dielétrico Ch1 = chave miniatura, tipo
de ar. “liga/desliga”
C14, C15, C19 = 100nF, poliester, Soquetes para os CI, solda, PCI,
50V knobs, redutor para C12 (se for
C17 = 470μF, 12V, eletrolítico usado), fios, terminais para PCI,
C20 = 100μF, 12V, eletrolítico etc.
A PCI para o receptor
Foi desenvolvida uma PCI especial para o receptor “Neophyte BR”, como mostrado
na figura 39. Nessa figura, a PCI é vista pelo lado do cobre. Essa PCI pode ser usada
para o receptor de 80 m e para o de 40m. Veja sobre o receptor para 7MHz, mais adiante.
O artigo original do Neophyte também dá o layout de uma PCI que pode ser usada muito
bem. Entretanto, a mesma é pequena e tem os componentes muitos próximos uns dos
outros.
No nosso layout foi deixado espaço para usar diversos tipos de componentes, se
você não conseguir encontrar os miniaturas, como capacitores de poliester.
Figura 39 PCI vista pelo lado do cobre.

Figura 40 PCI vista pelo lado dos componentes.

Uma vista do tipo “Raios X” (por cima e por baixo da PCI, ao mesmo tempo) é
mostrada na figura 41. A PCI do receptor de conversão direta, já montada, é mostrada na
figura 42.
Figura 41 PCI numa visão "raios X"

Figura 42 PCI montada.

Montagem da PCI
A montagem da PCI em si não tem maiores problemas. Apenas devem ser
observadas as seguintes dicas em relação aos componentes:
a. Foram usados terminais tipo “espadinha” para as conexões das entradas, saídas e
componentes externos.
b. Poderá ser necessário algum ajuste no diâmetro dos furos dos terminais dos
transformadores T1 e T2. Estude antes como fazer, ao invés de ir alargando os furos
desses terminais. Notamos que alguns desses transformadores (bobinas de FI) tem
dimensões ligeiramente diferentes nos espaçamentos dos pinos.
c. Para o CI1 podes ser usado o SA602 que é uma versão mais moderna do
NE602N. O CI2 é um amplificador de áudio de pequena potência, já usado em outros
projetos nossos. Os dois CI devem ser montados em soquetes de boa qualidade.
d. Para T1 e T2 são usados transformadores de FI para a faixa de FM. Esses
transformadores são para a frequência de 10,7MHz. A boa qualidade desses componentes
é o segredo para o sucesso desse projeto do Neophyte. Veja esses transformadores na
foto da figura 43.

Figura 43 Fofos dos transformadores de FI.

Esses transformadores têm uma relação de espiras de 7:1 e seu núcleo, na parte
superior, é pintado de verde.
Se você montou o LC METER (Indutometro/capacímetro) descrito no projeto do
Capitulo sobre medidores, use-o para medir a indutância desses enrolamentos, já que isso
é muito importante. No nosso caso, o transformador usado tem marcado na sua lateral, a
seguinte inscrição “FI 703”. No topo do mesmo está gravada na caneca metálica a
seguinte inscrição “FI703”. Veja na figura 44 os valores de indutância encontrados bem
como os pinos onde esses valores devem ser medidos.
No caso de T2, é preciso retirar o pequeno capacitor (tubular), que está alojado na
base de plástico do mesmo. Use um estilete e com muito cuidado quebre esse capacitor.
Não tente retirá-lo inteiro, pois poderá danificar o transformador. Quebre-o ao meio e deixe
os restos dos terminais por lá.
Figura 44 Transformador de FI de 10,7MHz e suas indutâncias.

e. Os capacitores C7 a C11 devem ser do tipo NP0, poliestireno, mica ou disco


cerâmico, para que haja uma boa estabilidade de frequência nos circuitos onde eles são
usados. Note que esses valores são alterados, conforme a faixa a ser sintonizada pelo
receptor. Veja Tabela 1.
f. O capacitor de sintonia C12, é um capacitor variável do tipo comum, placas de
alumínio e dielétrico de ar. Esse tipo de capacitor era bastante usado em receptores de
rádio antigos, mas ainda pode ser encontrado no comércio ou mesmo sucata. No nosso
caso, foi usada uma seção de um capacitor de duas seções (2 x 365pF) por não termos
um de uma seção. Veja as fotos na figura 45 para alguns modelos desses capacitores.
Talvez o que irá dar um pouco de trabalho com esse capacitor é a sua montagem
mecânica no painel do receptor. De qualquer jeito que ele for montado, as conexões devem
ser as mais curtas possíveis.
Não substitua esse capacitor C12 por um capacitor miniatura, com dielétrico de
plástico, como o usado para C4.
Figura 45 Tipos de capacitores vareáveis com dielétrico de ar.

g. O capacitor variável de ajuste de RF, C4, é um capacitor miniatura, com dielétrico


de plástico, do tipo usado em pequenos receptores portáteis de AM e FM. Ele tem duas
seções que são ligadas em paralelo, para se obter maior capacidade, que deverá estar em
torno de 200pF, não sendo esse valor muito crítico. Veja figura 46.

Figura 46 Capacitores variáveis miniatura com dielétrico de plástico.

Alguns desses capacitores miniatura tem vários terminais em cada seção o que pode
dificultar a localização dos terminais corretos para a ligação das seções em paralelo. Use
o LC METER para localizar essas seções. Ahánnn.... não montou o LC METER? Então
está na hora, pois você pode ver a enorme utilidade desse medidor. Veja na figura 47 uma
dica de como localizar esses terminais. Não se esqueça: isso varia de fabricante para
fabricante.

Figura 47 Conexões do capacitor variável miniatura.

De uma maneira em geral, não existem problemas com a aquisição dos


componentes. Apenas uma atenção especial deve ser dada aos componentes T1 e T2, C7
a C11 e os capacitores variáveis.
Se possível, evite ao máximo as substituições e improvisações dos componentes
usados no receptor de conversão direta Neophyte BR.
Uma estudada no artigo original NEOPHYTE, ajuda bastante. Dicas de montagem
também podem ser achadas nas QHB e no site do RENATO.
A montagem de testes do receptor, no nosso caso, foi feita em cima da bancada,
com os componentes externos conectados, como pode ser visto pela figura 48.

Figura 48 Testes com o receptor


Um “luxo” que vai ser necessário, para facilitar a sua vida é o uso de um vernier ou
redução mecânica para o capacitor variável C12. Esse vernier permite sintonizar com muito
mais facilidade as estações do que se você usasse o capacitor C12 com um knob direto no
eixo. Esse vernier é uma peça cara e o por nós usado é fabricado pela “JOTO®”, modelo
de 50mm.
Equipamentos eletrônicos militares antigos, tinham esse vernier aos montes, de ótima
qualidade. Podem ser encontrados ainda em algumas sucatas.
O receptor para 40 m
A PCI descrita nesse projeto pode ser usada tanto para o receptor de 80 m (3,5 a
3,8MHz) quanto para o receptor de 40m (7,0 a 7,3MHz). Vejas as diferenças na hora da
montagem.
a. Para 40m, o capacitor C1 (330pF) não é usado.
b. O capacitor C11 (150pF para 40m) é instalado em paralelo com o capacitor
variável C12, na versão do receptor para 40m. Na versão para 80m esse capacitor é
instalado na PCI.
Caixa para o NEOPHYTE BR
Para a caixa do Neophyte BR adotamos uma “aproximação ecológica”, tendo em
vista a reciclagem de materiais e a “falta de grana”.
Uma peça de madeira de 200mm x 150mm, com espessura de 20mm, foi usada
como fundo da caixa, sendo ai montadas a PCI, porta-pilhas, etc. Veja foto na figura 49.
O painel frontal foi feito de uma chapa de madeira prensada do tipo “Duratex®”, com
dimensões de 200mm x 110mm. O painel traseiro usou o mesmo material, porem com
dimensões de 200mm x 50mm. Veja foto na figura 49.
Esses pedaços de madeira podem ser obtidos numa marcenaria ou mesmo numa
obra em seu bairro. Comece elogiando o trabalho do carpinteiro, ganhe os pedaços de
madeira e peça para ele cortar nas dimensões e no esquadro!
Faça a furação dos painéis orientando-se pelas fotos que damos nas figuras 50 e
51. Após a furação, lixe muito bem as peças de madeira e Duratex® e pinte-as na cor
desejada. Aqui, também pode ser usado um resto de tinta, que as vezes seria jogada fora.
Figura 49 Peças de Duratex® e placa de madeira.

Figura 50 Furação do painel frontal.


Figura 51 Estudo do layout e fixação dos componentes na caixa.

Letras adesivas colocadas diretamente nos painéis indicam as diversas funções dos
controles.
Veja fotos do Neophyte BR montado, nas figuras 52 a 54.

Figura 52 Frontal do receptor Neophyte.


Figura 53 Vista interna do receptor.
Figura 54 Vista interna do Neophyte.

Calibração do NEOPHYTE BR
Para a calibração do Neophyte BR, tanto em 80m quanto em 40m, é interessante
poder contar com um gerador de RF.
Antes de instalar os CI1 e CI2 na PCI, alimente o circuito com as pilhas (ou fonte
externa) e meça a tensão nos pino 8 do NE612N (ou NE602N). Ela nunca deve ser superior
a 7Vcc. Veja também se a tensão no pino 6 co CI2, LM386, está próxima a tensão das
pilhas ou da fonte externa.
Após conferir as tensões acima, desligue o receptor e insira os dois CI. Cuidado com
a orientação dos pinos!
Ligue o receptor e execute os seguintes passos:
a. Coloque C12- Sintonia, para mínima capacitância (placas todas para fora)
b. Ajuste o controle de RF – C4, para que o capacitor fique no meio do seu curso.
c. Conecte um sinal de 7,00MHz do gerador de RF no conector de antena do
receptor. Use o mínimo nível possível, que seja audível no alto-falante ou fones.
d. Ajuste o ganho de R1 para o máximo.
e. Ajuste o transformador do oscilador local, T2, para ouvir o sinal do gerador de RF.
f. Ajuste T1, para máximo sinal.
g. Verifique se o receptor sintoniza a faixa de 40m, de 7,00 a 7,30MHz,
aproximadamente.
Usando o Neophyte BR
Agora, vamos a hora da verdade!!
Conecte uma boa antena no conector de antena do Neophyte. A antena é muito
importante e deve ser um dipolo para 40m ou outra antena apropriada para essa faixa de
frequências. Se você quiser usar um pedaço de fio, não vai dar certo... Veja mais
informações sobre antenas no capítulo apropriado.
Conforme você sintoniza os diversos sinais ao longo da faixa, vá ajustando também o
controle de RF para máximo ganho. Se o sinal for muito forte (um radioamador local, por
exemplo), use o controle de Ganho do receptor.
O volume não se iguala a de um “home Theater” mas é suficiente para acionar um
pequeno alto-falante, principalmente quando alimentado com fonte externa de cerca de
9Vcc.

Modificações
O Neophyte BR pode operar na faixa de 80m (3,5 a 3,8Mhz) com as modificações
nos valores dos componentes descritos na Tabela 1. Esses valores também pode ser
alterados para que o Neophyte BR receba outras frequências, por exemplo, na faixa de
radiodifusão comercial, como 49 metros (Ondas Curtas).
Experimente... Experimente...
Kit do neophyte
Você poderá encontrar esse receptor em forma de kit ou pode mesmo adquirir a PCI
no site RENATO.
Outro site onde você poderá achar muitas informações sobre receptores para o
principiante: GOMES.
20/12/2013 – PEM – Ver 0
Capitulo 7
PROJETO 3 – RECEPTOR SUPER HETERÓDINO PARA
ONDAS CURTAS, COM NE602N
Introdução
Novamente, mais um projeto com o versátil CI NE602N, já descrito no Capítulo 6.
Como foi visto nesse Capítulo, o NE602 permite a construção de vários equipamentos
eletrônicos como receptores, transmissores, osciladores, etc.
Para o Projeto 3, vamos usar o circuito de um receptor do tipo “super heteródino”,
que permite a recepção de estações de AM (Amplitude Modulada), nas diversas faixas de
OC – Ondas Curtas.
Esse receptor por nós construído, está baseado num projeto original de Rodney A.
Kreuter descrito em detalhes na revista RADIO-ELECTRONICS (Kreuter, Rodney A.,
Radio Electronics Magazine, january 1991).
O circuito do “super-heteródino”
O receptor descrito é um super-heteródino (veja mas informações no Capítulo 16,
sobre Receptores de Rádio). Esse circuito já é um pouco mais complicado que os
receptores que descrevemos até agora. Ele está sendo descrito para sintonizar uma faixa
de ondas curtas, que vai de aproximadamente 5 a 6 MHz. Entretanto, o receptor pode
operar em várias outras faixas de OC, como descrito a seguir.
O receptor usa o “famoso” NE602N, que é o CI1 e mais quatro transistores NPN de
silício. Na saída do receptor temos um sinal de áudio, que será posteriormente amplificado
por um amplificador de áudio externo.
Uma característica importante desse receptor, é que a sintonia das estações é feita
com diodos do tipo “varicap”, ou seja, diodos de capacitância variável. Para mais dicas,
veja o Capitulo 04, sobre esses diodos.
As bobinas são enroladas em núcleos toroidais e foi deixado espaço suficiente para
quem quiser testar com outros tipos de bobinas. bobinas.
Como funciona o receptor
O sinal de RF proveniente da antena e injetado no primário da
bobina L1. O secundário de L1, junto com o diodo D1 sintoniza os
sinais de RF que deverão ser injetados no pino 1 e 2 do CI
NE602N.
Observe que o CI1 tem um misturador interno, onde são
combinados dois sinais de RF: o proveniente da antena e o
proveniente do Oscilador Local.
O oscilador local é constituído por parte do CI NE602N e
pelos componentes associados, como L2, o diodo varicap e outros.
Com esses dois sinais, o misturador gera o sinal de FI –
Frequência Intermediária, que é fixo em 455kHz. Esse sinal,
presente no pino 5 do CI1, é aplicado ao filtro cerâmico FL1. Esse
filtro e usado no lugar dos comuns “Transformadores de FI”, não
precisando de sintonia.
Esse sinal é amplificado por Tr1 e Tr2 e ai também é gerado o
sinal do CAG – Controle Automático de Ganho.
A seguir é feita a detecção do sinal de áudio, extraído do sinal
de RF. Esse sinal é amplificado e “isolado” por TR4. O transistor
TR3 é o amplificador do CAG.
Por fim esse sinal de áudio é aplicado num amplificador de
áudio externo.
O CI1, NE602AN, alimentado com 5Vcc, através de um
regulador de tensão de baixo potência. A tensão de alimentação
desse CI nunca deve ultrapassar 7Vcc.

Veja a figura 55 para recordar o funcionamento básico do receptor super-heteródino.

Figura 55 Funcionamento simplificado do receptor super heteródino.

Note que você ainda vai precisar de um amplificador de áudio e de uma fonte de
alimentação para esse receptor. Veja sugestões nos capítulos anteriores.
Figura 56 Circuito completo do receptor super heteródino.

LISTA DE MATERIAIS (para 1ª. e 2ª. versão)


1. Semicondutores
CI1 = NE602N ou SA602. NE612
ou SA612
CI2 = 7805 (2ª. Versão, veja 3. Resistores (todos 1/4W,
texto) carbono)
Tr1 a Tr4 = 2N3904 ou BC238 R1, R2, R19, R22 = 10kΩ
D1 e D2 = Diodo varicap BB102 R3 = 47kΩ, pot de carbono, linear
ou MV209 R4 = 10kΩ, pot de carbono, linear
D3 a D5 = 1N4148 ou 1N914 R5 = 1kΩ
2. Capacitores (disco cerâmico R6, R18 = 470Ω
ou poliester, 50V) R7 = 15kΩ
C1 = 10μF, eletrolítico, 16V R8, R17 = 3,3 kΩ
C2 = 50pF, trimmer R9 = 2,2 kΩ
C3, C10 = 1nF R10, R12 = 100Ω
C4 = 82pF, NPO, disco ou R11 = 220Ω
polipropileno R13 = 5,6 kΩ
C5, C6, C14, C17, C18 = 10nF R14 = 4,7 kΩ
C7, C8, C9 = 100pF, NPO, disco R15 = 22 kΩ
ou polipropileno R20 = 470 kΩ
C11 = 47pF, NPO, disco ou R21, R23 = 220 kΩ
polipropileno R24 = 10 kΩ, pot de carbono, log
C12, C13, C15, C16, C19, C20,
C23 = 100nF
C21, C22 = 100μF, 16V,
eletrolítico
4. Diversos
L1, L2 e L3 = Ver texto para enrolamento e núcleos toroidais T-37-2
J1 = conector fêmea para antena (BNC ou RCA)
J2 = Conector RCA fêmea (se necessário)
FL1 = Filtro cerâmico para FI de 455kHz
Soquete para os CI, solda, PCI, knobs, redutor para R4 (se for
usado), fios, terminais para PCI, etc.

A PCI para o receptor

Foi desenvolvida uma PCI especial para o receptor Super-heteródino, como mostrado
na figura 57. Nessa figura, a PCI é vista pelo lado do cobre.
Figura 57 PCI vista pelo lado do cobre.

No nosso layout foi deixado espaço para usar diversos tipos de componentes, se
você não conseguir encontrar os miniaturas, como capacitores de poliester e outros.
A PCI vista pelo lado dos componentes é mostrada na figura 58.

Figura 58 PCI vista do lado dos componentes.

Uma vista do tipo “Raios X” (por cima e por baixo da PCI, ao mesmo tempos) é
mostrada na figura 59
Note que as três vistas da PCI mostradas nas figuras anteriores tem algum problema
de nitidez devido ao processo de confecção do layout. Posteriormente refizemos a PCI
como mostrado mais adiante: Atualização do Circuito do Receptor.

Figura 59 PCI numa visão "Raios X".

A PCI do receptor de conversão direta, já montada, é mostrada na figura 60, para


testes iniciais.
Figura 60 PCI montada.

Montagem da PCI
A montagem da PCI em si não tem maiores problemas. Apenas devem ser
observadas as seguintes dicas em relação aos componentes:
a. Foram usados terminais tipo “espadinha” para as conexões das entradas, saídas e
componentes externos.
b. Enrole as bobinas com cuidado, seguindo a tabela abaixo
L1 3 espiras de fio esmaltado #30, enroladas sobre L2
21 espiras de fio esmaltado #30 enroladas num núcleo
L2
toroidal T-37-2.
24 espiras de fio esmaltado #30 enroladas num núcleo
L3
toroidal T-37-2.
Obs.: Cada vez que o fio passar no centro do núcleo toroidal, conta-
se “uma volta” ou “uma espira”. Decape a ponta dos fios esmaltados.
Depois de enroladas e calibradas, as bobinas devem ser coladas a PCI. Veja foto
das bobinas já enroladas, na figura 61.
Figura 61 Bobinas já enroladas no toróide.

Se você montou o LC METER (Indutometro/capacímetro) descrito previamente em


projeto, use-o para medir a indutância desses enrolamentos, já que isso é muito
importante.
Veja mais sobre bobinas toroidais no item “NÚCLEOS E
BOBINAS TOROIDAIS”.
c. Para o CI1 pode ser usado o SA602 ou SA612 que é uma versão mais moderna
do NE602N. A segunda versão, o CI2 é um regulador de tensão para 5V, com correntes de
até 100mA. O CI1 deve ser montado em soquete de boa qualidade.
d. Os três potenciômetros usados no circuito, Sintonia, Sintonia Fina e Volume, são
montados fora da PCI, no painel da caixa do receptor.
e. O mesmo ocorre com J1 (conector de antena) e com J2 (saída de áudio). Se o
amplificador de áudio e alto-falante forem montados na mesma caixa do receptor, não vai
ser preciso usar esse conector J2.
f. O filtro cerâmico para FI – Frequência Intermediária de 455kHz é mostrado na
figura 62.
Figura 62 Filtros cerâmicos para 455kHz e 10,7MHz.

g. Se possível, evite ao máximo as substituições e improvisações dos componentes


usados no receptor de Super-Heteródino.
h. Monte todos componentes na PCI, com exceção das bobinas L1/L2 e L3. Como
essas bobinas devem sofrer alguma alteração, para cobrir a faixa de ondas necessária,
elas são colocadas provisoriamente na PCI, para essa calibração. Depois de corretamente
calibrada na faixa que você desejar, cole-as na PCI com adesivo do tipo “epóxi”.
i. A figura 63 mostra alguns tipos de diodos “varicap”, usados para D1 e D2.
Figura 63 Diodos Varicap que podem ser usados para D1 e D2.

A caixa para o super-heteródino


A montagem do receptor pode ser feita em qualquer caixa, de preferência metálica.
As dimensões devem ser a suficientes para acomodar as placas PCI, fonte ou porta-pilhas.
No painel frontal podem ser colocados os controles de Sintonia, Sintonia Fina, Volume
e saída de fones. O alto-falante também vai nesse painel.
No painel traseiro você pode montar a entrada de antena e o cabo de rede, se for
usada uma fonte de CA. Outros acessórios ficam por sua conta.
Para mais dicas desse layout, veja a caixa feita para o receptor “NEOPHYTE”,
descrita num Capítulo anterior.
Calibração do super-heteródino
Se você puder dispor de um frequencímetro para calibrar o receptor, vai ajudar muito.
Veja o projeto de um frequencímetro apresentado no Capítulo 37.
a. Enrole e solde no lugar correto da PCI apenas a bobina toroidal L3, que é a do
Oscilador Local.
b. Acople a entrada do frequencímetro ao pino 7 do CI1 (NE602N), através de um
capacitor de disco de 10pF.
c. Gire os potenciômetros de Sintonia (R3) e Sintonia Fina (R4) todo no sentido anti-
horário. Meça a frequência nesse ponto e anote.
d. Gire os mesmos potenciômetros todo no sentido horário e meça novamente essa
frequência. Se por acaso essa nova frequência for menor do que a medida no item b, você
ligou os potenciômetros invertidos. Corrija.
e. Some 0,455MHz (455kHz) as duas frequências que você mediu nos itens
anteriores e você tem a faixa de sintonia do seu receptor. Veja na tabela abaixo, os
valores aproximados que você vai conseguir, em função da faixa de sintonia que você
escolher.
Faixa de recepção escolhida Faixa de sintonia obtida
3 ou 4 MHz 0,5MHz
14 ou 15MHz 0,5MHz
A faixa de sintonia, ou seja, o conjunto de frequências onde você vai poder receber
estações, vai depender dos diodos varicap usados (D1 e D2). A tabela acima é para os
MV209.
f. Se você estiver satisfeito com as frequências e faixa de cobertura (faixa de sintonia
obtida), enrole a bobina toroidal L2, com uma ou duas espiras a menos do que você usou
para L3. L1 é feita enrolando-se apenas 3 espiras sobre L2, no mesmo núcleo.
Pronto! Seu receptor está calibrado e pronto para uso.
Usando o super-heteródino
Primeiramente é necessário uma boa antena!! Isso é fundamental para uma boa
operação do receptor.
A sintonia das estações de AM de Ondas Curtas, é feita pelo potenciômetro R3, que
funciona como uma “sintonia grossa”. O potenciômetro R4 auxilia a sintonia, atuando como
uma “sintonia fina”.
O volume do sinal pode ser controlado pelo potenciômetro R24.
Modificações para outras faixas
O interessante nesse receptor, é que ele pode ser usado em várias faixas de
frequências, com a troca de alguns componentes. Não se recomenda uma chave de onda
para trocas de faixas, pois complicaria muito o circuito para o amador. Escolha a faixa
desejada e comece por ai.
Veja os dados na Tabela a seguir.
Obs.:
► Os valores dados podem variar conforme os componentes usados. Use os valores
acima como um guia inicial para enrolar as bobinas.
► No caso de L1, L2, o primeiro número refere-se a quantidade de espiras no
primário da bobina (L1) e o segundo número a quantidade de espiras no secundário.
► L1,L2 e L3, enroladas em núcleo toroidal conforme Lista de Material.
Atualização do circuito do receptor – a nova versão
Quando o primeiro circuito desse receptor foi montado, fizemos o layout da PCI
usando adesivos apropriados para isso. Ou seja “na mão”!
Montamos o receptor, testamos e o usamos por um tempo. Na época não tínhamos
um software para gerar esse layout e quando conseguimos uma versão freeware limitada
do “EAGLE®”, passamos a usá-lo para esse layout.
Refizemos o projeto desse receptor super-heteródino, incluindo um circuito regulador
de tensão para alimentar o CI1. A seguir, fornecemos o diagrama esquemático desse novo
projeto, bem como a PCI já desenhada via software.
Figura 64 Segunda versão do receptor super heteródino.

A lista de materiais para a segunda versão permanece a mesma, que já inclui os


componentes do regulador de tensão.
A PCI nova está mostrada nas figuras 65 a 67.
Figura 65 PCI vista pelo lado do cobre e dos componentes (raios X).

Os demais itens descritivos, como montagem, calibração, etc. são os mesmos da


versão anterior.
Obs.: Na época em que escrevemos esse texto, ainda não havíamos testado essa
nova PCI.
Figura 66 PCI vista pelo lado dos componentes.

Figura 67 PCI vista pelo lado do cobre.


Capitulo 8
PROJETO 4 – RECEPTOR DE CONVERSÃO DIRETA
COM TRANSISTORES COMUNS
Introdução
Para os amadores que tenham algum problema com montagem com CI – Circuitos
Integrados, vamos descreve um receptor que usa somente componentes discretos: nada
de integrados!
Nossa escolha recaiu sobre um projeto relativamente antigo mas atual para os
montadores amadores: O “Diretodino”. A descrição inicial do Diretodino foi feita num
excelente artigo de Louis Facen, para a revista “ELETRÔNICA POPULAR” (Facen, Louis –
O Diretodino -Revista ELETRÔNICA POPULAR”, setembro de 1981 – Rio de Janeiro).
Posteriormente, publicamos um artigo sobre a montagem do Diretodino, dando dicas
sobre vários detalhes da construção, caixa, etc. (Mazzei, Paulo Edson – Montando o
Diretodino - Revista ELETRÔNICA POPULAR”, maio de 1983 – Rio de Janeiro).
O receptor tem ótima qualidade e surpreende aos usuários que não esperam tanto de
um circuito simples. Esse circuito foi repetido dezenas de vezes por outros montadores,
sempre reportando excelente desempenho! Por isso sua inclusão aqui nesse livro: baixo
custo, simplicidade e alto desempenho.
O circuito do “Diretodino”
DICA: É recomendada a leitura dos artigos originais, referências 1
e 2, para fartos detalhes teóricos e construtivos sobre o
“Diretodino”.
O Diretodino é um receptor de conversão direta, para a faixa de 40 metros (7MHz),
O sistema de conversão direta já foi descrito nos capítulos sobre Receptores de Rádio e
também num dos projetos passados
Para efeito de facilidade de montagem e testes, a construção do receptor foi dividida
em quatro blocos: Amplificador de RF e Misturador, Oscilador de Frequência Variável
(OFV), Amplificador de Áudio e Fonte de Alimentação.
As bobinas são enroladas em núcleos comuns de papelão, do tipo usado em bobinas
antigas de FI de rádios e televisores. Também são dados os dados para se usar outros
tipos de bobinas. A PCI acomoda os dois tipos de bobinas.
Como funciona o receptor
O sinal de RF proveniente da antena e injetado no primário da
bobina L1. O secundário, L2, sintoniza os sinais de RF que deverão
ser injetados no “gate – G” do transistor TR1, que é um FET tipo
BF245. Esse transistor opera como Amplificador de RF.
A saída do sinal é retirada do “dreno – D” do mesmo Tr1 e
através de C5 e L3 é aplicada no “gate 1 – G1”, agora de outro
transistor FET. Tr2 é um FET de duplo gate.
No “gate 2 – G2” do mesmo FET, é injetado o sinal
proveniente do “OL” – Oscilador Local ou OFV – Oscilador de
Frequência Variável.
O FET Tr2 funciona como um misturador para os sinais
injetados em G1 e G2 e na saída do mesmo, no dreno – D, está
presente a frequência de áudio que vai ser amplificada.
O primário de T1 e o capacitor C10 comportam-se como um
filtro de áudio.
A sinal de áudio desse estágio passa potenciômetro R8 e daí
para frente vai para o estágio de amplificação de áudio e alto-
falante.
Todos os estágios do receptor são alimentados por uma única fonte
de alimentação.
Veja a figura 68 para recordar o funcionamento básico do receptor de conversão
direta.

