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P1 Direito Civil II

OBRIGAÇÕES – INDIVISIBILIDADE E SOLIDARIEDADE

As obrigações podem ser:

1. Indivisíveis

Nesta obrigação, você olha para o objeto. Indivisíveis são as prestações que só podem ser
cumpridas em sua integralidade. Na indivisibilidade, o credor pode exigir o cumprimento
integral de qualquer dos devedores, não porque o demandado seja devedor do total (já que só
deve uma parte), mas porque a natureza da prestação (do que tem que ser pago) não permite
o cumprimento fracionado. Na indivisibilidade o devedor paga por inteiro porque outra solução
não é possível. A indivisibilidade é de origem material. Segundo o Art. 263. “Perde a qualidade
de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.”, essa obrigação do dever de
indenizar transforma essa obrigação em obrigação pecuniária.
No § 1º: “Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores,
responderão todos por partes iguais” – devedores se juntam e pagam a dívida.

§ 2º: “Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas
perdas e danos”.

Art 279: “Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste
para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos (danos morais e
materiais) ,só responde o culpado”.

Art. 258: “A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato
não suscetíveis de divisão, por natureza, por motivo de ordem econômica ou dada a razão
determinante do negócio” (isso quer dizer que não se pode obrigar o credor a receber algo
diferente do contratado). No Art. 259. “Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não
for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda”. Parágrafo único: O devedor, que paga
a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados. No Art. 260. Se
a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor
ou devedores se desobrigarão, pagando:
I - a todos conjuntamente;
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
Portanto, não tem qualquer devedor a prerrogativa, o direito, o privilégio de solver
parcialmente a obrigação, quando houver outros sujeitos passivos. Assim, se dois devedores se
obrigaram a entregar um cavalo, este deverá ser entregue por qualquer um dos devedores,
ficando o devedor que pagou com direito de cobrar o que for devido do outro devedor. O
credor pode e deve acionar todos os devedores para o cumprimento da obrigação, mas ainda
que coativamente (por penhora ou leilão, por exemplo), somente um dos devedores poderá
cumprir a obrigação, ocorrendo assim a sub-rogação. Sendo a obrigação indivisível, cada um
dos devedores responde pela dívida toda.
Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros
assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.

Art. 262. Se um dos credores remitir (perdoar) a dívida, a obrigação não ficará extinta para
com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.
(Um dos credores perdoa a dívida, mas a obrigação de receber não acaba para os outros
credores. No entanto, esses credores só podem exigir o valor da dívida descontado o valor da
cota do credor que perdoou a dívida. O credor que perdoa, que remite a dívida abre mão do
seu cumprimento. Em se tratando de prestação indivisível, os demais credores não podem ser
prejudicados: a dívida deve ser paga aos credores não remitentes (que não perdoaram), mas
estes, ao exigi-la, devem descontar a quota remitida, perdoada).
Quando a obrigação se resumir em perdas e danos, perderá o caráter de indivisível (Art. 263). A
indenização é feita em dinheiro, que é bem divisível por excelência. Se a culpa que motivou a
indenização for de todos os devedores, responderão todos por partes iguais (§1º.). Se a culpa
for de um só dos devedores, apenas este responderá por perdas e danos (§2º.), mas pelo valor
da prestação, responderão todos.

ATENÇÃO: BEM INDIVISÍVEL/VÁRIOS CREDORES/VÁRIOS DEVEDORES: No Art. 260. Se a


pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou
devedores se desobrigarão, pagando:
I - a todos conjuntamente;
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.

As obrigações indivisíveis podem ser:

