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INTRODUÇÃO

A lepra é conhecida desde a antiguidade. Relatos em papiros, na Bíblia e a identificação

de traços da doença por análise em ossos daqueles que provavelmente foram portadores do

Mycobacterium leprae nos confere tal informação. Embora haja pouco conteúdo escrito sobre tal

enfermidade na idade antiga (quando comparada com o acervo da idade média), é possível

descrever o significado daquela doença para aqueles que viviam na dada época, e mais

precisamente para aqueles que sofriam da doença. Os impactos biológicos não eram os únicos

males associados, pois as condições sociais e psicológicas dos acometidos continham

peculiaridades.

As descrições relatadas na Bíblia Sagrada fornecem diversas informações sobre a vida

dos leprosos. Algumas histórias como a de Lázaro, o leproso, que são bem conhecidas pelo

público geral, estão presentes em tal livro, assim como a presença de leis e condutas direcionadas

a tais doentes. Entretanto não eram os únicos afetados por elas, uma vez que haviam certas

confusões relacionadas ao diagnóstico da lepra.

No Brasil, assim como em outros lugares, foi uma doença que segregou os doentes do convívio

com a comunidade. O leproso carregava o estigma e o preconceito de uma doença milenar. Em

nosso território, grandes atrocidades foram feitas contra esses doentes. Foi o chamado

“Holocausto Hanseniano”.
LEPRA NA IDADE ANTIGA

Considerada uma das doenças mais temidas na antiguidade, a lepra não era uma doença

com somente repercussões de cunho biológico, mas também com fortes características sociais.

As manchas, feridas e odor geravam repúdio e espanto naqueles que cercavam os leprosos.

(SILVA, 2012)

Não é simples afirmar a época do surgimento da lepra (assim como de outras doenças)

tendo por base os textos antigos. Sem uma descrição clara dos aspectos mais característicos de

uma dada doença, é possível que haja falsas interpretações sobre a mesma. É discutido que a sua

origem seria asiática ou africana, mas ainda não há consenso nos dias atuais. No Egito, a doença

já era conhecida há mais de quatro mil anos, como descrito em um papiro do período de Ramsés

II, além de evidências objetivas da enfermidade pela análise em corpos da época. Também era

conhecida na China, Índia e Japão há mais de três mil anos. Há muitas referências de hanseníase

em diversos locais, entretanto o que pode ter ocorrido de fato foram traduções equivocadas de

termos. (EIDT, 2004)

Há referências da doença descritas por Aretaeus e Galeno, datadas por volta do ano de

150 d.C. na Grécia. Aretaeus, em sua obra “Terapêutica de Doenças Crônicas”, relata que a pele

do doente se apresenta espessada, semelhante à pele de um elefante (por isso sendo designada

como elefantíase), atribuindo o termo fácies leonina à face dos infectados que apresentam a

doença. (EIDT, 2004)

A hanseníase era chamada de lepra, assim como outras enfermidades que apresentavam

características semelhantes ou simplesmente eram patologias cutâneas, como a psoríase e a

escabiose. Isso é um dos fatores que dificulta a interpretação dos relatos existentes,

principalmente no que tange a cura e manifestações da doença. (EIDT, 2004)


Embora não tão claras, há citações sobre a lepra na Bíblia Sagrada, nos capítulos 13 e 14

do livro de Levítico. A tradução de palavras que teria como significado a lepra torna um tanto

complicado predizer o real significado. Na Bíblia, a descrição é de que a manifestação na pele

dos acometidos seriam como manchas e pelos brancos. (EIDT, 2004)

Os relatos da lepra na época neotestamentária revela muito sobre as condições de vida, a

visão social e familiar dos leprosos. Na dada época, por se tratar de uma doença incurável,

contagiosa e aterrorizante, a constatação da doença privava o indivíduo do convívio social e

recluso a locais isolados, sendo proibido de entrar nas cidades. A aproximação com outras

pessoas era marcada por uma obrigação: o leproso deveria clamar “imundo, imundo! ”, a qual

tinha a função de avisar sobre a enfermidade de que distância deveria ser dada. O leproso

também deveria deixar o cabelo bagunçado e vestir roupas rasgadas. A marca social desse evento

era e que um ser indigno, imundo e impuro estava passando por aqueles locais. Em caso de cura

da enfermidade (vale lembrar que diversas doenças de cunho dermatológico eram designadas

como lepra), o indivíduo deveria comparecer ao templo de Jerusalém e se apresentar a um

sacerdote, o qual iria avaliar a sua condição e determinar se estaria livre da doença. Há relatos de

pedidos pelos leprosos a Jesus Cristo para que lhes curassem. A cura não significava somente um

benefício biológico, mas também a libertação da exclusão social, o retorno ao seu lar e à sua

família. (CASONATTO, 2012) (SILVA, 2012)