Figura 68 Principio de funcionamento dos receptores de conversão direta.

A figura 69 mostra o circuito completo do estágio Amplificador de RF e Misturador


do receptor.
O sinal proveniente da antena é amplificado pelo estágio “Amplificador de RF” e
aplicado no estágio “Misturador”. Nesse mesmo estágio á aplicado o sinal proveniente do
“OFV – Oscilador de Frequência Variável”, na mesma frequência do sinal proveniente da
antena.
Assim sendo, na saída do estágio misturador, já temos o sinal de áudio, que passa
por estágios amplificadores, até o alto-falante. No receptor do tipo super-heteródino, na
saída do estágio misturador, temos um sinal de RF que precisa ser detectado.

Figura 69 Circuito do amplificador de RF e misturador do receptor "DIRETODINO".

RELAÇÃO DE MATERIAIS – Amplificador de RF e Misturador


1. Semicondutores
Tr1 = BF245, MPF102
Tr2 = BF900, BF981, 40673
D1 e D2 = 1N4148 ou 1N914 3. Resistores (todos 1/4W,
2. Capacitores (disco cerâmico carbono)
ou poliester, 50V) R1, R3 = 100kΩ
C1 = 10pF R2 = 330Ω
R4 = 22kΩ
C2, C5 = 35pF, trimmer
C3 = 2pF R5, R7 = 100Ω
C4 = 2,2nF R6 = 220Ω
C6 = 15pF R7 = 15kΩ
C7 = 4,7nF R8 = 47kΩ, potenciômetro linear
C8 = 10μF, 16V, eletrolítico R9 = 10 kΩ
C9, C11 = 10nF
C10, C14 = 100nF
C12 = 100μF, 16V, eletrolítico
C13 = 10nF
4. Diversos
L1, L2 e L3 = Ver texto para enrolamento e núcleos
J1 = conector fêmea para antena (BNC ou RCA)
Ch1 = Chave miniatura, alavanca, 1 polo x 1 posição
T1 = Transformador de saída de áudio miniatura
Solda, PCI, knobs, fios, terminais para PCI, etc.
O circuito do estágio do Oscilador Local ou OFV – Oscilador de Frequência Variável
é mostrado na figura 70.
Figura 70 Circuito do OFV - Oscilador de Frequência Variável do DIRETODINO.

RELAÇÃO DE MATERIAIS - OFV


1. Semicondutores
Tr1, Tr2 = BF245, MPF102
D1 = 1N4148 ou 1N914
D2 = Diodo zener de 9,1V,
400mW.
2. Capacitores (disco cerâmico
ou poliester, 50V) 3. Resistores (todos 1/4W,
C1, C2 = 35pF, trimmer carbono)
C3 = 365pF, variável, ver texto R1, R3 = 100kΩ
C4 = 100pF, stiroflex ou disco R2, R4 = 330Ω
cerâmico NP0 R5, R7 = 470Ω
C5 = 680pF, stiroflex ou disco R6 = 150Ω
cerâmico NP0
C6 = 150pF, stiroflex ou disco
cerâmico NP0
C7 = 100nF
C8 = 22pF, stiroflex ou disco
cerâmico NP0
C9, C10 = 100nF
C1, C12. C13 = 4,7nF
4. Diversos
L1 = Ver texto para enrolamento e núcleos
J1 = conector fêmea para saída OFV (BNC ou RCA)
XRF1 = Micro choque de 100μH
Solda, PCI, knobs, fios, terminais para PCI, etc.
As PCI para o receptor DIRETODINO
Foram desenvolvidas duas PCI especiais para o receptor Diretodino, como mostrado
nas figuras 71 a 76, a seguir. Nas figuras 71 e 72 é mostrada a PCI do Amplificador de
RF e Misturador, na sequência de vista pelo lado do cobre, pelo lado dos componentes e
uma visão “Raios X”.

Figura 71 PCI do Amplificador de RF e Misturador. Vista pelo lado do cobre.


Figura 72 PCI do Amplificador de RF e Misturador. Vista pelo lado dos componentes.

Figura 73 PCI do Amplificador de RF e Misturador. Vista pelos dois lados.


Figura 74 PCI do OFV. Vista pelo lado do cobre.

Figura 75 PCI do OFV. Vista pelo lado dos componentes


Figura 76 PCI do OFV. Vista pelos dois lados.

Nas figuras 74 a 76 é mostrada a PCI do OFV – Oscilador de Frequência Variável,


na sequência de vista pelo lado do cobre, pelo lado dos componentes e uma visão “Raios
X”.

No nosso layout foi deixado espaço para usar diversos tipos de componentes, se
você não conseguir encontrar os miniaturas, como capacitores de poliester.
Montagem da PCI do OFV
Vamos iniciar a montagem pela PCI do OFV pois depois dela pronta, poderemos
testá-la antes mesmo de terminar o receptor completo.
a. Foram usados terminais tipo “espadinha” para as conexões das entradas, saídas e
componentes externos.
b. Enrole a bobina do estágio OFV com cuidado, seguindo a tabela abaixo e as
informações dadas na figura 77 e texto:
Bobinas do OFV – Oscilador de Frequência Variável
22 espiras de fio esmaltado #30. Indutância = 5,3μH
L1
(com a blindagem instalada).
Obs.: Decape a ponta dos fios esmaltados. (retire o esmalte com
uma lixa fina)
Figura 77 Alternativas para a construção das bobinas do estagio OFV.

Observe os seguintes detalhes em relação à figura 77:

OFV – OSCILADOR DE FREQUENCIA VARIAVEL

► Em (a) são mostradas as bobinas L1 enrolada em uma


forma de fenolite ou plástico, do tipo usado em receptores de rádio
e TV. Esse núcleo tem um diâmetro de 7,5mm e o comprimento
dele cerca de 34mm. Note que L1 terá 22 espiras de fio no.
27AWG (0,55mm), neste caso.
►Em (b) é mostrada a mesma bobina L1, agora enrolada em
núcleo de pó de ferro, tipo “binocular”. Esse núcleo tem as
dimensões mostradas na figura. Nesse caso, L1 terá apenas 2
espiras de fio no. 30 AWG (0,25mm).
►Em (c) é mostrada a bobina L1 enrolada em núcleo de pó
de ferro, tipo “toroidal”, tipo “T-37-2”. Esse núcleo tem 9,7mm de
diâmetro externo, 5mm de diâmetro interno e 3,4mm de altura.
Nesse caso, L1 terá 28 espiras de fio no. 30AWG (0,25mm).
► Obs.: Nem sempre você achará os núcleos com as medidas
mostradas. Use as informações dadas como um ponto de partida e
enrole as bobinas para cobrir a faixa de frequências desejadas. Use
o “LC Meter” ou o “indutometro” e meça as indutâncias das bobinas
que você enrolou e compare coma indutância fornecida.
Experimente,,,
c. Note que o capacitor variável C3 é montado fora da PCI, no painel da caixa do
receptor.
d. Isso também ocorre com J1, que é conector de saída do OFV, para o transmissor.
Ai deve ser usado cabo coaxial miniatura, blindado.
e. Os transistores TR1 e TR2 permitem substituições, como abaixo:
► Tr1 e Tr2 podem ser um transistor FET tipo BF245 (mais fácil de ser encontrado,
da Philips®) ou um transistor MPF102, da Motorola®. Cuidado com a disposição dos
terminais que são diferentes para os dois tipos. Veja ilustração na figura 69.
f. A saída do OFV para o estágio do Misturador, e feita em terminais tipo “espada”
que foram colocados na PCI para isso.
g. Se possível, evite ao máximo as substituições e improvisações dos componentes
usados no receptor Diretodino.
h. Sugestão para a sequência de montagem dos componentes, visto a furação e o
tamanho dos mesmos:
● Fazer a furação correta na PCI, envolvendo os 4 furos de montagem da PCI na
caixa, furos da bobina L1, trimmers e espadinhas,
● Montar e soldar espadinhas,
● Montar e soldar resistores,
● Montar e soldar capacitores. Cuidado com os trimmers,
● Montar e soldar o choque de RF, XRF1,
● Montar e soldar diodos D1 e D2,
● Montar e soldar L1. Colocar a blindagem,
● Montar e soldar os transistores FET.
Veja fotos da bobina L1 e suas variações de construção na figura 78.
Figura 78 Três tipos de bobinas para a construção de L1.
NÚCLEOS E BOBINAS TOROIDAIS
● Em geral, núcleos de ferrite são mais duros do que os
núcleos de pó de ferro. São mais quebradiços e quando vão ser
serrados, costumam estilhaçar. Núcleos de ferrite têm alto “Al”
(permeabilidade) e costumam ser úteis para o amador no
enrolamento de choques de RF.
●Núcleos de pó de ferro já são mais “moles”, permitindo que
os mesmos sejam serrados. São úteis para aplicações gerais em
RF.
● Núcleos de “origem geográfica desconhecida” não devem
ser usados pois podem estragar um projeto. Use de marcas
conhecidas e se for possível adquirir no exterior (não é tão difícil
assim...) procure optar pelos núcleos da Micrometals® e outras
marcas similares como Amidon®, etc. Esses núcleos são pintados
de cores diversas, conforme seu modelo, e o fabricante fornece
farta literatura sobre sua aplicação.
● O enrolamento deve ser feito passando-se o fio pelo furo
central do toróide e cada volta conta “1 espira”. Se o núcleo tiver
bordas cortantes, passe um verniz antes no mesmo ou uma fita de
material isolante fina, do tipo da fita de “PTFE” usada para vedar
encanamentos hidráulicos. Isso irá proteger o verniz do fio
esmaltado que você vai usar no enrolamento.
● O enrolamento deve ocupar o núcleo, de maneira que fique
um “vazio” de cerca de 30 graus, como mostrado no desenho (A)
em seguida.

● O desenho (B) mostra como é feito um segundo


enrolamento, ou seja, um enrolamento secundário, sobre um
primário. Em (C) é mostrado como podemos fazer uma tomada no
enrolamento: basta torcer o fio de cobre na espira correta e puxar
um pouco para fora. O Fio deve ser decapado e estanhado nesse
ponto.
● Algumas bobinas pedem “enrolamento bifilar” ou
“enrolamento trifilar”. Basta enrolar juntos dois fios (bifilar) de cobre
esmaltado ou três fio (trifilar). Torça os fios antes de enrolar a
bobina, cerca de 32 “torcidas” por cada 10cm de fio. Não esqueça
de marcar os fio ou use um Ohmímetro para identificar os
enrolamentos.

Veja a seguir fotos da PCI montada, nas figuras 79 a 80.

Figura 79 Placa montada usando bobina com blindagem.


Figura 80 Placa montada, usando bobina toróide.

Calibração do OFV do DIRETODINO

Depois da PCI do OFV montada e conferida, vamos testá-la já que isso é possível.
a. Solde o capacitor variável C3, de 365pf (aprox..) nos terminais tipo “espada”
correspondentes. Veja figura 76.
b. Supondo que você montou o frequencímetro descrito em capitulo anterior, conecte-
o a uma das saídas marcadas “Para o TX” ou “Para o RX”, na figura 76.
c. Alimente o circuito, com 12 a 14Vcc, conectando o terra e o + da fonte nos
terminais correspondentes, próximo a L1. Cuidado para não inverter.
d. Se tudo estiver OK, o seu frequencímetro deverá ler uma frequência de cerca de
7MHz.
Hummm...você não montou o frequencímetro descrito anteriormente? Também não
tem outro frequencímetro? Mesmo sem o tal do frequencímetro, dá para você calibrar.
Siga os passos
►Para a calibração do DIRETODINO você vai precisar de um receptor auxiliar, na
frequência desejada de operação. Com os dados que demos, o receptor vai ser construído
para a frequência de 7MHz, faixa de 40 metros, para uso de radioamadores.
► Não conecte ainda a antena. Deixe CH1 (Atenuação) ligada, para mínima
atenuação no sinal.
► Ligue o receptor e deverá ser ouvido um chiado. Ajuste o capacitor variável de
sintonia (C3, no circuito do OFV) para metade do seu curso. Os capacitores ajustáveis
(trimmers) C1 e C2 (também no circuito do OFV) deve estar na sua máxima capacitância.
► Sintonize o receptor auxiliar para cerca de 7,150MHz e procure ouvir o sinal do
Oscilador Local (OFV) do Diretodino. Vá reduzindo lentamente a capacitância do trimmer
C1 até ouvir o sinal do OFV do Diretodino no receptor auxiliar. Se isso não for possível,
diminua um pouco a capacitância de C2. Resintonize o receptor auxiliar, se for o caso.
► O capacitor trimmer C2 deve ser ajustado para uma posição que permita que o
capacitor variável de sintonia, C3, sintonize de 7,0 a 7,3 MHz, aproximadamente.
Com isso, o OFV do seu Diretodino está calibrado! Passe uma cola no enrolamento
da bobina L1, para mantê-lo no lugar.
Vamos passar para a montagem da outra PCI.
Montagem da PCI do estágio amplificador de RF e misturador
A montagem da PCI desse estágio não tem maiores problemas. Apenas devem ser
observadas as seguintes dicas (repetidas) em relação aos componentes:
a. Foram usados terminais tipo “espadinha” para as conexões das entradas, saídas e
componentes externos.
b. Enrole as bobinas do estágio Amplificador de RF e Misturador com cuidado,
seguindo a tabela abaixo:
Bobinas do Amplificador de RF e do Misturador.
8 espiras de fio esmaltado #27AWG, enroladas sobre L2 .
Indutância = 1μH.
L1
Alternativa: 6 espiras fio 30 enroladas sobre L2. Indutância
= 4,88μH.
38 espiras de fio esmaltado #27AWG enroladas numa fora
L2 de fenolite, com diâmetro de 7,5mm.
Alternativa: Toróide T-37-2, com 26 espiras de fio #30 AWG
21 espiras de fio esmaltado #27 enroladas numa numa fora
de fenolite, com diâmetro de 7,5mm.
L3
Alternativa: Toróide T-37-2, com 26 espiras de fio #30 AWG
.
Obs.: Valores para bobina de núcleo comum, com blindagem.
Decape a ponta dos fios esmaltados.
Depois de enroladas e calibradas, as bobinas devem ser soldadas a PCI. Em
seguida, devem ser montadas as canecas de blindagem. As bobinas enroladas, devem ter
os mesmos formatos das mostradas na figura 78.
Se você montou o LC METER (Indutometro/capacímetro) descrito no projeto deste
livro, use-o para medir a indutância desses enrolamentos, já que isso é muito importante
para a correta cobertura da faixa de frequências.
No Brasil podem ser encontrados núcleos de ferrite fabricados pela “SONTAG®”.
Observe os seguintes detalhes em relação à figura 77:
AMPLIFICADOR DE RF E MISTURADOR
► Em (a) são mostradas as bobinas L1/L2 e L3 enroladas
em uma forma de fenolite ou plástico, do tipo usado em
receptores de rádio e TV. Esse núcleo tem um diâmetro de 7mm
e o comprimento dele cerca de 34mm. Note que L1 é enrolada
em cima de L2, na parte superior do núcleo. Nesse caso, L1
deverá ter 8 espiras, L2 terá 38 espiras e L3 terá 22 espiras. A
bobina L3 não tem enrolamento primário, como L1/L2.
►Em (b) são mostradas as bobinas enroladas em núcleo
de pó de ferro, tipo toroidal. Esses núcleos têm 12,5mm de
diâmetro e 12mm de altura. Nesse caso, L1 deverá ter 5
espiras, L2 terá 50 espiras e L3 terá 30 espiras. A bobina L3
não tem enrolamento primário, como L1/L2.
►Em (c) é mostrada a bobina L2 enrolada em núcleo de
pó de ferro, tipo “binocular”. Esse núcleo tem 7,5mm de
comprimento, 4,6mm de largura e 6mm de altura. Nesse caso,
L3 terá 30 espiras.
► Obs.: Nem sempre você achará os núcleos com as
medidas mostradas. Use as informações dadas como um ponto
de partida e enrole as bobinas para cobrir a faixa de frequências
desejada. Use o “LC Meter” e meça as indutâncias das bobinas
que você enrolou e compare com as indutâncias fornecidas.
Experimente,,,

c. O transformador de saída de áudio, usado em T1, do estágio Amplificador de RF e


Misturador, é do tipo usado em pequenos rádios portáteis. Sua indutância, no enrolamento
primário, está em torno de 2,5H. Meça essa indutância num LC Meter. Veja o
transformador na figura 81, para você ter uma ideia de suas dimensões.

Figura 81 Transformador T1, medidas aproximadas. Veja nas fotos.

d. Note que o potenciômetro R8, de 47kΩ, no estágio Amplificador de RF e


Misturador, é o volume de áudio e é montado fora da PCI, no painel da caixa do receptor.
e. O mesmo ocorre com J1 (conector de antena e a chave CH1. J1 é montado no
painel traseiro da caixa do Diretodino. A chave CH1, é um atenuador para os sinais de RF
de grande intensidade, é montada no painel frontal. O capacitor C1, de 10 pF é montado
diretamente nos terminais da chave. Use cabo blindado entre J1, Ch1 e a entrada de
“Antena” da PCI do estágio Amplificador de RF e Misturador.
f. Os transistores TR1 e TR2 permitem substituições, como abaixo:
► Tr1 pode ser um transistor FET tipo BF245 (mais fácil de ser encontrado, da
Philips®) ou um transistor MPF102, da Motorola®. Cuidado com a disposição dos
terminais na hora de montar. Veja ilustração na figura 69 e 70.
►Para Tr2, um transistor FET de duplo gate, podem ser usados dois tipos, bastante
diferentes em formato físico: o 40673 de invólucro metálico e os FET da série BF900
(BF900, BF981 e similares), da Philips®. A PCI foi desenhada para ambos, apesar de ser
possível ver claramente a disposição física do BF900. Note que no caso do BF900 ou
BF981, os mesmos são soldados por baixo da placa. Deve ser feito um furo na PCI, onde
entra o pequeno corpo plástico do transistor, por baixo, no lado das pistas e ilhas de
cobre. Veja figura 82.

Figura 82 Montagem de Tr2 na PCI. Transistor FET de duplo gate. Note que no nosso projeto usamos
transistores tipo BF245 e RCA40673 (dual gate)

g. Se possível, evite ao máximo as substituições e improvisações dos componentes


usados no receptor Diretodino.
h. Cuidado com os transistores FET ao manuseá-los e soldá-los pois eles são
sensíveis a cargas estáticas.
DICA: Sempre solde os semicondutores por último. Curto circuite
os terminais do FET com uma bolinha de Bom-Bril® entre os
terminais. Ao soldar, aterre a ponta do soldador ou desligue-o da
rede. Após soldar os FET, retire a bolinha de esponja de aço.
i. Sugestão para a sequência de montagem dos componentes, tendo em vista a
furação e o tamanho dos mesmos:
● Fazer a furação correta na PCI, envolvendo os 4 furos de montagem da PCI na
caixa, furos da bobina L1, trimmers, espadinhas, transistor fet dual gate (se for o caso),
etc.
● Montar e soldar espadinhas,
● Montar e soldar resistores,
● Montar e soldar capacitores. Cuidado com os trimmers,
● Montar e soldar diodos D1 e D2,
● Montar e soldar as bobinas L1/L2 e L3. Colocar a blindagem,
● Montar e soldar os transistores FET.
● Montar o transformador miniatura T1.
Veja fotos da placa montada na figura 83 a 86.

Figura 83 Vista da PCI do Amplificador de RF e Misturador.

Figura 84 Mesma laca da figura 83, mas sem a blindagem das bobinas.
Figura 85 Mesma PCI da
figura 84, mas usando bobinas toroidais ao invés de bobinas de fenolite.

Figura 86 PCI do OFV.


Figura 87 Teste das placas na bancada, antes de passar para a caixa.

Na figura 87 podem ser vistas as PCI do Diretodino e do amplificador de áudio com


o TBA810, descrito anteriormente. Entre o amplificador de áudio e o volume do Diretodino
foi necessário incluir um pequeno pré-amplificador, para que o TBA810 tivesse o nível
suficiente de entrada. Veja o circuito dado no item 89 Modificações.
A caixa para o Diretodino
Fica a seu critério o desenvolvimento de uma caixa especial para o Diretodino. Como
sugestão, veja a disposição das PCI dadas na figura 88.

Figura 88 Sugestão para layout da caixa para o Diretodino.

Recomendações a serem observadas na construção:


► Painel Frontal
● Redutor tipo “vernier” para o capacitor variável.
► Painel Traseiro
● Diversos conectores de saída, como antena, saída do OFV para o TX, etc
► Espaço interno
● Fonte de alimentação interna:
● Conexões, cabos blindados
► Geral
● Deve ser usado alumínio de 2mm que depois de furado pode ser pintado.
● Letras adesivas indicam as funções dos diversos controles, nos painéis frontal e
traseiro.
● O alto-falante pode ser instalado na tampa da caixa.
OBS. Para mais dicas, veja artigo detalhada na referência 2.
Calibração final do Diretodino
Monte tudo na caixa. Não se esqueça de que você já calibrou o OFV e não mexeu
mais nas bobinas e trimmers...
a. Agora, conecte uma boa antena externa, para 7MHz, ao conector de “Antena” do
Diretodino.
b. Ajuste os trimmers C2 e C5, no circuito do Amplificador de RF e misturador, para
máximo ruído de fundo. Procure sintonizar uma estação no meio da faixa, por volta de
7,150MHz e retoque os dois trimmers para máximo sinal. Se o sinal for muito forte, ligue o
atenuador de antena, Ch1.
Pronto! Seu receptor está sintonizado.
Usando o Diretodino
Importante: Uma boa antena é fundamental para
melhores resultados!
De início você vai ter alguma dificuldade em sintonizar as estações de radioamador
(ou outras, conforme a frequência de operação). Com a prática você vai ficar “cobra” na
sintonia.
Você poderá sintonizar estações de AM, SSB e CW usando o Diretodino e é muito
importante não saturar a entrada do receptor com sinais fortes que estejam próximos de
você. Use o atenuador se preciso.
Para recepção no alto-falante, use um alto-falante de pequeno diâmetro no seu
amplificador de áudio. Fones de ouvido dão excelente recepção, com volume mais do que
suficiente. Cuidado com seus ouvidos!
O circuito do Diretodino é simples para os padrões de receptores para radioamador
mas você se surpreenderá com os resultados alcançados.
Modificações
a. Para outras faixas de frequência
O receptor DIRETODINO poderá operar em outras frequências de radioamadores ou
não. Para isso você deverá rever a teoria de funcionamento do receptor de conversar
direta, para recordar o seu funcionamento. Também é preciso uma certa prática e em caso
de operação do receptor em outras frequências, peça ajuda de um “veterano”.
Depois, é substituir os componentes que “comandam” as frequências do receptor,
que basicamente são:
► Bobinas e capacitores do estágio Amplificador de RF e Misturador: L1/L2 e L3
mais C2 e C5.
► Bobinas e capacitores do estágio do OFV – Oscilador de Frequência Variável: L1
e mais C1, C2, C3, C5, C6.
É importante se recordar:
● Para que o receptor opere em frequências mais baixas do que a do nosso projeto,
você precisa aumentar os valores de indutância e de capacitância. Às vezes, mexendo
somente no valor da indutância do circuito, por exemplo, já é suficiente para se conseguir a
nova frequência de operação.
● Para que o receptor opere em frequências mais altas, você precisa diminuir os
valores de indutância e capacitância.
b. Amplificador de áudio
Várias opções de amplificadores de áudio podem ser usadas em conjunto com o
Diretodino, várias delas descritas nesse livro. Optamos por usar o amplificador descrito
nos capitulo iniciais desse livro, para termos um bom volume no alto-falante. No caso de
fones, proteja seus ouvidos!
Você pode usar também os outros circuitos descritos para amplificadores de áudio,
inclusive o muito usado com o CI LM386.
c. Pré-amplificador de áudio
No caso de se usar o amplificador de áudio com o CI TBA810, você vai precisar de
um pequeno pré-amplificador para que o nível do sinal de entrada do TBA810 seja
suficiente. Veja o circuito descrito na figura 89.
Figura 89 Circuito do pré-amplificador de áudio.

d. Filtro de áudio
Para melhor recepção de SSB e CW, seria interessante contar com um filtro de
áudio, a ser intercalado na saída do pré-amplificador e na entrada do amplificador de
potência. O circuito da figura 90 foi retirado do “SCD Transceiver”.Não chegamos a
experimentar esse filtro.

Figura 90 Filtro de áudio para o Diretodino.

Com o uso do filtro da figura 90, você não vai precisar usar os componentes T1 e
C10 na PCI do Amplificador de RF/Misturador.
Capitulo 9
PROJETO 5 – RECEPTOR DE CONVERSÃO DIRETA - O
PRIMEIRO DIRETODINO
O Primeiro Diretodino
Por alguns motivos, como os abaixo citados, resolvemos incluir aqui a montagem do
primeiro Diretodino.
a. Até hoje, no ano de 2013, ainda existem muitas pessoas que procuram os
circuitos do Diretodino para montar, devido a sua facilidade de construção, baixo
custo e excelente desempenho.
b. Nem todo montador amador pode e deve partir para a montagem de um receptor
mais elaborado, logo no seu primeiro projeto.
c. As placas de circuito impresso do primeiro Diretodino são muito simples, sendo
desenhadas pelo método de quadrados e retângulos e pode ser construída até
com o método de fita adesiva ou mesmo a mão, com caneta de tinta permanente.
d. É um projeto testado dezenas de vezes e realmente funciona, sendo de fácil
ajuste e calibração.
e. Nem todos tem acesso às publicações iniciais do primeiro Diretodino e as erratas
que saíram nos números posteriores da revista abaixo mencionada.
A seguir reproduzimos, com comentários atuais, o projeto do primeiro Diretodino
publicado na “Revista ELETRÔNICA POPULAR”, maio de 1983 – Rio de Janeiro.
O projeto do primeiro Diretodino
Veja os scan das paginas originais do artigo original. Copyright©Antenna Edições
Técnicas Ltda.
23/12/2013 – pem – Ver 0
Capitulo 10
PROJETO 6 – O RECEPTOR “MARITACA”
Introdução
Continuando nossos projetos de receptores de rádio, vamos montar um outro
receptor de CW, AM e SSB. Nesse circuito é usado um oscilador do tipo VXO, com cristal,
mas que permite uma boa variação de frequência.
Esse receptor é o mesmo descrito no projeto “Maritaca” de nosso amigo Miguel
Ângelo Bartié, conforme publicado em seu SITE. Confira no site uma boa descrição dos
circuitos do receptor e uma excelente explanação sobre o funcionamento do mesmo. Note
que o “Projeto Maritaca” é na realidade o projeto de um “transceptor”. Nós estamos
usando a parte do receptor e nada impede que posteriormente você monte a parte de
transmissão.
Devido ao excelente desempenho desse circuito, resolvemos incluí-lo nesse livro.
Todo crédito de desenvolvimento do projeto e valiosas dicas de montagem são do autor:
Miguel A. Bartié.
O circuito do “Maritaca”
DICA: É recomendada uma visita ao site acima mencionado, para
ótimos detalhes teóricos e construtivos sobre o “Maritaca”.
O Maritaca é um receptor de conversão direta, para a faixa de 40 metros (7MHz), O
sistema de conversão direta já foi descrito nos capítulos sobre Receptores de Rádio e
também num dos projetos passados.
Para efeito de facilidade de montagem e testes, a construção do receptor foi dividida
em quatro blocos: Amplificador de RF, Misturador e Amplificador de Áudio, Oscilador de
Frequência Variável A Cristal (VXO), e Fonte de Alimentação.
As bobinas são enroladas em núcleos comuns de ferrite ou pó de ferro, sendo que os
transformadores de acoplamento de RF são enrolados sobre um choque de RF como
descrito adiante.
Como funciona o receptor
O sinal de RF proveniente da antena e injetado no primário da
bobina L1. O secundário, L2, sintoniza os sinais de RF que deverão
ser injetados no “gate – G” do transistor TR1, que é um FET tipo
BF245. Esse transistor opera como Amplificador de RF.
A saída do sinal é retirada do “dreno – D” do mesmo Tr1 e
aplicada na base do transistor Tr2, que é um 2N3904, NPN.
No emissor de Tr2 o sinal é retirado via C8, capacitor de 1nF.
A PCI desse desenvolvida para esse circuito é montada até esse
ponto.
Na bobina L3, já em outra PCI, é aplicado o sinal do
amplificador de RF, na entrada do CI1, que é um SA612.
O CI1 atua como misturador das duas frequências presentes:
do sinal de antena e do sinal proveniente do VXO.
O VXO é um circuito, que apesar de ser controlado a cristal,
tem uma variação de aproximadamente 150kHz, indo de 7,00MHz a
7,150MHz.
Da mistura desses dois sinais, temos o sinal de áudio, injetado
no amplificador de áudio, constituído pelo CI2, que é um LM386.
O estágio do amplificador de RF é alimentado por 7,5V,
regulados pelo diodo zener. O VXO é alimentado pelo regulador de
tensão de 8V. O restante dos circuitos é alimentado por 12Vcc,
provenientes de uma fonte de alimentação regulada.

