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Competência tributária
Todos os entes federativos podem criar as taxas; todos os entes podem criar
a contribuição de melhoria.
Já as contribuições são criadas, via de regra, pela União e compreendem:
As contribuições sociais
As contribuições de intervenção no domínio econômico
As contribuições de interesse de categoria profissional ou econômica
As contribuições para o custeio do serviço de iluminação pública
(COSIP/CIP)
Obs: a primeira exceção à regra da competência está no art. 149, parágrafo
primeiro da constituição, que diz respeito às contribuições sociais dos servidores
públicos que será criada pelo ente a que pertencer o servidor público. A outra
exceção está no 149-A, que diz respeito à COSIP, que será criada pelos
municípios e pelo DF. As outras contribuições serão privativas da União.
O empréstimo compulsório também só pode ser criado pela União.
A competência tributária é facultativa, pois os entes não são obrigados a
criar os tributos; o art. 145 da CF diz que esses entes “podem” criar. Mas e a lei
complementar 101 de 2000 que diz que os entes são obrigados a criar os
impostos no art. 11? No entanto, o que prevalece é a CF, pois ela é
hierarquicamente superior. Ex: até hoje a união não criou o imposto sobre as
grandes fortunas. Se o ente não criar o tributo ele não receberá as transferências
voluntárias. Ex: se a União não criou o IGF, que poderia ter feito, e estiver
passando por dificuldades e um município X quiser lhe repassar verbas, a União
não poderá receber essas transferências voluntárias; a União que crie seu
tributo.
A regra é que o ente que cria o tributo, fica com o dinheiro para si.
Acontece que a CF separou um capítulo para o repasse da receita tributária
obrigatória. Acontece que alguns entes deveriam passar uma certa parte da
receita tributária para outros entes. Ex: o IPVA é de competência do Estado, mas
uma parcela da arrecadação desse imposto deve ser repassada aos municípios.
No 153, 5 da CF e no 157 a 159 da CF estão quais são entes federativos que
deverão repassar quais tributos referentes a quais percentagens para outros
entes federativos. Tudo deve ser repassado de forma obrigatória, a não ser que
o ente que receberia não utilizar o dinheiro para saúde ou tenha uma dívida com
o ente que faria o repasse.
A competência tributária é incaducável (imprescritível). O direito do Ente
Federativo instituir o tributo pode ser exercido a qualquer tempo.
A competência tributária é inalterável por lei infraconstitucional, mas nada
impede que seja alterada por meio de emenda à CF.
A competência tributária é irrenunciável, no entanto ela é facultativa, o
ente pode exercê-la se quiser.
Como que os tributos serão criados? Serão criados por meio de lei, via de
regra, por lei ordinária. Mas há quatro tributos que só poderão ser criados por
meio de lei complementar. Quais são as quatro exceções? CEGI
Contribuição social residual: art. 195, parágrafo quarto da CF
Empréstimo compulsório: art. 148 da CF
IGF (imposto sobre grandes fortunas):153, VII da CF
Imposto residual: 154, I da CF
Obs: todos os impostos que são criados por lei ordinária, também poderão ser
criados por lei complementar, mas o oposto não ocorre.
A medida provisória pode criar e majorar tributos? O art. 62, parágrafo
segundo determina que a medida provisória poderá instituir e majorar
IMPOSTOS. Mas a medida deverá observar dois requisitos: esse imposto deve
poder ser tratado por lei ordinária (art. 62, 1, III da CF), não pode tratar sobre
matéria reservada a lei complementar; de acordo com os princípios da
anterioridade de exercício e da anterioridade nonagesimal, os impostos só
podem ser cobrados no exercício financeiro seguinte e noventa dias depois de
publicada a lei que instituiu ou majorou o tributo, então para que o imposto possa
ser cobrado no ano seguinte a medida provisória deve ser convertida em lei até
o final do exercício financeiro em que ela foi editada. Mas há cinco impostos que
não precisam aguardar a conversão da medida provisória em lei, quatro deles
podem, inclusive, ser cobrados imediatamente que são: IEG (será criado em
caso de guerra externa ou sua iminência), II (imposto sobre importação), IE
(imposto sobre exportação), IOF (imposto sobre operações fiscais); os três
últimos são impostos de regulação do mercado, são parafiscais. Estes impostos
poderão ser cobrados imediatamente sem a necessidade de esperar o exercício
financeiro seguinte. Já no caso do IPI, será necessário esperar apenas 90 dias.
O STF diz que a medida provisória poderá criar ou majorar qualquer espécie
tributária desde que respeitados os dois requisitos.
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
É a dispensa constitucional do dever de pagar o tributo. É um limite ao
poder de tributar. É irrevogável. É possível se valer de todos os métodos de
interpretação.
Imunidade especifica: quando a constituição diz que não será pago um
tributo específico. Poderá alcançar qualquer espécie tributária. Só não
tem para contribuição de melhoria e empréstimo compulsório.
Imunidade genérica: somente vale para os impostos. 150, VI, CF. Pode
ser- subjetiva, objetiva, recíproca, templos de qualquer culto, cds e dvds
de artistas nacionais.
Imunidade recíproca: Um ente federativo não pode comprar impostos dos
outros entes, sobre rendas, patrimônio e serviços. Se o ente for um contribuinte
de fato, terá que suportar o encargo financeiro. O ente só tem imunidade quando
está na condição de contribuinte de direito.
