Sunteți pe pagina 1din 202

Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!

Aula 05 – Serviços Públicos


Prof. Fabiano Pereira

AULA 05

Direito Administrativo
Serviços Públicos
Professor Fabiano Pereira

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 1


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Aula 05 – SERVIÇOS PÚBLICOS

Olá!

Sei que você deve estar muito apreensivo, preocupado com a gigantesca
quantidade de matéria que ainda tem que ser estudada. Todavia, se o seu
objetivo é realmente conseguir a aprovação no concurso público desejado, o
conselho que lhe dou é o seguinte: fique tranqüilo (a)!
Digo isso porque o nervosismo e a ansiedade somente irão dificultar o seu
estudo, criando obstáculos desnecessários à assimilação do conteúdo. Desse
modo, procure programar o seu estudo e cumprir o cronograma que foi
previamente estabelecido. Concentre-se no tópico que está sendo estudado
atualmente, sem se preocupar com o conteúdo restante, pois, caso contrário,
você não assimila nem um nem outro.
Lembre-se de que é IMPRESCINDÍVEL resolver TODAS as questões
apresentadas nas aulas, preferencialmente duas vezes (a segunda vez, na
semana que antecede a data da sua prova), pois essa é a melhor tática para
gabaritar as questões de qualquer banca examinadora.
No mais, estou à sua disposição no fórum de dúvidas.

Bons estudos!

Fabiano Pereira.
fabianopereira@pontodosconcursos.com.br
FAN PAGE: www.facebook.com.br/fabianopereiraprofessor

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 2


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

SUMÁRIO – SERVIÇOS PÚBLICOS

1. Considerações iniciais ............................................................. 04

2. Conceito .................................................................................. 05

3. Classificação ........................................................................... 08
3.1. Serviços públicos próprios e impróprios ....................... 08
3.2. Quanto aos destinatários ou à maneira como concorrem para
satisfazer ao interesse geral ............................................... 09
3.3. Quanto ao objeto ......................................................... 10

4. Competência para a prestação de serviços públicos ................ 10

5. Requisitos ou princípios .......................................................... 13

6. Formas e meios de prestação dos serviços públicos ................ 19


6.1. Concessão .................................................................... 20
6.2. Permissão .................................................................... 34
6.3. Autorização .................................................................. 36

7. Parcerias público-privadas ...................................................... 38

8. Revisão de véspera de prova – “RVP”...................................... 54

9. Questões comentadas ............................................................. 61

10. Relação de questões comentadas com gabarito .................... 98

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 3


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

1. Considerações iniciais

Se fosse possível resumir as atividades do Estado em uma única


expressão, poderíamos restringi-las a “serviços públicos”. Basicamente, o
Estado tem por obrigação prestar serviços públicos à coletividade, satisfazendo
as necessidades gerais manifestadas pelos indivíduos, isolada ou coletivamente.
O artigo 175 da Constituição Federal de 1988 declara expressamente que
“incumbe ao poder público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de
concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços
públicos”.
Conforme se constata no próprio texto constitucional, o Estado poderá
prestar serviços públicos diretamente, através de seus respectivos órgãos
públicos (neste caso teremos a centralização dos serviços), ou
indiretamente, mediante a transferência da execução e/ou titularidade dos
serviços para terceiros. Nesse último caso, o Estado poderá optar por transferir
a titularidade e a execução do serviço para uma entidade da Administração
Indireta (através de outorga), ou somente a execução do serviço a particulares
(delegação), valendo-se da concessão, permissão ou autorização.

(FCC∕Procurador – Município de Cuiabá MT∕2014) Determinado


Município, visando promover prestação mais eficiente de serviço
municipal de coleta de lixo domiciliar, edita lei específica, por meio da
qual cria empresa pública dedicada ao referido serviço, antes praticado
por órgão municipal. No caso, houve
a) concentração de um serviço uti possidetis.
b) desconcentração de um serviço uti universi.
c) descentralização de um serviço uti universi
d) descentralização de um serviço uti singuli.
e) desconcentração de um serviço uti singuli.

Gabarito: Letra d.

A fim de regular e garantir condições mínimas de acesso e qualidade na


prestação dos serviços públicos, o parágrafo único, artigo 175, da CF/88, afirma
que a lei será responsável por disciplinar:
a) o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços
públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 4


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou


permissão;
b) os direitos dos usuários;
c) política tarifária;
d) a obrigação de manter serviço adequado.

2. Conceito

Não existe um consenso doutrinário sobre a definição de serviços


públicos, pois o seu conteúdo varia de acordo com o tempo e o espaço no qual
ele seja aplicado. Nem mesmo o texto constitucional ou a lei apresentam uma
conceituação que possa servir de parâmetro para o desenvolvimento de uma
teoria precisa.
Em regra, os principais autores adotam três critérios básicos para definir
o serviço público:
1º - o subjetivo, que considera a pessoa jurídica prestadora da
atividade: o serviço público seria aquele prestado pelo Estado;
2º - o material, que considera a atividade exercida: o serviço público
seria a atividade que tem por objetivo a satisfação de necessidades coletivas;
3º - o formal, que considera o regime jurídico: o serviço público seria
aquele exercido sob regime de direito público derrogatório e exorbitante do
direito comum.
No Brasil, o conceito de serviços públicos é formulado em conformidade
com a corrente adotada por cada doutrinador, e as principais delas são:

1ª) Escola essencialista: Para os adeptos desta corrente, serviço


público é toda atividade que atenda direta e essencialmente à vida em
coletividade. Nesses termos, para que um serviço seja considerado automática
e obrigatoriamente público, basta que estejam presentes algumas
características imprescindíveis. Nesse caso, adota-se o critério material.
Essa corrente não é adotada no Brasil, pois existem alguns serviços que,
apesar de satisfazerem o interesse coletivo, não podem ser considerados
públicos.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 5


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Exemplo: Quando o serviço de saúde é prestado por particulares, não


pode ser considerado público e, portanto, será regido pelas regras do direito
privado.
2ª) Escola subjetivista: Neste caso, para que um serviço seja
considerado público, basta que esteja sendo prestado pelas entidades da
Administração Direta ou Indireta, independentemente da atividade em si. Nesse
caso, adota-se o critério subjetivo, também chamado de critério orgânico.
Como não poderia ser diferente, essa corrente não é adotada no Brasil,
pois sabemos que pessoas jurídicas de direito privado que não integram a
Administração, a exemplo dos delegatários, também podem prestar serviços
públicos. Da mesma forma, existem entidades que integram a Administração
Indireta, mas que não prestam serviços públicos, como acontece com as
empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividades
econômicas.
3ª) Escola formalista: Defende o entendimento de que não é possível
definir um serviço como público pela atividade em si, pois existem atividades
essenciais, como a saúde, que quando prestadas por particulares não podem
ser consideradas serviço público. Sendo assim, para que um serviço seja
considerado público, é necessário que a lei ou o texto constitucional o defina
como tal. Essa é a corrente adotada no Brasil (critério formal).
Para o professor José dos Santos Carvalho Filho, serviço público “é toda
atividade prestada pelo Estado ou por seus delegados, basicamente sob regime
de direito público, com vista à satisfação de necessidades essenciais e
secundárias da coletividade”.
Celso Antônio Bandeira de Mello apresenta um conceito mais amplo,
afirmando que pode ser considerado serviço público “toda atividade de
oferecimento de utilidade ou comodidade material fruível diretamente pelos
administrados, prestado pelo Estado ou por quem lhe faça as vezes, sob um
regime de direito público – portanto, consagrador de prerrogativas de
supremacia e de restrições especiais – instituído pelo Estado em favor dos
interesses que houver definido como próprios no sistema normativo”.
A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro, de forma bastante elucidativa,
apresenta algumas conclusões acerca do conceito de serviço público:
“1. a noção de serviço público não permaneceu estática no tempo; houve
uma ampliação na sua abrangência, para incluir atividades de natureza
comercial, industrial e social;

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 6


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

2. é o Estado, por meio da lei, que escolhe quais as atividades que, em


determinado momento, são consideradas serviços públicos; no Direito
brasileiro, a própria Constituição faz essa indicação nos artigos 21, incisos
X, XI, XII, XV E XXIII, e 25, § 2o, alterados, respectivamente, pelas
Emendas Constitucionais 8 e 5, de 1995; isso exclui a possibilidade de
distinguir, mediante critérios objetivos, o serviço público da atividade
privada; esta permanecerá como tal enquanto o Estado não assumir como
própria;3. daí outra conclusão: o serviço público varia não só no tempo,
como também no espaço, pois depende da legislação de cada país a maior
ou menor abrangência das atividades definidas como serviços públicos
(...)”
No concurso público para o cargo de Auditor Fiscal da Receita
Federal do Brasil, realizado em 2009, a ESAF elaborou questão
abordando os critérios utilizados para a definição de serviço público,
nos seguintes moldes:

(ESAF/Auditor Fiscal - Receita Federal/2009) "Incumbe ao Poder


Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços
públicos". Esta é a previsão do caput do art. 175 da Constituição
Federal. Sobre os serviços públicos, no ordenamento jurídico brasileiro,
analise as assertivas abaixo e assinale a opção correspondente.
( ) Sob o critério formal, serviço público é aquele disciplinado por regime de
direito público.
( ) Segundo o critério material, serviço público é aquele que tem por objeto a
satisfação de necessidades coletivas.
( ) O critério orgânico ou subjetivo classifica o serviço como público pela pessoa
responsável por sua prestação, qual seja, o Estado.
( ) A concessão e a permissão transferem a titularidade de um serviço público a
quem aceitar prestá-lo, mediante licitação.
( ) Enquanto a permissão de serviço público, diante de sua precariedade, ocorre
necessariamente por prazo determinado, a concessão pode ocorrer por prazo
indeterminado.
a) V, F, V, F, F
b) F, V, F, F, V
c) F, F, V, V, F
d) V, V, V, F, V
e) V, V, V, F, F

Gabarito: Letra “e”

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 7


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

3. Classificação
São várias as classificações de serviços públicos apresentadas pelos
doutrinadores brasileiros. Todavia, como o nosso objetivo é ser aprovado em
um concurso público, iremos focar apenas aquelas que têm sido mais cobradas
em suas provas.

3.1. Serviços públicos próprios e impróprios


A professora Maria Sylvia Zanela di Pietro afirma que serviços públicos
próprios são aqueles que visam à satisfação de necessidades coletivas e que
são executados diretamente pelo Estado (através de seus órgãos e agentes),
a exemplo do Judiciário, ou indiretamente, através de delegação a
particulares (concessionários ou permissionários).
Por outro lado, os serviços públicos impróprios também visam à
satisfação de necessidades coletivas, mas não são executados ou assumidos
pelo Estado, seja direta ou indiretamente. Neste caso, o Estado somente
autoriza, regulamenta e fiscaliza esses serviços. São atividades privadas,
mas, em virtude de atenderem necessidades coletivas, exigem uma maior
atenção por parte do Estado, a exemplo dos serviços de seguro e previdência
privada (incisos I e II, do artigo 192, da CF/1988).

No concurso público para o cargo de Procurador do Distrito Federal,


realizado em 2007, a ESAF considerou correta a seguinte assertiva: “a
classificação do serviço público como impróprio decorre de que o serviço
prestado, apesar de atendendo a necessidades coletivas, não é executado pelo
Estado, seja direta seja indiretamente, mas tão-somente autorizado,
regulamentado e fiscalizado pelo Poder Público”.

É importante destacar que o professor Hely Lopes Meirelles também adota


a classificação dos serviços púbicos em próprios e impróprios, porém, em
sentido um pouco diferente daquele utilizado pela professora Maria Sylvia
Zanela di Pietro.
Para o saudoso professor, serviços públicos próprios “são aqueles que
se relacionam intimamente com as atribuições do Poder Público (segurança,
polícia, higiene e saúde públicas) e para a execução dos quais a Administração
usa de sua supremacia sobre os administrados. Por essa razão só devem ser
prestados por órgãos ou entidades públicas sem delegação aos particulares”.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 8


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Já os serviços públicos impróprios seriam aqueles “que não afetam


substancialmente as necessidades da comunidade, mas satisfazem a interesses
comuns de seus membros e por isso a Administração os presta
remuneradamente, por seus órgãos, ou entidades descentralizadas (autarquias,
empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações governamentais)
ou delega a sua prestação a concessionários, permissionários ou
autorizatários”.

Para responder às questões de prova: Alguns autores denominam os serviços


públicos próprios como “serviços públicos propriamente estatais”, definindo-os
como aqueles cujo Estado atua no exercício de sua soberania, sendo impossível a
delegação a terceiros (a exemplo do Judiciário). Sendo assim, caso você se depare com
essa expressão em prova, também está correta.

3.2. Quanto aos destinatários ou à maneira como concorrem para


satisfazer ao interesse geral
3.2.1. Serviços gerais ou uti universi
São serviços prestados indiscriminadamente à população, possuindo um
número indeterminado e indetermináveis de usuários. Nesse caso, os serviços
são indivisíveis, não sendo possível mensurar quais são os usuários que estão
sendo beneficiados ou quanto cada usuário está utilizando do serviço prestado.
Pergunta: Qual o montante que você utilizava de iluminação pública, nas
boas épocas de criança, quando brincava de “amarelinha” embaixo da
iluminação do poste em frente a sua casa?
Difícil saber, né! Sendo assim, o serviço de iluminação pública pode ser
considerado uti universi, da mesma forma que o serviço de limpeza urbana,
de policiamento, de conservação de logradouros públicos, etc.

3.2.2. Serviços individuais ou uti singuli


Serviços individuais ou uti singuli são aqueles prestados a uma
quantidade determinada ou determinável de usuários, sendo possível
mensurar quanto cada destinatário está usufruindo, a exemplo do serviço de
coleta domiciliar de lixo, fornecimento de água, telefonia, gás canalizado, etc.
Como é possível perceber, tais serviços são divisíveis e, portanto, podem
ser remunerados mediante a cobrança de taxas (espécie de tributo) ou tarifa
(preço público), mas nunca por impostos (que normalmente são cobrados
pela prestação de serviços que não podem ser mensuráveis em sua utilização).

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 9


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

3.3. Quanto ao objeto


3.3.1. Serviços administrativos
São aqueles executados pela Administração Pública com o objetivo de
satisfazer as suas necessidades internas ou preparar outros serviços que serão
prestados à coletividade, a exemplo da imprensa oficial.

3.3.2. Serviços comerciais ou industriais


Nas palavras do professor Hely Lopes Meirelles, “são os que produzem
renda para quem os presta, mediante a remuneração da utilidade utilizada ou
consumida, remuneração esta que, tecnicamente, se denomina tarifa ou preço
público, por ser sempre fixada pelo Poder Público, quer quando o serviço é
prestado por seus órgãos ou entidades, quer quando por concessionários,
permissionários ou autorizatários”.
Por outro lado, a professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que
serviços públicos comerciais ou industriais são aqueles assumidos pelo Estado
como serviço público e que passam a ser de incumbência do poder público.
Declara a autora que “a este não se aplica o artigo 173, mas o artigo 175 da
Constituição, que determina a sua execução direta pelo Estado ou indireta, por
meio de concessão ou permissão; é o caso dos serviços de transportes, energia
elétrica, telecomunicações e outros serviços previstos nos artigos 21, XI e XII, e
25, parágrafo 2º. da Constituição, alterados, respectivamente, pelas Emendas
Constitucionais 8 e 5, de 1995”.

3.3.3. Serviço social


Serviços sociais são aqueles de caráter predominantemente
assistencial, que também são oferecidos pela iniciativa privada, a exemplo da
educação, saúde, meio ambiente, cultura etc.

4. Competência constitucional para a prestação de serviços públicos

A Constituição Federal de 1988 outorgou a todos os entes estatais (União,


Estados, Distrito Federal e Municípios) a prerrogativa de prestar serviços
públicos à coletividade. Entretanto, a fim de evitar conflitos federativos,
estabeleceu em seu texto uma detalhada repartição de competências.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 10


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Sendo assim, é necessário que você conheça os dispositivos


constitucionais que enumeram as competências de cada ente federativo, bem
como entenda as regras sobre a prestação dos respectivos serviços, pois,
assim, você terá condições de resolver as questões sobre outros tópicos.
Os serviços públicos outorgados constitucionalmente à União estão
enumerados taxativamente no artigo 21, a exemplo dos serviços de
telecomunicações, transporte rodoviário interestadual e internacional de
passageiros, serviço postal (prestado pelos Correios), exploração de portos
marítimos, fluviais e lacustres, etc.
Aos Municípios, nos termos do artigo 30 da CF/88, foram outorgados
serviços públicos de interesses locais, a exemplo do transporte coletivo
urbano (inciso V), que, em regra, é delegado a particulares; o ensino
fundamental (inciso VI); a promoção da proteção ao patrimônio histórico-
cultural local (inciso IX), entre outros.

No julgamento do AgRg no AREsp 228.049-MG, que ocorreu em 21∕03∕2014, o


Superior Tribunal de Justiça decidiu que “a entrega de carnês de IPTU e ISS pelos
municípios sem a intermediação de terceiros no seu âmbito territorial não
constitui violação do privilégio da União na manutenção do serviço público postal. Isso
porque a notificação, por fazer parte do processo de constituição do crédito tributário,
é ato próprio do sujeito ativo da obrigação, que pode ou não delegar
tal ato ao serviço público postal.

Em relação ao Distrito Federal, é válido esclarecer que serão outorgados


serviços inerentes aos Estados e aos Municípios, já que se trata de um ente
estatal atípico, conforme preceitua o § 2º, artigo 32, da CF/88.
Por último, é importante destacar que aos Estados a Constituição Federal
outorgou competência remanescente ou residual para a prestação de
serviços públicos. Sendo assim, se a prestação do serviço público não é de
competência da União ou dos Municípios, certamente será do Estado. No texto
constitucional, somente encontramos uma competência outorgada aos Estados,
a de “explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás
canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua
regulamentação”.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 11


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Em relação à competência constitucional atribuída aos Estados, destaca-


se recente decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça no julgamento
do recurso especial nº 1.306.093-RJ, que ocorreu em 28∕05∕2013:
DIREITO ADMINISTRATIVO. E AMBIENTAL. REGULAMENTAÇÃO DO ACESSO
A FONTES DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA.
É possível que decreto e portaria estaduais disponham sobre a obrigatoriedade de
conexão do usuário à rede pública de água, bem como sobre a vedação ao
abastecimento por poço artesiano, ressalvada a hipótese de inexistência de rede
pública de saneamento básico.
Os estados membros da Federação possuem domínio de águas subterrâneas (art.
26, I, da CF), competência para legislar sobre a defesa dos recursos naturais e a
proteção do meio ambiente (art. 24, VI, da CF) e poder de polícia para precaver e
prevenir danos ao meio ambiente (art. 23, VI e XI, da CF).
Assim, a intervenção desses entes sobre o tema não só é permitida como também
imperativa. Vale acrescentar que o inciso II do art. 12 da Lei 9.433/1997 condiciona
a extração de água do subterrâneo à respectiva outorga, o que se justifica pela
notória escassez do bem, considerado como recurso limitado, de domínio público e
de expressivo valor econômico. Nesse contexto, apesar de o art. 45 da Lei
11.445/2007 admitir soluções individuais de abastecimento de água, a interpretação
sistemática do dispositivo não afasta o poder normativo e de polícia dos estados no
que diz respeito ao acesso às fontes de abastecimento de água e à determinação de
conexão obrigatória à rede pública. REsp 1.306.093-RJ, Rel. Min. Herman
Benjamin, julgado em 28/5/2013 (Informativo nº 525).

ATENÇÃO: As competências para a prestação de serviços públicos, que


acabei de relacionar, são privativas de cada um dos entes estatais (União,
Estados, Distrito Federal e Municípios). Entretanto, o artigo 23 da CF/88
estabelece um rol de competências comuns, em que deverá existir uma
atuação conjunta e harmônica de todos os entes federativos.
Exemplo: O inciso VI, artigo 23, da CF/1988, estabelece a competência
comum de todos os entes estatais com o objetivo de “proteger o meio
ambiente”. Sendo assim, a atuação da União não exclui a dos Municípios e
Estados, e vice-versa.

(Analista de Controle Externo/TCU ACE 2008/CESPE) Um parlamentar


apresentou projeto de lei ordinária cujos objetivos são regular integralmente e
privatizar a titularidade e a execução dos serviços públicos de sepultamento de
cadáveres humanos, diante da falta de condições materiais de prestação desse
serviço público de forma direta. Aprovado pelo Poder Legislativo, o referido
projeto de lei foi sancionado pelo chefe do Poder Executivo. Com base na

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 12


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

situação hipotética descrita acima, é correto afirmar que o projeto de lei


mencionado no texto é de competência material dos municípios. Assertiva
considerada correta pela banca examinadora.

No concurso público para o cargo de Analista Judiciário da 18ª


Região, realizado em 2008, a Fundação Carlos Chagas também elaborou
questão sobre o tema:

(Analista Judiciária/TRT 18ª Região 2008/FCC) Explorar diretamente,


ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado; organizar e
prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão os
serviços de transporte coletivo; promover, no que couber, adequado
ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso,
parcelamento e da ocupação do solo urbano, são serviços públicos de
competência, respectivamente,
(A) a União, do Estado e do Município.
(B) do Estado; do Município e do Município.
(C) do Estado; do Estado e do Município.
(D) do Município; do Estado e do Estado.
(E) do Município, do Estado e da União.

Gabarito: Letra B.

5. Requisitos ou princípios

O artigo 6º da Lei 8.987/95 estabelece que toda a prestação de serviço


público deve assegurar aos usuários um serviço adequado, sendo possível
defini-lo como aquele que satisfaça as exigências estabelecidas na lei, nas
normas pertinentes e no respectivo contrato.
Para isso, foram estabelecidos alguns requisitos (denominados por
alguns autores de princípios) que devem ser obrigatoriamente respeitados.
No concurso público para o cargo de Analista de Finanças e
Controle do TCU, realizado em 2009, a ESAF considerou correta a
seguinte assertiva: “ o princípio da mutabilidade do regime de execução
do serviço público autoriza a sua alteração sem que disto decorra
violação ao direito adquirido dos respectivos usuários”.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 13


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

(Técnico Judiciário/TRE MG 2009/CESPE) O princípio da mutabilidade do


regime jurídico é aplicável ao serviço público, motivo pelo qual são autorizadas
mudanças no regime de execução do serviço para adaptações ao interesse
público, o que implica ausência de direito adquirido quanto à manutenção de
determinado regime jurídico. Assertiva considerada correta pela banca
examinadora.

5.1. Princípio ou requisito da Continuidade


Este princípio indica que os serviços públicos devem ser prestados de
forma contínua, evitando-se paralisações que possam prejudicar o cotidiano
dos seus destinatários ou até mesmo causar-lhes graves prejuízos.
Apesar da obrigatoriedade de prestação contínua, é válido ressaltar que
os serviços públicos podem sofrer paralisações ou suspensões, conforme
previsto no § 3º, artigo 6º, da Lei 8.987/95, em situações excepcionais:
§ 3º. Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua
interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso,
quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das
instalações; e,
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da
coletividade.

No concurso público para o cargo de Oficial de Chancelaria do Ministério


das Relações Exteriores, realizado em 2004, a ESAF considerou correta a
seguinte assertiva: “Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua
interrupção, após aviso prévio, por inadimplemento do usuário, considerado o
interesse geral”.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 14


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

No concurso para o cargo de Analista de Comércio Exterior do


MDIC, realizado em 2012, a ESAF voltou a abordar o tema, elaborando a
seguinte questão:

(ESAF∕Analista de Comércio Exterior – MDIC∕2012) A impossibilidade de


o particular prestador de serviço público por delegação interromper sua
prestação é restrição que decorre do seguinte princípio:
a) Legalidade.
b) Autotutela.
c) Proporcionalidade.
d) Continuidade do Serviço Público.
e) Moralidade.

Gabarito: Letra d.

5.2. Princípio ou requisito da generalidade


Segundo o professor José dos Santos Carvalho Filho, “o princípio da
generalidade apresenta-se com dupla faceta. Significa, de um lado, que os
serviços públicos devem ser prestados com a maior amplitude possível, vale
dizer, deve beneficiar o maior número possível de indivíduos”.
Por outro lado, afirma o eminente professor, “é preciso dar relevo
também ao outro sentido, que é o de serem eles prestados sem discriminação
entre os beneficiários, quando tenham estes as mesmas condições técnicas e
jurídicas para a fruição. Cuida-se da aplicação do princípio da isonomia ou, mais
especificamente, da impessoalidade (art. 37, CF)”.

5.3. Princípio ou requisito da eficiência


O princípio da eficiência impõe à Administração Pública a obrigatoriedade
de se atualizar e valer-se das inovações tecnológicas para garantir um
serviço público de qualidade, sem desperdícios, e de baixo custo.
O próprio texto constitucional, no inciso IV, artigo 175, declara
expressamente a obrigação dos prestadores de serviços públicos manterem um
serviço adequado.

5.4. Princípio ou requisito da modicidade


Em respeito ao princípio da modicidade, os serviços públicos não devem
ser prestados com lucros ou prejuízos, mas sim mediante taxas ou tarifas
justas, que proporcionem a remuneração pelos serviços e garantam o seu
aperfeiçoamento e expansão.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 15


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Apesar de ser possível a exigência de pagamento para a fruição de


serviços públicos, destaca-se que a Constituição Federal assegurou a sua
gratuidade em alguns casos, a exemplo do ensino fundamental (artigo 208, I) e
do transporte coletivo urbano aos maiores de 65 anos (artigo 230).
No julgamento do recurso especial nº 1.339.313-RJ, que ocorreu em
12/6/2013 (divulgado pelo informativo nº 0530), o Superior Tribunal de
Justiça proferiu decisão afirmando que “é legal a cobrança de tarifa de esgoto
na hipótese em que a concessionária realize apenas uma – e não todas – das
quatro etapas em que se desdobra o serviço de esgotamento sanitário (a
coleta, o transporte, o tratamento e a disposição final de dejetos”.
É bom ficar atento (a) ao teor do acórdão, pois são grandes as chances de
cobrança em prova!
DIREITO ADMINISTRATIVO. TARIFA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO.
RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. 8/2008-STJ).
É legal a cobrança de tarifa de esgoto na hipótese em que a concessionária
realize apenas uma – e não todas – das quatro etapas em que se desdobra o
serviço de esgotamento sanitário (a coleta, o transporte, o tratamento e a
disposição final de dejetos).
De fato, o art. 3º, I, “b”, da Lei 11.445/2007, ao especificar as atividades
contempladas no conceito de serviço público de esgotamento sanitário, referiu-
se à coleta, ao transporte, ao tratamento e à disposição final de dejetos. Deve-
se ressaltar, contudo, que a legislação em vigor não estabelece que o serviço
público de esgotamento sanitário somente existirá quando todas as etapas forem
efetivadas, tampouco proíbe a cobrança da tarifa pela prestação de uma só ou
de algumas dessas atividades.
Além do mais, o art. 9º do Decreto 7.217/2010, que regulamenta a referida
legislação, confirma a ideia de que o serviço de esgotamento sanitário é formado
por um complexo de atividades, explicitando que qualquer uma delas é
suficiente para, autonomamente, permitir a cobrança da respectiva tarifa:
“Consideram-se serviços públicos de esgotamento sanitário os serviços
constituídos por uma ou mais das seguintes atividades: I - coleta, inclusive
ligação predial, dos esgotos sanitários; II - transporte dos esgotos sanitários; III
- tratamento dos esgotos sanitários; e IV - disposição final dos esgotos
sanitários e dos lodos originários da operação de unidades de tratamento
coletivas ou individuais, inclusive fossas sépticas”.
Além disso, a efetivação de alguma das etapas em que se desdobra o serviço de
esgotamento sanitário representa dispêndio que deve ser devidamente
ressarcido, pois, na prática, entender de forma diferente inviabilizaria a
prestação do serviço pela concessionária, prejudicando toda a população que se
beneficia com a coleta e escoamento dos dejetos, já que a finalidade da
cobrança da tarifa é manter o equilíbrio financeiro do contrato, possibilitando a

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 16


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

prestação contínua do serviço público. Precedentes citados: REsp 1.330.195-


RJ, Segunda Turma, DJe 4/2/2013; e REsp 1.313.680-RJ, Primeira
Turma, DJe 29/6/2012. REsp 1.339.313-RJ, Rel. Min. Benedito
Gonçalves, julgado em 12/6/2013 (Informativo nº 0530).

(FCC/Analista Judiciário – TRT - 11ª Região/2017) A educação básica


obrigatória, inclusive para os que não tiveram essa oportunidade na
idade própria, e o transporte coletivo urbano aos maiores de 65 anos de
idade são medidas destinadas a amparar grupos de pessoas em situação
de hipossuficiência e constituem exemplos de aplicação de importante
princípio dos serviços públicos. Trata-se do princípio denominado
a) continuidade.
b) publicidade.
c) modicidade.
d) cortesia.
e) controle.
Gabarito: Letra “c”.

5.5. Princípio ou requisito da atualidade


O princípio da atualidade exige da Administração Pública e dos
delegatários de serviços públicos uma constante atualização tecnológica dos
instrumentos e técnicas utilizados na execução de suas atividades.
Nas palavras do professor Diógenes Gasparini, “a atualidade significa que
a prestação dos serviços públicos deve acompanhar as modernas técnicas de
oferecimento aos usuários. Ademais, a atualidade exige a utilização de
equipamentos modernos, cuidando-se bem das instalações e de sua
conservação, visando, sempre, à melhoria e à expansão dos serviços públicos”.
No concurso público para o cargo de Analista do MDIC, realizado
em 2002, a ESAF elaborou questão abordando o requisito da atualidade,
nos seguintes termos:

(ESAF/Analista de Comércio Exterior - MDIC/2002) No âmbito do


conceito de serviço público adequado, o requisito referente à
modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua
conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço, denomina-se:
a) atualidade
b) eficiência

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 17


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

c) desempenho
d) efetividade
e) tecnologia

Gabarito: Letra “a”

5.6. Princípio ou requisito da mutabilidade


O princípio da mutabilidade, também denominado de princípio da
flexibilidade dos meios aos fins, permite alterações na execução dos serviços
públicos com o objetivo de adaptá-lo ao interesse público e às possibilidades
financeiras da Administração.
Sendo assim, é incorreto afirmar que existe direito adquirido à
permanência de uma determinada forma de regime de prestação de serviços
públicos, sendo assegurada a revisão ou rescisão unilateral dos contratos
administrativos com o objetivo de adequá-lo ao interesse da coletividade.

No concurso público para o cargo de Analista de Finanças e Controle do


TCU, realizado em 2009, a ESAF considerou correta a seguinte assertiva:
“o princípio da mutabilidade do regime de execução do serviço público autoriza a
sua alteração sem que disto decorra violação ao direito adquirido dos respectivos
usuários”.

5.7. Princípio ou requisito da cortesia


O princípio da cortesia que se traduz em bom atendimento e digno
tratamento para com o público na fruição dos serviços públicos. A prestação em
tais condições não é um favor do agente ou da Administração, mas sim uma
obrigação legal.

5.8. Princípio ou requisito da segurança


Nas palavras do professor Diógenes Gasparini, “o serviço público deve ser
prestado aos usuários com segurança, tendo em vista a natureza do serviço.
Nada deve ser menosprezado se puder, por qualquer modo, colocar em risco os
usuários do serviço público ou terceiros ou, ainda, bens públicos e particulares.
Não deve haver qualquer descuido ou omissão, por menor que seja, na
execução dos serviços de manutenção dos equipamentos utilizados na
prestação dos serviços públicos. As falhas devem ser imediatamente corrigidas,

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 18


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

substituindo-se as peças impróprias ou promovendo a renovação do próprio


equipamento”.

6. Formas e meios de prestação dos serviços públicos


O artigo 175 da Constituição Federal de 1988 estabelece que “incumbe ao
poder público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos”.
A fim de regular e garantir condições mínimas de acesso e qualidade na
prestação dos serviços públicos, o parágrafo único do artigo 175 da CF/88
afirma que a lei será responsável por disciplinar:
a) o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços
públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem
como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou
permissão;
b) os direitos dos usuários;
c) política tarifária;
d) a obrigação de manter serviço adequado.

Sendo assim, em cumprimento ao texto constitucional foi editada a Lei


8.987/95, estabelecendo as regras gerais sobre a concessão e permissão de
serviços públicos no âmbito da União, Estados, Municípios e Distrito Federal. É
importante destacar que a Lei 8.987/95 somente estabelece as regras gerais
sobre concessão e permissão de serviços públicos e, portanto, os demais entes
federativos poderão legislar sobre normas específicas.
Na prestação direta de serviços públicos, a Administração pode optar
pela forma centralizada ou descentralizada. Na forma centralizada, o
próprio ente federativo (União, Estados, Distrito Federal ou Municípios)
assume a responsabilidade pela execução dos serviços, que poderá ficar sob a
responsabilidade de seus órgãos públicos.

Lembre-se de que a criação de órgãos públicos é fruto da desconcentração


administrativa, e, portanto, eles não possuem personalidade jurídica.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 19


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Desse modo, é possível afirmar que o Estado pode prestar serviços


públicos de forma centralizada (diretamente) e desconcentrada (através de
seus órgãos públicos). Como exemplo, podemos citar o serviço judiciário
federal, que é prestado pela União (direta e centralizadamente), mas através
de diversos órgãos públicos integrantes de sua estrutura (juízes federais,
Tribunais Regionais Federais, Superior Tribunal de Justiça etc.).
No mesmo sentido, o Poder Público pode prestar serviços públicos
diretamente, mas de forma descentralizada. Nesse caso, o serviço será
prestado por entidade integrante da Administração Pública Indireta
(autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista ou empresas
públicas), mediante outorga ou delegação.
Como já estudamos as entidades que integram a Administração Pública
Indireta, iremos agora restringir o nosso estudo aos institutos da concessão,
permissão e autorização.

6.1. CONCESSÃO
A concessão é a forma mais complexa de delegação de serviços
públicos, geralmente utilizada em atividades que exigem alto investimento
financeiro. Sendo assim, as formalidades para a sua implementação são
diferentes da permissão e, principalmente, da autorização.
A definição de concessão está prevista no próprio texto legal, mais
precisamente no artigo 2º da Lei 8.987/95:
a) Concessão de serviço público: A delegação de sua prestação, feita
pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de
concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo
determinado.
b) Concessão de serviço público precedida da execução de obra
pública: A construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação
ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo
poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à
pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para
a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da
concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do
serviço ou da obra por prazo determinado.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 20


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Fique atento, pois é muito comum as bancas elaborarem questões diferenciando os


dois conceitos apresentados acima. No concurso público para o cargo de Especialista
em Finanças Públicas do MPOG, por exemplo, realizado em 2008, a banca considerou
correta a seguinte assertiva: “considera-se concessão de serviço público a
delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação,
na modalidade concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas”.

A concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra


pública, será formalizada mediante contrato administrativo, sempre se
respeitando os termos da Lei 8.987/95 e as condições editalícias.

Para responder às questões de prova: As pessoas físicas não podem ser


concessionárias de serviços públicos, mas somente as pessoas jurídicas e consórcios de
empresas, que estarão sujeitos à fiscalização pelo poder concedente responsável pela
delegação (União, Estados, DF e Municípios), com a cooperação dos usuários.

A Lei 9.074/95, em seu art. 2º, estabeleceu a proibição da União,


Estados, Distrito Federal e Municípios executarem obras e serviços públicos por
meio de concessão e permissão de serviço público, sem lei autorizativa
estabelecendo os termos a serem respeitados.
Sendo assim, para que ocorra a execução indireta de serviços públicos,
é necessário antes que uma lei estabeleça quais serão os termos e condições a
serem observados, independentemente do ente federativo. É válido destacar,
porém, que a própria Lei 9.074/95 reservou alguns serviços que poderão ser
prestados sem a necessidade de prévia autorização legal, sendo eles os
serviços:
a) de saneamento básico;
b) de limpeza urbana;
c) e aqueles admitidos na Constituição Federal, nas Constituições
Estaduais e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e Municípios.
Além disso, é importante ressaltar que o próprio artigo 1º da Lei 9.074/95
estabeleceu para a União um rol de serviços e obras públicas que também não
dependem de autorização legislativa prévia para serem prestados através de
concessão ou permissão (se cabível):
a) vias federais, precedidas ou não da execução de obra pública;

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 21


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

b) exploração de obras ou serviços federais de barragens, contenções,


eclusas ou outros dispositivos de transposição hidroviária de níveis,
diques, irrigações, precedidas ou não da execução de obras públicas;
c) estações aduaneiras e outros terminais alfandegados de uso público,
não instalados em área de porto ou aeroporto, precedidos ou não de
obras públicas;
d) os serviços postais.

(ESAF/Todos os cargos – FUNAI/2016) Entre as modalidades de


delegação da prestação do serviço público, pode-se citar a
a) nomeação.
b) atribuição.
c) concessão.
d) avocação.
e) encampação.

Gabarito: Letra “c”.

6.1.1. Licitação prévia


Nos termos do artigo 175 da Constituição Federal, as concessões e
permissões de serviços públicos sempre deverão ser precedidas de licitação.
Não existem exceções a essa regra e a modalidade licitatória utilizada nas
concessões será obrigatoriamente a concorrência.
O artigo 14 da Lei 8.987/95 declara expressamente que “toda concessão
de serviço público, precedida ou não da execução de obra pública, será objeto
de prévia licitação, nos termos da legislação própria e com observância dos
princípios da legalidade, moralidade, publicidade, igualdade, do julgamento por
critérios objetivos e da vinculação ao instrumento convocatório”.
Para responder às questões de prova, é importante destacar que o
parágrafo 3º, art. 4º, da Lei 9.491/1997, que altera procedimentos relativos ao
Programa Nacional de Desestatização, permite a utilização da modalidade
leilão nas seguintes espécies de desestatização:
I - alienação de participação societária, inclusive de controle acionário,
preferencialmente mediante a pulverização de ações;

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 22


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

II - alienação, arrendamento, locação, comodato ou cessão de bens e


instalações;
III - dissolução de sociedades ou desativação parcial de seus
empreendimentos, com a conseqüente alienação de seus ativos;
IV - concessão, permissão ou autorização de serviços públicos.
V - aforamento, remição de foro, permuta, cessão, concessão de direito
real de uso resolúvel e alienação mediante venda de bens imóveis de domínio
da União.
Nesses termos, fique atento para o caput da questão, pois se a
banca fizer referência expressa à Lei 8.987/1995, deverá ser utilizada a
modalidade concorrência. Todavia, se a banca simplesmente estiver se
referindo a uma das hipóteses acima, também poderá ser utilizada a
modalidade leilão.
A possibilidade de adoção da modalidade leilão foi referendada pelo
Supremo Tribunal Federal no julgamento do Mandado de Segurança nº
27.516, de relatoria da Ministra Ellen Gracie, cuja ementa apresento abaixo:
MANDADO DE SEGURANÇA. LINHAS DE SERVIÇO DE TRANSPORTE
RODOVIÁRIO INTERESTADUAL E INTERNACIONAL DE PASSAGEIROS. DECRETO
PRESIDENCIAL DE 16 DE JULHO DE 2008. PRIVATIZAÇÃO. DESESTATIZAÇÃO.
ARTIGO 2º, PARÁGRAFO 1º, ALÍNEA B, DA LEI 9.491/97. TRANFERÊNCIA PARA
A INICATIVA PRIVADA DA EXECUÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS DE
RESPONSABILIDADE DA UNIÃO. ART. 21, INCISO XII, ALÍNEA E, DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. POSSIBILIDADE DE DESESTATIZAÇÃO DE SERVIÇOS
PÚBLICOS DE RESPONSABILIDADE DA UNIÃO JÁ EXPLORADOS POR
PARTICULARES. DENEGAÇÃO DA ORDEM.
1. A titularidade dos serviços de transporte rodoviário interestadual e
internacional de passageiros, nos termos do art. 21, XII, e, da Constituição
Federal, é da União.
2. É possível a desestatização de serviços públicos já explorados por
particulares, de responsabilidade da União, conforme disposto no art. 2º, § 1º,
b, parte final, da Lei 9.491/97.
3. Inexistência de concessão ou de permissão para a utilização de algumas
linhas, além da iminente expiração do prazo de concessão ou permissão de
outras linhas.
4. Existência de decisões judiciais proferidas em ações civis públicas propostas
pelo Ministério Público Federal que determinam a imediata realização de
certames das linhas em operação.
5. Possibilidade de adoção da modalidade leilão no caso em apreço, nos
termos do art. 4º, § 3º, da Lei 9.491/97.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 23


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

6. Necessidade de observância do devido processo licitatório,


independentemente da modalidade a ser adotada (leilão ou
concorrência).

As regras específicas que serão observadas no processo licitatório,


mediante concorrência, estão previstas no próprio texto da Lei 8.987/95,
contudo, a Lei geral de Licitações (Lei 8.666/93) poderá ser utilizada
supletivamente.

Na licitação, o poder concedente recusará propostas manifestamente inexequíveis ou


financeiramente incompatíveis com os objetivos da licitação e, em igualdade de
condições, será dada preferência à proposta apresentada por empresa brasileira.

Em relação ao critério de julgamento das propostas, o caput do artigo


15 declara que será considerado um dos seguintes critérios:
1º) o menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado;
2º) a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder concedente pela
outorga da concessão;
3º) a combinação, dois a dois, dos critérios referidos nos incisos 1, 2 e 7;
4º) melhor proposta técnica, com preço fixado no edital;
5º) melhor proposta em razão da combinação dos critérios de menor
valor da tarifa do serviço público a ser prestado com o de melhor técnica;
6º) melhor proposta em razão da combinação dos critérios de maior
oferta pela outorga da concessão com o de melhor técnica;
7º) melhor oferta de pagamento pela outorga após qualificação das
propostas técnicas.

Por último, é importante destacar uma recente mudança introduzida pela


Lei 11.196/05, que incluiu o artigo 18-A no texto da Lei 8.987/95 e que
permitiu a inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento, a
exemplo da modalidade pregão, prevista na Lei 10.520/02.
Art. 18-A. O edital poderá prever a inversão da ordem das fases de
habilitação e julgamento, hipótese em que:

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 24


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

I - encerrada a fase de classificação das propostas ou o oferecimento de


lances, será aberto o invólucro com os documentos de habilitação do
licitante mais bem classificado, para verificação do atendimento das
condições fixadas no edital;
II - verificado o atendimento das exigências do edital, o licitante será
declarado vencedor;
III - inabilitado o licitante melhor classificado, serão analisados os
documentos habilitatórios do licitante com a proposta classificada em
segundo lugar, e assim sucessivamente, até que um licitante classificado
atenda às condições fixadas no edital;
IV - proclamado o resultado final do certame, o objeto será adjudicado ao
vencedor nas condições técnicas e econômicas por ele ofertadas.

Mesmo com a publicação da Lei 11.196/05, a modalidade licitatória obrigatória para a


concessão de serviços públicos continuou sendo a concorrência. Foi inserida na Lei
8.987/95 somente a possibilidade de inversão da ordem das fases de habilitação e
julgamento (assim como já acontece no pregão).

No concurso público para o cargo de Técnico da Receita Estadual da


SEGEP-MA, realizado em 2016, a FCC considerou correta a seguinte
definição legal do regime de descentralização de serviço mediante
concessão: “Delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente,
mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou
consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por
sua conta e risco e por prazo determinado.”.

6.1.2. Intervenção na concessão


Afirma o artigo 32 da Lei 8.987/95 que “o poder concedente poderá
intervir na concessão, com o fim de assegurar a adequação na prestação do
serviço, bem como o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares
e legais pertinentes”.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 25


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Além disso, é importante destacar que a intervenção far-se-á por decreto


do poder concedente, que conterá a designação do interventor (a pessoa que
ficará responsável pela intervenção), o prazo e os objetivos e limites da
medida (sem a necessidade de contraditório e ampla defesa).
Após ter sido declarada a intervenção, o poder concedente deverá, no
prazo de trinta dias, instaurar procedimento administrativo, que deverá ser
concluído no prazo de 180 dias, para comprovar as causas determinantes da
medida e apurar responsabilidades. Nesse caso, deverá ser assegurado o direito
de ampla defesa.
O artigo 34 da Lei 8.987/95 informa que “cessada a intervenção, se não
for extinta a concessão, a administração do serviço será devolvida à
concessionária, precedida de prestação de contas pelo interventor, que
responderá pelos atos praticados durante a sua gestão”.
No concurso público para o cargo de Procurador da PGFN,
realizado em 2012, a ESAF elaborou questão sobre o tema, nos
seguintes moldes:

(ESAF∕Procurador – PGFN∕2012) No que se refere à figura da


intervenção prevista no âmbito das concessões e permissões de
serviços públicos, assinale a opção correta.
a) A intervenção tem duração máxima de 180 (cento e oitenta) dias.
b) Tal instituto é espécie de extinção da concessão ou permissão de
serviço público.
c) Como medida excepcionalíssima, a intervenção far-se-á por lei do
poder concedente.
d) A intervenção não demanda a prévia observância aos princípios do
contraditório e da ampla defesa.
e) A intervenção demanda a prévia indenização pela assunção dos bens
reversíveis, pelo Poder Público.