Veja a figura 91 para recordar o funcionamento básico do receptor de conversão


direta.

Figura 91 Funcionamento simplificado do receptor de conversão direta.

A figura 2 mostra o circuito completo do Oscilador de Frequência Variável A Cristal


(VXO).
Figura 92 Circuito do VXO - Oscilador de Frequência Variável a Cristal.

RELAÇÃO DE MATERIAIS - VXO


3. Resistores (todos 1/8 W ou
1. Semicondutores 1/4W, carbono)
Tr1 = BF240 R1 = 33kΩ
Tr2 = 2N3905, BC548 R2 = 1kΩ
CI1 = LM7808 regulador R3, R4 = 10kΩ
integrado de 8V R5 = 180Ω

2. Capacitores (disco cerâmico,


50V)
C1, C3, C8, C10, C11, C12, C13 4. Indutores
= 100nF L1 = Ver texto para enrolamento
C2, C4 = 470μF, 16V, eletrolítico XRF1 = indutor miniatura de 47μH
C5 = 140pF, variável miniatura, T1 = transformador de RF, trifilar.
ver texto Ver texto.
C6, C7 = 240pF, NP0 ou stiroflex
C9 = 6,8pF, NP0 ou stiroflex
5. Diversos
XTAL 1 a 3 = cristal de quartzo de 7,151MHz
J1 = conector BNC ou RCA, fêmea, se o VXO for montado numa
caixa separada
Solda, PCI, knobs, fios, terminais para PCI, etc.
O circuito do estágio do Amplificador de RF é mostrado na figura 93. Note que na
mesma figura é mostrado o diagrama esquemático do Misturador e do Amplificador de
Áudio.
Figura 93 Circuito do Amplificador de RF, Misturador e Amplificador de Áudio.

RELAÇÃO DE MATERIAIS – Amplificador de RF


1. Semicondutores 3. Resistores (todos 1/8W ou
Tr1 = BF245, MPF102 1/4W, carbono)
Tr2 = 2N3904 ou BC548 R2 = 100kΩ
CI1 = SA612 R3, R4, R5 = 4,7kΩ
CI2 = LM386N (Obs. 1 - R1 está na outra PCI)
D1 = Diodo zener de 7,5V, Obs. 2- Capacitores e
400mW. resistores na ordem
D2 = Led vermelho, miniatura seqüencial, estão na outra PCI.
(3mm) (Ver o diagrama acima)
4. Diversos
2. Capacitores (disco cerâmico, L1 = Ver texto para enrolamento
sobre L2
50V)
L2 = indutor de 4,7μH, com L1
C1, C2 = 82pF
por cima. Ver texto.
C3 = 45pF, trimmer miniatura
J1 = conector fêmea para antena
C4, C8 = 1nF
(BNC ou RCA)
C7, C9 = 100nF
Solda, PCI, knobs, fios, terminais
para PCI, etc.
As PCI para o receptor
Foram desenvolvidas três PCI especiais para o receptor Maritaca, como mostrado na
figura 94 em diante, a seguir. Nas figuras 94 a 96 são mostradas as PCI do Oscilador de
frequência Variável A Cristal (VXO), nas figuras 96 a 98, é mostrada a PCI do
Amplificador de RF e nas figuras 97 a 98, é mostrada a PCI do Misturador e Amplificador
de Áudio.
Essas PCI são mostradas na sequência de vista pelo lado do cobre, pelo lado dos
componentes e uma visão “Raios X”.

Figura 94 PCI do VXO. Lado do cobre.


Figura 95 PCI do VXO. Lado dos componentes.

Figura 96 PCI do VXO. Vista pelos dois lados. Raios X.

Nas figuras 97 a 99 é mostrada a PCI Amplificador de RF, na sequência de vista


pelo lado do cobre, pelo lado dos componentes e uma visão “Raios X”.
Figura 97 PCI do Amplificador de RF vista pelo lado do cobre.

Figura 98 PCI do Amplificador de RF vista pelo lado dos componentes.

Figura 99 PCI do Amplificador de RF vista pelo lado do cobre e dos componentes. Raios X.
Figura 100 PCI do Misturador e Amplificador de áudio vista pelo lado do cobre.

Figura 101 PCI do Misturador e Amplificador de áudio vista pelo lado dos componentes.

Figura 102 PCI do Misturador e Amplificador de áudio vista pelos dois lados.

A montagem da PCI do VXO


Vamos iniciar a montagem pela PCI do VXO pois depois dela pronta, poderemos
testá-la antes mesmo de terminar o receptor completo.
A. Foram usados terminais tipo “espadinha” para as conexões das entradas, saídas e
componentes externos.
B. Enrole a bobina do VXO, L1, com cuidado, seguindo a tabela abaixo e as
informações dadas na figura 103 e texto:
BOBINAS DO VX0 - L1
150 espiras de fio esmaltado #34. (0,16mm) Indutância =
L1
±26μH
Obs.: Decape a ponta dos fios esmaltados, com muito cuidado.

Figura 103 Suporte para montagem da bobina do VXO.

Observe os seguintes detalhes em relação à figura 103:


VXO – OSCILADOR DE FREQUENCIA VARIAVEL A CRISTAL
► Os dois suportes da forma da bobina, são construídos com pequenos pedaços de
placa de circuito impresso.
► O furo para montagem da bobina, deve ser iniciado com broca pequena e depois
aumentado até chegar na broca ¼” (6,35mm). Em seguida, usando uma lima redonda vá
alargando o furo, com muito cuidado, até que a forma da bobina entre nessa furo.
►Em cada suporte é feito um corte com a lâmina do arco de serra. Veja no desenho.
►Em cada parte menor desse corte, é soldado um pedaço de fio rígido. Esses fios
rígidos é que prenderão todo conjunto de bobina+suportes a PCI do VXO.
► Depois de confeccionado os suportes, enrole a bobina, de maneira que ela cubra ±
24mm de enrolamento na forma (cerca de 150 espiras) Esse enrolamento é cerrado (uma
espira ao lado da outra, sem espaçamento). Passe cola para segurar o enrolamento no
lugar.
► Foram feitos dois pequenos furos (1mm) nos extremos da forma da bobina,
espaçados em 24mm, para prender temporariamente o fio do enrolamento. Esses
extremos do enrolamento não podem ficar permanentemente nos furos, pois dentro da
bobina será colocado um ou dois núcleos de pó de fero, como descrito mais adiante.
►Após medir a indutância de L1 no LC meter, a bobina deve ser montada nos
suportes. Não cole nada ainda.
► Solde os fios dos suportes no local apropriado da PCI. Depois de tudo conferido,
passe um pouco de cola tudo na forma, onde ele se apoiou nos suportes.
► Passe os terminais da bobina pelos pequenos furos que existem na parte superior
do suporte e solde.
► Veja mais detalhes na figura 104.

Figura 104 Detalhes da construção de L1.

► Transformador trifilar T1
Esse transformador consta de 3 enrolamentos, com os fios juntos e feitos ao mesmo
tempo. Para o enrolamento você deve usar fio fino, esmaltado, bitola #34 (0,16mm).
Veja mais dicas sobre esse tipo de enrolamento no site do Miguel. SITE.
Esse tipo de enrolamento dá um pouco de “mão de obra”, mas precisa ser feito. Siga
os passos:
Você vai precisar dos seguintes materiais para T1:
● 1 núcleo de pó de ferro, do tipo toroidal, com aproximadamente
8mm de diâmetro externo e 6mm de altura. Código N3F4806. Ver
Transformadores LIDER. Se o toróide tiver rebarbas nos furos,
passe uma broca para retirar.
● 1,5 metro de fio esmaltado #34.
Como enrolar o transformador T1:
a. Corte 3 pedaços de fio esmaltado, de 50cm cada.
b. Torça os três fios juntos, de maneira a obter cerca de uma torção a cada 2
milímetros. (aprox.)
c. Passe os fios torcidos pelo furo do núcleo.
Importante: cada vez que você passa o fio pelo furo do núcleo conta-se “uma
espira”.
d. Enrole o transformador T1 com 10 espiras (dez passagens dos fios em cada furo).
e. Deixe cerca de 15 a 20 mm nas pontas, para solda na PCI.
f. Desenrole os fios e retire o verniz das pontas, para estanhar. Faça isso com muito
cuidado, pois os fios são frágeis.
g. Com o Ohmímetro, identifique o início e fim de cada enrolamento. O início de cada
enrolamento é marcado no diagrama esquemático do circuito da figura 48.2 (VXO) com
um pequeno círculo preto.
h. Monte o transformador na PCI, de acordo com o desenho da mesma. Veja a
figura 105, para ver como ficou o transformador T1 depois de enrolado, com fio
esmaltado.
i. Se possível, use pequenos pedaços de capa de fio colorido, para indicar os
enrolamentos.
j. Depois do enrolamento pronto, insira um pequeno pedaço de capa plástica de fio
no centro do núcleo, para segurar as espiras no ligar.
Veja mais sobre bobinas toroidais no capitulo anterior.
Figura 105 Detalhes do transformador trifilar.

Figura 106 Mais detalhes da montagem de T1.

C. Note que o capacitor variável C5 é montado fora da PCI, no painel da caixa do


receptor.
Figura 107 PCI do VXO completamente montada.

D. Monte os demais componentes da placa, deixando os semicondutores para o final.


Cuidado com as polaridades dos componentes como transistores, diodos, capacitores
eletrolíticos, etc.
E. A PCI do VXO já montada, pode ser vista na figura 107.
F.Tr1 e Tr2 podem ser um transistor FET tipo BF245 (mais fácil de ser encontrado,
da Philips®) ou um transistor MPF102, da Motorola®. Cuidado com a disposição dos
terminais que são diferentes para os dois tipos. Veja ilustração na figura 92.
G. A saída do OFV para o estágio do Misturador, e feita em terminais tipo “espada”
que foram colocados na PCI para isso.
H. Se possível, evite ao máximo as substituições e improvisações dos componentes
usados no receptor Maritaca.
I. Sugestão para a sequência de montagem dos componentes, visto a furação e o
tamanho dos mesmos:
● Fazer a furação correta na PCI, envolvendo os 4 furos de montagem da PCI na
caixa, furos da bobina L1, trimmers e espadinhas,
● Montar e soldar espadinhas,
● Montar e soldar resistores,
● Montar e soldar capacitores. Cuidado com os trimmers,
● Montar e soldar o choque de RF, XRF1,
● Montar e soldar L1.
● Montar e soldar os transistores.
Calibração do VXO do MARITACA
Depois da PCI do VXO montada e conferida, vamos testá-la já que isso é possível.
a. Solde o capacitor variável C5, de 140pf (aprox.) nos terminais tipo “espada”
correspondentes. Veja figura 107.
b. Vamos precisar colocar um núcleo na bobina. Para efeito de compra, esse núcleo
tem o código: N3F4609 Ver referência 5. Para isso, use um núcleo com roscas (diam.
externo = 6mm e comprimento 9mm), que entre na bobina. Como esse núcleo fica solto, já
que a forma da bobina não tem a rosca, temos que improvisar uma: simplesmente coloque
um pedaço de elástico dentro da forma que ele vai travar o núcleo. Esse elástico pode ser
o usado por costureira ou em enfeites de festas de aniversário. Na figura 197 dá para ver
esse elástico, em cima do enrolamento de L1.
c. Supondo que você montou o frequencímetro descrito no Capítulo 37, conecte-o a
uma das saídas marcadas “Saída do VXO”
d. Alimente o circuito, com 12 a 14Vcc, conectando o terra e o + da fonte nos
terminais correspondentes. Veja figura 110. Cuidado para não inverter.
e. Se tudo estiver OK, o seu frequencímtro deverá ler uma frequência de cerca de
7MHz.
f. Ajuste a posição do núcleo para que o VXO cubra de aproximadamente 7,000MHz
a 7,150MHz (aprox..).
Montagem da PCI do amplificador de RF
A montagem da PCI desse estágio não tem maiores problemas. Apenas devem ser
observadas as seguintes dicas (repetidas) em relação aos componentes:
a. Foram usados terminais tipo “espadinha” para as conexões das entradas, saídas e
componentes externos.
b. Cuidado com a polaridade do transistores e dos capacitores eletrolíticos.
c. Se possível, evite ao máximo as substituições e improvisações dos componentes
usados no receptor Maritaca.
d. Sugestão para a sequência de montagem dos componentes, tendo em vista a
furação e o tamanho dos mesmos:
● Fazer a furação correta na PCI, envolvendo os 4 furos de montagem da PCI na
caixa, furos do trimmers, espadinhas, etc.
● Montar e soldar espadinhas,
● Montar e soldar resistores,
● Montar e soldar capacitores.
● Montar e soldar os transistores.

Figura 108 PCI di amplificador de RF montada.

► L1 e L2 foram a bobina de antena do receptor. Note que L1(primário) é constituído


de 4 espiras de fio # 25 (0,45mm), enroladas sobre L2. L2 (secundário), por sua vez, é um
choque (indutor) comercial da “Sontag®”, de 4,7μH. Veja detalhes dessa bobina na figura
109.
Figura 109 Montagem de L1 sobre L2.

► Note que o enrolamento das 4 espiras de L1, ficam deslocado do centro do corpo
do indutor comercial. Deve ficar mais próximo dos terminais de L1 e L2, que vão a terra.
Montagem da PCI do misturador e amplificador de áudio
Veja as dicas dadas no item 48.6, para a montagem desse estágio. Note que agora
você vai trabalhar com CI – Circuitos Integrados e precisa de mais algumas dicas:
a. A bobina L3 e L4, é idêntica a bobina L1/L2, já enrolada para o estágio do
Amplificador de RF. Reveja lá as dicas e como fazer e também o item 48.4 sobre a
montagem do VXO.
b. Use soquetes de boa qualidade para os dois CI.
A figura 108 mostra a PCI do Misturador e Amplificador de Áudio, já montada.
c. Antes de instalar os CI nos seus soquetes, meça as tensão nos pinos apropriados
para verificar se estão corretas. Alimente a placa com 12,5V e meça:
► CI1 , pino 8 >> 7,5Vcc
► CI2 , pino 6 >> 12,5V
Interligação das placas do receptor
Com as três PCI prontas, o receptor já pode ser testado. Mesmo sem a PCI do
Amplificador de RF, o receptor já deverá ser capaz de receber algumas estações na faixa
de 40m.
Veja a interligação das placas na foto da figura 110. Um desenho orientativo é
mostrado na figura 111.

Figura 110 Interligação das PCI do Maritaca, para testes.

Figura 111 Interligação das placas do receptor.

A caixa para o Maritaca


Fica a seu critério o desenvolvimento de uma caixa especial para o Maritaca. Como
sugestão, veja a disposição das PCI dadas na figura 112.
Note que a disposição das placas foi estudada de maneira a colocar o capacitor de
sintonia, C5, no painel frontal e a entrada de antena no painel traseiro.
No painel central você vai ter:
► Capacitor de sintonia C5, preferencialmente montado com um redutor mecânico
(vernier). As conexões entre o capacitor C5 e a PCI do VXO devem ser as mais curtas
possíveis. Para isso faça a montagem da PCI logo abaixo do capacitor C5.
► Alto-falante.
► Chave liga e desliga
No painel traseiro vamos ter:
► Entrada de antena
► Bornes para 12Vcc se você for alimentar o receptor com uma fonte externa ou o
cabo de rede se o receptor tiver uma fonte interna.
No fundo da caixa você vai colocar:
► As três PCI, usando o layout da figura 112.
►Os componentes da fonte de alimentação externa, se for o caso. Note que já foi
deixado um espaço para isso, logo atrás da PCI do VXO.
► É interessante colocar uma blindagem entre as placas do receptor e da fonte de
alimentação. Isso pode ser feito com uma chapa de alumínio fina, parafusada no fundo da
caixa. Veja na figura 113 uma sugestão para a caixa do receptor.

Figura 112 Sugestão para montar as PCI na caixa.

Recomendações a serem observadas na construção da caixa:


► Painel Frontal
● Redutor tipo “vernier” para o capacitor variável.
► Painel Traseiro
● Diversos conectores de saída, como antena, saída do OFV para o TX (se for o
caso), etc.
► Espaço interno
● Fonte de alimentação interna, se for o caso
● Conexões entre as PCI deve ser com cabo coaxial fino, 50Ω.
► Geral
● Deve ser usado alumínio de 2mm que depois de furado pode ser pintado.
● Letras adesivas indicam as funções dos diversos controles, nos painéis frontal e
traseiro.
● O alto-falante pode ser instalado no painel frontal.
Veja na figura 113 a caixa do Maritaca ainda sem os furos. Ela foi construída em
duas partes como outras caixas descritas nesse livro. Dimensões: altura = 60mm,
profundidade = 180mm e largura = 130mm. Chapa de alumínio de 2mm.

Figura 113 PCI colocadas dentro da caixa de alumínio. Preste atenção no layout.

Calibração final do Maritaca


Monte tudo na caixa. Estamos assumindo que você já testou todos os estágios e
tenha montado uma fonte de alimentação regulada de 12Vcc, interna ou externa.
a. Confira a cobertura do VXO, que deve ser de cerca de 7,000MHz a 7,140MHz.
Com a inclusão da PCI numa caixa metálica, a calibração anterior vai sair um pouco fora.
Use um frequencímetro conectado a saída do VXO.
b. Ajuste os trimmers C3 (PCI do Amplificador de RF) e C10 (PCI do Misturador e
Amplificador de Áudio), para máximo ruído de fundo. Procure sintonizar uma estação no
meio da faixa, por volta de 7,075MHz e retoque os dois trimmers para máximo sinal.
Pronto! Seu receptor está sintonizado.
Para o caso de algum problema acontecer no funcionamento do receptor, damos nas
figuras 69 e 70, as tensões, em Volts CC. Note que esses valores foram medidos com um
multímetro digital, alimentando os circuitos com uma fonte regulada de 12,5Vcc.
Usando o Maritaca
Importante: Uma boa antena é fundamental para bons
resultados!
De início você vai ter alguma dificuldade em sintonizar as estações de radioamador
(ou outras, conforme a frequência de operação). Com a prática você vai ficar “cobra” na
sintonia.
Você poderá sintonizar estações de AM, SSB e CW usando o Maritaca e é muito
importante não saturar a entrada do receptor com sinais fortes que estejam próximos de
você.
Para recepção no alto-falante, use um alto-falante de pequeno diâmetro no seu
amplificador de áudio. Fones de ouvido dão excelente recepção, com volume mais do que
suficiente. Cuidado com seus ouvidos!
O circuito do Maritaca é simples para os padrões de receptores para radioamador
mas você se surpreenderá com os resultados alcançados.
Modificações
a. Para outras faixas
O receptor Maritaca poderá operar em outras frequências de radioamadores ou não.
Para isso você deverá rever a teoria de funcionamento do receptor de conversar direta,
para recordar o seu funcionamento. Também é preciso uma certa prática e em caso de
operação do receptor em outras frequências, peça ajuda de um “veterano”.
Depois, é substituir os componentes que “comandam” as frequências do receptor,
que basicamente são:
É importante se recordar:
● Para que o receptor opere em frequências mais baixas do que a do nosso projeto,
você precisa aumentar os valores de indutância e de capacitância. Às vezes, mexendo
somente no valor da indutância do circuito, por exemplo, já é suficiente para se conseguir a
nova frequência de operação.
● Para que o receptor opere em frequências mais altas, você precisa diminuir os
valores de indutância e capacitância.
b. Amplificador de áudio
Várias opções de amplificadores de áudio podem ser usadas em conjunto com o
Maritaca várias delas descritas nesse livro. Optamos por usar o amplificador usando o
integrado LM386. No caso de fones, proteja seus ouvidos!
Você pode usar também os outros circuitos descritos para amplificadores de áudio.
c. Controle de volume
Você deve ter notado que o circuito do Maritaca não apresenta um controle de
volume. Isso pode ser implementado, com ideias colocadas nos sites das “Referências” e
“Para saber mais...”.
Basicamente, você deve colocar um potenciômetro em série com o alto-falante, como
mostrado em (a) da figura 48.26. O valor desse potenciômetro deve estar entre 47 e
220Ω.
d. Modificações no CAG
O CAG – Controle Automático de Ganho, poderá interferir na recepção de alguns
sinais. Devido assim, pode-se fazer duas modificações nesse circuito, visando melhorar a
atuação do mesmo:
● Chave liga/desliga (Ch1) para retirar o CAG do circuito e
● Potenciômetro Rcag que vai regular em que nível o CAG começa a atuar.
Veja como deve ser introduzida essa modificação no desenho (b) da figura 114.
Montagem “facilitada”
Veja o site do MIGUEL, onde você encontrará as placas prontas para o Maritaca,
incluindo a parte do transmissor do mesmo. Existe uma placa para o VXO e outra para o
restante do circuito. Vale a pena conferir.

Figura 114 Introdução de um controle de volume (a) e CAG ajustável (b), com liga/desliga.
Adendo à construção do receptor Maritaca.
Depois de pronto este capitulo sobre a construção do Maritaca, surgiram algumas
correções e modificações que poderão ser feitas para esclarecimento da montagem e
melhor desempenho.
1. Incluir a Relação de Materiais da figura 93, para o circuito da PCI do Misturador e
Amplificador de Áudio.
RELAÇÃO DE MATERIAIS – Misturador e amplificador de áudio
1. Semicondutores
CI1 = CI SA612 3. Resistores (todos 1/8 ou 1/4W, carbono)
CI2 = CI LM386 R1 = 470Ω, 1/4W
D1 = Diodo zener, 7,5V, 0,5W R6 = 10Ω, 1/4W
D2 = Led miniatura, vermelho, 3mm
2. Capacitores (disco cerâmico, 50V)
C9 = 82 pF 4. Diversos
C10 = 45pF, trimmer miniatura
L3 = Ver texto sobre enrolamento de L3 sobre
C11 = 68pF
L4
C5, C12, C13, C16, C18 = 100nF
L4 = 4,7μH, Sontag, corpo azul (ver texto)
C14, C20 = 47nF
Aft1 = alto-falante de 8Ω, 0,5W
C15 = 10 μF, eletrolítico
Solda, PCI, fios, terminais para PCI, etc.
C17, C19, C21 = 470μF, eletrolítico
C6 = 100μF, eletrolítico
2. Nas figuras 101 e 102, inverter a posição do capacitor eletrolítico C19: o positivo
vai a terra e o negativo vai ao pino 2 do CI2 (SA612).
Para isso, basta dessoldar o capacitor e inverter os seus terminais.
3. A figura 99 deve ter o texto trocado. De Figura 48.9 PCI do OFV vista “Raios-X”
para:
Figura 99 PCI do Amplificador de RF vista “Raios-X”.
4. A figura 100, que mostra a PCI do Misturador e Amplificador de Áudio, teve uma
correção nas suas trilhas, para permitir acertos nas ligações, bem como permitir a inclusão
de um circuito mais aprimorado do CAG.
Veja o layout antigo:
Figura 115 PCI do Misturador e Amplificador de áudio vista pelo lado do cobre.
Veja o novo layout:

Detalhando essa modificação, se você já tiver construído a PCI. Se você ainda vai fazer o seu layout da PCI, então
inclua essas modificações:

a. Solde um jump de fio no lugar do antigo LED D2.

b. Interrompa a pista no lugar indicado na figura a cima para montagem do LED D2. Se você já construiu a PCI,
basta interromper a pista (com um estilete de corte, cuidado...) e próximo às extremidades da interrupção, fazer dois
pequenos furos para o LED D2.

Adendos
1. Inclusão de um controle de atenuação sinal de entrada, que serve como volume para o sinal recebido.
Veja o potenciômetro de 1kΩ na entrada de antena, na figura seguinte.

2. Inclusão de um circuito com controle de atuação, no circuito AGC – Automatic Gain Control, para melhorar o
desempenho do mesmo. Veja o potenciômetro de 1KΩ, com chave, na figura seguinte.

3. Inclusão de um conector para fones, junto com a saída do alto-falante de 8Ω.Veja na figura seguinte.
4. Montagem de uma pequena fonte interna para o Maritaca, com regulador para 12Vcc e um LED no painel da
caixa para indicar “On”.

5. Fotos da montagem recente do maritaca. Note que usamos a mesma caixa que aparece “quase começada” na
figura 113 do livro.

Ai, você me pergunta: “E por que não esperou Até fazer a caixa para já colocar no livro??”

E eu, modestamente, respondo:

“Por dois motivos, meus amigos”:


“1. Se eu não soltar o livro já, você não vai ter nada para começar a montar... e
2. Se eu não terminar esse livro já, nunca mais...”
“Vamos curtir o bom, enquanto terminamos o ótimo!”
Chega de conversa e veja as fotos no novo Maritaca hi-tech!

Note que uma foto é grande para que você possa ver como ficou a parte interna da montagem e as outras fotos são
menores, para dar ideia a você de como pode ser feita a construção do Maritaca.

Se você for um novato, começando agora suas montagens eletrônicas, recomendo que você faça a caixa um
pouco menor... Talvez você possa usar uma escala de 1 para 1:2 para as dimensões da caixa. Essa caixa por mim usada
tem altura de 60mm, profundidade de 180mm e largura de 130mm, feia com chapa de alumínio de 2mm.

Figura 116 Interligação das PCIs do Maritaca.

Fotos do receptor Maritaca montado na caixa e funcionando


Foto completa do Maritaca, vista interna da caixa.
Figura 117 Vista do painel frontal do Maritaca.

Vista do painel traseiro.


Maritaca com a caixa aberta.

Figura 118 Maritaca com caixa fechada.


