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A Tributação de novas tecnologias e serviços de
streaming no Brasil
Autor:Christian Luiz Floriani Stafin
Texto extraído do Boletim Jurídico ISSN 18079008
http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=4318
Capítulo 1
O IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS
Neste primeiro capítulo são abordadas as características do Imposto Sobre
Serviços (ISS), princípios norteadores de sua aplicação, fundamentação legal
e os seus critérios de incidência. Desta forma, fazse necessário entender sua
origem e a evolução história deste tributo. É também fundamental conhecer o
sistema tributário nacional para que a pesquisa tenha um melhor
desenvolvimento silogístico.
1.1 O SISTEMA TRIBUTÁRIO BRASILEIRO
As normas relativas ao sistema tributário brasileiro encontramse a partir do
artigo 145, da Constituição Federal de 1988, onde estão dispostas as regras
quanto à tributação.
Harada explica que sistema tributário:
É o conjunto de normas constitucionais de natureza
tributária, inserido no sistema jurídico global,
formado por um conjunto unitário e ordenado de
normas subordinadas aos princípios fundamentais
reciprocamente harmônicos, que organiza os
elementos constitutivos do Estado, que outra coisa
não é senão a própria Constituição[1].
Sabendo disso, fazse necessário visualizar o que é um tributo. Nogueira
ensina que “os tributos [...] são as receitas derivadas que o Estado recolhe do
patrimônio dos indivíduos, baseado no seu poder fiscal (poder de tributar, às
vezes consorciado com o poder de regular), mas disciplinado por normas de
direto público que constituem o Direito Tributário”[2].
O Código Tributário Nacional traz que todo tributo seria uma prestação
pecuniária compulsória, que deve ser obrigatoriamente, instituído por lei, que
não constitua multa ou sanção de algum ato ilícito, e que só pode ser cobrada
a partir do lançamento pela atividade administrativa[3].
A prestação pecuniária que o CTN fala, representa que o tributo será cobrado
em uma importância em dinheiro[4]. Além disso, não é uma obrigação
derivada da vontade do contribuinte, e sim, de uma imposição unilateral do
poder atribuído ao Estado, e por isso é compulsória[5].
Já a instituição desse tributo, deverá ocorrer, em princípio, por uma lei
ordinária. Isso representa uma forma de limitação do poder do Estado,
disposto no artigo 150, inciso I, da CRFB/88[6].
Um tributo não pode ser constituído por alguma multa ou sanção para ato
ilícito. Nesse sentido, Sabbag fala que há uma “distinção conceitual e
estrutural entre tributo e multa, indicando que a multa não suprime a
obrigação de pagar integralmente o crédito tributário. Pagase o tributo
porque se realiza um fato gerador; recolhese a multa porque se descumpriu
uma obrigação tributária”[7].
Por fim, a cobrança iniciase a partir do lançamento pelo órgão
administrativo. É um ato declaratório do fato gerador e que constitui o crédito
tributário[8].
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Após conhecido isso, é que se inicia o estudo do ISS, desde sua origem até os
elementos constitutivos do tributo.
1.2 ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO IMPOSTO SOBRE
SERVIÇOS
Os serviços passaram a ser tributados a partir da Constituição de 1891, que
atribuía a competência de instituição e recolhimento desse imposto ao
Estado[9].
Na Constituição de 1934, essa competência foi repartida entre os Estados e os
Municípios. O fato gerador do imposto estava concentrado tão somente sobre
diversões públicas, porém, como o texto constitucional permitia competência
concorrente entre Estados e a União, alguns Estados passaram a tributar
serviços por meio do imposto sobre transações[10].
Dessa forma, serviços como locação de bens móveis, hospedagem, entre
outros, passaram a ser hipótese de incidência da ampliação da competência
estadual[11].
Com a nova redação da Constituição Federal de 1937, a competência estadual
permaneceu quase que inalterada, continuando a tributar através do imposto
de indústrias e profissões, e os municípios permaneciam responsáveis pelo
imposto de diversões públicas[12].
Na Constituição de 1946, foram previstas três variações de imposto para os
serviços: a) sobre transações, de competência estadual (art. 19, IV), onde
estes poderiam sobre tributos não previstos na Constituição (art. 21); b) de
indústrias e profissões, de competência municipal (art. 29, III); c) sobre
diversões públicas, de competência municipal (art. 29, IV)[13].
No entanto, o sistema tributário da época não era totalmente eficaz. Conforme
a enumeração dos impostos citados anteriormente, de acordo com a
competência de cada ente político, era feito por critério jurídico, e não
econômico. Isso criava lacunas na tributação dos serviços de tal forma que
não atingia um conteúdo econômico[14].
Como tentativa de suprimir essas lacunas criadas pela Constituição de 1946, é
que se criou em 1965, por meio da Emenda Constitucional número 18, o
Imposto Sobre Serviços[15].
A Comissão de Reforma Tributária da época entendia que o Imposto de
Indústrias e Profissões possuía defeitos de sua condição de tributo, pois
invadia campos tributários privativos[16].
Isso porque o mero exercício da atividade caracterizada como fato gerador
justificava a presunção de capacidade contributiva, mas não ponderava a
medida da capacidade de cada contribuinte[17].
Logo após, a emenda constitucional nº 18/65 tratou em delinear a
competência tributária do Estado e a do Município da seguinte forma:
Art. 12. Compete aos Estados o imposto sôbre
operações relativas à circulação de mercadorias,
realizadas por comerciantes, industriais e produtores.
§ 1º A alíquota do impôsto é uniforme para tôdas as
mercadorias, não excedendo, nas operações que as
destinem a outro Estado, o limite fixado em resolução
do Senado Federal, nos têrmos do disposto em lei
complementar.
§ 2º O impôsto é nãocumulativo, abatendose, em
cada operação, nos têrmos do disposto em lei
complementar, o montante cobrado nas anteriores,
pelo mesmo ou por outro Estado, e não incidirá sôbre
a venda a varejo, diretamente ao consumidor, de
gêneros de primeira necessidade, definidos como tais
por ato do Poder Executivo Estadual.
[...]
Art. 15. Compete aos Municípios o imposto sôbre
serviços de qualquer natureza, não compreendidos na
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competência tributária da União e dos Estados.
Parágrafo único. Lei complementar estabelecerá
critérios para distinguir as atividades a que se refere
êste artigo das previstas no art. 12[18].
Desta forma, foram extintos os três tributos incidentes sobre os serviços
previstos na Constituição de 1946, e criouse o ICM e o ISS, de competência
do Estado e dos Municípios, respectivamente.
Os artigos 12 e 15 da referida emenda, trataram por distinguir bem os
critérios das atividades sujeitas ao ISS ou ao ICM. Desta forma, os Estados
tinham competência para instituir impostos sobre operações relativas à
circulação de mercadorias, realizadas por comerciantes, indústrias e
produtores, bem como serviços de transporte e comunicações, e os
municípios, tomaram para si a competência de tributar os demais
serviços[19]. Por fim, o parágrafo único do artigo 15, tratou em determinar
que lei complementar iria definir os critérios de distinção das atividades
previstas no caput deste, com o do artigo 12[20].
Em 1966, com a promulgação do Código Tributário Nacional, o ISS foi
tratado como imposto pelos Arts. 71 a 73. E com a Constituição Federal de
1967, os serviços que seriam tributados pelo ISS teriam que ser previstos por
meio de Lei Complementar.
Logo após essa exigência da Constituição de 1967, o Decretolei número 406,
de 1968, veio a revogar os Arts. 71 a 73 do CTN, e instituiu a lista dos
serviços que seriam tributados pelo ISS.
Atualmente, os Municípios continuam competentes para instituir o Imposto
Sobre Serviços. Assim, conforme determina o texto da CRFB/88:
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos
sobre:
[...]
III – serviços de qualquer natureza, não
compreendidos no art. 155, II, definidos em lei
complementar[21].
O decretolei nº 406/1968 foi recepcionado pela Constituição Federal de
1988, no entanto, foi revogado parcialmente pela Lei Complementar nº
116/2003, que atualmente define a lista de serviços que são passíveis de
tributação pelo ISS.
Muito se discute sobre a lista de serviços da LC nº 116/2003 ser taxativa ou
exemplificativa. Entendese que se esse rol de atividades passíveis de
tributação fosse apenas exemplificativa, isso evitaria o erro de restringir a
competência do Município[22]. No entanto, é pacífico o entendimento que a
lista é taxativa[23].
Importante ressaltar que em 2012 surge no Senado Federal, o Projeto de Lei
Complementar 386/2012, que na ocasião objetivava alterar a Lei
Complementar nº 116/2003, incluindo novos serviços ao rol dos passíveis da
tributação do ISS.
Esse projeto de Lei deu origem ao Projeto de Lei Complementar nº 366/2013,
que foi aprovada posteriormente pela Câmara dos Deputados[24].
Em dezembro de 2016, o presidente Michel Temer sancionou a Lei
Complementar nº 157, o que trouxe uma ampliação da lista de serviços que
são fatos geradores de ISS[25].
1.3 PRINCÍPIOS JURÍDICOS APLICÁVEIS AO ISS
Antes de estudar qualquer assunto relativo ao Imposto Sobre Serviços, é
essencial que sejam discutidos os princípios jurídicos aplicáveis à sua
instituição.
Os princípios possuem papeis fundamentais no ordenamento jurídico
brasileiro, pois são representações de garantias constitucionais que foram
estabelecidas para proteger cada cidadão, no momento de sua promulgação.
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Sob essa ótica, é possível afirmar que esse princípio é fundamental para
limitar e controlar a administração, além de atribuir a responsabilidade por
uma mágestão aos seus agentes, que atuam na representação em caráter
transitório[30].
O princípio republicano traz ao direito tributário certa igualdade entre as
pessoas, pois pretende extinguir qualquer privilégio ou vantagens tributárias a
pessoas ou de classes dominantes. Assim, nenhuma lei pode ser editada em
proveito de uma categoria de pessoas, vez que não se está em uma
monarquia, e em uma república, “todos são iguais perante a lei”, conforme
texto da CRFB/1988[31].
1.3.3 Princípio da legalidade
É considerado um princípio basilar para instituição de tributos, ou até, para
aumento destes, ou qualquer alteração que onere ainda mais o contribuinte, já
que para isso ocorrer, deve haver lei que regulamente.
Nesse sentido, Chimenti e Pierri delineiam os requisitos que a lei deve conter
para respeitar o princípio da legalidade, e, posterior instituição do imposto:
A lei instituidora do tributo obrigatoriamente deve
explicitar (art. 146, III, a, da CF): a) o fato tributável;
b) a base de cálculo; c) a alíquota, ou outro critério a
ser utilizado para o estabelecimento do valor devido;
d) os critérios para a identificação do sujeito passivo
da obrigação tributária; e e) o sujeito ativo, se diverso
da pessoa pública da qual emanou a lei. Ou seja, deve
fixar os elementos essenciais do tributo, os fatores que
influam no an debeatur (quem deve) e no quantum
debeatur (quanto deve)[32].
Assim, não é admissível a instituição de um tributo, sem que essa lei traga
uma definição de sua alíquota, como exemplo[33].
Sabbag comenta que seria possível que o Poder Executivo fizesse alterações
na alíquota, mas apenas quando estivesse dentro de um limite entre máximo e
mínimo, como é na alíquota do Imposto Sobre Serviços, onde cada município
determina uma alíquota entre 2% e 5%, isso por determinação legal[34].
Carraza complementa a ideia acima, dizendo que “sem essa precisa
tipificação (a do art. 150, I, da CF) de nada valem regulamentos, portarias,
atos administrativos e outros atos normativos infralegais: por si sós, não têm a
propriedade de criar ônus ou gravames para os contribuintes”[35]. O conjunto
desses requisitos obrigatórios e da lei faz com que haja maior segurança
jurídica para o contribuinte.
Logo, para existir uma cobrança legítima de tributo, deve haver uma lei que o
institua, bem como a atribuição dos requisitos obrigatórios, dispostos no
artigo 146, III, da CRFB de 1988.
