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Winston Fritsch
Introdução
Este período que antecedeu a Primeira Guerra Mundial marcou “um ciclo de
crescimento que, em termos de duração e extensão do progresso material, não teve
paralelo na memória daqueles que o testemunharam”. (pg. 50)
A melhora pode começar a ser sentida no ano de 1902-1906, denominado como
“milagre econômico”, o momento foi de aumento das exportações da borracha e de
investimentos europeus que permearam até praticamente o início da Guerra. (pg. 50)
Dois grandes problemas foram enfrentados durantes esses primeiros anos, um foi
o aumento da receita líquida de divisas o qual ocasionou uma considerável apreciação
cambial, fazendo com que fosse reiniciado a discussão sobre reforma monetária. Outra
questão foi a piora do mercado cafeeiro com o desequilíbrio deste em razão da
supersafra ocorrida em São Paulo no ano de 1906. (pg. 50-51)
Diante disso, o governo conseguiu com os bancos londrinos um empréstimo
capaz de “financiar a desova dos estoques de café em prazo mais longo e, portanto,
garantir a estabilidade de preços a curto prazo”. Esta atitude permitiu que nos mercados
internacionais de capital as condições de crédito fossem normalizadas em 1908 e
gerassem aceleração no crescimento, até o ano de 1913. (pg. 51)
Resumindo, com a utilização do padrão-ouro, a solidez monetária doméstica
passou a ser associada a conduta do balanço de pagamentos. “Por causa disso, até o
início da guerra em 1914, os acontecimentos exógenos que afetariam os mercados
internacionais do café e da borracha, e o fluxo de capital europeu de longo prazo, seriam
decisivos para a determinação do nível de atividade interna da economia”. (pg. 52)
Entre altos e baixos, o ano de 1913 chega como marco inicial de um momento
duradouro “crise de liquidez gerada pela operação do padrão-ouro após a reversão da
posição do balanço de pagamentos, que se estenderia até a eclosão da Guerra Mundial”.
Ainda assim, o padrão-ouro foi mantido pelo governo, o que gerou dificuldade na
política monetária e fez a economia entrar em recessão antes mesmo das oposições
Europeias. (pg. 53)
Neste período de quatro anos, o país passaria por uma recuperação econômica,
durante o governo de Epitácio Pessoa. No ano de 1922, o preço do café voltou a subir,
as exportações estavam aumentando e o déficit comercial se revertendo. (pg. 60)
O novo presidente, Artur Bernardes, herdou o país em meio a sérios problemas,
o que o fez instituir um programa, o qual possuía como ponto inicial “a realização de
uma reforma monetária que transformasse o Banco do Brasil em banco central,
retirando do Tesouro os poderes de emissão de moeda”. (pg. 61)
Este programa contemplava resoluções drásticas de vários problemas, entretanto,
alguns dessas medidas eram a longo prazo, por isso, seriam necessárias algumas
medidas instantâneas. “Os primeiros meses do governo Bernardes, entretanto, seriam
marcados por uma conduta cautelosa na condução da política monetária, coerente com
sua meta prioritária de apreciação cambial que pressupunha corrigir a vulnerabilidade
da posição externa”. (pg. 61-62)
A partir da metade do ano de 1923, o país começou a perder o controle sobre as
políticas monetárias e em razão da preocupação com uma nova crise cambial, foi-se
cogitado um empréstimo para estabilizar a situação. Nesses termos, foram realizadas
inúmeras tentativas de ter o referido empréstimo com os britânicos, ao mesmo tempo o
país sofria com revoltar militares no ano de 1924. (pg. 63)
Em contrapartida, o preço do café, no ano de 1924, teve recuperação em razão
do programa de valorização criado pelo governo. A indústria que vinha se recuperando
desde 1922, paralisou nos anos de 1925 e 1926. Esses anos em que o Brasil recuperou a
sua posição externa durante o governo de Bernardes, terão grande impacto nos anos
seguintes para fins de reabilitação dos fluxos de comércio. (pg. 64-65)
3. Conclusões