OBSERVAÇÕES E CONDIÇÕES DE FORNECIMENTO DESSE LIVRO
1. Os projetos aqui descritos têm como fonte de referência livros, revistas, sites na
Internet, manuais de fabricantes, normas técnicas e experiência profissional do autor,
conforme listados nos links e “Referências” de cada capitulo. Essas pessoas, entidades,
órgãos, empresas, etc. são os proprietários desses projetos, marcas, símbolos,
aplicações, etc. Esses projetos são apresentados de forma a enriquecer o hobby de
montagem de pequenos aparelhos eletrônicos, sem incentivar a comercialização dos
mesmos.
2. Todo cuidado foi tomado para que as informações aqui fornecidas fossem as mais
corretas possíveis. Porem, não nos responsabilizamos e nem garantirmos que os projetos
montados por você, vão funcionar da maneira descrita nesse livro. Em resumo, eles são
montados por sua própria conta e risco. Para nós, todos eles foram montados e
funcionaram. Sempre sugerimos que você consulte as fontes de referência, como apoio.
3. Todos os projetos foram montados, testados e descritos nesse livro com o intuito
de ajudar as pessoas que querem entrar na “arte da montagem eletrônica”. Não temos
nenhum vinculo com fabricante ou revendedor de componentes eletrônicos. Quando
mencionada determinada marca ou modelo, isso é feito como exemplo de uso do
componente ou material para uma determinada aplicação. Todos componentes eletrônicos,
peças, materiais, ferramentas, etc., estavam disponíveis na época de publicação desse
livro (2009).
4. Quaisquer “Marca Registrada” ® ou Nome de Fantasia mencionados em todo texto
pertencem aos seus respectivos proprietários. Procurei também mencionar todos os
“Copyright” © possíveis e se algum não foi mencionado, foi por falta de informações
disponíveis na época. Estou à disposição para a devida alteração, caso ocorra esse fato.
5. Não tenho como dar “consultas particulares” sobre as informações fornecidas.
Entretanto, perguntas serão respondidas via e-mail, no endereço de e-mail no inicio do
livro. O tempo de resposta será o menor possível, dentro das atividades do autor.
6. Faltou alguma coisa nesse livro? Ótimo, sinal que você leu com atenção: envie um
e-mail para mim, com as sugestões. Você encontrou alguma coisa errada? Por favor,
informe via e-mail. Gostou do livro? Recomende a outros...
7. E por fim...
Com certeza algum material desse livro vai ser copiado, transcrito, colocado na
Internet e imitado. Procure respeitar os Direitos Autorais. Em caso de transcrição para
outros textos ou Internet, peça autorização e sempre mencione a fonte e o autor.
Se você cobiça o exemplar desse livro que você viu na bancada de montagem de um
amigo, não copie afinal eu gastei cerca de quatro anos para fazê-lo e muitas horas foram
roubadas do convívio familiar para produzir os textos, desenhos, fotos, etc. que você vê
aqui.
Um grande abraço e mãos a obra! Aqueça o ferro de soldar!!
Vol 6 – 26/12/13 – pem – Ver 0
MONTAGENS ELETRÔNICAS PARA QUEM NÃO É TÉCNICO
Volume 7 – Transmissores de rádio e antenas - Projetos
Paulo Edson Mazzei
Edição revista e ampliada
Direitos autorais do texto original Copyright © 2009-2013 Paulo Edson
Mazzei
Todos os direitos reservados.
As marcas e nomes comerciais citadas nesse livro são de propriedade dos seus respectivos
donos e por eles registradas®. Fotos onde não existe o copyright do autor são de propriedade das
entidades mostrada na própria legenda.
Para algumas fotos não foi possível identificar o autor, mas ele tem todos direitos sobre essas
fotos. Se isso ocorrer, por favor, entre em contato conosco.
Nenhuma parte deste livro poderá ser utilizada, copiada ou reproduzida em qualquer forma ou
meio, sem a expressa autorização do autor, sob as penas da lei.
Contato: radioeletronico@gmail.com
Dedicatória
Com carinho, para minha família, Rita, Xexa, Paulinho e Rô da qual “roubei” horas para fazer
esse livro.
As minhas ajudantes “caninas”, que permaneciam ao meu lado durante as longas horas de
montagem dos aparelhos mostrados e descritos neste livro: Perola e Paloma (in memoriam).
Aos amigos que nos apoiaram nesse trabalho, que teve algumas “paradas” por desanimo.
Ao amigo Gilberto Affonso Penna (in memoriam), antigo Editor das revistas “Antenna” e
“Eletrônica Popular”, que sempre me incentivou a publicar artigos técnicos e que recebeu meus
primeiros originais para publicação.
Apresentação

Umas palavras...

Escrevi esse livro para encorajá-lo (a) a se aventurar na montagem de pequenos aparelhos
eletrônicos, geralmente divulgados em revistas, internet e livros técnicos da área. Nos muitos anos de
prática na área profissional e de ensino de eletrônica, sempre me deparei com jovens e veteranos
fascinados por eletrônica, mas sem coragem para ir em frente e realmente realizar alguma montagem.
As revistas técnicas de eletrônica, livros da área e milhares de sites na Internet, despejam um
grande volume de informações sobre as mais variadas áreas da eletrônica, indo de pequenas fontes
de alimentação até equipamentos sofisticados como um analisador de espectro feito em casa!
Entretanto, apenas uma pequena parte dessas informações passa para o montador (a) iniciante
do que realmente deve ser feito, iniciando-se com uma pequena descrição do circuito e indo até
detalhes finais como a calibração e uso (algumas vezes). No meio dessa “via crucis”, as informações
são mínimas, mas necessárias para o (a) iniciante. Como, por exemplo, desenhar o Iayout de uma
placa de circuito impresso, que é a dificuldade de inúmeras montagens. Outros temas como leitura de
diagrama esquemático, Iayout e desenho de caixas para abrigar os pequenos projetos, uso de
equipamentos de teste, localização de falhas, quase nunca aparecem. Não foi esquecida a localização
(disponibilidade) e substituição de componentes eletrônicos.
Note bem que eu não “inventei” nada. O que faço nesse livro é dar as dicas de como tomar
“montávei” um projeto de montagem. Usei projetos meus feitos ao longo do tempo, alguns projetos de
amigos e outros de livros, revistas e Internet, dando os créditos ao autor do projeto original. Usei um
mínimo de teoria: só o necessário para explicar detalhes muito úteis de um componente ou circuito e
na hora de possíveis substituições. Centenas de bons livros no mercado e na Internet, poderão ajudá-
lo a se aprofundar na parte teórica da eletrônica.
A linguagem usada em todo texto procurou ser adequada ao principiante, fazendo com que você
se sinta mais á vontade para encarar a montagem de um aparelho eletrônico. Que me perdoem os
“amadores profissionais”...
Também não tive verba para contratar um revisor para o texto, mas creio que os leitores estão
mais interessados na técnica do que no purismo do vernáculo. Se isso o incomoda, mande um e-mail
para mim com suas sugestões.
O Volume 7 continua com a mesma filosofia do volume 6, com uma porção de projetos de
construção de pequenos transmissores de rádio e antenas! Isso tudo, é logico, com um mínimo de
teoria sem bla bla bla! Veja o “Click to LOOK INSIDE!”, logo acima da foto da capa do livro, que
está no site da Amazon.com.®.
Entretanto, chega de palavras e mãos a obra! Nunca deixe o soldador esfriar...!!
Por que um E-book?
O trabalho original de MONTAGENS ELETRÔNICAS PARA QUEM NÃO É TÉCNICO
virou um livro com um grande numero de paginas, feito em uma gráfica rápida, praticamente
impossível de converter para E-readers, devido a sua extensão e quantidade de desenhos. Com a
chegada dos E-readers, tabletes, iPad, Kindle, etc., decidimos dividi-lo em volumes, para leitura nos
E-readers, incluindo em cada um desses volumes os capítulos originais pertinentes ao assunto.
Foi feita uma revisão, atualização e ampliação do conteúdo de cada capitulo, bem como
melhor apresentação (cores) das figuras e desenhos apresentados. O importante é que foi mantida a
ideia original que era ensinar aos novatos na arte de montar pequenos aparelhos eletrônicos, como
fazer isso de uma forma que não houvesse uso de teorias, cálculos, componentes eletrônicos difíceis,
etc. E ainda, se divertindo!!
Foi mantida a forma de “passo a passo”, com a apresentação simplificada da teoria, diagramas
esquemáticos, desenho dos layouts das placas de circuito impresso técnicas de montagem, lista de
materiais, substituições etc.
O que nos tem outros volumes? Viste o site da Amazon e veja lá!
NOTAS AOS INICIANTES:
Em todos os volumes de MONTAGENS ELETRÔNICAS, você vai encontrar referencias a
modelos mais antigos de componentes eletrônicos. Não, o livro não está desatualizado. O fato é que
o montador de pequenos circuitos eletrônicos é bastante curioso e devido a isso poderá desmontar
aparelhos eletrônicos mais antigos para retirada das peças e construção de outros aparelhos, como
mostrado ao logo desse livro! Desmonte rádios valvulados e transistorizados, TV, etc., mais antigos,
pois eles são uma “mina” de componentes!
Muitos componentes novos são caros e às vezes encontrados somente em lugares específicos.
OBSERVAÇÕES E CONDIÇÕES DE FORNECIMENTO DESSE LIVRO
Por favor, antes de você ler todo este livro, fazer suas montagens e adquirir suas ferramentas,
leia as “OBSERVAÇÕES E CONDIÇÕES DE FORNECIMENTO DESTE LIVRO”, no final do
mesmo.
Índice
Apresentação
Capitulo 1
PROJETOS – TRANSMISSORES DE RÁDIO
Introdução
Transmissores de rádio: dá para montar?
Os componentes para transmissores
Os componentes para transmissores
Técnicas de montagem para transmissores de rádio
Capitulo 2
PROJETO 1 – TRANSMISSORES DE RÁDIO CW, 50mW
Introdução
O circuito do transmissor
A PCI para o transmissor
Montagem da PCI do transmissor
A caixa para o transmissor
Calibração do transmissor
Usando o transmissor de CW
Modificações
Capitulo 3
PROJETO 2 – TRANSMISSORES DE RÁDIO CW, 1,5W
Introdução
O circuito do transmissor
A PCI para o transmissor
Montagem da PCI do transmissor
A caixa para o transmissor
Calibração do transmissor
Usando o transmissor de CW
Modificações
Referências
Capitulo 4
PROJETO 3 – TRANSMISSORES PARA CW COM 5W DE SAÍDA
Introdução
Descrição do circuito
As PCI para o JORF
Montagem da PCI do transmissor: OFV – oscilador de frequência variável
Montagem da PCI do transmissor: driver e amplificador de RF
A montagem do transistor de potência, Tr3, pode ser vista na foto da figura 41.
Montagem da PCI do transmissor: regulador de tensão
A caixa para o transmissor
Interligando as placas do JORF
Calibração do transmissor
Usando o transmissor de CW
Modificações
Capitulo 5
PROJETOS – ANTENAS
Introdução
Como escolher uma antena
Construção de antenas
Segurança
Referências
Capitulo 6
PROJETO 1 - MEDIDOR DE ROE – Relação de Ondas Estacionárias
Introdução
O circuito do medidor de ROE
A seção captadora
Os componentes eletrônicos
Caixa para o medidor
Qual é o fundo de escala do meu VU?
A montagem
Calibração
Usando o medidor de ROE
Dicas
Referências
Capitulo 7
PROJETO 2 – UM DIPOLO DE MEIA ONDA
Introdução
A antena de meia onda
Calculando o dipolo de meia onda
Construindo o dipolo de meia onda
Outros tipos de dipolos
Construindo seu primeiro dipolo
Ajustando o dipolo
Referência
Capitulo 8
PROJETO 3 – ANTENA MULTIBANDAS G5RV
Introdução
A antena G5RV
Construindo antena G5RV
Montando a antena G
Ajustando a antena G5RV
Modificações
Referências
Capitulo 9
PROJETO 4 – ANTENAS VERTICAIS PARA VHF
Introdução
A antena vertical
Calculando a antena de 1/4λ
CONSTRUINDO A ANTENA DE 1/4λ
Ajustando a antena vertical de 1/4λ
Uma antena de 5/8λ para VHF
Capitulo 10
PROJETO 5 – ANTENA VERTICAL “J” PARA 144MHz
Introdução
Antena vertical “J-pole”
Construindo a antena J-pole
Montando uma capa protetora para a antena J-pole
Ajustando a antena vertical J-pole
Capitulo 11
PROJETO 6 – ANTENAS YAGI
Introdução
Antena Yagi
Construindo a antena Cheap Yagi
Sugestão para sequência de construção da antena:
Dimensões da Cheap Yagi para diversas frequências
Ajustando a antena Cheap Yagi
OBSERVAÇÕES E CONDIÇÕES DE FORNECIMENTO DESSE LIVRO
Capitulo 1
PROJETOS – TRANSMISSORES DE RÁDIO
Introdução
Depois dos receptores de rádio dos capítulos anteriores, vamos montar alguns transmissores de
rádio de fácil construção para o montador amador. Já foi analisada a teoria básica de funcionamento
dos transmissores de rádio.
Transmissores de rádio: dá para montar?
Muitas das dicas que demos para os receptores de rádio (Volume 6) são válidas também para a
montagem dos transmissores de rádio.
A dica de desmontar aparelhos antigos, de rádio ou TV, a válvulas ou transistorizados e
aproveitar vários de seus componentes, como capacitores variáveis trimmers, bobinas, etc. continua
válida.
Transmissores de rádio podem ser construídos em vários graus de dificuldade, iniciando pelo
transmissor de frequência fixa (a cristal) de baixa potência, até os transmissores a OFV (Oscilador
de Frequência Variável) com potências maiores.
De qualquer forma, vale a grande regra geral dada para a construção dos receptores:
experimente, pesquise!
Os componentes como os descritos a seguir costumam ser os mais difíceis:
Os componentes para transmissores
a. Indutores
Se você for montar circuitos de transmissores encontrados em publicações estrangeiras, a
grande maioria usa núcleos toroidais para a construção de bobinas e choques de RF, em geral. Esses
núcleos dificilmente são encontrados no país e as alternativas são construir em forma comum ou
adaptar indutores já existentes.
As grandes vantagens dos indutores com núcleos toroidais são:
● Facilidade de construir os indutores requeridos, pois os fabricantes dão fórmulas simples
para enrolar com a indutância requerida,
● Não precisam de blindagens.
● São pequenos e fáceis de serem montados na PCI,
● Existem núcleos que trabalham desde alguns kilohertz até centenas de megahertz.
Esses núcleos podem ser adquiridos pelo Correio já que os principais fabricantes vendem em
pequenas quantidades. Veja os sites da MICROMETALS®, AMIDON® e FAIR-RITE®.
Indutores podem ser construídos com uma grande variedade de formatos. Os mais simples
usam uma formas isolante, de fenolite, plástico ou cerâmica, sendo as duas primeiras mais comuns.
Essas formas ainda podem ser encontradas no comércio ou podem ser retiradas de receptores
antigos.
Rádios antigos tinham bobinas e transformadores de FI (Frequência Intermediária) geralmente
avantajados como mostra a figura 1. Retirando-se o enrolamento, dá para aproveitar a forma.
Note que essas bobinas e transformadores de RF devem ser usados nas frequências próximas
as originais:
● Transformadores de FI de AM: em torno de 455 kHz,
● Transformadores de FI de FM: em torno de 10,7 MHz,
● Bobinas de antena e osciladoras: de acordo com as frequências originais do receptor de
rádio onde você retirou. OC – Ondas Curtas vão de aproximadamente 3 a 15 MHz, nos receptores
comuns. Nos receptores de FM essas bobinas vão trabalhar em cerca de 88 a 108 MHz.
● Receptores de TV já trabalham em frequências mais altas e tem algumas bobinas que podem
ser usadas.
Os componentes para transmissores
a. Indutores
Se você for montar circuitos de transmissores encontrados em publicações estrangeiras, a
grande maioria usa núcleos toroidais para a construção de bobinas e choques de RF, em geral. Esses
núcleos dificilmente são encontrados no país e as alternativas são construir em forma comum ou
adaptar indutores já existentes.
A grande vantagem dos indutores com núcleos toroidais são:
● Facilidade de construir os indutores requeridos, pois os fabricantes dão fórmulas simples
para enrolar com a indutância requerida,
● Não precisam de blindagens.
● São pequenos e fáceis de serem montados na PCI,
● Existem núcleos que trabalham desde alguns kilohertz até centenas de megahertz.
Esses núcleos podem ser adquiridos pelo Correio já que os principais fabricantes vendem em
pequenas quantidades. Veja referência 1.
Indutores podem ser construídos com uma grande variedade de formatos. Os mais simples
usam uma formas isolante, de fenolite, plástico ou cerâmica, sendo as duas primeiras mais comuns.
Essas formas ainda podem ser encontradas no comércio ou podem ser retiradas de receptores
antigos.
Rádios antigos tinham bobinas e transformadores de FI (Frequência Intermediária) geralmente
avantajados como mostra a figura 1. Retirando-se o enrolamento, dá para aproveitar a forma.
Note que essas bobinas e transformadores de RF devem ser usados nas frequências próximas
as originais:
● Transformadores de FI de AM: em torno de 455 kHz,
● Transformadores de FI de FM: em torno de 10,7 MHz,
● Bobinas de antena e osciladoras: de acordo com as frequências originais do receptor de
rádio onde você retirou. OC – Ondas Curtas vão de aproximadamente 3 a 15 MHz, nos receptores
comuns. Nos receptores de FM essas bobinas vão trabalhar em cerca de 88 a 108 MHz.
● Receptores de TV já trabalham em frequências mais altas e tem algumas bobinas que podem
ser usadas.

Figura 1 Transformadores de FI e bobinas antigas.

Na figura 1, as duas “canecas de alumínio” na parte superior, são transformadores de FI. Na


parte inferior da figura, vários núcleos para enrolamento de bobinas, já com os antigos enrolamentos
retirados. Os dois primeiros a esquerda são de plástico, o terceiro é de fenolite e os dois últimos são
de cerâmica (raros, difíceis de encontrar).
Figura 2 Micro choques para RF.

Choques de RF, de tamanho normal e miniatura, também podem ser encontrados em receptores
de TV antigos. Hoje pode se encontrar no comercio choques miniaturas, como os fabricados pela R.
Sontag Ltda® e os da T&C® (Toko® no Brasil). Esses micro choques podem ser vistos na figura 2
junto com outros modelos mais antigos.
Os indutores usados na saída dos transmissores, nos estágios de potência, costumam ter
configurações diferentes, sendo usados os núcleos toroidais de pó de ferro e os núcleos do tipo
“binocular”, também de pó de ferro. Veja esses indutores na figura 3.

Figura 3 Tipos de núcleo de ferrite e de pó de ferr0o.

É muito interessante poder contar com um medidor de indutância ou “indutometro”, para se


descobrir os valores desses componentes “canibalizados” de rádios e TV antigos. Veja os
indutometros descritos no Capítulo 36 – Projeto 03 e Pojeto 06.
Veja mais sobre bobinas toroidais no item “NÚCLEOS E BOBINAS
TOROIDAIS”.
► Regra geral: Experimente...
b. Capacitores variáveis e trimmers
Os capacitores variáveis podem ser achados em receptores antigos, a válvulas ou
transistorizados. Podem ter duas ou três seções e o tamanho varia bastante. A figura 4 mostra alguns
desses capacitores.

Figura 4 Capacitores variáveis.

Transmissores antigos, valvulados, também costumavam ter vários capacitores variáveis,


alguns com alta isolação, o que é indicado pelo espaçamento maior entre as placas.
No comércio ainda é possível achar capacitores variáveis com isolação a ar e os com isolação
a plástico, de duas seções, com aproximadamente 140pF por seção. Veja esses capacitores à direita
da figura 4.
No caso de circuitos OFV, podem ser usados varicap, quando possível. Também já existem
diodos varicap com capacitância em torno de 400 pF como o modelo MVAM1093, cuja capacitância
máxima é de 460 pF com 1 Volt e a capacitância mínima é de 35pF com 8 volts. Outro tipo é o diodo
varicap MV2092, para 5 a 40 pF. Esses diodos são mostrados na figura 5.

Figura 5 Diodos de capacitância variável - VARICAP.

Os capacitores ajustáveis, conhecidos por “trimmers” também podem ser retirados de rádios
antigos. Os modelos miniatura, cerâmicos ou plásticos, podem ser encontrados no comércio
especializado. Veja ilustração na foto da figura 6.
Figura 6 Tipos de capacitores trimmers ajustáveis.

No caso dos trimmers e capacitores variáveis de valor desconhecido, é bom contar com um
medidor de capacitância ou “capacímetro”, como os descritos no Capítulo 36 – Projeto 03 e
Projeto 06.
► Regra geral: Experimente...
c. Semicondutores
Como já discutido anteriormente, trate de usar os mesmos modelos indicados no projeto que
você vai montar. Alias, ao escolher um projeto para montar, a disponibilidade dos semicondutores é
fator de sucesso no término do mesmo.
● Diodos – Retificadores, diodos de sinal, zener e similares, não são problema. Varicap
podem ser um problema dependendo da capacidade requerida.
Transistores – É aqui que reside o perigo, pois existe uma grande variedade de modelos e a
tentação de substituir “por qualquer um” é grande... Ainda mais quando o balconista “tecnicamente
informa: é tudo a mesma coisa, leva esse que é equivalente”... Veja dicas no Capítulo 05 –
Transistores. Especial atenção aos transistores FET e aos transistores e potência usados nos estágios
amplificadores de potência de RF. Veja alguns tipos físicos de transistores usados em transmissores,
na figura 7.

Figura 7 Transistores para RF.


► Regra geral: Experimente...
d. Diversos
No caso das especificações de resistores e capacitores, basta seguir o recomendado:
● Resistores: ver valor ôhmico e potência.
● Capacitores: ver valor da capacitância, tensão de trabalho, tipo (cerâmico, poliester,
eletrolítico, etc.) e as informações a respeito do coeficiente de temperatura. Nos circuitos OFV
(Oscilador de Frequência Variável), devem ser usados capacitores do “polipropileno” ou “NP0”,
para se evitar variações de frequência nesse estágio. Se o projeto pede “NP0”, use isso.
Se o projeto que você vai montar informa que a disposição dos componentes na PCI (layout) é
crítica, siga o layout fornecido a não ser que você tenha grande experiência no desenho de um novo.
Use blindagens nos lugares apropriados, quando pedido. Bobinas podem causar problemas...
► Regra geral: Experimente...
► Regra auxiliar: Consulte um montador mais experiente, quando necessário.
As dicas acima são: simplesmente dicas... Não fique assustado com elas: aqueça o ferro de
soldar e mãos a obra!
Técnicas de montagem para transmissores de rádio
a. PCI – Placa de Circuito Impresso
São as mesmas dadas para os receptores de rádio, aqui repetidas.
● Cuidado nas soldas e na inserção dos componentes e polaridades.
● Capricho na montagem: faça certo da primeira vez.
● Se você for desenhar o layout da PCI, em circuitos de RF, use pistas largas para reduzir a
indutância das mesmas. Em circuitos de fontes de alimentação, use as larguras de pistas e diâmetros
de ilhas de acordo com as correntes envolvidas. Releia o Capítulo 25.
b. Componentes
● Terminais os mais curtos possíveis em circuitos de RF. Cuidado com o comprimento dos fios
e cabos que unem a PCI aos componentes dos painéis frontal e traseiro. Use cabo coaxial e cabo
blindado nos lugares e circuitos indicados.
● Em muitos circuitos a estabilidade mecânica dos componentes pode ser crítica, como é o
caso de osciladores de RF, usados nos OFV. Capacitores variáveis e bobinas devem estar muito bem
montados na PCI ou em um painel, quando for o caso.
c. Semicondutores
● Use dissipador nos semicondutores, quando indicado. Não se esqueça da pasta térmica,
isolação do dissipador, etc. Geralmente os semicondutores dos estágios de saída de potência de RF
precisam de um bom dissipador.
● Use soquete para montagem dos CI, quando possível. Isso evita que você danifique o mesmo
ao soldá-lo na PCI.
d. Acabamento final
● Determinados circuitos precisam ser montados dentro de uma caixa metálica para blindagem,
como é o caso dos OFV.
● Onde houver dissipação de calor nos componentes, veja se tem ventilação. No caso de fontes
de alimentação, coloque os dissipadores do lado de fora da caixa.
E então??

Pronto! Você escolheu um projeto bacana de um transmissor de rádio, todos componentes foram
encontrados a preços razoáveis e agora vai começar.
Então, mãos a obra!!
Vol 7 – 26/12/13 – pem – Ver 0
Capitulo 2
PROJETO 1 – TRANSMISSORES DE RÁDIO CW, 50mW
Introdução
Para iniciar nossos projetos de transmissores de rádio, vamos começar com o mais simples
possível: um transmissor de CW – Telegrafia com controle de frequência a cristal.
Vamos usar um projeto apresentado na livro de Doug DeMaw, “QRP Classics”. É um pequeno
transmissor de rádio, de baixíssima potência (cerca de 0,05W!!), montado com componentes comuns.
Mais simples que esse circuito, é praticamente impossível!
Sua montagem é mais para ilustrar o funcionamento de um transmissor e sua simples
construção. Ele realmente funciona e se você for um radioamador habilitado, vai por usá-lo para seus
comunicados.
Sua montagem é mais para ilustrar o funcionamento de um transmissor e sua simples
construção. Ele realmente funciona e se você for um radioamador habilitado, vai por usá-lo para seus
comunicados.
O circuito do transmissor
UMA PEQUENA ADVERTÊNCIA...
Transmissores de rádio emitem sinais que podem interferir com outros
sinais de rádio, alguns de serviços essenciais como bombeiros, polícia,
aviação, etc.
Radioamadores e operadores da faixa do cidadão (27MHz), podem operar
em diversas frequências, desde que devidamente habilitados.
Devido a isso, ao construir e testar equipamentos transmissores de sinais
de rádio verifique se você está habilitado para isso.
O circuito usado é um transmissor a cristal para a faixa de 40 metros (7MHz), que transmite
em CW – Telegrafia. Veja mas informações no Capítulo 17, referente a Transmissores de Rádio.
As bobinas são enroladas em núcleos toroidais de pó de ferro dos tipos já discutido nos
capítulos sobre “Receptores”. Outros tipos de bobina serão sugeridos. A PCI acomoda os dois tipos
de bobinas.
No caso de se desejar operar em várias frequências, deve-se construir um OFV. A chave Ch2
permite selecionar a operação em “Cristal – Xtal ou “VFO”“.
Como funciona o transmissor
O sinal de RF, já na frequência de operação de 7,0MHz, é gerado
pelo cristal Y1. C4 sintoniza a bobina L1 para uma frequência bem próxima
da frequência do cristal oscilador Y1.
O circuito em discussão pode ser usado para várias frequências, com
as devidas adaptações nos valores do cristal e circuito L2/C4 de saída.
A alimentação pode variar de 10 a 15Vcc e é aplicada nos bornes
indicados no desenho, J3. A antena é conectada via L2 e deve ser uma
antena apropriada para a frequência de operação.
Veja a figura 8 para recordar o funcionamento básico do transmissor de CW.

Figura 8 Funcionamento simplificado do transmissor de CW - telegrafia.

A figura 9 mostra o diagrama completo do estágio Excitador e Amplificador de RF.

Figura 9 Circuito do transmissor de CW com apenas um transistor.

RELAÇÃO DE MATERIAIS – Transmissor de CW ARRL®


3. Resistores (todos 1/4W, carbono)
R1 = 56kΩ
1. Semicondutores R2 = 15kΩ
Tr1 = 2N2222, NPN, uso geral R3 = 270Ω
R4 = 27Ω, 1/2W

2. Capacitores (disco cerâmico


50V)
C1 = 27pF
C2, C3, C5, C6 = 100nF
C4 = 100pF, trimmer miniatura
4. Diversos
L1, L2 = Ver texto para enrolamento e
núcleos Y1 = Cristal oscilador para a faixa
J1 = Conector RCA fêmea de 7MHz
J2 = Conector fêmea para o PCI, Solda, fios para bobinas,
manipulador terminais espada, etc.
J3 = Bornes para fonte de
alimentação
A PCI para o transmissor
Vamos usar uma PCI que é uma versão do “Método Manhattan” de construção de PCI. Essa PCI
é construída através de cortes de serra na superfície da mesma, mas não separando as partes e sim
separando a folha de cobre dessa PCI.
Cada “ilha”, ou seja, um retângulo de cobre deixado na superfície da PCI, mede 10 x 10mm. O
espaçamento entre as ilhas é a largura da lâmina de serra que fez o corte.
Essa PCI pode ser vista no desenho da figura 10 e uma foto da mesma pode ser encontrada na
figura 11.
Faça um planejamento para sua PCI, seguindo as sugestões dadas mais adiante.
Planeje sua PCI antes, antes, fazendo um rascunho no papel, do layout dos componentes.
Recorde-se que nesse tipo de montagem, os componentes vão no lado cobreado da PCI.
Figura 10 PCI do transmissor de CW vista pelo lado do cobre.

Figura 11 PCI junto com os componentes do transmissor de CW.

