Sunteți pe pagina 1din 8

:: Doenças :: http://www.floresta.ufpr.br/alias/lpf/public_html/contbio01.

html

Conceitos, Terminologia, Descrição e Caracterização de Agente

AUTOR - Kelly Cristina Cancela - kelly.cancela@bicmadeiras.com.br

Obs - este texto foi desenvolvido pela autora na disciplina " Controle Biológico Florestal, no Curso de Pós-
Graduação em Engenharia Florestal, área de concentração Silvicultura, do Setor de Ciências Agrárias da
Universidade Federal do Paraná", ministrada pelo Prof. Dr. Nilton José Sousa. Em função disto, o texto é
uma compilação de várias fontes bibliográficas, desta forma, as informações aqui descritas não devem ser
utilizadas em revisões bibliográficas de teses, dissertações, monografias, artigos, resumos ou outras
formas de produção bibliográfica, como se fosse de autoria do autor acima citado. Para este tipo de
citação recomendamos aos usuários que consultem os trabalhos originais citados na relação de
bibliografias consultadas.

Conceito
Controle biológico é um fenômeno que acontece naturalmente na natureza que consiste na regulação do
número de plantas e animais por inimigos naturais. É uma estratégia que o homem há muito tempo vem
utilizando, explorando inimigos naturais para o controle de patógenos, pragas e ervas daninhas - ação
considerada uma arte por muitos cientistas, embora vários esforços tenham sido feitos para transferir o
controle biológico para o domínio da ciência.

O termo Controle Biológico foi empregado pela primeira vez em 1919, por H.S. Smith, para designar o
uso de inimigos naturais para o controle de insetos-praga. Posteriormente essa expressão foi usada para
designar todas as formas de controle, alternativas aos produtos químicos, que envolvessem métodos
biológicos. Assim, o Controle Biológico denominava técnicas tão diversas como o uso de variedades
resistentes, rotação de culturas, antecipar ou retardar as épocas de plantio e colheita, queima de restos de
culturas, destruição de ramos e frutos atacados, uso de atraentes e repelentes, de feromônios e de
armadilhas.

Entretanto, esta denominação para os métodos citados não é unanimemente aceita pelos especialistas da
área. Estes consideram o Controle Biológico como uma ciência que trata da ação de inimigos naturais na
regulação das populações de seus hospedeiros e suas presas, sejam eles insetos pragas ou ervas
daninhas.

O controle biológico é o componente fundamental do equilíbrio da Natureza, cuja essência está baseada
no mecanismo da densidade recíproca, isto é, com o aumento da densidade populacional da presa, ou do
hospedeiro, os predadores, ou parasitos, tendo maior quantidade de alimento disponível, também
aumentam em número. Desta maneira, os inimigos naturais causam um declínio na população da praga.
Posteriormente, a população do inimigo natural diminui com a queda no número de presas, ou
hospedeiros, permitindo que a população da praga se recupere e volte a crescer. Neste caso, os parasitos
e predadores são agentes de mortalidade dependentes da densidade populacional da praga. Por outro
lado, os fatores físicos de mortalidade, como a temperatura e a umidade, podem impedir,
temporariamente, o aumento no numero de indivíduos da praga, independente do tamanho da população
desta. Estes são os fatores de mortalidade independentes da densidade. Portanto, é possível detectar o
efeito da mudança de diferentes fatores ambientais, dependentes e independentes da densidade
populacional, na densidade de uma população, em diferentes tipos de ambientes.

Em comparação ao controle químico o controle biológico apresenta vantagens e desvantagens. Entre as


vantagens pode-se citar que é uma medida atóxica, não provoca desequilíbrio, não possui contra-
indicações, propicia um controle mais extenso e é eficiente quando não existe maneira de se utilizar o
controle químico. Em compensação requer mais tecnologia, possui um efeito mais lento, não é de tão fácil
aquisição, nem sempre pode ser aplicado em qualquer época do ano e, geralmente, é mais caro.