A história de Lázaro, o leproso (Lucas 16:19-31), é outro relato da doença no contexto

bíblico. Nela, conta-se sobre um homem rico e Lázaro, um mendigo repleto de chagas, o qual

desejava se alimentar das migalhas que caíam da mesa do homem rico. A história fala sobre fé e

humildade e o destino daqueles que possuem ou não tais características. (BÍBLIA SAGRADA,

2008)
No capítulo 13 de Levítico, leis descreviam os procedimentos relacionados à lepra. Uma

pessoa que apresentasse inchaço ou alguma crosta na pele estaria sob a suspeita de ter a doença,

de tal modo que deveria ser levado a Arão ou a um de seus filhos, a fim de que fosse examinado.

Caso houvesse pelos brancos nas regiões cutâneas afetadas, e se houvesse sinais de depressão na

pele, era constatada a lepra e o sacerdote encarregado deveria declarar a tal pessoa como impura.

Caso não houvesse depressão cutânea e ou pelos brancos na região em evidência, o sacerdote

deveria pôr o suspeito em quarentena por sete dias. No sétimo, seria avaliado novamente. Caso

não houvesse alastramento na pele, seria mantido por mais sete dias, para que no sétimo fosse

novamente avaliado. A condição para a declaração de estar sarado seria não ter sais de

alastramento nessa última quarentena. Esse é um de vários dos protocolos presentes na Bíblia.

(BÍBLIA SAGRADA, 2008) (GIACHETTI)

O diagnóstico da doença era feito por meio da observação da presença de inchaços,

pústulas e erupções, nas quais os pelos se tornavam brancos e a região afetava era deprimida

quando comparada ao restante da pele. Entretanto, a anestesia, um ponto essencial para o

diagnóstico, não era mencionada. Os sacerdotes eram os responsáveis pelo diagnóstico. Isso

provavelmente se deve ao fato de que a doença se relacionava com o pecaminoso, devendo ser

combatida através de rituais, sacrifícios e purificações, tais como a queima de objetos pessoais e

contato direto entre doente e aquele considerado puro. (BÍBLIA SAGRADA, 2008) (CUNHA,

2002)
LEPRA NA IDADE MÉDIA
LEPRA NA IDADE MODERNA E CONTEMPORÂNEA
A Lepra no Brasil

Assim como em outras épocas, a trajetória dos leprosos no Brasil foi sombria e marcada
pelo estigma, pelo preconceito e pela exclusão já presente desde os tempos bíblicos. O primeiro
registro da doença no país foi em 1600 no Rio de Janeiro, informação contestada, visto que há
relatos não comprovados de que alguns indígenas já apresentavam sintomas da doença
previamente.
Os pioneiros dos estudos históricos sobre a lepra no Brasil não foram historiadores, visto

que a linha de interesse desses pela história da medicina e da saúde é recente (pois seu viés

historiográfico estava mais focado em contextos políticos, sociais e diplomáticos antigamente)

mas sim médicos. Um grande destaque se dá para o leprologista Heráclides César de Souza

Araújo que reuniu índices, taxas, leis de várias épocas, artigos médicos e relatórios. Entretanto se

trata de uma abordagem de caráter clínico-médica, que não englobava aspectos sociais,

filosóficos e culturais.

