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INFANTIL
Esta é talvez a primeira pergunta que vem à cabeça: será que não é
cedo demais para se mostrar arte às crianças? Ver pinturas, esculturas, ouvir
música, enfim, será que estas atividades interessam aos pequenos? Será que
“arte” não é uma coisa complicada demais para se abordar com crianças dessa
idade?
1
Arte ou Artes? Resolução Nº 1, de 31 de janeiro de 2006, o Conselho Nacional de Educação - Câmara
de Educação Básica alterou a alínea "b" do inciso 3º da Resolução CNE/CEB nº 2/98, que instituiu as
Diretrizes acionais para o Ensino Fundamental. Sendo assim, oficialmente Educação Artística passa a ser
chamada de "Artes". Publicada no DOU (Diário Oficial da União) de 02/02/2006, Seção I, pág. 9. Leia na
íntegra em http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rceb001_06.pdf. Nos Parâmetros Curriculares
Nacionais, essa área aparece nas duas grafias, tanto Arte quanto Artes, fato que demonstra a
complexidade da sua abordagem na Educação Básica.
2
ILARI, Beatriz. Música na infância e na adolescência: um livro para pais, professores e aficionados.
Curitiba: IBPEX, 2009.
3
MICKLETHWAIT, Lucy. Meu primeiro livro de arte: grandes obras primeiras palavras. São Paulo:
Manole, 1994, p. 4.
4
Idem.
1
ilustrações, assim como aquelas dos livros de histórias infantis e que, junto
com as crianças, procurem ver os
2
Vendo quadros que mostram personagens fantásticos, com formas e
cores malucas, como cavalinhos azuis e vacas amarelas representados por
Franz Marc7, que saíram da imaginação do artista, as crianças aprendem a
resolver problemas mentalmente e só com a imaginação.
Franz Marc. A Vaca Amarela, 1911. Óleo sobre tela, 140 x 190 cm.
Museu Salomon R. Guggenheim, Nova York.
In: MICKLETHWAIT, Lucy. Para a criança brincar com arte. São Paulo: Ática, 1997, p.34.
7
Ver, por exemplo, a pintura: Franz Marc (1880-1916). Alemanha. A Vaca Amarela, 1911. Óleo sobre
tela, 140 x 190 cm. Museu Salomon R. Guggenheim, Nova York. MICKLETHWAIT, Lucy. Meu primeiro
livro de arte: grandes obras primeiras palavras. São Paulo: Manole, 1994, p. 34.
8
O Quebra-Nozes é uma coreografia de Ballet Clássico elaborada a partir da suíte orquestral composta
por Piotr Tchaikovsky. O enredo conta a história de uma garotinha que ganha um boneco quebra-nozes
que é quebrado por seu irmão. Ao dormir, um mundo de fantasias se torna realidade.
3
Não há duvida de que o desenho está ao alcance da maioria, os adultos9
frequentemente estão com um lápis na mão; assim, por razões sociais e
culturais e/ou por imitação muitas crianças desenham. Desde pequenas, antes
mesmo de aprenderem a escrever, já rabiscam, desenham figuras humanas,
representam objetos ou animais de estimação. Antes de falarem também
cantarolam ou balbuciam cantarolando. É necessário cantar, ouvir músicas e
acompanhá-las com movimentos leves, pesados, calmos ou rápidos; apreciar
imagens de pinturas, desenhos, ilustrações de livros de histórias. Ouvir e
contar histórias também são atividades fundamentais às crianças tanto para
conhecimento de si mesmas, quanto para compreensão de seu entorno e meio
de comunicação com os outros.
9
Entende-se o adulto letrado, aquele que tem acesso aos códigos lingüísticos.
10
O termo artista é utilizado neste texto com sentido amplo: músicos, artistas plásticos, atores, bailarinos,
dramaturgos, coreógrafos, compositores etc.
4
estando atento ao tempo de exposição do vídeo11. Propõem-se também a
ampliação e o enriquecimento das vivências infantis, por meio de situações de
improvisação, de dramatização, situações que estimulem o movimento, a
invenção e contação de histórias, a utilização de máscaras, a produção de
fantoches, a caracterização de personagens, situações que vivenciem as
danças com fantasias, com variados movimentos e gêneros musicais diversos.
Pode-se afirmar então que a arte faz parte sim, da Educação Infantil,
pois através da mediação e do conhecimento do adulto, nesse caso do
professor, a criança é inserida nessa forma de comunicação humana.
11
É necessário levar em conta a capacidade de concentração das crianças. Nesse sentido, escolher
“recortes” dos vídeos, para que a criança não se desconcentre e perca o interesse na atividade. Pode-se
realizar também “recortes” nas outras linguagens: detalhes de uma pintura, a figura principal de uma
imagem e alguns minutos de uma música.
5
Isto quer dizer que a Arte com “A” maiúsculo também faz parte do dia-a-
dia das crianças? Sim. Desde pequena, a criança na Educação Infantil, como já
se destacou anteriormente no texto, tem a possibilidade do acesso a um rico
repertório musical, do mesmo modo, a dramatização de histórias, a utilização
de máscaras, a produção de fantoches, a caracterização de personagens, a
vivência com as danças e movimentos variados. Portanto cabe ao professor
perceber como se dá a construção do conhecimento e o quanto é necessário o
seu conhecimento sobre arte, sobre desenvolvimento infantil e a compreensão
das conexões entre o processo de formação de sua atividade consciente 12 e o
processo de ensino-aprendizado. Ou seja, requer dos professores
conhecimento das possibilidades reais de assimilação subjetiva da realidade,
da consciência estética.
12
DAVIDOV, Vasili. La enseñanza escolar y el desarrrollo psíquico. Moscou: Editorial progresso, 1988,
p. 27.
13
A consciência estética determina a medida de perfeição da atividade vital do homem social como a
medida que ele assimila em uma ou outra atividade, como medida da relação com outras pessoas, com a
natureza, consigo mesmo, ao final de contas, como medida de quanto sua atividade se converte de
utilitária e imediata em livre e universal, ou seja, em uma atividade plena (tradução livre).
6
cotidiano, antes de levar tais imagens para apreciação das crianças. Então,
para o professor resta o trabalho, certamente prazeroso, de ampliar seus
horizontes artísticos continuamente, sempre com uma dupla orientação:
enquanto apreciador14 de arte; e enquanto professor que leva arte às suas
crianças.
In: WOELLNER, Adélia Maria. Festa na Cozinha – Bom apetite. Ilustrações de Heliana Grudzien.
Curitiba: Edição do autor, 2011, p. 28 e 29.
14
Enquanto apreciador de Arte, o professor precisa estar atento as linguagens artísticas, sensibilizando-
se continuamente com imagens, ouvindo músicas variadas, apreciando vídeos e peças teatrais no seu
entorno e em outros espaços como exposições, concertos, teatros, museus, festivais de dança, etc.
7
Portanto, professor, pergunte às crianças: o que é vibrar de satisfação?
E panelas vibram de satisfação? Panelas sorriem, ficam felizes? Pois é, na
imaginação de Adélia Maria Woellner as panelas e o fogão estão sorrindo. Será
que os objetos da cozinha estão felizes? Sim, aliás, para Heliana Grudzien
esses objetos têm até boca e nariz. Esse é o caminho: ajudar às crianças a
levantarem hipóteses sobre as razões de tanta alegria nesta cozinha. Por que
as panelas estão felizes? Porque “vão soltando o vapor, espalhando perfume
de comida por todos os cantos” WOELLNER (2011, p. 28)! É assim que uma
imagem se torna um universo ilimitado de diálogo e de descoberta.
Outro aspecto que se pode explorar é o sentido das palavras que não
são muito comuns ou desconhecidas: almeirão, espinafre; quais os alimentos
que são cereais, frutas, verduras, legumes; quais as frutas preferidas das
15
As onomatopéias aqui escritas traduzem uma atitude, como por exemplo, encher os pulmões para
apreciar um cheiro muito especial. Sempre que possível represente essas expressões às crianças e peça
para elas fazerem o mesmo: torcer o nariz para cheiros ruins, estalar a língua imaginando saborear uma
delícia. Enfim, levar em conta, que a arte extrapola o mero estímulo. Ela enriquece e aguça todos os
sentidos humanos.
8
crianças; qual a verdura mais gostosa; qual a cor do legume preferido? Entre
as saladas de folhas verdes quais as crianças gostam mais? Quem come
folhas de alface, rúcula ou almeirão?
16
Os pratos são instrumentos de percussão amplamente utilizados em bandas e orquestras sinfônicas. O
som característico de um par de pratos é produzido quando percurte-se um prato contra o outro.
9
Teatro, da Dança, assim como da Língua Portuguesa, da Ciência da Natureza.
Há uma articulação permanente entre as atividades de expressão, as
atividades de sensibilização e de outros campos de conhecimento: a imagem
das panelas e suas cores têm relação com as Artes Visuais; os diferentes sons
que podem ser explorados numa cozinha têm relação com a Música; mas, as
comidas, as verduras, os legumes, os cereais, as saladas que vemos nesta
“festa na cozinha” de Dona Margarida, abrangem e são explorados nos
conteúdos das Ciências Naturais e comprovam que a leitura da imagem não se
restringe a um ou outro campo.
10
que é preciso pensar a arte a partir do contexto em que está inserida. Isto
significa indagar o que ela diz “a respeito das culturas em que foram
produzidas.” 17
17
WOODFORD, Suzan. A Arte de ver a arte. São Paulo: Círculo do Livro S.A, 1983, p.09.
18
WOODFORD, Suzan. A Arte de ver a arte. São Paulo: Círculo do Livro S.A, 1983, p.11.
11
19
Assinatura ilegível. Bisão. Escultura em bronze patinado (E.U.A. séc. XX).
19
In: http://www.google.com.br/search?hl=pt-
BR&q=escultura%20biz%C3%A3o%20espanha&gbv=2&gs_sm=3&gs_upl=1016l7076l0l8013l15l13l0l3l3l
0l453l2201l4-5l5l0&um=1&ie=UTF-8&tbm=isch&source=og&sa=N&tab=wi
20
Salienta-se que esse período não é desmembrado da História enquanto área do conhecimento. É uma
das divisões temporais usualmente utilizadas no estudo da História da Arte.
21
KANDINSKY, W. Do espiritual na Arte. Trad. Álvaro Cabral e Antonio de Pádua Danesi. São Paulo:
Martins Fontes, 1990, p. 27.
22
Que não pertence a um tempo específico.
12
forma de expressão; comporta várias linguagens diferentes que têm suas
especificidades, mas que dialogam entre si; a arte é exclusivamente humana23.
23
Sendo a arte exclusivamente atividade humana, como então levar em consideração as verdadeiras
maravilhas criadas pela natureza, como as Cataratas do Iguaçu, por exemplo? As Cataratas são o
resultado de um fenômeno natural: uma grande quantidade de água caindo por conta da força da
gravidade em uma falha geológica. Entretanto, o ser humano pode apreciar aquela cena e transformá-la
em arte, ressignificando-a esteticamente ao produzir uma pintura.
13
A arte como forma de trabalho, expressão e conhecimento humano.
24
Na atividade do artista “execução e invenção procedem pari passu, simultâneas e inseparáveis. Ver:
PAREYSON, Luigi. Os problemas da estética. Trad. Maria Helena Nery Garcez. São Paulo: Martins
Fontes, 1984, p. 32.
14
conforme Pareyson, porque fazer arte exige do artista conhecimento técnico e
pesquisa de novos suportes e instrumentos, demanda tempo de maturação, o
que não é o caso com as crianças.
25
Mimese: imitação, tendência para imitar. Significa uma reprodução perfeita.
26
Pareyson, L. Definição de Arte. In: L. Pareyson. Problemas da Estética. São Paulo: Martins Fontes,
1984, p. 29 a 33.
27
PAREYSON, Luigi. Os problemas da estética. Trad. Maria Helena Nery Garcez. São Paulo: Martins
Fontes, 1984, p. 32.
28
“Esses procedimentos estão organicamente ligados com o desenvolvimento de uma das capacidades
mais importantes das pessoas, a capacidade de imaginação ou fantasia” (tradução livre).
15
relaciones (vinculaciones) entre diferentes representaciones (de objetos,
seres, fenómenos), como también entre os elementos y partes de estas
representaciones realizadas en las líneas, el color, la forma del dibujo
29
DAVIDOV(1988, p. 200).
29
“Como procedimento geral de estruturação de uma imagem. Por isso as crianças dominam as ações de
formação, união, estabelecimento das relações (vínculos) entre diferentes representações (de objetos,
seres, fenômenos), como também entre os elementos e partes dessas representações realizadas nas
linhas, na cor, na forma.
16
O professor e o exercício de mediação entre as crianças e as
representações artísticas.
In: sumateologica.wordpress.com
30
Entendendo escola como espaço social, organizado e sistematizado para a apropriação do
conhecimento científico.
31
Assimilação, neste contexto, como ideia de apropriação.
17
Wolff, vê-se, neste caso, a imagem na sua transparência; mas, quando se diz:
“É Franz Hals, é realmente ele, reconheço sua maneira e sua desenvoltura”;
significa que se vê: Franz Hals, um estilo, um momento da História da Arte.
Professor é aí, que se entra na opacidade da imagem.
18
Mas, que músicas apreciar com as crianças? A maior diversidade possível.
Incluir desde aquelas feitas pelas próprias crianças até gêneros e estilos das
mais variadas épocas. Não se pode esquecer que se vive hoje em um período
privilegiado, onde é possível ouvir músicas de todos os lugares e épocas
graças às facilidades tecnológicas de gravação e reprodução de sons. Será a
apreciação de muitas músicas que permitirá às crianças a construção de um
amplo repertório de referências musicais que servirá para que elas interajam
musicalmente com o mundo em que vivem.
32
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
33
VOLOSHINOV, Valentin (Em nome de BAKHTIN, Mikhail). Marxismo e Filosofia da Linguagem. São
Paulo: Hucitec, 1986
19
sobremaneira para tornar visível o significado humano objetivado nas obras de
arte.
Pode-se dizer que a arte tem entre outros aspectos o caráter expressivo
reforçando que uma “representação” tem relação direta, imediata com quem a
fez e, enquanto uma construção, uma montagem, ir além da sua transparência,
implica indagar seus sentidos.
21
Por último, além de trabalho e expressão, a arte é também forma de
conhecimento e requer domínio dos códigos da linguagem. Propor, então,
atividades de estimulação sensorial, que exigem “conhecimento”, “trabalho”,
“expressão”, tal como se explicitou anteriormente, é fundamental em qualquer
faixa etária das crianças da Educação Infantil, inclusive com os bebês.
34
Segundo Arce e Cassiano, esta estimulação se dá pelas “atividades de
estimulação sensorial, uma vez que por meio dos cinco sentidos o bebê
começará sua aventura de conhecer e compreender o mundo que nos rodeia”.
Elas, no entanto, advertem: não se está propondo aqui uma estimulação
precoce, mas sim, “uma estimulação necessária”, que leve ao desenvolvimento
e a garantia de “aquisições do ponto de vista cognitivo, fisiológico e
emocional”.35
34
ARCE, Alessandra, SILVA, Janaína Cassiano (2009)É possível ensinar no berçário? In: A. Arce/L.
Martins, Ensinando aos pequenos de zero a três anos. (p.164). São Paulo: Alínea.
35
Idem 12
22
criança com demasiada frequência “faça pura e simplesmente aquilo que
quer”36, ou seja, sem abandoná-la a sua própria sorte.
