Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
CENTRO DE HUMANIDADES
CURSO DE GRADUAÇÃO EM MÚSICA LICENCIATURA
FORTALEZA – CEARÁ
2017
YANAÊH VASCONCELOS MOTA
FORTALEZA – CEARÁ
2017
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Sheyla Maria e Mota Neto, e ao meu irmão, Yan Pablo, por me incentivarem,
me apoiarem em todos os momentos da minha vida e por serem tão atenciosos comigo.
Ao meu bem-querer, Jeias Silvestre, por me ajudar a prosseguir e a perseguir meus sonhos,
sejam musicais, sejam pessoais, e por participar contemporaneamente desta aventura comigo:
a aventura de estarmos vivos.
À minha madrinha, Socorro Vasconcelos, por ser sempre muito gentil e generosa comigo.
Aos meus avós (in memoriam) Jarina e Maurício Vasconcelos por, à maneira deles, me
incentivarem como artista desde a minha infância.
Às minhas amadas amigas Samantha, Luana e Girlane por compreenderem minha ausência
em certos períodos.
Às minhas companheiras de curso e grandes amigas, Sarah Catrib, Karine Teles e, claro,
Rhachel Martins por estarem presentes em todos os meus passos acadêmicos, compartilhando
angústias e vitórias.
Aos meus queridos amigos do Grupo de Violoncelos da UFC por fazerem música comigo.
À minha professora de violoncelo, Ma. Dora Utermohl de Queiroz, por sempre acreditar em
mim.
À estimada bibliotecária Paula Nóbrega por me possibilitar adentrar um pouco mais afundo na
memória do Sesi.
Ao professor Marco Antônio Silva por ser tão prestativo em compartilhar sua dissertação
comigo.
Aos entrevistados, Professores: Fernando Lage, Carlos Alberto Coutinho, Jorge Lima e
Renata Jaffé, por compartilharem suas histórias e experiências comigo, ajudando-me a tecer
este texto.
E, finalmente, à minha querida orientadora Profº Drª Lucila Basile por abraçar esta pesquisa e
por me mostrar caminhos os quais eu jamais imaginei percorrer.
“O que ganhamos com a arte não é o que
aprendemos com ela, e sim o que nos
tornamos por meio dela.”
(Oscar Wilde)
RESUMO
The present research aims to understand the development of the cello studies offer in the city
of Fortaleza (CE) on the strings center of the Sesi‟s Instrumentalists Training Center (CEFIS)
from the 1970, covering the year 1975, and as a final milestone for the deepening of this
research the year 1990. To get the the initial milestone of this research effectively, the factors
which influenced the foundation of CEFIS‟ strings center. This study aims to present the ways
of the sistematic teaching of a musical instrument, in this case, the cello, on Fortaleza in this
pivotal period. The temporal cut to the inicial observation is justified by the opening of the
Jaffé‟s method of the collective instrumental classes, at 1975, which was the driving factor for
the development of the called Projeto Espiral (FUNARTE/SESI) one year after, as a
pioneering initiative in the country coordinated by the Pernambuco native composer Marlos
Nobre (1939 -) and the carioca violinist and teacher Alberto Jaffé (1935 – 2012). This study
established itself in the Cutural History field and it has a theoretical contribution of Ginzburg
(1976). As methodology, this research consults oral sources, semi-structured interviews and
journal archives for the data collection which are problematised (LE GOFF, 1990). These
were compared among themselves and among the context (DARTON, 1984). As hypothesis,
expect to explain the dissemination and the interest for this instrument from CEFIS‟ strings
center, how the pedagogy of the cello was appropriate and the repercussions throught the
trajetory of the subjects (musicians) in this process.