Gabarito: Letra d.

6.1.3. Extinção da concessão


A concessão de serviço público é sempre ajustada por prazo certo. Não
existe concessão por prazo indeterminado. Entretanto, durante a vigência
do contrato, podem ocorrer certos acontecimentos ensejadores de sua extinção.
Nesse caso, retornam ao poder concedente todos os bens reversíveis,
direitos e privilégios transferidos ao concessionário, bem como ocorrerá a

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 26


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

imediata assunção do serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos


levantamentos, avaliações e liquidações necessários.
O artigo 35 da Lei 8.987/95 apresenta seis causas que extinguem ou
servem de motivo para a extinção do contrato administrativo referente à
concessão. É importante destacar que essas causas não precisam estar
indicadas no edital de licitação, basta que estejam no contrato de concessão,
pois são cláusulas essenciais.
Independentemente da causa que extinguiu ou serviu de motivo para a
extinção da concessão, será garantido ao concessionário o pagamento de uma
indenização pela parcela não depreciada ou amortizada dos bens reversíveis,
assim considerados os bens adquiridos pelo concessionário para a prestação do
serviço e que, por manterem sua utilidade, passam a ser de propriedade do
poder concedente ao término do contrato, já que os serviços públicos não
podem ser interrompidos.

(Auditor Interno/AUGE MG 2009/CESPE) As concessões de serviço público


só podem ser outorgadas por prazo determinado. Assertiva considerada
correta.

6.1.3.1. Extinção pelo decurso do prazo


Ocorre a extinção automática da concessão ao término do prazo
estabelecido no contrato. A essa causa de extinção dá-se o nome de reversão.
O professor Diógenes Gasparini informa que, nesse caso, a assunção
independe de qualquer previsão editalícia ou contratual, uma vez que está
expressamente determinada pelo § 2º do artigo 35 da Lei 8.987/95. Contudo,
se o poder concedente não providenciar a retomada do serviço público
concedido, não pode o concessionário, em razão do princípio da continuidade do
serviço público, paralisar a sua execução. Para tanto, deve o concessionário
notificar a Administração Pública concedente com o objetivo de obrigá-la,
dentro de prazo razoável, a retomar o serviço, sob pena de sua consignação em
juízo.
A reversão no advento do termo contratual far-se-á com a indenização
das parcelas dos investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não
amortizados ou depreciados, que tenham sido realizados com o objetivo de
garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 27


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

6.1.3.2. Encampação
O artigo 37 da Lei 8.987/95 considera encampação a retomada do serviço
pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse
público superveniente, mediante lei autorizativa específica e após prévio
pagamento da indenização das parcelas dos investimentos vinculados a bens
reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tenham sido realizados
com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido.
A encampação será formalizada mediante decreto expedido pelo Chefe
do Executivo, após a aprovação de lei específica autorizando tal medida e o
respectivo pagamento da indenização devida.

No concurso público para o cargo de Técnico do Seguro Social do INSS,


realizado em 2016, o CESPE considerou correta a seguinte assertiva: “A
encampação, que consiste em rescisão unilateral da concessão pela
administração antes do prazo acordado, dá ao concessionário o direito a
ressarcimento de eventual prejuízo por ele comprovado.”.

6.1.3.3. Caducidade
O inadimplemento ou adimplemento defeituoso por parte da
concessionária pode ensejar a extinção da concessão antes do termo final
estabelecido no contrato. A essa causa de extinção a própria lei denomina
caducidade.
É de competência da própria Administração, discricionariamente,
verificar se o inadimplemento (que pode ser total ou parcial) é suficiente para
causar, ou não, a extinção da concessão.
A declaração da caducidade da concessão deverá ser precedida da
verificação da inadimplência da concessionária em processo administrativo,
assegurado o direito de ampla defesa. Entretanto, antes da instauração do
processo administrativo, deverá ser obrigatoriamente comunicado à
concessionária os possíveis descumprimentos de cláusulas contratuais, sendo
concedido um prazo para corrigir as falhas e transgressões apontadas.
Não efetuadas as devidas correções, será então instaurado o processo
administrativo e, após o seu término, a caducidade será declarada por decreto
do poder concedente, independentemente de indenização prévia, calculada
no decurso do processo.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 28


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Declarada a caducidade, não resultará para o poder concedente qualquer


espécie de responsabilidade em relação aos encargos, ônus, obrigações ou
compromissos com terceiros ou com empregados da concessionária.
A caducidade poderá ser decretada, discricionariamente, quando ocorrer
qualquer uma das seguintes hipóteses (art. 38, § 1º, da Lei 8.987/95):
1ª) o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou deficiente,
tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâmetros definidores
da qualidade do serviço;
2ª) a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou disposições
legais ou regulamentares concernentes à concessão;
3ª) a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tanto,
ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força maior;
4ª) a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou
operacionais para manter a adequada prestação do serviço concedido;
5ª) a concessionária não cumprir as penalidades impostas por infrações,
nos devidos prazos;
6ª) a concessionária não atender a intimação do poder concedente no
sentido de regularizar a prestação do serviço;
7ª) a concessionária não atender a intimação do poder concedente para,
em 180 (cento e oitenta) dias, apresentar a documentação relativa a
regularidade fiscal, no curso da concessão, na forma do art. 29 da Lei nº
8.666, de 21 de junho de 1993.

No concurso público para o cargo de Procurador do Tribunal de Contas


de Goiás, realizado em 2007, a ESAF considerou correta a seguinte
assertiva: “A inexecução, pela concessionária, do contrato de concessão de
serviço público, por razões imputáveis exclusivamente a ela, autoriza o Poder
Público à declaração de caducidade da concessão”.

6.1.3.4. Rescisão
Nos termos do artigo 39 da Lei 8.987/95, o contrato de concessão
“poderá ser rescindido por iniciativa da concessionária, no caso de
descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação
judicial especialmente intentada para esse fim”. Nesse caso, os serviços

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 29


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

prestados pela concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados,


até a decisão judicial transitada em julgado.

6.1.3.5. Anulação
O professor Diógenes Gasparini afirma que “o contrato de concessão de
serviço público, embora prestigiado pelo princípio da presunção de legitimidade
dos atos administrativos, pode ter sido celebrado com vícios que o maculam
irremediavelmente, podendo ser declarados a qualquer tempo, desde que não
prescrito esse direito. Nesses casos, há uma ilegalidade que serve de motivo ao
ato de extinção. O ato da Administração Pública concedente que extingue a
concessão de serviço público em razão de uma ilegalidade é ato administrativo,
comumente chamado de ato de anulação, tal qual o faz o inciso V do artigo 35
da Lei Federal n. 8.897/95”.

6.1.3.6. Falência ou extinção da empresa concessionária e


falecimento ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual
Ocorrido esse fato previsto no inciso VI, artigo 35, da Lei 8.987/95, resta
evidente que se torna inviável a continuidade de execução do contrato. Sendo
assim, extinta a concessão, o serviço retorna ao poder concedente a fim de que
seja realizada uma nova concessão.
As bancas têm o hábito de elaborar muitas questões em prova
sobre as causas que extinguem ou podem ensejar a extinção da
concessão, portanto, estude-as com bastante carinho para a prova.

(ESAF/Auditor Fiscal do Trabalho - MTE/2010) Naquilo que diz respeito


à extinção do contrato de concessão de serviço público, correlacione as
colunas abaixo e assinale a opção que contemple a correlação correta.
(1) Retomada do serviço, por motivo de interesse público.
(2) Retomada do serviço, por inexecução total ou parcial do contrato por parte
da concessionária.
(3) Extinção do contrato, por descumprimento de normas contratuais pelo
concedente.
( ) caducidade;
( ) encampação;
( ) rescisão.
a) 3 / 1 / 2
b) 2 / 3 / 1

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 30


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

c) 1 / 2 / 3
d) 2 / 1 / 3
e) 3 / 2 / 1

Gabarito: Letra “d”

6.1.4. SUBCONCESSÃO
Da mesma forma que acontece nos contratos administrativos em geral, as
concessões de serviços públicos são celebradas intuitu personae, ou seja, a
concessionária é declarada vencedora da licitação não somente pelo fato de ter
apresentado a proposta mais vantajosa aos interesses da Administração, mas
também por ter comprovado que possui efetivamente condições de cumprir os
termos da proposta apresentada.
Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-
lhe responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos
usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente
exclua ou atenue essa responsabilidade.
Sendo assim, para que ocorra uma subconcessão, é imprescindível que
exista expressa autorização do poder concedente. Ademais, a outorga de
subconcessão será sempre precedida de concorrência.

(Analista – Especialização/SERPRO 2008/CESPE) No contrato de


concessão, é permitida a subconcessão, desde que prevista no contrato,
autorizada pelo poder concedente e precedida de concorrência. Assertiva
considerada correta pela banca examinadora.

Apesar de a Lei 8.987/95 estabelecer a possibilidade de subconcessão


somente em caráter excepcional, é importante esclarecer que a concessionária
poderá contratar com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes,
acessórias ou complementares ao serviço concedido, bem como a
implementação de projetos associados.
Os referidos contratos celebrados entre a concessionária e os terceiros
reger-se-ão pelo Direito privado, não se estabelecendo qualquer relação
jurídica entre os terceiros e o poder concedente.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 31


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Explica o professor Diógenes Gasparini que não é a subconcessão uma


nova concessão, ainda que essa lei prescreva, dentro dos limites da
subconcessão, a sub-rogação do subconcessionário a todos os direitos e
obrigações do subconcendente; é, isto sim, o ajuste, calcado no edital e na
proposta vencedora, celebrado entre o subconcendente e o subconcessionário.
A anuência da Administração Pública concedente não a torna responsável
perante o subconcessionário, mas reafirma o exercício das competências
decorrentes da titularidade do serviço público cuja execução lhe foi trespassada
pela via da concessão. O subconcessionário responde pelos danos que causar a
terceiros, ao subconcendente e à própria Administração Pública concedente. O
subconcedente e a Administração Pública concedente respondem
subsidiariamente e nessa ordem.

A subconcessão sem a prévia e expressa autorização do poder


concedente ensejará a caducidade da concessão. Da mesma forma, acarreta
também a caducidade a transferência do controle societário da concessionária
sem prévia anuência do poder concedente, conforme previsto no artigo 27 da
Lei 8.987/95:
Art. 27. A transferência de concessão ou do controle societário da concessionária
sem prévia anuência do poder concedente implicará a caducidade da concessão.
§ 1º. Para fins de obtenção da anuência de que trata o caput deste artigo, o
pretendente deverá:
I - atender às exigências de capacidade técnica, idoneidade financeira e
regularidade jurídica e fiscal necessárias à assunção do serviço; e
II - comprometer-se a cumprir todas as cláusulas do contrato em vigor.

No concurso público para o cargo de Auditor do Tesouro Municipal da


Prefeitura de Recife, realizado em 2003, a ESAF considerou correta a
seguinte assertiva: “É permitida a subconcessão desde que prevista no
contrato, autorizada expressamente pelo poder concedente e precedida de
concorrência”.

6.1.5. Direitos e obrigações dos usuários


No termos do artigo 7º da Lei 8.987/95 são direitos dos usuários dos
serviços públicos, além daqueles previstos no Código de Defesa do Consumidor:
1º) receber serviço adequado;

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 32


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

2º) receber do poder concedente e da concessionária informações para a


defesa de interesses individuais ou coletivos;
3º) obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre vários
prestadores de serviços, quando for o caso, observadas as normas do
poder concedente.
4º) levar ao conhecimento do poder público e da concessionária as
irregularidades de que tenham conhecimento, referentes ao serviço
prestado;
5º) comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos praticados pela
concessionária na prestação do serviço;

Destaca-se ainda que as concessionárias de serviços públicos, de Direito


Público e Privado, nos Estados e no Distrito Federal, são obrigadas a oferecer ao
consumidor e ao usuário, dentro do mês de vencimento, o mínimo de seis datas
opcionais para escolherem os dias de vencimento de seus débitos.
Por último, consta como dever dos usuários no artigo 7º-A da citada Lei a
obrigação de contribuição para a permanência das boas condições dos bens
públicos através dos quais lhes são prestados os serviços.

6.2. Permissão
6.2.1. Conceito
A lei 8.987/95, em seu artigo 2º, conceituou a permissão de serviço
público como “a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação
de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco”.
Todas as regras previstas na Lei 8.987/95 para as concessões são
também aplicáveis em relação às permissões, com exceção de alguns detalhes
que passaremos a analisar.

(Analista – Especialização/SERPRO 2008/CESPE) No contrato de


concessão, é permitida a subconcessão, desde que prevista no contrato,
autorizada pelo poder concedente e precedida de concorrência. Assertiva
considerada correta pela banca organizadora.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 33


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

6.2.2. Natureza jurídica


Sob o entendimento da doutrina administrativa clássica, a permissão de
serviço público sempre possuiu a natureza jurídica de ato administrativo,
portanto unilateral, sendo este o principal traço distintivo em relação à
concessão de serviço público, que ocorre mediante contrato.
Entretanto, o artigo 40 da Lei 8.987/95 estabeleceu que a permissão de
serviço público deve ser formalizada mediante contrato de adesão, nos
termos da citada lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação,
inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato
pelo poder concedente.
Com a edição da Lei 8.987/95, que foi responsável por atribuir à
permissão a natureza jurídica de contrato de adesão, muitos doutrinadores
manifestaram-se contrários ao texto legal, declarando a existência de grave
contradição do legislador.
O professor José dos Santos Carvalho Filho, por exemplo, informa que “a
incoerência da lei (e também do artigo 175, parágrafo único, da CF) foi tão
flagrante que dividiu o próprio STF. Em ação direta de inconstitucionalidade, na
qual se discutia a questão relativa à forma de delegação do serviço móvel de
celular, prevista na Lei nº 9.295/96, a Corte decidiu, pela apertada maioria de
seis a cinco, que o art. 175, parágrafo único, da CF, afastou qualquer distinção
conceitual entre permissão e concessão, ao conferir àquela o caráter contratual
próprio desta”.

No concurso público para o cargo de Auditor do TCE-PR, realizado em


2016, o CESPE considerou correta a seguinte assertiva: “A permissão de
serviço público pode ser revogada por ato unilateral do poder concedente.”.

É necessário que você saiba que a natureza jurídica da permissão é a de


contrato de adesão e não a de ato administrativo.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 34


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Como não poderia ser diferente, a ESAF já cobrou esse


entendimento em prova, a exemplo do que ocorreu no concurso para o
cargo de Procurador da Fazenda Nacional, realizado em 2003:

(ESAF/Procurador - PGFN/2003) A permissão de serviço público,


nos termos da legislação federal, deverá ser formalizada
mediante:
a) termo de permissão
b) contrato administrativo
c) contrato de permissão
d) contrato de adesão
e) termo de compromisso

Gabarito: Letra “d”

6.2.3. Principais diferenças entre Concessão e Permissão

São poucas as diferenças existentes entre concessão e permissão de


serviços públicos e, para facilitar a assimilação, decidi enumerá-las.

1ª) A concessão não pode ser contratada com pessoas físicas, mas
somente com pessoas jurídicas e consórcio de empresas. Por outro lado, a
permissão somente pode ser realizada com pessoas físicas ou jurídicas
(consórcios de empresas, não);

2ª) Trata-se de modalidade de delegação menos complexa que a


concessão, recomendável para serviços públicos de menor “envergadura”.
Sendo assim, enquanto na concessão exige-se licitação obrigatoriamente
na modalidade concorrência, em relação à permissão admitem-se outras
modalidades;

3ª) A permissão, nos termos da lei, possui caráter precário, sendo


revogável a qualquer tempo pela Administração, desde que existente
interesse público superveniente. Por outro lado, a concessão constitui-se
por meio de um contrato administrativo e, portanto, somente será
extinto nos termos da lei.
No concurso público para o cargo de Analista de Finanças e
Controle da CGU, realizado em 2006, a ESAF elaborou questão
abordando as principais características da permissão, nos seguintes
termos:

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 35


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

(ESAF/Analista de Finanças e Controle - CGU/2006) Não integra a


natureza legal do instituto da permissão de serviço público:
a) precedida de licitação pública.
b) formalizada mediante contrato de adesão.
c) precariedade de seu objeto.
d) revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente.
e) objeto limitado à prestação de serviços públicos não complexos.

Gabarito: Letra “e”

6.3. Autorização
Apesar de não estar prevista no artigo 175 da CF/88 como uma das
modalidades de delegação de serviços públicos (que se refere apenas à
concessão e permissão), o inciso XII, do artigo 21, da CF/1988, afirma
expressamente que compete à União explorar, diretamente ou mediante
autorização, concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens;
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético
dos cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais
hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e
fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de
passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres.

Assim, é possível concluir que a autorização é uma das modalidades de


delegação de serviços públicos a particulares. Entretanto, é importante
esclarecer que não existe uma lei específica versando sobre o tema, pois a Lei
8.987/95 restringiu-se às concessões e permissões de serviços públicos.
Para responder às questões, leve para a prova a informação de
que a autorização é uma das modalidades de delegação de serviços
públicos a particulares. Em várias oportunidades a banca ratificou esse
entendimento, a exemplo do que ocorreu na prova para o cargo de
Técnico da Receita Federal, realizado em 2006:

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 36


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

(ESAF/Técnico da Receita Federal - SRF/2006) O que existe em comum,


sob o aspecto jurídico-doutrinário, entre a concessão, permissão e
autorização de serviços públicos, é a circunstância de
a) constituírem outorga a título precário.
b) formalizarem-se por meio de ato administrativo unilateral.
c) formalizarem-se por meio de contrato administrativo.
d) serem atos administrativos discricionários.
e) poderem ser modalidades de serviços públicos delegados a particulares.

Gabarito: Letra “e”

O Decreto 2.521/98 (que dispõe sobre a exploração, mediante


permissão e autorização, de serviços de transporte rodoviário interestadual e
internacional de passageiros e dá outras providências) define a autorização
como uma “delegação ocasional, por prazo limitado ou viagem certa, para
prestação de serviços de transporte em caráter emergencial ou especial”.
É claro que a definição de autorização apresentada no Decreto 2.521/98
foi elaborada para atender ao serviço de transporte rodoviário interestadual e
internacional de passageiros, mas não diverge muito dos conceitos encontrados
na doutrina.
O professor Diógenes Gasparini, por exemplo, define a autorização como
“ato administrativo discricionário e precário mediante o qual a Administração
Pública competente investe, por prazo indeterminado, alguém, que para isso
tenha demonstrado interesse, na execução e exploração de certo serviço
público”.
Nas sábias palavras do professor Hely Lopes Meirelles, a modalidade de
serviços autorizados é adequada para todos aqueles que não exigem execução
pela própria administração e que não necessitam de maior especialização para
que seja prestado à coletividade, a exemplo dos serviços de táxi, de
despachantes, segurança particular de residências ou estabelecimentos, entre
outros.
Para responder às questões de prova, as informações mais importantes
sobre autorização são aquelas que a diferenciam das concessões e permissões:
1ª) Ao contrário das permissões e concessões, as autorizações podem ser
realizadas por prazo indeterminado;
2ª) Não é exigível licitação para a formalização de autorização;
3ª) Não necessita de prévia autorização legislativa;
4ª) Pode ser efetuada a pessoas físicas ou jurídicas;

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 37


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

5ª) É realizada mediante ato administrativo de caráter precário e revogável a


qualquer tempo pela Administração (não existe necessidade de contrato), sem
que seja assegurado ao particular o direito à indenização.

7. Parcerias público-privadas
7.1. Noções gerais
As parcerias público-privadas (PPPs) representam uma inovação nas
formas de relacionamento entre o Poder Público e a iniciativa privada, pois
objetivam agregar interesses comuns em prol da coletividade. Na formalização
de uma PPP, a iniciativa privada ingressa com a capacidade de investimentos
financeiros e com a competência gerencial. Por outro lado, o Poder Público
participa com o objetivo de regular a execução da parceria e assegurar a
satisfação do interesse público.
Resumidamente falando, o principal objetivo das PPPs é atrair recursos
privados para investimento em grandes projetos de infraestrutura,
essenciais ao crescimento do país, já que são escassos os recursos
governamentais para investimento nessa área, principalmente em virtude dos
elevados montantes.
A reforma e a modernização do estádio do Mineirão (Belo Horizonte)
para receber os jogos da Copa do Mundo, por exemplo, foram feitas por meio
de uma parceria público-privada (PPP) firmada entre o Governo de Minas
Gerais, por meio da Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo – Secopa, e a
empresa privada denominada Minas Arena.
O governo de Minas Gerais não investiu recursos próprios na obra em si.
Todo o encargo financeiro da reforma é do parceiro privado, seja com recursos
próprios, seja com a captação de financiamentos. Como arena reformada para a
Copa do Mundo FIFA 2014, o Mineirão foi um dos beneficiários do BNDES com
empréstimo de R$ 400 milhões1.
Mas onde estão os ganhos da empresa privada, que a fizeram
investir essa “fortuna” na reforma do estádio?
Bem, em contrapartida pelo investimento na obra, a Minas Arena tem o
direito de explorar os espaços multiuso do Mineirão por 25 anos.

A propósito, destaca-se que ao longo dos próximos 25 anos, o Governo de


Minas Gerais pagará duas modalidades de contrapartida financeira:

1
Informação disponível em http://www.minasarena.com.br/empresa/parceria-publico-privada/. Acesso em
02∕04∕2014.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 38


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

a) Um desembolso fixo, a título de remuneração pela gestão do espaço


público, com parcelas decrescentes ao longo do tempo. Se a gestão fosse
pública, o estado teria que arcar com custos da mesma forma ou,
provavelmente, com desembolsos maiores do que os previstos na PPP.

b) Um desembolso variável, calculado de acordo com o desempenho


financeiro da gestora e a qualidade do serviço prestado. Foi estabelecida uma
faixa de rentabilidade que dá sustentabilidade ao negócio. Se ela não for
atingida, o governo deve complementar o valor até determinado teto; se ela for
superada, o excedente é dividido entre os parceiros.

7.1.1. Fundamentação legal


A fundamentação constitucional para a regulamentação das PPPs
encontra-se no inciso XXVII, do artigo 22, da CF/1988, que declara ser de
competência da União criar “normas gerais de licitação e contratação, em todas
as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e
fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o
disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia
mista, nos termos do art. 173, § 1º, III”.
A disciplina legal de formalização de parcerias público-privadas (PPPs)
somente surgiu em 2004, com o advento da Lei 11.079. Trata-se de uma
norma de caráter geral, que se aplica aos órgãos da administração pública
direta dos Poderes Executivo e Legislativo, aos fundos especiais, às
autarquias, às fundações públicas, às empresas públicas, às sociedades de
economia mista e às demais entidades controladas direta ou indiretamente pela
União, Estados, Distrito Federal e Municípios
Sendo assim, nada impede que os demais entes federativos criem
legislações suplementares sobre o tema, desde que não contrariem as
normas gerais dispostas na Lei 11.079/04.

7.2. Conceito e natureza jurídica


As PPPs são modalidades específicas de contratos de concessão,
sendo esse o motivo de incluirmos o seu estudo no tópico sobre “serviços
públicos”.
O professor Diógenes Gasparini informa que, em sentido amplo,
“parceria público-privada é todo o ajuste que a Administração Pública de
qualquer nível celebra com um particular para viabilizar programas voltados ao
desenvolvimento socioeconômico do país e ao bem-estar da sociedade, como

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 39


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

são as concessões de serviços, as concessões de serviços precedidas de obras


públicas, os convênios e os consórcios públicos”.
Por outro lado, o professor Alexandre Aragão conceitua as parcerias
público-privadas, no Direito positivo brasileiro, em sentido estrito, como
sendo “os contratos de delegação da construção, ampliação, reforma ou
manutenção de determinada infraestrutura e da gestão da totalidade ou parte
das atividades administrativas prestadas por seu intermédio, mediante
remuneração de longo prazo arcada total ou parcialmente pelo Estado, fixadas
em razão da quantidade ou qualidade das utilidades concretamente propiciadas
pelo parceiro privado à Administração Pública ou à população”.

7.3. Modalidades ou formas


A própria lei 11.079/04, em seu artigo 2º, declara que a parceria público-
privada é um contrato administrativo de concessão, na modalidade
patrocinada ou administrativa. Sendo assim, da mesma forma que ocorre
nas concessões comuns, a “parceria” será formalizada através de um contrato
administrativo.
Concessão patrocinada, nos termos da lei, é a concessão de serviços
públicos ou de obras públicas de que trata a Lei no 8.987, quando envolver,
adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários, contraprestação pecuniária do
parceiro público ao parceiro privado.
Por outro lado, concessão administrativa é o contrato de prestação de
serviços de que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta,
ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens.

Lembre-se sempre de que a principal diferença entre a concessão patrocinada e a


concessão administrativa, para fins de concursos públicos, é o fato de que, na
primeira, o concessionário recebe recursos financeiros de duas fontes: dos usuários
do serviço e ainda do parceiro público.
Ainda “pairam no ar” quais seriam as atividades objeto de uma
concessão administrativa, já que a lei manteve-se omissa sobre o tema. Não
é possível concluir se seriam atividades ou serviços inerentes às necessidades
internas da Administração (como a vigilância de seus bens, por exemplo) ou
serviços públicos direcionados à coletividade, também usufruídos pela
Administração (serviço de água e esgoto, por exemplo).

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 40


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

De qualquer forma, a Lei 11.079/04 estabeleceu que às concessões


administrativas aplicam-se adicionalmente os art. 21, 23, 25, 27 a 39 da Lei
8.987/95, bem como o art. 31 da Lei 9.074/95 (os demais, no que couber,
alcançam somente a concessão patrocinada).

No concurso público para o cargo de Delegado de Polícia da PC-PE,


realizado em 2016, o CESPE considerou correta a seguinte assertiva:
“Em relação à parceria público-privada, entende-se por concessão administrativa
o contrato de prestação de serviços de que a administração pública seja a
usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento
e instalação de bens.”.

(ESAF/Procurador - PGFN/2006) A legislação federal estabelece como


formas de Parceria Público-Privada apenas
a) a concessão comum.
b) a concessão patrocinada.
c) a concessão patrocinada e a concessão administrativa.
d) as concessões comum, patrocinada e administrativa.
e) as formas de concessão admitidas em direito, e demais contratos
administrativos.

Gabarito: Letra “c”.

7.4. Objeto
Diógenes Gasparini, referindo ao objeto das PPPs, afirma que “o regime
jurídico das parcerias público-privadas é um só, mas seu objeto é múltiplo. A
Lei federal das PPPs não oferece um rol do que possa ser objeto das parcerias
público-privadas, mas o Decreto Federal n. 5.385/2005, que instituiu o Comitê
Gestor de Parceria Público-Privada – CGP, atribuiu a esse órgão a competência
para definir os serviços prioritários para execução sob o regime de parceria
público-privada e os critérios para subsidiar a análise sobre a conveniência e
oportunidade de contratação sob esse regime (art. 3º, I). Assim, atendidas

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 41


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

outras exigências e observadas as vedações legais, poderá ser objeto de PPPs


tudo que o CGP entender conveniente e oportuno. Esse dispositivo parece
restringir o objeto da parceria público-privada à execução de serviço, mas é
evidente que a parceria pode acontecer para a execução de obra cuja
exploração também caberá ao parceiro privado. Aqui a parceria terá por objeto
certo serviço público cuja prestação pelo parceiro particular será precedida pela
execução de determinada obra indispensável à plena execução do serviço,
como seria o caso de uma ferrovia cuja exploração, uma vez concluída,
será de competência do parceiro privado, também responsável pela sua
construção”.

7.5. Características
São várias as características traçadas em lei e formatadas pelos nossos
doutrinadores em relação às parcerias público-privadas. Todavia, para
responder às questões de concursos públicos, podemos considerar como
principais:
1ª) Financiamento do setor privado: Ficará sob a responsabilidade do
parceiro privado a disponibilização de recursos financeiros para a
implementação dos projetos. Isso não significa que a Administração esteja
isenta de qualquer investimento, pois o Poder Público poder se comprometer a
fornecer ao concessionário uma contraprestação pecuniária.
Foi o que ocorreu, por exemplo, na PPP firmada para a reforma do estádio
Mineirão. Ao longo dos próximos 25 anos o Governo de Minas Gerais pagará
duas modalidades de contrapartida financeira:
a) Um desembolso fixo, a título de remuneração pela gestão do espaço
público, com parcelas decrescentes ao longo do tempo.
b) Um desembolso variável, calculado de acordo com o desempenho
financeiro da gestora e a qualidade do serviço prestado.

A contraprestação da Administração Pública será obrigatoriamente precedida da


disponibilização do serviço objeto do contrato de parceria público-privada. Todavia,
é facultado à administração pública, nos termos do contrato, efetuar o pagamento da
contraprestação relativa a parcela fruível do serviço objeto do
contrato de parceria público-privada.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 42


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

2ª) Compartilhamento dos riscos: O parceiro público deverá


compartilhar todos os riscos do empreendimento com o parceiro privado. Sendo
assim, caso exista algum prejuízo proveniente de caso fortuito, força maior,
fato do príncipe ou quaisquer outros, bem como resultado deficitário na gestão
do negócio, o Estado arcará juntamente com o parceiro privado com os
prejuízos advindos da execução do empreendimento.

3ª) Pluralidade compensatória: O artigo 6º da Lei 11.079/04


estabelece que a contraprestação da Administração Pública, nos contratos de
parceria público-privada, poderá ser feita através de ordem bancária; cessão de
créditos não tributários; outorga de direitos em face da Administração Pública;
outorga de direitos sobre bens públicos dominicais ou outros meios admitidos
em lei.

Ademais, o contrato poderá prever o pagamento ao parceiro privado de


remuneração variável vinculada ao seu desempenho, conforme metas e
padrões de qualidade e disponibilidade definidos no contrato.

7.6. Cláusulas essenciais, não-essenciais e vedações


O artigo 5º da Lei 11.079/04 estabelece expressamente que nas
concessões especiais sob o regime de parceria público-privada, além das
cláusulas essenciais e gerais previstas no artigo 23 da Lei 8.987/95, também
devem ser incluídas obrigatoriamente as seguintes, sob pena de nulidade do
contrato:
a) o prazo de vigência do contrato, compatível com a amortização dos
investimentos realizados, não inferior a 05 (cinco), nem superior a 35
(trinta e cinco) anos, incluindo eventual prorrogação;
b) as penalidades aplicáveis à Administração Pública e ao parceiro privado
em caso de inadimplemento contratual, fixadas sempre de forma
proporcional à gravidade da falta cometida e às obrigações assumidas;
c) a repartição de riscos entre as partes, inclusive os referentes a caso
fortuito, força maior, fato do príncipe e área econômica extraordinária;
d) as formas de remuneração e de atualização dos valores contratuais;
e) os mecanismos para a preservação da atualidade da prestação dos
serviços;
f) os fatos que caracterizem a inadimplência pecuniária do parceiro
público, os modos e o prazo de regularização e, quando houver, a forma
de acionamento da garantia;

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 43


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

g) os critérios objetivos de avaliação do desempenho do parceiro privado;


h) a prestação, pelo parceiro privado, de garantias de execução
suficientes e compatíveis com os ônus e riscos envolvidos, observados os
limites dos §§ 3º e 5º do art. 56 da Lei no 8.666, de 21 de junho de
1993, e, no que se refere às concessões patrocinadas, o disposto no
inciso XV do art. 18 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995;
i) o compartilhamento com a Administração Pública de ganhos
econômicos efetivos do parceiro privado decorrentes da redução do risco
de crédito dos financiamentos utilizados pelo parceiro privado;
j) a realização de vistoria dos bens reversíveis, podendo o parceiro público
reter os pagamentos ao parceiro privado, no valor necessário para reparar
as irregularidades eventualmente detectadas;
l) o cronograma e os marcos para o repasse ao parceiro privado das
parcelas do aporte de recursos, na fase de investimentos do projeto e/ou
após a disponibilização dos serviços, sempre que verificada a hipótese do
§ 2º do art. 6º da Lei 11.079∕04.
Além das cláusulas obrigatórias, a Lei 11.079/04 ainda prevê a existência
de cláusulas não-essenciais, que, caso ausentes, não implicam na nulidade
do contrato, a saber:
a) os requisitos e condições em que o parceiro público autorizará a
transferência do controle ou a administração temporária da sociedade de
propósito específico aos seus financiadores e garantidores com quem não
mantenha vínculo societário direto, com o objetivo de promover a sua
reestruturação financeira e assegurar a continuidade da prestação dos
serviços, não se aplicando para este efeito o previsto no inciso I do
parágrafo único do art. 27 da Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995;
(Redação dada pela Lei nº 13.097, de 2015)
b) a possibilidade de emissão de empenho em nome dos financiadores do
projeto em relação às obrigações pecuniárias da Administração Pública;
c) a legitimidade dos financiadores do projeto para receber indenizações
por extinção antecipada do contrato, bem como pagamentos efetuados
pelos fundos e empresas estatais garantidores de parcerias público-
privadas.

Por último, o § 4º do artigo 2º da Lei 11.079/04 proíbe a celebração de


contrato de parceria público-privada nas seguintes hipóteses:

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 44


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

a) cujo valor do contrato seja inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões


de reais);
b) cujo período de prestação do serviço seja inferior a 05 (cinco) anos; ou
c) que tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o
fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra
pública.

(FCC/Auditor Fiscal da Receita Municipal – Prefeitura de Teresina -


PI/2016) Suponha que o Município de Teresina, no exercício de sua
competência para organizar e prestar serviços de iluminação pública,
pretenda delegar a sua exploração à iniciativa privada. Para tanto, a
Prefeitura Municipal estuda a viabilidade jurídica de sua delegação nos
termos da Lei no 11.079, de 30 de dezembro de 2004, que “institui
normas gerais para licitação e contratação de parceria público-privada
no âmbito da Administração pública”. É característica relevante do
regime das parcerias público-privadas estabelecido na referida Lei, a ser
considerada no estudo municipal de viabilidade, entre outras, a
a) vedação à celebração de contrato de parceria público-privada cujo valor seja
inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais), cujo período de prestação
do serviço seja inferior a cinco anos, ou que tenha como objeto único o
fornecimento de mão de obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a
execução de obra pública.
b) mitigação da responsabilidade fiscal na sua execução e celebração, sendo
permitido, sem maiores consequências, um elevado grau de comprometimento
da receita corrente líquida do Município com o cumprimento das obrigações
derivadas de parcerias contratadas.
c) contratação mediante licitação na modalidade de concorrência, porém com
algumas peculiaridades, como a obrigatoriedade da inversão da ordem das fases
da habilitação e julgamento.
d) obrigatoriedade de vinculação de receitas municipais à finalidade de garantia
das obrigações pecuniárias contratadas pela Administração Pública Municipal.
e) ausência de contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro
privado.

Gabarito: Letra “a”.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 45


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

7.7. Garantias
A Lei 11.079/04, como não poderia ser diferente, estabeleceu em seu
artigo 8º várias garantias de que os direitos do parceiro privado serão
respeitados pelo parceiro público. Essas garantias são de vital importância para
a implementação da parceria, pois dificilmente um empreendedor da iniciativa
privada arriscaria formalizar esse tipo de contrato sabendo das prerrogativas
que o nosso ordenamento jurídico confere ao Poder Público.
As obrigações pecuniárias contraídas pela Administração Pública, em
contrato de parceria público-privada, poderão ser garantidas mediante:
a) vinculação de receitas, observado o disposto no inciso IV do art. 167
da Constituição Federal;
b) instituição ou utilização de fundos especiais previstos em lei;
c) contratação de seguro-garantia com as companhias seguradoras que
não sejam controladas pelo Poder Público;
d) garantia prestada por organismos internacionais ou instituições
financeiras que não sejam controladas pelo Poder Público;
e) garantias prestadas por fundo garantidor ou empresa estatal criada
para essa finalidade;
f) outros mecanismos admitidos em lei.

(FCC/Analista em Gestão Pública – Prefeitura de Teresina - PI/2016) O


Município de Teresina celebrou, em um intervalo de seis meses, dois contratos
de parceria público-privadas, de objetos distintos. No primeiro deles, foi
prevista a possibilidade de prorrogação do prazo contratual, sendo que, na
hipótese de prorrogação, o prazo contratual poderá superar trinta e cinco anos.
No segundo contrato, restou consignado que as obrigações pecuniárias
contraídas pela Administração pública fossem garantidas mediante garantia
prestada por instituição financeira não controlada pelo Poder Público. A
propósito dos fatos narrados e nos termos da Lei no 11.079/2004,
a) ambos os fatos narrados estão corretos e passíveis de ocorrerem nos contratos de
parceria público-privada.
b) ambos os fatos narrados estão incorretos, haja vista vedação expressa prevista na
citada Lei.
c) está correto apenas o fato narrado no primeiro contrato.
d) está correto apenas o fato narrado no segundo contrato.
e) o Município não poderia ter firmado dois contratos de parceria público-privada no
intervalo de seis meses, vez que é exigido um intervalo mínimo de um ano para tanto.
Gabarito: Letra “d”.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 46


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

7.8. Licitação prévia à contratação de parcerias público-privadas


A contratação de parceria público-privada será obrigatoriamente
precedida de licitação na modalidade de concorrência, estando a abertura do
processo licitatório condicionada à conveniência e à oportunidade da
contratação, mediante identificação das razões que justifiquem a opção pela
forma de parceria público-privada. Além disso, é necessário que o objeto da PPP
esteja previsto no plano plurianual vigente no âmbito onde o contrato será
celebrado.

No concurso público para o cargo de Procurador da Fazenda Nacional,


realizado em 2012, a ESAF considerou incorreto o seguinte enunciado:
“Relativamente às parcerias público-privadas a que se refere a Lei n. 11.079, de
2004, sempre devem ser precedidas de licitação, na modalidade concorrência ou
pregão”.

É importante destacar que as hipóteses de dispensa e inexigibilidade


de licitação, previstas na Lei 8.666/93, não se aplicam às parcerias público-
privadas.
Nos termos do artigo 10 da Lei 11.079/04, é necessária a submissão da
minuta de edital e de contrato à consulta pública, mediante publicação na
imprensa oficial, em jornais de grande circulação e por meio eletrônico, que
deverá informar a justificativa para a contratação, a identificação do objeto, o
prazo de duração do contrato, seu valor estimado, fixando-se prazo mínimo
de 30 (trinta) dias para recebimento de sugestões, cujo termo dar-se-á pelo
menos 07 (sete) dias antes da data prevista para a publicação do edital.
As concessões patrocinadas em que mais de 70% (setenta por cento) da
remuneração do parceiro privado for paga pela Administração Pública
dependerão de autorização legislativa específica.
Outra importante característica do processo licitatório, previsto no artigo
13 da citada lei, é a possibilidade de inversão da ordem das fases de
habilitação e julgamento, a exemplo do que acontece no pregão, hipótese
em que:
1º) encerrada a fase de classificação das propostas ou o oferecimento de
lances, será aberto o invólucro com os documentos de habilitação do
licitante mais bem classificado, para verificação do atendimento das
condições fixadas no edital;

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 47


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

2º) verificado o atendimento das exigências do edital, o licitante será


declarado vencedor;
3º) inabilitado o licitante melhor classificado, serão analisados os
documentos habilitatórios do licitante com a proposta classificada em 2o
(segundo) lugar, e assim, sucessivamente, até que um licitante
classificado atenda às condições fixadas no edital;
4º) proclamado o resultado final do certame, o objeto será adjudicado ao
vencedor nas condições técnicas e econômicas por ele ofertadas.

7.9. Sociedade de Propósito Específico - SPE


Antes da celebração do contrato, deverá ser constituída uma pessoa
jurídica de direito privado, denominada de sociedade de propósito
específico, que ficará incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria.
A sociedade de propósito específico poderá assumir a forma de
companhia aberta, com valores mobiliários admitidos a negociação no
mercado, devendo obedecer a padrões de governança corporativa e adotar
contabilidade e demonstrações financeiras padronizadas, conforme
regulamento.

No concurso público para o cargo de Procurador da Fazenda Nacional,


realizado em 2012, a ESAF considerou correto o seguinte enunciado:
“Relativamente às parcerias público-privadas a que se refere a Lei n. 11.079, de
2004, Admite-se que os valores mobiliários atinentes à sociedade de propósito
específico possam ser negociados no mercado”.

É importante destacar que a maioria do capital votante da SPE deve ser


de titularidade do particular e não da Administração Pública. Todavia, permite-
se a eventual aquisição da maioria do capital votante da sociedade de propósito
específico por instituição financeira controlada pelo Poder Público em caso
de inadimplemento de contratos de financiamento.
Para responder às questões de prova, deve-se ficar atento ao fato de que
a transferência do controle da sociedade de propósito específico estará
condicionada à autorização expressa da Administração Pública, nos termos do
edital e do contrato, observado o disposto no parágrafo único do art. 27 da Lei
no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 48


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

No concurso público para o cargo de Fiscal de Rendas do Município do


Rio de Janeiro, realizado em 2010, a ESAF considerou correta a seguinte
assertiva: “Antes da celebração do contrato de PPP, deverá ser constituída
sociedade de propósito específico, incumbida de implantar e gerir o objeto da
parceria”.

7.9. Fundo Garantidor de Parcerias Público-Privadas – FGP


O art. 16 da Lei 11.07∕04 dispõe que ficam a União, seus fundos
especiais, suas autarquias, suas fundações públicas e suas empresas estatais
dependentes autorizadas a participar, no limite global de R$ 6.000.000.000,00
(seis bilhões de reais), em Fundo Garantidor de Parcerias Público-Privadas -
FGP que terá por finalidade prestar garantia de pagamento de
obrigações pecuniárias assumidas pelos parceiros públicos federais,
distritais, estaduais ou municipais em virtude das respectivas parcerias.
O FGP terá natureza privada e patrimônio próprio separado do
patrimônio dos cotistas, e será sujeito a direitos e obrigações próprios.
O patrimônio do Fundo será formado pelo aporte de bens e direitos
realizado pelos cotistas, por meio da integralização de cotas e pelos
rendimentos obtidos com sua administração.
Os bens e direitos transferidos ao Fundo serão avaliados por empresa
especializada, que deverá apresentar laudo fundamentado, com indicação dos
critérios de avaliação adotados e instruído com os documentos relativos aos
bens avaliados.
A integralização das cotas poderá ser realizada em dinheiro, títulos da
dívida pública, bens imóveis dominicais, bens móveis, inclusive ações de
sociedade de economia mista federal excedentes ao necessário para
manutenção de seu controle pela União, ou outros direitos com valor
patrimonial.
O FGP responderá por suas obrigações com os bens e direitos integrantes
de seu patrimônio, não respondendo os cotistas por qualquer obrigação do
Fundo, salvo pela integralização das cotas que subscreverem.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 49


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

O aporte de bens de uso especial ou de uso comum no FGP será


condicionado a sua desafetação de forma individualizada.

O estatuto e o regulamento do FGP devem deliberar sobre a política de


concessão de garantias, inclusive no que se refere à relação entre ativos e
passivos do Fundo. (Redação dada pela Lei nº 12.409, de 2011)
A garantia será prestada na forma aprovada pela assembléia dos cotistas,
nas seguintes modalidades:
I – fiança, sem benefício de ordem para o fiador;
II – penhor de bens móveis ou de direitos integrantes do patrimônio do
FGP, sem transferência da posse da coisa empenhada antes da execução da
garantia;
III – hipoteca de bens imóveis do patrimônio do FGP;
IV – alienação fiduciária, permanecendo a posse direta dos bens com o
FGP ou com agente fiduciário por ele contratado antes da execução da garantia;
V – outros contratos que produzam efeito de garantia, desde que não
transfiram a titularidade ou posse direta dos bens ao parceiro privado antes da
execução da garantia;
VI – garantia, real ou pessoal, vinculada a um patrimônio de afetação
constituído em decorrência da separação de bens e direitos pertencentes ao
FGP.
O FGP poderá prestar contra-garantias a seguradoras, instituições
financeiras e organismos internacionais que garantirem o cumprimento das
obrigações pecuniárias dos cotistas em contratos de parceria público-privadas.
A quitação pelo parceiro público de cada parcela de débito garantido pelo
FGP importará exoneração proporcional da garantia.