O primeiro esboço de tentativa de cuidado para os leprosos de deu no período colonial,

durante o governo de D. João V, o qual ordenou a construção de leprosários para o isolamento

dos doentes da população sadia. O primeiro lazareto construído foi o Hospital dos Lázaros do

Rio de Janeiro, em São Cristovão. O hospital, pioneiro no país para o tratamento dos leprosos,

era sustentado com doações e contava com frades franciscanos, auxiliados por escravas detidas

por crimes graves, para o tratamento dos doentes. Em 1983 esse mesmo hospital sofre uma

grande reformulação, ganhando um laboratório experimental e uma biblioteca especializada para

a doença, se tornando uma referência nacional no combate à moléstia. (1)

A Primeira Conferência Internacional de Leprologia, sediada em Berlim em 1897, deu

embasamento científico para as medidas de isolamento e contenção dos leprosos. O médico

norueguês Gerard Amauer Hansen percebeu a presença de bacilos em forma de bastonete nos

nódulos de leprosos, sugerindo que a moléstia não era transmitida por hereditariedade ou
miasmas. A partir de então a teoria multicasual perde prestígio na comunidade médica mundial, e

a teoria bacilar de Hansen ganha muitos adeptos. (2,3)

Em 1903, Oswaldo Cruz toma posse da Diretoria Geral de Saúde Pública, iniciando a

“primeira reforma sanitarista” do início do século XX. Já em 1904 dedica sua atenção para a

lepra, tornando compulsória sua notificação e o isolamento em domicílio, colônias agrícolas,

sanatórios ou asilos. Os hospitais começaram a se tornar espaços inadequados para o tratamento

dos leprosos e as ideias conceituais de “microrganismo” e “contágio” se disseminaram e

ganharam força entre os médicos brasileiros, corroborando para o apoio desses na segregação

dos lázaros. (1,3)

Em 1920 foram criados o Departamento Nacional de Saúde Pública e a Inspetoria de

Profilaxia da Lepra e Doenças Venéreas (extinta em 1934, pelo seu grande foco na sífilis e pouca

resolubilidade para lepra), como políticas centralizadoras do Regime Republicano no que tangem

a saúde. A partir de 1930 se deram início políticas estaduais de isolamento compulsório de

leprosos nos leprosários/colônias, sobretudo em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais (1,2)

O Holocausto Hanseniano

O ano de 1937 foi o marco do início do chamado “holocausto hanseniano” no Brasil,

pois, nesse ano, o então presidente Getúlio Vargas iniciou a política de construção de hospitais-

colônia, nos quais todas as pessoas acometidas pela moléstia deveriam ser isoladas de forma

compulsória e sem permissão para sair. Apesar dessas políticas já terem se iniciado bem antes a

nível estadual, foi no Estado Novo que a segregação à força ganhou dimensão e respaldo

federais.
O desconhecimento da cura, o medo, o estigma e o preconceito que a doença trazia

fizeram o governo adotar essa postura, que já era comum no âmbito mundial, acreditando que

esse seria o único modo de conter a doença e evitar o alastramento da epidemia. Entretanto, a

longo prazo, observou-se uma baixa eficácia da política de isolamento, já sugerida no Terceiro

Congresso Internacional de Lepra, em 1923 na França, uma vez que se percebeu que o número

de casos não diminuía. O confinamento só colaborou para aumentar a repulsa, o ódio e a aversão

aos doentes. (1,2,4)

Durante as décadas de 30, 40 e 50 uma verdadeira perseguição se deu aos leprosos e suas

famílias para que fossem internados nessas colônias e separados do contato com o mundo

exterior. A medida profilática tinha natureza policial, e desprezava toda a história de vida e os

vínculos sociais e familiares dos “lazarentos”. Milhares de pessoas foram capturadas à força,

separadas de seus pais, filhos, esposas, maridos e amigos. (4,5)

O modelo baseava-se em um tripé: os Leprosários, que eram colônias em que lázaros

viviam isolados do mundo exterior; Educandários, que eram locais onde os filhos dos leprosos

eram acolhidos ou esperavam adoção, visando a restrição do contato com os pais e servindo

como medida de segurança, pois a hereditariedade da doença ainda não fora totalmente

contestada; e finalmente os Dispensários onde estavam pessoas que tinham contato frequente

com leprosos ou estavam com suspeita da doença. (1)

Houveram diferentes realidades de leprosários em todo o Brasil, variando conforme cada

quadro regional. Alguns leprosários possuíam uma boa estrutura, sendo análogos a “pequenas

cidades”, outros, entretanto, careciam de recursos básicos, tais como médicos, comida e

acomodações, sobretudo nos locais mais pobres e marginalizados do país, tornando a vida dos

lázaros ainda mais precária e sofrida. Uma vez dentro da colônia, o doente não saía a não ser em
condição de cura, contudo, mesmo curado, muitas vezes permanecia no leprosário, pois o

estigma e a exclusão criados pela sociedade o impossibilitava de recuperar uma vida normal.

