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Fernando Cruz Botelho de Souza
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva
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Capa
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CARO ALUNO
Desde de 2010, o Hexag Medicina é referência em preparação pré-vestibular de candidatos à carreira de
Medicina. Você está recebendo o primeiro caderno R.P.A. (Revisão Programada Anual) - ENEM do Hexag Vestibu-
lares. Este material tem o objetivo de verificar se você apreendeu os conteúdos estudados, oferecendo-lhe uma
seleção de questões ideais para exercitar sua memória, já que é fundamental estar pronto para realizar o Exame
Nacional do Ensino Médio.
Além disso, este material também traz sínteses do que você observou em sala de aula, ajudando-lhe
ainda mais a compreender os itens que, possivelmente, não tenham ficado claros e a relembrar os pontos que foram
esquecidos.
Aproveite para aprimorar seus conhecimentos.

Bons estudos!

Herlan Fellini
ÍNDICE
BIOLOGIA 5
FÍSICA 155
QUÍMICA 295
R.P.A.
ENEM
Biologia
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 1 e 2

Competências 1, 4, 5 e 8
Habilidades 3, 13, 14, 15 16, 17, 18, 19 e 28

BREVIÁRIO

BIG BANG
O surgimento da Terra se deu há aproximadamente 4.560 bilhões de anos. Acredita-se que toda a matéria que
compõe o Universo atual estivesse comprimida em uma esfera extremamente pequena, do tamanho da ponta de
uma agulha e que, há cerca de 18 bilhões de anos, essa esfera teria passado por súbita expansão e formado, de
uma só vez todo o Universo. Essa teoria é conhecida como Big Bang.
Ao longo desses milhões de anos até hoje, houve muitíssimas mudanças na superfície terrestre, que in-
terferiram e influenciaram significativamente a vida neste planeta. Houve movimentos de massas continentais,
mudanças climáticas, formação e destruição de cadeias de montanhas, extinção e origem de espécies, por exemplo.

TEORIAS PARA A ORIGEM DA VIDA

Teoria da geração espontânea ou abiogênese


Essa teoria afirma que a vida pode se originar a partir da matéria não viva (a = sem; bio = vida; gênese = origem).
O primeiro a questionar a abiogênese foi o cientista Francesco Redi (1626-1698). Em um experimento, ele
depositou em vidros cobertos com gaze e outros abertos carne e outros alimentos. Se a carne tão somente fosse
suficiente para formar larvas, elas deveriam aparecer em todos os vidros. Mas, passados alguns dias, observou-
-se que as larvas só apareceram nos vidros abertos. Ele concluiu então que a origem das larvas devia-se aos ovos
postos por moscas e não por abiogênese.

7
Biogênese
A teoria da biogênese defende que um organismo vivo só pode se originar a partir de outro.
Em 1862, o cientista Louis Pasteur (1822-1895) realizou um experimento, comprovando que, nas condições
atuais, a vida surge sempre de outro organismo vivo, preexistente.

Pescoço do Pó e micróbios
balão curvado retidos
com fogo

Caldo vertido
no frasco
Caldo fervido

Frasco vertical. Frasco inclinado Caldo contaminado


Caldo Permanece com micróbios
sem micróbios
Experimento realizado por Louis Pasteur, responsável pela derrubada da teoria da abiogênese.

TEORIAS PARA O SURGIMENTO DO PRIMEIRO SER VIVO


Dentre as principais teorias estão:
§ panspermia;
§ criacionismo; e
§ evolução química.

FIXISMO E EVIDÊNCIAS EVOLUTIVAS


Fixismo
Teoria que defendia que os seres vivos existentes atualmente fossem exatamente iguais à época de sua criação.
Diretamente relacionada ao criacionismo. Começou a ser questionada com maior vigor a partir do século XVIII.
As principais evidências que suportam a evolução biológica como um fato são:
§ fósseis;
§ anatomia e embriologia comparada;
§ bioquímica e genética molecular;
§ estruturas vestigiais; e
§ homologias e analogias.

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MECANISMOS EVOLUTIVOS
Principais pontos definidos por Jean-Baptiste Lamarck

§ Adiantou a ideia de que as espécies existentes teriam evoluído a partir de outras.


§ O responsável pela transformação, ao passar do tempo, dos seres vivos seria o desenvolvimento das estruturas
corpóreas mais utilizadas durante sua vida e a atrofia das estruturas menos utilizadas: lei do uso e desuso.
§ A explicação para o modo através do qual essa evolução teria ocorrido seria a transmissão, para os descenden-
tes, de características adquiridas durante a vida dos indivíduos: lei da transmissão dos caracteres adquiridos.

Principais pontos definidos por Charles Darwin

§ As espécies não são imutáveis.


§ As espécies não se originam de maneira independente, e sim compartilham um ancestral comum.
§ O meio atua como um seletor, sujeitando os organismos às mais diversas condições e, assim, determinando
a sobrevivência daqueles que se desenvolvem melhor, ou seja, aqueles que são mais aptos a viver naquele
determinado ambiente. Para Darwin, o mecanismo de seleção natural era o responsável pela evolução. Esse
assunto foi profundamente estudado e discutido em seu livro “A origem das espécies”, lançado em 1859.

LAMARCKISMO
Para Lamarck, o mecanismo pelo qual a evolução ocorreria foi explicado por modificações que os indivíduos po-
deriam sofrer ao longo de seu desenvolvimento para se adaptar às possíveis mudanças ocorridas no ambiente no
qual viviam. O pescoço das girafas, segundo o lamarckismo, caracteriza a lei do uso e desuso.
Segundo aquela teoria, girafas que precisam se alimentar em árvores altas iriam gradualmente esticando
seu pescoço, então os descendentes dessas girafas passariam a apresentar a mesma característica (pescoço com-
prido), definindo a lei da transmissão dos caracteres adquiridos, que afirma: as características adquiridas por um
indivíduo durante seu desenvolvimento são transmitidas aos seus descendentes.
As leis de Lamarck foram desacreditadas.

DARWINISMO
Darwin defendeu que a evolução em si seria um processo lento e gradual, ou seja, caracterizado por pequenas
mudanças que vão se acumulando até resultar em uma grande mudança em relação aos indivíduos ancestrais.
Durante viagem pelo arquipélago de Galápagos, ele notou que diferentes espécies de tentilhões se restrin-
giam a diferentes ilhas. Também correlacionou os diferentes tipos de alimento existentes nas ilhas ao formato do
bico dos pássaros, ou seja, cada espécime de tentilhão possuía o bico apropriado para poder consumir os alimentos
disponíveis em dada ilha.

9
bico grande e bico grande bico curto bico pequeno bico grande e
forte que esmaga e afiado que e fino que e forte que fino que tira
sementes grandes agarra e corta apanha parte néctar das flores
e duras insetos insetos das sementes
tendas no
solo

Também foi notada a semelhança entre os espécimes de tentilhões que habitam as ilhas e os espécimes
que residem no continente, levando Darwin a concluir que essa semelhança poderia ser devido ao fato de esses
espécimes terem se originado a partir de um ancestral em comum.

O pescoço das girafas na visão da seleção natural


De acordo com a teoria da seleção natural, existiam girafas de pescoço curto e girafas de pescoço comprido, porém
as girafas de pescoço longo tinham maior disponibilidade de alimento, localizado na copa de árvores altas, con-
seguindo, assim, sobreviver e se reproduzir. Consequentemente, ao passar do tempo, as girafas de pescoço curto
desapareceram.

De modo geral, a teoria da seleção natural defende que durante a história da vida no nosso planeta, existi-
ram diferentes espécies de seres vivos. Porém, dentre os indivíduos pertencentes a cada espécie ocorrem, natu-
ralmente, variações. Estas variações podem ser vantajosas ou não. As condições do meio, onde esses indivíduos
vivem, atuam selecionando os indivíduos que possuem variações que os tornam mais aptos a sobreviver naquele
dado ambiente. Ou seja, o meio seleciona os indivíduos mais aptos.

EXEMPLOS DE SELEÇÃO NATURAL


§ Coloração de advertência
Há animais cuja coloração é bastante vistosa, além disso produzem e armazenam substâncias químicas
nocivas. Trata-se da chamada coloração de advertência, que sinaliza que eles não devem ser ingeridos, pois
são perigosos.
§ Mimetismo
Determinados organismos, denominados mímicos, apresentam características que os confundem com outro
grupo de organismos, os modelos. Em geral, essa semelhança dá-se pelo padrão de coloração, textura, for-
ma corporal e comportamento. Ela confere ao mímico uma vantagem adaptativa.
§ Camuflagem
Um conjunto de técnicas e métodos que permitem a um organismo permanecer indistinto do ambiente que
o rodeia.

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SELEÇÃO SEXUAL
Quando o comportamento ou as características físicas de um indivíduo agem na escolha do parceiro sexual, é
chamada de seleção sexual.

SELEÇÃO ARTIFICIAL
A seleção artificial, conduzida pelo ser humano, é a adaptação e/ou seleção dos seres vivos, como animais e
plantas, que mais lhe interessam com o objetivo de realçar determinadas características dos organismos, como a
produção de carne, leite, lã e frutas.

NEODARWINISMO
Novos estudos que elucidaram questões deixadas em aberto por Charles Darwin foram responsáveis pela “tur-
binada” na teoria da seleção natural, agora nomeada neodarwinismo ou teoria sintética da evolução. Essa nova
abordagem demonstra que a evolução é resultado de vários fatores, como a mutação, migração, deriva genética e
a seleção natural.
De maneira geral, esses fatores estão interligados da seguinte maneira: a mutação, a migração e a deriva
genética são responsáveis pelas variações dentro de uma população, ou seja, culminam na variabilidade entre os
indivíduos. A seleção natural só pode atuar, se houver variabilidade entre os organismos componentes de uma
dada população. A deriva genética atua ao acaso, não selecionando características específicas, e pode resultar de
catástrofes naturais. A extinção em massa dos dinossauros, por exemplo, teria decorrido da queda de um asteroide.
Devido ao impacto, uma densa poeira se elevou, interferindo na passagem de luz. Esse evento resultou na interfe-
rência do fluxo de energia ao longo das cadeias alimentares, por prejudicar a fotossíntese realizada por autótrofos.

ESPECIAÇÃO
Especiação é o processo evolutivo pelo qual as novas espécies se formam. Mas antes de falarmos mais sobre esse
processo, vamos primeiramente falar sobre o que é uma espécie.
§ Definição biológica de espécie: são grupos de populações naturais potencialmente capazes de se cru-
zar (gerando descendentes férteis) e que estão reprodutivamente isoladas de outros grupos semelhantes,
em condições naturais.
§ Unidade ecológica: apresenta características próprias e que mantém relações bem definidas com o am-
biente e com outras espécies.
§ Unidade gênica: possui um patrimônio gênico característico, que não se mistura com o de outras espécies
e evolui independentemente. Nesse sentido, uma espécie é o maior acervo de genes possível, em condições
naturais.
A especiação é um evento de separação da linhagem que produz duas ou mais espécies distintas. Este
processo pode se dar a partir de uma transformação gradual, aos poucos, de uma espécie em outra (anagênese) ou
pela separação de uma população em duas (cladogênese).

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A formação de novas espécies
É preciso entender primeiramente que o surgimento de uma nova espécie não depende de um fator apenas, mas
sim de vários fatores. Os mecanismos através dos quais a especiação ocorre podem ser:
§ isolamento geográfico;
§ redução de fluxo gênico.

Isolamento reprodutivo
Resume-se à incapacidade, total ou parcial, de membros de duas subpopulações se cruzarem. Ele atua impedindo
a mistura de genes das subpopulações, quando elas entram em contato.

Mecanismos de isolamento reprodutivo


Os principais tipos de isolamento pré-zigótico são:
§ estacional ou sazonal;
§ ecológico;
§ etológico ou comportamental;
§ mecânico ou incompatibilidade anatômica.

Os principais tipos de isolamento pós-zigótico são:


§ mortalidade do zigoto;
§ inviabilidade do híbrido;
§ esterilidade do híbrido.

Cladogramas e parentesco evolutivo


Cladogramas e parentesco evolutivo

A B C
Ancestral exclusivo de C.
Ancestral comum de B e C.

Ancestral comum de A, B e C.

Neste
Neste dadograma,
cladograma B Be eCCsão
são parentes
parentes mais
maispróximos
próximosqueque
A eAC.e C

PRODUÇÃO DE ENERGIA EM AUTÓTROFOS:


FOTOSSÍNTESE E QUIMIOSSÍNTESE

A maioria dos seres autótrofos realiza a fotossíntese para a produção de matéria orgânica. É o principal processo
realizado pelos seres clorofilados, representados por plantas, algas e bactérias fotossintetizantes. O outro modo de
nutrição é buscar energia se alimentando de outros seres vivos. Aqueles que realizam tal processo são denomina-

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dos heterótrofos. Compreende os animais, protozoários, fungos e a maioria das bactérias.
A fotossíntese – que em eucariontes ocorre no interior dos cloroplastos – pode ser representada da seguinte maneira:
luz e clorofila
6CO2 + 12H2O   → C6H12O6 + 6O2 + 6H2O

Desse processo participam os fotossistemas e os aceptores de elétrons, principalmente representados pelos citocromos.

Etapas da fotossíntese
Fase clara (fotoquímica)

Durante essa etapa, a energia luminosa é transformada em energia química, graças à clorofila. Neste processo ocorrem
a fotólise da água, representada abaixo, e o transporte de elétrons, que pode ocorrer de maneira cíclica ou acíclica.
luz
2H2O → O2 + 4H+ + 4e–

Durante o transporte, os elétrons cedem energia, que é utilizada para a formação de ATP – fotofosforilação.

Fase escura (química)

É uma fase “independente” da luz. Utiliza o ATP e NADPH produzidos na fase fotoquímica. Ocorre a conversão do
CO2 em um composto orgânico (glicídio).
Esse processo ocorre no estroma do cloroplasto (eucariontes) ou no citosol (procariontes).

Fatores que influenciam a fotossíntese

A luz é o principal fator que influencia a fotossíntese. Além dela, podem ser considerados:
§ Gás carbônico; e
§ Temperatura.

Quimiossíntese
É um processo em que a energia utilizada na formação de compostos orgânicos, a partir de gás carbônico (CO2)
e água (H2O), provém da oxidação de substâncias inorgânicas.
A quimiossíntese é realizada por algumas bactérias, que podem viver em ambientes sem luz e O2.
Esse processo pode ser esquematizado assim:

§ Primeira etapa
oxidação
substâncias inorgânicas  → compostos inorgânicos oxidados + energia química

§ Segunda etapa
CO2 + H2O + energia química → substâncias orgânicas
Os principais exemplos de bactérias quimiossintetizantes são:
§ ferrobactérias; e
§ nitrobactérias.

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REINO PLANTAE
O reino Plantae engloba briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas (antófitas). Por reterem os embriões
em seus corpos, as plantas são chamadas embriófitas. E teriam surgido a partir de algas verdes aquáticas.

Vasos condutores
Pteridófitas, gimnospermas e angiospermas são denominadas traqueófitas; já as briófitas, que não têm esses teci-
dos, são chamadas atraqueófitas.

Estruturas reprodutivas
Quanto às estruturas reprodutoras, as plantas têm sido divididas em dois grandes grupos:
§ criptógamas, são os musgos (briófitas) e samambaias (pteridófitas);
§ fanerógamas, são as gimnospermas e angiospermas.

BRIÓFITAS
As briófitas são plantas pequenas, representadas principalmente pelos musgos, geralmente com alguns poucos
centímetros de altura, que vivem preferencialmente em locais úmidos e sombreados.

cápsula
esporófito

esporos
haste

filoide
gametófito

cauloide
rizoide

Atualmente, são classificadas em três grupos distintos: musgos, hepáticas e antóceros.

PTERIDÓFITAS
Nesse grupo surgem os vasos condutores de seiva, permitindo maior porte.
São atualmente classificadas em dois filos: Pterophyta (samambaias e avencas) e Lycophyta (selaginelas).

GIMNOSPERMAS
Evolutivamente, a principal novidade que surgiu no grupo das gimnospermas é a produção de sementes. Dessa
característica decorre o nome do grupo (do grego, gymnos, nu), pois suas sementes não são protegidas por frutos.
O surgimento das sementes foi acompanhado, em geral, pela independência da água para fecundação. São
representadas pelas coníferas e cicas.

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Plantas produtoras de sementes são denominadas espermatófitas, e estão representadas pelas gimnosper-
mas e angiospermas – que, além de sementes, ainda produzem fruto.

ANGIOSPERMAS
Gimnospermas e angiospermas são fanerógamas, termo que se refere a plantas que possuem estruturas visíveis
(respectivamente estróbilos e flores), nas quais ocorre o encontro de gametas.
Cada flor é um sistema reprodutor, formado pela reunião de folhas modificadas presas ao receptáculo floral,
que possui formato de um disco achatado.

Fruto
Após a polinização e a fecundação, a flor sofre uma modificação extraordinária. De todos os componentes, acabam
sobrando apenas o pedúnculo e o ovário. Todo o restante degenera. O ovário sofre uma grande modificação, se
desenvolve e se torna fruto. Em seu interior, os óvulos fecundados viraram sementes.

A REPRODUÇÃO ASSEXUADA NAS ANGIOSPERMAS


Muitas angiospermas reproduzem-se assexuadamente. Essa característica é aproveitada pelo homem para a pro-
pagação de espécie de interesse alimentar e econômico. As novas plantas originadas por esse método são clones
geneticamente idênticos à planta-mãe.

ADAPTAÇÕES DAS PLANTAS A DIVERSOS AMBIENTES


§ Cerrado: apresenta vegetação tipo savana. Árvores esparsas, de tronco retorcido, casca grossa, folhas
espessas, ou seja, com características de região seca conduzindo a um aparente xeromorfismo. Plantas com
adaptações que permitem a sobrevivência ao fogo (como a existência de pelos protegendo as gemas). Há
também vegetais com raízes profundas no solo para melhor captação de água. A água não é fator limitante,
pois há lençol subterrâneo. Chuvas regulares na estação chuvosa. Temperatura alta.
§ Caatinga: a vegetação apresenta xeromorfismo. Suas adaptações são representadas por epiderme com
cutícula espessa (impermeável), pelos que proporcionam retenção de umidade, perda de folhas na estação
seca, espinhos para reduzir a perda d’água, sistema de retenção de água em caules e raízes modificados e
ainda raízes bem desenvolvidas para melhor captação de água.
§ Pantanal: a vegetação é adaptada a solos encharcados.
§ Manguezal: vegetação composta de poucas espécies. Adaptações à falta de O2 e ao alto teor de água no
solo. Raízes respiratórias (pneumatóforos). A vegetação predominantemente Rhizophora mangle apresenta
“caules de sustentação”.

15
HORMÔNIOS VEGETAIS
Assim como em animais, nos vegetais também há uma série de fatores que controlam fisiologicamente seu fun-
cionamento. Os hormônios vegetais ou fitormônios – substâncias orgânicas reguladoras de processos vitais, como
o crescimento, a germinação de sementes e amadurecimento de frutos – são importantes no controle do metabo-
lismo das plantas.

AUXINA
caules
gemas
estimulação raizes
positiva

10-11 10-8 10-4 concentração


estimulação
negativa molar de AIA

O AIA tem a capacidade de estimular ou inibir o crescimento, em razão disso, sua ação depende da sua concentra-
ção e também da região onde se encontra. Observe o gráfico acima.
§ Influenciam na dominância apical.
§ Atuam na divisão celular em caules, raízes e folhas.
§ O AIA desloca-se do lado iluminado para o não iluminado, exercendo ali o seu efeito e promovendo a cur-
vatura da região estimulada.
§ Estão envolvidas no desenvolvimento de frutos partenocárpicos.

ETILENO
É o único fitormônio gasoso.
§ Estimula o amadurecimento em frutos.
§ Também está envolvido na abscisão ou queda foliar e de frutos.

16
APLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS - SALA
1. (ENEM) Em certos locais, larvas de moscas, criadas em arroz cozido, são utilizadas como iscas para
pesca. Alguns criadores, no entanto, acreditam que essas larvas surgem espontaneamente do arroz
cozido, tal como preconizado pela teoria da geração espontânea. Essa teoria começou a ser refu-
tada pelos cientistas ainda no século XVII, a partir dos estudos de Redi e Pasteur, que mostraram
experimentalmente que:
a) seres vivos podem ser criados em laboratório.
b) a vida se originou no planeta a partir de microrganismos.
c) o ser vivo é oriundo da reprodução de outro ser vivo pré-existente.
d) seres vermiformes e microrganismos são evolutivamente aparentados.
e) vermes e microrganismos são gerados pela matéria existente nos cadáveres e nos caldos nutritivos,
respectivamente.

2. (ENEM) A tabela apresenta dados comparados de respostas de brasileiros, norte-americanos e eu-


ropeus a perguntas relacionadas à compreensão de fatos científicos pelo público leigo. Após cada
afirmativa, entre parênteses, aparece se a afirmativa é Falsa ou Verdadeira. Nas três colunas da
direita aparecem os respectivos percentuais de acertos dos três grupos sobre essas afirmativas.

% respostas certas
Pesquisas Brasileiros Norte-americanos Europeus
Os antibióticos matam 41,8 51,0 39,7
bactérias. (Falsa)
Os continentes tem muda- 78,1 79,0 81,8
do sua posição no decorrer
dos milênios. (Verdadeira)
O Homo sapiens originou- 56,4 53,0 68,6
-se a partir de uma
espécie animal ante-
rior. (Verdadeira)
Os elétrons são me- 53,6 48,0 41,3
nores que os áto-
mos. (Verdadeira)
Os primeiros homens 61,2 48,0 59,4
viveram no mesmo período
que os dinossauros. (Falsa)
“Percepção pública de ciência: uma revisão metodológica e resultados para São Paulo”.Indicadores
de ciência, tecnologia e inovação em São Paulo. São Paulo: Fapesp, 2004 (adaptado).

De acordo com os dados apresentados na tabela, os norte-americanos, em relação aos europeus e


aos brasileiros, demonstram melhor compreender o fato científico sobre:
a) a ação dos antibióticos.
b) a origem do ser humano.
c) os períodos da pré-história.
d) o deslocamento dos continentes.
e) o tamanho das partículas atômicas.

3. (ENEM) A produção de hormônios vegetais (como a auxina, ligada ao crescimento vegetal) e sua distri-
buição pelo organismo são fortemente influenciadas por fatores ambientais. Diversos são os estudos que
buscam compreender melhor essas influências. O experimento seguinte integra um desses estudos.

17
d) Os frutos, que promovem uma maior eficiên-
cia reprodutiva.
e) Os vasos condutores, que possibilitam o
transporte da seiva bruta.

5. (ENEM) Muitas espécies de plantas lenhosas


planta vaso são encontradas no cerrado brasileiro. Para a
sentido
do giro sobrevivência nas condições de longos perío-
sistema de relógio
dos de seca e queimadas periódicas, próprias
desse ecossistema, essas plantas desenvolve-
ram estruturas muito peculiares. As estruturas
adaptativas mais apropriadas para a sobrevi-
suporte vência desse grupo de plantas nas condições
ambientais do referido ecossistema são:
a) cascas finas e sem sulcos ou fendas.
O fato de a planta do experimento crescer na
b) caules estreitos e retilíneos.
direção horizontal, e não na vertical, pode c) folhas estreitas e membranosas.
ser explicado pelo argumento de que o giro d) gemas apicais com densa pilosidade.
faz com que a auxina se: e) raízes superficiais, em geral, aéreas.
a) distribua uniformemente nas faces do caule,
estimulando o crescimento de todas elas de
forma igual. RAIO X
b) acumule na face inferior do caule e, por isso,
determine um crescimento maior dessa parte. 1. Cientistas, como Redi e Pasteur, demonstra-
c) concentre na extremidade do caule e, por ram experimentalmente o modelo biogené-
isso, iniba o crescimento nessa parte. tico para a origem dos organismos vivos, ou
d) distribua uniformemente nas faces do caule seja, atualmente não há formação de seres
e, por isso, iniba o crescimento de todas elas. vivos por geração espontânea.
e) concentre na face inferior do caule e, por 2. Os dados da tabela revelam que os norte-
isso, iniba a atividade das gemas laterais. -americanos tem melhor compreensão sobre
a ação dos antibióticos, medicamentos efica-
zes contra bactérias mas inócuos no combate
4. (ENEM) A imagem representa o processo às doenças causadas por vírus.
de evolução das plantas e algumas de suas 3. O efeito de crescimento e curvatura do vegetal
estruturas. Para o sucesso desse processo, a em resposta a um estímulo ambiental é deno-
partir de um ancestral simples, os diferentes minado tropismo e depende da distribuição
grupos vegetais desenvolveram estruturas desigual de auxinas. Esses hormônios podem
adaptativas que lhes permitiram sobreviver acelerar ou inibir o crescimento de um órgão
em diferentes ambientes. vegetal, dependendo da concentração em que
se encontram no local onde atuam.
Emboriófitas (Reino Plantae) 4. A formação de gametas culmina na variabili-
dade genética, e a polinização cruzada propicia
maior diversidade genética entre as espécies.
5. As plantas do cerrado brasileiro muitas vezes
apresentam as gemas apicais pilosas como fa-
tor adaptativo para a proteção contra o fogo
Briófitas Briófitas Gimnospermas Angiosperma que, com frequência, atinge esse bioma.
Flores
Frutos

Esporófito dominante
Vasos condutores
Sementes aladas
Grãos de pólen
GABARITO
Gametófito dominante
Arquegônio
Alga verde
ancestral 1. C 2. A 3. A 4. C 5. D
Qual das estruturas adaptativas apresenta-
das contribuiu para uma maior diversidade
genética?
a) As sementes aladas, que favorecem a disper-
são aérea.
b) Os arquegônios, que protegem o embrião
multicelular.
c) Os grãos de pólen, que garantem a poliniza-
ção cruzada.

18
Prescrição: São necessários conhecimentos sobre evolução animal e definições de espécie, bem
como a compreensão do processo de especiação e o entendimento das características de cada filo.
Além da interpretação de cladogramas e extração de informações neles contidas.

PRÁTICA DOS 3. (ENEM) A classificação dos seres vivos per-


mite a compreensão das relações evolutivas

CONHECIMENTOS - E.O. entre eles. O esquema representa a história


evolutiva de um grupo.

1. (ENEM) Lobos da espécie Canis lycaon, do


leste dos Estados Unidos, estão intercruzan-
do com coiotes (Canis latrans). Além disso,
indivíduos presentes na borda oeste da área
de distribuição de C. lycaon estão se acasa-
lando também com lobos cinzentos (Canis
lupus). Todos esses cruzamentos têm gerado
descendentes férteis.
Scientific American Brasil, Rio de Janeiro,
ano II, 2011 (adaptado).

Os animais descritos foram classificados


como espécies distintas no século XVIII. No
entanto, aplicando-se o conceito biológi-
Os animais representados nesse esquema
co de espécie, proposto por Ernst Mayr em pertencem ao filo dos cordados, porque:
1942, e ainda muito usado hoje em dia, esse a) possuem ancestrais que já foram extintos.
fato não se confirma, porque: b) surgiram há mais de 500 milhões de anos.
a) esses animais são morfologicamente muito c) evoluíram a partir de um ancestral comum.
semelhantes. d) deram origem aos grupos de mamíferos
b) o fluxo gênico entre as três populações é atuais.
mantido. e) vivem no ambiente aquático em alguma fase
c) apresentam nichos ecológicos muito pareci- da vida.
dos.
d) todos têm o mesmo ancestral comum. 4. (ENEM) Algumas raças de cães domésticos
e) pertencem ao mesmo gênero. não conseguem copular entre si devido à
grande diferença em seus tamanhos corpo-
rais. Ainda assim, tal dificuldade reproduti-
2. (ENEM) Em 1861 foi anunciada a existência va não ocasiona a formação de novas espé-
de um fóssil denominado Arqueopterix, que cies (especiação).
revolucionou o debate acerca da evolução Essa especiação não ocorre devido ao(a):
dos animais. Tratava-se de um dinossauro a) oscilação genética das raças.
que possuía penas em seu corpo. A partir b) convergência adaptativa entre raças.
c) isolamento geográfico entre as raças.
dessa descoberta, a árvore filogenética dos d) seleção natural que ocorre entre as raças.
animais acabou sofrendo transformações e) manutenção do fluxo gênico entre as raças
quanto ao ancestral direto das aves.
Nessa nova árvore filogenética, de qual gru- 5. (ENEM) Embora seja um conceito fundamen-
po as aves se originaram? tal para a biologia, o termo “evolução” pode
a) Peixes ósseos adquirir significados diferentes no senso
b) Répteis comum. A ideia de que a espécie humana é
c) Mamíferos o ápice do processo evolutivo é amplamen-
d) Peixes cartilaginosos te difundida, mas não é compartilhada por
e) Anfíbios muitos cientistas.

19
Para esses cientistas, a compreensão do pro- e) evitaram a precipitação de água até a su-
cesso citado baseia-se na ideia de que os se- perfície da Terra, causando uma grande seca
res vivos, ao longo do tempo, passam por: que impediu a retroalimentação do ciclo hi-
a) modificação de características. drológico.
b) incremento no tamanho corporal.
c) complexificação de seus sistemas. 7. (ENEM) Alguns anfíbios e répteis são adap-
d) melhoria de processos e estruturas. tados à vida subterrânea. Nessa situação,
e) especialização para uma determinada finali-
apresentam algumas características corpo-
dade.
rais como, por exemplo, ausência de patas,
corpo anelado que facilita o deslocamento
6. (ENEM) Paleontólogos estudam fósseis e es- no subsolo e, em alguns casos, ausência de
queletos de dinossauros para tentar explicar olhos. Suponha que um biólogo tentasse ex-
o desaparecimento desses animais. Esses es- plicar a origem das adaptações mencionadas
tudos permitem afirmar que esses animais no texto utilizando conceitos da teoria evo-
foram extintos há cerca de 65 milhões de lutiva de Lamarck. Ao adotar esse ponto de
anos. vista, ele diria que:
Uma teoria aceita atualmente é a de que um a) as características citadas no texto foram ori-
asteroide colidiu com a Terra, formando uma
ginadas pela seleção natural.
densa nuvem de poeira na atmosfera.
b) a ausência de olhos teria sido causada pela
De acordo com essa teoria, a extinção ocor-
falta de uso dos mesmos, segundo a lei do
reu em função de modificações no planeta
que: uso e desuso.
a) desestabilizaram o relógio biológico dos ani- c) o corpo anelado é uma característica for-
mais, causando alterações no código genéti- temente adaptativa, mas seria transmitida
co. apenas à primeira geração de descendentes.
b) reduziram a penetração da luz solar até a d) as patas teriam sido perdidas pela falta de
superfície da Terra, interferindo no fluxo uso e, em seguida, essa característica foi
energético das teias tróficas. incorporada ao patrimônio genético e então
c) causaram uma série de intoxicações nos ani- transmitida aos descendentes.
mais, provocando a bioacumulação de partí- e) as características citadas no texto foram ad-
culas de poeira nos organismos. quiridas por meio de mutações e depois, ao
d) resultaram na sedimentação das partículas longo do tempo, foram selecionadas por se-
de poeira levantada com o impacto do me- rem mais adaptadas ao ambiente em que os
teoro, provocando o desaparecimento de rios organismos se encontram.
e lagos.
8. (ENEM) Os ratos Peromyscus polionotus encontram-se distribuídos em ampla região na América do
Norte. A pelagem de ratos dessa espécie varia do marrom claro até o escuro, sendo que os ratos de
uma mesma população têm coloração muito semelhante. Em geral, a coloração da pelagem também
é muito parecida à cor do solo da região em que se encontram, que também apresenta a mesma
variação de cor, distribuída ao longo de um gradiente sul norte. Na figura, encontram-se represen-
tadas sete diferentes populações de P. polionotus. Cada população é representada pela pelagem do
rato, por uma amostra de solo e por sua posição geográfica no mapa.

MULLEN, L.M; HOEKSTRA, H.E. Natural selection along an envionmental gradient:


a classic cline in mouse pigmentation. Evolution, 2008.

20
O mecanismo evolutivo envolvido na associa- curiosas. As características dessas plantas
ção entre cores de pelagem e de substrato é: não estão relacionadas com a falta de água,
a) a alimentação, pois pigmentos de terra são absor- mas com as condições do solo, que é pobre
vidos e alteram a cor da pelagem dos roedores. em sais minerais, ácido e rico em alumínio.
b) o fluxo gênico entre as diferentes popula- Além disso, essas plantas possuem adapta-
ções, que mantém constante a grande diver- ções ao fogo.
sidade interpopulacional. As características adaptativas das plantas
c) a seleção natural, que, nesse caso, poderia ser que correspondem à região destacada pela
entendida como a sobrevivência diferenciada professora são:
de indivíduos com características distintas. a) Raízes escoras e respiratórias.
d) a mutação genética, que, em certos ambien- b) Raízes tabulares e folhas largas.
tes, como os de solo mais escuro, têm maior c) Casca grossa e galhos retorcidos.
ocorrência e capacidade de alterar significa- d) Raízes aéreas e perpendiculares ao solo.
tivamente a cor da pelagem dos animais. e) Folhas reduzidas ou modificadas em espinhos.
e) a herança de caracteres adquiridos, capaci-
dade de organismos se adaptarem a diferen-
tes ambientes e transmitirem suas caracte- GABARITO
rísticas genéticas aos descendentes.
1. B 2. B 3. C 4. E 5. A
9. (ENEM 2ª aplicação 2016) Darwin, em via-
gem às Ilhas Galápagos, observou que os 6. B 7. B 8. C 9. B 10. C
tentilhões apresentavam bicos com forma- 11. C
tos diferentes em cada ilha, de acordo com
o tipo de alimentação disponível. Lamarck,
ao explicar que o pescoço da girafa teria es-
ticado para colher folhas e frutos no alto das
árvores, elaborou ideias importantes sobre a
evolução dos seres vivos.
O texto aponta que uma ideia comum às teorias
da evolução, propostas por Darwin e por La-
marck, refere-se à interação entre os organis-
mos e seus ambientes, que é denominada de:
a) mutação.
b) adaptação.
c) seleção natural.
d) recombinação gênica.
e) variabilidade genética.

10. (ENEM) O Brasil tem investido em inovações


tecnológicas para a produção e comercializa-
ção de maçãs. Um exemplo é a aplicação do
composto volátil 1-metilciclopropeno, que
compete pelos sítios de ligação do hormônio
vegetal etileno nas células desse fruto.
Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.
br. Acesso em: 16 ago 2012 (adaptado).

Com base nos conhecimentos sobre o efeito


desse hormônio, o 1-metilciclopropeno age
retardando o(a):
a) formação do fruto.
b) crescimento do fruto.
c) amadurecimento do fruto.
d) germinação das sementes.
e) formação de sementes no fruto.

11. (ENEM 2ª aplicação 2016) Em uma aula de


biologia sobre formação vegetal brasileira,
a professora destacou que, em uma região,
a flora convive com condições ambientais

21
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 3 e 4

Competências 1, 3, 4, 5, 6, 7 e 8
Habilidades 2, 3, 4, 8, 9, 10, 12, 14, 15, 16, 17, 19,
23, 26, 27,28, 29 e 30

BREVIÁRIO

INTRODUÇÃO À ECOLOGIA
Conceituando
§ Biosfera: refere-se ao conjunto de regiões do planeta em condições de sustentar a vida de modo perma-
nente. Os seres vivos habitantes da biosfera são agrupados em populações e comunidades.
§ População: é formada por indivíduos de uma mesma espécie que vivem em determinada região. Por exem-
plo, as zebras da savana formam uma população. As girafas também podem ser encontradas na savana, mas
fazem parte de outra população, já que são de outra espécie.
§ Comunidade: todos os seres vivos de determinado lugar que mantêm relações entre si formam uma comu-
nidade. A comunidade do mar aberto é composta por peixes, algas, plantas, seres microscópios, enfim todas
as diferentes populações lá existentes.
§ Fatores abióticos: conjunto de todos os fatores físicos e químicos que interagem com os seres vivos. Os
diferentes fatores abióticos podem ser os fatores climáticos, como a luz, a temperatura e a umidade, que
caracterizam o clima de uma região; ou ainda a composição química e a estrutura do solo.
§ Fatores bióticos: conjunto de todos os seres vivos que interagem numa certa região.
§ Ecossistema: resultado da interação entre a fauna, flora, microrganismos (fatores bióticos) e o ambiente,
composto pelos elementos solo, água e atmosfera (abióticos).
§ Nicho ecológico: é um conjunto de condições em que o indivíduo (ou uma população) vive e se reproduz.
Pode-se dizer ainda que o nicho é o “modo de vida” de um organismo na natureza.
§ Habitat: é o lugar na natureza onde uma espécie vive.

OBTENÇÃO DE ENERGIA
De acordo com o modo de obtenção de alimento, de maneira geral, os componentes de uma comunidade são
divididos em três grupos:
§ Produtores: os seres autótrofos quimiossintetizantes (bactérias) e fotossintetizantes (bactérias, algas e ve-
getais). Esses últimos transformam a energia solar em energia química nos compostos orgânicos produzidos.
§ Consumidores: podem ser primários, compostos de seres herbívoros, isto é, que se alimentam dos produ-
tores (algas, plantas, entre outros); os carnívoros, que se alimentam de consumidores primários (os herbí-
voros). Também podem haver consumidores terciários ou quaternários, que se alimentam, respectiva-
mente, de consumidores secundários e terciários.

23
§ Decompositores: as bactérias e os fungos que se alimentam dos restos alimentares dos demais seres
vivos. Esses organismos (muitos microscópicos) têm o importante papel de devolver ao ambiente nutrientes
minerais que existiam nesses restos alimentares e que poderão, assim, ser reutilizados pelos produtores.
A interação entre esses seres compõe a cadeia alimentar. Observe os dois exemplos que seguem:

(Produtores) (Cons. primários) (Cons. secundário)


Plantas, frutos e sementes Pica-pau Gavião

(Produtores) (Cons. primários) (Cons. secundário) (Cons. terciário)


Plantas, frutos e sementes Pica-pau Sucuri Gavião

Em um ecossistema, várias cadeias interligadas formam uma teia alimentar, representada na sequência.

PRODUTORES CONSUMIDORES DE CONSUMIDORES DE CONSUMIDORES DE


1ª ORDEM 2ª ORDEM 3ª ORDEM

Cobra

Zebra
Árvore

Coruja Onça

Verdura Coelho

Rato Raposa
Gavião

Gramíneas Inseto Herbívoro Lagarto

Decompositores

As plantas são sempre produtoras. E todos os produtores e consumidores estão ligados aos decompositores,
que permitem a ciclagem da matéria orgânica no ambiente.
§ Desequilíbrio na cadeia alimentar: introdução de espécies exóticas. Pela ação humana, espécies não
naturais de determinados ecossistemas podem neles ser introduzidas. Isso causa perturbações nas teias
alimentares, pois essas espécies acabam por competir por recursos com as espécies nativas (naturais de
um local). Além disso, não apresentam predadores naturais, podendo se multiplicar exageradamente e
tornarem-se pragas.

24
ECOSSISTEMA AQUÁTICO
Em um ecossistema aquático, como uma lagoa poderíamos estabelecer a seguinte sequência:

Composto pelas plantas de margem e do fundo da lagoa e por algas microscópicas (fitoplânc-
Produtores
ton).
Consumidores primários Composto por pequenos animais flutuantes (zooplâncton), caramujos e peixes herbívoros.
São aqueles que alimentam-se do nível anterior, ou seja, peixes carnívoros, insetos, cágados, entre
Consumidores secundários
outros.
As aves aquáticas são o principal componente desta categoria, alimentando-se dos consumi-
Consumidores terciários
dores secundários.
Esta categoria não pertence nem à fauna nem à flora, alimentando-se, no entanto, dos restos
Decompositores
destes, e sendo composta por fungos e bactérias.

CADEIA DE DETRITÍVOROS
Formada por comedores de detritos, também conhecidos como detritívoros. Nesse caso, a cadeia alimentar é ana-
lisada separada daquelas cadeias das quais participam os consumidores habituais.

FLUXO DE ENERGIA NOS ECOSSISTEMAS


A fotossíntese é o único processo de entrada de energia em um ecossistema.
A primeira lei fundamental da termodinâmica diz: “A energia não pode ser criada nem destruída, e sim
transformada”.

A quantidade de energia disponível diminui à medida que é transferida de um nível trófico para outro.

Assim, a energia descreve um fluxo unidirecional, ou seja, o fluxo de energia obedece sempre ao mesmo

sentido: dos produtores para os consumidores.

25
DINÂMICA DAS POPULAÇÕES
O tamanho de uma população pode ser avaliado pela sua densidade:

número de indivíduos de uma população


densidade = ______________________________
unidade de área ou volume ocupado

Fatores que regulam o crescimento populacional


A fase geométrica do crescimento tende a ser ilimitada em função do potencial biótico da espécie. Há, porém,
barreiras naturais a esse crescimento sem fim.
O tamanho populacional acaba atingindo um valor numérico máximo permitido pelo ambiente, a chamada
capacidade limite.

(a)
número de indivíduos

(c)

(b)

tempo
Curva (a) potencial biótico da espécie;
(b) crescimento populacional padrão;
(c) capacidade limite do meio; área entre
(a) e (b) resistência ambiental.

§ Fatores dependentes da densidade


O predatismo e o parasitismo são dois outros fatores dependentes da densidade.

§ Fatores independentes da densidade


Entre esses fatores, o clima desempenha importante papel regulador.

CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
Em qualquer ciclo biogeoquímico, existe a retirada do elemento ou substância de sua fonte, sua utilização por seres
vivos e posterior devolução para a sua fonte.

Ciclo da água
A água apresenta dois ciclos: curto ou pequeno e ciclo longo.
§ Ciclo curto ou pequeno ocorre graças à lenta evaporação da água dos mares, rios, lagos e lagoas, que leva
à formação de nuvens. Elas se condensam e voltam à superfície em forma de chuva ou neve; e
§ Ciclo longo, segundo o qual a água passa pelo corpo dos seres vivos antes de voltar ao ambiente. Retirada
do solo pelas raízes das plantas, a água é indispensável à fotossíntese, bem como é passada para outros
animais, pela cadeia alimentar. A água volta, portanto, à atmosfera mediante a respiração, a transpiração,
as fezes e a urina.

26
Ciclo do oxigênio
O ciclo do oxigênio se encontra intimamente ligado com o ciclo do carbono. Os processos de fotossíntese liberam
oxigênio para a atmosfera, enquanto os processos de respiração e combustão o consomem.

Ciclo do fósforo
Esse elemento faz parte do DNA e do ATP.
Trata-se de um ciclo simples, já que não há passagem pela atmosfera e apenas o íon fosfato é importante
para os seres vivos.
As plantas obtêm os fosfatos dissolvidos na água presente no solo e os animais da água e do alimento.
A decomposição devolve o fósforo à água ou ao solo, de onde parte dele pode ser arrastada pelas chuvas
para os lagos e mares, onde pode ser incorporado às rochas.

Ciclo do carbono
As plantas realizam fotossíntese retirando o carbono do CO2 do ambiente para formação de matéria orgânica que,
ao ser oxidada, resulta em liberação de CO2 para o ambiente. A decomposição e queima de combustíveis fósseis
também libera CO2 no ambiente.

Ciclo do enxofre
O enxofre é encontrado nas rochas sedimentares, nas rochas vulcânicas, no carvão e no gás natural.
É essencial para a vida, faz parte das moléculas de proteína. A natureza recicla enxofre sempre que um
animal ou planta morre. Quando apodrecem, as substâncias chamadas de “sulfatos”, combinadas com a água, são
absorvidas pelas raízes das plantas. Os animais o obtêm comendo vegetais ou outros animais.
O enxofre apresenta-se na forma de gás como o SO2, dióxido de enxofre, poluente que torna as chuvas
ácidas.

Ciclo do nitrogênio
Fixação
Nitrogênio na atmosfera
(N2)

Plantas

Bactérias
desnitri-
ficantes
Bactérias fixadoras Nitratos
de N2 nos nódulos (NO3-)
de raízes de leguminosas
Decompositores
(fungos e bactérias
aeróbicas e anaeróbicas)
Bactérias
Amonificação Nitrificação nitrificantes
Amônia
(NH4+)
Bactérias fixadoras Bactérias
de N2 no solo nitrificantes

27
Os consumidores conseguem o nitrogênio de forma direta ou indireta através dos produtores. Produtores intro-
duzem nitrogênio na cadeia alimentar, através do aproveitamento de formas inorgânicas encontradas no meio,
principalmente nitratos (NO3) e amônia (NH3+). O ciclo do nitrogênio pode ser dividido em algumas etapas:
§ fixação;
§ amonificação;
§ nitrificação;
§ desnitrificação.
Algumas bactérias que realizam a fixação do nitrogênio atmosférico vivem livres no solo, entretanto, outras
vivem em relação de simbiose, como as do gênero Rhizobium sp., formando nódulos em raízes de plantas legumi-
nosas. Nessa relação os vegetais ganham nitrogênio, e as bactérias, matéria orgânica para sua nutrição.

PROBLEMAS AMBIENTAIS
Camada de ozônio
A camada de ozônio é uma “capa” desse gás que envolve a Terra e a protege de vários tipos de radiação, sendo
a principal delas a radiação ultravioleta. Sem essa camada, aumenta a incidência de raios ultravioletas nocivos.
Os principais responsáveis pelo buraco na camada de ozônio são os gases CFC.

Efeito estufa
O efeito estufa é a forma que a Terra tem para manter sua temperatura constante. Consiste, basicamente, na
ação do dióxido de carbono, metano e outros gases sobre os raios ultravioletas refletidos pela superfície da Terra,
reenviando-os para ela, mantendo assim a temperatura estável no Planeta.
Nos últimos anos, a concentração de gases do efeito estufa tem aumentado. O efeito conjunto de tais subs-
tâncias pode vir a causar um aumento da temperatura global (aquecimento global).

O excesso de CO2 dissolvido na água provoca a acidificação do ambiente marinho, responsável pela absor-
ção de grande parte desse gás. Essa alteração decorre dos altos níveis de CO2, provenientes de atividades huma-
nas, como a queima de combustíveis fósseis. Dentre as consequências está a maior fragilidade dos corais, devido
a prejuízos na formação de suas estruturas.

Poluição
§ Chuva ácida
Atualmente, existem enormes quantidades de fontes poluidoras, tornando as chuvas mais carregadas de
ácido, causando danos. Atingem as florestas, os peixes e corroem edificações de pedra e concreto.

§ Inversão térmica
Um fenômeno natural que ocorre devido ao rápido aquecimento e resfriamento da superfície em alguns
locais e é agravado, nos grandes centros urbanos, devido à presença de poluentes como o gás carbônico.
O problema da inversão térmica é que, quando ela está associada a altas concentrações de poluentes, pode
provocar ou agravar problemas de saúde, principalmente respiratórios.

28
§ Lixo
Hoje, além do lixo orgânico, que é naturalmente decomposto, há o lixo industrial, eletrônico, hospitalar,
entre outros, que podem não ser biodegradáveis, acumulando-se na natureza.
O lixo pode ir para lixões, aterros sanitários, incineração, compostagem e reciclagem.

§ Poluição da água
As principais causas de deterioração dos rios, lagos e oceanos é a contaminação por poluentes, resultado
da produção e destinação desastrosa de lixo, esgoto, dejetos químicos industriais e mineração sem controle.
A eutrofização é um processo que aumenta os nutrientes inorgânicos – fosfato e nitratos – na água.
Pode ser natural ou artificial, neste decorrente de poluentes gerados pelo homem. Devido ao lançamento
de esgotos e detergentes na água, proliferam-se microrganismos decompositores aeróbios, cuja ação tem
dois efeitos: elevação da disponibilidade de nutrientes minerais e diminuição da taxa de oxigênio na água.
Em decorrência do aumento na oferta de nutrientes, algas e cianobactérias proliferam-se e conferem uma
coloração esverdeada típica à água. Consequentemente, há competição por oxigênio, agravada pela dificul-
dade na realização de fotossíntese em regiões mais profundas, impedidas de receber luz devido à turbidez
da água. Com o tempo, ocorre morte maciça de algas e de cianobactérias, e o oxigênio acaba se esgotando
devido à ação dos decompositores aeróbios, resultando também na morte de peixes e outros seres aeróbios.
Com a falta de oxigênio, entram em ação os microrganismos decompositores anaeróbios, cuja atividade me-
tabólica libera substâncias malcheirosas, empobrecendo de vez a comunidade aquática. A magnificação
trófica é o processo no qual os poluentes se acumulam ao longo da cadeia alimentar.

Saneamento básico: diminuindo os danos ao meio aquático


Saneamento é o conjunto de medidas, visando preservar ou modificar as condições do meio ambiente, com
a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde. Saneamento básico se restringe ao abastecimento de água
e disposição adequada de esgotos, mas há quem inclua a coleta e tratamento de lixo nesta categoria. O sanea-
mento básico é a medida de prevenção de quase a totalidade das verminoses presentes no quadro patológico de
nosso país.

§ Poluição do solo por produtos químicos


A poluição do solo também pode ser ocasionada por substâncias químicas utilizadas na produção industrial,
pesticidas e fertilizantes.
§ Poluição térmica da água
Esse tipo de poluição pode ser causado por usinas hidrelétricas e termelétricas, pelo uso da água para
refrigeração das turbinas e caldeiras com posterior devolução aos corpos d’água. A água retorna ao meio com
temperatura elevada, causando alterações físico-químicas e biológicas. Dentre essas alterações estão a redução da
taxa de oxigênio dissolvido e a mortandade de seres vivos intolerantes à mudança de temperatura. Outros fatores,
como a erosão do solo, desmatamento e a urbanização também podem contribuir para a poluição térmica.

A erosão do solo
O solo sofre a ação do impacto das chuvas e do vento: partículas vão sendo removidas e transportadas para outras
regiões em terra firme ou corpos d’água.

29
No clima úmido e nos solos cobertos por vegetação natural, a erosão é, em geral, muito lenta.

§ Assoreamento
Com a erosão, o acúmulo de terra transportada pela água pode se depositar no fundo dos rios, obstruindo
seu fluxo.
§ Desmatamento
O desmatamento provocado pelas atividades humanas acelera muito a erosão natural.
Ao destruirmos a vegetação natural para construir casas ou para a lavoura, estamos diminuindo muito a
proteção contra a erosão. O resultado é que esse processo se acelera, e a parte fértil do solo fica prejudicada.
§ Queimadas
Quando o desmatamento é feito por meio de queimadas, ocorre outro problema: o fogo acaba destruindo
também os microrganismos que realizam a decomposição da matéria orgânica. A perda de matéria orgânica
deixa o solo mais exposto à erosão e à ação das chuvas, acentuando o seu empobrecimento. A queimada
também libera na atmosfera gases que, quando em concentração muito elevada, prejudicam a saúde hu-
mana.

ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS
Biocombustíveis
Os biocombustíveis são fontes de energia renováveis oriundas de produtos vegetais. São exemplos de matérias-
-primas usadas para sua produção: cana-de-açúcar, mamona e soja. Os dois principais biocombustíveis no Brasil
são o biodiesel e o etanol.

Biogás e arqueobactérias metanogênicas


As arqueobactérias metanogênicas produzem metano como resultado de um tipo de respiração anaeróbia, a me-
tanogênese. Estão presentes em ambientes anaeróbios, como pântanos, outros ambientes alagadiços e depósitos
de lixo urbano (lixão/aterro sanitário). Nesse tipo de respiração, um composto de carbono, como o CO2, age como
aceptor de elétrons.
A ação dessas bactérias é importante para a decomposição de matéria orgânica. Além disso, o gás metano
por elas produzido pode ser utilizado para geração de combustível, o biogás. Quando em depósitos de lixo, se não
drenado o gás metano, que é inflamável, pode se acumular e gerar risco de explosões.

Biorremediação
É a utilização de processo ou atividade biológica (com seres vivos) com o objetivo de transformar contaminantes
químicos em substâncias menos tóxicas ou atóxicas. São exemplos utilizados nesse tipo de procedimento: bactérias,
fungos, algas e plantas.

Controle biológico versus agrotóxicos


À medida que o homem toma consciência de que os inseticidas também o prejudicam, procura recursos menos
nocivos e que possam ser igualmente eficientes no combate às pragas vegetais. É o caso do uso de inimigos na-
turais de pragas, um método não poluente, específico, e que acarreta prejuízos praticamente desprezíveis para o
equilíbrio do ambiente.

30
RELAÇÕES ECOLÓGICAS
Em um ecossistema, há muitos tipos de interações entre os componentes das diversas espécies. Podemos classificar
as relações entre seres vivos inicialmente em dois grupos: as intraespecíficas, que ocorrem entre seres da mesma
espécie, e as interespecíficas, entre seres de espécies distintas. É comum diferenciar-se as relações em harmôni-
cas ou desarmônicas.

Relações intraespecíficas harmônicas


Compreendem as colônias e as sociedades.
§ Colônias
Agrupamento de indivíduos da mesma espécie que revelam profundo grau de interdependência e se mos-
tram ligados uns aos outros, sendo-lhes impossível a vida quando isolados do conjunto, podendo ou não
ocorrer divisão do trabalho. As cracas, os corais e as esponjas vivem em colônias.
§ Sociedades
As sociedades são agrupamentos de indivíduos da mesma espécie que têm plena capacidade de vida isola-
da, mas preferem viver na coletividade, como sucede com as formigas, as abelhas e os cupins.

Relações intraespecíficas desarmônicas


§ Competição intraespecífica
É a relação intraespecífica desarmônica entre os indivíduos da mesma espécie, quando concorrem pelos
mesmos fatores ambientais, principalmente espaço e alimento.
§ Canibalismo
Canibal é o indivíduo que mata e come outro da mesma espécie. Ocorre com escorpiões, aranhas, peixes,
roedores, entre outros.

Relações interespecíficas harmônicas


Compreendem o comensalismo, inquilinismo, o mutualismo e a protocooperação.
§ Comensalismo
É uma associação em que uma das espécies – a comensal – é beneficiada, sem causar benefício ou prejuízo
ao outro.
§ A rêmora e os tubarões.
§ A Entamoeba coli e o ser humano.
§ O leão e a hiena.
§ O urubu e o homem.

§ Inquilinismo
É a associação em que apenas uma espécie (inquilino) se beneficia, procurando abrigo ou suporte no corpo
de outra espécie (hospedeiro), sem prejudicá-lo. Exemplos:
§ Peixe-agulha e pepino-do-mar.
§ Epifitismo – são epífitas as orquídeas e as bromélias que, vivendo sobre árvores, obtêm maior suprimen-
to de luz solar.

31
§ Mutualismo
Associação na qual duas espécies envolvidas são beneficiadas, porém, cada espécie só consegue viver na
presença da outra. Exemplos:
§ Liquens;
§ Cupins e protozoários;
§ Ruminantes e microrganismos;
§ Bactérias e raízes de leguminosas;
§ Micorrizas.

§ Protocooperação
Trata-se de uma associação entre espécies diferentes, na qual ambas se beneficiam; contudo, tal associação
não é obrigatória, podendo cada espécie viver isoladamente.
§ Caramujo-paguro e actínias;
§ Pássaro-palito e crocodilo;
§ Anu e gado.

Corais
Os corais são coloniais na sua imensa maioria, constituídos por pólipos bem pequenos.
O habitat natural dos maiores recifes de coral são regiões onde a temperatura varia de 25 ºC a 30 ºC, em
águas límpidas com até 30 metros de profundidade. A intensidade luminosa é um fator determinante para sua
distribuição, uma vez que muitos corais vivem em simbiose com algas microscópicas (zooxantelas). Eles absorvem
substâncias nutritivas das zooxantelas, que, por sua vez, contribuem com a deposição de carbonato de cálcio no
esqueleto deles. As algas são protegidas e servem-se dos produtos de excreção, como dióxido de carbono, amô-
nia, nitratos, fosfatos – de seus hospedeiros para realizarem fotossíntese e outros processos metabólicos.

Branqueamento de corais
O branqueamento se dá pelo comprometimento da simbiose entre os pólipos e as algas, responsáveis pelo
colorido característico dos corais. A coloração esbranquiçada deve-se ao carbonato de cálcio, constituinte de seu
esqueleto. O aumento de temperatura se destaca como um fator relacionado a esse fenômeno, que resulta na
expulsão das algas pelos cnidários.
Como resultado, os corais são prejudicados em relação ao suprimento energético e a calcificação.

Relações interespecíficas desarmônicas


§ Competição interespecífica
Acontece entre espécies diferentes, em uma mesma comunidade, pela luta por recursos.

§ Amensalismo ou antibiose
Relação na qual uma espécie bloqueia o crescimento ou a reprodução de outra espécie, denominada amen-
sal, através da liberação de substâncias tóxicas. Exemplos:
§ Penicillium e bactérias;
§ Maré vermelha (algas e demais seres vivos aquáticos);
§ A secreção e eliminação de substâncias tóxicas pelas raízes de certas plantas impedem o crescimento

32
de outras espécies no local.

§ Parasitismo
O parasitismo caracteriza uma espécie que se instala no corpo de outra, dela retirando matéria para a sua
nutrição e causando-lhe danos.

§ Esclavagismo ou sinfilia
É uma relação ecológica que ocorre entre indivíduos (de uma espécie) que se beneficiam explorando as
atividades, o trabalho ou os produtos fabricados por outros animais (da mesma espécie ou não).
§ Formigas e pulgões;
§ Chupim e outros pássaros.

§ Predatismo
Predador é o indivíduo que caça e devora outro, chamado presa, pertencente a espécie diferente.

SUCESSÃO ECOLÓGICA
Processo ordenado da instalação e desenvolvimento de uma comunidade. Ocorre com o tempo e termina quando
se estabelece na área uma comunidade estável (clímax).

Sucessão primária: etapas


Vamos tomar como exemplo uma região completamente desabitada, como uma rocha nua. O conjunto de condi-
ções para que plantas e animais sobrevivam ou se instalem nesse ambiente são muito desfavoráveis:
§ Iluminação direta causa altas temperaturas.
§ A ausência de solo dificulta a fixação de vegetais.
§ A água das chuvas não se fixa e rapidamente evapora.
Alterações nas condições
ambientais

Organismos se Novos organismos Estabilização da


Substrato comunidade e das
Aberto estabelecem se estabelecem condições do meio
Pioneira Sere(s) Clímax
Variabilidade das condições ambientais

Complexidade estrutural e funcional do ecossistema

Seres vivos capazes de se instalar em tal ambiente devem ser bem adaptados e pouco exigentes. Estes são
os liquens. Isso caracteriza a formação de uma comunidade pioneira ou ecese. Os liquens, por serem os primeiros
seres a se instalarem, são chamados de "organismos pioneiros".
Etapa após etapa, a comunidade pioneira evolui, até que a velocidade do processo começa a diminuir
gradativamente, chegando a um ponto de equilíbrio, no qual a sucessão ecológica atinge seu desenvolvimento
máximo. Essa comunidade é a etapa final do processo de sucessão, conhecida como comunidade clímax. Cada
etapa intermediária entre a comunidade pioneira e a clímax é chamada de sere.

Comunidade clímax

Ao observarmos o processo de sucessão ecológica, podemos identificar um progressivo aumento na biodiversidade

33
de espécies e na biomassa total. As teias e cadeias alimentares se tornam cada vez mais complexas e ocorre a
constante formação de novos nichos.
A produtividade bruta (total de matéria orgânica produzida) em comunidades clímax é grande, sendo maior
do que as das comunidades antecessoras. Entretanto, a produtividade líquida é próxima a zero, pois toda a matéria
orgânica produzida é consumida pela própria comunidade.

Sucessão secundária
Ocorre em substratos que já foram anteriormente ocupados por uma comunidade. Exemplos: clareiras, áreas des-
matadas, fundos expostos de corpos de água. Esta sucessão é, normalmente, mais rápida que a primária. É o caso
da sucessão numa floresta destruída.
Um trecho da floresta é destruído devido à ação humana ou pelo fogo, por exemplo, e o local é abandonado
por certo tempo. A recolonização é feita por etapas: em primeiro lugar, o terreno é invadido pelo capim e outras
ervas; depois, aparecem arbustos e, no final, árvores.

34
APLICAÇÃO DOS b) Acidificação, processo em que os sais, ao se
dissolverem na água do rio, formam ácidos.

CONHECIMENTOS - SALA c) Eutrofização, ocasionada pelo aumento do


fósforo e nitrogênio dissolvidos na água,
que resulta na proliferação do fitoplâncton.
1. (ENEM) Pesticidas são contaminantes am- d) Aquecimento, decorrente do aumento de
bientais altamente tóxicos aos seres vivos sais dissolvidos na água do rio, que eleva
e, geralmente, com grande persistência am- sua temperatura.
biental. A busca por novas formas de elimi-
e) Denitrificação, processo em que o excesso de
nação dos pesticidas tem aumentado nos úl-
timos anos, uma vez que as técnicas atuais nitrogênio que chega ao rio é disponibiliza-
são economicamente dispendiosas e paliati- do para a atmosfera, prejudicando o desen-
vas. A biorremediação de pesticidas utilizan- volvimento dos peixes.
do micro-organismos tem se mostrado uma
técnica muito promissora para essa finalida- 4. (ENEM) A figura representa um dos mode-
de, por apresentar vantagens econômicas e los de um sistema de interações entre seres
ambientais. Para ser utilizado nesta técnica vivos. Ela apresenta duas propriedades, P1
promissora, um microrganismo deve ser ca-
e P2, que interagem em I, para afetar uma
paz de:
terceira propriedade, P3, quando o sistema
a) transferir o contaminante do solo para a
é alimentado por uma fonte de energia, E.
água.
Essa figura pode simular um sistema de cam-
b) absorver o contaminante sem alterá-lo qui-
po em que P1 representa as plantas verdes; P2
micamente.
um animal herbívoro e P3, um animal onívo-
c) apresentar alta taxa de mutação ao longo
ro.
das gerações.
d) estimular o sistema imunológico do homem
contra o contaminante.
e) metabolizar o contaminante, liberando sub-
F1
produtos menos tóxicos ou atóxicos. E P1
F3
F5 F6
2. (ENEM) Para diminuir o acúmulo de lixo e F2 P3
o desperdício de materiais de valor econô-
P2 F4
mico e, assim, reduzir a exploração de re-
cursos naturais, adotou-se, em escala inter-
nacional, a política dos três erres: Redução,
Reutilização e Reciclagem. Um exemplo de E: função motriz
reciclagem é a utilização de: P: propriedades
a) garrafas de vidro retornáveis para cerveja ou F: Fluxos
refrigerante. I: interações
b) latas de alumínio como material para fabri- ODUM, E. P. Ecologia, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988.
cação de lingotes.
c) sacos plásticos de supermercado como acon- A função interativa I representa a proporção
dicionantes de lixo caseiro. de:
d) embalagens plásticas vazias e limpas para a) herbivoria entre P1 e P2.
acondicionar outros alimentos. b) polinização entre P1 e P2.
e) garrafas PET recortadas em tiras para fabri- c) P³ utilizada na alimentação de P1 e P2.
cação de cerdas de vassouras. d) P1 ou P2 utilizada na alimentação de P3.
e) energia de P1 e de P2 que saem do sistema.
3. (ENEM) Um agricultor, buscando o aumento
da produtividade de sua lavoura, utilizou o 5. (ENEM) O despejo de dejetos de esgotos do-
adubo NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) mésticos e industriais vem causando sérios
com alto teor de sais minerais. A irrigação problemas aos rios brasileiros. Esses poluen-
dessa lavoura é feita por canais que são des- tes são ricos em substâncias que contribuem
viados de um rio que abastece os canais, de- para a eutrofização de ecossistemas, que é
vido à contaminação das águas pelo excesso um enriquecimento da água por nutrientes,
de adubo usado pelo agricultor. o que provoca um grande crescimento bacte-
Que processo biológico pode ter sido provo- riano e, por fim, pode promover escassez de
cado na água do rio pelo uso do adubo NPK? oxigênio.
a) Lixiviação, processo em que ocorre a lava- Uma maneira de evitar a diminuição da con-
gem do solo, que acaba disponibilizando os centração de oxigênio no ambiente é:
nutrientes para a água do rio.

35
a) Aquecer as águas dos rios para aumentar a esgoto antes de lançá-lo no ambiente. Dessa
velocidade de decomposiçao dos dejetos. forma, diminui-se a concentração de mate-
b) Retirar do esgoto os materiais ricos em nu- riais ricos em nutrientes, evitando sua eu-
trientes para diminuir a sua concentração trofização.
nos rios. 6. A presença de espécies exóticas num ecos-
c) Adicionar bactérias anaeróbicas às águas dos sistema pode resultar no aumento da com-
rios para que elas sobrevivam mesmo sem o petição interespecífica. Isso ocorre devido à
oxigênio. sobreposição de nichos ecológicos dos inva-
d) Substituir produtos não degradáveis por sores e das espécies nativas.
biodegradáveis para que as bactérias possam
utilizar os nutrientes.
e) Aumentar a solubilidade dos dejetos no es-
goto para que os nutrientes fiquem mais
GABARITO
acessíveis às bactérias.
1. E 2. B 3. C 4. D 5. B
6. (ENEM) No Brasil, cerca de 80% da energia 6. C
elétrica advém de hidrelétricas, cuja cons-
trução implica o represamento de rios. A for-
mação de um reservatório para esse fim, por
sua vez, pode modificar a ictiofauna local.
Um exemplo é o represamento do Rio Para-
ná, onde se observou o desaparecimento de
peixes cascudos quase que simultaneamente
ao aumento do número de peixes de espé-
cies exóticas introduzidas, como o mapará e
a corvina, as três espécies com nichos ecoló-
gicos semelhantes.
PETESSE, M. L.; PETRERE JR., M. Ciência Hoje, São
Paulo, n. 293, v. 49, jun. 2012 (adaptado).

Nessa modificação da ictiofauna, o desapa-


recimento de cascudos é explicado pelo(a):
a) redução do fluxo gênico da espécie nativa.
b) diminuição da competição intraespecífica.
c) aumento da competição interespecífica.
d) isolamento geográfico dos peixes.
e) extinção de nichos ecológicos.

RAIO X
1. A biorremediação consiste na utilização de
microrganismos capazes de metabolizar os
materiais que contaminam o ambiente, li-
berando subprodutos pouco tóxicos ou não
tóxicos.
2. As latas de alumínio podem ser recicladas
para a fabricação de lingotes do mineral. Es-
ses lingotes são reutilizados para a produção
de diversos materiais que contêm alumínio,
inclusive novas latas.
3. A eutrofização é provocada pela ação huma-
na e consiste no enriquecimento das águas
com nutrientes que favorecem a proliferação
excessiva de algas do fitoplâncton.
4. A função interativa I representa a proporção
de energia transferida de P1 (herbívoro) ou
P2 (carnívoro) na alimentação de P3 (onívo-
ro).
5. Uma maneira de evitar a diminuição da con-
centração de oxigênio no ambiente é tratar o

36
Prescrição: É preciso domínio dos conceitos básicos de Ecologia. A compreensão dos papéis que os
fatores bióticos e abióticos desempenham no ambiente, e a relação de dependência entre esses fatores,
razão pela qual interferências em um deles têm efeito dominó, o qual pode ser devastador. É importante
o conhecimento de temas atuais, a interferência da espécie humana no meio ambiente: consequências
prejudiciais e práticas sustentáveis.

PRÁTICA DOS fotossíntese pelas algas, que estão na base


da cadeia alimentar hídrica. Além disso, o
CONHECIMENTOS - E.O. derramamento de óleo contribuiu para o
envenenamento das árvores e, consequente-
mente, para a intoxicação da fauna e flora
1. (ENEM) A figura representa uma cadeia ali-
aquáticas, bem como conduziu à morte di-
mentar em uma lagoa. As setas indicam o
versas espécies de animais, entre outras for-
sentido do fluxo de energia entre os compo-
mas de vida, afetando também a atividade
nentes dos níveis tróficos.
pesqueira.
LAUBIER, L. Diversidade da Maré Negra. In: Scientific
American Brasil 4(39), ago. 2005(adaptado).

A situação exposta no texto e suas implica-


ções:
a) indicam a independência da espécie humana
com relação ao ambiente marinho.
b) alertam para a necessidade do controle da
poluição ambiental para redução do efeito
estufa.
Sabendo-se que o mercúrio se acumula nos c) ilustram a interdependência das diversas
tecidos vivos, que componente dessa cadeia formas de vida (animal, vegetal e outras) e
alimentar apresentará maior teor de mercú- o seu habitat.
rio no organismo se nessa lagoa ocorrer um d) indicam a alta resistência do meio ambiente
derramamento desse metal? à ação do homem, além de evidenciar a sua
a) As aves, pois são os predadores do topo des- sustentabilidade mesmo em condições extre-
sa cadeia e acumulam mercúrio incorporado mas de poluição.
pelos componentes dos demais elos. e) evidenciam a grande capacidade animal de
b) Os caramujos, pois se alimentam das raízes se adaptar às mudanças ambientais, em con-
das plantas, que acumulam maior quantida- traste com a baixa capacidade das espécies
de de metal. vegetais, que estão na base da cadeia ali-
c) Os grandes peixes, pois acumulam o mercú- mentar hídrica.
rio presente nas plantas e nos peixes peque-
nos. 3. (ENEM) Os personagens da figura estão re-
d) Os pequenos peixes, pois acumulam maior presentando uma situação hipotética de ca-
quantidade de mercúrio, já que se alimen- deia alimentar.
tam das plantas contaminadas.
e) As plantas aquáticas, pois absorvem grande
quantidade de mercúrio da água através de
suas raízes e folhas.

2. (ENEM) No ano de 2000, um vazamento em


dutos de óleo na baía de Guanabara (RJ)
causou um dos maiores acidentes ambien-
tais do Brasil. Além de afetar a fauna e a
flora, o acidente abalou o equilíbrio da ca-
deia alimentar de toda a baía. O petróleo
forma uma película na superfície da água, o
que prejudica as trocas gasosas da atmosfe-
ra com a água e desfavorece a realização de

37
Suponha que, em cena anterior à apresenta- a) da acidez das águas dos oceanos.
da, o homem tenha se alimentado de frutas b) do estoque de pescado nos oceanos.
e grãos que conseguiu coletar. Na hipótese c) da temperatura média dos oceanos.
de, nas próximas cenas, o tigre ser bem-su- d) do nível das águas dos oceanos.
cedido e, posteriormente, servir de alimento e) da salinização das águas dos oceanos.
aos abutres, tigre e abutres ocuparão, res-
pectivamente, os níveis tróficos de: 6. (ENEM) O aquecimento global, ocasionado
a) produtor e consumidor primário. pelo aumento do efeito estufa, tem como
b) consumidor primário e consumidor secundá- uma de suas causas a disponibilização acele-
rio. rada de átomos de carbono para a atmosfera.
c) consumidor secundário e consumidor terciá- Essa disponibilização acontece, por exemplo,
rio. na queima de combustíveis fósseis, como a
d) consumidor terciário e produtor. gasolina, os óleos e o carvão, que libera o gás
e) consumidor secundário e consumidor primá- carbônico (CO2) para a atmosfera. Por outro
rio. lado, a produção de metano (CH4), outro gás
causador do efeito estufa, está associada à
4. (ENEM) O controle biológico, técnica em- pecuária e à degradação de matéria orgânica
pregada no combate a espécies que causam em aterros sanitários.
danos e prejuízos aos seres humanos, é uti- Apesar dos problemas causados pela dispo-
lizado no combate à lagarta que se alimenta nibilização acelerada dos gases citados, eles
de folhas de algodoeiro. Algumas espécies são imprescindíveis à vida na Terra e impor-
de borboleta depositam seus ovos nessa cul- tantes para a manutenção do equilíbrio eco-
tura. A microvespa Trichogramma sp. intro- lógico, porque, por exemplo, o:
duz seus ovos nos ovos de outros insetos, a) metano é fonte de carbono para os organis-
incluindo os das borboletas em questão. Os mos fotossintetizantes.
embriões da vespa se alimentam do conte- b) metano é fonte de hidrogênio para os orga-
údo desses ovos e impedem que as larvas nismos fotossintetizantes.
de borboleta se desenvolvam. Assim, é pos- c) gás carbônico é fonte de energia para os or-
sível reduzir a densidade populacional das ganismos fotossintetizantes.
borboletas até níveis que não prejudiquem d) gás carbônico é fonte de carbono inorgânico
a cultura. A técnica de controle biológico re- para os organismos fotossintetizantes.
alizado pela microvespa Trichogramma sp. e) gás carbônico é fonte de oxigênio molecular
consiste na: para os organismos heterotróficos aeróbios.
a) introdução de um parasita no ambiente da
espécie que se deseja combater. 7. (ENEM) Diferente do que o senso comum
b) introdução de um gene letal nas borboletas acredita, as lagartas de borboletas não pos-
para diminuir o número de indivíduos. suem voracidade generalizada. Um estudo
c) competição entre a borboleta e a microvespa mostrou que as borboletas de asas trans-
para a obtenção de recursos. parentes da família Ithomiinae, comuns
d) modificação do ambiente para selecionar in- na Floresta Amazônica e na Mata Atlântica,
divíduos melhor adaptados. consomem, sobretudo, plantas da família So-
e) aplicação de inseticidas a fim de diminuir o lanaceae, a mesma do tomate. Contudo, os
número de indivíduos que se deseja comba- ancestrais dessas borboletas consumiam es-
ter. pécies vegetais da família Apocinaceae, mas
a quantidade dessas plantas parece não ter
5. (ENEM) Os oceanos absorvem aproximada- sido suficiente para garantir o suprimento
mente um terço das emissões de CO2 proce- alimentar dessas borboletas. Dessa forma,
dentes de atividades humanas, como a quei- as solanáceas tornaram-se uma opção de ali-
ma de combustíveis fósseis e as queimadas. mento, pois são abundantes na Mata Atlân-
O CO2 combina-se com as águas dos oceanos, tica e na Floresta Amazônica.
provocando uma alteração importante em Cores ao vento. Genes e fósseis revelam origem e
suas propriedades. Pesquisas com vários or- diversidade de borboletas sul-americanas. Revista
Pesquisa FAPESP. N° 170, 2010 (adaptado).
ganismos marinhos revelam que essa altera-
ção nos oceanos afeta uma série de processos Nesse texto, a ideia do senso comum é con-
biológicos necessários para o desenvolvi- frontada com os conhecimentos científicos,
mento e a sobrevivência de várias espécies ao se entender que as larvas das borboletas
da vida marinha. Ithomiinae encontradas atualmente na Mata
A alteração a que se refere o texto diz respei- Atlântica e na Floresta Amazônica, apresen-
to ao aumento: tam:

38
a) facilidade em digerir todas as plantas desses 10. (ENEM) Moradores sobreviventes da tragédia
locais. que destruiu aproximadamente 60 casas no
b) interação com as plantas hospedeiras da fa- Morro do Bumba, na Zona Norte de Niterói
mília Apocinaceae. (RJ), ainda defendem a hipótese de o desli-
c) adaptação para se alimentar de todas as zamento ter sido causado por uma explosão
plantas desses locais. provocada por gás metano, visto que esse lo-
d) voracidade indiscriminada por todas as plan- cal foi um lixão entre os anos 1960 e 1980.
tas existentes nesses locais. Jornal Web. Disponível em: http://www.ojornalweb.
e) especificidade pelas plantas da família Sola- com. Acesso em: 12 abr. 2010 (adaptado).
naceae existentes nesses locais. O gás mencionado no texto é produzido:
a) como subproduto da respiração aeróbia bac-
8. (ENEM) O menor tamanduá do mundo é so- teriana.
litário e tem hábitos noturnos, passa o dia b) pela degradação anaeróbia de matéria orgâ-
repousando, geralmente em um emaranhado nica por bactérias.
de cipós, com o corpo curvado de tal manei- c) como produto da fotossíntese de organismos
ra que forma uma bola. Quando em ativida- pluricelulares autotróficos.
de, se locomove vagarosamente e emite som d) pela transformação química do gás carbôni-
co em condições anaeróbias.
semelhante a um assobio. A cada gestação,
e) pela conversão, por oxidação química, do
gera um único filhote. A cria é deixada em gás carbônico sob condições aeróbias.
uma árvore à noite e é amamentada pela mãe
até que tenha idade para procurar alimento.
11. (ENEM) Plantas terrestres que ainda estão
As fêmeas adultas têm territórios grandes e
o território de um macho inclui o de várias em fase de crescimento fixam grandes quan-
fêmeas, o que significa que ele tem sempre tidades de CO2, utilizando-o para formar no-
diversas pretendentes à disposição para na- vas moléculas orgânicas, e liberam grande
morar! quantidade de O2. No entanto, em florestas
maduras, cujas árvores já atingiram o equi-
Ciência Hoje das Crianças, ano 19, n.º
174, nov. 2006 (adaptado). líbrio, o consumo de O2 pela respiração ten-
de a igualar sua produção pela fotossíntese.
Essa descrição sobre o tamanduá diz respeito A morte natural de árvores nessas florestas
ao seu: afeta temporariamente a concentração de O2
a) hábitat. e de CO2 próximo à superfície do solo onde
b) biótopo. elas caíram.
c) nível trópico. A concentração de O2 próximo ao solo, no lo-
d) nicho ecológico. cal da queda, será:
e) potencial biótico. a) menor, pois haverá consumo de O2 durante a
decomposição dessas árvores.
9. (ENEM) A interferência do homem no meio b) maior, pois haverá economia de O2 pela au-
ambiente tem feito com que espécies de se- sência das árvores mortas.
res vivos desapareçam muito mais rapida- c) maior, pois haverá liberação de O2 durante a
mente do que em épocas anteriores. Vários fotossíntese das árvores jovens.
mecanismos de proteção ao planeta têm sido d) igual, pois haverá consumo e produção de O2
discutidos por cientistas, organizações e go-
pelas árvores maduras restantes.
vernantes. Entre esses mecanismos, destaca-
-se o acordado na Convenção sobre a Diversi- e) menor, pois haverá redução de O2 pela falta
dade Biológica durante a Rio 92, que afirma da fotossíntese realizada pelas árvores mor-
que a nação tem direito sobre a variedade tas.
de vida contida no seu território e o dever
de conservá-la, utilizando-se dela de forma 12. (ENEM) Sabe-se que o aumento da concen-
sustentável. tração de gases como CO2, CH4 e N2O na at-
A dificuldade encontrada pelo Brasil em se- mosfera é um dos fatores responsáveis pelo
guir o acordo da Convenção sobre a Diversi-
agravamento do efeito estufa. A agricultu-
dade Biológica decorre, entre outros fatores,
do fato de a: ra é uma das atividades humanas que pode
a) extinção de várias espécies ter ocorrido em contribuir tanto para a emissão quanto para
larga escala. o sequestro desses gases, dependendo do
b) alta biodiversidade no país impedir a sua manejo da matéria orgânica do solo.
conservação. ROSA, A. H.; COELHO, J. C. R. Cadernos Temáticos de Química
c) utilização de espécies nativas de forma sus- Nova na Escola. São Paulo, n. 5, nov. 2003 (adaptado).
tentável ser utópica.
d) grande extensão de nosso território dificul- De que maneira as práticas agrícolas podem
tar a sua fiscalização. ajudar a minimizar o agravamento do efeito
e) classificação taxonômica de novas espécies estufa?
ocorrer de forma lenta.

39
a) Evitando a rotação de culturas.
b) Liberando o CO2 presente no solo.
c) Aumentando a quantidade de matéria orgânica do solo.
d) Queimando a matéria orgânica que se deposita no solo.
e) Atenuando a concentração de resíduos vegetais do solo.

13. (ENEM)

A posição ocupada pela vaca, na interação apresentada na tirinha, a caracteriza como:


a) produtora.
b) consumidora primária.
c) consumidora secundária.
d) consumidora terciária.
e) decompositora.

14. (ENEM) Algumas estimativas apontam que, nos últimos cem anos, a concentração de gás carbônico
na atmosfera aumentou em cerca de 40%, devido principalmente à utilização de combustíveis
fósseis pela espécie humana. Alguns estudos demonstram que essa utilização em larga escala pro-
move o aumento do efeito estufa.
Outros fatores de origem antrópica que aumentam o efeito estufa são:
a) chuva ácida e destruição da camada de ozônio.
b) alagamento e inversão térmica.
c) erosão e extinção das espécies.
d) poluição das águas e do solo.
e) queimada e desmatamento.

15. (ENEM) A poluição térmica, provocada principalmente pela má utilização da água na refrigeração
das turbinas e caldeiras de usinas hidrelétricas e termelétricas, respectivamente, afeta o aspecto
físico-químico e biológico dos cursos hídricos. A água empregada na manutenção dessas usinas
deveria ser tratada termicamente, promovendo a liberação do calor, para posterior devolução ao
meio ambiente. Contudo, ao ser despejada nos lagos e nos rios, sem qualquer controle ou fiscaliza-
ção, causa sérios danos à vida aquática, pois reduz significativamente o tempo de vida de algumas
espécies, afetando seus ciclos de reprodução.
Disponível em: www.brasilescola.com. Acesso em: 25 abr. 2010 (adaptado).

Um dos efeitos nocivos promovidos pela poluição térmica dos corpos hídricos pode ser identificado
pelo(a):
a) desenvolvimento excessivo do fitoplâncton, devido à eutrofização do meio aquático.
b) prejuízo à respiração dos seres vivos, devido à redução da pressão parcial de oxigênio na água.
c) bloqueio da entrada de raios solares na água, devido ao acúmulo de sedimentos na superfície.
d) potenciação dos poluentes presentes, devido à diminuição da velocidade de degradação desses mate-
riais.
e) desequilíbrio dos organismos desses ecossistemas, devido ao aumento da concentração de dióxido de
carbono.

40
16. (ENEM) As algas marinhas podem ser utili- O processo citado está representado na etapa:
zadas para reduzir a contaminação por me- a) I.
tais pesados em ambientes aquáticos. Elas b) II.
podem funcionar como uma “esponja bio- c) III.
lógica”, absorvendo esses poluentes. Dentro d) IV.
das células dessas algas, esses metais são e) V.
imobilizados no vacúolo por mecanismos
bioquímicos. 19. (ENEM) Na técnica de plantio conhecida por
hidroponia, os vegetais são cultivados em
Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.
br. Acesso em: 21 nov. 2011 (adaptado).
uma solução de nutrientes no lugar do solo,
rica em nitrato e ureia.
Nesse processo, as algas atuam como agentes Nesse caso, ao fornecer esses nutrientes na
que promovem a: forma aproveitável pela planta, a técnica
dispensa o trabalho das bactérias fixadoras
a) biodigestão.
do solo, que, na natureza, participam do ci-
b) eutrofização.
clo do(a):
c) desnitrificação.
a) água.
d) biorremediação.
b) carbono.
e) biomonitoração.
c) nitrogênio.
d) oxigênio.
17. (ENEM) Para a produção de etanol combus- e) fósforo.
tível, as usinas retiram água do leito de rios
próximos, reutilizando-a nas suas instala- 20. (ENEM) Estranha neve:
ções. A vinhaça, resíduo líquido gerado nes- espuma, espuma apenas
se processo, é diluída para ser adicionada que o vento espalha, bolha em baile no ar,
ao solo, utilizando uma técnica chamada de vinda do Tietê alvoroçado ao abrir de com-
fertirrigação. Por meio desse procedimento, portas,
o fósforo e o potássio, essenciais à produção espuma de dodecilbenzeno irredutível,
de cana-de-açúcar, são devolvidos ao solo, emergindo das águas profanadas do rio-ban-
deirante, hoje rio-despejo
reduzindo o uso de fertilizantes sintéticos.
de mil imundícies do progresso.
Essa intervenção humana no destino da vi- ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro:
nhaça tem como resultado a diminuição do Nova Aguilar. 1992 (fragmento).
impacto ambiental referente à:
a) erosão do solo. Nesse poema, o autor faz referência à:
b) produção de chuva ácida. a) disseminação de doenças nas áreas atingidas
c) elevação da temperatura global. por inundações.
d) eutrofização de lagos e represas. b) contaminação do lençol freático pela elimi-
e) contaminação de rios por pesticidas. nação de lixo nos rios.
c) ocorrência de enchente causada pela imper-
18. (ENEM) A aplicação excessiva de fertilizan- meabilização dos solos.
tes nitrogenados na agricultura pode acarre- d) presença de detergentes sintéticos como
tar alterações no solo e na água pelo acúmulo agentes poluentes de águas.
de compostos nitrogenados, principalmente e) destruição de fauna e flora pela contamina-
a forma mais oxidada, favorecendo a proli- ção de bacias hidrográficas.
feração de algas e plantas aquáticas e alte-
21. (ENEM) Se por um lado a Revolução Indus-
rando o ciclo do nitrogênio, representado no trial instituiu um novo patamar de tecnolo-
esquema. A espécie nitrogenada mais oxida- gia e, com isso, uma melhoria na qualidade
da tem sua quantidade controlada por ação de vida da população, por outro lado os re-
de microrganismos que promovem a reação síduos decorrentes desse processo podem se
de redução dessa espécie, no processo deno- acumular no ar, no solo e na água, causando
minado desnitrificação. desequilíbrios no ambiente.
O acúmulo dos resíduos provenientes dos
processos industriais que utilizam combus-
tíveis fósseis traz como consequência o(a):
a) eutrofização dos corpos-d’água, aumentando
a produtividade dos sistemas aquáticos.
b) precipitação de chuvas ácidas, danificando
florestas, ecossistemas aquáticos e constru-
ções.
c) mudança na salinidade dos mares, provocan-
do a mortalidade de peixes e demais seres
aquáticos.

41
d) acúmulo de detritos, causando entupimento hidrocarbonetos como fonte energética, atu-
de bueiros e alagamento das ruas. ando como biorremediadores, removendo o
e) presença de mosquitos, levando à dissemina- óleo do ambiente.
ção de doenças bacterianas e virais. KREPSKY, N.; SILVA SOBRINHO, F.; CRAPEZ, M. A. C.
Ciência Hoje, n. 223, jan.-fev. 2006 (adaptado).

22. (ENEM) O nitrogênio é essencial para a vida Para serem eficientes no processo de biorre-
e o maior reservatório global desse elemen- mediação citado, as espécies escolhidas de-
to, na forma de N2 é a atmosfera. Os prin- vem possuir:
cipais responsáveis por sua incorporação na a) células flageladas, que capturem as partícu-
matéria orgânica são microrganismos fixa- las de óleo presentes na água.
dores de N2 que ocorrem de forma livre ou b) altas taxas de mutação, para se adaptarem
simbiontes com plantas. ao ambiente impactado pelo óleo.
ADUAN, R. E. et al. Os grandes ciclos biogeoquímicos
c) enzimas, que catalisem reações de quebra
do planeta. Planaltina: Embrapa, 2004 (adaptado).
das moléculas constituintes do óleo.
Animais garantem suas necessidades meta- d) parede celular espessa, que impossibilite
bólicas desse elemento pela: que as bactérias se contaminem com o óleo.
a) absorção do gás nitrogênio pela respiração. e) capacidade de fotossíntese, que possibilite
b) ingestão de moléculas de carboidratos vege- a liberação de oxigênio para a renovação do
tais. ambiente poluído.
c) incorporação de nitritos dissolvidos na água
consumida. 25. (ENEM) Os parasitoides são insetos dimi-
d) transferência da matéria orgânica pelas ca- nutos, que têm hábitos bastante peculiares:
deias tróficas. suas larvas se desenvolvem dentro do corpo
e) protocooperação com microrganismos fixa- de outros animais. Em geral, cada parasitoi-
dores de nitrogênio. de ataca hospedeiros de determinada espé-
cie e, por isso, esses organismos vêm sendo
23. (ENEM) Bioindicador ou indicador biológico amplamente usados para o controle biológi-
é uma espécie ou grupo de espécies que re- co de pragas agrícolas.
flete o estado biótico de um meio ambien- Santo, M. M. E. et al. Parasitoides: insetos benéficos e
te, o impacto produzido sobre um hábitat, cruéis. Ciência Hoje, n. 291, abr. 2012 (adaptado).
comunidade ou ecossistema, entre outras
O uso desses insetos na agricultura traz be-
funções. A posição trófica do organismo bio-
nefícios ambientais, pois diminui o(a):
indicador é uma das características mais re-
a) tempo de produção agrícola.
levantes quanto ao seu grau de importância
b) diversidade de insetos-praga.
para essa função: quanto mais baixo o nível
c) aplicação de inseticidas tóxicos.
trófico do organismo, maior é a sua utilida-
d) emprego de fertilizantes agrícolas.
de, pois se pressupõe que toda a cadeia tró-
e) necessidade de combate a ervas daninhas.
fica é contaminada a partir dele.
ANDRÉA, M. M. Bioindicadores
ecotoxicológicos de agrotóxicos. 26. (ENEM) O caramujo gigante africano, Acha-
Disponível em: www.biologico.sp.gov.br. tina fulica, é uma espécie exótica que tem
Acesso em: 11 mar. 2013 (adaptado). despertado o interesse das autoridades bra-
sileiras, uma vez que tem causado danos am-
O grupo de organismos mais adequado para
bientais e prejuízos econômicos à agricultu-
essa condição, do ponto de vista da sua posi-
ra. A introdução da espécie no Brasil ocorreu
ção na cadeia trófica, é constituído por:
clandestinamente, com o objetivo de ser
a) algas.
utilizada na alimentação humana. Porém,
b) peixes.
o molusco teve pouca aceitação no comércio
c) baleias.
de alimentos, o que resultou em abandono e
d) camarões.
liberação intencional das criações por vários
e) anêmonas.
produtores. Por ser uma espécie herbívora
24. (ENEM) A remoção de petróleo derramado generalista (alimenta-se de mais de 500 es-
em ecossistemas marinhos é complexa e pécies diferentes de vegetais), com grande
muitas vezes envolve a adição de mais sus- capacidade reprodutiva, tornou-se uma pra-
tâncias ao ambiente. Para facilitar o proces- ga agrícola de difícil erradicação. Associada
so de recuperação dessas áreas, pesquisado- a isto, a ausência de predadores naturais fez
res têm estudado a bioquímica de bactérias com que ocorresse um crescimento descon-
encontradas em locais sujeitos a esse tipo trolado da população.
de impacto. Eles verificaram que algumas
dessas espécies utilizam as moléculas de

42
O desequilíbrio da cadeia alimentar observado foi causado pelo aumento da densidade populacio-
nal de:
a) consumidores terciários, em função da elevada disponibilidade de consumidores secundários.
b) consumidores primários, em função da ausência de consumidores secundários.
c) consumidores secundários, em função da ausência de consumidores primários.
d) consumidores terciários, em função da elevada disponibilidade de produtores.
e) consumidores primários, em função do aumento de produtores.

27. (ENEM) Os parasitoides (misto de parasitas e predadores) são insetos diminutos que têm hábitos
muito peculiares: suas larvas podem se desenvolver dentro do corpo de outros organismos, como
mostra a figura. A forma adulta se alimenta de pólen e açúcares. Em geral, cada parasitoide ataca
hospedeiros de determinada espécie e, por isso, esses organismos vêm sendo amplamente usados
para o controle biológico de pragas agrícolas.

A forma larval do parasitoide assume qual papel nessa cadeia alimentar?


a) Consumidor primário, pois ataca diretamente uma espécie herbívora.
b) Consumidor secundário, pois se alimenta diretamente dos tecidos da lagarta.
c) Organismo heterótrofo de primeira ordem, pois se alimenta de pólen na fase adulta.
d) Organismo heterótrofo de segunda ordem, pois apresenta o maior nível energético na cadeia.
e) Decompositor, pois se alimenta de tecidos do interior do corpo da lagarta e a leva à morte.

28. (ENEM) Parte do gás carbônico da atmosfera é absorvida pela água do mar. O esquema representa
reações que ocorrem naturalmente, em equilíbrio, no sistema ambiental marinho. O excesso de
dióxido de carbono na atmosfera pode afetar os recifes de corais.

O resultado desse processo nos corais é o(a):


a) seu branqueamento, levando à sua morte e extinção.
b) excesso de fixação de cálcio, provocando calcificação indesejável.
c) menor incorporação de carbono, afetando seu metabolismo energético.
d) estímulo da atividade enzimática, evitando a descalcificação dos esqueletos.
e) dano à estrutura dos esqueletos calcários, diminuindo o tamanho das populações.

43
29. (ENEM) A indústria têxtil utiliza grande O esquema apresentado corresponde ao ciclo
quantidade de corantes no processo de tin- biogeoquímico do(a):
gimento dos tecidos. O escurecimento das a) água.
águas dos rios causado pelo despejo desses b) fósforo.
corantes pode desencadear uma série de c) enxofre.
problemas no ecossistema aquático. d) carbono.
Considerando esse escurecimento das águas, e) nitrogênio.
o impacto negativo inicial que ocorre é o(a):
a) eutrofização. 32. (ENEM 2ª aplicação 2016) Suponha que
b) proliferação de algas. um pesticida lipossolúvel que se acumula
c) inibição da fotossíntese. no organismo após ser ingerido tenha sido
d) fotodegradação da matéria orgânica. utilizado durante anos na região do Panta-
e) aumento da quantidade de gases dissolvi- nal, ambiente que tem uma de suas cadeias
dos. alimentares representadas no esquema:
PLÂNCTON —> PULGA-D’ÁGUA —> LAMBARI
30. (ENEM 2ª aplicação 2016) O ambiente ma- —> PIRANHA —> TUIUIÚ
rinho pode ser contaminado com rejeitos ra- Um pesquisador avaliou a concentração do pes-
dioativos provenientes de testes com armas ticida nos tecidos de lambaris da região e obteve
nucleares. Os materiais radioativos podem um resultado de 6,1 partes por milhão(ppm).
se acumular nos organismos. Por exemplo, o Qual será o resultado compatível com a concen-
estrôncio-90 é quimicamente semelhante ao tração do pesticida (em (em ppm) nos tecidos
cálcio e pode substituir esse elemento nos dos outros componentes da cadeia alimentar?
processos biológicos.
FIGUEIRA, R. C. L.; CUNHA, I. I. L. A contaminação Plâncton Pulga-D’água Piranha Tuiuiú
dos oceanos por radionuclídeos antropogênicos.
Química Nova na Escola, n. 1, 1998 (adaptado). a) 15,1 10,3 4,3 1,2
b) 6,1 6,1 6,1 6,1
Um pesquisador analisou as seguintes amos-
tras coletadas em uma região marinha pró- c) 2,1 4,3 10,4 14,3
xima a um local que manipula o estrôncio d) 2,1 3,9 4,1 2,3
radioativo: coluna vertebral de tartarugas, e) 8,8 5,8 5,3 9,6
concha de moluscos, endoesqueleto de ouri-
ços-do-mar, sedimento de recife de corais e 33. (ENEM 2ª aplicação 2016) Chamamos de lixo
tentáculos de polvo. a grande diversidade de resíduos sólidos de
Em qual das amostras analisadas a radioati- diferentes procedências, como os gerados em
vidade foi menor? residências. O aumento na produção de resí-
a) Concha de moluscos. duos sólidos leva à necessidade de se pensar
b) Tentáculos de polvo. em maneiras adequadas de tratamento. No
c) Sedimento de recife de corais. Brasil, 76% do lixo é disposto em lixões e so-
d) Coluna vertebral de tartarugas. mente 24% tem como destino um tratamento
e) Endoesqueleto de ouriços-do-mar. adequado, considerando os aterros sanitários,
as usinas de compostagem ou a incineração.
31. (ENEM 2ª aplicação 2016) Os seres vivos FADINI, P.S.; FADINI, A. A. A. Lixo: desafios e compromissos.
mantêm constantes trocas de matéria com Química Nova na Escola, maio 2001 (adaptado).
o ambiente mediante processos conhecidos
Comparando os tratamentos descritos, as
como ciclos biogeoquímicos. O esquema re-
usinas de compostagem apresentam como
presenta um dos ciclos que ocorrem nos
vantagem serem o destino:
ecossistemas.
a) que gera um produto passível de utilização
na agricultura.
b) onde ocorre a eliminação da matéria orgâni-
ca presente no lixo.
c) mais barato, pois não implica custos de tra-
tamento nem controle.
d) que possibilita o acesso de catadores, pela
disposição do lixo a céu aberto.
e) em que se podem utilizar áreas contaminadas
com resíduos de atividades de mineração.

44
34. (ENEM) A modernização da agricultura, tam-
bém conhecida como Revolução Verde, ficou
marcada pela expansão da agricultura nacio-
nal. No entanto, trouxe consequências como
o empobrecimento do solo, o aumento da
erosão e dos custos de produção, entre ou-
tras. Atualmente, a preocupação com a agri-
cultura sustentável tem suscitado práticas
como a adubação verde, que consiste na in-
corporação ao solo de fitomassa de espécies
vegetais distintas, sendo as leguminosas as
mais difundidas.
ANUNCIAÇÃO, G. C. F. Disponível em: www.muz.
ifsuldeminas.edu.br. Acesso em: 20 dez. 2012 (adaptado).

A utilização de leguminosas nessa prática de


cultivo visa reduzir a:
a) utilização de agrotóxicos.
b) atividade biológica do solo.
c) necessidade do uso de fertilizantes.
d) decomposição da matéria orgânica.
e) capacidade de armazenamento de água no solo.

35. (ENEM) As sacolas plásticas são utilizadas


em grande quantidade no Brasil por serem
práticas, leves e de baixo custo. Porém, o
tempo necessário para que sofram degrada-
ção nas condições do meio é de, no mínimo,
100 anos. Com o intuito de reduzir o impacto
ambiental desses produtos, as sacolas biode-
gradáveis foram introduzidas no mercado.
Essas sacolas são confeccionadas de um ma-
terial polimérico que confere a elas uma ca-
racterística que as torna biodegradáveis.
A qual característica das sacolas biodegradá-
veis o texto faz referência?
a) Elevada massa molecular do polímero.
b) Espessura fina do material que as constitui.
c) Baixa resistência aos líquidos nas condições
de uso.
d) Baixa resistência ao ataque por microrganis-
mos em condições adequadas.
e) Ausência de anéis aromáticos na estrutura
do polímero usado na confecção das sacolas.

GABARITO
1. A 2. C 3. C 4. A 5. A
6. D 7. E 8. D 9. D 10. B
11. A 12. C 13. B 14. E 15. B
16. D 17. D 18. E 19. C 20. D
21. B 22. D 23. A 24. C 25. C
26. B 27. B 28. E 29. C 30. B
31. D 32. C 33. A 34. C 35. D

45
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 5 e 6

Competências 1, 3, 4, 5 e 8
Habilidades 2, 8, 11, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 28 e
29

BREVIÁRIO

FISIOLOGIA - CIRCULAÇÃO
Tipos de sistema circulatório
Os peixes possuem um coração com duas câmaras (bicavitário) e circulação fechada simples completa.
Nos anfíbios, o coração passa a ter uma cavidade a mais: dois átrios e um ventrículo e sua circulação é
classificada como dupla incompleta.
Nos répteis, começa a divisão ventricular, com um septo incompleto. Nos crocodilianos, a separação ventri-
cular é completa, porém continua a haver mistura de sangues fora do coração (forâme de panizza). Portanto, estes
animais também possuem uma circulação dupla incompleta.
É nas aves e nos mamíferos que o coração atinge o máximo em eficiência: ele passa a ter quatro cavidades
e os ventrículos estão completamente separados. Logo, a circulação é completa.

aorta artéria pulmonar esquerda

veia cava superior

veias pulmonares esquerdas

átrio esquerdo
valva semilunar aórtica tronco pulmonar
valva atrioventricular esquerda
(mitral ou bicúspide)

valva semilunar pulmonar


átrio direito
ventrículo esquerdo
valva atrioventricular direita
(tricúspide)
veia cava inferior

ventrículo direito septo


Aspecto interno do coração humano
Aspecto interno do corção humano

CIRCULAÇÃO HUMANA
O sistema circulatório humano é composto pelo coração, sangue e vasos sanguíneos, no interior dos quais o fluido sanguíneo
circula. Os vasos são de três tipos: artérias, veias e capilares. As diferenças entre eles estão diretamente relacionadas à função
que exercem. Uma delas diz respeito à estrutura da parede. Nas artérias, é mais espessa, rica em tecido elástico e fibras
musculares lisas (figura). Nas veias, a camada de tecido muscular é mais delgada, mas são dotadas de valvas responsáveis
por impedir o refluxo de sangue. Deste modo, o fluxo de sangue tem sentido unidirecional até o coração. Os capilares são
constituídos de parede delgada (com uma camada celular) por onde ocorre as trocas de materiais entre o sangue e os tecidos.

47
tecido conjuntivo Válvula

Músculo liso

Endotélio

Lúmen

Arteriola Vênula

Artéria Veia

Endotélio

Capilares

O caminho do sangue
O átrio direito recebe sangue proveniente do corpo, através da veia cava superior e da veia cava inferior.
Do átrio direito, o sangue passa para o ventrículo direito, atravessando uma valva atrioventricular direita
(tricúspide). A contração do ventrículo direito direciona o sangue para a artéria pulmonar, que leva o sangue aos
pulmões para oxigenação – hematose. O retorno do sangue oxigenado nos pulmões ocorre pelas veias pulmonares,
que desembocam no átrio esquerdo. Este, contraindo-se, encaminha o sangue para o ventrículo esquerdo, atraves-
sando a valva atrioventricular esquerda (valva mitral ou bicúspide). O ventrículo esquerdo se contrai fortemente e
impulsiona o sangue para a artéria aorta, que encaminha o sangue ricamente oxigenado para o restante do corpo.
Portanto, essa circulação é fechada, dupla e completa.
Cabeça e membros superiores

Veia jugular Artéria carótida

PULMÕES

Veia pulmonar Artéria pulmonar

Veia cava superior


Artéria aorta

Veia cava inferior

FÍGADO
Veia porta-hepática
Veia hepática
TRATO
DIGESTIVO

Artérias mesentéricas

Veia renal
Artéria renal
Veia ilíaca
RINS Artéria ilíaca

Tronco e membros inferiores

Esquema da circulação mostrando as artérias e veias

De forma bastante simples, pode-se dizer que artéria é um vaso de parede espessa que conduz sangue para fora
do coração, e veia é um vaso de parede menos espessa que conduz sangue em direção ao coração.

48
Movimentos cardíacos: sístole e diástole
A contração cardíaca é conhecida como sístole. O relaxamento é conhecido como diástole.
§ Pressão arterial
É a pressão exercida pelo sangue contra as paredes de uma artéria. Chama-se pressão máxima (ou sistólica)
a pressão durante a sístole, que, normalmente, é de 120 mmHg. A pressão durante a diástole é chamada de
pressão mínima (ou diastólica), sendo da ordem de 80 mmHg.
O acúmulo de sódio (presente no sal e numa variedade de alimentos) leva à retenção de água, o que resulta
em maior volume de sangue no interior dos vasos sanguíneos e consequente elevação da pressão arterial.

Sangue: tecido de interligação


Este tecido apresenta muitas funções. São elas:
§ Transporte de nutrientes às células;
§ Remoção de resíduos metabólicos das células;
§ Transporte de hormônios e de anticorpos;
§ Distribuição de calor;
§ Transporte de gases respiratórios;
§ Coagulação;
§ Defesa.
O plasma, uma complexa mistura de substâncias químicas em água, representa 55% do volume total do
sangue.
Os 45% restantes correspondem à parte figurada, formada por três tipos de elementos celulares: glóbulos verme-
lhos (hemácias ou eritrócitos), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas (trombócitos, na verdade, fragmentos de células).
Desempenham as seguintes funções:
§ Glóbulos vermelhos: transporte de gases respiratórios, O2 e CO2;
§ Glóbulos brancos: defesa fagocitária (realizada pelos neutrófilos e monócitos) e defesa imunitária (reali-
zada pelos linfócitos) do organismo;
§ Plaquetas: atuam no processo de coagulação do sangue.
Algumas situações podem alterar o número de células sanguíneas. Acompanhe no quadro abaixo:

Quantidade
Tipos Funções Variações
média m/L
Diminuição: anemia (verminoses, hemorragias, deficiên-
Glóbulos vermelhos Homem: 5,4 milhões
Transporte de O2 e CO2 cias de vitamina B12).
(hemácias) Mulher: 4,8 milhões
Aumento: pessoas que vivem em regiões de grande altitude.

Glóbulos brancos Defesa fagócitária Diminuição: lesões na medula óssea e algumas infecções.
4 mil a 11 mil
(leucócitos) e imunitária. Aumento: infecções e leucócitos

Plaquetas
250 mil a 400 mil Coagulação do sangue. Diminuição e aumento provocados por certas doenças.
(trombócitos)

DEFESA DO ORGANISMO
De modo geral, as primeiras barreiras naturais são inespecíficas, ou seja, funcionam contra qualquer invasor. Dentre
elas podem ser citadas a pele, a saliva, o ácido clorídrico do estômago, o pH da vagina, a cera do ouvido externo,
o muco presente nas mucosas e no trato respiratório e os cílios do epitélio respiratório. Todos esses mecanismos
compõem a primeira linha de defesa.

49
Então, caso essas barreiras não funcionem, entra em ação as células de defesa, componentes do sistema
imunológico. As células envolvidas são os glóbulos brancos ou leucócitos.
Dentre essas células de defesa existem aquelas que atuam com especificidade contra o antígeno – molé-
cula/substância capaz de desencadear resposta imune – representadas pelos linfócitos; e aquelas de ação inespe-
cífica, que protegem o corpo de qualquer material ou microrganismo estranho, representadas pelos neutrófilos e
macrófagos (diferenciado a partir dos monócitos). Estas se caracterizam por realizar mais rápida a resposta que é
desencadeada por mecanismos específicos, que ampliam a eficiência da resposta inespecífica.
Do processo de resposta específica participam os macrófagos e linfócitos, conforme descrito a seguir.
§ Macrófagos – são células especializadas em fagocitar os agentes estranhos, mas não é só isso, eles tam-
bém removem do organismo restos celulares e ainda células mortas ou velhas. São conhecidas também
como células apresentadoras de antígenos, nesse papel atuam ativando os linfócitos T, assim, “informam-
-lhes” da presença de um microrganismo invasor.

1 Fagocitose da célula inimiga (antigeno)

2 Fusão do lisossomo e fagossomo

3 Enzimas começam a
degradar as células inimigas
4 Célula inimiga é reduzida a
pequenos fragmentos
5 Fragmentos do antígeno
apresentado na surperfície
do macrófogo

6 Fragmentos restantes são


expulsos por exocitose

Etapas da resposta imune mediada por macrófagos (células apresentadoras de antígeno). Note que na etapa 5 são dispostos na superfície celular frag-
mentos de antígenos. São esses fragmentos que serão reconhecidos pelos linfócitos T.

§ Linfócitos T – o linfócito T CD4 ativa o linfócito B, após o reconhecimento dos antígenos apresentados
pelos macrófagos; enquanto o linfócito T CD8 atua destruindo as células já invadidas pelo agente estranho.
§ Linfócitos B – depois de ativados pelo linfócito T, os linfócitos B se multiplicam rapidamente, diferenciam-
-se em plasmócitos e são capazes de produzir anticorpos. Esses têm ação específica, ou seja, para cada tipo
de invasor é produzido um tipo de anticorpo, por isso é importante a pré-identificação do agente invasor.
Funciona como o mecanismo de ligação chave-fechadura que acontece entre enzimas e seus substratos.
Assim, a partir das extremidades de sua molécula, se ligam de maneira específica aos antígenos, inativando
os invasores e facilitando sua destruição.
Sitio de ligação Sitio de ligação
Antígeno
com o antígeno com o antígeno

Estrutura de anticorpos
Estrutura de anticorpos.

50
Quando ativados, os linfócitos liberam substâncias que estimulam a proliferação celular, a partir da geração
dos clones efetores e também de memória. Enquanto houver antígenos, a quantidade de linfócitos aumentará, e de
maneira proporcional, quando a quantidade de antígenos diminui, o mesmo acontece com o número de linfócitos.
No entanto, mesmo após os antígenos terem sido totalmente neutralizados e, consequentemente, sua possibilidade
de causar danos ao organismo, ainda restam as células de memória, tipos especiais de linfócitos, que prontamente
entrarão em ação, caso o mesmo tipo de antígeno volte a invadir o corpo. Essa “memória” apresenta duração
variada de acordo com o tipo de antígeno, assim, pode durar anos ou até mesmo pelo resto da vida do indivíduo.

De maneira a potencializar a defesa natural do corpo, são utilizados vacinas, soros e antibióticos. Cada qual
desencadeia um papel particular.
§ Vacinas – agem de forma preventiva. São compostas por microrganismos ou partes deles (antígenos)
enfraquecidos ou mortos, que estimulam o reconhecimento antígeno-anticorpo. Devido a esse reconheci-
mento inicial, são produzidas células de defesa e algumas delas são células de memória. Estas permane-
cem após o término do processo de resposta imune e conferem caráter duradouro às vacinas. Assim, caso
o mesmo tipo de microrganismo entre no indivíduo vacinado, seu sistema imune reagirá mais rapidamen-
te, até mesmo não permitindo que o quadro patológico se instale. Por induzir no corpo a resposta imune
com produção de anticorpos, as vacinas são consideradas uma forma de imunização ativa.
§ Soros – são usados como um tratamento contra intoxicações decorrentes de venenos animais, toxinas
ou infecções por vírus e bactérias. Nesses medicamentos há anticorpos produzidos por animais (comu-
mente cavalos) imunizados. Por isso, é denominada imunização passiva. É o tipo de abordagem ideal para
quando há necessidade de uma reposta rápida no organismo. Apesar de rápida, é passageira, pois os
anticorpos provenientes de outro animal têm duração limitada.
§ Antibióticos – responsáveis por uma verdadeira revolução na área da saúde, esses medicamentos são
usados no combate a infecções bacterianas.

Príons
São moléculas de proteínas infectantes. Diferentes de bactérias e vírus, não possuem genoma. Originam-se de
proteínas, normalmente encontradas nas células, que são alteradas devido à mutação, originando essas molécu-
las que têm sua conformação alterada.
Não há mecanismos imunológicos eficientes contra as príons. As doenças por elas causadas ainda não têm
cura. A encefalopatia espongiforme bovina, popularmente conhecida como doença da vaca louca, é causada por
príons.

51
A coagulação sanguínea
Após um ferimento, as plaquetas desencadeiam o processo de coagulação do sangue por meio da liberação dos
fatores de coagulação. O coágulo detém uma eventual hemorragia.

Tecido com Plaquetas


lesões aglomeradas

Tromboplastina

Fígado
Ca++ (plasma)
Vitamina K
Protrombina Trombina

Fibrina Fibrinogênio
(Coágulo) (plasma)

Inicialmente, as plaquetas liberam a enzima tromboplastina que, em presença de íon cálcio, converte a
proteína solúvel protrombina, presente no plasma, na enzima trombina. A trombina catalisa a transformação da
proteína solúvel fibrinogênio, presente no plasma, em fibrina, proteína insolúvel. A fibrina forma uma rede fibrosa
(coágulo), que adere à região da ferida, estancando a perda de sangue.

O transporte de gases pelo sangue


O oxigênio é transportado praticamente apenas pelas hemácias, ligado à hemoglobina. Forma-se, assim, a oxiemo-
globina. Enquanto o gás carbônico é transportado majoritariamente pelo plasma, e quando associado à hermoglo-
bina, forma a carboemoglobina.

TROCAS GASOSAS
A tomada de oxigênio e a remoção de gás carbônico, ou seja, as trocas gasosas efetuadas pelos animais, caracteri-
zam o que se conhece por respiração. Não confundir com respiração aeróbia, na qual, em mitocôndrias (eucarion-
tes) na presença de O2, ocorre quebra de glicose para a produção de energia.

As trocas gasosas nos animais


A pele é um eficiente órgão de trocas gasosas nos anelídeos, como as minhocas, e nos anfíbios, como os sapos.
Nestes, quando adultos, a pele apenas complementa as trocas realizadas pelos pulmões, que é insuficiente para
suprir a demanda respiratória.
Os pulmões foram se tornando mais complexos ao passo evolutivo. São estruturas internas que constituem
importante adaptação dos tetrápodes à vida terrestre.
As brânquias estão presentes em animais aquáticos: moluscos, anelídeos aquáticos, crustáceos, fase larval
de sapos e peixes.
As traqueias dos insetos são finíssimos túbulos condutores. Nos insetos, o sistema respiratório funciona
independentemente do sistema circulatório. Os aracnídeos são dotados de pulmões folíaceos.

52
A respiração humana
Hematose: trocas gasosas nos alvéolos

As trocas gasosas se dão entre o ar alveolar e o sangue contido nos capilares. O sangue proveniente dos tecidos
é rico em gás carbônico e pobre em oxigênio. O ar alveolar é rico em oxigênio e pobre em gás carbônico. Essas
concentrações de gases podem ser expressas em termos de pressão parcial. Assim, quanto maior a concentração
de um gás, maior será sua pressão parcial e vice-versa.

(a) (b) capilares

Faringe Bronquíolo
Laringe Veia
Traqueia pulmonar Alvéolos
Artéria
pulmonar

Brônquios principais
Brônquiolos

Diafragma

Sistema respiratório humano (a) e detalhe dos alvéolos (b)


O gás carbônico se difunde do sangue para o ar alveolar, deixando livres as moléculas de hemoglobina
existentes nas hemácias. Por sua vez, o oxigênio difunde-se do ar alveolar para o sangue, ocupando os lugares
vagos existentes nas moléculas de hemoglobina. Esses processos ocorrem por difusão, por isso, cada gás se move
de onde sua concentração é elevada para o local de menor concentração.

SISTEMA DIGESTÓRIO
Digestão é o processo de transformação de moléculas de grande tamanho, por hidrólise enzimática, em unidades
menores que possam ser absorvidas e utilizadas pelas células.
De maneira geral, pode se dar em dois tipos: extracelular e intracelular.
Nos protozoários, a digestão é intracelular.
Nas esponjas, a digestão é exclusivamente intracelular.
Nos cnidários e platelmintos, já existe uma cavidade digestiva incompleta. Neles o início da digestão é
extracelular, mas o término ainda é intracelular.
Os primeiros animais com cavidades digestivas completas pertencem ao grupo dos nematelmintos.
No homem e em todos os vertebrados, a digestão é extracelular e ocorre inteiramente na cavidade do tubo
digestório.

O tubo digestivo humano


O tubo digestivo humano é composto pela seguinte sequência de órgãos: boca, faringe, esôfago, estômago, intes-
tino delgado, intestino grosso e ânus.

53
Início da digestão
O alimento ingerido é fragmentado pelos dentes. Na saliva há água (99%), sais inorgânicos, muco e a enzima
ptialina (ou amilase salivar). Este líquido é liberado por três pares de glândulas salivares (parótidas, sublinguais e
submandibulares).
A ptialina atua em pH neutro ou ligeiramente alcalino e promove a hidrólise do amido em moléculas de
maltose. A digestão do amido é iniciada na boca e deve ser concluída no intestino delgado.

Alimento a caminho do estômago


Após ter sido devidamente umedecido e lubrificado pela saliva, o bolo alimentar passa pela faringe em direção
ao esôfago (deglutição), através de movimentos peristálticos. Essa contração chega à junção do esôfago com o
estômago e favorece a passagem do bolo alimentar.

Estômago: o início da digestão de proteínas


No estômago, o suco gástrico passa a exercer sua ação digestiva. A pepsina é a principal enzima do suco gástrico,
atuando em meio ácido, com pH ao redor de 2. Ela converte proteínas em peptídeos.

Intestino delgado
Posteriormente, o quimo passa para o duodeno. No intestino delgado, para finalizar a digestão dos alimentos,
atuarão: suco pancreático, suco entérico (ou intestinal) e bile. O pH nesse órgão é aproximadamente 8.
Assim que são digeridos, os produtos finais da digestão vão sendo absorvidos pelas células da parede intes-
tinal que contém inúmeras vilosidades. Estas são responsáveis por aumentar a superfície de absorção.

Intestino grosso
Após a absorção dos resíduos úteis pelo intestino delgado, os restos alimentares são enviados ao intestino grosso,
misturados com grande quantidade de água e sais, que são quase totalmente absorvidos pelas paredes desse
órgão. Tudo que não foi aproveitado caracteriza as fezes, que são eliminadas pelo ânus.

EXCREÇÃO
Excretas nitrogenadas
O metabolismo de aminoácidos e proteínas (substâncias compostas de nitrogênio) nas células resulta na formação
de moléculas nitrogenadas: amônia, ureia e ácido úrico.

A excreção humana
Como os demais mamíferos, os seres humanos excretam principalmente a ureia, que é produzida no fígado, através
de uma série de reações químicas, a partir de amônia.

54
artéria renal

ureter
veia
renal
veia cava artéria aorta
inferior
ureter

bexiga
urinária

uretra

O sistema urinário humano (masculino): constituído do canal da uretra, que também é utilizado pelo sistema reprodutor para
eliminação do sêmen.

Componentes do sistema urinário humano:

§ Rins – cuja unidade de filtração é o néfron, composto de glomérulo (cápsula de Bowman), túbulos e ducto
coletor;
§ Ureteres;
§ Bexiga urinária;
§ Uretra.

Hormônios que atuam no mecanismo excretor


§ ADH ou vasopressina – promove a reabsorção de água nos néfrons, que é enviada de volta para os
capilares sanguíneos. No entanto, a secreção deste hormônio pela hipófise pode ser inibida. Quando isso
acontece, a diurese aumenta. Fatores, como a elevada ingestão de água, baixas temperaturas e ingestão de
álcool, agem como inibidores.
§ Aldosterona – tem a função de aumentar a reabsorção de sódio, que, consequentemente, estimula a
reabsorção de água por osmose.

RITMO CIRCADIANO
Ritmo circadiano ou ciclo circadiano é um tipo de ritmo biológico determinado pelo estado vigília-sono, que tem
duração aproximada de 24 horas. A adequação pelos indivíduos, entre o ciclo de sono/vigília e o ciclo noite/dia do
ambiente é direcionada pela interação de elementos internos e externos (luminosidade, temperatura).
Muitas funções do organismo respeitam o ritmo circadiano, como controle da temperatura, produção de hor-
mônios, atividades digestiva e renal. São comandadas por um tipo de relógio interno, presente nos animais em geral.
Por isso, mudanças drásticas que afetem o ciclo sono/vigília também refletem alterações nos ciclos bioló-
gicos associados a ele. São exemplos dessas mudanças: trabalhos noturnos, trabalhos em turnos e alternâncias
frequentes de fuso horário devido a voos. Como resultado, uma pessoa submetida a uma dessas situações comu-
mente sente cansaço, sonolência em momentos inapropriados, alteração no humor e prejuízo no rendimento físico
e cognitivo. Assim, somente após um período, a pessoa consegue readaptar-se às condições apropriadas para o
desempenho de suas funções biológicas.

55
PERCEPÇÃO
Os estímulos ambientais são transmitidos como impulsos nervosos pelos órgãos dos sentidos, responsáveis por sua
captação. Esses órgãos são dotados de receptores específicos para cada estímulo. No ser humano, os receptores
podem ser classificados, quanto ao tipo, em:
I. Mecanorreceptores
§ Tato – localizados na pele
§ Proprioceptores – localizados no músculo
§ Pressão – localizados nos vasos
§ Equilíbrio – labirinto, localizado no ouvido
§ Auditivos – cóclea, localizado no ouvido
II. Quimiorreceptores
§ Gustativos – localizados na língua (nos humanos)
§ Olfativos – localizados no epitélio nasal
III. Termorreceptores
§ Temperatura – localizados na pele
IV. Fotorreceptores
§ Compostos que absorvem luz – localizados nos olhos
V. Dor
§ Terminações nervosas livres – localizadas por todo o corpo
No ser humano, os sentidos se resumem a: tato, olfato, gustação, visão, audição e equilíbrio.

Visão
Fazem parte da estrutura ocular humana:
§ Córnea;
§ Íris;
§ Pupila;
§ Cristalino ou lente;
§ Humor aquoso;
§ Humor vítreo;
§ Retina – local onde se concentram cones e bastonetes;
§ Nervo óptico.
O cristalino é uma lente que concentra a luz na retina. Nela se reunem células que contêm pigmentos: os cones
e os bastonetes. Os cones ocorrem principalmente na região central da retina e seu estímulo depende de altas inten-
sidades luminosas, são responsáveis pela percepção de cores e detalhes. Diz-se que são células utilizadas quando há
claridade. Os bastonetes, por sua vez, existem em maior quantidade na periferia da retina e são estimulados com luz
em baixa intensidade. É frequente dizer que são usados para visão no escuro, mas não registram cores.
Ao visualizar um objeto, de fato trata-se da cap- Músculo reto superior
Humor vítreo
tação da luz por fotorreceptores na retina. Essa luz é Íris
“transformada” em impulsos nervosos, enviados para o Coróide Câmara anterior
cérebro. É na retina que a imagem é formada, no entan- Nervo óptico
(como humor aquoso)
Córnea
to, invertida, mas quando a informação chega à região
Pupila
cerebral responsável pela decodificação, ela fica direita.
Cristalino
Macula
Fóvea Corpo ciliar
e musculos
Retina Músculo reto inferior
Secção tranversal e olho humano.

56
APLICAÇÃO DOS Com base nos dados obtidos, infere-se que a
função das microvilosidades intestinais com

CONHECIMENTOS - SALA relação à absorção de nutrientes pelas célu-


las das paredes internas do intestino é a de:
a) manter o volume de absorção.
1. (ENEM) A vacina, o soro e os antibióticos b) aumentar a superfície de absorção.
submetem os organismos a processos bio- c) diminuir a velocidade de absorção.
lógicos diferentes. Pessoas que viajam para d) aumentar o tempo de absorção.
regiões em que ocorrem altas incidências de e) manter a seletividade na absorção.
febre amarela, de picadas de cobras peço-
nhentas e de leptospirose e querem evitar 3. (ENEM) Sabe-se que o olho humano não
ou tratar problemas de saúde relacionados a consegue diferenciar componentes de cores
essas ocorrências devem seguir determina- e vê apenas a cor resultante, diferentemen-
das orientações. te do ouvido, que consegue distinguir, por
Ao procurar um posto de saúde, um viajante exemplo, dois instrumentos diferentes to-
deveria ser orientado por um médico a to- cados simultaneamente. Os raios luminosos
mar preventivamente ou como medida de do espectro visível, que têm comprimento
tratamento: de onda entre 380 nm e 780 nm, incidem
a) antibiótico contra o vírus da febre amarela, na córnea, passam pelo cristalino e são pro-
soro antiofídico caso seja picado por uma jetados na retina. Na retina, encontram-se
cobra e vacina contra a leptospirose. dois tipos de fotorreceptores, os cones e os
b) vacina contra o vírus da febre amarela, soro bastonetes, que convertem a cor e a intensi-
antiofídico caso seja picado por uma cobra dade da luz recebida em impulsos nervosos.
e antibiótico caso entre em contato com a Os cones distinguem as cores primárias: ver-
Leptospira sp. melho, verde e azul, e os bastonetes dife-
c) soro contra o vírus da febre amarela, antibi- renciam apenas níveis de intensidade, sem
ótico caso seja picado por uma cobra e soro separar comprimentos de onda. Os impulsos
contra toxinas bacterianas. nervosos produzidos são enviados ao cérebro
d) antibiótico ou soro, tanto contra o vírus da por meio do nervo óptico, para que se dê a
febre amarela como para veneno de cobras, percepção da imagem.
e vacina contra a leptospirose. Um indivíduo que, por alguma deficiência,
e) soro antiofídico e antibiótico contra a Lep- não consegue captar as informações trans-
tospira sp e vacina contra a febre amarela mitidas pelos cones, perceberá um objeto
caso entre em contato com o vírus causador branco, iluminado apenas por luz vermelha,
da doença. como:
a) um objeto indefinido, pois as células que
2 (ENEM) Para explicar a absorção de nutrien- captam a luz estão inativas.
tes, bem como a função das microvilosidades b) um objeto rosa, pois haverá mistura da luz
das membranas das células que revestem as vermelha com o branco do objeto.
paredes internas do intestino delgado, um c) um objeto verde, pois o olho não consegue
estudante realizou o seguinte experimento: diferenciar componentes de cores.
Colocou 200 ml de água em dois recipien- d) um objeto cinza, pois os bastonetes captam
tes. No primeiro recipiente, mergulhou, por luminosidade, porém não diferenciam cor.
5 segundos, um pedaço de papel liso, como e) um objeto vermelho, pois a retina capta a
na FIGURA 1; no segundo recipiente, fez o luz refletida pelo objeto, transformando-a
mesmo com um pedaço de papel com dobras em vermelho.
simulando as microvilosidades, conforme FI-
GURA 2. Os dados obtidos foram: a quantida- 4. (ENEM) Diversos comportamentos e funções
de de água absorvida pelo papel liso foi de 8 fisiológicas do nosso corpo são periódicos;
ml, enquanto o papel dobrado foi de 12 ml. sendo assim, são classificados como ritmo
biológico. Quando o ritmo biológico respon-
de a um período aproximado de 24 horas, ele
é denominado ritmo circadiano. Esse ritmo
5c

diário é mantido pelas pistas ambientais de


m
5 cm

claro-escuro e determina comportamentos


como o ciclo do sono-vigília e o da alimen-
10 cm
10 cm tação. Uma pessoa, em condições normais,
acorda às 8 h e vai dormir às 21 h, manten-
FIGURA 1 FIGURA 2 do seu ciclo de sono dentro do ritmo dia e
noite. Imagine que essa mesma pessoa tenha

57
sido mantida numa sala totalmente escura 6. (ENEM) Estima-se que haja atualmente no
por mais de quinze dias. Ao sair de lá, ela mundo 40 milhões de pessoas infectadas
dormia às 18 h e acordava às 3 h da ma- pelo HIV (o vírus que causa a AIDS), sendo
nhã. Além disso, dormia mais vezes durante que as taxas de novas infecções continuam
o dia, por curtos períodos de tempo, e havia crescendo, principalmente na África, Ásia e
perdido a noção da contagem dos dias, pois, Rússia. Nesse cenário de pandemia, uma va-
quando saiu, achou que havia passado muito cina contra o HIV teria imenso impacto, pois
mais tempo no escuro. salvaria milhões de vidas. Certamente seria
BRANDÃO, M. L. Psicofisiologia. São um marco na história planetária e também
Paulo: Atheneu, 2000 (adaptado). uma esperança para as populações carentes
de tratamento antiviral e de acompanha-
Em função das características observadas, mento médico.
conclui-se que a pessoa: TANURI, A.; FERREIRA JUNIOR, O. C. Vacina contra Aids:
a) apresentou aumento do seu período de sono desafios e esperanças. Ciência
contínuo e passou a dormir durante o dia, Hoje (44) 26, 2009 (adaptado).
pois seu ritmo biológico foi alterado apenas
Uma vacina eficiente contra o HIV deveria:
no período noturno.
a) induzir a imunidade, para proteger o orga-
b) apresentou pouca alteração do seu ritmo cir-
nismo da contaminação viral.
cadiano, sendo que sua noção de tempo foi
b) ser capaz de alterar o genoma do organismo
alterada somente pela sua falta de atenção à
portador, induzindo a síntese de enzimas
passagem do tempo.
protetoras.
c) estava com seu ritmo já alterado antes de
c) produzir antígenos capazes de se ligarem ao
entrar na sala, o que significa que apenas
vírus, impedindo que este entre nas células
progrediu para um estado mais avançado de
do organismo humano.
perda do ritmo biológico no escuro.
d) ser amplamente aplicada em animais, visto
d) teve seu ritmo biológico alterado devido à
que esses são os principais transmissores do
ausência de luz e de contato com o mundo vírus para os seres humanos.
externo, no qual a noção de tempo de um e) estimular a imunidade, minimizando a
dia é modulada pela presença ou ausência do transmissão do vírus por gotículas de saliva.
sol.
e) deveria não ter apresentado nenhuma mu-
dança do seu período de sono porque, na
realidade, continua com o seu ritmo normal,
RAIO X
independentemente do ambiente em que
seja colocada. 1. As vacinas são usadas na prevenção de do-
enças viróticas, como a febre amarela. Soros
são usados no tratamento dos efeitos de uma
5. (ENEM) Os sintomas mais sérios da Gripe A,
mordida de cobra peçonhenta. Antibióticos
causada pelo vírus H1N1, foram apresenta- são usados no tratamento de doenças bacte-
dos por pessoas mais idosas e por gestan- rianas, como a leptospirose.
tes. O motivo aparente é a menor imunidade 2. A diferenciação da membrana plasmática
desses grupos contra o vírus. Para aumentar em microvilosidades é uma especialização
a imunidade populacional relativa ao vírus importante para aumentar a superfície de
da gripe A, o governo brasileiro distribuiu absorção, otimizando a função do intestino
vacinas para os grupos mais suscetíveis. humano.
A vacina contra o H1N1, assim como qual- 3. A deficiência do indivíduo está na captação
quer outra vacina contra agentes causadores das informações transmitidas pelos cones,
de doenças infectocontagiosas, aumenta a células responsáveis pela distinção das co-
imunidade das pessoas porque: res primárias. Um indivíduo sem qualquer
a) possui anticorpos contra o agente causador deficiência, ao visualizar um objeto branco
da doença. iluminado por luz vermelha, enxergaria ver-
b) possui proteínas que eliminam o agente cau- melho. Com o prejuízo no funcionamento
sador da doença. dos cones, não há identificação da cor ver-
c) estimula a produção de glóbulos vermelhos melha, porém com o perfeito funcionamento
pela medula óssea. dos bastonetes, os níveis de intensidade de
d) possui linfócitos B e T que neutralizam o luz recebidos são diferenciados. Sendo as-
agente causador da doença. sim, esse indivíduo com deficiência conse-
e) estimula a produção de anticorpos contra o gue visualizar a cor branca (para objetos que
agente causador da doença. refletem todas as cores), preta (para aqueles
que absorvem todas as cores) e cinza em di-
ferentes escalas (para objetos que refletem

58
algumas cores e absorvem outras), como é o
caso do exemplo proposto.
4. A ausência da alternância entre períodos
claros e escuros e a falta de contato com o
mundo externo alterou o ritmo biológico
(ciclo circadiano) dessa pessoa e ela perdeu
noção do tempo.
5. As vacinas contêm antígenos que induzem o
organismo inoculado a produzir anticorpos
e células de memória contra os microrganis-
mos patogênicos.
6. Uma vacina contra HIV (vírus da imunode-
ficiência adquirida), assim como qualquer
outra vacina, conteria antígenos atenuados
e induziria o sistema imunológico a produzir
anticorpos específicos que protegeria o orga-
nismo contra a contaminação viral.

GABARITO
1. B 2. B 3. D 4. D 5. E 6. A

59
Prescrição: É necessária a compreensão a respeito da fisiologia humana, notadamente das
células componentes, modos de atuação e particularidades dos sistemas circulatório, imunoló-
gico, digestório, excretor, respiratório e, também, em relação ao sentido da visão. Assim como a
interpretação de dados dispostos em tabelas.

PRÁTICA DOS As hemácias são devolvidas ao animal, por


meio de uma técnica denominada plasmafe-
CONHECIMENTOS - E.O. rese, a fim de reduzir os efeitos colaterais
provocados pela sangria.
Disponível em: http://www.infobibos.com.
1. (ENEM) Um paciente deu entrada em um Acesso em: 28 abr. 2010 (adaptado).
pronto-socorro apresentando os seguintes
sintomas: cansaço, dificuldade em respirar A plasmaferese é importante, pois, se o ani-
e sangramento nasal. O médico solicitou mal ficar com uma baixa quantidade de he-
um hemograma ao paciente para definir um mácias, poderá apresentar:
diagnóstico. Os resultados estão dispostos na a) febre alta e constante.
tabela: b) redução de imunidade.
c) aumento da pressão arterial.
Número d) quadro de leucemia profunda.
Constituinte Paciente e) problemas no transporte de oxigênio.
normal
Glóbulos 4,8 milhões/
4 milhões/mm3 3. (ENEM) O vírus do papiloma humano (HPV,
vermelhos mm3
Glóbulos (5000 – 10 na sigla em inglês) causa o aparecimento
9 000/mm3 de verrugas e infecção persistente, sendo o
blancos 000)/mm3
(250 000 – 400
principal fator ambiental do câncer de colo
Plaquetas 200 000m3 de útero nas mulheres. O vírus pode entrar
000)/mm3
pela pele ou por mucosas do corpo, o qual
Relacionando os sintomas apresentados pelo desenvolve anticorpos contra a ameaça, em-
paciente com os resultados de seu hemogra- bora em alguns casos a defesa natural do
ma, constata-se que: organismo não seja suficiente. Foi desen-
a) o sangramento nasal é devido à baixa quan- volvida uma vacina contra o HPV, que reduz
tidade de plaquetas, que são responsáveis em até 90% as verrugas e 85,6% dos casos
pela coagulação sanguínea. de infecção persistente em comparação com
b) o cansaço ocorreu em função da quantidade pessoas não vacinadas.
de glóbulos brancos, que são responsáveis Disponível em: http://g1.globo.
pela coagulação sanguínea. com. Acesso em: 12 jun. 2011.
c) a dificuldade respiratória ocorreu da baixa
O benefício da utilização dessa vacina é que
quantidade de glóbulos vermelhos, que são
pessoas vacinadas, em comparação com as
responsáveis pela defesa imunológica.
não vacinadas, apresentam diferentes res-
d) o sangramento nasal é decorrente da baixa
postas ao vírus HPV em decorrência da:
quantidade de glóbulos brancos, que são res-
a) alta concentração de macrófagos.
ponsáveis pelo transporte de gases no san-
b) elevada taxa de anticorpos específicos anti-
gue.
-HPV circulantes.
e) a dificuldade respiratória ocorreu pela quan-
c) aumento na produção de hemácias após a
tidade de plaquetas, que são responsáveis
infecção por vírus HPV.
pelo transporte de oxigênio no sangue.
d) rapidez na produção de altas concentrações
de linfócitos matadores.
2. (ENEM) A produção de soro antiofídico é e) presença de células de memória que atuam
feita por meio da extração da peçonha de na resposta secundária.
serpentes que, após tratamento, é introdu-
zida em um cavalo. Em seguida são feitas 4. (ENEM) Milhares de pessoas estavam mor-
sangrias para avaliar a concentração de anti- rendo de varíola humana no final do sécu-
corpos produzidos pelo cavalo. Quando essa lo XVIII. Em 1796, o médico Edward Jenner
concentração atinge o valor desejado, é rea- (1746-1823) inoculou em um menino de
lizada a sangria final para obtenção do soro. 8 anos o pus extraído de feridas de vacas

60
contaminadas com vírus da varíola bovina, c) liberação de calor via irrigação sanguínea
que causa uma doença branda em humanos. para controle térmico do sistema digestório.
O garoto contraiu uma infecção benigna e, d) secreção de enzimas digestivas para aumen-
dez dias depois, estava recuperado. Meses tar a degradação proteica no estômago.
depois, Jenner inoculou, no mesmo menino, e) processo de digestão para diminuir o tempo
o pus varioloso humano, que causava muitas de permanência do alimento no intestino.
mortes. O menino não adoeceu.
Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso
em: 5 dez. 2012 (adaptado).
6. (ENEM) A imagem representa uma ilustração
retirada do livro De Motu Cordis, de auto-
Considerando o resultado do experimento, ria do médico inglês Willian Harvey, que fez
qual a contribuição desse médico para a saú- importantes contribuições para o entendi-
de humana? mento do processo de circulação do sangue
a) A prevenção de diversas doenças infectocon- no corpo humano. No experimento ilustra-
tagiosas em todo o mundo. do, Harvey, após aplicar um torniquete (A)
b) A compreensão de que vírus podem se mul- no braço de um voluntário e esperar alguns
tiplicar em matéria orgânica. vasos incharem, pressionava-os em um pon-
c) O tratamento para muitas enfermidades que to (H). Mantendo o ponto pressionado, des-
acometem milhões de pessoas. locava o conteúdo de sangue em direção ao
d) O estabelecimento da ética na utilização de cotovelo, percebendo que um trecho do vaso
crianças em modelos experimentais. sanguíneo permanecia vazio após esse pro-
e) A explicação de que alguns vírus de animais cesso (H – O).
podem ser transmitidos para os humanos.

5. (ENEM) As serpentes que habitam regiões de


seca podem ficar em jejum por um longo pe-
ríodo de tempo devido à escassez de alimen-
to. Assim, a sobrevivência desses predadores
está relacionada ao aproveitamento máximo
dos nutrientes obtidos com a presa capturada.
De acordo com essa situação, essas serpentes
apresentam alterações morfológicas e fisioló-
gicas, como o aumento das vilosidades intesti-
nais e a intensificação da irrigação sanguínea A demonstração de Harvey permite estabe-
na porção interna dessas estruturas. lecer a relação entre circulação sanguínea e:
A função do aumento das vilosidades intesti-
a) pressão arterial.
nais para essas serpentes é maximizar o(a):
a) comprimento do trato gastrointestinal para b) válvulas venosas.
caber mais alimento. c) circulação linfática.
b) área de contato com o conteúdo intestinal d) contração cardíaca.
para absorção dos nutrientes. e) transporte de gases.

7. (ENEM) O sistema somatossensorial nos informa o que ocorre tanto na superfície do corpo como
em seu interior, e processa muitas classes de diferentes estímulos, como pressão, temperatura,
toque, posição. Em uma experiência, após vendar os olhos do indivíduo, foram feitos toques com
as duas pontas de um compasso em diversas partes do corpo e em diferentes distâncias, visando
à identificação das regiões e distâncias onde eram sentidos um ou dois toques. Os locais do corpo,
a quantidade de toques que foram sentidos e a distância entre as duas pontas do compasso estão
apresentados na tabela:

Distância (cm) 6 5 3,5 2,5 1 0,5 <0,5


Locais Número de toques
Costas 2 2 1 1 1 1 1
Panturrilha 2 1 1 1 1 1 1
Antebraço 2 2 1 1 1 1 1
Polegar 2 2 2 2 2 2 2
Indicador 2 2 2 2 2 2 2
DINIZ, C. W. P. Desvendando o corpo dos animais. Belém: UFPA, 2004.

61
As diferenças observadas entre as várias regiões do corpo refletem que a densidade dos receptores:
a) não é a mesma em todos os pontos, existindo regiões com maior capacidade de discriminação e sensi-
bilidade, como o indicador e o polegar.
b) apresenta pequena diferenciação entre os diversos pontos, existindo regiões com menor capacidade de
discriminação e sensibilidade, como o indicador e a panturrilha.
c) apresenta pequena diferenciação entre os diversos pontos, diferenciando-se em regiões com maior
capacidade de discriminação e sensibilidade, como as costas e o antebraço.
d) não é a mesma em todos os pontos, existindo regiões com maior capacidade de discriminação e sensi-
bilidade, como o panturrilha e as costas.
e) se equivale, existindo pontos que manifestam uma maior sensibilidade e discriminação, como as costas
e o antebraço.

8. (ENEM)

Embora sejam produzidos e utilizados em situações distintas, os imunobiológicos I e II atuam de


forma semelhante nos humanos e equinos, pois:
a) conferem imunidade passiva.
b) transferem células de defesa.
c) suprimem a resposta imunológica.
d) estimulam a produção de anticorpos.
e) desencadeiam a produção de antígenos.

9. (ENEM) Um pesquisador percebe que o rótulo de um dos vidros em que guarda um concentrado de
enzimas digestivas está ilegível. Ele não sabe qual enzima o vidro contém, mas desconfia de que
seja uma protease gástrica, que age no estômago digerindo proteínas. Sabendo que a digestão no
estômago é ácida e no intestino é básica, ele monta cinco tubos de ensaio com alimentos diferen-
tes, adiciona o concentrado de enzimas em soluções com pH determinado e aguarda para ver se a
enzima age em algum deles.
O tubo de ensaio em que a enzima deve agir para indicar que a hipótese do pesquisador está cor-
reta é aquele que contém:
a) cubo de batata em solução com pH = 9.
b) pedaço de carne em solução com pH = 5.
c) clara de ovo cozida em solução com pH = 9.
d) porção de macarrão em solução com pH = 5.
e) bolinha de manteiga em solução com pH = 9.

10. (ENEM) Durante uma expedição, um grupo de estudantes perdeu-se de seu guia. Ao longo do dia
em que esse grupo estava perdido, sem água e debaixo de sol, os estudantes passaram a sentir cada
vez mais sede. Consequentemente, o sistema excretor desses indivíduos teve um acréscimo em um
dos seus processos funcionais.

62
Nessa situação o sistema excretor dos estudantes:
a) aumentou a filtração glomerular.
b) produziu maior volume de urina.
c) produziu urina com menos ureia.
d) produziu urina com maior concentração de sais.
e) reduziu a reabsorção de glicose e aminoácidos.

11. (ENEM) Entre os anos de 1028 e 1038, Alhazen (Ibn al-Haytham: 965-1040 d.C.) escreveu sua
principal obra, O Livro da Óptica, que, com base em experimentos, explicava o funcionamento da
visão e outros aspectos da ótica, por exemplo, o funcionamento da câmara escura. O livro foi tra-
duzido e incorporado aos conhecimentos científicos ocidentais pelos europeus. Na figura, retirada
dessa obra, é representada a imagem invertida de edificações em tecido utilizado como anteparo.

Se fizermos uma analogia entre a ilustração e o olho humano, o tecido corresponde ao(à):
a) íris.
b) retina.
c) pupila.
d) córnea.
e) cristalino.

12. (ENEM) Hipóxia ou mal das alturas consiste na diminuição de oxigênio (O2) no sangue arterial do
organismo. Por essa razão, muitos atletas apresentam mal-estar (dores de cabeça, tontura, falta
de ar etc.) ao praticarem atividade física em altitudes elevadas. Nessas condições, ocorrerá uma
diminuição na concentração de hemoglobina oxigenada (HbO2) em equilíbrio no sangue, conforme
a relação:

Hb(aq) + O2(aq)  HbO2(aq)


Mal da montanha. Disponível em: www.feng.pucrs.br. Acesso em: 11 fev. 2015 (adaptado).

A alteração da concentração de hemoglobina oxigenada no sangue ocorre por causa do(a):


a) elevação da pressão arterial.
b) aumento da temperatura corporal.
c) redução da temperatura do ambiente.
d) queda da pressão parcial de oxigênio.
e) diminuição da quantidade de hemácias.

13. (ENEM) Durante a aula, um professor apresentou uma pesquisa nacional que mostrava que o con-
sumo de sódio pelos adolescentes brasileiros é superior ao determinado pela Organização Mundial
da Saúde. O professor, então, destacou que esse hábito deve ser evitado.

63
A doença associada a esse hábito é a: c) o sangramento pelo nariz, pela boca e gengi-
a) obesidade. va é ocasionado pela quantidade reduzida de
b) osteoporose. plaquetas, que são responsáveis pelo trans-
c) diabetes tipo II. porte de oxigênio.
d) hipertensão arterial. d) as manifestações hemorrágicas estão asso-
e) hipercolesterolemia. ciadas à trombocitopenia, uma vez que as
plaquetas estão envolvidas na cascata de
14. (ENEM) Uma enzima foi retirada de um dos coagulação sanguínea.
órgãos do sistema digestório de um cachorro e) os sangramentos observados ocorrem em
e, após ser purificada, foi diluída em solução função da linfocitose, uma vez que os linfó-
fisiológica e distribuída em três tubos de en- citos são responsáveis pela manutenção da
saio com os seguintes conteúdos: integridade dos vasos sanguíneos.
– Tubo 1: carne
– Tubo 2: macarrão 16. (ENEM 2ª aplicação 2016) A perda de mas-
– Tubo 3: banha sa muscular é comum com a idade, porém,
Em todos os tubos foi adicionado ácido clo- é na faixa dos 60 anos que ela se torna cli-
rídrico (HCℓ) e o pH da solução baixou para nicamente perceptível e suas consequências
um valor próximo a 2. Além disso, os tubos começam a incomodar no dia a dia, quando
foram mantidos por duas horas a uma tem- simples atos de subir escadas ou ir à pada-
peratura de 37ºC. A digestão do alimento ria se tomam sacrifícios. Esse processo tem
ocorreu somente no tubo 1. nome: sarcopenia. Essa condição ocasiona a
De qual órgão do cachorro a enzima foi re- perda da força e qualidade dos músculos e
tirada? tem um impacto significante na saúde.
a) Fígado. Disponível em: www.infoescola.com. Acesso
em: 19 dez. 2012 (adaptado).
b) Pâncreas.
c) Estômago. A sarcopenia é inerente ao envelhecimento,
d) Vesícula biliar. mas seu quadro e consequentes danos po-
e) Intestino delgado. dem ser retardados com a prática de exer-
cícios físicos, cujos resultados mais rápidos
15. (ENEM) De acordo com estatísticas do Mi- são alcançados com o(a)
nistério da Saúde, cerca de 5% das pessoas a) hidroginástica.
com dengue hemorrágica morrem. A dengue b) alongamento.
hemorrágica tem como base fisiopatológi- c) musculação.
ca uma resposta imune anômala, causando d) corrida.
aumento da permeabilidade de vasos san- e) dança.
guíneos, queda da pressão arterial e mani-
festações hemorrágicas, podendo ocorrer
manchas vermelhas na pele e sangramento GABARITO
pelo nariz, boca e gengivas. O hemograma
do paciente pode apresentar como resulta- 1. A 2. E 3. E 4. A 5. B
do leucopenia (diminuição do número de
glóbulos brancos), linfocitose (aumento do 6. B 7. A 8. D 9. B 10. D
número de linfócitos), aumento do hemató- 11. B 12. D 13. D 14. C 15. D
crito e trombocitopenia (contagem de pla- 16. C
quetas abaixo de 100.000/mm3).
Disponível em: www.ciencianews.com.br.
Acesso em: 28 fev. 2012 (adaptado).

Relacionando os sintomas apresentados pelo


paciente com dengue hemorrágica e os pos-
síveis achados do hemograma, constata-se
que:
a) as manifestações febris ocorrem em função
da diminuição dos glóbulos brancos, uma
vez que estes controlam a temperatura do
corpo.
b) a queda na pressão arterial é ocasionada
pelo aumento do número de linfócitos, que
têm como função principal a produção de
anticorpos.

64
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 7 e 8

Competências 1, 3, 4, 5 e 8
Habilidades 2, 3, 11, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 28 e 29

BREVIÁRIO

VÍRUS
Eles medem entre 0,03 µm e 0,3 µm (aproximadamente dez a cem vezes menor que as bactérias) e são formados
por uma cápsula de proteína, o capsídeo, com várias subunidades, os capsômeros. No interior do capsídeo, há
um ácido nucleico (material genético), que, dependendo do tipo de vírus, pode ser o DNA ou RNA. Nos tipos mais
complexos de vírus existem também glicídios e lipídios.
O capsídeo mais o ácido nucleico que ele envolve são denominados nucleocapsídeo. Alguns vírus são
formados apenas pelo nucleocapsídeo, outros, no entanto, possuem um envoltório ou envelope externo ao nucleo-
capsídeo. Esses vírus são denominados vírus encapsulados ou envelopados.

Proteínas virais específicas

Capsídio:
Proteínas virais específicas
DNA viral

Adenovírus
(vírus não envelopado)

Envelope:
Membrana bimolecular de
lipídios e proteínas específicas
do vírus
Capsídio: proteínas virais específicas
DNA viral

H (Hemaglutina)
N (Neuraminidase)

Vírus da influenza A
(vírus envelopado)

67
Reprodução
São considerados parasitas intracelulares obrigatórios. O termo vírus geralmente refere-se às partículas que in-
fectam eucariontes, enquanto o termo bacteriófago ou fago é utilizado para descrever aqueles que infectam
procariontes.

Cabeça

Colar

Fibra de cauda

Placa basal

Bacteriófago

Mecanismo de manifestação viral


O mecanismo de ação viral pode variar de acordo com o ácido nucleico (RNA ou DNA), podendo se manifestar da
seguinte forma:
§ Quando o material genético for o DNA
O DNA viral passa por uma transcrição, sintetizando várias moléculas de RNA traduzidas em uma proteína.
Exemplos: vírus da varíola, hepatite e herpes.
§ Quando o material genético for o RNA, a ação viral pode ocorrer por duas vias de acordo com o vírus.
Na primeira, os vírus de RNA sintetizam mais RNA traduzidos em proteínas pelo maquinário da célula
hospedeira.
Exemplos: vírus da gripe, poliomielite e raiva.
Na segunda, o RNA é convertido em DNA por meio de uma enzima denominada transcriptase reversa.
Exemplo: vírus da aids.

DOENÇAS VIRAIS HUMANAS


No homem, inúmeras doenças são causadas por esses seres acelulares. Praticamente, todos os tecidos e órgãos
humanos podem ser afetados por alguma infecção viral. Inclusive a ação viral pode desencadear tumores. Algumas
das principais viroses que acometem os seres humanos são:

68
§ Gripe
§ Hepatite
§ Herpes
§ Poliomielite
§ Raiva
§ Rubéola
§ Sarampo
§ Varíola
§ Catapora
§ Caxumba
§ Dengue
§ Febre Amarela
§ Ebola
§ Aids

RETROVÍRUS E ADENOVÍRUS
O HIV tem a enzima transcriptase reversa, que faz com que o processo de transcrição reversa seja realizado
(formação de DNA a partir do RNA viral). Esse processo de se formar DNA a partir de RNA viral é denominado
retrotranscrição, o que deu o nome retrovírus aos vírus que realizam esse processo. Os outros vírus que possuem
DNA fazem o processo de transcrição (passagem da “linguagem” de DNA para RNA) e só depois a tradução. Estes
últimos vírus são designados de adenovírus.

Envelope
lipídico RNA

Capsídeo

Esquema do Vírus HIV


Transcriptase reversa

Há algumas décadas, os medicamentos antirretrovirais são usados por portadores do HIV (soropositivos).
Sua ação visa impedir a multiplicação do vírus e ajudar a evitar a baixa do sistema imunológico, diretamente atin-
gido pelo HIV.
Devido a ampla adesão ao tratamento com coquetel anti-HIV (conjunto de diferentes antirretrovirais), os
indivíduos soropositivos passaram a desfrutar de maior tempo e qualidade de vida.

69
DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Acompanhe, abaixo, alguns termos comuns utilizados ao se tratar de doenças:
§ Agente etiológico: causador da doença.
§ Vetor: aquele que transmite a doença, ou seja, carrega o agente etiológico até um organismo vivo, conta-
minando-o.
§ Hospedeiro definitivo: aquele no qual se encontram os parasitas adultos, ou seja, que já atingiram a
maturidade sexual, podendo se reproduzir.
§ Hospedeiro intermediário: aquele que abriga os parasitas ainda não maduros sexualmente.
§ Epidemia: caracteriza-se pela incidência de um grande número de casos de uma doença, num curto perí-
odo de tempo.
§ Pandemia: é uma epidemia que toma grandes proporções e pode atingir muitos países e até mais de um
continente.
§ Endemia: refere-se a uma doença particular de determinada região ou país.

Na tabela, são descritas algumas doenças causadas por vírus.

Doença Agente etiológico Transmissão Prevenção


Poliomielite Vacinação (“gotinhas do Sa-
Poliovírus Oral/fecal
(Paralisia infantil) bin”)
Controle da proliferação do
Vírus da dengue Picada de mosquito Aedes ae-
mosquito, evitando acúmulo de
Dengue (4 subtipos) gypti (vetor) contaminado pelo
água parada em pneus, garrafas,
vírus.
vasos, dentre outros.
Por vias respiratórias – contato
com secreções (dos olhos, nariz Vacinação e evitar contato com
Sarampo Vírus do sarampo
e garganta) de pessoas conta- secreções de pessoas doentes.
minadas.
Vacinação de grupo restrito
Por vias respiratórias – contato (como idosos e pessoas com
Gripe Vírus Influenza com gotículas de saliva de pes- baixa imunidade); evitar contato
soas contaminadas. com doentes; boa alimentação
para fortalecer o sistema imune.
Por vias respiratórias – contato
Vacinação e evitar contato com
Caxumba Vírus da caxumba com gotículas de saliva de pes-
secreções de pessoas doentes.
soas contaminadas.
Por meio de relações sexuais
sem preservativo com portado- Utilização de preservativos em
res do vírus e pelo contato com relações sexuais, não compar-
Aids HIV
sangue contaminado (transfu- tilhar seringas ou objetos como
sões, compartilhamento de se- alicates de unha, dentre outros.
ringas e objetos perfurantes).
Ingestão de água e alimentos Vacinação (tipo A); higiene pes-
Vírus da hepatite A e da hepa-
Hepatites A e E contaminados com fezes dos soal; e medidas de saneamento
tite E
portadores. básico.
Por meio de relações sexuais
sem preservativo com portado-
Vacinação, utilização de preser-
res do vírus e pelo contato com
vativos, não compartilhamento
Hepatite B Vírus da hepatite B sangue contaminado (trans-
de seringas e outros objetos
fusões, compartilhamento de
perfurantes.
seringas e objetos perfurantes);
além de transmissão vertical.
Utilização de preservativo; e em
Relação sexual com portador;
Herpes genital Herpes simplex tipo 2 época de manifestação evitar o
além de transmissão vertical.
contato íntimo sexual.

70
Doença Agente etiológico Transmissão Prevenção
Vacinação contra o HPV. Utiliza-
ção de preservativos ou ainda
Principalmente por contato ínti-
Condiloma acuminado HPV – Papillomavírus evitar o contato íntimo sexual
mo (sexual).
com portadores, devido ao local
onde ficam as lesões.
Vacinação (vacina antirrábica)
Mordida, arranhadura ou lam-
dos animais domésticos e dos
Raiva Vírus da raiva bida de cães e outros animais,
humanos com alto risco de ex-
principalmente morcegos.
posição ao vírus.
Por vias respiratórias – contato
Vacinação e evitar contato com
Rubéola Rubivírus com gotículas de saliva de pes-
secreções de pessoas doentes.
soas contaminadas.
Por vias respiratórias – contato Vacinação (principalmente re-
Catapora Vírus Varicela zoster direto com portadores da do- comendada a idosos), e evitar
ença. contato com pessoas infectadas.
Pelo Aedes aegypti – ciclo ur-
Vacinação e combate aos mos-
Febre amarela Vírus da febre amarela bano; Haemagogus sp. – ciclo
quitos vetores.
silvestre.

REINO MONERA
Os organismos pertencentes ao reino Monera são todos unicelulares ou coloniais, e apresentam células procarióticas.

Ribossomos Citoplasma
Parede celular
Mesossomo Flagelo
Cápsula
DNA (nucleoide)
Membrana plasmática

Modelo básico de célula procariótica

Embora algumas espécies sejam patogênicas, a grande maioria é, pelo contrário, essencial à vida.

CARACTERÍSTICAS GERAIS
As bactérias têm diâmetros entre 0,5 e 5 µm. A forma destes organismos pode ser relativamente variada: cocos,
estreptococos, bacilos, diplococos, entre outras.

Nutrição
As bactérias podem ser heterotróficas (realizando absorção) ou autotróficas (realizando fotossíntese ou quimios-
síntese). Além disso, podem estabelecer numerosos tipos de relações tróficas (com outros seres vivos), como sapro-
fitismo (degradar matéria orgânica morta) e parasitismo (obrigatório ou facultativo).

71
Estes organismos podem ser aeróbios, aeróbios facultativos ou anaeróbios obrigatórios.
Uma importante estratégia de sobrevivência que as bactérias possuem é a formação de esporos resistentes.

Reprodução
As bactérias multiplicam-se rapidamente, assexuadamente por bipartição, formando conjuntos de clones que são
designados por colônias.
A reprodução sexuada também existe, sendo a consequência da transferência de segmentos de DNA de
uma célula doadora para uma célula receptora.
Após a transferência, ocorre a recombinação entre o DNA recebido e o cromossoma bacteriano, originando
novas combinações de genes, que serão passadas às bactérias-filhas.
Convencionou-se dividir o reino Monera em dois grupos: arqueobactérias (também chamadas arqueas) e
bactérias.

ARQUEAS
As arqueas são típicas de ambientes extremos (extremófilas), como fontes termais, fendas vulcânicas, águas extre-
mamente salgadas ou geladas, entre outros.
As arqueobactérias podem ser divididas em quatro grupos principais:
§ Halófilas;
§ Metanogêneas;
§ Termoacidófilas;
§ Sulforredutoras.

CIANOBACTÉRIAS
A maioria das bactérias fotossintéticas são designadas cianobactérias. Algumas espécies de cianobactérias produ-
zem e liberam toxinas na água, que podem envenenar outros animais que habitam o mesmo ambiente ou conta-
minar a água potável, levando doenças aos seres humanos.

MICOPLASMA
Micoplasmas é o nome que foi dado às bactérias do gênero Mycoplasma, com tamanho menor (cerca de 0,3 µm)
do que o apresentado normalmente pelas outras bactérias. A diferença principal entre as bactérias e os micoplas-
mas é que as bactérias possuem uma parede celular.

BACTÉRIAS PATOGÊNICAS
As bactérias patogênicas são aquelas que causam doenças. A seguir, as principais doenças causadas por bactérias
ao ser humano:

72
§ Cólera
§ Coqueluche
§ Difteria
§ Disenterias bacilares
§ Febre maculosa
§ Febre tifoide
§ Gonorreia
§ Hanseníase
§ Leptospirose
§ Meningite meningocócica
§ Pneumonia bacteriana
§ Sífilis
§ Tétano
§ Tuberculose
Os antibióticos são medicamentos utilizados no combate às doenças causadas por bactérias; porém, o seu
uso não deve ser indiscriminado, isso acaba por selecionar e favorecer linhagens de bactérias resistentes, dificultan-
do a cura de várias infecções. Acompanhe no esquema a seguir como surgem populações de bactérias resistentes.

População de bactérias. Os
indivíduos diferem entre si.
Uns mais outros menores
adaptados.

Antibióticos eliminam
as bactérias menos
adaptadas

Restam somente as
bactérias mais adaptadas.
Elas são resistentes ao
antibiótico.

Tratamento mal
feito

Bactérias resistentes
multiplicam-se formando
uma nova população.

73
ALGUMAS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS
Doença Agente etiológico Transmissão Prevenção
Vacinação (vacina Tríplice), fa-
Através de objetos contamina-
zer boa assepsia de ferimentos
Tétano Clostridium tetani dos com os esporos (formas re-
e cortes, cuidado ao manusear
sistentes) da bactéria.
objetos cortantes.
Pelo contato com gotículas da
Mycobacterium tuberculosis Vacinação com BCG, evitar con-
tosse de doentes ou pela inges-
Tuberculose (bacilo de Koch) tato desprovido de máscara com
tão de leite de vaca contamina-
o doente e fervura do leite cru.
do.
Evitar locais infestados pelo
Pela picada do carrapato-estrela carrapato; se proteger adequa-
Febre maculosa Rickettsia rickettsii
contaminado. damente; combater sua prolife-
ração.
Evitar contato direto com o
Pelo contato com o muco nasal
muco nasal e feridas de pessoas
Hanseníase ou lepra Mycobacterium leprae e feridas de pessoas infectadas
contaminadas; e hábitos de hi-
pela bactéria.
giene (lavar as mãos).
Por vias respiratórias – através Vacinação (Tríplice), evitar con-
Coqueluche Bordetella pertussis de gotículas eliminadas pela tato, desprovido de máscara,
tosse de pessoas infectadas. com o doente.
Vacinação e evitar confinamen-
Por vias respiratórias – através
to em ambientes cheios e com
Meningite Neisseria meningitidis do contato com secreções da
pouca circulação de ar em épo-
tosse de pessoas infectadas.
cas de epidemia.
A bactéria pode estar presente
Vacinação de cães e gatos; não
na urina de gatos, cachorros e
jogar lixo em vias públicas, e não
Leptospirose Leptospira interrogans ratos – em épocas de enchente
entrar em contato com águas de
a urina contaminada pode se
enchente.
misturar à água da chuva.
Evitar o consumo de processa-
Através do solo ou água conta- dos com irregularidades na em-
minada; consumo de enlatados, balagem (como lata estufada);
Botulismo Clostridium botulinum conservas ou embutidos mal cuidados no preparo e consumo
processados. A bactéria produz de alimentos – como conservas
esporos resistentes. caseiras/ fervura de alimentos
enlatados.
Saneamento básico, higiene
Pela ingestão de água e alimen- pessoal, e evitar ingestão de
tos contaminados, como ovo alimentos contaminados, como
Salmoneleose Salmonella sp.
cru, carne malpassada e verdu- ovos crus (e preparos que os
ras mal lavadas. tenham como ingredientes) e
verduras mal lavadas.
Saneamento básico, higiene
Através da ingestão de alimen-
pessoal, evitar ingestão de fru-
Cólera Vibrio cholerae tos crus e frutos do mar conta-
tos do mar e outros alimentos
minados com fezes de doentes.
crus mal higienizados.
Por contato sexual com pessoas Por contato sexual com pessoas
Cancro mole Uso de preservativo.
contaminadas. contaminadas.
Por contato sexual com pessoas Por contato sexual com pessoas
Gonorreia contaminadas; e também trans- contaminadas; e também trans- Uso de preservativo.
missão vertical missão vertical.
Por contato sexual com pessoas Por contato sexual com pessoas
contaminadas; sangue conta- contaminadas; sangue conta-
Sífilis Uso de preservativo.
minado; e também transmissão minado; e também transmissão
vertical. vertical.

74
REINO PROTOCTISTA: PROTOZOÁRIOS
Os organismos incluídos neste grupo são todos eucariontes e unicelulares ou até mesmo coloniais. São seres com
dimensões muito variáveis, entre 3 e 700 µm. Encontram-se em ambientes aquáticos e em meio terrestre, desde
que haja humidade suficiente.
A grande maioria dos protozoários é de vida livre, mas existem relações de simbiose e até mesmo parasi-
tismo. Apesar de existirem protozoários patogênicos, como os que causam a malária, a maioria é muito útil, pois
decompõe organismos mortos, ajudando a reciclar a matéria e formam um dos degraus mais baixos de muitas
cadeias alimentares. Outros vivem no interior do corpo de animais herbívoros, onde, juntamente com bactérias,
ajudam a digerir a celulose.

DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS


§ Leishmaniose tegumentar americana (úlcera de bauru)
§ Leishmaniose visceral americana (ou calazar)
§ Toxoplasmose
§ Balantidiose (disenteria)
§ Disenteria amebiana (amebíase)
§ Giardíase
§ Tricomoníase
§ Malária
Ocorre basicamente em países de clima tropical e subtropical, provocada por esporozoário do gênero Plas-
modium.

Ciclo do Plasmodium

Esses esporozoários têm como hospedeiro definitivo a fêmea do mosquito do gênero Anopheles, hematófaga.
Esta, previamente infectada, ao picar uma pessoa saudável, pode transmitir a doença. No entanto, a transmissão
também pode ocorrer pela transfusão de sangue contaminado, uso de instrumentais cirúrgicos sem estarem devi-
damente higienizados e de forma transplacentária – de mãe para filho.
Ao entrarem no organismo, estes parasitas se direcionam pela corrente sanguínea, até chegarem ao fígado
e baço, nestes órgãos se reproduzem por divisão múltipla (esquizogonia). Em virtude da sua multiplicação exacer-
bada, provocam o rompimento destas estruturas. Os frutos desta divisão invadem as hemácias (células sanguíneas),
onde crescerão e as arrebentarão. Esta ruptura provoca picos de febre alta, uma vez que toxinas são liberadas neste
momento.
A doença varia de formas benignas a muito graves, podendo até ser fatal, pois a destruição das hemácias
pode acarretar outras consequências graves.

Prevenção

Quanto à proteção individual, ao visitar zonas de risco, é importante não permanecer ao ar livre durante o amanhe-
cer e anoitecer, além de utilizar telas nas portas e janelas, mosquiteiros, repelentes e roupas que cubram a maior
parte do corpo.

75
Com respeito às medidas coletivas, o tratamento dos doentes, drenagem de áreas alagadas para impedir
a formação de criadores de mosquitos e controle do desmatamento (os mosquitos vivem na floresta, no entanto,
se destruírem suas “casas” poderão invadir as cidades, aumentando a transmissão da doença) são medidas muito
importantes.
Fêmea do
mosquito (H,D)
Esporozoitos Anopheles
invadem a glândula
salivar do mosquito
Homem (H,I)

Oocisto na
parede do
estômago Esporozóitos
Fecundação Gametócitos
Hemácia
Gameta

Gameta
Merozoitos

Fígado

Ciclo de vida do Plasmodium


§ Doença de Chagas

O flagelado Trypanosoma cruzi é o agente etiológico. Esta doença ocasiona a hipertrofia dos órgãos afetados pelo
parasita, sendo o coração o mais atingido.

Ciclo do Trypanosoma cruzi

A principal forma de transmissão se dá por intermédio das fezes do Triatoma infestans, percevejo triatomíneo,
conhecido como barbeiro. Este animal contrai o protozoário de tatus, gambás, macacos ou de humanos doentes
e, ao sugar o sangue de uma pessoa, defeca. Assim, ao coçar a ferida, a pessoa cria condições para que o parasita
penetre em sua pele e se dirija a outros órgãos via corrente sanguínea.
Através da ferida provocada pela picada, os tripanossomas podem atingir outros tecidos ou órgãos. Ao
atingir o coração, o parasita danifica as fibras musculares, prejudicando o funcionamento do órgão.
Inicialmente, a doença é assintomática. As manifestações crônicas podem ocorrer de 20 a 40 anos após a
infecção, podendo resultar em inchaço do fígado e do baço. Essas manifestações decorrem com maior frequência
de lesões cardíacas, com aumento do volume do coração e alterações do ritmo de contração.

Prevenção

As medidas preventivas consistem em usar proteções em casa, tais como mosquiteiros e telas nas janelas; e exigir
cuidados nas transfusões de sangue. Há como contrair a doença por meio de transfusões de bancos de sangue sem
a devida fiscalização e via placenta, de mãe para feto.

76
No inseto Inseto pica e defeca ao mesmo tempo. O Os tripomastigotas invadem células onde
Barbeiro tripomastigota passa à ferida nas fezes. se tranformam em amastigotas.

Transforma-se em tripomastigotas No ser humano

Os amastigotas
Multiplicam-se multiplicam-se dentro
Tripomastigotas sanguíneos Os tripanossomos então das células assexualmente.
são absorvidos por novos invadem novas células em
regiões diferentes do corpo
insetos em nova picada
que invadem e onde se
multiplicam como
amastigotas.
Tranforma-se em
epimastigotas no
intestino do inseto
Os tripomastigotas invadem células onde
Estágio infeccioso se transformam em amastigotas.
Estágio diagnóstico

Ciclo de vida do Trypanosoma cruzi

ALGUMAS DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS

Doença Agente etiológico Transmissão Prevenção


Pelas fezes do inseto “barbeiro”
Eliminar casas com frestas ou
infectado com o Tripanossoma
buracos nas paredes – onde o
cruzi. Ao picar o homem, o inse-
Doença de Chagas Trypanosoma cruzi inseto pode se alojar; controlar
to defeca na ferida, e ao coçar,
a proliferação do inseto “bar-
a pessoa proporciona a entrada
beiro”.
do protozoário pela pele.
O Plasmodium é transmitido Usar telas de mosquiteiros para
Malária Plasmodium sp. pela picada do mosquito Ano- impedir a picada do inseto; e
pheles contaminado. combater o inseto transmissor.
Os cistos do protozoário podem
Higiene pessoal – sempre lavar
ficar na água e nos alimentos;
as mãos; lavar alimentos crus,
insetos, como moscas e baratas,
Amebíase Entamoeba histolytica como frutas e verduras; limpar e
além de vasos sanitários sujos,
desinfetar sanitários; e eficiente
também proporcionam a trans-
sistema de saneamento básico.
missão.
Pela ingestão de cistos, presen-
Evitar contato com as fezes de
Toxoplasmose Toxoplasma gondii. tes nas fezes de animais conta-
animais.
minados, principalmente gatos.
Combater a proliferação do
Leishmaniose visceral Picada do mosquito-palha:
Leishmania chagasi mosquito transmissor; e prote-
(ou calazar) Lutzomya sp.
ger-se contra sua picada.
Leishmaniose Combater a proliferação do
Picada do mosquito-palha:
tegumentar (ou Leishmania braziliensis mosquito transmissor; e prote-
Lutzomya sp.
úlcera de bauru) ger-se contra sua picada.

77
PLATELMINTOS
A maioria é dotada de tubo digestório incompleto e alguns vivem adaptados à vida parasitária (sem tubo digestório).

As tênias
Ganchos Ventosas Proglótides Escólex
imaturas
Ventosas

Zona de
formação de
proglótides
T. solium T. saginata
Ovário
Nervo
Proglótides
Glândula maduras
Útero de vitelo Proglótides
Glândula grávidas
Testículos
da casca
Canal
(deferente) Cirro Vagina
(órgão copulador) Poro genital

Teníase é uma doença causada por tênias adultas, Taenia solium e Taenia saginata, pertencentes à classe Cestoda.
São hermafroditas e realizam autofecundação. Os últimos anéis ou proglótides, aptos à fecundação,
fazem com que os espermatozoides de um anel fecundem os óvulos de outro segmento de um mesmo animal.
Cada proglote produz uma quantidade significativa de ovos: de 30 a 80 mil. Periodicamente, os anéis grá-
vidos desprendem-se com as fezes.
O porco é hospedeiro intermediário do Taenia soluim e o boi da Taenia saginata.

Ciclo da teníase

1. Ao se alimentar de carnes cruas ou mal passadas, o homem pode ingerir cisticercos (larvas de tênia).
2. No intestino, a larva é liberada, fixa o escólex, e cresce originando a tênia adulta.
3. Proglotes maduras com testículos e ovários, reproduzem-se entre si e dão origem a proglotes grávidas,
cheias de ovos. Em grupos de 2 a 6, as proglotes grávidas são expulsas durante ou após a evacuação.

78
4. No solo, elas rompem-se e liberam os ovos. Conhecido como oncosfera, o ovo é esférico, mede cerca de 30
mm de diâmetro, e é dotado de seis pequenos ganchos. Espalham-se pelo meio e podem ser ingeridos pelo
hospedeiro intermediário.
5. No intestino desse hospedeiro, os embriões deixam a proteção do ovo, perfuram o revestimento intestinal
e entram na corrente sanguínea. Instalam-se principalmente na musculatura sublingual, no diafragma, no
sistema nervoso e no coração desse animal.
Cada ovo transforma-se em uma larva, uma tênia jovem chamada cisticerco, cujo tamanho lembra o de um
grão de canjica. Envolta em uma vesícula protetora, essa larva contém escólex e um pescoço curto. Até esse
ponto, tratamos do quadro da doença onde o homem ingere os cisticercos – adquirindo a teníase. Porém, há
outra possibilidade: quando da ingestão de ovos, estes passam para a corrente sanguínea e desenvolvem-
-se em cisticercos (larvas) nos tecidos humanos, causando uma doença – a cisticercose que pode ser fatal.

Prevenção da teníase

Educação sanitária, cuidadosa fiscalização e cozimento adequado de carnes e derivados, linguiça, salame, embutidos.

Prevenção da cisticercose

Higiene pessoal (lavar as mãos depois de defecar e antes de manipular alimentos), beber água tratada ou fervida,
higienização de frutos e verduras (alimentos crus), evitar alimentos que possam estar contaminados com fezes,
evitar o consumo de carnes cruas ou malpassadas.

Esquistossomo
No Brasil, a esquistossomose é causada pelo Schistossoma mansoni, pertencente à classe Trematoda, do qual o
homem é o principal hospedeiro e reservatório.

Esquema do ciclo
Vermes reprodutivo do
schistosoma mansoni.
adultos

Vasos do intestino
Fezes
Homem doente com
ovos do
parasitas

Homem
(hospedeiro
definitivo)

Ovo
(6 140 μm de
comprimento)
Miracídio
(6 150 μm de
Cercária comprimento)
(6 500 μm de
comprimento) Caramujo
planorbídeo
(2 cm é o
diâmetro
da concha)

79
1. Os vermes adultos alojam-se no interior das veias do fígado. Durante o acasalamento, encaminham-se para
as veias da parede intestinal executando, portanto, o caminho inverso ao do fluxo sanguíneo.
2. Junto às paredes do intestino grosso, separam-se, e a fêmea inicia a postura de ovos (mais de mil por dia)
em veias de pequeno calibre. Enfileirados e dotados de um pequeno espinho lateral, os ovos produzem
enzimas que perfuram a parede intestinal e, um a um, vão sendo liberados na luz do intestino.
3. Misturados às fezes, alcançam o meio externo apropriado – lagoas, açudes, água parada –, rompem e libe-
ram larvas ciliadas, o miracídio.
4. Em continuação ao seu ciclo vital, o miracídio aloja-se em caramujos do gênero Biomphalaria. Perde os
cílios e passa por um ciclo de reprodução assexuada. Depois de 30 dias, gera numerosas larvas de cauda
bifurcada, as cercárias, que chegam à casa das 300 mil.
5. As cercárias penetram as células da pele humana, mediante movimentos ativos e enzimas digestivas. E
quando alcançam o sangue, se reinicia o ciclo.

Sintomas

Ao longo dos meses, pode apresentar sintomas do estágio crônico da doença: fadiga, dor e cólica abdominal,
diarreia intermitente ou disenteria. Obstruídas as veias do baço e do fígado, esses órgãos podem inchar e o fluxo
de sangue desviar.

Prevenção

§ Identificação e tratamento de portadores;


§ Saneamento básico – tratamento de água e esgoto;
§ Combate ao molusco hospedeiro intermediário;
§ Educação em saúde.

NEMATELMINTOS
São vermes de corpo cilíndrico e afilado nas extremidades. Muitas espécies são de vida livre e outras são parasitas
de plantas, de animais e do homem.

Doenças causadas por nematódeos


Oxiúros, filárias, lombrigas e ancilóstomos são nematelmintos que parasitam os seres humanos. A seguir, as respec-
tivas doenças causadas por eles.
§ Oxiuríase
§ Filaríose ou elefantíase
A filariose ou elefantíase é uma doença causada pelo parasita nematoide Wuchereria bancrofti, comumente
chamado filária. O parasita aloja-se nos vasos linfáticos causando linfedema. O principal transmissor são os
mosquitos do gênero Culex. Se o nematódeo obstruir os vasos linfáticos, o edema é irreversível, por isso a
prevenção é indispensável com mosquiteiros e repelentes.

80
Mosquito picando
o homem.
Larva saindo
pela probócide
do mosquito.

Animal adulto obstrui


a circulação linfática
do homem.

Larva no
sangue do
homem.

§ Ascaridíase: lombriga

Verminose intestinal humana, causada pelo parasita Ascaris lumbricoides. A contaminação dá-se pela ingestão
dos ovos do parasita, presentes no solo, na água ou em alimentos contaminados por fezes humanas. Seu único
reservatório é o homem.
§ Ciclo do Ascaris lumbricoides

Estágio infectado
Estágio de
diagnóstico

FEZES

Fertilizado

Não fertilizado

1. A ingestão de água, frutas e verduras contaminadas introduz ovos de lombriga no tubo digestório humano.
2. No intestino delgado, cada ovo se rompe e libera uma larva.
3. Essa larva penetra o revestimento intestinal, cai na corrente sanguínea e aloja-se no fígado, coração e pul-
mões, onde sofre algumas mudanças e aumenta de tamanho.
4. Permanecem nos alvéolos pulmonares causando sintomas semelhantes aos da pneumonia.
5. Dos alvéolos pulmonares passa para os brônquios, traqueia, laringe e faringe, onde provocam tosse.
6. Deglutidas, alcançam o intestino delgado, onde crescem e se transformam em vermes adultos.
7. Depois de acasalar-se, a fêmea põe os ovos – cerca de 15 mil por dia. Esse ciclo completo dura cerca de dois
meses.
8. Os ovos são eliminados com as fezes. No ovo, com casca protetora, desenvolve-se um embrião que dá ori-
gem a uma larva.
9. Ovos contidos nas fezes contaminam a água de consumo e os alimentos utilizados pelo homem.

81
§ Prevenção
Através de medidas de saneamento básico. É necessário, também, fazer o tratamento dos portadores
da doença.
§ Ancilostomíase: amarelão
Ciclo dos ancilostomídeos
Ciclo dos ancilostomídeos

Esôfago Traqueia
Ovo com
Pulmão Coração embrião
Estômago

Intestino
Ovo no
solo
A larva Ovo nas
cai na
circulação fezes

No solo, a larva penetra no polo

A ancilostomose é uma helmintíase causada pelo Ancylostoma duodenale ou pelo Necatur americanus. A
doença também é popularmente conhecida como amarelão.
Os portadores dessa verminose são pálidos com a pele amarelada. Os vermes instalam-se no intestino del-
gado, rasgam suas paredes com suas placas cortantes ou dentes, sugam o sangue e provocam hemorragias com
consequente anemia.
O contágio dá-se pelo contato com o solo contaminado por excretas. As larvas filarioides penetram pela pele
humana ou pela mucosa, se ingeridas. As larvas têm origem nos ovos eliminados pelas fezes humanas.

§ Prevenção
Instalações sanitárias adequadas para evitar a contaminação do solo pelos ovos dos vermes; pés calça-
dos para impedir a penetração das larvas; ampla campanha de educação sanitária para esclarecimento
da doença; controle e tratamento de portados pelos órgãos de saúde pública.

EQUINODERMOS
Todos os representantes do filo são de vida livre, sendo raras as espécies comensais. Embora a grande maioria das
espécies seja marinha, algumas toleram a água salobra.

Estrela-do-mar (Crossaster papposus


Estrela-do-mar (Crossaster )
papposus) Lírio-do-mar
Lírio-do-mar

82
Os equinodermos compreendem cinco classes: Echinoidea, Asteroidea, Crinoidea, Holothuroidea e
Ophiuroidea.

Classes Principais características Exemplos


Corpo circular, sem braços com espinhos
grandes e móveis (ouriços) ou achatados e Ouriço-do-mar e
Echinoidea
com espinhos curtos e fixos (bolachas-do- bolacha-do-mar
-mar).
Corpo estrelado, com cinco ou mais braços e
Asteroidea Estrela-do-mar
espinhos pequenos e fixos.
Corpo com braços ramificados e flexíveis
Crinoidea Lírio-do-mar
sem espinhos.
Corpo cilíndrico sem espinhos e sem braços.
Holothuroidea Pepino-do-mar
Boca rodeada por testículos.
Corpo estrelado com disco central bem deli-
Ophiuroidea mitado, espinhos curtos ou longos situados Serpente-do-mar
nos braços finos e flexíveis. Não têm ânus.

§ Sistema digestivo: é completo. No ouriço-do-mar a face oral possui a boca. Na face oposta, a aboral, fica
o ânus. A estrela-do-mar tem digestão extracorpórea.
§ Sistema circulatório: ausente ou é rudimentar, a excreção é feita diretamente através da água que ocupa
o sistema ambulacrário.
§ Sistema nervoso: é rudimentar e não apresenta cefalização.
§ Sistema respiratório: ocorre por difusão. Não há pigmentos transportadores de oxigênio.
O ouriço-do-mar possui brânquias dérmicas. Entre as brânquias dérmicas e os numerosos espinhos, o
ouriço-do-mar possui apêndices chamados pedicelárias. Em algumas espécies, essas pedicelárias inoculam
veneno.
§ Sistema esquelético: o endoesqueleto é constituído por placas calcárias, distribuídas em cinco zonas
ambulacrais alternadas com cinco zonas interambulacrais.
As zonas ambulacrais possuem numerosos orifícios, por onde se projetam os pés ambulacrais, estruturas
relacionadas com a locomoção.

Reprodução

Os sexos são separados e a fecundação é externa. Após o desenvolvimento embrionário, forma-se uma larva que
possui simetria bilateral.
Metamorfoseando-se, a larva origina o adulto de simetria pentarradial.
Os equinodermos, juntamente com os cordados, são deuterostômios.

Regeneração

Se o disco central estiver intacto, há espécies de estrela-do-mar que conseguem se locomover e se alimentar com
apenas um dos braços, enquanto ocorre o processo de regeneração através de divisões celulares.

83
CORDADOS
Todo cordado apresenta, ao menos em alguma fase de sua vida:
§ notocorda;
§ tubo nervoso;
§ fendas faringianas;
§ cauda pós-anal.

Subfilo Vertebrata ou Craniata


Os vertebrados compreendem os ágnatos, peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Caracterizam-se pela presen-
ça de coluna vertebral segmentada e de crânio; também apresentam sistema muscular e sistema nervoso central.

Ágnatos ou ciclostomados

Entre os vertebrados, os mais primitivos são os que possuem boca circular, não dotada de mandíbulas. Essa boca
possui ventosa com dentes córneos. São exemplos: lampreias e peixes-bruxa.

Lampreia Peixe-bruxa

Condrictes

Nos vertebrados mais complexos, a boca possui mandíbulas. São os gnatostomados, que incluem os peixes e os
tetrápodos.
Nos condrictes, o crânio, as vértebras e o restante do esqueleto são bem desenvolvidos. Todos possuem um
esqueleto cartilagíneo. Eles podem ser classificados em dois grupos:
§ Holocephali (holocéfalo) – representados pelas quimeras. Não possuem escamas.

Quimera
Quimera
§ Elasmobranchii – corpo recoberto por escamas placoides. Estão representados por tubarões e arraias.

84
Osteíctes: os peixes ósseos

O esqueleto apresenta 3 partes principais: coluna vertebral, crânio e raios das barbatanas. O crânio é articulado
com as maxilas e mandíbulas.

Anfíbios

São encontrados em água doce e em ambiente terrestre. A maioria de seus representantes possui a fase larval
aquática e de respiração branquial, e uma fase adulta, de respiração pulmonar e cutânea.
Na escala evolutiva, constituem o primeiro grupo de vertebrados a ocupar o ambiente terrestre.
Cobertura e temperatura do corpo: não possuem pelos nem escamas externas. São pecilotérmicos.
As glândulas em sua pele são de dois tipos: mucosas e serosas. Todo o anfíbio produz substâncias tóxicas.
Trocas gasosas: anfíbios adultos realizam respiração cutânea e pulmonar.

Nutrição, digestão e excreção

Na fase adulta, os anfíbios são carnívoros.


A língua, em algumas espécies de anfíbios, é uma das suas características adaptativas mais importantes.
Possuem estômago bem desenvolvido. Seu sistema digestório produz substâncias capazes de digerir a
"casca" de insetos.
Circulação: o coração apresenta três cavidades: dois átrios e um ventrículo. A circulação é dupla e incom-
pleta.
São as ordens de anfíbios: Gymnophiona, Anura e Urodela.
§ Gymnophiona ou ápodes
As cecílias são anfíbios, vermiformes, que não têm membros. Podem ser aquáticas ou terrestres, mas todas
respiram através de pulmões. Apresentam fecundação interna. Algumas espécies de cecílias são ovíparas e
outras vivíparas.

§ Anuros
Grupo de anfíbios que não possuem cauda e se locomovem aos saltos. Existem anuros adaptados à vida
aquática e terrestre. Todos são carnívoros, possuem uma grande variedade de estratégias reprodutivas.
Capturam suas presas com a língua ágil. São muito úteis porque comem muitos vermes, lagartas e insetos
nocivos. A esse grupo também pertencem as rãs e pererecas.

85
§ Urodelos
Grupo no qual estão as salamandras que possuem cauda.

Salamandra
Salambra

Reprodução

O acasalamento da maioria dos anfíbios acontece na água. Nos sapos, rãs e pererecas, os sexos são separados. A
fecundação é externa, em meio aquático.
Nos sapos, de cada ovo emerge o girino, contendo cauda e brânquias. Após certo tempo de vida na água,
inicia-se uma série de modificações no girino, que prenunciam a fase adulta. A salamandra e a cobra-cega realizam
fecundação interna.

Répteis

São os vertebrados que efetivamente conquistaram o ambiente terrestre. A pele desses animais é seca e recoberta
por escamas. A impermeabilização da pele ocorreu graças à intensa produção de queratina.
São animais muito ágeis e geralmente possuem dentes bem desenvolvidos.
Os répteis marinhos possuem um mecanismo para eliminação do excesso de sal, são as glândulas de sal,
localizadas próximas aos olhos.
§ Respiração: pulmonar.
§ Reprodução: fecundação interna, dioicos com desenvolvimento direto.
Quase todas as espécies são ovíparas, mas existem alguns lagartos e cobras peçonhentas que podem apre-
sentar ovoviparidade ou viviparidade.
A independência da água em relação à reprodução tem a ver com os ovos e suas membranas extraembrio-
nárias (cório, âmnio e alantoide).
Nos crocodilos e em algumas tartarugas e lagartos, o sexo do filhote é determinado pela temperatura am-
biental durante o desenvolvimento do embrião.
§ Excreção: ácido úrico.
§ Manutenção da temperatura corporal: são ectotérmicos.
Os répteis atuais estão classificados em: Testudina (ou Chelonia), Lepidosauria (que inclui Sphenodontida ou
Rhynchocephalia e Squamata) e Crocodylia.
§ Chelonia
Grupo composto pelas tartarugas (marinhas ou de água doce), cágados (de água doce) e os jabutis (terres-
tres). São todos ovíparos.

§ Sphenodontia
Nesse grupo existem apenas duas espécies, ambas popularmente conhecidas por tuatara. São ovíparos.

86
§ Squamata
Com representantes apresentando o corpo coberto de escamas, esse é o grupo de répteis com o maior
número de espécies, separadas em três subgrupos: lacertílios, anfisbenas e serpentes.

§ Crocodylia
Todos são ovíparos. Os crocodilianos estão divididos em três grupos: crocodilos, jacarés e gaviais.

Aves

Teriam evoluído a partir de um grupo de dinossauros bípedes, portanto, de répteis ancestrais. Suas penas atuam
como isolante térmico, e são úteis ao voo. Na maioria das espécies, existe na região caudal uma glândula denomi-
nada glândula uropigiana.
O esqueleto das aves é formado em grande parte por ossos pneumáticos.
Os sacos aéreos, ligados aos pulmões, diminuem a densidade facilitando o voo.
O osso esterno, que une ventralmente as costelas, apresenta nas aves voadoras uma projeção anterior
denominada quilha ou carena.
As aves que voam (como quivi, avestruz, emu e ema) são chamadas coletivamente carenatas, por possuírem
carena. Os pinguins, embora não voem, também têm carena, pois suas asas são adaptadas para o nado.
As aves que não voam, não nadam e não possuem carena, são coletivamente chamadas ratitas.

Digestão

O bico das aves atuais é desprovido de dentes. A dieta desses animais varia muito.
Esses animais não mastigam o alimento e, especialmente nas granívoras, há duas estruturas especializadas
no trato digestório: o inglúvio (papo) e a moela.
Papo e moela não ocorrem nas aves frugívoras e nas que se alimentam de fluidos.

Reprodução: são ovíparas com desenvolvimento direto.

Excreção: a excreta nitrogenada é o ácido úrico.

Mamíferos

A maioria dos mamíferos é terrestre, mas existem representantes aquáticos, como os golfinhos e as baleias, e es-
pécies adaptadas ao voo como os morcegos.
Possuem glândulas mamárias e pelos.
Os pelos recobrem o corpo dos mamíferos e formam uma camada protetora contra a perda de calor para o
ambiente, característica importante para um animal endotérmico.

Endotermia: presente em aves e mamíferos. Essa eficiência é garantida pela circulação sanguínea comple-
ta – sem mistura de sangue rico em O2 com sangue rico em CO2. Devido à eficiente oferta de O2 às células, elas
podem realizar respiração aeróbia, na qual é liberado calor, responsável por aquecer o corpo.

87
§ Os sentidos: cada mamífero tem o corpo adaptado às funções que realiza.
§ Digestão: sistema digestório completo. Há grande diversidade de hábitos alimentares, com espécies her-
bívoras, carnívoras e onívoras.
§ Respiração: todos os mamíferos são seres pulmonados.
§ Reprodução: são vivíparos com fecundação interna.
Os mamíferos são classificados em três grupos: Prototheria, Metatheria e Eutheria.
§ Prototheria ou Monotrêmata
Ovíparos estão representados pelo ornitorrinco e pela equidna, restritos à Austrália e à Nova Guiné.
§ Metatheria ou Marsupialia
Agrupa mamíferos vivíparos, cujos embriões passam por um curto período de gestão no útero da fêmea
e nascem sem estar completamente formados. Um dos mais conhecidos é o canguru. No Brasil, os mar-
supiais mais comuns são o gambá e a cuíca.
§ Eutheria (placentários)
Nesse grupo estão mamíferos vivíparos que passam por um período de gestação suficientemente longo,
para nascerem completamente formados. São exemplos: tamanduá, preguiça, tatu, toupeira, cachorro,
leão, urso, gato, guaxinim, hiena, leão-marinho, morsa, foca, morcego, rato, capivara, baleia, golfinho,
peixe-boi, elefante, macaco e ser humano.

88
APLICAÇÃO DOS a) papilas respiratórias que facilitaram sua re-
produção e respiração por mais tempo no
CONHECIMENTOS - SALA ambiente.
b) pés ambulacrários que facilitaram a repro-
dução e a locomoção do equinodermo pelo
1. (ENEM) A Síndrome da Imunodeficiê'ncia ambiente aquático.
Adquirida (AIDS) é a manifestação clínica da c) espinhos na superfície do corpo que facilita-
infecção pelo vírus HIV, que leva, em média, ram sua proteção e reprodução, contribuin-
oito anos para se manifestar. No Brasil, des- do para a sua sobrevivência.
de a identificação do primeiro caso de AIDS d) um sistema de canais que contribuíram na
em 1980 até junho de 2007, já foram iden- distribuição de água pelo seu corpo e ajuda-
tificados cerca de 474 mil casos da doença. ram bastante em sua reprodução.
O país acumulou, aproximadamente, 192
e) alta capacidade regenerativa e reprodutiva,
mil óbitos devido à AIDS até junho de 2006,
sendo cada parte seccionada capaz de dar
sendo as taxas de mortalidade crescentes até
origem a um novo indivíduo.
meados da década de 1990 e estabilizando-
-se em cerca de 11 mil óbitos anuais desde
1998. [...] A partir do ano 2000, essa taxa 3. (ENEM) A doença de Chagas afeta mais de
se estabilizou em cerca de 6,4 óbitos por oito milhões de brasileiros, sendo comum
100 mil habitantes, sendo esta estabilização em áreas rurais. É uma doença causada pelo
mais evidente em São Paulo e no Distrito Fe- protozoário Trypanosoma cruzi e transmiti-
deral. da por insetos conhecidos como barbeiros ou
Disponível em: http://www.aids.gov.br. chupanças.
Acesso em: 01 maio 2009 (adaptado). Uma ação do homem sobre o meio ambiente
que tem contribuído para o aumento dessa
A redução nas taxas de mortalidade devido doença é:
à AIDS a partir da década de 1990 é decor- a) o consumo de carnes de animais silvestres
rente: que são hospedeiros do vetor da doença.
a) do aumento do uso de preservativos nas re- b) a utilização de adubos químicos na agricul-
lações sexuais, que torna o vírus HIV menos tura que aceleram o ciclo reprodutivo do
letal.
barbeiro.
b) da melhoria das condições alimentares dos
c) a ausência de saneamento básico que favore-
soropositivos, a qual fortalece o sistema
ce a proliferação do protozoário em regiões
imunológico deles.
habitadas por humanos.
c) do desenvolvimento de drogas que permitem
d) a poluição dos rios e lagos com pesticidas
diferentes formas de ação contra o vírus HIV.
que exterminam o predador das larvas do
d) das melhorias sanitárias implementadas nos
inseto transmissor da doença.
últimos 30 anos, principalmente nas grandes
capitais. e) o desmatamento que provoca a migração ou
e) das campanhas que estimulam a vacinação o desaparecimento dos animais silvestres
contra o vírus e a busca pelos serviços de dos quais o barbeiro se alimenta.
saúde.
4. (ENEM)
2. (ENEM) As estrelas do mar comem ostras, o
que resulta em efeitos econômicos negativos
para criadores e pescadores. Por isso, ao se
depararem com esses predadores em suas
dragas, costumavam pegar as estrelas-do-
-mar, parti-las ao meio e atirá-las de novo à
água. Mas o resultado disso não era a elimi-
nação das estrelas-do-mar, e sim o aumento
do seu número.
DONAVEL, D. A bela é uma fera. Super Interessante.
Disponível em: http://super.abril.com.br.
Acesso em: 30 abr. 2010 (adaptado).

A partir do texto e do seu conhecimento a


respeito desses organismos, a explicação O mapa mostra a área de ocorrência da ma-
para o aumento da população de estrelas-do- lária no mundo. Considerando-se sua distri-
-mar baseia-se no fato de elas possuírem:
buição na América do Sul, a malária pode ser
classificada como:

89
a) endemia, pois se concentra em uma área ge-
ográfica restrita desse continente. RAIO X
b) peste, já que ocorre nas regiões mais quen-
tes do continente. 1. O desenvolvimento de novos medicamentos
c) epidemia, já que ocorre na maior parte do e terapias contribuiu para a diminuição do
continente. número de óbitos causados pelo HIV.
d) surto, pois apresenta ocorrência em áreas 2. As estrelas-do-mar são equinodermos dota-
pequenas. dos de alta capacidade de regeneração. Uma
e) pandemia, pois ocorre em todo o continente. vez que partidas, cada porção é capaz de re-
generar um animal completo. Essa forma de
5. (ENEM) Durante as estações chuvosas, au- reprodução assexuada é um dos meios pelos
mentam no Brasil as campanhas de pre- quais a população desses animais aumenta.
venção à dengue, que têm como objetivo a 3. Na falta de alimento, os barbeiros vetores da
redução da proliferação do mosquito Aedes doença de Chagas migram para as casas de
aegypti, transmissor do vírus da dengue. pau a pique, onde sugam o sangue do ho-
Que proposta preventiva poderia ser efeti- mem e transmitem, por suas fezes, o proto-
vada para diminuir a reprodução desse mos- zoário flagelado Trypanosoma cruzi.
quito? 4. A malária é uma doença tropical endêmica
a) Colocação de telas nas portas e janelas, pois na América do Sul, já que sua incidência é
o mosquito necessita de ambientes cobertos estável e atinge uma área restrita desse con-
e fechados para a sua reprodução. tinente.
b) Substituição das casas de barro por casas de 5. Os mosquitos transmissores de doenças põem
alvenaria, haja vista que o mosquito se re- seus ovos na água e as larvas se desenvolvem
produz na parede das casas de barro. nesse meio. Uma proposta para prevenir o
c) Remoção dos recipientes que possam acumu- aumento dessas doenças é evitar coleções de
lar água, porque as larvas do mosquito se água parada onde seus insetos proliferam.
desenvolvem nesse meio. 6. O acúmulo de lixo em ambientes urbanos
d) Higienização adequada de alimentos, visto atrai os ratos que são os reservatórios da
que as larvas do mosquito se desenvolvem bactéria causadora da leptospirose. As en-
nesse tipo de substrato. chentes agravam o problema por espalhar a
e) Colocação de filtros de água nas casas, visto urina dos roedores com bactérias do gênero
que a reprodução do mosquito acontece em Leptospira.
águas contaminadas.

6. (ENEM) Medidas de saneamento básico são GABARITO


fundamentais no processo de promoção de
saúde e qualidade de vida da população. 1. C 2. E 3. E 4. A 5. C 6. D
Muitas vezes, a falta de saneamento está
relacionada com o aparecimento de várias
doenças. Nesse contexto, um paciente dá en-
trada em um pronto atendimento relatando
que há 30 dias teve contato com águas de en-
chente. Ainda informa que nesta localidade
não há rede de esgoto e drenagem de águas
pluviais e que a coleta de lixo é inadequada.
Ele apresenta os seguintes sintomas: febre,
dor de cabeça e dores musculares.
Disponível em: http://portal.saude.gov.
br. Acesso em: 27 fev. 2012 (adaptado).

Relacionando os sintomas apresentados com


as condições sanitárias da localidade, há
indicações de que o paciente apresenta um
caso de:
a) difteria.
b) botulismo.
c) tuberculose.
d) leptospirose.
e) meningite meningocócica.

90
Prescrição: Para resolução dos exercícios será essencial o domínio a respeito dos mecanismos
de transmissão e prevenção de algumas doenças causadas por platelmintos, nematelmintos,
protozoários e vírus. Destes últimos com destaque para o mecanismo de ação do vírus HIV. Além
disso, a interpretação de gráficos, cladogramas e a relação entre características particulares de
animais e seus habitats são solicitadas.

PRÁTICA DOS O texto de Carlos Drummond de Andrade


aborda duas parasitoses intestinais que po-

CONHECIMENTOS - E.O. dem afetar a saúde humana. Com relação às


tênias, mais especificamente, a Taenia so-
lium, considera-se que elas podem parasitar
1. (ENEM) A contaminação pelo vírus da rubé- o homem na ocasião em que ele come carne
ola é especialmente preocupante em grávi- de:
das, devido à síndrome da rubéola congênita a) peixe mal-assada.
(SRC), que pode levar ao risco de aborto e b) frango mal-assada.
malformações congênitas. Devido a campa- c) porco mal-assada.
nhas de vacinação específicas, nas últimas d) boi mal-assada.
décadas houve uma grande diminuição de e) carneiro mal-assada.
casos de rubéola entre as mulheres, e, a par-
tir de 2008, as campanhas se intensificaram 3. (ENEM) No ano de 2009, registrou-se um
e têm dado maior enfoque à vacinação de surto global de gripe causada por um varian-
homens jovens. te do vírus Influenza A, designada H1N1 A
BRASIL. “Brasil livre da rubéola: campanha Organização Mundial de Saúde (OMS) solici-
nacional de vacinação para eliminação da rubéola”.
tou que os países intensificassem seus pro-
Brasília: Ministério da Saúde, 2009 (adaptado).
gramas de prevenção para que não houvesse
Considerando a preocupação com a ocorrên- uma propagação da doença. Uma das ações
cia da SRC, as campanhas passaram a dar en- mais importantes recomendadas pela OMS
foque à vacinação dos homens, porque eles: era a higienização adequada das mãos, espe-
a) ficam mais expostos a esse vírus. cialmente após tossir e espirrar.
b) transmitem o vírus a mulheres gestantes. A ação recomendada pela OMS tinha como
c) passam a infecção diretamente para o feto. objetivo:
d) transferem imunidade às parceiras grávidas. a) reduzir a reprodução viral.
e) são mais suscetíveis a esse vírus que as mu- b) impedir a penetração do vírus pela pele.
lheres. c) reduzir o processo de autoinfecção viral.
d) reduzir a transmissão do vírus no ambiente.
e) impedir a seleção natural de vírus resisten-
2. (ENEM) Dupla humilhação destas lombrigas,
tes.
humilhação de confessá-las a Dr. Alexandre,
sério, perante irmãos que se divertem com
tua fauna intestinal em perversas indaga- 4. (ENEM) O movimento pelo saneamento do
ções: “Você vai ao circo assim mesmo? Vai Brasil, desencadeado durante a Primeira Re-
levando suas lombrigas? Elas também pagam pública, colocou em evidência as precárias
entrada, se não podem ver o espetáculo? E condições de saúde das populações rurais. A
se, ouvindo lá de dentro, as gabarolas do pa- origem e trajetória desse movimento estive-
lhaço, vão querer sair para fora, hem? Como ram diretamente relacionadas à história da
doença de Chagas.
é que você se arranja?” O que é pior: mínimo
KROPF, S. P.; LIMA, N. T. Disponível em: www.
verme, quinze centímetros modestos, não
fiocruz.br. Acesso em: 1 ago. 2012 (adaptado).
mais – vermezinho idiota – enquanto Zé, ri-
val na escola, na queda de braço, em tudo, se A intervenção ambiental considerada funda-
gabando mostra no vidro o novelo comprova- mental para a prevenção dessa doença é a:
dor de seu justo gabo orgulhoso: ele expeliu, a) limpeza de terrenos baldios, com a retirada
entre ohs! e ahs! de agudo pasmo familiar, de matéria orgânica em decomposição.
formidável tênia porcina: a solitária de três b) construção de unidades de saúde, com aten-
metros. dimento mais eficiente aos indivíduos infec-
ANDRADE, C. D. Boitempo. Rio de Janeiro: Aguiar, 1988. tados.

91
c) melhoria das condições de habitação, com 7. (ENEM) Os anfíbios representam o primeiro
redução de insetos no ambiente domiciliar e grupo de vertebrados que, evolutivamente,
peridomiciliar. conquistou o ambiente terrestre. Apesar dis-
d) construção de estradas e rodovias, com ga- so, a sobrevivência do grupo ainda permane-
rantias de melhor acesso da população rural ce restrita a ambientes úmidos ou aquáticos,
ao sistema de saúde. devido à manutenção de algumas caracterís-
e) limpeza do ambiente domiciliar e peridomi-
ticas fisiológicas relacionadas à água.
ciliar, com retirada de entulhos e recipientes
Uma das características a que o texto se re-
que possam acumular água.
fere é a:
a) a reprodução por viviparidade.
5. (ENEM) Tanto a febre amarela quanto a b) respiração pulmonar nos adultos.
dengue são doenças causadas por vírus do c) regulação térmica por endotermia.
grupo dos arbovírus, pertencentes ao gênero d) cobertura corporal delgada e altamente per-
Flavivirus, existindo quatro sorotipos para o meável.
vírus causador da dengue. A transmissão de e) locomoção por membros anteriores e poste-
ambas acontece por meio da picada de mos- riores desenvolvidos.
quitos, como o Aedes aegypti. Entretanto,
embora compartilhem essas características,
hoje somente existe vacina, no Brasil, para 8. (ENEM) As superbactérias respondem por
a febre amarela e nenhuma vacina efetiva um número crescente de infecções e mortes
para a dengue. em todo o mundo. O termo superbactérias é
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Fundação Nacional de Saúde. atribuído às bactérias que apresentam resis-
Dengue: Instruções para pessoal de combate ao vetor. tência a praticamente todos os antibióticos.
Manual de Normas Técnicas. Disponível em: http://portal.
Dessa forma, no organismo de um paciente,
saude.gov.br. Acesso em: 7 ago. 2012 (adaptado).
a população de uma espécie bacteriana pato-
Esse fato pode ser atribuído à: gênica pode ser constituída principalmente
a) maior taxa de mutação do vírus da febre por bactérias sensíveis a antibióticos usuais
amarela do que do vírus da dengue. e por um número reduzido de superbactérias
b) alta variabilidade antigênica do vírus da que, por mutação ou intercâmbio de material
dengue em relação ao vírus da febre amare- genético, tornaram-se resistentes aos anti-
la. bióticos existentes.
c) menor adaptação do vírus da dengue à po- FERREIRA, F. A.; CRUZ, R. S.; FIGUEIREDO, A. M. S.
pulação humana do que do vírus da febre Superbactérias: o problema mundial da resistência a
amarela. antibióticos. Ciência Hoje, n. 287, nov. 2011 (adaptado).
d) presença de dois tipos de ácidos nucleicos no
vírus da dengue e somente um tipo no vírus Qual figura representa o comportamento
da febre amarela. populacional das bactérias ao longo de uma
e) baixa capacidade de indução da resposta semana de tratamento com um antibiótico
imunológica pelo vírus da dengue em rela- comum?
ção ao da febre amarela. a)

6. (ENEM) Euphorbia mili é uma planta orna-


mental amplamente disseminada no Brasil
e conhecida como coroa-de-cristo. O estudo
químico do látex dessa espécie forneceu o
mais potente produto natural moluscicida, a
miliamina L. b)
MOREIRA. C. P. s.; ZANI. C. L.; ALVES, T. M. A. Atividade
moluscicida do látex de Synadenium carinatum
boiss. (Euphorbiaceae) sobre Biomphalaria glabrata
e isolamento do constituinte majoritário. Revista
Eletrônica de Farmácia. n. 3, 2010 (adaptado).

O uso desse látex em água infestada por hos-


pedeiros intermediários tem potencial para c)
atuar no controle da:
a) dengue.
b) malária.
c) elefantíase.
d) ascaridíase.
e) esquistossomose.