Contribuinte de fato: é quem paga o tributo ao final, é o consumidor.
Contribuinte de direito: é quem pratica o fato gerador, mas não paga o tributo.
A imunidade recíproca é extensiva para as autarquias e fundações públicas. Os
correios são empresas públicas, mas também possuem imunidade.
Imunidade dos templos de qualquer culto: visa preservar a liberdade religiosa.
Tudo o que estiver em nome da instituição religiosa e que cumpra sua finalidade
não vai pagar impostos. Maçonaria não tem imunidade tributária, porque não é
religião. Cemitério da igreja também tem imunidade. Já o cemitério de terceiros
que visa lucro, não terá imunidade.
Imunidade subjetiva: são pessoas que gozam de imunidade tributária. As
entidades de assistência social sem fins lucrativos, entidades de educação sem
fins lucrativos, partidos políticos e suas fundações, sindicato dos trabalhadores.
Essas pessoas não podem distribuir lucros, nem remeter valores ao exterior, e
devem manter seus livros contábeis em dia. Os partidos políticos além desses
requisitos, deverão estar devidamente registrados no TSE e não podem atentar
contra princípios e costumes do ordenamento jurídico. A previdência privada que
não tiver colaboração do empregado e somente do empregador, também terá
imunidade.
Entidades de assistência social, além de não pagarem impostos, também não
pagam as contribuições sociais.
Imunidade Objetiva: quem não paga imposto é o objeto. Livros, jornais,
periódicos e papeis destinados à sua impressão são imunes aos impostos. Livro
em branco não tem imunidade. Ex: o livro de contabilidade, livro ponto, tem que
pagar impostos. Só os livros que transmitem pensamentos possuem imunidade
tributária. Livro eletrônico tem imunidade? Ainda não há entendimento firmado
sobre o assunto, mas a maioria dos tribunais compreendem que sim, pois
também transmitem pensamentos. Catálogo publicitário, tem que pagar
impostos.
Imunidade para cds e dvds de artistas nacionais: visa evitar a pirataria.
ISENÇÃO TRIBUTÁRIA
É a dispensa do dever de pagar o tributo feita por meio de lei. Via de regra,
poderá ser revogada a qualquer instante. Exceção: 178, CTN. Isenção por prazo
certo sob certas condições. Só pode ser usada a interpretação literal.
CLASSIFICAÇÃO TRIBUTÁRIA
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
Pode ser criado somente pela União, por meio de lei complementar. Poderá ser
criado em caso de guerra externa ou sua iminência; calamidade pública;
investimento público de caráter urgente e relevância nacional. Em caso de guerra
e calamidade, poderão ser cobrados imediatamente. Não necessitarão respeitar
a anterioridade de exercício e nem a anterioridade nonagesimal.
TAXAS
Todos os entes federativos podem criar taxas, por meio de lei ordinária. Serão
criadas em duas circunstâncias: em razão do exercício regular do poder de
polícia e pela utilização efetiva ou potencial de um serviço público específico
e divisível. Ex: taxa de alvará, taxa de controle e fiscalização ambiental, coleta
de lixo individual (não confundir com limpeza pública), custas processuais.
Iluminação pública não é taxa, pois não é divisível, ela se enquadra em
contribuição (cosip).
As taxas não podem ter a base de cálculo idênticas à dos impostos.
CONTRIBUIÇÕES
IMPOSTOS
O imposto residual é um imposto que não está previsto na CF. Pode ser criado
desde que: seja instituído pela união; por meio de lei complementar; não
cumulativo; e fato gerador e base de cálculo diferente dos impostos já previstos
na CF. O Imposto Extraordinário Guerra só poderá ser criado em caso de guerra
externa ou sua iminência e poderá ter por fato gerador, fato já existente na
legislação federal. Tem que cessar a cobrança conforme cesse a situação de
sua criação.
Os impostos regulatórios de mercado são o II, IE e IOF e por essa razão
possuem duas características: O poder executivo pode alterar as suas alíquotas
por meio de decreto e poderão ser cobrados imediatamente, ou seja, sem
observância da anterioridade de exercício e da anterioridade nonagesimal.
O IPI também poderá ter suas alíquotas alteradas pelo poder executivo, mas não
poderá ser cobrado imediatamente, porque terá que esperar os 90 dias da
anterioridade nonagesimal. Incide também sobre as importações, mesmo que
seja para uso próprio. É obrigatoriamente seletivo.
O ITR incide frente ao imóvel rural, o que dirá o que é zona urbana é lei municipal.
Por exclusão se chega ao imóvel rural. Se o imóvel estiver na zona urbana, mas
tiver destinação econômica rural, ele terá que pagar o ITR. Esse é um tributo
progressivo, conforme aumenta-se a base de cálculo também aumenta as
alíquotas. Ele tem uma imunidade específica; não incidira os ITR sobre
pequenas glebas definidas em lei, desde que quem as explore não tenha outro
imóvel.
O IR incide sempre que o sujeito aufere rendas ou proventos de qualquer
natureza e que além disso, o contribuinte tenha disponibilidade econômica ou
jurídica e que ocorra um acréscimo patrimonial ao contribuinte. Sobre verbas
indenizatórias não pode incidir o IR, pois elas recompõe uma perda do
contribuinte. Com relação às horas extras incide o IR. Segue o princípio da
progressividade, da generalidade e o da universalidade.
O IGF ainda não foi criado pela União, mas poderá ser criado por meio de lei
complementar.
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA