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Universidade Federal de Santa Maria – UFSM

Programa de Pós Graduação em Comunicação – PPGCCOM/UFSM

Comentário 03:
Das sufragistas às ativistas 2.0: Feminismo, mídia e política no Brasil.
(Capítulo Mídia, política e feminismo)
(SARMENTO, Raysa)

Comentário 03 apresentado por Ulysses


do Nascimento Varela como avaliação
parcial da disciplina Estudos Avançados III,
Estudos culturais feministas (2018-1) para
a Professora Dra. Ana Carolina D.
Escosteguy.

Santa Maria, 2018


Das sufragistas às ativistas 2.0: Feminismo, mídia e política no Brasil.
(Capítulo Mídia, política e feminismo)
(SARMENTO, Raysa) Por Ulysses Varela

De início vale ressaltar o quão desafiador foi o trabalho de construção da


tese de doutorado de Raysa Sarmento, como ela mesma cita no início do
trabalho, por discutir a relação entre feminismo, política e mídia no Brasil
buscando compreender a construção discursiva sobre o movimento no cenário
de visibilidade midiática, no caso a folha de são Paulo, e por um período tão
abrangente (1921 a 2016). Mais desafiador ainda é por trazer à tona um debate
tão relevante presente nos dias atuais envolvendo as hierarquias de gênero no
âmbito da vida política. Há de se concordar com a autora quando compara as
afirmações de que “todo político é ladrão” e “mídia é tudo igual”, para não se
deixar cair no senso comum, pois sob a perspectiva de um pesquisador,
principalmente das ciências políticas o olhar e a abordagem devem ser mais
cautelosos e aguçados.
Talvez por isso a autora questione a abordagem de trabalhos anteriores
no qual os meios de comunicação são “tangenciados” ou tidos como
centralizadores em determinados aspecto em relação a questões que envolvam
a abordagem de gêneros. Percebemos que, sobre esta questão, mais do que
nunca a participação feminina na produção midiática, seja como repórteres,
apresentadoras ou mesmo enquanto fonte de notícias, ou a própria abordagem
de uma variedade de temas femininos tem sido mais abrangente e mais ‘justa’,
mesmo não sendo ainda o ideal, exatamente o que se busca identificar com os
feminists media studies ao trazer à tona toda essa discussão.
No contexto histórico apesar das abordagens de se destacarem na
America do norte e Europa é possível traçar um perfil da relação entre
feminismo e mídia nos anos 60 até a década de 90 com destaque para as
autoras liberais que vislumbravam a inserção das mulheres na produção
midiática a partir do ensino das questões de gênero nas escolas de jornalismo.
Hoje, como ressaltei anteriormente, percebe-se que no Brasil isso vem dando
certo, pois a cada dia é mais frequente a discussão de temas sobre igualdade de
gêneros e criação de políticas de combate a violação de direitos. Entendo que,
como citado no trabalho, a proposta de feministas radicais para a criação e
consumo de mídia feita por mulheres e para mulheres (Dworkin e MacKinnon
(1997), talvez não fosse ou ainda não seja a solução para a conquista de mais
espaço e “poder”, pois na verdade apenas cria-se mais um espaço, mas não
resolve questões ideológicas envolvidas. Enfim todos os estudos iniciais feitos
apontam para saídas e tropeços, mas que de certa forma contribuíram para a
evolução do tema no qual a mulher na mídia passa do status de mera
espectadora para um objeto de pesquisa e um sujeito “privilegiado” como
ocorreu no campo dos estudos culturais feministas como um todo e por
consequência os estudos da mídia feminista. Penso que o resultado disso na
prática, pelo menos em termos nacionais representa a criação de programas
matinais em canais abertos, a participação de apresentadoras mulheres em
vários programas, abordagens recorrentes a temas relacionados a questão de
gêneros e a própria visibilidade da mulher assim como a abordagem de temas
relacionados a elas nos meios de comunicação nacionais. Sobre esta realidade
ilustro aqui o fato de pelo menos umas quatro ou cinco mulheres
apresentadoras de TV no Amazonas terem acessado as carreiras políticas não só
pelo fato de serem reconhecidas, mas pelo papel que passaram a desempenhar
como representantes das questões femininas na política local, regional e
nacional como é o caso da Deputada federal Conceição Sampaio do PP do
Amazonas. A exemplo mundial temos o caso da estudante paquistanesa Malala
Yousafzai que quase foi assinada em seu país por desafiar as “Leis” impostas
pelos terroristas e tornou-se um símbolo da luta contra os abusos a jovens do