92
d) 11. (ENEM 2ª aplicação 2016) Uma nova estra-
tégia para o controle da dengue foi apre-
sentada durante o Congresso Internacional
de Medicina Tropical, no Rio de Janeiro, em
2012. O projeto traz uma abordagem nova e
natural para o combate à doença e já está
em fase de testes. O objetivo do programa
e) é cessar a transmissão do vírus da dengue
pelo Aedes aegypti, a partir da introdução
da bactéria Wolbachia – que é naturalmen-
te encontrada em insetos – nas populações
locais de mosquitos. Quando essa bactéria é
introduzida no A. aegypti, atua como uma
“vacina”, estimulando o sistema imunoló-
gico e bloqueando a multiplicação do vírus
9. (ENEM) O cladograma representa, de for- dentro do inseto.
ma simplificada, o processo evolutivo de Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.
diferentes grupos de vertebrados. Nesses br. Acesso em: 20 dez. 2012 (adaptado).
organismos, o desenvolvimento de ovos pro-
Qual o conceito fundamental relacionado a
tegidos por casca rígida (pergaminácea ou
essa estratégia?
calcárea) possibilitou a conquista do am-
a) Clonagem.
biente terrestre.
b) Mutualismo.
c) Parasitismo.
d) Transgênese.
e) Controle biológico.

12. (ENEM 2ª aplicação 2016) A sombra do ce-


dro vem se encostar no cocho. Primo Ribeiro
levantou os ombros; começa a tremer. Com
muito atraso. Mas ele tem no baço duas col-
meias de bichinhos maldosos, que não se
misturam, soltando enxames no sangue em
dias alternados. E assim nunca precisa de
passar um dia sem tremer.
O surgimento da característica mencionada ROSA, J. G. Sagarana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
está representado, no cladograma, pelo nú-
mero: O texto de João Guimarães Rosa descreve as
a) 1. manifestações das crises paroxísticas da ma-
b) 2. lária em seu personagem. Essas se caracte-
c) 3. rizam por febre alta, calafrios, sudorese in-
d) 4. tensa e tremores, com intervalos de 48h ou
e) 5. 72h, dependendo da espécie de Plasmodium.
Essas crises periódicas ocorrem em razão da:
10. (ENEM) Um gel vaginal poderá ser um recur- a) lise das hemácias, liberando merozoítos e
so para as mulheres na prevenção contra a substâncias denominadas hemozoínas.
aids. Esse produto tem como princípio ativo b) invasão das hemácias por merozoítos com
um composto que inibe a transcriptase re- maturação até a forma esquizonte.
versa viral. c) reprodução assexuada dos esporozoítos no
Essa ação inibidora é importante, pois a re- fígado do indivíduo infectado.
ferida enzima: d) liberação de merozoítos dos hepatócitos para
a) corta a dupla hélice do DNA, produzindo um a corrente sanguínea.
molde para o RNA viral. e) formação de gametócitos dentro das hemácias.
b) produz moléculas de DNA viral que vão in-
fectar células sadias. 13. (ENEM 2ª aplicação 2016) Suponha que
c) polimeriza molécula de DNA, tendo como uma doença desconhecida esteja diziman-
molde o RNA viral. do um rebanho bovino de uma cidade e
d) promove a entrada do vírus da aids nos lin- alguns veterinários tenham conseguido
fócitos T. isolar o agente causador da doença, verifi-
e) sintetiza os nucleotídeos que compõem o cando que se trata de um ser unicelular e
DNA viral. procarionte.

93
Para combater a doença, os veterinários de-
vem administrar, nos bovinos contaminados,
a) vacinas.
b) antivirais.
c) fungicidas.
d) vermífugos.
e) antibióticos.

GABARITO
1. B 2. C 3. D 4. C 5. B
6. E 7. D 8. B 9. C 10. C
11. E 12. A 13. E

94
95
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 9 e 10

Competências 1, 3, 4, 5 e 8
Habilidades 2, 3, 4, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16,
17, 18, 19, 29 e 30

BREVIÁRIO

COMPOSIÇÃO QUÍMICA CELULAR


Água, gás carbônico, oxigênio e sais minerais, como o cloreto de sódio (sal de cozinha) fazem parte do grupo das
substâncias inorgânicas.
Nos seres vivos, além de substâncias inorgânicas, há muitas substâncias orgânicas (açúcares, gorduras,
proteínas, vitaminas) que são formadas principalmente por átomos de carbono.

Água
Propriedades da água
§ Polaridade da molécula;
§ Solvente universal;
§ Manutenção de temperatura corpórea;
§ Coesão e adesão;
§ Capilaridade.

A água como recurso natural

Água potável: é aquela popularmente chamada água pura. Para ser bebida por nós, a água deve ser incolor,
insípida (sem sabor) e inodora (sem cheiro).

Sais minerais
Muitos minerais desempenham um importante papel no controle do metabolismo ou na manutenção da função de
tecidos orgânicos, dentre eles estão:
§ Zinco;
§ Magnésio;
§ Cobre;
§ Selênio;
§ Ferro;
§ Cálcio;
§ Sódio;
§ Potássio;
§ Iodo;
§ Flúor.

97
Carboidratos
Os carboidratos, também chamados glicídios ou açúcares (os doces), são alimentos que, em geral, têm função ener-
gética no organismo, isto é, atuam como “combustíveis”, fornecendo a energia necessária às atividades das células.
São classificados em:
§ Monossacarídeos
Pentoses Hexoses
Glicose
Ribose
Frutose
Desoxirribose
Galactose
Função: participam da constituição dos ácidos nucleicos, que
Função: são as principais fontes de energia para os seres vivos.
comandam e coordenam todas as funções dos seres vivos.

§ Dissacarídeos – resultam da união de dois monossacarídeos, realizada a partir da perda de uma molécula
de água. Os principais são:

Glicose + Glicose Glicose + Frutose Galactose + Glicose

MALTOSE SACAROSE LACTOSE

§ Polissacarídeos – são glicídios de longa cadeia (polímeros), constituídos pela união de muitos monossacarí-
deos (monômeros). A insolubilidade dos polissacarídeos é vantajosa para os seres vivos, pois permite que eles
atuem como componentes estruturais da célula ou como armazenadores de energia. Dentre eles destacamos:

Principais polissacarídeos
Polissacarídeos

Celulose Encontrada principalmente nos vegetais, participa da constituição da parede celular.


estruturais

Suas cadeias são formadas por vários açúcares com grupos amina (NH2). Ocorre na parede celular dos
Quitina
fungos e no exoesqueleto de artrópodes, como insetos, aranha e crustáceos.
Polissacarídeos
energéticos

Amido Encontrado nos vegetais; tem função de reserva.

Glicogênio Encontrado nos fungos e nos animais; tem função de reserva.

Proteínas
As proteínas são os componentes químicos mais importantes do ponto de vista estrutural, pois estão presentes em
todas as partes da célula, sendo fundamentais para o seu funcionamento.
Uma molécula de proteína é um polímero, formado por monômeros, unidades menores, denominados ami-
noácidos. Existem 20 tipos de aminoácidos que participam da formação das proteínas.

H H O
H – N – C – C – OH
Amina Ácido
R carboxílico
Radical

98
Os aminoácidos são separados em dois grupos: naturais e essenciais. Os naturais são aqueles sintetizados
no próprio organismo, e os essenciais são aqueles obtidos através da alimentação.

Estrutura da proteína

Os aminoácidos podem ligar-se e formar filamentos mais ou menos longos. Essa união é chamada de ligação
peptídica, e sempre ocorre entre a carboxila de uma unidade e a amina da unidade vizinha.
O composto formado é chamado de peptídio. Se forem apenas duas unidades, trata-se de um dipeptídio;
se forem três, tripeptídio; vários aminoácidos formam um polipeptídio.

Desnaturação

Diversos fatores, como o calor, variação de pH e algumas substâncias químicas, podem romper as ligações de hidro-
gênio e outras ligações que mantêm a estrutura espacial das proteínas. Com isso, elas perdem suas propriedades
específicas; dizemos que ocorreu uma desnaturação, que, dependendo do caso, pode ser reversível.

Funções das proteínas

§ Estrutural: queratina e colágeno.


§ Catalisadores: enzimas.
§ Transporte: hemoglobina.
§ Regulação: hormônios.
§ Defesa: anticorpos ou imunoglobulinas.

Enzimas

As enzimas são definidas como catalisadores biológicos que atuam diminuindo a energia de ativação para ocor-
rência de uma reação química.

Catalisador é uma substância que acelera a velocidade de ocorrência de uma certa reação química.

99
Na maioria dos casos, a enzima está associada a uma substância química não proteica, chamada de coen-
zima ou radical prostético. Há uma área da enzima (o centro ativo) com formato capaz de se encaixar no reagente
(substrato) e tornar mais fácil a reação entre eles. O encaixe entre uma enzima e o substrato é equivalente ao de
uma chave na fechadura, o que significa que se trata de uma ligação específica.

A enzima altera ligeiramente a sua Produtos


Substrato forma à medida que o substrato se liga
Centro ativo

Substrato entrando no Complexo Complexo Produto deixando o


centro ativo da enzima enzima/substrato enzima/produto centro ativo da enzima

Fatores que influenciam a atividade enzimática

Note que, em temperaturas elevadas ou em certos valores de pH, a enzima, como toda proteína, sofre desnaturação
e deixa de exercer sua função.
As enzimas também podem ser inativadas através de inibição, que pode ou não ser competitiva.
Exemplo:

Velocidade Velocidade
da reação da reação

Velocidade Velocidade
máxima máxima

Velocidade de pH Temperatura
pH ótimo Temperatura ótima

Hemoglobina

A hemoglobina é uma proteína presente nas hemácias que desempenha função de transporte de gases (oxigênio
e gás carbônico).

Hormônios

Dentre os hormônios feitos à base de proteínas, denominados hormônios proteicos, destacam-se o hormônio do
crescimento, que estimula o crescimento de vários tecidos e órgãos, particularmente ossos; e a insulina, responsável
por reduzir o teor de glicose do sangue. Caso falhe a manutenção do nível de glicose sanguíneo, têm-se a diabetes,
caracterizada pela hiperglicemia. São alguns fatores de risco para esta doença: excesso de peso, sedentarismo,
pressão alta e fatores genéticos. A prevalência desses fatores para o desenvolvimento daquela condição varia em
relação aos tipos de diabetes.

100
Anticorpos

Também chamados de imunoglobulinas, são glicoproteínas que têm a função de combater agentes invasores noci-
vos ao organismo. Fazem uma ligação específica com essas substâncias, inativando-as.

Bactéria

Antígeno bacteriano

Anticorpos

Reação de ligação entre anticorpos e bactéria (corpo estranho).

Lipídeos
Os lipídeos mais conhecidos são representados pelos óleos e pelas gorduras e têm, basicamente, função energética,
da mesma forma que os carboidratos. As moléculas de óleo e gordura são formadas pela união de duas moléculas
menores, o ácido graxo e o glicerol. Os lipídeos também têm função estrutural.
Em geral, as moléculas de lipídeos são insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos, como o álcool,
querosene, clorofórmio, éter e benzina. A não solubilidade é explicada pelo fato de suas moléculas serem apolares.
Alguns lipídeos, porém, apresentam uma região polar e outra apolar e, por isso, misturam-se com a água e com os
outros lipídeos.
Vejamos alguns grupos de lipídios:
§ Glicerídeos – representados pelos óleos e pelas gorduras, são os lipídios mais encontrados nos alimentos.
Os óleos são líquidos à temperatura ambiente e as gorduras são sólidas.
§ Cerídeos – possuem um álcool de cadeia longa ligado a um ácido graxo. São exemplos desse lipídeo as
ceras, como a da carnaúba, do favo de mel de abelha e da orelha humana.
§ Fosfolipídeos – são componentes importantes das membranas celulares e, além de álcool e ácido graxo,
possuem ácido fosfórico e uma molécula nitrogenada.

Diz-se que as moléculas são formadas por uma “cabeça hidrofílica” e uma “cauda hidrofóbica”.
Essas camadas de lipídeos tendem a ser unir em suas extremidades, formando compartimentos fechados e, quando, por
qualquer motivo, essas membranas são separadas, elas tendem a ser unir novamente.
Isso explica o grande poder de recuperação das membranas celulares.

101
§ Carotenoides – são pigmentos de cor vermelha, laranja ou amarela. Estão presentes nas células de todas
as plantas, nas quais desempenham papel importante no processo de fotossíntese.
§ Esteroides – grupo de substâncias lipídicas formado a partir de esteróis. São exemplos de esteróis: o co-
lesterol (usado na síntese de hormônios sexuais) e a vitamina D (calciferol), que é produzida na pele através
de reações promovidas pela luz solar.
Os hormônios sexuais são representados pela testosterona (masculino) e a progesterona (feminino).
§ Esteroides anabolizantes – drogas sintéticas derivadas da testosterona, fabricados a princípio com o in-
tuito terapêutico para indivíduos que tem deficiência na produção desse hormônio. Auxiliam o crescimento
dos músculos e o desenvolvimento de caracteres sexuais secundários masculinos.
O uso não terapêutico dos anabolizantes tem como objetivo a melhora do desempenho esportivo, aumento
da massa muscular e redução da gordura corpórea. Atualmente, essa prática não se dá apenas por atletas, mas por
homens e mulheres que buscam uma acentuada definição física. Como qualquer droga, o uso de anabolizantes de-
sencadeia efeitos colaterais, principalmente decorrentes de altas dosagens, que incluem aumento da agressividade
e irritabilidade. Seus efeitos crônicos prejudiciais incluem complicações no sistema cardiovascular.
§ Pílula anticoncepcional – geralmente compostas de hormônios sintéticos que imitam aqueles sexuais fe-
mininos: progesterona e estrógeno, cujas alterações nos níveis marcam o ciclo menstrual feminino. Os níveis
elevados desses hormônios no organismo feminino interferem no balanço hormonal normal que acontece
no ciclo. Como resultado, a ovulação é impedida.

Funções dos lipídeos


§ Facilitar a absorção de vitaminas;
§ Isolante térmico e proteção contra choques;
§ Reserva energética;
§ Hormonal.

Vitaminas
As vitaminas são substâncias que o organismo não tem condições de produzir e, por isso, precisam fazer parte da
dieta alimentar.
São classificadas conforme substâncias que as dissolvem. São lipossolúveis, solúveis em gorduras, as vita-
minas A, D, K, armazenadas no fígado, e a vitamina E, que é distribuída para todos os tecidos de gordura no corpo.
Outro grupo é o das hidrossolúveis, solúveis em água – portanto facilmente excretadas – como as vitaminas
C e as do complexo B; no entanto a B12, apesar de ser hidrossolúvel, permanece armazenada no fígado.
Vitamina Principais fontes Sintomas de sua deficiência
Gema de ovo, hortaliças verdes ou amarelas,
A – caroteno Cegueira noturna; pele seca e escamosa.
frutas, fígado e manteiga.
Inflamação e degeneração dos nervos (beri-
B1 – tiamina Cereais integrais, fígado e outras carnes. béri, neurite), insuficiência cardíaca, distúr-
bio mental.

B2 – riboflavina Cereais integrais, leite, ovos e fígado. Fotofobia, fissuras na pele.

B3 – niacina ou ácido nicotínico Cereais integrais, fígado e outras carnes. Pelagra, lesões da pele, distúrbios digestivos.

B6 – piridoxina Cereais integrais, fígado e peixe. Dermatite, distúrbios nervosos.

B12 – cianocobalamina Fígado Anemia perniciosa, hemácias malformadas.

C – ácido ascórbico Frutas cítricas, tomate e verduras. Escorbuto, inflamação das mucosas.

102
Vitamina Principais fontes Sintomas de sua deficiência
D – calciferol Óleo de fígado, fígado, leite e gema de ovo. Raquitismo.
Ausência ou dificuldade de coagulação san-
K – naftoquinona Verduras, frutas e óleo de fígado.
guínea.

METABOLISMO
Metabolismo é o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos.
Os seres vivos retiram energia das mais diversas moléculas orgânicas, mas a glicose é a mais frequente. Os
organismos heterotróficos obtêm a glicose se alimentado dos únicos que a produzem, os organismos autotróficos.
§ A glicose e o metabolismo
A energia liberada pela quebra da glicose é utilizada na execução de atividades metabólicas.
O conjunto de reações químicas e de transformações de energia, incluindo o anabolismo (síntese) e o cata-
bolismo (degradação de moléculas), constitui o metabolismo.
§ A energia sob a forma de ATP
Cada vez que ocorre a quebra da molécula de glicose, a energia não é simplesmente liberada para o meio.
A energia é transferida para moléculas ATP (adenosina trifosfato), que servirão de reservatórios temporários
de energia, “bateriazinhas” que poderão liberar energia nos locais onde estiverem.
Ligações fosfato

O– O– O– Adenina

O P O P O P O CH2
O O O
Ribose

Energia da luz ATP Energia disponível


para o trabalho celular
ou dos alimentos
e para a síntese química

O– O– O– Adenina

O P O – + –
O P O P O CH2
O O O
Fosfato Ribose
inorgânico (Pi)
ADP

TIPOS DE CÉLULA
Quanto às estruturas básicas, podemos diferenciar dois tipos de células: procariontes (sem núcleo – bactérias) e
eucariontes (com núcleo) que apresentam mais organelas e uma estrutura mais complexa.
A composição química da parede celular das bactérias e das cianobactérias basicamente é peptidoglicano
ou peptoglicano.
Há dois tipos básicos de célula eucarionte: animal e vegetal. Distinguem-se, principalmente, pela presença
da parede celular (células vegetais) e ausência delas (células animais).

103
Plasmodesmos Membrana
Membrana plasmática Complexo de Golgi
plasmática
Parede celular Vesículas de Golgi
Lisossomas Cloroplasto
Vacúolo
Citoplasma
Tilacóides
Centríolos Nucléolo
Núcleo celular Granum
Mitocôndrias Retículo
Ribossomos Vacúolo endoplasmático liso
Vesículas Vacúolo
Tonoplasto Ribossomos
Retículo
endoplasmático Mitocôndria
rugoso

Complexo de Golgi Peroxissomo

Microtúbulos Núcleo
Citoplasma
Retículo Poro nuclear
endoplasmático liso Envelope nuclear
Vesículas
membranosas Nucléolo
Retículo
endoplasmático
rugoso

Célula animal Célula vegetal

O NÚCLEO
Estrutura que coordena e comanda todas as funções celulares. Presente em células eucarióticas, o núcleo é deli-
mitado por uma membrana chamada carioteca. Nas células dos procariontes não há núcleo; o material nuclear
encontra-se imerso no citoplasma, formando uma estrutura chamada nucleoide.
No interior do núcleo está o material genético, o DNA. A ele pertencem os genes, que armazenam informa-
ções para o funcionamento das células e, consequentemente, do organismo todo.

MEMBRANA PLASMÁTICA
Todas as células são revestidas por uma película limitante chamada de membrana plasmática, que mantém se-
parada do ambiente externo a estrutura altamente organizada da matéria viva e controla a entrada e saída de
substâncias. Seus componentes mais abundantes são fosfolipídeos, colesterol e proteínas.

O modelo do mosaico fluido


Na membrana plasmática, a disposição das moléculas de lipídeos forma uma camada dupla e contínua, na qual
estão inseridas moléculas de proteína. A dupla camada de fosfolipídeos é fluida e oleosa. Como peças de um
mosaico, as proteínas mudam de posição continuamente. Esse modelo é da autoria dos pesquisadores Singer e
Nicholson, que o nomearam modelo mosaico fluido.

Oligossacarídeo

Colesterol

Glicolipídio

Proteínas integrais Fibras do Proteínas periféricas


citoesqueleto

104
Funções das proteínas na membrana plasmática
Além das muitas e variadas funções que exercem, as proteínas da membrana plasmática atuam preferencialmente
nos mecanismos de transporte; organizam canais pelos quais passam substâncias para dentro e para fora da célula;
receptores da membrana recebem sinais de substâncias que levam mensagem à célula; favorecem a adesão de
células adjacentes em um tecido; ancoram o citoesqueleto.

O exterior da membrana plasmática


As estruturas externas à membrana plasmática são:
§ glicocálix, presente nas células animais; e
§ parede celular, presente em bactérias, cianobactérias, algas, fungos e plantas.

Especializações da membrana plasmática:


§ Microvilosidades são projeções da membrana plasmática, frequentemente digitiformes, ou seja, em forma
de dedo. As microvilosidades ampliam a superfície de contato da membrana plasmática aumentando sua
eficiência para as trocas com o meio extracelular.

O CITOPLASMA
Para os primeiros citologistas, o interior da célula viva era preenchido por um fluido homogêneo e viscoso, no qual
o núcleo estava mergulhado. Porém, posteriormente, descobriu-se que o espaço entre a membrana plasmática e o
núcleo é bem diferente. Há sim uma parte fluida, o citoplasma, também chamado citosol ou hialoplasma, dotado de
organelas ou orgânulos citoplasmáticos, responsáveis por funções específicas no metabolismo da célula eucarionte.
A composição do fluido citoplasmático é de água, proteínas, sais minerais e açúcares. O citosol responde
pela maioria das reações químicas vitais, como a fabricação das moléculas que dão estrutura às células e o arma-
zenamento das substâncias de reserva das células animais – gorduras e glicogênio.

ORGANELAS CITOPLASMÁTICAS
Plasmodesmos Membrana
Membrana plasmática Complexo de Golgi
plasmática
Parede celular Vesículas de Golgi
Cloroplasto
Tilacóides
Granum
Retículo
Vacúolo endoplasmático liso
Vacúolo
Tonoplasto Ribossomos

Mitocôndria

Peroxissomo

Núcleo
Citoplasma
Poro nuclear
Envelope nuclear
Vesículas
membranosas Nucléolo
Retículo
endoplasmático
rugoso

105
Ribossomos
Presentes em células procarióticas e eucarióticas, aparecem isolados no citoplasma ou aderidas ao retículo endo-
plasmático. Promovendo a união de aminoácidos, participam do processo da síntese proteica.

O retículo endoplasmático
Se distinguem dois tipos: rugoso ou granular e retículo liso ou agranular.
§ Retículo endoplasmático rugoso (RER)
Sua função é:
Produção de proteínas: graças aos ribossomos, essas proteínas podem ser exportadas da célula.

§ Retículo endoplasmático liso (REL)


Suas funções são:
Produção de lipídeos: o colesterol é produzido no REL, bem como os hormônios esteroides.
Desintoxicação: nas células do fígado, o REL absorve substâncias tóxicas, modificando-as para facilitar sua
alimentação ou destruindo-as, de modo a não causarem danos ao organismo.
Armazenamento de substâncias: assim como as bolsas do retículo liso armazenam substâncias, os
vacúolos das células vegetais são bolsas membranosas derivadas do retículo.

Vacúolos
Armazenam substâncias e regulam trocas de água na osmose em células vegetais. Em protozoários de água doce,
há vacúolos pulsáteis, também chamados contráteis, cujo papel é de regulação osmótica.

Sistema golgiense
Atua como centro de armazenamento, transformação, empacotamento e remessa de substâncias na célula. Depois
de passarem pelo aparelho de Golgi, muitas substâncias são eliminadas da célula e passam a atuar em diferentes
partes do organismo.
Sua principal tarefa é, portanto, eliminar substâncias que atuam fora da célula, processo genericamente
denominado secreção celular. Além disso, atua na formação do acrossomo do espermatozoide e da lamela média
em células vegetais.

106
Lisossomos
São bolsas membranosas que contêm enzimas, cuja tarefa é digerir substâncias orgânicas. Respondem pela di-
gestão intracelular. Bolsas com partículas capturadas no meio externo, formadas na fagocitose e na pinocitose,

fundem-se aos lisossomos e dão origem a bolsas maiores onde ocorre a digestão.

Exocitose de resíduos
Particula alimentar Meio externo (clasmocitose)
Fagositose

Vacúolo residual

Vacúolo
autofágico
Fagossomo
Vacúolo digestivo
(lisossomo secundário)
Lisossomo
primário

Sistema golgiense

Vacúolos digestivos

Correspondem às bolsas originadas da fusão de lisossomos com fagossomos ou pinossomos, em cujo interior

ocorre digestão pelas enzimas lisossômicas.

Peroxissomos
Contêm enzimas que degradam gorduras e aminoácidos, bem como grandes quantidades da enzima catalase, que

converte o peróxido de hidrogênio (água oxigenada) em água e gás oxigênio.

Glioxissomos
As células das folhas e das sementes em germinação contêm peroxissomos especiais conhecidos como glioxisso-
mos, que atuam no processo de fotossíntese. Nas sementes, eles contribuem para a transformação de ácidos graxos

em substâncias de menor tamanho, que vão converter-se em glicose e ser úteis para o embrião em germinação.

107
Citoesqueleto
Membrana
plasmática Retículo endoplasmático

Microtúbulos

Ribossomas

Mitocôndria
Microfilamentos

A célula animal é cruzada em diferentes direções por um verdadeiro “esqueleto” de fibras de proteínas que lhe
dão consistência e firmeza.
O papel dessa “armação” é substituir na célula animal a falta de uma membrana rígida, como a membrana
celulósica das células vegetais. Entre as fibras proteicas que compõem esse citoesqueleto há microfilamentos de
actina, microtúbulos e filamentos intermediários.

Centríolos
Centrosoma

Centriolos
Microtúbulos

São organelas, mas não são envolvidas por membrana. Participam do progresso de divisão celular. Não há cen-
tríolos nas células de fungos complexos, de plantas superiores (gimnospermas e angiospermas) e de nematoides.
Eles estão na maioria das células animais, algas e vegetais inferiores, como as briófitas (musgos) e pteridófitas
(samambaias).

108
Cílios e flagelos
São estruturas móveis de células de diversos seres vivos, formados decorrentes da modificação e alongamento
de centríolos. Com a tarefa de locomover (paramécio) e remover impurezas (células da traqueia), os cílios são
curtos. Os flagelos são longos e também realizam a locomoção de outros tipos celulares, como de protozoários
(tripanossomo, causador da doença de Chagas) e a do espermatozoide.

MITOCÔNDRIAS
São delimitadas por duas membranas lipoproteicas semelhantes às demais membranas celulares. A externa é lisa e
a interna apresenta inúmeras pregas – cristas mitocondriais –, projetadas para o interior da organela. Dependendo
do tipo de célula, as mitocôndrias variam de dezenas a centenas, e estão presentes em todos os seres eucariontes.

Funções: produzem energia para todas as atividades celulares, através da respiração celular.

C6H12O6 + O2 → 6CO2 + 6H2O + energia

partículas síntetizadora de ATP


espaço intermembranoso
matriz

cristas
ribossomos
grânulos

membrana interna
membrana externa
DNA

O interior das mitocôndrias é preenchido por um fluido denominado matriz mitocondrial, além de enzimas,
DNA, RNA, pequenos ribossomos e substâncias necessárias à fabricação de proteínas. A herança do DNA mito-
condrial se dá a partir do óvulo, pois, durante a fertilização, as mitocôndrias do espermatozoide não penetram no
gameta feminino.
Essa energia é armazenada na molécula de ATP. Portanto, a respiração celular objetiva a produção de
energia.

Plastos
Orgânulos presentes nas células de plantas e de algas. Dependendo do organismo, sua forma e tamanho variam.
Há duas categorias de plastos:
§ cromoplastos (do grego chromos, cor), cujo interior é pigmentado. O frequente nas plantas é o cloro-
plasto, de cor verde, cujo principal componente é a clorofila. Há também os eritroplastos (do grego
eritros, vermelho), que se desenvolvem em frutos maduros de tomate, por exemplo.
§ leucoplastos (do grego leukos, branco) não contêm pigmentos.

109
Cloroplastos
São organelas discoides com duas membranas envolventes e inúmeras membranas internas, formando os tilacoides
(do grego thylakos, bolsa), pequenas bolsas discoidais e achatadas.
Os tilacoides organizam-se uns sobre os outros em estruturas cilíndricas como pilhas de moedas. Cada pilha
é um grão (do latim, granum) e o conjunto de pilhas corresponde à grana.
Membrana externa Tilacoide Lamela
Estroma
Membrana interna
Anel de
DNA

Ribossomo
Glóbulo de lipido
Grânulo de amido

O interior do cloroplasto é preenchido pelo estroma, um fluido viscoso que corresponde à matriz das mito-
côndrias e contém, como elas, DNA, enzimas e ribossomos.
As moléculas de clorofila ficam dispostas organizadamente nas membranas dos tilacoides, de modo a cap-
tarem a luz solar com a máxima eficiência.

Amiloplastos ou grãos de amido


Em certas situações, leucoplastos acumulam significativas quantidades de amido a ponto de ocupar totalmente o
interior da organela, cuja estrutura é conhecida como amiloplasto ou grão de amido.
§ Funções do cloroplasto: produção de moléculas orgânicas de glicose, possível graças à fotossíntese, que
transforma a energia luminosa em energia química.

Teoria da endossimbiose
De acordo com essa teoria, as mitocôndrias descendem de seres procariontes primitivos que se instalaram
no citoplasma das primeiras células eucariontes, afirmam muitos cientistas. Há evidências que reforçam essa hi-
pótese. O material genético contido nas mitocôndrias é mais parecido ao das bactérias do que com o das células
eucariontes em que estão instaladas. Ocorre o mesmo com o processo de síntese de proteínas: os ribossomos mi-
tocondriais são muito semelhantes aos das bactérias e bem diferentes dos do citoplasma das células eucariontes.
Processo similar também teria ocorrido para a origem do cloroplasto. Nesse caso, teria sido a incorporação
de um procarionte autótrofo, responsável por proporcionar à célula vegetal a realização da fotossíntese.

PRODUÇÃO DE ENERGIA EM HETERÓTROFOS


O ATP armazena energia em duas de suas ligações-fosfato:
ATP → ADP + Pi + energia
O processo inverso, ADP + Pi, é realizado para fabricação de ATP e se denomina fosforilação – realizada
por ATPases.
O processo para produção de energia é denominado respiração celular:
C6H12O6 + 602 → 6CO2 + 6H2O + energia (calor)

110
Respiração celular
A respiração celular consiste em três mecanismos: a glicólise, o ciclo de Krebs e a fosforilação oxidativa.

Glicólise

Por ser um processo anaeróbio, também pode ser chamada fermentação. Trata-se basicamente da modificação
gradual da molécula de glicose, realizada por um conjunto de enzimas, que ao final resulta na produção de duas
moléculas de ácido pirúvico (C3H4O3). O saldo da glicólise é 2 ATP a cada molécula de glicose.

Transportadores de elétrons

Ao receberem elétrons e hidrogênios, NAD, NADP+ e FAD, ficam reduzidos.

NAD+ (forma oxidada)  NADH (forma reduzida)


NADP (forma oxidada)  NADPH (forma reduzida)
FAD (forma oxidada)  FADH2 (forma reduzida)

Ciclo de Krebs ou ciclo do ácido cítrico

O ácido pirúvico que resulta da glicólise penetra na mitocôndria, onde se inicia a fase aeróbia da respiração.
De maneira geral, o ciclo de Krebs consiste em uma série de reações enzimáticas e cíclicas – ou seja, que se
repetem –, onde ocorre a liberação gradativa de prótons e elétrons.
Durante o ciclo, são produzidas três moléculas de NADH2, uma de FADH2, duas moléculas de CO2, e uma de
GTP (guanosina trifosfato).

Cadeia respiratória

Ocorre nas cristas mitocondriais. Durante a glicólise e o ciclo de Krebs, a progressiva degradação de glicose teve
como resultado a liberação de íons H+, aceptados por substâncias especiais, o NAD e o FAD, que então se reduziram
a NADH2 e FADH2. Essa etapa também pode ser denominada cadeia transportadora de elétrons.
Devido à energia utilizada para produção de ATP ser decorrente de sucessivas oxidações, diz-se que ocorreu
fosforilação oxidativa.

Participam da cadeia respiratória os seguintes elementos:

§ Aceptores de hidrogênio → NAD e FAD


§ Transportadores de elétrons → citocromos

O oxigênio é o aceptor final de elétrons na respiração aeróbia. No seu balanço energético, o saldo de ATP
está entre 28 e 34 moléculas.

ATP sintase

A teoria que procura explicar a síntese de ATP a partir de energia do gradiente de prótons – da qual participa a
enzima ATP sintase – é conhecida como hipótese quimiosmótica.

111
Fermentação
Alguns seres vivos obtêm energia por meio da oxidação incompleta da glicose sem usar oxigênio. Nesse processo,
chamado de fermentação, a glicólise termina com a produção de apenas dois ATPs. A fermentação é um processo
realizado por micro-organismos, tais como fungos, bactérias, ou até o nosso próprio corpo.
Existem diversos tipos de fermentação; entre eles, podemos citar:
§ Fermentação láctica
Tendo como primeira etapa a glicólise, é um processo microbiano que resulta na produção de ácido lático,
além de outras substâncias.
A importância deste grupo de microrganismos consiste em sua grande utilização na indústria alimentar.
§ Fermentação láctica no músculo
Ocorre quando fazemos um esforço muscular intenso e a quantidade de oxigênio, que chega nos músculos,
não é o suficiente para fornecer toda a energia necessária para a atividade desenvolvida.
§ Fermentação alcoólica
Os fungos (leveduras), normalmente utilizados para produção de vinho e pães, são anaeróbicos facultativos.
As leveduras de cervejaria e padaria e outros organismos que promovem a fermentação alcoólica fermen-
tam a glicose em etanol e CO2.

§ Outros tipos de fermentação


§ Fermentação cítrica;
§ Fermentação butírica;
§ Fermentação acética.
Na ausência de oxigênio, outras moléculas são utilizadas como aceptores de elétrons. Entre aqueles utiliza-
dos por diferentes bactérias estão os compostos nitrogenados, como nitratos, dióxido de carbono, compostos de
enxofre, como sulfatos e sulfitos, ferro e manganês.

BIOTECNOLOGIA E ENGENHARIA GENÉTICA


A Biotecnologia consiste na realização de um conjunto de técnicas que utilizam organismos vivos ou partes deles
(células e moléculas) para a geração de produtos ou processos de utilização específicas.
A Engenharia Genética ou tecnologia do DNA recombinante é uma vertente mais moderna (século XX) da
Biotecnologia, que surgiu devido aos avanços no estudo das estruturas do material genético (DNA).
São áreas de aplicação da Engenharia Genética:
§ indústria farmacêutica;
§ agropecuária;
§ meio ambiente.

MANIPULAÇÃO GENÉTICA
Enzimas de restrição
Atuam na fragmentação de moléculas de DNA sempre em determinados pontos, conhecidos como sítios-alvos,
levando à produção de fragmentos contendo pontas adesivas.
No DNA dos seres vivos os mesmos sítios-alvos se repetem ao longo da molécula, podem ser produzidos vários
fragmentos, que podem se ligar a outras pontas de moléculas de DNA que tenham sido cortadas pela mesma enzima.

112
A técnica do PCR: uma reação em cadeia
Essa técnica é utilizada para fazer milhares de cópias de um único pedaço de DNA.
Replicação Aumento da
desnaturação
do quantidade
do DNA DNA de amostra

DNA submetido a alta temperatura


ou valores extremos de pH separam-se as fitas do DNA

hibridização

fitas de DNA submetidas filamentos de


a resfriamento ou baixo valor de pH DNA pareiam novamente

Sob altas temperaturas ou pH extremos ocorre a separação das fitas de DNA.


Em condições favoráveis, novamente, ocorre a hibridização das fitas.

Eletroforese em gel e a separação dos fragmentos de DNA


Para separar os fragmentos de DNA formados com a ação das enzimas de restrição e, assim, efetuar uma análise
individual de cada um, usamos a técnica de eletroforese em gel.

solução

fonte gel fonte


de de fragmentos
energia energia menores
direção da corrente elétrica

fragmentos
maiores
local para
inserção
das amostras

Na eletroforese em gel, fragmentos maiores movem-se mais lentamente que os menores, separando-se, desse modo,
os fragmentos de DNA, que possuem diferentes tamanhos.

A tecnologia do DNA recombinante


Envolve a união do fragmento de DNA (organismo doador) a uma molécula maior (organismo receptor), na qual é
utilizada a endonuclease de restrição e a DNA ligase. Assim, um determinado gene do genoma humano pode ser
inserido no genoma de uma bactéria, por exemplo, e lá ser amplificado ou mesmo transcrito várias vezes.

113
DNA humano
plasmídio
a enzima de
restrição “corta” bactéria
o DNA cromossomo
bacteriano
célula humana gene humano

a enzima ligase conecta o gene humano ao plasmídio

DNA (plasmídio) recombinante


a bactéria hospedeira incorpora o plasmídio recombinante

clonagem

gene humano clonado proteínas

Uma satisfatória proliferação de bactérias portadoras do DNA recombinante pressupõe que elas sejam inseridas em
meio nutritivo seletivo, a fim de que apenas as portadoras do DNA recombinante cresçam e formem colônias. Depois de
muitas gerações de bactérias, os plasmídeos são retirados e os fragmentos de DNA clonados são isolados. Outra possibilidade
é retirar apenas os produtos de expressão do fragmento de DNA clonado, um hormônio, por exemplo, como a insulina ou
o hormônio do crescimento humano, bem como uma proteína que, isolada, poderá servir para a confecção de uma vacina.
Estão ainda relacionados a técnicas de engenharia genética:
§ bibliotecas de DNA;
§ projeto Genoma;
§ clonagem reprodutiva e terapêutica
A clonagem reprodutiva produz uma “cópia” de um indivíduo existente mediante uma técnica chamada
transferência nuclear, que se baseia na remoção do núcleo de um óvulo que é substituído pelo núcleo de outra
célula (somática-2n). Feita a fusão, as células passam a se diferenciar. Ao alcançar o estado de blastocisto – fase
em que ocorre a implantação do embrião na cavidade uterina –, a massa celular apresenta dois grupos celulares: a
camada externa vai formar a placenta e o saco amniótico; e camada interna dá origem aos tecidos do feto. Passado
o período de gestação, surge um indivíduo com material genético idêntico ao do doador da célula somática.
Clonagem reprodutora
Clonagem reprodutora
Doadora de óvulos
Óvulo

Célula somática Indivíduo


doador do
DNA
Transferência
nuclear
Enucleação

Mórula
Mesmo DNA

Importante
no
útero

Embrião
Clone

114
Em condições naturais, indivíduos idênticos se originam somente quando a massa celular inicial se divide
em duas. Os gêmeos idênticos se originam, portanto, de apenas um zigoto, sendo por isso também chamados de
monozigóticos.
Na clonagem terapêutica, os estágios iniciais são idênticos à clonagem com fins reprodutivos, à exceção
do blastocisto que não é introduzido em um útero, mas utilizado em laboratório como fonte de células-tronco to-
tipotentes destinadas à produção de tecidos ou órgãos para transplante. O objetivo dessa técnica é produzir uma
cópia saudável do tecido ou do órgão de um paciente para transplante.
§ Terapia gênica
Se trata da utilização de genes normais que substituiriam genes alterados causadores de diversas doenças huma-
nas. Esse material genético será introduzido (por um vetor) no indivíduo afetado, com o objetivo de corrigir uma
informação que está errada ou ausente no DNA desse indivíduo, atenuando os sintomas ou ainda o curando.

§ Criação de organismos geneticamente modificados (OGM)


Os transgênicos são organismos geneticamente modificados. Alvos de muita polêmica, são, no entanto,
amplamente utilizados hoje em dia, como a soja e o milho. Possíveis impactos positivos dos OGM:
§ diminui consideravelmente o custo da produção;
§ aumenta as safras;
§ dispensa uso de alguns agroquímicos.
Possíveis impactos negativos dos OGM:
§ desencadear alergia ao consumidor;
§ interação gênica prejudicial no organismo transgênico;
§ aumento de variabilidade – mudança da seleção natural;
§ interações interespecíficas na natureza;
§ surgimento a médio prazo de pragas resistentes;
§ desequilíbrios nos ecossistemas.

FINGERPRINT
Através da comparação de repetições particulares na molécula de DNA, entre suposto pai e filho, pode-se utilizar
essa técnica em teste de paternidade – para tal basta obter amostra de DNA de uma célula nucleada, como células
da raiz de um fio de cabelo ou células sanguíneas (leucócitos).
Para a efetiva determinação da fingerprint, os cientistas recorrem aos VNTR (do inglês, variable number of
tandom repeats), repetições de pequenas sequências de nucleotídeos (entre 15 e 20 bases nitrogenadas) presentes
em trechos do DNA.
2 repetições
3 repetições
4 repetições

A quantidade de repetições em cada gene é bastante variável entre os componentes de uma população. Por
isso, ao comparar cromossomos homólogos de diferentes pessoas, é pouco provável que o número de repetições
seja o mesmo, razão pela qual o VNTR é tido como único para cada um, assim como a impressão digital.

115
Essas repetições podem ser visualizadas pela técnica de eletroforese, que permite a observação de repeti-
ções particulares.

Uso do fingerprint na determinação de paternidade


Um casal com três filhos suspeitou, anos após o nascimento do último filho, que ele tivesse sido trocado por ou-
tro ainda na maternidade. Realizado o fingerprint dos pais e dos três filhos na tentativa de resolver o problema,
obteve-se o seguinte resultado:

Analisados os VNTR de determinado par de cromossomos homólogos do pai, notou-se a existência de cinco
sequências repetidas em um dos cromossomos e quatro em outro. No caso da mãe, há um cromossomo com sete
sequências repetidas e, no homólogo, três repetições.
Ao fazer a análise dos fingerprints dos dois primeiros filhos – da esquerda para a direita – notou-se que o
primeiro tem cinco e três sequências (cinco derivadas do pai e três, da mãe); o segundo filho tem sete e cinco sequ-
ências repetidas (sete provenientes da mãe e cinco provenientes do pai). O resultado permitiu concluir que não houve
troca de nenhum dos dois primeiros filhos. Mas a análise do fingerprint do terceiro filho revela que ele tem seis e duas
repetições, portanto, ele não é filho biológico do casal, uma vez que os pais não apresentam esses VNTR.

USO DE CÉLULAS-TRONCO
Células-tronco são tipos celulares indiferenciados capazes de, a partir de diferenciação, dar origem a outros tipos
de células. As células-tronco embrionárias são encontradas em embriões, têm capacidade de se transformar em
qualquer célula do corpo, razão pela qual são denominadas totipotentes. No corpo há outras células-tronco, que

116
continuam a existir até mesmo na idade adulta. É o caso do tecido hematopoiético, constituinte da medula verme-
lha, que contém células-tronco adultas, diferenciáveis tão somente nessas células e não em outras. Por isso, são
denominadas multipotentes. Atualmente, essas células multipotentes são utilizadas para repor a medula óssea
destruída por quimioterapia ou radioterapia contra o câncer.
Por poderem originar qualquer tipo celular, as células-tronco embrionárias são aquelas mais cotadas para
utilização em pesquisas.
No entanto, apesar de todas as esperanças em torno dos tratamentos com células-tronco, ainda há muito
trabalho a ser feito, muitas pesquisas precisam ser realizadas antes que muitos desses avanços prometidos ou espera-
dos efetivamente possam ser aplicados às necessidades dos indivíduos. Contudo, é inegável que a terapia com essas
células são uma fonte de esperança para milhões de pessoas portadoras, por exemplo, de mal de Parkinson, diabetes,
mal de Alzheimer e câncer. As células-tronco poderão também ser usadas no tratamento de problemas genéticos.
Apesar de poderem crescer em quantidade ilimitada em laboratório, as células embrionárias podem ser
rejeitadas pelo sistema imunológico do paciente depois de transplantadas. Considerando que as células-tronco
adultas oferecem a possibilidade de ser retiradas do próprio paciente, evita-se o risco de rejeição. No entanto, ainda
há dúvidas sobre sua capacidade de transformação em outras células, bem como a produção delas em laboratório
em quantidade necessária ainda é bastante difícil.

117
APLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS - SALA
1. (ENEM) Alguns fatores podem alterar a rapidez das reações químicas. A seguir destacam-se três
exemplos no contexto da preparação e da conservação de alimentos:
I. A maioria dos produtos alimentícios se conserva por muito mais tempo quando submetidos à
refrigeração. Esse procedimento diminui a rapidez das reações que contribuem para a degrada-
ção de certos alimentos.
II. Um procedimento muito comum utilizado em práticas de culinária é o corte dos alimentos para
acelerar o seu cozimento, caso não se tenha uma panela de pressão.
III.Na preparação de iogurtes, adicionam-se ao leite bactérias produtoras de enzimas que aceleram
as reações envolvendo açúcares e proteínas lácteas.
Com base no texto, quais são os fatores que influenciam a rapidez das transformações químicas
relacionadas aos exemplos I, II e III, respectivamente?
a) Temperatura, superfície de contato e concentração.
b) Concentração, superfície de contato e catalisadores.
c) Temperatura, superfície de contato e catalisadores.
d) Superfície de contato, temperatura e concentração.
e) Temperatura, concentração e catalisadores.

2. (ENEM)

DAVIS,J Garfield esta de dieta, Porto Alegre: L&PM, 2006,

A condição física apresentada pelo personagem da tirinha é um fator de risco que pode desenca-
dear doenças como:
a) anemia.
b) beribéri.
c) diabetes.
d) escorbuto.
e) fenilcetonúria.

118
3. (ENEM) Uma indústria está escolhendo uma linhagem de microalgas que otimize a secreção de
polímeros comestíveis, os quais são obtidos do meio de cultura de crescimento. Na figura podem
ser observadas as proporções de algumas organelas presentes no citoplasma de cada linhagem.

Qual é a melhor linhagem para se conseguir maior rendimento de polímeros secretados no meio
de cultura?
a) I
b) II
c) III
d) IV
e) V
4. (ENEM) Para a identificação de um rapaz a) facilitar a ruptura da membrana do ovócito.
vítima de acidente, fragmentos de tecidos b) acelerar sua maturação durante a esperma-
foram retirados e submetidos à extração de togênese.
DNA nuclear, para comparação com o DNA c) localizar a tuba uterina para fecundação do
disponível dos possíveis familiares (pai, avô gameta feminino.
materno, avó materna, filho e filha). Como
d) aumentar a produção de hormônios sexuais
o teste com o DNA nuclear não foi conclusi-
vo, os peritos optaram por usar também DNA masculinos.
mitocondrial, para dirimir dúvidas. e) fornecer energia para sua locomoção.
Para identificar o corpo, os peritos devem
verificar se há homologia entre o DNA mi- 6. (ENEM) A cárie dental resulta da atividade
tocondrial do rapaz e o DNA mitocondrial de bactérias que degradam os açúcares e os
do(a): transformam em ácidos que corroem a porção
a) pai. mineralizada dos dentes. O flúor, juntamente
b) filho. com o cálcio e um açúcar chamado xilitol, age
c) filha. inibindo esse processo. Quando não se esco-
d) avó materna. vam os dentes corretamente e neles acumu-
e) avô materno. lam-se restos de alimentos, as bactérias que
vivem na boca aderem aos dentes, formando
5. (ENEM) Mitocôndrias são organelas citoplas- a placa bacteriana ou biofilme. Na placa, elas
máticas em que ocorrem etapas do processo transformam o açúcar dos restos de alimentos
de respiração celular. Nesse processo, molé- em ácidos, que corroem o esmalte do dente
culas orgânicas são transformadas e, junta- formando uma cavidade, que é a cárie. Vale
mente com o O2, são produzidos CO2 e H2O, lembrar que a placa bacteriana se forma mes-
liberando energia, que é armazenada na cé- mo na ausência de ingestão de carboidratos
lula na forma de ATP. fermentáveis, pois as bactérias possuem po-
Na espécie humana, o gameta masculino (es- lissacarídeos intracelulares de reserva.
permatozoide) apresenta, em sua peça in- Disponível em: http://www.diariodasaude.com.br. Acesso
termediária, um conjunto de mitocôndrias, em: 11 ago. 2010 (adaptado).
cárie 1. destruição de um osso por corrosão progressiva.
cuja função é: * cárie dentária: efeito da destruição da estrutura dentária
por bactérias.
HOUAISS, Antônio. Dicionário eletrônico. Versão
1.0. Editora Objetiva, 2001 (adaptado).

119
A partir da leitura do texto, que discute as
causas do aparecimento de cáries, e da sua
relação com as informações do dicionário,
conclui-se que a cárie dental resulta, prin-
cipalmente, de:
a) falta de flúor e de cálcio na alimentação di-
ária da população brasileira.
b) consumo exagerado do xilitol, um açúcar, na
dieta alimentar diária do indivíduo.
c) redução na proliferação bacteriana quando a
saliva é desbalanceada pela má alimentação.
d) uso exagerado do flúor, um agente que em
alta quantidade torna-se tóxico à formação
dos dentes.
e) consumo excessivo de açúcares na alimen-
tação e má higienização bucal, que contri-
buem para a proliferação de bactérias.

RAIO X
1. São fatores que aceleram a velocidade das rea-
ções químicas: aumento da temperatura e da su-
perfície de contato e a presença de catalisadores.
2. A obesidade e o sedentarismo podem desen-
cadear o desenvolvimento do diabetes, do-
ença caracterizada por hiperglicemia.
3. A linhagem I é a melhor para se conseguir o
maior rendimento de polímeros secretados
no meio de cultura, por apresentar o maior
percentual de complexo golgiense.
4. Os peritos devem verificar se há homologia en-
tre o DNA mitocondrial do rapaz e o DNA mito-
condrial de sua avó materna. As mitocôndrias
são organelas herdadas pela linhagem matrili-
near, por meio do citoplasma do óvulo.
5. As mitocôndrias localizadas na peça inter-
mediária dos espermatozoides realizam a
oxidação de compostos orgânicos. A energia
liberada nesse processo é armazenada na
molécula de ATP e disponibilizada para a lo-
comoção do gameta masculino em direção ao
gameta feminino.
6. O consumo exagerado de açúcares e a má hi-
gienização bucal são as principais causas da
cárie dentária.

GABARITO
1. C 2. C 3. A 4. D 5. E
6. E

120
Prescrição: Serão necessários conhecimentos sobre algumas das principais moléculas orgânicas
componentes dos seres vivos (suas fontes e funções), componentes e mecanismos celulares (em
particular a respeito da produção de energia a partir da oxidação de moléculas orgânicas) e con-
ceitos de biotecnologia e engenharia genética. Também será requerida a interpretação de gráficos
de acordo com contextos introdutórios.

PRÁTICA DOS 3. (ENEM) Na década de 1940, na Região Centro-


-Oeste, produtores rurais, cujos bois, porcos,

CONHECIMENTOS - E.O. aves e cabras estavam morrendo por uma pes-


te desconhecida, fizeram uma promessa, que
consistiu em não comer carne e derivados até
1. (ENEM) A fabricação de cerveja envolve a que a peste fosse debelada. Assim, durante
atuação de enzimas amilases sobre as mo- três meses, arroz, feijão, verduras e legumes
léculas de amido da cevada. Sob temperatu- formaram o prato principal desses produtores.
ra de cerca de 65°C, ocorre a conversão do O Hoje, 15 out 2011 (adaptado).
amido em maltose e glicose. O caldo obtido
(mosto) é fervido para a inativação das en- Para suprir o deficit nutricional a que os
zimas. Após o resfriamento e a filtração, são produtores rurais se submeteram durante o
adicionados o lúpulo e a levedura para que período da promessa, foi importante eles te-
ocorra a fermentação. A cerveja sofre matu- rem consumido alimentos ricos em:
a) vitaminas A e E.
ração de 4 a 40 dias, para ser engarrafada e
b) frutose e sacarose.
pasteurizada.
c) aminoácidos naturais.
PANEK, A. D. Ciência Hoje, São Paulo, v.
47, n. 279, mar. 2011 (adaptado).
d) aminoácidos essenciais.
e) ácidos graxos saturados.
Dentre as etapas descritas, a atividade bioló-
gica no processo ocorre durante o(a): 4. (ENEM) O arroz-dourado é uma planta transgê-
a) filtração do mosto. nica capaz de produzir quantidades significati-
b) resfriamento do mosto. vas de betacaroteno, que é ausente na varieda-
c) pasteurização da bebida. de branca. A presença dessa substância torna os
d) fermentação da maltose e da glicose. grãos amarelados, o que justifica seu nome.
e) inativação enzimática no aquecimento. A ingestão dessa variedade geneticamente modifi-
cada está relacionada à redução da incidência de:
2. (ENEM) Segundo a teoria evolutiva mais a) fragilidade óssea.
aceita hoje, as mitocôndrias, organelas celu- b) fraqueza muscular.
lares responsáveis pela produção de ATP em c) problemas de visão.
d) alterações na tireoide.
células eucariotas, assim como os cloroplas-
e) sangramento gengival.
tos, teriam sido originados de procariontes
ancestrais que foram incorporados por célu-
las mais complexas. 5. (ENEM) Os efeitos do exercício físico na redução
Uma característica da mitocôndria que sus- de doenças cardiovasculares são bem conheci-
tenta essa teoria é a: dos, aumentando, por exemplo, a tolerância a
infartos em comparação com indivíduos seden-
a) capacidade de produzir moléculas de ATP.
tários. Visando ganho de força, de massa mus-
b) presença de parede celular semelhante à de
cular e perda de gordura, verifica-se o uso de
procariontes.
anabolizantes por alguns esportistas. Em uma
c) presença de membranas envolvendo e sepa-
pesquisa com ratos, confirmou-se a melhora da
rando a matriz mitocondrial do citoplasma.
condição cardíaca em resposta ao exercício, mas
d) capacidade de autoduplicação dada por DNA verificou-se que os efeitos benéficos do exercí-
circular próprio semelhante ao bacteriano. cio físico são prejudicados pelo uso de anabo-
e) presença de um sistema enzimático eficiente lizantes, como o decanoato de nandrolona, au-
às reações químicas do metabolismo aeróbio. mentando a área cardíaca afetada pelo infarto.
CHAVES, E. A. et al. Cardioproteção induzida
pelo exercício é prejudicada pelo tratamento com
anabolizante decanoato de nandrolona. Brazilian
Journal of Biomotricity, v. 1, n. 3, 2007 (adaptado).

121
Qual gráfico representa os resultados desse estudo? produção até seu destino final. Esses ensaios
a) foram muito empregados para estudo e ca-
racterização de células secretoras.
Após esses ensaios de radioatividade, qual
gráfico representa a evolução temporal da
produção de proteínas e sua localização em
uma célula secretora?

a)

b)

b)

c)

c)

d)

d)

e)
e)

7. (ENEM) Normalmente, as células do organis-


mo humano realizam a respiração aeróbica,
6. (ENEM) Muitos estudos de síntese e endere- na qual o consumo de uma molécula de gli-
çamento de proteínas utilizam aminoácidos cose gera 38 moléculas de ATP. Contudo em
marcados radioativamente para acompanhar condições anaeróbicas, o consumo de uma
as proteínas, desde fases iniciais de sua molécula de glicose pelas células é capaz de
gerar apenas duas moléculas de ATP.

122
mantendo entropia em apuros, em ciclos
variáveis noturnos e diurnos. Contudo, ra-
ramente ela nos acende, apesar de sua for-
nalha consumi-la. Sua origem? Microbiana,
supomos. Julga-se adaptada às células euca-
riontes, considerando-se como escrava – uma
serva a serviço de nossa verdadeira evolução.
McMURRAY, W. C. The traveler. Trends in
Biochemical Sciences, 1994 (adaptado).

A organela celular descrita de forma poética


no texto é o(a):
Qual curva representa o perfil de consumo
a) centríolo.
de glicose, para manutenção da homeostase
de uma célula que inicialmente está em uma b) lisossomo.
condição anaeróbica e é submetida a um au- c) mitocôndria.
mento gradual de concentração de oxigênio? d) complexo golgiense.
a) 1. e) retículo endoplasmático liso.
b) 2.
c) 3. 11. (ENEM 2ª aplicação 2016) O paclitaxel é um
d) 4. triterpeno poli-hidroxilado que foi original-
e) 5. mente isolado da casca de Taxus brevifolia,
árvore de crescimento lento e em risco de
8. (ENEM) extinção, mas agora é obtido por rota quími-
ca semissintética. Esse fármaco é utilizado
como agente quimioterápico no tratamento
de tumores de ovário, mama e pulmão. Seu
mecanismo de ação antitumoral envolve sua
ligação à tubulina, interferindo na função
dos microtúbulos.
KRETZER, I. F. Terapia antitumoral combinada de derivados
do paclitaxel e etoposídeo associados à nanoemulsão lipídica
rica em colesterol – LDE.
Disponível em: www.teses.usp.br. Acesso
em: 29 fev. 2012 (adaptado).

A charge retrata um comportamento recor- De acordo com a ação antitumoral descrita,


rente nos dias atuais: a insatisfação das pes- que função celular é diretamente afetada
soas com o peso. No entanto, do ponto de pelo paclitaxel?
vista orgânico, o peso corporal se torna um a) Divisão celular.
problema à saúde quando: b) Transporte passivo.
a) estimula a adesão à dieta. c) Equilíbrio osmótico.
b) aumenta conforme a idade. d) Geração de energia.
c) expressa a inatividade da pessoa. e) Síntese de proteínas.
d) provoca modificações na aparência.
e) acomete o funcionamento metabólico.
12. (ENEM) Investigadores das Universidades de
Oxford e da Califôrnia desenvolveram uma
9. Celulose, esteroides, RNA e albumina são variedade de Aedes aegypti geneticamen-
exemplos dos seguintes tipos de moléculas te modificada que é candidata para uso na
orgânicas, respectivamente: busca de redução na transmissão do vírus da
a) proteína, carboidratos, lipídio, ácido nucleico. dengue. Nessa nova variedade de mosquito,
b) carboidrato, lipídios, ácido nucleico, proteína. as fêmeas não conseguem voar devido à in-
terrupção do desenvolvimento do músculo
c) carboidrato, proteínas, ácido nucleico, lipídio.
das asas. A modificação genética introduzida
d) lipídio, carboidratos, proteína, ácido nucleico. é um gene dominante condicional, isso é, o
e) proteína, carboidratos, ácido nucleico, lipídio. gene tem expressão dominante (basta ape-
nas uma cópia do alelo) e este só atua nas
10. (ENEM 2ª aplicação 2016) Companheira viajante fêmeas.
Suavemente revelada? Bem no interior de FU, G. et al. Female-specific hightiess phenotype for
nossas células, uma clandestina e estranha mosquito control. PNAS 107 (10): 4550-
4554, 2010.
alma existe. Silenciosamente, ela trama e
aparece cumprindo seus afazeres domésti-
cos cotidianos, descobrindo seu nicho es-
pecial em nossa fogosa cozinha metabólica,

123
Prevê-se, porém, que a utilização dessa va- 15. (ENEM) Não é de hoje que o homem cria, arti-
riedade de Aedes aegypti demore ainda anos ficialmente, variedades de peixes por meio da
para ser implementada, pois há demanda hibridação. Esta é uma técnica muito usada
de muitos estudos com relação ao impacto pelos cientistas e pelos piscicultores porque
ambiental. A liberação de machos de Aedes os híbridos resultantes, em geral, presentam
aegypti dessa variedade geneticamente mo- maior valor comercial do que a média de am-
dificada reduziria o número de casos de den- bas as espécies parentais, além de reduzir a
gue em uma determinada região porque: sobrepesca no ambiente natural.
a) diminuiria o sucesso reprodutivo desses ma- Terra da Gente, ano 4, n.º 47, mar, 2008 (adaptado).
chos transgênicos.
b) restringiria a área geográfica de voo dessa Sem controle, esses animais podem invadir
espécie de mosquito. rios e lagos naturais, se reproduzir e:
c) dificultaria a contaminação e reprodução do a) originar uma nova espécie poliploide.
vetor natural da doença. b) substituir geneticamente a espécie natural.
d) tomaria o mosquito menos resistente ao c) ocupar o primeiro nível trófico no hábitat
agente etiológico da doença. aquático.
e) dificultaria a obtenção de alimentos pelos d) impedir a interação biológica entre as espé-
machos geneticamente modificados. cies parentais.
e) produzir descendentes com o código genéti-
13. (ENEM) A utilização de células-tronco do co modificado.
próprio indivíduo (autotransplante) tem
apresentado sucesso como terapia medicinal 16. (ENEM) Um instituto de pesquisa norte-
para a regeneração de tecidos e órgãos cujas -americano divulgou recentemente ter cria-
células perdidas não têm capacidade de re- do uma “célula sintética”, uma bactéria
chamada de Mycoplasma mycoides. Os pes-
produção, principalmente em substituição
quisadores montaram uma sequência de nu-
aos transplantes, que causam muitos proble-
cleotídeos, que formam o único cromossomo
mas devido à rejeição pelos receptores. dessa bactéria, o qual foi introduzido em ou-
O autotransplante pode causar menos pro- tra espécie de bactéria, a Mycoplasma capri-
blemas de rejeição quando comparado aos colum. Após a introdução, o cromossomo da
transplantes tradicionais, realizados entre M. capricolum foi neutralizado e o cromosso-
diferentes indivíduos. Isso porque as: mo artificial da M. mycoides começou a ge-
a) células-tronco se mantém indiferenciadas após renciar a célula, produzindo suas proteínas.
sua introdução no organismo do receptor. GILBSON et al. Creation of a Bacterial Cell
b) células provenientes de transplantes entre Controlled by a Chemically synthesized Genome.
diferentes indivíduos envelhecem e morrem Science v. 329, 2010 (adaptado).
rapidamente.
c) células-tronco, por serem doadas pelo pró- A importância dessa inovação tecnológica
prio indivíduo receptor, apresentam mate- para a comunidade científica se deve à:
rial genético semelhante. a) possibilidade de sequenciar os genomas de
d) células transplantadas entre diferentes indi- bactérias para serem usados como receptoras
víduos se diferenciam em tecidos tumorais de cromossomos artificiais.
no receptor.
b) capacidade de criação, pela ciência, de novas
e) células provenientes de transplantes con-
vencionais não se reproduzem dentro do formas de vida, utilizando substâncias como
corpo do receptor. carboidratos e lipídios.
c) possibilidade de produção em massa da bac-
14. (ENEM) O milho transgênico é produzido a téria Mycoplasma capricolum para sua dis-
partir da manipulação do milho original, tribuição em ambientes naturais.
com a transferência, para este, de um gene d) possibilidade de programar geneticamente
de interesse retirado de outro organismo de microrganismos ou seres mais complexos
espécie diferente. para produzir medicamentos, vacinas e bio-
A característica de interesse será manifesta- combustíveis.
da em decorrência: e) capacidade da bactéria Mycoplasma caprico-
a) do incremento do DNA a partir da duplicação lum de expressar suas proteínas na bactéria
do gene transferido. sintética e estas serem usadas na indústria.
b) da transcrição do RNA transportador a partir
do gene transferido.
c) da expressão de proteínas sintetizadas a
partir do DNA não hibridizado.
d) da síntese de carboidratos a partir da ativa-
ção do DNA do milho original.
e) da tradução do RNA mensageiro sintetizado
a partir do DNA recombinante.

124
17. (ENEM) A estratégia de obtenção de plantas
transgênicas pela inserção de transgenes em GABARITO
cloroplastos, em substituição à metodologia 1. D 2. D 3. D 4. C 5. B
clássica de inserção do transgene no núcleo
da célula hospedeira, resultou no aumento 6. C 7. E 8. E 9. B 10. C
quantitativo da produção de proteínas re- 11. A 12. C 13. C 14. E 15. B
combinantes com diversas finalidades bio- 16. D 17. B 18. E
tecnológicas. O mesmo tipo de estratégia
poderia ser utilizada para produzir proteí-
nas recombinantes em células de organismos
eucarióticos não fotossintetizantes, como as
leveduras, que são usadas para produção co-
mercial de várias proteínas recombinantes
e que podem ser cultivadas em grandes fer-
mentadores.
Considerando a estratégia metodológica des-
crita, qual organela celular poderia ser utiliza-
da para inserção de transgenes em leveduras?
a) Lisossomo
b) Mitocôndria
c) Peroxissomo
d) Complexo golgiense
e) Retículo endoplasmático

18. (ENEM) Em 1999, a geneticista Emma Whi-


telaw desenvolveu um experimento no qual
ratas prenhes foram submetidas a uma dieta
rica em vitamina B12, ácido fólico e soja. Os
filhotes dessas ratas, apesar de possuírem o
gene para obesidade, não expressaram essa
doença na fase adulta. A autora concluiu que
a alimentação da mãe, durante a gestação,
silenciou o gene da obesidade. Dez anos de-
pois, as geneticistas Eva Jablonka e Gal Raz
listaram 100 casos comprovados de traços
adquiridos e transmitidos entre gerações de
organismos, sustentando, assim, a epigené-
tica, que estuda as mudanças na atividade
dos genes que não envolvem alterações na
sequência do DNA.
A reabilitação do herege. Época, nº 610, 2010 (adaptado).

Alguns cânceres esporádicos representam


exemplos de alteração epigenética, pois são
ocasionados por:
a) aneuploidia do cromossomo sexual X.
b) polipoidia dos cromossomos autossômicos.
c) mutação em genes autossômicos com ex-
pressão dominante.
d) substituição no gene da cadeia beta da he-
moglobina.
e) inativação de genes por meio de modifica-
ções das bases nitrogenadas.

125
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 11 e 12

Competências 1, 4, 5, 7 e 8
Habilidades 2, 3, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 24, 28,
29 e 30

BREVIÁRIO

ÁCIDOS NUCLEICOS
Juntos, os ácidos nucleicos são responsáveis por controlar o funcionamento das células.

Estrutura dos ácidos nucleicos


Os ácidos nucleicos são moléculas gigantes (macromoléculas), formadas por unidades monoméricas menores co-
nhecidas como nucleotídeos. Cada nucleotídeo, por sua vez, é formado por três unidades:

Fosfato
Nucleosídeo

Base nitrogenada
Pentose
Nucleotídeo

Existem cinco tipos de bases nitrogenadas: adenina (A), guanina (G), citosina (C), timina (T) e uracila (U). As
duas primeiras são denominadas bases púricas. As outras são denominadas bases pirimídicas.
Os ácidos nucleicos são classificados em: ácido desoxirribonucleico (DNA ou ADN) e ácido ribonucleico (RNA
ou ARN).
Principais diferenças entre DNA e RNA
DNA RNA
Adenina (A) Adenina (A)
Bases púricas
Guanina (G) Guanina (G)
Citosina (C) Citosina (C)
Bases pirimídicas
Timina (T) Uracila (U)
Pentoses Desoxirribose Ribose
Replicação Capacidade de autorreplicação Dependente do DNA
Números de fitas Dupla fita Fita simples

127
DNA: MODELO DE DUPLA-HÉLICE
As duas cadeias de nucleotídeos do DNA são unidas uma à outra por ligações chamadas de pontes de hidrogênio,
que se formam entre as bases nitrogenadas de cada fita. As ligações entre bases nitrogenadas de uma mesma fita
são denominadas ligações fosfodiester.
O pareamento de bases ocorre de maneira precisa: uma base púrica se liga a uma pirimídica – adenina (A)
de uma cadeia pareia com a timina (T) da outra e guanina (G) pareia com citosina (C). O emparelhamento é sempre
feito entre A e T por meio de duas pontes de hidrogênio; C e G por meio de três pontes de hidrogênio.
Por causa desse emparelhamento obrigatório, a sequência de bases de um filamento determina a sequência
do outro. Se em um filamento houver a sequência AATCCATGT, no outro a sequência complementar será TTAGG-
TACA.
Função da molécula de DNA: controle da atividade celular. Apesar de as moléculas de DNA serem
geralmente longas, são trechos dessa molécula, denominados genes, que armazenam as informações hereditárias.

§ Cromatina
É um conjunto de fios formados por uma longa molécula de DNA associada a moléculas de histonas, um
tipo especial de proteína. Há cromatinas mais e menos enroladas. Para assinalar essas diferenças, foi criado
o termo heterocromatina, referente àquela mais enrolada. O restante do material cromossômico, de con-
sistência mais frouxa, foi denominado eucromatina – tida como geneticamente ativa, na qual os genes
estão sendo expressos.
forma de colar
Cromatina em

nucleossomos

nucleossomos
empacotados

empacotados

Cromossomo
condensados

em metáfase
Dupla-hélice

em espiral
de contas
Fibra de

Fibra de
de DNA

Espirais

2 mm 11 mm 30 mm 300 mm 700 mm 1.400 mm

1 2 3 4 5

§ Cromossomos da célula interfásica


O período de vida da célula em que ela não está em processo de divisão é denominado intérfase. A cro-
matina da célula interfásica é uma massa de filamentos chamados cromossomos. Se fosse possível separar
um a um os cromossomos de uma célula interfásica humana, seriam obtidos 46 filamentos, longos e finos.

A replicação do DNA
A replicação do DNA é semiconservativa, isto é, que metade da molécula original se conserva íntegra em cada uma
das duas moléculas-filhas.

128
DNA primasa
DNA ligasa Cebador
DNA polimerase

3’
Cadena
retrasada 3’
5’
fragmento de Okazaki
5’ 5’
Cadena
adelantada
Topoisomerasa
DNA polimerasa
Helicasa
Proteínas de Unión
a Cadena Simple (ssb)

Replicação do DNA

§ A ação da enzima DNA polimerase


Hoje, sabe-se que há diversas enzimas envolvidas no processo de replicação do DNA. Certas enzimas de-
semparelham as duas cadeias de DNA, abrindo a molécula. Outras desenrolam a hélice dupla, e há, ainda,
aquelas que adicionam os nucleotídeos à nova fita. A enzima que promove a ligação dos nucleotídeos é
conhecida como DNA polimerase, pois sua função é construir um polímero de nucleotídeos.
§ DNA ⇒ RNA
A mensagem contida no DNA deve, inicialmente, ser passada para moléculas de RNA que, por sua vez,
orientarão a síntese de proteínas.

O código genético
O código genético do DNA se expressa por trincas de bases, que foram denominadas códons. Cada códon, formado
por três bases nitrogenadas, corresponde a um certo aminoácido.
A correspondência entre o trio de bases do DNA, o trio de bases do RNA e os aminoácidos por eles especi-
ficados constitui o “código genético”.
Molécula de
DNA

Gene 2

Gene 3

Hélio de DNA
ativa U C C A A A C C G A G T

Transcrição

U G G U U U G G C U C A
RNAm
Códon
Tradução

Proteína Trp Phe Gly Ser


Aminoácidos

Dizemos que o código genético é universal, pois em todos os organismos da Terra atual ele funciona da
mesma maneira, quer seja em bactérias, em uma cenoura ou no Homem.

Diz-se que o código genético é degenerado porque cada “palavra” (entenda-se aminoácido) pode ser espe-
cificada por mais de uma trinca.

129
Genoma
É o conjunto de moléculas haploides de DNA de uma espécie. O genoma da espécie Homo sapiens (humanos) é
composto por 23 cromossomos, que são divididos em autossomos (células de ambos sexos) e sexuais (variam entre
os sexos). Portanto, um indivíduo 2n possui 2 genomas.

RNA
As moléculas de RNA são constituídas por uma sequência de ribonucleotídeos, formando uma cadeia (fita) simples.
Existem três tipos básicos de RNA: o RNA ribossômico, representado por RNAr (ou rRNA), o RNA men-
sageiro, representado por RNAm (ou mRNA) e o RNA transportador, representado por RNAt (ou tRNA).

Síntese de proteínas
Transcrição da informação genética

Cadeia polipeptídica em crescimento

Grande subunidade ribossômica

tRNA

mRNA Pequena subunidade ribossômica


Ribossomo atuando
Ribossomo nasíntese
atuando na sintese de proteínas
de proteínas

Um trecho da molécula de DNA serve de molde para a fabricação de RNAm, o gene. Com o fim da transcri-
ção, as duas fitas de DNA se unem novamente, refazendo-se a dupla-hélice.

Considerando-se as diferenças quanto às bases, entre DNA e RNA, temos:

Imaginando um segmento hipotético de um filamento de DNA com a sequência de bases:


DNA - ATGCCGAAATTTGCG

O segmento de RNAm formado na transcrição terá a sequência de bases:


RNA - UACGGCUUUAAACGC

130
Tradução: síntese de proteínas.

O
3’
O − C − CHR Aminoácido
Ligação NH3-
éster 5’

RNAt

Códon
Pareamento
intra-molecular

5’ 3’
Anticódon
1 códon = 1 aminoácido

Resumo geral da síntese proteica


Um gene de DNA é transcrito, formando-se um RNAm, que quando encaminhado ao ribossomo terá suas informa-
ções traduzidas em uma molécula de proteína.
Deste modo, o DNA controla a atividade celular, armazenando as informações para síntese de uma proteína.

RNAt
DNA

Ribossomo

RNAm

Proteína

RNAt + aminoácidos

EXPRESSÃO GÊNICA
Cada trecho do DNA que codifica para uma proteína é denominado gene. Em geral, todas as células de um orga-
nismo têm o mesmo conjunto de instruções genéticas. O que diferencia cada uma delas ou cada grupo de células,
que formam tecidos, é a expressão gênica. A partir dela cada célula produz o necessário, no momento adequado.
Portanto, ocorre uma variação em relação aos genes ativos e inativos.
Através de alterações na cromatina, caracterizando a epigenética, a expressão de um gene pode ser al-
terada. No entanto, essas modificações não envolvem mudanças nas sequências de nucleotídeos do DNA, são
reversíveis e influenciadas por fatores ambientais.

131
MUTAÇÕES
Mutação é uma alteração no material genético. Há dois tipos de mutação, a gênica e a cromossômica, sendo que
esta última é conhecida como aberração cromossômica.
A mutação gênica é a alteração no gene, devido a mudanças na frequência das bases nitrogenadas do DNA.
A mutação cromossômica é a mudança no número ou na estrutura dos cromossomos.

Mutações gênicas
Podem ser mutações por adição, deleção ou substituição de bases. No esquema estão exemplificadas cadeias
normais de bases nitrogenadas e resultantes de adição e deleção da base timina. Observe que a sequência de
aminoácidos é afetada, o que, consequentemente, afetará também a proteína formada.

Adição T Deleção T
DNA: AGA TGA CGG TTT GCA (original)
AGT ATG ACG GTT TGC A AGA GAC GGT TTG CA
RNAm: UCU ACU GCC AAA GCU
UCA UAC UGC CAA ACG UCU CUG CCA AAC GU
Proteína: ser tre ala lis arg
ser tir cis glu tre ser leu pro asn

Na substituição, por sua vez, ocorre a troca de uma base por outra. Caso clássico dessa condição é a que
resulta em hemácias falciformes (com formato de foice). Observe:

Hemácia
Hemácia
normal
falciforme

Cadeia beta da hemoglobina


de hemácia falciforme

GGA CTC CTC GGA CAC CTC


CCT GAG GGA CCT GTG GAG

Pro Glu Glu Pro Val Glu

Hemácia normal Hemácia falciforme

Note a substituição de timina por adenina, que levará a troca – no RNAm – de aminoácido glutâmico pela
valina. A hemácia com formato de foice possui menor capacidade de transporte de gases – pois sua molécula de
hemoglobina foi alterada – o que leva a prejuízos no metabolismo da pessoa afetada.

Mutações cromossômicas numéricas


§ Euploidia: alterações lotes, haploides, cromossômicos inteiros. Se a quantidade de cromossomos for de
três ou mais lotes cromossômicos completos, serão chamados poliploidias – comuns em vegetais.
§ Aneuploidias: são as mais comuns e geralmente decorrem da falta de um cromossomo ou da presença
de um extra.

132
Aneuploidias autossômicas

Síndrome é um conjunto de sinais e sintomas que caracterizam uma doença.


Síndrome de Down (mongolismo): trissomia do 21
Síndrome de Edwards: trissomia do 18
Síndrome de Patau: trissomia do 13

Aneuploidias em cromossomos sexuais


Nome comum Tipo de aneuploidia Fórmula cromossômica
Síndrome de Turner monossomia 44A + X0 (óvulo sem X + espermatozoide com X)
Síndrome de Klinefelter trissomia 44A + XXY (óvulo com XX + espermatozoide com Y)
Síndrome do triplo X trissomia 44A + XXX (óvulo com XX + espermatozoide com X)
Síndrome do duplo Y trissomia 44A + XYY (óvulo com X + espermatozoide com YY)
44A + Y0 (óvulo sem X + espermatozoi-
Ausência de X monossomia
de com Y) – indivíduo inviável

Mutações cromossômicas estruturais


São de quatro tipos: deficiência, duplicação, inversão e translocação (veja a figura abaixo).

GENÉTICA: CONCEITOS FUNDAMENTAIS


Cromossomos homólogos
Em princípio, é possível identificar nos organismos multicelulares dois tipos de células: as somáticas e as reprodu-
toras (gametas). Somáticas são as que formam o corpo e as reprodutoras são destinadas à perpetuação da espécie
através da reprodução sexuada.

133
Regularmente, os cromossomos ocorrem aos pares nas células somáticas (células diploides ou 2n), são dotados de
genes para as mesmas características e são denominados cromossomos homólogos. Os gametas, células de reprodução,
apresentam apenas um cromossomo de cada par de homólogos, razão pela qual são denominadas células haploides ou n.
O número de cromossomos é típico e constante em cada espécie de ser vivo.

Células diploides e haploides


Na espécie humana, as células somáticas contêm 46 cromossomos distribuídos em 23 pares. Ao sofrer mitose,
cada uma delas dá origem a outras duas com 46 cromossomos, mantendo, portanto, o número de cromossomos da
célula inicial. No processo de formação de gametas, por meiose uma célula inicial diploide com 46 cromossomos dá
origem a quatro células com metade do número de cromossomos da célula inicial, isto é, 23 cromossomos, como
consequência da separação das cromátides irmãs na divisão celular.
Na fecundação, um óvulo com 23 cromossomos une-se a um espermatozoide com 23 cromossomos, resta-
belecendo o número de cromossomos da espécie: 46.

Genótipo e fenótipo
O genótipo é a constituição genética de um organismo, isto é, o conjunto de genes alelos que o descendente recebe dos pais.
O fenótipo se trata da manifestação do genótipo, como características morfológicas, fisiológicas ou compor-
tamentais. Resulta da interação do genótipo com o meio ambiente.
Note que diferentes genótipos podem ter o mesmo fenótipo devido à existência da dominância.

Homozigotos e heterozigotos
Quando os genes alelos são os mesmos, diz-se que o organismo é homozigoto. Quando os genes de um par são
diferentes, o organismo é heterozigoto.

OS TRABALHOS DE MENDEL
Nos esquemas estão representados os cruzamentos realizados por Mendel com relação ao caráter da cor da se-
mente em ervilhas.
variedade variedade
amarela verde
geração “pura” “pura”
parental (P): VV X vv

gametas: V V v v

F1: Vv Vv Vv Vv

todas amarelas “híbridas” Vv


variedade variedade
amarela amarela
autofecundação “híbrida” “híbrida”
de F1: Vv X Vv

gametas: V v V v

F1: VV Vv Vv vv

3 amarelas 1 verde

134
A primeira lei de Mendel
A primeira lei de Mendel também é chamada de lei da segregação dos fatores, em uma referência à separação dos pa-
res de cromossomos na formação dos gametas. Os genes alelos são variações de genes, que atuam na determinação
do mesmo caráter. Estão presentes no mesmo loci (localização do gene no cromossomo) de cromossomos homólogos.
O enunciado da primeira lei de Mendel se resume a: “cada característica é determinada por dois fatores que
se separam na formação dos gametas, onde ocorrem em dose simples”.

Quadro de cruzamentos (quadrado de Punnett)

Uma forma de verificar os possíveis descentes originados de um cruzamento é montar um quadro, no qual as colu-
nas e as linhas correspondam aos tipos de gametas masculinos e femininos, conforme exemplo:

Gametas paternos
Gametas maternos V v
V VV Vv
v Vv vv

§ VV e vv => homozigotos
§ Vv => heterozigotos

CRUZAMENTO-TESTE
Quando desejamos descobrir o genótipo de um indivíduo de fenótipo dominante, podemos recorrer ao cruzamento-teste.
Nele um indivíduo de fenótipo dominante, cujo genótipo queremos conhecer, é cruzado com um homozigoto recessivo.
A_ × aa

HEREDOGRAMA
indivíduo do sexo indivíduo de sexo
masculino desconhecido cruzamento
consanguíneo
indivíduo com com descendentes
indivíduo do sexo ou
feminino alguma anomalia

criança
cruzamento com irmãos
descendentes

Um caráter é condicionado por genes recessivos, quando pais de mesmo fenótipo têm descendentes com fenótipo
diferente do deles.

PROBABILIDADE
Probabilidade (P) é o resultado da divisão do número de vezes que um evento esperado pode ocorrer (r) pelo nú-
mero total de resultados possíveis (n).
P = r __ n

135
Probabilidade de ocorrência de dois ou mais: a regra do “ou”
Quando os eventos são mutuamente excludentes, a probabilidade da ocorrência de qualquer um deles é a soma
de suas probabilidades individuais.
Assim, no exemplo do baralho, teríamos:
P(ás de ouro ás de espada) = P(ás de ouro) + P(ás de espada)
P(ás de ouro) + P(ás de espada) = 1 ___ 52 + 1 ___ 52 = 2 ___ 52 = 1 ___ 26

Probabilidade de ocorrência simultânea de dois ou mais


eventos: a regra do “e”
Quando os eventos são independentes, a probabilidade da ocorrência de ambos simultaneamente é igual ao pro-
duto de suas probabilidades individuais.
A probabilidade de obtermos cara e cara no lançamento simultâneo é dada, então, pelo produto das pro-
babilidades parciais:
P(cara e cara) = 1 __ 2 × 1 __ 2 = 1 __ 4

Probabilidade condicional
Em genética, muitos problemas pedem para calcular a probabilidade de um evento sobre o qual já é dada uma
restrição ou uma condição, nesse caso dada condição é levada em consideração no cálculo da probabilidade.

PRIMEIRA LEI DE MENDEL E A GENÉTICA HUMANA


Algumas disfunções que aparecem em seres humanos devem-se a um fator genético. Dentre as mais frequentes estão:
§ Fenilcetonúria;
§ Albinismo;
§ Acondroplasia;
§ Polidactilia;
§ Braquidactilia;
§ Doença de Huntington.

ALELOS MÚLTIPLOS
Genes alelos são os que atuam na determinação de um mesmo caráter e estão presentes nos mesmos loci (plural
de locus, do latim, local) em cromossomos homólogos.

Sistema ABO
A determinação dos grupos sanguíneos no sistema ABO:

136
Grupo A B AB O

Tipos de
hemácias

Aglutinogênios
Nenhum
presentes
Aglutinogênio A Aglutinogênio B Aglutinogênio A e B

Anticorpos Nenhum
presentes
Anti-B Anti-A Anti-A & Anti-B

Tipos sanguíneos do sistema ABO. Os aglutinogênios estão na membrana das hemácias.


Os tipos sanguíneos do sistema ABO:

Tipo sanguíneo Aglutinogênios presentes nas hemácias Aglutininas presentes no plasma


A A anti-B
B B anti-A
AB AeB nenhuma
O nenhum anti-A e anti-B

Possíveis fenótipos e genótipos do sistema ABO:

Fenótipos Genótipos
A IAIA, IA i
B IBIB, IB i
AB IAIB
O ii

Um método para descobrir o tipo sanguíneo é testar amostras de sangue com aglutininas anti-A e anti-B e
observar se há ou não aglutinação.

137
Grupo O

Soro anti-B Soro anti-A

Grupo A

Soro anti-B Soro anti-A

Grupo B

Soro anti-B Soro anti-A

Grupo AB

Soro anti-B Soro anti-A

Em transfusões sanguíneas, é necessário levar em consideração as características particulares de cada tipo


sanguíneo. Observe neste diagrama as transfusões possíveis.
Transfusão O

Doador universal
O

A A A A

AB
Receptor universal
AB

SISTEMA RH
Os possíveis fenótipos e genótipos relacionados ao sistema Rh:
Genótipos Fenótipos
RR, Rr Rh+
RR Rh-

Doença hemolítica do recém-nascido (eritroblastose fetal)


A doença hemolítica do recém-nascido, também chamada de eritroblastose fetal, ocorre em crianças Rh+ filhas de
mães Rh-. Geralmente, acontece na segunda gravidez de filho Rh+.

Na eritroblastose fetal, a criança é sempre heterozigota (Rr), o gene r é herdado da mãe (rr) e o R é proveniente
do pai (RR ou Rr).

Sistema Rh
Fenótipos Fator Rh nas hemácias anti-Rh
Rh +
Sim Não
Rh −
Não Após sensibilização

138
SEGUNDA LEI DE MENDEL
Na segunda lei de Mendel ou lei da segregação independente são analisadas duas ou mais características conco-
mitantemente. A lei pode ser assim explicada:
Quando da formação de gametas os genes alelos localizados em diferentes cromossomos (cromossomos
não homólogos) separam-se independentemente.
Para iniciar, trataremos das experiências acerca da herança de dois caracteres. Em uma de suas experiências,
Mendel analisou, simultaneamente, duas características de ervilhas: a cor e a forma da semente.
No experimento, ele cruzou uma planta produtora de sementes amarelas e lisas, homozigota para as duas
características, com outra, duplo-homozigota, produtora de sementes verdes e rugosas. Em F1, surgiram plantas
di-hibridas ou duplo heterozigotas produtoras de sementes amarelas e lisas, ambas determinadas por alelos domi-
nantes. No próximo passo, ocorreu a autofecundação dessas plantas, resultando numa geração F2 que apresentou
quatro diferentes fenótipos, na proporção aproximada de 9:3:3:1.
planta produtora de sementes planta produtora de sementes
amarelas/lisas (homozigota) verde/rugosas (homozigota)

planta produtora de sementes amarelas/lisas (heterozigota)

Quadro de cruzamentos da autofecundação de plantas F1

139

VR Vr vR vr

VVRR VVRr VvRR VvRr
Amarela/lisa Amarela/lisa Amarela/lisa Amarela/lisa
VR

VVRr VVrr VvRr Vvrr


Amarela/lisa Amarela/rugosa Amarela/lisa Amarela/rugosa
Vr

VvRR VvRr vvRR vvRr


Amarela/lisa Amarela/lisa Verde/lisa Verde/lisa
vR

VvRr Vvrr vvRr vvrr


Amarela/lisa Amarela/rugosa Verde/lisa Verde/rugosa
vr

Do cruzamento, se apresentam 9 possibilidades de fenótipos amarela/lisa; 3, com fenótipos amarelo/rugoso;


3, com o fenótipos verde/liso; e apenas uma que caracteriza o fenótipo verde/rugoso.

OBTENDO A PROPORÇÃO 9:3:3:1 SEM UTILIZAR O QUADRO


DE CRUZAMENTOS

1º. Considere, primeiro, o resultado do cruzamento das duas características isoladamente.

Vv × Vv Rr × Rr
3 sementes amarelas
__ 3 sementes lisas
__
4 4
1 sementes verdes
__ 1 sementes rugosas
__
4 4

2º. Como desejamos considerar as duas características simultaneamente, vamos calcular a probabilidade de
obtermos sementes amarelas e lisas, já que se trata de eventos independentes. Assim:

Sementes amarelas E Sementes lisas


3
__ = 9 ___ 16
3 __ 4 ×
4

3º. E a probabilidade de obtermos sementes amarelas e rugosas.

Sementes amarelas E Sementes rugosas


3
3
__ 1
__ = ___
× 16
4 4

4º. Agora, a probabilidade de obtermos sementes verdes e lisas.

Sementes verdes E Sementes lisas


3
= ___
1 __ 4 × 3 __ 16
4

140
5º. Finalmente, a probabilidade de obtermos sementes verdes e rugosas.

Sementes verdes E Sementes rugosas


1
1
__ 1
__ = ___
× 16
4 4

Teoria na prática
1. Os tomateiros altos são produzidos pela ação do alelo dominante A e as plantas anãs, por seu alelo re-
cessivo a. Os caules peludos são produzidos pelo gene dominantes N e os caules sem pelos, por seu alelo
recessivo n. Os genes que determinam essas duas características segregam-se independentemente.
a) Qual a proporção fenotípica esperada do cruzamento entre di-híbridos, em que nasceram 256 indivíduos?
b) Qual a proporção genotípica esperada de indivíduos di-híbridos entre os 256 descendentes?

Resolução:

a) Trata-se de um caso envolvendo a segunda lei de Mendel, uma vez que os genes citados segregam-se
independentemente. Ora, no cruzamento entre AaNn x AaNn, a proporção fenotípica esperada na des-
cendência é de 9:3:3:1. Logo, a proporção esperada de indivíduos é:
9/16 altos com pelos – 144 indivíduos
3/16 anãs com pelos – 48 indivíduos
3/16 altos sem pelos – 48 indivíduos
1/16 anãs sem pelos – 16 indivíduos
b) Para responder a esse item, não é necessário montar o quadro de cruzamentos, pois se aplica a regra do
“E”, uma vez que se pretende determinar a ocorrência simultânea de dois eventos independentes:
AaNn × AaNn

Qual a proporção de AaNn (di-híbridos)?
Aa × Aa Nn × Nn
↓ ↓
1/4 AA; 1/2 Aa; 1/4 aa 1/4 NN; 1/2 Nn; 1/4 nn
Logo, a probabilidade de obter indivíduos Aa e Nn é:
1/2 × 1/2 = 1/4
A proporção genotípica de di-híbridos é 1/4 ou 64 indivíduos.

HERANÇA E SEXO
A célula diploide humana contém 23 pares de cromossomos homólogos, isto é, 2n = 46. Desses cromossomos, 44
são autossomos e 2 são os cromossomos sexuais, também conhecidos como heterossomos.

141
Os cromossomos sexuais humanos

nos seres humanos, 2n = 46 cromossomos

23 pares de cromossomos homólogos

22 pares autossômicos e 1 par sexual 22 pares autossômicos e 1 par sexual

O cromossomo Y é mais curto e possui menos genes que o cromossomo X, além de conter uma porção
encurvada, em que existem genes exclusivos do sexo masculino.

Tipos de determinação genética do sexo:


§ Sistema XY
§ Sistema X0
§ Sistema ZW
§ Sistema ZO

Tipos de heranças relacionadas aos cromossomos sexuais


humanos (XY)
Herança ligada ao sexo

São aquelas determinadas pelo cromossomo X: daltonismo, hemofilia e distrofia muscular de Duchenne. O homem,
por apresentar apenas um cromossomo X, é denominado hemizigoto. Observe no exemplo de daltonismo como
se expressa esse tipo de herança:

Genótipos Fenótipos
XX
D D
mulher normal
XX
D d
nulher normal portadora
XdXd mulher daltônica
XY
D
homem normal
XY
d
homem daltônico

142
Teoria na prática
1. A genealogia abaixo representa uma família com alguns indivíduos daltônicos, os quais estão assinalados em
preto. Determine os genótipos de todos os indivíduos envolvidos.

Resolução:

Genótipo dos homens normais (1 e 8 a 14) é XDY.


Genótipo dos homens daltônicos (3 e 7) é XdY.
3 e 7 herdaram, obrigatoriamente, o Xd de suas mães (2 e 4), as quais, uma vez normais, devem ser porta-
doras (XDXd).
A mulher 5, normal, teve seis filhos normais e com bastante probabilidade de que seu genótipo seja XDXD.
A mulher 6, normal, é portadora de gene para o daltonismo (XDXd), já que seu pai, 3, é daltônico.
Observe a mesma genealogia com os genótipos:

2. Analise cuidadosamente o heredograma. Que tipo de transmissão para o fenótipo determinado pelo símbolo
escuro está ocorrendo? Justifique sua resposta.

Resolução:

Inicialmente, conclui-se que o fenótipo designado pelo símbolo escuro é determinado por um gene dominan-
te, pois o casal II-3 × II-4 originou indivíduos marcados com símbolo branco (III-14 e III-15); portanto, eles
devem ser heterozigotos.

143
Ao analisar a geração III, chama a atenção que nasceram 7 filhas e 3 filhos, e que todas as filhas têm o mesmo
fenótipo dos pais. Entre os filhos, 2 são marcados com símbolos brancos e 1, escuro. Caso fosse uma herança
autossômica, a probabilidade de nascerem crianças com fenótipo designado pelos símbolos escuro e claro
seria a mesma, independentemente do sexo. Logo, deveria ter nascido pelo menos uma filha designada pelo
símbolo claro, o que não aconteceu. Trata-se, portanto, de uma característica ligada ao sexo. Portanto:

Observe que II-3 é XAXa e II-4 é XAY. Logo, todas as suas filhas receberam o XA do pai, razão pela qual todas
são marcadas pelo símbolo escuro. A mãe II-3 cedeu o XA para o filho III-16 e Xa para os filhos III-14 e III-15.
É claro que o Y desses três filhos veio do pai (II-4).
Para confirmar essa hipótese, observe que a filha II-5 é XaXa, dos quais um Xa veio da mãe I-3 (XAXa) e o outro
veio do pai I-4 (XaY). A mãe I-3 cedeu Xa para o filho II-6 (XaY) e o XA para o II-4 (XAY).
Conclusão: o símbolo escuro representa uma característica determinada por um gene dominante ligado ao
cromossomo X, porque, se fosse ligado ao Y, todos os filhos de homens afetados seriam afetados também, o
que não se observa em III-14 e III-15.

Herança parcialmente ligada ao sexo

Na porção homóloga entre cromossomo X e Y, são compartilhados vários genes. A manifestação destes segue o
padrão da herança autossômica.

Herança influenciada pelo sexo

Certos casos de herança autossômica são influenciados por hormônios sexuais. Na espécie humana, a calvície e o
comprimento do dedo indicador são dois exemplos.

Herança restrita ao sexo

Relacionadas a genes exclusivos do cromossomo Y, como aquele responsável pela formação dos testículos.

Herança limitada ao sexo

A manifestação de alguns genes autossômicos, portanto, não localizados nos cromossomos sexuais, é determinada em apenas
um sexo, muitas vezes em razão da presença de alguns hormônios. A hipertricose auricular é um exemplo, com manifestação
no sexo masculino.

144
APLICAÇÃO DOS a) a replicação do DNA é conservativa, isto é, a
fita dupla filha é recém-sintetizada e o fila-

CONHECIMENTOS - SALA mento parental é conservado.


b) a replicação de DNA é dispersiva, isto é, as
fitas filhas contêm DNA recém-sintetizado e
1. (ENEM) Os vegetais biossintetizam deter- parentais em cada uma das fitas.
minadas substâncias (por exemplo, alcaloi- c) a replicação é semiconservativa, isto é, as
des e flavonoides), cuja estrutura química e fitas filhas consistem de uma fita parental e
concentração variam num mesmo organismo uma recém-sintetizada.
em diferentes épocas do ano e estágios de d) a replicação do DNA é conservativa, isto é, as
desenvolvimento. Muitas dessas substâncias fitas filhas consistem de moléculas de DNA
são produzidas para a adaptação do organis- parental.
mo às variações ambientais (radiação UV, e) a replicação é semiconservativa, isto é, as
temperatura, parasitas, herbívoros, estímulo fitas filhas consistem de uma fita molde e
a polinizadores etc.) ou fisiológicas (cresci- uma fita codificadora.
mento, envelhecimento etc.).
As variações qualitativa e quantitativa na 3. (ENEM) Anemia Falciforme é uma das doen-
produção dessas substâncias durante um ano ças hereditárias mais prevalentes no Brasil,
são possíveis porque o material genético do sobretudo nas regiões que receberam ma-
indivíduo: ciços contingentes de escravos africanos. É
a) sofre constantes recombinações para adap- uma alteração genética, caracterizada por
tar-se. um tipo de hemoglobina mutante designa-
b) muda ao longo do ano e em diferentes fases da por hemoglobina S. Indivíduos com essa
da vida. doença apresentam eritrócitos com formato
c) cria novos genes para biossíntese de subs- de foice, daí o seu nome. Se uma pessoa re-
tâncias específicas. cebe um gene do pai e outro da mãe para
d) altera a sequência de bases nitrogenadas produzir a hemoglobina S ela nasce com um
para criar novas substâncias. par de genes SS e assim terá a Anemia Fal-
e) possui genes transcritos diferentemente de ciforme. Se receber de um dos pais o gene
para hemoblobina S e do outro o gene para
acordo com cada necessidade.
hemoglobina A ela não terá doença, apenas
2. (ENEM) Nos dias de hoje, podemos dizer que o Traço Falciforme (AS), e não precisará de
tratamento especializado. Entretanto, deve-
praticamente todos os seres humanos já ou-
rá saber que se vier a ter filhos com uma pes-
viram em algum momento falar sobre o DNA
soa que também herdou o traço, eles poderão
e seu papel na hereditariedade da maioria
desenvolver a doença.
dos organismos. Porém, foi apenas em 1952,
Disponível em: http://www.opas.org.br.
um ano antes da descrição do modelo do Acesso em: 02 mai. 2009 (adaptado).
DNA em dupla-hélice por Watson e Crick,
que foi confirmado sem sombra de dúvidas Dois casais, ambos membros heterozigotos
que o DNA é material genético. No artigo em do tipo AS para o gene da hemoglobina, que-
que Watson e Crick descreveram a molécula rem ter um filho cada. Dado que um casal é
de DNA, eles sugeriram um modelo de como composto por pessoas negras e o outro por
essa molécula deveria se replicar. Em 1958, pessoas brancas, a probabilidade de ambos
Meselson e Stahl realizaram experimentos os casais terem filhos (um para cada casal)
utilizando isótopos pesados de nitrogênio com Anemia Falciforme é igual a:
que foram incorporados às bases nitroge- a) 5,05%.
nadas para avaliar como se daria a repli- b) 6,25%.
cação da molécula. A partir dos resultados, c) 10,25%.
confirmaram o modelo sugerido por Watson d) 18,05%.
e Crick, que tinha como premissa básica o e) 25,00%.
rompimento das pontes de hidrogênio entre
as bases nitrogenadas. 4. (ENEM) Mendel cruzou plantas puras de er-
GRIFFITHS, A. J. F. et al. Introdução à Genética. vilha com flores vermelhas e plantas puras
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. com flores brancas, e observou que todos
os descendentes tinham flores vermelhas.
Considerando a estrutura da molécula de Nesse caso, Mendel chamou a cor vermelha
DNA e a posição das pontes de hidrogênio na de dominante e a cor branca de recessiva. A
mesma, os experimentos realizados por Me- explicação oferecida por ele para esses resul-
selson e Stahl a respeito da replicação dessa tados era a de que as plantas de flores ver-
molécula levaram à conclusão de que: melhas da geração inicial (P) possuíam dois

145
fatores dominantes iguais para essa caracte- condicionado por gene autossômico. Em se
rística (VV), e as plantas de flores brancas tratando do tamanho da asa, a característica
possuíam dois fatores recessivos iguais (vv). asa vestigial é recessiva e a característica asa
Todos os descendentes desse cruzamento, a longa, dominante. Em relação à cor do indi-
primeira geração de filhos (F1), tinham um víduo, a coloração cinza é recessiva e a cor
fator de cada progenitor e eram Vv, combina- preta, dominante.
ção que assegura a cor vermelha nas flores. Em um experimento, foi realizado um cruza-
Tomando-se um grupo de plantas cujas flo- mento entre indivíduos heterozigotos para
res são vermelhas, como distinguir aquelas os dois caracteres, do qual foram geradas
que são VV das que são Vv? 288 moscas. Dessas, qual é a quantidade es-
a) Cruzando-as entre si, é possível identificar perada de moscas que apresentam o mesmo
as plantas que têm o fator v na sua composi- fenótipo dos indivíduos parentais?
ção pela análise de características exteriores a) 288.
dos gametas masculinos, os grãos de pólen. b) 162.
b) Cruzando-as com plantas recessivas, de flo- c) 108.
res brancas. As plantas VV produzirão apenas d) 72.
descendentes de flores vermelhas, enquanto e) 54.
as plantas Vv podem produzir descendentes
de flores brancas. 7. (ENEM) Antes de técnicas modernas de de-
c) Cruzando-as com plantas de flores verme- terminação de paternidade por exame de
lhas da geração P. Os cruzamentos com plan- DNA, o sistema de determinação sanguínea
tas Vv produzirão descendentes de flores ABO foi amplamente utilizado como ferra-
brancas. menta para excluir possíveis pais. Embora
d) Cruzando-as entre si, é possível que surjam restrito à análise fenotípica, era possível
plantas de flores brancas. As plantas Vv concluir a exclusão de genótipos também.
cruzadas com outras Vv produzirão apenas Considere que uma mulher teve um filho
descendentes vermelhas, portanto as demais cuja paternidade estava sendo contestada. A
serão VV. análise do sangue revelou que ela era tipo
e) Cruzando-as com plantas recessivas e ana- sanguíneo AB e o filho, tipo sanguíneo B.
lisando as características do ambiente onde O genótipo do homem, pelo sistema ABO,
se dão os cruzamentos, é possível identificar que exclui a possibilidade de paternidade
aquelas que possuem apenas fatores V. desse filho é:
a) IAIA.
5. (ENEM) A fenilcetonúria é uma doença he- b) IAi.
reditária autossômica recessiva, associada c) IBIB.
à mutação do gene PAH, que limita a me- d) IBi.
tabolização do aminoácido fenilalanina. Por e) ii.
isso, é obrigatório, por lei, que as embala-
gens de alimentos, como refrigerantes die- 8. (ENEM)
téticos, informem a presença de fenilalanina
em sua composição. Uma mulher portadora
de mutação para o gene PAH tem três filhos
normais, com um homem normal, cujo pai
sofria de fenilcetonúria, devido à mesma
mutação no gene PAH encontrada em um dos
alelos da mulher.
Qual a probabilidade de a quarta criança ge- No heredograma, os símbolos preenchidos
rada por esses pais apresentar fenilcetonú- representam pessoas portadoras de um tipo
ria? raro de doença genética. Os homens são re-
a) 0%. presentados pelos quadrados e as mulheres,
b) 12,5%. pelos círculos.
c) 25%. Qual é o padrão de herança observado para
d) 50%. essa doença?
e) 75%. a) Dominante autossômico, pois a doença apa-
rece em ambos os sexos.
6. (ENEM) A mosca Drosophila, conhecida b) Recessivo ligado ao sexo, pois não ocorre a
como mosca-das-frutas, é bastante estuda- transmissão do pai para os filhos.
da no meio acadêmico pelos geneticistas. c) Recessivo ligado ao Y, pois a doença é trans-
Dois caracteres estão entre os mais estuda- mitida dos pais heterozigotos para os filhos.
dos: tamanho da asa e cor do corpo, cada um

146
d) Dominante ligado ao sexo, pois todas as fi-
lhas de homens afetados também apresen- GABARITO
tam a doença.
e) Codominante autossômico, pois a doença é 1. E 2. C 3. B 4. B 5. C
herdada pelos filhos de ambos os sexos, tan- 6. B 7. A 8. D
to do pai quanto da mãe.

RAIO X
1. A expressão diferencial dos genes da planta
permite sua adaptação às diferentes condi-
ções ambientais ao longo do ano.
2. A replicação da molécula de DNA é semicon-
servativa, uma vez que as moléculas filhas
formadas conservam a metade da molécula
mãe, isto é, contém uma fita parental e outra
recém-sintetizada.
3. Os dois casais têm a mesma probabilidade de
ter filhos com Anemia Falciforme: 25% (ou
¼) cada, não importando suas etnias. A pro-
babilidade de ambos os casais terem filhos
com essa anomalia (um para cada casal) é
calculada através da multiplicação das pro-
babilidades isoladas. Assim, ¼ x ¼ é igual a
1/16 ou 6,25%.
4. O cruzamento da planta de flor vermelha
com seu ancestral recessivo (planta de flor
branca) para descobrir seu genótipo é cha-
mado cruzamento teste. Se desse cruzamen-
to nascer alguma planta que produza flores
brancas, a planta testada será heterozigota
(Vv). Se após esse mesmo cruzamento nas-
cerem apenas plantas com flores vermelhas,
a planta terá o genótipo homozigoto domi-
nante (VV).
5. Alelos: f (fenilcetonúria) e F (normalidade)
Pais: Ff 3 Ff
Filhos: 1 __ 4 FF; 1 __ 2 Ft; 1 __ 4 ff

P (criança ff) = 1 __ 4 ou 25%


6. Alelos: V (asa normal) e v (asa vestigial)
P (preta) e p (cinza)
Pais: ♂VvPp ♀VvPp

Filhos: 9 ___ 16 V_P_ : 3 ___ 16 V_pp


1 ppvv
: 3 ___ 16 vvP : ___
16
9 3 288 = 162
P (filhos V_P_ ) = ___
16
7. Um homem do grupo A homozigoto (IAIA)
não pode ser pai de uma criança do grupo B
independente do genótipo dela (IBIB ou IBi ).
8. Ambos heredogramas mostram o padrão tí-
pico de herança dominante ligada ao sexo.
Nas famílias representadas, todas as filhas
de homens afetados também apresentam a
doença. Isto porque as filhas sempre herdam
o único cromossomo X do pai e um dos dois
cromossomos X maternos.

147
Prescrição: Será necessário o domínio de assuntos envolvendo moléculas orgânicas, majori-
tariamente ácidos nucleicos e, principalmente, o DNA (estrutura, composição, função e arranjo
na forma de cromossomos). Estar familiarizado com os danos que podem ser causados por
alterações cromossômicas será imprescindível. Além de conhecimentos básicos de genética e
interpretação dos heredogramas clássicos da genética.

PRÁTICA DOS b)

CONHECIMENTOS - E.O.
1. A cariotipagem é um método que analisa cé-
lulas de um indivíduo para determinar seu
padrão cromossômico. Essa técnica consiste
c)
na montagem fotográfica, em sequência, dos
pares de cromossomos e permite identificar
um indivíduo normal (46, XX ou 46, XY) ou
com alguma alteração cromossômica. A in-
vestigação do cariótipo de uma criança do
sexo masculino com alterações morfológicas e
comprometimento cognitivo verificou que ela
apresentava fórmula cariotípica 47, XY, +18. d)
A alteração cromossômica da criança pode
ser classificada como:
a) estrutural, do tipo deleção.
b) numérica, do tipo euploidia.
c) numérica, do tipo poliploidia.
d) estrutural, do tipo duplicação.
e) numérica, do tipo aneuploidia.
e)
2. Os nucleotídeos são constituídos por uma mo-
lécula de desoxirribose (D), uma molécula de
ácido fosfórico (P) e uma base nitrogenada
(adenina, guanina, timina ou citosina). A li-
gação entre os nucleotídeos ocorre pela inte-
ração entre as bases nitrogenadas específicas,
resultando em uma molécula ordenada e bem
3. Analise o quadro abaixo:
definida, o DNA. De acordo com essas infor-
mações, a estrutura plana que representa um Ácido Bases Tipo de
Nº de fitas
fragmento de DNA e o tipo de ligação química nucleico nitrogenadas açúcar
responsável pela interação entre as bases ni- DNA (1) (3) (5)
trogenadas são, respectivamente: RNA (2) (4) (6)
a)
Assinale a alternativa correta em relação à
correspondência entre o número indicado no
quadro acima e a característica correspon-
dente do ácido nucleico DNA ou RNA, res-
pectivamente:
a) (1) duas, (2) uma, (3) Adenina, Citosina, Gua-
nina, Timina e Uracila, (4) Adenina, Citosina,
Guanina, Timina e Uracila, (5) desoxirribose,
(6) ribose.
b) (1) duas, (2) uma, (3) Uracila, (4) Timina, (5)
desoxirribose, (6) ribose.

148
c) (1) duas, (2) uma, (3) Adenina, Citosina, Gua- 6. Em nosso intestino delgado, as moléculas de
nina e Timina, (4) Adenina, Citosina, Guanina DNA (ácido desoxirribonucleico) presentes
e Uracila, (5) desoxirribose, (6) ribose. no alimento são digeridas e originam:
d) (1) duas, (2) uma, (3) Adenina, Citosina, Gua- a) apenas aminoácidos.
nina e Timina, (4) Adenina, Citosina, Guanina b) fosfato, glicídio e bases nitrogenadas.
e Uracila, (5) ribose, (6) desoxirribose. c) glicídio, bases nitrogenadas e aminoácidos.
e) (1) uma, (2) duas, (3) Adenina, Citosina, Gua- d) RNA transportador, RNA mensageiro e RNA
nina e Uracila, (4) Adenina, Citosina, Guanina ribossômico.
e Timina, (5) desoxirribose, (6) ribose. e) átomos livres, de carbono, nitrogênio, oxi-
gênio, hidrogênio e fósforo.
4. O metabolismo celular depende de uma sé-
rie de reações químicas controladas por
7. (ENEM 2ª aplicação 2016) Em 1950, Erwin
enzimas, isto é, proteínas que atuam como
catalisadores e que podem sofrer mutações Chargaff e colaboradores estudavam a com-
genéticas sendo modificadas ou eliminadas. posição química do DNA e observaram que a
Assinale a alternativa correta, levando em quantidade de adenina (A) é igual à de timina
conta os ácidos nucleicos, a ocorrência de (T), e a quantidade de guanina (G) é igual à de
mutações e as consequentes mudanças do citosina (C) na grande maioria das duplas fitas
ciclo de vida da célula. de DNA. Em outras palavras, esses cientistas
a) O DNA é constituído por códons, que deter- descobriram que o total de purinas (A+G) e o
minam a sequência de bases do RNA mensa- total de pirimidinas (C+T) eram iguais.
geiro, necessária à formação dos anticódons, Um professor trabalhou esses conceitos em
responsáveis pela produção das proteínas.
sala de aula e apresentou como exemplo uma
b) No caso de uma mutação acarretar a trans-
formação de um códon em outro relacionado fita simples de DNA comadeninas,timinas,-
ao mesmo aminoácido, não haverá alteração guaninas ecitosinas.
na molécula proteica formada, nem no me- Qual a quantidade de cada um dos nucleo-
tabolismo celular. tídeos, quando considerada a dupla fita de
c) A mutação altera a sequência de aminoáci- DNA formada pela fita simples exemplificada
dos do DNA, acarretando alterações na se- pelo professor?
quência de bases do RNA mensageiro e, con- a) Adenina: 20; Timina: 25; Guanina: 25; Citosina: 30.
sequentemente, na produção das proteínas. b) Adenina: 25; Timina: 20; Guanina: 45; Citosina: 45.
d) As mutações atuam diretamente sobre as pro- c) Adenina: 45; Timina: 45; Guanina: 55; Citosina: 55.
teínas, provocando a desnaturação dessas molé-
culas e, consequentemente, a inativação delas. d) Adenina: 50; Timina: 50; Guanina: 50; Citosina: 50.
e) Quando algumas proteínas são alteradas por e) Adenina: 55; Timina: 55; Guanina: 45; Citosina: 45.
mutações, suas funções no metabolismo celu-
lar passam a ser realizadas pelos aminoácidos. 8. (ENEM 2ª aplicação 2016) Em um hospital,
acidentalmente, uma funcionária ficou ex-
5. (ENEM) Um fabricante afirma que um pro- posta a alta quantidade de radiação liberada
duto disponível comercialmente possui DNA por um aparelho de raios X em funcionamen-
vegetal, elemento que proporcionaria me- to. Posteriormente, ela engravidou e seu fi-
lhor hidratação dos cabelos. lho nasceu com grave anemia. Foi verificado
que a criança apresentava a doença devido à
exposição anterior da mãe à radiação.
O que justifica, nesse caso, o aparecimento
da anemia na criança?
a) A célula-ovo sofreu uma alteração genética.
b) As células somáticas da mãe sofreram uma
mutação.
c) A célula gamética materna que foi fecunda-
Sobre as características químicas dessa molécu- da sofreu uma mutação.
la essencial à vida, é correto afirmar que o DNA: d) As hemácias da mãe que foram transmitidas
a) de qualquer espécie serviria, já que têm a à criança não eram normais.
mesma composição. e) As células hematopoiéticas sofreram altera-
b) de origem vegetal é diferente quimicamente ção do número de cromossomos.
dos demais, pois possui clorofila.
c) das bactérias poderia causar mutações no
9. (ENEM) Em um hospital havia cinco lotes de
couro cabeludo.
bolsas de sangue, rotulados com os códigos
d) dos animais encontra-se sempre enovelado e
l, II, III, IV e V. Cada lote continha apenas
é de difícil absorção.
um tipo sanguíneo não identificado. Uma
e) de características básicas assegura sua efi-
ciência hidratante.

149
funcionária do hospital resolveu fazer a identificação utilizando dois tipos de soro, anti-A e anti-
-B. Os resultados obtidos estão descritos no quadro.

Código dos lotes Volume de sangue (L) Soro anti-A Soro anti-B
I 22 Não aglutinou Aglutinou
II 25 Aglutinou Não aglutinou
III 30 Aglutinou Aglutinou
IV 15 Não aglutinou Não aglutinou
V 33 Não aglutinou Aglutinou
Quantos litros de sangue eram do grupo sanguíneo do tipo A?
a) 15.
b) 25.
c) 30.
d) 33.
e) 55.

10. Sabe-se que determinada doença hereditária que afeta humanos é causada por uma mutação de
caráter dominante em um gene localizado em um cromossomo autossomo. Três indivíduos foram
investigados e abaixo estão os alelos encontrados para este locus:
Indivíduo Alelos encontrados para o lócus Fenótipo
1 Alelo 1 e Alelo 2 Normal
2 Alelo 2 e Alelo 2 Afetado
3 Alelo 1 e Alelo 2 Afetado

Sabendo dessas informações, assinale a alternativa correta:


a) O alelo 1 é dominante sobre o alelo 2.
b) O alelo 2 é dominante sobre o alelo 1.
c) Os dois alelos são codominantes.
d) Os indivíduos 2 e 3 são heterozigotos.
e) O indivíduo 3 é homozigoto.

11. A narcolepsia é um distúrbio de sono que acomete a espécie humana e outros animais. Com o
objetivo de investigar a causa da doença, pesquisadores da Universidade de Stanford (EUA) intro-
duziram cães narcolépticos em sua colônia de animais saudáveis e realizaram cruzamentos, alguns
deles representados no heredograma abaixo. Os animais 1, 2, 4 e 11 são os animais narcolépticos
introduzidos na colônia. Após anos de pesquisa concluíram que nos cães a transmissão da narco-
lepsia é resultante da ação de um par de alelos.
A partir dessas informações, responda:

Qual é a probabilidade de um filhote do casal formado pelos animais 13 e 16 nascer com narco-
lepsia?
a) 0%.
b) 25%.
c) 50%.
d) 75%.
e) 100%.

150
12. A amiotrofia muscular espinhal (AME) é uma doença incurável que compromete uma região da
medula denominada corno anterior. Nessa região, há neurônios que ligam músculos ao sistema
nervoso central. Os portadores dessa doença perdem os movimentos do pescoço para baixo, afetan-
do também músculos respiratórios. O infográfico abaixo foi publicado no jornal Folha de São Paulo
e fala sobre os componentes genéticos de um dos tipos de AME:

Com base no infográfico e em seus conhecimentos, assinale a alternativa INCORRETA.


a) Pais afetados pela AME tipo 1 só podem ter filhos afetados.
b) Indivíduos heterozigotos não possuem a doença.
c) A AME tipo 1 é uma doença autossômica recessiva.
d) A AME tipo 1 não é uma doença ligada ao sexo.
e) Um casal de heterozigotos tem 25% de chance de ter uma menina afetada pela doença.

13. O heredograma mostra a ocorrência da fibrose cística em uma determinada família. Essa doença,
de caráter autossômico, caracteriza-se por afecção pulmonar crônica, insuficiência pancreática
exócrina e aumento da concentração de cloreto no suor.

Analisando-se essa história familiar, é correto afirmar que a probabilidade do indivíduo IV.2 ser
portador do gene da fibrose cística é:
a) 1/4.
b) 1/3.
c) 1/2.
d) 2/3.
e) 3/4.

14. Nas células do corpo humano encontram-se genes deletérios (causadores de doenças) que, por
serem recessivos, podem não estar se manifestando.
Disponível em: <http://www.biomania.com.br/bio/conteudo.asp?cod=1224>. Acesso em: 09 de abril de 2013

A ocorrência de doenças causadas por tais genes será encontrada com maior frequência em:
a) grupos de indivíduos miscigenados.
b) progênie derivada de heterozigotos.
c) descendentes de endocruzamentos.
d) filhos de indivíduos homozigotos dominantes.
e) populações com pequena capacidade reprodutiva.

151
15. O conhecido “teste do pezinho”, cuja obri- 17. (ENEM) Um importante princípio da biolo-
gatoriedade para todo o território brasileiro gia, relacionado à transmissão de caracteres
consta no Estatuto da Criança e do Adoles- e à embriogênese humana, foi quebrado com
cente, é realizado com uma gota de sangue a descoberta do microquimerismo fetal. Mi-
retirada do pé dos recém-nascidos. Esse pro- croquimerismo é o nome dado ao fenôme-
cedimento permite detectar os portadores da
no biológico referente a uma pequena po-
fenilcetonúria, doença genética recessiva.
As pessoas com essa anomalia são incapazes pulação de células ou DNA presente em um
de produzir uma enzima que atua na trans- indivíduo, mas derivada de um organismo
formação do aminoácido fenilalanina, no geneticamente distinto. Investigando-se a
aminoácido tirosina. Sem essa conversão a presença do cromossomo Y, foi revelado que
fenilalanina acumula-se no sangue e é con- diversos tecidos de mulheres continham cé-
vertida em substância tóxica, que provoca le- lulas masculinas. A análise do histórico mé-
sões no sistema nervoso, principalmente na dico revelou uma correlação extremamente
infância, culminando com o retardo mental curiosa: apenas as mulheres que antes tive-
do portador. ram filhos homens apresentaram microqui-
Considerando o nascimento de uma menina merismo masculino. Essa correlação levou à
fenilcetonúrica, filha de pais saudáveis, que
interpretação de que existe uma troca natu-
não apresentam essa doença, é correto afir-
mar que: ral entre células do feto e maternas durante
a) a probabilidade do casal citado no enunciado a gravidez.
MUOTRI, A. Você não é só você: carregamos células
ter um segundo descendente do sexo mascu- maternas na maioria de nossos órgãos. Disponível em:
lino e normal para fenilcetonúria é 3/4. http://g1.globo.com. Acesso em: 4 dez. 2012 (adaptado).
b) a análise das características do casal des-
crito e de sua filha permite concluir que a O princípio contestado com essa descoberta,
fenilcetonúria é uma doença recessiva ligada relacionado ao desenvolvimento do corpo
ao cromossomo sexual X. humano, é o de que:
c) a alimentação com quantidade reduzida em a) o fenótipo das nossas células pode mudar
fenilalanina, a partir do primeiro mês de por influência do meio ambiente.
vida dessa criança, pode evitar significativa- b) a dominância genética determina a expres-
mente o retardo mental. são de alguns genes.
d) o tratamento através de vacinas específicas c) as mutações genéticas introduzem variabili-
deverá ser feito logo no primeiro mês de vida dade no genoma.
dessa criança a fim de garantir a total imu- d) mitocôndrias e o seu DNA provêm do gameta
nidade contra essa doença. materno.
e) a criança terá vida saudável, pois as enzimas e) as nossas células corporais provêm de um
produzidas pela mãe e transferidas pela pla- único zigoto.
centa atuarão constantemente na transfor-
mação de fenilalanina em tirosina. 18. (ENEM) O formato das células de organis-
mos pluricelulares é extremamente variado.
16. Leandro, preocupado com a possiblidade de Existem células discoides, como é o caso das
vir a ser calvo, consultou um amigo que es- hemácias, as que lembram uma estrela, como
tava estudando genética. Contou que, embora os neurônios, e ainda algumas alongadas,
seus pais não fossem calvos, sua avó mater- como as musculares.
na era. Na família do avô materno, não havia Em um mesmo organismo, a diferenciação
histórico de calvície. Seu amigo explicou que dessas células ocorre por:
a calvície é uma característica influencia- a) produzirem mutações específicas.
da pelo sexo e que se expressa nos homens b) possuírem DNA mitocondrial diferentes.
em homo e heterozigose e nas mulheres, so- c) apresentarem conjunto de genes distintos.
mente em homozigose. Assim concluiu que a d) expressarem porções distintas do genoma.
chance de Leandro vir a ser calvo era de 50%. e) terem um número distinto de cromossomos.
Essa conclusão baseia-se no fato de:
a) sua mãe ser heterozigota.
b) seu avô paterno ser calvo.
c) sua avó paterna ser heterozigota.
d) seu pai ser heterozigoto.
e) sua avó materna ser heterozigota.

152
19. (ENEM 2ª aplicação 2016) Um jovem suspei-
ta que não é filho biológico de seus pais, pois
descobriu que o seu tipo sanguíneo é O Rh
negativo, o de sua mãe é B Rh positivo e de
seu pai é A Rh positivo.
A condição genotípica que possibilita que ele
seja realmente filho biológico de seus pais é que
a) o pai e a mãe sejam heterozigotos para o
sistema sanguíneo ABO e para o fator Rh.
b) o pai e a mãe sejam heterozigotos para o
sistema sanguíneo ABO e homozigotos para
o fator Rh.
c) o pai seja homozigoto para as duas caracte-
rísticas e a mãe heterozigota para as duas
características.
d) o pai seja homozigoto para as duas caracte-
rísticas e a mãe heterozigota para o sistema
ABO e homozigota para o fator Rh.
e) o pai seja homozigoto para o sistema ABO e
heterozigoto para o fator Rh e a mãe homo-
zigota para as duas características.

GABARITO
1. E 2. A 3. C 4. B 5. A
6. B 7. C 8. C 9. B 10. B
11. C 12. E 13. D 14. C 15. C
16. A 17. E 18. D 19. A

153
154
R.P.A.
ENEM
Física
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 1 e 2

Competências 1, 5 e 6
Habilidades 2, 17, 20 e 23

BREVIÁRIO
Chamamos de trajetória o conjunto das diferentes posições ocupadas pelo corpo. O deslocamento é a variação
da posição apresentada pelo corpo durante um intervalo de tempo.

Um ponto material é considerado em movimento quando sua posição em relação a um referencial é altera-
da durante o intervalo de tempo considerado.

A velocidade escalar de um corpo determina o quão rápido é o seu deslocamento. A velocidade escalar
média é definida como a razão entre a variação da posição do corpo e o intervalo de tempo decorrido durante
essa varição na posição.

S2 – S1
___ = _____
vm = DS
Dt t2 – t1

O movimento de um ponto material é progressivo quando sua posição varia no sentido da orientação po-
sitiva da trajetória. Desse modo, os valores da sua posição aumentam ao longo do tempo e sua velocidade escalar
é positiva.
O movimento é retrógrado quando o ponto material se move no sentido oposto à orientação positiva da
trajetória.
Movimentos retilíneos uniformes são todos os movimentos, nos quais o vetor velocidade não se altera,
ou seja, direção, sentido e intensidade não são alterados. Dessa forma, em um estudo unidimensional, o módulo
da velocidade é constante, assim, em quaisquer instantes considerados, a velocidade instantânea será equivalente
à velocidade escalar média.

v = vm = ___
DS = constante i 0
Dt

S = S0 + v · t (Função horária do movimento uniforme)

157
O gráfico da função horária de um movimento em um sistema de coordenadas cartesianas é denominado
gráfico horário do movimento. No momento retilíneo uniforme (M.R.U), S (eixo de ordenadas) é uma função
do 1º grau em t (eixo das abcissas) e, por isso, o gráfico é uma reta não paralela ao eixo t.
§ Progressivo (v > 0): se o movimento é progressivo, a velocidade é positiva (reta crescente) e a partícula
movimenta-se a favor da trajetória.

§ Retrógrado (v < 0): se o movimento é retrógrado, a velocidade é negativa (reta decrescente) e a partícula
movimenta-se no sentido contrário da trajetória.

Movimento retilíneo uniformemente variado é aquele em que a velocidade varia com o tempo, mas
de modo uniforme. Podemos criar uma nova grandeza para representar a variação da velocidade, e a ela damos o
nome de aceleração.
A aceleração escalar média (am) da partícula entre esses dois instantes de tempo é definida como a
variação da velocidade dividida pelo tempo transcorrido.

v2 – v1
am = Dv
___ = _____
Dt t2 – t1

§ a > 0 e v > 0 ou a < 0 e v < 0 – o movimento é acelerado (a e v têm o mesmo sinal).


§ a > 0 e v < 0 ou a < 0 e v > 0 – o movimento é retardado (a e v têm sinais diferentes).

Considere uma partícula realizando um movimento uniformemente variado em uma linha.

v = v0 + a ∙ t

Esta equação é a função horária da velocidade escalar.

É possível demostrar que a velocidade média no movimento retilíneo uniformemente variado é dada por:

v+v
vm = _____0
2

1 ∙ a ∙ t2
s = s0 + v0 ∙ t + __
2
Essa equação é a função horária da posição.

158
Equação denominada equação de Torricelli:

v² = v0² + 2a(S – S0)

Função horária da velocidade escalar v é uma função do 1° grau (v = v0 + at). Portanto, o gráfico v × t da
velocidade escalar em função do tempo é uma reta inclinada.

A função horária da posição do movimento retilíneo uniformemente variado (MRUV) é uma equação
do segundo grau em t.
a⋅t2
S = S0 + v0 ⋅ t + ____
2

a > 0 ⇒ concavidade para cima


a < 0 ⇒ concavidade para baixo

159
QUEDA LIVRE
Uma pedra e uma pena, ao serem soltas, simultaneamente, de uma mesma altura, não atingem o solo no mesmo
instante: a pedra cairá com mais rapidez e, portanto, atingirá o solo primeiro. Galileu lançou a hipótese de que
talvez o ar exercesse uma ação retardadora maior sobre a pena. Caso isso acontecesse, a pena gastaria mais tempo
do que a pedra para cair.
Adotando a orientação dos espaços como sendo positiva “para baixo”, uma vez que durante a queda livre
os objetos se movimentam em sentido ao solo, a aceleração é positiva (a = +|g|). Sendo a posição inicial S0 e a
velocidade inicial v0, escrevemos as seguintes equações para a queda livre:

v = v0 + |g| ⋅ t

|g| ⋅ t²
S = S0 + v0 ⋅ t + ____
2

v² = v0² + 2 ⋅ |g| ⋅ DS

LANÇAMENTO HORIZONTAL
Na direção horizontal, o corpo possui velocidade constante e, dessa forma, realiza um movimento uniforme (MU).
Sx = S0x + vx ∙ t
Na direção vertical, o corpo possui aceleração constante (igual à aceleração da gravidade), e desse modo
realiza um movimento uniformemente variado (MUV). Nesta situação, adotamos a orientação com sentido
para baixo, e é importante ressaltar que os valores da posição aumentam de cima para baixo.

v y = |g| ∙ t

1 ∙ |g| ∙ t2
Sy = S0y + __
2

v y2 = 2|g| ∆s

DESLOCAMENTO ANGULAR E VELOCIDADE ANGULAR NO MCU


O ângulo Du é o deslocamento angular da partícula no intervalo de tempo Dt.
∆S

DS = Du · R

160
A velocidade angular média (wm) da partícula é calculada de modo similar. No entanto, ao invés de
usar a distância DS percorrida, o cálculo é feito com a distância angular Du. Assim, a velocidade angular média da
partícula durante o intervalo de tempo DS é:

vm = ___
Du
Dt

A frequência é definida como o número n de vezes que um evento se repete em um intervalo de tempo (por
exemplo, um segundo, um minuto, uma semana etc.).

n
f = ___
Dt
Da definição de período, durante o intervalo correspondente a um período Dt = T, o evento se repete uma
vez, ou seja, n = 1. Assim, a frequência e o período são inversamente proporcionais.
1 ou T = __
f = __ 1
T f
Uma partícula realiza movimento circunferencial uniforme, se sua trajetória for uma circunferência e o mo-
vimento for realizado com velocidade angular constante.
2pR ou v = 2pRf
v = ____
T

u = u0 + v · t

Por meio de uma ligação com uma correia ou por meio do contato direto, o movimento circular de uma polia
ou engrenagem pode ser transmitido para outra.
Para os dois tipos de ligações, se não houver escorregamento das polias ou engrenagens, a velocidade
escalar de qualquer um dos pontos externos (periféricos) é igual, e igual à velocidade escalar da correia, isto é:
vA = vB

fAR A = fBRB

No entanto, se as polias ou engrenagens estiverem conectadas pelo mesmo eixo (polias coaxiais), ou seja,
giram fixadas em um mesmo eixo, a velocidade angular w será igual.
wA = wB

fA = fB

161
Teoria na prática
Antes das lombadas eletrônicas, eram pintadas faixas nas ruas para controle da velocidade dos automóveis.
A velocidade era estimada com o uso de binóculos e cronômetros. O policial utilizava a relação entre a distância
percorrida e o tempo gasto, para determinar a velocidade de um veículo. Cronometrava-se o tempo que um veí-
culo levava para percorrer a distância entre duas faixas fixas, cuja distância era conhecida. A lombada eletrônica
é um sistema muito preciso, porque a tecnologia elimina erros do operador. A distância entre os sensores é de 2
metros, e o tempo é medido por um circuito eletrônico.
O tempo mínimo, em segundos, que o motorista deve gastar para passar pela lombada eletrônica, cujo
limite é de 40 km/h, sem receber uma multa, é de:
a) 0,05.
b) 11,1.
c) 0,18.
d) 22,2.
e) 0,50.

Resolução:
d = ___ 7,2
2 ___
Dt = __
40 = 40 ⇒ Dt = 0,18s
v ___
3,6
Alternativa C

TRABALHO DE UMA FORÇA


__›
O trabalho da força F é representado pela letra grega t (lê-se “tau”) e é definido por:

t = F ∙ d ∙ cos q

No SI, a unidade de trabalho é o joule, cujo símbolo é J.


O fator cos q é adimensional, isto é, não tem unidade, de modo que:
(unidade de t) = (unidade de F) ⋅ (unidade de d)
J=N⋅m

O trabalho total
Quando mais de uma força atua sobre um corpo, cada uma delas realiza trabalho. O trabalho total ao longo de
um deslocamento é, por definição, a soma dos trabalhos de cada uma das forças:

162
ttotal = tF1 + tF2 + tF3 + tF4 + ...

__›
Considerando que a resultante
__› dessas forças seja F R, é possível demonstrar que trabalho total é igual ao
trabalho da força resultante F R:

tR = ttotal
__›
Para uma força F variável e qualquer formato de trajetória, o trabalho pode ser obtido, se o gráfico da com-
ponente tangencial da força pela posição for conhecido.

Força peso
___›
É possível demonstrar que o módulo do trabalho do peso P , durante o deslocamento, é dado por:

|tAB| = P ∙ h

163
TRABALHO DA FORÇA ELÁSTICA

1 kx2 e
tF = __ 1 kx2
tFel = – __
2 2

POTÊNCIA
Se uma quantidade de energia DE é fornecida ou recebida por um sistema, no intervalo de tempo Dt, a potência
média fornecida (ou recebida) por esse sistema será:

DE
Pm = ___
Dt

A energia correspondente à potência de 1 kW durante 1 hora é, por definição, igual a 1 kWh. Então:
1 kWh = (1 kW)(1 h) = (103 W)(3600 s) = 3,6 ⋅ 106 W ⋅ s = 3,6 ⋅ 106 joules = 3,6 ∙ 106 J

1 k Wh = 3,6 ∙ 106 J

O rendimento (h) é definido pela razão entre a potência útil e a potência total:

P
h = __u
Pt

ENERGIA
A energia é uma grandeza de grande importância na Física, porém, o seu conceito pode não ser muito claro e fácil
de explicar. Um motivo para isso é o fato de existirem várias formas de energia; daí a dificuldade de apresentar uma
definição que abranja todas elas. Existe, entretanto, uma característica importante envolvendo a energia: o total
de energia do universo se mantém constante. Assim, ocorrem transformações de energia, isto é, mudanças de uma
forma de energia em outra, frequentemente. No entanto, a energia total se mantém constante.
A definição de energia abaixo, embora não seja totalmente satisfatória, serve para um grande número de
situações do cotidiano.

O conjunto formado por um ou mais corpos pode produzir, de algum modo, o movimento de objetos, e esse
conjunto tem energia.

164
TEOREMA DA ENERGIA CINÉTICA
Considere, como exemplo, o movimento de uma partícula ao longo de uma trajetória qualquer, como na figura. No
____› ____›
ponto A, a velocidade da partícula é vA e, após certo intervalo de tempo, no ponto B a velocidade é vB .
vA
A

O trabalho total tAB realizado pelas forças sobre a partícula, entre os pontos A e B, é:

mv2 mv 2
tAB = ___B – ___A
2 2

ENERGIA POTENCIAL GRAVITACIONAL


Apesar de não possuir energia cinética, o objeto possui energia potencial, isto é, o objeto possui energia que pode
ser transformada em energia cinética, caso o objeto possa se mover pela ação da força peso.

Epg = mgh

ENERGIA POTENCIAL ELÁSTICA


O trabalho da força elástica não depende da trajetória, e, assim, a força elástica é uma força conservativa. Conse-
quentemente, a energia potencial elástica é a energia potencial associada à força elástica.

EP = kx
___2
2

PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DA ENERGIA


Os diversos tipos de movimento e atividade que estamos habituados a observar cotidianamente são devidos à
transformação de uma forma de energia em outra.

“A energia não é criada, a energia não é perdida, a


energia apenas se transforma de um tipo em outro,
em quantidades iguais.”
Antoine Lavoisier

165
ENERGIA MECÂNICA
A energia mecânica (EM) de um corpo é igual à soma da energia cinética com todas as energias potenciais do corpo.

EM = EC + EP

Na equação, Ec é a energia cinética do corpo e Ep é a energia potencial desse corpo (incluindo-se todas as
energias potenciais).
Pode-se demonstrar a seguinte propriedade:

A energia mecânica de um corpo é constante, se, dentre todas as forças que atuam nesse corpo, as forças conser-
vativas forem as únicas a realizar trabalho não nulo.

Essa proposição é chamada de princípio da conservação da energia mecânica.

SISTEMAS NÃO CONSERVATIVOS


Em geral, é muito comum exercícios no quais existe uma força de atrito atuando sobre o corpo, e a força de atrito
não é conservativa. Nesses casos em que a energia mecânica não se conserva, podemos montar a seguinte equa-
ção:

Em0 + tFat = EmF

onde:
§ Em0 é a energia mecânica inicial.
§ EmF é a energia mecânica final.
§ tFat é o trabalho da força de atrito.

166
Teoria na prática
Deseja-se instalar uma estação de geração de energia elétrica em um município localizado no interior de um
pequeno vale cercado de altas montanhas de difícil acesso. A cidade é cruzada por um rio, que é fonte de água
para consumo, irrigação das lavouras de subsistência e pesca. Na região, que possui pequena extensão territorial,
a incidência solar é alta o ano todo. A estação em questão irá abastecer apenas o município apresentado.
Qual forma de obtenção de energia, entre as apresentadas, é a mais indicada para ser implantada nesse
município de modo a causar o menor impacto ambiental?
a) Termelétrica, pois é possível utilizar a água do rio no sistema de refrigeração.
b) Eólica, pois a geografia do local é própria para a captação desse tipo de energia.
c) Nuclear, pois o modo de resfriamento de seus sistemas não afetaria a população.
d) Fotovoltaica, pois é possível aproveitar a energia solar que chega à superfície do local.
e) Hidrelétrica, pois o rio que corta o município é suficiente para abastecer a usina construída.

Resolução:

O enunciado exige menor impacto ambiental. Já que a incidência solar na região é alta, a melhor forma para
obtenção de energia é a fotovoltaica.

Alternativa D

167
APLICAÇÃO DOS c)

CONHECIMENTOS - SALA
d)
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES
Em uma prova de 100 m rasos, o desempe-
nho típico de um corredor padrão é repre-
sentado pelo gráfico a seguir:
e)

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES


Na figura a seguir está esquematizado um tipo
de usina utilizada na geração de eletricidade.

1. (ENEM) Em que intervalo de tempo o corre-


dor apresenta ACELERAÇÃO máxima?
a) Entre 0 e 1 segundo.
b) Entre 1 e 5 segundos.
c) Entre 5 e 8 segundos.
d) Entre 8 e 11 segundos.
e) Entre 9 e 15 segundos. 4. (ENEM) A eficiência de uma usina, do tipo
da representada na figura anterior, é da or-
2. (ENEM) Baseado no gráfico, em que inter- dem de 0,9, ou seja, 90% da energia da água
valo de tempo a VELOCIDADE do corredor é no início do processo se transforma em ener-
aproximadamente constante? gia elétrica. A usina Ji-Paraná, do Estado de
a) Entre 0 e 1 segundo. Rondônia, tem potência instalada de 512
b) Entre 1 e 5 segundos. milhões de watts, e a barragem tem altura de
c) Entre 5 e 8 segundos. aproximadamente 120m. A vazão do Rio Ji-
d) Entre 8 e 11 segundos. -Paraná, em litros de água por segundo, deve
e) Entre 12 e 15 segundos. ser da ordem de:
a) 50.
3. (ENEM) As bicicletas possuem uma corrente b) 500.
que liga uma coroa dentada dianteira, movi- c) 5.000.
mentada pelos pedais, a uma coroa localiza- d) 50.000.
da no eixo da roda traseira, como mostra a e) 500.000.
figura A.
5. (ENEM) No processo de obtenção de eletri-
cidade, ocorrem várias transformações de
energia. Considere duas delas:
I. cinética em elétrica
II. potencial gravitacional em cinética
O número de voltas dadas pela roda traseira Analisando o esquema anterior, é possível
a cada pedalada depende do tamanho relati- identificar que elas se encontram, respecti-
vo destas coroas. vamente, entre:
Em que opção a seguir a roda traseira dá o a) I – a água no nível h e a turbina, II – o ge-
MAIOR número de voltas por pedalada? rador e a torre de distribuição.
a) b) I – a água no nível h e a turbina, II – a tur-
bina e o gerador.
c) I – a turbina e o gerador, II – a turbina e o
gerador.
b) d) I – a turbina e o gerador, II – a água no nível
h e a turbina.
e) I – o gerador e a torre de distribuição, II – a
água no nível h e a turbina.

168
6. (ENEM) Analisando o esquema, é possível
identificar que se trata de uma usina: GABARITO
a) hidrelétrica, porque a água corrente baixa a
temperatura da turbina.
1. A 2. C 3. A 4. E 5. D
b) hidrelétrica, porque a usina faz uso da ener-
gia cinética da água. 6. B
c) termoelétrica, porque no movimento das
turbinas ocorre aquecimento.
d) eólica, porque a turbina é movida pelo movi-
mento da água.
e) nuclear, porque a energia é obtida do núcleo
das moléculas de água.

RAIO X
1. No gráfico V versus t, a aceleração está liga-
da diretamente à inclinação da tangente ao
gráfico. Esta inclinação é máxima entre 0 e 1
segundo.
2. Entre, aproximadamente, 5,0 s e 7,5 s a velo-
cidade permanece em torno dos 11 km/h.
3. Observe o esquema abaixo.

As velocidades lineares de A e B são iguais.


Portanto:
ϖr
ΩR = ϖr → Ω = ___
R
Para a velocidade angular da roda traseira
ser a maior possível é necessário que “r”
seja maior e “R” menor.
4.
0,9 mgh m = ______ 512 · 106
P = _____________
P = ________ → ___
Dt Dt 0,9 gh 0,9 ·10 · 120
= 4,74 · 105 kg/s
Como a densidade da água é de 1 kg para
cada litro, temos: 4,74 · 105 L ≅ 500.000 L.
5. A água represada tem energia potencial gra-
vitacional. Ao se abrirem as comportas, a
água tem velocidade e energia cinética que
faz girar as turbinas. (II)
Estas estão acopladas à bobinas que giram
dentro de um campo magnetostático produ-
zindo a energia elétrica. (I)
6. A água represada tem energia potencial gra-
vitacional. Ao se abrirem as comportas, a
água tem velocidade e energia cinética que
faz girar as turbinas. Estas estão acopladas à
bobinas que giram dentro de um campo mag-
netostático produzindo a energia elétrica.

169
Prescrição: Interpretar as informações que podem ser apresentadas de diversas formas, como textos, gráficos,
tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica. Diferenciar e analisar os diversos tipos de movimento,
saber utilizar conceitos aprendidos na cinemática e na dinâmica newtoniana a fim de descrever tais movimen-
tos por meio de equações matemáticas, prevendo, assim, o comportamento, ao longo de um determinado pe-
ríodo de tempo. Compreender a importância das transformações que envolvem energia em todos os aspectos
relacionados ao nosso cotidiano.

PRÁTICA DOS CONHECIMENTOS - E.O.


1. (ENEM) Um pesquisador avaliou o efeito da temperatura do motor (em velocidade constante) e da
velocidade média de um veículo (com temperatura do motor constante) sobre a emissão de monó-
xido de carbono em dois tipos de percurso, aclive e declive, com iguais distâncias percorridas em
linha reta. Os resultados são apresentados nas duas figuras.

A partir dos resultados, a situação em que ocorre maior emissão de poluentes é aquela na qual o
percurso é feito com o motor:
a) aquecido, em menores velocidades médias e em pista em declive.
b) aquecido, em maiores velocidades médias e em pista em aclive.
c) frio, em menores velocidades médias e em pista em declive.
d) frio, em menores velocidades médias e em pista em aclive.
e) frio, em maiores velocidades médias e em pista em aclive.

2. (ENEM) O trem de passageiros da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), que circula diariamente
entre a cidade de Cariacica, na Grande Vitória, e a capital mineira Belo Horizonte, está utilizando
uma nova tecnologia de frenagem eletrônica. Com a tecnologia anterior, era preciso iniciar a fre-
nagem cerca de 400 metros antes da estação. Atualmente, essa distância caiu para 250 metros, o
que proporciona redução no tempo de viagem.
Considerando uma velocidade de 72 km/h, qual o módulo da diferença entre as acelerações de
frenagem depois e antes da adoção dessa tecnologia?
a) 0,08 m/s2.
b) 0,30 m/s2.
c) 1,10 m/s2.
d) 1,60 m/s2.
e) 3,90 m/s2.

3. (ENEM) Em uma experiência didática, cinco esferas de metal foram presas em um barbante, de for-
ma que a distância entre esferas consecutivas aumentava em progressão aritmética. O barbante foi
suspenso e a primeira esfera ficou em contato com o chão. Olhando o barbante de baixo para cima, as
distâncias entre as esferas ficavam cada vez maiores. Quando o barbante foi solto, o som das colisões
entre duas esferas consecutivas e o solo foi gerado em intervalos de tempo exatamente iguais.
A razão de os intervalos de tempo citados serem iguais é que a:
a) velocidade de cada esfera é constante.
b) força resultante em cada esfera não constante.
c) aceleração de cada esfera aumenta com o tempo.
d) tensão aplicada em cada esfera aumenta com o tempo.
e) energia mecânica de cada esfera aumenta com o tempo.

170
4. (ENEM) Para serrar ossos e carnes congeladas, um açougueiro utiliza uma serra de fita que possui
três polias e um motor. O equipamento pode ser montado de duas formas diferentes, P e Q. Por
questão de segurança, é necessário que a serra possua menor velocidade linear.

Por qual montagem o açougueiro deve optar e qual a justificativa desta opção?
a) Q, pois as polias 1 e 3 giram com velocidades lineares iguais em pontos periféricos e a que tiver maior
raio terá menor frequência.
b) Q, pois as polias 1 e 3 giram com frequências iguais e a que tiver maior raio terá menor velocidade
linear em um ponto periférico.
c) P, pois as polias 2 e 3 giram com frequências diferentes e a que tiver maior raio terá menor velocidade
linear em um ponto periférico.
d) P, pois as polias 1 e 2 giram com diferentes velocidades lineares em pontos periféricos e a que tiver
menor raio terá maior frequência.
e) Q, pois as polias 2 e 3 giram com diferentes velocidades lineares em pontos periféricos e a que tiver
maior raio terá menor frequência.

5. (ENEM) Uma empresa de transportes precisa efetuar a entrega de uma encomenda o mais breve
possível. Para tanto, a equipe de logística analisa o trajeto desde a empresa até o local da entrega.
Ela verifica que o trajeto apresenta dois trechos de distâncias diferentes e velocidades máximas
permitidas diferentes. No primeiro trecho, a velocidade máxima permitida é de 80 km/h e a dis-
tância a ser percorrida é de 80 km. No segundo trecho, cujo comprimento vale 60 km, a velocidade
máxima permitida é 120 km/h.
Supondo que as condições de trânsito sejam favoráveis para que o veículo da empresa ande con-
tinuamente na velocidade máxima permitida, qual será o tempo necessário, em horas, para a
realização da entrega?
a) 0,7.
b) 1,4.
c) 1,5.
d) 2,0.
e) 3,0.

6. (ENEM) Em apresentações musicais realizadas em espaços onde o público fica longe do palco, é
necessária a instalação de alto-falantes adicionais a grandes distâncias, além daqueles localizados
no palco. Como a velocidade com que o som se propaga no ar (vsom = 3,4 · 102 m/s) é muito menor
do que a velocidade com que o sinal elétrico se propaga nos cabos (vsinal = 2,6 · 108 m/s), é neces-
sário atrasar o sinal elétrico de modo que este chegue pelo cabo ao alto-falante no mesmo instante
em que o som vindo do palco chega pelo ar. Para tentar contornar esse problema, um técnico de
som pensou em simplesmente instalar um cabo elétrico com comprimento suficiente para o sinal
elétrico chegar ao mesmo tempo que o som, em um alto-falante que está a uma distância de 680
metros do palco.
A solução é inviável, pois seria necessário um cabo elétrico de comprimento mais próximo de:
a) 1,1 · 103 km.
b) 8,9 · 104 km.
c) 1,3 · 105 km.
d) 5,2 · 105 km.
e) 6,0 · 1013 km.

7. (ENEM) Para melhorar a mobilidade urbana na rede metroviária é necessário minimizar o tempo
entre estações. Para isso a administração do metrô de uma grande cidade adotou o seguinte proce-
dimento entre duas estações: a locomotiva parte do repouso em aceleração constante por um terço
do tempo de percurso, mantém a velocidade constante por outro terço e reduz sua velocidade com
desaceleração constante no trecho final, até parar.

171
Qual é o gráfico de posição (eixo vertical) O quadro seguinte mostra a posição em que
em função do tempo (eixo horizontal) que três pessoas conseguiram segurar a régua e
representa o movimento desse trem? os respectivos tempos de reação.
a) Tempo de
Distância percorrida pela
reação
régua durante a queda (metro)
(segundo)
0,30 0,24
0,15 0,17
0,10 0,14
b) Disponível em: http://br.geocities.com. Acesso em: 1 fev. 2009.

A distância percorrida pela régua aumenta


mais rapidamente que o tempo de reação
porque a:
a) energia mecânica da régua aumenta, o que a
faz cair mais rápido.
b) resistência do ar aumenta, o que faz a régua
cair com menor velocidade.
c) c) aceleração de queda da régua varia, o que
provoca um movimento acelerado.
d) força peso da régua tem valor constante, o
que gera um movimento acelerado.
e) velocidade da régua é constante, o que pro-
voca uma passagem linear de tempo.

d) 9. (ENEM) Rua da Passagem


Os automóveis atrapalham o trânsito.
Gentileza é fundamental.
Não adianta esquentar a cabeça.
Menos peso do pé no pedal.

O trecho da música, de Lenine e Arnaldo


Antunes (1999), ilustra a preocupação com
e) o trânsito nas cidades, motivo de uma cam-
panha publicitária de uma seguradora brasi-
leira. Considere dois automóveis, A e B, res-
pectivamente conduzidos por um motorista
imprudente e por um motorista consciente
e adepto da campanha citada. Ambos se en-
contram lado a lado no instante inicial t =
0 s, quando avistam um semáforo amarelo
(que indica atenção, parada obrigatória ao
8. (ENEM) Para medir o tempo de reação de se tornar vermelho). O movimento de A e B
uma pessoa, pode-se realizar a seguinte ex- pode ser analisado por meio do gráfico, que
periência: representa a velocidade de cada automóvel
I. Mantenha uma régua (com cerca de 30 em função do tempo.
cm) suspensa verticalmente, segurando-a
pela extremidade superior, de modo que
o zero da régua esteja situado na extre-
midade inferior.
II. A pessoa deve colocar os dedos de sua
mão, em forma de pinça, próximos do
zero da régua, sem tocá-la.
III.Sem aviso prévio, a pessoa que estiver se-
gurando a régua deve soltá-la. A outra pes-
As velocidades dos veículos variam com o
soa deve procurar segurá-la o mais rapida-
tempo em dois intervalos: (I) entre os ins-
mente possível e observar a posição onde tantes 10 s e 20 s; (II) entre os instantes
conseguiu segurar a régua, isto é, a distân- 30 s e 40 s. De acordo com o gráfico, quais
cia que ela percorre durante a queda. são os módulos das taxas de variação da

172
velocidade do veículo conduzido pelo moto- A altura que o Super-homem alcança em seu
rista imprudente, em m/s2, nos intervalos salto depende do quadrado de sua velocida-
(I) e (II), respectivamente? de inicial porque:
a) 1,0 e 3,0. a) a altura do seu pulo é proporcional à sua ve-
b) 2,0 e 1,0. locidade média multiplicada pelo tempo que
c) 2,0 e 1,5. ele permanece no ar ao quadrado.
d) 2,0 e 3,0. b) o tempo que ele permanece no ar é dire-
e) 10,0 e 30,0.
tamente proporcional à aceleração da gra-
vidade e essa é diretamente proporcional à
10. (ENEM) No mundial de 2007, o americano
velocidade.
Bernard Lagat, usando pela primeira vez
c) o tempo que ele permanece no ar é inver-
uma sapatilha 34% mais leve do que a mé-
samente proporcional à aceleração da gra-
dia, conquistou o ouro na corrida de 1.500
metros com um tempo de 3,58 minutos. No vidade e essa é inversamente proporcional à
ano anterior, em 2006, ele havia ganhado velocidade média.
medalha de ouro com um tempo de 3,65 mi- d) a aceleração do movimento deve ser elevada
nutos nos mesmos 1.500 metros. ao quadrado, pois existem duas acelerações
Revista Veja, São Paulo, ago. 2008 (adaptado). envolvidas: a aceleração da gravidade e a
aceleração do salto.
Sendo assim, a velocidade média do atleta e) a altura do seu pulo é proporcional à sua ve-
aumentou em aproximadamente: locidade média multiplicada pelo tempo que
a) 1,05%.
ele permanece no ar, e esse tempo também
b) 2,00%.
depende da sua velocidade inicial.
c) 4,11%.
d) 4,19%.
e) 7,00%. 12. (ENEM) Explosões solares emitem radiações
eletromagnéticas muito intensas e ejetam,
para o espaço, partículas carregadas de alta
11. (ENEM) O Super-homem e as leis do movi-
energia, o que provoca efeitos danosos na
mento
Terra. O gráfico a seguir mostra o tempo
Uma das razões para pensar sobre física dos
transcorrido desde a primeira detecção de
super-heróis é, acima de tudo, uma forma
uma explosão solar até a chegada dos dife-
divertida de explorar muitos fenômenos fí-
rentes tipos de perturbação e seus respecti-
sicos interessantes, desde fenômenos corri-
vos efeitos na Terra.
queiros até eventos considerados fantásticos.
A figura seguinte mostra o Super-homem
lançando-se no espaço para chegar ao topo
de um prédio de altura H. Seria possível ad-
mitir que com seus superpoderes ele estaria
voando com propulsão própria, mas conside-
re que ele tenha dado um forte salto. Neste
caso, sua velocidade final no ponto mais alto
do salto deve ser zero, caso contrário, ele
continuaria subindo. Sendo g a aceleração
da gravidade, a relação entre a velocidade
inicial do Super-homem e a altura atingida é
dada por: v2 = 2gH.
Considerando-se o gráfico, é correto afirmar
que a perturbação por ondas de rádio gera-
das em uma explosão solar:
a) dura mais que uma tempestade magnética.
b) chega à Terra dez dias antes do plasma solar.
c) chega à Terra depois da perturbação por
raios X.
d) tem duração maior que a da perturbação por
raios X.
e) tem duração semelhante à da chegada à Ter-
ra de partículas de alta energia.

173
13. (ENEM) Um sistema de radar é programado para registrar automaticamente a velocidade de todos
os veículos trafegando por uma avenida, onde passam em média 300 veículos por hora, sendo
55 km/h a máxima velocidade permitida. Um levantamento estatístico dos registros do radar per-
mitiu a elaboração da distribuição percentual de veículos de acordo com sua velocidade aproximada.

A velocidade média dos veículos que trafegam nessa avenida é de:


a) 35 km/h.
b) 44 km/h.
c) 55 km/h.
d) 76 km/h.
e) 85 km/h.

14. (ENEM) As bicicletas possuem uma corrente que liga uma coroa dentada dianteira, movimentada
pelos pedais, a uma coroa localizada no eixo da roda traseira, como mostra a figura A.

O número de voltas dadas pela roda traseira a cada pedalada depende do tamanho relativo destas
coroas.
Quando se dá uma pedalada na bicicleta da figura B (isto é, quando a coroa acionada pelos pedais
dá uma volta completa), qual é a distância aproximada percorrida pela bicicleta, sabendo-se que o
comprimento de um círculo de raio R é igual a 2pR, onde p ≈ 3?
a) 1,2 m.
b) 2,4 m.
c) 7,2 m.
d) 14,4 m.
e) 48,0 m.

15. (ENEM) Um garoto foi à loja comprar um estilingue e encontrou dois modelos: um com borracha
mais “dura” e outro com borracha mais “mole”. O garoto concluiu que o mais adequado seria o que
proporcionasse maior alcance horizontal, D, para as mesmas condições de arremesso, quando sub-
metidos à mesma força aplicada. Sabe-se que a constante elástica kd (do estilingue mais “duro”) é
o dobro da constante elástica km (do estilingue mais “mole”).
D
A razão entre os alcances ___d , referentes aos estilingues com borrachas “dura” e “mole”, respecti-
Dm
vamente, é igual a:
1.
a) __
4
b) 1.
__
2
c) 1.
d) 2.
e) 4.

174
16. (ENEM) Uma análise criteriosa do de- d) o interior do forno reflete as micro-ondas e
sempenho de Usain Bolt na quebra do as concentra.
recorde mundial dos 100 metros rasos e) a modulação das ondas no forno é maior do
mostrou que, apesar de ser o último dos que no telefone.
corredores a reagir ao tiro e iniciar a
corrida, seus primeiros 30 metros foram 18. (ENEM) Os carrinhos de brinquedo podem
ser de vários tipos. Dentre eles, há os movi-
os mais velozes já feitos em um recorde
dos a corda, em que uma mola em seu inte-
mundial, cruzando essa marca em 3,78 rior é comprimida quando a criança puxa o
segundos. Até se colocar com o corpo carrinho para trás. Ao ser solto, o carrinho
reto, foram 13 passadas, mostrando sua entra em movimento enquanto a mola volta
potência durante a aceleração, o mo- à sua forma inicial.
mento mais importante da corrida. Ao O processo de conversão de energia que ocor-
final desse percurso, Bolt havia atingido re no carrinho descrito também é verificado
a velocidade máxima de 12 m/s. em:
Disponível em: http://esporte.uol.com. a) um dínamo.
br. Acesso em: 5 ago. 2012 (adaptado) b) um freio de automóvel.
c) um motor a combustão.
Supondo que a massa desse corredor seja
d) uma usina hidroelétrica.
igual a 90 kg, o trabalho total realizado nas
e) uma atiradeira (estilingue).
13 primeiras passadas é mais próximo de:
a) 5,4 · 102 J.
b) 6,5 · 103 J. 19. (ENEM) A usina termelétrica a carvão é um
c) 8,6 · 103 J. dos tipos de unidades geradoras de energia
d) 1,3 · 104 J. elétrica no Brasil. Essas usinas transformam
e) 3,2 · 104 J. a energia contida no combustível (carvão
mineral) em energia elétrica.
Em que sequência ocorrem os processos para
17. (ENEM) Os fornos domésticos de micro-on-
realizar essa transformação?
das trabalham com uma frequência de ondas
a) A usina transforma diretamente toda a ener-
eletromagnéticas que atuam fazendo rota-
gia química contida no carvão em energia
cionar as moléculas de água, gordura e açú-
elétrica, usando reações de fissão em uma
car e, consequentemente, fazendo com que
célula combustível.
os alimentos sejam aquecidos. Os telefones
b) A usina queima o carvão, produzindo ener-
sem fio também usam ondas eletromagné-
gia térmica, que é transformada em energia
ticas na transmissão do sinal. As especifi-
elétrica por dispositivos denominados trans-
cações técnicas desses aparelhos são infor-
formadores.
madas nos quadros 1 e 2, retirados de seus
c) A queima do carvão produz energia térmica,
manuais.
que é usada para transformar água em vapor.
A energia contida no vapor é transformada
Quadro 1 – Especificações técnicas do telefone
em energia mecânica na turbina e, então,
Frequência de operação 2409,60 MHz a 2420,70 MHz transformada em energia elétrica no gera-
Modulação FM dor.
Frequência 60 Hz d) A queima do carvão produz energia térmica,
Potência máxima 1,35 W que é transformada em energia potencial na
torre da usina. Essa energia é então trans-
Quadro 2 – Especificações técnicas do forno de formada em energia elétrica nas células ele-
micro-ondas trolíticas.
Capacidade 31 litros e) A queima do carvão produz energia térmica,
Frequência 60 Hz que é usada para aquecer água, transfor-
Potência de saída 1 000 W mando-se novamente em energia química,
quando a água é decomposta em hidrogênio
Frequência do micro-ondas 2450 MHz
e oxigênio, gerando energia elétrica.
O motivo de a radiação do telefone não aque-
cer como a do micro-ondas é que: 20. (ENEM) Um automóvel, em movimento uni-
a) o ambiente no qual o telefone funciona é forme, anda por uma estrada plana, quan-
aberto. do começa a descer uma ladeira, na qual o
b) a frequência de alimentação é 60 Hz para os motorista faz com que o carro se mantenha
dois aparelhos. sempre com velocidade escalar constante.
c) a potência do telefone sem fio é menor que Durante a descida, o que ocorre com as ener-
a do forno. gias potencial, cinética e mecânica do carro?

175
a) A energia mecânica mantém-se constante, já Em relação ao processo secundário de apro-
que a velocidade escalar não varia e, portan- veitamento de energia ilustrado na figura, a
to, a energia cinética é constante. perda global de energia é reduzida por meio
b) A energia cinética aumenta, pois a energia da transformação de energia:
potencial gravitacional diminui e quando a) térmica em mecânica.
uma se reduz, a outra cresce. b) mecânica em térmica.
c) A energia potencial gravitacional mantém- c) química em térmica.
-se constante, já que há apenas forças con- d) química em mecânica.
servativas agindo sobre o carro. e) elétrica em luminosa.
d) A energia mecânica diminui, pois a energia
cinética se mantém constante, mas a ener- 23. (ENEM) É possível, com 1 litro de gasoli-
gia potencial gravitacional diminui. na, usando todo o calor produzido por sua
e) A energia cinética mantém-se constante, já combustão direta, aquecer 200 litros de água
que não há trabalho realizado sobre o carro. de 20°C a 55°C. Pode-se efetuar esse mesmo
aquecimento por um gerador de eletricida-
de, que consome 1 litro de gasolina por hora
21. (ENEM) Com o objetivo de se testar a efici-
ência de fornos de micro-ondas, planejou-se o e fornece 110 V a um resistor de 11 Ω, imer-
aquecimento em 10°C de amostras de diferen- so na água, durante um certo intervalo de
tes substâncias, cada uma com determinada tempo. Todo o calor liberado pelo resistor é
massa, em cinco fornos de marcas distintas. transferido à água.
Nesse teste, cada forno operou à potência má- Considerando que o calor específico da água
xima. é igual a 4,19 J ∙ g–1 ∙°C–1, aproximadamen-
O forno mais eficiente foi aquele que: te qual a quantidade de gasolina consumida
a) forneceu a maior quantidade de energia às para o aquecimento de água obtido pelo ge-
amostras. rador, quando comparado ao obtido a partir
b) cedeu energia à amostra de maior massa em da combustão?
mais tempo. a) A quantidade de gasolina consumida é igual
c) forneceu a maior quantidade de energia em para os dois casos.
menos tempo. b) A quantidade de gasolina consumida pelo
d) cedeu energia à amostra de menor calor es- gerador é duas vezes maior que a consumida
pecífico mais lentamente. na combustão.
e) forneceu a menor quantidade de energia às c) A quantidade de gasolina consumida pelo
amostras em menos tempo. gerador é duas vezes menor que a consumi-
da na combustão.
22. (ENEM) No nosso dia a dia, deparamo-nos d) A quantidade de gasolina consumida pelo
com muitas tarefas pequenas e problemas gerador é sete vezes maior que a consumida
que demandam pouca energia para serem na combustão.
resolvidos e, por isso, não consideramos a e) A quantidade de gasolina consumida pelo
eficiência energética de nossas ações. No gerador é sete vezes menor que a consumida
global, isso significa desperdiçar muito calor na combustão.
que poderia ainda ser usado como fonte de
energia para outros processos. Em ambien-
tes industriais, esse reaproveitamento é fei- 24. (ENEM) A eficiência de um processo de con-
to por um processo chamado de cogeração. A versão de energia é definida como a razão
figura a seguir ilustra um exemplo de coge- entre a produção de energia ou trabalho útil
e o total de entrada de energia no processo.
ração na produção de energia elétrica.
A figura mostra um processo com diversas
etapas. Nesse caso, a eficiência geral será
igual ao produto das eficiências das etapas
individuais. A entrada de energia que não
se transforma em trabalho útil é perdida sob
formas não utilizáveis (como resíduos de ca-
lor).

176
Aumentar a eficiência dos processos de conversão de energia implica economizar recursos e com-
bustíveis. Das propostas seguintes, qual resultará em maior aumento da eficiência geral do pro-
cesso?
a) Aumentar a quantidade de combustível para queima na usina de força.
b) Utilizar lâmpadas incandescentes, que geram pouco calor e muita luminosidade.
c) Manter o menor número possível de aparelhos elétricos em funcionamento nas moradias.
d) Utilizar cabos com menor diâmetro nas linhas de transmissão a fim de economizar o material condutor.
e) Utilizar materiais com melhores propriedades condutoras nas linhas de transmissão e lâmpadas fluo-
rescentes nas moradias.

25. (ENEM) Na avaliação da eficiência de usinas quanto à produção e aos impactos ambientais, utili-
zam-se vários critérios, tais como: razão entre produção efetiva anual de energia elétrica e potên-
cia instalada ou razão entre potência instalada e área inundada pelo reservatório. No quadro se-
guinte, esses parâmetros são aplicados às duas maiores hidrelétricas do mundo: Itaipu, no Brasil,
e Três Gargantas, na China.
Parâmetros Itaipu Três Gargantas
Potência instalada 12.600 MW 18.200 MW
Produção efetiva 93 bilhões 84 bilhões de
de energia elétrica de kWh/ano kWh/ano
Área inundada
1.400 km2 1.000 km2
pelo reservatório
Internet: <www.itaipu.gov.br>.

Com base nessas informações, avalie as afirmativas que se seguem.


I. A energia elétrica gerada anualmente e a capacidade nominal máxima de geração da hidrelé-
trica de Itaipu são maiores que as da hidrelétrica de Três Gargantas.
II. Itaipu é mais eficiente que Três Gargantas no uso da potência instalada na produção de energia
elétrica.
III.A razão entre potência instalada e área inundada pelo reservatório é mais favorável na hidre-
létrica Três Gargantas do que em Itaipu.
É correto apenas o que se afirma em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e III.
e) II e III.

26. (ENEM) Podemos estimar o consumo de energia elétrica de uma casa considerando as principais
fontes desse consumo. Pense na situação em que apenas os aparelhos que constam da tabela a
seguir fossem utilizados diariamente da mesma forma.
A tabela fornece a potência e o tempo efetivo de uso diário de cada aparelho doméstico.

177
Tempo de uso 28. (ENEM) Os números e cifras envolvidos,
Aparelho Potência quando lidamos com dados sobre produção e
diário (horas)
Ar-condicionado 1,5 8 consumo de energia em nosso país, são sem-
Chuveiro elétrico 3,3 1/3
pre muito grandes. Apenas no setor residen-
cial, em um único dia, o consumo de energia
Freezer 0,2 10
elétrica é da ordem de 200 mil MWh. Para
Geladeira 0,35 10
avaliar esse consumo, imagine uma situação
Lâmpadas 0,1 6 em que o Brasil não dispusesse de hidrelé-
Supondo que o mês tenha 30 dias e que o tricas e tivesse de depender somente de ter-
custo de 1 kWh é R$ 0,40, o consumo de moelétricas, onde cada kg de carvão, ao ser
energia elétrica mensal dessa casa, é de queimado, permite obter uma quantidade de
aproximadamente: energia da ordem de 10 kWh. Considerando
a) R$ 135. que um caminhão transporta, em média, 10
b) R$ 165. toneladas de carvão, a quantidade de cami-
c) R$ 190.
nhões de carvão necessária para abastecer as
d) R$ 210.
termoelétricas, a cada dia, seria da ordem de:
e) R$ 230.
a) 20.
b) 200.
27. (ENEM) Na comparação entre diferentes
c) 1.000.
processos de geração de energia, devem ser
considerados aspectos econômicos, sociais e d) 2.000.
ambientais. Um fator economicamente re- e) 10.000.
levante nessa comparação é a eficiência do
processo. Eis um exemplo: a utilização do gás 29. (ENEM) Entre as inúmeras recomendações
natural como fonte de aquecimento pode ser dadas para a economia de energia elétrica
feita pela simples queima num fogão (uso em uma residência, destacamos as seguin-
direto), ou pela produção de eletricidade tes:
em uma termoelétrica e uso de aquecimen- § Substitua lâmpadas incandescentes por
to elétrico (uso indireto). Os rendimentos fluorescentes compactas.
correspondentes a cada etapa de dois desses § Evite usar o chuveiro elétrico com a chave
processos estão indicados entre parênteses na posição “inverno” ou “quente”.
no esquema. § Acumule uma quantidade de roupa para
ser passada a ferro elétrico de uma só vez.
§ Evite o uso de tomadas múltiplas para
ligar vários aparelhos simultaneamente.
§ Utilize, na instalação elétrica, fios de diâ-
metros recomendados às suas finalidades.
A característica comum a todas essas reco-
mendações é a proposta de economizar ener-
gia através da tentativa de, no dia, reduzir:
a) a potência dos aparelhos e dispositivos elé-
tricos.
b) o tempo de utilização dos aparelhos e dispo-
Na comparação das eficiências, em termos sitivos.
globais, entre esses dois processos (direto e c) o consumo de energia elétrica convertida em
indireto), verifica-se que: energia térmica.
a) a menor eficiência de P2 deve-se, sobretudo, d) o consumo de energia térmica convertida em
ao baixo rendimento da termoelétrica. energia elétrica.
b) a menor eficiência de P2 deve-se, sobretudo, e) o consumo de energia elétrica através de
ao baixo rendimento na distribuição.
correntes de fuga.
c) a maior eficiência de P2 deve-se ao alto ren-
dimento do aquecedor elétrico.
d) a menor eficiência de P1 deve-se, sobretudo, 30. (ENEM) O consumo total de energia nas re-
ao baixo rendimento da fornalha. sidências brasileiras envolve diversas fon-
e) a menor eficiência de P1 deve-se, sobretudo, tes, como eletricidade, gás de cozinha, lenha
ao alto rendimento de sua distribuição. etc. O gráfico mostra a evolução do consumo
de energia elétrica residencial, comparada
com o consumo total de energia residencial,
de 1970 a 1995.

178
*tep = toneladas equivalentes de petróleo
Fonte: valores calculados através dos dados
obtidos de: http://infoener.iee.usp.br/1999.

Verifica-se que a participação percentual da


energia elétrica no total de energia gasto nas
residências brasileiras cresceu entre 1970 e
1995, passando, aproximadamente, de:
a) 10% para 40%.
b) 10% para 60%.
c) 20% para 60%.
d) 25% para 35%.
e) 40% para 80%.

GABARITO
1. D 2. B 3. B 4. A 5. C
6. D 7. C 8. D 9. D 10. B
11. E 12. D 13. B 14. C 15. B
16. B 17. C 18. E 19. C 20. D
21. C 22. A 23. D 24. E 25. E
26. E 27. A 28. D 29. C 30. B

179
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 3 e 4

Competências 1, 2, 5 e 6
Habilidades 2, 6, 17 e 20

BREVIÁRIO

DINÂMICA

Lei da inércia
A primeira lei de Newton do movimento foi enunciada como:
Todo corpo em estado de repouso ou de movimento retilíneo uniforme permanece nesse estado até que seja
forçado a mudar seu estado por forças impressas sobre ele.

Segunda lei de Newton ou


princípio fundamental da dinâmica
Princípio fundamental da dinâmica

A aceleração de um corpo é diretamente proporcional à força resultante que atua sobre ele, inversamente propor-
cional à sua massa e tem a mesma direção e o mesmo sentido da força resultante.

A segunda lei de Newton é expressa pela relação:

FR = m · a
FR: força resultante que atua sobre o corpo;
m: massa do corpo;
a: aceleração do corpo.

A unidade de força no SI é o newton (N). O valor de 1 N corresponde à força necessária para acelerar uma
massa de 1 kg a 1 m/s2.

181
A terceira lei de Newton
Para toda ação existe uma reação igual e oposta, ou as ações mútuas de dois corpos, um sobre o outro, são iguais
e dirigidas a partes opostas. __› __›
Se um corpo A exerce uma força F 1 sobre um corpo B, uma força F 2 será exercida de B sobre A, de modo que:

__› __›
§ F__1 e F__2 têm a mesma direção;
› ›
§ F__1 e F__2 têm sentidos opostos;
› ›
§ F 1 e F 2 têm o mesmo módulo.

Equilíbrio

1° tipo: equilíbrio estático


v = o ⇒ equilíbrio estático (repouso)

2° tipo: equilíbrio dinâmico


v = constante ≠ o ⇒ equilíbrio dinâmico (MRU)

PESO DE UM CORPO

___› ___›
P =m⋅g

Força normal

182
Força de contato

Lembre-se que FAB = FBA.

FORÇA DE ATRITO CINÉTICO

___›
No exemplo da figura, a força de atrito (F A) é denominada força de atrito cinético ou força de atrito dinâ-
mico. O módulo dessa força, determinado experimentalmente, é dado por:

FA = μC ⋅ FN

onde μC é um coeficiente denominado coeficiente de atrito cinético (ou dinâmico) e FN é a intensidade


da força normal exercida sobre o corpo pela superfície.

Força de atrito estático


FA, máx = μe ⋅ FN

FN é a intensidade da força normal sobre o bloco, e μe é uma constante adimensional, denominada coeficiente
de atrito estático.

Força elástica
A diferença (x) entre L e L0 é chamada deformação da mola.

x = L0 – L

Experimentalmente, determinou-se __› que, se a deformação x for pequena em comparação com o comprimen-
to natural da mola L0, a intensidade de F é linearmente proporcional a x, isto é:

F=k⋅x

onde k é uma constante de proporcionalidade chamada de constante elástica da mola. O valor de k é específico
para cada mola. A expressão acima é denominada lei de Hooke.

183
Força resultante centrípeta
Na figura, está ilustrado o movimento de uma partícula, de massa m, em uma trajetória circular de raio R.

O módulo da força resultante (resultante centrípeta) também é constante:

v
Fc = m · __
2

R
___›
Aceleração centrípeta (a c):

v
ac = __
2

Sabendo que a velocidade angular v é relacionada com a velocidade escalar e o raio da trajetória por
v = vR, a aceleração centrípeta pode ser expressa em função de v:

(vR)2
v2 = _____
ac = __
R R

Lei da gravitação universal


Existe uma força de atração entre duas partículas de massa m1 e m2, cuja intensidade F é diretamente proporcional
ao produto das massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância R entre elas.

m1 · m2
F = G · ______
R2

A constante de proporcionalidade G é chamada constante gravitacional universal, e é determinada experi-


mentalmente. Seu valor no SI é G = 6,673 · 10-11.

184
PRIMEIRA LEI DE KEPLER

Os planetas movem-se em trajetória elíptica, com o Sol na posição em um dos focos da elipse.

O periélio é o ponto da órbita (trajetória) que está mais próximo do Sol, e o afélio é o ponto que está mais
afastado (figura acima).

Segunda lei de Kepler

A linha que liga o Sol a um planeta varre áreas iguais em intervalos de tempo iguais.

Terceira lei de Kepler

R3 = constante
__
T2

Densidade
m
d = __
V

185
Pressão

LEI DE STEVIN

pC = pB + d · g · h

Empuxo

Um corpo que esteja total ou parcialmente submerso num fluido em equilíbrio (e sob a ação da gravidade) recebe
a ação de uma força vertical para cima, ou seja, de sentido oposto ao da gravidade. Essa força é o que chamamos
de empuxo.

O empuxo exercido por um fluido sobre um corpo que está total ou parcialmente submerso neste fluido tem mó-
dulo igual ao módulo do peso do fluido deslocado pelo corpo.

PC = dcVg

E = dfVg

186
Teoria na prática
O ônibus espacial Atlantis foi lançado ao espaço com cinco astronautas a bordo e uma câmera nova, que
iria substituir uma outra danificada por um curto-circuito no telescópio Hubble. Depois de entrarem em órbita a
560 km de altura, os astronautas se aproximaram do Hubble. Dois astronautas saíram da Atlantis e se dirigiram
ao telescópio.
Ao abrir a porta de acesso, um deles exclamou: “Esse telescópio tem a massa grande, mas o peso é pequeno.”

Considerando o texto e as leis de Kepler, pode-se afirmar que a frase dita pelo astronauta
a) se justifica porque o tamanho do telescópio determina a sua massa, enquanto seu pequeno peso decorre
da falta de ação da aceleração da gravidade.
b) se justifica ao verificar que a inércia do telescópio é grande comparada à dele próprio, e que o peso do
telescópio é pequeno porque a atração gravitacional criada por sua massa era pequena.
c) não se justifica, porque a avaliação da massa e do peso de objetos em órbita tem por base as leis de
Kepler, que não se aplicam a satélites artificiais.
d) não se justifica, porque a força-peso é a força exercida pela gravidade terrestre, neste caso, sobre o teles-
cópio e é a responsável por manter o próprio telescópio em órbita.
e) não se justifica, pois a ação da força-peso implica a ação de uma força de reação contrária, que não existe
naquele ambiente. A massa do telescópio poderia ser avaliada simplesmente pelo seu volume.

Resolução:

De fato, as leis de Kepler não justificam a afirmação do astronauta porque elas versam sobre forma da órbita,
período da órbita e área varrida na órbita. Essa afirmação explica-se pelo Princípio Fundamental da Dinâmica,
pois o que está em questão são a massa e o peso do telescópio. Como o astronauta e o telescópio estão em
órbita, estão sujeitos apenas à força peso, e, consequentemente, à mesma aceleração (centrípeta), que é a da
gravidade local, tendo peso APARENTE nulo.

R=P⇒ma=mg⇒a=g

É pelo mesmo motivo que os objetos flutuam dentro de uma nave. Em Física, diz-se nesse caso que os corpos
estão em estado de imponderabilidade.
Apenas para complementar: considerando R = 6.400 km o raio da Terra, à altura h = 540 km, o raio da órbita
do telescópio é r = R + h = 6.400 + 540 = 6.940 km. De acordo com a lei de Newton da gravitação, a inten-
6.400 2 =
R 2, sendo g = 10 m/s2. Assim, g = 10 _____
sidade do campo gravitacional num ponto da órbita é g = g0 __r 0 6.940
8,5 m/s2. Ou seja, o peso REAL do telescópio na órbita é 85% do seu peso na superfície terrestre.

Alternativa D

187
APLICAÇÃO DOS 3. (ENEM) O Brasil pode se transformar no pri-
meiro país das Américas a entrar no seleto

CONHECIMENTOS - SALA grupo das nações que dispõem de trens-bala.


O Ministério dos Transportes prevê o lança-
mento do edital de licitação internacional
1. (ENEM) Durante uma obra em um clube, um para a construção da ferrovia de alta veloci-
grupo de trabalhadores teve de remover uma dade Rio-São Paulo. A viagem ligará os 403
escultura de ferro maciço colocada no fundo quilômetros entre a Central do Brasil, no
de uma piscina vazia. Cinco trabalhadores Rio, e a Estação da Luz, no centro da capital
amarraram cordas à escultura e tentaram
paulista, em uma hora e 25 minutos.
puxá-la para cima, sem sucesso.
Disponível em: http://oglobo.globo.com.
Se a piscina for preenchida com água, ficará Acesso em: 14 jul. 2009.
mais fácil para os trabalhadores removerem
a escultura, pois a: Devido à alta velocidade, um dos problemas a
a) escultura flutuará. Dessa forma, os homens ser enfrentado na escolha do trajeto que será
não precisarão fazer força para remover a es-
percorrido pelo trem é o dimensionamento
cultura do fundo.
das curvas. Considerando-se que uma acele-
b) escultura ficará com peso menor. Dessa for-
ma, a intensidade da força necessária para ração lateral confortável para os passageiros
elevar a escultura será menor. e segura para o trem seja de 0,1 g, em que
c) água exercerá uma força na escultura pro- g é a aceleração da gravidade (considerada
porcional a sua massa, e para cima. Esta for- igual a 10 m/s2), e que a velocidade do trem
ça se somará à força que os trabalhadores se mantenha constante em todo o percurso,
fazem para anular a ação da força peso da seria correto prever que as curvas existentes
escultura. no trajeto deveriam ter raio de curvatura mí-
d) água exercerá uma força na escultura para nimo de, aproximadamente:
baixo, e esta passará a receber uma força a) 80 m.
ascendente do piso da piscina. Esta força b) 430 m.
ajudará a anular a ação da força peso na es- c) 800 m.
cultura.
d) 1.600 m.
e) água exercerá uma força na escultura pro-
porcional ao seu volume, e para cima. Esta e) 6.400 m.
força se somará à força que os trabalhadores
fazem, podendo resultar em uma força as- 4. (ENEM) A característica que permite identi-
cendente maior que o peso da escultura. ficar um planeta no céu é o seu movimento
relativo às estrelas fixas. Se observarmos a
2. (ENEM) Observações astronômicas indicam posição de um planeta por vários dias, verifi-
que no centro de nossa galáxia, a Via Láctea, caremos que sua posição em relação às estre-
provavelmente exista um buraco negro cuja las fixas se modifica regularmente. A figura
massa é igual a milhares de vezes a massa destaca o movimento de Marte observado em
do Sol. Uma técnica simples para estimar a intervalos de 10 dias, registrado da Terra.
massa desse buraco negro consiste em obser-
var algum objeto que orbite ao seu redor e
medir o período de uma rotação completa, T,
bem como o raio médio, R, da órbita do ob-
jeto, que supostamente se desloca, com boa
aproximação, em movimento circular uni-
forme. Nessa situação, considere que a força
resultante, devido ao movimento circular, é
igual, em magnitude, à força gravitacional
que o buraco negro exerce sobre o objeto.
A partir do conhecimento do período de
rotação, da distância média e da constante
gravitacional, G, a massa do buraco negro é: Qual a causa da forma da trajetória do plane-
ta Marte registrada na figura?
4p2R2.
a) _____ a) A maior velocidade orbital da Terra faz com
GT2
p que, em certas épocas, ela ultrapasse Marte.
b) R 2 .
2 3
____
2GT b) A presença de outras estrelas faz com que
2p2R3. sua trajetória seja desviada por meio da
c) _____
GT2 atração gravitacional.
4p2R3.
d) _____ c) A órbita de Marte, em torno do Sol, possui
GT2 uma forma elíptica mais acentuada que a
p2R5.
e) ____ dos demais planetas.
GT2
188
d) A atração gravitacional entre a Terra e Marte b)
faz com que este planeta apresente uma ór-
bita irregular em torno do Sol.
e) A proximidade de Marte com Júpiter, em al-
gumas épocas do ano, faz com que a atra-
ção gravitacional de Júpiter interfira em seu
movimento.

5. (ENEM) A Lei da Gravitação Universal, de


Isaac Newton, estabelece a intensidade da
força de atração entre duas massas. Ela é re-
presentada pela expressão:
m1m2
F = G _____
d2
onde m1 e m2 correspondem às massas dos
corpos, d à distância entre eles, G à constan-
te universal da gravitação e F à força que um
c)
corpo exerce sobre o outro.
O esquema representa as trajetórias circula-
res de cinco satélites, de mesma massa, or-
bitando a Terra.

d)

e)

Qual gráfico expressa as intensidades das


forças que a Terra exerce sobre cada satélite
em função do tempo?
a)

RAIO X
1. Com a piscina cheia, a água exercerá na es-
cultura uma força vertical, para cima, cha-
mada empuxo, cuja intensidade é igual ao
peso do volume de água deslocado pela es-
cultura. Matematicamente, o empuxo é dado
por: E = dlíquido Vimerso g.
Essa força vertical se somará à força exercida
pelos trabalhadores, facilitando a retirada
da escultura.

189
2. A força gravitacional age como resultante centrípeta. Seja M a massa do buraco negro e m massa
do objeto orbitante. Combinando a lei de Newton da gravitação com a expressão da velocidade para
o movimento circular uniforme, vem:

∆S ⇒ v = ____
v = ___ 2pR
∆t T
(
2πR
R ____
) 4π R
2 3
⇒ M = __ 2
= R/G 4π2R2/T2 ⇒ M = _____
GM m = _____
______ m v ⇒ M = __
2
Rv2 G T GT2
R2 R G

3. Quanto se tem pela frente uma questão teste 5. A intensidade da força de atração gravita-
em que se deve chegar a um valor numérico, cional é inversamente proporcional ao qua-
é recomendável dar uma “olhadinha” nos drado da distância entre a Terra e o satélite.
valores que estão nas opções. Se a diferença Como as órbitas são circulares, a distância
entre eles é relativamente grande, pode-se para cada satélite é constante, sendo tam-
usar e abusar dos arredondamentos, como
bém constante a intensidade da força gravi-
será feito nesse teste.
Dados: ∆S = 403 km ≅ 400 km = 4 · 105 m; tacional sobre cada um. Como as massas são
∆t = 85 min = 5,1 · 103 s ≅ 5 · 103 s. iguais, o satélite mais distante sofre força de
menor intensidade.
A velocidade média (vm) do trem-bala é:
∆S = ______
4 · 105 = 80 m/s Assim: FA < FB < FC < FD < FE.
vm = ___
∆t 5 · 103
v2
A aceleração lateral (centrípeta - ac) é: ac = __
⇒ r = __ v2 = _______
802 ⇒ r = 6.400 m
ac 0,1(10)
r
GABARITO
4. Considerando órbitas circulares, a força gra-
vitacional age como resultante centrípeta. 1. E 2. D 3. E 4. A 5. B
Sendo m a massa do planeta, M a massa do
Sol e r o raio da órbita do planeta:
m v2 = ______
FRcent = Fgrav ⇒ _____ GMm⇒
r r2
G
v = ____M
r
Essa expressão final mostra que a veloci-
dade orbital é inversamente proporcional
à raiz quadrada do raio da órbita. Como a
Terra está mais próxima do Sol que Marte,
sua velocidade orbital e maior, possuindo,
em consequência, também maior velocidade
angular e menor período.

A figura mostra seis posições da Terra e as


seis correspondentes posições de Marte, bem
como a trajetória de Marte para um observa-
dor situado na Terra. Os intervalos de tempo
entre duas posições consecutivas são, aproxi-
madamente, iguais. Note que devido à maior
velocidade orbital da Terra, da posição 1 até
a 3, Marte parece avançar, de 3 a 5 ele parece
regredir, tornando a avançar de 5 a 6. Aliás,
esse fenômeno foi um dos grandes argumen-
tos para que o heliocentrismo de Copérnico
superasse o geocentrismo de Ptolomeu.

190
Prescrição: Diferenciar e analisar os diversos tipos de movimento que são estudados em uma das grandes
áreas de conhecimento da física, a mecânica. Também utilizar conceitos aprendidos na dinâmica newtoniana
a fim de descrever tais movimentos por meio de equações matemáticas, prevendo, assim, o comportamento,
ao longo de um determinado período de tempo, de certas grandezas físicas importantes para que o fenômeno
seja caracterizado.

PRÁTICA DOS CONHECIMENTOS - E.O.


1. (ENEM) Num sistema de freio convencional, as rodas do carro travam e os pneus derrapam no
solo, caso a força exercida sobre o pedal seja muito intensa. O sistema ABS evita o travamento das
rodas, mantendo a força de atrito no seu valor estático máximo, sem derrapagem. O coeficiente
de atrito estático da borracha em contato com o concreto vale me = 1,0 e o coeficiente de atrito
cinético para o mesmo par de materiais é mc = 0,75. Dois carros, com velocidades iniciais iguais a
108 km/h iniciam a frenagem numa estrada perfeitamente horizontal de concreto no mesmo
ponto. O carro 1 tem sistema ABS e utiliza a força de atrito estática máxima para a frenagem; já o
carro 2 trava as rodas, de maneira que a força de atrito efetiva é a cinética. Considere g = 10 m/s2.
As distâncias, medidas a partir do ponto em que iniciam a frenagem, que os carros 1 (d1) e 2 (d2)
percorrem até parar são, respectivamente:
a) d1 = 45 m e d2 = 60 m.
b) d1 = 60 m e d2 = 45 m.
c) d1 = 90 m e d2 = 120 m.
d) d1 = 5,8 · 102 m e d2 = 7,8 · 102 m.
e) d1 = 7,8 · 102 m e d2 = 5,8 · 102 m.

2. (ENEM) Para entender os movimentos dos corpos, Galileu discutiu o movimento de uma esfera de
metal em dois planos inclinados sem atritos e com a possibilidade de se alterarem os ângulos de
inclinação, conforme mostra a figura. Na descrição do experimento, quando a esfera de metal é
abandonada para descer um plano inclinado de um determinado nível, ela sempre atinge, no plano
ascendente, no máximo, um nível igual àquele em que foi abandonada.

Se o ângulo de inclinação do plano de subida for reduzido a zero, a esfera:


a) manterá sua velocidade constante, pois o impulso resultante sobre ela será nulo.
b) manterá sua velocidade constante, pois o impulso da descida continuará a empurrá-la.
c) diminuirá gradativamente a sua velocidade, pois não haverá mais impulso para empurrá-la.
d) diminuirá gradativamente a sua velocidade, pois o impulso resultante será contrário ao seu movimento.
e) aumentará gradativamente a sua velocidade, pois não haverá nenhum impulso contrário ao seu movi-
mento.

3. (ENEM) Em um dia sem vento, ao saltar de um avião, um paraquedista cai verticalmente até
atingir a velocidade limite. No instante em que o paraquedas é aberto (instante TA), ocorre a di-
minuição de sua velocidade de queda. Algum tempo após a abertura do paraquedas, ele passa a ter
velocidade de queda constante, que possibilita sua aterrissagem em segurança.
Que gráfico representa a força resultante sobre o paraquedista, durante o seu movimento de que-
da?

191
a) contraria a concepção aristotélica, que acre-
dita que a Terra é o centro do universo. Para
os aristotélicos, se a Terra gira do oeste para
o leste, coisas como nuvens e pássaros, que
não estão presas à Terra, pareceriam estar
sempre se movendo do leste para o oeste,
justamente como o Sol. Mas foi Galileu Ga-
lilei que, em 1632, baseando-se em experi-
ências, rebateu a crítica aristotélica, confir-
b) mando assim o sistema de Copérnico. Seu
argumento, adaptado para a nossa época, é
se uma pessoa, dentro de um vagão de trem
em repouso, solta uma bola, ela cai junto a
seus pés. Mas se o vagão estiver se movendo
com velocidade constante, a bola também cai
junto a seus pés. Isto porque a bola, enquan-
to cai, continua a compartilhar do movimen-
to do vagão.
c) O princípio físico usado por Galileu para re-
bater o argumento aristotélico foi:
a) a lei da inércia.
b) ação e reação.
c) a segunda lei de Newton.
d) a conservação da energia.
e) o princípio da equivalência.
d)
6. (ENEM) Durante uma faxina, a mãe pediu
que o filho a ajudasse, deslocando um móvel
para mudá-lo de lugar. Para escapar da tare-
fa, o filho disse ter aprendido na escola que
não poderia puxar o móvel, pois a Terceira
Lei de Newton define que se puxar o móvel,
o móvel o puxará igualmente de volta, e as-
e)
sim não conseguirá exercer uma força que
possa colocá-lo em movimento.
Qual argumento a mãe utilizará para apontar
o erro de interpretação do garoto?
a) A força de ação é aquela exercida pelo garoto.
b) A força resultante sobre o móvel é sempre
nula.
c) As forças que o chão exerce sobre o garoto se
4. (ENEM) Uma pessoa necessita da força de anulam.
atrito em seus pés para se deslocar sobre d) A força de ação é um pouco maior que a for-
ça de reação.
uma superfície. Logo, uma pessoa que sobe
e) O par de forças de ação e reação não atua em
uma rampa em linha reta será auxiliada pela
um mesmo corpo.
força de atrito exercida pelo chão em seus
pés.
7. (ENEM) O freio ABS é um sistema que evita
Em relação ao movimento dessa pessoa,
que as rodas de um automóvel sejam bloque-
quais são a direção e o sentido da força de
adas durante uma frenagem forte e entrem
atrito mencionada no texto?
em derrapagem. Testes demonstram que, a
a) Perpendicular ao plano e no mesmo sentido
partir de uma dada velocidade, a distância
do movimento.
de frenagem será menor se for evitado o blo-
b) Paralelo ao plano e no sentido contrário ao
queio das rodas.
movimento. O ganho na eficiência da frenagem na ausên-
c) Paralelo ao plano e no mesmo sentido do cia de bloqueio das rodas resulta do fato de:
movimento. a) o coeficiente de atrito estático tornar-se
d) Horizontal e no mesmo sentido do movimento. igual ao dinâmico momentos antes da der-
e) Vertical e sentido para cima. rapagem.
b) o coeficiente de atrito estático ser maior que
5. (ENEM) Em 1543, Nicolau Copérnico publi- o dinâmico, independentemente da superfí-
cou um livro revolucionário em que propu- cie de contato entre os pneus e o pavimento.
nha a Terra girando em torno do seu pró- c) o coeficiente de atrito estático ser menor
prio eixo e rodando em torno do Sol. Isso que o dinâmico, independentemente da

192
superfície de contato entre os pneus e o pa- uma série de palhetas, montadas sobre um
vimento. eixo, que seriam postas em movimento pela
d) a superfície de contato entre os pneus e o
agitação das partículas ao seu redor. Como o
pavimento ser maior com as rodas desblo-
queadas, independentemente do coeficiente movimento ocorreria igualmente em ambos
de atrito. os sentidos de rotação, o cientista concebeu
e) a superfície de contato entre os pneus e o um segundo elemento, um dente de engre-
pavimento ser maior com as rodas desblo- nagem assimétrico. Assim, em escala muito
queadas e o coeficiente de atrito estático ser
maior que o dinâmico. pequena, este tipo de motor poderia execu-
tar trabalho, por exemplo, puxando um pe-
8. (ENEM) Os freios ABS são uma importante queno peso para cima. O esquema, que já foi
medida de segurança no trânsito, os quais testado, é mostrado a seguir.
funcionam para impedir o travamento das
rodas do carro quando o sistema de freios
é acionado, liberando as rodas quando estão
no limiar do deslizamento. Quando as rodas
travam, a força de frenagem é governada
pelo atrito cinético.
As representações esquemáticas da força de
atrito fat entre os pneus e a pista, em função
da pressão p aplicada no pedal de freio, para
carros sem ABS e com ABS, respectivamente,
são:
a)

A explicação para a necessidade do uso da


engrenagem com trava é:
a) o travamento do motor, para que ele não se
b) solte aleatoriamente.
b) a seleção da velocidade, controlada pela
pressão nos dentes da engrenagem.
c) o controle do sentido da velocidade tangen-
cial, permitindo, inclusive, uma fácil leitura
c)
do seu valor.
d) a determinação do movimento, devido ao ca-
ráter aleatório, cuja tendência é o equilíbrio.
e) a escolha do ângulo a ser girado, sendo pos-
d) sível, inclusive, medi-lo pelo número de den-
tes da engrenagem.

10. (ENEM) Na preparação da madeira em uma


indústria de móveis, utiliza-se uma lixadeira
e) constituída de quatro grupos de polias, como
ilustra o esquema ao lado. Em cada grupo,
duas polias de tamanhos diferentes são in-
terligadas por uma correia provida de lixa.
Uma prancha de madeira é empurrada pelas
polias, no sentido A → B (como indicado no
9. (ENEM) Partículas suspensas em um fluido esquema), ao mesmo tempo em que um sis-
apresentam contínua movimentação aleató-
tema é acionado para frear seu movimento,
ria, chamado movimento browniano, causado
pelos choques das partículas que compõem o de modo que a velocidade da prancha seja
fluido. A ideia de um inventor era construir inferior à da lixa.

193
12. (ENEM) No manual de uma torneira elétrica
são fornecidas instruções básicas de insta-
lação para que o produto funcione correta-
mente:
§ Se a torneira for conectada à caixa-d’água
domiciliar, a pressão da água na entrada
da torneira deve ser no mínimo 18 kPa e
no máximo 38 kPa.
§ Para pressões da água entre 38 kPa e
75 kPa ou água proveniente diretamente
O equipamento anteriormente descrito fun- da rede pública, é necessário utilizar o
ciona com os grupos de polias girando da se- redutor de pressão que acompanha o pro-
guinte forma: duto.
a) 1 e 2 no sentido horário; 3 e 4 no sentido § Essa torneira elétrica pode ser instalada
anti-horário. em um prédio ou em uma casa.
b) 1 e 3 no sentido horário; 2 e 4 no sentido Considere a massa específica da água 1.000
anti-horário. kg/m3 e a aceleração da gravidade 10 m/s2
c) 1 e 2 no sentido anti-horário; 3 e 4 no sen-
tido horário.
d) 1 e 4 no sentido horário; 2 e 3 no sentido
anti-horário.
e) 1, 2, 3 e 4 no sentido anti-horário.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO


Considere os dados abaixo para resolver a(s)
questão(ões) quando for necessário.
Constantes físicas
Aceleração da gravidade: g = 10 m/s2
Densidade da água: r = 1,0 g/cm3 Para que a torneira funcione corretamente,
sem o uso do redutor de pressão, quais deve-
11. (ENEM) O Brasil pode se transformar no pri- rão ser a mínima e a máxima altura entre a
meiro país das Américas a entrar no seleto torneira e a caixa-d’água?
grupo das nações que dispõem de trens-bala. a) 1,8 m e 3,8 m.
O Ministério dos Transportes prevê o lança-
b) 1,8 m e 7,5 m.
mento do edital de licitação internacional
c) 3,8 m e 7,5 m.
para a construção da ferrovia de alta veloci-
d) 18 m e 38 m.
dade Rio-São Paulo. A viagem ligará os 403
quilômetros entre a Central do Brasil, no e) 18 m e 75 m.
Rio, e a Estação da Luz, no centro da capital
paulista, em uma hora e 25 minutos. 13. (ENEM) Os densímetros instalados nas
Disponível em: http://oglobo.globo. bombas de combustível permitem averiguar
com. Acesso em: 14 jul. 2009. se a quantidade de água presente no álco-
ol hidratado está dentro das especificações
Devido à alta velocidade, um dos problemas a
determinadas pela Agência Nacional do Pe-
ser enfrentado na escolha do trajeto que será
percorrido pelo trem é o dimensionamento tróleo (ANP). O volume máximo permitido
das curvas. Considerando-se que uma acele- de água no álcool é de 4,9%. A densidade da
ração lateral confortável para os passageiros água e do álcool anidro são de 1,00 g/cm3 e
e segura para o trem seja de 0,1 g, em que 0,80 g/cm3, respectivamente.
g é a aceleração da gravidade (considerada Disponível em: http://nxt.anp.gov.br.
igual a 10 m/s2), e que a velocidade do trem Acesso em: 5 dez. 2011 (adaptado).
se mantenha constante em todo o percurso,
A leitura no densímetro que corresponderia
seria correto prever que as curvas existentes
no trajeto deveriam ter raio de curvatura mí- à fração máxima permitida de água é mais
nimo de, aproximadamente: próxima de:
a) 80 m. a) 0,20 g/cm3.
b) 430 m. b) 0,81 g/cm3.
c) 800 m. c) 0,90 g/cm3.
d) 1.600 m. d) 0,99 g/cm3.
e) 6.400 m. e) 1,80 g/cm3.

194
14. (ENEM) Para realizar um experimento com Qual deve ser a força exercida pelo motor da
uma garrafa PET cheia de água, perfurou- bomba sobre o fluido, para que o cadeirante
-se a lateral da garrafa em três posições a seja elevado com velocidade constante?
diferentes alturas. Com a garrafa tampada, a) 20 N.
a água não vazou por nenhum dos orifícios, b) 100 N.
e, com a garrafa destampada, observou-se o c) 200 N.
escoamento da água, conforme ilustrado na d) 1000 N.
figura. e) 5000 N.

16. (ENEM) Um dos problemas ambientais vi-


venciados pela agricultura hoje em dia é a
compactação do solo, devida ao intenso trá-
fego de máquinas cada vez mais pesadas, re-
duzindo a produtividade das culturas.
Uma das formas de prevenir o problema de
compactação do solo é substituir os pneus
dos tratores por pneus mais:
a) largos, reduzindo a pressão sobre o solo.
b) estreitos, reduzindo a pressão sobre o solo.
c) largos, aumentando a pressão sobre o solo.
Como a pressão atmosférica interfere no es- d) estreitos, aumentando a pressão sobre o
coamento da água, nas situações com a gar- solo.
rafa tampada e destampada, respectivamen- e) altos, reduzindo a pressão sobre o solo.
te?
a) Impede a saída de água, por ser maior que
17. (ENEM) O manual que acompanha uma du-
a pressão interna; não muda a velocidade de
cha higiênica informa que a pressão mínima
escoamento, que só depende da pressão da
da água para o seu funcionamento apropria-
coluna de água.
do é de 20 kPa. A figura mostra a instalação
b) Impede a saída de água, por ser maior que a
hidráulica com a caixa-d‘água e o cano ao
pressão interna; altera a velocidade de esco-
qual deve ser conectada a ducha.
amento, que é proporcional à pressão atmos-
férica na altura do furo.
c) Impede a entrada de ar, por ser menor que a
pressão interna; altera a velocidade de esco-
amento, que é proporcional à pressão atmos-
férica na altura do furo.
d) Impede a saída de água, por ser maior que a
pressão interna; regula a velocidade de esco-
amento, que só depende da pressão atmosfé-
rica.
e) Impede a entrada de ar, por ser menor que
a pressão interna; não muda a velocidade de
escoamento, que só depende da pressão da
coluna de água.
O valor da pressão da água na ducha está as-
15. (ENEM) Para oferecer acessibilidade aos sociado à altura:
portadores de dificuldade de locomoção, é a) h1.
utilizado, em ônibus e automóveis, o ele- b) h2.
vador hidráulico. Nesse dispositivo é usada c) h3.
uma bomba elétrica, para forçar um fluido a d) h4.
passar de uma tubulação estreita para outra e) h5.
mais larga, e dessa forma acionar um pistão
que movimenta a plataforma. Considere um
18. (ENEM) Um consumidor desconfia que a
elevador hidráulico cuja área da cabeça do
balança do supermercado não está aferindo
pistão seja cinco vezes maior do que a área
corretamente a massa dos produtos. Ao che-
da tubulação que sai da bomba. Desprezando
gar a casa resolve conferir se a balança estava
o atrito e considerando uma aceleração gra-
descalibrada. Para isso, utiliza um recipien-
vitacional de 10 m/s2, deseja-se elevar uma
te provido de escala volumétrica, contendo
pessoa de 65 kg em uma cadeira de rodas de
1,0 litro d‘água. Ele coloca uma porção dos
15 kg sobre a plataforma de 20 kg.
legumes que comprou dentro do recipiente

195
e observa que a água atinge a marca de 1,5 de 0 N a 50 N e um cubo maciço e homo-
litro e também que a porção não ficara total- gêneo de 10 cm de aresta e 3 kg de massa.
mente submersa, com __ 1 de seu volume fora
Inicialmente, foi conferida a calibração do
3
d‘água. Para concluir o teste, o consumidor, dinamômetro, constatando-se a leitura de
com ajuda da internet, verifica que a densi- 30 N quando o cubo era preso ao dinamôme-
dade dos legumes, em questão, é a metade tro e suspenso no ar. Ao mergulhar o cubo na
da densidade da água, onde, ρágua = 1 g/cm3. água do lago, até que metade do seu volume
No supermercado a balança registrou a mas- ficasse submersa, foi registrada a leitura de
sa da porção de legumes igual a 0,500 kg 24 N no dinamômetro.
(meio quilograma).
Considerando que o método adotado tenha
boa precisão, o consumidor concluiu que a
balança estava descalibrada e deveria ter re-
gistrado a massa da porção de legumes igual a:
a) 0,073 kg.
b) 0,167 kg.
c) 0,250 kg.
d) 0,375 kg.
e) 0,750 kg.

19. (ENEM) Um tipo de vaso sanitário que vem Considerando que a aceleração da gravidade
substituindo as válvulas de descarga está local é de 10 m/s2, a densidade da água do
esquematizado na figura. Ao acionar a ala- lago, em g/cm3, é:
vanca, toda a água do tanque é escoada e a) 0,6.
aumenta o nível no vaso, até cobrir o sifão. b) 1,2.
De acordo com o Teorema de Stevin, quan- c) 1,5.
to maior a profundidade, maior a pressão. d) 2,4.
Assim, a água desce levando os rejeitos até e) 4,8.
o sistema de esgoto. A válvula da caixa de
descarga se fecha e ocorre o seu enchimento. 21. (Enem) Durante uma obra em um clube, um
Em relação às válvulas de descarga, esse tipo grupo de trabalhadores teve de remover uma
de sistema proporciona maior economia de
escultura de ferro maciço colocada no fundo
água.
de uma piscina vazia. Cinco trabalhadores
amarraram cordas à escultura e tentaram
puxá-la para cima, sem sucesso.
Se a piscina for preenchida com água, ficará
mais fácil para os trabalhadores removerem
a escultura, pois a:
a) escultura flutuará. Dessa forma, os homens
não precisarão fazer força para remover a es-
cultura do fundo.
b) escultura ficará com peso menor. Dessa for-
ma, a intensidade da força necessária para
elevar a escultura será menor.
c) água exercerá uma força na escultura pro-
porcional a sua massa, e para cima. Esta for-
A característica de funcionamento que ga- ça se somará à força que os trabalhadores
rante essa economia é devida: fazem para anular a ação da força peso da
a) à altura do sifão de água. escultura.
b) ao volume do tanque de água. d) água exercerá uma força na escultura para
c) à altura do nível de água no vaso. baixo, e esta passará a receber uma força
d) ao diâmetro do distribuidor de água. ascendente do piso da piscina. Esta força
e) à eficiência da válvula de enchimento do ajudará a anular a ação da força peso na es-
tanque. cultura.
e) água exercerá uma força na escultura pro-
20. (ENEM) Em um experimento realizado para porcional ao seu volume, e para cima. Esta
determinar a densidade da água de um lago, força se somará à força que os trabalhadores
foram utilizados alguns materiais conforme fazem, podendo resultar em uma força as-
ilustrado: um dinamômetro D com graduação cendente maior que o peso da escultura.

196
22. (ENEM) Um brinquedo chamado ludião Considere o processo descrito e a densidade
consiste em um pequeno frasco de vidro, do biodiesel igual a 900 kg/m3. A partir da
parcialmente preenchido com água, que é quantidade de pó de café jogada no lixo por
emborcado (virado com a boca para baixo) ano, a produção de biodiesel seria equiva-
dentro de uma garrafa PET cheia de água lente a:
e tampada. Nessa situação, o frasco fica na a) 1,08 bilhão de litros.
parte superior da garrafa, conforme mostra b) 1,20 bilhão de litros.
a figura 1. c) 1,33 bilhão de litros.
d) 8,00 bilhões de litros.
e) 8,80 bilhões de litros.

GABARITO
1. A 2. A 3. B 4. C 5. A
6. E 7. B 8. A 9. D 10. C
11. E 12. A 13. B 14. A 15. C
Quando a garrafa é pressionada, o frasco se
desloca para baixo, como mostrado na figura 2. 16. A 17. C 18. D 19. B 20. B
21. E 22. C 23. C

Ao apertar a garrafa, o movimento de desci-


da do frasco ocorre porque:
a) diminui a força para baixo que a água aplica
no frasco.
b) aumenta a pressão na parte pressionada da
garrafa.
c) aumenta a quantidade de água que fica den-
tro do frasco.
d) diminui a força de resistência da água sobre
o frasco.
e) diminui a pressão que a água aplica na base
do frasco.