O parceiro privado poderá acionar o FGP nos casos de:


I - crédito líquido e certo, constante de título exigível aceito e não pago
pelo parceiro público após 15 (quinze) dias contados da data de
vencimento; e

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 50


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

II - débitos constantes de faturas emitidas e não aceitas pelo parceiro


público após 45 (quarenta e cinco) dias contados da data de
vencimento, desde que não tenha havido rejeição expressa por ato
motivado.
A quitação de débito pelo FGP importará sua subrogação nos direitos do
parceiro privado.
Em caso de inadimplemento, os bens e direitos do Fundo poderão ser
objeto de constrição judicial e alienação para satisfazer as obrigações
garantidas.
O FGP poderá usar parcela da cota da União para prestar garantia aos
seus fundos especiais, às suas autarquias, às suas fundações públicas e às suas
empresas estatais dependentes.
O FGP é obrigado a honrar faturas aceitas e não pagas pelo parceiro
público. Ademais, é proibido de pagar faturas rejeitadas expressamente por
ato motivado.
O parceiro público deverá informar o FGP sobre qualquer fatura rejeitada
e sobre os motivos da rejeição no prazo de 40 (quarenta) dias contado da
data de vencimento.
A ausência de aceite ou rejeição expressa de fatura por parte do parceiro
público no prazo de 40 (quarenta) dias contado da data de vencimento
implicará aceitação tácita. (Incluído pela Lei nº 12.766, de 2012)

O FGP não pagará rendimentos a seus cotistas, assegurando-se a qualquer deles o


direito de requerer o resgate total ou parcial de suas cotas, correspondente ao
patrimônio ainda não utilizado para a concessão de garantias, fazendo-se a liquidação
com base na situação patrimonial do Fundo.

A dissolução do FGP, deliberada pela assembleia dos cotistas, ficará


condicionada à prévia quitação da totalidade dos débitos garantidos ou
liberação das garantias pelos credores. Ademais, dissolvido o FGP, o seu
patrimônio será rateado entre os cotistas, com base na situação patrimonial à
data da dissolução.
É facultada a constituição de patrimônio de afetação que não se
comunicará com o restante do patrimônio do FGP, ficando vinculado
exclusivamente à garantia em virtude da qual tiver sido constituído, não

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 51


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

podendo ser objeto de penhora, arresto, seqüestro, busca e apreensão ou


qualquer ato de constrição judicial decorrente de outras obrigações do FGP.
A constituição do patrimônio de afetação será feita por registro em
Cartório de Registro de Títulos e Documentos ou, no caso de bem imóvel, no
Cartório de Registro Imobiliário correspondente.

Dispõe o art. 22 da Lei 11.079∕04 que a União somente poderá contratar parceria
público-privada quando a soma das despesas de caráter continuado derivadas do
conjunto das parcerias já contratadas não tiver excedido, no ano anterior, a 1% (um
por cento) da receita corrente líquida do exercício, e as despesas anuais dos
contratos vigentes, nos 10 (dez) anos subseqüentes, não excedam a 1% (um por
cento) da receita corrente líquida projetada para os respectivos exercícios.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 52


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

RESUMO DE VÉSPERA DE PROVA - RVP

1. O Estado poderá prestar serviços públicos diretamente, através de seus


respectivos órgãos públicos (neste caso teremos a centralização dos
serviços), ou indiretamente, mediante a transferência da execução e/ou
titularidade dos serviços para terceiros. Nesse último caso, o Estado poderá
optar por transferir a titularidade e a execução do serviço para uma entidade
da Administração Indireta (através de outorga), ou somente a execução do
serviço a particulares (delegação), valendo-se da concessão, permissão ou
autorização;
2. A professora Maria Sylvia Zanela di Pietro afirma que serviços públicos
próprios são aqueles que visam à satisfação de necessidades coletivas e que
são executados diretamente pelo Estado (através de seus órgãos e agentes),
a exemplo do Judiciário, ou indiretamente, através de delegação a
particulares (concessionários ou permissionários). Por outro lado, os serviços
públicos impróprios também visam à satisfação de necessidades coletivas,
mas não são executados ou assumidos pelo Estado, seja direta ou
indiretamente. Neste caso, o Estado somente autoriza, regulamenta e fiscaliza
esses serviços. São atividades privadas, mas, em virtude de atenderem
necessidades coletivas, exigem uma maior atenção por parte do Estado, a
exemplo dos serviços de seguro e previdência privada (incisos I e II do artigo
192 da CF/88);
3. Alguns autores denominam os serviços públicos próprios como “serviços
públicos propriamente estatais”, definindo-os como aqueles cujo Estado
atua no exercício de sua soberania, sendo impossível a delegação a terceiros
(a exemplo do Judiciário). Sendo assim, caso você se depare com essa
expressão em prova, também está correta;
4. Serviços gerais ou uti universi são serviços prestados
indiscriminadamente à população, possuindo um número indeterminado e
indetermináveis de usuários. Nesse caso, os serviços são indivisíveis, não
sendo possível mensurar quais são os usuários que estão sendo beneficiados ou
quanto cada usuário está utilizando do serviço prestado;
5. Serviços individuais ou uti singuli são aqueles prestados a uma
quantidade determinada ou determinável de usuários, sendo possível
mensurar quanto cada destinatário está usufruindo, a exemplo do serviço de
coleta domiciliar de lixo, fornecimento de água, telefonia, gás canalizado, etc;

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 53


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

6. Serviços administrativos são aqueles executados pela Administração


Pública com o objetivo de satisfazer as suas necessidades internas ou preparar
outros serviços que serão prestados à coletividade, a exemplo da imprensa
oficial;
7. Serviços comerciais ou industriais nas palavras do professor Hely Lopes
Meirelles, “são os que produzem renda para quem os presta, mediante a
remuneração da utilidade utilizada ou consumida, remuneração esta que,
tecnicamente, se denomina tarifa ou preço público, por ser sempre fixada pelo
Poder Público, quer quando o serviço é prestado por seus órgãos ou entidades,
quer quando por concessionários, permissionários ou autorizatários”;
8. Serviços sociais são aqueles de caráter predominantemente
assistencial, que também são oferecidos pela iniciativa privada, a exemplo da
educação, saúde, meio ambiente, cultura etc;
9. Os serviços públicos outorgados constitucionalmente à União estão
enumerados taxativamente no artigo 21, a exemplo dos serviços de
telecomunicações, transporte rodoviário interestadual e internacional de
passageiros, serviço postal (prestado pelos Correios), exploração de portos
marítimos, fluviais e lacustres, etc;
10. Aos Municípios, nos termos do artigo 30 da CF/88, foram outorgados
serviços públicos de interesses locais, a exemplo do transporte coletivo
urbano (inciso V), que, em regra, é delegado a particulares; o ensino
fundamental (inciso VI); a promoção da proteção ao patrimônio histórico-
cultural local (inciso IX), entre outros;
11. Aos Estados a Constituição Federal outorgou competência
remanescente ou residual para a prestação de serviços públicos. Sendo
assim, se a prestação do serviço público não é de competência da União ou dos
Municípios, certamente será do Estado. No texto constitucional, somente
encontramos uma competência outorgada aos Estados, a de “explorar
diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na
forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua
regulamentação”;
12. O princípio da Continuidade indica que os serviços públicos devem ser
prestados de forma contínua, evitando-se paralisações que possam prejudicar
o cotidiano dos seus destinatários ou até mesmo causar-lhes graves prejuízos;
13. O princípio da generalidade segundo o professor José dos Santos
Carvalho Filho, “apresenta-se com dupla faceta. Significa, de um lado, que os
serviços públicos devem ser prestados com a maior amplitude possível, vale
dizer, deve beneficiar o maior número possível de indivíduos”. Por outro lado,

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 54


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

afirma o eminente professor, devem ser “prestados sem discriminação entre os


beneficiários, quando tenham estes as mesmas condições técnicas e jurídicas
para a fruição”;
14. O princípio da eficiência impõe à Administração Pública a obrigatoriedade
de se atualizar e valer-se das inovações tecnológicas para garantir um
serviço público de qualidade, sem desperdícios, e de baixo custo;
15. Em respeito ao princípio da modicidade, os serviços públicos não devem
ser prestados com lucros ou prejuízos, mas sim mediante taxas ou tarifas
justas, que proporcionem a remuneração pelos serviços e garantam o seu
aperfeiçoamento e expansão;
16. O princípio da atualidade exige da Administração Pública e dos
delegatários de serviços públicos uma constante atualização tecnológica dos
instrumentos e técnicas utilizados na execução de suas atividades;
17. O princípio da mutabilidade, também denominado de princípio da
flexibilidade dos meios aos fins, permite alterações na execução dos serviços
públicos com o objetivo de adaptá-lo ao interesse público e às possibilidades
financeiras da Administração, não existindo, portanto, direito adquirido à
permanência de uma determinada forma de regime de prestação de serviços
públicos;
18. O princípio da cortesia que se traduz em bom atendimento e digno
tratamento para com o público na fruição dos serviços públicos. A prestação em
tais condições não é um favor do agente ou da Administração, mas sim uma
obrigação legal;
19. O princípio da segurança nas palavras do professor Diógenes Gasparini,
“o serviço público deve ser prestado aos usuários com segurança, tendo em
vista a natureza do serviço. Nada deve ser menosprezado se puder, por
qualquer modo, colocar em risco os usuários do serviço público ou terceiros ou,
ainda, bens públicos e particulares.”;
20. A concessão é a forma mais complexa de delegação de serviços públicos,
geralmente utilizada em atividades que exigem alto investimento financeiro.
Sendo assim, as formalidades para a sua implementação são diferentes da
permissão e, principalmente, da autorização;
21. A concessão de serviço público, precedida ou não da execução de obra
pública, será formalizada mediante contrato administrativo, sempre se
respeitando os termos da Lei 8.987/95 e as condições editalícias;

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 55


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

22. Nos termos do artigo 175 da Constituição Federal, as concessões e


permissões de serviços públicos sempre deverão ser precedidas de licitação.
Não existem exceções a essa regra e a modalidade licitatória utilizada nas
concessões será obrigatoriamente a concorrência;
23. Afirma o artigo 32 da Lei 8.987/95 que “o poder concedente poderá intervir
na concessão, com o fim de assegurar a adequação na prestação do serviço,
bem como o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares e legais
pertinentes”. Além disso, é importante destacar que a intervenção far-se-á por
decreto do poder concedente, que conterá a designação do interventor (a
pessoa que ficará responsável pela intervenção), o prazo e os objetivos e
limites da medida;
24. A concessão de serviço público é sempre ajustada por prazo certo. Não
existe concessão por prazo indeterminado. Entretanto, durante a vigência
do contrato, podem ocorrer certos acontecimentos ensejadores de sua extinção.
Nesse caso, retornam ao poder concedente todos os bens reversíveis,
direitos e privilégios transferidos ao concessionário, bem como ocorrerá a
imediata assunção do serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos
levantamentos, avaliações e liquidações necessários;
25. Ocorre a extinção automática da concessão ao término do prazo
estabelecido no contrato. A essa causa de extinção dá-se o nome de reversão.
A reversão no advento do termo contratual far-se-á com a indenização das
parcelas dos investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não
amortizados ou depreciados, que tenham sido realizados com o objetivo de
garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido;
26. O artigo 37 da Lei 8.987/95 considera encampação a retomada do serviço
pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse
público superveniente, mediante lei autorizativa específica e após prévio
pagamento da indenização das parcelas dos investimentos vinculados a bens
reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tenham sido realizados
com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido;
27. O inadimplemento ou adimplemento defeituoso por parte da
concessionária pode ensejar a extinção da concessão antes do termo final
estabelecido no contrato. A essa causa de extinção a própria lei denomina
caducidade;
28. Declarada a caducidade, não resultará para o poder concedente qualquer
espécie de responsabilidade em relação aos encargos, ônus, obrigações ou
compromissos com terceiros ou com empregados da concessionária;

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 56


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

29. Nos termos do artigo 39 da Lei 8.987/95, o contrato de concessão “poderá


ser rescindido por iniciativa da concessionária, no caso de descumprimento
das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial
especialmente intentada para esse fim”;
30. Incumbe à concessionária a execução do serviço concedido, cabendo-lhe
responder por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos usuários
ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou
atenue essa responsabilidade. Sendo assim, para que ocorra uma
subconcessão, é imprescindível que exista expressa autorização do poder
concedente. Ademais, a outorga de subconcessão será sempre precedida de
concorrência;
31. A subconcessão sem a prévia e expressa autorização do poder concedente
ensejará a caducidade da concessão. Da mesma forma, acarreta também a
caducidade a transferência do controle societário da concessionária sem
prévia anuência do poder concedente;
32. A lei 8.987/95, em seu artigo 2º, conceituou a permissão de serviço
público como “a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação
de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco”;
33. O artigo 40 da Lei 8.987/95 estabeleceu que a permissão de serviço público
será formalizada mediante contrato de adesão, nos termos da citada lei, das
demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à
precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder
concedente;
34. A autorização é uma das modalidades de delegação de serviços
públicos a particulares. Entretanto, é importante esclarecer que não existe
uma lei específica versando sobre o tema, pois a Lei 8.987/95 restringiu-se às
concessões e permissões de serviços públicos;
35. Nas palavras do professor Hely Lopes Meirelles, a modalidade de serviços
autorizados é adequada para todos aqueles que não exigem execução pela
própria administração e que não necessitam de maior especialização para que
seja prestado à coletividade, a exemplo dos serviços de táxi, de despachantes,
segurança particular de residências ou estabelecimentos, entre outros;
36. As parcerias público-privadas (PPPs) representam uma inovação nas formas
de relacionamento entre o Poder Público e a iniciativa privada, pois objetivam
agregar interesses comuns em prol da coletividade. Na formalização de uma
PPP, a iniciativa privada ingressa com a capacidade de investimentos
financeiros e com a competência gerencial. Por outro lado, o Poder Público

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 57


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

participa com o objetivo de regular a execução da parceria e assegurar a


satisfação do interesse público;
37. A fundamentação constitucional para a regulamentação das PPPs encontra-
se no inciso XXVII, do artigo 22, da CF/1988. A disciplina legal de
formalização de parcerias público-privadas (PPPs) surgiu em 2004, com o
advento da Lei 11.079;
38. A própria lei 11.079/04, em seu artigo 2º, declara que a parceria público-
privada é um contrato administrativo de concessão, na modalidade
patrocinada ou administrativa. Sendo assim, da mesma forma que ocorre
nas concessões comuns, a “parceria” será formalizada através de um contrato
administrativo;
39. Ficará sob a responsabilidade do parceiro privado a disponibilização de
recursos financeiros para a implementação dos projetos. Isso não significa
que a Administração esteja isenta de qualquer investimento, pois o Poder
Público pode se comprometer a fornecer ao concessionário uma contraprestação
pecuniária;
40. O parceiro público deverá compartilhar todos os riscos do
empreendimento com o parceiro privado. Sendo assim, caso exista algum
prejuízo proveniente de caso fortuito, força maior, fato do príncipe ou
quaisquer outros, bem como resultado deficitário na gestão do negócio, o
Estado arcará juntamente com o parceiro privado com os prejuízos advindos da
execução do empreendimento;
41. A Lei 11.079/04 estabeleceu em seu artigo 8º várias garantias de que os
direitos do parceiro privado serão respeitados pelo parceiro público. Essas
garantias são de vital importância para a implementação da parceria, pois
dificilmente um empreendedor da iniciativa privada arriscaria formalizar esse
tipo de contrato sabendo das prerrogativas que o nosso ordenamento jurídico
confere ao Poder Público;
42. A contratação de parceria público-privada será obrigatoriamente
precedida de licitação na modalidade de concorrência, estando a abertura do
processo licitatório condicionada à conveniência e à oportunidade da
contratação, mediante identificação das razões que justifiquem a opção pela
forma de parceria público-privada;
43. É importante destacar que as hipóteses de dispensa e inexigibilidade de
licitação, previstas na Lei 8.666/93, não se aplicam às parcerias público-
privadas;

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 58


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

44. As concessões patrocinadas em que mais de 70% (setenta por cento) da


remuneração do parceiro privado for paga pela Administração Pública
dependerão de autorização legislativa específica;
45. Antes da celebração do contrato, deverá ser constituída uma pessoa jurídica
de direito privado, denominada de sociedade de propósito específico, que
ficará incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria;
46. O art. 16 da Lei 11.07∕04 dispõe que ficam a União, seus fundos especiais,
suas autarquias, suas fundações públicas e suas empresas estatais dependentes
autorizadas a participar, no limite global de R$ 6.000.000.000,00 (seis bilhões
de reais), em Fundo Garantidor de Parcerias Público-Privadas - FGP que terá
por finalidade prestar garantia de pagamento de obrigações pecuniárias
assumidas pelos parceiros públicos federais, distritais, estaduais ou municipais
em virtude das respectivas parcerias;
47. O FGP terá natureza privada e patrimônio próprio separado do
patrimônio dos cotistas, e será sujeito a direitos e obrigações próprios.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 59


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

QUESTÕES COMENTADAS – CESPE

(CESPE/Especialista em Regulação – ANTAQ/2014) No que diz respeito


à delegação, licitação, contrato de concessão e serviço público
adequado, julgue o item que se segue.
01. As características essenciais de um contrato de concessão incluem
o objeto, o prazo da concessão e os critérios para revisão das tarifas.
Por outro lado, os direitos e deveres dos usuários para obtenção e
utilização do serviço não são considerados essenciais nesse tipo de
contrato.
As cláusulas essenciais dos contratos de concessão estão previstas no art. 23
da Lei 8.987/1995, sendo possível citar as relativas ao objeto, à área e ao prazo
da concessão; ao preço do serviço e aos critérios e procedimentos para o
reajuste e a revisão das tarifas. Por sua vez, no mesmo dispositivo, mais
precisamente no inciso V, também constam como essenciais as cláusulas
relativas aos direitos e deveres dos usuários para obtenção e utilização do
serviço. Assertiva incorreta.

02. (CESPE/Especialista em Regulação – ANTAQ/2014) No que diz


respeito à delegação, licitação, contrato de concessão e serviço público
adequado, julgue o item que se segue.
Caso um serviço não seja prestado de forma adequada, segundo
critérios e indicadores de qualidade definidos, poderá ser declarada a
caducidade da concessão pelo poder concedente.
O inadimplemento ou adimplemento defeituoso por parte da
concessionária pode ensejar a extinção da concessão antes do termo final
estabelecido no contrato. A essa causa de extinção a própria lei denomina
caducidade. Assertiva correta.

03. (CESPE/Especialista em Regulação - ANTAQ/2014) No que diz


respeito à delegação, licitação, contrato de concessão e serviço público
adequado, julgue o item que se segue.
Os direitos e deveres do concessionário incluem a captação, a aplicação
e a gestão dos recursos financeiros, dada a importância que esses
processos têm para a qualidade da prestação do serviço público.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 60


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

O art. 31 da Lei 8.987/95, em seu inciso VIII, dispõe que incumbe à


concessionária captar, aplicar e gerir os recursos financeiros necessários à
prestação do serviço. Assertiva correta.

04. A transferência de concessão, de uma concessionária para outra,


pode ocorrer sem prévia anuência do poder concedente, sem implicar
na caducidade da concessão.
A transferência de concessão ou do controle societário da concessionária sem
prévia anuência do poder concedente implicará a caducidade da concessão, nos
termos do art. 27 da Lei 8.987/1995. Assertiva incorreta.

05. Nem toda concessão de serviço público deve ser decorrente de


licitação prévia, porém toda concessão deve observar os princípios da
legalidade, da moralidade, da publicidade e da igualdade.
O artigo 14 da Lei 8.987/95 declara expressamente que “toda concessão de
serviço público, precedida ou não da execução de obra pública, será objeto de
prévia licitação, nos termos da legislação própria e com observância dos
princípios da legalidade, moralidade, publicidade, igualdade, do julgamento por
critérios objetivos e da vinculação ao instrumento convocatório”. Assertiva
incorreta.

(CESPE/ Analista Administrativo – ANATEL/2014) Acerca de licitações e


contratos, julgue o seguinte item.
06. A única modalidade de licitação admitida pelo ordenamento jurídico
brasileiro para a concessão de serviços públicos é a concorrência.
Nos termos do artigo 175 da Constituição Federal, as concessões e permissões
de serviços públicos sempre deverão ser precedidas de licitação. Não existem
exceções a essa regra e a modalidade licitatória utilizada nas concessões será
a concorrência.
Todavia, para responder às questões de prova é importante destacar que o
parágrafo 3º, art. 4º, da Lei 9.491/1997, que altera procedimentos relativos ao
Programa Nacional de Desestatização, permite a utilização da modalidade
leilão nas seguintes espécies de desestatização:
I - alienação de participação societária, inclusive de controle acionário,
preferencialmente mediante a pulverização de ações;
II - alienação, arrendamento, locação, comodato ou cessão de bens e
instalações;

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 61


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

III - dissolução de sociedades ou desativação parcial de seus


empreendimentos, com a conseqüente alienação de seus ativos;
IV - concessão, permissão ou autorização de serviços públicos.
V - aforamento, remição de foro, permuta, cessão, concessão de direito
real de uso resolúvel e alienação mediante venda de bens imóveis de domínio
da União.
Nesses termos, fique atento para o caput da questão, pois se a banca fizer
referência expressa à Lei 8.987/1995, deverá ser utilizada a modalidade
licitatória concorrência. Todavia, se a banca simplesmente estiver se referindo
a uma das hipóteses acima, também poderá ser utilizada a modalidade leilão.
Assertiva incorreta.

07. O princípio da modicidade afasta a possibilidade de adoção de


serviços públicos prestados gratuitamente.
Em respeito ao princípio da modicidade, os serviços públicos não devem ser
prestados com lucros exorbitantes ou prejuízos, mas sim mediante taxas ou
tarifas justas, que proporcionem a remuneração pelos serviços e garantam o
seu aperfeiçoamento e expansão. Todavia, destaca-se que a Constituição
Federal assegurou a gratuidade dos serviços em alguns casos, a exemplo do
ensino fundamental (artigo 208, I) e do transporte coletivo urbano aos maiores
de 65 anos (artigo 230). Assertiva incorreta.

08. O inadimplemento do concessionário, que deixa de executar total


ou parcialmente serviço público concedido, acarreta a extinção do
contrato de concessão por rescisão promovida pelo poder concedente.
O inadimplemento ou adimplemento defeituoso por parte da
concessionária pode ensejar a extinção da concessão antes do termo final
estabelecido no contrato. A essa causa de extinção a própria lei denomina
caducidade. Assertiva incorreta.

09. Os princípios da generalidade e da impessoalidade impõem a


unicidade da tarifa para todos os usuários, vedando, por exemplo, a
diferenciação tarifária na cobrança pelo serviço de abastecimento de
água.
Segundo o professor José dos Santos Carvalho Filho, “o princípio da
generalidade apresenta-se com dupla faceta. Significa, de um lado, que os

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 62


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

serviços públicos devem ser prestados com a maior amplitude possível, vale
dizer, deve beneficiar o maior número possível de indivíduos”. Por outro lado,
afirma o eminente professor, “é preciso dar relevo também ao outro sentido,
que é o de serem eles prestados sem discriminação entre os beneficiários,
quando tenham estes as mesmas condições técnicas e jurídicas para a fruição.
Cuida-se da aplicação do princípio da isonomia ou, mais especificamente, da
impessoalidade (art. 37, CF)”. Todavia, deve ficar claro que tal princípio não
veda a diferenciação tarifária em favor de determinadas categorias, a exemplo
daqueles que estão inscritos em programas sociais do governo. Assertiva
incorreta.

10. O princípio da continuidade do serviço público não impede a


concessionária de energia elétrica de suspender o fornecimento de
eletricidade no caso de inadimplemento do usuário.
A Lei 8.987/1995, em seu art. 6º, § 3º, dispõe que não se caracteriza como
descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou
após prévio aviso, quando: I - motivada por razões de ordem técnica ou de
segurança das instalações; e, II - por inadimplemento do usuário, considerado
o interesse da coletividade. Assertiva correta.

(CESPE/Titular de Serviços de Notas e de Registros - TJ-SE/2014 -


adaptada) Acerca de serviço público, julgue os itens seguintes.
11. De acordo com o STJ, na hipótese de contrato de permissão de
serviço de transporte público realizado sem prévia licitação, não há
garantia da manutenção do equilíbrio econômico- financeiro do
contrato.
No julgamento do recurso especial nº 1.352.497-DF, de Rel. Min. Og
Fernandes, julgado em 4/2/2014, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que
“não há garantia da manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato
de permissão de serviço de transporte público realizado sem prévia licitação”.
Assertiva correta.

12. Compete aos municípios a exploração direta ou por meio de


concessão dos serviços de gás canalizado.
Aos Estados a Constituição Federal outorgou competência remanescente ou
residual para a prestação de serviços públicos. Sendo assim, se a prestação do
serviço público não é de competência da União ou dos Municípios, certamente

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 63


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

será do Estado. No texto constitucional, somente encontramos uma


competência outorgada aos Estados, a de “explorar diretamente, ou mediante
concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a
edição de medida provisória para a sua regulamentação”. Assertiva incorreta.

13. Autorização, concessão e permissão são formas contratuais de


delegação do serviço público.
Apenas as concessões e permissões são formas contratuais de prestação de
serviços públicos. A autorização se processo por meio de ato administrativo.
Assertiva incorreta.

14. As primeiras tentativas de conceituação de serviço público surgiram


na Alemanha, com a Escola de Serviço Público, segundo a qual o
conceito incluía as atividades materiais realizadas pelo Poder
Executivo.
Rafael Oliveira afirma que a teorização do serviço público na França ficou a
cargo da denominada ‘Escola do Serviço Público’ ou ‘Escola de Bordeaux’ no
início do século XX. Léon Duguit, fundador da referida escola conceitua serviço
público como toda e qualquer atividade que atendesse às necessidades
coletivas. Gaston Jéze, por outro lado, defendeu uma noção jurídica,
considerando serviço público como toda atividade prestada, direta ou
indiretamente, pelo Estado, sob regime de Direito Público. Assertiva incorreta.

15. Classificam-se como serviços públicos congênitos aqueles que,


passíveis em tese de execução particular, são absorvidos pelo Estado
em regime de concorrência com a iniciativa privada.
Maria Sylvia Zanella di Pietro, citando Caio Tácito, faz referência a outra
classificação, que divide os serviços públicos em originários ou congênitos e
derivados ou adquiridos; corresponde à distinção entre atividade essencial do
Estado (tutela do direito) e atividade facultativa (social, comercial e industrial
do Estado). Assertiva incorreta.

(CESPE/ Analista Judiciário - TJ-SE/2014) No que concerne às regras e


aos princípios específicos que regem a atuação da administração
pública, julgue os itens subsequentes.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 64


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

16. Os serviços públicos podem ser remunerados mediante taxa ou


tarifa.
Os serviços públicos uti singuli são divisíveis e, portanto, podem ser
remunerados mediante a cobrança de taxa (espécie de tributo) ou tarifa
(preço público), mas nunca por impostos (que normalmente são cobrados
pela prestação de serviços que não podem ser mensuráveis em sua utilização).
Assertiva correta.
(CESPE/ Analista Judiciário - TJ-CE/2014 - adaptada) No que concerne
aos serviços públicos, julgue os itens seguintes.
17. Considera-se centralizada a forma de prestação de serviços públicos
por meio de empresas permissionárias.
Na prestação direta de serviços públicos, a Administração pode optar pela
forma centralizada ou descentralizada. Na forma centralizada, o próprio
ente federativo (União, Estados, Distrito Federal ou Municípios) assume a
responsabilidade pela execução dos serviços, que poderá ficar sob a
responsabilidade de seus órgãos públicos. Assertiva incorreta.

18. Serviço público uti singuli é aquele prestado pela administração


para atender à coletividade em geral, sem destinatários individuais.
Serviços individuais ou uti singuli são aqueles prestados a uma quantidade
determinada ou determinável de usuários, sendo possível mensurar quanto
cada destinatário está usufruindo, a exemplo do serviço de coleta domiciliar
de lixo, fornecimento de água, telefonia, gás canalizado etc. Assertiva incorreta.

19. Considera-se concessão de serviço público a delegação de sua


prestação feita pelo poder concedente, mediante licitação, à pessoa
física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por
sua conta e risco.
Concessão de serviço público é a delegação de sua prestação, feita pelo poder
concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa
jurídica ou consórcio de empresas (pessoa física, não!) que demonstre
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo
determinado. Assertiva incorreta.

20. A possibilidade de encampação da concessão do serviço público


decorre da aplicação do princípio da continuidade do serviço público.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 65


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

O artigo 37 da Lei 8.987/95 considera encampação a retomada do serviço pelo


poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse
público superveniente, mediante lei autorizativa específica e após prévio
pagamento da indenização das parcelas dos investimentos vinculados a bens
reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tenham sido realizados
com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido.
Assertiva correta.
21. Entre os elementos constitutivos do serviço público, há o elemento
material, que diz respeito ao regime jurídico aplicável ao serviço
público.
Quanto ao elemento material, afirma Maria Sylvia Zanella di Pietro que “parece
haver unanimidade entre os autores, quer entre os que adotam conceito mais
amplo, para abranger todas as atividades do Estado, quer entre os que
preferem conceito mais restrito, que só inclui a atividade administrativa. Todos
consideram que o serviço público corresponde a uma atividade de
interesse público”. O texto do enunciado está se referindo ao elemento
formal, portanto, deve ser considerado incorreto.

(CESPE/ Analista Judiciário - TJ-CE/2014 - adaptada) Acerca do regime


jurídico dos serviços públicos, julgue os itens seguintes.
22. O Estado pode transferir, eventualmente, mediante contrato, a
titularidade do serviço público para empresa concessionária ou
permissionária. Nessa situação, o serviço continuará sendo prestado
sob o regime de direito público.
A titularidade do serviço público apenas pode ser transferida para entidades da
Administração Pública Indireta, por meio de lei. Assertiva incorreta.

23. A concessão de serviço público difere da permissão, entre outros


fatores, pelo instrumento, haja vista que a concessão é formalizada
mediante contrato e a permissão, mediante termo.

A permissão, nos termos da lei, possui caráter precário (contrato de adesão)


sendo revogável a qualquer tempo pela Administração, desde que existente
interesse público superveniente. Por outro lado, a concessão constitui-se por
meio de um contrato administrativo e, portanto, somente será extinto nos
termos da lei. Assertiva incorreta.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 66


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

24. São princípios que regem os serviços públicos: atualidade,


universalidade, continuidade, modicidade das tarifas e cortesia na
prestação.
A Lei 8.987/95, em seu art. 6º, apresenta como princípios que devem ser
observados na prestação dos serviços públicos a continuidade, eficiência,
segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação, modicidade das
tarifas, entre outros. Assertiva correta.

25. É vedada a subconcessão do contrato de concessão de serviços


públicos, dado seu caráter personalíssimo, conforme expressa previsão
legal.
Não é vedada a subconcessão, mas para que ocorra é imprescindível que
exista expressa autorização do poder concedente. Ademais, a outorga de
subconcessão será sempre precedida de concorrência. Assertiva incorreta.

26. Enquadram-se no conceito de serviço público apenas as atividades


de oferecimento de utilidade ou comodidade material à coletividade que
o Estado desempenha por si próprio, com exclusividade, sob o regime
de direito público.
Celso Antônio Bandeira de Mello apresenta um conceito amplo de serviço
público, conceituando-o como “toda atividade de oferecimento de utilidade ou
comodidade material fruível diretamente pelos administrados, prestado pelo
Estado ou por quem lhe faça as vezes, sob um regime de direito público –
portanto, consagrador de prerrogativas de supremacia e de restrições especiais
– instituído pelo Estado em favor dos interesses que houver definido como
próprios no sistema normativo”.
Assim, constata-se que mesmo quando tais atividades materiais forem
desenvolvidas por entidades de direito privado, mediante delegação, serão
consideradas “serviços públicos”. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Titular de Serviços de Notas e de Registros-TJ-DF/2014 -


adaptada) No tocante aos serviços públicos, julgue os itens seguintes.
27. A delegação de serviço público a particular por meio de permissão
pode ser feita por dispensa de licitação, desde que a título precário.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 67


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Nos termos do artigo 175 da Constituição Federal, as concessões e permissões


de serviços públicos sempre deverão ser precedidas de licitação. Não existem
exceções a essa regra e a modalidade licitatória utilizada nas concessões será
a concorrência. Assertiva incorreta.

28. São características da concessão de serviço público: licitação por


meio de concorrência; exclusividade de concessão a pessoas jurídicas
ou consórcios; e rescisão contratual unilateral.
Analisando-se o texto do enunciado, constata-se que apenas a possibilidade de
rescisão contratual unilateral não se enquadra como uma das características da
concessão de serviço público, por se tratar de ajuste realizado por meio de
contrato administrativo, o que afasta a precariedade. Isso não significa que a
Administração Pública esteja impedida de por fim ao contrato se ocorrer alguma
das hipóteses previstas no art. 78 da Lei de Licitações, por exemplo. Assertiva
incorreta.

29. Os serviços notariais e de registro, embora públicos, são exercidos


em caráter privado, por delegação do poder público mediante
concessão, devendo ser precedidos de licitação.
Os serviços notariais e de registro são exercidos por particulares regularmente
aprovados em concurso público de provas e título, que recebem essa
incumbência mediante delegação estatal. Assertiva incorreta.

30. A educação e a saúde são serviços públicos de titularidade não


exclusiva do Estado, livres à iniciativa privada e submetidos ao controle
inerente ao poder administrativo de polícia.
Não é possível definir um serviço como público pela atividade em si, pois
existem atividades essenciais, como a saúde, que quando prestadas por
particulares não podem ser consideradas serviço público. Sendo assim, para
que um serviço seja considerado público, é necessário que a lei ou o texto
constitucional o defina como tal. Essa é a corrente adotada no Brasil
(critério formal). Assertiva correta.

31. A aplicação de sanções, proibições e limitações a bens e atividades


de particulares insere-se no conceito de serviço público.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 68


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

A aplicação de sanções, proibições e limitações a bens e atividades de


particulares insere-se no conceito de poder de polícia, uma das atividades
finalísticas do Estado. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Titular de Serviços de Notas e de Registros-TJ-DF/2014 -


adaptada) Acerca de serviços públicos, julgue os itens seguintes.
32. A declaração de caducidade da concessão do serviço público
configura-se quando a administração pública retoma o serviço durante
o prazo de concessão, por motivo de interesse público, após prévia
autorização legislativa e após a devida indenização à concessionária
pelos prejuízos sofridos.
O inadimplemento ou adimplemento defeituoso por parte da
concessionária pode ensejar a extinção da concessão antes do termo final
estabelecido no contrato. A essa causa de extinção a própria lei denomina
caducidade. Assertiva incorreta.

33. Os serviços públicos compulsórios e gerais podem ser remunerados


tanto por meio de tarifa quanto por meio de taxa.
Os serviços públicos compulsórios são remunerados por meio de taxa, a
exemplo da taxa de coleta de lixo. Por sua vez, a tarifa é cobrada em razão da
prestação de serviço público facultativo, a exemplo do serviço de telefonia.
Assertiva incorreta.

34. Após a reforma administrativa do Estado realizada pela Emenda


Constitucional n.º 19/1998, a CF autorizou a gestão associada na
prestação de serviços públicos por meio de convênios de cooperação
entre os entes federados, admitindo a transferência total ou parcial de
encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos
serviços transferidos.
O art. 241 da Constituição Federal de 1988 estabelece expressamente que “a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de
lei os consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes
federados, autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a
transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à
continuidade dos serviços transferidos”. Nesses termos, em 06 de abril de
2005, foi criada a Lei 11.107/2005, que teve por objetivo regulamentar o citado

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 69


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

dispositivo constitucional e dispor sobre normas gerais de contratação de


consórcios públicos. Assertiva correta.

35. Conforme determinação constitucional, os serviços públicos são de


prestação obrigatória e exclusiva do Estado, não sendo permitida sua
delegação a particulares.
O artigo 175 da Constituição Federal de 1988 declara expressamente que
“incumbe ao poder público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de
concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de
serviços públicos”. Assertiva incorreta.

36. A concessão de serviço público consiste na delegação, a título


precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita
pelo poder concedente à pessoa jurídica que demonstre capacidade
para seu desempenho, por sua conta e risco.
Concessão de serviço público é a delegação de sua prestação, feita pelo
poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa
jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu
desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado (portanto, sem
precariedade). Assertiva incorreta.

(CESPE/ Analista de Administração Pública - TC-DF/2014) Julgue os


itens a seguir, relativos à responsabilidade civil do Estado, aos serviços
públicos e às organizações da sociedade civil de interesse público.
37. Nos termos da Lei n.º 8.987/1995, que dispõe sobre o regime de
concessão e permissão da prestação de serviços públicos,
diferentemente da concessão, a permissão de serviços públicos tem a
natureza de ato administrativo unilateral e precário, e não a de negócio
bilateral que se formaliza mediante contrato.

A permissão, nos termos da lei, possui caráter precário (contrato de adesão)


sendo revogável a qualquer tempo pela Administração, desde que existente
interesse público superveniente. Por outro lado, a concessão constitui-se por
meio de um contrato administrativo e, portanto, somente será extinto nos
termos da lei. De qualquer forma, perceba que ambos os institutos são
formalizados por meio de contrato (administrativo ou de adesão). Assertiva
incorreta.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 70


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

38. De acordo com o princípio da continuidade, os serviços públicos,


compulsórios ou facultativos, devem ser prestados de forma contínua,
não podendo ser interrompidos mesmo em casos de inadimplemento do
usuário.
A Lei 8.987/1995, em seu art. 6º, § 3º, dispõe que não se caracteriza como
descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou
após prévio aviso, quando: I - motivada por razões de ordem técnica ou de
segurança das instalações; e, II - por inadimplemento do usuário,
considerado o interesse da coletividade. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014) Julgue o


próximo item, relativo aos serviços públicos.
39. Compete ao município, em cooperação financeira e técnica com a
União, a criação e a manutenção de programa de educação infantil.
O art. 30, VI, da CF/1988, dispõe que compete aos municípios manter, com a
cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação
infantil e de ensino fundamental. O fato de o enunciado não fazer referência
expressa ao Estado não invalida a questão. Assertiva correta.

(CESPE/ Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014) Com


relação à execução direta e indireta, à concessão, à permissão e à
autorização de serviços públicos, julgue o item a seguir.
40. A prestação de serviços públicos sob regime de concessão ou de
permissão deve ser precedida de licitação, sendo possível, em ambos os
regimes, a fixação, em contrato, de cláusulas exorbitantes.
As cláusulas exorbitantes são características ínsitas aos contratos
administrativos, portanto, certamente estarão presentes nas relações jurídicas
firmadas pelo Poder Público ao delegar a prestação de serviços públicos a
terceiros. Assertiva correta.

41. O concessionário de um serviço público é remunerado mediante o


sistema de tarifas pagas pelos usuários, as quais configuram
remuneração pelo serviço prestado e concedido pelo concedente em
contrato.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 71


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Apesar de ser possível a exigência de pagamento de tarifas para a fruição de


serviços públicos, destaca-se que a Constituição Federal assegurou a sua
gratuidade em alguns casos, a exemplo do ensino fundamental (artigo 208, I) e
do transporte coletivo urbano aos maiores de 65 anos (artigo 230). Assertiva
correta.

42. Antes de iniciar os serviços a ele concedidos pela administração


pública, o permissionário poderá estabelecer os termos de
concordância com o contrato que será celebrado.
Como o ajuste entre poder concedente e permissionário será formalizado
mediante contrato de adesão, nos termos do art. 40 da Lei 8.987/95, não se
admite que este sugira ou altere as cláusulas contratuais, que serão redigidas
unilateralmente pela Administração Pública. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014) Julgue o


seguinte item, relativo à prestação de serviço público.
43. A prestação de serviços públicos é espontânea, não podendo o
serviço ser prestado compulsoriamente ao particular.
Existem alguns serviços públicos que são prestados independentemente da
aquiescência do particular, a exemplo da coleta de lixo. Assertiva incorreta.

44. Os serviços públicos podem ser prestados diretamente pelo Estado


ou mediante delegação a particulares, entretanto, somente na segunda
hipótese, pode-se cobrar pela utilização do serviço.
A cobrança pela prestação de serviços públicos não tem relação direta com o
seu prestador, podendo ocorrer no caso de ser prestado tanto pelo Estado
quando por particulares. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014)


Considerando que um usuário do serviço de energia elétrica fornecido
por empresa privada concessionária deixe de pagar as contas
referentes aos três últimos meses, e tendo em vista aspectos diversos
relacionados a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 72


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

45. Na hipótese considerada, em razão do inadimplemento por parte do


usuário, a concessionária está autorizada a suspender o fornecimento
de energia elétrica para a preservação do equilíbrio econômico-
financeiro do contrato de concessão, sem que isso vulnere o princípio
da continuidade dos serviços públicos.
A Lei 8.987/1995, em seu art. 6º, § 3º, dispõe que não se caracteriza como
descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou
após prévio aviso, quando: I - motivada por razões de ordem técnica ou de
segurança das instalações; e, II - por inadimplemento do usuário,
considerado o interesse da coletividade. Assertiva correta.

46. Na situação considerada, a concessionária, pessoa jurídica de


direito privado, fornece serviço público por descentralização negocial,
mas o Estado detém a titularidade e o controle do serviço.
A titularidade de serviço público somente por ser transferida para pessoas
jurídicas que integrem a Administração Pública, a exemplo das autarquias.
Ademais, apenas pode ocorrer por meio de lei. Os concessionários recebem
apenas a competência para a execução do serviço público a ser prestado,
permanecendo a titularidade com o poder concedente. Assertiva correta.

(CESPE/Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014) Com


relação aos poderes administrativos e os serviços públicos, julgue os
itens que se seguem.
47. Uma campanha de vacinação contra a gripe que se destine a
imunizar determinadas comunidades carentes classifica-se como
serviço público coletivo, pois se destina a um número indeterminado de
pessoas.
Serviços gerais ou uti universi são aqueles prestados indiscriminadamente à
população, possuindo um número indeterminado e indetermináveis de usuários.
Nesse caso, os serviços são indivisíveis, não sendo possível mensurar quais
são os usuários que estão sendo beneficiados ou quanto cada usuário está
utilizando do serviço prestado. Assertiva correta.

48. Caso a União pretenda firmar contrato de concessão com


determinada empresa para a construção de uma rodovia federal, no
qual esteja prevista a cobrança de pedágio, tal contrato poderá ser
realizado com prazo indeterminado, desde que seja condicionado ao

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 73


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

cobrimento dos valores despendidos pela empresa para a realização da


obra.
A Lei 8.987∕1995, em seu art. 2º, II, conceitua a concessão de serviço público
como “a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante
licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de
empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e
risco e por prazo determinado”. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Analista Legislativo - Consultor de Orçamento e Fiscalização


Financeira - Câmara dos Deputados/2014) Julgue o item que segue,
referente a licitações, contratos, concessões e permissões.
49. As concessões de serviços públicos precedidas de obras públicas
terão de ser objeto de prévia licitação, mas as que não forem
precedidas das referidas obras se enquadrarão nas modalidades de
dispensa de licitação.
A contratação de parceria público-privada será obrigatoriamente precedida de
licitação na modalidade de concorrência, estando a abertura do processo
licitatório condicionada à conveniência e à oportunidade da contratação,
mediante identificação das razões que justifiquem a opção pela forma de
parceria público-privada. Além disso, é necessário que o objeto da PPP esteja
previsto no plano plurianual vigente no âmbito onde o contrato será celebrado.
É importante destacar que as hipóteses de dispensa e inexigibilidade de
licitação, previstas na Lei 8.666/93, não se aplicam às parcerias público-
privadas. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Analista Legislativo - Consultor de Orçamento e Fiscalização


Financeira-Câmara dos Deputados/2014) Julgue o item que segue,
referente a licitações, contratos, concessões e permissões.
50. Caso determinada empresa concessionária de serviços públicos
preste serviços de forma deficiente, e essa deficiência seja identificada
pelo poder público por meio da análise de indicadores de qualidade
previamente definidos em contrato, o referido poder poderá declarar a
caducidade como forma de extinção da concessão.
O inadimplemento ou adimplemento defeituoso por parte da
concessionária pode ensejar a extinção da concessão antes do termo final
estabelecido no contrato. A essa causa de extinção a própria lei denomina
caducidade. Assertiva correta.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 74


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

(CESPE/ Analista Legislativo - Consultor de Orçamento e Fiscalização


Financeira-Câmara dos Deputados/2014) Acerca de conceitos
relacionados aos serviços públicos, julgue o item a seguir.
51. O princípio da igualdade, que pressupõe a não diferenciação entre
usuários na prestação de serviço público, é inaplicável à determinação
legal de isenção de tarifas para idosos e deficientes.
A Lei 8.987/1995, em seu art. 13, preceitua que “as tarifas poderão ser
diferenciadas em função das características técnicas e dos custos específicos
provenientes do atendimento aos distintos segmentos de usuários”. Assertiva
incorreta.