a. Naturais: O foco é no objeto. Se esse objeto for de natureza indivisível (ex. cavalo), a
obrigação deve ser prestada de uma única vez. Em se tratando da indivisibilidade do
objeto, diz-se que a indivisibilidade é natural.
b. Convencional: Quando as partes convencionam (ex: pagamento de um bem divisível,
dinheiro).
c. Legal: A lei determina a indivisibilidade do bem.
d. Judicial: Por determinação do juiz.
2. Solidárias – Solidariedade
A obrigação será solidária quando a totalidade de seu objeto puder ser reclamada por
qualquer dos credores ou qualquer dos devedores. Pode ocorrer a solidariedade de
credores (ativa) e a solidariedade de devedores (passiva), esta, a mais útil e mais
comum.
A possibilidade de reclamar a totalidade deriva da vontade das partes ou da lei, nunca
é presumida. É uma modalidade de obrigação que possui dois ou mais sujeitos, ativos
ou passivos, e, embora possa ser divisível, pode cada credor demandar e cada devedor
é obrigado a satisfazer à totalidade, com a particularidade de que o pagamento feito
por um devedor a um credor, extingue a obrigação quanto aos outros coobrigados. A
solidariedade forma unidade nos polos (ativo ou passivo).
Segundo o Art. 264: “Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais
de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida
toda”. Os polos se comportam como único: dá recibo, não há necessidade de caução
de ratificação, mas agora, aparece a figura da sub-rogação – quando o devedor que
extinguiu a dívida passa a ser credor dos outros devedores. A sub-rogação também
pode ser chamada de direito regressivo.
A finalidade da solidariedade passiva (+ comum) visa assegurar a solvência, reforçar o
vínculo. O credor goza de uma situação de maior garantia, pelo simples fato de poder
exigir de qualquer devedor o cumprimento de toda a obrigação. Facilita a cobrança por
parte do credor, que no caso de inadimplemento, não fica obrigado a mover uma ação
contra todos os devedores.
Quanto à solidariedade ativa, embora sua utilização seja restrita, os credores tem a vantagem
de que qualquer um deles pode atuar no recebimento do crédito, demandando o pagamento
integral. Na solidariedade ativa qualquer credor pode exigir a totalidade da dívida sem
depender da aquiescência, da aprovação dos demais credores (art 267). Art. 267. “Cada um
dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por
inteiro”. E cada devedor poderá liberar-se da obrigação pagando a prestação a qualquer um
dos credores (art 269). Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a
dívida até o montante do que foi pago.
No caso de falecimento (art 270/276).
Art. 270. “Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes
só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão
hereditário, salvo se a obrigação for indivisível”.
Art. 276. “Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes
será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário,
salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um
devedor solidário em relação aos demais devedores”.

Sub-rogação: Mesmo o remido da dívida (perdoado da dívida) volta para ratear a


dívida devido à multiplicidade dos vínculos (foi perdoado por um credor mas nem por
outro). Remissão (perdão) da dívida é diferente de renúncia da solidariedade, que é
quando o sujeito está renunciando a solidariedade; ele continua com a dívida, mas
pagando somente a parte dele.
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-
devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver,
presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.

Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da


solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.

Características da solidariedade: A obrigação solidária constitui relação obrigatória


unitária. São características da solidariedade:
a. Unidade: qualquer que seja o número de credores ou devedores, o débito é
sempre único.
b. Pluralidade e independência do vínculo: Pluralidade de devedores e credores,
multiplicidade de vínculos jurídicos. Segundo o Art. 266. “A obrigação solidária
pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional,
ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro”.
c. Corresponsabilidade entre os interessados. No polo da solidariedade passiva
(devedor), o devedor que solve (paga) a dívida, pode reaver dos demais a quota-
parte de cada um na obrigação. Do polo ativo (credores), o credor que recebeu
deve entregar aos demais credores o que cada um tem de direito.

Consequências:
a. A obrigação pode ser pura e simples para algum dos devedores e pode estar
sujeita à condição, ao prazo ou ao encargo para outros (art. 266).
b. Se uma obrigação é nula porque um dos credores é incapaz, conserva sua
validade quanto aos demais (credores capazes).
c. Um dos devedores pode ser exonerado de sua parte da dívida, permanecendo
a obrigação para com os demais.
Transmissão das obrigações
Cessão de crédito (“venda da dívida”) (arts. 286 a289): Ato pelo qual o credor (cedente)
realiza a transferência gratuita ou onerosa de uma parte ou da totalidade do seu crédito para
outrem (cessionário), independentemente do consentimento do devedor. Não extingue a
obrigação. A cessão de crédito enfoca a substituição, por ato entre vivos, da figura do credor.
Cláusula proibitiva de cessão de crédito: se estiver no contrato, o cedente não poderá fazer
cessão de crédito.
Há que se verificar se o terceiro teve ciência da proibição da cessão. Se não o teve, mesmo
perante a proibição, a cessão será válida, tendo-se por ineficaz a cláusula proibitiva. O
importante é estabelecer o conhecimento da proibição por parte do cessionário, o que fará
desaparecer sua boa fé, ainda que essa ciência se dê por meios, antes de efetivada a cessão,
quando ausente a cláusula proibitiva no próprio instrumento. Art. 286. “O credor pode ceder o
seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o
devedor; a cláusula proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se
não constar do instrumento da obrigação”.