23. (ENEM) O pó de café jogado no lixo caseiro


e, principalmente, as grandes quantidades
descartadas em bares e restaurantes poderão
transformar em uma nova opção de matéria
prima para a produção de biodiesel, segundo
estudo da Universidade de Nevada (EUA). No
mundo, são cerca de 8 bilhões de quilogra-
mas de pó de café jogados no lixo por ano.
O estudo mostra que o café descartado tem
15% de óleo, o qual pode ser convertido em
biodiesel pelo processo tradicional. Além de
reduzir significativamente emissões prejudi-
ciais, após a extração do óleo, o pó de café é
ideal como produto fertilizante para jardim.
Revista Ciência e Tecnologia no Brasil, nº 155, jan. 2009.

197
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 05 e 06

Competências 5 e 6
Habilidades 17, 18, 19, 21 e 23

BREVIÁRIO

CALORIMETRIA
A grandeza termodinâmica relacionada à energia cinética média de translação das moléculas é a temperatura.
Chamamos de calor a energia térmica em trânsito.
As relações de transferências de calor, tanto para o corpo que recebe quanto para o corpo que cede, podem
evidenciar relações de causa e consequência, nas quais, basicamente, isolamos três efeitos:
§ variação de temperatura;
§ mudança de estado físico;
§ dilatação térmica.
1. Se houver variação de temperatura: calor sensível;
2. Se houver mudança de estado físico: calor latente.

DIAGRAMA DE AQUECIMENTO

199
Capacidade térmica de um corpo (C)
Quanto maior a capacidade térmica de um corpo, maior a quantidade de calor necessária para aumentar sua tem-
peratura. Matematicamente:

Q
C = ___ [ Q = C · Du
Du

A unidade usual da capacidade térmica é cal/°C. No SI, é J/K.

Calor específico de uma substância (c)

A capacidade térmica (C) é proporcional à massa do corpo. Contudo, também depende do material de que é feito o
corpo. Desse modo, pode-se relacionar a capacidade térmica, a quantidade de água e um fator referente ao material.
O fator c, calor específico sensível, representa a inércia térmica de uma unidade de massa do material
de que é feito o corpo.

Q = C · Du

Q = m · c · Du

§ Se um corpo recebe calor (entrada de calor no corpo): Q terá valor positivo e a variação de temperatura será
positiva.
§ Se um corpo perde calor (saída de calor do corpo): Q terá valor negativo e a variação de temperatura será
negativa.

Sistema termicamente isolado


Quando colocamos corpos no calorímetro, eles trocam calor apenas entre si. Pelo princípio da conservação da ener-
gia, todo calor cedido por um dos corpos será absorvido por outro dentro do calorímetro. Dessa forma, a equação
de transferência de calor para os corpos no interior no calorímetro é dada por uma soma das quantidades de calor
igualada à zero, uma vez que toda a transferência de calor só ocorre entre os corpos em seu interior.

Qrecebido + Qcedido = 0

Ccalorímetro = E · cágua = 25 · 4 = 100 J/°C


200
POTÊNCIA
A definição de potência é dada pela razão entre a quantidade de calor transferido da fonte para o corpo ou de um
corpo para outro, pelo intervalo de tempo decorrido nesse processo. A relação matemática pode ser escrita como:

Q
P = ___
Dt

ESTADO FÍSICO DA MATÉRIA

A quantidade de calor (Q) por unidade de massa (m) necessária para efetuar a transição de fase de uma substância
é denominada de calor latente (L).

Q = mtransformada · L

O sinal de L está relacionado à absorção ou à liberação de calor pelo corpo:


L > 0, quando ocorre absorção de calor.
L < 0, quando ocorre liberação de calor.

Vaporização
A passagem do estado líquido para o estado gasoso de uma substância é denominada vaporização, e pode ocorrer
de três modos: ebulição, evaporação e calefação.
A ebulição é o processo de vaporização que acontece quando a substância atinge uma determinada tem-
peratura. Esse processo é turbulento.
A evaporação acontece em qualquer temperatura nos líquidos, no entanto, especificamente na sua su-
perfície livre. A água líquida, por exemplo, quando colocada em um prato, desaparece após determinado tempo,
ou seja, a água é vaporizada (transforma-se em vapor) e misturada aos outros gases da atmosfera.
A calefação é um processo rápido de vaporização e ocorre quando o aumento de temperatura é brusco.
Esse processo acontece, por exemplo, ao colocarmos pequenas quantidades de água em uma frigideira bem quen-
te. A vaporização da água, nesse caso, é bastante rápida, quase instantânea.

201
DIAGRAMA DE FASE
A fase ou estado físico de uma substância representa o estado de agregação de suas moléculas.
No estado sólido, as moléculas encontram-se tão agregadas que não têm a possibilidade de moverem-se
umas pelas outras.
No estado líquido, existe alguma mobilidade das moléculas, o que faz que uma substância nesse estado
não tenha um forma definida. Entretanto, a interação é suficiente para que as moléculas ocupem um volume bem
definido, sendo, como nos sólidos, difícil comprimi-las.
No estado gasoso, as substâncias não têm nem forma nem volume definido, ou seja, é relativamente fácil
comprimir um gás.

Comportamento da água
A água e o bismuto, ao passarem do estado líquido para o estado sólido, ao contrário das demais substâncias,
aumentam de volume.

202
Teoria na prática
A água apresenta propriedades físico-químicas que a coloca em posição de destaque como substância essen-
cial à vida. Dentre essas, destacam-se as propriedades térmicas biologicamente muito importantes, por exemplo,
o elevado valor de calor latente de vaporização. Esse calor latente refere-se à quantidade de calor que deve ser
adicionada a um líquido em seu ponto de ebulição, por unidade de massa, para convertê-lo em vapor na mesma
temperatura, que no caso da água é igual a 540 calorias por grama.
A propriedade físico-química mencionada no texto confere à água a capacidade de
a) servir como doador de elétrons no processo de fotossíntese.
b) funcionar como regulador térmico para os organismos vivos.
c) agir como solvente universal nos tecidos animais e vegetais.
d) transportar os íons de ferro e magnésio nos tecidos vegetais.
e) funcionar como mantenedora do metabolismo nos organismos vivos.

Resolução:

Devido ao alto calor específico da água, ela serve como regulador térmico para os seres vivos. Quando a
temperatura do organismo aumenta, ele elimina água na forma de suor. Essa água, ao evaporar, absorve calor
desse organismo, regulando sua temperatura. Cada 1 grama que se transforma em vapor absorve 540 cal.

Alternativa B

CONDUÇÃO TÉRMICA
A agitação das moléculas da extremidade é “transmitida” às moléculas vizinhas através da interação (força) que
existe entre elas e das múltiplas colisões que ocorrem entre os elétrons ligados “mais fracamente” aos átomos.

Por esse motivo, os materiais que apresentam elétrons externos (da última camada), ligados mais
fracamente aos átomos, são melhores condutores de calor: é o caso dos metais.
A madeira é um bom isolante térmico (ou um péssimo condutor). Por isso, é utilizada para
revestir os cabos dos talheres e panelas.
Outro exemplo de mau condutor é o gelo. Os esquimós constroem suas casas de gelo, os iglus, por esse
motivo. O gelo, por ser mau condutor, permite pouco a transferência de calor de seu interior para o exterior do iglu,
mesmo estando a temperaturas baixas.

Fluxo de calor na condução térmica (lei de Fourier)


Q
f = ___
Dt

203
O fluxo de calor (f) que atravessa a barra é diretamente proporcional à diferença de temperatura entre os extremos
(θ1 – θ2), à área de secção reta (A) e inversamente proporcional ao comprimento (L).

k · A ∙ (θ1 – θ2)
f = ____________
L

CONVECÇÃO
Convecção é o processo de transferência de calor por meio do deslocamento de matéria do fluido de um local para outro.
Essa movimentação da matéria é causada pela diferença de densidade criada pelo desequilíbrio térmico do
sistema.

IRRADIAÇÃO OU RADIAÇÃO
A energia térmica do Sol é transmitida para a Terra através de ondas eletromagnéticas. Essa transmissão é denomi-
nada radiação. Essa transferência é possível porque os campos elétricos e magnéticos podem existir em regiões
onde não há matéria (vácuo), ou seja, a energia radiante pode se propagar sem a necessidade de um meio material.
As radiações infravermelhas, quando atingem nossa pele, causam-nos a sensação de calor, por isso, recebem
o nome de radiação térmica.
Todo bom emissor de radiação também é um bom absorvedor. Além disso, os corpos com cores mais escuras
emitem e absorvem mais rapidamente a radiação.
Assim, os corpos escuros, quando expostos ao Sol, aquecem-se mais rapidamente, e quando anoitece,
resfriam-se também mais rapidamente.

DILATAÇÃO TÉRMICA
A temperatura de um corpo está diretamente relacionada à energia cinética das moléculas, isto é, com a agitação
das moléculas que formam o corpo. O aumento da agitação molecular causa o aumento de temperatura do corpo.
Em geral, esse processo provoca um aumento na distância média entre as moléculas, o que faz com que o
corpo sofra uma expansão (ou dilatação).
O efeito oposto também ocorre, ou seja, a diminuição da agitação das moléculas é acompanhada por uma
redução de temperatura e diminuição de volume (contração) do corpo.
Na figura abaixo, uma barra tem comprimento inicial L0 e temperatura inicial u0. Após o aumento de tempe-

204
ratura, seu comprimento passa a ser L e a sua temperatura u.
Chamando a variação de comprimento DL e a variação de temperatura Dθ:

DL = L – L0
Dθ = θ – θ0
A experiência mostra que a variação de comprimento DL e a variação de temperatura Dθ são relacionadas por:

DL = aL0 ⋅ Dθ

em que a é uma constante de proporcionalidade chamada de coeficiente de dilatação linear, cujo valor é
dependente do material.

L = L0(1 + a ⋅ Dθ)

Gráfico da dilatação linear


Observe na equação deduzida anteriormente, L = L0[1 + α ∙ (θ – θ0)], podemos representar graficamente o com-
primento final L em função da temperatura θ, isto é, uma função de L = L (θ).

L(θ) = L0[1 + α ∙ (θ – θ0)]

205
DILATAÇÃO SUPERFICIAL
Experimentalmente, temos que a variação da área DA é proporcional à área inicial, à variação de temperatura e a
um coeficiente que depende do material.

DA = A – A0

DA = b ∙ A0 ⋅ Dθ

b é chamado coeficiente de dilatação superficial, é uma característica que depende do material e relaciona-
-se matematicamente com o coeficiente de dilatação linear pela seguinte expressão:

b=2∙α

Combinando ambas as expressões para a dilatação superficial, podemos escrever:

A = A0[1 + b ∙ (θ – θ0)]

Um exemplo da dilatação superficial é a necessidade das juntas de dilatação em estruturas de concreto,


pontes, como suportando as forças de tensão que se originam da expansão superficial da ponte.

DILATAÇÃO VOLUMÉTRICA
Experimentalmente, temos que a variação do volume DV é proporcional ao volume inicial, à variação de tempera-
tura e a um coeficiente que depende do material.

DV = V – V0

DV = g ∙ V0 ⋅ Dθ

206
Coeficiente g é chamado coeficiente de dilatação volumétrico, é uma característica que depende do mate-
rial e relaciona-se matematicamente com o coeficiente de dilatação linear pela seguinte expressão:

g=3∙α

Combinando ambas as expressões para a dilatação volumétrica podemos escrever:

V = V0[1 + g ∙ (θ – θ0)]

DILATAÇÃO DOS LÍQUIDOS

Quando aquecemos um recipiente que contém um líquido, ambos dilatam. Erroneamente, algumas pessoas pen-
sam que o líquido que extravasou é a variação do mesmo. Na verdade, é uma parte da dilatação do líquido, pois
o frasco também expandiu, dessa forma foi capaz de comportar mais líquido. Chamaremos o líquido recolhido de
dilatação aparente do líquido. Matematicamente, temos:
DVlíquido = DVaparente + DVrecipiente

DILATAÇÃO ANÔMALA DA ÁGUA


A água tem um comportamento diferente que a maioria das substâncias. Em geral, quando a temperatura de uma
substância aumenta, seu volume também aumenta. Porém, não é isso que ocorre para a água.
Sob pressão normal, a experiência mostra que o volume da água diminui com o aumento de temperatura
entre 0 ºC e 4 ºC. E a partir de 4 ºC, o comportamento é semelhante ao das outras substâncias, isto é, o volume
aumenta com o aumento da temperatura.

207
Teoria na prática
A construção de grandes projetos hidroelétricos também deve ser analisada do ponto de vista do regime das águas
e de seu ciclo na região. Em relação ao ciclo da água, pode-se argumentar que a construção de grandes represas:
a) não causa impactos na região, uma vez que a quantidade total de água da Terra permanece constante.
b) não causa impactos na região, uma vez que a água que alimenta a represa prossegue depois rio abaixo
com a mesma vazão e velocidade.
c) aumenta a velocidade dos rios, acelerando o ciclo da água na região.
d) aumenta a evaporação na região da represa, acompanhada também por um aumento local da umidade
relativa do ar.
e) diminui a quantidade de água disponível para a realização do ciclo da água.

Resolução:

Como irá formar-se um lago, a superfície d’água terá uma área muito grande aumentando a captação de energia
do Sol. Portanto haverá maior evaporação e consequentemente um aumento da umidade relativa do ar.

Alternativa D

LEI GERAL DOS GASES - EQUAÇÃO DE CLAPEYRON


O físico francês Émile Clapeyron (1799-1864), em 1834, após estudar diversos gases com quantidades de massa
diferentes, descobriu que a constante da equação abaixo não é proporcional à massa do gás, mas depende do
número de moléculas do gás.

pV = nRT

O valor de R, determinado experimentalmente, vale:


atm ⋅ L = 8,31 ______
R = 0,082 ______ Pa ⋅ m³
mol ⋅ K mol ⋅ K
J ≅ 2,0 ______
R = 8,31 ______ cal
mol ⋅ K mol ⋅ K

Considerando o número de mol de um gás constante, ou seja, um sistema isolado, a transformação do gás
de um estado A para um estado B é relacionada pela seguinte equação:

pA ⋅ VA p______
_____ ⋅V
= B B
TA TB

Transformação isotérmica
Durante a transformação do gás de um estado para outro, se a temperatura permanecer constante, a transformação
é chamada de isotérmica.

p1V1 = p2V2

208
T2 > T1
T1

Transformação isobárica
Durante a transformação do gás de um estado para outro, se a pressão permanecer constante, a transformação é
chamada de isobárica.

V1 __
__ V
= 2
T1 T2

Transformação isocórica
Durante a transformação do gás de um estado para outro, se o volume permanecer constante, a transformação é
chamada de isocórica, isométrica ou isovolumétrica.

p1 __
__ p
= 2
T1 T2

Transformação adiabática
A transformação de um gás pode ocorrer muito rapidamente e, nesse caso, a expansão ou compressão de um gás
pode ocorrer sem trocas de calor com o meio externo (devido à rapidez da transformação).
Essa transformação é chamada de adiabática.

209
p1V1g = p2V2g

TRABALHO REALIZADO POR UM GÁS

A força exercida pelo gás sobre o embolo e o deslocamento têm o mesmo sentido, e, portanto, o trabalho é dado
por:

τG = FG ⋅ d

Chamando de pG a pressão exercida pelo gás sobre o embolo, temos:

τG = pG ⋅ DV

____› ___›
Se ao invés de uma expansão, o gás sofrer uma compressão isobárica, o trabalho será negativo, pois FG e d
terão sentidos opostos, do mesmo modo que DV será negativo, pois:

DV = (volume final) – (volume inicial)

e no caso de uma compressão:

volume final < volume inicial

210
Pode-se demonstrar que, mesmo quando a pressão não é constante, o trabalho ainda é numericamente
igual à área sob o gráfico.
pG

ENERGIA INTERNA
A soma das energias de todas as moléculas de um corpo determina sua energia interna (U). As energias cinéticas
dos átomos e moléculas assim como as energias potenciais correspondentes às forças elétricas existentes entre os
átomos ou moléculas se somam para compor a energia interna.
§ Se T aumenta, U aumenta.
§ Se T é constante, U é constante.
§ Se T diminui, U diminui.
No caso de um gás ideal constituído por apenas um átomo (gás monoatômico), a energia interna é dada
por:

3 nRT
U = __
2

PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA


A segunda sentença é o princípio da conservação da energia, e foi enunciada, na época, como a primeira
lei da termodinâmica.

A equação acima traduz a primeira lei da termodinâmica, e foi convencionado que:


§ se Q > 0, o sistema recebe calor;
§ se Q < 0, o sistema perde calor;
§ se τ > 0, o sistema se expande e o gás realiza trabalho;
§ se τ < 0, o sistema se contrai e o trabalho é realizado sobre o gás.

211
TRANSFORMAÇÃO CÍCLICA

Temos que o trabalho do ciclo será dado pela soma do trabalho de cada passagem individual.

τciclo = τABCDA = τAB + τBC + τCD + τDA

Assim como a quantidade de calor do ciclo será igual à soma de cada passagem individual.

Qciclo = QABCDA = QAB + QBC + QCD + QDA

Ou como a variação da energia interna.

Em um ciclo: DUciclo = 0

Em um ciclo: Q = τ

Sentido horário Sentido anti-horário

Em um ciclo realizado no sentido horário: τciclo > 0 e Qciclo > 0


Em ciclo realizado no sentido anti-horário: τciclo < 0 e Qciclo < 0

SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA


O calor não pode fluir espontaneamente de um corpo de temperatura menor para um outro corpo de temperatura
mais alta.

Considere as trocas de energia em uma máquina térmica representadas na figura abaixo.

212
Esquema de uma máquina térmica

τ = Q1 – |Q2|

O rendimento de uma máquina térmica h (lê-se “eta”) é definido por:


τ
h = __
Q1
|Q2|
τ = Q – __ |Q2|
h = __ ⇒ h = 1 – __
Q1 1 Q1 Q1

A potência útil (Pu) de uma maquina térmica é a razão entre o trabalho t realizado por ela e o intervalo de
tempo Dt gasto para realizá-lo.
τ
Pu = __

O CICLO DE CARNOT
Carnot mostrou que uma máquina térmica, operando com uma fonte quente à temperatura T1 e uma fonte fria à
temperatura T2, tem rendimento máximo quando executa um ciclo especial, denominado de ciclo de Carnot,
representado na figura. Esse ciclo é formado pelas seguintes transformações (duas isotérmicas e duas adiabáticas),
na seguinte ordem:

1. O gás recebe calor Q1 da fonte quente e sofre uma expansão isotérmica AB, à temperatura T1.
2. Expansão adiabática BC; o gás atinge a temperatura T2.
3. O gás fornece o calor Q2 à fonte fria e sofre uma compressão isotérmica CD, à temperatura T2.
4. Compressão adiabática DA; o gás volta a seu estado inicial, à temperatura T1.

|Q2| __
__ T
= 2
Q1 T1

213
O rendimento de uma máquina realizando o ciclo de Carnot pode ser calculado a partir das temperaturas
das fontes quente e fria. Substituindo as variáveis Q1 e |Q2| pelos valores de temperatura T1 e T2:

T T1 – T2
h = 1 – __2 = _____
T1 T1

MÁQUINAS FRIGORÍFICAS
Ao contrário das máquinas térmicas, as máquinas frigoríficas retiram o calor de uma fonte fria e o fornecem para
uma fonte quente.

Esquema de uma máquina frigorífica

Q1 + |τ| = |Q2|

EFICIÊNCIA DE UMA MÁQUINA FRIGORÍFICA


Para um máquina frigorífica, a eficiência ou coeficiente de desempenho é número e, definido por:
Q
e = __1
|τ|
Q1
e = ______
|Q2| – Q1

214
APLICAÇÃO DOS
CONHECIMENTOS - SALA
1. (ENEM) Aquecedores solares usados em residências têm o objetivo de elevar a temperatura da
água até 70°C. No entanto, a temperatura ideal da água para um banho é de 30°C. Por isso, deve-
-se misturar a água aquecida com a água à temperatura ambiente de um outro reservatório, que se
encontra a 25°C.
Qual a razão entre a massa de água quente e a massa de água fria na mistura para um banho à
temperatura ideal?
a) 0,111.
b) 0,125.
c) 0,357.
d) 0,428.
e) 0,833.

2. (ENEM) O Sol representa uma fonte limpa e inesgotável de energia para o nosso planeta. Essa
energia pode ser captada por aquecedores solares, armazenada e convertida posteriormente em
trabalho útil. Considere determinada região cuja insolação – potência solar incidente na superfície
da Terra – seja de 800 watts/m2.
Uma usina termossolar utiliza concentradores solares parabólicos que chegam a dezenas de quilô-
metros de extensão. Nesses coletores solares parabólicos, a luz refletida pela superfície parabólica
espelhada é focalizada em um receptor em forma de cano e aquece o óleo contido em seu interior
a 400°C. O calor desse óleo é transferido para a água, vaporizando-a em uma caldeira. O vapor em
alta pressão movimenta uma turbina acoplada a um gerador de energia elétrica.

Considerando que a distância entre a borda inferior e a borda superior da superfície refletora te-
nha 6 m de largura e que focaliza no receptor os 800 watts/m2 de radiação provenientes do Sol, e
que o calor específico da água é 1 cal · g-1 · ºC-1 = 4.200 J · kg-1 · ºC-1, então o comprimento linear
do refletor parabólico necessário para elevar a temperatura de 1 m3 (equivalente a 1 t) de água de
20°C para 100°C, em uma hora, estará entre:
a) 15 m e 21 m.
b) 22 m e 30 m.
c) 105 m e 125 m.
d) 680 m e 710 m.
e) 6.700 m e 7.150 m.

3. (ENEM) Em um experimento foram utilizadas duas garrafas PET, uma pintada de branco e a outra
de preto, acopladas cada uma a um termômetro. No ponto médio da distância entre as garrafas, foi
mantida acesa, durante alguns minutos, uma lâmpada incandescente. Em seguida a lâmpada foi
desligada. Durante o experimento, foram monitoradas as temperaturas das garrafas: a) enquanto a
lâmpada permaneceu acesa; e b) após a lâmpada ser desligada e atingirem equilíbrio térmico com
o ambiente.

A taxa de variação da temperatura da garrafa preta, em comparação à da branca, durante todo

215
experimento, foi:
a) igual no aquecimento e igual no resfriamento.
b) maior no aquecimento e igual no resfriamento.
c) menor no aquecimento e igual no resfriamento.
d) maior no aquecimento e menor no resfriamento.
e) maior no aquecimento e maior no resfriamento.

4. (ENEM)

Quais são os processos de propagação de calor relacionados à fala de cada personagem?


a) Convecção e condução.
b) Convecção e irradiação.
c) Condução e convecção.
d) Irradiação e convecção.
e) Irradiação e condução.

5. (ENEM) Um sistema de pistão contendo um gás é mostrado na figura. Sobre a extremidade supe-
rior do êmbolo, que pode movimentar-se livremente sem atrito, encontra-se um objeto. Através
de uma chapa de aquecimento é possível fornecer calor ao gás e, com auxílio de um manômetro,
medir sua pressão. A partir de diferentes valores de calor fornecido, considerando o sistema como
hermético, o objeto elevou-se em valores como mostrado no gráfico. Foram estudadas, separada-
mente, quantidades equimolares de dois diferentes gases, denominados M e V.

A diferença no comportamento dos gases no experimento decorre do fato de o gás M, em relação


ao V, apresentar:
a) maior pressão de vapor.
b) menor massa molecular.
c) maior compressibilidade.
d) menor energia de ativação.
e) menor capacidade calorífica.

6. (ENEM) No Brasil, o sistema de transporte depende do uso de combustíveis fósseis e de biomassa,


cuja energia é convertida em movimento de veículos. Para esses combustíveis, a transformação de
energia química em energia mecânica acontece:
a) na combustão, que gera gases quentes para mover os pistões no motor.
b) nos eixos, que transferem torque às rodas e impulsionam o veículo.
c) na ignição, quando a energia elétrica é convertida em trabalho.
d) na exaustão, quando gases quentes são expelidos para trás.
e) na carburação, com a difusão do combustível no ar.

216
RAIO X W = p DV = n RDT
{ WM = n RDTM
WV = n RDTV }
⇒ n RDTM = n RDTV

⇒ DTM = DTM = DTV = DT.


1. Considerando o sistema termicamente isola-
do, temos: Assim:
Qágua1 + Qágua2 = 0 ⇒ QM < QV ⇒ n CMDT < n CVDT ⇒ CM < CV.
mquente cágua (30 – 70) + mfria cágua (30 – 25) ⇒
mQuente ___ mQuente 6. Os motores utilizados em veículos queiman-
______ 5 __ 1 ______
mfria = 40 = 8 ⇒ mfria = 0,125 do combustíveis são máquinas térmicas que
aproveitam o calor gerado na combustão
2. Dados: Intensidade da radiação captada, para produzir trabalho.
I = 800 W/m2; largura do coletor, L = 6 m;
calor específico da água, c = 4.200 J/(kg.°C);
massa de água, m = 1.000 kg; tempo de
aquecimento, Dt = 1 h = 36 · 102 s; variação
GABARITO
de temperatura, DT = 80 °C.
Quantidade de calor necessária para aquecer 1. B 2. A 3. E 4. E 5. E 6. A
a água:
Q = m·c·DT = (1.000)(4.200)(80) = 336 · 106 J.

Potência recebida:
Q 336 · 106
P = ___ = _________ · 102 = 9,3 · 104 W
Dt 36
Para calcular a área do coletor, basta uma
simples regra de três:

{ } A = _________
9,3 × 10
4
800 W → 1m2
= 116,25 m 2
9,3 × 104 W → A 800
Calculando o comprimento (d) do coletor:
A = d L ⇒ 116,25 = d(6) ⇒ d ≅ 19 m.
3. Em relação à garrafa pintada de branco, a
garrafa pintada de preto comportou-se como
um corpo melhor absorvente durante o aque-
cimento e melhor emissor durante o resfria-
mento, apresentando, portanto, maior taxa
de variação de temperatura durante todo o
experimento.
4. A propagação da energia do Sol à Terra é por
irradiação. As luvas são feitas de materiais
isolantes térmicos (lã, couro etc.) dificultan-
do a condução do calor.
5. Como mostrado no gráfico, para uma mesma
elevação Dh, a quantidade de calor absorvido
pelo gás M é menor do que a absorvida pelo
gás V(QM < QV).

Mas, para uma mesma variação Dh temos tam-


bém uma mesma variação de volume (DV).
Como se trata de transformações isobáricas, os
trabalhos realizados (W) também são iguais.
Supondo gases ideais:

217
Prescrição: Aplicar conceitos específicos de física, química e biologia na compreensão de métodos
ou procedimentos tecnológicos utilizados e, dispositivos empregados no nosso cotidiano durante a
troca de energia térmica entre os corpos. Usar conceitos e relações matemáticas da termodinâmica
e do eletromagnetismo, a fim de compreender o funcionamento de determinados equipamentos ou
explicar a manifestação de certos fenômenos naturais ligados a essas áreas do conhecimento.

PRÁTICA DOS 2. (ENEM) As altas temperaturas de combustão


e o atrito entre suas peças móveis são alguns
dos fatores que provocam o aquecimento dos
CONHECIMENTOS - E.O. motores à combustão interna. Para evitar o
superaquecimento e consequentes danos a
esses motores, foram desenvolvidos os atu-
1. (ENEM) Uma garrafa térmica tem como fun-
ais sistemas de refrigeração, em que um
ção evitar a troca de calor entre o líquido fluido arrefecedor com propriedades espe-
nela contido e o ambiente, mantendo a tem- ciais circula pelo interior do motor, absor-
peratura de seu conteúdo constante. Uma vendo o calor que, ao passar pelo radiador, é
forma de orientar os consumidores na com- transferido para a atmosfera.
Qual propriedade o fluido arrefecedor deve
pra de uma garrafa térmica seria criar um possuir para cumprir seu objetivo com maior
selo de qualidade, como se faz atualmen- eficiência?
te para informar o consumo de energia de a) Alto calor específico.
eletrodomésticos. O selo identificaria cinco b) Alto calor latente de fusão.
c) Baixa condutividade térmica.
categorias e informaria a variação de tem- d) Baixa temperatura de ebulição.
peratura do conteúdo da garrafa, depois de e) Alto coeficiente de dilatação térmica.
decorridas seis horas de seu fechamento,
por meio de uma porcentagem do valor ini- 3. (ENEM) É comum nos referirmos a dias
quentes como dias “de calor”. Muitas vezes
cial da temperatura de equilíbrio do líquido ouvimos expressões como “hoje está calor”
na garrafa. ou “hoje o calor está muito forte” quando a
O quadro apresenta as categorias e os inter- temperatura ambiente está alta.
valos de variação percentual da temperatura. No contexto científico, é correto o significa-
do de “calor” usado nessas expressões?
Tipo de selo Variação de temperatura a) Sim, pois o calor de um corpo depende de
sua temperatura.
A menor que 10%
b) Sim, pois calor é sinônimo de alta temperatura.
B entre 10% e 25% c) Não, pois calor é energia térmica em trânsito.
C entre 25% e 40% d) Não, pois calor é a quantidade de energia
térmica contida em um corpo.
D entre 40% e 55%
e) Não, pois o calor é diretamente proporcional
E maior que 55% à temperatura, mas são conceitos diferentes.
Para atribuir uma categoria a um modelo de 4. (ENEM) Em um centro de pesquisa de ali-
garrafa térmica, são preparadas e mistura- mentos, um técnico efetuou a determinação
das, em uma garrafa, duas amostras de água, do valor calórico de determinados alimentos
da seguinte forma: colocou uma massa co-
uma a 10°C e outra a 40°C na proporção de nhecida de água em um recipiente termi-
um terço de água fria para dois terços de camente isolado. Em seguida, dentro desse
água quente. A garrafa é fechada. Seis horas recipiente, foi queimada uma determinada
depois, abre-se a garrafa e mede-se a tempe- massa do alimento. Como o calor liberado
por essa queima é fornecido para a água, o
ratura da água, obtendo-se 16°C.
técnico calculou a quantidade de calor que
Qual selo deveria ser posto na garrafa térmi- cada grama do alimento libera.
ca testada? Para a realização desse teste, qual aparelho
a) A. de medida é essencial?
b) B. a) Cronômetro
b) Dinamômetro
c) C. c) Termômetro
d) D. d) Radiômetro
e) E. e) Potenciômetro

218
5. (ENEM) Chuveiros elétricos possuem uma 7. (ENEM) Em grandes metrópoles, devido a
chave para regulagem da temperatura ve- mudanças na superfície terrestre – asfalto e
rão/inverno e para desligar o chuveiro. Além concreto em excesso, por exemplo – formam-
disso, é possível regular a temperatura da -se ilhas de calor. A resposta da atmosfera a
água, abrindo ou fechando o registro. Abrin-
esse fenômeno é a precipitação convectiva.
do, diminui-se a temperatura e fechando,
aumenta-se. Isso explica a violência das chuvas em São
Aumentando-se o fluxo da água há uma re- Paulo, onde as ilhas de calor chegam a ter 2
dução na sua temperatura, pois: a 3 graus centígrados de diferença em rela-
a) aumenta-se a área da superfície da água ção ao seu entorno.
dentro do chuveiro, aumentando a perda de Revista Terra da Gente. Ano 5, nº 60, Abril 2009 (adaptado).
calor por radiação.
b) aumenta-se o calor especifico da água, au- As características físicas, tanto do material
mentando a dificuldade com que a massa de como da estrutura projetada de uma edifica-
água se aquece no chuveiro. ção, são a base para compreensão de respos-
c) diminui-se a capacidade térmica do conjun- ta daquela tecnologia construtiva em termos
to água/chuveiro, diminuindo também a ca- de conforto ambiental. Nas mesmas condi-
pacidade do conjunto de se aquecer. ções ambientais (temperatura, umidade e
d) diminui-se o contato entre a corrente elé- pressão), uma quadra terá melhor conforto
trica do chuveiro e a água, diminuindo tam- térmico se:
bém a sua capacidade de aquecê-la. a) pavimentada com material de baixo calor
e) diminui-se o tempo de contato entre a água específico, pois quanto menor o calor espe-
e a resistência do chuveiro, diminuindo a cífico de determinado material, menor será
transferência de calor de uma para a outra. a variação térmica sofrida pelo mesmo ao re-
ceber determinada quantidade de calor.
6. (ENEM) A Constelação Vulpécula (Raposa) b) pavimentada com material de baixa capaci-
encontra-se a 63 anos-luz da Terra, fora dade térmica, pois quanto menor a capacida-
do sistema solar. Ali, o planeta gigante HD de térmica de determinada estrutura, menor
189733b, 15% maior que Júpiter, concentra será a variação térmica sofrida por ela ao
vapor de água na atmosfera. A temperatura receber determinada quantidade de calor.
do vapor atinge 900 graus Celsius. “A água c) pavimentada com material de alta capacida-
sempre está lá, de alguma forma, mas às ve- de térmica, pois quanto maior a capacidade
zes é possível que seja escondida por outros térmica de determinada estrutura, menor
tipos de nuvens”, afirmaram os astrônomos será a variação térmica sofrida por ela ao re-
do Spitzer Science Center (SSC), com sede ceber determinada quantidade de calor
em Pasadena, Califórnia, responsável pela d) possuir um sistema de vaporização, pois
descoberta. A água foi detectada pelo espec- ambientes mais úmidos permitem uma mu-
trógrafo infravermelho, um aparelho do te- dança de temperatura lenta, já que o vapor
lescópio espacial Spitzer. d’água possui a capacidade de armazenar ca-
Correio Braziliense, 11 dez. 2008 (adaptado).
lor sem grandes alterações térmicas, devido
ao baixo calor específico da água (em relação
De acordo com o texto, o planeta concentra à madeira, por exemplo).
vapor de água em sua atmosfera a 900 graus e) possuir um sistema de sucção do vapor
Celsius. Sobre a vaporização infere-se que: d’água, pois ambientes mais secos permitem
a) se há vapor de água no planeta, é certo que uma mudança de temperatura lenta, já que
existe água no estado líquido também. o vapor d’água possui a capacidade de arma-
b) a temperatura de ebulição da água indepen- zenar calor sem grandes alterações térmicas,
de da pressão, em um local elevado ou ao devido ao baixo calor específico da água (em
nível do mar, ela ferve sempre a 100 graus relação à madeira, por exemplo).
Celsius.
c) o calor de vaporização da água é o calor ne- 8. (ENEM) A energia geotérmica tem sua origem
cessário para fazer 1 kg de água líquida se no núcleo derretido da Terra, onde as tempe-
transformar em 1 kg de vapor de água a 100 raturas atingem 4.000°C. Essa energia é pri-
graus Celsius. meiramente produzida pela decomposição
d) um líquido pode ser superaquecido acima de de materiais radioativos dentro do planeta.
sua temperatura de ebulição normal, mas de Em fontes geotérmicas, a água, aprisionada
forma nenhuma nesse líquido haverá forma- em um reservatório subterrâneo, é aquecida
ção de bolhas. pelas rochas ao redor e fica submetida a al-
e) a água em uma panela pode atingir a tem- tas pressões, podendo atingir temperaturas
peratura de ebulição em alguns minutos, e é de até 370°C sem entrar em ebulição. Ao ser
necessário muito menos tempo para fazer a liberada na superfície, à pressão ambiente,
água vaporizar completamente. ela se vaporiza e se resfria, formando fontes

219
ou gêiseres. O vapor de poços geotérmicos é separado da água e é utilizado no funcionamento de
turbinas para gerar eletricidade. A água quente pode ser utilizada para aquecimento direto ou em
usinas de dessalinização.
Roger A. Hinrichs e Merlin Kleinbach. Energia e meio ambiente. Ed. ABDR (com adaptações)

Depreende-se das informações do texto que as usinas geotérmicas:


a) utilizam a mesma fonte primária de energia que as usinas nucleares, sendo, portanto, semelhantes os
riscos decorrentes de ambas.
b) funcionam com base na conversão de energia potencial gravitacional em energia térmica.
c) podem aproveitar a energia química transformada em térmica no processo de dessalinização.
d) assemelham-se às usinas nucleares no que diz respeito à conversão de energia térmica em cinética e,
depois, em elétrica.
e) transformam inicialmente a energia solar em energia cinética e, depois, em energia térmica.

9. (ENEM) Nas discussões sobre a existência de vida fora da Terra, Marte tem sido um forte candidato
a hospedar vida. No entanto, há ainda uma enorme variação de critérios e considerações sobre a
habitabilidade de Marte, especialmente no que diz respeito à existência ou não de água líquida.
Alguns dados comparativos entre a Terra e Marte estão apresentados na tabela.

Distância ao Massa (em rela- Aceleração da Composição da


PLANETA Temperatura Média
Sol (km) ção à terrestre) gravidade (m/s2) atmosfera
Gases pre-
dominantes: 288K
TERRA 149 milhões 1,00 9,8
Nitrogênio (N) e (+15 °C)
Oxigênio (O2)
Gás predominan-
218K
MARTE 228 milhões 0,18 3,7 te: Dióxido de
(–55 °C)
Carbono (CO2)

Com base nesses dados, é possível afirmar que, dentre os fatores a seguir, aquele mais adverso à
existência de água líquida em Marte é sua:
a) grande distância ao Sol.
b) massa pequena.
c) aceleração da gravidade pequena.
d) atmosfera rica em CO2.
e) temperatura média muito baixa.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES


A panela de pressão permite que os alimentos sejam cozidos em água muito mais rapidamente
do que em panelas convencionais. Sua tampa possui uma borracha de vedação que não deixa o
vapor escapar, a não ser através de um orifício central sobre o qual assenta um peso que controla
a pressão. Quando em uso, desenvolve-se uma pressão elevada no seu interior. Para a sua operação
segura, é necessário observar a limpeza do orifício central e a existência de uma válvula de segu-
rança, normalmente situada na tampa.
O esquema da panela de pressão e um diagrama de fase da água são apresentados a seguir.

10. (ENEM) A vantagem do uso de panela de pressão é a rapidez para o cozimento de alimentos e isto
se deve:
a) à pressão no seu interior, que é igual à pressão externa.
b) à temperatura de seu interior, que está acima da temperatura de ebulição da água no local.
c) à quantidade de calor adicional que é transferida à panela.
d) à quantidade de vapor que esta sendo liberada pela válvula.
e) à espessura da sua parede, que é maior que a das panelas comuns.

220
11. (ENEM) Sabe-se que nas proximidades dos 13. (ENEM) A elevação da temperatura das águas
polos do planeta Terra é comum a forma- de rios, lagos e mares diminui a solubilidade
ção dos icebergs, que são grandes blocos de do oxigênio, pondo em risco as diversas for-
gelo, flutuando nas águas oceânicas. Estudos mas de vida aquática que dependem desse
mostram que a parte de gelo que fica emer- gás. Se essa elevação de temperatura aconte-
sa durante a flutuação corresponde a apro- ce por meios artificiais, dizemos que existe
ximadamente 10% do seu volume total. Um poluição térmica. As usinas nucleares, pela
estudante resolveu simular essa situação in- própria natureza do processo de geração de
troduzindo um bloquinho de gelo no interior energia, podem causar esse tipo de poluição.
de um recipiente contendo água, observando Que parte do ciclo de geração de energia das
a variação de seu nível desde o instante de usinas nucleares está associada a esse tipo
introdução até o completo derretimento do de poluição?
bloquinho. a) Fissão do material radioativo.
Com base nessa simulação, verifica-se que o b) Condensação do vapor-d‘água no final do
nível da água no recipiente: processo.
a) subirá com a introdução do bloquinho de c) Conversão de energia das turbinas pelos ge-
gelo e, após o derretimento total do gelo, radores.
esse nível subirá ainda mais. d) Aquecimento da água líquida para gerar va-
b) subirá com a introdução do bloquinho de por d‘água.
gelo e, após o derretimento total do gelo, e) Lançamento do vapor-d‘água sobre as pás
esse nível descerá, voltando ao seu valor ini- das turbinas.
cial.
c) subirá com a introdução do bloquinho de 14. (ENEM) Um engenheiro decidiu instalar um
gelo e, após o derretimento total do gelo, aquecedor solar em sua casa, conforme mos-
esse nível permanecerá sem alteração. tra o esquema.
d) não sofrerá alteração com a introdução do
bloquinho de gelo, porém, após seu derreti-
mento, o nível subirá devido a um aumento
em torno de 10% no volume de água.
e) subirá em torno de 90% do seu valor inicial
com a introdução do bloquinho de gelo e, De acordo com as instruções de montagem,
após seu derretimento, o nível descerá ape- para se ter um aproveitamento máximo da
nas 10% do valor inicial. incidência solar, as placas do coletor solar
devem ser instaladas com um ângulo de in-
12. (ENEM) Para a proteção contra curtos-cir- clinação determinado.
cuitos em residências são utilizados disjun-
tores, compostos por duas lâminas de metais O parâmetro que define o valor do ângulo de
diferentes, com suas superfícies soldadas inclinação dessas placas coletoras é a:
uma à outra, ou seja, uma lâmina bimetálica. a) altitude.
Essa lâmina toca o contato elétrico, fechan- b) latitude.
do o circuito e deixando a corrente elétrica c) longitude.
passar. Quando da passagem de uma corren- d) nebulosidade.
te superior à estipulada (limite), a lâmina e) umidade relativa do ar.
se curva para um dos lados, afastando-se do
contato elétrico e, assim, interrompendo o
circuito. Isso ocorre porque os metais da lâ-
mina possuem uma característica física cuja
resposta é diferente para a mesma corrente
elétrica que passa no circuito.
A característica física que deve ser observa-
da para a escolha dos dois metais dessa lâmi-
na bimetálica é o coeficiente de:
a) dureza.
b) elasticidade.
c) dilatação térmica.
d) compressibilidade.
e) condutividade elétrica.

221
15. (ENEM)

O quadro oferece os coeficientes de dilatação linear de alguns metais e ligas metálicas:

Substância Aço Alumínio Bronze Chumbo Níquel Latão Ouro Platina Prata Cobre
Coeficiente de
dilatação linear 1,2 2,4 1,8 2,9 1,3 1,8 1,4 0,9 2,4 1,7
⋅ 10–5 ºC–1
GREF. Física 2; calor e ondas. São Paulo: Edusp, 1993.

Para permitir a ocorrência do fato observado na tirinha, a partir do menor aquecimento do con-
junto, o parafuso e a porca devem ser feitos, respectivamente, de:
a) aço e níquel.
b) alumínio e chumbo.
c) platina e chumbo.
d) ouro e latão.
e) cobre e bronze.

16. (ENEM) Em dias com baixas temperaturas, as pessoas utilizam casacos ou blusas de lã com o
intuito de minimizar a sensação de frio. Fisicamente, esta sensação ocorre pelo fato de o corpo
humano liberar calor, que é a energia transferida de um corpo para outro em virtude da diferença
de temperatura entre eles.
A utilização de vestimenta de lã diminui a sensação de frio, porque:
a) possui a propriedade de gerar calor.
b) é constituída de material denso, o que não permite a entrada do ar frio.
c) diminui a taxa de transferência de calor do corpo humano para o meio externo.
d) tem como principal característica a absorção de calor, facilitando o equilíbrio térmico.
e) está em contato direto com o corpo humano, facilitando a transferência de calor por condução.

17. (ENEM) Um aquecedor solar consiste essencialmente em uma serpentina de metal, a ser exposta
ao sol, por meio da qual flui água a ser aquecida. A parte inferior da serpentina é soldada a uma
chapa metálica, que é o coletor solar. A forma da serpentina tem a finalidade de aumentar a área
de contato com o coletor e com a própria radiação solar sem aumentar muito o tamanho do aquece-
dor. O metal, sendo bom condutor, transmite e energia da radiação solar absorvida para as paredes
internas e, daí, por condução, para a água. A superfície deve ser recoberta com um material, deno-
minado material seletivo quente, para que absorva o máximo de radiação solar e emita o mínimo
de radiação infravermelha. Os quadros relacionam propriedades de alguns metais/ligas metálicas
utilizados na confecção de aquecedores solares:
Condutividade térmica
Material metálico
(W/m K)
Zinco 116,0
Aço 52,9
cobre 411,0

222
Razão entre a absorbância
de radiação solar e a
Material seletivo quente
emitância de radiação
infravermelha
A. Óxido e sulfeto de níquel e zinco aplicados sobre zinco 8,45
B. Óxido e sulfeto de níquel e zinco sobre ferro galvanizado 7,42
C. Óxido de cobre em alumínio anodizado 7,72
ACIOLI, J. L. Fontes de energia. Brasília: UnB, 1994. Adaptado.

Os aquecedores solares mais eficientes e, portanto, mais atrativos do ponto de vista econômico,
devem ser construídos utilizando como material metálico e material seletivo quente, respectiva-
mente:
a) aço e material seletivo quente A.
b) aço e material seletivo quente B.
c) cobre e material seletivo quente C.
d) zinco e material seletivo quente B.
e) cobre e material seletivo quente A.

18. (ENEM) De maneira geral, se a temperatura de um líquido comum aumenta, ele sofre dilatação. O
mesmo não ocorre com a água, se ela estiver a uma temperatura próxima a de seu ponto de conge-
lamento. O gráfico mostra como o volume específico (inverso da densidade) da água varia em fun-
ção da temperatura, com uma aproximação na região entre 0ºC e 10ºC, ou seja, nas proximidades
do ponto de congelamento da água.

A partir do gráfico, é correto concluir que o volume ocupado por certa massa de água:
a) diminui em menos de 3% ao se resfriar de 100ºC a 0ºC.
b) aumenta em mais de 0,4% ao se resfriar de 4ºC a 0ºC.
c) diminui em menos de 0,04% ao se aquecer de 0ºC a 4ºC.
d) aumenta em mais de 4% ao se aquecer de 4ºC a 9ºC.
e) aumenta em menos de 3% ao se aquecer de 0ºC a 100ºC.

19. (ENEM) O uso mais popular de energia solar está associado ao fornecimento de água quente para
fins domésticos. Na figura a seguir, é ilustrado um aquecedor de água constituído de dois tanques
pretos dentro de uma caixa termicamente isolada e com cobertura de vidro, os quais absorvem
energia solar.

223
a) O ar que está sobre a água se aquece mais;
ao subir, deixa uma área de baixa pressão,
causando um deslocamento de ar do conti-
nente para o mar.
b) O ar mais quente desce e se desloca do con-
tinente para a água, a qual não conseguiu
reter calor durante o dia.
c) O ar que está sobre o mar se esfria e dissol-
ve-se na água; forma-se, assim, um centro
de baixa pressão, que atrai o ar quente do
continente.
d) O ar que está sobre a água se esfria, criando
um centro de alta pressão que atrai massas
de ar continental.
A. Hinrichs e M. Kleinbach. Energia e meio ambiente. São
Paulo: Thompson, 3a ed., 2004, p. 529 (com adaptações). e) O ar sobre o solo, mais quente, é deslocado
para o mar, equilibrando a baixa temperatu-
Nesse sistema de aquecimento: ra do ar que está sobre o mar.
a) os tanques, por serem de cor preta, são maus
absorvedores de calor e reduzem as perdas 21. (ENEM) O ar atmosférico pode ser utiliza-
de energia. do para armazenar o excedente de energia
b) a cobertura de vidro deixa passar a energia gerada no sistema elétrico, diminuindo seu
luminosa e reduz a perda de energia térmica desperdício, por meio do seguinte processo:
utilizada para o aquecimento. água e gás carbônico são inicialmente re-
c) a água circula devido à variação de energia movidos do ar atmosférico e a massa de ar
luminosa existente entre os pontos X e Y. restante é resfriada até –198ºC. Presente na
proporção de 78% dessa massa de ar, o nitro-
d) a camada refletiva tem como função armaze-
gênio gasoso é liquefeito, ocupando um vo-
nar energia luminosa. lume 700 vezes menor. A energia excedente
e) o vidro, por ser bom condutor de calor, per- do sistema elétrico é utilizada nesse proces-
mite que se mantenha constante a tempera- so, sendo parcialmente recuperada quando
tura no interior da caixa. o nitrogênio líquido, exposto à temperatura
ambiente, entra em ebulição e se expande,
20. (ENEM) Numa área de praia, a brisa maríti- fazendo girar turbinas que convertem ener-
ma é uma consequência da diferença no tem- gia mecânica em energia elétrica.
MACHADO, R. Disponível em: www.correiobraziliense.
po de aquecimento do solo e da água, apesar
com.br Acesso em: 9 set. 2013 (adaptado).
de ambos estarem submetidos às mesmas
condições de irradiação solar. No local (solo) No processo descrito, o excedente de energia
que se aquece mais rapidamente, o ar fica elétrica é armazenado pela:
mais quente e sobe, deixando uma área de a) expansão do nitrogênio durante a ebulição.
baixa pressão, provocando o deslocamento b) absorção de calor pelo nitrogênio durante a
do ar da superfície que está mais fria (mar). ebulição.
c) realização de trabalho sobre o nitrogênio
durante a liquefação.
d) retirada de água e gás carbônico da atmosfe-
ra antes do resfriamento.
e) liberação de calor do nitrogênio para a vizi-
nhança durante a liquefação.

22. (ENEM) Uma pessoa abre sua geladeira, ve-


rifica o que há dentro e depois fecha a porta
dessa geladeira. Em seguida, ela tenta abrir
a geladeira novamente, mas só consegue fa-
zer isso depois de exercer uma força mais
À noite, ocorre um processo inverso ao que intensa do que a habitual.
se verifica durante o dia. A dificuldade extra para reabrir a geladeira
Como a água leva mais tempo para esquentar ocorre porque o(a):
(de dia), mas também leva mais tempo para a) volume de ar dentro da geladeira diminuiu.
esfriar (à noite), o fenômeno noturno (bri- b) motor da geladeira está funcionando com
sa terrestre) pode ser explicado da seguinte potência máxima.
maneira: c) força exercida pelo ímã fixado na porta da
geladeira aumenta.

224
d) pressão no interior da geladeira está abaixo c) conversão integral de calor em trabalho ser
da pressão externa. impossível.
e) temperatura no interior da geladeira é infe- d) transformação de energia térmica em cinéti-
rior ao valor existente antes de ela ser aberta. ca ser impossível.
e) utilização de energia potencial do combustí-
23. (ENEM) Aumentar a eficiência na queima vel ser incontrolável.
de combustível dos motores à combustão e
reduzir suas emissões de poluentes são a 25. (ENEM) Nos últimos anos, o gás natural
meta de qualquer fabricante de motores. É (GNV: gás natural veicular) vem sendo utili-
também o foco de uma pesquisa brasileira zado pela frota de veículos nacional, por ser
que envolve experimentos com plasma, o viável economicamente e menos agressivo
quarto estado da matéria e que está presente do ponto de vista ambiental.
no processo de ignição. A interação da faísca O quadro compara algumas características
emitida pela vela de ignição com as molécu- do gás natural e da gasolina em condições
las de combustível gera o plasma que provo- ambiente.
ca a explosão liberadora de energia que, por
Densidade Poder Calorífico
sua vez, faz o motor funcionar.
(kg/m3) (kJ/kg)
Disponível em: www.inovacaotecnologica.com.
br. Acesso em: 22 jul. 2010 (adaptado). GNV 0,8 50.200
Gasolina 738 46.900
No entanto, a busca da eficiência referencia-
da no texto apresenta como fator limitante: Apesar das vantagens no uso de GNV, sua
a) o tipo de combustível, fóssil, que utilizam. utilização implica algumas adaptações técni-
Sendo um insumo não renovável, em algum cas, pois, em condições ambiente, o VOLUME
momento estará esgotado. de combustível necessário, em relação ao de
b) um dos princípios da termodinâmica, segun- gasolina, para produzir a mesma energia,
do o qual o rendimento de uma máquina tér- seria:
mica nunca atinge o ideal. a) muito maior, o que requer um motor muito
c) o funcionamento cíclico de todo os motores. mais potente.
A repetição contínua dos movimentos exige b) muito maior, o que requer que ele seja arma-
que parte da energia seja transferida ao pró- zenado a alta pressão.
ximo ciclo. c) igual, mas sua potência será muito menor.
d) as forças de atrito inevitável entre as peças. d) muito menor, o que o torna o veículo menos
Tais forças provocam desgastes contínuos eficiente.
e) muito menor, o que facilita sua dispersão
que com o tempo levam qualquer material à
para a atmosfera.
fadiga e ruptura.
e) a temperatura em que eles trabalham. Para
atingir o plasma, é necessária uma tempera- 26. (ENEM) O diagrama mostra a utilização das
tura maior que a de fusão do aço com que se diferentes fontes de energia no cenário
fazem os motores. mundial. Embora aproximadamente um ter-
ço de toda energia primária seja orientada à
produção de eletricidade, apenas 10% do to-
24. (ENEM) Um motor só poderá realizar traba-
tal são obtidos em forma de energia elétrica
lho se receber uma quantidade de energia de
útil.
outro sistema. No caso, a energia armazena-
da no combustível é, em parte, liberada du-
rante a combustão para que o aparelho possa
funcionar. Quando o motor funciona, parte
da energia convertida ou transformada na
combustão não pode ser utilizada para a re-
alização de trabalho. Isso significa dizer que
há vazamento da energia em outra forma.
CARVALHO, A. X. Z. Física Térmica. Belo
Horizonte: Pax, 2009 (adaptado).

De acordo com o texto, as transformações


de energia que ocorrem durante o funciona-
mento do motor são decorrentes de a:
a) liberação de calor dentro do motor ser im-
A pouca eficiência do processo de produção
possível.
de eletricidade deve-se, sobretudo, ao fato
b) realização de trabalho pelo motor ser incon- de as usinas:
trolável.

225
a) nucleares utilizarem processos de aqueci- de calor entre o interior e o exterior da gela-
mento, nos quais as temperaturas atingem deira.
milhões de graus Celsius, favorecendo perdas
Disponível em: http://home.howstuffworks.
por fissão nuclear.
com. Acesso em: 19 out. 2008 (adaptado).
b) termelétricas utilizarem processos de aque-
cimento a baixas temperaturas, apenas da
ordem de centenas de graus Celsius, o que
impede a queima total dos combustíveis fós-
seis.
c) hidrelétricas terem o aproveitamento ener-
gético baixo, uma vez que parte da água em
queda não atinge as pás das turbinas que
acionam os geradores elétricos.
d) nucleares e termelétricas utilizarem proces-
sos de transformação de calor em trabalho
útil, no qual as perdas de calor são sempre
bastante elevadas.
e) termelétricas e hidrelétricas serem capazes
de utilizar diretamente o calor obtido do
combustível para aquecer a água, sem perda
para o meio.

27. (ENEM) A refrigeração e o congelamento de


alimentos são responsáveis por uma parte
significativa do consumo de energia elétrica
numa residência típica.
Para diminuir as perdas térmicas de uma ge-
ladeira, podem ser tomados alguns cuidados
operacionais:
I. Distribuir os alimentos nas prateleiras
deixando espaços vazios entre eles, para Nos processos de transformação de energia
que ocorra a circulação do ar frio para envolvidos no funcionamento da geladeira:
baixo e do quente para cima.
a) a expansão do gás é um processo que cede a
II. Manter as paredes do congelador com ca-
energia necessária ao resfriamento da parte
mada bem espessa de gelo, para que o au-
mento da massa de gelo aumente a troca interna da geladeira.
de calor no congelador b) o calor flui de forma não espontânea da par-
III.Limpar o radiador (“grade” na parte de te mais fria, no interior, para a mais quente,
trás) periodicamente, para que a gordu- no exterior da geladeira.
ra e a poeira que nele se depositam não c) a quantidade de calor cedida ao meio exter-
reduzam a transferência de calor para o no é igual ao calor retirado da geladeira.
ambiente. d) a eficiência é tanto maior quanto menos iso-
Para uma geladeira tradicional é correto in- lado termicamente do ambiente externo for
dicar, apenas:
o seu compartimento interno.
a) a operação I
b) a operação II. e) a energia retirada do interior pode ser de-
c) as operações I e II. volvida à geladeira abrindo-se a sua porta, o
d) as operações I e III. que reduz seu consumo de energia.
e) as operações II e III.
29. (ENEM) O motor de combustão interna, uti-
28. (Enem) A invenção da geladeira proporcio- lizado no transporte de pessoas e cargas, é
nou uma revolução no aproveitamento dos uma máquina térmica cujo ciclo consiste em
alimentos, ao permitir que fossem armaze- quatro etapas: admissão, compressão, explo-
nados e transportados por longos períodos. são/expansão e escape. Essas etapas estão
A figura apresentada ilustra o processo cí-
representadas no diagrama da pressão em
clico de funcionamento de uma geladeira,
em que um gás no interior de uma tubula- função do volume. Nos motores a gasolina, a
ção é forçado a circular entre o congelador mistura ar/combustível entra em combustão
e a parte externa da geladeira. É por meio por uma centelha elétrica.
dos processos de compressão, que ocorre na
parte externa, e de expansão, que ocorre na
parte interna, que o gás proporciona a troca

226
Para o motor descrito, em qual ponto do ciclo
é produzida a centelha elétrica?
a) A.
b) B.
c) C.
d) D.
e) E.

30. (ENEM) Até 1824 acreditava-se que as má-


quinas térmicas, cujos exemplos são as má-
quinas a vapor e os atuais motores a com-
bustão, poderiam ter um funcionamento
ideal. Sadi Carnot demonstrou a impossibili-
dade de uma máquina térmica, funcionando
em ciclos entre duas fontes térmicas (uma
quente e outra fria), obter 100% de rendi-
mento.
Tal limitação ocorre porque essas máquinas:
a) realizam trabalho mecânico.
b) produzem aumento da entropia.
c) utilizam transformações adiabáticas.
d) contrariam a lei da conservação de energia.
e) funcionam com temperatura igual à da fonte
quente.

GABARITO
1. D 2. A 3. C 4. C 5. E

6. C 7. C 8. D 9. E 10. B

11. C 12. C 13. B 14. B 15. C

16. C 17. E 18. C 19. B 20. A

21. C 22. D 23. B 24. C 25. B

26. D 27. D 28. B 29. C 30. B

227
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 7 e 8

Competências 1, 5 e 6
Habilidades 1, 3, 17 e 22

BREVIÁRIO

MOVIMENTO ONDULATÓRIO
Onda é uma perturbação que se propaga num determinado meio. Um exemplo bastante simples é a perturbação
gerada na superfície de um lago causada pelo lançamento de uma pedra. Nesse caso, a propagação tem origem
no ponto de impacto da pedra no lago. À medida que essas ondas se propagam, elas se afastam da fonte de modo
concêntrico. Por convenção, podemos considerar a crista de uma dessas ondas circulares como uma frente de onda
que se desloca radialmente. Um movimento ondulatório também é classificado como um MHS.

Classificação das ondas


Ondas mecânicas são aquelas que se propagam em um meio material. São exemplos, as ondas em cordas, as on-
das sonoras (som) e as ondas na água. Ondas eletromagnéticas são geradas por cargas elétricas oscilantes e não
necessitam de um meio material para se propagar (podem propagar-se no vácuo, isto é, um meio onde não existe
matéria). Por exemplo: ondas de rádio, de televisão, de luz, de radar, raio X, raios lasers etc.
Ondas transversais são ondas na qual a direção de propagação é perpendicular à direção de vibração. As
ondas em cordas são transversais. Ondas longitudinais são aquelas cujas vibrações coincidem com a direção de
propagação. São exemplos, as ondas sonoras.

Ondas periódicas

Utilizando as características da onda, podemos reescrever:


v=λ·f

229
Reflexão

Representação da reflexão de ondas, com os segmentos da reta paralelos às frentes de onda.

A reflexão de ondas obedece a duas leis:


1. O raio incidente, o raio refletido e a normal são coplanares.
2. Os ângulos de incidência e reflexão são iguais (i = r).
A partir dessas leis, podemos determinar as duas propriedades da reflexão:
§ A frequência, a velocidade e o comprimento de onda não variam na reflexão.
§ Na reflexão, a fase pode variar ou não.

Refração

Representação da refração de ondas, com os segmentos de reta paralelos indicando as frentes de onda (λ2 < λ1).

O raio da onda incidente, que se propaga no meio 1 com velocidade v1, após incidir na superfície S, ao sofrer
refração, passa a se propagar no meio 2 com velocidade v2.
Leis da refração:
1. Os raios de onda incidente e refratado e a normal são coplanares.
2. Lei de Snell-Descartes:

†1 __
sen i = __
____ v1
sen r † v2 =
2

230
Essa relação é uma constatação experimental de que o seno do ângulo da onda incidente e o seno do ân-
gulo da onda refratada possuem uma relação direta com as velocidades nos meios 1 e 2.
As leis da refração permitem também definir duas propriedades características: a frequência e a fase não
variam (na refração); e a velocidade de propagação e o comprimento de onda variam na mesma proporção.
Para as ondas luminosas, o índice de refração n é definido como a razão entre a velocidade da luz no
vácuo c e a velocidade da luz v no meio em questão: n = _vc .
Para uma refração que ocorre em meios de índices de refração n1 e n2 , e de acordo com a relação de Snell-
-Descartes:
n2 __
sen i = __
____ †1 __
v1
=
sen r n1 † v2 =
2

Difração

Em determinadas circunstâncias, as ondas contornam bordas de aberturas e obstáculos. Esse encurvamento das
ondas é chamado de difração. Para que a difração ocorra, é preciso que as bordas de obstáculos e de aberturas
(fendas) tenham dimensões da ordem de grandeza do comprimento de onda das ondas. Você já conversou com
alguém estando separados por um muro? É possível ouvir a pessoa falando do outro lado de um muro alto, sem
que a vejamos, por causa da difração das ondas na borda do muro. Nesse caso, o som parece estar sendo emitido
de cima do muro, e não do local onde a pessoa se encontra.

Polarização

A polarização das ondas transversais significa que a vibração está orientada em uma única direção ou plano.
Vamos voltar ao caso simples de uma onda em uma corda gerada pela oscilação dos braços de uma pessoa. Se o
movimento realizado pela pessoa for um movimento vibratório em apenas uma direção, perpendicular ao eixo da
corda, movendo-a verticalmente para cima e para baixo, por exemplo, as partículas da corda vibrarão perpendicu-
larmente à direção de propagação da onda.

Interferência

Observe a figura que mostra dois pulsos se propagando em sentidos opostos. Ao se encontrarem, os pulsos se
unem e, durante o intervalo de tempo em que os pulsos se cruzam, a forma do pulso na corda é determinada pelo
princípio de superposição: “a perturbação resultante é a soma das perturbações individuais de cada onda”. Cha-
mamos isso de interferência, que pode ser tanto construtiva ou destrutiva.

231
Após o cruzamento, os pulsos voltam à sua configuração inicial.

Essa característica é denominada de independência das ondas. Na figura acima, observe que as ondas
1 e 2, depois da sobreposição, continuam sua propagação, independentemente.

Ressonância
O conceito de ressonância pode ser compreendido a partir de um exemplo: se uma criança, sentada num balanço,
estender as pernas, quando o balanço se mover para a frente, e encolher as pernas, quando o balanço se mover
para trás, mas de modo que esses movimentos ocorram numa frequência que coincida com a frequência natural do
balanço, a amplitude do movimento da criança no balanço aumentará. Nessa situação, o sistema balanço-criança
entra em ressonância.

Eco e reverberação
A persistência auditiva humana, ou seja, o tempo necessário para ocorrer o acontecimento total do som em nosso
aparelho auditivo é, em média, de 0,10 s. Assim, ao ouvir o som direto da fonte, ele irá extinguir-se ao cabo de
0,10 s. No entanto, caso um som refletido chegue ao ouvido antes desse tempo (∆t < 0,10 s), haverá um efeito de
adição deste com o som direto e a sensação auditiva será reforçada, dando uma percepção continuada em tempo
e aumentada em intensidade. Porém, se a onda refletida chegar ao aparelho auditivo da pessoa exatamente no
limiar dos 0,10 s, haverá prolongamento da sensação auditiva e ocorrerá a reverberação.
O eco é um fenômeno, no qual o som direto e o som refletido em algum obstáculo são captados separada-
mente. Por exemplo: uma pessoa pode produzir um som e ouvir o eco, se estiver localizada no mínimo a 17 m do
ponto refletor. Essa distância mínima para a percepção dos dois sons (direto e refletido) é devido ao intervalo de
tempo igual ou maior que 0,10 s. Nesse intervalo de tempo, a onda sonora percorre 34 m – 17 m na ida e 17 m na
volta –, propagando-se com velocidade de 340 m/s.

232
Efeito Doppler
O efeito Doppler pode ser observado em uma situação bem comum: as ambulâncias, com as sirenes ligadas, ao
passarem por nós apressadas pela necessidade de bem atender a quem precisa urgentemente de cuidados médi-
cos. O som da sirene parece mais agudo, quando a ambulância se aproxima de onde estamos, e fica mais grave,
quando se afasta de nós. Esse efeito é causado pelo efeito Doppler.
A relação entre a frequência emitida f pela fonte e a frequência f’ captada pelo observador é dada pela
relação:

( )
v ± v0
f’ = f · _____
v ± vF
Nesta equação:
v = velocidade na onda
vF = velocidade da fonte
v0 = velocidade do observador
f = frequência emitida pela fonte
f’ = frequência aparente recebida pelo observador

Teoria na prática
Um garoto que passeia de carro com seu pai pela cidade, ao ouvir o rádio, percebe que a sua estação de
rádio preferida, a 94,9 FM, que opera na banda de frequência de megahertz, tem seu sinal de transmissão super-
posto pela transmissão de uma rádio pirata de mesma frequência que interfere no sinal da emissora do centro
em algumas regiões da cidade.
Considerando a situação apresentada, a rádio pirata interfere no sinal da rádio pirata interfere no sinal da
rádio do centro devido à
a) atenuação promovida pelo ar nas radiações emitidas.
b) maior amplitude da radiação emitida pela estação do centro.
c) diferença de intensidade entre as fontes emissoras de ondas.
d) menor potência de transmissão das ondas da emissora pirata.
e) semelhança dos comprimentos de onda das radiações emitidas.

Resolução:

Da equação fundamental da ondulatória:


Para a rádio do centro: v = λcfc
Para a rádio pirata: v = λpfp
Como a velocidade de propagação da onda é a mesma, pois trata-se do mesmo meio (ar), se as frequências
são iguais, os comprimentos onde também o são.

Alternativa E

233
ÓPTICA GEOMÉTRICA
Os corpos luminosos são chamados fontes primárias de luz, e os corpos iluminados são chamados fontes
secundárias de luz.
De forma geral, separamos o espectro do arco-íris em sete cores, que, quando unidas, produzem luz branca.
São elas: vermelha, laranja, amarela, verde, azul, anil e violeta.

A dispersão da luz é a decomposição da luz branca nas cores presentes no arco-íris. A luz branca (luz do
Sol), após atingir uma das faces de um prisma óptico (por exemplo, um dos cantos de um aquário), emerge na face
oposta do prisma como um pincel de luz colorido. Essa faixa luminosa colorida foi denominada, por Isaac Newton,
espectro visível.
Experimentalmente, foi constatado que, de todas as cores, a luz vermelha sofre o menor desvio e a luz
violeta sofre o maior desvio. Essa diferença de desvios das diferentes cores deve-se às diferentes velocidades de
propagação da luz de cada cor nos meios materiais transparentes.

No arco-íris, milhões de gotas produzem o espectro visível da luz solar.


A seguir, listamos os princípios básicos da óptica geométrica:
§ Lei da propagação retilínea da luz
A luz se propaga em linha reta nos meios homogêneos e transparentes.
§ Reversibilidade dos raios luminosos
A trajetória seguida pelo raio de luz em um sentido é igual, se o sentido do raio de luz for invertido.
§ Lei da independência dos raios luminosos
A trajetória de um raio luminoso não é afetada por outro que cruza essa trajetória. Os raios de luz seguem
trajetórias independentes, mesmo que se cruzem.

234
Sombra e penumbra

FENÔMENOS ÓPTICOS
Considere o exemplo ilustrado na figura abaixo, em que um raio de luz propagando-se no meio A encontra o meio

B. Nesse caso, três fenômenos podem ocorrer:

Uma parte da luz é refletida e volta para o meio A.

Leis da reflexão:

§ O raio incidente, o raio refletido e a normal são coplanares, isto é, estão no mesmo plano a.

§ O ângulo de incidência i é igual ao ângulo de reflexão r.

i=r

235
Os ângulos i e r são medidos a partir da reta normal n e dos raios incidente e refletido.
A incidência é normal quando o raio incidente é perpendicular à superfície S. Desse modo, os raios incidente
e refletido estão sobre a reta normal n, e os ângulos de incidência e reflexão são nulos.
Uma parte da luz é transmitida e propaga-se no meio B.
§ O raio incidente, o raio refratado e a normal, no ponto de incidência, estão no mesmo plano.
§ Lei de Snell-Descartes:
nA · sen qA = nB · sen qB

O índice de refração é um número que compara a velocidade de propagação da luz em diferentes


meios. Para um determinado meio A e uma frequência específica da luz, o índice de refração é o número
nA, adimensional, definido por:
c
nA = __
vA

sendo vA a velocidade de propagação da luz no meio A.


A partir da relação entre a frequência e o comprimento de onda da luz
vA = fA ⋅ λA
é possível reescrever a expressão para o índice de refração como:
c
nA = _____
fA ⋅ λA

Uma parte da luz é absorvida e transforma-se em outras formas de energia por exemplo, em calor.

A cor de um corpo
Como vimos, os fenômenos de reflexão, transmissão e absorção da luz dependem das características do meio e da
cor da luz.

O abacate absorve todas as cores da luz branca que incide sobre ele, com exceção da luz verde, que é re-
fletida de modo difuso, e, assim, vemos a fruta na cor verde. A maçã absorve todas as cores, com exceção da luz
vermelha, que é refletida de modo difuso, e, assim, a maçã é vista na cor vermelha.

236
IMAGEM FORMADA POR ESPELHO PLANO

 
FM = F’M = d

F’ é a imagem do ponto objeto F.


§ O ponto F é um objeto real, pois os raios de luz são emitidos pela fonte em F.
§ O ponto F’ é um ponto imagem virtual, pois é apenas uma imagem, e não existe nada atrás do espelho.
§ O ponto F também pode ser fotografado.
campo visual

IMAGEM FORMADA POR ESPELHO ESFÉRICO

Espelho esférico côncavo Espelho esférico convexo

237
Formação de imagens
Para a construção das imagens, utilizamos alguns raios particulares, chamados raios notáveis.

Espelho côncavo: foco real Espelho convexo: foco virtual

Para o espelho esférico convexo, só há uma imagem possível.

Espelho convexo: imagem direita, virtual e menor do que o objeto.

Para o espelho esférico côncavo, há algumas possibilidades a se analisar.

Objeto antes do centro de curvatura

Espelho côncavo com objeto antes do centro de curvatura: imagem real, invertida e menor que o objeto.

Objeto sobre o centro de curvatura

Espelho côncavo com objeto sobre o centro de curvatura: imagem real, invertida e de mesmo tamanho que o objeto.

238
Objeto entre o centro de curvatura e o foco

A F

Espelho côncavo com objeto entre o centro de curvatura e o foco: imagem real, invertida e maior que o objeto.

Objeto entre o foco e o vértice

Espelho côncavo com objeto entre o foco e o vértice: imagem virtual, direita e maior que o objeto.

Objeto sobre o foco

Espelho côncavo com objeto sobre o foco: imagem imprópria.


Podemos calcular as posições e tamanhos do objeto e da imagem produzida pelos espelhos esféricos. Para
isso, usa-se um sistema de coordenadas cartesianas indicado nas figuras abaixo.

Coordenas do objeto e da imagem em um Coordenadas do objeto e da imagem


espelho côncavo. em um espelho convexo.

239
A origem do sistema de coordenadas é o vértice do espelho. O eixo das abscissas (x) coincide com o eixo
principal do espelho, e o sentido positivo é oposto ao sentido de incidência dos raios de luz. O eixo das ordenadas
(y) é perpendicular ao eixo principal e orientado para cima.
Assim, definimos:
p = posição do objeto no eixo das abscissas;
p’ = posição da imagem no eixo das abscissas;
o = altura do objeto;
i = altura da imagem;
f = distância focal = posição do foco no eixo das abscissas.

Essas definições também seguem as seguintes propriedades:


§ As grandezas reais são positivas.
§ As grandezas virtuais são negativas.
§ Se i < 0, a imagem é invertida.
Essas grandezas estão relacionadas pelas seguintes equações:

–p'
1 = __
__ 1 + __
1 e A = __oi = ___
p
f p p’

f
A = ____
f–p

IMAGEM FORMADA POR LENTE ESFÉRICA


Uma lente esférica modifica a direção dos raios de luz. Uma lente é construída com um material homogêneo e
transparente. Em geral, o material que “envolve” a lente é o mesmo. Nos casos que estudaremos, esse material
é o ar. Com relação à espessura, as lentes podem ter bordas finas ou espessas. Uma das faces da lente pode ser
plana, mas a outra, necessariamente, será côncava ou convexa. Quando uma lente for citada, deve-se informar,
primeiramente, a face de maior raio de curvatura. A figura a seguir ilustra diferentes tipos de lente.

240
As lentes também são classificadas em dois grupos com relação ao comportamento óptico: convergen-
tes e divergentes. Um feixe de luz, ao incidir paralelamente em uma lente, pode ser desviado de dois modos
distintos:
1º caso: o feixe de luz é desviado para um ponto, ao emergir da lente. Esse tipo de lente é denominado
lente convergente.
2º caso: o feixe de luz é desviado para direções diferentes, ao emergir da lente. Esse tipo de lente é deno-
minado lente divergente.

RAIOS NOTÁVEIS

Lente delgada convergente

F: foco principal objeto; F’: foco principal imagem; O: centro óptico; f: distância focal

Lente delgada divergente

Para a lente divergente, só há uma imagem possível.


Propriedades da imagem i:
§ virtual;
§ direita;
§ menor.

Para a lente convergente, devemos analisar alguns casos.

241
Objeto extenso (vela) é posicionado em uma distância maior que o ponto antiprincipal do objeto (A0).
§ real;
§ invertida;
§ menor.

Objeto extenso (vela) é posicionado sobre o ponto antiprincipal do objeto (A0).


§ real;
§ invertida;
§ tamanho igual.

Objeto extenso (vela) é posicionado entre o ponto antiprincipal do objeto (A0) e o foco principal do objeto (F0).
§ real;
§ invertida;
§ maior.

242
Objeto extenso (vela) é posicionado sobre o foco principal do objeto (F0).
§ Imprópria.

Objeto extenso (vela) é posicionado entre o foco principal do objeto (F0) e o centro óptico (O).
§ virtual;
§ direita;
§ maior.

A imagem real de um objeto fica do lado oposto ao objeto, enquanto que a imagem virtual fica do mesmo
lado que o objeto.
Em relação às variáveis relacionadas aos objetos e imagens, chamaremos:
§ p: distância do centro óptico (O) ao objeto;
§ o: tamanho do objeto;
§ p’: distância do centro óptico (O) à imagem;
§ i: tamanho da imagem.

Por convenção, tem-se as seguintes relações:


Em relação à lente:
§ lente convergente: f > 0;
§ lente divergente: f < 0.

Em relação ao objeto e imagem:


§ i e o têm o mesmo sinal ⇒ imagem direita em relação ao objeto;
§ i e o têm sinais contrários ⇒ imagem invertida em relação ao objeto.

243
Em relação à posição do objeto e imagem:
§ objeto real: p > 0;
§ objeto virtual: p < 0;
§ imagem real: p’ > 0;
§ imagem virtual: p’ < 0.
Para as lentes esféricas, são válidas as mesmas equações dos espelhos esféricos.

__ 1 + __
1 = __ 1 (equação de Gauss)
f p p'

p' ____
A = __oi = – __ f
p =f-p

Observe que:
§ se A > 0, o e i têm mesmo sinal, então a imagem é direita;
§ se A < 0, o e i têm sinais opostos, então a imagem é invertida.

Teoria na prática
A banda larga brasileira é lenta. No Japão já existem redes de fibras ópticas, que permitem acessos à in-
ternet com velocidade de 1 gigabit por segundo (Gbps), o suficiente para baixar em um minuto, por exemplo, 80
filmes. No Brasil a maioria das conexões ainda é de 1 megabit por segundo (Mbps), ou seja, menos de um milési-
mo dos acessos mais rápidos do Japão. A fibra óptica é composta basicamente de um material dielétrico (sílica ou
plástico), segundo uma estrutura cilíndrica, transparente e flexível. Ela é formada de uma região central envolta
por uma camada, também de material dielétrico, com índice de refração diferente ao do núcleo. A transmissão em
uma fibra óptica acontecerá de forma correta se o índice de refração do núcleo, em relação ao revestimento, for
a) superior e ocorrer difração.
b) superior e ocorrer reflexão interna total.
c) inferior e ocorrer reflexão interna parcial.
d) inferior e ocorrer interferência destrutiva.
e) inferior e ocorrer interferência construtiva.

Resolução:

Na fibra óptica, a luz fica confinada no interior do núcleo, sem penetrar na casca, sendo conduzida por refle-
xão total, fenômeno que somente é possível quando o sentido de propagação da luz é do meio mais refrin-
gente para o menos refringente. Portanto, o índice de refração do núcleo é maior que o da casca.

Alternativa B

244
APLICAÇÃO DOS 3. (ENEM) As ondas eletromagnéticas, como a
luz visível e as ondas de rádio, viajam em
CONHECIMENTOS - SALA linha reta em um meio homogêneo.
Então, as ondas de rádio emitidas na região
litorânea do Brasil não alcançariam a região
1. (ENEM) A ultrassonografia, também chama-
da de ecografia, é uma técnica de geração de amazônica do Brasil por causa da curvatura
imagens muito utilizada em medicina. Ela da Terra. Entretanto sabemos que é possível
se baseia na reflexão que ocorre quando um transmitir ondas de rádio entre essas locali-
pulso de ultrassom, emitido pelo aparelho dades devido à ionosfera.
colocado em contato com a pele, atravessa Com ajuda da ionosfera, a transmissão de
a superfície que separa um órgão do outro, ondas planas entre o litoral do Brasil e a re-
produzindo ecos que podem ser captados de gião amazônica é possível por meio da:
volta pelo aparelho. Para a observação de de- a) reflexão.
talhes no interior do corpo, os pulsos sono- b) refração.
ros emitidos têm frequências altíssimas, de c) difração.
até 30 MHz, ou seja, 30 milhões de oscila-
d) polarização.
ções a cada segundo.
A determinação de distâncias entre órgãos e) interferência.
do corpo humano feita com esse aparelho
fundamenta-se em duas variáveis impres- 4. (ENEM) Alguns povos indígenas ainda pre-
cindíveis: servam suas tradições realizando a pesca
a) a intensidade do som produzido pelo apare- com lanças, demonstrando uma notável ha-
lho e a frequência desses sons. bilidade. Para fisgar um peixe em um lago
b) a quantidade de luz usada para gerar as ima- com águas tranquilas o índio deve mirar
gens no aparelho e a velocidade do som nos abaixo da posição em que enxerga o peixe.
tecidos.
Ele deve proceder dessa forma porque os
c) a quantidade de pulsos emitidos pelo apare-
lho a cada segundo e a frequência dos sons raios de luz:
emitidos pelo aparelho. a) refletidos pelo peixe não descrevem uma
d) a velocidade do som no interior dos tecidos trajetória retilínea no interior da água.
e o tempo entre os ecos produzidos pelas b) emitidos pelos olhos do índio desviam sua
superfícies dos órgãos. trajetória quando passam do ar para a água.
e) o tempo entre os ecos produzidos pelos ór- c) espalhados pelo peixe são refletidos pela su-
gãos e a quantidade de pulsos emitidos a perfície da água.
cada segundo pelo aparelho. d) emitidos pelos olhos do índio são espalhados
pela superfície da água.
2. (ENEM) Ao contrário dos rádios comuns (AM e) refletidos pelo peixe desviam sua trajetória
ou FM), em que uma única antena transmis- quando passam da água para o ar.
sora é capaz de alcançar toda a cidade, os
celulares necessitam de várias antenas para
cobrir um vasto território. No caso dos rá- 5. (ENEM) Para que uma substância seja colo-
dios FM, a frequência de transmissão está na rida ela deve absorver luz na região do visí-
faixa dos MHz (ondas de rádio), enquanto, vel. Quando uma amostra absorve luz visí-
para os celulares, a frequência está na casa vel, a cor que percebemos é a soma das cores
dos GHz (micro-ondas). Quando comparado restantes que são refletidas ou transmitidas
aos rádios comuns, o alcance de um celular é pelo objeto. A Figura 1 mostra o espectro de
muito menor. absorção para uma substância e é possível
Considerando-se as informações do texto, observar que há um comprimento de onda
o fator que possibilita essa diferença entre em que a intensidade de absorção é máxi-
propagação das ondas de rádio e as de micro- ma. Um observador pode prever a cor dessa
-ondas é que as ondas de rádio são: substância pelo uso da roda de cores (Figura
a) facilmente absorvidas na camada da atmos-
2): o comprimento de onda correspondente
fera superior conhecida como ionosfera.
b) capazes de contornar uma diversidade de à cor do objeto é encontrado no lado oposto
obstáculos como árvores, edifícios e peque- ao comprimento de onda da absorção máxi-
nas elevações. ma.
c) mais refratadas pela atmosfera terrestre, que
apresenta maior índice de refração para as
ondas de rádio.
d) menos atenuadas por interferência, pois o
número de aparelhos que utilizam ondas de
rádio é menor.
e) constituídas por pequenos comprimentos de
onda que lhes conferem um alto poder de
penetração em materiais de baixa densidade.

245
refração da lâmina para que o feixe refletido
seja polarizado?
a) dXX
3.
d
b) __3.
XX
3
c) 2.
1.
d) __
2
d
e) __3.
XX
2

RAIO X
1. Como se trata de eco, a onda sonora percorre
duas vezes a distância (D) a ser determinada
no intervalo de tempo (∆t) entre a emissão e
a recepção. Sendo v a velocidade de propaga-
ção do som no tecido, vem:
Qual a cor da substância que deu origem ao 2 D = v ∆t ⇒ D = ____ v ∆t.
2
espectro da Figura 1? Portanto, as variáveis envolvidas na deter-
a) Azul. minação de distâncias com a técnica da ul-
b) Verde. trassonografia são a velocidade de propaga-
c) Violeta. ção e o tempo.
d) Laranja. 2. De acordo com a equação fundamental da
e) Vermelho. ondulatória:
v = λf ⇒ λ = __v , sendo: v = 3 · 108 m/s.
6. (ENEM) A fotografia feita sob luz polarizada f
é usada por dermatologistas para diagnósti- Avaliando os comprimentos de onda para as
cos. Isso permite ver detalhes da superfície duas frequências:
da pele que não são visíveis com o reflexo 3 ⋅ 1089 =
Micro-ondas: fMicro ≈ 109 Hz ⇒ λMicro ______
da luz branca comum. Para se obter luz po- 10
= 0,3 m = 30 cm.
larizada, pode-se utilizar a luz transmitida 3 ⋅ 108 ≈ 300 m.
por um polaroide ou a luz refletida por uma Rádio: fRádio≈ 106 Hz ⇒ frádio ______
106
superfície na condição de Brewster, como Uma onda é capaz de contornar obstáculos
mostra a figura. Nessa situação, o feixe da ou atravessar fendas. A esse fenômeno dá-se
luz refratada forma um ângulo de 90º com o o nome de difração. Sabe-se que a difração
feixe da luz refletida, fenômeno conhecido é mais acentuada quando o obstáculo ou a
como Lei de Brewster. Nesse caso, o ângulo fenda tem a mesma ordem de grandeza do
da incidência qp, também chamado de ângu- comprimento de onda. No caso, os obstácu-
los são edifícios, árvores, ou pequenos mon-
lo de polarização, e o ângulo de refração qr tes, cujas dimensões estão mais próximas do
estão em conformidade com a Lei de Snell. comprimento de onda das ondas de rádio,
que, por isso, têm a difração favorecida.
3. As ondas de rádio refletem-se na ionosfera,
podendo assim contornar a curvatura da Ter-
ra, como indicado na figura abaixo.

Considere um feixe de luz não polarizada


proveniente de um meio com índice de re-
fração igual a 1, que incide sobre uma lâ-
mina e faz um ângulo de refração qr de 30º.
Nessa situação, qual deve ser o índice de

246
4.

A figura mostra um raio refletido pelo peixe,


que atinge o olho do observador. Ao refratar-
-se da água para o ar, ele sofre desvio em
sua trajetória. O observador vê a imagem do
peixe acima de sua posição real.

5. O gráfico nos mostra que essa substância


apresenta maior absorção para comprimen-
tos de onda em torno de 500 nm, o que
corresponde à cor verde. De acordo com o
enunciado: ... “o comprimento de onda cor-
respondente à cor do objeto é encontrado no
lado oposto ao comprimento de onda da ab-
sorção máxima.”
Na roda de cores, notamos que o comprimen-
to de onda oposto ao da cor verde é o da cor
vermelha.
6. Dados: nm = 1; qp = 60º; qr = 30º.
Aplicando a Lei de Snell:
nmsenqp = nL senqr ⇒ 1 sen60º = nL sen30º ⇒
3 = n __
raiz __ 1 ⇒ n = raiz 3.
2 L 2 L

GABARITO
1. D 2. B 3. A 4. E 5. E
6. A

247
Prescrição: Identificar e relacionar grandezas físicas no estudo dos movimentos oscilatórios, como
amplitude, período e frequência. Também é importante reconhecer fenômenos ondulatórios, como
reflexão e difração, e saber distingui-los nos estudos do som, da luz, das cordas, compreender os
processos de interação entre a radiação e a matéria tais como cores dos objetos, a formação de
imagens através de lentes ou espelhos, o funcionamento e aplicação de fibra óptica, a formação de
sombra além de aplicações tecnológicas, etc.

PRÁTICA DOS CONHECIMENTOS - E.O.


1. (ENEM) Para obter a posição de um telefone celular, a polícia baseia-se em informações do tempo
de resposta do aparelho em relação às torres de celular da região de onde se originou a ligação. Em
uma região, um aparelho está na área de cobertura de cinco torres, conforme o esquema.

Considerando que as torres e o celular são puntiformes e que estão sob o mesmo plano, qual o
número mínimo de torres necessárias para se localizar a posição do telefone celular que originou
a ligação?
a) Uma.
b) Duas.
c) Três.
d) Quatro.
e) Cinco.

2. (ENEM) A figura representa uma embalagem A restrição citada deve-se ao fato de a:


cartonada e sua constituição em multicama- a) embalagem aberta se expandir pela pressão
das. De acordo com as orientações do fabri- do vapor formado em seu interior.
cante, essas embalagens não devem ser utili- b) Camada de polietileno se danificar, colocan-
zadas em fornos micro-ondas. do o alumínio em contato com o alimento.
c) fina camada de alumínio blindar a radiação,
não permitindo que o alimento se aqueça.
d) absorção de radiação pelo papel, que se
aquece e pode levar à queima da camada de
polietileno.
e) geração de centelhas na camada de alumí-
nio, que pode levar à queima da camada de
papel e de polietileno.

3. (ENEM) Christiaan Huygens, em 1656, criou


o relógio de pêndulo. Nesse dispositivo, a
pontualidade baseia-se na regularidade das
pequenas oscilações do pêndulo. Para man-
ter a precisão desse relógio, diversos pro-
blemas foram contornados. Por exemplo, a
haste passou por ajustes até que, no início

248
do século XX, houve uma inovação, que foi a) da luz visível.
sua fabricação usando uma liga metálica que b) do ultravioleta.
se comporta regularmente em um largo in- c) do infravermelho.
tervalo de temperaturas. d) das micro-ondas.
YODER, J. G. Unrolling Time: Christiaan Huygens e) das ondas longas de rádio.
and the mathematization of nature. Cambridge:
Cambridge University Press, 2004 (adaptado).
6. (ENEM) Ao assistir a uma apresentação mu-
Desprezando a presença de forças dissipati- sical, um músico que estava na plateia perce-
vas e considerando a aceleração da gravida- beu que conseguia ouvir quase perfeitamen-
de constante, para que esse tipo de relógio te o som da banda, perdendo um pouco de
realize corretamente a contagem do tempo, nitidez nas notas mais agudas. Ele verificou
é necessário que o(a): que havia muitas pessoas bem mais altas à
a) comprimento da haste seja mantido cons- sua frente, bloqueando a visão direta do pal-
tante. co e o acesso aos alto-falantes. Sabe-se que a
b) massa do corpo suspenso pela haste seja pe- velocidade do som no ar é de 340 m/s e que
quena. a região de frequências das notas emitidas é
c) material da haste possua alta condutividade de, aproximadamente, 20 Hz a 4000 Hz.
térmica. Qual fenômeno ondulatório é o principal
d) amplitude da oscilação seja constante a responsável para que o músico percebesse
essa diferenciação do som?
qualquer temperatura.
a) Difração.
e) energia potencial gravitacional do corpo
b) Reflexão.
suspenso se mantenha constante. c) Refração.
d) Atenuação.
4. (ENEM) Quando adolescente, as nossas tar- e) Interferência.
des, após as aulas, consistiam em tomar às
mãos o violão e o dicionário de acordes de 7. (ENEM) Ao sintonizarmos uma estação de
Almir Chediak e desafiar nosso amigo Ha- rádio ou um canal de TV em um aparelho, es-
milton a descobrir, apenas ouvindo o acorde, tamos alterando algumas características elé-
quais notas eram escolhidas. Sempre perdía- tricas de seu circuito receptor. Das inúmeras
mos a aposta, ele possui o ouvido absoluto. ondas eletromagnéticas que chegam simul-
O ouvido absoluto é uma característica per- taneamente ao receptor, somente aquelas
ceptual de poucos indivíduos capazes de que oscilam com determinada frequência re-
identificar notas isoladas sem outras refe- sultarão em máxima absorção de energia.
rências, isto é, sem precisar relacioná-las O fenômeno descrito é a:
com outras notas de uma melodia. a) difração.
LENT, R. O cérebro do meu professor de acordeão. b) refração.
Disponível em: http://cienciahoje.uol.com. c) polarização.
br. Acesso em: 15 ago. 2012 (adaptado). d) interferência.
No contexto apresentado, a propriedade fí- e) ressonância.
sica das ondas que permite essa distinção
entre as notas é a: 8. (ENEM) As moléculas de água são dipolos
a) frequência. elétricos que podem se alinhar com o campo
b) intensidade. elétrico, da mesma forma que uma bússola
c) forma da onda. se alinha com um campo magnético. Quando
d) amplitude da onda. o campo elétrico oscila, as moléculas de água
e) velocidade de propagação. fazem o mesmo. No forno de micro-ondas,
a frequência de oscilação do campo elétrico
é igual à frequência natural de rotação das
5. (ENEM) Alguns sistemas de segurança in-
moléculas de água. Assim, a comida é cozida
cluem detectores de movimento. Nesses sen-
quando o movimento giratório das moléculas
sores, existe uma substância que se polari- de água transfere a energia térmica às molé-
za na presença de radiação eletromagnética culas circundantes.
de certa região de frequência, gerando uma HEWITT, P. Física conceitual. Porto Alegre:
tensão que pode ser amplificada e empre- Bookman, 2002 (adaptado).
gada para efeito de controle. Quando uma
A propriedade das ondas que permite, nesse
pessoa se aproxima do sistema, a radiação caso, um aumento da energia de rotação das
emitida por seu corpo é detectada por esse moléculas de água é a:
tipo de sensor. a) reflexão.
WENDLING, M. Sensores. Disponível em: www2.feg.
b) refração.
unesp.br. Acesso em: 7 maio 2014 (adaptado).
c) ressonância.
A radiação captada por esse detector encon- d) superposição.
tra-se na região de frequência: e) difração.

249
9. (ENEM) Em viagens de avião, é solicitado a) Ao se esconder atrás de um muro, um meni-
aos passageiros o desligamento de todos no ouve a conversa de seus colegas.
os aparelhos cujo funcionamento envolva a b) Ao gritar diante de um desfiladeiro, uma
emissão ou a recepção de ondas eletromag- pessoa ouve a repetição do seu próprio grito.
néticas. O procedimento é utilizado para eli- c) Ao encostar o ouvido no chão, um homem
minar fontes de radiação que possam inter-
percebe o som de uma locomotiva antes de
ferir nas comunicações via rádio dos pilotos
com a torre de controle. ouvi-lo pelo ar.
A propriedade das ondas emitidas que justi- d) Ao ouvir uma ambulância se aproximando,
fica o procedimento adotado é o fato de: uma pessoa percebe o som mais agudo do
a) terem fases opostas. que quando aquela se afasta.
b) serem ambas audíveis. e) Ao emitir uma nota musical muito aguda,
c) terem intensidades inversas. uma cantora de ópera faz com que uma taça
d) serem de mesma amplitude. de cristal se despedace.
e) terem frequências próximas.
12. (ENEM) O efeito Tyndall é um efeito ópti-
10. (ENEM) Nossa pele possui células que rea- co de turbidez provocado pelas partículas de
gem à incidência de luz ultravioleta e pro- uma dispersão coloidal. Foi observado pela
duzem uma substância chamada melanina, primeira vez por Michael Faraday em 1857 e,
responsável pela pigmentação da pele. Pen- posteriormente, investigado pelo físico in-
sando em se bronzear, uma garota vestiu glês John Tyndall. Este efeito é o que torna
um biquíni, acendeu a luz de seu quarto e possível, por exemplo, observar as partículas
deitou-se exatamente abaixo da lâmpada in- de poeira suspensas no ar por meio de uma
candescente. Após várias horas ela percebeu réstia de luz, observar gotículas de água que
que não conseguiu resultado algum. formam a neblina por meio do farol do carro
O bronzeamento não ocorreu porque a luz ou, ainda, observar o feixe luminoso de uma
emitida pela lâmpada incandescente é de: lanterna por meio de um recipiente conten-
a) baixa intensidade. do gelatina.
b) baixa frequência. REIS, M. Completamente Química: Físico-
c) um espectro contínuo. Química. São Paulo: FTD, 2001 (adaptado).
d) amplitude inadequada.
e) curto comprimento de onda. Ao passar por um meio contendo partícu-
las dispersas, um feixe de luz sofre o efeito
11. (ENEM) Ao diminuir o tamanho de um ori- Tyndall devido:
fício atravessado por um feixe de luz, passa a) à absorção do feixe de luz por este meio.
menos luz por intervalo de tempo, e próxi- b) à interferência do feixe de luz neste meio.
mo da situação de completo fechamento do c) à transmissão do feixe de luz neste meio.
orifício, verifica-se que a luz apresenta um d) à polarização do feixe de luz por este meio.
comportamento como o ilustrado nas figu- e) ao espalhamento do feixe de luz neste meio.
ras. Sabe-se que o som, dentro de suas par-
ticularidades, também pode se comportar
dessa forma. 13. (ENEM) O progresso da tecnologia introdu-
ziu diversos artefatos geradores de campos
eletromagnéticos. Uma das mais emprega-
das invenções nessa área são os telefones
celulares e smartphones. As tecnologias de
transmissão de celular atualmente em uso
no Brasil contemplam dois sistemas. O pri-
meiro deles é operado entre as frequências
de 800 MHz e 900 MHz e constitui os cha-
mados sistemas TDMA/CDMA. Já a tecnologia
GSM, ocupa a frequência de 1.800 MHz.
Considerando que a intensidade de trans-
missão e o nível de recepção “celular” sejam
os mesmos para as tecnologias de transmis-
são TDMA/CDMA ou GSM, se um engenheiro
tiver de escolher entre as duas tecnologias
para obter a mesma cobertura, levando em
consideração apenas o número de antenas
em uma região, ele deverá escolher:
a) a tecnologia GSM, pois é a que opera com
ondas de maior comprimento de onda.
Em qual das situações a seguir está repre- b) a tecnologia TDMA/CDMA, pois é a que apre-
sentado o fenômeno descrito no texto? senta Efeito Doppler mais pronunciado.

250
c) a tecnologia GSM, pois é a que utiliza ondas que se propagam com maior velocidade.
d) qualquer uma das duas, pois as diferenças nas frequências são compensadas pelas diferenças nos com-
primentos de onda.
e) qualquer uma das duas, pois nesse caso as intensidades decaem igualmente da mesma forma, indepen-
dentemente da frequência.

14. (ENEM) Em um piano, o Dó central e a próxima nota Dó (Dó maior) apresentam sons parecidos,
mas não idênticos. É possível utilizar programas computacionais para expressar o formato dessas
ondas sonoras em cada uma das situações como apresentado nas figuras, em que estão indicados
intervalos de tempo idênticos (T).

A razão entre as frequências do Dó central e do Dó maior é de:


1.
a) __
2
b) 2.
c) 1.
1.
d) __
4
e) 4.

15. (ENEM) Ao sintonizarmos uma estação de rádio ou um canal de TV em um aparelho, estamos al-
terando algumas características elétricas de seu circuito receptor. Das inúmeras ondas eletromag-
néticas que chegam simultaneamente ao receptor, somente aquelas que oscilam com determinada
frequência resultarão em máxima absorção de energia.
O fenômeno descrito é a:
a) difração.
b) refração.
c) polarização.
d) interferência.
e) ressonância.

16. (ENEM) A radiação ultravioleta (UV) é dividida, de acordo com três faixas de frequência, em UV-
A, UV-B e UV-C, conforme a figura.

Para selecionar um filtro solar que apresente absorção máxima na faixa UV-B, uma pessoa analisou
os espectros de absorção da radiação UV de cinco filtros solares:

251
Considere:
velocidade da luz 3,0 · 108 m/s e 1 nm = 1,0·10-9 m.
O filtro solar que a pessoa deve selecionar é o:
a) V.
b) IV.
c) III.
d) II.
e) I.

17. (ENEM) Uma manifestação comum das torcidas em estádios de futebol é a ola mexicana. Os es-
pectadores de uma linha, sem sair do lugar e sem se deslocarem lateralmente, ficam de pé e se
sentam, sincronizados com os da linha adjacente. O efeito coletivo se propaga pelos espectadores
do estádio, formando uma onda progressiva, conforme ilustração.

Calcula-se que a velocidade de propagação dessa “onda humana” é de 45 km/h, e que cada período
de oscilação contém 16 pessoas, que se levantam e sentam organizadamente e distanciadas entre
si por 80 cm.
Disponível em: www.ufsm.br. Acesso em: 7 dez. 2012 (adaptado).

Nessa ola mexicana, a frequência da onda, em hertz, é um valor mais próximo de:
a) 0,3.
b) 0,5.
c) 1,0.
d) 1,9.
e) 3,7.

18. (ENEM) Entre os anos de 1028 e 1038, Alhazen (Ibn al-Haytham: 965-1040 d.C.) escreveu sua
principal obra, o Livro da Óptica, que, com base em experimentos, explicava o funcionamento da
visão e outros aspectos da ótica, por exemplo, o funcionamento da câmara escura. O livro foi tra-
duzido e incorporado aos conhecimentos científicos ocidentais pelos europeus. Na figura, retirada
dessa obra, é representada a imagem invertida de edificações em tecido utilizado como anteparo.

Se fizermos uma analogia entre a ilustração e o olho humano, o tecido corresponde ao(à):
a) íris.
b) retina.
c) pupila.
d) córnea.
e) cristalino.

252
19. (ENEM) As lentes fotocromáticas escurecem quando expostas à luz solar por causa de reações
químicas reversíveis entre uma espécie incolor e outra colorida. Diversas reações podem ser uti-
lizadas, e a escolha do melhor reagente para esse fim se baseia em três principais aspectos: (i) o
quanto escurece a lente; (ii) o tempo de escurecimento quando exposta à luz solar; e (iii) o tempo
de esmaecimento em ambiente sem forte luz solar. A transmitância indica a razão entre a quanti-
dade de luz que atravessa o meio e a quantidade de luz que incide sobre ele.
Durante um teste de controle para o desenvolvimento de novas lentes fotocromáticas, foram ana-
lisadas cinco amostras, que utilizam reagentes químicos diferentes. No quadro, são apresentados
os resultados.

Tempo de escurecimento Tempo de esmaecimento Transmitância média da lente


Amostra
(segundo) (segundo) quando exposta à luz solar (%)
1 20 50 80
2 40 30 90
3 20 30 50
4 50 50 50
5 40 20 95

Considerando os três aspectos, qual é a melhor amostra de lente fotocromática para se utilizar em
óculos?
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.

20. (ENEM) É comum aos fotógrafos tirar fotos coloridas em ambientes iluminados por lâmpadas fluo-
rescentes, que contêm uma forte composição de luz verde. A consequência desse fato na fotografia
é que todos os objetos claros, principalmente os brancos, aparecerão esverdeados. Para equilibrar
as cores, deve-se usar um filtro adequado para diminuir a intensidade da luz verde que chega aos
sensores da câmera fotográfica. Na escolha desse filtro, utiliza-se o conhecimento da composição
das cores-luz primárias: vermelho, verde e azul; e das cores-luz secundárias: amarelo = vermelho
+ verde, ciano = verde + azul e magenta = vermelho + azul.
Disponível em: http://nautilus.fis.uc.pt. Acesso: em 20 maio 2014 (adaptado).

Na situação descrita, qual deve ser o filtro utilizado para que a fotografia apresente as cores na-
turais dos objetos?
a) Ciano.
b) Verde.
c) Amarelo.
d) Magenta.
e) Vermelho.

21. (ENEM) Uma proposta de dispositivo capaz de indicar a qualidade da gasolina vendida em postos
e, consequentemente, evitar fraudes, poderia utilizar o conceito de refração luminosa. Nesse sen-
tido, a gasolina não adulterada, na temperatura ambiente, apresenta razão entre os senos dos raios
incidente e refratado igual a 1,4. Desse modo, fazendo incidir o feixe de luz proveniente do ar
com um ângulo fixo e maior que zero, qualquer modificação no ângulo do feixe refratado indicará
adulteração no combustível.
Em uma fiscalização rotineira, o teste apresentou o valor de 1,9. Qual foi o comportamento do raio
refratado?
a) Mudou de sentido.
b) Sofreu reflexão total.
c) Atingiu o valor do ângulo limite.
d) Direcionou-se para a superfície de separação.
e) Aproximou-se da normal à superfície de separação.

253
22. (ENEM) As miragens existem e podem in- 25. (ENEM) Alguns povos indígenas ainda pre-
duzir à percepção de que há água onde não servam suas tradições realizando a pesca
existe. Elas são a manifestação de um fenô- com lanças, demonstrando uma notável ha-
meno óptico que ocorre na atmosfera. bilidade. Para fisgar um peixe em um lago
Disponível em: www.invivo.fiocruz.
com águas tranquilas o índio deve mirar
br. Acesso em: 29 fev. 2012. abaixo da posição em que enxerga o peixe.
Ele deve proceder dessa forma porque os
Esse fenômeno óptico é consequência da: raios de luz:
a) refração da luz nas camadas de ar próximas a) refletidos pelo peixe não descrevem uma
do chão quente. trajetória retilínea no interior da água.
b) reflexão da luz ao incidir no solo quente. b) emitidos pelos olhos do índio desviam sua
c) reflexão difusa da luz na superfície rugosa. trajetória quando passam do ar para a água.
d) dispersão da luz nas camadas de ar próximas c) espalhados pelo peixe são refletidos pela su-
do chão quente. perfície da água.
e) difração da luz nas camadas de ar próximas d) emitidos pelos olhos do índio são espalhados
do chão quente. pela superfície da água.
e) refletidos pelo peixe desviam sua trajetória
23. (ENEM) A eficiência das lâmpadas pode ser quando passam da água para o ar.
comparada utilizando a razão, considerada
linear, entre a quantidade de luz produzida 26. (ENEM) Uma equipe de cientistas lança-
e o consumo. A quantidade de luz é medida rá uma expedição ao Titanic para criar um
pelo fluxo luminoso, cuja unidade é o lúmen detalhado mapa 3D que “vai tirar, virtual-
(lm). O consumo está relacionado à potência mente, o Titanic do fundo do mar para o pú-
elétrica da lâmpada que é medida em watt blico”. A expedição ao local, a 4 quilômetros
(W). Por exemplo, uma lâmpada incandes- de profundidade no Oceano Atlântico, está
cente de 40 W emite cerca de 600 lm, en- sendo apresentada como a mais sofisticada
quanto uma lâmpada fluorescente de 40 W expedição científica ao Titanic.
emite cerca de 3000 lm. Ela utilizará tecnologias de imagem e sonar
Disponível em: http://tecnologia.terra.com. que nunca tinham sido aplicadas ao navio,
br. Acesso em: 29 fev. 2012 (adaptado). para obter o mais completo inventário de
seu conteúdo. Esta complementação é neces-
A eficiência de uma lâmpada incandescente sária em razão das condições do navio, nau-
de 40 W é: fragado há um século.
a) maior que a de uma lâmpada fluorescente de O Estado de São Paulo. Disponível em: http://www.
8 W, que produz menor quantidade de luz. estadao.com.br. Acesso em: 27 jul. 2010 (adaptado).
b) maior que a de uma lâmpada fluorescente de No problema apresentado para gerar ima-
40 W, que produz menor quantidade de luz. gens através de camadas de sedimentos de-
c) menor que a de uma lâmpada fluorescente positados no navio, o sonar é mais adequa-
de 8 W, que produz a mesma quantidade de luz. do, pois a:
d) menor que a de uma lâmpada fluorescente a) propagação da luz na água ocorre a uma ve-
de 40 W, pois consome maior quantidade de locidade maior que a do som neste meio.
energia. b) absorção da luz ao longo de uma camada de
e) igual a de uma lâmpada fluorescente de 40 água é facilitada enquanto a absorção do
W, que consome a mesma quantidade de som não.
energia. c) refração da luz a uma grande profundidade
acontece com uma intensidade menor que a
24. (ENEM) Em um experimento, coloca-se gli- do som.
cerina dentro de um tubo de vidro liso. Em d) atenuação da luz nos materiais analisados é
seguida, parte do tubo é colocada em um distinta da atenuação de som nestes mesmos
copo de vidro que contém glicerina e a parte materiais.
do tubo imersa fica invisível. e) reflexão da luz nas camadas de sedimentos
Esse fenômeno ocorre porque a: é menos intensa do que a reflexão do som
a) intensidade da luz é praticamente constante neste material.
no vidro.
b) parcela de luz refletida pelo vidro é pratica- 27. (ENEM) O processo de interpretação de
mente nula. imagens capturadas por sensores instala-
c) luz que incide no copo não é transmitida dos a bordo de satélites que imageiam de-
para o tubo de vidro. terminadas faixas ou bandas do espectro de
d) velocidade da luz é a mesma no vidro e na radiação eletromagnética (REM) baseia-se
glicerina. na interação dessa radiação com os objetos
e) trajetória da luz é alterada quando ela passa presentes sobre a superfície terrestre. Uma
da glicerina para o vidro. das formas de avaliar essa interação é por

254
meio da quantidade de energia é refletida 29. (ENEM) Folhas de papel, como as utiliza-
pelos objetos. A relação entre a refletância das para a impressão de documentos, são
de um dado objeto e o comprimento de onda opacas e permeáveis aos líquidos. Esse ma-
da REM é conhecida como curva de compor- terial é constituído de microfibras entrela-
tamento espectral ou assinatura espectral do çadas de celulose, que são transparentes à
objeto, como mostrado na figura, para obje- luz. Quando sobre elas se derrama glicerina,
tos comuns na superfície terrestre. elas se tornam translúcidas. Uma imagem da
superfície de uma folha de papel, ampliada
por um microscópio eletrônico de varredura,
pode ser vista na figura. No quadro é apre-
sentada a razão (n) entre a velocidade da luz
no vácuo e no respectivo material (celulose,
glicerina ou ar).

De acordo com as curvas de assinatura es-


pectral apresentadas na figura, para que se
obtenha a melhor discriminação dos alvos
mostrados, convém selecionar a banda cor-
respondente a que comprimento de onda em
micrômetros (μm)?
a) 0,4 a 0,5.
Material n
b) 0,5 a 0,6.
c) 0,6 a 0,7. celulose 1,46
d) 0,7 a 0,8. glicerina 1,47
e) 0,8 a 0,9. ar 1,00

28. (ENEM) Será que uma miragem ajudou a Nessa situação, o papel se tornou translúcido
afundar o Titanic? O fenômeno ótico conhe- porque a luz é:
cido como Fata Morgana pode fazer com que a) mais refletida.
uma falsa parede de água apareça sobre o b) mais absorvida.
horizonte molhado. Quando as condições c) mais espalhada.
são favoráveis, a luz refletida pela água fria d) menos refratada.
pode ser desviada por uma camada incomum e) menos transmitida.
de ar quente acima, chegando até o obser-
vador, vinda de muitos ângulos diferentes. 30. (ENEM) Júpiter, conhecido como o gigan-
De acordo com estudos de pesquisadores da te gasoso, perdeu uma das suas listras mais
Universidade de San Diego, uma Fata Morga- proeminentes, deixando o seu hemisfério
na pode ter obscurecido os icebergs da visão sul estranhamente vazio. Observe a região
da tripulação que estava a bordo do Titanic. em que a faixa sumiu, destacada pela seta.
Dessa forma, a certa distância, o horizonte
verdadeiro fica encoberto por uma névoa
escurecida, que se parece muito com águas
calmas no escuro.
Disponível em: http://apod.nasa.gov.
Acesso em: 6 set. 2012 (adaptado).

O fenômeno ótico que, segundo os pesquisa-


dores, provoca a Fata Morgana é a:
a) ressonância.
b) refração.
c) difração. A aparência de Júpiter é tipicamente mar-
d) reflexão. cada por duas faixas escuras em sua atmos-
e) difusão. fera – uma no hemisfério norte e outra no

255
hemisfério sul. Como o gás está constante- e)
mente em movimento, o desaparecimento
da faixa no planeta relaciona-se ao movi-
mento das diversas camadas de nuvens em
sua atmosfera. A luz do Sol, refletida nessas
nuvens, gera a imagem que é captada pelos
telescópios, no espaço ou na Terra.
O desaparecimento da faixa sul pode ter sido
determinado por uma alteração:
a) na temperatura da superfície do planeta.
b) no formato da camada gasosa do planeta.
GABARITO
c) no campo gravitacional gerado pelo planeta.
d) na composição química das nuvens do planeta. 1. C 2. E 3. A 4. A 5. C
e) na densidade das nuvens que compõem o pla- 6. A 7. E 8. C 9. E 10. B
neta.
11. A 12. E 13. E 14. A 15. E
31. (ENEM) Um grupo de cientistas liderado por 16. B 17. C 18. B 19. C 20. D
pesquisadores do Instituto de Tecnologia
da Califórnia (Caltech), nos Estados Uni- 21. E 22. A 23. C 24. D 25. E
dos, construiu o primeiro metamaterial que
apresenta valor negativo do índice de refra- 26. D 27. E 28. B 29. D 30. E
ção relativo para a luz visível. Denomina-se
31. D
metamaterial um material óptico artificial,
tridimensional, formado por pequenas es-
truturas menores do que o comprimento
de onda da luz, o que lhe dá propriedades
e comportamentos que não são encontrados
em materiais naturais. Esse material tem
sido chamado de “canhoto”.
Disponível em: http://inovacaotecnologica.com.
br. Acesso em: 28 abr. 2010 (adaptado).

Considerando o comportamento atípico des-


se metamaterial, qual é a figura que repre-
senta a refração da luz ao passar do ar para
esse meio?
a)

b)

c)

d)

256
257
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 9 e 10

Competências 1, 2, 5 e 6
Habilidades 2, 5, 6, 17 e 21

BREVIÁRIO

ELETRODINÂMICA
A corrente elétrica é um fluxo de elétrons que atravessa um condutor. O fluxo de partículas eletrizadas em mo-
vimento é, em média, ordenado.

O sentido real do movimento dos elétrons não é o mesmo que o sentido convencional da corrente elétrica.
A carga elétrica do elétron foi denominada carga elétrica elementar e seu valor absoluto é representado
pelo símbolo e:

e = 1,6 × 10–19 C

259
Assim, o valor absoluto da quantidade de carga elétrica Q que atravessou a seção S é:

|Q| = n ⋅ |e|

A intensidade média da corrente elétrica nesse condutor, no intervalo de tempo ∆t, é definida como sendo
a grandeza:
|Q|
im = ___
∆t

No SI, a unidade da intensidade de corrente elétrica é o ampère, de símbolo A, em homenagem ao físico


francês André-Marie Ampère (1775-1836).

Amperímetro
A intensidade da corrente elétrica que passa num fio é medida utilizando-se um aparelho chamado amperímetro.

Voltímetro
O voltímetro é o aparelho utilizado para medir a diferença de potencial (ddp) entre os polos de um gerador. O
voltímetro é comumente chamado de medidor de voltagem.

Resistor e resistência
Apesar de conduzir corrente elétrica, o resistor é feito de um material que dificulta a passagem dos elétrons. A
medida dessa dificuldade é denominada resistência elétrica. A característica básica de um resistor é transformar
energia elétrica em energia térmica.

PRIMEIRA LEI DE OHM


d.d.p.
__________________ U = constante
= constante ⇒ __
intensidade de corrente i

Essa constante é a resistência do resistor, indicada por R. Desse modo, a relação entre corrente elétrica, d.d.p. e
resistência em um condutor é:

U=R
__
i

A intensidade de corrente i e a ddp são diretamente proporcionais para determinados resistores, mantidos
a uma temperatura constante.
U=R∙i

260
No SI, a unidade de resistência elétrica é ohm, simbolizado por W (letra grega ômega), em homenagem ao
físico George Simon Ohm.

U(i) = R ⋅ i

U =R
tan u = __
i

SEGUNDA LEI DE OHM


r∙ø
R = ____
A

Onde:
R é a resistência elétrica do resistor.
r (lê-se “rô”) é a resistividade do material.
A é a área da secção transversal do material.
ø é o comprimento do material.
A característica de resistividade (r) de cada material no SI tem unidade V · m.

RESISTÊNCIA EQUIVALENTE
tensão do gerador U⇒ U=R ·i
Req = __________________ = __
intensidade da corrente i eq

Sendo que Req é a resistência equivalente, U é a tensão do gerador (pilha) e i é a intensidade da corrente
elétrica fornecida pela fonte.

ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES EM SÉRIE

Dois resistores em série Três resistores em série

A soma das resistências associadas em série em um circuito é igual à resistência equivalente desse circuito.

Req = R1 + R2 + R3 + ... + Rn

261
Associação de resistores em paralelo

i = i1 + i2 + i3

A tensão elétrica nos extremos de resistores associados em paralelo é a mesma para todos os resistores da as-
sociação.

___ 1 + __
1 = __ 1 + __
1
Req R1 R2 R3

A soma do inverso das resistências de resistores associados em paralelo é igual ao inverso da resistência equiva-
lente dessa ligação em paralelo.

POTÊNCIA ELÉTRICA
A potência P é o trabalho realizado para movimentar as cargas durante um intervalo de tempo. Assim, para o
intervalo ∆t do deslocamento das cargas DQ entre dois pontos:

P = Ui

U na expressão da potência acima, e obter duas ex-


Pela 1ª lei de Ohm, podemos substituir U = Ri ou i = __
R
pressões equivalentes para calcular a potência dissipada em resistores:

P = Ri2 e U
P = __
2

No SI, a unidade de potência é o watt (W).

ENERGIA DISSIPADA POR EFEITO JOULE


Um condutor elétrico sólido esquenta ao ser percorrido por uma corrente elétrica. Esse aumento de temperatura
do condutor, devido a passagem da corrente elétrica, é denominado efeito Joule. Esse efeito ocorre porque as
partículas eletrizadas da corrente elétrica colidem com átomos e moléculas do material condutor e, assim, parte da
corrente elétrica é transformada em energia térmica.

E = P · Dt

No Sistema Internacional, a unidade de medida para energia é Joule, porém, é muito comum utilizarmos o kWh.
A energia de 1 kWh equivale à energia dissipada por um aparelho de mil watts de potência ligado durante
uma hora, ou seja, equivale a 3,6 ⋅ 106 J.

262
Teoria na prática

A energia elétrica consumida nas residências é medida, em quilowatt-hora, por meio de um relógio medidor
de consumo. Nesse relógio, da direita para esquerda, tem-se o ponteiro da unidade, da dezena, da centena e do
milhar. Se um ponteiro estiver entre dois números, considera-se o último número ultrapassado pelo ponteiro.
Suponha que as medidas indicadas nos esquemas seguintes tenham sido feitas em uma cidade em que o preço
do quilowatt-hora fosse de R$ 0,20.

O valor a ser pago pelo consumo de energia elétrica registrado seria de:
a) R$ 41,80.
b) R$ 42.00.
c) R$ 43.00.
d) R$ 43,80.
e) R$ 44,00.

Resolução:

Fazendo as leituras:
Atual → 2.783 kWh;
Mês passado → 2.563 kWh.
O consumo mensal (C) corresponde à diferença entre as leituras
C = 2.783 – 2.563 = 220 kWh.
O valor a ser pago (V) é, então:
V = 220 · 0,20 = R$ 44,00.

Alternativa E

263
APLICAÇÃO DOS 3. (ENEM) Todo carro possui uma caixa de fu-
síveis, que são utilizados para proteção dos
CONHECIMENTOS - SALA circuitos elétricos. Os fusíveis são constituí-
dos de um material de baixo ponto de fusão,
1. (ENEM) Os motores elétricos são dispositivos como o estanho, por exemplo, e se fundem
com diversas aplicações, dentre elas, desta- quando percorridos por uma corrente elétri-
cam-se aquelas que proporcionam conforto e ca igual ou maior do que aquela que são ca-
praticidade para as pessoas. É inegável a pre- pazes de suportar. O quadro a seguir mostra
ferência pelo uso de elevadores quando o ob- uma série de fusíveis e os valores de corren-
jetivo é o transporte de pessoas pelos andares
te por eles suportados.
de prédios elevados. Nesse caso, um dimen-
sionamento preciso da potência dos motores
utilizados nos elevadores é muito importante Fusível Corrente Elétrica (A)
e deve levar em consideração fatores como Azul 1,5
economia de energia e segurança. Amarelo 2,5
Considere que um elevador de 800 kg, quan-
Laranja 5,0
do lotado com oito pessoas ou 600 kg, pre-
cisa ser projetado. Para tanto, alguns parâ- Preto 7,5
metros deverão ser dimensionados. O motor Vermelho 10,0
será ligado à rede elétrica que fornece 220
volts de tensão. O elevador deve subir 10 an- Um farol usa uma lâmpada de gás halo-
dares, em torno de 30 metros, a uma velo- gênio de 55 W de potência que opera com
cidade constante de 4 metros por segundo. 36 V. Os dois faróis são ligados separadamen-
Para fazer uma estimativa simples de potên- te, com um fusível para cada um, mas, após
cia necessária e da corrente que deve ser for-
necida ao motor do elevador para ele operar um mau funcionamento, o motorista passou
com lotação máxima, considere que a tensão a conectá-los em paralelo, usando apenas um
seja contínua, que a aceleração da gravidade fusível. Dessa forma, admitindo-se que a fia-
vale 10 m/s2 e que o atrito pode ser despre- ção suporte a carga dos dois faróis, o menor
zado. Nesse caso, para um elevador lotado, a valor de fusível adequado para proteção des-
potência média de saída do motor do eleva- se novo circuito é o:
dor e a corrente elétrica máxima que passa a) azul.
no motor serão respectivamente de: b) preto.
a) 24 kW e 109 A.
c) laranja.
b) 32 kW e 145 A.
c) 56 kW e 255 A. d) amarelo.
d) 180 kW e 818 A. e) vermelho.
e) 240 kW e 1090 A.
4. (ENEM) Para ligar ou desligar uma mesma
2. (ENEM) A resistência elétrica de um fio é de- lâmpada a partir de dois interruptores, co-
terminada pela suas dimensões e pelas pro-
nectam-se os interruptores para que a mu-
priedades estruturais do material. A condu-
tividade caracteriza a estrutura do material, dança de posição de um deles faça ligar ou
de tal forma que a resistência de um fio pode desligar a lâmpada, não importando qual a
ser determinada conhecendo-se L, o compri- posição do outro. Esta ligação é conhecida
mento do fio e A, a área de seção reta. A como interruptores paralelos. Este interrup-
tabela relaciona o material à sua respectiva tor é uma chave de duas posições constituída
resistividade em temperatura ambiente. por um polo e dois terminais, conforme mos-
Tabela de condutividade
trado nas figuras de um mesmo interruptor.
Na Posição I a chave conecta o polo ao termi-
Material Condtividade (S · m/mm2)
nal superior, e na Posição II a chave o conec-
Alumínio 34,2 ta ao terminal inferior.
Cobre 61,7
Ferro 10,2
Prata 62,5
Tungstênio 18,8
Mantendo-se as mesmas dimensões geomé-
tricas, o fio que apresenta menor resistência O circuito que cumpre a finalidade de fun-
elétrica é aquele feito de:
cionamento descrita no texto é:
a) tungstênio.
b) alumínio.
c) ferro.
d) cobre.
e) prata.

264
a)

b)

c)

d)

e)

5. (ENEM) A instalação elétrica de uma casa envolve várias etapas, desde a alocação dos dispositivos,
instrumentos e aparelhos elétricos, até a escolha dos materiais que a compõem, passando pelo
dimensionamento da potência requerida, da fiação necessária, dos eletrodutos*, entre outras.
Para cada aparelho elétrico existe um valor de potência associado. Valores típicos de potências
para alguns aparelhos elétricos são apresentados no quadro seguinte:

Aparelhos Potência (W)


Aparelho de som 120
Chuveiro elétrico 3.000
Ferro elétrico 500
Televisor 200
Geladeira 200
Rádio 50

*Eletrodutos são condutos por onde passa a fiação de uma instalação elétrica, com a finalidade de protegê-la.

A escolha das lâmpadas é essencial para obtenção de uma boa iluminação. A potência da lâmpada
deverá estar de acordo com o tamanho do cômodo a ser iluminado. O quadro a seguir mostra a
relação entre as áreas dos cômodos (em m2) e as potências das lâmpadas (em W), e foi utilizado
como referência para o primeiro pavimento de uma residência.

Área do Potência da Lâmpada (W)


Cômodo (m2) Sala/copa/cozinha Quarto, varanda ecorredor banheiro
Até 6,0 60 60 60
6,0 a 7,5 100 100 60
7,5 a 10,5 100 100 100

265
Obs.: Para efeitos dos cálculos das áreas, as paredes são desconsideradas.
Considerando a planta baixa fornecida, com todos os aparelhos em funcionamento, a potência
total, em watts, será de:
a) 4.070.
b) 4.270.
c) 4.320.
d) 4.390.
e) 4.470.
6. (ENEM) Observe a tabela seguinte. Ela traz especificações técnicas constantes no manual de instru-
ções fornecido pelo fabricante de uma torneira elétrica.
Especificações Técnicas
Modelo Torneira
Tensão Nominal (volts) 127 220

(Frio) Desligado
Potência Nominal
(Morno) 2 800 3 200 2 800 3200
(Watts)
(Quente) 4 500 5 500 4 500 5500
Corrente Nominal (Ampères) 35,4 43,3 20,4 25,0
Fiação Mínima (Até 30m) 6 mm 2
10 mm 2
4 mm 2
4 mm2
Fiação Mínima (Acima 30 m) 10 mm2 16 mm2 6 mm2 6 mm2
Disjuntor (Ampère) 40 50 25 30
Disponível em: http://www.cardeal.com.br.manualprod/Manuais/Torneira%20 Suprema/”Manual…Torneira…Suprema…roo.pdf

Considerando que o modelo de maior potência da versão 220 V da torneira suprema foi inadver-
tidamente conectada a uma rede com tensão nominal de 127 V, e que o aparelho está configurado
para trabalhar em sua máxima potência, qual o valor aproximado da potência ao ligar a torneira?
a) 1.830 W.
b) 2.800 W.
c) 3.200 W.
d) 4.030 W.
e) 5.500 W.

RAIO X
1. Dados: M = 800 + 600 = 1.400 kg; g = 10 m/s2; U = 220 V; h = 30 m; v = 4 m/s.
Como a velocidade é constante, a força de tração no cabo acoplado ao motor tem a mesma in-
tensidade do peso total a ser transportado, correspondendo ao peso do elevador mais o peso das
pessoas.
F = P = M g ⇒ F = (800 + 600) 10 ⇒ F = 14.000 N.
Calculando a potência mecânica: Pot = F v ⇒Pot = 14.000 (4) = 56.000 W ⇒ Pot = 56 kW.
Pot _______
Da potência elétrica: Pot = U i ⇒ i = ⇒ i = ___ = 56.000 ⇒ i = 255 A.
U 220

266
2. O fio que apresenta menor resistência é aque-
le que apresenta maior condutividade. Pela GABARITO
tabela, vemos que é aquele feito de prata.
3. Dados: P = 55 W; U = 36 V. 1. C 2. E 3. C 4. E 5. D
Calculando a corrente em cada farol:
55 A.
P = ___ 6. A
P = U i ⇒ i = __
U 36
Quando eles são ligados a um mesmo fusível,
a corrente é o dobro.
2·55 = ____
I = 2 i = ____ 110 ⇒ I = 3,05 A.
36 36
Para aguentar essa corrente, o menor valor
de fusível deve ser 5 A, ou seja, o laranja.
4. O único circuito que fecha tanto para a po-
sição I como para a posição II é o circuito da
alternativa [E].
5. Calculemos, primeiramente, as potências das
lâmpadas usadas, obedecendo aos valores da
2ª tabela dada, e anexemos as duas tabelas.

Cômodo Área (m2) Lâmpada (W)


Cozinha 3·3=9 100
Corredor 3 · 0,9 = 2,7 60
Sala 3 · 2,8 = 8,4 100
Banheiro 1,5 · 2,1 = 2,15 60
Total (1) 320

Aparelhos Potência (W)


Aparelho de som 120
Chuveiro elétrico 3.000
Ferro elétrico 500
Televisor 200
Geladeira 200
Rádio 50
Total (2) 4.070

Somando-se a potência das lâmpadas à dos ou-


tros aparelhos [Total (1) + Total (2)], temos:
Ptotal = 320 + 4070 = 4.390 W
6. De acordo com a tabela dada, o modelo de
potência máxima para a tensão U = 220 V,
tem potência nominal P = 5.500 W. Supon-
do que a resistência permaneça constante, a
potência de operação para a tensão U’ = 120
V é P’.
Assim, podemos escrever:
U (I)
P = ___
2

R
P’ = U’ (II)
2
___
R
Dividindo membro a membro as expressões
acima, (II) ÷ (I), vem:

__
P
U’2 · __
P’ = ___
2 U ( )
R 2 ⇒ __ U’ 2 ⇒ ______
P’ __
P U
127 2 ⇒
P’ = ____
5.500 220 ( )
P’ = 5.500 (0,33) ⇒ P’ = 1.833 W.

267
Prescrição: Conhecer os conceitos de eletrodinâmica (potência, resistência, corrente e diferença de potencial)
e saber aplicá-los no funcionamento de dispositivos elétricos de uso cotidiano. Aliar o conhecimento de con-
ceitos físicos com informações técnicas de manuais de aparelhos eletrônicos de uso cotidiano ou de conta de
serviços prestados por companhias fornecedoras de eletricidade.

PRÁTICA DOS 2. (ENEM) A rede elétrica de uma residência


tem tensão de 110 V e o morador compra,

CONHECIMENTOS - E.O. por engano, uma lâmpada incandescente


com potência nominal de 110 W e tensão
nominal de 220 V.
1. (ENEM) Um estudante, precisando instalar Se essa lâmpada for ligada na rede de 110 V,
um computador, um monitor e uma lâmpada o que acontecerá?
em seu quarto, verificou que precisaria fazer a) A lâmpada brilhará normalmente, mas como
a instalação de duas tomadas e um interrup- a tensão é a metade da prevista, a corrente
tor na rede elétrica. Decidiu esboçar com an-
elétrica será o dobro da normal, pois a po-
tecedência o esquema elétrico.
tência elétrica é o produto de tensão pela
“O circuito deve ser tal que as tomadas e a
lâmpada devem estar submetidas à tensão corrente.
nominal da rede elétrica e a lâmpada deve b) A lâmpada não acenderá, pois ela é feita
poder ser ligada ou desligada por um inter- para trabalhar apenas com tensão de 220 V,
ruptor sem afetar os outros dispositivos” – e não funciona com tensão abaixo desta.
pensou. c) A lâmpada irá acender dissipando uma po-
Símbolos adotados: tência de 50 W, pois como a tensão é metade
da esperada, a potência também será redu-
zida à metade.
d) A lâmpada irá brilhar fracamente, pois com
a metade da tensão nominal, a corrente elé-
Qual dos circuitos esboçados atende às exi- trica também será menor e a potência dissi-
gências? pada será menos da metade da nominal.
a) e) A lâmpada queimará, pois como a tensão é
menor do que a esperada, a corrente será
maior, ultrapassando a corrente para a qual
o filamento foi projetado.

b) 3. (ENEM) Um eletricista projeta um circuito


com três lâmpadas incandescentes idênticas,
conectadas conforme a figura. Deseja-se que
uma delas fique sempre acesa, por isso é li-
gada diretamente aos polos da bateria, entre
c) os quais se mantém uma tensão constante.
As outras duas lâmpadas são conectadas em
um fio separado que contém uma chave. Com
a chave aberta (desligada), a bateria fornece
uma potência X.
d)

e)

268
Assumindo que as lâmpadas obedeçam à Lei de Ohm, com a chave fechada, a potência fornecida
pela bateria, em função de X, é:
2 X.
a) __
3
b) X.
3 X.
c) __
2
d) 2X.
e) 3X.

4. (ENEM) Recentemente foram obtidos os fios de cobre mais finos possíveis, contendo apenas um áto-
mo de espessura, que podem, futuramente, ser utilizados em microprocessadores. O chamado nano-
fio, representado na figura, pode ser aproximado por um pequeno cilindro de comprimento 0,5 nm
(1 nm = 10–9 m). A seção reta de um átomo de cobre é 0,05 nm2 e a resistividade do cobre é
17 W · nm. Um engenheiro precisa estimar se seria possível introduzir esses nanofios nos micro-
processadores atuais.

Um nanofio utilizando as aproximações propostas possui resistência elétrica de


a) 170 nW.
b) 0,17 nW.
c) 1,7 nW.
d) 17 nW.
e) 170W.

5. (ENEM) Fusíveis são dispositivos de proteção de um circuito elétrico, sensíveis ao excesso de cor-
rente elétrica. Os modelos mais simples consistem de um filamento metálico de baixo ponto de fu-
são, que se funde quando a corrente ultrapassa determinado valor, evitando que as demais partes
do circuito sejam danificadas. A figura mostra um diagrama de um circuito em que o fusívelprotege
um resistor R de 12 W, uma lâmpada L de 6 W e um alto-falante que conduz 1 A.

Sabendo que esse fusível foi projetado para trabalhar com uma corrente até 20% maior que a cor-
rente nominal que atravessa esse circuito, qual é o valor, em ampères, da corrente máxima que o
fusível F permite passar?
a) 1,0
b) 1,5
c) 2,0
d) 2,5
e) 3,0

269
6. (ENEM) Um sistema de iluminação foi cons- Uma das maneiras de fazer essa adaptação é
truído com um circuito de três lâmpadas trocar a resistência do chuveiro por outra, de
iguais conectadas a um gerador (G) de ten- mesmo material e com o(a):
são constante. Esse gerador possui uma cha- a) dobro do comprimento do fio.
ve que pode ser ligada nas posições A ou B. b) metade do comprimento do fio.
c) metade da área da seção reta do fio.
d) quádruplo da área da seção reta do fio.
e) quarta parte da área da seção reta do fio.

9. (ENEM) Um circuito em série é formado por


uma pilha, uma lâmpada incandescente e
uma chave interruptora. Ao se ligar a chave,
a lâmpada acende quase instantaneamente,
irradiando calor e luz. Popularmente, asso-
cia-se o fenômeno da irradiação de energia
a um desgaste da corrente elétrica, ao atra-
vessar o filamento da lâmpada, e à rapidez
Considerando o funcionamento do circuito
com que a lâmpada começa a brilhar. Essa
dado, a lâmpada 1 brilhará mais quando a
explicação está em desacordo com o modelo
chave estiver na posição:
clássico de corrente.
a) B, pois a corrente será maior nesse caso.
De acordo com o modelo mencionado, o fato
b) B, pois a potência total será maior nesse
de a lâmpada acender quase instantanea-
caso. mente está relacionado à rapidez com que:
c) A, pois a resistência equivalente será menor a) o fluido elétrico se desloca no circuito.
nesse caso. b) as cargas negativas móveis atravessam o cir-
d) B, pois o gerador fornecerá uma maior ten- cuito.
são nesse caso. c) a bateria libera cargas móveis para o fila-
e) A, pois a potência dissipada pelo gerador mento da lâmpada.
será menor nesse caso. d) o campo elétrico se estabelece em todos os
pontos do circuito.
7. (ENEM) Os manuais dos fornos micro-ondas e) as cargas positivas e negativas se chocam no
desaconselham, sob pena de perda da ga- filamento da lâmpada.
rantia, que eles sejam ligados em paralelo
juntamente a outros aparelhos eletrodomés- 10. (ENEM) Um eletricista analisa o diagrama
ticos por meio de tomadas múltiplas, popu- de uma instalação elétrica residencial para
larmente conhecidas como “benjamins” ou planejar medições de tensão e corrente em
“tês”, devido ao alto risco de incêndio e der- uma cozinha. Nesse ambiente existem uma
retimento dessas tomadas, bem como daque- geladeira (G), uma tomada (T) e uma lâmpa-
las dos próprios aparelhos. da (L), conforme a figura. O eletricista dese-
Os riscos citados são decorrentes da: ja medir a tensão elétrica aplicada à geladei-
a) resistividade da conexão, que diminui devido ra, a corrente total e a corrente na lâmpada.
à variação de temperatura do circuito. Para isso, ele dispõe de um voltímetro (V) e
dois amperímetros (A).
b) corrente elétrica superior ao máximo que a
tomada múltipla pode suportar.
c) resistência elétrica elevada na conexão simul-
tânea de aparelhos eletrodomésticos.
d) tensão insuficiente para manter todos os apa-
relhos eletrodomésticos em funcionamento.
e) intensidade do campo elétrico elevada, que
causa o rompimento da rigidez dielétrica da Para realizar essas medidas, o esquema da
tomada múltipla. ligação desses instrumentos está represen-
tado em:
8. (ENEM) O chuveiro elétrico é um disposi- a)
tivo capaz de transformar energia elétrica
em energia térmica, o que possibilita a ele-
vação da temperatura da água. Um chuveiro
projetado para funcionar em 110 V pode ser
adaptado para funcionar em 220 V, de modo
a manter inalterada sua potência.

270
b) d)

e)
c)

11. (ENEM) Um grupo de amigos foi passar o fim de semana em um acampamento rural, onde não há
eletricidade. Uma pessoa levou um gerador a diesel e outra levou duas lâmpadas, diferentes fios
e bocais. Perto do anoitecer, iniciaram a instalação e verificaram que as lâmpadas eram de 60 W –
110 V e o gerador produzia uma tensão de 220 V.
Para que as duas lâmpadas possam funcionar de acordo com suas especificações e o circuito tenha
menor perda possível, a estrutura do circuito elétrico deverá ser de dois bocais ligados em:
a) série e usar fios de maior espessura.
b) série e usar fios de máximo comprimento.
c) paralelo e usar fios de menor espessura.
d) paralelo e usar fios de maior espessura.
e) paralelo e usar fios de máximo comprimento.

12. (ENEM) Um eletricista precisa medir a resistência elétrica de uma lâmpada. Ele dispõe de uma
pilha, de uma lâmpada (L), de alguns fios e de dois aparelhos: um voltímetro (V), para medir a
diferença de potencial entre dois pontos, e um amperímetro (A), para medir a corrente elétrica.
O circuito elétrico montado pelo eletricista para medir essa resistência é:
a) d)

e)

b)

c)

271
13. (ENEM) Um curioso estudante, empolgado com a aula de circuito elétrico que assistiu na escola,
resolve desmontar sua lanterna. Utilizando-se da lâmpada e da pilha, retiradas do equipamento, e
de um fio com as extremidades descascadas, faz as seguintes ligações com a intenção de acender a
lâmpada:

Tendo por base os esquemas mostrados, em quais casos a lâmpada acendeu?


a) (1), (3), (6)
b) (3), (4), (5)
c) (1), (3), (5)
d) (1), (3), (7)
e) (1), (2), (5)

14. (ENEM) Em um manual de um chuveiro elétrico são encontradas informações sobre algumas ca-
racterísticas técnicas, ilustradas no quadro, como a tensão de alimentação, a potência dissipada, o
dimensionamento do disjuntor ou fusível, e a área da seção transversal dos condutores utilizados.

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
Especificação
Modelo A B
Tensão (V~) 127 220
0 0

2440 2540
Potência Seletor de Temperatura
(Watt) Multitemperaturas 4400 4400

5500 6000

Disjuntor ou fusível (Ampere) 50 30


Seção dos condutores 10 4

Uma pessoa adquiriu um chuveiro do modelo A e, ao ler o manual, verificou que precisava ligá-lo a
um disjuntor de 50 amperes. No entanto, intrigou-se com o fato de que o disjuntor a ser utilizado
para uma correta instalação de um chuveiro do modelo B devia possuir amperagem 40% menor.
Considerando-se os chuveiros de modelos A e B, funcionando à mesma potência de 4400 W, a razão
entre as suas respectivas resistências elétricas, RA e RB que justifica a diferença de dimensiona-
mento dos disjuntores, é mais próxima de:
a) 0,3.
b) 0,6.
c) 0,8.
d) 1,7.
e) 3,0.

272
15. (ENEM) Uma estudante que ingressou na universidade e, pela primeira vez, está morando longe da
sua família, recebe a sua primeira conta de luz:

Medidor Consumo Leitura Cód Emissão Id. Bancária


Município
Número Consumidor Leitura kWh Dia Mês Banco Agência
21 01/04/2009 S. José
7131312 951672 7295 260 31 03 222 999-7
das Moças
Consumo dos últimos 12 meses em kWh Descrição
253 Mar/08 278 Jun/08 272 Set/08 265 Dez/08 Fornecimento
247 Abr/08 280 Jul/08 270 Out/08 266 Jan/09 ICMS
255 Mai/08 275 Ago/08 260 Nov/08 268 Fev/09

Base de Cálculo ICMS Alíquota Valor Total


R$ 130,00 25% R$ 32,50 R$ 162,50

Se essa estudante comprar um secador de cabelos que consome 1000 W de potência e considerando
que ela e suas 3 amigas utilizem esse aparelho por 15 minutos cada uma durante 20 dias no mês,
o acréscimo em reais na sua conta mensal será de:
a) R$ 10,00.
b) R$ 12,50.
c) R$ 13,00.
d) R$ 13,50.
e) R$ 14,00.

16. (ENEM) A eficiência das lâmpadas pode ser comparada utilizando a razão, considerada linear,
entre a quantidade de luz produzida e o consumo. A quantidade de luz é medida pelo fluxo lumi-
noso, cuja unidade é o lúmen (lm). O consumo está relacionado à potência elétrica da lâmpada que
é medida em watt (W). Por exemplo, uma lâmpada incandescente de 40 W emite cerca de 600 lm,
enquanto uma lâmpada fluorescente de 40 W emite cerca de 3000 lm.
Disponível em: http://tecnologia.terra.com.br. Acesso em: 29 fev. 2012 (adaptado).

A eficiência de uma lâmpada incandescente de 40 W é:


a) maior que a de uma lâmpada fluorescente de 8 W, que produz menor quantidade de luz.
b) maior que a de uma lâmpada fluorescente de 40 W, que produz menor quantidade de luz.
c) menor que a de uma lâmpada fluorescente de 8 W, que produz a mesma quantidade de luz.
d) menor que a de uma lâmpada fluorescente de 40 W, pois consome maior quantidade de energia.
e) igual a de uma lâmpada fluorescente de 40 W, que consome a mesma quantidade de energia.

17. (ENEM) Quando ocorre um curto-circuito em uma instalação elétrica, como na figura, a resistência
elétrica total do circuito diminui muito, estabelecendo-se nele uma corrente muito elevada.

O superaquecimento da fiação, devido a esse aumento da corrente elétrica, pode ocasionar incên-
dios, que seriam evitados instalando-se fusíveis e disjuntores que interrompem essa corrente,
quando a mesma atinge um valor acima do especificado nesses dispositivos de proteção.
Suponha que um chuveiro instalado em uma rede elétrica de 110 V, em uma residência, possua
três posições de regulagem da temperatura da água. Na posição verão utiliza 2100 W, na posição
primavera, 2400 W e na posição inverno, 3200 W.
GREF. Física 3: Eletromagnetismo. São Paulo: EDUSP, 1993 (adaptado).

273
Deseja-se que o chuveiro funcione em qualquer uma das três posições de regulagem de tempera-
tura, sem que haja riscos de incêndio. Qual deve ser o valor mínimo adequado do disjuntor a ser
utilizado?
a) 40 A.
b) 30 A.
c) 25 A.
d) 23 A.
e) 20 A.

18. (ENEM) O manual de instruções de um aparelho de ar-condicionado apresenta a seguinte tabela,


com dados técnicos para diversos modelos:

Capacidade de Corrente Eficiência


Potência Vazão de Frequência
refrigeração elétrica - energética
(W) ar (m3/h) (Hz)
kW/(BTU/h) ciclo frio (A) COP (W/W)
3,52/(12.000) 1.193 5,8 2,95 550 60
5,42/(18.000) 1.790 8,7 2,95 800 60
5,42/(18.000) 1.790 8,7 2,95 800 60
6,45/(22.000) 2.188 10,2 2,95 960 60
6,45/(22.000) 2.188 10,2 2,95 960 60
Considere-se que um auditório possua capacidade para 40 pessoas, cada uma produzindo uma
quantidade média de calor, e que praticamente todo o calor que flui para fora do auditório o faz
por meio dos aparelhos de ar-condicionado.
Nessa situação, entre as informações listadas, aquelas essenciais para se determinar quantos e/ou
quais aparelhos de ar-condicionado são precisos para manter, com lotação máxima, a temperatura
interna do auditório agradável e constante, bem como determinar a espessura da fiação do circuito
elétrico para a ligação desses aparelhos, são:
a) vazão de ar e potência.
b) vazão de ar e corrente elétrica – ciclo frio.
c) eficiência energética e potência.
d) capacidade de refrigeração e frequência.
e) capacidade de refrigeração e corrente elétrica – ciclo frio.

19. (ENEM) Considere a seguinte situação hipotética: ao preparar o palco para a apresentação de uma
peça de teatro, o iluminador deveria colocar três atores sob luzes que tinham igual brilho e os
demais, sob luzes de menor brilho. O iluminador determinou, então, aos técnicos, que instalassem
no palco oito lâmpadas incandescentes com a mesma especificação (L1 a L8), interligadas em um
circuito com uma bateria, conforme mostra a figura.

Nessa situação, quais são as três lâmpadas que acendem com o mesmo brilho por apresentarem
igual valor de corrente fluindo nelas, sob as quais devem se posicionar os três atores?
a) L1, L2 e L3.
b) L2, L3 e L4.
c) L2, L5 e L7.
d) L4, L5 e L6.
e) L4, L7 e L8.

GABARITO
1. E 2. D 3. C 4. E 5. E
6. C 7. B 8. E 9. D 10. E
11. A 12. C 13. D 14. A 15. B
16. C 17. B 18. E 19. B

274
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 11 e 12

Competências 1, 2, 3, 5 e 6
Habilidades 2, 5, 6, 8, 17 e 21

BREVIÁRIO

ELETROSTÁTICA

Lei de Coulomb

A intensidade da força de interação entre duas cargas elétricas puntiformes é diretamente proporcional ao
produto dos módulos das cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre as cargas.

CONCEITO DE CAMPO ELÉTRICO


___› __›
O campo elétrico E foi definido a partir da força elétrica F , sendo a razão entre a força eletrostática e o módulo da

carga de prova q.

___›
O campo elétrico E produzido por uma carga positiva fixa é de afastamento (divergente), em qualquer
ponto.

277
Vetores campo elétrico produzidos por Q > 0 fixa
___›
O campo elétrico E produzido por carga negativa fixa é de aproximação (convergente), em
qualquer ponto.

Vetores campo elétrico produzidos por Q < 0 fixa

___› ___›
___› O___campo elétrico resultante E R em P, devido a várias cargas Q1, Q2, ..., Qn, é dado pela soma vetorial de E 1,

E 2, ..., E n, na qual cada campo elétrico parcial é determinado como se a carga correspondente estivesse sozinha:
___› ___› ___› ___›
E R = E 1 + E 2 + ... + E n

Esse é o princípio da superposição dos campos elétricos.

LINHAS DE FORÇA
___›
A cada ponto de um campo elétrico associa-se um vetor E .

As linhas de força são linhas tangentes, em cada ponto, ao vetor campo elétrico naquele ponto. O sentido
de orientação é o mesmo do campo elétrico.

278
ENERGIA POTENCIAL ELÉTRICA
Considerando que a energia potencial é zero no infinito, no referencial adotado a energia potencial vale:

Q
Epot = k0 ∙ __ q
d

POTENCIAL ELÉTRICO
O potencial elétrico V associado ao ponto P é a grandeza escalar dada por:

Epot
V = ___
q

Q
V = k0 __
d

Essa equação representa o potencial elétrico gerado pela carga fonte no ponto P, distante de d da carga fonte.
Observe que a carga de prova q foi cancelada e não aparece na equação. Assim, o potencial elétrico no ponto P não
depende da carga de prova. Se o ponto P estiver no infinito, a distância d é infinita e então o potencial no infinito é nulo.
Devemos ressaltar que:
§ o potencial elétrico é definido para um ponto P próximo a uma carga elétrica (carga fonte Q).
§ o potencial elétrico é uma grandeza escalar e pode ser positivo ou negativo, conforme o sinal da carga fonte Q.

Q>0⇔V>0
Q<0⇔V<0

POTENCIAL ELÉTRICO DE DIVERSAS CARGAS ELÉTRICAS

Vres = V1 + V2 + V3 + ... + Vn

TRABALHO DA FORÇA ELÉTRICA


Para determinar o trabalho da força elétrica sobre uma carga de prova, considere a seguinte situação, ilustrada
pela figura abaixo.

279
Deslocamento da carga de prova entre A e B

Quando a carga está no ponto A, sua energia potencial é proporcional ao potencial VA nesse ponto. Do
mesmo modo, no ponto B, a carga tem energia potencial proporcional à VB. Temos, então:

Epot = q ⋅ VA Epot = q ⋅ VB
A e B

τAB = q(VA – VB)

Um fato importante: o trabalho da força elétrica é espontâneo. Uma carga livre, deixada em um local
onde há campo elétrico, naturalmente irá se deslocar e, por consequência, haverá trabalho da força elétrica.

Carga positiva procura menor potencial.


Carga negativa procura maior potencial.

Um caso muito particular de campo elétrico é o campo elétrico uniforme. As linhas de forças desse campo
são retas paralelas e o módulo da força elétrica é constante em qualquer local do campo. Consequentemente, o
trabalho realizado pela força elétrica nesse campo pode ser calculado usando-se as simples equações da Mecânica.

τAB = q ⋅ E ⋅ d

POTENCIAL ELÉTRICO NO CAMPO ELÉTRICO UNIFORME


Sejam os pontos A e B em uma mesma linha de força de um campo elétrico uniforme de intensidade E. Os poten-
ciais elétricos nesses pontos são, respectivamente, VA e VB.

Então:
§ U = VA – VB (diferença de potencial (d.d.p.)) entre os pontos A e B.
§ d = distância entre os pontos A e B.
A diferença de potencial U é dada por:

E⋅d=U

280
ELETROMAGNESTISMO

O magnetismo dos ímãs


§ Cargas elétricas em repouso produzem apenas o efeito elétrico de atração ou de repulsão.
§ Cargas elétricas em movimento produzem o efeito magnético e também o efeito elétrico.

Até o início do século XIX, a eletricidade e o magnetismo eram estudados em disciplinas distintas. Porém, com a
descoberta de que o magnetismo está relacionado com a carga elétrica, estabeleceu-se um novo campo de estudo
chamado Eletromagnetismo ou Eletrodinâmica.
A terceira propriedade dos ímãs é a atração ou repulsão entre polos:
§ polos de mesmo nome se repelem;
§ polos de nomes diferentes se atraem.
Através desse procedimento, podemos determinar a direção e o sentido do campo magnético em torno de
um ímã em forma de barra. Para isso, colocamos uma pequena bússola
___›
em diversos pontos em torno do ímã e,
assim, mapeamos o seu campo magnético. Em cada ponto, o vetor B correspondente é desenhado. A figura abaixo
mostra o resultado obtido.

CAMPO MAGNÉTICO CRIADO POR CORRENTE


ELÉTRICA EM CONDUTORES RETILÍNEOS

As linhas de forças geradas são circulares, centradas no fio. A determinação do sentido é dada pela regra da mão
direita. Para aplicá-la, observe as instruções acompanhando a figura:

Se o sentido da corrente no fio for para cima, as linhas de força estão orientadas no sentido anti-horário.

281
CAMPO MAGNÉTICO CRIADO POR CORRENTE
ELÉTRICA EM CONDUTORES RETILÍNEOS

Ampère mediu a intensidade do campo em um ponto fixo do espaço externo ao condutor para valores diferentes
de corrente e, mantendo a corrente constante, também mediu o valor do campo em pontos diferentes do espaço
em volta de uma seção do condutor. Como resultado, descobriu que a intensidade B do campo magnético é dire-
tamente proporcional à intensidade i da corrente e inversamente proporcional à distância r.

m
B = ___ · _ri
2p

A constante m é chamada de permeabilidade magnética do meio.


A figura a seguir ilustra como é feita a representação do campo magnético de um fio que está no plano da
página.

CAMPO MAGNÉTICO CRIADO


POR UMA CORRENTE NUMA ESPIRA CIRCULAR

Considere uma espira circular de centro O e raio R, percorrido por uma corrente de intensidade i. O vetor campo
___›
magnético B , localizado no centro O da espira, é perpendicular ao plano da espira e tem seu sentido obtido pela
regra da mão direita, uma vez que é dependente do sentido da corrente.

A intensidade do vetor campo magnético vale:

m
B = __ · _ri
2

___›
Para N espiras circulares iguais e justapostas (bobina chata), a intensidade do vetor B no centro da bobina vale:

282
m
B = N __ · _ri
2

CAMPO MAGNÉTICO CRIADO POR CORRENTE EM UM SOLENOIDE

A configuração das linhas do campo magnético criado por um solenoide


é idêntica a de um ímã de barra com o mesmo formato.

A intensidade do vetor indução magnética no interior de um solenoide, de características iguais aos do solenoide
da figura acima, é dada pela expressão:

N·i
B = m __
º

N é o número de espiras, º é o comprimento do solenoide e i é a intensidade da corrente elétrica que per-


corre o fio condutor.

FORÇA MAGNÉTICA SOBRE CARGAS ELÉTRICAS


F = |q| · v · B · sen £

O sentido da força magnética pode ser obtido através de uma regra prática, denominada regra da mão esquerda.
A seguir, será explicado como aplicar essa regra para o caso de uma carga positiva:

283
__›
F
__›
B

__›
v

Lançamento perpendicular às linhas do campo


Suponhamos que a partícula eletrizada, com carga elétrica q, seja lançada na região de campo magnético uniforme
___

B , com uma direção perpendicular à direção das linhas de indução do campo (figura abaixo).

__› ___›
Lançamento de uma carga positiva: v ' B .

Como a força magnética faz o papel de força centrípeta, temos:


m · v2
Fcp = _____
R
e
Fmag = u q u · v · B

m ⋅ v 
R= _____
|q| ⋅ B

Partícula positiva em MCU no sentido anti-horário. Partícula negativa em MCU no sentido horário.

FORÇA MAGNÉTICA SOBRE UM CONDUTOR RETILÍNEO


A intensidade da força magnética que atua no trecho de comprimento L do fio retilíneo é dada por:

F = B · i · L · sen £

284
INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA
Um dos experimentos feitos por Faraday, na tentativa de produzir a corrente elétrica induzida, ao que tudo indica,
foi realizado utilizando-se dois solenoides próximos um do outro. Um dos solenoides era conectado a uma bateria
e uma chave interruptora de corrente, e o outro, ligado em um circuito com apenas um galvanômetro (amperímetro
sensível a baixas correntes).
A bateria fornece a corrente elétrica que circula na espira 1. Essa espira dá origem a um campo magnético e
as linhas desse campo penetram no interior do anel da espira 2, produzindo um fluxo magnético. Quando a chave
é ligada ou desligada, o fluxo do campo magnético fica variável e produz a corrente momentânea observada no
anel da espira 2.
Com esses resultados, Faraday realizou um novo experimento: utilizou um ímã no lugar da espira 1. Ao
movimentar o ímã para baixo ou para cima na direção da espira 2, o galvanômetro indicou uma corrente induzida.
No entanto, ao manter o ímã em repouso, abaixo do anel, nenhuma corrente era induzida.

movimento

Quando o fluxo magnético que atravessa o circuito elétrico fechado variar no tempo, uma corrente elétrica
induzida circulará no circuito.

A lei de Lenz
Como mencionado, Faraday já havia observado esse fenômeno. O físico Heinrich Friedrich Emil Lenz (1804-1864),
nascido na Estônia, deu a explicação mais simples para esse comportamento. Segundo ele:

O sentido da corrente induzida é tal que o campo magnético por ela produzido se opõe à variação do fluxo
que a originou.

285
FORÇA ELETROMOTRIZ INDUZIDA EM CONDUTOR MÓVEL

Ao ligar um fio no condutor, de modo a formar um percurso fechado, uma corrente elétrica induzida irá circular
no fio. Como no interior do condutor o campo elétrico não é nulo, entre seus terminais existe uma d.d.p. chamada
força eletromotriz induzida ¶.

ε = BLv

FLUXO MAGNÉTICO
As linhas de campo são um conceito criado por Faraday para representar o campo magnético através de linhas
orientadas. Trata-se apenas de uma representação, uma vez que um número infinito de linhas seria necessário para
representar um campo na realidade. Uma convenção adotada por Faraday é que a densidade de linhas é propor-
cional à intensidade do campo.

Plano inclinado em relação ao campo

F = B · A · cos a

Se o fluxo de campo magnético através de uma espira sofrer variação, então uma força eletromotriz irá
surgir na espira, e existirá enquanto durar a variação de fluxo. A força eletromotriz será anulada quando cessar a
variação do fluxo de campo magnético.

«m = – ____
DF
Dt

286
Teoria na prática
Os dínamos são geradores de energia elétrica utilizados em bicicletas para acender uma pequena lâmpada. Para
isso, é necessário que a parte móvel esteja em contato com o pneu da bicicleta e, quando ela entra em movimento,
é gerada energia elétrica para acender a lâmpada. Dentro desse gerador, encontram-se um ímã e uma bobina.

O princípio de funcionamento desse equipamento é explicado pelo fato de que a:


a) corrente elétrica no circuito fechado gera um campo magnético nessa região.
b) bobina imersa no campo magnético em circuito fechado gera uma corrente elétrica.
c) bobina em atrito com o campo magnético no circuito fechado gera uma corrente elétrica.
d) corrente elétrica é gerada em circuito fechado por causa da presença do campo magnético.
e) corrente elétrica é gerada em circuito fechado quando há variação do campo magnético.
Resolução:
De acordo com a lei de Faraday-Neumann, a corrente elétrica induzida num circuito fechado ocorre quando
há variação do fluxo magnético através do circuito.

Alternativa E

287
APLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS - SALA
1. (ENEM) Em museus de ciências, é comum encontrarem-se máquinas que eletrizam materiais e ge-
ram intensas descargas elétricas. O gerador de Van de Graaff (Figura 1) é um exemplo, como ates-
tam as faíscas (Figura 2) que ele produz. O experimento fica mais interessante quando se apro-
xima do gerador em funcionamento, com a mão, uma lâmpada fluorescente (Figura 3). Quando a
descarga atinge a lâmpada, mesmo desconectada da rede elétrica, ela brilha por breves instantes.
Muitas pessoas pensam que é o fato de a descarga atingir a lâmpada que a faz brilhar. Contudo,
se a lâmpada for aproximada dos corpos da situação (Figura 2), no momento em que a descarga
ocorrer entre eles, a lâmpada também brilhará, apesar de não receber nenhuma descarga elétrica.

A grandeza física associada ao brilho instantâneo da lâmpada fluorescente, por estar próxima a
uma descarga elétrica, é o(a):
a) carga elétrica.
b) campo elétrico.
c) corrente elétrica.
d) capacitância elétrica.
e) condutividade elétrica.

2. (ENEM) O funcionamento dos geradores de usinas elétricas baseia-se no fenômeno da indução


eletromagnética, descoberto por Michael Faraday no século XIX. Pode-se observar esse fenômeno
ao se movimentar um ímã e uma espira em sentidos opostos com módulo da velocidade igual ain-
duzindo uma corrente elétrica de intensidade i, como ilustrado na figura.

A fim de se obter uma corrente com o mesmo sentido da apresentada na figura, utilizando os mes-
mos materiais, outra possibilidade é mover a espira para a:
a) esquerda e o ímã para a direita com polaridade invertida.
b) direita e o ímã para a esquerda com polaridade invertida.
c) esquerda e o ímã para a esquerda com mesma polaridade.
d) direita e manter o ímã em repouso com polaridade invertida.
e) esquerda e manter o ímã em repouso com mesma polaridade.

288
RAIO X
1. O campo elétrico gerado pelos corpos eletrizados faz com que partículas existentes no interior das
lâmpadas movam-se, chocando-se umas com as outras, emitindo luz.
2. Na figura mostrada, está havendo afastamento relativo entre o ímã e a espira. Nessa situação, de
acordo com a lei de Lenz, ocorre força de atração entre ambos, formando um polo sul na extremidade
esquerda da espira. Para que uma outra situação apresente corrente no mesmo sentido, a extremida-
de esquerda da espira deve continuar formando um polo sul. Isso pode ser conseguido invertendo o
ímã e provocando um movimento de aproximação relativa entre eles, deslocando o ímã para a direita
e a espira para a esquerda.

GABARITO
1. B 2. A

289
Prescrição: Usar conceitos e relações matemáticas da eletrostática e do eletromagnetismo, a fim de
compreender o funcionamento de determinados equipamentos ou explicar a manifestação de certos
fenômenos naturais ligados a essas áreas do conhecimento.

PRÁTICA DOS c) Fases 1 e 2.


d) Fases 2 e 0.

CONHECIMENTOS - E.O. e) Fases 3 e 1.

2. (ENEM) Desenvolve-se um dispositivo para


1. (ENEM) As células possuem potencial de abrir automaticamente uma porta no qual
membrana, que pode ser classificado em re- um botão, quando acionado, faz com que
pouso ou ação, e é uma estratégia eletrofi- uma corrente elétrica i = 6 A percorra uma
siológica interessante e simples do ponto de barra condutora de comprimento L = 5 cm,
vista físico. Essa característica eletrofisio- cujo ponto médio está preso a uma mola de
lógica está presente na figura a seguir, que constante elástica k = 5 · 10–2 N/cm. O siste-
mostra um potencial de ação disparado por
ma mola-condutor está imerso em um campo
uma célula que compõe as fibras de Purkinje, magnético uniforme perpendicular ao plano.
responsáveis por conduzir os impulsos elé- Quando acionado o botão, a barra sairá da
tricos para o tecido cardíaco, possibilitando posição do equilíbrio a uma velocidade mé-
assim a contração cardíaca. Observa-se que dia de 5 m/s e atingirá a catraca em 6 milis-
existem quatro fases envolvidas nesse po- segundos, abrindo a porta.
tencial de ação, sendo denominadas fases 0,
1, 2 e 3.

A intensidade do campo magnético, para que


o dispositivo funcione corretamente, é de:
O potencial de repouso dessa célula é –100 a) 5 · 10–1 T.
mV e quando ocorre influxo de íons Na+ e b) 5 · 10–2 T.
Ca2+, a polaridade celular pode atingir valo- c) 5 · 101 T.
res de até +10 mV. o que se denomina despo- d) 2 · 10–2 T.
larização celular. A modificação no potencial e) 2 · 100 T.
de repouso pode disparar um potencial de
ação quando a voltagem da membrana atin- 3. (ENEM) Quando a luz branca incide em uma
ge o limiar de disparo que está representado superfície metálica, são removidos elétrons
na figura pela linha pontilhada. Contudo, a desse material. Esse efeito é utilizado no
célula não pode se manter despolarizada, acendimento automático das luzes nos pos-
pois isso acarretaria a morte celular. Assim, tes de iluminação, na abertura automática
ocorre a repolarização celular, mecanismo das portas, no fotômetro fotográfico e em
que reverte a despolarização e retorna a cé- sistemas de alarme.
lula ao potencial de repouso. Para tanto, há Esse efeito pode ser usado para fazer a trans-
o efluxo celular de íons K+. formação de energia:
Qual das fases, presentes na figura, indica a) nuclear para cinética.
o processo de despolarização e repolarização b) elétrica para radiante.
celular, respectivamente? c) térmica para química.
a) Fases 0 e 2. d) radiante para cinética.
b) Fases 0 e 3. e) potencial para cinética.

290
4. (ENEM) O manual de funcionamento de um 6. (ENEM) Atualmente, existem inúmeras op-
captador de guitarra elétrica apresenta o se- ções de celulares com telas sensíveis ao to-
guinte texto: que (touchscreen). Para decidir qual esco-
Esse captador comum consiste de uma bobi- lher, é bom conhecer as diferenças entre os
na, fios condutores enrolados em torno de principais tipos de telas sensíveis ao toque
um ímã permanente. O campo magnético do existentes no mercado. Existem dois siste-
ímã induz o ordenamento dos polos magné- mas básicos usados para reconhecer o toque
ticos na corda da guitarra, que está próxima de uma pessoa:
a ele. Assim, quando a corda é tocada, as os- § O primeiro sistema consiste de um pai-
cilações produzem variações, com o mesmo nel de vidro normal, recoberto por duas
padrão, no fluxo magnético que atravessa a camadas afastadas por espaçadores. Uma
bobina. Isso induz uma corrente elétrica na camada resistente a riscos é colocada por
bobina, que é transmitida até o amplificador cima de todo o conjunto. Uma corrente
e, daí, para o alto-falante. elétrica passa através das duas camadas
Um guitarrista trocou as cordas originais enquanto a tela está operacional. Quando
de sua guitarra, que eram feitas de aço, por um usuário toca a tela, as duas camadas
outras feitas de náilon. Com o uso dessas fazem contato exatamente naquele pon-
cordas, o amplificador ligado ao instrumen- to. A mudança no campo elétrico é perce-
to não emitia mais som, porque a corda de bida, e as coordenadas do ponto de conta-
náilon: to são calculadas pelo computador.
a) isola a passagem de corrente elétrica da bo- § No segundo sistema, uma camada que ar-
bina para o alto-falante. mazena carga elétrica é colocada no pai-
b) varia seu comprimento mais intensamente nel de vidro do monitor. Quando um usu-
do que ocorre com o aço. ário toca o monitor com seu dedo, parte
c) apresenta uma magnetização desprezível da carga elétrica é transferida para o
sob a ação do ímã permanente. usuário, de modo que a carga na camada
d) induz correntes elétricas na bobina mais in- que a armazena diminui. Esta redução é
tensas que a capacidade do captador. medida nos circuitos localizados em cada
e) oscila com uma frequência menor do que a canto do monitor. Considerando as dife-
que pode ser percebida pelo captador. renças relativas de carga em cada canto,
o computador calcula exatamente onde
ocorreu o toque.
5. (ENEM) Duas irmãs que dividem o mesmo Disponível em: http://eletronicos.hsw.uol.com.
quarto de estudos combinaram de comprar br. Acesso em: 18 set. 2010 (adaptado).
duas caixas com tampas para guardarem seus
pertences dentro de suas caixas, evitando, O elemento de armazenamento de carga
assim, a bagunça sobre a mesa de estudos. análogo ao exposto no segundo sistema e a
Uma delas comprou uma metálica, e a outra, aplicação cotidiana correspondente são, res-
uma caixa de madeira de área e espessura pectivamente:
lateral diferentes, para facilitar a identifica- a) receptores – televisor.
ção. Um dia as meninas foram estudar para a b) resistores – chuveiro elétrico.
prova de Física e, ao se acomodarem na mesa
c) geradores – telefone celular.
de estudos, guardaram seus celulares ligados
dentro de suas caixas. d) fusíveis – caixa de força residencial.
Ao longo desse dia, uma delas recebeu liga- e) capacitores – flash de máquina fotográfica.
ções telefônicas, enquanto os amigos da ou-
7. (ENEM) Há vários tipos de tratamentos de
tra tentavam ligar e recebiam a mensagem
doenças cerebrais que requerem a estimula-
de que o celular estava fora da área de cober- ção de partes do cérebro por correntes elétri-
tura ou desligado. cas. Os eletrodos são introduzidos no cérebro
Para explicar essa situação, um físico deve- para gerar pequenas correntes em áreas es-
ria afirmar que o material da caixa, cujo te- pecíficas. Para se eliminar a necessidade de
lefone celular não recebeu as ligações é de: introduzir eletrodos no cérebro, uma alter-
a) madeira e o telefone não funcionava porque nativa é usar bobinas que, colocadas fora da
a madeira não é um bom condutor de eletri- cabeça, sejam capazes de induzir correntes
cidade. elétricas no tecido cerebral.
b) metal e o telefone não funcionava devido à Para que o tratamento de patologias cere-
blindagem eletrostática que o metal propor- brais com bobinas seja realizado satisfato-
cionava. riamente, é necessário que:
c) metal e o telefone não funcionava porque o a) haja um grande número de espiras nas bobi-
metal refletia todo tipo de radiação que nele nas, o que diminui a voltagem induzida.
incidia. b) o campo magnético criado pelas bobinas seja
d) metal e o telefone não funcionava porque a constante, de forma a haver indução eletro-
área lateral da caixa de metal era maior. magnética.
e) madeira e o telefone não funcionava porque c) se observe que a intensidade das correntes
a espessura desta caixa era maior que a es- induzidas depende da intensidade da cor-
pessura da caixa de metal. rente nas bobinas.

291
d) a corrente nas bobinas seja contínua, para positivas ou negativas, que induz uma pola-
que o campo magnético possa ser de grande rização oposta no solo.
intensidade. Essas descargas elétricas ocorrem devido ao
e) o campo magnético dirija a corrente elétrica aumento da intensidade do(a)
das bobinas para dentro do cérebro do pa- a) campo magnético da Terra.
ciente. b) corrente elétrica gerada dentro das nuvens.
c) resistividade elétrica do ar entre as nuvens e
8. (ENEM) A figura mostra o tubo de imagens o solo.
dos aparelhos de televisão usado para pro- d) campo elétrico entre as nuvens e a superfí-
duzir as imagens sobre a tela. Os elétrons do cie da Terra.
feixe emitido pelo canhão eletrônico são ace- e) força eletromotriz induzida nas cargas acu-
lerados por uma tensão de milhares de volts e muladas no solo.
passam por um espaço entre bobinas onde são
defletidos por campos magnéticos variáveis, 10. (ENEM) Um cosmonauta russo estava a bordo
de forma a fazerem a varredura da tela. da estação espacial MIR quando um de seus
rádios de comunicação quebrou. Ele consta-
tou que dois capacitores do rádio de 3 μF e
7 μF ligados em série estavam queimados. Em
função da disponibilidade, foi preciso substi-
tuir os capacitores defeituosos por um único
capacitor que cumpria a mesma função.
Qual foi a capacitância, medida em μF, do
capacitor utilizado pelo cosmonauta?
a) 0,10.
b) 0,50.
c) 2,1.
d) 10.
Nos manuais que acompanham os televisores e) 21.
é comum encontrar, entre outras, as seguin-
tes recomendações: 11. (ENEM) Os dínamos são geradores de ener-
I. Nunca abra o gabinete ou toque as peças gia elétrica utilizados em bicicletas para
no interior do televisor. acender uma pequena lâmpada. Para isso, é
II. Não coloque seu televisor próximo de necessário que a parte móvel esteja em con-
aparelhos domésticos com motores elétri- tato com o pneu da bicicleta e, quando ela
cos ou ímãs. entra em movimento, é gerada energia elé-
Estas recomendações estão associadas, res- trica para acender a lâmpada. Dentro desse
pectivamente, aos aspectos de: gerador, encontram-se um ímã e uma bobi-
a) riscos pessoais por alta tensão / perturbação na.
ou deformação de imagem por campos exter-
nos.
b) proteção dos circuitos contra manipulação
indevida / perturbação ou deformação de
imagem por campos externos.
c) riscos pessoais por alta tensão / sobrecarga
dos circuitos internos por ações externas.
d) proteção dos circuitos contra a manipulação
indevida / sobrecarga da rede por fuga de
corrente.
e) proteção dos circuitos contra a manipulação O princípio de funcionamento desse equipa-
indevida / sobrecarga dos circuitos internos mento é explicado pelo fato de que a:
por ação externa. a) corrente elétrica no circuito fechado gera
um campo magnético nessa região.
9. (ENEM) Durante a formação de uma tempes- b) bobina imersa no campo magnético em cir-
tade, são observadas várias descargas elé- cuito fechado gera uma corrente elétrica.
tricas, os raios, que podem ocorrer: das nu- c) bobina em atrito com o campo magnético no
vens para o solo (descarga descendente), do circuito fechado gera uma corrente elétrica.
solo para as nuvens (descarga ascendente) d) corrente elétrica é gerada em circuito fechado
ou entre uma nuvem e outra. As descargas por causa da presença do campo magnético.
ascendentes e descendentes podem ocorrer e) corrente elétrica é gerada em circuito fecha-
por causa do acúmulo de cargas elétricas do quando há variação do campo magnético.

292
GABARITO
1. B 2. A 3. D 4. C 5. B
6. E 7. C 8. A 9. D 10. C
11. E

293
294
R.P.A.
ENEM
Química
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 1 e 2

Competências 1, 2, 3, 5, 7 e 8
Habilidades 4, 7, 10, 18, 25, 26, 27, 29 e 30

BREVIÁRIO

FUNÇÕES INORGÂNICAS

Ácidos
De maneira geral, os ácidos apresentam as seguintes características:
§ Têm sabor azedo.
§ A grande maioria é tóxica e corrosiva.
§ Quando em solução aquosa, os ácidos conduzem eletricidade.
§ Os ácidos alteram a cor de indicadores. Os indicadores têm a propriedade de mudar a cor do meio, conforme
o caráter ácido ou básico das soluções (exemplo de indicadores: papel tornassol, fenolftaleína, entre outros).
Segundo Arrhenius, ácidos são compostos que se ionizam em solução aquosa e origina como o único íon
positivo o cátion hidrogênio [H+]. O H+ é o responsável pelas propriedades comuns a todos os ácidos, sendo este o
radical funcional dos ácidos. A reação de ionização pode ser mostrada a seguir:

Uma outra maneira mais correta de escrever os quatro exemplos anteriores é:

297
Classificação dos ácidos

Presença de oxigênio

Classificação Oxigênio Exemplos


hidrácidos não possuem HCℓ, HCN, H2S
oxiácidos ou oxoácidos possuem HNO3, H2SO4, H3BO3

Hidrogênios ionizáveis
Hidrogênios ionizáveis em oxiácidos são os hidrogênios que se ligam a um átomo de oxigênio.

Número de hidrogênios
Classificação Exemplos
ionizáveis
monoácidos ou monopróticos 1 HCℓ, HCN, HNO3
diácidos ou dipróticos 2 H2S, H2SO4, H2CO3
triácidos ou tripróticos 3 H3PO4, H3BO3
tetrácidos ou tetrapróticos 4 H4SiO4

Exceções: quando um átomo de hidrogênio se liga diretamente ao átomo central, esse hidrogênio não é ionizável.

Teoria na prática

§ Ácido fosforoso (H3PO3) é um diácido.

§ Ácido hipofosforoso (H3PO2) é um monoácido.

Volatilidade
Volatilidade é a capacidade de uma substância passar para o estado gasoso. Substâncias voláteis, em geral,
apresentam pontos de ebulição baixos.

Classificação Ponto de ebulição Exemplos


fixos alto São apenas 3 ácidos: H2SO4, H3PO4, H3BO3
voláteis baixo Os demais ácidos: HCℓ, H2S, HCN, HNO3...

298
Força

∆ = n° de oxigênios – número de hidrogênios ionizáveis

Exemplos
HCℓO4 ⇒ ∆ = 4 – 1 = 3 ⇒ muito forte
H2SO4 ⇒ ∆ = 4 – 2 = 2 ⇒ forte
HNO2 ⇒ ∆ = 2 – 1 = 1 ⇒ moderado
HCℓO ⇒ ∆ = 1 – 1 = 0 ⇒ fraco

Exceção: ácido carbônico (H2CO3), embora apresente um ∆ = 1, ele é considerado um ácido fraco por ser um ácido
instável.

Classificação Hidrácidos Oxiácidos


fortes HCℓ, HBr, HI ∆ = 2 ou 3
moderados HF ∆=1
fracos H2S, HCN ∆=0

Nomenclatura dos ácidos

ácido + (nome do elemento) + sufixo

O sufixo segue este padrão:

Classificação Sufixo Exemplos Ânion


HCℓ ácido clorídrico Cℓ– cloreto
hidrácido -ídrico H2S ácido sulfídrico S2– sulfeto
HCN ácido cianídrico CN– cianeto
H2SO4 ácido sulfúrico SO42- sulfato
-ico (o ácido que você precisa lembrar)
HNO3 ácido nítrico NO3– nitrato
oxiácido
H2SO3 ácido sulfuroso SO32– sulfito
-oso (o ácido com um oxigênio a menos)
HNO2 ácido nitroso NO2– nitrito

E há também os prefixos, especialmente em elementos, que formam mais de dois ácidos (comumente visto
em ácidos que contêm halogênios):

Prefixo Sufixo Fórmula Exemplo Ânion


per- -ico HXO4 HCℓO4 ácido perclórico CℓO4– perclorato
- -ico HXO3 HCℓO3 ácido clórico CℓO3– clorato
- -oso HXO2 HCℓO2 ácido cloroso CℓO2– clorito
hipo -oso HXO HCℓO ácido hipocloroso CℓO- hipoclorito

299
Bases
Apresentam as seguintes características:
§ Possuem sabor adstringente, que “amarra” a boca, como é possível perceber ao se comer uma fruta “verde”.
§ São, em geral, tóxicas.
§ Formam soluções aquosas condutoras de eletricidade.
§ Mudam a cor dos indicadores (conforme os exemplos comparativos da função ácidos).
Segundo Arrhenius, bases são compostos que, por dissociação iônica, origina como o único íon negativo
o ânion hidróxido [OH-].

Classificação das bases

1. Número de hidroxilas/hidróxidos

Classificação Número de hidroxilas Exemplos


monobase 1 NaOH, KOH, AgOH
dibase 2 Mg(OH)2, Ca(OH)2, Fe(OH)2
tribase 3 Aℓ(OH)3, Fe(OH)3
tetrabase 4 Sn(OH)4, Pb(OH)4

2. Força

Classificação Caracterização
Hidróxidos dos metais alcalinos (grupo 1), como NaOH, KOH etc. e dos metais alcalino-terrosos
(grupo 2), como Ca(OH)2, Ba(OH)2 e Sr(OH)2.
Forte
O Mg(OH)2 é uma exceção à regra, uma vez que constitui uma base fraca e praticamente
insolúvel.
Hidróxidos de todos os demais metais, em geral metais dos grupos 3 ao 14.
Fraca
Aqui se incluem o Mg(OH)2 e o NH4OH.

3. Solubilidade

Classificação Caracterização
Solúveis Hidróxidos dos metais alcalinos (grupo 1), como NaOH, KOH etc. e o NH4OH.
Hidróxidos dos metais alcalino-terrosos (grupo 2), como Ca(OH)2, Ba(OH)2 e Sr(OH)2. Exceção: o
Pouco solúveis
Mg(OH)2 e Be(OH)2.
Praticamente insolúveis Os demais hidróxidos: Fe(OH)2, Pb(OH)4 etc., além do Mg(OH)2.

Nomenclatura das bases

Para uma base genérica, C(OH)x.


Sua nomenclatura será:

hidróxido de + (nome do cátion Cx+)

Exemplos
NaOH – hidróxido de sódio
Ca(OH)2 – hidróxido de cálcio
Aℓ(OH)3 – hidróxido de alumínio
Se o cátion tiver mais de uma valência:

300
hidróxido de + (nome do cátion Cx+) + (valência em algarismo romano)

ou

oso [menor valência]


hidróxido de + (nome do cátion Cx+) +
ico [maior valência]

Exemplos
Fe(OH)2 – hidróxido de ferro (II) ou hidróxido ferroso
Fe(OH)3 – hidróxido de ferro (III) ou hidróxido férrico
Sn(OH)2 – hidróxido de estanho (II) ou hidróxido estanoso
Sn(OH)4 – hidróxido de estanho (IV) ou hidróxido estânico

Sais
1. Reação de neutralização total

Uma reação é de neutralização total, se todos os H+ do ácido reagirem e todos os OH– da base também
reagirem.

Exemplos
NaOH + HCℓ → NaCℓ + H2O
Mg(OH)2 + H2SO4 → MgSO4 + 2H2O
2NaOH + H2SO4 → Na2SO4 + 2H2O

2. Reação de neutralização parcial do ácido

A proporção em mol da base e do ácido é de tal forma que nem todos os H+ serão neutralizados. O sal
formado é classificado como hidrogenossal e apresenta caráter ácido.

Exemplo
NaOH + H2SO4 → NaHSO4 + H2O

3. Reação de neutralização parcial da base

A proporção em mol da base e do ácido é de tal forma que nem todos os OH– serão neutralizados. O sal
formado é classificado como hidroxissal e apresenta caráter básico.

Exemplo
Ca(OH)2 + HCℓ → Ca(OH)Cℓ + H2O

301
Nomenclatura

nome do ânion + de + nome do cátion

Exemplo
Aℓ3+ [cátion alumínio] + Cℓ– [ânion cloreto] → AℓCℓ3 cloreto de alumínio

O ânion pode ser identificado através do seu ácido de origem, portanto, segue a seguinte regra:

Terminação do ácido Ânion


-ídrico -eto
-oso -ito
-ico -ato

Se o cátion tiver mais de uma valência:

nome do ânion + de + nome do cátion + (valência do cátion)

ou
oso [menor valência]
nome do ânion + de + nome do cátion +
ico [maior valência]

Exemplos

[cátion ferro (II) ou ferroso]


FeCø2 cloreto de ferro (II) ou cloreto ferroso
[ânion cloreto]

[cátion ferro (III) ou férrico]


FeCø3 cloreto de ferro (III) ou cloreto férrico
[ânion cloreto]

Hidrogenossais
Os hidrogenossais diferem-se apenas pelo fato de a quantidade de hidrogênios ionizáveis ser indicada pelos prefi-
xos (que pode ser omitido) mono, di, tri etc., seguida da palavra hidrogeno, no começo do nome do sal, ou palavra
ácido, logo depois do nome do ânion.

§ KHSO4: sulfato monopotássico ou sulfato (mono)ácido de potássio ou (mono)hidrogenossulfato de potás-


sio.
§ NaH2PO4: fosfato monossódico ou fosfatodiácido de sódio ou di-idrogenofosfato de sódio.

Se o hidrogenossal for originário de um ácido com dois hidrogênios ionizáveis, o prefixo hidrogeno pode ser subs-
tituído por bi.

§ NaHSO4: bissulfato de sódio


§ NaHCO3: bicarbonato de sódio

302
Hidroxissais
Já os hidroxissais, a nomenclatura segue a mesma regra dos hidrogenossais, trocando as palavras hidrogeno por
hidróxi ou palavra ácido por básico.
§ CaOHCℓ: cloreto básico de cálcio ou (mono)hidróxi-cloreto de cálcio
§ MgOHBr: brometo básico de magnésio ou (mono)hidróxi-brometo de magnésio

SOLUBILIDADE DOS SAIS


Ãnion Solubilidade Exceções
CH3COOH –
Solúveis —
Cℓ , Br , l
– - –
Solúveis Ag , Hg2+, Pb2+
+

NO–3 Solúveis —
SO 2–
1
Solúveis Ca , Sr , Ba2+, Pb2+
2+ 2+

S2– Insolúveis 1A, 2A e NH+4


demais Insolúveis 1A e NH+4

Óxidos
Tipos de óxido: os óxidos podem ser classificados de acordo com o elemento ligado ao oxigênio. São dois tipos:
óxidos iônicos e óxidos moleculares:
§ óxidos iônicos – são óxidos formados por metais, havendo a presença de ligação iônica (entre um metal
e um ametal). Exemplos são o óxido de sódio (Na2O), óxido de magnésio (MgO), óxido de alumínio (Aℓ2O3),
entre outros.
§ óxidos moleculares – são óxidos formados por ametais, havendo a presença de ligação covalente (entre
ametais). Exemplos são os óxidos de carbono (CO e CO2), óxidos de enxofre (SO2 e SO3), óxidos de nitrogê-
nio (NO, N2O e NO2), entre outros.

Classificação dos óxidos: os óxidos podem ser classificados de acordo com o seu comportamento químico:
§ óxidos ácidos – são também conhecidos por anidridos, reagem com água produzindo um ácido e reagem
com base formando sal e água. A maioria dos óxidos ácidos são os óxidos moleculares (CO2 e SO3).
§ óxidos básicos – estes compostos reagem com água formando uma base e reagem com ácidos produzin-
do sal e água. A maioria dos óxidos básicos são os óxidos iônicos (Na2O e CaO).
§ óxidos neutros – estas substâncias não reagem com água, ácido ou base. (CO, NO e N2O).
§ óxidos anfóteros – possuem esse nome por possuírem caráter duplo, ou seja, reagem tanto com ácido
quanto com base originando como produto sal e água. ( Aℓ2O3, ZnO e PbO)
§ peróxidos – composto formado por ânion peróxido, O22–. Nesta classe os compostos reagem com água
produzindo base e água oxigenada; quando reagem com um ácido, produz um sal e água oxigenada (Na2O2).

GEOMETRIA MOLECULAR
É o estudo da distribuição espacial dos átomos em uma molécula, distribuição essa que, dependendo dos átomos
que a compõe, pode assumir formas geométricas. Dentre as principais classificações estão a linear, a angular, a
trigonal plana, a piramidal e a tetraédrica.
Para se determinar a geometria de uma molécula, é preciso conhecer a teoria da repulsão dos pares eletrô-
nicos (TRPE) da camada de valência.

303
Teoria da repulsão dos pares eletrônicos
Baseia-se na ideia de que, estejam ou não fazendo ligação química (sendo compartilhados), os pares eletrônicos
da camada de valência de um átomo central comportam-se como nuvens eletrônicas que se repelem, mantendo a
maior distância angular possível uns dos outros.
Uma nuvem eletrônica pode ser constituída de uma ligação simples, dupla, tripla ou mesmo por um par de
elétrons não ligantes (que não estão a fazer ligação química).
A teoria da repulsão dos pares eletrônicos funciona bem para moléculas do tipo ABx, do qual A é o átomo
central e B é chamado elemento ligante. Nessa molécula, os pares de elétrons (nuvens eletrônicas) da camada de
valência do átomo central A se repelem, determinando o formato da molécula ou íon.
Portanto, se houver duas nuvens eletrônicas ao redor de um átomo central, a maior distância angular que
elas podem assumir são 180°. Se houver três nuvens, 120° etc. É de extrema importância analisar se a ligação é
covalente ou iônica.
Portanto:
§ a geometria das nuvens, isto é, a orientação espacial dessas nuvens (pares eletrônicos) depende do número
total de nuvens eletrônicas ao redor do átomo central A; e
§ a geometria molecular, no entanto, é determinada pela posição dos núcleos dos átomos ligados ao redor
do átomo central.

Importante

Não confundir geometria dos pares eletrônicos (nuvens eletrônicas) com geometria da molécula.
Considerando, pois, a orientação das nuvens e o número de átomos ligados ao átomo central, há possíveis
geometrias moleculares de acordo com a posição dos núcleos desses átomos.

Moléculas e suas geometrias

Roteiro para determinação da geometria molecular


1. Montar a fórmula eletrônica da substância contando os pares eletrônicos (nuvens eletrônicas) ao redor do
átomo central. Considere como par eletrônico:
§ cada ligação dupla, tripla ou coordenada/dativa; e

304
§ cada par de elétrons não ligantes.
2. Os pares eletrônicos repelem-se ao máximo.

Orientação
Número de nuvens
(geometria) das Disposição Geometria
ao redor do átomo Fórmula eletrônica
nuvens (pares dos ligantes molecular
central
eletrônicos)

Sempre
Linear O=C=O
2
H—C;N
Linear

Angular

3
2 átomos ligantes Trigonal plana
(triangular) Trigonal plana

2 átomos ligantes Angular

N
4 Piramidal

3 átomos ligantes

Tetraédrica Tetraédrica

4 átomos ligantes

Observe:
§ A geometria linear das nuvens determina somente moléculas lineares.
§ A geometria trigonal plana das nuvens pode determinar moléculas angulares ou trigonais planas.
§ A geometria tetraédrica das nuvens pode determinar moléculas angulares, piramidais ou tetraédricas.

FORÇAS INTERMOLECULARES
Forças ou interações intermoleculares são forças de atração que ocorrem entre as moléculas (por isso o ter-
mo intermoleculares, entre moléculas) das substâncias, que as mantêm unidas no estado sólido e líquido. Elas são
bem mais fracas que as interações intramoleculares (dentro das moléculas) ou interatômicas (entre átomos), que
unem átomos (na ligação covalente) ou íons (na ligação iônica e na metálica).

305
As forças intermoleculares determinam os pontos de fusão e de ebulição e a solubilidade das substâncias
umas nas outras, bem como a tensão superficial e a viscosidade dos líquidos.
§ Tensão superficial é uma propriedade que faz com que a camada superficial de um líquido comporte-se
como uma membrana elástica. O efeito dela são as gotas de água, as bolhas de sabão ou a possibilidade
de os insetos caminharem sobre a superfície da água.
§ Viscosidade é a propriedade física que caracteriza a resistência de um fluido (líquido ou gás) ao escoa-
mento, a uma dada temperatura. O óleo, por exemplo, é mais viscoso que a água.
As forças intermoleculares são também conhecidas como forças de Wan der Waals (físico holandês que
previu sua existência). As mais importantes são três:

Forças de dipolo-dipolo ou de dipolo permanente


Como o próprio nome sugere, ocorre entre moléculas polares e têm natureza elétrica. O polo positivo de uma molé-
cula atrai o polo negativo de outra molécula, e assim sucessivamente, por toda a extensão do líquido ou do sólido.

Teoria na prática
Moléculas de cloreto de hidrogênio no estado líquido
δ+ δ- δ+ δ-
H — Cℓ ® ¬ H — Cℓ
Força de atração

Outros exemplos: HCℓ, HBr, H2S, CO, HCCℓ3, SO2, PH3.

Forças de dipolo instantâneo-dipolo induzido ou forças de


London ou forças de Van der Waals
Ocorre entre moléculas apolares e também têm natureza elétrica. Numa molécula apolar como o H2, os elétrons
estão equidistantes dos núcleos. Num determinado instante, no entanto (por isso o nome dipolo instantâneo), a
nuvem eletrônica pode se aproximar mais de um dos núcleos e estabelecer um dipolo instantâneo, o qual, por sua
vez, induz (por isso o nome dipolo induzido) as demais moléculas a formarem novos dipolos, dando origem a uma
força de atração elétrica de pequena intensidade entre elas.

Teoria na prática
O gelo-seco (CO2), o iodo (I2), as pedras de naftalina e as de cânfora sofrem sublimação, isto é, passam
diretamente do estado sólido para o gasoso, uma vez que as interações de dipolo instantâneo-dipolo induzido
que as unem são fracas.
Outros exemplos: H2, N2, O2, F2, Cl2, Br2, P4, S8, CH4 e todos os hidrocarbonetos.

306
Observação: a denominação forças de Van der Waals como sinônimo de forças de dipolo instantâneo-
-dipolo induzido não é padrão na maioria dos exames vestibulares, porque, contemporaneamente, forças de Van
der Waals é uma classificação que compreende as três interações: dipolo induzido-dipolo instantâneo, dipolo per-
manente e ligação de hidrogênio.

Ligações ou pontes de hidrogênio


É um caso particular das forças de dipolo permanente (dipolo-dipolo), segundo o qual a intensidade é tão grande
que recebe um nome particular. Ocorre em moléculas que apresentam átomos de hidrogênio (elemento com baixa
eletronegatividade) com elementos muito eletronegativos, como o flúor, o oxigênio ou o nitrogênio.
Os exemplos mais frequentes são as moléculas formadas pela combinação do hidrogênio com os elementos
muito eletronegativos mencionados:

HF H2O NH3

Observe a formação das ligações de hidrogênio em cada uma das moléculas:

§ HF

§ H2O
As ligações de hidrogênio explicam uma propriedade muito particular da água. Ao contrário da maioria das
substâncias, a água sólida é menos densa que a água líquida.

água líquida água sólida

Observação: o arranjo desordenado das moléculas no estado líquido é mais compacto, há menos espaços
vazios entre elas, razão pela qual a substância é mais densa nesse estado. No entanto, o arranjo ordenado do
estado sólido cria espaços vazios maiores entre as moléculas, o que torna a substância mais “leve”, menos densa.

307
§ NH3

308
APLICAÇÃO DOS
CONHECIMENTOS - SALA
1. (ENEM) Os tubos de PVC, material organoclorado sintético, são normalmente utilizados como en-
canamento na construção civil. Ao final da sua vida útil, uma das formas de descarte desses tubos
pode ser a incineração. Nesse processo libera-se cloreto de hidrogênio, dentre outras substâncias.
Assim, é necessário um tratamento para evitar o problema da emissão desse poluente.
Entre as alternativas possíveis para o tratamento, é apropriado canalizar e borbulhar os gases
provenientes da incineração em:
a) água dura.
b) água de cal.
c) água salobra.
d) água destilada.
e) água desmineralizada.

2. (ENEM) A cal (óxido de cálcio, CaO), cuja suspensão em água é muito usada como uma tinta de
baixo custo, dá uma tonalidade branca aos troncos de árvores. Essa é uma prática muito comum
em praças públicas e locais privados, geralmente usada para combater a proliferação de parasitas.
Essa aplicação, também chamada de caiação, gera um problema: elimina microrganismos benéficos
para a árvore.
Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 1 abr. 2010 (adaptado).

A destruição do microambiente, no tronco de árvores pintadas com cal, é devida ao processo de:
a) difusão, pois a cal se difunde nos corpos dos seres do microambiente e os intoxica.
b) osmose, pois a cal retira água do microambiente, tornando-o inviável ao desenvolvimento de micror-
ganismos.
c) oxidação, pois a luz solar que incide sobre o tronco ativa fotoquimicamente a cal, que elimina os seres
vivos do microambiente.
d) aquecimento, pois a luz do Sol incide sobre o tronco e aquece a cal, que mata os seres vivos do micro-
ambiente.
e) vaporização, pois a cal facilita a volatilização da água para a atmosfera, eliminando os seres vivos do
microambiente.

3. (ENEM) Quando colocamos em água, os fosfolipídeos tendem a formar lipossomos, estruturas for-
madas por uma bicamada lipídica, conforme mostrado na figura. Quando rompida, essa estrutura
tende a se reorganizar em um novo lipossomo.

Esse arranjo característico se deve ao fato de os fosfolipídeos apresentarem uma natureza:


a) polar, ou seja, serem inteiramente solúveis em água.
b) apolar, ou seja, não serem solúveis em solução aquosa.
c) anfotérica, ou seja, podem comportar-se como ácidos e bases.
d) insaturada, ou seja, possuírem duplas ligações em sua estrutura.
e) anfifílica, ou seja, possuírem uma parte hidrofílica e outra hidrofóbica.

309
4. (ENEM) O armazenamento de certas vitaminas no organismo apresenta grande dependência de sua
solubilidade. Por exemplo, vitaminas hidrossolúveis devem ser incluídas na dieta diária, enquanto
vitaminas lipossolúveis são armazenadas em quantidades suficientes para evitar doenças causadas
pela sua carência. A seguir são apresentadas as estruturas químicas de cinco vitaminas necessárias
ao organismo.

Dentre as vitaminas apresentadas na figura, aquela que necessita de maior suplementação diária é:
a) I.
b) II.
c) III.
d) IV.
e) V.

RAIO X
1. Entre as alternativas possíveis para o tratamento, é apropriado canalizar e borbulhar os gases
provenientes da incineração em água de cal, para que ocorra a neutralização do HCℓ(g):
Ca(OH)2 (aq) + 2HC(g) → 2H2O( ) + CaC 2 (aq)
 
Água de cal

2. A cal ou óxido de cálcio reage com a água do microambiente: CaO(s) + H2O() → Ca(OH)2(aq). Consequen-
temente, o desenvolvimento de micro-organismos é afetado.
3. Esse arranjo característico se deve ao fato de os fosfolipídeos apresentarem uma natureza anfifí-
lica, ou seja, possuírem uma parte polar (hidrofílica) e outra apolar (hidrofóbica).

4. Quanto maior a quantidade de grupos OH, mais solúvel será a vitamina, devido à interação com a
água e maior a necessidade de suplementação. A estrutura III apresenta esta característica.

GABARITO
1. B 2. B 3. E 4. C

310
Prescrição: Para resolver os exercícios, você deve ter o conhecimento sobre as funções inorgânicas
e suas nomenclaturas, geometria molecular e interações intermoleculares.

PRÁTICA DOS como resíduos da queima de matéria orgâni-


ca em presença de produtos que contenham

- E.O.
cloro. Como consequência de seu amplo es-
CONHECIMENTOS palhamento no meio ambiente, bem como de
suas propriedades estruturais, as dioxinas
1. (ENEM) Cientistas da Austrália descobriram sofrem magnificação trófica na cadeia ali-
um meio de produzir roupas que se limpam mentar. Mais de 90% da exposição humana
às dioxinas é atribuída aos alimentos con-
sozinhas. A equipe de pesquisadores usou
taminados ingeridos. A estrutura típica de
nanocristais de dióxido de titânio (TiO2) que,
uma dioxina está apresentada a seguir:
sob ação da luz solar, são capazes de decom-
por as partículas de sujeira na superfície de
um tecido. O estudo apresentou bons resul-
tados com fibras de algodão e seda. Nesses
casos, foram removidas manchas de vinho,
bastante resistentes. A nanocamada proteto-
ra poderá ser útil na prevenção de infecções A molécula do 2,3,7,8 – TCDD é popularmen-
em hospitais, uma vez que o dióxido de titâ- te conhecida pelo nome ‘dioxina’, sendo a
nio também mostrou ser eficaz na destruição mais tóxica dos 75 isômeros de compostos
das paredes celulares de microrganismos que clorados de dibenzo-p-dioxina existentes.
provocam infecções. O termo nano vem da FADINI, P. S.; FADINI, A. A. B. Lixo: desafios e
unidade de medida nanômetro, que é a bi- compromissos. Cadernos Temáticos de Química Nova
na Escola, São Paulo, n. 1, maio 2001 (adaptado).
lionésima parte de 1 metro.
Veja. Especial Tecnologia. São Paulo: Com base no texto e na estrutura apresen-
Abril, set. 2008 (adaptado).
tada, as propriedades químicas das dioxinas
A partir dos resultados obtidos pelos pesqui- que permitem sua bioacumulação nos orga-
sadores em relação ao uso de nanocristais de nismos estão relacionadas ao seu caráter:
dióxido de titânio na produção de tecidos e a) básico, pois a eliminação de materiais alcali-
considerando uma possível utilização dessa nos é mais lenta do que a dos ácidos.
substância no combate às infecções hospita- b) ácido, pois a eliminação de materiais ácidos
lares, pode-se associar que os nanocristais é mais lenta do que a dos alcalinos.
de dióxido de titânio: c) redutor, pois a eliminação de materiais redu-
a) são pouco eficientes em ambientes fechados tores é mais lenta do que a dos oxidantes.
e escuros. d) lipofílico, pois a eliminação de materiais li-
b) possuem dimensões menores que as de seus possolúveis é mais lenta do que a dos hi-
átomos formadores. drossolúveis.
e) hidrofílico, pois a eliminação de materiais
c) são pouco eficientes na remoção de partícu-
hidrossolúveis é mais lenta do que a dos li-
las de sujeira de natureza orgânica.
possolúveis.
d) destroem microrganismos causadores de in-
fecções, por meio de osmose celular.
e) interagem fortemente com material orgâni- 3. (ENEM) No processo de industrialização da
co devido à sua natureza apolar. mamona, além do óleo que contém vários
ácidos graxos, é obtida uma massa orgâni-
2. (ENEM) Vários materiais, quando queima- ca, conhecida como torta de mamona. Esta
dos, podem levar à formação de dioxinas, massa tem potencial para ser utilizada como
um composto do grupo dos organoclorados. fertilizante para o solo e como complemento
Mesmo quando a queima ocorre em incinera- em rações animais devido a seu elevado va-
dores, há liberação de substâncias derivadas lor proteico. No entanto, a torta apresenta
da dioxina no meio ambiente. Tais compos- compostos tóxicos e alergênicos diferente-
tos são produzidos em baixas concentrações, mente do óleo da mamona. Para que a torta

311
possa ser utilizada na alimentação animal, é necessário um processo de descontaminação.
Revista Química Nova na Escola. V. 32, n° 1, 2010 (adaptado).

A característica presente nas substâncias tóxicas e alergênicas, que inviabiliza sua solubilização
no óleo de mamona, é a:
a) lipofilia.
b) hidrofilia.
c) hipocromia.
d) cromatofilia.
e) hiperpolarização.

4. (ENEM) Além de ser uma prática ilegal, a adulteração de combustíveis é prejudicial ao meio am-
biente, ao governo e, especialmente, ao consumidor final. Em geral, essa adulteração é feita uti-
lizando compostos com propriedades físicas semelhantes às do combustível, mas de menor valor
agregado.
Considerando um combustível com 20% de adulterante, a mistura em que a adulteração seria iden-
tificada visualmente é:
a) etanol e água.
b) etanol e acetona.
c) gasolina e água.
d) gasolina e benzeno.
e) gasolina e querosene.

5. (ENEM) A fosfatidilserina é um fosfolipídio aniônico cuja interação com cálcio livre regula pro-
cessos de transdução celular e vem sendo estudada no desenvolvimento de biossensores nanomé-
tricos. A figura representa a estrutura da fosfatidilserina:

Com base nas informações do texto, a natureza da interação da fosfatidilserina com o cálcio livre
é do tipo:
Dado: número atômico do elemento cálcio: 20
a) iônica somente com o grupo aniônico fosfato, já que o cálcio livre é um cátion monovalente.
b) iônica com o cátion amônio, porque o cálcio livre é representado como um ânion monovalente.
c) iônica com os grupos aniônicos fosfato e carboxila, porque o cálcio em sua forma livre é um cátion
divalente.
d) covalente com qualquer dos grupos não carregados da fosfatidilserina, uma vez que estes podem doar
elétrons ao cálcio livre para formar a ligação.
e) covalente com qualquer grupo catiônico da fosfatidilserina, visto que o cálcio na sua forma livre po-
derá compartilhar seus elétrons com tais grupos.

GABARITO
1. A 2. D 3. B 4. C 5. C

312
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 3 e 4

Competências 3, 5, 6 e 7
Habilidades 10, 18, 21 e 24

BREVIÁRIO

PRESSÃO DE VAPOR
Pressão máxima de vapor é a pressão exercida por seus vapores, quando estes estão em equilíbrio dinâmico com o
líquido. Pode-se dizer também que é a pressão exercida pelas moléculas do solvente líquido contra a sua superfície
para passar para o estado de vapor.
Quanto maior a pressão de vapor, mais volátil é o líquido. Ou seja, quanto mais pressão o líquido faz contra
a sua superfície, mais facilmente este líquido passará para o estado de vapor, logo, ele evaporará mais rápido. Al-
guns fatores influenciam na pressão de vapor, como a temperatura e a natureza do líquido.

§ Temperatura
Quando se aquece um líquido, a quantidade de vapor tende a aumentar conforme o tempo, o que fará com
que a pressão de vapor também aumente.
O aumento da temperatura ocasiona a agitação das moléculas. O líquido evapora mais intensamente e
causa maior pressão de vapor.

§ Natureza do líquido
A pressão de vapor depende da natureza do líquido. Se as forças intermoleculares forem de grande intensi-
dade, a vaporização será difícil e a pressão de vapor será mínima. Se, ao contrário, as moléculas estiverem
presas fracamente ao líquido, a vaporização ocorrerá facilmente e a pressão de vapor será intensa. Portanto,
a 20 °C, a pressão máxima de vapor de água é 17,5 mmHg e a pressão máxima de vapor do álcool etílico
(etanol), na mesma temperatura, é 44 mmHg. O álcool, portanto, é mais volátil que a água. A pressão de
vapor não depende da quantidade de líquido nem do espaço ocupado pelo vapor.

Pressão de vapor e temperatura de ebulição


Experimentalmente, a ebulição é caracterizada pela formação de bolhas no líquido que vão até a superfície e
rebentam. Se formada no interior do líquido puro, a bolha contém apenas moléculas no estado gasoso do líquido
puro. Essas moléculas exercem uma pressão contra as paredes internas da bolha. Observe uma bolha logo abaixo
da superfície do líquido. Neste caso, é possível considerar, aproximadamente, que a força que empurra a bolha
para o interior do líquido é a mesma que origina a pressão atmosférica. Se o líquido for aquecido, a pressão de
vapor na bolha aumenta e, a uma certa temperatura, iguala-se à pressão atmosférica e escapa do líquido. Essa é
a temperatura de ebulição.

315
Influência da pressão externa sobre a temperatura
de ebulição
A pressão atmosférica varia de acordo com a altitude. Com o aumento da altitude, diminui a pressão atmosférica,
diminuindo o ponto de ebulição. A pressão de vapor permanece inalterada, entretanto. Note que a única mudança
é no abaixamento do ponto de ebulição, pois, como o líquido precisa chegar a uma pressão igual a do ambiente
para entrar em ebulição, em pressões mais baixas necessita-se de menos energia.
Em locais onde tem menos pressão atmosférica, a água ferve mais rápido. As moléculas escapam do líquido
com mais facilidade.
Em lugares de grande altitude, as substâncias entram em ebulição a temperaturas mais baixas que ao nível
do mar. Isto explica a dificuldade de cozinhar alimentos, como ovos e arroz, e preparar bebidas quentes, como café
e chá, em locais que estão no nível do mar.

EFEITOS COLIGATIVOS
Efeitos coligativos são alterações observadas num solvente que dissolve um soluto não volátil. Regularmente,
esse soluto é um açúcar (glicose, sacarose), um sal (NaCℓ, CaCℓ2, Na2SO4 etc.) ou outras substâncias solúveis e
não voláteis.
A dissolução de um solvente não volátil em um solvente provoca:
1. diminuição da pressão de vapor do solvente;
2. elevação do ponto de ebulição (temperatura de ebulição) do solvente;
3. diminuição do ponto de congelamento (temperatura de fusão) do solvente; e
4. aumento da pressão osmótica do solvente.
A intensidade com que as propriedades coligativas ocorrem depende exclusivamente da quantidade de
partículas presentes na solução, mas não depende da natureza dessas partículas.
Esses fenômenos podem ser explicados dependendo das interações que ocorrem entre as partículas do so-
luto e as moléculas do solvente. Essas interações dificultam tanto a passagem do solvente para o estado de vapor
como seu congelamento (solidificação).

Os efeitos coligativos só dependem do número de partículas do soluto dissolvido.

Classificação da natureza das soluções


1. Soluções moleculares
Nelas, todas as partículas dissolvidas são moléculas, uma vez que o soluto não sofre dissociação ou ioniza-
ção, mas simplesmente se dissolve sem sofrer alterações.

Teoria na prática
Ao se dissolver um mol de sacarose (C12H22O11) em água, obtém-se como resultado um mol (6,0 × 1023) de
partículas dissolvidas em solução, uma vez que não há alteração nas moléculas do composto.

316
2. Soluções iônicas
São soluções formadas por íons dissolvidos no solvente, resultado da dissociação de uma substância iônica
ou da ionização de uma substância molecular, que, por sua vez, é resultado da interação com o solvente.