A PCI não tem furos, com exceção dos quatro furos que prendem a mesma a caixa. Note que os
componentes são soldados diretamente nas ilhas de cobre, ficando suspensos sobre as mesmas.
Conexões entre ilhas mais distantes quando não feitas pelos próprios terminais dos componentes, são
feitas com pedaços de fios isolados.
Atenção: não use fios desencapados para essas conexões, nem para as conexões da PCI aos
conectores externos J1, J2 e J3.
Montagem da PCI do transmissor
A montagem da PCI do transmissor de CW não tem maiores problemas. Apenas devem ser
observadas as seguintes dicas em relação aos componentes:
a. Os fios dos componentes são soldados diretamente às ilhas de cobre.
b. Enrole as bobinas do Transmissor de CW com cuidado, seguindo a tabela abaixo:
Bobinas do Amplificador de RF e Misturador
34 espiras de fio esmaltado #26 enroladas num toróide T-50-2.
L1
Indutância = 6μH.
L2 6 espiras de fio esmaltado #26 enroladas sobre L1.
Obs.: Decape a ponta dos fios esmaltados.
Veja mais sobre bobinas toroidais no item “NÚCLEOS E BOBINAS
TOROIDAIS”.
Depois de enroladas, a bobina deve ser soldada a PCI.
Se você montou o LC METER (Indutometro/capacímetro) descrito no projeto do Capitulo
sobre instrumentos de medidas, use-o para medir a indutância do enrolamento L1.
c. Note que os conectores de antena, manipulador e alimentação, são montados fora da PCI.
d. O transistores TR1 não é crítico e permite substituições. Consulte o Manual do fabricante ou
um Manual de Transistores.
e. Se possível, evite ao máximo as substituições e improvisações dos componentes usados no
transmissor de CW.
Veja na figura 50.5 o layout de uma PCI já para o qual foi feito um planejamento anterior. Não
comece a cortar, furar, etc., antes de fazer esse planejamento.

Figura 12 Circuito redesenhado para mostrar a montagem na PCI.


Figura 13 Planejamento do layout do transmissor.

Na figura 14 pode ser vista a foto do transmissor de CW já pronto e funcionando.

Figura 14 Transmissor pronto e funcionando para furação da pequena caixa.

A caixa para o transmissor


A caixa final para o transmissor deve ser metálica, de alumínio ou chapa de aço. Pode ser feita
especialmente para o transmissor ou adaptada com uma caixa pronta, das encontradas no comércio.
Fica a cargo do leitor a construção dessa caixa, com uma porção de informações que já demos sobre
o assunto.
Calibração do transmissor
a. Potência de saída
A potência de saída do transmissor pode ser medida usando um resistor como carga, no lugar
da antena e medindo-se a tensão sobre esse resistor, com um voltímetro que contenha uma ponta de
RF. Esse resistor é chamado de “carga fantasma”, pois simula a impedância da antena (50Ω) para os
testes de potência e outros. Veja o circuito da figura 15.

Figura 15 Medida da potencia de saída.


A tensão medida no resistor de 51Ω, como é uma tensão de RF – Rádio Frequência precisa ser
medida com um pequeno acessório conectado a entrada de nosso multímetro, chamado de “ponta de
prova para RF”. Com os valores obtidos, é aplicada a formula dada na figura 50.7 para se obter a
potência de saída do transmissor de CW. Note que na fórmula, P em watts, E em volts e R em ohms.
O valor encontrado será bastante aproximado do real.
Uma simples ponta de prova pode ser feita com o uso do circuito dado na figura 16.

Figura 16 Ponta de prova de RF. Detalhes de construção.

b. Tonalidade do sinal de saída


O trimmer C4 á ajustado para máxima saída, ouvindo-se o sinal num receptor ou mesmo
quando se mede a potência de saída, como no item a. acima.
Obs. Nem sempre uma boa tonalidade do sinal de saída é conseguida simultaneamente com a
máxima potência de saída. Escute o sinal do transmissor num receptor nas proximidades e faça o
ajuste adequado.
Usando o transmissor de CW
Importante: Sem uma boa antena o transmissor não vai
funcionar!
Como você deve ser recordar, é preciso ter uma licença de radioamador para usar esse
transmissor com uma antena externa e transmitir sinais na faixa de 7MHz, destinada ao serviço de
radioamadores.
Os sinais de CW – Continuous Wave – Telegrafia, são gerados pela ação do Manipulador. Ao
abrir e fechar o manipulador, de acordo com o código Morse, um sinal de CW é enviado para a
antena. A figura 17 ilustra dois tipos de manipuladores usados para telegrafia: em (a) um
manipulador comum, manual e em (b) um manipulador usado em “manipuladores eletrônicos”, onde
os pontos e traços são gerados automaticamente, por um circuito eletrônico.
Figura 17 Manipuladores usados para transmissão de código Morse.

Modificações
a. Para outras faixas
O transmissor de CW poderá operar em outras frequências de radioamadores ou não. Para isso
você deverá rever a teoria de funcionamento dos transmissores de rádio, para recordar o seu
funcionamento. Também é preciso certa prática e em caso de operação do receptor em outras
frequências, peça ajuda de um “veterano”.
Depois, é substituir os componentes que “comandam” as frequências do transmissor, que
basicamente são:
► Cristal Y1
► Bobinas e capacitores do estágio de saída: L1 e L2 e C4.
b. Outros transistores
Outros transistores podem ser usados no lugar do conhecidíssimo 2N2222. Para isso observe
as seguintes características do transistor que você pretende usar:
● A máxima tensão de operação para o Vcc do transistor deve ser de no mínimo duas vezes a
tensão da fonte de alimentação do transmissor.
● A fT do transistor, ou seja, a frequência máxima de operação deve ser de no mínimo cinco
vezes a frequência de operação do circuito. Para 7MHz, a fT deve ser de 35MHz.

● Também é muito importante saber qual a máxima corrente que o transistor, que é
especificada como “Ic”, ou seja, a corrente de coletor. Essa corrente deve ser 25% menor do que a
máxima corrente do transistor.
Consulte sempre o manual do fabricante para saber quais as características corretas do
transistor que você vai usar. As informações acima são dicas, para uso rápido.
Vol 7 27/12/13 – pem – Ver 0
Capitulo 3
PROJETO 2 – TRANSMISSORES DE RÁDIO CW, 1,5W
Introdução
Para continuar nossos projetos de transmissores de rádio, vamos montar um transmissor ainda
simples, mas com maior potência, podendo chegar a mais de 1W de saída, dependendo do transistor
usado.
Ainda é um transmissor de CW – Telegrafia com controle de frequência a cristal, mas que pode
ser operado em várias faixas, com a substituição dos valores de alguns componentes.
Desta vez usamos um projeto apresentado na livro de Solid State Design for the Radio
Amateur, da ARRL© . É um pequeno transmissor de rádio, de cerca de 1,5W de potência, montado
com componentes comuns.
Esse transmissor de CW realmente funciona bem e se você for um radioamador habilitado, vai
por usá-lo para seus comunicados, podendo chegar a grandes distâncias.
O circuito do transmissor
UMA PEQUENA ADVERTÊNCIA...
Transmissores de rádio emitem sinais que podem interferir com outros
sinais de rádio, alguns de serviços essenciais como bombeiros, polícia,
aviação, etc.
Radioamadores e operadores da faixa do cidadão (27MHz), podem operar
em diversas frequências, desde que devidamente habilitados.
Devido a isso, ao construir e testar equipamentos transmissores de sinais
de rádio verifique se você está habilitado para isso.
O circuito usado é um transmissor a cristal para as várias faixas de radioamadores, que
transmite em CW – Telegrafia. Veja mais informações no Capítulo 17, referente a Transmissores de
Rádio.
As bobinas são enroladas em núcleos toroidais de pó de ferro do tipo já discutido nos
capítulos sobre “Receptores”. Outros tipos de bobina poderão ser usados (experimente...).
Como funciona o transmissor
O transmissor é composto de dois estágios usando três
transistores no circuito.

O sinal de RF, já na frequência de operação, é gerado


pelo cristal Y1 e o circuito oscilador composto por Tr1, um
transistor 2N2222.
O sinal do circuito oscilador é injetado no amplificador
de RF, constituído por Tr2 e componentes associados. C8, C9
e L3 formam o circuito “PI” de saída, que casa a impedância
do amplificador de RF a antena de 50 ohms.
O circuito constituído por Tr3 forma uma “chave
eletrônica”, que permite manipular o sinal de CW do
transmissor. Quando o manipulador é fechado, Tr3 conduz e o
amplificador de RF é alimentado.
O circuito em discussão pode ser usado para várias
frequências, com as devidas adaptações nos valores do
cristal e outros, conforme tabela dada a seguir.
A alimentação pode variar de 10 a 15Vcc e é aplicada nos
bornes indicados no desenho, J1. A antena é conectada em J2
e deve ser uma antena apropriada para a frequência de
operação.
Veja a figura 18 para recordar o funcionamento básico do transmissor de CW.

Figura 18 Funcionamento simplificado do transmissor de CW.

A figura 19 mostra o diagrama completo do estágio Excitador e Amplificador de RF.


Figura 19 Circuito do transmissor de CW de 1,5W.

RELAÇAO DE MATERIAIS – Transmissor de CW de 1,5W


1. Semicondutores
Tr1 = 2N2222, NPN, uso geral 3. Resistores (todos 1/4W, carbono)
Tr2 = 2N3553 R1, 6 = 4,7kΩ
Tr3 = 2N4036, BD160, etc. (PNP) R2 = 10kΩ
2. Capacitores (disco cerâmico R3 = 220Ω
50V) R4 = 220Ω
C1, C2, C3, C8 e C9 = Ver tabela, R5 = Ver tabela, conforme frequência
conforme frequência R7 = 1kΩ
C4, C5, C7, C10, C11 = 100nF
C6 = 470μF x 25V, eletrolítico
J1 = Bornes para fonte de
alimentação
4. Diversos J2 = Conector para antena, UHF ou
L1, L2, L3 = Ver tabela e texto para BNC
enrolamento e núcleos J3 = Conector para o manipulador
XRF1 = Choque de RF. Ver tabela, Y1 = Cristal oscilador na frequência
conforme frequência. de operação
PCI, Solda, fios para bobinas,
terminais espada, fio esmaltado, etc.
A PCI para o transmissor
Para esse pequeno transmissor, recebemos de presente uma PCI, feita de acordo com o artigo
da referência 1. Foi o único caso em todo esse livro...
Essa PCI pode ser vista no desenho da figura 20 e uma foto da mesma pode ser encontrada na
figura 21.
Você pode desenhar uma PCI especialmente para o transmissor de CW. Pode também usar o
método Manhattan ou mesmo o método de ilhas, usadas no capítulo anterior, para o transmissor de
CW de pequena potência.

Figura 20 PCI do transmissor vista pelo lado do cobre.


Figura 21 PCI vista pelo lado dos componentes.

Montagem da PCI do transmissor


A montagem da PCI do transmissor de CW não tem maiores problemas. Apenas devem ser
observadas as seguintes dicas em relação aos componentes:
a. Enrole as bobinas do Transmissor de CW de acordo com a faixa que você vai usar. Veja a
tabela no item “MODIFICAÇÕES”.
Depois de enroladas, as bobinas devem ser soldadas e coladas a PCI.
Se você montou o LC METER (Indutometro/capacímetro) descrito no projeto do Capitulo
sobre medidores, use-o para medir a indutância do enrolamento L1.
Veja mais sobre bobinas toroidais no item “NÚCLEOS E
BOBINAS TOROIDAIS, no capitulo apropriado.
b. Note que os conectores de antena, manipulador e alimentação, são montados fora da PCI.
c. Os transistores TR1 a Tr3 não são críticos e permitem substituições. Consulte o Manual do
fabricante ou um Manual de Transistores.
d. Se possível, evite ao máximo as substituições e improvisações dos componentes usados no
transmissor de CW.
Na figura 22 pode ser vista a foto do transmissor de CW já pronto e funcionando.
A caixa para o transmissor
A caixa final para o transmissor deve ser metálica, de alumínio ou chapa de aço. Pode ser feita
especialmente para o transmissor ou adaptada com uma caixa pronta, das encontradas no comércio.
Fica a cargo do leitor a construção dessa caixa, com uma porção de informações que já demos sobre
o assunto. Veja detalhes de construção de caixas no Capítulo específico. Veja sugestão na foto da
figura 23.
Figura 22 TX completo e montado.

Figura 23 TX completo e caixa metálica para montagem.

Calibração do transmissor
Potência de saída
A potência de saída do transmissor pode ser medida usando um resistor como carga, no lugar
da antena e medindo-se a tensão sobre esse resistor, com um voltímetro que contenha uma ponta de
RF, como foi feito no projeto anterior.
Ajusta-se o capacitor trimmer C3, para maior leitura no voltímetro conectado a saída. O sinal
do transmissor também pode ser ouvido num receptor de rádio próximo e ajustado para máxima saída
e boa tonalidade do sinal.
Usando o transmissor de CW
Importante: Sem uma boa antena o transmissor não
vai funcionar!
Como você deve ser recordar, é preciso ter uma licença de radioamador para usar esse
transmissor com uma antena externa e transmitir sinais nas várias faixas destinadas ao serviço de
radioamadores.
Os sinais de CW – Continuous Wave – Telegrafia, são gerados pela ação do Manipulador. Ao
abrir e fechar o manipulador, de acordo com o código Morse, um sinal de CW é enviado para a
antena.
Modificações
a. Para outras faixas
O transmissor de CW poderá operar em outras frequências de radioamadores. Para isso você
deverá substituir os componentes, conforme as tabelas a seguir. Veja na próxima pagina.
Outros transistores
Veja as possíveis substituições para os transistores
► 2N2222: é muito fácil de ser encontrado e de baixo custo.
► 2N3553: já é um transistor mais caro, devido ao fato de ser usado como amplificador de
potências em frequências que podem ir até a faixa de VHF. Podem ser tentados os seguintes modelos
de transistores: 2N3866, 2N5109, RCA4018, IRF-510. Alguns desses transistores têm a disposição
dos terminais diferentes da dada no diagrama esquemático e na PCI. Muito cuidado com isso...
► 2N4036: pode ser o usado o BC160 que é facilmente encontrado. Consulte sempre o
manual do fabricante para saber quais as características corretas do transistor que você vai
usar. As informações acima são dicas, para uso rápido.
Referências
1. Hayward, W – “Solid State Design for the Radio Amateur” - ARRL – 1977 - USA
Vol 7 27/12/13 - cap 3 - ver 0
Capitulo 4
PROJETO 3 – TRANSMISSORES PARA CW COM 5W DE
SAÍDA
Introdução
Continuando nossos projetos de transmissores de rádio, vamos montar outro transmissor de
CW, mas agora usando um oscilador a ressonador, mas com frequência variável.
Demos preferência ao projeto “JORF” de nosso amigo Miguel Ângelo Bartié, conforme
publicado em seu site. Nesse site você irá encontrar toda descrição do circuito, numa linguagem bem
simples bem como um belo detalhamento sobre os componentes a serem usados.
Esse tipo de transmissor já é mais elaborado e consta de vários estágios como descrito adiante
Descrição do circuito
UMA PEQUENA ADVERTÊNCIA...
Transmissores de rádio emitem sinais que podem interferir com outros
sinais de rádio, alguns de serviços essenciais como bombeiros, polícia,
aviação, etc.
Radioamadores e operadores da faixa do cidadão (27MHz), podem operar
em diversas frequências, desde que devidamente habilitados.
Devido a isso, ao construir e testar equipamentos transmissores de sinais
de rádio verifique se você está habilitado para isso.
O circuito usado é um transmissor a cristal para a faixa de 40 metros (7MHz), que transmite
em CW – Telegrafia, como os outros dois projetos já descritos. Aconselhamos uma visita ao site da
referência 1, para maiores detalhes.
Qual é diferença então? Anote ai:
● Maior potência, cerca de 5W
● Alta estabilidade de frequência devido ao uso de um ressonador cerâmico
● Possibilidade de variar a frequência de transmissão, mesmo tendo controle com ressonador
cerâmico.
As bobinas são enroladas em núcleos toroidais de pó de ferro do tipo “binocular” já discutido
nos capítulos sobre “Receptores”.
Como funciona o transmissor
O sinal de RF, na frequência de 7,150MHz, é gerado pelo ressonador.
A variação de frequência é obtida pelo indutor XRF1 e pelo diodo
1N4007, que trabalha como um diodo “varicap” (diodo de capacitância
variável). Com isso, consegue-se cobrir a faixa de 7,000 a 7,050MHz, que
é a faixa para operação em CW.
A saída do circuito do OFV (Tr1 e componentes associados, no
circuito 1) é injetada no circuito isolador (buffer), constituído de Tr2
(circuito 1) e componentes associados.
Tr3 (no circuito 1) faz o circuito de manipulação, que permite
controlar correntes maiores com correntes de pequena intensidade no
manipulador em si.
A saída desse circuito é injetada no driver, via um capacitor de
100pF. Esse driver eleva o nível do sinal do OFV até o necessário para
acionar o amplificador de potência de RF.
O driver é constituído dos transistores Tr1 e Tr2 (circuito 2), ligados
em paralelo para fornecer maior corrente. O sinal do driver é acoplado ao
amplificador de potência de RF via transformador “trifilar” T1.
O circuito amplificador de potência de RF é constituído por Tr3, que
é um transistor de potência 2SC1173. A antena é acoplada através de um
circuito em “PI”, L1, C7 e C8 (circuito 2).

Veja a figura 24 para recordar o funcionamento básico desse transmissor de CW.

Figura 24 Funcionamento simplificado do transmissor de CW.

A figura 25 (circuito 1) mostra o diagrama do OFV, buffer e regulador de 8V do transmissor


JORF de CW.
Figura 25 Circuito 1 - OFV e buffer do transmissor.

RELAÇÃO DE MATERIAIS – Transmissor de CW – OFV, buffer e fonte


regulada.
1. Semicondutores
Tr1, Tr2 = 2N3904, BC548, NPN,
uso geral
Tr3 = 2N4063, BC160, 2N2905A, 3. Resistores (todos 1/8W ou 1/4W,
PNP carbono)
CI1 = 7810, regulador de tensão R1 = 100kΩ, potenciômetro carbono,
integrado linear
R2, R3, R6 = 47kΩ
D1 = 1N4007, diodo retificador
D2 = 1N4148, diodo de sinal R4 = 100kΩ
R5, R11 = 1kΩ
2. Capacitores (disco cerâmico
R7 = 4,7kΩ
50V) R8 = 56Ω
C1, C3, C7, C10, C11, C13 = 100nF R9 = 100Ω
C2 = 33pF (NP0 ou stiroflex) R10 = 56kΩ
C4, C5, C9 = 100pF (NP0 ou
stiroflex)
C6 = 6,8pF
C8 = 10nF
C12, C14 = 470μF x 16V
4. Diversos
XRF1= Indutor de 12μH
XRF2 = Indutor de 22μH PCI, Solda, terminais espada, etc.
XTAL1 = ressonador cerâmico de
7,15MHz
A figura 26 (circuito 2) mostra o diagrama esquemático do driver e amplificador de RF do
JORF. Os pontos pretos no desenho dos enrolamentos de T1 indicam o início de cada um dos
enrolamentos.
Veja um ótimo trabalho sobre ressonadores e os formatos que ele tem na referência 3.

Figura 26 Circuito 2 - Driver e amplificador de RF do JORF.

RELAÇÃO DE METERIAIS – Driver e amplificador de RF


1. Semicondutores
Tr1, Tr2 = 2N3904, BC548, NPN,
uso geral
Tr3 = 2SC1173, 2SC2078, BD139- 3. Resistores (todos 1/4W, carbono)
16, NPN, de potência R1, R2 = 22kΩ
D1, D2 = 1N4148, diodo de sinal R3 = 100Ω
2. Capacitores (disco cerâmico R4 = 1kΩ, trimpot de carbono
50V) R5 = 68Ω
C1, C5, C6 = 100nF
C2, C3, C4 = 1nF
C7 = 470pF (ver texto)
C8 = 470pF (ver texto)
C9 = 39pF
4. Diversos
XRF1, XRF2 = Indutor de 12μH
J1 = Conector coaxial para antena
(veja texto)
J2 = conector RCA para antena do
XRF3 = Indutor de 10μH
receptor
T1 = Transformador com enrolamento
PCI, Solda, terminais espada, etc.
trifilar. Ver texto
L1 = Ver texto
As PCI para o JORF
Foram desenvolvidas três placas PCI especial para o JORF: uma para o circuito do OFV e
buffer, outra para o circuito do regulador de tensão de 8V e uma terceira PCI para o circuito do
driver e amplificador de RF. A montagem também pode ser feita de outros modos como Manhattan,
ilhas quadradas, etc.
A PCI do OFV pode ser vista nos desenhos das figuras 27 a 29, nas suas diversas vistas.
Com uma PCI separada para o OFV, o mesmo poderá ser usado em outros transmissores ou
mesmo como o circuito de um oscilador local para um receptor.

Figura 27 PCI do OFV - Lado do cobre.

Figura 28 PCI do OFV - Vista pelo lado dos componentes.


Figura 29 PCI do OFV. Vista pelos dois lados.

O único componente externo na PCI do OFV é o potenciômetro R1, que controla a sintonia.
Esse potenciômetro é montado no painel do transmissor.
A PCI da fonte regulada e circuito de controle pode ser vista nos desenhos das figuras 30 a 32,
nas suas diversas vistas.

Figura 30 PCI da fonte regulada. Vista pelo lado do cobre.


Figura 31 PCI da fonte regulada. Vista elo lado dos componentes.

Figura 32 PCI da Fonte regulada vista pelos dois lados.

As figuras 33 a 35 mostram a PCI do amplificador de RF. Note que a mesma foi desenhada
para uso com o transistor 2SC1173. Para outros transistores, verificar a disposição dos terminais.
Figura 33 PCI do amplificador de RF. Vista pelo lado do cobre.

Figura 34 PCI do amplificador de RF. Vista pelo lado dos componentes.


Figura 35 PCI do amplificador de RF. Visão raios X.

Montagem da PCI do transmissor: OFV – oscilador de frequência variável


A montagem da PCI do OFV não tem maiores problemas. Como não tem nenhuma bobina para
ser enrolada, a montagem da PCI fica muito fácil: basta encaixar os componentes e soldar. Observe o
seguinte:
a. O potenciômetro R1, de 100kΩ, é montado fora da PCI, no painel da caixa do transmissor.
b. A PCI é alimentada por duas tensões: uma de 10Vcc para o OFV (Tr1) e outra de 12Vcc
para o circuito do buffer (isolador – Tr2).
c. A saída do OFV para a PCI do driver e amplificador de RF deve ser feita com cabo coaxial
de 50Ω, do tipo miniatura.
d. Os transistores TR1 e Tr2 não são críticos e permite substituições. Consulte o Manual do
fabricante ou um Manual de Transistores.
e. Se possível, evite ao máximo as substituições e improvisações dos componentes usados no
transmissor de CW.
Veja na figura 36 uma foto da PCI do OFV, já montada.
Figura 36 PCI do OFV já montada.

Com a PCI do VFO pronta, você pode testá-la. Para isso basta aplicar 12Vcc na mesma. A
frequência de oscilação pode ser medida com um frequencímetro e deve cobrir de aproximadamente
7,00MHz a 7,050MHz.
Se não for possível cobrir essa faixa de frequência, altere o valor do capacitor C2, de 33pF
para um outro valor próximo e verifique como ficou a faixa de cobertura do OFV.
Montagem da PCI do transmissor: driver e amplificador de RF
A montagem da PCI do driver e amplificador final já é um pouco mais trabalhosa e envolve
alguma “engenharia mecânica”. Em relação a essa PCI, observe o seguinte:
► Transformador trifilar T1
Esse transformador consta de 3 enrolamentos, com os fios juntos e feitos ao mesmo tempo.
Para o enrolamento você deve usar fio fino, com capa plástica, bitola #22. Também pode ser feito
com fio de cobre , na mesma bitola. O fio #22 com capa plástica pode ser o usado em cabos
telefônicos, com várias cores. Empresas que trabalham com instalação de sistemas telefônicos
costumam ter sobras desses cabos, que rendem uma infinidade de fios.
Veja mais dicas sobre esse tipo de enrolamento no site da referência 2. Esse tipo de
enrolamento dá um pouco de “mão de obra” mas precisa ser feito. Siga os passos:
Você vai precisar dos seguintes materiais para T1:
● 1 núcleo de ferrite, do tipo usado em “balum” de TV. Comumente
conhecido por “núcleo binocular”, com 2 furos.
● 1 metro de fio esmaltado de cerca de 0,2mm de diâmetro ou fio de cabo
telefônico com esse diâmetro. O fio pode ter diâmetro entre 0,1 e 0,4mm.
► Como enrolar o transformador T1:
a. Corte o fio esmaltado (ou de cabo telefônico) em 3 pedaços de 30cm cada.
b. Torça os três fios juntos, de maneira a obter cerca de uma torção por milímetro.
c. Passe os fios torcidos pelo furo do núcleo.
Importante: cada vez que você passa o fio pelo furo do núcleo conta-se “uma espira”. Como o
núcleo binocular tem 2 furos, uma passagem completa pelos dois furos conta como “duas espiras”.
d. Enrole o transformador T1 com 4 espiras (duas passagens dos fios em cada furo).
e. Deixe cerca de 15 a 20 mm nas pontas, para solda na PCI.
f. Se você usou fios esmaltados, desenrole os fios e retire o verniz das pontas, para estanhar.
Faça isso com muito cuidado, pois os fios são frágeis.
g. Com o Ohmímetro, identifique o início e fim de cada enrolamento. O início de cada
enrolamento é marcado no diagrama esquemático do circuito 2 (driver e amplificador de RF) com um
pequeno círculo preto. Se você usou fios de telefone, use cores diferentes para isso.
h. Monte o transformador na PCI, de acordo com o desenho da mesma. Veja a figura 37 para
ver como ficou o transformador T1 depois de enrolado, com fio telefônico.

Figura 37 Enrolamento do transformador trifilar.

A figura 38 ilustra o transformador trifilar T1 montado na PCI. A letra “A” e o pequeno círculo
preto “●”, significam o início do enrolamento enquanto que a letra “A”” significa o fim do
enrolamento.
► Choque de RF XRF2
Esse choque, de 22μH deve ser enrolado, pois por ele circula uma corrente elétrica razoável.
Os micro choques adquiridos prontos, não servem para essa aplicação.

Figura 38 Detalhe da montagem do transformador T1.

Você vai precisar dos seguintes materiais para XRF2:


● 1 núcleo de ferrite, do tipo usado em “balum” de TV. Comumente
conhecido por “núcleo binocular”, com 2 furos. Também pode ser
usado um toróide. Veja fotos.
● 20cm de fio esmaltado de cerca de 0,5mm de diâmetro.
► Como enrolar XRF2.
a. Passe cerca de 3 espiras pelos furos do núcleo binocular.
b. Retire o verniz das pontas e estanhe.
c. Meça a indutância no LC meter: deve estar próxima de 22μH. Se não estiver com a
indutância correta, acerte o número de espiras até chegar próximo.
d. veja na figura 39 uma foto do XRF2, construída com um pequeno núcleo toroidal. Nesse
caso, três espiras foram suficientes para se conseguir a indutância desejada.

Figura 39 XRF2 e T1.

► Bobina L1
Essa bobina tem indutância de cerca de 1,1μH e é enrolada com fio de cobre esmaltado
número #22,
Use um lápis como forma (8mm de diâmetro) e enrole 11 espiras do fio esmaltado,
enrolamento cerrado (sem espaçamento entre espiras). Retire o verniz das pontas do fio e estanhe.
Veja uma foto dessa bobina na figura 40.
Figura 40 Bobina L1.

► Montagem do transistor Tr3


O transistor de potência de RF, Tr3, deve ser montado na PCI com um dissipador, pois ele vai
se aquecer durante o funcionamento. Note que o transistor deve ser montado isolado do dissipador, já
que o coletar do mesmo também é ligada à parte metálica de Tr3. Use as ferragens apropriadas.
Para isso, você deve encontrar um dissipador que caiba no espaço deixado na PCI. Ai deve ser
feito um furo, para montagem do transistor e dissipador, de maneira que os terminais do transistor
encaixem nos furos corretos da PCI.
Na foto da figura 41 pode ser vista a PCI do driver e amplificador de RF. Veja como ficou o
transistor Tr3 e o dissipador.
Figura 41 PCI completa e montada. Os dois resistores servem de carga para o circuito do transmissor.

