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Se o STF condenar um parlamentar federal e decidir

que ele deverá perder o cargo, isso ainda dependerá de


uma deliberação da Câmara dos Deputados ou do
Senado?
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quarta-feira, 30 de maio de 2018


quarta-feira, 30 de maio de 2018

O Código Penal prevê que a pessoa condenada criminalmente perderá o cargo, função
pública ou mandato eletivo que ocupe nos seguintes casos:
Art. 92. São também efeitos da condenação:
I – a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo:
a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos
crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração
Pública;
b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos
nos demais casos.

Ex: se um Prefeito é condenado criminalmente a 2 anos de detenção pela prática de um


crime contra a Administração Pública, no próprio acórdão já deverá constar a
determinação, fundamentada, de que ele perderá o mandato eletivo.
Vale ressaltar que, para Prefeito, por exemplo, não é necessária nenhuma outra
providência adicional além da determinação na decisão condenatória.
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Assim, em caso de condenação criminal transitada em julgado, haverá a perda imediata
do mandato eletivo no caso de Vereadores, Prefeitos, Governadores e Presidente da
República.

Além da previsão expressa no Código Penal, a perda do mandato eletivo encontra


justificativa na CF/88. Isso porque, para a pessoa exercer um mandato eletivo, ela precisa
estar no pleno gozo de seus direitos políticos, e o indivíduo condenado criminalmente fica
com seus direitos políticos suspensos enquanto durarem os efeitos da condenação. Tal
conclusão está prevista expressamente no art. 15, III c/c art. 14, § 3º, II da CF/88:
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:
III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

Art. 14 (...)
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
II – o pleno exercício dos direitos políticos;

A grande controvérsia reside no caso de condenação criminal de Deputados


Federais e Senadores. A discussão jurídica é a seguinte:
Se o STF condenar criminalmente um Deputado Federal ou Senador, haverá a perda
automática do mandato ou isso ainda dependerá de uma deliberação (decisão) da
Câmara ou do Senado, respectivamente?
A condenação criminal transitada em julgado é suficiente, por si só, para acarretar a
perda automática do mandato eletivo de Deputado Federal ou de Senador?
Existem três correntes principais a respeito do tema:

1ª corrente: NÃO
Mesmo com a condenação criminal, quem decide se haverá a perda do mandato é a
Câmara dos Deputados ou o Senado Federal
Para a primeira corrente, a regra do art. 15, III, da CF/88 não se aplica a Deputados
Federais e Senadores. Isto porque no caso desses parlamentares há uma norma
específica que excepciona a regra geral. Trata-se do art. 55, VI e § 2º da CF/88, que afirma
expressamente que a perda do cargo é decidida pela respectiva Casa legislativa. Confira:
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
VI – que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.
(...)
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será DECIDIDA pela Câmara dos
Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da
respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada
ampla defesa

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Logo, para esta primeira corrente, mesmo o Deputado Federal ou o Senador tendo sido
condenado criminalmente, com sentença judicial transitada em julgado, ele somente
perderá o mandato se assim DECIDIR a maioria absoluta da Câmara dos Deputados ou do
Senado Federal.
É a posição adotada pela 2ª Turma do STF: AP 996, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em
29/05/2018 (obs: o Relator Edson Fachin ficou vencido neste ponto).

2ª corrente: SIM
Se o STF condenar o parlamentar e determinar a perda do mandato, a Câmara ou o
Senado não mais irá decidir nada e deverá apenas formalizar (cumprir) a perda que
já foi decretada.
Para a segunda corrente, o § 2º do art. 55 da CF/88 não precisa ser aplicado em todos os
casos nos quais o Deputado ou Senador tenha sido condenado criminalmente, mas
apenas nas hipóteses em que a decisão condenatória não tenha decretado a perda do
mandato parlamentar por não estarem presentes os requisitos legais do art. 92, I, do CP
ou se foi proferida anteriormente à expedição do diploma, com o trânsito em julgado em
momento posterior.
Em outras palavras:
• Se na decisão condenatória o STF não determinou a perda do mandato eletivo, nos
termos do art. 92, I, do CP: a perda do mandato somente poderá ocorrer se a maioria
absoluta da Câmara ou do Senado assim votar (aplica-se o art. 55, § 2º da CF/88);
• Se na decisão condenatória o STF determinou a perda do mandato eletivo, nos termos do
art. 92, I, do CP: a perda do mandato ocorrerá sem necessidade de votação pela Câmara
ou Senado (não se aplica o art. 55, § 2º).

O procedimento estabelecido no art. 55 da CF disciplina circunstâncias em que a perda de


mandato eletivo parlamentar pode ser decretada com base em juízo político. No entanto,
esse procedimento não é aplicável quando a aludida perda foi determinada em decisão do
Poder Judiciário como efeito irreversível da sentença condenatória.
Em outras palavras, se o STF determinou a perda do cargo, a Casa Legislativa deverá
simplesmente cumprir a decisão. Se o STF não determinou a perda do cargo, mesmo
assim a Casa Legislativa pode entender que não é correto manter um Deputado ou
Senador com mandato quando ele tiver sido condenado e decidir pela perda do cargo, com
base no art. 55, § 2º, da CF/88.
Logo, para esta segunda corrente, se o Deputado Federal ou o Senador foi condenado
criminalmente, com sentença judicial transitada em julgado, o STF poderá determinar a
perda do mandato eletivo, nos termos do art. 92, I, do CP. Nessa hipótese, não será
necessária votação pela respectiva Casa (não se aplica o art. 55, § 2º da CF/88). A
condenação já tem o condão de acarretar a perda do mandato.
O STF já adotou esta corrente no julgamento do “Mensalão” (AP 470/MG, Rel. Min.
Joaquim Barbosa, julgado em 10 e 13/12/2012) (Info 692). No entanto, não representa
mais o entendimento da Corte. A composição dos Ministros da época já foi bastante
modificada.