NaCℓ → Na+ + Cℓ–


1 mol 1 mol de cátions 1 mol de ânions
6 × 1023 cátions 6 × 1023 ânions

O número de partículas de soluto na solução depende:


a) do número de íons presentes em cada fórmula do composto:
O NaCℓ (1Na+ e 1Cℓ-) pode liberar até dois íons para cada fórmula dissolvida. O CaCℓ2 pode liberar até três
íons por fórmula dissolvida (1Ca2+ e 2Cℓ-);

b) do grau de ionização ou do grau de dissociação desse composto a uma dada temperatura:


Considere o ácido sulfúrico, H2SO4(aq), com grau de ionização α = 61% a 18 ºC. A ionização de uma molécula
de H2SO4 é dada pela expressão.

1H2SO4 + 2H2O → 2H3O+ + 1SO4-2


1 molécula 3 partículas em solução

Se forem consideradas 100 moléculas de H2SO4, nas condições descritas, obtém-se:


2 × 61(H3O+) + 1 × 61(SO42–) = 183 (total de partículas na solução)
100 moléculas
100 – 61 = 39 (moléculas não ionizam)

Significa que cada 100 moléculas de H2SO4 dissolvidas em água dão origem a 183 partículas em solução.

TONOSCOPIA OU TONOMETRIA
Estudo da diminuição da pressão máxima de vapor de um solvente provocada pela adição de um solvente
não volátil.

Numa solução aquosa de NaCℓ (b), a quantidade de moléculas de água que passa para o estado de vapor é menor
que na água pura (a), a uma mesma temperatura.
(a) (b)

A pressão máxima de vapor de uma solução formada por um soluto não volátil é menor que a de um sol-
vente puro, porque as interações entre as partículas do soluto e as moléculas do solvente diminuem a evaporação
das moléculas do solvente.

317
Quanto maior o número de partículas de soluto não volátil em solução, maior será a diminuição absoluta da
pressão máxima de vapor. Essa variação (∆P) é denominada abaixamento absoluto da pressão máxima de vapor
(∆P = P0 – P2).
No diagrama ELV, esse fenômeno fica bem evidente:

Ebulioscopia ou ebuliometria

Estudo da elevação da temperatura de ebulição de um líquido (solvente), ocasionada pela dissolução de um


solvente não volátil.

Quanto maior a concentração do soluto, maior a elevação da temperatura de ebulição do solvente


(te = te/solução – te/solvente puro) e maior a temperatura de ebulição desse solvente.

Líquido Temperatura de ebulição


Água pura 100 ºC

Solução aquosa de glicose 1 mol/L 100,52 ºC

Solução aquosa de glicose 2 mol/L 101,04 ºC

Crioscopia ou criometria

Estudo da diminuição da temperatura de congelamento (ponto de fusão) de um solvente em uma solução


de soluto não volátil.

Quanto maior a concentração de soluto não volátil, maior o abaixamento da temperatura de congelamento
do solvente (tc = tc/solvente puro – tc/solução) e menor será a temperatura de congelamento desse solvente.

Líquido Temperatura de congelamento


Água pura 0 ºC

Solução aquosa de glicose 1 mol/L –1,86 ºC

Solução aquosa de glicose 2 mol/L –3,72 ºC

318
Osmose
Osmose é a passagem de um solvente para o interior de uma solução feita desse mesmo solvente, através de uma
membrana semipermeável (MSP).
A osmose também é uma propriedade coligativa das soluções, uma vez que depende apenas do número de
partículas dissolvidas e não da natureza dessas partículas (moléculas ou íons).

Osmose entre solvente e solução:


As
H2O moléculas
Membrana semipermeável
Molécula de soluto
de água
passam
através da
membrana

Osmose entre soluções:


H2O As Membrana semipermeável
Moléculas de soluto
moléculas
de água
passam
através da
membrana

A membrana semipermeável (MSP), que pode ser feita de bexiga de animal ou celofane, é seletiva, isto é,
deixa passar o solvente, mas não deixa passar o soluto.
Certo tempo depois, observa-se que o nível do solvente diminui, enquanto o nível da solução aumenta.

Exemplo
Dadas duas soluções A e B, inicialmente 0,2 M e 0,3 M, separadas por uma membrana semipermeável:

Verifica-se que as soluções A e B mudam de concentração após a osmose.


Osmoscopia ou osmometria é o estudo e a medição da pressão osmótica das soluções.

PRESSÃO OSMÓTICA (p)


Pressão exercida sobre a solução para impedir que ela se dilua pela passagem do solvente puro através de uma
membrana semipermeável.

319
É interessante notar que, se a pressão mecânica sobre a solução for exagerada, o fenômeno normal se
inverterá, isto é, o solvente passará da solução para o lado do solvente puro; o que é denominado osmose reversa,
empregada em processos de dessalinização da água do mar para obtenção de água potável.

Leis da osmometria
As leis da osmometria foram determinadas experimentalmente por Van’t Hoff. Ele comprovou que, em soluções
diluídas de solutos não iônicos, a pressão osmótica independe do soluto e obedece, fundamentalmente, a duas leis:
§ Primeira lei – em temperatura constante, a pressão osmótica é diretamente proporcional à concentração
molar.

p=K·m
§ Segunda lei – em concentração molar constante, a pressão osmótica é diretamente proporcional à tem-
peratura absoluta da solução.

p=m·T
Para soluções moleculares e diluídas, a equação fundamental da osmometria é idêntica à equação
dos gases perfeitos.

p × V = n1 × R × T
ou
p=M ×R×T

Da qual:
p = pressão osmótica
R = constante universal dos gases perfeitos
T = temperatura absoluta (K)
M = concentração molar (mol/L)
n1 = número de mol do soluto

Classificação das soluções


Supondo duas soluções à mesma temperatura, com pressões osmóticas pA e pB:
§ a solução A é hipertônica em relação à B, quando pA > pB;
§ a solução A é isotônica em relação à B, quando pA = pB;
§ a solução A é hipotônica em relação à B, quando pA < pB.
Duas soluções isotônicas também são denominadas soluções isosmóticas ou soluções de igual tonicidade.

320
A PILHA DE DANIELL
Na pilha de Daniell, os dois eletrodos metálicos são unidos externamente por um fio condutor, e as duas semicélu-
las são unidas por uma ponte salina que continha uma solução saturada de K2SO4(aq).
De início, o sistema apresentava este aspecto:

Ponte salina
Trata-se de um dispositivo utilizado em eletroquímica para unir duas semicélulas: um tubo de vidro em forma de U
invertido, com cada uma das extremidades mergulhada nas semicélulas de uma pilha. Contém uma solução de sal
inerte, como nitrato de potássio (KNO3) ou cloreto de potássio (KCℓ), cuja função é permitir o intercâmbio de íons
entre as semicélulas e fechar o circuito para a corrente contínua produzida entre os eletrodos mergulhados nas
soluções eletrolíticas dessas semicélulas.
Outra função da ponte salina é manter a neutralidade elétrica das soluções nas semicélulas: no ânodo, a
contínua oxidação produz um excesso de carga positiva e, no cátodo, a redução provoca excesso de carga negativa.
Os ânions presentes na ponte salina dirigem-se para o lado com excesso de carga positiva e os cátions para o lado
com excesso de carga negativa, fazendo com que as soluções mantenham-se eletricamente neutras.
Depois de certo tempo de funcionamento, a pilha apresenta o seguinte aspecto:

+ -

O que se observa?

1. No eletrodo de cobre:
§ espessamento da lâmina de cobre;
§ diminuição da cor azul da solução.
Esses dois fatos podem ser explicados pela semirreação de redução:
Cu2+ (aq) + 2e– → Cu (s)
solução lâmina

321
O eletrodo em que ocorre a redução é o cátodo e este é o polo positivo da pilha.

2. No eletrodo de zinco:
§ corrosão da lâmina de Zn.
Esse fato pode ser explicado pela semirreação de oxidação:
Zn(s) → Zn2+(aq) + 2e–
lâmina solução
O eletrodo em que ocorre a oxidação é o ânodo e este é o polo negativo da pilha.
Pela análise dessas duas semirreações, pode-se concluir que os elétrons fluem no circuito externo do eletro-
do de zinco para o eletrodo de cobre, ou seja, os elétrons, uma vez dotados de carga negativa, migram para
o eletrodo positivo (polo positivo), que, nesse caso, é a lâmina de cobre.
A equação global dos processos ocorridos nessa pilha pode ser obtida pela soma das duas semirreações:

ânodo: Zn → Zn2+(aq) + 2e–


cátodo: Cu2+ + 2e– → Cu(s)
reação global: Zn(s) + Cu2+(aq) → Zn2+(aq) + Cu(s)

Oficialmente, por convenção mundial, as pilhas são representadas da seguinte maneira:

A → Ax+ + x e– Bx+ + xe– → B


ânodo (oxidação) cátodo (redução)
ponte salina

De acordo com essa notação, a pilha de Daniell pode ser representada por:

Zn0 → Zn2+ + 2e– Cu2+ + 2e– → Cu0


ou
Zn 0
/ Zn 2+
Cu2+ / Cu0

PILHAS
Em geral, a espécie que apresenta maior Ered sofre redução; portanto, a outra espécie, de maior Eoxi, sofre oxidação.
Numa reação de oxirredução, há sempre um agente oxidante e um agente redutor. Regularmente, utiliza-se o
potencial de redução para se avaliar os fenômenos de oxirredução, bem como para fazer o cálculo da diferença de
potencial de uma pilha.
Uma vez que a redução é um processo inverso à oxidação, quanto maior o Ered de uma espécie, menor será
sua facilidade em sofrer oxidação, ou seja, quanto maior o Ered, menor será o Eoxi.

Potencial das pilhas


Considere os metais de zinco (Zn) e cobre (Cu). Tanto os íons Zn2+ como os íons Cu2+ têm uma certa tendência de
receber elétrons; porém, os íons Cu2+ são os que sofrem redução. É possível concluir, portanto, que a tendência do
Cu2+(aq) de sofrer redução é maior que a do Zn2+(aq).
Em razão disso, diz-se que os íons Cu2+ têm maior potencial de redução (Ered).

Cu2+(aq) + 2e– → Cu Ered Cu2+ > Ered Zn 2+

Nessa pilha, como os íons Cu2+ sofreram redução, o zinco sofrerá oxidação, o que permite concluir que o

322
zinco apresenta maior potencial de oxidação (Eoxi).

Zn → Zn2+(aq) + 2e– Eoxi Zn > Eoxi Cu

A espécie que apresenta maior Ered sofre redução; portanto, a outra espécie, de maior Eoxi, sofre oxidação.
Regularmente, utiliza-se o potencial de redução para se avaliar os fenômenos de oxirredução, bem como
para fazer o cálculo da diferença de potencial de uma pilha.
Esta tabela mostra as semirreações de redução de vários elementos e seus respectivos potenciais de redu-
ção, obtidos, experimentalmente, a 25 ºC e 1 atm (condições padrão), tomado o hidrogênio como padrão zero.

Semirreações de redução E0 (Volt)


Li1+(aq) + 1e– → Li (s) –3,05
Aumenta o caráter oxidante (capacidade de receber elétrons)

Na 1+
(aq)
+ 1e → Na (s)

–2,71
Mg 2+
(aq)
+ 2e → Mg(s)

–2,36
Aℓ 3+
(aq)
+ 3e → Aℓ(s)

–1,68
Zn 2+
(aq)
+ 2e → Zn(s)

–0,76
Fe2+ (aq) + 2e– → Fe(s) –0,44
Ni2+(aq) + 2e– → Ni(s) –0,23
Pb2+(aq) + 2e– → Pb(s) –0,13
Fe 3+
(aq)
+ 3e → Fe(s)

–0,04
2H1+ (aq) + 1e– → H2(g) 0,00
Cu2+(aq) + 2e– → Cu(s) +0,34
I2(s) + 2e– → 2I–(aq) +0,54
Ag1+(aq) + 1e– → Ag(s) +0,80
Hg2+(s) + 2e– → Hg(aq) +0,86
Br2(s) + 2e → 2Br (aq)
– –
+1,07
Cℓ2 (s) + 2e → 2Cℓ (aq)
– –
+1,36
Au3+(aq) + 3e– → Au(s) +1,42
F2(g) + 2e– → 2F–(aq) +2,87

Força de oxidantes e de redutores


Pela análise da tabela, é possível perceber que o Li+(aq) apresenta o menor potencial de redução (E0 = –3,04 V) e
que o F2(g) apresenta o maior potencial de redução (E0 = +2,89 V).
redução
Li+(aq) + 1e– Li (s) E0red = –3,04 V
redução
F2 (g) + 2e– 2F–(aq) E0red = +2,89 V

Como o F2(g) apresenta o maior potencial de redução, ele é o melhor oxidante.


Uma vez que a redução é um processo inverso à oxidação, quanto maior o E0red de uma espécie, menor será
sua facilidade em sofrer oxidação, ou seja, quanto maior o Ered, menor será o Eoxi.
O Eoxi é numericamente igual ao Ered, com sinal contrário, no entanto.
redução
Li+(aq) + e– Li (s) E0red = –3,04 V/ E0oxi = +3,04 V
redução
F2 (g) + 2e– 2F–(aq) E0red = +2,89 V/ E0oxi = –2,89 V

323
Como o Li(s) apresenta o maior potencial de oxidação, bem como o menor potencial de redução, ele é o
melhor redutor.

Cálculo de voltagem
Nas pilhas, os elétrons fluem do eletrodo em que ocorre oxidação (ânodo) para o eletrodo em que ocorre redução
(cátodo), através de um fio externo. Se nesse fio for instalado um aparelho denominado voltímetro, é possível medir
a força eletromotriz da pilha. Suponha o par cobre-zinco:

Voltímetro

Cu
K+ SO2-4
Zn
+ –
ponte
salina
Solução
Solução
de
de sulfato
sulfato de
Cu2+ de zinco
cobre SO2-4
SO2-4
SO2-4 Zn2+
SO2-4
Cu2+ Zn2+

O valor indicado em volt (V) pelo voltímetro corresponde à força eletromotriz da pilha.
Nas pilhas comuns, esse valor aparece indicado na embalagem externa da pilha. A diferença de potencial ou
ddp (∆E) de uma pilha depende das espécies envolvidas, das suas respectivas concentrações e da temperatura. Em
razão disso, o ∆E é medido na chamada condição-padrão, que corresponde a espécies com concentração 1 mol/L
e possíveis gases envolvidos com pressão de 1 atmosfera a 25 ºC. Nessas condições, a diferença de potencial da
pilha será representada por ∆E0.
O ∆E0 de uma pilha corresponde à diferença entre os potenciais de redução ou de oxidação das espécies
envolvidas:

∆E0 = (E0red maior) – (E0red menor)


Pode-se também fazer:

∆E0 = (E0oxi maior) – (E0oxi menor)

Para evitar confusão, convém utilizar a primeira expressão, que é mais adequada, uma vez que, na maioria
das vezes, as questões fornecem os potenciais de redução. Consideremos como exemplo uma pilha formada por
eletrodos de alumínio e cobre, cujos E0red são:

E0 (Aℓ3+ / Aℓ0) = –1,68 V E0 (Cu2+ / Cu0) = +0,34 V


Observando os potenciais, é possível perceber que o cobre, com maior potencial de redução, reduz-se, ao
passo que o alumínio, oxida-se:

Cu2+(aq) + 2e– → Cu(s) E0red = +0,34 V


Aℓ(s) → Aℓ3+(aq) + 3e– E0oxi = +1,68 V

A equação global da pilha pode ser obtida pelo uso de coeficientes que igualem o número de elétrons
cedidos e recebidos nas semirreações:

Semirreação de redução: 3Cu2+ (aq) + 6e– → 3Cu (s) E0red = +0,34 V

324
Semirreação de oxidação: 2Aℓ (s) → 2Aℓ3+(aq) + 6e– E0oxi = +1,68 V
_________________________________________________________________
Reação global: 2Aℓ (s) + 3Cu2+ (aq) → 2Aℓ3+(aq) + 3Cu (s) ΔE0 = +2,02 V

Espontaneidade de uma reação


Todas as pilhas apresentam reações espontâneas; logo, seu ∆E0 sempre apresenta valor positivo. Para determinar
se uma reação é espontânea, se pode constituir uma pilha, portanto, devemos separar a reação global nas duas
semirreações.
Vamos estudar a espontaneidade da reação:

Mg2+(aq) + Ni(s) → Mg(s) + Ni2+(aq)


semirreações

redução: Mg2+(aq) + 2e– → Mg(s)


oxidação: Ni(s) → Ni2+(aq) + 2e–

A primeira semirreação corresponde à redução do magnésio e, de acordo com a tabela de potenciais, seu
Ered = –2,36 V
A segunda semirreação corresponde à oxidação do níquel, cujo potencial de oxidação é igual ao inverso do
potencial de redução mostrado na tabela, ou seja, +0,24 V.
Considerando que o ∆Epilha é igual à soma dos potenciais de oxidação e redução, obtém-se:

ΔEpilha = E0red Ni2+ + E0red Mg2+


ΔEpilha = (–0,23) + (–2,36)
ΔE pilha = –2,60 V

Como o ∆Epilha é negativo, conclui-se que a reação entre Mg2+ e Ni0 não é espontânea; não caracteriza uma
pilha, portanto.
Prever se uma reação de oxirredução pode ocorrer espontaneamente permite que os químicos antecipem
reações indesejáveis (como a corrosão dos metais, por exemplo) e tomem providências para evitar que ela ocorra.

CORROSÃO E PROTEÇÃO DE METAIS


Corrosão é a deterioração de metais pelo processo eletroquímico que ocorre nas reações de oxirredução. Estima-se
que aproximadamente 20% de todo o ferro produzido anualmente seja utilizado para reposição de equipamentos
que sofreram corrosão – e isso ao custo de bilhões de dólares.
Por que ocorre a formação da ferrugem? A corrosão é sempre uma deterioração dos metais, provocada por
processos eletroquímicos (reações de oxirredução).
O ferro, por exemplo, enferruja porque se estabelece uma diferença de potencial (ddp) entre um ponto e
outro do objeto de ferro.

§ Corrosão do ferro
O ferro sempre contém pequenas quantidades de impurezas (dentre elas outros metais). Admite-se, por isso,
que o ferro, de um lado, e as impurezas, de outro, funcionem como dois polos de uma pilha, possibilitando
reações do tipo:
reação no ânodo: 2Fe → 2Fe3+ + 6e–
3 O (do ar) + 3H O + 6e– →
reação no cátodo: __ 6OH–
2 2 2

325
3O +
reação global: 2Fe0 + __ 3H2O → 2Fe(OH)3
2 2

De fato, as reações são mais complicadas. Parte do ferro é oxidada a Fe2+ e parte a Fe3+, de forma que a
ferrugem é uma mistura de óxidos e hidróxidos hidratados de ferro (II) e ferro (III).

Na formação da ferrugem:
§ a presença do ar e da umidade são fundamentais, uma vez que fazem parte da reação (sem água e
oxigênio, o ferro não enferruja);
§ a presença, no ar, de CO2, SO2 e de outras substâncias ácidas acelera a corrosão, uma vez que deslocam
a reação catódica para a direita (princípio de Le Chatelier); a corrosão também é acelerada por várias
bactérias que tornam mais ácido o meio;
§ ambientes salinos, como ocorre no mar e em suas vizinhanças, aceleram a formação da ferrugem, pois
aumentam a condutividade elétrica entre os polos da pilha; é o que acontece nos cascos dos navios, em
pontes como a Rio-Niterói, em tanques de gasolina enterrados nos postos à beira-mar etc.

PROTEÇÃO COM ELETRODO OU METAL DE SACRIFÍCIO


Para proteger o metal – ferro ou aço – da corrosão, convém utilizar um metal que apresente maior tendência para
a perda de elétrons (maior potencial de oxidação). Esse metal oxida-se e evita a corrosão do ferro, razão pela qual
é chamado de metal de sacrifício.
Regularmente, um metal utilizado com essa finalidade é o magnésio, cujo potencial de redução é menor – e,
consequentemente, cujo potencial de oxidação é maior – que o ferro:

E0red Mg = –2,36 V < E0 red Fe = –0,44 V


ou
E0oxi Mg = +2,36 V > E0 oxi Fe = +0,44 V
De acordo com a equação:

Mg(s) → Mg2+ + 2e–

Observe que, a se oxidar, o magnésio perde elétrons para o ferro, que permanece protegido. As placas de magné-
sio deverão, portanto, ser substituídas por outras, esporadicamente, uma vez que sofrerão corrosão, “ao proteger” o ferro.

Revestimento do ferro
Chapas de aço podem ainda ser protegidas por uma película de estanho, que dão origem à lata comum e com a
qual são fabricadas, por exemplo, as latas de conserva.
Para retardar a corrosão do ferro ou do aço em canalizações de água, oleodutos, cascos de navios, tanques
subterrâneos de combustíveis etc., é costume ligar a essas estruturas blocos de outro metal mais reativo do que o
ferro, como o magnésio, o zinco etc.
Se o potencial de oxidação for superior ao do ferro, como é o caso do magnésio, por exemplo, ele será corro-
ído mais depressa, retardando, assim, a corrosão do ferro ou do aço. Diz-se, nesse caso, que o magnésio funcionou
como metal de sacrifício.

326
PILHA OU CÉLULA DE COMBUSTÍVEL
Ao contrário das pilhas descritas anteriormente, que são dispositivos de armazenamento de energia elétrica, as
pilhas de combustão são dispositivos de conversão contínua de energia química em energia elétrica. Em linhas
gerais, a ideia é simples. A queima dos combustíveis produz energia.
1 O → H O + calor
H2 + __
2 2 2

CH4 + 2O2 → CO2 + 2H2O + calor


óleo combustível + O2 → CO2 + H2O + calor

Se esse calor (energia) obtiver um rendimento da ordem de 40%, ele pode ser usado em usina termoelé-
trica para produzir eletricidade. Considerando que as combustões são reações de oxirredução, a ideia das pilhas
de combustão é obter a energia liberada pela combustão diretamente na forma de energia elétrica, o que eleva o
rendimento para cerca de 55%.
Pilhas desse tipo foram usadas nas espaçonaves Gemini, Apolo e, agora, nos ônibus espaciais. Elas funcio-
nam pela reação de combustão entre o hidrogênio e o oxigênio, produzindo água.

As pilhas de combustíveis apresentam três compartimentos separados uns dos outros por eletrodos porosos
e inertes. O H2 é injetado num compartimento e o O2, em outro. Esses gases difundem-se pelos eletrodos e reagem
com uma solução eletrolítica de caráter básico contida no compartimento central. Os eletrodos são inertes, forma-
dos de grafita e impregnados de platina. As semirreações que ocorrem são:

no cátodo: O2 + 4H+ + 4e– → 2H2O


no ânodo: 2H2 + O2 → 2H2O
__________________________________________
reação global: 2H2 + O2 → 2H2O

327
GASES DO EFEITO ESTUFA E FONTES DE EMISSÃO
Os principais gases que contribuem para o aumento do efeito estufa e suas respectivas fontes antropogênicas são:
§ CO2, responsável por cerca de 60% do efeito estufa, cuja permanência na atmosfera é de centena de anos;
o dióxido de carbono é proveniente da queima de combustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo, gás natu-
ral, turfa), queimadas e desmatamentos, que destroem reservatórios naturais e sumidouros, cuja proprieda-
de é absorver o CO2 do ar. De acordo com o IPCC (1995), as emissões globais de CO2 hoje são da ordem de
7,6 Gt por ano. E a natureza não tem capacidade de absorção de todo esse volume, o que vem resultando
em aumento da concentração atmosférica mundial desses gases.
§ CH4, responsável por 15% a 20% do efeito estufa, é componente primário do gás natural, também pro-
duzido por bactérias no aparelho digestivo do gado, aterros sanitários, plantações de arroz inundadas,
mineração e queima de biomassa.
§ N2O participa com cerca de 6% do efeito estufa; o óxido nitroso é liberado por micro-organismos no solo
(processo denominado nitrificação, que libera igualmente nitrogênio – NO). A concentração desse gás teve
um vultoso aumento em razão do uso de fertilizantes químicos, da queima de biomassa, do desmatamento
e das emissões de combustíveis fósseis.
§ CFCs são responsáveis por até 20% do efeito estufa; os clorofluorcarbonos são utilizados em geladeiras,
aparelhos de ar condicionado, isolamento térmico e espumas, como propelentes de aerossóis (até 1978),
além de outros usos comerciais e industriais. Como se sabe, esses gases reagem com o ozônio na estra-
tosfera, decompondo-o e reduzindo a camada de ozônio que protege a vida na Terra dos nocivos raios
ultravioletas. Estudos recentes sugerem que as propriedades de reter calor, próprias dos CFCs, podem ser
compensadas pelo resfriamento estratosférico resultante do seu papel na destruição do ozônio. Ao longo
das últimas duas décadas, um ligeiro resfriamento, de 0,3 ºC a 0,5 ºC, foi medido na baixa estratosfera,
onde a perda do ozônio é maior.
§ O3, contribuindo com 8% para o aquecimento global; o ozônio é um gás formado na baixa atmosfera, sob
estímulo do Sol, a partir de óxidos de nitrogênio (NOx) e hidrocarbonetos produzidos em usinas termoelé-
tricas, pelos veículos, pelo uso de solventes e pelas queimadas.
§ O vapor de água presente na atmosfera também absorve parte da radiação emanada pela Terra e é um
dos maiores contribuintes para o aquecimento natural do mundo. Apesar de não ser produzido em quanti-
dade significativa por atividades antrópicas, considera-se que, com mais calor haverá mais evaporação de
água e, por conseguinte, aumento de sua participação para o efeito estufa. O Protocolo de Kyoto também
menciona os gases: hidrofluorocarbonos (HFC), perfluorocarbonos (PFC) e hexafluoreto de enxofre (SF6).

Chuvas ácidas
A denominação chuva ácida é utilizada para qualquer chuva cujo valor de pH seja inferior a 4,5.
Essa acidez da chuva é causada pela solubilização de alguns gases presentes na atmosfera terrestre, cuja
hidrólise seja ácida. Entre eles destacam-se os gases com enxofre, provenientes das impurezas da queima dos
combustíveis fósseis.
Pode-se dizer também que as chuvas “normais” são ligeiramente ácidas, uma vez que o valor de pH delas
está próximo de 5,6. Essa acidez natural é causada pela dissociação do dióxido de carbono em água, formando um
ácido fraco conhecido como ácido carbônico, de acordo com esta reação química:

CO2(g) + H2O(l) → H2CO3(aq)

Os principais contribuintes para a produção dos gases lançados na atmosfera que provocam as chuvas

328
ácidas naturais são as emissões dos vulcões e processos biológicos que ocorrem nos solos, pântanos e oceanos.
A ação humana também é bastante responsável por esse fenômeno. As principais fontes humanas desses
gases são as indústrias, as centrais termoelétricas e os veículos de transporte.
Esses gases podem ser transportados durante muito tempo, percorrer milhares de quilômetros na atmosfera
antes de reagirem com partículas de água, que dão origem aos ácidos que mais tarde se precipitam. Essa precipi-
tação ocorre se a concentração de dióxido de enxofre (SO2) e de óxidos de nitrogênio (NO, NO2, N2O5) for suficiente
para reagir com as gotas de água suspensas no ar (as nuvens).
Tipicamente, o pH da chuva ácida está por volta de 4,5 e pode transformar a superfície do mármore em gesso.

Por exemplo

A chuva ácida industrial é um problema substancial na China, na Europa ocidental, na Rússia e em áreas sob a
influência de correntes de ar provenientes desses países. Os poluentes resultam essencialmente da queima de
carvão com enxofre na sua composição, utilizado para gerar calor e eletricidade. Mas nem sempre as áreas onde
são libertados os poluentes, como as áreas industriais, sofrem as consequências dessas chuvas, justamente porque
a constante movimentação das massas de ar transporta esses poluentes para zonas distantes. Por essa razão, a
chuva ácida é também considerada uma forma de poluição transfronteiriça; regiões que não poluem podem ser
severamente prejudicadas por sua precipitação.

Como se formam as chuvas ácidas?

Os dois principais compostos originários desse problema ambiental desencadeiam processos diferentes de forma-
ção de ácidos:

Enxofre
Impureza frequente nos combustíveis fósseis, principalmente no carvão mineral e no petróleo, que promovem a
combustão desse composto quando queimados também, de acordo com estas reações químicas:

S(s) + O2(g) → SO2(g)


2SO2(g) + O2(g) → 2SO3(g)

O enxofre e os óxidos de enxofre também são lançados na atmosfera pelos vulcões.


Os óxidos ácidos formados reagem com a água para formar ácido sulfúrico (H2SO4), de acordo com a equação:

SO3(g) + H2O(l) → H2SO4(aq)


ou também pode ocorrer esta reação, formando-se ácido sulfuroso (H2SO3):
SO2(g) + H2O(l) → H2SO3(aq)

Nitrogênio
O nitrogênio (N2) é um gás abundante na composição da atmosfera e muito pouco reativo. Para reagir com o oxi-
gênio do ar, precisa de muitíssima energia, como a de uma descarga elétrica ou do funcionamento de um motor de
combustão – atualmente, os maiores responsáveis pela reação de oxidação do nitrogênio. Ao reagirem com água,
os óxidos formam ácido nitroso (HNO2) e ácido nítrico (HNO3).
Na câmara de combustão dos motores, ocorre a seguinte reação química:

329
N2(g) + O2(g) → 2NO(g)

O monóxido de nitrogênio (NO) formado, na presença do oxigênio do ar, produz dióxido de azoto:

2NO(g) + O2(g) → 2NO2(g)

Por sua vez, o dióxido de nitrogênio formado na presença da água (proveniente da chuva), forma ácidos de
acordo com esta equação:

2NO2(g) + H2O(l) → HNO3(aq) + HNO2(aq)

As evidências de um crescente aumento nos níveis de chuva ácida são resultado da análise das camadas de
gelo oriundas dos glaciares.

Por exemplo

Verifica-se uma repentina diminuição do pH, a partir da Revolução Industrial: de 6 para 4,5 ou 4. Desde então, as
emissões de óxidos de enxofre e nitrogênio na atmosfera aumentaram. As indústrias e as centrais termoelétricas
que queimam combustíveis fósseis, principalmente o carvão, são a principal fonte desses gases. Já chegaram a ser
registrados valores de pH abaixo de 2,4 em algumas áreas industriais. O setor dos transportes, de veículos movidos
a combustíveis fósseis, juntam-se às duas fontes de poluição mencionadas, que, somados, são considerados os
grandes responsáveis pelo aumento dos óxidos de nitrogênio.
Com o crescimento populacional e industrial, o problema das chuvas ácidas aumentou e espalhou-se.
A utilização de grandes chaminés, a fim de reduzir a poluição local, contribuiu para a disseminação da chuva
ácida, liberando gases na atmosfera circulante da região.
Há uma significativa relação entre baixos níveis de pH e perda de populações de peixes em lagos. Com o
pH abaixo de 4,5, praticamente nenhum peixe sobrevive, ao passo que níveis iguais ou superiores a 6 promovem
populações saudáveis.
O baixo pH também faz circular nos lagos metais pesados, como o alumínio. Ele faz com que alguns peixes
produzam muco em excesso, nas guelras, que prejudica muito a respiração. O crescimento do fitoplâncton é inibido
pelos grandes níveis de acidez e os animais que se alimentam dele também são bastante prejudicados.
As árvores são prejudicadas pelas chuvas ácidas de vários modos. A superfície cerosa das folhas é rompida
e os nutrientes perdem-se, tornando as árvores mais suscetíveis ao gelo, a fungos e a insetos. O crescimento das
raízes torna-se mais lento e, consequentemente, menos nutrientes são transportados. Os lixos tóxicos acumulam-
-se no solo e os minerais valiosos para essas espécies são dispersados ou tornam-se próximos à argila (caso dos
fosfatos).
Os lixos tóxicos libertados pelas chuvas ácidas constituem a maior ameaça aos humanos. O cobre mobiliza-
do foi implicado nas epidemias de diarreia em crianças jovens e acredita-se que existam ligações entre o abasteci-
mento de água contaminado com alumínio e a ocorrência de casos da doença de Alzheimer.

330
331
APLICAÇÃO DOS energia elétrica por meio da célula a com-
bustível hidrogênio/oxigênio diferencia-se

- SALA
dos processos convencionais porque:
CONHECIMENTOS a) transforma energia química em energia elétri-
ca, sem causar danos ao meio ambiente, por-
1. (ENEM) A lavoura arrozeira na planície cos- que o principal subproduto formado é a água.
teira da região sul do Brasil comumente so- b) converte a energia química contida nas mo-
léculas dos componentes em energia térmi-
fre perdas elevadas devido à salinização da
ca, sem que ocorra a produção de gases po-
água de irrigação, que ocasiona prejuízos di- luentes nocivos ao meio ambiente.
retos, como a redução de produção da lavou- c) transforma energia química em energia elé-
ra. Solos com processo de salinização avan- trica, porém emite gases poluentes da mes-
çado não são indicados, por exemplo, para o ma forma que a produção de energia a partir
cultivo de arroz. As plantas retiram a água dos combustíveis fósseis.
do solo quando as forças de embebição dos d) converte energia elétrica proveniente dos
tecidos das raízes são superiores às forças combustíveis fósseis em energia química,
com que a água é retida no solo. retendo os gases poluentes produzidos no
WINKEL, H.L.; TSCHIEDEL, M. Cultura do arroz: processo sem alterar a qualidade do meio
salinização de solos em cultivos de arroz. ambiente.
Disponível em: http//agropage.tripod.com/saliniza. e) converte a energia potencial acumulada nas
hml. Acesso em: 25 jun. 2010 (adaptado). moléculas de água contidas no sistema em
energia química, sem que ocorra a produção
A presença de sais na solução do solo faz com
de gases poluentes nocivos ao meio ambiente.
que seja dificultada a absorção de água pelas
plantas, o que provoca o fenômeno conheci- 3. (ENEM) A atmosfera terrestre é composta
do por seca fisiológica, caracterizado pelo(a): pelos gases nitrogênio (N2) e oxigênio (O2),
a) aumento da salinidade, em que a água do que somam cerca de 99 %, e por gases traços,
solo atinge uma concentração de sais maior entre eles o gás carbônico (CO2), vapor de
que a das células das raízes das plantas, im- água (H2O), metano (CH4), ozônio (O3) e o
pedindo, assim, que a água seja absorvida. óxido nitroso (N2O), que compõem o restan-
b) aumento da salinidade, em que o solo atinge te 1 % do ar que respiramos.
um nível muito baixo de água, e as plantas Os gases traços, por serem constituídos por
não têm força de sucção para absorver a água. pelo menos três átomos, conseguem absor-
c) diminuição da salinidade, que atinge um nível ver o calor irradiado pela Terra, aquecendo o
em que as plantas não têm força de sucção, planeta. Esse fenômeno, que acontece há bi-
fazendo com que a água não seja absorvida. lhões de anos, é chamado de efeito estufa. A
partir da Revolução Industrial (século XIX),
d) aumento da salinidade, que atinge um nível
a concentração de gases traços na atmosfera,
em que as plantas têm muita sudação, não em particular o CO2, tem aumentado signifi-
tendo força de sucção para superá-la. cativamente, o que resultou no aumento da
e) diminuição da salinidade, que atinge um ní- temperatura em escala global. Mais recen-
vel em que as plantas ficam túrgidas e não temente, outro fator tornou-se diretamente
têm força de sudação para superá-la. envolvido no aumento da concentração de
CO2 na atmosfera: o desmatamento.
BROWN, I. F.; ALECHANDRE, A. S. Conceitos básicos
2. (ENEM) O crescimento da produção de ener- sobre clima, carbono, florestas e comunidades. A.G.
gia elétrica ao longo do tempo tem influen- Moreira & S. Schwartzman. As mudanças climáticas
ciado decisivamente o progresso da huma- globais e os ecossistemas brasileiros. Brasília: Instituto
de Pesquisa Ambiental da Amazônia, 2000 (adaptado).
nidade, mas também tem criado uma séria
preocupação: o prejuízo ao meio ambiente. Considerando o texto, uma alternativa viável
Nos próximos anos, uma nova tecnologia de para combater o efeito estufa é:
geração de energia elétrica deverá ganhar a) reduzir o calor irradiado pela Terra mediante
espaço: as células a combustível hidrogênio/ a substituição da produção primária pela in-
oxigênio. dustrialização refrigerada.
b) promover a queima da biomassa vegetal,
responsável pelo aumento do efeito estufa
devido à produção de CH4.
c) reduzir o desmatamento, mantendo-se, as-
sim, o potencial da vegetação em absorver o
CO2 da atmosfera.
d) aumentar a concentração atmosférica de
H2O, molécula capaz de absorver grande
quantidade de calor.
e) remover moléculas orgânicas polares da at-
mosfera, diminuindo a capacidade delas de
Com base no texto e na figura, a produção de reter calor.

332
4. (ENEM) Para diminuir o acúmulo de lixo e o
desperdício de materiais de valor econômi- RAIO X
co e, assim, reduzir a exploração de recursos
naturais, adotou-se, em escala internacio- 1. A presença de sais na solução do solo faz
nal, a política dos três erres: Redução, Reu- com que seja dificultada a absorção de água
tilização e Reciclagem. pelas plantas (devido ao processo de osmo-
Um exemplo de reciclagem é a utilização de: se), o que provoca o fenômeno conhecido
a) garrafas de vidro retornáveis para cerveja ou por seca fisiológica, caracterizado pelo au-
refrigerante. mento da salinidade, em que a água do solo
b) latas de alumínio como material para fabri- atinge uma concentração de sais maior que a
cação de lingotes. das células das raízes das plantas, impedin-
c) sacos plásticos de supermercado como acon- do, assim, que a água seja absorvida.
dicionantes de lixo caseiro. 2. A produção de energia elétrica por meio da cé-
d) embalagens plásticas vazias e limpas para lula a combustível hidrogênio/oxigênio dife-
acondicionar outros alimentos. rencia-se dos processos convencionais porque
e) garrafas PET recortadas em tiras para fabri- transforma energia química em energia elétri-
cação de cerdas de vassouras. ca, sem causar danos ao meio ambiente, pois o
principal subproduto formado é a água.
5. (ENEM) A nanotecnologia está ligada à ma- O funcionamento de uma pilha de combustí-
nipulação da matéria em escala nanométri- vel é baseado nas semirreações a seguir:
ca, ou seja, uma escala tão pequena quanto 2H2O(l) + 2e- → H2(g) + 2OH-(aq)
a de um bilionésimo do metro. Quando apli- 1/2O2(g) + H2O(l) + 2e- → 2OH-(aq)
cada às ciências da vida, recebe o nome de A reação global da pilha de combustível é
nanobiotecnologia. No fantástico mundo da H2(g) + 1/2O2(g) → H2O(l)
3. Considerando o texto, uma alternativa viá-
nanobiotecnologia, será possível a invenção
vel para combater o efeito estufa é reduzir
de dispositivos ultrapequenos que, usando
o desmatamento, mantendo-se, assim, o po-
conhecimentos da biologia e da engenharia,
tencial da vegetação em absorver o CO2 da at-
permitirão examinar, manipular ou imitar
mosfera. Este processo também é conhecido
os sistemas biológicos.
LACAVA, Z.; MORAIS, P. Nanobiotecnologia e saúde. Com como fotossíntese e neste caso se levaria em
Ciência. Reportagens. Nanociência & Nanotecnologia. consideração apenas a vegetação terrestre.
Disponível em: <http://www.comciencia.br/reportagens/ 4. As latas de alumínio podem ser recicladas
nanotecnologia/nano15.htm>. Acesso em: 4 maio 2009.
para a fabricação de lingotes do mineral. Es-
Como exemplo da utilização dessa tecnologia ses lingotes são reutilizados para a produção
na Medicina, pode-se citar a utilização de de diversos materiais que contêm alumínio,
nanopartículas magnéticas (nanoimãs) em inclusive novas latas.
terapias contra o câncer. Considerando-se 5. O campo magnético não age diretamente so-
que o campo magnético não age diretamente bre os tecidos, o uso dessa tecnologia em re-
sobre os tecidos, o uso dessa tecnologia em lação às terapias convencionais é vantajoso,
relação às terapias convencionais é: pois se os nanoimãs forem ligados a drogas
a) de eficácia duvidosa, já que não é possível quimioterápicas, permitem que estas sejam
manipular nanopartículas para serem usadas fixadas diretamente em um tumor por meio
na medicina com a tecnologia atual. de um campo magnético externo, diminuin-
b) vantajoso, uma vez que o campo magnético do-se a chance de que áreas saudáveis sejam
gerado por essas partículas apresenta pro- afetadas.
priedades terapêuticas associadas ao desa-
parecimento do câncer.
c) desvantajoso, devido à radioatividade gera- GABARITO
da pela movimentação de partículas magné-
ticas, o que, em organismos vivos, poderia
1. A 2. A 3. C 4. B 5. E
causar o aparecimento de tumores.
d) desvantajoso, porque o magnetismo está asso-
ciado ao aparecimento de alguns tipos de cân-
cer no organismo feminino como, por exem-
plo, o câncer de mama e o de colo de útero.
e) vantajoso, pois se os nanoimãs forem liga-
dos a drogas quimioterápicas, permitem que
estas sejam fixadas diretamente em um tu-
mor por meio de um campo magnético ex-
terno, diminuindo-se a chance de que áreas
saudáveis sejam afetadas.

333
Prescrição: Ter o conhecimento sobre as propriedades coligativas e sua influência na temperatura
de ebulição, noções que envolvem o funcionamento de pilhas, química descritiva e ambiental.

PRÁTICA DOS Esse período de espera é importante para


que a massa cresça, pois é quando ocorre a:

CONHECIMENTOS - E.O. a) reprodução do fungo na massa.


b) formação de dióxido de carbono.
c) liberação de energia pelos fungos.
1. (ENEM) Sob pressão normal (ao nível do d) transformação da água líquida em vapor
mar), a água entra em ebulição à tempera- d’água.
tura de 100°C. Tendo por base essa infor- e) evaporação do álcool formado na decomposi-
mação, um garoto residente em uma cidade ção dos açúcares.
litorânea fez a seguinte experiência:
§ Colocou uma caneca metálica contendo 3. (ENEM) O mármore é um material emprega-
água no fogareiro do fogão de sua casa. do para revestimento de pisos e um de seus
§ Quando a água começou a ferver, encos- principais constituintes é o carbonato de
tou cuidadosamente a extremidade mais cálcio. Na limpeza desses pisos com solução
estreita de uma seringa de injeção, des- ácida, ocorre efervescência. Nessa eferves-
provida de agulha, na superfície do líqui- cência o gás liberado é o:
do e, erguendo o êmbolo da seringa, as- a) oxigênio.
pirou certa quantidade de água para seu b) hidrogênio.
interior, tapando-a em seguida. c) cloro.
§ Verificando após alguns instantes que a d) dióxido de carbono.
água da seringa havia parado de ferver, ele e) monóxido de carbono.
ergueu o êmbolo da seringa, constatando,
intrigado, que a água voltou a ferver após
4. (ENEM) O boato de que os lacres das latas de
um pequeno deslocamento do êmbolo.
alumínio teriam um alto valor comercial le-
Considerando o procedimento anterior, a
vou muitas pessoas a juntarem esse material
água volta a ferver porque esse deslocamento:
na expectativa de ganhar dinheiro com sua
a) permite a entrada de calor do ambiente ex-
venda. As empresas fabricantes de alumínio
terno para o interior da seringa.
esclarecem que isso não passa de uma “len-
b) provoca, por atrito, um aquecimento da
água contida na seringa. da urbana”, pois ao retirar o anel da lata,
c) produz um aumento de volume que aumenta dificulta-se a reciclagem do alumínio. Como
o ponto de ebulição da água. a liga do qual é feito o anel contém alto teor
d) proporciona uma queda de pressão no inte- de magnésio, se ele não estiver junto com
rior da seringa que diminui o ponto de ebu- a lata, fica mais fácil ocorrer a oxidação do
lição da água. alumínio no forno. A tabela apresenta as se-
e) possibilita uma diminuição da densidade da mirreações e os valores de potencial padrão
água que facilita sua ebulição. de redução de alguns metais:

Semirreação Potencial padrão de redução (V)


2. (ENEM) Para preparar uma massa básica de
Li + e → Li
+ -
–3,05
pão, deve-se misturar apenas farinha, água,
sal e fermento. Parte do trabalho deixa- K+ + e- → K –2,93
-se para o fungo presente no fermento: ele Mg + 2 e → Mg
2+ -
–2,36
utiliza amido e açúcares da farinha em re- A + 3 e → A
3+ - –1,66
ações químicas que resultam na produção Zn2+ + 2 e- → Zn –0,76
de alguns outros compostos importantes no Cu + 2 e → Cu
2+ -
+0,34
processo de crescimento da massa. Antes de Disponível em: www.sucatas.com. Acesso
assar, é importante que a massa seja deixada em: 28 fev. 2012 (adaptado).
num recipiente por algumas horas para que Com base no texto e na tabela, que metais
o processo de fermentação ocorra. poderiam entrar na composição do anel das

334
latas com a mesma função do magnésio, ou 6. (ENEM) A revelação das chapas de raios X
seja, proteger o alumínio da oxidação nos gera uma solução que contém íons prata na
fornos e não deixar diminuir o rendimento forma de Ag(S2O3)23–. Para evitar a descarga
da sua reciclagem? desse metal no ambiente, a recuperação de
a) Somente o lítio, pois ele possui o menor po- prata metálica pode ser feita tratando ele-
tencial de redução. troquimicamente essa solução com uma es-
b) Somente o cobre, pois ele possui o maior po- pécie adequada. O quadro apresenta semir-
tencial de redução. reações de redução de alguns íons metálicos.
c) Somente o potássio, pois ele possui poten-
cial de redução mais próximo do magnésio. Semirreação de redução E0 (V)
d) Somente o cobre e o zinco, pois eles sofrem
Ag(S2O3)23-(aq) + e-  Ag(s) + 2S2O32-(aq) +0,02
oxidação mais facilmente que o alumínio.
e) Somente o lítio e o potássio, pois seus po- Cu2+(aq) + 2e-  Cu(s) +0,34
tenciais de redução são menores do que o do
Pt2+(aq) + 2e-  Pt(s) +1,20
alumínio.
A3-(aq) + 3e-  A(s) -1,66
5. (ENEM) O alumínio é um metal bastante ver-
Sn2+(aq) + 2e-  Sn(s) +0,14
sátil, pois, a partir dele, podem-se confec-
cionar materiais amplamente utilizados pela Zn2+(aq) + 2e-  Zn(s) -0,76
sociedade. A obtenção do alumínio ocorre a BENDASSOLLI, J. A. et al. “Procedimentos para a
partir da bauxita, que é purificada e dissol- recuperação de Ag de resíduos líquidos e sólidos”
vida em criolita fundida (Na3AF6) e eletro- Química Nova, v. 26, n. 4, 2003 (adaptado).
lisada a cerca de 1000ºC. Há liberação do gás Das espécies apresentadas, a adequada para
dióxido de carbono (CO2) formado a partir da essa recuperação é:
reação de um dos produtos da eletrólise com a) Cu(s).
o material presente nos eletrodos. O ânodo é
b) Pt(s).
formado por barras de grafita submergidas
c) Aℓ3+(aq).
na mistura fundida. O cátodo é uma caixa de
d) Sn(s).
ferro coberta de grafita. A reação global do
e) Zn2+(aq).
processo é:
2 A2O3() + 3C(s) → 4 A() + 3 CO2(g) 7. (ENEM) Músculos artificiais são dispositivos
Na etapa de obtenção do alumínio líquido, as feitos com plásticos inteligentes que respon-
reações que ocorrem no cátodo e ânodo são: dem a uma corrente elétrica com um movi-
mento mecânico. A oxidação e redução de um
a) cátodo : A3 + + 3e− → A polímero condutor criam cargas positivas e/
2 O2− → O2 + 4e− ou negativas no material, que são compensa-
ânodo  das com a inserção ou expulsão de cátions ou
C + O2 → CO2 ânions. Por exemplo, na figura os filmes escu-
ros são de polipirrol e o filme branco é de um
eletrólito polimérico contendo um sal inorgâ-
2 O2− → O + 4e− nico. Quando o polipirrol sofre oxidação, há
b) cátodo  2
a inserção de ânions para compensar a carga
C + O2 → CO2 positiva no polímero e o filme se expande. Na
ânodo : A3 + + 3e− → A outra face do dispositivo o filme de polipirrol
sofre redução, expulsando ânions, e o filme
se contrai. Pela montagem, em sanduíche, o
 A3 + + 3e− → A sistema todo se movimenta de forma harmô-
c) cátodo  nica, conforme mostrado na figura.
2− −
2 O → O2 + 4e
ânodo : C + O2 → CO2

 A3 + + 3e− → A
d) cátodo 
C + O2 → CO2
ânodo : 2O2− + O2 + 4e−

e) cátodo : 2 O2− → O2 + 4e−

 A3 + + 3e− → A
ânodo 
C + O2 → CO2

335
A camada central de eletrólito polimérico é 10. (ENEM) A grafita é uma variedade alotrópi-
importante porque: ca do carbono. Trata-se de um sólido preto,
a) absorve a irradiação de partículas carrega- macio e escorregadio, que apresenta brilho
das, emitidas pelo aquecimento elétrico dos característico e boa condutibilidade elétrica.
filmes de polipirrol. Considerando essas propriedades, a grafita
b) permite a difusão dos íons promovida pela tem potência de aplicabilidade em:
aplicação de diferença de potencial, fechan- a) lubrificantes, condutores de eletricidade e
do o circuito elétrico. cátodos de baterias alcalinas.
c) mantém um gradiente térmico no material b) ferramentas para riscar ou cortar materiais,
para promover a dilatação/contração térmi-
ca de cada filme de polipirrol. lubrificantes e condutores de eletricidade.
d) permite a condução de elétrons livres, pro- c) ferramentas para amolar ou polir materiais,
movida pela aplicação de diferença de po- brocas odontológicas e condutores de eletri-
tencial, gerando corrente elétrica. cidade.
e) promove a polarização das moléculas poli- d) lubrificantes, brocas odontológicas, condu-
méricas, o que resulta no movimento gerado tores de eletricidade, captadores de radicais
pela aplicação de diferença de potencial. livres e cátodo de baterias alcalinas.
e) ferramentas para riscar ou cortar materiais,
8. (ENEM) Eu também podia decompor a água, nanoestruturas capazes de transportar dro-
se fosse salgada ou acidulada, usando a pi- gas com efeito radioterápico.
lha de Daniell como fonte de força. Lembro
o prazer extraordinário que sentia ao de- 11. (ENEM) Pilhas e baterias são dispositivos
compor um pouco de água em uma taça para tão comuns em nossa sociedade que, sem
ovos quentes, vendo-a separar-se em seus percebermos, carregamos vários deles junto
elementos, o oxigênio em um eletrodo, o
ao nosso corpo; elas estão presentes em apa-
hidrogênio no outro. A eletricidade de uma
pilha de 1 volt parecia tão fraca, e, no en- relhos de MP3, relógios, rádios, celulares etc.
tanto podia ser suficiente para desfazer um As semirreações descritas a seguir ilustram o
composto químico, a água… que ocorre em uma pilha de óxido de prata.
SACKS, O. Tio Tungstênio: memórias de uma infância
química. São Paulo: Cia. das Letras, 2002. Zn(s) + OH–(aq) → ZnO(s) + H2O() + e–
O fragmento do romance de Oliver Sacks re- Ag2O(s) + H2O() + e– → Ag(s) + OH–(aq)
lata a separação dos elementos que compõem
Pode-se afirmar que esta pilha:
a água. O princípio do método apresentado é
utilizado industrialmente na: a) é uma pilha ácida.
a) obtenção de ouro a partir de pepitas. b) apresenta o óxido de prata como o ânodo.
b) obtenção de calcário a partir de rochas. c) apresenta o zinco como o agente oxidante.
c) obtenção de alumínio a partir da bauxita. d) tem como reação da célula a seguinte rea-
d) obtenção de ferro a partir de seus óxidos. ção: Zn(s) + Ag2O(s) → ZnO(s) + 2Ag(s).
e) obtenção de amônia a partir de hidrogênio e e) apresenta fluxo de elétrons na pilha do ele-
nitrogênio. trodo de Ag2O para o Zn.
9. (ENEM) O Instituto Luiz Coimbra (UFRJ) lan-
çou o primeiro ônibus urbano movido a hi- 12. (ENEM) Para que apresente condutivida-
drogênio do Hemisfério Sul, com tecnologia de elétrica adequada a muitas aplicações, o
inteiramente nacional. Sua tração provém de cobre bruto obtido por métodos térmicos é
três fontes de energia, sendo uma delas a purificado eletroliticamente. Nesse proces-
pilha de combustível, na qual o hidrogênio, so, o cobre bruto impuro constitui o ânodo
gerado por um processo eletroquímico, reage da célula, que está imerso em uma solução
com o oxigênio do ar, formando água. de CuSO4. À medida que o cobre impuro é
FRAGA, I. Disponível em: http://cienciahoje.uol.
com.br. Acesso em: 20 jul. 2010 (adaptado). oxidado no ânodo, íons Cu2+ da solução são
depositados na forma pura no cátodo. Quan-
A transformação de energia que ocorre na to às impurezas metálicas, algumas são oxi-
pilha de combustível responsável pelo movi-
mento do ônibus decorre da energia cinética dadas, passando à solução, enquanto outras
oriunda do(a): simplesmente se desprendem do ânodo e se
a) calor absorvido na produção de água. sedimentam abaixo dele. As impurezas sedi-
b) expansão gasosa causada pela produção de mentadas são posteriormente processadas, e
água. sua comercialização gera receita que ajuda
c) calor liberado pela reação entre o hidrogênio a cobrir os custos do processo. A série ele-
e o oxigênio. troquímica a seguir lista o cobre e alguns
d) contração gasosa causada pela reação entre metais presentes como impurezas no cobre
o hidrogênio e o oxigênio.
bruto de acordo com suas forças redutoras
e) eletricidade gerada pela reação de oxirredu-
ção do hidrogênio com o oxigênio. relativas.

336
a) diminua devido à utilização de caldeiras por
indústrias metalúrgicas.
b) aumente devido ao bloqueio da luz do sol
pelos gases do efeito estufa.
c) diminua devido à não necessidade de aque-
cer a água utilizada em indústrias.
d) aumente devido à necessidade de maior re-
Entre as impurezas metálicas que constam frigeração de indústrias e residências.
na série apresentada, as que se sedimentam e) diminua devido à grande quantidade de ra-
abaixo do ânodo de cobre são: diação térmica reutilizada.
a) Au, Pt, Ag, Zn, Ni e Pb.
15. (ENEM) O lixão que recebia 130 toneladas de
b) Au, Pt e Ag.
c) Zn, Ni e Pb. lixo e contaminava a região com o seu cho-
d) Au e Zn. rume (líquido derivado da decomposição de
e) Ag e Pb. compostos orgânicos) foi recuperado, trans-
formando-se em um aterro sanitário contro-
lado, mudando a qualidade de vida e a paisa-
13. (ENEM) Para evitar o desmatamento da Mata
gem e proporcionando condições dignas de
Atlântica nos arredores da cidade de Amargo-
trabalho para os que dele subsistiam.
sa, no Recôncavo da Bahia, o Ibama tem atu- Revista Promoção da Saúde da Secretaria de Políticas
ado no sentido de fiscalizar, entre outras, as de Saúde. Ano 1, n.o 4, dez. 2000 (adaptado).
pequenas propriedades rurais que dependem
Quais procedimentos técnicos tornam o ater-
da lenha proveniente das matas para a pro-
dução da farinha de mandioca, produto típi- ro sanitário mais vantajoso que o lixão, em
co da região. Com isso, pequenos produtores relação às problemáticas abordadas no texto?
procuram alternativas como o gás de cozinha, a) O lixo é recolhido e incinerado pela combus-
o que encarece a farinha. Uma alternativa vi- tão a altas temperaturas.
ável, em curto prazo, para os produtores de b) O lixo hospitalar é separado para ser enter-
farinha em Amargosa, que não cause danos à rado e sobre ele, colocada cal virgem.
Mata Atlântica nem encareça o produto é a: c) O lixo orgânico e inorgânico é encoberto, e o
a) construção, nas pequenas propriedades, de chorume canalizado para ser tratado e neu-
grandes fornos elétricos para torrar a man- tralizado.
dioca. d) O lixo orgânico é completamente separado
b) plantação, em suas propriedades, de árvores do lixo inorgânico, evitando a formação de
para serem utilizadas na produção de lenha. chorume.
c) permissão, por parte do Ibama, da explora- e) O lixo industrial é separado e acondicionado
ção da Mata Atlântica apenas pelos peque- de forma adequada, formando uma bolsa de
nos produtores. resíduos.
d) construção de biodigestores, para a produ-
ção de gás combustível a partir de resíduos 16. O etanol é considerado um biocombustível
orgânicos da região. promissor, pois, sob o ponto de vista do ba-
e) coleta de carvão de regiões mais distantes, lanço de carbono, possui uma taxa de emis-
onde existe menor intensidade de fiscaliza- são praticamente igual a zero. Entretanto,
ção do Ibama. esse não é o único ciclo biogeoquímico as-
sociado à produção de etanol. O plantio da
14. (ENEM) As cidades industrializadas produ- cana-de-açúcar, matéria-prima para a pro-
zem grandes proporções de gases como o dução de etanol, envolve a adição de macro-
CO2, o principal gás causador do efeito es- nutrientes como enxofre, nitrogênio, fósforo
tufa. Isso ocorre por causa da quantidade e potássio, principais elementos envolvidos
de combustíveis fósseis queimados, prin- no crescimento de um vegetal.
cipalmente no transporte, mas também em Revista Química Nova na Escola. nº 28, 2008.
caldeiras industriais. Além disso, nessas ci-
dades concentram-se as maiores áreas com O nitrogênio incorporado ao solo, como con-
solos asfaltados e concretados, o que aumen- sequência da atividade descrita anterior-
ta a retenção de calor, formando o que se
mente, é transformado em nitrogênio ativo
conhece por “ilhas de calor”. Tal fenômeno
ocorre porque esses materiais absorvem o e afetará o meio ambiente, causando:
calor e o devolvem para o ar sob a forma de a) o acúmulo de sais insolúveis, desencadeando
radiação térmica. um processo de salinificação do solo.
Em áreas urbanas, devido à atuação conjun- b) a eliminação de microrganismos existentes
ta do efeito estufa e das “ilhas de calor”, no solo responsáveis pelo processo de desni-
espera-se que o consumo de energia elétrica: trificação.

337
c) a contaminação de rios e lagos devido à alta
solubilidade de íons como NO3- e NH4+ em
água.
d) a diminuição do pH do solo pela presença
de NH3, que reage com a água, formando o
NH4OH(aq).
e) a diminuição da oxigenação do solo, uma vez
que o nitrogênio ativo forma espécies quí-
micas do tipo NO2, NO3-, N2O.

17. (ENEM) Um dos processos usados no trata-


mento do lixo é a incineração, que apresenta
vantagens e desvantagens. Em São Paulo, por
exemplo, o lixo é queimado a altas tempe-
raturas e parte da energia liberada é trans-
formada em energia elétrica. No entanto, a
incineração provoca a emissão de poluentes
na atmosfera. Uma forma de minimizar a
desvantagem da incineração, destacada no
texto, é:
a) aumentar o volume do lixo incinerado para
aumentar a produção de energia elétrica.
b) fomentar o uso de filtros nas chaminés dos
incineradores para diminuir a poluição do ar.
c) aumentar o volume do lixo para baratear os
custos operacionais relacionados ao processo.
d) fomentar a coleta seletiva de lixo nas cidades
para aumentar o volume de lixo incinerado.
e) diminuir a temperatura de incineração do
lixo para produzir maior quantidade de
energia elétrica.

GABARITO
1. D 2. B 3. D 4. E 5. A

6. D 7. B 8. C 9. E 10. A

11. D 12. B 13. D 14. D 15. C

16. C 17. B

338
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 5 e 6

Competências 1, 2, 3, 5, 7 e 8
Habilidades 4, 7, 10, 18, 25, 26, 27, 29 e 30

BREVIÁRIO

DENSIDADE OU MASSA ESPECÍFICA


Devido às consequências do dia a dia e de algumas necessidades da ciência, novas medições foram criadas ao
longo do tempo. É comum dizermos, por exemplo, que o chumbo “pesa” mais do que a madeira. No entanto, ao
colocarmos na água 1 kg de chumbo e 1 kg de madeira, percebemos que o chumbo afunda, enquanto a madeira
flutua. É fácil perceber, porém, que tal comparação só se torna justa e racional, quando feita entre volumes iguais.
As medições são tão importantes na ciência, que o cientista William Thomson – Lord Kelvin (1824-1907)
disse: “Afirmo muitas vezes que, se você medir aquilo de que está falando e expressar em números, você conhece
alguma coisa sobre o assunto; mas, quando você não o pode exprimir em números, seu conhecimento é pobre e
insatisfatório”.
Surge dessa comparação o conceito de densidade, entendida como a massa dos “pedaços” iguais (volumes
iguais) de vários materiais. Matematicamente, essa ideia corresponde à densidade, que é o quociente da massa
pelo volume do material (a uma dada temperatura).
Essa definição é expressa pela seguinte fórmula:

d = massa / volume = m / v

Para sólidos e líquidos, a densidade geralmente é expressa em grama por centímetro cúbico (g/cm3 ou g · cm–3)
ou grama por mililitro (g/mL ou g · mL–1). Para gases, costuma ser expressa em gramas por litro (g/L ou g · L–1).
O gelo flutua sobre a água do mar porque a densidade do gelo (0,92 g/cm3) é menor que a densidade da
água do mar (1,03 g/cm3).

DIAGRAMAS DE MUDANÇA DE ESTADO


As mudanças de estado podem ser representadas por gráficos, conhecidos como diagramas de mudança de estado
ou curvas de aquecimento e resfriamento. Estes gráficos mostram a variação de temperatura de um material quan-
do aquecido ou resfriado, incluindo-se as mudanças de estado físico.
Ao aquecer uma amostra, podemos medir a sua temperatura e o tempo transcorrido durante o experimento.
A partir destes dados, pode-se elaborar o gráfico de temperatura da amostra × tempo transcorrido no aquecimento.

341
Observe alguns exemplos

Com uma amostra de água sólida a –40 ºC, podemos chegar até o estado gasoso (a 120 °C), registrando ao longo
do experimento a temperatura e o tempo transcorrido desde o início. Com estes dados, elaboramos um gráfico de
temperatura da amostra de água em função do tempo transcorrido no aquecimento. Este gráfico é conhecido como
curva de aquecimento da água e é representado por:

Note que, durante o aquecimento, a água sofre fusão a 0 ºC e entra em ebulição a 100 ºC, onde ambas as
temperaturas ficam constantes, até que toda substância tenha mudado de estado físico.
Outra experiência que pode ser realizada em um laboratório equipado é acompanhar a temperatura e o
tempo transcorrido durante o resfriamento de uma amostra de água partindo do estado gasoso (a 120 °C) até o
estado sólido (a –40 °C). O gráfico que relaciona a temperatura dessa amostra em função do tempo no resfriamen-
to é chamado de curva de resfriamento da água e aparece esboçado no gráfico abaixo:

342
Substância pura x mistura
Os diagramas de estado são muito úteis, pois permitem, numa visualização imediata, identificar a natureza de um
sistema (porção de matéria em análise).
§ Substâncias puras são sistemas formados literalmente por um único tipo de substância. Exemplos: água
destilada; ferro puro; gás oxigênio.
§ Misturas são sistemas formados por, no mínimo, duas substâncias juntas. Exemplos: água e sal; água e
álcool; ar atmosférico.
Ao se tratar de uma substância pura ou uma mistura, os diagramas de mudança de estado apresentam
configurações bastante características.

Substâncias puras

Misturas homogêneas

Misturas especiais

Existem misturas com comportamento bastante particular, no que se refere às temperaturas de mudança de estado.
São as misturas eutética e azeotrópica.

343
FUNÇÕES ORGÂNICAS
Grupo
Função Nomenclatura Exemplo Nome
funcional

PROPRIEDADES DOS ALDEÍDOS


À temperatura de 25º C, os aldeídos com um ou dois carbonos são gasosos, de três a onze carbonos são líquidos e
os demais são sólidos. Apresentam densidade menor que a da água. Os aldeídos mais simples são bastante solúveis
em água e em alguns solventes apolares. Apresentam também odores penetrantes e geralmente desagradáveis.
Com o aumento da massa molecular, esses odores vão se tornando menos fortes até se tornarem agradá-
veis. Alguns deles são usados inclusive na perfumaria (especialmente os aromáticos).
O grupo carbonila (C = O) confere uma considerável polaridade aos aldeídos, e, por isso, possuem pontos
de ebulição mais altos que outros compostos de peso molecular comparável (como éteres), mas mais baixos que o
seu álcool correspondente, porque não formam ligação de hidrogênio entre si.

344
PROPRIEDADES DOS ÁCIDOS CARBOXÍLICOS
Os ácidos carboxílicos são substâncias polares, devido à presença de carboxila (–COOH) na molécula. São ácidos
fracos, com grau de ionização menor que 5%. Podem, como os álcoois, formar ligações de hidrogênio entre si ou
com moléculas de outra espécie (como água). Por essa razão, os ácidos carboxílicos apresentam praticamente o
mesmo comportamento dos álcoois, quanto à solubilidade. Os ácidos com até quatro carbonos são líquidos inco-
lores, miscíveis com a água. Os ácidos de cinco a nove carbonos são líquidos incolores e viscosos, muito pouco so-
lúveis. Os ácidos com dez ou mais carbonos são sólidos brancos, semelhante à cera, insolúveis em água. Os ácidos
carboxílicos são solúveis em solventes menos polares, como o éter, o álcool e benzeno.
O cheiro característico dos ácidos alifáticos passa progressivamente de forte e irritante, nos ácidos fórmico e
acético, a extremamente desagradável, nos ácidos butírico (butanoico), valérico (pentanoico) e caproico (hexanoico).
Os ácidos maiores (acima de 6 C) não têm muito odor, por serem pouco voláteis.
Os três primeiros ácidos (metanoico, etanoico e propanoico) são totalmente miscíveis em água. A solubi-
lidade vai diminuindo com o aumento da cadeia carbônica, e os acima de seis carbonos são insolúveis. Os seus
pontos de fusão e ebulição são maiores que os alcanos, haletos de alquila, aldeídos, cetonas e alcoóis de similar
peso molecular, devido à formação de maiores quantidades de ligações de hidrogênio.

PROPRIEDADES DAS CETONAS


As cetonas menores apresentam cheiro agradável e são importantes constituintes dos aromas das flores e das
frutas. As cetonas de cadeias menores, com até dez átomos de carbono, apresentam-se no estado líquido em
condições ambientes; as demais são sólidas. Apresentam pontos de fusão e ebulição mais baixos que os álcoois
(não fazem ligação de hidrogênio entre si) e mais elevados que os aldeídos de massa molecular próxima (por ser
mais polar).
Quanto à solubilidade, os primeiros membros de cetonas são completamente solúveis em água. Aumentan-
do o comprimento da cadeia rapidamente, diminui a solubilidade em água. Assim, cetonas de cadeia linear, com
oito ou mais átomos de carbono, são praticamente insolúveis em água. No entanto, são altamente solúveis em
solventes orgânicos não polares, tais como éter etílico, benzeno etc. Além disso, a própria acetona é um solvente
orgânico excelente e amplamente utilizado por sua particular capacidade de dissolver ambos os compostos polares
(álcoois, aminas, água etc.) e não polares (hidrocarbonetos, éteres, gorduras etc.).

PROPRIEDADES E APLICAÇÕES DOS ÉSTERES


Em geral, são líquidos voláteis, incolores e de odor agradável àqueles que apresentam massas moleculares me-
nores, e os que possuem massas moleculares altas são sólidos com aspecto de cera. São insolúveis em água, mas
solúveis em álcool. Como não apresentam pontes de hidrogênio, possuem pontos de fusão e ebulição inferiores
aos dos ácidos carboxílicos e álcoois de mesma massa molecular.
Muitos ésteres são usados como flavorizantes pelas indústrias de alimentos e aromas, ou seja, são substân-
cias utilizadas como aditivos químicos que conferem ou intensificam o aroma e o sabor de determinados alimentos,
perfumes e outros produtos.
Veja os nomes de alguns desses ésteres:
§ Etanoato de butila: essência de maçã-verde;
§ Etanoato de propila: essência de pera;
§ Etanoato de isopentila: essência de banana;
§ Butanoato de butila: essência de morango;
§ Etanoato de etila: essência de maçã;
§ Butanoato de etila: essência de abacaxi;
§ Etanoato de octila: essência de laranja.
345
PROPRIEDADES DAS AMINAS
Polaridade

As aminas são moléculas polares, assim como acontece com a amônia (NH3).
Para aminas isômeras (com a mesma fórmula molecular e fórmulas estruturais diferentes), a polaridade di-
minui da primária para a secundária. Ambas, no entanto, formam ligações (pontes) de hidrogênio intermoleculares.
Da secundária para a terciária, ela não forma ligações de hidrogênio intermoleculares:

Polaridade: primária > secundária > terciária

Exemplo:

Para a fórmula molecular C3H9N:

Polaridade: CH3 – CH2 – CH2 – NH2 > CH3 – CH2 – NH – CH3 > N (CH3)3
primária secundária terciária

Estado físico

As aminas mais simples são gasosas, com doze átomos de carbono, e são líquidas; as demais, sólidas.
As aminas de menores cadeias carbônicas são solúveis em água e formam com ela ligações (pontes) de
hidrogênio. A solubilidade em água diminui com o aumento da massa molar, uma vez que quanto maior a cadeia
carbônica, maior é a parte apolar da molécula – hidrocarbonetos são essencialmente apolares.

Caráter ácido-base

Como a amônia (NH3), as aminas têm caráter básico, o que pode ser comprovado pelas reações bastante análogas
às das duas moléculas com o HCℓ:

NH3(g) + HCℓ(aq) → NH4Cℓ(aq)


amônia cloreto de amônio

CH3 – NH2(aq) + HCℓ(aq) → H3C – NH3 + Cℓ–(aq)


metilamina cloreto de metilamônio
O caráter básico da amônia e das aminas deve-se ao par de elétrons não ligantes do nitrogênio, capaz de
aceitar o íon H+ gerado pelos ácidos.
A substância responsável pelo cheiro de peixe podre é a trimetilamina – N(CH3)3 –, um composto volátil
de caráter básico. Depois de manusear um peixe, recomenda-se lavar as mãos com limão ou vinagre, que contêm
ácidos e reagem com a trimetilamina, neutralizando-a e eliminando o cheiro.

346
APLICAÇÃO DOS a) A temperatura da água pode ficar constante
durante o tempo em que estiver fervendo.

CONHECIMENTOS - SALA b) Uma mãe coloca a mão na água da banheira


do bebê para verificar a temperatura da água.
c) A chama de um fogão pode ser usada para au-
1. (ENEM) Certas ligas estanho-chumbo com mentar a temperatura da água em uma panela.
composição específica formam um eutético d) A água quente que está em uma caneca é
simples, o que significa que uma liga com passada para outra caneca a fim de diminuir
essas características se comporta como uma sua temperatura.
substância pura, com um ponto de fusão e) Um forno pode fornecer calor para uma va-
definido, no caso 183°C. Essa é uma tem- silha de água que está em seu interior com
peratura inferior mesmo ao ponto de fusão menor temperatura do que a dele.
dos metais que compõem esta liga (o esta-
nho puro funde a 232°C e o chumbo puro a 3. (ENEM) A produção mundial de alimentos
320°C) o que justifica sua ampla utilização poderia se reduzir a 40% da atual sem a
na soldagem de componentes eletrônicos, aplicação de controle sobre as pragas agríco-
em que o excesso de aquecimento deve sem- las. Por outro lado, o uso frequente dos agro-
pre ser evitado. De acordo com as normas in- tóxicos pode causar contaminação em solos,
ternacionais, os valores mínimo e máximo das águas superficiais e subterrâneas, atmosfera
densidades para essas ligas são de 8,74 g/mL e e alimentos. Os biopesticidas, tais como a
8,82 g/mL, respectivamente. As densidades do piretrina e coronopilina, têm sido uma al-
estanho e do chumbo são 7,3 g/mL e 11,3 g/mL, ternativa na diminuição dos prejuízos eco-
respectivamente. Um lote contendo 5 amos- nômicos, sociais e ambientais gerados pelos
tras de solda estanho-chumbo foi analisado agrotóxicos.
por um técnico, por meio da determinação
de sua composição percentual em massa,
cujos resultados estão mostrados no quadro
a seguir.
Porcentagem Porcentagem
Amostra
de Sn (%) de Pb (%)
I 60 40
II 62 38
III 65 35
IV 63 37
V 59 41

Com base no texto e na análise realizada pelo


técnico, as amostras que atendem às normas
internacionais são:
a) I e II.
Identifique as funções orgânicas presentes
b) I e III.
simultaneamente nas estruturas dos dois
c) II e IV.
biopesticidas apresentados.
d) III e V. a) Éter e éster.
e) IV e V. b) Cetona e éster.
c) Álcool e cetona.
2. (ENEM) Em nosso cotidiano, utilizamos as d) Aldeído e cetona.
palavras “calor” e “temperatura” de forma e) Éter e ácido carboxílico.
diferente de como elas são usadas no meio
científico. Na linguagem corrente, calor é 4. (ENEM) A curcumina, substância encontrada
identificado como “algo quente” e tempe- no pó-amarelo-alaranjado extraído da raiz da
ratura mede a “quantidade de calor de um cúrcuma ou açafrão-da-índia (Curcuma lon-
corpo”. Esses significados, no entanto, não ga), aparentemente, pode ajudar a combater
conseguem explicar diversas situações que vários tipos de câncer, o mal de Alzheimer e
podem ser verificadas na prática. até mesmo retardar o envelhecimento. Usa-
Do ponto de vista científico, que situação da há quatro milênios por algumas culturas
prática mostra a limitação dos conceitos cor- orientais, apenas nos últimos anos passou a
riqueiros de calor e temperatura? ser investigada pela ciência ocidental.

347
Observe a figura a seguir:

Na estrutura da curcumina, identificam-se


grupos característicos das funções:
a) éter e álcool. 3. Teremos as funções cetona e éster nas estru-
b) éter e fenol. turas dos dois biopesticidas apresentados:
c) éster e fenol.
d) aldeído e enol.
e) aldeído e éster.

RAIO X
1. As densidades do estanho e do chumbo são
7,3 g/mL e 11,3 g/mL, respectivamente, a
partir destas informações e das porcenta-
gens de estanho (Sn) e chumbo (Pb) pode-
mos calcular a densidade de cada amostra.
Amostra I (60% de Sn e 40% de Pb):
60 40
dI = × 7,3 + × 11,3 = 8,9 g / mL
100 100
Amostra II (65% de Sn e 35% de Pb): 4. Teremos:
62 38
dII = × 7,3 + × 11,3 = 8,82 g / mL
100 100
Amostra III (65% de Sn e 35% de Pb):
65 35
dIII = × 7,3 + × 11,3 = 8,7 g / mL
100 100
Amostra IV (63% de Sn e 37% de Pb):
63 37
dIV = × 7,3 + × 11,3 = 8,78 g / mL
100 100
Amostra V (59% de Sn e 41% de Pb):
59 41
dV = × 7,3 + × 11,3 = 8,94 g / mL
100 100
De acordo com as normas internacionais,
os valores mínimo e máximo das densi-
GABARITO
dades para essas ligas são de 8,74 g/mL e
8,82 g/mL, respectivamente. As amostras 1. C 2. A 3. B 4. B
que estão dentro deste critério são a II
(d = 8,82 g/mL) e a IV (de = 8,78 g/mL).
2. Quando se aquece uma substância pura ini-
cialmente no estado sólido, a temperatura
aumenta até atingir o ponto de fusão (PF),
onde começa a “derreter”; neste ponto, a
temperatura é constante.
Quando chega na temperatura de ebulição
ou ponto de ebulição (PE), acontece o mes-
mo: a temperatura permanece constante.
Isto ocorre com qualquer substância pura.

348
Prescrição: Para resolver os exercícios, você deve ter o conhecimento sobre densidade em diferen-
tes compostos, propriedades físico-químicas das substâncias e suas funções orgânicas.

PRÁTICA DOS 2. (ENEM) Com a frequente adulteração de


combustíveis, além de fiscalização, há ne-
CONHECIMENTOS - E.O. cessidade de prover meios para que o consu-
midor verifique a qualidade do combustível.
Para isso, nas bombas de combustível existe
1. (ENEM) O controle de qualidade é uma exi- um densímetro, semelhante ao ilustrado na
gência da sociedade moderna na qual os figura. Um tubo de vidro fechado fica imer-
bens de consumo são produzidos em escala so no combustível, devido ao peso das boli-
industrial. Nesse controle de qualidade são
nhas de chumbo colocadas no seu interior.
determinados parâmetros que permitem
Uma coluna vertical central marca a altura
checar a qualidade de cada produto. O álcool
de referência, que deve ficar abaixo ou no
combustível é um produto de amplo consu-
nível do combustível para indicar que sua
mo muito adulterado, pois recebe adição de
densidade está adequada. Como o volume do
outros materiais para aumentar a margem
de lucro de quem o comercializa. De acordo líquido varia com a temperatura mais que o
com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), o do vidro, a coluna vertical é preenchida com
álcool combustível deve ter densidade entre mercúrio para compensar variações de tem-
0,805 g/cm3 e 0,811 g/gm3. peratura.
Em algumas bombas de combustível a densi-
dade do álcool pode ser verificada por meio
de um densímetro similar ao desenhado
abaixo, que consiste em duas bolas com valo-
res de densidade diferentes e verifica quan-
do o álcool está fora da faixa permitida. Na
imagem, são apresentadas situações distin-
tas para três amostras de álcool combustível.

De acordo com o texto, a coluna vertical de


mercúrio, quando aquecida:
a) indica a variação da densidade do combustí-
vel com a temperatura.
b) mostra a diferença de altura da coluna a ser
A respeito das amostras ou do densímetro, corrigida.
pode-se afirmar que: c) mede a temperatura ambiente no momento
a) A densidade da bola escura deve ser igual a do abastecimento.
0,811 g/cm3. d) regula a temperatura do densímetro de acor-
b) a amostra 1 possui densidade menor do que do com a do ambiente.
a permitida. e) corrige a altura de referência de acordo com
c) a bola clara tem densidade igual à densidade a densidade do líquido.
da bola escura.
d) a amostra que está dentro do padrão estabe-
lecido é a de número 2.
e) o sistema poderia ser feito com uma única bola
de densidade entre 0,805 g/cm3 e 0,811 g/cm3.

349
3. (ENEM) A forma das moléculas, como repre- 5. (ENEM) Em um experimento, foram separa-
sentadas no papel, nem sempre é planar. Em dos três recipientes A, B e C contendo 200 mL
um determinado fármaco, a molécula con- de líquidos distintos: o recipiente A conti-
tendo um grupo não planar é biologicamente nha água, com densidade de 1,00 g/mL; o
ativa, enquanto moléculas contendo substi- recipiente B álcool etílico, com densidade de
tuintes planares são inativas. 0,79 g/mL; e o recipiente C clorofórmio, com
O grupo responsável pela bioatividade desse densidade de 1,48 g/mL. Em cada um des-
fármaco é: ses recipientes foi adicionada uma pedra de
a) gelo, com densidade próxima a 0,90 g/mL.
No experimento apresentado, observou-se
que a pedra de gelo:
a) flutuou em A, flutuou em B e flutuou em C.
b) flutuou em A, afundou em B e flutuou em C.
c) afundou em A, afundou em B e flutuou em C.
d) afundou em A, flutuou em B e afundou em C.
b)
e) flutuou em A, afundou em B e afundou em C.

6. (ENEM) Os pesticidas modernos são dividi-


dos em várias classes, entre as quais se des-
tacam os organofosforados, materiais que
apresentam efeito tóxico agudo para os seres
humanos. Esses pesticidas contêm um átomo
c) central de fósforo ao qual estão ligados ou-
tros átomos ou grupo de átomos como oxigê-
nio, enxofre, grupos metoxi ou etoxi, ou um
radical orgânico de cadeia longa. Os organo-
fosforados são divididos em três subclasses:
Tipo A, na qual o enxofre não se incorpora
d) na molécula; Tipo B, na qual o oxigênio, que
faz dupla ligação com fósforo, é substituído
pelo enxofre; e Tipo C, no qual dois oxigê-
nios são substituídos por enxofre.
BAIRD, C. Química Ambiental. Bookman, 2005.

e) Um exemplo de pesticida organofosforado


Tipo B, que apresenta grupo etoxi em sua
fórmula estrutural, está representado em:

a)

4. (ENEM) Um método para determinação do


teor de etanol na gasolina consiste em mis- b)
turar volumes conhecidos de água e de ga-
solina em um frasco específico. Após agitar
o frasco e aguardar um período de tempo,
medem-se os volumes das duas fases imis- c)
cíveis que são obtidas: uma orgânica e outra
aquosa. O etanol, antes miscível com a gaso-
lina, encontra-se agora miscível com a água.
Para explicar o comportamento do etanol an-
tes e depois da adição de água, é necessário d)
conhecer:
a) a densidade dos líquidos.
b) o tamanho das moléculas.
c) o ponto de ebulição dos líquidos. e)
d) os átomos presentes nas moléculas.
e) o tipo de interação entre as moléculas.

350
7. (ENEM) Uma dona de casa acidentalmente deixou cair na geladeira a água proveniente do degelo
de um peixe, o que deixou um cheiro forte e desagradável dentro do eletrodoméstico. Sabe-se que
o odor característico de peixe se deve às aminas e que esses compostos se comportam como bases.
Na tabela são listadas as concentrações hidrogeniônicas de alguns materiais encontrados na cozi-
nha, que a dona de casa pensa em utilizar na limpeza da geladeira.

Concentração de
Material
H3O+ (mol/L)
Suco de limão 10–2
Leite 10–6
Vinagre 10–3
Álcool 10–8
Sabão 10–12
Carbonato de
10–12
sódio/barrilha

Dentre os materiais listados, quais são apropriados para amenizar esse odor?
a) Álcool ou sabão.
b) Suco de limão ou álcool.
c) Suco de limão ou vinagre.
d) Suco de limão, leite ou sabão.
e) Sabão ou carbonato de sódio/barrilha.

8. (ENEM) Hidrocarbonetos podem ser obtidos em laboratório por descarboxilação oxidativa anódica,
processo conhecido como eletrossíntese de Kolbe. Essa reação é utilizada na síntese de hidrocarbo-
netos diversos, a partir de óleos vegetais, os quais podem ser empregados como fontes alternativas
de energia, em substituição aos hidrocarbonetos fósseis. O esquema ilustra simplificadamente esse
processo.

Com base nesse processo, o hidrocarboneto produzido na eletrólise do ácido 3,3-dimetil-butanoico é o:


a) 2,2,7,7-tetrametil-octano.
b) 3,3,4,4-tetrametil-hexano.
c) 2,2,5,5-tetrametil-hexano.
d) 3,3,6,6-tetrametil-octano.
e) 2,2,4,4-tetrametil-hexano.

9. (ENEM) Sais de amônio são sólidos iônicos com alto ponto de fusão, muito mais solúveis em água
que as aminas originais e ligeiramente solúveis em solventes orgânicos apolares, sendo compostos
convenientes para serem usados em xaropes e medicamentos injetáveis. Um exemplo é a efedrina,
que funde a 79°C, tem um odor desagradável e oxida na presença do ar atmosférico formando
produtos indesejáveis. O cloridrato de efedrina funde a 217°C, não se oxida e é inodoro, sendo o
ideal para compor os medicamentos.

351
De acordo com o texto, que propriedade química das aminas possibilita a formação de sais de amô-
nio estáveis, facilitando a manipulação de princípios ativos?
a) Acidez.
b) Basicidade.
c) Solubilidade.
d) Volatilidade.
e) Aromaticidade.

10. (ENEM) Uma forma de organização de um sistema biológico é a presença de sinais diversos utiliza-
dos pelos indivíduos para se comunicarem. No caso das abelhas da espécie Apis mellifera, os sinais
utilizados podem ser feromônios. Para saírem e voltarem de suas colmeias, usam um feromônio que
indica a trilha percorrida por elas (Composto A). Quando pressentem o perigo, expelem um feromô-
nio de alarme (Composto B), que serve de sinal para um combate coletivo. O que diferencia cada um
desses sinais utilizados pelas abelhas são as estruturas e funções orgânicas dos feromônios.

As funções orgânicas que caracterizam os feromônios de trilha e de alarme são, respectivamente:


a) álcool e éster.
b) aldeído e cetona.
c) éter e hidrocarboneto.
d) enol e ácido carboxílico.
e) ácido carboxílico e amida.

11. (ENEM) O estudo de compostos orgânicos permite aos analistas definir propriedades físicas e quí-
micas responsáveis pelas características de cada substância descoberta. Um laboratório investiga
moléculas quirais cuja cadeia carbônica seja insaturada, heterogênea e ramificada.
A fórmula que se enquadra nas características da molécula investigada é:
a) CH3 – CH2 – CH(OH) – CO – NH – CH3.
b) CH3 – CH2 – CHCH3 – CO – NH – CH3.
c) CH3 – CH2 – CHCH3 – CO – NH2.
d) CH3 – CH2 – CH(CH)3 – CO – NH – CH3.
e) C6H5 – CH2 – CO – NH – CH3.

12. (ENEM) O biodiesel não é classificado como uma substância pura, mas como uma mistura de és-
teres derivados dos ácidos graxos presentes em sua matéria-prima. As propriedades do biodiesel
variam com a composição do óleo vegetal ou gordura animal que lhe deu origem, por exemplo, o
teor de ésteres saturados é responsável pela maior estabilidade do biodiesel frente à oxidação, o
que resulta em aumento da vida útil do biocombustível. O quadro ilustra o teor médio de ácidos
graxos de algumas fontes oleaginosas.

Teor médio do ácido graxo (% em massa)


Fonte
oleaginosa Mirístico Palmítico Esteárico Oleico Linoleico Linolênico
(C14:0) (C16:0) (C18:0) (C18:1) (C18:2) (C18:3)
Milho < 0,1 11,7 1,9 25,2 60,6 0,5
Palma 1,0 42,8 4,5 40,5 10,1 0,2
Canola < 0,2 3,5 0,9 64,4 22,3 8,2
Algodão 0,7 20,1 2,6 19,2 55,2 0,6
Amendoim < 0,6 11,4 2,4 48,3 32,0 0,9
MA, F.; HANNA, M. A. “Biodiesel Production: a review”. Bioresource Technology, Londres, v. 70, n. 1 jan. 1999 (adaptado).

352
Qual das fontes oleaginosas apresentadas produziria um biodiesel de maior resistência à oxidação?
a) Milho.
b) Palma.
c) Canola.
d) Algodão.
e) Amendoim.

13. (ENEM) A capacidade de limpeza e a eficiência de um sabão dependem de sua propriedade de


formar micelas estáveis, que arrastam com facilidade as moléculas impregnadas no material a ser
limpo. Tais micelas têm em sua estrutura partes capazes de interagir com substâncias polares,
como a água, e partes que podem interagir com substâncias apolares, como as gorduras e os óleos.
SANTOS, W. L. P; MÕL, G. S. (Coords.). Química e sociedade. São Paulo: Nova Geração, 2005 (adaptado).

A substância capaz de formar as estruturas mencionadas é:


a) C18H36.
b) C17H33COONa.
c) CH3CH2COONa.
d) CH3CH2CH2COOH.
e) CH3CH2CH2CH2OCH2CH2CH2CH3.

14. (ENEM) A qualidade de óleos de cozinha, compostos principalmente por moléculas de ácidos gra-
xos, pode ser medida pelo índice de iodo. Quanto maior o grau de insaturação da molécula, maior
o índice de iodo determinado e melhor a qualidade do óleo. Na figura, são apresentados alguns
compostos que podem estar presentes em diferentes óleos de cozinha:

Dentre os compostos apresentados, os dois que proporcionam melhor qualidade para os óleos de
cozinha são os ácidos:
a) esteárico e oleico.
b) linolênico e linoleico.
c) palmítico e esteárico.
d) palmítico e linolênico.
e) linolênico e esteárico.

15. (ENEM) As moléculas de nanoputians lembram figuras humanas e foram criadas para estimular o
interesse de jovens na compreensão da linguagem expressa em fórmulas estruturais, muito usadas
em química orgânica. Um exemplo é o NanoKid, representado na figura:

353
Em que parte do corpo do NanoKid existe 18. (ENEM) Para evitar o desmatamento da Mata
carbono quaternário? Atlântica nos arredores da cidade de Amar-
a) Mãos. gosa, no Recôncavo da Bahia, o Ibama tem
b) Cabeça. atuado no sentido de fiscalizar, entre outras,
c) Tórax. as pequenas propriedades rurais que depen-
d) Abdômen. dem da lenha proveniente das matas para a
produção da farinha de mandioca, produto
e) Pés. típico da região. Com isso, pequenos produ-
tores procuram alternativas como o gás de
16. (ENEM) Em uma planície, ocorreu um aci- cozinha, o que encarece a farinha. Uma al-
dente ambiental em decorrência do der- ternativa viável, em curto prazo, para os pro-
ramamento de grande quantidade de um dutores de farinha em Amargosa, que não
hidrocarboneto que se apresenta na forma cause danos à Mata Atlântica nem encareça o
pastosa à temperatura ambiente. Um quí- produto é a:
mico ambiental utilizou uma quantidade a) construção, nas pequenas propriedades, de
apropriada de uma solução de para-dodecil- grandes fornos elétricos para torrar a mandioca.
-benzenossulfonato de sódio, um agente b) plantação, em suas propriedades, de árvores
tensoativo sintético, para diminuir os im- para serem utilizadas na produção de lenha.
pactos desse acidente. c) permissão, por parte do Ibama, da explora-
Essa intervenção produz resultados positivos ção da Mata Atlântica apenas pelos peque-
para o ambiente porque: nos produtores.
a) promove uma reação de substituição no hi- d) construção de biodigestores, para a produ-
drocarboneto, tornando-o menos letal ao ção de gás combustível a partir de resíduos
ambiente. orgânicos da região.
b) a hidrólise do para-dodecil-benzenossulfo- e) coleta de carvão de regiões mais distantes,
nato de sódio produz energia térmica sufi- onde existe menor intensidade de fiscaliza-
ciente para vaporizar o hidrocarboneto. ção do Ibama.
c) a mistura desses reagentes provoca a com-
bustão do hidrocarboneto, o que diminui a 19. (ENEM) Ao beber uma solução de glicose
quantidade dessa substância na natureza. (C6H12O6), um corta-cana ingere uma subs-
d) a solução de para-dodecil-benzenossulfona- tância:
to possibilita a solubilização do hidrocarbo- a) que, ao ser degradada pelo organismo, pro-
neto. duz energia que pode ser usada para movi-
e) o reagente adicionado provoca uma solidifi- mentar o corpo.
cação do hidrocarboneto, o que facilita sua b) inflamável que, queimada pelo organismo,
retirada do ambiente. produz água para manter a hidratação das
células.
17. (ENEM) A própolis é um produto natural co- c) que eleva a taxa de açúcar no sangue e é
armazenada na célula, o que restabelece o
nhecido por suas propriedades anti-inflama-
teor de oxigênio no organismo.
tórias e cicatrizantes. Esse material contém
d) insolúvel em água, o que aumenta a reten-
mais de 200 compostos identificados até o
ção de líquidos pelo organismo.
momento. Dentre eles, alguns são de estrutu-
e) de sabor adocicado que, utilizada na respira-
ra simples, como é o caso do C6H5CO2CH2CH3,
ção celular, fornece CO2 para manter estável
cuja estrutura está mostrada a seguir.
a taxa de carbono na atmosfera.

20. (ENEM) Ainda hoje, é muito comum as pesso-


as utilizarem vasilhames de barro (moringas
ou potes de cerâmica não esmaltada) para
conservar água a uma temperatura menor do
que a do ambiente. Isso ocorre porque:
a) o barro isola a água do ambiente, mantendo-
-a sempre a uma temperatura menor que a
O ácido carboxílico e o álcool capazes de pro- dele, como se fosse isopor.
duzir o éster em apreço por meio da reação b) o barro tem poder de “gelar” a água pela
de esterificação são, respectivamente: sua composição química. Na reação, a água
a) ácido benzoico e etanol. perde calor.
b) ácido propanoico e hexanol. c) o barro é poroso, permitindo que a água pas-
c) ácido fenilacético e metanol. se através dele. Parte dessa água evapora,
d) ácido propiônico e cicloexanol. tomando calor da moringa e do restante da
e) ácido acético e álcool benzílico. água, que são assim resfriadas.

354
d) o barro é poroso, permitindo que a água
se deposite na parte de fora da moringa. A
água de fora sempre está a uma temperatura
maior que a de dentro.
e) a moringa é uma espécie de geladeira natural,
liberando substâncias higroscópicas que dimi-
nuem naturalmente a temperatura da água.

GABARITO
1. D 2. E 3. A 4. E 5. B

6. E 7. C 8. C 9. B 10. A

11. B 12. B 13. B 14. B 15. A

16. D 17. A 18. D 19. A 20. C

355
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 7 e 8

Competências 3, 5 e 7
Habilidades 11, 17, 24 e 25

BREVIÁRIO

OXIDAÇÃO DE COMPOSTOS ORGÂNICOS

Combustão
A mais completa das oxidações é a combustão. A equação que representa a combustão completa de um álcool
alifático saturado pode ser dada por:
3n · O → n · CO + (n + 1) · H O
CnH2n + 2 O + ___ 2 2 2
2
Os dois álcoois comumente utilizados como combustíveis são o metanol e o etanol.
O metanol é considerado um bom substituto da gasolina, particularmente em áreas urbanas em que os ní-
veis de poluição produzidos por veículos automotivos são muito altos. Isso se deve ao fato de sua queima ser mais
completa do que a da gasolina, o que diminui a poluição atmosférica, além de não produzir óxidos de enxofre que
causam chuva ácida. O etanol é utilizado diretamente ou misturado à gasolina nos Estados Unidos, desde 1980.
Por exemplo, no Brasil, o álcool utilizado como combustível é o etanol hidratado, nos carros movidos a ál-
cool, ou o anidro (sem água), misturado à gasolina, nos carros movidos à gasolina. Sua combustão completa pode
ser assim representada:

H3C – CH2OH + 3O2 → 2CO2 + 3H2O

Note que o Nox (número de oxidação) de ambos os átomos de carbono da molécula do etanol sofreu au-
mento, o que caracteriza as oxidações.

Outras oxidações dos álcoois


Diante de oxidantes enérgicos, como KMnO4 (permanganato de potássio) ou K2Cr2O7 (dicromato de potássio) em
presença de H2SO4 (ácido sulfúrico), os álcoois se oxidam e os produtos obtidos serão diferentes conforme o álcool
reagente seja primário, secundário ou terciário:

357
1. Álcool primário (grupo hidroxila ligado a um carbono primário)
Pode sofrer duas oxidações consecutivas, formando aldeído e/ou ácido carboxílico.

álcool primário aldeído ácido carboxílico


etanol etanal ácido etanoico (ácido acético)

§ Essa reação é a responsável pelo fato de o vinho azedar. O sabor azedo é devido ao ácido acético (eta-
noico). O composto intermediário etanal é responsável pela “ressaca” causada pela ingestão de bebidas
alcoólicas.

2. Álcool secundário (grupo hidroxila ligado a um carbono secundário)


Pode sofrer uma oxidação, formando cetona.

CH3 — CH — CH3 CH3 — C — CH3


| ||
OH O
álcool secundário cetona
propan-2-ol propanona

3. Álcool terciário (grupo hidroxila ligado a um carbono terciário)


Não sofre oxidação. Se, todavia, as condições de reação forem drásticas, a molécula do álcool terciário será
quebrada.
CH3
|
H3C — C — CH3 não há reação.
|
OH
álcool terciário

REDUÇÃO
A redução é a reação inversa da oxidação e, nesta reação, utiliza-se gás hidrogênio (H2) ou hidrogênio nascente [H],
que pode ser obtido, por exemplo, a partir da reação entre zinco e ácido clorídrico.
A redução de aldeídos gera álcoois primários, e a de cetonas, álcoois secundários.
1. Redução de aldeídos

aldeído álcool primário


metanal metanol

2. Redução de cetonas
Pode-se generalizar uma equação:

cetona álcool secundário


358
RADIOATIVIDADE
Radioatividade é o fenômeno pelo qual um núcleo instável emite espontaneamente determinadas entidades (par-
tículas e ondas), genericamente chamadas radiações, transformando-se em outro núcleo mais estável. Esse fenô-
meno deve-se unicamente ao núcleo do átomo.

Fatores químicos, estado físico, pressão e temperatura não influem na radioatividade de um elemento, uma
vez que ela não depende da eletrosfera do átomo, mas apenas do fato de seu núcleo ser instável.
É o caso da radioatividade do urânio, que é sempre a mesma. Não importa o estado físico da amostra nem
o fato de ele ser puro ou estar ligado a outro elemento.
Em 1896, o físico francês Antoine-Henri Becquerel percebeu que um sal de urânio (o sulfato duplo de po-
tássio e uranila: K2(UO2)(SO4)2) era capaz de sensibilizar o negativo de um filme fotográfico recoberto com papel
preto e uma fina lâmina de metal. As radiações emitidas pelo material apresentavam propriedade semelhante a
dos raios X.
Em 1897, Marie Sklodowska Curie (1867-1934) demonstrou que a intensidade da radiação é proporcional
à quantidade de urânio na amostra e concluiu que a radioatividade é um fenômeno atômico.
Nesse mesmo ano, Ernest Rutherford criou uma aparelhagem para estudar a ação de um campo eletromag-
nético sobre as radiações.

Das três radiações mencionadas, a gama (g) é a mais penetrante – e a mais perigosa para o ser humano –,
a beta (b) tem penetração média e a alfa (a) é pouco penetrante.
Como os raios alfa e beta sofrem desvio no campo magnético, Rutherford concluiu que eles devem apresen-
tar carga elétrica, ao passo que os raios gama não. Os raios beta são atraídos pela placa positiva; devem, portanto,
ter carga negativa. Com o mesmo raciocínio deduziu-se que os raios alfa têm carga positiva. Estudos posteriores
permitiram caracterizar os três tipos de radiação.

359
Emissões radioativas
Emissão Constituição Massa Carga Representação
Alfa 2 prótons e 2 nêutrons 4u +2 2
α4
Beta 1 elétron 0 –1 -1
β0
Gama Onda eletromagnética 0 0 0
γ0
Próton 1 próton 1u +1 +1
P1
Nêutron 1 nêutron 1u 0 0
n1
Pósitron ”Elétron positivo” >0 +1 +1
β0

Leis de decaimento radiativo


Primeira lei: lei de Soddy – emissão de partículas α

Se um átomo X emitir uma partícula α, seu número de massa diminui em 4 unidades e seu número atômico diminui
em 2 unidades: AZX 2α + Z–2Y
4 A–4

Observe: como há alteração no número atômico (Z), o átomo Y gerado pertence a um novo elemento
químico, diferente do átomo X original.
As partículas α coincidem com o núcleo do hélio (24He). Isso foi demonstrado por Rutherford, em 1909, que
observou um recipiente contendo material emissor de partículas α. Certo tempo depois, o recipiente ficava impreg-
nado do elemento hélio. As partículas α capturavam elétrons do ambiente e transformavam-se em átomos de hélio.
As equações nucleares obedecem a um balanço dos números de massa (A) e das cargas nucleares (Z), que
são conservados:

Exemplo

Se um átomo de Pu emitir uma partícula α, ele se transforma em 92235U. Essa reação nuclear pode ser representada
por:

239
94 Pu α + 235
4
2 92U

Segunda lei: lei de Soddy-Fajans-Russel – emissão de partículas β

Se um átomo X emitir uma partícula β, seu número de massa permanece inalterado e seu número atômico aumen-
ta 1 unidade: ZAX –1β + z+1Y
0 A

Como há alteração do número atômico (Z), o átomo Y gerado pertence a um novo elemento químico, di-
ferente do átomo X original. Como o número de massa (A) permanece inalterado, na emissão beta, X e Y sempre
serão átomos isóbaros.
As partículas β, também chamadas raios β ou radiação β, são partículas negativas iguais aos elétrons. Apre-
senta, portanto carga –1 e massa 0. A partícula β forma-se pela desintegração de um nêutron no núcleo.

360
Exemplo

Se um átomo de 614C emitir uma partícula β, ele se transforma em 714N. A reação nuclear pode ser representada por:
C
14
6
0
–1 b + N
14
7

Observe:
SAReagentes = SAProdutos ä 14 = 0 + 14
SAReagentes = SAProdutos ä 6 = (–1) + 7

Transmutações
Se um elemento químico emitir espontaneamente uma radiação e transformar-se em outro, haverá um fenômeno
chamado transmutação natural.
Se as transmutações forem obtidas por bombardeamento de núcleos estáveis com partículas α, prótons,
nêutrons etc., serão chamadas transmutações artificiais. A primeira delas foi obtida por Rutherford.

Transmutação artificial mediante a qual Chadwick (1932) descobriu o nêutron:

Atualmente, a maioria dos radioisótopos usados na medicina, na indústria, na agricultura etc. é produzida
a partir de transmutações artificiais.

Uso da radioatividade na medicina


§ Radiofármacos e radiotraçadores
Eles recebem esse nome pois, ao serem ingeridos pelas pessoas, emitem radiações que permitem seu mo-
nitoramento, sabendo por onde passaram e onde se depositaram. Isso permite que o radiologista faça um
mapeamento de todo organismo.
Um exemplo de radioisótopo é o iodo-131, que é usado no tratamento de câncer de tireoide, pois, por se
acumular nesse órgão, suas radiações gama destroem as células cancerígenas.

§ Irradiação por raios gama


A irradiação por raios gama é usada para esterilização de produtos e descontaminação ou redução de carga
microbiana nos segmentos de alimentação, embalagens, fármacos, cosméticos e produtos veterinários. A es-
terilização e a descontaminação por energia ionizante através de raios gama consiste na exposição dos pro-
dutos à ação de ondas eletromagnéticas curtas, geradas a partir de fontes de Cobalto 60 em um ambiente
especialmente preparado para esse procedimento. Como as ondas eletromagnéticas possuem grande poder
de penetração, os organismos podem ser alcançados onde quer que estejam, tanto em embalagens lacradas

361
como em produtos acondicionados das mais variadas maneiras, o que garante a total eficácia do processo.
No decorrer do processo, os produtos já embalados são encaminhados a uma esteira automaticamente
controlada para uma sala de esterilização. Nesse ambiente, protegido por espessas paredes de concreto
(também chamado de bunker), encontra-se um isótopo de Cobalto 60, que emite os raios gama responsá-
veis pela quebra de DNA dos microrganismos. O processo é similar ao de um micro-ondas, pois o produto é
tratado e pode ser utilizado imediatamente após o tratamento. Eles se diferenciam, pois enquanto o micro-
-ondas emite ondas de menor comprimento e que têm energia suficiente para apenas aquecer o produto,
na radiação de Co-60 a energia liberada tem capacidade de quebrar a cadeia de DNA de micro-organismos.
O processo de esterilização por irradiação mata os micro-organismos e previne sua reprodução, porém o
material irradiado é incapaz de acumular radiação, tornando-se inofensivo.

Fissão nuclear
É o processo em que ocorre ruptura do núcleo que é bombardeado com partículas.
A primeira evidência foi em 1932, quando o físico italiano Enrico Fermi (1901-1954) observou que átomos
de urânio bombardeados com nêutrons produziam um material radiativo. Em 1938, o químico alemão Otto Hahn
(1879-1968) e Fritz Strassman constataram a presença de bário (Z = 56) na experiência de Fermi. E, em 1939, a
física austríaca Lise Meitner (1878-1968) e Otto Frisch observaram que o núcleo bombardeado dividia-se e liberava
energia. Nesse mesmo ano, Niels Bohr e John Wheeler enunciaram a teoria da fissão nuclear.
Atingido pelo nêutron, o núcleo de 92235U divide-se em dois outros núcleos radiativos e produzem nêutrons
livres, ao mesmo tempo em que liberam uma grande quantidade de energia.
235
92 U + 10n Ba + 94
140
56 36Kr + 20n + energia
1

Em lugar de 140
56Ba e 36Kr podem formar-se outros núcleos, cujos números de massa variam entre 72 e 158.
94

Essa formação pode chegar a dois, três ou mais neutros livres.


235
92 U + 01n 140
54 Xe + 94
38Sr + 20n + energia
1

235
92U + 10n 142
56 Ba + 91
36Kr + 30n + energia
1

Núcleo físsil ou fissionável diz respeito a ruptura sofrida pelo 92235U bombardeado pelo nêutron.
As pesquisas desenvolvem-se e a humanidade deposita esperanças nesse método de obtenção de energia.
Entretanto, seus efeitos podem ser adversos. Se controlado em um reator ou usina nuclear, a energia produzida é
útil, mas, se acontecer sem controle, desenvolve-se uma reação em cadeia, acompanhada de explosão: a bomba
atômica.
Enrico Fermi e Leo Szilard (1898-1964) construíram o primeiro reator. Hoje, existem centenas deles em fun-
cionamento. O Brasil também iniciou seu programa de energia nuclear construindo reatores em Angra dos Reis (RJ).
A primeira bomba atômica de teste foi detonada em 16 de junho de 1945, no deserto de Alamogordo, no
Novo México (EUA). Militarmente, foi usada no final da Segunda Guerra Mundial contra as cidades japonesas de
Hiroshima (bomba de 235 92 U, em 6 de setembro 1945) e Nagasaki (bomba de 94239Pu, em 9 de setembro 1945).
No processo de fissão ocorre uma reação em cadeia. Teoricamente, bastaria apenas um nêutron para iniciar
o processo. Na prática, no entanto, exige-se uma massa mínima para que isso ocorra denominada massa crítica.
Um átomo de urânio (92235U) é atingido por um nêutron e se quebra para formar dois nêutrons. Esses dois nêutrons
atingem outros dois átomos de urânio, que se quebram, formando quatro nêutrons, que, por sua vez, atingirão mais
quatro átomos de urânio, que formarão oito nêutrons, e assim por diante, sucessiva e incontrolavelmente.
A energia liberada graças a uma explosão nuclear é medida em comparação com o efeito energético pro-
duzido pelo explosivo TNT.

362
§ 1 quiloton: efeito energético igual a mil toneladas de TNT.
§ 1 megaton: efeito energético igual a 1 milhão de toneladas de TNT.
A bomba lançada sobre Hiroshima tinha a potência de 20 quilotons.
Na fissão nuclear, a energia desprendida por um reator nuclear transforma a água líquida em vapor, que
movimenta uma turbina que produz energia elétrica mediante um gerador.

Fusão nuclear
Fusão nuclear é o processo mediante o qual ocorre a reunião de núcleos pequenos para formar um núcleo maior. É
o que ocorre no Sol, onde núcleos de hidrogênio fundem-se para formar núcleos de hélio, com liberação de grande
quantidade de energia.
Um dos processos que ocorre no Sol é:
411H He + 2+10b + 200n + energia
4
2

Essa reação não pode ser realizada artificialmente, uma vez que ela exige temperatura elevadíssima. Entre-
tanto, a partir de 1950, os cientistas iniciaram pesquisas para obter uma reação semelhante.
Em 1952, conseguiram realizar a primeira fusão não controlada, que constituiu a primeira bomba de hidro-
gênio.
Algumas reações de fusão possíveis são:
2
1H + 31H He + 10n + energia
4
2

2
1H + 11H 3
2He + energia
3
2He + 32He 4
2 He + 211H + energia

Para iniciar esses processos de fusão, usa-se, como energia de ativação, a energia proveniente da explosão
de uma bomba atômica. Atualmente, são desenvolvidas pesquisas que visam obter outros métodos de ativação. Até
agora, essa fusão não pôde ser controlada a fim de obter-se energia útil.
Digamos que a bomba atômica é a “espoleta” da bomba de hidrogênio, que libera a energia necessária
para a fusão. Ocorrida essa fusão, a energia liberada é extremamente intensa. Já foram detonadas bombas de
hidrogênio de até 500 megatons.
Há alguns anos, sonha-se com a construção de um reator nuclear de fusão, que exigiria uma temperatura
mínima de 300 milhões de graus Celsius para a fusão. Até agora, só se conseguiu atingir 200 milhões de graus
Celsius por uma fração ínfima de tempo.

REAÇÕES DE POLIMERIZAÇÃO
Existem dois tipos de reações de polimerização: reações de adição – nas quais ocorre apenas a formação do
polímero, chamado polímero de adição – e reações de condensação – nas quais, além do polímero, formam-se
subprodutos como a água.

Polimerização por adição


As reações de adição ocorrem em moléculas insaturadas, geralmente com ligação dupla entre carbonos. Sob altas
temperaturas e pressões – eventualmente na presença de catalisadores –, a ligação dupla dos monômeros é rom-
pida e eles podem ligar-se formando moléculas maiores.

363
Exemplos
§ Polietileno
P,T
n (CH2 = CH2) catalisador (— CH2 — CH2 —)n
etileno (eteno) polietileno
monômero polímero

Os polímeros do etileno (eteno) chamam-se polietilenos, ótimos óleos lubrificantes, cuja massa molecular é
relativamente baixa. Os com massa molecular média assemelham-se às ceras. Os de cadeia maior são duros
e resistentes a altas temperaturas.
Se empregados catalisadores especiais, consegue-se a polimerização em uma pressão próxima à atmosférica.
O polietileno é insolúvel, isolante elétrico e inatacável por ácido ou base. É usado no recobrimento de cabos
para velas de ignição, em fios telefônicos, na fabricação de tubos plásticos, recipientes domésticos etc.

§ Teflon (politetrafluoretileno)
A polimerização do monômero tetrafluoretileno (CF2 = CF2, tetrafluoreteno) sob 50 atmosferas de pressão
e em presença de catalisadores à base de peróxido, resulta em um polímero conhecido como teflon (massa
molecular de 500.000 a 2.000.000).
P,T

n (CF2 = CF2) catalisador (— CF2 — CF2 —)n


tetrafluoretileno politetrafluoretileno

O teflon caracteriza-se por sua extrema inércia química, o que o torna resistente ao ataque de todos os
materiais reativos, com exceção dos materiais alcalinos fundidos. A superfície é extremamente lisa e é re-
sistente a altas temperaturas sem fundir. Graças a essas qualidades, o teflon é usado como revestimento
antiaderente de panelas, frigideiras etc.

§ PVC
O cloreto de vinila (CH2 = CHCℓ, cloro-eteno) é um gás que polimeriza rapidamente em presença de peró-
xido e resulta em uma resina (polímero) chamada cloreto de polivinila (PVC).

n (CH2 = CHCℓ) catalisador (– CH2 – CH Cℓ –)n


cloreto de vinila (cloro-eteno) cloreto de polivinila

É usado em toalhas de mesa, garrafas de água, cortina para banheiros, tubulações de encanamentos, couro
artificial para estofamento etc.

POLÍMEROS DE CONDENSAÇÃO
Em geral, esses polímeros são formados da reação entre dois monômeros diferentes, com a eliminação de molécu-
las pequenas, como a água. Nesse tipo de polimerização, os monômeros não precisam apresentar duplas ligações
entre carbonos, mas é necessária a existência de dois tipos de grupos funcionais diferentes.
Observe a condensação da glicose com produção de amido:
Clorofila
n(C6H12O6) (C6H10O5)n + nH2O
Luz

Exemplos
1. Dácron (poliéster)
A condensação de ácido tereftálico com etilenoglicol produz um polímero chamado terilene ou dá-
cron, usado na fabricação de fibras sintéticas bastante resistentes à tração, filmes, garrafas PET etc.
A reação pode ser representada pela equação:

364
etilenoglicol (etanodiol) ácido tereftálico (ácido 1,4-benzoldicarboxílico)

2. Náilon (poliamida)
Esse polímero é obtido da condensação do ácido adípico HOOC – (CH2)4 – COOH (butanodioico) e hexa-
metilenodiamina H2N – (CH2)6 – NH2 (1,6-hexanodiamina). Foi a primeira fibra têxtil sintética produzida.
Queima com dificuldade e é bastante resistente aos agentes químicos, à água quente e aos óleos.
Por estiramento, os fios de náilon adquirem grande resistência à tração. Dos fios desse polímero fabricam-se
o velcro e os tecidos usados em meias femininas, roupas íntimas, maiôs, biquínis, bermudas, short e outras
roupas esportivas. Além de fios, o náilon e as demais poliamidas também podem ser moldados sob outras
formas para a confecção de parafusos, engrenagens, pulseiras para relógios.
O náilon também é bastante utilizado para suturas em ferimentos, uma vez que é um material inerte ao
organismo e não provoca reação inflamatória como outros fios de sutura.

3. Baquelite (polifenol)
É preparada por condensação de aldeído fórmico (metanal) com fenol comum (hidroxibenzeno). É bas-
tante usada como isolante na fabricação de materiais elétricos (pinos, tomadas, plugues etc.).

365
4. Silicones
São polímeros com silício, obtidos pela condensação do dimetilsiloxana.

São usados em lubrificação de moldes, borrachas, laminados, resinas, agentes antiespumantes, cirurgias plásticas.

Polímeros naturais
Os polímeros naturais são a borracha; os polissacarídeos, como celulose, amido e glicogênio; e as proteínas.

Borracha
A borracha natural é um polímero de adição, ao passo que os polissacarídeos e as proteínas são polímeros de
condensação, obtidos, respectivamente, de monossacarídeos e aminoácidos.
A borracha natural é obtida da árvore Hevea brasiliensis (seringueira); por incisão feita no caule, obtém-
-se um líquido branco de aspecto leitoso, conhecido atualmente por látex.
O monômero da borracha natural é o 2-metil-1,3-butadieno (isopreno):
CH3
|
H2C = C – CH = CH2
A reação de polimerização ocorre ainda na seringueira com o auxílio de uma enzima.
CH3
|
catalisador
n H2C = C – CH = CH2 (– CH2 – C = CH – CH2 –)n
|
CH3

366
Vulcanização

O látex obtido da seringueira é precipitado e dá origem a uma massa viscosa, que é a borracha natural. A utilização
desse tipo de borracha é limitada, uma vez que ela se torna quebradiça em dias frios e extremamente gosmenta
em dias quentes.
Se aquecida com enxofre, essa massa viscosa produz a borracha vulcanizada, material bastante elástico, que não
sofre alteração significativa com pequenas variações de temperatura e é bastante resistente ao atrito.
Esta estrutura corresponde a um fragmento da cadeia da borracha vulcanizada utilizada na fabricação de pneus.

367
APLICAÇÃO DOS
CONHECIMENTOS - SALA
1. (ENEM) As baterias de Ni-Cd muito utilizadas no nosso cotidiano não devem ser descartadas em
lixos comuns uma vez que uma considerável quantidade de cádmio é volatilizada e emitida para o
meio ambiente quando as baterias gastas são incineradas como componente do lixo. Com o objeti-
vo de evitar a emissão de cádmio para a atmosfera durante a combustão é indicado que seja feita
a reciclagem dos materiais dessas baterias.
Uma maneira de separar o cádmio dos demais compostos presentes na bateria é realizar o processo
de lixiviação ácida. Nela, tanto os metais (Cd, Ni e eventualmente Co) como os hidróxidos de íons
metálicos Cd(OH)2(s), Ni(OH)2(s), Co(OH)2(s) presentes na bateria, reagem com uma mistura ácida
e são solubilizados. Em função da baixa seletividade (todos os íons metálicos são solubilizados),
após a digestão ácida, é realizada uma etapa de extração dos metais com solventes orgânicos de
acordo com a reação:

M2+(aq) + 2HR(org)  MR2(org) + 2H+(aq)

Onde:
M2+ = Cd2+, Ni2+ ou Co2+
HR = C16H34 — PO2H: identificado no gráfico por X
HR = C12H12 — PO2H: identificado no gráfico por Y
O gráfico mostra resultado da extração utilizando os solventes orgânicos X e Y em diferentes pH.

A reação descrita no texto mostra o processo de extração dos metais por meio da reação com molé-
culas orgânicas, X e Y. Considerando-se as estruturas de X e Y e o processo de separação descrito,
pode-se afirmar que:
a) as moléculas X e Y atuam como extratores catiônicos uma vez que a parte polar da molécula troca o
íon H+ pelo cátion do metal.
b) as moléculas X e Y atuam como extratores aniônicos uma vez que a parte polar da molécula troca o
íon H+ pelo cátion do metal.
c) as moléculas X e Y atuam como extratores catiônicos uma vez que a parte apolar da molécula troca o
íon PO22– pelo cátion do metal.
d) as moléculas X e Y atuam como extratores aniônicos uma vez que a parte polar da molécula troca o íon
PO22– pelo cátion do metal.
e) as moléculas X e Y fazem ligações com os íons metálicos resultando em compostos com caráter apolar
o que justifica a eficácia da extração.

368
2. (ENEM) O benzeno é um hidrocarboneto aro- 3. (ENEM) O lixo radioativo ou nuclear é re-
mático presente no petróleo, no carvão e em sultado da manipulação de materiais radio-
condensados de gás natural. Seus metabó- ativos, utilizados hoje na agricultura, na
litos são altamente tóxicos e se depositam indústria, na medicina, em pesquisas cien-
na medula óssea e nos tecidos gordurosos. tíficas, na produção de energia etc. Embora
O limite de exposição pode causar anemia, a radioatividade se reduza com o tempo, o
câncer (leucemia) e distúrbios do compor- processo de decaimento radioativo de alguns
tamento. Em termos de reatividade quími- materiais pode levar milhões de anos.
Por isso, existe a necessidade de se fazer
ca, quando um eletrófilo se liga ao benze-
um descarte adequado e controlado de resí-
no, ocorre a formação de um intermediário,
duos dessa natureza. A taxa de decaimento
o carbocátion. Por fim, ocorre a adição ou radioativo é medida em termos de um tem-
substituição eletrofílica. po característico, chamado meia-vida, que é
Disponível em: www.sindipetro.org.br.
Acesso em: 1 mar. 2012 (adaptado).
o tempo necessário para que uma amostra
perca metade de sua radioatividade original.
O gráfico seguinte representa a taxa de de-
caimento radioativo do rádio-226, elemento
químico pertencente à família dos metais al-
calinos terrosos e que foi utilizado durante
muito tempo na medicina.

Com base no texto e no gráfico do progresso


da reação apresentada, as estruturas quími-
cas encontradas em I, II e III são, respecti- As informações fornecidas mostram que:
a) quanto maior é a meia-vida de uma substân-
vamente: cia mais rápido ela se desintegra.
a) b) apenas 1/8 de uma amostra de rádio-226
terá decaído ao final de 4.860 anos.
c) metade da quantidade original de rádio-226,
ao final de 3.240 anos, ainda estará por decair.
b) d) restará menos de 1% de rádio-226 em qual-
quer amostra dessa substância após decorri-
das 3 meias-vidas.
e) a amostra de rádio-226 diminui a sua quan-
tidade pela metade a cada intervalo de 1.620
c) anos devido à desintegração radioativa.

4. (ENEM) Ao utilizarmos um copo descartável


não nos damos conta do longo caminho pelo
d) qual passam os átomos ali existentes, antes
e após esse uso. O processo se inicia com a
extração do petróleo, que é levado às refina-
rias para separação de seus componentes. A
e) partir da matéria-prima fornecida pela in-
e)
dústria petroquímica, a indústria química
produz o polímero à base de estireno, que
é moldado na forma de copo descartável ou
de outros objetos, tais como utensílios do-
mésticos. Depois de utilizados, os copos são
descartados e jogados no lixo para serem

369
reciclados ou depositados em aterros.
Materiais descartáveis, quando não recicla-
dos, são muitas vezes rejeitados e deposita-
dos indiscriminadamente em ambientes na-
turais. Em consequência, esses materiais são
mantidos na natureza por longo período de
tempo. No caso de copos plásticos constitu-
ídos de polímeros à base de produtos petro-
líferos, o ciclo de existência deste material
passa por vários processos que envolvem: 3. De acordo com o gráfico para ½ quilo de rá-
a) a decomposição biológica, que ocorre em dio-226 temos 1620 anos, que equivale à sua
aterros sanitários, por micro-organismos meia-vida, ou seja, a amostra de rádio-226
diminui a sua quantidade pela metade a
que consomem plásticos com estas caracte-
cada intervalo de 1620 anos devido à desin-
rísticas apolares.
tegração radioativa.
b) a polimerização, que é um processo artificial
4. No caso de copos plásticos constituídos de
inventado pelo homem, com a geração de
polímeros à base de produtos petrolíferos, o
novos compostos resistentes e com maiores ciclo de existência deste material passa por
massas moleculares. vários processos que envolvem a decomposi-
c) a decomposição química, devido à quebra de ção química, devido à quebra de ligações co-
ligações das cadeias poliméricas, o que leva valentes das cadeias poliméricas, o que leva
à geração de compostos tóxicos ocasionando à geração de compostos tóxicos ocasionando
problemas ambientais. problemas ambientais.
d) a polimerização, que produz compostos de
propriedades e características bem defini-
das, com geração de materiais com ampla
distribuição de massa molecular.
GABARITO
e) a decomposição, que é considerada uma rea-
ção química porque corresponde à união de 1. A 2. A 3. E 4. C
pequenas moléculas, denominados monôme-
ros, para a formação de oligômeros.

RAIO X
1. As moléculas X e Y, considerando-se suas es-
truturas, atuam como extratores catiônicos
uma vez que a parte polar da molécula troca
o íon H+ pelo cátion do metal.
M2+(aq) + 2C16H34 — PO2H 
M(C16H34 — PO2-)2(org) + 2H+(aq)
M2+(aq) + 2 C12H12 — PO2H 
M(C12H12 — PO2-)2(org) + 2H+(aq)
Onde:
M2+ = Cd2+, Ni2+ ou Co2+
2. Teremos:

370
Prescrição: Para resolver os exercícios, você deve ter o conhecimento sobre reações orgânicas
(como em anéis aromáticos), somando saberes a respeito de reações de adição, substituição e con-
densação amídica. Além disso, é importante o domínio dos conceitos de radioatividade.

PRÁTICA DOS
CONHECIMENTOS - E.O.
1. (ENEM) Há milhares de anos o homem faz uso da biotecnologia para a produção de alimentos
como pães, cervejas e vinhos. Na fabricação de pães, por exemplo, são usados fungos unicelulares,
chamados de leveduras, que são comercializados como fermento biológico. Eles são usados para
promover o crescimento da massa, deixando-a leve e macia.
O crescimento da massa do pão pelo processo citado é resultante da:
a) liberação de gás carbônico.
b) formação de ácido lático.
c) formação de água.
d) produção de ATP.
e) liberação de calor.

2. (ENEM) A própolis é um produto natural conhecido por suas propriedades anti-inflamatórias e


cicatrizantes. Esse material contém mais de 200 compostos identificados até o momento. Dentre
eles, alguns são de estrutura simples, como é o caso do C6H5CO2CH2CH3, cuja estrutura está mostrada
a seguir.

O ácido carboxílico e o álcool capazes de produzir o éster em apreço por meio da reação de esteri-
ficação são, respectivamente:
a) ácido benzoico e etanol.
b) ácido propanoico e hexanol.
c) ácido fenilacético e metanol.
d) ácido propiônico e cicloexanol.
e) ácido acético e álcool benzílico.

3. (ENEM) No ano de 2004, diversas mortes de animais por envenenamento no zoológico de São Paulo
foram evidenciadas. Estudos técnicos apontam suspeita de intoxicação por monofluoracetato de
sódio, conhecido como composto 1080 e ilegalmente comercializado como raticida. O monofluo-
racetato de sódio é um derivado do ácido monofluoracético e age no organismo dos mamíferos
bloqueando o ciclo de Krebs, que pode levar à parada da respiração celular oxidativa e ao acúmulo
de amônia na circulação.

371
O monofluoracetato de sódio pode ser obtido pela:
a) desidrataçao do ácido monofluoracético, com liberação de água.
b) hidrólise do ácido monofluoracético, sem formação de água.
c) perda de íons hidroxila do ácido monofluoracético, com liberação de hidróxido de sódio.
d) neutralização do ácido monofluoracético usando hidróxido de sódio, com liberação de água.
e) substituição dos íons hidrogênio por sódio na estrutura do ácido monofluoracético, sem formação de
água.

4. (ENEM) A química verde permite o desenvolvimento tecnológico com danos reduzidos ao meio
ambiente, e encontrar rotas limpas tem sido um grande desafio. Considere duas rotas diferentes
utilizadas para a obtenção de ácido adípico, um insumo muito importante para a indústria têxtil
e de plastificantes.

Que fator contribui positivamente para que a segunda rota de síntese seja verde em comparação
à primeira?
a) Etapa única na síntese.
b) Obtenção do produto puro.
c) Ausência de reagentes oxidantes.
d) usência de elementos metálicos no processo.
e) Gasto de energia nulo na separação do produto.

5. (Enem) O papel tem na celulose sua matéria-prima, e uma das etapas de sua produção é o bran-
queamento, que visa remover a lignina da celulose. Diferentes processos de branqueamento usam,
por exemplo, cloro (Cℓ2), hipoclorito de sódio (NaCℓO), oxigênio (O2), ozônio (O3) ou peróxido de
hidrogênio (H2O2). Alguns processos de branqueamento levam à formação de compostos organo-
clorados. São apresentadas as estruturas de um fragmento da lignina e do tetracloroguaiacol, um
dos organoclorados formados no processo de branqueamento.

372
A eficiência do uso do vinagre nesse caso se
explica pela:
a) sobreposição de odor, propiciada pelo cheiro
característico do vinagre.
b) solubilidade da piridina, de caráter ácido, na
solução ácida empregada.
c) inibição da proliferação das bactérias pre-
sentes, devido à ação do ácido acético.
d) degradação enzimática da molécula de piridi-
na, acelerada pela presença de ácido acético.
e) reação de neutralização entre o ácido acético
e a piridina, que resulta em compostos sem
Os reagentes capazes de levar à formação de mau odor.
organoclorados no processo citado são:
a) O2 e O3. 8. (ENEM) O glifosato (C3H8NO5P) é um herbi-
b) Cl2 e O2. cida pertencente ao grupo químico das gli-
c) H2O2 e Cl2. cinas, classificado como não seletivo. Esse
d) NaClO e O3. composto possui os grupos funcionais carbo-
e) NaClO e Cl2. xilato, amino e fosfonato. A degradação do
glifosato no solo é muito rápida e realizada
6. (ENEM) O permanganato de potássio (KMnO4) por grande variedade de microrganismos,
é um agente oxidante forte muito emprega- que usam o produto como fonte de energia
do tanto em nível laboratorial quanto indus- e fósforo. Os produtos da degradação são
trial. Na oxidação de alcenos de cadeia nor- o ácido aminometilfosfônico (AMPA) e o
mal, como o 1-fenil-1-propeno, ilustrado na N-metilglicina (sarcosina):
figura, o KMnO4 é utilizado para a produção
de ácidos carboxílicos.

A partir do texto e dos produtos de degra-


dação apresentados, a estrutura química que
representa o glifosato é:
Os produtos obtidos na oxidação do alceno a)
representado, em solução aquosa de KMnO4,
são:
a) ácido benzoico e ácido etanoico.
b) ácido benzoico e ácido propanoico. b)
c) ácido etanoico e ácido 2-feniletanoico.
d) ácido 2-feniletanoico e ácido metanoico.
e) ácido 2-feniletanoico e ácido propanoico.

7. (ENEM) Grande quantidade dos maus odores c)


do nosso dia a dia está relacionada a compos-
tos alcalinos. Assim, em vários desses casos,
pode-se utilizar o vinagre, que contém entre
3,5% e 5% de ácido acético, para diminuir d)
ou eliminar o mau cheiro. Por exemplo, lavar
as mãos com vinagre e depois enxaguá-las
com água elimina o odor de peixe, já que a
molécula de piridinaé uma das substâncias
responsáveis pelo odor característico de pei- e)
xe podre.
SILVA, V. A.; BENITE, A. M. C.; SOARES, M. H. F. B. “Algo
aqui não cheira bem… A química do mau cheiro”. Química
Nova na Escola, v. 33, n. 1, fev. 2011 (adaptado).

373
9. (ENEM) Há processos industriais que envolvem reações químicas na obtenção de diversos produtos
ou bens consumidos pelo homem. Determinadas etapas de obtenção desses produtos empregam cata-
lisadores químicos tradicionais, que têm sido, na medida do possível, substituídos por enzimas. Em
processos industriais, uma das vantagens de se substituírem os catalisadores químicos tradicionais
por enzimas decorre do fato de estas serem:
a) consumidas durante o processo.
b) compostos orgânicos e biodegradáveis.
c) inespecíficas para os substratos.
d) estáveis em variações de temperatura.
e) substratos nas reações químicas.

10. (ENEM) Um dos métodos de produção de biodiesel envolve a transesterificação do óleo de soja
utilizando metanol em meio básico (NaOH ou KOH), que precisa ser realizada na ausência de água.
A figura mostra o esquema reacional da produção de biodiesel, em que R representa as diferentes
cadeias hidrocarbônicas dos ésteres de ácidos graxos.

A ausência de água no meio reacional se faz necessária para:


a) manter o meio reacional no estado sólido.
b) manter a elevada concentração do meio reacional.
c) manter constante o volume de óleo no meio reacional.
d) evitar a diminuição da temperatura da mistura reacional.
e) evitar a hidrólise dos ésteres no meio reacional e a formação de sabão.

11. (ENEM) Há milhares de anos o homem faz uso da biotecnologia para a produção de alimentos
como pães, cervejas e vinhos. Na fabricação de pães, por exemplo, são usados fungos unicelulares,
chamados de leveduras, que são comercializados como fermento biológico. Eles são usados para
promover o crescimento da massa, deixando-a leve e macia.
O crescimento da massa do pão pelo processo citado é resultante da:
a) liberação de gás carbônico.
b) formação de ácido lático.
c) formação de água.
d) produção de ATP.
e) liberação de calor.

12. (ENEM) A bile é produzida pelo fígado, armazenada na vesícula biliar e tem papel fundamental na
digestão de lipídeos. Os sais biliares são esteroides sintetizados no fígado a partir do colesterol, e
sua rota de síntese envolve várias etapas. Partindo do ácido cólico representado na figura, ocorre a
formação dos ácidos glicólico e taurocólico; o prefixo glico- significa a presença de um resíduo do
aminoácido glicina e o prefixo tauro-, do ácido taurina:

374
A combinação entre o ácido cólico e a glicina ou taurina origina a função amida, formada pela
reação entre o grupo amina desses aminoácidos e o grupo
a) carboxila do ácido cólico.
b) aldeído do ácido cólico.
c) hidroxila do ácido cólico.
d) cetona do ácido cólico.
e) éster do ácido cólico.

13. (ENEM) A biodigestão anaeróbica, que se processa na ausência de ar, permite a obtenção de ener-
gia e materiais que podem ser utilizados não só como fertilizante e combustível de veículos, mas
também para acionar motores elétricos e aquecer recintos.

O material produzido pelo processo esquematizado na figura e utilizado para a geração de energia é o:
a) biodiesel, obtido a partir da decomposição de matéria orgânica e/ou por fermentação na presença de
oxigênio.
b) metano (CH4), biocombustível utilizado em diferentes máquinas.
c) etanol, que, além de ser empregado na geração de energia elétrica, é utilizado como fertilizante.
d) hidrogênio, combustível economicamente mais viável, produzido sem necessidade de oxigênio.
e) metanol, que, além das aplicações mostradas no esquema, é matéria-prima na indústria de bebidas.

14. (ENEM) As características dos vinhos dependem do grau de maturação das uvas nas parreiras
porque as concentrações de diversas substâncias da composição das uvas variam à medida que as
uvas vão amadurecendo. O gráfico a seguir mostra a variação da concentração de três substâncias
presentes em uvas, em função do tempo.

O teor alcoólico do vinho deve-se à fermentação dos açúcares do suco da uva. Por sua vez, a acidez
do vinho produzido é proporcional à concentração dos ácidos tartárico e málico. Considerando-se
as diferentes características desejadas, as uvas podem ser colhidas:
a) mais cedo, para a obtenção de vinhos menos ácidos e menos alcoólicos.
b) mais cedo, para a obtenção de vinhos mais ácidos e mais alcoólicos.
c) mais tarde, para a obtenção de vinhos mais alcoólicos e menos ácidos.
d) mais cedo e ser fermentadas por mais tempo, para a obtenção de vinhos mais alcoólicos.
e) mais tarde e ser fermentadas por menos tempo, para a obtenção de vinhos menos alcoólicos.

375
15. (ENEM) O ciclo biogeoquímico do carbono compreende diversos compartimentos, entre os quais a
Terra, a atmosfera e os oceanos, e diversos processos que permitem a transferência de compostos
entre esses reservatórios. Os estoques de carbono armazenados na forma de recursos não renová-
veis, por exemplo, o petróleo, é limitado, sendo de grande relevância que se perceba a importância
da substituição de combustíveis fósseis por combustíveis de fontes renováveis.
A utilização de combustíveis fósseis interfere no ciclo do carbono, pois provoca:
a) aumento da porcentagem de carbono contido na Terra.
b) redução na taxa de fotossíntese dos vegetais superiores.
c) aumento da produção de carboidratos de origem vegetal.
d) aumento na quantidade de carbono presente na atmosfera.
e) redução da quantidade global de carbono armazenado nos oceanos.

16. (ENEM) O rótulo de um desodorante aerossol informa ao consumidor que o produto possui em sua
composição os gases isobutano, butano e propano, dentre outras substâncias. Além dessa informa-
ção, o rótulo traz, ainda, a inscrição “Não tem CFC”. As reações a seguir, que ocorrem na estratos-
fera, justificam a não utilização de CFC (clorofluorcarbono ou Freon) nesse desodorante:
UV
Cll22 
UV → CF2Cl • + Cl •
I.I.I. CF
CF22C  → CF2Cl • + Cl •
II.
II. C l • + O 
II. Cl • + O3 → →OO2 ++ C
CllO
O••
3 2
A preocupação com as possíveis ameaças à camada de ozônio (O3) baseia-se na sua principal função:
proteger a matéria viva na Terra dos efeitos prejudiciais dos raios solares ultravioleta. A absorção
da radiação ultravioleta pelo ozônio estratosférico é intensa o suficiente para eliminar boa parte da
fração de ultravioleta que é prejudicial à vida.
A finalidade da utilização dos gases isobutano, butano e propano neste aerossol é:
a) substituir o CFC, pois não reagem com o ozônio, servindo como gases propelentes em aerossóis.
b) servir como propelentes, pois, como são muito reativos, capturam o Freon existente livre na atmosfe-
ra, impedindo a destruição do ozônio.
c) reagir com o ar, pois se decompõem espontaneamente em dióxido de carbono (CO2) e água (H2O), que
não atacam o ozônio.
d) impedir a destruição do ozônio pelo CFC, pois os hidrocarbonetos gasosos reagem com a radiação UV,
liberando hidrogênio (H2), que reage com o oxigênio do ar (O2), formando água (H2O).
e) destruir o CFC, pois reagem com a radiação UV, liberando carbono (C), que reage com o oxigênio do ar
(O2), formando dióxido de carbono (CO2), que é inofensivo para a camada de ozônio.

17. (ENEM) A falta de conhecimento em relação ao que vem a ser um material radioativo e quais os
efeitos, consequências e usos da irradiação pode gerar o medo e a tomada de decisões equivocadas,
como a apresentada no exemplo a seguir.
“Uma companhia aérea negou-se a transportar material médico por este portar um certificado de
esterilização por irradiação”.
Física na Escola, v. 8, n. 2, 2007 (adaptado).

A decisão tomada pela companhia é equivocada, pois:


a) o material é incapaz de acumular radiação, não se tornando radioativo por ter sido irradiado.
b) a utilização de uma embalagem é suficiente para bloquear a radiação emitida pelo material.
c) a contaminação radioativa do material não se prolifera da mesma forma que as infecções por micror-
ganismos.
d) o material irradiado emite radiação de intensidade abaixo daquela que ofereceria risco à saúde.
e) o intervalo de tempo após a esterilização é suficiente para que o material não emita mais radiação.

376
18. (ENEM) O Brasil é um dos países que obtêm melhores resultados na reciclagem de latinhas de alu-
mínio. O esquema a seguir representa as várias etapas desse processo:

A temperatura do forno em que o alumínio é fundido é útil também porque:


a) sublima outros metais presentes na lata.
b) evapora substâncias radioativas remanescentes.
c) impede que o alumínio seja eliminado em altas temperaturas.
d) desmagnetiza as latas que passaram pelo processo de triagem.
e) queima os resíduos de tinta e outras substâncias presentes na lata.

19. (ENEM) O poli(ácido lático) ou PLA é um material de interesse tecnológico por ser um polímero
biodegradável e bioabsorvível. O ácido lático, um metabólito comum no organismo humano, é a
matéria-prima para produção do PLA, de acordo com a equação química simplificada:

Que tipo de polímero de condensação é formado nessa reação?


a) Poliéster.
b) Polivinila.
c) Poliamida.
d) Poliuretana.
e) Policarbonato.

20. (ENEM) O Nylon® é um polímero (uma poliamida) obtido pela reação do ácido adípico com a hexa-
metilenodiamina, como indicado no esquema reacional.

377
Na época da invenção desse composto, foi 23. (ENEM) O senso comum nos diz que os po-
proposta uma nomenclatura comercial, ba- límeros orgânicos (plásticos) em geral são
seada no número de átomos de carbono do isolantes elétricos. Entretanto, os polímeros
diácido carboxílico, seguido do número de
condutores são materiais orgânicos que con-
carbonos da diamina.
duzem eletricidade. O que faz estes polímeros
De acordo com as informações do texto, o
nome comercial de uma poliamida resultan- diferentes é a presença das ligações covalen-
te da reação do ácido butanodioico com o tes duplas conjugadas com ligações simples,
1,2-diamino-etano é: ao longo de toda a cadeia principal, incluindo
a) Nylon 4,3. grupos aromáticos. Isso permite que um áto-
b) Nylon 6,2. mo de carbono desfaça a ligação dupla com
c) Nylon 3,4.
um vizinho e refaça-a com outro. Assim, a
d) Nylon 4,2.
carga elétrica desloca-se dentro do material.
e) Nylon 2,6.
FRANCISCO, R. H. P. “Polímeros condutores”. Revista
Eletrônica de Ciências, n. 4, fev. 2002. Disponível em:
21. (ENEM) O uso de embalagens plásticas des-
www.cdcc.usp.br. Acesso em: 28 fev. 2012 (adaptado)
cartáveis vem crescendo em todo o mundo,
juntamente com o problema ambiental ge- De acordo com o texto, qual dos polímeros
rado por seu descarte inapropriado. O poli-
seguintes seria condutor de eletricidade?
tereftalato de etileno (PET), cuja estrutura
é mostrada, tem sido muito utilizado na in- a)
dústria de refrigerantes e pode ser reciclado
e reutilizado. Uma das opções possíveis en-
volve a produção de matérias-primas, como
o etilenoglicol (1,2-etanodiol), a partir de b)
objetos compostos de PET pós-consumo.

c)

Disponível em: www.abipet.org.br. Acesso


em: 27 fev. 2012 (adaptado).
d)
Com base nas informações do texto, uma al-
ternativa para a obtenção de etilenoglicol a
partir do PET é a:
a) solubilização dos objetos.
b) combustão dos objetos. e)
c) trituração dos objetos.
d) hidrólise dos objetos.
e) fusão dos objetos.

22. (ENEM) Garrafas PET (politereftalato de eti-


leno) têm sido utilizadas em mangues, onde 24. (ENEM) O polímero PET (tereftalato de polie-
as larvas de ostras e de mariscos, geradas na tileno), material presente em diversas em-
reprodução dessas espécies, aderem ao plás-
balagens descartáveis, pode levar centenas
tico. As garrafas são retiradas do mangue,
de anos para ser degradado e seu processo de
limpas daquilo que não interessa e colocadas
nas “fazendas” de criação, no mar. reciclagem requer um grande aporte energé-
GALEMBECK, F. Ciência Hoje, São Paulo, v. tico. Nesse contexto, uma técnica que visa
47, n. 280, abr. 2011 (adaptado). baratear o processo foi implementada recen-
Nessa aplicação, o uso do PET é vantajoso, temente. Trata-se do aquecimento de uma
pois: mistura de plásticos em um reator, a 700°C
a) diminui o consumo de garrafas plásticas. e 34 atm, que promove a quebra das liga-
b) possui resistência mecânica e alta densidade. ções químicas entre átomos de hidrogênio e
c) decompõe-se para formar petróleo a longo carbono na cadeia do polímero, produzindo
prazo. gás hidrogênio e compostos de carbono que
d) é resistente ao sol, à água salobra, a fungos
podem ser transformados em microesferas
e bactérias.
e) é biodegradável e poroso, auxiliando na ade- para serem usadas em tintas, lubrificantes,
rência de larvas e mariscos. pneus, dentre outros produtos.

378
c) o polímero natural quitosana é de uso van-
tajoso, pois o produto constituído por gru-
pos álcool e amina tem vantagem ambiental
comparado com os polímeros provenientes
de materiais petroquímicos.
d) a quitosana é constituída por grupos hidro-
xila em carbonos terciários e derivados com
Considerando o processo de reciclagem do poliol, dificilmente produzidos, e traz vanta-
PET, para tratar 1 000 g desse polímero, com gens ambientais comparadas com os políme-
rendimento de 100%, o volume de gás hidro- ros de produtos petroquímicos.
gênio liberado, nas condições apresentadas, e) a quitosana é um polímero de baixa massa
encontra-se no intervalo entre: molecular, e o produto constituído por gru-
Dados: Constante dos gases R = 0,082 L atm/ pos álcool e amida é vantajoso para aplica-
mol K; Massa molar do monômero do PET = ções ambientais em comparação com os po-
192 g/mol; Equação de estado dos gases ide- límeros petroquímicos.
ais: PV = nRT
a) 0 e 20 litros. 26. (ENEM) Com o objetivo de substituir as sa-
b) 20 e 40 litros. colas de polietileno, alguns supermercados
c) 40 e 60 litros. têm utilizado um novo tipo de plástico eco-
d) 60 e 80 litros. lógico, que apresenta em sua composição
e) 80 e 100 litros. amido de milho e uma resina polimérica
termoplástica, obtida a partir de uma fonte
25. (ENEM) Duas matérias-primas encontradas petroquímica.
em grande quantidade no Rio Grande do ERENO, D. “Plásticos de vegetais”. Pesquisa
Sul, a quitosana, um biopolímero preparado Fapesp, n. 179, jan. 2011 (adaptado).
a partir da carapaça do camarão, e o poliol,
Nesses plásticos, a fragmentação da resina
obtido do óleo do grão da soja, são os princi-
polimérica é facilitada porque os carboidra-
pais componentes de um novo material para
tos presentes
incorporação de partículas ou princípios
a) dissolvem-se na água.
ativos utilizados no preparo de vários pro-
b) absorvem água com facilidade.
dutos. Este material apresenta viscosidade
c) caramelizam por aquecimento e quebram.
semelhante às substâncias utilizadas atual-
d) são digeridos por organismos decomposito-
mente em vários produtos farmacêuticos e
res.
cosméticos, e fabricadas a partir de políme-
e) decompõem-se espontaneamente em conta-
ros petroquímicos, com a vantagem de ser to com água e gás carbônico.
biocompatível e biodegradável. A fórmula
estrutural da quitosana está apresentada em
seguida.
GABARITO
1. A 2. A 3. D 4. A 5. E

6. A 7. E 8. B 9. B 10. E

11. A 12. A 13. B 14. C 15. D

16. A 17. A 18. E 19. A 20. D

21. D 22. D 23. A 24. C 25. C

Com relação às características do material 26. D


descrito, pode-se afirmar que:
a) o uso da quitosana é vantajoso devido a suas
propriedades, pois não existem mudanças
em sua pureza e peso molecular, caracterís-
ticas dos polímeros, além de todos os seus
benefícios ambientais.
b) a quitosana tem em sua constituição gru-
pos amina, pouco reativos e não disponíveis
para reações químicas, com as vantagens
ambientais comparadas com os produtos pe-
troquímicos.

379
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 9 e 10

Competências 1, 2, 3, 5, 7 e 8
Habilidades 4, 7, 10, 18, 25, 26, 27, 29 e 30

BREVIÁRIO

ESTEQUIOMETRIA

Massa molar de uma substância


A massa molar de uma substância é a massa em gramas de 1 mol de moléculas da referida substância. A massa
molar de uma substância é numericamente igual à sua massa molecular expressa em gramas.
Por exemplo: Mg(OH)2 → apresenta um átomo de magnésio, dois de oxigênio e dois hidrogênios em
uma molécula. Levando em conta as massas molares para um mol de moléculas, teremos que Mg = 24,3 g/mol;
O = 16,0 g/mol; e H = 1,00 g/mol.
Então, Mg(OH)2 = 24,3 + (2 · 16,0) + (2 · 1,00) = 58,3 g/mol.

Número de mol
m
n = __ ___
MM
n = número de mol;
m = massa em gramas;
MM = massa molar da substância ou elemento.

Roteiro para resolução de problemas de estequiometria


1. Escrever a equação química da reação envolvida no problema.
Para escrever corretamente uma equação, há dois pontos básicos:
a) deve representar realmente um fato experimental, conhecido e bem analisado;
b) deve obedecer à lei de Lavoisier.

2. Acertar os coeficientes estequiométricos da equação.


No exemplo 2H2 + 1O2 → 2H2O, deve-se concluir o seguinte:
§ A proporção mínima em que ocorre a reação é de duas moléculas de hidrogênio para uma molécula de
oxigênio, para formar duas moléculas de água.
§ Essa proporção sempre é mantida quando a reação se realiza. Quer dizer, para 100 moléculas de H2, são
necessárias 50 moléculas de O2 para produzir 100 moléculas de água (H2O).
§ Dessa maneira, para 2 mol de moléculas de H2, precisa-se de 1 mol de moléculas de O2 para formar 2
mol de moléculas de água (H2O).

381
Lembre-se que mol é o número de Avogadro (6,02 × 1023) de partículas. Massa molar é a massa, em
gramas, de um mol de moléculas e é numericamente igual à massa molecular da substância. Um mol
de qualquer gás, a 0 ºC e 1 atm (CNTP), ocupa o volume de 22,4 litros e 24,6 litros nas condições am-
bientes (25 °C e 1 atm).

3. Estabelecer uma regra de três entre as grandezas envolvidas (o que se pede e os dados), obedecendo aos
coeficientes da equação (os coeficientes indicam a proporção entre o número de mol).

4. Se necessário, fazer a transformação do número de mol para outra grandeza (massa, volume, número de
moléculas etc).
É importante salientar que, nos exercícios de estequiometria, deve-se sempre averiguar se há reagente
limitante, pois será ele que definirá o término de uma reação química.

EXCESSO DE REAGENTE
As reações químicas ocorrem sempre em uma proporção constante, que corresponde ao número de mol indicado
pelos coeficientes. Se uma das substâncias que participa da reação estiver em quantidade maior que a proporção
correta, ela não será consumida totalmente. Essa quantidade de substância que não reage é chamada excesso.
Em geral, o reagente mais barato é usado em quantidade maior do que a exigida pela proporção correta, com a
finalidade de aumentar a velocidade da reação, além de garantir que toda a quantidade colocada do reagente mais
caro seja totalmente convertida no produto desejado.
O reagente que é consumido totalmente, e por esse motivo determina o fim da reação, é chamado reagente
limitante.
Vamos considerar, então, o seguinte exemplo:
§ Numa reação de neutralização, 10,00 g de ácido sulfúrico são adicionados a 7,40 g de hidróxido de cálcio,
segundo a equação:

H2SO4 + Ca(OH)2 → CaSO4 + 2H2O

Dados: massas molares (g × mol-1): H2SO4 = 98; Ca(OH)2 = 74; e CaSO4 = 136.

Pede-se para calcular:


a) a massa de sulfato de cálcio formado; e
b) a massa do reagente que “sobra” (em excesso) após a reação.
Vamos calcular a massa efetiva de ácido sulfúrico que vai reagir com 7,40 g do hidróxido de cálcio.

7,40 × 98
⇒ x = ________ = 9,8 g de H2O4
74
Como a massa de ácido sulfúrico adicionada é de 10 g e só irão reagir 9,8 g, podemos dizer que o ácido
sulfúrico está em excesso e o hidróxido de cálcio é o reagente limitante.
Cálculo da massa em excesso de ácido sulfúrico: (10 – 9,8) = 0,2 g, o que responde à pergunta (b) do
problema.

382
Ao contrário do ácido sulfúrico que, neste problema, é o reagente em excesso, dizemos que hidróxido de
cálcio é o reagente em falta, ou melhor, o reagente limitante da reação, pois o hidróxido de cálcio será o primeiro
reagente a acabar ou se esgotar, pondo, assim, um ponto final na reação e determinando as quantidades de pro-
dutos que poderão ser formados.
De fato, podemos calcular:

7,4 × 136
⇒ y = ________ = 13,6 g de CaSO4 será formado na reação entre 9,8 g de H2SO4 e 7,4 g de Ca(OH)2.
74

Isso responde à pergunta (a) do problema.


Veja que o cálculo foi feito a partir dos 7,4 g de Ca(OH)2 (reagente limitante), mas nunca poderia ter sido
feito a partir dos 10 g de H2SO4 (reagente em excesso), pois chegaríamos a um resultado falso. Isso porque os 10 g
de H2SO4 não podem reagir integralmente, por falta de Ca(OH)2.
Observação: vamos insistir que as substâncias não reagem na proporção em que nós as misturamos, mas sim na
proporção em que a equação – ou seja, a lei de Proust – determina. Daí o cuidado ao resolver problemas que dão
as quantidades de dois reagentes. Devemos sempre nos lembrar de que é o reagente em falta ou reagente limitante
(fator limitante) que “comanda” toda a reação, pois, no instante em que ele acaba, a reação será interrompida.

“Dica”

Quando o exercício fornecer a quantidade de duas (ou mais) substâncias na reação química, tome cuidado, pois
uma das substâncias pode estar em excesso, ou seja, não será totalmente consumida. Neste caso, para descobrir
o reagente em excesso e o reagente limitante, você pode multiplicar “cruzado” as massas molares pela massa
fornecida das substâncias.
O produto maior da multiplicação indica o excesso, e o produto menor da multiplicação indica o limitante,
ou seja, a substância que reage completamente.

Como o produto 740 é maior que 725,2, neste caso concluímos que o H2SO4 está em excesso e o Ca(OH)2
é o limitante. Devemos, portanto, realizar os cálculos através do reagente limitante.

383
Rendimento em equações estequiométricas
Na maioria das reações químicas realizadas, na prática, em indústrias e em laboratórios, a quantidade de produto
obtido é menor que a quantidade esperada teoricamente. Isso quer dizer que o rendimento da reação não é igual
a 100%, pois a massa total dos reagentes não foi completamente convertida em produtos. Isso pode acontecer
devido a diversos fatores. Veja os mais comuns:
§ Podem ocorrer reações paralelas à que desejamos e, com isso, uma parte de um ou de ambos os reagentes
é consumida, formando produtos indesejáveis.
§ A reação pode ficar incompleta por ser reversível; assim, parte do produto formado é novamente convertida
em reagente.
§ Podem ocorrer perdas de produto durante a reação, como ao serem usadas aparelhagens de má qualidade
ou por algum erro do operador.
Rendimento (R) é o quociente entre a quantidade de produto realmente obtida em uma reação e a quanti-
dade que teoricamente seria obtida, de acordo com a equação química correspondente.

Quantidade real
R(%) = _______________ · 100
Quantidade teórica

PUREZA
Geralmente, os reagentes utilizados nas indústrias não são totalmente puros. Isso se deve, principalmente, porque
na forma impura esses reagentes são mais baratos e também porque eles não são encontrados em sua forma pura
na natureza.
Portanto, ao realizar os cálculos estequiométricos da quantidade de produto que será formada ou da quan-
tidade de reagente que teremos que usar, temos que levar em consideração o seu grau de pureza.
O grau de pureza (p) é dado pela razão entre a massa de substância pura e a massa total da amostra.
Mpura
p = ________
Mtotal (impura)

Por exemplo, o calcário (carbonato de cálcio – CaCO3) é um minério utilizado para fabricar a cal virgem
(óxido de cálcio – CaO). No entanto, além do carbonato de cálcio, esse minério geralmente vem acompanhado de
impurezas em sua constituição, tais como a areia, o carvão e outras substâncias.
Digamos que em 100 g de calcário, apenas 80 g são de carbonato de cálcio e 20 g são de impurezas, então
teremos que o grau de pureza desse minério é 0,8 ou 80%, conforme mostrado abaixo:
Mpura 80 = 0,8
p = ________ = ___
Mtotal (impura) 100

Isso quer dizer que o grau de pureza dessa amostra de calcário é de 80%.

100% de pureza –––– 100 g de calcário

x –––– 80 g de carbonato puro ⇒ x = 80%


Assim, quando for preciso calcular a massa de produto obtido a partir de um reagente impuro, temos que
primeiro calcular qual é a parte pura da amostra e, depois, efetuar os cálculos com o valor obtido.

384
REAÇÕES CONSECUTIVAS
Neste tipo de problema, é indispensável que:
§ todas as equações estejam balanceadas individualmente; e
§ as substâncias “intermediárias” sejam canceladas; em certos problemas, isso obriga a “multiplicar” ou
“dividir” uma ou outra equação por números inteiros convenientes, que levem ao cancelamento desejado.
Daí para diante, recaímos num cálculo estequiométrico comum, em que a regra de três é estabelecida em
função da equação química que resulta da soma das equações intermediárias.

Concentração comum (c)


m
C = __
V

C – concentração em grama por litro (g/L ou g × L-1)


m1 – massa de soluto em gramas (g)
V – volume da solução em litros (L)

Concentração molar (M) ou em quantidade de matéria


n
M = __
V
ou
m
M = ______
MM · V

M – concentração em mol por litro (mol/L ou mol × L-1)


n – quantidade de mol (“número de mol”) de soluto (mol)
V – volume da solução em litros (L)
m – massa de soluto em gramas (g)
MM – massa molar do soluto em gramas por mol (g/mol = g × mol-1)

Relação entre concentração comum e concentração em mol por litro

C = MM · M

Título (ö) e porcentagem em massa (%m) e em volume (%V)

Uma forma de concentração que utiliza apenas massas na sua definição, ou seja, que não depende da temperatura
é o título ou porcentagem em massa.
Relaciona a massa do soluto presente numa dada massa de solução.
m1
ö = ___
m
Da qual:
m1 – massa do soluto, em gramas, quilogramas etc.
m – massa da solução, em gramas, quilogramas etc.
Observe; o título sempre será um número adimensional (sem unidades) com valores dentro do intervalo:

0 < ö < 1,0

385
O título pode ser expresso em porcentagem, por isso pode ser chamado de porcentagem em massa do soluto.
m1
%m = ___
m× 100 = ö · 100
Com os valores dentro da faixa:

0 % < %m < 100%


A mesma fórmula pode ser usada para volume. Nesse caso, emprega-se o uso da letra "v".

Relações entre as unidades de concentração

C = MM · M = 1000 · d · ö
Da qual:
C – concentração comum (g/L)
MM – massa molar do soluto (g/mol)
M – concentração em mol/L
d – densidade (g/mL ou g/cm3)
ö – título ou porcentagem em massa (%)

SOLUBILIDADE
a. Substâncias polares dissolvem-se melhor em outras substâncias polares.
Exemplo:

HCø, CH3CH2OH (etanol) ou NaCø

são substâncias polares que se dissolvem em água.


Representação da dissolução:
H2O H2O
HCø(g) HCø(aq) ou HCø(g) H+(aq) + Cø–(aq)
(considerando a ionização do ácido)
H2O
CH3CH2OH (ø) CH3CH2OH(aq)
H2O
NaCø(s) Na+(aq) + Cø–(aq)

b. Substâncias apolares dissolvem-se melhor em outras substâncias apolares.


Exemplo:

I2 (iodo) e CCø4 (tetracloreto de carbono)

são ambos apolares. Por isso, o iodo dissolve-se em tetracloreto de carbono.

Solubilidade de gases em líquidos


Lei de Henry

A solubilidade (S) de um gás num líquido é diretamente proporcional à pressão (P) que o gás exerce sobre esse
líquido.
Essa lei é válida desde que não haja reação química entre o gás (soluto) e o líquido (solvente).
A expressão matemática dessa lei é:

386
S=k·P

Da qual, k é uma constante de proporcionalidade que depende da temperatura e do gás considerado: ao


se abrir uma garrafa de refrigerante, a pressão sobre a solução diminui. Diminuída a solubilidade, as bolhas de gás
carbônico tornam-se visíveis e escapam do líquido.
A solubilidade de um gás num líquido diminui com o aumento de temperatura. É por isso que, se aquecido,
o gás de um copo de refrigerante será expulso da solução.

Coeficiente de solubilidade (cs) ou solubilidade (s)

Em determinadas condições de temperatura e pressão, coeficiente de solubilidade ou solubilidade é a medida da


capacidade de um soluto de se dissolver numa quantidade padrão de um solvente. Em outras palavras, sob deter-
minadas temperatura e pressão, é a máxima quantidade de soluto que pode ser dissolvida numa quantidade fixa
de solvente.
A 20 °C, por exemplo, a quantidade máxima de sal de cozinha (cloreto de sódio, NaCø) que se dissolve em
100 gramas de água são 36 g. Portanto, o coeficiente de solubilidade do NaCø a 20 °C é igual a 36 g NaCø/100
g de água.

Classificação das soluções sob saturação

§ Soluções insaturadas ou não saturadas são soluções cuja quantidade de soluto dissolvido ainda não
alcançou o coeficiente de solubilidade, passível, portanto, de dissolução de mais soluto.
Se dissolvidos apenas 15 g de sal (NaCℓ) em 100 g de água a 20 ºC, haverá uma solução insaturada, uma
vez que ainda faltam 21 g ( = 36 g – 15 g ) para que ela alcance a quantidade máxima de soluto permitida
nessas condições.

§ Soluções saturadas alcançaram exatamente o coeficiente de solubilidade; a quantidade de soluto dissol-


vida é exatamente a quantidade permitida, nas condições consideradas.
Misturados 50 g de sal em 100 g de água a 20 ºC, os 36 g que vão se dissolver e o excesso que não pode
ser dissolvido, 14 g ( = 50 g – 36 g ), precipitarão, formando o corpo de fundo ou precipitado. Neste caso,
há uma solução saturada com corpo de fundo (esse sistema obtido constitui uma mistura heterogênea). Se
pretende apenas a solução saturada, basta realizar uma filtração simples para separar o precipitado (sólido
não dissolvido) da solução saturada (mistura homogênea).

387
§ Soluções supersaturadas têm mais soluto dissolvido do que seria possível em condições regulares, razão
pela qual são instáveis.
Se a mencionada solução saturada com corpo de fundo, com 36 g de sal dissolvido e 14 g não dissolvido
(corpo de fundo), for aquecida, os 14 g vão se dissolver. Com o aumento da temperatura, o coeficiente de
solubilidade, nesse e na maioria dos casos, também aumenta.
Se, posteriormente, essa solução ficar em repouso para que volte à temperatura inicial de 20 °C, os 50 g de
sal podem continuar dissolvidos na água. Assim, haverá mais soluto dissolvido (50 g) do que deveria (36 g)
naquela temperatura e pressão. Esse é, portanto, um caso de solução supersaturada.
No entanto, esse tipo de solução é muito instável. Se ela for agitada ou se a ela for adicionado um pequeno
cristal de NaCℓ, haverá a precipitação dos 14 g de sal em excesso. De novo, o sistema obtido será consti-
tuído por uma solução saturada (100 g de água a 20 °C, com 36 g de sal completamente dissolvido) e um
corpo de fundo (14 g de sal não dissolvido).

Curvas de solubilidade
§ Curvas de solubilidade são gráficos que indicam a variação dos coeficientes de solubilidade das subs-
tâncias em função da temperatura.

Observação: a solubilidade da maioria das substâncias aumenta com a elevação da temperatura. São
substâncias com uma dissolução endotérmica, que ocorrem com absorção de calor.
Para o Ce2(SO4)3, a solubilidade diminui com o aumento da temperatura; portanto, trata-se de uma dissolu-
ção exotérmica, que ocorre com liberação de calor.

388
APLICAÇÃO DOS Com base nas informações do texto, a quanti-
dade máxima recomendada de aspartame, em

CONHECIMENTOS - SALA mol, que uma pessoa de 70 kg de massa cor-


poral pode ingerir por dia é mais próxima de:
Dado: massa molar do aspartame = 294 g/mol
1. (ENEM) No Japão, um movimento nacional a) 1,3·10–4.
para a promoção da luta contra o aquecimen- b) 9,5·10–3.
to global leva o slogan: 1 pessoa, 1 dia, 1 kg c) 4·10–2.
de CO2 a menos! A ideia é cada pessoa redu- d) 2, 6.
zir em 1 kg a quantidade de CO2 emitida todo e) 823.
dia, por meio de pequenos gestos ecológicos,
como diminuir a queima de gás de cozinha. 3. (ENEM) Todos os organismos necessitam de
Um hambúrguer ecológico? É pra já! Disponível em: http:// água e grande parte deles vive em rios, la-
lqes.iqm.unicamp.br. Acesso em: 24 fev. 2012 (adaptado). gos e oceanos. Os processos biológicos, como
respiração e fotossíntese, exercem profunda
Considerando um processo de combustão influência na química das águas naturais em
completa de um gás de cozinha composto ex- todo o planeta. O oxigênio é ator dominan-
clusivamente por butano (C4H10), a mínima te na química e na bioquímica da hidrosfe-
quantidade desse gás que um japonês deve ra. Devido a sua baixa solubilidade em água
deixar de queimar para atender à meta diá- (9,0 mg/ℓ a 20°C) a disponibilidade de oxi-
ria, apenas com esse gesto, é de: gênio nos ecossistemas aquáticos estabelece
Dados: CO2 (44 g/mol); C4H10 (58 g/mol) o limite entre a vida aeróbica e anaeróbica.
a) 0,25 kg. Nesse contexto, um parâmetro chamado De-
b) 0,33 kg. manda Bioquímica de Oxigênio (DBO) foi de-
c) 1,0 kg. finido para medir a quantidade de matéria
d) 1,3 kg. orgânica presente em um sistema hídrico. A
e) 3,0 kg. DBO corresponde à massa de O2 em miligra-
mas necessária para realizar a oxidação total
2. (ENEM) Aspartame é um edulcorante artifi- do carbono orgânico em um litro de água.
cial (adoçante dietético) que apresenta po- BAIRD, C. Química Ambiental. Ed.
tencial adoçante 200 vezes maior que o açú- Bookman, 2005 (adaptado).
car comum, permitindo seu uso em pequenas
quantidades. Muito usado pela indústria ali- Dados: Massas molares em g/mol: C = 12;
mentícia, principalmente nos refrigerantes H = 1; O = 16.
diet, tem valor energético que corresponde Suponha que 10 mg de açúcar (fórmula mí-
a 4 calorias/grama. É contraindicado a porta- nima CH2O e massa molar igual a 30 g/mol)
dores de fenilcetonúria, uma doença genéti- são dissolvidos em um litro de água; em
ca rara que provoca o acúmulo da fenilalani- quanto a DBO será aumentada?
na no organismo, causando retardo mental. O a) 0,4mg de O2/litro.
IDA (índice diário aceitável) desse adoçante b) 1,7mg de O2/litro.
é 40 mg/kg de massa corpórea. c) 2,7mg de O2/litro.
Disponível em: http://boaspraticasfarmaceuticas.
d) 9,4mg de O2/litro.
blogspot.com. Acesso em: 27 fev. 2012. e) 10,7mg de O2/litro.

4. (ENEM) Devido ao seu alto teor de sais, a água do mar é imprópria para o consumo humano e para
a maioria dos usos da água doce. No entanto, para a indústria, a água do mar é de grande interesse,
uma vez que os sais presentes podem servir de matérias-primas importantes para diversos processos.
Nesse contexto, devido a sua simplicidade e ao seu baixo potencial de impacto ambiental, o método
da precipitação fracionada tem sido utilizado para a obtenção dos sais presentes na água do mar.
Tabela 1: Solubilidade em água de alguns compostos presentes na água do mar a 25ºC

SOLUTO: FÓRMULA SOLUBILIDADE g/kg de H2O


Brometo de sódio NaBr 1,20 · 103
Carbonato de cálcio CaCO3 1,30 · 10-2
Cloreto de sódio NaCℓ 3,60 · 102
Cloreto de magnésio MgCℓ2 5,41 · 102
Sulfato de magnésio MgSO4 3,60 · 102
Sulfato de cálcio CaSO4 6,80 · 10-1
PILOMBO, L. R. M.; MARCONDES, M.E.R.; GEPEC. Grupo de pesquisa em Educação Química. Química
e Sobrevivência: Hidrosfera Fonte de Materiais. São Paulo: EDUSP, 2005 (adaptado).

389
Suponha que uma indústria objetiva separar determinados sais de uma amostra de água do mar a
25°C, por meio da precipitação fracionada. Se essa amostra contiver somente os sais destacados
na tabela, a seguinte ordem de precipitação será verificada:
a) Carbonato de cálcio, sulfato de cálcio, cloreto de sódio e sulfato de magnésio, cloreto de magnésio e,
por último, brometo de sódio.
b) Brometo de sódio, cloreto de magnésio, cloreto de sódio e sulfato de magnésio, sulfato de cálcio e, por
último, carbonato de cálcio.
c) Cloreto de magnésio, sulfato de magnésio e cloreto de sódio, sulfato de cálcio, carbonato de cálcio e,
por último, brometo de sódio.
d) Brometo de sódio, carbonato de cálcio, sulfato de cálcio, cloreto de sódio e sulfato de magnésio e, por
último, cloreto de magnésio.
e) Cloreto de sódio, sulfato de magnésio, carbonato de cálcio, sulfato de cálcio, cloreto de magnésio e, por
último, brometo de sódio.

RAIO X
1. A partir da equação da combustão completa do butano, vem:
C4H10 (g) + 6,5O2 (g) → 4CO2 (g) + 5H2O( )
58 g 4 × 44 g
mC4H10 1 kg
m=
C4H10 = 0,33 kg
0,3295

2. De acordo com o enunciado o IDA (índice diário aceitável) desse adoçante é 40 mg/kg de massa corpórea:
1 kg (massa corporal) 40 mg (aspartame)
70 kg (massa corporal) maspartame
= 2800
maspartame =mg 2,8 g

294 g 1 mol (aspartame)


2,8 g naspartame

= 9,5 × 10−3 mol


naspartame

3. CH2O + O2 → CO2 + H2O


30 g — 32 g
10 mg — m
m = 10,67 mg = 10,7 mg
Teremos 10,7mg de O2/litro.
4. De acordo com os valores de solubilidade fornecidos na tabela, teremos:
1,20 · 103(NaBr) > 5,41 · 102(MgCℓ2) > 3,60 · 102(NaCℓ e MgSO4) > 6,80 · 10-1(CaSO4) > 1,30 · 10-2(CaCO3).
Os sais com menor solubilidade precipitarão antes, ou seja, carbonato de cálcio, sulfato de cálcio,
cloreto de sódio e sulfato de magnésio, cloreto de magnésio e, por último, brometo de sódio.

GABARITO
1. B 2. B 3. E 4. A

390
Prescrição: Para resolver os exercícios, você deve ter o conhecimento sobre reagentes limitantes
e em excesso nas equações de estequiométricas, pureza de reagente, rendimento de reações, con-
centração de soluções e solubilidade dos sais.

PRÁTICA DOS
CONHECIMENTOS - E.O.
1. (ENEM) O flúor é usado de forma ampla na prevenção de cáries. Por reagir com a hidroxiapatita
[Ca10(PO4)6(OH)2] presente nos esmaltes dos dentes, o flúor forma a fluorapatita [Ca10(PO4)6F2] um
mineral mais resistente ao ataque ácido decorrente da ação de bactérias específicas presentes nos
açúcares das placas que aderem aos dentes.
Disponível em: http://www.odontologia.com.br. Acesso em: 27 jul. 2010 (adaptado).

A reação de dissolução da hidroxiapatita é:

[Ca10(PO4)6(OH)2](s) + 8H+(aq)→10Ca2+(aq) + 6HPO42-(aq)+ 2H2O(l)

Dados: Massas molares em g/mol — [Ca10(PO4)6 (OH)2] = 1004; HPO42- = 96; Ca = 40.
Supondo-se que o esmalte dentário seja constituído exclusivamente por hidroxiapatita, o ataque
ácido que dissolve completamente 1 mg desse material ocasiona a formação de, aproximadamente:
a) 0,14 mg de íons totais.
b) 0,40 mg de íons totais.
c) 0,58 mg de íons totais.
d) 0,97 mg de íons totais.
e) 1,01 mg de íons totais.

2. (ENEM) Os oceanos absorvem aproximadamente um terço das emissões de CO2 procedentes de ati-
vidades humanas, como a queima de combustíveis fósseis e as queimadas. O CO2 combina-se com
as águas dos oceanos, provocando uma alteração importante em suas propriedades. Pesquisas com
vários organismos marinhos revelam que essa alteração nos oceanos afeta uma série de processos
biológicos necessários para o desenvolvimento e a sobrevivência de várias espécies da vida marinha.
A alteração a que se refere o texto diz respeito ao aumento:
a) da acidez das águas dos oceanos.
b) do estoque de pescado nos oceanos.
c) da temperatura média dos oceanos.
d) do nível das águas dos oceanos.
e) da salinização das águas dos oceanos.

3. (ENEM) A composição média de uma bateria automotiva esgotada é de aproximadamente 32% Pb,
3% PbO, 17% PbO2 e 36% PbSO4. A média de massa da pasta residual de uma bateria usada é de 6kg,
onde 19% é PbO2, 60% PbSO4 e 21% Pb. Entre todos os compostos de chumbo presentes na pasta,
o que mais preocupa é o sulfato de chumbo (II), pois nos processos pirometalúrgicos, em que os
compostos de chumbo (placas das baterias) são fundidos, há a conversão de sulfato em dióxido de
enxofre, gás muito poluente.
Para reduzir o problema das emissões de SO2(g), a indústria pode utilizar uma planta mista, ou seja, uti-
lizar o processo hidrometalúrgico, para a dessulfuração antes da fusão do composto de chumbo. Nesse
caso, a redução de sulfato presente no PbSO4 é feita via lixiviação com solução de carbonato de sódio
(Na2CO3) 1M a 45°C, em que se obtém o carbonato de chumbo (II) com rendimento de 91%. Após esse
processo, o material segue para a fundição para obter o chumbo metálico.

PbSO4 + Na2CO3 → PbCO3 + Na2SO4

391
Dados: Massas Molares em g/mol Pb = 207; S = 32; Na = 23; O = 16; C = 12
ARAÚJO, R.V.V.; TINDADE, R.B.E.; SOARES, P.S.M. Reciclagem de chumbo de bateria automotiva: estudo
de caso. Disponível em: http://www.iqsc.usp.br. Acesso em: 17 abr. 2010 (adaptado).

Segundo as condições do processo apresentado para a obtenção de carbonato de chumbo (II) por
meio da lixiviaçao por carbonato de sódio e considerando uma massa de pasta residual de uma
bateria de 6 kg, qual quantidade aproximada, em quilogramas, de PbCO3 é obtida?
a) 1,7 kg.
b) 1,9 kg.
c) 2,9 kg.
d) 3,3 kg.
e) 3,6 kg.

4. (ENEM) Fator da emissão (carbon footprint) é um termo utilizado para expressar a quantidade de
gases que contribuem para o aquecimento global, emitidos por uma fonte ou processo industrial
específico. Pode-se pensar na quantidade de gases emitidos por uma indústria, uma cidade ou
mesmo por uma pessoa. Para o gás CO2, a relação pode ser escrita:
Fator de emissão de CO2 = Massa de CO2 emitida/Quantidade de material
O termo “quantidade de material” pode ser, por exemplo, a massa de material produzido em uma
indústria ou a quantidade de gasolina consumida por um carro em um determinado período.
No caso da produção do cimento, o primeiro passo é a obtenção do óxido de cálcio, a partir do
aquecimento do calcário a altas temperaturas, de acordo com a reação:

CaCO3(s) → CaO(s) + CO2(g)

Uma vez processada essa reação, outros compostos inorgânicos são adicionados ao óxido de cálcio,
tendo o cimento formado 62% de CaO em sua composição.
Dados: Massas molares em g/mol – CO2 = 44; CaCO3 = 100; CaO = 56.
TREPTOW, R.S. Journal of Chemical Education. v. 87 nº 2, fev. 2010 (adaptado).

Considerando as informações apresentadas no texto, qual é, aproximadamente, o fator de emissão


de CO2 quando 1 tonelada de cimento for produzida, levando-se em consideração apenas a etapa
de obtenção do óxido de cálcio?
a) 4,9 · 10-4.
b) 7,9 · 10-4.
c) 3,8 · 10-1.
d) 4,9 · 10-1.
e) 7,9 · 10-1.

5. (ENEM) As mobilizações para promover um planeta melhor para as futuras gerações são cada vez
mais frequentes. A maior parte dos meios de transporte de massa é atualmente movida pela quei-
ma de um combustível fóssil. A título de exemplificação do ônus causado por essa prática, basta
saber que um carro produz, em média, cerca de 200 g de dióxido de carbono por km percorrido.
Revista Aquecimento Global. Ano 2, nº 8. Publicação do Instituto Brasileiro de Cultura Ltda.

Um dos principais constituintes da gasolina é o octano (C8H18). Por meio da combustão do octano
é possível a liberação de energia, permitindo que o carro entre em movimento. A equação que re-
presenta a reação química desse processo demonstra que:
a) no processo há liberaçao de oxigênio, sob a forma de O2.
b) o coeficiente estequiométrico para a água é de 8 para 1 do octano.
c) no processo há consumo de água, para que haja liberação de energia.
d) o coeficiente estequiométrico para o oxigênio é de 12,5 para 1 do octano.
e) o coeficiente estequiométrico para o gás carbônico é de 9 para 1 do octano.

6. (ENEM) A eutrofização é um processo em que rios, lagos e mares adquirem níveis altos de nu-
trientes, especialmente fosfatos e nitratos, provocando posterior acúmulo de matéria orgânica em
decomposição. Os nutrientes são assimilados pelos produtores primários e o crescimento desses é
controlado pelo nutriente limítrofe, que é o elemento menos disponível em relação à abundância
necessária à sobrevivência dos organismos vivos. O ciclo representado na figura seguinte reflete a
dinâmica dos nutrientes em um lago.

392
A análise da água de um lago que recebe a descarga de águas residuais provenientes de lavouras
adubadas revelou as concentrações dos elementos carbono (21,2 mol/L), nitrogênio (1,2 mol/L) e
fósforo (0,2 mol/L). Nessas condições, o nutriente limítrofe é o:
a) C.
b) N.
c) P.
d) CO2.
e) PO4.

7. (ENEM) “Dê-me um navio cheio de ferro e eu lhe darei uma era glacial”, disse o cientista John
Martin (1935-1993), dos Estados Unidos, a respeito de uma proposta de intervenção ambiental
para resolver a elevação da temperatura global; o americano foi recebido com muito ceticismo. O
pesquisador notou que mares com grande concentração de ferro apresentavam mais fitoplâncton e
que essas algas eram capazes de absorver elevadas concentrações de dióxido de carbono da atmos-
fera. Esta incorporação de gás carbônico e de água (H2O) pelas algas ocorre por meio do processo de
fotossíntese, que resulta na produção de matéria orgânica empregada na constituição da biomassa
e na liberação de gás oxigênio (O2). Para essa proposta funcionar, o carbono absorvido deveria ser
mantido no fundo do mar, mas como a maioria do fitoplâncton faz parte da cadeia alimentar de
organismos marinhos, ao ser decomposto devolve CO2 à atmosfera.
Os sete planos para salvar o mundo. Galileu, n. 214, maio 2009. (com adaptações).

Considerando que a ideia do cientista John Martin é viável e eficiente e que todo o gás carbônico
absorvido (CO2, de massa molar igual a 44 g/mol) transforma-se em biomassa fitoplanctônica (cuja
densidade populacional de 100 g/m2 é representada por C6H12O6, de massa molar igual a 180 g/
mol), um aumento de 10 km2 na área de distribuição das algas resultaria na:
a) emissão de 4,09 · 106 kg de gás carbônico para a atmosfera, bem como no consumo de toneladas de
gás oxigênio da atmosfera.
b) retirada de 1,47 · 106 kg de gás carbônico da atmosfera, além da emissão direta de toneladas de gás
oxigênio para a atmosfera.
c) retirada de 1,00 · 106 kg de gás carbônico da atmosfera, bem como na emissão direta de toneladas de
gás oxigênio das algas para a atmosfera.
d) retirada de 6,82 · 105 kg de gás carbônico da atmosfera, além do consumo de toneladas de gás oxigê-
nio da atmosfera para a biomassa fitoplanctônica.
e) emissão de 2,44 · 105 kg de gás carbônico para a atmosfera, bem como na emissão direta de milhares
de toneladas de gás oxigênio para a atmosfera a partir das algas.

393
8. (ENEM) Os exageros do final de semana po- 5H2O2(aq) + 2KMnO4(aq) + 3H2SO4(aq) →
dem levar o indivíduo a um quadro de azia. → 5O2(g) + 2MnSO4(aq) + K2SO4(aq) + 8H2O(ℓ)
A azia pode ser descrita como uma sensação
de queimação no esôfago, provocada pelo ROCHA-FILHO, R. C. R.; SILVA, R. R. Introdução aos
Cálculos da Química. São Paulo: McGraw-Hill, 1992.
desbalanceamento do pH estomacal (excesso
de ácido clorídrico). Um dos antiácidos co- De acordo com a estequiometria da reação
mumente empregados no combate à azia é o descrita, a quantidade de permanganato de
leite de magnésia. potássio necessária para reagir completamen-
O leite de magnésia possui 64,8 g de hidróxi- te com 20,0 mL de uma solução 0,1 mol/L de
do de magnésio (Mg(OH)2) por litro da solu- peróxido de hidrogênio é igual a:
ção. Qual a quantidade de ácido neutralizado a) 2,0 . 100 mol.
ao se ingerir 9 mL de leite de magnésia? b) 2,0 . 10-3 mol.
Dados: Massas molares (em g mol-1): Mg = 24,3; c) 8,0 . 10-1 mol.
Cℓ = 35,4; O = 16; H = 1. d) 8,0 . 10-4 mol.
a) 20 mol. e) 5,0 . 10-3 mol.
b) 0,58 mol.
c) 0,2 mol.
d) 0,02 mol. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
e) 0,01 mol. No Brasil, mais de 66 milhões de pessoas be-
neficiam-se hoje do abastecimento de água
9. (ENEM) Ao colocar um pouco de açúcar na fluoretada, medida que vem reduzindo, em
água e mexer até a obtenção de uma só fase, cerca de 50%, a incidência de cáries. Ocorre,
prepara-se uma solução. O mesmo aconte- entretanto, que profissionais da saúde mui-
ce ao se adicionar um pouquinho de sal à tas vezes prescrevam flúor oral ou comple-
água e misturar bem. Uma substância capaz xos vitamínicos com flúor para crianças ou
de dissolver o soluto é denominada solvente; gestantes, levando à ingestão exagerada da
por exemplo, a água é um solvente para o substância. O mesmo ocorre com o uso abu-
açúcar, para o sal e para várias outras subs- sivo de algumas marcas de água mineral que
tâncias. A figura a seguir ilustra essa citação. contêm flúor. O excesso de flúor – fluorose
– nos dentes pode ocasionar desde efeitos
estáticos até defeitos estruturais graves.
Foram registrados casos de fluorose tanto
em cidades com água fluoretada pelos pode-
res públicos como em outras abastecidas por
lençóis freáticos que naturalmente contêm
flúor.
(Adaptado da Revista da Associação Paulista de Cirurgiões
Dentistas - APCD, vol. 53, n. 1, jan./fev. 1999.)

Suponha que uma pessoa, para adoçar seu 11. (ENEM) Determinada Estação trata cerca de
cafezinho, tenha utilizado 3,42g de sacarose 30.000 litros de água por segundo. Para evi-
(massa molar igual a 342 g/mol) para uma tar riscos de fluorose, a concentração máxi-
xícara de 50 mℓ do líquido. Qual é a con- ma de fluoretos nessa água não deve exceder
centração final, em mol/ℓ, de sacarose nesse cerca de 1,5 miligrama por litro de água.
cafezinho? A quantidade máxima dessa espécie quími-
a) 0,02. ca que pode ser utilizada com segurança, no
b) 0,2.
volume de água tratada em uma hora, nessa
c) 2.
Estação, é:
d) 200.
a) 1,5 kg.
e) 2000.
b) 4,5 kg.
c) 96 kg.
10. (ENEM) O peróxido de hidrogênio é comu- d) 124 kg.
mente utilizado como antisséptico e alvejan- e) 162 kg.
te. Também pode ser empregado em traba-
lhos de restauração de quadros enegrecidos 12. (ENEM) A varfarina é um fármaco que di-
e no clareamento de dentes. Na presença de minui a agregação plaquetária, e por isso
soluções ácidas de oxidantes, como o per- é utilizada como anticoagulante, desde que
manganato de potássio, este óxido decom- esteja presente no plasma, com uma con-
põe-se, conforme a equação a seguir: centração superior a 1,0 mg/L. Entretanto,

394
concentrações plasmáticas superiores a A substituição do diesel usado nos anos 1980
4,0 mg/L podem desencadear hemorragias. por aquele difundido em 2012 permitiu uma
As moléculas desse fármaco ficam retidas no redução percentual de emissão de:
espaço intravascular e dissolvidas exclusi- a) 86,2%.
vamente no plasma, que representa aproxi- b) 96,2%.
madamente 60% do sangue em volume. Em c) 97,2%.
um medicamento, a varfarina é administra- d) 99,6%.
da por via intravenosa na forma de solução e) 99,9%.
aquosa, com concentração de 3,0 mg/mL. Um
indivíduo adulto, com volume sanguíneo to- 15. (ENEM) A hidroponia pode ser definida
tal de 5,0 L, será submetido a um tratamento
como uma técnica de produção de vegetais
com solução injetável desse medicamento.
sem necessariamente a presença de solo.
Qual é o máximo volume da solução do me-
Uma das formas de implementação é man-
dicamento que pode ser administrado a esse
ter as plantas com suas raízes suspensas em
indivíduo, pela via intravenosa, de maneira
meio líquido, de onde retiram os nutrientes
que não ocorram hemorragias causadas pelo
essenciais. Suponha que um produtor de rú-
anticoagulente?
cula hidropônica precise ajustar a concentra-
a) 1,0 mL.
b) 1,7 mL. ção de íon nitrato (NO3–) para 0,009 mol/L
c) 2,7 mL. em um tanque de 5.000 litros e, para tanto,
d) 4,0 mL. tem em mãos uma solução comercial nutriti-
e) 6,7 mL. va de nitrato de cálcio 90 g/L.
As massas molares dos elementos N, O e Ca
13. (ENEM) O álcool comercial (solução de eta- são iguais a 14 g/mol, 16 g/mol e 40 g/mol,
nol) é vendido na concentração de 96% em respectivamente.
volume. Entretanto, para que possa ser uti- Qual o valor mais próximo do volume da so-
lizado como desinfetante, deve-se usar uma lução nutritiva, em litros, que o produtor
solução alcoólica na concentração de 70% em deve adicionar ao tanque?
volume. Suponha que um hospital recebeu a) 26
como doação um lote de 1000 litros de ál- b) 41
cool comercial a 96% em volume, e pretende c) 45
trocá-lo por um lote de álcool desinfetante. d) 51
Para que a quantidade total de etanol seja a e) 82
mesma nos dois lotes, o volume de álcool a
70% fornecido na troca deve ser mais pró-
ximo de:
a) 1042 L.
b) 1371 L.
c) 1428 L.
d) 1632 L.
e) 1700 L.

14. (ENEM) Diesel é uma mistura de hidrocar-


bonetos que também apresenta enxofre em
sua composição. Esse enxofre é um compo-
nente indesejável, pois o trióxido de enxo-
fre gerado é um dos grandes causadores da
chuva ácida. Nos anos 1980, não havia regu-
lamentação e era utilizado óleo diesel com
13000 ppm de enxofre. Em 2009, o diesel
passou a ter 1800 ppm de enxofre (S1800) e,
em seguida, foi inserido no mercado o diesel
S500 (500 ppm). Em 2012, foi difundido o
diesel S50, com 50 ppm de enxofre em sua
composição. Atualmente, é produzido um
diesel com teores de enxofre ainda menores.
Os Impactos da má qualidade do óleo diesel
brasileiro. Disponível em: www.cnt.org.
br. Acesso em: 20 dez. 2012 (adaptado).

395
GABARITO
1. D 2. A 3. C 4. D 5. D
6. B 7. B 8. D 9. B 10. D
11. E 12. D 13. B 14. D 15. B

396
397
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 11 e 12

Competências 3, 5, 6 e 7
Habilidades 10, 18, 21 e 24

BREVIÁRIO
Cálculo do pH e pOH

O potencial hidrogeniônico (pH) é o cologaritmo da concentração hidrogeniônica:

pH = colog [H+] = –log [H+]

O potencial hidroxiliônico (pOH) é o cologaritmo da concentração hidroxiliônica:

pOH = colog [OH–] = –log [OH–]

pH e pOH de soluções

1. Solução neutra

a 25 °C, Kw = [H+] · [OH-] = 10–14


[H+] = [OH–] = 10–7 mol/L
pH = pOH = 7
pH + pOH = 14

2. Solução ácida

a 25 °C, [H+] > 10–7 ⇒ pH < 7


[OH–] < 10-7 ⇒ pOH > 7

3. Solução básica

a 25 °C, [H+] < 10–7 ⇒ pH > 7


[OH–] > 10–7 ⇒ pOH < 7

DESLOCAMENTO DE EQUILÍBRIO
Se um sistema está em equilíbrio, a velocidade da reação direta é igual à velocidade da reação inversa e as con-
centrações em mol/L de todos os participantes permanecem constantes.
Se, sobre esse equilíbrio, não ocorrer a ação de nenhum agente externo, ele tende a permanecer nessa situ-
ação indefinidamente. Porém, se for exercida uma ação externa sobre esse equilíbrio, ele tende a reagir de maneira
a minimizar os efeitos dessa ação.
Esse é o princípio de Le Chatelier (1884).
Os fatores que podem afetar a condição de equilíbrio de um sistema são:

399
Concentração
Considere o seguinte equilíbrio:

C(s) + CO2(g) → 2CO(g)

Ele vai servir de exemplo para este estudo. Vamos analisar seu comportamento em três situações.
1. Adição de CO2
Se forem adicionados CO2 ao equilíbrio, imediatamente ocorre um aumento na concentração desse compos-
to, que vai acarretar aumento do número de choques entre o C e o CO2. Isso favorece a formação de CO, ou
seja, o equilíbrio desloca-se para o lado direito (→).
Outra maneira de entender o deslocamento desse equilíbrio seria por meio de uma análise da expressão
do Kc.
[CO]2
Kc = ____
[CO2]
Ao introduzir CO2 no equilíbrio, sua concentração vai aumentar; como a constante Kc não varia, a concen-
tração do CO também deve aumentar para manter a igualdade matemática.

2. Adição de CO
Se for adicionado CO ao equilíbrio, imediatamente vai ocorrer aumento na concentração desse composto.
Com isso, uma parte desse CO será transformando em CO2 e em C. Nesse caso, o equilíbrio desloca-se para
a esquerda (←).

3. Remoção de CO
Se parte do CO presente no equilíbrio for retirada, imediatamente vai ocorrer diminuição na concentração
desse composto, consequentemente, a velocidade da reação inversa diminui. Logo, a velocidade da reação
direta será maior e favorecerá a formação de CO, ou seja, o equilíbrio desloca-se para a direita (→).
Outra maneira de entender o deslocamento desse equilíbrio é analisar a expressão do Kc.
[CO]2
Kc = ____
[CO2]
Observe que, se a [CO] diminuir, a única forma de manter a igualdade é diminuir a de [CO2].
Importante: a adição de sólidos não altera o equilíbrio químico. Em outras palavras, diz-se que a adição de
sólidos não desloca o equilíbrio.

Pressão
Aumento da pressão desloca o equilíbrio para o lado com menor volume gasoso (menor número de moléculas
gasosas). Diminuição da pressão desloca o equilíbrio para o lado com maior volume gasoso (maior número de
moléculas gasosas).
Observe que a variação na pressão só afeta sistemas com pelo menos um componente (reagente ou pro-
duto) gasoso.
Considere este equilíbrio:

CaCO3(s) → CaO(s) + CO2 (g)

400
Aumentar a pressão vai deslocar o equilíbrio para a esquerda, o lado com menor volume gasoso – de fato,
o volume é igual a zero, uma vez que os reagentes são sólidos.
Se um gás inerte – um gás que não reage – for adicionado a um sistema em equilíbrio, ocorrerá aumento
da pressão total do sistema. No entanto, como não há variação da concentração nem das pressões parciais de cada
gás componente do equilíbrio, a adição do gás inerte não vai provocar deslocamento de equilíbrio.

Temperatura
Aumento da temperatura favorece a reação que absorve calor, ou seja, desloca o equilíbrio para o sentido endo-
térmico. Diminuição da temperatura favorece a reação que libera calor, ou seja, desloca o equilíbrio para o sentido
exotérmico.
Vale ressaltar que o uso de catalisadores não desloca o equilíbrio das reações, uma vez que estes servem
apenas para diminuir a energia de ativação de uma reação, ou seja, aceleram reações químicas. É muito comum
presenciar situações em que há a diminuição do volume em algumas equações; para isso, deve-se seguir a seguinte
lógica: quanto menos volume, mais concentrado será o composto em questão.

Exemplo
1. N2 (g) + 3H2 (g) → 2NH3 (g) ∆H < 0
A reação direta (→) é exotérmica (H < 0).
Portanto:
§ o aumento da temperatura desloca o equilíbrio no sentido da reação endotérmica (para a esquerda); e
§ a diminuição da temperatura desloca o equilíbrio no sentido da reação exotérmica (para a direita).

Efeito de catalisador

Catalisadores são substâncias que aumentam a velocidade das reações químicas graças à diminuição da
energia de ativação. Numa situação de equilíbrio, a diminuição da energia de ativação produzida pelo cata-
lisador tem o mesmo valor para a reação direta e para a inversa.
Como o aumento de velocidade da reação produzido pelo catalisador é o mesmo, tanto para a reação direta
como para a inversa, esse aumento não altera o equilíbrio.
Considere a reação genérica:

Da qual teq 1 > teq 2.


Catalisadores não alteram (não deslocam) equilíbrios, apenas fazem com que eles sejam atingidos em me-
nor intervalo de tempo.

401
TERMOQUÍMICA

Processo exotérmico e endotérmico


Todas as reações químicas e todas as mudanças de estado físico liberam ou absorvem calor.
§ Processos exotérmicos → liberam calor (todas as combustões, as dissoluções em água da maioria dos
ácidos etc.)
§ Processos endotérmicos → absorvem calor (síntese do monóxido de nitrogênio, decomposição do car-
bonato de cálcio etc.)

Variação de entalpia (ΔH)


O ∆H corresponde ao calor liberado ou absorvido durante o processo, à pressão constante. O cálculo da variação
da entalpia e dado pela expressão genérica:

∆H = Hfinal – Hinicial

ΔH em reações exotérmicas
Nas reações exotérmicas, como ocorre na liberação de calor, a entalpia dos produtos (HP) é menor do que a ental-
pia dos reagentes (HR). Com isso, conclui-se que:

∆H < 0

Exemplos
Todas as combustões (queimas) são exotérmicas:
§ queima do metano:

CH4(g) + 2O2(g) → CO2(g) + 2H2O(l) + calor


§ queima do carvão:

C(s) + O2(g) → CO2(g) + calor


§ As dissoluções em água da maioria dos ácidos também são exotérmicas:

H2SO4(l) + H2O → H3O+(aq) + HSO4 −

(aq)
+ calor

ΔH em reações endotérmicas
Nas reações endotérmicas, como ocorre na absorção de calor, a entalpia dos produtos (HP) é maior do que a en-
talpia dos reagentes (HR).
∆H > 0

402
Exemplos
§ Síntese do monóxido de nitrogênio:

calor + 1/2N2(g) + 1/2O2(g) → NO(g)

§ Decomposição do carbonato de cálcio:

calor + CaCO3(s) → CaO(s) + CO2(g)

As reações endotérmicas realizam-se exclusivamente mediante absorção de calor do meio ambiente. É


necessário, portanto, aquecer os reagentes para que elas se realizem.

Equação termoquímica
§ Reações endotérmicas (∆H > 0)

reagentes + calor → produtos

Exemplo:

H2O(ℓ) + 68,3 kcal → H2 (g) + O2 (g)

§ Reações exotérmicas (∆H < 0)

reagentes → produtos + calor

Exemplo:

C(s) + O2 (g) → CO2 (g) + 394 kJ

Fatores que influem nas entalpias (ou calores) das reações


1. Quantidade de reagentes e de produtos
A quantidade de calor de um processo (∆H) é diretamente proporcional à quantidade de matéria (mol) de
seus participantes

2. Estado físico dos reagentes


Por convenção, a entalpia padrão de substâncias simples – formadas por um único elemento químico – no
estado físico mais estável é zero (N2, H2, Fe, Mg etc.).

3. Forma alotrópica
Se o elemento formar alótropos – substâncias simples diferentes –, a forma mais estável – menos energé-
tica – tem entalpia zero (O2 e O3, Cgrafite e Cdiamante etc.).

Por que isso acontece?

Porque a estrutura cristalina do diamante é dotada de maior quantidade de entalpia “acumulada” do que a
do grafite. Quando diamante é queimado, essa quantidade adicional de conteúdo de calor é liberada, o que

403
explica o maior ∆H da reação da grafite. Mais uma vez está em funcionamento a contabilidade de energia,
ou balanço energético, exigida pelo princípio da conservação da energia.
Regra geral: a forma alotrópica de entalpia maior é a mais reativa; e a forma alotrópica de entalpia menor
é a mais estável – por isso, mais abundante, se ocorrer na natureza. No exemplo, a grafite é, sem dúvida,
mais estável – e mais abundante na natureza – do que o diamante.
Atualmente, é possível fabricar diamantes sintéticos. Considerando que a entalpia do diamante é muito ele-
vada, sua produção é muito cara, exige altas temperaturas (da ordem de 3,0 mil ºC) e altas pressões (acima
de 100 mil atm). Contudo, existe um tipo de diamante sintético ultracristalino que vem sendo produzido
a uma temperatura menor que 800 ºC, usado para auxiliar no transplante de retinas artificiais em pessoas
que ficam cegas.
Conclusões idênticas valem para as formas alotrópicas de outros elementos químicos. Em razão disso, pode-
-se dizer que:
§ o enxofre rômbico é mais estável (menos reativo) que o monoclínico;
§ o fósforo vermelho é mais estável (menos reativo) que o branco; e
§ o oxigênio (O2) é mais estável (menos reativo) que o ozônio (O3).

4. Temperatura e pressão
Praticamente, a pressão não influi nos calores de reações que compreendem sólidos e líquidos. Mesmo em
reações com gases, a influência da pressão é mínima. Reações perceptíveis são as que ocorrem sob pressões
elevadíssimas (da ordem de 1.000 atm). Em razão disso, não se preocupe com a influência da pressão em
seus cálculos.

DIAGRAMAS ENERGÉTICOS (ENTÁLPICOS)


As transformações físicas ou químicas da matéria são representadas por gráficos, deixando explícito a troca de
energia – ganho ou perda – do sistema. É muito comum que a representação dos reagentes e produtos tragam
seus respectivos coeficientes estequiométricos e seus valores de energia que permitem calcular o ∆H.

1. Reações endotérmicas (∆H > 0)

2. Reações exotérmicas (DH < 0)

404
Lei de Hess
Em 1849, ao efetuar inúmeras medidas dos calores de reação, o químico Germain Henri Hess, verificou que o calor
liberado ou absorvido numa reação química depende apenas dos estados inicial e final da reação; não depende
dos estados intermediários pelos quais a reação passa.
Essa é a lei da aditividade dos calores de reação ou lei de Hess.
De acordo com ela, é possível calcular a variação de entalpia de uma reação pela soma algébrica de equa-
ções químicas cujos ∆H são conhecidos.
Por exemplo, a partir destas equações:
§ C(Graf.) + O2(g) → CO2(g) ∆H = –393 kJ
§ H2(g) + 1/2O2(g) → H2O() ∆H = –285,5 kJ
§ CH2(g) + 2O2(g) → CO2(g) + 2H2O() ∆H = –889,5 kJ

É possível determinar a variação de entalpia da reação de formação do metano, CH4, que não permite me-
didas calorimétricas precisas de seu calor de reação porque é lenta e apresenta reações secundárias.
A soma algébrica das reações dadas deve, portanto, resultar na reação de formação do metano, cujo ∆H
pretende-se determinar:

C(Graf.) + 2H2(g) → CH4(g) ∆H = ?

No entanto, para se obter essa equação, devem-se efetuar estas operações:


§ multiplicar a reação II por 2 para que o número de mol de H2(g) seja igual a 2; consequentemente, o ∆H
também será multiplicado por 2;
§ inverter a reação III para que o CH4(g) passe para o segundo membro da equação. Em razão disso, o ∆H
também terá seu sinal invertido; portanto, se a reação for exotérmica, com o sentido invertido passará a ser
endotérmica e vice-versa; e
§ somar algebricamente as equações e os ∆H.
I. C(Graf.) + O2(g) → CO2(g) ∆H = –393 kJ
II. H2(g) + ½O2(g) → H2O(<) ∆H = –285,5 kJ
III. CH4(g) + 2O2(g) → CO2(g) + 2H2O(<) ∆H = –889,5 kJ

ENERGIA DE LIGAÇÃO
Em todas as reações químicas ocorre quebra das ligações dos reagentes e formação de novas ligações nos produ-
tos. O estudo da variação de energia compreendida nesses processos permite determinar a variação de entalpia
das reações.
Para que ocorra a quebra de ligação dos reagentes, é necessário fornecer energia; logo, estamos
diante de um processo endotérmico.
À medida que se formam ligações entre os produtos, há liberação de energia, ou seja, ocorre um
processo exotérmico.
A energia absorvida na quebra de uma ligação é numericamente igual à energia liberada na sua formação.
No entanto, a energia de ligação é definida para a quebra de ligações.

A — A → A + A ∆H = +x kJ
A + A → A — A ∆H = –x kJ

405
Energia de ligação é a energia absorvida na quebra de 1 mol de ligações, no estado gasoso, a 25 ºC e
1 atm.
A energia de ligação pode ser determinada experimentalmente.
Nesta tabela estão relacionadas as energias de algumas ligações.

Energias de ligação (kcal/mol) medidas a 25 ºC

N—N 39 C—C 85,5

N=N 100 C = O (no CO2) 192,0

N;N 225,8 C—S 65

C—C 82,6 C=S 128

C=C 145,8 N—H 93,4

C;C 199,6 P—H 76

C—N 72,8 C—H 98,8

C=N 147 O—H 110,6

C;N 212,6 S—H 83

Para se determinar o ∆H de uma reação a partir dos valores de energia de ligação, é necessário considerar:
§ que todas as ligações dos reagentes são rompidas e determinar a quantidade de energia consumida nesse
processo; e
§ que as ligações dos produtos foram todas formadas a partir de átomos isolados e determinar a quantidade
de energia liberada nesse processo.
∆H será correspondente à soma algébrica das energias compreendidas nos dois processos, o de ruptura e
o de formação de ligações.
É importante salientar que esse método fornece valores aproximados de ∆H. Esse método é muito útil na
previsão da ordem de grandeza da variação de entalpia de uma reação.

406
APLICAÇÃO DOS b) foi realizada, pois o caráter ácido da cal vir-
gem promove o deslocamento do equilíbrio

CONHECIMENTOS - SALA descrito para a esquerda, em decorrência da


redução de pH do meio.
c) não foi realizada, pois o caráter ácido da cal
1. (ENEM) Decisão de asfaltamento da rodo-
virgem promove o deslocamento do equilí-
via MG-010, acompanhada da introdução de
brio descrito para a direita, em decorrência
espécies exóticas, e a prática de incêndios
da redução de pH do meio.
criminosos ameaçam o sofisticado ecossiste-
d) não foi realizada, pois o caráter básico da cal
ma do campo rupestre da reserva da Serra do
Espinhaço. As plantas nativas desta região, virgem promove o deslocamento do equilí-
altamente adaptadas a uma alta concentra- brio descrito para a esquerda, em decorrên-
ção de alumínio, que inibe o crescimento das cia da elevação de pH do meio.
raízes e dificulta a absorção de nutrientes e) não foi realizada, pois o caráter neutro da
e água, estão sendo substituídas por espé- cal virgem promove o deslocamento do equi-
cies invasoras que não teriam naturalmente líbrio descrito para a esquerda, em decorrên-
adaptação para este ambiente; no entanto, cia da manutenção de pH do meio.
elas estão dominando as margens da rodo-
via, equivocadamente chamada de “estrada 3. (ENEM) O abastecimento de nossas necessi-
ecológica”. Possivelmente, a entrada de es- dades energéticas futuras dependerá certa-
pécies de plantas exóticas neste ambiente
mente do desenvolvimento de tecnologias
foi provocada pelo uso, neste empreendi-
mento, de um tipo de asfalto (cimento-solo) para aproveitar a energia solar com maior
que possui uma mistura rica em cálcio, que eficiência. A energia solar é a maior fonte
causou modificações químicas aos solos adja- de energia mundial. Num dia ensolarado,
centes à rodovia MG-010. por exemplo, aproximadamente 1 kJ de
Scientific American Brasil. Ano 7, n.° 79, 2008 (adaptado). energia solar atinge cada metro quadrado da
superfície terrestre por segundo. No entan-
Essa afirmação baseia-se no uso de cimento-
to, o aproveitamento dessa energia é difícil
-solo, mistura rica em cálcio que:
porque ela é diluída (distribuída por uma
a) inibe a toxicidade do alumínio, elevando o
área muito extensa) e oscila com o horário
pH dessas áreas.
e as condições climáticas. O uso efetivo da
b) inibe a toxicidade do alumínio, reduzindo o
energia solar depende de formas de estocar
pH dessas áreas.
a energia coletada para uso posterior.
c) aumenta a toxicidade do alumínio, elevando
BROWN, T. Química, a ciência central. São
o pH dessas áreas. Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
d) aumenta a toxicidade do alumínio, reduzin-
do o pH dessas áreas. Atualmente, uma das formas de se utilizar a
e) neutraliza a toxicidade do alumínio, redu- energia solar tem sido armazená-la por meio
zindo o pH dessas áreas. de processos químicos endotérmicos que
mais tarde podem ser revertidos para liberar
2. (ENEM) O pH do solo pode variar em uma calor. Considerando a reação:
faixa significativa devido a várias causas.
Por exemplo, o solo de áreas com chuvas es- CH4(g) + H2O(v) + calor  CO(g) + 3H2(g)
cassas, mas com concentrações elevadas do e analisando-a como potencial mecanismo
sal solúvel carbonato de sódio (Na2CO3) tor- para o aproveitamento posterior da energia
na-se básico devido à reação de hidrólise do solar, conclui-se que se trata de uma estra-
íon carbonato, segundo o equilíbrio: tégia:
CO32-(aq) + H2O()  HCO-3(aq) + OH-(aq) a) insatisfatória, pois a reação apresentada não
permite que a energia presente no meio ex-
Esses tipos de solo são alcalinos demais para terno seja absorvida pelo sistema para ser
fins agrícolas e devem ser remediados pela utilizada posteriormente.
utilização de aditivos químicos. b) insatisfatória, uma vez que há formação de
BAIRD, C. Química ambiental. São Paulo: gases poluentes e com potencial poder ex-
Artmed, 1995 (adaptado).
plosivo, tornando-a uma reação perigosa e
Suponha que, para remediar uma amostra de difícil controle.
desse tipo de solo, um técnico tenha utiliza- c) insatisfatória, uma vez que há formação de
do como aditivo a cal virgem. Nesse caso, a gás CO que não possui conteúdo energético
remediação: passível de ser aproveitado posteriormente e
a) foi realizada, pois o caráter básico da cal vir- é considerado um gás poluente.
gem promove o deslocamento do equilíbrio d) satisfatória, uma vez que a reação direta ocor-
descrito para a direita, em decorrência da re com absorção de calor e promove a forma-
elevação de pH do meio. ção das substâncias combustíveis que poderão

407
ser utilizadas posteriormente para obtenção ocorre com absorção de calor e promove a
de energia e realização de trabalho útil. formação das substâncias combustíveis que
e) satisfatória, uma vez que a reação direta poderão ser utilizadas posteriormente para
ocorre com liberação de calor havendo ain- obtenção de energia e realização de trabalho
da a formação das substâncias combustíveis útil.
que poderão ser utilizadas posteriormente 4. Reações de combustão:
para obtenção de energia e realização de 15
trabalho útil. 1C6H6 + O2 → 6CO2 + 3H2O ∆hC =
−3268 kJ
2
1C2H5 OH + 3O2 → 2CO2 + 3H2O ∆hC =
−1368 kJ
4. (ENEM) Um dos problemas dos combustíveis 1C6H12O6 + 6O2 → 6CO2 + 6H2O ∆hC =
−2808 kJ
que contêm carbono é que sua queima pro- 1CH4 + 2O2 → 1CO2 + 2H2O ∆hC =
−890 kJ
duz dióxido de carbono. Portanto, uma ca-
25
racterística importante, ao se escolher um 1C8H18 + O2 → 8CO2 + 9H2O ∆hC =
−5471 kJ
2
combustível, é analisar seu calor de combus-
tão (∆hc0), definido como a energia liberada Para uma mesma quantidade de energia li-
na queima completa de um mol de combus- berada (1000 kJ), teremos:
tível no estado padrão. O quadro seguinte 1C6H6 +
15
O2 → 6CO2 + 3H2O ∆hC =
−3268 kJ
2
relaciona algumas substâncias que contêm 6 mols 3268 kJ (liberados)
carbono e seu (∆Hc0). x mols 1000 kJ (liberados)
x ≈ 1,84 mol
Substância Fórmula ∆Hc0 (kJ/mol)
1C2H5 OH + 3O2 → 2CO2 + 3H2O ∆hC =
−1368 kJ
benzeno C6H6() –3268
2 mols 1368 kJ (liberados)
etanol C2H5OH() –1368 y mols 1000 kJ (liberados)
y ≈ 1,46 mol
glicose C6H12OH6(s) –2808
metano CH4(g) –890 1C6H12O6 + 6O2 → 6CO2 + 6H2O ∆hC =
−2808 kJ
octano C8H18() –5471 6 mols 2808 kJ (liberados)
z mols 1000 kJ (liberados)
z ≈ 2,14 mol
Neste contexto, qual dos combustíveis, quan-
do queimado completamente, libera mais di-
1CH4 + 2O2 → 1CO2 + 2H2O ∆hC =
−890 kJ
óxido de carbono no ambiente pela mesma 1 mols 890 kJ (liberados)
quantidade de energia produzida? t mols 1000 kJ (liberados)
a) Benzeno. t ≈ 1,12 mol
b) Metano.
c) Glicose. 1C8H18 +
25
O2 → 8CO2 + 9H2O ∆hC =
−5471 kJ
2
d) Octano. 8 mols 5471 kJ (liberados)
e) Etanol. w mols 1000 kJ (liberados)
w ≈ 1,46 mol

RAIO X Conclusão: para uma mesma quantidade de


energia liberada (1000 kJ) a glicose libera
maior quantidade de CO2.
1. A mistura rica em cálcio deixa o solo básico,
ou seja, eleva o pH.
Como os íons Aℓ3+ reagem com o ânion hidró-
xido, são retirados do solo.
GABARITO
2. Com a adição de CaO ao solo, teríamos a se-
guinte reação: 1. A 2. D 3. D 4. C
CaO + H2O → Ca(OH)2
Consequentemente o equilíbrio:
CO2-3(aq) + H2O()  HCO-3(aq) + OH-(aq)
seria deslocado para a esquerda.
3. Considerando a reação:

CH4(g) + H2O(v) + calor  CO(g) + 3H2(g)


(reação endotérmica)

E analisando-a como potencial mecanismo


para o aproveitamento posterior da energia
solar, conclui-se que se trata de uma estraté-
gia satisfatória, uma vez que a reação direta

408
Prescrição: Ter o conhecimento sobre as propriedades do Ph, equilíbrio químico e noções de
deslocamento e termoquímica.

