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INTRODUÇÃO.
Durante a administração colonial, o Brasil passou pelas capitanias, onde cada capitania
tinha um representante do Império, organizando-se perante seu Donatário e as ordens do Rei,
mas posteriormente obteve um impulso de modernização com o consulado pombalino. Durante
a República Velha a descentralização do poder houve avanços e recuos, onde nasceu algumas
empresas e autarquias e surgirem diferenciações na estrutura ministerial.
Durante a Revolução de 1930, o Brasil passou de um país agrário para industrial, sendo
economia periférica apoiada na exportação de produtos primários entre os quais se destacava o
café, principal item da pauta de exportações. O governo da era Vargas produziu grandes
transformações nas estruturas econômicas, sociais e políticos do país, realizou o primeiro
esforço deliberado, sistemático e continuado de modernização administrativa. No novo regime
da Ditadura Militar retirou do Congresso Nacional o projeto de lei elaborado pela Comissão
Amaral Peixoto para reexame do assunto por parte do Poder Executivo. A coordenação da
reforma administrativa cabia à Semor (Subsecretaria de Modernização e Reforma
Administrativa), que cuidava dos aspectos estruturais, sistêmicos e processuais, e ao Dasp, que
atuava somente no domínio dos recursos humanos.
A administração pública gerencial brasileira está ligada ao intenso debate sobre a crise
de governabilidade e credibilidade do Estado na América Latina durante as décadas de 1980 e
1990. A nova administração pública se diferencia da administração pública burocrática por
seguir os princípios do gerencialismo. Para alcançar seus objetivos, o novo modelo de gestão,
que serve de referência para os três níveis governamentais – federal, estadual e municipal –,
deveria enfatizar a profissionalização e o uso de práticas de gestão do setor privado. Emergiu
como o modelo ideal para o gerenciamento do Estado reformado pela sua adequação ao
diagnóstico da crise do Estado realizado pela aliança social liberal e por seu alinhamento em
relação às recomendações aos países latino-americanos.
A administração pública societal está ligada à tradição mobilizatória brasileira, que
alcançou o seu auge na década de 1960, quando a sociedade se organizou pelas reformas no
país. Consolidava-se o campo movimentalista, no qual transitavam os movimentos populares e
sociais, o movimento sindical, as pastorais sociais, os partidos políticos de esquerda e centro-
esquerda, e as ONGs. É um projeto em construção, pois a aliança política que o sustenta se
encontra em processo de consolidação, e a expectativa de que essa nova abordagem de gestão
pública se tornasse a marca do governo federal não se concretizou.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
COSTA, F. L. Brasil: 200 anos de Estado; 200 anos de administração pública; 200 anos
de reformas. RAP, Rio de Janeiro, 42(5): 829-74, set./out. 2008.