36
PORCHER, Louis. Educação Artística – luxo ou necessidade? São Paulo: Summus, 1982, p.21.
37
A releitura de obras de arte ainda hoje, na maioria dos casos, se reduz a cópia de grandes clássicos e,
muitas vezes, é o que se vê nas paredes das escolas, cópias de clássicos. Isto leva a indagar: o objetivo
é transformar as crianças em Van Goghinhos, Tarsilinhas, pequenos Mozarts?
23
A presença das linguagens artísticas no cotidiano da criança.
24
mundos diversos, terá suas próprias impressões e idéias sobre a produção
artística, ampliará seu conhecimento, passará a perguntar: quem fez isto ou
como se faz? O que é? Para que serve? Enfim, aprecia, conhece e vivencia a
Arte.
25
novas maneiras de utilizar o corpo e seu movimento. Por meio da dança,
trabalha-se o corpo num determinado espaço e tempo, ou seja, utilizando-se
também a música, o som, o silêncio, como estímulos, a criança
reproduz,improvisa gestos, deslocamentos, giros, saltos, quedas em vários
andamentos e direções. Contudo, amplia as possibilidades de uso significativo
do movimento, de expressão, como: engatinhar, caminhar, correr, pular, sentar,
saltar, rolar, esticar-se, dançar, sambar, sacudir-se, apoiar-se somente em uma
perna, esticar e dobrar pernas e braços para um lado, para cima, para baixo;
rápido, lento. Explorando esses movimentos na tentativa de coordenar braços e
pernas de forma harmoniosa permitem que a criança se expresse. Aos poucos,
ela compreenderá que tais movimentos têm significados que são construídos
em função de necessidades, interesses e possibilidades corporais presentes
em diferentes culturas e épocas.
26
Portanto, cabe enfatizar, que sendo a Arte o campo de trabalho,
apresenta-se neste material sob a forma de diferentes linguagens artísticas que
compreendem a manifestação visual, sonora, cênica e do movimento. Salienta-
se que no decorrer do trabalho pedagógico, quando possível, essas linguagens
entrecruzam-se e integram-se, fortalecendo ainda mais a interação, a
familiarização, o contato, a vivência da criança com as artes.
27
Encaminhamento Metodológico: como organizar o trabalho pedagógico.
38
O destaque ao termo atividade tem por objetivo evidenciar para o professor que a “leitura” também é
um exercício, pois não se trata, sobretudo na Educação Infantil, de se trabalhar teoricamente qualquer
conteúdo. Ainda que fundamental o domínio dos conhecimentos artísticos das diferentes linguagens pelo
professor, a abordagem dos conteúdos se dá sempre a partir de situações de aprendizado. Ou seja, do
exercício de leitura, a princípio descritiva, de imagens, e do fazer artístico, ambos momentos de
experimentação, exploração, etc.
28
A arte é uma forma de conhecimento, conforme pensamento de
Pareyson39: um quadro, por exemplo, mostra mais do que aquilo que se vê,
não é simplesmente a visão particular do artista ou do observador e também
não é uma essência eterna e independente da sociedade, é um conhecimento
que pertence à humanidade. Por consequência, outro objetivo do ensino da
arte é possibilitar ao público em geral e às crianças, em particular, o acesso à
arte e a cultura, tornando-as cada vez mais sensíveis as diferentes linguagens,
o que exige delas e dos professores mais ou menos esforço.
Pierre-Auguste Renoir. Almoço com Remadores, 1881. Óleo sobre tela. 130 x 173 cm.
Coleção Phillips Memorial Gallery, Washington, DC, USA (detalhe da imagem ao lado).
In: http://ahdoqueeugosto.blogspot.com/2011/02/pierre-august-renoir
39
PAREYSON, Luigi. Os problemas da estética. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
40
PARSONS, Michael. Compreender a arte. Lisboa: Presença, 1992.
29
O tema, primeiramente, é uma moça com um cão, pois são seres
reais para a criança, é o que ela vê; só depois será a “felicidade” que a
personagem do retrato sente ou a “amizade” entre ambos. Neste sentido,
a criança observa o que está representado no quadro: uma mulher e um
cão. A felicidade é algo mais geral e abstrato: é a alegria e o prazer de
alguém brincando com o cão. O tema para a criança, então, “é o sentido
do objeto representado e não apenas o objeto, é algo subjetivo, um
sentimento ou uma intenção, algum aspecto da experiência humana”
PARSONS (1992, p. 71); ainda assim o sentimento é algo concreto, pois
equivale a um comportamento. Esse autor ainda argumenta que uma
criança de cinco anos, quando questionada, sobre os “sentimentos que há
neste quadro”, disse: que via uma jovem “almoçando” e que “está
contente porque não tem lágrimas na cara” PARSONS (1992, p.76).
Wassily Kandinsky. Pequenas alegrias (Small pleasures) 1913. Óleo sobre tela,
109.8 cm x 119.7 cm. Museu Guggenheim, New York, Estados Unidos.
41
Vassily Kandinsky é um artista russo que viveu entre 1866 e 1944 e pode ser considerado um dos
principais representantes da arte abstrata do início do séc. XX. Na sua teoria (Ver “Do espiritual na arte”)
a arte não deve ter a obrigação de representar o mundo real.
30
In: http://www.guggenheim.org
Por isso, se afirma que a tarefa do professor é possibilitar,
primeiramente, um amplo número de imagens, com temas
compreensíveis, tratados como fatos concretos – brincadeiras infantis,
retratos de crianças, animais, flores, casas, etc. – que podem ser
expostas para a leitura das crianças.
31
representar. Para as crianças, a representação permanece fiel ao que
vemos ou o que conhecemos, por exemplo: “Tem os dedos todos. Acho
que está bem, porque até tem unhas e tudo!”. Outra criança, mais velha,
de acordo com pesquisas de Parsons, argumenta: “tem cinco dedos, e
tudo, mas não parecem nada mãos a sério. Devia fazê-las de maneira a
parecerem mãos verdadeiras. Aqui até pôs as unhas do lado errado
PARSONS (1992, p.67)!”
In: jpblogart.blogspot.com
32
que a criança não encontra, num primeiro momento, nenhum objeto ou
forma no mundo real que corresponda ao seu imaginário.
42
Há muitos exemplos na história da música de compositores que se inspiraram no cancioneiro folclórico
infantil para criar suas obras, tais como: Gustav Mahler, Wolfgang Amadeus Mozart, Heitor Villa-Lobos,
entre tantos outros.
33
escolher músicas para as crianças é evitar o que está presente na mídia.
Dessa forma, uma música que está tocando com frequência na televisão ou no
rádio, não precisa ser trazida para as crianças, afinal, os pequenos têm acesso
às mídias e relacionam-se com essas músicas em outros contextos.
43
Ou seja, a possibilidade da criança reconhecer na obra apreciada a escolha de alguns materiais por
parte do artista, a partir das próprias experiências, como por exemplo, cores mais fortes com a utilização
de giz de cera ou cores mais suaves com a utilização de lápis de cor.
34
Portanto professor,44cabe lembrar: “sempre que possível”, pode-se
promover a integração entre as distintas linguagens da arte. Mas, em alguns
casos, não é possível realizar esse diálogo de forma coerente e satisfatória.
Entretanto, há algumas referências que orientam um diálogo entre diferentes
artes:
In: http://www.icollector.com.
44
Professor é muito importante a tentativa de construir essa relação de integração das
linguagens artísticas.
45
A unidade temática, neste caso, é uma estratégia que possibilita a aproximação entre diferentes
linguagens artísticas: ela não é o objeto em si. É ponto de partida, na verdade o objetivo é promover o
acesso à obra de arte em sua totalidade (elementos formais, estilísticos, históricos, etc.). O elefante do
Dali, não é, portanto, apenas um animal, mas uma escultura surrealista, da mesma maneira, a
composição de Saint-Saëns explora o peso do toque do contrabaixo. Nessa perspectiva, se optar por
cantar a música do cancioneiro infantil “Um elefante incomoda muita gente”, é importante extrapolar
apenas a interpretação de sua letra, mas cantar, por exemplo, a melodia, com voz bem grave e
caminhando pesadamente pela sala, imitando o andar do animal.
35
2. Uma aproximação temporal: o diálogo entre artes de um mesmo período
histórico. Por exemplo, o Barroco46; no teatro, pode-se explorar as
características e os personagens da comédia Dell‟arte, como: Arlequim e
Colombina e os jogos de improviso. Na música, apreciar as composições de
Antônio Vivaldi, Arcângelo Corelli ou J. S. Bach. Nas artes visuais, apreciar o
retrato de “la infanta Margarita”, detalhe do quadro As meninas de Diego
Velázquez.
In: http://www.artinthepicture.com
46
Na Europa, período que ocorreu aproximadamente do final do século XVI até metade do séc. XVIII,
entre o renascimento e o classicismo.
36
caso, por exemplo, no momento de comer uma banana no lanche, partindo
dessa fruta, explorar: tanto para “apreciar” o chapéu de Carmem Miranda
decorado com bananas, as representações da fruta em quadros de natureza
morta, ou as bananeiras em segundo plano, no quadro Menino com lagartixas
de Lasar Segall; quanto conversar sobre as cores e formas das frutas e
“modelar” uma banana utilizando massinha ou argila. Indo além, pode-se
lembrar do imaginário sobre a comida preferida do macaco e propor uma
coreografia imitando seus movimentos ao comer banana; também apreciar
uma peça de teatro que tenha-o como personagem.
A apreciação artística
37
Apreciar, no sentido aqui adotado, significa “inventar”, “gerar”, “criar”; por
consequência, é outra maneira de praticar a arte ou a cultura47. Assim, as
atividades de apreciação – leitura e a interpretação – têm por objetivo levar a
criança a ler e interpretar; ou seja, compreender não só as representações
artísticas: um retrato, uma cantiga, uma dramatização ou um balé, por
exemplo, mas quaisquer objetos, inclusive os artísticos, em virtude dos quais
os sujeitos se comunicam entre si e partilham suas experiências e visões de
mundo. Consequentemente, a princípio, a criança verá e descreverá imagens e
desenhará, ouvirá músicas e cantará, também conhecerá danças de outros
povos e dançará. Mais tarde, construirá explicações sobre o que vê ou ouve,
afinal, se a recepção é uma forma de apropriação, as atividades de apreciação
na escola têm por finalidade possibilitar, ao longo da formação da criança a
apropriação dos significados das representações artísticas ou do que lhes dá
inteligibilidade48.
47
CERTEAU, 1994, p. 39
48
Inteligível: tornar algo compreensível.
38
A Vaca Amarela, de Franz Marc49 e pedir que as crianças relatem o que vêem.
Perguntar: quantos bichos vocês vêem? Qual a cor do céu, lá no fundo, na
imagem?
49
Ver, por exemplo, a pintura: Franz Marc (1880-1916). Alemanha. A Vaca Amarela, 1911. Óleo sobre
tela, 140 x 190 cm. Museu Salomon R. Guggenheim, Nova York. MICKLETHWAIT, Lucy. Meu primeiro
livro de arte: grandes obras primeiras palavras. São Paulo: Manole, 1994, p. 34.
50
Uma criança curiosa para a arte elabora, muitas vezes, perguntas que são desconcertantes. É nesse
momento que uma criança pergunta, por exemplo, “Professora, por que o artista não pintou um quadro
maior?”; “Como é que um desenhista desenha um espelho, se a imagem do espelho está sempre
mudando?”; “Cadê o chão?”; entre tantas outras indagações.
51
http://video.portalcab.com/?play=bebe_dancando_single_ladies_da_beyonce
39
Além disso, se há tantos tipos de danças diferentes, quais podem
apreciar com as crianças? A diversidade marca a escolha de repertório. Dessa
forma, pode-se mostrar às crianças coreografias de ballet clássico, dança
moderna/contemporânea, danças de salão, danças folclóricas52, danças
urbanas53 e danças étnicas54, por exemplo. Como as crianças já têm amplo
acesso à mídia, o importante é trazer exemplos que não figuram nos meios de
comunicação de massa. Para apreciar a dança, o vídeo é uma possibilidade
real para as condições de trabalho, entretanto, sempre que houver
possibilidade, nunca perder a oportunidade de colocar as crianças diante de
uma apresentação de dança ao vivo.
O que importa ao professor é não perder de vista que uma obra de arte
tem forma, mas também conteúdo em parte explicável pelos elementos
52
Com relação às danças folclóricas, aproveite para explorar a riqueza cultural que marca nossa região,
com a contribuição dos imigrantes. No estado do Paraná, possuem importantes núcleos de imigração,
como os poloneses, ucranianos, italianos, alemães, japoneses, árabes, entre outros, e muitos
descendentes de imigrantes mantêm vivas suas tradições culturais, incluindo a dança.
53
Danças urbanas é um termo genérico que inclui importantes manifestações que ocupam os espaços
urbanos. Destaca-se aqui o break característico da cultura hip-hop, assim como a capoeira que
representa uma manifestação brasileira.
54
As danças étnicas incluem as manifestações dos índios brasileiros que dão importância a essa
linguagem, assim como danças de outros povos, dos continentes africano e asiático.
55
Assistir em vídeo, trechos de peças teatrais infantis ou peças de outros estilos e épocas, que sejam
instigantes para a vivência e exploração de determinados conteúdos do teatro.
40
formais, pelos gêneros, pelas técnicas e modos de compor em cada período
artístico e, em parte, por seus princípios de composição. Além disso, há uma
ponte entre o conteúdo formal – a aplicação destes princípios de composição e
elementos formais – e o significado ou conteúdo, dito de forma mais simples, o
assunto ou o tema da obra. Mais precisamente, os gêneros nas Artes Visuais:
retrato, paisagem, natureza-morta, cenas históricas, cenas do cotidiano, cenas
religiosas, cenas da mitologia. É claro que os gêneros citados encaixam-se em
representação figurativa, no entanto pode-se também, como já se destacou no
texto, mostrar às crianças quadros abstratos, com muitas linhas, formas, etc.
56
Fontes sonoras são objetos ou instrumentos que emitem um som.
41
real (música ao vivo) é, segundo Beatriz Ilari57, insubstituível. Entretanto, na
Educação Infantil, na maioria das vezes é muito difícil colocar a criança diante
de músicos de verdade. Então recorrem-se aos meios de reprodução de áudio,
ou seja, os aparelhos de som58.
Sempre que fizer recortes, escolha previamente o trecho que vai mostrar
às crianças e no momento de fazer o corte diminua o volume de som
gradualmente. Essa atitude é muito importante para mostrar que a música
continua59. Outra vantagem do recorte é escolher um trecho que possa ilustrar
o objetivo da atividade proposta, como por exemplo, o som de um determinado
instrumento musical.
57
ILARI, Beatriz. Música na infância e na adolescência: um livro para pais, professores e aficionados.
Curitiba: IBPEX, 2009.
58
Vive-se no século XXI com a herança de poder se relacionar com o som e a música de uma forma
nunca experimentada pela humanidade antes do séc. XX. Pode-se ouvir praticamente músicas de todas
as culturas e todos os tempos, por meio de gravações.
59
Ao escolher recortes musicais, se percebe que é comum que as crianças fiquem curiosas sobre a
continuidade da música, solicitando “Tia, deixa mais um pouquinho...”. Essa atitude demonstra interesse
sobre o exemplo e, sempre que puder, mostre mais um pouco da música, com o cuidado constante de
não cansá-las sendo melhor deixar “o gostinho” de “quero mais” do que o “gostinho” de “não aguento
mais”.