Cedente: quem vende a dívida


Cessionário: quem compra a dívida.
Cedido: o devedor

1. Os acessórios acompanham o crédito na cessão, salvo se as partes convencionem o


contrário. Art. 287. “Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito
abrangem-se todos os seus acessórios”.

2. Quitação da dívida: Ato formal. Lugar, data, qualificação das partes e objetivo (no valor
nominal da dívida). Roberta sugeriu colocar ainda: “dar quitação plena/rasa/total, sem
nada a reivindicar”. Art. 288. “É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um
crédito, se não celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular
revestido das solenidades do § 1º do art. 654”.
Ainda, poder de registrar a cessão em cartório de registro de imóveis. Art. 289. O
cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão no registro
do imóvel.

3. O devedor cedido não é parte no negócio da cessão. Ele deve tomar conhecimento do
ato para efetuar o pagamento. Enquanto não for notificado, pagando ao credor
primitivo, estará pagando bem.
Art 290: “A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando a este
notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou particular, se
declarou ciente da cessão feita”.
Art 291: “ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar com a
tradição do título do crédito cedido” – O devedor não é obrigado a pesquisar qual o último
cessionário.
Art 292: “Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga ao
credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao cessionário que
lhe apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida; quando o crédito constar de
escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação”. + Art. 291. Ocorrendo várias
cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar com a tradição do título do crédito
cedido. Quando o devedor não tomou ciência da cessão, paga ao credor primitivo. Se
notificado, paga ao cessionário. Se a dívida foi cessionada várias vezes, o devedor vai pagar ao
que apresentar o documento provando que a cessão é dele (ex: cheques que são passados a
várias pessoas). Neste caso, a obrigação para o devedor se extingue. A questão passa ao
Âmbito entre o cedente e o cessionário.
O devedor cedido não é parte da cessão. Ele deve tomar conhecimento do ato para efetuar o
pagamento. Enquanto não for notificado, o pagamento deverá ser feito ao credor primitivo e
estará pagando bem. Ele não precisar concordar, mas precisa ser notificado. A notificação pode
ser promovida pelo cedente ou pelo cessionário; de preferência por escrito. Não sendo por
escrito, não valerá em relação a terceiros. IMPORTANTE: Não são quaisquer terceiros e sim os
que não intervêm no contrato, mas que possuindo direitos anteriores à cessão, podem vê-los
prejudicados em consequência dela: são os credores do cedente e do cessionário e os do
devedor.
MATÉRIAS AUTORIZADAS PELA LEI VISAM GERAR EFEITOS ERGA OMNES.
Art 294: “O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem como as
que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente”.
Ex: se a obrigação foi pactuada sob coação, está sujeita à anulabilidade e nesse sentido, o
devedor pode se opor à cessão. Assim, se o devedor podia alegar erro ou dolo, por exemplo
contra o cedente, poderá fazê-lo contra o cessionário. Isso por que o crédito se transfere com
as mesmas características, caso contrário estaria aberto um grande caminho para a fraude. O
devedor deve alertar o cessionário que tem exceções a opor tão logo seja notificado, sob pena
de perder o direito.
Para que a cessão de crédito exista e seja válida, pode ser:
1. Pro soluto: o cedente garante que a dívida exista e é válida; tanto nas obrigações
onerosas como nas gratuitas. É quando o cedente deixa de ter qualquer
responsabilidade pelo crédito na transferência, somente sua existência e validade.
- Existem créditos que não admitem cessão, como ocorre com o direito a alimentos;
outros são proibidos expressamente por lei, como é o caso dos direitos
previdenciários.
Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize, fica
responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu; a mesma
responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido de má-fé. O
cedente é responsável pela existência do crédito ao tempo da cessão se esta se operou a título
oneroso.