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 11
1.1 “LÁ NÃO TEM NADA” ............................................................................................. 13
2 HISTÓRIA DAS INSTITUIÇÕES .......................................................................... 17
2.1 O LOCAL DA INSTITUIÇÃO: A BARRA DO CEARÁ .......................................... 18
2.2 SESI BARRA DO CEARÁ ......................................................................................... 19
2.3 PROJETO EXPERIMENTAL .................................................................................... 20
2.3.1 Da Tevê à Fortaleza ................................................................................................... 20
2.3.2 Do plano à prática ...................................................................................................... 21
3 COTIDIANO PEDAGÓGICO ................................................................................. 24
3.2 ASPECTOS PEDAGÓGICOS DO MÉTODO JAFFÉ ............................................... 26
3.3 LÁ, SI, LÁ, - O MÉTODO JAFFÉ ............................................................................. 27
3.4 PROJETO ESPIRAL ................................................................................................... 29
4 SESI DA BARRA DO CEARÁ PÓS-JAFFÉ .......................................................... 32
4.1 VASQUEN FERMANIAN: O PARCEIRO E CONTINUADOR .............................. 32
4.1.1 “Foi minha primeira aula de violoncelo” ..................................................................... 32
4.2 ORQUESTRA DE CORDAS, RELATÓRIOS DE ATIVIDADES ........................... 35
5 CONCLUSÃO............................................................................................................ 40
APÊNDICE ................................................................................................................ 47
APÊNDICE A – GRÁFICO DE MATRÍCULAS NO CENTRO DE FORMAÇÃO
DE INSTRUMENTISTAS DO SESI DE 1979 A 1990. ............................................. 48
ANEXOS .................................................................................................................... 49
ANEXO A - TABELA DE MATRÍCULAS EM 1980 ............................................. 50
ANEXO B – TABELA DE MATRÍCULAS EM 1981 ............................................ 51
ANEXO C - TABELA DE MATRÍCULAS EM 1982 .............................................. 52
ANEXO D – TABELA DE MATRÍCULAS EM 1983 ............................................ 53
ANEXO E – TABELA DE MATRÍCULAS EM 1985 .............................................. 54
ANEXO F - TABELA DE REALIZAÇÕES EM 1987 ............................................. 55
ANEXO G – TABELA DE MATRÍCULAS EM 1987 ............................................. 56
ANEXO H – TABELA DE MATRÍCULAS EM 1988 ............................................. 57
ANEXO I - PESQUISA DIRETA DE INDICADOR DE SATISFAÇÃO DA
CLIENTELA - LAZER ARTÍSTICO - CATEGORIA USUÁRIO
(TRABALHADOR) .................................................................................................... 58
ANEXO J - PESQUISA DIRETA DE INDICADOR DE SATISFAÇÃO DA
CLIENTELA - LAZER ARTÍSTICO ......................................................................... 59
ANEXO K - TABELA DE MATRÍCULAS EM 1990 .............................................. 60
11
1 INTRODUÇÃO
1
“Um movimento sempre condiciona a produção de um espaço e o associa a uma história.” (CERTEAU, 2009,
p. 185)
2
CERTEAU, loc. cit.
13
remeter à evocação mimética, sugerindo presença, ou à substituição que faz “as vezes da
realidade representada e, portanto, evoca ausência.” (GINZBURG, 2001, p. 85). Nesse
sentido, ocorre tanto a percepção das propostas de ensino e dos sentidos que ela adquire no
processo cronológico no espaço, mas também é possível rastrear os silêncios, as ausências que
permeiam o processo.
Finalmente, a vinculação dos campos da História Cultural e da Educação Musical
enfatiza-se o aspecto atemporal do problema que se coloca nesta pesquisa, o ensino do
violoncelo em Fortaleza ressaltando a contribuição do ensaio de Kraemer (2000) que sintetiza
tudo o que foi discorrido até o presente momento quando afirma que “As ações da teoria e da
prática pedagógico-musical estão voltadas para o tempo presente, mas ainda ligadas a
gerações passadas.” Kraemer defende que a investigação das ideias relacionadas às práticas
pedagógicas na música revela um campo de pesquisa que contribui para a discussão e para
críticas da situação atual do ensino.
pertencente a uma família de músicos. Pressupõe-se que o violoncelista da foto seja Carlos
Victor, um dos irmãos de Henrique Jorge.3
3
Cf. BASILE, 2015.
4
BASILE, 2013, p. 2-14
15
Dez anos depois da fundação da Escola de Música Carlos Gomes, foi inaugurado
o Conservatório Alberto Nepomuceno, em 26 de maio de 1938, sob direção da pianista Ester
Salgado. O Conservatório oferecia aulas de harmonia, regência, contraponto, canto, pedagogia
musical, violino, viola, clarinete, fagote e piano.6
Esses aspectos são apenas uma pequena mostra com a finalidade de ilustrar a
presença do violoncelo e também do ensino de música no Ceará, ou seja, a partir do século
XIX. Porém não se deteve, ao desdobramento deste aspecto histórico em virtude de
transcender os propósitos desse recorte e também pela escassez das fontes o que demandaria
mais tempo de pesquisa, ficando para um momento posterior.
Quando questionada sobre o motivo pelo qual a família Jaffé se mudou para uma
cidade mesmo sabendo que a cidade “não tinha nada”, Renata Jaffé responde
5
BASILE, 2015, p. 286
6
BASILE, 2002, p. 112
16
Então, Ceará naquela época não tinha nada mesmo. Não tinha. Era praia, casa e
algumas casas um pouco mais abastadas... A grande maioria dos alunos dos meus
pais, em Fortaleza, morava em casa de pau-a-pique e não tinham banheiro. Então,
essa era a realidade da enorme da maioria das pessoas dessa época do Ceará. [...]
Nós morávamos no Rio de Janeiro que tinha sempre sido o capital do Brasil, onde
tudo acontecia, inclusive, naquela época, o Rio era ainda mais forte do que São
Paulo nessa questão de onde tem tudo, onde tudo acontece, onde todo mundo vai.
[...] Então, em Fortaleza, não existia uma série de concertos, os artistas
internacionais não iam pra aí pra tocar... Então, era um mundo totalmente diferente.
Por que ele [Alberto Jaffé] escolheu Fortaleza? Não foi ele que escolheu Fortaleza,
Fortaleza o escolheu, na pessoa do Doutor Pompeu.