42
com tantos sons? É necessário ter silêncio60. É exatamente como desenhar:
geralmente prefere-se utilizar uma folha “limpa” onde os traços são as
primeiras marcas.
60
Vive-se em um mundo cercado de sons e, mesmo que não seja fácil perceber, é impossível vivenciar o
silêncio absoluto. O silêncio é sempre relativo, pois não é possível ao ser humano que tenha suas
funções auditivas funcionais, experimentar o silêncio total. Quando se está em um lugar muito silencioso,
é possível ouvir os sons do próprio corpo, como a respiração, o coração, os movimentos peristálticos
(aparelho digestivo) e mesmo um zunido bem agudo que resulta da interferência da atividade elétrica do
cérebro sobre o nervo auditivo. Ou seja, “estar vivo é ouvir sons”.
61
SCHAFER, Murray. O ouvido Pensante. São Paulo: UNESP, 2003.
62
O adjetivo “fraco” é sinônimo de um som “piano” (termo musicalmente mais adequado). Seu oposto
seria um som “forte”. As palavras forte e piano vêm da língua italiana e são empregadas em música para
designar sons de alta e baixa intensidade, respectivamente.
43
Enfim, os principais objetivos dos exercícios de “limpeza de ouvidos”
são: reduzir o ruído de fundo, preparando o espaço escolar para a audição de
música; ampliar a percepção auditiva das crianças; e mostrar às crianças que o
silêncio absoluto não existe.
63
Quando se ouve uma música, geralmente está em contato com sons agudos, médios e graves. Por
princípios físicos, sons graves só podem ser produzidos por áreas grandes (que deslocam uma grande
quantidade de ar). Por isso instrumentos graves, como o contrabaixo ou a tuba, por exemplo, são
grandes. Em aparelhos de som o mesmo princípio se aplica. Dessa forma, sons agudos podem ser
emitidos por pequenos alto-falantes, já os sons graves só são produzidos por alto-falantes grandes.
64
Como pequenos aparelhos que lêem CDs, ou mesmo aparelhos de MP3 e telefones celulares.
65
Sendo possível a aquisição deste equipamento pelo Cmei, além da sua utilização em sala de aula, a
caixa amplificada também poderá ser aproveitada em reuniões com os pais, em momentos que seja
necessário conversar com todas as crianças reunidas no pátio e em outras ocasiões. Basta conectar um
44
– P10” ou “P2 – RCA”66. No aparelho de som o cabo pode ser conectado na
saída de fone de ouvido e na caixa amplificada na entrada de microfone ou
auxiliar.
Por último, ouvindo música com crianças67: com todos os cuidados com
a preparação das atividades da audição, e após exercícios de limpeza de
ouvidos, as crianças estão prontas para ouvir música. É muito importante
orientar o foco de atenção das crianças à atividade, aguçando sua curiosidade
para o que será ouvido. Uma forma de fazer isso é dizer a elas que a música
que será ouvida conta uma história (no caso de uma obra instrumental). Outra
possibilidade é explicar às crianças que a música ouvida é gravada por um
instrumento diferente. Nesse sentido, o foco da atividade poderá ser orientado,
ao perguntar às crianças: “O que lembra o som do instrumento que toca essa
música?”. Ao comparar sons, e dizer, por exemplo, que aquele som se parece
com um “elefante” (no caso de uma trompa68), a criança está percebendo
timbres, entonações, e todo modo como o som é produzido.
microfone. Na sala de aula, além da caixa, pode-se também utilizar uma televisão de 29 polegadas,
utilizando-se a entrada traseira do tipo RCA.
66
Esses cabos podem facilmente ser encontrados em lojas que comercializam materiais eletrônicos ou
em lojas de aparelhos sonoros.
67
As propostas apresentadas a seguir dizem respeito a processos de audição ativa, ou seja, intenta-se
promover um contato íntimo e concentrado com a música. Levando em consideração a complexidade da
preparação dessas atividades, não é necessário ouvir música ativamente todos os dias, mas ao menos
uma vez por semana, que poderá ser chamado de “hora da música”.
68
A trompa é um instrumento aerófono, ou seja, produz som quando o ar do seu interior vibra com a ação
do sopro do músico. Na orquestra sinfônica ela faz parte da família dos metais, juntamente com os
trombones, trompetes e tuba.
69
Não significa dizer que se deve evitar a música de fundo na Educação Infantil. Ela poderá contribuir
para muitas atividades, como fundos musicais de contação de histórias, acompanhamento de atividades
teatrais, estimulação dos movimentos da dança, fundo para atividades plásticas (sempre com orientação
pedagógica). A proposta de audição musical aqui relatada diz respeito a uma atividade de educação
musical que favorece uma relação concentrada com essa arte.
45
audição e que todos os comentários sejam feitos na roda de conversa, depois
da experiência.
46
fazer a mediação pedagógica para que a experiência se torne uma atividade
educacional, preparando as crianças sobre qual instrumento musical
conhecerão, mostrando algumas músicas que o utilizam e ainda conversando
com os pequenos sobre as perguntas que podem fazer ao instrumentista73.
73
A UFPR desenvolveu um projeto parecido em parceria com a SME de Curitiba.
74
Toda relação com a música se fundamenta em três dimensões que não são hierárquicas entre si: a
dimensão cultural, a dimensão pessoal e a dimensão universal. A primeira está relacionada a códigos
musicais que fazem sentido para um determinado grupo cultural, podendo ser uma pequena comunidade,
a população de um estado e mesmo de um país (como, por exemplo, uma música gaúcha que faz mais
sentido aos moradores do Rio Grande do Sul). A dimensão pessoal diz respeito às experiências pessoais
que cada um tem com a música (por exemplo, músicas que lembram um parente querido ou uma situação
vivida). Finalmente, a dimensão universal está ligada ao estímulo que a música provoca em uma pessoa,
independentemente de sua identidade cultural ou suas experiências pessoais. Ela está ligada a efeitos
acústicos que provocam nossos sentidos (por exemplo, uma música que tem um pulso que se acelera,
provocando ansiedade no ouvinte).
75
O que torna a música particularmente condutora de empatia é que ela une os ouvintes no mesmo
espaço e tempo auditivos, transportando-os para os mesmos domínios da experiência humana de
maneira muito íntima.
47
O som tem quatro propriedades principais: altura, intensidade, duração e
timbre. A altura indica quão agudo (“fino” como um pio de pássaro) ou grave
(“grosso” como o som do motor de um caminhão) é um som. Por meio da
intensidade, determina-se se um som é forte (o som de um avião) ou piano (o
mesmo que “fraco”, como uma gota que pinga sobre a pia). A duração
determina se um som é curto (uma porta batendo) ou longo (um apito de trem).
Finalmente o timbre é o que possibilita reconhecer a fonte sonora de um som.
É por meio do timbre que identifica-se a voz de uma pessoa com quem
conversa ao telefone, por isso afirma-se que o timbre é a “cor” do som. Cada
timbre é único.
76
Essa definição foi elaborada por uma criança de oito anos durante uma atividade de sala de aula.
77
A enorme diversidade de graus de desenvolvimento que marca a Educação Infantil, em função da
diferença de idades, exige que os exemplos propostos sejam adaptados a cada faixa etária. Por exemplo,
para os bebês do berçário, o movimento do som com os braços, será mediado pelos professores. Da
mesma forma, o “desenho do som” só pode ser proposto àqueles que manejam materiais gráficos.
48
a música, como por exemplo, a divisão entre refrão e estrofes em uma canção.
Esse elemento permite que o ouvinte estabeleça uma relação de empatia ou
familiaridade com a música ouvida. Uma maneira de explorar a forma é aliar
movimento e música. Aliás, para a criança música e movimento são
praticamente inseparáveis. O hábito comum à Educação Infantil de coreografar
músicas é uma excelente alternativa78 e deve ser ampliado também a músicas
que não fazem parte do cancioneiro folclórico infantil. Dessa forma, pode-se
também propor movimentos para músicas instrumentais, criando uma
sequência de gestos para cada parte da música.
78
Um exemplo dessas atividades e seu resultado no desenvolvimento musical das crianças é a
interpretação da música “cai, cai balão”. Muito antes de cantar “... cai aqui na minha mão”, as crianças já
fazem o movimento do indicador de uma mão apontando a palma da outra mão. Da mesma forma, ao
interpretar “Roda cutia”, muitas crianças da roda já “caem” no chão muito antes de cantar “... e a casa
caiu”. Isso indica que os pequenos já identificam e são capazes de prever a forma da música e a sua
sequência melódica.
49
figurino, adereços e maquiagem. A ação é a condução temporal do
personagem no desenvolvimento da narrativa, ou seja, a sequência dos atos e
acontecimentos. Quanto ao espaço cênico, destaca-se a ocupação dos
ambientes, incluindo a disposição atores/espectadores identificando, por
exemplo, se a peça teatral é apresentada em um teatro de arena, um palco
elevado ou na rua79. Nas propostas de apreciação, o olhar das crianças poderá
ser direcionado a descobrir a organização de uma narrativa que é apresentada
por meio da encenação. Os pequenos também poderão ser orientados a
observar as expressões faciais de atores e expressões de bonecos 80. O
cenário é outro elemento do teatro que permite um trabalho muito rico, seja
notando os elementos que ambientam a cena ou mesmo soluções cênicas
características de técnicas como o teatro de sombras, por exemplo.
Atividade artística
Sobre a atividade artística, entende-se que o professor pode incluir o
trabalho pedagógico de produção de desenhos, pinturas a partir de um tema,
por exemplo, brincadeiras, animais, máscaras, etc. Atividade de coreografia,
canto, mímica, improvisação, ou exercícios com os diferentes gêneros como,
por exemplo: música folclórica, comédia, dança de salão, etc.
79
A compreensão do espaço cênico é particularmente mais bem entendida quando existe a possibilidade
de receber apresentações teatrais nos espaços escolares: salas, pátios cobertos, gramados, etc.
80
Há bonecos que têm expressão fixa, como é o caso frequente do mamulengo. Outros bonecos, por sua
vez possibilitam movimentação de partes da cabeça, articulações, movimentação da boca, das pálpebras
e dos olhos, por exemplo, (como alguns tipos de bonecos, como o marote (a mão do manipulador é
colocada dentro da cabeça do boneco – abre e fecha a boca) e aquele utilizado por ventríloquos.
50
narrativas coletivamente, produzir figurino, confeccionar fantoches, imitar
pessoas e animais?
51
é apenas para um maior entendimento de ambas, não importando se o
professor começar por uma atividade de leitura ou um exercício artístico ou por
ambos.
53
Muitas vezes tem-se a impressão que o repertório do cancioneiro
folclórico infantil é limitado, ou seja, parece que sempre repete as mesmas
músicas. Como proceder para não cansar de fazer sempre a mesma coisa? A
equipe de professores torna-se uma fonte de pesquisa extraordinária. Em uma
reunião pedagógica, é importante produzir coletivamente uma lista de todas as
canções folclóricas que fazem parte do repertório dos professores. O resultado
da pesquisa será uma vasta lista de canções que incluirá músicas mais
conhecidas, como “Marcha Soldado”, algumas que estavam esquecidas, como
“Gatinha parda”, e muitas músicas de cunho regional, como “Passarinho na
lagoa” (do Rio Grande do Norte). Para ter uma ideia da quantidade de músicas
folclóricas do repertório Brasileiro, a pesquisadora Ermelinda Paz escreveu um
livro reunindo 500 canções81.
81
PAZ, Ermelinda. 500 canções brasileiras. Brasília: MusiMed, 2010.
82
“Desritmado” é um neologismo que diz respeito ao sujeito supostamente “sem ritmo”. A palavra não
figura em dicionários, entretanto é utilizada na literatura que trata de dificuldades musicais.
83
Evidentemente, se o professor tiver orientações sobre canto, participando de um grupo coral, ou tendo
aulas de canto, será uma contribuição muito importante para sua atuação pedagógica. Esta prática
poderá ser explorada nos encontros de formação continuada do professor.
54
Como destaca François Delalande84, a música e o movimento são
indissociáveis. É por isso que quando uma criança está diante de uma fonte
sonora85 se movimenta espontaneamente. Logo, é muito importante dar
atenção aos movimentos quando se canta com as crianças. Todos os tipos de
movimentos são importantes, na condição de não prejudicarem as atividades
de canto. Dessa forma, explore o balanço natural do corpo (geralmente
acompanhando o pulso da música86); movimentos dos braços e das mãos,
“desenhando” no ar o que se ouve da música. Coreografias também são muito
interessantes, mas é necessário ir além da coreografia que traduz a letra da
música, fazendo também coreografias de elementos essencialmente musicais.
Isso é mais fácil quando ouve-se uma música que não tem letra, ou então em
outra língua87. As cantigas de roda também são uma excelente integração
entre música e movimento e auxiliam muito no aprendizado de aspectos
formais como o pulso, o andamento88 e a forma musical89.
55
descoberta91 sobre os objetos que a cercam. Nessa etapa, os objetos serão
percutidos, raspados, jogados, chacoalhados, apertados, etc. A próxima etapa
é auxiliar as crianças a organizarem esses sons. Um exemplo dessa
organização é o jogo de pergunta e resposta entre o professor e as crianças e
entre elas mesmas. Por exemplo: o professor percutirá duas colheres por três
ou quatro vezes e aguardará uma resposta de uma criança. Quando a mesma
produzir um som (percutindo uma lata com uma colher de pau, por exemplo), o
professor baterá novamente suas colheres. A atividade pode ser desenvolvida
dando cada vez mais complexidade às interações sonoras.
91
Ter cuidado com a segurança das crianças, evitando objetos cortantes e pontiagudos, que possam
provocar algum tipo de acidente.
92
O adágio é um termo italiano que designa obras musicais de andamento lento, geralmente de caráter
calmo e introspectivo.
56
com o ritmo ou andamento da música.93 É importante também incentivar a
criança a comentar e descrever suas ações durante a atividade artística, como
também produzir desenhos que registrem a dança assistida ou vivenciada. Nas
propostas artísticas, é fundamental o envolvimento do professor vivenciando
coreografias com os pequenos, incentivando-os, demonstrando também a
diferença de movimentação de um adulto em relação aos gestos de uma
criança. Para exemplificar essa atitude do professor, pode-se apreciar o vídeo94
a brincadeira musical: Imitando os bichos - música Ciranda dos bichos, de
Sandra Peres e Zé Tatit; que envolve o movimento e a dança, apresentando
bichos diferentes que representam a fauna brasileira. A formação para essa
brincadeira é roda, com deslocamentos para o lado, para frente, para trás,
abaixando-se, saltando, rebolando, girando, etc. Pode-se também brincar com
a música folclórica: A canoa virou, de domínio público, na brincadeira chamada
Roda dos nomes95; que também apresenta formação em roda, com
deslocamentos, com rotação do corpo, braços entrelaçados, com movimentos
contínuos, usando o espaço alto, etc. Nos dois exemplos há a interação do
adulto com a criança.
57
A partir da escolha de personagens, o professor poderá propor
expressões vocais e gestuais, que os representem ou os imitem. Assim como
na dança, a referência de animais também poderá ser explorada,
especialmente levando-se em conta a intricada relação homem/bicho
facilmente encontrada no universo cultural infantil96.
96
Mesmo não sendo um texto teatral, destaca-se as Fábulas de La Fontaine, em que animais assumem
papéis humanos na condução de diversas histórias. Há muitos outros exemplos de animais que ocupam
papéis que podem ser considerados teatrais, como os personagens de Walt Disney, ou muitos
personagens do folclore brasileiro.
