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ENGENHARIA AMBIENTAL
TRATAMENTO DE EFLUENTES LÍQUIDOS
Poços de Caldas – MG
Dezembro 2017
SUMÁRIO
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1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O projeto para o tratamento de esgoto sanitário pelo método de lagoas de estabilização
– sistema australiano, como solicitado, possui as seguintes características gerais:
Vazão de esgoto: 74,9 L/s
Concentração média de DBO: 350 mg/L
Temperatura média do ar no mês mais frio: 20°C
Disposição das lagoas: 2 lagoas em paralelo
Concentração de SS no efluente da lagoa facultativa: 80 mgSS/L
Relação mgDBO/mgSS: 0,35 mgDBO/mgSS
Taxa de acúmulo de lodo: 2 cm/ano
Período do projeto: 20 anos
Borda livre nas lagoas: 0,50 m
Cota topográfica do fundo da lagoa anaeróbia: 450,00 m
2. LAGOA ANAERÓBIA
2.1. Dimensionamento em Função da Taxa de Aplicação Volumétrica
Para se obter as dimensões da lagoa anaeróbia, primeiramente calculou-se a carga
orgânica que entrará em cada lagoa através da Equação 1.
𝑄𝐷𝐵𝑂 𝐴𝐹𝐿𝑈𝐸𝑁𝑇𝐸
𝐿 = 𝐶𝑆0 𝑥 (1)
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Obteve-se então um valor de 𝑽 = 𝟏𝟏𝟑𝟐𝟒, 𝟗𝟎 𝒎𝟑 para cada uma das lagoas anaeróbias
do sistema.
Onde:
Q: vazão que entra em cada lagoa;
V: volume de cada lagoa, obtido através da Equação 2;
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Após as devidas substituições e execução dos cálculos, obteve-se um tempo de detenção
hidráulico 𝑻𝑫𝑯 = 𝟑, 𝟓 𝒅𝒊𝒂𝒔.
Onde:
V: volume de cada lagoa, obtido através da Equação 2;
H: profundidade da lagoa (valor adotado: 4,00 m);
Após as devidas substituições e execução dos cálculos, obteve-se uma área superficial
𝑨𝑺 = 𝟐. 𝟖𝟑𝟏, 𝟐𝟑 𝒎² para cada lagoa anaeróbia.
Onde:
E: eficiência de remoção de DBO (obtido através da Equação 9);
Após as devidas substituições e execução dos cálculos, obteve-se uma concentração do
efluente de cada lagoa anaeróbia 𝑪𝑺 = 𝟏𝟒𝟎, 𝟎𝟎 𝒎𝒈/𝑳.
Onde:
𝑋𝑐𝑟𝑖𝑠𝑡𝑎 : valor a ser adicionado/subtraído das medidas atuais de largura e
comprimento da crista dos taludes das bacias;
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𝑋𝑝é: valor a ser adicionado/subtraído das medidas atuais de largura e
comprimento do pé dos taludes das bacias;
ℎ: profundidade útil da bacia (valor adotado: 4,00 m);
ℎ𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎 𝑙𝑖𝑣𝑟𝑒 : altura da borda livre (valor adotado: 0,50 m);
𝐻𝑡𝑎𝑙𝑢𝑑𝑒 : proporção horizontal da relação V/H do talude (valor adotado: 2);
3. LAGOA FACULTATIVA
3.1. Carga Orgânica Volumétrica do Afluente
Para o correto dimensionamento da lagoa facultativa, o recalculo do valor da carga
volumétrica do afluente se fez necessário, conforme Equação 1, sendo que a concentração de
DBO do afluente da mesma, é igual a concentração de DBO dos efluentes das lagoas
anaeróbias.
Após as devidas substituições e execução dos cálculos, obteve-se uma carga orgânica
volumétrica do afluente de cada lagoa facultativa 𝑳 = 𝟒𝟓𝟑, 𝟎𝟎 𝑲𝒈𝑫𝑩𝑶/𝒅𝒊𝒂.
Onde:
𝐿: carga orgânica para as lagoas facultativas;
𝐿𝑆 : taxa de aplicação superficial (valor adotado: 100 KgDBO/ha.d);
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Após as devidas substituições e execução dos cálculos, obteve-se uma área superficial
para cada uma das lagoas facultativas 𝑨𝒔 = 𝟒, 𝟓𝟑 𝒉𝒂 = 𝟒𝟓𝟑𝟎𝟎 𝒎².
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Onde:
𝐶𝑆0 : concentração de DBO no efluente;
𝑘: coeficiente de remoção (valor adotado: 0,30 d-1);
𝑇𝐷𝐻: tempo de detenção hidráulico;
Após as devidas substituições e execução dos cálculos, obteve-se uma concentração de
𝑫𝑩𝑶𝒔𝒐𝒍ú𝒗𝒆𝒍 = 𝟏𝟒, 𝟖𝟗 𝒎𝒈/𝑳.