7
BASILE, 2015, p. 291.
17
8
“O campo de Lazer do Sesi se divide em três subprogramas: o Lazer Esportivo, [...], o Lazer Artístico/Cultural,
que reúne (sic) apresentações artísticas, cursos de iniciação musical, exposição e outros eventos; e o Lazer
Social. [...]” (Relatório de atividades do Sesi Ceará, p.135, 1989)
9
O Governo de Ernesto Geisel (1974-1979) fica conhecido como o anunciador de uma abertura política, lenta,
gradual e segura, deixando a ditadura militar rumo à democracia.
10
“Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a instituir, vinculada ao Ministério da Educação e Cultura, com
duração indeterminada, a Fundação Nacional de Arte (FUNARTE), com a finalidade de promover, incentivar e
amparar, em todo o território nacional, a prática, o desenvolvimento e a difusão das atividades artísticas,
resguardada a liberdade de criação, nos termos do art. 179 da Constituição.” (BRASIL, 1975)
18
11
Ibid., p. 17.
12
“Pesquisadores, músicos, fotógrafos e outros puderam pegar uma fatia de verba da Fundação Nacional de
Arte, que foi de 107 milhões de cruzeiros, sem contar o remanejamento de trinta milhões do Ministério do
Planejamento, exclusivamente para apoio às orquestras sinfônicas.” (VETROMILLA, 2016)
19
A cidade se caracteriza pela ocupação do lado leste, por uma população com
melhores condições socioeconômicas, e do lado oeste e sudoeste, por uma
população menos favorecida. Determinando assim, a forma de aquisição e a
produção dos espaços na cidade. Para os ricos, detentores do poder econômico, os
espaços são sempre dotados de equipamentos e de melhores condições urbanas, e
para a população com menor poder aquisitivo, sobram os espaços com insuficiência
de serviços públicos básicos (et al., 2004 apud LIMA, 2013, p. 16)
O Centro Social Dr. Thomaz Pompeu de Sousa Brasil, lugar que possui uma área
para a prática de atividades de Esporte, Lazer, dentre estas atividades destaca-se o Centro de
Formação do Instrumentistas de Cordas do Sesi (CEFIS), e prestação de serviços na área da
Saúde, é localizado na Barra do Ceará. Começou a ser construído no início da década de 70 e
foi inaugurado em 23 de fevereiro de 1973.
Um mês após sua inauguração, em março de 1973, foi criada a Banda de Música
do Sesi, primeiro projeto de formação musical do Sesi Barra do Ceará. Para ilustrar a
dinâmica de ensino de música na Banda de Música do Sesi, recorremos à Parente
O ano era 1974, quando a parceria entre Dr. Tomás Pompeu de Souza Brasil Neto
e Alberto Jaffé se iniciou. Através de um programa de televisão, Concertos para a
Juventude13 (1965 – 1984), da Rede Globo, o industrial conheceu o trabalho ainda
embrionário de formação instrumental do professor Alberto Jaffé. Instigado através de um
comentário de um participante do programa, Tomás Pompeu convidou o violinista e professor
Alberto Jaffé para implantar o pioneiro programa de formação de instrumentistas de cordas no
Sesi da Barra do Ceará.
Alberto Jaffé dava aulas de violino para os seus dois filhos mais velhos, Marcelo
Cláudio. Percebendo a falta de interesse dos filhos em estudar individualmente, como afirma
sua filha, Renata Jaffé, em entrevista, Alberto costumava, então, ensiná-los em grupo. Depois,
montou grupos de alunos no Rio de Janeiro,
que era onde a gente morava, e ele começou a fazer uma vez ao mês, no sábado, o
encontro desses alunos. Depois do primeiro encontro, ele viu que cada vez que ele
anunciava que haveriam outros encontros, todo mundo estudava muito mais, todo
mundo ficava muito feliz e sentia prazer no que estava fazendo. (JAFFÉ, 2017)
13
Programa semanal que exibia pequenos concertos didáticos ao vivo e, posteriormente, a performance obras
completas. Também promovia concursos: I Concurso Nacional de Coreografia (1974), I Concurso Nacional de
Jovens Instrumentistas (1977), I Concurso Nacional de Bandas de Música (1977). O programa tinha apoio da
Funarte, TVE e MEC.
21
uma das coisas que foi dita lá, não sei se por Marlos Nobre ou quem foi que falou
foi: “como seria bárbaro se, no Brasil, existissem muitos mauricinhos (eu não
lembro o nome do menininho que era aluno do meu pai e que tocou no programa)”.