O Código Tributário Nacional, em seu artigo 97, também traz o princípio da
estrita legalidade tributária, que determina que apenas a lei possa estabelecer:
I a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II a majoração de tributos, ou sua redução,
ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
III a definição do fato gerador da obrigação
tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I
do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
IV a fixação de alíquota do tributo e da sua base de
cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39,
57 e 65;
V a cominação de penalidades para as ações ou
omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras
infrações nela definidas;
VI as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de
créditos tributários, ou de dispensa ou redução de
penalidades.
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§ 1º Equiparase à majoração do tributo a modificação
da sua base de cálculo, que importe em tornálo mais
oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins
do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do
valor monetário da respectiva base de cálculo.
Dessa forma, para a instituição, alteração da base de cálculo ou alíquotas do
Imposto Sobre Serviços, devese observar previsão na lei, respeitando o
princípio da legalidade, assim como estudado acima.
1.3.4 Princípio da anterioridade
Pelo princípio da anterioridade podese extrair que, existindo uma lei que
determina a criação ou majoração de um tributo, o contribuinte terá plena
ciência dos encargos que seus negócios estarão sujeitos, assim podem
escolher se desejarão realizar os fatos geradores do tributo antes do início da
vigência da lei[36].
O Ministro Celso de Mello esclarece que:
O princípio da anterioridade da lei tributária, além de
constituir limitação ao poder impositivo do Estado,
representa um dos direitos fundamentais mais
importantes outorgados pela Carta da República ao
universo dos contribuintes. [...]
O respeito incondicional aos princípios
constitucionais evidenciase como dever inderrogável
do Poder Público. A ofensa do Estado a esses valores
que desempenham, enquanto categorias fundamentais
que são, um papel subordinante na própria
configuração dos direitos individuais ou coletivos,
introduz um perigoso fator de desequilíbrio sistêmico
e rompe, por completo, a harmonia que deve presidir
as relações sempre tão estruturalmente desiguais entre
as pessoas e o Poder.
Não posso desconhecer [...] que os princípios
constitucionais tributários, sobre representarem
importante conquista políticojurídica dos
contribuintes, constituem expressão fundamental dos
direitos outorgados, pelo ordenamento positivo, aos
sujeitos passivos das obrigações fiscais. Desde que
existem para impor limitações ao poder de tributar,
esses postulados têm por destinatário exclusivo o
poder estatal, que se submete, quaisquer que sejam os
contribuintes, à imperatividade de suas restrições[37].
É esse princípio que garante ao contribuinte a certeza de que durante o prazo
de 90 dias, lei alguma terá eficácia para alterar as configurações do tributo
que ele realiza os fatos geradores, fixando um ponto de segurança e certeza
na legislação tributária[38].
A Constituição Federal de 1.988 veda a cobrança de tributos no mesmo
exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que o instituiu ou o
majorou.
Importante ressaltar que, “exercício financeiro coincide com o ano fiscal. No
Brasil, representa o ano civil. Então, caso uma lei hoje crie ou aumente um
determinado tributo, este só poderá ser cobrado a partir do dia 01 de janeiro
do ano que vem”[39]. Fora dessa regra, são as exceções a esse princípio
previsto no próprio texto constitucional.
Com a Emenda Constitucional nº 42, de 19 de dezembro de 2003, foi
adicionada a anterioridade nonagesimal à alínea ‘c’, do inciso III, no artigo
150 da CRBB de 1988. Assim estabeleceu que fosse vedada a cobrança de
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tributos antes de decorridos noventa dias da publicação da lei que o instituiu
ou aumentou, observando o disposto na alínea ‘b’.
As exceções à anterioridade nonagesimal, estão dispostas no parágrafo 1º, do
artigo 150, da CRFB de 1988.
Machado em sua obra, explica esse período de vacância da lei:
Pelo princípio da anterioridade, a criação ou aumento
do tributo devem ocorrer antes do início do exercício
no qual é cobrado, e a lei respectiva terá um período
de vacância de pelo menos 90 dias. Assim, para que o
tributo seja devido a partir do primeiro dia do
exercício financeiro, a lei que o cria ou aumenta deve
ser publicada pelo menos 90 dias antes. Entretanto, se
a lei que cria ou aumenta tributo for publicada até o
último dia de dezembro estará atendida a exigência da
alínea ‘b’ e, por força da alínea ’c’, essa lei somente
entrará em vigor em abril do ano seguinte[40].
Ressalvadas às exceções constitucionais previstas, esse princípio é mais uma
limitação ao poder de tributar que garante que nenhum imposto possa ser
criado ou majorado da noite para o dia.
1.3.5 Princípio da irretroatividade da Lei
Por meio desse princípio, os fatos geradores ocorridos antes da vigência da
lei, não são alcançados para efeito de tributação do contribuinte.
Foi estabelecido na Constituição Federal de 1988, conforme se lê a seguir:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
[...]
III – cobrar tributos:
I em relação a fatos geradores ocorridos antes do
início da vigência da lei que os houver instituído ou
aumentado.
O texto constitucional assegura desta forma, que o Estado não poderá cobrar
o tributo antes da vigência da lei que o instituiu ou que o aumentou.
Nesse sentido, podese dizer que o tributo só terá incidência no momento em
que realmente se consumar o fato sobre o qual, incide o imposto. Isso porque
o fato gerador do encargo tributário é instantâneo[41].
Machado ensina que:
Para que a segurança jurídica seja preservada, é mister
que se tenha em conta, ao interpretar o princípio da
irretroatividade das leis, todos os fatos integrantes do
conjunto em que se encarta aquele fato final,
necessário à concretização da hipótese de incidência
tributária. Assim, o fato gerador do imposto de renda,
por exemplo, não pode ser considerado apenas
naquele instante final do dia 31 de dezembro de cada
ano. Nem o do imposto de importação apenas aquele
instante em que se procede ao desembaraço
aduaneiro[42].
Dada a importância do princípio supramencionado, podese concluir que a
CRFB/88 trouxe maior segurança para o contribuinte, no sentido que, só será
tributado quando, a lei dispuser e estiver em vigor.
1.3.6 Princípio da igualdade tributária
Conforme previsto no caput do Art. 5º da CRFB/88, a lei tributária deve ser
igual para todos. Dessa forma, Carrazza expõe que “a lei tributária deve ser
igual para todos e a todos deve ser aplicada com igualdade. Melhor expondo,
quem está na mesma situação jurídica deve receber o mesmo tratamento
tributário”[43].
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Assim, não se pode tratar de formas diferentes os contribuintes que se
encontram em uma mesma situação. Ressaltase que o melhor exemplo deste
princípio pode ser considerado a previsão das alíquotas progressivas de
Imposto de Renda (art. 153, § 2º, I, da CF), que confere aos contribuintes de
acordo com sua renda financeira. Desta forma, quem mais ganha, é o que
mais paga tributos também[44].
A Constituição veda a discriminação injustificada. Então a aplicação deste
princípio está intimamente ligada à ampliação do alcance de vantagens
tributárias a certas categorias que não foram lembradas pelo legislador[45].
Esse princípio se subdivide em três subprincípios, sendo eles: 1) irrelevância
da capacidade civil para fins tributários; 2) princípio do pecúnia non olet; 3)
princípio da capacidade contributiva[46].
O Código Tributário Nacional prevê:
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:
I – da capacidade civil das pessoas;
II – de acharse a pessoa natural sujeita a medidas que
importem privação ou limitação do exercício de
atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da
administração direta de seus bens ou negócios;
III – de estar a pessoa jurídica regularmente
constituída, bastando que configure uma unidade
econômica ou profissional[47].
Sobre o inciso I, do Art. 126, do CTN, é possível ainda afirmar que todos os
civilmente incapazes pagam tributos se estes desenvolvem o fato gerador
tributário. Logo, se uma empresa sem registro na Junta Comercial pratica o
fato gerador, ela deve recolher o tributo, pois o Código Tributário Nacional
não a desabona por não ter personalidade jurídica constituída[48].
O subprincípio non olet, nas palavras de Chimenti e Pierri trazem o, “sentido
de que o dinheiro não tem odor e de que não seria justo tributar a renda obtida
licitamente e deixar de tributar a renda decorrente de atividades ilícitas”[49].
Logo, os doutrinadores explicam que toda renda, mesmo sendo ilícita, deve
ser tributada.
Ademais, o subprincípio da capacidade contributiva é essencial para que o
Estado possa tributar àqueles que se encontrem na mesma situação jurídica,
com a mesma situação econômica, de forma igualitária.
Sobre esse princípio, Alexandre diz que:
Em matéria de tributação, o principal parâmetro de
desigualdade a ser levado em consideração para a
atribuição de tratamento diferenciado às pessoas é,
exatamente, sua capacidade contributiva. É exato,
portanto, afirmar que o princípio da capacidade
contributiva está umbilicalmente ligado ao da
isonomia, dele decorrendo diretamente[50].
Partindo dessa premissa, deve ser considerado aquilo que é essencial e o que
é necessário para pessoa. Assim, quanto mais essencial for o bem ou o
serviço, menor será o tributo incidente a ele. No entanto, aquilo que é
supérfluo, tem uma maior carga tributária[51].
Além disso, avaliar aquilo que é supérfluo e que não prescinde de um mínimo
à existência da pessoa, pode ser levado em conta na hora de indicar a
capacidade econômica da pessoa[52].
Esses três subprincípios unidos permitem que o princípio da igualdade possa,
assim, tratar todos os contribuintes da mesma forma.
1.3.7 Princípio da uniformidade geográfica
Esse princípio está disposto no artigo 151, inciso I, da Constituição Federal
de 1988, e veda a instituição de “tributo que não seja uniforme em todo o
território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a
Estado, ao Distrito Federal ou a Município”.
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Assim, Harada discorre em sua obra que a uniformidade não significa que
todos sofrerão a mesma carga expropriatória, desta forma, o princípio veda
que haja divergências no valor do tributo, com base no lugar onde tenha sido
praticado o fato gerador[53].
Logo, com base nesse raciocínio, é possível dizer que um tributo não pode ser
cobrado com diferentes valores, somente com fundamento de que o fato
gerador foi executado em diferentes localidades, além disso, deve se observar
os incentivos fiscais que a própria CRFB/88 outorgou[54].
Com isso, entendese que o princípio da uniformidade geográfica, funciona
como uma espécie de ratificação do princípio da isonomia. No entanto, não é
vedada a criação de incentivos fiscais para diferentes regiões do país, a fim de
promover um equilíbrio socioeconômico em todo território nacional[55].
1.4 AS IMUNIDADES
A Constituição Federal de 1988 tratou em delimitar situações em que o
legislador não poderia tributar. Nesse sentido, Carvalho traz uma definição
para as imunidades tributárias, como sendo:
A classe finita e imediatamente determinável de
normas jurídicas, contidas no texto da Constituição
Federal, e que estabelecem, de modo expresso, a
incompetência das pessoas políticas de direito
constitucional interno para expedir regras instituidoras
de tributos que alcancem situações específicas e
suficientemente caracterizadas[56].
Logo, o texto constitucional traz uma limitação negativa ao poder de tributar,
determinando que aquele setor social abrangido pela imunidade, não estaria
sujeito à tributação[57].
Derzi afirma que “imunidade é forma qualificada de não incidência que
decorre da supressão da competência impositiva sobre certos pressupostos na
Constituição”[58]. A partir disso, seria possível dizer que qualquer norma
jurídica, seja por lei ordinária ou lei complementar, que institui um tributo
que incide sobre uma regra de imunidade, esbarra na
inconstitucionalidade[59].
1.5 OS PRESSUPOSTOS DE CONSTITUIÇÃO DO ISS
A Constituição Federal de 1988 estabelece:
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos
sobre:
[...]
III – serviços de qualquer natureza, não
compreendidos no art. 155, II, definidos em lei
complementar.
Diante dessa disposição, cabe aos municípios instituir o Imposto Sobre
Serviços.