No caso do trimpot R4, podem ser usados tanto os horizontais, como mostrado na figura 52.19
como um tipo “multivoltas”. A PCI foi desenhada para os dois tipos. Os demais componentes dessa
placa são de montagem comum.
A montagem do transistor de potência, Tr3, pode ser vista na foto da figura 41.
Montagem da PCI do transmissor: regulador de tensão
Essa placa também é simples em sua montagem, bastando encaixar os componentes. O regular
de tensão CI1 não precisa de dissipador.
Veja essa placa completa na figura 42.
Figura 42 PCI do regulador de tensão.

A caixa para o transmissor


A caixa final para o transmissor deve ser metálica, de alumínio ou chapa de aço. Pode ser feita
especialmente para o transmissor ou adaptada com uma caixa pronta, das encontradas no comércio.
Fica a cargo do leitor a construção dessa caixa, com uma porção de informações que já demos sobre
o assunto.
Interligando as placas do JORF
Para efeito de testes, as três PCI do JORF podem ser interligadas fora da caixa, como mostrado
na figura 43. Nessas condições, podemos testar todo circuito antes de colocar as PCI numa caixa.

Figura 43 Interligação das PCIs do JORF.

Na figura 43, é importante notar os seguintes pontos:


● A tensão de alimentação de +12Vcc deve ser fornecida por uma fonte de alimentação
regulada, interna no JORF ou externa.
● Note que o potenciômetro R1 já foi mostrado colocado no painel frontal da caixa. Nesse
painel frontal ainda deverão entrar outros controles.
● A saída de “Antena RX”, vai para um conector tipo RCA, no painel traseiro da caixa.
● O “Manipulador” vai conectado entre o ponto mostrado na PCI do Regulador e a terra.
● A saída RX Mute serve para “emudecer” o receptor, durante os períodos de transmissão.
● A PCI do OFV – Oscilador de Frequência Variável é alimentada por duas tensões: 10Vcc
que vem da PCI reguladora e 12Vcc que deve vir de uma fonte regulada de 12V. Essa fonte pode ser
montada na mesma caixa do transmissor ou externamente.
● A interligação da saída do OFV (PCI OFV) e driver e amplificador de RF (PCI driver +
amplificador de RF), devem ser feita com um pedaço de cabo coaxial fino. Veja ilustração na figura
43.
● Veja foto das placas do JORF interligadas, na figura 44.

Figura 44 Placas do JORF interligas e funcionando para testes.

Calibração do transmissor
A calibração do transmissor consiste nos passos descritos a seguir.
ATENÇÃO: Não ligue o transmissor sem colocar a carga
fantasma de 50Ω na saída.
A. Construindo uma carga fantasma
Para os transmissores dos projetos anteriores, usamos um resistor de carbono de 50 ou 51Ω
como “carga fantasma”. No caso do JORF a potência de saída de RF é maior e precisamos de um
resistor ainda de 50 ohms, mas com dissipação maior.
Até algum tempo atrás era possível encontrar resistores de carbono de até 2,5W cada, como os
mostrados na foto da figura 44. Nas sucatas de oficinas de reparos de rádio e TV, ainda podem ser
achados esses resistores.
Assim sendo, use uma combinação de resistores de carbono, que tenha dissipação maior, mas
que ainda mantenha o valor ôhmico em 50Ω.
Você deve se recordar do Capítulo sobre resistores e da associação de resistores. Usando-se
uma ou ambas as combinações, você pode montar a sua carga fantasma.
Por exemplo, dois resistores de 100Ω, 1W, em paralelo, tornam-se uma carga de 50Ω, 2W (a
potência dobra!). Da mesma maneira, se você usar 4 resistores de 200Ω, 1W, você teria no final uma
carga de 50Ω, mas agora com uma dissipação de 4W.
Ao construir sua carga fantasma, observe:
● Use somente resistores de carbono. Resistores de fio não servem.
● Ligações as mais curtas possíveis.
● Se possível, monte a carga com um conector coaxial, para ligá-la diretamente a saída do
transmissor.
B. Medindo a potência de saída.
A potência de saída do transmissor pode ser medida usando um resistor como carga, como já
descrito para os projetos anteriores. Veja a figura 45.

Figura 45 Ponta de prova de RF ´para ajustes do JORF.

Use uma ponta de provas de RF para medir a tensão da carga fantasma. Com os valores
obtidos, é aplicada a formula dada na figura 45 para se obter a potência de saída do transmissor de
CW. Note que na fórmula, P em watts, E em volts e R em ohms. O valor encontrado será bastante
aproximado do real.
Para ajustar o JORF para máxima saída, siga os passos;
a. Ajuste o trimpot R4 para máxima saída, lida no voltímetro, com a carga fantasma.
b. Faça alterações nos valores dos capacitores do circuito “PI” de saída, C7 e C8. Na PCI do
driver e amplificador de RF, já deixamos espaço para mais dois capacitores, em paralelo com C7 e
C8. Assim. Você não vai precisar ficando soldando e dessoldando esses capacitores na hora do
ajuste. Veja lá. Comece com 470pF e vá alterando os valores e vendo o que acontece com a potência
de saída. Tente obter a máxima saída possível.
c. Tonalidade do sinal de saída: escute num receptor sintonizado na frequência do JORF e veja
como está a tonalidade do sinal de saída. Deve ser clara e forte, sem “piados”.
Usando o transmissor de CW
Importante: Sem uma boa antena o transmissor não
vai funcionar!
Como você deve ser recordar, é preciso ter uma licença de radioamador para usar esse
transmissor com uma antena externa e transmitir sinais na faixa de 7MHz, destinada ao serviço de
radioamadores.
Os sinais de CW – Continuous Wave – Telegrafia, são gerados pela ação do Manipulador. Ao
abrir e fechar o manipulador, de acordo com o código Morse, um sinal de CW é enviado para a
antena
Modificações
a. Outros transistores
Outros transistores podem ser usados no lugar do conhecidíssimo 2N3904, como o BC548. O
BD139-16 pode ser substituído pelo 2SC1173 ou 2SC2078. Para isso observe as seguintes
características do transistor que você pretende usar:
● A máxima tensão de operação para o Vcc do transistor deve ser de no mínimo duas vezes a
tensão da fonte de alimentação do transmissor.
● A fT do transistor, ou seja, a frequência máxima de operação dede ser de no mínimo cinco
vezes a frequência de operação do circuito. Para 7MHz, a fT deve ser de 35MHz.

● Também é muito importante saber qual a máxima corrente que o transistor suporta, que é
especificada como “Ic”, ou seja, a corrente de coletor. Essa corrente deve ser 25% menor do que a
máxima corrente do transistor.
Consulte sempre o manual do fabricante para saber quais as características corretas do
transistor que você vai usar. As informações acima são dicas, para uso rápido.
b. Outras frequências
O JORF pode operar em outras frequências, com as devidas modificações. Essas modificações
devem ocorrer no circuito do VXO e no circuito do driver e amplificador de RF.
No caso do VXO, os valores do ressonador cerâmico XTAL1, e do indutor XRF1 devem ser
mudados de acordo com a nova frequência.
REFERÊNCIAS
1. Bartié, Miguel A. – Transmissor JORF – Site na Internet - “JORF”
2. Bobinas trifilares. – BOBINAS TRIFILARES
Vol 7 – 28/12/13 – pem – Ver 0
Capitulo 5
PROJETOS – ANTENAS
Introdução
Se você procurar na Internet, pela palavra “antena” ou em inglês “antenna”, você vai encontrar
milhares de sites que vão dar informações, dicas, teoria, construção, instalação, etc. sobre antenas,
cobrindo desde o cálculo da antena em si até a sua calibração ou ajuste.
Fora isso, ainda você vai encontrar as “antenas milagrosas” que se propõe a fornecer ganhos
espetaculares, com pequenos tamanhos, baixo custo, etc.
Informações básicas sobre antenas já foram discutidas anteriormente. A ideia do presente
Capítulo é fornecer informações e dicas importantes de como escolher uma antena, calcular o seu
comprimento, construí-la usando material simples. Informações praticas ainda serão discutidas de
como instalar a sua antena e ajustá-la.
Nos Capítulos seguintes vamos discutir alguns projetos, envolvendo a construção de tipos
simples de antenas.
E, não se esqueça...
SEGURANÇA EM PRIMEIRO LUGAR!
Construindo, instalando ou ajustando antenas, cuide da sua
segurança. Veja as regras dadas mais para frente nesse Capítulo.
Como escolher uma antena
Quando você vai escolher uma antena, seja para comprar ou construir, você deve pensar nos
seguintes pontos a serem analisados:
a. Local onde a antena vai ser instalada
b. HF ou VHF?
c. Custo: quando você pode gastar?
d. Comprar ou construir?
e. Requer equipamento complexo para ajuste, sintonia, etc.?
1. O LOCAL DA ANTENA
Se você mora em apartamento, nem adianta pensar numa antena dipolo para 80 metros, por
exemplo.
Como você deve estar recordado, uma antena dessas tem cerca de 40 metros de comprimento e
dificilmente você poderia colocá-la em cima do seu prédio.
Nesse caso, pense numa antena encurtada, do tipo de usa “bobinas de carga”, para reduzir seu
tamanho. Também existem antenas verticais multibandas, de produção comercial, para uso de
amadores.
A alternativa para o pouco espaço para instalação de antenas é usar a faixa de VHF, onde as
antenas são de tamanho mais reduzido. No caso de radioamadores, as frequências de operação na
faixa de VHF são: 50, 144 e 220 MHz. Podem ser usadas antenas verticais ou yagi.
2. HF OU VHF/UHF?
Como dito no item anterior, as antenas para VHF e UHF têm tamanho relativamente reduzido.
Essas antenas também são fáceis de serem instaladas em prédios de apartamento, sem necessidade de
nenhuma furação especial.
3. CUSTO
Se você optou por um modelo comercial, o custo pode ser maior do que construir uma antena.
Antenas de fio dificilmente são encontradas prontas e você vai ter que construí-las, o que é
relativamente simples.
A opção pela construção só deve ser tomada depois de analisadas as condições como:
disponibilidade de materiais (alumínio, plástico, cobre, etc.), disponibilidade de ferramentas, certa
habilidade manual para o uso de ferramentas, espaço para a construção da antena, etc.
É interessante notar que as antenas provavelmente são os acessórios mais construídos por
radioamadores. Veja as centenas de artigos sobre o assunto que podem ser encontrados na Internet!
Também é muito interessante notar que alguns operadores de rádio gastam centenas de R$ nas
compra de seu aparelho transmissor/receptor (transceptor) e muitas vezes negligenciam a antena,
quase sempre “querendo fazer economia” nesse item.
4. COMPRAR OU CONTRUIR?
Se você leu o item acima, pergunte-se:
● O material é facilmente encontrado?
● Tenho as ferramentas necessárias?
● Tenho habilidade suficiente para o manuseio dos materiais e ferramentas?
● Tenho tempo e espaço para isso?
Se você respondeu “SIM” a todas as perguntas, vá em frente!
5. REQUER EQUIPAMENTO COMPLEXO PARA SINTONIA DA ANTENA?
A grande maioria das antenas que você vai ver descritas nesse livro são ajustadas com um
medidor de ROE – Relação de Ondas Estacionárias. Esse medidor, também poderá ser construído,
como você vai ver mais adiante. Isso também ocorre em artigos na Internet e livros e revistas
especializados no assunto.
Outros equipamentos podem ser construídos, para facilitar o ajuste de antenas e muitos são
descritos nos Handbook da ARRL: o Antenna Book e o Radio Amateurs Handbook.
Um equipamento excelente para ajustes de antenas é o Analisador de Antenas como o fabricado
pela “MFJ ENTERPRISES” e mostrado na figura 53.1. O custo é relativamente elevado e apesar
de ser importado, pode ser achado no Brasil em lojas especializadas.

Figura 46 Analisador de Antena MFJ259.

Construção de antenas
Nos Projetos apresentados nos Capítulos seguintes, a construção de cada tipo de antena
descrita e detalhadamente apresentada. De uma maneira em geral:
► Metais
Basicamente os materiais usados para antena, devem ser da melhor qualidade possível.
Para antenas de fio usa-se fio de cobre comum, sem capa e seu diâmetro depende do
comprimento da antena, para que ele possa suportar o peso do cabo coaxial, geralmente no centro da
antena. Os isoladores podem ser de louça (excelentes) ou de PVC.
As antenas do tipo vertical e yagi são feitas de tubo de alumínio e o diâmetro desses tubos
varia de acordo com a construção. Existem tubos de parede fina (aprox.. 1mm) e de parede grossa
(aprox. 1,6mm) que se prestam para a construção de antenas. Veja as dimensões nos Projetos.
► Plásticos
Os plásticos usados para a construção de antenas devem ser de boa qualidade, rígidos e que
não absorvam água. Podem ser usados PVC e “Plexiglass®” com ótimos resultados.
► Ferragens
As ferragens usadas nas antenas, sejam elas de qualquer tipo, devem ser de alta qualidade.
Usam-se ferragens de aço inox nas antenas profissionais. Esse material é usado nas abraçadeiras,
parafusos, grampos tipo “U”, terminais, etc. Em alguns casos, podem ser usadas ferragens de aço,
zincadas. Aço sem tratamento cobre e latão deve ser evitado.
► Conectores
Use sempre conectores de fabricante reconhecido e que tenha isolação em PTFE. No mercado
existem alguns conectores do tipo “UHF”, que tem isolação de fibra (ou fenolite) e não servem para
aplicação em antenas externas.
► Ferramentas
Basicamente as ferramentas para a construção de antenas são as descritas no “Capítulo 23”.
Você vai serrar, furar, lixar, dobrar, etc. Uma mesa ou bancada grande ajudam, mas na falta
delas uma pequena mesa com uma morsa já servem.
Um bom arco de serra com lâmina de 24 ou 32 dentes por polegadas fazem cortes com bom
acabamento. Uma furadeira e brocas de diversos diâmetros completam a sua “oficina de construção
de antenas”!
Ainda tem mais uma “coisinha”: capricho, capricho, capricho...
REGRAS PARA OS PROJETOS
1. Nunca troque o diâmetro dos fios e dos tubos indicados.
2. Nunca altere os comprimentos fornecidos para os elementos da
antena.
3. Numa antena yagi, nunca altere o espaçamento dos elementos.
4. Nunca alimente uma antena com cabo coaxial de outra
impedância.
Segurança

ADVERTÊNCIA
A INSTALAÇÃO DE ANTENAS PRÓXIMAS A LINHAS DE
ENERGIA ELÉTRICA É PERIGOSA!
PARA SUA SEGURANÇA SIGA AS RECOMENDAÇÕES
ABAIXO. ELAS PODEM SALVAR A SUA VIDA!
Um trabalho sobre segurança na instalação de antenas pode ser encontrado nas recomendações
dadas pela “U.S. CONSUMER PRODUCT SAFETY COMMISSION”3 do governo norte-
americano.
No Brasil, algumas poucas recomendações podem ser encontradas nos sites da referência 4.
Em geral, observe:
a. Leia atentamente as recomendações de instalação da antena dadas pelo fabricante, antes de
começar a instalação. Em caso de dúvidas, entre em contato com o mesmo.
b. Se é a primeira vez que você instala uma antena, procure ajuda de um profissional.
c. Nunca instale ou desinstale uma antena perto de linhas de energia elétrica. Em caso de
dúvidas, consulte a fornecedora de energia elétrica local para ajuda.
d. Ao localizar o lugar ideal para instalação da antena, não pense somente no desempenho mas
também na segurança.
e. Antenas externas devem ser aterradas apropriadamente. Consulte um eletricista profissional
para isso.
f. Na instalação, de antenas de grande porte, procure ajuda especializada. Faça um
planejamento antes, para evitar surpresas ou acidentes.
g. Se você for fazer a instalação, vista-se adequadamente e use os equipamentos de segurança
necessários, como cintos, capacete, etc.
h. Se depois da antena montada ela começar a cair, deixe cair tudo e saia de perto. Não tente
segurar... Se cair em linhas de energia elétrica, nunca toque a antena, mastros, torre ou qualquer fio.
Chame imediatamente seu fornecedor de energia elétrica.
i. Use sempre materiais da melhor qualidade possível.
j. Não instale antenas com tempo chuvoso ou nublado.
Referências
1. ARRL – American Radio Relay League:
► The ARRL Handbook
2. MFJ Enterprises – Analisador de Antenas
3. US Consumer Product Safety Commision
4. Recomendações sobre segurança no Brasil
Vol 7 – 28/12/13 – pem – Ver 0
Capitulo 6
PROJETO 1 - MEDIDOR DE ROE – Relação de Ondas
Estacionárias
Introdução
Sem um medidor de ROE – Relação de Ondas Estacionárias (SWR – Standing Wave Ratio)
vai se difícil você ajustar as suas antenas, linhas de transmissão, etc. Além do ajuste da antena em si,
o medidor de ROE permite verificar o estado da sua linha de transmissão, antena, etc.
Informações básicas sobre a ROE já foram discutidas no “Capítulo 18 – Antenas”. Nesse
Capítulo vamos fornecer informações de como construir um Medidor de ROE para ajuste das suas
antenas.
Pela descrição a seguir, você verá que precisa de um pouco de habilidade mecânica para a
construção do medidor já que a parte eletrônica é simples.
O projeto do Medidor de ROE é baseado num projeto semelhante, publicado por nós na
Revista “ELETRÔNICA POPULAR”. Ver referência 1.
O circuito do medidor de ROE
O circuito eletrônico do medidor de ROE é bem simples e consta de poucos componentes
eletrônicos, como pode ser visto pela figura 54.1.
Figura 47 Circuito completo do Medidor de ROE.

RELAÇÃO DE MATERIAIS – Medidor de ROE


3. Resistores (todos 1/2W, carbono)
1. Semicondutores
R1, R2 = 150Ω
D1 e D2 = Diodo de Germânio 1N60,
R3 = 47kΩ, pot de carbono, linear
AA119, OA85 ou similar
3. Diversos
Seção Captadora: Ver texto para
construção
J1, J2 = conector fêmea para antena
2. Capacitores (disco cerâmico ou
(UHFou BNC)
poliester, 50V)
Ch1 = Chave deslizante ou rotativa,
C1, C2 = 10nF, disco cerâmico, 500V
um polo x duas posições
M1 = Microamperímetro de 250 mA.
Ver texto

O circuito é muito simples. Em J1 conectamos o transmissor de rádio e em J2 conectamos o


cabo coaxial que vai a antena.
A chave seletora Ch1 permite selecionar a medida que vai ser feita: direta ou refletida. O
potenciômetro R3 ajusta o fundo de escala do medidor usado, M1.
Como funciona
A seção captadora, como o nome da diz, “capta” uma amostra do
sinal enviado pelo TX e uma amostra do sinal que retorna da antena,
conforme a posição da chave Ch1.
Esses sinais de RF são retificados por D1 e D2 e “aplainados”
por C1 e C2 e aplicados ao medidor M1 que é um microamperímetro
ou miliamperímetro de CC.
Na posição “Direta” de Ch1, a tensão medida é ajustada para o
máximo por R3 e na posição “Refletida” essa tensão lida é a ROE.

A seção captadora
O desenho da figura 48 mostra como é construída a seção captadora do Medidor de ROE.

Figura 48 Construção da seção captadora.

Os bastões usados na seção captadora são de cobre, conforme dimensões do desenho da figura
48. Os espaçadores podem ser feitos de acrílico de 3mm de espessura. Essa espessura não é crítica e
pode usar 4, 5mm, etc. Outros materiais que sejam bons isolantes também podem ser usados, como
fenolite, celeron, PVC, etc. Veja foto da figura 49
Faça a furação dos espaçadores com capricho, para que os bastões mais finos fiquem alinhados
corretamente com o bastão central, mais grosso.
Depois da construção, ainda não cole ou prenda os bastões de cobre nos espaçadores, pois
isso irá dificultar a montagem dos mesmos nos pinos centrais dos conectores coaxiais.
Figura 49 Seção captadora do medidor de ROE.

Os componentes eletrônicos
Nenhum dos componentes usados é crítico e todos são de preço bastante accessível. O único
que pode causar algum “rombo” no orçamento é o medidor M1, que poderá custar caro se for
adquirido um microamperímetro ou miliamperímetro. Mas veja a dica a seguir.
DICA
Em lugar do microamperímetro, pode ser usado um “VU” que é o
medidor analógico de intensidade sonora usado em rádios e aparelhos de
som antigos. As lojas têm vários modelos e uma visita à oficina de reparos
de equipamentos eletrônicos poderá render algumas peças.
O tipo que nós usamos é de um aparelho de som, retangular na parte
da escala e pequeno. Veja maiores detalhes nas fotos.
Note que a maioria dos VU não tem indicado na escala ou no corpo,
qual a corrente de fundo de escala, ou seja, “até quanto ele pode medir”.
Isso é facilmente resolvido com as dicas dadas no quadro mostrado mais
adiante.

Caixa para o medidor


A caixa para o Medidor de ROE é mostrada na figura 50 e figura 51. Todas as medidas não
especificadas são em milímetros.
Para facilidade de furação, pode ser usada chapa de alumínio de 2mm de espessura. Tinta e
letras adesivas dão um bom acabamento ao conjunto.
No caso da furação, é importante ter primeiro em mãos o medidor M1 para que a mesma seja
feita de acordo. Essas medidas podem variar muito devido à diversidade de formatos de VU. Note,
porém, que o VU usado não pode ter muita profundidade, pois senão irá encostar-se à seção
captadora.
Figura 50Painel e laterais da caixa do medidor de ROE.
Figura 51 Tampa da caixa do medidor de ROE.

Qual é o fundo de escala do meu VU?


Utilize o circuito da figura 52, usando uma pilha de 1,5V comum, um potenciômetro de 47kΩ e
o VU (M1). Note que tudo está em série.
1. Ajuste o potenciômetro R1 para sua máxima resistência, antes de conectá-lo ao circuito.
Muito importante senão você poderá danificar o seu VU!
2. Monte o circuito como figura 52.
3. Ajuste R1 com cuidado, para máxima deflexão do ponteiro.
4. Desligue o circuito e não mexa no eixo do potenciômetro.
5. Meça o valor que você ajustou no R1, utilizando um multímetro de boa qualidade (digital).
Meça também a tensão da pilha.
6. Calcule a corrente de fundo de escala (Ife), utilizando a fórmula:
Figura 52 Determinando o fundo de escala de um VU.

7. Por exemplo, vamos supor que usamos uma pilha com tensão de 1,5V e encontramos uma
resistência de 6 kΩ em R1. Temos então que o fundo de escala é:

Conhecendo o fundo de escala do VU, poderemos então calibrar a escala do mesmo, para a leitura de
ROE, como explanado mais adiante. Normalmente o VU vem com uma escala com algumas divisões
e números que podem servir de referência.
No exemplo calculado acima, se o VU tem 5 divisões, então cada divisão vale 50μA.
Uma nova escala pode ser desenhada, com letras adesivas ou algum programa de micro e
colocada no lugar da original, já calibrada em ROE. Para isso, o VU tem que ser aberto, com muito
cuidado.
A montagem
É aconselhável usar a caixa descrita no item seguinte, para a montagem dos componentes do
Medidor de ROE.
As diversas conexões entre os componentes devem ser as mais curtas possíveis, ou seja, ponto
a ponto. Veja sugestão nas fotos mostradas.
A caixa é usada como terra do circuito e se ela for pintada, deve se raspar a tinta nos pontos
internos, onde vão os conectores J1 e J2 e demais pontos de terra. Note que para os pontos de terra
foram usados terminais de solda, preso nos parafusos mais próximos. Veja nas fotos.
Para facilitar a montagem, pode ser seguida a sequência abaixo;
a. Com a caixa pronta, com toda a furação de acordo com seus componentes, pinte-a ou não.
b. Identifique os controles, entrada e saídas, com letras adesivas ou rotulador.
c. Monte o medidor M1, a chave Ch1 e o potenciômetro R3.
d. No topo da caixa, monte um dos conectores coaxiais fêmea.
e. Coloque a seção adaptadora encaixada no pino central do conector coaxial fêmea que já foi
instalado e instale o segundo conector coaxial.
f. Agora, você pode fazer todas as outras conexões, conforme indica o diagrama esquemático.
Veja na sequência de fotos como os diversos componentes são montados.
Calibração
A fórmula abaixo permite calcular a ROE, baseado nos valores medidos pelo medidor M1.

Onde Id = Corrente direta


E Ir = Corrente refletida
Uma calibração que permita a leitura direta, sem cálculos, foi colocada no artigo original1,
sendo na realidade um pequeno artigo extraído da revista “The Shortwave Magazine2”. Veja na
página seguinte.
Usando o medidor de ROE
O Medidor de ROE deve ser instalado na saída do transmissor e no cabo coaxial que vai a
antena, como ilustrado na figura 53.
Figura 53 Conexão de medidor de ROE.

Para medir a ROE, siga a seguinte sequência:


a. Use a mínima potência possível no transmissor. O suficiente para dar uma leitura de plena
escala.
b. Coloque a chave Ch1 na posição “Direta”.
c. Aplique o sinal do transmissor no medidor de ROE.
d. Ajuste R3 (Sensibilidade) para a máxima deflexão do ponteiro. Faça esse ajuste com
cuidado.
e. Passe a chave Ch1 para a posição “Refletida” e leia a ROE diretamente se o medidor já foi
calibrado. Se não, faça os cálculos necessários.
Dicas

Veja várias dicas de construção do Medidor de ROE nas fotos mostradas nas páginas seguintes.
A seguir colocamos varias fotos do medidor de ROE por nós construído.
Figura 54 Painel do medidor de ROE.
Figura 55 Vista interna do medidor de ROE.

Referências
1. Mazzei, P.E., Prático Medidor de ROE, Revista “ELETRÔNICA POPULAR”, julho/agosto
de 1977. Antenna Edições Técnicas – Rio de Janeiro
2. Carpenter, L.J. – Calibrando o seu medidor de ROE - The Shortwave Magazine – Vol
XXXV, no. 2. Página publicada pela Editora, junto com o artigo da referência 1.
Vol 7 – 28/12/13 – pem – Ver 0
Capitulo 7
PROJETO 2 – UM DIPOLO DE MEIA ONDA
Introdução
Agora que construímos nosso medidor de ROE, estamos preparados para ajustar a grande
maioria de nossas antenas, construídas por nós ou adquiridas prontas.
Nosso primeiro projeto de antenas vai descrever como construir a antena dipolo de meia onda
e algumas das suas variações, para HF (faixa de 3 a 30MHz).
Essa antena é extensamente usada em rádio comunicação e em recepção de ondas curtas e é
uma antena fácil de ser construída e ajustada, como vamos ver a seguir.
A teoria básica dessa antena já foi discutida no “Capítulo 18 – Antenas”. A ideia do presente
Capítulo é fornecer informações e dicas importantes da antena de meia onda, calculando o seu
comprimento, construindo-a usando material simples e ajustando-a para máxima eficiência.
Informações praticas também serão discutidas de como instalar a sua antena.
Mais uma vez, não se esqueça...
SEGURANÇA EM PRIMEIRO LUGAR!
Construindo, instalando ou ajustando antenas, cuide da sua
segurança. Veja as recomendações dadas no Capítulo 53.

ATENÇÃO: Leia o capítulo inteiro, antes de você iniciar a


construção do seu dipolo de meia onda.
A antena de meia onda
A antena de meia onda ou “dipolo de meia onda” é geralmente construída com fio de cobre
para a faixa de HF e seu comprimento, como o próprio nome da antena já diz, é de meia onda na
frequência de operação da mesma. Veja o desenho dessa antena na figura 56.
Calculando o dipolo de meia onda
A fórmula para o cálculo do comprimento do fio do dipolo de meia onda é simples:

Onde ℓ = comprimento do fio em metros


f = frequência em MHz
Figura 56 Antena dipolo de meia onda.

