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Manuel de Oliveira
Desobediências de Gênero
Editora Devires
Conselho Editorial
Carlos Henrique Lucas Lima
Djalma Thürler
Fran Demétrio
Jaqueline Gomes de Jesus
Joana Azevedo Lima
João Manuel de Oliveira
Jussara Carneiro Costa
Leandro Colling
Luma Nogueira de Andrade
Guilherme Silva de Almeida
Marcio Caetano
Maria de Fatima Lima Santos
João Manuel de Oliveira
Desobediências de Gênero
2017, João Manuel de Oliveira
Qualquer parte dessa obra pode ser reproduzida, desde que citada a fonte. Direitos para essa edição cedidos à Editora Devires.
EDITOR/DIAGRAMAÇÃO | Gilmaro Nogueira
CAPA | Caco
FOTOGRAFIA | Zazo Guerra
OL48d Oliveira,
João Manuel
de
Desobediências de gênero / João Manuel de
Oliveira. – Salvador, BA: Editora Devires,
2017.
124p.
ISBN: 978-85-93646-03-4
1. Feminismo. 2. Identidade de Gênero. 3.
Teoria queer. 4. Feminismo negro. I. Oliveira,
João Manuel de. II. Título.
CDD 140.17
CDU 141.134.3(81)
Índice para catálogo sistemático:
1. Feminismo: 140.17
1. Tipos de pontos de vista filosóficos – Feminismo: 141
Editora Devires
Av. Ruy Barbosa, 239, sala 104, Centro – Simões Filho – BA
www.editoradevires.com.br
SUMÁRIO
PREFÁCIO
NOTA BIOGRÁFICA
PREFÁCIO
Para não ser obrigada a nada!
Leandro Colling[1]
Conheci João Manuel de Oliveira no início de uma noite meio fria em outubro
de 2013, em um café no Bairro Alto, em Lisboa. Eu estava começando a realizar
as entrevistas para minha pesquisa sobre o movimento LGBT e o ativismo queer
em Portugal, Espanha, Argentina e Chile. João foi a primeira das 35 pessoas que
eu entrevistei nesses quatro países. A entrevista durou umas duas horas e foi
fundamental não apenas para eu compreender um pouco das tensões
portuguesas, mas também por direcionar boa parte da pesquisa que culminou no
livro Que os outros sejam o normal, lançado em 2015 pela Editora da
Universidade Federal da Bahia.
Em junho de 2014, quando eu fazia a pesquisa de campo em Madri, novamente
nos encontramos e foi lá que consolidamos nossa amizade nas atividades do
Orgulho Crítico, que é realizado por vários coletivos dissidentes da Parada
LGBT local. Participamos de vários debates, lançamentos de livros, da própria
marcha do Orgulho Crítico e, é claro, de festas e muitas conversas em bares de
Lavapiés. Depois disso, não desgrudamos mais. Já nos encontramos outras vezes
em Lisboa e em Salvador, cidade onde ele veio para passar o Carnaval e ficou
meses em minha casa...
E por que estou falando disso no prefácio do livro dele? O que uma coisa tem a
ver com a outra? Pois saibam que tem tudo a ver. A nossa amizade se consolidou
porque compreendemos os feminismos de uma forma muito parecida. E é isso o
que João faz neste pequeno-grande texto: ele explica como compreende os
feminismos desde uma mirada pós-colonial e queer.
Logo em nossa primeira conversa percebemos como temos leituras muito
semelhantes e também trajetórias que se afastam de persectivas mais
disciplinares (ele da Psicologia e eu da Comunicação). E o mais importante:
essas leituras mudaram nossas vidas, nossas compreensões sobre ativismos,
militâncias, relações interpessoais, afetivas, sexuais... É por isso que sentimos
saudades um do outro, de nossas conversas, nem sempre amistosas ou em
concordâncias, regadas a vinho na brisa quente de Salvador ou na mais amena
(para ele sempre de um frio insuportável) de Lisboa. E ao ler o texto, matei um
pouco da saudade que sinto do João porque a cada frase que eu lia parecia que
estava a escutar a sua voz, com seu sotaque, suas pausas, seu sorriso sempre
estampado no rosto, olhos bem puxados, quase fechados, sua ironia, às vezes seu
sarcasmo, acompanhados de uma longa risada e a exclamação: “porque eu não
sou obrigada a nada!”