É possível classificar o ISS como tributo de finalidade essencialmente
arrecadatória para os cofres públicos municipais e distritais. Quanto a
modalidade de lançamento, o Imposto Sobre Serviço é lançado por
homologação, assim como outros tributos. O ISS ainda deve seguir fielmente
os princípios da legalidade e anterioridade. Dessa forma, só pode ser
instituído ou majorado através de uma lei, e cobrado apenas no ano seguinte
ao da publicação desta lei[60].
Assim, respeitando os princípios constitucionais e tributários estabelecidos na
lei, ainda há que se observarem os pressupostos essenciais, como elemento
material, que é o fato gerador da obrigação tributária; o elemento pessoal,
como o contribuinte; além do elemento quantitativo, que se considera a base
de cálculo e alíquota aplicáveis. Apesar de observar esses pressupostos
essenciais, não se pode deixar de considerar o local de incidência tributária do
imposto, nesse ponto como elemento espacial[61].
A partir desses fundamentos, é que serão estudados os tópicos a seguir.
1.5.1 Do fato gerador
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qualquer natureza, ou ao número de postes, existentes
em cada Município.
§ 2º Não se incluem na base de cálculo do Imposto
Sobre Serviços de Qualquer Natureza:
I o valor dos materiais fornecidos pelo prestador dos
serviços previstos nos itens 7.02 e 7.05 da lista de
serviços anexa a esta Lei Complementar.
Notase que o legislador apresentou deduções e exclusões para algumas
atividades. Além disso, há peculiaridades sobre a base de cálculo, onde se
aplica o chamado ‘ISS Fixo’, que pode ser aferido o valor exato do serviço
prestado, e nessa situação, o tributo é calculado com valor único e pago
periodicamente[78].
É possível diferenciar as bases de cálculo do ISS de acordo com cada tipo de
contribuinte. Assim, no caso de prestação de serviços na forma de trabalho
pessoal, o valor do imposto é fixo. Na hipótese de prestação de serviço por
pessoa jurídica, a base de cálculo é o preço do serviço, ou se esta for
sociedade profissional, o valor é calculado multiplicando o montante fixo do
tributo pelo número de profissionais que a integrem[79].
Assim, depois de verificada a base de cálculo do tributo, devese aplicar à ele,
a alíquota definida para se chegar ao valor que o contribuinte deverá recolher
para o Município.
Martins explica que “alíquota é o porcentual que irá incidir sobre a base de
cálculo para apurarse o montante devido do tributo”[80], podese
complementar a ideia do autor afirmando que alíquota é a percentual relação
entre a quantificação do fato gerador e o tributo correspondente. Assim, a
base de cálculo (preço do serviço) se aplica um percentual monetário, que
varia de 2% a 5%, e isso nos indica o valor do imposto devido[81].
Os municípios podem fixar suas próprias alíquotas, sempre por meio de uma
lei ordinária municipal, devendo respeitar as mínimas e máximas
estabelecidas na Lei Complementar n. 116/2003. Porém, caso o município
não edite sua lei complementar, vale a regra de alíquota 2% como mínima, e
5% como máxima[82].
Nesse sentido, o texto da ADCT que o autor se refere, diz o seguinte:
Art. 88. Enquanto lei complementar não disciplinar o
disposto nos incisos I e III do § 3º do art. 156 da
Constituição Federal, o imposto a que se refere o
inciso III do caput do mesmo artigo:
I – terá alíquota mínima de dois por cento, exceto para
os serviços a que se referem os itens 32, 33 e 34 da
Lista de Serviços anexa ao Decretolei n. 406, de 31
de dezembro de 1968[83].
Alguns doutrinadores como Coelho, defendem que a alíquota máxima não
necessitaria ser regulamentada, visto que como ocorre uma guerra fiscal entre
os municípios para atrair novos contribuintes, isso tende a ocorrer diminuindo
a alíquota. Desta forma, regular a alíquota mínima seria o perfeitamente
prático, visto que limitaria a disputa entre municípios pela atração de
prestadores de serviços[84].
Coelho complementa a ideia, dizendo que:
A liberdade que os municípios possuem para fixar,
evidentemente por lei, as alíquotas do imposto, aliada
à regra que considera devido o imposto ao município
onde estabelecido o prestador do serviço, salvo no
caso da construção civil, que paga o imposto ao
município onde efetivamente se deu a prestação do
serviço, tem provocado intensa guerra fiscal,
mormente nas regiões metropolitanas, entre
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municípios limítrofes ou avizinhados, o que, se é bom
para os contribuintes, gera severas disfunções fiscais.
A Lei Complementar nº 116 definiu a alíquota
máxima e a Emenda Constitucional nº 37 a alíquota
mínima, portanto, a guerra fica entre 2% e 5%[85].
Ademais, cabe ressaltar que a alíquota mínima do ISS de 2% serve para
estancar a possibilidade de guerras fiscais entre municípios para atrair
contribuintes[86].
1.5.4 Do local de incidência tributária do ISS
O local de incidência tributária do ISS é um tema bem controvertido, tanto
pela doutrina quanto pela jurisprudência.
Piva sinaliza que:
O avanço tecnológico dos meios de comunicação e
informática ampliou substancialmente os tipos de
serviços e o modo pelo qual é realizada a prestação,
trazendo grande evolução a esse setor da economia.
Atualmente, o ato de prestar serviços pode ser
tranquilamente realizado a distância, sem a
necessidade da presença física do prestador num local
fixo e previamente determinado. A evolução da
dinâmica da prestação dos serviços trouxe mudanças
que atingem tanto o prestador de serviços, que
aprimora a técnica de seu trabalho ou simplesmente se
utiliza da tecnologia colocada a sua disposição, como
trouxe maior avanço dos mecanismos para a
arrecadação dos tributos e para o controle das
obrigações a serem cumpridas pelos
contribuintes[87].
O decretolei 406/68 definiu como local de incidência do Imposto sobre
Serviços como o lugar onde ocorreu o fato gerador, sendo o estabelecimento
prestador de serviço, ou na falta desse, no domicílio do prestador.
A regra do estabelecimento prestigia a territorialidade, vez que o ISS é devido
onde o serviço foi prestado. Assim, se uma pessoa jurídica possui várias
filiais em diversos municípios, terá que recolher o imposto sobre serviços em
cada local onde prestou seu fato gerador[88].
A Lei Complementar n. 116/03 acabou revogando alguns pontos do Decreto
Lei n. 406/68, elencando critérios mistos para incidência do Imposto Sobre
Serviços.
Não revogou a regra de lugar onde ocorreu o fato gerador ou do domicílio do
prestador, no entanto, trouxe uma lista de exceções para regular onde o
serviço é considerado prestado.
Outra inovação foi a criação da substituição tributária, fazendo com que o
tomador de serviço se torne responsável pelo recolhimento do tributo, em
alguns casos.
Logo, por mais controverso que seja a temática de local de incidência do ISS,
a Lei Complementar n. 116/03 é sistemática e objetiva a diminuição dos
conflitos de competência dos Municípios, logo, se bem interpretada, seria
possível não bitributar os contribuintes e gerar maior segurança jurídica na
relação Fisco x Contribuinte[89].
Sendo assim, podese dizer que a Lei Complementar n. 116/03 cumpre com a
viabilização da diminuição de conflitos de competência de municípios, caso
suas normas sejam interpretadas de forma correta[90].
Capítulo 2
OS SERVIÇOS DE STREAMING e COMUNICAÇÃO: ABORDAGEM DA
NETFLIX
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Neste segundo capítulo será abordado o conceito de serviço, bem como suas
principais características. Ainda será realizada uma abordagem da Netflix,
criando um contraponto àquilo que será estudado.
2.1 O CONCEITO DE SERVIÇOS
Atualmente, há duas correntes de conceito de serviços. Uma delas é
econômica, e aqui se entende que a definição surge da Economia. Outra
corrente é a jurídica ou civil, que acredita que a noção da palavra decorre do
Direito Civil, especificamente no que tange sobre a prestação de serviços[91].
Existem conceitos jurídicos, mas que são criadas especificamente para
determinados fins, tal como é “qualquer atividade fornecida no mercado de
consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária,
financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de
caráter trabalhista”[92]. Essa concepção de serviço está prevista no § 2º, do
Art 3º, do Código de Defesa do Consumidor.
Meirelles discorre que:
Serviço é fundamentalmente diferente de um bem ou
de um produto. Serviço é trabalho em processo, e não
o resultado da ação do trabalho; por esta razão
elementar, não se produz um serviço, e sim se presta
um serviço. Esta perspectiva de abordagem conceitual
incita mudanças significativas no tratamento até agora
dado a estas atividades, tanto em termos de
classificação e quantificação nas contas nacionais,
quanto do ponto de vista do seu papel na dinâmica
econômica[93].
A partir do pressuposto que se presta serviços, se torna possível delimitar o
campo de aplicação da tributação do ISS, que muitas vezes, se aproxima às
competências da tributação do ICMS e do IPI[94]. Isso acontece porque nem
sempre o serviço será realizado puramente.
É possível dizer que o serviço puro, é a simples prestação. Como exemplo,
podemse citar os serviços prestados por um advogado em uma defesa
trabalhista. Já as operações mistas, compreende a obrigação de fazer que
necessite do fornecimento de peças, como uma oficina que conserta um carro,
ou uma geladeira[95].
Náufel define a palavra serviço como “exercício de uma atividade material ou
intelectual predeterminada e objetiva. Execução de um trabalho com um fim
produtivo ou lucrativo”[96]. Logo, complementando a ideia do autor, podese
afirmar que serviço é um bem intangível, imaterial e incorpóreo[97], que uma
pessoa, física ou jurídica, executa para outra, por meio de uma atividade ou
trabalho economicamente estimado[98].
Ainda, cumpre ressaltar importante definição de serviço, para efeito de fato
gerador do ISS:
Impõese definir o que deve ser entendido por serviço
de qualquer natureza, cuja prestação é tributada pelo
imposto em foco. Tratase, uma vez mais, de conceito
que há de ser buscado no direito privado. Com efeito,
o Código Civil, ao cuidar do assunto, estatui que a
prestação de serviço, que não estiver sujeita às leis
trabalhistas ou à lei especial, regerseá por suas
normas (art. 593) e que ‘toda espécie de serviço ou
trabalho lícito, material ou imaterial, pode ser
contratada mediante retribuição’ (art. 594). Tratase,
pois, de uma obrigação de fazer[99].
Desta forma, todo serviço que for fato gerador do Imposto Sobre Serviços,
deve ser obrigatoriamente, uma obrigação de fazer.
2.2 O SERVIÇO DE LOCAÇÃO DE BENS MÓVEIS
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Conforme o artigo 565, do Código Civil de 2002, na locação de coisa, há uma
típica prestação de dar, onde uma das partes se obriga a entrega de coisa,
mediante uma retribuição[100].
Em contraponto àquilo que foi visto no item anterior, se pode verificar que
locação não seria serviço, observando que este último se caracteriza
unicamente por uma obrigação de fazer, e não de dar.
Desta forma, o legislador errou ao inserir no item 3.04 na lista anexa, da Lei
Complementar n. 116/2003, a locação como fato gerador do ISS.
Com isso, tanto o STJ quanto o STF, já pacificaram o entendimento de que “é
inconstitucional a incidência do imposto sobre serviços de qualquer natureza
ISS sobre operações de locação de bens móveis”[101].
O Supremo Tribunal Federal também tratou de explicar que para efeitos de
incidência do Imposto Sobre Serviços, a própria nomenclatura pressupõe uma
prestação de serviços[102]. Logo, em um contrato de locação, deve ser
afastada a hipótese de incidência, visto que falta o núcleo, que é o
serviço[103].
O STF trouxe ainda uma importante definição, de que a prestação deve
envolver o esforço humano, em via direta, e isso constitui o fato gerador do
ISS[104].
Com base no entendimento do STF, é possível compreender que serviço que
constitui fato gerador de Imposto Sobre Serviço, é aquele que envolve o
‘esforço humano’ em via direta.
Há certa confusão entre prestação de serviço e locação de bens móveis, no
entanto, onde não houver esforço humano, não há o que se falar em prestação
de serviço[105].