Para se obter o valor da concentração de DBO solúvel no efluente, utilizou-se a Equação
18.
𝑚𝑔𝐷𝐵𝑂
𝐷𝐵𝑂𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑐𝑢𝑙𝑎𝑑𝑎 = 𝐶𝑆𝑆𝑉 𝑥 𝑟𝑒𝑙𝑎çã𝑜 (18)
𝑚𝑔𝑆𝑆
Onde:
𝐶𝑆0 : concentração de DBO no afluente;
𝐷𝐵𝑂𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 : concentração de DBO total no efluente (obtida pela Equação 19);
Após as devidas substituições e execução dos cálculos, obteve-se uma eficiência total
de remoção de DBO do sistema 𝑬 = 𝟔𝟗, 𝟑𝟔%.
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3.8. Acúmulo de Lodo nas Lagoas Facultativas
Para se obter a quantidade de lodo acumulado nas lagoas, utilizou-se novamente a
Equação 8.
𝐴𝑐ú𝑚𝑢𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝐿𝑜𝑑𝑜 = 𝑇𝑎𝑐𝑢𝑚𝑢𝑙𝑜 𝑥 𝑡 (8)
Onde:
𝑇𝑎𝑐𝑢𝑚𝑢𝑙𝑜 : taxa de acúmulo de lodo;
𝑡: período do projeto;
Após as devidas substituições e execução dos cálculos, obteve-se uma taxa de acúmulo
de lodo 𝑨𝒄ú𝒎𝒖𝒍𝒐 𝒅𝒆 𝑳𝒐𝒅𝒐 = 𝟎, 𝟒𝟎 𝒎 em cada lagoa facultativa.
Como o valor encontrado é menor do que um terço da profundidade adotada, a lagoa
não necessita de limpeza durante o período do projeto.
Onde:
𝑋𝑐𝑟𝑖𝑠𝑡𝑎 : valor a ser adicionado/subtraído das medidas atuais de largura e
comprimento da crista dos taludes das bacias;
𝑋𝑝é: valor a ser adicionado/subtraído das medidas atuais de largura e
comprimento do pé dos taludes das bacias;
ℎ: profundidade útil da bacia (valor adotado: 2,00 m);
ℎ𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎 𝑙𝑖𝑣𝑟𝑒 : altura da borda livre (valor adotado: 0,50 m);
𝐻𝑡𝑎𝑙𝑢𝑑𝑒 : proporção horizontal da relação V/H do talude (valor adotado: 2);
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largura/comprimento, totalizando uma adição/subtração de 6,00 m para as cristas e 4,00 m para
os pés.
Obteve-se então os seguintes valores finais de largura e comprimento para as cristas e
pés dos taludes das bacias anaeróbias.
4. DIMENSIONAMENTO DA TUBULAÇÃO
Para o obtenção do diâmetro da tubulação a ser utilizada no projeto, primeiramente
dividiu-se a vazão por dois, por se tratar de um sistema de duas bacias em paralelo. Obteve-se
então uma vazão 𝑸 = 𝟎, 𝟎𝟑𝟕𝟒𝟓 𝒎𝟑 /𝒔 para cada sistema.
A velocidade de um líquido em uma tubulação é dada conforme a Equação 21 abaixo.
𝑉 = 𝑄. 𝐴 (21)
Onde:
𝑄: vazão do líquido;
𝐴: área circular da tubulação;
Levando-se em consideração as velocidades que não permitem que ocorra a deposição
de sólidos sedimentáveis dentro da tubulação e a vazão de projeto, uma tubulação com um
diâmetro de 200 mm se faz necessária, tubulação esta para conduzir o afluente até as caixas de
controle de vazão das lagoas anaeróbias.
Já para a tubulação que conduzirá os efluentes das caixas de controle de vazão das bacias
anaeróbias e das lagoas anaeróbias para as lagoas facultativas, segue-se o mesmo raciocínio
anterior, chegando-se a um diâmetro de 150 mm.
Como o valor das vazões de projeto não são encontrados diretamente na Tabela 1,
interpolou-se os valores da mesma tendo como base os valores das vazões de projeto
encontrando-se uma altura de lâmina d’água H = 11,83 cm para o vertedouro após a calha
parshall e H = 7,45 cm para os vertedouros antes das lagoas anaeróbias.
Com tais valores obtidos, substituindo-se os mesmos, juntamente com os respectivos
valores de vazão de projeto, na Equação 22, obteve-se uma largura L = 1,00m para ambos os
vertedouros.
Adotou-se então uma altura para o vertedouro de 0,80 m e um comprimento de 1,00 m.
Quanto à altura total da caixa a ser construída, levou-se em consideração as alturas do
vertedouro, da lâmina d’água e também uma margem de segurança de 0,50 m, totalizando então
uma altura total de H = 1,70 m para o vertedor após a calha parshall e H = 1,80 m para os
vertedouros antes das lagoas anaeróbias.
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