(1,3)

Dentro da colônia, uma verdadeira sociedade paralela se criava. O leprosário possuía e

uma vida social, econômica e política própria. Havia uma estrutura completa: alojamentos

masculinos e femininos para os solteiros, casas geminadas para os casados, prefeitura, lavoura,

criação de gado, cemitério, cinema, teatro, emissora de rádio, delegacia, cadeia, escola, cartório,

capela, campo de esportes, etc. Os leprosos assumiam diversas funções tais como policial,

prefeito, enfermeiro, marceneiro, cozinheiro, todas aprendidas dentro da comunidade lázara. A

colônia possuía moeda própria, para evitar que a doença se espalhasse para o mundo exterior por

meio do dinheiro.

Normas rígidas eram muito comuns nessas colônias, principalmente nos primeiros anos

de suas fundações. Os visitantes, em dias de visita, eram separados dos leprosos por uma

divisória de vidro, na tentativa de barrar a propagação da doença. Um abraço ou um simples

aperto de mão eram impossíveis. Era comum a proibição do namoro e de relações entre os

pacientes. Há relatos de que muitos leprosos fugiam por alguns dias para procurar serviços de

prostituição nas cidades que estavam no entorno da colônia. Os leprosos, contudo, possuíam uma

espécie de “código de ética” curioso: caso a prostituta viesse a se tornar leprosa, o homem teria o

dever moral de casar-se com ela.

Os cuidados aos leprosos se davam entre eles e com o auxílio de irmãs franciscanas, as

quais treinavam os enfermeiros e administravam o tratamento. Algumas colônias eram divididas

em zonas, separando funcionários sadios, leprosos e casos mais graves de lepra, com grandes

deformações. (1,2)
Antes do advento da sulfona, na década de 40, o principal tratamento se dava pelo óleo de

chaulmoogra, um fitoterápico de origem indiana, usado de maneira tópica e injetável, que

provocava fortes efeitos colaterais, tais como vômitos e diarreia. Alguns locais promoviam o uso

da eletrocauterização das feridas. Ambas as medidas não possuíam eficácia alguma e

provocavam grande sofrimento para os doentes. (1,2,3)

Nas décadas de 60, 70 e 80, a prática de isolamento compulsório foi perdendo força no

Brasil, perdendo o respaldo legal por meio de leis federais e estaduais. Muitas dessas leis não

foram respeitadas de imediato, e uma boa parcela dos leprosos permaneceu vivendo nessas

colônias, pois não conseguiam se reinserir na sociedade, visto o forte estigma que a doença

carregava, além da falta de suporte governamental para o fim do preconceito e na inclusão do

leproso e do curado na coletividade. (1,4)

Uma Vida de Estigmas

O leproso sempre foi alvo do estigma e do preconceito, desde os tempos bíblicos.

No Brasil não foi diferente. O leproso carregava não só apenas marcas as físicas e deformações

da doença, carregava consigo julgamentos quanto á seu caráter, comportamento e linhagem

familiar.

A exclusão dos doentes da sociedade se dava em muitos âmbitos, não apenas quando as

marcas da doença apareciam, mas já no instante em que ganhava o título de leproso, momento

em que todos ao seu redor se afastavam. O isolamento não era apenas físico, mas também social.

Não era raro o lázaro ser renegado dentro da própria família. Ter um parente leproso era motivo
de vergonha. O julgamento moral era também fardo da família, sobretudo dos filhos do

lazarentos. (1,5)

Não bastasse o preconceito da população sadia, os leprosos em estágio mais avançado da

doença, com deformidades acentuadas, sofriam preconceito e exclusão social dentro das

colônias. Era comum o isolamento desses em uma ala própria. Eram chamados vulgarmente

pelos outros leprosos de “ferro velho”.

Os filhos dos leprosos confinados eram levados para os chamados educandários. Lá

sofriam igual isolamento e carregavam o mesmo estigma de seus pais. Muitos deles foram

separados logo ao nascer de suas mães, visto que se acreditava que o simples toque da

progenitora poderia marcá-lo com o fardo da moléstia.