2.3 O SERVIÇO DE COMUNICAÇÃO
A Constituição Federal de 1988 determina que a prestação de serviço de
comunicação, ‘ainda que as prestações se iniciem no exterior’, também terá
incidência de ICMS.
A Lei nº 9.472/97 define serviço de comunicação como um “conjunto de
atividades que possibilita a oferta de telecomunicação”[106]. Além disso, a
mesma lei trouxe a interpretação do que se entende por telecomunicação,
constituindo como “transmissão, emissão ou recepção, por fio,
radioeletricidade, meios ópticos ou qualquer outro processo eletromagnético,
de símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de
qualquer natureza”.
Logo, devese interpretar do referido artigo que todo aquele que ‘possibilita a
oferta de telecomunicação’, seria um prestador de serviço de comunicação, o
qual está sujeito à tributação de ICMS.
Conforme a CRFB/88, artigo 155, inciso II, e artigo 2º, inciso III, da LC nº
87/96, os Estados e o Distrito Federal possuem competência para tributar a
prestação de serviços de comunicação que ocorrem de forma onerosa[107].
Logo, se o serviço não for considerado de comunicação pela legislação, e
tampouco for oneroso, não pode incidir ICMS, respeitando o princípio da
estrita legalidade tributária[108].
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu a competência da instituição do
ICMS da seguinte forma:
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal
instituir impostos sobre:
[...]
II operações relativas à circulação de mercadorias e
sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação,
ainda que as operações e as prestações se iniciem no
exterior.
Como a competência para a cobrança de tributos sobre serviços de
comunicação está com os Estados e Distrito Federal, os municípios se tornam
automaticamente excluídos da possibilidade de cobrança[109].
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O Superior Tribunal de Justiça reconheceu que:
A prestação de serviços conexos ao de comunicação
por meio da telefonia móvel (que são preparatórios,
acessórios ou intermediários da comunicação) não se
confunde com a prestação da atividadefim ’processo
de transmissão’ (emissão ou recepção) de
informações de qualquer natureza, esta, sim, passível
de incidência pelo ICMS.
[...]
Desse modo, a despeito de alguns deles serem
essenciais à efetiva prestação do serviço de
comunicação e admitirem a cobrança de tarifa pela
prestadora do serviço (concessionária de serviço
público), por assumirem o caráter de atividademeio,
não constituem, efetivamente, serviços de
comunicação, razão pela qual não é possível a
incidência do ICMS[110].
Dessa forma, apenas a concessão do serviço de telecomunicação seria
passível de tributação pelo ICMS, visto que esse seria o provimento do fato
gerador do tributo.
2.4 O SERVIÇO DE VALOR ADICIONADO
Além da definição de serviço de telecomunicação, a Lei nº 9.472/97 ainda
define o que seria o serviço de valor adicionado, conhecido também como
SVA.
Assim, a referida lei traz o conceito de SVA como uma “atividade que
acrescenta a um serviço de telecomunicações que lhe dá suporte e com o qual
não se confunde, novas utilidades relacionadas ao acesso, armazenamento,
apresentação, movimentação ou recuperação de informações”.
No entanto, a mesma lei determina que serviço de valor adicionado não pode
ser confundido com serviço de telecomunicações, pois este último apenas lhe
dá um suporte para que execute seus serviços, tendo direitos e deveres
decorrentes desta relação.
A partir da interpretação do artigo 61, da lei acima citada, podese afirmar
que o serviço de valor adicionado é aquele que o prestador se utiliza de um
meio físico já existente, para que sua atividade possa ser realizada[111].
Desta forma, os SVA, em sua maioria, tem objetivo de permitir acesso a
informações multimídias, jogos, aplicativos, bem como downloads de sons,
dados, imagens ou vídeos, e esses arquivos podem ou não, ser adquiridos por
meio de uma retribuição econômica[112].
Sob essa ótica, poderia se dizer que o serviço de valor adicionado estaria – de
certa forma – imune à regulamentação e tributação que os serviços de
telecomunicação, pois o SVA estaria prestando o seu serviço de forma
isolada, porém, dependendo da funcionalidade da internet para sua
execução[113].
Logo, a tributação de serviços de valor adicionado não seria pelo ICMS, visto
que não viabiliza o tráfego de dados[114]. Já a incidência de ISS aos SVA,
dependeria se este estivesse na lista de serviços da Lei Complementar nº
116/2003, vez que essa lista é taxativa e não admite interpretações
extensivas[115].
O artigo 155, da Constituição Federal de 1988, traz importante limitação às
operações de serviços de telecomunicações:
§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II
do caput deste artigo e o art. 153, I e II, nenhum outro
imposto poderá incidir sobre operações relativas a
energia elétrica, serviços de telecomunicações,
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A lógica dessa repartição do arquivo é para que os dados sejam enviados e
recepcionados de forma mais instantânea para o usuário, o que é diferente no
caso do download, que precisa ser enviado e recepcionado de uma só vez
para que se possam exibir as informações[125].
Essa forma de recepção e transmissão demonstrada acima faz com que os
serviços de streaming sejam comparados com sinal enviado por sinais de
rádio e televisão. Isso porque, em ambos os casos se tem “o envio do sinal, a
recepção deste pelo usuário através de um aparelho com a determinada
função, a ausência de armazenamento do conteúdo no espaço físico do
mencionado aparelho, a conversão em áudio e/ou vídeo e o consumo
imediato da mídia"[126].
Forouzan diz que:
O processo de transmissão de um fluxo contínuo de
áudio e vídeo em tempo real via Internet é muito
similar à transmissão de áudio e vídeo por estações de
rádio e TV. Somente que, em vez de utilizar o ar para
suas transmissões, as estações transmitem via
Internet[127].
Além da transmissão, outra característica marcante nesse tipo de serviço, é
que a empresa usa exaustivamente o arquivo digital. Isso significa que para
obter lucro, a empresa precisa de um grande número de acessos ao arquivo, já
que cada acesso gera pouca receita para a prestadora do serviço[128].
Como é necessário um alto número de acessos, as empresas de streaming
tentam atrair usuários através do baixo custo, tornando o negócio muito
interessante para o cliente, que geralmente vê certa vantagem em se conectar
a muito conteúdo pagando pouco, visto que se fosse adquirir o bem do modo
tradicional, pagaria um valor bem superior[129].
É dessa forma que empresas como Netflix e Spotify tem ganho destaque no
Brasil e no mundo. É a partir disso, que se passa a estudar os itens a seguir.
2.5.1 A Netflix
A Netflix é uma empresa que fornece serviços de streaming para seus
assinantes[130]. Kulesza e Bibbo contam que o empreendimento surgiu pela
necessidade de atualização tecnológica, foi quando:
A Netflix passou a disponibilizar todo o seu conteúdo
através de VOD (Video On Demand) em qualquer
plataforma aque possuísse uma conexão com a
Internet, ou seja, mantiveram o conceito mas
atualizaram a mídia. Reed Hasting, um de seus
fundadores e atual CEO, já acompanhava o avanço da
tecnologia de streaming online desde o seu
surgimento e sabia que em algum momento ela
poderia ser responsável pelo fim de seu negócio[131].
Como visto, a Netflix partiu de um modelo tradicional de locação de filmes
em 1997, logo em seguida alterou seu conceito para uma locação
mensal[132]. Essa ideia surgiu após Hasting perceber um negócio de
academia, onde o cliente pagava uma taxa mensal para se exercitar o quanto
quisesse[133].
Foi pensando na necessidade de se compatibilizar, que a Netflix foi adaptada
a um novo modelo. Assim passou atuar como serviço de streaming e isso
garantiu que ela ganhasse ainda mais destaque[134].
Sobre isso, Dias discorre:
O Netflix vem consolidandose como paradigma do
processo de convergência entre televisão e internet e,
talvez, de uma nova cultura de consumo audiovisual.
A cultura da convergência, teorizada por Jenkins
(2009), tem uma relação direta com o ambiente
multiplataforma e tela conectada. É um fenômeno que
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envolve a convergência dos meios de comunicação, a
cultura participativa e a inteligência coletiva[135].
Desse modo, a Netflix se tornou um referencial entre os serviços de
streamings, que alcançou sua popularidade oferecendo diversas formas de
conteúdo de imagem e vídeo, com preços acessíveis aos seus usuários[136].
Além disso, o assinante possui acesso a filmes e séries, que são transmitidos
pela Internet para computadores e alguns tipos de televisores e aparelhos
conectados à web[137].
A grande variedade de programação e o preço baixo fazem com que a Netflix
se torne muita mais atraente do que os canais de TV a cabo, já que o usuário
sentese livre para ver o que quer, na hora que quiser[138].
2.5.2 As características da Netflix
Como já visto no tópico anterior, a Netflix oferece a seus assinantes, o acesso
ilimitado de seu conteúdo por um preço baixo. Essa sem dúvidas é uma das
principais características do serviço.
Enquanto o menor valor do plano mensal da Netflix custa R$ 19,90[139], não
se encontra nenhum valor competitivo com as empresas de TV a cabo.
Assim, seria “mais vantajoso assinar uma internet mais rápida e o
Netflix”[140].
Outra característica marcante, é que a Netflix não disponibiliza o conteúdo
para o livre uso do usuário. Ou seja, o assinante pode assistir todo o contento
oferecido pela empresa, mas jamais poderá incorrer nos atos a seguir
dispostos:
4.6. Você concorda em usar o serviço Netflix,
incluindo todos os recursos e funcionalidades do
mesmo, segundo todas as leis, regulamentos e códigos
aplicáveis, assim como outras restrições de uso do
serviço ou conteúdo previstas nas mesmas. Você
concorda em não arquivar, reproduzir, distribuir,
modificar, exibir, realizar, publicar, licenciar ou criar
trabalhos derivados, colocar à venda ou utilizar
(exceto nas formas expressamente autorizadas por
estes Termos de uso) o conteúdo e as informações
contidas ou obtidas do serviço Netflix ou por
intermédio deste. Você também concorda em não:
evadir, remover, alterar, desativar, degradar ou
adulterar quaisquer das proteções de conteúdo do
serviço Netflix, usar qualquer robô, spider, scraper ou
outros meios automatizados para acessar o serviço
Netflix, descompilar, executar engenharia reversa ou
desmembrar qualquer software ou outros produtos ou
processos acessíveis pelo serviço Netflix, inserir
qualquer código ou produto, manipular o conteúdo do
serviço Netflix de qualquer forma ou usar métodos de
data mining, coleta de dados ou extração de dados.
Além disso, você concorda em não fazer upload,
publicar, enviar por email, comunicar ou transmitir
de qualquer forma qualquer material designado para
interromper, destruir ou limitar a funcionalidade de
qualquer software, hardware ou equipamento de
telecomunicações associado ao serviço Netflix,
incluindo vírus de software, código, arquivos ou
programas. A Netflix poderá cancelar ou restringir seu
uso do serviço se você violar estes Termos de uso ou
se envolver no uso ilegal ou fraudulento do
serviço[141].
Dessa forma, fica claro que o usuário não tem qualquer direito sobre o
conteúdo, obtendo apenas uma licença, ou um acesso à mídia cedida pela
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Netflix, através de seu login e senha.
A empresa também conta com a produção de séries originais, o que atrai
ainda mais usuários interessados. Esse serviço de streaming tem gasto mais
que grandes canais de TV americanos, como a HBO, na produção de
conteúdo original para seus assinantes.
Importante destacar que o subscritor, ao assinar a Netflix, “se responsabiliza
por todas as tarifas de acesso à Internet”[142]. Logo, a empresa demonstra
que não se obriga pela prestação de transmitir sinal de internet, e sim, apenas
transferir o conteúdo por meio dela.
Então, a empresa não estaria envolvida no fator de transmissão de internet e
somente se utiliza da infraestrutura da conexão que já se encontra para ceder
o seu serviço[143].
Assim, não restam dúvidas que o “software da Netflix foi desenvolvido pela
ou para a Netflix e foi projetado para permitir a visualização do conteúdo da
Netflix em aparelhos compatíveis com a Netflix”[144]. Com isso, a empresa
limita a sua obrigação em apenas prestador de serviços de provedor de
conteúdo na internet.
Capítulo 3
DA TRIBUTAÇÃO DOS SERVIÇOS DE STREAMING: ABORDAGEM
DA NETFLIX
Neste terceiro capítulo pretendese estabelecer a relação existente do tributo
do ISS e a Netflix, representando os serviços de streaming no Brasil. Dessa
forma, se busca demonstrar através de jurisprudências, analogias, princípios,
se tal tributo poderia ser considerado constitucional. Desta forma, é que se
iniciam os estudos a seguir.
3.1 A TRIBUTAÇÃO DA NETFLIX EM OUTROS PAÍSES
Assim como recentemente foi aprovada a Lei Complementar nº 157/2016, a
qual a Netflix passar a sofrer incidência do Imposto Sobre Serviços, alguns
lugares do mundo, também possuem tributos ou taxas para esse tipo de
serviço.
A exemplo disso podese citar a cidade de Chicago, uma das cidades mais
populosas do estado de Illinois, nos Estados Unidos, que instituiu em 2015, o
‘cloudtax’, ou ‘imposto sobre as nuvens’, conforme se lê a seguir:
Chicago promulgou um ‘imposto sobre as nuvens’,
que vai virar em 9 por cento para serviços de
streaming como Netflix e Spotify, informou o Chicago
SunTimes.
É uma expansão do imposto de diversões da cidade,
que cobra coisas como filmes e ingressos para eventos
esportivos. A provisão de streaming do imposto de
diversão entra em vigor em setembro, e a cidade
estima que trará US$ 12 milhões por ano[145].
Logo após isso, o estado da Pensilvânia, por exemplo, ampliou o seu imposto
de vendas para abranger serviços de assinatura, downloads digitais, como os
de aplicativos e jogos[146]. Além disso, Pasadena, na Califórnia, também vai
adotar o imposto de ‘serviços de vídeo’, o qual também vai abranger os
serviços de streaming[147].
Além disso, na Austrália houve a apresentação ao parlamento do ‘imposto
Netflix’, como uma tentativa de impor o tributo para as empresas estrangeiras
que vendem bens e serviços para os australianos, para não por em
desvantagem as empresas nacionais do país[148].
Segundo a Revista Forbes, alguns países foram levados a complementar os
tributos, passando a cobrar impostos para serviços de streaming, assim, conta
que:
Essa mesma lógica levou o Japão a implementar um
8% ‘imposto sobre o consumo de serviços
electrónicos por fornecedores offshore’ a partir de 1º
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de outubro de 2015. A nova regra é muito semelhante
ao que vimos implementada em toda a União
Europeia no início deste ano, com formas separadas
de cobrança de impostos, com base no fato do serviço
ser de empresa para empresa ou de empresa para
consumidor. Para as empresas voltadas ao
consumidor, os prestadores de serviços offshore
precisarão cobrar o imposto dos consumidores
japoneses. Para serviços de empresa para empresa, o
comprador japonês de serviços seria obrigado a pagar
o imposto à Agência Nacional de Impostos do Japão.
Até agora, apenas seis empresas não residentes têm
registrado com a Agência Nacional de Impostos a
recolher o imposto sobre o consumo, apesar do prazo
iminente[149].
Paísesmembros da União Europeia, por sua vez, se utilizam do Imposto
sobre Valor Agregado (IVA), onde as prestadoras de serviços digitais são
obrigadas a recolher. A Coréia do Sul também aplica uma taxa de 10% de
IVA para as empresas que oferecem serviços de streaming[150].
A necessidade de implementação dos impostos para os serviços de streaming,
como a Netflix, iniciou a partir do momento que as receitas começaram a
diminuir em grande escala[151]. Segundo Grabar, em matéria para o site
Slate:
Agora, cada vez mais, os consumidores estão
mudando seus gastos de entretenimento de contas de
cabo mensal, que são tributados, para serviços de
streaming online, que não são. As empresas de cabo
estão perdendo clientes desde 2013, ea taxa de atrito
parece estar aumentando. Isso é uma má notícia para
os governos municipais, que coletam uma média de
cerca de US$ 50 por assinante por ano. Em alguns
lugares, é muito mais: Raleigh, Charlotte, Kansas
City e Tallahassee recebem duas vezes a mais do que
assinantes por cabo a cada ano. Cordcorte, como
Whet Moser sugeriu na revista Chicago, que poderia
estar prestes a cortar um buraco nos cofres da
cidade[152].
Esse déficit de receitas aos cofres públicos vem fazendo com que cada vez
mais Estados instituam tributos para serviços de streaming.
No Brasil, assim como vários países do mundo, a Netflix passou a ser alvo de
tributos. Desta forma, o serviço foi incluído ao rol dos tributáveis pelo ISS, a
partir da promulgação da Lei Complementar nº 157, de 29 de dezembro de
2016.
Logo, quando se há um aumento da carga tributária em um país, sempre se
gera muita discussão sobre sua legalidade. No Brasil não foi diferente. Há
grandes embates sobre a constitucionalidade do tributo para os serviços de
streaming. É a partir disso que serão estudados os itens a seguir, com intuito
de verificar se seria possível instituir o ISS para serviços como a Netflix.
3.2 A TRIBUTAÇÃO DA NETFLIX À LUZ DOS PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS BRASILEIROS
No final do ano de 2016, o presidente da república Michel Temer sancionou a
ampliação da lista de serviços que são fatos geradores para o Imposto Sobre
Serviços[153].
Dessa forma, os serviços de streaming, como Netflix, Spotify, entre outros,
passaram a ser alvo do tributo, a qual deverá ter uma alíquota de 2% sobre o
valor da mensalidade dos assinantes[154].
Logo, houve a promulgação da Lei Complementar nº 157/2016, a qual tratou
de incluir a “disponibilização, sem cessão definitiva, de conteúdos de áudio,
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vídeo, imagem e texto por meio da internet[155]”, respeitando o princípio da
legalidade previsto no artigo 146, inciso III, da CRFB/88, e também o
princípio da estrita legalidade tributária, disposto no artigo 97, do Código
Tributário Nacional.
Há que se falar que, como a lei foi publicada no dia 30 de dezembro de 2016
no diário oficial da União, e foi estipulado um prazo de vacância de 90
dias[156], a cobrança do tributo iniciará a partir de abril de 2017.
Respeitando dessa forma a alínea ‘b’ e ‘c’, do inciso III, do artigo 150 da
Constituição Federal de 1988, a qual trata do princípio da anterioridade.
O ISS não pode ser cobrado antes de abril de 2017, por força do princípio da
irretroatividade da Lei. Importante destacar também, que o tributo foi
instituído com a mesma base de cálculo e alíquota para todos os municípios
brasileiros[157], em conformidade com o princípio da uniformidade
geográfica.
Visto isso, podese afirmar que para efeitos de tributação de serviços de
streaming, como a Netflix, os princípios constitucionais foram respeitados.
3.3 A NETFLIX E A LOCAÇÃO DE BENS MÓVEIS
A Netflix é um dos alvos de incidência da tributação de Imposto Sobre
Serviços. Para entender melhor a possibilidade de tributação desse serviço de
streaming, seria essencial analisar dois conceitos antes.
Um dos conceitos seria da obrigação de fazer, o qual se pode dividir em três
espécies. A primeira é aquela quando for pactuado que o devedor deve
cumprir pessoalmente a sua obrigação, nesse caso infungível, imaterial e
personalíssima[158].
Há também a obrigação em que o serviço pode ser realizado por outra pessoa,
onde não há uma exigência que a própria pessoa contratada cumpra a
prestação, e aqui, se diz que a obrigação de fazer seria fungível, material ou
impessoal[159].
Já a terceira espécie seria aquela em que uma das partes se obriga a emitir
uma declaração de vontade. Isso é bastante utilizado em contratos
preliminares para venda de bens móveis e imóveis, por exemplo, onde o
obrigado se compromete a endossar o certificado de propriedade do
bem[160].
Apesar de bem definida, a obrigação de fazer é facilmente confundida com o
segundo conceito, que é o de dar, pois nesta última, se faz alguma coisa para
cumprir a obrigação[161].
Uma das formas de diferenciar uma obrigação de dar e de fazer, na visão de
Monteiro, é que “se o devedor tem de dar ou de entregar alguma coisa, não
tendo, porém, de fazêla previamente, a obrigação é de dar; todavia, se,
primeiramente, tem ele de confeccionar a coisa para depois entregála, se tem
ele de realizar algum ato, do qual será mero corolário o de dar, tecnicamente a
obrigação é de fazer”[162].
Após visto os conceitos de obrigação de dar e de fazer, é pertinente verificar
se o streaming seria mesmo um serviço.
O ministro Marco Aurélio trouxe definição sobre a prestação de serviço para
via de incidência de Imposto Sobre Serviço, considerando que somente as
obrigações que envolvem esforço humano, podem ser fato gerador desse
tributo[163].
O ministro ainda destaca que “Na espécie, o imposto, conforme a própria
nomenclatura, considerado o figurino constitucional, pressupõe a prestação
de serviços”[164]. Desta forma, como na locação de bens móveis ausentase
o esforço humano, não seria esta obrigação passível de incidência de
ISS[165].
Analisando o voto do ministro, podese perceber que o ‘esforço humano’ é
fundamental numa relação de prestação de fazer. Sem o tal requisito, a
relação de serviços restaria prejudicada, pois faltaria o ‘núcleo de sua
incidência’.
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Em simples análise do modelo de serviços de streaming, notase que há
esforço humano envolvida na relação entre contratante e contratada, tanto
intelectual quanto físico para prestar tal obrigação de fazer. Afinal, para
manter as diversas plataformas, essas empresas investem na atualização de
tecnologias, além de programação e criação de conteúdo[166].
Assim, seria possível ainda analisar o esforço humano envolvido na relação
obrigacional entre a Netflix e o usuário, a partir dos seguintes dados:
Em 2015 a Netflix lançou, aproximadamente, 450
horas de conteúdo original e, em 2016, devem ser
mais de 600 horas, segundo anúncio oficial. Essas 600
horas estão distribuídas em 30 novas séries, 8 filmes,
35 novas temporadas de séries infantis, 12
documentários e 9 shows de standup.
[...]
Todo esse sucesso é culpa do conteúdo oferecido. E
você tem noção de quanto é esse conteúdo? Somente
em streaming o Netflix possui mais de 1 petabyte (que
corresponde a 1024 terabytes, que, por sua vez, cada
terabyte é 1024 gigabytes. Assim, 1 petabyte é 1
milhão 48 mil e 576 gigas). Cada filme ou episódio
está armazenado em mais de 50 formatos de dados
diferentes, tudo para garantir que de alguma forma vai
funcionar[167].
È possível observar, por meio desses números, que o investimento da
empresa para a geração de conteúdo a seus assinantes, bem como o trabalho
na sua infraestrutura de armazenamento de dados é gigante.
A empresa possui mais de 1.400 funcionários, de diversas áreas do
conhecimento, trabalhando apenas em sua sede nos Estados Unidos[168].
Além disso, em 2016 a empresa teve seu alcance mundial[169], e dados do
último balanço mostram que “Em 31 de dezembro de 2016, tínhamos
aproximadamente 4.700 funcionários no total. Desses empregados, cerca de
4.500 eram de tempo integral, incluindo aproximadamente 1.300
classificados como temporário”[170].
Há de se considerar também, os concursos realizados onde os candidatos
avaliam e buscam dados com precisão, de quais filmes e séries que seus
clientes gostariam que estivessem na Netflix[171].
Com base nisso, é possível afirmar que há esforço humano na relação jurídica
entre Netflix e usuário. Afinal, não é uma mera obrigação de dar quando a
empresa se presta a ‘confeccionar a coisa para depois entregála’[172].
A empresa possui uma lista grande de séries, documentários e outras
produções audiovisuais criadas por eles, logo, confeccionam para entregar
aos seus usuários[173].