52. O serviço prestado por um taxista é classificado como serviço


público impróprio, porque atende às necessidades coletivas, mas não é
executado pelo Estado.
Serviços públicos impróprios também visam à satisfação de necessidades
coletivas, mas não são executados ou assumidos pelo Estado, seja direta ou
indiretamente (serviços prestados por taxistas). Neste caso, o Estado somente
autoriza, regulamenta e fiscaliza esses serviços. São atividades privadas,
mas, em virtude de atenderem necessidades coletivas, exigem uma maior
atenção por parte do Estado, a exemplo dos serviços de seguro e previdência
privada (incisos I e II, do artigo 192, da CF/1988). Assertiva correta.

(CESPE/ Analista Legislativo - Consultor de Orçamento e Fiscalização


Financeira-Câmara dos Deputados/2014) Acerca de conceitos
relacionados aos serviços públicos, julgue o item a seguir.
53. O princípio da mutabilidade, que determina que o regime jurídico
possa mudar para atender ao interesse público, integra o rol de
princípios inerentes ao regime jurídico dos serviços públicos.
O princípio da mutabilidade, também denominado de princípio da flexibilidade
dos meios aos fins, permite alterações na execução dos serviços públicos com o
objetivo de adaptá-lo ao interesse público e às possibilidades financeiras da
Administração. Assertiva correta.

(CESPE/Analista - Caixa/2014) Julgue os itens a seguir, referentes a


serviços públicos, concessões, permissões e autorizações públicas.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 75


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

54. Ao conceder serviço público, o poder público concedente só


transfere ao concessionário a execução do serviço, continuando titular
do serviço concedido, o que lhe permite dele dispor de acordo com o
interesse público.
A descentralização por colaboração ocorre quando se transfere a execução de
um serviço público a pessoa jurídica de direito privado já existente,
conservando o poder público a titularidade desse serviço. Assertiva correta.

55. Suponha que a administração pública direta, após regular licitação,


tenha transferido temporariamente a execução de determinado serviço
público a empresa privada. Nessa situação, está caracterizado o
fenômeno da prestação de serviço público por outorga.
Na descentralização por outorga, uma entidade política (União, Estados, DF
e Municípios) cria ou autoriza a criação, em ambos os casos através de lei
específica, de entidades administrativas (autarquias, fundações públicas,
empresas públicas e sociedades de economia mista) que receberão a
titularidade e a responsabilidade pela execução de uma determinada
atividade administrativa.
Perceba que o enunciado está se referindo à descentralização por colaboração
(ou delegação) e não à descentralização por outorga. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Nível Superior-SUFRAMA/2014) Acerca de agentes


administrativos, poderes administrativos, improbidade administrativa e
serviços públicos, julgue o item seguinte.
56. O serviço de distribuição de gás encanado é um serviço público
privativo do estado-membro; nesse sentido, sua execução se dá de
forma exclusiva, de modo que nenhum outro ente poderá exercê-la.
Aos Estados a Constituição Federal outorgou competência remanescente ou
residual para a prestação de serviços públicos. Sendo assim, se a prestação do
serviço público não é de competência da União ou dos Municípios, certamente
será do Estado. No texto constitucional, somente encontramos uma
competência outorgada aos Estados, a de “explorar diretamente, ou mediante
concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a
edição de medida provisória para a sua regulamentação”. Assertiva correta.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 76


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

(CESPE/Analista Técnico - MDIC/2014) A respeito de responsabilidade


civil do Estado, dos serviços públicos e da organização administrativa,
julgue os próximos itens.
57. O serviço de uso de linha telefônica é um típico exemplo de serviço
singular, visto que sua utilização é mensurável por cada usuário,
embora sua prestação se destine à coletividade.
Serviços individuais ou uti singuli são aqueles prestados a uma quantidade
determinada ou determinável de usuários, sendo possível mensurar quanto
cada destinatário está usufruindo, a exemplo do serviço de coleta domiciliar
de lixo, fornecimento de água, telefonia, gás canalizado etc. Assertiva correta.

(CESPE/Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014) A respeito


de bens públicos, concessões e permissões, bem como sanções
administrativas, julgue o item subsequente.
58. A concessão de serviço público, assim como a permissão, pode ser
feita a pessoa física, jurídica, ou consórcio de empresas.

A concessão não pode ser contratada com pessoas físicas, mas somente com
pessoas jurídicas e consórcio de empresas. Por outro lado, a permissão
somente pode ser realizada com pessoas físicas ou jurídicas (consórcios de
empresas, não). Assertiva incorreta.

(CESPE/ Especialista em Regulação da Educação Superior-MEC/2014)


Julgue o próximo item, relativos às formas de delegação de serviços
públicos.
59. Serviço público pode ser delegado por meio da concessão de
autorização, desde que o contrato de autorização seja precedido da
realização de licitação.
A autorização é realizada mediante ato administrativo de caráter precário e
revogável a qualquer tempo pela Administração (não existe necessidade de
contrato ou licitação), sem que seja assegurado ao particular o direito à
indenização. Assertiva incorreta.

(CESPE/ Especialista em Regulação da Educação Superior-MEC/2014)


Julgue o próximo item, relativos às formas de delegação de serviços
públicos.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 77


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

60. As permissões para prestação de serviços públicos podem ser


concedidas a pessoas físicas ou jurídicas, mas não a consórcios de
empresas.

A concessão não pode ser contratada com pessoas físicas, mas somente com
pessoas jurídicas e consórcio de empresas. Por outro lado, a permissão
somente pode ser realizada com pessoas físicas ou jurídicas (consórcios de
empresas, não). Assertiva correta.

61. Na extinção da concessão de serviço público por encampação, a


retomada do serviço pelo poder concedente se dá por motivo de
interesse público, necessariamente mediante lei autorizativa específica.
O artigo 37 da Lei 8.987/95 considera encampação a retomada do serviço pelo
poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse
público superveniente, mediante lei autorizativa específica e após prévio
pagamento da indenização das parcelas dos investimentos vinculados a bens
reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tenham sido realizados
com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido.
Assertiva correta.

62. Para preservar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos de


concessão, admite-se o reajuste do preço dos serviços prestados pelo
concessionário, cabendo ao poder concedente a sua homologação, na
forma estabelecida em contrato e nas normas pertinentes.
Os contratos poderão prever mecanismos de revisão das tarifas, a fim de
manter-se o equilíbrio econômico-financeiro. Em havendo alteração unilateral
do contrato que afete o seu inicial equilíbrio econômico-financeiro, o poder
concedente deverá restabelecê-lo, concomitantemente à alteração. Assertiva
correta.

63. Não caracteriza descontinuidade do serviço a interrupção de sua


prestação motivada por inadimplemento do usuário,
independentemente de aviso prévio.
A Lei 8.987/1995, em seu art. 6º, § 3º, dispõe que não se caracteriza como
descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência ou
após prévio aviso, quando: I - motivada por razões de ordem técnica ou de
segurança das instalações; e, II - por inadimplemento do usuário,
considerado o interesse da coletividade. Assertiva incorreta.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 78


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

(CESPE∕Delegado – Polícia Federal∕2013) Com relação aos serviços


públicos, julgue o item seguinte.
64. Em se tratando de permissão de serviço público, o serviço é
executado em nome do Estado por conta e risco do permissionário, e é
atribuído exclusivamente à pessoa jurídica.
A permissão de serviço público, nos termos do art. 2º, IV, da Lei nº
8.987∕1995, pode ser definida como “a delegação, a título precário, mediante
licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à
pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho,
por sua conta e risco”. Assertiva incorreta.

(CESPE∕Investigador de Polícia – PC BA∕2013) Julgue os itens a seguir,


a respeito dos serviços públicos.
65. Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, é legal a
cobrança, pela administração pública, de taxa, para a utilização das
vias públicas para prestação de serviços públicos por concessionária,
como, por exemplo, a instalação de postes, dutos ou linhas de
transmissão.
No julgamento do Agravo Regimental no Recurso Especial nº 1.193.583∕MG, o
Superior Tribunal de Justiça decidiu que “a utilização das vias públicas para
prestação de serviços públicos por concessionária – como a instalação de
postes, dutos ou linhas de transmissão – não pode ser objeto de cobrança pela
Administração Pública. A cobrança é ilegal, pois a exação não se enquadra no
conceito de taxa – não há exercício do poder de polícia nem prestação de algum
serviço público –, tampouco no de preço público – derivado de um serviço de
natureza comercial ou industrial prestado pela Administração”. Assertiva
incorreta.

66. Caracterizam-se como serviços públicos sociais apenas os serviços


de necessidade pública, de iniciativa e implemento exclusivo do Estado.
Serviços sociais são aqueles de caráter predominantemente assistencial,
que também podem ser oferecidos pela iniciativa privada, a exemplo da
educação, saúde, meio ambiente, cultura etc. Assertiva incorreta.

(Promotor de Justiça Substituto/MPE ES 2012/CESPE - adaptada) A


respeito dos serviços públicos, da concessão e permissão e da
classificação dos bens públicos, julgue os itens seguintes.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 79


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

67. As atividades materiais que são consideradas serviços públicos


estão, todas elas, indicadas na legislação infraconstitucional, com a CF
apontando apenas as atividades de que o Estado deve-se abster de
prestar diretamente, em atenção ao princípio da livre concorrência.
Diferentemente do que consta no texto da assertiva, o art. 21, inc. XII, da
CF/1988, também relaciona atividades materiais que devem ser executadas
pelo Poder Público, mais precisamente pela União, a saber: os serviços de
radiodifusão sonora de sons e imagens, de instalações de energia elétrica e o
aproveitamento energético dos cursos de água, a navegação aérea,
aeroespacial e a infraestrutura aeroportuária, os serviços de transporte
ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que
transponham os limites do Estado ou Território, os serviços de transporte
rodoviário interestadual e internacional de passageiros, e os portos marítimos,
fluviais e lacustres. Assertiva incorreta.

68. São classificados como serviços públicos delegáveis os que só


podem ser prestados por particulares, sujeitos a autorização e controle
do Estado, não sendo possível, ao poder público, prestá-los por
intermédio de seus órgãos e entidades descentralizadas.
Serviços públicos delegáveis, nas palavras do professor José dos Santos
Carvalho Filho, “são aqueles que, por sua natureza ou pelo fato de assim dispor
o ordenamento jurídico, comportam ser executados pelo Estado ou por
particulares colaboradores. Como exemplo, os serviços de transporte coletivo,
energia elétrica, sistema de telefonia etc. Assertiva incorreta.

69. A permissão e a concessão de serviço público podem ser atribuídas


a pessoas físicas ou jurídicas, bem como a consórcio de empresas.
A permissão de serviço público realmente pode ser atribuída a pessoa
física, conforme afirmado na assertiva. Entretanto, o mesmo não ocorre em
relação à concessão de serviço público, que se restringe às pessoas jurídicas,
o que invalida o texto da assertiva.

(Auditor Federal de Controle Externo/TCU 2010/CESPE) Julgue os itens


subsequentes, que se referem aos serviços públicos.
70. Toda concessão de serviço público terá de ser objeto de licitação
prévia na modalidade de concorrência.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 80


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

É o que dispõe o inc. II, do art. 2º, da Lei 8.987/1995, o que torna
correta a assertiva.

71. O serviço de promoção da proteção do patrimônio histórico-cultural


local é de competência dos estados-membros e do Distrito Federal.
O art. 23 da CF/1988 dispõe que é de competência comum da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios “proteger os documentos, as
obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as
paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos”.
Todavia, perceba que no texto da assertiva consta a expressão “local”, o
que atrai a competência dos municípios. Se estivéssemos diante de patrimônio
histórico-cultural regional, aí sim a competência seria outorgada aos Estados.
Assertiva incorreta.

72. Os serviços públicos não essenciais, em regra, são delegáveis e


podem ser remunerados por preço público.
No julgamento do Recurso Extraordinário nº 209.365/SP, de relatoria do
Ministro Carlos Velloso, o Supremo Tribunal Federal decidiu que os serviços
públicos não essenciais são, “de regra, delegáveis, vale dizer, podem ser
concedidos e podem ser remunerados mediante preço público. Exemplo: o
serviço postal, os serviços telefônicos, telegráficos, de distribuição de energia,
de gás, etc”. Assertiva correta.

(Técnico Judiciário/TRE MT 2010/CESPE - adaptada) Julgue os itens


seguintes quanto aos serviços públicos.
73. Serviço público é toda atividade material que a lei atribui
diretamente ao Estado, sob regime exclusivo de direito público; assim,
as atividades desenvolvidas pelas pessoas de direito privado por
delegação do poder público não podem ser consideradas como tal.
Celso Antônio Bandeira de Mello apresenta um conceito amplo de serviço
público, conceituando-o como “toda atividade de oferecimento de utilidade ou
comodidade material fruível diretamente pelos administrados, prestado pelo
Estado ou por quem lhe faça as vezes, sob um regime de direito público –
portanto, consagrador de prerrogativas de supremacia e de restrições especiais
– instituído pelo Estado em favor dos interesses que houver definido como
próprios no sistema normativo”.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 81


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Assim, constata-se que mesmo quando tais atividades materiais forem


desenvolvidas por entidades de direito privado, mediante delegação, serão
consideradas “serviços públicos”. Assertiva incorreta.

74. Serviços públicos impróprios são aqueles que o Estado assume


como seus e os executa diretamente, por meio de seus agentes, ou
indiretamente, por meio de concessionários e permissionários.
A professora Maria Sylvia Zanela di Pietro afirma que serviços públicos
próprios são aqueles que visam à satisfação de necessidades coletivas e que
são executados diretamente pelo Estado (através de seus órgãos e agentes),
a exemplo do Judiciário, ou indiretamente, através de delegação a
particulares (concessionários ou permissionários).
Por outro lado, os serviços públicos impróprios também visam à
satisfação de necessidades coletivas, mas não são executados ou assumidos
pelo Estado, seja direta ou indiretamente. Neste caso, o Estado somente
autoriza, regulamenta e fiscaliza esses serviços. São atividades privadas,
mas, em virtude de atenderem necessidades coletivas, exigem uma maior
atenção por parte do Estado, a exemplo dos serviços de seguro e previdência
privada (incisos I e II, do artigo 192, da CF/1988). Assertiva incorreta.

75. Tanto os serviços públicos prestados por pessoas da administração


descentralizada quanto os prestados por particulares colaboradores
devem ser controlados pela administração, devendo a entidade
federativa respectiva aferir a forma de prestação, os resultados e os
benefícios sociais alcançados, entre outros aspectos.
O professor José dos Santos Carvalho Filho afirma que “as relações sociais
e econômicas modernas permitem que o Estado delegue a particulares a
execução de certos serviços públicos. No entanto, essa delegação não
descaracteriza o serviço como público, vez que o Estado sempre se reserva o
poder jurídico de regulamentar, alterar e controlar o serviço. Não é por outra
razão que a Constituição atual dispõe no sentido de que é ao Poder Público que
incumbe a prestação dos serviços públicos (art. 175).” Assertiva correta.

76. Considera-se de execução direta o serviço público que é prestado


diretamente pelo Estado ou que, mesmo executado por entidades
diversas das pessoas federativas, é objeto de regulamentação e
controle por parte delas.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 82


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Para que fique caracterizada a execução direta, faz-se necessário que o


serviço público seja prestado diretamente pelo Estado, através de seus órgãos
e agentes. Se o serviço é prestado por entidade diversa da pessoa jurídica
federativa, a exemplo dos concessionários de serviços públicos, materializa-se a
execução indireta. Assertiva incorreta.

77. Em atenção ao princípio da livre iniciativa, apenas os serviços


prestados pelas pessoas de direito privado que integram a
administração pública indireta podem sofrer uma disciplina normativa
que os regulamente.
O parágrafo único, do art. 1º, da Lei 8.987/1995, que dispõe sobre o
regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no
art. 175 da Constituição Federal, afirma que a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios promoverão a revisão e as adaptações necessárias de
sua legislação às prescrições de seu texto, buscando atender as peculiaridades
das diversas modalidades dos seus serviços.
Assim, não restam dúvidas de que tanto os serviços prestados pelas
pessoas jurídicas de direito privado quanto pelas pessoas jurídicas de direito
público são regidos pelo texto da Lei 8.987/1995, o que invalida o texto da
assertiva.

(CESPE∕Todos os cargos – MPOG∕2013) No tocante aos serviços


públicos, julgue o item abaixo.
78. De acordo com a classificação dos serviços públicos, cabe
exclusivamente à União manter o serviço de transporte e o serviço
postal.
Nos termos do art. 21, X, da CF∕1998, compete privativamente à União manter
o serviço postal e o correio aéreo nacional. Todavia, à União somente compete
manter os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de
passageiros. O serviço de transporte rodoviário intermunicipal é de
competência dos Estados, enquanto o serviço de transporte urbano compete
aos Municípios. Assertiva incorreta.

(CESPE∕Titular de serviços de notas – TJ RR∕2013 - adaptada)


Considerando o disposto no ordenamento jurídico brasileiro a respeito
das concessões e permissões de serviço público, julgue os itens
seguintes.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 83


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

79. A lei define concessão de serviço público como a delegação da


prestação de serviços públicos, pelo poder concedente, à pessoa física
ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua
conta e risco. A concessão deve se dar a título precário e mediante
licitação.
O art. 2º, II, da Lei nº 8.987∕1995, conceitua a concessão de serviço público
como “a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante
licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de
empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e
risco e por prazo determinado”.
Analisando-se a conceituação legal, constata-se que a concessão de serviço
público não pode ser delegada a pessoas físicas. Ademais, dar-se-á mediante
contrato e não a título precário. Assertiva incorreta.

80. O concessionário de serviço público atua em nome da administração


pública, respondendo subsidiariamente por eventuais danos causados
na execução do serviço.
O concessionário de serviço público atua por sua conta e risco,
responsabilizando-se integralmente pelos eventuais danos causados por seus
agentes a terceiros ou à própria Administração Pública. Assertiva incorreta.

81. A subconcessão do serviço público é expressamente vedada pelo


ordenamento jurídico.
O art. 26 da Lei nº 8.987∕1995 admite a subconcessão, desde que respeitados
os termos previstos no contrato de concessão e expressamente autorizada pelo
poder concedente. Assertiva incorreta.

82. A caducidade da concessão ocorre quando há a retomada do serviço


pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de
interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio
pagamento da indenização.
Diferentemente do enunciado da questão, deve ficar claro que a caducidade se
configura na extinção da concessão antes do termo final estabelecido no
contrato em razão do inadimplemento ou adimplemento defeituoso por
parte da concessionária. Assertiva incorreta.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 84


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

83. O poder concedente poderá, desde que previsto no edital de


licitação, determinar que o licitante vencedor, no caso de consórcio, se
constitua em empresa antes da celebração do contrato.
O texto da assertiva está em conformidade com o mandamento contido no art.
19, § 2º, da Lei nº 8.987∕1995. Ademais, deve ficar claro que “a empresa líder
do consórcio é a responsável perante o poder concedente pelo cumprimento do
contrato de concessão, sem prejuízo da responsabilidade solidária das demais
consorciadas”. Assertiva correta.

(CESPE∕Defensor Público – DPE ES∕2013 - adaptada) Em relação a


serviço público, julgue os itens seguintes.
84. A prestação do serviço público poderá ser interrompida sem aviso
pelo concessionário que perder o interesse econômico na exploração da
concessão.
O princípio da continuidade determina que os serviços públicos sejam prestados
de forma ininterrupta, evitando-se paralisações que possam prejudicar o
cotidiano dos seus destinatários ou até mesmo causar-lhes graves prejuízos.
Ainda que a concessionária não tenha mais interesse econômico na exploração
da concessão, deverá continuar prestando os serviços públicos normalmente,
nos termos fixados contratualmente. Assertiva incorreta.

(CESPE∕Defensor Público – DPE ES∕2013 - adaptada) Em relação a


serviço público, julgue os itens seguintes.
85. O concessionário, por ser um particular, pode, a seu critério,
impedir a fruição do serviço concedido a determinadas pessoas.
Os serviços públicos devem ser prestados sem discriminação entre os
beneficiários, quando tenham estes as mesmas condições técnicas e jurídicas
para a fruição. Assim, o concessionário não pode escolher discricionariamente,
ao seu bel prazer, as pessoas que irão usufruir dos serviços públicos prestados.
Assertiva incorreta.

86. Em regra, a noção de serviço público em sentido amplo não


contempla o poder de polícia nem as atividades judiciária e legislativa.
Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que o serviço público, em sentido amplo,
pode ser conceituado como aquele que abrange todas as atividades do Estado,
ou seja, toda a atividade judiciária e administrativa, em virtude do fato de que

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 85


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

o objetivo maior do Estado é proporcionar aos cidadãos a satisfação de suas


necessidades. Assertiva incorreta.

87. Determinada atividade, para ser considerada serviço público, deve


ser executada diretamente pelo Estado.
O artigo 175 da Constituição Federal de 1988 declara expressamente que
incumbe ao poder público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de
concessão ou permissão (delega a particulares), sempre através de licitação, a
prestação de serviços públicos. Assertiva incorreta.

88. A criação do serviço público requer prévia previsão normativa.


Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que é o Estado, por meio da lei, que
escolhe quais as atividades que, em determinado momento, são consideradas
serviços públicos; no direito brasileiro, a própria Constituição faz essa indicação
nos artigos 21, incisos X, XI, XII, XV E XXIII, e 25, § 2o, alterados,
respectivamente, pelas Emendas Constitucionais 8 e 5, de 1995; isso exclui a
possibilidade de distinguir, mediante critérios objetivos, o serviço público da
atividade privada; esta permanecerá como tal enquanto o Estado não assumir
como própria. Assertiva correta.

(CESPE∕Defensor Público – DPE RR∕2013 - adaptada) Com relação aos


serviços públicos, julgue os itens seguintes.
89. A participação do usuário é um dos novos postulados do serviço
público, razão por que se instituiu o direito de acesso dos usuários a
registros administrativos e a informações sobre atos de governo,
inclusos aqueles relativos à segurança do Estado.
A participação do usuário realmente é um dos novos postulados do serviço
público, fato demonstrado pelo texto do art. 37, § 3º, da CF∕1988, ao dispor
que “a lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração
pública direta e indireta, regulando especialmente:
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral,
asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação
periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre
atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII (com exceção
daquelas que sejam essenciais à segurança da sociedade e do Estado);

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 86


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de


cargo, emprego ou função na administração pública. Assertiva incorreta.

90. A gestão associada de serviços públicos pode ser instituída por


meio de convênio de cooperação entre os entes federativos, vedada a
transferência total de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à
continuidade dos serviços transferidos.
O art. 241 da CF∕1988 dispõe que “a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios públicos e os convênios
de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão associada de
serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos,
serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos”.
Assertiva incorreta.

91. A concessão de serviço público apresenta natureza contratual e sua


outorga independe da realização de procedimento licitatório.
O art. 175 da CF∕1988 afirma que “incumbe ao Poder Público, na forma da lei,
diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de
licitação, a prestação de serviços públicos”. De outro lado, destaca-se que a
concessão realmente possui natureza contratual. Assertiva incorreta.

92. (CESPE∕Defensor Público – DPE TO∕2013 - adaptada) A respeito dos


serviços públicos e da organização da administração pública, julgue os
itens seguintes.
A desconcentração e a descentralização administrativas constituem
institutos jurídicos idênticos.
Não confunda desconcentração e descentralização. A primeira nada mais é
que a distribuição interna de competências dentro de uma mesma pessoa
jurídica, ou seja, a criação de órgãos públicos que fazem parte de uma
estrutura hierarquizada, criada com o objetivo de tornar mais eficiente a
execução das finalidades administrativas previstas em lei. A segunda ocorre
quando a União, DF, Estados ou Municípios desempenham algumas de suas
funções por meio de outras pessoas jurídicas. A descentralização pressupõe
a existência de duas pessoas jurídicas distintas: o Estado e a entidade que
executará o serviço, por ter recebido do Estado essa atribuição. Assertiva
incorreta.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 87


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

93. (CESPE/Analista Judiciário - TRT - 8ª Região (PA e AP)/2016) A


modalidade de extinção da concessão fundada na perda, pela
concessionária de serviços públicos, das condições econômicas,
técnicas ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço
concedido denomina-se
a) encampação.
b) caducidade.
c) anulação.
d) revogação.
e) rescisão.
Comentários
O inadimplemento ou adimplemento defeituoso por parte da
concessionária pode ensejar a extinção da concessão antes do termo final
estabelecido no contrato. A essa causa de extinção a própria lei denomina
caducidade.
É de competência da própria Administração, discricionariamente,
verificar se o inadimplemento (que pode ser total ou parcial) é suficiente para
causar, ou não, a extinção da concessão.
A declaração da caducidade da concessão deverá ser precedida da
verificação da inadimplência da concessionária em processo administrativo,
assegurado o direito de ampla defesa. Entretanto, antes da instauração do
processo administrativo, deverá ser obrigatoriamente comunicado à
concessionária os possíveis descumprimentos de cláusulas contratuais, sendo
concedido um prazo para corrigir as falhas e transgressões apontadas.
Gabarito: Letra b.

(CESPE/Especialista - FUNPRESP-EXE/2016) Com base na


jurisprudência majoritária e atual do STJ concernente à concessão de
serviços públicos, ao poder disciplinar e aos bens públicos, julgue o
item a seguir.
94. Poderá o poder concedente prever no edital de licitação a
possibilidade de a concessionária obter outras fontes de receita
complementares à tarifa, com vistas a favorecer a modicidade tarifária.
A Lei 8.987/1995, em seu art. 11, dispõe que “no atendimento às
peculiaridades de cada serviço público, poderá o poder concedente prever, em
favor da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade de outras fontes

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 88


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

provenientes de receitas alternativas, complementares, acessórias ou de


projetos associados, com ou sem exclusividade, com vistas a favorecer a
modicidade das tarifas”. Assertiva correta.

95. (CESPE/Analista Judiciário – TRE PI/2016) Assinale a opção correta


no que se refere ao princípio da continuidade na administração pública.
a) A delegação de ato administrativo decorre do poder disciplinar,
propiciando a continuidade do serviço público por viabilizar a
manutenção do funcionamento de órgãos e entidades, mesmo durante
impedimentos temporários dos agentes originalmente competentes
para a prática do ato.
b) O reequilíbrio econômico-financeiro de contrato administrativo
representa um contraponto à possibilidade de alteração unilateral do
contrato pela administração pública, funcionando como mecanismo de
garantia da continuidade do serviço público contratado.
c) A continuidade do serviço público afasta a possibilidade de o
contratado opor à administração a exceção do contrato não cumprido.
d) O princípio da continuidade do serviço público não impede a
suspensão do fornecimento de energia elétrica, ainda que se trate de
iluminação pública.
e) Embora o direito de greve seja assegurado constitucionalmente aos
servidores públicos, a falta de norma federal regulamentadora desse
dispositivo, que garanta a continuidade do serviço público, torna ilícito
o exercício desse direito.
Comentários
a) Do poder hierárquico decorre a prerrogativa administrativa de delegar e
avocar competências. A delegação ocorre quando o superior hierárquico
transfere ao subordinado atribuições que, inicialmente, estavam sob a sua
responsabilidade. Por outro lado, a avocação ocorre quando o superior
“chama para si” uma responsabilidade, não-exclusiva, inicialmente atribuída
a um subordinado, devendo ocorrer somente em situações de caráter
excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados.
Assertiva incorreta.
b) O artigo 65, II, “d”, da Lei 8.666/93, dispõe que o contrato administrativo
poderá ser alterado para “restabelecer a relação que as partes pactuaram
inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da administração
para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 89


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, na


hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis, porém de
consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do
ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe,
configurando área econômica extraordinária e extracontratual”. Assertiva
correta.
c) Durante muito tempo a doutrina defendeu a impossibilidade de o contratado
alegar a exceção do contrato não cumprido em face da Administração Pública,
mesmo nas hipóteses em que não recebia os valores correspondentes à
execução do contrato, pois tal conduta estaria violando frontalmente o princípio
da continuidade dos serviços públicos. Todavia, atualmente essa impossibilidade
foi relativizada (mitigada) e o próprio texto da Lei 8.666/93, em seu artigo 78,
autoriza a exceção do contrato não cumprido em face da Administração
em algumas hipóteses, a exemplo do que ocorre no atraso superior a 90
(noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administração. Assertiva
incorreta.
d) De início, deve ficar claro que o enunciado está se referindo ao corte do
fornecimento de iluminação pública e não da suspensão do fornecimento do
serviço a um consumidor qualquer, por inadimplemento. No julgamento dos
embargos em recurso especial nº 845.982/RJ, cujo acórdão foi publicado em
03/08/2009, o Superior Tribunal de Justiça ratificou o entendimento de que
“a suspensão do serviço de energia elétrica, por empresa concessionária, em
razão de inadimplemento de unidades públicas essenciais - hospitais; pronto-
socorros; escolas; creches; fontes de abastecimento d'água e iluminação
pública; e serviços de segurança pública -, como forma de compelir o usuário
ao pagamento de tarifa ou multa, despreza o interesse da coletividade”.
Assertiva incorreta.
e) No julgamento do mandado de injunção nº 708, o Supremo Tribunal
Federal decidiu que a falta de norma regulamentadora não serve de obstáculo
para o exercício do direito constitucionalmente assegurado, assentando,
portanto, ser aplicável a regra prevista na iniciativa privada para os servidores
públicos até que seja sanada a mora legislativa. Assertiva incorreta.
Gabarito: Letra b.

(CESPE/Agente Administrativo – DPU/ 2016) As modalidades de


licitação previstas em lei incluem a concorrência, a tomada de preços, o
convite, o concurso, o leilão, o pregão e o regime diferenciado de
contratação. A legislação prevê também situações de dispensa e de

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 90


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

inexigibilidade de licitação. A respeito desse assunto, julgue o item


seguinte.
96. Situação hipotética: O poder público, por meio de análises de
indicadores de qualidade definidos em contrato com determinada
concessionária de serviços públicos, identificou má gestão e deficiência
na prestação de serviços para os quais a referida empresa foi
contratada. Assertiva: Nessa situação, o poder concedente poderá
declarar a caducidade como forma de extinção da concessão.
O inadimplemento ou adimplemento defeituoso por parte da
concessionária pode ensejar a extinção da concessão antes do termo final
estabelecido no contrato. A essa causa de extinção a própria lei denomina
caducidade. É de competência da própria Administração,
discricionariamente, verificar se o inadimplemento (que pode ser total ou
parcial) é suficiente para causar, ou não, a extinção da concessão. Assertiva
correta.

(CESPE/Analista Técnico – DPU/ 2016) Em relação aos serviços


públicos e ao disposto na Lei n.º 8.112/1990, julgue o item seguinte.
97. A classificação de determinado serviço público como singular
pressupõe a individualização de seus destinatários, propiciando a
medição da utilização individual direta do serviço público prestado.
Serviços individuais ou uti singuli são aqueles prestados a uma quantidade
determinada ou determinável de usuários, sendo possível mensurar quanto
cada destinatário está usufruindo, a exemplo do serviço de coleta domiciliar
de lixo, fornecimento de água, telefonia, gás canalizado etc. Assertiva
correta.

(CESPE/Analista Técnico – DPU/ 2016) Em relação aos serviços


públicos e ao disposto na Lei n.º 8.112/1990, julgue o item seguinte.
98. A efetiva prestação de um serviço público e a obrigatoriedade de
procedimento licitatório prévio são características comuns ao regime de
concessão e ao de permissão de serviços públicos.
O artigo 175 da Constituição Federal de 1988 estabelece que “incumbe ao
poder público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos”.
Assertiva correta.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 91


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

(CESPE/Técnico em Assuntos Educacionais – DPU/ 2016) No que se


refere aos poderes da administração pública e aos serviços públicos,
julgue o item subsecutivo.
99. Os serviços públicos gerais são indivisíveis, sendo prestados a toda
a coletividade, sem destinatários determinados ou individualizados.
Serviços gerais ou uti universi são serviços prestados indiscriminadamente à
população, possuindo um número indeterminado e indetermináveis de usuários.
Nesse caso, os serviços são indivisíveis, não sendo possível mensurar quais
são os usuários que estão sendo beneficiados ou quanto cada usuário está
utilizando do serviço prestado. Assertiva correta.

100. (CESPE/Auditor – TCE PR/2016) Acerca dos institutos da


concessão, permissão e autorização para a prestação de serviços
públicos, assinale a opção correta.
a) A permissão de serviço público pode ser revogada por ato unilateral
do poder concedente.
b) A permissão para a prestação de serviço público não depende da
realização de licitação.
c) A exploração de serviço público mediante autorização somente
poderá ser admitida se for precedida da construção, total ou parcial, de
obras de interesse público.
d) A concessão de serviço público é uma espécie de delegação, a título
precário, da prestação de serviços públicos.
e) A concessão de serviço público deve dar-se mediante licitação, a
qual pode ser feita nas modalidades de concorrência, leilão ou
concurso.
Comentários
a) O artigo 40 da Lei 8.987/95 estabeleceu que a permissão de serviço público
deve ser formalizada mediante contrato de adesão, nos termos da citada lei,
das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à
precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder
concedente. Assertiva correta.

b) Nos termos do artigo 175 da Constituição Federal, as concessões e


permissões de serviços públicos sempre deverão ser precedidas de licitação.
Assertiva incorreta.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 92


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

c) Nas sábias palavras do professor Hely Lopes Meirelles, a modalidade de


serviços autorizados é adequada para todos aqueles que não exigem execução
pela própria administração e que não necessitam de maior especialização para
que seja prestado à coletividade, a exemplo dos serviços de táxi, de
despachantes, segurança particular de residências ou estabelecimentos, entre
outros. Assertiva incorreta.

d) A permissão, nos termos da lei, possui caráter precário, sendo revogável


a qualquer tempo pela Administração, desde que existente interesse público
superveniente. Por outro lado, a concessão constitui-se por meio de um
contrato administrativo e, portanto, somente será extinto nos termos da lei.
Assertiva incorreta.
e) Nos termos do artigo 175 da Constituição Federal, as concessões e
permissões de serviços públicos sempre deverão ser precedidas de licitação.
Não existem exceções a essa regra e a modalidade licitatória utilizada nas
concessões será obrigatoriamente a concorrência. Assertiva incorreta.
Gabarito: Letra a.

(CESPE/Técnico do Seguro Social – INSS/2016) Julgue os seguintes


itens, acerca da concessão de serviço público.
101. A encampação, que consiste em rescisão unilateral da concessão
pela administração antes do prazo acordado, dá ao concessionário o
direito a ressarcimento de eventual prejuízo por ele comprovado.
O artigo 37 da Lei 8.987/95 considera encampação a retomada do serviço pelo
poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse
público superveniente, mediante lei autorizativa específica e após prévio
pagamento da indenização das parcelas dos investimentos vinculados a bens
reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tenham sido realizados
com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do serviço concedido.
A encampação será formalizada mediante decreto expedido pelo Chefe do
Executivo, após a aprovação de lei específica autorizando tal medida e o
respectivo pagamento da indenização devida.
Gabarito: CORRETO.

102. (CESPE/Juiz de Direito – TJDF/2016) Acerca das formas de


delegação de serviços públicos, assinale a opção correta.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 93


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

a) As parcerias público-privadas poderão ser celebradas nas


modalidades contratuais de concessão patrocinada, de concessão
administrativa e de permissão administrativa, sendo que a concessão
patrocinada visa delegar serviço público ou obra pública, ao passo que
as demais só poderão delegar serviço público.
b) A concessão de serviço público será realizada mediante contrato
administrativo, submetido à licitação pública, na modalidade de
concorrência, devendo essa ser precedida de audiência pública,
dependendo do valor do certame.
c) A permissão de serviço público é o contrato administrativo para
exploração de serviço público, precedido de licitação, para pessoa
jurídica que demonstre capacidade para o seu desempenho, por sua
própria conta e risco, gerando direitos ao permissionário quanto ao
período de exploração.
d) A contraprestação da administração pública nos contratos de
parceria público-privada poderá ser realizada por ordem bancária,
cessão de créditos tributários e outorga de direitos sobre bens públicos
dominiais, entre outros meios previstos em lei.
e) A contratação de parceria público-privada deverá ser precedida de
licitação nas modalidades concorrência ou tomada de preços, estando a
abertura do processo licitatório condicionada a, entre outros requisitos,
autorização da autoridade competente lastreada em estudo técnico
acerca da conveniência e da oportunidade da licitação, observância de
limites de responsabilidade fiscal e ausência de vulneração às metas de
resultados fiscais.
Comentários
a) A própria lei 11.079/04, em seu artigo 2º, declara que a parceria público-
privada é um contrato administrativo de concessão, na modalidade
patrocinada ou administrativa. Sendo assim, da mesma forma que ocorre
nas concessões comuns, a “parceria” será formalizada através de um contrato
administrativo, sem possibilidade de ocorrer por meio de permissão. Assertiva
incorreta.
b) O artigo 14 da Lei 8.987/95 declara expressamente que “toda concessão de
serviço público, precedida ou não da execução de obra pública, será objeto de
prévia licitação, nos termos da legislação própria e com observância dos
princípios da legalidade, moralidade, publicidade, igualdade, do julgamento por
critérios objetivos e da vinculação ao instrumento convocatório”. Assertiva
correta.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 94


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

c) O artigo 40 da Lei 8.987/95 estabeleceu que a permissão de serviço público


deve ser formalizada mediante contrato de adesão, nos termos da citada lei,
das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à
precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder
concedente. Assertiva incorreta.
d) A Lei 11.079/04, em seu art. 6º, dispõe que a contraprestação da
Administração Pública nos contratos de parceria público-privada poderá ser feita
por: I – ordem bancária; II – cessão de créditos não tributários; III – outorga
de direitos em face da Administração Pública; IV – outorga de direitos sobre
bens públicos dominicais; V – outros meios admitidos em lei. Assertiva
incorreta.
e) A contratação de parceria público-privada será precedida de licitação na
modalidade de concorrência. Assertiva incorreta.
Gabarito: Letra b.

(CESPE/ Analista - MEC/2014) “O Fundo de Manutenção e


Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais
da Educação (FUNDEB) assegura recursos constitucionalmente
vinculados para todas as etapas e modalidades da educação básica.
Pela primeira vez no país, ficam subvinculados recursos da União, dos
estados, do DF e dos municípios para o atendimento em creches e pré-
escolas.
A educação infantil no Brasil figurou uma trajetória histórica em que o
Estado formulou e estimulou uma política de atendimento baseada na
parceria com instituições privadas sem fins lucrativos, comunitárias,
filantrópicas e confessionais, principalmente no que diz respeito ao
atendimento de crianças de zero a três anos, como forma de não ficar
totalmente ausente desse atendimento.
Mesmo estando claro que a obrigação do Estado com a educação
infantil deve ser efetivada pela expansão da rede pública, o convênio
entre o poder público e instituições educacionais sem fins lucrativos foi,
e é, uma realidade que assegura, na maioria dos municípios, o
atendimento a um número significativo de crianças, em geral, da
população pobre e vulnerabilizada.
Orientações sobre convênios entre secretarias municipais de educação
e instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins
lucrativos para a oferta de educação infantil. Brasília: MEC, SEB, 2009
(com adaptações).

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 95


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

No que se refere ao assunto tratado no fragmento de texto acima,


julgue os itens subsequentes.”
103. A parceria público-privada é firmada mediante contrato
administrativo de concessão, na modalidade patrocinada ou
administrativa, o qual pode ter por objeto a prestação de serviço
público à população de forma desconcentrada, independentemente da
cobrança de tarifas aos usuários.
A Lei 11.079/04, em seu artigo 2º, declara que a parceria público-privada é um
contrato administrativo de concessão, na modalidade patrocinada ou
administrativa. Todavia, a prestação do serviço público ocorrerá de forma
descentralizada (e não desconcentrada), pois ficará sob a responsabilidade de
particular com personalidade jurídica própria. Assertiva incorreta.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 96


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

RELAÇÃO DE QUESTÕES COMENTADAS – COM GABARITO

(CESPE/Especialista em Regulação – ANTAQ/2014) No que diz respeito


à delegação, licitação, contrato de concessão e serviço público
adequado, julgue o item que se segue.
01. As características essenciais de um contrato de concessão incluem
o objeto, o prazo da concessão e os critérios para revisão das tarifas.
Por outro lado, os direitos e deveres dos usuários para obtenção e
utilização do serviço não são considerados essenciais nesse tipo de
contrato.

02. (CESPE/Especialista em Regulação – ANTAQ/2014) No que diz


respeito à delegação, licitação, contrato de concessão e serviço público
adequado, julgue o item que se segue.
Caso um serviço não seja prestado de forma adequada, segundo
critérios e indicadores de qualidade definidos, poderá ser declarada a
caducidade da concessão pelo poder concedente.

03. (CESPE/Especialista em Regulação - ANTAQ/2014) No que diz


respeito à delegação, licitação, contrato de concessão e serviço público
adequado, julgue o item que se segue.
Os direitos e deveres do concessionário incluem a captação, a aplicação
e a gestão dos recursos financeiros, dada a importância que esses
processos têm para a qualidade da prestação do serviço público.
04. A transferência de concessão, de uma concessionária para outra,
pode ocorrer sem prévia anuência do poder concedente, sem implicar
na caducidade da concessão.
05. Nem toda concessão de serviço público deve ser decorrente de
licitação prévia, porém toda concessão deve observar os princípios da
legalidade, da moralidade, da publicidade e da igualdade.

(CESPE/ Analista Administrativo – ANATEL/2014) Acerca de licitações e


contratos, julgue o seguinte item.
06. A única modalidade de licitação admitida pelo ordenamento jurídico
brasileiro para a concessão de serviços públicos é a concorrência.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 97


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

07. O princípio da modicidade afasta a possibilidade de adoção de


serviços públicos prestados gratuitamente.
08. O inadimplemento do concessionário, que deixa de executar total
ou parcialmente serviço público concedido, acarreta a extinção do
contrato de concessão por rescisão promovida pelo poder concedente.
09. Os princípios da generalidade e da impessoalidade impõem a
unicidade da tarifa para todos os usuários, vedando, por exemplo, a
diferenciação tarifária na cobrança pelo serviço de abastecimento de
água.
10. O princípio da continuidade do serviço público não impede a
concessionária de energia elétrica de suspender o fornecimento de
eletricidade no caso de inadimplemento do usuário.

(CESPE/Titular de Serviços de Notas e de Registros - TJ-SE/2014 -


adaptada) Acerca de serviço público, julgue os itens seguintes.
11. De acordo com o STJ, na hipótese de contrato de permissão de
serviço de transporte público realizado sem prévia licitação, não há
garantia da manutenção do equilíbrio econômico- financeiro do
contrato.
12. Compete aos municípios a exploração direta ou por meio de
concessão dos serviços de gás canalizado.
13. Autorização, concessão e permissão são formas contratuais de
delegação do serviço público.
14. As primeiras tentativas de conceituação de serviço público surgiram
na Alemanha, com a Escola de Serviço Público, segundo a qual o
conceito incluía as atividades materiais realizadas pelo Poder
Executivo.
15. Classificam-se como serviços públicos congênitos aqueles que,
passíveis em tese de execução particular, são absorvidos pelo Estado
em regime de concorrência com a iniciativa privada.

(CESPE/ Analista Judiciário - TJ-SE/2014) No que concerne às regras e


aos princípios específicos que regem a atuação da administração
pública, julgue os itens subsequentes.
16. Os serviços públicos podem ser remunerados mediante taxa ou
tarifa.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 98


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

(CESPE/ Analista Judiciário - TJ-CE/2014 - adaptada) No que concerne


aos serviços públicos, julgue os itens seguintes.
17. Considera-se centralizada a forma de prestação de serviços públicos
por meio de empresas permissionárias.
18. Serviço público uti singuli é aquele prestado pela administração
para atender à coletividade em geral, sem destinatários individuais.
19. Considera-se concessão de serviço público a delegação de sua
prestação feita pelo poder concedente, mediante licitação, à pessoa
física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por
sua conta e risco.
20. A possibilidade de encampação da concessão do serviço público
decorre da aplicação do princípio da continuidade do serviço público.
21. Entre os elementos constitutivos do serviço público, há o elemento
material, que diz respeito ao regime jurídico aplicável ao serviço
público.