Os leprosos curados e seus filhos sofreram grandes barreiras no que tangem o acesso à

educação e ao trabalho. Suportavam todos dias o preconceito explícito e velado, suas

oportunidades de vida eram minadas pelo medo de uma doença milenar. Essas pessoas

dificilmente atingiam uma escolaridade satisfatória e também quase nunca obtinham um bom

emprego no mercado de trabalho.

Eis alguns depoimentos de filhos de leprosos que relatam o estigma e preconceito por eles

vivenciados: (5)

“ Todo mundo sabia que morei no educandário e as pessoas tinham preconceito. Era

difícil me aceitar no trabalho de imediato”.

“As pessoas de fora não gostavam da gente porque éra­mos filhos de leproso e os

rapazes não queriam casar conosco”.


“Eu fugia do educandário para jogar bola com o pessoal de fora. No começo ninguém

sabia que eu era do edu-candário, mas depois que ficaram sabendo não queria mais que eu

jogasse e fui logo excluído do time”.

“No educandário, a gente só podia estudar até o quarto ano e não podia estudar fora

porque éramos tidos como o próprio doente e as pessoas de fora tinham medo da gente”.

“Quando eu fui para a escola me isolaram em um canto da sala de aula e fiquei

separado dos que tinham saúde [...] Eu era excluído na sala de aula e sempre me criti­cavam”.

(5)

A Hanseníase no Brasil

Em 1977 a nomenclatura da doença no Brasil mudou oficialmente de Lepra para

Hanseníase. Muita discussão sobre o novo nome da doença ocorrera: por um lado o hanseniano

não carregaria todo o estigma e preconceito do termo antigo, por outro lado, a mudança de nome

não permitiu o esvaziamento de toda a carga negativa que o termo Lepra carrega. É como se

fossem duas doenças diferentes. O hanseniano é aquele que carrega o Bacilo de Hansen, o

leproso é aquele que carrega uma doença maldita, é um ser asqueroso, doente, desagradável e

imoral. (1,3,5)

Em 1981 foi criado o MORHAN, Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela

Hanseníase, cujo objetivo é defender os direitos dos hansenianos, promover o respeito e o fim do

preconceito contra os doentes, além de informar a população sobre a doença e sua cura. Muitas

conquistas foram realizadas, como uma pensão mensal para os hansenianos que foram isolados

nas colônias até o ano de 1986. Além disso, o grupo atua defendendo o direito dos filhos que
foram separados de seus pais durante o “holocausto hanseniano”, promovendo também o

encontro de familiares que foram separados por esse trágico episódio. (6)

A hanseníase ainda possui grande relevância no contexto epidemiológico brasileiro. O

país é o segundo colocado em número absoluto de casos, ficando atrás somente da Índia, e ganha

a primeira colocação quando considerada a densidade populacional. O Brasil, juntamente com

Moçambique, Nepal e Congo são um dos poucos países que ainda não conseguiram atingir uma

meta aceitável de 1 caso da doença para cada 10 mil habitantes, estipulada pela OMS. Se

identificaram 25,2 mil novos casos no país, em 2016, número que representa 11,6% da

ocorrência mundial da doença. A taxa de redução de casos cresceu nos últimos 10 anos, porém

ainda muito abaixo da queda mundial. Esses dados não só denunciam a precariedade de nosso

sistema de saúde, como também refletem a perpetuação da negligência para com essa doença

milenar. (7,8)

Fontes

1 - DAMASCO, Mariana Santos, “História e Memória da Hanseníase no Brasil do Século XX: O

olhar e a voz do paciente”, Monografia de Graduação em História, Pontifícia Universidade

Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2005


2 - Borenstein, Miriam Süssking, Maria Itayra Padilha, Eliani Costa, Vitória

Regina Petters Gregório, Ana Maria Espíndola Koerich, e Dorotéa Löes Ribas.

“Hanseníase: estigma e preconceito vivenciados por pacientes institucionalizados em Santa

Catarina (1940-1960)”. Revista Brasileira de Enfermagem 61, no spe (novembro de 2008):

708–12. https://doi.org/10.1590/S0034-71672008000700009.