E o doutor Pompeu, que era do Sesi, viu esse programa de televisão e foi atrás do
meu pai! E ele falou: "eu quero transformar Fortaleza no lugar onde vão ter muitos
destes meninos." Aí contatos foram feitos. E, acabou que, de fato, nós... a família
inteira se mudou pra Fortaleza, pra dar início a esse projeto que, na época, era
experimental. (JAFFÉ, 2017)
O primeiro passo dado por Alberto Jaffé para a concretização do seu projeto
experimental, também referenciado por Silva (2017) como Projeto Jaffé, foi um pequeno
22
recital que fez com os membros de sua família no auditório do Sesi da Barra do Ceará para
apresentar os instrumentos e atrair o interesse, pelo menos a curiosidade, dos jovens que já
estavam participando de outras atividades que aconteciam no Sesi 14. Neste recital “Jaffé e seu
filho Marcelo tocavam violino, seu filho primogênito Cláudio, violoncelo e sua esposa Dayse,
contrabaixo.” (SILVA, 2008, p.21)
Minha mãe era costureira da Vilejack que, hoje em dia, é o famoso gueto, né, bem
de frente ao portão de acesso ao Sesi, portão de estacionamento. Meu pai era
funcionário da Companhia Ceará Têxtil que, inclusive, é uma fábrica que nem existe
mais que ficava até próximo ao local onde você mora. Então os dois eram operários:
minha mãe, costureira e meu pai trabalhava numa tecelagem. A gente morava por
trás do Sesi. (LIMA, 2017)
14
Uma das peças apresentadas foi Chaconne da Partita nº 2 para violino solo, de J.S.Bach, segundo SILVA,
2008, p. 52.
15
SILVA, loc. cit.
23
Quando meu amigo viu “Inscrições abertas para violoncelo, violino...”, ele pegou
minha carteirinha e, sem me consultar, me matriculou. Ele achava que violoncelo era
violão. Todo mundo pensa, né? [...] Aí, então, ele chegou pra mim: “rapaz, tinha
uma vaga pra música.” (Ele sabia que eu já ia deixar o futebol porque eu já tava com
a idade estourada, já tinha 15... Já ia pros 16. (Foi... eu tinha 16 ou era 17) Aí eu fui
olhar o que era. Ele me chamou. “ó tá aqui, ó” (mostrando o cartaz) Eu: “rapaz, é
violoncelo, não é violão, não!” Ele: “e é? É porque tem violon...” Eu: “não, rapaz, é
violoncelo” Ele: “ah, rapaz é quatro corda.” (sic) Os contrabaixistas também iam
pensando que era contrabaixo elétrico. E nisso muita gente se inscreveu, sabe?
(COUTINHO, 2017)
Me disseram que ia haver uma prova, uma prova pra saber quem poderia ficar, pra
saber a facilidade e a dificuldade de cada um. Eu fiz a prova com ele, com o maestro
Alberto Jaffé, já falecido, e... tinha o filho dele que ele tocava violoncelo, tinha o
que tocava violino e a pianista, a mulher dele, a professora Daisy. Aí, chegou o dia
da prova, aí pronto... Foi chamado muita gente. No segundo grupo, eu fui fazer a
prova e meu colega foi fazer comigo. Com essa prova, tinha uma prova de ritmo:
Ele batia um ritmo pra mim bater (sic) igual (com uma mão). Aí, cantava um trecho
de qualquer música popular... E na última prova, ele batia o ritmo e eu tinha que
bater a mesma coisa, com uma mão, com a outra. As mãos batiam ritmos diferentes.
Do jeito que ele fazia a gente tinha de fazer. (COUTINHO, 2017)
3 COTIDIANO PEDAGÓGICO
O dia a dia do núcleo era bem corrido para os dois professores, pois havia muitos
alunos e em diversos níveis de aprendizado. O professor Jaffé montou uma tabela de
horários para conseguir ouvir todos os alunos em uma semana e ainda poder fazer os
ensaios da orquestra. Assim, conseguia ouvir todos os alunos do núcleo e fazer todos
os ensaios necessários. A tabela é dividida por dia, com 13 horários de 45 minutos
cada e alunos numerados, para facilitar a organização. Assim, Jaffé lecionava o dia
todo, para manter o núcleo em pleno funcionamento. (2016, p. 54)
O Jaffé não queria deixar muita gente de fora, não. Aí ele começou a fazer umas
vozes mais facinhas (sic) pro pessoal. [Alberto Jaffé] Botava umas notas longas. A
gente fazia 3 vozes no naipe de violoncelo. Dificilmente, tem uma obra com três
vozes diferentes no violoncelo, no violino, nas violas e contrabaixos.
Além das aulas e dos ensaios, alguns alunos (os mais avançados) tinham aulas de
teoria musical, contraponto, harmonia. Os Jaffé eram constantemente requisitados pelos
próprios alunos, segundo afirma Alberto Jaffé em entrevista: “Tenho alunos que desejam mais
aulas por semana e ainda querem assistir aulas de outras turmas. Isso prova o interesse
despertado.” (Folha de São Paulo, p. 33, 26 nov. 1975)
16
Conforme o programa do I Encontro de Professores de Cordas, o Centro de Formação de Instrumentistas de
Cordas do Sesi tinha os seguintes instrumentos: 60 violinos, 20 violas, 15 violoncelos e 5 contrabaixos.
(SANTOS, 2016, p.52)
26
17
“Na verdade, o professor Jaffé e sua esposa D. Daisy, inúmeras vezes fizeram o papel de nossos pais.”