Conforme o termo de uso da Netflix, a empresa “concede a você uma licença
limitada, não exclusiva e não transferível para acessar o serviço Netflix e
assistir ao conteúdo da Netflix”[174]. Assim, ao assinar a Netflix, o usuário
estaria contratando, com cessão não definitiva, para acessar filmes e vídeos
disponíveis no acervo da contratada.
Observase que a principal diferença entre esse streaming com os tradicionais
modelos de TV por assinatura, pois enquanto esta última é transmitida para
seus assinantes através de uma rede de telecomunicações, por meio de cabos,
a Netflix pode ser acessada conforme demanda do usuário pela internet[175].
Ou seja, o usuário não tem um simples acesso ao conteúdo da empresa pelo
login e senha. Quando o subscritor deseja assistir algum conteúdo disponível
na plataforma da Netflix, ele faz o download temporário do conteúdo para seu
aparelho multimídia[176].
Para entender essa forma de transmissão de dados, trazse o seguinte:
Praticamente todas as operações que realizamos em
uma rede de computadores dependem da
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Portanto, podese dizer que os serviços de streaming, como a Netflix,
atuariam no mercado interno brasileiro como um modelo de serviço de valor
adicionado. Consequentemente, a empresa agrega a rede de
telecomunicações, o que faz com que a Netflix seja uma utilidade nova, sem
que essa se caracterize como um serviço de telecomunicação propriamente
dito[190].
3.5 A DISCUSSÃO SOBRE A CONSTITUCIONALIDADE DO IMPOSTO
SOBRE SERVIÇOS PARA SERVIÇOS DE STREAMING
Acerca de tudo que foi estudado até esse ponto, cumpre ressaltar agora, a
principal problemática sobre os serviços de streaming, que seria a
constitucionalidade do Imposto Sobre Serviços para esse tipo de atividade.
A discussão realmente divide opiniões de diversos tributaristas do país. Para
Grilli, por exemplo, a cobrança de ISS para serviços como a Netflix seria
indevida, pois:
Serviços caracterizamse, normalmente, por
prestações de obrigações de fazer. No caso das
empresas como Netflix e Spotify, no entanto, estas não
estão obrigadas a prestar uma obrigação de fazer. Na
verdade, estão obrigadas a prestar uma obrigação de
dar.
No caso específico dos streamings, eles ’dão’, por
meio de cessão de direitos, o acesso a conteúdos de
vídeo e música que negociaram junto aos titulares das
obras cinematográficas ou musicais. ’É típica
obrigação de dar, que não se caracteriza como
serviço’.
Ele destaca que o STF, ao julgar o ISS que se
pretendia cobrar da locação de bens móveis, adotou
esta premissa e decidiu que o tributo era indevido.
Editou, inclusive, a súmula vinculante 31, a qual veda
a cobrança de ISS sobre a locação de bens móveis –
justamente por se tratar de obrigação de dar e não de
fazer.
’Se o STF usar a mesma premissa, caso seja
provocado a decidir a questão, pode ser que também o
ISS sobre streamings seja considerado
inconstitucional’[191].
Conforme visto, há aqueles que defendem a tese de que os serviços de
streaming seriam uma espécie de locação de bens móveis, e adotando esse
ponto de vista, o tributo seria inconstitucional, pois assim decidiu o STF “É
inconstitucional a incidência do imposto sobre serviços de qualquer natureza
ISS sobre operações de locação de bens móveis”[192].
No entanto, há tributaristas que defendem a ideia de que a Netflix poderia sim
ser tributada pelo ISS. Moreira explica que os serviços de streaming:
Atendem aos dois predicados Constitucionais para
tributação pelo ISSQN: não são tributáveis pelo ICMS
– porquanto não configuram serviços de
comunicação, mas apenas fornecimento de conteúdo
(ainda que acessível somente com a concorrência de
uma operadora, prestadora de serviço de
comunicação); e são ‘serviços’ no sentido jurídico da
palavra, sendo bens imateriais, resultado de um
esforço humano.
‘Como já anotamos em obra publicada anteriormente,
por prestação de serviço compreendese 'uma
obrigação de cunho negocial, na qual há a
participação de um terceiro que levará a cabo uma
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Em 05 de Dezembro de 2013, o projeto de Lei Complementar foi remetido
para a Câmara dos Deputados para revisão, conforme determinação do artigo
65, da Constituição Federal de 1988
.
3.7 O PROJETO DE LEI Nº 366/2013 DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
O projeto de Lei Complementar nº 386/2012 foi recebido pela Câmara dos
Deputados em 06 de Dezembro de 2013, e passou a tramitar como projeto de
Lei nº 366/2013[195].
A disponibilização de conteúdo de áudio, vídeo, imagem e texto se
mantiveram no rol de incidência de ISS. O relator deputado Walter Ihoshi
defendeu que “temos de atualizar a lista dos novos serviços que não constam
na lista atual e, sobretudo, os serviços de internet, como a Netflix, que não é
tributada”[196].
O projeto de lei complementar foi aprovado pelo plenário e seguiu para
sanção presidencial. Em 29 de Dezembro de 2016, o projeto de lei foi
sancionado parcialmente pelo presidente Michel Temer, e foi transformado
em Lei Complementar nº 157/2016, a qual foi publicada no Diário Oficial da
União em 30 de Dezembro de 2016[197].
Pela redação da Lei Complementar nº 157/2016, foi inclusa à lista de serviços
que são considerados fatos geradores do ISS a “disponibilização, sem cessão
definitiva, de conteúdos de áudio, vídeo, imagem e texto por meio da
internet, respeitada a imunidade de livros, jornais e periódicos”[198].
Dessa forma, a Netflix passa a ser alvo de incidência do Imposto Sobre
Serviços, a partir do mês de abril de 2017, respeitando o princípio da
anterioridade anual e nonagesimal.
CONCLUSÃO
O presente estudo monográfico teve como finalidade estudar a possibilidade
de tributação de serviços de streaming, pelo Imposto Sobre Serviços, no
Brasil.
Como há uma grande divergência sobre o entendimento da
constitucionalidade dessa nova forma de atividade, se buscou chegar a um
esclarecimento para a discussão. Para ilustrar a compreensão desta temática,
foi adotada a Netflix como ponto norteador, a fim de se discutir as ideias de
legalidade do tributo a partir dela.
O objetivo geral deste trabalho é conhecer como a Netflix atua, equiparála às
formas de serviços existentes, bem como confrontandoas aos requisitos para
instituição do ISS.
No decorrer da pesquisa, vislumbrouse que nos serviços de streaming há
emissão, recepção e transmissão de informações, que, no entanto, são
realizadas por meio da internet.
Não suficiente, no streaming a empresa também se utiliza de um serviço já
existente para prestar a sua obrigação. Em outras palavras, a Netflix aproveita
a internet para enviar, transmitir e recepcionar informações aos seus usuários,
que no momento que chegam ao aparelho multimídia do receptor, convertem
se em som e imagem.
A pesquisa aponta que seria inconsistente comparar serviços de locação de
bens móveis com os de streaming, visto que no primeiro, há uma obrigação
de dar, sem esforço humano, que é o núcleo de incidência do ISS. Enquanto
no segundo caso, há o esforço humano na prestação obrigacional que resulta
no serviço, que produz bens imateriais, levando esta ser considerada como
uma obrigação de fazer, pois há nesse caso, o núcleo de incidência do
Imposto Sobre Serviços.
Ademais, se verificou como é a tributação da Netflix pelo mundo, para
entender como outros países estão tratando os streamings, principalmente por
estes serem uma nova realidade mundial.
Ao fim, adentrouse à discussão sobre a constitucionalidade do imposto para
os serviços de streaming.
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Nesse ponto, a pesquisa concluiu que os streamings podem ser equiparados
aos serviços de valor adicionado. No entanto, a Constituição Federal de 1988
traz importante imunidade às operações com serviços de telecomunicações
que já são tributados pelo ICMS, não podendo estes ter incidência de outros
tributos (salvo exceção). O streaming sendo uma forma de serviço de valor
adicionado, este se utiliza de operações relacionadas a serviços de
telecomunicações, que são tributadas pelo ICMS. Assim, não pode incidir
sobre ele outros tributos, como o Imposto Sobre Serviços.
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BRASIL. Emenda Constitucional nº 18, de 1º de Dezembro de 1965. Teor:
Dispõe sobre o sistema tributário nacional e dá outras providências.
BRASIL. Lei Complementar n. 116/2003. Teor: Dispõe sobre o Imposto
Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do
Distrito Federal, e dá outras providências.
BRASIL. Lei Complementar nº 157, de 29 de dezembro de 2016. Teor: Altera
a Lei Complementar no 116, de 31 de julho de 2003, que dispõe sobre o
Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, a Lei no 8.429, de 2 de junho
de 1992 (Lei de Improbidade Administrativa), e a Lei Complementar no 63,
de 11 de janeiro de 1990, que “dispõe sobre critérios e prazos de crédito das
parcelas do produto da arrecadação de impostos de competência dos Estados
e de transferências por estes recebidos, pertencentes aos Municípios, e dá
outras providências”.
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Teor: Institui o Códido
Civil.
BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de Outubro de 1966. Teor: Dispõe sobre o
Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário
aplicáveis à União, Estados e Municípios.
BRASIL. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Teor: Dispõe sobre a
proteção do consumidor e dá outras providências.
BRASIL. Lei nº 9.472, de 16 de julho de 1997. Teor: Dispõe sobre a
organização dos serviços de telecomunicações, a criação e funcionamento de
um órgão regulador e outros aspectos institucionais, nos termos da Emenda
Constitucional nº 8, de 1995.
BRASIL. Projeto de Lei Complementar nº 366/2013. Teor: Altera a Lei
Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003, que dispõe sobre o Imposto
sobre Serviços de Qualquer Natureza; a Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992
(Lei de Improbidade Administrativa); e a Lei Complementar nº 63, de 11 de
janeiro de 1990, que dispõe sobre critérios e prazos de crédito das parcelas do
produto da arrecadação de impostos de competência dos Estados e de
transferências por estes recebidas, pertencentes aos Municípios, e dá outras
providências. Acesso em 18 out 2016.
BRASIL. Projeto de Lei do Senado n. 386, de 2012 – Lei da reforma do ISS.
Teor: Altera a Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003, que dispõe
sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza ISS, de competência
dos Municípios e do Distrito Federal, e dá outras providências.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. AgRg nos EDcl no Ag 833278, RJ
2007/00600270. Min. Rel. Luiz Fux. 1ª T., j. 04 mar. 2008.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. REsp 1.176.753/RJ, Min. Rel.
Napoleão Nunes Maia Filho, rel. p/ Ac. Min. Mauro Campbell Marques, 1ª
T., j. 28 nov. 2012.
https://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/impressao.asp?id=4318 32/41
22/01/2018 A Tributação de novas tecnologias e serviços de streaming no Brasil, de autoria de Christian Luiz Floriani Stafin (Versão para impressão) Boletim…
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. ADI n. 939 7, Min. Rel. Sydney
Sanches, j. 15 dez. 1993.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. AI nº 623226. Rel. Min. Marco Aurélio,
1ª T., j. 01 fev. 2011.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula vinculante nº 31. Teor: É
inconstitucional a incidência do imposto sobre serviços de qualquer natureza
ISS sobre operações de locação de bens móveis.
[1] HARADA, Kiyoshi. Direito financeiro e tributário, p.322.
[2] NOGUEIRA, Ruy Barbosa. Curso de direito tributário, p. 155.
[3] BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de Outubro de 1966. Teor: Dispõe sobre o
Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário
aplicáveis à União, Estados e Municípios.
[4] SABBAG, Eduardo. Manual de direito tributário, p. 466.
[5] MAZZA, Alexandre. Manual de direito tributário, p. 113.
[6] MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário, p. 69.
[7] SABBAG, Eduardo. Manual de direito tributário, p. 469.
[8] MAZZA, Alexandre. Manual de direito tributário, p. 118.
[9] MARTINS, Sérgio Pinto. Manual do imposto sobre serviços, p. 3.
[10] MARTINS, Sérgio Pinto. Manual do imposto sobre serviços, p. 3.
[11] MARTINS, Sérgio Pinto. Manual do imposto sobre serviços, p. 3.