É isso: o feminismo que o João defende e adota é um feminismo que, se pudesse,
faria com que não fossemos obrigadxs a nada. Um mundo sem sexismo,
racismo, machismo, misoginia, heterossexismo, heteronorma. E como fazer
isso? Não há uma só resposta, pelo contrário, existem mil. Mas isso não quer
dizer que o livro não aponte direções: interseccionalidade com vários
marcadores sociais das diferenças, fuga dos binarimos e de qualquer
essencialismo, críticas e alertas aos perigos das rígidas políticas identitárias e
aspirações aos ideiais que nos subalternizam são apenas algumas dessas
direções. E assim João constroi o seu texto quase que como uma aula capaz de
ser compreendida por iniciantes sem com isso simplificar as complexas reflexões
produzidas, em sua maioria, por extraordinárias mulheres.
Se jogue nessa leitura que é rápida, mas não sem consequências.
A Dandara dos Santos, morta por espancamento e filmada por desobediência
de gênero, em Fortaleza.
A ela, que mostrou toda a vulnerabilidade e horror do humano.
“Digo: Chega.
É tempo de se gritar: chega. E formarmos um bloco com os nossos corpos”
(Novas Cartas Portuguesas)
Marias como preâmbulo
Este livro começa com as Novas Cartas Portuguesas em epígrafe. Trata-se
da grande obra do feminismo português, desafiando tudo e todos, evidenciando
uma resistência criativa que há mais de 40 anos inspira fugas à ordem de gênero,
como esta, escrita por três Marias, partilhando um espaço biográfico, pessoal e
político, mas num outro tempo. Três mulheres, Maria Isabel Barreno, Maria
Teresa Horta e Maria Velho da Costa, que desconstruíram noções de autoria, ao
abordarem o continente desconhecido das sensações corporais das mulheres, o
orgasmo, o prazer. Desafiaram a literatura e desafiaram o país cinzento, beato e
fascista que as levou ao tribunal sob acusação de pornografia e atentado à moral
pública. Um momento alto do feminismo global (Amaral & Freitas, 2014), com
a organização de várias atividades em muitos países, desde boicotes,
manifestações, até abaixo-assinados de apoio às três Marias. Uma das primeiras
iniciativas internacionais do feminismo dos anos 70 foi precisamente este apoio,
para além da importante contribuição teórica da obra que permaneceu esquecida
(Oliveira, 2014a). Este livro que tem nas mãos, tem afinidades com as Novas
Cartas, uma inspiração constante.
Com a minha amiga Lynne Segal, aprendi que o feminismo vive em nós
como uma luta de várias gerações e de várias idades, tal como a nossa
autopercepção ao longo de uma vida: ser várias e ao mesmo tempo sermos nós.
Cremos ambas profundamente na intergeneracionalidade do feminismo e assim
acredito que o meu feminismo tem mais relação com as 3 Marias do que com
feminismos liberais de má consciência.
Tenho a memória recente de assistir com a minha sobrinha Inês, de 2
anos de idade, ao clássico de animação Cinderela. A conhecida história da filha
do primeiro casamento do pai que vive com a madrasta e as suas duas filhas, o
convite para o baile onde o Príncipe vai escolher a noiva. A animosidade da
madrasta e das irmãs ou filhas da madrasta, entre outras peripécias, compõem a
história da Gata Borralheira, como também é conhecida em Portugal. Nesse dia,
enquanto aninhava a minha sobrinha Inês, ao colo, desenrolava-se este drama
que termina com um final feliz (será mesmo?). As lentes das teorias do gênero e
do feminismo não me deixavam ver a história sem equacioná-la no plano mais
alargado das relações sociais de gênero e no modo como estas tocam outros
vetores da estruturação social. Senão, vejamos:
1. Cinderela passa a vida a esfregar e a limpar a casa da família, que se
aproveita da sua força de trabalho sem o consequente pagamento da mão
de obra. Cinderela, sendo mulher tal como a Madrasta e as suas filhas, e
com elas partilhando residência, é, no entanto, tratada como empregada
doméstica, assegurando as tarefas de que as outras mulheres não querem se
ocupar, constituindo uma classe à parte dentro daquela burguesia. Portanto,
solidariedade feminista, nenhuma; sororidade, ainda menos. Não fossem a
Fada-Madrinha (fora dos laços familiares) e os animais cúmplices, ainda
hoje a Cinderela estaria a esfregar a louça suja das suas parentes. Comum a
todas, corpos marcados pelo gênero que lhes foi atribuído, ninguém é
trans* nesta estória...