(CESPE/ Analista Judiciário - TJ-CE/2014 - adaptada) Acerca do regime


jurídico dos serviços públicos, julgue os itens seguintes.
22. O Estado pode transferir, eventualmente, mediante contrato, a
titularidade do serviço público para empresa concessionária ou
permissionária. Nessa situação, o serviço continuará sendo prestado
sob o regime de direito público.
23. A concessão de serviço público difere da permissão, entre outros
fatores, pelo instrumento, haja vista que a concessão é formalizada
mediante contrato e a permissão, mediante termo.
24. São princípios que regem os serviços públicos: atualidade,
universalidade, continuidade, modicidade das tarifas e cortesia na
prestação.
25. É vedada a subconcessão do contrato de concessão de serviços
públicos, dado seu caráter personalíssimo, conforme expressa previsão
legal.
26. Enquadram-se no conceito de serviço público apenas as atividades
de oferecimento de utilidade ou comodidade material à coletividade que
o Estado desempenha por si próprio, com exclusividade, sob o regime
de direito público.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 99


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

(CESPE/ Titular de Serviços de Notas e de Registros-TJ-DF/2014 -


adaptada) No tocante aos serviços públicos, julgue os itens seguintes.
27. A delegação de serviço público a particular por meio de permissão
pode ser feita por dispensa de licitação, desde que a título precário.
28. São características da concessão de serviço público: licitação por
meio de concorrência; exclusividade de concessão a pessoas jurídicas
ou consórcios; e rescisão contratual unilateral.
29. Os serviços notariais e de registro, embora públicos, são exercidos
em caráter privado, por delegação do poder público mediante
concessão, devendo ser precedidos de licitação.
30. A educação e a saúde são serviços públicos de titularidade não
exclusiva do Estado, livres à iniciativa privada e submetidos ao controle
inerente ao poder administrativo de polícia.
31. A aplicação de sanções, proibições e limitações a bens e atividades
de particulares insere-se no conceito de serviço público.

(CESPE/ Titular de Serviços de Notas e de Registros-TJ-DF/2014 -


adaptada) Acerca de serviços públicos, julgue os itens seguintes.
32. A declaração de caducidade da concessão do serviço público
configura-se quando a administração pública retoma o serviço durante
o prazo de concessão, por motivo de interesse público, após prévia
autorização legislativa e após a devida indenização à concessionária
pelos prejuízos sofridos.
33. Os serviços públicos compulsórios e gerais podem ser remunerados
tanto por meio de tarifa quanto por meio de taxa.
34. Após a reforma administrativa do Estado realizada pela Emenda
Constitucional n.º 19/1998, a CF autorizou a gestão associada na
prestação de serviços públicos por meio de convênios de cooperação
entre os entes federados, admitindo a transferência total ou parcial de
encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos
serviços transferidos.
35. Conforme determinação constitucional, os serviços públicos são de
prestação obrigatória e exclusiva do Estado, não sendo permitida sua
delegação a particulares.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 100


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

36. A concessão de serviço público consiste na delegação, a título


precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita
pelo poder concedente à pessoa jurídica que demonstre capacidade
para seu desempenho, por sua conta e risco.

(CESPE/ Analista de Administração Pública - TC-DF/2014) Julgue os


itens a seguir, relativos à responsabilidade civil do Estado, aos serviços
públicos e às organizações da sociedade civil de interesse público.
37. Nos termos da Lei n.º 8.987/1995, que dispõe sobre o regime de
concessão e permissão da prestação de serviços públicos,
diferentemente da concessão, a permissão de serviços públicos tem a
natureza de ato administrativo unilateral e precário, e não a de negócio
bilateral que se formaliza mediante contrato.
38. De acordo com o princípio da continuidade, os serviços públicos,
compulsórios ou facultativos, devem ser prestados de forma contínua,
não podendo ser interrompidos mesmo em casos de inadimplemento do
usuário.

(CESPE/ Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014) Julgue o


próximo item, relativo aos serviços públicos.
39. Compete ao município, em cooperação financeira e técnica com a
União, a criação e a manutenção de programa de educação infantil.

(CESPE/ Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014) Com


relação à execução direta e indireta, à concessão, à permissão e à
autorização de serviços públicos, julgue o item a seguir.
40. A prestação de serviços públicos sob regime de concessão ou de
permissão deve ser precedida de licitação, sendo possível, em ambos os
regimes, a fixação, em contrato, de cláusulas exorbitantes.
41. O concessionário de um serviço público é remunerado mediante o
sistema de tarifas pagas pelos usuários, as quais configuram
remuneração pelo serviço prestado e concedido pelo concedente em
contrato.
42. Antes de iniciar os serviços a ele concedidos pela administração
pública, o permissionário poderá estabelecer os termos de
concordância com o contrato que será celebrado.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 101


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

(CESPE/ Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014) Julgue o


seguinte item, relativo à prestação de serviço público.
43. A prestação de serviços públicos é espontânea, não podendo o
serviço ser prestado compulsoriamente ao particular.
44. Os serviços públicos podem ser prestados diretamente pelo Estado
ou mediante delegação a particulares, entretanto, somente na segunda
hipótese, pode-se cobrar pela utilização do serviço.

(CESPE/ Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014)


Considerando que um usuário do serviço de energia elétrica fornecido
por empresa privada concessionária deixe de pagar as contas
referentes aos três últimos meses, e tendo em vista aspectos diversos
relacionados a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
45. Na hipótese considerada, em razão do inadimplemento por parte do
usuário, a concessionária está autorizada a suspender o fornecimento
de energia elétrica para a preservação do equilíbrio econômico-
financeiro do contrato de concessão, sem que isso vulnere o princípio
da continuidade dos serviços públicos.
46. Na situação considerada, a concessionária, pessoa jurídica de
direito privado, fornece serviço público por descentralização negocial,
mas o Estado detém a titularidade e o controle do serviço.

(CESPE/Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014) Com


relação aos poderes administrativos e os serviços públicos, julgue os
itens que se seguem.
47. Uma campanha de vacinação contra a gripe que se destine a
imunizar determinadas comunidades carentes classifica-se como
serviço público coletivo, pois se destina a um número indeterminado de
pessoas.
48. Caso a União pretenda firmar contrato de concessão com
determinada empresa para a construção de uma rodovia federal, no
qual esteja prevista a cobrança de pedágio, tal contrato poderá ser
realizado com prazo indeterminado, desde que seja condicionado ao
cobrimento dos valores despendidos pela empresa para a realização da
obra.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 102


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

(CESPE/ Analista Legislativo - Consultor de Orçamento e Fiscalização


Financeira - Câmara dos Deputados/2014) Julgue o item que segue,
referente a licitações, contratos, concessões e permissões.
49. As concessões de serviços públicos precedidas de obras públicas
terão de ser objeto de prévia licitação, mas as que não forem
precedidas das referidas obras se enquadrarão nas modalidades de
dispensa de licitação.
(CESPE/ Analista Legislativo - Consultor de Orçamento e Fiscalização
Financeira-Câmara dos Deputados/2014) Julgue o item que segue,
referente a licitações, contratos, concessões e permissões.
50. Caso determinada empresa concessionária de serviços públicos
preste serviços de forma deficiente, e essa deficiência seja identificada
pelo poder público por meio da análise de indicadores de qualidade
previamente definidos em contrato, o referido poder poderá declarar a
caducidade como forma de extinção da concessão.

(CESPE/ Analista Legislativo - Consultor de Orçamento e Fiscalização


Financeira-Câmara dos Deputados/2014) Acerca de conceitos
relacionados aos serviços públicos, julgue o item a seguir.
51. O princípio da igualdade, que pressupõe a não diferenciação entre
usuários na prestação de serviço público, é inaplicável à determinação
legal de isenção de tarifas para idosos e deficientes.
52. O serviço prestado por um taxista é classificado como serviço
público impróprio, porque atende às necessidades coletivas, mas não é
executado pelo Estado.

(CESPE/ Analista Legislativo - Consultor de Orçamento e Fiscalização


Financeira-Câmara dos Deputados/2014) Acerca de conceitos
relacionados aos serviços públicos, julgue o item a seguir.
53. O princípio da mutabilidade, que determina que o regime jurídico
possa mudar para atender ao interesse público, integra o rol de
princípios inerentes ao regime jurídico dos serviços públicos.

(CESPE/Analista - Caixa/2014) Julgue os itens a seguir, referentes a


serviços públicos, concessões, permissões e autorizações públicas.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 103


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

54. Ao conceder serviço público, o poder público concedente só


transfere ao concessionário a execução do serviço, continuando titular
do serviço concedido, o que lhe permite dele dispor de acordo com o
interesse público.
55. Suponha que a administração pública direta, após regular licitação,
tenha transferido temporariamente a execução de determinado serviço
público a empresa privada. Nessa situação, está caracterizado o
fenômeno da prestação de serviço público por outorga.
(CESPE/ Nível Superior-SUFRAMA/2014) Acerca de agentes
administrativos, poderes administrativos, improbidade administrativa e
serviços públicos, julgue o item seguinte.
56. O serviço de distribuição de gás encanado é um serviço público
privativo do estado-membro; nesse sentido, sua execução se dá de
forma exclusiva, de modo que nenhum outro ente poderá exercê-la.

(CESPE/Analista Técnico - MDIC/2014) A respeito de responsabilidade


civil do Estado, dos serviços públicos e da organização administrativa,
julgue os próximos itens.
57. O serviço de uso de linha telefônica é um típico exemplo de serviço
singular, visto que sua utilização é mensurável por cada usuário,
embora sua prestação se destine à coletividade.

(CESPE/Analista Legislativo - Câmara dos Deputados/2014) A respeito


de bens públicos, concessões e permissões, bem como sanções
administrativas, julgue o item subsequente.
58. A concessão de serviço público, assim como a permissão, pode ser
feita a pessoa física, jurídica, ou consórcio de empresas.

(CESPE/ Especialista em Regulação da Educação Superior-MEC/2014)


Julgue o próximo item, relativos às formas de delegação de serviços
públicos.
59. Serviço público pode ser delegado por meio da concessão de
autorização, desde que o contrato de autorização seja precedido da
realização de licitação.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 104


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

(CESPE/ Especialista em Regulação da Educação Superior-MEC/2014)


Julgue o próximo item, relativos às formas de delegação de serviços
públicos.
60. As permissões para prestação de serviços públicos podem ser
concedidas a pessoas físicas ou jurídicas, mas não a consórcios de
empresas.

61. Na extinção da concessão de serviço público por encampação, a


retomada do serviço pelo poder concedente se dá por motivo de
interesse público, necessariamente mediante lei autorizativa específica.
62. Para preservar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos de
concessão, admite-se o reajuste do preço dos serviços prestados pelo
concessionário, cabendo ao poder concedente a sua homologação, na
forma estabelecida em contrato e nas normas pertinentes.
63. Não caracteriza descontinuidade do serviço a interrupção de sua
prestação motivada por inadimplemento do usuário,
independentemente de aviso prévio.

(CESPE∕Delegado – Polícia Federal∕2013) Com relação aos serviços


públicos, julgue o item seguinte.
64. Em se tratando de permissão de serviço público, o serviço é
executado em nome do Estado por conta e risco do permissionário, e é
atribuído exclusivamente à pessoa jurídica.

(CESPE∕Investigador de Polícia – PC BA∕2013) Julgue os itens a seguir,


a respeito dos serviços públicos.
65. Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, é legal a
cobrança, pela administração pública, de taxa, para a utilização das
vias públicas para prestação de serviços públicos por concessionária,
como, por exemplo, a instalação de postes, dutos ou linhas de
transmissão.
66. Caracterizam-se como serviços públicos sociais apenas os serviços
de necessidade pública, de iniciativa e implemento exclusivo do Estado.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 105


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

(Promotor de Justiça Substituto/MPE ES 2012/CESPE - adaptada) A


respeito dos serviços públicos, da concessão e permissão e da
classificação dos bens públicos, julgue os itens seguintes.
67. As atividades materiais que são consideradas serviços públicos
estão, todas elas, indicadas na legislação infraconstitucional, com a CF
apontando apenas as atividades de que o Estado deve-se abster de
prestar diretamente, em atenção ao princípio da livre concorrência.

68. São classificados como serviços públicos delegáveis os que só


podem ser prestados por particulares, sujeitos a autorização e controle
do Estado, não sendo possível, ao poder público, prestá-los por
intermédio de seus órgãos e entidades descentralizadas.
69. A permissão e a concessão de serviço público podem ser atribuídas
a pessoas físicas ou jurídicas, bem como a consórcio de empresas.

(Auditor Federal de Controle Externo/TCU 2010/CESPE) Julgue os itens


subsequentes, que se referem aos serviços públicos.
70. Toda concessão de serviço público terá de ser objeto de licitação
prévia na modalidade de concorrência.
71. O serviço de promoção da proteção do patrimônio histórico-cultural
local é de competência dos estados-membros e do Distrito Federal.
72. Os serviços públicos não essenciais, em regra, são delegáveis e
podem ser remunerados por preço público.

(Técnico Judiciário/TRE MT 2010/CESPE - adaptada) Julgue os itens


seguintes quanto aos serviços públicos.
73. Serviço público é toda atividade material que a lei atribui
diretamente ao Estado, sob regime exclusivo de direito público; assim,
as atividades desenvolvidas pelas pessoas de direito privado por
delegação do poder público não podem ser consideradas como tal.
74. Serviços públicos impróprios são aqueles que o Estado assume
como seus e os executa diretamente, por meio de seus agentes, ou
indiretamente, por meio de concessionários e permissionários.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 106


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

75. Tanto os serviços públicos prestados por pessoas da administração


descentralizada quanto os prestados por particulares colaboradores
devem ser controlados pela administração, devendo a entidade
federativa respectiva aferir a forma de prestação, os resultados e os
benefícios sociais alcançados, entre outros aspectos.

76. Considera-se de execução direta o serviço público que é prestado


diretamente pelo Estado ou que, mesmo executado por entidades
diversas das pessoas federativas, é objeto de regulamentação e
controle por parte delas.

77. Em atenção ao princípio da livre iniciativa, apenas os serviços


prestados pelas pessoas de direito privado que integram a
administração pública indireta podem sofrer uma disciplina normativa
que os regulamente.

(CESPE∕Todos os cargos – MPOG∕2013) No tocante aos serviços


públicos, julgue o item abaixo.
78. De acordo com a classificação dos serviços públicos, cabe
exclusivamente à União manter o serviço de transporte e o serviço
postal.

(CESPE∕Titular de serviços de notas – TJ RR∕2013 - adaptada)


Considerando o disposto no ordenamento jurídico brasileiro a respeito
das concessões e permissões de serviço público, julgue os itens
seguintes.
79. A lei define concessão de serviço público como a delegação da
prestação de serviços públicos, pelo poder concedente, à pessoa física
ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua
conta e risco. A concessão deve se dar a título precário e mediante
licitação.
80. O concessionário de serviço público atua em nome da administração
pública, respondendo subsidiariamente por eventuais danos causados
na execução do serviço.
81. A subconcessão do serviço público é expressamente vedada pelo
ordenamento jurídico.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 107


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

82. A caducidade da concessão ocorre quando há a retomada do serviço


pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de
interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio
pagamento da indenização.
83. O poder concedente poderá, desde que previsto no edital de
licitação, determinar que o licitante vencedor, no caso de consórcio, se
constitua em empresa antes da celebração do contrato.

(CESPE∕Defensor Público – DPE ES∕2013 - adaptada) Em relação a


serviço público, julgue os itens seguintes.
84. A prestação do serviço público poderá ser interrompida sem aviso
pelo concessionário que perder o interesse econômico na exploração da
concessão.

(CESPE∕Defensor Público – DPE ES∕2013 - adaptada) Em relação a


serviço público, julgue os itens seguintes.
85. O concessionário, por ser um particular, pode, a seu critério,
impedir a fruição do serviço concedido a determinadas pessoas.
86. Em regra, a noção de serviço público em sentido amplo não
contempla o poder de polícia nem as atividades judiciária e legislativa.
87. Determinada atividade, para ser considerada serviço público, deve
ser executada diretamente pelo Estado.
88. A criação do serviço público requer prévia previsão normativa.

(CESPE∕Defensor Público – DPE RR∕2013 - adaptada) Com relação aos


serviços públicos, julgue os itens seguintes.
89. A participação do usuário é um dos novos postulados do serviço
público, razão por que se instituiu o direito de acesso dos usuários a
registros administrativos e a informações sobre atos de governo,
inclusos aqueles relativos à segurança do Estado.
90. A gestão associada de serviços públicos pode ser instituída por
meio de convênio de cooperação entre os entes federativos, vedada a
transferência total de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à
continuidade dos serviços transferidos.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 108


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

91. A concessão de serviço público apresenta natureza contratual e sua


outorga independe da realização de procedimento licitatório.

92. (CESPE∕Defensor Público – DPE TO∕2013 - adaptada) A respeito dos


serviços públicos e da organização da administração pública, julgue os
itens seguintes.
A desconcentração e a descentralização administrativas constituem
institutos jurídicos idênticos.

93. (CESPE/Analista Judiciário - TRT - 8ª Região (PA e AP)/2016) A


modalidade de extinção da concessão fundada na perda, pela
concessionária de serviços públicos, das condições econômicas,
técnicas ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço
concedido denomina-se
a) encampação.
b) caducidade.
c) anulação.
d) revogação.
e) rescisão.

(CESPE/Especialista - FUNPRESP-EXE/2016) Com base na


jurisprudência majoritária e atual do STJ concernente à concessão de
serviços públicos, ao poder disciplinar e aos bens públicos, julgue o
item a seguir.
94. Poderá o poder concedente prever no edital de licitação a
possibilidade de a concessionária obter outras fontes de receita
complementares à tarifa, com vistas a favorecer a modicidade tarifária.

95. (CESPE/Analista Judiciário – TRE PI/2016) Assinale a opção correta


no que se refere ao princípio da continuidade na administração pública.
a) A delegação de ato administrativo decorre do poder disciplinar,
propiciando a continuidade do serviço público por viabilizar a
manutenção do funcionamento de órgãos e entidades, mesmo durante
impedimentos temporários dos agentes originalmente competentes
para a prática do ato.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 109


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

b) O reequilíbrio econômico-financeiro de contrato administrativo


representa um contraponto à possibilidade de alteração unilateral do
contrato pela administração pública, funcionando como mecanismo de
garantia da continuidade do serviço público contratado.
c) A continuidade do serviço público afasta a possibilidade de o
contratado opor à administração a exceção do contrato não cumprido.
d) O princípio da continuidade do serviço público não impede a
suspensão do fornecimento de energia elétrica, ainda que se trate de
iluminação pública.
e) Embora o direito de greve seja assegurado constitucionalmente aos
servidores públicos, a falta de norma federal regulamentadora desse
dispositivo, que garanta a continuidade do serviço público, torna ilícito
o exercício desse direito.

(CESPE/Agente Administrativo – DPU/ 2016) As modalidades de


licitação previstas em lei incluem a concorrência, a tomada de preços, o
convite, o concurso, o leilão, o pregão e o regime diferenciado de
contratação. A legislação prevê também situações de dispensa e de
inexigibilidade de licitação. A respeito desse assunto, julgue o item
seguinte.
96. Situação hipotética: O poder público, por meio de análises de
indicadores de qualidade definidos em contrato com determinada
concessionária de serviços públicos, identificou má gestão e deficiência
na prestação de serviços para os quais a referida empresa foi
contratada. Assertiva: Nessa situação, o poder concedente poderá
declarar a caducidade como forma de extinção da concessão.

(CESPE/Analista Técnico – DPU/ 2016) Em relação aos serviços


públicos e ao disposto na Lei n.º 8.112/1990, julgue o item seguinte.
97. A classificação de determinado serviço público como singular
pressupõe a individualização de seus destinatários, propiciando a
medição da utilização individual direta do serviço público prestado.

(CESPE/Analista Técnico – DPU/ 2016) Em relação aos serviços


públicos e ao disposto na Lei n.º 8.112/1990, julgue o item seguinte.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 110


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

98. A efetiva prestação de um serviço público e a obrigatoriedade de


procedimento licitatório prévio são características comuns ao regime de
concessão e ao de permissão de serviços públicos.

(CESPE/Técnico em Assuntos Educacionais – DPU/ 2016) No que se


refere aos poderes da administração pública e aos serviços públicos,
julgue o item subsecutivo.
99. Os serviços públicos gerais são indivisíveis, sendo prestados a toda
a coletividade, sem destinatários determinados ou individualizados.

100. (CESPE/Auditor – TCE PR/2016) Acerca dos institutos da


concessão, permissão e autorização para a prestação de serviços
públicos, assinale a opção correta.
a) A permissão de serviço público pode ser revogada por ato unilateral
do poder concedente.
b) A permissão para a prestação de serviço público não depende da
realização de licitação.
c) A exploração de serviço público mediante autorização somente
poderá ser admitida se for precedida da construção, total ou parcial, de
obras de interesse público.
d) A concessão de serviço público é uma espécie de delegação, a título
precário, da prestação de serviços públicos.
e) A concessão de serviço público deve dar-se mediante licitação, a
qual pode ser feita nas modalidades de concorrência, leilão ou
concurso.

(CESPE/Técnico do Seguro Social – INSS/2016) Julgue os seguintes


itens, acerca da concessão de serviço público.
101. A encampação, que consiste em rescisão unilateral da concessão
pela administração antes do prazo acordado, dá ao concessionário o
direito a ressarcimento de eventual prejuízo por ele comprovado.

102. (CESPE/Juiz de Direito – TJDF/2016) Acerca das formas de


delegação de serviços públicos, assinale a opção correta.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 111


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

a) As parcerias público-privadas poderão ser celebradas nas


modalidades contratuais de concessão patrocinada, de concessão
administrativa e de permissão administrativa, sendo que a concessão
patrocinada visa delegar serviço público ou obra pública, ao passo que
as demais só poderão delegar serviço público.
b) A concessão de serviço público será realizada mediante contrato
administrativo, submetido à licitação pública, na modalidade de
concorrência, devendo essa ser precedida de audiência pública,
dependendo do valor do certame.
c) A permissão de serviço público é o contrato administrativo para
exploração de serviço público, precedido de licitação, para pessoa
jurídica que demonstre capacidade para o seu desempenho, por sua
própria conta e risco, gerando direitos ao permissionário quanto ao
período de exploração.
d) A contraprestação da administração pública nos contratos de
parceria público-privada poderá ser realizada por ordem bancária,
cessão de créditos tributários e outorga de direitos sobre bens públicos
dominiais, entre outros meios previstos em lei.
e) A contratação de parceria público-privada deverá ser precedida de
licitação nas modalidades concorrência ou tomada de preços, estando a
abertura do processo licitatório condicionada a, entre outros requisitos,
autorização da autoridade competente lastreada em estudo técnico
acerca da conveniência e da oportunidade da licitação, observância de
limites de responsabilidade fiscal e ausência de vulneração às metas de
resultados fiscais.

(CESPE/ Analista - MEC/2014) “O Fundo de Manutenção e


Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais
da Educação (FUNDEB) assegura recursos constitucionalmente
vinculados para todas as etapas e modalidades da educação básica.
Pela primeira vez no país, ficam subvinculados recursos da União, dos
estados, do DF e dos municípios para o atendimento em creches e pré-
escolas.
A educação infantil no Brasil figurou uma trajetória histórica em que o
Estado formulou e estimulou uma política de atendimento baseada na
parceria com instituições privadas sem fins lucrativos, comunitárias,
filantrópicas e confessionais, principalmente no que diz respeito ao

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 112


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

atendimento de crianças de zero a três anos, como forma de não ficar


totalmente ausente desse atendimento.
Mesmo estando claro que a obrigação do Estado com a educação
infantil deve ser efetivada pela expansão da rede pública, o convênio
entre o poder público e instituições educacionais sem fins lucrativos foi,
e é, uma realidade que assegura, na maioria dos municípios, o
atendimento a um número significativo de crianças, em geral, da
população pobre e vulnerabilizada.
Orientações sobre convênios entre secretarias municipais de educação
e instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins
lucrativos para a oferta de educação infantil. Brasília: MEC, SEB, 2009
(com adaptações).
No que se refere ao assunto tratado no fragmento de texto acima,
julgue os itens subsequentes.”
103. A parceria público-privada é firmada mediante contrato
administrativo de concessão, na modalidade patrocinada ou
administrativa, o qual pode ter por objeto a prestação de serviço
público à população de forma desconcentrada, independentemente da
cobrança de tarifas aos usuários.

GABARITO

01.E 02.C 03.C 04.E 05.E 06.E 07.E 08.E

09.E 10.C 11.C 12.E 13.E 14.E 15.E 16.C

17.E 18.E 19.E 20.C 21.E 22.E 23.E 24.C

25.E 26.E 27.E 28.E 29.E 30.C 31.E 32.E

33.E 34.C 35.E 36.E 37.E 38.E 39.C 40.C

41.C 42.E 43.E 44.E 45.C 46.C 47.C 48.E

49.E 50.C 51.E 52.C 53.C 54.C 55.E 56.C

57.C 58.E 59.E 60.C 61.C 62.C 63.E 64.E

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 113


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

65.E 66.E 67.E 68.E 69.E 70.C 71.E 72.C

73.E 74.E 75.C 76.E 77.E 78.E 79.E 80.E

81.E 82.E 83.C 84.E 85.E 86.E 87.E 88.C

89.E 90.E 91.E 92.E 93.B 94.C 95.B 96.C

97.C 98.C 99.C 100.A 101.C 102.B 103.E

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 114


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

QUESTÕES COMENTADAS

01. (FCC∕Analista – CNMP∕2015) Em determinado Município, consórcio


de empresas privadas permissionário de serviços públicos de
transporte de passageiros passou a prestar os serviços de forma
deficiente, desrespeitando as condições determinadas pelo Poder
Concedente em relação à frota disponível, regularidade de viagens e
índices de conforto. O consórcio alegou que a tarifa cobrada dos
usuários, fixada pelo Poder Concedente, estaria defasada, sendo esta a
razão da deterioração da qualidade do serviço. De acordo com as
disposições legais aplicáveis, o Poder Concedente possui a prerrogativa
de
a) revogar a permissão, que possui caráter precário, e delegar a
prestação dos serviços a outro consórcio, mediante concessão ou
permissão, sempre com prévia licitação.
b) decretar a encampação, em face do reiterado descumprimento das
condições do contrato, retomando a prestação direta dos serviços.
c) decretar a caducidade do contrato, assumindo os serviços para
restabelecer as condições de regularidade e qualidade necessárias,
mediante prévia indenização ao consórcio.
d) decretar a intervenção na permissão, com vistas a apurar a efetiva
necessidade de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato.
e) rescindir a permissão, mediante prévia indenização pelos
investimentos não amortizados, descontadas as multas eventualmente
aplicadas ao consórcio.

Comentários
Inicialmente deve ficar claro que o enunciado fez menção expressa à
modalidade “permissão” de serviços públicos, portanto, devemos utilizar as
suas características e condições legais para responder à questão!
a) A Lei 8.987/1995, em seu art. 2º, IV, conceitua a permissão de serviço
público como “a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação
de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco”.
Por sua vez, o art. 40 do mesmo diploma legal dispõe que “a permissão
de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que
observará os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de
licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do
contrato pelo poder concedente”.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 115


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Ora, por se tratar de contrato de adesão, que possui caráter precário,


não restam dúvidas de que a Administração Pública pode revogar a permissão
e delegar a prestação dos serviços a outro consórcio, mediante concessão ou
permissão, sempre com prévia licitação. Assertiva correta.
b) Quando a concessionária (também aplicável aos permissionários)
descumprir cláusulas contratuais ou disposições legais ou regulamentares
concernentes à concessão, poderá ser declarada a caducidade e não a
encampação. Assertiva incorreta.
c) O art. 38, § 4º, da Lei 8.987/1995, dispõe que “instaurado o processo
administrativo e comprovada a inadimplência, a caducidade será declarada por
decreto do poder concedente, independentemente de indenização prévia,
calculada no decurso do processo”. Assertiva incorreta.
d) O poder concedente poderá intervir na concessão, com o fim de
assegurar a adequação na prestação do serviço, bem como o fiel cumprimento
das normas contratuais, regulamentares e legais pertinentes, conforme dispõe
o art. 32 da Lei 8.987/1995. Não há hipótese legal de intervenção para apurar
a necessidade de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato. Assertiva
incorreta.
e) Ao responder às questões de prova, lembre-se de que a expressão
“rescisão” deve ser utilizada para se referir às hipóteses de ruptura do contrato
em razão de descumprimento de suas cláusulas por parte da Administração
Pública. Ademais, deve ser promovida pelo particular, sempre mediante
autorização do Poder Judiciário. Assertiva incorreta.
Gabarito: Letra a.

02. (FCC∕Auditor de Controle Externo – TCM GO∕2015) Determinado


Município pretende ampliar a oferta de transporte coletivo aos
cidadãos, disponibilizando novas linhas de ônibus e modernizando a
frota existente. Uma das alternativas juridicamente possível para
atingir tal finalidade seria a outorga de
a) titularidade do serviço público de transporte de passageiros à
empresas privadas credenciadas, mediante autorização.
b) concessão, em caráter precário ou por prazo determinado, do serviço
público de transporte de passageiros à empresa privada.
c) permissão do serviço público de transporte de passageiros à
empresas privadas, sempre mediante prévio procedimento licitatório.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 116


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

d) permissão para a prestação de serviço público de transporte de


passageiros, com o pagamento, pelo poder concedente, dos valores
necessários à prestação do serviço.
e) titularidade do serviço público de transporte de passageiros a
consórcio de empresas privadas, mediante prévio procedimento
licitatório, para exploração mediante cobrança de tarifa dos usuários.

Comentários
a) Na descentralização por outorga, uma entidade política (União,
Estados, DF e Municípios) cria ou autoriza a criação, em ambos os casos
através de lei específica, de entidades administrativas (autarquias, fundações
públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista) que receberão a
titularidade e a responsabilidade pela execução de uma determinada
atividade administrativa.
Para responder às questões da FCC, lembre-se sempre de que a
titularidade de serviço público não pode ser transferida para particulares,
restringindo-se às entidades da Administração Pública. Apenas a execução da
atividade pode ser atribuída a particulares. Assertiva incorreta.
b) A concessão é realizada mediante contrato administrativo, portanto,
não possui caráter precário, característica presente nas permissões de
serviços públicos. Assertiva incorreta.
c) A Constituição Federal de 1988, em seu art. 30, V, afirma que compete
aos Municípios “organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão
ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de
transporte coletivo, que tem caráter essencial”.
Desse modo, não há impedimento à “outorga” (a expressão foi utilizada
pela banca sem qualquer critério técnico, pois você sabe que a outorga deve
ocorrer por meio de lei) de permissão do serviço público de transporte de
passageiros a empresas privadas, desde que mediante prévio procedimento
licitatório. Assertiva correta.
d) Ocorrendo a delegação do serviço de transporte coletivo urbano para
particulares, os usuários serão responsáveis pela remuneração da atividade,
mediante o pagamento de tarifa. Assertiva incorreta.
e) A titularidade de serviço público não pode ser transferida para
particulares, restringindo-se às entidades da Administração Pública. Apenas a
execução da atividade pode ser atribuída a particulares. Assertiva incorreta.
Gabarito: Letra c.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 117


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

03. (FCC∕Analista de Controle Externo – TCE GO∕2015) Analise as


seguintes proposições:
I. Os serviços públicos uti universi são estabelecidos pela
administração em observância a suas prioridades, conveniência e
recursos financeiros disponíveis.
II. Os serviços públicos uti singuli são prestados aos usuários
individualizados e criam direito subjetivo de prestação, permitindo ao
prejudicado, que reúna as condições técnicas necessárias, buscá-la
através da via judicial.
III. Os serviços públicos uti universi têm caráter geral e constituem
atividade típica do Poder Público e essencial para a coletividade,
devendo ser remunerados pelos seus usuários individuais beneficiados
através da instituição de taxa.
IV. Os serviços públicos uti singuli prestados por órgãos da
administração pública indireta ou por delegação a concessionários,
como previsto na Constituição Federal, são remunerados por tarifa,
aplicando-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de
prestação de serviços.
V. Devido ao relevante interesse coletivo, os serviços públicos referidos
pela Constituição Federal somente podem ser explorados de forma
direta pelo Poder Público, vedada a delegação a particulares.
É correto o que se afirma APENAS em
a) III e IV.
b) I, II e IV.
c) I e II.
d) II e IV.
e) II, III e V.

Comentários
Item I – A princípio, parece que a banca decidiu adotar o livro de José
dos Santos Carvalho Filho para elaborar a questão, pois os conceitos estão
muito próximos do que consta em seu manual.
Para o citado professor, serviços coletivos (uti universi) são aqueles
prestados a grupamentos indeterminados de indivíduos, de acordo com as
opções e prioridades da Administração, e em conformidade com os recursos de
que disponha. São exemplos os serviços de pavimentação de ruas, de
iluminação pública, de implantação do serviço de abastecimento de água, de
prevenção de doenças e outros do gênero. Assertiva correta.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 118


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Item II – José dos Santos Carvalho Filho afirma que os serviços


singulares (uti singuli) criam direito subjetivo quando o indivíduo se mostra em
condições técnicas de recebê-los. Se o serviço é prestado a outro que esteja na
mesma situação jurídica, pode o interessado pleitear que a prestação também o
alcance. A não ser assim, vulnerado estaria o princípio da impessoalidade (art.
37, CF). Ocorrendo a vulneração, poderá o prejudicado recorrer à via judicial
para reconhecimento de seu direito. Assertiva correta.
Item III – Somente os serviços específicos e divisíveis (uti singuli)
podem ser remunerados por meio de taxa, que é uma espécie de tributo
vinculado a uma contraprestação estatal, ou tarifa, que é preço público e
consiste numa cobrança, pelo Poder Público, que não tem natureza tributária,
podendo sofrer alteração, sem os rigores do regime tributário. Assertiva
incorreta.
Item IV – Os serviços públicos uti singuli são divisíveis e, portanto,
podem ser remunerados mediante a cobrança de taxa (espécie de tributo) ou
tarifa (preço público), mas nunca por impostos (que normalmente são
cobrados pela prestação de serviços que não podem ser mensuráveis em sua
utilização). Assertiva correta.
Item V - O artigo 175 da Constituição Federal de 1988 declara
expressamente que “incumbe ao poder público, na forma da lei, diretamente
ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a
prestação de serviços públicos”. Assertiva incorreta.
Gabarito: Letra b.

04. (FCC/Técnico Judiciário – TRT PB/2015) O conceito de serviço


público sofreu evolução desde a sua concepção original, comportando,
para sua definição, elemento subjetivo, objetivo e formal. O conceito
atualmente vigente, consagrado pela Constituição Federal e legislação
pátria, permite afirmar que
a) a prestação de serviços públicos por particulares é vedada quando se
trata de serviço de titularidade do Estado.
b) serviços públicos próprios ou exclusivos pressupõem a titularidade
do Estado, admitindo, contudo, a prestação por particulares mediante
concessão ou permissão.
c) apenas mediante o instituto da concessão, condicionada à prévia
licitação, admite-se a prestação de serviço público por particulares.
d) o instituto da concessão transfere ao particular a titularidade do
serviço público, enquanto a permissão outorga apenas a sua execução.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 119


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

e) os serviços públicos não exclusivos de Estado, ou impróprios, tais


como saúde e educação, podem ser explorados por particulares
mediante concessão.

Comentários
a) Ainda que o serviço público seja de titularidade do Estado, não há
vedação expressa à sua delegação, salvo quando se tratar de serviço público
exclusivo, a exemplo da atividade jurisdicional. Assertiva incorreta.
b) A professora Maria Sylvia Zanela di Pietro afirma que serviços públicos
próprios são aqueles que visam à satisfação de necessidades coletivas e que
são executados diretamente pelo Estado (através de seus órgãos e agentes),
a exemplo do Judiciário, ou indiretamente, através de delegação a
particulares (concessionários ou permissionários). Assertiva correta.
c) O artigo 175 da Constituição Federal de 1988 declara expressamente
que “incumbe ao poder público, na forma da lei, diretamente ou sob regime
de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de
serviços públicos”. Assertiva incorreta.
d) Tanto a concessão quanto a permissão de serviços públicos
transferem ao particular apenas a execução da atividade, jamais a sua
titularidade, que deve ser mantida pelo Poder Público. Assertiva incorreta.
e) Os serviços públicos impróprios também visam à satisfação de
necessidades coletivas, mas não são executados ou assumidos pelo Estado,
seja direta ou indiretamente. Neste caso, o Estado somente autoriza,
regulamenta e fiscaliza esses serviços, não necessitando de licitação prévia.
São atividades privadas, mas, em virtude de atenderem necessidades
coletivas, exigem uma maior atenção por parte do Estado, a exemplo dos
serviços de seguro e previdência privada (incisos I e II, do artigo 192, da
CF/1988).
Gabarito: Letra b.

05. (FCC/Técnico Judiciário TJPE/2012) Os serviços de preservação da


saúde pública e os de polícia, dentre outros, são considerados serviços
a) públicos ou impróprios do Estado e também administrativos.
b) de utilidade pública, assim como impróprios do Estado ou uti singuli.
c) públicos, assim como próprios do Estado ou uti universi.
d) públicos ou semi-comerciais e também administrativos.
e) de utilidade pública, e também próprios do Estado ou uti singuli.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 120


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Comentários
Para Hely Lopes Meirelles, serviços públicos próprios “são aqueles que
se relacionam intimamente com as atribuições do Poder Público (segurança,
polícia, higiene e saúde públicas) e para a execução dos quais a
Administração usa de sua supremacia sobre os administrados. Por essa razão só
devem ser prestados por órgãos ou entidades públicas sem delegação aos
particulares”.
Por outro lado, serviços uti universi são aqueles prestados
indiscriminadamente à população, possuindo um número indeterminado e
indetermináveis de usuários. Nesse caso, os serviços são indivisíveis, não
sendo possível mensurar quais são os usuários que estão sendo beneficiados ou
quanto cada usuário está utilizando do serviço prestado.
Analisando-se as alternativas apresentadas, constata-se que somente a
letra “c” complementa corretamente o texto da questão.
GABARITO: LETRA C.

06. (FCC/Analista Judiciário TRT 11ª Região/2012) O Município de


Manaus, ao prestar determinado serviço público aos seus munícipes,
estabelece tarifas diferenciadas aos respectivos usuários do serviço. Tal
conduta
a) é possível em algumas hipóteses como, por exemplo, o
estabelecimento de tarifas reduzidas para usuários de menor poder
aquisitivo.
b) não é possível, pois a adoção de tarifas diferenciadas sempre
implicará em distinção de caráter pessoal.
c) é possível, sendo vedada, no entanto, a isenção de tarifas, sob pena
de implicar em afronta ao princípio da razoabilidade.
d) não é possível, por violar o princípio da modicidade.
e) é possível, ainda que os usuários tenham as mesmas condições
técnicas e jurídicas para a fruição do serviço público.

Comentários
Segundo o professor José dos Santos Carvalho Filho, “o princípio da
generalidade apresenta-se com dupla faceta. Significa, de um lado, que os
serviços públicos devem ser prestados com a maior amplitude possível, vale
dizer, deve beneficiar o maior número possível de indivíduos”.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 121


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Por outro lado, afirma o eminente professor, “é preciso dar relevo


também ao outro sentido, que é o de serem eles prestados sem discriminação
entre os beneficiários, quando tenham estes as mesmas condições
técnicas e jurídicas para a fruição. Cuida-se da aplicação do princípio da
isonomia ou, mais especificamente, da impessoalidade (art. 37, CF)”.
Todavia, é importante destacar que a Lei 8.987/1995, em seu art. 13,
preceitua que “as tarifas poderão ser diferenciadas em função das
características técnicas e dos custos específicos provenientes do atendimento
aos distintos segmentos de usuários”.
GABARITO: LETRA A.

07. (FCC/Analista de Controle TCE-PR/2013) No curso de contrato de


concessão de serviços públicos, a concessionária passou a prestar os
serviços de maneira deficiente, deixando de atender às normas,
critérios, indicadores e parâmetros definidores da qualidade dos
serviços. Diante deste cenário, o poder concedente
a) está autorizado a proceder à encampação do serviço,
independentemente de prévia autorização legislativa.
b) poderá decretar a caducidade da concessão, precedida de processo
administrativo para verificação da inadimplência da concessionária,
assegurado o direito de ampla defesa.
c) poderá decretar a caducidade da concessão, condicionada ao prévio
procedimento de intervenção e quando deste não resultar a
regularização da prestação dos serviços.
d) deverá aplicar as multas previstas no contrato de concessão,
podendo declarar a caducidade apenas na hipótese de não pagamento
das mesmas pela concessionária.
e) poderá declarar a caducidade da concessão ou proceder à
encampação do serviço, em decorrência do inadimplemento da
concessionária, mediante prévio procedimento administrativo.

Comentários
O inadimplemento ou adimplemento defeituoso por parte da
concessionária pode ensejar a extinção da concessão antes do termo final
estabelecido no contrato. A essa causa de extinção a própria lei denomina
caducidade.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 122


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

É de competência da própria Administração, discricionariamente,


verificar se o inadimplemento (que pode ser total ou parcial) é suficiente para
causar, ou não, a extinção da concessão.
A declaração da caducidade da concessão deverá ser precedida da
verificação da inadimplência da concessionária em processo administrativo,
assegurado o direito de ampla defesa. Entretanto, antes da instauração do
processo administrativo, deverá ser obrigatoriamente comunicado à
concessionária os possíveis descumprimentos de cláusulas contratuais, sendo
concedido um prazo para corrigir as falhas e transgressões apontadas.
Não efetuadas as devidas correções, será então instaurado o processo
administrativo e, após o seu término, a caducidade será declarada por decreto
do poder concedente, independentemente de indenização prévia, calculada
no decurso do processo.
Declarada a caducidade, não resultará para o poder concedente qualquer
espécie de responsabilidade em relação aos encargos, ônus, obrigações ou
compromissos com terceiros ou com empregados da concessionária.
A caducidade poderá ser decretada, discricionariamente, quando ocorrer
qualquer uma das seguintes hipóteses (art. 38, § 1º, da Lei 8.987/95):
1ª) o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou deficiente,
tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâmetros definidores
da qualidade do serviço;
2ª) a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou disposições
legais ou regulamentares concernentes à concessão;
3ª) a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tanto,
ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força maior;
4ª) a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou
operacionais para manter a adequada prestação do serviço concedido;
5ª) a concessionária não cumprir as penalidades impostas por infrações,
nos devidos prazos;
6ª) a concessionária não atender a intimação do poder concedente no
sentido de regularizar a prestação do serviço;
7ª) a concessionária não atender a intimação do poder concedente para,
em 180 (cento e oitenta) dias, apresentar a documentação relativa a
regularidade fiscal, no curso da concessão, na forma do art. 29 da Lei nº
8.666, de 21 de junho de 1993.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 123


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

GABARITO: LETRA B.

08. (Especialista em Políticas/Estado de SP 2009/FCC) É característico


do regime jurídico dos serviços públicos a
(A) inexigibilidade de licitação para sua execução.
(B) sua fruição gratuita e a proibição de lucro para quem os executa.
(C) vedação para finalidade de desenvolvimento de atividade comercial
ou industrial.
(D) continuidade de sua prestação e a igualdade de tratamento entre os
usuários.
(E) prestação exclusiva pelo Estado e a finalidade de interesse social.