[12] MARTINS, Sérgio Pinto. Manual do imposto sobre serviços, p. 3.
[13] BRASIL. Constituição (1946). Constituição da República Federativa do
Brasil.
[14] MARTINS, Sérgio Pinto. Manual do imposto sobre serviços, p. 4.
[15] FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Comissão de reforma do Ministério
da Fazenda: Reforma tributária nacional.
[16] FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Comissão de reforma do Ministério
da Fazenda: Reforma tributária nacional.
[17] FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS. Comissão de reforma do Ministério
da Fazenda: Reforma tributária nacional.
[18] BRASIL. Emenda Constitucional nº 18, de 1º de Dezembro de 1965.
Teor: Dispõe sobre o sistema tributário nacional e dá outras providências.
[19] MARTINS, Sérgio Pinto. Manual do imposto sobre serviços, p. 5.
[20] MARTINS, Sérgio Pinto. Manual do imposto sobre serviços, p. 5.
[21] BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do
Brasil.
[22] CÔELHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de direito tributário
brasileiro, p. 365.
[23] CÔELHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de direito tributário
brasileiro, p. 365.
[24] BRASIL. Projeto de Lei Complementar nº 366/2013. Teor: Altera a Lei
Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003, que dispõe sobre o Imposto
sobre Serviços de Qualquer Natureza; a Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992
(Lei de Improbidade Administrativa) e a Lei Complementar nº 63, de 11 de
janeiro de 1990, que dispõe sobre critérios e prazos de crédito das parcelas do
produto da arrecadação de impostos de competência dos Estados e de
transferências por estes recebidas, pertencentes aos Municípios, e dá outras
providências.
[25] VEJA. Temer sanciona lei que taxa serviços como Netflix e Spotify.
Disponível em:
.
[26] MAZZA, Alexandre. Manual de direito tributário, p. 250.
[27] COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de direito tributário
brasileiro, p. 547548.
[28] MAZZA, Alexandre. Manual de direito tributário, p. 251.
https://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/impressao.asp?id=4318 33/41
22/01/2018 A Tributação de novas tecnologias e serviços de streaming no Brasil, de autoria de Christian Luiz Floriani Stafin (Versão para impressão) Boletim…
[65] MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário, p. 380.
[66] COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de direito tributário
brasileiro, p. 551.
[67] COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de direito tributário
brasileiro, p. 551.
[68] HARADA, Kiyoshi. Fato gerador do ISS. Disponível em: .
[69] HARADA, Kiyoshi. Fato gerador do ISS. Disponível em: .
[70] HARADA, Kiyoshi. Fato gerador do ISS. Disponível em: .
[71] COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de direito tributário
brasileiro, p. 551.
[72] MARTINS, Sérgio Pinto Martins. Manual do imposto sobre serviços, p.
77.
[73] FERREIRA FILHO, Roberval Rocha. SILVA JÚNIOR, João Gomes da.
Direito tributário, teoria, jurisprudência e questões, p. 231.
[74] FARIAS, Guilherme Ehlers. Contribuinte x responsável: regulamento do
imposto de importação e exportação. Disponível em: .
[75] FARIAS, Guilherme Ehlers. Contribuinte x responsável: regulamento do
imposto de importação e exportação. Disponível em: .
[76] FARIAS, Guilherme Ehlers. Contribuinte x responsável: regulamento do
imposto de importação e exportação. Disponível em: .
[77] MARTINS, Sérgio Pinto. Manual do imposto sobre serviços, p. 80.
[78] SABBAG, Eduardo. Prática tributária, p. 6061.
[79] MAZZA, Alexandre. Manual de direito tributário, p. 554 – 555.
[80] MARTINS, Sérgio Pinto. Manual do imposto sobre serviços, p. 101.
[81] MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário, p. 155.
[82] SABBAG, Eduardo. Prática tributária, p. 61.
[83] BRASIL. Atos das disposições constitucionais transitórias.
[84] CÔELHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de direito tributário
brasileiro, p. 366.
[85] CÔELHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de direito tributário
brasileiro, p. 551.
[86] BRASIL. Senado aprova reforma do ISS. Disponível em:
<http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2016/12/14/senado
aprovareformadoiss>.
[87] PIVA, Silvia Helena Gomes. A determinação do local da incidência
tributária do ISS. Disponível em: .
[88] MARTINS, Sérgio Pinto. Manual do imposto sobre serviços, p. 109.
[89] PIVA, Silvia Helena Gomes. A determinação do local da incidência
tributária do ISS. Disponível em: .
[90] PIVA, Silvia Helena Gomes. A determinação do local da incidência
tributária do ISS. Disponível em: .
[91] MARTINS, Sérgio Pinto. Manual do imposto sobre serviços, p. 14.
[92] BRASIL. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Teor: Dispõe sobre a
proteção do consumidor e dá outras providências.
[93] MEIRELLES, Dimária Silva E. O conceito de serviço. Disponível em: .
[94] COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de direito tributário
brasileiro. p. 364.
[95] COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de direito tributário
brasileiro. p. 364.
[96] NÁUFEL, José. Novo dicionário jurídico brasileiro, p. 792.
[97] DANILEVICZ, Ígor. Os limites entre o ISS e o ICMS: a LC n. 116/2003
em face do DL n. 406/68 e as leis complementares relativas ao ICMS. In:
TÔRRES, Heleno Taveira (Org.). ISS na Lei Complementar n. 116/2003 e na
Constituição.
[98] SABBAG, Eduardo. Manual de direito tributário, p. 1318.
[99] COSTA, Regina Helena V.. Tributação ambiental. In: FREITAS,
Vladimir Passos de. (Org.). Direito ambiental em evolução 1, p. 393.
https://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/impressao.asp?id=4318 35/41
22/01/2018 A Tributação de novas tecnologias e serviços de streaming no Brasil, de autoria de Christian Luiz Floriani Stafin (Versão para impressão) Boletim…
[100] BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Teor: Institui o
Código Civil.
[101] BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula vinculante nº 31. Teor: É
inconstitucional a incidência do imposto sobre serviços de qualquer natureza
ISS sobre operações de locação de bens móveis.
[102] BRASIL. Supremo Tribunal Federal. AI nº 623226. Rel. Min. Marco
Aurélio, 1ª T., j. 01 fev. 2011.
[103] BRASIL. Supremo Tribunal Federal. AI nº 623226. Rel. Min. Marco
Aurélio, 1ª T., j. 01 fev. 2011.
[104] BRASIL. Supremo Tribunal Federal. AI nº 623226. Rel. Min. Marco
Aurélio, 1ª T., j. 01 fev. 2011.
[105] HARADA, Kiyoshi. ISS: aspectos polêmicos da lei complementar nº
116/03. Disponível em:
<http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/30482318891
PB.pdf>.
[106] BRASIL. Lei nº 9.472, de 16 de julho de 1997. Teor: Dispõe sobre a
organização dos serviços de telecomunicações, a criação e funcionamento de
um órgão regulador e outros aspectos institucionais, nos termos da Emenda
Constitucional nº 8, de 1995.
[107] HARADA, Kiyoshi. O conteúdo do serviço de comunicação para
efeito de tributação pelo ICMS. Disponível em:
<http://www.haradaadvogados.com.br/oconteudodoservicode
comunicacaoparaefeitodetributacaopeloicms/>.
[108] HARADA, Kiyoshi. O conteúdo do serviço de comunicação para
efeito de tributação pelo ICMS. Disponível em: .
[109] MOREIRA, André Mendes. A tributação dos serviços de comunicação:
conflitos de competência entre estados (ICMS) e municípios (ISSQN).
Disponível em:
<https://sachacalmon.com.br/publicacoes/artigos/tributacaodos
servicosdecomunicacaoicmsissqn/>.
[110] BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. REsp 1.176.753/RJ, Min, Rel.
Napoleão Nunes Maia Filho, rel. p/ Ac. Min. Mauro Campbell Marques, 1ª
T., j. 28 nov. 2012.
[111] BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. AgRg nos EDcl no Ag 833278,
RJ 2007/00600270. Min. Rel. Luiz Fux. 1ª T., j. 04 mar. 2008.
[112] TORRES, Heleno Taveira. ICMS e ISS não incidem sobre serviços de
valor adicionado na telefonia móvel. Disponível em:
<http://www.conjur.com.br/2014set24/consultortributarioicmsiss
naoincidemvaloradicionadotelefoniamovel>.
[113] ARANHA, Márcio Iorio; PIERANTI, Octavio Penna; WIMMER,
Miriam. O paradoxo da internet regulada: a desregulação dos serviços de
valor adicionado no Brasil. Revista Eptic, p.12.
[114] CONSULTOR JURÍDICO. Só município pode tributar serviços como
Netflix, explica advogado. Disponível em:
<http://www.conjur.com.br/2016mai26/municipiotributarservicos
Netflixexplicaadvogado>.
[115] TORRES, Heleno Taveira. ICMS e ISS não incidem sobre serviços de
valor adicionado na telefonia móvel. Disponível em:
<http://www.conjur.com.br/2014set24/consultortributarioicmsiss
naoincidemvaloradicionadotelefoniamovel>.
[116] TORRES, Heleno Taveira. ICMS e ISS não incidem sobre serviços de
valor adicionado na telefonia móvel. Disponível em:
<http://www.conjur.com.br/2014set24/consultortributarioicmsiss
naoincidemvaloradicionadotelefoniamovel>.
[117] TECHTUDO. Saiba mais sobre streaming, a tecnologia que se
popularizou na web 2.0. Disponível em:
<http://www.techtudo.com.br/artigos/noticia/2013/05/conhecao
streamingtecnologiaquesepopularizounaweb.html>.
https://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/impressao.asp?id=4318 36/41
22/01/2018 A Tributação de novas tecnologias e serviços de streaming no Brasil, de autoria de Christian Luiz Floriani Stafin (Versão para impressão) Boletim…
https://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/impressao.asp?id=4318 37/41
22/01/2018 A Tributação de novas tecnologias e serviços de streaming no Brasil, de autoria de Christian Luiz Floriani Stafin (Versão para impressão) Boletim…
[136] TECHTUDO. O que é Netflix e como funciona o primeiro mês grátis.
Disponível em:
<http://www.techtudo.com.br/noticias/noticia/2015/11/comofuncionao
primeiromesgratisdoNetflix.html>.
[137] NETFLIX. Termos de uso da Netflix. Disponível em:
<https://help.Netflix.com/legal/termsofuse?
locale=pt&docType=termsofuse>.
[138] FOLHA DE SÃO PAULO. Tv sob demanda e internet mudam atitudes
do espectador que está mais ansioso e viciado. Disponível em .
[139] NETFLIX. Escolha seu plano. Disponível em:
<https://www.Netflix.com/br/>.
[140] FOLHA DE SÃO PAULO. Tv sob demanda e internet mudam atitudes
do espectador que está mais ansioso e viciado. Disponível em .
[141] NETFLIX. Termos de uso da Netflix. Disponível em:
<https://help.Netflix.com/legal/termsofuse?
locale=pt&docType=termsofuse>.
[142] NETFLIX. Termos de uso da Netflix. Disponível em:
<https://help.Netflix.com/legal/termsofuse?
locale=pt&docType=termsofuse>.
[143] SOARES, Vitor Fonseca. Franquias na internet fixa e OTTs, p.04.
[144] NETFLIX. Termos de uso da Netflix. Disponível em:
<https://help.Netflix.com/legal/termsofuse?
locale=pt&docType=termsofuse>.
[145] THE HOLLYWOOD REPORTER. Chicago Netflix subscribers to pay
more. Disponível em:
<http://www.hollywoodreporter.com/news/chicagoNetflixsubscribers
paymore806622>.
Obs.: No original: Chicago has enacted a "cloud tax," which will tack on 9
percent to streaming services like Netflix and Spotify, the Chicago SunTimes
reported.It's an expansion of the city's amusement tax, which taxes things like
movies and tickets to sporting events. The streaming provision of the
amusement tax takes effect in September, and the city estimates it will bring in
$12 million annually.