Para alcançar resultados, todo programa de controle biológico deve começar com o reconhecimento dos
inimigos naturais da "praga-chave da cultura" (principal organismo que causa danos econômicos à
lavouras). Uma vez identificada a espécie e o comportamento da "praga" em questão, o principal desafio
dos centros de pesquisa diz respeito a reprodução desse inimigo natural em grandes quantidades e com
custos reduzidos.

Dentro do controle biológico podemos constatar duas fases distintas: o controle biológico sem a
interferência (ou seja, na forma como é encontrado na natureza) e aquele que é feito mediante introdução,

1 de 8 12/07/2018 14:54
:: Doenças :: http://www.floresta.ufpr.br/alias/lpf/public_html/contbio01.html

manipulação e aplicação de organismos capazes de agir de forma contrária a pragas.

Terminologia

Tipos de Controle Biológico:

Controle biológico artificial é quando o homem interfere de modo a proporcionar um aumento de seres
predadores, parasitos ou patógenos, podendo esses serem: insetos (mais atuantes no controle biológico
natural), fungos , vírus, bactérias , nematóides e ácaros.

Controle biológico clássico . Importação e colonização de parasitóides ou predadores, visando ao


controle de pragas exóticas (eventualmente nativas). De maneira geral, as liberações são realizadas com
um pequeno número de insetos por uma ou mais vezes em um mesmo local. Neste caso o controle
biológico é visto como uma medida de controle em longo prazo, pois a população dos inimigos naturais
tende a aumentar com o passar do tempo e, portanto, somente se aplica a culturas semiperenes ou
perenes.

Controle biológico natural . Refere-se a população de inimigos que ocorrem naturalmente.São muito
importantes em programas de manejo de pragas, pois são responsáveis pela mortalidade natural no
agroecossistema e, conseqüentemente, pela manutenção de um nível de equilíbrio das pragas.

Controle biológico aplicado. Trata-se de liberações inundativas de parasitóides ou predadores, após


criação massal em laboratório. Esse tipo de controle biológico é bem aceito pelo usuário, pois tem um tipo
de ação rápida, muito semelhante à de inseticidas convencionais. O CBA refere-se ao preceito básico de
controle biológico atualmente chamado de multiplicação (criações massais), que evoluiu muito com o
desenvolvimento das dietas artificiais para insetos, especialmente a partir da década de 70.

DEFINIÇÕES

Parasita. É um organismo usualmente menor que o hospedeiro. Os parasitas podem completar seu ciclo
de vida em um único hospedeiro e na maioria das vezes não matam o hospedeiro. Ex. piolho.

Parasitóide. Inicialmente parasitam o hospedeiro causando sua morte até o final do seu ciclo evolutivo.É
muitas vezes do mesmo tamanho do hospedeiro, mata este e exige somente um indivíduo para completar
o desenvolvimento; o adulto tem vida livre.

Segundo a forma como se desenvolvem no corpo do hospedeiro podem ser:

• Endoparasitóides - quando se desenvolvem dentro do corpo do hospedeiro, Ectoparasitóides -


quando se desenvolvem fora do corpo do hospedeiro, Hiperparasitóide s - quando se desenvolve em
outro parasitóide.

• Superparasitismo - fenômeno pelo qual vários indivíduos de uma espécie de parasitóide podem se
desenvolver em um hospedeiro.

• Parasitismo múltiplo - situação na qual mais de uma espécie de parasitóide ocorre dentro ou sobre um
hospedeiro.

• Adelfoparasitismo – Fenômeno no qual uma espécies de parasitóide é parasito de si mesma.

• Cleptoparasitismo – Fenômeno no qual um parasitóide ataca preferencialmente hospedeiros que já


estejam parasitados por outras espécies. O cleptoparasitóide não é hiperparasitóide, mas no caso existe
um multiparasitismo , no qual há competição das duas espécies, com a espécie cleptoparasitóide
usualmente dominando.

• Heterônomos. O macho e a fêmea do parasitóide têm hospedeiros diferentes.

• Poliembrionia. O adulto coloca um único ovo por hospedeiro, o qual, posteriormente, divide-se em
muitas células, cada uma desenvolvendo-se independentemente . Formam-se diversos embriões a partir
de um ovo parasitado.