PRÁTICA DOS A indústria que descarta um efluente com


características básicas é a:
CONHECIMENTOS - E.O. a) primeira.
b) segunda.
1. (ENEM) O rótulo de uma garrafa de água mine- c) terceira.
ral natural contém as seguintes informações: d) quarta.
e) quinta.
Características Composição
Valor mg/L
físico-químicas química
3. (ENEM) Fertilizantes químicos mistos, deno-
bicarbonato 93,84 minados NPK, são utilizados para aumentar
pH a 25°C 7,54 cálcio 15,13 a produtividade agrícola, por fornecerem
sódio 14,24 os nutrientes nitrogênio, fósforo e potás-
magnésio 3,62 sio, necessários para o desenvolvimento das
condutividade plantas. A quantidade de cada nutriente
151 (μS/cm) carbonatos 3,09
elétrica a 25°C varia de acordo com a finalidade do adubo.
sulfatos 2,30
Um determinado adubo NPK possui, em sua
potássio 1,24
resíduo da eva- 126,71 composição, as seguintes substâncias: nitra-
fosfatos 0,20 to de amônio (NH4NO3), ureia (CO(NH2)2),
poração a 180°C (mg/L)
fluoretos 0,20 nitrato de potássio (KNO3), fosfato de sódio
(Na3PO4) e cloreto de potássio (KC).
As informações químicas presentes no rótu- A adição do adubo descrito provocou dimi-
lo de vários produtos permitem classificar de nuição no pH de um solo. Considerando o
acordo com seu gosto, seu cheiro, sua aparên- caráter ácido/básico das substâncias consti-
cia, sua função, entre outras. As informações tuintes desse adubo, a diminuição do pH do
da tabela permitem concluir que essa água é: solo deve ser atribuída à presença, no adubo,
a) gasosa. de uma quantidade significativa de:
b) insípida. a) ureia.
c) levemente azeda. b) fosfato de sódio.
d) um pouco alcalina. c) nitrato de amônio.
e) radioativa na fonte. d) nitrato de potássio.
e) cloreto de potássio.
2. (ENEM) Cinco indústrias de ramos diferen- 4. (ENEM) A tabela lista os valores de pH de al-
tes foram instaladas ao longo do curso de um gumas bebidas consumidas pela população.
rio. O descarte dos efluentes dessas indús-
trias acarreta impacto na qualidade de suas Bebida pH
águas. O pH foi determinado em diferentes Refrigerante 5,0
pontos desse rio, a 25ºC, e os resultados são Café 3,0
apresentados no quadro.
Vinho 4,5
Pontos de coleta Valor do pH Suco de limão 2,5
Antes da primeira indústria 5,5 Chá 6,0

Entre a primeira e a segunda indústria 5,5 O esmalte dos dentes é constituído de hi-
Entre a segunda e a terceira indústria 7,5 droxiapatita (Ca5(PO4)3OH), um mineral que
Entre a terceira e a quarta indústria 7,0 sofre desmineralização em meio ácido, de
Entre a quarta e a quinta indústria 7,0 acordo com a equação química:
Após a quinta indústria 6,5 Ca5(PO4)3OH(S)  5Ca2+(aq) + 3PO3-4(aq) + OH-(aq)

409
Das bebidas listadas na tabela, aquela com menor potencial de desmineralização dos dentes é o:
a) chá.
b) café.
c) vinho.
d) refrigerante.
e) suco de limão.

5. (ENEM) Às vezes, ao abrir um refrigerante, percebe-se que uma parte do produto vaza rapidamen-
te pela extremidade do recipiente. A explicação para esse fato está relacionada à perturbação do
equilíbrio químico existente entre alguns dos ingredientes do produto, de acordo com a equação:
CO2(g) + H2O(l)  H2CO3(aq)
A alteração do equilíbrio anterior, relacionada ao vazamento do refrigerante nas condições descri-
tas, tem como consequência a:
a) liberação de CO2 para o ambiente.
b) elevação da temperatura do recipiente.
c) elevação da pressão interna no recipiente.
d) elevação da concentração de CO2 no líquido.
e) formação de uma quantidade significativa de H2O.

6. (ENEM) Sabões são sais de ácidos carboxílicos de cadeia longa utilizados com a finalidade de faci-
litar, durante processos de lavagem, a remoção de substâncias de baixa solubilidade em água, por
exemplo, óleos e gorduras. A figura a seguir representa a estrutura de uma molécula de sabão.

Em solução, os ânions do sabão podem hidrolisar a água e, desse modo, formar o ácido carboxílico
correspondente. Por exemplo, para o estearato de sódio, é estabelecido o seguinte equilíbrio:

CH3(CH2)16COO– + H2O  CH3(CH2)16COOH + OH–

Uma vez que o ácido carboxílico formado é pouco solúvel em água e menos eficiente na remoção
de gorduras, o pH do meio deve ser controlado de maneira a evitar que o equilíbrio acima seja
deslocado para a direita.
Com base nas informações do texto, é correto concluir que os sabões atuam de maneira:
a) mais eficiente em pH básico.
b) mais eficiente em pH ácido.
c) mais eficiente em pH neutro.
d) eficiente em qualquer faixa de pH.
e) mais eficiente em pH ácido ou neutro.

7. (ENEM) Os refrigerantes têm-se tornado cada vez mais o alvo de políticas públicas de saúde. Os de
cola apresentam ácido fosfórico, substância prejudicial à fixação de cálcio, o mineral que é o princi-
pal componente da matriz dos dentes. A cárie é um processo dinâmico de desequilíbrio do processo
de desmineralização dentária, perda de minerais em razão da acidez. Sabe-se que o principal com-
ponente do esmalte do dente é um sal denominado hidroxiapatita. O refrigerante, pela presença
da sacarose, faz decrescer o pH do biofilme (placa bacteriana), provocando a desmineralização do
esmalte dentário. Os mecanismos de defesa salivar levam de 20 a 30 minutos para normalizar o nível
do pH, remineralizando o dente. A equação química seguinte representa esse processo:
GROISMAN, S. Impacto do refrigerante nos dentes é avaliado sem tirá-lo da dieta. Disponível
em: http://www.isaude.net. Acesso em: 1 maio 2010 (adaptado).

Considerando que uma pessoa consuma refrigerantes diariamente, poderá ocorrer um processo de
desmineralização dentária, devido ao aumento da concentração de:
a) OH–, que reage com os íons Ca2+, deslocando o equilíbrio para a direita.
b) H+, que reage com as hidroxilas OH–, deslocando o equilíbrio para a direita.
c) OH–, que reage com os íons Ca2+, deslocando o equilíbrio para a esquerda.
d) H+, que reage com as hidroxilas OH–, deslocando o equilíbrio para a esquerda.
e) Ca2+, que reage com as hidroxilas OH–, deslocando o equilíbrio para a esquerda.

410
8. (ENEM) Hipóxia ou mal das alturas consiste na diminuição de oxigênio (O2) no sangue arterial do
organismo. Por essa razão, muitos atletas apresentam mal-estar (dores de cabeça, tontura, falta
de ar etc.) ao praticarem atividade física em altitudes elevadas. Nessas condições, ocorrerá uma
diminuição na concentração de hemoglobina oxigenada (HbO2) em equilíbrio no sangue, conforme
a relação:
Hb(aq) + O2(aq) → HbO2(aq)
Mal da montanha. Disponível em: www.feng.pucrs.br. Acesso em: 11 fev. 2015 (adaptado).

A alteração da concentração de hemoglobina oxigenada no sangue ocorre por causa do(a):


a) elevação da pressão arterial.
b) aumento da temperatura corporal.
c) redução da temperatura do ambiente.
d) queda da pressão parcial de oxigênio.
e) diminuição da quantidade de hemácias.

9. (ENEM) Vários ácidos são utilizados em indústrias que descartam seus efluentes nos corpos d'água,
como rios e lagos, podendo afetar o equilíbrio ambiental. Para neutralizar a acidez, o sal carbonato
de cálcio pode ser adicionado ao efluente, em quantidades apropriadas, pois produz bicarbonato,
que neutraliza a água. As equações envolvidas no processo são apresentadas:
I. CaCO3(s) + CO2(g) + H2O()  Ca2+(aq) + 2 HCO–3(aq)
II. HCO–3(aq)  H+(aq) + CO2–3(aq)K1 = 3,0 x 10-11
III. CaCO3(s)  Ca2+(aq) + CO2–3(aq)K2 = 6,0 x 10-9
IV. CO2(g) + H2O()  H+(aq) + HCO–3(aq)K3 = 2,5 x 10-7
Com base nos valores das constantes de equilíbrio das reações II, III e IV a 25 ºC, qual é o valor
numérico da constante de equilíbrio da reação I?
a) 4,5 ⋅ 10–26.
b) 5,0 ⋅ 10–5.
c) 0,8 ⋅ 10–9.
d) 0,2 ⋅ 105.
e) 2,2 ⋅ 1026.

10. (ENEM) A formação de estalactites depende da reversibilidade de uma reação química. O carbonato
de cálcio (CaCO3) é encontrado em depósitos subterrâneos na forma de pedra calcária. Quando um vo-
lume de água rica em CO2 dissolvido infiltra-se no calcário, o minério dissolve-se formando íons Ca2+
e HCO3–. Numa segunda etapa, a solução aquosa desses íons chega a uma caverna e ocorre a reação
inversa, promovendo a liberação de CO2 e a deposição de CaCO3 de acordo com a equação apresentada.
Ca2+(aq) + 2HCO–3(aq)  CaCO3(s) + CO2(g) + H2O()∆H = +40,94 kJ/mol
Considerando o equilíbrio que ocorre na segunda etapa, a formação de carbonato será favorecida pelo(a):
a) diminuição da concentração de íons OH– no meio.
b) aumento da pressão do ar no interior da caverna.
c) diminuição da concentração de HCO3– no meio.
d) aumento da temperatura no interior da caverna.
e) aumento da concentração de CO2 dissolvido.

11. (ENEM) Vários combustíveis alternativos estão sendo procurados para reduzir a demanda por com-
bustíveis fósseis, cuja queima prejudica o meio ambiente devido à produção de dióxido de carbo-
no (massa molar igual a 44 g mol–1). Três dos mais promissores combustíveis alternativos são o
hidrogênio, o etanol e o metano. A queima de 1 mol de cada um desses combustíveis libera uma
determinada quantidade de calor, que estão apresentadas na tabela a seguir.

Combustível Massa molar (g mol–1) Calor liberado na queima (kJ mol–1)


H2 2 270
CH4 16 900
C2H5OH 46 1350

Considere que foram queimadas massas, independentemente, desses três combustíveis, de forma
tal que em cada queima foram liberados 5400 kJ. O combustível mais econômico, ou seja, o que
teve a menor massa consumida, e o combustível mais poluente, que é aquele que produziu a maior

411
massa de dióxido de carbono (massa molar igual a 44 g mol–1), foram, respectivamente:
a) o etanol, que teve apenas 46 g de massa consumida, e o metano, que produziu 900 g de CO2.
b) o hidrogênio, que teve apenas 40 g de massa consumida, e o etanol, que produziu 352 g de CO2.
c) o hidrogênio, que teve apenas 20 g de massa consumida, e o metano, que produziu 264 g de CO2.
d) o etanol, que teve apenas 96 g de massa consumida, e o metano, que produziu 176 g de CO2.
e) o hidrogênio, que teve apenas 2 g de massa consumida, e o etanol, que produziu 1350 g de CO2.

12. (ENEM) As mobilizações para promover um planeta melhor para as futuras gerações são cada vez
mais frequentes. A maior parte dos meios de transporte de massa é atualmente movida pela quei-
ma de um combustível fóssil. A título de exemplificação do ônus causado por essa prática, basta
saber que um carro produz, em média, cerca de 200 g de dióxido de carbono por km percorrido.
Revista Aquecimento Global. Ano 2, nº 8. Publicação do Instituto Brasileiro de Cultura Ltda.

Um dos principais constituintes da gasolina é o octano (C8H18). Por meio da combustão do octano
é possível a liberação de energia, permitindo que o carro entre em movimento. A equação que re-
presenta a reação química desse processo demonstra que:
a) no processo há liberaçao de oxigênio, sob a forma de O2.
b) o coeficiente estequiométrico para a água é de 8 para 1 do octano.
c) no processo há consumo de água, para que haja liberação de energia.
d) o coeficiente estequiométrico para o oxigênio é de 12,5 para 1 do octano.
e) o coeficiente estequiométrico para o gás carbônico é de 9 para 1 do octano.

13. (ENEM) O aproveitamento de resíduos florestais vem se tornando cada dia mais atrativo, pois eles
são uma fonte renovável de energia. A figura representa a queima de um bio-óleo extraído do resí-
duo de madeira, sendo ∆H1 a variação de entalpia devido à queima de 1g desse bio-óleo, resultando
em gás carbônico e água líquida, e ∆H2 a variação de entalpia envolvida na conversão de 1g de água
no estado gasoso para o estado líquido.

A variação de entalpia, em kJ, para a queima de 5g desse bio-óleo resultando em CO2 (gasoso) e
H2O (gasoso) é:
a) -106.
b) -94.
c) -82.
d) -21,2
e) -16,4.

14. (ENEM) A escolha de uma determinada substância para ser utilizada como combustível passa
pela análise da poluição que ela causa ao ambiente e pela quantidade de energia liberada em sua
combustão completa. O quadro apresenta a entalpia de combustão de algumas substâncias. As massas
molares dos elementos H, C e O são, respectivamente, iguais a 1 g/mol, 12 g/mol e 16 g/mol.

Substância Fórmula Entalpia de combustão (kJ/mol)


Acetileno C 2H2 -1298
Etano C 2H6 -1558
Etanol C2H5OH -1366
Hidrogênio H2 -242
Metanol CH3HO -558

412
Levando-se em conta somente o aspecto energético, a substância mais eficiente para a obtenção de
energia, na combustão de 1 kg de combustível, é o:
a) etano.
b) etanol.
c) metanol.
d) acetileno.
e) hidrogênio.

15. (ENEM) Nas últimas décadas, o efeito estufa tem-se intensificado de maneira preocupante, sendo
esse efeito muitas vezes atribuído à intensa liberação de CO2 durante a queima de combustíveis
fósseis para geração de energia. O quadro traz as entalpias-padrão de combustão a 25ºC (∆H025) do
metano, do butano e do octano.

Fórmula Massa molar ∆H025


Composto
molecular (g/moℓ) (kj/moℓ)
Metano CH4 16 - 890
Butano C4H10 58 - 2.878
Octano C8H18 114 - 5.471

À medida que aumenta a consciência sobre os impactos ambientais relacionados ao uso da ener-
gia, cresce a importância de se criar políticas de incentivo ao uso de combustíveis mais eficientes.
Nesse sentido, considerando-se que o metano, o butano e o octano sejam representativos do gás
natural, do gás liquefeito de petróleo (GLP) e da gasolina, respectivamente, então, a partir dos
dados fornecidos, é possível concluir que, do ponto de vista da quantidade de calor obtido por mol
de CO2 gerado, a ordem crescente desses três combustíveis é:
a) gasolina, GLP e gás natural.
b) gás natural, gasolina e GLP.
c) gasolina, gás natural e GLP.
d) gás natural, GLP e gasolina.
e) GLP, gás natural e gasolina.

GABARITO
1. D 2. B 3. C 4. A 5. A
6. A 7. B 8. D 9. B 10. D
11. B 12. D 13. C 14. E 15. A

413
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CARO ALUNO
Desde de 2010, o Hexag Medicina é referência em preparação pré-vestibular de candidatos à carreira de
Medicina. Você está recebendo o primeiro caderno R.P.A. (Revisão Programada Anual) - ENEM do Hexag Vestibu-
lares. Este material tem o objetivo de verificar se você apreendeu os conteúdos estudados, oferecendo-lhe uma
seleção de questões ideais para exercitar sua memória, já que é fundamental estar pronto para realizar o Exame
Nacional do Ensino Médio.
Além disso, este material também traz sínteses do que você observou em sala de aula, ajudando-lhe
ainda mais a compreender os itens que, possivelmente, não tenham ficado claros e a relembrar os pontos que foram
esquecidos.
Aproveite para aprimorar seus conhecimentos.

Bons estudos!

Herlan Fellini
ÍNDICE
BIOLOGIA 5
FÍSICA 155
QUÍMICA 295
R.P.A.
ENEM
Biologia
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 1 e 2

Competências 1, 4, 5 e 8
Habilidades 3, 13, 14, 15 16, 17, 18, 19 e 28

BREVIÁRIO

BIG BANG
O surgimento da Terra se deu há aproximadamente 4.560 bilhões de anos. Acredita-se que toda a matéria que
compõe o Universo atual estivesse comprimida em uma esfera extremamente pequena, do tamanho da ponta de
uma agulha e que, há cerca de 18 bilhões de anos, essa esfera teria passado por súbita expansão e formado, de
uma só vez todo o Universo. Essa teoria é conhecida como Big Bang.
Ao longo desses milhões de anos até hoje, houve muitíssimas mudanças na superfície terrestre, que in-
terferiram e influenciaram significativamente a vida neste planeta. Houve movimentos de massas continentais,
mudanças climáticas, formação e destruição de cadeias de montanhas, extinção e origem de espécies, por exemplo.

TEORIAS PARA A ORIGEM DA VIDA

Teoria da geração espontânea ou abiogênese


Essa teoria afirma que a vida pode se originar a partir da matéria não viva (a = sem; bio = vida; gênese = origem).
O primeiro a questionar a abiogênese foi o cientista Francesco Redi (1626-1698). Em um experimento, ele
depositou em vidros cobertos com gaze e outros abertos carne e outros alimentos. Se a carne tão somente fosse
suficiente para formar larvas, elas deveriam aparecer em todos os vidros. Mas, passados alguns dias, observou-
-se que as larvas só apareceram nos vidros abertos. Ele concluiu então que a origem das larvas devia-se aos ovos
postos por moscas e não por abiogênese.

7
Biogênese
A teoria da biogênese defende que um organismo vivo só pode se originar a partir de outro.
Em 1862, o cientista Louis Pasteur (1822-1895) realizou um experimento, comprovando que, nas condições
atuais, a vida surge sempre de outro organismo vivo, preexistente.

Pescoço do Pó e micróbios
balão curvado retidos
com fogo

Caldo vertido
no frasco
Caldo fervido

Frasco vertical. Frasco inclinado Caldo contaminado


Caldo Permanece com micróbios
sem micróbios
Experimento realizado por Louis Pasteur, responsável pela derrubada da teoria da abiogênese.

TEORIAS PARA O SURGIMENTO DO PRIMEIRO SER VIVO


Dentre as principais teorias estão:
§ panspermia;
§ criacionismo; e
§ evolução química.

FIXISMO E EVIDÊNCIAS EVOLUTIVAS


Fixismo
Teoria que defendia que os seres vivos existentes atualmente fossem exatamente iguais à época de sua criação.
Diretamente relacionada ao criacionismo. Começou a ser questionada com maior vigor a partir do século XVIII.
As principais evidências que suportam a evolução biológica como um fato são:
§ fósseis;
§ anatomia e embriologia comparada;
§ bioquímica e genética molecular;
§ estruturas vestigiais; e
§ homologias e analogias.

8
MECANISMOS EVOLUTIVOS
Principais pontos definidos por Jean-Baptiste Lamarck

§ Adiantou a ideia de que as espécies existentes teriam evoluído a partir de outras.


§ O responsável pela transformação, ao passar do tempo, dos seres vivos seria o desenvolvimento das estruturas
corpóreas mais utilizadas durante sua vida e a atrofia das estruturas menos utilizadas: lei do uso e desuso.
§ A explicação para o modo através do qual essa evolução teria ocorrido seria a transmissão, para os descenden-
tes, de características adquiridas durante a vida dos indivíduos: lei da transmissão dos caracteres adquiridos.

Principais pontos definidos por Charles Darwin

§ As espécies não são imutáveis.


§ As espécies não se originam de maneira independente, e sim compartilham um ancestral comum.
§ O meio atua como um seletor, sujeitando os organismos às mais diversas condições e, assim, determinando
a sobrevivência daqueles que se desenvolvem melhor, ou seja, aqueles que são mais aptos a viver naquele
determinado ambiente. Para Darwin, o mecanismo de seleção natural era o responsável pela evolução. Esse
assunto foi profundamente estudado e discutido em seu livro “A origem das espécies”, lançado em 1859.

LAMARCKISMO
Para Lamarck, o mecanismo pelo qual a evolução ocorreria foi explicado por modificações que os indivíduos po-
deriam sofrer ao longo de seu desenvolvimento para se adaptar às possíveis mudanças ocorridas no ambiente no
qual viviam. O pescoço das girafas, segundo o lamarckismo, caracteriza a lei do uso e desuso.
Segundo aquela teoria, girafas que precisam se alimentar em árvores altas iriam gradualmente esticando
seu pescoço, então os descendentes dessas girafas passariam a apresentar a mesma característica (pescoço com-
prido), definindo a lei da transmissão dos caracteres adquiridos, que afirma: as características adquiridas por um
indivíduo durante seu desenvolvimento são transmitidas aos seus descendentes.
As leis de Lamarck foram desacreditadas.

DARWINISMO
Darwin defendeu que a evolução em si seria um processo lento e gradual, ou seja, caracterizado por pequenas
mudanças que vão se acumulando até resultar em uma grande mudança em relação aos indivíduos ancestrais.
Durante viagem pelo arquipélago de Galápagos, ele notou que diferentes espécies de tentilhões se restrin-
giam a diferentes ilhas. Também correlacionou os diferentes tipos de alimento existentes nas ilhas ao formato do
bico dos pássaros, ou seja, cada espécime de tentilhão possuía o bico apropriado para poder consumir os alimentos
disponíveis em dada ilha.

9
bico grande e bico grande bico curto bico pequeno bico grande e
forte que esmaga e afiado que e fino que e forte que fino que tira
sementes grandes agarra e corta apanha parte néctar das flores
e duras insetos insetos das sementes
tendas no
solo

Também foi notada a semelhança entre os espécimes de tentilhões que habitam as ilhas e os espécimes
que residem no continente, levando Darwin a concluir que essa semelhança poderia ser devido ao fato de esses
espécimes terem se originado a partir de um ancestral em comum.

O pescoço das girafas na visão da seleção natural


De acordo com a teoria da seleção natural, existiam girafas de pescoço curto e girafas de pescoço comprido, porém
as girafas de pescoço longo tinham maior disponibilidade de alimento, localizado na copa de árvores altas, con-
seguindo, assim, sobreviver e se reproduzir. Consequentemente, ao passar do tempo, as girafas de pescoço curto
desapareceram.

De modo geral, a teoria da seleção natural defende que durante a história da vida no nosso planeta, existi-
ram diferentes espécies de seres vivos. Porém, dentre os indivíduos pertencentes a cada espécie ocorrem, natu-
ralmente, variações. Estas variações podem ser vantajosas ou não. As condições do meio, onde esses indivíduos
vivem, atuam selecionando os indivíduos que possuem variações que os tornam mais aptos a sobreviver naquele
dado ambiente. Ou seja, o meio seleciona os indivíduos mais aptos.

EXEMPLOS DE SELEÇÃO NATURAL


§ Coloração de advertência
Há animais cuja coloração é bastante vistosa, além disso produzem e armazenam substâncias químicas
nocivas. Trata-se da chamada coloração de advertência, que sinaliza que eles não devem ser ingeridos, pois
são perigosos.
§ Mimetismo
Determinados organismos, denominados mímicos, apresentam características que os confundem com outro
grupo de organismos, os modelos. Em geral, essa semelhança dá-se pelo padrão de coloração, textura, for-
ma corporal e comportamento. Ela confere ao mímico uma vantagem adaptativa.
§ Camuflagem
Um conjunto de técnicas e métodos que permitem a um organismo permanecer indistinto do ambiente que
o rodeia.

10
SELEÇÃO SEXUAL
Quando o comportamento ou as características físicas de um indivíduo agem na escolha do parceiro sexual, é
chamada de seleção sexual.

SELEÇÃO ARTIFICIAL
A seleção artificial, conduzida pelo ser humano, é a adaptação e/ou seleção dos seres vivos, como animais e
plantas, que mais lhe interessam com o objetivo de realçar determinadas características dos organismos, como a
produção de carne, leite, lã e frutas.

NEODARWINISMO
Novos estudos que elucidaram questões deixadas em aberto por Charles Darwin foram responsáveis pela “tur-
binada” na teoria da seleção natural, agora nomeada neodarwinismo ou teoria sintética da evolução. Essa nova
abordagem demonstra que a evolução é resultado de vários fatores, como a mutação, migração, deriva genética e
a seleção natural.
De maneira geral, esses fatores estão interligados da seguinte maneira: a mutação, a migração e a deriva
genética são responsáveis pelas variações dentro de uma população, ou seja, culminam na variabilidade entre os
indivíduos. A seleção natural só pode atuar, se houver variabilidade entre os organismos componentes de uma
dada população. A deriva genética atua ao acaso, não selecionando características específicas, e pode resultar de
catástrofes naturais. A extinção em massa dos dinossauros, por exemplo, teria decorrido da queda de um asteroide.
Devido ao impacto, uma densa poeira se elevou, interferindo na passagem de luz. Esse evento resultou na interfe-
rência do fluxo de energia ao longo das cadeias alimentares, por prejudicar a fotossíntese realizada por autótrofos.

ESPECIAÇÃO
Especiação é o processo evolutivo pelo qual as novas espécies se formam. Mas antes de falarmos mais sobre esse
processo, vamos primeiramente falar sobre o que é uma espécie.
§ Definição biológica de espécie: são grupos de populações naturais potencialmente capazes de se cru-
zar (gerando descendentes férteis) e que estão reprodutivamente isoladas de outros grupos semelhantes,
em condições naturais.
§ Unidade ecológica: apresenta características próprias e que mantém relações bem definidas com o am-
biente e com outras espécies.
§ Unidade gênica: possui um patrimônio gênico característico, que não se mistura com o de outras espécies
e evolui independentemente. Nesse sentido, uma espécie é o maior acervo de genes possível, em condições
naturais.
A especiação é um evento de separação da linhagem que produz duas ou mais espécies distintas. Este
processo pode se dar a partir de uma transformação gradual, aos poucos, de uma espécie em outra (anagênese) ou
pela separação de uma população em duas (cladogênese).

11
A formação de novas espécies
É preciso entender primeiramente que o surgimento de uma nova espécie não depende de um fator apenas, mas
sim de vários fatores. Os mecanismos através dos quais a especiação ocorre podem ser:
§ isolamento geográfico;
§ redução de fluxo gênico.

Isolamento reprodutivo
Resume-se à incapacidade, total ou parcial, de membros de duas subpopulações se cruzarem. Ele atua impedindo
a mistura de genes das subpopulações, quando elas entram em contato.

Mecanismos de isolamento reprodutivo


Os principais tipos de isolamento pré-zigótico são:
§ estacional ou sazonal;
§ ecológico;
§ etológico ou comportamental;
§ mecânico ou incompatibilidade anatômica.

Os principais tipos de isolamento pós-zigótico são:


§ mortalidade do zigoto;
§ inviabilidade do híbrido;
§ esterilidade do híbrido.

Cladogramas e parentesco evolutivo


Cladogramas e parentesco evolutivo

A B C
Ancestral exclusivo de C.
Ancestral comum de B e C.

Ancestral comum de A, B e C.

Neste
Neste dadograma,
cladograma B Be eCCsão
são parentes
parentes mais
maispróximos
próximosqueque
A eAC.e C

PRODUÇÃO DE ENERGIA EM AUTÓTROFOS:


FOTOSSÍNTESE E QUIMIOSSÍNTESE

A maioria dos seres autótrofos realiza a fotossíntese para a produção de matéria orgânica. É o principal processo
realizado pelos seres clorofilados, representados por plantas, algas e bactérias fotossintetizantes. O outro modo de
nutrição é buscar energia se alimentando de outros seres vivos. Aqueles que realizam tal processo são denomina-

12
dos heterótrofos. Compreende os animais, protozoários, fungos e a maioria das bactérias.
A fotossíntese – que em eucariontes ocorre no interior dos cloroplastos – pode ser representada da seguinte maneira:
luz e clorofila
6CO2 + 12H2O   → C6H12O6 + 6O2 + 6H2O

Desse processo participam os fotossistemas e os aceptores de elétrons, principalmente representados pelos citocromos.

Etapas da fotossíntese
Fase clara (fotoquímica)

Durante essa etapa, a energia luminosa é transformada em energia química, graças à clorofila. Neste processo ocorrem
a fotólise da água, representada abaixo, e o transporte de elétrons, que pode ocorrer de maneira cíclica ou acíclica.
luz
2H2O → O2 + 4H+ + 4e–

Durante o transporte, os elétrons cedem energia, que é utilizada para a formação de ATP – fotofosforilação.

Fase escura (química)

É uma fase “independente” da luz. Utiliza o ATP e NADPH produzidos na fase fotoquímica. Ocorre a conversão do
CO2 em um composto orgânico (glicídio).
Esse processo ocorre no estroma do cloroplasto (eucariontes) ou no citosol (procariontes).

Fatores que influenciam a fotossíntese

A luz é o principal fator que influencia a fotossíntese. Além dela, podem ser considerados:
§ Gás carbônico; e
§ Temperatura.

Quimiossíntese
É um processo em que a energia utilizada na formação de compostos orgânicos, a partir de gás carbônico (CO2)
e água (H2O), provém da oxidação de substâncias inorgânicas.
A quimiossíntese é realizada por algumas bactérias, que podem viver em ambientes sem luz e O2.
Esse processo pode ser esquematizado assim:

§ Primeira etapa
oxidação
substâncias inorgânicas  → compostos inorgânicos oxidados + energia química

§ Segunda etapa
CO2 + H2O + energia química → substâncias orgânicas
Os principais exemplos de bactérias quimiossintetizantes são:
§ ferrobactérias; e
§ nitrobactérias.

13
REINO PLANTAE
O reino Plantae engloba briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas (antófitas). Por reterem os embriões
em seus corpos, as plantas são chamadas embriófitas. E teriam surgido a partir de algas verdes aquáticas.

Vasos condutores
Pteridófitas, gimnospermas e angiospermas são denominadas traqueófitas; já as briófitas, que não têm esses teci-
dos, são chamadas atraqueófitas.

Estruturas reprodutivas
Quanto às estruturas reprodutoras, as plantas têm sido divididas em dois grandes grupos:
§ criptógamas, são os musgos (briófitas) e samambaias (pteridófitas);
§ fanerógamas, são as gimnospermas e angiospermas.

BRIÓFITAS
As briófitas são plantas pequenas, representadas principalmente pelos musgos, geralmente com alguns poucos
centímetros de altura, que vivem preferencialmente em locais úmidos e sombreados.

cápsula
esporófito

esporos
haste

filoide
gametófito

cauloide
rizoide

Atualmente, são classificadas em três grupos distintos: musgos, hepáticas e antóceros.

PTERIDÓFITAS
Nesse grupo surgem os vasos condutores de seiva, permitindo maior porte.
São atualmente classificadas em dois filos: Pterophyta (samambaias e avencas) e Lycophyta (selaginelas).

GIMNOSPERMAS
Evolutivamente, a principal novidade que surgiu no grupo das gimnospermas é a produção de sementes. Dessa
característica decorre o nome do grupo (do grego, gymnos, nu), pois suas sementes não são protegidas por frutos.
O surgimento das sementes foi acompanhado, em geral, pela independência da água para fecundação. São
representadas pelas coníferas e cicas.

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Plantas produtoras de sementes são denominadas espermatófitas, e estão representadas pelas gimnosper-
mas e angiospermas – que, além de sementes, ainda produzem fruto.

ANGIOSPERMAS
Gimnospermas e angiospermas são fanerógamas, termo que se refere a plantas que possuem estruturas visíveis
(respectivamente estróbilos e flores), nas quais ocorre o encontro de gametas.
Cada flor é um sistema reprodutor, formado pela reunião de folhas modificadas presas ao receptáculo floral,
que possui formato de um disco achatado.

Fruto
Após a polinização e a fecundação, a flor sofre uma modificação extraordinária. De todos os componentes, acabam
sobrando apenas o pedúnculo e o ovário. Todo o restante degenera. O ovário sofre uma grande modificação, se
desenvolve e se torna fruto. Em seu interior, os óvulos fecundados viraram sementes.

A REPRODUÇÃO ASSEXUADA NAS ANGIOSPERMAS


Muitas angiospermas reproduzem-se assexuadamente. Essa característica é aproveitada pelo homem para a pro-
pagação de espécie de interesse alimentar e econômico. As novas plantas originadas por esse método são clones
geneticamente idênticos à planta-mãe.

ADAPTAÇÕES DAS PLANTAS A DIVERSOS AMBIENTES


§ Cerrado: apresenta vegetação tipo savana. Árvores esparsas, de tronco retorcido, casca grossa, folhas
espessas, ou seja, com características de região seca conduzindo a um aparente xeromorfismo. Plantas com
adaptações que permitem a sobrevivência ao fogo (como a existência de pelos protegendo as gemas). Há
também vegetais com raízes profundas no solo para melhor captação de água. A água não é fator limitante,
pois há lençol subterrâneo. Chuvas regulares na estação chuvosa. Temperatura alta.
§ Caatinga: a vegetação apresenta xeromorfismo. Suas adaptações são representadas por epiderme com
cutícula espessa (impermeável), pelos que proporcionam retenção de umidade, perda de folhas na estação
seca, espinhos para reduzir a perda d’água, sistema de retenção de água em caules e raízes modificados e
ainda raízes bem desenvolvidas para melhor captação de água.
§ Pantanal: a vegetação é adaptada a solos encharcados.
§ Manguezal: vegetação composta de poucas espécies. Adaptações à falta de O2 e ao alto teor de água no
solo. Raízes respiratórias (pneumatóforos). A vegetação predominantemente Rhizophora mangle apresenta
“caules de sustentação”.

15
HORMÔNIOS VEGETAIS
Assim como em animais, nos vegetais também há uma série de fatores que controlam fisiologicamente seu fun-
cionamento. Os hormônios vegetais ou fitormônios – substâncias orgânicas reguladoras de processos vitais, como
o crescimento, a germinação de sementes e amadurecimento de frutos – são importantes no controle do metabo-
lismo das plantas.

AUXINA
caules
gemas
estimulação raizes
positiva

10-11 10-8 10-4 concentração


estimulação
negativa molar de AIA

O AIA tem a capacidade de estimular ou inibir o crescimento, em razão disso, sua ação depende da sua concentra-
ção e também da região onde se encontra. Observe o gráfico acima.
§ Influenciam na dominância apical.
§ Atuam na divisão celular em caules, raízes e folhas.
§ O AIA desloca-se do lado iluminado para o não iluminado, exercendo ali o seu efeito e promovendo a cur-
vatura da região estimulada.
§ Estão envolvidas no desenvolvimento de frutos partenocárpicos.

ETILENO
É o único fitormônio gasoso.
§ Estimula o amadurecimento em frutos.
§ Também está envolvido na abscisão ou queda foliar e de frutos.

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APLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS - SALA
1. (ENEM) Em certos locais, larvas de moscas, criadas em arroz cozido, são utilizadas como iscas para
pesca. Alguns criadores, no entanto, acreditam que essas larvas surgem espontaneamente do arroz
cozido, tal como preconizado pela teoria da geração espontânea. Essa teoria começou a ser refu-
tada pelos cientistas ainda no século XVII, a partir dos estudos de Redi e Pasteur, que mostraram
experimentalmente que:
a) seres vivos podem ser criados em laboratório.
b) a vida se originou no planeta a partir de microrganismos.
c) o ser vivo é oriundo da reprodução de outro ser vivo pré-existente.
d) seres vermiformes e microrganismos são evolutivamente aparentados.
e) vermes e microrganismos são gerados pela matéria existente nos cadáveres e nos caldos nutritivos,
respectivamente.

2. (ENEM) A tabela apresenta dados comparados de respostas de brasileiros, norte-americanos e eu-


ropeus a perguntas relacionadas à compreensão de fatos científicos pelo público leigo. Após cada
afirmativa, entre parênteses, aparece se a afirmativa é Falsa ou Verdadeira. Nas três colunas da
direita aparecem os respectivos percentuais de acertos dos três grupos sobre essas afirmativas.

% respostas certas
Pesquisas Brasileiros Norte-americanos Europeus
Os antibióticos matam 41,8 51,0 39,7
bactérias. (Falsa)
Os continentes tem muda- 78,1 79,0 81,8
do sua posição no decorrer
dos milênios. (Verdadeira)
O Homo sapiens originou- 56,4 53,0 68,6
-se a partir de uma
espécie animal ante-
rior. (Verdadeira)
Os elétrons são me- 53,6 48,0 41,3
nores que os áto-
mos. (Verdadeira)
Os primeiros homens 61,2 48,0 59,4
viveram no mesmo período
que os dinossauros. (Falsa)
“Percepção pública de ciência: uma revisão metodológica e resultados para São Paulo”.Indicadores
de ciência, tecnologia e inovação em São Paulo. São Paulo: Fapesp, 2004 (adaptado).

De acordo com os dados apresentados na tabela, os norte-americanos, em relação aos europeus e


aos brasileiros, demonstram melhor compreender o fato científico sobre:
a) a ação dos antibióticos.
b) a origem do ser humano.
c) os períodos da pré-história.
d) o deslocamento dos continentes.
e) o tamanho das partículas atômicas.

3. (ENEM) A produção de hormônios vegetais (como a auxina, ligada ao crescimento vegetal) e sua distri-
buição pelo organismo são fortemente influenciadas por fatores ambientais. Diversos são os estudos que
buscam compreender melhor essas influências. O experimento seguinte integra um desses estudos.

17
d) Os frutos, que promovem uma maior eficiên-
cia reprodutiva.
e) Os vasos condutores, que possibilitam o
transporte da seiva bruta.

5. (ENEM) Muitas espécies de plantas lenhosas


planta vaso são encontradas no cerrado brasileiro. Para a
sentido
do giro sobrevivência nas condições de longos perío-
sistema de relógio
dos de seca e queimadas periódicas, próprias
desse ecossistema, essas plantas desenvolve-
ram estruturas muito peculiares. As estruturas
adaptativas mais apropriadas para a sobrevi-
suporte vência desse grupo de plantas nas condições
ambientais do referido ecossistema são:
a) cascas finas e sem sulcos ou fendas.
O fato de a planta do experimento crescer na
b) caules estreitos e retilíneos.
direção horizontal, e não na vertical, pode c) folhas estreitas e membranosas.
ser explicado pelo argumento de que o giro d) gemas apicais com densa pilosidade.
faz com que a auxina se: e) raízes superficiais, em geral, aéreas.
a) distribua uniformemente nas faces do caule,
estimulando o crescimento de todas elas de
forma igual. RAIO X
b) acumule na face inferior do caule e, por isso,
determine um crescimento maior dessa parte. 1. Cientistas, como Redi e Pasteur, demonstra-
c) concentre na extremidade do caule e, por ram experimentalmente o modelo biogené-
isso, iniba o crescimento nessa parte. tico para a origem dos organismos vivos, ou
d) distribua uniformemente nas faces do caule seja, atualmente não há formação de seres
e, por isso, iniba o crescimento de todas elas. vivos por geração espontânea.
e) concentre na face inferior do caule e, por 2. Os dados da tabela revelam que os norte-
isso, iniba a atividade das gemas laterais. -americanos tem melhor compreensão sobre
a ação dos antibióticos, medicamentos efica-
zes contra bactérias mas inócuos no combate
4. (ENEM) A imagem representa o processo às doenças causadas por vírus.
de evolução das plantas e algumas de suas 3. O efeito de crescimento e curvatura do vegetal
estruturas. Para o sucesso desse processo, a em resposta a um estímulo ambiental é deno-
partir de um ancestral simples, os diferentes minado tropismo e depende da distribuição
grupos vegetais desenvolveram estruturas desigual de auxinas. Esses hormônios podem
adaptativas que lhes permitiram sobreviver acelerar ou inibir o crescimento de um órgão
em diferentes ambientes. vegetal, dependendo da concentração em que
se encontram no local onde atuam.
Emboriófitas (Reino Plantae) 4. A formação de gametas culmina na variabili-
dade genética, e a polinização cruzada propicia
maior diversidade genética entre as espécies.
5. As plantas do cerrado brasileiro muitas vezes
apresentam as gemas apicais pilosas como fa-
tor adaptativo para a proteção contra o fogo
Briófitas Briófitas Gimnospermas Angiosperma que, com frequência, atinge esse bioma.
Flores
Frutos

Esporófito dominante
Vasos condutores
Sementes aladas
Grãos de pólen
GABARITO
Gametófito dominante
Arquegônio
Alga verde
ancestral 1. C 2. A 3. A 4. C 5. D
Qual das estruturas adaptativas apresenta-
das contribuiu para uma maior diversidade
genética?
a) As sementes aladas, que favorecem a disper-
são aérea.
b) Os arquegônios, que protegem o embrião
multicelular.
c) Os grãos de pólen, que garantem a poliniza-
ção cruzada.

18
Prescrição: São necessários conhecimentos sobre evolução animal e definições de espécie, bem
como a compreensão do processo de especiação e o entendimento das características de cada filo.
Além da interpretação de cladogramas e extração de informações neles contidas.

PRÁTICA DOS 3. (ENEM) A classificação dos seres vivos per-


mite a compreensão das relações evolutivas

CONHECIMENTOS - E.O. entre eles. O esquema representa a história


evolutiva de um grupo.

1. (ENEM) Lobos da espécie Canis lycaon, do


leste dos Estados Unidos, estão intercruzan-
do com coiotes (Canis latrans). Além disso,
indivíduos presentes na borda oeste da área
de distribuição de C. lycaon estão se acasa-
lando também com lobos cinzentos (Canis
lupus). Todos esses cruzamentos têm gerado
descendentes férteis.
Scientific American Brasil, Rio de Janeiro,
ano II, 2011 (adaptado).

Os animais descritos foram classificados


como espécies distintas no século XVIII. No
entanto, aplicando-se o conceito biológi-
Os animais representados nesse esquema
co de espécie, proposto por Ernst Mayr em pertencem ao filo dos cordados, porque:
1942, e ainda muito usado hoje em dia, esse a) possuem ancestrais que já foram extintos.
fato não se confirma, porque: b) surgiram há mais de 500 milhões de anos.
a) esses animais são morfologicamente muito c) evoluíram a partir de um ancestral comum.
semelhantes. d) deram origem aos grupos de mamíferos
b) o fluxo gênico entre as três populações é atuais.
mantido. e) vivem no ambiente aquático em alguma fase
c) apresentam nichos ecológicos muito pareci- da vida.
dos.
d) todos têm o mesmo ancestral comum. 4. (ENEM) Algumas raças de cães domésticos
e) pertencem ao mesmo gênero. não conseguem copular entre si devido à
grande diferença em seus tamanhos corpo-
rais. Ainda assim, tal dificuldade reproduti-
2. (ENEM) Em 1861 foi anunciada a existência va não ocasiona a formação de novas espé-
de um fóssil denominado Arqueopterix, que cies (especiação).
revolucionou o debate acerca da evolução Essa especiação não ocorre devido ao(a):
dos animais. Tratava-se de um dinossauro a) oscilação genética das raças.
que possuía penas em seu corpo. A partir b) convergência adaptativa entre raças.
c) isolamento geográfico entre as raças.
dessa descoberta, a árvore filogenética dos d) seleção natural que ocorre entre as raças.
animais acabou sofrendo transformações e) manutenção do fluxo gênico entre as raças
quanto ao ancestral direto das aves.
Nessa nova árvore filogenética, de qual gru- 5. (ENEM) Embora seja um conceito fundamen-
po as aves se originaram? tal para a biologia, o termo “evolução” pode
a) Peixes ósseos adquirir significados diferentes no senso
b) Répteis comum. A ideia de que a espécie humana é
c) Mamíferos o ápice do processo evolutivo é amplamen-
d) Peixes cartilaginosos te difundida, mas não é compartilhada por
e) Anfíbios muitos cientistas.

19
Para esses cientistas, a compreensão do pro- e) evitaram a precipitação de água até a su-
cesso citado baseia-se na ideia de que os se- perfície da Terra, causando uma grande seca
res vivos, ao longo do tempo, passam por: que impediu a retroalimentação do ciclo hi-
a) modificação de características. drológico.
b) incremento no tamanho corporal.
c) complexificação de seus sistemas. 7. (ENEM) Alguns anfíbios e répteis são adap-
d) melhoria de processos e estruturas. tados à vida subterrânea. Nessa situação,
e) especialização para uma determinada finali-
apresentam algumas características corpo-
dade.
rais como, por exemplo, ausência de patas,
corpo anelado que facilita o deslocamento
6. (ENEM) Paleontólogos estudam fósseis e es- no subsolo e, em alguns casos, ausência de
queletos de dinossauros para tentar explicar olhos. Suponha que um biólogo tentasse ex-
o desaparecimento desses animais. Esses es- plicar a origem das adaptações mencionadas
tudos permitem afirmar que esses animais no texto utilizando conceitos da teoria evo-
foram extintos há cerca de 65 milhões de lutiva de Lamarck. Ao adotar esse ponto de
anos. vista, ele diria que:
Uma teoria aceita atualmente é a de que um a) as características citadas no texto foram ori-
asteroide colidiu com a Terra, formando uma
ginadas pela seleção natural.
densa nuvem de poeira na atmosfera.
b) a ausência de olhos teria sido causada pela
De acordo com essa teoria, a extinção ocor-
falta de uso dos mesmos, segundo a lei do
reu em função de modificações no planeta
que: uso e desuso.
a) desestabilizaram o relógio biológico dos ani- c) o corpo anelado é uma característica for-
mais, causando alterações no código genéti- temente adaptativa, mas seria transmitida
co. apenas à primeira geração de descendentes.
b) reduziram a penetração da luz solar até a d) as patas teriam sido perdidas pela falta de
superfície da Terra, interferindo no fluxo uso e, em seguida, essa característica foi
energético das teias tróficas. incorporada ao patrimônio genético e então
c) causaram uma série de intoxicações nos ani- transmitida aos descendentes.
mais, provocando a bioacumulação de partí- e) as características citadas no texto foram ad-
culas de poeira nos organismos. quiridas por meio de mutações e depois, ao
d) resultaram na sedimentação das partículas longo do tempo, foram selecionadas por se-
de poeira levantada com o impacto do me- rem mais adaptadas ao ambiente em que os
teoro, provocando o desaparecimento de rios organismos se encontram.
e lagos.
8. (ENEM) Os ratos Peromyscus polionotus encontram-se distribuídos em ampla região na América do
Norte. A pelagem de ratos dessa espécie varia do marrom claro até o escuro, sendo que os ratos de
uma mesma população têm coloração muito semelhante. Em geral, a coloração da pelagem também
é muito parecida à cor do solo da região em que se encontram, que também apresenta a mesma
variação de cor, distribuída ao longo de um gradiente sul norte. Na figura, encontram-se represen-
tadas sete diferentes populações de P. polionotus. Cada população é representada pela pelagem do
rato, por uma amostra de solo e por sua posição geográfica no mapa.

MULLEN, L.M; HOEKSTRA, H.E. Natural selection along an envionmental gradient:


a classic cline in mouse pigmentation. Evolution, 2008.

20
O mecanismo evolutivo envolvido na associa- curiosas. As características dessas plantas
ção entre cores de pelagem e de substrato é: não estão relacionadas com a falta de água,
a) a alimentação, pois pigmentos de terra são absor- mas com as condições do solo, que é pobre
vidos e alteram a cor da pelagem dos roedores. em sais minerais, ácido e rico em alumínio.
b) o fluxo gênico entre as diferentes popula- Além disso, essas plantas possuem adapta-
ções, que mantém constante a grande diver- ções ao fogo.
sidade interpopulacional. As características adaptativas das plantas
c) a seleção natural, que, nesse caso, poderia ser que correspondem à região destacada pela
entendida como a sobrevivência diferenciada professora são:
de indivíduos com características distintas. a) Raízes escoras e respiratórias.
d) a mutação genética, que, em certos ambien- b) Raízes tabulares e folhas largas.
tes, como os de solo mais escuro, têm maior c) Casca grossa e galhos retorcidos.
ocorrência e capacidade de alterar significa- d) Raízes aéreas e perpendiculares ao solo.
tivamente a cor da pelagem dos animais. e) Folhas reduzidas ou modificadas em espinhos.
e) a herança de caracteres adquiridos, capaci-
dade de organismos se adaptarem a diferen-
tes ambientes e transmitirem suas caracte- GABARITO
rísticas genéticas aos descendentes.
1. B 2. B 3. C 4. E 5. A
9. (ENEM 2ª aplicação 2016) Darwin, em via-
gem às Ilhas Galápagos, observou que os 6. B 7. B 8. C 9. B 10. C
tentilhões apresentavam bicos com forma- 11. C
tos diferentes em cada ilha, de acordo com
o tipo de alimentação disponível. Lamarck,
ao explicar que o pescoço da girafa teria es-
ticado para colher folhas e frutos no alto das
árvores, elaborou ideias importantes sobre a
evolução dos seres vivos.
O texto aponta que uma ideia comum às teorias
da evolução, propostas por Darwin e por La-
marck, refere-se à interação entre os organis-
mos e seus ambientes, que é denominada de:
a) mutação.
b) adaptação.
c) seleção natural.
d) recombinação gênica.
e) variabilidade genética.

10. (ENEM) O Brasil tem investido em inovações


tecnológicas para a produção e comercializa-
ção de maçãs. Um exemplo é a aplicação do
composto volátil 1-metilciclopropeno, que
compete pelos sítios de ligação do hormônio
vegetal etileno nas células desse fruto.
Disponível em: http://revistaseletronicas.pucrs.
br. Acesso em: 16 ago 2012 (adaptado).

Com base nos conhecimentos sobre o efeito


desse hormônio, o 1-metilciclopropeno age
retardando o(a):
a) formação do fruto.
b) crescimento do fruto.
c) amadurecimento do fruto.
d) germinação das sementes.
e) formação de sementes no fruto.

11. (ENEM 2ª aplicação 2016) Em uma aula de


biologia sobre formação vegetal brasileira,
a professora destacou que, em uma região,
a flora convive com condições ambientais

21
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 3 e 4

Competências 1, 3, 4, 5, 6, 7 e 8
Habilidades 2, 3, 4, 8, 9, 10, 12, 14, 15, 16, 17, 19,
23, 26, 27,28, 29 e 30

BREVIÁRIO

INTRODUÇÃO À ECOLOGIA
Conceituando
§ Biosfera: refere-se ao conjunto de regiões do planeta em condições de sustentar a vida de modo perma-
nente. Os seres vivos habitantes da biosfera são agrupados em populações e comunidades.
§ População: é formada por indivíduos de uma mesma espécie que vivem em determinada região. Por exem-
plo, as zebras da savana formam uma população. As girafas também podem ser encontradas na savana, mas
fazem parte de outra população, já que são de outra espécie.
§ Comunidade: todos os seres vivos de determinado lugar que mantêm relações entre si formam uma comu-
nidade. A comunidade do mar aberto é composta por peixes, algas, plantas, seres microscópios, enfim todas
as diferentes populações lá existentes.
§ Fatores abióticos: conjunto de todos os fatores físicos e químicos que interagem com os seres vivos. Os
diferentes fatores abióticos podem ser os fatores climáticos, como a luz, a temperatura e a umidade, que
caracterizam o clima de uma região; ou ainda a composição química e a estrutura do solo.
§ Fatores bióticos: conjunto de todos os seres vivos que interagem numa certa região.
§ Ecossistema: resultado da interação entre a fauna, flora, microrganismos (fatores bióticos) e o ambiente,
composto pelos elementos solo, água e atmosfera (abióticos).
§ Nicho ecológico: é um conjunto de condições em que o indivíduo (ou uma população) vive e se reproduz.
Pode-se dizer ainda que o nicho é o “modo de vida” de um organismo na natureza.
§ Habitat: é o lugar na natureza onde uma espécie vive.

OBTENÇÃO DE ENERGIA
De acordo com o modo de obtenção de alimento, de maneira geral, os componentes de uma comunidade são
divididos em três grupos:
§ Produtores: os seres autótrofos quimiossintetizantes (bactérias) e fotossintetizantes (bactérias, algas e ve-
getais). Esses últimos transformam a energia solar em energia química nos compostos orgânicos produzidos.
§ Consumidores: podem ser primários, compostos de seres herbívoros, isto é, que se alimentam dos produ-
tores (algas, plantas, entre outros); os carnívoros, que se alimentam de consumidores primários (os herbí-
voros). Também podem haver consumidores terciários ou quaternários, que se alimentam, respectiva-
mente, de consumidores secundários e terciários.

23
§ Decompositores: as bactérias e os fungos que se alimentam dos restos alimentares dos demais seres
vivos. Esses organismos (muitos microscópicos) têm o importante papel de devolver ao ambiente nutrientes
minerais que existiam nesses restos alimentares e que poderão, assim, ser reutilizados pelos produtores.
A interação entre esses seres compõe a cadeia alimentar. Observe os dois exemplos que seguem:

(Produtores) (Cons. primários) (Cons. secundário)


Plantas, frutos e sementes Pica-pau Gavião

(Produtores) (Cons. primários) (Cons. secundário) (Cons. terciário)


Plantas, frutos e sementes Pica-pau Sucuri Gavião

Em um ecossistema, várias cadeias interligadas formam uma teia alimentar, representada na sequência.

PRODUTORES CONSUMIDORES DE CONSUMIDORES DE CONSUMIDORES DE


1ª ORDEM 2ª ORDEM 3ª ORDEM

Cobra

Zebra
Árvore

Coruja Onça

Verdura Coelho

Rato Raposa
Gavião

Gramíneas Inseto Herbívoro Lagarto

Decompositores

As plantas são sempre produtoras. E todos os produtores e consumidores estão ligados aos decompositores,
que permitem a ciclagem da matéria orgânica no ambiente.
§ Desequilíbrio na cadeia alimentar: introdução de espécies exóticas. Pela ação humana, espécies não
naturais de determinados ecossistemas podem neles ser introduzidas. Isso causa perturbações nas teias
alimentares, pois essas espécies acabam por competir por recursos com as espécies nativas (naturais de
um local). Além disso, não apresentam predadores naturais, podendo se multiplicar exageradamente e
tornarem-se pragas.

24
ECOSSISTEMA AQUÁTICO
Em um ecossistema aquático, como uma lagoa poderíamos estabelecer a seguinte sequência:

Composto pelas plantas de margem e do fundo da lagoa e por algas microscópicas (fitoplânc-
Produtores
ton).
Consumidores primários Composto por pequenos animais flutuantes (zooplâncton), caramujos e peixes herbívoros.
São aqueles que alimentam-se do nível anterior, ou seja, peixes carnívoros, insetos, cágados, entre
Consumidores secundários
outros.
As aves aquáticas são o principal componente desta categoria, alimentando-se dos consumi-
Consumidores terciários
dores secundários.
Esta categoria não pertence nem à fauna nem à flora, alimentando-se, no entanto, dos restos
Decompositores
destes, e sendo composta por fungos e bactérias.

CADEIA DE DETRITÍVOROS
Formada por comedores de detritos, também conhecidos como detritívoros. Nesse caso, a cadeia alimentar é ana-
lisada separada daquelas cadeias das quais participam os consumidores habituais.

FLUXO DE ENERGIA NOS ECOSSISTEMAS


A fotossíntese é o único processo de entrada de energia em um ecossistema.
A primeira lei fundamental da termodinâmica diz: “A energia não pode ser criada nem destruída, e sim
transformada”.

A quantidade de energia disponível diminui à medida que é transferida de um nível trófico para outro.

Assim, a energia descreve um fluxo unidirecional, ou seja, o fluxo de energia obedece sempre ao mesmo

sentido: dos produtores para os consumidores.

25
DINÂMICA DAS POPULAÇÕES
O tamanho de uma população pode ser avaliado pela sua densidade:

número de indivíduos de uma população


densidade = ______________________________
unidade de área ou volume ocupado

Fatores que regulam o crescimento populacional


A fase geométrica do crescimento tende a ser ilimitada em função do potencial biótico da espécie. Há, porém,
barreiras naturais a esse crescimento sem fim.
O tamanho populacional acaba atingindo um valor numérico máximo permitido pelo ambiente, a chamada
capacidade limite.

(a)
número de indivíduos

(c)

(b)

tempo
Curva (a) potencial biótico da espécie;
(b) crescimento populacional padrão;
(c) capacidade limite do meio; área entre
(a) e (b) resistência ambiental.

§ Fatores dependentes da densidade


O predatismo e o parasitismo são dois outros fatores dependentes da densidade.

§ Fatores independentes da densidade


Entre esses fatores, o clima desempenha importante papel regulador.

CICLOS BIOGEOQUÍMICOS
Em qualquer ciclo biogeoquímico, existe a retirada do elemento ou substância de sua fonte, sua utilização por seres
vivos e posterior devolução para a sua fonte.

Ciclo da água
A água apresenta dois ciclos: curto ou pequeno e ciclo longo.
§ Ciclo curto ou pequeno ocorre graças à lenta evaporação da água dos mares, rios, lagos e lagoas, que leva
à formação de nuvens. Elas se condensam e voltam à superfície em forma de chuva ou neve; e
§ Ciclo longo, segundo o qual a água passa pelo corpo dos seres vivos antes de voltar ao ambiente. Retirada
do solo pelas raízes das plantas, a água é indispensável à fotossíntese, bem como é passada para outros
animais, pela cadeia alimentar. A água volta, portanto, à atmosfera mediante a respiração, a transpiração,
as fezes e a urina.

26
Ciclo do oxigênio
O ciclo do oxigênio se encontra intimamente ligado com o ciclo do carbono. Os processos de fotossíntese liberam
oxigênio para a atmosfera, enquanto os processos de respiração e combustão o consomem.

Ciclo do fósforo
Esse elemento faz parte do DNA e do ATP.
Trata-se de um ciclo simples, já que não há passagem pela atmosfera e apenas o íon fosfato é importante
para os seres vivos.
As plantas obtêm os fosfatos dissolvidos na água presente no solo e os animais da água e do alimento.
A decomposição devolve o fósforo à água ou ao solo, de onde parte dele pode ser arrastada pelas chuvas
para os lagos e mares, onde pode ser incorporado às rochas.

Ciclo do carbono
As plantas realizam fotossíntese retirando o carbono do CO2 do ambiente para formação de matéria orgânica que,
ao ser oxidada, resulta em liberação de CO2 para o ambiente. A decomposição e queima de combustíveis fósseis
também libera CO2 no ambiente.

Ciclo do enxofre
O enxofre é encontrado nas rochas sedimentares, nas rochas vulcânicas, no carvão e no gás natural.
É essencial para a vida, faz parte das moléculas de proteína. A natureza recicla enxofre sempre que um
animal ou planta morre. Quando apodrecem, as substâncias chamadas de “sulfatos”, combinadas com a água, são
absorvidas pelas raízes das plantas. Os animais o obtêm comendo vegetais ou outros animais.
O enxofre apresenta-se na forma de gás como o SO2, dióxido de enxofre, poluente que torna as chuvas
ácidas.

Ciclo do nitrogênio
Fixação
Nitrogênio na atmosfera
(N2)

Plantas

Bactérias
desnitri-
ficantes
Bactérias fixadoras Nitratos
de N2 nos nódulos (NO3-)
de raízes de leguminosas
Decompositores
(fungos e bactérias
aeróbicas e anaeróbicas)
Bactérias
Amonificação Nitrificação nitrificantes
Amônia
(NH4+)
Bactérias fixadoras Bactérias
de N2 no solo nitrificantes

27
Os consumidores conseguem o nitrogênio de forma direta ou indireta através dos produtores. Produtores intro-
duzem nitrogênio na cadeia alimentar, através do aproveitamento de formas inorgânicas encontradas no meio,
principalmente nitratos (NO3) e amônia (NH3+). O ciclo do nitrogênio pode ser dividido em algumas etapas:
§ fixação;
§ amonificação;
§ nitrificação;
§ desnitrificação.
Algumas bactérias que realizam a fixação do nitrogênio atmosférico vivem livres no solo, entretanto, outras
vivem em relação de simbiose, como as do gênero Rhizobium sp., formando nódulos em raízes de plantas legumi-
nosas. Nessa relação os vegetais ganham nitrogênio, e as bactérias, matéria orgânica para sua nutrição.

PROBLEMAS AMBIENTAIS
Camada de ozônio
A camada de ozônio é uma “capa” desse gás que envolve a Terra e a protege de vários tipos de radiação, sendo
a principal delas a radiação ultravioleta. Sem essa camada, aumenta a incidência de raios ultravioletas nocivos.
Os principais responsáveis pelo buraco na camada de ozônio são os gases CFC.

Efeito estufa
O efeito estufa é a forma que a Terra tem para manter sua temperatura constante. Consiste, basicamente, na
ação do dióxido de carbono, metano e outros gases sobre os raios ultravioletas refletidos pela superfície da Terra,
reenviando-os para ela, mantendo assim a temperatura estável no Planeta.
Nos últimos anos, a concentração de gases do efeito estufa tem aumentado. O efeito conjunto de tais subs-
tâncias pode vir a causar um aumento da temperatura global (aquecimento global).

O excesso de CO2 dissolvido na água provoca a acidificação do ambiente marinho, responsável pela absor-
ção de grande parte desse gás. Essa alteração decorre dos altos níveis de CO2, provenientes de atividades huma-
nas, como a queima de combustíveis fósseis. Dentre as consequências está a maior fragilidade dos corais, devido
a prejuízos na formação de suas estruturas.

Poluição
§ Chuva ácida
Atualmente, existem enormes quantidades de fontes poluidoras, tornando as chuvas mais carregadas de
ácido, causando danos. Atingem as florestas, os peixes e corroem edificações de pedra e concreto.

§ Inversão térmica
Um fenômeno natural que ocorre devido ao rápido aquecimento e resfriamento da superfície em alguns
locais e é agravado, nos grandes centros urbanos, devido à presença de poluentes como o gás carbônico.
O problema da inversão térmica é que, quando ela está associada a altas concentrações de poluentes, pode
provocar ou agravar problemas de saúde, principalmente respiratórios.

28
§ Lixo
Hoje, além do lixo orgânico, que é naturalmente decomposto, há o lixo industrial, eletrônico, hospitalar,
entre outros, que podem não ser biodegradáveis, acumulando-se na natureza.
O lixo pode ir para lixões, aterros sanitários, incineração, compostagem e reciclagem.

§ Poluição da água
As principais causas de deterioração dos rios, lagos e oceanos é a contaminação por poluentes, resultado
da produção e destinação desastrosa de lixo, esgoto, dejetos químicos industriais e mineração sem controle.
A eutrofização é um processo que aumenta os nutrientes inorgânicos – fosfato e nitratos – na água.
Pode ser natural ou artificial, neste decorrente de poluentes gerados pelo homem. Devido ao lançamento
de esgotos e detergentes na água, proliferam-se microrganismos decompositores aeróbios, cuja ação tem
dois efeitos: elevação da disponibilidade de nutrientes minerais e diminuição da taxa de oxigênio na água.
Em decorrência do aumento na oferta de nutrientes, algas e cianobactérias proliferam-se e conferem uma
coloração esverdeada típica à água. Consequentemente, há competição por oxigênio, agravada pela dificul-
dade na realização de fotossíntese em regiões mais profundas, impedidas de receber luz devido à turbidez
da água. Com o tempo, ocorre morte maciça de algas e de cianobactérias, e o oxigênio acaba se esgotando
devido à ação dos decompositores aeróbios, resultando também na morte de peixes e outros seres aeróbios.
Com a falta de oxigênio, entram em ação os microrganismos decompositores anaeróbios, cuja atividade me-
tabólica libera substâncias malcheirosas, empobrecendo de vez a comunidade aquática. A magnificação
trófica é o processo no qual os poluentes se acumulam ao longo da cadeia alimentar.

Saneamento básico: diminuindo os danos ao meio aquático


Saneamento é o conjunto de medidas, visando preservar ou modificar as condições do meio ambiente, com
a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde. Saneamento básico se restringe ao abastecimento de água
e disposição adequada de esgotos, mas há quem inclua a coleta e tratamento de lixo nesta categoria. O sanea-
mento básico é a medida de prevenção de quase a totalidade das verminoses presentes no quadro patológico de
nosso país.

§ Poluição do solo por produtos químicos


A poluição do solo também pode ser ocasionada por substâncias químicas utilizadas na produção industrial,
pesticidas e fertilizantes.
§ Poluição térmica da água
Esse tipo de poluição pode ser causado por usinas hidrelétricas e termelétricas, pelo uso da água para
refrigeração das turbinas e caldeiras com posterior devolução aos corpos d’água. A água retorna ao meio com
temperatura elevada, causando alterações físico-químicas e biológicas. Dentre essas alterações estão a redução da
taxa de oxigênio dissolvido e a mortandade de seres vivos intolerantes à mudança de temperatura. Outros fatores,
como a erosão do solo, desmatamento e a urbanização também podem contribuir para a poluição térmica.

A erosão do solo
O solo sofre a ação do impacto das chuvas e do vento: partículas vão sendo removidas e transportadas para outras
regiões em terra firme ou corpos d’água.

29
No clima úmido e nos solos cobertos por vegetação natural, a erosão é, em geral, muito lenta.

§ Assoreamento
Com a erosão, o acúmulo de terra transportada pela água pode se depositar no fundo dos rios, obstruindo
seu fluxo.
§ Desmatamento
O desmatamento provocado pelas atividades humanas acelera muito a erosão natural.
Ao destruirmos a vegetação natural para construir casas ou para a lavoura, estamos diminuindo muito a
proteção contra a erosão. O resultado é que esse processo se acelera, e a parte fértil do solo fica prejudicada.
§ Queimadas
Quando o desmatamento é feito por meio de queimadas, ocorre outro problema: o fogo acaba destruindo
também os microrganismos que realizam a decomposição da matéria orgânica. A perda de matéria orgânica
deixa o solo mais exposto à erosão e à ação das chuvas, acentuando o seu empobrecimento. A queimada
também libera na atmosfera gases que, quando em concentração muito elevada, prejudicam a saúde hu-
mana.

ALTERNATIVAS SUSTENTÁVEIS
Biocombustíveis
Os biocombustíveis são fontes de energia renováveis oriundas de produtos vegetais. São exemplos de matérias-
-primas usadas para sua produção: cana-de-açúcar, mamona e soja. Os dois principais biocombustíveis no Brasil
são o biodiesel e o etanol.

Biogás e arqueobactérias metanogênicas


As arqueobactérias metanogênicas produzem metano como resultado de um tipo de respiração anaeróbia, a me-
tanogênese. Estão presentes em ambientes anaeróbios, como pântanos, outros ambientes alagadiços e depósitos
de lixo urbano (lixão/aterro sanitário). Nesse tipo de respiração, um composto de carbono, como o CO2, age como
aceptor de elétrons.
A ação dessas bactérias é importante para a decomposição de matéria orgânica. Além disso, o gás metano
por elas produzido pode ser utilizado para geração de combustível, o biogás. Quando em depósitos de lixo, se não
drenado o gás metano, que é inflamável, pode se acumular e gerar risco de explosões.

Biorremediação
É a utilização de processo ou atividade biológica (com seres vivos) com o objetivo de transformar contaminantes
químicos em substâncias menos tóxicas ou atóxicas. São exemplos utilizados nesse tipo de procedimento: bactérias,
fungos, algas e plantas.

Controle biológico versus agrotóxicos


À medida que o homem toma consciência de que os inseticidas também o prejudicam, procura recursos menos
nocivos e que possam ser igualmente eficientes no combate às pragas vegetais. É o caso do uso de inimigos na-
turais de pragas, um método não poluente, específico, e que acarreta prejuízos praticamente desprezíveis para o
equilíbrio do ambiente.

30
RELAÇÕES ECOLÓGICAS
Em um ecossistema, há muitos tipos de interações entre os componentes das diversas espécies. Podemos classificar
as relações entre seres vivos inicialmente em dois grupos: as intraespecíficas, que ocorrem entre seres da mesma
espécie, e as interespecíficas, entre seres de espécies distintas. É comum diferenciar-se as relações em harmôni-
cas ou desarmônicas.

Relações intraespecíficas harmônicas


Compreendem as colônias e as sociedades.
§ Colônias
Agrupamento de indivíduos da mesma espécie que revelam profundo grau de interdependência e se mos-
tram ligados uns aos outros, sendo-lhes impossível a vida quando isolados do conjunto, podendo ou não
ocorrer divisão do trabalho. As cracas, os corais e as esponjas vivem em colônias.
§ Sociedades
As sociedades são agrupamentos de indivíduos da mesma espécie que têm plena capacidade de vida isola-
da, mas preferem viver na coletividade, como sucede com as formigas, as abelhas e os cupins.

Relações intraespecíficas desarmônicas


§ Competição intraespecífica
É a relação intraespecífica desarmônica entre os indivíduos da mesma espécie, quando concorrem pelos
mesmos fatores ambientais, principalmente espaço e alimento.
§ Canibalismo
Canibal é o indivíduo que mata e come outro da mesma espécie. Ocorre com escorpiões, aranhas, peixes,
roedores, entre outros.

Relações interespecíficas harmônicas


Compreendem o comensalismo, inquilinismo, o mutualismo e a protocooperação.
§ Comensalismo
É uma associação em que uma das espécies – a comensal – é beneficiada, sem causar benefício ou prejuízo
ao outro.
§ A rêmora e os tubarões.
§ A Entamoeba coli e o ser humano.
§ O leão e a hiena.
§ O urubu e o homem.

§ Inquilinismo
É a associação em que apenas uma espécie (inquilino) se beneficia, procurando abrigo ou suporte no corpo
de outra espécie (hospedeiro), sem prejudicá-lo. Exemplos:
§ Peixe-agulha e pepino-do-mar.
§ Epifitismo – são epífitas as orquídeas e as bromélias que, vivendo sobre árvores, obtêm maior suprimen-
to de luz solar.

31
§ Mutualismo
Associação na qual duas espécies envolvidas são beneficiadas, porém, cada espécie só consegue viver na
presença da outra. Exemplos:
§ Liquens;
§ Cupins e protozoários;
§ Ruminantes e microrganismos;
§ Bactérias e raízes de leguminosas;
§ Micorrizas.

§ Protocooperação
Trata-se de uma associação entre espécies diferentes, na qual ambas se beneficiam; contudo, tal associação
não é obrigatória, podendo cada espécie viver isoladamente.
§ Caramujo-paguro e actínias;
§ Pássaro-palito e crocodilo;
§ Anu e gado.

Corais
Os corais são coloniais na sua imensa maioria, constituídos por pólipos bem pequenos.
O habitat natural dos maiores recifes de coral são regiões onde a temperatura varia de 25 ºC a 30 ºC, em
águas límpidas com até 30 metros de profundidade. A intensidade luminosa é um fator determinante para sua
distribuição, uma vez que muitos corais vivem em simbiose com algas microscópicas (zooxantelas). Eles absorvem
substâncias nutritivas das zooxantelas, que, por sua vez, contribuem com a deposição de carbonato de cálcio no
esqueleto deles. As algas são protegidas e servem-se dos produtos de excreção, como dióxido de carbono, amô-
nia, nitratos, fosfatos – de seus hospedeiros para realizarem fotossíntese e outros processos metabólicos.

Branqueamento de corais
O branqueamento se dá pelo comprometimento da simbiose entre os pólipos e as algas, responsáveis pelo
colorido característico dos corais. A coloração esbranquiçada deve-se ao carbonato de cálcio, constituinte de seu
esqueleto. O aumento de temperatura se destaca como um fator relacionado a esse fenômeno, que resulta na
expulsão das algas pelos cnidários.
Como resultado, os corais são prejudicados em relação ao suprimento energético e a calcificação.

Relações interespecíficas desarmônicas


§ Competição interespecífica
Acontece entre espécies diferentes, em uma mesma comunidade, pela luta por recursos.

§ Amensalismo ou antibiose
Relação na qual uma espécie bloqueia o crescimento ou a reprodução de outra espécie, denominada amen-
sal, através da liberação de substâncias tóxicas. Exemplos:
§ Penicillium e bactérias;
§ Maré vermelha (algas e demais seres vivos aquáticos);
§ A secreção e eliminação de substâncias tóxicas pelas raízes de certas plantas impedem o crescimento

32
de outras espécies no local.

§ Parasitismo
O parasitismo caracteriza uma espécie que se instala no corpo de outra, dela retirando matéria para a sua
nutrição e causando-lhe danos.

§ Esclavagismo ou sinfilia
É uma relação ecológica que ocorre entre indivíduos (de uma espécie) que se beneficiam explorando as
atividades, o trabalho ou os produtos fabricados por outros animais (da mesma espécie ou não).
§ Formigas e pulgões;
§ Chupim e outros pássaros.

§ Predatismo
Predador é o indivíduo que caça e devora outro, chamado presa, pertencente a espécie diferente.

SUCESSÃO ECOLÓGICA
Processo ordenado da instalação e desenvolvimento de uma comunidade. Ocorre com o tempo e termina quando
se estabelece na área uma comunidade estável (clímax).

Sucessão primária: etapas


Vamos tomar como exemplo uma região completamente desabitada, como uma rocha nua. O conjunto de condi-
ções para que plantas e animais sobrevivam ou se instalem nesse ambiente são muito desfavoráveis:
§ Iluminação direta causa altas temperaturas.
§ A ausência de solo dificulta a fixação de vegetais.
§ A água das chuvas não se fixa e rapidamente evapora.
Alterações nas condições
ambientais

Organismos se Novos organismos Estabilização da


Substrato comunidade e das
Aberto estabelecem se estabelecem condições do meio
Pioneira Sere(s) Clímax
Variabilidade das condições ambientais

Complexidade estrutural e funcional do ecossistema

Seres vivos capazes de se instalar em tal ambiente devem ser bem adaptados e pouco exigentes. Estes são
os liquens. Isso caracteriza a formação de uma comunidade pioneira ou ecese. Os liquens, por serem os primeiros
seres a se instalarem, são chamados de "organismos pioneiros".
Etapa após etapa, a comunidade pioneira evolui, até que a velocidade do processo começa a diminuir
gradativamente, chegando a um ponto de equilíbrio, no qual a sucessão ecológica atinge seu desenvolvimento
máximo. Essa comunidade é a etapa final do processo de sucessão, conhecida como comunidade clímax. Cada
etapa intermediária entre a comunidade pioneira e a clímax é chamada de sere.

Comunidade clímax

Ao observarmos o processo de sucessão ecológica, podemos identificar um progressivo aumento na biodiversidade

33
de espécies e na biomassa total. As teias e cadeias alimentares se tornam cada vez mais complexas e ocorre a
constante formação de novos nichos.
A produtividade bruta (total de matéria orgânica produzida) em comunidades clímax é grande, sendo maior
do que as das comunidades antecessoras. Entretanto, a produtividade líquida é próxima a zero, pois toda a matéria
orgânica produzida é consumida pela própria comunidade.

Sucessão secundária
Ocorre em substratos que já foram anteriormente ocupados por uma comunidade. Exemplos: clareiras, áreas des-
matadas, fundos expostos de corpos de água. Esta sucessão é, normalmente, mais rápida que a primária. É o caso
da sucessão numa floresta destruída.
Um trecho da floresta é destruído devido à ação humana ou pelo fogo, por exemplo, e o local é abandonado
por certo tempo. A recolonização é feita por etapas: em primeiro lugar, o terreno é invadido pelo capim e outras
ervas; depois, aparecem arbustos e, no final, árvores.

34
APLICAÇÃO DOS b) Acidificação, processo em que os sais, ao se
dissolverem na água do rio, formam ácidos.

CONHECIMENTOS - SALA c) Eutrofização, ocasionada pelo aumento do


fósforo e nitrogênio dissolvidos na água,
que resulta na proliferação do fitoplâncton.
1. (ENEM) Pesticidas são contaminantes am- d) Aquecimento, decorrente do aumento de
bientais altamente tóxicos aos seres vivos sais dissolvidos na água do rio, que eleva
e, geralmente, com grande persistência am- sua temperatura.
biental. A busca por novas formas de elimi-
e) Denitrificação, processo em que o excesso de
nação dos pesticidas tem aumentado nos úl-
timos anos, uma vez que as técnicas atuais nitrogênio que chega ao rio é disponibiliza-
são economicamente dispendiosas e paliati- do para a atmosfera, prejudicando o desen-
vas. A biorremediação de pesticidas utilizan- volvimento dos peixes.
do micro-organismos tem se mostrado uma
técnica muito promissora para essa finalida- 4. (ENEM) A figura representa um dos mode-
de, por apresentar vantagens econômicas e los de um sistema de interações entre seres
ambientais. Para ser utilizado nesta técnica vivos. Ela apresenta duas propriedades, P1
promissora, um microrganismo deve ser ca-
e P2, que interagem em I, para afetar uma
paz de:
terceira propriedade, P3, quando o sistema
a) transferir o contaminante do solo para a
é alimentado por uma fonte de energia, E.
água.
Essa figura pode simular um sistema de cam-
b) absorver o contaminante sem alterá-lo qui-
po em que P1 representa as plantas verdes; P2
micamente.
um animal herbívoro e P3, um animal onívo-
c) apresentar alta taxa de mutação ao longo
ro.
das gerações.
d) estimular o sistema imunológico do homem
contra o contaminante.
e) metabolizar o contaminante, liberando sub-
F1
produtos menos tóxicos ou atóxicos. E P1
F3
F5 F6
2. (ENEM) Para diminuir o acúmulo de lixo e F2 P3
o desperdício de materiais de valor econô-
P2 F4
mico e, assim, reduzir a exploração de re-
cursos naturais, adotou-se, em escala inter-
nacional, a política dos três erres: Redução,
Reutilização e Reciclagem. Um exemplo de E: função motriz
reciclagem é a utilização de: P: propriedades
a) garrafas de vidro retornáveis para cerveja ou F: Fluxos
refrigerante. I: interações
b) latas de alumínio como material para fabri- ODUM, E. P. Ecologia, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988.
cação de lingotes.
c) sacos plásticos de supermercado como acon- A função interativa I representa a proporção
dicionantes de lixo caseiro. de:
d) embalagens plásticas vazias e limpas para a) herbivoria entre P1 e P2.
acondicionar outros alimentos. b) polinização entre P1 e P2.
e) garrafas PET recortadas em tiras para fabri- c) P³ utilizada na alimentação de P1 e P2.
cação de cerdas de vassouras. d) P1 ou P2 utilizada na alimentação de P3.
e) energia de P1 e de P2 que saem do sistema.
3. (ENEM) Um agricultor, buscando o aumento
da produtividade de sua lavoura, utilizou o 5. (ENEM) O despejo de dejetos de esgotos do-
adubo NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) mésticos e industriais vem causando sérios
com alto teor de sais minerais. A irrigação problemas aos rios brasileiros. Esses poluen-
dessa lavoura é feita por canais que são des- tes são ricos em substâncias que contribuem
viados de um rio que abastece os canais, de- para a eutrofização de ecossistemas, que é
vido à contaminação das águas pelo excesso um enriquecimento da água por nutrientes,
de adubo usado pelo agricultor. o que provoca um grande crescimento bacte-
Que processo biológico pode ter sido provo- riano e, por fim, pode promover escassez de
cado na água do rio pelo uso do adubo NPK? oxigênio.
a) Lixiviação, processo em que ocorre a lava- Uma maneira de evitar a diminuição da con-
gem do solo, que acaba disponibilizando os centração de oxigênio no ambiente é:
nutrientes para a água do rio.

35
a) Aquecer as águas dos rios para aumentar a esgoto antes de lançá-lo no ambiente. Dessa
velocidade de decomposiçao dos dejetos. forma, diminui-se a concentração de mate-
b) Retirar do esgoto os materiais ricos em nu- riais ricos em nutrientes, evitando sua eu-
trientes para diminuir a sua concentração trofização.
nos rios. 6. A presença de espécies exóticas num ecos-
c) Adicionar bactérias anaeróbicas às águas dos sistema pode resultar no aumento da com-
rios para que elas sobrevivam mesmo sem o petição interespecífica. Isso ocorre devido à
oxigênio. sobreposição de nichos ecológicos dos inva-
d) Substituir produtos não degradáveis por sores e das espécies nativas.
biodegradáveis para que as bactérias possam
utilizar os nutrientes.
e) Aumentar a solubilidade dos dejetos no es-
goto para que os nutrientes fiquem mais
GABARITO
acessíveis às bactérias.
1. E 2. B 3. C 4. D 5. B
6. (ENEM) No Brasil, cerca de 80% da energia 6. C
elétrica advém de hidrelétricas, cuja cons-
trução implica o represamento de rios. A for-
mação de um reservatório para esse fim, por
sua vez, pode modificar a ictiofauna local.
Um exemplo é o represamento do Rio Para-
ná, onde se observou o desaparecimento de
peixes cascudos quase que simultaneamente
ao aumento do número de peixes de espé-
cies exóticas introduzidas, como o mapará e
a corvina, as três espécies com nichos ecoló-
gicos semelhantes.
PETESSE, M. L.; PETRERE JR., M. Ciência Hoje, São
Paulo, n. 293, v. 49, jun. 2012 (adaptado).

Nessa modificação da ictiofauna, o desapa-


recimento de cascudos é explicado pelo(a):
a) redução do fluxo gênico da espécie nativa.
b) diminuição da competição intraespecífica.
c) aumento da competição interespecífica.
d) isolamento geográfico dos peixes.
e) extinção de nichos ecológicos.

RAIO X
1. A biorremediação consiste na utilização de
microrganismos capazes de metabolizar os
materiais que contaminam o ambiente, li-
berando subprodutos pouco tóxicos ou não
tóxicos.
2. As latas de alumínio podem ser recicladas
para a fabricação de lingotes do mineral. Es-
ses lingotes são reutilizados para a produção
de diversos materiais que contêm alumínio,
inclusive novas latas.
3. A eutrofização é provocada pela ação huma-
na e consiste no enriquecimento das águas
com nutrientes que favorecem a proliferação
excessiva de algas do fitoplâncton.
4. A função interativa I representa a proporção
de energia transferida de P1 (herbívoro) ou
P2 (carnívoro) na alimentação de P3 (onívo-
ro).
5. Uma maneira de evitar a diminuição da con-
centração de oxigênio no ambiente é tratar o

36
Prescrição: É preciso domínio dos conceitos básicos de Ecologia. A compreensão dos papéis que os
fatores bióticos e abióticos desempenham no ambiente, e a relação de dependência entre esses fatores,
razão pela qual interferências em um deles têm efeito dominó, o qual pode ser devastador. É importante
o conhecimento de temas atuais, a interferência da espécie humana no meio ambiente: consequências
prejudiciais e práticas sustentáveis.

PRÁTICA DOS fotossíntese pelas algas, que estão na base


da cadeia alimentar hídrica. Além disso, o
CONHECIMENTOS - E.O. derramamento de óleo contribuiu para o
envenenamento das árvores e, consequente-
mente, para a intoxicação da fauna e flora
1. (ENEM) A figura representa uma cadeia ali-
aquáticas, bem como conduziu à morte di-
mentar em uma lagoa. As setas indicam o
versas espécies de animais, entre outras for-
sentido do fluxo de energia entre os compo-
mas de vida, afetando também a atividade
nentes dos níveis tróficos.
pesqueira.
LAUBIER, L. Diversidade da Maré Negra. In: Scientific
American Brasil 4(39), ago. 2005(adaptado).

A situação exposta no texto e suas implica-


ções:
a) indicam a independência da espécie humana
com relação ao ambiente marinho.
b) alertam para a necessidade do controle da
poluição ambiental para redução do efeito
estufa.
Sabendo-se que o mercúrio se acumula nos c) ilustram a interdependência das diversas
tecidos vivos, que componente dessa cadeia formas de vida (animal, vegetal e outras) e
alimentar apresentará maior teor de mercú- o seu habitat.
rio no organismo se nessa lagoa ocorrer um d) indicam a alta resistência do meio ambiente
derramamento desse metal? à ação do homem, além de evidenciar a sua
a) As aves, pois são os predadores do topo des- sustentabilidade mesmo em condições extre-
sa cadeia e acumulam mercúrio incorporado mas de poluição.
pelos componentes dos demais elos. e) evidenciam a grande capacidade animal de
b) Os caramujos, pois se alimentam das raízes se adaptar às mudanças ambientais, em con-
das plantas, que acumulam maior quantida- traste com a baixa capacidade das espécies
de de metal. vegetais, que estão na base da cadeia ali-
c) Os grandes peixes, pois acumulam o mercú- mentar hídrica.
rio presente nas plantas e nos peixes peque-
nos. 3. (ENEM) Os personagens da figura estão re-
d) Os pequenos peixes, pois acumulam maior presentando uma situação hipotética de ca-
quantidade de mercúrio, já que se alimen- deia alimentar.
tam das plantas contaminadas.
e) As plantas aquáticas, pois absorvem grande
quantidade de mercúrio da água através de
suas raízes e folhas.

2. (ENEM) No ano de 2000, um vazamento em


dutos de óleo na baía de Guanabara (RJ)
causou um dos maiores acidentes ambien-
tais do Brasil. Além de afetar a fauna e a
flora, o acidente abalou o equilíbrio da ca-
deia alimentar de toda a baía. O petróleo
forma uma película na superfície da água, o
que prejudica as trocas gasosas da atmosfe-
ra com a água e desfavorece a realização de

37
Suponha que, em cena anterior à apresenta- a) da acidez das águas dos oceanos.
da, o homem tenha se alimentado de frutas b) do estoque de pescado nos oceanos.
e grãos que conseguiu coletar. Na hipótese c) da temperatura média dos oceanos.
de, nas próximas cenas, o tigre ser bem-su- d) do nível das águas dos oceanos.
cedido e, posteriormente, servir de alimento e) da salinização das águas dos oceanos.
aos abutres, tigre e abutres ocuparão, res-
pectivamente, os níveis tróficos de: 6. (ENEM) O aquecimento global, ocasionado
a) produtor e consumidor primário. pelo aumento do efeito estufa, tem como
b) consumidor primário e consumidor secundá- uma de suas causas a disponibilização acele-
rio. rada de átomos de carbono para a atmosfera.
c) consumidor secundário e consumidor terciá- Essa disponibilização acontece, por exemplo,
rio. na queima de combustíveis fósseis, como a
d) consumidor terciário e produtor. gasolina, os óleos e o carvão, que libera o gás
e) consumidor secundário e consumidor primá- carbônico (CO2) para a atmosfera. Por outro
rio. lado, a produção de metano (CH4), outro gás
causador do efeito estufa, está associada à
4. (ENEM) O controle biológico, técnica em- pecuária e à degradação de matéria orgânica
pregada no combate a espécies que causam em aterros sanitários.
danos e prejuízos aos seres humanos, é uti- Apesar dos problemas causados pela dispo-
lizado no combate à lagarta que se alimenta nibilização acelerada dos gases citados, eles
de folhas de algodoeiro. Algumas espécies são imprescindíveis à vida na Terra e impor-
de borboleta depositam seus ovos nessa cul- tantes para a manutenção do equilíbrio eco-
tura. A microvespa Trichogramma sp. intro- lógico, porque, por exemplo, o:
duz seus ovos nos ovos de outros insetos, a) metano é fonte de carbono para os organis-
incluindo os das borboletas em questão. Os mos fotossintetizantes.
embriões da vespa se alimentam do conte- b) metano é fonte de hidrogênio para os orga-
údo desses ovos e impedem que as larvas nismos fotossintetizantes.
de borboleta se desenvolvam. Assim, é pos- c) gás carbônico é fonte de energia para os or-
sível reduzir a densidade populacional das ganismos fotossintetizantes.
borboletas até níveis que não prejudiquem d) gás carbônico é fonte de carbono inorgânico
a cultura. A técnica de controle biológico re- para os organismos fotossintetizantes.
alizado pela microvespa Trichogramma sp. e) gás carbônico é fonte de oxigênio molecular
consiste na: para os organismos heterotróficos aeróbios.
a) introdução de um parasita no ambiente da
espécie que se deseja combater. 7. (ENEM) Diferente do que o senso comum
b) introdução de um gene letal nas borboletas acredita, as lagartas de borboletas não pos-
para diminuir o número de indivíduos. suem voracidade generalizada. Um estudo
c) competição entre a borboleta e a microvespa mostrou que as borboletas de asas trans-
para a obtenção de recursos. parentes da família Ithomiinae, comuns
d) modificação do ambiente para selecionar in- na Floresta Amazônica e na Mata Atlântica,
divíduos melhor adaptados. consomem, sobretudo, plantas da família So-
e) aplicação de inseticidas a fim de diminuir o lanaceae, a mesma do tomate. Contudo, os
número de indivíduos que se deseja comba- ancestrais dessas borboletas consumiam es-
ter. pécies vegetais da família Apocinaceae, mas
a quantidade dessas plantas parece não ter
5. (ENEM) Os oceanos absorvem aproximada- sido suficiente para garantir o suprimento
mente um terço das emissões de CO2 proce- alimentar dessas borboletas. Dessa forma,
dentes de atividades humanas, como a quei- as solanáceas tornaram-se uma opção de ali-
ma de combustíveis fósseis e as queimadas. mento, pois são abundantes na Mata Atlân-
O CO2 combina-se com as águas dos oceanos, tica e na Floresta Amazônica.
provocando uma alteração importante em Cores ao vento. Genes e fósseis revelam origem e
suas propriedades. Pesquisas com vários or- diversidade de borboletas sul-americanas. Revista
Pesquisa FAPESP. N° 170, 2010 (adaptado).
ganismos marinhos revelam que essa altera-
ção nos oceanos afeta uma série de processos Nesse texto, a ideia do senso comum é con-
biológicos necessários para o desenvolvi- frontada com os conhecimentos científicos,
mento e a sobrevivência de várias espécies ao se entender que as larvas das borboletas
da vida marinha. Ithomiinae encontradas atualmente na Mata
A alteração a que se refere o texto diz respei- Atlântica e na Floresta Amazônica, apresen-
to ao aumento: tam:

38
a) facilidade em digerir todas as plantas desses 10. (ENEM) Moradores sobreviventes da tragédia
locais. que destruiu aproximadamente 60 casas no
b) interação com as plantas hospedeiras da fa- Morro do Bumba, na Zona Norte de Niterói
mília Apocinaceae. (RJ), ainda defendem a hipótese de o desli-
c) adaptação para se alimentar de todas as zamento ter sido causado por uma explosão
plantas desses locais. provocada por gás metano, visto que esse lo-
d) voracidade indiscriminada por todas as plan- cal foi um lixão entre os anos 1960 e 1980.
tas existentes nesses locais. Jornal Web. Disponível em: http://www.ojornalweb.
e) especificidade pelas plantas da família Sola- com. Acesso em: 12 abr. 2010 (adaptado).
naceae existentes nesses locais. O gás mencionado no texto é produzido:
a) como subproduto da respiração aeróbia bac-
8. (ENEM) O menor tamanduá do mundo é so- teriana.
litário e tem hábitos noturnos, passa o dia b) pela degradação anaeróbia de matéria orgâ-
repousando, geralmente em um emaranhado nica por bactérias.
de cipós, com o corpo curvado de tal manei- c) como produto da fotossíntese de organismos
ra que forma uma bola. Quando em ativida- pluricelulares autotróficos.
de, se locomove vagarosamente e emite som d) pela transformação química do gás carbôni-
co em condições anaeróbias.
semelhante a um assobio. A cada gestação,
e) pela conversão, por oxidação química, do
gera um único filhote. A cria é deixada em gás carbônico sob condições aeróbias.
uma árvore à noite e é amamentada pela mãe
até que tenha idade para procurar alimento.
11. (ENEM) Plantas terrestres que ainda estão
As fêmeas adultas têm territórios grandes e
o território de um macho inclui o de várias em fase de crescimento fixam grandes quan-
fêmeas, o que significa que ele tem sempre tidades de CO2, utilizando-o para formar no-
diversas pretendentes à disposição para na- vas moléculas orgânicas, e liberam grande
morar! quantidade de O2. No entanto, em florestas
maduras, cujas árvores já atingiram o equi-
Ciência Hoje das Crianças, ano 19, n.º
174, nov. 2006 (adaptado). líbrio, o consumo de O2 pela respiração ten-
de a igualar sua produção pela fotossíntese.
Essa descrição sobre o tamanduá diz respeito A morte natural de árvores nessas florestas
ao seu: afeta temporariamente a concentração de O2
a) hábitat. e de CO2 próximo à superfície do solo onde
b) biótopo. elas caíram.
c) nível trópico. A concentração de O2 próximo ao solo, no lo-
d) nicho ecológico. cal da queda, será:
e) potencial biótico. a) menor, pois haverá consumo de O2 durante a
decomposição dessas árvores.
9. (ENEM) A interferência do homem no meio b) maior, pois haverá economia de O2 pela au-
ambiente tem feito com que espécies de se- sência das árvores mortas.
res vivos desapareçam muito mais rapida- c) maior, pois haverá liberação de O2 durante a
mente do que em épocas anteriores. Vários fotossíntese das árvores jovens.
mecanismos de proteção ao planeta têm sido d) igual, pois haverá consumo e produção de O2
discutidos por cientistas, organizações e go-
pelas árvores maduras restantes.
vernantes. Entre esses mecanismos, destaca-
-se o acordado na Convenção sobre a Diversi- e) menor, pois haverá redução de O2 pela falta
dade Biológica durante a Rio 92, que afirma da fotossíntese realizada pelas árvores mor-
que a nação tem direito sobre a variedade tas.
de vida contida no seu território e o dever
de conservá-la, utilizando-se dela de forma 12. (ENEM) Sabe-se que o aumento da concen-
sustentável. tração de gases como CO2, CH4 e N2O na at-
A dificuldade encontrada pelo Brasil em se- mosfera é um dos fatores responsáveis pelo
guir o acordo da Convenção sobre a Diversi-
agravamento do efeito estufa. A agricultu-
dade Biológica decorre, entre outros fatores,
do fato de a: ra é uma das atividades humanas que pode
a) extinção de várias espécies ter ocorrido em contribuir tanto para a emissão quanto para
larga escala. o sequestro desses gases, dependendo do
b) alta biodiversidade no país impedir a sua manejo da matéria orgânica do solo.
conservação. ROSA, A. H.; COELHO, J. C. R. Cadernos Temáticos de Química
c) utilização de espécies nativas de forma sus- Nova na Escola. São Paulo, n. 5, nov. 2003 (adaptado).
tentável ser utópica.
d) grande extensão de nosso território dificul- De que maneira as práticas agrícolas podem
tar a sua fiscalização. ajudar a minimizar o agravamento do efeito
e) classificação taxonômica de novas espécies estufa?
ocorrer de forma lenta.

39
a) Evitando a rotação de culturas.
b) Liberando o CO2 presente no solo.
c) Aumentando a quantidade de matéria orgânica do solo.
d) Queimando a matéria orgânica que se deposita no solo.
e) Atenuando a concentração de resíduos vegetais do solo.

13. (ENEM)

A posição ocupada pela vaca, na interação apresentada na tirinha, a caracteriza como:


a) produtora.
b) consumidora primária.
c) consumidora secundária.
d) consumidora terciária.
e) decompositora.

14. (ENEM) Algumas estimativas apontam que, nos últimos cem anos, a concentração de gás carbônico
na atmosfera aumentou em cerca de 40%, devido principalmente à utilização de combustíveis
fósseis pela espécie humana. Alguns estudos demonstram que essa utilização em larga escala pro-
move o aumento do efeito estufa.
Outros fatores de origem antrópica que aumentam o efeito estufa são:
a) chuva ácida e destruição da camada de ozônio.
b) alagamento e inversão térmica.
c) erosão e extinção das espécies.
d) poluição das águas e do solo.
e) queimada e desmatamento.

15. (ENEM) A poluição térmica, provocada principalmente pela má utilização da água na refrigeração
das turbinas e caldeiras de usinas hidrelétricas e termelétricas, respectivamente, afeta o aspecto
físico-químico e biológico dos cursos hídricos. A água empregada na manutenção dessas usinas
deveria ser tratada termicamente, promovendo a liberação do calor, para posterior devolução ao
meio ambiente. Contudo, ao ser despejada nos lagos e nos rios, sem qualquer controle ou fiscaliza-
ção, causa sérios danos à vida aquática, pois reduz significativamente o tempo de vida de algumas
espécies, afetando seus ciclos de reprodução.
Disponível em: www.brasilescola.com. Acesso em: 25 abr. 2010 (adaptado).

Um dos efeitos nocivos promovidos pela poluição térmica dos corpos hídricos pode ser identificado
pelo(a):
a) desenvolvimento excessivo do fitoplâncton, devido à eutrofização do meio aquático.
b) prejuízo à respiração dos seres vivos, devido à redução da pressão parcial de oxigênio na água.
c) bloqueio da entrada de raios solares na água, devido ao acúmulo de sedimentos na superfície.
d) potenciação dos poluentes presentes, devido à diminuição da velocidade de degradação desses mate-
riais.
e) desequilíbrio dos organismos desses ecossistemas, devido ao aumento da concentração de dióxido de
carbono.

40
16. (ENEM) As algas marinhas podem ser utili- O processo citado está representado na etapa:
zadas para reduzir a contaminação por me- a) I.
tais pesados em ambientes aquáticos. Elas b) II.
podem funcionar como uma “esponja bio- c) III.
lógica”, absorvendo esses poluentes. Dentro d) IV.
das células dessas algas, esses metais são e) V.
imobilizados no vacúolo por mecanismos
bioquímicos. 19. (ENEM) Na técnica de plantio conhecida por
hidroponia, os vegetais são cultivados em
Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.
br. Acesso em: 21 nov. 2011 (adaptado).
uma solução de nutrientes no lugar do solo,
rica em nitrato e ureia.
Nesse processo, as algas atuam como agentes Nesse caso, ao fornecer esses nutrientes na
que promovem a: forma aproveitável pela planta, a técnica
dispensa o trabalho das bactérias fixadoras
a) biodigestão.
do solo, que, na natureza, participam do ci-
b) eutrofização.
clo do(a):
c) desnitrificação.
a) água.
d) biorremediação.
b) carbono.
e) biomonitoração.
c) nitrogênio.
d) oxigênio.
17. (ENEM) Para a produção de etanol combus- e) fósforo.
tível, as usinas retiram água do leito de rios
próximos, reutilizando-a nas suas instala- 20. (ENEM) Estranha neve:
ções. A vinhaça, resíduo líquido gerado nes- espuma, espuma apenas
se processo, é diluída para ser adicionada que o vento espalha, bolha em baile no ar,
ao solo, utilizando uma técnica chamada de vinda do Tietê alvoroçado ao abrir de com-
fertirrigação. Por meio desse procedimento, portas,
o fósforo e o potássio, essenciais à produção espuma de dodecilbenzeno irredutível,
de cana-de-açúcar, são devolvidos ao solo, emergindo das águas profanadas do rio-ban-
deirante, hoje rio-despejo
reduzindo o uso de fertilizantes sintéticos.
de mil imundícies do progresso.
Essa intervenção humana no destino da vi- ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro:
nhaça tem como resultado a diminuição do Nova Aguilar. 1992 (fragmento).
impacto ambiental referente à:
a) erosão do solo. Nesse poema, o autor faz referência à:
b) produção de chuva ácida. a) disseminação de doenças nas áreas atingidas
c) elevação da temperatura global. por inundações.
d) eutrofização de lagos e represas. b) contaminação do lençol freático pela elimi-
e) contaminação de rios por pesticidas. nação de lixo nos rios.
c) ocorrência de enchente causada pela imper-
18. (ENEM) A aplicação excessiva de fertilizan- meabilização dos solos.
tes nitrogenados na agricultura pode acarre- d) presença de detergentes sintéticos como
tar alterações no solo e na água pelo acúmulo agentes poluentes de águas.
de compostos nitrogenados, principalmente e) destruição de fauna e flora pela contamina-
a forma mais oxidada, favorecendo a proli- ção de bacias hidrográficas.
feração de algas e plantas aquáticas e alte-
21. (ENEM) Se por um lado a Revolução Indus-
rando o ciclo do nitrogênio, representado no trial instituiu um novo patamar de tecnolo-
esquema. A espécie nitrogenada mais oxida- gia e, com isso, uma melhoria na qualidade
da tem sua quantidade controlada por ação de vida da população, por outro lado os re-
de microrganismos que promovem a reação síduos decorrentes desse processo podem se
de redução dessa espécie, no processo deno- acumular no ar, no solo e na água, causando
minado desnitrificação. desequilíbrios no ambiente.
O acúmulo dos resíduos provenientes dos
processos industriais que utilizam combus-
tíveis fósseis traz como consequência o(a):
a) eutrofização dos corpos-d’água, aumentando
a produtividade dos sistemas aquáticos.
b) precipitação de chuvas ácidas, danificando
florestas, ecossistemas aquáticos e constru-
ções.
c) mudança na salinidade dos mares, provocan-
do a mortalidade de peixes e demais seres
aquáticos.

41
d) acúmulo de detritos, causando entupimento hidrocarbonetos como fonte energética, atu-
de bueiros e alagamento das ruas. ando como biorremediadores, removendo o
e) presença de mosquitos, levando à dissemina- óleo do ambiente.
ção de doenças bacterianas e virais. KREPSKY, N.; SILVA SOBRINHO, F.; CRAPEZ, M. A. C.
Ciência Hoje, n. 223, jan.-fev. 2006 (adaptado).

22. (ENEM) O nitrogênio é essencial para a vida Para serem eficientes no processo de biorre-
e o maior reservatório global desse elemen- mediação citado, as espécies escolhidas de-
to, na forma de N2 é a atmosfera. Os prin- vem possuir:
cipais responsáveis por sua incorporação na a) células flageladas, que capturem as partícu-
matéria orgânica são microrganismos fixa- las de óleo presentes na água.
dores de N2 que ocorrem de forma livre ou b) altas taxas de mutação, para se adaptarem
simbiontes com plantas. ao ambiente impactado pelo óleo.
ADUAN, R. E. et al. Os grandes ciclos biogeoquímicos
c) enzimas, que catalisem reações de quebra
do planeta. Planaltina: Embrapa, 2004 (adaptado).
das moléculas constituintes do óleo.
Animais garantem suas necessidades meta- d) parede celular espessa, que impossibilite
bólicas desse elemento pela: que as bactérias se contaminem com o óleo.
a) absorção do gás nitrogênio pela respiração. e) capacidade de fotossíntese, que possibilite
b) ingestão de moléculas de carboidratos vege- a liberação de oxigênio para a renovação do
tais. ambiente poluído.
c) incorporação de nitritos dissolvidos na água
consumida. 25. (ENEM) Os parasitoides são insetos dimi-
d) transferência da matéria orgânica pelas ca- nutos, que têm hábitos bastante peculiares:
deias tróficas. suas larvas se desenvolvem dentro do corpo
e) protocooperação com microrganismos fixa- de outros animais. Em geral, cada parasitoi-
dores de nitrogênio. de ataca hospedeiros de determinada espé-
cie e, por isso, esses organismos vêm sendo
23. (ENEM) Bioindicador ou indicador biológico amplamente usados para o controle biológi-
é uma espécie ou grupo de espécies que re- co de pragas agrícolas.
flete o estado biótico de um meio ambien- Santo, M. M. E. et al. Parasitoides: insetos benéficos e
te, o impacto produzido sobre um hábitat, cruéis. Ciência Hoje, n. 291, abr. 2012 (adaptado).
comunidade ou ecossistema, entre outras
O uso desses insetos na agricultura traz be-
funções. A posição trófica do organismo bio-
nefícios ambientais, pois diminui o(a):
indicador é uma das características mais re-
a) tempo de produção agrícola.
levantes quanto ao seu grau de importância
b) diversidade de insetos-praga.
para essa função: quanto mais baixo o nível
c) aplicação de inseticidas tóxicos.
trófico do organismo, maior é a sua utilida-
d) emprego de fertilizantes agrícolas.
de, pois se pressupõe que toda a cadeia tró-
e) necessidade de combate a ervas daninhas.
fica é contaminada a partir dele.
ANDRÉA, M. M. Bioindicadores
ecotoxicológicos de agrotóxicos. 26. (ENEM) O caramujo gigante africano, Acha-
Disponível em: www.biologico.sp.gov.br. tina fulica, é uma espécie exótica que tem
Acesso em: 11 mar. 2013 (adaptado). despertado o interesse das autoridades bra-
sileiras, uma vez que tem causado danos am-
O grupo de organismos mais adequado para
bientais e prejuízos econômicos à agricultu-
essa condição, do ponto de vista da sua posi-
ra. A introdução da espécie no Brasil ocorreu
ção na cadeia trófica, é constituído por:
clandestinamente, com o objetivo de ser
a) algas.
utilizada na alimentação humana. Porém,
b) peixes.
o molusco teve pouca aceitação no comércio
c) baleias.
de alimentos, o que resultou em abandono e
d) camarões.
liberação intencional das criações por vários
e) anêmonas.
produtores. Por ser uma espécie herbívora
24. (ENEM) A remoção de petróleo derramado generalista (alimenta-se de mais de 500 es-
em ecossistemas marinhos é complexa e pécies diferentes de vegetais), com grande
muitas vezes envolve a adição de mais sus- capacidade reprodutiva, tornou-se uma pra-
tâncias ao ambiente. Para facilitar o proces- ga agrícola de difícil erradicação. Associada
so de recuperação dessas áreas, pesquisado- a isto, a ausência de predadores naturais fez
res têm estudado a bioquímica de bactérias com que ocorresse um crescimento descon-
encontradas em locais sujeitos a esse tipo trolado da população.
de impacto. Eles verificaram que algumas
dessas espécies utilizam as moléculas de

42
O desequilíbrio da cadeia alimentar observado foi causado pelo aumento da densidade populacio-
nal de:
a) consumidores terciários, em função da elevada disponibilidade de consumidores secundários.
b) consumidores primários, em função da ausência de consumidores secundários.
c) consumidores secundários, em função da ausência de consumidores primários.
d) consumidores terciários, em função da elevada disponibilidade de produtores.
e) consumidores primários, em função do aumento de produtores.

27. (ENEM) Os parasitoides (misto de parasitas e predadores) são insetos diminutos que têm hábitos
muito peculiares: suas larvas podem se desenvolver dentro do corpo de outros organismos, como
mostra a figura. A forma adulta se alimenta de pólen e açúcares. Em geral, cada parasitoide ataca
hospedeiros de determinada espécie e, por isso, esses organismos vêm sendo amplamente usados
para o controle biológico de pragas agrícolas.

A forma larval do parasitoide assume qual papel nessa cadeia alimentar?


a) Consumidor primário, pois ataca diretamente uma espécie herbívora.
b) Consumidor secundário, pois se alimenta diretamente dos tecidos da lagarta.
c) Organismo heterótrofo de primeira ordem, pois se alimenta de pólen na fase adulta.
d) Organismo heterótrofo de segunda ordem, pois apresenta o maior nível energético na cadeia.
e) Decompositor, pois se alimenta de tecidos do interior do corpo da lagarta e a leva à morte.

28. (ENEM) Parte do gás carbônico da atmosfera é absorvida pela água do mar. O esquema representa
reações que ocorrem naturalmente, em equilíbrio, no sistema ambiental marinho. O excesso de
dióxido de carbono na atmosfera pode afetar os recifes de corais.

O resultado desse processo nos corais é o(a):


a) seu branqueamento, levando à sua morte e extinção.
b) excesso de fixação de cálcio, provocando calcificação indesejável.
c) menor incorporação de carbono, afetando seu metabolismo energético.
d) estímulo da atividade enzimática, evitando a descalcificação dos esqueletos.
e) dano à estrutura dos esqueletos calcários, diminuindo o tamanho das populações.

43
29. (ENEM) A indústria têxtil utiliza grande O esquema apresentado corresponde ao ciclo
quantidade de corantes no processo de tin- biogeoquímico do(a):
gimento dos tecidos. O escurecimento das a) água.
águas dos rios causado pelo despejo desses b) fósforo.
corantes pode desencadear uma série de c) enxofre.
problemas no ecossistema aquático. d) carbono.
Considerando esse escurecimento das águas, e) nitrogênio.
o impacto negativo inicial que ocorre é o(a):
a) eutrofização. 32. (ENEM 2ª aplicação 2016) Suponha que
b) proliferação de algas. um pesticida lipossolúvel que se acumula
c) inibição da fotossíntese. no organismo após ser ingerido tenha sido
d) fotodegradação da matéria orgânica. utilizado durante anos na região do Panta-
e) aumento da quantidade de gases dissolvi- nal, ambiente que tem uma de suas cadeias
dos. alimentares representadas no esquema:
PLÂNCTON —> PULGA-D’ÁGUA —> LAMBARI
30. (ENEM 2ª aplicação 2016) O ambiente ma- —> PIRANHA —> TUIUIÚ
rinho pode ser contaminado com rejeitos ra- Um pesquisador avaliou a concentração do pes-
dioativos provenientes de testes com armas ticida nos tecidos de lambaris da região e obteve
nucleares. Os materiais radioativos podem um resultado de 6,1 partes por milhão(ppm).
se acumular nos organismos. Por exemplo, o Qual será o resultado compatível com a concen-
estrôncio-90 é quimicamente semelhante ao tração do pesticida (em (em ppm) nos tecidos
cálcio e pode substituir esse elemento nos dos outros componentes da cadeia alimentar?
processos biológicos.
FIGUEIRA, R. C. L.; CUNHA, I. I. L. A contaminação Plâncton Pulga-D’água Piranha Tuiuiú
dos oceanos por radionuclídeos antropogênicos.
Química Nova na Escola, n. 1, 1998 (adaptado). a) 15,1 10,3 4,3 1,2
b) 6,1 6,1 6,1 6,1
Um pesquisador analisou as seguintes amos-
tras coletadas em uma região marinha pró- c) 2,1 4,3 10,4 14,3
xima a um local que manipula o estrôncio d) 2,1 3,9 4,1 2,3
radioativo: coluna vertebral de tartarugas, e) 8,8 5,8 5,3 9,6
concha de moluscos, endoesqueleto de ouri-
ços-do-mar, sedimento de recife de corais e 33. (ENEM 2ª aplicação 2016) Chamamos de lixo
tentáculos de polvo. a grande diversidade de resíduos sólidos de
Em qual das amostras analisadas a radioati- diferentes procedências, como os gerados em
vidade foi menor? residências. O aumento na produção de resí-
a) Concha de moluscos. duos sólidos leva à necessidade de se pensar
b) Tentáculos de polvo. em maneiras adequadas de tratamento. No
c) Sedimento de recife de corais. Brasil, 76% do lixo é disposto em lixões e so-
d) Coluna vertebral de tartarugas. mente 24% tem como destino um tratamento
e) Endoesqueleto de ouriços-do-mar. adequado, considerando os aterros sanitários,
as usinas de compostagem ou a incineração.
31. (ENEM 2ª aplicação 2016) Os seres vivos FADINI, P.S.; FADINI, A. A. A. Lixo: desafios e compromissos.
mantêm constantes trocas de matéria com Química Nova na Escola, maio 2001 (adaptado).
o ambiente mediante processos conhecidos
Comparando os tratamentos descritos, as
como ciclos biogeoquímicos. O esquema re-
usinas de compostagem apresentam como
presenta um dos ciclos que ocorrem nos
vantagem serem o destino:
ecossistemas.
a) que gera um produto passível de utilização
na agricultura.
b) onde ocorre a eliminação da matéria orgâni-
ca presente no lixo.
c) mais barato, pois não implica custos de tra-
tamento nem controle.
d) que possibilita o acesso de catadores, pela
disposição do lixo a céu aberto.
e) em que se podem utilizar áreas contaminadas
com resíduos de atividades de mineração.

44
34. (ENEM) A modernização da agricultura, tam-
bém conhecida como Revolução Verde, ficou
marcada pela expansão da agricultura nacio-
nal. No entanto, trouxe consequências como
o empobrecimento do solo, o aumento da
erosão e dos custos de produção, entre ou-
tras. Atualmente, a preocupação com a agri-
cultura sustentável tem suscitado práticas
como a adubação verde, que consiste na in-
corporação ao solo de fitomassa de espécies
vegetais distintas, sendo as leguminosas as
mais difundidas.
ANUNCIAÇÃO, G. C. F. Disponível em: www.muz.
ifsuldeminas.edu.br. Acesso em: 20 dez. 2012 (adaptado).

A utilização de leguminosas nessa prática de


cultivo visa reduzir a:
a) utilização de agrotóxicos.
b) atividade biológica do solo.
c) necessidade do uso de fertilizantes.
d) decomposição da matéria orgânica.
e) capacidade de armazenamento de água no solo.

35. (ENEM) As sacolas plásticas são utilizadas


em grande quantidade no Brasil por serem
práticas, leves e de baixo custo. Porém, o
tempo necessário para que sofram degrada-
ção nas condições do meio é de, no mínimo,
100 anos. Com o intuito de reduzir o impacto
ambiental desses produtos, as sacolas biode-
gradáveis foram introduzidas no mercado.
Essas sacolas são confeccionadas de um ma-
terial polimérico que confere a elas uma ca-
racterística que as torna biodegradáveis.
A qual característica das sacolas biodegradá-
veis o texto faz referência?
a) Elevada massa molecular do polímero.
b) Espessura fina do material que as constitui.
c) Baixa resistência aos líquidos nas condições
de uso.
d) Baixa resistência ao ataque por microrganis-
mos em condições adequadas.
e) Ausência de anéis aromáticos na estrutura
do polímero usado na confecção das sacolas.

GABARITO
1. A 2. C 3. C 4. A 5. A
6. D 7. E 8. D 9. D 10. B
11. A 12. C 13. B 14. E 15. B
16. D 17. D 18. E 19. C 20. D
21. B 22. D 23. A 24. C 25. C
26. B 27. B 28. E 29. C 30. B
31. D 32. C 33. A 34. C 35. D

45
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 5 e 6

Competências 1, 3, 4, 5 e 8
Habilidades 2, 8, 11, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 28 e
29

BREVIÁRIO

FISIOLOGIA - CIRCULAÇÃO
Tipos de sistema circulatório
Os peixes possuem um coração com duas câmaras (bicavitário) e circulação fechada simples completa.
Nos anfíbios, o coração passa a ter uma cavidade a mais: dois átrios e um ventrículo e sua circulação é
classificada como dupla incompleta.
Nos répteis, começa a divisão ventricular, com um septo incompleto. Nos crocodilianos, a separação ventri-
cular é completa, porém continua a haver mistura de sangues fora do coração (forâme de panizza). Portanto, estes
animais também possuem uma circulação dupla incompleta.
É nas aves e nos mamíferos que o coração atinge o máximo em eficiência: ele passa a ter quatro cavidades
e os ventrículos estão completamente separados. Logo, a circulação é completa.

aorta artéria pulmonar esquerda

veia cava superior

veias pulmonares esquerdas

átrio esquerdo
valva semilunar aórtica tronco pulmonar
valva atrioventricular esquerda
(mitral ou bicúspide)

valva semilunar pulmonar


átrio direito
ventrículo esquerdo
valva atrioventricular direita
(tricúspide)
veia cava inferior

ventrículo direito septo


Aspecto interno do coração humano
Aspecto interno do corção humano

CIRCULAÇÃO HUMANA
O sistema circulatório humano é composto pelo coração, sangue e vasos sanguíneos, no interior dos quais o fluido sanguíneo
circula. Os vasos são de três tipos: artérias, veias e capilares. As diferenças entre eles estão diretamente relacionadas à função
que exercem. Uma delas diz respeito à estrutura da parede. Nas artérias, é mais espessa, rica em tecido elástico e fibras
musculares lisas (figura). Nas veias, a camada de tecido muscular é mais delgada, mas são dotadas de valvas responsáveis
por impedir o refluxo de sangue. Deste modo, o fluxo de sangue tem sentido unidirecional até o coração. Os capilares são
constituídos de parede delgada (com uma camada celular) por onde ocorre as trocas de materiais entre o sangue e os tecidos.

47
tecido conjuntivo Válvula

Músculo liso

Endotélio

Lúmen

Arteriola Vênula

Artéria Veia

Endotélio

Capilares

O caminho do sangue
O átrio direito recebe sangue proveniente do corpo, através da veia cava superior e da veia cava inferior.
Do átrio direito, o sangue passa para o ventrículo direito, atravessando uma valva atrioventricular direita
(tricúspide). A contração do ventrículo direito direciona o sangue para a artéria pulmonar, que leva o sangue aos
pulmões para oxigenação – hematose. O retorno do sangue oxigenado nos pulmões ocorre pelas veias pulmonares,
que desembocam no átrio esquerdo. Este, contraindo-se, encaminha o sangue para o ventrículo esquerdo, atraves-
sando a valva atrioventricular esquerda (valva mitral ou bicúspide). O ventrículo esquerdo se contrai fortemente e
impulsiona o sangue para a artéria aorta, que encaminha o sangue ricamente oxigenado para o restante do corpo.
Portanto, essa circulação é fechada, dupla e completa.
Cabeça e membros superiores

Veia jugular Artéria carótida

PULMÕES

Veia pulmonar Artéria pulmonar

Veia cava superior


Artéria aorta

Veia cava inferior

FÍGADO
Veia porta-hepática
Veia hepática
TRATO
DIGESTIVO

Artérias mesentéricas

Veia renal
Artéria renal
Veia ilíaca
RINS Artéria ilíaca

Tronco e membros inferiores

Esquema da circulação mostrando as artérias e veias

De forma bastante simples, pode-se dizer que artéria é um vaso de parede espessa que conduz sangue para fora
do coração, e veia é um vaso de parede menos espessa que conduz sangue em direção ao coração.

48
Movimentos cardíacos: sístole e diástole
A contração cardíaca é conhecida como sístole. O relaxamento é conhecido como diástole.
§ Pressão arterial
É a pressão exercida pelo sangue contra as paredes de uma artéria. Chama-se pressão máxima (ou sistólica)
a pressão durante a sístole, que, normalmente, é de 120 mmHg. A pressão durante a diástole é chamada de
pressão mínima (ou diastólica), sendo da ordem de 80 mmHg.
O acúmulo de sódio (presente no sal e numa variedade de alimentos) leva à retenção de água, o que resulta
em maior volume de sangue no interior dos vasos sanguíneos e consequente elevação da pressão arterial.

Sangue: tecido de interligação


Este tecido apresenta muitas funções. São elas:
§ Transporte de nutrientes às células;
§ Remoção de resíduos metabólicos das células;
§ Transporte de hormônios e de anticorpos;
§ Distribuição de calor;
§ Transporte de gases respiratórios;
§ Coagulação;
§ Defesa.
O plasma, uma complexa mistura de substâncias químicas em água, representa 55% do volume total do
sangue.
Os 45% restantes correspondem à parte figurada, formada por três tipos de elementos celulares: glóbulos verme-
lhos (hemácias ou eritrócitos), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas (trombócitos, na verdade, fragmentos de células).
Desempenham as seguintes funções:
§ Glóbulos vermelhos: transporte de gases respiratórios, O2 e CO2;
§ Glóbulos brancos: defesa fagocitária (realizada pelos neutrófilos e monócitos) e defesa imunitária (reali-
zada pelos linfócitos) do organismo;
§ Plaquetas: atuam no processo de coagulação do sangue.
Algumas situações podem alterar o número de células sanguíneas. Acompanhe no quadro abaixo:

Quantidade
Tipos Funções Variações
média m/L
Diminuição: anemia (verminoses, hemorragias, deficiên-
Glóbulos vermelhos Homem: 5,4 milhões
Transporte de O2 e CO2 cias de vitamina B12).
(hemácias) Mulher: 4,8 milhões
Aumento: pessoas que vivem em regiões de grande altitude.

Glóbulos brancos Defesa fagócitária Diminuição: lesões na medula óssea e algumas infecções.
4 mil a 11 mil
(leucócitos) e imunitária. Aumento: infecções e leucócitos

Plaquetas
250 mil a 400 mil Coagulação do sangue. Diminuição e aumento provocados por certas doenças.
(trombócitos)

DEFESA DO ORGANISMO
De modo geral, as primeiras barreiras naturais são inespecíficas, ou seja, funcionam contra qualquer invasor. Dentre
elas podem ser citadas a pele, a saliva, o ácido clorídrico do estômago, o pH da vagina, a cera do ouvido externo,
o muco presente nas mucosas e no trato respiratório e os cílios do epitélio respiratório. Todos esses mecanismos
compõem a primeira linha de defesa.

49
Então, caso essas barreiras não funcionem, entra em ação as células de defesa, componentes do sistema
imunológico. As células envolvidas são os glóbulos brancos ou leucócitos.
Dentre essas células de defesa existem aquelas que atuam com especificidade contra o antígeno – molé-
cula/substância capaz de desencadear resposta imune – representadas pelos linfócitos; e aquelas de ação inespe-
cífica, que protegem o corpo de qualquer material ou microrganismo estranho, representadas pelos neutrófilos e
macrófagos (diferenciado a partir dos monócitos). Estas se caracterizam por realizar mais rápida a resposta que é
desencadeada por mecanismos específicos, que ampliam a eficiência da resposta inespecífica.
Do processo de resposta específica participam os macrófagos e linfócitos, conforme descrito a seguir.
§ Macrófagos – são células especializadas em fagocitar os agentes estranhos, mas não é só isso, eles tam-
bém removem do organismo restos celulares e ainda células mortas ou velhas. São conhecidas também
como células apresentadoras de antígenos, nesse papel atuam ativando os linfócitos T, assim, “informam-
-lhes” da presença de um microrganismo invasor.

1 Fagocitose da célula inimiga (antigeno)

2 Fusão do lisossomo e fagossomo

3 Enzimas começam a
degradar as células inimigas
4 Célula inimiga é reduzida a
pequenos fragmentos
5 Fragmentos do antígeno
apresentado na surperfície
do macrófogo

6 Fragmentos restantes são


expulsos por exocitose

Etapas da resposta imune mediada por macrófagos (células apresentadoras de antígeno). Note que na etapa 5 são dispostos na superfície celular frag-
mentos de antígenos. São esses fragmentos que serão reconhecidos pelos linfócitos T.

§ Linfócitos T – o linfócito T CD4 ativa o linfócito B, após o reconhecimento dos antígenos apresentados
pelos macrófagos; enquanto o linfócito T CD8 atua destruindo as células já invadidas pelo agente estranho.
§ Linfócitos B – depois de ativados pelo linfócito T, os linfócitos B se multiplicam rapidamente, diferenciam-
-se em plasmócitos e são capazes de produzir anticorpos. Esses têm ação específica, ou seja, para cada tipo
de invasor é produzido um tipo de anticorpo, por isso é importante a pré-identificação do agente invasor.
Funciona como o mecanismo de ligação chave-fechadura que acontece entre enzimas e seus substratos.
Assim, a partir das extremidades de sua molécula, se ligam de maneira específica aos antígenos, inativando
os invasores e facilitando sua destruição.
Sitio de ligação Sitio de ligação
Antígeno
com o antígeno com o antígeno

Estrutura de anticorpos
Estrutura de anticorpos.

50
Quando ativados, os linfócitos liberam substâncias que estimulam a proliferação celular, a partir da geração
dos clones efetores e também de memória. Enquanto houver antígenos, a quantidade de linfócitos aumentará, e de
maneira proporcional, quando a quantidade de antígenos diminui, o mesmo acontece com o número de linfócitos.
No entanto, mesmo após os antígenos terem sido totalmente neutralizados e, consequentemente, sua possibilidade
de causar danos ao organismo, ainda restam as células de memória, tipos especiais de linfócitos, que prontamente
entrarão em ação, caso o mesmo tipo de antígeno volte a invadir o corpo. Essa “memória” apresenta duração
variada de acordo com o tipo de antígeno, assim, pode durar anos ou até mesmo pelo resto da vida do indivíduo.

De maneira a potencializar a defesa natural do corpo, são utilizados vacinas, soros e antibióticos. Cada qual
desencadeia um papel particular.
§ Vacinas – agem de forma preventiva. São compostas por microrganismos ou partes deles (antígenos)
enfraquecidos ou mortos, que estimulam o reconhecimento antígeno-anticorpo. Devido a esse reconheci-
mento inicial, são produzidas células de defesa e algumas delas são células de memória. Estas permane-
cem após o término do processo de resposta imune e conferem caráter duradouro às vacinas. Assim, caso
o mesmo tipo de microrganismo entre no indivíduo vacinado, seu sistema imune reagirá mais rapidamen-
te, até mesmo não permitindo que o quadro patológico se instale. Por induzir no corpo a resposta imune
com produção de anticorpos, as vacinas são consideradas uma forma de imunização ativa.
§ Soros – são usados como um tratamento contra intoxicações decorrentes de venenos animais, toxinas
ou infecções por vírus e bactérias. Nesses medicamentos há anticorpos produzidos por animais (comu-
mente cavalos) imunizados. Por isso, é denominada imunização passiva. É o tipo de abordagem ideal para
quando há necessidade de uma reposta rápida no organismo. Apesar de rápida, é passageira, pois os
anticorpos provenientes de outro animal têm duração limitada.
§ Antibióticos – responsáveis por uma verdadeira revolução na área da saúde, esses medicamentos são
usados no combate a infecções bacterianas.

Príons
São moléculas de proteínas infectantes. Diferentes de bactérias e vírus, não possuem genoma. Originam-se de
proteínas, normalmente encontradas nas células, que são alteradas devido à mutação, originando essas molécu-
las que têm sua conformação alterada.
Não há mecanismos imunológicos eficientes contra as príons. As doenças por elas causadas ainda não têm
cura. A encefalopatia espongiforme bovina, popularmente conhecida como doença da vaca louca, é causada por
príons.

51
A coagulação sanguínea
Após um ferimento, as plaquetas desencadeiam o processo de coagulação do sangue por meio da liberação dos
fatores de coagulação. O coágulo detém uma eventual hemorragia.

Tecido com Plaquetas


lesões aglomeradas

Tromboplastina

Fígado
Ca++ (plasma)
Vitamina K
Protrombina Trombina

Fibrina Fibrinogênio
(Coágulo) (plasma)

Inicialmente, as plaquetas liberam a enzima tromboplastina que, em presença de íon cálcio, converte a
proteína solúvel protrombina, presente no plasma, na enzima trombina. A trombina catalisa a transformação da
proteína solúvel fibrinogênio, presente no plasma, em fibrina, proteína insolúvel. A fibrina forma uma rede fibrosa
(coágulo), que adere à região da ferida, estancando a perda de sangue.

O transporte de gases pelo sangue


O oxigênio é transportado praticamente apenas pelas hemácias, ligado à hemoglobina. Forma-se, assim, a oxiemo-
globina. Enquanto o gás carbônico é transportado majoritariamente pelo plasma, e quando associado à hermoglo-
bina, forma a carboemoglobina.

TROCAS GASOSAS
A tomada de oxigênio e a remoção de gás carbônico, ou seja, as trocas gasosas efetuadas pelos animais, caracteri-
zam o que se conhece por respiração. Não confundir com respiração aeróbia, na qual, em mitocôndrias (eucarion-
tes) na presença de O2, ocorre quebra de glicose para a produção de energia.

As trocas gasosas nos animais


A pele é um eficiente órgão de trocas gasosas nos anelídeos, como as minhocas, e nos anfíbios, como os sapos.
Nestes, quando adultos, a pele apenas complementa as trocas realizadas pelos pulmões, que é insuficiente para
suprir a demanda respiratória.
Os pulmões foram se tornando mais complexos ao passo evolutivo. São estruturas internas que constituem
importante adaptação dos tetrápodes à vida terrestre.
As brânquias estão presentes em animais aquáticos: moluscos, anelídeos aquáticos, crustáceos, fase larval
de sapos e peixes.
As traqueias dos insetos são finíssimos túbulos condutores. Nos insetos, o sistema respiratório funciona
independentemente do sistema circulatório. Os aracnídeos são dotados de pulmões folíaceos.

52
A respiração humana
Hematose: trocas gasosas nos alvéolos

As trocas gasosas se dão entre o ar alveolar e o sangue contido nos capilares. O sangue proveniente dos tecidos
é rico em gás carbônico e pobre em oxigênio. O ar alveolar é rico em oxigênio e pobre em gás carbônico. Essas
concentrações de gases podem ser expressas em termos de pressão parcial. Assim, quanto maior a concentração
de um gás, maior será sua pressão parcial e vice-versa.

(a) (b) capilares

Faringe Bronquíolo
Laringe Veia
Traqueia pulmonar Alvéolos
Artéria
pulmonar

Brônquios principais
Brônquiolos

Diafragma

Sistema respiratório humano (a) e detalhe dos alvéolos (b)


O gás carbônico se difunde do sangue para o ar alveolar, deixando livres as moléculas de hemoglobina
existentes nas hemácias. Por sua vez, o oxigênio difunde-se do ar alveolar para o sangue, ocupando os lugares
vagos existentes nas moléculas de hemoglobina. Esses processos ocorrem por difusão, por isso, cada gás se move
de onde sua concentração é elevada para o local de menor concentração.

SISTEMA DIGESTÓRIO
Digestão é o processo de transformação de moléculas de grande tamanho, por hidrólise enzimática, em unidades
menores que possam ser absorvidas e utilizadas pelas células.
De maneira geral, pode se dar em dois tipos: extracelular e intracelular.
Nos protozoários, a digestão é intracelular.
Nas esponjas, a digestão é exclusivamente intracelular.
Nos cnidários e platelmintos, já existe uma cavidade digestiva incompleta. Neles o início da digestão é
extracelular, mas o término ainda é intracelular.
Os primeiros animais com cavidades digestivas completas pertencem ao grupo dos nematelmintos.
No homem e em todos os vertebrados, a digestão é extracelular e ocorre inteiramente na cavidade do tubo
digestório.

O tubo digestivo humano


O tubo digestivo humano é composto pela seguinte sequência de órgãos: boca, faringe, esôfago, estômago, intes-
tino delgado, intestino grosso e ânus.

53
Início da digestão
O alimento ingerido é fragmentado pelos dentes. Na saliva há água (99%), sais inorgânicos, muco e a enzima
ptialina (ou amilase salivar). Este líquido é liberado por três pares de glândulas salivares (parótidas, sublinguais e
submandibulares).
A ptialina atua em pH neutro ou ligeiramente alcalino e promove a hidrólise do amido em moléculas de
maltose. A digestão do amido é iniciada na boca e deve ser concluída no intestino delgado.

Alimento a caminho do estômago


Após ter sido devidamente umedecido e lubrificado pela saliva, o bolo alimentar passa pela faringe em direção
ao esôfago (deglutição), através de movimentos peristálticos. Essa contração chega à junção do esôfago com o
estômago e favorece a passagem do bolo alimentar.

Estômago: o início da digestão de proteínas


No estômago, o suco gástrico passa a exercer sua ação digestiva. A pepsina é a principal enzima do suco gástrico,
atuando em meio ácido, com pH ao redor de 2. Ela converte proteínas em peptídeos.

Intestino delgado
Posteriormente, o quimo passa para o duodeno. No intestino delgado, para finalizar a digestão dos alimentos,
atuarão: suco pancreático, suco entérico (ou intestinal) e bile. O pH nesse órgão é aproximadamente 8.
Assim que são digeridos, os produtos finais da digestão vão sendo absorvidos pelas células da parede intes-
tinal que contém inúmeras vilosidades. Estas são responsáveis por aumentar a superfície de absorção.

Intestino grosso
Após a absorção dos resíduos úteis pelo intestino delgado, os restos alimentares são enviados ao intestino grosso,
misturados com grande quantidade de água e sais, que são quase totalmente absorvidos pelas paredes desse
órgão. Tudo que não foi aproveitado caracteriza as fezes, que são eliminadas pelo ânus.

EXCREÇÃO
Excretas nitrogenadas
O metabolismo de aminoácidos e proteínas (substâncias compostas de nitrogênio) nas células resulta na formação
de moléculas nitrogenadas: amônia, ureia e ácido úrico.

A excreção humana
Como os demais mamíferos, os seres humanos excretam principalmente a ureia, que é produzida no fígado, através
de uma série de reações químicas, a partir de amônia.

54
artéria renal

ureter
veia
renal
veia cava artéria aorta
inferior
ureter

bexiga
urinária

uretra

O sistema urinário humano (masculino): constituído do canal da uretra, que também é utilizado pelo sistema reprodutor para
eliminação do sêmen.

Componentes do sistema urinário humano:

§ Rins – cuja unidade de filtração é o néfron, composto de glomérulo (cápsula de Bowman), túbulos e ducto
coletor;
§ Ureteres;
§ Bexiga urinária;
§ Uretra.

Hormônios que atuam no mecanismo excretor


§ ADH ou vasopressina – promove a reabsorção de água nos néfrons, que é enviada de volta para os
capilares sanguíneos. No entanto, a secreção deste hormônio pela hipófise pode ser inibida. Quando isso
acontece, a diurese aumenta. Fatores, como a elevada ingestão de água, baixas temperaturas e ingestão de
álcool, agem como inibidores.
§ Aldosterona – tem a função de aumentar a reabsorção de sódio, que, consequentemente, estimula a
reabsorção de água por osmose.

RITMO CIRCADIANO
Ritmo circadiano ou ciclo circadiano é um tipo de ritmo biológico determinado pelo estado vigília-sono, que tem
duração aproximada de 24 horas. A adequação pelos indivíduos, entre o ciclo de sono/vigília e o ciclo noite/dia do
ambiente é direcionada pela interação de elementos internos e externos (luminosidade, temperatura).
Muitas funções do organismo respeitam o ritmo circadiano, como controle da temperatura, produção de hor-
mônios, atividades digestiva e renal. São comandadas por um tipo de relógio interno, presente nos animais em geral.
Por isso, mudanças drásticas que afetem o ciclo sono/vigília também refletem alterações nos ciclos bioló-
gicos associados a ele. São exemplos dessas mudanças: trabalhos noturnos, trabalhos em turnos e alternâncias
frequentes de fuso horário devido a voos. Como resultado, uma pessoa submetida a uma dessas situações comu-
mente sente cansaço, sonolência em momentos inapropriados, alteração no humor e prejuízo no rendimento físico
e cognitivo. Assim, somente após um período, a pessoa consegue readaptar-se às condições apropriadas para o
desempenho de suas funções biológicas.

55
PERCEPÇÃO
Os estímulos ambientais são transmitidos como impulsos nervosos pelos órgãos dos sentidos, responsáveis por sua
captação. Esses órgãos são dotados de receptores específicos para cada estímulo. No ser humano, os receptores
podem ser classificados, quanto ao tipo, em:
I. Mecanorreceptores
§ Tato – localizados na pele
§ Proprioceptores – localizados no músculo
§ Pressão – localizados nos vasos
§ Equilíbrio – labirinto, localizado no ouvido
§ Auditivos – cóclea, localizado no ouvido
II. Quimiorreceptores
§ Gustativos – localizados na língua (nos humanos)
§ Olfativos – localizados no epitélio nasal
III. Termorreceptores
§ Temperatura – localizados na pele
IV. Fotorreceptores
§ Compostos que absorvem luz – localizados nos olhos
V. Dor
§ Terminações nervosas livres – localizadas por todo o corpo
No ser humano, os sentidos se resumem a: tato, olfato, gustação, visão, audição e equilíbrio.

Visão
Fazem parte da estrutura ocular humana:
§ Córnea;
§ Íris;
§ Pupila;
§ Cristalino ou lente;
§ Humor aquoso;
§ Humor vítreo;
§ Retina – local onde se concentram cones e bastonetes;
§ Nervo óptico.
O cristalino é uma lente que concentra a luz na retina. Nela se reunem células que contêm pigmentos: os cones
e os bastonetes. Os cones ocorrem principalmente na região central da retina e seu estímulo depende de altas inten-
sidades luminosas, são responsáveis pela percepção de cores e detalhes. Diz-se que são células utilizadas quando há
claridade. Os bastonetes, por sua vez, existem em maior quantidade na periferia da retina e são estimulados com luz
em baixa intensidade. É frequente dizer que são usados para visão no escuro, mas não registram cores.
Ao visualizar um objeto, de fato trata-se da cap- Músculo reto superior
Humor vítreo
tação da luz por fotorreceptores na retina. Essa luz é Íris
“transformada” em impulsos nervosos, enviados para o Coróide Câmara anterior
cérebro. É na retina que a imagem é formada, no entan- Nervo óptico
(como humor aquoso)
Córnea
to, invertida, mas quando a informação chega à região
Pupila
cerebral responsável pela decodificação, ela fica direita.
Cristalino
Macula
Fóvea Corpo ciliar
e musculos
Retina Músculo reto inferior
Secção tranversal e olho humano.

56
APLICAÇÃO DOS Com base nos dados obtidos, infere-se que a
função das microvilosidades intestinais com

CONHECIMENTOS - SALA relação à absorção de nutrientes pelas célu-


las das paredes internas do intestino é a de:
a) manter o volume de absorção.
1. (ENEM) A vacina, o soro e os antibióticos b) aumentar a superfície de absorção.
submetem os organismos a processos bio- c) diminuir a velocidade de absorção.
lógicos diferentes. Pessoas que viajam para d) aumentar o tempo de absorção.
regiões em que ocorrem altas incidências de e) manter a seletividade na absorção.
febre amarela, de picadas de cobras peço-
nhentas e de leptospirose e querem evitar 3. (ENEM) Sabe-se que o olho humano não
ou tratar problemas de saúde relacionados a consegue diferenciar componentes de cores
essas ocorrências devem seguir determina- e vê apenas a cor resultante, diferentemen-
das orientações. te do ouvido, que consegue distinguir, por
Ao procurar um posto de saúde, um viajante exemplo, dois instrumentos diferentes to-
deveria ser orientado por um médico a to- cados simultaneamente. Os raios luminosos
mar preventivamente ou como medida de do espectro visível, que têm comprimento
tratamento: de onda entre 380 nm e 780 nm, incidem
a) antibiótico contra o vírus da febre amarela, na córnea, passam pelo cristalino e são pro-
soro antiofídico caso seja picado por uma jetados na retina. Na retina, encontram-se
cobra e vacina contra a leptospirose. dois tipos de fotorreceptores, os cones e os
b) vacina contra o vírus da febre amarela, soro bastonetes, que convertem a cor e a intensi-
antiofídico caso seja picado por uma cobra dade da luz recebida em impulsos nervosos.
e antibiótico caso entre em contato com a Os cones distinguem as cores primárias: ver-
Leptospira sp. melho, verde e azul, e os bastonetes dife-
c) soro contra o vírus da febre amarela, antibi- renciam apenas níveis de intensidade, sem
ótico caso seja picado por uma cobra e soro separar comprimentos de onda. Os impulsos
contra toxinas bacterianas. nervosos produzidos são enviados ao cérebro
d) antibiótico ou soro, tanto contra o vírus da por meio do nervo óptico, para que se dê a
febre amarela como para veneno de cobras, percepção da imagem.
e vacina contra a leptospirose. Um indivíduo que, por alguma deficiência,
e) soro antiofídico e antibiótico contra a Lep- não consegue captar as informações trans-
tospira sp e vacina contra a febre amarela mitidas pelos cones, perceberá um objeto
caso entre em contato com o vírus causador branco, iluminado apenas por luz vermelha,
da doença. como:
a) um objeto indefinido, pois as células que
2 (ENEM) Para explicar a absorção de nutrien- captam a luz estão inativas.
tes, bem como a função das microvilosidades b) um objeto rosa, pois haverá mistura da luz
das membranas das células que revestem as vermelha com o branco do objeto.
paredes internas do intestino delgado, um c) um objeto verde, pois o olho não consegue
estudante realizou o seguinte experimento: diferenciar componentes de cores.
Colocou 200 ml de água em dois recipien- d) um objeto cinza, pois os bastonetes captam
tes. No primeiro recipiente, mergulhou, por luminosidade, porém não diferenciam cor.
5 segundos, um pedaço de papel liso, como e) um objeto vermelho, pois a retina capta a
na FIGURA 1; no segundo recipiente, fez o luz refletida pelo objeto, transformando-a
mesmo com um pedaço de papel com dobras em vermelho.
simulando as microvilosidades, conforme FI-
GURA 2. Os dados obtidos foram: a quantida- 4. (ENEM) Diversos comportamentos e funções
de de água absorvida pelo papel liso foi de 8 fisiológicas do nosso corpo são periódicos;
ml, enquanto o papel dobrado foi de 12 ml. sendo assim, são classificados como ritmo
biológico. Quando o ritmo biológico respon-
de a um período aproximado de 24 horas, ele
é denominado ritmo circadiano. Esse ritmo
5c

diário é mantido pelas pistas ambientais de


m
5 cm

claro-escuro e determina comportamentos


como o ciclo do sono-vigília e o da alimen-
10 cm
10 cm tação. Uma pessoa, em condições normais,
acorda às 8 h e vai dormir às 21 h, manten-
FIGURA 1 FIGURA 2 do seu ciclo de sono dentro do ritmo dia e
noite. Imagine que essa mesma pessoa tenha

57
sido mantida numa sala totalmente escura 6. (ENEM) Estima-se que haja atualmente no
por mais de quinze dias. Ao sair de lá, ela mundo 40 milhões de pessoas infectadas
dormia às 18 h e acordava às 3 h da ma- pelo HIV (o vírus que causa a AIDS), sendo
nhã. Além disso, dormia mais vezes durante que as taxas de novas infecções continuam
o dia, por curtos períodos de tempo, e havia crescendo, principalmente na África, Ásia e
perdido a noção da contagem dos dias, pois, Rússia. Nesse cenário de pandemia, uma va-
quando saiu, achou que havia passado muito cina contra o HIV teria imenso impacto, pois
mais tempo no escuro. salvaria milhões de vidas. Certamente seria
BRANDÃO, M. L. Psicofisiologia. São um marco na história planetária e também
Paulo: Atheneu, 2000 (adaptado). uma esperança para as populações carentes
de tratamento antiviral e de acompanha-
Em função das características observadas, mento médico.
conclui-se que a pessoa: TANURI, A.; FERREIRA JUNIOR, O. C. Vacina contra Aids:
a) apresentou aumento do seu período de sono desafios e esperanças. Ciência
contínuo e passou a dormir durante o dia, Hoje (44) 26, 2009 (adaptado).
pois seu ritmo biológico foi alterado apenas
Uma vacina eficiente contra o HIV deveria:
no período noturno.
a) induzir a imunidade, para proteger o orga-
b) apresentou pouca alteração do seu ritmo cir-
nismo da contaminação viral.
cadiano, sendo que sua noção de tempo foi
b) ser capaz de alterar o genoma do organismo
alterada somente pela sua falta de atenção à
portador, induzindo a síntese de enzimas
passagem do tempo.
protetoras.
c) estava com seu ritmo já alterado antes de
c) produzir antígenos capazes de se ligarem ao
entrar na sala, o que significa que apenas
vírus, impedindo que este entre nas células
progrediu para um estado mais avançado de
do organismo humano.
perda do ritmo biológico no escuro.
d) ser amplamente aplicada em animais, visto
d) teve seu ritmo biológico alterado devido à
que esses são os principais transmissores do
ausência de luz e de contato com o mundo vírus para os seres humanos.
externo, no qual a noção de tempo de um e) estimular a imunidade, minimizando a
dia é modulada pela presença ou ausência do transmissão do vírus por gotículas de saliva.
sol.
e) deveria não ter apresentado nenhuma mu-
dança do seu período de sono porque, na
realidade, continua com o seu ritmo normal,
RAIO X
independentemente do ambiente em que
seja colocada. 1. As vacinas são usadas na prevenção de do-
enças viróticas, como a febre amarela. Soros
são usados no tratamento dos efeitos de uma
5. (ENEM) Os sintomas mais sérios da Gripe A,
mordida de cobra peçonhenta. Antibióticos
causada pelo vírus H1N1, foram apresenta- são usados no tratamento de doenças bacte-
dos por pessoas mais idosas e por gestan- rianas, como a leptospirose.
tes. O motivo aparente é a menor imunidade 2. A diferenciação da membrana plasmática
desses grupos contra o vírus. Para aumentar em microvilosidades é uma especialização
a imunidade populacional relativa ao vírus importante para aumentar a superfície de
da gripe A, o governo brasileiro distribuiu absorção, otimizando a função do intestino
vacinas para os grupos mais suscetíveis. humano.
A vacina contra o H1N1, assim como qual- 3. A deficiência do indivíduo está na captação
quer outra vacina contra agentes causadores das informações transmitidas pelos cones,
de doenças infectocontagiosas, aumenta a células responsáveis pela distinção das co-
imunidade das pessoas porque: res primárias. Um indivíduo sem qualquer
a) possui anticorpos contra o agente causador deficiência, ao visualizar um objeto branco
da doença. iluminado por luz vermelha, enxergaria ver-
b) possui proteínas que eliminam o agente cau- melho. Com o prejuízo no funcionamento
sador da doença. dos cones, não há identificação da cor ver-
c) estimula a produção de glóbulos vermelhos melha, porém com o perfeito funcionamento
pela medula óssea. dos bastonetes, os níveis de intensidade de
d) possui linfócitos B e T que neutralizam o luz recebidos são diferenciados. Sendo as-
agente causador da doença. sim, esse indivíduo com deficiência conse-
e) estimula a produção de anticorpos contra o gue visualizar a cor branca (para objetos que
agente causador da doença. refletem todas as cores), preta (para aqueles
que absorvem todas as cores) e cinza em di-
ferentes escalas (para objetos que refletem

58
algumas cores e absorvem outras), como é o
caso do exemplo proposto.
4. A ausência da alternância entre períodos
claros e escuros e a falta de contato com o
mundo externo alterou o ritmo biológico
(ciclo circadiano) dessa pessoa e ela perdeu
noção do tempo.
5. As vacinas contêm antígenos que induzem o
organismo inoculado a produzir anticorpos
e células de memória contra os microrganis-
mos patogênicos.
6. Uma vacina contra HIV (vírus da imunode-
ficiência adquirida), assim como qualquer
outra vacina, conteria antígenos atenuados
e induziria o sistema imunológico a produzir
anticorpos específicos que protegeria o orga-
nismo contra a contaminação viral.

GABARITO
1. B 2. B 3. D 4. D 5. E 6. A

59
Prescrição: É necessária a compreensão a respeito da fisiologia humana, notadamente das
células componentes, modos de atuação e particularidades dos sistemas circulatório, imunoló-
gico, digestório, excretor, respiratório e, também, em relação ao sentido da visão. Assim como a
interpretação de dados dispostos em tabelas.

PRÁTICA DOS As hemácias são devolvidas ao animal, por


meio de uma técnica denominada plasmafe-
CONHECIMENTOS - E.O. rese, a fim de reduzir os efeitos colaterais
provocados pela sangria.
Disponível em: http://www.infobibos.com.
1. (ENEM) Um paciente deu entrada em um Acesso em: 28 abr. 2010 (adaptado).
pronto-socorro apresentando os seguintes
sintomas: cansaço, dificuldade em respirar A plasmaferese é importante, pois, se o ani-
e sangramento nasal. O médico solicitou mal ficar com uma baixa quantidade de he-
um hemograma ao paciente para definir um mácias, poderá apresentar:
diagnóstico. Os resultados estão dispostos na a) febre alta e constante.
tabela: b) redução de imunidade.
c) aumento da pressão arterial.
Número d) quadro de leucemia profunda.
Constituinte Paciente e) problemas no transporte de oxigênio.
normal
Glóbulos 4,8 milhões/
4 milhões/mm3 3. (ENEM) O vírus do papiloma humano (HPV,
vermelhos mm3
Glóbulos (5000 – 10 na sigla em inglês) causa o aparecimento
9 000/mm3 de verrugas e infecção persistente, sendo o
blancos 000)/mm3
(250 000 – 400
principal fator ambiental do câncer de colo
Plaquetas 200 000m3 de útero nas mulheres. O vírus pode entrar
000)/mm3
pela pele ou por mucosas do corpo, o qual
Relacionando os sintomas apresentados pelo desenvolve anticorpos contra a ameaça, em-
paciente com os resultados de seu hemogra- bora em alguns casos a defesa natural do
ma, constata-se que: organismo não seja suficiente. Foi desen-
a) o sangramento nasal é devido à baixa quan- volvida uma vacina contra o HPV, que reduz
tidade de plaquetas, que são responsáveis em até 90% as verrugas e 85,6% dos casos
pela coagulação sanguínea. de infecção persistente em comparação com
b) o cansaço ocorreu em função da quantidade pessoas não vacinadas.
de glóbulos brancos, que são responsáveis Disponível em: http://g1.globo.
pela coagulação sanguínea. com. Acesso em: 12 jun. 2011.
c) a dificuldade respiratória ocorreu da baixa
O benefício da utilização dessa vacina é que
quantidade de glóbulos vermelhos, que são
pessoas vacinadas, em comparação com as
responsáveis pela defesa imunológica.
não vacinadas, apresentam diferentes res-
d) o sangramento nasal é decorrente da baixa
postas ao vírus HPV em decorrência da:
quantidade de glóbulos brancos, que são res-
a) alta concentração de macrófagos.
ponsáveis pelo transporte de gases no san-
b) elevada taxa de anticorpos específicos anti-
gue.
-HPV circulantes.
e) a dificuldade respiratória ocorreu pela quan-
c) aumento na produção de hemácias após a
tidade de plaquetas, que são responsáveis
infecção por vírus HPV.
pelo transporte de oxigênio no sangue.
d) rapidez na produção de altas concentrações
de linfócitos matadores.
2. (ENEM) A produção de soro antiofídico é e) presença de células de memória que atuam
feita por meio da extração da peçonha de na resposta secundária.
serpentes que, após tratamento, é introdu-
zida em um cavalo. Em seguida são feitas 4. (ENEM) Milhares de pessoas estavam mor-
sangrias para avaliar a concentração de anti- rendo de varíola humana no final do sécu-
corpos produzidos pelo cavalo. Quando essa lo XVIII. Em 1796, o médico Edward Jenner
concentração atinge o valor desejado, é rea- (1746-1823) inoculou em um menino de
lizada a sangria final para obtenção do soro. 8 anos o pus extraído de feridas de vacas

60
contaminadas com vírus da varíola bovina, c) liberação de calor via irrigação sanguínea
que causa uma doença branda em humanos. para controle térmico do sistema digestório.
O garoto contraiu uma infecção benigna e, d) secreção de enzimas digestivas para aumen-
dez dias depois, estava recuperado. Meses tar a degradação proteica no estômago.
depois, Jenner inoculou, no mesmo menino, e) processo de digestão para diminuir o tempo
o pus varioloso humano, que causava muitas de permanência do alimento no intestino.
mortes. O menino não adoeceu.
Disponível em: www.bbc.co.uk. Acesso
em: 5 dez. 2012 (adaptado).
6. (ENEM) A imagem representa uma ilustração
retirada do livro De Motu Cordis, de auto-
Considerando o resultado do experimento, ria do médico inglês Willian Harvey, que fez
qual a contribuição desse médico para a saú- importantes contribuições para o entendi-
de humana? mento do processo de circulação do sangue
a) A prevenção de diversas doenças infectocon- no corpo humano. No experimento ilustra-
tagiosas em todo o mundo. do, Harvey, após aplicar um torniquete (A)
b) A compreensão de que vírus podem se mul- no braço de um voluntário e esperar alguns
tiplicar em matéria orgânica. vasos incharem, pressionava-os em um pon-
c) O tratamento para muitas enfermidades que to (H). Mantendo o ponto pressionado, des-
acometem milhões de pessoas. locava o conteúdo de sangue em direção ao
d) O estabelecimento da ética na utilização de cotovelo, percebendo que um trecho do vaso
crianças em modelos experimentais. sanguíneo permanecia vazio após esse pro-
e) A explicação de que alguns vírus de animais cesso (H – O).
podem ser transmitidos para os humanos.

5. (ENEM) As serpentes que habitam regiões de


seca podem ficar em jejum por um longo pe-
ríodo de tempo devido à escassez de alimen-
to. Assim, a sobrevivência desses predadores
está relacionada ao aproveitamento máximo
dos nutrientes obtidos com a presa capturada.
De acordo com essa situação, essas serpentes
apresentam alterações morfológicas e fisioló-
gicas, como o aumento das vilosidades intesti-
nais e a intensificação da irrigação sanguínea A demonstração de Harvey permite estabe-
na porção interna dessas estruturas. lecer a relação entre circulação sanguínea e:
A função do aumento das vilosidades intesti-
a) pressão arterial.
nais para essas serpentes é maximizar o(a):
a) comprimento do trato gastrointestinal para b) válvulas venosas.
caber mais alimento. c) circulação linfática.
b) área de contato com o conteúdo intestinal d) contração cardíaca.
para absorção dos nutrientes. e) transporte de gases.

7. (ENEM) O sistema somatossensorial nos informa o que ocorre tanto na superfície do corpo como
em seu interior, e processa muitas classes de diferentes estímulos, como pressão, temperatura,
toque, posição. Em uma experiência, após vendar os olhos do indivíduo, foram feitos toques com
as duas pontas de um compasso em diversas partes do corpo e em diferentes distâncias, visando
à identificação das regiões e distâncias onde eram sentidos um ou dois toques. Os locais do corpo,
a quantidade de toques que foram sentidos e a distância entre as duas pontas do compasso estão
apresentados na tabela:

Distância (cm) 6 5 3,5 2,5 1 0,5 <0,5


Locais Número de toques
Costas 2 2 1 1 1 1 1
Panturrilha 2 1 1 1 1 1 1
Antebraço 2 2 1 1 1 1 1
Polegar 2 2 2 2 2 2 2
Indicador 2 2 2 2 2 2 2
DINIZ, C. W. P. Desvendando o corpo dos animais. Belém: UFPA, 2004.

61
As diferenças observadas entre as várias regiões do corpo refletem que a densidade dos receptores:
a) não é a mesma em todos os pontos, existindo regiões com maior capacidade de discriminação e sensi-
bilidade, como o indicador e o polegar.
b) apresenta pequena diferenciação entre os diversos pontos, existindo regiões com menor capacidade de
discriminação e sensibilidade, como o indicador e a panturrilha.
c) apresenta pequena diferenciação entre os diversos pontos, diferenciando-se em regiões com maior
capacidade de discriminação e sensibilidade, como as costas e o antebraço.
d) não é a mesma em todos os pontos, existindo regiões com maior capacidade de discriminação e sensi-
bilidade, como o panturrilha e as costas.
e) se equivale, existindo pontos que manifestam uma maior sensibilidade e discriminação, como as costas
e o antebraço.

8. (ENEM)

Embora sejam produzidos e utilizados em situações distintas, os imunobiológicos I e II atuam de


forma semelhante nos humanos e equinos, pois:
a) conferem imunidade passiva.
b) transferem células de defesa.
c) suprimem a resposta imunológica.
d) estimulam a produção de anticorpos.
e) desencadeiam a produção de antígenos.

9. (ENEM) Um pesquisador percebe que o rótulo de um dos vidros em que guarda um concentrado de
enzimas digestivas está ilegível. Ele não sabe qual enzima o vidro contém, mas desconfia de que
seja uma protease gástrica, que age no estômago digerindo proteínas. Sabendo que a digestão no
estômago é ácida e no intestino é básica, ele monta cinco tubos de ensaio com alimentos diferen-
tes, adiciona o concentrado de enzimas em soluções com pH determinado e aguarda para ver se a
enzima age em algum deles.
O tubo de ensaio em que a enzima deve agir para indicar que a hipótese do pesquisador está cor-
reta é aquele que contém:
a) cubo de batata em solução com pH = 9.
b) pedaço de carne em solução com pH = 5.
c) clara de ovo cozida em solução com pH = 9.
d) porção de macarrão em solução com pH = 5.
e) bolinha de manteiga em solução com pH = 9.

10. (ENEM) Durante uma expedição, um grupo de estudantes perdeu-se de seu guia. Ao longo do dia
em que esse grupo estava perdido, sem água e debaixo de sol, os estudantes passaram a sentir cada
vez mais sede. Consequentemente, o sistema excretor desses indivíduos teve um acréscimo em um
dos seus processos funcionais.

62
Nessa situação o sistema excretor dos estudantes:
a) aumentou a filtração glomerular.
b) produziu maior volume de urina.
c) produziu urina com menos ureia.
d) produziu urina com maior concentração de sais.
e) reduziu a reabsorção de glicose e aminoácidos.

11. (ENEM) Entre os anos de 1028 e 1038, Alhazen (Ibn al-Haytham: 965-1040 d.C.) escreveu sua
principal obra, O Livro da Óptica, que, com base em experimentos, explicava o funcionamento da
visão e outros aspectos da ótica, por exemplo, o funcionamento da câmara escura. O livro foi tra-
duzido e incorporado aos conhecimentos científicos ocidentais pelos europeus. Na figura, retirada
dessa obra, é representada a imagem invertida de edificações em tecido utilizado como anteparo.

Se fizermos uma analogia entre a ilustração e o olho humano, o tecido corresponde ao(à):
a) íris.
b) retina.
c) pupila.
d) córnea.
e) cristalino.

12. (ENEM) Hipóxia ou mal das alturas consiste na diminuição de oxigênio (O2) no sangue arterial do
organismo. Por essa razão, muitos atletas apresentam mal-estar (dores de cabeça, tontura, falta
de ar etc.) ao praticarem atividade física em altitudes elevadas. Nessas condições, ocorrerá uma
diminuição na concentração de hemoglobina oxigenada (HbO2) em equilíbrio no sangue, conforme
a relação:

Hb(aq) + O2(aq)  HbO2(aq)


Mal da montanha. Disponível em: www.feng.pucrs.br. Acesso em: 11 fev. 2015 (adaptado).

A alteração da concentração de hemoglobina oxigenada no sangue ocorre por causa do(a):


a) elevação da pressão arterial.
b) aumento da temperatura corporal.
c) redução da temperatura do ambiente.
d) queda da pressão parcial de oxigênio.
e) diminuição da quantidade de hemácias.

13. (ENEM) Durante a aula, um professor apresentou uma pesquisa nacional que mostrava que o con-
sumo de sódio pelos adolescentes brasileiros é superior ao determinado pela Organização Mundial
da Saúde. O professor, então, destacou que esse hábito deve ser evitado.

63
A doença associada a esse hábito é a: c) o sangramento pelo nariz, pela boca e gengi-
a) obesidade. va é ocasionado pela quantidade reduzida de
b) osteoporose. plaquetas, que são responsáveis pelo trans-
c) diabetes tipo II. porte de oxigênio.
d) hipertensão arterial. d) as manifestações hemorrágicas estão asso-
e) hipercolesterolemia. ciadas à trombocitopenia, uma vez que as
plaquetas estão envolvidas na cascata de
14. (ENEM) Uma enzima foi retirada de um dos coagulação sanguínea.
órgãos do sistema digestório de um cachorro e) os sangramentos observados ocorrem em
e, após ser purificada, foi diluída em solução função da linfocitose, uma vez que os linfó-
fisiológica e distribuída em três tubos de en- citos são responsáveis pela manutenção da
saio com os seguintes conteúdos: integridade dos vasos sanguíneos.
– Tubo 1: carne
– Tubo 2: macarrão 16. (ENEM 2ª aplicação 2016) A perda de mas-
– Tubo 3: banha sa muscular é comum com a idade, porém,
Em todos os tubos foi adicionado ácido clo- é na faixa dos 60 anos que ela se torna cli-
rídrico (HCℓ) e o pH da solução baixou para nicamente perceptível e suas consequências
um valor próximo a 2. Além disso, os tubos começam a incomodar no dia a dia, quando
foram mantidos por duas horas a uma tem- simples atos de subir escadas ou ir à pada-
peratura de 37ºC. A digestão do alimento ria se tomam sacrifícios. Esse processo tem
ocorreu somente no tubo 1. nome: sarcopenia. Essa condição ocasiona a
De qual órgão do cachorro a enzima foi re- perda da força e qualidade dos músculos e
tirada? tem um impacto significante na saúde.
a) Fígado. Disponível em: www.infoescola.com. Acesso
em: 19 dez. 2012 (adaptado).
b) Pâncreas.
c) Estômago. A sarcopenia é inerente ao envelhecimento,
d) Vesícula biliar. mas seu quadro e consequentes danos po-
e) Intestino delgado. dem ser retardados com a prática de exer-
cícios físicos, cujos resultados mais rápidos
15. (ENEM) De acordo com estatísticas do Mi- são alcançados com o(a)
nistério da Saúde, cerca de 5% das pessoas a) hidroginástica.
com dengue hemorrágica morrem. A dengue b) alongamento.
hemorrágica tem como base fisiopatológi- c) musculação.
ca uma resposta imune anômala, causando d) corrida.
aumento da permeabilidade de vasos san- e) dança.
guíneos, queda da pressão arterial e mani-
festações hemorrágicas, podendo ocorrer
manchas vermelhas na pele e sangramento GABARITO
pelo nariz, boca e gengivas. O hemograma
do paciente pode apresentar como resulta- 1. A 2. E 3. E 4. A 5. B
do leucopenia (diminuição do número de
glóbulos brancos), linfocitose (aumento do 6. B 7. A 8. D 9. B 10. D
número de linfócitos), aumento do hemató- 11. B 12. D 13. D 14. C 15. D
crito e trombocitopenia (contagem de pla- 16. C
quetas abaixo de 100.000/mm3).
Disponível em: www.ciencianews.com.br.
Acesso em: 28 fev. 2012 (adaptado).

Relacionando os sintomas apresentados pelo


paciente com dengue hemorrágica e os pos-
síveis achados do hemograma, constata-se
que:
a) as manifestações febris ocorrem em função
da diminuição dos glóbulos brancos, uma
vez que estes controlam a temperatura do
corpo.
b) a queda na pressão arterial é ocasionada
pelo aumento do número de linfócitos, que
têm como função principal a produção de
anticorpos.

64
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 7 e 8

Competências 1, 3, 4, 5 e 8
Habilidades 2, 3, 11, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 28 e 29

BREVIÁRIO

VÍRUS
Eles medem entre 0,03 µm e 0,3 µm (aproximadamente dez a cem vezes menor que as bactérias) e são formados
por uma cápsula de proteína, o capsídeo, com várias subunidades, os capsômeros. No interior do capsídeo, há
um ácido nucleico (material genético), que, dependendo do tipo de vírus, pode ser o DNA ou RNA. Nos tipos mais
complexos de vírus existem também glicídios e lipídios.
O capsídeo mais o ácido nucleico que ele envolve são denominados nucleocapsídeo. Alguns vírus são
formados apenas pelo nucleocapsídeo, outros, no entanto, possuem um envoltório ou envelope externo ao nucleo-
capsídeo. Esses vírus são denominados vírus encapsulados ou envelopados.

Proteínas virais específicas

Capsídio:
Proteínas virais específicas
DNA viral

Adenovírus
(vírus não envelopado)

Envelope:
Membrana bimolecular de
lipídios e proteínas específicas
do vírus
Capsídio: proteínas virais específicas
DNA viral

H (Hemaglutina)
N (Neuraminidase)

Vírus da influenza A
(vírus envelopado)

67
Reprodução
São considerados parasitas intracelulares obrigatórios. O termo vírus geralmente refere-se às partículas que in-
fectam eucariontes, enquanto o termo bacteriófago ou fago é utilizado para descrever aqueles que infectam
procariontes.

Cabeça

Colar

Fibra de cauda

Placa basal

Bacteriófago

Mecanismo de manifestação viral


O mecanismo de ação viral pode variar de acordo com o ácido nucleico (RNA ou DNA), podendo se manifestar da
seguinte forma:
§ Quando o material genético for o DNA
O DNA viral passa por uma transcrição, sintetizando várias moléculas de RNA traduzidas em uma proteína.
Exemplos: vírus da varíola, hepatite e herpes.
§ Quando o material genético for o RNA, a ação viral pode ocorrer por duas vias de acordo com o vírus.
Na primeira, os vírus de RNA sintetizam mais RNA traduzidos em proteínas pelo maquinário da célula
hospedeira.
Exemplos: vírus da gripe, poliomielite e raiva.
Na segunda, o RNA é convertido em DNA por meio de uma enzima denominada transcriptase reversa.
Exemplo: vírus da aids.

DOENÇAS VIRAIS HUMANAS


No homem, inúmeras doenças são causadas por esses seres acelulares. Praticamente, todos os tecidos e órgãos
humanos podem ser afetados por alguma infecção viral. Inclusive a ação viral pode desencadear tumores. Algumas
das principais viroses que acometem os seres humanos são:

68
§ Gripe
§ Hepatite
§ Herpes
§ Poliomielite
§ Raiva
§ Rubéola
§ Sarampo
§ Varíola
§ Catapora
§ Caxumba
§ Dengue
§ Febre Amarela
§ Ebola
§ Aids

RETROVÍRUS E ADENOVÍRUS
O HIV tem a enzima transcriptase reversa, que faz com que o processo de transcrição reversa seja realizado
(formação de DNA a partir do RNA viral). Esse processo de se formar DNA a partir de RNA viral é denominado
retrotranscrição, o que deu o nome retrovírus aos vírus que realizam esse processo. Os outros vírus que possuem
DNA fazem o processo de transcrição (passagem da “linguagem” de DNA para RNA) e só depois a tradução. Estes
últimos vírus são designados de adenovírus.

Envelope
lipídico RNA

Capsídeo

Esquema do Vírus HIV


Transcriptase reversa

Há algumas décadas, os medicamentos antirretrovirais são usados por portadores do HIV (soropositivos).
Sua ação visa impedir a multiplicação do vírus e ajudar a evitar a baixa do sistema imunológico, diretamente atin-
gido pelo HIV.
Devido a ampla adesão ao tratamento com coquetel anti-HIV (conjunto de diferentes antirretrovirais), os
indivíduos soropositivos passaram a desfrutar de maior tempo e qualidade de vida.

69
DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS
Acompanhe, abaixo, alguns termos comuns utilizados ao se tratar de doenças:
§ Agente etiológico: causador da doença.
§ Vetor: aquele que transmite a doença, ou seja, carrega o agente etiológico até um organismo vivo, conta-
minando-o.
§ Hospedeiro definitivo: aquele no qual se encontram os parasitas adultos, ou seja, que já atingiram a
maturidade sexual, podendo se reproduzir.
§ Hospedeiro intermediário: aquele que abriga os parasitas ainda não maduros sexualmente.
§ Epidemia: caracteriza-se pela incidência de um grande número de casos de uma doença, num curto perí-
odo de tempo.
§ Pandemia: é uma epidemia que toma grandes proporções e pode atingir muitos países e até mais de um
continente.
§ Endemia: refere-se a uma doença particular de determinada região ou país.

Na tabela, são descritas algumas doenças causadas por vírus.

Doença Agente etiológico Transmissão Prevenção


Poliomielite Vacinação (“gotinhas do Sa-
Poliovírus Oral/fecal
(Paralisia infantil) bin”)
Controle da proliferação do
Vírus da dengue Picada de mosquito Aedes ae-
mosquito, evitando acúmulo de
Dengue (4 subtipos) gypti (vetor) contaminado pelo
água parada em pneus, garrafas,
vírus.
vasos, dentre outros.
Por vias respiratórias – contato
com secreções (dos olhos, nariz Vacinação e evitar contato com
Sarampo Vírus do sarampo
e garganta) de pessoas conta- secreções de pessoas doentes.
minadas.
Vacinação de grupo restrito
Por vias respiratórias – contato (como idosos e pessoas com
Gripe Vírus Influenza com gotículas de saliva de pes- baixa imunidade); evitar contato
soas contaminadas. com doentes; boa alimentação
para fortalecer o sistema imune.
Por vias respiratórias – contato
Vacinação e evitar contato com
Caxumba Vírus da caxumba com gotículas de saliva de pes-
secreções de pessoas doentes.
soas contaminadas.
Por meio de relações sexuais
sem preservativo com portado- Utilização de preservativos em
res do vírus e pelo contato com relações sexuais, não compar-
Aids HIV
sangue contaminado (transfu- tilhar seringas ou objetos como
sões, compartilhamento de se- alicates de unha, dentre outros.
ringas e objetos perfurantes).
Ingestão de água e alimentos Vacinação (tipo A); higiene pes-
Vírus da hepatite A e da hepa-
Hepatites A e E contaminados com fezes dos soal; e medidas de saneamento
tite E
portadores. básico.
Por meio de relações sexuais
sem preservativo com portado-
Vacinação, utilização de preser-
res do vírus e pelo contato com
vativos, não compartilhamento
Hepatite B Vírus da hepatite B sangue contaminado (trans-
de seringas e outros objetos
fusões, compartilhamento de
perfurantes.
seringas e objetos perfurantes);
além de transmissão vertical.
Utilização de preservativo; e em
Relação sexual com portador;
Herpes genital Herpes simplex tipo 2 época de manifestação evitar o
além de transmissão vertical.
contato íntimo sexual.

70
Doença Agente etiológico Transmissão Prevenção
Vacinação contra o HPV. Utiliza-
ção de preservativos ou ainda
Principalmente por contato ínti-
Condiloma acuminado HPV – Papillomavírus evitar o contato íntimo sexual
mo (sexual).
com portadores, devido ao local
onde ficam as lesões.
Vacinação (vacina antirrábica)
Mordida, arranhadura ou lam-
dos animais domésticos e dos
Raiva Vírus da raiva bida de cães e outros animais,
humanos com alto risco de ex-
principalmente morcegos.
posição ao vírus.
Por vias respiratórias – contato
Vacinação e evitar contato com
Rubéola Rubivírus com gotículas de saliva de pes-
secreções de pessoas doentes.
soas contaminadas.
Por vias respiratórias – contato Vacinação (principalmente re-
Catapora Vírus Varicela zoster direto com portadores da do- comendada a idosos), e evitar
ença. contato com pessoas infectadas.
Pelo Aedes aegypti – ciclo ur-
Vacinação e combate aos mos-
Febre amarela Vírus da febre amarela bano; Haemagogus sp. – ciclo
quitos vetores.
silvestre.

REINO MONERA
Os organismos pertencentes ao reino Monera são todos unicelulares ou coloniais, e apresentam células procarióticas.

Ribossomos Citoplasma
Parede celular
Mesossomo Flagelo
Cápsula
DNA (nucleoide)
Membrana plasmática

Modelo básico de célula procariótica

Embora algumas espécies sejam patogênicas, a grande maioria é, pelo contrário, essencial à vida.

CARACTERÍSTICAS GERAIS
As bactérias têm diâmetros entre 0,5 e 5 µm. A forma destes organismos pode ser relativamente variada: cocos,
estreptococos, bacilos, diplococos, entre outras.

Nutrição
As bactérias podem ser heterotróficas (realizando absorção) ou autotróficas (realizando fotossíntese ou quimios-
síntese). Além disso, podem estabelecer numerosos tipos de relações tróficas (com outros seres vivos), como sapro-
fitismo (degradar matéria orgânica morta) e parasitismo (obrigatório ou facultativo).

71
Estes organismos podem ser aeróbios, aeróbios facultativos ou anaeróbios obrigatórios.
Uma importante estratégia de sobrevivência que as bactérias possuem é a formação de esporos resistentes.

Reprodução
As bactérias multiplicam-se rapidamente, assexuadamente por bipartição, formando conjuntos de clones que são
designados por colônias.
A reprodução sexuada também existe, sendo a consequência da transferência de segmentos de DNA de
uma célula doadora para uma célula receptora.
Após a transferência, ocorre a recombinação entre o DNA recebido e o cromossoma bacteriano, originando
novas combinações de genes, que serão passadas às bactérias-filhas.
Convencionou-se dividir o reino Monera em dois grupos: arqueobactérias (também chamadas arqueas) e
bactérias.

ARQUEAS
As arqueas são típicas de ambientes extremos (extremófilas), como fontes termais, fendas vulcânicas, águas extre-
mamente salgadas ou geladas, entre outros.
As arqueobactérias podem ser divididas em quatro grupos principais:
§ Halófilas;
§ Metanogêneas;
§ Termoacidófilas;
§ Sulforredutoras.

CIANOBACTÉRIAS
A maioria das bactérias fotossintéticas são designadas cianobactérias. Algumas espécies de cianobactérias produ-
zem e liberam toxinas na água, que podem envenenar outros animais que habitam o mesmo ambiente ou conta-
minar a água potável, levando doenças aos seres humanos.

MICOPLASMA
Micoplasmas é o nome que foi dado às bactérias do gênero Mycoplasma, com tamanho menor (cerca de 0,3 µm)
do que o apresentado normalmente pelas outras bactérias. A diferença principal entre as bactérias e os micoplas-
mas é que as bactérias possuem uma parede celular.

BACTÉRIAS PATOGÊNICAS
As bactérias patogênicas são aquelas que causam doenças. A seguir, as principais doenças causadas por bactérias
ao ser humano:

72
§ Cólera
§ Coqueluche
§ Difteria
§ Disenterias bacilares
§ Febre maculosa
§ Febre tifoide
§ Gonorreia
§ Hanseníase
§ Leptospirose
§ Meningite meningocócica
§ Pneumonia bacteriana
§ Sífilis
§ Tétano
§ Tuberculose
Os antibióticos são medicamentos utilizados no combate às doenças causadas por bactérias; porém, o seu
uso não deve ser indiscriminado, isso acaba por selecionar e favorecer linhagens de bactérias resistentes, dificultan-
do a cura de várias infecções. Acompanhe no esquema a seguir como surgem populações de bactérias resistentes.

População de bactérias. Os
indivíduos diferem entre si.
Uns mais outros menores
adaptados.

Antibióticos eliminam
as bactérias menos
adaptadas

Restam somente as
bactérias mais adaptadas.
Elas são resistentes ao
antibiótico.

Tratamento mal
feito

Bactérias resistentes
multiplicam-se formando
uma nova população.

73
ALGUMAS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS
Doença Agente etiológico Transmissão Prevenção
Vacinação (vacina Tríplice), fa-
Através de objetos contamina-
zer boa assepsia de ferimentos
Tétano Clostridium tetani dos com os esporos (formas re-
e cortes, cuidado ao manusear
sistentes) da bactéria.
objetos cortantes.
Pelo contato com gotículas da
Mycobacterium tuberculosis Vacinação com BCG, evitar con-
tosse de doentes ou pela inges-
Tuberculose (bacilo de Koch) tato desprovido de máscara com
tão de leite de vaca contamina-
o doente e fervura do leite cru.
do.
Evitar locais infestados pelo
Pela picada do carrapato-estrela carrapato; se proteger adequa-
Febre maculosa Rickettsia rickettsii
contaminado. damente; combater sua prolife-
ração.
Evitar contato direto com o
Pelo contato com o muco nasal
muco nasal e feridas de pessoas
Hanseníase ou lepra Mycobacterium leprae e feridas de pessoas infectadas
contaminadas; e hábitos de hi-
pela bactéria.
giene (lavar as mãos).
Por vias respiratórias – através Vacinação (Tríplice), evitar con-
Coqueluche Bordetella pertussis de gotículas eliminadas pela tato, desprovido de máscara,
tosse de pessoas infectadas. com o doente.
Vacinação e evitar confinamen-
Por vias respiratórias – através
to em ambientes cheios e com
Meningite Neisseria meningitidis do contato com secreções da
pouca circulação de ar em épo-
tosse de pessoas infectadas.
cas de epidemia.
A bactéria pode estar presente
Vacinação de cães e gatos; não
na urina de gatos, cachorros e
jogar lixo em vias públicas, e não
Leptospirose Leptospira interrogans ratos – em épocas de enchente
entrar em contato com águas de
a urina contaminada pode se
enchente.
misturar à água da chuva.
Evitar o consumo de processa-
Através do solo ou água conta- dos com irregularidades na em-
minada; consumo de enlatados, balagem (como lata estufada);
Botulismo Clostridium botulinum conservas ou embutidos mal cuidados no preparo e consumo
processados. A bactéria produz de alimentos – como conservas
esporos resistentes. caseiras/ fervura de alimentos
enlatados.
Saneamento básico, higiene
Pela ingestão de água e alimen- pessoal, e evitar ingestão de
tos contaminados, como ovo alimentos contaminados, como
Salmoneleose Salmonella sp.
cru, carne malpassada e verdu- ovos crus (e preparos que os
ras mal lavadas. tenham como ingredientes) e
verduras mal lavadas.
Saneamento básico, higiene
Através da ingestão de alimen-
pessoal, evitar ingestão de fru-
Cólera Vibrio cholerae tos crus e frutos do mar conta-
tos do mar e outros alimentos
minados com fezes de doentes.
crus mal higienizados.
Por contato sexual com pessoas Por contato sexual com pessoas
Cancro mole Uso de preservativo.
contaminadas. contaminadas.
Por contato sexual com pessoas Por contato sexual com pessoas
Gonorreia contaminadas; e também trans- contaminadas; e também trans- Uso de preservativo.
missão vertical missão vertical.
Por contato sexual com pessoas Por contato sexual com pessoas
contaminadas; sangue conta- contaminadas; sangue conta-
Sífilis Uso de preservativo.
minado; e também transmissão minado; e também transmissão
vertical. vertical.

74
REINO PROTOCTISTA: PROTOZOÁRIOS
Os organismos incluídos neste grupo são todos eucariontes e unicelulares ou até mesmo coloniais. São seres com
dimensões muito variáveis, entre 3 e 700 µm. Encontram-se em ambientes aquáticos e em meio terrestre, desde
que haja humidade suficiente.
A grande maioria dos protozoários é de vida livre, mas existem relações de simbiose e até mesmo parasi-
tismo. Apesar de existirem protozoários patogênicos, como os que causam a malária, a maioria é muito útil, pois
decompõe organismos mortos, ajudando a reciclar a matéria e formam um dos degraus mais baixos de muitas
cadeias alimentares. Outros vivem no interior do corpo de animais herbívoros, onde, juntamente com bactérias,
ajudam a digerir a celulose.

DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS


§ Leishmaniose tegumentar americana (úlcera de bauru)
§ Leishmaniose visceral americana (ou calazar)
§ Toxoplasmose
§ Balantidiose (disenteria)
§ Disenteria amebiana (amebíase)
§ Giardíase
§ Tricomoníase
§ Malária
Ocorre basicamente em países de clima tropical e subtropical, provocada por esporozoário do gênero Plas-
modium.

Ciclo do Plasmodium

Esses esporozoários têm como hospedeiro definitivo a fêmea do mosquito do gênero Anopheles, hematófaga.
Esta, previamente infectada, ao picar uma pessoa saudável, pode transmitir a doença. No entanto, a transmissão
também pode ocorrer pela transfusão de sangue contaminado, uso de instrumentais cirúrgicos sem estarem devi-
damente higienizados e de forma transplacentária – de mãe para filho.
Ao entrarem no organismo, estes parasitas se direcionam pela corrente sanguínea, até chegarem ao fígado
e baço, nestes órgãos se reproduzem por divisão múltipla (esquizogonia). Em virtude da sua multiplicação exacer-
bada, provocam o rompimento destas estruturas. Os frutos desta divisão invadem as hemácias (células sanguíneas),
onde crescerão e as arrebentarão. Esta ruptura provoca picos de febre alta, uma vez que toxinas são liberadas neste
momento.
A doença varia de formas benignas a muito graves, podendo até ser fatal, pois a destruição das hemácias
pode acarretar outras consequências graves.

Prevenção

Quanto à proteção individual, ao visitar zonas de risco, é importante não permanecer ao ar livre durante o amanhe-
cer e anoitecer, além de utilizar telas nas portas e janelas, mosquiteiros, repelentes e roupas que cubram a maior
parte do corpo.

75
Com respeito às medidas coletivas, o tratamento dos doentes, drenagem de áreas alagadas para impedir
a formação de criadores de mosquitos e controle do desmatamento (os mosquitos vivem na floresta, no entanto,
se destruírem suas “casas” poderão invadir as cidades, aumentando a transmissão da doença) são medidas muito
importantes.
Fêmea do
mosquito (H,D)
Esporozoitos Anopheles
invadem a glândula
salivar do mosquito
Homem (H,I)

Oocisto na
parede do
estômago Esporozóitos
Fecundação Gametócitos
Hemácia
Gameta

Gameta
Merozoitos

Fígado

Ciclo de vida do Plasmodium


§ Doença de Chagas

O flagelado Trypanosoma cruzi é o agente etiológico. Esta doença ocasiona a hipertrofia dos órgãos afetados pelo
parasita, sendo o coração o mais atingido.

Ciclo do Trypanosoma cruzi

A principal forma de transmissão se dá por intermédio das fezes do Triatoma infestans, percevejo triatomíneo,
conhecido como barbeiro. Este animal contrai o protozoário de tatus, gambás, macacos ou de humanos doentes
e, ao sugar o sangue de uma pessoa, defeca. Assim, ao coçar a ferida, a pessoa cria condições para que o parasita
penetre em sua pele e se dirija a outros órgãos via corrente sanguínea.
Através da ferida provocada pela picada, os tripanossomas podem atingir outros tecidos ou órgãos. Ao
atingir o coração, o parasita danifica as fibras musculares, prejudicando o funcionamento do órgão.
Inicialmente, a doença é assintomática. As manifestações crônicas podem ocorrer de 20 a 40 anos após a
infecção, podendo resultar em inchaço do fígado e do baço. Essas manifestações decorrem com maior frequência
de lesões cardíacas, com aumento do volume do coração e alterações do ritmo de contração.

Prevenção

As medidas preventivas consistem em usar proteções em casa, tais como mosquiteiros e telas nas janelas; e exigir
cuidados nas transfusões de sangue. Há como contrair a doença por meio de transfusões de bancos de sangue sem
a devida fiscalização e via placenta, de mãe para feto.

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No inseto Inseto pica e defeca ao mesmo tempo. O Os tripomastigotas invadem células onde
Barbeiro tripomastigota passa à ferida nas fezes. se tranformam em amastigotas.

Transforma-se em tripomastigotas No ser humano

Os amastigotas
Multiplicam-se multiplicam-se dentro
Tripomastigotas sanguíneos Os tripanossomos então das células assexualmente.
são absorvidos por novos invadem novas células em
regiões diferentes do corpo
insetos em nova picada
que invadem e onde se
multiplicam como
amastigotas.
Tranforma-se em
epimastigotas no
intestino do inseto
Os tripomastigotas invadem células onde
Estágio infeccioso se transformam em amastigotas.
Estágio diagnóstico

Ciclo de vida do Trypanosoma cruzi

ALGUMAS DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS

Doença Agente etiológico Transmissão Prevenção


Pelas fezes do inseto “barbeiro”
Eliminar casas com frestas ou
infectado com o Tripanossoma
buracos nas paredes – onde o
cruzi. Ao picar o homem, o inse-
Doença de Chagas Trypanosoma cruzi inseto pode se alojar; controlar
to defeca na ferida, e ao coçar,
a proliferação do inseto “bar-
a pessoa proporciona a entrada
beiro”.
do protozoário pela pele.
O Plasmodium é transmitido Usar telas de mosquiteiros para
Malária Plasmodium sp. pela picada do mosquito Ano- impedir a picada do inseto; e
pheles contaminado. combater o inseto transmissor.
Os cistos do protozoário podem
Higiene pessoal – sempre lavar
ficar na água e nos alimentos;
as mãos; lavar alimentos crus,
insetos, como moscas e baratas,
Amebíase Entamoeba histolytica como frutas e verduras; limpar e
além de vasos sanitários sujos,
desinfetar sanitários; e eficiente
também proporcionam a trans-
sistema de saneamento básico.
missão.
Pela ingestão de cistos, presen-
Evitar contato com as fezes de
Toxoplasmose Toxoplasma gondii. tes nas fezes de animais conta-
animais.
minados, principalmente gatos.
Combater a proliferação do
Leishmaniose visceral Picada do mosquito-palha:
Leishmania chagasi mosquito transmissor; e prote-
(ou calazar) Lutzomya sp.
ger-se contra sua picada.
Leishmaniose Combater a proliferação do
Picada do mosquito-palha:
tegumentar (ou Leishmania braziliensis mosquito transmissor; e prote-
Lutzomya sp.
úlcera de bauru) ger-se contra sua picada.

77
PLATELMINTOS
A maioria é dotada de tubo digestório incompleto e alguns vivem adaptados à vida parasitária (sem tubo digestório).

As tênias
Ganchos Ventosas Proglótides Escólex
imaturas
Ventosas

Zona de
formação de
proglótides
T. solium T. saginata
Ovário
Nervo
Proglótides
Glândula maduras
Útero de vitelo Proglótides
Glândula grávidas
Testículos
da casca
Canal
(deferente) Cirro Vagina
(órgão copulador) Poro genital

Teníase é uma doença causada por tênias adultas, Taenia solium e Taenia saginata, pertencentes à classe Cestoda.
São hermafroditas e realizam autofecundação. Os últimos anéis ou proglótides, aptos à fecundação,
fazem com que os espermatozoides de um anel fecundem os óvulos de outro segmento de um mesmo animal.
Cada proglote produz uma quantidade significativa de ovos: de 30 a 80 mil. Periodicamente, os anéis grá-
vidos desprendem-se com as fezes.
O porco é hospedeiro intermediário do Taenia soluim e o boi da Taenia saginata.

Ciclo da teníase

1. Ao se alimentar de carnes cruas ou mal passadas, o homem pode ingerir cisticercos (larvas de tênia).
2. No intestino, a larva é liberada, fixa o escólex, e cresce originando a tênia adulta.
3. Proglotes maduras com testículos e ovários, reproduzem-se entre si e dão origem a proglotes grávidas,
cheias de ovos. Em grupos de 2 a 6, as proglotes grávidas são expulsas durante ou após a evacuação.

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4. No solo, elas rompem-se e liberam os ovos. Conhecido como oncosfera, o ovo é esférico, mede cerca de 30
mm de diâmetro, e é dotado de seis pequenos ganchos. Espalham-se pelo meio e podem ser ingeridos pelo
hospedeiro intermediário.
5. No intestino desse hospedeiro, os embriões deixam a proteção do ovo, perfuram o revestimento intestinal
e entram na corrente sanguínea. Instalam-se principalmente na musculatura sublingual, no diafragma, no
sistema nervoso e no coração desse animal.
Cada ovo transforma-se em uma larva, uma tênia jovem chamada cisticerco, cujo tamanho lembra o de um
grão de canjica. Envolta em uma vesícula protetora, essa larva contém escólex e um pescoço curto. Até esse
ponto, tratamos do quadro da doença onde o homem ingere os cisticercos – adquirindo a teníase. Porém, há
outra possibilidade: quando da ingestão de ovos, estes passam para a corrente sanguínea e desenvolvem-
-se em cisticercos (larvas) nos tecidos humanos, causando uma doença – a cisticercose que pode ser fatal.

Prevenção da teníase

Educação sanitária, cuidadosa fiscalização e cozimento adequado de carnes e derivados, linguiça, salame, embutidos.

Prevenção da cisticercose

Higiene pessoal (lavar as mãos depois de defecar e antes de manipular alimentos), beber água tratada ou fervida,
higienização de frutos e verduras (alimentos crus), evitar alimentos que possam estar contaminados com fezes,
evitar o consumo de carnes cruas ou malpassadas.

Esquistossomo
No Brasil, a esquistossomose é causada pelo Schistossoma mansoni, pertencente à classe Trematoda, do qual o
homem é o principal hospedeiro e reservatório.

Esquema do ciclo
Vermes reprodutivo do
schistosoma mansoni.
adultos

Vasos do intestino
Fezes
Homem doente com
ovos do
parasitas

Homem
(hospedeiro
definitivo)

Ovo
(6 140 μm de
comprimento)
Miracídio
(6 150 μm de
Cercária comprimento)
(6 500 μm de
comprimento) Caramujo
planorbídeo
(2 cm é o
diâmetro
da concha)

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1. Os vermes adultos alojam-se no interior das veias do fígado. Durante o acasalamento, encaminham-se para
as veias da parede intestinal executando, portanto, o caminho inverso ao do fluxo sanguíneo.
2. Junto às paredes do intestino grosso, separam-se, e a fêmea inicia a postura de ovos (mais de mil por dia)
em veias de pequeno calibre. Enfileirados e dotados de um pequeno espinho lateral, os ovos produzem
enzimas que perfuram a parede intestinal e, um a um, vão sendo liberados na luz do intestino.
3. Misturados às fezes, alcançam o meio externo apropriado – lagoas, açudes, água parada –, rompem e libe-
ram larvas ciliadas, o miracídio.
4. Em continuação ao seu ciclo vital, o miracídio aloja-se em caramujos do gênero Biomphalaria. Perde os
cílios e passa por um ciclo de reprodução assexuada. Depois de 30 dias, gera numerosas larvas de cauda
bifurcada, as cercárias, que chegam à casa das 300 mil.
5. As cercárias penetram as células da pele humana, mediante movimentos ativos e enzimas digestivas. E
quando alcançam o sangue, se reinicia o ciclo.

Sintomas

Ao longo dos meses, pode apresentar sintomas do estágio crônico da doença: fadiga, dor e cólica abdominal,
diarreia intermitente ou disenteria. Obstruídas as veias do baço e do fígado, esses órgãos podem inchar e o fluxo
de sangue desviar.

Prevenção

§ Identificação e tratamento de portadores;


§ Saneamento básico – tratamento de água e esgoto;
§ Combate ao molusco hospedeiro intermediário;
§ Educação em saúde.

NEMATELMINTOS
São vermes de corpo cilíndrico e afilado nas extremidades. Muitas espécies são de vida livre e outras são parasitas
de plantas, de animais e do homem.

Doenças causadas por nematódeos


Oxiúros, filárias, lombrigas e ancilóstomos são nematelmintos que parasitam os seres humanos. A seguir, as respec-
tivas doenças causadas por eles.
§ Oxiuríase
§ Filaríose ou elefantíase
A filariose ou elefantíase é uma doença causada pelo parasita nematoide Wuchereria bancrofti, comumente
chamado filária. O parasita aloja-se nos vasos linfáticos causando linfedema. O principal transmissor são os
mosquitos do gênero Culex. Se o nematódeo obstruir os vasos linfáticos, o edema é irreversível, por isso a
prevenção é indispensável com mosquiteiros e repelentes.

80
Mosquito picando
o homem.
Larva saindo
pela probócide
do mosquito.

Animal adulto obstrui


a circulação linfática
do homem.

Larva no
sangue do
homem.

§ Ascaridíase: lombriga

Verminose intestinal humana, causada pelo parasita Ascaris lumbricoides. A contaminação dá-se pela ingestão
dos ovos do parasita, presentes no solo, na água ou em alimentos contaminados por fezes humanas. Seu único
reservatório é o homem.
§ Ciclo do Ascaris lumbricoides

Estágio infectado
Estágio de
diagnóstico

FEZES

Fertilizado

Não fertilizado

1. A ingestão de água, frutas e verduras contaminadas introduz ovos de lombriga no tubo digestório humano.
2. No intestino delgado, cada ovo se rompe e libera uma larva.
3. Essa larva penetra o revestimento intestinal, cai na corrente sanguínea e aloja-se no fígado, coração e pul-
mões, onde sofre algumas mudanças e aumenta de tamanho.
4. Permanecem nos alvéolos pulmonares causando sintomas semelhantes aos da pneumonia.
5. Dos alvéolos pulmonares passa para os brônquios, traqueia, laringe e faringe, onde provocam tosse.
6. Deglutidas, alcançam o intestino delgado, onde crescem e se transformam em vermes adultos.
7. Depois de acasalar-se, a fêmea põe os ovos – cerca de 15 mil por dia. Esse ciclo completo dura cerca de dois
meses.
8. Os ovos são eliminados com as fezes. No ovo, com casca protetora, desenvolve-se um embrião que dá ori-
gem a uma larva.
9. Ovos contidos nas fezes contaminam a água de consumo e os alimentos utilizados pelo homem.

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§ Prevenção
Através de medidas de saneamento básico. É necessário, também, fazer o tratamento dos portadores
da doença.
§ Ancilostomíase: amarelão
Ciclo dos ancilostomídeos
Ciclo dos ancilostomídeos

Esôfago Traqueia
Ovo com
Pulmão Coração embrião
Estômago

Intestino
Ovo no
solo
A larva Ovo nas
cai na
circulação fezes

No solo, a larva penetra no polo

A ancilostomose é uma helmintíase causada pelo Ancylostoma duodenale ou pelo Necatur americanus. A
doença também é popularmente conhecida como amarelão.
Os portadores dessa verminose são pálidos com a pele amarelada. Os vermes instalam-se no intestino del-
gado, rasgam suas paredes com suas placas cortantes ou dentes, sugam o sangue e provocam hemorragias com
consequente anemia.
O contágio dá-se pelo contato com o solo contaminado por excretas. As larvas filarioides penetram pela pele
humana ou pela mucosa, se ingeridas. As larvas têm origem nos ovos eliminados pelas fezes humanas.

§ Prevenção
Instalações sanitárias adequadas para evitar a contaminação do solo pelos ovos dos vermes; pés calça-
dos para impedir a penetração das larvas; ampla campanha de educação sanitária para esclarecimento
da doença; controle e tratamento de portados pelos órgãos de saúde pública.

EQUINODERMOS
Todos os representantes do filo são de vida livre, sendo raras as espécies comensais. Embora a grande maioria das
espécies seja marinha, algumas toleram a água salobra.

Estrela-do-mar (Crossaster papposus


Estrela-do-mar (Crossaster )
papposus) Lírio-do-mar
Lírio-do-mar

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Os equinodermos compreendem cinco classes: Echinoidea, Asteroidea, Crinoidea, Holothuroidea e
Ophiuroidea.

Classes Principais características Exemplos


Corpo circular, sem braços com espinhos
grandes e móveis (ouriços) ou achatados e Ouriço-do-mar e
Echinoidea
com espinhos curtos e fixos (bolachas-do- bolacha-do-mar
-mar).
Corpo estrelado, com cinco ou mais braços e
Asteroidea Estrela-do-mar
espinhos pequenos e fixos.
Corpo com braços ramificados e flexíveis
Crinoidea Lírio-do-mar
sem espinhos.
Corpo cilíndrico sem espinhos e sem braços.
Holothuroidea Pepino-do-mar
Boca rodeada por testículos.
Corpo estrelado com disco central bem deli-
Ophiuroidea mitado, espinhos curtos ou longos situados Serpente-do-mar
nos braços finos e flexíveis. Não têm ânus.

§ Sistema digestivo: é completo. No ouriço-do-mar a face oral possui a boca. Na face oposta, a aboral, fica
o ânus. A estrela-do-mar tem digestão extracorpórea.
§ Sistema circulatório: ausente ou é rudimentar, a excreção é feita diretamente através da água que ocupa
o sistema ambulacrário.
§ Sistema nervoso: é rudimentar e não apresenta cefalização.
§ Sistema respiratório: ocorre por difusão. Não há pigmentos transportadores de oxigênio.
O ouriço-do-mar possui brânquias dérmicas. Entre as brânquias dérmicas e os numerosos espinhos, o
ouriço-do-mar possui apêndices chamados pedicelárias. Em algumas espécies, essas pedicelárias inoculam
veneno.
§ Sistema esquelético: o endoesqueleto é constituído por placas calcárias, distribuídas em cinco zonas
ambulacrais alternadas com cinco zonas interambulacrais.
As zonas ambulacrais possuem numerosos orifícios, por onde se projetam os pés ambulacrais, estruturas
relacionadas com a locomoção.

Reprodução

Os sexos são separados e a fecundação é externa. Após o desenvolvimento embrionário, forma-se uma larva que
possui simetria bilateral.
Metamorfoseando-se, a larva origina o adulto de simetria pentarradial.
Os equinodermos, juntamente com os cordados, são deuterostômios.

Regeneração

Se o disco central estiver intacto, há espécies de estrela-do-mar que conseguem se locomover e se alimentar com
apenas um dos braços, enquanto ocorre o processo de regeneração através de divisões celulares.

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CORDADOS
Todo cordado apresenta, ao menos em alguma fase de sua vida:
§ notocorda;
§ tubo nervoso;
§ fendas faringianas;
§ cauda pós-anal.

Subfilo Vertebrata ou Craniata


Os vertebrados compreendem os ágnatos, peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos. Caracterizam-se pela presen-
ça de coluna vertebral segmentada e de crânio; também apresentam sistema muscular e sistema nervoso central.

Ágnatos ou ciclostomados

Entre os vertebrados, os mais primitivos são os que possuem boca circular, não dotada de mandíbulas. Essa boca
possui ventosa com dentes córneos. São exemplos: lampreias e peixes-bruxa.

Lampreia Peixe-bruxa

Condrictes

Nos vertebrados mais complexos, a boca possui mandíbulas. São os gnatostomados, que incluem os peixes e os
tetrápodos.
Nos condrictes, o crânio, as vértebras e o restante do esqueleto são bem desenvolvidos. Todos possuem um
esqueleto cartilagíneo. Eles podem ser classificados em dois grupos:
§ Holocephali (holocéfalo) – representados pelas quimeras. Não possuem escamas.

Quimera
Quimera
§ Elasmobranchii – corpo recoberto por escamas placoides. Estão representados por tubarões e arraias.

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Osteíctes: os peixes ósseos

O esqueleto apresenta 3 partes principais: coluna vertebral, crânio e raios das barbatanas. O crânio é articulado
com as maxilas e mandíbulas.

Anfíbios

São encontrados em água doce e em ambiente terrestre. A maioria de seus representantes possui a fase larval
aquática e de respiração branquial, e uma fase adulta, de respiração pulmonar e cutânea.
Na escala evolutiva, constituem o primeiro grupo de vertebrados a ocupar o ambiente terrestre.
Cobertura e temperatura do corpo: não possuem pelos nem escamas externas. São pecilotérmicos.
As glândulas em sua pele são de dois tipos: mucosas e serosas. Todo o anfíbio produz substâncias tóxicas.
Trocas gasosas: anfíbios adultos realizam respiração cutânea e pulmonar.

Nutrição, digestão e excreção

Na fase adulta, os anfíbios são carnívoros.


A língua, em algumas espécies de anfíbios, é uma das suas características adaptativas mais importantes.
Possuem estômago bem desenvolvido. Seu sistema digestório produz substâncias capazes de digerir a
"casca" de insetos.
Circulação: o coração apresenta três cavidades: dois átrios e um ventrículo. A circulação é dupla e incom-
pleta.
São as ordens de anfíbios: Gymnophiona, Anura e Urodela.
§ Gymnophiona ou ápodes
As cecílias são anfíbios, vermiformes, que não têm membros. Podem ser aquáticas ou terrestres, mas todas
respiram através de pulmões. Apresentam fecundação interna. Algumas espécies de cecílias são ovíparas e
outras vivíparas.

§ Anuros
Grupo de anfíbios que não possuem cauda e se locomovem aos saltos. Existem anuros adaptados à vida
aquática e terrestre. Todos são carnívoros, possuem uma grande variedade de estratégias reprodutivas.
Capturam suas presas com a língua ágil. São muito úteis porque comem muitos vermes, lagartas e insetos
nocivos. A esse grupo também pertencem as rãs e pererecas.

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§ Urodelos
Grupo no qual estão as salamandras que possuem cauda.

Salamandra
Salambra

Reprodução

O acasalamento da maioria dos anfíbios acontece na água. Nos sapos, rãs e pererecas, os sexos são separados. A
fecundação é externa, em meio aquático.
Nos sapos, de cada ovo emerge o girino, contendo cauda e brânquias. Após certo tempo de vida na água,
inicia-se uma série de modificações no girino, que prenunciam a fase adulta. A salamandra e a cobra-cega realizam
fecundação interna.

Répteis

São os vertebrados que efetivamente conquistaram o ambiente terrestre. A pele desses animais é seca e recoberta
por escamas. A impermeabilização da pele ocorreu graças à intensa produção de queratina.
São animais muito ágeis e geralmente possuem dentes bem desenvolvidos.
Os répteis marinhos possuem um mecanismo para eliminação do excesso de sal, são as glândulas de sal,
localizadas próximas aos olhos.
§ Respiração: pulmonar.
§ Reprodução: fecundação interna, dioicos com desenvolvimento direto.
Quase todas as espécies são ovíparas, mas existem alguns lagartos e cobras peçonhentas que podem apre-
sentar ovoviparidade ou viviparidade.
A independência da água em relação à reprodução tem a ver com os ovos e suas membranas extraembrio-
nárias (cório, âmnio e alantoide).
Nos crocodilos e em algumas tartarugas e lagartos, o sexo do filhote é determinado pela temperatura am-
biental durante o desenvolvimento do embrião.
§ Excreção: ácido úrico.
§ Manutenção da temperatura corporal: são ectotérmicos.
Os répteis atuais estão classificados em: Testudina (ou Chelonia), Lepidosauria (que inclui Sphenodontida ou
Rhynchocephalia e Squamata) e Crocodylia.
§ Chelonia
Grupo composto pelas tartarugas (marinhas ou de água doce), cágados (de água doce) e os jabutis (terres-
tres). São todos ovíparos.