58
no espaço, é um meio indispensável para a compreensão do contexto em que
vive, permitindo dar significado ao mundo.
59
CONTEÚDOS
97
Shudo, Regina. Ludicidade: A possibilidade de uma prática educativa. Palestra no Congresso de
Educação. Comenta que uma criança de quatro anos, pode guardar na memória de longa duração
aproximadamente 200 músicas. Piraquara – Pr. 02/02/2012
61
ARTES VISUAIS
Os gêneros: retrato, - Fixar, espalhar, dispor e substituir obras de arte pelo ambiente –
paisagem e cenas do desenhos, pinturas, móbiles, cartazes, etiquetas, gravuras – fixando-as
cotidiano. na altura das crianças para que as aponte, observe, descreva
familiarizando-se com a produção artístico-visual. É importante a
As técnicas: desenhos,
ampliação das imagens para melhor visualização.
pinturas, gravuras,
fotografias, esculturas, - Elencar imagens variando gêneros artísticos: retrato, paisagem e cenas
móbiles, etc. de cotidiano.
- Explorar o ambiente ao redor do berço, os móbiles pendurados, as cores,
Os elementos formais:
as texturas dos objetos, as imagens, carregando o bebê no colo ou porta-
as formas, as linhas, as
bebê (sling ou um pano bem apertadinho), segurando-os nas mãozinhas na
cores, o espaço.
tentativa de andar, com todo cuidado, explorando o espaço.
Os diferentes: formatos,
- Descrever a imagem a partir do que se vê no quadro. Para o bebê, o
a configuração:
professor poderá partir e/ou escolher “recortes” da obra, destacando
triangular, quadrada,
detalhes que chamam mais atenção na imagem.
circular, etc.; diferentes
tipos de formas;
- Conversar com o bebê realizando atividades que chamem a atenção para
colocação: no alto,
o gênero ou o assunto representado na imagem. No caso das crianças que
embaixo; à esquerda, à
estão quase andando, o professor frente a um retrato, por exemplo, poderá
direita; no centro, no alto à
apontar para o personagem retratado e comentar: olhe para este desenho!
esquerda, no alto à direita,
É uma criança aprendendo a andar! Sua mãe e sua avó estão lhe
embaixo a esquerda,
segurando pelas mãos. Vamos andar? O professor auxilia a criança a andar
embaixo a direita;
pela sala, vivenciando a cena representada. O bebê se prepara para uma
espacialidade: perto,
grande aventura.
longe; alinhado
horizontalmente, etc.
Os princípios da
composição: as figuras e
o fundo.
62
In: http://notempocomum.wordpress.com/
WOODFORD, Susan. A arte de ver a arte. São Paulo: Zahar - Círculo do livro.
1983, p.34 e 35.
- Ler o título do quadro e contar como se chama o artista que pintou este
retrato, etc.
1. 2.
Legenda:
1. Fernando Botero. Uma família, 1989. Óleo sobre tela, 241 x 195 cm. Museu
Botero, Bogotá, Colombia.
Ver: http://www.banrepcultural.org/blaavirtual/museobotero/dbot4c.htm
2. Fernando Botero. Cena Familiar, 1969. Óleo sobre tela, 211 x 195 cm.
Coleção Particular.
In: HANSTEIN, Mariana. Fernando Botero. Colónia: Paisagem, 2005, p.34.
- Apontar e nomear cores, por exemplo, do céu, das árvores, das flores,
etc.
63
- Observar imagens indagando sobre o assunto (gênero) representado: é
um retrato? Olha, vemos uma pessoa, várias? O que elas estão fazendo?
Quem está cuidando das crianças? Vemos algum bebê? Ele é grande ou
pequeno? Está no colo da mamãe ou no carrinho? Como ele está vestido?
Obs. Para os bebês ao invés de perguntar, o professor irá descrevendo e
comentando a imagem, apresentando detalhes e aguçando o olhar.
Franz Marc. Os Pequenos Cavalos Azuis, 1911. Óleo sobre tela, 61 x 101 cm.
Staatsgalerie, Struttgart.
In: MICKLETHWAIT, Lucy. Para a criança brincar com arte. São Paulo: Ática,
1997, p.34.
64
estimação? Qual é o som que o gato produz? Incentivar a criança a se
expressar e imitar a “voz”, o som do animal. Professor, o pintor George
Stubbs era o maior retratista de animais do século XVIII.
In: MICKLETHWAIT, Lucy. Para a criança brincar com arte. São Paulo: Ática,
1997, p. 29.
65
- Conhecer e explorar materiais úmidos: tintas, barro (argila), massas de
papier màché, etc. Lembrar que a manipulação e sensibilização (contato
com as mãos) com esses materiais são importante para o bebê, devido as
sensações provocadas, por exemplo: de nojo da mão suja, o toque suave
da tinta na pele, podendo pintar partes do seu corpo e deixar marcas de
tinta em outras superfícies (papéis estendidos nas paredes, no chão.) Pintar
com os pés, tatuar os pés. (Sempre com os devidos cuidados e atento para
não levá-los a boca).
66
MATERNAL I (01) ano até dois (02) anos de idade
Os recursos formais de
representação: figuração,
abstração, estilização,
deformação, realismo,
idealização.
Os elementos formais:
A forma, a linha, a cor e a Pablo Picasso. Os primeiros passos, 1943. Óleo sobre tela,130 x97cm.
luz, o espaço e o volume. Galeria de Arte da Universidade Yale, New Haven.
67
formas no campo visual: imagem (figura principal) um gato “verde”? Ele é diferente de outro gato. O
no alto, embaixo; à que tem atrás do gato, no fundo da imagem? É só uma cor ou
esquerda, à direita; no tonalidades de uma cor? As flores estão ao lado ou no fundo? O professor
centro, no alto a esquerda, pode falar a cor do fundo, explorá-la em outros objetos. O professor poderá
no alto a direita, embaixo observar, apontar e comentar sobre as tonalidades de uma mesma cor
a esquerda, embaixo a (matiz). A criança estará familiarizando-se com as cores e suas tonalidades
direita. mesmo que ainda não as reconheça ou as nomeie.
A configuração:
triangular, quadrada,
circular, trapezóide, etc. Aldemir Martins. Gato com flores, s/ data.
Acrílica sobre tela, 50 x 40 cm.
A espacialidade: figuras
In: SANTA ROSA, Nereide Schilaro. A arte do olhar. Animais. São Paulo:
ou formas próximas ou Scipione, 2002, 1997, p.06.
longe; na frente ou atrás;
justapostas, sobrepostas. - Explorar o desenho e/ou pintura como uma forma de representação
gráfica de imagens visuais e relacionar objetos representados em uma
A linha: reta, curva, imagem com objetos que fazem parte do seu contexto. Ex: A imagem
ondulada, sinuosa, “Criança com brinquedos”. Repare nos brinquedos da criança. Tem um
serpenteada ou mista; pássaro? Tem um cachorro? Tem um galo? Brinque com a criança usando
linha de contorno, linha objetos similares a imagem. Façam desenhos, registrem coletivamente a
como tratamento gráfico proposta.
ou textura (orgânica e a
geométrica).
A organização das
linhas no campo visual:
no alto, embaixo; à
esquerda ou á direita; no
centro, no alto a esquerda,
no alto a direita, embaixo
Pierre-Auguste Renoir. Criança com brinquedos – Gabrielle e o filho do artista,
a esquerda, embaixo a
Jean. 1895-1896. Óleo sobre tela, 54,3 x 65,4 cm. National Gallery of Art,
direita. Washington.
A Direção da linha: In: MICKLETHWAIT, Lucy. Para a criança brincar com arte. São Paulo: Ática,
horizontal, vertical, 1997, p.40.
oblíqua, concêntrica,
convergente, divergente, - Iniciar a criança na “leitura” das imagens vivenciando, nomeando e
paralela, perpendicular. explorando os materiais ou instrumentos do desenho e da pintura: giz de
cera, carvão, pincel atômico, guache, aquarela e depois usar o grafite, o
As cores: ciano (azul lápis de cor, as canetas coloridas, etc. Obs. A título de conhecimento e
claro), amarelo, vermelha, interesse unicamente do professor, destacam-se também algumas
verde, azul escuro, técnicas que podem ser nomeadas para que as crianças se familiarizem
laranja, magenta, marrom, com estes termos: a gravura em metal, linóleo, xilogravura, litografia,
etc. serigrafia, etc. e a fotografia: foto-realismo ou hiper-realismo, colagem e
fotomontagem.
- Iniciar a criança na leitura das esculturas (objetos tridimensionais em que
os artistas exploram as três dimensões: altura, largura, profundidade ou
68
comprimento) andando ao redor destes objetos, explorando o movimento
dos móbiles (com objetos que não sejam perigosos) balançando-os para
um lado e outro; dos estábiles e esculturas com materiais moles: tecidos,
espumas, bolas de lã, meias, etc.
69
- Desenhar em tecidos, em papéis com texturas diferentes, no chão, na
areia, na terra, etc.
70
MATERNAL II 03 (três) anos completos ou a completar no corrente ano.
Os gêneros: o retrato, as
paisagens, as cenas do - Explorar situações descritas no Maternal I, ampliando possibilidades de
cotidiano, as cenas da conhecimento dos elementos formais da linguagem.
mitologia, natureza morta.
- Expor e substituir obras de arte – desenhos, pinturas, móbiles, cartazes,
As técnicas em suportes etiquetas, gravuras – fixando-as na altura das crianças para que as
bidimensionais ou duas observe e as descreva, familiarizando-se com a produção artístico-visual.
dimensões (altura e
- Fazer “leitura” de quadros que representem espaços, paisagens, cenas
largura): desenho, pintura,
ou situações do cotidiano, objetos, retratos de crianças, brincadeiras
gravura, fotografia.
infantis, bichos, apontando formas ou objetos, cores, linhas, figura
principal e no fundo, interagindo com a criança através da conversação.
Os objetos
tridimensionais: as - Perceber o desenho como uma forma de representação gráfica de
esculturas, os móbiles, os imagens visuais e relacionar objetos representados em uma imagem com
estábiles, a escultura com objetos que fazem parte do seu contexto.
materiais moles, etc
- Iniciar a criança na “leitura e interpretação” das imagens nomeando e
A técnica mista: com explorando os materiais ou instrumentos do desenho e da pintura: com
duas ou mais técnicas. grafite, lápis de cor, giz de cera, carvão, pincel atômico, guache, aquarela,
etc. A título de conhecimento e interesse unicamente do professor, destaca-
Os recursos formais de se também algumas técnicas que podem ser nomeadas para que as
representação: figuração, crianças se familiarizem com estes termos: a gravura e a fotografia.
abstração, estilização,
- Iniciar a criança na leitura das esculturas (objetos tridimensionais em que
deformação, realismo,
os artistas exploram as três dimensões: altura, largura, profundidade ou
idealização.
comprimento) andando ao redor destes objetos, explorando o movimento
dos móbiles (com objetos que não sejam perigosos) balançando-os; dos
Os elementos formais:
estábiles e esculturas com materiais moles: tecidos, espuma, bolas de lã,
A forma, a linha, a cor e a
meias, etc.
luz, o espaço e o volume.
- Conhecer os materiais usados em quadros de técnica mista. Ex: apreciar
A classificação das
as ilustrações de Heliana Grudzien, que utilizou pintura e colagem na
formas: natural ou
produção das ilustrações do livro “Festa na Cozinha – Bom apetite”. In:
cultural; regular ou WOELLNER, Adélia Maria. Festa na Cozinha – Bom apetite Ilustrações de
irregular; geométrica, não- Heliana Grudzien. Curitiba: Edição do autor, 2011, p. 28 e 29.
geométrica; alta, baixa,
estreita, etc. - Mostrar quadros com o gênero paisagem. Poderá apresentar a paisagem
natural ou campestre que retrata o campo, as montanhas, pequenos
A organização das sítios; a paisagem marinha, que retrata o mar, os barcos, as pessoas na
formas no campo visual: praia. Neste sentido, “ler‟ ou descrever o que se vê na paisagem nomeando
71
no alto, embaixo; à as figuras principais e o que está representado nos planos secundários ou
esquerda, à direita; no no fundo. Perguntar, por exemplo: se está ou não chovendo? Se vemos
centro, no alto a esquerda, pessoas com guarda-chuva? Se o sol está brilhando no céu? Está frio?
no alto a direita, embaixo Está calor? As pessoas estão usando casacos, botas, cachecol? É verão?
a esquerda, embaixo a Que roupas usam? Quem mais está na cena? Tem algum tipo de
direita. embarcação representado no mar. Pode-se propor como atividade artística
a representação da cena, em um dia de chuva com vento muito forte.
A direção das formas:
horizontal, vertical,
oblíqua, concêntrica,
convergente, divergente,
paralela, perpendicular.
A configuração:
triangular, quadrada,
circular, trapezóide, etc.
A espacialidade: figuras
ou formas próximas ou Gustavo Rosa. Cooper em família. 2003. Óleo sobre tela, 160 x 250 cm.
longe; na frente ou atrás; Coleção Particular
justapostas, sobrepostas.
In: MEIRELLES, Silvinha. ROSA, Gustavo. Sem raça, com graça. São Paulo:
A linha: reta, curva, Brinque-book, 2003, p.30.
ondulada, sinuosa,
serpenteada ou mista; - Apresentar o gênero paisagens com casario, destacando os elementos
linha de contorno, linha principais da imagem. Tem casas? Qual casa chama mais sua atenção?
como tratamento gráfico Quais cores o artista utilizou para representar as casas? Elas são todas
ou textura (orgânica e a iguais ou são diferentes? O professor proporá questões a partir da obra
geométrica). elencada.
As cores: ciano (azul - Perceber cores e formas nos objetos; as diferenças de tamanho,
claro), amarelo, vermelha, medidas e texturas;
verde, azul escuro,
laranja, magenta, marrom, - Interagir com a criança durante as atividades de leitura de imagens
etc. verbalizando e utilizando: noções de espacialidade e lateralidade:
dentro/fora; perto/longe; em cima/em baixo; mais próximo de/ mais afastado
de; mais próximo em relação a/ mais afastado em relação a; noções de
proporção: maior/menor/ grande/pequeno; compridos/curtos.
72
paisagens, brinquedos, cenas, etc.
In: VENÉZIA, Mike. Pablo Picasso. São Paulo: Moderna, 1996. (Coleção Mestres
das Artes)
73
- Promover brincadeiras e jogos com as cores, incentivando nomeá-las,
reconhecê-las nas imagens, nos objetos, nos espaços. Ex: esconder
objetos coloridos e solicitar que encontrem. Brincarem, nomearem as cores
desses objetos, se faz parte da obra, etc.
74
PRÉ I (04) anos completos ou a completar no corrente ano.
Os gêneros: o retrato ou - Expor e substituir obras de arte nas paredes da sala– desenhos, pinturas,
figura humana (na móbiles, cartazes, etiquetas, gravuras – fixando-as na altura das crianças
posição frontal, de perfil e para que as observe e as descreva, familiarizando-se com a produção
em três quartos, artístico-visual.
autorretrato; a paisagem
(natural, urbana ou - Fazer “leitura” de quadros que representem espaços, paisagens, cenas ou
casario e marinha); a situações do cotidiano, objetos, retratos de crianças, brincadeiras infantis,
natureza-morta, as bichos, apontando formas ou objetos, cores, linhas, figuras principais e no
cenas do cotidiano, as fundo, interagindo com a criança através da conversação e explorando as
cenas religiosas, as formas, objetos e cores na relação com o cotidiano.
cenas da mitologia e as - Perceber o desenho como uma forma de representação gráfica de
cenas históricas. imagens visuais e relacionar objetos representados em uma imagem com
objetos que fazem parte do seu contexto.