[146] SLATE. The Netflix tax is coming, and why not? Disponível em:
<http://www.slate.com/blogs/moneybox/2016/09/27/Netflix_taxes_have_grown_popular_in_state
[147] SLATE. The Netflix tax is coming, and why not? Disponível em:
Netflix_taxes_have_grown_popular_in_states_and_cities_as_entertainment_moves.html>.
[148] THE SIDNEY MORNING HERALD. Treasurer introduces 'Netflix tax'
for GST on digital products to Parliament. Disponível em:
<http://www.smh.com.au/federalpolitics/politicalnews/treasurer
introducesNetflixtaxforgstondigitalproductstoparliament
20160210gmq88u.html>.
[149] FORBES. More countries jump on 'Netflix tax' bandwagon. Disponível
em: <https://www.forbes.com/sites/joeharpaz/2015/09/03/morecountries
jumponNetflixtaxbandwagon/#6367381740ff>.
Obs.: No original: That same logic has driven Japan to implement an 8%
“consumption tax on electronic services by offshore providers” effective
October 1, 2015. The new rule is very similar to the one we saw rolled out
across the European Union earlier this year, with separate ways of collecting
tax based on whether the services are businesstobusinesses or businessto
consumer oriented. For consumerfacing businesses, offshore service
providers will need to collect the tax from Japanbased consumers. For
businesstobusiness services, the Japanese purchaser of services would be
required to pay the tax to Japan’s National Tax Agency. So far, just six non
resident companies have registered with the National Tax Agency to collect
the consumption tax, despite the looming deadline.
[150] FORBES. More countries jump on 'Netflix tax' bandwagon. Disponível
em: Netflixtaxbandwagon/#6367381740ff>.
https://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/impressao.asp?id=4318 38/41
22/01/2018 A Tributação de novas tecnologias e serviços de streaming no Brasil, de autoria de Christian Luiz Floriani Stafin (Versão para impressão) Boletim…
[151] SLATE. The Netflix tax is coming, and why not? Disponível em:
Netflix_taxes_have_grown_popular_in_states_and_cities_as_entertainment_moves.html>.
[152] SLATE. The Netflix tax is coming, and why not? Disponível em:
Netflix_taxes_have_grown_popular_in_states_and_cities_as_entertainment_moves.html>.
Obs.: No original: Now, increasingly, consumers are shifting their
entertainment expenditures from monthly cable bills, which are taxed, to
online streaming services, which are not. Cable companies have been losing
customers since 2013, and the rate of attrition seems to be increasing. That’s
bad news for city governments, which collect an average of about $50 per
subscriber per year. In some places, it’s much more: Raleigh, Charlotte,
Kansas City, and Tallahassee all take in more than twice that much from
cable subscribers each year. Cordcutting, as Whet Moser has suggested in
Chicago Magazine, could be about to cut a hole in city coffers.
[153] G1. Temer sanciona lei que autoriza cobrança de ISS de serviços como
Netflix e Spotify. Disponível em: Netflixespotify.ghtml>.
[154] G1. Temer sanciona lei que autoriza cobrança de ISS de serviços como
Netflix e Spotify. Disponível em: Netflixespotify.ghtml>.
[155] BRASIL. Lei Complementar nº 157, de 29 de dezembro de 2016. Teor:
Altera a Lei Complementar no 116, de 31 de julho de 2003, que dispõe sobre
o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, a Lei no 8.429, de 2 de
junho de 1992 (Lei de Improbidade Administrativa), e a Lei Complementar
no 63, de 11 de janeiro de 1990, que “dispõe sobre critérios e prazos de
crédito das parcelas do produto da arrecadação de impostos de competência
dos Estados e de transferências por estes recebidos, pertencentes aos
Municípios, e dá outras providências”.
[156] ZERO HORA. Temer sanciona lei que pode aumentar preços de
serviços de streaming, como Netflix e Spotify. Disponível em: streaming
comoNetflixespotify8997515.html>.
[157] G1. Temer sanciona lei que autoriza cobrança de ISS de serviços como
Netflix e Spotify. Disponível em: Netflixespotify.ghtml>.
[158] GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: teoria geral das
obrigações, p. 8687.
[159] GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: teoria geral das
obrigações, p. 8687.
[160] GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: teoria geral das
obrigações, p. 8687.
[161] GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: teoria geral das
obrigações, p. 85.
[162] MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil, p. 89.
[163] BRASIL. Supremo Tribunal Federal. AI 623226 AgR, Rel. Min. Marco
Aurélio, 1ª T., j. 01 fev. 2011.
[164] BRASIL. Supremo Tribunal Federal. AI 623226 AgR, Rel. Min. Marco
Aurélio, 1ª T., j. 01 fev. 2011.
[165] BRASIL. Supremo Tribunal Federal. AI 623226 AgR, Rel. Min. Marco
Aurélio, 1ª T., j. 01 fev. 2011.
[166] ARENANEWS. 3 fatores para ficar de olho na Netflix ao longo de
2017. Disponível em: <http://www.arenanews.com.br/3fatorespara
ficardeolhonaNetflixaolongode2017/>.
[167] ASSESSORIA BRASILEIRA DE MARCAS. História da marca
Netflix. Disponível em: Netflix>.
[168] IG. Conheça a sede do Netflix, maior serviço de vídeo por assinatura
do mundo. Disponível em: <http://tecnologia.ig.com.br/201406
16/conhecaasededoNetflixmaiorservicodevideoporassinaturado
mundo.html>.
[169] NETFLIX. Netflix timeline: A brief history of the company that
revolutionized watching of movies and TV shows. Disponível em:
<https://media.Netflix.com/en/aboutNetflix>.
https://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/impressao.asp?id=4318 39/41
22/01/2018 A Tributação de novas tecnologias e serviços de streaming no Brasil, de autoria de Christian Luiz Floriani Stafin (Versão para impressão) Boletim…
[170] NETFLIX. Annual report pursuant to section 13 or 15(d) of the
securities exchange act of 1934: For the fiscal year ended December 31,
2016. Disponível em: <https://ir.Netflix.com/secfiling.cfm?
filingID=162828017496&CIK=1065280>.
Obs.: No original: As of December 31, 2016, we had approximately 4,700
total employees. Of these employees, approximately 4,500 were fulltime,
including approximately 1,300 categorized as temporary.
[171] THE NEW YORK TIMES. Netflix awards $1 million prize and starts a
new contest. Disponível em:
<https://bits.blogs.nytimes.com/2009/09/21/Netflixawards1million
prizeandstartsanewcontest/?8au&emc=au&_r=0>.
[172] MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil, p. 89.
[173] NETFLIX. Originais Netflix. Disponível em:
<https://www.Netflix.com/br/originals>.
[174] NETFLIX. Termo de uso da Netflix. Disponível em:
Netflix.com/legal/termsofuse?locale=pt&docType=termsofuse>.
[175] ARANHA, Márcio Iorio; PIERANTI, Octavio Penna; WIMMER,
Miriam. O paradoxo da internet regulada: a desregulação dos serviços de
valor adicionado no Brasil, p.12.
[176] NETFLIX. Termo de uso da Netflix. Disponível em:
Netflix.com/legal/termsofuse?locale=pt&docType=termsofuse>.
[177] TECMUNDO. O que é upload? Disponível em:
<http://compliancefiscal.com.br/novidadesecd2017oquemudou/>.
[178] NETFLIX. Termo de uso da Netflix. Disponível em:
Netflix.com/legal/termsofuse?locale=pt&docType=termsofuse>.
[179] NETFLIX. Recomendações de velocidade da conexão à internet.
Disponível em: <https://help.Netflix.com/pt/node/306>.
[180] TECMUNDO. Como funcionam as estrelas de classificação da
Netflix; entenda. Disponível em:Netflixentenda.html>.
[181] MOREIRA, André Mendes. A tributação dos serviços de comunicação,
p. 78.
[182] BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. AgRg nos EDcl no Ag 833278,
RJ 2007/00600270. Rel. Min. Luiz Fux. 1ª T., j. 04 mar. 2008.
[183] NETFLIX. Termo de uso da Netflix. Disponível em:
Netflix.com/legal/termsofuse?locale=pt&docType=termsofuse>.
[184] BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. REsp 511390 MG
2003/00032491. Min. Rel. Luiz Fux. 1ª T. j. 19 mai. 2005.
[185] ARANHA, Márcio Iorio; PIERANTI, Octavio Penna; WIMMER,
Miriam. O paradoxo da internet regulada: a desregulação dos serviços de
valor adicionado no Brasil, p.13.
[186] TELETIME. Receita de dados móveis cresceu 28% no Brasil em 2012.
Disponível em: <http://convergecom.com.br/teletime/09/04/2013/receita
dedadosmoveiscresceu28nobrasilem2012/?noticiario=TT>.
[187] INFOMONEY. Disney pode comprar a Netflix. Disponível em:
<http://www.infomoney.com.br/negocios/grandes
empresas/noticia/5620814/disneypodecomprarNetflix>.
[188] CONSULTOR JURÍDICO. Só município pode tributar serviços como
Netflix, explica advogado. Disponível em: Netflixexplicaadvogado>.
[189] CONSULTOR JURÍDICO. Só município pode tributar serviços como
Netflix, explica advogado. Disponível em: Netflixexplicaadvogado>.
[190] ARANHA, Márcio Iorio; PIERANTI, Octavio Penna; WIMMER,
Miriam. O paradoxo da internet regulada: a desregulação dos serviços de
valor adicionado no Brasil, p.11.
[191] MIGALHAS. É legítima a cobrança de ISS para serviços como Netflix
e Spotify? Veja opinião de tributaristas. Disponível em: Netflix+e+Spotify>.
[192] BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula nº 31. Teor: É
inconstitucional a incidência do imposto sobre serviços de qualquer natureza
ISS sobre operações de locação de bens móveis.
[193] MIGALHAS. É legítima a cobrança de ISS para serviços como Netflix
https://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/impressao.asp?id=4318 40/41
22/01/2018 A Tributação de novas tecnologias e serviços de streaming no Brasil, de autoria de Christian Luiz Floriani Stafin (Versão para impressão) Boletim…
[193] MIGALHAS. É legítima a cobrança de ISS para serviços como Netflix
e Spotify? Veja opinião de tributaristas. Disponível em: Netflix+e+Spotify>.
[194] BRASIL. Projeto de lei do senado nº 386/2012. Teor: Altera a Lei
Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003, que dispõe sobre o Imposto
Sobre Serviços de Qualquer Natureza ISS, de competência dos Municípios e
do Distrito Federal, e dá outras providências.
[195] BRASIL. PLP 366/2013. Disponível em:
<http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?
idProposicao=603566>.
[196] BRASIL. Câmara aprova nova regra de ISS para barrar guerra fiscal.
Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/ECONOMIA/495835
CAMARAAPROVANOVAREGRADEISSPARABARRAR
GUERRAFISCAL.html>.
[197] BRASIL. PLP 366/2013. Disponível em: .
[198] BRASIL. Lei Complementar nº 157, de 29 de dezembro de 2016. Teor:
Altera a Lei Complementar n. 116, de 31 de julho de 2003, que dispõe sobre
o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, a Lei no 8.429, de 2 de
junho de 1992 (Lei de Improbidade Administrativa), e a Lei Complementar
no 63, de 11 de janeiro de 1990, que “dispõe sobre critérios e prazos de
crédito das parcelas do produto da arrecadação de impostos de competência
dos Estados e de transferências por estes recebidos, pertencentes aos
Municípios, e dá outras providências”.
Data da conclusão/última revisão:05/07/ 2017
Christian Luiz Floriani Stafin
Advogado.
Inserido em 23/11/2017
Parte integrante da Ediçao no 1486
Forma de citação
STAFIN, Christian Luiz Floriani. A Tributação de novas tecnologias e serviços de streaming no
Brasil. Boletim Jurídico, Uberaba/MG, a. 5, no 1486. Disponível em:
<http://www.boletimjuridico.com.br/ doutrina/texto.asp?id=4318> Acesso em: 22 jan. 2018.
https://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/impressao.asp?id=4318 41/41