ATENÇÂO:
- Os créditos impenhoráveis geralmente são inalienáveis, por isso são impossibilitados
de cessão.
- As cessões personalíssimas não admitem cessão.
- Não havendo estipulação em contrário, a cessão abrange os acessórios, por exemplo,
os direitos de garantia, juros, taxas de correção monetárias, cláusulas penais, etc.
- Um tutor não pode adquirir bens do pupilo, não pode portanto adquirir-lhe um
crédito.
2. Pro solvendo: O cedente garante quando o devedor não paga ao cessionário. O
cedente continua responsável pelo pagamento do crédito caso o cedido não o faça.
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do
devedor.

O cedente só responde pela solvência do devedor se assim o fizer expressamente.


Responderá somente no caso de dolo. No silencia da avença, o riso da solvência do cedido
corre por conta do cessionário. Limitação da responsabilidade do cedente àquilo que
efetivamente foi por ele recebido e juros e despesas da cessão.
Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não responde
por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem de ressarcir-lhe as
despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com a cobrança. Ex: O cedente
transferiu R$80,00 de uma dívida total de R$100,00. O devedor não pagou. Como se trata
de uma relação pro solvendo, o cedente paga somente R$80,00 (o valor que ele cedeu).
Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor que
tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo notificação dela,
fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de terceiro.
Ex: O credor tem um credor. Esse credor vai cobrar a dívida, mas o crédito foi penhorado.
Esse crédito, quando penhorado, não fica mais disponível para cessão. Pode ser cedido
desde que o credor não saiba da penhora. Se não foi notificado, a cessão é válida.
ATENÇÃO:
# SEM CONHECIMENTO DA PENHORA: Pode ceder, o credor pode reivindicar o pagamento
de quem recebeu, neste caso, o cessionário.
#COM CONHECIMENTO DA PENHORA: Não pode ceder. Cabe ao terceiro (credor do
cedente) reivindicar de quem efetivamente recebeu.

Assunção de dívida (CREDOR X DEVEDOR X NOVO DEVEDOR): É o negócio jurídico pelo


qual um novo devedor assume o débito do devedor originário, substituindo com a
concordância do credor, ou seja, na assunção de dívida, o novo devedor fica no lugar do
antigo devedor, que se exonera do vínculo obrigacional. É de natureza contratual. Ocorre
no polo passivo – troca de devedores sem extinção da dívida – precisa da anuência do
credor.
Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento
expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo da
assunção, era insolvente e o credor o ignorava.
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na
assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa.

- Tem que haver concordância expressa do credor.


O silêncio do credor representa sua negativa em admitir um novo devedor para sua
obrigação. Nunca se deve esquecer que o patrimônio e a pessoa do devedor interessam
diretamente ao credor e não lhe pode ser imposto novo devedor. Ex: Alguém adquire um
estabelecimento comercial, mas deseja-o isento de dívidas. O devedor apresenta um
terceiro, estranho ao negócio, que assume as dívidas do estabelecimento.
- O fiador não é obrigado a garantir um devedor que não conhece, não confia. A fiança não
admite interpretação extensiva. O fiador deve concordar plenamente e expressamente
pela substituição. Transferida a dívida, salvo manifestação expressa dos garantidores
primitivos, exoneram-se o fiador e o terceiro hipotecante.

Modalidades:
1. Liberatória: sai um devedor, entra outro devedor.
2. Cumulativa: Pressupõe solidariedade. Entra mais um devedor (pode haver interesse
moral deste novo devedor em pagar a dívida). O devedor originário sai da obrigação. A
assunção da dívida se dá pelo contrato celebrado entre o credor e o novo devedor,
“expulsando” o devedor originário.
3. Delegatória: O devedor transfere a terceiro sua posição de devedor, com a
concordância do credor. Se desejarem as partes, o devedor primitivo continua
responsável pela dívida, ocorrendo também uma assunção imperfeita ou de reforço. A
assunção da dívida é realizada pelo contrato entre o devedor originário e o novo
devedor, mediante ratificação do credor.
A ANUÊNCIA DO CREDOR PODE SER TÁCITA OU EXPRESSA !