As técnicas em suportes
bidimensionais ou duas - Iniciar a criança na “leitura e interpretação” das imagens nomeando e
dimensões (altura eexplorando os materiais ou instrumentos do desenho e da pintura: com
largura): desenho, pintura,grafite, lápis de cor, giz de cera, carvão, pincel atômico, guache, aquarela,
gravura, fotografia. etc. A título de conhecimento e interesse unicamente do professor, pode-se
também comentar algumas técnicas para que as crianças se familiarizem
Os objetos com estes termos: a gravura e a fotografia.
tridimensionais: as
- Iniciar a criança na leitura das esculturas (objetos tridimensionais em que
esculturas, os móbiles, os
os artistas exploram as três dimensões: altura, largura, profundidade ou
estábiles, as escultura
comprimento) andando ao redor destes objetos, explorando o movimento dos
com materiais moles, etc
móbiles (com objetos que não sejam perigosos) balançando-os; dos
estábiles e das esculturas com diferentes materiais como: pedra, madeira,
A técnica mista: com
metal, barro, bronze, gelo, isopor, sabão, papel, jornal, arame, etc.
duas ou mais técnicas.
- Conhecer os materiais usados nos quadros realizados na técnica mista.
Os recursos formais de
Ex: desenho e pintura, pintura e colagem.
representação: figuração,
abstração, estilização,
- Explorar pinturas de natureza-morta, ou seja, quadros com frutas, vaso
deformação, realismo,
com flores sobre uma mesa, com tecidos coloridos ou objetos. Observando-
idealização.
se os objetos, o professor pode relacionar alguns que fazem parte do
cotidiano da criança, destacando-os: cadeira, vaso, flores, mesa, prato com
Os elementos formais: a
frutas, panela, etc. Chamar a atenção para as frutas que o artista pintou no
forma, a linha, a cor e a
quadro, apontando e nomeando cada uma delas relacionando com as
luz, o espaço e o volume.
preferidas das crianças. Pergunte, por exemplo, são doces ou azedas? É
claro que não são frutas ou comidas de “verdade”, a criança não pode “pegá-
A classificação das
las” nem “comê-las”, é uma representação, assim, cabe um alerta ao
75
formas: natural ou professor: ainda que pergunte – que frutas vêem? – lembre sempre de dizer
cultural; regular ou que é um quadro, um desenho, uma pintura, uma fotografia em que se
irregular; geométrica, não- observam frutas, flores, peixes sobre um prato, copos, garrafas ou jarras
geométrica, etc. sobre uma mesa. Repare, aponte, instigue o olhar para os detalhes, pois
muitas vezes chamam a atenção da criança. Por exemplo, uma mosca sobre
A organização das uma fruta, uma borboleta que pousou nas flores do vaso, etc. Solicite que a
formas no campo visual: criança descreva, relate sobre a imagem.
no alto, embaixo; à
esquerda, à direita; no
centro, no alto a esquerda,
no alto a direita, embaixo
a esquerda, embaixo a
direita.
A configuração:
triangular, quadrada,
circular, trapezóide, etc. Jacob Von Hulsdonck. Ameixas e pêssegos, século XVII. Óleo sobre cobre.
28,8 x 35cm. Coleção Particular.
A espacialidade: figuras
ou formas próximas ou In: MICKLETHWAIT, Lucy. Meu primeiro livro de arte: grandes obras primeiras
longe; na frente ou atrás; palavras. São Paulo: Manole, 1994, p. 21.
justapostas, sobrepostas.
A linha: reta, curva, - Apresentar também quadros com o tema retrato, paisagem, cenas do
ondulada, sinuosa, cotidiano, etc.
serpenteada ou mista;
linha de contorno, linha - Apresentar obras de artistas regionais, paranaenses, brasileiros e outras
como tratamento gráfico culturas, diversificando gêneros artísticos.
ou textura (orgânica e a
geométrica). - Descrever a imagem para as crianças e coletivamente inventarem histórias
a partir da cena que representa, neste caso, uma cozinha muito
A Organização das movimentada em dia de festa: “Ação de Graças”, de Doris Lee. Ex: Onde
linhas no campo visual: acontece esta cena? Tem janela nesta cozinha? E porta? O que as pessoas
no alto, embaixo; à estão fazendo nesta cena? Tem crianças? O que elas fazem? Que móveis
esquerda ou á direita; no aparecem? Há animais na cozinha? Quais? E você tem animais de
centro, no alto a esquerda, estimação em casa? Vamos dar nomes a esses animais? Na sua casa os
no alto a direita, embaixo bichos ficam na cozinha? E os utensílios domésticos? Quais aparecem?E as
a esquerda, embaixo a comidas? E agora, se tratando das cores, você sabe identificar algumas
direita. delas? Quais? Que cores são as lajotas? E a parede? E o vestido da
menina? E a camisa do menino? Professor: muitas questões podem ser
A direção: horizontal, elaboradas, esgote suas possibilidades de leitura e descrição. Perceba a
vertical, convergente, atenção e interesse da criança pela imagem. Pode-se fazer também
divergente, etc. recortes, leitura de detalhes da imagem. Trabalhar com outras questões
referentes a espacialidade e a organização das formas no campo visual:
As cores: ciano (azul O que está mais próximo ao cachorro? O que acontece mais a frente, na
claro), amarelo, vermelha, cena? Quem está no fundo? Quem está embaixo do fogão? Como
verde, azul escuro, atividade artística as crianças podem brincar numa cozinha divertida, com
laranja, marrom, magenta, acessórios ou brinquedos que fazem parte deste contexto, bem como
etc. representar através de desenho a cozinha de sua casa.
O contraste de cor:
quente e fria.
76
externa ao campo, interna
ao campo.
O formato da
composição: retangular,
quadrado, circular,
triangular
A divisão da composição:
duas partes, três partes.
77
Willie Seaweed.Tela Cerimonial Kwakiutl, c.1935. Tinta sobre tecido,
304,8 x 304,8 cm. Estados Unidos
In: MICKLETHWAIT, Lucy. Para a criança brincar com arte. São Paulo: Ática,
1997, p.18.
In: MICKLETHWAIT, Lucy. Para a criança brincar com arte. São Paulo: Ática,
1997, p.18.
78
PRÉ II (05) anos completos ou a completar no corrente ano
79
os objetos, o professor poderá relacionar alguns que fazem parte do cotidiano
A classificação das da criança, destacando-os: cadeira, vaso, flores, mesa, prato com frutas,
formas: natural ou panela, xícara, copo, etc. Chamar a atenção para as frutas que o artista pintou
cultural; regular ou no quadro, apontando e nomeando cada uma delas relacionando com as
irregular; geométrica, não- preferidas das crianças. Pergunte, por exemplo, são doces ou azedas? É
geométrica, etc. claro que não são frutas ou comidas de “verdade”, a criança não pode “pegá-
las” nem “comê-las”, é uma representação, assim, cabe um alerta ao
A organização das professor: ainda que pergunte – que frutas vêem? – lembre sempre de dizer
formas no campo visual: que é um quadro, um desenho, uma pintura, uma fotografia em que se
no alto, embaixo; à observam frutas, flores, peixes sobre um prato, copos, taças e garrafas de
esquerda, à direita; no bebida sobre uma mesa. Repare, aponte os detalhes, pois muitas vezes
centro, no alto a esquerda, chamam a atenção da criança. Por exemplo, uma mosca sobre uma folha ou
no alto a direita, embaixo fruta, uma borboleta que pousou nas flores do vaso, uma rosa na borda do
a esquerda, embaixo a prato, etc.
direita.
A configuração:
triangular, quadrada,
circular, trapezóide, etc.
A espacialidade: figuras
ou formas próximas ou
longe; na frente ou atrás; Francisco de Zurbarán. Natureza morta com limões, laranjas e uma rosa, 1633.
justapostas, sobrepostas. Óleo sobre tela. 61,6 x 109,2cm. Museu Norton Simon, Pasadena, Califórnia.
A linha: reta, curva, In: MICKLETHWAIT, Lucy. Meu primeiro livro de arte: grandes obras primeiras
ondulada, sinuosa, palavras. São Paulo: Manole, 1994, p. 21.
serpenteada ou mista;
linha de contorno, linha - Apresentar também quadros com o tema retrato, paisagem, cenas do
como tratamento gráfico cotidiano, etc.
ou textura (orgânica e a
geométrica). - Descrever a imagem incentivando as crianças a inventarem histórias e
hipóteses a partir da representação. Por exemplo: o “Expresso Boston”. Para
A Organização das onde vai o trem? Explorar o quadro com as crianças e solicitar que imaginem
linhas no campo visual: o que está acontecendo na cena. Poderá também explorar na imagem coisas
no alto, embaixo; à que são familiares e ou desconhecidas pela criança.
esquerda ou á direita; no
centro, no alto a esquerda,
no alto a direita,
embaixo a esquerda,
embaixo a direita.
A direção: horizontal,
vertical, convergente,
divergente, etc.
As cores: ciano (azul Expresso Boston e North Chungahochie, após 1919. Óleo ou têmpera sobre
claro), amarelo, vermelha, aglomerado, 47 x 62,3 cm. Galeria Nacional de Arte, Washington.
verde, azul escuro, In: MICKLETHWAIT, Lucy. Meu primeiro livro de arte: grandes obras primeiras
laranja, marrom, magenta, palavras. São Paulo: Manole, 1994, p. 49.
etc.
- Observar imagens que representam situações do cotidiano: o trânsito, a
O contraste de cor: alimentação (uma cozinha), as brincadeiras infantis: brincar de casinha, de
quente e fria. pular corda, de boneca, de médico, de supermercado, propondo a imitação e a e
a representação das cenas “lidas”, apreciadas.
80
A luz: natural, artificial;
frontal, detrás, lateral, - Utilizar o desenho para representar idéias a partir de algo vivido individual ou
externa ao campo, interna coletivamente como na audição de histórias, na visualização de vídeos, no
ao campo. registro de atividades externas, etc.
O fundo em perspectiva: - Perceber as cores e texturas das próprias roupas, observando as estampas
sobreposição de figuras; e os tipos de tecidos, descrevendo cores, formas e texturas. Quais texturas
figuras maiores na frente e geométricas apresentam a estampa?
menores atrás; ênfase nos
detalhes das formas na - Conhecer, tatear, perceber e produzir texturas variadas (texturas orgânicas
frente e formas pouco e geométricas).
definidas ao fundo,
intensidade das cores no - Utilizar diferentes materiais para produzir seus desenhos: pedra, carvão,
primeiro plano, cores pedaços de galhos, giz, pincel atômico de diferentes espessuras, lápis,
pouco definidas ao fundo. canetas e diferentes tipos de suportes: chão, quadro-de-giz, papéis, etc.
O ritmo visual: uniforme, - Representar situações apreciadas em imagens: faça de conta que está
variável, alternado, bravo, que está assustado, que está cansado, que está com sono, etc.
crescente, decrescente,
concêntrico. - Imitar as expressões dos rostos observados nas representações de
O equilíbrio: simétrico, retratos: triste, feliz, preocupado, com a língua de fora, torcendo o nariz, etc.
assimétrico.
- Brincar de imitar expressões de retratos enfatizando uma expressão: de
alegria, de tristeza, de medo, de raiva, etc.
81
1. 2. 3.
Legenda:
1. Fotografia de Jaime Sabartés.
Ver: http://www.liveinternet.ru/users/anysol/post116046427/
2. Pablo Picasso. Retrato de Jaime Sabartés,1901.Óleo sobre tela, 46 x 38 cm. Museu
Picasso, Barcelona.
Ver: http://www.wikipaintings.org/en/pablo-picasso/portrait-of-jaime-sabartes- 1901
3. Pablo Picasso. Retrato de Jaime Sabartés,1939. Óleo sobre tela, 45,7 x 38 cm. Museu
Picasso, Barcelona.
In: VENEZIA, Mike. Pablo Picasso. Coleção Mestres das Artes. São Paulo: Moderna, 1996,
p.28.
In: MICKLETHWAIT, Lucy. Meu primeiro livro de arte: grandes obras primeiras
palavras. São Paulo: Manole, 1994, p. 44.
82
Como corre o hipopótamo de sapato?
O que diz a ovelha para a sua amiga?
Como voa a abelha? E que som produz?
Como a abelha cheira as flores?
Como dorme o caracol?
Como o porquinho faz para se coçar?
E como é tomar banho como um patinho?
83
Gustavo Rosa. Ilustração da capa do livro.
In: MEIRELLES, Silvinha. ROSA, Gustavo. Sem raça, com graça. São Paulo:
Brinque-book,2003. p. 30.
84
MÚSICA
OBJETIVO: Promover a ampliação da percepção dos sons do próprio corpo, do entorno e repertório
musical, fortalecendo laços afetivos mediados pela música.
Os elementos formais da - Explorar os sons vocálicos Aaa, Uuu, etc e as consoantes P, B, PFF,
música GRR, BRR, SS, ZZ, etc, além de onomatopéias como, por exemplo, o
- Elementos do som som do avião: oooommmm, o som do carro brum – brum, do cachorro
(altura, duração, Au! Au!
intensidade e timbre)
- Elementos da música (em - Imitar os sons vocais produzidos pela criança.
especial pulso e melodia). Ex: imitar os sons que as crianças fazem, explorando suas
vocalizações: colocar-se diante de uma criança, segurando-a no colo
Os sons vocais ou sentando-se diante dela (nesse caso ela também deverá estar
- Os sons vocálicos e sentada). Começar provocando sons com a boca até que a mesma
onomatopéias: AAA, P, B, comece a ter a iniciativa de também fazer sons bucais. Quando ela
PFF, GRR, BRR, SS, ZZ, iniciar seus sons, você imitará com o maior detalhamento possível. A
BRUM, MA, MA, etc. criança faz “Ahh-Brruuu”, começando mais agudo (fino) e mudando
para o mais grave (grosso). Assim que ela terminar, você fará
O diálogo sonoro exatamente o mesmo som (metodologia desenvolvida pela
- A imitação dos sons pesquisadora Beth Bolton – EUA).
vocais
- Produção de sons - Produzir sons para as crianças estimulando sua interação ao meio.
85
experiências musicais– que podem produzir som.
movimentos mediados pelo
adulto que acompanhem a - Preparar um “banco de sons”, ou seja, um conjunto de objetos que
música (pulso, desenho da produzem sons. Podem ser apresentados às crianças (molho de chaves
melodia no espaço). para sacudir ou chacoalhar, colheres para percuti-las, papel celofane
para amassá-lo, etc.) Você poderá mostrar diretamente os objetos ou
A audição musical utilizar um anteparo (uma caixa de papelão, ou um tecido esticado) para
- O repertório amplo: esconder o objeto e aguçar a curiosidade das crianças. Você também
o Regionalismo poderá caminhar pela sala produzindo sons com objetos para que as
o Brasilidade crianças se orientem em direção a fonte sonora.
o Outras culturas:
gêneros e estilos - Explorar o timbre do som dos objetos, apresentando a voz do objeto
diversos (música ou instrumento para sensibilizar o bebê a esse som.
clássica, rock, jazz,
etc.) - Explorar a duração do som ao percutir um objeto e perceber a
ressonância do som, se o som é curto ou longo. Ex: brincar com o
A música ao vivo bebê percutindo objetos de madeira que produzem sons curtos e
- Músicos da comunidade. também objetos de metais que ao vibrar produzem sons por mais
tempo, fazendo com que a criança perceba a diferença. Acabou!
Escute!
86
MATERNAL I (01) ano até dois (02) anos de idade
87
- Apresentar um repertório envolvendo regionalismo, brasilidade,
outras culturas com variação de gêneros e estilos (incluir música
clássica, rock, jazz, etc.)
88
MATERNAL II 03 (três) anos completos ou a
completar no corrente ano.
.
Os objetos sonoros e sua - Explorar os sons produzidos pelos objetos sonoros percebendo seu
classificação timbre e após o tempo de exploração, organizar com as crianças os
- Categorias decorrentes de sons por afinidade ou sequências: sons com mesmo timbre (como
timbre, altura, intensidade por exemplo, sons metálicos, ou sons „escuros‟) do grave (grosso) ao
e duração. mais agudo (fino), do som fraco ao som forte, e sons curtos ou
- A antecipação mental do longos. Primeiramente mostre às crianças formas de organizar
resultado sonoro. esses objetos e posteriormente dê a elas a autonomia de
categorização.
Os instrumentos musicais
- A antecipação mental do - Conhecer e explorar os sons dos instrumentos musicais
resultado sonoro de promovendo a transição entre objetos do cotidiano que produzem
instrumentos musicais sons e instrumentos culturalmente consolidados. Possibilite o contato
trazendo para as crianças um violão, uma flauta doce, tambores
A verbalização sobre sons diversos, apitos, gaitas de boca etc. Sempre tenha cuidado de
- Sons ouvidos e criados mostrar às crianças formas de produzir sons com esses instrumentos
e permita que explorem, na condição de terem muito cuidado com o
A forma musical manuseio, respeitando sempre tratar-se de um instrumento musical e
- Cantigas de roda não de um brinquedo.
89
diversos (música exemplo, que um contrabaixo acústico tem som grave, ao contrário
clássica, rock, jazz, de um flautim que tem som extremamente agudo. Os sons dos
etc.) instrumentos musicais podem ser ouvidos no CD que acompanha o
livro “A orquestra tintin por tintin”, que visa aproximar as crianças da
A música ao vivo apreciação dos sons e das músicas de uma orquestra sinfônica. Esta
- Músicos da comunidade. é a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre.
In:http://galerea.com/Limoges-
Marketplace?g2_itemId=853&g2_serialNumber=1
Ver: http://www.youtube.com/watch?v=HACO2UNQYjw
90
- Promover rodas de conversa com perguntas como: Qual é a música
da minha região, do meu país e quais são os hábitos de escuta da
minha família, comunidade etc.? Isso fortalecerá a identidade cultural
de cada criança e permitirá reconhecer que dentro de uma mesma
turma há diversidade em identidades musicais. Dessa forma, será
possível ouvir diálogos como “Eu ouço sertanejo e meu vizinho ouve
tuch tuch (descrição das crianças para disco-music). O objetivo
principal dessa atividade é extrapolar a ideia de gosto e estimular o
interesse pelo diferente.
91
PRÉ I (04) anos completos ou a completar no corrente ano.
O fazer musical
(interpretar e criar) - Propor a narrativa de uma história por meio de sons e músicas.
- A narrativa sonora Contar a história do Saci Pererê com sons e música. O professor será
(representação com sons e o narrador e as crianças produzirão sons que ilustrarão a história. “Lá
música) no meio da grande floresta (...)” os pequenos poderão fazer sons de
o Imaginação galhos quebrando, sons de folhas, de vento, de pássaros, sapos e
- Os papéis musicais muitos outros. Cada som poderá ser produzido com o corpo
(música em conjunto) (incluindo a voz) ou qualquer outro objeto, por exemplo, os pássaros
podem ser representados por gritos bem agudos, com apitos, ou
A interpretação musical esfregando o dedo sobre uma mesa ou carteira de fórmica.
- Cancioneiro folclórico
infantil - Explorar papéis variados dentro de um grupo de crianças,
promovendo a atividade de fazer música em conjunto. Pode-se, por
O jogo musical exemplo, cantar a música “Se esta rua fosse minha” dividindo ações.
- Brincadeiras de roda – Uma parte da turma canta a melodia, outro grupo de crianças
forma musical acompanha o pulso da música utilizando pequenos chocalhos (que
- Jogos de mãos – ritmo e produzam um som piano-fraco). Um grupo caminha pela rua
andamento imaginária acompanhando o som feito com os chocalhos com passos
- Músicas de substituição – fortes. Finalmente um outro grupo cantará apenas os finais de frase:
forma musical “(silêncio) minhaaa, (silêncio) ladrilhaaaaar (...)” etc.
Os elementos musicais - Apresentar e/ou propor os jogos de mãos que são exercícios
formais no jogo rítmicos e melódicos. Começar pedindo à turma quem conhece
- Forma musical – com a algum jogo (muitos já terão contato com tais jogos por meio de
dança; pergunta e resposta irmãos, amigos da comunidade etc.) Pedir para aqueles que
- As funções dos conhecem a brincadeira apresentar ao resto da turma. Em seguida,
instrumentos musicais – os com a mediação do professor, todos podem aprender o jogo,
timbres formando duplas. Você poderá fazer variações de andamento (mais
- A altura dos sons rápido ou mais lento, ou ainda acelerar ou diminuir o andamento
(tessitura, melodia) durante a brincadeira). Há muitas propostas de atividades no site do
projeto “Lenga la lenga”. Ver http://www.lengalalenga.com.br/
A manipulação de objetos
sonoros - Possibilitar à criança através do jogo, apropriar-se de elementos
- Exploração orientada de musicais que caracterizam uma obra. Por exemplo, ao ouvir o
materiais sonoros Concerto para Flauta de Orquestra de Antonio Vivaldi, “ Il Gardellino”,
- Manipulação de Op. 10 n. 3 – em ré maior (RV 428), as crianças poderão imitar o som
instrumentos musicais com das cordas (“Paa, pa, raaa”) e em seguida imitar o som da flauta
orientação dirigida solista (“Pi, pi, pi, piiiii”). Ver.
http://www.youtube.com/watch?v=vYrvOQiCx4I&feature=fvst
A audição musical
- A função da música - Explorar os objetos sonoros manipulando-os de forma mais
infantil e a construção da
dirigida. Por exemplo, após ouvir músicas andinas executadas com
identidade
as flautas chamadas zampoñas (ou flautas „pan‟), (ver
- A cultura infantil na http://www.youtube.com/watch?v=eJj2T40kpU8&feature=related)
produção cultural de
92
adultos experimentar o sopro de garrafas plásticas com diferentes
- A narrativa musical quantiSdades de água. Por meio dessa experiência as crianças
(música programática) entenderão a relação entre a quantidade de água/ar dentro de cada
- Os papéis musicais garrafa e a nota emitida. Ver:
(funções de cada músico) http://www.youtube.com/watch?v=FPLzmckK5OI
- O repertório amplo:
o Regionalismo - Possibilitar a manipulação de instrumentos musicais e percepção
o Brasilidade das variações dos sons. É importante que a criança comece a
o Outras culturas: diferenciar um instrumento de um brinquedo. Dessa forma, explore,
gêneros e estilos por exemplo, os múltiplos sons que um tambor pode emitir. Utilizando
diversos (música uma baqueta própria, percutir o centro da pele, as extremidades, o
clássica, rock, jazz, aro do tambor e construir variações entre esses diversos sons.
etc.)
- Discutir com as crianças as impressões (reflexão musical) sobre as
A música ao vivo músicas cantadas do cancioneiro folclórico infantil. A partir do Pré,
- Músicos da comunidade. você poderá perguntar, por exemplo: Qual a diferença entre
“Capelinha de melão” e “Se esta rua fosse minha”? Provavelmente a
primeira análise será com base nas letras, entretanto, logo as
crianças falarão de aspectos musicais e também subjetivos. Tais
comentários não têm objetivo final (não há respostas „certas‟), mas
estimula a reflexão sobre o cancioneiro. É provável que os pequenos
digam que a primeira é alegre e a segunda é triste. Tal constatação
não é sem fundamentos, já que a primeira é em modo maior e a
segunda no modo menor (os modos dão uma identidade
harmônica às músicas).
93
PRÉ II (05) anos completos ou a completar no corrente ano
O fazer musical
(interpretar e criar) - Propor inicialmente um laboratório de exploração de sons através da
- A composição de peças percussão corporal. Cada criança poderá inventar um som diferente
curtas com o corpo e todos irão imitar. Com vários sons, a turma escolherá
- A percussão corporal alguns e improvisará uma música utilizando todos eles. Antes e ao
final das experiências mostre às crianças produções de grupos como
Os grafismos – a grafia do os Barbatuques. Ver http://www.youtube.com/watch?v=0Q4aj_te-dw
som
- Explorar a representação gráfica dos sons e da música. Na
O jogo musical educação infantil não deve, a priori, se preocupar com a leitura de
notas musicais no sistema tradicional ocidental. Entretanto, já pode
Os objetos musicais ser experenciada. Partindo da obra de N. Paganini “Capricho 24” para
- Acervo de instrumentos violino solo, pedir que as crianças desenhem o som que ouvem.
inventados Tratando-se de uma obra que explora o princípio de tema e variações
(como a obra de Mozart descrita anteriormente) escolha recortes
A audição musical evitando o cansaço das crianças com a música inteira. O resultado
- A frase musical será variado, com linhas fluidas, fortes, fracas, traços etc. Também é
- Contextualização provável que desenhem instrumentos musicais (como o violino, por
histórica, geográfica e exemplo). O importante é que tentem pensar em alguma imagem que
cultural das músicas representa os timbres (a diferença entre o som com arco ou com os
ouvidas dedos – pizzicato que é tocado por volta de três minutos da obra). Ver
- As vinhetas e jingles http://www.youtube.com/watch?v=-095jDDgrQo
- Contato com repertório
amplo: - Solicitar às crianças que desenhem a história que a música conta.
o Regionalismo Esta é outra forma de explorar a relação música/desenho. Nesse
o Brasilidade caso, não hesite em escolher músicas instrumentais (sem letra) a fim
o Outras culturas: de estimular ainda mais a imaginação e representação gráfica do
gêneros e estilos som.
diversos (música
clássica, rock, jazz, - Confeccionar instrumentos musicais com as crianças (sempre
etc.) atento para a segurança na manipulação de ferramentas e materiais).
Uma atividade interessante é um conjunto de latas musicais. Trazer
A música ao vivo muitas latas metálicas de tamanhos diferentes e organizá-las a fim de
- Músicos da comunidade. formar um conjunto de notas diferentes. Quando duas latas forem
iguais, seus fundos poderão ser amassados utilizando uma pedra
arredondada (seixo rolado de rio) a fim de tornar o fundo côncavo.
Quanto mais côncavo ele for, mais agudo será o som. Assim como
todos os instrumentos criados, é interessante mostrar exemplos de
instrumentos musicais com princípios acústicos semelhantes ao que
acabaram de construir. No caso das latas, o exemplo mais próximo
seria o Still Drum, típico de um arquipélago chamado Trinidad e
Tobago que fica no mar do Caribe, bem perto da Venezuela. Ver:
http://www.youtube.com/watch?v=L2jnc0QEcaM&feature=related
94
- Promover atividades onde a forma musical é explorada, com
coreografias e gestos, ou por meio de desenhos, reconhecendo a
frase musical e identificando as porções em que uma melodia se
organiza, como por exemplo:
Música - Cai, cai balão
Frase 1: “Cai, cai balão, cai, cai balão,
aqui na minha mão”;
Frase 2: “Não cai não, não cai não, não cai não,
cai na rua do sabão”.
A criança perceberá que frases musicais promovem um diálogo
dentro da obra. No caso de “Cai, cai balão”, a primeira frase é uma
pergunta e a segunda é uma resposta. Uma possibilidade de
encaminhamento é dividir as crianças em dois grupos. Um grupo
canta a primeira parte e o segundo responde com a segunda frase.
95
- Conhecer a música tocada e cantada ao vivo.
96
DANÇA
97
nádegas e pernas; bebê de maneira confortável (bruços /sentado) em colchonete
-Salto: um pé, dois pés, ou tapete emborrachado, dispor objetos apropriados, seguros e
frente, trás, lateral, diagonal, interessantes em seu campo visual, estimulando o bebê a
em grupo, com arrastar-se, engatinhar ou quase andar para pegá-lo, sacudi-
expressividade; lo, percuti-lo, trocá-lo por outro. O professor pode colocar
objetos com sons para a descoberta do bebê.
-Queda: um pé, dois pés, com
giro, com expressividade, no
chão, em suportes, em grupo, - Propor situações que estimulem a vivência de movimentos
rolando, estanque; voluntários, ou seja, com intenção: deitar, rolar, sentar,
engatinhar, ficar em pé, equilibrar-se, andar, andar na ponta
-Rotação: 180°, 360°, com dos pés, andar de quatro, com mãos e pés alternados,
movimentos de braços, em marchar, rebolar, dançar, buscando e levando objetos de um
duplas, corpo todo e partes do lado para o outro da sala, em diferentes direções e sentidos,
corpo, rotação contínua, com explorando possibilidades diferentes de espaços e suporte
variações de espaço; (superfícies). Poderá também explorar o andamento das
músicas (acelerando e retardando). Ex: Andar em tapetes, com
-Formação: fila, roda, colunas,
texturas diferentes, andar na grama, na areia, na água, sentir o
variações, rodas concêntricas,
calor do chão com as mãos, com os pés. Obs. O professor
individual, pares, trios, rodas
estará atento as reações que o bebê apresente. Esclarecendo:
entrelaçadas;
A criança, através de combinações alternadas integradas de
braços e pernas, arrasta-se, impulsiona-se para ficar de pé,
-Estímulo Sonoro: ausência ou
sempre se segurando num apoio, e consegue abaixar-se
presença, ritmos acelerados e
novamente. Quando engatinha, troca de posição de sentada
lentos, estímulo e música,
para de pé, apoiando-se com as mãos. Possibilitar a vivência
contrastes;
com movimentos contínuos ou interrompidos, com ou sem
estímulo sonoro, em direções e espaços variados.
A apreciação de danças
regionais e de outras
- Explorar movimentos que possibilitem além do conhecimento
culturas: do seu próprio corpo, o contato físico com o colega: tocar,
- danças e brincadeiras de roda pegar na mão, abraçar, dançar de mãozinhas dadas. (duplas,
com o repertório do cancioneiro
trios, roda), etc.
folclórico infantil.
- danças folclóricas, regionais e
- Propor a vivência de movimentos espontâneos,
da brasilidade: fandango,
improvisados a partir de estímulos sonoros (música, voz do
samba, capoeira, etc.
professor, sons de instrumentos, ruídos e/ou o silêncio)
- dança de salão: valsa, bolero.
acelerando ou retardando movimentos.
- dança clássica: balé
- outras formas de dança.
- Vivenciar propostas que estimulem o trabalho com a
A dança ao vivo flexibilidade, o equilíbrio e a força nos movimentos
executados pela criança. Ex: Numa brincadeira de roda - Roda
Cutia – que é bastante conhecida pelas crianças, proporciona-
se um trabalho específico com os elementos: corpo
(instabilidade, força/fluência, oscilação/equilíbrio, ponto de
apoio), espaço (deslocamentos, direção, formação, queda)
e tempo (movimento contínuo e ou interrompido e estímulo
sonoro)
98
comunidade, convidados para se apresentarem às crianças.