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3ª corrente: DEPENDE
• Se o Deputado ou Senador for condenado a mais de 120 dias em regime fechado: a
perda do cargo será uma consequência lógica da condenação. Neste caso, caberá à Mesa
da Câmara ou do Senado apenas declarar que houve a perda (sem poder discordar da
decisão do STF), nos termos do art. 55, III e § 3º da CF/88.
• Se o Deputado ou Senador for condenado a uma pena em regime aberto ou semiaberto:
a condenação criminal não gera a perda automática do cargo. O Plenário da Câmara ou do
Senado irá deliberar, nos termos do art. 55, § 2º, se o condenado deverá ou não perder o
mandato.
É a posição adotada pela 1ª Turma. Nesse sentido:
STF. 1ª Turma. AP 694/MT, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 2/5/2017 (Info 863).
STF. 1ª Turma. AP 863/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 23/5/2017 (Info 866).

Se o Deputado ou Senador for condenado a mais de 120 dias em regime fechado, ele
deverá cumprir a pena em penitenciária e não poderá sair para trabalho externo. Logo, não
poderá frequentar o Congresso Nacional, devendo, por consequência, perder o mandato
com base no art. 55, III, da CF/88:
Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:
(...)
III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões
ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;

Esse inciso III prevê a perda do mandato ao parlamentar que, em cada sessão legislativa,
faltar a 1/3 das sessões ordinárias. Como a sessão legislativa é anual (equivalente a 1
ano), 1/3 significa 4 meses (120 dias). Logo, se o parlamentar irá ficar preso durante mais
de 120 dias, ele não poderá comparecer às sessões neste período e, portanto, deverá ser
declarada a perda de seu mandato.

No caso deste inciso III, a perda do mandado é DECLARADA pela Mesa Diretora da
Câmara ou do Senado:
Art. 55 (...)
§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa
respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido
político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

Declaração não é o mesmo que deliberação (decisão). Assim, ocorrendo a situação


descrita no inciso III do art. 55, a Mesa da Casa respectiva não tem o poder de decidir se o
Parlamentar irá perder ou não o mandato. A Mesa é obrigada a simplesmente declarar
(reconhecer, formalizar) que o Parlamentar perdeu o mandato.
Assim, no caso do inciso III, não há necessidade de deliberação do Plenário e a perda do
mandato deve ser automaticamente declarada pela Mesa Diretora da Câmara dos
Deputados.

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Por que se o parlamentar for condenado ao regime semiaberto ou aberto ele não perderá
automaticamente o cargo?
Porque nos casos de condenação em regime inicial aberto ou semiaberto, há a
possibilidade de autorização de trabalho externo. Logo, em tese, ele poderia ser um
presidiário que sai para trabalhar como parlamentar durante o dia e volta para o presídio à
noite.

Qual é a posição que devo adotar em concursos?


Em uma prova de concurso, você deve expor que existe divergência entre a 1ª e a 2ª
Turmas do STF. O cenário atual é o seguinte:

Se o STF condenar criminalmente um Deputado Federal ou Senador, haverá a perda


automática do mandato ou isso ainda dependerá de uma deliberação
(decisão) da Câmara ou do Senado, respectivamente?
A condenação criminal transitada em julgado é suficiente, por si só, para acarretar a perda
automática do mandato eletivo de Deputado Federal ou de Senador?

1ª Turma do STF: DEPENDE 2ª Turma do STF: NÃO. A perda não


é automática. A Casa é que irá
deliberar

• Se o Deputado ou Senador for condenado a mais de 120 O STF apenas comunica, por meio
dias em regime fechado: a perda do cargo será uma de ofício, a Mesa da Câmara dos
consequência lógica da condenação. Neste caso, caberá à Deputados ou do Senado Federal
Mesa da Câmara ou do Senado apenas declarar que houve a informando sobre a condenação do
perda (sem poder discordar da decisão do STF), nos termos parlamentar.
do art. 55, III e § 3º da CF/88. A Mesa da Câmara ou do Senado irá
• Se o Deputado ou Senador for condenado a uma pena em então deliberar (decidir) como
regime aberto ou semiaberto: a condenação criminal não entender de direito (como quiser) se
gera a perda automática do cargo. O Plenário da Câmara ou o parlamentar irá perder ou não o
do Senado irá deliberar, nos termos do art. 55, § 2º, se o mandato eletivo, conforme prevê o
condenado deverá ou não perder o mandato. art. 55, VI, § 2º, da CF/88.
STF. 1ª Turma. AP 694/MT, Rel. Min. Rosa Weber, julgado Assim, mesmo com a condenação
em 2/5/2017 (Info 863). criminal, quem decide se haverá a
STF. 1ª Turma. AP 863/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado perda do mandato é a Câmara dos
em 23/5/2017 (Info 866). Deputados ou o Senado Federal.
STF. 2ª Turma. AP 996, Rel. Min.
Edson Fachin, julgado em
29/05/2018 (obs: o Relator Edson
Fachin ficou vencido neste ponto).

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