Predador. Sempre atacam e matam sua presa. È um organismo de vida livre durante todo o ciclo de vida.
Usualmente é maior do que a presa e requer mais do que uma para completar o seu desenvolvimento. Ex.
leão

Os predadores podem ser classificados em:

• Monófagos. Comem apenas uma espécie de presa.

• Estenófagos . Comem um número restrito de espécies.

• Oligófagos. Comem um número moderado de espécies.

• Polífagos . Comem um grande número de espécies.

2 de 8 12/07/2018 14:54
:: Doenças :: http://www.floresta.ufpr.br/alias/lpf/public_html/contbio01.html

• Insaciáveis . Matam indiscriminadamente. Ex. Aranhas

Em relação aos hábitos alimentares, durante o seu desenvolvimento, os predadores podem ser:

• Completos. Possuem hábitos predatórios durante todas as fases de seu desenvolvimento.

• Incompletos. Possuem hábitos predatórios apenas em uma fase do seu desenvolvimento.

Os entomologistas geralmente usam o termo parasito para designar insetos que parasitam e patógeno
para organismos que causam doenças em insetos. Por outro lado, os parasitologistas empregam
“parasitos” para qualquer organismo que viva em um hospedeiro, incluindo microorganismso e organismos
multicelulares.

Estratégias de liberação

Liberação inoculativa . Liberação de um pequeno número de insetos.É para sistemas abertos com baixa
variabiliade temporal. Aplica-se a culturas perenes ou semiperenes e florestas. É, portanto, típica do
controle biológico clássico.

Liberação inundativa . É para sistemas com alta variabilidade temporal (culturas anuais).

Liberação inoculativa estacional . É normalmente feita em casas-de-vegetação no período de


ocorrência da praga.é uma mistura do método inundativo e inoculativo, pois é liberado uma grande
quantidade de insetos para se obter um controle imediata e espera-se o crescimento das populações para
controle das gerações tardias.

Formas de exploração do hospedeiro

Coinobiontes . Parasitóides que permitem que o hospedeiro cresça (e continue a se alimentar) em


tamanho após o parasitismo.

Idiobiontes . Ecto ou endoparasitóides de ovos e pupas, os quais matam seus hospedeiros antes da
emergências e se desenvolvem em hospedeiros mortos ou paralisados. São os parasitóides de ovos,
pupas e adultos, alem dos parasitóides larvais que, por meio de “picadas”, paralisam permanentemente a
presa.

Arrenotoquia . Ovos não fertilizados produzem machos e os fertilizados, fêmeas.Conseqüentemente,


fêmeas virgens podem dar descendentes, mas eles serão todos machos. Espécies que seguem esse
modo de reprodução são chamadas biparentais. Em algumas espécies biparentais, a fêmea copuladas
pode produzir macho ou fêmeas por meio de um controle externo ou interno de fertilização.

Deuterotoquia . Maneira pela qual fêmeas não copuladas produzem machos e fêmeas. Essas espécies
são chamadas uniparentais. Os machos haplóides produzidos não são funcionais (ecológica e
biologicamente). As fêmeas produzem em sua progênie de fêmeas uma condição diplóide pro meio de
vários mecanismos genéticos.

Telitoquia . As fêmeas virgens produzem somente fêmeas, e os machos são desconhecidos. Em alguns
casos, espécies telítocas, sob determinadas condições de temperatura, mudam para deuterotoquia e
produzem machos haplóides e fêmeas diplóides.

Pró-ovigenia . Caso em que, quando ocorre a emergência, todos os ovos estão maduros, prontos para
serem colocados, sem necessidade de seu desenvolvimento.

Sinovigenia . Caso em que poucos ovos estão maduros quando ocorre a emergência, havendo um
amadurecimento gradual. Com isso os adultos necessitam de proteínas em sua dieta. Muitas vezes, essa
proteíona é obtida em uma ação predatória, matando o hospedeiro pela introdução do ovipositor para se
alimentar da hemolinfa exudada.

Voláteis químicos envolvidos na comunicação interespecifica predador (parasitóide )- presa

Alomônios . Substâncias que favorecem aquele que emite o sinal – por exemplo, venenos e secreções
defensivas.

Cairomônios . Químicos que favorecem o receptor – ppor exemplo, Trichograma é favorecido


pelas substancias químicas prsentes nas escamas das asas de lepidópteros, deixadas por ocasião
da postura e que irão atraí-lo.
Sinomônios . Voláteis químicos que favorecem tanto o emissor como o receptor, como o caso de
plantas que, ao serem atacadas por herbívoros, liberam substâncias que atraem os parasitóides.
Apneumônios. Substâncias liberadas por organismos não vivos que atraem parasitóides.

agentes de controle

O controle biológico envolve o reconhecimento de que todas as espécies de plantas e animais têm
inimigos naturais atacando seus vários estágios de vida. Dentre tais inimigos naturais existem grupos

3 de 8 12/07/2018 14:54
:: Doenças :: http://www.floresta.ufpr.br/alias/lpf/public_html/contbio01.html

bastante diversificados, como insetos, vírus, fungos, bactérias, aranhas, peixes, anfíbios, répteis, aves e
mamíferos. A forma mais conhecida de controle biológico é o controle de insetos por outros insetos. Isto
acontece o tempo todo nos sistemas agrícolas de forma natural, independentemente da ação do homem:
por exemplo, muitos insetos se alimentam naturalmente de outros insetos, ou populações de insetos são
às vezes sujeitas a epidemias as que acabam matando. No entanto, em alguns casos, a interferência do
homem passa a ser necessária e são introduzidos ou manipulados insetos ou outros organismos para
controlar quaisquer outras espécies que prejudicam os cultivos.

Os mais utilizados no controle biológico artificial são fungos , bactérias e vírus, para os quais há inclusive
formulações comerciais a venda em lojas de produtos agrícolas (como o Dipel, entre outros). Os animais
insetívoros (peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos), por serem inespecíficos, apesar de destruírem
um grande número de insetos, não são usados em controle biológico pelo homem. Neste grupo incluem-
se, por exemplo, lagartixas, sapos, rãs, tamanduás, tatus, etc.

Entre os agentes de controle microbiano de insetos que estão sendo utilizados no País destacam-se os
fungos Metarhizium anisopliae, Beauveria bassiana e Sporothrix insectorum , os agentes de natureza viral
Baculovirus anticarsia , Baculovirus erinnys e Baculovirus spodoptera e os produtos à base das bactérioas
Bacillus thurigiensis e Bacillus sphaericus .

Vírus

Embora muitas viroses ocorram em insetos, é na família Baculoriridae que se concentram os mais
importantes vírus empregados no controle biológico. Esses vírus tem sido usados efetivamente há mais de
50 anos. É nessa família de vírus que estão aqueles que possuem corpos de inclusão visíveis ao
microscópio ótico ou aqueles que são observáveis apenas por meio de microscópio eletrônico.

Os vírus contaminam os insetos por via oral sendo ingeridos junto com órgãos e tecidos foliares,
principalmente folhas e caules. Os sintomas do contágio são:

• Paralisação da alimentação;

• Movimentação lenta do inseto;

• Perda de coloração do corpo;

• Perda do brilho natural;

• Busca pela parte mais alta da planta;

• Morte de cabeça para baixo, pendurados.

Os vírus podem ser isolados de insetos contaminados. Neste caso, estes indivíduos devem ser
macerados em uma solução tampão (para eliminar gorduras e regular o pH) e, em seguida, o material
deve ser filtrado e centrifugado.

Vantagens

• São bastante específicos;

• Condições de armazenamento não são tão rigorosas;

• Podem ser usados com risco mínimo de contágio de seres humanos (temperatura ótima de ação difere
da temperatura do corpo humano).

Desvantagens

• Falta de formulações adequadas;

• Grande custo de produção;

• Ação lenta;

• Pequena atividade residual.

Bactérias

Bactérias que produzem esporos e mesmo bactérias não-esporulantes podem causar doenças em
insetos. As pertencentes ao gênero Bacillus são as mais importantes para o controle biológico, sendo o
Bacillus popillae utilizado desde a década de 30 no controle de coleópteros. Outras espécies do mesmo
gênero produzem cristais protéicos que são tóxicos quando ingeridos por insetos. É o caso do B.
thuringiensis , mais conhecido como Bt, largamente empregado contra dípteros, ortópteros, himenópteros
e principalmente lepidópteros.

As bactérias contaminam os insetos por via oral, multiplicam-se no interior dos mesmos, e no caso de

4 de 8 12/07/2018 14:54
:: Doenças :: http://www.floresta.ufpr.br/alias/lpf/public_html/contbio01.html

certos Bacillus produzem protoxinas na forma de cristais. Os cristais atacados por proteases liberam
toxinas que afetam os insetos com paralisia intestinal e suspensão da alimentação.

Alguns sintomas de contágio são:

• Paralisação da alimentação;

• Aumento da cápsula encefálica

Geralmente as bactérias entomopatogenicas podem ser agrupadas em 3 categorias:

• Obrigatórias . Causam enfermidades especificas para os insetos, não crescem em meio artificial, e
atingem um número muito limitado de espécies hospedeiras.

• Facultativas . Invadem e lesionam tecidos suscetíveis e crescem facilmente em meio artificial. São as
mais utilizadas em programas de controle biológico.

• Potenciais . Multiplicam-se em meio artificial, e não possuem especificidade para o hóspede.

Fungos

Os fungos são os microrganismos mais freqüentemente encontrados atacando insetos. Estima-se que os
fungos sejam responsáveis por cerca de 80% das doenças de insetos. São conhecidas atualmente mais
de 700 espécies de fungos que atacam insetos.

Assim como os fungos podem eventualmente causar doenças em plantas e mamíferos, também os
insetos podem ser atacados por certos fungos . Se usados convenientemente, eles podem ser
empregados no controle de insetos-pragas de plantas cultivadas ou mesmo de insetos vetores de
doenças.

A principal forma de ação dos fungos é por contato, porém, este ocorre de forma lenta. Os insetos também
podem ser contaminados por fungos por via oral, entretanto, este modo de ação não é significativo.

Alguns sintomas de ataque são:

• Manchas escuras na pernas, segmentos e todo tegumento;

• Paralisação da alimentação, o inseto tem aspecto débil e desorientado;

• Aparecimento de coloração branquicenta, devido ao desenvolvimento do micélio, no inicio da


contaminação;

• Após o desenvolvimento da contaminação o corpo do inseto contaminado adquire a coloração


característica do fungo que o atacou;

• Em alguns casos os insetos que estão para morrer buscam a parte alta da planta.

Os fungos também podem ser isolados de insetos contaminados, com a utilização de técnicas
microbiológicas utilizados no isolamento de fungos e outros microrganismos.

Desvantagens

• Não são específicos.

• Problemas de armazenamento (temperatura e umidade).

Protozoários

Apesar da grande importância dos protozoários como controladores de algumas populações de insetos,
este grupo de patógenos não tem desenvolvimento satisfatório como inseticida microbiano.

Nematóides

Já os nematóides, como agentes de controle biológico apresentam a vantagem de serem mais eficientes,
principalmente em nível de espécie. Esta vantagem esta associada com a habilidade de busca do
hóspede e a segurança que representam para os mamíferos.

Vantagens

• Resistem a um grande número de defensivos agrícolas;

• Efeito sinergistico como outros patógenos (ex. Bt);

• Boa capacidade de adaptação a novos ambientes;

5 de 8 12/07/2018 14:54
:: Doenças :: http://www.floresta.ufpr.br/alias/lpf/public_html/contbio01.html

• Não causam danos às plantas cultivadas por serem específicos aos insetos;

• Muitas vezes se reproduzem sem a presença dos machos (partenogênese);

• Não são nocivos aos animais domésticos.

Desvantagens

• Dificuldade de obtenção e realização de grandes criações em meio artificial a um custo


economicamente viável;

• Dependência de fatores ambientais em sua aplicação;

• Dificuldades de armazenamento por grandes períodos;

• Dificuldades para obtenção de embalagens adequadas para o envio das doses produzidas;

• Existência de mecanismos de defesa em alguns insetos.