Comentários
(A) O art. 175 da CF/88 dispõe que incumbe ao Poder Público, na forma
da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre
através de licitação, a prestação de serviços públicos. Desse modo, o texto da
assertiva deve ser considerado incorreto.
(B) Um dos princípios que rege a execução dos serviços públicos é o da
modicidade, que impõe a necessidade de que os serviços sejam oferecidos a
preços justos, de forma que permita a fruição por parte de todos os usuários e,
ainda, garanta retribuição financeira do seu prestador.
Não existe nenhum impedimento legal ao fato de que a prestação de
serviços públicos gere lucro para o concessionário executor, porém, deve ser
garantida a qualidade e a abrangência do serviço. Assertiva incorreta.
(C) A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro classifica os serviços
públicos, quanto ao objeto, em administrativos, comerciais ou industriais e
sociais.
Serviço público comercial ou industrial é aquele que a Administração
Pública executa, direta ou indiretamente, para atender às necessidades
coletivas de ordem econômica, dividindo-se em três tipos:
1º - aquele que é reservado à iniciativa privada pelo artigo 173 da
Constituição e que o Estado só pode executar por motivo de segurança nacional
ou relevante interesse coletivo;

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 124


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

2º - aquele que é considerado atividade econômica, mas que o Estado


assume em caráter de monopólio, como é o caso da exploração de petróleo,
minas e minérios e minerais nucleares (arts. 176 e 177 da Constituição);
3º - aquele que é assumido pelo Estado como serviço público e que tem
fundamento no art. 175 da CF/88 (este corresponde aos serviços públicos
comerciais e industriais do Estado).
Diante dos ensinamentos da professora Di Pietro, fica claro que o texto da
assertiva está incorreto.
(D) A continuidade de sua prestação e a igualdade de tratamento
entre os usuários realmente são duas características marcantes do regime de
execução dos serviços públicos, o que torna a assertiva correta.
No primeiro caso, impõe-se a necessidade de que os serviços sejam
prestados sem interrupções ou interferências que prejudiquem a fruição por
parte dos administrados, salvo nas hipóteses expressamente autorizadas em
lei. No segundo caso, impõe-se que os serviços públicos sejam prestados a
todos os interessados, sem qualquer distinção de caráter pessoal.
(E) Os serviços públicos podem ser executados diretamente pelo
Estado, através de sua própria estrutura administrativa, ou indiretamente,
através de pessoas jurídicas regidas pelo direito privado, a exemplo dos
concessionários e permissionários de serviços públicos. Assertiva incorreta.

GABARITO: LETRA D.

09. (Analista do Ministério Público/MPE SE 2009/FCC) É modalidade de


transferência da execução de serviço público a particulares,
caracterizada pela contratualidade e pela possibilidade de revogação
unilateral pelo poder concedente, a
(A) encampação.
(B) autorização.
(C) permissão.
(D) reversão.
(E) delegação.
Comentários

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 125


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

O texto constitucional se refere expressamente, em seu art. 175, a duas


modalidades básicas de delegação de serviços públicos: concessão e
permissão.

O art. 2º da Lei 8.987/95 define a concessão de serviço público como


a delegação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de
concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo
determinado. Por outro lado, a permissão de serviço público é definida como a
delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços
públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.
Dentre as duas modalidades apresentadas, perceba que somente a
permissão é delegada a título precário, o que permite a sua revogação,
pelo poder concedente, a qualquer momento.
GABARITO: LETRA C.

10. (Técnico Superior de Procuradoria/PGE RJ 2009/FCC) Os serviços


públicos podem ser classificados como
(A) concedidos, quando outorgados por lei a outrem, que deve executá-
los em nome do Estado que mantém a sua titularidade.
(B) impróprios, quando o Estado os assume como seus e os executa
indiretamente.
(C) outorgados, quando o Estado transfere, por contrato ou ato
unilateral, unicamente a execução dos serviços.
(D) delegados, quando o Estado os transfere por lei, criando uma
entidade para executá-los.
(E) próprios, quando o Estado os assume como seus e os executa,
direta ou indiretamente.
Comentários
São várias as classificações apresentadas pelos doutrinadores brasileiros
em relação aos serviços públicos. Em regra, a Fundação Carlos Chagas
costuma cobrar em suas provas a classificação elaborada pela professora Maria
Sylvia Zanella di Pietro, e, em alguns casos, também a do professor Hely Lopes
Meirelles.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 126


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

A professora Di Pietro, citando vários autores, informa que os serviços


públicos podem ser classificados, entre outras, em próprios e impróprios.
Serviços próprios são aqueles que, atendendo a necessidades coletivas, o
Estado assume como seus e os executa diretamente (por meio de seus
agentes) ou indiretamente (por meio de concessionários e permissionários).
Por outro lado, serviços públicos impróprios são os que, embora atendendo
também a necessidades coletivas, como os anteriores, não são assumidos nem
executados pelo Estado, seja direta ou indiretamente, mas apenas por ele
autorizados, regulamentados e fiscalizados; eles correspondem a
atividades privadas e recebem impropriamente o nome de serviços públicos,
porque atendem a necessidades de interesse geral.
GABARITO: LETRA E.

11. (Técnico Superior de Procuradoria/PGE RJ 2009/FCC) A retomada


da execução do serviço pelo poder concedente, quando a concessão se
revelar contrária ao interesse público, antes do prazo estabelecido,
denomina-se
(A) reversão, sem pagamento de indenização ao concessionário.
(B) concessão patrocinada, na qual mais de 70% da remuneração é
paga pela Administração.
(C) encampação, fazendo jus o concessionário ao ressarcimento dos
prejuízos regularmente comprovados.
(D) concessão administrativa, na qual a remuneração pode ser
exclusivamente por contraprestação de natureza não pecuniária.
(E) caducidade, indenizando-se apenas a parcela não amortizada do
capital.
Comentários
A possibilidade de retomada do serviço pelo poder concedente durante o
prazo da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei
autorizativa específica e após prévio pagamento de indenização, denomina-se
encampação. Tal prerrogativa está prevista expressamente no art. 37 da Lei
8.987/95, e, portanto, deve ser considerada correta a letra “C”.
Analisemos as demais assertivas:
(A) O texto desta assertiva está incorreto, pois reversão é a extinção
natural do contrato, após ter atingido o seu prazo de duração. Deve ser
formalizada com a indenização das parcelas dos investimentos vinculados a
bens reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tenham sido
realizados com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade do serviço
concedido. Assertiva incorreta.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 127


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

(B) Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de


obras públicas que envolve, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários,
contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.
Assertiva incorreta.
(D) Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de
que a Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que
envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens. Assertiva
incorreta.
(E) A caducidade ocorre quando a concessão é extinta em virtude de
inadimplemento ou adimplemento defeituoso por parte da concessionária.
Assertiva incorreta.
GABARITO: LETRA C.

12. (Assessor Jurídico/TCE PI 2009/FCC) Na concessão comum de


serviços públicos,
(A) a responsabilidade civil por danos causados aos usuários dos
serviços será objetiva, mesmo sendo a concessionária pessoa jurídica
de direito privado.
(B) as desapropriações eventualmente necessárias à prestação do
serviço público pela concessionária deverão ser promovidas pelo poder
concedente.
(C) se aplica amplamente a regra da exceptio non adimleti contractus
(exceção do contrato não cumprido), em favor da concessionária.
(D) não é aplicável o instituto da reversão de bens, com fundamento no
princípio da continuidade do serviço público.
(E) a encampação é definida legalmente como o modo de extinção da
concessão em razão da inexecução do contrato por parte da
concessionária.
Comentários
(A) Nos termos do § 6º do art. 37 da CF/88, a responsabilidade civil das
pessoas jurídicas prestadoras de serviços públicos, independentemente do
regime jurídico adotado (direito público ou privado), será de natureza
objetiva em relação aos danos causados a terceiros pelos seus agentes.
Assertiva correta.
(B) Em regra, a declaração de desapropriação é realizada pela União,
Estados, Municípios e Distrito Federal. Todavia, a promoção da
desapropriação, isto é, a competência para providenciar todas as medidas e
exercer todas as atividades que venham a conduzir à efetiva transferência da

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 128


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

propriedade pode ser outorgada às entidades da Administração Indireta


(autarquias, empresas públicas, fundações públicas e sociedades de economia
mista) e aos concessionários e permissionários de serviços públicos, o que torna
a assertiva incorreta.
(C) Atualmente, tanto a doutrina quanto a jurisprudência têm admitido a
utilização, pelo particular, da exceptio non adimleti contractus (exceção do
contrato não cumprido) em face da Administração.
Entretanto, essa prerrogativa não pode ser utilizada amplamente, pois
existem restrições legais. O inc. XV do art. 78 da Lei 8.666/93, por exemplo,
permite que o contratado suspenda a execução dos serviços no caso de atraso
dos pagamentos devidos, mas somente se este for superior a 90 (noventa)
dias. Isso significa que antes dos 90 (noventa) dias de atraso nos pagamentos,
o particular não pode alegar a cláusula de “exceção do contrato não cumprido”
para deixar de prestar o serviço para a Administração. Assertiva incorreta.
(D) Os professores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino afirmam que com
o advento do termo contratual, retornam à Administração os bens de sua
propriedade e os bens vinculados ao serviço que se encontravam em posse do
concessionário. Tais bens, ditos bens reversíveis, pois, extinta a concessão,
revertem ao Poder Concedente, devem estar especificados no contrato de
concessão, sendo esta uma das cláusulas essenciais do contrato (art. 23, X).
Assertiva incorreta.
(E) O art. 37 da Lei 8.987/95 define a encampação como a retomada do
serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de
interesse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio
pagamento da indenização, o que torna a assertiva incorreta. É a caducidade
que se origina em razão da inexecução do contrato por parte da concessionária.
GABARITO: LETRA A.

13. (Assessor Jurídico/TCE PI 2009/FCC) Com base nas contribuições


doutrinárias em matéria de serviços públicos, classifica-se o serviço de
saúde, quanto ao objeto, como serviço público
(A) próprio.
(B) não exclusivo.
(C) uti singuli.
(D) administrativo.
(E) social.
Comentários

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 129


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Analisando-se as classificações formuladas pelos principais doutrinadores


brasileiros, conclui-se que o serviço de saúde pode ser incluído na categoria dos
serviços públicos sociais.

O professor José dos Santos Carvalho Filho afirma que serviços sociais
são os que o Estado executa para atender aos reclamos sociais básicos e
representam ou uma atividade propiciadora de comodidade relevante, ou
serviços assistenciais e protetivos. Evidentemente, tais serviços, em regra, são
deficitários, e o Estado os financia através de recursos obtidos junto à
comunidade, sobretudo pela arrecadação de tributos. Estão nesse caso os
serviços de assistência à criança de ao adolescente; assistência médica e
hospitalar; assistência educacional; apoio a regiões menos favorecidas;
assistência a comunidades carentes etc.
GABARITO: LETRA E.

14. (Analista Judiciária/TRT 18ª Região 2013/FCC) Explorar


diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás
canalizado; organizar e prestar, diretamente ou sob regime de
concessão ou permissão os serviços de transporte coletivo; promover,
no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante
planejamento e controle do uso, parcelamento e da ocupação do solo
urbano, são serviços públicos de competência, respectivamente,
(A) a União, do Estado e do Município.
(B) do Estado; do Município e do Município.
(C) do Estado; do Estado e do Município.
(D) do Município; do Estado e do Estado.
(E) do Município, do Estado e da União.

Comentários
O § 2º do art. 25 da CF/88 dispõe que compete “aos Estados explorar
diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na
forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua
regulamentação”.
De outro lado, o art. 30 prevê a competência dos Municípios para
“organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os
serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que
tem caráter essencial (inc. V)” e, ainda, para “promover, no que couber,

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 130


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso,


do parcelamento e da ocupação do solo urbano (inc. VIII)”.

GABARITO: LETRA B.
15. (Assistente de Promotoria/MPE RS 2011/FCC) Em matéria de
serviço público, é correto afirmar:
(A) sua execução, em regra, não pode ser objeto de permissão ou
autorização.
(B) pode ser criado por decreto ou portaria administrativa.
(C) a sua prestação é sempre incumbência do Estado.
(D) a possibilidade de execução indireta, independe da natureza do
serviço.
(E) serviço de utilidade pública é sinônimo de serviço público.

Comentários
(A) Ao contrário do que consta no texto da assertiva, os serviços públicos
podem ser executados por particulares, mediante concessão, permissão ou
autorização do poder público. Assertiva incorreta.
(B) Serviços públicos não podem ser criados por decreto ou portaria
administrativa, conforme incorretamente afirmado. Na verdade, o texto da
assertiva está um pouco sem sentido, tendo sido incluído apenas para confundir
o candidato.
Ao responder às questões de prova, lembre-se sempre de que “no Brasil,
a atividade em si não permite decidirmos se um serviço é ou não público, uma
vez que há atividades essenciais, como a educação, que são exploradas por
particulares sem regime de delegação, e há serviços totalmente dispensáveis, a
exemplo das loterias, que são prestados pelo Estado como serviço público”,
conforme nos informam os professores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino.
(C) O art. 175 da CF/88 é expresso ao afirmar que incumbe ao Poder
Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Assertiva correta.
(D) Existem alguns serviços públicos que são de execução exclusiva do
Estado, e, portanto, não podem ser delegados a terceiros. A título de exemplo,
cita-se o serviço postal e o correio aéreo nacional (art. 21, X), o serviço de gás
(art. 25, § 2º), entre outros. Assertiva incorreta.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 131


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

(E) A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro afirma que particulares


podem exercer atividades de interesse geral, mas há dois aspectos a
considerar: um é o fato de raramente ser esse o seu objetivo primordial, pois o
que move o particular é em regra o seu próprio interesse; outro aspecto é o
fato de não ser suficiente o objetivo de interesse público para caracterizar o
serviço público, pois é necessário que a lei atribua esse objetivo ao Estado.
Dessa forma, afirma a professora que é correta a afirmação de que “todo
serviço público visa atender a necessidades públicas, mas nem toda
atividade de interesse público é serviço público”. Assertiva incorreta.
GABARITO: LETRA C.

16. (Assessor - Administração/MPE RS 2008/FCC) Em relação às


formas e meios de prestação de serviço público, é correto afirmar:
(A) Na denominação genérica de empresas estatais não se incluem as
sociedades de economia mista.
(B) Ocorre delegação quando o Estado cria uma entidade e a ela
transfere, por lei, determinado serviço público ou de utilidade pública.
(C) As autarquias são entes administrativos autônomos criados por lei
específica, porém sem personalidade jurídica.
(D) Serviço desconcentrado é todo aquele que a Administração executa
centralizadamente, mas o distribui entre vários órgãos da mesma
entidade.
(E) As fundações prestam-se, principalmente, à realização de
atividades lucrativas e típicas do Poder Público, mas de interesse
coletivo.
Comentários
(A) A expressão “empresas estatais” é utilizada para se referir tanto às
empresas públicas quanto às sociedades de economia mista, o que torna a
assertiva incorreta.
(B) No âmbito do Direito Administrativo, a centralização ocorre quando
a União, Estados, Distrito Federal e Municípios exercem diretamente, em face
dos beneficiários, as atividades administrativas que estão em suas respectivas
competências, sem interferência de outras pessoas físicas ou jurídicas. Nesse
caso, além de o ente estatal ser o titular da função administrativa, ainda será
o responsável pela execução de tal atividade através de seus órgãos públicos.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 132


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Por outro lado, ocorre a descentralização administrativa quando um


ente estatal (União, Estados, DF e Municípios) transfere a outra pessoa,
pública ou privada, o exercício de uma determinada atividade administrativa.
Nesse caso, a função administrativa não será executada por órgãos públicos,
mas por outra pessoa jurídica, com personalidade jurídica distinta do ente
estatal que transferiu a execução da função administrativa.
São várias as espécies de descentralização, mas, na delegação, uma
entidade política (União, Estados, DF e Municípios) ou administrativa,
através de contrato administrativo ou ato unilateral, transfere o exercício
de determinada atividade administrativa a uma pessoa física ou jurídica, que
já atuava anteriormente no mercado.
Quando o Estado cria uma entidade e a ela transfere, por lei,
determinado serviço público ou de utilidade pública, ocorre a outorga e não a
delegação. Assertiva incorreta.
(C) As autarquias realmente são criadas através de lei específica, que, ao
contrário do que foi afirmado na assertiva, será responsável por garantir-lhes
personalidade jurídica.
Lembre-se sempre de que todas as entidades integrantes da
Administração Pública indireta possuem personalidade jurídica (autarquias,
empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas),
característica que não se verifica, por exemplo, nos órgãos públicos. Assertiva
incorreta.
(D) A desconcentração nada mais é do que a distribuição interna de
competências dentro de uma mesma pessoa jurídica. Trata-se da criação de
órgãos públicos, integrantes de uma mesma estrutura hierarquizada, criada
com o objetivo de tornar mais eficiente a execução das finalidades
administrativas previstas em lei, a exemplo dos serviços públicos. Assertiva
correta.
(E) O Decreto-Lei 200/67, em seu art. 5º, inc. IV, define fundação
pública como “a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado,
sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o
desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou
entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio
gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por
recursos da União e de outras fontes”.
Apesar de o texto do Decreto-Lei 200/67 ser expresso ao afirmar que as
fundações públicas são regidas pelo direito privado, lembre-se de que o
Supremo Tribunal Federal possui entendimento no sentido de que essas

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 133


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

entidades também podem ser regidas pelo direito público, hipótese na qual
gozarão das mesmas prerrogativas asseguradas às autarquias. Assertiva
incorreta.

GABARITO: LETRA D.
17. (FCC/Agente de Fiscalização TCE-SP/2012) De acordo com a
Constituição Federal, a prestação de serviço público por particular é
a) vedada, em qualquer hipótese.
b) permitida, apenas quando se tratar de serviço não essencial,
passível de cobrança de tarifa.
c) possível, apenas para aqueles serviços de titularidade não exclusiva
de Estado.
d) vedada, exceto quando contar com autorização legislativa específica.
e) permitida, na forma da lei, mediante concessão ou permissão,
precedida de licitação.

Comentários
O art. 175 da Constituição Federal dispõe que incumbe ao Poder Público,
na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão,
sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.
Nesses termos, não restam dúvidas de que particulares podem prestar
serviços públicos na condição de concessionários ou permissionários, após
regular processo licitatório.
GABARITO: LETRA E.

18. (FCC/Técnico do Seguro Social INSS/2012) Em relação à extinção


do contrato de concessão é correto afirmar que
a) caducidade é a resilição unilateral antes de findo o prazo de
concessão, que se consubstancia na retomada do serviço pelo poder
concedente por razões de interesse público.
b) reversão é a resilição unilateral da concessão que se consubstancia
na retomada do serviço pelo poder concedente por razões de interesse
público.
c) encampação é a extinção unilateral da concessão por motivo de
inadimplemento contratual, não cabendo, portanto, indenização ao
concessionário pelos prejuízos que sofrer.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 134


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

d) reversão é a rescisão unilateral da concessão por motivo de


inadimplemento contratual do concessionário, cabendo indenização
pela interrupção do contrato antes de findo seu prazo.
e) encampação é a retomada do serviço pelo poder concedente por
razões de interesse público, durante o prazo de concessão, mediante lei
autorizativa específica.
Comentários
a) Errado. O texto da assertiva está se referindo à encampação, que se
caracteriza como a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo
da concessão, por motivo de interesse público superveniente, mediante lei
autorizativa específica e após prévio pagamento da indenização.
b) Errado. A reversão ocorre com a extinção automática da
concessão ao término do prazo estabelecido no contrato. Nesse caso, a
assunção independe de qualquer previsão editalícia ou contratual, uma vez que
está expressamente determinada pelo § 2º do artigo 35 da Lei 8.987/95.
c) Errado. A extinção unilateral da concessão por motivo de
inadimplemento contratual é denominada de caducidade. Declarada a
caducidade, não resultará para o poder concedente qualquer espécie de
responsabilidade em relação aos encargos, ônus, obrigações ou compromissos
com terceiros ou com empregados da concessionária.
d) Errado. O texto da assertiva está se referindo à caducidade. Ademais,
não há obrigatoriedade de pagamento de indenização pelo ente concedente
(Poder Público).
e) Correto. O texto da assertiva simplesmente reproduziu o teor do art.
37 da Lei 8.987/1995, que é expresso ao afirmar que se considera
encampação “a retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo
da concessão, por motivo de interesse público, mediante lei autorizativa
específica e após prévio pagamento da indenização”.

GABARITO: LETRA E.

19. (FCC/Analista de Controle Externo TCE-AP/2012) A propósito dos


elementos definidores e traços característicos dos serviços públicos, é
correto afirmar:

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 135


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

a) Independem de definição por lei, podendo ser de titularidade do


poder público, quando de natureza não econômica, ou privada, quando
passíveis de exploração mediante concessão ou permissão.
b) São definidos por lei e de titularidade pública ou privada, conforme
sua natureza essencial ou econômica.
c) Independem de definição por lei, bastando sua ca- racterização como
atividade essencial, de titularidade exclusiva do poder público.
d) São definidos por lei e de titularidade do poder público, que pode
prestá-los diretamente ou sob o regime de concessão ou permissão.
e) São definidos em lei como obrigação do poder público e direito dos
cidadãos, devendo ser prestados de forma universal e
independentemente de cobrança de tarifa.

Comentários
A Escola Formalista, corrente adotada no Brasil, defende o
entendimento de que não é possível definir um serviço como público pela
atividade em si, pois existem atividades essenciais, como a saúde, que quando
prestadas por particulares não podem ser consideradas serviço público. Sendo
assim, para que um serviço seja considerado público, é necessário que a lei ou
o texto constitucional o defina como tal.
Ademais, os serviços públicos devem permanecer sob a titularidade do
Poder Público, que pode delegar a sua execução para particulares, que os
prestarão sob o regime de concessão ou permissão.
GABARITO: LETRA D.

20. (FCC/Oficial de Justiça TJPE/2012) No que se refere às formas e


meios de prestação do serviço público ou de utilidade pública, é
INCORRETO afirmar que
a) serviço centralizado é todo aquele em que o Poder Público presta por
seus próprios órgãos em seu nome e sob sua exclusiva
responsabilidade.
b) ocorre a outorga quando o Estado transfere, por contrato,
unicamente a execução do serviço, para que o outorgado preste-o ao
público em seu nome, por conta e risco, nas condições regulamentares
e sob controle estatal.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 136


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

c) serviço desconcentrado é todo aquele que a Administração executa


centralizadamente, mas o distribui entre vários órgãos da mesma
entidade, para facilitar sua realização e obtenção pelos usuários.
d) serviço descentralizado é todo aquele que o Poder Público transfere
sua titularidade ou, simplesmente, sua execução, por outorga ou
delegação, a consórcios públicos, autarquias e empresas privadas,
dentre outras.
e) a execução direta do serviço ocorre sempre que o encarregado de
seu oferecimento ao público o realiza pessoalmente, ou por seus
órgãos, ou por prepostos (não por terceiros contratados).
Comentários
a) Corrreto. Sob o enfoque do Direito Administrativo, a “centralização”
ocorre quando a União, Estados, Distrito Federal e Municípios exercem
diretamente, em face dos beneficiários, serviços públicos que estão em suas
respectivas competências, sem interferência de outras pessoas físicas ou
jurídicas.
Nesse caso, além de o ente estatal ser o titular da função administrativa,
ainda será o responsável pela execução de tal atividade, que ocorrerá através
de seus respectivos órgãos e agentes públicos.
b) Errado. Na descentralização por outorga, uma entidade política
(União, Estados, DF e Municípios) cria ou autoriza a criação, em ambos os
casos através de lei específica, de entidades administrativas (autarquias,
fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista) que
receberão a titularidade e a responsabilidade pela execução de uma
determinada atividade administrativa. Perceba que o texto da assertiva afirmou
que a outorga se processa através de “contrato”, o que não é verdade.
c) Correto. A desconcentração nada mais é que a distribuição interna
de competências dentro de uma mesma pessoa jurídica. Trata-se da criação de
órgãos públicos que fazem parte de uma mesma estrutura, hierarquizada,
criada com o objetivo de tornar mais ágil e eficiente a prestação de serviços
públicos.
d) Correto. A “descentralização administrativa” quando um ente
estatal (União, Estados, DF e Municípios) transfere a outra pessoa, pública ou
privada, a prestação de determinado serviço público ou atividade
administrativa. Nesse caso, o serviço público não será prestado por órgãos
públicos, mas por outra pessoa jurídica, com personalidade jurídica distinta do
ente estatal que transferiu a execução da função administrativa.
e) Correto. Nesse caso, estará configurada a centralização da prestação
de serviços públicos.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 137


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

GABARITO: LETRA B.

21. (FCC/Procurador TCE-SP/2011) A caracterização de uma atividade


como serviço público exige
a) a execução direta por parte do Poder Público.
b) a submissão a regime integralmente público, por meio de concessão
ou permissão.
c) sua definição em ato administrativo do Poder Público que delegar
sua execução.
d) gestão direta do Poder Público sobre a atividade delegada a
particular.
e) previsão em lei, passível de delegação de sua execução material.

Comentários
A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro, de forma bastante elucidativa,
apresenta algumas conclusões acerca do conceito de serviço público:
“1. a noção de serviço público não permaneceu estática no tempo; houve
uma ampliação na sua abrangência, para incluir atividades de natureza
comercial, industrial e social;
2. é o Estado, por meio da lei, que escolhe quais as atividades que, em
determinado momento, são consideradas serviços públicos; no Direito
brasileiro, a própria Constituição faz essa indicação nos artigos 21, incisos
X, XI, XII, XV E XXIII, e 25, § 2o, alterados, respectivamente, pelas
Emendas Constitucionais 8 e 5, de 1995; isso exclui a possibilidade de
distinguir, mediante critérios objetivos, o serviço público da atividade
privada; esta permanecerá como tal enquanto o Estado não assumir como
própria;
3. daí outra conclusão: o serviço público varia não só no tempo, como
também no espaço, pois depende da legislação de cada país a maior ou
menor abrangência das atividades definidas como serviços públicos (...)”
GABARITO: LETRA E.

22. (FCC/Analista Judiciário TRT 20ª Região/2012) NÃO constitui


característica da concessão de serviço público:
a) delegação contratual da execução do serviço.
b) necessidade de licitação.
c) responsabilidade subjetiva do concessionário.
d) permanecer o Poder Público sempre com a titularidade do serviço.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 138


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

e) contratação intuitu personae.

Comentários
A concessão é a forma mais complexa de delegação de serviços
públicos, geralmente utilizada em atividades que exigem alto investimento
financeiro. Sendo assim, as formalidades para a sua implementação são
diferentes da permissão e, principalmente, da autorização.
A definição de concessão está prevista no próprio texto legal, mais
precisamente no artigo 2º da Lei 8.987/95, que é expresso ao afirmar que se
trata de “delegação da prestação de serviço público, feita pelo poder
concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa
jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu
desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado”.
Por se tratar de contrato administrativo, a concessão também possui
caráter intuitu personae, o que significa que a Administração Pública levou
em conta certos requisitos ou exigências antes de escolher o particular com
quem contratar. Assim, o contratado, em regra, não poderá transferir para
terceiros a responsabilidade pela execução do objeto contratual, sob pena de
rescisão do contrato.
Analisando-se os comentários apresentados, constata-se que somente a
letra “c” não apresenta uma característica da concessão de serviço público,
pois, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição Federal, as pessoas jurídicas
de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos
responderão objetivamente pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
nos casos de dolo ou culpa.
GABARITO: LETRA C.

23. (FCC/Técnico Judiciário TRT 20ª Região/2012) O serviço público


não é passível de interrupção ou suspensão afetando o direito de seus
usuários, pela própria importância que ele se apresenta, devendo ser
colocado à disposição do usuário com qualidade e regularidade, assim
como com eficiência e oportunidade. Trata-se do princípio fundamental
dos serviços públicos denominado
a) impessoalidade.
b) mutabilidade.
c) continuidade.
d) igualdade.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 139


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

e) universalidade.
Comentários
O princípio ou requisito da continuidade indica que os serviços
públicos devem ser prestados de forma contínua, evitando-se paralisações que
possam prejudicar o cotidiano dos seus destinatários ou até mesmo causar-lhes
graves prejuízos.
Apesar da obrigatoriedade de prestação contínua, é válido ressaltar que
os serviços públicos podem sofrer paralisações ou suspensões, conforme
previsto no § 3º, artigo 6º, da Lei 8.987/95, em situações excepcionais:
§ 3º. Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua
interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso,
quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das
instalações; e,
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da
coletividade.

GABARITO: LETRA C.

24. (FCC/Promotor de Justiça MPE-CE/2011) No que tange ao regime


das concessões de serviços públicos estabelecido na Lei no 8.987/95, é
correto afirmar:
a) É admitida a delegação da prestação dos serviços por prazo
indeterminado.
b) A rescisão unilateral do contrato, em razão do inadimplemento do
concessionário, é condicionada à prévia edição de lei autorizativa
específica.
c) O contrato deve prever a repartição objetiva de riscos entre as
partes.
d) O aumento da carga tributária referente ao imposto sobre a renda
não autoriza a revisão da tarifa contratada.
e) A celebração do contrato de concessão depende de prévia licitação,
na modalidade pregão.

Comentários

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 140


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

a) Errado. A delegação da prestação de serviços públicos possui prazo


determinado em contrato. Apenas a outorga de serviços públicos é realizada por
prazo indeterminado.
b) Errado. A lei autorizativa específica somente é exigida na rescisão
unilateral do contrato por motivo de interesse público, o que caracteriza a
encampação.
c) Errado. Concessão é a delegação da prestação de serviço público, feita
pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à
pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu
desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado.
d) Correto. O art. 9º, § 3º, da Lei 8.987/1995, dispõe que “ressalvados
os impostos sobre a renda, a criação, alteração ou extinção de quaisquer
tributos ou encargos legais, após a apresentação da proposta, quando
comprovado seu impacto, implicará a revisão da tarifa, para mais ou para
menos, conforme o caso”.
e) Errado. Apesar da realização de licitação ser obrigatória, deverá ser
utilizada a modalidade “concorrência”.
GABARITO: LETRA D.

25. (FCC/Analista Judiciário – Área Administrativa – TRT – 11ª


Região/2017) A educação básica obrigatória, inclusive para os que
não tiveram essa oportunidade na idade própria, e o transporte
coletivo urbano aos maiores de 65 anos de idade são medidas
destinadas a amparar grupos de pessoas em situação de
hipossuficiência e constituem exemplos de aplicação de importante
princípio dos serviços públicos. Trata-se do princípio denominado
a) continuidade
b) publicidade
c) modicidade
d) cortesia
e) controle
Comentários

Em respeito ao princípio da modicidade, os serviços públicos não devem ser


prestados com lucros ou prejuízos, mas sim mediante taxas ou tarifas justas,
que proporcionem a remuneração pelos serviços e garantam o seu
aperfeiçoamento e expansão.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 141


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Apesar de ser possível a exigência de pagamento para a fruição de serviços


públicos, destaca-se que a Constituição Federal assegurou a sua gratuidade em
alguns casos, a exemplo do ensino fundamental (artigo 208, I) e do transporte
coletivo urbano aos maiores de 65 anos (artigo 230).
GABARITO: LETRA C

26. (FCC/Técnico Administrativo – PGE-MT/2016) O princípio da


continuidade dos serviços públicos implica, essencialmente, para
a) a Administração pública, o dever de prestá-los a todos, sem
interrompê-los até mesmo em relação aos administrados que deixem
de pagar a devida contraprestação em dinheiro, visto serem
considerados serviços essenciais.
b) os administrados, o direito de usufrui-los gratuitamente, inclusive
quando sejam tais serviços remunerados e não gratuitos, visto serem
sempre essenciais.
c) os administrados, o direito de não presenciarem quaisquer greves de
trabalhadores responsáveis pela prestação de serviços públicos.
d) a Administração pública, o dever de não interromper a sua prestação
injustificadamente, somente podendo fazê-lo com fundamento no
ordenamento jurídico.
e) a Administração pública, o dever de zelar pela celeridade na
prestação dos serviços públicos.

Comentários

O princípio da continuidade indica que os serviços públicos devem ser prestados


de forma contínua, evitando-se paralisações que possam prejudicar o cotidiano
dos seus destinatários ou até mesmo causar-lhes graves prejuízos.

Conforme as lições de Marcelo Alexandrino e Vicente de Paulo, os serviços


públicos, como seu nome indica, são prestados no interesse da coletividade,
sob regime de direito público. Por esse motivo, sua prestação deve ser
adequada, não podendo sofrer interrupções. A interrupção de um serviço
público prejudica toda a coletividade, que dele depende para a satisfação de
seus interesses e necessidades.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 142


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Apesar da obrigatoriedade de prestação contínua, é válido ressaltar que os


serviços públicos podem sofrer paralisações ou suspensões, conforme previsto
no § 3º, artigo 6º, da Lei 8.987/95, em situações excepcionais:
§ 3º. Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua
interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso,
quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das
instalações; e,
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da
coletividade.

GABARITO: LETRA D

27. (FCC/Auditor Fiscal – SEGEP - MA/2016) Sobre as concessões e


permissões de serviços públicos considere as afirmativas abaixo.

I. Poderes concedentes são: a União, o Estado, o Distrito Federal, o


Município e suas autarquias e fundações públicas em cuja
competência se encontre o serviço público objeto de concessão ou
permissão.

II. Concessão de serviço público é a delegação de sua prestação, feita


pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de
concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e
por prazo determinado.

III. Permissão de serviço público é a delegação, a título precário,


independentemente de licitação, da prestação de serviços públicos,
feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.

IV. Concessão de serviço público precedida da execução de obra


pública é a construção, total ou parcial, conservação, reforma,
ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público,
delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade
de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que
demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de
forma que o investimento da concessionária seja remunerado e
amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo
determinado.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 143


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Está correto o que consta APENAS em

a) I e II

b) II e III

c) III e IV

d) II e IV

e) I e III

Comentários

Afirmativa I: O art. 2o , I, da Lei n.º 8987/1995, apresenta como “poder


concedente”: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município, em cuja
competência se encontre o serviço público, precedido ou não da execução de
obra pública, objeto de concessão ou permissão. Observe que o artigo não
elenca as autarquias e fundações públicas como poder concedente. Alternativa
incorreta

Afirmativa II – O art. 2o , II, da Lei n.º 8987/1995, define a “concessão


de serviço público” como a delegação de sua prestação, feita pelo poder
concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa
jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu
desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado. Alternativa
correta

Alternativa III – Conforme o art. 2o, IV, da Lei n.º 8987/1995,


permissão de serviço público é a delegação, a título precário, mediante
licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à
pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por
sua conta e risco. Observe que a afirmativa está equivocada ao determinar que
a permissão de serviço público ocorre independente de licitação. Alternativa
incorreta

Alternativa IV - Conforme dispõe o art. 2o , III, da Lei n.º 8987/1995, a


concessão de serviço público precedida da execução de obra pública pode ser
definida como: a construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação
ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder
concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa
jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para a sua
realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da
concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço
ou da obra por prazo determinado. Alternativa correta

GABARITO: LETRA D

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 144


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

28. (FCC/Técnico da Receita Estadual – SEGEP - MA/2016) Delegação


de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na
modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de
empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua
conta e risco e por prazo determinado.

Essa é a definição legal do regime de descentralização de serviço


mediante
a) permissão
b) autorização
c) concessão
d) parceria público privada
e) licença

Comentários
Perceba que o enunciado da questão simplesmente reproduziu o inteiro teor do
artigo 2o, II, da Lei n.º 8987/1995, que é claro ao definir a concessão de
serviço público como “a delegação de sua prestação, feita pelo poder
concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa
jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu
desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado”.

É necessário o domínio dos conceitos de concessão e permissão de serviços


públicos, pois são cobrados reiteradamente pelas organizadoras de concurso
público!

GABARITO: LETRA C

29. (FCC/Procurador do Estado – SEGEP - MA/2016) O regime jurídico


da prestação de serviços públicos, estatuído pela Lei nº 8.987/95 e
legislação correlata, impõe a

a) inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento, no


procedimento da concorrência para escolha da concessionária de
serviço público.
b) reversão, em favor do poder concedente, de todos os bens utilizados
pela concessionária de serviço público para a prestação do serviço
delegado.
c) instauração prévia de procedimento administrativo, assegurado o
direito de ampla defesa, para decretação de intervenção na
concessionária de serviço público, por conta de falhas na prestação
contratual.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 145


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

d) indenização da concessionária de serviço público, no advento do


termo contratual, caso haja bens reversíveis, ainda não amortizados ou
depreciados, que tenham sido realizados com o objetivo de garantir a
continuidade e atualidade do serviço concedido.
e) adoção obrigatória de arbitragem, a ser realizada no Brasil e em
língua portuguesa, para resolução de disputas decorrentes do contrato
de concessão de serviço público.

Comentários
a) Conforme o art. 18-A da Lei n.º 8.987/1995, o edital poderá prever a
inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento. Observe que o
comando da questão determina que seja assinalada a alternativa que a Lei nº
8987/1995 “impõe” e não aquela em que a mencionada legislação “faculta”.
Alternativa incorreta

b) Conforme o art. 36 da Lei n.º 8.987/1995, a reversão no advento do termo


contratual far-se-á com a indenização das parcelas dos investimentos
vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que
tenham sido realizados com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade
do serviço concedido. A alternativa afirma que ocorrerá a reversão de todos os
bens utilizados pela concessionária de serviço público, contudo a legislação
determina que poderá ocorrer indenização por parte do poder concedente.
Alternativa incorreta

c) Conforme o art. 33 da Lei n.º 8987/1995, declarada a intervenção, o


poder concedente deverá, no prazo de trinta dias, instaurar procedimento
administrativo para comprovar as causas determinantes da medida e apurar
responsabilidades, assegurado o direito de ampla defesa. A alternativa está
equivocada porque afirma que a instauração do processo administrativo é
prévia à intervenção, mas ela é posterior. Alternativa incorreta

d) Conforme o art. 36 da Lei n.º 8.987/1995, a reversão no advento do termo


contratual far-se-á com a indenização das parcelas dos investimentos
vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que
tenham sido realizados com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade
do serviço concedido. A alternativa afirma que ocorrerá a reversão de todos os
bens utilizados pela concessionária de serviço público, contudo a legislação
determina que poderá ocorrer indenização por parte do poder concedente.
Alternativa correta

e) Conforme o art. 23-A da Lei n.º8987/1995, o contrato de concessão poderá


prever o emprego de mecanismos privados para resolução de disputas
decorrentes ou relacionadas ao contrato, inclusive a arbitragem, a ser
realizada no Brasil e em língua portuguesa, nos termos da Lei no 9.307, de 23
de setembro de 1996. A alternativa afirma que a adoção da arbitragem é
obrigatória, contudo a legislação elenca a arbitragem como possibilidade.
Alternativa incorreta

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 146


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

GABARITO: LETRA D

30. (FCC/Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina - PI/2016) A


Administração pública é regida por princípios que orientam suas
atividades. A atuação em alguns setores reclama a incidência de
princípios específicos, em geral pela relevância da atividade. Assim
acontece com os serviços públicos, que devem ser disponibilizados à
população em geral, e com a licitação, dada a obrigação de gerir e
empregar os recursos públicos da melhor forma possível. O princípio
da
a) vinculação ao instrumento convocatório fundamenta a vedação a que
os licitantes desistam das propostas apresentadas antes da abertura
dos envelopes contendo as propostas.
b) adjudicação compulsória permite ao vencedor da licitação exigir a
celebração do contrato após a adjudicação do objeto da licitação, pois
constitui direito subjetivo do mesmo.
c) igualdade dos usuários impede que se estabeleça tarifa diferenciada
para prestação do mesmo serviço público a pessoas diferentes.
d) impessoalidade fundamenta a regra que impede o conhecimento da
identidade dos licitantes antes do julgamento objetivo das propostas
em todos os procedimentos de licitação.
e) continuidade dos serviços públicos fundamenta o impedimento da
rescisão administrativa unilateral do contrato de concessão de serviço
público pelo concessionário.

Comentários

Conforme as lições de Marcelo Alexandrino e Vicente de Paulo, a aplicação do


princípio da continuidade implica restrição a determinados direitos dos
prestadores de serviços públicos e dos agentes envolvidos em sua prestação.

Uma peculiaridade do princípio da continuidade dos serviços públicos é que sua


observância é obrigatória não só para toda a administração pública, mas
também para os particulares que sejam incumbidos da prestação de serviços.

Observe que o princípio da continuidade aplica-se para a Administração Pública


e também para os particulares que prestam serviços públicos.

GABARITO: LETRA E

31. (FCC/Procurador do Estado – PGE-MT/2016) No tocante aos


aspectos econômicos e tarifários das concessões de serviço público,
a Lei no 8.987/95 dispõe:

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 147


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

a) Na contratação das concessões de serviços públicos, deve haver a


repartição objetiva dos riscos entre as partes.
b) O inadimplemento do usuário não é circunstância justificável para a
interrupção na prestação dos serviços públicos.
c) A cobrança de pedágios em rodovias públicas somente é possível por
meio do oferecimento de via alternativa e gratuita para o usuário.
d) Os contratos poderão prever mecanismos de revisão das tarifas, a
fim de manter-se o equilíbrio econômico-financeiro, vedada a revisão
em período inferior a um ano.
e) A alteração das alíquotas do imposto de renda não é causa que
justifique pedido de revisão tarifária pela concessionária.
Comentários

a) O art. 2o, II, da Lei n.º 8987/1995, define a concessão de serviço público
como “a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante
licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de
empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e
risco e por prazo determinado”. Perceba que o equívoco da alternativa é
afirmar que haverá repartição objetiva dos riscos entre as partes. Alternativa
incorreta

b) Conforme afirma o art. 6o , §3º, da Lei n.º 8987/1995, não se caracteriza


como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergência
ou após prévio aviso, quando: I - motivada por razões de ordem técnica ou de
segurança das instalações; e, II - por inadimplemento do usuário,
considerado o interesse da coletividade.

Observe que o inadimplemento do usuário é hipótese para a interrupção da


prestação do serviço. Alternativa incorreta

c) O art. 9o, §1º, da Lei n.º 8987/1995, afirma que “a tarifa não será
subordinada à legislação específica anterior e somente nos casos
expressamente previstos em lei, sua cobrança poderá ser condicionada à
existência de serviço público alternativo e gratuito para o usuário”.

Observe que a alternativa determina que somente é possível a cobrança da


tarifa se houver via alternativa e gratuito para o usuário, contudo a legislação
determina que essa é uma faculdade do poder concedente. Alternativa
incorreta

d) Conforme o art. 9o , §2º, da Lei n.º 8987/1995, os contratos poderão


prever mecanismos de revisão das tarifas, a fim de manter-se o equilíbrio
econômico-financeiro. Alternativa incorreta

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 148


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

e) Nos termos do art. 9o , §3º, da Lei n.º 8987/1995, ressalvados os impostos


sobre a renda, a criação, alteração ou extinção de quaisquer tributos ou
encargos legais, após a apresentação da proposta, quando comprovado seu
impacto, implicará a revisão da tarifa, para mais ou para menos, conforme o
caso. Alternativa correta

GABARITO: LETRA E

32. (FCC/Procurador – Prefeitura de Campinas - SP/2016) A concessão


da exploração de serviço rodoviário intermunicipal previa a
implantação de certo número de praças de pedágio, para que a
arrecadação do pedágio refletisse o resultado apresentado no plano
de negócios. Quando da instalação de uma dessas praças, a
população local irresignou-se, promovendo diversas manifestações,
alegando que o trecho escolhido limitaria o trânsito por onerar
excessivamente os moradores de determinado bairro. O poder
concedente entendeu por cancelar a instalação da praça de pedágio,
transferindo-a para ponto posterior aos limites daquele bairro. A
decisão
a) possibilita que o concessionário pleiteie a alteração de outras praças
de pedágio, para obtenção da necessária compensação pela perda de
receita experimentada, tendo em vista que o equilíbrio econômico-
financeiro é um direito do contratado, e, como tal, permite que este
determine o modo de restabelecimento dessa equação.
b) está dentro do juízo discricionário do poder concedente, cabendo ao
concessionário acatar a ordem e providenciar a alteração da praça de
pedágio, não cabendo qualquer questionamento, especialmente no que
se refere a taxa interna de retorno.
c) pode implicar prejuízos ao concessionário, cujo modelo de negócio
contemplou estimativa das receitas passíveis de serem obtidas com as
praças de pedágio indicadas no edital de licitação da concessão,
cabendo, nesse caso, reequilíbrio econômico financeiro.
d) implica necessário reequilíbrio econômico-financeiro em favor do
concessionário, tendo em vista que se caracterizou fato da
Administração, com direta intervenção nas condições da prestação do
serviço público.
e) possui vício de vontade, tendo em vista que a decisão levada a efeito
pelo poder concedente não foi motivada em razões e fundamentos de
ordem técnica e econômica, mas sim puramente políticas, o que é
vedado diante do regime dos contratos administrativos.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 149


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Comentários

O art. 9º, § 4º da Lei nº 8987/1995, afirma que “havendo alteração unilateral


do contrato que afete o seu inicial equilíbrio econômico-financeiro, o poder
concedente deverá restabelecê-lo, concomitantemente à alteração”.