3 - Faria, Lina, e Luiz Antonio de Castro Santos. “A hanseníase e sua história no Brasil: a

história de um ‘flagelo nacional’”. História, Ciências, Saúde-Manguinhos 22, nº 4 (dezembro de

2015): 1491–95. https://doi.org/10.1590/S0104-59702015000400016.

4 - http://www.clicrbs.com.br/sites/swf/dc_segregados/index.html

5 - Pinheiro, Mônica Gisele Costa, e Clélia Albino Simpson. “Preconceito, estigma e exclusão

social: trajetória de familiares influenciada pelo tratamento asilar da hanseníase [Prejudice,

stigma and exclusion: relatives’ lives affected by asylum-based treatment of leprosy]”. Revista

Enfermagem UERJ 25, nº 0 (24 de março de 2017). https://doi.org/10.12957/reuerj.2017.13332.

6 - http://www.morhan.org.br/institucional

7 - http://www.prohansen.org/indicadoresdahanseniase

8 - http://www.morhan.org.br/institucional
CONCLUSÃO

Devido ao pouco conhecimento da época sobre a medicina, não é surpreendente que

muitas doenças dermatológicas, ou apenas que manifestassem sinais cutâneos, fossem percebidas

como lepra. Além disso, as poucas descrições e os equívocos relacionados às traduções

distanciam os atuais historiadores da realidade nos relatos existentes.


A lepra não inspirava seu medo pela rápida propagação e surgimento dos sintomas, visto

que nunca fora de fato epidêmica, seu medo era fundado no estigma da sociedade e no tipo de

vida que era imposta ao leproso. A doença era marginalizante não só por atacar a imagem

externa do corpo, mas também por criar juízos de valores quanto à índole do doente.

No Brasil a Lepra foi uma doença que carregava consigo uma áurea maldita, oriunda dos

tempos bíblicos. Não bastasse as deformações e manchas que causava, os chamados leprosos

eram excluídos de várias esferas sociais por carregarem a moléstia. A construção de Leprosários

e a internação compulsória foram o ápice das atrocidades cometidas contra os hansenianos. Nas

“colônias” funcionava uma sociedade paralela que praticamente mimetizava a sociedade

exterior.

A mudança do nome da doença para Hanseníase foi um marco. A doença milenar que

carregava os estereótipos de grotesca, nojenta, desagradável e pecaminosa agora fora

“higienizada”. O leproso é o ser maldito. O hanseniano é aquele que porta a hanseníase, uma

doença curável.

No Brasil do século XXI a doença continua a presente e ainda é um grande problema.

Apesar de algumas conquistas e avanços tanto na área da saúde quanto no reparo ao “Holocausto

Hanseniano”, os índices brasileiros de hanseníase não são nada agradáveis. O país é o segundo

em número de casos da doença. Os dados brasileiros são similares ao de países africanos como

Moçambique e Congo. A conjuntura atual deve ser motivo de vergonha para a nação, que aiznda

perpetua a negligência e o descaso para com os hansenianos.


BIBLIOGRAFIA

BÍBLIA SAGRADA. Leis acerca da Lepra. Levítico 13: 1-59. 12ª. ed. Rio de Janeiro: [s.n.], v.
1110, 2008. 1110 p.

CASONATTO, O. D. O que era a lepra na época neotestamentária? http: //www.abiblia.org,


2012. Disponivel em: <http://www.abiblia.org/index.php?a=2&id=66>. Acesso em: 17 jun.
2018.

CUNHA, A. Z. S. D. Hanseníase: aspectos da evolução do diagnóstico, tratamento e controle,


Santa Cruz do Sul, 8 fev. 2002. 235-242.

EIDT, L. M. Breve história da hanseníase: sua expansão do mundo para as Américas, o Brasil e
o Rio Grande do Sul e sua trajetória na saúde pública brasileira. Saúde e Sociedade, São Paulo,
Maio/Agosto 2004.

GIACHETTI, P. T. C. LEPRA (ESTUDO BÍBLICO). searaagape.com.br. Disponivel em:


<http://www.searaagape.com.br/estudobiblicosobrealepra.html>. Acesso em: 16 jun. 2018.

SILVA, I. D. N. A Cura do Leproso. rudecruz.com, 2012. Disponivel em:


<https://www.rudecruz.com/a-cura-do-leproso.php>. Acesso em: 16 jun. 2018.

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