(CARVALHO, 2009, p. 15)
27
arco, ou auxiliando em algum movimento da mão esquerda – este toque ajuda a transmitir ao
aluno as sensações cinestésicas relativas ao ato de tocar (1998, p. 17 apud SANTOS, 2014, p.
131)
O [violoncelo] tcheco tinha um verniz meio amarronzado, muito enfeitado, uma cor
em cima, outra cor embaixo... Eu escolhi aquele ali. Comecei a estudar com o
violoncelo da Tchecoslováquia e aí eu comecei a ter as primeiras aulas. Que era o lá,
si, lá. Tinha maria japonesa, maria chinesa...
(COUTINHO, 2017)
O primeiro aspecto a ser abordado por Jaffé era a postura idiossincrásica de cada
instrumento. Tendo posicionado os instrumentos, a primeira melodia executada era a “Lá-si-
18
lá” em pizzicato que segue a digitação 0, 1, 0 para instrumentos de corda. Isto quer dizer
que o lá é corda solta, o si é o primeiro dedo pressionado e, novamente, o lá em corda solta.
Silva ressalta os aspectos pedagógicos deste primeiro exercício
Embora sejam apenas duas notas, elas estão combinadas de forma a sugerir ao
executante que perceba a melodia como uma música e não apenas como um
exercício. Primeiro, o professor ensinava a melodia com uma letra para que fosse
cantada pelos alunos: “Lá – Si – Lá, Lá – Si – Lá, ouça o som do Lá
18
Ato de pinçar as cordas do instrumento com os dedos.
28
na orquestra de cordas. É claro que ele tinha mais conhecimento do que os meninos,
porque ele já tinha tido aula de violoncelo, então, ele ajudava, no sentido de ser um
exemplo. Quando você vê uma pessoa com a posição certinha ali, você vai copiar,
você vai fazer igual. Então, era nesse sentido que ele ajudava. (JAFFÉ, 2017)
19
As partituras destes exercícios podem ser encontradas em SILVA (2008): Maria Chinesa (p. 30), Maria
Japonesa (p. 31) e Barquinha Ligeira (p. 32)
20
Digitações e seus significados: 0 – Corda solta, 1 – dedo indicador esquerdo, 2 – dedo médio esquerdo, 3 –
dedo anular esquerdo, 4 – dedo mindinho esquerdo.
21
As digitações estabelecidas acima são relativas ao violoncelo.
29
22
Apesar de ser incorporado pelo Sesi Barra do Ceará, o Projeto Espiral veio ligar-se ao CEFIS (Centro de
Formação de Instrumentistas do Sesi) e não o substituir.
23
Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente.
24
Até maio de 1979, foram construídos cem instrumentos de cordas em apenas 6 meses de ensino. Cf. ESTADO
DO PARANÁ, p.5, 16 mai. 1979
25
Profissionais que trabalham com a manutenção e construção de instrumentos musicais.
30
A gente foi abrir o outro projeto em Brasília. Nós viajamos. Espiral em Brasília. Aí
ele fazia seleção dos violoncelistas, violinos, violas e contrabaixo. [...] Isso já pra
ensinar o que a gente tinha aprendido. Começamos assim. [...] Ele levou os
escolhidos pra dar aula lá.. Aí pronto, nós passamos acho que uma semana, duas
semanas... por aí pra abrir esse núcleo.
Espiral é uma curva que gira em torno de um ponto central (na geometria é
conhecido como polo) que se afasta ou se aproxima segundo determinada lei.
Metaforicamente, esta era a ideia de Marlos Nobre: ter Fortaleza com polo e ir se afastando,
em curva, para ligar a metodologia Jaffé à várias cidades até ocupar todo o território nacional.
Em 1977, Jaffé e sua família foram para Brasília (DF) para dar início ao segundo
núcleo do Projeto Espiral. O núcleo de Fortaleza ficou sob a direção do professor Vasquen
Fermanian ainda com a orientação de Alberto Jaffé.
Nós nos mudamos fisicamente pra Brasília, mas o meu pai mandava as aulas pro
Vasquen toda semana. "Agora você faz isso, agora você faz aqui." O Vasquen
mandava as perguntas pro meu pai: "Tá acontecendo isso, tá acontecendo aquilo.
31
Que que eu faço?" E o meu pai orientando o Vasquen. E, se não me engano, eles iam
uma vez por mês pra ver o andamento das coisas, como é que estava indo, o que que
teria que mudar. Ele fazia uma supervisão, uma orientação, durante um bom tempo...
Durante todo o período que estivemos em Brasília, houve esse acompanhamento.
(JAFFÉ, 2017)
26
Cf. O POVO, 21 ago. 2013. Disponível em:
<http://www20.opovo.com.br/app/opovo/buchicho/2003/08/21/noticiasjornalbuchicho,290001/vazken-
fermanian.shtml >
27
Não foram localizadas referências deste violoncelista.
28
Masterclass se refere a uma aula particular dada por um professor em frente a outros estudantes, enquanto
estes escutam e observam.