Conforme as lições de Marcelo Alexandrino e Vicente de Paulo, “embora possa a


administração alterar unilateralmente o objeto e as condições de execução dos
contratos administrativos, modificando, dentro dos limites da lei, suas cláusulas
ditas de execução, regulamentares, ou de serviço, é garantida ao contratado a
impossibilidade de alteração, por ato unilateral, das cláusulas econômico-
financeiras do contrato (art. 58, §§ l.ª e 2.ª). Assim, a equação financeira
originalmente fixada no momento da celebração do contrato deverá ser
respeitada pela administração. Esta terá que proceder, sempre que houver
alteração unilateral de alguma cláusula de execução que afete a equação
financeira original, à revisão do contrato, é dizer, aos ajustamentos econômicos
necessários à manutenção do equilíbrio financeiro denotativo da relação
encargo-remuneração inicialmente estabelecida para o particular como justa e
devida.

A revisão do contrato tem lugar quando a administração procede à alteração


unilateral de suas cláusulas de execução, afetando a equação econômica
original, ou quando algum evento, mesmo que externo ao contrato, modifica
extraordinariamente os custos de sua execução. Nessas hipóteses, o contratado
tem direito à chamada revisão do contrato, para restabelecimento de seu
equilíbrio econômico-financeiro.”

GABARITO: LETRA C

33. (FCC/Procurador – Prefeitura de Campinas - SP/2016) Uma


licitação para delegação de serviço público municipal de transporte
foi questionada por um dos licitantes, sob o fundamento de
ilegalidade nos requisitos de habilitação técnica que exigiam
comprovação de faturamento mínimo, aduzindo direcionamento, bem
como questionando a alocação de risco integralmente para o
vencedor do certame.
A análise do requerimento do licitante

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 150


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

a) é improcedente, tendo em vista que as exigências técnicas a serem


feitas na fase de habilitação inserem-se no poder discricionário da
Administração pública que, na qualidade de poder concedente, pode
fazê-lo nos termos de sua oportunidade e conveniência, contanto que
exija igualmente de todos os licitantes.
b) pode concluir pelo deferimento caso tenha sido veiculada por meio
de ação judicial, tendo em vista que a revisão do procedimento, pela
Administração, depende da ocorrência de fato novo e superveniente às
condições que motivaram a instauração do certame.
c) indica restrição à competição, tendo em vista que há vedação legal à
exigência de atestado demonstrando percentual de faturamento
mínimo, pois a licitação prevê a necessidade de garantias a serem
prestadas pelo contratado para a execução do ajuste.
d) pode conduzir à improcedência da impugnação, caso tenha sido
adotado o modelo de concessão de serviço público regida pela Lei n°
8.987/95, na qual o concessionário assume integralmente o risco do
negócio, bem como admite a exigência de atestado para demonstrar a
higidez financeira da empresa para fazer frente ao investimento.
e) pode ser procedente, caso o poder concedente tenha modelado uma
parceria público-privada, sob a modalidade de concessão
administrativa, porque se trata de serviço público.

Comentários

O art. 18, V, da Lei n.º 8987/1995, afirma que “o edital de licitação será
elaborado pelo poder concedente, observados, no que couber, os critérios e as
normas gerais da legislação própria sobre licitações e contratos e conterá,
especialmente: (...) V - os critérios e a relação dos documentos exigidos para a
aferição da capacidade técnica, da idoneidade financeira e da regularidade
jurídica e fiscal.

Observe que um dos requisitos a serem preenchidos pelo concessionário é


demonstrar idoneidade financeira. Logo, é possível o poder concedente exigir
um faturamento mínimo do concessionário.

GABARITO: LETRA D

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 151


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

34. (FCC/Analista Judiciário – Área Judiciária – TRT 23ª Região/2016)


Transporte público de passageiros quase sempre é mencionado como
exemplo de serviço público. A depender do modal de transporte ou
mesmo das localidades envolvidas no deslocamento, pode se alterar a
titularidade desse gênero de serviço público. A titularidade do serviço
público
a) remanesce com o ente público ao qual foi atribuída pela legislação,
passível de delegação para a iniciativa privada a execução material,
salvo em se tratando de pessoa jurídica de direito público integrante da
Administração indireta, como as autarquias, para as quais é admissível
a delegação legal da titularidade.
b) está atrelada ao regime de execução imposto para o serviço público,
tendo em vista que quando prestado sob regime de direito privado, a
titularidade desloca-se para o delegatário, para que seja deste a
integral responsabilidade pelos ônus e bônus, e quando prestado sob
regime de direito público, a titularidade remanesce com o ente público.
c) também se altera quando ocorre a delegação da execução material
para a iniciativa privada, pois o delegatário do serviço público assume
integralmente a responsabilidade pelos ônus e bônus envolvidos com a
prestação dessa atividade material.
d) não pode se alterar, nem se transferir em nenhuma hipótese de
delegação de serviço, seja para ente com personalidade jurídica de
direito público integrante da Administração pública indireta, seja para a
iniciativa privada, tendo em vista que o regime de execução é sempre
privado, independentemente da natureza jurídica do delegatário.
e) depende do que constar da autorização legislativa que deve ser
editada especificamente para cada concessão ou permissão de serviço
público, podendo ser transferida ao concessionário ou permissionário,
mesmo que se trate de pessoa jurídica de direito privado, desde que a
execução do serviço se dê em regime de direito público.

Comentários
Conforme os ensinamentos de Di Pietro: “Concessão de serviço público é o
contrato administrativo pelo qual a Administração Pública delega a outrem a
execução de um serviço público, para que o execute em seu próprio nome, por
sua conta e risco, assegurando-lhe a remuneração mediante tarifa paga pelo
usuário ou outra forma de remuneração decorrente da exploração do serviço.
Só existe concessão de serviço público quando se trata de serviço de
titularidade do Estado; por outras palavras, a lei define determinadas atividades
como sendo serviços públicos, permitindo que sejam executadas diretamente
ou mediante concessão ou permissão.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 152


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

O poder concedente só transfere ao concessionário a execução do serviço,


continuando titular do mesmo, o que lhe permite dele dispor de acordo com o
interesse público; essa titularidade é que lhe permite alterar as cláusulas
regulamentares ou rescindir o contrato por motivo de interesse público.”

GABARITO: LETRA A

35. (FCC/Técnico Judiciário – TRT 23ª Região/2016) Considere:

I. Independente de a pessoa satisfazer as condições legais, ela faz


jus à prestação do serviço público, não podendo haver distinção de
caráter pessoal.

II. Um dos princípios que regem os serviços públicos denomina-se


mutabilidade do regime jurídico, segundo o qual admitem-se
mudanças no regime de execução do serviço para adaptá-lo ao
interesse privado, que é variável no tempo.

III. O princípio da continuidade do serviço público tem aplicação


especialmente com relação aos contratos administrativos e ao
exercício da função pública.

No que concerne aos princípios inerentes ao regime jurídico dos


serviços públicos, está correto o que consta APENAS em

a) I
b) I e III
c) II
d) I e II
e) III

Comentários

Afirmativa I – A igualdade de tratamento entre os usuários realmente é


característica marcante do regime de execução dos serviços públicos, desde que
satisfaçam as condições legais. Afirmativa incorreta

Afirmativa II - O princípio da mutabilidade, também denominado de


princípio da flexibilidade dos meios aos fins, permite alterações na execução dos
serviços públicos com o objetivo de adaptá-lo ao interesse público e às
possibilidades financeiras da Administração, não existindo, portanto, direito
adquirido à permanência de uma determinada forma de regime de prestação de
serviços públicos. Afirmativa incorreta

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 153


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Afirmativa III - O princípio da continuidade indica que os serviços públicos


devem ser prestados de forma contínua, evitando-se paralisações que possam
prejudicar o cotidiano dos seus destinatários ou até mesmo causar-lhes graves
prejuízos. Afirmativa correta

GABARITO: LETRA E

36. (FCC/Administrador – Prefeitura de Teresina - PI/2016) Considere


que o Estado do Piauí pretenda ampliar e recuperar sua malha
rodoviária e transferir a exploração das referidas rodovias à iniciativa
privada, mediante cobrança de tarifa dos usuários. Entre as
modalidades contratuais existentes, afigura-se adequada, para
adoção dos fins colimados,
a) concessão patrocinada, com contraprestação pecuniária paga pela
contratante, em complementação à receita tarifária auferida pelo
concessionário.
b) concessão administrativa, tendo a Administração como usuária
direta dos serviços concedidos.
c) empreitada integral, com possibilidade de obtenção de receitas
acessórias para favorecer a modicidade tarifária.
d) concessão comum, mediante complementação da receita tarifária
com contraprestação pecuniária paga pelo Estado.
e) concessão de serviços precedida de obra pública, com aporte de
recursos do poder concedente na fase de prestação de serviços.

Comentários
Conforme o art. 2º, §1º, da Lei n.º 11.079/2004, “concessão patrocinada é a
concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei no 8.987,
de 13 de fevereiro de 1995, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada
dos usuários contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro
privado”.

Segundo os ensinamentos de Di Pietro: “é possível definir concessão


patrocinada como o contrato administrativo pelo qual a Administração Pública
(ou o parceiro público) delega a outrem (o concessionário ou parceiro
privado) a execução de um serviço público, precedida ou não de obra pública,
para que o execute, em seu próprio nome, mediante tarifa paga pelo

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 154


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

usuário, acrescida de contraprestação pecuniária paga pelo parceiro


público ao parceiro privado.”
GABARITO: LETRA A

37. (FCC/Analista de Orçamento e Finanças Públicas – Prefeitura de


Teresina - PI/2016) A Prefeitura de Teresina, hipoteticamente,
celebrou contrato de parceria público-privada para o gerenciamento
de resíduos sólidos e do aterro sanitário do Município. Nos termos da
Lei nº 11.079/2004, antes da celebração do contrato, foi constituída
sociedade de propósito específico, incumbida de implantar e gerir o
objeto da parceria. Admite-se, desde que preenchidos os requisitos
legais, a administração temporária da sociedade de propósito
específico, pelos financiadores e garantidores. Referida
administração temporária, autorizada pelo poder concedente,
a) acarretará responsabilidade aos financiadores e garantidores em
relação à tributação, encargos, ônus, sanções, obrigações ou
compromissos com terceiros, exceto com o poder concedente ou
empregados.
b) não acarretará responsabilidade aos financiadores e garantidores em
relação à tributação, encargos, ônus, sanções, obrigações ou
compromissos com terceiros, exceto com o poder concedente ou
empregados.
c) acarretará responsabilidade aos financiadores e garantidores em
relação à tributação, encargos, ônus, sanções, obrigações ou
compromissos com terceiros, inclusive com o poder concedente ou
empregados.
d) não acarretará responsabilidade aos financiadores e garantidores em
relação à tributação, encargos, ônus, sanções, obrigações ou
compromissos com terceiros, inclusive com o poder concedente ou
empregados.
e) acarretará responsabilidade aos financiadores e garantidores
somente em relação aos compromissos com terceiros, cabendo ao
poder concedente disciplinar sobre o prazo da administração
temporária.
Comentários

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 155


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

O art. 5º-A, §1º, da Lei n.º 11079/2004, dispõe que “a administração


temporária autorizada pelo poder concedente não acarretará responsabilidade
aos financiadores e garantidores em relação à tributação, encargos, ônus,
sanções, obrigações ou compromissos com terceiros, inclusive com o poder
concedente ou empregados”.
GABARITO: LETRA D

38. (FCC/Técnico Administrativo – PGE-MT/2016) O Governador do


Estado, por razões de interesse público, pretende outorgar a exploração
de rodovia estadual à iniciativa privada. Todavia, estudos técnicos
preliminares estimam que o valor da tarifa de pedágio a ser cobrada
dos usuários, sob o regime da concessão comum, seria excessivo, a
ponto de desestimular o uso da rodovia. Diante disso, o governo
estadual estuda a alternativa de realização de concessão sob o regime
de parceria público-privada, nos termos da Lei nº 11.079, de 30 de
dezembro de 2004, de tal maneira que o contrato envolva
contraprestação pecuniária da Administração pública ao parceiro
privado. Para que tal alternativa seja viável, há diversos requisitos
legais, tais como:
I. Valor do contrato não inferior a 20 milhões de reais.
II. Objeto não consistente apenas no fornecimento de mão de obra, no
fornecimento e instalação de equipamentos e na execução de obra
pública.
III. Prazo de vigência compatível com a amortização dos investimentos
realizados, não inferior a 5 anos, nem superior a 35 anos, incluindo
eventual prorrogação.
IV. Repartição objetiva de riscos entre as partes, inclusive os
referentes a caso fortuito, força maior, fato do príncipe e álea
econômica extraordinária.
V. Previsão contratual de mecanismos para a preservação da atualidade
dos serviços prestados.
São requisitos previstos na lei o que consta em
a) III, IV e V, apenas.
b) I, II e V, apenas.
c) I, II, III e V, apenas.
d) I, II, III e IV, apenas.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 156


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

e) I, II, III, IV e V.

Comentários
Conforme os artigos 2º, §4º; art. 5º, I; e art. 4º, VI da Lei n.º11079/2004:
Art. 2o. Parceria público-privada é o contrato administrativo de
concessão, na modalidade patrocinada ou administrativa.
(...) § 4o É vedada a celebração de contrato de parceria público-privada:
I – cujo valor do contrato seja inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de
reais);
II – cujo período de prestação do serviço seja inferior a 5 (cinco) anos; ou
III – que tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o
fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra pública.

Art. 5o As cláusulas dos contratos de parceria público-privada atenderão ao


disposto no art. 23 da Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, no que couber,
devendo também prever:
I – o prazo de vigência do contrato, compatível com a amortização dos
investimentos realizados, não inferior a 5 (cinco), nem superior a 35
(trinta e cinco) anos, incluindo eventual prorrogação

Art. 4o Na contratação de parceria público-privada serão observadas as


seguintes diretrizes:
VI – repartição objetiva de riscos entre as partes.

GABARITO: LETRA E

39. (FCC/Advogado – Prefeitura de Teresina - PI/2016) Determinado


município elaborou modelagem de uma parceria público-privada na
área de saneamento, que contemplava novas obras de infraestrutura,
modernização da rede existente e sua ampliação, além da prestação
do serviço. Lançado o edital de licitação, do qual constavam todos os
requisitos legalmente previstos para regular processamento do
certame, inclusive possibilidade de aporte por parte do Poder Público,
compareceram cinco competidores, que apresentaram propostas
estruturadas da seguinte forma:

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 157


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

I. Concessão administrativa, com pagamento de tarifa pelo usuário,


valor de contraprestação variável, devida após início da fruição dos
serviços, complementada com aporte coordenado com as diversas
fases de obras constantes de cronograma de execução.
II. Concessão patrocinada, com pagamento de tarifa pelo usuário,
sem contraprestação paga pelo poder público, somente remuneração
das obras e dos serviços mediante aporte escalonado e limitado.
III. Concessão patrocinada, com subsídio integral de tarifa pelo
poder público, valor de contraprestação devida desde o início do
contrato e aporte para investimento somente em bens reversíveis.
IV. Concessão patrocinada, com pagamento de tarifa pelo usuário,
contraprestação após início dos serviços, em valor inferior ao valor
máximo do edital, aporte por parte do poder público para realização
de parte das obras.
V. Concessão administrativa, com pagamento de tarifa pelo poder
concedente ou pelo usuário, conforme sua capacidade financeira,
valor de contraprestação abaixo do valor referencial do edital, aporte
direto de parte das obras e financiamento do restante pelo poder
concedente.
Dentre as propostas apresentadas, encontra-se condizente com os
regramentos de uma parceria público privada APENAS o que consta
em
a) IV
b) II e IV
c) I
d) II e III
e) I, III e V
Comentários
Conforme art. 2º, § 1º e 2º da Lei n.º 11079/2004:
Art. 2o Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na
modalidade patrocinada ou administrativa.
§ 1o Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras
públicas de que trata a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando
envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários contraprestação
pecuniária do parceiro público ao parceiro privado.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 158


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

§ 2o Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a


Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que
envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens.
Conforme ensina Di Pietro, ao contrário da concessão patrocinada, que tem por
objeto a execução de serviço público, a concessão administrativa, à primeira
vista, tem por objeto a prestação de serviço (atividade material prestada à
Administração e que não tem as características de serviço público). Vale dizer
que haveria uma aproximação conceitual entre esse contrato e o contrato de
serviços de que trata a Lei nº 8.666/93, sob a forma de empreitada (arts. 6º,
VIII, e 10).
Na concessão patrocinada (da mesma forma que na concessão de serviços
públicos comum ou tradicional), a execução de serviço público é delegada ao
concessionário, que vai assumir a sua gestão e a sua execução material.
Na concessão administrativa, se o objeto for a prestação de serviço, o
concessionário, da mesma forma que na empreitada, vai assumir apenas a
execução material de uma atividade prestada à Administração Pública; esta
é que detém a gestão do serviço.
GABARITO: LETRA A

40. (FCC∕Julgador administrativo – SEFAZ PE∕2015) Suponha que o


Estado de Pernambuco pretenda recuperar e ampliar sua infraestrutura
rodoviária, objetivando melhorar o processo logístico de escoamento da
produção agrícola e que, em face do montante dos investimentos
demandados, tenha optado por utilizar, como modalidade contratual, a
parceria público-privada. A modelagem econômico-financeira do
projeto a ser licitado indicou que a projeção da receita tarifária
potencialmente auferida pelo parceiro privado com a exploração das
rodovias não seria suficiente para fazer frente aos custos operacionais
e de manutenção da malha concedida e tampouco para a realização dos
investimentos de recuperação e ampliação pretendidos. Diante desse
cenário, a adoção da modalidade parceria público-privada afigura-se
a) inviável, eis que tal modalidade admite a contraprestação pecuniária
paga pelo poder público apenas para amortização de investimento em
bens reversíveis.
b) viável, desde que na modalidade concessão administrativa, que
admite a complementação da tarifa paga pelo usuário com
contraprestação pública

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 159


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

c) viável, na modalidade concessão patrocinada, sendo possível a


complementação da receita tarifária com contraprestação pecuniária a
cargo do parceiro público.
d) inviável, admitindo-se a concessão precedida de obra pública, com
aporte de recursos do poder público no ritmo de execução dos
investimentos em bens reversíveis.
e) viável, desde que mediante autorização legislativa específica para a
realização de aporte de recursos do poder público para os
investimentos e despesas de manutenção.

Comentários
De início, destaco que a Fundação Carlos Chagas tem explorado
bastante esse tema em suas provas. Tanto é verdade que também foi cobrada
uma questão muito semelhante na prova para o Conselho Nacional do Ministério
Público (que apresentei no texto da aula) e em outros certames realizados em
2015. Assim, não precisa nem dizer que você tem que memorizar os
respectivos conceitos, né!?
A dica é a seguinte: quando o enunciado afirmar que a receita tarifária
potencialmente auferida pelo parceiro privado com a exploração do serviço
e/ou atividade não for suficiente para fazer frente aos custos operacionais e
realização dos investimentos que serão previstos contratualmente, a adoção da
parceria público-privada será possível, porém, na modalidade de concessão
patrocinada.
A Lei 11.079/2004, em seu art. 2º, § 1º, dispõe que “concessão
patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que
trata a Lei no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando envolver,
adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários, contraprestação pecuniária
do parceiro público ao parceiro privado”.
Diante do exposto, não restam dúvidas de que seria viável a parceria
público-privada, pois o parceiro público repassaria ao parceiro privado a
“complementação” da receita tarifária para garantir o pagamento do custo
operacional, os investimentos necessários e o lucro com a execução do projeto.

Gabarito: Letra c.

41. (FCC∕Analista de Controle Externo – TCE GO∕2015) Antes da


celebração do respectivo contrato de parceria público-privada, foi
constituída a Sociedade de Propósito Específico (SPE) “Masters S/A”,

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 160


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria. Referida sociedade


inadimpliu contrato de financiamento com instituição financeira
controlada pelo Poder Público. Assim, deu-se a aquisição da maioria do
capital votante da SPE pela referida instituição financeira. De acordo
com a Lei no 11.079/2004,
a) é possível a aquisição da maioria do capital votante da SPE por
instituição financeira controlada pelo Poder Público, exatamente na
situação narrada no enunciado.
b) é vedada a aquisição da maioria do capital votante da SPE por
instituição financeira controlada pelo Poder Público, pois a
Administração pública não pode ser titular da maioria do capital
votante de SPE.
c) a SPE não pode celebrar contrato de financiamento com instituição
financeira controlada pelo Poder Público; logo, inviável o episódio
narrado.
d) é vedada a aquisição da maioria do capital votante da SPE por
instituição financeira, independentemente de ser controlada ou não
pelo Poder Público.
e) a SPE pode celebrar contrato de financiamento com instituição
financeira controlada pelo Poder Público; mas o inadimplemento do
mencionado contrato não permite que a instituição financeira adquira a
maioria do capital votante da SPE.

Comentários
O professor José dos Santos Carvalho Filho afirma que a lei veda que a
Administração Pública seja titular da maioria do capital votante nesse tipo de
sociedade. Em consequência, a sociedade de propósito específico não poderá
adotar a forma de sociedade de economia mista, nem a de sociedade de mera
participação estatal em que o Poder Público seja detentor da maioria do capital
com direito a voto. Ou seja: a lei quis afastar qualquer ingerência de órgãos
públicos no controle dessas sociedades.
Admissível se afigura, porém, a aquisição da maioria do capital votante
por instituição financeira controlada pelo Poder Público, em decorrência do
inadimplemento de contratos de financiamento (art. 9º, § 5º). Por força de
semelhante ressalva, se a referida instituição financeira se enquadrar na
categoria de sociedade de economia mista ou empresa pública, e houver
previsão legal expressa nessa direção, constituir-se-á sociedade de economia
mista ou empresa pública subsidiária (ou de segundo grau). Sem a previsão
legal, entretanto, a assunção da maioria do capital votante renderá ensejo à

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 161


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

formação de sociedade de mera participação do Estado, com a condição


especial de ser titular da parte majoritária do capital social com direito a voto.
Gabarito: Letra a.

42. (FCC∕Analista de Controle Externo – TCE GO∕2015) A União Federal


pretende celebrar contrato de parceria público-privada, visando
unicamente a execução de importante obra pública. Para a contratação,
dispõe do montante de quinze milhões de reais. Assim, foi publicado o
respectivo edital de tomada de preços, de modo a ser selecionada a
empresa que melhor atenda ao interesse público. Neste caso, o
contrato de parceria público-privada NÃO é cabível, tendo em vista o
a) objeto da contratação e o tipo de licitação adotado, apenas.
b) valor da contratação, apenas.
c) tipo de licitação adotado, apenas.
d) objeto da contratação, o valor da contratação e o tipo de licitação
adotado.
e) valor da contratação e tipo de licitação adotado, apenas.

Comentários
A Lei 11.079∕04, em seu art. 2º, § 4º, dispõe que é vedada a celebração
de contrato de parceria público-privada nas seguintes hipóteses:
I – cujo valor do contrato seja inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões
de reais);
II – cujo período de prestação do serviço seja inferior a 5 (cinco) anos; ou
III – que tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o
fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra pública.
Analisando o enunciado da questão, constata-se que o valor de que
dispõe a Administração Pública (R$ 15.000.000,00) é inferior ao limite mínimo
previsto pelo art. 2º, § 4º, I, da Lei 11.079/04. Ademais, o edital licitatório foi
publicado na modalidade tomada de preços, quando o art. 10 do diploma
legislativo exige a modalidade concorrência. Por fim, a PPP também não pode
ser formalizada visando apenas a execução de obra pública.
Gabarito: Letra d.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 162


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

RELAÇÃO DE QUESTÕES COMENTADAS – FUNDAÇÃO CARLOS CHAGAS

01. (FCC∕Analista – CNMP∕2015) Em determinado Município, consórcio


de empresas privadas permissionário de serviços públicos de
transporte de passageiros passou a prestar os serviços de forma
deficiente, desrespeitando as condições determinadas pelo Poder
Concedente em relação à frota disponível, regularidade de viagens e
índices de conforto. O consórcio alegou que a tarifa cobrada dos
usuários, fixada pelo Poder Concedente, estaria defasada, sendo esta a
razão da deterioração da qualidade do serviço. De acordo com as
disposições legais aplicáveis, o Poder Concedente possui a prerrogativa
de
a) revogar a permissão, que possui caráter precário, e delegar a
prestação dos serviços a outro consórcio, mediante concessão ou
permissão, sempre com prévia licitação.
b) decretar a encampação, em face do reiterado descumprimento das
condições do contrato, retomando a prestação direta dos serviços.
c) decretar a caducidade do contrato, assumindo os serviços para
restabelecer as condições de regularidade e qualidade necessárias,
mediante prévia indenização ao consórcio.
d) decretar a intervenção na permissão, com vistas a apurar a efetiva
necessidade de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato.
e) rescindir a permissão, mediante prévia indenização pelos
investimentos não amortizados, descontadas as multas eventualmente
aplicadas ao consórcio.

02. (FCC∕Auditor de Controle Externo – TCM GO∕2015) Determinado


Município pretende ampliar a oferta de transporte coletivo aos
cidadãos, disponibilizando novas linhas de ônibus e modernizando a
frota existente. Uma das alternativas juridicamente possível para
atingir tal finalidade seria a outorga de
a) titularidade do serviço público de transporte de passageiros à
empresas privadas credenciadas, mediante autorização.
b) concessão, em caráter precário ou por prazo determinado, do serviço
público de transporte de passageiros à empresa privada.
c) permissão do serviço público de transporte de passageiros à
empresas privadas, sempre mediante prévio procedimento licitatório.
d) permissão para a prestação de serviço público de transporte de
passageiros, com o pagamento, pelo poder concedente, dos valores
necessários à prestação do serviço.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 163


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

e) titularidade do serviço público de transporte de passageiros a


consórcio de empresas privadas, mediante prévio procedimento
licitatório, para exploração mediante cobrança de tarifa dos usuários.

03. (FCC∕Analista de Controle Externo – TCE GO∕2015) Analise as


seguintes proposições:
I. Os serviços públicos uti universi são estabelecidos pela
administração em observância a suas prioridades, conveniência e
recursos financeiros disponíveis.
II. Os serviços públicos uti singuli são prestados aos usuários
individualizados e criam direito subjetivo de prestação, permitindo ao
prejudicado, que reúna as condições técnicas necessárias, buscá-la
através da via judicial.
III. Os serviços públicos uti universi têm caráter geral e constituem
atividade típica do Poder Público e essencial para a coletividade,
devendo ser remunerados pelos seus usuários individuais beneficiados
através da instituição de taxa.
IV. Os serviços públicos uti singuli prestados por órgãos da
administração pública indireta ou por delegação a concessionários,
como previsto na Constituição Federal, são remunerados por tarifa,
aplicando-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de
prestação de serviços.
V. Devido ao relevante interesse coletivo, os serviços públicos referidos
pela Constituição Federal somente podem ser explorados de forma
direta pelo Poder Público, vedada a delegação a particulares.
É correto o que se afirma APENAS em
a) III e IV.
b) I, II e IV.
c) I e II.
d) II e IV.
e) II, III e V.

04. (FCC/Técnico Judiciário – TRT PB/2015) O conceito de serviço


público sofreu evolução desde a sua concepção original, comportando,
para sua definição, elemento subjetivo, objetivo e formal. O conceito
atualmente vigente, consagrado pela Constituição Federal e legislação
pátria, permite afirmar que

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 164


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

a) a prestação de serviços públicos por particulares é vedada quando se


trata de serviço de titularidade do Estado.
b) serviços públicos próprios ou exclusivos pressupõem a titularidade
do Estado, admitindo, contudo, a prestação por particulares mediante
concessão ou permissão.
c) apenas mediante o instituto da concessão, condicionada à prévia
licitação, admite-se a prestação de serviço público por particulares.
d) o instituto da concessão transfere ao particular a titularidade do
serviço público, enquanto a permissão outorga apenas a sua execução.
e) os serviços públicos não exclusivos de Estado, ou impróprios, tais
como saúde e educação, podem ser explorados por particulares
mediante concessão.

05. (FCC/Técnico Judiciário TJPE/2012) Os serviços de preservação da


saúde pública e os de polícia, dentre outros, são considerados serviços
a) públicos ou impróprios do Estado e também administrativos.
b) de utilidade pública, assim como impróprios do Estado ou uti singuli.
c) públicos, assim como próprios do Estado ou uti universi.
d) públicos ou semi-comerciais e também administrativos.
e) de utilidade pública, e também próprios do Estado ou uti singuli.

06. (FCC/Analista Judiciário TRT 11ª Região/2012) O Município de


Manaus, ao prestar determinado serviço público aos seus munícipes,
estabelece tarifas diferenciadas aos respectivos usuários do serviço. Tal
conduta
a) é possível em algumas hipóteses como, por exemplo, o
estabelecimento de tarifas reduzidas para usuários de menor poder
aquisitivo.
b) não é possível, pois a adoção de tarifas diferenciadas sempre
implicará em distinção de caráter pessoal.
c) é possível, sendo vedada, no entanto, a isenção de tarifas, sob pena
de implicar em afronta ao princípio da razoabilidade.
d) não é possível, por violar o princípio da modicidade.
e) é possível, ainda que os usuários tenham as mesmas condições
técnicas e jurídicas para a fruição do serviço público.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 165


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

07. (FCC/Analista de Controle TCE-PR/2013) No curso de contrato de


concessão de serviços públicos, a concessionária passou a prestar os
serviços de maneira deficiente, deixando de atender às normas,
critérios, indicadores e parâmetros definidores da qualidade dos
serviços. Diante deste cenário, o poder concedente
a) está autorizado a proceder à encampação do serviço,
independentemente de prévia autorização legislativa.
b) poderá decretar a caducidade da concessão, precedida de processo
administrativo para verificação da inadimplência da concessionária,
assegurado o direito de ampla defesa.
c) poderá decretar a caducidade da concessão, condicionada ao prévio
procedimento de intervenção e quando deste não resultar a
regularização da prestação dos serviços.
d) deverá aplicar as multas previstas no contrato de concessão,
podendo declarar a caducidade apenas na hipótese de não pagamento
das mesmas pela concessionária.
e) poderá declarar a caducidade da concessão ou proceder à
encampação do serviço, em decorrência do inadimplemento da
concessionária, mediante prévio procedimento administrativo.

08. (Especialista em Políticas/Estado de SP 2009/FCC) É característico


do regime jurídico dos serviços públicos a
(A) inexigibilidade de licitação para sua execução.
(B) sua fruição gratuita e a proibição de lucro para quem os executa.
(C) vedação para finalidade de desenvolvimento de atividade comercial
ou industrial.
(D) continuidade de sua prestação e a igualdade de tratamento entre os
usuários.
(E) prestação exclusiva pelo Estado e a finalidade de interesse social.

09. (Analista do Ministério Público/MPE SE 2009/FCC) É modalidade de


transferência da execução de serviço público a particulares,
caracterizada pela contratualidade e pela possibilidade de revogação
unilateral pelo poder concedente, a

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 166


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

(A) encampação.
(B) autorização.
(C) permissão.
(D) reversão.
(E) delegação.

10. (Técnico Superior de Procuradoria/PGE RJ 2009/FCC) Os serviços


públicos podem ser classificados como
(A) concedidos, quando outorgados por lei a outrem, que deve executá-
los em nome do Estado que mantém a sua titularidade.
(B) impróprios, quando o Estado os assume como seus e os executa
indiretamente.
(C) outorgados, quando o Estado transfere, por contrato ou ato
unilateral, unicamente a execução dos serviços.
(D) delegados, quando o Estado os transfere por lei, criando uma
entidade para executá-los.
(E) próprios, quando o Estado os assume como seus e os executa,
direta ou indiretamente.

11. (Técnico Superior de Procuradoria/PGE RJ 2009/FCC) A retomada


da execução do serviço pelo poder concedente, quando a concessão se
revelar contrária ao interesse público, antes do prazo estabelecido,
denomina-se
(A) reversão, sem pagamento de indenização ao concessionário.
(B) concessão patrocinada, na qual mais de 70% da remuneração é
paga pela Administração.
(C) encampação, fazendo jus o concessionário ao ressarcimento dos
prejuízos regularmente comprovados.
(D) concessão administrativa, na qual a remuneração pode ser
exclusivamente por contraprestação de natureza não pecuniária.
(E) caducidade, indenizando-se apenas a parcela não amortizada do
capital.

12. (Assessor Jurídico/TCE PI 2009/FCC) Na concessão comum de


serviços públicos,
(A) a responsabilidade civil por danos causados aos usuários dos
serviços será objetiva, mesmo sendo a concessionária pessoa jurídica
de direito privado.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 167


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

(B) as desapropriações eventualmente necessárias à prestação do


serviço público pela concessionária deverão ser promovidas pelo poder
concedente.
(C) se aplica amplamente a regra da exceptio non adimleti contractus
(exceção do contrato não cumprido), em favor da concessionária.
(D) não é aplicável o instituto da reversão de bens, com fundamento no
princípio da continuidade do serviço público.
(E) a encampação é definida legalmente como o modo de extinção da
concessão em razão da inexecução do contrato por parte da
concessionária.

13. (Assessor Jurídico/TCE PI 2009/FCC) Com base nas contribuições


doutrinárias em matéria de serviços públicos, classifica-se o serviço de
saúde, quanto ao objeto, como serviço público
(A) próprio.
(B) não exclusivo.
(C) uti singuli.
(D) administrativo.
(E) social.

14. (Analista Judiciária/TRT 18ª Região 2013/FCC) Explorar


diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás
canalizado; organizar e prestar, diretamente ou sob regime de
concessão ou permissão os serviços de transporte coletivo; promover,
no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante
planejamento e controle do uso, parcelamento e da ocupação do solo
urbano, são serviços públicos de competência, respectivamente,
(A) a União, do Estado e do Município.
(B) do Estado; do Município e do Município.
(C) do Estado; do Estado e do Município.
(D) do Município; do Estado e do Estado.
(E) do Município, do Estado e da União.

15. (Assistente de Promotoria/MPE RS 2011/FCC) Em matéria de


serviço público, é correto afirmar:
(A) sua execução, em regra, não pode ser objeto de permissão ou
autorização.
(B) pode ser criado por decreto ou portaria administrativa.
(C) a sua prestação é sempre incumbência do Estado.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 168


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

(D) a possibilidade de execução indireta, independe da natureza do


serviço.
(E) serviço de utilidade pública é sinônimo de serviço público.

16. (Assessor - Administração/MPE RS 2008/FCC) Em relação às


formas e meios de prestação de serviço público, é correto afirmar:
(A) Na denominação genérica de empresas estatais não se incluem as
sociedades de economia mista.
(B) Ocorre delegação quando o Estado cria uma entidade e a ela
transfere, por lei, determinado serviço público ou de utilidade pública.
(C) As autarquias são entes administrativos autônomos criados por lei
específica, porém sem personalidade jurídica.
(D) Serviço desconcentrado é todo aquele que a Administração executa
centralizadamente, mas o distribui entre vários órgãos da mesma
entidade.
(E) As fundações prestam-se, principalmente, à realização de
atividades lucrativas e típicas do Poder Público, mas de interesse
coletivo.

17. (FCC/Agente de Fiscalização TCE-SP/2012) De acordo com a


Constituição Federal, a prestação de serviço público por particular é
a) vedada, em qualquer hipótese.
b) permitida, apenas quando se tratar de serviço não essencial,
passível de cobrança de tarifa.
c) possível, apenas para aqueles serviços de titularidade não exclusiva
de Estado.
d) vedada, exceto quando contar com autorização legislativa específica.
e) permitida, na forma da lei, mediante concessão ou permissão,
precedida de licitação.

18. (FCC/Técnico do Seguro Social INSS/2012) Em relação à extinção


do contrato de concessão é correto afirmar que
a) caducidade é a resilição unilateral antes de findo o prazo de
concessão, que se consubstancia na retomada do serviço pelo poder
concedente por razões de interesse público.
b) reversão é a resilição unilateral da concessão que se consubstancia
na retomada do serviço pelo poder concedente por razões de interesse
público.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 169


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

c) encampação é a extinção unilateral da concessão por motivo de


inadimplemento contratual, não cabendo, portanto, indenização ao
concessionário pelos prejuízos que sofrer.
d) reversão é a rescisão unilateral da concessão por motivo de
inadimplemento contratual do concessionário, cabendo indenização
pela interrupção do contrato antes de findo seu prazo.
e) encampação é a retomada do serviço pelo poder concedente por
razões de interesse público, durante o prazo de concessão, mediante lei
autorizativa específica.

19. (FCC/Analista de Controle Externo TCE-AP/2012) A propósito dos


elementos definidores e traços característicos dos serviços públicos, é
correto afirmar:
a) Independem de definição por lei, podendo ser de titularidade do
poder público, quando de natureza não econômica, ou privada, quando
passíveis de exploração mediante concessão ou permissão.
b) São definidos por lei e de titularidade pública ou privada, conforme
sua natureza essencial ou econômica.
c) Independem de definição por lei, bastando sua ca- racterização como
atividade essencial, de titularidade exclusiva do poder público.
d) São definidos por lei e de titularidade do poder público, que pode
prestá-los diretamente ou sob o regime de concessão ou permissão.
e) São definidos em lei como obrigação do poder público e direito dos
cidadãos, devendo ser prestados de forma universal e
independentemente de cobrança de tarifa.

20. (FCC/Oficial de Justiça TJPE/2012) No que se refere às formas e


meios de prestação do serviço público ou de utilidade pública, é
INCORRETO afirmar que
a) serviço centralizado é todo aquele em que o Poder Público presta por
seus próprios órgãos em seu nome e sob sua exclusiva
responsabilidade.
b) ocorre a outorga quando o Estado transfere, por contrato,
unicamente a execução do serviço, para que o outorgado preste-o ao
público em seu nome, por conta e risco, nas condições regulamentares
e sob controle estatal.
c) serviço desconcentrado é todo aquele que a Administração executa
centralizadamente, mas o distribui entre vários órgãos da mesma
entidade, para facilitar sua realização e obtenção pelos usuários.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 170


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

d) serviço descentralizado é todo aquele que o Poder Público transfere


sua titularidade ou, simplesmente, sua execução, por outorga ou
delegação, a consórcios públicos, autarquias e empresas privadas,
dentre outras.
e) a execução direta do serviço ocorre sempre que o encarregado de
seu oferecimento ao público o realiza pessoalmente, ou por seus
órgãos, ou por prepostos (não por terceiros contratados).

21. (FCC/Procurador TCE-SP/2011) A caracterização de uma atividade


como serviço público exige
a) a execução direta por parte do Poder Público.
b) a submissão a regime integralmente público, por meio de concessão
ou permissão.
c) sua definição em ato administrativo do Poder Público que delegar
sua execução.
d) gestão direta do Poder Público sobre a atividade delegada a
particular.
e) previsão em lei, passível de delegação de sua execução material.

22. (FCC/Analista Judiciário TRT 20ª Região/2012) NÃO constitui


característica da concessão de serviço público:
a) delegação contratual da execução do serviço.
b) necessidade de licitação.
c) responsabilidade subjetiva do concessionário.
d) permanecer o Poder Público sempre com a titularidade do serviço.
e) contratação intuitu personae.

23. (FCC/Técnico Judiciário TRT 20ª Região/2012) O serviço público


não é passível de interrupção ou suspensão afetando o direito de seus
usuários, pela própria importância que ele se apresenta, devendo ser
colocado à disposição do usuário com qualidade e regularidade, assim
como com eficiência e oportunidade. Trata-se do princípio fundamental
dos serviços públicos denominado
a) impessoalidade.
b) mutabilidade.
c) continuidade.
d) igualdade.
e) universalidade.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 171


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

24. (FCC/Promotor de Justiça MPE-CE/2011) No que tange ao regime


das concessões de serviços públicos estabelecido na Lei no 8.987/95, é
correto afirmar:
a) É admitida a delegação da prestação dos serviços por prazo
indeterminado.
b) A rescisão unilateral do contrato, em razão do inadimplemento do
concessionário, é condicionada à prévia edição de lei autorizativa
específica.
c) O contrato deve prever a repartição objetiva de riscos entre as
partes.
d) O aumento da carga tributária referente ao imposto sobre a renda
não autoriza a revisão da tarifa contratada.
e) A celebração do contrato de concessão depende de prévia licitação,
na modalidade pregão.

25. (FCC/Analista Judiciário – Área Administrativa – TRT – 11ª


Região/2017) A educação básica obrigatória, inclusive para os que
não tiveram essa oportunidade na idade própria, e o transporte
coletivo urbano aos maiores de 65 anos de idade são medidas
destinadas a amparar grupos de pessoas em situação de
hipossuficiência e constituem exemplos de aplicação de importante
princípio dos serviços públicos. Trata-se do princípio denominado

a) continuidade

b) publicidade

c) modicidade

d) cortesia

e) controle

26. (FCC/Técnico Administrativo – PGE-MT/2016) O princípio da


continuidade dos serviços públicos implica, essencialmente, para

a) a Administração pública, o dever de prestá-los a todos, sem


interrompê-los até mesmo em relação aos administrados que deixem
de pagar a devida contraprestação em dinheiro, visto serem
considerados serviços essenciais.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 172


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

b) os administrados, o direito de usufrui-los gratuitamente, inclusive


quando sejam tais serviços remunerados e não gratuitos, visto serem
sempre essenciais.

c) os administrados, o direito de não presenciarem quaisquer greves de


trabalhadores responsáveis pela prestação de serviços públicos.

d) a Administração pública, o dever de não interromper a sua prestação


injustificadamente, somente podendo fazê-lo com fundamento no
ordenamento jurídico.

e) a Administração pública, o dever de zelar pela celeridade na


prestação dos serviços públicos.

27. (FCC/Auditor Fiscal – SEGEP - MA/2016) Sobre as concessões e


permissões de serviços públicos considere as afirmativas abaixo.

I. Poderes concedentes são: a União, o Estado, o Distrito Federal, o


Município e suas autarquias e fundações públicas em cuja
competência se encontre o serviço público objeto de concessão ou
permissão.

II. Concessão de serviço público é a delegação de sua prestação, feita


pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de
concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e
por prazo determinado.

III. Permissão de serviço público é a delegação, a título precário,


independentemente de licitação, da prestação de serviços públicos,
feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.

IV. Concessão de serviço público precedida da execução de obra


pública é a construção, total ou parcial, conservação, reforma,
ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público,
delegada pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade
de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que
demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de
forma que o investimento da concessionária seja remunerado e
amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo
determinado.

Está correto o que consta APENAS em

a) I e II

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 173


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

b) II e III

c) III e IV

d) II e IV

e) I e III

28. (FCC/Técnico da Receita Estadual – SEGEP - MA/2016) Delegação


de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na
modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de
empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua
conta e risco e por prazo determinado.

Essa é a definição legal do regime de descentralização de serviço


mediante

a) permissão

b) autorização

c) concessão

d) parceria público privada

e) licença

29. (FCC/Procurador do Estado – SEGEP - MA/2016) O regime jurídico


da prestação de serviços públicos, estatuído pela Lei nº 8.987/95 e
legislação correlata, impõe a

a) inversão da ordem das fases de habilitação e julgamento, no


procedimento da concorrência para escolha da concessionária de
serviço público.
b) reversão, em favor do poder concedente, de todos os bens utilizados
pela concessionária de serviço público para a prestação do serviço
delegado.
c) instauração prévia de procedimento administrativo, assegurado o
direito de ampla defesa, para decretação de intervenção na
concessionária de serviço público, por conta de falhas na prestação
contratual.
d) indenização da concessionária de serviço público, no advento do
termo contratual, caso haja bens reversíveis, ainda não amortizados ou
depreciados, que tenham sido realizados com o objetivo de garantir a
continuidade e atualidade do serviço concedido.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 174


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

e) adoção obrigatória de arbitragem, a ser realizada no Brasil e em


língua portuguesa, para resolução de disputas decorrentes do contrato
de concessão de serviço público.

