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A segunda pessoa se oferecesse para seguir a Cristo, mas queria ao menos despedir-se dos
seus. Tinha uma prontidão maior que a primeira e uma desculpa menor (ou que se resolveria
mais depressa).
“Havendo-os levado fora, disse um deles: Livra-te, salva a tua vida; não olhes para trás,
nem pares em toda a campina; foge para o monte, para que não pereças”. (Gênesis
19.17)
Mas para não ser julgado com o mundo, não basta apenas sair geograficamente dele. É
preciso que nosso coração também saia de lá!
Ao ordenar que não olhassem atrás, Deus estava dizendo que seria o fim de tudo aquilo, e
que o coração deles deveria estar totalmente desprendido. Mas a mulher de Ló desobedeceu
a ordem divina.
“E a mulher de Ló olhou para trás e converteu-se numa estátua de sal”. (Gênesis 19.26)
A concordância de Strong mostra que a palavra hebraica traduzida para olhar é “nabat”.
Também significa “contemplar, mostrar consideração a, prestar atenção”. Não fala de alguém
que olhou por curiosidade para ver o tamanho do estrago produzido pelo juízo divino. Fala de
alguém que tinha seu coração preso ao que deixou, mostrando com isso consideração pelas
coisas que havia abandonado. A mulher de Ló é uma figura do comportamento de muitos
crentes de nossos dias, e por isso deve ser lembrada.
Dificuldade de desprendimento
Olhar atrás fala da dificuldade de desprendimento. Matthew Henry declarou: “A primeira lição
na escola de Cristo é a abnegação.”
Há muita gente que não consegue se desprender das coisas das quais Deus os libertou.
Aquilo que um dia te prendeu, potencialmente ainda é um perigo. Por isso Paulo advertiu
aos gálatas dizendo:
“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos
submetais, de novo, a jugo de escravidão”. (Gálatas 5.1)
O apóstolo nos revela que o mesmo jugo de escravidão que nos oprimiu um dia, tentará pesar
sobre nossos ombros novamente.
Sem um profundo arrependimento e dor pelo pecado, o crente pode ter saudades
daquilo que deixou e olhar para trás.
“E o populacho [povo misto] que estava no meio deles veio a ter grande desejo das
comidas dos egípcios; pelo que os filhos de Israel tornaram a chorar e também
disseram: Quem nos dará carne a comer? Lembramo-nos dos peixes que, no Egito,
comíamos de graça; dos pepinos, dos melões, dos alhos silvestres, das cebolas e dos
alhos. Agora, porém, seca-se a nossa alma, e nenhuma coisa vemos senão este maná”.
(Números 11.4-6)
“SE VOCÊ É SÁBIO DEIXE O MUNDO PASSAR PARA NÃO PASSAR COM O MUNDO”
(Agostinho)
COMO GUARDAR-SE DE VOLTAR ATRÁS
O que podemos fazer, de forma prática, para não incorrer no erro de olhar atrás?
Consciência espiritual
O Senhor Jesus instituiu a Ceia da Aliança com o propósito de nos manter conscientes da sua
morte e redenção por nós (1 Co 11.24,25). Isto nos faz perceber que devemos alimentar a
gratidão e o compromisso através da lembrança do que foi feito por nós.
Esquecer-se do que éramos e do Cristo fez por nós é pura ingratidão. Pedro se refere de
forma negativa àqueles que se esqueceram da purificação de seus pecados de outrora:
“mas aquele em quem não há estas coisas, é cego, vendo só o que está perto, porque
se tem esquecido da purificação dos seus pecados antigos”. (2 Pedro 1.9 – TB)
Para olhar para trás é preciso se esquecer do que éramos e do preço que foi pago.
Portanto, uma boa forma de nos guardar é manter o nosso coração consciente destes fatos
em todo o tempo. Assim, não mais olharemos atrás e nos conservaremos firmes em nossa fé.
Firmeza
Alguns acham que nada devemos fazer por nossa firmeza, mas o fato é que as Escrituras nos
ensinam que devemos intencionalmente fazer mais firme a nossa vocação, evitando assim de
tropeçar, ou voltar atrás.
“Por isso, irmãos, ponde cada vez maior cuidado em fazer firme a vossa vocação e
eleição; porque fazendo isto, não tropeçareis jamais. Pois assim vos será dada
largamente a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. vinda
de Cristo”. (2 Pedro 1.10,11 – TB)
Somos ordenados pela Palavra do Senhor a vigiar e cuidar de nossa própria firmeza.
Contudo, muitos crentes vivem como se nunca tivessem recebido esta ordem. Transferem o
cuidado de si sobre outros, mas o fato é que isto é responsabilidade nossa, e de mais
ninguém:
“Vós, pois, amados, prevenidos como estais de antemão, acautelai-vos; não suceda
que… descaiais da vossa própria firmeza”. (2 Pedro 3.17)
Prevenir-se. Acautelar-se. São palavras que indicam uma atitude (e responsabilidade) que
Deus nos deu. E o propósito e não descair da própria firmeza. Ao falar assim, o Senhor nos
mostra que a queda é uma possibilidade, mas nos mostra que pode ser evitada por
prevenção e cuidado.
Voto de compromisso
Acredito que em nosso coração devemos firmar um compromisso formal com Cristo de não
deixá-lo jamais. Ele prometeu que estaria conosco todos os dias (Mt 28.18). Também
prometeu não nos abandonar:
“…porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei”.
(Hebreus 13.5)
Se Deus prometeu não nos abandonar, porque nós não deveríamos fazer o mesmo?