33
Foi minha primeira aula de violoncelo, com o professor Pashar em Brasília. Era tipo
masterclass. Nós fizemos esse festival de Brasília. Era um festival… Pra nós, era
bem mais simples. A gente ouvia várias pessoas que tocavam. Tinham várias
aulinhas e já era com… sob orientação do Pashar e a gente fez esse festival. Tinha o
Guerra Vicente29, já ouviu falar nele? Lá tava o Guerra Vicente e o Pashar, o Guerra
Vicente era professor do Pashar no Conservatório. [...] Aí nós tínhamos aula com o
Pashar e fomos assistir os concertos. A gente ia nos concertos. Era bem legal. Todo
mundo animado. A gente ganhava ajuda de custo. Foi (sic) mais ou menos umas 20
pessoas só, porque quando ia era só menino dentro do avião… Só pivete. Eu era um
dos mais velhos, já.
Ressalta-se aqui o fato de que apenas em 1977, Coutinho, deve-se lembrar aluno
de Jaffé no Sesi da Barra do Ceará, teve sua primeira aula particular de violoncelo. Como
justifica Renata Jaffé:
substituição deu-se “porque sua linha de ação não estava de acordo com a política cultural do
governo” 30.
Marlos [...] regressou ao Rio na última terça-feira, aqui encontrando a notícia da sua
exoneração do cargo de diretor do Instituto Nacional de Música da Funarte. Músico
competente e altamente qualificado para a função que exercia, ele conseguiu – entre
acertos e erros – um saldo bastante positivo, nos dois anos e meio de sua
administração no Governo anterior; merecia, ao nosso ver, a chance de prosseguir
seu trabalho. O que realmente nos causa estranheza é o fato dele ter sido confirmado
no cargo no momento em que se efetuaram as diversas trocas de administração,
quando é de praxe o processamento de substituições. (Jornal do Brasil, p. 2, 5 mai.
1979)
Em seus três anos de existência em Fortaleza, o Projeto Espiral viu passar cerca de
600 jovens - uma vez que, naturalmente houve desistências diversas, mas os
resultados foram positivos desde o início: em 1977, já ocorriam 10 apresentações,
número que no ano passado, com 112 inscritos e 230 ensaios, subiu para 15. Este
ano, até o 5 de maio último, os 137 integrantes dos três grupos do Projeto Espiral
haviam feito 48 ensaios e 4 apresentações. Divididos em três grupos - formação,
intermediária e aperfeiçoamento.31
antes de mais nada, evidenciou-se que os resultados obtidos pelo Projeto Espiral,
dado o seu pouco de tempo de duração, superaram, em muito, todos os outros que se
conhecem na área de ensino de instrumentos de cordas existentes no Brasil. E que
dado o esvaziamento de instrumentistas de cordas nas orquestras brasileiras, este
projeto representa um marco altamente compensador e que talvez seja da forma com
que ela está se processando o único modo de fazer existir no País instrumentos
capazes de virem a compor futuras orquestras (in Estado do Paraná, 18 mai. 1979,
p. 5)
30
Cf. VETROMILLA, 2016, p. 14
31
ESTADO DO PARANÁ, loc. cit.
35
A certeza dos resultados positivos do Projeto Espiral foi atingida pela incerteza de
sua continuidade e ampliação, “pois Cussy de Almeida, novo diretor do Instituto Nacional de
Música, no cargo apenas há cinco dias úteis, ainda não definiu seus planos a respeito.”32
Comparando a atuação de Marlos Nobre à frente do INM com a atuação de Cussy
de Almeida, Vetromilla traz um recorte de uma matéria que afirma que
Marlos Nobre estava tentando levar à frente projetos de largo alcance social, como
[...] o Projeto Espiral que consistia na implantação de centros de formação de
instrumentistas e de centros de luteria (construção de instrumentos de cordas)
definindo sua política como „antielitista em profundidade‟. [...] Cussy queria dar
maior autonomia aos empresários abrindo as portas do INM para eles que deveriam
escolher seus artistas cujo cachê a Rede [Nacional de Música] pagaria. [...] Mas o
Projeto Espiral foi minguando. Faltavam professores nos centros criados, faltavam
instrumentos e pouca coisa foi feita, nesse sentido. Já Cussy de Almeida visava
solidificar os organismos musicais já existentes, realizar uma série de concertos
didáticos ao mesmo tempo em que implantou dois novos projetos – Projeto Villa-
Lobos e Pro-Memus, ambos para incentivar as gravações de discos „visando um
levantamento completo da criação musical brasileira‟. O Pro-Memus fez várias
edições. Também foi realizada uma série de concertos didáticos com ampla
repercussão, mas nenhum projeto foi desenvolvido em profundidade.
