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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – UERN

FACULDADE DE ENFERMAGEM – FAEN


DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM – DEN
TEMAS AVANÇADOS EM SAÚDE COLETIVA

EVELYN MARIA SILVA ROMÃO


LISANDRA ALVES DA SILVA
SAMILLYS NADJA MOREIRA DE FREITAS
STEYCE HELLEN MORAIS MAGALHÃES
VICTOR HÉRIKE DE MEDEIROS GALVÃO BRAGA

III AVALIAÇÃO
RELATÓRIO: CONSULTÓRIO NA RUA

MOSSORÓ
2018
EVELYN MARIA SILVA ROMÃO
LISANDRA ALVES DA SILVA
SAMILLYS NADJA MOREIRA DE FREITAS
STEYCE HELLEN MORAIS MAGALHÃES
VICTOR HÉRIKE DE MEDEIROS GALVÃO BRAGA

III AVALIAÇÃO
RELATÓRIO: CONSULTÓRIO NA RUA

Relatório apresentado a disciplina Temas


Avançados em Saúde Coletiva para a
obtenção da nota referente a 3ª unidade.

Professor orientador: Wanderley Fernandes


da Silva

MOSSORÓ
2018
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 3
2 METODOLOGIA................................................................................................................. 5
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 6
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 11
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 12
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1 INTRODUÇÃO
Em cidades grandes, pequenas, interior ou não, visualizamos uma grande
população de moradores vivendo na rua. E isso é alarmante! Essa questão não
é uma realidade exclusivamente brasileira, o que torna o fato ainda mais
preocupante.
De acordo com Brasil (2009), a População em Situação de Rua (PSR) se
caracteriza por ser um grupo populacional heterogêneo que possuem, em
comum, a garantia da sobrevivência por meio de atividades produtivas
desenvolvidas nas ruas, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a
não referência de moradia regular.
Para Escorel (1999), existem três tipos de população de rua: aqueles que
ficam na rua (circunstancialmente), os que estão na rua (recentemente) e os que
são da rua (permanentemente).
E mesmo existindo essa divisão, é importante salientar que todos vivem
nas mesmas condições. E o que é assegurado por lei a toda a sociedade, para
eles não é, se tornam uma espécie de exceção. Isso pode ser muito bem
visualizado no livro “Rua e Movimento: vivendo em público na eternidade do
transitório”, de Sarah Escorel (1999, p. 254):

“Vivendo em público mas sem participar do espaço público, acabam


por não pertencer a nenhuma comunidade política e permanecem à
margem da cidadania, que constitui o primeiro direito humano, o “direito
a ter direitos”.

Não podemos dizer que não existem políticas públicas, projetos e


intervenções frente a esse público. Existem! E na teoria são todas muito
eficientes, mas na prática, muitos desses planos não são devidamente
executados. Visualizamos um descaso e falta de interesse em ajudar ao que na
rua estão.
Dentre os projetos existentes, podemos citar a estratégia Consultório na
Rua (CR), que foi instituída pela Política Nacional de Atenção Básica, em 2011,
e tem como objetivo principal ampliar o acesso da população em situação de rua
aos serviços de saúde, ofertando, de maneira mais oportuna, atenção integral à
saúde para esse grupo populacional (DAB, 2018).
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Grande parte das pessoas que estão em situação de rua, não procuram
os serviços de saúde e carregam consigo os sinais e sintomas de doenças,
recorrendo a hospitais e ambulatórios apenas em casos extremamente graves.
Isso muitas vezes se deve ao fato de os mesmos não se sentirem acolhidos em
um lugar que era e é pra ser disponível para todos, independentemente de
qualquer diferença que possa existir.
Sabendo disso, é importante que o CR esteja sempre atento à maneira
com a qual irão propor uma oferta de cuidado, considerando a todo momento a
singularidade de cada usuário, e não utilizando a escuta com o objetivo de
convencer essa população quanto aos exames, medicamentos e procedimentos
que julgamos importantes para o ‘seu’ bem-estar (LONDERO; CECCIM;
BILIBIO, 2014).
De acordo com o Guia de Atuação Ministerial: defesa dos direitos das
pessoas em situação de rua (2015), entre os principais motivos pelos quais
essas pessoas passaram a viver e morar na rua, estão problemas relacionados
ao alcoolismo e/ou drogas (35,5%), desemprego (29,8%) e desavenças com
pai/mãe/irmãos (29,1%).
E quando indagados sobre seu maior desejo, destacaram-se as
respostas: moradia (30,6%), trabalho (24,1%), reconstrução de laços familiares
(14,9%), sair da rua (10,0%) e outros (20,4%).
Tendo em vista toda a conjuntura que cerca a População em Situação de
Rua e a escassez de estudos e intervenções frente a esse público, o objetivo
desse trabalho é a relatar a construção de um documentário feito em
consonância com a realidade vivenciada na cidade de Mossoró, Rio Grande do
Norte.
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2 METODOLOGIA
Os recursos utilizados para demonstrar, tratar do tema e trazer a realidade
das pessoas em situação de rua para dentro de uma sala fechada foram
midiáticos, através de um vídeo contendo depoimentos de moradores de rua,
além de a entrevista com dois profissionais de saúde que estiverem envolvidos
com o consultório na rua e tiveram aproximação com esta temática.
Sabendo que a utilização de recursos midiáticos, principalmente o vídeo,
desperta a criatividade do aluno o estimulando com relação à construção de
conhecimentos, possibilitando uma visão mais próxima da realidade (BARBOZA
et. al, 2016) podemos dizer que o recurso utilizado para demonstrar a realidade
apresentada é vivida pelas pessoas em situação de rua foi o ideal, já que o intuito
principal seria mostrar como vivem estas pessoas e como funciona todo o serviço
de saúde para com os mesmos bem como todo o resto dos direitos de cidadania
destes indivíduos.
Além disso foi trazido uma palestra com um profissional que vivenciou a
realidade do consultório na rua onde foi relatado a experiência deste profissional
enquanto trabalhador deste programa.
O consultório na rua atua com relação à assistência em saúde para
pessoas em situação de rua (LONDERO; CECCIM; BILIBIO, 2014).
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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Começamos todo o processo de construção com a leitura dos textos
referentes a temática, Consultório na Rua: População em Situação de Rua. Se
aprofundar no assunto através do conteúdo teórico, foi fundamental, para
construirmos todo um pensamento, retirar as dúvidas e conhecer mais sobre a
realidade dessa população.
Assim como, todo grupo estar em uma só sintonia, conseguindo enxergar
por um só parâmetro já que esse tema se torna tão abrangente e multifacetado.
Conseguimos assim, manter um vínculo maior com a questão da saúde e de
como esse processo ocorre ou não para a população em situação de rua.
Outro fator, fundamental para a estruturação do nosso pensamento, foram
os encontros com o professor Wanderley Silva, coordenador da disciplina, os
momentos eram voltados para orientações, inicialmente sobre os textos para que
posteriormente pudéssemos construir um questionário valido, que englobasse
tudo que precisaria.
O questionário foi composto por oito perguntas, semiestruturadas, que
abraça desde quais as principais razões para existir essa realidade, se ela
mudou ao longo do tempo, sobre a qualidade do serviço de saúde, se ele existe
pra essa população, dentre outros que serão descritas mais à frente e o que é
preciso para muda-la.
Essas perguntas abriram margem para começarmos a montar o roteiro do
documentário, este era composto pelas três falas, duas delas em resposta ao
documentário e outra trazendo uma vivência seguida de uma reflexão, com esse
material em mãos, separamos alguns trechos dos textos lidos e também trechos
de uma entrevista achada no YouTube (Invisíveis: Moradores de Rua) de um
documentário sobre pessoas em situação de rua, ele traz uma fala muito forte e
emocionante do Alessandro, que está nessa situação desde os 12 anos, essa
fala vem para completar ou introduzir o debate a todas os outros discursos, já
que traz a realidade nua e crua que eles vivem.
Outro momento forte do documentário é a realidade citada a partir de uma
vivência na terceira fala, onde mesmo em uma grade metrópole do Brasil, a qual
se espera desenvolvimento e organização, em uma manhã, numa rua
movimentada, usada por diversas pessoas para irem, aos seus trabalhos,
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colégios e etc, foi visto um homem negro, por volta dos seus 45 anos, nu fazendo
suas necessidades biológicas ali.
Isso provocou um debate e o questionamento de como essas cenas são
cada vez mais aderidas ao cenário natural da cidade e a rotina das pessoas. Já
que ninguém parou ou se espantou com aquele ato. A invisibilidade é clara e
maçante em cima dessa população em situação de rua, eles não são vistos como
seres humanos, eles não são vistos como membros da sociedade, eles se
querem são vistos de alguma forma.
Em um dos trechos do livro que trouxemos ele retrata que as pessoas em
situação de rua têm que acordar cedo, se retirar das marquises e prédios onde
eles passam a noite, para que a sociedade possa acordar, viver e passar, essa
é uma imposição que as ruas pregam todos os dias a esse grupo (ESCOREL,
1999).
Já em relação ao questionário, a primeira pergunta feita aos entrevistados
foi sobre quais seriam os gatilhos que disparam na nossa realidade o aumento
ou diminuição no número da população em situação de rua? Um dos motivos
que contribui bastante para que esse número não diminua é o preconceito que
existe com essa população, neles são colocadas etiquetas de ladrão, bandido,
drogado, traficando, vagabundo, sem teto, sem dinheiro e tantos outros, esses
rótulos acabam dificultando ou tornando impossível a reinserção dessa pessoa
na sociedade, garantindo-lhe por exemplo um trabalho.
Outro fator é o problema financeiro que está relacionando diretamente ao
trabalho, a dificuldade de conseguir emprego e diante do sistema capitalista que
rege a nossa sociedade, se torna impossível manter uma casa, alimentação e
vestimentas, dentro dos padrões impostos pela sociedade, se não tem renda.
Uma outra condição que serve de gatilho é pessoas em uso de drogas ou
dependentes de algum vício que não são acolhidas da forma correta e acabam
encontrando na rua o abrigo que eles não acharam em outro lugar, assim como
pessoas que tem desarranjos familiares.
O segundo questionamento foi sobre como e se essa realidade tem se
modificado ao longo dos anos, se sim, de que maneira ela acontecia, as duas
falas trouxeram pontos semelhantes de que a realidade ela não vem alterando,
ela só aumenta e se diversifica. Antes o maior quantitativo de pessoas em
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situação de rua era masculino, hoje tem todos os gêneros e idade, crianças,
homens, mulheres e idosos, fazem parte desse grupo.
Durante essas perguntas, surgiu o debate de porquê iniciou-se ou
começou a ser preocupante essa situação dessas pessoas, porque tentar
resolver essa situação já que refere-se a um grupo desfavorecido e esquecido?
Mas, essa preocupação se mostra de cunho unicamente político, apenas como
forma organizacional e não por preocupação com essa população. A
preocupação está voltada a “limpar as ruas” para que assim a população de bem
possa caminhar tranquilamente.
A terceira questão foi se eles percebiam o acolhimento e atendimento nos
serviços de saúde para a população em situação de rua, a partir dos discursos
percebemos que não existe esse acolhimento. E não existe porque o serviço não
está preparado para esse público, a dinâmica normal dele é de esperar a
população vir até a unidades físicas e não ir até quem precisa, então esse déficit
é crucial para que não aconteça esse vínculo e quando em alguma situação
acontece, outro problema é manter o contato, já que são pessoas muito fáceis
de perder o ligamento.
Compreendendo a atual conjuntura política enfrentada pelo país,
perguntamos como eles visualizavam o cumprimento dos direitos pela população
em situação de rua, mais uma vez a resposta foi negativa, os direitos são
descumpridos a todo momento, desde a saúde que é negada, a equidade e
igualdade que estão nos princípios do nosso Sistema Único de Saúde (SUS)
também não são garantidos.
Mesmo que eles vivam em espaço público eles não pertencem
diretamente a ele e acabam por não fazer parte realmente de nenhuma
comunidade política que defenda eles de maneira efetiva e acabam continuando
a margem, perdendo o primeiro direito humano, “o direito a ter direitos”.
(ESCOREL, 1999)
Como é vista a importância do Consultório na Rua em prol da população
em situação de rua, ele é importante porque traz à tona essa população, provoca
a visualização dessas pessoas. Apesar de muitas pessoas não conheceram, não
saber como funciona, do que se trata, quem faz parte e etc.
Um grande prejuízo é os próprios profissionais serem alienados quanto a essa
realidade, porque aí, gera a dificuldade de criar vínculos com as unidades físicas,
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já que o consultório de rua sozinho não consegue resolver todos os problemas,


ele precisa da articulação com todos os serviços.
Por que tratam a população em situação de rua apenas como meros
humanos e não como seres humanos, com sentimentos e necessidades físicas
e emocionais? A reflexão dessa pergunta acabou se tornando um tanto pessoal
inicialmente, que reflitamos sobre como tratamos as pessoas,
independentemente da situação em que ela esteja. Que primeiro sejamos seres
humanos para que assim possamos tratar os outros como um ser humano, que
tem necessidade, físicas e emocionais. É importante que os profissionais sejam
capacitados para fazer uma boa escuta, muitas vezes o problema está apenas
na cabeça, o físico é o de menos, é essencial ter essa sensibilidade para que
realmente possa ser feita essa mudança na vida deles.
Já sobre o papel das universidades e da sociedade com essa população,
se eles têm contribuído para a mudança de quadro em que se encontra a
população em situação de rua, a universidade ainda muito pouco, mas sim, ela
contribui, com pesquisas com debates e discussões sobre o assunto, mas ainda
falta se envolver mais a fundo. Promovendo por exemplo educações em saúde
com esse público, incentivar dentro das unidades físicas que esses momentos
possam acontecer, pois são importantíssimos. Já em questão da contribuição da
sociedade ela se torna quase nula, o preconceito e os rótulos em relação a essa
população são muito fortes.
Por último, questionamos o que precisa ser feito para mudar a realidade
atual da população em situação de rua? O que é necessário para garantir a
saúde com qualidade para esse público? Recebemos como resposta principal,
o olhar sensível dos profissionais e das sociedades para com a população em
situação de rua, que eles sejam vistos como os seres humanos que são, que
sejam respeitados e acolhidos em seus direitos, em segundo plano é preciso que
os profissionais se capacitem para estarem preparados a saber lhe dar com esse
grupo de pessoas, por último emponderar essa população sobre seus direitos,
para que assim eles possam lutar pelo que eles merecem.
Trouxemos por último um dado da Pesquisa Nacional sobre População
em Situação de Rua 14, que trazia quais os principais desejos da população em
situação de rua dentre tantos desejos como moradia, trabalho, reconstrução de
laços familiares, sair da rua estava em último lugar com 10 %. Essa pesquisa
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nós faz refletir que o problema vai muito além, que a rua em si não é o caos
pensado por todos nós. Que por muitas vezes, eles realmente têm a
oportunidade de sair dessa situação, mas não querem, preferem ficar ali.
Diante de todo o exposto, todo o processo de construção do documentário
foi fundamental, para que ele compusesse ao final, tudo o que se relaciona ao
tema, visto que esse tem uma abrangência enorme e comporta diversas
discussões, o que poderia deixá-lo sem foco, porém ele foi mantido. Deixando
ao final, um questionamento e uma mensagem para os profissionais, para que
exista mais sensibilidade, para que essa população deixe de ser invisibilidade.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao fim da construção da pesquisa e principalmente do documentário,
podemos repensar nossos conceitos frente a população em situação de rua e
nos inquietar quanto a conjuntura que os cerca.
A partir das discussões sobre a temática, foi possível que todos se
sensibilizassem enquanto pessoas e profissionais, permitindo que se sintam
instigados a buscar uma mudança na realidade e fazer a diferença, tornando o
acolhimento e assistência o mais humanizado possível e cada vez mais
satisfatório.
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REFERÊNCIAS

BARBOZA K. D. L et al. Produção de vídeos e seu uso para o ensino de


matemática: uma experiência vivenciada pelo PIBID. São Paulo, 2016.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).


Pesquisa Nacional sobre População em Situação de Rua. Brasília: MDS; 2008.

[DAB]. Departamento de Atenção Básica. Consultório na rua. Ministério da


Saúde. Disponível em
<http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_consultorio_rua.php>. Acesso em 08 jul
2018.

ESCOREL, Sarah. Rua e Movimento: vivendo em público na eternidade do


transitório, p. 251. In.: ESCOREL, Sarah. Vidas ao léu: trajetórias de exclusão
social. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 1999.

GUIA DE ATUAÇÃO MINISTERIAL: defesa dos direitos das pessoas em


situação de rua / Conselho Nacional do Ministério Público. – Brasília : CNMP,
2015.

LONDERO M. F. P, CECCIM F. B, BILIBIO L. F. S. Consultório de/na rua:


Desafio para um cuidado em verso na saúde. Interface. Rio Grande do Sul,
2014.

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