sexo feminino e mulheres que buscam o conhecimento.
Certamente os estudos culturais feministas, como têm sido visto na
disciplina, trouxeram um grande avanço sobre a abordagem do tema assim
como os estudos de mídia feministas ajudaram ainda mais a definir o perfil de
como este relacionamento se deu na segunda metade do século XX. Entretanto,
apesar desse avanço entre a relação dos estudos culturais, os estudos da mídia
e temais feministas lamentavelmente, mesmo com a virada do século ainda
existem lacunas a serem preenchidas se levarmos em conta as possibilidades de
analises da participação e abordagens referente as mulheres na mídia,
principalmente no Brasil como apontado no trabalho de Raysa Sarmento
quando cita as observações de Escosteguy acerca do tema. “A pesquisa no Brasil
ganha fôlego só a partir de 2000 e ainda há uma longa estrada a ser percorrida”
(SARMENTO 2017, p.55) ou como pontua Escosteguy citada no trabalho “A
porta continua aberta para que a trajetória da crítica feminista recomponha seu
objeto de estudo, dando a merecida atenção à mídia, sobretudo entre nós,
onde tal laço ainda não se consolidou” (Escosteguy, 2012, p.184 Apud
SARMENTO, 2017, P.55). Vale destacar a este respeito que nestes quase 20 anos
do século XI muita coisa mudou no Brasil em relação a participação das
mulheres na sociedade, universidades, política e na mídia o que certamente
aumenta ainda mais o leque de possibilidades de pesquisas no campo dos
estudos feministas de mídia. Ainda mais quando na era tecnológica encontram-
se presentes no dia a dia, simultaneamente, as correntes liberais radicais,
socialistas e culturalistas, cada uma com sua forma de compreender a
participação ou tratamento dado a mulher da mídia.
É certo afirmar que os estudos iniciais realizados servem como parâmetro
para que se entenda hoje a situação em que se encontram as discussões sobre
gênero e o papel da mulher na sociedade e certamente que chegamos a um
ponto ao qual jamais se poderá retroceder, mas o fato é que, no campo dos
estudos feministas de mídia, aspectos como a ausência de pesquisas sobre os
espaços não ocupados por mulheres e a representação e sistematização de
padrões sobre o feminino nos media ainda estão muito presentes nos dias
atuais tanto no entretenimento quanto na ficção seja por meio das novelas,
com suas vilãs transgressoras ou as heroínas melodramáticas, tão populares no
Brasil ou ainda pelo número de revistas direcionadas ou não ao público
feminino que circulam nas bancas além de outros produtos culturais.
O fato é que, seja sob os aspectos da audiência, da interseção sobre a
abordagem de gênero, raça e sexo ou da influência que exercem sobre o
comportamento das mulheres os meios de comunicação e consequentemente
os estudos advindos nesse campo continuam a aflorar nas universidades em
velocidade e proporções bem menores em relação à forma como eles se
desenvolvem e se transformam na prática. Entendemos que cabe a disciplinas
como esta que estamos cursando na pós-graduação ou em qualquer nível
escolar desde o fundamental ao superior e a ampliação do debate nas esferas
sociais e principalmente nas universidades a promoção da continuidade e a
ampliação dos estudos feministas de mídia, tão importantes quanto a própria
compreensão do papel e a participação da mulher no contexto social e político.
É certo que a força e o papel da mídia nas abordagens sobre questões
feministas, a participação de mulheres em cargos executivos nos meios de
comunicação, a abordagem e a cobertura de mulheres como fontes ou como
protagonistas em reportagens já demonstram também no Brasil um avanço,
porém ainda é necessário um esforço maior para que estes resultados sejam
representativos e legítimos, dignos do que se espera para o futuro quando a
questão um é o olhar sobre a mulher na mídia brasileira, seja no cinema, no
jornalismo, na televisão na publicidade ou na sociedade como um todo, em
casa, no trabalho, nos estudos, em família etc., mulheres capazes de construir o
próprio futuro sob os aspectos sociais da vida pública e privada, independente
de correntes, forças políticas ou ideologias as quis estejam ou não engajadas.

Bibliografia:
SARMENTO, Raysa. Capítulo: Mídia, política e feminismo, p. 50-78 in Das
sufragistas às ativistas 2.0: Feminismo, mídia e política no Brasil (1921-2016).
Tese de Doutorado, Ciência Política, Universidade Federal de Minas Gerais, 2017.

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