§ Sphenodontia
Nesse grupo existem apenas duas espécies, ambas popularmente conhecidas por tuatara. São ovíparos.

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§ Squamata
Com representantes apresentando o corpo coberto de escamas, esse é o grupo de répteis com o maior
número de espécies, separadas em três subgrupos: lacertílios, anfisbenas e serpentes.

§ Crocodylia
Todos são ovíparos. Os crocodilianos estão divididos em três grupos: crocodilos, jacarés e gaviais.

Aves

Teriam evoluído a partir de um grupo de dinossauros bípedes, portanto, de répteis ancestrais. Suas penas atuam
como isolante térmico, e são úteis ao voo. Na maioria das espécies, existe na região caudal uma glândula denomi-
nada glândula uropigiana.
O esqueleto das aves é formado em grande parte por ossos pneumáticos.
Os sacos aéreos, ligados aos pulmões, diminuem a densidade facilitando o voo.
O osso esterno, que une ventralmente as costelas, apresenta nas aves voadoras uma projeção anterior
denominada quilha ou carena.
As aves que voam (como quivi, avestruz, emu e ema) são chamadas coletivamente carenatas, por possuírem
carena. Os pinguins, embora não voem, também têm carena, pois suas asas são adaptadas para o nado.
As aves que não voam, não nadam e não possuem carena, são coletivamente chamadas ratitas.

Digestão

O bico das aves atuais é desprovido de dentes. A dieta desses animais varia muito.
Esses animais não mastigam o alimento e, especialmente nas granívoras, há duas estruturas especializadas
no trato digestório: o inglúvio (papo) e a moela.
Papo e moela não ocorrem nas aves frugívoras e nas que se alimentam de fluidos.

Reprodução: são ovíparas com desenvolvimento direto.

Excreção: a excreta nitrogenada é o ácido úrico.

Mamíferos

A maioria dos mamíferos é terrestre, mas existem representantes aquáticos, como os golfinhos e as baleias, e es-
pécies adaptadas ao voo como os morcegos.
Possuem glândulas mamárias e pelos.
Os pelos recobrem o corpo dos mamíferos e formam uma camada protetora contra a perda de calor para o
ambiente, característica importante para um animal endotérmico.

Endotermia: presente em aves e mamíferos. Essa eficiência é garantida pela circulação sanguínea comple-
ta – sem mistura de sangue rico em O2 com sangue rico em CO2. Devido à eficiente oferta de O2 às células, elas
podem realizar respiração aeróbia, na qual é liberado calor, responsável por aquecer o corpo.

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§ Os sentidos: cada mamífero tem o corpo adaptado às funções que realiza.
§ Digestão: sistema digestório completo. Há grande diversidade de hábitos alimentares, com espécies her-
bívoras, carnívoras e onívoras.
§ Respiração: todos os mamíferos são seres pulmonados.
§ Reprodução: são vivíparos com fecundação interna.
Os mamíferos são classificados em três grupos: Prototheria, Metatheria e Eutheria.
§ Prototheria ou Monotrêmata
Ovíparos estão representados pelo ornitorrinco e pela equidna, restritos à Austrália e à Nova Guiné.
§ Metatheria ou Marsupialia
Agrupa mamíferos vivíparos, cujos embriões passam por um curto período de gestão no útero da fêmea
e nascem sem estar completamente formados. Um dos mais conhecidos é o canguru. No Brasil, os mar-
supiais mais comuns são o gambá e a cuíca.
§ Eutheria (placentários)
Nesse grupo estão mamíferos vivíparos que passam por um período de gestação suficientemente longo,
para nascerem completamente formados. São exemplos: tamanduá, preguiça, tatu, toupeira, cachorro,
leão, urso, gato, guaxinim, hiena, leão-marinho, morsa, foca, morcego, rato, capivara, baleia, golfinho,
peixe-boi, elefante, macaco e ser humano.

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APLICAÇÃO DOS a) papilas respiratórias que facilitaram sua re-
produção e respiração por mais tempo no
CONHECIMENTOS - SALA ambiente.
b) pés ambulacrários que facilitaram a repro-
dução e a locomoção do equinodermo pelo
1. (ENEM) A Síndrome da Imunodeficiê'ncia ambiente aquático.
Adquirida (AIDS) é a manifestação clínica da c) espinhos na superfície do corpo que facilita-
infecção pelo vírus HIV, que leva, em média, ram sua proteção e reprodução, contribuin-
oito anos para se manifestar. No Brasil, des- do para a sua sobrevivência.
de a identificação do primeiro caso de AIDS d) um sistema de canais que contribuíram na
em 1980 até junho de 2007, já foram iden- distribuição de água pelo seu corpo e ajuda-
tificados cerca de 474 mil casos da doença. ram bastante em sua reprodução.
O país acumulou, aproximadamente, 192
e) alta capacidade regenerativa e reprodutiva,
mil óbitos devido à AIDS até junho de 2006,
sendo cada parte seccionada capaz de dar
sendo as taxas de mortalidade crescentes até
origem a um novo indivíduo.
meados da década de 1990 e estabilizando-
-se em cerca de 11 mil óbitos anuais desde
1998. [...] A partir do ano 2000, essa taxa 3. (ENEM) A doença de Chagas afeta mais de
se estabilizou em cerca de 6,4 óbitos por oito milhões de brasileiros, sendo comum
100 mil habitantes, sendo esta estabilização em áreas rurais. É uma doença causada pelo
mais evidente em São Paulo e no Distrito Fe- protozoário Trypanosoma cruzi e transmiti-
deral. da por insetos conhecidos como barbeiros ou
Disponível em: http://www.aids.gov.br. chupanças.
Acesso em: 01 maio 2009 (adaptado). Uma ação do homem sobre o meio ambiente
que tem contribuído para o aumento dessa
A redução nas taxas de mortalidade devido doença é:
à AIDS a partir da década de 1990 é decor- a) o consumo de carnes de animais silvestres
rente: que são hospedeiros do vetor da doença.
a) do aumento do uso de preservativos nas re- b) a utilização de adubos químicos na agricul-
lações sexuais, que torna o vírus HIV menos tura que aceleram o ciclo reprodutivo do
letal.
barbeiro.
b) da melhoria das condições alimentares dos
c) a ausência de saneamento básico que favore-
soropositivos, a qual fortalece o sistema
ce a proliferação do protozoário em regiões
imunológico deles.
habitadas por humanos.
c) do desenvolvimento de drogas que permitem
d) a poluição dos rios e lagos com pesticidas
diferentes formas de ação contra o vírus HIV.
que exterminam o predador das larvas do
d) das melhorias sanitárias implementadas nos
inseto transmissor da doença.
últimos 30 anos, principalmente nas grandes
capitais. e) o desmatamento que provoca a migração ou
e) das campanhas que estimulam a vacinação o desaparecimento dos animais silvestres
contra o vírus e a busca pelos serviços de dos quais o barbeiro se alimenta.
saúde.
4. (ENEM)
2. (ENEM) As estrelas do mar comem ostras, o
que resulta em efeitos econômicos negativos
para criadores e pescadores. Por isso, ao se
depararem com esses predadores em suas
dragas, costumavam pegar as estrelas-do-
-mar, parti-las ao meio e atirá-las de novo à
água. Mas o resultado disso não era a elimi-
nação das estrelas-do-mar, e sim o aumento
do seu número.
DONAVEL, D. A bela é uma fera. Super Interessante.
Disponível em: http://super.abril.com.br.
Acesso em: 30 abr. 2010 (adaptado).

A partir do texto e do seu conhecimento a


respeito desses organismos, a explicação O mapa mostra a área de ocorrência da ma-
para o aumento da população de estrelas-do- lária no mundo. Considerando-se sua distri-
-mar baseia-se no fato de elas possuírem:
buição na América do Sul, a malária pode ser
classificada como:

89
a) endemia, pois se concentra em uma área ge-
ográfica restrita desse continente. RAIO X
b) peste, já que ocorre nas regiões mais quen-
tes do continente. 1. O desenvolvimento de novos medicamentos
c) epidemia, já que ocorre na maior parte do e terapias contribuiu para a diminuição do
continente. número de óbitos causados pelo HIV.
d) surto, pois apresenta ocorrência em áreas 2. As estrelas-do-mar são equinodermos dota-
pequenas. dos de alta capacidade de regeneração. Uma
e) pandemia, pois ocorre em todo o continente. vez que partidas, cada porção é capaz de re-
generar um animal completo. Essa forma de
5. (ENEM) Durante as estações chuvosas, au- reprodução assexuada é um dos meios pelos
mentam no Brasil as campanhas de pre- quais a população desses animais aumenta.
venção à dengue, que têm como objetivo a 3. Na falta de alimento, os barbeiros vetores da
redução da proliferação do mosquito Aedes doença de Chagas migram para as casas de
aegypti, transmissor do vírus da dengue. pau a pique, onde sugam o sangue do ho-
Que proposta preventiva poderia ser efeti- mem e transmitem, por suas fezes, o proto-
vada para diminuir a reprodução desse mos- zoário flagelado Trypanosoma cruzi.
quito? 4. A malária é uma doença tropical endêmica
a) Colocação de telas nas portas e janelas, pois na América do Sul, já que sua incidência é
o mosquito necessita de ambientes cobertos estável e atinge uma área restrita desse con-
e fechados para a sua reprodução. tinente.
b) Substituição das casas de barro por casas de 5. Os mosquitos transmissores de doenças põem
alvenaria, haja vista que o mosquito se re- seus ovos na água e as larvas se desenvolvem
produz na parede das casas de barro. nesse meio. Uma proposta para prevenir o
c) Remoção dos recipientes que possam acumu- aumento dessas doenças é evitar coleções de
lar água, porque as larvas do mosquito se água parada onde seus insetos proliferam.
desenvolvem nesse meio. 6. O acúmulo de lixo em ambientes urbanos
d) Higienização adequada de alimentos, visto atrai os ratos que são os reservatórios da
que as larvas do mosquito se desenvolvem bactéria causadora da leptospirose. As en-
nesse tipo de substrato. chentes agravam o problema por espalhar a
e) Colocação de filtros de água nas casas, visto urina dos roedores com bactérias do gênero
que a reprodução do mosquito acontece em Leptospira.
águas contaminadas.

6. (ENEM) Medidas de saneamento básico são GABARITO


fundamentais no processo de promoção de
saúde e qualidade de vida da população. 1. C 2. E 3. E 4. A 5. C 6. D
Muitas vezes, a falta de saneamento está
relacionada com o aparecimento de várias
doenças. Nesse contexto, um paciente dá en-
trada em um pronto atendimento relatando
que há 30 dias teve contato com águas de en-
chente. Ainda informa que nesta localidade
não há rede de esgoto e drenagem de águas
pluviais e que a coleta de lixo é inadequada.
Ele apresenta os seguintes sintomas: febre,
dor de cabeça e dores musculares.
Disponível em: http://portal.saude.gov.
br. Acesso em: 27 fev. 2012 (adaptado).

Relacionando os sintomas apresentados com


as condições sanitárias da localidade, há
indicações de que o paciente apresenta um
caso de:
a) difteria.
b) botulismo.
c) tuberculose.
d) leptospirose.
e) meningite meningocócica.

90
Prescrição: Para resolução dos exercícios será essencial o domínio a respeito dos mecanismos
de transmissão e prevenção de algumas doenças causadas por platelmintos, nematelmintos,
protozoários e vírus. Destes últimos com destaque para o mecanismo de ação do vírus HIV. Além
disso, a interpretação de gráficos, cladogramas e a relação entre características particulares de
animais e seus habitats são solicitadas.

PRÁTICA DOS O texto de Carlos Drummond de Andrade


aborda duas parasitoses intestinais que po-

CONHECIMENTOS - E.O. dem afetar a saúde humana. Com relação às


tênias, mais especificamente, a Taenia so-
lium, considera-se que elas podem parasitar
1. (ENEM) A contaminação pelo vírus da rubé- o homem na ocasião em que ele come carne
ola é especialmente preocupante em grávi- de:
das, devido à síndrome da rubéola congênita a) peixe mal-assada.
(SRC), que pode levar ao risco de aborto e b) frango mal-assada.
malformações congênitas. Devido a campa- c) porco mal-assada.
nhas de vacinação específicas, nas últimas d) boi mal-assada.
décadas houve uma grande diminuição de e) carneiro mal-assada.
casos de rubéola entre as mulheres, e, a par-
tir de 2008, as campanhas se intensificaram 3. (ENEM) No ano de 2009, registrou-se um
e têm dado maior enfoque à vacinação de surto global de gripe causada por um varian-
homens jovens. te do vírus Influenza A, designada H1N1 A
BRASIL. “Brasil livre da rubéola: campanha Organização Mundial de Saúde (OMS) solici-
nacional de vacinação para eliminação da rubéola”.
tou que os países intensificassem seus pro-
Brasília: Ministério da Saúde, 2009 (adaptado).
gramas de prevenção para que não houvesse
Considerando a preocupação com a ocorrên- uma propagação da doença. Uma das ações
cia da SRC, as campanhas passaram a dar en- mais importantes recomendadas pela OMS
foque à vacinação dos homens, porque eles: era a higienização adequada das mãos, espe-
a) ficam mais expostos a esse vírus. cialmente após tossir e espirrar.
b) transmitem o vírus a mulheres gestantes. A ação recomendada pela OMS tinha como
c) passam a infecção diretamente para o feto. objetivo:
d) transferem imunidade às parceiras grávidas. a) reduzir a reprodução viral.
e) são mais suscetíveis a esse vírus que as mu- b) impedir a penetração do vírus pela pele.
lheres. c) reduzir o processo de autoinfecção viral.
d) reduzir a transmissão do vírus no ambiente.
e) impedir a seleção natural de vírus resisten-
2. (ENEM) Dupla humilhação destas lombrigas,
tes.
humilhação de confessá-las a Dr. Alexandre,
sério, perante irmãos que se divertem com
tua fauna intestinal em perversas indaga- 4. (ENEM) O movimento pelo saneamento do
ções: “Você vai ao circo assim mesmo? Vai Brasil, desencadeado durante a Primeira Re-
levando suas lombrigas? Elas também pagam pública, colocou em evidência as precárias
entrada, se não podem ver o espetáculo? E condições de saúde das populações rurais. A
se, ouvindo lá de dentro, as gabarolas do pa- origem e trajetória desse movimento estive-
lhaço, vão querer sair para fora, hem? Como ram diretamente relacionadas à história da
doença de Chagas.
é que você se arranja?” O que é pior: mínimo
KROPF, S. P.; LIMA, N. T. Disponível em: www.
verme, quinze centímetros modestos, não
fiocruz.br. Acesso em: 1 ago. 2012 (adaptado).
mais – vermezinho idiota – enquanto Zé, ri-
val na escola, na queda de braço, em tudo, se A intervenção ambiental considerada funda-
gabando mostra no vidro o novelo comprova- mental para a prevenção dessa doença é a:
dor de seu justo gabo orgulhoso: ele expeliu, a) limpeza de terrenos baldios, com a retirada
entre ohs! e ahs! de agudo pasmo familiar, de matéria orgânica em decomposição.
formidável tênia porcina: a solitária de três b) construção de unidades de saúde, com aten-
metros. dimento mais eficiente aos indivíduos infec-
ANDRADE, C. D. Boitempo. Rio de Janeiro: Aguiar, 1988. tados.

91
c) melhoria das condições de habitação, com 7. (ENEM) Os anfíbios representam o primeiro
redução de insetos no ambiente domiciliar e grupo de vertebrados que, evolutivamente,
peridomiciliar. conquistou o ambiente terrestre. Apesar dis-
d) construção de estradas e rodovias, com ga- so, a sobrevivência do grupo ainda permane-
rantias de melhor acesso da população rural ce restrita a ambientes úmidos ou aquáticos,
ao sistema de saúde. devido à manutenção de algumas caracterís-
e) limpeza do ambiente domiciliar e peridomi-
ticas fisiológicas relacionadas à água.
ciliar, com retirada de entulhos e recipientes
Uma das características a que o texto se re-
que possam acumular água.
fere é a:
a) a reprodução por viviparidade.
5. (ENEM) Tanto a febre amarela quanto a b) respiração pulmonar nos adultos.
dengue são doenças causadas por vírus do c) regulação térmica por endotermia.
grupo dos arbovírus, pertencentes ao gênero d) cobertura corporal delgada e altamente per-
Flavivirus, existindo quatro sorotipos para o meável.
vírus causador da dengue. A transmissão de e) locomoção por membros anteriores e poste-
ambas acontece por meio da picada de mos- riores desenvolvidos.
quitos, como o Aedes aegypti. Entretanto,
embora compartilhem essas características,
hoje somente existe vacina, no Brasil, para 8. (ENEM) As superbactérias respondem por
a febre amarela e nenhuma vacina efetiva um número crescente de infecções e mortes
para a dengue. em todo o mundo. O termo superbactérias é
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Fundação Nacional de Saúde. atribuído às bactérias que apresentam resis-
Dengue: Instruções para pessoal de combate ao vetor. tência a praticamente todos os antibióticos.
Manual de Normas Técnicas. Disponível em: http://portal.
Dessa forma, no organismo de um paciente,
saude.gov.br. Acesso em: 7 ago. 2012 (adaptado).
a população de uma espécie bacteriana pato-
Esse fato pode ser atribuído à: gênica pode ser constituída principalmente
a) maior taxa de mutação do vírus da febre por bactérias sensíveis a antibióticos usuais
amarela do que do vírus da dengue. e por um número reduzido de superbactérias
b) alta variabilidade antigênica do vírus da que, por mutação ou intercâmbio de material
dengue em relação ao vírus da febre amare- genético, tornaram-se resistentes aos anti-
la. bióticos existentes.
c) menor adaptação do vírus da dengue à po- FERREIRA, F. A.; CRUZ, R. S.; FIGUEIREDO, A. M. S.
pulação humana do que do vírus da febre Superbactérias: o problema mundial da resistência a
amarela. antibióticos. Ciência Hoje, n. 287, nov. 2011 (adaptado).
d) presença de dois tipos de ácidos nucleicos no
vírus da dengue e somente um tipo no vírus Qual figura representa o comportamento
da febre amarela. populacional das bactérias ao longo de uma
e) baixa capacidade de indução da resposta semana de tratamento com um antibiótico
imunológica pelo vírus da dengue em rela- comum?
ção ao da febre amarela. a)

6. (ENEM) Euphorbia mili é uma planta orna-


mental amplamente disseminada no Brasil
e conhecida como coroa-de-cristo. O estudo
químico do látex dessa espécie forneceu o
mais potente produto natural moluscicida, a
miliamina L. b)
MOREIRA. C. P. s.; ZANI. C. L.; ALVES, T. M. A. Atividade
moluscicida do látex de Synadenium carinatum
boiss. (Euphorbiaceae) sobre Biomphalaria glabrata
e isolamento do constituinte majoritário. Revista
Eletrônica de Farmácia. n. 3, 2010 (adaptado).

O uso desse látex em água infestada por hos-


pedeiros intermediários tem potencial para c)
atuar no controle da:
a) dengue.
b) malária.
c) elefantíase.
d) ascaridíase.
e) esquistossomose.

92
d) 11. (ENEM 2ª aplicação 2016) Uma nova estra-
tégia para o controle da dengue foi apre-
sentada durante o Congresso Internacional
de Medicina Tropical, no Rio de Janeiro, em
2012. O projeto traz uma abordagem nova e
natural para o combate à doença e já está
em fase de testes. O objetivo do programa
e) é cessar a transmissão do vírus da dengue
pelo Aedes aegypti, a partir da introdução
da bactéria Wolbachia – que é naturalmen-
te encontrada em insetos – nas populações
locais de mosquitos. Quando essa bactéria é
introduzida no A. aegypti, atua como uma
“vacina”, estimulando o sistema imunoló-
gico e bloqueando a multiplicação do vírus
9. (ENEM) O cladograma representa, de for- dentro do inseto.
ma simplificada, o processo evolutivo de Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.
diferentes grupos de vertebrados. Nesses br. Acesso em: 20 dez. 2012 (adaptado).
organismos, o desenvolvimento de ovos pro-
Qual o conceito fundamental relacionado a
tegidos por casca rígida (pergaminácea ou
essa estratégia?
calcárea) possibilitou a conquista do am-
a) Clonagem.
biente terrestre.
b) Mutualismo.
c) Parasitismo.
d) Transgênese.
e) Controle biológico.

12. (ENEM 2ª aplicação 2016) A sombra do ce-


dro vem se encostar no cocho. Primo Ribeiro
levantou os ombros; começa a tremer. Com
muito atraso. Mas ele tem no baço duas col-
meias de bichinhos maldosos, que não se
misturam, soltando enxames no sangue em
dias alternados. E assim nunca precisa de
passar um dia sem tremer.
O surgimento da característica mencionada ROSA, J. G. Sagarana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.
está representado, no cladograma, pelo nú-
mero: O texto de João Guimarães Rosa descreve as
a) 1. manifestações das crises paroxísticas da ma-
b) 2. lária em seu personagem. Essas se caracte-
c) 3. rizam por febre alta, calafrios, sudorese in-
d) 4. tensa e tremores, com intervalos de 48h ou
e) 5. 72h, dependendo da espécie de Plasmodium.
Essas crises periódicas ocorrem em razão da:
10. (ENEM) Um gel vaginal poderá ser um recur- a) lise das hemácias, liberando merozoítos e
so para as mulheres na prevenção contra a substâncias denominadas hemozoínas.
aids. Esse produto tem como princípio ativo b) invasão das hemácias por merozoítos com
um composto que inibe a transcriptase re- maturação até a forma esquizonte.
versa viral. c) reprodução assexuada dos esporozoítos no
Essa ação inibidora é importante, pois a re- fígado do indivíduo infectado.
ferida enzima: d) liberação de merozoítos dos hepatócitos para
a) corta a dupla hélice do DNA, produzindo um a corrente sanguínea.
molde para o RNA viral. e) formação de gametócitos dentro das hemácias.
b) produz moléculas de DNA viral que vão in-
fectar células sadias. 13. (ENEM 2ª aplicação 2016) Suponha que
c) polimeriza molécula de DNA, tendo como uma doença desconhecida esteja diziman-
molde o RNA viral. do um rebanho bovino de uma cidade e
d) promove a entrada do vírus da aids nos lin- alguns veterinários tenham conseguido
fócitos T. isolar o agente causador da doença, verifi-
e) sintetiza os nucleotídeos que compõem o cando que se trata de um ser unicelular e
DNA viral. procarionte.

93
Para combater a doença, os veterinários de-
vem administrar, nos bovinos contaminados,
a) vacinas.
b) antivirais.
c) fungicidas.
d) vermífugos.
e) antibióticos.

GABARITO
1. B 2. C 3. D 4. C 5. B
6. E 7. D 8. B 9. C 10. C
11. E 12. A 13. E

94
95
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 9 e 10

Competências 1, 3, 4, 5 e 8
Habilidades 2, 3, 4, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16,
17, 18, 19, 29 e 30

BREVIÁRIO

COMPOSIÇÃO QUÍMICA CELULAR


Água, gás carbônico, oxigênio e sais minerais, como o cloreto de sódio (sal de cozinha) fazem parte do grupo das
substâncias inorgânicas.
Nos seres vivos, além de substâncias inorgânicas, há muitas substâncias orgânicas (açúcares, gorduras,
proteínas, vitaminas) que são formadas principalmente por átomos de carbono.

Água
Propriedades da água
§ Polaridade da molécula;
§ Solvente universal;
§ Manutenção de temperatura corpórea;
§ Coesão e adesão;
§ Capilaridade.

A água como recurso natural

Água potável: é aquela popularmente chamada água pura. Para ser bebida por nós, a água deve ser incolor,
insípida (sem sabor) e inodora (sem cheiro).

Sais minerais
Muitos minerais desempenham um importante papel no controle do metabolismo ou na manutenção da função de
tecidos orgânicos, dentre eles estão:
§ Zinco;
§ Magnésio;
§ Cobre;
§ Selênio;
§ Ferro;
§ Cálcio;
§ Sódio;
§ Potássio;
§ Iodo;
§ Flúor.

97
Carboidratos
Os carboidratos, também chamados glicídios ou açúcares (os doces), são alimentos que, em geral, têm função ener-
gética no organismo, isto é, atuam como “combustíveis”, fornecendo a energia necessária às atividades das células.
São classificados em:
§ Monossacarídeos
Pentoses Hexoses
Glicose
Ribose
Frutose
Desoxirribose
Galactose
Função: participam da constituição dos ácidos nucleicos, que
Função: são as principais fontes de energia para os seres vivos.
comandam e coordenam todas as funções dos seres vivos.

§ Dissacarídeos – resultam da união de dois monossacarídeos, realizada a partir da perda de uma molécula
de água. Os principais são:

Glicose + Glicose Glicose + Frutose Galactose + Glicose

MALTOSE SACAROSE LACTOSE

§ Polissacarídeos – são glicídios de longa cadeia (polímeros), constituídos pela união de muitos monossacarí-
deos (monômeros). A insolubilidade dos polissacarídeos é vantajosa para os seres vivos, pois permite que eles
atuem como componentes estruturais da célula ou como armazenadores de energia. Dentre eles destacamos:

Principais polissacarídeos
Polissacarídeos

Celulose Encontrada principalmente nos vegetais, participa da constituição da parede celular.


estruturais

Suas cadeias são formadas por vários açúcares com grupos amina (NH2). Ocorre na parede celular dos
Quitina
fungos e no exoesqueleto de artrópodes, como insetos, aranha e crustáceos.
Polissacarídeos
energéticos

Amido Encontrado nos vegetais; tem função de reserva.

Glicogênio Encontrado nos fungos e nos animais; tem função de reserva.

Proteínas
As proteínas são os componentes químicos mais importantes do ponto de vista estrutural, pois estão presentes em
todas as partes da célula, sendo fundamentais para o seu funcionamento.
Uma molécula de proteína é um polímero, formado por monômeros, unidades menores, denominados ami-
noácidos. Existem 20 tipos de aminoácidos que participam da formação das proteínas.

H H O
H – N – C – C – OH
Amina Ácido
R carboxílico
Radical

98
Os aminoácidos são separados em dois grupos: naturais e essenciais. Os naturais são aqueles sintetizados
no próprio organismo, e os essenciais são aqueles obtidos através da alimentação.

Estrutura da proteína

Os aminoácidos podem ligar-se e formar filamentos mais ou menos longos. Essa união é chamada de ligação
peptídica, e sempre ocorre entre a carboxila de uma unidade e a amina da unidade vizinha.
O composto formado é chamado de peptídio. Se forem apenas duas unidades, trata-se de um dipeptídio;
se forem três, tripeptídio; vários aminoácidos formam um polipeptídio.

Desnaturação

Diversos fatores, como o calor, variação de pH e algumas substâncias químicas, podem romper as ligações de hidro-
gênio e outras ligações que mantêm a estrutura espacial das proteínas. Com isso, elas perdem suas propriedades
específicas; dizemos que ocorreu uma desnaturação, que, dependendo do caso, pode ser reversível.

Funções das proteínas

§ Estrutural: queratina e colágeno.


§ Catalisadores: enzimas.
§ Transporte: hemoglobina.
§ Regulação: hormônios.
§ Defesa: anticorpos ou imunoglobulinas.

Enzimas

As enzimas são definidas como catalisadores biológicos que atuam diminuindo a energia de ativação para ocor-
rência de uma reação química.

Catalisador é uma substância que acelera a velocidade de ocorrência de uma certa reação química.

99
Na maioria dos casos, a enzima está associada a uma substância química não proteica, chamada de coen-
zima ou radical prostético. Há uma área da enzima (o centro ativo) com formato capaz de se encaixar no reagente
(substrato) e tornar mais fácil a reação entre eles. O encaixe entre uma enzima e o substrato é equivalente ao de
uma chave na fechadura, o que significa que se trata de uma ligação específica.

A enzima altera ligeiramente a sua Produtos


Substrato forma à medida que o substrato se liga
Centro ativo

Substrato entrando no Complexo Complexo Produto deixando o


centro ativo da enzima enzima/substrato enzima/produto centro ativo da enzima

Fatores que influenciam a atividade enzimática

Note que, em temperaturas elevadas ou em certos valores de pH, a enzima, como toda proteína, sofre desnaturação
e deixa de exercer sua função.
As enzimas também podem ser inativadas através de inibição, que pode ou não ser competitiva.
Exemplo:

Velocidade Velocidade
da reação da reação

Velocidade Velocidade
máxima máxima

Velocidade de pH Temperatura
pH ótimo Temperatura ótima

Hemoglobina

A hemoglobina é uma proteína presente nas hemácias que desempenha função de transporte de gases (oxigênio
e gás carbônico).

Hormônios

Dentre os hormônios feitos à base de proteínas, denominados hormônios proteicos, destacam-se o hormônio do
crescimento, que estimula o crescimento de vários tecidos e órgãos, particularmente ossos; e a insulina, responsável
por reduzir o teor de glicose do sangue. Caso falhe a manutenção do nível de glicose sanguíneo, têm-se a diabetes,
caracterizada pela hiperglicemia. São alguns fatores de risco para esta doença: excesso de peso, sedentarismo,
pressão alta e fatores genéticos. A prevalência desses fatores para o desenvolvimento daquela condição varia em
relação aos tipos de diabetes.

100
Anticorpos

Também chamados de imunoglobulinas, são glicoproteínas que têm a função de combater agentes invasores noci-
vos ao organismo. Fazem uma ligação específica com essas substâncias, inativando-as.

Bactéria

Antígeno bacteriano

Anticorpos

Reação de ligação entre anticorpos e bactéria (corpo estranho).

Lipídeos
Os lipídeos mais conhecidos são representados pelos óleos e pelas gorduras e têm, basicamente, função energética,
da mesma forma que os carboidratos. As moléculas de óleo e gordura são formadas pela união de duas moléculas
menores, o ácido graxo e o glicerol. Os lipídeos também têm função estrutural.
Em geral, as moléculas de lipídeos são insolúveis em água e solúveis em solventes orgânicos, como o álcool,
querosene, clorofórmio, éter e benzina. A não solubilidade é explicada pelo fato de suas moléculas serem apolares.
Alguns lipídeos, porém, apresentam uma região polar e outra apolar e, por isso, misturam-se com a água e com os
outros lipídeos.
Vejamos alguns grupos de lipídios:
§ Glicerídeos – representados pelos óleos e pelas gorduras, são os lipídios mais encontrados nos alimentos.
Os óleos são líquidos à temperatura ambiente e as gorduras são sólidas.
§ Cerídeos – possuem um álcool de cadeia longa ligado a um ácido graxo. São exemplos desse lipídeo as
ceras, como a da carnaúba, do favo de mel de abelha e da orelha humana.
§ Fosfolipídeos – são componentes importantes das membranas celulares e, além de álcool e ácido graxo,
possuem ácido fosfórico e uma molécula nitrogenada.

Diz-se que as moléculas são formadas por uma “cabeça hidrofílica” e uma “cauda hidrofóbica”.
Essas camadas de lipídeos tendem a ser unir em suas extremidades, formando compartimentos fechados e, quando, por
qualquer motivo, essas membranas são separadas, elas tendem a ser unir novamente.
Isso explica o grande poder de recuperação das membranas celulares.

101
§ Carotenoides – são pigmentos de cor vermelha, laranja ou amarela. Estão presentes nas células de todas
as plantas, nas quais desempenham papel importante no processo de fotossíntese.
§ Esteroides – grupo de substâncias lipídicas formado a partir de esteróis. São exemplos de esteróis: o co-
lesterol (usado na síntese de hormônios sexuais) e a vitamina D (calciferol), que é produzida na pele através
de reações promovidas pela luz solar.
Os hormônios sexuais são representados pela testosterona (masculino) e a progesterona (feminino).
§ Esteroides anabolizantes – drogas sintéticas derivadas da testosterona, fabricados a princípio com o in-
tuito terapêutico para indivíduos que tem deficiência na produção desse hormônio. Auxiliam o crescimento
dos músculos e o desenvolvimento de caracteres sexuais secundários masculinos.
O uso não terapêutico dos anabolizantes tem como objetivo a melhora do desempenho esportivo, aumento
da massa muscular e redução da gordura corpórea. Atualmente, essa prática não se dá apenas por atletas, mas por
homens e mulheres que buscam uma acentuada definição física. Como qualquer droga, o uso de anabolizantes de-
sencadeia efeitos colaterais, principalmente decorrentes de altas dosagens, que incluem aumento da agressividade
e irritabilidade. Seus efeitos crônicos prejudiciais incluem complicações no sistema cardiovascular.
§ Pílula anticoncepcional – geralmente compostas de hormônios sintéticos que imitam aqueles sexuais fe-
mininos: progesterona e estrógeno, cujas alterações nos níveis marcam o ciclo menstrual feminino. Os níveis
elevados desses hormônios no organismo feminino interferem no balanço hormonal normal que acontece
no ciclo. Como resultado, a ovulação é impedida.

Funções dos lipídeos


§ Facilitar a absorção de vitaminas;
§ Isolante térmico e proteção contra choques;
§ Reserva energética;
§ Hormonal.

Vitaminas
As vitaminas são substâncias que o organismo não tem condições de produzir e, por isso, precisam fazer parte da
dieta alimentar.
São classificadas conforme substâncias que as dissolvem. São lipossolúveis, solúveis em gorduras, as vita-
minas A, D, K, armazenadas no fígado, e a vitamina E, que é distribuída para todos os tecidos de gordura no corpo.
Outro grupo é o das hidrossolúveis, solúveis em água – portanto facilmente excretadas – como as vitaminas
C e as do complexo B; no entanto a B12, apesar de ser hidrossolúvel, permanece armazenada no fígado.
Vitamina Principais fontes Sintomas de sua deficiência
Gema de ovo, hortaliças verdes ou amarelas,
A – caroteno Cegueira noturna; pele seca e escamosa.
frutas, fígado e manteiga.
Inflamação e degeneração dos nervos (beri-
B1 – tiamina Cereais integrais, fígado e outras carnes. béri, neurite), insuficiência cardíaca, distúr-
bio mental.

B2 – riboflavina Cereais integrais, leite, ovos e fígado. Fotofobia, fissuras na pele.

B3 – niacina ou ácido nicotínico Cereais integrais, fígado e outras carnes. Pelagra, lesões da pele, distúrbios digestivos.

B6 – piridoxina Cereais integrais, fígado e peixe. Dermatite, distúrbios nervosos.

B12 – cianocobalamina Fígado Anemia perniciosa, hemácias malformadas.

C – ácido ascórbico Frutas cítricas, tomate e verduras. Escorbuto, inflamação das mucosas.

102
Vitamina Principais fontes Sintomas de sua deficiência
D – calciferol Óleo de fígado, fígado, leite e gema de ovo. Raquitismo.
Ausência ou dificuldade de coagulação san-
K – naftoquinona Verduras, frutas e óleo de fígado.
guínea.

METABOLISMO
Metabolismo é o conjunto de transformações que as substâncias químicas sofrem no interior dos organismos vivos.
Os seres vivos retiram energia das mais diversas moléculas orgânicas, mas a glicose é a mais frequente. Os
organismos heterotróficos obtêm a glicose se alimentado dos únicos que a produzem, os organismos autotróficos.
§ A glicose e o metabolismo
A energia liberada pela quebra da glicose é utilizada na execução de atividades metabólicas.
O conjunto de reações químicas e de transformações de energia, incluindo o anabolismo (síntese) e o cata-
bolismo (degradação de moléculas), constitui o metabolismo.
§ A energia sob a forma de ATP
Cada vez que ocorre a quebra da molécula de glicose, a energia não é simplesmente liberada para o meio.
A energia é transferida para moléculas ATP (adenosina trifosfato), que servirão de reservatórios temporários
de energia, “bateriazinhas” que poderão liberar energia nos locais onde estiverem.
Ligações fosfato

O– O– O– Adenina

O P O P O P O CH2
O O O
Ribose

Energia da luz ATP Energia disponível


para o trabalho celular
ou dos alimentos
e para a síntese química

O– O– O– Adenina

O P O – + –
O P O P O CH2
O O O
Fosfato Ribose
inorgânico (Pi)
ADP

TIPOS DE CÉLULA
Quanto às estruturas básicas, podemos diferenciar dois tipos de células: procariontes (sem núcleo – bactérias) e
eucariontes (com núcleo) que apresentam mais organelas e uma estrutura mais complexa.
A composição química da parede celular das bactérias e das cianobactérias basicamente é peptidoglicano
ou peptoglicano.
Há dois tipos básicos de célula eucarionte: animal e vegetal. Distinguem-se, principalmente, pela presença
da parede celular (células vegetais) e ausência delas (células animais).

103
Plasmodesmos Membrana
Membrana plasmática Complexo de Golgi
plasmática
Parede celular Vesículas de Golgi
Lisossomas Cloroplasto
Vacúolo
Citoplasma
Tilacóides
Centríolos Nucléolo
Núcleo celular Granum
Mitocôndrias Retículo
Ribossomos Vacúolo endoplasmático liso
Vesículas Vacúolo
Tonoplasto Ribossomos
Retículo
endoplasmático Mitocôndria
rugoso

Complexo de Golgi Peroxissomo

Microtúbulos Núcleo
Citoplasma
Retículo Poro nuclear
endoplasmático liso Envelope nuclear
Vesículas
membranosas Nucléolo
Retículo
endoplasmático
rugoso

Célula animal Célula vegetal

O NÚCLEO
Estrutura que coordena e comanda todas as funções celulares. Presente em células eucarióticas, o núcleo é deli-
mitado por uma membrana chamada carioteca. Nas células dos procariontes não há núcleo; o material nuclear
encontra-se imerso no citoplasma, formando uma estrutura chamada nucleoide.
No interior do núcleo está o material genético, o DNA. A ele pertencem os genes, que armazenam informa-
ções para o funcionamento das células e, consequentemente, do organismo todo.

MEMBRANA PLASMÁTICA
Todas as células são revestidas por uma película limitante chamada de membrana plasmática, que mantém se-
parada do ambiente externo a estrutura altamente organizada da matéria viva e controla a entrada e saída de
substâncias. Seus componentes mais abundantes são fosfolipídeos, colesterol e proteínas.

O modelo do mosaico fluido


Na membrana plasmática, a disposição das moléculas de lipídeos forma uma camada dupla e contínua, na qual
estão inseridas moléculas de proteína. A dupla camada de fosfolipídeos é fluida e oleosa. Como peças de um
mosaico, as proteínas mudam de posição continuamente. Esse modelo é da autoria dos pesquisadores Singer e
Nicholson, que o nomearam modelo mosaico fluido.

Oligossacarídeo

Colesterol

Glicolipídio

Proteínas integrais Fibras do Proteínas periféricas


citoesqueleto

104
Funções das proteínas na membrana plasmática
Além das muitas e variadas funções que exercem, as proteínas da membrana plasmática atuam preferencialmente
nos mecanismos de transporte; organizam canais pelos quais passam substâncias para dentro e para fora da célula;
receptores da membrana recebem sinais de substâncias que levam mensagem à célula; favorecem a adesão de
células adjacentes em um tecido; ancoram o citoesqueleto.

O exterior da membrana plasmática


As estruturas externas à membrana plasmática são:
§ glicocálix, presente nas células animais; e
§ parede celular, presente em bactérias, cianobactérias, algas, fungos e plantas.

Especializações da membrana plasmática:


§ Microvilosidades são projeções da membrana plasmática, frequentemente digitiformes, ou seja, em forma
de dedo. As microvilosidades ampliam a superfície de contato da membrana plasmática aumentando sua
eficiência para as trocas com o meio extracelular.

O CITOPLASMA
Para os primeiros citologistas, o interior da célula viva era preenchido por um fluido homogêneo e viscoso, no qual
o núcleo estava mergulhado. Porém, posteriormente, descobriu-se que o espaço entre a membrana plasmática e o
núcleo é bem diferente. Há sim uma parte fluida, o citoplasma, também chamado citosol ou hialoplasma, dotado de
organelas ou orgânulos citoplasmáticos, responsáveis por funções específicas no metabolismo da célula eucarionte.
A composição do fluido citoplasmático é de água, proteínas, sais minerais e açúcares. O citosol responde
pela maioria das reações químicas vitais, como a fabricação das moléculas que dão estrutura às células e o arma-
zenamento das substâncias de reserva das células animais – gorduras e glicogênio.

ORGANELAS CITOPLASMÁTICAS
Plasmodesmos Membrana
Membrana plasmática Complexo de Golgi
plasmática
Parede celular Vesículas de Golgi
Cloroplasto
Tilacóides
Granum
Retículo
Vacúolo endoplasmático liso
Vacúolo
Tonoplasto Ribossomos

Mitocôndria

Peroxissomo

Núcleo
Citoplasma
Poro nuclear
Envelope nuclear
Vesículas
membranosas Nucléolo
Retículo
endoplasmático
rugoso

105
Ribossomos
Presentes em células procarióticas e eucarióticas, aparecem isolados no citoplasma ou aderidas ao retículo endo-
plasmático. Promovendo a união de aminoácidos, participam do processo da síntese proteica.

O retículo endoplasmático
Se distinguem dois tipos: rugoso ou granular e retículo liso ou agranular.
§ Retículo endoplasmático rugoso (RER)
Sua função é:
Produção de proteínas: graças aos ribossomos, essas proteínas podem ser exportadas da célula.

§ Retículo endoplasmático liso (REL)


Suas funções são:
Produção de lipídeos: o colesterol é produzido no REL, bem como os hormônios esteroides.
Desintoxicação: nas células do fígado, o REL absorve substâncias tóxicas, modificando-as para facilitar sua
alimentação ou destruindo-as, de modo a não causarem danos ao organismo.
Armazenamento de substâncias: assim como as bolsas do retículo liso armazenam substâncias, os
vacúolos das células vegetais são bolsas membranosas derivadas do retículo.

Vacúolos
Armazenam substâncias e regulam trocas de água na osmose em células vegetais. Em protozoários de água doce,
há vacúolos pulsáteis, também chamados contráteis, cujo papel é de regulação osmótica.

Sistema golgiense
Atua como centro de armazenamento, transformação, empacotamento e remessa de substâncias na célula. Depois
de passarem pelo aparelho de Golgi, muitas substâncias são eliminadas da célula e passam a atuar em diferentes
partes do organismo.
Sua principal tarefa é, portanto, eliminar substâncias que atuam fora da célula, processo genericamente
denominado secreção celular. Além disso, atua na formação do acrossomo do espermatozoide e da lamela média
em células vegetais.

106
Lisossomos
São bolsas membranosas que contêm enzimas, cuja tarefa é digerir substâncias orgânicas. Respondem pela di-
gestão intracelular. Bolsas com partículas capturadas no meio externo, formadas na fagocitose e na pinocitose,

fundem-se aos lisossomos e dão origem a bolsas maiores onde ocorre a digestão.

Exocitose de resíduos
Particula alimentar Meio externo (clasmocitose)
Fagositose

Vacúolo residual

Vacúolo
autofágico
Fagossomo
Vacúolo digestivo
(lisossomo secundário)
Lisossomo
primário

Sistema golgiense

Vacúolos digestivos

Correspondem às bolsas originadas da fusão de lisossomos com fagossomos ou pinossomos, em cujo interior

ocorre digestão pelas enzimas lisossômicas.

Peroxissomos
Contêm enzimas que degradam gorduras e aminoácidos, bem como grandes quantidades da enzima catalase, que

converte o peróxido de hidrogênio (água oxigenada) em água e gás oxigênio.

Glioxissomos
As células das folhas e das sementes em germinação contêm peroxissomos especiais conhecidos como glioxisso-
mos, que atuam no processo de fotossíntese. Nas sementes, eles contribuem para a transformação de ácidos graxos

em substâncias de menor tamanho, que vão converter-se em glicose e ser úteis para o embrião em germinação.

107
Citoesqueleto
Membrana
plasmática Retículo endoplasmático

Microtúbulos

Ribossomas

Mitocôndria
Microfilamentos

A célula animal é cruzada em diferentes direções por um verdadeiro “esqueleto” de fibras de proteínas que lhe
dão consistência e firmeza.
O papel dessa “armação” é substituir na célula animal a falta de uma membrana rígida, como a membrana
celulósica das células vegetais. Entre as fibras proteicas que compõem esse citoesqueleto há microfilamentos de
actina, microtúbulos e filamentos intermediários.

Centríolos
Centrosoma

Centriolos
Microtúbulos

São organelas, mas não são envolvidas por membrana. Participam do progresso de divisão celular. Não há cen-
tríolos nas células de fungos complexos, de plantas superiores (gimnospermas e angiospermas) e de nematoides.
Eles estão na maioria das células animais, algas e vegetais inferiores, como as briófitas (musgos) e pteridófitas
(samambaias).

108
Cílios e flagelos
São estruturas móveis de células de diversos seres vivos, formados decorrentes da modificação e alongamento
de centríolos. Com a tarefa de locomover (paramécio) e remover impurezas (células da traqueia), os cílios são
curtos. Os flagelos são longos e também realizam a locomoção de outros tipos celulares, como de protozoários
(tripanossomo, causador da doença de Chagas) e a do espermatozoide.

MITOCÔNDRIAS
São delimitadas por duas membranas lipoproteicas semelhantes às demais membranas celulares. A externa é lisa e
a interna apresenta inúmeras pregas – cristas mitocondriais –, projetadas para o interior da organela. Dependendo
do tipo de célula, as mitocôndrias variam de dezenas a centenas, e estão presentes em todos os seres eucariontes.

Funções: produzem energia para todas as atividades celulares, através da respiração celular.

C6H12O6 + O2 → 6CO2 + 6H2O + energia

partículas síntetizadora de ATP


espaço intermembranoso
matriz

cristas
ribossomos
grânulos

membrana interna
membrana externa
DNA

O interior das mitocôndrias é preenchido por um fluido denominado matriz mitocondrial, além de enzimas,
DNA, RNA, pequenos ribossomos e substâncias necessárias à fabricação de proteínas. A herança do DNA mito-
condrial se dá a partir do óvulo, pois, durante a fertilização, as mitocôndrias do espermatozoide não penetram no
gameta feminino.
Essa energia é armazenada na molécula de ATP. Portanto, a respiração celular objetiva a produção de
energia.

Plastos
Orgânulos presentes nas células de plantas e de algas. Dependendo do organismo, sua forma e tamanho variam.
Há duas categorias de plastos:
§ cromoplastos (do grego chromos, cor), cujo interior é pigmentado. O frequente nas plantas é o cloro-
plasto, de cor verde, cujo principal componente é a clorofila. Há também os eritroplastos (do grego
eritros, vermelho), que se desenvolvem em frutos maduros de tomate, por exemplo.
§ leucoplastos (do grego leukos, branco) não contêm pigmentos.

109
Cloroplastos
São organelas discoides com duas membranas envolventes e inúmeras membranas internas, formando os tilacoides
(do grego thylakos, bolsa), pequenas bolsas discoidais e achatadas.
Os tilacoides organizam-se uns sobre os outros em estruturas cilíndricas como pilhas de moedas. Cada pilha
é um grão (do latim, granum) e o conjunto de pilhas corresponde à grana.
Membrana externa Tilacoide Lamela
Estroma
Membrana interna
Anel de
DNA

Ribossomo
Glóbulo de lipido
Grânulo de amido

O interior do cloroplasto é preenchido pelo estroma, um fluido viscoso que corresponde à matriz das mito-
côndrias e contém, como elas, DNA, enzimas e ribossomos.
As moléculas de clorofila ficam dispostas organizadamente nas membranas dos tilacoides, de modo a cap-
tarem a luz solar com a máxima eficiência.

Amiloplastos ou grãos de amido


Em certas situações, leucoplastos acumulam significativas quantidades de amido a ponto de ocupar totalmente o
interior da organela, cuja estrutura é conhecida como amiloplasto ou grão de amido.
§ Funções do cloroplasto: produção de moléculas orgânicas de glicose, possível graças à fotossíntese, que
transforma a energia luminosa em energia química.

Teoria da endossimbiose
De acordo com essa teoria, as mitocôndrias descendem de seres procariontes primitivos que se instalaram
no citoplasma das primeiras células eucariontes, afirmam muitos cientistas. Há evidências que reforçam essa hi-
pótese. O material genético contido nas mitocôndrias é mais parecido ao das bactérias do que com o das células
eucariontes em que estão instaladas. Ocorre o mesmo com o processo de síntese de proteínas: os ribossomos mi-
tocondriais são muito semelhantes aos das bactérias e bem diferentes dos do citoplasma das células eucariontes.
Processo similar também teria ocorrido para a origem do cloroplasto. Nesse caso, teria sido a incorporação
de um procarionte autótrofo, responsável por proporcionar à célula vegetal a realização da fotossíntese.

PRODUÇÃO DE ENERGIA EM HETERÓTROFOS


O ATP armazena energia em duas de suas ligações-fosfato:
ATP → ADP + Pi + energia
O processo inverso, ADP + Pi, é realizado para fabricação de ATP e se denomina fosforilação – realizada
por ATPases.
O processo para produção de energia é denominado respiração celular:
C6H12O6 + 602 → 6CO2 + 6H2O + energia (calor)

110
Respiração celular
A respiração celular consiste em três mecanismos: a glicólise, o ciclo de Krebs e a fosforilação oxidativa.

Glicólise

Por ser um processo anaeróbio, também pode ser chamada fermentação. Trata-se basicamente da modificação
gradual da molécula de glicose, realizada por um conjunto de enzimas, que ao final resulta na produção de duas
moléculas de ácido pirúvico (C3H4O3). O saldo da glicólise é 2 ATP a cada molécula de glicose.

Transportadores de elétrons

Ao receberem elétrons e hidrogênios, NAD, NADP+ e FAD, ficam reduzidos.

NAD+ (forma oxidada)  NADH (forma reduzida)


NADP (forma oxidada)  NADPH (forma reduzida)
FAD (forma oxidada)  FADH2 (forma reduzida)

Ciclo de Krebs ou ciclo do ácido cítrico

O ácido pirúvico que resulta da glicólise penetra na mitocôndria, onde se inicia a fase aeróbia da respiração.
De maneira geral, o ciclo de Krebs consiste em uma série de reações enzimáticas e cíclicas – ou seja, que se
repetem –, onde ocorre a liberação gradativa de prótons e elétrons.
Durante o ciclo, são produzidas três moléculas de NADH2, uma de FADH2, duas moléculas de CO2, e uma de
GTP (guanosina trifosfato).

Cadeia respiratória

Ocorre nas cristas mitocondriais. Durante a glicólise e o ciclo de Krebs, a progressiva degradação de glicose teve
como resultado a liberação de íons H+, aceptados por substâncias especiais, o NAD e o FAD, que então se reduziram
a NADH2 e FADH2. Essa etapa também pode ser denominada cadeia transportadora de elétrons.
Devido à energia utilizada para produção de ATP ser decorrente de sucessivas oxidações, diz-se que ocorreu
fosforilação oxidativa.

Participam da cadeia respiratória os seguintes elementos:

§ Aceptores de hidrogênio → NAD e FAD


§ Transportadores de elétrons → citocromos

O oxigênio é o aceptor final de elétrons na respiração aeróbia. No seu balanço energético, o saldo de ATP
está entre 28 e 34 moléculas.

ATP sintase

A teoria que procura explicar a síntese de ATP a partir de energia do gradiente de prótons – da qual participa a
enzima ATP sintase – é conhecida como hipótese quimiosmótica.

111
Fermentação
Alguns seres vivos obtêm energia por meio da oxidação incompleta da glicose sem usar oxigênio. Nesse processo,
chamado de fermentação, a glicólise termina com a produção de apenas dois ATPs. A fermentação é um processo
realizado por micro-organismos, tais como fungos, bactérias, ou até o nosso próprio corpo.
Existem diversos tipos de fermentação; entre eles, podemos citar:
§ Fermentação láctica
Tendo como primeira etapa a glicólise, é um processo microbiano que resulta na produção de ácido lático,
além de outras substâncias.
A importância deste grupo de microrganismos consiste em sua grande utilização na indústria alimentar.
§ Fermentação láctica no músculo
Ocorre quando fazemos um esforço muscular intenso e a quantidade de oxigênio, que chega nos músculos,
não é o suficiente para fornecer toda a energia necessária para a atividade desenvolvida.
§ Fermentação alcoólica
Os fungos (leveduras), normalmente utilizados para produção de vinho e pães, são anaeróbicos facultativos.
As leveduras de cervejaria e padaria e outros organismos que promovem a fermentação alcoólica fermen-
tam a glicose em etanol e CO2.

§ Outros tipos de fermentação


§ Fermentação cítrica;
§ Fermentação butírica;
§ Fermentação acética.
Na ausência de oxigênio, outras moléculas são utilizadas como aceptores de elétrons. Entre aqueles utiliza-
dos por diferentes bactérias estão os compostos nitrogenados, como nitratos, dióxido de carbono, compostos de
enxofre, como sulfatos e sulfitos, ferro e manganês.

BIOTECNOLOGIA E ENGENHARIA GENÉTICA


A Biotecnologia consiste na realização de um conjunto de técnicas que utilizam organismos vivos ou partes deles
(células e moléculas) para a geração de produtos ou processos de utilização específicas.
A Engenharia Genética ou tecnologia do DNA recombinante é uma vertente mais moderna (século XX) da
Biotecnologia, que surgiu devido aos avanços no estudo das estruturas do material genético (DNA).
São áreas de aplicação da Engenharia Genética:
§ indústria farmacêutica;
§ agropecuária;
§ meio ambiente.

MANIPULAÇÃO GENÉTICA
Enzimas de restrição
Atuam na fragmentação de moléculas de DNA sempre em determinados pontos, conhecidos como sítios-alvos,
levando à produção de fragmentos contendo pontas adesivas.
No DNA dos seres vivos os mesmos sítios-alvos se repetem ao longo da molécula, podem ser produzidos vários
fragmentos, que podem se ligar a outras pontas de moléculas de DNA que tenham sido cortadas pela mesma enzima.

112
A técnica do PCR: uma reação em cadeia
Essa técnica é utilizada para fazer milhares de cópias de um único pedaço de DNA.
Replicação Aumento da
desnaturação
do quantidade
do DNA DNA de amostra

DNA submetido a alta temperatura


ou valores extremos de pH separam-se as fitas do DNA

hibridização

fitas de DNA submetidas filamentos de


a resfriamento ou baixo valor de pH DNA pareiam novamente

Sob altas temperaturas ou pH extremos ocorre a separação das fitas de DNA.


Em condições favoráveis, novamente, ocorre a hibridização das fitas.

Eletroforese em gel e a separação dos fragmentos de DNA


Para separar os fragmentos de DNA formados com a ação das enzimas de restrição e, assim, efetuar uma análise
individual de cada um, usamos a técnica de eletroforese em gel.

solução

fonte gel fonte


de de fragmentos
energia energia menores
direção da corrente elétrica

fragmentos
maiores
local para
inserção
das amostras

Na eletroforese em gel, fragmentos maiores movem-se mais lentamente que os menores, separando-se, desse modo,
os fragmentos de DNA, que possuem diferentes tamanhos.

A tecnologia do DNA recombinante


Envolve a união do fragmento de DNA (organismo doador) a uma molécula maior (organismo receptor), na qual é
utilizada a endonuclease de restrição e a DNA ligase. Assim, um determinado gene do genoma humano pode ser
inserido no genoma de uma bactéria, por exemplo, e lá ser amplificado ou mesmo transcrito várias vezes.

113
DNA humano
plasmídio
a enzima de
restrição “corta” bactéria
o DNA cromossomo
bacteriano
célula humana gene humano

a enzima ligase conecta o gene humano ao plasmídio

DNA (plasmídio) recombinante


a bactéria hospedeira incorpora o plasmídio recombinante

clonagem

gene humano clonado proteínas

Uma satisfatória proliferação de bactérias portadoras do DNA recombinante pressupõe que elas sejam inseridas em
meio nutritivo seletivo, a fim de que apenas as portadoras do DNA recombinante cresçam e formem colônias. Depois de
muitas gerações de bactérias, os plasmídeos são retirados e os fragmentos de DNA clonados são isolados. Outra possibilidade
é retirar apenas os produtos de expressão do fragmento de DNA clonado, um hormônio, por exemplo, como a insulina ou
o hormônio do crescimento humano, bem como uma proteína que, isolada, poderá servir para a confecção de uma vacina.
Estão ainda relacionados a técnicas de engenharia genética:
§ bibliotecas de DNA;
§ projeto Genoma;
§ clonagem reprodutiva e terapêutica
A clonagem reprodutiva produz uma “cópia” de um indivíduo existente mediante uma técnica chamada
transferência nuclear, que se baseia na remoção do núcleo de um óvulo que é substituído pelo núcleo de outra
célula (somática-2n). Feita a fusão, as células passam a se diferenciar. Ao alcançar o estado de blastocisto – fase
em que ocorre a implantação do embrião na cavidade uterina –, a massa celular apresenta dois grupos celulares: a
camada externa vai formar a placenta e o saco amniótico; e camada interna dá origem aos tecidos do feto. Passado
o período de gestação, surge um indivíduo com material genético idêntico ao do doador da célula somática.
Clonagem reprodutora
Clonagem reprodutora
Doadora de óvulos
Óvulo

Célula somática Indivíduo


doador do
DNA
Transferência
nuclear
Enucleação

Mórula
Mesmo DNA

Importante
no
útero

Embrião
Clone

114
Em condições naturais, indivíduos idênticos se originam somente quando a massa celular inicial se divide
em duas. Os gêmeos idênticos se originam, portanto, de apenas um zigoto, sendo por isso também chamados de
monozigóticos.
Na clonagem terapêutica, os estágios iniciais são idênticos à clonagem com fins reprodutivos, à exceção
do blastocisto que não é introduzido em um útero, mas utilizado em laboratório como fonte de células-tronco to-
tipotentes destinadas à produção de tecidos ou órgãos para transplante. O objetivo dessa técnica é produzir uma
cópia saudável do tecido ou do órgão de um paciente para transplante.
§ Terapia gênica
Se trata da utilização de genes normais que substituiriam genes alterados causadores de diversas doenças huma-
nas. Esse material genético será introduzido (por um vetor) no indivíduo afetado, com o objetivo de corrigir uma
informação que está errada ou ausente no DNA desse indivíduo, atenuando os sintomas ou ainda o curando.

§ Criação de organismos geneticamente modificados (OGM)


Os transgênicos são organismos geneticamente modificados. Alvos de muita polêmica, são, no entanto,
amplamente utilizados hoje em dia, como a soja e o milho. Possíveis impactos positivos dos OGM:
§ diminui consideravelmente o custo da produção;
§ aumenta as safras;
§ dispensa uso de alguns agroquímicos.
Possíveis impactos negativos dos OGM:
§ desencadear alergia ao consumidor;
§ interação gênica prejudicial no organismo transgênico;
§ aumento de variabilidade – mudança da seleção natural;
§ interações interespecíficas na natureza;
§ surgimento a médio prazo de pragas resistentes;
§ desequilíbrios nos ecossistemas.

FINGERPRINT
Através da comparação de repetições particulares na molécula de DNA, entre suposto pai e filho, pode-se utilizar
essa técnica em teste de paternidade – para tal basta obter amostra de DNA de uma célula nucleada, como células
da raiz de um fio de cabelo ou células sanguíneas (leucócitos).
Para a efetiva determinação da fingerprint, os cientistas recorrem aos VNTR (do inglês, variable number of
tandom repeats), repetições de pequenas sequências de nucleotídeos (entre 15 e 20 bases nitrogenadas) presentes
em trechos do DNA.
2 repetições
3 repetições
4 repetições

A quantidade de repetições em cada gene é bastante variável entre os componentes de uma população. Por
isso, ao comparar cromossomos homólogos de diferentes pessoas, é pouco provável que o número de repetições
seja o mesmo, razão pela qual o VNTR é tido como único para cada um, assim como a impressão digital.

115
Essas repetições podem ser visualizadas pela técnica de eletroforese, que permite a observação de repeti-
ções particulares.

Uso do fingerprint na determinação de paternidade


Um casal com três filhos suspeitou, anos após o nascimento do último filho, que ele tivesse sido trocado por ou-
tro ainda na maternidade. Realizado o fingerprint dos pais e dos três filhos na tentativa de resolver o problema,
obteve-se o seguinte resultado:

Analisados os VNTR de determinado par de cromossomos homólogos do pai, notou-se a existência de cinco
sequências repetidas em um dos cromossomos e quatro em outro. No caso da mãe, há um cromossomo com sete
sequências repetidas e, no homólogo, três repetições.
Ao fazer a análise dos fingerprints dos dois primeiros filhos – da esquerda para a direita – notou-se que o
primeiro tem cinco e três sequências (cinco derivadas do pai e três, da mãe); o segundo filho tem sete e cinco sequ-
ências repetidas (sete provenientes da mãe e cinco provenientes do pai). O resultado permitiu concluir que não houve
troca de nenhum dos dois primeiros filhos. Mas a análise do fingerprint do terceiro filho revela que ele tem seis e duas
repetições, portanto, ele não é filho biológico do casal, uma vez que os pais não apresentam esses VNTR.

USO DE CÉLULAS-TRONCO
Células-tronco são tipos celulares indiferenciados capazes de, a partir de diferenciação, dar origem a outros tipos
de células. As células-tronco embrionárias são encontradas em embriões, têm capacidade de se transformar em
qualquer célula do corpo, razão pela qual são denominadas totipotentes. No corpo há outras células-tronco, que

116
continuam a existir até mesmo na idade adulta. É o caso do tecido hematopoiético, constituinte da medula verme-
lha, que contém células-tronco adultas, diferenciáveis tão somente nessas células e não em outras. Por isso, são
denominadas multipotentes. Atualmente, essas células multipotentes são utilizadas para repor a medula óssea
destruída por quimioterapia ou radioterapia contra o câncer.
Por poderem originar qualquer tipo celular, as células-tronco embrionárias são aquelas mais cotadas para
utilização em pesquisas.
No entanto, apesar de todas as esperanças em torno dos tratamentos com células-tronco, ainda há muito
trabalho a ser feito, muitas pesquisas precisam ser realizadas antes que muitos desses avanços prometidos ou espera-
dos efetivamente possam ser aplicados às necessidades dos indivíduos. Contudo, é inegável que a terapia com essas
células são uma fonte de esperança para milhões de pessoas portadoras, por exemplo, de mal de Parkinson, diabetes,
mal de Alzheimer e câncer. As células-tronco poderão também ser usadas no tratamento de problemas genéticos.
Apesar de poderem crescer em quantidade ilimitada em laboratório, as células embrionárias podem ser
rejeitadas pelo sistema imunológico do paciente depois de transplantadas. Considerando que as células-tronco
adultas oferecem a possibilidade de ser retiradas do próprio paciente, evita-se o risco de rejeição. No entanto, ainda
há dúvidas sobre sua capacidade de transformação em outras células, bem como a produção delas em laboratório
em quantidade necessária ainda é bastante difícil.

117
APLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS - SALA
1. (ENEM) Alguns fatores podem alterar a rapidez das reações químicas. A seguir destacam-se três
exemplos no contexto da preparação e da conservação de alimentos:
I. A maioria dos produtos alimentícios se conserva por muito mais tempo quando submetidos à
refrigeração. Esse procedimento diminui a rapidez das reações que contribuem para a degrada-
ção de certos alimentos.
II. Um procedimento muito comum utilizado em práticas de culinária é o corte dos alimentos para
acelerar o seu cozimento, caso não se tenha uma panela de pressão.
III.Na preparação de iogurtes, adicionam-se ao leite bactérias produtoras de enzimas que aceleram
as reações envolvendo açúcares e proteínas lácteas.
Com base no texto, quais são os fatores que influenciam a rapidez das transformações químicas
relacionadas aos exemplos I, II e III, respectivamente?
a) Temperatura, superfície de contato e concentração.
b) Concentração, superfície de contato e catalisadores.
c) Temperatura, superfície de contato e catalisadores.
d) Superfície de contato, temperatura e concentração.
e) Temperatura, concentração e catalisadores.

2. (ENEM)

DAVIS,J Garfield esta de dieta, Porto Alegre: L&PM, 2006,

A condição física apresentada pelo personagem da tirinha é um fator de risco que pode desenca-
dear doenças como:
a) anemia.
b) beribéri.
c) diabetes.
d) escorbuto.
e) fenilcetonúria.

118
3. (ENEM) Uma indústria está escolhendo uma linhagem de microalgas que otimize a secreção de
polímeros comestíveis, os quais são obtidos do meio de cultura de crescimento. Na figura podem
ser observadas as proporções de algumas organelas presentes no citoplasma de cada linhagem.

Qual é a melhor linhagem para se conseguir maior rendimento de polímeros secretados no meio
de cultura?
a) I
b) II
c) III
d) IV
e) V
4. (ENEM) Para a identificação de um rapaz a) facilitar a ruptura da membrana do ovócito.
vítima de acidente, fragmentos de tecidos b) acelerar sua maturação durante a esperma-
foram retirados e submetidos à extração de togênese.
DNA nuclear, para comparação com o DNA c) localizar a tuba uterina para fecundação do
disponível dos possíveis familiares (pai, avô gameta feminino.
materno, avó materna, filho e filha). Como
d) aumentar a produção de hormônios sexuais
o teste com o DNA nuclear não foi conclusi-
vo, os peritos optaram por usar também DNA masculinos.
mitocondrial, para dirimir dúvidas. e) fornecer energia para sua locomoção.
Para identificar o corpo, os peritos devem
verificar se há homologia entre o DNA mi- 6. (ENEM) A cárie dental resulta da atividade
tocondrial do rapaz e o DNA mitocondrial de bactérias que degradam os açúcares e os
do(a): transformam em ácidos que corroem a porção
a) pai. mineralizada dos dentes. O flúor, juntamente
b) filho. com o cálcio e um açúcar chamado xilitol, age
c) filha. inibindo esse processo. Quando não se esco-
d) avó materna. vam os dentes corretamente e neles acumu-
e) avô materno. lam-se restos de alimentos, as bactérias que
vivem na boca aderem aos dentes, formando
5. (ENEM) Mitocôndrias são organelas citoplas- a placa bacteriana ou biofilme. Na placa, elas
máticas em que ocorrem etapas do processo transformam o açúcar dos restos de alimentos
de respiração celular. Nesse processo, molé- em ácidos, que corroem o esmalte do dente
culas orgânicas são transformadas e, junta- formando uma cavidade, que é a cárie. Vale
mente com o O2, são produzidos CO2 e H2O, lembrar que a placa bacteriana se forma mes-
liberando energia, que é armazenada na cé- mo na ausência de ingestão de carboidratos
lula na forma de ATP. fermentáveis, pois as bactérias possuem po-
Na espécie humana, o gameta masculino (es- lissacarídeos intracelulares de reserva.
permatozoide) apresenta, em sua peça in- Disponível em: http://www.diariodasaude.com.br. Acesso
termediária, um conjunto de mitocôndrias, em: 11 ago. 2010 (adaptado).
cárie 1. destruição de um osso por corrosão progressiva.
cuja função é: * cárie dentária: efeito da destruição da estrutura dentária
por bactérias.
HOUAISS, Antônio. Dicionário eletrônico. Versão
1.0. Editora Objetiva, 2001 (adaptado).

119
A partir da leitura do texto, que discute as
causas do aparecimento de cáries, e da sua
relação com as informações do dicionário,
conclui-se que a cárie dental resulta, prin-
cipalmente, de:
a) falta de flúor e de cálcio na alimentação di-
ária da população brasileira.
b) consumo exagerado do xilitol, um açúcar, na
dieta alimentar diária do indivíduo.
c) redução na proliferação bacteriana quando a
saliva é desbalanceada pela má alimentação.
d) uso exagerado do flúor, um agente que em
alta quantidade torna-se tóxico à formação
dos dentes.
e) consumo excessivo de açúcares na alimen-
tação e má higienização bucal, que contri-
buem para a proliferação de bactérias.

RAIO X
1. São fatores que aceleram a velocidade das rea-
ções químicas: aumento da temperatura e da su-
perfície de contato e a presença de catalisadores.
2. A obesidade e o sedentarismo podem desen-
cadear o desenvolvimento do diabetes, do-
ença caracterizada por hiperglicemia.
3. A linhagem I é a melhor para se conseguir o
maior rendimento de polímeros secretados
no meio de cultura, por apresentar o maior
percentual de complexo golgiense.
4. Os peritos devem verificar se há homologia en-
tre o DNA mitocondrial do rapaz e o DNA mito-
condrial de sua avó materna. As mitocôndrias
são organelas herdadas pela linhagem matrili-
near, por meio do citoplasma do óvulo.
5. As mitocôndrias localizadas na peça inter-
mediária dos espermatozoides realizam a
oxidação de compostos orgânicos. A energia
liberada nesse processo é armazenada na
molécula de ATP e disponibilizada para a lo-
comoção do gameta masculino em direção ao
gameta feminino.
6. O consumo exagerado de açúcares e a má hi-
gienização bucal são as principais causas da
cárie dentária.

GABARITO
1. C 2. C 3. A 4. D 5. E
6. E

120
Prescrição: Serão necessários conhecimentos sobre algumas das principais moléculas orgânicas
componentes dos seres vivos (suas fontes e funções), componentes e mecanismos celulares (em
particular a respeito da produção de energia a partir da oxidação de moléculas orgânicas) e con-
ceitos de biotecnologia e engenharia genética. Também será requerida a interpretação de gráficos
de acordo com contextos introdutórios.

PRÁTICA DOS 3. (ENEM) Na década de 1940, na Região Centro-


-Oeste, produtores rurais, cujos bois, porcos,

CONHECIMENTOS - E.O. aves e cabras estavam morrendo por uma pes-


te desconhecida, fizeram uma promessa, que
consistiu em não comer carne e derivados até
1. (ENEM) A fabricação de cerveja envolve a que a peste fosse debelada. Assim, durante
atuação de enzimas amilases sobre as mo- três meses, arroz, feijão, verduras e legumes
léculas de amido da cevada. Sob temperatu- formaram o prato principal desses produtores.
ra de cerca de 65°C, ocorre a conversão do O Hoje, 15 out 2011 (adaptado).
amido em maltose e glicose. O caldo obtido
(mosto) é fervido para a inativação das en- Para suprir o deficit nutricional a que os
zimas. Após o resfriamento e a filtração, são produtores rurais se submeteram durante o
adicionados o lúpulo e a levedura para que período da promessa, foi importante eles te-
ocorra a fermentação. A cerveja sofre matu- rem consumido alimentos ricos em:
a) vitaminas A e E.
ração de 4 a 40 dias, para ser engarrafada e
b) frutose e sacarose.
pasteurizada.
c) aminoácidos naturais.
PANEK, A. D. Ciência Hoje, São Paulo, v.
47, n. 279, mar. 2011 (adaptado).
d) aminoácidos essenciais.
e) ácidos graxos saturados.
Dentre as etapas descritas, a atividade bioló-
gica no processo ocorre durante o(a): 4. (ENEM) O arroz-dourado é uma planta transgê-
a) filtração do mosto. nica capaz de produzir quantidades significati-
b) resfriamento do mosto. vas de betacaroteno, que é ausente na varieda-
c) pasteurização da bebida. de branca. A presença dessa substância torna os
d) fermentação da maltose e da glicose. grãos amarelados, o que justifica seu nome.
e) inativação enzimática no aquecimento. A ingestão dessa variedade geneticamente modifi-
cada está relacionada à redução da incidência de:
2. (ENEM) Segundo a teoria evolutiva mais a) fragilidade óssea.
aceita hoje, as mitocôndrias, organelas celu- b) fraqueza muscular.
lares responsáveis pela produção de ATP em c) problemas de visão.
d) alterações na tireoide.
células eucariotas, assim como os cloroplas-
e) sangramento gengival.
tos, teriam sido originados de procariontes
ancestrais que foram incorporados por célu-
las mais complexas. 5. (ENEM) Os efeitos do exercício físico na redução
Uma característica da mitocôndria que sus- de doenças cardiovasculares são bem conheci-
tenta essa teoria é a: dos, aumentando, por exemplo, a tolerância a
infartos em comparação com indivíduos seden-
a) capacidade de produzir moléculas de ATP.
tários. Visando ganho de força, de massa mus-
b) presença de parede celular semelhante à de
cular e perda de gordura, verifica-se o uso de
procariontes.
anabolizantes por alguns esportistas. Em uma
c) presença de membranas envolvendo e sepa-
pesquisa com ratos, confirmou-se a melhora da
rando a matriz mitocondrial do citoplasma.
condição cardíaca em resposta ao exercício, mas
d) capacidade de autoduplicação dada por DNA verificou-se que os efeitos benéficos do exercí-
circular próprio semelhante ao bacteriano. cio físico são prejudicados pelo uso de anabo-
e) presença de um sistema enzimático eficiente lizantes, como o decanoato de nandrolona, au-
às reações químicas do metabolismo aeróbio. mentando a área cardíaca afetada pelo infarto.
CHAVES, E. A. et al. Cardioproteção induzida
pelo exercício é prejudicada pelo tratamento com
anabolizante decanoato de nandrolona. Brazilian
Journal of Biomotricity, v. 1, n. 3, 2007 (adaptado).

121
Qual gráfico representa os resultados desse estudo? produção até seu destino final. Esses ensaios
a) foram muito empregados para estudo e ca-
racterização de células secretoras.
Após esses ensaios de radioatividade, qual
gráfico representa a evolução temporal da
produção de proteínas e sua localização em
uma célula secretora?

a)

b)

b)

c)

c)

d)

d)

e)
e)

7. (ENEM) Normalmente, as células do organis-


mo humano realizam a respiração aeróbica,
6. (ENEM) Muitos estudos de síntese e endere- na qual o consumo de uma molécula de gli-
çamento de proteínas utilizam aminoácidos cose gera 38 moléculas de ATP. Contudo em
marcados radioativamente para acompanhar condições anaeróbicas, o consumo de uma
as proteínas, desde fases iniciais de sua molécula de glicose pelas células é capaz de
gerar apenas duas moléculas de ATP.

122
mantendo entropia em apuros, em ciclos
variáveis noturnos e diurnos. Contudo, ra-
ramente ela nos acende, apesar de sua for-
nalha consumi-la. Sua origem? Microbiana,
supomos. Julga-se adaptada às células euca-
riontes, considerando-se como escrava – uma
serva a serviço de nossa verdadeira evolução.
McMURRAY, W. C. The traveler. Trends in
Biochemical Sciences, 1994 (adaptado).

A organela celular descrita de forma poética


no texto é o(a):
Qual curva representa o perfil de consumo
a) centríolo.
de glicose, para manutenção da homeostase
de uma célula que inicialmente está em uma b) lisossomo.
condição anaeróbica e é submetida a um au- c) mitocôndria.
mento gradual de concentração de oxigênio? d) complexo golgiense.
a) 1. e) retículo endoplasmático liso.
b) 2.
c) 3. 11. (ENEM 2ª aplicação 2016) O paclitaxel é um
d) 4. triterpeno poli-hidroxilado que foi original-
e) 5. mente isolado da casca de Taxus brevifolia,
árvore de crescimento lento e em risco de
8. (ENEM) extinção, mas agora é obtido por rota quími-
ca semissintética. Esse fármaco é utilizado
como agente quimioterápico no tratamento
de tumores de ovário, mama e pulmão. Seu
mecanismo de ação antitumoral envolve sua
ligação à tubulina, interferindo na função
dos microtúbulos.
KRETZER, I. F. Terapia antitumoral combinada de derivados
do paclitaxel e etoposídeo associados à nanoemulsão lipídica
rica em colesterol – LDE.
Disponível em: www.teses.usp.br. Acesso
em: 29 fev. 2012 (adaptado).

A charge retrata um comportamento recor- De acordo com a ação antitumoral descrita,


rente nos dias atuais: a insatisfação das pes- que função celular é diretamente afetada
soas com o peso. No entanto, do ponto de pelo paclitaxel?
vista orgânico, o peso corporal se torna um a) Divisão celular.
problema à saúde quando: b) Transporte passivo.
a) estimula a adesão à dieta. c) Equilíbrio osmótico.
b) aumenta conforme a idade. d) Geração de energia.
c) expressa a inatividade da pessoa. e) Síntese de proteínas.
d) provoca modificações na aparência.
e) acomete o funcionamento metabólico.
12. (ENEM) Investigadores das Universidades de
Oxford e da Califôrnia desenvolveram uma
9. Celulose, esteroides, RNA e albumina são variedade de Aedes aegypti geneticamen-
exemplos dos seguintes tipos de moléculas te modificada que é candidata para uso na
orgânicas, respectivamente: busca de redução na transmissão do vírus da
a) proteína, carboidratos, lipídio, ácido nucleico. dengue. Nessa nova variedade de mosquito,
b) carboidrato, lipídios, ácido nucleico, proteína. as fêmeas não conseguem voar devido à in-
terrupção do desenvolvimento do músculo
c) carboidrato, proteínas, ácido nucleico, lipídio.
das asas. A modificação genética introduzida
d) lipídio, carboidratos, proteína, ácido nucleico. é um gene dominante condicional, isso é, o
e) proteína, carboidratos, ácido nucleico, lipídio. gene tem expressão dominante (basta ape-
nas uma cópia do alelo) e este só atua nas
10. (ENEM 2ª aplicação 2016) Companheira viajante fêmeas.
Suavemente revelada? Bem no interior de FU, G. et al. Female-specific hightiess phenotype for
nossas células, uma clandestina e estranha mosquito control. PNAS 107 (10): 4550-
4554, 2010.
alma existe. Silenciosamente, ela trama e
aparece cumprindo seus afazeres domésti-
cos cotidianos, descobrindo seu nicho es-
pecial em nossa fogosa cozinha metabólica,

123
Prevê-se, porém, que a utilização dessa va- 15. (ENEM) Não é de hoje que o homem cria, arti-
riedade de Aedes aegypti demore ainda anos ficialmente, variedades de peixes por meio da
para ser implementada, pois há demanda hibridação. Esta é uma técnica muito usada
de muitos estudos com relação ao impacto pelos cientistas e pelos piscicultores porque
ambiental. A liberação de machos de Aedes os híbridos resultantes, em geral, presentam
aegypti dessa variedade geneticamente mo- maior valor comercial do que a média de am-
dificada reduziria o número de casos de den- bas as espécies parentais, além de reduzir a
gue em uma determinada região porque: sobrepesca no ambiente natural.
a) diminuiria o sucesso reprodutivo desses ma- Terra da Gente, ano 4, n.º 47, mar, 2008 (adaptado).
chos transgênicos.
b) restringiria a área geográfica de voo dessa Sem controle, esses animais podem invadir
espécie de mosquito. rios e lagos naturais, se reproduzir e:
c) dificultaria a contaminação e reprodução do a) originar uma nova espécie poliploide.
vetor natural da doença. b) substituir geneticamente a espécie natural.
d) tomaria o mosquito menos resistente ao c) ocupar o primeiro nível trófico no hábitat
agente etiológico da doença. aquático.
e) dificultaria a obtenção de alimentos pelos d) impedir a interação biológica entre as espé-
machos geneticamente modificados. cies parentais.
e) produzir descendentes com o código genéti-
13. (ENEM) A utilização de células-tronco do co modificado.
próprio indivíduo (autotransplante) tem
apresentado sucesso como terapia medicinal 16. (ENEM) Um instituto de pesquisa norte-
para a regeneração de tecidos e órgãos cujas -americano divulgou recentemente ter cria-
células perdidas não têm capacidade de re- do uma “célula sintética”, uma bactéria
chamada de Mycoplasma mycoides. Os pes-
produção, principalmente em substituição
quisadores montaram uma sequência de nu-
aos transplantes, que causam muitos proble-
cleotídeos, que formam o único cromossomo
mas devido à rejeição pelos receptores. dessa bactéria, o qual foi introduzido em ou-
O autotransplante pode causar menos pro- tra espécie de bactéria, a Mycoplasma capri-
blemas de rejeição quando comparado aos colum. Após a introdução, o cromossomo da
transplantes tradicionais, realizados entre M. capricolum foi neutralizado e o cromosso-
diferentes indivíduos. Isso porque as: mo artificial da M. mycoides começou a ge-
a) células-tronco se mantém indiferenciadas após renciar a célula, produzindo suas proteínas.
sua introdução no organismo do receptor. GILBSON et al. Creation of a Bacterial Cell
b) células provenientes de transplantes entre Controlled by a Chemically synthesized Genome.
diferentes indivíduos envelhecem e morrem Science v. 329, 2010 (adaptado).
rapidamente.
c) células-tronco, por serem doadas pelo pró- A importância dessa inovação tecnológica
prio indivíduo receptor, apresentam mate- para a comunidade científica se deve à:
rial genético semelhante. a) possibilidade de sequenciar os genomas de
d) células transplantadas entre diferentes indi- bactérias para serem usados como receptoras
víduos se diferenciam em tecidos tumorais de cromossomos artificiais.
no receptor.
b) capacidade de criação, pela ciência, de novas
e) células provenientes de transplantes con-
vencionais não se reproduzem dentro do formas de vida, utilizando substâncias como
corpo do receptor. carboidratos e lipídios.
c) possibilidade de produção em massa da bac-
14. (ENEM) O milho transgênico é produzido a téria Mycoplasma capricolum para sua dis-
partir da manipulação do milho original, tribuição em ambientes naturais.
com a transferência, para este, de um gene d) possibilidade de programar geneticamente
de interesse retirado de outro organismo de microrganismos ou seres mais complexos
espécie diferente. para produzir medicamentos, vacinas e bio-
A característica de interesse será manifesta- combustíveis.
da em decorrência: e) capacidade da bactéria Mycoplasma caprico-
a) do incremento do DNA a partir da duplicação lum de expressar suas proteínas na bactéria
do gene transferido. sintética e estas serem usadas na indústria.
b) da transcrição do RNA transportador a partir
do gene transferido.
c) da expressão de proteínas sintetizadas a
partir do DNA não hibridizado.
d) da síntese de carboidratos a partir da ativa-
ção do DNA do milho original.
e) da tradução do RNA mensageiro sintetizado
a partir do DNA recombinante.

124
17. (ENEM) A estratégia de obtenção de plantas
transgênicas pela inserção de transgenes em GABARITO
cloroplastos, em substituição à metodologia 1. D 2. D 3. D 4. C 5. B
clássica de inserção do transgene no núcleo
da célula hospedeira, resultou no aumento 6. C 7. E 8. E 9. B 10. C
quantitativo da produção de proteínas re- 11. A 12. C 13. C 14. E 15. B
combinantes com diversas finalidades bio- 16. D 17. B 18. E
tecnológicas. O mesmo tipo de estratégia
poderia ser utilizada para produzir proteí-
nas recombinantes em células de organismos
eucarióticos não fotossintetizantes, como as
leveduras, que são usadas para produção co-
mercial de várias proteínas recombinantes
e que podem ser cultivadas em grandes fer-
mentadores.
Considerando a estratégia metodológica des-
crita, qual organela celular poderia ser utiliza-
da para inserção de transgenes em leveduras?
a) Lisossomo
b) Mitocôndria
c) Peroxissomo
d) Complexo golgiense
e) Retículo endoplasmático

18. (ENEM) Em 1999, a geneticista Emma Whi-


telaw desenvolveu um experimento no qual
ratas prenhes foram submetidas a uma dieta
rica em vitamina B12, ácido fólico e soja. Os
filhotes dessas ratas, apesar de possuírem o
gene para obesidade, não expressaram essa
doença na fase adulta. A autora concluiu que
a alimentação da mãe, durante a gestação,
silenciou o gene da obesidade. Dez anos de-
pois, as geneticistas Eva Jablonka e Gal Raz
listaram 100 casos comprovados de traços
adquiridos e transmitidos entre gerações de
organismos, sustentando, assim, a epigené-
tica, que estuda as mudanças na atividade
dos genes que não envolvem alterações na
sequência do DNA.
A reabilitação do herege. Época, nº 610, 2010 (adaptado).

Alguns cânceres esporádicos representam


exemplos de alteração epigenética, pois são
ocasionados por:
a) aneuploidia do cromossomo sexual X.
b) polipoidia dos cromossomos autossômicos.
c) mutação em genes autossômicos com ex-
pressão dominante.
d) substituição no gene da cadeia beta da he-
moglobina.
e) inativação de genes por meio de modifica-
ções das bases nitrogenadas.

125
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 11 e 12

Competências 1, 4, 5, 7 e 8
Habilidades 2, 3, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 24, 28,
29 e 30

BREVIÁRIO

ÁCIDOS NUCLEICOS
Juntos, os ácidos nucleicos são responsáveis por controlar o funcionamento das células.

Estrutura dos ácidos nucleicos


Os ácidos nucleicos são moléculas gigantes (macromoléculas), formadas por unidades monoméricas menores co-
nhecidas como nucleotídeos. Cada nucleotídeo, por sua vez, é formado por três unidades:

Fosfato
Nucleosídeo

Base nitrogenada
Pentose
Nucleotídeo

Existem cinco tipos de bases nitrogenadas: adenina (A), guanina (G), citosina (C), timina (T) e uracila (U). As
duas primeiras são denominadas bases púricas. As outras são denominadas bases pirimídicas.
Os ácidos nucleicos são classificados em: ácido desoxirribonucleico (DNA ou ADN) e ácido ribonucleico (RNA
ou ARN).
Principais diferenças entre DNA e RNA
DNA RNA
Adenina (A) Adenina (A)
Bases púricas
Guanina (G) Guanina (G)
Citosina (C) Citosina (C)
Bases pirimídicas
Timina (T) Uracila (U)
Pentoses Desoxirribose Ribose
Replicação Capacidade de autorreplicação Dependente do DNA
Números de fitas Dupla fita Fita simples

127
DNA: MODELO DE DUPLA-HÉLICE
As duas cadeias de nucleotídeos do DNA são unidas uma à outra por ligações chamadas de pontes de hidrogênio,
que se formam entre as bases nitrogenadas de cada fita. As ligações entre bases nitrogenadas de uma mesma fita
são denominadas ligações fosfodiester.
O pareamento de bases ocorre de maneira precisa: uma base púrica se liga a uma pirimídica – adenina (A)
de uma cadeia pareia com a timina (T) da outra e guanina (G) pareia com citosina (C). O emparelhamento é sempre
feito entre A e T por meio de duas pontes de hidrogênio; C e G por meio de três pontes de hidrogênio.
Por causa desse emparelhamento obrigatório, a sequência de bases de um filamento determina a sequência
do outro. Se em um filamento houver a sequência AATCCATGT, no outro a sequência complementar será TTAGG-
TACA.
Função da molécula de DNA: controle da atividade celular. Apesar de as moléculas de DNA serem
geralmente longas, são trechos dessa molécula, denominados genes, que armazenam as informações hereditárias.

§ Cromatina
É um conjunto de fios formados por uma longa molécula de DNA associada a moléculas de histonas, um
tipo especial de proteína. Há cromatinas mais e menos enroladas. Para assinalar essas diferenças, foi criado
o termo heterocromatina, referente àquela mais enrolada. O restante do material cromossômico, de con-
sistência mais frouxa, foi denominado eucromatina – tida como geneticamente ativa, na qual os genes
estão sendo expressos.
forma de colar
Cromatina em

nucleossomos

nucleossomos
empacotados

empacotados

Cromossomo
condensados

em metáfase
Dupla-hélice

em espiral
de contas
Fibra de

Fibra de
de DNA

Espirais

2 mm 11 mm 30 mm 300 mm 700 mm 1.400 mm

1 2 3 4 5

§ Cromossomos da célula interfásica


O período de vida da célula em que ela não está em processo de divisão é denominado intérfase. A cro-
matina da célula interfásica é uma massa de filamentos chamados cromossomos. Se fosse possível separar
um a um os cromossomos de uma célula interfásica humana, seriam obtidos 46 filamentos, longos e finos.

A replicação do DNA
A replicação do DNA é semiconservativa, isto é, que metade da molécula original se conserva íntegra em cada uma
das duas moléculas-filhas.

128
DNA primasa
DNA ligasa Cebador
DNA polimerase

3’
Cadena
retrasada 3’
5’
fragmento de Okazaki
5’ 5’
Cadena
adelantada
Topoisomerasa
DNA polimerasa
Helicasa
Proteínas de Unión
a Cadena Simple (ssb)

Replicação do DNA

§ A ação da enzima DNA polimerase


Hoje, sabe-se que há diversas enzimas envolvidas no processo de replicação do DNA. Certas enzimas de-
semparelham as duas cadeias de DNA, abrindo a molécula. Outras desenrolam a hélice dupla, e há, ainda,
aquelas que adicionam os nucleotídeos à nova fita. A enzima que promove a ligação dos nucleotídeos é
conhecida como DNA polimerase, pois sua função é construir um polímero de nucleotídeos.
§ DNA ⇒ RNA
A mensagem contida no DNA deve, inicialmente, ser passada para moléculas de RNA que, por sua vez,
orientarão a síntese de proteínas.

O código genético
O código genético do DNA se expressa por trincas de bases, que foram denominadas códons. Cada códon, formado
por três bases nitrogenadas, corresponde a um certo aminoácido.
A correspondência entre o trio de bases do DNA, o trio de bases do RNA e os aminoácidos por eles especi-
ficados constitui o “código genético”.
Molécula de
DNA

Gene 2

Gene 3

Hélio de DNA
ativa U C C A A A C C G A G T

Transcrição

U G G U U U G G C U C A
RNAm
Códon
Tradução

Proteína Trp Phe Gly Ser


Aminoácidos

Dizemos que o código genético é universal, pois em todos os organismos da Terra atual ele funciona da
mesma maneira, quer seja em bactérias, em uma cenoura ou no Homem.

Diz-se que o código genético é degenerado porque cada “palavra” (entenda-se aminoácido) pode ser espe-
cificada por mais de uma trinca.

129
Genoma
É o conjunto de moléculas haploides de DNA de uma espécie. O genoma da espécie Homo sapiens (humanos) é
composto por 23 cromossomos, que são divididos em autossomos (células de ambos sexos) e sexuais (variam entre
os sexos). Portanto, um indivíduo 2n possui 2 genomas.

RNA
As moléculas de RNA são constituídas por uma sequência de ribonucleotídeos, formando uma cadeia (fita) simples.
Existem três tipos básicos de RNA: o RNA ribossômico, representado por RNAr (ou rRNA), o RNA men-
sageiro, representado por RNAm (ou mRNA) e o RNA transportador, representado por RNAt (ou tRNA).

Síntese de proteínas
Transcrição da informação genética

Cadeia polipeptídica em crescimento

Grande subunidade ribossômica

tRNA

mRNA Pequena subunidade ribossômica


Ribossomo atuando
Ribossomo nasíntese
atuando na sintese de proteínas
de proteínas

Um trecho da molécula de DNA serve de molde para a fabricação de RNAm, o gene. Com o fim da transcri-
ção, as duas fitas de DNA se unem novamente, refazendo-se a dupla-hélice.

Considerando-se as diferenças quanto às bases, entre DNA e RNA, temos:

Imaginando um segmento hipotético de um filamento de DNA com a sequência de bases:


DNA - ATGCCGAAATTTGCG

O segmento de RNAm formado na transcrição terá a sequência de bases:


RNA - UACGGCUUUAAACGC

130
Tradução: síntese de proteínas.

O
3’
O − C − CHR Aminoácido
Ligação NH3-
éster 5’

RNAt

Códon
Pareamento
intra-molecular

5’ 3’
Anticódon
1 códon = 1 aminoácido

Resumo geral da síntese proteica


Um gene de DNA é transcrito, formando-se um RNAm, que quando encaminhado ao ribossomo terá suas informa-
ções traduzidas em uma molécula de proteína.
Deste modo, o DNA controla a atividade celular, armazenando as informações para síntese de uma proteína.

RNAt
DNA

Ribossomo

RNAm

Proteína

RNAt + aminoácidos

EXPRESSÃO GÊNICA
Cada trecho do DNA que codifica para uma proteína é denominado gene. Em geral, todas as células de um orga-
nismo têm o mesmo conjunto de instruções genéticas. O que diferencia cada uma delas ou cada grupo de células,
que formam tecidos, é a expressão gênica. A partir dela cada célula produz o necessário, no momento adequado.
Portanto, ocorre uma variação em relação aos genes ativos e inativos.
Através de alterações na cromatina, caracterizando a epigenética, a expressão de um gene pode ser al-
terada. No entanto, essas modificações não envolvem mudanças nas sequências de nucleotídeos do DNA, são
reversíveis e influenciadas por fatores ambientais.

131
MUTAÇÕES
Mutação é uma alteração no material genético. Há dois tipos de mutação, a gênica e a cromossômica, sendo que
esta última é conhecida como aberração cromossômica.
A mutação gênica é a alteração no gene, devido a mudanças na frequência das bases nitrogenadas do DNA.
A mutação cromossômica é a mudança no número ou na estrutura dos cromossomos.

Mutações gênicas
Podem ser mutações por adição, deleção ou substituição de bases. No esquema estão exemplificadas cadeias
normais de bases nitrogenadas e resultantes de adição e deleção da base timina. Observe que a sequência de
aminoácidos é afetada, o que, consequentemente, afetará também a proteína formada.

Adição T Deleção T
DNA: AGA TGA CGG TTT GCA (original)
AGT ATG ACG GTT TGC A AGA GAC GGT TTG CA
RNAm: UCU ACU GCC AAA GCU
UCA UAC UGC CAA ACG UCU CUG CCA AAC GU
Proteína: ser tre ala lis arg
ser tir cis glu tre ser leu pro asn

Na substituição, por sua vez, ocorre a troca de uma base por outra. Caso clássico dessa condição é a que
resulta em hemácias falciformes (com formato de foice). Observe:

Hemácia
Hemácia
normal
falciforme

Cadeia beta da hemoglobina


de hemácia falciforme

GGA CTC CTC GGA CAC CTC


CCT GAG GGA CCT GTG GAG

Pro Glu Glu Pro Val Glu

Hemácia normal Hemácia falciforme

Note a substituição de timina por adenina, que levará a troca – no RNAm – de aminoácido glutâmico pela
valina. A hemácia com formato de foice possui menor capacidade de transporte de gases – pois sua molécula de
hemoglobina foi alterada – o que leva a prejuízos no metabolismo da pessoa afetada.

Mutações cromossômicas numéricas


§ Euploidia: alterações lotes, haploides, cromossômicos inteiros. Se a quantidade de cromossomos for de
três ou mais lotes cromossômicos completos, serão chamados poliploidias – comuns em vegetais.
§ Aneuploidias: são as mais comuns e geralmente decorrem da falta de um cromossomo ou da presença
de um extra.

132
Aneuploidias autossômicas

Síndrome é um conjunto de sinais e sintomas que caracterizam uma doença.


Síndrome de Down (mongolismo): trissomia do 21
Síndrome de Edwards: trissomia do 18
Síndrome de Patau: trissomia do 13

Aneuploidias em cromossomos sexuais


Nome comum Tipo de aneuploidia Fórmula cromossômica
Síndrome de Turner monossomia 44A + X0 (óvulo sem X + espermatozoide com X)
Síndrome de Klinefelter trissomia 44A + XXY (óvulo com XX + espermatozoide com Y)
Síndrome do triplo X trissomia 44A + XXX (óvulo com XX + espermatozoide com X)
Síndrome do duplo Y trissomia 44A + XYY (óvulo com X + espermatozoide com YY)
44A + Y0 (óvulo sem X + espermatozoi-
Ausência de X monossomia
de com Y) – indivíduo inviável

Mutações cromossômicas estruturais


São de quatro tipos: deficiência, duplicação, inversão e translocação (veja a figura abaixo).

GENÉTICA: CONCEITOS FUNDAMENTAIS


Cromossomos homólogos
Em princípio, é possível identificar nos organismos multicelulares dois tipos de células: as somáticas e as reprodu-
toras (gametas). Somáticas são as que formam o corpo e as reprodutoras são destinadas à perpetuação da espécie
através da reprodução sexuada.

133
Regularmente, os cromossomos ocorrem aos pares nas células somáticas (células diploides ou 2n), são dotados de
genes para as mesmas características e são denominados cromossomos homólogos. Os gametas, células de reprodução,
apresentam apenas um cromossomo de cada par de homólogos, razão pela qual são denominadas células haploides ou n.
O número de cromossomos é típico e constante em cada espécie de ser vivo.

Células diploides e haploides


Na espécie humana, as células somáticas contêm 46 cromossomos distribuídos em 23 pares. Ao sofrer mitose,
cada uma delas dá origem a outras duas com 46 cromossomos, mantendo, portanto, o número de cromossomos da
célula inicial. No processo de formação de gametas, por meiose uma célula inicial diploide com 46 cromossomos dá
origem a quatro células com metade do número de cromossomos da célula inicial, isto é, 23 cromossomos, como
consequência da separação das cromátides irmãs na divisão celular.
Na fecundação, um óvulo com 23 cromossomos une-se a um espermatozoide com 23 cromossomos, resta-
belecendo o número de cromossomos da espécie: 46.

Genótipo e fenótipo
O genótipo é a constituição genética de um organismo, isto é, o conjunto de genes alelos que o descendente recebe dos pais.
O fenótipo se trata da manifestação do genótipo, como características morfológicas, fisiológicas ou compor-
tamentais. Resulta da interação do genótipo com o meio ambiente.
Note que diferentes genótipos podem ter o mesmo fenótipo devido à existência da dominância.

Homozigotos e heterozigotos
Quando os genes alelos são os mesmos, diz-se que o organismo é homozigoto. Quando os genes de um par são
diferentes, o organismo é heterozigoto.

OS TRABALHOS DE MENDEL
Nos esquemas estão representados os cruzamentos realizados por Mendel com relação ao caráter da cor da se-
mente em ervilhas.
variedade variedade
amarela verde
geração “pura” “pura”
parental (P): VV X vv

gametas: V V v v

F1: Vv Vv Vv Vv

todas amarelas “híbridas” Vv


variedade variedade
amarela amarela
autofecundação “híbrida” “híbrida”
de F1: Vv X Vv

gametas: V v V v

F1: VV Vv Vv vv

3 amarelas 1 verde

134
A primeira lei de Mendel
A primeira lei de Mendel também é chamada de lei da segregação dos fatores, em uma referência à separação dos pa-
res de cromossomos na formação dos gametas. Os genes alelos são variações de genes, que atuam na determinação
do mesmo caráter. Estão presentes no mesmo loci (localização do gene no cromossomo) de cromossomos homólogos.
O enunciado da primeira lei de Mendel se resume a: “cada característica é determinada por dois fatores que
se separam na formação dos gametas, onde ocorrem em dose simples”.

Quadro de cruzamentos (quadrado de Punnett)

Uma forma de verificar os possíveis descentes originados de um cruzamento é montar um quadro, no qual as colu-
nas e as linhas correspondam aos tipos de gametas masculinos e femininos, conforme exemplo:

Gametas paternos
Gametas maternos V v
V VV Vv
v Vv vv

§ VV e vv => homozigotos
§ Vv => heterozigotos

CRUZAMENTO-TESTE
Quando desejamos descobrir o genótipo de um indivíduo de fenótipo dominante, podemos recorrer ao cruzamento-teste.
Nele um indivíduo de fenótipo dominante, cujo genótipo queremos conhecer, é cruzado com um homozigoto recessivo.
A_ × aa

HEREDOGRAMA
indivíduo do sexo indivíduo de sexo
masculino desconhecido cruzamento
consanguíneo
indivíduo com com descendentes
indivíduo do sexo ou
feminino alguma anomalia

criança
cruzamento com irmãos
descendentes

Um caráter é condicionado por genes recessivos, quando pais de mesmo fenótipo têm descendentes com fenótipo
diferente do deles.

PROBABILIDADE
Probabilidade (P) é o resultado da divisão do número de vezes que um evento esperado pode ocorrer (r) pelo nú-
mero total de resultados possíveis (n).
P = r __ n

135
Probabilidade de ocorrência de dois ou mais: a regra do “ou”
Quando os eventos são mutuamente excludentes, a probabilidade da ocorrência de qualquer um deles é a soma
de suas probabilidades individuais.
Assim, no exemplo do baralho, teríamos:
P(ás de ouro ás de espada) = P(ás de ouro) + P(ás de espada)
P(ás de ouro) + P(ás de espada) = 1 ___ 52 + 1 ___ 52 = 2 ___ 52 = 1 ___ 26

Probabilidade de ocorrência simultânea de dois ou mais


eventos: a regra do “e”
Quando os eventos são independentes, a probabilidade da ocorrência de ambos simultaneamente é igual ao pro-
duto de suas probabilidades individuais.
A probabilidade de obtermos cara e cara no lançamento simultâneo é dada, então, pelo produto das pro-
babilidades parciais:
P(cara e cara) = 1 __ 2 × 1 __ 2 = 1 __ 4

Probabilidade condicional
Em genética, muitos problemas pedem para calcular a probabilidade de um evento sobre o qual já é dada uma
restrição ou uma condição, nesse caso dada condição é levada em consideração no cálculo da probabilidade.

PRIMEIRA LEI DE MENDEL E A GENÉTICA HUMANA


Algumas disfunções que aparecem em seres humanos devem-se a um fator genético. Dentre as mais frequentes estão:
§ Fenilcetonúria;
§ Albinismo;
§ Acondroplasia;
§ Polidactilia;
§ Braquidactilia;
§ Doença de Huntington.

ALELOS MÚLTIPLOS
Genes alelos são os que atuam na determinação de um mesmo caráter e estão presentes nos mesmos loci (plural
de locus, do latim, local) em cromossomos homólogos.

Sistema ABO
A determinação dos grupos sanguíneos no sistema ABO:

136
Grupo A B AB O

Tipos de
hemácias

Aglutinogênios
Nenhum
presentes
Aglutinogênio A Aglutinogênio B Aglutinogênio A e B

Anticorpos Nenhum
presentes
Anti-B Anti-A Anti-A & Anti-B

Tipos sanguíneos do sistema ABO. Os aglutinogênios estão na membrana das hemácias.


Os tipos sanguíneos do sistema ABO:

Tipo sanguíneo Aglutinogênios presentes nas hemácias Aglutininas presentes no plasma


A A anti-B
B B anti-A
AB AeB nenhuma
O nenhum anti-A e anti-B

Possíveis fenótipos e genótipos do sistema ABO:

Fenótipos Genótipos
A IAIA, IA i
B IBIB, IB i
AB IAIB
O ii

Um método para descobrir o tipo sanguíneo é testar amostras de sangue com aglutininas anti-A e anti-B e
observar se há ou não aglutinação.

137
Grupo O

Soro anti-B Soro anti-A

Grupo A

Soro anti-B Soro anti-A

Grupo B

Soro anti-B Soro anti-A

Grupo AB

Soro anti-B Soro anti-A

Em transfusões sanguíneas, é necessário levar em consideração as características particulares de cada tipo


sanguíneo. Observe neste diagrama as transfusões possíveis.
Transfusão O

Doador universal
O

A A A A

AB
Receptor universal
AB

SISTEMA RH
Os possíveis fenótipos e genótipos relacionados ao sistema Rh:
Genótipos Fenótipos
RR, Rr Rh+
RR Rh-

Doença hemolítica do recém-nascido (eritroblastose fetal)


A doença hemolítica do recém-nascido, também chamada de eritroblastose fetal, ocorre em crianças Rh+ filhas de
mães Rh-. Geralmente, acontece na segunda gravidez de filho Rh+.

Na eritroblastose fetal, a criança é sempre heterozigota (Rr), o gene r é herdado da mãe (rr) e o R é proveniente
do pai (RR ou Rr).

Sistema Rh
Fenótipos Fator Rh nas hemácias anti-Rh
Rh +
Sim Não
Rh −
Não Após sensibilização

138
SEGUNDA LEI DE MENDEL
Na segunda lei de Mendel ou lei da segregação independente são analisadas duas ou mais características conco-
mitantemente. A lei pode ser assim explicada:
Quando da formação de gametas os genes alelos localizados em diferentes cromossomos (cromossomos
não homólogos) separam-se independentemente.
Para iniciar, trataremos das experiências acerca da herança de dois caracteres. Em uma de suas experiências,
Mendel analisou, simultaneamente, duas características de ervilhas: a cor e a forma da semente.
No experimento, ele cruzou uma planta produtora de sementes amarelas e lisas, homozigota para as duas
características, com outra, duplo-homozigota, produtora de sementes verdes e rugosas. Em F1, surgiram plantas
di-hibridas ou duplo heterozigotas produtoras de sementes amarelas e lisas, ambas determinadas por alelos domi-
nantes. No próximo passo, ocorreu a autofecundação dessas plantas, resultando numa geração F2 que apresentou
quatro diferentes fenótipos, na proporção aproximada de 9:3:3:1.
planta produtora de sementes planta produtora de sementes
amarelas/lisas (homozigota) verde/rugosas (homozigota)

planta produtora de sementes amarelas/lisas (heterozigota)

Quadro de cruzamentos da autofecundação de plantas F1

139

VR Vr vR vr

VVRR VVRr VvRR VvRr
Amarela/lisa Amarela/lisa Amarela/lisa Amarela/lisa
VR

VVRr VVrr VvRr Vvrr


Amarela/lisa Amarela/rugosa Amarela/lisa Amarela/rugosa
Vr

VvRR VvRr vvRR vvRr


Amarela/lisa Amarela/lisa Verde/lisa Verde/lisa
vR

VvRr Vvrr vvRr vvrr


Amarela/lisa Amarela/rugosa Verde/lisa Verde/rugosa
vr

Do cruzamento, se apresentam 9 possibilidades de fenótipos amarela/lisa; 3, com fenótipos amarelo/rugoso;


3, com o fenótipos verde/liso; e apenas uma que caracteriza o fenótipo verde/rugoso.

OBTENDO A PROPORÇÃO 9:3:3:1 SEM UTILIZAR O QUADRO


DE CRUZAMENTOS

1º. Considere, primeiro, o resultado do cruzamento das duas características isoladamente.

Vv × Vv Rr × Rr
3 sementes amarelas
__ 3 sementes lisas
__
4 4
1 sementes verdes
__ 1 sementes rugosas
__
4 4

2º. Como desejamos considerar as duas características simultaneamente, vamos calcular a probabilidade de
obtermos sementes amarelas e lisas, já que se trata de eventos independentes. Assim:

Sementes amarelas E Sementes lisas


3
__ = 9 ___ 16
3 __ 4 ×
4

3º. E a probabilidade de obtermos sementes amarelas e rugosas.

Sementes amarelas E Sementes rugosas


3
3
__ 1
__ = ___
× 16
4 4

4º. Agora, a probabilidade de obtermos sementes verdes e lisas.

Sementes verdes E Sementes lisas


3
= ___
1 __ 4 × 3 __ 16
4

140
5º. Finalmente, a probabilidade de obtermos sementes verdes e rugosas.

Sementes verdes E Sementes rugosas


1
1
__ 1
__ = ___
× 16
4 4

Teoria na prática
1. Os tomateiros altos são produzidos pela ação do alelo dominante A e as plantas anãs, por seu alelo re-
cessivo a. Os caules peludos são produzidos pelo gene dominantes N e os caules sem pelos, por seu alelo
recessivo n. Os genes que determinam essas duas características segregam-se independentemente.
a) Qual a proporção fenotípica esperada do cruzamento entre di-híbridos, em que nasceram 256 indivíduos?
b) Qual a proporção genotípica esperada de indivíduos di-híbridos entre os 256 descendentes?

Resolução:

a) Trata-se de um caso envolvendo a segunda lei de Mendel, uma vez que os genes citados segregam-se
independentemente. Ora, no cruzamento entre AaNn x AaNn, a proporção fenotípica esperada na des-
cendência é de 9:3:3:1. Logo, a proporção esperada de indivíduos é:
9/16 altos com pelos – 144 indivíduos
3/16 anãs com pelos – 48 indivíduos
3/16 altos sem pelos – 48 indivíduos
1/16 anãs sem pelos – 16 indivíduos
b) Para responder a esse item, não é necessário montar o quadro de cruzamentos, pois se aplica a regra do
“E”, uma vez que se pretende determinar a ocorrência simultânea de dois eventos independentes:
AaNn × AaNn

Qual a proporção de AaNn (di-híbridos)?
Aa × Aa Nn × Nn
↓ ↓
1/4 AA; 1/2 Aa; 1/4 aa 1/4 NN; 1/2 Nn; 1/4 nn
Logo, a probabilidade de obter indivíduos Aa e Nn é:
1/2 × 1/2 = 1/4
A proporção genotípica de di-híbridos é 1/4 ou 64 indivíduos.

HERANÇA E SEXO
A célula diploide humana contém 23 pares de cromossomos homólogos, isto é, 2n = 46. Desses cromossomos, 44
são autossomos e 2 são os cromossomos sexuais, também conhecidos como heterossomos.

141
Os cromossomos sexuais humanos

nos seres humanos, 2n = 46 cromossomos

23 pares de cromossomos homólogos

22 pares autossômicos e 1 par sexual 22 pares autossômicos e 1 par sexual

O cromossomo Y é mais curto e possui menos genes que o cromossomo X, além de conter uma porção
encurvada, em que existem genes exclusivos do sexo masculino.

Tipos de determinação genética do sexo:


§ Sistema XY
§ Sistema X0
§ Sistema ZW
§ Sistema ZO

Tipos de heranças relacionadas aos cromossomos sexuais


humanos (XY)
Herança ligada ao sexo

São aquelas determinadas pelo cromossomo X: daltonismo, hemofilia e distrofia muscular de Duchenne. O homem,
por apresentar apenas um cromossomo X, é denominado hemizigoto. Observe no exemplo de daltonismo como
se expressa esse tipo de herança:

Genótipos Fenótipos
XX
D D
mulher normal
XX
D d
nulher normal portadora
XdXd mulher daltônica
XY
D
homem normal
XY
d
homem daltônico

142
Teoria na prática
1. A genealogia abaixo representa uma família com alguns indivíduos daltônicos, os quais estão assinalados em
preto. Determine os genótipos de todos os indivíduos envolvidos.

Resolução:

Genótipo dos homens normais (1 e 8 a 14) é XDY.


Genótipo dos homens daltônicos (3 e 7) é XdY.
3 e 7 herdaram, obrigatoriamente, o Xd de suas mães (2 e 4), as quais, uma vez normais, devem ser porta-
doras (XDXd).
A mulher 5, normal, teve seis filhos normais e com bastante probabilidade de que seu genótipo seja XDXD.
A mulher 6, normal, é portadora de gene para o daltonismo (XDXd), já que seu pai, 3, é daltônico.
Observe a mesma genealogia com os genótipos:

2. Analise cuidadosamente o heredograma. Que tipo de transmissão para o fenótipo determinado pelo símbolo
escuro está ocorrendo? Justifique sua resposta.

Resolução:

Inicialmente, conclui-se que o fenótipo designado pelo símbolo escuro é determinado por um gene dominan-
te, pois o casal II-3 × II-4 originou indivíduos marcados com símbolo branco (III-14 e III-15); portanto, eles
devem ser heterozigotos.

143
Ao analisar a geração III, chama a atenção que nasceram 7 filhas e 3 filhos, e que todas as filhas têm o mesmo
fenótipo dos pais. Entre os filhos, 2 são marcados com símbolos brancos e 1, escuro. Caso fosse uma herança
autossômica, a probabilidade de nascerem crianças com fenótipo designado pelos símbolos escuro e claro
seria a mesma, independentemente do sexo. Logo, deveria ter nascido pelo menos uma filha designada pelo
símbolo claro, o que não aconteceu. Trata-se, portanto, de uma característica ligada ao sexo. Portanto:

Observe que II-3 é XAXa e II-4 é XAY. Logo, todas as suas filhas receberam o XA do pai, razão pela qual todas
são marcadas pelo símbolo escuro. A mãe II-3 cedeu o XA para o filho III-16 e Xa para os filhos III-14 e III-15.
É claro que o Y desses três filhos veio do pai (II-4).
Para confirmar essa hipótese, observe que a filha II-5 é XaXa, dos quais um Xa veio da mãe I-3 (XAXa) e o outro
veio do pai I-4 (XaY). A mãe I-3 cedeu Xa para o filho II-6 (XaY) e o XA para o II-4 (XAY).
Conclusão: o símbolo escuro representa uma característica determinada por um gene dominante ligado ao
cromossomo X, porque, se fosse ligado ao Y, todos os filhos de homens afetados seriam afetados também, o
que não se observa em III-14 e III-15.

Herança parcialmente ligada ao sexo

Na porção homóloga entre cromossomo X e Y, são compartilhados vários genes. A manifestação destes segue o
padrão da herança autossômica.

Herança influenciada pelo sexo

Certos casos de herança autossômica são influenciados por hormônios sexuais. Na espécie humana, a calvície e o
comprimento do dedo indicador são dois exemplos.

Herança restrita ao sexo

Relacionadas a genes exclusivos do cromossomo Y, como aquele responsável pela formação dos testículos.

Herança limitada ao sexo

A manifestação de alguns genes autossômicos, portanto, não localizados nos cromossomos sexuais, é determinada em apenas
um sexo, muitas vezes em razão da presença de alguns hormônios. A hipertricose auricular é um exemplo, com manifestação
no sexo masculino.

144
APLICAÇÃO DOS a) a replicação do DNA é conservativa, isto é, a
fita dupla filha é recém-sintetizada e o fila-

CONHECIMENTOS - SALA mento parental é conservado.


b) a replicação de DNA é dispersiva, isto é, as
fitas filhas contêm DNA recém-sintetizado e
1. (ENEM) Os vegetais biossintetizam deter- parentais em cada uma das fitas.
minadas substâncias (por exemplo, alcaloi- c) a replicação é semiconservativa, isto é, as
des e flavonoides), cuja estrutura química e fitas filhas consistem de uma fita parental e
concentração variam num mesmo organismo uma recém-sintetizada.
em diferentes épocas do ano e estágios de d) a replicação do DNA é conservativa, isto é, as
desenvolvimento. Muitas dessas substâncias fitas filhas consistem de moléculas de DNA
são produzidas para a adaptação do organis- parental.
mo às variações ambientais (radiação UV, e) a replicação é semiconservativa, isto é, as
temperatura, parasitas, herbívoros, estímulo fitas filhas consistem de uma fita molde e
a polinizadores etc.) ou fisiológicas (cresci- uma fita codificadora.
mento, envelhecimento etc.).
As variações qualitativa e quantitativa na 3. (ENEM) Anemia Falciforme é uma das doen-
produção dessas substâncias durante um ano ças hereditárias mais prevalentes no Brasil,
são possíveis porque o material genético do sobretudo nas regiões que receberam ma-
indivíduo: ciços contingentes de escravos africanos. É
a) sofre constantes recombinações para adap- uma alteração genética, caracterizada por
tar-se. um tipo de hemoglobina mutante designa-
b) muda ao longo do ano e em diferentes fases da por hemoglobina S. Indivíduos com essa
da vida. doença apresentam eritrócitos com formato
c) cria novos genes para biossíntese de subs- de foice, daí o seu nome. Se uma pessoa re-
tâncias específicas. cebe um gene do pai e outro da mãe para
d) altera a sequência de bases nitrogenadas produzir a hemoglobina S ela nasce com um
para criar novas substâncias. par de genes SS e assim terá a Anemia Fal-
e) possui genes transcritos diferentemente de ciforme. Se receber de um dos pais o gene
para hemoblobina S e do outro o gene para
acordo com cada necessidade.
hemoglobina A ela não terá doença, apenas
2. (ENEM) Nos dias de hoje, podemos dizer que o Traço Falciforme (AS), e não precisará de
tratamento especializado. Entretanto, deve-
praticamente todos os seres humanos já ou-
rá saber que se vier a ter filhos com uma pes-
viram em algum momento falar sobre o DNA
soa que também herdou o traço, eles poderão
e seu papel na hereditariedade da maioria
desenvolver a doença.
dos organismos. Porém, foi apenas em 1952,
Disponível em: http://www.opas.org.br.
um ano antes da descrição do modelo do Acesso em: 02 mai. 2009 (adaptado).
DNA em dupla-hélice por Watson e Crick,
que foi confirmado sem sombra de dúvidas Dois casais, ambos membros heterozigotos
que o DNA é material genético. No artigo em do tipo AS para o gene da hemoglobina, que-
que Watson e Crick descreveram a molécula rem ter um filho cada. Dado que um casal é
de DNA, eles sugeriram um modelo de como composto por pessoas negras e o outro por
essa molécula deveria se replicar. Em 1958, pessoas brancas, a probabilidade de ambos
Meselson e Stahl realizaram experimentos os casais terem filhos (um para cada casal)
utilizando isótopos pesados de nitrogênio com Anemia Falciforme é igual a:
que foram incorporados às bases nitroge- a) 5,05%.
nadas para avaliar como se daria a repli- b) 6,25%.
cação da molécula. A partir dos resultados, c) 10,25%.
confirmaram o modelo sugerido por Watson d) 18,05%.
e Crick, que tinha como premissa básica o e) 25,00%.
rompimento das pontes de hidrogênio entre
as bases nitrogenadas. 4. (ENEM) Mendel cruzou plantas puras de er-
GRIFFITHS, A. J. F. et al. Introdução à Genética. vilha com flores vermelhas e plantas puras
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. com flores brancas, e observou que todos
os descendentes tinham flores vermelhas.
Considerando a estrutura da molécula de Nesse caso, Mendel chamou a cor vermelha
DNA e a posição das pontes de hidrogênio na de dominante e a cor branca de recessiva. A
mesma, os experimentos realizados por Me- explicação oferecida por ele para esses resul-
selson e Stahl a respeito da replicação dessa tados era a de que as plantas de flores ver-
molécula levaram à conclusão de que: melhas da geração inicial (P) possuíam dois

145
fatores dominantes iguais para essa caracte- condicionado por gene autossômico. Em se
rística (VV), e as plantas de flores brancas tratando do tamanho da asa, a característica
possuíam dois fatores recessivos iguais (vv). asa vestigial é recessiva e a característica asa
Todos os descendentes desse cruzamento, a longa, dominante. Em relação à cor do indi-
primeira geração de filhos (F1), tinham um víduo, a coloração cinza é recessiva e a cor
fator de cada progenitor e eram Vv, combina- preta, dominante.
ção que assegura a cor vermelha nas flores. Em um experimento, foi realizado um cruza-
Tomando-se um grupo de plantas cujas flo- mento entre indivíduos heterozigotos para
res são vermelhas, como distinguir aquelas os dois caracteres, do qual foram geradas
que são VV das que são Vv? 288 moscas. Dessas, qual é a quantidade es-
a) Cruzando-as entre si, é possível identificar perada de moscas que apresentam o mesmo
as plantas que têm o fator v na sua composi- fenótipo dos indivíduos parentais?
ção pela análise de características exteriores a) 288.
dos gametas masculinos, os grãos de pólen. b) 162.
b) Cruzando-as com plantas recessivas, de flo- c) 108.
res brancas. As plantas VV produzirão apenas d) 72.
descendentes de flores vermelhas, enquanto e) 54.
as plantas Vv podem produzir descendentes
de flores brancas. 7. (ENEM) Antes de técnicas modernas de de-
c) Cruzando-as com plantas de flores verme- terminação de paternidade por exame de
lhas da geração P. Os cruzamentos com plan- DNA, o sistema de determinação sanguínea
tas Vv produzirão descendentes de flores ABO foi amplamente utilizado como ferra-
brancas. menta para excluir possíveis pais. Embora
d) Cruzando-as entre si, é possível que surjam restrito à análise fenotípica, era possível
plantas de flores brancas. As plantas Vv concluir a exclusão de genótipos também.
cruzadas com outras Vv produzirão apenas Considere que uma mulher teve um filho
descendentes vermelhas, portanto as demais cuja paternidade estava sendo contestada. A
serão VV. análise do sangue revelou que ela era tipo
e) Cruzando-as com plantas recessivas e ana- sanguíneo AB e o filho, tipo sanguíneo B.
lisando as características do ambiente onde O genótipo do homem, pelo sistema ABO,
se dão os cruzamentos, é possível identificar que exclui a possibilidade de paternidade
aquelas que possuem apenas fatores V. desse filho é:
a) IAIA.
5. (ENEM) A fenilcetonúria é uma doença he- b) IAi.
reditária autossômica recessiva, associada c) IBIB.
à mutação do gene PAH, que limita a me- d) IBi.
tabolização do aminoácido fenilalanina. Por e) ii.
isso, é obrigatório, por lei, que as embala-
gens de alimentos, como refrigerantes die- 8. (ENEM)
téticos, informem a presença de fenilalanina
em sua composição. Uma mulher portadora
de mutação para o gene PAH tem três filhos
normais, com um homem normal, cujo pai
sofria de fenilcetonúria, devido à mesma
mutação no gene PAH encontrada em um dos
alelos da mulher.
Qual a probabilidade de a quarta criança ge- No heredograma, os símbolos preenchidos
rada por esses pais apresentar fenilcetonú- representam pessoas portadoras de um tipo
ria? raro de doença genética. Os homens são re-
a) 0%. presentados pelos quadrados e as mulheres,
b) 12,5%. pelos círculos.
c) 25%. Qual é o padrão de herança observado para
d) 50%. essa doença?
e) 75%. a) Dominante autossômico, pois a doença apa-
rece em ambos os sexos.
6. (ENEM) A mosca Drosophila, conhecida b) Recessivo ligado ao sexo, pois não ocorre a
como mosca-das-frutas, é bastante estuda- transmissão do pai para os filhos.
da no meio acadêmico pelos geneticistas. c) Recessivo ligado ao Y, pois a doença é trans-
Dois caracteres estão entre os mais estuda- mitida dos pais heterozigotos para os filhos.
dos: tamanho da asa e cor do corpo, cada um

146
d) Dominante ligado ao sexo, pois todas as fi-
lhas de homens afetados também apresen- GABARITO
tam a doença.
e) Codominante autossômico, pois a doença é 1. E 2. C 3. B 4. B 5. C
herdada pelos filhos de ambos os sexos, tan- 6. B 7. A 8. D
to do pai quanto da mãe.

RAIO X
1. A expressão diferencial dos genes da planta
permite sua adaptação às diferentes condi-
ções ambientais ao longo do ano.
2. A replicação da molécula de DNA é semicon-
servativa, uma vez que as moléculas filhas
formadas conservam a metade da molécula
mãe, isto é, contém uma fita parental e outra
recém-sintetizada.
3. Os dois casais têm a mesma probabilidade de
ter filhos com Anemia Falciforme: 25% (ou
¼) cada, não importando suas etnias. A pro-
babilidade de ambos os casais terem filhos
com essa anomalia (um para cada casal) é
calculada através da multiplicação das pro-
babilidades isoladas. Assim, ¼ x ¼ é igual a
1/16 ou 6,25%.
4. O cruzamento da planta de flor vermelha
com seu ancestral recessivo (planta de flor
branca) para descobrir seu genótipo é cha-
mado cruzamento teste. Se desse cruzamen-
to nascer alguma planta que produza flores
brancas, a planta testada será heterozigota
(Vv). Se após esse mesmo cruzamento nas-
cerem apenas plantas com flores vermelhas,
a planta terá o genótipo homozigoto domi-
nante (VV).
5. Alelos: f (fenilcetonúria) e F (normalidade)
Pais: Ff 3 Ff
Filhos: 1 __ 4 FF; 1 __ 2 Ft; 1 __ 4 ff

P (criança ff) = 1 __ 4 ou 25%


6. Alelos: V (asa normal) e v (asa vestigial)
P (preta) e p (cinza)
Pais: ♂VvPp ♀VvPp

Filhos: 9 ___ 16 V_P_ : 3 ___ 16 V_pp


1 ppvv
: 3 ___ 16 vvP : ___
16
9 3 288 = 162
P (filhos V_P_ ) = ___
16
7. Um homem do grupo A homozigoto (IAIA)
não pode ser pai de uma criança do grupo B
independente do genótipo dela (IBIB ou IBi ).
8. Ambos heredogramas mostram o padrão tí-
pico de herança dominante ligada ao sexo.
Nas famílias representadas, todas as filhas
de homens afetados também apresentam a
doença. Isto porque as filhas sempre herdam
o único cromossomo X do pai e um dos dois
cromossomos X maternos.

147
Prescrição: Será necessário o domínio de assuntos envolvendo moléculas orgânicas, majori-
tariamente ácidos nucleicos e, principalmente, o DNA (estrutura, composição, função e arranjo
na forma de cromossomos). Estar familiarizado com os danos que podem ser causados por
alterações cromossômicas será imprescindível. Além de conhecimentos básicos de genética e
interpretação dos heredogramas clássicos da genética.

PRÁTICA DOS b)

CONHECIMENTOS - E.O.
1. A cariotipagem é um método que analisa cé-
lulas de um indivíduo para determinar seu
padrão cromossômico. Essa técnica consiste
c)
na montagem fotográfica, em sequência, dos
pares de cromossomos e permite identificar
um indivíduo normal (46, XX ou 46, XY) ou
com alguma alteração cromossômica. A in-
vestigação do cariótipo de uma criança do
sexo masculino com alterações morfológicas e
comprometimento cognitivo verificou que ela
apresentava fórmula cariotípica 47, XY, +18. d)
A alteração cromossômica da criança pode
ser classificada como:
a) estrutural, do tipo deleção.
b) numérica, do tipo euploidia.
c) numérica, do tipo poliploidia.
d) estrutural, do tipo duplicação.
e) numérica, do tipo aneuploidia.
e)
2. Os nucleotídeos são constituídos por uma mo-
lécula de desoxirribose (D), uma molécula de
ácido fosfórico (P) e uma base nitrogenada
(adenina, guanina, timina ou citosina). A li-
gação entre os nucleotídeos ocorre pela inte-
ração entre as bases nitrogenadas específicas,
resultando em uma molécula ordenada e bem
3. Analise o quadro abaixo:
definida, o DNA. De acordo com essas infor-
mações, a estrutura plana que representa um Ácido Bases Tipo de
Nº de fitas
fragmento de DNA e o tipo de ligação química nucleico nitrogenadas açúcar
responsável pela interação entre as bases ni- DNA (1) (3) (5)
trogenadas são, respectivamente: RNA (2) (4) (6)
a)
Assinale a alternativa correta em relação à
correspondência entre o número indicado no
quadro acima e a característica correspon-
dente do ácido nucleico DNA ou RNA, res-
pectivamente:
a) (1) duas, (2) uma, (3) Adenina, Citosina, Gua-
nina, Timina e Uracila, (4) Adenina, Citosina,
Guanina, Timina e Uracila, (5) desoxirribose,
(6) ribose.
b) (1) duas, (2) uma, (3) Uracila, (4) Timina, (5)
desoxirribose, (6) ribose.

148
c) (1) duas, (2) uma, (3) Adenina, Citosina, Gua- 6. Em nosso intestino delgado, as moléculas de
nina e Timina, (4) Adenina, Citosina, Guanina DNA (ácido desoxirribonucleico) presentes
e Uracila, (5) desoxirribose, (6) ribose. no alimento são digeridas e originam:
d) (1) duas, (2) uma, (3) Adenina, Citosina, Gua- a) apenas aminoácidos.
nina e Timina, (4) Adenina, Citosina, Guanina b) fosfato, glicídio e bases nitrogenadas.
e Uracila, (5) ribose, (6) desoxirribose. c) glicídio, bases nitrogenadas e aminoácidos.
e) (1) uma, (2) duas, (3) Adenina, Citosina, Gua- d) RNA transportador, RNA mensageiro e RNA
nina e Uracila, (4) Adenina, Citosina, Guanina ribossômico.
e Timina, (5) desoxirribose, (6) ribose. e) átomos livres, de carbono, nitrogênio, oxi-
gênio, hidrogênio e fósforo.
4. O metabolismo celular depende de uma sé-
rie de reações químicas controladas por
7. (ENEM 2ª aplicação 2016) Em 1950, Erwin
enzimas, isto é, proteínas que atuam como
catalisadores e que podem sofrer mutações Chargaff e colaboradores estudavam a com-
genéticas sendo modificadas ou eliminadas. posição química do DNA e observaram que a
Assinale a alternativa correta, levando em quantidade de adenina (A) é igual à de timina
conta os ácidos nucleicos, a ocorrência de (T), e a quantidade de guanina (G) é igual à de
mutações e as consequentes mudanças do citosina (C) na grande maioria das duplas fitas
ciclo de vida da célula. de DNA. Em outras palavras, esses cientistas
a) O DNA é constituído por códons, que deter- descobriram que o total de purinas (A+G) e o
minam a sequência de bases do RNA mensa- total de pirimidinas (C+T) eram iguais.
geiro, necessária à formação dos anticódons, Um professor trabalhou esses conceitos em
responsáveis pela produção das proteínas.
sala de aula e apresentou como exemplo uma
b) No caso de uma mutação acarretar a trans-
formação de um códon em outro relacionado fita simples de DNA comadeninas,timinas,-
ao mesmo aminoácido, não haverá alteração guaninas ecitosinas.
na molécula proteica formada, nem no me- Qual a quantidade de cada um dos nucleo-
tabolismo celular. tídeos, quando considerada a dupla fita de
c) A mutação altera a sequência de aminoáci- DNA formada pela fita simples exemplificada
dos do DNA, acarretando alterações na se- pelo professor?
quência de bases do RNA mensageiro e, con- a) Adenina: 20; Timina: 25; Guanina: 25; Citosina: 30.
sequentemente, na produção das proteínas. b) Adenina: 25; Timina: 20; Guanina: 45; Citosina: 45.
d) As mutações atuam diretamente sobre as pro- c) Adenina: 45; Timina: 45; Guanina: 55; Citosina: 55.
teínas, provocando a desnaturação dessas molé-
culas e, consequentemente, a inativação delas. d) Adenina: 50; Timina: 50; Guanina: 50; Citosina: 50.
e) Quando algumas proteínas são alteradas por e) Adenina: 55; Timina: 55; Guanina: 45; Citosina: 45.
mutações, suas funções no metabolismo celu-
lar passam a ser realizadas pelos aminoácidos. 8. (ENEM 2ª aplicação 2016) Em um hospital,
acidentalmente, uma funcionária ficou ex-
5. (ENEM) Um fabricante afirma que um pro- posta a alta quantidade de radiação liberada
duto disponível comercialmente possui DNA por um aparelho de raios X em funcionamen-
vegetal, elemento que proporcionaria me- to. Posteriormente, ela engravidou e seu fi-
lhor hidratação dos cabelos. lho nasceu com grave anemia. Foi verificado
que a criança apresentava a doença devido à
exposição anterior da mãe à radiação.
O que justifica, nesse caso, o aparecimento
da anemia na criança?
a) A célula-ovo sofreu uma alteração genética.
b) As células somáticas da mãe sofreram uma
mutação.
c) A célula gamética materna que foi fecunda-
Sobre as características químicas dessa molécu- da sofreu uma mutação.
la essencial à vida, é correto afirmar que o DNA: d) As hemácias da mãe que foram transmitidas
a) de qualquer espécie serviria, já que têm a à criança não eram normais.
mesma composição. e) As células hematopoiéticas sofreram altera-
b) de origem vegetal é diferente quimicamente ção do número de cromossomos.
dos demais, pois possui clorofila.
c) das bactérias poderia causar mutações no
9. (ENEM) Em um hospital havia cinco lotes de
couro cabeludo.
bolsas de sangue, rotulados com os códigos
d) dos animais encontra-se sempre enovelado e
l, II, III, IV e V. Cada lote continha apenas
é de difícil absorção.
um tipo sanguíneo não identificado. Uma
e) de características básicas assegura sua efi-
ciência hidratante.

149
funcionária do hospital resolveu fazer a identificação utilizando dois tipos de soro, anti-A e anti-
-B. Os resultados obtidos estão descritos no quadro.

Código dos lotes Volume de sangue (L) Soro anti-A Soro anti-B
I 22 Não aglutinou Aglutinou
II 25 Aglutinou Não aglutinou
III 30 Aglutinou Aglutinou
IV 15 Não aglutinou Não aglutinou
V 33 Não aglutinou Aglutinou
Quantos litros de sangue eram do grupo sanguíneo do tipo A?
a) 15.
b) 25.
c) 30.
d) 33.
e) 55.

10. Sabe-se que determinada doença hereditária que afeta humanos é causada por uma mutação de
caráter dominante em um gene localizado em um cromossomo autossomo. Três indivíduos foram
investigados e abaixo estão os alelos encontrados para este locus:
Indivíduo Alelos encontrados para o lócus Fenótipo
1 Alelo 1 e Alelo 2 Normal
2 Alelo 2 e Alelo 2 Afetado
3 Alelo 1 e Alelo 2 Afetado

Sabendo dessas informações, assinale a alternativa correta:


a) O alelo 1 é dominante sobre o alelo 2.
b) O alelo 2 é dominante sobre o alelo 1.
c) Os dois alelos são codominantes.
d) Os indivíduos 2 e 3 são heterozigotos.
e) O indivíduo 3 é homozigoto.

11. A narcolepsia é um distúrbio de sono que acomete a espécie humana e outros animais. Com o
objetivo de investigar a causa da doença, pesquisadores da Universidade de Stanford (EUA) intro-
duziram cães narcolépticos em sua colônia de animais saudáveis e realizaram cruzamentos, alguns
deles representados no heredograma abaixo. Os animais 1, 2, 4 e 11 são os animais narcolépticos
introduzidos na colônia. Após anos de pesquisa concluíram que nos cães a transmissão da narco-
lepsia é resultante da ação de um par de alelos.
A partir dessas informações, responda:

Qual é a probabilidade de um filhote do casal formado pelos animais 13 e 16 nascer com narco-
lepsia?
a) 0%.
b) 25%.
c) 50%.
d) 75%.
e) 100%.

150
12. A amiotrofia muscular espinhal (AME) é uma doença incurável que compromete uma região da
medula denominada corno anterior. Nessa região, há neurônios que ligam músculos ao sistema
nervoso central. Os portadores dessa doença perdem os movimentos do pescoço para baixo, afetan-
do também músculos respiratórios. O infográfico abaixo foi publicado no jornal Folha de São Paulo
e fala sobre os componentes genéticos de um dos tipos de AME:

Com base no infográfico e em seus conhecimentos, assinale a alternativa INCORRETA.


a) Pais afetados pela AME tipo 1 só podem ter filhos afetados.
b) Indivíduos heterozigotos não possuem a doença.
c) A AME tipo 1 é uma doença autossômica recessiva.
d) A AME tipo 1 não é uma doença ligada ao sexo.
e) Um casal de heterozigotos tem 25% de chance de ter uma menina afetada pela doença.

13. O heredograma mostra a ocorrência da fibrose cística em uma determinada família. Essa doença,
de caráter autossômico, caracteriza-se por afecção pulmonar crônica, insuficiência pancreática
exócrina e aumento da concentração de cloreto no suor.

Analisando-se essa história familiar, é correto afirmar que a probabilidade do indivíduo IV.2 ser
portador do gene da fibrose cística é:
a) 1/4.
b) 1/3.
c) 1/2.
d) 2/3.
e) 3/4.

14. Nas células do corpo humano encontram-se genes deletérios (causadores de doenças) que, por
serem recessivos, podem não estar se manifestando.
Disponível em: <http://www.biomania.com.br/bio/conteudo.asp?cod=1224>. Acesso em: 09 de abril de 2013

A ocorrência de doenças causadas por tais genes será encontrada com maior frequência em:
a) grupos de indivíduos miscigenados.
b) progênie derivada de heterozigotos.
c) descendentes de endocruzamentos.
d) filhos de indivíduos homozigotos dominantes.
e) populações com pequena capacidade reprodutiva.

151
15. O conhecido “teste do pezinho”, cuja obri- 17. (ENEM) Um importante princípio da biolo-
gatoriedade para todo o território brasileiro gia, relacionado à transmissão de caracteres
consta no Estatuto da Criança e do Adoles- e à embriogênese humana, foi quebrado com
cente, é realizado com uma gota de sangue a descoberta do microquimerismo fetal. Mi-
retirada do pé dos recém-nascidos. Esse pro- croquimerismo é o nome dado ao fenôme-
cedimento permite detectar os portadores da
no biológico referente a uma pequena po-
fenilcetonúria, doença genética recessiva.
As pessoas com essa anomalia são incapazes pulação de células ou DNA presente em um
de produzir uma enzima que atua na trans- indivíduo, mas derivada de um organismo
formação do aminoácido fenilalanina, no geneticamente distinto. Investigando-se a
aminoácido tirosina. Sem essa conversão a presença do cromossomo Y, foi revelado que
fenilalanina acumula-se no sangue e é con- diversos tecidos de mulheres continham cé-
vertida em substância tóxica, que provoca le- lulas masculinas. A análise do histórico mé-
sões no sistema nervoso, principalmente na dico revelou uma correlação extremamente
infância, culminando com o retardo mental curiosa: apenas as mulheres que antes tive-
do portador. ram filhos homens apresentaram microqui-
Considerando o nascimento de uma menina merismo masculino. Essa correlação levou à
fenilcetonúrica, filha de pais saudáveis, que
interpretação de que existe uma troca natu-
não apresentam essa doença, é correto afir-
mar que: ral entre células do feto e maternas durante
a) a probabilidade do casal citado no enunciado a gravidez.
MUOTRI, A. Você não é só você: carregamos células
ter um segundo descendente do sexo mascu- maternas na maioria de nossos órgãos. Disponível em:
lino e normal para fenilcetonúria é 3/4. http://g1.globo.com. Acesso em: 4 dez. 2012 (adaptado).
b) a análise das características do casal des-
crito e de sua filha permite concluir que a O princípio contestado com essa descoberta,
fenilcetonúria é uma doença recessiva ligada relacionado ao desenvolvimento do corpo
ao cromossomo sexual X. humano, é o de que:
c) a alimentação com quantidade reduzida em a) o fenótipo das nossas células pode mudar
fenilalanina, a partir do primeiro mês de por influência do meio ambiente.
vida dessa criança, pode evitar significativa- b) a dominância genética determina a expres-
mente o retardo mental. são de alguns genes.
d) o tratamento através de vacinas específicas c) as mutações genéticas introduzem variabili-
deverá ser feito logo no primeiro mês de vida dade no genoma.
dessa criança a fim de garantir a total imu- d) mitocôndrias e o seu DNA provêm do gameta
nidade contra essa doença. materno.
e) a criança terá vida saudável, pois as enzimas e) as nossas células corporais provêm de um
produzidas pela mãe e transferidas pela pla- único zigoto.
centa atuarão constantemente na transfor-
mação de fenilalanina em tirosina. 18. (ENEM) O formato das células de organis-
mos pluricelulares é extremamente variado.
16. Leandro, preocupado com a possiblidade de Existem células discoides, como é o caso das
vir a ser calvo, consultou um amigo que es- hemácias, as que lembram uma estrela, como
tava estudando genética. Contou que, embora os neurônios, e ainda algumas alongadas,
seus pais não fossem calvos, sua avó mater- como as musculares.
na era. Na família do avô materno, não havia Em um mesmo organismo, a diferenciação
histórico de calvície. Seu amigo explicou que dessas células ocorre por:
a calvície é uma característica influencia- a) produzirem mutações específicas.
da pelo sexo e que se expressa nos homens b) possuírem DNA mitocondrial diferentes.
em homo e heterozigose e nas mulheres, so- c) apresentarem conjunto de genes distintos.
mente em homozigose. Assim concluiu que a d) expressarem porções distintas do genoma.
chance de Leandro vir a ser calvo era de 50%. e) terem um número distinto de cromossomos.
Essa conclusão baseia-se no fato de:
a) sua mãe ser heterozigota.
b) seu avô paterno ser calvo.
c) sua avó paterna ser heterozigota.
d) seu pai ser heterozigoto.
e) sua avó materna ser heterozigota.

152
19. (ENEM 2ª aplicação 2016) Um jovem suspei-
ta que não é filho biológico de seus pais, pois
descobriu que o seu tipo sanguíneo é O Rh
negativo, o de sua mãe é B Rh positivo e de
seu pai é A Rh positivo.
A condição genotípica que possibilita que ele
seja realmente filho biológico de seus pais é que
a) o pai e a mãe sejam heterozigotos para o
sistema sanguíneo ABO e para o fator Rh.
b) o pai e a mãe sejam heterozigotos para o
sistema sanguíneo ABO e homozigotos para
o fator Rh.
c) o pai seja homozigoto para as duas caracte-
rísticas e a mãe heterozigota para as duas
características.
d) o pai seja homozigoto para as duas caracte-
rísticas e a mãe heterozigota para o sistema
ABO e homozigota para o fator Rh.
e) o pai seja homozigoto para o sistema ABO e
heterozigoto para o fator Rh e a mãe homo-
zigota para as duas características.

GABARITO
1. E 2. A 3. C 4. B 5. A
6. B 7. C 8. C 9. B 10. B
11. C 12. E 13. D 14. C 15. C
16. A 17. E 18. D 19. A

153
154
R.P.A.
ENEM
Física
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 1 e 2

Competências 1, 5 e 6
Habilidades 2, 17, 20 e 23

BREVIÁRIO
Chamamos de trajetória o conjunto das diferentes posições ocupadas pelo corpo. O deslocamento é a variação
da posição apresentada pelo corpo durante um intervalo de tempo.

Um ponto material é considerado em movimento quando sua posição em relação a um referencial é altera-
da durante o intervalo de tempo considerado.

A velocidade escalar de um corpo determina o quão rápido é o seu deslocamento. A velocidade escalar
média é definida como a razão entre a variação da posição do corpo e o intervalo de tempo decorrido durante
essa varição na posição.

S2 – S1
___ = _____
vm = DS
Dt t2 – t1

O movimento de um ponto material é progressivo quando sua posição varia no sentido da orientação po-
sitiva da trajetória. Desse modo, os valores da sua posição aumentam ao longo do tempo e sua velocidade escalar
é positiva.
O movimento é retrógrado quando o ponto material se move no sentido oposto à orientação positiva da
trajetória.
Movimentos retilíneos uniformes são todos os movimentos, nos quais o vetor velocidade não se altera,
ou seja, direção, sentido e intensidade não são alterados. Dessa forma, em um estudo unidimensional, o módulo
da velocidade é constante, assim, em quaisquer instantes considerados, a velocidade instantânea será equivalente
à velocidade escalar média.

v = vm = ___
DS = constante i 0
Dt

S = S0 + v · t (Função horária do movimento uniforme)

157
O gráfico da função horária de um movimento em um sistema de coordenadas cartesianas é denominado
gráfico horário do movimento. No momento retilíneo uniforme (M.R.U), S (eixo de ordenadas) é uma função
do 1º grau em t (eixo das abcissas) e, por isso, o gráfico é uma reta não paralela ao eixo t.
§ Progressivo (v > 0): se o movimento é progressivo, a velocidade é positiva (reta crescente) e a partícula
movimenta-se a favor da trajetória.

§ Retrógrado (v < 0): se o movimento é retrógrado, a velocidade é negativa (reta decrescente) e a partícula
movimenta-se no sentido contrário da trajetória.

Movimento retilíneo uniformemente variado é aquele em que a velocidade varia com o tempo, mas
de modo uniforme. Podemos criar uma nova grandeza para representar a variação da velocidade, e a ela damos o
nome de aceleração.
A aceleração escalar média (am) da partícula entre esses dois instantes de tempo é definida como a
variação da velocidade dividida pelo tempo transcorrido.

v2 – v1
am = Dv
___ = _____
Dt t2 – t1

§ a > 0 e v > 0 ou a < 0 e v < 0 – o movimento é acelerado (a e v têm o mesmo sinal).


§ a > 0 e v < 0 ou a < 0 e v > 0 – o movimento é retardado (a e v têm sinais diferentes).

Considere uma partícula realizando um movimento uniformemente variado em uma linha.

v = v0 + a ∙ t

Esta equação é a função horária da velocidade escalar.

É possível demostrar que a velocidade média no movimento retilíneo uniformemente variado é dada por:

v+v
vm = _____0
2

1 ∙ a ∙ t2
s = s0 + v0 ∙ t + __
2
Essa equação é a função horária da posição.

158
Equação denominada equação de Torricelli:

v² = v0² + 2a(S – S0)

Função horária da velocidade escalar v é uma função do 1° grau (v = v0 + at). Portanto, o gráfico v × t da
velocidade escalar em função do tempo é uma reta inclinada.

A função horária da posição do movimento retilíneo uniformemente variado (MRUV) é uma equação
do segundo grau em t.
a⋅t2
S = S0 + v0 ⋅ t + ____
2

a > 0 ⇒ concavidade para cima


a < 0 ⇒ concavidade para baixo

159
QUEDA LIVRE
Uma pedra e uma pena, ao serem soltas, simultaneamente, de uma mesma altura, não atingem o solo no mesmo
instante: a pedra cairá com mais rapidez e, portanto, atingirá o solo primeiro. Galileu lançou a hipótese de que
talvez o ar exercesse uma ação retardadora maior sobre a pena. Caso isso acontecesse, a pena gastaria mais tempo
do que a pedra para cair.
Adotando a orientação dos espaços como sendo positiva “para baixo”, uma vez que durante a queda livre
os objetos se movimentam em sentido ao solo, a aceleração é positiva (a = +|g|). Sendo a posição inicial S0 e a
velocidade inicial v0, escrevemos as seguintes equações para a queda livre:

v = v0 + |g| ⋅ t

|g| ⋅ t²
S = S0 + v0 ⋅ t + ____
2

v² = v0² + 2 ⋅ |g| ⋅ DS

LANÇAMENTO HORIZONTAL
Na direção horizontal, o corpo possui velocidade constante e, dessa forma, realiza um movimento uniforme (MU).
Sx = S0x + vx ∙ t
Na direção vertical, o corpo possui aceleração constante (igual à aceleração da gravidade), e desse modo
realiza um movimento uniformemente variado (MUV). Nesta situação, adotamos a orientação com sentido
para baixo, e é importante ressaltar que os valores da posição aumentam de cima para baixo.

v y = |g| ∙ t

1 ∙ |g| ∙ t2
Sy = S0y + __
2

v y2 = 2|g| ∆s

DESLOCAMENTO ANGULAR E VELOCIDADE ANGULAR NO MCU


O ângulo Du é o deslocamento angular da partícula no intervalo de tempo Dt.
∆S

DS = Du · R

160
A velocidade angular média (wm) da partícula é calculada de modo similar. No entanto, ao invés de
usar a distância DS percorrida, o cálculo é feito com a distância angular Du. Assim, a velocidade angular média da
partícula durante o intervalo de tempo DS é:

vm = ___
Du
Dt

A frequência é definida como o número n de vezes que um evento se repete em um intervalo de tempo (por
exemplo, um segundo, um minuto, uma semana etc.).

n
f = ___
Dt
Da definição de período, durante o intervalo correspondente a um período Dt = T, o evento se repete uma
vez, ou seja, n = 1. Assim, a frequência e o período são inversamente proporcionais.
1 ou T = __
f = __ 1
T f
Uma partícula realiza movimento circunferencial uniforme, se sua trajetória for uma circunferência e o mo-
vimento for realizado com velocidade angular constante.
2pR ou v = 2pRf
v = ____
T

u = u0 + v · t

Por meio de uma ligação com uma correia ou por meio do contato direto, o movimento circular de uma polia
ou engrenagem pode ser transmitido para outra.
Para os dois tipos de ligações, se não houver escorregamento das polias ou engrenagens, a velocidade
escalar de qualquer um dos pontos externos (periféricos) é igual, e igual à velocidade escalar da correia, isto é:
vA = vB

fAR A = fBRB

No entanto, se as polias ou engrenagens estiverem conectadas pelo mesmo eixo (polias coaxiais), ou seja,
giram fixadas em um mesmo eixo, a velocidade angular w será igual.
wA = wB

fA = fB

161
Teoria na prática
Antes das lombadas eletrônicas, eram pintadas faixas nas ruas para controle da velocidade dos automóveis.
A velocidade era estimada com o uso de binóculos e cronômetros. O policial utilizava a relação entre a distância
percorrida e o tempo gasto, para determinar a velocidade de um veículo. Cronometrava-se o tempo que um veí-
culo levava para percorrer a distância entre duas faixas fixas, cuja distância era conhecida. A lombada eletrônica
é um sistema muito preciso, porque a tecnologia elimina erros do operador. A distância entre os sensores é de 2
metros, e o tempo é medido por um circuito eletrônico.
O tempo mínimo, em segundos, que o motorista deve gastar para passar pela lombada eletrônica, cujo
limite é de 40 km/h, sem receber uma multa, é de:
a) 0,05.
b) 11,1.
c) 0,18.
d) 22,2.
e) 0,50.

Resolução:
d = ___ 7,2
2 ___
Dt = __
40 = 40 ⇒ Dt = 0,18s
v ___
3,6
Alternativa C

TRABALHO DE UMA FORÇA


__›
O trabalho da força F é representado pela letra grega t (lê-se “tau”) e é definido por:

t = F ∙ d ∙ cos q

No SI, a unidade de trabalho é o joule, cujo símbolo é J.


O fator cos q é adimensional, isto é, não tem unidade, de modo que:
(unidade de t) = (unidade de F) ⋅ (unidade de d)
J=N⋅m

O trabalho total
Quando mais de uma força atua sobre um corpo, cada uma delas realiza trabalho. O trabalho total ao longo de
um deslocamento é, por definição, a soma dos trabalhos de cada uma das forças:

162
ttotal = tF1 + tF2 + tF3 + tF4 + ...

__›
Considerando que a resultante
__› dessas forças seja F R, é possível demonstrar que trabalho total é igual ao
trabalho da força resultante F R:

tR = ttotal
__›
Para uma força F variável e qualquer formato de trajetória, o trabalho pode ser obtido, se o gráfico da com-
ponente tangencial da força pela posição for conhecido.

Força peso
___›
É possível demonstrar que o módulo do trabalho do peso P , durante o deslocamento, é dado por:

|tAB| = P ∙ h

163
TRABALHO DA FORÇA ELÁSTICA

1 kx2 e
tF = __ 1 kx2
tFel = – __
2 2

POTÊNCIA
Se uma quantidade de energia DE é fornecida ou recebida por um sistema, no intervalo de tempo Dt, a potência
média fornecida (ou recebida) por esse sistema será:

DE
Pm = ___
Dt

A energia correspondente à potência de 1 kW durante 1 hora é, por definição, igual a 1 kWh. Então:
1 kWh = (1 kW)(1 h) = (103 W)(3600 s) = 3,6 ⋅ 106 W ⋅ s = 3,6 ⋅ 106 joules = 3,6 ∙ 106 J

1 k Wh = 3,6 ∙ 106 J

O rendimento (h) é definido pela razão entre a potência útil e a potência total:

P
h = __u
Pt

ENERGIA
A energia é uma grandeza de grande importância na Física, porém, o seu conceito pode não ser muito claro e fácil
de explicar. Um motivo para isso é o fato de existirem várias formas de energia; daí a dificuldade de apresentar uma
definição que abranja todas elas. Existe, entretanto, uma característica importante envolvendo a energia: o total
de energia do universo se mantém constante. Assim, ocorrem transformações de energia, isto é, mudanças de uma
forma de energia em outra, frequentemente. No entanto, a energia total se mantém constante.
A definição de energia abaixo, embora não seja totalmente satisfatória, serve para um grande número de
situações do cotidiano.

O conjunto formado por um ou mais corpos pode produzir, de algum modo, o movimento de objetos, e esse
conjunto tem energia.

164
TEOREMA DA ENERGIA CINÉTICA
Considere, como exemplo, o movimento de uma partícula ao longo de uma trajetória qualquer, como na figura. No
____› ____›
ponto A, a velocidade da partícula é vA e, após certo intervalo de tempo, no ponto B a velocidade é vB .
vA
A

O trabalho total tAB realizado pelas forças sobre a partícula, entre os pontos A e B, é:

mv2 mv 2
tAB = ___B – ___A
2 2

ENERGIA POTENCIAL GRAVITACIONAL


Apesar de não possuir energia cinética, o objeto possui energia potencial, isto é, o objeto possui energia que pode
ser transformada em energia cinética, caso o objeto possa se mover pela ação da força peso.

Epg = mgh

ENERGIA POTENCIAL ELÁSTICA


O trabalho da força elástica não depende da trajetória, e, assim, a força elástica é uma força conservativa. Conse-
quentemente, a energia potencial elástica é a energia potencial associada à força elástica.

EP = kx
___2
2

PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DA ENERGIA


Os diversos tipos de movimento e atividade que estamos habituados a observar cotidianamente são devidos à
transformação de uma forma de energia em outra.

“A energia não é criada, a energia não é perdida, a


energia apenas se transforma de um tipo em outro,
em quantidades iguais.”
Antoine Lavoisier

165
ENERGIA MECÂNICA
A energia mecânica (EM) de um corpo é igual à soma da energia cinética com todas as energias potenciais do corpo.

EM = EC + EP

Na equação, Ec é a energia cinética do corpo e Ep é a energia potencial desse corpo (incluindo-se todas as
energias potenciais).
Pode-se demonstrar a seguinte propriedade:

A energia mecânica de um corpo é constante, se, dentre todas as forças que atuam nesse corpo, as forças conser-
vativas forem as únicas a realizar trabalho não nulo.

Essa proposição é chamada de princípio da conservação da energia mecânica.

SISTEMAS NÃO CONSERVATIVOS


Em geral, é muito comum exercícios no quais existe uma força de atrito atuando sobre o corpo, e a força de atrito
não é conservativa. Nesses casos em que a energia mecânica não se conserva, podemos montar a seguinte equa-
ção:

Em0 + tFat = EmF

onde:
§ Em0 é a energia mecânica inicial.
§ EmF é a energia mecânica final.
§ tFat é o trabalho da força de atrito.

166
Teoria na prática
Deseja-se instalar uma estação de geração de energia elétrica em um município localizado no interior de um
pequeno vale cercado de altas montanhas de difícil acesso. A cidade é cruzada por um rio, que é fonte de água
para consumo, irrigação das lavouras de subsistência e pesca. Na região, que possui pequena extensão territorial,
a incidência solar é alta o ano todo. A estação em questão irá abastecer apenas o município apresentado.
Qual forma de obtenção de energia, entre as apresentadas, é a mais indicada para ser implantada nesse
município de modo a causar o menor impacto ambiental?
a) Termelétrica, pois é possível utilizar a água do rio no sistema de refrigeração.
b) Eólica, pois a geografia do local é própria para a captação desse tipo de energia.
c) Nuclear, pois o modo de resfriamento de seus sistemas não afetaria a população.
d) Fotovoltaica, pois é possível aproveitar a energia solar que chega à superfície do local.
e) Hidrelétrica, pois o rio que corta o município é suficiente para abastecer a usina construída.

Resolução:

O enunciado exige menor impacto ambiental. Já que a incidência solar na região é alta, a melhor forma para
obtenção de energia é a fotovoltaica.

Alternativa D

167
APLICAÇÃO DOS c)

CONHECIMENTOS - SALA
d)
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES
Em uma prova de 100 m rasos, o desempe-
nho típico de um corredor padrão é repre-
sentado pelo gráfico a seguir:
e)

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 3 QUESTÕES


Na figura a seguir está esquematizado um tipo
de usina utilizada na geração de eletricidade.

1. (ENEM) Em que intervalo de tempo o corre-


dor apresenta ACELERAÇÃO máxima?
a) Entre 0 e 1 segundo.
b) Entre 1 e 5 segundos.
c) Entre 5 e 8 segundos.
d) Entre 8 e 11 segundos.
e) Entre 9 e 15 segundos. 4. (ENEM) A eficiência de uma usina, do tipo
da representada na figura anterior, é da or-
2. (ENEM) Baseado no gráfico, em que inter- dem de 0,9, ou seja, 90% da energia da água
valo de tempo a VELOCIDADE do corredor é no início do processo se transforma em ener-
aproximadamente constante? gia elétrica. A usina Ji-Paraná, do Estado de
a) Entre 0 e 1 segundo. Rondônia, tem potência instalada de 512
b) Entre 1 e 5 segundos. milhões de watts, e a barragem tem altura de
c) Entre 5 e 8 segundos. aproximadamente 120m. A vazão do Rio Ji-
d) Entre 8 e 11 segundos. -Paraná, em litros de água por segundo, deve
e) Entre 12 e 15 segundos. ser da ordem de:
a) 50.
3. (ENEM) As bicicletas possuem uma corrente b) 500.
que liga uma coroa dentada dianteira, movi- c) 5.000.
mentada pelos pedais, a uma coroa localiza- d) 50.000.
da no eixo da roda traseira, como mostra a e) 500.000.
figura A.
5. (ENEM) No processo de obtenção de eletri-
cidade, ocorrem várias transformações de
energia. Considere duas delas:
I. cinética em elétrica
II. potencial gravitacional em cinética
O número de voltas dadas pela roda traseira Analisando o esquema anterior, é possível
a cada pedalada depende do tamanho relati- identificar que elas se encontram, respecti-
vo destas coroas. vamente, entre:
Em que opção a seguir a roda traseira dá o a) I – a água no nível h e a turbina, II – o ge-
MAIOR número de voltas por pedalada? rador e a torre de distribuição.
a) b) I – a água no nível h e a turbina, II – a tur-
bina e o gerador.
c) I – a turbina e o gerador, II – a turbina e o
gerador.
b) d) I – a turbina e o gerador, II – a água no nível
h e a turbina.
e) I – o gerador e a torre de distribuição, II – a
água no nível h e a turbina.

168
6. (ENEM) Analisando o esquema, é possível
identificar que se trata de uma usina: GABARITO
a) hidrelétrica, porque a água corrente baixa a
temperatura da turbina.
1. A 2. C 3. A 4. E 5. D
b) hidrelétrica, porque a usina faz uso da ener-
gia cinética da água. 6. B
c) termoelétrica, porque no movimento das
turbinas ocorre aquecimento.
d) eólica, porque a turbina é movida pelo movi-
mento da água.
e) nuclear, porque a energia é obtida do núcleo
das moléculas de água.

RAIO X
1. No gráfico V versus t, a aceleração está liga-
da diretamente à inclinação da tangente ao
gráfico. Esta inclinação é máxima entre 0 e 1
segundo.
2. Entre, aproximadamente, 5,0 s e 7,5 s a velo-
cidade permanece em torno dos 11 km/h.
3. Observe o esquema abaixo.

As velocidades lineares de A e B são iguais.


Portanto:
ϖr
ΩR = ϖr → Ω = ___
R
Para a velocidade angular da roda traseira
ser a maior possível é necessário que “r”
seja maior e “R” menor.
4.
0,9 mgh m = ______ 512 · 106
P = _____________
P = ________ → ___
Dt Dt 0,9 gh 0,9 ·10 · 120
= 4,74 · 105 kg/s
Como a densidade da água é de 1 kg para
cada litro, temos: 4,74 · 105 L ≅ 500.000 L.
5. A água represada tem energia potencial gra-
vitacional. Ao se abrirem as comportas, a
água tem velocidade e energia cinética que
faz girar as turbinas. (II)
Estas estão acopladas à bobinas que giram
dentro de um campo magnetostático produ-
zindo a energia elétrica. (I)
6. A água represada tem energia potencial gra-
vitacional. Ao se abrirem as comportas, a
água tem velocidade e energia cinética que
faz girar as turbinas. Estas estão acopladas à
bobinas que giram dentro de um campo mag-
netostático produzindo a energia elétrica.

169
Prescrição: Interpretar as informações que podem ser apresentadas de diversas formas, como textos, gráficos,
tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica. Diferenciar e analisar os diversos tipos de movimento,
saber utilizar conceitos aprendidos na cinemática e na dinâmica newtoniana a fim de descrever tais movimen-
tos por meio de equações matemáticas, prevendo, assim, o comportamento, ao longo de um determinado pe-
ríodo de tempo. Compreender a importância das transformações que envolvem energia em todos os aspectos
relacionados ao nosso cotidiano.

PRÁTICA DOS CONHECIMENTOS - E.O.


1. (ENEM) Um pesquisador avaliou o efeito da temperatura do motor (em velocidade constante) e da
velocidade média de um veículo (com temperatura do motor constante) sobre a emissão de monó-
xido de carbono em dois tipos de percurso, aclive e declive, com iguais distâncias percorridas em
linha reta. Os resultados são apresentados nas duas figuras.

A partir dos resultados, a situação em que ocorre maior emissão de poluentes é aquela na qual o
percurso é feito com o motor:
a) aquecido, em menores velocidades médias e em pista em declive.
b) aquecido, em maiores velocidades médias e em pista em aclive.
c) frio, em menores velocidades médias e em pista em declive.
d) frio, em menores velocidades médias e em pista em aclive.
e) frio, em maiores velocidades médias e em pista em aclive.

2. (ENEM) O trem de passageiros da Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), que circula diariamente
entre a cidade de Cariacica, na Grande Vitória, e a capital mineira Belo Horizonte, está utilizando
uma nova tecnologia de frenagem eletrônica. Com a tecnologia anterior, era preciso iniciar a fre-
nagem cerca de 400 metros antes da estação. Atualmente, essa distância caiu para 250 metros, o
que proporciona redução no tempo de viagem.
Considerando uma velocidade de 72 km/h, qual o módulo da diferença entre as acelerações de
frenagem depois e antes da adoção dessa tecnologia?
a) 0,08 m/s2.
b) 0,30 m/s2.
c) 1,10 m/s2.
d) 1,60 m/s2.
e) 3,90 m/s2.

3. (ENEM) Em uma experiência didática, cinco esferas de metal foram presas em um barbante, de for-
ma que a distância entre esferas consecutivas aumentava em progressão aritmética. O barbante foi
suspenso e a primeira esfera ficou em contato com o chão. Olhando o barbante de baixo para cima, as
distâncias entre as esferas ficavam cada vez maiores. Quando o barbante foi solto, o som das colisões
entre duas esferas consecutivas e o solo foi gerado em intervalos de tempo exatamente iguais.
A razão de os intervalos de tempo citados serem iguais é que a:
a) velocidade de cada esfera é constante.
b) força resultante em cada esfera não constante.
c) aceleração de cada esfera aumenta com o tempo.
d) tensão aplicada em cada esfera aumenta com o tempo.
e) energia mecânica de cada esfera aumenta com o tempo.

170
4. (ENEM) Para serrar ossos e carnes congeladas, um açougueiro utiliza uma serra de fita que possui
três polias e um motor. O equipamento pode ser montado de duas formas diferentes, P e Q. Por
questão de segurança, é necessário que a serra possua menor velocidade linear.

Por qual montagem o açougueiro deve optar e qual a justificativa desta opção?
a) Q, pois as polias 1 e 3 giram com velocidades lineares iguais em pontos periféricos e a que tiver maior
raio terá menor frequência.
b) Q, pois as polias 1 e 3 giram com frequências iguais e a que tiver maior raio terá menor velocidade
linear em um ponto periférico.
c) P, pois as polias 2 e 3 giram com frequências diferentes e a que tiver maior raio terá menor velocidade
linear em um ponto periférico.
d) P, pois as polias 1 e 2 giram com diferentes velocidades lineares em pontos periféricos e a que tiver
menor raio terá maior frequência.
e) Q, pois as polias 2 e 3 giram com diferentes velocidades lineares em pontos periféricos e a que tiver
maior raio terá menor frequência.

5. (ENEM) Uma empresa de transportes precisa efetuar a entrega de uma encomenda o mais breve
possível. Para tanto, a equipe de logística analisa o trajeto desde a empresa até o local da entrega.
Ela verifica que o trajeto apresenta dois trechos de distâncias diferentes e velocidades máximas
permitidas diferentes. No primeiro trecho, a velocidade máxima permitida é de 80 km/h e a dis-
tância a ser percorrida é de 80 km. No segundo trecho, cujo comprimento vale 60 km, a velocidade
máxima permitida é 120 km/h.
Supondo que as condições de trânsito sejam favoráveis para que o veículo da empresa ande con-
tinuamente na velocidade máxima permitida, qual será o tempo necessário, em horas, para a
realização da entrega?
a) 0,7.
b) 1,4.
c) 1,5.
d) 2,0.
e) 3,0.

6. (ENEM) Em apresentações musicais realizadas em espaços onde o público fica longe do palco, é
necessária a instalação de alto-falantes adicionais a grandes distâncias, além daqueles localizados
no palco. Como a velocidade com que o som se propaga no ar (vsom = 3,4 · 102 m/s) é muito menor
do que a velocidade com que o sinal elétrico se propaga nos cabos (vsinal = 2,6 · 108 m/s), é neces-
sário atrasar o sinal elétrico de modo que este chegue pelo cabo ao alto-falante no mesmo instante
em que o som vindo do palco chega pelo ar. Para tentar contornar esse problema, um técnico de
som pensou em simplesmente instalar um cabo elétrico com comprimento suficiente para o sinal
elétrico chegar ao mesmo tempo que o som, em um alto-falante que está a uma distância de 680
metros do palco.
A solução é inviável, pois seria necessário um cabo elétrico de comprimento mais próximo de:
a) 1,1 · 103 km.
b) 8,9 · 104 km.
c) 1,3 · 105 km.
d) 5,2 · 105 km.
e) 6,0 · 1013 km.

7. (ENEM) Para melhorar a mobilidade urbana na rede metroviária é necessário minimizar o tempo
entre estações. Para isso a administração do metrô de uma grande cidade adotou o seguinte proce-
dimento entre duas estações: a locomotiva parte do repouso em aceleração constante por um terço
do tempo de percurso, mantém a velocidade constante por outro terço e reduz sua velocidade com
desaceleração constante no trecho final, até parar.

171
Qual é o gráfico de posição (eixo vertical) O quadro seguinte mostra a posição em que
em função do tempo (eixo horizontal) que três pessoas conseguiram segurar a régua e
representa o movimento desse trem? os respectivos tempos de reação.
a) Tempo de
Distância percorrida pela
reação
régua durante a queda (metro)
(segundo)
0,30 0,24
0,15 0,17
0,10 0,14
b) Disponível em: http://br.geocities.com. Acesso em: 1 fev. 2009.

A distância percorrida pela régua aumenta


mais rapidamente que o tempo de reação
porque a:
a) energia mecânica da régua aumenta, o que a
faz cair mais rápido.
b) resistência do ar aumenta, o que faz a régua
cair com menor velocidade.
c) c) aceleração de queda da régua varia, o que
provoca um movimento acelerado.
d) força peso da régua tem valor constante, o
que gera um movimento acelerado.
e) velocidade da régua é constante, o que pro-
voca uma passagem linear de tempo.

d) 9. (ENEM) Rua da Passagem


Os automóveis atrapalham o trânsito.
Gentileza é fundamental.
Não adianta esquentar a cabeça.
Menos peso do pé no pedal.

O trecho da música, de Lenine e Arnaldo


Antunes (1999), ilustra a preocupação com
e) o trânsito nas cidades, motivo de uma cam-
panha publicitária de uma seguradora brasi-
leira. Considere dois automóveis, A e B, res-
pectivamente conduzidos por um motorista
imprudente e por um motorista consciente
e adepto da campanha citada. Ambos se en-
contram lado a lado no instante inicial t =
0 s, quando avistam um semáforo amarelo
(que indica atenção, parada obrigatória ao
8. (ENEM) Para medir o tempo de reação de se tornar vermelho). O movimento de A e B
uma pessoa, pode-se realizar a seguinte ex- pode ser analisado por meio do gráfico, que
periência: representa a velocidade de cada automóvel
I. Mantenha uma régua (com cerca de 30 em função do tempo.
cm) suspensa verticalmente, segurando-a
pela extremidade superior, de modo que
o zero da régua esteja situado na extre-
midade inferior.
II. A pessoa deve colocar os dedos de sua
mão, em forma de pinça, próximos do
zero da régua, sem tocá-la.
III.Sem aviso prévio, a pessoa que estiver se-
gurando a régua deve soltá-la. A outra pes-
As velocidades dos veículos variam com o
soa deve procurar segurá-la o mais rapida-
tempo em dois intervalos: (I) entre os ins-
mente possível e observar a posição onde tantes 10 s e 20 s; (II) entre os instantes
conseguiu segurar a régua, isto é, a distân- 30 s e 40 s. De acordo com o gráfico, quais
cia que ela percorre durante a queda. são os módulos das taxas de variação da

172
velocidade do veículo conduzido pelo moto- A altura que o Super-homem alcança em seu
rista imprudente, em m/s2, nos intervalos salto depende do quadrado de sua velocida-
(I) e (II), respectivamente? de inicial porque:
a) 1,0 e 3,0. a) a altura do seu pulo é proporcional à sua ve-
b) 2,0 e 1,0. locidade média multiplicada pelo tempo que
c) 2,0 e 1,5. ele permanece no ar ao quadrado.
d) 2,0 e 3,0. b) o tempo que ele permanece no ar é dire-
e) 10,0 e 30,0.
tamente proporcional à aceleração da gra-
vidade e essa é diretamente proporcional à
10. (ENEM) No mundial de 2007, o americano
velocidade.
Bernard Lagat, usando pela primeira vez
c) o tempo que ele permanece no ar é inver-
uma sapatilha 34% mais leve do que a mé-
samente proporcional à aceleração da gra-
dia, conquistou o ouro na corrida de 1.500
metros com um tempo de 3,58 minutos. No vidade e essa é inversamente proporcional à
ano anterior, em 2006, ele havia ganhado velocidade média.
medalha de ouro com um tempo de 3,65 mi- d) a aceleração do movimento deve ser elevada
nutos nos mesmos 1.500 metros. ao quadrado, pois existem duas acelerações
Revista Veja, São Paulo, ago. 2008 (adaptado). envolvidas: a aceleração da gravidade e a
aceleração do salto.
Sendo assim, a velocidade média do atleta e) a altura do seu pulo é proporcional à sua ve-
aumentou em aproximadamente: locidade média multiplicada pelo tempo que
a) 1,05%.
ele permanece no ar, e esse tempo também
b) 2,00%.
depende da sua velocidade inicial.
c) 4,11%.
d) 4,19%.
e) 7,00%. 12. (ENEM) Explosões solares emitem radiações
eletromagnéticas muito intensas e ejetam,
para o espaço, partículas carregadas de alta
11. (ENEM) O Super-homem e as leis do movi-
energia, o que provoca efeitos danosos na
mento
Terra. O gráfico a seguir mostra o tempo
Uma das razões para pensar sobre física dos
transcorrido desde a primeira detecção de
super-heróis é, acima de tudo, uma forma
uma explosão solar até a chegada dos dife-
divertida de explorar muitos fenômenos fí-
rentes tipos de perturbação e seus respecti-
sicos interessantes, desde fenômenos corri-
vos efeitos na Terra.
queiros até eventos considerados fantásticos.
A figura seguinte mostra o Super-homem
lançando-se no espaço para chegar ao topo
de um prédio de altura H. Seria possível ad-
mitir que com seus superpoderes ele estaria
voando com propulsão própria, mas conside-
re que ele tenha dado um forte salto. Neste
caso, sua velocidade final no ponto mais alto
do salto deve ser zero, caso contrário, ele
continuaria subindo. Sendo g a aceleração
da gravidade, a relação entre a velocidade
inicial do Super-homem e a altura atingida é
dada por: v2 = 2gH.
Considerando-se o gráfico, é correto afirmar
que a perturbação por ondas de rádio gera-
das em uma explosão solar:
a) dura mais que uma tempestade magnética.
b) chega à Terra dez dias antes do plasma solar.
c) chega à Terra depois da perturbação por
raios X.
d) tem duração maior que a da perturbação por
raios X.
e) tem duração semelhante à da chegada à Ter-
ra de partículas de alta energia.

173
13. (ENEM) Um sistema de radar é programado para registrar automaticamente a velocidade de todos
os veículos trafegando por uma avenida, onde passam em média 300 veículos por hora, sendo
55 km/h a máxima velocidade permitida. Um levantamento estatístico dos registros do radar per-
mitiu a elaboração da distribuição percentual de veículos de acordo com sua velocidade aproximada.

A velocidade média dos veículos que trafegam nessa avenida é de:


a) 35 km/h.
b) 44 km/h.
c) 55 km/h.
d) 76 km/h.
e) 85 km/h.

14. (ENEM) As bicicletas possuem uma corrente que liga uma coroa dentada dianteira, movimentada
pelos pedais, a uma coroa localizada no eixo da roda traseira, como mostra a figura A.

O número de voltas dadas pela roda traseira a cada pedalada depende do tamanho relativo destas
coroas.
Quando se dá uma pedalada na bicicleta da figura B (isto é, quando a coroa acionada pelos pedais
dá uma volta completa), qual é a distância aproximada percorrida pela bicicleta, sabendo-se que o
comprimento de um círculo de raio R é igual a 2pR, onde p ≈ 3?
a) 1,2 m.
b) 2,4 m.
c) 7,2 m.
d) 14,4 m.
e) 48,0 m.

15. (ENEM) Um garoto foi à loja comprar um estilingue e encontrou dois modelos: um com borracha
mais “dura” e outro com borracha mais “mole”. O garoto concluiu que o mais adequado seria o que
proporcionasse maior alcance horizontal, D, para as mesmas condições de arremesso, quando sub-
metidos à mesma força aplicada. Sabe-se que a constante elástica kd (do estilingue mais “duro”) é
o dobro da constante elástica km (do estilingue mais “mole”).
D
A razão entre os alcances ___d , referentes aos estilingues com borrachas “dura” e “mole”, respecti-
Dm
vamente, é igual a:
1.
a) __
4
b) 1.
__
2
c) 1.
d) 2.
e) 4.

174
16. (ENEM) Uma análise criteriosa do de- d) o interior do forno reflete as micro-ondas e
sempenho de Usain Bolt na quebra do as concentra.
recorde mundial dos 100 metros rasos e) a modulação das ondas no forno é maior do
mostrou que, apesar de ser o último dos que no telefone.
corredores a reagir ao tiro e iniciar a
corrida, seus primeiros 30 metros foram 18. (ENEM) Os carrinhos de brinquedo podem
ser de vários tipos. Dentre eles, há os movi-
os mais velozes já feitos em um recorde
dos a corda, em que uma mola em seu inte-
mundial, cruzando essa marca em 3,78 rior é comprimida quando a criança puxa o
segundos. Até se colocar com o corpo carrinho para trás. Ao ser solto, o carrinho
reto, foram 13 passadas, mostrando sua entra em movimento enquanto a mola volta
potência durante a aceleração, o mo- à sua forma inicial.
mento mais importante da corrida. Ao O processo de conversão de energia que ocor-
final desse percurso, Bolt havia atingido re no carrinho descrito também é verificado
a velocidade máxima de 12 m/s. em:
Disponível em: http://esporte.uol.com. a) um dínamo.
br. Acesso em: 5 ago. 2012 (adaptado) b) um freio de automóvel.
c) um motor a combustão.
Supondo que a massa desse corredor seja
d) uma usina hidroelétrica.
igual a 90 kg, o trabalho total realizado nas
e) uma atiradeira (estilingue).
13 primeiras passadas é mais próximo de:
a) 5,4 · 102 J.
b) 6,5 · 103 J. 19. (ENEM) A usina termelétrica a carvão é um
c) 8,6 · 103 J. dos tipos de unidades geradoras de energia
d) 1,3 · 104 J. elétrica no Brasil. Essas usinas transformam
e) 3,2 · 104 J. a energia contida no combustível (carvão
mineral) em energia elétrica.
Em que sequência ocorrem os processos para
17. (ENEM) Os fornos domésticos de micro-on-
realizar essa transformação?
das trabalham com uma frequência de ondas
a) A usina transforma diretamente toda a ener-
eletromagnéticas que atuam fazendo rota-
gia química contida no carvão em energia
cionar as moléculas de água, gordura e açú-
elétrica, usando reações de fissão em uma
car e, consequentemente, fazendo com que
célula combustível.
os alimentos sejam aquecidos. Os telefones
b) A usina queima o carvão, produzindo ener-
sem fio também usam ondas eletromagné-
gia térmica, que é transformada em energia
ticas na transmissão do sinal. As especifi-
elétrica por dispositivos denominados trans-
cações técnicas desses aparelhos são infor-
formadores.
madas nos quadros 1 e 2, retirados de seus
c) A queima do carvão produz energia térmica,
manuais.
que é usada para transformar água em vapor.
A energia contida no vapor é transformada
Quadro 1 – Especificações técnicas do telefone
em energia mecânica na turbina e, então,
Frequência de operação 2409,60 MHz a 2420,70 MHz transformada em energia elétrica no gera-
Modulação FM dor.
Frequência 60 Hz d) A queima do carvão produz energia térmica,
Potência máxima 1,35 W que é transformada em energia potencial na
torre da usina. Essa energia é então trans-
Quadro 2 – Especificações técnicas do forno de formada em energia elétrica nas células ele-
micro-ondas trolíticas.
Capacidade 31 litros e) A queima do carvão produz energia térmica,
Frequência 60 Hz que é usada para aquecer água, transfor-
Potência de saída 1 000 W mando-se novamente em energia química,
quando a água é decomposta em hidrogênio
Frequência do micro-ondas 2450 MHz
e oxigênio, gerando energia elétrica.
O motivo de a radiação do telefone não aque-
cer como a do micro-ondas é que: 20. (ENEM) Um automóvel, em movimento uni-
a) o ambiente no qual o telefone funciona é forme, anda por uma estrada plana, quan-
aberto. do começa a descer uma ladeira, na qual o
b) a frequência de alimentação é 60 Hz para os motorista faz com que o carro se mantenha
dois aparelhos. sempre com velocidade escalar constante.
c) a potência do telefone sem fio é menor que Durante a descida, o que ocorre com as ener-
a do forno. gias potencial, cinética e mecânica do carro?

175
a) A energia mecânica mantém-se constante, já Em relação ao processo secundário de apro-
que a velocidade escalar não varia e, portan- veitamento de energia ilustrado na figura, a
to, a energia cinética é constante. perda global de energia é reduzida por meio
b) A energia cinética aumenta, pois a energia da transformação de energia:
potencial gravitacional diminui e quando a) térmica em mecânica.
uma se reduz, a outra cresce. b) mecânica em térmica.
c) A energia potencial gravitacional mantém- c) química em térmica.
-se constante, já que há apenas forças con- d) química em mecânica.
servativas agindo sobre o carro. e) elétrica em luminosa.
d) A energia mecânica diminui, pois a energia
cinética se mantém constante, mas a ener- 23. (ENEM) É possível, com 1 litro de gasoli-
gia potencial gravitacional diminui. na, usando todo o calor produzido por sua
e) A energia cinética mantém-se constante, já combustão direta, aquecer 200 litros de água
que não há trabalho realizado sobre o carro. de 20°C a 55°C. Pode-se efetuar esse mesmo
aquecimento por um gerador de eletricida-
de, que consome 1 litro de gasolina por hora
21. (ENEM) Com o objetivo de se testar a efici-
ência de fornos de micro-ondas, planejou-se o e fornece 110 V a um resistor de 11 Ω, imer-
aquecimento em 10°C de amostras de diferen- so na água, durante um certo intervalo de
tes substâncias, cada uma com determinada tempo. Todo o calor liberado pelo resistor é
massa, em cinco fornos de marcas distintas. transferido à água.
Nesse teste, cada forno operou à potência má- Considerando que o calor específico da água
xima. é igual a 4,19 J ∙ g–1 ∙°C–1, aproximadamen-
O forno mais eficiente foi aquele que: te qual a quantidade de gasolina consumida
a) forneceu a maior quantidade de energia às para o aquecimento de água obtido pelo ge-
amostras. rador, quando comparado ao obtido a partir
b) cedeu energia à amostra de maior massa em da combustão?
mais tempo. a) A quantidade de gasolina consumida é igual
c) forneceu a maior quantidade de energia em para os dois casos.
menos tempo. b) A quantidade de gasolina consumida pelo
d) cedeu energia à amostra de menor calor es- gerador é duas vezes maior que a consumida
pecífico mais lentamente. na combustão.
e) forneceu a menor quantidade de energia às c) A quantidade de gasolina consumida pelo
amostras em menos tempo. gerador é duas vezes menor que a consumi-
da na combustão.
22. (ENEM) No nosso dia a dia, deparamo-nos d) A quantidade de gasolina consumida pelo
com muitas tarefas pequenas e problemas gerador é sete vezes maior que a consumida
que demandam pouca energia para serem na combustão.
resolvidos e, por isso, não consideramos a e) A quantidade de gasolina consumida pelo
eficiência energética de nossas ações. No gerador é sete vezes menor que a consumida
global, isso significa desperdiçar muito calor na combustão.
que poderia ainda ser usado como fonte de
energia para outros processos. Em ambien-
tes industriais, esse reaproveitamento é fei- 24. (ENEM) A eficiência de um processo de con-
to por um processo chamado de cogeração. A versão de energia é definida como a razão
figura a seguir ilustra um exemplo de coge- entre a produção de energia ou trabalho útil
e o total de entrada de energia no processo.
ração na produção de energia elétrica.
A figura mostra um processo com diversas
etapas. Nesse caso, a eficiência geral será
igual ao produto das eficiências das etapas
individuais. A entrada de energia que não
se transforma em trabalho útil é perdida sob
formas não utilizáveis (como resíduos de ca-
lor).

176
Aumentar a eficiência dos processos de conversão de energia implica economizar recursos e com-
bustíveis. Das propostas seguintes, qual resultará em maior aumento da eficiência geral do pro-
cesso?
a) Aumentar a quantidade de combustível para queima na usina de força.
b) Utilizar lâmpadas incandescentes, que geram pouco calor e muita luminosidade.
c) Manter o menor número possível de aparelhos elétricos em funcionamento nas moradias.
d) Utilizar cabos com menor diâmetro nas linhas de transmissão a fim de economizar o material condutor.
e) Utilizar materiais com melhores propriedades condutoras nas linhas de transmissão e lâmpadas fluo-
rescentes nas moradias.

25. (ENEM) Na avaliação da eficiência de usinas quanto à produção e aos impactos ambientais, utili-
zam-se vários critérios, tais como: razão entre produção efetiva anual de energia elétrica e potên-
cia instalada ou razão entre potência instalada e área inundada pelo reservatório. No quadro se-
guinte, esses parâmetros são aplicados às duas maiores hidrelétricas do mundo: Itaipu, no Brasil,
e Três Gargantas, na China.
Parâmetros Itaipu Três Gargantas
Potência instalada 12.600 MW 18.200 MW
Produção efetiva 93 bilhões 84 bilhões de
de energia elétrica de kWh/ano kWh/ano
Área inundada
1.400 km2 1.000 km2
pelo reservatório
Internet: <www.itaipu.gov.br>.

Com base nessas informações, avalie as afirmativas que se seguem.


I. A energia elétrica gerada anualmente e a capacidade nominal máxima de geração da hidrelé-
trica de Itaipu são maiores que as da hidrelétrica de Três Gargantas.
II. Itaipu é mais eficiente que Três Gargantas no uso da potência instalada na produção de energia
elétrica.
III.A razão entre potência instalada e área inundada pelo reservatório é mais favorável na hidre-
létrica Três Gargantas do que em Itaipu.
É correto apenas o que se afirma em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e III.
e) II e III.

26. (ENEM) Podemos estimar o consumo de energia elétrica de uma casa considerando as principais
fontes desse consumo. Pense na situação em que apenas os aparelhos que constam da tabela a
seguir fossem utilizados diariamente da mesma forma.
A tabela fornece a potência e o tempo efetivo de uso diário de cada aparelho doméstico.

177
Tempo de uso 28. (ENEM) Os números e cifras envolvidos,
Aparelho Potência quando lidamos com dados sobre produção e
diário (horas)
Ar-condicionado 1,5 8 consumo de energia em nosso país, são sem-
Chuveiro elétrico 3,3 1/3
pre muito grandes. Apenas no setor residen-
cial, em um único dia, o consumo de energia
Freezer 0,2 10
elétrica é da ordem de 200 mil MWh. Para
Geladeira 0,35 10
avaliar esse consumo, imagine uma situação
Lâmpadas 0,1 6 em que o Brasil não dispusesse de hidrelé-
Supondo que o mês tenha 30 dias e que o tricas e tivesse de depender somente de ter-
custo de 1 kWh é R$ 0,40, o consumo de moelétricas, onde cada kg de carvão, ao ser
energia elétrica mensal dessa casa, é de queimado, permite obter uma quantidade de
aproximadamente: energia da ordem de 10 kWh. Considerando
a) R$ 135. que um caminhão transporta, em média, 10
b) R$ 165. toneladas de carvão, a quantidade de cami-
c) R$ 190.
nhões de carvão necessária para abastecer as
d) R$ 210.
termoelétricas, a cada dia, seria da ordem de:
e) R$ 230.
a) 20.
b) 200.
27. (ENEM) Na comparação entre diferentes
c) 1.000.
processos de geração de energia, devem ser
considerados aspectos econômicos, sociais e d) 2.000.
ambientais. Um fator economicamente re- e) 10.000.
levante nessa comparação é a eficiência do
processo. Eis um exemplo: a utilização do gás 29. (ENEM) Entre as inúmeras recomendações
natural como fonte de aquecimento pode ser dadas para a economia de energia elétrica
feita pela simples queima num fogão (uso em uma residência, destacamos as seguin-
direto), ou pela produção de eletricidade tes:
em uma termoelétrica e uso de aquecimen- § Substitua lâmpadas incandescentes por
to elétrico (uso indireto). Os rendimentos fluorescentes compactas.
correspondentes a cada etapa de dois desses § Evite usar o chuveiro elétrico com a chave
processos estão indicados entre parênteses na posição “inverno” ou “quente”.
no esquema. § Acumule uma quantidade de roupa para
ser passada a ferro elétrico de uma só vez.
§ Evite o uso de tomadas múltiplas para
ligar vários aparelhos simultaneamente.
§ Utilize, na instalação elétrica, fios de diâ-
metros recomendados às suas finalidades.
A característica comum a todas essas reco-
mendações é a proposta de economizar ener-
gia através da tentativa de, no dia, reduzir:
a) a potência dos aparelhos e dispositivos elé-
tricos.
b) o tempo de utilização dos aparelhos e dispo-
Na comparação das eficiências, em termos sitivos.
globais, entre esses dois processos (direto e c) o consumo de energia elétrica convertida em
indireto), verifica-se que: energia térmica.
a) a menor eficiência de P2 deve-se, sobretudo, d) o consumo de energia térmica convertida em
ao baixo rendimento da termoelétrica. energia elétrica.
b) a menor eficiência de P2 deve-se, sobretudo, e) o consumo de energia elétrica através de
ao baixo rendimento na distribuição.
correntes de fuga.
c) a maior eficiência de P2 deve-se ao alto ren-
dimento do aquecedor elétrico.
d) a menor eficiência de P1 deve-se, sobretudo, 30. (ENEM) O consumo total de energia nas re-
ao baixo rendimento da fornalha. sidências brasileiras envolve diversas fon-
e) a menor eficiência de P1 deve-se, sobretudo, tes, como eletricidade, gás de cozinha, lenha
ao alto rendimento de sua distribuição. etc. O gráfico mostra a evolução do consumo
de energia elétrica residencial, comparada
com o consumo total de energia residencial,
de 1970 a 1995.

178
*tep = toneladas equivalentes de petróleo
Fonte: valores calculados através dos dados
obtidos de: http://infoener.iee.usp.br/1999.

Verifica-se que a participação percentual da


energia elétrica no total de energia gasto nas
residências brasileiras cresceu entre 1970 e
1995, passando, aproximadamente, de:
a) 10% para 40%.
b) 10% para 60%.
c) 20% para 60%.
d) 25% para 35%.
e) 40% para 80%.

GABARITO
1. D 2. B 3. B 4. A 5. C
6. D 7. C 8. D 9. D 10. B
11. E 12. D 13. B 14. C 15. B
16. B 17. C 18. E 19. C 20. D
21. C 22. A 23. D 24. E 25. E
26. E 27. A 28. D 29. C 30. B

179
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 3 e 4

Competências 1, 2, 5 e 6
Habilidades 2, 6, 17 e 20

BREVIÁRIO

DINÂMICA

Lei da inércia
A primeira lei de Newton do movimento foi enunciada como:
Todo corpo em estado de repouso ou de movimento retilíneo uniforme permanece nesse estado até que seja
forçado a mudar seu estado por forças impressas sobre ele.

Segunda lei de Newton ou


princípio fundamental da dinâmica
Princípio fundamental da dinâmica

A aceleração de um corpo é diretamente proporcional à força resultante que atua sobre ele, inversamente propor-
cional à sua massa e tem a mesma direção e o mesmo sentido da força resultante.

A segunda lei de Newton é expressa pela relação:

FR = m · a
FR: força resultante que atua sobre o corpo;
m: massa do corpo;
a: aceleração do corpo.

A unidade de força no SI é o newton (N). O valor de 1 N corresponde à força necessária para acelerar uma
massa de 1 kg a 1 m/s2.

181
A terceira lei de Newton
Para toda ação existe uma reação igual e oposta, ou as ações mútuas de dois corpos, um sobre o outro, são iguais
e dirigidas a partes opostas. __› __›
Se um corpo A exerce uma força F 1 sobre um corpo B, uma força F 2 será exercida de B sobre A, de modo que:

__› __›
§ F__1 e F__2 têm a mesma direção;
› ›
§ F__1 e F__2 têm sentidos opostos;
› ›
§ F 1 e F 2 têm o mesmo módulo.

Equilíbrio

1° tipo: equilíbrio estático


v = o ⇒ equilíbrio estático (repouso)

2° tipo: equilíbrio dinâmico


v = constante ≠ o ⇒ equilíbrio dinâmico (MRU)

PESO DE UM CORPO

___› ___›
P =m⋅g

Força normal

182
Força de contato

Lembre-se que FAB = FBA.

FORÇA DE ATRITO CINÉTICO

___›
No exemplo da figura, a força de atrito (F A) é denominada força de atrito cinético ou força de atrito dinâ-
mico. O módulo dessa força, determinado experimentalmente, é dado por:

FA = μC ⋅ FN

onde μC é um coeficiente denominado coeficiente de atrito cinético (ou dinâmico) e FN é a intensidade


da força normal exercida sobre o corpo pela superfície.

Força de atrito estático


FA, máx = μe ⋅ FN

FN é a intensidade da força normal sobre o bloco, e μe é uma constante adimensional, denominada coeficiente
de atrito estático.

Força elástica
A diferença (x) entre L e L0 é chamada deformação da mola.

x = L0 – L

Experimentalmente, determinou-se __› que, se a deformação x for pequena em comparação com o comprimen-
to natural da mola L0, a intensidade de F é linearmente proporcional a x, isto é:

F=k⋅x

onde k é uma constante de proporcionalidade chamada de constante elástica da mola. O valor de k é específico
para cada mola. A expressão acima é denominada lei de Hooke.

183
Força resultante centrípeta
Na figura, está ilustrado o movimento de uma partícula, de massa m, em uma trajetória circular de raio R.

O módulo da força resultante (resultante centrípeta) também é constante:

v
Fc = m · __
2

R
___›
Aceleração centrípeta (a c):

v
ac = __
2

Sabendo que a velocidade angular v é relacionada com a velocidade escalar e o raio da trajetória por
v = vR, a aceleração centrípeta pode ser expressa em função de v:

(vR)2
v2 = _____
ac = __
R R

Lei da gravitação universal


Existe uma força de atração entre duas partículas de massa m1 e m2, cuja intensidade F é diretamente proporcional
ao produto das massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância R entre elas.

m1 · m2
F = G · ______
R2

A constante de proporcionalidade G é chamada constante gravitacional universal, e é determinada experi-


mentalmente. Seu valor no SI é G = 6,673 · 10-11.

184
PRIMEIRA LEI DE KEPLER

Os planetas movem-se em trajetória elíptica, com o Sol na posição em um dos focos da elipse.

O periélio é o ponto da órbita (trajetória) que está mais próximo do Sol, e o afélio é o ponto que está mais
afastado (figura acima).

Segunda lei de Kepler

A linha que liga o Sol a um planeta varre áreas iguais em intervalos de tempo iguais.

Terceira lei de Kepler

R3 = constante
__
T2

Densidade
m
d = __
V

185
Pressão

LEI DE STEVIN

pC = pB + d · g · h

Empuxo

Um corpo que esteja total ou parcialmente submerso num fluido em equilíbrio (e sob a ação da gravidade) recebe
a ação de uma força vertical para cima, ou seja, de sentido oposto ao da gravidade. Essa força é o que chamamos
de empuxo.

O empuxo exercido por um fluido sobre um corpo que está total ou parcialmente submerso neste fluido tem mó-
dulo igual ao módulo do peso do fluido deslocado pelo corpo.

PC = dcVg

E = dfVg

186
Teoria na prática
O ônibus espacial Atlantis foi lançado ao espaço com cinco astronautas a bordo e uma câmera nova, que
iria substituir uma outra danificada por um curto-circuito no telescópio Hubble. Depois de entrarem em órbita a
560 km de altura, os astronautas se aproximaram do Hubble. Dois astronautas saíram da Atlantis e se dirigiram
ao telescópio.
Ao abrir a porta de acesso, um deles exclamou: “Esse telescópio tem a massa grande, mas o peso é pequeno.”

Considerando o texto e as leis de Kepler, pode-se afirmar que a frase dita pelo astronauta
a) se justifica porque o tamanho do telescópio determina a sua massa, enquanto seu pequeno peso decorre
da falta de ação da aceleração da gravidade.
b) se justifica ao verificar que a inércia do telescópio é grande comparada à dele próprio, e que o peso do
telescópio é pequeno porque a atração gravitacional criada por sua massa era pequena.
c) não se justifica, porque a avaliação da massa e do peso de objetos em órbita tem por base as leis de
Kepler, que não se aplicam a satélites artificiais.
d) não se justifica, porque a força-peso é a força exercida pela gravidade terrestre, neste caso, sobre o teles-
cópio e é a responsável por manter o próprio telescópio em órbita.
e) não se justifica, pois a ação da força-peso implica a ação de uma força de reação contrária, que não existe
naquele ambiente. A massa do telescópio poderia ser avaliada simplesmente pelo seu volume.

Resolução:

De fato, as leis de Kepler não justificam a afirmação do astronauta porque elas versam sobre forma da órbita,
período da órbita e área varrida na órbita. Essa afirmação explica-se pelo Princípio Fundamental da Dinâmica,
pois o que está em questão são a massa e o peso do telescópio. Como o astronauta e o telescópio estão em
órbita, estão sujeitos apenas à força peso, e, consequentemente, à mesma aceleração (centrípeta), que é a da
gravidade local, tendo peso APARENTE nulo.

R=P⇒ma=mg⇒a=g

É pelo mesmo motivo que os objetos flutuam dentro de uma nave. Em Física, diz-se nesse caso que os corpos
estão em estado de imponderabilidade.
Apenas para complementar: considerando R = 6.400 km o raio da Terra, à altura h = 540 km, o raio da órbita
do telescópio é r = R + h = 6.400 + 540 = 6.940 km. De acordo com a lei de Newton da gravitação, a inten-
6.400 2 =
R 2, sendo g = 10 m/s2. Assim, g = 10 _____
sidade do campo gravitacional num ponto da órbita é g = g0 __r 0 6.940
8,5 m/s2. Ou seja, o peso REAL do telescópio na órbita é 85% do seu peso na superfície terrestre.

Alternativa D

187
APLICAÇÃO DOS 3. (ENEM) O Brasil pode se transformar no pri-
meiro país das Américas a entrar no seleto

CONHECIMENTOS - SALA grupo das nações que dispõem de trens-bala.


O Ministério dos Transportes prevê o lança-
mento do edital de licitação internacional
1. (ENEM) Durante uma obra em um clube, um para a construção da ferrovia de alta veloci-
grupo de trabalhadores teve de remover uma dade Rio-São Paulo. A viagem ligará os 403
escultura de ferro maciço colocada no fundo quilômetros entre a Central do Brasil, no
de uma piscina vazia. Cinco trabalhadores Rio, e a Estação da Luz, no centro da capital
amarraram cordas à escultura e tentaram
paulista, em uma hora e 25 minutos.
puxá-la para cima, sem sucesso.
Disponível em: http://oglobo.globo.com.
Se a piscina for preenchida com água, ficará Acesso em: 14 jul. 2009.
mais fácil para os trabalhadores removerem
a escultura, pois a: Devido à alta velocidade, um dos problemas a
a) escultura flutuará. Dessa forma, os homens ser enfrentado na escolha do trajeto que será
não precisarão fazer força para remover a es-
percorrido pelo trem é o dimensionamento
cultura do fundo.
das curvas. Considerando-se que uma acele-
b) escultura ficará com peso menor. Dessa for-
ma, a intensidade da força necessária para ração lateral confortável para os passageiros
elevar a escultura será menor. e segura para o trem seja de 0,1 g, em que
c) água exercerá uma força na escultura pro- g é a aceleração da gravidade (considerada
porcional a sua massa, e para cima. Esta for- igual a 10 m/s2), e que a velocidade do trem
ça se somará à força que os trabalhadores se mantenha constante em todo o percurso,
fazem para anular a ação da força peso da seria correto prever que as curvas existentes
escultura. no trajeto deveriam ter raio de curvatura mí-
d) água exercerá uma força na escultura para nimo de, aproximadamente:
baixo, e esta passará a receber uma força a) 80 m.
ascendente do piso da piscina. Esta força b) 430 m.
ajudará a anular a ação da força peso na es- c) 800 m.
cultura.
d) 1.600 m.
e) água exercerá uma força na escultura pro-
porcional ao seu volume, e para cima. Esta e) 6.400 m.
força se somará à força que os trabalhadores
fazem, podendo resultar em uma força as- 4. (ENEM) A característica que permite identi-
cendente maior que o peso da escultura. ficar um planeta no céu é o seu movimento
relativo às estrelas fixas. Se observarmos a
2. (ENEM) Observações astronômicas indicam posição de um planeta por vários dias, verifi-
que no centro de nossa galáxia, a Via Láctea, caremos que sua posição em relação às estre-
provavelmente exista um buraco negro cuja las fixas se modifica regularmente. A figura
massa é igual a milhares de vezes a massa destaca o movimento de Marte observado em
do Sol. Uma técnica simples para estimar a intervalos de 10 dias, registrado da Terra.
massa desse buraco negro consiste em obser-
var algum objeto que orbite ao seu redor e
medir o período de uma rotação completa, T,
bem como o raio médio, R, da órbita do ob-
jeto, que supostamente se desloca, com boa
aproximação, em movimento circular uni-
forme. Nessa situação, considere que a força
resultante, devido ao movimento circular, é
igual, em magnitude, à força gravitacional
que o buraco negro exerce sobre o objeto.
A partir do conhecimento do período de
rotação, da distância média e da constante
gravitacional, G, a massa do buraco negro é: Qual a causa da forma da trajetória do plane-
ta Marte registrada na figura?
4p2R2.
a) _____ a) A maior velocidade orbital da Terra faz com
GT2
p que, em certas épocas, ela ultrapasse Marte.
b) R 2 .
2 3
____
2GT b) A presença de outras estrelas faz com que
2p2R3. sua trajetória seja desviada por meio da
c) _____
GT2 atração gravitacional.
4p2R3.
d) _____ c) A órbita de Marte, em torno do Sol, possui
GT2 uma forma elíptica mais acentuada que a
p2R5.
e) ____ dos demais planetas.
GT2
188
d) A atração gravitacional entre a Terra e Marte b)
faz com que este planeta apresente uma ór-
bita irregular em torno do Sol.
e) A proximidade de Marte com Júpiter, em al-
gumas épocas do ano, faz com que a atra-
ção gravitacional de Júpiter interfira em seu
movimento.

5. (ENEM) A Lei da Gravitação Universal, de


Isaac Newton, estabelece a intensidade da
força de atração entre duas massas. Ela é re-
presentada pela expressão:
m1m2
F = G _____
d2
onde m1 e m2 correspondem às massas dos
corpos, d à distância entre eles, G à constan-
te universal da gravitação e F à força que um
c)
corpo exerce sobre o outro.
O esquema representa as trajetórias circula-
res de cinco satélites, de mesma massa, or-
bitando a Terra.

d)

e)

Qual gráfico expressa as intensidades das


forças que a Terra exerce sobre cada satélite
em função do tempo?
a)

RAIO X
1. Com a piscina cheia, a água exercerá na es-
cultura uma força vertical, para cima, cha-
mada empuxo, cuja intensidade é igual ao
peso do volume de água deslocado pela es-
cultura. Matematicamente, o empuxo é dado
por: E = dlíquido Vimerso g.
Essa força vertical se somará à força exercida
pelos trabalhadores, facilitando a retirada
da escultura.

189
2. A força gravitacional age como resultante centrípeta. Seja M a massa do buraco negro e m massa
do objeto orbitante. Combinando a lei de Newton da gravitação com a expressão da velocidade para
o movimento circular uniforme, vem:

∆S ⇒ v = ____
v = ___ 2pR
∆t T
(
2πR
R ____
) 4π R
2 3
⇒ M = __ 2
= R/G 4π2R2/T2 ⇒ M = _____
GM m = _____
______ m v ⇒ M = __
2
Rv2 G T GT2
R2 R G

3. Quanto se tem pela frente uma questão teste 5. A intensidade da força de atração gravita-
em que se deve chegar a um valor numérico, cional é inversamente proporcional ao qua-
é recomendável dar uma “olhadinha” nos drado da distância entre a Terra e o satélite.
valores que estão nas opções. Se a diferença Como as órbitas são circulares, a distância
entre eles é relativamente grande, pode-se para cada satélite é constante, sendo tam-
usar e abusar dos arredondamentos, como
bém constante a intensidade da força gravi-
será feito nesse teste.
Dados: ∆S = 403 km ≅ 400 km = 4 · 105 m; tacional sobre cada um. Como as massas são
∆t = 85 min = 5,1 · 103 s ≅ 5 · 103 s. iguais, o satélite mais distante sofre força de
menor intensidade.
A velocidade média (vm) do trem-bala é:
∆S = ______
4 · 105 = 80 m/s Assim: FA < FB < FC < FD < FE.
vm = ___
∆t 5 · 103
v2
A aceleração lateral (centrípeta - ac) é: ac = __
⇒ r = __ v2 = _______
802 ⇒ r = 6.400 m
ac 0,1(10)
r
GABARITO
4. Considerando órbitas circulares, a força gra-
vitacional age como resultante centrípeta. 1. E 2. D 3. E 4. A 5. B
Sendo m a massa do planeta, M a massa do
Sol e r o raio da órbita do planeta:
m v2 = ______
FRcent = Fgrav ⇒ _____ GMm⇒
r r2
G
v = ____M
r
Essa expressão final mostra que a veloci-
dade orbital é inversamente proporcional
à raiz quadrada do raio da órbita. Como a
Terra está mais próxima do Sol que Marte,
sua velocidade orbital e maior, possuindo,
em consequência, também maior velocidade
angular e menor período.

A figura mostra seis posições da Terra e as


seis correspondentes posições de Marte, bem
como a trajetória de Marte para um observa-
dor situado na Terra. Os intervalos de tempo
entre duas posições consecutivas são, aproxi-
madamente, iguais. Note que devido à maior
velocidade orbital da Terra, da posição 1 até
a 3, Marte parece avançar, de 3 a 5 ele parece
regredir, tornando a avançar de 5 a 6. Aliás,
esse fenômeno foi um dos grandes argumen-
tos para que o heliocentrismo de Copérnico
superasse o geocentrismo de Ptolomeu.

190
Prescrição: Diferenciar e analisar os diversos tipos de movimento que são estudados em uma das grandes
áreas de conhecimento da física, a mecânica. Também utilizar conceitos aprendidos na dinâmica newtoniana
a fim de descrever tais movimentos por meio de equações matemáticas, prevendo, assim, o comportamento,
ao longo de um determinado período de tempo, de certas grandezas físicas importantes para que o fenômeno
seja caracterizado.

PRÁTICA DOS CONHECIMENTOS - E.O.


1. (ENEM) Num sistema de freio convencional, as rodas do carro travam e os pneus derrapam no
solo, caso a força exercida sobre o pedal seja muito intensa. O sistema ABS evita o travamento das
rodas, mantendo a força de atrito no seu valor estático máximo, sem derrapagem. O coeficiente
de atrito estático da borracha em contato com o concreto vale me = 1,0 e o coeficiente de atrito
cinético para o mesmo par de materiais é mc = 0,75. Dois carros, com velocidades iniciais iguais a
108 km/h iniciam a frenagem numa estrada perfeitamente horizontal de concreto no mesmo
ponto. O carro 1 tem sistema ABS e utiliza a força de atrito estática máxima para a frenagem; já o
carro 2 trava as rodas, de maneira que a força de atrito efetiva é a cinética. Considere g = 10 m/s2.
As distâncias, medidas a partir do ponto em que iniciam a frenagem, que os carros 1 (d1) e 2 (d2)
percorrem até parar são, respectivamente:
a) d1 = 45 m e d2 = 60 m.
b) d1 = 60 m e d2 = 45 m.
c) d1 = 90 m e d2 = 120 m.
d) d1 = 5,8 · 102 m e d2 = 7,8 · 102 m.
e) d1 = 7,8 · 102 m e d2 = 5,8 · 102 m.