2. O Príncipe organiza um baile para escolher uma noiva. Este mercado de
carne sexista onde as mulheres são trocadas entre homens, do pai passando
para o marido, que, neste caso, implicava uma mobilidade de classe para a
eleita, tem como pressuposto a concepção de que mulheres são tidas como
uma espécie de mercadoria, de bem de consumo, e que estão ali na
expectativa de agradar ao Príncipe e dispostas ao trabalho emocional,
sexual e afetivo.
Esta conjugação revela a dependência econômica que as
mulheres tinham em relação aos homens, nas classes burguesas e
brancas, quando dependiam do modelo do “homem que ganha o pão” e
da mulher que fica em casa e assegura as tarefas do privado. Este modelo
que a análise marxista consagra como fulcral para a emergência do
capitalismo (Oliveira & Amâncio, 2002), assegura que há uma divisão
sexual do trabalho que coloca os homens como responsáveis pela
dimensão da produção, vendendo a sua força de trabalho a quem dispõe
dos meios de produção, e, por sua vez, as mulheres asseguram a
reprodução e cuidado com a mão de obra.
3. A história garante a impossibilidade de identificação e de construção de
alianças entre mulheres. Estas são representadas como uma espécie de
inimigas perpétuas que competem por recursos aqui representados também
pela necessidade de atrair o Príncipe. Ao não permitir esta possibilidade de
proximidade entre mulheres, para além de impossibilitar uma sublevação
de mulheres ou uma revolta feminista, torna impossível a experiência
lésbica, apagando essa possibilidade da história (Rich, 1993). A
heterossexualidade política como forma única de conceber o desejo é
afiançada em Cinderela pela total competição entre mulheres para obterem
a atenção de um homem. Nesta competição, nem todas acedem sequer à
possibilidade de serem escolhidas pelo Príncipe. A mulher mais velha, a
Madrasta, é tida como um corpo que não poderá aceder a esse ‘mercado’,
antes deve coordenar as estratégias para que os corpos, também eles
representados como menos desejáveis, das irmãs de Cinderela possam ser
considerados na competição.
4. Na história de Cinderela do filme clássico de animação, datado de 1950 e
produzido por Walt Disney, não há personagens negras, asiáticas ou com
proveniência indígena. Esta economia racial, típica das produções culturais
da época, é reveladora da invisibilização de quem garantia a força de
trabalho, neste caso da esfera doméstica burguesa (nomeadamente as
mulheres ‘racializadas’) e das comunidades não -brancas.
5. Este filme impõe uma estética imperialista ocidental como modo de vida,
viajando através da colonialidade com valores do ocidente, como o
progresso, por exemplo.
6. Este cinema implica uma comunhão com uma série de valores da época,
em que, após o esforço árduo da heroína ela seria premiada e
recompensada por ser a escolha do Príncipe; acederia ao seu lugar no
mundo da heterossexualidade hegemônica e se transformaria na esposa e
mãe de família que lhe permitiria libertar-se da servidão na casa da
madrasta, passando a ser, eventualmente, uma futura rainha, com todo o
imaginário monárquico. Repare-se como a libertação é aqui entendida
como o alcance de uma posição no seio de uma unidade familiar, posição
esta sempre relativa a alguém: a mulher do Príncipe e mãe que assegurará
a reprodução dos herdeiros e herdeiras. É este o final feliz que espera as
senhoras brancas, qualificadas e burguesas dos EUA dos anos 1950. A
misteriosa glória de ser uma dona de casa, ou como diria Betty Friedan
(1975:9):
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Nota Biográfica
Agradecimentos
Aimée Lumière – Drag
Caic Tiben | Modelo fotográfico
Dan Rabelo | Asé Editorial
Juniro Almeida | Tritão Performer
Ricardo Santiago | Estúdio Fotográfico
Zazo Guerra | Fotógrafo
[1]
Professor da Universidade Federal da Bahia e coordenador do grupo de pesquisa em Cultura e
Sexualidade (CUS).
[2]
Ver http://transrespect.org/en/
[3]
Esta preocupação com a colonização mostra a permeabilização das ideias feministas com os outros
movimentos sociais da época, nomeadamente o movimento pelos direitos civis, o movimento Negro, e,
mais tarde, o movimento lésbico, gay, bissexual e transgênero (LGBT).
[4]
Patente no conceito psicanalítico da inveja do pênis.
[5]
Este texto foi publicado previamente na Transzine nº 2 das Panteras Rosa e na Revista Vírus, com
adaptações.