Exemplos de sucesso

O primeiro relato de controle natural no Brasil foi feito em 1924, quando apareceu a chamada broca do
café nas lavouras paulistas. O Instituto Biológico identificou a praga e trouxe o primeiro método de controle
biológico para o Brasil

Vários exemplos de programas bem sucedidos se seguiram (Tabela 1). Um de deles é o caso do vírus que
ataca a lagarta da soja, desenvolvido pela Embrapa a partir de 1978. Este trabalho mostrou aos
agricultores que um determinado tipo de vírus que ataca lagartas em plantações de soja podia controlar
grandes populações da praga sem efeitos negativos ao ambiente. Hoje, esse vírus é utilizado em mais de
um milhão de hectares, com economia anual de 1,2 milhão de litros de inseticidas químicos, no que é o
maior programa mundial em área tratada com um único agente de controle biológico.

O caso da cigarrinha da cana-de açúcar

Bons resultados têm sido obtidos com o controle de cigarrinha da cana-de-açúcar com o fungo
Metharizium anisopliae , em especial no nordeste do Brasil, onde o inseto ataca as folhas. Com a
mudança radical na cultura por meio da eliminação de queimada da cana e da adoção do corte
mecanizado ocorre o aumento significativo da matéria orgânica depositada no solo, influenciando
diretamente a ocorrência de pragas e doenças, tais como: Migdolus spp ., cupins, formigas cortadeiras,
cigarrinhas, fungos, bactérias, nematóides e plantas daninhas infestantes. O ataque das ninfas e adultos
da cigarrinha provoca danos visíveis à lavoura, com colmos de cana mais finos e até mortos, causando
redução de até 60% de peso e, principalmente, do teor de sacarose, devido à contaminação por toxinas e
microrganismos, provocando perdas na produção de açúcar e de álcool. O trabalho desenvolvido pelo
Instituto Biológico permitiu a utilização de novas cepas do fungo, mais efetivas no controle do inseto e hoje
é difundida para produtores, empresas interessadas na produção de formulações comerciais.

O Instituto Biológico tem transferido, com apoio da FundAg, a tecnologia de multiplicação do fungo
Metarhizum, utilizado no controle da cigarrinha em cana-de-açúcar, para o setor privado, viabilizando o
estabelecimento de novos laboratórios de produção do fungo, além de acompanhar e monitorar a
qualidade do produto final. Em, pelo menos, 160 mil hectares de cana-de-açúcar do Estado de São Paulo,
já está sendo utilizado o controle de cigarrinhas, representando economia e redução de aplicação de
defensivos químicos. A implantação do projeto reduziu em 3.238 toneladas o uso de produtos químicos no
período de 2002/2003. A queda nos custos também foi bastante sensível: o custo médio de tratamento
utilizando defensivos químicos é de R$160,00/ha. O gasto com controle biológico cai para, apenas,
R$40,00/ha, em média. Redução de R$ 120,00/ha.

O caso da vespa da madeira

A vespa-da-madeira foi localizada em 1988 no Rio Grande do Sul e logo chegou a Santa Catarina e
Paraná, atingindo cerca de 250 mil hectares. Altamente nociva, por danificar e matar árvores colocou em
risco os quase dois milhões de hectares de Pinus existentes no Brasil. Os pesquisadores da Embrapa
estão utilizando, para controle, um sistema que inclui principalmente um nematóide e mais três vespas
parasitóides, reduzindo 70% da população da praga. Com isso, o país obtém uma economia anual de 6,6
milhões de dólares. Esta tecnologia ganhou, em 2001, o Prêmio Finep de Inovação Tecnológica - Região
Sul.

São utilizadas diversas técnicas, integrando o monitoramento constante nas áreas de cultivo, com vista a
detectar precocemente a vespa e eliminar as árvores infestadas, o uso do nematóide entopatogênico da
família Neothlenchidade, Delamus siricidicola, e a liberação das vespas parasitóides.

O nematóide ocorre na natureza, infestando as larvas da vespa e causando infertilidade. Sua aplicação é
feita após a detecção da vespa na área, usando-se árvores-armadilha. Estas são árvores estressadas
pelas retirada da casca e pela aplicação de herbicidas no corte, que assim tornam-se atrativas para a

6 de 8 12/07/2018 14:54
:: Doenças :: http://www.floresta.ufpr.br/alias/lpf/public_html/contbio01.html

vespa. Dentro da árvore, os nematóides movimentam-se pela madeira até encontrarem as larvas do
inseto, infectando-as.

O caso das formigas

De forma geral, as pessoas acreditam que todas as formigas são pragas, lembrando principalmente das
formigas cortadeiras (saúvas e quenquéns). Ou senão, fazem referência às formigas que vivem nas
casas. No entanto, salvo dois ou três casos particulares, nem 5% das espécies de formigas são
prejudiciais ao ser humano ou à sua agricultura. Excluindo as espécies cortadeiras, a "pixixica" e a
"formiga de enxerto" nos cacauais da Bahia, as formigas em geral têm papel benéfico nos
agroecossistemas. Por serem predadoras generalistas, ou seja, se alimentarem de diversos outros
organismos, as formigas constituem uma fonte permanente de controle de outros insetos. Um dos motivos
é que nos sistemas agrícolas tropicais existe um grande número de formigas de muitas espécies
diferentes.

Diversas espécies de formigas receberam atenção especial dos pesquisadores e da população em geral
por seu papel no controle biológico de insetos que danificam plantas cultivadas no sudeste da Bahia, no
cacaueiro em particular. A caçarema, por exemplo, é um excelente predador de tripes e de percevejos do
cacaueiro, enquanto a formiga Ectatomma tuberculatum ataca vaquinhas, formigas cortadeiras e lagartas.
A grande vantagem das formigas é que elas caçam em permanência na vegetação e não precisam de
"reaplicação". De forma tradicional, numerosos fazendeiros espalham as "caçaremas" nas suas
plantações há décadas, apesar de campanhas de erradicação intensivas organizadas contra esta espécie
entre os anos 1950 e 1970, na época onde se considerava que "um inseto bom é um inseto morto".

Além destes, os percevejos-da-soja, a lagarta do cartucho-do-milho, a cigarrinha-das-pastagens, a vespa-


da-madeira, a mosca-de-renda da seringueira e o pulgão-do-trigo são algumas das dezenas de pragas no
Brasil que podem ser controladas sem uso de produtos químicos .

A seguir é apresentada uma tabela com alguns agentes de controle biológico que vem sendo utilizados no
Brasil com sucesso e a forma de aplicação:

Agente Biológico O que ele ataca Como se aplica


Fungo Metarhizium anisopliae Cigarrinha da folha da cana-de-
O fungo é pulverizado e, em
açúcar contato com o corpo do inseto,
causa doença.
Fungo Metarhizium anisopliae Broca dos citrus O fungo é polvilhado nos buracos
da planta contaminando a praga.
Fungo Beauveria bassiana Besouro "moleque-da-bananeira" O fungo é aplicado em forma de
pasta em pedaços de bananeira
que são colocados ao redor das
árvores servindo de isca.
Fungo Insectonrum sporothrix Percevejo "mosca-de-renda" O fungo é pulverizado e, em
contato com o corpo do inseto,
causa doença.
Vírus Baculovírus anticarsia Lagarta da soja Pulverizado sobre a planta o vírus
adoece a lagarta que se alimenta
das folhas.
Vírus Baculovírus spodoptera Lagarta do cartucho do milho Pulverizado sobre a planta, o vírus
adoece a lagarta que se alimenta
da espiga em formação.
Vírus Granulose Mandorová da mandioca Pulverizado sobre a mandioca o
víris é nocivo à praga.
Nematóide Deladendus siridicola Vespa-da-madeira Em forma de gelatina, o produto é
injetado no tronco da árvore
esterelizando a vespa.
Bactéria Bacillus thuringiensis Lagartas desfolhadoras Pulverizado sobre a planta o Dipel
(Dipel) é nocivo às lagartas.

Tabela 1: Exemplos de agentes de controle biológico utilizados no Brasil

O mercado

O interesse pelos programas de controle biológico de pragas tem crescido consideravelmente no mundo
em função do novo direcionamento internacional da produção agrícola de favorecer a conservação e o uso
sustentável dos recursos biológicos, requisitos básicos da Convenção da Biodiversidade. Políticas
internacionais demandam fortemente alternativas para os agrotóxicos, e a utilização de inimigos naturais
de pragas é uma alternativa promissora. Em um país como o Brasil, que despeja, por ano, cerca de 260
mil toneladas de agroquímicos nas lavouras e onde o consumo de praguicidas cresceu 60% nos últimos
quinze anos o controle biológico parece ser uma alternativa não apenas ecologicamente correta, mas
também economicamente justificável. Em 2002, a venda de agrotóxicos atingiu US$ 2,5 bilhões por ano.

Atualmente, existem disponíveis no mercado cerca de 200 produtos de controladores biológicos

7 de 8 12/07/2018 14:54
:: Doenças :: http://www.floresta.ufpr.br/alias/lpf/public_html/contbio01.html

registrados, os chamados bioinseticidas, com faturamento anual de 300 milhões de colares, o que
corresponde apenas a 1% do faturamento conseguido pelos compostos químicos empregados com a
mesma finalidade.

Do ponto de vista do mercado consumidor é importante notar que os consumidores estão cada vez mais
exigentes e preferindo alimentos cuja produção não agrida o meio ambiente. Uma pesquisa do IBOPE,
realizada em 2001, revelou que para 73% da população a decisão de compra e consumo sofre influência
positiva com a informação de que o alimento foi produzido sem insumos químicos .

Para os produtores ainda há a vantagem no preço: os produtos orgânicos obtêm preços médios de 30% a
40% acima do valor do produto convencional e está conquistando o mundo. Na Europa, a agricultura
orgânica cresce 25% ao ano, e na Áustria a produção agrícola orgânica atinge 40% da produção total. No
Brasil, décimo produtor mundial, o crescimento anual está numa média de 10%, e no ano passado
movimentou cerca de 150 milhões de dólares, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a
Agricultura (FAO). No mundo, o movimento chega a US$ 24 bilhões, de acordo com pesquisa da
Fundação Getúlio Vargas.

Considerando as vantagens da produção com custos mais baixos, da diminuição dos impactos
ambientais, do aumento da segurança alimentar e da menor exposição dos trabalhadores rurais a
substâncias tóxicas, o controle biológico de doenças, insetos e plantas daninhas se torna, cada vez mais,
uma prática comum em nosso meio rural, tornando a agricultura e os alimentos mais saudáveis. É
possível reduzir em até 60% a aplicação de agrotóxicos realizando-se o manejo ecológico adequado.
Práticas como as do controle biológico, além de ser ecologicamente recomendáveis e moralmente
satisfatórias, diminuem o custo de produção ao agricultor e permite uma produção desprovida de agentes
químicos, tão valorizada hoje em dia no mercado internacional.

O Brasil é um dos poucos países do mundo detentores da chamada megadiversidade biológica, ou seja,
de ecossistemas importantes ainda íntegros.

Essa biodiversidade pode oferecer uma oportunidade ímpar para o controle biológico de pragas no país,
como também, em outros países do mundo, com a identificação de novos organismos vivos com potencial
de serem utilizados no controlebiológico.

Os inimigos naturais são de grande importância para agricultura sustentável, e podem, freqüentemente,
substituir ou reduzir a necessidade de utilização dos agrotóxicos, sendo um importante componente no
manejo ecológico de pragas. A tendência do uso do controle biológico de pragas é aumentar
consideravelmente no âmbito global, atendendo às demandas internacionais na utilização de práticas
agrícolas menos agressivas ao meio ambiente.

Referências bibliográficas

www.cenargen.embrapa.br/conbio/conbio.html

www.planetaorganico.com.br/controle.htm

Jornal "A Folha de São Paulo", caderno "Agrofolha", 1998.

Livro: “Controle Biológico” – Editores Itamar Soares de Melo e João Lúcio de Azevedo.

Notas de aula: Disciplina de Controle Biológico, Profº Nilton José Sousa – UFPR, Mestrado em
Engenharia Florestal

Livro: Cap.1: Controle Biológico – Terminologia – José Roberto Parra, Paulo Sérgio Botelho e outros.

8 de 8 12/07/2018 14:54

S-ar putea să vă placă și