2. (ENEM) Para entender os movimentos dos corpos, Galileu discutiu o movimento de uma esfera de
metal em dois planos inclinados sem atritos e com a possibilidade de se alterarem os ângulos de
inclinação, conforme mostra a figura. Na descrição do experimento, quando a esfera de metal é
abandonada para descer um plano inclinado de um determinado nível, ela sempre atinge, no plano
ascendente, no máximo, um nível igual àquele em que foi abandonada.

Se o ângulo de inclinação do plano de subida for reduzido a zero, a esfera:


a) manterá sua velocidade constante, pois o impulso resultante sobre ela será nulo.
b) manterá sua velocidade constante, pois o impulso da descida continuará a empurrá-la.
c) diminuirá gradativamente a sua velocidade, pois não haverá mais impulso para empurrá-la.
d) diminuirá gradativamente a sua velocidade, pois o impulso resultante será contrário ao seu movimento.
e) aumentará gradativamente a sua velocidade, pois não haverá nenhum impulso contrário ao seu movi-
mento.

3. (ENEM) Em um dia sem vento, ao saltar de um avião, um paraquedista cai verticalmente até
atingir a velocidade limite. No instante em que o paraquedas é aberto (instante TA), ocorre a di-
minuição de sua velocidade de queda. Algum tempo após a abertura do paraquedas, ele passa a ter
velocidade de queda constante, que possibilita sua aterrissagem em segurança.
Que gráfico representa a força resultante sobre o paraquedista, durante o seu movimento de que-
da?

191
a) contraria a concepção aristotélica, que acre-
dita que a Terra é o centro do universo. Para
os aristotélicos, se a Terra gira do oeste para
o leste, coisas como nuvens e pássaros, que
não estão presas à Terra, pareceriam estar
sempre se movendo do leste para o oeste,
justamente como o Sol. Mas foi Galileu Ga-
lilei que, em 1632, baseando-se em experi-
ências, rebateu a crítica aristotélica, confir-
b) mando assim o sistema de Copérnico. Seu
argumento, adaptado para a nossa época, é
se uma pessoa, dentro de um vagão de trem
em repouso, solta uma bola, ela cai junto a
seus pés. Mas se o vagão estiver se movendo
com velocidade constante, a bola também cai
junto a seus pés. Isto porque a bola, enquan-
to cai, continua a compartilhar do movimen-
to do vagão.
c) O princípio físico usado por Galileu para re-
bater o argumento aristotélico foi:
a) a lei da inércia.
b) ação e reação.
c) a segunda lei de Newton.
d) a conservação da energia.
e) o princípio da equivalência.
d)
6. (ENEM) Durante uma faxina, a mãe pediu
que o filho a ajudasse, deslocando um móvel
para mudá-lo de lugar. Para escapar da tare-
fa, o filho disse ter aprendido na escola que
não poderia puxar o móvel, pois a Terceira
Lei de Newton define que se puxar o móvel,
o móvel o puxará igualmente de volta, e as-
e)
sim não conseguirá exercer uma força que
possa colocá-lo em movimento.
Qual argumento a mãe utilizará para apontar
o erro de interpretação do garoto?
a) A força de ação é aquela exercida pelo garoto.
b) A força resultante sobre o móvel é sempre
nula.
c) As forças que o chão exerce sobre o garoto se
4. (ENEM) Uma pessoa necessita da força de anulam.
atrito em seus pés para se deslocar sobre d) A força de ação é um pouco maior que a for-
ça de reação.
uma superfície. Logo, uma pessoa que sobe
e) O par de forças de ação e reação não atua em
uma rampa em linha reta será auxiliada pela
um mesmo corpo.
força de atrito exercida pelo chão em seus
pés.
7. (ENEM) O freio ABS é um sistema que evita
Em relação ao movimento dessa pessoa,
que as rodas de um automóvel sejam bloque-
quais são a direção e o sentido da força de
adas durante uma frenagem forte e entrem
atrito mencionada no texto?
em derrapagem. Testes demonstram que, a
a) Perpendicular ao plano e no mesmo sentido
partir de uma dada velocidade, a distância
do movimento.
de frenagem será menor se for evitado o blo-
b) Paralelo ao plano e no sentido contrário ao
queio das rodas.
movimento. O ganho na eficiência da frenagem na ausên-
c) Paralelo ao plano e no mesmo sentido do cia de bloqueio das rodas resulta do fato de:
movimento. a) o coeficiente de atrito estático tornar-se
d) Horizontal e no mesmo sentido do movimento. igual ao dinâmico momentos antes da der-
e) Vertical e sentido para cima. rapagem.
b) o coeficiente de atrito estático ser maior que
5. (ENEM) Em 1543, Nicolau Copérnico publi- o dinâmico, independentemente da superfí-
cou um livro revolucionário em que propu- cie de contato entre os pneus e o pavimento.
nha a Terra girando em torno do seu pró- c) o coeficiente de atrito estático ser menor
prio eixo e rodando em torno do Sol. Isso que o dinâmico, independentemente da

192
superfície de contato entre os pneus e o pa- uma série de palhetas, montadas sobre um
vimento. eixo, que seriam postas em movimento pela
d) a superfície de contato entre os pneus e o
agitação das partículas ao seu redor. Como o
pavimento ser maior com as rodas desblo-
queadas, independentemente do coeficiente movimento ocorreria igualmente em ambos
de atrito. os sentidos de rotação, o cientista concebeu
e) a superfície de contato entre os pneus e o um segundo elemento, um dente de engre-
pavimento ser maior com as rodas desblo- nagem assimétrico. Assim, em escala muito
queadas e o coeficiente de atrito estático ser
maior que o dinâmico. pequena, este tipo de motor poderia execu-
tar trabalho, por exemplo, puxando um pe-
8. (ENEM) Os freios ABS são uma importante queno peso para cima. O esquema, que já foi
medida de segurança no trânsito, os quais testado, é mostrado a seguir.
funcionam para impedir o travamento das
rodas do carro quando o sistema de freios
é acionado, liberando as rodas quando estão
no limiar do deslizamento. Quando as rodas
travam, a força de frenagem é governada
pelo atrito cinético.
As representações esquemáticas da força de
atrito fat entre os pneus e a pista, em função
da pressão p aplicada no pedal de freio, para
carros sem ABS e com ABS, respectivamente,
são:
a)

A explicação para a necessidade do uso da


engrenagem com trava é:
a) o travamento do motor, para que ele não se
b) solte aleatoriamente.
b) a seleção da velocidade, controlada pela
pressão nos dentes da engrenagem.
c) o controle do sentido da velocidade tangen-
cial, permitindo, inclusive, uma fácil leitura
c)
do seu valor.
d) a determinação do movimento, devido ao ca-
ráter aleatório, cuja tendência é o equilíbrio.
e) a escolha do ângulo a ser girado, sendo pos-
d) sível, inclusive, medi-lo pelo número de den-
tes da engrenagem.

10. (ENEM) Na preparação da madeira em uma


indústria de móveis, utiliza-se uma lixadeira
e) constituída de quatro grupos de polias, como
ilustra o esquema ao lado. Em cada grupo,
duas polias de tamanhos diferentes são in-
terligadas por uma correia provida de lixa.
Uma prancha de madeira é empurrada pelas
polias, no sentido A → B (como indicado no
9. (ENEM) Partículas suspensas em um fluido esquema), ao mesmo tempo em que um sis-
apresentam contínua movimentação aleató-
tema é acionado para frear seu movimento,
ria, chamado movimento browniano, causado
pelos choques das partículas que compõem o de modo que a velocidade da prancha seja
fluido. A ideia de um inventor era construir inferior à da lixa.

193
12. (ENEM) No manual de uma torneira elétrica
são fornecidas instruções básicas de insta-
lação para que o produto funcione correta-
mente:
§ Se a torneira for conectada à caixa-d’água
domiciliar, a pressão da água na entrada
da torneira deve ser no mínimo 18 kPa e
no máximo 38 kPa.
§ Para pressões da água entre 38 kPa e
75 kPa ou água proveniente diretamente
O equipamento anteriormente descrito fun- da rede pública, é necessário utilizar o
ciona com os grupos de polias girando da se- redutor de pressão que acompanha o pro-
guinte forma: duto.
a) 1 e 2 no sentido horário; 3 e 4 no sentido § Essa torneira elétrica pode ser instalada
anti-horário. em um prédio ou em uma casa.
b) 1 e 3 no sentido horário; 2 e 4 no sentido Considere a massa específica da água 1.000
anti-horário. kg/m3 e a aceleração da gravidade 10 m/s2
c) 1 e 2 no sentido anti-horário; 3 e 4 no sen-
tido horário.
d) 1 e 4 no sentido horário; 2 e 3 no sentido
anti-horário.
e) 1, 2, 3 e 4 no sentido anti-horário.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO


Considere os dados abaixo para resolver a(s)
questão(ões) quando for necessário.
Constantes físicas
Aceleração da gravidade: g = 10 m/s2
Densidade da água: r = 1,0 g/cm3 Para que a torneira funcione corretamente,
sem o uso do redutor de pressão, quais deve-
11. (ENEM) O Brasil pode se transformar no pri- rão ser a mínima e a máxima altura entre a
meiro país das Américas a entrar no seleto torneira e a caixa-d’água?
grupo das nações que dispõem de trens-bala. a) 1,8 m e 3,8 m.
O Ministério dos Transportes prevê o lança-
b) 1,8 m e 7,5 m.
mento do edital de licitação internacional
c) 3,8 m e 7,5 m.
para a construção da ferrovia de alta veloci-
d) 18 m e 38 m.
dade Rio-São Paulo. A viagem ligará os 403
quilômetros entre a Central do Brasil, no e) 18 m e 75 m.
Rio, e a Estação da Luz, no centro da capital
paulista, em uma hora e 25 minutos. 13. (ENEM) Os densímetros instalados nas
Disponível em: http://oglobo.globo. bombas de combustível permitem averiguar
com. Acesso em: 14 jul. 2009. se a quantidade de água presente no álco-
ol hidratado está dentro das especificações
Devido à alta velocidade, um dos problemas a
determinadas pela Agência Nacional do Pe-
ser enfrentado na escolha do trajeto que será
percorrido pelo trem é o dimensionamento tróleo (ANP). O volume máximo permitido
das curvas. Considerando-se que uma acele- de água no álcool é de 4,9%. A densidade da
ração lateral confortável para os passageiros água e do álcool anidro são de 1,00 g/cm3 e
e segura para o trem seja de 0,1 g, em que 0,80 g/cm3, respectivamente.
g é a aceleração da gravidade (considerada Disponível em: http://nxt.anp.gov.br.
igual a 10 m/s2), e que a velocidade do trem Acesso em: 5 dez. 2011 (adaptado).
se mantenha constante em todo o percurso,
A leitura no densímetro que corresponderia
seria correto prever que as curvas existentes
no trajeto deveriam ter raio de curvatura mí- à fração máxima permitida de água é mais
nimo de, aproximadamente: próxima de:
a) 80 m. a) 0,20 g/cm3.
b) 430 m. b) 0,81 g/cm3.
c) 800 m. c) 0,90 g/cm3.
d) 1.600 m. d) 0,99 g/cm3.
e) 6.400 m. e) 1,80 g/cm3.

194
14. (ENEM) Para realizar um experimento com Qual deve ser a força exercida pelo motor da
uma garrafa PET cheia de água, perfurou- bomba sobre o fluido, para que o cadeirante
-se a lateral da garrafa em três posições a seja elevado com velocidade constante?
diferentes alturas. Com a garrafa tampada, a) 20 N.
a água não vazou por nenhum dos orifícios, b) 100 N.
e, com a garrafa destampada, observou-se o c) 200 N.
escoamento da água, conforme ilustrado na d) 1000 N.
figura. e) 5000 N.

16. (ENEM) Um dos problemas ambientais vi-


venciados pela agricultura hoje em dia é a
compactação do solo, devida ao intenso trá-
fego de máquinas cada vez mais pesadas, re-
duzindo a produtividade das culturas.
Uma das formas de prevenir o problema de
compactação do solo é substituir os pneus
dos tratores por pneus mais:
a) largos, reduzindo a pressão sobre o solo.
b) estreitos, reduzindo a pressão sobre o solo.
c) largos, aumentando a pressão sobre o solo.
Como a pressão atmosférica interfere no es- d) estreitos, aumentando a pressão sobre o
coamento da água, nas situações com a gar- solo.
rafa tampada e destampada, respectivamen- e) altos, reduzindo a pressão sobre o solo.
te?
a) Impede a saída de água, por ser maior que
17. (ENEM) O manual que acompanha uma du-
a pressão interna; não muda a velocidade de
cha higiênica informa que a pressão mínima
escoamento, que só depende da pressão da
da água para o seu funcionamento apropria-
coluna de água.
do é de 20 kPa. A figura mostra a instalação
b) Impede a saída de água, por ser maior que a
hidráulica com a caixa-d‘água e o cano ao
pressão interna; altera a velocidade de esco-
qual deve ser conectada a ducha.
amento, que é proporcional à pressão atmos-
férica na altura do furo.
c) Impede a entrada de ar, por ser menor que a
pressão interna; altera a velocidade de esco-
amento, que é proporcional à pressão atmos-
férica na altura do furo.
d) Impede a saída de água, por ser maior que a
pressão interna; regula a velocidade de esco-
amento, que só depende da pressão atmosfé-
rica.
e) Impede a entrada de ar, por ser menor que
a pressão interna; não muda a velocidade de
escoamento, que só depende da pressão da
coluna de água.
O valor da pressão da água na ducha está as-
15. (ENEM) Para oferecer acessibilidade aos sociado à altura:
portadores de dificuldade de locomoção, é a) h1.
utilizado, em ônibus e automóveis, o ele- b) h2.
vador hidráulico. Nesse dispositivo é usada c) h3.
uma bomba elétrica, para forçar um fluido a d) h4.
passar de uma tubulação estreita para outra e) h5.
mais larga, e dessa forma acionar um pistão
que movimenta a plataforma. Considere um
18. (ENEM) Um consumidor desconfia que a
elevador hidráulico cuja área da cabeça do
balança do supermercado não está aferindo
pistão seja cinco vezes maior do que a área
corretamente a massa dos produtos. Ao che-
da tubulação que sai da bomba. Desprezando
gar a casa resolve conferir se a balança estava
o atrito e considerando uma aceleração gra-
descalibrada. Para isso, utiliza um recipien-
vitacional de 10 m/s2, deseja-se elevar uma
te provido de escala volumétrica, contendo
pessoa de 65 kg em uma cadeira de rodas de
1,0 litro d‘água. Ele coloca uma porção dos
15 kg sobre a plataforma de 20 kg.
legumes que comprou dentro do recipiente

195
e observa que a água atinge a marca de 1,5 de 0 N a 50 N e um cubo maciço e homo-
litro e também que a porção não ficara total- gêneo de 10 cm de aresta e 3 kg de massa.
mente submersa, com __ 1 de seu volume fora
Inicialmente, foi conferida a calibração do
3
d‘água. Para concluir o teste, o consumidor, dinamômetro, constatando-se a leitura de
com ajuda da internet, verifica que a densi- 30 N quando o cubo era preso ao dinamôme-
dade dos legumes, em questão, é a metade tro e suspenso no ar. Ao mergulhar o cubo na
da densidade da água, onde, ρágua = 1 g/cm3. água do lago, até que metade do seu volume
No supermercado a balança registrou a mas- ficasse submersa, foi registrada a leitura de
sa da porção de legumes igual a 0,500 kg 24 N no dinamômetro.
(meio quilograma).
Considerando que o método adotado tenha
boa precisão, o consumidor concluiu que a
balança estava descalibrada e deveria ter re-
gistrado a massa da porção de legumes igual a:
a) 0,073 kg.
b) 0,167 kg.
c) 0,250 kg.
d) 0,375 kg.
e) 0,750 kg.

19. (ENEM) Um tipo de vaso sanitário que vem Considerando que a aceleração da gravidade
substituindo as válvulas de descarga está local é de 10 m/s2, a densidade da água do
esquematizado na figura. Ao acionar a ala- lago, em g/cm3, é:
vanca, toda a água do tanque é escoada e a) 0,6.
aumenta o nível no vaso, até cobrir o sifão. b) 1,2.
De acordo com o Teorema de Stevin, quan- c) 1,5.
to maior a profundidade, maior a pressão. d) 2,4.
Assim, a água desce levando os rejeitos até e) 4,8.
o sistema de esgoto. A válvula da caixa de
descarga se fecha e ocorre o seu enchimento. 21. (Enem) Durante uma obra em um clube, um
Em relação às válvulas de descarga, esse tipo grupo de trabalhadores teve de remover uma
de sistema proporciona maior economia de
escultura de ferro maciço colocada no fundo
água.
de uma piscina vazia. Cinco trabalhadores
amarraram cordas à escultura e tentaram
puxá-la para cima, sem sucesso.
Se a piscina for preenchida com água, ficará
mais fácil para os trabalhadores removerem
a escultura, pois a:
a) escultura flutuará. Dessa forma, os homens
não precisarão fazer força para remover a es-
cultura do fundo.
b) escultura ficará com peso menor. Dessa for-
ma, a intensidade da força necessária para
elevar a escultura será menor.
c) água exercerá uma força na escultura pro-
porcional a sua massa, e para cima. Esta for-
A característica de funcionamento que ga- ça se somará à força que os trabalhadores
rante essa economia é devida: fazem para anular a ação da força peso da
a) à altura do sifão de água. escultura.
b) ao volume do tanque de água. d) água exercerá uma força na escultura para
c) à altura do nível de água no vaso. baixo, e esta passará a receber uma força
d) ao diâmetro do distribuidor de água. ascendente do piso da piscina. Esta força
e) à eficiência da válvula de enchimento do ajudará a anular a ação da força peso na es-
tanque. cultura.
e) água exercerá uma força na escultura pro-
20. (ENEM) Em um experimento realizado para porcional ao seu volume, e para cima. Esta
determinar a densidade da água de um lago, força se somará à força que os trabalhadores
foram utilizados alguns materiais conforme fazem, podendo resultar em uma força as-
ilustrado: um dinamômetro D com graduação cendente maior que o peso da escultura.

196
22. (ENEM) Um brinquedo chamado ludião Considere o processo descrito e a densidade
consiste em um pequeno frasco de vidro, do biodiesel igual a 900 kg/m3. A partir da
parcialmente preenchido com água, que é quantidade de pó de café jogada no lixo por
emborcado (virado com a boca para baixo) ano, a produção de biodiesel seria equiva-
dentro de uma garrafa PET cheia de água lente a:
e tampada. Nessa situação, o frasco fica na a) 1,08 bilhão de litros.
parte superior da garrafa, conforme mostra b) 1,20 bilhão de litros.
a figura 1. c) 1,33 bilhão de litros.
d) 8,00 bilhões de litros.
e) 8,80 bilhões de litros.

GABARITO
1. A 2. A 3. B 4. C 5. A
6. E 7. B 8. A 9. D 10. C
11. E 12. A 13. B 14. A 15. C
Quando a garrafa é pressionada, o frasco se
desloca para baixo, como mostrado na figura 2. 16. A 17. C 18. D 19. B 20. B
21. E 22. C 23. C

Ao apertar a garrafa, o movimento de desci-


da do frasco ocorre porque:
a) diminui a força para baixo que a água aplica
no frasco.
b) aumenta a pressão na parte pressionada da
garrafa.
c) aumenta a quantidade de água que fica den-
tro do frasco.
d) diminui a força de resistência da água sobre
o frasco.
e) diminui a pressão que a água aplica na base
do frasco.

23. (ENEM) O pó de café jogado no lixo caseiro


e, principalmente, as grandes quantidades
descartadas em bares e restaurantes poderão
transformar em uma nova opção de matéria
prima para a produção de biodiesel, segundo
estudo da Universidade de Nevada (EUA). No
mundo, são cerca de 8 bilhões de quilogra-
mas de pó de café jogados no lixo por ano.
O estudo mostra que o café descartado tem
15% de óleo, o qual pode ser convertido em
biodiesel pelo processo tradicional. Além de
reduzir significativamente emissões prejudi-
ciais, após a extração do óleo, o pó de café é
ideal como produto fertilizante para jardim.
Revista Ciência e Tecnologia no Brasil, nº 155, jan. 2009.

197
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 05 e 06

Competências 5 e 6
Habilidades 17, 18, 19, 21 e 23

BREVIÁRIO

CALORIMETRIA
A grandeza termodinâmica relacionada à energia cinética média de translação das moléculas é a temperatura.
Chamamos de calor a energia térmica em trânsito.
As relações de transferências de calor, tanto para o corpo que recebe quanto para o corpo que cede, podem
evidenciar relações de causa e consequência, nas quais, basicamente, isolamos três efeitos:
§ variação de temperatura;
§ mudança de estado físico;
§ dilatação térmica.
1. Se houver variação de temperatura: calor sensível;
2. Se houver mudança de estado físico: calor latente.

DIAGRAMA DE AQUECIMENTO

199
Capacidade térmica de um corpo (C)
Quanto maior a capacidade térmica de um corpo, maior a quantidade de calor necessária para aumentar sua tem-
peratura. Matematicamente:

Q
C = ___ [ Q = C · Du
Du

A unidade usual da capacidade térmica é cal/°C. No SI, é J/K.

Calor específico de uma substância (c)

A capacidade térmica (C) é proporcional à massa do corpo. Contudo, também depende do material de que é feito o
corpo. Desse modo, pode-se relacionar a capacidade térmica, a quantidade de água e um fator referente ao material.
O fator c, calor específico sensível, representa a inércia térmica de uma unidade de massa do material
de que é feito o corpo.

Q = C · Du

Q = m · c · Du

§ Se um corpo recebe calor (entrada de calor no corpo): Q terá valor positivo e a variação de temperatura será
positiva.
§ Se um corpo perde calor (saída de calor do corpo): Q terá valor negativo e a variação de temperatura será
negativa.

Sistema termicamente isolado


Quando colocamos corpos no calorímetro, eles trocam calor apenas entre si. Pelo princípio da conservação da ener-
gia, todo calor cedido por um dos corpos será absorvido por outro dentro do calorímetro. Dessa forma, a equação
de transferência de calor para os corpos no interior no calorímetro é dada por uma soma das quantidades de calor
igualada à zero, uma vez que toda a transferência de calor só ocorre entre os corpos em seu interior.

Qrecebido + Qcedido = 0

Ccalorímetro = E · cágua = 25 · 4 = 100 J/°C


200
POTÊNCIA
A definição de potência é dada pela razão entre a quantidade de calor transferido da fonte para o corpo ou de um
corpo para outro, pelo intervalo de tempo decorrido nesse processo. A relação matemática pode ser escrita como:

Q
P = ___
Dt

ESTADO FÍSICO DA MATÉRIA

A quantidade de calor (Q) por unidade de massa (m) necessária para efetuar a transição de fase de uma substância
é denominada de calor latente (L).

Q = mtransformada · L

O sinal de L está relacionado à absorção ou à liberação de calor pelo corpo:


L > 0, quando ocorre absorção de calor.
L < 0, quando ocorre liberação de calor.

Vaporização
A passagem do estado líquido para o estado gasoso de uma substância é denominada vaporização, e pode ocorrer
de três modos: ebulição, evaporação e calefação.
A ebulição é o processo de vaporização que acontece quando a substância atinge uma determinada tem-
peratura. Esse processo é turbulento.
A evaporação acontece em qualquer temperatura nos líquidos, no entanto, especificamente na sua su-
perfície livre. A água líquida, por exemplo, quando colocada em um prato, desaparece após determinado tempo,
ou seja, a água é vaporizada (transforma-se em vapor) e misturada aos outros gases da atmosfera.
A calefação é um processo rápido de vaporização e ocorre quando o aumento de temperatura é brusco.
Esse processo acontece, por exemplo, ao colocarmos pequenas quantidades de água em uma frigideira bem quen-
te. A vaporização da água, nesse caso, é bastante rápida, quase instantânea.

201
DIAGRAMA DE FASE
A fase ou estado físico de uma substância representa o estado de agregação de suas moléculas.
No estado sólido, as moléculas encontram-se tão agregadas que não têm a possibilidade de moverem-se
umas pelas outras.
No estado líquido, existe alguma mobilidade das moléculas, o que faz que uma substância nesse estado
não tenha um forma definida. Entretanto, a interação é suficiente para que as moléculas ocupem um volume bem
definido, sendo, como nos sólidos, difícil comprimi-las.
No estado gasoso, as substâncias não têm nem forma nem volume definido, ou seja, é relativamente fácil
comprimir um gás.

Comportamento da água
A água e o bismuto, ao passarem do estado líquido para o estado sólido, ao contrário das demais substâncias,
aumentam de volume.

202
Teoria na prática
A água apresenta propriedades físico-químicas que a coloca em posição de destaque como substância essen-
cial à vida. Dentre essas, destacam-se as propriedades térmicas biologicamente muito importantes, por exemplo,
o elevado valor de calor latente de vaporização. Esse calor latente refere-se à quantidade de calor que deve ser
adicionada a um líquido em seu ponto de ebulição, por unidade de massa, para convertê-lo em vapor na mesma
temperatura, que no caso da água é igual a 540 calorias por grama.
A propriedade físico-química mencionada no texto confere à água a capacidade de
a) servir como doador de elétrons no processo de fotossíntese.
b) funcionar como regulador térmico para os organismos vivos.
c) agir como solvente universal nos tecidos animais e vegetais.
d) transportar os íons de ferro e magnésio nos tecidos vegetais.
e) funcionar como mantenedora do metabolismo nos organismos vivos.

Resolução:

Devido ao alto calor específico da água, ela serve como regulador térmico para os seres vivos. Quando a
temperatura do organismo aumenta, ele elimina água na forma de suor. Essa água, ao evaporar, absorve calor
desse organismo, regulando sua temperatura. Cada 1 grama que se transforma em vapor absorve 540 cal.

Alternativa B

CONDUÇÃO TÉRMICA
A agitação das moléculas da extremidade é “transmitida” às moléculas vizinhas através da interação (força) que
existe entre elas e das múltiplas colisões que ocorrem entre os elétrons ligados “mais fracamente” aos átomos.

Por esse motivo, os materiais que apresentam elétrons externos (da última camada), ligados mais
fracamente aos átomos, são melhores condutores de calor: é o caso dos metais.
A madeira é um bom isolante térmico (ou um péssimo condutor). Por isso, é utilizada para
revestir os cabos dos talheres e panelas.
Outro exemplo de mau condutor é o gelo. Os esquimós constroem suas casas de gelo, os iglus, por esse
motivo. O gelo, por ser mau condutor, permite pouco a transferência de calor de seu interior para o exterior do iglu,
mesmo estando a temperaturas baixas.

Fluxo de calor na condução térmica (lei de Fourier)


Q
f = ___
Dt

203
O fluxo de calor (f) que atravessa a barra é diretamente proporcional à diferença de temperatura entre os extremos
(θ1 – θ2), à área de secção reta (A) e inversamente proporcional ao comprimento (L).

k · A ∙ (θ1 – θ2)
f = ____________
L

CONVECÇÃO
Convecção é o processo de transferência de calor por meio do deslocamento de matéria do fluido de um local para outro.
Essa movimentação da matéria é causada pela diferença de densidade criada pelo desequilíbrio térmico do
sistema.

IRRADIAÇÃO OU RADIAÇÃO
A energia térmica do Sol é transmitida para a Terra através de ondas eletromagnéticas. Essa transmissão é denomi-
nada radiação. Essa transferência é possível porque os campos elétricos e magnéticos podem existir em regiões
onde não há matéria (vácuo), ou seja, a energia radiante pode se propagar sem a necessidade de um meio material.
As radiações infravermelhas, quando atingem nossa pele, causam-nos a sensação de calor, por isso, recebem
o nome de radiação térmica.
Todo bom emissor de radiação também é um bom absorvedor. Além disso, os corpos com cores mais escuras
emitem e absorvem mais rapidamente a radiação.
Assim, os corpos escuros, quando expostos ao Sol, aquecem-se mais rapidamente, e quando anoitece,
resfriam-se também mais rapidamente.

DILATAÇÃO TÉRMICA
A temperatura de um corpo está diretamente relacionada à energia cinética das moléculas, isto é, com a agitação
das moléculas que formam o corpo. O aumento da agitação molecular causa o aumento de temperatura do corpo.
Em geral, esse processo provoca um aumento na distância média entre as moléculas, o que faz com que o
corpo sofra uma expansão (ou dilatação).
O efeito oposto também ocorre, ou seja, a diminuição da agitação das moléculas é acompanhada por uma
redução de temperatura e diminuição de volume (contração) do corpo.
Na figura abaixo, uma barra tem comprimento inicial L0 e temperatura inicial u0. Após o aumento de tempe-

204
ratura, seu comprimento passa a ser L e a sua temperatura u.
Chamando a variação de comprimento DL e a variação de temperatura Dθ:

DL = L – L0
Dθ = θ – θ0
A experiência mostra que a variação de comprimento DL e a variação de temperatura Dθ são relacionadas por:

DL = aL0 ⋅ Dθ

em que a é uma constante de proporcionalidade chamada de coeficiente de dilatação linear, cujo valor é
dependente do material.

L = L0(1 + a ⋅ Dθ)

Gráfico da dilatação linear


Observe na equação deduzida anteriormente, L = L0[1 + α ∙ (θ – θ0)], podemos representar graficamente o com-
primento final L em função da temperatura θ, isto é, uma função de L = L (θ).

L(θ) = L0[1 + α ∙ (θ – θ0)]

205
DILATAÇÃO SUPERFICIAL
Experimentalmente, temos que a variação da área DA é proporcional à área inicial, à variação de temperatura e a
um coeficiente que depende do material.

DA = A – A0

DA = b ∙ A0 ⋅ Dθ

b é chamado coeficiente de dilatação superficial, é uma característica que depende do material e relaciona-
-se matematicamente com o coeficiente de dilatação linear pela seguinte expressão:

b=2∙α

Combinando ambas as expressões para a dilatação superficial, podemos escrever:

A = A0[1 + b ∙ (θ – θ0)]

Um exemplo da dilatação superficial é a necessidade das juntas de dilatação em estruturas de concreto,


pontes, como suportando as forças de tensão que se originam da expansão superficial da ponte.

DILATAÇÃO VOLUMÉTRICA
Experimentalmente, temos que a variação do volume DV é proporcional ao volume inicial, à variação de tempera-
tura e a um coeficiente que depende do material.

DV = V – V0

DV = g ∙ V0 ⋅ Dθ

206
Coeficiente g é chamado coeficiente de dilatação volumétrico, é uma característica que depende do mate-
rial e relaciona-se matematicamente com o coeficiente de dilatação linear pela seguinte expressão:

g=3∙α

Combinando ambas as expressões para a dilatação volumétrica podemos escrever:

V = V0[1 + g ∙ (θ – θ0)]

DILATAÇÃO DOS LÍQUIDOS

Quando aquecemos um recipiente que contém um líquido, ambos dilatam. Erroneamente, algumas pessoas pen-
sam que o líquido que extravasou é a variação do mesmo. Na verdade, é uma parte da dilatação do líquido, pois
o frasco também expandiu, dessa forma foi capaz de comportar mais líquido. Chamaremos o líquido recolhido de
dilatação aparente do líquido. Matematicamente, temos:
DVlíquido = DVaparente + DVrecipiente

DILATAÇÃO ANÔMALA DA ÁGUA


A água tem um comportamento diferente que a maioria das substâncias. Em geral, quando a temperatura de uma
substância aumenta, seu volume também aumenta. Porém, não é isso que ocorre para a água.
Sob pressão normal, a experiência mostra que o volume da água diminui com o aumento de temperatura
entre 0 ºC e 4 ºC. E a partir de 4 ºC, o comportamento é semelhante ao das outras substâncias, isto é, o volume
aumenta com o aumento da temperatura.

207
Teoria na prática
A construção de grandes projetos hidroelétricos também deve ser analisada do ponto de vista do regime das águas
e de seu ciclo na região. Em relação ao ciclo da água, pode-se argumentar que a construção de grandes represas:
a) não causa impactos na região, uma vez que a quantidade total de água da Terra permanece constante.
b) não causa impactos na região, uma vez que a água que alimenta a represa prossegue depois rio abaixo
com a mesma vazão e velocidade.
c) aumenta a velocidade dos rios, acelerando o ciclo da água na região.
d) aumenta a evaporação na região da represa, acompanhada também por um aumento local da umidade
relativa do ar.
e) diminui a quantidade de água disponível para a realização do ciclo da água.

Resolução:

Como irá formar-se um lago, a superfície d’água terá uma área muito grande aumentando a captação de energia
do Sol. Portanto haverá maior evaporação e consequentemente um aumento da umidade relativa do ar.

Alternativa D

LEI GERAL DOS GASES - EQUAÇÃO DE CLAPEYRON


O físico francês Émile Clapeyron (1799-1864), em 1834, após estudar diversos gases com quantidades de massa
diferentes, descobriu que a constante da equação abaixo não é proporcional à massa do gás, mas depende do
número de moléculas do gás.

pV = nRT

O valor de R, determinado experimentalmente, vale:


atm ⋅ L = 8,31 ______
R = 0,082 ______ Pa ⋅ m³
mol ⋅ K mol ⋅ K
J ≅ 2,0 ______
R = 8,31 ______ cal
mol ⋅ K mol ⋅ K

Considerando o número de mol de um gás constante, ou seja, um sistema isolado, a transformação do gás
de um estado A para um estado B é relacionada pela seguinte equação:

pA ⋅ VA p______
_____ ⋅V
= B B
TA TB

Transformação isotérmica
Durante a transformação do gás de um estado para outro, se a temperatura permanecer constante, a transformação
é chamada de isotérmica.

p1V1 = p2V2

208
T2 > T1
T1

Transformação isobárica
Durante a transformação do gás de um estado para outro, se a pressão permanecer constante, a transformação é
chamada de isobárica.

V1 __
__ V
= 2
T1 T2

Transformação isocórica
Durante a transformação do gás de um estado para outro, se o volume permanecer constante, a transformação é
chamada de isocórica, isométrica ou isovolumétrica.

p1 __
__ p
= 2
T1 T2

Transformação adiabática
A transformação de um gás pode ocorrer muito rapidamente e, nesse caso, a expansão ou compressão de um gás
pode ocorrer sem trocas de calor com o meio externo (devido à rapidez da transformação).
Essa transformação é chamada de adiabática.

209
p1V1g = p2V2g

TRABALHO REALIZADO POR UM GÁS

A força exercida pelo gás sobre o embolo e o deslocamento têm o mesmo sentido, e, portanto, o trabalho é dado
por:

τG = FG ⋅ d

Chamando de pG a pressão exercida pelo gás sobre o embolo, temos:

τG = pG ⋅ DV

____› ___›
Se ao invés de uma expansão, o gás sofrer uma compressão isobárica, o trabalho será negativo, pois FG e d
terão sentidos opostos, do mesmo modo que DV será negativo, pois:

DV = (volume final) – (volume inicial)

e no caso de uma compressão:

volume final < volume inicial

210
Pode-se demonstrar que, mesmo quando a pressão não é constante, o trabalho ainda é numericamente
igual à área sob o gráfico.
pG

ENERGIA INTERNA
A soma das energias de todas as moléculas de um corpo determina sua energia interna (U). As energias cinéticas
dos átomos e moléculas assim como as energias potenciais correspondentes às forças elétricas existentes entre os
átomos ou moléculas se somam para compor a energia interna.
§ Se T aumenta, U aumenta.
§ Se T é constante, U é constante.
§ Se T diminui, U diminui.
No caso de um gás ideal constituído por apenas um átomo (gás monoatômico), a energia interna é dada
por:

3 nRT
U = __
2

PRIMEIRA LEI DA TERMODINÂMICA


A segunda sentença é o princípio da conservação da energia, e foi enunciada, na época, como a primeira
lei da termodinâmica.

A equação acima traduz a primeira lei da termodinâmica, e foi convencionado que:


§ se Q > 0, o sistema recebe calor;
§ se Q < 0, o sistema perde calor;
§ se τ > 0, o sistema se expande e o gás realiza trabalho;
§ se τ < 0, o sistema se contrai e o trabalho é realizado sobre o gás.

211
TRANSFORMAÇÃO CÍCLICA

Temos que o trabalho do ciclo será dado pela soma do trabalho de cada passagem individual.

τciclo = τABCDA = τAB + τBC + τCD + τDA

Assim como a quantidade de calor do ciclo será igual à soma de cada passagem individual.

Qciclo = QABCDA = QAB + QBC + QCD + QDA

Ou como a variação da energia interna.

Em um ciclo: DUciclo = 0

Em um ciclo: Q = τ

Sentido horário Sentido anti-horário

Em um ciclo realizado no sentido horário: τciclo > 0 e Qciclo > 0


Em ciclo realizado no sentido anti-horário: τciclo < 0 e Qciclo < 0

SEGUNDA LEI DA TERMODINÂMICA


O calor não pode fluir espontaneamente de um corpo de temperatura menor para um outro corpo de temperatura
mais alta.

Considere as trocas de energia em uma máquina térmica representadas na figura abaixo.

212
Esquema de uma máquina térmica

τ = Q1 – |Q2|

O rendimento de uma máquina térmica h (lê-se “eta”) é definido por:


τ
h = __
Q1
|Q2|
τ = Q – __ |Q2|
h = __ ⇒ h = 1 – __
Q1 1 Q1 Q1

A potência útil (Pu) de uma maquina térmica é a razão entre o trabalho t realizado por ela e o intervalo de
tempo Dt gasto para realizá-lo.
τ
Pu = __

O CICLO DE CARNOT
Carnot mostrou que uma máquina térmica, operando com uma fonte quente à temperatura T1 e uma fonte fria à
temperatura T2, tem rendimento máximo quando executa um ciclo especial, denominado de ciclo de Carnot,
representado na figura. Esse ciclo é formado pelas seguintes transformações (duas isotérmicas e duas adiabáticas),
na seguinte ordem:

1. O gás recebe calor Q1 da fonte quente e sofre uma expansão isotérmica AB, à temperatura T1.
2. Expansão adiabática BC; o gás atinge a temperatura T2.
3. O gás fornece o calor Q2 à fonte fria e sofre uma compressão isotérmica CD, à temperatura T2.
4. Compressão adiabática DA; o gás volta a seu estado inicial, à temperatura T1.

|Q2| __
__ T
= 2
Q1 T1

213
O rendimento de uma máquina realizando o ciclo de Carnot pode ser calculado a partir das temperaturas
das fontes quente e fria. Substituindo as variáveis Q1 e |Q2| pelos valores de temperatura T1 e T2:

T T1 – T2
h = 1 – __2 = _____
T1 T1

MÁQUINAS FRIGORÍFICAS
Ao contrário das máquinas térmicas, as máquinas frigoríficas retiram o calor de uma fonte fria e o fornecem para
uma fonte quente.

Esquema de uma máquina frigorífica

Q1 + |τ| = |Q2|

EFICIÊNCIA DE UMA MÁQUINA FRIGORÍFICA


Para um máquina frigorífica, a eficiência ou coeficiente de desempenho é número e, definido por:
Q
e = __1
|τ|
Q1
e = ______
|Q2| – Q1

214
APLICAÇÃO DOS
CONHECIMENTOS - SALA
1. (ENEM) Aquecedores solares usados em residências têm o objetivo de elevar a temperatura da
água até 70°C. No entanto, a temperatura ideal da água para um banho é de 30°C. Por isso, deve-
-se misturar a água aquecida com a água à temperatura ambiente de um outro reservatório, que se
encontra a 25°C.
Qual a razão entre a massa de água quente e a massa de água fria na mistura para um banho à
temperatura ideal?
a) 0,111.
b) 0,125.
c) 0,357.
d) 0,428.
e) 0,833.

2. (ENEM) O Sol representa uma fonte limpa e inesgotável de energia para o nosso planeta. Essa
energia pode ser captada por aquecedores solares, armazenada e convertida posteriormente em
trabalho útil. Considere determinada região cuja insolação – potência solar incidente na superfície
da Terra – seja de 800 watts/m2.
Uma usina termossolar utiliza concentradores solares parabólicos que chegam a dezenas de quilô-
metros de extensão. Nesses coletores solares parabólicos, a luz refletida pela superfície parabólica
espelhada é focalizada em um receptor em forma de cano e aquece o óleo contido em seu interior
a 400°C. O calor desse óleo é transferido para a água, vaporizando-a em uma caldeira. O vapor em
alta pressão movimenta uma turbina acoplada a um gerador de energia elétrica.

Considerando que a distância entre a borda inferior e a borda superior da superfície refletora te-
nha 6 m de largura e que focaliza no receptor os 800 watts/m2 de radiação provenientes do Sol, e
que o calor específico da água é 1 cal · g-1 · ºC-1 = 4.200 J · kg-1 · ºC-1, então o comprimento linear
do refletor parabólico necessário para elevar a temperatura de 1 m3 (equivalente a 1 t) de água de
20°C para 100°C, em uma hora, estará entre:
a) 15 m e 21 m.
b) 22 m e 30 m.
c) 105 m e 125 m.
d) 680 m e 710 m.
e) 6.700 m e 7.150 m.

3. (ENEM) Em um experimento foram utilizadas duas garrafas PET, uma pintada de branco e a outra
de preto, acopladas cada uma a um termômetro. No ponto médio da distância entre as garrafas, foi
mantida acesa, durante alguns minutos, uma lâmpada incandescente. Em seguida a lâmpada foi
desligada. Durante o experimento, foram monitoradas as temperaturas das garrafas: a) enquanto a
lâmpada permaneceu acesa; e b) após a lâmpada ser desligada e atingirem equilíbrio térmico com
o ambiente.

A taxa de variação da temperatura da garrafa preta, em comparação à da branca, durante todo

215
experimento, foi:
a) igual no aquecimento e igual no resfriamento.
b) maior no aquecimento e igual no resfriamento.
c) menor no aquecimento e igual no resfriamento.
d) maior no aquecimento e menor no resfriamento.
e) maior no aquecimento e maior no resfriamento.

4. (ENEM)

Quais são os processos de propagação de calor relacionados à fala de cada personagem?


a) Convecção e condução.
b) Convecção e irradiação.
c) Condução e convecção.
d) Irradiação e convecção.
e) Irradiação e condução.

5. (ENEM) Um sistema de pistão contendo um gás é mostrado na figura. Sobre a extremidade supe-
rior do êmbolo, que pode movimentar-se livremente sem atrito, encontra-se um objeto. Através
de uma chapa de aquecimento é possível fornecer calor ao gás e, com auxílio de um manômetro,
medir sua pressão. A partir de diferentes valores de calor fornecido, considerando o sistema como
hermético, o objeto elevou-se em valores como mostrado no gráfico. Foram estudadas, separada-
mente, quantidades equimolares de dois diferentes gases, denominados M e V.

A diferença no comportamento dos gases no experimento decorre do fato de o gás M, em relação


ao V, apresentar:
a) maior pressão de vapor.
b) menor massa molecular.
c) maior compressibilidade.
d) menor energia de ativação.
e) menor capacidade calorífica.

6. (ENEM) No Brasil, o sistema de transporte depende do uso de combustíveis fósseis e de biomassa,


cuja energia é convertida em movimento de veículos. Para esses combustíveis, a transformação de
energia química em energia mecânica acontece:
a) na combustão, que gera gases quentes para mover os pistões no motor.
b) nos eixos, que transferem torque às rodas e impulsionam o veículo.
c) na ignição, quando a energia elétrica é convertida em trabalho.
d) na exaustão, quando gases quentes são expelidos para trás.
e) na carburação, com a difusão do combustível no ar.

216
RAIO X W = p DV = n RDT
{ WM = n RDTM
WV = n RDTV }
⇒ n RDTM = n RDTV

⇒ DTM = DTM = DTV = DT.


1. Considerando o sistema termicamente isola-
do, temos: Assim:
Qágua1 + Qágua2 = 0 ⇒ QM < QV ⇒ n CMDT < n CVDT ⇒ CM < CV.
mquente cágua (30 – 70) + mfria cágua (30 – 25) ⇒
mQuente ___ mQuente 6. Os motores utilizados em veículos queiman-
______ 5 __ 1 ______
mfria = 40 = 8 ⇒ mfria = 0,125 do combustíveis são máquinas térmicas que
aproveitam o calor gerado na combustão
2. Dados: Intensidade da radiação captada, para produzir trabalho.
I = 800 W/m2; largura do coletor, L = 6 m;
calor específico da água, c = 4.200 J/(kg.°C);
massa de água, m = 1.000 kg; tempo de
aquecimento, Dt = 1 h = 36 · 102 s; variação
GABARITO
de temperatura, DT = 80 °C.
Quantidade de calor necessária para aquecer 1. B 2. A 3. E 4. E 5. E 6. A
a água:
Q = m·c·DT = (1.000)(4.200)(80) = 336 · 106 J.

Potência recebida:
Q 336 · 106
P = ___ = _________ · 102 = 9,3 · 104 W
Dt 36
Para calcular a área do coletor, basta uma
simples regra de três:

{ } A = _________
9,3 × 10
4
800 W → 1m2
= 116,25 m 2
9,3 × 104 W → A 800
Calculando o comprimento (d) do coletor:
A = d L ⇒ 116,25 = d(6) ⇒ d ≅ 19 m.
3. Em relação à garrafa pintada de branco, a
garrafa pintada de preto comportou-se como
um corpo melhor absorvente durante o aque-
cimento e melhor emissor durante o resfria-
mento, apresentando, portanto, maior taxa
de variação de temperatura durante todo o
experimento.
4. A propagação da energia do Sol à Terra é por
irradiação. As luvas são feitas de materiais
isolantes térmicos (lã, couro etc.) dificultan-
do a condução do calor.
5. Como mostrado no gráfico, para uma mesma
elevação Dh, a quantidade de calor absorvido
pelo gás M é menor do que a absorvida pelo
gás V(QM < QV).

Mas, para uma mesma variação Dh temos tam-


bém uma mesma variação de volume (DV).
Como se trata de transformações isobáricas, os
trabalhos realizados (W) também são iguais.
Supondo gases ideais:

217
Prescrição: Aplicar conceitos específicos de física, química e biologia na compreensão de métodos
ou procedimentos tecnológicos utilizados e, dispositivos empregados no nosso cotidiano durante a
troca de energia térmica entre os corpos. Usar conceitos e relações matemáticas da termodinâmica
e do eletromagnetismo, a fim de compreender o funcionamento de determinados equipamentos ou
explicar a manifestação de certos fenômenos naturais ligados a essas áreas do conhecimento.

PRÁTICA DOS 2. (ENEM) As altas temperaturas de combustão


e o atrito entre suas peças móveis são alguns
dos fatores que provocam o aquecimento dos
CONHECIMENTOS - E.O. motores à combustão interna. Para evitar o
superaquecimento e consequentes danos a
esses motores, foram desenvolvidos os atu-
1. (ENEM) Uma garrafa térmica tem como fun-
ais sistemas de refrigeração, em que um
ção evitar a troca de calor entre o líquido fluido arrefecedor com propriedades espe-
nela contido e o ambiente, mantendo a tem- ciais circula pelo interior do motor, absor-
peratura de seu conteúdo constante. Uma vendo o calor que, ao passar pelo radiador, é
forma de orientar os consumidores na com- transferido para a atmosfera.
Qual propriedade o fluido arrefecedor deve
pra de uma garrafa térmica seria criar um possuir para cumprir seu objetivo com maior
selo de qualidade, como se faz atualmen- eficiência?
te para informar o consumo de energia de a) Alto calor específico.
eletrodomésticos. O selo identificaria cinco b) Alto calor latente de fusão.
c) Baixa condutividade térmica.
categorias e informaria a variação de tem- d) Baixa temperatura de ebulição.
peratura do conteúdo da garrafa, depois de e) Alto coeficiente de dilatação térmica.
decorridas seis horas de seu fechamento,
por meio de uma porcentagem do valor ini- 3. (ENEM) É comum nos referirmos a dias
quentes como dias “de calor”. Muitas vezes
cial da temperatura de equilíbrio do líquido ouvimos expressões como “hoje está calor”
na garrafa. ou “hoje o calor está muito forte” quando a
O quadro apresenta as categorias e os inter- temperatura ambiente está alta.
valos de variação percentual da temperatura. No contexto científico, é correto o significa-
do de “calor” usado nessas expressões?
Tipo de selo Variação de temperatura a) Sim, pois o calor de um corpo depende de
sua temperatura.
A menor que 10%
b) Sim, pois calor é sinônimo de alta temperatura.
B entre 10% e 25% c) Não, pois calor é energia térmica em trânsito.
C entre 25% e 40% d) Não, pois calor é a quantidade de energia
térmica contida em um corpo.
D entre 40% e 55%
e) Não, pois o calor é diretamente proporcional
E maior que 55% à temperatura, mas são conceitos diferentes.
Para atribuir uma categoria a um modelo de 4. (ENEM) Em um centro de pesquisa de ali-
garrafa térmica, são preparadas e mistura- mentos, um técnico efetuou a determinação
das, em uma garrafa, duas amostras de água, do valor calórico de determinados alimentos
da seguinte forma: colocou uma massa co-
uma a 10°C e outra a 40°C na proporção de nhecida de água em um recipiente termi-
um terço de água fria para dois terços de camente isolado. Em seguida, dentro desse
água quente. A garrafa é fechada. Seis horas recipiente, foi queimada uma determinada
depois, abre-se a garrafa e mede-se a tempe- massa do alimento. Como o calor liberado
por essa queima é fornecido para a água, o
ratura da água, obtendo-se 16°C.
técnico calculou a quantidade de calor que
Qual selo deveria ser posto na garrafa térmi- cada grama do alimento libera.
ca testada? Para a realização desse teste, qual aparelho
a) A. de medida é essencial?
b) B. a) Cronômetro
b) Dinamômetro
c) C. c) Termômetro
d) D. d) Radiômetro
e) E. e) Potenciômetro

218
5. (ENEM) Chuveiros elétricos possuem uma 7. (ENEM) Em grandes metrópoles, devido a
chave para regulagem da temperatura ve- mudanças na superfície terrestre – asfalto e
rão/inverno e para desligar o chuveiro. Além concreto em excesso, por exemplo – formam-
disso, é possível regular a temperatura da -se ilhas de calor. A resposta da atmosfera a
água, abrindo ou fechando o registro. Abrin-
esse fenômeno é a precipitação convectiva.
do, diminui-se a temperatura e fechando,
aumenta-se. Isso explica a violência das chuvas em São
Aumentando-se o fluxo da água há uma re- Paulo, onde as ilhas de calor chegam a ter 2
dução na sua temperatura, pois: a 3 graus centígrados de diferença em rela-
a) aumenta-se a área da superfície da água ção ao seu entorno.
dentro do chuveiro, aumentando a perda de Revista Terra da Gente. Ano 5, nº 60, Abril 2009 (adaptado).
calor por radiação.
b) aumenta-se o calor especifico da água, au- As características físicas, tanto do material
mentando a dificuldade com que a massa de como da estrutura projetada de uma edifica-
água se aquece no chuveiro. ção, são a base para compreensão de respos-
c) diminui-se a capacidade térmica do conjun- ta daquela tecnologia construtiva em termos
to água/chuveiro, diminuindo também a ca- de conforto ambiental. Nas mesmas condi-
pacidade do conjunto de se aquecer. ções ambientais (temperatura, umidade e
d) diminui-se o contato entre a corrente elé- pressão), uma quadra terá melhor conforto
trica do chuveiro e a água, diminuindo tam- térmico se:
bém a sua capacidade de aquecê-la. a) pavimentada com material de baixo calor
e) diminui-se o tempo de contato entre a água específico, pois quanto menor o calor espe-
e a resistência do chuveiro, diminuindo a cífico de determinado material, menor será
transferência de calor de uma para a outra. a variação térmica sofrida pelo mesmo ao re-
ceber determinada quantidade de calor.
6. (ENEM) A Constelação Vulpécula (Raposa) b) pavimentada com material de baixa capaci-
encontra-se a 63 anos-luz da Terra, fora dade térmica, pois quanto menor a capacida-
do sistema solar. Ali, o planeta gigante HD de térmica de determinada estrutura, menor
189733b, 15% maior que Júpiter, concentra será a variação térmica sofrida por ela ao
vapor de água na atmosfera. A temperatura receber determinada quantidade de calor.
do vapor atinge 900 graus Celsius. “A água c) pavimentada com material de alta capacida-
sempre está lá, de alguma forma, mas às ve- de térmica, pois quanto maior a capacidade
zes é possível que seja escondida por outros térmica de determinada estrutura, menor
tipos de nuvens”, afirmaram os astrônomos será a variação térmica sofrida por ela ao re-
do Spitzer Science Center (SSC), com sede ceber determinada quantidade de calor
em Pasadena, Califórnia, responsável pela d) possuir um sistema de vaporização, pois
descoberta. A água foi detectada pelo espec- ambientes mais úmidos permitem uma mu-
trógrafo infravermelho, um aparelho do te- dança de temperatura lenta, já que o vapor
lescópio espacial Spitzer. d’água possui a capacidade de armazenar ca-
Correio Braziliense, 11 dez. 2008 (adaptado).
lor sem grandes alterações térmicas, devido
ao baixo calor específico da água (em relação
De acordo com o texto, o planeta concentra à madeira, por exemplo).
vapor de água em sua atmosfera a 900 graus e) possuir um sistema de sucção do vapor
Celsius. Sobre a vaporização infere-se que: d’água, pois ambientes mais secos permitem
a) se há vapor de água no planeta, é certo que uma mudança de temperatura lenta, já que
existe água no estado líquido também. o vapor d’água possui a capacidade de arma-
b) a temperatura de ebulição da água indepen- zenar calor sem grandes alterações térmicas,
de da pressão, em um local elevado ou ao devido ao baixo calor específico da água (em
nível do mar, ela ferve sempre a 100 graus relação à madeira, por exemplo).
Celsius.
c) o calor de vaporização da água é o calor ne- 8. (ENEM) A energia geotérmica tem sua origem
cessário para fazer 1 kg de água líquida se no núcleo derretido da Terra, onde as tempe-
transformar em 1 kg de vapor de água a 100 raturas atingem 4.000°C. Essa energia é pri-
graus Celsius. meiramente produzida pela decomposição
d) um líquido pode ser superaquecido acima de de materiais radioativos dentro do planeta.
sua temperatura de ebulição normal, mas de Em fontes geotérmicas, a água, aprisionada
forma nenhuma nesse líquido haverá forma- em um reservatório subterrâneo, é aquecida
ção de bolhas. pelas rochas ao redor e fica submetida a al-
e) a água em uma panela pode atingir a tem- tas pressões, podendo atingir temperaturas
peratura de ebulição em alguns minutos, e é de até 370°C sem entrar em ebulição. Ao ser
necessário muito menos tempo para fazer a liberada na superfície, à pressão ambiente,
água vaporizar completamente. ela se vaporiza e se resfria, formando fontes

219
ou gêiseres. O vapor de poços geotérmicos é separado da água e é utilizado no funcionamento de
turbinas para gerar eletricidade. A água quente pode ser utilizada para aquecimento direto ou em
usinas de dessalinização.
Roger A. Hinrichs e Merlin Kleinbach. Energia e meio ambiente. Ed. ABDR (com adaptações)

Depreende-se das informações do texto que as usinas geotérmicas:


a) utilizam a mesma fonte primária de energia que as usinas nucleares, sendo, portanto, semelhantes os
riscos decorrentes de ambas.
b) funcionam com base na conversão de energia potencial gravitacional em energia térmica.
c) podem aproveitar a energia química transformada em térmica no processo de dessalinização.
d) assemelham-se às usinas nucleares no que diz respeito à conversão de energia térmica em cinética e,
depois, em elétrica.
e) transformam inicialmente a energia solar em energia cinética e, depois, em energia térmica.

9. (ENEM) Nas discussões sobre a existência de vida fora da Terra, Marte tem sido um forte candidato
a hospedar vida. No entanto, há ainda uma enorme variação de critérios e considerações sobre a
habitabilidade de Marte, especialmente no que diz respeito à existência ou não de água líquida.
Alguns dados comparativos entre a Terra e Marte estão apresentados na tabela.

Distância ao Massa (em rela- Aceleração da Composição da


PLANETA Temperatura Média
Sol (km) ção à terrestre) gravidade (m/s2) atmosfera
Gases pre-
dominantes: 288K
TERRA 149 milhões 1,00 9,8
Nitrogênio (N) e (+15 °C)
Oxigênio (O2)
Gás predominan-
218K
MARTE 228 milhões 0,18 3,7 te: Dióxido de
(–55 °C)
Carbono (CO2)

Com base nesses dados, é possível afirmar que, dentre os fatores a seguir, aquele mais adverso à
existência de água líquida em Marte é sua:
a) grande distância ao Sol.
b) massa pequena.
c) aceleração da gravidade pequena.
d) atmosfera rica em CO2.
e) temperatura média muito baixa.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES


A panela de pressão permite que os alimentos sejam cozidos em água muito mais rapidamente
do que em panelas convencionais. Sua tampa possui uma borracha de vedação que não deixa o
vapor escapar, a não ser através de um orifício central sobre o qual assenta um peso que controla
a pressão. Quando em uso, desenvolve-se uma pressão elevada no seu interior. Para a sua operação
segura, é necessário observar a limpeza do orifício central e a existência de uma válvula de segu-
rança, normalmente situada na tampa.
O esquema da panela de pressão e um diagrama de fase da água são apresentados a seguir.

10. (ENEM) A vantagem do uso de panela de pressão é a rapidez para o cozimento de alimentos e isto
se deve:
a) à pressão no seu interior, que é igual à pressão externa.
b) à temperatura de seu interior, que está acima da temperatura de ebulição da água no local.
c) à quantidade de calor adicional que é transferida à panela.
d) à quantidade de vapor que esta sendo liberada pela válvula.
e) à espessura da sua parede, que é maior que a das panelas comuns.

220
11. (ENEM) Sabe-se que nas proximidades dos 13. (ENEM) A elevação da temperatura das águas
polos do planeta Terra é comum a forma- de rios, lagos e mares diminui a solubilidade
ção dos icebergs, que são grandes blocos de do oxigênio, pondo em risco as diversas for-
gelo, flutuando nas águas oceânicas. Estudos mas de vida aquática que dependem desse
mostram que a parte de gelo que fica emer- gás. Se essa elevação de temperatura aconte-
sa durante a flutuação corresponde a apro- ce por meios artificiais, dizemos que existe
ximadamente 10% do seu volume total. Um poluição térmica. As usinas nucleares, pela
estudante resolveu simular essa situação in- própria natureza do processo de geração de
troduzindo um bloquinho de gelo no interior energia, podem causar esse tipo de poluição.
de um recipiente contendo água, observando Que parte do ciclo de geração de energia das
a variação de seu nível desde o instante de usinas nucleares está associada a esse tipo
introdução até o completo derretimento do de poluição?
bloquinho. a) Fissão do material radioativo.
Com base nessa simulação, verifica-se que o b) Condensação do vapor-d‘água no final do
nível da água no recipiente: processo.
a) subirá com a introdução do bloquinho de c) Conversão de energia das turbinas pelos ge-
gelo e, após o derretimento total do gelo, radores.
esse nível subirá ainda mais. d) Aquecimento da água líquida para gerar va-
b) subirá com a introdução do bloquinho de por d‘água.
gelo e, após o derretimento total do gelo, e) Lançamento do vapor-d‘água sobre as pás
esse nível descerá, voltando ao seu valor ini- das turbinas.
cial.
c) subirá com a introdução do bloquinho de 14. (ENEM) Um engenheiro decidiu instalar um
gelo e, após o derretimento total do gelo, aquecedor solar em sua casa, conforme mos-
esse nível permanecerá sem alteração. tra o esquema.
d) não sofrerá alteração com a introdução do
bloquinho de gelo, porém, após seu derreti-
mento, o nível subirá devido a um aumento
em torno de 10% no volume de água.
e) subirá em torno de 90% do seu valor inicial
com a introdução do bloquinho de gelo e, De acordo com as instruções de montagem,
após seu derretimento, o nível descerá ape- para se ter um aproveitamento máximo da
nas 10% do valor inicial. incidência solar, as placas do coletor solar
devem ser instaladas com um ângulo de in-
12. (ENEM) Para a proteção contra curtos-cir- clinação determinado.
cuitos em residências são utilizados disjun-
tores, compostos por duas lâminas de metais O parâmetro que define o valor do ângulo de
diferentes, com suas superfícies soldadas inclinação dessas placas coletoras é a:
uma à outra, ou seja, uma lâmina bimetálica. a) altitude.
Essa lâmina toca o contato elétrico, fechan- b) latitude.
do o circuito e deixando a corrente elétrica c) longitude.
passar. Quando da passagem de uma corren- d) nebulosidade.
te superior à estipulada (limite), a lâmina e) umidade relativa do ar.
se curva para um dos lados, afastando-se do
contato elétrico e, assim, interrompendo o
circuito. Isso ocorre porque os metais da lâ-
mina possuem uma característica física cuja
resposta é diferente para a mesma corrente
elétrica que passa no circuito.
A característica física que deve ser observa-
da para a escolha dos dois metais dessa lâmi-
na bimetálica é o coeficiente de:
a) dureza.
b) elasticidade.
c) dilatação térmica.
d) compressibilidade.
e) condutividade elétrica.

221
15. (ENEM)

O quadro oferece os coeficientes de dilatação linear de alguns metais e ligas metálicas:

Substância Aço Alumínio Bronze Chumbo Níquel Latão Ouro Platina Prata Cobre
Coeficiente de
dilatação linear 1,2 2,4 1,8 2,9 1,3 1,8 1,4 0,9 2,4 1,7
⋅ 10–5 ºC–1
GREF. Física 2; calor e ondas. São Paulo: Edusp, 1993.

Para permitir a ocorrência do fato observado na tirinha, a partir do menor aquecimento do con-
junto, o parafuso e a porca devem ser feitos, respectivamente, de:
a) aço e níquel.
b) alumínio e chumbo.
c) platina e chumbo.
d) ouro e latão.
e) cobre e bronze.

16. (ENEM) Em dias com baixas temperaturas, as pessoas utilizam casacos ou blusas de lã com o
intuito de minimizar a sensação de frio. Fisicamente, esta sensação ocorre pelo fato de o corpo
humano liberar calor, que é a energia transferida de um corpo para outro em virtude da diferença
de temperatura entre eles.
A utilização de vestimenta de lã diminui a sensação de frio, porque:
a) possui a propriedade de gerar calor.
b) é constituída de material denso, o que não permite a entrada do ar frio.
c) diminui a taxa de transferência de calor do corpo humano para o meio externo.
d) tem como principal característica a absorção de calor, facilitando o equilíbrio térmico.
e) está em contato direto com o corpo humano, facilitando a transferência de calor por condução.

17. (ENEM) Um aquecedor solar consiste essencialmente em uma serpentina de metal, a ser exposta
ao sol, por meio da qual flui água a ser aquecida. A parte inferior da serpentina é soldada a uma
chapa metálica, que é o coletor solar. A forma da serpentina tem a finalidade de aumentar a área
de contato com o coletor e com a própria radiação solar sem aumentar muito o tamanho do aquece-
dor. O metal, sendo bom condutor, transmite e energia da radiação solar absorvida para as paredes
internas e, daí, por condução, para a água. A superfície deve ser recoberta com um material, deno-
minado material seletivo quente, para que absorva o máximo de radiação solar e emita o mínimo
de radiação infravermelha. Os quadros relacionam propriedades de alguns metais/ligas metálicas
utilizados na confecção de aquecedores solares:
Condutividade térmica
Material metálico
(W/m K)
Zinco 116,0
Aço 52,9
cobre 411,0

222
Razão entre a absorbância
de radiação solar e a
Material seletivo quente
emitância de radiação
infravermelha
A. Óxido e sulfeto de níquel e zinco aplicados sobre zinco 8,45
B. Óxido e sulfeto de níquel e zinco sobre ferro galvanizado 7,42
C. Óxido de cobre em alumínio anodizado 7,72
ACIOLI, J. L. Fontes de energia. Brasília: UnB, 1994. Adaptado.

Os aquecedores solares mais eficientes e, portanto, mais atrativos do ponto de vista econômico,
devem ser construídos utilizando como material metálico e material seletivo quente, respectiva-
mente:
a) aço e material seletivo quente A.
b) aço e material seletivo quente B.
c) cobre e material seletivo quente C.
d) zinco e material seletivo quente B.
e) cobre e material seletivo quente A.

18. (ENEM) De maneira geral, se a temperatura de um líquido comum aumenta, ele sofre dilatação. O
mesmo não ocorre com a água, se ela estiver a uma temperatura próxima a de seu ponto de conge-
lamento. O gráfico mostra como o volume específico (inverso da densidade) da água varia em fun-
ção da temperatura, com uma aproximação na região entre 0ºC e 10ºC, ou seja, nas proximidades
do ponto de congelamento da água.

A partir do gráfico, é correto concluir que o volume ocupado por certa massa de água:
a) diminui em menos de 3% ao se resfriar de 100ºC a 0ºC.
b) aumenta em mais de 0,4% ao se resfriar de 4ºC a 0ºC.
c) diminui em menos de 0,04% ao se aquecer de 0ºC a 4ºC.
d) aumenta em mais de 4% ao se aquecer de 4ºC a 9ºC.
e) aumenta em menos de 3% ao se aquecer de 0ºC a 100ºC.

19. (ENEM) O uso mais popular de energia solar está associado ao fornecimento de água quente para
fins domésticos. Na figura a seguir, é ilustrado um aquecedor de água constituído de dois tanques
pretos dentro de uma caixa termicamente isolada e com cobertura de vidro, os quais absorvem
energia solar.

223
a) O ar que está sobre a água se aquece mais;
ao subir, deixa uma área de baixa pressão,
causando um deslocamento de ar do conti-
nente para o mar.
b) O ar mais quente desce e se desloca do con-
tinente para a água, a qual não conseguiu
reter calor durante o dia.
c) O ar que está sobre o mar se esfria e dissol-
ve-se na água; forma-se, assim, um centro
de baixa pressão, que atrai o ar quente do
continente.
d) O ar que está sobre a água se esfria, criando
um centro de alta pressão que atrai massas
de ar continental.
A. Hinrichs e M. Kleinbach. Energia e meio ambiente. São
Paulo: Thompson, 3a ed., 2004, p. 529 (com adaptações). e) O ar sobre o solo, mais quente, é deslocado
para o mar, equilibrando a baixa temperatu-
Nesse sistema de aquecimento: ra do ar que está sobre o mar.
a) os tanques, por serem de cor preta, são maus
absorvedores de calor e reduzem as perdas 21. (ENEM) O ar atmosférico pode ser utiliza-
de energia. do para armazenar o excedente de energia
b) a cobertura de vidro deixa passar a energia gerada no sistema elétrico, diminuindo seu
luminosa e reduz a perda de energia térmica desperdício, por meio do seguinte processo:
utilizada para o aquecimento. água e gás carbônico são inicialmente re-
c) a água circula devido à variação de energia movidos do ar atmosférico e a massa de ar
luminosa existente entre os pontos X e Y. restante é resfriada até –198ºC. Presente na
proporção de 78% dessa massa de ar, o nitro-
d) a camada refletiva tem como função armaze-
gênio gasoso é liquefeito, ocupando um vo-
nar energia luminosa. lume 700 vezes menor. A energia excedente
e) o vidro, por ser bom condutor de calor, per- do sistema elétrico é utilizada nesse proces-
mite que se mantenha constante a tempera- so, sendo parcialmente recuperada quando
tura no interior da caixa. o nitrogênio líquido, exposto à temperatura
ambiente, entra em ebulição e se expande,
20. (ENEM) Numa área de praia, a brisa maríti- fazendo girar turbinas que convertem ener-
ma é uma consequência da diferença no tem- gia mecânica em energia elétrica.
MACHADO, R. Disponível em: www.correiobraziliense.
po de aquecimento do solo e da água, apesar
com.br Acesso em: 9 set. 2013 (adaptado).
de ambos estarem submetidos às mesmas
condições de irradiação solar. No local (solo) No processo descrito, o excedente de energia
que se aquece mais rapidamente, o ar fica elétrica é armazenado pela:
mais quente e sobe, deixando uma área de a) expansão do nitrogênio durante a ebulição.
baixa pressão, provocando o deslocamento b) absorção de calor pelo nitrogênio durante a
do ar da superfície que está mais fria (mar). ebulição.
c) realização de trabalho sobre o nitrogênio
durante a liquefação.
d) retirada de água e gás carbônico da atmosfe-
ra antes do resfriamento.
e) liberação de calor do nitrogênio para a vizi-
nhança durante a liquefação.

22. (ENEM) Uma pessoa abre sua geladeira, ve-


rifica o que há dentro e depois fecha a porta
dessa geladeira. Em seguida, ela tenta abrir
a geladeira novamente, mas só consegue fa-
zer isso depois de exercer uma força mais
À noite, ocorre um processo inverso ao que intensa do que a habitual.
se verifica durante o dia. A dificuldade extra para reabrir a geladeira
Como a água leva mais tempo para esquentar ocorre porque o(a):
(de dia), mas também leva mais tempo para a) volume de ar dentro da geladeira diminuiu.
esfriar (à noite), o fenômeno noturno (bri- b) motor da geladeira está funcionando com
sa terrestre) pode ser explicado da seguinte potência máxima.
maneira: c) força exercida pelo ímã fixado na porta da
geladeira aumenta.

224
d) pressão no interior da geladeira está abaixo c) conversão integral de calor em trabalho ser
da pressão externa. impossível.
e) temperatura no interior da geladeira é infe- d) transformação de energia térmica em cinéti-
rior ao valor existente antes de ela ser aberta. ca ser impossível.
e) utilização de energia potencial do combustí-
23. (ENEM) Aumentar a eficiência na queima vel ser incontrolável.
de combustível dos motores à combustão e
reduzir suas emissões de poluentes são a 25. (ENEM) Nos últimos anos, o gás natural
meta de qualquer fabricante de motores. É (GNV: gás natural veicular) vem sendo utili-
também o foco de uma pesquisa brasileira zado pela frota de veículos nacional, por ser
que envolve experimentos com plasma, o viável economicamente e menos agressivo
quarto estado da matéria e que está presente do ponto de vista ambiental.
no processo de ignição. A interação da faísca O quadro compara algumas características
emitida pela vela de ignição com as molécu- do gás natural e da gasolina em condições
las de combustível gera o plasma que provo- ambiente.
ca a explosão liberadora de energia que, por
Densidade Poder Calorífico
sua vez, faz o motor funcionar.
(kg/m3) (kJ/kg)
Disponível em: www.inovacaotecnologica.com.
br. Acesso em: 22 jul. 2010 (adaptado). GNV 0,8 50.200
Gasolina 738 46.900
No entanto, a busca da eficiência referencia-
da no texto apresenta como fator limitante: Apesar das vantagens no uso de GNV, sua
a) o tipo de combustível, fóssil, que utilizam. utilização implica algumas adaptações técni-
Sendo um insumo não renovável, em algum cas, pois, em condições ambiente, o VOLUME
momento estará esgotado. de combustível necessário, em relação ao de
b) um dos princípios da termodinâmica, segun- gasolina, para produzir a mesma energia,
do o qual o rendimento de uma máquina tér- seria:
mica nunca atinge o ideal. a) muito maior, o que requer um motor muito
c) o funcionamento cíclico de todo os motores. mais potente.
A repetição contínua dos movimentos exige b) muito maior, o que requer que ele seja arma-
que parte da energia seja transferida ao pró- zenado a alta pressão.
ximo ciclo. c) igual, mas sua potência será muito menor.
d) as forças de atrito inevitável entre as peças. d) muito menor, o que o torna o veículo menos
Tais forças provocam desgastes contínuos eficiente.
e) muito menor, o que facilita sua dispersão
que com o tempo levam qualquer material à
para a atmosfera.
fadiga e ruptura.
e) a temperatura em que eles trabalham. Para
atingir o plasma, é necessária uma tempera- 26. (ENEM) O diagrama mostra a utilização das
tura maior que a de fusão do aço com que se diferentes fontes de energia no cenário
fazem os motores. mundial. Embora aproximadamente um ter-
ço de toda energia primária seja orientada à
produção de eletricidade, apenas 10% do to-
24. (ENEM) Um motor só poderá realizar traba-
tal são obtidos em forma de energia elétrica
lho se receber uma quantidade de energia de
útil.
outro sistema. No caso, a energia armazena-
da no combustível é, em parte, liberada du-
rante a combustão para que o aparelho possa
funcionar. Quando o motor funciona, parte
da energia convertida ou transformada na
combustão não pode ser utilizada para a re-
alização de trabalho. Isso significa dizer que
há vazamento da energia em outra forma.
CARVALHO, A. X. Z. Física Térmica. Belo
Horizonte: Pax, 2009 (adaptado).

De acordo com o texto, as transformações


de energia que ocorrem durante o funciona-
mento do motor são decorrentes de a:
a) liberação de calor dentro do motor ser im-
A pouca eficiência do processo de produção
possível.
de eletricidade deve-se, sobretudo, ao fato
b) realização de trabalho pelo motor ser incon- de as usinas:
trolável.

225
a) nucleares utilizarem processos de aqueci- de calor entre o interior e o exterior da gela-
mento, nos quais as temperaturas atingem deira.
milhões de graus Celsius, favorecendo perdas
Disponível em: http://home.howstuffworks.
por fissão nuclear.
com. Acesso em: 19 out. 2008 (adaptado).
b) termelétricas utilizarem processos de aque-
cimento a baixas temperaturas, apenas da
ordem de centenas de graus Celsius, o que
impede a queima total dos combustíveis fós-
seis.
c) hidrelétricas terem o aproveitamento ener-
gético baixo, uma vez que parte da água em
queda não atinge as pás das turbinas que
acionam os geradores elétricos.
d) nucleares e termelétricas utilizarem proces-
sos de transformação de calor em trabalho
útil, no qual as perdas de calor são sempre
bastante elevadas.
e) termelétricas e hidrelétricas serem capazes
de utilizar diretamente o calor obtido do
combustível para aquecer a água, sem perda
para o meio.

27. (ENEM) A refrigeração e o congelamento de


alimentos são responsáveis por uma parte
significativa do consumo de energia elétrica
numa residência típica.
Para diminuir as perdas térmicas de uma ge-
ladeira, podem ser tomados alguns cuidados
operacionais:
I. Distribuir os alimentos nas prateleiras
deixando espaços vazios entre eles, para Nos processos de transformação de energia
que ocorra a circulação do ar frio para envolvidos no funcionamento da geladeira:
baixo e do quente para cima.
a) a expansão do gás é um processo que cede a
II. Manter as paredes do congelador com ca-
energia necessária ao resfriamento da parte
mada bem espessa de gelo, para que o au-
mento da massa de gelo aumente a troca interna da geladeira.
de calor no congelador b) o calor flui de forma não espontânea da par-
III.Limpar o radiador (“grade” na parte de te mais fria, no interior, para a mais quente,
trás) periodicamente, para que a gordu- no exterior da geladeira.
ra e a poeira que nele se depositam não c) a quantidade de calor cedida ao meio exter-
reduzam a transferência de calor para o no é igual ao calor retirado da geladeira.
ambiente. d) a eficiência é tanto maior quanto menos iso-
Para uma geladeira tradicional é correto in- lado termicamente do ambiente externo for
dicar, apenas:
o seu compartimento interno.
a) a operação I
b) a operação II. e) a energia retirada do interior pode ser de-
c) as operações I e II. volvida à geladeira abrindo-se a sua porta, o
d) as operações I e III. que reduz seu consumo de energia.
e) as operações II e III.
29. (ENEM) O motor de combustão interna, uti-
28. (Enem) A invenção da geladeira proporcio- lizado no transporte de pessoas e cargas, é
nou uma revolução no aproveitamento dos uma máquina térmica cujo ciclo consiste em
alimentos, ao permitir que fossem armaze- quatro etapas: admissão, compressão, explo-
nados e transportados por longos períodos. são/expansão e escape. Essas etapas estão
A figura apresentada ilustra o processo cí-
representadas no diagrama da pressão em
clico de funcionamento de uma geladeira,
em que um gás no interior de uma tubula- função do volume. Nos motores a gasolina, a
ção é forçado a circular entre o congelador mistura ar/combustível entra em combustão
e a parte externa da geladeira. É por meio por uma centelha elétrica.
dos processos de compressão, que ocorre na
parte externa, e de expansão, que ocorre na
parte interna, que o gás proporciona a troca

226
Para o motor descrito, em qual ponto do ciclo
é produzida a centelha elétrica?
a) A.
b) B.
c) C.
d) D.
e) E.

30. (ENEM) Até 1824 acreditava-se que as má-


quinas térmicas, cujos exemplos são as má-
quinas a vapor e os atuais motores a com-
bustão, poderiam ter um funcionamento
ideal. Sadi Carnot demonstrou a impossibili-
dade de uma máquina térmica, funcionando
em ciclos entre duas fontes térmicas (uma
quente e outra fria), obter 100% de rendi-
mento.
Tal limitação ocorre porque essas máquinas:
a) realizam trabalho mecânico.
b) produzem aumento da entropia.
c) utilizam transformações adiabáticas.
d) contrariam a lei da conservação de energia.
e) funcionam com temperatura igual à da fonte
quente.

GABARITO
1. D 2. A 3. C 4. C 5. E

6. C 7. C 8. D 9. E 10. B

11. C 12. C 13. B 14. B 15. C

16. C 17. E 18. C 19. B 20. A

21. C 22. D 23. B 24. C 25. B

26. D 27. D 28. B 29. C 30. B

227
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 7 e 8

Competências 1, 5 e 6
Habilidades 1, 3, 17 e 22

BREVIÁRIO

MOVIMENTO ONDULATÓRIO
Onda é uma perturbação que se propaga num determinado meio. Um exemplo bastante simples é a perturbação
gerada na superfície de um lago causada pelo lançamento de uma pedra. Nesse caso, a propagação tem origem
no ponto de impacto da pedra no lago. À medida que essas ondas se propagam, elas se afastam da fonte de modo
concêntrico. Por convenção, podemos considerar a crista de uma dessas ondas circulares como uma frente de onda
que se desloca radialmente. Um movimento ondulatório também é classificado como um MHS.

Classificação das ondas


Ondas mecânicas são aquelas que se propagam em um meio material. São exemplos, as ondas em cordas, as on-
das sonoras (som) e as ondas na água. Ondas eletromagnéticas são geradas por cargas elétricas oscilantes e não
necessitam de um meio material para se propagar (podem propagar-se no vácuo, isto é, um meio onde não existe
matéria). Por exemplo: ondas de rádio, de televisão, de luz, de radar, raio X, raios lasers etc.
Ondas transversais são ondas na qual a direção de propagação é perpendicular à direção de vibração. As
ondas em cordas são transversais. Ondas longitudinais são aquelas cujas vibrações coincidem com a direção de
propagação. São exemplos, as ondas sonoras.

Ondas periódicas

Utilizando as características da onda, podemos reescrever:


v=λ·f

229
Reflexão

Representação da reflexão de ondas, com os segmentos da reta paralelos às frentes de onda.

A reflexão de ondas obedece a duas leis:


1. O raio incidente, o raio refletido e a normal são coplanares.
2. Os ângulos de incidência e reflexão são iguais (i = r).
A partir dessas leis, podemos determinar as duas propriedades da reflexão:
§ A frequência, a velocidade e o comprimento de onda não variam na reflexão.
§ Na reflexão, a fase pode variar ou não.

Refração

Representação da refração de ondas, com os segmentos de reta paralelos indicando as frentes de onda (λ2 < λ1).

O raio da onda incidente, que se propaga no meio 1 com velocidade v1, após incidir na superfície S, ao sofrer
refração, passa a se propagar no meio 2 com velocidade v2.
Leis da refração:
1. Os raios de onda incidente e refratado e a normal são coplanares.
2. Lei de Snell-Descartes:

†1 __
sen i = __
____ v1
sen r † v2 =
2

230
Essa relação é uma constatação experimental de que o seno do ângulo da onda incidente e o seno do ân-
gulo da onda refratada possuem uma relação direta com as velocidades nos meios 1 e 2.
As leis da refração permitem também definir duas propriedades características: a frequência e a fase não
variam (na refração); e a velocidade de propagação e o comprimento de onda variam na mesma proporção.
Para as ondas luminosas, o índice de refração n é definido como a razão entre a velocidade da luz no
vácuo c e a velocidade da luz v no meio em questão: n = _vc .
Para uma refração que ocorre em meios de índices de refração n1 e n2 , e de acordo com a relação de Snell-
-Descartes:
n2 __
sen i = __
____ †1 __
v1
=
sen r n1 † v2 =
2

Difração

Em determinadas circunstâncias, as ondas contornam bordas de aberturas e obstáculos. Esse encurvamento das
ondas é chamado de difração. Para que a difração ocorra, é preciso que as bordas de obstáculos e de aberturas
(fendas) tenham dimensões da ordem de grandeza do comprimento de onda das ondas. Você já conversou com
alguém estando separados por um muro? É possível ouvir a pessoa falando do outro lado de um muro alto, sem
que a vejamos, por causa da difração das ondas na borda do muro. Nesse caso, o som parece estar sendo emitido
de cima do muro, e não do local onde a pessoa se encontra.

Polarização

A polarização das ondas transversais significa que a vibração está orientada em uma única direção ou plano.
Vamos voltar ao caso simples de uma onda em uma corda gerada pela oscilação dos braços de uma pessoa. Se o
movimento realizado pela pessoa for um movimento vibratório em apenas uma direção, perpendicular ao eixo da
corda, movendo-a verticalmente para cima e para baixo, por exemplo, as partículas da corda vibrarão perpendicu-
larmente à direção de propagação da onda.

Interferência

Observe a figura que mostra dois pulsos se propagando em sentidos opostos. Ao se encontrarem, os pulsos se
unem e, durante o intervalo de tempo em que os pulsos se cruzam, a forma do pulso na corda é determinada pelo
princípio de superposição: “a perturbação resultante é a soma das perturbações individuais de cada onda”. Cha-
mamos isso de interferência, que pode ser tanto construtiva ou destrutiva.

231
Após o cruzamento, os pulsos voltam à sua configuração inicial.

Essa característica é denominada de independência das ondas. Na figura acima, observe que as ondas
1 e 2, depois da sobreposição, continuam sua propagação, independentemente.

Ressonância
O conceito de ressonância pode ser compreendido a partir de um exemplo: se uma criança, sentada num balanço,
estender as pernas, quando o balanço se mover para a frente, e encolher as pernas, quando o balanço se mover
para trás, mas de modo que esses movimentos ocorram numa frequência que coincida com a frequência natural do
balanço, a amplitude do movimento da criança no balanço aumentará. Nessa situação, o sistema balanço-criança
entra em ressonância.

Eco e reverberação
A persistência auditiva humana, ou seja, o tempo necessário para ocorrer o acontecimento total do som em nosso
aparelho auditivo é, em média, de 0,10 s. Assim, ao ouvir o som direto da fonte, ele irá extinguir-se ao cabo de
0,10 s. No entanto, caso um som refletido chegue ao ouvido antes desse tempo (∆t < 0,10 s), haverá um efeito de
adição deste com o som direto e a sensação auditiva será reforçada, dando uma percepção continuada em tempo
e aumentada em intensidade. Porém, se a onda refletida chegar ao aparelho auditivo da pessoa exatamente no
limiar dos 0,10 s, haverá prolongamento da sensação auditiva e ocorrerá a reverberação.
O eco é um fenômeno, no qual o som direto e o som refletido em algum obstáculo são captados separada-
mente. Por exemplo: uma pessoa pode produzir um som e ouvir o eco, se estiver localizada no mínimo a 17 m do
ponto refletor. Essa distância mínima para a percepção dos dois sons (direto e refletido) é devido ao intervalo de
tempo igual ou maior que 0,10 s. Nesse intervalo de tempo, a onda sonora percorre 34 m – 17 m na ida e 17 m na
volta –, propagando-se com velocidade de 340 m/s.

232
Efeito Doppler
O efeito Doppler pode ser observado em uma situação bem comum: as ambulâncias, com as sirenes ligadas, ao
passarem por nós apressadas pela necessidade de bem atender a quem precisa urgentemente de cuidados médi-
cos. O som da sirene parece mais agudo, quando a ambulância se aproxima de onde estamos, e fica mais grave,
quando se afasta de nós. Esse efeito é causado pelo efeito Doppler.
A relação entre a frequência emitida f pela fonte e a frequência f’ captada pelo observador é dada pela
relação:

( )
v ± v0
f’ = f · _____
v ± vF
Nesta equação:
v = velocidade na onda
vF = velocidade da fonte
v0 = velocidade do observador
f = frequência emitida pela fonte
f’ = frequência aparente recebida pelo observador

Teoria na prática
Um garoto que passeia de carro com seu pai pela cidade, ao ouvir o rádio, percebe que a sua estação de
rádio preferida, a 94,9 FM, que opera na banda de frequência de megahertz, tem seu sinal de transmissão super-
posto pela transmissão de uma rádio pirata de mesma frequência que interfere no sinal da emissora do centro
em algumas regiões da cidade.
Considerando a situação apresentada, a rádio pirata interfere no sinal da rádio pirata interfere no sinal da
rádio do centro devido à
a) atenuação promovida pelo ar nas radiações emitidas.
b) maior amplitude da radiação emitida pela estação do centro.
c) diferença de intensidade entre as fontes emissoras de ondas.
d) menor potência de transmissão das ondas da emissora pirata.
e) semelhança dos comprimentos de onda das radiações emitidas.

Resolução:

Da equação fundamental da ondulatória:


Para a rádio do centro: v = λcfc
Para a rádio pirata: v = λpfp
Como a velocidade de propagação da onda é a mesma, pois trata-se do mesmo meio (ar), se as frequências
são iguais, os comprimentos onde também o são.

Alternativa E

233
ÓPTICA GEOMÉTRICA
Os corpos luminosos são chamados fontes primárias de luz, e os corpos iluminados são chamados fontes
secundárias de luz.
De forma geral, separamos o espectro do arco-íris em sete cores, que, quando unidas, produzem luz branca.
São elas: vermelha, laranja, amarela, verde, azul, anil e violeta.

A dispersão da luz é a decomposição da luz branca nas cores presentes no arco-íris. A luz branca (luz do
Sol), após atingir uma das faces de um prisma óptico (por exemplo, um dos cantos de um aquário), emerge na face
oposta do prisma como um pincel de luz colorido. Essa faixa luminosa colorida foi denominada, por Isaac Newton,
espectro visível.
Experimentalmente, foi constatado que, de todas as cores, a luz vermelha sofre o menor desvio e a luz
violeta sofre o maior desvio. Essa diferença de desvios das diferentes cores deve-se às diferentes velocidades de
propagação da luz de cada cor nos meios materiais transparentes.

No arco-íris, milhões de gotas produzem o espectro visível da luz solar.


A seguir, listamos os princípios básicos da óptica geométrica:
§ Lei da propagação retilínea da luz
A luz se propaga em linha reta nos meios homogêneos e transparentes.
§ Reversibilidade dos raios luminosos
A trajetória seguida pelo raio de luz em um sentido é igual, se o sentido do raio de luz for invertido.
§ Lei da independência dos raios luminosos
A trajetória de um raio luminoso não é afetada por outro que cruza essa trajetória. Os raios de luz seguem
trajetórias independentes, mesmo que se cruzem.

234
Sombra e penumbra

FENÔMENOS ÓPTICOS
Considere o exemplo ilustrado na figura abaixo, em que um raio de luz propagando-se no meio A encontra o meio

B. Nesse caso, três fenômenos podem ocorrer:

Uma parte da luz é refletida e volta para o meio A.

Leis da reflexão:

§ O raio incidente, o raio refletido e a normal são coplanares, isto é, estão no mesmo plano a.

§ O ângulo de incidência i é igual ao ângulo de reflexão r.

i=r

235
Os ângulos i e r são medidos a partir da reta normal n e dos raios incidente e refletido.
A incidência é normal quando o raio incidente é perpendicular à superfície S. Desse modo, os raios incidente
e refletido estão sobre a reta normal n, e os ângulos de incidência e reflexão são nulos.
Uma parte da luz é transmitida e propaga-se no meio B.
§ O raio incidente, o raio refratado e a normal, no ponto de incidência, estão no mesmo plano.
§ Lei de Snell-Descartes:
nA · sen qA = nB · sen qB

O índice de refração é um número que compara a velocidade de propagação da luz em diferentes


meios. Para um determinado meio A e uma frequência específica da luz, o índice de refração é o número
nA, adimensional, definido por:
c
nA = __
vA

sendo vA a velocidade de propagação da luz no meio A.


A partir da relação entre a frequência e o comprimento de onda da luz
vA = fA ⋅ λA
é possível reescrever a expressão para o índice de refração como:
c
nA = _____
fA ⋅ λA

Uma parte da luz é absorvida e transforma-se em outras formas de energia por exemplo, em calor.

A cor de um corpo
Como vimos, os fenômenos de reflexão, transmissão e absorção da luz dependem das características do meio e da
cor da luz.

O abacate absorve todas as cores da luz branca que incide sobre ele, com exceção da luz verde, que é re-
fletida de modo difuso, e, assim, vemos a fruta na cor verde. A maçã absorve todas as cores, com exceção da luz
vermelha, que é refletida de modo difuso, e, assim, a maçã é vista na cor vermelha.

236
IMAGEM FORMADA POR ESPELHO PLANO

 
FM = F’M = d

F’ é a imagem do ponto objeto F.


§ O ponto F é um objeto real, pois os raios de luz são emitidos pela fonte em F.
§ O ponto F’ é um ponto imagem virtual, pois é apenas uma imagem, e não existe nada atrás do espelho.
§ O ponto F também pode ser fotografado.
campo visual

IMAGEM FORMADA POR ESPELHO ESFÉRICO

Espelho esférico côncavo Espelho esférico convexo

237
Formação de imagens
Para a construção das imagens, utilizamos alguns raios particulares, chamados raios notáveis.

Espelho côncavo: foco real Espelho convexo: foco virtual

Para o espelho esférico convexo, só há uma imagem possível.

Espelho convexo: imagem direita, virtual e menor do que o objeto.

Para o espelho esférico côncavo, há algumas possibilidades a se analisar.

Objeto antes do centro de curvatura

Espelho côncavo com objeto antes do centro de curvatura: imagem real, invertida e menor que o objeto.

Objeto sobre o centro de curvatura

Espelho côncavo com objeto sobre o centro de curvatura: imagem real, invertida e de mesmo tamanho que o objeto.

238
Objeto entre o centro de curvatura e o foco

A F

Espelho côncavo com objeto entre o centro de curvatura e o foco: imagem real, invertida e maior que o objeto.

Objeto entre o foco e o vértice

Espelho côncavo com objeto entre o foco e o vértice: imagem virtual, direita e maior que o objeto.

Objeto sobre o foco

Espelho côncavo com objeto sobre o foco: imagem imprópria.


Podemos calcular as posições e tamanhos do objeto e da imagem produzida pelos espelhos esféricos. Para
isso, usa-se um sistema de coordenadas cartesianas indicado nas figuras abaixo.

Coordenas do objeto e da imagem em um Coordenadas do objeto e da imagem


espelho côncavo. em um espelho convexo.

239
A origem do sistema de coordenadas é o vértice do espelho. O eixo das abscissas (x) coincide com o eixo
principal do espelho, e o sentido positivo é oposto ao sentido de incidência dos raios de luz. O eixo das ordenadas
(y) é perpendicular ao eixo principal e orientado para cima.
Assim, definimos:
p = posição do objeto no eixo das abscissas;
p’ = posição da imagem no eixo das abscissas;
o = altura do objeto;
i = altura da imagem;
f = distância focal = posição do foco no eixo das abscissas.

Essas definições também seguem as seguintes propriedades:


§ As grandezas reais são positivas.
§ As grandezas virtuais são negativas.
§ Se i < 0, a imagem é invertida.
Essas grandezas estão relacionadas pelas seguintes equações:

–p'
1 = __
__ 1 + __
1 e A = __oi = ___
p
f p p’

f
A = ____
f–p

IMAGEM FORMADA POR LENTE ESFÉRICA


Uma lente esférica modifica a direção dos raios de luz. Uma lente é construída com um material homogêneo e
transparente. Em geral, o material que “envolve” a lente é o mesmo. Nos casos que estudaremos, esse material
é o ar. Com relação à espessura, as lentes podem ter bordas finas ou espessas. Uma das faces da lente pode ser
plana, mas a outra, necessariamente, será côncava ou convexa. Quando uma lente for citada, deve-se informar,
primeiramente, a face de maior raio de curvatura. A figura a seguir ilustra diferentes tipos de lente.

240
As lentes também são classificadas em dois grupos com relação ao comportamento óptico: convergen-
tes e divergentes. Um feixe de luz, ao incidir paralelamente em uma lente, pode ser desviado de dois modos
distintos:
1º caso: o feixe de luz é desviado para um ponto, ao emergir da lente. Esse tipo de lente é denominado
lente convergente.
2º caso: o feixe de luz é desviado para direções diferentes, ao emergir da lente. Esse tipo de lente é deno-
minado lente divergente.

RAIOS NOTÁVEIS

Lente delgada convergente

F: foco principal objeto; F’: foco principal imagem; O: centro óptico; f: distância focal

Lente delgada divergente

Para a lente divergente, só há uma imagem possível.


Propriedades da imagem i:
§ virtual;
§ direita;
§ menor.

Para a lente convergente, devemos analisar alguns casos.

241
Objeto extenso (vela) é posicionado em uma distância maior que o ponto antiprincipal do objeto (A0).
§ real;
§ invertida;
§ menor.

Objeto extenso (vela) é posicionado sobre o ponto antiprincipal do objeto (A0).


§ real;
§ invertida;
§ tamanho igual.

Objeto extenso (vela) é posicionado entre o ponto antiprincipal do objeto (A0) e o foco principal do objeto (F0).
§ real;
§ invertida;
§ maior.

242
Objeto extenso (vela) é posicionado sobre o foco principal do objeto (F0).
§ Imprópria.

Objeto extenso (vela) é posicionado entre o foco principal do objeto (F0) e o centro óptico (O).
§ virtual;
§ direita;
§ maior.

A imagem real de um objeto fica do lado oposto ao objeto, enquanto que a imagem virtual fica do mesmo
lado que o objeto.
Em relação às variáveis relacionadas aos objetos e imagens, chamaremos:
§ p: distância do centro óptico (O) ao objeto;
§ o: tamanho do objeto;
§ p’: distância do centro óptico (O) à imagem;
§ i: tamanho da imagem.

Por convenção, tem-se as seguintes relações:


Em relação à lente:
§ lente convergente: f > 0;
§ lente divergente: f < 0.

Em relação ao objeto e imagem:


§ i e o têm o mesmo sinal ⇒ imagem direita em relação ao objeto;
§ i e o têm sinais contrários ⇒ imagem invertida em relação ao objeto.

243
Em relação à posição do objeto e imagem:
§ objeto real: p > 0;
§ objeto virtual: p < 0;
§ imagem real: p’ > 0;
§ imagem virtual: p’ < 0.
Para as lentes esféricas, são válidas as mesmas equações dos espelhos esféricos.

__ 1 + __
1 = __ 1 (equação de Gauss)
f p p'

p' ____
A = __oi = – __ f
p =f-p

Observe que:
§ se A > 0, o e i têm mesmo sinal, então a imagem é direita;
§ se A < 0, o e i têm sinais opostos, então a imagem é invertida.

Teoria na prática
A banda larga brasileira é lenta. No Japão já existem redes de fibras ópticas, que permitem acessos à in-
ternet com velocidade de 1 gigabit por segundo (Gbps), o suficiente para baixar em um minuto, por exemplo, 80
filmes. No Brasil a maioria das conexões ainda é de 1 megabit por segundo (Mbps), ou seja, menos de um milési-
mo dos acessos mais rápidos do Japão. A fibra óptica é composta basicamente de um material dielétrico (sílica ou
plástico), segundo uma estrutura cilíndrica, transparente e flexível. Ela é formada de uma região central envolta
por uma camada, também de material dielétrico, com índice de refração diferente ao do núcleo. A transmissão em
uma fibra óptica acontecerá de forma correta se o índice de refração do núcleo, em relação ao revestimento, for
a) superior e ocorrer difração.
b) superior e ocorrer reflexão interna total.
c) inferior e ocorrer reflexão interna parcial.
d) inferior e ocorrer interferência destrutiva.
e) inferior e ocorrer interferência construtiva.

Resolução:

Na fibra óptica, a luz fica confinada no interior do núcleo, sem penetrar na casca, sendo conduzida por refle-
xão total, fenômeno que somente é possível quando o sentido de propagação da luz é do meio mais refrin-
gente para o menos refringente. Portanto, o índice de refração do núcleo é maior que o da casca.

Alternativa B

244
APLICAÇÃO DOS 3. (ENEM) As ondas eletromagnéticas, como a
luz visível e as ondas de rádio, viajam em
CONHECIMENTOS - SALA linha reta em um meio homogêneo.
Então, as ondas de rádio emitidas na região
litorânea do Brasil não alcançariam a região
1. (ENEM) A ultrassonografia, também chama-
da de ecografia, é uma técnica de geração de amazônica do Brasil por causa da curvatura
imagens muito utilizada em medicina. Ela da Terra. Entretanto sabemos que é possível
se baseia na reflexão que ocorre quando um transmitir ondas de rádio entre essas locali-
pulso de ultrassom, emitido pelo aparelho dades devido à ionosfera.
colocado em contato com a pele, atravessa Com ajuda da ionosfera, a transmissão de
a superfície que separa um órgão do outro, ondas planas entre o litoral do Brasil e a re-
produzindo ecos que podem ser captados de gião amazônica é possível por meio da:
volta pelo aparelho. Para a observação de de- a) reflexão.
talhes no interior do corpo, os pulsos sono- b) refração.
ros emitidos têm frequências altíssimas, de c) difração.
até 30 MHz, ou seja, 30 milhões de oscila-
d) polarização.
ções a cada segundo.
A determinação de distâncias entre órgãos e) interferência.
do corpo humano feita com esse aparelho
fundamenta-se em duas variáveis impres- 4. (ENEM) Alguns povos indígenas ainda pre-
cindíveis: servam suas tradições realizando a pesca
a) a intensidade do som produzido pelo apare- com lanças, demonstrando uma notável ha-
lho e a frequência desses sons. bilidade. Para fisgar um peixe em um lago
b) a quantidade de luz usada para gerar as ima- com águas tranquilas o índio deve mirar
gens no aparelho e a velocidade do som nos abaixo da posição em que enxerga o peixe.
tecidos.
Ele deve proceder dessa forma porque os
c) a quantidade de pulsos emitidos pelo apare-
lho a cada segundo e a frequência dos sons raios de luz:
emitidos pelo aparelho. a) refletidos pelo peixe não descrevem uma
d) a velocidade do som no interior dos tecidos trajetória retilínea no interior da água.
e o tempo entre os ecos produzidos pelas b) emitidos pelos olhos do índio desviam sua
superfícies dos órgãos. trajetória quando passam do ar para a água.
e) o tempo entre os ecos produzidos pelos ór- c) espalhados pelo peixe são refletidos pela su-
gãos e a quantidade de pulsos emitidos a perfície da água.
cada segundo pelo aparelho. d) emitidos pelos olhos do índio são espalhados
pela superfície da água.
2. (ENEM) Ao contrário dos rádios comuns (AM e) refletidos pelo peixe desviam sua trajetória
ou FM), em que uma única antena transmis- quando passam da água para o ar.
sora é capaz de alcançar toda a cidade, os
celulares necessitam de várias antenas para
cobrir um vasto território. No caso dos rá- 5. (ENEM) Para que uma substância seja colo-
dios FM, a frequência de transmissão está na rida ela deve absorver luz na região do visí-
faixa dos MHz (ondas de rádio), enquanto, vel. Quando uma amostra absorve luz visí-
para os celulares, a frequência está na casa vel, a cor que percebemos é a soma das cores
dos GHz (micro-ondas). Quando comparado restantes que são refletidas ou transmitidas
aos rádios comuns, o alcance de um celular é pelo objeto. A Figura 1 mostra o espectro de
muito menor. absorção para uma substância e é possível
Considerando-se as informações do texto, observar que há um comprimento de onda
o fator que possibilita essa diferença entre em que a intensidade de absorção é máxi-
propagação das ondas de rádio e as de micro- ma. Um observador pode prever a cor dessa
-ondas é que as ondas de rádio são: substância pelo uso da roda de cores (Figura
a) facilmente absorvidas na camada da atmos-
2): o comprimento de onda correspondente
fera superior conhecida como ionosfera.
b) capazes de contornar uma diversidade de à cor do objeto é encontrado no lado oposto
obstáculos como árvores, edifícios e peque- ao comprimento de onda da absorção máxi-
nas elevações. ma.
c) mais refratadas pela atmosfera terrestre, que
apresenta maior índice de refração para as
ondas de rádio.
d) menos atenuadas por interferência, pois o
número de aparelhos que utilizam ondas de
rádio é menor.
e) constituídas por pequenos comprimentos de
onda que lhes conferem um alto poder de
penetração em materiais de baixa densidade.

245
refração da lâmina para que o feixe refletido
seja polarizado?
a) dXX
3.
d
b) __3.
XX
3
c) 2.
1.
d) __
2
d
e) __3.
XX
2

RAIO X
1. Como se trata de eco, a onda sonora percorre
duas vezes a distância (D) a ser determinada
no intervalo de tempo (∆t) entre a emissão e
a recepção. Sendo v a velocidade de propaga-
ção do som no tecido, vem:
Qual a cor da substância que deu origem ao 2 D = v ∆t ⇒ D = ____ v ∆t.
2
espectro da Figura 1? Portanto, as variáveis envolvidas na deter-
a) Azul. minação de distâncias com a técnica da ul-
b) Verde. trassonografia são a velocidade de propaga-
c) Violeta. ção e o tempo.
d) Laranja. 2. De acordo com a equação fundamental da
e) Vermelho. ondulatória:
v = λf ⇒ λ = __v , sendo: v = 3 · 108 m/s.
6. (ENEM) A fotografia feita sob luz polarizada f
é usada por dermatologistas para diagnósti- Avaliando os comprimentos de onda para as
cos. Isso permite ver detalhes da superfície duas frequências:
da pele que não são visíveis com o reflexo 3 ⋅ 1089 =
Micro-ondas: fMicro ≈ 109 Hz ⇒ λMicro ______
da luz branca comum. Para se obter luz po- 10
= 0,3 m = 30 cm.
larizada, pode-se utilizar a luz transmitida 3 ⋅ 108 ≈ 300 m.
por um polaroide ou a luz refletida por uma Rádio: fRádio≈ 106 Hz ⇒ frádio ______
106
superfície na condição de Brewster, como Uma onda é capaz de contornar obstáculos
mostra a figura. Nessa situação, o feixe da ou atravessar fendas. A esse fenômeno dá-se
luz refratada forma um ângulo de 90º com o o nome de difração. Sabe-se que a difração
feixe da luz refletida, fenômeno conhecido é mais acentuada quando o obstáculo ou a
como Lei de Brewster. Nesse caso, o ângulo fenda tem a mesma ordem de grandeza do
da incidência qp, também chamado de ângu- comprimento de onda. No caso, os obstácu-
los são edifícios, árvores, ou pequenos mon-
lo de polarização, e o ângulo de refração qr tes, cujas dimensões estão mais próximas do
estão em conformidade com a Lei de Snell. comprimento de onda das ondas de rádio,
que, por isso, têm a difração favorecida.
3. As ondas de rádio refletem-se na ionosfera,
podendo assim contornar a curvatura da Ter-
ra, como indicado na figura abaixo.

Considere um feixe de luz não polarizada


proveniente de um meio com índice de re-
fração igual a 1, que incide sobre uma lâ-
mina e faz um ângulo de refração qr de 30º.
Nessa situação, qual deve ser o índice de

246
4.

A figura mostra um raio refletido pelo peixe,


que atinge o olho do observador. Ao refratar-
-se da água para o ar, ele sofre desvio em
sua trajetória. O observador vê a imagem do
peixe acima de sua posição real.

5. O gráfico nos mostra que essa substância


apresenta maior absorção para comprimen-
tos de onda em torno de 500 nm, o que
corresponde à cor verde. De acordo com o
enunciado: ... “o comprimento de onda cor-
respondente à cor do objeto é encontrado no
lado oposto ao comprimento de onda da ab-
sorção máxima.”
Na roda de cores, notamos que o comprimen-
to de onda oposto ao da cor verde é o da cor
vermelha.
6. Dados: nm = 1; qp = 60º; qr = 30º.
Aplicando a Lei de Snell:
nmsenqp = nL senqr ⇒ 1 sen60º = nL sen30º ⇒
3 = n __
raiz __ 1 ⇒ n = raiz 3.
2 L 2 L

GABARITO
1. D 2. B 3. A 4. E 5. E
6. A

247
Prescrição: Identificar e relacionar grandezas físicas no estudo dos movimentos oscilatórios, como
amplitude, período e frequência. Também é importante reconhecer fenômenos ondulatórios, como
reflexão e difração, e saber distingui-los nos estudos do som, da luz, das cordas, compreender os
processos de interação entre a radiação e a matéria tais como cores dos objetos, a formação de
imagens através de lentes ou espelhos, o funcionamento e aplicação de fibra óptica, a formação de
sombra além de aplicações tecnológicas, etc.

PRÁTICA DOS CONHECIMENTOS - E.O.


1. (ENEM) Para obter a posição de um telefone celular, a polícia baseia-se em informações do tempo
de resposta do aparelho em relação às torres de celular da região de onde se originou a ligação. Em
uma região, um aparelho está na área de cobertura de cinco torres, conforme o esquema.

Considerando que as torres e o celular são puntiformes e que estão sob o mesmo plano, qual o
número mínimo de torres necessárias para se localizar a posição do telefone celular que originou
a ligação?
a) Uma.
b) Duas.
c) Três.
d) Quatro.
e) Cinco.

2. (ENEM) A figura representa uma embalagem A restrição citada deve-se ao fato de a:


cartonada e sua constituição em multicama- a) embalagem aberta se expandir pela pressão
das. De acordo com as orientações do fabri- do vapor formado em seu interior.
cante, essas embalagens não devem ser utili- b) Camada de polietileno se danificar, colocan-
zadas em fornos micro-ondas. do o alumínio em contato com o alimento.
c) fina camada de alumínio blindar a radiação,
não permitindo que o alimento se aqueça.
d) absorção de radiação pelo papel, que se
aquece e pode levar à queima da camada de
polietileno.
e) geração de centelhas na camada de alumí-
nio, que pode levar à queima da camada de
papel e de polietileno.

3. (ENEM) Christiaan Huygens, em 1656, criou


o relógio de pêndulo. Nesse dispositivo, a
pontualidade baseia-se na regularidade das
pequenas oscilações do pêndulo. Para man-
ter a precisão desse relógio, diversos pro-
blemas foram contornados. Por exemplo, a
haste passou por ajustes até que, no início

248
do século XX, houve uma inovação, que foi a) da luz visível.
sua fabricação usando uma liga metálica que b) do ultravioleta.
se comporta regularmente em um largo in- c) do infravermelho.
tervalo de temperaturas. d) das micro-ondas.
YODER, J. G. Unrolling Time: Christiaan Huygens e) das ondas longas de rádio.
and the mathematization of nature. Cambridge:
Cambridge University Press, 2004 (adaptado).
6. (ENEM) Ao assistir a uma apresentação mu-
Desprezando a presença de forças dissipati- sical, um músico que estava na plateia perce-
vas e considerando a aceleração da gravida- beu que conseguia ouvir quase perfeitamen-
de constante, para que esse tipo de relógio te o som da banda, perdendo um pouco de
realize corretamente a contagem do tempo, nitidez nas notas mais agudas. Ele verificou
é necessário que o(a): que havia muitas pessoas bem mais altas à
a) comprimento da haste seja mantido cons- sua frente, bloqueando a visão direta do pal-
tante. co e o acesso aos alto-falantes. Sabe-se que a
b) massa do corpo suspenso pela haste seja pe- velocidade do som no ar é de 340 m/s e que
quena. a região de frequências das notas emitidas é
c) material da haste possua alta condutividade de, aproximadamente, 20 Hz a 4000 Hz.
térmica. Qual fenômeno ondulatório é o principal
d) amplitude da oscilação seja constante a responsável para que o músico percebesse
essa diferenciação do som?
qualquer temperatura.
a) Difração.
e) energia potencial gravitacional do corpo
b) Reflexão.
suspenso se mantenha constante. c) Refração.
d) Atenuação.
4. (ENEM) Quando adolescente, as nossas tar- e) Interferência.
des, após as aulas, consistiam em tomar às
mãos o violão e o dicionário de acordes de 7. (ENEM) Ao sintonizarmos uma estação de
Almir Chediak e desafiar nosso amigo Ha- rádio ou um canal de TV em um aparelho, es-
milton a descobrir, apenas ouvindo o acorde, tamos alterando algumas características elé-
quais notas eram escolhidas. Sempre perdía- tricas de seu circuito receptor. Das inúmeras
mos a aposta, ele possui o ouvido absoluto. ondas eletromagnéticas que chegam simul-
O ouvido absoluto é uma característica per- taneamente ao receptor, somente aquelas
ceptual de poucos indivíduos capazes de que oscilam com determinada frequência re-
identificar notas isoladas sem outras refe- sultarão em máxima absorção de energia.
rências, isto é, sem precisar relacioná-las O fenômeno descrito é a:
com outras notas de uma melodia. a) difração.
LENT, R. O cérebro do meu professor de acordeão. b) refração.
Disponível em: http://cienciahoje.uol.com. c) polarização.
br. Acesso em: 15 ago. 2012 (adaptado). d) interferência.
No contexto apresentado, a propriedade fí- e) ressonância.
sica das ondas que permite essa distinção
entre as notas é a: 8. (ENEM) As moléculas de água são dipolos
a) frequência. elétricos que podem se alinhar com o campo
b) intensidade. elétrico, da mesma forma que uma bússola
c) forma da onda. se alinha com um campo magnético. Quando
d) amplitude da onda. o campo elétrico oscila, as moléculas de água
e) velocidade de propagação. fazem o mesmo. No forno de micro-ondas,
a frequência de oscilação do campo elétrico
é igual à frequência natural de rotação das
5. (ENEM) Alguns sistemas de segurança in-
moléculas de água. Assim, a comida é cozida
cluem detectores de movimento. Nesses sen-
quando o movimento giratório das moléculas
sores, existe uma substância que se polari- de água transfere a energia térmica às molé-
za na presença de radiação eletromagnética culas circundantes.
de certa região de frequência, gerando uma HEWITT, P. Física conceitual. Porto Alegre:
tensão que pode ser amplificada e empre- Bookman, 2002 (adaptado).
gada para efeito de controle. Quando uma
A propriedade das ondas que permite, nesse
pessoa se aproxima do sistema, a radiação caso, um aumento da energia de rotação das
emitida por seu corpo é detectada por esse moléculas de água é a:
tipo de sensor. a) reflexão.
WENDLING, M. Sensores. Disponível em: www2.feg.
b) refração.
unesp.br. Acesso em: 7 maio 2014 (adaptado).
c) ressonância.
A radiação captada por esse detector encon- d) superposição.
tra-se na região de frequência: e) difração.

249
9. (ENEM) Em viagens de avião, é solicitado a) Ao se esconder atrás de um muro, um meni-
aos passageiros o desligamento de todos no ouve a conversa de seus colegas.
os aparelhos cujo funcionamento envolva a b) Ao gritar diante de um desfiladeiro, uma
emissão ou a recepção de ondas eletromag- pessoa ouve a repetição do seu próprio grito.
néticas. O procedimento é utilizado para eli- c) Ao encostar o ouvido no chão, um homem
minar fontes de radiação que possam inter-
percebe o som de uma locomotiva antes de
ferir nas comunicações via rádio dos pilotos
com a torre de controle. ouvi-lo pelo ar.
A propriedade das ondas emitidas que justi- d) Ao ouvir uma ambulância se aproximando,
fica o procedimento adotado é o fato de: uma pessoa percebe o som mais agudo do
a) terem fases opostas. que quando aquela se afasta.
b) serem ambas audíveis. e) Ao emitir uma nota musical muito aguda,
c) terem intensidades inversas. uma cantora de ópera faz com que uma taça
d) serem de mesma amplitude. de cristal se despedace.
e) terem frequências próximas.
12. (ENEM) O efeito Tyndall é um efeito ópti-
10. (ENEM) Nossa pele possui células que rea- co de turbidez provocado pelas partículas de
gem à incidência de luz ultravioleta e pro- uma dispersão coloidal. Foi observado pela
duzem uma substância chamada melanina, primeira vez por Michael Faraday em 1857 e,
responsável pela pigmentação da pele. Pen- posteriormente, investigado pelo físico in-
sando em se bronzear, uma garota vestiu glês John Tyndall. Este efeito é o que torna
um biquíni, acendeu a luz de seu quarto e possível, por exemplo, observar as partículas
deitou-se exatamente abaixo da lâmpada in- de poeira suspensas no ar por meio de uma
candescente. Após várias horas ela percebeu réstia de luz, observar gotículas de água que
que não conseguiu resultado algum. formam a neblina por meio do farol do carro
O bronzeamento não ocorreu porque a luz ou, ainda, observar o feixe luminoso de uma
emitida pela lâmpada incandescente é de: lanterna por meio de um recipiente conten-
a) baixa intensidade. do gelatina.
b) baixa frequência. REIS, M. Completamente Química: Físico-
c) um espectro contínuo. Química. São Paulo: FTD, 2001 (adaptado).
d) amplitude inadequada.
e) curto comprimento de onda. Ao passar por um meio contendo partícu-
las dispersas, um feixe de luz sofre o efeito
11. (ENEM) Ao diminuir o tamanho de um ori- Tyndall devido:
fício atravessado por um feixe de luz, passa a) à absorção do feixe de luz por este meio.
menos luz por intervalo de tempo, e próxi- b) à interferência do feixe de luz neste meio.
mo da situação de completo fechamento do c) à transmissão do feixe de luz neste meio.
orifício, verifica-se que a luz apresenta um d) à polarização do feixe de luz por este meio.
comportamento como o ilustrado nas figu- e) ao espalhamento do feixe de luz neste meio.
ras. Sabe-se que o som, dentro de suas par-
ticularidades, também pode se comportar
dessa forma. 13. (ENEM) O progresso da tecnologia introdu-
ziu diversos artefatos geradores de campos
eletromagnéticos. Uma das mais emprega-
das invenções nessa área são os telefones
celulares e smartphones. As tecnologias de
transmissão de celular atualmente em uso
no Brasil contemplam dois sistemas. O pri-
meiro deles é operado entre as frequências
de 800 MHz e 900 MHz e constitui os cha-
mados sistemas TDMA/CDMA. Já a tecnologia
GSM, ocupa a frequência de 1.800 MHz.
Considerando que a intensidade de trans-
missão e o nível de recepção “celular” sejam
os mesmos para as tecnologias de transmis-
são TDMA/CDMA ou GSM, se um engenheiro
tiver de escolher entre as duas tecnologias
para obter a mesma cobertura, levando em
consideração apenas o número de antenas
em uma região, ele deverá escolher:
a) a tecnologia GSM, pois é a que opera com
ondas de maior comprimento de onda.
Em qual das situações a seguir está repre- b) a tecnologia TDMA/CDMA, pois é a que apre-
sentado o fenômeno descrito no texto? senta Efeito Doppler mais pronunciado.

250
c) a tecnologia GSM, pois é a que utiliza ondas que se propagam com maior velocidade.
d) qualquer uma das duas, pois as diferenças nas frequências são compensadas pelas diferenças nos com-
primentos de onda.
e) qualquer uma das duas, pois nesse caso as intensidades decaem igualmente da mesma forma, indepen-
dentemente da frequência.

14. (ENEM) Em um piano, o Dó central e a próxima nota Dó (Dó maior) apresentam sons parecidos,
mas não idênticos. É possível utilizar programas computacionais para expressar o formato dessas
ondas sonoras em cada uma das situações como apresentado nas figuras, em que estão indicados
intervalos de tempo idênticos (T).

A razão entre as frequências do Dó central e do Dó maior é de:


1.
a) __
2
b) 2.
c) 1.
1.
d) __
4
e) 4.

15. (ENEM) Ao sintonizarmos uma estação de rádio ou um canal de TV em um aparelho, estamos al-
terando algumas características elétricas de seu circuito receptor. Das inúmeras ondas eletromag-
néticas que chegam simultaneamente ao receptor, somente aquelas que oscilam com determinada
frequência resultarão em máxima absorção de energia.
O fenômeno descrito é a:
a) difração.
b) refração.
c) polarização.
d) interferência.
e) ressonância.

16. (ENEM) A radiação ultravioleta (UV) é dividida, de acordo com três faixas de frequência, em UV-
A, UV-B e UV-C, conforme a figura.

Para selecionar um filtro solar que apresente absorção máxima na faixa UV-B, uma pessoa analisou
os espectros de absorção da radiação UV de cinco filtros solares:

251
Considere:
velocidade da luz 3,0 · 108 m/s e 1 nm = 1,0·10-9 m.
O filtro solar que a pessoa deve selecionar é o:
a) V.
b) IV.
c) III.
d) II.
e) I.

17. (ENEM) Uma manifestação comum das torcidas em estádios de futebol é a ola mexicana. Os es-
pectadores de uma linha, sem sair do lugar e sem se deslocarem lateralmente, ficam de pé e se
sentam, sincronizados com os da linha adjacente. O efeito coletivo se propaga pelos espectadores
do estádio, formando uma onda progressiva, conforme ilustração.

Calcula-se que a velocidade de propagação dessa “onda humana” é de 45 km/h, e que cada período
de oscilação contém 16 pessoas, que se levantam e sentam organizadamente e distanciadas entre
si por 80 cm.
Disponível em: www.ufsm.br. Acesso em: 7 dez. 2012 (adaptado).

Nessa ola mexicana, a frequência da onda, em hertz, é um valor mais próximo de:
a) 0,3.
b) 0,5.
c) 1,0.
d) 1,9.
e) 3,7.

18. (ENEM) Entre os anos de 1028 e 1038, Alhazen (Ibn al-Haytham: 965-1040 d.C.) escreveu sua
principal obra, o Livro da Óptica, que, com base em experimentos, explicava o funcionamento da
visão e outros aspectos da ótica, por exemplo, o funcionamento da câmara escura. O livro foi tra-
duzido e incorporado aos conhecimentos científicos ocidentais pelos europeus. Na figura, retirada
dessa obra, é representada a imagem invertida de edificações em tecido utilizado como anteparo.

Se fizermos uma analogia entre a ilustração e o olho humano, o tecido corresponde ao(à):
a) íris.
b) retina.
c) pupila.
d) córnea.
e) cristalino.

252
19. (ENEM) As lentes fotocromáticas escurecem quando expostas à luz solar por causa de reações
químicas reversíveis entre uma espécie incolor e outra colorida. Diversas reações podem ser uti-
lizadas, e a escolha do melhor reagente para esse fim se baseia em três principais aspectos: (i) o
quanto escurece a lente; (ii) o tempo de escurecimento quando exposta à luz solar; e (iii) o tempo
de esmaecimento em ambiente sem forte luz solar. A transmitância indica a razão entre a quanti-
dade de luz que atravessa o meio e a quantidade de luz que incide sobre ele.
Durante um teste de controle para o desenvolvimento de novas lentes fotocromáticas, foram ana-
lisadas cinco amostras, que utilizam reagentes químicos diferentes. No quadro, são apresentados
os resultados.

Tempo de escurecimento Tempo de esmaecimento Transmitância média da lente


Amostra
(segundo) (segundo) quando exposta à luz solar (%)
1 20 50 80
2 40 30 90
3 20 30 50
4 50 50 50
5 40 20 95

Considerando os três aspectos, qual é a melhor amostra de lente fotocromática para se utilizar em
óculos?
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.

20. (ENEM) É comum aos fotógrafos tirar fotos coloridas em ambientes iluminados por lâmpadas fluo-
rescentes, que contêm uma forte composição de luz verde. A consequência desse fato na fotografia
é que todos os objetos claros, principalmente os brancos, aparecerão esverdeados. Para equilibrar
as cores, deve-se usar um filtro adequado para diminuir a intensidade da luz verde que chega aos
sensores da câmera fotográfica. Na escolha desse filtro, utiliza-se o conhecimento da composição
das cores-luz primárias: vermelho, verde e azul; e das cores-luz secundárias: amarelo = vermelho
+ verde, ciano = verde + azul e magenta = vermelho + azul.
Disponível em: http://nautilus.fis.uc.pt. Acesso: em 20 maio 2014 (adaptado).

Na situação descrita, qual deve ser o filtro utilizado para que a fotografia apresente as cores na-
turais dos objetos?
a) Ciano.
b) Verde.
c) Amarelo.
d) Magenta.
e) Vermelho.

21. (ENEM) Uma proposta de dispositivo capaz de indicar a qualidade da gasolina vendida em postos
e, consequentemente, evitar fraudes, poderia utilizar o conceito de refração luminosa. Nesse sen-
tido, a gasolina não adulterada, na temperatura ambiente, apresenta razão entre os senos dos raios
incidente e refratado igual a 1,4. Desse modo, fazendo incidir o feixe de luz proveniente do ar
com um ângulo fixo e maior que zero, qualquer modificação no ângulo do feixe refratado indicará
adulteração no combustível.
Em uma fiscalização rotineira, o teste apresentou o valor de 1,9. Qual foi o comportamento do raio
refratado?
a) Mudou de sentido.
b) Sofreu reflexão total.
c) Atingiu o valor do ângulo limite.
d) Direcionou-se para a superfície de separação.
e) Aproximou-se da normal à superfície de separação.

253
22. (ENEM) As miragens existem e podem in- 25. (ENEM) Alguns povos indígenas ainda pre-
duzir à percepção de que há água onde não servam suas tradições realizando a pesca
existe. Elas são a manifestação de um fenô- com lanças, demonstrando uma notável ha-
meno óptico que ocorre na atmosfera. bilidade. Para fisgar um peixe em um lago
Disponível em: www.invivo.fiocruz.
com águas tranquilas o índio deve mirar
br. Acesso em: 29 fev. 2012. abaixo da posição em que enxerga o peixe.
Ele deve proceder dessa forma porque os
Esse fenômeno óptico é consequência da: raios de luz:
a) refração da luz nas camadas de ar próximas a) refletidos pelo peixe não descrevem uma
do chão quente. trajetória retilínea no interior da água.
b) reflexão da luz ao incidir no solo quente. b) emitidos pelos olhos do índio desviam sua
c) reflexão difusa da luz na superfície rugosa. trajetória quando passam do ar para a água.
d) dispersão da luz nas camadas de ar próximas c) espalhados pelo peixe são refletidos pela su-
do chão quente. perfície da água.
e) difração da luz nas camadas de ar próximas d) emitidos pelos olhos do índio são espalhados
do chão quente. pela superfície da água.
e) refletidos pelo peixe desviam sua trajetória
23. (ENEM) A eficiência das lâmpadas pode ser quando passam da água para o ar.
comparada utilizando a razão, considerada
linear, entre a quantidade de luz produzida 26. (ENEM) Uma equipe de cientistas lança-
e o consumo. A quantidade de luz é medida rá uma expedição ao Titanic para criar um
pelo fluxo luminoso, cuja unidade é o lúmen detalhado mapa 3D que “vai tirar, virtual-
(lm). O consumo está relacionado à potência mente, o Titanic do fundo do mar para o pú-
elétrica da lâmpada que é medida em watt blico”. A expedição ao local, a 4 quilômetros
(W). Por exemplo, uma lâmpada incandes- de profundidade no Oceano Atlântico, está
cente de 40 W emite cerca de 600 lm, en- sendo apresentada como a mais sofisticada
quanto uma lâmpada fluorescente de 40 W expedição científica ao Titanic.
emite cerca de 3000 lm. Ela utilizará tecnologias de imagem e sonar
Disponível em: http://tecnologia.terra.com. que nunca tinham sido aplicadas ao navio,
br. Acesso em: 29 fev. 2012 (adaptado). para obter o mais completo inventário de
seu conteúdo. Esta complementação é neces-
A eficiência de uma lâmpada incandescente sária em razão das condições do navio, nau-
de 40 W é: fragado há um século.
a) maior que a de uma lâmpada fluorescente de O Estado de São Paulo. Disponível em: http://www.
8 W, que produz menor quantidade de luz. estadao.com.br. Acesso em: 27 jul. 2010 (adaptado).
b) maior que a de uma lâmpada fluorescente de No problema apresentado para gerar ima-
40 W, que produz menor quantidade de luz. gens através de camadas de sedimentos de-
c) menor que a de uma lâmpada fluorescente positados no navio, o sonar é mais adequa-
de 8 W, que produz a mesma quantidade de luz. do, pois a:
d) menor que a de uma lâmpada fluorescente a) propagação da luz na água ocorre a uma ve-
de 40 W, pois consome maior quantidade de locidade maior que a do som neste meio.
energia. b) absorção da luz ao longo de uma camada de
e) igual a de uma lâmpada fluorescente de 40 água é facilitada enquanto a absorção do
W, que consome a mesma quantidade de som não.
energia. c) refração da luz a uma grande profundidade
acontece com uma intensidade menor que a
24. (ENEM) Em um experimento, coloca-se gli- do som.
cerina dentro de um tubo de vidro liso. Em d) atenuação da luz nos materiais analisados é
seguida, parte do tubo é colocada em um distinta da atenuação de som nestes mesmos
copo de vidro que contém glicerina e a parte materiais.
do tubo imersa fica invisível. e) reflexão da luz nas camadas de sedimentos
Esse fenômeno ocorre porque a: é menos intensa do que a reflexão do som
a) intensidade da luz é praticamente constante neste material.
no vidro.
b) parcela de luz refletida pelo vidro é pratica- 27. (ENEM) O processo de interpretação de
mente nula. imagens capturadas por sensores instala-
c) luz que incide no copo não é transmitida dos a bordo de satélites que imageiam de-
para o tubo de vidro. terminadas faixas ou bandas do espectro de
d) velocidade da luz é a mesma no vidro e na radiação eletromagnética (REM) baseia-se
glicerina. na interação dessa radiação com os objetos
e) trajetória da luz é alterada quando ela passa presentes sobre a superfície terrestre. Uma
da glicerina para o vidro. das formas de avaliar essa interação é por

254
meio da quantidade de energia é refletida 29. (ENEM) Folhas de papel, como as utiliza-
pelos objetos. A relação entre a refletância das para a impressão de documentos, são
de um dado objeto e o comprimento de onda opacas e permeáveis aos líquidos. Esse ma-
da REM é conhecida como curva de compor- terial é constituído de microfibras entrela-
tamento espectral ou assinatura espectral do çadas de celulose, que são transparentes à
objeto, como mostrado na figura, para obje- luz. Quando sobre elas se derrama glicerina,
tos comuns na superfície terrestre. elas se tornam translúcidas. Uma imagem da
superfície de uma folha de papel, ampliada
por um microscópio eletrônico de varredura,
pode ser vista na figura. No quadro é apre-
sentada a razão (n) entre a velocidade da luz
no vácuo e no respectivo material (celulose,
glicerina ou ar).

De acordo com as curvas de assinatura es-


pectral apresentadas na figura, para que se
obtenha a melhor discriminação dos alvos
mostrados, convém selecionar a banda cor-
respondente a que comprimento de onda em
micrômetros (μm)?
a) 0,4 a 0,5.
Material n
b) 0,5 a 0,6.
c) 0,6 a 0,7. celulose 1,46
d) 0,7 a 0,8. glicerina 1,47
e) 0,8 a 0,9. ar 1,00

28. (ENEM) Será que uma miragem ajudou a Nessa situação, o papel se tornou translúcido
afundar o Titanic? O fenômeno ótico conhe- porque a luz é:
cido como Fata Morgana pode fazer com que a) mais refletida.
uma falsa parede de água apareça sobre o b) mais absorvida.
horizonte molhado. Quando as condições c) mais espalhada.
são favoráveis, a luz refletida pela água fria d) menos refratada.
pode ser desviada por uma camada incomum e) menos transmitida.
de ar quente acima, chegando até o obser-
vador, vinda de muitos ângulos diferentes. 30. (ENEM) Júpiter, conhecido como o gigan-
De acordo com estudos de pesquisadores da te gasoso, perdeu uma das suas listras mais
Universidade de San Diego, uma Fata Morga- proeminentes, deixando o seu hemisfério
na pode ter obscurecido os icebergs da visão sul estranhamente vazio. Observe a região
da tripulação que estava a bordo do Titanic. em que a faixa sumiu, destacada pela seta.
Dessa forma, a certa distância, o horizonte
verdadeiro fica encoberto por uma névoa
escurecida, que se parece muito com águas
calmas no escuro.
Disponível em: http://apod.nasa.gov.
Acesso em: 6 set. 2012 (adaptado).

O fenômeno ótico que, segundo os pesquisa-


dores, provoca a Fata Morgana é a:
a) ressonância.
b) refração.
c) difração. A aparência de Júpiter é tipicamente mar-
d) reflexão. cada por duas faixas escuras em sua atmos-
e) difusão. fera – uma no hemisfério norte e outra no

255
hemisfério sul. Como o gás está constante- e)
mente em movimento, o desaparecimento
da faixa no planeta relaciona-se ao movi-
mento das diversas camadas de nuvens em
sua atmosfera. A luz do Sol, refletida nessas
nuvens, gera a imagem que é captada pelos
telescópios, no espaço ou na Terra.
O desaparecimento da faixa sul pode ter sido
determinado por uma alteração:
a) na temperatura da superfície do planeta.
b) no formato da camada gasosa do planeta.
GABARITO
c) no campo gravitacional gerado pelo planeta.
d) na composição química das nuvens do planeta. 1. C 2. E 3. A 4. A 5. C
e) na densidade das nuvens que compõem o pla- 6. A 7. E 8. C 9. E 10. B
neta.
11. A 12. E 13. E 14. A 15. E
31. (ENEM) Um grupo de cientistas liderado por 16. B 17. C 18. B 19. C 20. D
pesquisadores do Instituto de Tecnologia
da Califórnia (Caltech), nos Estados Uni- 21. E 22. A 23. C 24. D 25. E
dos, construiu o primeiro metamaterial que
apresenta valor negativo do índice de refra- 26. D 27. E 28. B 29. D 30. E
ção relativo para a luz visível. Denomina-se
31. D
metamaterial um material óptico artificial,
tridimensional, formado por pequenas es-
truturas menores do que o comprimento
de onda da luz, o que lhe dá propriedades
e comportamentos que não são encontrados
em materiais naturais. Esse material tem
sido chamado de “canhoto”.
Disponível em: http://inovacaotecnologica.com.
br. Acesso em: 28 abr. 2010 (adaptado).

Considerando o comportamento atípico des-


se metamaterial, qual é a figura que repre-
senta a refração da luz ao passar do ar para
esse meio?
a)

b)

c)

d)

256
257
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 9 e 10

Competências 1, 2, 5 e 6
Habilidades 2, 5, 6, 17 e 21

BREVIÁRIO

ELETRODINÂMICA
A corrente elétrica é um fluxo de elétrons que atravessa um condutor. O fluxo de partículas eletrizadas em mo-
vimento é, em média, ordenado.

O sentido real do movimento dos elétrons não é o mesmo que o sentido convencional da corrente elétrica.
A carga elétrica do elétron foi denominada carga elétrica elementar e seu valor absoluto é representado
pelo símbolo e:

e = 1,6 × 10–19 C

259
Assim, o valor absoluto da quantidade de carga elétrica Q que atravessou a seção S é:

|Q| = n ⋅ |e|

A intensidade média da corrente elétrica nesse condutor, no intervalo de tempo ∆t, é definida como sendo
a grandeza:
|Q|
im = ___
∆t

No SI, a unidade da intensidade de corrente elétrica é o ampère, de símbolo A, em homenagem ao físico


francês André-Marie Ampère (1775-1836).

Amperímetro
A intensidade da corrente elétrica que passa num fio é medida utilizando-se um aparelho chamado amperímetro.

Voltímetro
O voltímetro é o aparelho utilizado para medir a diferença de potencial (ddp) entre os polos de um gerador. O
voltímetro é comumente chamado de medidor de voltagem.

Resistor e resistência
Apesar de conduzir corrente elétrica, o resistor é feito de um material que dificulta a passagem dos elétrons. A
medida dessa dificuldade é denominada resistência elétrica. A característica básica de um resistor é transformar
energia elétrica em energia térmica.

PRIMEIRA LEI DE OHM


d.d.p.
__________________ U = constante
= constante ⇒ __
intensidade de corrente i

Essa constante é a resistência do resistor, indicada por R. Desse modo, a relação entre corrente elétrica, d.d.p. e
resistência em um condutor é:

U=R
__
i

A intensidade de corrente i e a ddp são diretamente proporcionais para determinados resistores, mantidos
a uma temperatura constante.
U=R∙i

260
No SI, a unidade de resistência elétrica é ohm, simbolizado por W (letra grega ômega), em homenagem ao
físico George Simon Ohm.

U(i) = R ⋅ i

U =R
tan u = __
i

SEGUNDA LEI DE OHM


r∙ø
R = ____
A

Onde:
R é a resistência elétrica do resistor.
r (lê-se “rô”) é a resistividade do material.
A é a área da secção transversal do material.
ø é o comprimento do material.
A característica de resistividade (r) de cada material no SI tem unidade V · m.

RESISTÊNCIA EQUIVALENTE
tensão do gerador U⇒ U=R ·i
Req = __________________ = __
intensidade da corrente i eq

Sendo que Req é a resistência equivalente, U é a tensão do gerador (pilha) e i é a intensidade da corrente
elétrica fornecida pela fonte.

ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES EM SÉRIE

Dois resistores em série Três resistores em série

A soma das resistências associadas em série em um circuito é igual à resistência equivalente desse circuito.

Req = R1 + R2 + R3 + ... + Rn

261
Associação de resistores em paralelo

i = i1 + i2 + i3

A tensão elétrica nos extremos de resistores associados em paralelo é a mesma para todos os resistores da as-
sociação.

___ 1 + __
1 = __ 1 + __
1
Req R1 R2 R3

A soma do inverso das resistências de resistores associados em paralelo é igual ao inverso da resistência equiva-
lente dessa ligação em paralelo.

POTÊNCIA ELÉTRICA
A potência P é o trabalho realizado para movimentar as cargas durante um intervalo de tempo. Assim, para o
intervalo ∆t do deslocamento das cargas DQ entre dois pontos:

P = Ui

U na expressão da potência acima, e obter duas ex-


Pela 1ª lei de Ohm, podemos substituir U = Ri ou i = __
R
pressões equivalentes para calcular a potência dissipada em resistores:

P = Ri2 e U
P = __
2

No SI, a unidade de potência é o watt (W).

ENERGIA DISSIPADA POR EFEITO JOULE


Um condutor elétrico sólido esquenta ao ser percorrido por uma corrente elétrica. Esse aumento de temperatura
do condutor, devido a passagem da corrente elétrica, é denominado efeito Joule. Esse efeito ocorre porque as
partículas eletrizadas da corrente elétrica colidem com átomos e moléculas do material condutor e, assim, parte da
corrente elétrica é transformada em energia térmica.

E = P · Dt

No Sistema Internacional, a unidade de medida para energia é Joule, porém, é muito comum utilizarmos o kWh.
A energia de 1 kWh equivale à energia dissipada por um aparelho de mil watts de potência ligado durante
uma hora, ou seja, equivale a 3,6 ⋅ 106 J.

262
Teoria na prática

A energia elétrica consumida nas residências é medida, em quilowatt-hora, por meio de um relógio medidor
de consumo. Nesse relógio, da direita para esquerda, tem-se o ponteiro da unidade, da dezena, da centena e do
milhar. Se um ponteiro estiver entre dois números, considera-se o último número ultrapassado pelo ponteiro.
Suponha que as medidas indicadas nos esquemas seguintes tenham sido feitas em uma cidade em que o preço
do quilowatt-hora fosse de R$ 0,20.

O valor a ser pago pelo consumo de energia elétrica registrado seria de:
a) R$ 41,80.
b) R$ 42.00.
c) R$ 43.00.
d) R$ 43,80.
e) R$ 44,00.

Resolução:

Fazendo as leituras:
Atual → 2.783 kWh;
Mês passado → 2.563 kWh.
O consumo mensal (C) corresponde à diferença entre as leituras
C = 2.783 – 2.563 = 220 kWh.
O valor a ser pago (V) é, então:
V = 220 · 0,20 = R$ 44,00.

Alternativa E

263
APLICAÇÃO DOS 3. (ENEM) Todo carro possui uma caixa de fu-
síveis, que são utilizados para proteção dos
CONHECIMENTOS - SALA circuitos elétricos. Os fusíveis são constituí-
dos de um material de baixo ponto de fusão,
1. (ENEM) Os motores elétricos são dispositivos como o estanho, por exemplo, e se fundem
com diversas aplicações, dentre elas, desta- quando percorridos por uma corrente elétri-
cam-se aquelas que proporcionam conforto e ca igual ou maior do que aquela que são ca-
praticidade para as pessoas. É inegável a pre- pazes de suportar. O quadro a seguir mostra
ferência pelo uso de elevadores quando o ob- uma série de fusíveis e os valores de corren-
jetivo é o transporte de pessoas pelos andares
te por eles suportados.
de prédios elevados. Nesse caso, um dimen-
sionamento preciso da potência dos motores
utilizados nos elevadores é muito importante Fusível Corrente Elétrica (A)
e deve levar em consideração fatores como Azul 1,5
economia de energia e segurança. Amarelo 2,5
Considere que um elevador de 800 kg, quan-
Laranja 5,0
do lotado com oito pessoas ou 600 kg, pre-
cisa ser projetado. Para tanto, alguns parâ- Preto 7,5
metros deverão ser dimensionados. O motor Vermelho 10,0
será ligado à rede elétrica que fornece 220
volts de tensão. O elevador deve subir 10 an- Um farol usa uma lâmpada de gás halo-
dares, em torno de 30 metros, a uma velo- gênio de 55 W de potência que opera com
cidade constante de 4 metros por segundo. 36 V. Os dois faróis são ligados separadamen-
Para fazer uma estimativa simples de potên- te, com um fusível para cada um, mas, após
cia necessária e da corrente que deve ser for-
necida ao motor do elevador para ele operar um mau funcionamento, o motorista passou
com lotação máxima, considere que a tensão a conectá-los em paralelo, usando apenas um
seja contínua, que a aceleração da gravidade fusível. Dessa forma, admitindo-se que a fia-
vale 10 m/s2 e que o atrito pode ser despre- ção suporte a carga dos dois faróis, o menor
zado. Nesse caso, para um elevador lotado, a valor de fusível adequado para proteção des-
potência média de saída do motor do eleva- se novo circuito é o:
dor e a corrente elétrica máxima que passa a) azul.
no motor serão respectivamente de: b) preto.
a) 24 kW e 109 A.
c) laranja.
b) 32 kW e 145 A.
c) 56 kW e 255 A. d) amarelo.
d) 180 kW e 818 A. e) vermelho.
e) 240 kW e 1090 A.
4. (ENEM) Para ligar ou desligar uma mesma
2. (ENEM) A resistência elétrica de um fio é de- lâmpada a partir de dois interruptores, co-
terminada pela suas dimensões e pelas pro-
nectam-se os interruptores para que a mu-
priedades estruturais do material. A condu-
tividade caracteriza a estrutura do material, dança de posição de um deles faça ligar ou
de tal forma que a resistência de um fio pode desligar a lâmpada, não importando qual a
ser determinada conhecendo-se L, o compri- posição do outro. Esta ligação é conhecida
mento do fio e A, a área de seção reta. A como interruptores paralelos. Este interrup-
tabela relaciona o material à sua respectiva tor é uma chave de duas posições constituída
resistividade em temperatura ambiente. por um polo e dois terminais, conforme mos-
Tabela de condutividade
trado nas figuras de um mesmo interruptor.
Na Posição I a chave conecta o polo ao termi-
Material Condtividade (S · m/mm2)
nal superior, e na Posição II a chave o conec-
Alumínio 34,2 ta ao terminal inferior.
Cobre 61,7
Ferro 10,2
Prata 62,5
Tungstênio 18,8
Mantendo-se as mesmas dimensões geomé-
tricas, o fio que apresenta menor resistência O circuito que cumpre a finalidade de fun-
elétrica é aquele feito de:
cionamento descrita no texto é:
a) tungstênio.
b) alumínio.
c) ferro.
d) cobre.
e) prata.

264
a)

b)

c)

d)

e)

5. (ENEM) A instalação elétrica de uma casa envolve várias etapas, desde a alocação dos dispositivos,
instrumentos e aparelhos elétricos, até a escolha dos materiais que a compõem, passando pelo
dimensionamento da potência requerida, da fiação necessária, dos eletrodutos*, entre outras.
Para cada aparelho elétrico existe um valor de potência associado. Valores típicos de potências
para alguns aparelhos elétricos são apresentados no quadro seguinte:

Aparelhos Potência (W)


Aparelho de som 120
Chuveiro elétrico 3.000
Ferro elétrico 500
Televisor 200
Geladeira 200
Rádio 50

*Eletrodutos são condutos por onde passa a fiação de uma instalação elétrica, com a finalidade de protegê-la.

A escolha das lâmpadas é essencial para obtenção de uma boa iluminação. A potência da lâmpada
deverá estar de acordo com o tamanho do cômodo a ser iluminado. O quadro a seguir mostra a
relação entre as áreas dos cômodos (em m2) e as potências das lâmpadas (em W), e foi utilizado
como referência para o primeiro pavimento de uma residência.

Área do Potência da Lâmpada (W)


Cômodo (m2) Sala/copa/cozinha Quarto, varanda ecorredor banheiro
Até 6,0 60 60 60
6,0 a 7,5 100 100 60
7,5 a 10,5 100 100 100

265
Obs.: Para efeitos dos cálculos das áreas, as paredes são desconsideradas.
Considerando a planta baixa fornecida, com todos os aparelhos em funcionamento, a potência
total, em watts, será de:
a) 4.070.
b) 4.270.
c) 4.320.
d) 4.390.
e) 4.470.
6. (ENEM) Observe a tabela seguinte. Ela traz especificações técnicas constantes no manual de instru-
ções fornecido pelo fabricante de uma torneira elétrica.
Especificações Técnicas
Modelo Torneira
Tensão Nominal (volts) 127 220

(Frio) Desligado
Potência Nominal
(Morno) 2 800 3 200 2 800 3200
(Watts)
(Quente) 4 500 5 500 4 500 5500
Corrente Nominal (Ampères) 35,4 43,3 20,4 25,0
Fiação Mínima (Até 30m) 6 mm 2
10 mm 2
4 mm 2
4 mm2
Fiação Mínima (Acima 30 m) 10 mm2 16 mm2 6 mm2 6 mm2
Disjuntor (Ampère) 40 50 25 30
Disponível em: http://www.cardeal.com.br.manualprod/Manuais/Torneira%20 Suprema/”Manual…Torneira…Suprema…roo.pdf

Considerando que o modelo de maior potência da versão 220 V da torneira suprema foi inadver-
tidamente conectada a uma rede com tensão nominal de 127 V, e que o aparelho está configurado
para trabalhar em sua máxima potência, qual o valor aproximado da potência ao ligar a torneira?
a) 1.830 W.
b) 2.800 W.
c) 3.200 W.
d) 4.030 W.
e) 5.500 W.

RAIO X
1. Dados: M = 800 + 600 = 1.400 kg; g = 10 m/s2; U = 220 V; h = 30 m; v = 4 m/s.
Como a velocidade é constante, a força de tração no cabo acoplado ao motor tem a mesma in-
tensidade do peso total a ser transportado, correspondendo ao peso do elevador mais o peso das
pessoas.
F = P = M g ⇒ F = (800 + 600) 10 ⇒ F = 14.000 N.
Calculando a potência mecânica: Pot = F v ⇒Pot = 14.000 (4) = 56.000 W ⇒ Pot = 56 kW.
Pot _______
Da potência elétrica: Pot = U i ⇒ i = ⇒ i = ___ = 56.000 ⇒ i = 255 A.
U 220

266
2. O fio que apresenta menor resistência é aque-
le que apresenta maior condutividade. Pela GABARITO
tabela, vemos que é aquele feito de prata.
3. Dados: P = 55 W; U = 36 V. 1. C 2. E 3. C 4. E 5. D
Calculando a corrente em cada farol:
55 A.
P = ___ 6. A
P = U i ⇒ i = __
U 36
Quando eles são ligados a um mesmo fusível,
a corrente é o dobro.
2·55 = ____
I = 2 i = ____ 110 ⇒ I = 3,05 A.
36 36
Para aguentar essa corrente, o menor valor
de fusível deve ser 5 A, ou seja, o laranja.
4. O único circuito que fecha tanto para a po-
sição I como para a posição II é o circuito da
alternativa [E].
5. Calculemos, primeiramente, as potências das
lâmpadas usadas, obedecendo aos valores da
2ª tabela dada, e anexemos as duas tabelas.

Cômodo Área (m2) Lâmpada (W)


Cozinha 3·3=9 100
Corredor 3 · 0,9 = 2,7 60
Sala 3 · 2,8 = 8,4 100
Banheiro 1,5 · 2,1 = 2,15 60
Total (1) 320

Aparelhos Potência (W)


Aparelho de som 120
Chuveiro elétrico 3.000
Ferro elétrico 500
Televisor 200
Geladeira 200
Rádio 50
Total (2) 4.070

Somando-se a potência das lâmpadas à dos ou-


tros aparelhos [Total (1) + Total (2)], temos:
Ptotal = 320 + 4070 = 4.390 W
6. De acordo com a tabela dada, o modelo de
potência máxima para a tensão U = 220 V,
tem potência nominal P = 5.500 W. Supon-
do que a resistência permaneça constante, a
potência de operação para a tensão U’ = 120
V é P’.
Assim, podemos escrever:
U (I)
P = ___
2

R
P’ = U’ (II)
2
___
R
Dividindo membro a membro as expressões
acima, (II) ÷ (I), vem:

__
P
U’2 · __
P’ = ___
2 U ( )
R 2 ⇒ __ U’ 2 ⇒ ______
P’ __
P U
127 2 ⇒
P’ = ____
5.500 220 ( )
P’ = 5.500 (0,33) ⇒ P’ = 1.833 W.

267
Prescrição: Conhecer os conceitos de eletrodinâmica (potência, resistência, corrente e diferença de potencial)
e saber aplicá-los no funcionamento de dispositivos elétricos de uso cotidiano. Aliar o conhecimento de con-
ceitos físicos com informações técnicas de manuais de aparelhos eletrônicos de uso cotidiano ou de conta de
serviços prestados por companhias fornecedoras de eletricidade.

PRÁTICA DOS 2. (ENEM) A rede elétrica de uma residência


tem tensão de 110 V e o morador compra,

CONHECIMENTOS - E.O. por engano, uma lâmpada incandescente


com potência nominal de 110 W e tensão
nominal de 220 V.
1. (ENEM) Um estudante, precisando instalar Se essa lâmpada for ligada na rede de 110 V,
um computador, um monitor e uma lâmpada o que acontecerá?
em seu quarto, verificou que precisaria fazer a) A lâmpada brilhará normalmente, mas como
a instalação de duas tomadas e um interrup- a tensão é a metade da prevista, a corrente
tor na rede elétrica. Decidiu esboçar com an-
elétrica será o dobro da normal, pois a po-
tecedência o esquema elétrico.
tência elétrica é o produto de tensão pela
“O circuito deve ser tal que as tomadas e a
lâmpada devem estar submetidas à tensão corrente.
nominal da rede elétrica e a lâmpada deve b) A lâmpada não acenderá, pois ela é feita
poder ser ligada ou desligada por um inter- para trabalhar apenas com tensão de 220 V,
ruptor sem afetar os outros dispositivos” – e não funciona com tensão abaixo desta.
pensou. c) A lâmpada irá acender dissipando uma po-
Símbolos adotados: tência de 50 W, pois como a tensão é metade
da esperada, a potência também será redu-
zida à metade.
d) A lâmpada irá brilhar fracamente, pois com
a metade da tensão nominal, a corrente elé-
Qual dos circuitos esboçados atende às exi- trica também será menor e a potência dissi-
gências? pada será menos da metade da nominal.
a) e) A lâmpada queimará, pois como a tensão é
menor do que a esperada, a corrente será
maior, ultrapassando a corrente para a qual
o filamento foi projetado.

b) 3. (ENEM) Um eletricista projeta um circuito


com três lâmpadas incandescentes idênticas,
conectadas conforme a figura. Deseja-se que
uma delas fique sempre acesa, por isso é li-
gada diretamente aos polos da bateria, entre
c) os quais se mantém uma tensão constante.
As outras duas lâmpadas são conectadas em
um fio separado que contém uma chave. Com
a chave aberta (desligada), a bateria fornece
uma potência X.
d)

e)

268
Assumindo que as lâmpadas obedeçam à Lei de Ohm, com a chave fechada, a potência fornecida
pela bateria, em função de X, é:
2 X.
a) __
3
b) X.
3 X.
c) __
2
d) 2X.
e) 3X.

4. (ENEM) Recentemente foram obtidos os fios de cobre mais finos possíveis, contendo apenas um áto-
mo de espessura, que podem, futuramente, ser utilizados em microprocessadores. O chamado nano-
fio, representado na figura, pode ser aproximado por um pequeno cilindro de comprimento 0,5 nm
(1 nm = 10–9 m). A seção reta de um átomo de cobre é 0,05 nm2 e a resistividade do cobre é
17 W · nm. Um engenheiro precisa estimar se seria possível introduzir esses nanofios nos micro-
processadores atuais.

Um nanofio utilizando as aproximações propostas possui resistência elétrica de


a) 170 nW.
b) 0,17 nW.
c) 1,7 nW.
d) 17 nW.
e) 170W.

5. (ENEM) Fusíveis são dispositivos de proteção de um circuito elétrico, sensíveis ao excesso de cor-
rente elétrica. Os modelos mais simples consistem de um filamento metálico de baixo ponto de fu-
são, que se funde quando a corrente ultrapassa determinado valor, evitando que as demais partes
do circuito sejam danificadas. A figura mostra um diagrama de um circuito em que o fusívelprotege
um resistor R de 12 W, uma lâmpada L de 6 W e um alto-falante que conduz 1 A.

Sabendo que esse fusível foi projetado para trabalhar com uma corrente até 20% maior que a cor-
rente nominal que atravessa esse circuito, qual é o valor, em ampères, da corrente máxima que o
fusível F permite passar?
a) 1,0
b) 1,5
c) 2,0
d) 2,5
e) 3,0

269
6. (ENEM) Um sistema de iluminação foi cons- Uma das maneiras de fazer essa adaptação é
truído com um circuito de três lâmpadas trocar a resistência do chuveiro por outra, de
iguais conectadas a um gerador (G) de ten- mesmo material e com o(a):
são constante. Esse gerador possui uma cha- a) dobro do comprimento do fio.
ve que pode ser ligada nas posições A ou B. b) metade do comprimento do fio.
c) metade da área da seção reta do fio.
d) quádruplo da área da seção reta do fio.
e) quarta parte da área da seção reta do fio.

9. (ENEM) Um circuito em série é formado por


uma pilha, uma lâmpada incandescente e
uma chave interruptora. Ao se ligar a chave,
a lâmpada acende quase instantaneamente,
irradiando calor e luz. Popularmente, asso-
cia-se o fenômeno da irradiação de energia
a um desgaste da corrente elétrica, ao atra-
vessar o filamento da lâmpada, e à rapidez
Considerando o funcionamento do circuito
com que a lâmpada começa a brilhar. Essa
dado, a lâmpada 1 brilhará mais quando a
explicação está em desacordo com o modelo
chave estiver na posição:
clássico de corrente.
a) B, pois a corrente será maior nesse caso.
De acordo com o modelo mencionado, o fato
b) B, pois a potência total será maior nesse
de a lâmpada acender quase instantanea-
caso. mente está relacionado à rapidez com que:
c) A, pois a resistência equivalente será menor a) o fluido elétrico se desloca no circuito.
nesse caso. b) as cargas negativas móveis atravessam o cir-
d) B, pois o gerador fornecerá uma maior ten- cuito.
são nesse caso. c) a bateria libera cargas móveis para o fila-
e) A, pois a potência dissipada pelo gerador mento da lâmpada.
será menor nesse caso. d) o campo elétrico se estabelece em todos os
pontos do circuito.
7. (ENEM) Os manuais dos fornos micro-ondas e) as cargas positivas e negativas se chocam no
desaconselham, sob pena de perda da ga- filamento da lâmpada.
rantia, que eles sejam ligados em paralelo
juntamente a outros aparelhos eletrodomés- 10. (ENEM) Um eletricista analisa o diagrama
ticos por meio de tomadas múltiplas, popu- de uma instalação elétrica residencial para
larmente conhecidas como “benjamins” ou planejar medições de tensão e corrente em
“tês”, devido ao alto risco de incêndio e der- uma cozinha. Nesse ambiente existem uma
retimento dessas tomadas, bem como daque- geladeira (G), uma tomada (T) e uma lâmpa-
las dos próprios aparelhos. da (L), conforme a figura. O eletricista dese-
Os riscos citados são decorrentes da: ja medir a tensão elétrica aplicada à geladei-
a) resistividade da conexão, que diminui devido ra, a corrente total e a corrente na lâmpada.
à variação de temperatura do circuito. Para isso, ele dispõe de um voltímetro (V) e
dois amperímetros (A).
b) corrente elétrica superior ao máximo que a
tomada múltipla pode suportar.
c) resistência elétrica elevada na conexão simul-
tânea de aparelhos eletrodomésticos.
d) tensão insuficiente para manter todos os apa-
relhos eletrodomésticos em funcionamento.
e) intensidade do campo elétrico elevada, que
causa o rompimento da rigidez dielétrica da Para realizar essas medidas, o esquema da
tomada múltipla. ligação desses instrumentos está represen-
tado em:
8. (ENEM) O chuveiro elétrico é um disposi- a)
tivo capaz de transformar energia elétrica
em energia térmica, o que possibilita a ele-
vação da temperatura da água. Um chuveiro
projetado para funcionar em 110 V pode ser
adaptado para funcionar em 220 V, de modo
a manter inalterada sua potência.

270
b) d)

e)
c)

11. (ENEM) Um grupo de amigos foi passar o fim de semana em um acampamento rural, onde não há
eletricidade. Uma pessoa levou um gerador a diesel e outra levou duas lâmpadas, diferentes fios
e bocais. Perto do anoitecer, iniciaram a instalação e verificaram que as lâmpadas eram de 60 W –
110 V e o gerador produzia uma tensão de 220 V.
Para que as duas lâmpadas possam funcionar de acordo com suas especificações e o circuito tenha
menor perda possível, a estrutura do circuito elétrico deverá ser de dois bocais ligados em:
a) série e usar fios de maior espessura.
b) série e usar fios de máximo comprimento.
c) paralelo e usar fios de menor espessura.
d) paralelo e usar fios de maior espessura.
e) paralelo e usar fios de máximo comprimento.

12. (ENEM) Um eletricista precisa medir a resistência elétrica de uma lâmpada. Ele dispõe de uma
pilha, de uma lâmpada (L), de alguns fios e de dois aparelhos: um voltímetro (V), para medir a
diferença de potencial entre dois pontos, e um amperímetro (A), para medir a corrente elétrica.
O circuito elétrico montado pelo eletricista para medir essa resistência é:
a) d)

e)

b)

c)

271
13. (ENEM) Um curioso estudante, empolgado com a aula de circuito elétrico que assistiu na escola,
resolve desmontar sua lanterna. Utilizando-se da lâmpada e da pilha, retiradas do equipamento, e
de um fio com as extremidades descascadas, faz as seguintes ligações com a intenção de acender a
lâmpada:

Tendo por base os esquemas mostrados, em quais casos a lâmpada acendeu?


a) (1), (3), (6)
b) (3), (4), (5)
c) (1), (3), (5)
d) (1), (3), (7)
e) (1), (2), (5)

14. (ENEM) Em um manual de um chuveiro elétrico são encontradas informações sobre algumas ca-
racterísticas técnicas, ilustradas no quadro, como a tensão de alimentação, a potência dissipada, o
dimensionamento do disjuntor ou fusível, e a área da seção transversal dos condutores utilizados.

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
Especificação
Modelo A B
Tensão (V~) 127 220
0 0

2440 2540
Potência Seletor de Temperatura
(Watt) Multitemperaturas 4400 4400

5500 6000

Disjuntor ou fusível (Ampere) 50 30


Seção dos condutores 10 4

Uma pessoa adquiriu um chuveiro do modelo A e, ao ler o manual, verificou que precisava ligá-lo a
um disjuntor de 50 amperes. No entanto, intrigou-se com o fato de que o disjuntor a ser utilizado
para uma correta instalação de um chuveiro do modelo B devia possuir amperagem 40% menor.
Considerando-se os chuveiros de modelos A e B, funcionando à mesma potência de 4400 W, a razão
entre as suas respectivas resistências elétricas, RA e RB que justifica a diferença de dimensiona-
mento dos disjuntores, é mais próxima de:
a) 0,3.
b) 0,6.
c) 0,8.
d) 1,7.
e) 3,0.

272
15. (ENEM) Uma estudante que ingressou na universidade e, pela primeira vez, está morando longe da
sua família, recebe a sua primeira conta de luz:

Medidor Consumo Leitura Cód Emissão Id. Bancária


Município
Número Consumidor Leitura kWh Dia Mês Banco Agência
21 01/04/2009 S. José
7131312 951672 7295 260 31 03 222 999-7
das Moças
Consumo dos últimos 12 meses em kWh Descrição
253 Mar/08 278 Jun/08 272 Set/08 265 Dez/08 Fornecimento
247 Abr/08 280 Jul/08 270 Out/08 266 Jan/09 ICMS
255 Mai/08 275 Ago/08 260 Nov/08 268 Fev/09

Base de Cálculo ICMS Alíquota Valor Total


R$ 130,00 25% R$ 32,50 R$ 162,50

Se essa estudante comprar um secador de cabelos que consome 1000 W de potência e considerando
que ela e suas 3 amigas utilizem esse aparelho por 15 minutos cada uma durante 20 dias no mês,
o acréscimo em reais na sua conta mensal será de:
a) R$ 10,00.
b) R$ 12,50.
c) R$ 13,00.
d) R$ 13,50.
e) R$ 14,00.

16. (ENEM) A eficiência das lâmpadas pode ser comparada utilizando a razão, considerada linear,
entre a quantidade de luz produzida e o consumo. A quantidade de luz é medida pelo fluxo lumi-
noso, cuja unidade é o lúmen (lm). O consumo está relacionado à potência elétrica da lâmpada que
é medida em watt (W). Por exemplo, uma lâmpada incandescente de 40 W emite cerca de 600 lm,
enquanto uma lâmpada fluorescente de 40 W emite cerca de 3000 lm.
Disponível em: http://tecnologia.terra.com.br. Acesso em: 29 fev. 2012 (adaptado).

A eficiência de uma lâmpada incandescente de 40 W é:


a) maior que a de uma lâmpada fluorescente de 8 W, que produz menor quantidade de luz.
b) maior que a de uma lâmpada fluorescente de 40 W, que produz menor quantidade de luz.
c) menor que a de uma lâmpada fluorescente de 8 W, que produz a mesma quantidade de luz.
d) menor que a de uma lâmpada fluorescente de 40 W, pois consome maior quantidade de energia.
e) igual a de uma lâmpada fluorescente de 40 W, que consome a mesma quantidade de energia.

17. (ENEM) Quando ocorre um curto-circuito em uma instalação elétrica, como na figura, a resistência
elétrica total do circuito diminui muito, estabelecendo-se nele uma corrente muito elevada.

O superaquecimento da fiação, devido a esse aumento da corrente elétrica, pode ocasionar incên-
dios, que seriam evitados instalando-se fusíveis e disjuntores que interrompem essa corrente,
quando a mesma atinge um valor acima do especificado nesses dispositivos de proteção.
Suponha que um chuveiro instalado em uma rede elétrica de 110 V, em uma residência, possua
três posições de regulagem da temperatura da água. Na posição verão utiliza 2100 W, na posição
primavera, 2400 W e na posição inverno, 3200 W.
GREF. Física 3: Eletromagnetismo. São Paulo: EDUSP, 1993 (adaptado).

273
Deseja-se que o chuveiro funcione em qualquer uma das três posições de regulagem de tempera-
tura, sem que haja riscos de incêndio. Qual deve ser o valor mínimo adequado do disjuntor a ser
utilizado?
a) 40 A.
b) 30 A.
c) 25 A.
d) 23 A.
e) 20 A.

18. (ENEM) O manual de instruções de um aparelho de ar-condicionado apresenta a seguinte tabela,


com dados técnicos para diversos modelos:

Capacidade de Corrente Eficiência


Potência Vazão de Frequência
refrigeração elétrica - energética
(W) ar (m3/h) (Hz)
kW/(BTU/h) ciclo frio (A) COP (W/W)
3,52/(12.000) 1.193 5,8 2,95 550 60
5,42/(18.000) 1.790 8,7 2,95 800 60
5,42/(18.000) 1.790 8,7 2,95 800 60
6,45/(22.000) 2.188 10,2 2,95 960 60
6,45/(22.000) 2.188 10,2 2,95 960 60
Considere-se que um auditório possua capacidade para 40 pessoas, cada uma produzindo uma
quantidade média de calor, e que praticamente todo o calor que flui para fora do auditório o faz
por meio dos aparelhos de ar-condicionado.
Nessa situação, entre as informações listadas, aquelas essenciais para se determinar quantos e/ou
quais aparelhos de ar-condicionado são precisos para manter, com lotação máxima, a temperatura
interna do auditório agradável e constante, bem como determinar a espessura da fiação do circuito
elétrico para a ligação desses aparelhos, são:
a) vazão de ar e potência.
b) vazão de ar e corrente elétrica – ciclo frio.
c) eficiência energética e potência.
d) capacidade de refrigeração e frequência.
e) capacidade de refrigeração e corrente elétrica – ciclo frio.

19. (ENEM) Considere a seguinte situação hipotética: ao preparar o palco para a apresentação de uma
peça de teatro, o iluminador deveria colocar três atores sob luzes que tinham igual brilho e os
demais, sob luzes de menor brilho. O iluminador determinou, então, aos técnicos, que instalassem
no palco oito lâmpadas incandescentes com a mesma especificação (L1 a L8), interligadas em um
circuito com uma bateria, conforme mostra a figura.

Nessa situação, quais são as três lâmpadas que acendem com o mesmo brilho por apresentarem
igual valor de corrente fluindo nelas, sob as quais devem se posicionar os três atores?
a) L1, L2 e L3.
b) L2, L3 e L4.
c) L2, L5 e L7.
d) L4, L5 e L6.
e) L4, L7 e L8.

GABARITO
1. E 2. D 3. C 4. E 5. E
6. C 7. B 8. E 9. D 10. E
11. A 12. C 13. D 14. A 15. B
16. C 17. B 18. E 19. B

274
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 11 e 12

Competências 1, 2, 3, 5 e 6
Habilidades 2, 5, 6, 8, 17 e 21

BREVIÁRIO

ELETROSTÁTICA

Lei de Coulomb

A intensidade da força de interação entre duas cargas elétricas puntiformes é diretamente proporcional ao
produto dos módulos das cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre as cargas.

CONCEITO DE CAMPO ELÉTRICO


___› __›
O campo elétrico E foi definido a partir da força elétrica F , sendo a razão entre a força eletrostática e o módulo da

carga de prova q.

___›
O campo elétrico E produzido por uma carga positiva fixa é de afastamento (divergente), em qualquer
ponto.

277
Vetores campo elétrico produzidos por Q > 0 fixa
___›
O campo elétrico E produzido por carga negativa fixa é de aproximação (convergente), em
qualquer ponto.

Vetores campo elétrico produzidos por Q < 0 fixa

___› ___›
___› O___campo elétrico resultante E R em P, devido a várias cargas Q1, Q2, ..., Qn, é dado pela soma vetorial de E 1,

E 2, ..., E n, na qual cada campo elétrico parcial é determinado como se a carga correspondente estivesse sozinha:
___› ___› ___› ___›
E R = E 1 + E 2 + ... + E n

Esse é o princípio da superposição dos campos elétricos.

LINHAS DE FORÇA
___›
A cada ponto de um campo elétrico associa-se um vetor E .

As linhas de força são linhas tangentes, em cada ponto, ao vetor campo elétrico naquele ponto. O sentido
de orientação é o mesmo do campo elétrico.

278
ENERGIA POTENCIAL ELÉTRICA
Considerando que a energia potencial é zero no infinito, no referencial adotado a energia potencial vale:

Q
Epot = k0 ∙ __ q
d

POTENCIAL ELÉTRICO
O potencial elétrico V associado ao ponto P é a grandeza escalar dada por:

Epot
V = ___
q

Q
V = k0 __
d

Essa equação representa o potencial elétrico gerado pela carga fonte no ponto P, distante de d da carga fonte.
Observe que a carga de prova q foi cancelada e não aparece na equação. Assim, o potencial elétrico no ponto P não
depende da carga de prova. Se o ponto P estiver no infinito, a distância d é infinita e então o potencial no infinito é nulo.
Devemos ressaltar que:
§ o potencial elétrico é definido para um ponto P próximo a uma carga elétrica (carga fonte Q).
§ o potencial elétrico é uma grandeza escalar e pode ser positivo ou negativo, conforme o sinal da carga fonte Q.

Q>0⇔V>0
Q<0⇔V<0

POTENCIAL ELÉTRICO DE DIVERSAS CARGAS ELÉTRICAS

Vres = V1 + V2 + V3 + ... + Vn

TRABALHO DA FORÇA ELÉTRICA


Para determinar o trabalho da força elétrica sobre uma carga de prova, considere a seguinte situação, ilustrada
pela figura abaixo.

279
Deslocamento da carga de prova entre A e B

Quando a carga está no ponto A, sua energia potencial é proporcional ao potencial VA nesse ponto. Do
mesmo modo, no ponto B, a carga tem energia potencial proporcional à VB. Temos, então:

Epot = q ⋅ VA Epot = q ⋅ VB
A e B

τAB = q(VA – VB)

Um fato importante: o trabalho da força elétrica é espontâneo. Uma carga livre, deixada em um local
onde há campo elétrico, naturalmente irá se deslocar e, por consequência, haverá trabalho da força elétrica.

Carga positiva procura menor potencial.


Carga negativa procura maior potencial.

Um caso muito particular de campo elétrico é o campo elétrico uniforme. As linhas de forças desse campo
são retas paralelas e o módulo da força elétrica é constante em qualquer local do campo. Consequentemente, o
trabalho realizado pela força elétrica nesse campo pode ser calculado usando-se as simples equações da Mecânica.

τAB = q ⋅ E ⋅ d

POTENCIAL ELÉTRICO NO CAMPO ELÉTRICO UNIFORME


Sejam os pontos A e B em uma mesma linha de força de um campo elétrico uniforme de intensidade E. Os poten-
ciais elétricos nesses pontos são, respectivamente, VA e VB.

Então:
§ U = VA – VB (diferença de potencial (d.d.p.)) entre os pontos A e B.
§ d = distância entre os pontos A e B.
A diferença de potencial U é dada por:

E⋅d=U

280
ELETROMAGNESTISMO

O magnetismo dos ímãs


§ Cargas elétricas em repouso produzem apenas o efeito elétrico de atração ou de repulsão.
§ Cargas elétricas em movimento produzem o efeito magnético e também o efeito elétrico.

Até o início do século XIX, a eletricidade e o magnetismo eram estudados em disciplinas distintas. Porém, com a
descoberta de que o magnetismo está relacionado com a carga elétrica, estabeleceu-se um novo campo de estudo
chamado Eletromagnetismo ou Eletrodinâmica.
A terceira propriedade dos ímãs é a atração ou repulsão entre polos:
§ polos de mesmo nome se repelem;
§ polos de nomes diferentes se atraem.
Através desse procedimento, podemos determinar a direção e o sentido do campo magnético em torno de
um ímã em forma de barra. Para isso, colocamos uma pequena bússola
___›
em diversos pontos em torno do ímã e,
assim, mapeamos o seu campo magnético. Em cada ponto, o vetor B correspondente é desenhado. A figura abaixo
mostra o resultado obtido.

CAMPO MAGNÉTICO CRIADO POR CORRENTE


ELÉTRICA EM CONDUTORES RETILÍNEOS

As linhas de forças geradas são circulares, centradas no fio. A determinação do sentido é dada pela regra da mão
direita. Para aplicá-la, observe as instruções acompanhando a figura:

Se o sentido da corrente no fio for para cima, as linhas de força estão orientadas no sentido anti-horário.

281
CAMPO MAGNÉTICO CRIADO POR CORRENTE
ELÉTRICA EM CONDUTORES RETILÍNEOS

Ampère mediu a intensidade do campo em um ponto fixo do espaço externo ao condutor para valores diferentes
de corrente e, mantendo a corrente constante, também mediu o valor do campo em pontos diferentes do espaço
em volta de uma seção do condutor. Como resultado, descobriu que a intensidade B do campo magnético é dire-
tamente proporcional à intensidade i da corrente e inversamente proporcional à distância r.

m
B = ___ · _ri
2p

A constante m é chamada de permeabilidade magnética do meio.


A figura a seguir ilustra como é feita a representação do campo magnético de um fio que está no plano da
página.

CAMPO MAGNÉTICO CRIADO


POR UMA CORRENTE NUMA ESPIRA CIRCULAR

Considere uma espira circular de centro O e raio R, percorrido por uma corrente de intensidade i. O vetor campo
___›
magnético B , localizado no centro O da espira, é perpendicular ao plano da espira e tem seu sentido obtido pela
regra da mão direita, uma vez que é dependente do sentido da corrente.

A intensidade do vetor campo magnético vale:

m
B = __ · _ri
2

___›
Para N espiras circulares iguais e justapostas (bobina chata), a intensidade do vetor B no centro da bobina vale:

282
m
B = N __ · _ri
2

CAMPO MAGNÉTICO CRIADO POR CORRENTE EM UM SOLENOIDE

A configuração das linhas do campo magnético criado por um solenoide


é idêntica a de um ímã de barra com o mesmo formato.

A intensidade do vetor indução magnética no interior de um solenoide, de características iguais aos do solenoide
da figura acima, é dada pela expressão:

N·i
B = m __
º

N é o número de espiras, º é o comprimento do solenoide e i é a intensidade da corrente elétrica que per-


corre o fio condutor.

FORÇA MAGNÉTICA SOBRE CARGAS ELÉTRICAS


F = |q| · v · B · sen £

O sentido da força magnética pode ser obtido através de uma regra prática, denominada regra da mão esquerda.
A seguir, será explicado como aplicar essa regra para o caso de uma carga positiva:

283
__›
F
__›
B

__›
v

Lançamento perpendicular às linhas do campo


Suponhamos que a partícula eletrizada, com carga elétrica q, seja lançada na região de campo magnético uniforme
___

B , com uma direção perpendicular à direção das linhas de indução do campo (figura abaixo).

__› ___›
Lançamento de uma carga positiva: v ' B .

Como a força magnética faz o papel de força centrípeta, temos:


m · v2
Fcp = _____
R
e
Fmag = u q u · v · B

m ⋅ v 
R= _____
|q| ⋅ B

Partícula positiva em MCU no sentido anti-horário. Partícula negativa em MCU no sentido horário.

FORÇA MAGNÉTICA SOBRE UM CONDUTOR RETILÍNEO


A intensidade da força magnética que atua no trecho de comprimento L do fio retilíneo é dada por:

F = B · i · L · sen £

284
INDUÇÃO ELETROMAGNÉTICA
Um dos experimentos feitos por Faraday, na tentativa de produzir a corrente elétrica induzida, ao que tudo indica,
foi realizado utilizando-se dois solenoides próximos um do outro. Um dos solenoides era conectado a uma bateria
e uma chave interruptora de corrente, e o outro, ligado em um circuito com apenas um galvanômetro (amperímetro
sensível a baixas correntes).
A bateria fornece a corrente elétrica que circula na espira 1. Essa espira dá origem a um campo magnético e
as linhas desse campo penetram no interior do anel da espira 2, produzindo um fluxo magnético. Quando a chave
é ligada ou desligada, o fluxo do campo magnético fica variável e produz a corrente momentânea observada no
anel da espira 2.
Com esses resultados, Faraday realizou um novo experimento: utilizou um ímã no lugar da espira 1. Ao
movimentar o ímã para baixo ou para cima na direção da espira 2, o galvanômetro indicou uma corrente induzida.
No entanto, ao manter o ímã em repouso, abaixo do anel, nenhuma corrente era induzida.

movimento

Quando o fluxo magnético que atravessa o circuito elétrico fechado variar no tempo, uma corrente elétrica
induzida circulará no circuito.

A lei de Lenz
Como mencionado, Faraday já havia observado esse fenômeno. O físico Heinrich Friedrich Emil Lenz (1804-1864),
nascido na Estônia, deu a explicação mais simples para esse comportamento. Segundo ele:

O sentido da corrente induzida é tal que o campo magnético por ela produzido se opõe à variação do fluxo
que a originou.

285
FORÇA ELETROMOTRIZ INDUZIDA EM CONDUTOR MÓVEL

Ao ligar um fio no condutor, de modo a formar um percurso fechado, uma corrente elétrica induzida irá circular
no fio. Como no interior do condutor o campo elétrico não é nulo, entre seus terminais existe uma d.d.p. chamada
força eletromotriz induzida ¶.

ε = BLv

FLUXO MAGNÉTICO
As linhas de campo são um conceito criado por Faraday para representar o campo magnético através de linhas
orientadas. Trata-se apenas de uma representação, uma vez que um número infinito de linhas seria necessário para
representar um campo na realidade. Uma convenção adotada por Faraday é que a densidade de linhas é propor-
cional à intensidade do campo.

Plano inclinado em relação ao campo

F = B · A · cos a

Se o fluxo de campo magnético através de uma espira sofrer variação, então uma força eletromotriz irá
surgir na espira, e existirá enquanto durar a variação de fluxo. A força eletromotriz será anulada quando cessar a
variação do fluxo de campo magnético.

«m = – ____
DF
Dt

286
Teoria na prática
Os dínamos são geradores de energia elétrica utilizados em bicicletas para acender uma pequena lâmpada. Para
isso, é necessário que a parte móvel esteja em contato com o pneu da bicicleta e, quando ela entra em movimento,
é gerada energia elétrica para acender a lâmpada. Dentro desse gerador, encontram-se um ímã e uma bobina.

O princípio de funcionamento desse equipamento é explicado pelo fato de que a:


a) corrente elétrica no circuito fechado gera um campo magnético nessa região.
b) bobina imersa no campo magnético em circuito fechado gera uma corrente elétrica.
c) bobina em atrito com o campo magnético no circuito fechado gera uma corrente elétrica.
d) corrente elétrica é gerada em circuito fechado por causa da presença do campo magnético.
e) corrente elétrica é gerada em circuito fechado quando há variação do campo magnético.
Resolução:
De acordo com a lei de Faraday-Neumann, a corrente elétrica induzida num circuito fechado ocorre quando
há variação do fluxo magnético através do circuito.

Alternativa E

287
APLICAÇÃO DOS CONHECIMENTOS - SALA
1. (ENEM) Em museus de ciências, é comum encontrarem-se máquinas que eletrizam materiais e ge-
ram intensas descargas elétricas. O gerador de Van de Graaff (Figura 1) é um exemplo, como ates-
tam as faíscas (Figura 2) que ele produz. O experimento fica mais interessante quando se apro-
xima do gerador em funcionamento, com a mão, uma lâmpada fluorescente (Figura 3). Quando a
descarga atinge a lâmpada, mesmo desconectada da rede elétrica, ela brilha por breves instantes.
Muitas pessoas pensam que é o fato de a descarga atingir a lâmpada que a faz brilhar. Contudo,
se a lâmpada for aproximada dos corpos da situação (Figura 2), no momento em que a descarga
ocorrer entre eles, a lâmpada também brilhará, apesar de não receber nenhuma descarga elétrica.

A grandeza física associada ao brilho instantâneo da lâmpada fluorescente, por estar próxima a
uma descarga elétrica, é o(a):
a) carga elétrica.
b) campo elétrico.
c) corrente elétrica.
d) capacitância elétrica.
e) condutividade elétrica.

2. (ENEM) O funcionamento dos geradores de usinas elétricas baseia-se no fenômeno da indução


eletromagnética, descoberto por Michael Faraday no século XIX. Pode-se observar esse fenômeno
ao se movimentar um ímã e uma espira em sentidos opostos com módulo da velocidade igual ain-
duzindo uma corrente elétrica de intensidade i, como ilustrado na figura.

A fim de se obter uma corrente com o mesmo sentido da apresentada na figura, utilizando os mes-
mos materiais, outra possibilidade é mover a espira para a:
a) esquerda e o ímã para a direita com polaridade invertida.
b) direita e o ímã para a esquerda com polaridade invertida.
c) esquerda e o ímã para a esquerda com mesma polaridade.
d) direita e manter o ímã em repouso com polaridade invertida.
e) esquerda e manter o ímã em repouso com mesma polaridade.

288
RAIO X
1. O campo elétrico gerado pelos corpos eletrizados faz com que partículas existentes no interior das
lâmpadas movam-se, chocando-se umas com as outras, emitindo luz.
2. Na figura mostrada, está havendo afastamento relativo entre o ímã e a espira. Nessa situação, de
acordo com a lei de Lenz, ocorre força de atração entre ambos, formando um polo sul na extremidade
esquerda da espira. Para que uma outra situação apresente corrente no mesmo sentido, a extremida-
de esquerda da espira deve continuar formando um polo sul. Isso pode ser conseguido invertendo o
ímã e provocando um movimento de aproximação relativa entre eles, deslocando o ímã para a direita
e a espira para a esquerda.

GABARITO
1. B 2. A

289
Prescrição: Usar conceitos e relações matemáticas da eletrostática e do eletromagnetismo, a fim de
compreender o funcionamento de determinados equipamentos ou explicar a manifestação de certos
fenômenos naturais ligados a essas áreas do conhecimento.

PRÁTICA DOS c) Fases 1 e 2.


d) Fases 2 e 0.

CONHECIMENTOS - E.O. e) Fases 3 e 1.

2. (ENEM) Desenvolve-se um dispositivo para


1. (ENEM) As células possuem potencial de abrir automaticamente uma porta no qual
membrana, que pode ser classificado em re- um botão, quando acionado, faz com que
pouso ou ação, e é uma estratégia eletrofi- uma corrente elétrica i = 6 A percorra uma
siológica interessante e simples do ponto de barra condutora de comprimento L = 5 cm,
vista físico. Essa característica eletrofisio- cujo ponto médio está preso a uma mola de
lógica está presente na figura a seguir, que constante elástica k = 5 · 10–2 N/cm. O siste-
mostra um potencial de ação disparado por
ma mola-condutor está imerso em um campo
uma célula que compõe as fibras de Purkinje, magnético uniforme perpendicular ao plano.
responsáveis por conduzir os impulsos elé- Quando acionado o botão, a barra sairá da
tricos para o tecido cardíaco, possibilitando posição do equilíbrio a uma velocidade mé-
assim a contração cardíaca. Observa-se que dia de 5 m/s e atingirá a catraca em 6 milis-
existem quatro fases envolvidas nesse po- segundos, abrindo a porta.
tencial de ação, sendo denominadas fases 0,
1, 2 e 3.

A intensidade do campo magnético, para que


o dispositivo funcione corretamente, é de:
O potencial de repouso dessa célula é –100 a) 5 · 10–1 T.
mV e quando ocorre influxo de íons Na+ e b) 5 · 10–2 T.
Ca2+, a polaridade celular pode atingir valo- c) 5 · 101 T.
res de até +10 mV. o que se denomina despo- d) 2 · 10–2 T.
larização celular. A modificação no potencial e) 2 · 100 T.
de repouso pode disparar um potencial de
ação quando a voltagem da membrana atin- 3. (ENEM) Quando a luz branca incide em uma
ge o limiar de disparo que está representado superfície metálica, são removidos elétrons
na figura pela linha pontilhada. Contudo, a desse material. Esse efeito é utilizado no
célula não pode se manter despolarizada, acendimento automático das luzes nos pos-
pois isso acarretaria a morte celular. Assim, tes de iluminação, na abertura automática
ocorre a repolarização celular, mecanismo das portas, no fotômetro fotográfico e em
que reverte a despolarização e retorna a cé- sistemas de alarme.
lula ao potencial de repouso. Para tanto, há Esse efeito pode ser usado para fazer a trans-
o efluxo celular de íons K+. formação de energia:
Qual das fases, presentes na figura, indica a) nuclear para cinética.
o processo de despolarização e repolarização b) elétrica para radiante.
celular, respectivamente? c) térmica para química.
a) Fases 0 e 2. d) radiante para cinética.
b) Fases 0 e 3. e) potencial para cinética.

290
4. (ENEM) O manual de funcionamento de um 6. (ENEM) Atualmente, existem inúmeras op-
captador de guitarra elétrica apresenta o se- ções de celulares com telas sensíveis ao to-
guinte texto: que (touchscreen). Para decidir qual esco-
Esse captador comum consiste de uma bobi- lher, é bom conhecer as diferenças entre os
na, fios condutores enrolados em torno de principais tipos de telas sensíveis ao toque
um ímã permanente. O campo magnético do existentes no mercado. Existem dois siste-
ímã induz o ordenamento dos polos magné- mas básicos usados para reconhecer o toque
ticos na corda da guitarra, que está próxima de uma pessoa:
a ele. Assim, quando a corda é tocada, as os- § O primeiro sistema consiste de um pai-
cilações produzem variações, com o mesmo nel de vidro normal, recoberto por duas
padrão, no fluxo magnético que atravessa a camadas afastadas por espaçadores. Uma
bobina. Isso induz uma corrente elétrica na camada resistente a riscos é colocada por
bobina, que é transmitida até o amplificador cima de todo o conjunto. Uma corrente
e, daí, para o alto-falante. elétrica passa através das duas camadas
Um guitarrista trocou as cordas originais enquanto a tela está operacional. Quando
de sua guitarra, que eram feitas de aço, por um usuário toca a tela, as duas camadas
outras feitas de náilon. Com o uso dessas fazem contato exatamente naquele pon-
cordas, o amplificador ligado ao instrumen- to. A mudança no campo elétrico é perce-
to não emitia mais som, porque a corda de bida, e as coordenadas do ponto de conta-
náilon: to são calculadas pelo computador.
a) isola a passagem de corrente elétrica da bo- § No segundo sistema, uma camada que ar-
bina para o alto-falante. mazena carga elétrica é colocada no pai-
b) varia seu comprimento mais intensamente nel de vidro do monitor. Quando um usu-
do que ocorre com o aço. ário toca o monitor com seu dedo, parte
c) apresenta uma magnetização desprezível da carga elétrica é transferida para o
sob a ação do ímã permanente. usuário, de modo que a carga na camada
d) induz correntes elétricas na bobina mais in- que a armazena diminui. Esta redução é
tensas que a capacidade do captador. medida nos circuitos localizados em cada
e) oscila com uma frequência menor do que a canto do monitor. Considerando as dife-
que pode ser percebida pelo captador. renças relativas de carga em cada canto,
o computador calcula exatamente onde
ocorreu o toque.
5. (ENEM) Duas irmãs que dividem o mesmo Disponível em: http://eletronicos.hsw.uol.com.
quarto de estudos combinaram de comprar br. Acesso em: 18 set. 2010 (adaptado).
duas caixas com tampas para guardarem seus
pertences dentro de suas caixas, evitando, O elemento de armazenamento de carga
assim, a bagunça sobre a mesa de estudos. análogo ao exposto no segundo sistema e a
Uma delas comprou uma metálica, e a outra, aplicação cotidiana correspondente são, res-
uma caixa de madeira de área e espessura pectivamente:
lateral diferentes, para facilitar a identifica- a) receptores – televisor.
ção. Um dia as meninas foram estudar para a b) resistores – chuveiro elétrico.
prova de Física e, ao se acomodarem na mesa
c) geradores – telefone celular.
de estudos, guardaram seus celulares ligados
dentro de suas caixas. d) fusíveis – caixa de força residencial.
Ao longo desse dia, uma delas recebeu liga- e) capacitores – flash de máquina fotográfica.
ções telefônicas, enquanto os amigos da ou-
7. (ENEM) Há vários tipos de tratamentos de
tra tentavam ligar e recebiam a mensagem
doenças cerebrais que requerem a estimula-
de que o celular estava fora da área de cober- ção de partes do cérebro por correntes elétri-
tura ou desligado. cas. Os eletrodos são introduzidos no cérebro
Para explicar essa situação, um físico deve- para gerar pequenas correntes em áreas es-
ria afirmar que o material da caixa, cujo te- pecíficas. Para se eliminar a necessidade de
lefone celular não recebeu as ligações é de: introduzir eletrodos no cérebro, uma alter-
a) madeira e o telefone não funcionava porque nativa é usar bobinas que, colocadas fora da
a madeira não é um bom condutor de eletri- cabeça, sejam capazes de induzir correntes
cidade. elétricas no tecido cerebral.
b) metal e o telefone não funcionava devido à Para que o tratamento de patologias cere-
blindagem eletrostática que o metal propor- brais com bobinas seja realizado satisfato-
cionava. riamente, é necessário que:
c) metal e o telefone não funcionava porque o a) haja um grande número de espiras nas bobi-
metal refletia todo tipo de radiação que nele nas, o que diminui a voltagem induzida.
incidia. b) o campo magnético criado pelas bobinas seja
d) metal e o telefone não funcionava porque a constante, de forma a haver indução eletro-
área lateral da caixa de metal era maior. magnética.
e) madeira e o telefone não funcionava porque c) se observe que a intensidade das correntes
a espessura desta caixa era maior que a es- induzidas depende da intensidade da cor-
pessura da caixa de metal. rente nas bobinas.

291
d) a corrente nas bobinas seja contínua, para positivas ou negativas, que induz uma pola-
que o campo magnético possa ser de grande rização oposta no solo.
intensidade. Essas descargas elétricas ocorrem devido ao
e) o campo magnético dirija a corrente elétrica aumento da intensidade do(a)
das bobinas para dentro do cérebro do pa- a) campo magnético da Terra.
ciente. b) corrente elétrica gerada dentro das nuvens.
c) resistividade elétrica do ar entre as nuvens e
8. (ENEM) A figura mostra o tubo de imagens o solo.
dos aparelhos de televisão usado para pro- d) campo elétrico entre as nuvens e a superfí-
duzir as imagens sobre a tela. Os elétrons do cie da Terra.
feixe emitido pelo canhão eletrônico são ace- e) força eletromotriz induzida nas cargas acu-
lerados por uma tensão de milhares de volts e muladas no solo.
passam por um espaço entre bobinas onde são
defletidos por campos magnéticos variáveis, 10. (ENEM) Um cosmonauta russo estava a bordo
de forma a fazerem a varredura da tela. da estação espacial MIR quando um de seus
rádios de comunicação quebrou. Ele consta-
tou que dois capacitores do rádio de 3 μF e
7 μF ligados em série estavam queimados. Em
função da disponibilidade, foi preciso substi-
tuir os capacitores defeituosos por um único
capacitor que cumpria a mesma função.
Qual foi a capacitância, medida em μF, do
capacitor utilizado pelo cosmonauta?
a) 0,10.
b) 0,50.
c) 2,1.
d) 10.
Nos manuais que acompanham os televisores e) 21.
é comum encontrar, entre outras, as seguin-
tes recomendações: 11. (ENEM) Os dínamos são geradores de ener-
I. Nunca abra o gabinete ou toque as peças gia elétrica utilizados em bicicletas para
no interior do televisor. acender uma pequena lâmpada. Para isso, é
II. Não coloque seu televisor próximo de necessário que a parte móvel esteja em con-
aparelhos domésticos com motores elétri- tato com o pneu da bicicleta e, quando ela
cos ou ímãs. entra em movimento, é gerada energia elé-
Estas recomendações estão associadas, res- trica para acender a lâmpada. Dentro desse
pectivamente, aos aspectos de: gerador, encontram-se um ímã e uma bobi-
a) riscos pessoais por alta tensão / perturbação na.
ou deformação de imagem por campos exter-
nos.
b) proteção dos circuitos contra manipulação
indevida / perturbação ou deformação de
imagem por campos externos.
c) riscos pessoais por alta tensão / sobrecarga
dos circuitos internos por ações externas.
d) proteção dos circuitos contra a manipulação
indevida / sobrecarga da rede por fuga de
corrente.
e) proteção dos circuitos contra a manipulação O princípio de funcionamento desse equipa-
indevida / sobrecarga dos circuitos internos mento é explicado pelo fato de que a:
por ação externa. a) corrente elétrica no circuito fechado gera
um campo magnético nessa região.
9. (ENEM) Durante a formação de uma tempes- b) bobina imersa no campo magnético em cir-
tade, são observadas várias descargas elé- cuito fechado gera uma corrente elétrica.
tricas, os raios, que podem ocorrer: das nu- c) bobina em atrito com o campo magnético no
vens para o solo (descarga descendente), do circuito fechado gera uma corrente elétrica.
solo para as nuvens (descarga ascendente) d) corrente elétrica é gerada em circuito fechado
ou entre uma nuvem e outra. As descargas por causa da presença do campo magnético.
ascendentes e descendentes podem ocorrer e) corrente elétrica é gerada em circuito fecha-
por causa do acúmulo de cargas elétricas do quando há variação do campo magnético.

292
GABARITO
1. B 2. A 3. D 4. C 5. B
6. E 7. C 8. A 9. D 10. C
11. E

293
294
R.P.A.
ENEM
Química
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 1 e 2

Competências 1, 2, 3, 5, 7 e 8
Habilidades 4, 7, 10, 18, 25, 26, 27, 29 e 30

BREVIÁRIO

FUNÇÕES INORGÂNICAS

Ácidos
De maneira geral, os ácidos apresentam as seguintes características:
§ Têm sabor azedo.
§ A grande maioria é tóxica e corrosiva.
§ Quando em solução aquosa, os ácidos conduzem eletricidade.
§ Os ácidos alteram a cor de indicadores. Os indicadores têm a propriedade de mudar a cor do meio, conforme
o caráter ácido ou básico das soluções (exemplo de indicadores: papel tornassol, fenolftaleína, entre outros).
Segundo Arrhenius, ácidos são compostos que se ionizam em solução aquosa e origina como o único íon
positivo o cátion hidrogênio [H+]. O H+ é o responsável pelas propriedades comuns a todos os ácidos, sendo este o
radical funcional dos ácidos. A reação de ionização pode ser mostrada a seguir:

Uma outra maneira mais correta de escrever os quatro exemplos anteriores é:

297
Classificação dos ácidos

Presença de oxigênio

Classificação Oxigênio Exemplos


hidrácidos não possuem HCℓ, HCN, H2S
oxiácidos ou oxoácidos possuem HNO3, H2SO4, H3BO3

Hidrogênios ionizáveis
Hidrogênios ionizáveis em oxiácidos são os hidrogênios que se ligam a um átomo de oxigênio.

Número de hidrogênios
Classificação Exemplos
ionizáveis
monoácidos ou monopróticos 1 HCℓ, HCN, HNO3
diácidos ou dipróticos 2 H2S, H2SO4, H2CO3
triácidos ou tripróticos 3 H3PO4, H3BO3
tetrácidos ou tetrapróticos 4 H4SiO4

Exceções: quando um átomo de hidrogênio se liga diretamente ao átomo central, esse hidrogênio não é ionizável.

Teoria na prática

§ Ácido fosforoso (H3PO3) é um diácido.

§ Ácido hipofosforoso (H3PO2) é um monoácido.

Volatilidade
Volatilidade é a capacidade de uma substância passar para o estado gasoso. Substâncias voláteis, em geral,
apresentam pontos de ebulição baixos.

Classificação Ponto de ebulição Exemplos


fixos alto São apenas 3 ácidos: H2SO4, H3PO4, H3BO3
voláteis baixo Os demais ácidos: HCℓ, H2S, HCN, HNO3...

298
Força

∆ = n° de oxigênios – número de hidrogênios ionizáveis

Exemplos
HCℓO4 ⇒ ∆ = 4 – 1 = 3 ⇒ muito forte
H2SO4 ⇒ ∆ = 4 – 2 = 2 ⇒ forte
HNO2 ⇒ ∆ = 2 – 1 = 1 ⇒ moderado
HCℓO ⇒ ∆ = 1 – 1 = 0 ⇒ fraco

Exceção: ácido carbônico (H2CO3), embora apresente um ∆ = 1, ele é considerado um ácido fraco por ser um ácido
instável.

Classificação Hidrácidos Oxiácidos


fortes HCℓ, HBr, HI ∆ = 2 ou 3
moderados HF ∆=1
fracos H2S, HCN ∆=0

Nomenclatura dos ácidos

ácido + (nome do elemento) + sufixo

O sufixo segue este padrão:

Classificação Sufixo Exemplos Ânion


HCℓ ácido clorídrico Cℓ– cloreto
hidrácido -ídrico H2S ácido sulfídrico S2– sulfeto
HCN ácido cianídrico CN– cianeto
H2SO4 ácido sulfúrico SO42- sulfato
-ico (o ácido que você precisa lembrar)
HNO3 ácido nítrico NO3– nitrato
oxiácido
H2SO3 ácido sulfuroso SO32– sulfito
-oso (o ácido com um oxigênio a menos)
HNO2 ácido nitroso NO2– nitrito

E há também os prefixos, especialmente em elementos, que formam mais de dois ácidos (comumente visto
em ácidos que contêm halogênios):

Prefixo Sufixo Fórmula Exemplo Ânion


per- -ico HXO4 HCℓO4 ácido perclórico CℓO4– perclorato
- -ico HXO3 HCℓO3 ácido clórico CℓO3– clorato
- -oso HXO2 HCℓO2 ácido cloroso CℓO2– clorito
hipo -oso HXO HCℓO ácido hipocloroso CℓO- hipoclorito

299
Bases
Apresentam as seguintes características:
§ Possuem sabor adstringente, que “amarra” a boca, como é possível perceber ao se comer uma fruta “verde”.
§ São, em geral, tóxicas.
§ Formam soluções aquosas condutoras de eletricidade.
§ Mudam a cor dos indicadores (conforme os exemplos comparativos da função ácidos).
Segundo Arrhenius, bases são compostos que, por dissociação iônica, origina como o único íon negativo
o ânion hidróxido [OH-].

Classificação das bases

1. Número de hidroxilas/hidróxidos

Classificação Número de hidroxilas Exemplos


monobase 1 NaOH, KOH, AgOH
dibase 2 Mg(OH)2, Ca(OH)2, Fe(OH)2
tribase 3 Aℓ(OH)3, Fe(OH)3
tetrabase 4 Sn(OH)4, Pb(OH)4

2. Força

Classificação Caracterização
Hidróxidos dos metais alcalinos (grupo 1), como NaOH, KOH etc. e dos metais alcalino-terrosos
(grupo 2), como Ca(OH)2, Ba(OH)2 e Sr(OH)2.
Forte
O Mg(OH)2 é uma exceção à regra, uma vez que constitui uma base fraca e praticamente
insolúvel.
Hidróxidos de todos os demais metais, em geral metais dos grupos 3 ao 14.
Fraca
Aqui se incluem o Mg(OH)2 e o NH4OH.

3. Solubilidade

Classificação Caracterização
Solúveis Hidróxidos dos metais alcalinos (grupo 1), como NaOH, KOH etc. e o NH4OH.
Hidróxidos dos metais alcalino-terrosos (grupo 2), como Ca(OH)2, Ba(OH)2 e Sr(OH)2. Exceção: o
Pouco solúveis
Mg(OH)2 e Be(OH)2.
Praticamente insolúveis Os demais hidróxidos: Fe(OH)2, Pb(OH)4 etc., além do Mg(OH)2.

Nomenclatura das bases

Para uma base genérica, C(OH)x.


Sua nomenclatura será:

hidróxido de + (nome do cátion Cx+)

Exemplos
NaOH – hidróxido de sódio
Ca(OH)2 – hidróxido de cálcio
Aℓ(OH)3 – hidróxido de alumínio
Se o cátion tiver mais de uma valência:

300
hidróxido de + (nome do cátion Cx+) + (valência em algarismo romano)

ou

oso [menor valência]


hidróxido de + (nome do cátion Cx+) +
ico [maior valência]

Exemplos
Fe(OH)2 – hidróxido de ferro (II) ou hidróxido ferroso
Fe(OH)3 – hidróxido de ferro (III) ou hidróxido férrico
Sn(OH)2 – hidróxido de estanho (II) ou hidróxido estanoso
Sn(OH)4 – hidróxido de estanho (IV) ou hidróxido estânico

Sais
1. Reação de neutralização total

Uma reação é de neutralização total, se todos os H+ do ácido reagirem e todos os OH– da base também
reagirem.

Exemplos
NaOH + HCℓ → NaCℓ + H2O
Mg(OH)2 + H2SO4 → MgSO4 + 2H2O
2NaOH + H2SO4 → Na2SO4 + 2H2O

2. Reação de neutralização parcial do ácido

A proporção em mol da base e do ácido é de tal forma que nem todos os H+ serão neutralizados. O sal
formado é classificado como hidrogenossal e apresenta caráter ácido.

Exemplo
NaOH + H2SO4 → NaHSO4 + H2O

3. Reação de neutralização parcial da base

A proporção em mol da base e do ácido é de tal forma que nem todos os OH– serão neutralizados. O sal
formado é classificado como hidroxissal e apresenta caráter básico.

Exemplo
Ca(OH)2 + HCℓ → Ca(OH)Cℓ + H2O

301
Nomenclatura

nome do ânion + de + nome do cátion

Exemplo
Aℓ3+ [cátion alumínio] + Cℓ– [ânion cloreto] → AℓCℓ3 cloreto de alumínio

O ânion pode ser identificado através do seu ácido de origem, portanto, segue a seguinte regra:

Terminação do ácido Ânion


-ídrico -eto
-oso -ito
-ico -ato

Se o cátion tiver mais de uma valência:

nome do ânion + de + nome do cátion + (valência do cátion)

ou
oso [menor valência]
nome do ânion + de + nome do cátion +
ico [maior valência]

Exemplos

[cátion ferro (II) ou ferroso]


FeCø2 cloreto de ferro (II) ou cloreto ferroso
[ânion cloreto]

[cátion ferro (III) ou férrico]


FeCø3 cloreto de ferro (III) ou cloreto férrico
[ânion cloreto]

Hidrogenossais
Os hidrogenossais diferem-se apenas pelo fato de a quantidade de hidrogênios ionizáveis ser indicada pelos prefi-
xos (que pode ser omitido) mono, di, tri etc., seguida da palavra hidrogeno, no começo do nome do sal, ou palavra
ácido, logo depois do nome do ânion.

§ KHSO4: sulfato monopotássico ou sulfato (mono)ácido de potássio ou (mono)hidrogenossulfato de potás-


sio.
§ NaH2PO4: fosfato monossódico ou fosfatodiácido de sódio ou di-idrogenofosfato de sódio.

Se o hidrogenossal for originário de um ácido com dois hidrogênios ionizáveis, o prefixo hidrogeno pode ser subs-
tituído por bi.

§ NaHSO4: bissulfato de sódio


§ NaHCO3: bicarbonato de sódio

302
Hidroxissais
Já os hidroxissais, a nomenclatura segue a mesma regra dos hidrogenossais, trocando as palavras hidrogeno por
hidróxi ou palavra ácido por básico.
§ CaOHCℓ: cloreto básico de cálcio ou (mono)hidróxi-cloreto de cálcio
§ MgOHBr: brometo básico de magnésio ou (mono)hidróxi-brometo de magnésio

SOLUBILIDADE DOS SAIS


Ãnion Solubilidade Exceções
CH3COOH –
Solúveis —
Cℓ , Br , l
– - –
Solúveis Ag , Hg2+, Pb2+
+

NO–3 Solúveis —
SO 2–
1
Solúveis Ca , Sr , Ba2+, Pb2+
2+ 2+

S2– Insolúveis 1A, 2A e NH+4


demais Insolúveis 1A e NH+4

Óxidos
Tipos de óxido: os óxidos podem ser classificados de acordo com o elemento ligado ao oxigênio. São dois tipos:
óxidos iônicos e óxidos moleculares:
§ óxidos iônicos – são óxidos formados por metais, havendo a presença de ligação iônica (entre um metal
e um ametal). Exemplos são o óxido de sódio (Na2O), óxido de magnésio (MgO), óxido de alumínio (Aℓ2O3),
entre outros.
§ óxidos moleculares – são óxidos formados por ametais, havendo a presença de ligação covalente (entre
ametais). Exemplos são os óxidos de carbono (CO e CO2), óxidos de enxofre (SO2 e SO3), óxidos de nitrogê-
nio (NO, N2O e NO2), entre outros.

Classificação dos óxidos: os óxidos podem ser classificados de acordo com o seu comportamento químico:
§ óxidos ácidos – são também conhecidos por anidridos, reagem com água produzindo um ácido e reagem
com base formando sal e água. A maioria dos óxidos ácidos são os óxidos moleculares (CO2 e SO3).
§ óxidos básicos – estes compostos reagem com água formando uma base e reagem com ácidos produzin-
do sal e água. A maioria dos óxidos básicos são os óxidos iônicos (Na2O e CaO).
§ óxidos neutros – estas substâncias não reagem com água, ácido ou base. (CO, NO e N2O).
§ óxidos anfóteros – possuem esse nome por possuírem caráter duplo, ou seja, reagem tanto com ácido
quanto com base originando como produto sal e água. ( Aℓ2O3, ZnO e PbO)
§ peróxidos – composto formado por ânion peróxido, O22–. Nesta classe os compostos reagem com água
produzindo base e água oxigenada; quando reagem com um ácido, produz um sal e água oxigenada (Na2O2).

GEOMETRIA MOLECULAR
É o estudo da distribuição espacial dos átomos em uma molécula, distribuição essa que, dependendo dos átomos
que a compõe, pode assumir formas geométricas. Dentre as principais classificações estão a linear, a angular, a
trigonal plana, a piramidal e a tetraédrica.
Para se determinar a geometria de uma molécula, é preciso conhecer a teoria da repulsão dos pares eletrô-
nicos (TRPE) da camada de valência.

303
Teoria da repulsão dos pares eletrônicos
Baseia-se na ideia de que, estejam ou não fazendo ligação química (sendo compartilhados), os pares eletrônicos
da camada de valência de um átomo central comportam-se como nuvens eletrônicas que se repelem, mantendo a
maior distância angular possível uns dos outros.
Uma nuvem eletrônica pode ser constituída de uma ligação simples, dupla, tripla ou mesmo por um par de
elétrons não ligantes (que não estão a fazer ligação química).
A teoria da repulsão dos pares eletrônicos funciona bem para moléculas do tipo ABx, do qual A é o átomo
central e B é chamado elemento ligante. Nessa molécula, os pares de elétrons (nuvens eletrônicas) da camada de
valência do átomo central A se repelem, determinando o formato da molécula ou íon.
Portanto, se houver duas nuvens eletrônicas ao redor de um átomo central, a maior distância angular que
elas podem assumir são 180°. Se houver três nuvens, 120° etc. É de extrema importância analisar se a ligação é
covalente ou iônica.
Portanto:
§ a geometria das nuvens, isto é, a orientação espacial dessas nuvens (pares eletrônicos) depende do número
total de nuvens eletrônicas ao redor do átomo central A; e
§ a geometria molecular, no entanto, é determinada pela posição dos núcleos dos átomos ligados ao redor
do átomo central.

Importante

Não confundir geometria dos pares eletrônicos (nuvens eletrônicas) com geometria da molécula.
Considerando, pois, a orientação das nuvens e o número de átomos ligados ao átomo central, há possíveis
geometrias moleculares de acordo com a posição dos núcleos desses átomos.

Moléculas e suas geometrias

Roteiro para determinação da geometria molecular


1. Montar a fórmula eletrônica da substância contando os pares eletrônicos (nuvens eletrônicas) ao redor do
átomo central. Considere como par eletrônico:
§ cada ligação dupla, tripla ou coordenada/dativa; e

304
§ cada par de elétrons não ligantes.
2. Os pares eletrônicos repelem-se ao máximo.