Como exemplo, vamos supor que precisamos calcular uma antena para recepção de estações de
ondas curtas em 12MHz. Temos então:

Essa medida é a mostrada como “1/2λ” na figura 56, de extremo de um isolador lateral ao extremo
de outro isolador lateral.
Na prática, deixa-se esse valor um pouco maior, para os ajustes de antena na frequência
de operação. Veja detalhes no item sobre a “construção”.
Construindo o dipolo de meia onda
a. Isoladores dos extremos
Os isoladores podem ser adquiridos prontos, geralmente de porcelana, ou podem ser feitos de
um plástico de boa qualidade como acrílico ou polipropileno.
Na figura 57 são mostrados alguns isoladores usados para antenas de fio usadas por amadores.
Figura 57 Isoladores para antenas.

Em (A) da figura 57, pode ser visto um isolador comum, do tipo também usado em instalações
elétricas. Podem ser encontrados em vários tamanhos e formatos e são feitos de porcelana.
Na mesma figura, em (B), o isolador mostrado já é um tipo especial para antenas, feito também
de porcelana.
Em (C) da figura, temos um isolador “homemade”: um pedaço de tubo de PVC, diâmetro de ½
ou ¾”, marrom ou branco, com um furo em cada extremo. Outros materiais plásticos de boa
qualidade podem ser usados, como acrílico, polipropileno,. nylon, etc.
b. Isolador central
O isolador central da antena, onde vai soldado o cabo coaxial, pode ser feito com um pedaço
de chapa plástica de 3 a 5 mm de espessura. Plásticos como acrílico, nylon e polipropileno podem
ser usados.
Veja na figura 58 um isolador desses, feito de acrílico, em forma de um triângulo.
Figura 58 Isolador central da antena dipolo.

No isolador central, note que o cabo coaxial faz uma volta por cima do isolador, para impedir
a entrada de água quando a antena estiver instalada. Na foto, o cabo coaxial ainda não foi soldado.
Esse cabo coaxial é preso por duas fitas plásticas de amarração, do tipo usado por eletricistas,
para prender vários fios juntos. Para a passagem dessas fitas, são feitos quatro (2 + 2) furos no
isolador central, com diâmetro de acordo com a largura da fita plástica.
c. Cabo coaxial
O cabo coaxial usado pode ser o de 50 ohms, fino, para potências pequenas, como o RG58 da
RFS-KMP® ou o grosso, RG213, para altas potências.
O catálogo do fabricante1 deve ser consultado para se saber a frequência de operação,
atenuação, máxima potência permitida, etc.
Veja fotos desses cabos coaxiais mais comuns na figura 59.
Figura 59 Cabos coaxiais mais comuns.

Em (A) da figura 55.4, o cabo coaxial mostrado é um cabo RGC213, celular (espuma), de 50Ω,
grosso, para grandes potências. Em (B) é ilustrado um cabo RG213, idem ao cabo (A), mas com
dielétrico sólido de polietileno. E em (C) é mostrado um cabo coaxial fino, de 50Ω, para pequenas
potências, modelo RG58.
d. Conectores coaxiais
No extremo do cabo coaxial que vai conectado ao transmissor, é usado um conector coaxial
apropriado. Para transmissores de HF e VHF geralmente são usados conectores do tipo “UHF” e
para a faixa de UHF são usados conectores da série “N”. O conector coaxial da série “BNC” também
pode ser usado.
Veja na foto da figura 60 esses conectores e note que todos são machos uma vez que no
transmissor sempre é usado um conector fêmea para a saída da antena.
Figura 60 Conectores coaxiais machos que vão ao cabo coaxial.

Na figura 60, (A), é mostrado um conector coaxial “UHF”, que é o mais popular e mais
econômico. Em (B) é mostrado um conector do tipo “BNC” e em (C) um conector da série “N”.
Os conectores coaxiais precisam de certa experiência para ser soldados nos cabos. Soldador
com a forma correta da ponta, bem limpa e solda de boa qualidade.
O cabo coaxial precisa ser decapado na medida correta, de acordo com o tipo do cabo. Se
possível, use uma ferramenta especial para isso, desde que você vá fazer esse serviço
constantemente. Senão, use alicates e faca retrátil, do tipo “estilete”.
Veja na figura 61 a soldagem do cabo coaxial grosso, como os RG213, no conector tipo
“UHF”.
No Brasil podem ser encontrados conectores de excelente qualidade, fabricados pela
“KLC®”. Procure usar sempre conectores com isolação de PTFE.
Figura 61 Solda do cabo coaxial grosso em um conector tipo UHF.

Na figura 61 note:
(A) – Cortar um pedaço de 19mm do cabo, deixando apenas o condutor central. Use ferramenta
apropriada e não marque o condutor central com o corte da lâmina.
(B) – Cabo coaxial já cortado, restando apenas o condutor central.
(C) – Cabo coaxial visto pelo extremo, mostrando suas partes. Note que a “malha” é um
trançado de finos fios de cobre. Essa malha pode ser estanhada ou não, conforme o tipo de cabo.
(D) – Agora retirar apenas a capa externa (cor preta) do cabo coaxial, com um comprimento de
8mm. Estanhar, com cuidado a porção de malha que fica exposta.
(E) – Rosquear o conector no cabo coaxial, de maneira que ele entre totalmente, sem forçar. O
condutor central deverá aparecer no pino do conector coaxial.
(F) – Soldar o pino central do conector coaxial e os quatro furos no corpo do conector. Esses
quatro furos permitem ver a malha do cabo coaxial, quando ele é rosqueado. Solde com cuidado, sem
escorrimento da solda. No caso da soldagem dos quatro furos, use um soldador de potência maior,
cerca de 50 a 80W pois o soldador pequeno não conseguirá aquecer o conector no ponto certo.
Para terminar, espere esfriar sem mexer o cabo e conector e depois coloque a bucha do
conector.
Veja detalhes (em inglês) de como soldar os conectores, de outro fabricante, a “Amphenol®”.
Para soldar cabos coaxiais de diâmetros menores do que o ilustrado (RGC213, RG213, etc.),
no conector coaxial, é preciso usar um “redutor” ou “adaptador”, como mostrado na figura 62.

Figura 62 Solda do cabo coaxial fino.


As informações dadas na figura 61 e figura 62 são do site da Amphenol®.
Nessa figura, veja os passos para soldar um cabo coaxial fino, como o RG58, num conector
coaxial tipo UHF, com redutor.
(A) Partes do conector coaxial UHF
(B) Encaixe o anel de acoplamento e adaptador redutor no cabo coaxial. Retire a capa do cabo
com a dimensão “a” = 17mm.
(C) Coloque o adaptador redutor na parte em que foi retirada a malha e vire essa malha para
trás, de maneira que a malha cubra a parte do adaptador redutor mostrado na figura. Agora, corte
esse malha de acordo com a dimensão “b” = 10mm. Retire agora o dielétrico do cabo, de maneira
que o condutor central tenha a dimensão “c” = 14mm. Estanhe a parte exposta da malha e o condutor
central. Cuidado com o excesso de calor.
(D) Encaixe o conjunto do conector, rosqueando-o no adaptador redutor até o fim, como
mostrado na figura 62. Solde a malha através dos quatro furos do conjunto do conector e solde o
condutor central do cabo coaxial no pino central do conector. Cuidado: evite excesso de calor, pois
pode derreter o cabo, causando curto-circuito.
(E) Espere todo conjunto esfriar e rosqueie o anel de acoplamento. O conector está pronto.
Veja fotos das soldas de conectores nos cabos coaxiais na figura 63.

Figura 63 Montagem de conectores e cabos coaxiais.

e. Fio de cobre para a antena


Deve ser usado o mesmo fio de cobre usado para instalações elétricas residenciais, de boa
qualidade, nu. Não use fio encapado pois pode alterar a sintonia da antena. Também pode ser usado o
fio esmaltado no. 12 AWG (2,05mm) para antenas mais longas ou o no. 14 AWG (1,63mm) para
antenas mais curtas.
Para antenas compridas, como as de baixa frequência, em HF, use fio que possa suportar o
peso do isolador central e do cabo coaxial. Note que o cobre do fio não pode ser excessivamente
macio ou fino, pois poderá esticar devido a esse peso e alterar a sintonia da antena. Para evitar esse
“estiramento” excessivo do fio, é aconselhável fazer isso no chão, antes de montar a antena: amarre
uma ponta do fio numa árvore ou similar e estique o mesmo manualmente. Não exagere...
Como dica podemos usar fio de cobre nu, 14 AWG, que tem 2,05mm de diâmetro, para a
grande maioria das antenas.
Use solda para todos os pontos da antena e somente solde se os fios estiverem limpos, sem
manchas. Use solda de boa qualidade, Depois das soldas nos fios já prontas e frias, passe uma
demão de verniz para uso externo sobre essas soldas.
f. Mastros para antenas
Você pode usar desde mastros de madeira (eucaliptos ou similares) até mastros especialmente
feitos para a antena, com roldanas nos extremos, retrátil, etc.
Na realidade, para a antena funcionar bem, não precisa de todo esse luxo. Conduites metálicos,
do tipo industrial (zincados) podem ser encontrados em vários diâmetros em lojas de material
elétrico. Cada um deles tem 3 metros de comprimento e se você acertar os diâmetros para que eles
“telescopem” uns dentro dos outros, dá para fazer um belo mastro.
Na base faça uma proteção de cimento e pinte o extremo do cano ou conduite, com uma tinta
protetora para metais. Dê várias demãos.
g. Estaiamento e cordas
Os isoladores dos extremos da antena devem ficar a cerca de 1 metro ou mais do mastro, se ele
for metálico.
Para que você possa erguer a antena, depois do mastro ereto, você vai precisar de algum tipo
de roldana ou um isolador de cerâmica que faça esse papel. Tubos de PVC não são aconselhados
nesse local pois podem ser “comidos” pelo atrito das cordinhas. Plásticos de formato sólido
(tarugos) podem ser usados. Veja a figura 57.
Use cordinhas de nylon, ou melhor, um tipo de cordinha que as lojas costumam chamar de
“marítima”, pois dizem ser usadas em barcos, redes de pesca, etc. Podem ser encontradas em vários
diâmetros. Compre um pouco o mais do que você calculou...
Se o mastro envergar no sentido da antena, quando você erguer a mesma, é sinal de que você
precisa estaiar o mesmo. Use mais cordinhas para isso, presas no sentido contrário da antena.
Arames de aço podem ser usados, mas você deve seccioná-los, intercalando isoladores, para evitar
que os arames do Estaiamento entrem em ressonância na frequência da antena.
Figura 64 Instalação da antena no mastro.

Outros tipos de dipolos


Além do dipolo de meia onda “aberto” do tipo mostrado na figura 56, existem algumas
variações da antena dipolo de meia onda.
a. Dipolo dobrado de meia onda
Esse tipo de dipolo tem grande aplicação em antenas de TV e FM, já que a impedância do
mesmo é de 300Ω, como mostrado na figura 65.

Figura 65 Dipolo dobrado de300Ω.

Em (B) da figura 65 pode ser visto um dipolo dobrado de meia onda, construído com fita de
TV de 300Ω. Essa antena é bastante simples e prática para uso, por exemplo, com um receptor de
FM. Nesse caso, o comprimento da antena deve ser calculado para o centro da faixa de FM, em torno
de 100MHz.
Os extremos da antena com fita de TV devem ser unidos e soldados. No centro da antena vai à
fita de descida que também é soldada na fita da antena, como mostrado na figura 65.
Se a impedância de entrada do receptor de TV ou FM for de 75Ω, deve ser usado um pequeno
transformador de impedâncias, de 300Ω (da antena) para 75Ω (do receptor).
b. O dipolo de meia onda “V” invertido
O dipolo do tipo “V” invertido é um dipolo aberto, mas com o formato de um “V” invertido,
onde o isolador central é montado num mastro e os extremos vão em direção ao solo. Veja figura 66.

Figura 66 Dipolo do meai onda "V" invertido.

Essa antena pode ser calculada usando-se a mesma forma dada anteriormente para o cálculo do
dipolo de meia onda, no início desses capitulo.
Se possível, o ângulo entre as “pernas” (fios) da antena, deve ser de no mínimo 120º. Ângulos
menores têm sido usados, até 90º. , sem problemas aparentes.
A antena “V” invertido é ideal para terrenos pequenos, onde não é possível a instalação de
dois mastro e do dipolo aberto. Se possível, a parte superior do mastro deve ser feita com material
isolante. Uma dica barata é usar um tubo plástico para água, de PVC branco, que tenha internamente
um tarugo de madeira muito bem seca e pintada várias vezes com uma tinta do tipo “Neutrol®”.
Obviamente a ponta do cano de PVC deve estar muito bem fechada.
Usamos isso já há vários anos, sem problemas de entrada de água ou quebra do cano, mesmo
em lugar com ventos razoáveis.
c. O dipolo multibandas
É possível montar vários dipolos de meia onda num mesmo isolador central e alimentá-los com
um único cabo coaxial, como mostra a figura 67. Essa antena é também chamada de “antena
borboleta”.
Figura 67 Antena multibandas "borboleta".

No desenho da figura 68 são mostrados três dipolos, montados no mesmo mastro e alimentados
pelo mesmo cabo coaxial. Cada dipolo trabalha numa frequência diferente e podem ser calculados
pela fórmula já dada.
A configuração do dipolo multibandas também pode ser a da antena “V” invertido. Apenas
alguns detalhes devem ser diferentes, como mostrado na figura 68.
Note na figura 68 que um pedaço de tubo de PVC, furado, separa os fios das antenas,
mantendo-os mais ou menos esticados. Cada fio da antena é “travado” no tubo de PVC com pequenos
pedaços de fio de cobre torcidos em volta do tubo de PVC e do fio da antena.

Figura 68 Antena dipolo multibandas. Detalhe de construção.


Construindo seu primeiro dipolo
Regrinhas para uma vida longa para sua antena...
1. Parta do principio de que nada é para sempre...
2. Lembre-se que nada resiste ao tempo...
Uma antena bem construída irá funcionar adequadamente durante um bom tempo. Entretanto,
não se esqueça de que não será para sempre. Mesmo que você tenha construído sua antena com os
melhores materiais, caprichado nas soldas e ajustando-a bem, não se esqueça de que de vez em
quando, a “mãe natureza” entra em ação e apronta das suas...
Use o melhor material que seu bolso permita. Ferragens externas devem ser de aço inox ou
latão.
O cabo coaxial deve ser de procedência. Evite pedaços de cabos vendidos em algumas lojas,
por aquele balconista “cara de pau”: esse cabo só foi usado uma vez e o cliente deixou ai para
vender... Não caia nessa! Existem várias marcas no mercado, mas muitas não servem nem para você
usar como estaiamento de antenas! Cuidado nessa parte, pois um bom cabo custa caro. Você pode até
fazer seus isoladores de tubo PVC para água e usar um fio de cobre de qualidade normal, mas não
economize no cabo coaxial...
Capriche nas soldas e para mantê-las brilhando, espere esfriar e passe uma demão de verniz do
tipo marítimo. Faça isso somente depois da antena testada e ajustada.
Ajustando o dipolo
Muito bem! Você projetou a sua antena com todo cuidado, usou materiais de boa qualidade (de
acordo com seu orçamento) e construiu a antena com todo capricho.
Convidou seu amigão para tomar uma cerveja, mas só depois que ajudasse a subir a antena no
mastro...
Agora chegou a hora de ajustá-la.
Regrinhas para iniciar um feliz ajuste de antenas...
1. Use a mínima potência possível: aquela que dê apenas uma
leitura suficiente no seu medidor de ROE.
2. Você tem medidor de ROE, não tem?? Sem medidor nada
feito...
3. Aterre seu equipamento e a antena, se for o caso.
4. Se você estiver testando sua antena numa faixa de
frequências que tenha outros usuários, muito cuidado com as
interferências.
Se você tiver um analisador de antenas como o mencionado no Capítulo anterior, ótimo! Os
itens 1,2 e 4 das “Regrinhas” acima já estão resolvidos. Se não, vá em frente.
Ligue todo conjunto: antena, medidor de ROE e transmissor, como descrito no capitulo
anterior. Use o medidor de ROE conforme descrito nesse Capítulo. Se necessário, releia o Capítulo.
Na grande maioria das vezes a antena vai estar “um pouco fora” do que você calculou e a ROE
poderá ser baixa em uma frequência acima ou abaixo do que você esperava.
► Se a ROE é baixa numa frequência acima da frequência de cálculo, sua antena está curta...
► Se a ROE é baixa numa frequência abaixo da frequência de cálculo, sua antena está
comprida...
Um dos métodos de acertar isso é ficar subindo e descendo a antena, aumentando ou
diminuindo seu comprimento, até que se consiga uma baixa ROE. Como foi recomendado que você
cortasse o fio da antena um pouco maior do que o calculado, na maioria das vezes você vai ter que
retirar um pedaço desse fio para ajustar a antena.
Um método foi descrito na Revista ANTENNA/ELETRÔNICA POPULAR4, que agiliza em
muito esse processo. Vamos repetir os tópicos principais do artigo:
a. Ao calcular a antena, corte-a um pouco maior. Se você quiser, pode alterar a fórmula dada e
em vez de usar 142,5, use 145, por exemplo. Com isso, a antena fica um pouco maior.
b. Depois da antena construída totalmente, instale-a no lugar definitivo e na mesma altura que
você vai usá-la.
c. Meça a ROE no medidor, com muito cuidado, procurando a frequência em que a ROE está
em 1;1 ou muito próximo desse valor. Anote essa frequência, que será chamada de “f1”.
d. Abaixe a antena e confira seu comprimento, anotando também esse valor, que será chamado
de “L”.

e. Aplique a equação abaixo, para calcular o valor de “k1”, que será um coeficiente correspondente à
antena quando operava na frequência “f1”, com comprimento “L”:

Sendo: L = comprimento efetivo da antena (item d)


f1 = frequência efetiva em que se mediu a ROE (item c acima)
f. Calcule agora qual deve ser o comprimento correto da antena “L1”, para operar na
frequência desejada, usando a fórmula abaixo:

Sendo: k1 = coeficiente efetivo da antena (item e acima)


f = frequência desejada de operação da antena.
g. Agora, ajuste o comprimento da antena para o valor calculado de “L1”. Lembre-se que no
dipolo de ½ onda os dois “braços” da antena devem ter o mesmo comprimento. Devido a isso, corte
o excesso em partes iguais, nesses dois “braços”: metade em cada um.
h. A seguir, suba a antena e verifique o valor da ROE na frequência para qual a antena foi
calculada. Essa ROE deve ser muito baixa, cerca de 1:1.
Referência
- Penna, Gilberto A. – Revista ANTENNA-ELETRÔNICA POPULAR® – Vol. 98, no. 3 e Vol.
98 no. 5.
Vol 7 – 28/12/13 – pem – Ver 0
Capitulo 8
PROJETO 3 – ANTENA MULTIBANDAS G5RV
Introdução
Depois de analisarmos a construção de alguns tipos de dipolos de ½ onda, vamos ver nesse
capítulo uma antena multibandas, que se tornou famosa em todo mundo: a antena G5RV.
Esse nome de “G5RV” veio do prefixo de radioamador de Louis Varney, um inglês que já
esteve em nosso pais e aqui é muito conhecido.
Um excelente trabalho sobre essa antena, inclusive com o seu funcionamento teórico, foi
publicada em livro especializado1 da área e em muitos outros, como o excelente “The Radioamateur
´s Handbook”, da ARRL®. Na Internet também existem vários links sobre o assunto.
Mais uma vez, não se esqueça...
SEGURANÇA EM PRIMEIRO LUGAR!
Construindo, instalando ou ajustando antenas, cuide da sua
segurança. Veja as recomendações dadas no Capítulo 53.

ATENÇÃO: Não corte, serre ou fure nada! Leia o capítulo


inteiro, antes de você iniciar a construção da sua antena.
A antena G5RV
A antena G5RV é uma antena mutibanda, que opera nas faixas de 10 (28Mhz) a 80 metros
(3,5MHz), devido a seu esquema especial de “seção casadora”, como pode ser visto na figura 69.
Essa antena também pode operar na faixa de 160 metros (1,8MHz), unindo-se o condutor central e a
malha do cabo coaxial, no acoplador.
A antena G5RV não pode ser conectada diretamente a saída 50Ω do transmissor. Isso deve ser
feito através de um acoplador, que pode ser construído ou adquirido pronto, usualmente já com
medidor de ROE, como é o caso dos acopladores da “Soundy®”.
Figura 69 Antena G5RV - Dimensões.

A seção casadora é na realidade uma linha aberta para transmissão e pode ser construída. Uma
alternativa é usar fita de TV, com impedância de 300Ω. Nesse caso, o comprimento da seção
casadora passa a ter um comprimento de 8,69m. Veja detalhes de construção da seção casadora na
figura 70, se for usada uma linha aberta.

Figura 70 Seção casadora de impedância.

A seção casadora é conectada ao transmissor através de um cabo coaxial de 50Ω que vai ao
acoplador de antenas.
Construindo antena G5RV
a. Isoladores dos extremos
Não tem maiores segredos e podem ser confeccionados com porcelana ou PVC, como
mostrado no Capitulo sobre dipolos de meia onda.
b. Isolador central
O isolador central da antena, aonde vai soldada a seção casadora, pode ser feito com um
pedaço de tubo de PVC. Plásticos como acrílico, nylon e polipropileno também podem ser usados.
Veja uma sugestão para construção na foto da figura 71.

Figura 71 Isolador central da antena G5RV.

Note os seguintes detalhes na figura 71:


► O isolador foi feito com um tubo de PVC do tipo “marrom”, com diâmetro de ¾”.
► Nesse tubo foram feitos furos no centro, passantes, para a passagem da cordinha de nylon,
que suspende a antena no mastro central, já que ela foi montada em posição de “V” invertido. Nos
extremos do tubo foram feitos os furos para passagem dos fios de cobre da antena.
► A fita de TV, de 300Ω, vem por baixo do tubo de PVC, dá uma volta por cima e fecha uma
volta. Essa fita é presa com um grampo de plástico. Pode ser uma usada uma fita ou presilha
qualquer, desde que seja de plástico.
► Os fios da fita de TV fazem uma “barriga” por baixo do tubo de PVC, para não entrar água
na própria fita. Os fios entram pela furação do tubo de PVC, como mostrado na foto e depois saem
por dentro do tubo, indo até os fios de cobre onde são soldados. Use solda de boa qualidade e
capriche...
c. A seção casadora
Para a seção casadora temos duas alternativas:
► Fita de TV, de 300Ω. Essa é uma alternativa barata, mas poderá trazer problemas. Com o
vento, a fita de TV costuma quebrar no ponto onde ela é soldada no cabo coaxial. Dispositivos
mecânicos podem ser feitos para evitar isso, mas com muita mão de obra. Outro problema associado
à fita de TV é que é difícil achar no mercado uma fita de boa qualidade. Cuidado com essa
alternativa. Na foto da figura 71 foi usada uma fita de TV. Nesse ponto do isolador central, não
tivemos a quebra da fita e sim no outro extremo da mesma, onde ela é conectada ao cabo coaxial.
► Linha aberta construída. Essa é a melhor alternativa, tanto elétrica quanto mecânica. A
figura 72 mostra os detalhes construtivos do isolador que vai entre os fios de cobre.

Figura 72 Detalhes do isolador de acrílico da seção casadora.

O isolador da figura 72 pode ser feito de chapa de acrílico de 2 ou 3mm de espessura. Eles
são colocados a cerca de 30 cm cada, sendo que o primeiro deles vai logo próximo ao isolador
central. O fio de cobre pode ser No. 16AWG, nu.
Um exemplo de montagem da linha aberta é mostrado na figura 73.

Figura 73 Detalhes do isolador da linha aberta da G5RV.

Na figura 73, note que na parte superior está a foto de um isolador e na parte central está a foto
de outro isolador, agora com um pedaço de fio que vai prendê-lo aos fios da linha aberta. Na figura
73 você pode ver como fica a linha aberta, depois de montada.
Note que os fios de cobre da linha, são presos aos isoladores por pequenos pedaços de fio,
como mostrado na figura 73.
Montando a antena G
Depois de toda antena soldada e conferida, a mesma deve ser montada no seu lugar definitivo.
A montagem final ao transmissor fica como ilustrado na figura 74.

Figura 74 Montagem da antena G5RV e conexão ao TX.

Note que no desenho da figura 56.7 existe um “choque” no cabo coaxial, próximo ao ponto
onde o mesmo é conectado à linha aberta. Esse choque é constituído de 8 a 10 espiras, feitas com o
próprio cabo, com diâmetro aproximado de 15cm. Essa “bobina” assim formada pode ser mantida no
lugar com presilhas plásticas ou fita isolante.
Ajustando a antena G5RV
Praticamente não existe nenhum ajuste a ser feito na antena G5RV em si. Basta conectar tudo
como mostra a figura 56.7 e acoplar a antena ao transmissor, usando para isso o acoplador de
antenas.
Siga as instruções do fabricante de seu acoplador de antenas, dadas no Manual de Instruções
do mesmo. Procure sempre obter a menor ROE em cada uma das frequências em que você vai operar.
Não se esqueça de usar um bom aterramento para todos os componentes da sua estação
transmissora. Siga as recomendações do fabricante.
Modificações
A ante G5RV também pode ser montada em forma de um “V invertido”, como no caso do
dipolo aberto, já descrito. As mesmas considerações para o dipolo aberto, em relação à montagem,
podem ser seguidas para a antena G5RV.
Referências
1. Varney, Louis – ARRL Antenna Compendium, volume I, USA.
Vol 7 - 28/12/13 – pem – Ver 0
Capitulo 9
PROJETO 4 – ANTENAS VERTICAIS PARA VHF
Introdução
Provavelmente o tipo de antena mais usado é a antena vertical, geralmente de ¼ de onda. No
caso de comunicações comerciais e profissionais, as antenas verticais têm grandes aplicações,
principalmente nas faixas de VHF e UHF.
No caso de antenas para amadores, as antenas verticais podem ser usadas com uma série de
vantagens como pouco espaço para montagem e facilidade de construção.
A literatura especializada está repleta de artigos sobre a construção desse tipo de antenas e a
Internet é outra grande fonte de pesquisa, com milhares de informações. No “The Radioamateur´s
Handbook, da ARRL", têm-se exemplos interessantes de construção de antenas verticais.
Já está até cansativo, mas não se esqueça...
SEGURANÇA EM PRIMEIRO LUGAR!
Construindo, instalando ou ajustando antenas, cuide da sua
segurança. Veja as recomendações dadas no Capítulo apropriado.

ATENÇÃO: Não corte, serre ou fure nada! Leia o capítulo


inteiro, antes de você iniciar a construção da sua antena.

A antena vertical
Como você pode ver no Capítulo 18, sobre antenas, a antena vertical é conhecida como
“omnidirecional”, pois irradia o sinal para todos os lados. Não “tá” se recordando? Leia o Capítulo
18 novamente...
Os modelos mais usados para antena vertical são as de ¼ de onda (1/4 λ) e as de 5/8 de onda
(5/8 λ), principalmente nas faixas de VHF e UHF. Para HF (3 a 30Mhz) a antena vertical já fica
grande e apresenta problemas na sua construção mecânica. Até que para as frequência acima de
20MHz, a antena vertical de 1/4 λ ainda é viável, em termos de construção para um amador sem
muitos recursos.

As antenas de 1/4λ têm um elemento vertical nesse comprimento e um plano de terra também
com 1/4λ de comprimento. Esse plano de terra costuma ser constituído de 4 elementos, como mostra
a figura 75.
Para que a impedância da antena fique próxima a 50Ω, o plano terra costuma ser montado a 45º
em relação ao irradiador vertical.
O cabo coaxial que alimenta a antena é conectado como:
● Malha: aos quatro elementos do plano terra
● Condutor central: ao elemento irradiador vertical.

Figura 75 Antena vertical de 1/4 de onda.