(VETROMILLA, 2011, p. 15)
O núcleo de Fortaleza foi iniciado pelo Sesi e depois passou a ter apoio da Funarte,
através do INM. Isso acabou gerando uma situação difícil, já que agora o projeto
está sendo quase que inteiramente mantido pela Funarte. A única solução, a meu ver,
seria uma volta à situação anterior com o Sesi à frente do projeto. (in Folha de São
Paulo, p. 19, 28 jan. 1980)
Não foi localizado uma data específica do fim do convênio entre Sesi Fortaleza e
Funarte. No entanto, observa-se que, a partir de 198033, existem relatórios anuais de
atividades publicados pelo Sesi e que englobam a “Orquestra de Cordas” como atividade de
lazer, como já foi afirmado previamente. O diferencial é que não foram encontrados relatórios
32
ESTADO DO PARANÁ, loc. cit.
33
Cf. Anexos
36
anteriores a este período salvo o relatório de atividades de 1973, anterior ao recorte temporal
desta pesquisa.
Em 22 de dezembro de 1980, Carlos Alberto Coutinho foi contratado como
monitor de violoncelo do Centro de Formação de Instrumentistas do Sesi que continuou suas
atividades mesmo após o término do Projeto Espiral.
Quando questionado sobre a dinâmica de suas aulas como monitor de violoncelo,
Coutinho explica que recorria a métodos de professores já consagrados no ensino do
violoncelo tais como: Dotzauer, Popper e Feuillard.
Neste ponto, faz-se necessária uma problematização sobre método. Entendido
como um manual que tem como objetivo facilitar a aprendizagem de uma determinada
matéria através de “exercícios [técnicos] ordenados segundo o que o autor considera uma
dificuldade crescente. O método, neste sentido, poderia ser descrito como um texto que,
segundo as épocas, contém só exercícios.” (JORQUERA, 2004 apud OLIVEIRA, 2010, p.
139) Desta forma, a ênfase dada nestes exercícios técnicos, nos aspectos motores intrínsecos à
prática do instrumento, “prejudica tanto a capacidade crítica de solucionar problemas do
estudo quanto a sensibilidade musical necessária ao crescimento artístico (KAPLAN, 1987,
p.92 apud CERQUEIRA, P. 49) Gradualmente, o ensino no CEFIS começava a ser
remodelado.
Após 5 anos do início das atividades formativas do núcleo de cordas do Sesi,
Coutinho relata que “Aqueles que ficaram [no Sesi] foram saindo. [...] Houve uma prova pra
UNIRIO, pra ganhar bolsa de estudo, então a maioria do pessoal já tinha saído fora. (sic)”
(2017). Muitos músicos iniciados no instrumento em Fortaleza se espalharam pelo Brasil.
Além da UNIRIO, vários deles foram aperfeiçoar-se na Universidade Federal da Paraíba que
acabava de iniciar sua Orquestra Sinfônica (OSPB), em convênio com o governo do Estado da
Paraíba. Silva detalha os locais escolhidos para esta migração
Neste período, foi firmada uma parceria entre Sesi e Universidade Federal do
Ceará (UFC) para a criação de uma camerata de cordas. O documento deste convênio, no
37
entanto, não foi localizado. Segue o relato do Professor Elvis Matos, atual professor do curso
de música da UFC.
Havia uma orquestra de cordas que era regida pelo professor Vasquen Fermanian,
professor nosso vinculado à Pró-Reitoria de Extensão, na carreira que hoje se chama
ensino básico técnico tecnológico, e na época se chamava professor de primeiro e
segundo grau. O professor Vasquen também trabalhava no SESI, então havia uma
cooperação entre duas instituições, e através dessa cooperação a orquestra
funcionava. / A orquestra funcionou ao longo da década de 80 plenamente. Na
década de 90 devido a várias questões, como por exemplo, a política de
sucateamento das universidades que foi implementada pelo governo do Fernando
Henrique Cardoso, onde a Universidade viveu momentos terríveis. Hoje as pessoas
não se lembram disso, mas a universidade estava sendo destruída. Nessa hora, várias
coisas sofreram bastante, e uma das coisas foi a orquestra. Com o passar do tempo
ela foi se fragilizando e em seguida o professor Fermanian se aposentou. / Em um
determinado momento essas atividades na universidade dependiam muito da figura
de uma pessoa que estava na frente, do líder, pois elas não estavam
institucionalizadas. É uma conquista mais recente esse processo de
institucionalização. Você ficava na extensão, mas ficava sendo uma extensão do
quê? Se não havia pesquisa, nem ensino? Então ela parou. Essa cooperação deixou
de existir, e a orquestra deixou de existir. (in Revista Música em Si, 2015)
em 1975. Por aí se pode medir a importância do trabalho de Jaffé.” (Folha de São Paulo, p.
60, 31 jul. 1983) Fernando Lage (2017), violoncelista e bolsista da Camerata de Cordas UFC-
Sesi, considera que foi um festival “fantástico” e atribui boa parte de seu aprendizado como
violoncelista aos festivais que participou através da Camerata de Cordas UFC-Sesi.
Então, eu considero que o meu aprendizado foi, assim, o primeiro ano com meu
pai34 e, a partir do primeiro ano, já, sem ser autodidata, mas era realmente, nos
cursos. Eu saía de 6 em 6 meses para trabalhar intensivamente. E, nos cursos de
férias, eu estudava muito, muito! Então, eu fiz logo curso em Brasília, dois em
Teresópolis35, um em Gramado e alguns cursos em Fortaleza, duas vezes,
organizados pela UFC. Esses professores: o Nelson Campos, o Parisot e Pino,
Kubala, eram grandes nomes do Brasil e eu tive oportunidade de conhecê-los nestes
cursos que duram 3 semanas, um mês. Era incrível! Valia, realmente, um semestre
de aulas.
Veio o professor Nelson e aí ficou vindo. Aí veio o Pino, que era chileno também.
Eles todos eram chilenos. [...] Aí, quando o Pino vinha mais vezes. Aí com o
decorrer do tempo, o Pino foi embora pra Paraíba, não voltou mais pra cá. Então
ficou todo mundo… já sem nada. Não tava mais tendo professor. De vez em quando,
violoncelo vinham muitos professores de violoncelo. Depois do Nelson e do Pino,
veio o Peter Dauelsberg, ele é alemão. Professor de violoncelo. Aí depois veio o Ivo
Meyer... (COUTINHO, 2017)
Ainda em relação aos diversos festivais, Carvalho ressalta que “eram verdadeiras
bênçãos; o ano inteiro nós estudávamos em meio a inúmeras dificuldades, alentados pela
perspectiva da viagem.” (2009, p. 21) No entanto, Carvalho não descreve quais eram estas
dificuldades, o que impossibilita o leitor de imergir na realidade do referido espaço e período.
Esta dependência na vinda ocasional de professores de violoncelo e a já
consolidada interrupção do trabalho do Projeto Jaffé pode ser um fator motivador para o
34
O primeiro contato de Fernando Lage com o violoncelo se deu através de seu pai Hiram de Albuquerque Lage,
violoncelista. Filho de pais músicos, Fernando Lage se iniciou musicalmente através do piano e do violão. Aos
15 anos, começou a estudar violoncelo com auxílio do pai e começou a atuar em grupos musicais da cidade de
Fortaleza.
35
Destaca-se a participação como professor no festival de Teresópolis/RJ, segundo Coutinho (2017), do
violoncelista Márcio Mallard, integrante do Quarteto da Guanabara.
36
O único registro de professor e curso está atribuído a Hans Joaquim Koellreutter que ofereceu curso de
Didática e Metodologia do Ensino e Educação Musical no I Encontro Musical do Nordeste. (Cf. CARVALHO
2009, p. 23)
39
37
Não foram localizadas referências a esta violoncelista.
40
5 CONCLUSÃO
A política não garante a felicidade nem confere significado às coisas. Ela cria ou
recusa condições de possibilidades. Interdita ou permite: torna possível ou
impossível. É sob esse viés que ela se apresenta aqui, no sentido de que a ação
cultural choca-se com as interdições silenciosamente postas pelos poderes.
(CERTEAU, 2005, p. 214)
REFERÊNCIAS
ASSIS, M. de. O machete. Obra completa de Machado de Assis, v. II. Rio de Janeiro: Nova
Aguilar, 1994a.
CAMBARÁ, I. Gonçalves promete o fim de privilégios no INM. Folha de São Paulo. 28 jan.
1980. Folha Ilustrada. p. 19
ILARI, B. Shinichi Suzuki: A educação do talento. In: MATEIRO, T.; ILARI, B. (org.).
Pedagogias em educação musical. Curitiba: Ibpex, 2011.
MILLARCH, A. A espiral da boa música (I) Estado do Paraná, Curitiba, 15 mai. 1979,
Tablóide, p. 5.
_____________. A espiral da boa música (II) Estado do Paraná, Curitiba, 16 mai. 1979,
Tablóide, p. 5.
_____________. A espiral da boa música (III) Estado do Paraná, Curitiba, 18 mai. 1979,
Tablóide, p. 5.
NO CEARÁ, uma orquestra de só de crianças. Folha de São Paulo, São Paulo, 29. nov.
1975, p.33
AMADO, J. (Org.) Usos e abusos da história oral. Rio de Janeiro: FGV, 2005.
WILLE, R. B. Educação musical formal, não formal ou informal: um estudo sobre processos
de ensino e aprendizagem musical de adolescentes. Revista da ABEM, Porto Alegre, v.13,
p.39-48, set. 2005.
APÊNDICE
48
1990 1990; 86
1989 1989; 83
1988 1988; 79
1987 1987; 20
1986 1986; 86
1984 1984; 92
1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990
49
ANEXOS
50
MODALIDADES Nº DE REALIZAÇÕES
FOLCLORE ADULTO 32
DANÇA NEOCLÁSSICA 65
TEATRO 08
ORQUESTRA DE CORDAS 20
BANDA DE MÚSICA 80
FANFARRA 27
INICIAÇÃO ARTÍSTICA 46
FOLCLORE 36
ADOLESCENTE
CONJUNTO REGIONAL 10
TOTAL 324
Fonte: Relatório Anual, 1987, p. 90.
56