99
MATERNAL I (01) ano até dois (02) anos de idade
As técnicas: a improvisação
livre ou dirigida com ou sem - Propor situações que estimulem a vivência de
materiais. movimentos voluntários, ou seja, com intenção: deitar,
rolar, sentar, engatinhar, ficar em pé, equilibrar-se, andar,
Os elementos formais: andar na ponta dos pés, andar de quatro, com mãos e
Corpo: pés alternados, marchar, rebolar, dançar, buscando e
- Simetria /assimetria corporal levando objetos de um lado para o outro da sala, em
- Força e fluência diferentes direções e sentidos, explorando possibilidades
- Pontos e superfícies de apoio diferentes de espaços e suporte (superfícies). Poderá
- Estabilidade/ instabilidade também explorar o andamento das músicas (acelerando e
- Flexibilidade retardando). Obs. A criança através de combinações
- Descanso alternadas integradas de braços e pernas, primeiramente
- Oscilação/equilíbrio arrasta-se, engatinha, impulsiona-se apoiando-se com as
Espaço: mãos para ficar de pé, sempre se segurando num apoio
- Espaço alto, médio e baixo conseguindo abaixar-se novamente.
- Utilização do espaço: parcial
e/ou total - Explorar movimentos que possibilitem conhecer seu
- Direção/ sentido próprio corpo: deitar, rolar, sentar, engatinhar, ficar em pé,
- Alinhamento equilibrar-se, andar, andar na ponta dos pés, marchar,
- Deslocamento rebolar, dançar, buscando e levando objetos de um lado
- Lateralidade para o outro da sala, em diferentes direções e sentidos,
- Movimento paralelo e oposto explorando possibilidades diferentes de espaços,
- Linhas reta e curva superfícies.
- Salto e queda
- Rotação - Possibilitar a vivência com a dança, com movimentos
- Formação contínuos ou interrompidos, conforme o estímulo sonoro, em
Tempo:
direções e espaços variados, sempre com a participação
- Movimento contínuo e/ou direta do professor explorando e incentivando a descoberta
interrompido dos movimentos de acordo com o andamento da música.
- Andamento:
acelerando/retardando
- Explorar movimentos que não sejam automáticos, que
- Simultaneidade
precisam ser pensados para serem executados. Ex: A partir
- Seqüência
da visualização de imagens de animais em livros, em
- Estímulo sonoro
pinturas, em fotografias, em vídeos, reconhecendo as
características do movimento do animal para sua
Os princípios de composição:
locomoção, propor desafios para que represente o
-Ponto de apoio: no colo
movimento de determinados bichos – Vamos imitar um
(braços); pés, mãos, costas,
cachorro? E um pássaro? O professor pode propor
nádegas e pernas;
movimentos contínuos, repetidos, deslocar-se por todos
-Salto: um pé, dois pés, os cantos e espaços possíveis, várias direções,
frente, trás, lateral, diagonal, acelerando, retardando o movimento, com ou sem o
100
em grupo, com acompanhamento de estímulo sonoro. Lembre-se que
expressividade; mesmo improvisando movimentos variados, imitando os
bichos e expressando-se corporalmente pareçam situações
-Queda: um pé, dois pés, com
do teatro, também serão muito explorados na dança mais
giro, com expressividade, no com o enfoque no elemento tempo (andamento/ estímulo
chão, em suportes, em grupo, sonoro).
rolando, estanque;
-Rotação: 180°, 360°, com - Criar situações que possibilitem a interação da criança com
movimentos de braços, em objetos conhecidos e desconhecidos, improvisando
duplas, corpo todo e partes do movimentos com o corpo utilizando o objeto escolhido. Ex:
corpo, rotação contínua, com dançar com uma boneca ou boneco no colo; dançar
variações de espaço; enquanto brinca e explora objetos sonoros; dançar dentro de
bambolês, segurando-os com as mãos. O professor pode
-Formação: fila, roda, colunas, propor situações relacionadas aos elementos do espaço:
variações, rodas concêntricas, deslocamentos para os lados, rotação, giros, direções
individual, pares, trios, rodas variadas, etc., acompanhados ou não de estímulos sonoros.
entrelaçadas;
- Dançar utilizando acessórios: chapéu, bola, bexiga, lenço,
-Estímulo Sonoro: ausência ou máscara, mesmo que a criança tire e que fique pouco tempo
presença, ritmos acelerados e com o material. Ex: ouvindo determinada música, dançar
lentos, estímulo e música, sentado, apenas balançando os braços e sacudindo um
contrastes; lenço. Depois levantar-se e explorar outros movimentos de
acordo com o ritmo da música.
A apreciação de danças
regionais e de outras - Explorar movimentos com o corpo, a partir da audição de
culturas: cantigas do cancioneiro folclórico, dançando com seu
- danças e brincadeiras de roda colega, de mãos dadas, duplas, trios ou roda.
com o repertório do cancioneiro (Sensibilização com movimentos integrados). Nessa
folclórico infantil. situação podem ocorrer pequenas quedas em função do
- danças folclóricas, regionais e apoio, da falta de equilíbrio, da coordenação do movimento
da brasilidade: fandango, da criança com o movimento do outro colega. Também pode
samba, capoeira, etc. haver rejeição pela atividade. Primeiro você convida, ela se
- dança de salão: valsa, bolero. aproxima, dança por alguns segundos ou mais, logo se
- dança clássica: balé esquiva e rejeita.
- outras formas de dança.
- Apreciar o repertório do Cancioneiro Folclórico e propor
A dança ao vivo brincadeiras de roda mediadas pelo professor, variando
movimentos, direções, acompanhando a melodia.
101
- Mostrar imagens de obras de arte, fotografias, que
representem uma cena com um bailarino, com um casal que
dança, com pessoas numa festa, etc. Brincar de imitar a
cena e os movimentos pensados a partir da imagem.
Preferencialmente em frente ao espelho e incentivar a criar
novos movimentos. Pode colocar a música que representa a
dança para sensibilizar a criança ao som e ao movimento.
102
MATERNAL II 03 (três) anos completos ou a completar no corrente ano
103
composição: levanta, roda agachado, roda em pé, etc.
-Ponto de apoio: no colo
(braços); pés, mãos, - Representar no chão, linhas e formas, caminhos retos e curvos,
costas, nádegas e círculos e quadrados. Propor que uma ou mais crianças dancem
pernas; sobre as linhas ou dentro das formas. Ex: dançar rodando e
rebolando, girando a cabeça, girando os ombros, fazendo
-Salto: um pé, dois pés,
rotação com o tronco, girando os punhos. Ao aviso do professor
frente, trás, lateral,
trocar de caminho ou espaço, improvisando novos movimentos.
diagonal, em grupo, com
expressividade;
- Vivenciar a dança nas brincadeiras de roda, do cancioneiro
-Queda: um pé, dois infantil, improvisando movimentos, deslocando-se para os
pés, com giro, com lados, utilizando movimentos no espaço alto, médio e baixo.
expressividade, no chão,
em suportes, em grupo, - Propor momentos de repouso no decorrer e no final da dança.
rolando, estanque; Mesmo em repouso sem nenhum movimento aparente, vários
-Rotação: 180°, 360°, músculos estão trabalhando para manter o corpo em equilíbrio.
com movimentos de Ex: propor a brincadeira “Estátua” que trabalha com esse
braços, em duplas, elemento, como também pode durante a execução da dança,
corpo todo e partes do baixar o volume do som até ficar sem áudio. As crianças, sem
corpo, rotação contínua, ouvirem o estímulo sonoro, vão parando e o professor orienta.
com variações de Parou! Acabou! E volta a música! Procure variar gêneros e
espaço; formas musicais.
-Formação: fila, roda, - Propiciar o contato com outras formas de dança, de outras
colunas, variações, culturas, através de trechos de vídeos, destacando alguns
rodas concêntricas, movimentos específicos e característicos da dança e explorar
individual, pares, trios, juntamente com a criança, acompanhados da música. Evite
rodas entrelaçadas; músicas e danças da mídia, pois estas a criança já tem acesso
em outros contextos.
-Estímulo Sonoro:
ausência ou presença, - - Mostrar imagens, fotografias e reproduções de obras de arte
ritmos acelerados e que representem um movimento do dançarino. Pode colocar a
lentos, estímulo e música, música que representa a dança para sensibilizar a criança ao
contrastes; som e ao movimento. Assistir pequenos trechos de vídeos que
apresentem os movimentos do bailarino. Brincar de imitar sua
A apreciação de danças postura, preferencialmente em frente ao espelho e incentivar a
regionais e de outras criar novos movimentos. Por exemplo: apresentar as
culturas: representações impressionistas das bailarinas do pintor e
- danças e brincadeiras de escultor Edgar Degas.
roda com o repertório do
cancioneiro folclórico
infantil.
- danças folclóricas,
regionais e da brasilidade:
fandango, samba,
capoeira, etc.
- dança de salão: valsa,
bolero.
- dança clássica: balé
- outras formas de dança.
1. 2.
A dança ao vivo
1. Edgar Degas. A primeira bailarina, cerca de 1878. Óleo sobre tela.
104
Museu de Orsay. Paris
In: pt.wikipedia.org
105
PRÉ I (04) anos completos ou a completar no corrente ano
106
- Estímulo sonoro formação em roda, com as mãos na cintura, um passo para este
lado, direito, repetir 3(três) passos, voltar os 3(três) passos. Fazer
Os princípios de assim: passo para frente, passo para trás, sucessivamente. Agora
composição: rodando. O professor irá conduzindo a dança. E as mãos? Que
-Ponto de apoio: no movimento pode-se fazer agora? As crianças podem sugerir
colo (braços); pés, movimentos e o professor conduzir a dança com a integração de
mãos, costas, todas as crianças.
nádegas e pernas;
- Conhecer danças que apresentem a formação em pares,
-Salto: um pé, dois
movimentos em sincronias, como é o caso das danças de salão:
pés, frente, trás,
valsa, minueto, tango, etc.
lateral, diagonal, em
grupo, com - Produzir coreografias explorando os elementos da dança,
expressividade;
observando que quanto menor a faixa etária mais simples devem
-Queda: um pé, dois ser as seqüências dos movimentos.
pés, com giro, com
expressividade, no - Mostrar imagens, fotografias e reproduções de obras de arte que
chão, em suportes, representem um movimento do bailarino numa determinada dança.
em grupo, rolando, Brincar de imitar a postura desse bailarino, preferencialmente em
estanque; frente ao espelho e incentivar a criar novos movimentos. Pode
colocar a música que representa a dança para sensibilizar a criança
-Rotação: 180°,
ao som e ao movimento.
360°, com
movimentos de
- Explorar canções variadas do repertório folclórico brasileiro, bem
braços, em duplas,
como músicas de outras culturas. O estímulo sonoro,
corpo todo e partes
normalmente determina o ritmo e a mudança nas seqüências de
do corpo, rotação
movimentos na dança. Propicie o contato com outras formas de
contínua, com
dança, de outras culturas, através de trechos de vídeos,
variações de
destacando alguns movimentos específicos e característicos da
espaço;
dança e explorar juntamente com a criança, acompanhados da
-Formação: fila, música. Evite músicas e danças da mídia, pois estas a criança já
roda, colunas, tem acesso em outros contextos
variações, rodas
concêntricas, - Propor momentos de apresentação das coreografias na própria
individual, pares, sala para os colegas com o intuito de sensibilizar a criança desde
trios, rodas pequena a apreciar e valorizar a produção do outro.
entrelaçadas;
- Conhecer variadas formas de danças regionais e de outras
-Estímulo Sonoro: culturas, através da apreciação de trechos de vídeos explorando os
ausência ou presença, elementos formais: corpo, espaço e tempo.
ritmos acelerados e
lentos, estímulo e - Apreciar danças e coreografias em vídeo ou ao vivo na própria
música, contrastes; instituição: grupos de dança, dançarinos, bailarinos da comunidade,
convidados a se apresentarem para as crianças.
A apreciação de
danças regionais e - Possibilitar a apreciação de danças em espetáculos e espaços
de outras culturas: próprios.
- danças e
brincadeiras de roda Obs.: todas as situações propostas podem ser acompanhadas da
com o repertório do música, escolhendo estilos variados, tanto como sensibilização
cancioneiro folclórico auditiva, quanto estímulo para o movimento. Algumas situações
infantil. podem ser exploradas nas rotinas da criança.
- danças folclóricas,
regionais e da
107
brasilidade: fandango,
samba, capoeira, etc.
- dança de salão:
valsa, bolero, tango
- dança clássica: balé
- outras formas de
dança.
A dança ao vivo
108
PRÉ II (05) anos completos ou a completar no corrente ano
109
frente, trás, lateral, diagonal, alegria ou tristeza, de susto, de medo. O professor
em grupo, com observa, fotografa, vê detalhes. Voltando a música
expressividade; continuam dançando. Baixou a música. Parou! Novas
expressões. Isto possibilitará ao professor perceber que
-Queda: um pé, dois pés, com mesmo o momento de descanso (não-movimento) é um
giro, com expressividade, no
elemento expressivo da dança.
chão, em suportes, em grupo,
rolando, estanque; - Propor diferentes possibilidades com o salto. Ex: saltar
-Rotação: 180°, 360°, com como diferentes animais, saltar objetos deixados pelo
movimentos de braços, em caminho, saltar com um pé só, saltar e cair deitado, saltar
duplas, corpo todo e partes do e cair sentado, saltar rápido, saltar em duplas, saltar
corpo, rotação contínua, com jogando pequenos objetos. Possibilitar o trabalho com
variações de espaço; movimento acompanhado pelo pulso da música.
-Formação: fila, roda, colunas,
- Iniciar pela brincadeira de coreografar, descrita na
variações, rodas concêntricas,turma anterior. Propor então, novos desafios e
individual, pares, trios, rodas
movimentos, baseando-se na variedade de elementos
entrelaçadas; que podem ser trabalhados com a dança. Ex: ponto de
apoio, flexibilidade, saltos, rotação, movimentos
-Estímulo Sonoro: ausência ou simétricos. Priorizar a seqüência, a posição inicial, a
presença, ritmos acelerados e lateralidade, a direção e os deslocamentos no
lentos, estímulo e música, movimento.
contrastes;
- Vivenciar a produção de coreografias coletivamente,
A apreciação de danças compondo movimentos e passos de uma dança. As
regionais e de outras crianças sugerem os movimentos e o professor pode
culturas: organizar o trabalho numa seqüencia simples
- danças e brincadeiras de roda coreografada. O trabalho tem um significado maior
com o repertório do cancioneiro quando as crianças inventam. Fazer parte de um grupo,
folclórico infantil. dançar junto com o outro, experimentando a sensação de
- danças folclóricas, regionais e sincronia e ritmo. Apreciar cenas do vídeo River Dance
da brasilidade: fandango, Incrível.
samba, capoeira, etc. Ver: http://www.youtube.com/watch?v=CHWziaJI9XI
- dança de salão: valsa, bolero.
- dança clássica: balé - Mostrar imagens, fotografias e reproduções de obras de
- outras formas de dança. arte que representem um movimento do bailarino numa
determinada dança. Brincar de imitar a postura desse
A dança ao vivo bailarino, preferencialmente em frente ao espelho e
incentivar a criar novos movimentos. Pode colocar a
música que representa a dança para sensibilizar a criança
ao som e ao movimento.