Requisitos para assunção de dívida


1. Anuência do credor
2. Existência e validade da obrigação
3. Validade do negócio de transmissão (se o bem for imóvel, exige formalidades)
4. A solvência do terceiro (novo devedor) ao tempo da assunção
5. Todas as dívidas, menos as de caráter personalíssimo (ex: alimentos, débitos
trabalhistas, etc).

ATENÇÂO: Principal diferença entre fiança e assunção de dívida: O fiador só aparec


se o devedor não pagar, o que é diferente do novo devedor, que tem débitos e
responsabilidades.
Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a partir
da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao credor.

No caso do fiador, este deve assumir se será fiador do novo devedor.


Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com todas as
suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este conhecia o vício que
inquinava a obrigação.
Houve assunção de dívida, foi anulada por vício. Restaura-se o débito com todas as garantias.
Se o fiador sabia do vício, ele continua como fiador.

Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao
devedor primitivo.
As exceções pessoais se referem à pessoa do devedor, são de caráter personalíssimo. Ex:
coação, estado de perigo. Só ele pode se opor. Só dá direito à própria pessoa do credor cobrar,
ex: remissão (perdão) parcial da dívida.
Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do
crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência do
débito, entender-se-á dado o assentimento.
Se for assunção delegatória, se o credor fizer silêncio, interpreta-se como recusa do credor. O
assentimento por silêncio somente é válido para imóveis hipotecados.

Pagamentos: Extinção da obrigação. Nas obrigações de dar, fazer e não fazer. Nos contratos
bilaterais há obrigações recíprocas. O pagamento pode constituir-se na transferência de um
numerário, na entrega de uma coisa, na elaboração de uma obra, na apresentação de uma
atividade e até mesmo numa abstenção.

Personagens:
1. Solvens: O que efetua o pagamento, o devedor
2. Accipiens: O que recebe o pagamento, o credor.

# O pagamento é um fato jurídico


# Se efetuado por agente incapaz, é nulo
# Se ocorrerem vícios de consentimento, é anulável.

- Pagamento Direto: ocorre com a realização da atividade contratada, com o próprio objeto da
contratação.
- Pagamento Indireto: Não é feito com o objeto contratado.

Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena
de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.
O Pagamento pode ser feito ao representante do credor (pode também decorrer de via judicial,
de nomeação do juiz. Ex: síndico de falência, administrador judicial de bens penhorados, etc.
Este fenômeno é conhecido como representação judicial, essas pessoas estão autorizadas a
receber.

- Credor putativo: “Parece, mas não é”. Ex: você vai à um estabelecimento comercial para
pagar uma dívida. Quem recebe o pagamento é um assaltante, que neste momento se instalou
ni guichê de recebimento. Credor se apresenta falsamente com o título de credor.
Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que
não era credor.

O pagamento indireto pode ser:


1. Dação em pagamento: Troca de objeto com anuência do credor. Ocorre quando o
devedor, com a anuência do credor, solve sua obrigação mediante a entrega de outro
bem que não seja dinheiro, em substituição da prestação originalmente acordada,
extinguindo a obrigação. Após a apuração do preço da coisa a ser dada em pagamento,
a relação entre credor e devedor será regulamentada pelas normas do contrato de
compra e venda.
2. Novação: Nova dívida, aquisição de nova obrigação com um mesmo credor,
extinguindo a dívida original; a obrigação original. É a criação de obrigação nova para
extinguir uma anterior, ou seja, substitui uma dívida por outra, extinguindo-se a
primeira. Sua intenção é criar para extinguir. Não produz a satisfação imediata do
crédito, sendo modo extintivo não satisfatório. O credor não recebe a prestação
devida, apenas adquire outro direito de crédito ou passa a exercê-lo contra outra
pessoa.
3. Compensação: Débitos e créditos em reciprocidade (credor deve R$ 30,00 ao devedor,
que em contrapartida lhe deve R$ 100,00). A compensação extingue as obrigações do
mesmo gênero das pessoas que são, reciprocamente, credoras e devedoras entre si,
até onde as dívidas se compensem. Ex: A deve cem a B decorrente de um empréstimo
e B deve cem a A porque bateu no carro de A, então um não vai cobrar do outro, a
compensação vai extinguir as duas obrigações mediante um pagamento fictício (art.
368). A compensação exige pluralidade de obrigações, não existindo compensação
numa obrigação única, como uma compra e venda, onde o comprador deve o preço e o
vendedor deve a coisa. A compensação pode ser parcial caso a outra dívida seja
inferior.
4. Confusão: Trata-se de modo de extinção da obrigação quando na mesma pessoa se
confundam as qualidades de credor e devedor. A confusão não acarreta a extinção da
dívida agindo sobre a obrigação, e sim sobre o sujeito ativo e passivo, na
impossibilidade do exercício simultâneo da ação creditória e da prestação. A confusão
pode ser total ou própria (caso se verifique a respeito de toda a dívida) e parcial ou
imprópria (se efetivar apenas em relação a uma parte do débito ou crédito).
5. Execução forçada: Em processo civil.

Pagamento: As obrigações nascem para serem cumpridas. O pagamento é o cumprimento da


obrigação. Assim, podemos dizer que é com o pagamento que o devedor se alforria do vínculo
obrigacional. É um direito também.
No pagamento, o sujeito ativo é o devedor e o sujeito passivo é o credor.

Pessoas:
 Quem deve pagar: o devedor e o assuntor da dívida (várias pessoas)
 A quem se deve pagar: o credor (várias pessoas, dependendo do vínculo jurídico – arts
304 a 312)
 Objeto e prova do pagamento: (313 a 326)
 Lugar do pagamento: (327 a 330)
 Tempo do pagamento: (331 a 333)

Extinção sem pagamento


 Remissão: Perdão da dívida
 Prescrição: Perde a oportunidade de reivindicar
 Perecimento do objeto sem culpa
 Implemento de condição: Resolutiva ou suspensiva
 Decurso do tempo: ex: contrato de locação.

Formas especiais de pagamento:


1. Pagamento em consignação (ou consignação em pagamento): É o meio pelo qual
o devedor extinguirá a sua obrigação perante o credor, no caso de este recusar-se a
receber o pagamento, não tomar a iniciativa de recebê-lo ou ainda quando seu
paradeiro for desconhecido. A consignação é um direito do devedor, podendo este
acioná-la judicialmente quando, por exemplo, o credor locador recusar-se a receber
o aluguel no intuito de propor uma ação de despejo.
2. Pagamento com sub rogação: É um instrumento jurídico utilizado para se efetuar
o pagamento de uma dívida, substituindo-se o sujeito da obrigação, mas sem extingui-
la, visto que a dívida será considerada extinta somente em face do antigo credor, mas
permanecendo os direitos obrigacionais do novo titular do crédito. O termo "sub-
rogação" significa, no direito, substituição. Nessa modalidade de pagamento, um
terceiro, que não o próprio devedor, efetua o pagamento da obrigação. Nesse caso, a
obrigação não se extingue, mas somente tem o seu credor originário substituído,
passando automaticamente a este terceiro (sub-rogado) todas as garantias e direitos
do primeiro. O devedor, que antes pagaria ao originário, deverá realizar o pagamento
ao sub-rogado, sem prejuízo algum para si.
3. Imputação ao pagamento: É uma forma de o devedor quitar um ou mais débitos
vencidos que possui com o mesmo credor, escolhendo qual, ou quais,
das dívidas pagará primeiro. A preferência na escolha da imputação é sempre do
devedor, que procurará adimplir a dívida que mais lhe convier. Entretanto, no silêncio
deste, o direito de imputação passa a ser do credor. Havendo silêncio de ambas as
partes, a lei tratará da imputação, conforme as normas vigentes estabelecidas.
Pagamento – Pessoas
1. Quem deve pagar:
- Devedor: Principalmente
- 3º. Interessado: Não é o devedor, mas tem interesse no pagamento da dívida, existe
uma relação obrigacional com o devedor. Ex: fiador, herdeiro.
- 3º. Não interessado: Não tem relação com a obrigação, mas pode pagar a dívida, se
quiser. Ex: o pai
- Assuntor da dívida: Assunção da dívida.
Art 304. Caput: Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o
credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor. REFERE-SE AO 3º.
INTERESSADO + CONSIGNAÇÃO (VOCÊ QUER PAGAR MAS O CREDOR DESAPARECEU) EM
PAGAMENTO (SUBROGAÇÃO – PAGAMENTO DE DÍVIDA ALHEIA, DEPOIS VC COBRA DAQUELES
POR QUEM VC PAGOU). Aqui, este artigo faz referência à pessoa que deve pagar, neste caso o
3º. Interessado, ex; fiador. Ele se sub-roga (podendo ser credor do devedor) e ainda pode usar
da consignação em pagamento (meios conducentes)
Sobre o pagamento em consignação:
Meio conducente = pagamento em consignação. Ele se sub-roga e a lei propicia ele forçar o
devedor a pagar.

Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta
do devedor, salvo oposição deste. REFERE-SE AO 3º NÃO INTERESSADO QUE PAGA A DÍVIDA
EM NOME DO DEVEDOR, QUE PODE COBRAR O VALOR QUE DESEMBOLSOU + CONSIGNAÇÃO
EM PAGAMENTO. Este 3º. Não interessado pode pagar em nome do devedor ou em nome
próprio. O 3º. Interessado paga em seu próprio nome – Ambos têm direito de serem
reembolsado.
O 3º. NÃO INTERESSADO NUNCA SE SUBROGA. SÓ QUEM SE SUBROGA É
O 3º... INTERESSADO. NA SUBROGAÇÃO TODOS OS ACESSÓRIOS VEM
JUNTO (É UM PRIVILÉGIO).
Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a
reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor. REFERE-SE AO 3º.
NÃO INTERESSADO QUE PAGA EM NOME PRÓPRIO PODE COBRAR O QUE PAGOU, MAS NÃO SE
SUBSTITUI NOS DIREITOS DO CREDOR (SUBROGAÇÃO). NÃO PODE CONSIGNAR EM
PAGAMENTO, MAS TEM DIREITO REGRESSIVO (COBRAR O QUE PAGOU)

Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no


vencimento.

Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não
obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação. REFERE-
SE AO TERCEIRO (INTERESSADO OU NÃO) QUE PAGA COM DESCONHECIMENTO OU OPOSIÇÃO
DO DEVEDOR. NÃO SERÁ DESEMBOLSADO SE O DEVEDOR PODIA PAGAR. NÃO É
NECESSARIAMENTE O PAGAMENTO COMO EXTINÇÃO DA DÍVIDA, É A EXTINÇÃO DA
OBRIGAÇÃO. PODE SER DADA POR VÁRIAS FORMAS COMO: REMISSÃO (PERDÃO DA DÍVIDA),
VÍCIO DO NEGÓCIO (EX: COAÇÃO), ETC.
Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da propriedade, quando
feito por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu. Só pode transferir um imóvel se
for próprio.

Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais reclamar do
credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de
aliená-la. Não será cobrado de quem consumiu mas de quem transferiu – em se tratando de
coisa fungível

Bens fungíveis são os móveis que podem ser substituídos por outros da mesma espécie,
qualidade e quantidade (art. 85 – CC). São exemplos de bens fungíveis os metais preciosos, o
dinheiro, os cereais, etc.

Bens infungíveis são os que não têm o atributo de poder ser substituídos por outros da mesma
espécie, qualidade e quantidade.

À quem se deve pagar:

- O credor

- Seu representante

- O terceiro (os herdeiros, os cessionários de crédito)

Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor
não provar que em benefício dele efetivamente reverteu. O pagamento feito ao incapaz (de
fato) é inválido. Ex: Dei R$ 100,00 ao menor e ele foi ao cinema, beneficiando-se desse
dinheiro. SE eu conseguir provar que o pagamento reverteu em favor dele, eu paguei bem.

Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as


circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante. O pagamento feito para o portador da
quitação (o recibo) é válido, mas precisa constar os elementos da dívida.

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