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O USO DA LUDICIDADE NO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO

AMBIENTAL

Daniele Conde Peres Resende1 - UTFPR


Fernanda Mara Cruz2 - INSEP

Grupo de Trabalho - Educação e Meio Ambiente


Agência Financiadora: não contou com financiamento

Resumo

Em decorrência da evolução da civilização, questões ambientais que ameaçam a


sustentabilidade mundial estão se tornando mais relevantes e centrais para a sociedade global,
abarcando problemas como as mudanças climáticas e a degradação de ecossistemas,
obrigando-nos a repensar nossas atitudes em relação ao meio ambiente e reconhecer a
Educação Ambiental como elemento capaz de redefinir esse modelo de desenvolvimento e de
educação de modo a garantir a sustentabilidade ambiental. Neste âmbito, faz-se necessário
repensarmos também a prática da educação ambiental no âmbito escolar. A escola pode ser
apreciada como um espaço que apresenta diversos instrumentos didáticos para elaborações de
temáticas e práticas ambientais, abrangendo o lúdico de forma significativa na formação do
individuo, e eficiente na construção de um aprendizado com características dinâmicas e
envolventes. A ludicidade ambiental surge como um campo de reflexão-ação, tendo como
foco principal, sensibilizar os indivíduos para o problema ambiental resgatando a
solidariedade, a cidadania e a cooperação por meio de atividades lúdicas. Por isso, este
trabalho teve por objetivo discutir a efetividade do lúdico na prática da educação ambiental,
sendo o foco principal as atividades ludo-educativas que podem ser utilizadas como métodos
para a sensibilização para as questões ambientais, visando propiciar aos nossos jovens
estudantes um conhecimento mais amplo e satisfatório sobre os problemas referentes ao meio
ambiente, conscientizando de que eles fazem parte do problema, mas que também são eles
que constituem a solução, pois a solução depende de uma atitude positiva dos jovens e da
consequente transmissão destes novos valores para as outras gerações uma real mudança no
cenário ambiental que se agrava diariamente.

Palavras-chave: Problemática ambiental. Educação ambiental. Jogos lúdicos ambientais.

1
Especialista em Auditoria e Gestão Ambiental - UTFPR – Campus Cornélio Procópio. Graduada em Biologia
Plena pela UENP – Campus Jacarezinho. Estudante do Grupo de Pesquisa Criatividade e Ludicidade da UENP –
Campus Jacarezinho. E-mail: dani.moreto@bol.com.br
2
Especialista em Tecnologia Educacional – INSEP. Graduada em Pedagogia – UEM. Professora da Educação
Básica - SEED-PR. Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Criatividade e Ludicidade na UENP – Campus
Jacarezinho. E-mail: fermcruz@yahoo.com.br.

ISSN 2176-1396
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Introdução

Nas últimas décadas, questões ambientais que ameaçam a sustentabilidade mundial


estão se tornando mais relevantes e centrais para a sociedade global, abarcando problemas
como as mudanças climáticas e a degradação de ecossistemas. Partindo desse pressuposto,
nota-se que a noção de problemas ambientais está intrinsecamente relacionada à forma como
a sociedade enxerga sua relação com o meio ambiente e na história dessa relação. Isto nos
remete a uma necessária reflexão sobre os desafios para mudar as formas de pensar e agir em
torno da questão ambiental numa perspectiva contemporânea.
Neste processo de mudanças e questionamentos é consenso o papel fundamental da
Educação Ambiental, sendo uma dimensão da educação que visa formar cidadãos éticos nas
suas relações com a sociedade e com a natureza. Há três aspectos fundamentais, que hoje se
tornam uma ponte entre o educador e a sociedade: a solidariedade, a participação e o
reencantamento.
Sendo assim, a escola pode ser apreciada como um espaço que apresenta diversos
instrumentos didáticos para elaborações de temáticas e práticas ambientais, abrangendo o
lúdico de forma significativa na formação do individuo, e eficiente na construção de um
aprendizado com características dinâmicas e envolventes.
A ludicidade ambiental surge como um campo de reflexão-ação. Como uma nova
metodologia incorporada a uma proposta educativa de Educação Ambiental, a ludicidade
ambiental tem como foco principal, sensibilizar os indivíduos para o problema ambiental
resgatando a solidariedade, a cidadania e a cooperação por meio de atividades lúdicas.
Partindo dessas considerações o presente trabalho teve como objetivo discutir a
efetividade do uso de metodologias lúdicas na prática da educação ambiental, pois, os jogos
lúdicos são uma importante ferramenta para o educador, pois faz com que o acadêmico
desenvolva várias respostas decorrentes de temas que não estão em livros didáticos.
Nessa perspectiva, a aplicação de jogos lúdicos ambientais visa contribuir para
formação socioambiental dos discentes a fim de promover competências e habilidades para
repensarmos a prática da educação ambiental no âmbito escolar.