30. (FCC/Analista Administrativo – Prefeitura de Teresina - PI/2016) A


Administração pública é regida por princípios que orientam suas
atividades. A atuação em alguns setores reclama a incidência de
princípios específicos, em geral pela relevância da atividade. Assim
acontece com os serviços públicos, que devem ser disponibilizados à
população em geral, e com a licitação, dada a obrigação de gerir e
empregar os recursos públicos da melhor forma possível. O princípio
da

a) vinculação ao instrumento convocatório fundamenta a vedação a que


os licitantes desistam das propostas apresentadas antes da abertura
dos envelopes contendo as propostas.
b) adjudicação compulsória permite ao vencedor da licitação exigir a
celebração do contrato após a adjudicação do objeto da licitação, pois
constitui direito subjetivo do mesmo.
c) igualdade dos usuários impede que se estabeleça tarifa diferenciada
para prestação do mesmo serviço público a pessoas diferentes.
d) impessoalidade fundamenta a regra que impede o conhecimento da
identidade dos licitantes antes do julgamento objetivo das propostas
em todos os procedimentos de licitação.
e) continuidade dos serviços públicos fundamenta o impedimento da
rescisão administrativa unilateral do contrato de concessão de serviço
público pelo concessionário.

31. (FCC/Procurador do Estado – PGE-MT/2016) No tocante aos


aspectos econômicos e tarifários das concessões de serviço público,
a Lei no 8.987/95 dispõe:

a) Na contratação das concessões de serviços públicos, deve haver a


repartição objetiva dos riscos entre as partes.

b) O inadimplemento do usuário não é circunstância justificável para a


interrupção na prestação dos serviços públicos.

c) A cobrança de pedágios em rodovias públicas somente é possível por


meio do oferecimento de via alternativa e gratuita para o usuário.

d) Os contratos poderão prever mecanismos de revisão das tarifas, a


fim de manter-se o equilíbrio econômico-financeiro, vedada a revisão
em período inferior a um ano.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 175


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

e) A alteração das alíquotas do imposto de renda não é causa que


justifique pedido de revisão tarifária pela concessionária.

32. (FCC/Procurador – Prefeitura de Campinas - SP/2016) A concessão


da exploração de serviço rodoviário intermunicipal previa a
implantação de certo número de praças de pedágio, para que a
arrecadação do pedágio refletisse o resultado apresentado no plano
de negócios. Quando da instalação de uma dessas praças, a
população local irresignou-se, promovendo diversas manifestações,
alegando que o trecho escolhido limitaria o trânsito por onerar
excessivamente os moradores de determinado bairro.
O poder concedente entendeu por cancelar a instalação da praça de
pedágio, transferindo-a para ponto posterior aos limites daquele
bairro. A decisão

a) possibilita que o concessionário pleiteie a alteração de outras praças


de pedágio, para obtenção da necessária compensação pela perda de
receita experimentada, tendo em vista que o equilíbrio econômico-
financeiro é um direito do contratado, e, como tal, permite que este
determine o modo de restabelecimento dessa equação.
b) está dentro do juízo discricionário do poder concedente, cabendo ao
concessionário acatar a ordem e providenciar a alteração da praça de
pedágio, não cabendo qualquer questionamento, especialmente no que
se refere a taxa interna de retorno.
c) pode implicar prejuízos ao concessionário, cujo modelo de negócio
contemplou estimativa das receitas passíveis de serem obtidas com as
praças de pedágio indicadas no edital de licitação da concessão,
cabendo, nesse caso, reequilíbrio econômico financeiro.
d) implica necessário reequilíbrio econômico-financeiro em favor do
concessionário, tendo em vista que se caracterizou fato da
Administração, com direta intervenção nas condições da prestação do
serviço público.
e) possui vício de vontade, tendo em vista que a decisão levada a efeito
pelo poder concedente não foi motivada em razões e fundamentos de
ordem técnica e econômica, mas sim puramente políticas, o que é
vedado diante do regime dos contratos administrativos.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 176


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

33. (FCC/Procurador – Prefeitura de Campinas - SP/2016) Uma


licitação para delegação de serviço público municipal de transporte
foi questionada por um dos licitantes, sob o fundamento de
ilegalidade nos requisitos de habilitação técnica que exigiam
comprovação de faturamento mínimo, aduzindo direcionamento, bem
como questionando a alocação de risco integralmente para o
vencedor do certame.
A análise do requerimento do licitante

a) é improcedente, tendo em vista que as exigências técnicas a serem


feitas na fase de habilitação inserem-se no poder discricionário da
Administração pública que, na qualidade de poder concedente, pode
fazê-lo nos termos de sua oportunidade e conveniência, contanto que
exija igualmente de todos os licitantes.
b) pode concluir pelo deferimento caso tenha sido veiculada por meio
de ação judicial, tendo em vista que a revisão do procedimento, pela
Administração, depende da ocorrência de fato novo e superveniente às
condições que motivaram a instauração do certame.
c) indica restrição à competição, tendo em vista que há vedação legal à
exigência de atestado demonstrando percentual de faturamento
mínimo, pois a licitação prevê a necessidade de garantias a serem
prestadas pelo contratado para a execução do ajuste.
d) pode conduzir à improcedência da impugnação, caso tenha sido
adotado o modelo de concessão de serviço público regida pela Lei n°
8.987/95, na qual o concessionário assume integralmente o risco do
negócio, bem como admite a exigência de atestado para demonstrar a
higidez financeira da empresa para fazer frente ao investimento.
e) pode ser procedente, caso o poder concedente tenha modelado uma
parceria público-privada, sob a modalidade de concessão
administrativa, porque se trata de serviço público.

34. (FCC/Analista Judiciário – Área Judiciária – TRT 23ª Região/2016)


Transporte público de passageiros quase sempre é mencionado como
exemplo de serviço público. A depender do modal de transporte ou
mesmo das localidades envolvidas no deslocamento, pode se alterar a
titularidade desse gênero de serviço público. A titularidade do serviço
público

a) remanesce com o ente público ao qual foi atribuída pela legislação,


passível de delegação para a iniciativa privada a execução material,
salvo em se tratando de pessoa jurídica de direito público integrante da

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 177


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Administração indireta, como as autarquias, para as quais é admissível


a delegação legal da titularidade.
b) está atrelada ao regime de execução imposto para o serviço público,
tendo em vista que quando prestado sob regime de direito privado, a
titularidade desloca-se para o delegatário, para que seja deste a
integral responsabilidade pelos ônus e bônus, e quando prestado sob
regime de direito público, a titularidade remanesce com o ente público.
c) também se altera quando ocorre a delegação da execução material
para a iniciativa privada, pois o delegatário do serviço público assume
integralmente a responsabilidade pelos ônus e bônus envolvidos com a
prestação dessa atividade material.
d) não pode se alterar, nem se transferir em nenhuma hipótese de
delegação de serviço, seja para ente com personalidade jurídica de
direito público integrante da Administração pública indireta, seja para a
iniciativa privada, tendo em vista que o regime de execução é sempre
privado, independentemente da natureza jurídica do delegatário.
e) depende do que constar da autorização legislativa que deve ser
editada especificamente para cada concessão ou permissão de serviço
público, podendo ser transferida ao concessionário ou permissionário,
mesmo que se trate de pessoa jurídica de direito privado, desde que a
execução do serviço se dê em regime de direito público.

35. (FCC/Técnico Judiciário – TRT 23ª Região/2016) Considere:

I. Independente de a pessoa satisfazer as condições legais, ela faz


jus à prestação do serviço público, não podendo haver distinção de
caráter pessoal.

II. Um dos princípios que regem os serviços públicos denomina-se


mutabilidade do regime jurídico, segundo o qual admitem-se
mudanças no regime de execução do serviço para adaptá-lo ao
interesse privado, que é variável no tempo.

III. O princípio da continuidade do serviço público tem aplicação


especialmente com relação aos contratos administrativos e ao
exercício da função pública.

No que concerne aos princípios inerentes ao regime jurídico dos


serviços públicos, está correto o que consta APENAS em

a) I
b) I e III
c) II
d) I e II
e) III

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 178


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

36. (FCC/Administrador – Prefeitura de Teresina - PI/2016) Considere


que o Estado do Piauí pretenda ampliar e recuperar sua malha
rodoviária e transferir a exploração das referidas rodovias à iniciativa
privada, mediante cobrança de tarifa dos usuários. Entre as
modalidades contratuais existentes, afigura-se adequada, para
adoção dos fins colimados,

a) concessão patrocinada, com contraprestação pecuniária paga pela


contratante, em complementação à receita tarifária auferida pelo
concessionário.

b) concessão administrativa, tendo a Administração como usuária


direta dos serviços concedidos.

c) empreitada integral, com possibilidade de obtenção de receitas


acessórias para favorecer a modicidade tarifária.

d) concessão comum, mediante complementação da receita tarifária


com contraprestação pecuniária paga pelo Estado.

e) concessão de serviços precedida de obra pública, com aporte de


recursos do poder concedente na fase de prestação de serviços.

37. (FCC/Analista de Orçamento e Finanças Públicas – Prefeitura de


Teresina - PI/2016) A Prefeitura de Teresina, hipoteticamente,
celebrou contrato de parceria público-privada para o gerenciamento
de resíduos sólidos e do aterro sanitário do Município. Nos termos da
Lei nº 11.079/2004, antes da celebração do contrato, foi constituída
sociedade de propósito específico, incumbida de implantar e gerir o
objeto da parceria. Admite-se, desde que preenchidos os requisitos
legais, a administração temporária da sociedade de propósito
específico, pelos financiadores e garantidores. Referida
administração temporária, autorizada pelo poder concedente,

a) acarretará responsabilidade aos financiadores e garantidores em


relação à tributação, encargos, ônus, sanções, obrigações ou
compromissos com terceiros, exceto com o poder concedente ou
empregados.

b) não acarretará responsabilidade aos financiadores e garantidores em


relação à tributação, encargos, ônus, sanções, obrigações ou

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 179


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

compromissos com terceiros, exceto com o poder concedente ou


empregados.

c) acarretará responsabilidade aos financiadores e garantidores em


relação à tributação, encargos, ônus, sanções, obrigações ou
compromissos com terceiros, inclusive com o poder concedente ou
empregados.

d) não acarretará responsabilidade aos financiadores e garantidores em


relação à tributação, encargos, ônus, sanções, obrigações ou
compromissos com terceiros, inclusive com o poder concedente ou
empregados.

e) acarretará responsabilidade aos financiadores e garantidores


somente em relação aos compromissos com terceiros, cabendo ao
poder concedente disciplinar sobre o prazo da administração
temporária.

38. (FCC/Técnico Administrativo – PGE-MT/2016) O Governador do


Estado, por razões de interesse público, pretende outorgar a exploração
de rodovia estadual à iniciativa privada. Todavia, estudos técnicos
preliminares estimam que o valor da tarifa de pedágio a ser cobrada
dos usuários, sob o regime da concessão comum, seria excessivo, a
ponto de desestimular o uso da rodovia. Diante disso, o governo
estadual estuda a alternativa de realização de concessão sob o regime
de parceria público-privada, nos termos da Lei nº 11.079, de 30 de
dezembro de 2004, de tal maneira que o contrato envolva
contraprestação pecuniária da Administração pública ao parceiro
privado. Para que tal alternativa seja viável, há diversos requisitos
legais, tais como:

I. Valor do contrato não inferior a 20 milhões de reais.

II. Objeto não consistente apenas no fornecimento de mão de obra, no


fornecimento e instalação de equipamentos e na execução de obra
pública.

III. Prazo de vigência compatível com a amortização dos investimentos


realizados, não inferior a 5 anos, nem superior a 35 anos, incluindo
eventual prorrogação.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 180


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

IV. Repartição objetiva de riscos entre as partes, inclusive os


referentes a caso fortuito, força maior, fato do príncipe e álea
econômica extraordinária.

V. Previsão contratual de mecanismos para a preservação da atualidade


dos serviços prestados.

São requisitos previstos na lei o que consta em

a) III, IV e V, apenas.
b) I, II e V, apenas.
c) I, II, III e V, apenas.
d) I, II, III e IV, apenas.
e) I, II, III, IV e V.

39. (FCC/Advogado – Prefeitura de Teresina - PI/2016) Determinado


município elaborou modelagem de uma parceria público-privada na
área de saneamento, que contemplava novas obras de infraestrutura,
modernização da rede existente e sua ampliação, além da prestação
do serviço. Lançado o edital de licitação, do qual constavam todos os
requisitos legalmente previstos para regular processamento do
certame, inclusive possibilidade de aporte por parte do Poder Público,
compareceram cinco competidores, que apresentaram propostas
estruturadas da seguinte forma:

I. Concessão administrativa, com pagamento de tarifa pelo usuário,


valor de contraprestação variável, devida após início da fruição dos
serviços, complementada com aporte coordenado com as diversas
fases de obras constantes de cronograma de execução.

II. Concessão patrocinada, com pagamento de tarifa pelo usuário,


sem contraprestação paga pelo poder público, somente remuneração
das obras e dos serviços mediante aporte escalonado e limitado.

III. Concessão patrocinada, com subsídio integral de tarifa pelo


poder público, valor de contraprestação devida desde o início do
contrato e aporte para investimento somente em bens reversíveis.

IV. Concessão patrocinada, com pagamento de tarifa pelo usuário,


contraprestação após início dos serviços, em valor inferior ao valor
máximo do edital, aporte por parte do poder público para realização
de parte das obras.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 181


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

V. Concessão administrativa, com pagamento de tarifa pelo poder


concedente ou pelo usuário, conforme sua capacidade financeira,
valor de contraprestação abaixo do valor referencial do edital, aporte
direto de parte das obras e financiamento do restante pelo poder
concedente.

Dentre as propostas apresentadas, encontra-se condizente com os


regramentos de uma parceria público privada APENAS o que consta
em
a) IV
b) II e IV
c) I
d) II e III
e)I, III e V

40. (FCC∕Julgador administrativo – SEFAZ PE∕2015) Suponha que o


Estado de Pernambuco pretenda recuperar e ampliar sua infraestrutura
rodoviária, objetivando melhorar o processo logístico de escoamento da
produção agrícola e que, em face do montante dos investimentos
demandados, tenha optado por utilizar, como modalidade contratual, a
parceria público-privada. A modelagem econômico-financeira do
projeto a ser licitado indicou que a projeção da receita tarifária
potencialmente auferida pelo parceiro privado com a exploração das
rodovias não seria suficiente para fazer frente aos custos operacionais
e de manutenção da malha concedida e tampouco para a realização dos
investimentos de recuperação e ampliação pretendidos. Diante desse
cenário, a adoção da modalidade parceria público-privada afigura-se
a) inviável, eis que tal modalidade admite a contraprestação pecuniária
paga pelo poder público apenas para amortização de investimento em
bens reversíveis.
b) viável, desde que na modalidade concessão administrativa, que
admite a complementação da tarifa paga pelo usuário com
contraprestação pública
c) viável, na modalidade concessão patrocinada, sendo possível a
complementação da receita tarifária com contraprestação pecuniária a
cargo do parceiro público.
d) inviável, admitindo-se a concessão precedida de obra pública, com
aporte de recursos do poder público no ritmo de execução dos
investimentos em bens reversíveis.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 182


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

e) viável, desde que mediante autorização legislativa específica para a


realização de aporte de recursos do poder público para os
investimentos e despesas de manutenção.

41. (FCC∕Analista de Controle Externo – TCE GO∕2015) Antes da


celebração do respectivo contrato de parceria público-privada, foi
constituída a Sociedade de Propósito Específico (SPE) “Masters S/A”,
incumbida de implantar e gerir o objeto da parceria. Referida sociedade
inadimpliu contrato de financiamento com instituição financeira
controlada pelo Poder Público. Assim, deu-se a aquisição da maioria do
capital votante da SPE pela referida instituição financeira. De acordo
com a Lei no 11.079/2004,
a) é possível a aquisição da maioria do capital votante da SPE por
instituição financeira controlada pelo Poder Público, exatamente na
situação narrada no enunciado.
b) é vedada a aquisição da maioria do capital votante da SPE por
instituição financeira controlada pelo Poder Público, pois a
Administração pública não pode ser titular da maioria do capital
votante de SPE.
c) a SPE não pode celebrar contrato de financiamento com instituição
financeira controlada pelo Poder Público; logo, inviável o episódio
narrado.
d) é vedada a aquisição da maioria do capital votante da SPE por
instituição financeira, independentemente de ser controlada ou não
pelo Poder Público.
e) a SPE pode celebrar contrato de financiamento com instituição
financeira controlada pelo Poder Público; mas o inadimplemento do
mencionado contrato não permite que a instituição financeira adquira a
maioria do capital votante da SPE.

42. (FCC∕Analista de Controle Externo – TCE GO∕2015) A União Federal


pretende celebrar contrato de parceria público-privada, visando
unicamente a execução de importante obra pública. Para a contratação,
dispõe do montante de quinze milhões de reais. Assim, foi publicado o
respectivo edital de tomada de preços, de modo a ser selecionada a
empresa que melhor atenda ao interesse público. Neste caso, o
contrato de parceria público-privada NÃO é cabível, tendo em vista o
a) objeto da contratação e o tipo de licitação adotado, apenas.
b) valor da contratação, apenas.
c) tipo de licitação adotado, apenas.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 183


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

d) objeto da contratação, o valor da contratação e o tipo de licitação


adotado.
e) valor da contratação e tipo de licitação adotado, apenas.

GABARITO

01.A 02.C 03.B 04.B 05.C 06.A 07.B 08.D

09.C 10.E 11.C 12.A 13.E 14.B 15.C 16.D

17.E 18.E 19.D 20.B 21.E 22.C 23.C 24.D

25.C 26.D 27.D 28.C 29.D 30.E 31.E 32.C

33.D 34.A 35.E 36.A 37.D 38.E 39.A 40.C

41.A 42.D

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 184


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

QUESTÕES COMENTADAS - FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS

01. (FGV∕Auditor – AL BA∕2014) Sobre a natureza jurídica dos


instrumentos de delegação da prestação de serviços públicos,
assinale a afirmativa correta.
a) A concessão é sempre ato administrativo.
b) A autorização é sempre contrato administrativo.
c) A permissão é sempre contrato administrativo.
d) A concessão ocorre de forma unilateral.
e) A concessão é sempre contrato administrativo.

Comentários
a) A concessão de serviço público pode ser definida como a delegação de
sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade
de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo
determinado. Deve sempre ser realizada mediante contrato administrativo.
Assertiva incorreta.
b) A autorização sempre será formalizada por ato administrativo, seja
como instrumento de delegação de prestação de serviços públicos ou como
instrumento de utilização privada de bens públicos. Assertiva incorreta.
c) O art. 40 da Lei 8.987/1995 dispõe que “a permissão de serviço
público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará os
termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação,
inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo
poder concedente”.
Como se percebe da leitura do texto legal, não se trata de um contrato
administrativo propriamente dito, mas sim de um contrato de adesão, que
possui diversas peculiaridades. Assertiva incorreta.
d) A concessão é formalizada através de contrato administrativo e não de
forma unilateral, como acontece nos atos administrativos. Assertiva incorreta.
e) O enunciado simplesmente reproduz o entendimento da doutrina
majoritária, portanto, deve ser considerado correto.

Gabarito: Letra e.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 185


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

02. (FGV∕Analista Judiciário – DPE DF∕2014) O contrato de concessão


de serviço público pode ser extinto em razão do descumprimento das
obrigações assumidas pela concessionária. Tal forma de extinção,
prevista no ordenamento jurídico, denomina-se:

a) reversão.
b) caducidade.
c) encampação.
d) rescisão.
e) retomada.

Comentários
O inadimplemento ou adimplemento defeituoso por parte da
concessionária pode ensejar a extinção da concessão antes do termo final
estabelecido no contrato. A essa causa de extinção a própria lei denomina
caducidade.
É de competência da própria Administração, discricionariamente,
verificar se o inadimplemento (que pode ser total ou parcial) é suficiente para
causar, ou não, a extinção da concessão.
A declaração da caducidade da concessão deverá ser precedida da
verificação da inadimplência da concessionária em processo administrativo,
assegurado o direito de ampla defesa. Entretanto, antes da instauração do
processo administrativo, deverá ser obrigatoriamente comunicado à
concessionária os possíveis descumprimentos de cláusulas contratuais, sendo
concedido um prazo para corrigir as falhas e transgressões apontadas.
Não efetuadas as devidas correções, será então instaurado o processo
administrativo e, após o seu término, a caducidade será declarada por decreto
do poder concedente, independentemente de indenização prévia, calculada
no decurso do processo.
Declarada a caducidade, não resultará para o poder concedente qualquer
espécie de responsabilidade em relação aos encargos, ônus, obrigações ou
compromissos com terceiros ou com empregados da concessionária.
Gabarito: Letra b.

03. (FGV∕Procurador – AL MT∕2013) Em relação à extinção da


concessão de um serviço público, analise as afirmativas a seguir.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 186


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

I. A reversão no advento do termo contratual far-se-á com a


indenização das parcelas dos investimentos vinculados a bens
reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tenham sido
realizados com o objetivo de garantir a continuidade e a atualidade do
serviço concedido.
II. A retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da
concessão, por motivo de interesse público, denomina-se caducidade.
III. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do
poder concedente, a rescisão do contrato de concessão ou a aplicação
das sanções contratuais.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
d) se somente a afirmativa III estiver correta.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Comentários
Item I – O enunciado simplesmente reproduziu o inteiro teor do art. 36
da Lei 8.987/1995, portanto, deve ser considerado correto.
Item II - Considera-se encampação a retomada do serviço pelo poder
concedente durante o prazo da concessão, por motivo de interesse público,
mediante lei autorizativa específica e após prévio pagamento da
indenização. Assertiva incorreta.
Item III - A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério
do poder concedente, a declaração de caducidade da concessão ou a
aplicação das sanções contratuais, respeitadas as disposições legais e as
normas convencionadas entre as partes. Assertiva incorreta.
Gabarito: Letra a.

04. (FGV∕Auxiliar Judiciário – TJ AM∕2013) Na sociedade atual, certos


serviços tornaram-se imprescindíveis para o bem estar coletivo, tais
como o fornecimento de água, luz, coleta de lixo e outros. Esses
serviços essenciais são denominados serviços públicos.
Em relação à prestação dos serviços públicos, analise as afirmativas
a seguir.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 187


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

I. Os serviços públicos podem ser prestados pela Administração


Pública ou por particulares, por meio de concessão.
II. Os serviços públicos apenas podem ser prestados pela
Administração Pública.
III. Os serviços públicos são prestados somente por particulares
mediante delegação do Poder Público.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I estiver correta.


b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

Comentários
O artigo 175 da Constituição Federal de 1988 declara expressamente que
“incumbe ao poder público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de
concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços
públicos”.
Conforme se constata no próprio texto constitucional, o Estado poderá
prestar serviços públicos diretamente, através de seus respectivos órgãos
públicos (neste caso teremos a centralização dos serviços), ou
indiretamente, mediante a transferência da execução e/ou titularidade dos
serviços para particulares.
Nesse último caso, o Estado poderá optar por transferir a titularidade e
a execução do serviço para uma entidade da Administração Indireta (através
de outorga), ou somente a execução do serviço a particulares (delegação),
valendo-se da concessão, permissão ou autorização.
Gabarito: Letra a.

05. (FGV∕Auxiliar Judiciário – TJ AM∕2013) Os serviços públicos podem,


por sua natureza ou pelo fato de assim dispor o ordenamento jurídico,
podem ser executados pelo Estado ou por particulares colaboradores.
As alternativas a seguir, apresentam serviços públicos que podem ser
delegados, à exceção de uma. Assinale-a.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 188


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

a) Serviço de transporte coletivo


b) Serviço de fornecimento de energia elétrica
c) Sistema de telefonia
d) Serviço de defesa nacional
e) Serviços financeiros

Comentários
Dentre todas as alternativas apresentadas, não restam dúvidas de que
apenas o serviço de defesa nacional não pode ser delegado a particulares, por
razões óbvias.
Imagine só o que pode acontecer se o Estado brasileiro decide transferir
para particulares a responsabilidade pela nossa defesa nacional? Não restam
dúvidas de que será infinitamente maior a possibilidade de que terceiros se
estabeleçam no território nacional com o intuito de fazer valer os respectivos
interesses, inclusive pela utilização da força militar.
Gabarito: Letra d.

06. (FGV∕Analista Judiciário – TJ AM∕2013) A concessão de serviço


público é uma forma de delegação, na qual o Estado descentraliza a
prestação de serviços públicos através de um contrato com um
particular. A Lei n. 8987/95 prevê a possibilidade de intervenção do
poder concedente na concessão. Sobre a intervenção na concessão por
parte do poder concedente, assinale a afirmativa correta.
a) O poder concedente poderá, de forma discricionária, intervir na
concessão, não estando vinculado a qualquer fundamentação específica
para o ato.
b) Cessada a intervenção a concessão deverá necessariamente ser
extinta e será aberto novo procedimento licitatório.
c) A intervenção deverá ser implementada necessariamente por lei.
d) Como o interventor atua na qualidade de agente estatal com poder
de império não possui o dever de prestar contas.
e) A intervenção poderá ser feita para garantir a adequada prestação
do serviço.
Comentários
a) A intervenção não será realizada discricionariamente pelo poder
concedente, mas sim com o fim de assegurar a adequação na prestação do
serviço, bem como o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares
e legais pertinentes. Assertiva incorreta.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 189


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

b) Cessada a intervenção, se não for extinta a concessão, a


administração do serviço será devolvida à concessionária, precedida de
prestação de contas pelo interventor, que responderá pelos atos praticados
durante a sua gestão. Assertiva incorreta.

c) A intervenção far-se-á por decreto do poder concedente, que conterá


a designação do interventor, o prazo da intervenção e os objetivos e limites da
medida. Assertiva incorreta.

d) O art. 34 da Lei 8.987∕1995 afirma que o interventor deverá prestar


contas e responderá pelos atos praticados durante a sua gestão. Assertiva
incorreta.

e) O art. 32 da Lei 8.987/1995 dispõe que “o poder concedente poderá


intervir na concessão, com o fim de assegurar a adequação na prestação
do serviço, bem como o fiel cumprimento das normas contratuais,
regulamentares e legais pertinentes”. Assertiva incorreta.

Gabarito: Letra e.

07. (FGV∕Técnico Superior – DPE DF∕2014) A empresa de ônibus ROTA


XXX LTDA. prestava o serviço público de transporte coletivo municipal
de passageiros em cidade do interior do Estado, após sair vencedora
em licitação e celebrar com o poder público municipal contrato de
concessão. Ocorre que, após um ano, a municipalidade verificou a
inadequação na prestação do serviço, com ineficiência e falta de
condições técnicas operacionais, haja vista que os ônibus, em sua
maioria, estavam quebrados, superlotados, além de não cumprirem
com todas as rotas previstas no contrato, não respeitarem as
gratuidades legais e outras violações do contrato e da lei. Após
intensas manifestações populares, o Município finalmente instaurou
processo administrativo, reuniu todas as provas cabíveis, tudo com o
devido processo legal, contraditório e ampla defesa, culminando por
extinguir a concessão por:
a) rescisão.
b) anulação.
c) revogação.
d) caducidade.
e) encampação.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 190


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

Comentários
O inadimplemento ou adimplemento defeituoso por parte da
concessionária pode ensejar a extinção da concessão antes do termo final
estabelecido no contrato. A essa causa de extinção a própria lei denomina
caducidade, tema muito cobrado em provas da Fundação Getúlio Vargas.
É de competência da própria Administração, discricionariamente,
verificar se o inadimplemento (que pode ser total ou parcial) é suficiente para
causar, ou não, a extinção da concessão.
A declaração da caducidade da concessão deverá ser precedida da
verificação da inadimplência da concessionária em processo administrativo,
assegurado o direito de ampla defesa. Entretanto, antes da instauração do
processo administrativo, deverá ser obrigatoriamente comunicado à
concessionária os possíveis descumprimentos de cláusulas contratuais, sendo
concedido um prazo para corrigir as falhas e transgressões apontadas.
Não efetuadas as devidas correções, será então instaurado o processo
administrativo e, após o seu término, a caducidade será declarada por decreto
do poder concedente, independentemente de indenização prévia, calculada
no decurso do processo.
Declarada a caducidade, não resultará para o poder concedente qualquer
espécie de responsabilidade em relação aos encargos, ônus, obrigações ou
compromissos com terceiros ou com empregados da concessionária.
Gabarito: Letra d.

08. (FGV∕Analista Judiciário – TJ AM∕2013) A prestação de serviços


públicos pode ser feita de forma indireta por meio da contratação de
particulares. Com base na Lei n. 8.987/95, analise as afirmativas a
seguir.
I. Poder Concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o
Município, em cuja competência se encontre.
II. Concessão de serviço público: é a delegação de sua prestação, feita
pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de
concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e
por prazo determinado;

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 191


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

III. Permissão de serviço público: é a delegação, a título precário,


mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder
concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para
seu desempenho, por sua conta e risco.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta
b) se somente a afirmativa II estiver correta
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Comentários
Item I – Poder concedente é aquele que possui a competência para a
prestação do serviço público, podendo delegar a sua execução para terceiros.
Assertiva correta.
Item II – O enunciado simplesmente reproduziu o inteiro teor do art. 2º,
II, da Lei 8.987/1995. Para responder às questões de prova, lembre-se sempre
de que a concessão não pode ser feita para pessoa física, apenas para pessoa
jurídica ou consórcio de empresas. Assertiva correta.

Item III – Eis o conceito de permissão, previsto expressamente no art.


2º, IV, da Lei 8.987∕1995. A permissão, nos termos da lei, possui caráter
precário, sendo revogável a qualquer tempo pela Administração, desde que
existente interesse público superveniente. Por outro lado, a concessão constitui-
se por meio de um contrato administrativo e, portanto, somente será extinto
nos termos da lei.
Gabarito: Letra e.

09. (FGV∕Técnico de Gestão – AL MA∕2013) A prestação de serviços


públicos no Brasil poderá ser feita de forma direta ou indireta. Uma das
formas de delegação da prestação de serviços público é o contrato de
concessão. Esse contrato poderá ser extinto por meio de várias formas
previstas na Lei n. 8.987/95. Com relação a essas formas de extinção,
assinale a afirmativa correta.
a) O contrato de concessão não pode ser extinto por iniciativa da
concessionária em nenhuma hipótese.
b) Uma vez decretada a intervenção a concessão será necessariamente
extinta.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 192


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

c) Somente por ordem judicial a encampação poderá ser decretada.


d) Todas as formas de extinção da concessão são auto-executáveis.
e) A inexecução total ou parcial do serviço por parte da concessionária
pode levar a caducidade da concessão.

Comentários
a) Nos termos do artigo 39 da Lei 8.987/95, o contrato de concessão
“poderá ser rescindido por iniciativa da concessionária, no caso de
descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação
judicial especialmente intentada para esse fim”. Nesse caso, os serviços
prestados pela concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados,
até a decisão judicial transitada em julgado. Assertiva incorreta.
b) Cessada a intervenção, se não for extinta a concessão, a
administração do serviço será devolvida à concessionária, precedida de
prestação de contas pelo interventor, que responderá pelos atos praticados
durante a sua gestão. Assertiva incorreta.
c) O artigo 37 da Lei 8.987/95 considera encampação a retomada do
serviço pelo poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de
interesse público superveniente, mediante lei autorizativa específica e
após prévio pagamento da indenização das parcelas dos investimentos
vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que
tenham sido realizados com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade
do serviço concedido. Assertiva incorreta.
d) Nem todas as formas de extinção da concessão são autoexecutáveis, a
exemplo do que ocorre em relação à rescisão, que depende de iniciativa do
concessionário e autorização judicial. Assertiva incorreta.
e) O inadimplemento ou adimplemento defeituoso por parte da
concessionária pode ensejar a extinção da concessão antes do termo final
estabelecido no contrato. A essa causa de extinção a própria lei denomina
caducidade, tema muito cobrado em provas da Fundação Getúlio Vargas,
como você pode perceber da análise das questões anteriores. Assertiva correta.
Gabarito: Letra e.

10. (FGV∕Técnico de Gestão – AL MA∕2013) O Estado do Maranhão


resolveu realizar a concessão de serviço público para a operação de
uma rodovia estadual. Considerando a situação fática apresentada,
assinale a afirmativa correta.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 193


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

a) A concessão de serviço público, tal como no caso, deve ser realizada


mediante licitação, em modalidade a ser definida conforme o valor da
obra necessária.
b) O critério de julgamento previsto no edital de concessão de serviço
público somente poderá ser o da menor tarifa pelo serviço prestado.
c) As responsabilidades penal e administrativa dos agentes operadores
da concessionária são subjetivas, já a civil, quanto ao serviço da
concessionária, será objetiva.
d) A outorga do contrato de concessão de serviço público, deve ser
sempre precedida de autorização legislativa, ao licitante vencedor.
e) A concessão poderá ser transferida a terceiros, direito que assiste ao
concessionário e que não necessita de anuência por parte do poder
concedente.
Comentários
a) Nos termos do artigo 175 da Constituição Federal, as concessões e
permissões de serviços públicos sempre deverão ser precedidas de licitação.
Não existem exceções a essa regra e a modalidade licitatória utilizada nas
concessões será obrigatoriamente a concorrência. Assertiva incorreta.
b) Em relação ao critério de julgamento das propostas, o caput do
artigo 15 da Lei 8.987/1995 declara que será considerado um dos seguintes
critérios: 1º) o menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado; 2º) a
maior oferta, nos casos de pagamento ao poder concedente pela outorga da
concessão; 3º) a combinação, dois a dois, dos critérios referidos nos incisos 1,
2 e 7; 4º) melhor proposta técnica, com preço fixado no edital; 5º) melhor
proposta em razão da combinação dos critérios de menor valor da tarifa do
serviço público a ser prestado com o de melhor técnica; 6º) melhor proposta
em razão da combinação dos critérios de maior oferta pela outorga da
concessão com o de melhor técnica; 7º) melhor oferta de pagamento pela
outorga após qualificação das propostas técnicas. Assertiva incorreta.
c) O enunciado simplesmente reproduziu o entendimento da doutrina
majoritária sobre o tema, portanto, deve ser considerado correto.
d) A outorga da concessão não exige autorização legislativa específica,
mas sim a realização prévia de licitação, na modalidade concorrência. Assertiva
incorreta.
e) O art. 27 da Lei 8.987∕1995 dispõe “a transferência de concessão ou
do controle societário da concessionária sem prévia anuência do poder
concedente implicará a caducidade da concessão”. Assertiva incorreta.
Gabarito: Letra c.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 194


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

11. (FGV/Analista Processual – MP RJ/2016) Sociedade empresária


concessionária do serviço público estadual de transporte intermunicipal
coletivo de passageiros deseja, com base no contrato administrativo,
reajustar o valor da tarifa, alegando que está defasado em razão dos
atuais custos do serviço. O poder concedente, pressionado por
manifestações populares, não autorizou o aumento pretendido,
argumentando que os serviços devem ser remunerados a preços
razoáveis, levando em consideração o poder aquisitivo do usuário para
que, por dificuldades financeiras, não seja ele alijado do universo de
beneficiários do serviço. Assim, a concessionária ajuizou ação judicial
pretendendo obter autorização para o reajuste das tarifas pagas pelos
usuários. Instado a se manifestar, o Ministério Público deverá emitir
parecer analisando as peculiaridades do caso concreto e levando em
conta a harmonização entre os seguintes princípios acima alegados,
respectivamente, pelo concessionário e poder concedente:
(A) princípio da continuidade do serviço público e princípio da
economicidade;
(B) princípio da exceção do contrato não cumprido e princípio da
isonomia;
(C) princípio do equilíbrio econômico-financeiro do contrato e princípio
da modicidade;
(D) princípio da competitividade e princípio da supremacia do interesse
público;
(E) princípio da universalidade do serviço público e princípio da
segurança jurídica.
Comentários
O contrato administrativo realmente pode ser alterado para restabelecer a
relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e
a retribuição da administração para a justa remuneração da obra, serviço ou
fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro
inicial do contrato (princípio do equilíbrio econômico-financeiro), na
hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de
conseqüências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do
ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe,
configurando álea econômica extraordinária e extracontratual. Por sua vez, o
princípio da modicidade dispõe que os serviços públicos não devem ser
prestados com lucros ou prejuízos, mas sim mediante taxas ou tarifas justas,

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 195


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

que proporcionem a remuneração pelos serviços e garantam o seu


aperfeiçoamento e expansão.
Analisando-se o enunciado da questão, bem como os princípios apresentados
nas alternativas, não restam dúvidas de que o Ministério Público deverá emitir
parecer analisando as peculiaridades do caso concreto e levando em conta a
harmonização entre os princípios do equilíbrio econômico-financeiro do contrato
e princípio da modicidade.
Gabarito: Letra c.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 196


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

RELAÇÃO DE QUESTÕES COMENTADAS

01. (FGV∕Auditor – AL BA∕2014) Sobre a natureza jurídica dos


instrumentos de delegação da prestação de serviços públicos,
assinale a afirmativa correta.
a) A concessão é sempre ato administrativo.
b) A autorização é sempre contrato administrativo.
c) A permissão é sempre contrato administrativo.
d) A concessão ocorre de forma unilateral.
e) A concessão é sempre contrato administrativo.

02. (FGV∕Analista Judiciário – DPE DF∕2014) O contrato de concessão


de serviço público pode ser extinto em razão do descumprimento das
obrigações assumidas pela concessionária. Tal forma de extinção,
prevista no ordenamento jurídico, denomina-se:
a) reversão.
b) caducidade.
c) encampação.
d) rescisão.
e) retomada.

03. (FGV∕Procurador – AL MT∕2013) Em relação à extinção da


concessão de um serviço público, analise as afirmativas a seguir.
I. A reversão no advento do termo contratual far-se-á com a
indenização das parcelas dos investimentos vinculados a bens
reversíveis, ainda não amortizados ou depreciados, que tenham sido
realizados com o objetivo de garantir a continuidade e a atualidade do
serviço concedido.
II. A retomada do serviço pelo poder concedente durante o prazo da
concessão, por motivo de interesse público, denomina-se caducidade.
III. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do
poder concedente, a rescisão do contrato de concessão ou a aplicação
das sanções contratuais.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
d) se somente a afirmativa III estiver correta.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 197


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

04. (FGV∕Auxiliar Judiciário – TJ AM∕2013) Na sociedade atual, certos


serviços tornaram-se imprescindíveis para o bem estar coletivo, tais
como o fornecimento de água, luz, coleta de lixo e outros. Esses
serviços essenciais são denominados serviços públicos.
Em relação à prestação dos serviços públicos, analise as afirmativas
a seguir.
I. Os serviços públicos podem ser prestados pela Administração
Pública ou por particulares, por meio de concessão.
II. Os serviços públicos apenas podem ser prestados pela
Administração Pública.
III. Os serviços públicos são prestados somente por particulares
mediante delegação do Poder Público.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

05. (FGV∕Auxiliar Judiciário – TJ AM∕2013) Os serviços públicos podem,


por sua natureza ou pelo fato de assim dispor o ordenamento jurídico,
podem ser executados pelo Estado ou por particulares colaboradores.
As alternativas a seguir, apresentam serviços públicos que podem ser
delegados, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Serviço de transporte coletivo
b) Serviço de fornecimento de energia elétrica
c) Sistema de telefonia
d) Serviço de defesa nacional
e) Serviços financeiros

06. (FGV∕Analista Judiciário – TJ AM∕2013) A concessão de serviço


público é uma forma de delegação, na qual o Estado descentraliza a
prestação de serviços públicos através de um contrato com um
particular. A Lei n. 8987/95 prevê a possibilidade de intervenção do
poder concedente na concessão. Sobre a intervenção na concessão por
parte do poder concedente, assinale a afirmativa correta.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 198


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

a) O poder concedente poderá, de forma discricionária, intervir na


concessão, não estando vinculado a qualquer fundamentação específica
para o ato.
b) Cessada a intervenção a concessão deverá necessariamente ser
extinta e será aberto novo procedimento licitatório.
c) A intervenção deverá ser implementada necessariamente por lei.
d) Como o interventor atua na qualidade de agente estatal com poder
de império não possui o dever de prestar contas.
e) A intervenção poderá ser feita para garantir a adequada prestação
do serviço.

07. (FGV∕Técnico Superior – DPE DF∕2014) A empresa de ônibus ROTA


XXX LTDA. prestava o serviço público de transporte coletivo municipal
de passageiros em cidade do interior do Estado, após sair vencedora
em licitação e celebrar com o poder público municipal contrato de
concessão. Ocorre que, após um ano, a municipalidade verificou a
inadequação na prestação do serviço, com ineficiência e falta de
condições técnicas operacionais, haja vista que os ônibus, em sua
maioria, estavam quebrados, superlotados, além de não cumprirem
com todas as rotas previstas no contrato, não respeitarem as
gratuidades legais e outras violações do contrato e da lei. Após
intensas manifestações populares, o Município finalmente instaurou
processo administrativo, reuniu todas as provas cabíveis, tudo com o
devido processo legal, contraditório e ampla defesa, culminando por
extinguir a concessão por:
a) rescisão.
b) anulação.
c) revogação.
d) caducidade.
e) encampação.

08. (FGV∕Analista Judiciário – TJ AM∕2013) A prestação de serviços


públicos pode ser feita de forma indireta por meio da contratação de
particulares. Com base na Lei n. 8.987/95, analise as afirmativas a
seguir.
I. Poder Concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o
Município, em cuja competência se encontre.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 199


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

II. Concessão de serviço público: é a delegação de sua prestação, feita


pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de
concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e
por prazo determinado;
III. Permissão de serviço público: é a delegação, a título precário,
mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder
concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para
seu desempenho, por sua conta e risco.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta
b) se somente a afirmativa II estiver correta
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

09. (FGV∕Técnico de Gestão – AL MA∕2013) A prestação de serviços


públicos no Brasil poderá ser feita de forma direta ou indireta. Uma das
formas de delegação da prestação de serviços público é o contrato de
concessão. Esse contrato poderá ser extinto por meio de várias formas
previstas na Lei n. 8.987/95. Com relação a essas formas de extinção,
assinale a afirmativa correta.
a) O contrato de concessão não pode ser extinto por iniciativa da
concessionária em nenhuma hipótese.
b) Uma vez decretada a intervenção a concessão será necessariamente
extinta.
c) Somente por ordem judicial a encampação poderá ser decretada.
d) Todas as formas de extinção da concessão são auto-executáveis.
e) A inexecução total ou parcial do serviço por parte da concessionária
pode levar a caducidade da concessão.

10. (FGV∕Técnico de Gestão – AL MA∕2013) O Estado do Maranhão


resolveu realizar a concessão de serviço público para a operação de
uma rodovia estadual. Considerando a situação fática apresentada,
assinale a afirmativa correta.
a) A concessão de serviço público, tal como no caso, deve ser realizada
mediante licitação, em modalidade a ser definida conforme o valor da
obra necessária.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 200


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

b) O critério de julgamento previsto no edital de concessão de serviço


público somente poderá ser o da menor tarifa pelo serviço prestado.
c) As responsabilidades penal e administrativa dos agentes operadores
da concessionária são subjetivas, já a civil, quanto ao serviço da
concessionária, será objetiva.
d) A outorga do contrato de concessão de serviço público, deve ser
sempre precedida de autorização legislativa, ao licitante vencedor.
e) A concessão poderá ser transferida a terceiros, direito que assiste ao
concessionário e que não necessita de anuência por parte do poder
concedente.

11. (FGV/Analista Processual – MP RJ/2016) Sociedade empresária


concessionária do serviço público estadual de transporte intermunicipal
coletivo de passageiros deseja, com base no contrato administrativo,
reajustar o valor da tarifa, alegando que está defasado em razão dos
atuais custos do serviço. O poder concedente, pressionado por
manifestações populares, não autorizou o aumento pretendido,
argumentando que os serviços devem ser remunerados a preços
razoáveis, levando em consideração o poder aquisitivo do usuário para
que, por dificuldades financeiras, não seja ele alijado do universo de
beneficiários do serviço. Assim, a concessionária ajuizou ação judicial
pretendendo obter autorização para o reajuste das tarifas pagas pelos
usuários. Instado a se manifestar, o Ministério Público deverá emitir
parecer analisando as peculiaridades do caso concreto e levando em
conta a harmonização entre os seguintes princípios acima alegados,
respectivamente, pelo concessionário e poder concedente:
(A) princípio da continuidade do serviço público e princípio da
economicidade;
(B) princípio da exceção do contrato não cumprido e princípio da
isonomia;
(C) princípio do equilíbrio econômico-financeiro do contrato e princípio
da modicidade;
(D) princípio da competitividade e princípio da supremacia do interesse
público;
(E) princípio da universalidade do serviço público e princípio da
segurança jurídica.

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 201


Gabaritando as provas de Direito Administrativo – 2017!
Aula 05 – Serviços Públicos
Prof. Fabiano Pereira

GABARITO

01.E 02.B 03.A 04.A 05.D 06.E 07.D 08.E

09.E 10.C 11.C

www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Fabiano Pereira 202

S-ar putea să vă placă și