Calculando a antena de 1/4λ

A formula mais simples para se calcular essa antena é similar à usada para calculo do dipolo, porem
com os valores abaixo.
Onde l = comprimento do irradiador e dos elementos do plano terra, em metros
f = frequência em MHz
Para o uso dessa antena em VHF e UHF, como os elementos da antena costumam ser mais
grossos (geralmente de tubos de alumínio), a fórmula acima dá uma pequena diferença: os elementos
ficam um pouco maiores do que o desejado.
Entretanto, isso não é nenhum problema, pois essa antena é facilmente ajustada, como descrito
mais adiante.
CONSTRUINDO A ANTENA DE 1/4λ
Como é possível encontrar vários diâmetros de tubos de PVC (brancos e marrons, para água) e
tubos de alumínio no comércio, a construção de antenas verticais de 1/4λ fica muito simplificada. No
caso de antenas de UHF e VHF, mesmo fios de cobre podem ser usados, como mostrado mais para
frente.
Devido ao próprio desenho da antena de 1/4λ, é fácil fazer uma base isolada, onde vão
montado o elemento irradiador e os quatro radiais, como mostrado na figura 76, para antenas
trabalhando no final da faixa de HF, cerca de 20 a 30 MHz. Note que você pode melhorar os detalhes
mecânicos, usando sua criatividade.

Figura 76 Sugestão para construir antenas verticais simples.

Na figura 76, notar:


► O condutor do cabo coaxial é preso no parafuso mostrado. Esse parafuso, aos ser rosqueado
no tubo de PVC, também atinge o tubo de alumínio do elemento irradiador, dando o contato
necessário.
► A malha do cabo coaxial é soldada na abraçadeira de metal, onde já estão soldados os
quatro fios de cobre que formam os elementos do plano terra.
No caso de antenas para frequências de HF, acima de 20Mhz, os fios de cobre dos elementos
do plano terra, servem de estaiamento para montagem da antena ao solo. O mastro para essa antena é
preso no tubo de PVC, onde ele entra por dentro.
Para antena de VHF e UHF, onde os elementos são bem menores, podem ser usados tubos de
alumínio de pequenos diâmetros e ferragens pequenas, já que não existe grande esforço mecânico.
A figura 77 ilustra a construção mecânica que pode ser usada para antenas verticais de 1/4λ
para VHF e UHF.
Figura 77 Detalhes de construção da antena vertical para VHF e UHF.

Na figura 77, atente para os seguintes detalhes:


►A base, feita de chapa de alumínio de 2 ou 3mm, é onde vão montados os 4 elementos do
plano terra e mais o conector coaxial fêmea. Note que o conector tem a rosca virada para baixo, onde
deve ser encaixado o conector macho com o cabo coaxial, que vem do transmissor.
► Os elementos do irradiador e plano terra podem ser feitos de cobre (mais fácil de soldar)
ou alumínio. No caso de alumínio deve ser “bolada” uma maneira de prender o elemento irradiador
no conector coaxial. Existem conectores coaxiais fêmeas que tem um pino com rosca, ao invés de
pino para solda.
► A base, como mostrado na figura, tem uma lingueta para ser presa ao mastro. Uma
abraçadeira comum fixa a base ao mastro.
► Os 4 elementos do plano terra vão presos a base com parafusos pequenos.
Para antenas de teste, que vão ser usadas e logo depois desmontadas, ou para uma emergência,
existe uma construção mais simples ainda, como a mostrada na foto da figura 78.
Figura 78 Vertical de ¼ d onda construída com fios de cobre e um conector coaxial.
Figura 79 Antena presa ao mastro.

Ajustando a antena vertical de 1/4λ


Depois da antena construída, a mesma deve ser ajustada no mastro, já no lugar definitivo. Isso
pode ser feito facilmente usando-se o medidor de ROE (veja Capítulo 18), conectado na saída do
transmissor. Nos capítulos de Projetos sobre antenas, você vai encontrar a construção de um medidor
de ROE.
Mede-se a ROE na frequência para a qual a antena foi calculada. Anota-se esse valor.
Se estiver muito fora de uma leitura de 1:1, corte um pequeno pedaço do elemento irradiante e
dos 4 elementos do plano terra. No caso de antenas de VHF e UHF, corte pequenas porções, cerca de
3 a 4mm de cada vez.
Mede-se novamente a ROE na mesma frequência e poderemos ter duas situações:
a. A ROE diminuiu e então mais um pequeno pedaço precisa ser cortado dos elementos.
Continue até conseguir uma boa ROE.
b. A ROE aumentou e então a antena está curta. Pode ter sido calculada errada ou construída
fora das dimensões. Verifique os cálculos e dimensões.
Essa antena é muito fácil de ajustar e quando estiver com um valor próximo de 1:1 é suficiente
para uma boa operação.
Uma antena de 5/8λ para VHF
Antenas verticais do tipo “5/8λ” são bastante usadas em VHF e UHF. São antenas
relativamente simples e que tem um ganho maior do que a antena vertical de 1/4λ.
Existem modelos onde dois ou três elementos de 5/8 são “empilhados”, para se obter maior
ganho.
O tipo de antena de 5/8λ que vamos descrever tem um elemento e usa uma bobina e um
capacitor na base da antena, para sintonia da mesma.
Essa antena pode ser usada como antena base (fixa) ou antena móvel. Em ambos os casos, é
preciso uma caprichada proteção da bobina e capacitor, para evitar danos por entrada de água,
sujeira, etc.
A figura 80 mostra a antena descrita. Nessa figura, note:
Figura 80 Antena vertical de 5/8 de onda.

► A bobina L1 é enrolada sobre uma forma sólida de acrílico (ou plástico similar), com ½”
de diâmetro (12,7mm). No extremo superior dessa forma, é encaixado o bastão de alumínio de ¼”
(ℓ1 na figura). No extremo inferior, o bastão foi torneado com diâmetro suficiente para entrar na
parte fixa do conector J1. Veja foto na figura 81.
► O pino central do conector J1 é conectado na tomada da bobina L1. Essa tomada está
localizada a uma espira, contando da parte inferior da bobina. Para isso, é feito um furo na forma da
bobina, para a passagem de um pedaço de fio rígido comum, no. 22 ou equivalente. Um extremo
desse fio é soldado na primeira espira da bobina e outro extremo é encaixado no pino central do
conector coaxial J1. Veja foto da figura 81.
► Para ℓ2 pode ser usada uma antena do tipo “telescópica”, que pode ser facilmente
encontrada no comércio. Ela deve ter cerca de 940mm quando totalmente esticada. No caso da figura
82, a vareta usada para ℓ2 é uma antena de aço inox, tirada de um telefone sem fio. Faça um furo no
extremo superior de ℓ1, para encaixa da antena telescópica ou de uma vareta.
► O capacitor trimmer C1 é usado para sintonia da antena, com um medidor de ROE. Quando
a melhor ROE for achada, na frequência de operação, esse capacitor pode ser substituído por um
fixo, de mesmo valor encontrado no ajuste de C1. Para isso use um capacímetro como o descrito
nesse serie de livros. Se você não tiver o capacímetro, faça o ajuste com um trimmer e deixe-o no
lugar.
► Se a antena for operada externamente, todo conjunto da bobina e capacitor deve ser
protegido da ação do tempo. Isso pode ser feito colocando esses componentes dentro de uma caneca
plástica, vedando-se as juntas com borracha de silicone.

Figura 81 Detalhes da bobina e capacitor da antena.

A figura 82 mostra a antena vertical de 5/8λ completa.


Figura 82 Antena de 5/8 de onda completa.

A figura 83 mostra a base magnética da antena. Essa construção serve de sugestão para a
montagem de outra base, para uso externo.
Figura 83 Base magnética para antena de 5/8 de onda.
Vol 7 – 30/12/13 – pem – Ver 0
Capitulo 10
PROJETO 5 – ANTENA VERTICAL “J” PARA 144MHz
Introdução
Outra antena muito simples de construir e barata é a “J-Pole”, assim chamada por ter o formato
da letra “J”.
O modelo aqui descrito é baseado num artigo de Lew McCoy, para a revista “CQ Espanhola1”
e é bastante criativo: usa um pedaço de fita de 300Ω para antena de TV. Outras fontes de consulta,
para antenas J-Pole podem ser encontradas na Internet, onde vão ser achada descrição dessas antenas
para um grande gama de frequências de operação. Veja também a referência 2.
Usamos um pouco mais de criatividade e transformamos essa antena descrita num modelo
“mais profissional” e durável, para uso fixo.
SEGURANÇA EM PRIMEIRO LUGAR!
Construindo, instalando ou ajustando antenas, cuide da sua
segurança. Veja as recomendações dadas no Capítulo inicial sobe antenas.

ATENÇÃO: Não corte, serre ou fure nada! Leia o capítulo


inteiro, antes de você iniciar a construção da sua antena.
Antena vertical “J-pole”
A antena “J-Pole” é um tipo de antena de 1/2λ, alimentada num dos extremos, via um adaptador
de impedância de 1/4λ. O cabo coaxial de 50Ω é conectado diretamente a antena “J Pole”.
O ganho da antena “J-Pole” é equivalente a de um dipolo de 1/2λ e com ela você poderá
realizar contatos com estações mais distantes e mesmo acionar repetidoras longínquas.
Veja na figura 84 o desenho da antena “J- Pole” é mostrado com dimensões para a faixa de 2
metros, 144MHz.

Excelentes dicas de construção dessa antena, para o amador que gosta de “por a mão na massa”, são
dadas nesse SITE.
Figura 84 Antena vertical J pole.

Construindo a antena J-pole


Na figura 84, à esquerda, é mostrado um esquema elétrico da antena. No desenho da direita é
mostrado a construção de uma antena J-Pole para a faixa de 2 metros, 144Mhz, com fita de 300Ω
usada em antenas de TV.
Para isso, basta cortar um pedaço de uma fita de 300Ω, de boa qualidade, de acordo com as
dimensões da figura 84. Corte uns centímetros a mais para poder ajustar a ROE.
Note:
► Na parte inferior da fita deixe uma sobra ao cortar, para que você possa soldar os
condutores.
► Num dos condutores da fita no desenho, a direita) é feito um corte, na dimensão correta,
como mostrado no desenho em “Cortar”. Esse corte retira cerca de 13mm do condutor da fita.
► Na parte inferior da fita, onde vai ser conectado o cabo coaxial, decape os dois condutores
da fita de TV, com muito cuidado, deixando-os expostos para a soldagem.
► Pontos onde você vai ter que soldar: na parte inferior da fita uma os dois condutores e
solde; nos pontos onde você decapou, estanhe e deixe pronto para soldar o cabo coaxial.
Veja na figura 85, uma foto da antena montada e da solda do cabo coaxial na fita de TV de
300Ω.

Figura 85 Solda do cabo coaxial a fita de TV de 300 ohms.

Para o cabo coaxial, você tem duas alternativas:


● Um pedaço de cabo de cerca de 50cm, com um conector coaxial fêmea ou macho na ponta
(também chamado de “rabicho” ou “pigtail”) nesse caso, você deverá usar um outro cabo coaxial, do
rabicho ao transmissor ou
● Um cabo coaxial com todo comprimento necessário para ir da antena ao transmissor.
Montando uma capa protetora para a antena J-pole
Se a antena J-Pole for usada em experiências ou como portátil, basta esticar a antena
verticalmente entre dois galhos de uma árvore, por exemplo. Pode até ser fixada numa ripa de
madeira, para que se mantenha esticada, na vertical.
Um acabamento mais profissional pode ser conseguido montando-se a antena toda dentro de um
tubo de PVC ou outro material isolante. O PVC, usado para tubulações hidráulicas, do tipo marrom é
o ideal, pois é fácil de ser trabalhado. Além disso, todo conjunto pode ser colado, vedando
totalmente a antena.
Se você optar pelo uso do tubo, observe com cuidado que a inclusão de uma antena já
sintonizada, dentro do tubo, pode mudar um pouco sua sintonia. Veja mais detalhes mais a frente.
A figura 86 mostra um desenho de como pode ser essa “capa” de PVC para a antena. Em
relação a essa figura, notar:
► Antes de colar qualquer peça de PVC, limpe bem as partes e lixe, conforme instruções do
fabricante do tubo e da cola. Use cola apropriada para tubos de PVC, vendida no mercado sob
diversos nomes, como TIGRE®, etc.
► No cap (tampão) de PVC, antes de ele ser colado no tubo de PVC, deve ser colado um
pequeno gancho, para suspender a fita de TV dentro do tubo. Para isso, pode ser usada uma pequena
porção de cola do tipo “epóxi”.
► Na base da fita de TV, onde é soldado o cabo coaxial, pode ser encaixado um pedaço de
espuma ou material isolante semelhante, para impedir a entrada de “visitantes indesejados”, entrada
de água e segurar todo conjunto no lugar. Certamente que com sua criatividade você vai achar outras
soluções para isso.
► ATENÇÃO: Note que na figura 86 não são dadas os comprimentos e os diâmetros dos
diversos tubos usados. Você deve ir à loja de materiais hidráulicos e escolher essas peças,
verificando o encaixe de cada uma delas, para uma perfeita colagem. Algumas vezes, essas
dimensões podem sofrer mínimas variações, dependendo do fabricante.
► ATENÇÃO: Antes de colar tudo e fechar a antena, verifique a ROE. Ela pode mudar um
pouco, devido à inclusão da fita de 300Ω no tubo de PVC.
► Depois de tudo soldado, medido a ROE (1,2:1 ou 1,4:1 já está ótimo), você pode colar as
partes e sua antena estará pronta.
Figura 86 Capa de tubos de PVC para a antena.

Veja foto da antena já com a capa de PVC, na figura 87. Também são mostradas as ferragens
que podem ser usadas para fixar a antena ao mastro.
Figura 87 Base do tubo de PVC e abraçadeira.

Ajustando a antena vertical J-pole


Como essa antena é muito leve, ela pode ser montada ao mastro com ferragens do tipo usado
para fixar antenas de TV. É um grampo em formato de “U” e um mordente, como ilustrado na foto da
figura 87.
Depois da antena construída, a mesma deve ser ajustada no mastro, já no lugar definitivo. Isso
pode ser feito facilmente usando-se o medidor de ROE (veja Capítulo 18), conectado na saída do
transmissor.
Mede-se a ROE na frequência para a qual a antena foi calculada. Anota-se esse valor.
Se estiver muito fora de uma leitura de 1:1, corte um pequeno pedaço da ponta do elemento
irradiante que é o fio maior da fita de TV, onde foi soldado o condutor central do cabo coaxial. Por
isso é que você deve deixar uns centímetros a mais na hora de construir a antena.
Mede-se novamente a ROE na mesma frequência e poderemos ter duas situações:
a. A ROE diminuiu e então mais um pequeno pedaço precisa ser cortado do elemento. Continue
até conseguir uma boa ROE.
b. A ROE aumentou e então a antena está curta. Pode ter sido construída fora das dimensões.
Verifique as dimensões.
Essa antena é muito fácil de ajustar e quando estiver com um valor próximo de 1:1 é suficiente
para uma boa operação.
Veja foto da antena completa na foto da figura 88.
Figura 88 Vista completa da antena.
Capitulo 11
PROJETO 6 – ANTENAS YAGI
Introdução
Depois da construção de vários tipos de antenas verticais, vamos ver como poderemos
construir antenas direcionais do tipo yagi.
Esse tipo de antena tem largo emprego profissional e de amadores, devido a uma série de
vantagens, começando pela sua construção relativamente simples.
Com apenas um desenho e adicionando-se mais elementos, vai ser possível fabricar uma série
de antenas yagi, para várias frequências. Tudo isso aliada a uma construção simples e barata, com
materiais de fácil disponibilidade: uma visita às lojas de ferragens, hidráulica e elétrica, vão
fornecer um monte de materiais que podem ser empregados.
Nosso projeto baseia-se num famoso artigo de um radioamador americano, Kent Britain, com
quem trocamos algumas mensagens sobre essa antena e sua construção.
Outros radioamadores seguiram as DICAS de Kent Britain e vários projetos surgiram na
Internet, detalhando essa antena e informando do grande sucesso obtido. O desempenho da antena foi
analisado em programas de computador e esse ótimo desempenho foi posteriormente confirmado
através de medições em “contestes de antenas” nos USA. Mais DICAS sobre antenas para você se
divertir.
Vale a pena tentar apesar de muitos “perfeccionistas” torcerem o nariz para esse tipo de
construção de antenas. Tente e você vai se surpreender com os resultados!
Use sua criatividade e engenhosidade para melhorar a construção da antena e fazê-la mais
resistente à ação do tempo. Não damos uma receita pronta: damos as dicas, as dimensões e você
entra com a criatividade.
A propósito, “Cheap yagi” quer dizer “antena barata”...
SEGURANÇA EM PRIMEIRO LUGAR!
Construindo, instalando ou ajustando antenas, cuide da sua
segurança. Veja as recomendações dadas no Capítulo 53.

ATENÇÃO: Não corte, serre ou fure nada! Leia o capítulo


inteiro, antes de você iniciar a construção da sua antena.
Antena Yagi
A teoria básica da antena yagi já foi analisada no Capítulo 18 e basicamente ela é constituída
de uma gôndola ou “boom”, onde são montados elementos transversais com cerca de 1/2λ de
comprimento.
Os elementos têm nomes, conforme mostrado na figura 89.

Figura 89 A antena Yagi.

A antena yagi pode alcançar ganhos elevados, dependendo do comprimento do boom e do


número de elementos que vão ser colocados sobre o boom.
A alimentação da antena, ou seja, onde o cabo coaxial vai ser conectado, é feita no elemento
“Excitador”. Esse elemento excitador pode tomar várias formas, de acordo com a alimentação da
antena e as principais são mostradas na figura 90.
Na figura 90, observe:
► Em (A) é mostrado o elemento excitador com acoplamento por gamma match. Dá um bom
ajuste em frequências próximas, mas tem construção mecânica mais difícil. Impedância permite usar
diretamente um cabo coaxial de 50 ohms.
► Em (B) o elemento excitador é do tipo “dipolo fechado”, também de difícil construção
mecânica. A impedância do dipolo em si é cerca de 200 ohms e precisa ser alimentado com um
“Transformador de impedâncias” com relação de 4:1 (4 para 1 = 200Ω para 50Ω). Muito difícil de
ajustar para frequências próximas.
Figura 90 Formatos mais populares de alimentação do elemento excitador de uma antena Yagi.

► Em (C) o elemento excitador mostrado é o da Cheap yagi que usa praticamente metade de
um dipolo dobrado e permite a alimentação direta com cabo coaxial de 50Ω. Fácil de construir e de
alimentar.
Construindo a antena Cheap Yagi

A figura 91 mostra o desenho principal do elemento excitador da Cheap Yagi, com suas
dimensões.
Figura 91 Elemento excitador da Cheap Yagi.

Note:

► ℓ é o comprimento do elemento, indicado nas posições do desenho.


► S é o espaçamento entre a vareta do elemento, quando dobrado.
► A vareta pode ser de alumínio ou cobre, com diâmetro de 1/8” (3,2mm). Chegamos a usar
varetas de alumínio de diâmetro ¼” (6,35mm) na frequência de 144MHz, sem alteração apreciável
nas medidas. A vareta de alumínio dá para arrumar “grátis”: visite uma empresa que trabalha com
instalações elétricas rurais, pois eles usam um cabo de alumínio, que é constituído de vários fios de
alumínio com diâmetro de cerca de 1/8” (3,2mm). Peça retalhos ou ponta de rolo e ai você terá
material para várias antenas...
► Para a dobra da vareta, no formato mostrado na figura 91 use algum gabarito, que pode ser
um pedaço de cano ou similar, com o diâmetro necessário.
► Quando o espaçamento S for maior do que 5/8” (16mm) você deve fazer a dobra da vareta,
conforme indicado, para melhor soldagem do cabo coaxial.
► O boom deve ser de material isolante. No projeto original o autor usou madeira seca.
Usamos tubo de PVC de 3/4” com excelentes resultados. No caso de usar madeira, ela deve estar
bem seca e deve ser pintada com várias demãos de verniz do tipo marítimo. Use PVC que é mais
indicado.
► O cabo coaxial é soldado diretamente no elemento excitador, como mostrado na figura 91
se o elemento for de cobre. Se for de alumínio, faça pequenos furos no elemento excitador e use
terminais apropriados no cabo coaxial. Pequenas abraçadeiras de metal também podem ser usadas.
► Depois de soldado, o cabo coaxial deve ser preso ao boom, com fita isolante ou fitas de
amarração, do tipo plástico.
► No extremo da vareta, marcado “Ajuste” na figura 91, pode ser feito o ajuste da ROE na
frequência de operação. Devido a isso, sempre é interessante cortar a vareta um pouco maior e
depois ir retirando pequenos pedaços enquanto se mede a ROE.
Veja na figura 92, uma foto da solda do cabo coaxial. Note que é uma antena de testes e ainda
não foi dado o acabamento final e outros “cosméticos”. As varetas são de Φ1/4”.

Figura 92 Soldagem e montagem do cabo coaxial no elemento excitador da antena Yagi.

Sugestão para sequência de construção da antena:


a. Corte o cano de PVC do boom, deixando 5cm de cada lado. Se você for prender a antena ao
mastro pelo extremo onde está montado o refletor, deixe um pedaço maior, de acordo com a ferragem
que você vai usar.
b. Faça a furação dos elementos, de acordo com os espaçamentos dados nas tabelas. Lembre-se
de que a posição do elemento refletor é o ponto “0,00cm”. Tome todas outras medidas a partir desse
ponto. Verifique como você vai prender os elementos no boom: um pequeno parafuso por cima,
atravessando o tubo de PVC ou cola?
c. Corte o elemento excitador, um pouco maior porque é muito difícil cortá-lo para sair no
tamanho, após a dobra. Para fazer a famosa “voltinha” num dos extremos desse elemento, “bole” um
gabarito num pedaço de tábua. Nós usamos uma “rodinha”, que tem o diâmetro igual ao diâmetro de
dobra da “voltinha” do elemento, presa a uma ripa de madeira. Na própria ripa de madeira podem
ser marcadas as dimensões do elemento excitador, para facilitar a construção e cortes.
d. Corte os outros elementos, exatamente de acordo com as dimensões mostradas na tabela.
e. Prepare o cabo coaxial e estude a maneira como você vai prendê-lo no boom. Se o elemento
excitador for de alumínio, coloque terminais para parafuso no cabo coaxial (malha e condutor
central). No elemento excitador, você pode prender com parafusos ou pequenas abraçadeiras
metálicas.
f. Monte os elementos no boom. Fixe com o sistema que você “bolou”
g. Monte o cabo coaxial e prenda-o no boom com fita isolante ou presilhas plásticas.
Sua antena está pronta para o ajuste final.
Dimensões da Cheap Yagi para diversas frequências
O mesmo formato físico do elemento excitador é usado para construir Cheap yagi para uma
série de outras frequências. Veja os dados na tabela a seguir Para mais informações sobre medidas
para outras frequências, mais elementos, consulte o site do autor. Ai você vai encontrar as dimensões
para antenas para 900MHz e até 1,2GHz.
Note que as medidas informadas nas tabelas são explanadas na figura 93, através de um
exemplo usando a yagi de 4 elementos da tabela dada.

Figura 93 Exemplo de uso de dimensões da tabela. Calculada para 144MHz.


Ajustando a antena Cheap Yagi
Como essa antena é muito leve, ela pode ser montada ao mastro com ferragens do tipo usado
para fixar antenas de TV. É um grampo em formato de “U” e um mordente, encontrado em lojas de
antenas ou lojas de ferragens.
Depois da antena construída, a mesma deve ser ajustada no mastro, já no lugar definitivo. Isso
pode ser feito facilmente usando-se o medidor de ROE (veja Capítulo 54), conectado na saída do
transmissor.
Mede-se a ROE na frequência para a qual a antena foi calculada. Anota-se esse valor.
Se estiver muito fora de uma leitura de 1:1, corte um pequeno pedaço do elemento irradiante,
no ponto marcado “Ajuste” na figura 91. Por isso é que você deve deixar uns centímetros a mais na
hora de construir a antena.
Mede-se novamente a ROE na mesma frequência e poderemos ter duas situações:
a. A ROE diminuiu e então mais um pequeno pedaço precisa ser cortado do elemento. Continue
até conseguir uma boa ROE, se possível, em torno de 1:1. Não “se mate” para conseguir 1:1, 1,2:1 já
está ótimo!
b. A ROE aumentou e então a antena está curta. Pode ter sido construída fora das dimensões.
Verifique as dimensões.
Essa antena é muito fácil de ajustar e quando estiver com um valor próximo de 1:1 é suficiente
para uma boa operação.
Veja mais fotos da Cheap Yagi na sequência.
Na figura 94 podem ser vistos os componentes da Cheap yagi, de 3 elementos, para 144MHz.
De cima para baixo: boom de PVC marrom, Elemento diretor, elemento excitador com cabo coaxial
soldado e elemento refletor, feitos de vareta (vergalhão) de alumínio.

Figura 94 Componentes da Cheap Yagi.

Figura 95 Cheap Yagi pronta e ajustada.

Figura 96 Outra vista da Cheap Yagi.


Figura 97 Cheap yagi instalada no mastro.

Note que na figura 97, a antena é montada num dos extremos do “boom” e não no meio. Essa á
a condição ideal. Note também que o cabo coaxial vai em direção ao mastro, ao longo do “boom”, ai
preso por fita isolante.
Para instalações permanentes, é aconselhável vedar com silicone o cabo coaxial, perto de onde
ele alimenta o excitador, para que a agua de chuva não penetre no cabo coaxial.
Vol 6 – 30/12/13 – pem – Ver 0
OBSERVAÇÕES E CONDIÇÕES DE FORNECIMENTO DESSE LIVRO
1. Os projetos aqui descritos têm como fonte de referência livros, revistas, sites na Internet,
manuais de fabricantes, normas técnicas e experiência profissional do autor, conforme listados nas
“Referências” de cada capitulo. Essas pessoas, entidades, órgãos, empresas, etc. são os proprietários
desses projetos, marcas, símbolos, aplicações, etc. Esses projetos são apresentados de forma a
enriquecer o hobby de montagem de pequenos aparelhos eletrônicos, sem incentivar a
comercialização dos mesmos.
2. Todo cuidado foi tomado para que as informações aqui fornecidas fossem as mais corretas
possíveis. Porem, não nos responsabilizamos e nem garantirmos que os projetos montados por você,
vão funcionar da maneira descrita nesse livro. Em resumo, eles são montados por sua própria conta e
risco. Para nós, todos eles foram montados e funcionaram. Sempre sugerimos que você consulte as
fontes de referência, como apoio.
3. Todos os projetos foram montados, testados e descritos nesse livro com o intuito de ajudar
as pessoas que querem entrar na “arte da montagem eletrônica”. Não temos nenhum vinculo com
fabricante ou revendedor de componentes eletrônicos. Quando mencionada determinada marca ou
modelo, isso é feito como exemplo de uso do componente ou material para uma determinada
aplicação. Todos componentes eletrônicos, peças, materiais, ferramentas, etc., estavam disponíveis
na época de publicação desse livro (2009).
4. Quaisquer “Marca Registrada” ® ou Nome de Fantasia mencionados em todo texto
pertencem aos seus respectivos proprietários. Procurei também mencionar todos os “Copyright” ©
possíveis e se algum não foi mencionado, foi por falta de informações disponíveis na época. Estou à
disposição para a devida alteração, caso ocorra esse fato.
5. Não tenho como dar “consultas particulares” sobre as informações fornecidas. Entretanto,
perguntas serão respondidas via e-mail, no endereço de e-mail no inicio do livro. O tempo de
resposta será o menor possível, dentro das atividades do autor.
6. Faltou alguma coisa nesse livro? Ótimo, sinal que você leu com atenção: envie um e-mail
para mim, com as sugestões. Você encontrou alguma coisa errada? Por favor, informe via e-mail.
Gostou do livro? Recomende a outros...
7. E por fim...
Com certeza algum material desse livro vai ser copiado, transcrito, colocado na Internet e
imitado. Procure respeitar os Direitos Autorais. Em caso de transcrição para outros textos ou
Internet, peça autorização e sempre mencione a fonte e o autor.
Se você cobiça o exemplar desse livro que você viu na bancada de montagem de um amigo,
não copie afinal eu gastei cerca de quatro anos para fazê-lo e muitas horas foram roubadas do
convívio familiar para produzir os textos, desenhos, fotos, etc. que você vê aqui.
Um grande abraço e mãos a obra! Aqueça o ferro de soldar!!

S-ar putea să vă placă și