(Re) Conhecendo a problemática ambiental

O Brasil contém áreas cuja biodiversidade está entre as mais ricas do planeta, mas,
também, entre as mais ameaçadas de sofrer perdas permanentes. O padrão predominante de
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desenvolvimento continua a transformar ecossistemas de forma irreversível, expandindo suas


fronteiras, colonizando novos territórios e gerando projetos agrícolas, industriais, de extração
e de energia que são lucrativos em curto prazo, mas exploram os recursos naturais
negligentemente. O crescente esgotamento dos ecossistemas tem sido parcialmente benéfico
para alimentar o crescimento populacional, mas nem sempre tem resultado em melhor
alimentação, e o impacto negativo sobre outros ecossistemas tem sido substancial.
(PERIAGO et al., 2007)
O modelo atual de crescimento econômico é injusto e insustentável, fomentando
padrões de consumo que têm fortes preferências por bens materiais de vida curta que se
tornam obsoletos rapidamente, com grande conteúdo de resíduos não biodegradáveis. (LEFF,
1994 apud PERIAGO et al., 2007)
A realização histórica do capitalismo toma a dimensão de uma verdadeira revolução
técnica e social, repercutindo, em escala e abrangência inéditas, em todos os aspectos da vida
das sociedades ocidentais modernas, inclusive o trabalho, a saúde e o ambiente. Promove-se
uma ruptura do Sujeito com a Natureza – quando a técnica passa a intermediar uma relação de
dominação e exploração, a partir da emergência do pensamento racional positivo e laico sobre
a natureza. Mascara-se, assim, a profunda e dinâmica inserção dos seres humanos no
ambiente e a interdependência entre eles, abrindo-se as portas simbólicas para agredi-lo.
(RIGOTTO; AUGUSTO, 2007)
Dia após dia, questões ambientais que ameaçam a sustentabilidade mundial estão se
tornando mais relevantes e centrais para a sociedade global, abarcando problemas como as
mudanças climáticas e a degradação de ecossistemas.
“Sucumbir” foi o verbo utilizado pelo Massachusetts Institute of Technology para
dizer o que aconteceria se todos os países do mundo continuassem em sua política de
crescimento: sucumbir à poluição do meio ambiente, ou à exaustão dos recursos naturais, ou
ao custo elevado de controle da poluição. (RIGOTTO; AUGUSTO, 2007)
Para Leff (2002 apud GOETTEMS, 2006), a degradação ambiental, o risco de colapso
ecológico e o avanço da desigualdade e da pobreza são importantes sinais da crise do mundo
globalizado. Segundo esse autor, os tempos de crise que ora vivemos, sobretudo de crise
ambiental, se manifestam como um sintoma do esgotamento de uma civilização “marcada
pelo modelo de modernidade regido pelo predomínio do desenvolvimento da razão
tecnológica sobre a organização da natureza”.
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Meio ambiente

A dimensão ambiental configura-se em todos os tipos de ambientes existentes no


planeta Terra (terrestres, aquáticos e aéreos) e as inter-relações dos seres vivos com o meio
natural e social, incluindo habitat e comportamento.
Tomando-se como referência o homem e o ambiente em que vive, Sauvé (2005) diz
que: o meio ambiente é o cadinho em que se forjam nossa identidade, nossas relações com os
outros, nosso “ser-no-mundo”.
Seguindo o pensamento de Sauvé, pode-se explicitar meio ambiente
simplificadamente como a relação do homem com o ambiente num contexto geral: nosso
“ser-no-mundo”.
A relação com o meio ambiente é eminentemente contextual e culturalmente
determinada. Portanto, é mediante um conjunto de dimensões entrelaçadas e complementares
que a relação com o meio ambiente se desenvolve. (SAUVÉ, 2005)
De acordo com o artigo 225, da Constituição Federal,