110
Ver: http://www.youtube.com/watch?v=6WoFzowBh3U
111
TEATRO
As técnicas:
- Mímica – imitação com ou - Massagear o bebê durante o banho, possibilitando o contato
sem a voz. físico e a experimentação de diferentes sensações: toque de
- Improvisação: livre e pele, suavidade do contato, sensibilidade nos pés, na orelha,
dirigida (cócegas). O professor aproveita a oportunidade para fazer
expressões faciais correspondentes a sensação da criança
Os elementos formais: (alegria, sorrisos largos, gargalhadas, bicos que não gostou).
Personagem: Pode cantarolar para a criança. Perceber as reações e propor
- Figurino novas situações que contemplem a afetividade no contato com
- Adereços o outro.
- Expressão vocal
- Expressão gestual - Observar a criança enquanto brinca, pois a atividade lúdica
da criança é necessária ao seu desenvolvimento e precursora
Ação: do gesto e da fala. (Jogo Individual) Ela fala sozinha, dialoga
- Movimento – com os objetos, montando-os e desmontando-os, sentindo
improvisação prazer ao fazer, sem se preocupar com nada. Logo se
dispersa, buscando outros pontos de interesse. Registre,
Espaço Cênico: observe esses momentos, não interfira, pois mesmo no jogo
- Destinação ambiental: solitário a criança está feliz. Pode às vezes tentar brincar com
- Local que pode ocorrer ela, estimulando-a a falar e a movimentar-se de acordo com o
as ações: na sala de aula, jogo em que ela está envolvida. Pode também conversar com
no refeitório, no banheiro, a criança usando um objeto do entorno o qual se transformará
no pátio. em um personagem, que ganhará voz e ações.
-Local específico
organizado na sala de aula. - Colocar um espelho na sala, permitindo a visualização de
corpo inteiro. Colocar próximo ao espelho tapetes,
colchonetes, almofadas e brinquedos variados que possibilitem
Os princípios da segurança e conforto para a mobilidade do bebê.
composição:
- Teatro direto ou teatro de - Propor vivências de movimentos corporais (gestuais e
atores vocais) em frente ao espelho, levando o bebê a tocar na
- Teatro indireto ou teatro imagem refletida, a beijar sua imagem, reconhecendo-se.
de formas animadas:
bonecos
- Brincar de fazer caretas, imitar bichos, com corpo e voz,
com ou sem espelho, na sala de aula ou em outros espaços.
A apreciação de
espetáculos teatrais - Colocar e/ou produzir figurino: camisões, chapéus,
regionais e de outras acessórios que chamem a atenção, mas não causem riscos ao
culturas. bebê.
112
- Propor a apreciação de imagens e pequenos trechos de
vídeo que representem personagens, cenas relacionadas ao
teatro, cenas com animais, com bonecos, contextos que
permitam conhecer, ver, ouvir, imitar, familiarizando-se com as
imagens e movimentos faciais, gestuais, com ou sem o uso
da voz. Ex: mostrar imagens dos Muppets, personagens de
Jim Henson, atraindo a atenção do bebê, propondo
brincadeiras com expressão vocal e gestual. Nesse caso, se
possível tenha um boneco semelhante.
In: http://3.bp.blogspot.com/-GV-
kpfinkc/TtOrqXW5m2I/AAAAAAAAED0/E3t3uwiU7YY/s1600/muppets
.jpg
113
MATERNAL I (01) ano até dois (02) anos de idade
As técnicas:
- Mímica – imitação com ou - Observar a criança enquanto brinca, pois a atividade
sem a voz. lúdica da criança é necessária ao seu desenvolvimento e
- Improvisação: livre e dirigida precursora do gesto e da fala. (Jogo Individual) Ela fala
sozinha, dialoga com os objetos montando-os e
Os elementos formais: desmontando-os, sentindo prazer ao fazer, sem se
Personagem: preocupar com nada. Logo se dispersa, buscando outros
- Maquiagem pontos de interesse. Registre, observe esses momentos,
- Figurino não interfira, pois mesmo no jogo solitário a criança está
- Adereços feliz. Pode às vezes tentar brincar com ela, estimulando-a
- Expressão vocal a falar e a movimentar-se de acordo com o jogo em que
- Expressão gestual ela está envolvida. Pode também conversar com a criança
usando um objeto do entorno o qual se transformará em
Ação: um personagem, que ganhará voz e ações.
- Movimento dos
acontecimentos em uma - Propor momentos de contação de histórias (ação
representação, decorrente da narrada) e ou brincadeiras que estimulem a expressão
ação do personagem; corporal. Observar atentamente a linguagem corporal da
- Sequência dos atos e criança, pois ela diz com o corpo o que não pode
acontecimentos; expressar por palavras.
- A ação narrada.
- Organizar um espaço na sala com um espelho, no qual
Espaço Cênico: se permita a visualização da criança de corpo inteiro.
- Destinação ambiental: Colocar próximo ao espelho: tapetes, colchonetes,
rua, igreja, praça, almofadas, brinquedos, que possibilitem o conforto, a
escola, teatro fechado. segurança, a mobilidade, o interesse e a curiosidade da
- Cenário/ palco criança. Importante salientar que estes utensílios sejam
- Iluminação trocados constantemente, tanto para limpeza e
- Sonoplastia higienização como para a criança encontrar sempre
novidades nesse local e explorá-las.
Os princípios de composição: - Propor vivências de expressões corporais (gestuais e
- Teatro direto ou teatro de vocais) em frente ao espelho, levando a criança a se
atores reconhecer, a se perceber naquele espaço e perceber o
- Teatro indireto ou teatro de outro. Aos poucos notará que faz parte daquele espaço.
formas animadas: bonecos,
máscaras, sombras, objetos.
- Propor vivências de representação em frente ao espelho,
usando maquiagem, figurinos, adereços.
114
culturas. espaços.
115
espaços próprios destinados ao teatro, como também
a apreciação de peças infantis, com determinadas
ponderações. É importante lembrar que é preciso formar
os sentidos humanos, sensibilizar, familiarizar a criança
com as imagens, com o som, com o movimento, com as
expressões, com os ruídos, com as cores, com as luzes
(iluminação), seja em espaço aberto ou fechado, com
pessoas, com objetos, com movimento.
116
MATERNAL II 03 (três) anos completos ou a completar no corrente ano
117
dos contos de fadas, ações de situações do cotidiano.
118
crianças sobre as atividades realizadas.
119
PRÉ I (04) anos completos ou a completar no corrente ano
120
- Jogo teatral: improvisação improvisar a ação numa situação imaginária que terá
maior força do que a própria realidade.
A apreciação de espetáculos
teatrais regionais e de outras - Propor a apreciação de imagens e pequenos trechos de
culturas. vídeo que representem personagens, cenas
relacionadas ao teatro, cenas com animais, contextos que
permitam conhecer, ver, ouvir, imitar, familiarizando-se
com as imagens e expressões faciais, gestuais, com ou
sem o uso da voz. Ex: O rato – Grupo Palavra Cantada.
Ver: http://www.youtube.com/watch?v=E-
rXYoax60M&feature=related
121
relacionadas aos personagens, manipulação, execução
vocal, etc. “Teatro infantil de animação que conta as artes
marotas e musicais de Tuhu, apelido de infância de Heitor
Villa-Lobos, até ele entrar em contato com o mundo da
música. A peça conta a vida e obras do nosso grande
maestro. São tocados trechos de obras de Heitor Villa-
Lobos escolhidas a dedo para as crianças. Direção
musical de Chico Botosso e Mariana Anacleto.
Bonequeira: Surley Valério. Texto e Direção Geral de
Dario Uzam”.
Ver: http://www.youtube.com/watch?v=2GqtoIE2wL0
122
PRÉ II (05) anos completos ou a completar no corrente ano
123
- Teatro direto ou Espetáculo nos trilhos da infância -Petit Danse”.
teatro de atores Ver:http://www.youtube.com/watch?v=
- Teatro indireto ou MrRm8lSRr58&feature=endscreen&NR=1
teatro de formas
animadas: bonecos, - Propor a apreciação de imagens e pequenos trechos de vídeo
máscaras, sombras, que representem personagens, cenas relacionadas ao teatro,
objetos. cenas com animais, contextos que permitam conhecer, ver, ouvir,
imitar, familiarizando-se com as imagens e expressões faciais,
A apreciação de gestuais, com ou sem o uso da voz, de outros tempos e/ou de
espetáculos teatrais outros povos.
regionais e de outras
culturas. - Organizar um espaço ou uma caixa na sala de aula, com
fantoches, bonecos, máscaras, fantasias, acessórios que
sejam seguros, propiciando vivências de representação em frente
ao espelho ou em outros lugares: no pátio, no gramado, num palco
improvisado, numa empanada (estrutura feita com canos PVC,
envolvida por tecido, com abertura frontal para apresentação de
bonecos), etc.(Improvisação livre e dirigida).
124
Teatro de Sombras
In:
http://www.nossadica.com/fto_crianca/cia_articularte.jpg&imgrefurl=
125
representando. Ela não precisa representar tudo que acontece no
decorrer da história, mas sim, vivenciar e improvisar somente a
cena narrada pelo professor naquele instante. Ex: Narrador: - Os
animais da floresta se reuniram. Estavam presentes: o leão, o
macaco, a onça pintada, o cachorro do mato, alguns pássaros...
Todos estavam, alegres, felizes. De repente, começa a chover e os
bichos correm e se escondem...
126
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
127
DELALANDE, François. La musique est un jeu d’enfant. Paris:
Buchet/Chastel, 2003.
MADALOSSO, Tiago (et al.). Fazendo música com crianças. Curitiba: UFPR,
2012
128
MICKLETHWAIT, Lucy. Meu primeiro livro de arte: grandes obras primeiras
palavras. São Paulo: Manole, 1994.
MICKLETHWAIT, Lucy. Para a criança brincar com arte. São Paulo: Ática,
1997.
NOVAES, Adauto. Texto: Por trás do espetáculo: o poder das imagens. In:
NOVAES, Adauto.(Org) Muito além do espetáculo. São Paulo: Senac, 2005,
p. 17 a 45.
129
PORCHER, Louis. Texto: A Educação Artística- Para quê? In: PORCHER,
Louis. Educação Artística – Luxo ou necessidade? São Paulo: Summus,
1982, p. 25 a 48.
130
TAVARES, Ísis Moura. Educação, corpo e arte. Curitiba: IESDE Brasil S.A.,
2005.
WOODFORD, Susan. A arte de ver a arte. São Paulo: Zahar - Círculo do livro.
1983.
131
REFERÊNCIAS DAS IMAGENS
MICKLETHWAIT, Lucy. Para a criança brincar com arte. São Paulo: Ática,
1997.
VENÉZIA, Mike. Pablo Picasso. São Paulo: Moderna, 1996. (Coleção Mestres
das Artes)
WOODFORD, Susan. A arte de ver a arte. São Paulo: Zahar - Círculo do livro.
1983.
132
REFERÊNCIAS DA INTERNET(textos/imagens)
http://www.dancamaterna.com.br
http://www.net-bebes.com/criancas/danca-para-criancas
http://www.efdeportes.com/efd146/danca-um-instrumento-de-pluralidade
http://www.efdeportes.com/efd121/a-danca-infantil-enquanto-expressao.htm
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REFERÊNCIAS DA INTERNET (ÁUDIOS E VÍDEOS)
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15. Brilha, brilha lá no céu - Flauta de Bisel
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16. Clicking With Xhosa
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17. Tuvan Throat Singing
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18. Miriam Makeba - Click Song [A.K.A. Qongqothwane]
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19. Stomp - Kitchen
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20. Rá-Tim-Bum: Contadores de Histórias - A Mulher e a Cozinheira
http://www.youtube.com/watch?v=oeZwjzt5adw&feature=related
21. Limoges - Le marché
http://www.youtube.com/watch?v=HACO2UNQYjw
22. Camille Saint-Saëns The Elephant
http://www.youtube.com/watch?v=ug8hCAyBaqg
23. As vozes dos bichinhos – Uma banda animal – Clip Infantil
http://www.youtube.com/watch?v=HU4C6QD36ug
24. Sons de animais para crianças
http://www.youtube.com/watch?v=EJYNUnF3WW8
25. Barbatuques - Barbapapa´s Groove
http://www.youtube.com/watch?v=0Q4aj_te-dw
26. Nicolo Paganini
http://www.youtube.com/watch?v=h6LKYiE0d9E
27. Julia Fischer - Paganini : 24 caprices (Music clip)
http://www.youtube.com/watch?v=-095jDDgrQo
28. Amazing steel drum solo
http://www.youtube.com/watch?v=L2jnc0QEcaM&feature=related
29. Smetana: "The Moldau"
http://www.youtube.com/watch?v=WgWOjyQLB10&feature=fvst
30. Mamiferos Parmalat
http://www.youtube.com/watch?v=LYAaCIY_FzE
31. Jingles Limonada ( Áudio mp3)
http://www.locutor.info/Jingles/90/Soda%20Limonada.mp3
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32. Filme Comercial Danoninho ( Clássico)
http://www.youtube.com/watch?v=j57F3HALxj4
33. Me dá danoninho (Áudio mp3)
http://www.youtube.com/watch?v=a9o9FnAYNgg
34. Danoninho - Piano
http://www.youtube.com/watch?v=KovxqlJQhrs
35. Vinheta de abertura do "Jornal Nacional" - 2010
http://www.youtube.com/watch?v=1f6Fq7Sjouw
36. Palavra Cantada – O Rato
http://www.youtube.com/watch?v=E-rXYoax60M&feature=related
37. Teatro de Sombras
http://www.youtube.com/watch?v=aheMH-IgQ2Q&feature=related
38. Aula de Música no berçário
http://www.youtube.com/watch?v=Uxe2wJxiVvQ&NR=1&feature=endscreen
39. Maternal I na aula de Dança
http://www.youtube.com/watch?v=GA2_50SMq2Q
40. Documentário sobre a origem do Maculelê
http://www.youtube.com/watch?v=u_eSIpi_8wc&feature=endscreen&NR=1
41. OUTRO OLHAR - Bonecos Gigantes de Olinda
http://www.youtube.com/watch?v=_m_JAmNJGu0
42. MÍMICA - o menino e o pássaro - Josué Soares
http://www.youtube.com/watch?v=MrRm8lSRr58&feature=endscreen&NR=1
43. Mímicas Rápidas Evandro Heringer
http://www.youtube.com/watch?v=-SH3qLHvdRY&feature=related
44. O Trenzinho Villa Lobos Cia Articularte Teatro e Bonecos
http://www.youtube.com/watch?v=2GqtoIE2wL0
45. Isadora canta Roberto Carlos
http://www.youtube.com/watch?v=OAfJEa86c_c
46. Dois bebes a terem uma conversa muito seria
http://www.youtube.com/watch?v=x_SPZ1Dg_l0
47. R.Strauss Horn Concerto No.2-3M (3/3)Radek Baborak
http://www.youtube.com/watch?v=Bs4eMS6l9E8
48. Dança Irlandesa
http://www.youtube.com/watch?v=6WoFzowBh3U
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49. River Dance Incrível
http://www.youtube.com/watch?v=CHWziaJI9XI
50. Cinderella - Spring, Summer, Autumn, Winter Variations - Ballet Etudes,
Arizona
http://www.youtube.com/watch?v=9z_hTxXG9-8&feature=related
51. Branca de Neve e o Príncipe - Snow White and Prince- Lavrova Ballet
Dance Show 2009
http://www.youtube.com/watch?v=PxiYXUk05WA&feature=endscreen&
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