[...] todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida. Cabe ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações. (BRASIL, 1988)

Partindo desse pressuposto, nota-se que a noção de problemas ambientais está


intrinsecamente relacionada à forma como a sociedade enxerga sua relação com o meio
ambiente e na história dessa relação; onde Silva (2007) corrobora comigo.
Para Carvalho, I. (2004 apud SILVA, 2007, p. 10) “é preciso compreender os conflitos
que atravessam as múltiplas compreensões e práticas ambientais para poder sustentar uma
ética ambiental que se afirme no embate com os interesses imediatos e utilitaristas que não
estão por ela regulados”.
Segundo Jacobi (2003), observa-se uma crescente degradação das condições de vida,
refletindo uma crise ambiental. Isto nos remete a uma necessária reflexão sobre os desafios
para mudar as formas de pensar e agir em torno da questão ambiental numa perspectiva
contemporânea. Leff (2001 apud JACOBI, 2003) fala sobre a impossibilidade de resolver os
crescentes e complexos problemas ambientais e reverter suas causas sem que ocorra uma
mudança radical nos sistemas de conhecimento, dos valores e dos comportamentos gerados
pela dinâmica de racionalidade existente, fundada no aspecto econômico do desenvolvimento.
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Neste processo de mudanças e questionamentos é consenso o papel fundamental da


educação. Segundo Saviani (1994 apud REIGADA; TOZONI-REIS, 2004), a educação é a
forma que o homem tem de se apropriar da produção de conhecimento gerado ao longo da
história pela humanidade, pela cultura, o que ele considera uma “segunda natureza”, pela
história dos homens, que se formam como indivíduos e que produzem também coletivamente,
novos conhecimentos. Neste sentido, cada indivíduo terá instrumentos para criticar a
realidade e perceber e descobrir como participar das mudanças pelas quais terá condições de
lutar.
A partir daí surgem grandes propostas e discussões, como a Educação Ambiental,
sendo uma dimensão da educação que visa formar cidadãos éticos nas suas relações com a
sociedade e com a natureza.

Educação ambiental

O surgimento da questão ambiental como um problema que afeta o destino da


humanidade tem mobilizado governos e sociedades civis. A partir da década de 1960, muitos
debates, congressos e conferências surgem com a intenção de trazer à discussão a crise
ambiental, consolidando a ideia de uma educação ambiental. Esses eventos vêm sendo
marcados por avanços éticos, metodológicos e conceituais para a educação ambiental com
vistas à transformação social. (REIGADA; TOZONI-REIS, 2004).
De acordo com a Lei nº 9795 de 27 de abril de 1999, a Política Nacional de Educação
Ambiental se define:

Art. 1. Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o
indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades,
atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso
comum do povo, essencial a sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
(BRASIL, 1999)

Por certo, outras representações de educação ambiental podem ser identificadas e


caracterizadas. Tozoni-Reis (2004, p. 147) ressalta que:

...educação ambiental é uma dimensão da educação, é a atividade intencional da


prática social, que imprime ao desenvolvimento individual um caráter social em sua
relação com a natureza e com os outros seres humanos, com o objetivo de
potencializar essa atividade humana, tornando-a mais plena de prática social e de
ética ambiental. [...] Podemos dizer que a gênese do processo educativo ambiental é
o movimento de fazer-se plenamente humano pela apropriação/transmissão crítica e
transformadora da totalidade histórica dos homens no ambiente.
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A educação ambiental contribui para que o indivíduo seja parte atuante na sociedade,
aprendendo a agir individual e coletivamente na busca de soluções. Esse papel educacional
tem sido cumprido pela educação formal – nas escolas – e pela educação não-formal,
realizada pelas ONGs, organizações de cidadãos, associações de moradores e trabalhos
voluntários.
Em vista de sua amplitude e por exigir mudanças em profundidade, o projeto
educativo da educação ambiental é certamente de difícil realização. Ele requer o
envolvimento de toda a sociedade educativa: escolas, museus, parques, municipalidades,
organismos comunitários, empresas, etc. (SAUVÉ, 2005). Mas, sobretudo, requer
profissionais com uma dimensão de pesquisa e reflexão em suas intervenções no terreno da
prática capazes de despertar a interação do ser humano com o meio ambiente, práticas
cotidianas que demandam iniciativas e façam sentidos criando campos de ligação para o
exercício de uma educação ambiental.
Para isto, Tristão (2005) ressalta três aspectos fundamentais, que hoje se tornam uma
ponte entre o educador e a sociedade: a solidariedade, a participação e o reencantamento.
Segundo a autora,

[...] em vez de o educador utilizar a conscientização para obter resultados, ele


precisa pensar em promover um saber solidário, despertando o lado emocional do
indivíduo, resgatando uma profunda ligação entre reflexão, ação, emoção, valores e
natureza. [...] A educação ambiental visa potencializar ações coletivas e resgatar o
sentido da vida coletiva, por isso é importante enfatizarmos a participação, que
envolve sociedade, cidadania, ética, justiça, bem como movimentos sociais e
desigualdade. Porém, percebemos uma necessidade enorme de dominação de
técnicas que estimulem a participação da sociedade. Por esse prisma, as
potencialidades da ação, da política, da emoção e da formação da autoconsciência
são tecidas nos encontros, nas trocas, nas relações e nas conectividades das relações
em redes onde se formam verdadeiras comunidades interpretativas. Há também os
sentidos estéticos da natureza que integram a narrativa da arte, da cultura e da
educação ambiental e podem ser um mecanismo de contágio de sentimentos ou da
emoção vivida em comum. Essa racionalidade estético-expressiva é um dos fios
condutores de sensibilidades, de utopias e novas metáforas para reencantar a
educação de modo geral. (TRISTÃO, 2005, p. 260)

Nesta perspectiva, a escola pode ser apreciada como um espaço que apresenta diversos
instrumentos didáticos para elaborações de temáticas e práticas ambientais, abrangendo o
lúdico de forma significativa na formação do individuo, e eficiente na construção de um
aprendizado com características dinâmicas e envolventes.
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O papel do lúdico na educação ambiental

Ao se referir à prática da educação ambiental no espaço escolar, é necessário


compreender que além das ferramentas utilizadas para a realização da temática, é
imprescindível induzir o aluno à formação de um pensamento crítico, a partir da consideração
de que ele já traz consigo uma realidade e conhecimentos próprios que podem ser expandidos
a novas experiências e novas informações.
A escola é um ambiente socializado, onde são discutidos variados assuntos, tais como,
político, econômico, social e também ambiental, não obstante, não podemos esquecer que a
escola também é o espaço de brincar.
Comumente se pensa que uma atividade lúdica é uma atividade divertida. Poderá sê-la
ou não. O que caracteriza uma atividade lúdica é a “plenitude da experiência” que ela propicia
a quem a pratica. E uma atividade onde o sujeito entrega-se a experiência sem restrições
mentais, de qualquer tipo. O que mais caracteriza a ludicidade é a experiência de plenitude
que ela possibilita a quem a vivencia em seus atos, como, por exemplo, quando nos
entregamos totalmente a uma atividade que possibilita a abertura de cada um de nós para a
vida (LUCKESI, 2015).
Para Freitas e Salvi (2015) o lúdico é uma estratégia insubstituível para ser usada
como estímulo na construção do conhecimento humano e na progressão das diferentes
habilidades operatórias, além disso, é uma importante ferramenta de progresso pessoal e de
alcance de objetivos institucionais.
No contexto de Educação Ambiental, a ludicidade se revela como um instrumento
capaz de estabelecer novas reflexões sobre o meio ambiente. Para Oliveira (2005) é através da
atividade lúdica que a criança se prepara para a vida, assimilando a cultura do meio em que
vive, integrando-se nele, adaptando-se as condições que o mundo lhe oferece e aprendendo a
competir e a cooperar a conviver como um ser social.
Através da brincadeira, crianças, jovens e adultos descobrem o mundo, simulam
situações da vida cotidiana, aprendem a se concentrar, a observar e a buscar regras de
entendimento coletivo, estabelecendo relação com objetos, pessoas e com a própria natureza.
(PEDRINI, et al.,2007)
Segundo Gomes (2004, p. 146),
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[...] o lúdico é a expressão de significados que tem o brincar como referência, o


lúdico representa uma oportunidade de (re) organizar a vivência e (re) elaborar
valores, os quais se comprometem com determinado projeto de sociedade. Pode
contribuir, por um lado, com a alienação das pessoas: reforçando estereótipos,
instigando discriminações, incitando a evasão da realidade, estimulando a
passividade, o conformismo e o consumismo; por outro, o lúdico pode colaborar
com a emancipação dos sujeitos, por meio do diálogo, da reflexão crítica, da
construção coletiva e da contestação e resistência à ordem social injusta e excludente
que impera em nossa realidade.

Para que o lúdico em educação ambiental se apresente de maneira eficaz, é preciso que
seja aplicado de forma responsável, direcionado com objetivos concretos, porém, sem perder
a espontaneidade do aluno de se divertir.
Partindo da premissa, o papel do educador é fundamental, pois, deverá ser capaz de
respeitar e nutrir o interesse do aluno. Cabe a este profissional desenvolver estratégias dentre
as quais as de natureza lúdica, para favorecer a criatividade dos alunos de maneira prazerosa
enfatizando os cuidados com o meio ambiente.
Se conseguirmos destacar o grau de importância de se envolver em projetos
ambientais com certeza o aluno terá mais prazer em estudar. Caso não consigamos conquistar
o interesse do aluno, jamais ele aprenderá.
A aprendizagem é muito importante, no entanto, “mais importante do que aprender o
conteúdo transmitido pelo professor é o aluno dominar o método de se chegar ao
conhecimento” (VEIGA, 2007, p. 90).

As aprendizagens vão acontecer em função das necessidades do individuo; estas


tendem a gerar um desequilíbrio, fazendo com que imediatamente sujam motivos;
[...] assim podemos dizer que, para que ocorram as aprendizagem é necessário um
estado de alerta (moderado), impulso, vontade e desejo de aprender, ou seja
motivação. (ROSA, 2007, p. 28)

Portanto, o envolvimento lúdico não é apenas um simples divertimento, e sim uma


maneira de colaborar para as ações educativas. Além de destacar as temáticas ambientais,
propicia a habilidade criativa e raciocínio da criança. A aplicação do lúdico com obtenções de
resultados satisfatórios deve ser inserida de maneira adequada e conveniente para cada faixa
etária.

O lúdico em Educação Ambiental, portanto, é concebido como uma noção do


potencial criativo preexistente em todos nós e que nos confere a condição não só de
promover conteúdos específicos, mas também de capacitar-nos a nos percebermos
como atores e coautores do processo educativo, cultural e intelectual. (ROCHA,
2007, p. 125).
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Assim, o lúdico adota características e estruturas apropriadas, enquanto o aluno


responde aos estímulos do seu jeito e sua própria maneira.

Jogos lúdicos ambientais

A ludicidade ambiental surge como um campo de reflexão-ação. Como uma nova


metodologia incorporada a uma proposta educativa de Educação Ambiental, a ludicidade
ambiental (ROCHA apud PEDRINI, 2007) tem como foco principal, sensibilizar os
indivíduos para o problema ambiental resgatando a solidariedade, a cidadania e a cooperação
por meio de atividades lúdicas.
Nessa perspectiva, a aplicação de jogos lúdicos ambientais visa contribuir para
formação socioambiental dos discentes a fim de promover competências e habilidades para
repensarmos a prática da educação ambiental no âmbito escolar.
Sendo assim, os jogos lúdicos são uma importante ferramenta para o educador, pois
faz com que o acadêmico desenvolva várias respostas decorrentes de temas que não estão em
livros didáticos.
Uma gama de atividades ludo-educativas pode ser utilizada como métodos para a
sensibilização para as questões ambientais – elaboração de mapas, cartazes, painéis,
maquetes, cartilhas, jornais, visitas guiadas, vídeos, caminhadas, pesquisas, museus, eventos
(seminários, palestras, mesas-redondas), jogos & simulações, entre outros (DIAS, 2004).
São muitos os autores que desenvolvem projetos sobre este tema, corroborando
atividades ludo-recreativas ambientais no ambiente escolar.
Nogueira; et. al. (2015) apresentam algumas atividades que foram desenvolvidas em
uma escola municipal como parte de um Projeto de Educação Ambiental. Dentre elas,
podemos citar a atividade denominada “Corrida Da Reciclagem”, que tem como objetivo
fazer com que os alunos aprendam através da competição, a separar os materiais recicláveis
por cores, mostrando a eles o tempo de degradação de cada um. Há também a atividade
“Atravesse o Rio”, que visa mostrar que os alunos podem colaborar com o meio ambiente
ajudando na limpeza dos rios, recolhendo materiais já existentes que degradam o meio
ambiente, com segurança e cuidados higiênicos necessários. Outra atividade procurou ensinar
a fazer brinquedos com materiais recicláveis, e o tipo de brincadeiras que poderiam ser feitas
com os mesmos, com a finalidade de através da recreação, propiciar atividades lúdicas
/educativas.
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Atividades com reciclagem do lixo têm um papel importantíssimo na prevenção da


poluição do meio ambiente.
A reciclagem é o reaproveitamento dos materiais como matéria-prima para um novo
produto. Muitos materiais podem ser reciclados e os exemplos mais comuns são o papel, o
vidro, o metal e o plástico. Reciclar é economizar energia, poupar recursos naturais. A
preservação do meio ambiente começa com pequenas atitudes diárias, que fazem toda a
diferença.
Ortiz; et. al. (2015) desenvolveram um excelente projeto que visou trabalhar o uso da
ludicidade aplicado à construção de brinquedos com material reciclável, com alunos do
ensino fundamental. O projeto proporcionou o desenvolvimento da criatividade dos
participantes através da utilização de vários materiais que poderiam ter sido jogados fora, mas
que foram transformados em brinquedos, pelos próprios alunos, enfatizando a importância do
processo de reciclagem para o meio ambiente e consequente o bem estar de todos, através de
informações sobre os diversos materiais que foram utilizados, a confecção e utilização dos
brinquedos, e desenvolvendo a solidariedade dos alunos ao doar os jogos e brinquedos a uma
creche carente.

Considerações Finais

A necessidade de uma crescente internalização da problemática ambiental, um saber


ainda em construção, demanda empenho para fortalecer visões integradoras que, centradas no
desenvolvimento, estimulem uma reflexão sobre a diversidade e a construção de sentidos em
torno das relações indivíduos-natureza, dos riscos ambientais globais e locais e das relações
ambiente-desenvolvimento.
O trabalho em Educação Ambiental constitui um meio articulador para proporcionar
novas atitudes perante o meio ambiente e a nós mesmos. Neste sentido, a Educação
Ambiental propõe novos paradigmas e valores éticos, que são conseguidos através de uma
revolução da metodologia de ensino que, por sua vez deve ser realizada com base na
ludicidade e criatividade através de estratégias inovadoras, que envolvam o educando no
processo de ensino-aprendizagem valorizando suas potencialidades. O processo de
sensibilização através de atividades lúdicas e criativas permite a realização do processo
ensino-aprendizagem de forma mais prazerosa e eficaz.
Levando-se em consideração que o desenvolvimento de jogos ambientais é uma causa
que necessita da mudança de comportamento por parte da sociedade, o lúdico constitui-se em
5681

uma possibilidade por meio da qual podemos propiciar aos nossos jovens estudantes um
conhecimento mais amplo e satisfatório sobre os problemas referentes ao meio ambiente,
conscientizando de que eles fazem parte do problema, mas que também são eles que
constituem a solução, pois a solução depende de uma atitude positiva dos jovens e da
consequente transmissão destes novos valores para as outras gerações uma real mudança no
cenário ambiental que se agrava diariamente.

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