Orientação
Número de nuvens
(geometria) das Disposição Geometria
ao redor do átomo Fórmula eletrônica
nuvens (pares dos ligantes molecular
central
eletrônicos)

Sempre
Linear O=C=O
2
H—C;N
Linear

Angular

3
2 átomos ligantes Trigonal plana
(triangular) Trigonal plana

2 átomos ligantes Angular

N
4 Piramidal

3 átomos ligantes

Tetraédrica Tetraédrica

4 átomos ligantes

Observe:
§ A geometria linear das nuvens determina somente moléculas lineares.
§ A geometria trigonal plana das nuvens pode determinar moléculas angulares ou trigonais planas.
§ A geometria tetraédrica das nuvens pode determinar moléculas angulares, piramidais ou tetraédricas.

FORÇAS INTERMOLECULARES
Forças ou interações intermoleculares são forças de atração que ocorrem entre as moléculas (por isso o ter-
mo intermoleculares, entre moléculas) das substâncias, que as mantêm unidas no estado sólido e líquido. Elas são
bem mais fracas que as interações intramoleculares (dentro das moléculas) ou interatômicas (entre átomos), que
unem átomos (na ligação covalente) ou íons (na ligação iônica e na metálica).

305
As forças intermoleculares determinam os pontos de fusão e de ebulição e a solubilidade das substâncias
umas nas outras, bem como a tensão superficial e a viscosidade dos líquidos.
§ Tensão superficial é uma propriedade que faz com que a camada superficial de um líquido comporte-se
como uma membrana elástica. O efeito dela são as gotas de água, as bolhas de sabão ou a possibilidade
de os insetos caminharem sobre a superfície da água.
§ Viscosidade é a propriedade física que caracteriza a resistência de um fluido (líquido ou gás) ao escoa-
mento, a uma dada temperatura. O óleo, por exemplo, é mais viscoso que a água.
As forças intermoleculares são também conhecidas como forças de Wan der Waals (físico holandês que
previu sua existência). As mais importantes são três:

Forças de dipolo-dipolo ou de dipolo permanente


Como o próprio nome sugere, ocorre entre moléculas polares e têm natureza elétrica. O polo positivo de uma molé-
cula atrai o polo negativo de outra molécula, e assim sucessivamente, por toda a extensão do líquido ou do sólido.

Teoria na prática
Moléculas de cloreto de hidrogênio no estado líquido
δ+ δ- δ+ δ-
H — Cℓ ® ¬ H — Cℓ
Força de atração

Outros exemplos: HCℓ, HBr, H2S, CO, HCCℓ3, SO2, PH3.

Forças de dipolo instantâneo-dipolo induzido ou forças de


London ou forças de Van der Waals
Ocorre entre moléculas apolares e também têm natureza elétrica. Numa molécula apolar como o H2, os elétrons
estão equidistantes dos núcleos. Num determinado instante, no entanto (por isso o nome dipolo instantâneo), a
nuvem eletrônica pode se aproximar mais de um dos núcleos e estabelecer um dipolo instantâneo, o qual, por sua
vez, induz (por isso o nome dipolo induzido) as demais moléculas a formarem novos dipolos, dando origem a uma
força de atração elétrica de pequena intensidade entre elas.

Teoria na prática
O gelo-seco (CO2), o iodo (I2), as pedras de naftalina e as de cânfora sofrem sublimação, isto é, passam
diretamente do estado sólido para o gasoso, uma vez que as interações de dipolo instantâneo-dipolo induzido
que as unem são fracas.
Outros exemplos: H2, N2, O2, F2, Cl2, Br2, P4, S8, CH4 e todos os hidrocarbonetos.

306
Observação: a denominação forças de Van der Waals como sinônimo de forças de dipolo instantâneo-
-dipolo induzido não é padrão na maioria dos exames vestibulares, porque, contemporaneamente, forças de Van
der Waals é uma classificação que compreende as três interações: dipolo induzido-dipolo instantâneo, dipolo per-
manente e ligação de hidrogênio.

Ligações ou pontes de hidrogênio


É um caso particular das forças de dipolo permanente (dipolo-dipolo), segundo o qual a intensidade é tão grande
que recebe um nome particular. Ocorre em moléculas que apresentam átomos de hidrogênio (elemento com baixa
eletronegatividade) com elementos muito eletronegativos, como o flúor, o oxigênio ou o nitrogênio.
Os exemplos mais frequentes são as moléculas formadas pela combinação do hidrogênio com os elementos
muito eletronegativos mencionados:

HF H2O NH3

Observe a formação das ligações de hidrogênio em cada uma das moléculas:

§ HF

§ H2O
As ligações de hidrogênio explicam uma propriedade muito particular da água. Ao contrário da maioria das
substâncias, a água sólida é menos densa que a água líquida.

água líquida água sólida

Observação: o arranjo desordenado das moléculas no estado líquido é mais compacto, há menos espaços
vazios entre elas, razão pela qual a substância é mais densa nesse estado. No entanto, o arranjo ordenado do
estado sólido cria espaços vazios maiores entre as moléculas, o que torna a substância mais “leve”, menos densa.

307
§ NH3

308
APLICAÇÃO DOS
CONHECIMENTOS - SALA
1. (ENEM) Os tubos de PVC, material organoclorado sintético, são normalmente utilizados como en-
canamento na construção civil. Ao final da sua vida útil, uma das formas de descarte desses tubos
pode ser a incineração. Nesse processo libera-se cloreto de hidrogênio, dentre outras substâncias.
Assim, é necessário um tratamento para evitar o problema da emissão desse poluente.
Entre as alternativas possíveis para o tratamento, é apropriado canalizar e borbulhar os gases
provenientes da incineração em:
a) água dura.
b) água de cal.
c) água salobra.
d) água destilada.
e) água desmineralizada.

2. (ENEM) A cal (óxido de cálcio, CaO), cuja suspensão em água é muito usada como uma tinta de
baixo custo, dá uma tonalidade branca aos troncos de árvores. Essa é uma prática muito comum
em praças públicas e locais privados, geralmente usada para combater a proliferação de parasitas.
Essa aplicação, também chamada de caiação, gera um problema: elimina microrganismos benéficos
para a árvore.
Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 1 abr. 2010 (adaptado).

A destruição do microambiente, no tronco de árvores pintadas com cal, é devida ao processo de:
a) difusão, pois a cal se difunde nos corpos dos seres do microambiente e os intoxica.
b) osmose, pois a cal retira água do microambiente, tornando-o inviável ao desenvolvimento de micror-
ganismos.
c) oxidação, pois a luz solar que incide sobre o tronco ativa fotoquimicamente a cal, que elimina os seres
vivos do microambiente.
d) aquecimento, pois a luz do Sol incide sobre o tronco e aquece a cal, que mata os seres vivos do micro-
ambiente.
e) vaporização, pois a cal facilita a volatilização da água para a atmosfera, eliminando os seres vivos do
microambiente.

3. (ENEM) Quando colocamos em água, os fosfolipídeos tendem a formar lipossomos, estruturas for-
madas por uma bicamada lipídica, conforme mostrado na figura. Quando rompida, essa estrutura
tende a se reorganizar em um novo lipossomo.

Esse arranjo característico se deve ao fato de os fosfolipídeos apresentarem uma natureza:


a) polar, ou seja, serem inteiramente solúveis em água.
b) apolar, ou seja, não serem solúveis em solução aquosa.
c) anfotérica, ou seja, podem comportar-se como ácidos e bases.
d) insaturada, ou seja, possuírem duplas ligações em sua estrutura.
e) anfifílica, ou seja, possuírem uma parte hidrofílica e outra hidrofóbica.

309
4. (ENEM) O armazenamento de certas vitaminas no organismo apresenta grande dependência de sua
solubilidade. Por exemplo, vitaminas hidrossolúveis devem ser incluídas na dieta diária, enquanto
vitaminas lipossolúveis são armazenadas em quantidades suficientes para evitar doenças causadas
pela sua carência. A seguir são apresentadas as estruturas químicas de cinco vitaminas necessárias
ao organismo.

Dentre as vitaminas apresentadas na figura, aquela que necessita de maior suplementação diária é:
a) I.
b) II.
c) III.
d) IV.
e) V.

RAIO X
1. Entre as alternativas possíveis para o tratamento, é apropriado canalizar e borbulhar os gases
provenientes da incineração em água de cal, para que ocorra a neutralização do HCℓ(g):
Ca(OH)2 (aq) + 2HC(g) → 2H2O( ) + CaC 2 (aq)
 
Água de cal

2. A cal ou óxido de cálcio reage com a água do microambiente: CaO(s) + H2O() → Ca(OH)2(aq). Consequen-
temente, o desenvolvimento de micro-organismos é afetado.
3. Esse arranjo característico se deve ao fato de os fosfolipídeos apresentarem uma natureza anfifí-
lica, ou seja, possuírem uma parte polar (hidrofílica) e outra apolar (hidrofóbica).

4. Quanto maior a quantidade de grupos OH, mais solúvel será a vitamina, devido à interação com a
água e maior a necessidade de suplementação. A estrutura III apresenta esta característica.

GABARITO
1. B 2. B 3. E 4. C

310
Prescrição: Para resolver os exercícios, você deve ter o conhecimento sobre as funções inorgânicas
e suas nomenclaturas, geometria molecular e interações intermoleculares.

PRÁTICA DOS como resíduos da queima de matéria orgâni-


ca em presença de produtos que contenham

- E.O.
cloro. Como consequência de seu amplo es-
CONHECIMENTOS palhamento no meio ambiente, bem como de
suas propriedades estruturais, as dioxinas
1. (ENEM) Cientistas da Austrália descobriram sofrem magnificação trófica na cadeia ali-
um meio de produzir roupas que se limpam mentar. Mais de 90% da exposição humana
às dioxinas é atribuída aos alimentos con-
sozinhas. A equipe de pesquisadores usou
taminados ingeridos. A estrutura típica de
nanocristais de dióxido de titânio (TiO2) que,
uma dioxina está apresentada a seguir:
sob ação da luz solar, são capazes de decom-
por as partículas de sujeira na superfície de
um tecido. O estudo apresentou bons resul-
tados com fibras de algodão e seda. Nesses
casos, foram removidas manchas de vinho,
bastante resistentes. A nanocamada proteto-
ra poderá ser útil na prevenção de infecções A molécula do 2,3,7,8 – TCDD é popularmen-
em hospitais, uma vez que o dióxido de titâ- te conhecida pelo nome ‘dioxina’, sendo a
nio também mostrou ser eficaz na destruição mais tóxica dos 75 isômeros de compostos
das paredes celulares de microrganismos que clorados de dibenzo-p-dioxina existentes.
provocam infecções. O termo nano vem da FADINI, P. S.; FADINI, A. A. B. Lixo: desafios e
unidade de medida nanômetro, que é a bi- compromissos. Cadernos Temáticos de Química Nova
na Escola, São Paulo, n. 1, maio 2001 (adaptado).
lionésima parte de 1 metro.
Veja. Especial Tecnologia. São Paulo: Com base no texto e na estrutura apresen-
Abril, set. 2008 (adaptado).
tada, as propriedades químicas das dioxinas
A partir dos resultados obtidos pelos pesqui- que permitem sua bioacumulação nos orga-
sadores em relação ao uso de nanocristais de nismos estão relacionadas ao seu caráter:
dióxido de titânio na produção de tecidos e a) básico, pois a eliminação de materiais alcali-
considerando uma possível utilização dessa nos é mais lenta do que a dos ácidos.
substância no combate às infecções hospita- b) ácido, pois a eliminação de materiais ácidos
lares, pode-se associar que os nanocristais é mais lenta do que a dos alcalinos.
de dióxido de titânio: c) redutor, pois a eliminação de materiais redu-
a) são pouco eficientes em ambientes fechados tores é mais lenta do que a dos oxidantes.
e escuros. d) lipofílico, pois a eliminação de materiais li-
b) possuem dimensões menores que as de seus possolúveis é mais lenta do que a dos hi-
átomos formadores. drossolúveis.
e) hidrofílico, pois a eliminação de materiais
c) são pouco eficientes na remoção de partícu-
hidrossolúveis é mais lenta do que a dos li-
las de sujeira de natureza orgânica.
possolúveis.
d) destroem microrganismos causadores de in-
fecções, por meio de osmose celular.
e) interagem fortemente com material orgâni- 3. (ENEM) No processo de industrialização da
co devido à sua natureza apolar. mamona, além do óleo que contém vários
ácidos graxos, é obtida uma massa orgâni-
2. (ENEM) Vários materiais, quando queima- ca, conhecida como torta de mamona. Esta
dos, podem levar à formação de dioxinas, massa tem potencial para ser utilizada como
um composto do grupo dos organoclorados. fertilizante para o solo e como complemento
Mesmo quando a queima ocorre em incinera- em rações animais devido a seu elevado va-
dores, há liberação de substâncias derivadas lor proteico. No entanto, a torta apresenta
da dioxina no meio ambiente. Tais compos- compostos tóxicos e alergênicos diferente-
tos são produzidos em baixas concentrações, mente do óleo da mamona. Para que a torta

311
possa ser utilizada na alimentação animal, é necessário um processo de descontaminação.
Revista Química Nova na Escola. V. 32, n° 1, 2010 (adaptado).

A característica presente nas substâncias tóxicas e alergênicas, que inviabiliza sua solubilização
no óleo de mamona, é a:
a) lipofilia.
b) hidrofilia.
c) hipocromia.
d) cromatofilia.
e) hiperpolarização.

4. (ENEM) Além de ser uma prática ilegal, a adulteração de combustíveis é prejudicial ao meio am-
biente, ao governo e, especialmente, ao consumidor final. Em geral, essa adulteração é feita uti-
lizando compostos com propriedades físicas semelhantes às do combustível, mas de menor valor
agregado.
Considerando um combustível com 20% de adulterante, a mistura em que a adulteração seria iden-
tificada visualmente é:
a) etanol e água.
b) etanol e acetona.
c) gasolina e água.
d) gasolina e benzeno.
e) gasolina e querosene.

5. (ENEM) A fosfatidilserina é um fosfolipídio aniônico cuja interação com cálcio livre regula pro-
cessos de transdução celular e vem sendo estudada no desenvolvimento de biossensores nanomé-
tricos. A figura representa a estrutura da fosfatidilserina:

Com base nas informações do texto, a natureza da interação da fosfatidilserina com o cálcio livre
é do tipo:
Dado: número atômico do elemento cálcio: 20
a) iônica somente com o grupo aniônico fosfato, já que o cálcio livre é um cátion monovalente.
b) iônica com o cátion amônio, porque o cálcio livre é representado como um ânion monovalente.
c) iônica com os grupos aniônicos fosfato e carboxila, porque o cálcio em sua forma livre é um cátion
divalente.
d) covalente com qualquer dos grupos não carregados da fosfatidilserina, uma vez que estes podem doar
elétrons ao cálcio livre para formar a ligação.
e) covalente com qualquer grupo catiônico da fosfatidilserina, visto que o cálcio na sua forma livre po-
derá compartilhar seus elétrons com tais grupos.

GABARITO
1. A 2. D 3. B 4. C 5. C

312
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 3 e 4

Competências 3, 5, 6 e 7
Habilidades 10, 18, 21 e 24

BREVIÁRIO

PRESSÃO DE VAPOR
Pressão máxima de vapor é a pressão exercida por seus vapores, quando estes estão em equilíbrio dinâmico com o
líquido. Pode-se dizer também que é a pressão exercida pelas moléculas do solvente líquido contra a sua superfície
para passar para o estado de vapor.
Quanto maior a pressão de vapor, mais volátil é o líquido. Ou seja, quanto mais pressão o líquido faz contra
a sua superfície, mais facilmente este líquido passará para o estado de vapor, logo, ele evaporará mais rápido. Al-
guns fatores influenciam na pressão de vapor, como a temperatura e a natureza do líquido.

§ Temperatura
Quando se aquece um líquido, a quantidade de vapor tende a aumentar conforme o tempo, o que fará com
que a pressão de vapor também aumente.
O aumento da temperatura ocasiona a agitação das moléculas. O líquido evapora mais intensamente e
causa maior pressão de vapor.

§ Natureza do líquido
A pressão de vapor depende da natureza do líquido. Se as forças intermoleculares forem de grande intensi-
dade, a vaporização será difícil e a pressão de vapor será mínima. Se, ao contrário, as moléculas estiverem
presas fracamente ao líquido, a vaporização ocorrerá facilmente e a pressão de vapor será intensa. Portanto,
a 20 °C, a pressão máxima de vapor de água é 17,5 mmHg e a pressão máxima de vapor do álcool etílico
(etanol), na mesma temperatura, é 44 mmHg. O álcool, portanto, é mais volátil que a água. A pressão de
vapor não depende da quantidade de líquido nem do espaço ocupado pelo vapor.

Pressão de vapor e temperatura de ebulição


Experimentalmente, a ebulição é caracterizada pela formação de bolhas no líquido que vão até a superfície e
rebentam. Se formada no interior do líquido puro, a bolha contém apenas moléculas no estado gasoso do líquido
puro. Essas moléculas exercem uma pressão contra as paredes internas da bolha. Observe uma bolha logo abaixo
da superfície do líquido. Neste caso, é possível considerar, aproximadamente, que a força que empurra a bolha
para o interior do líquido é a mesma que origina a pressão atmosférica. Se o líquido for aquecido, a pressão de
vapor na bolha aumenta e, a uma certa temperatura, iguala-se à pressão atmosférica e escapa do líquido. Essa é
a temperatura de ebulição.

315
Influência da pressão externa sobre a temperatura
de ebulição
A pressão atmosférica varia de acordo com a altitude. Com o aumento da altitude, diminui a pressão atmosférica,
diminuindo o ponto de ebulição. A pressão de vapor permanece inalterada, entretanto. Note que a única mudança
é no abaixamento do ponto de ebulição, pois, como o líquido precisa chegar a uma pressão igual a do ambiente
para entrar em ebulição, em pressões mais baixas necessita-se de menos energia.
Em locais onde tem menos pressão atmosférica, a água ferve mais rápido. As moléculas escapam do líquido
com mais facilidade.
Em lugares de grande altitude, as substâncias entram em ebulição a temperaturas mais baixas que ao nível
do mar. Isto explica a dificuldade de cozinhar alimentos, como ovos e arroz, e preparar bebidas quentes, como café
e chá, em locais que estão no nível do mar.

EFEITOS COLIGATIVOS
Efeitos coligativos são alterações observadas num solvente que dissolve um soluto não volátil. Regularmente,
esse soluto é um açúcar (glicose, sacarose), um sal (NaCℓ, CaCℓ2, Na2SO4 etc.) ou outras substâncias solúveis e
não voláteis.
A dissolução de um solvente não volátil em um solvente provoca:
1. diminuição da pressão de vapor do solvente;
2. elevação do ponto de ebulição (temperatura de ebulição) do solvente;
3. diminuição do ponto de congelamento (temperatura de fusão) do solvente; e
4. aumento da pressão osmótica do solvente.
A intensidade com que as propriedades coligativas ocorrem depende exclusivamente da quantidade de
partículas presentes na solução, mas não depende da natureza dessas partículas.
Esses fenômenos podem ser explicados dependendo das interações que ocorrem entre as partículas do so-
luto e as moléculas do solvente. Essas interações dificultam tanto a passagem do solvente para o estado de vapor
como seu congelamento (solidificação).

Os efeitos coligativos só dependem do número de partículas do soluto dissolvido.

Classificação da natureza das soluções


1. Soluções moleculares
Nelas, todas as partículas dissolvidas são moléculas, uma vez que o soluto não sofre dissociação ou ioniza-
ção, mas simplesmente se dissolve sem sofrer alterações.

Teoria na prática
Ao se dissolver um mol de sacarose (C12H22O11) em água, obtém-se como resultado um mol (6,0 × 1023) de
partículas dissolvidas em solução, uma vez que não há alteração nas moléculas do composto.

316
2. Soluções iônicas
São soluções formadas por íons dissolvidos no solvente, resultado da dissociação de uma substância iônica
ou da ionização de uma substância molecular, que, por sua vez, é resultado da interação com o solvente.

NaCℓ → Na+ + Cℓ–


1 mol 1 mol de cátions 1 mol de ânions
6 × 1023 cátions 6 × 1023 ânions

O número de partículas de soluto na solução depende:


a) do número de íons presentes em cada fórmula do composto:
O NaCℓ (1Na+ e 1Cℓ-) pode liberar até dois íons para cada fórmula dissolvida. O CaCℓ2 pode liberar até três
íons por fórmula dissolvida (1Ca2+ e 2Cℓ-);

b) do grau de ionização ou do grau de dissociação desse composto a uma dada temperatura:


Considere o ácido sulfúrico, H2SO4(aq), com grau de ionização α = 61% a 18 ºC. A ionização de uma molécula
de H2SO4 é dada pela expressão.

1H2SO4 + 2H2O → 2H3O+ + 1SO4-2


1 molécula 3 partículas em solução

Se forem consideradas 100 moléculas de H2SO4, nas condições descritas, obtém-se:


2 × 61(H3O+) + 1 × 61(SO42–) = 183 (total de partículas na solução)
100 moléculas
100 – 61 = 39 (moléculas não ionizam)

Significa que cada 100 moléculas de H2SO4 dissolvidas em água dão origem a 183 partículas em solução.

TONOSCOPIA OU TONOMETRIA
Estudo da diminuição da pressão máxima de vapor de um solvente provocada pela adição de um solvente
não volátil.

Numa solução aquosa de NaCℓ (b), a quantidade de moléculas de água que passa para o estado de vapor é menor
que na água pura (a), a uma mesma temperatura.
(a) (b)

A pressão máxima de vapor de uma solução formada por um soluto não volátil é menor que a de um sol-
vente puro, porque as interações entre as partículas do soluto e as moléculas do solvente diminuem a evaporação
das moléculas do solvente.

317
Quanto maior o número de partículas de soluto não volátil em solução, maior será a diminuição absoluta da
pressão máxima de vapor. Essa variação (∆P) é denominada abaixamento absoluto da pressão máxima de vapor
(∆P = P0 – P2).
No diagrama ELV, esse fenômeno fica bem evidente:

Ebulioscopia ou ebuliometria

Estudo da elevação da temperatura de ebulição de um líquido (solvente), ocasionada pela dissolução de um


solvente não volátil.

Quanto maior a concentração do soluto, maior a elevação da temperatura de ebulição do solvente


(te = te/solução – te/solvente puro) e maior a temperatura de ebulição desse solvente.

Líquido Temperatura de ebulição


Água pura 100 ºC

Solução aquosa de glicose 1 mol/L 100,52 ºC

Solução aquosa de glicose 2 mol/L 101,04 ºC

Crioscopia ou criometria

Estudo da diminuição da temperatura de congelamento (ponto de fusão) de um solvente em uma solução


de soluto não volátil.

Quanto maior a concentração de soluto não volátil, maior o abaixamento da temperatura de congelamento
do solvente (tc = tc/solvente puro – tc/solução) e menor será a temperatura de congelamento desse solvente.

Líquido Temperatura de congelamento


Água pura 0 ºC

Solução aquosa de glicose 1 mol/L –1,86 ºC

Solução aquosa de glicose 2 mol/L –3,72 ºC

318
Osmose
Osmose é a passagem de um solvente para o interior de uma solução feita desse mesmo solvente, através de uma
membrana semipermeável (MSP).
A osmose também é uma propriedade coligativa das soluções, uma vez que depende apenas do número de
partículas dissolvidas e não da natureza dessas partículas (moléculas ou íons).

Osmose entre solvente e solução:


As
H2O moléculas
Membrana semipermeável
Molécula de soluto
de água
passam
através da
membrana

Osmose entre soluções:


H2O As Membrana semipermeável
Moléculas de soluto
moléculas
de água
passam
através da
membrana

A membrana semipermeável (MSP), que pode ser feita de bexiga de animal ou celofane, é seletiva, isto é,
deixa passar o solvente, mas não deixa passar o soluto.
Certo tempo depois, observa-se que o nível do solvente diminui, enquanto o nível da solução aumenta.

Exemplo
Dadas duas soluções A e B, inicialmente 0,2 M e 0,3 M, separadas por uma membrana semipermeável:

Verifica-se que as soluções A e B mudam de concentração após a osmose.


Osmoscopia ou osmometria é o estudo e a medição da pressão osmótica das soluções.

PRESSÃO OSMÓTICA (p)


Pressão exercida sobre a solução para impedir que ela se dilua pela passagem do solvente puro através de uma
membrana semipermeável.

319
É interessante notar que, se a pressão mecânica sobre a solução for exagerada, o fenômeno normal se
inverterá, isto é, o solvente passará da solução para o lado do solvente puro; o que é denominado osmose reversa,
empregada em processos de dessalinização da água do mar para obtenção de água potável.

Leis da osmometria
As leis da osmometria foram determinadas experimentalmente por Van’t Hoff. Ele comprovou que, em soluções
diluídas de solutos não iônicos, a pressão osmótica independe do soluto e obedece, fundamentalmente, a duas leis:
§ Primeira lei – em temperatura constante, a pressão osmótica é diretamente proporcional à concentração
molar.

p=K·m
§ Segunda lei – em concentração molar constante, a pressão osmótica é diretamente proporcional à tem-
peratura absoluta da solução.

p=m·T
Para soluções moleculares e diluídas, a equação fundamental da osmometria é idêntica à equação
dos gases perfeitos.

p × V = n1 × R × T
ou
p=M ×R×T

Da qual:
p = pressão osmótica
R = constante universal dos gases perfeitos
T = temperatura absoluta (K)
M = concentração molar (mol/L)
n1 = número de mol do soluto

Classificação das soluções


Supondo duas soluções à mesma temperatura, com pressões osmóticas pA e pB:
§ a solução A é hipertônica em relação à B, quando pA > pB;
§ a solução A é isotônica em relação à B, quando pA = pB;
§ a solução A é hipotônica em relação à B, quando pA < pB.
Duas soluções isotônicas também são denominadas soluções isosmóticas ou soluções de igual tonicidade.

320
A PILHA DE DANIELL
Na pilha de Daniell, os dois eletrodos metálicos são unidos externamente por um fio condutor, e as duas semicélu-
las são unidas por uma ponte salina que continha uma solução saturada de K2SO4(aq).
De início, o sistema apresentava este aspecto:

Ponte salina
Trata-se de um dispositivo utilizado em eletroquímica para unir duas semicélulas: um tubo de vidro em forma de U
invertido, com cada uma das extremidades mergulhada nas semicélulas de uma pilha. Contém uma solução de sal
inerte, como nitrato de potássio (KNO3) ou cloreto de potássio (KCℓ), cuja função é permitir o intercâmbio de íons
entre as semicélulas e fechar o circuito para a corrente contínua produzida entre os eletrodos mergulhados nas
soluções eletrolíticas dessas semicélulas.
Outra função da ponte salina é manter a neutralidade elétrica das soluções nas semicélulas: no ânodo, a
contínua oxidação produz um excesso de carga positiva e, no cátodo, a redução provoca excesso de carga negativa.
Os ânions presentes na ponte salina dirigem-se para o lado com excesso de carga positiva e os cátions para o lado
com excesso de carga negativa, fazendo com que as soluções mantenham-se eletricamente neutras.
Depois de certo tempo de funcionamento, a pilha apresenta o seguinte aspecto:

+ -

O que se observa?

1. No eletrodo de cobre:
§ espessamento da lâmina de cobre;
§ diminuição da cor azul da solução.
Esses dois fatos podem ser explicados pela semirreação de redução:
Cu2+ (aq) + 2e– → Cu (s)
solução lâmina

321
O eletrodo em que ocorre a redução é o cátodo e este é o polo positivo da pilha.

2. No eletrodo de zinco:
§ corrosão da lâmina de Zn.
Esse fato pode ser explicado pela semirreação de oxidação:
Zn(s) → Zn2+(aq) + 2e–
lâmina solução
O eletrodo em que ocorre a oxidação é o ânodo e este é o polo negativo da pilha.
Pela análise dessas duas semirreações, pode-se concluir que os elétrons fluem no circuito externo do eletro-
do de zinco para o eletrodo de cobre, ou seja, os elétrons, uma vez dotados de carga negativa, migram para
o eletrodo positivo (polo positivo), que, nesse caso, é a lâmina de cobre.
A equação global dos processos ocorridos nessa pilha pode ser obtida pela soma das duas semirreações:

ânodo: Zn → Zn2+(aq) + 2e–


cátodo: Cu2+ + 2e– → Cu(s)
reação global: Zn(s) + Cu2+(aq) → Zn2+(aq) + Cu(s)

Oficialmente, por convenção mundial, as pilhas são representadas da seguinte maneira:

A → Ax+ + x e– Bx+ + xe– → B


ânodo (oxidação) cátodo (redução)
ponte salina

De acordo com essa notação, a pilha de Daniell pode ser representada por:

Zn0 → Zn2+ + 2e– Cu2+ + 2e– → Cu0


ou
Zn 0
/ Zn 2+
Cu2+ / Cu0

PILHAS
Em geral, a espécie que apresenta maior Ered sofre redução; portanto, a outra espécie, de maior Eoxi, sofre oxidação.
Numa reação de oxirredução, há sempre um agente oxidante e um agente redutor. Regularmente, utiliza-se o
potencial de redução para se avaliar os fenômenos de oxirredução, bem como para fazer o cálculo da diferença de
potencial de uma pilha.
Uma vez que a redução é um processo inverso à oxidação, quanto maior o Ered de uma espécie, menor será
sua facilidade em sofrer oxidação, ou seja, quanto maior o Ered, menor será o Eoxi.

Potencial das pilhas


Considere os metais de zinco (Zn) e cobre (Cu). Tanto os íons Zn2+ como os íons Cu2+ têm uma certa tendência de
receber elétrons; porém, os íons Cu2+ são os que sofrem redução. É possível concluir, portanto, que a tendência do
Cu2+(aq) de sofrer redução é maior que a do Zn2+(aq).
Em razão disso, diz-se que os íons Cu2+ têm maior potencial de redução (Ered).

Cu2+(aq) + 2e– → Cu Ered Cu2+ > Ered Zn 2+

Nessa pilha, como os íons Cu2+ sofreram redução, o zinco sofrerá oxidação, o que permite concluir que o

322
zinco apresenta maior potencial de oxidação (Eoxi).

Zn → Zn2+(aq) + 2e– Eoxi Zn > Eoxi Cu

A espécie que apresenta maior Ered sofre redução; portanto, a outra espécie, de maior Eoxi, sofre oxidação.
Regularmente, utiliza-se o potencial de redução para se avaliar os fenômenos de oxirredução, bem como
para fazer o cálculo da diferença de potencial de uma pilha.
Esta tabela mostra as semirreações de redução de vários elementos e seus respectivos potenciais de redu-
ção, obtidos, experimentalmente, a 25 ºC e 1 atm (condições padrão), tomado o hidrogênio como padrão zero.

Semirreações de redução E0 (Volt)


Li1+(aq) + 1e– → Li (s) –3,05
Aumenta o caráter oxidante (capacidade de receber elétrons)

Na 1+
(aq)
+ 1e → Na (s)

–2,71
Mg 2+
(aq)
+ 2e → Mg(s)

–2,36
Aℓ 3+
(aq)
+ 3e → Aℓ(s)

–1,68
Zn 2+
(aq)
+ 2e → Zn(s)

–0,76
Fe2+ (aq) + 2e– → Fe(s) –0,44
Ni2+(aq) + 2e– → Ni(s) –0,23
Pb2+(aq) + 2e– → Pb(s) –0,13
Fe 3+
(aq)
+ 3e → Fe(s)

–0,04
2H1+ (aq) + 1e– → H2(g) 0,00
Cu2+(aq) + 2e– → Cu(s) +0,34
I2(s) + 2e– → 2I–(aq) +0,54
Ag1+(aq) + 1e– → Ag(s) +0,80
Hg2+(s) + 2e– → Hg(aq) +0,86
Br2(s) + 2e → 2Br (aq)
– –
+1,07
Cℓ2 (s) + 2e → 2Cℓ (aq)
– –
+1,36
Au3+(aq) + 3e– → Au(s) +1,42
F2(g) + 2e– → 2F–(aq) +2,87

Força de oxidantes e de redutores


Pela análise da tabela, é possível perceber que o Li+(aq) apresenta o menor potencial de redução (E0 = –3,04 V) e
que o F2(g) apresenta o maior potencial de redução (E0 = +2,89 V).
redução
Li+(aq) + 1e– Li (s) E0red = –3,04 V
redução
F2 (g) + 2e– 2F–(aq) E0red = +2,89 V

Como o F2(g) apresenta o maior potencial de redução, ele é o melhor oxidante.


Uma vez que a redução é um processo inverso à oxidação, quanto maior o E0red de uma espécie, menor será
sua facilidade em sofrer oxidação, ou seja, quanto maior o Ered, menor será o Eoxi.
O Eoxi é numericamente igual ao Ered, com sinal contrário, no entanto.
redução
Li+(aq) + e– Li (s) E0red = –3,04 V/ E0oxi = +3,04 V
redução
F2 (g) + 2e– 2F–(aq) E0red = +2,89 V/ E0oxi = –2,89 V

323
Como o Li(s) apresenta o maior potencial de oxidação, bem como o menor potencial de redução, ele é o
melhor redutor.

Cálculo de voltagem
Nas pilhas, os elétrons fluem do eletrodo em que ocorre oxidação (ânodo) para o eletrodo em que ocorre redução
(cátodo), através de um fio externo. Se nesse fio for instalado um aparelho denominado voltímetro, é possível medir
a força eletromotriz da pilha. Suponha o par cobre-zinco:

Voltímetro

Cu
K+ SO2-4
Zn
+ –
ponte
salina
Solução
Solução
de
de sulfato
sulfato de
Cu2+ de zinco
cobre SO2-4
SO2-4
SO2-4 Zn2+
SO2-4
Cu2+ Zn2+

O valor indicado em volt (V) pelo voltímetro corresponde à força eletromotriz da pilha.
Nas pilhas comuns, esse valor aparece indicado na embalagem externa da pilha. A diferença de potencial ou
ddp (∆E) de uma pilha depende das espécies envolvidas, das suas respectivas concentrações e da temperatura. Em
razão disso, o ∆E é medido na chamada condição-padrão, que corresponde a espécies com concentração 1 mol/L
e possíveis gases envolvidos com pressão de 1 atmosfera a 25 ºC. Nessas condições, a diferença de potencial da
pilha será representada por ∆E0.
O ∆E0 de uma pilha corresponde à diferença entre os potenciais de redução ou de oxidação das espécies
envolvidas:

∆E0 = (E0red maior) – (E0red menor)


Pode-se também fazer:

∆E0 = (E0oxi maior) – (E0oxi menor)

Para evitar confusão, convém utilizar a primeira expressão, que é mais adequada, uma vez que, na maioria
das vezes, as questões fornecem os potenciais de redução. Consideremos como exemplo uma pilha formada por
eletrodos de alumínio e cobre, cujos E0red são:

E0 (Aℓ3+ / Aℓ0) = –1,68 V E0 (Cu2+ / Cu0) = +0,34 V


Observando os potenciais, é possível perceber que o cobre, com maior potencial de redução, reduz-se, ao
passo que o alumínio, oxida-se:

Cu2+(aq) + 2e– → Cu(s) E0red = +0,34 V


Aℓ(s) → Aℓ3+(aq) + 3e– E0oxi = +1,68 V

A equação global da pilha pode ser obtida pelo uso de coeficientes que igualem o número de elétrons
cedidos e recebidos nas semirreações:

Semirreação de redução: 3Cu2+ (aq) + 6e– → 3Cu (s) E0red = +0,34 V

324
Semirreação de oxidação: 2Aℓ (s) → 2Aℓ3+(aq) + 6e– E0oxi = +1,68 V
_________________________________________________________________
Reação global: 2Aℓ (s) + 3Cu2+ (aq) → 2Aℓ3+(aq) + 3Cu (s) ΔE0 = +2,02 V

Espontaneidade de uma reação


Todas as pilhas apresentam reações espontâneas; logo, seu ∆E0 sempre apresenta valor positivo. Para determinar
se uma reação é espontânea, se pode constituir uma pilha, portanto, devemos separar a reação global nas duas
semirreações.
Vamos estudar a espontaneidade da reação:

Mg2+(aq) + Ni(s) → Mg(s) + Ni2+(aq)


semirreações

redução: Mg2+(aq) + 2e– → Mg(s)


oxidação: Ni(s) → Ni2+(aq) + 2e–

A primeira semirreação corresponde à redução do magnésio e, de acordo com a tabela de potenciais, seu
Ered = –2,36 V
A segunda semirreação corresponde à oxidação do níquel, cujo potencial de oxidação é igual ao inverso do
potencial de redução mostrado na tabela, ou seja, +0,24 V.
Considerando que o ∆Epilha é igual à soma dos potenciais de oxidação e redução, obtém-se:

ΔEpilha = E0red Ni2+ + E0red Mg2+


ΔEpilha = (–0,23) + (–2,36)
ΔE pilha = –2,60 V

Como o ∆Epilha é negativo, conclui-se que a reação entre Mg2+ e Ni0 não é espontânea; não caracteriza uma
pilha, portanto.
Prever se uma reação de oxirredução pode ocorrer espontaneamente permite que os químicos antecipem
reações indesejáveis (como a corrosão dos metais, por exemplo) e tomem providências para evitar que ela ocorra.

CORROSÃO E PROTEÇÃO DE METAIS


Corrosão é a deterioração de metais pelo processo eletroquímico que ocorre nas reações de oxirredução. Estima-se
que aproximadamente 20% de todo o ferro produzido anualmente seja utilizado para reposição de equipamentos
que sofreram corrosão – e isso ao custo de bilhões de dólares.
Por que ocorre a formação da ferrugem? A corrosão é sempre uma deterioração dos metais, provocada por
processos eletroquímicos (reações de oxirredução).
O ferro, por exemplo, enferruja porque se estabelece uma diferença de potencial (ddp) entre um ponto e
outro do objeto de ferro.

§ Corrosão do ferro
O ferro sempre contém pequenas quantidades de impurezas (dentre elas outros metais). Admite-se, por isso,
que o ferro, de um lado, e as impurezas, de outro, funcionem como dois polos de uma pilha, possibilitando
reações do tipo:
reação no ânodo: 2Fe → 2Fe3+ + 6e–
3 O (do ar) + 3H O + 6e– →
reação no cátodo: __ 6OH–
2 2 2

325
3O +
reação global: 2Fe0 + __ 3H2O → 2Fe(OH)3
2 2

De fato, as reações são mais complicadas. Parte do ferro é oxidada a Fe2+ e parte a Fe3+, de forma que a
ferrugem é uma mistura de óxidos e hidróxidos hidratados de ferro (II) e ferro (III).

Na formação da ferrugem:
§ a presença do ar e da umidade são fundamentais, uma vez que fazem parte da reação (sem água e
oxigênio, o ferro não enferruja);
§ a presença, no ar, de CO2, SO2 e de outras substâncias ácidas acelera a corrosão, uma vez que deslocam
a reação catódica para a direita (princípio de Le Chatelier); a corrosão também é acelerada por várias
bactérias que tornam mais ácido o meio;
§ ambientes salinos, como ocorre no mar e em suas vizinhanças, aceleram a formação da ferrugem, pois
aumentam a condutividade elétrica entre os polos da pilha; é o que acontece nos cascos dos navios, em
pontes como a Rio-Niterói, em tanques de gasolina enterrados nos postos à beira-mar etc.

PROTEÇÃO COM ELETRODO OU METAL DE SACRIFÍCIO


Para proteger o metal – ferro ou aço – da corrosão, convém utilizar um metal que apresente maior tendência para
a perda de elétrons (maior potencial de oxidação). Esse metal oxida-se e evita a corrosão do ferro, razão pela qual
é chamado de metal de sacrifício.
Regularmente, um metal utilizado com essa finalidade é o magnésio, cujo potencial de redução é menor – e,
consequentemente, cujo potencial de oxidação é maior – que o ferro:

E0red Mg = –2,36 V < E0 red Fe = –0,44 V


ou
E0oxi Mg = +2,36 V > E0 oxi Fe = +0,44 V
De acordo com a equação:

Mg(s) → Mg2+ + 2e–

Observe que, a se oxidar, o magnésio perde elétrons para o ferro, que permanece protegido. As placas de magné-
sio deverão, portanto, ser substituídas por outras, esporadicamente, uma vez que sofrerão corrosão, “ao proteger” o ferro.

Revestimento do ferro
Chapas de aço podem ainda ser protegidas por uma película de estanho, que dão origem à lata comum e com a
qual são fabricadas, por exemplo, as latas de conserva.
Para retardar a corrosão do ferro ou do aço em canalizações de água, oleodutos, cascos de navios, tanques
subterrâneos de combustíveis etc., é costume ligar a essas estruturas blocos de outro metal mais reativo do que o
ferro, como o magnésio, o zinco etc.
Se o potencial de oxidação for superior ao do ferro, como é o caso do magnésio, por exemplo, ele será corro-
ído mais depressa, retardando, assim, a corrosão do ferro ou do aço. Diz-se, nesse caso, que o magnésio funcionou
como metal de sacrifício.

326
PILHA OU CÉLULA DE COMBUSTÍVEL
Ao contrário das pilhas descritas anteriormente, que são dispositivos de armazenamento de energia elétrica, as
pilhas de combustão são dispositivos de conversão contínua de energia química em energia elétrica. Em linhas
gerais, a ideia é simples. A queima dos combustíveis produz energia.
1 O → H O + calor
H2 + __
2 2 2

CH4 + 2O2 → CO2 + 2H2O + calor


óleo combustível + O2 → CO2 + H2O + calor

Se esse calor (energia) obtiver um rendimento da ordem de 40%, ele pode ser usado em usina termoelé-
trica para produzir eletricidade. Considerando que as combustões são reações de oxirredução, a ideia das pilhas
de combustão é obter a energia liberada pela combustão diretamente na forma de energia elétrica, o que eleva o
rendimento para cerca de 55%.
Pilhas desse tipo foram usadas nas espaçonaves Gemini, Apolo e, agora, nos ônibus espaciais. Elas funcio-
nam pela reação de combustão entre o hidrogênio e o oxigênio, produzindo água.

As pilhas de combustíveis apresentam três compartimentos separados uns dos outros por eletrodos porosos
e inertes. O H2 é injetado num compartimento e o O2, em outro. Esses gases difundem-se pelos eletrodos e reagem
com uma solução eletrolítica de caráter básico contida no compartimento central. Os eletrodos são inertes, forma-
dos de grafita e impregnados de platina. As semirreações que ocorrem são:

no cátodo: O2 + 4H+ + 4e– → 2H2O


no ânodo: 2H2 + O2 → 2H2O
__________________________________________
reação global: 2H2 + O2 → 2H2O

327
GASES DO EFEITO ESTUFA E FONTES DE EMISSÃO
Os principais gases que contribuem para o aumento do efeito estufa e suas respectivas fontes antropogênicas são:
§ CO2, responsável por cerca de 60% do efeito estufa, cuja permanência na atmosfera é de centena de anos;
o dióxido de carbono é proveniente da queima de combustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo, gás natu-
ral, turfa), queimadas e desmatamentos, que destroem reservatórios naturais e sumidouros, cuja proprieda-
de é absorver o CO2 do ar. De acordo com o IPCC (1995), as emissões globais de CO2 hoje são da ordem de
7,6 Gt por ano. E a natureza não tem capacidade de absorção de todo esse volume, o que vem resultando
em aumento da concentração atmosférica mundial desses gases.
§ CH4, responsável por 15% a 20% do efeito estufa, é componente primário do gás natural, também pro-
duzido por bactérias no aparelho digestivo do gado, aterros sanitários, plantações de arroz inundadas,
mineração e queima de biomassa.
§ N2O participa com cerca de 6% do efeito estufa; o óxido nitroso é liberado por micro-organismos no solo
(processo denominado nitrificação, que libera igualmente nitrogênio – NO). A concentração desse gás teve
um vultoso aumento em razão do uso de fertilizantes químicos, da queima de biomassa, do desmatamento
e das emissões de combustíveis fósseis.
§ CFCs são responsáveis por até 20% do efeito estufa; os clorofluorcarbonos são utilizados em geladeiras,
aparelhos de ar condicionado, isolamento térmico e espumas, como propelentes de aerossóis (até 1978),
além de outros usos comerciais e industriais. Como se sabe, esses gases reagem com o ozônio na estra-
tosfera, decompondo-o e reduzindo a camada de ozônio que protege a vida na Terra dos nocivos raios
ultravioletas. Estudos recentes sugerem que as propriedades de reter calor, próprias dos CFCs, podem ser
compensadas pelo resfriamento estratosférico resultante do seu papel na destruição do ozônio. Ao longo
das últimas duas décadas, um ligeiro resfriamento, de 0,3 ºC a 0,5 ºC, foi medido na baixa estratosfera,
onde a perda do ozônio é maior.
§ O3, contribuindo com 8% para o aquecimento global; o ozônio é um gás formado na baixa atmosfera, sob
estímulo do Sol, a partir de óxidos de nitrogênio (NOx) e hidrocarbonetos produzidos em usinas termoelé-
tricas, pelos veículos, pelo uso de solventes e pelas queimadas.
§ O vapor de água presente na atmosfera também absorve parte da radiação emanada pela Terra e é um
dos maiores contribuintes para o aquecimento natural do mundo. Apesar de não ser produzido em quanti-
dade significativa por atividades antrópicas, considera-se que, com mais calor haverá mais evaporação de
água e, por conseguinte, aumento de sua participação para o efeito estufa. O Protocolo de Kyoto também
menciona os gases: hidrofluorocarbonos (HFC), perfluorocarbonos (PFC) e hexafluoreto de enxofre (SF6).

Chuvas ácidas
A denominação chuva ácida é utilizada para qualquer chuva cujo valor de pH seja inferior a 4,5.
Essa acidez da chuva é causada pela solubilização de alguns gases presentes na atmosfera terrestre, cuja
hidrólise seja ácida. Entre eles destacam-se os gases com enxofre, provenientes das impurezas da queima dos
combustíveis fósseis.
Pode-se dizer também que as chuvas “normais” são ligeiramente ácidas, uma vez que o valor de pH delas
está próximo de 5,6. Essa acidez natural é causada pela dissociação do dióxido de carbono em água, formando um
ácido fraco conhecido como ácido carbônico, de acordo com esta reação química:

CO2(g) + H2O(l) → H2CO3(aq)

Os principais contribuintes para a produção dos gases lançados na atmosfera que provocam as chuvas

328
ácidas naturais são as emissões dos vulcões e processos biológicos que ocorrem nos solos, pântanos e oceanos.
A ação humana também é bastante responsável por esse fenômeno. As principais fontes humanas desses
gases são as indústrias, as centrais termoelétricas e os veículos de transporte.
Esses gases podem ser transportados durante muito tempo, percorrer milhares de quilômetros na atmosfera
antes de reagirem com partículas de água, que dão origem aos ácidos que mais tarde se precipitam. Essa precipi-
tação ocorre se a concentração de dióxido de enxofre (SO2) e de óxidos de nitrogênio (NO, NO2, N2O5) for suficiente
para reagir com as gotas de água suspensas no ar (as nuvens).
Tipicamente, o pH da chuva ácida está por volta de 4,5 e pode transformar a superfície do mármore em gesso.

Por exemplo

A chuva ácida industrial é um problema substancial na China, na Europa ocidental, na Rússia e em áreas sob a
influência de correntes de ar provenientes desses países. Os poluentes resultam essencialmente da queima de
carvão com enxofre na sua composição, utilizado para gerar calor e eletricidade. Mas nem sempre as áreas onde
são libertados os poluentes, como as áreas industriais, sofrem as consequências dessas chuvas, justamente porque
a constante movimentação das massas de ar transporta esses poluentes para zonas distantes. Por essa razão, a
chuva ácida é também considerada uma forma de poluição transfronteiriça; regiões que não poluem podem ser
severamente prejudicadas por sua precipitação.

Como se formam as chuvas ácidas?

Os dois principais compostos originários desse problema ambiental desencadeiam processos diferentes de forma-
ção de ácidos:

Enxofre
Impureza frequente nos combustíveis fósseis, principalmente no carvão mineral e no petróleo, que promovem a
combustão desse composto quando queimados também, de acordo com estas reações químicas:

S(s) + O2(g) → SO2(g)


2SO2(g) + O2(g) → 2SO3(g)

O enxofre e os óxidos de enxofre também são lançados na atmosfera pelos vulcões.


Os óxidos ácidos formados reagem com a água para formar ácido sulfúrico (H2SO4), de acordo com a equação:

SO3(g) + H2O(l) → H2SO4(aq)


ou também pode ocorrer esta reação, formando-se ácido sulfuroso (H2SO3):
SO2(g) + H2O(l) → H2SO3(aq)

Nitrogênio
O nitrogênio (N2) é um gás abundante na composição da atmosfera e muito pouco reativo. Para reagir com o oxi-
gênio do ar, precisa de muitíssima energia, como a de uma descarga elétrica ou do funcionamento de um motor de
combustão – atualmente, os maiores responsáveis pela reação de oxidação do nitrogênio. Ao reagirem com água,
os óxidos formam ácido nitroso (HNO2) e ácido nítrico (HNO3).
Na câmara de combustão dos motores, ocorre a seguinte reação química:

329
N2(g) + O2(g) → 2NO(g)

O monóxido de nitrogênio (NO) formado, na presença do oxigênio do ar, produz dióxido de azoto:

2NO(g) + O2(g) → 2NO2(g)

Por sua vez, o dióxido de nitrogênio formado na presença da água (proveniente da chuva), forma ácidos de
acordo com esta equação:

2NO2(g) + H2O(l) → HNO3(aq) + HNO2(aq)

As evidências de um crescente aumento nos níveis de chuva ácida são resultado da análise das camadas de
gelo oriundas dos glaciares.

Por exemplo

Verifica-se uma repentina diminuição do pH, a partir da Revolução Industrial: de 6 para 4,5 ou 4. Desde então, as
emissões de óxidos de enxofre e nitrogênio na atmosfera aumentaram. As indústrias e as centrais termoelétricas
que queimam combustíveis fósseis, principalmente o carvão, são a principal fonte desses gases. Já chegaram a ser
registrados valores de pH abaixo de 2,4 em algumas áreas industriais. O setor dos transportes, de veículos movidos
a combustíveis fósseis, juntam-se às duas fontes de poluição mencionadas, que, somados, são considerados os
grandes responsáveis pelo aumento dos óxidos de nitrogênio.
Com o crescimento populacional e industrial, o problema das chuvas ácidas aumentou e espalhou-se.
A utilização de grandes chaminés, a fim de reduzir a poluição local, contribuiu para a disseminação da chuva
ácida, liberando gases na atmosfera circulante da região.
Há uma significativa relação entre baixos níveis de pH e perda de populações de peixes em lagos. Com o
pH abaixo de 4,5, praticamente nenhum peixe sobrevive, ao passo que níveis iguais ou superiores a 6 promovem
populações saudáveis.
O baixo pH também faz circular nos lagos metais pesados, como o alumínio. Ele faz com que alguns peixes
produzam muco em excesso, nas guelras, que prejudica muito a respiração. O crescimento do fitoplâncton é inibido
pelos grandes níveis de acidez e os animais que se alimentam dele também são bastante prejudicados.
As árvores são prejudicadas pelas chuvas ácidas de vários modos. A superfície cerosa das folhas é rompida
e os nutrientes perdem-se, tornando as árvores mais suscetíveis ao gelo, a fungos e a insetos. O crescimento das
raízes torna-se mais lento e, consequentemente, menos nutrientes são transportados. Os lixos tóxicos acumulam-
-se no solo e os minerais valiosos para essas espécies são dispersados ou tornam-se próximos à argila (caso dos
fosfatos).
Os lixos tóxicos libertados pelas chuvas ácidas constituem a maior ameaça aos humanos. O cobre mobiliza-
do foi implicado nas epidemias de diarreia em crianças jovens e acredita-se que existam ligações entre o abasteci-
mento de água contaminado com alumínio e a ocorrência de casos da doença de Alzheimer.

330
331
APLICAÇÃO DOS energia elétrica por meio da célula a com-
bustível hidrogênio/oxigênio diferencia-se

- SALA
dos processos convencionais porque:
CONHECIMENTOS a) transforma energia química em energia elétri-
ca, sem causar danos ao meio ambiente, por-
1. (ENEM) A lavoura arrozeira na planície cos- que o principal subproduto formado é a água.
teira da região sul do Brasil comumente so- b) converte a energia química contida nas mo-
léculas dos componentes em energia térmi-
fre perdas elevadas devido à salinização da
ca, sem que ocorra a produção de gases po-
água de irrigação, que ocasiona prejuízos di- luentes nocivos ao meio ambiente.
retos, como a redução de produção da lavou- c) transforma energia química em energia elé-
ra. Solos com processo de salinização avan- trica, porém emite gases poluentes da mes-
çado não são indicados, por exemplo, para o ma forma que a produção de energia a partir
cultivo de arroz. As plantas retiram a água dos combustíveis fósseis.
do solo quando as forças de embebição dos d) converte energia elétrica proveniente dos
tecidos das raízes são superiores às forças combustíveis fósseis em energia química,
com que a água é retida no solo. retendo os gases poluentes produzidos no
WINKEL, H.L.; TSCHIEDEL, M. Cultura do arroz: processo sem alterar a qualidade do meio
salinização de solos em cultivos de arroz. ambiente.
Disponível em: http//agropage.tripod.com/saliniza. e) converte a energia potencial acumulada nas
hml. Acesso em: 25 jun. 2010 (adaptado). moléculas de água contidas no sistema em
energia química, sem que ocorra a produção
A presença de sais na solução do solo faz com
de gases poluentes nocivos ao meio ambiente.
que seja dificultada a absorção de água pelas
plantas, o que provoca o fenômeno conheci- 3. (ENEM) A atmosfera terrestre é composta
do por seca fisiológica, caracterizado pelo(a): pelos gases nitrogênio (N2) e oxigênio (O2),
a) aumento da salinidade, em que a água do que somam cerca de 99 %, e por gases traços,
solo atinge uma concentração de sais maior entre eles o gás carbônico (CO2), vapor de
que a das células das raízes das plantas, im- água (H2O), metano (CH4), ozônio (O3) e o
pedindo, assim, que a água seja absorvida. óxido nitroso (N2O), que compõem o restan-
b) aumento da salinidade, em que o solo atinge te 1 % do ar que respiramos.
um nível muito baixo de água, e as plantas Os gases traços, por serem constituídos por
não têm força de sucção para absorver a água. pelo menos três átomos, conseguem absor-
c) diminuição da salinidade, que atinge um nível ver o calor irradiado pela Terra, aquecendo o
em que as plantas não têm força de sucção, planeta. Esse fenômeno, que acontece há bi-
fazendo com que a água não seja absorvida. lhões de anos, é chamado de efeito estufa. A
partir da Revolução Industrial (século XIX),
d) aumento da salinidade, que atinge um nível
a concentração de gases traços na atmosfera,
em que as plantas têm muita sudação, não em particular o CO2, tem aumentado signifi-
tendo força de sucção para superá-la. cativamente, o que resultou no aumento da
e) diminuição da salinidade, que atinge um ní- temperatura em escala global. Mais recen-
vel em que as plantas ficam túrgidas e não temente, outro fator tornou-se diretamente
têm força de sudação para superá-la. envolvido no aumento da concentração de
CO2 na atmosfera: o desmatamento.
BROWN, I. F.; ALECHANDRE, A. S. Conceitos básicos
2. (ENEM) O crescimento da produção de ener- sobre clima, carbono, florestas e comunidades. A.G.
gia elétrica ao longo do tempo tem influen- Moreira & S. Schwartzman. As mudanças climáticas
ciado decisivamente o progresso da huma- globais e os ecossistemas brasileiros. Brasília: Instituto
de Pesquisa Ambiental da Amazônia, 2000 (adaptado).
nidade, mas também tem criado uma séria
preocupação: o prejuízo ao meio ambiente. Considerando o texto, uma alternativa viável
Nos próximos anos, uma nova tecnologia de para combater o efeito estufa é:
geração de energia elétrica deverá ganhar a) reduzir o calor irradiado pela Terra mediante
espaço: as células a combustível hidrogênio/ a substituição da produção primária pela in-
oxigênio. dustrialização refrigerada.
b) promover a queima da biomassa vegetal,
responsável pelo aumento do efeito estufa
devido à produção de CH4.
c) reduzir o desmatamento, mantendo-se, as-
sim, o potencial da vegetação em absorver o
CO2 da atmosfera.
d) aumentar a concentração atmosférica de
H2O, molécula capaz de absorver grande
quantidade de calor.
e) remover moléculas orgânicas polares da at-
mosfera, diminuindo a capacidade delas de
Com base no texto e na figura, a produção de reter calor.

332
4. (ENEM) Para diminuir o acúmulo de lixo e o
desperdício de materiais de valor econômi- RAIO X
co e, assim, reduzir a exploração de recursos
naturais, adotou-se, em escala internacio- 1. A presença de sais na solução do solo faz
nal, a política dos três erres: Redução, Reu- com que seja dificultada a absorção de água
tilização e Reciclagem. pelas plantas (devido ao processo de osmo-
Um exemplo de reciclagem é a utilização de: se), o que provoca o fenômeno conhecido
a) garrafas de vidro retornáveis para cerveja ou por seca fisiológica, caracterizado pelo au-
refrigerante. mento da salinidade, em que a água do solo
b) latas de alumínio como material para fabri- atinge uma concentração de sais maior que a
cação de lingotes. das células das raízes das plantas, impedin-
c) sacos plásticos de supermercado como acon- do, assim, que a água seja absorvida.
dicionantes de lixo caseiro. 2. A produção de energia elétrica por meio da cé-
d) embalagens plásticas vazias e limpas para lula a combustível hidrogênio/oxigênio dife-
acondicionar outros alimentos. rencia-se dos processos convencionais porque
e) garrafas PET recortadas em tiras para fabri- transforma energia química em energia elétri-
cação de cerdas de vassouras. ca, sem causar danos ao meio ambiente, pois o
principal subproduto formado é a água.
5. (ENEM) A nanotecnologia está ligada à ma- O funcionamento de uma pilha de combustí-
nipulação da matéria em escala nanométri- vel é baseado nas semirreações a seguir:
ca, ou seja, uma escala tão pequena quanto 2H2O(l) + 2e- → H2(g) + 2OH-(aq)
a de um bilionésimo do metro. Quando apli- 1/2O2(g) + H2O(l) + 2e- → 2OH-(aq)
cada às ciências da vida, recebe o nome de A reação global da pilha de combustível é
nanobiotecnologia. No fantástico mundo da H2(g) + 1/2O2(g) → H2O(l)
3. Considerando o texto, uma alternativa viá-
nanobiotecnologia, será possível a invenção
vel para combater o efeito estufa é reduzir
de dispositivos ultrapequenos que, usando
o desmatamento, mantendo-se, assim, o po-
conhecimentos da biologia e da engenharia,
tencial da vegetação em absorver o CO2 da at-
permitirão examinar, manipular ou imitar
mosfera. Este processo também é conhecido
os sistemas biológicos.
LACAVA, Z.; MORAIS, P. Nanobiotecnologia e saúde. Com como fotossíntese e neste caso se levaria em
Ciência. Reportagens. Nanociência & Nanotecnologia. consideração apenas a vegetação terrestre.
Disponível em: <http://www.comciencia.br/reportagens/ 4. As latas de alumínio podem ser recicladas
nanotecnologia/nano15.htm>. Acesso em: 4 maio 2009.
para a fabricação de lingotes do mineral. Es-
Como exemplo da utilização dessa tecnologia ses lingotes são reutilizados para a produção
na Medicina, pode-se citar a utilização de de diversos materiais que contêm alumínio,
nanopartículas magnéticas (nanoimãs) em inclusive novas latas.
terapias contra o câncer. Considerando-se 5. O campo magnético não age diretamente so-
que o campo magnético não age diretamente bre os tecidos, o uso dessa tecnologia em re-
sobre os tecidos, o uso dessa tecnologia em lação às terapias convencionais é vantajoso,
relação às terapias convencionais é: pois se os nanoimãs forem ligados a drogas
a) de eficácia duvidosa, já que não é possível quimioterápicas, permitem que estas sejam
manipular nanopartículas para serem usadas fixadas diretamente em um tumor por meio
na medicina com a tecnologia atual. de um campo magnético externo, diminuin-
b) vantajoso, uma vez que o campo magnético do-se a chance de que áreas saudáveis sejam
gerado por essas partículas apresenta pro- afetadas.
priedades terapêuticas associadas ao desa-
parecimento do câncer.
c) desvantajoso, devido à radioatividade gera- GABARITO
da pela movimentação de partículas magné-
ticas, o que, em organismos vivos, poderia
1. A 2. A 3. C 4. B 5. E
causar o aparecimento de tumores.
d) desvantajoso, porque o magnetismo está asso-
ciado ao aparecimento de alguns tipos de cân-
cer no organismo feminino como, por exem-
plo, o câncer de mama e o de colo de útero.
e) vantajoso, pois se os nanoimãs forem liga-
dos a drogas quimioterápicas, permitem que
estas sejam fixadas diretamente em um tu-
mor por meio de um campo magnético ex-
terno, diminuindo-se a chance de que áreas
saudáveis sejam afetadas.

333
Prescrição: Ter o conhecimento sobre as propriedades coligativas e sua influência na temperatura
de ebulição, noções que envolvem o funcionamento de pilhas, química descritiva e ambiental.

PRÁTICA DOS Esse período de espera é importante para


que a massa cresça, pois é quando ocorre a:

CONHECIMENTOS - E.O. a) reprodução do fungo na massa.


b) formação de dióxido de carbono.
c) liberação de energia pelos fungos.
1. (ENEM) Sob pressão normal (ao nível do d) transformação da água líquida em vapor
mar), a água entra em ebulição à tempera- d’água.
tura de 100°C. Tendo por base essa infor- e) evaporação do álcool formado na decomposi-
mação, um garoto residente em uma cidade ção dos açúcares.
litorânea fez a seguinte experiência:
§ Colocou uma caneca metálica contendo 3. (ENEM) O mármore é um material emprega-
água no fogareiro do fogão de sua casa. do para revestimento de pisos e um de seus
§ Quando a água começou a ferver, encos- principais constituintes é o carbonato de
tou cuidadosamente a extremidade mais cálcio. Na limpeza desses pisos com solução
estreita de uma seringa de injeção, des- ácida, ocorre efervescência. Nessa eferves-
provida de agulha, na superfície do líqui- cência o gás liberado é o:
do e, erguendo o êmbolo da seringa, as- a) oxigênio.
pirou certa quantidade de água para seu b) hidrogênio.
interior, tapando-a em seguida. c) cloro.
§ Verificando após alguns instantes que a d) dióxido de carbono.
água da seringa havia parado de ferver, ele e) monóxido de carbono.
ergueu o êmbolo da seringa, constatando,
intrigado, que a água voltou a ferver após
4. (ENEM) O boato de que os lacres das latas de
um pequeno deslocamento do êmbolo.
alumínio teriam um alto valor comercial le-
Considerando o procedimento anterior, a
vou muitas pessoas a juntarem esse material
água volta a ferver porque esse deslocamento:
na expectativa de ganhar dinheiro com sua
a) permite a entrada de calor do ambiente ex-
venda. As empresas fabricantes de alumínio
terno para o interior da seringa.
esclarecem que isso não passa de uma “len-
b) provoca, por atrito, um aquecimento da
água contida na seringa. da urbana”, pois ao retirar o anel da lata,
c) produz um aumento de volume que aumenta dificulta-se a reciclagem do alumínio. Como
o ponto de ebulição da água. a liga do qual é feito o anel contém alto teor
d) proporciona uma queda de pressão no inte- de magnésio, se ele não estiver junto com
rior da seringa que diminui o ponto de ebu- a lata, fica mais fácil ocorrer a oxidação do
lição da água. alumínio no forno. A tabela apresenta as se-
e) possibilita uma diminuição da densidade da mirreações e os valores de potencial padrão
água que facilita sua ebulição. de redução de alguns metais:

Semirreação Potencial padrão de redução (V)


2. (ENEM) Para preparar uma massa básica de
Li + e → Li
+ -
–3,05
pão, deve-se misturar apenas farinha, água,
sal e fermento. Parte do trabalho deixa- K+ + e- → K –2,93
-se para o fungo presente no fermento: ele Mg + 2 e → Mg
2+ -
–2,36
utiliza amido e açúcares da farinha em re- A + 3 e → A
3+ - –1,66
ações químicas que resultam na produção Zn2+ + 2 e- → Zn –0,76
de alguns outros compostos importantes no Cu + 2 e → Cu
2+ -
+0,34
processo de crescimento da massa. Antes de Disponível em: www.sucatas.com. Acesso
assar, é importante que a massa seja deixada em: 28 fev. 2012 (adaptado).
num recipiente por algumas horas para que Com base no texto e na tabela, que metais
o processo de fermentação ocorra. poderiam entrar na composição do anel das

334
latas com a mesma função do magnésio, ou 6. (ENEM) A revelação das chapas de raios X
seja, proteger o alumínio da oxidação nos gera uma solução que contém íons prata na
fornos e não deixar diminuir o rendimento forma de Ag(S2O3)23–. Para evitar a descarga
da sua reciclagem? desse metal no ambiente, a recuperação de
a) Somente o lítio, pois ele possui o menor po- prata metálica pode ser feita tratando ele-
tencial de redução. troquimicamente essa solução com uma es-
b) Somente o cobre, pois ele possui o maior po- pécie adequada. O quadro apresenta semir-
tencial de redução. reações de redução de alguns íons metálicos.
c) Somente o potássio, pois ele possui poten-
cial de redução mais próximo do magnésio. Semirreação de redução E0 (V)
d) Somente o cobre e o zinco, pois eles sofrem
Ag(S2O3)23-(aq) + e-  Ag(s) + 2S2O32-(aq) +0,02
oxidação mais facilmente que o alumínio.
e) Somente o lítio e o potássio, pois seus po- Cu2+(aq) + 2e-  Cu(s) +0,34
tenciais de redução são menores do que o do
Pt2+(aq) + 2e-  Pt(s) +1,20
alumínio.
A3-(aq) + 3e-  A(s) -1,66
5. (ENEM) O alumínio é um metal bastante ver-
Sn2+(aq) + 2e-  Sn(s) +0,14
sátil, pois, a partir dele, podem-se confec-
cionar materiais amplamente utilizados pela Zn2+(aq) + 2e-  Zn(s) -0,76
sociedade. A obtenção do alumínio ocorre a BENDASSOLLI, J. A. et al. “Procedimentos para a
partir da bauxita, que é purificada e dissol- recuperação de Ag de resíduos líquidos e sólidos”
vida em criolita fundida (Na3AF6) e eletro- Química Nova, v. 26, n. 4, 2003 (adaptado).
lisada a cerca de 1000ºC. Há liberação do gás Das espécies apresentadas, a adequada para
dióxido de carbono (CO2) formado a partir da essa recuperação é:
reação de um dos produtos da eletrólise com a) Cu(s).
o material presente nos eletrodos. O ânodo é
b) Pt(s).
formado por barras de grafita submergidas
c) Aℓ3+(aq).
na mistura fundida. O cátodo é uma caixa de
d) Sn(s).
ferro coberta de grafita. A reação global do
e) Zn2+(aq).
processo é:
2 A2O3() + 3C(s) → 4 A() + 3 CO2(g) 7. (ENEM) Músculos artificiais são dispositivos
Na etapa de obtenção do alumínio líquido, as feitos com plásticos inteligentes que respon-
reações que ocorrem no cátodo e ânodo são: dem a uma corrente elétrica com um movi-
mento mecânico. A oxidação e redução de um
a) cátodo : A3 + + 3e− → A polímero condutor criam cargas positivas e/
2 O2− → O2 + 4e− ou negativas no material, que são compensa-
ânodo  das com a inserção ou expulsão de cátions ou
C + O2 → CO2 ânions. Por exemplo, na figura os filmes escu-
ros são de polipirrol e o filme branco é de um
eletrólito polimérico contendo um sal inorgâ-
2 O2− → O + 4e− nico. Quando o polipirrol sofre oxidação, há
b) cátodo  2
a inserção de ânions para compensar a carga
C + O2 → CO2 positiva no polímero e o filme se expande. Na
ânodo : A3 + + 3e− → A outra face do dispositivo o filme de polipirrol
sofre redução, expulsando ânions, e o filme
se contrai. Pela montagem, em sanduíche, o
 A3 + + 3e− → A sistema todo se movimenta de forma harmô-
c) cátodo  nica, conforme mostrado na figura.
2− −
2 O → O2 + 4e
ânodo : C + O2 → CO2

 A3 + + 3e− → A
d) cátodo 
C + O2 → CO2
ânodo : 2O2− + O2 + 4e−

e) cátodo : 2 O2− → O2 + 4e−

 A3 + + 3e− → A
ânodo 
C + O2 → CO2

335
A camada central de eletrólito polimérico é 10. (ENEM) A grafita é uma variedade alotrópi-
importante porque: ca do carbono. Trata-se de um sólido preto,
a) absorve a irradiação de partículas carrega- macio e escorregadio, que apresenta brilho
das, emitidas pelo aquecimento elétrico dos característico e boa condutibilidade elétrica.
filmes de polipirrol. Considerando essas propriedades, a grafita
b) permite a difusão dos íons promovida pela tem potência de aplicabilidade em:
aplicação de diferença de potencial, fechan- a) lubrificantes, condutores de eletricidade e
do o circuito elétrico. cátodos de baterias alcalinas.
c) mantém um gradiente térmico no material b) ferramentas para riscar ou cortar materiais,
para promover a dilatação/contração térmi-
ca de cada filme de polipirrol. lubrificantes e condutores de eletricidade.
d) permite a condução de elétrons livres, pro- c) ferramentas para amolar ou polir materiais,
movida pela aplicação de diferença de po- brocas odontológicas e condutores de eletri-
tencial, gerando corrente elétrica. cidade.
e) promove a polarização das moléculas poli- d) lubrificantes, brocas odontológicas, condu-
méricas, o que resulta no movimento gerado tores de eletricidade, captadores de radicais
pela aplicação de diferença de potencial. livres e cátodo de baterias alcalinas.
e) ferramentas para riscar ou cortar materiais,
8. (ENEM) Eu também podia decompor a água, nanoestruturas capazes de transportar dro-
se fosse salgada ou acidulada, usando a pi- gas com efeito radioterápico.
lha de Daniell como fonte de força. Lembro
o prazer extraordinário que sentia ao de- 11. (ENEM) Pilhas e baterias são dispositivos
compor um pouco de água em uma taça para tão comuns em nossa sociedade que, sem
ovos quentes, vendo-a separar-se em seus percebermos, carregamos vários deles junto
elementos, o oxigênio em um eletrodo, o
ao nosso corpo; elas estão presentes em apa-
hidrogênio no outro. A eletricidade de uma
pilha de 1 volt parecia tão fraca, e, no en- relhos de MP3, relógios, rádios, celulares etc.
tanto podia ser suficiente para desfazer um As semirreações descritas a seguir ilustram o
composto químico, a água… que ocorre em uma pilha de óxido de prata.
SACKS, O. Tio Tungstênio: memórias de uma infância
química. São Paulo: Cia. das Letras, 2002. Zn(s) + OH–(aq) → ZnO(s) + H2O() + e–
O fragmento do romance de Oliver Sacks re- Ag2O(s) + H2O() + e– → Ag(s) + OH–(aq)
lata a separação dos elementos que compõem
Pode-se afirmar que esta pilha:
a água. O princípio do método apresentado é
utilizado industrialmente na: a) é uma pilha ácida.
a) obtenção de ouro a partir de pepitas. b) apresenta o óxido de prata como o ânodo.
b) obtenção de calcário a partir de rochas. c) apresenta o zinco como o agente oxidante.
c) obtenção de alumínio a partir da bauxita. d) tem como reação da célula a seguinte rea-
d) obtenção de ferro a partir de seus óxidos. ção: Zn(s) + Ag2O(s) → ZnO(s) + 2Ag(s).
e) obtenção de amônia a partir de hidrogênio e e) apresenta fluxo de elétrons na pilha do ele-
nitrogênio. trodo de Ag2O para o Zn.
9. (ENEM) O Instituto Luiz Coimbra (UFRJ) lan-
çou o primeiro ônibus urbano movido a hi- 12. (ENEM) Para que apresente condutivida-
drogênio do Hemisfério Sul, com tecnologia de elétrica adequada a muitas aplicações, o
inteiramente nacional. Sua tração provém de cobre bruto obtido por métodos térmicos é
três fontes de energia, sendo uma delas a purificado eletroliticamente. Nesse proces-
pilha de combustível, na qual o hidrogênio, so, o cobre bruto impuro constitui o ânodo
gerado por um processo eletroquímico, reage da célula, que está imerso em uma solução
com o oxigênio do ar, formando água. de CuSO4. À medida que o cobre impuro é
FRAGA, I. Disponível em: http://cienciahoje.uol.
com.br. Acesso em: 20 jul. 2010 (adaptado). oxidado no ânodo, íons Cu2+ da solução são
depositados na forma pura no cátodo. Quan-
A transformação de energia que ocorre na to às impurezas metálicas, algumas são oxi-
pilha de combustível responsável pelo movi-
mento do ônibus decorre da energia cinética dadas, passando à solução, enquanto outras
oriunda do(a): simplesmente se desprendem do ânodo e se
a) calor absorvido na produção de água. sedimentam abaixo dele. As impurezas sedi-
b) expansão gasosa causada pela produção de mentadas são posteriormente processadas, e
água. sua comercialização gera receita que ajuda
c) calor liberado pela reação entre o hidrogênio a cobrir os custos do processo. A série ele-
e o oxigênio. troquímica a seguir lista o cobre e alguns
d) contração gasosa causada pela reação entre metais presentes como impurezas no cobre
o hidrogênio e o oxigênio.
bruto de acordo com suas forças redutoras
e) eletricidade gerada pela reação de oxirredu-
ção do hidrogênio com o oxigênio. relativas.

336
a) diminua devido à utilização de caldeiras por
indústrias metalúrgicas.
b) aumente devido ao bloqueio da luz do sol
pelos gases do efeito estufa.
c) diminua devido à não necessidade de aque-
cer a água utilizada em indústrias.
d) aumente devido à necessidade de maior re-
Entre as impurezas metálicas que constam frigeração de indústrias e residências.
na série apresentada, as que se sedimentam e) diminua devido à grande quantidade de ra-
abaixo do ânodo de cobre são: diação térmica reutilizada.
a) Au, Pt, Ag, Zn, Ni e Pb.
15. (ENEM) O lixão que recebia 130 toneladas de
b) Au, Pt e Ag.
c) Zn, Ni e Pb. lixo e contaminava a região com o seu cho-
d) Au e Zn. rume (líquido derivado da decomposição de
e) Ag e Pb. compostos orgânicos) foi recuperado, trans-
formando-se em um aterro sanitário contro-
lado, mudando a qualidade de vida e a paisa-
13. (ENEM) Para evitar o desmatamento da Mata
gem e proporcionando condições dignas de
Atlântica nos arredores da cidade de Amargo-
trabalho para os que dele subsistiam.
sa, no Recôncavo da Bahia, o Ibama tem atu- Revista Promoção da Saúde da Secretaria de Políticas
ado no sentido de fiscalizar, entre outras, as de Saúde. Ano 1, n.o 4, dez. 2000 (adaptado).
pequenas propriedades rurais que dependem
Quais procedimentos técnicos tornam o ater-
da lenha proveniente das matas para a pro-
dução da farinha de mandioca, produto típi- ro sanitário mais vantajoso que o lixão, em
co da região. Com isso, pequenos produtores relação às problemáticas abordadas no texto?
procuram alternativas como o gás de cozinha, a) O lixo é recolhido e incinerado pela combus-
o que encarece a farinha. Uma alternativa vi- tão a altas temperaturas.
ável, em curto prazo, para os produtores de b) O lixo hospitalar é separado para ser enter-
farinha em Amargosa, que não cause danos à rado e sobre ele, colocada cal virgem.
Mata Atlântica nem encareça o produto é a: c) O lixo orgânico e inorgânico é encoberto, e o
a) construção, nas pequenas propriedades, de chorume canalizado para ser tratado e neu-
grandes fornos elétricos para torrar a man- tralizado.
dioca. d) O lixo orgânico é completamente separado
b) plantação, em suas propriedades, de árvores do lixo inorgânico, evitando a formação de
para serem utilizadas na produção de lenha. chorume.
c) permissão, por parte do Ibama, da explora- e) O lixo industrial é separado e acondicionado
ção da Mata Atlântica apenas pelos peque- de forma adequada, formando uma bolsa de
nos produtores. resíduos.
d) construção de biodigestores, para a produ-
ção de gás combustível a partir de resíduos 16. O etanol é considerado um biocombustível
orgânicos da região. promissor, pois, sob o ponto de vista do ba-
e) coleta de carvão de regiões mais distantes, lanço de carbono, possui uma taxa de emis-
onde existe menor intensidade de fiscaliza- são praticamente igual a zero. Entretanto,
ção do Ibama. esse não é o único ciclo biogeoquímico as-
sociado à produção de etanol. O plantio da
14. (ENEM) As cidades industrializadas produ- cana-de-açúcar, matéria-prima para a pro-
zem grandes proporções de gases como o dução de etanol, envolve a adição de macro-
CO2, o principal gás causador do efeito es- nutrientes como enxofre, nitrogênio, fósforo
tufa. Isso ocorre por causa da quantidade e potássio, principais elementos envolvidos
de combustíveis fósseis queimados, prin- no crescimento de um vegetal.
cipalmente no transporte, mas também em Revista Química Nova na Escola. nº 28, 2008.
caldeiras industriais. Além disso, nessas ci-
dades concentram-se as maiores áreas com O nitrogênio incorporado ao solo, como con-
solos asfaltados e concretados, o que aumen- sequência da atividade descrita anterior-
ta a retenção de calor, formando o que se
mente, é transformado em nitrogênio ativo
conhece por “ilhas de calor”. Tal fenômeno
ocorre porque esses materiais absorvem o e afetará o meio ambiente, causando:
calor e o devolvem para o ar sob a forma de a) o acúmulo de sais insolúveis, desencadeando
radiação térmica. um processo de salinificação do solo.
Em áreas urbanas, devido à atuação conjun- b) a eliminação de microrganismos existentes
ta do efeito estufa e das “ilhas de calor”, no solo responsáveis pelo processo de desni-
espera-se que o consumo de energia elétrica: trificação.

337
c) a contaminação de rios e lagos devido à alta
solubilidade de íons como NO3- e NH4+ em
água.
d) a diminuição do pH do solo pela presença
de NH3, que reage com a água, formando o
NH4OH(aq).
e) a diminuição da oxigenação do solo, uma vez
que o nitrogênio ativo forma espécies quí-
micas do tipo NO2, NO3-, N2O.

17. (ENEM) Um dos processos usados no trata-


mento do lixo é a incineração, que apresenta
vantagens e desvantagens. Em São Paulo, por
exemplo, o lixo é queimado a altas tempe-
raturas e parte da energia liberada é trans-
formada em energia elétrica. No entanto, a
incineração provoca a emissão de poluentes
na atmosfera. Uma forma de minimizar a
desvantagem da incineração, destacada no
texto, é:
a) aumentar o volume do lixo incinerado para
aumentar a produção de energia elétrica.
b) fomentar o uso de filtros nas chaminés dos
incineradores para diminuir a poluição do ar.
c) aumentar o volume do lixo para baratear os
custos operacionais relacionados ao processo.
d) fomentar a coleta seletiva de lixo nas cidades
para aumentar o volume de lixo incinerado.
e) diminuir a temperatura de incineração do
lixo para produzir maior quantidade de
energia elétrica.

GABARITO
1. D 2. B 3. D 4. E 5. A

6. D 7. B 8. C 9. E 10. A

11. D 12. B 13. D 14. D 15. C

16. C 17. B

338
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 5 e 6

Competências 1, 2, 3, 5, 7 e 8
Habilidades 4, 7, 10, 18, 25, 26, 27, 29 e 30

BREVIÁRIO

DENSIDADE OU MASSA ESPECÍFICA


Devido às consequências do dia a dia e de algumas necessidades da ciência, novas medições foram criadas ao
longo do tempo. É comum dizermos, por exemplo, que o chumbo “pesa” mais do que a madeira. No entanto, ao
colocarmos na água 1 kg de chumbo e 1 kg de madeira, percebemos que o chumbo afunda, enquanto a madeira
flutua. É fácil perceber, porém, que tal comparação só se torna justa e racional, quando feita entre volumes iguais.
As medições são tão importantes na ciência, que o cientista William Thomson – Lord Kelvin (1824-1907)
disse: “Afirmo muitas vezes que, se você medir aquilo de que está falando e expressar em números, você conhece
alguma coisa sobre o assunto; mas, quando você não o pode exprimir em números, seu conhecimento é pobre e
insatisfatório”.
Surge dessa comparação o conceito de densidade, entendida como a massa dos “pedaços” iguais (volumes
iguais) de vários materiais. Matematicamente, essa ideia corresponde à densidade, que é o quociente da massa
pelo volume do material (a uma dada temperatura).
Essa definição é expressa pela seguinte fórmula:

d = massa / volume = m / v

Para sólidos e líquidos, a densidade geralmente é expressa em grama por centímetro cúbico (g/cm3 ou g · cm–3)
ou grama por mililitro (g/mL ou g · mL–1). Para gases, costuma ser expressa em gramas por litro (g/L ou g · L–1).
O gelo flutua sobre a água do mar porque a densidade do gelo (0,92 g/cm3) é menor que a densidade da
água do mar (1,03 g/cm3).

DIAGRAMAS DE MUDANÇA DE ESTADO


As mudanças de estado podem ser representadas por gráficos, conhecidos como diagramas de mudança de estado
ou curvas de aquecimento e resfriamento. Estes gráficos mostram a variação de temperatura de um material quan-
do aquecido ou resfriado, incluindo-se as mudanças de estado físico.
Ao aquecer uma amostra, podemos medir a sua temperatura e o tempo transcorrido durante o experimento.
A partir destes dados, pode-se elaborar o gráfico de temperatura da amostra × tempo transcorrido no aquecimento.

341
Observe alguns exemplos

Com uma amostra de água sólida a –40 ºC, podemos chegar até o estado gasoso (a 120 °C), registrando ao longo
do experimento a temperatura e o tempo transcorrido desde o início. Com estes dados, elaboramos um gráfico de
temperatura da amostra de água em função do tempo transcorrido no aquecimento. Este gráfico é conhecido como
curva de aquecimento da água e é representado por:

Note que, durante o aquecimento, a água sofre fusão a 0 ºC e entra em ebulição a 100 ºC, onde ambas as
temperaturas ficam constantes, até que toda substância tenha mudado de estado físico.
Outra experiência que pode ser realizada em um laboratório equipado é acompanhar a temperatura e o
tempo transcorrido durante o resfriamento de uma amostra de água partindo do estado gasoso (a 120 °C) até o
estado sólido (a –40 °C). O gráfico que relaciona a temperatura dessa amostra em função do tempo no resfriamen-
to é chamado de curva de resfriamento da água e aparece esboçado no gráfico abaixo:

342
Substância pura x mistura
Os diagramas de estado são muito úteis, pois permitem, numa visualização imediata, identificar a natureza de um
sistema (porção de matéria em análise).
§ Substâncias puras são sistemas formados literalmente por um único tipo de substância. Exemplos: água
destilada; ferro puro; gás oxigênio.
§ Misturas são sistemas formados por, no mínimo, duas substâncias juntas. Exemplos: água e sal; água e
álcool; ar atmosférico.
Ao se tratar de uma substância pura ou uma mistura, os diagramas de mudança de estado apresentam
configurações bastante características.

Substâncias puras

Misturas homogêneas

Misturas especiais

Existem misturas com comportamento bastante particular, no que se refere às temperaturas de mudança de estado.
São as misturas eutética e azeotrópica.

343
FUNÇÕES ORGÂNICAS
Grupo
Função Nomenclatura Exemplo Nome
funcional

PROPRIEDADES DOS ALDEÍDOS


À temperatura de 25º C, os aldeídos com um ou dois carbonos são gasosos, de três a onze carbonos são líquidos e
os demais são sólidos. Apresentam densidade menor que a da água. Os aldeídos mais simples são bastante solúveis
em água e em alguns solventes apolares. Apresentam também odores penetrantes e geralmente desagradáveis.
Com o aumento da massa molecular, esses odores vão se tornando menos fortes até se tornarem agradá-
veis. Alguns deles são usados inclusive na perfumaria (especialmente os aromáticos).
O grupo carbonila (C = O) confere uma considerável polaridade aos aldeídos, e, por isso, possuem pontos
de ebulição mais altos que outros compostos de peso molecular comparável (como éteres), mas mais baixos que o
seu álcool correspondente, porque não formam ligação de hidrogênio entre si.

344
PROPRIEDADES DOS ÁCIDOS CARBOXÍLICOS
Os ácidos carboxílicos são substâncias polares, devido à presença de carboxila (–COOH) na molécula. São ácidos
fracos, com grau de ionização menor que 5%. Podem, como os álcoois, formar ligações de hidrogênio entre si ou
com moléculas de outra espécie (como água). Por essa razão, os ácidos carboxílicos apresentam praticamente o
mesmo comportamento dos álcoois, quanto à solubilidade. Os ácidos com até quatro carbonos são líquidos inco-
lores, miscíveis com a água. Os ácidos de cinco a nove carbonos são líquidos incolores e viscosos, muito pouco so-
lúveis. Os ácidos com dez ou mais carbonos são sólidos brancos, semelhante à cera, insolúveis em água. Os ácidos
carboxílicos são solúveis em solventes menos polares, como o éter, o álcool e benzeno.
O cheiro característico dos ácidos alifáticos passa progressivamente de forte e irritante, nos ácidos fórmico e
acético, a extremamente desagradável, nos ácidos butírico (butanoico), valérico (pentanoico) e caproico (hexanoico).
Os ácidos maiores (acima de 6 C) não têm muito odor, por serem pouco voláteis.
Os três primeiros ácidos (metanoico, etanoico e propanoico) são totalmente miscíveis em água. A solubi-
lidade vai diminuindo com o aumento da cadeia carbônica, e os acima de seis carbonos são insolúveis. Os seus
pontos de fusão e ebulição são maiores que os alcanos, haletos de alquila, aldeídos, cetonas e alcoóis de similar
peso molecular, devido à formação de maiores quantidades de ligações de hidrogênio.

PROPRIEDADES DAS CETONAS


As cetonas menores apresentam cheiro agradável e são importantes constituintes dos aromas das flores e das
frutas. As cetonas de cadeias menores, com até dez átomos de carbono, apresentam-se no estado líquido em
condições ambientes; as demais são sólidas. Apresentam pontos de fusão e ebulição mais baixos que os álcoois
(não fazem ligação de hidrogênio entre si) e mais elevados que os aldeídos de massa molecular próxima (por ser
mais polar).
Quanto à solubilidade, os primeiros membros de cetonas são completamente solúveis em água. Aumentan-
do o comprimento da cadeia rapidamente, diminui a solubilidade em água. Assim, cetonas de cadeia linear, com
oito ou mais átomos de carbono, são praticamente insolúveis em água. No entanto, são altamente solúveis em
solventes orgânicos não polares, tais como éter etílico, benzeno etc. Além disso, a própria acetona é um solvente
orgânico excelente e amplamente utilizado por sua particular capacidade de dissolver ambos os compostos polares
(álcoois, aminas, água etc.) e não polares (hidrocarbonetos, éteres, gorduras etc.).

PROPRIEDADES E APLICAÇÕES DOS ÉSTERES


Em geral, são líquidos voláteis, incolores e de odor agradável àqueles que apresentam massas moleculares me-
nores, e os que possuem massas moleculares altas são sólidos com aspecto de cera. São insolúveis em água, mas
solúveis em álcool. Como não apresentam pontes de hidrogênio, possuem pontos de fusão e ebulição inferiores
aos dos ácidos carboxílicos e álcoois de mesma massa molecular.
Muitos ésteres são usados como flavorizantes pelas indústrias de alimentos e aromas, ou seja, são substân-
cias utilizadas como aditivos químicos que conferem ou intensificam o aroma e o sabor de determinados alimentos,
perfumes e outros produtos.
Veja os nomes de alguns desses ésteres:
§ Etanoato de butila: essência de maçã-verde;
§ Etanoato de propila: essência de pera;
§ Etanoato de isopentila: essência de banana;
§ Butanoato de butila: essência de morango;
§ Etanoato de etila: essência de maçã;
§ Butanoato de etila: essência de abacaxi;
§ Etanoato de octila: essência de laranja.
345
PROPRIEDADES DAS AMINAS
Polaridade

As aminas são moléculas polares, assim como acontece com a amônia (NH3).
Para aminas isômeras (com a mesma fórmula molecular e fórmulas estruturais diferentes), a polaridade di-
minui da primária para a secundária. Ambas, no entanto, formam ligações (pontes) de hidrogênio intermoleculares.
Da secundária para a terciária, ela não forma ligações de hidrogênio intermoleculares:

Polaridade: primária > secundária > terciária

Exemplo:

Para a fórmula molecular C3H9N:

Polaridade: CH3 – CH2 – CH2 – NH2 > CH3 – CH2 – NH – CH3 > N (CH3)3
primária secundária terciária

Estado físico

As aminas mais simples são gasosas, com doze átomos de carbono, e são líquidas; as demais, sólidas.
As aminas de menores cadeias carbônicas são solúveis em água e formam com ela ligações (pontes) de
hidrogênio. A solubilidade em água diminui com o aumento da massa molar, uma vez que quanto maior a cadeia
carbônica, maior é a parte apolar da molécula – hidrocarbonetos são essencialmente apolares.

Caráter ácido-base

Como a amônia (NH3), as aminas têm caráter básico, o que pode ser comprovado pelas reações bastante análogas
às das duas moléculas com o HCℓ:

NH3(g) + HCℓ(aq) → NH4Cℓ(aq)


amônia cloreto de amônio

CH3 – NH2(aq) + HCℓ(aq) → H3C – NH3 + Cℓ–(aq)


metilamina cloreto de metilamônio
O caráter básico da amônia e das aminas deve-se ao par de elétrons não ligantes do nitrogênio, capaz de
aceitar o íon H+ gerado pelos ácidos.
A substância responsável pelo cheiro de peixe podre é a trimetilamina – N(CH3)3 –, um composto volátil
de caráter básico. Depois de manusear um peixe, recomenda-se lavar as mãos com limão ou vinagre, que contêm
ácidos e reagem com a trimetilamina, neutralizando-a e eliminando o cheiro.

346
APLICAÇÃO DOS a) A temperatura da água pode ficar constante
durante o tempo em que estiver fervendo.

CONHECIMENTOS - SALA b) Uma mãe coloca a mão na água da banheira


do bebê para verificar a temperatura da água.
c) A chama de um fogão pode ser usada para au-
1. (ENEM) Certas ligas estanho-chumbo com mentar a temperatura da água em uma panela.
composição específica formam um eutético d) A água quente que está em uma caneca é
simples, o que significa que uma liga com passada para outra caneca a fim de diminuir
essas características se comporta como uma sua temperatura.
substância pura, com um ponto de fusão e) Um forno pode fornecer calor para uma va-
definido, no caso 183°C. Essa é uma tem- silha de água que está em seu interior com
peratura inferior mesmo ao ponto de fusão menor temperatura do que a dele.
dos metais que compõem esta liga (o esta-
nho puro funde a 232°C e o chumbo puro a 3. (ENEM) A produção mundial de alimentos
320°C) o que justifica sua ampla utilização poderia se reduzir a 40% da atual sem a
na soldagem de componentes eletrônicos, aplicação de controle sobre as pragas agríco-
em que o excesso de aquecimento deve sem- las. Por outro lado, o uso frequente dos agro-
pre ser evitado. De acordo com as normas in- tóxicos pode causar contaminação em solos,
ternacionais, os valores mínimo e máximo das águas superficiais e subterrâneas, atmosfera
densidades para essas ligas são de 8,74 g/mL e e alimentos. Os biopesticidas, tais como a
8,82 g/mL, respectivamente. As densidades do piretrina e coronopilina, têm sido uma al-
estanho e do chumbo são 7,3 g/mL e 11,3 g/mL, ternativa na diminuição dos prejuízos eco-
respectivamente. Um lote contendo 5 amos- nômicos, sociais e ambientais gerados pelos
tras de solda estanho-chumbo foi analisado agrotóxicos.
por um técnico, por meio da determinação
de sua composição percentual em massa,
cujos resultados estão mostrados no quadro
a seguir.
Porcentagem Porcentagem
Amostra
de Sn (%) de Pb (%)
I 60 40
II 62 38
III 65 35
IV 63 37
V 59 41

Com base no texto e na análise realizada pelo


técnico, as amostras que atendem às normas
internacionais são:
a) I e II.
Identifique as funções orgânicas presentes
b) I e III.
simultaneamente nas estruturas dos dois
c) II e IV.
biopesticidas apresentados.
d) III e V. a) Éter e éster.
e) IV e V. b) Cetona e éster.
c) Álcool e cetona.
2. (ENEM) Em nosso cotidiano, utilizamos as d) Aldeído e cetona.
palavras “calor” e “temperatura” de forma e) Éter e ácido carboxílico.
diferente de como elas são usadas no meio
científico. Na linguagem corrente, calor é 4. (ENEM) A curcumina, substância encontrada
identificado como “algo quente” e tempe- no pó-amarelo-alaranjado extraído da raiz da
ratura mede a “quantidade de calor de um cúrcuma ou açafrão-da-índia (Curcuma lon-
corpo”. Esses significados, no entanto, não ga), aparentemente, pode ajudar a combater
conseguem explicar diversas situações que vários tipos de câncer, o mal de Alzheimer e
podem ser verificadas na prática. até mesmo retardar o envelhecimento. Usa-
Do ponto de vista científico, que situação da há quatro milênios por algumas culturas
prática mostra a limitação dos conceitos cor- orientais, apenas nos últimos anos passou a
riqueiros de calor e temperatura? ser investigada pela ciência ocidental.

347
Observe a figura a seguir:

Na estrutura da curcumina, identificam-se


grupos característicos das funções:
a) éter e álcool. 3. Teremos as funções cetona e éster nas estru-
b) éter e fenol. turas dos dois biopesticidas apresentados:
c) éster e fenol.
d) aldeído e enol.
e) aldeído e éster.

RAIO X
1. As densidades do estanho e do chumbo são
7,3 g/mL e 11,3 g/mL, respectivamente, a
partir destas informações e das porcenta-
gens de estanho (Sn) e chumbo (Pb) pode-
mos calcular a densidade de cada amostra.
Amostra I (60% de Sn e 40% de Pb):
60 40
dI = × 7,3 + × 11,3 = 8,9 g / mL
100 100
Amostra II (65% de Sn e 35% de Pb): 4. Teremos:
62 38
dII = × 7,3 + × 11,3 = 8,82 g / mL
100 100
Amostra III (65% de Sn e 35% de Pb):
65 35
dIII = × 7,3 + × 11,3 = 8,7 g / mL
100 100
Amostra IV (63% de Sn e 37% de Pb):
63 37
dIV = × 7,3 + × 11,3 = 8,78 g / mL
100 100
Amostra V (59% de Sn e 41% de Pb):
59 41
dV = × 7,3 + × 11,3 = 8,94 g / mL
100 100
De acordo com as normas internacionais,
os valores mínimo e máximo das densi-
GABARITO
dades para essas ligas são de 8,74 g/mL e
8,82 g/mL, respectivamente. As amostras 1. C 2. A 3. B 4. B
que estão dentro deste critério são a II
(d = 8,82 g/mL) e a IV (de = 8,78 g/mL).
2. Quando se aquece uma substância pura ini-
cialmente no estado sólido, a temperatura
aumenta até atingir o ponto de fusão (PF),
onde começa a “derreter”; neste ponto, a
temperatura é constante.
Quando chega na temperatura de ebulição
ou ponto de ebulição (PE), acontece o mes-
mo: a temperatura permanece constante.
Isto ocorre com qualquer substância pura.

348
Prescrição: Para resolver os exercícios, você deve ter o conhecimento sobre densidade em diferen-
tes compostos, propriedades físico-químicas das substâncias e suas funções orgânicas.

PRÁTICA DOS 2. (ENEM) Com a frequente adulteração de


combustíveis, além de fiscalização, há ne-
CONHECIMENTOS - E.O. cessidade de prover meios para que o consu-
midor verifique a qualidade do combustível.
Para isso, nas bombas de combustível existe
1. (ENEM) O controle de qualidade é uma exi- um densímetro, semelhante ao ilustrado na
gência da sociedade moderna na qual os figura. Um tubo de vidro fechado fica imer-
bens de consumo são produzidos em escala so no combustível, devido ao peso das boli-
industrial. Nesse controle de qualidade são
nhas de chumbo colocadas no seu interior.
determinados parâmetros que permitem
Uma coluna vertical central marca a altura
checar a qualidade de cada produto. O álcool
de referência, que deve ficar abaixo ou no
combustível é um produto de amplo consu-
nível do combustível para indicar que sua
mo muito adulterado, pois recebe adição de
densidade está adequada. Como o volume do
outros materiais para aumentar a margem
de lucro de quem o comercializa. De acordo líquido varia com a temperatura mais que o
com a Agência Nacional de Petróleo (ANP), o do vidro, a coluna vertical é preenchida com
álcool combustível deve ter densidade entre mercúrio para compensar variações de tem-
0,805 g/cm3 e 0,811 g/gm3. peratura.
Em algumas bombas de combustível a densi-
dade do álcool pode ser verificada por meio
de um densímetro similar ao desenhado
abaixo, que consiste em duas bolas com valo-
res de densidade diferentes e verifica quan-
do o álcool está fora da faixa permitida. Na
imagem, são apresentadas situações distin-
tas para três amostras de álcool combustível.

De acordo com o texto, a coluna vertical de


mercúrio, quando aquecida:
a) indica a variação da densidade do combustí-
vel com a temperatura.
b) mostra a diferença de altura da coluna a ser
A respeito das amostras ou do densímetro, corrigida.
pode-se afirmar que: c) mede a temperatura ambiente no momento
a) A densidade da bola escura deve ser igual a do abastecimento.
0,811 g/cm3. d) regula a temperatura do densímetro de acor-
b) a amostra 1 possui densidade menor do que do com a do ambiente.
a permitida. e) corrige a altura de referência de acordo com
c) a bola clara tem densidade igual à densidade a densidade do líquido.
da bola escura.
d) a amostra que está dentro do padrão estabe-
lecido é a de número 2.
e) o sistema poderia ser feito com uma única bola
de densidade entre 0,805 g/cm3 e 0,811 g/cm3.

349
3. (ENEM) A forma das moléculas, como repre- 5. (ENEM) Em um experimento, foram separa-
sentadas no papel, nem sempre é planar. Em dos três recipientes A, B e C contendo 200 mL
um determinado fármaco, a molécula con- de líquidos distintos: o recipiente A conti-
tendo um grupo não planar é biologicamente nha água, com densidade de 1,00 g/mL; o
ativa, enquanto moléculas contendo substi- recipiente B álcool etílico, com densidade de
tuintes planares são inativas. 0,79 g/mL; e o recipiente C clorofórmio, com
O grupo responsável pela bioatividade desse densidade de 1,48 g/mL. Em cada um des-
fármaco é: ses recipientes foi adicionada uma pedra de
a) gelo, com densidade próxima a 0,90 g/mL.
No experimento apresentado, observou-se
que a pedra de gelo:
a) flutuou em A, flutuou em B e flutuou em C.
b) flutuou em A, afundou em B e flutuou em C.
c) afundou em A, afundou em B e flutuou em C.
d) afundou em A, flutuou em B e afundou em C.
b)
e) flutuou em A, afundou em B e afundou em C.

6. (ENEM) Os pesticidas modernos são dividi-


dos em várias classes, entre as quais se des-
tacam os organofosforados, materiais que
apresentam efeito tóxico agudo para os seres
humanos. Esses pesticidas contêm um átomo
c) central de fósforo ao qual estão ligados ou-
tros átomos ou grupo de átomos como oxigê-
nio, enxofre, grupos metoxi ou etoxi, ou um
radical orgânico de cadeia longa. Os organo-
fosforados são divididos em três subclasses:
Tipo A, na qual o enxofre não se incorpora
d) na molécula; Tipo B, na qual o oxigênio, que
faz dupla ligação com fósforo, é substituído
pelo enxofre; e Tipo C, no qual dois oxigê-
nios são substituídos por enxofre.
BAIRD, C. Química Ambiental. Bookman, 2005.

e) Um exemplo de pesticida organofosforado


Tipo B, que apresenta grupo etoxi em sua
fórmula estrutural, está representado em:

a)

4. (ENEM) Um método para determinação do


teor de etanol na gasolina consiste em mis- b)
turar volumes conhecidos de água e de ga-
solina em um frasco específico. Após agitar
o frasco e aguardar um período de tempo,
medem-se os volumes das duas fases imis- c)
cíveis que são obtidas: uma orgânica e outra
aquosa. O etanol, antes miscível com a gaso-
lina, encontra-se agora miscível com a água.
Para explicar o comportamento do etanol an-
tes e depois da adição de água, é necessário d)
conhecer:
a) a densidade dos líquidos.
b) o tamanho das moléculas.
c) o ponto de ebulição dos líquidos. e)
d) os átomos presentes nas moléculas.
e) o tipo de interação entre as moléculas.

350
7. (ENEM) Uma dona de casa acidentalmente deixou cair na geladeira a água proveniente do degelo
de um peixe, o que deixou um cheiro forte e desagradável dentro do eletrodoméstico. Sabe-se que
o odor característico de peixe se deve às aminas e que esses compostos se comportam como bases.
Na tabela são listadas as concentrações hidrogeniônicas de alguns materiais encontrados na cozi-
nha, que a dona de casa pensa em utilizar na limpeza da geladeira.

Concentração de
Material
H3O+ (mol/L)
Suco de limão 10–2
Leite 10–6
Vinagre 10–3
Álcool 10–8
Sabão 10–12
Carbonato de
10–12
sódio/barrilha

Dentre os materiais listados, quais são apropriados para amenizar esse odor?
a) Álcool ou sabão.
b) Suco de limão ou álcool.
c) Suco de limão ou vinagre.
d) Suco de limão, leite ou sabão.
e) Sabão ou carbonato de sódio/barrilha.

8. (ENEM) Hidrocarbonetos podem ser obtidos em laboratório por descarboxilação oxidativa anódica,
processo conhecido como eletrossíntese de Kolbe. Essa reação é utilizada na síntese de hidrocarbo-
netos diversos, a partir de óleos vegetais, os quais podem ser empregados como fontes alternativas
de energia, em substituição aos hidrocarbonetos fósseis. O esquema ilustra simplificadamente esse
processo.

Com base nesse processo, o hidrocarboneto produzido na eletrólise do ácido 3,3-dimetil-butanoico é o:


a) 2,2,7,7-tetrametil-octano.
b) 3,3,4,4-tetrametil-hexano.
c) 2,2,5,5-tetrametil-hexano.
d) 3,3,6,6-tetrametil-octano.
e) 2,2,4,4-tetrametil-hexano.

9. (ENEM) Sais de amônio são sólidos iônicos com alto ponto de fusão, muito mais solúveis em água
que as aminas originais e ligeiramente solúveis em solventes orgânicos apolares, sendo compostos
convenientes para serem usados em xaropes e medicamentos injetáveis. Um exemplo é a efedrina,
que funde a 79°C, tem um odor desagradável e oxida na presença do ar atmosférico formando
produtos indesejáveis. O cloridrato de efedrina funde a 217°C, não se oxida e é inodoro, sendo o
ideal para compor os medicamentos.

351
De acordo com o texto, que propriedade química das aminas possibilita a formação de sais de amô-
nio estáveis, facilitando a manipulação de princípios ativos?
a) Acidez.
b) Basicidade.
c) Solubilidade.
d) Volatilidade.
e) Aromaticidade.

10. (ENEM) Uma forma de organização de um sistema biológico é a presença de sinais diversos utiliza-
dos pelos indivíduos para se comunicarem. No caso das abelhas da espécie Apis mellifera, os sinais
utilizados podem ser feromônios. Para saírem e voltarem de suas colmeias, usam um feromônio que
indica a trilha percorrida por elas (Composto A). Quando pressentem o perigo, expelem um feromô-
nio de alarme (Composto B), que serve de sinal para um combate coletivo. O que diferencia cada um
desses sinais utilizados pelas abelhas são as estruturas e funções orgânicas dos feromônios.

As funções orgânicas que caracterizam os feromônios de trilha e de alarme são, respectivamente:


a) álcool e éster.
b) aldeído e cetona.
c) éter e hidrocarboneto.
d) enol e ácido carboxílico.
e) ácido carboxílico e amida.

11. (ENEM) O estudo de compostos orgânicos permite aos analistas definir propriedades físicas e quí-
micas responsáveis pelas características de cada substância descoberta. Um laboratório investiga
moléculas quirais cuja cadeia carbônica seja insaturada, heterogênea e ramificada.
A fórmula que se enquadra nas características da molécula investigada é:
a) CH3 – CH2 – CH(OH) – CO – NH – CH3.
b) CH3 – CH2 – CHCH3 – CO – NH – CH3.
c) CH3 – CH2 – CHCH3 – CO – NH2.
d) CH3 – CH2 – CH(CH)3 – CO – NH – CH3.
e) C6H5 – CH2 – CO – NH – CH3.

12. (ENEM) O biodiesel não é classificado como uma substância pura, mas como uma mistura de és-
teres derivados dos ácidos graxos presentes em sua matéria-prima. As propriedades do biodiesel
variam com a composição do óleo vegetal ou gordura animal que lhe deu origem, por exemplo, o
teor de ésteres saturados é responsável pela maior estabilidade do biodiesel frente à oxidação, o
que resulta em aumento da vida útil do biocombustível. O quadro ilustra o teor médio de ácidos
graxos de algumas fontes oleaginosas.

Teor médio do ácido graxo (% em massa)


Fonte
oleaginosa Mirístico Palmítico Esteárico Oleico Linoleico Linolênico
(C14:0) (C16:0) (C18:0) (C18:1) (C18:2) (C18:3)
Milho < 0,1 11,7 1,9 25,2 60,6 0,5
Palma 1,0 42,8 4,5 40,5 10,1 0,2
Canola < 0,2 3,5 0,9 64,4 22,3 8,2
Algodão 0,7 20,1 2,6 19,2 55,2 0,6
Amendoim < 0,6 11,4 2,4 48,3 32,0 0,9
MA, F.; HANNA, M. A. “Biodiesel Production: a review”. Bioresource Technology, Londres, v. 70, n. 1 jan. 1999 (adaptado).

352
Qual das fontes oleaginosas apresentadas produziria um biodiesel de maior resistência à oxidação?
a) Milho.
b) Palma.
c) Canola.
d) Algodão.
e) Amendoim.

13. (ENEM) A capacidade de limpeza e a eficiência de um sabão dependem de sua propriedade de


formar micelas estáveis, que arrastam com facilidade as moléculas impregnadas no material a ser
limpo. Tais micelas têm em sua estrutura partes capazes de interagir com substâncias polares,
como a água, e partes que podem interagir com substâncias apolares, como as gorduras e os óleos.
SANTOS, W. L. P; MÕL, G. S. (Coords.). Química e sociedade. São Paulo: Nova Geração, 2005 (adaptado).

A substância capaz de formar as estruturas mencionadas é:


a) C18H36.
b) C17H33COONa.
c) CH3CH2COONa.
d) CH3CH2CH2COOH.
e) CH3CH2CH2CH2OCH2CH2CH2CH3.

14. (ENEM) A qualidade de óleos de cozinha, compostos principalmente por moléculas de ácidos gra-
xos, pode ser medida pelo índice de iodo. Quanto maior o grau de insaturação da molécula, maior
o índice de iodo determinado e melhor a qualidade do óleo. Na figura, são apresentados alguns
compostos que podem estar presentes em diferentes óleos de cozinha:

Dentre os compostos apresentados, os dois que proporcionam melhor qualidade para os óleos de
cozinha são os ácidos:
a) esteárico e oleico.
b) linolênico e linoleico.
c) palmítico e esteárico.
d) palmítico e linolênico.
e) linolênico e esteárico.

15. (ENEM) As moléculas de nanoputians lembram figuras humanas e foram criadas para estimular o
interesse de jovens na compreensão da linguagem expressa em fórmulas estruturais, muito usadas
em química orgânica. Um exemplo é o NanoKid, representado na figura:

353
Em que parte do corpo do NanoKid existe 18. (ENEM) Para evitar o desmatamento da Mata
carbono quaternário? Atlântica nos arredores da cidade de Amar-
a) Mãos. gosa, no Recôncavo da Bahia, o Ibama tem
b) Cabeça. atuado no sentido de fiscalizar, entre outras,
c) Tórax. as pequenas propriedades rurais que depen-
d) Abdômen. dem da lenha proveniente das matas para a
produção da farinha de mandioca, produto
e) Pés. típico da região. Com isso, pequenos produ-
tores procuram alternativas como o gás de
16. (ENEM) Em uma planície, ocorreu um aci- cozinha, o que encarece a farinha. Uma al-
dente ambiental em decorrência do der- ternativa viável, em curto prazo, para os pro-
ramamento de grande quantidade de um dutores de farinha em Amargosa, que não
hidrocarboneto que se apresenta na forma cause danos à Mata Atlântica nem encareça o
pastosa à temperatura ambiente. Um quí- produto é a:
mico ambiental utilizou uma quantidade a) construção, nas pequenas propriedades, de
apropriada de uma solução de para-dodecil- grandes fornos elétricos para torrar a mandioca.
-benzenossulfonato de sódio, um agente b) plantação, em suas propriedades, de árvores
tensoativo sintético, para diminuir os im- para serem utilizadas na produção de lenha.
pactos desse acidente. c) permissão, por parte do Ibama, da explora-
Essa intervenção produz resultados positivos ção da Mata Atlântica apenas pelos peque-
para o ambiente porque: nos produtores.
a) promove uma reação de substituição no hi- d) construção de biodigestores, para a produ-
drocarboneto, tornando-o menos letal ao ção de gás combustível a partir de resíduos
ambiente. orgânicos da região.
b) a hidrólise do para-dodecil-benzenossulfo- e) coleta de carvão de regiões mais distantes,
nato de sódio produz energia térmica sufi- onde existe menor intensidade de fiscaliza-
ciente para vaporizar o hidrocarboneto. ção do Ibama.
c) a mistura desses reagentes provoca a com-
bustão do hidrocarboneto, o que diminui a 19. (ENEM) Ao beber uma solução de glicose
quantidade dessa substância na natureza. (C6H12O6), um corta-cana ingere uma subs-
d) a solução de para-dodecil-benzenossulfona- tância:
to possibilita a solubilização do hidrocarbo- a) que, ao ser degradada pelo organismo, pro-
neto. duz energia que pode ser usada para movi-
e) o reagente adicionado provoca uma solidifi- mentar o corpo.
cação do hidrocarboneto, o que facilita sua b) inflamável que, queimada pelo organismo,
retirada do ambiente. produz água para manter a hidratação das
células.
17. (ENEM) A própolis é um produto natural co- c) que eleva a taxa de açúcar no sangue e é
armazenada na célula, o que restabelece o
nhecido por suas propriedades anti-inflama-
teor de oxigênio no organismo.
tórias e cicatrizantes. Esse material contém
d) insolúvel em água, o que aumenta a reten-
mais de 200 compostos identificados até o
ção de líquidos pelo organismo.
momento. Dentre eles, alguns são de estrutu-
e) de sabor adocicado que, utilizada na respira-
ra simples, como é o caso do C6H5CO2CH2CH3,
ção celular, fornece CO2 para manter estável
cuja estrutura está mostrada a seguir.
a taxa de carbono na atmosfera.

20. (ENEM) Ainda hoje, é muito comum as pesso-


as utilizarem vasilhames de barro (moringas
ou potes de cerâmica não esmaltada) para
conservar água a uma temperatura menor do
que a do ambiente. Isso ocorre porque:
a) o barro isola a água do ambiente, mantendo-
-a sempre a uma temperatura menor que a
O ácido carboxílico e o álcool capazes de pro- dele, como se fosse isopor.
duzir o éster em apreço por meio da reação b) o barro tem poder de “gelar” a água pela
de esterificação são, respectivamente: sua composição química. Na reação, a água
a) ácido benzoico e etanol. perde calor.
b) ácido propanoico e hexanol. c) o barro é poroso, permitindo que a água pas-
c) ácido fenilacético e metanol. se através dele. Parte dessa água evapora,
d) ácido propiônico e cicloexanol. tomando calor da moringa e do restante da
e) ácido acético e álcool benzílico. água, que são assim resfriadas.

354
d) o barro é poroso, permitindo que a água
se deposite na parte de fora da moringa. A
água de fora sempre está a uma temperatura
maior que a de dentro.
e) a moringa é uma espécie de geladeira natural,
liberando substâncias higroscópicas que dimi-
nuem naturalmente a temperatura da água.

GABARITO
1. D 2. E 3. A 4. E 5. B

6. E 7. C 8. C 9. B 10. A

11. B 12. B 13. B 14. B 15. A

16. D 17. A 18. D 19. A 20. C

355
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 7 e 8

Competências 3, 5 e 7
Habilidades 11, 17, 24 e 25

BREVIÁRIO

OXIDAÇÃO DE COMPOSTOS ORGÂNICOS

Combustão
A mais completa das oxidações é a combustão. A equação que representa a combustão completa de um álcool
alifático saturado pode ser dada por:
3n · O → n · CO + (n + 1) · H O
CnH2n + 2 O + ___ 2 2 2
2
Os dois álcoois comumente utilizados como combustíveis são o metanol e o etanol.
O metanol é considerado um bom substituto da gasolina, particularmente em áreas urbanas em que os ní-
veis de poluição produzidos por veículos automotivos são muito altos. Isso se deve ao fato de sua queima ser mais
completa do que a da gasolina, o que diminui a poluição atmosférica, além de não produzir óxidos de enxofre que
causam chuva ácida. O etanol é utilizado diretamente ou misturado à gasolina nos Estados Unidos, desde 1980.
Por exemplo, no Brasil, o álcool utilizado como combustível é o etanol hidratado, nos carros movidos a ál-
cool, ou o anidro (sem água), misturado à gasolina, nos carros movidos à gasolina. Sua combustão completa pode
ser assim representada:

H3C – CH2OH + 3O2 → 2CO2 + 3H2O

Note que o Nox (número de oxidação) de ambos os átomos de carbono da molécula do etanol sofreu au-
mento, o que caracteriza as oxidações.

Outras oxidações dos álcoois


Diante de oxidantes enérgicos, como KMnO4 (permanganato de potássio) ou K2Cr2O7 (dicromato de potássio) em
presença de H2SO4 (ácido sulfúrico), os álcoois se oxidam e os produtos obtidos serão diferentes conforme o álcool
reagente seja primário, secundário ou terciário:

357
1. Álcool primário (grupo hidroxila ligado a um carbono primário)
Pode sofrer duas oxidações consecutivas, formando aldeído e/ou ácido carboxílico.

álcool primário aldeído ácido carboxílico


etanol etanal ácido etanoico (ácido acético)

§ Essa reação é a responsável pelo fato de o vinho azedar. O sabor azedo é devido ao ácido acético (eta-
noico). O composto intermediário etanal é responsável pela “ressaca” causada pela ingestão de bebidas
alcoólicas.

2. Álcool secundário (grupo hidroxila ligado a um carbono secundário)


Pode sofrer uma oxidação, formando cetona.

CH3 — CH — CH3 CH3 — C — CH3


| ||
OH O
álcool secundário cetona
propan-2-ol propanona

3. Álcool terciário (grupo hidroxila ligado a um carbono terciário)


Não sofre oxidação. Se, todavia, as condições de reação forem drásticas, a molécula do álcool terciário será
quebrada.
CH3
|
H3C — C — CH3 não há reação.
|
OH
álcool terciário

REDUÇÃO
A redução é a reação inversa da oxidação e, nesta reação, utiliza-se gás hidrogênio (H2) ou hidrogênio nascente [H],
que pode ser obtido, por exemplo, a partir da reação entre zinco e ácido clorídrico.
A redução de aldeídos gera álcoois primários, e a de cetonas, álcoois secundários.
1. Redução de aldeídos

aldeído álcool primário


metanal metanol

2. Redução de cetonas
Pode-se generalizar uma equação:

cetona álcool secundário


358
RADIOATIVIDADE
Radioatividade é o fenômeno pelo qual um núcleo instável emite espontaneamente determinadas entidades (par-
tículas e ondas), genericamente chamadas radiações, transformando-se em outro núcleo mais estável. Esse fenô-
meno deve-se unicamente ao núcleo do átomo.

Fatores químicos, estado físico, pressão e temperatura não influem na radioatividade de um elemento, uma
vez que ela não depende da eletrosfera do átomo, mas apenas do fato de seu núcleo ser instável.
É o caso da radioatividade do urânio, que é sempre a mesma. Não importa o estado físico da amostra nem
o fato de ele ser puro ou estar ligado a outro elemento.
Em 1896, o físico francês Antoine-Henri Becquerel percebeu que um sal de urânio (o sulfato duplo de po-
tássio e uranila: K2(UO2)(SO4)2) era capaz de sensibilizar o negativo de um filme fotográfico recoberto com papel
preto e uma fina lâmina de metal. As radiações emitidas pelo material apresentavam propriedade semelhante a
dos raios X.
Em 1897, Marie Sklodowska Curie (1867-1934) demonstrou que a intensidade da radiação é proporcional
à quantidade de urânio na amostra e concluiu que a radioatividade é um fenômeno atômico.
Nesse mesmo ano, Ernest Rutherford criou uma aparelhagem para estudar a ação de um campo eletromag-
nético sobre as radiações.

Das três radiações mencionadas, a gama (g) é a mais penetrante – e a mais perigosa para o ser humano –,
a beta (b) tem penetração média e a alfa (a) é pouco penetrante.
Como os raios alfa e beta sofrem desvio no campo magnético, Rutherford concluiu que eles devem apresen-
tar carga elétrica, ao passo que os raios gama não. Os raios beta são atraídos pela placa positiva; devem, portanto,
ter carga negativa. Com o mesmo raciocínio deduziu-se que os raios alfa têm carga positiva. Estudos posteriores
permitiram caracterizar os três tipos de radiação.

359
Emissões radioativas
Emissão Constituição Massa Carga Representação
Alfa 2 prótons e 2 nêutrons 4u +2 2
α4
Beta 1 elétron 0 –1 -1
β0
Gama Onda eletromagnética 0 0 0
γ0
Próton 1 próton 1u +1 +1
P1
Nêutron 1 nêutron 1u 0 0
n1
Pósitron ”Elétron positivo” >0 +1 +1
β0

Leis de decaimento radiativo


Primeira lei: lei de Soddy – emissão de partículas α

Se um átomo X emitir uma partícula α, seu número de massa diminui em 4 unidades e seu número atômico diminui
em 2 unidades: AZX 2α + Z–2Y
4 A–4

Observe: como há alteração no número atômico (Z), o átomo Y gerado pertence a um novo elemento
químico, diferente do átomo X original.
As partículas α coincidem com o núcleo do hélio (24He). Isso foi demonstrado por Rutherford, em 1909, que
observou um recipiente contendo material emissor de partículas α. Certo tempo depois, o recipiente ficava impreg-
nado do elemento hélio. As partículas α capturavam elétrons do ambiente e transformavam-se em átomos de hélio.
As equações nucleares obedecem a um balanço dos números de massa (A) e das cargas nucleares (Z), que
são conservados:

Exemplo

Se um átomo de Pu emitir uma partícula α, ele se transforma em 92235U. Essa reação nuclear pode ser representada
por:

239
94 Pu α + 235
4
2 92U

Segunda lei: lei de Soddy-Fajans-Russel – emissão de partículas β

Se um átomo X emitir uma partícula β, seu número de massa permanece inalterado e seu número atômico aumen-
ta 1 unidade: ZAX –1β + z+1Y
0 A

Como há alteração do número atômico (Z), o átomo Y gerado pertence a um novo elemento químico, di-
ferente do átomo X original. Como o número de massa (A) permanece inalterado, na emissão beta, X e Y sempre
serão átomos isóbaros.
As partículas β, também chamadas raios β ou radiação β, são partículas negativas iguais aos elétrons. Apre-
senta, portanto carga –1 e massa 0. A partícula β forma-se pela desintegração de um nêutron no núcleo.

360
Exemplo

Se um átomo de 614C emitir uma partícula β, ele se transforma em 714N. A reação nuclear pode ser representada por:
C
14
6
0
–1 b + N
14
7

Observe:
SAReagentes = SAProdutos ä 14 = 0 + 14
SAReagentes = SAProdutos ä 6 = (–1) + 7

Transmutações
Se um elemento químico emitir espontaneamente uma radiação e transformar-se em outro, haverá um fenômeno
chamado transmutação natural.
Se as transmutações forem obtidas por bombardeamento de núcleos estáveis com partículas α, prótons,
nêutrons etc., serão chamadas transmutações artificiais. A primeira delas foi obtida por Rutherford.

Transmutação artificial mediante a qual Chadwick (1932) descobriu o nêutron:

Atualmente, a maioria dos radioisótopos usados na medicina, na indústria, na agricultura etc. é produzida
a partir de transmutações artificiais.

Uso da radioatividade na medicina


§ Radiofármacos e radiotraçadores
Eles recebem esse nome pois, ao serem ingeridos pelas pessoas, emitem radiações que permitem seu mo-
nitoramento, sabendo por onde passaram e onde se depositaram. Isso permite que o radiologista faça um
mapeamento de todo organismo.
Um exemplo de radioisótopo é o iodo-131, que é usado no tratamento de câncer de tireoide, pois, por se
acumular nesse órgão, suas radiações gama destroem as células cancerígenas.

§ Irradiação por raios gama


A irradiação por raios gama é usada para esterilização de produtos e descontaminação ou redução de carga
microbiana nos segmentos de alimentação, embalagens, fármacos, cosméticos e produtos veterinários. A es-
terilização e a descontaminação por energia ionizante através de raios gama consiste na exposição dos pro-
dutos à ação de ondas eletromagnéticas curtas, geradas a partir de fontes de Cobalto 60 em um ambiente
especialmente preparado para esse procedimento. Como as ondas eletromagnéticas possuem grande poder
de penetração, os organismos podem ser alcançados onde quer que estejam, tanto em embalagens lacradas

361
como em produtos acondicionados das mais variadas maneiras, o que garante a total eficácia do processo.
No decorrer do processo, os produtos já embalados são encaminhados a uma esteira automaticamente
controlada para uma sala de esterilização. Nesse ambiente, protegido por espessas paredes de concreto
(também chamado de bunker), encontra-se um isótopo de Cobalto 60, que emite os raios gama responsá-
veis pela quebra de DNA dos microrganismos. O processo é similar ao de um micro-ondas, pois o produto é
tratado e pode ser utilizado imediatamente após o tratamento. Eles se diferenciam, pois enquanto o micro-
-ondas emite ondas de menor comprimento e que têm energia suficiente para apenas aquecer o produto,
na radiação de Co-60 a energia liberada tem capacidade de quebrar a cadeia de DNA de micro-organismos.
O processo de esterilização por irradiação mata os micro-organismos e previne sua reprodução, porém o
material irradiado é incapaz de acumular radiação, tornando-se inofensivo.

Fissão nuclear
É o processo em que ocorre ruptura do núcleo que é bombardeado com partículas.
A primeira evidência foi em 1932, quando o físico italiano Enrico Fermi (1901-1954) observou que átomos
de urânio bombardeados com nêutrons produziam um material radiativo. Em 1938, o químico alemão Otto Hahn
(1879-1968) e Fritz Strassman constataram a presença de bário (Z = 56) na experiência de Fermi. E, em 1939, a
física austríaca Lise Meitner (1878-1968) e Otto Frisch observaram que o núcleo bombardeado dividia-se e liberava
energia. Nesse mesmo ano, Niels Bohr e John Wheeler enunciaram a teoria da fissão nuclear.
Atingido pelo nêutron, o núcleo de 92235U divide-se em dois outros núcleos radiativos e produzem nêutrons
livres, ao mesmo tempo em que liberam uma grande quantidade de energia.
235
92 U + 10n Ba + 94
140
56 36Kr + 20n + energia
1

Em lugar de 140
56Ba e 36Kr podem formar-se outros núcleos, cujos números de massa variam entre 72 e 158.
94

Essa formação pode chegar a dois, três ou mais neutros livres.


235
92 U + 01n 140
54 Xe + 94
38Sr + 20n + energia
1

235
92U + 10n 142
56 Ba + 91
36Kr + 30n + energia
1

Núcleo físsil ou fissionável diz respeito a ruptura sofrida pelo 92235U bombardeado pelo nêutron.
As pesquisas desenvolvem-se e a humanidade deposita esperanças nesse método de obtenção de energia.
Entretanto, seus efeitos podem ser adversos. Se controlado em um reator ou usina nuclear, a energia produzida é
útil, mas, se acontecer sem controle, desenvolve-se uma reação em cadeia, acompanhada de explosão: a bomba
atômica.
Enrico Fermi e Leo Szilard (1898-1964) construíram o primeiro reator. Hoje, existem centenas deles em fun-
cionamento. O Brasil também iniciou seu programa de energia nuclear construindo reatores em Angra dos Reis (RJ).
A primeira bomba atômica de teste foi detonada em 16 de junho de 1945, no deserto de Alamogordo, no
Novo México (EUA). Militarmente, foi usada no final da Segunda Guerra Mundial contra as cidades japonesas de
Hiroshima (bomba de 235 92 U, em 6 de setembro 1945) e Nagasaki (bomba de 94239Pu, em 9 de setembro 1945).
No processo de fissão ocorre uma reação em cadeia. Teoricamente, bastaria apenas um nêutron para iniciar
o processo. Na prática, no entanto, exige-se uma massa mínima para que isso ocorra denominada massa crítica.
Um átomo de urânio (92235U) é atingido por um nêutron e se quebra para formar dois nêutrons. Esses dois nêutrons
atingem outros dois átomos de urânio, que se quebram, formando quatro nêutrons, que, por sua vez, atingirão mais
quatro átomos de urânio, que formarão oito nêutrons, e assim por diante, sucessiva e incontrolavelmente.
A energia liberada graças a uma explosão nuclear é medida em comparação com o efeito energético pro-
duzido pelo explosivo TNT.

362
§ 1 quiloton: efeito energético igual a mil toneladas de TNT.
§ 1 megaton: efeito energético igual a 1 milhão de toneladas de TNT.
A bomba lançada sobre Hiroshima tinha a potência de 20 quilotons.
Na fissão nuclear, a energia desprendida por um reator nuclear transforma a água líquida em vapor, que
movimenta uma turbina que produz energia elétrica mediante um gerador.

Fusão nuclear
Fusão nuclear é o processo mediante o qual ocorre a reunião de núcleos pequenos para formar um núcleo maior. É
o que ocorre no Sol, onde núcleos de hidrogênio fundem-se para formar núcleos de hélio, com liberação de grande
quantidade de energia.
Um dos processos que ocorre no Sol é:
411H He + 2+10b + 200n + energia
4
2

Essa reação não pode ser realizada artificialmente, uma vez que ela exige temperatura elevadíssima. Entre-
tanto, a partir de 1950, os cientistas iniciaram pesquisas para obter uma reação semelhante.
Em 1952, conseguiram realizar a primeira fusão não controlada, que constituiu a primeira bomba de hidro-
gênio.
Algumas reações de fusão possíveis são:
2
1H + 31H He + 10n + energia
4
2

2
1H + 11H 3
2He + energia
3
2He + 32He 4
2 He + 211H + energia

Para iniciar esses processos de fusão, usa-se, como energia de ativação, a energia proveniente da explosão
de uma bomba atômica. Atualmente, são desenvolvidas pesquisas que visam obter outros métodos de ativação. Até
agora, essa fusão não pôde ser controlada a fim de obter-se energia útil.
Digamos que a bomba atômica é a “espoleta” da bomba de hidrogênio, que libera a energia necessária
para a fusão. Ocorrida essa fusão, a energia liberada é extremamente intensa. Já foram detonadas bombas de
hidrogênio de até 500 megatons.
Há alguns anos, sonha-se com a construção de um reator nuclear de fusão, que exigiria uma temperatura
mínima de 300 milhões de graus Celsius para a fusão. Até agora, só se conseguiu atingir 200 milhões de graus
Celsius por uma fração ínfima de tempo.

REAÇÕES DE POLIMERIZAÇÃO
Existem dois tipos de reações de polimerização: reações de adição – nas quais ocorre apenas a formação do
polímero, chamado polímero de adição – e reações de condensação – nas quais, além do polímero, formam-se
subprodutos como a água.

Polimerização por adição


As reações de adição ocorrem em moléculas insaturadas, geralmente com ligação dupla entre carbonos. Sob altas
temperaturas e pressões – eventualmente na presença de catalisadores –, a ligação dupla dos monômeros é rom-
pida e eles podem ligar-se formando moléculas maiores.

363
Exemplos
§ Polietileno
P,T
n (CH2 = CH2) catalisador (— CH2 — CH2 —)n
etileno (eteno) polietileno
monômero polímero

Os polímeros do etileno (eteno) chamam-se polietilenos, ótimos óleos lubrificantes, cuja massa molecular é
relativamente baixa. Os com massa molecular média assemelham-se às ceras. Os de cadeia maior são duros
e resistentes a altas temperaturas.
Se empregados catalisadores especiais, consegue-se a polimerização em uma pressão próxima à atmosférica.
O polietileno é insolúvel, isolante elétrico e inatacável por ácido ou base. É usado no recobrimento de cabos
para velas de ignição, em fios telefônicos, na fabricação de tubos plásticos, recipientes domésticos etc.

§ Teflon (politetrafluoretileno)
A polimerização do monômero tetrafluoretileno (CF2 = CF2, tetrafluoreteno) sob 50 atmosferas de pressão
e em presença de catalisadores à base de peróxido, resulta em um polímero conhecido como teflon (massa
molecular de 500.000 a 2.000.000).
P,T

n (CF2 = CF2) catalisador (— CF2 — CF2 —)n


tetrafluoretileno politetrafluoretileno

O teflon caracteriza-se por sua extrema inércia química, o que o torna resistente ao ataque de todos os
materiais reativos, com exceção dos materiais alcalinos fundidos. A superfície é extremamente lisa e é re-
sistente a altas temperaturas sem fundir. Graças a essas qualidades, o teflon é usado como revestimento
antiaderente de panelas, frigideiras etc.

§ PVC
O cloreto de vinila (CH2 = CHCℓ, cloro-eteno) é um gás que polimeriza rapidamente em presença de peró-
xido e resulta em uma resina (polímero) chamada cloreto de polivinila (PVC).

n (CH2 = CHCℓ) catalisador (– CH2 – CH Cℓ –)n


cloreto de vinila (cloro-eteno) cloreto de polivinila

É usado em toalhas de mesa, garrafas de água, cortina para banheiros, tubulações de encanamentos, couro
artificial para estofamento etc.

POLÍMEROS DE CONDENSAÇÃO
Em geral, esses polímeros são formados da reação entre dois monômeros diferentes, com a eliminação de molécu-
las pequenas, como a água. Nesse tipo de polimerização, os monômeros não precisam apresentar duplas ligações
entre carbonos, mas é necessária a existência de dois tipos de grupos funcionais diferentes.
Observe a condensação da glicose com produção de amido:
Clorofila
n(C6H12O6) (C6H10O5)n + nH2O
Luz

Exemplos
1. Dácron (poliéster)
A condensação de ácido tereftálico com etilenoglicol produz um polímero chamado terilene ou dá-
cron, usado na fabricação de fibras sintéticas bastante resistentes à tração, filmes, garrafas PET etc.
A reação pode ser representada pela equação:

364
etilenoglicol (etanodiol) ácido tereftálico (ácido 1,4-benzoldicarboxílico)

2. Náilon (poliamida)
Esse polímero é obtido da condensação do ácido adípico HOOC – (CH2)4 – COOH (butanodioico) e hexa-
metilenodiamina H2N – (CH2)6 – NH2 (1,6-hexanodiamina). Foi a primeira fibra têxtil sintética produzida.
Queima com dificuldade e é bastante resistente aos agentes químicos, à água quente e aos óleos.
Por estiramento, os fios de náilon adquirem grande resistência à tração. Dos fios desse polímero fabricam-se
o velcro e os tecidos usados em meias femininas, roupas íntimas, maiôs, biquínis, bermudas, short e outras
roupas esportivas. Além de fios, o náilon e as demais poliamidas também podem ser moldados sob outras
formas para a confecção de parafusos, engrenagens, pulseiras para relógios.
O náilon também é bastante utilizado para suturas em ferimentos, uma vez que é um material inerte ao
organismo e não provoca reação inflamatória como outros fios de sutura.

3. Baquelite (polifenol)
É preparada por condensação de aldeído fórmico (metanal) com fenol comum (hidroxibenzeno). É bas-
tante usada como isolante na fabricação de materiais elétricos (pinos, tomadas, plugues etc.).

365
4. Silicones
São polímeros com silício, obtidos pela condensação do dimetilsiloxana.

São usados em lubrificação de moldes, borrachas, laminados, resinas, agentes antiespumantes, cirurgias plásticas.

Polímeros naturais
Os polímeros naturais são a borracha; os polissacarídeos, como celulose, amido e glicogênio; e as proteínas.

Borracha
A borracha natural é um polímero de adição, ao passo que os polissacarídeos e as proteínas são polímeros de
condensação, obtidos, respectivamente, de monossacarídeos e aminoácidos.
A borracha natural é obtida da árvore Hevea brasiliensis (seringueira); por incisão feita no caule, obtém-
-se um líquido branco de aspecto leitoso, conhecido atualmente por látex.
O monômero da borracha natural é o 2-metil-1,3-butadieno (isopreno):
CH3
|
H2C = C – CH = CH2
A reação de polimerização ocorre ainda na seringueira com o auxílio de uma enzima.
CH3
|
catalisador
n H2C = C – CH = CH2 (– CH2 – C = CH – CH2 –)n
|
CH3

366
Vulcanização

O látex obtido da seringueira é precipitado e dá origem a uma massa viscosa, que é a borracha natural. A utilização
desse tipo de borracha é limitada, uma vez que ela se torna quebradiça em dias frios e extremamente gosmenta
em dias quentes.
Se aquecida com enxofre, essa massa viscosa produz a borracha vulcanizada, material bastante elástico, que não
sofre alteração significativa com pequenas variações de temperatura e é bastante resistente ao atrito.
Esta estrutura corresponde a um fragmento da cadeia da borracha vulcanizada utilizada na fabricação de pneus.

367
APLICAÇÃO DOS
CONHECIMENTOS - SALA
1. (ENEM) As baterias de Ni-Cd muito utilizadas no nosso cotidiano não devem ser descartadas em
lixos comuns uma vez que uma considerável quantidade de cádmio é volatilizada e emitida para o
meio ambiente quando as baterias gastas são incineradas como componente do lixo. Com o objeti-
vo de evitar a emissão de cádmio para a atmosfera durante a combustão é indicado que seja feita
a reciclagem dos materiais dessas baterias.
Uma maneira de separar o cádmio dos demais compostos presentes na bateria é realizar o processo
de lixiviação ácida. Nela, tanto os metais (Cd, Ni e eventualmente Co) como os hidróxidos de íons
metálicos Cd(OH)2(s), Ni(OH)2(s), Co(OH)2(s) presentes na bateria, reagem com uma mistura ácida
e são solubilizados. Em função da baixa seletividade (todos os íons metálicos são solubilizados),
após a digestão ácida, é realizada uma etapa de extração dos metais com solventes orgânicos de
acordo com a reação:

M2+(aq) + 2HR(org)  MR2(org) + 2H+(aq)

Onde:
M2+ = Cd2+, Ni2+ ou Co2+
HR = C16H34 — PO2H: identificado no gráfico por X
HR = C12H12 — PO2H: identificado no gráfico por Y
O gráfico mostra resultado da extração utilizando os solventes orgânicos X e Y em diferentes pH.

A reação descrita no texto mostra o processo de extração dos metais por meio da reação com molé-
culas orgânicas, X e Y. Considerando-se as estruturas de X e Y e o processo de separação descrito,
pode-se afirmar que:
a) as moléculas X e Y atuam como extratores catiônicos uma vez que a parte polar da molécula troca o
íon H+ pelo cátion do metal.
b) as moléculas X e Y atuam como extratores aniônicos uma vez que a parte polar da molécula troca o
íon H+ pelo cátion do metal.
c) as moléculas X e Y atuam como extratores catiônicos uma vez que a parte apolar da molécula troca o
íon PO22– pelo cátion do metal.
d) as moléculas X e Y atuam como extratores aniônicos uma vez que a parte polar da molécula troca o íon
PO22– pelo cátion do metal.
e) as moléculas X e Y fazem ligações com os íons metálicos resultando em compostos com caráter apolar
o que justifica a eficácia da extração.

368
2. (ENEM) O benzeno é um hidrocarboneto aro- 3. (ENEM) O lixo radioativo ou nuclear é re-
mático presente no petróleo, no carvão e em sultado da manipulação de materiais radio-
condensados de gás natural. Seus metabó- ativos, utilizados hoje na agricultura, na
litos são altamente tóxicos e se depositam indústria, na medicina, em pesquisas cien-
na medula óssea e nos tecidos gordurosos. tíficas, na produção de energia etc. Embora
O limite de exposição pode causar anemia, a radioatividade se reduza com o tempo, o
câncer (leucemia) e distúrbios do compor- processo de decaimento radioativo de alguns
tamento. Em termos de reatividade quími- materiais pode levar milhões de anos.
Por isso, existe a necessidade de se fazer
ca, quando um eletrófilo se liga ao benze-
um descarte adequado e controlado de resí-
no, ocorre a formação de um intermediário,
duos dessa natureza. A taxa de decaimento
o carbocátion. Por fim, ocorre a adição ou radioativo é medida em termos de um tem-
substituição eletrofílica. po característico, chamado meia-vida, que é
Disponível em: www.sindipetro.org.br.
Acesso em: 1 mar. 2012 (adaptado).
o tempo necessário para que uma amostra
perca metade de sua radioatividade original.
O gráfico seguinte representa a taxa de de-
caimento radioativo do rádio-226, elemento
químico pertencente à família dos metais al-
calinos terrosos e que foi utilizado durante
muito tempo na medicina.

Com base no texto e no gráfico do progresso


da reação apresentada, as estruturas quími-
cas encontradas em I, II e III são, respecti- As informações fornecidas mostram que:
a) quanto maior é a meia-vida de uma substân-
vamente: cia mais rápido ela se desintegra.
a) b) apenas 1/8 de uma amostra de rádio-226
terá decaído ao final de 4.860 anos.
c) metade da quantidade original de rádio-226,
ao final de 3.240 anos, ainda estará por decair.
b) d) restará menos de 1% de rádio-226 em qual-
quer amostra dessa substância após decorri-
das 3 meias-vidas.
e) a amostra de rádio-226 diminui a sua quan-
tidade pela metade a cada intervalo de 1.620
c) anos devido à desintegração radioativa.

4. (ENEM) Ao utilizarmos um copo descartável


não nos damos conta do longo caminho pelo
d) qual passam os átomos ali existentes, antes
e após esse uso. O processo se inicia com a
extração do petróleo, que é levado às refina-
rias para separação de seus componentes. A
e) partir da matéria-prima fornecida pela in-
e)
dústria petroquímica, a indústria química
produz o polímero à base de estireno, que
é moldado na forma de copo descartável ou
de outros objetos, tais como utensílios do-
mésticos. Depois de utilizados, os copos são
descartados e jogados no lixo para serem

369
reciclados ou depositados em aterros.
Materiais descartáveis, quando não recicla-
dos, são muitas vezes rejeitados e deposita-
dos indiscriminadamente em ambientes na-
turais. Em consequência, esses materiais são
mantidos na natureza por longo período de
tempo. No caso de copos plásticos constitu-
ídos de polímeros à base de produtos petro-
líferos, o ciclo de existência deste material
passa por vários processos que envolvem: 3. De acordo com o gráfico para ½ quilo de rá-
a) a decomposição biológica, que ocorre em dio-226 temos 1620 anos, que equivale à sua
aterros sanitários, por micro-organismos meia-vida, ou seja, a amostra de rádio-226
diminui a sua quantidade pela metade a
que consomem plásticos com estas caracte-
cada intervalo de 1620 anos devido à desin-
rísticas apolares.
tegração radioativa.
b) a polimerização, que é um processo artificial
4. No caso de copos plásticos constituídos de
inventado pelo homem, com a geração de
polímeros à base de produtos petrolíferos, o
novos compostos resistentes e com maiores ciclo de existência deste material passa por
massas moleculares. vários processos que envolvem a decomposi-
c) a decomposição química, devido à quebra de ção química, devido à quebra de ligações co-
ligações das cadeias poliméricas, o que leva valentes das cadeias poliméricas, o que leva
à geração de compostos tóxicos ocasionando à geração de compostos tóxicos ocasionando
problemas ambientais. problemas ambientais.
d) a polimerização, que produz compostos de
propriedades e características bem defini-
das, com geração de materiais com ampla
distribuição de massa molecular.
GABARITO
e) a decomposição, que é considerada uma rea-
ção química porque corresponde à união de 1. A 2. A 3. E 4. C
pequenas moléculas, denominados monôme-
ros, para a formação de oligômeros.

RAIO X
1. As moléculas X e Y, considerando-se suas es-
truturas, atuam como extratores catiônicos
uma vez que a parte polar da molécula troca
o íon H+ pelo cátion do metal.
M2+(aq) + 2C16H34 — PO2H 
M(C16H34 — PO2-)2(org) + 2H+(aq)
M2+(aq) + 2 C12H12 — PO2H 
M(C12H12 — PO2-)2(org) + 2H+(aq)
Onde:
M2+ = Cd2+, Ni2+ ou Co2+
2. Teremos:

370
Prescrição: Para resolver os exercícios, você deve ter o conhecimento sobre reações orgânicas
(como em anéis aromáticos), somando saberes a respeito de reações de adição, substituição e con-
densação amídica. Além disso, é importante o domínio dos conceitos de radioatividade.

PRÁTICA DOS
CONHECIMENTOS - E.O.
1. (ENEM) Há milhares de anos o homem faz uso da biotecnologia para a produção de alimentos
como pães, cervejas e vinhos. Na fabricação de pães, por exemplo, são usados fungos unicelulares,
chamados de leveduras, que são comercializados como fermento biológico. Eles são usados para
promover o crescimento da massa, deixando-a leve e macia.
O crescimento da massa do pão pelo processo citado é resultante da:
a) liberação de gás carbônico.
b) formação de ácido lático.
c) formação de água.
d) produção de ATP.
e) liberação de calor.

2. (ENEM) A própolis é um produto natural conhecido por suas propriedades anti-inflamatórias e


cicatrizantes. Esse material contém mais de 200 compostos identificados até o momento. Dentre
eles, alguns são de estrutura simples, como é o caso do C6H5CO2CH2CH3, cuja estrutura está mostrada
a seguir.

O ácido carboxílico e o álcool capazes de produzir o éster em apreço por meio da reação de esteri-
ficação são, respectivamente:
a) ácido benzoico e etanol.
b) ácido propanoico e hexanol.
c) ácido fenilacético e metanol.
d) ácido propiônico e cicloexanol.
e) ácido acético e álcool benzílico.

3. (ENEM) No ano de 2004, diversas mortes de animais por envenenamento no zoológico de São Paulo
foram evidenciadas. Estudos técnicos apontam suspeita de intoxicação por monofluoracetato de
sódio, conhecido como composto 1080 e ilegalmente comercializado como raticida. O monofluo-
racetato de sódio é um derivado do ácido monofluoracético e age no organismo dos mamíferos
bloqueando o ciclo de Krebs, que pode levar à parada da respiração celular oxidativa e ao acúmulo
de amônia na circulação.

371
O monofluoracetato de sódio pode ser obtido pela:
a) desidrataçao do ácido monofluoracético, com liberação de água.
b) hidrólise do ácido monofluoracético, sem formação de água.
c) perda de íons hidroxila do ácido monofluoracético, com liberação de hidróxido de sódio.
d) neutralização do ácido monofluoracético usando hidróxido de sódio, com liberação de água.
e) substituição dos íons hidrogênio por sódio na estrutura do ácido monofluoracético, sem formação de
água.

4. (ENEM) A química verde permite o desenvolvimento tecnológico com danos reduzidos ao meio
ambiente, e encontrar rotas limpas tem sido um grande desafio. Considere duas rotas diferentes
utilizadas para a obtenção de ácido adípico, um insumo muito importante para a indústria têxtil
e de plastificantes.

Que fator contribui positivamente para que a segunda rota de síntese seja verde em comparação
à primeira?
a) Etapa única na síntese.
b) Obtenção do produto puro.
c) Ausência de reagentes oxidantes.
d) usência de elementos metálicos no processo.
e) Gasto de energia nulo na separação do produto.

5. (Enem) O papel tem na celulose sua matéria-prima, e uma das etapas de sua produção é o bran-
queamento, que visa remover a lignina da celulose. Diferentes processos de branqueamento usam,
por exemplo, cloro (Cℓ2), hipoclorito de sódio (NaCℓO), oxigênio (O2), ozônio (O3) ou peróxido de
hidrogênio (H2O2). Alguns processos de branqueamento levam à formação de compostos organo-
clorados. São apresentadas as estruturas de um fragmento da lignina e do tetracloroguaiacol, um
dos organoclorados formados no processo de branqueamento.

372
A eficiência do uso do vinagre nesse caso se
explica pela:
a) sobreposição de odor, propiciada pelo cheiro
característico do vinagre.
b) solubilidade da piridina, de caráter ácido, na
solução ácida empregada.
c) inibição da proliferação das bactérias pre-
sentes, devido à ação do ácido acético.
d) degradação enzimática da molécula de piridi-
na, acelerada pela presença de ácido acético.
e) reação de neutralização entre o ácido acético
e a piridina, que resulta em compostos sem
Os reagentes capazes de levar à formação de mau odor.
organoclorados no processo citado são:
a) O2 e O3. 8. (ENEM) O glifosato (C3H8NO5P) é um herbi-
b) Cl2 e O2. cida pertencente ao grupo químico das gli-
c) H2O2 e Cl2. cinas, classificado como não seletivo. Esse
d) NaClO e O3. composto possui os grupos funcionais carbo-
e) NaClO e Cl2. xilato, amino e fosfonato. A degradação do
glifosato no solo é muito rápida e realizada
6. (ENEM) O permanganato de potássio (KMnO4) por grande variedade de microrganismos,
é um agente oxidante forte muito emprega- que usam o produto como fonte de energia
do tanto em nível laboratorial quanto indus- e fósforo. Os produtos da degradação são
trial. Na oxidação de alcenos de cadeia nor- o ácido aminometilfosfônico (AMPA) e o
mal, como o 1-fenil-1-propeno, ilustrado na N-metilglicina (sarcosina):
figura, o KMnO4 é utilizado para a produção
de ácidos carboxílicos.

A partir do texto e dos produtos de degra-


dação apresentados, a estrutura química que
representa o glifosato é:
Os produtos obtidos na oxidação do alceno a)
representado, em solução aquosa de KMnO4,
são:
a) ácido benzoico e ácido etanoico.
b) ácido benzoico e ácido propanoico. b)
c) ácido etanoico e ácido 2-feniletanoico.
d) ácido 2-feniletanoico e ácido metanoico.
e) ácido 2-feniletanoico e ácido propanoico.

7. (ENEM) Grande quantidade dos maus odores c)


do nosso dia a dia está relacionada a compos-
tos alcalinos. Assim, em vários desses casos,
pode-se utilizar o vinagre, que contém entre
3,5% e 5% de ácido acético, para diminuir d)
ou eliminar o mau cheiro. Por exemplo, lavar
as mãos com vinagre e depois enxaguá-las
com água elimina o odor de peixe, já que a
molécula de piridinaé uma das substâncias
responsáveis pelo odor característico de pei- e)
xe podre.
SILVA, V. A.; BENITE, A. M. C.; SOARES, M. H. F. B. “Algo
aqui não cheira bem… A química do mau cheiro”. Química
Nova na Escola, v. 33, n. 1, fev. 2011 (adaptado).

373
9. (ENEM) Há processos industriais que envolvem reações químicas na obtenção de diversos produtos
ou bens consumidos pelo homem. Determinadas etapas de obtenção desses produtos empregam cata-
lisadores químicos tradicionais, que têm sido, na medida do possível, substituídos por enzimas. Em
processos industriais, uma das vantagens de se substituírem os catalisadores químicos tradicionais
por enzimas decorre do fato de estas serem:
a) consumidas durante o processo.
b) compostos orgânicos e biodegradáveis.
c) inespecíficas para os substratos.
d) estáveis em variações de temperatura.
e) substratos nas reações químicas.

10. (ENEM) Um dos métodos de produção de biodiesel envolve a transesterificação do óleo de soja
utilizando metanol em meio básico (NaOH ou KOH), que precisa ser realizada na ausência de água.
A figura mostra o esquema reacional da produção de biodiesel, em que R representa as diferentes
cadeias hidrocarbônicas dos ésteres de ácidos graxos.

A ausência de água no meio reacional se faz necessária para:


a) manter o meio reacional no estado sólido.
b) manter a elevada concentração do meio reacional.
c) manter constante o volume de óleo no meio reacional.
d) evitar a diminuição da temperatura da mistura reacional.
e) evitar a hidrólise dos ésteres no meio reacional e a formação de sabão.

11. (ENEM) Há milhares de anos o homem faz uso da biotecnologia para a produção de alimentos
como pães, cervejas e vinhos. Na fabricação de pães, por exemplo, são usados fungos unicelulares,
chamados de leveduras, que são comercializados como fermento biológico. Eles são usados para
promover o crescimento da massa, deixando-a leve e macia.
O crescimento da massa do pão pelo processo citado é resultante da:
a) liberação de gás carbônico.
b) formação de ácido lático.
c) formação de água.
d) produção de ATP.
e) liberação de calor.

12. (ENEM) A bile é produzida pelo fígado, armazenada na vesícula biliar e tem papel fundamental na
digestão de lipídeos. Os sais biliares são esteroides sintetizados no fígado a partir do colesterol, e
sua rota de síntese envolve várias etapas. Partindo do ácido cólico representado na figura, ocorre a
formação dos ácidos glicólico e taurocólico; o prefixo glico- significa a presença de um resíduo do
aminoácido glicina e o prefixo tauro-, do ácido taurina:

374
A combinação entre o ácido cólico e a glicina ou taurina origina a função amida, formada pela
reação entre o grupo amina desses aminoácidos e o grupo
a) carboxila do ácido cólico.
b) aldeído do ácido cólico.
c) hidroxila do ácido cólico.
d) cetona do ácido cólico.
e) éster do ácido cólico.

13. (ENEM) A biodigestão anaeróbica, que se processa na ausência de ar, permite a obtenção de ener-
gia e materiais que podem ser utilizados não só como fertilizante e combustível de veículos, mas
também para acionar motores elétricos e aquecer recintos.

O material produzido pelo processo esquematizado na figura e utilizado para a geração de energia é o:
a) biodiesel, obtido a partir da decomposição de matéria orgânica e/ou por fermentação na presença de
oxigênio.
b) metano (CH4), biocombustível utilizado em diferentes máquinas.
c) etanol, que, além de ser empregado na geração de energia elétrica, é utilizado como fertilizante.
d) hidrogênio, combustível economicamente mais viável, produzido sem necessidade de oxigênio.
e) metanol, que, além das aplicações mostradas no esquema, é matéria-prima na indústria de bebidas.

14. (ENEM) As características dos vinhos dependem do grau de maturação das uvas nas parreiras
porque as concentrações de diversas substâncias da composição das uvas variam à medida que as
uvas vão amadurecendo. O gráfico a seguir mostra a variação da concentração de três substâncias
presentes em uvas, em função do tempo.

O teor alcoólico do vinho deve-se à fermentação dos açúcares do suco da uva. Por sua vez, a acidez
do vinho produzido é proporcional à concentração dos ácidos tartárico e málico. Considerando-se
as diferentes características desejadas, as uvas podem ser colhidas:
a) mais cedo, para a obtenção de vinhos menos ácidos e menos alcoólicos.
b) mais cedo, para a obtenção de vinhos mais ácidos e mais alcoólicos.
c) mais tarde, para a obtenção de vinhos mais alcoólicos e menos ácidos.
d) mais cedo e ser fermentadas por mais tempo, para a obtenção de vinhos mais alcoólicos.
e) mais tarde e ser fermentadas por menos tempo, para a obtenção de vinhos menos alcoólicos.

375
15. (ENEM) O ciclo biogeoquímico do carbono compreende diversos compartimentos, entre os quais a
Terra, a atmosfera e os oceanos, e diversos processos que permitem a transferência de compostos
entre esses reservatórios. Os estoques de carbono armazenados na forma de recursos não renová-
veis, por exemplo, o petróleo, é limitado, sendo de grande relevância que se perceba a importância
da substituição de combustíveis fósseis por combustíveis de fontes renováveis.
A utilização de combustíveis fósseis interfere no ciclo do carbono, pois provoca:
a) aumento da porcentagem de carbono contido na Terra.
b) redução na taxa de fotossíntese dos vegetais superiores.
c) aumento da produção de carboidratos de origem vegetal.
d) aumento na quantidade de carbono presente na atmosfera.
e) redução da quantidade global de carbono armazenado nos oceanos.

16. (ENEM) O rótulo de um desodorante aerossol informa ao consumidor que o produto possui em sua
composição os gases isobutano, butano e propano, dentre outras substâncias. Além dessa informa-
ção, o rótulo traz, ainda, a inscrição “Não tem CFC”. As reações a seguir, que ocorrem na estratos-
fera, justificam a não utilização de CFC (clorofluorcarbono ou Freon) nesse desodorante:
UV
Cll22 
UV → CF2Cl • + Cl •
I.I.I. CF
CF22C  → CF2Cl • + Cl •
II.
II. C l • + O 
II. Cl • + O3 → →OO2 ++ C
CllO
O••
3 2
A preocupação com as possíveis ameaças à camada de ozônio (O3) baseia-se na sua principal função:
proteger a matéria viva na Terra dos efeitos prejudiciais dos raios solares ultravioleta. A absorção
da radiação ultravioleta pelo ozônio estratosférico é intensa o suficiente para eliminar boa parte da
fração de ultravioleta que é prejudicial à vida.
A finalidade da utilização dos gases isobutano, butano e propano neste aerossol é:
a) substituir o CFC, pois não reagem com o ozônio, servindo como gases propelentes em aerossóis.
b) servir como propelentes, pois, como são muito reativos, capturam o Freon existente livre na atmosfe-
ra, impedindo a destruição do ozônio.
c) reagir com o ar, pois se decompõem espontaneamente em dióxido de carbono (CO2) e água (H2O), que
não atacam o ozônio.
d) impedir a destruição do ozônio pelo CFC, pois os hidrocarbonetos gasosos reagem com a radiação UV,
liberando hidrogênio (H2), que reage com o oxigênio do ar (O2), formando água (H2O).
e) destruir o CFC, pois reagem com a radiação UV, liberando carbono (C), que reage com o oxigênio do ar
(O2), formando dióxido de carbono (CO2), que é inofensivo para a camada de ozônio.

17. (ENEM) A falta de conhecimento em relação ao que vem a ser um material radioativo e quais os
efeitos, consequências e usos da irradiação pode gerar o medo e a tomada de decisões equivocadas,
como a apresentada no exemplo a seguir.
“Uma companhia aérea negou-se a transportar material médico por este portar um certificado de
esterilização por irradiação”.
Física na Escola, v. 8, n. 2, 2007 (adaptado).

A decisão tomada pela companhia é equivocada, pois:


a) o material é incapaz de acumular radiação, não se tornando radioativo por ter sido irradiado.
b) a utilização de uma embalagem é suficiente para bloquear a radiação emitida pelo material.
c) a contaminação radioativa do material não se prolifera da mesma forma que as infecções por micror-
ganismos.
d) o material irradiado emite radiação de intensidade abaixo daquela que ofereceria risco à saúde.
e) o intervalo de tempo após a esterilização é suficiente para que o material não emita mais radiação.

376
18. (ENEM) O Brasil é um dos países que obtêm melhores resultados na reciclagem de latinhas de alu-
mínio. O esquema a seguir representa as várias etapas desse processo:

A temperatura do forno em que o alumínio é fundido é útil também porque:


a) sublima outros metais presentes na lata.
b) evapora substâncias radioativas remanescentes.
c) impede que o alumínio seja eliminado em altas temperaturas.
d) desmagnetiza as latas que passaram pelo processo de triagem.
e) queima os resíduos de tinta e outras substâncias presentes na lata.

19. (ENEM) O poli(ácido lático) ou PLA é um material de interesse tecnológico por ser um polímero
biodegradável e bioabsorvível. O ácido lático, um metabólito comum no organismo humano, é a
matéria-prima para produção do PLA, de acordo com a equação química simplificada:

Que tipo de polímero de condensação é formado nessa reação?


a) Poliéster.
b) Polivinila.
c) Poliamida.
d) Poliuretana.
e) Policarbonato.

20. (ENEM) O Nylon® é um polímero (uma poliamida) obtido pela reação do ácido adípico com a hexa-
metilenodiamina, como indicado no esquema reacional.

377
Na época da invenção desse composto, foi 23. (ENEM) O senso comum nos diz que os po-
proposta uma nomenclatura comercial, ba- límeros orgânicos (plásticos) em geral são
seada no número de átomos de carbono do isolantes elétricos. Entretanto, os polímeros
diácido carboxílico, seguido do número de
condutores são materiais orgânicos que con-
carbonos da diamina.
duzem eletricidade. O que faz estes polímeros
De acordo com as informações do texto, o
nome comercial de uma poliamida resultan- diferentes é a presença das ligações covalen-
te da reação do ácido butanodioico com o tes duplas conjugadas com ligações simples,
1,2-diamino-etano é: ao longo de toda a cadeia principal, incluindo
a) Nylon 4,3. grupos aromáticos. Isso permite que um áto-
b) Nylon 6,2. mo de carbono desfaça a ligação dupla com
c) Nylon 3,4.
um vizinho e refaça-a com outro. Assim, a
d) Nylon 4,2.
carga elétrica desloca-se dentro do material.
e) Nylon 2,6.
FRANCISCO, R. H. P. “Polímeros condutores”. Revista
Eletrônica de Ciências, n. 4, fev. 2002. Disponível em:
21. (ENEM) O uso de embalagens plásticas des-
www.cdcc.usp.br. Acesso em: 28 fev. 2012 (adaptado)
cartáveis vem crescendo em todo o mundo,
juntamente com o problema ambiental ge- De acordo com o texto, qual dos polímeros
rado por seu descarte inapropriado. O poli-
seguintes seria condutor de eletricidade?
tereftalato de etileno (PET), cuja estrutura
é mostrada, tem sido muito utilizado na in- a)
dústria de refrigerantes e pode ser reciclado
e reutilizado. Uma das opções possíveis en-
volve a produção de matérias-primas, como
o etilenoglicol (1,2-etanodiol), a partir de b)
objetos compostos de PET pós-consumo.

c)

Disponível em: www.abipet.org.br. Acesso


em: 27 fev. 2012 (adaptado).
d)
Com base nas informações do texto, uma al-
ternativa para a obtenção de etilenoglicol a
partir do PET é a:
a) solubilização dos objetos.
b) combustão dos objetos. e)
c) trituração dos objetos.
d) hidrólise dos objetos.
e) fusão dos objetos.

22. (ENEM) Garrafas PET (politereftalato de eti-


leno) têm sido utilizadas em mangues, onde 24. (ENEM) O polímero PET (tereftalato de polie-
as larvas de ostras e de mariscos, geradas na tileno), material presente em diversas em-
reprodução dessas espécies, aderem ao plás-
balagens descartáveis, pode levar centenas
tico. As garrafas são retiradas do mangue,
de anos para ser degradado e seu processo de
limpas daquilo que não interessa e colocadas
nas “fazendas” de criação, no mar. reciclagem requer um grande aporte energé-
GALEMBECK, F. Ciência Hoje, São Paulo, v. tico. Nesse contexto, uma técnica que visa
47, n. 280, abr. 2011 (adaptado). baratear o processo foi implementada recen-
Nessa aplicação, o uso do PET é vantajoso, temente. Trata-se do aquecimento de uma
pois: mistura de plásticos em um reator, a 700°C
a) diminui o consumo de garrafas plásticas. e 34 atm, que promove a quebra das liga-
b) possui resistência mecânica e alta densidade. ções químicas entre átomos de hidrogênio e
c) decompõe-se para formar petróleo a longo carbono na cadeia do polímero, produzindo
prazo. gás hidrogênio e compostos de carbono que
d) é resistente ao sol, à água salobra, a fungos
podem ser transformados em microesferas
e bactérias.
e) é biodegradável e poroso, auxiliando na ade- para serem usadas em tintas, lubrificantes,
rência de larvas e mariscos. pneus, dentre outros produtos.

378
c) o polímero natural quitosana é de uso van-
tajoso, pois o produto constituído por gru-
pos álcool e amina tem vantagem ambiental
comparado com os polímeros provenientes
de materiais petroquímicos.
d) a quitosana é constituída por grupos hidro-
xila em carbonos terciários e derivados com
Considerando o processo de reciclagem do poliol, dificilmente produzidos, e traz vanta-
PET, para tratar 1 000 g desse polímero, com gens ambientais comparadas com os políme-
rendimento de 100%, o volume de gás hidro- ros de produtos petroquímicos.
gênio liberado, nas condições apresentadas, e) a quitosana é um polímero de baixa massa
encontra-se no intervalo entre: molecular, e o produto constituído por gru-
Dados: Constante dos gases R = 0,082 L atm/ pos álcool e amida é vantajoso para aplica-
mol K; Massa molar do monômero do PET = ções ambientais em comparação com os po-
192 g/mol; Equação de estado dos gases ide- límeros petroquímicos.
ais: PV = nRT
a) 0 e 20 litros. 26. (ENEM) Com o objetivo de substituir as sa-
b) 20 e 40 litros. colas de polietileno, alguns supermercados
c) 40 e 60 litros. têm utilizado um novo tipo de plástico eco-
d) 60 e 80 litros. lógico, que apresenta em sua composição
e) 80 e 100 litros. amido de milho e uma resina polimérica
termoplástica, obtida a partir de uma fonte
25. (ENEM) Duas matérias-primas encontradas petroquímica.
em grande quantidade no Rio Grande do ERENO, D. “Plásticos de vegetais”. Pesquisa
Sul, a quitosana, um biopolímero preparado Fapesp, n. 179, jan. 2011 (adaptado).
a partir da carapaça do camarão, e o poliol,
Nesses plásticos, a fragmentação da resina
obtido do óleo do grão da soja, são os princi-
polimérica é facilitada porque os carboidra-
pais componentes de um novo material para
tos presentes
incorporação de partículas ou princípios
a) dissolvem-se na água.
ativos utilizados no preparo de vários pro-
b) absorvem água com facilidade.
dutos. Este material apresenta viscosidade
c) caramelizam por aquecimento e quebram.
semelhante às substâncias utilizadas atual-
d) são digeridos por organismos decomposito-
mente em vários produtos farmacêuticos e
res.
cosméticos, e fabricadas a partir de políme-
e) decompõem-se espontaneamente em conta-
ros petroquímicos, com a vantagem de ser to com água e gás carbônico.
biocompatível e biodegradável. A fórmula
estrutural da quitosana está apresentada em
seguida.
GABARITO
1. A 2. A 3. D 4. A 5. E

6. A 7. E 8. B 9. B 10. E

11. A 12. A 13. B 14. C 15. D

16. A 17. A 18. E 19. A 20. D

21. D 22. D 23. A 24. C 25. C

Com relação às características do material 26. D


descrito, pode-se afirmar que:
a) o uso da quitosana é vantajoso devido a suas
propriedades, pois não existem mudanças
em sua pureza e peso molecular, caracterís-
ticas dos polímeros, além de todos os seus
benefícios ambientais.
b) a quitosana tem em sua constituição gru-
pos amina, pouco reativos e não disponíveis
para reações químicas, com as vantagens
ambientais comparadas com os produtos pe-
troquímicos.

379
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 9 e 10

Competências 1, 2, 3, 5, 7 e 8
Habilidades 4, 7, 10, 18, 25, 26, 27, 29 e 30

BREVIÁRIO

ESTEQUIOMETRIA

Massa molar de uma substância


A massa molar de uma substância é a massa em gramas de 1 mol de moléculas da referida substância. A massa
molar de uma substância é numericamente igual à sua massa molecular expressa em gramas.
Por exemplo: Mg(OH)2 → apresenta um átomo de magnésio, dois de oxigênio e dois hidrogênios em
uma molécula. Levando em conta as massas molares para um mol de moléculas, teremos que Mg = 24,3 g/mol;
O = 16,0 g/mol; e H = 1,00 g/mol.
Então, Mg(OH)2 = 24,3 + (2 · 16,0) + (2 · 1,00) = 58,3 g/mol.

Número de mol
m
n = __ ___
MM
n = número de mol;
m = massa em gramas;
MM = massa molar da substância ou elemento.

Roteiro para resolução de problemas de estequiometria


1. Escrever a equação química da reação envolvida no problema.
Para escrever corretamente uma equação, há dois pontos básicos:
a) deve representar realmente um fato experimental, conhecido e bem analisado;
b) deve obedecer à lei de Lavoisier.

2. Acertar os coeficientes estequiométricos da equação.


No exemplo 2H2 + 1O2 → 2H2O, deve-se concluir o seguinte:
§ A proporção mínima em que ocorre a reação é de duas moléculas de hidrogênio para uma molécula de
oxigênio, para formar duas moléculas de água.
§ Essa proporção sempre é mantida quando a reação se realiza. Quer dizer, para 100 moléculas de H2, são
necessárias 50 moléculas de O2 para produzir 100 moléculas de água (H2O).
§ Dessa maneira, para 2 mol de moléculas de H2, precisa-se de 1 mol de moléculas de O2 para formar 2
mol de moléculas de água (H2O).

381
Lembre-se que mol é o número de Avogadro (6,02 × 1023) de partículas. Massa molar é a massa, em
gramas, de um mol de moléculas e é numericamente igual à massa molecular da substância. Um mol
de qualquer gás, a 0 ºC e 1 atm (CNTP), ocupa o volume de 22,4 litros e 24,6 litros nas condições am-
bientes (25 °C e 1 atm).

3. Estabelecer uma regra de três entre as grandezas envolvidas (o que se pede e os dados), obedecendo aos
coeficientes da equação (os coeficientes indicam a proporção entre o número de mol).

4. Se necessário, fazer a transformação do número de mol para outra grandeza (massa, volume, número de
moléculas etc).
É importante salientar que, nos exercícios de estequiometria, deve-se sempre averiguar se há reagente
limitante, pois será ele que definirá o término de uma reação química.

EXCESSO DE REAGENTE
As reações químicas ocorrem sempre em uma proporção constante, que corresponde ao número de mol indicado
pelos coeficientes. Se uma das substâncias que participa da reação estiver em quantidade maior que a proporção
correta, ela não será consumida totalmente. Essa quantidade de substância que não reage é chamada excesso.
Em geral, o reagente mais barato é usado em quantidade maior do que a exigida pela proporção correta, com a
finalidade de aumentar a velocidade da reação, além de garantir que toda a quantidade colocada do reagente mais
caro seja totalmente convertida no produto desejado.
O reagente que é consumido totalmente, e por esse motivo determina o fim da reação, é chamado reagente
limitante.
Vamos considerar, então, o seguinte exemplo:
§ Numa reação de neutralização, 10,00 g de ácido sulfúrico são adicionados a 7,40 g de hidróxido de cálcio,
segundo a equação:

H2SO4 + Ca(OH)2 → CaSO4 + 2H2O

Dados: massas molares (g × mol-1): H2SO4 = 98; Ca(OH)2 = 74; e CaSO4 = 136.

Pede-se para calcular:


a) a massa de sulfato de cálcio formado; e
b) a massa do reagente que “sobra” (em excesso) após a reação.
Vamos calcular a massa efetiva de ácido sulfúrico que vai reagir com 7,40 g do hidróxido de cálcio.

7,40 × 98
⇒ x = ________ = 9,8 g de H2O4
74
Como a massa de ácido sulfúrico adicionada é de 10 g e só irão reagir 9,8 g, podemos dizer que o ácido
sulfúrico está em excesso e o hidróxido de cálcio é o reagente limitante.
Cálculo da massa em excesso de ácido sulfúrico: (10 – 9,8) = 0,2 g, o que responde à pergunta (b) do
problema.

382
Ao contrário do ácido sulfúrico que, neste problema, é o reagente em excesso, dizemos que hidróxido de
cálcio é o reagente em falta, ou melhor, o reagente limitante da reação, pois o hidróxido de cálcio será o primeiro
reagente a acabar ou se esgotar, pondo, assim, um ponto final na reação e determinando as quantidades de pro-
dutos que poderão ser formados.
De fato, podemos calcular:

7,4 × 136
⇒ y = ________ = 13,6 g de CaSO4 será formado na reação entre 9,8 g de H2SO4 e 7,4 g de Ca(OH)2.
74

Isso responde à pergunta (a) do problema.


Veja que o cálculo foi feito a partir dos 7,4 g de Ca(OH)2 (reagente limitante), mas nunca poderia ter sido
feito a partir dos 10 g de H2SO4 (reagente em excesso), pois chegaríamos a um resultado falso. Isso porque os 10 g
de H2SO4 não podem reagir integralmente, por falta de Ca(OH)2.
Observação: vamos insistir que as substâncias não reagem na proporção em que nós as misturamos, mas sim na
proporção em que a equação – ou seja, a lei de Proust – determina. Daí o cuidado ao resolver problemas que dão
as quantidades de dois reagentes. Devemos sempre nos lembrar de que é o reagente em falta ou reagente limitante
(fator limitante) que “comanda” toda a reação, pois, no instante em que ele acaba, a reação será interrompida.

“Dica”

Quando o exercício fornecer a quantidade de duas (ou mais) substâncias na reação química, tome cuidado, pois
uma das substâncias pode estar em excesso, ou seja, não será totalmente consumida. Neste caso, para descobrir
o reagente em excesso e o reagente limitante, você pode multiplicar “cruzado” as massas molares pela massa
fornecida das substâncias.
O produto maior da multiplicação indica o excesso, e o produto menor da multiplicação indica o limitante,
ou seja, a substância que reage completamente.

Como o produto 740 é maior que 725,2, neste caso concluímos que o H2SO4 está em excesso e o Ca(OH)2
é o limitante. Devemos, portanto, realizar os cálculos através do reagente limitante.

383
Rendimento em equações estequiométricas
Na maioria das reações químicas realizadas, na prática, em indústrias e em laboratórios, a quantidade de produto
obtido é menor que a quantidade esperada teoricamente. Isso quer dizer que o rendimento da reação não é igual
a 100%, pois a massa total dos reagentes não foi completamente convertida em produtos. Isso pode acontecer
devido a diversos fatores. Veja os mais comuns:
§ Podem ocorrer reações paralelas à que desejamos e, com isso, uma parte de um ou de ambos os reagentes
é consumida, formando produtos indesejáveis.
§ A reação pode ficar incompleta por ser reversível; assim, parte do produto formado é novamente convertida
em reagente.
§ Podem ocorrer perdas de produto durante a reação, como ao serem usadas aparelhagens de má qualidade
ou por algum erro do operador.
Rendimento (R) é o quociente entre a quantidade de produto realmente obtida em uma reação e a quanti-
dade que teoricamente seria obtida, de acordo com a equação química correspondente.

Quantidade real
R(%) = _______________ · 100
Quantidade teórica

PUREZA
Geralmente, os reagentes utilizados nas indústrias não são totalmente puros. Isso se deve, principalmente, porque
na forma impura esses reagentes são mais baratos e também porque eles não são encontrados em sua forma pura
na natureza.
Portanto, ao realizar os cálculos estequiométricos da quantidade de produto que será formada ou da quan-
tidade de reagente que teremos que usar, temos que levar em consideração o seu grau de pureza.
O grau de pureza (p) é dado pela razão entre a massa de substância pura e a massa total da amostra.
Mpura
p = ________
Mtotal (impura)

Por exemplo, o calcário (carbonato de cálcio – CaCO3) é um minério utilizado para fabricar a cal virgem
(óxido de cálcio – CaO). No entanto, além do carbonato de cálcio, esse minério geralmente vem acompanhado de
impurezas em sua constituição, tais como a areia, o carvão e outras substâncias.
Digamos que em 100 g de calcário, apenas 80 g são de carbonato de cálcio e 20 g são de impurezas, então
teremos que o grau de pureza desse minério é 0,8 ou 80%, conforme mostrado abaixo:
Mpura 80 = 0,8
p = ________ = ___
Mtotal (impura) 100

Isso quer dizer que o grau de pureza dessa amostra de calcário é de 80%.

100% de pureza –––– 100 g de calcário

x –––– 80 g de carbonato puro ⇒ x = 80%


Assim, quando for preciso calcular a massa de produto obtido a partir de um reagente impuro, temos que
primeiro calcular qual é a parte pura da amostra e, depois, efetuar os cálculos com o valor obtido.

384
REAÇÕES CONSECUTIVAS
Neste tipo de problema, é indispensável que:
§ todas as equações estejam balanceadas individualmente; e
§ as substâncias “intermediárias” sejam canceladas; em certos problemas, isso obriga a “multiplicar” ou
“dividir” uma ou outra equação por números inteiros convenientes, que levem ao cancelamento desejado.
Daí para diante, recaímos num cálculo estequiométrico comum, em que a regra de três é estabelecida em
função da equação química que resulta da soma das equações intermediárias.

Concentração comum (c)


m
C = __
V

C – concentração em grama por litro (g/L ou g × L-1)


m1 – massa de soluto em gramas (g)
V – volume da solução em litros (L)

Concentração molar (M) ou em quantidade de matéria


n
M = __
V
ou
m
M = ______
MM · V

M – concentração em mol por litro (mol/L ou mol × L-1)


n – quantidade de mol (“número de mol”) de soluto (mol)
V – volume da solução em litros (L)
m – massa de soluto em gramas (g)
MM – massa molar do soluto em gramas por mol (g/mol = g × mol-1)

Relação entre concentração comum e concentração em mol por litro

C = MM · M

Título (ö) e porcentagem em massa (%m) e em volume (%V)

Uma forma de concentração que utiliza apenas massas na sua definição, ou seja, que não depende da temperatura
é o título ou porcentagem em massa.
Relaciona a massa do soluto presente numa dada massa de solução.
m1
ö = ___
m
Da qual:
m1 – massa do soluto, em gramas, quilogramas etc.
m – massa da solução, em gramas, quilogramas etc.
Observe; o título sempre será um número adimensional (sem unidades) com valores dentro do intervalo:

0 < ö < 1,0

385
O título pode ser expresso em porcentagem, por isso pode ser chamado de porcentagem em massa do soluto.
m1
%m = ___
m× 100 = ö · 100
Com os valores dentro da faixa:

0 % < %m < 100%


A mesma fórmula pode ser usada para volume. Nesse caso, emprega-se o uso da letra "v".

Relações entre as unidades de concentração

C = MM · M = 1000 · d · ö
Da qual:
C – concentração comum (g/L)
MM – massa molar do soluto (g/mol)
M – concentração em mol/L
d – densidade (g/mL ou g/cm3)
ö – título ou porcentagem em massa (%)

SOLUBILIDADE
a. Substâncias polares dissolvem-se melhor em outras substâncias polares.
Exemplo:

HCø, CH3CH2OH (etanol) ou NaCø

são substâncias polares que se dissolvem em água.


Representação da dissolução:
H2O H2O
HCø(g) HCø(aq) ou HCø(g) H+(aq) + Cø–(aq)
(considerando a ionização do ácido)
H2O
CH3CH2OH (ø) CH3CH2OH(aq)
H2O
NaCø(s) Na+(aq) + Cø–(aq)

b. Substâncias apolares dissolvem-se melhor em outras substâncias apolares.


Exemplo:

I2 (iodo) e CCø4 (tetracloreto de carbono)

são ambos apolares. Por isso, o iodo dissolve-se em tetracloreto de carbono.

Solubilidade de gases em líquidos


Lei de Henry

A solubilidade (S) de um gás num líquido é diretamente proporcional à pressão (P) que o gás exerce sobre esse
líquido.
Essa lei é válida desde que não haja reação química entre o gás (soluto) e o líquido (solvente).
A expressão matemática dessa lei é:

386
S=k·P

Da qual, k é uma constante de proporcionalidade que depende da temperatura e do gás considerado: ao


se abrir uma garrafa de refrigerante, a pressão sobre a solução diminui. Diminuída a solubilidade, as bolhas de gás
carbônico tornam-se visíveis e escapam do líquido.
A solubilidade de um gás num líquido diminui com o aumento de temperatura. É por isso que, se aquecido,
o gás de um copo de refrigerante será expulso da solução.

Coeficiente de solubilidade (cs) ou solubilidade (s)

Em determinadas condições de temperatura e pressão, coeficiente de solubilidade ou solubilidade é a medida da


capacidade de um soluto de se dissolver numa quantidade padrão de um solvente. Em outras palavras, sob deter-
minadas temperatura e pressão, é a máxima quantidade de soluto que pode ser dissolvida numa quantidade fixa
de solvente.
A 20 °C, por exemplo, a quantidade máxima de sal de cozinha (cloreto de sódio, NaCø) que se dissolve em
100 gramas de água são 36 g. Portanto, o coeficiente de solubilidade do NaCø a 20 °C é igual a 36 g NaCø/100
g de água.

Classificação das soluções sob saturação

§ Soluções insaturadas ou não saturadas são soluções cuja quantidade de soluto dissolvido ainda não
alcançou o coeficiente de solubilidade, passível, portanto, de dissolução de mais soluto.
Se dissolvidos apenas 15 g de sal (NaCℓ) em 100 g de água a 20 ºC, haverá uma solução insaturada, uma
vez que ainda faltam 21 g ( = 36 g – 15 g ) para que ela alcance a quantidade máxima de soluto permitida
nessas condições.

§ Soluções saturadas alcançaram exatamente o coeficiente de solubilidade; a quantidade de soluto dissol-


vida é exatamente a quantidade permitida, nas condições consideradas.
Misturados 50 g de sal em 100 g de água a 20 ºC, os 36 g que vão se dissolver e o excesso que não pode
ser dissolvido, 14 g ( = 50 g – 36 g ), precipitarão, formando o corpo de fundo ou precipitado. Neste caso,
há uma solução saturada com corpo de fundo (esse sistema obtido constitui uma mistura heterogênea). Se
pretende apenas a solução saturada, basta realizar uma filtração simples para separar o precipitado (sólido
não dissolvido) da solução saturada (mistura homogênea).

387
§ Soluções supersaturadas têm mais soluto dissolvido do que seria possível em condições regulares, razão
pela qual são instáveis.
Se a mencionada solução saturada com corpo de fundo, com 36 g de sal dissolvido e 14 g não dissolvido
(corpo de fundo), for aquecida, os 14 g vão se dissolver. Com o aumento da temperatura, o coeficiente de
solubilidade, nesse e na maioria dos casos, também aumenta.
Se, posteriormente, essa solução ficar em repouso para que volte à temperatura inicial de 20 °C, os 50 g de
sal podem continuar dissolvidos na água. Assim, haverá mais soluto dissolvido (50 g) do que deveria (36 g)
naquela temperatura e pressão. Esse é, portanto, um caso de solução supersaturada.
No entanto, esse tipo de solução é muito instável. Se ela for agitada ou se a ela for adicionado um pequeno
cristal de NaCℓ, haverá a precipitação dos 14 g de sal em excesso. De novo, o sistema obtido será consti-
tuído por uma solução saturada (100 g de água a 20 °C, com 36 g de sal completamente dissolvido) e um
corpo de fundo (14 g de sal não dissolvido).

Curvas de solubilidade
§ Curvas de solubilidade são gráficos que indicam a variação dos coeficientes de solubilidade das subs-
tâncias em função da temperatura.

Observação: a solubilidade da maioria das substâncias aumenta com a elevação da temperatura. São
substâncias com uma dissolução endotérmica, que ocorrem com absorção de calor.
Para o Ce2(SO4)3, a solubilidade diminui com o aumento da temperatura; portanto, trata-se de uma dissolu-
ção exotérmica, que ocorre com liberação de calor.

388
APLICAÇÃO DOS Com base nas informações do texto, a quanti-
dade máxima recomendada de aspartame, em

CONHECIMENTOS - SALA mol, que uma pessoa de 70 kg de massa cor-


poral pode ingerir por dia é mais próxima de:
Dado: massa molar do aspartame = 294 g/mol
1. (ENEM) No Japão, um movimento nacional a) 1,3·10–4.
para a promoção da luta contra o aquecimen- b) 9,5·10–3.
to global leva o slogan: 1 pessoa, 1 dia, 1 kg c) 4·10–2.
de CO2 a menos! A ideia é cada pessoa redu- d) 2, 6.
zir em 1 kg a quantidade de CO2 emitida todo e) 823.
dia, por meio de pequenos gestos ecológicos,
como diminuir a queima de gás de cozinha. 3. (ENEM) Todos os organismos necessitam de
Um hambúrguer ecológico? É pra já! Disponível em: http:// água e grande parte deles vive em rios, la-
lqes.iqm.unicamp.br. Acesso em: 24 fev. 2012 (adaptado). gos e oceanos. Os processos biológicos, como
respiração e fotossíntese, exercem profunda
Considerando um processo de combustão influência na química das águas naturais em
completa de um gás de cozinha composto ex- todo o planeta. O oxigênio é ator dominan-
clusivamente por butano (C4H10), a mínima te na química e na bioquímica da hidrosfe-
quantidade desse gás que um japonês deve ra. Devido a sua baixa solubilidade em água
deixar de queimar para atender à meta diá- (9,0 mg/ℓ a 20°C) a disponibilidade de oxi-
ria, apenas com esse gesto, é de: gênio nos ecossistemas aquáticos estabelece
Dados: CO2 (44 g/mol); C4H10 (58 g/mol) o limite entre a vida aeróbica e anaeróbica.
a) 0,25 kg. Nesse contexto, um parâmetro chamado De-
b) 0,33 kg. manda Bioquímica de Oxigênio (DBO) foi de-
c) 1,0 kg. finido para medir a quantidade de matéria
d) 1,3 kg. orgânica presente em um sistema hídrico. A
e) 3,0 kg. DBO corresponde à massa de O2 em miligra-
mas necessária para realizar a oxidação total
2. (ENEM) Aspartame é um edulcorante artifi- do carbono orgânico em um litro de água.
cial (adoçante dietético) que apresenta po- BAIRD, C. Química Ambiental. Ed.
tencial adoçante 200 vezes maior que o açú- Bookman, 2005 (adaptado).
car comum, permitindo seu uso em pequenas
quantidades. Muito usado pela indústria ali- Dados: Massas molares em g/mol: C = 12;
mentícia, principalmente nos refrigerantes H = 1; O = 16.
diet, tem valor energético que corresponde Suponha que 10 mg de açúcar (fórmula mí-
a 4 calorias/grama. É contraindicado a porta- nima CH2O e massa molar igual a 30 g/mol)
dores de fenilcetonúria, uma doença genéti- são dissolvidos em um litro de água; em
ca rara que provoca o acúmulo da fenilalani- quanto a DBO será aumentada?
na no organismo, causando retardo mental. O a) 0,4mg de O2/litro.
IDA (índice diário aceitável) desse adoçante b) 1,7mg de O2/litro.
é 40 mg/kg de massa corpórea. c) 2,7mg de O2/litro.
Disponível em: http://boaspraticasfarmaceuticas.
d) 9,4mg de O2/litro.
blogspot.com. Acesso em: 27 fev. 2012. e) 10,7mg de O2/litro.

4. (ENEM) Devido ao seu alto teor de sais, a água do mar é imprópria para o consumo humano e para
a maioria dos usos da água doce. No entanto, para a indústria, a água do mar é de grande interesse,
uma vez que os sais presentes podem servir de matérias-primas importantes para diversos processos.
Nesse contexto, devido a sua simplicidade e ao seu baixo potencial de impacto ambiental, o método
da precipitação fracionada tem sido utilizado para a obtenção dos sais presentes na água do mar.
Tabela 1: Solubilidade em água de alguns compostos presentes na água do mar a 25ºC

SOLUTO: FÓRMULA SOLUBILIDADE g/kg de H2O


Brometo de sódio NaBr 1,20 · 103
Carbonato de cálcio CaCO3 1,30 · 10-2
Cloreto de sódio NaCℓ 3,60 · 102
Cloreto de magnésio MgCℓ2 5,41 · 102
Sulfato de magnésio MgSO4 3,60 · 102
Sulfato de cálcio CaSO4 6,80 · 10-1
PILOMBO, L. R. M.; MARCONDES, M.E.R.; GEPEC. Grupo de pesquisa em Educação Química. Química
e Sobrevivência: Hidrosfera Fonte de Materiais. São Paulo: EDUSP, 2005 (adaptado).

389
Suponha que uma indústria objetiva separar determinados sais de uma amostra de água do mar a
25°C, por meio da precipitação fracionada. Se essa amostra contiver somente os sais destacados
na tabela, a seguinte ordem de precipitação será verificada:
a) Carbonato de cálcio, sulfato de cálcio, cloreto de sódio e sulfato de magnésio, cloreto de magnésio e,
por último, brometo de sódio.
b) Brometo de sódio, cloreto de magnésio, cloreto de sódio e sulfato de magnésio, sulfato de cálcio e, por
último, carbonato de cálcio.
c) Cloreto de magnésio, sulfato de magnésio e cloreto de sódio, sulfato de cálcio, carbonato de cálcio e,
por último, brometo de sódio.
d) Brometo de sódio, carbonato de cálcio, sulfato de cálcio, cloreto de sódio e sulfato de magnésio e, por
último, cloreto de magnésio.
e) Cloreto de sódio, sulfato de magnésio, carbonato de cálcio, sulfato de cálcio, cloreto de magnésio e, por
último, brometo de sódio.

RAIO X
1. A partir da equação da combustão completa do butano, vem:
C4H10 (g) + 6,5O2 (g) → 4CO2 (g) + 5H2O( )
58 g 4 × 44 g
mC4H10 1 kg
m=
C4H10 = 0,33 kg
0,3295

2. De acordo com o enunciado o IDA (índice diário aceitável) desse adoçante é 40 mg/kg de massa corpórea:
1 kg (massa corporal) 40 mg (aspartame)
70 kg (massa corporal) maspartame
= 2800
maspartame =mg 2,8 g

294 g 1 mol (aspartame)


2,8 g naspartame

= 9,5 × 10−3 mol


naspartame

3. CH2O + O2 → CO2 + H2O


30 g — 32 g
10 mg — m
m = 10,67 mg = 10,7 mg
Teremos 10,7mg de O2/litro.
4. De acordo com os valores de solubilidade fornecidos na tabela, teremos:
1,20 · 103(NaBr) > 5,41 · 102(MgCℓ2) > 3,60 · 102(NaCℓ e MgSO4) > 6,80 · 10-1(CaSO4) > 1,30 · 10-2(CaCO3).
Os sais com menor solubilidade precipitarão antes, ou seja, carbonato de cálcio, sulfato de cálcio,
cloreto de sódio e sulfato de magnésio, cloreto de magnésio e, por último, brometo de sódio.

GABARITO
1. B 2. B 3. E 4. A

390
Prescrição: Para resolver os exercícios, você deve ter o conhecimento sobre reagentes limitantes
e em excesso nas equações de estequiométricas, pureza de reagente, rendimento de reações, con-
centração de soluções e solubilidade dos sais.

PRÁTICA DOS
CONHECIMENTOS - E.O.
1. (ENEM) O flúor é usado de forma ampla na prevenção de cáries. Por reagir com a hidroxiapatita
[Ca10(PO4)6(OH)2] presente nos esmaltes dos dentes, o flúor forma a fluorapatita [Ca10(PO4)6F2] um
mineral mais resistente ao ataque ácido decorrente da ação de bactérias específicas presentes nos
açúcares das placas que aderem aos dentes.
Disponível em: http://www.odontologia.com.br. Acesso em: 27 jul. 2010 (adaptado).

A reação de dissolução da hidroxiapatita é:

[Ca10(PO4)6(OH)2](s) + 8H+(aq)→10Ca2+(aq) + 6HPO42-(aq)+ 2H2O(l)

Dados: Massas molares em g/mol — [Ca10(PO4)6 (OH)2] = 1004; HPO42- = 96; Ca = 40.
Supondo-se que o esmalte dentário seja constituído exclusivamente por hidroxiapatita, o ataque
ácido que dissolve completamente 1 mg desse material ocasiona a formação de, aproximadamente:
a) 0,14 mg de íons totais.
b) 0,40 mg de íons totais.
c) 0,58 mg de íons totais.
d) 0,97 mg de íons totais.
e) 1,01 mg de íons totais.

2. (ENEM) Os oceanos absorvem aproximadamente um terço das emissões de CO2 procedentes de ati-
vidades humanas, como a queima de combustíveis fósseis e as queimadas. O CO2 combina-se com
as águas dos oceanos, provocando uma alteração importante em suas propriedades. Pesquisas com
vários organismos marinhos revelam que essa alteração nos oceanos afeta uma série de processos
biológicos necessários para o desenvolvimento e a sobrevivência de várias espécies da vida marinha.
A alteração a que se refere o texto diz respeito ao aumento:
a) da acidez das águas dos oceanos.
b) do estoque de pescado nos oceanos.
c) da temperatura média dos oceanos.
d) do nível das águas dos oceanos.
e) da salinização das águas dos oceanos.

3. (ENEM) A composição média de uma bateria automotiva esgotada é de aproximadamente 32% Pb,
3% PbO, 17% PbO2 e 36% PbSO4. A média de massa da pasta residual de uma bateria usada é de 6kg,
onde 19% é PbO2, 60% PbSO4 e 21% Pb. Entre todos os compostos de chumbo presentes na pasta,
o que mais preocupa é o sulfato de chumbo (II), pois nos processos pirometalúrgicos, em que os
compostos de chumbo (placas das baterias) são fundidos, há a conversão de sulfato em dióxido de
enxofre, gás muito poluente.
Para reduzir o problema das emissões de SO2(g), a indústria pode utilizar uma planta mista, ou seja, uti-
lizar o processo hidrometalúrgico, para a dessulfuração antes da fusão do composto de chumbo. Nesse
caso, a redução de sulfato presente no PbSO4 é feita via lixiviação com solução de carbonato de sódio
(Na2CO3) 1M a 45°C, em que se obtém o carbonato de chumbo (II) com rendimento de 91%. Após esse
processo, o material segue para a fundição para obter o chumbo metálico.

PbSO4 + Na2CO3 → PbCO3 + Na2SO4

391
Dados: Massas Molares em g/mol Pb = 207; S = 32; Na = 23; O = 16; C = 12
ARAÚJO, R.V.V.; TINDADE, R.B.E.; SOARES, P.S.M. Reciclagem de chumbo de bateria automotiva: estudo
de caso. Disponível em: http://www.iqsc.usp.br. Acesso em: 17 abr. 2010 (adaptado).

Segundo as condições do processo apresentado para a obtenção de carbonato de chumbo (II) por
meio da lixiviaçao por carbonato de sódio e considerando uma massa de pasta residual de uma
bateria de 6 kg, qual quantidade aproximada, em quilogramas, de PbCO3 é obtida?
a) 1,7 kg.
b) 1,9 kg.
c) 2,9 kg.
d) 3,3 kg.
e) 3,6 kg.

4. (ENEM) Fator da emissão (carbon footprint) é um termo utilizado para expressar a quantidade de
gases que contribuem para o aquecimento global, emitidos por uma fonte ou processo industrial
específico. Pode-se pensar na quantidade de gases emitidos por uma indústria, uma cidade ou
mesmo por uma pessoa. Para o gás CO2, a relação pode ser escrita:
Fator de emissão de CO2 = Massa de CO2 emitida/Quantidade de material
O termo “quantidade de material” pode ser, por exemplo, a massa de material produzido em uma
indústria ou a quantidade de gasolina consumida por um carro em um determinado período.
No caso da produção do cimento, o primeiro passo é a obtenção do óxido de cálcio, a partir do
aquecimento do calcário a altas temperaturas, de acordo com a reação:

CaCO3(s) → CaO(s) + CO2(g)

Uma vez processada essa reação, outros compostos inorgânicos são adicionados ao óxido de cálcio,
tendo o cimento formado 62% de CaO em sua composição.
Dados: Massas molares em g/mol – CO2 = 44; CaCO3 = 100; CaO = 56.
TREPTOW, R.S. Journal of Chemical Education. v. 87 nº 2, fev. 2010 (adaptado).

Considerando as informações apresentadas no texto, qual é, aproximadamente, o fator de emissão


de CO2 quando 1 tonelada de cimento for produzida, levando-se em consideração apenas a etapa
de obtenção do óxido de cálcio?
a) 4,9 · 10-4.
b) 7,9 · 10-4.
c) 3,8 · 10-1.
d) 4,9 · 10-1.
e) 7,9 · 10-1.

5. (ENEM) As mobilizações para promover um planeta melhor para as futuras gerações são cada vez
mais frequentes. A maior parte dos meios de transporte de massa é atualmente movida pela quei-
ma de um combustível fóssil. A título de exemplificação do ônus causado por essa prática, basta
saber que um carro produz, em média, cerca de 200 g de dióxido de carbono por km percorrido.
Revista Aquecimento Global. Ano 2, nº 8. Publicação do Instituto Brasileiro de Cultura Ltda.

Um dos principais constituintes da gasolina é o octano (C8H18). Por meio da combustão do octano
é possível a liberação de energia, permitindo que o carro entre em movimento. A equação que re-
presenta a reação química desse processo demonstra que:
a) no processo há liberaçao de oxigênio, sob a forma de O2.
b) o coeficiente estequiométrico para a água é de 8 para 1 do octano.
c) no processo há consumo de água, para que haja liberação de energia.
d) o coeficiente estequiométrico para o oxigênio é de 12,5 para 1 do octano.
e) o coeficiente estequiométrico para o gás carbônico é de 9 para 1 do octano.

6. (ENEM) A eutrofização é um processo em que rios, lagos e mares adquirem níveis altos de nu-
trientes, especialmente fosfatos e nitratos, provocando posterior acúmulo de matéria orgânica em
decomposição. Os nutrientes são assimilados pelos produtores primários e o crescimento desses é
controlado pelo nutriente limítrofe, que é o elemento menos disponível em relação à abundância
necessária à sobrevivência dos organismos vivos. O ciclo representado na figura seguinte reflete a
dinâmica dos nutrientes em um lago.

392
A análise da água de um lago que recebe a descarga de águas residuais provenientes de lavouras
adubadas revelou as concentrações dos elementos carbono (21,2 mol/L), nitrogênio (1,2 mol/L) e
fósforo (0,2 mol/L). Nessas condições, o nutriente limítrofe é o:
a) C.
b) N.
c) P.
d) CO2.
e) PO4.

7. (ENEM) “Dê-me um navio cheio de ferro e eu lhe darei uma era glacial”, disse o cientista John
Martin (1935-1993), dos Estados Unidos, a respeito de uma proposta de intervenção ambiental
para resolver a elevação da temperatura global; o americano foi recebido com muito ceticismo. O
pesquisador notou que mares com grande concentração de ferro apresentavam mais fitoplâncton e
que essas algas eram capazes de absorver elevadas concentrações de dióxido de carbono da atmos-
fera. Esta incorporação de gás carbônico e de água (H2O) pelas algas ocorre por meio do processo de
fotossíntese, que resulta na produção de matéria orgânica empregada na constituição da biomassa
e na liberação de gás oxigênio (O2). Para essa proposta funcionar, o carbono absorvido deveria ser
mantido no fundo do mar, mas como a maioria do fitoplâncton faz parte da cadeia alimentar de
organismos marinhos, ao ser decomposto devolve CO2 à atmosfera.
Os sete planos para salvar o mundo. Galileu, n. 214, maio 2009. (com adaptações).

Considerando que a ideia do cientista John Martin é viável e eficiente e que todo o gás carbônico
absorvido (CO2, de massa molar igual a 44 g/mol) transforma-se em biomassa fitoplanctônica (cuja
densidade populacional de 100 g/m2 é representada por C6H12O6, de massa molar igual a 180 g/
mol), um aumento de 10 km2 na área de distribuição das algas resultaria na:
a) emissão de 4,09 · 106 kg de gás carbônico para a atmosfera, bem como no consumo de toneladas de
gás oxigênio da atmosfera.
b) retirada de 1,47 · 106 kg de gás carbônico da atmosfera, além da emissão direta de toneladas de gás
oxigênio para a atmosfera.
c) retirada de 1,00 · 106 kg de gás carbônico da atmosfera, bem como na emissão direta de toneladas de
gás oxigênio das algas para a atmosfera.
d) retirada de 6,82 · 105 kg de gás carbônico da atmosfera, além do consumo de toneladas de gás oxigê-
nio da atmosfera para a biomassa fitoplanctônica.
e) emissão de 2,44 · 105 kg de gás carbônico para a atmosfera, bem como na emissão direta de milhares
de toneladas de gás oxigênio para a atmosfera a partir das algas.

393
8. (ENEM) Os exageros do final de semana po- 5H2O2(aq) + 2KMnO4(aq) + 3H2SO4(aq) →
dem levar o indivíduo a um quadro de azia. → 5O2(g) + 2MnSO4(aq) + K2SO4(aq) + 8H2O(ℓ)
A azia pode ser descrita como uma sensação
de queimação no esôfago, provocada pelo ROCHA-FILHO, R. C. R.; SILVA, R. R. Introdução aos
Cálculos da Química. São Paulo: McGraw-Hill, 1992.
desbalanceamento do pH estomacal (excesso
de ácido clorídrico). Um dos antiácidos co- De acordo com a estequiometria da reação
mumente empregados no combate à azia é o descrita, a quantidade de permanganato de
leite de magnésia. potássio necessária para reagir completamen-
O leite de magnésia possui 64,8 g de hidróxi- te com 20,0 mL de uma solução 0,1 mol/L de
do de magnésio (Mg(OH)2) por litro da solu- peróxido de hidrogênio é igual a:
ção. Qual a quantidade de ácido neutralizado a) 2,0 . 100 mol.
ao se ingerir 9 mL de leite de magnésia? b) 2,0 . 10-3 mol.
Dados: Massas molares (em g mol-1): Mg = 24,3; c) 8,0 . 10-1 mol.
Cℓ = 35,4; O = 16; H = 1. d) 8,0 . 10-4 mol.
a) 20 mol. e) 5,0 . 10-3 mol.
b) 0,58 mol.
c) 0,2 mol.
d) 0,02 mol. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
e) 0,01 mol. No Brasil, mais de 66 milhões de pessoas be-
neficiam-se hoje do abastecimento de água
9. (ENEM) Ao colocar um pouco de açúcar na fluoretada, medida que vem reduzindo, em
água e mexer até a obtenção de uma só fase, cerca de 50%, a incidência de cáries. Ocorre,
prepara-se uma solução. O mesmo aconte- entretanto, que profissionais da saúde mui-
ce ao se adicionar um pouquinho de sal à tas vezes prescrevam flúor oral ou comple-
água e misturar bem. Uma substância capaz xos vitamínicos com flúor para crianças ou
de dissolver o soluto é denominada solvente; gestantes, levando à ingestão exagerada da
por exemplo, a água é um solvente para o substância. O mesmo ocorre com o uso abu-
açúcar, para o sal e para várias outras subs- sivo de algumas marcas de água mineral que
tâncias. A figura a seguir ilustra essa citação. contêm flúor. O excesso de flúor – fluorose
– nos dentes pode ocasionar desde efeitos
estáticos até defeitos estruturais graves.
Foram registrados casos de fluorose tanto
em cidades com água fluoretada pelos pode-
res públicos como em outras abastecidas por
lençóis freáticos que naturalmente contêm
flúor.
(Adaptado da Revista da Associação Paulista de Cirurgiões
Dentistas - APCD, vol. 53, n. 1, jan./fev. 1999.)

Suponha que uma pessoa, para adoçar seu 11. (ENEM) Determinada Estação trata cerca de
cafezinho, tenha utilizado 3,42g de sacarose 30.000 litros de água por segundo. Para evi-
(massa molar igual a 342 g/mol) para uma tar riscos de fluorose, a concentração máxi-
xícara de 50 mℓ do líquido. Qual é a con- ma de fluoretos nessa água não deve exceder
centração final, em mol/ℓ, de sacarose nesse cerca de 1,5 miligrama por litro de água.
cafezinho? A quantidade máxima dessa espécie quími-
a) 0,02. ca que pode ser utilizada com segurança, no
b) 0,2.
volume de água tratada em uma hora, nessa
c) 2.
Estação, é:
d) 200.
a) 1,5 kg.
e) 2000.
b) 4,5 kg.
c) 96 kg.
10. (ENEM) O peróxido de hidrogênio é comu- d) 124 kg.
mente utilizado como antisséptico e alvejan- e) 162 kg.
te. Também pode ser empregado em traba-
lhos de restauração de quadros enegrecidos 12. (ENEM) A varfarina é um fármaco que di-
e no clareamento de dentes. Na presença de minui a agregação plaquetária, e por isso
soluções ácidas de oxidantes, como o per- é utilizada como anticoagulante, desde que
manganato de potássio, este óxido decom- esteja presente no plasma, com uma con-
põe-se, conforme a equação a seguir: centração superior a 1,0 mg/L. Entretanto,

394
concentrações plasmáticas superiores a A substituição do diesel usado nos anos 1980
4,0 mg/L podem desencadear hemorragias. por aquele difundido em 2012 permitiu uma
As moléculas desse fármaco ficam retidas no redução percentual de emissão de:
espaço intravascular e dissolvidas exclusi- a) 86,2%.
vamente no plasma, que representa aproxi- b) 96,2%.
madamente 60% do sangue em volume. Em c) 97,2%.
um medicamento, a varfarina é administra- d) 99,6%.
da por via intravenosa na forma de solução e) 99,9%.
aquosa, com concentração de 3,0 mg/mL. Um
indivíduo adulto, com volume sanguíneo to- 15. (ENEM) A hidroponia pode ser definida
tal de 5,0 L, será submetido a um tratamento
como uma técnica de produção de vegetais
com solução injetável desse medicamento.
sem necessariamente a presença de solo.
Qual é o máximo volume da solução do me-
Uma das formas de implementação é man-
dicamento que pode ser administrado a esse
ter as plantas com suas raízes suspensas em
indivíduo, pela via intravenosa, de maneira
meio líquido, de onde retiram os nutrientes
que não ocorram hemorragias causadas pelo
essenciais. Suponha que um produtor de rú-
anticoagulente?
cula hidropônica precise ajustar a concentra-
a) 1,0 mL.
b) 1,7 mL. ção de íon nitrato (NO3–) para 0,009 mol/L
c) 2,7 mL. em um tanque de 5.000 litros e, para tanto,
d) 4,0 mL. tem em mãos uma solução comercial nutriti-
e) 6,7 mL. va de nitrato de cálcio 90 g/L.
As massas molares dos elementos N, O e Ca
13. (ENEM) O álcool comercial (solução de eta- são iguais a 14 g/mol, 16 g/mol e 40 g/mol,
nol) é vendido na concentração de 96% em respectivamente.
volume. Entretanto, para que possa ser uti- Qual o valor mais próximo do volume da so-
lizado como desinfetante, deve-se usar uma lução nutritiva, em litros, que o produtor
solução alcoólica na concentração de 70% em deve adicionar ao tanque?
volume. Suponha que um hospital recebeu a) 26
como doação um lote de 1000 litros de ál- b) 41
cool comercial a 96% em volume, e pretende c) 45
trocá-lo por um lote de álcool desinfetante. d) 51
Para que a quantidade total de etanol seja a e) 82
mesma nos dois lotes, o volume de álcool a
70% fornecido na troca deve ser mais pró-
ximo de:
a) 1042 L.
b) 1371 L.
c) 1428 L.
d) 1632 L.
e) 1700 L.

14. (ENEM) Diesel é uma mistura de hidrocar-


bonetos que também apresenta enxofre em
sua composição. Esse enxofre é um compo-
nente indesejável, pois o trióxido de enxo-
fre gerado é um dos grandes causadores da
chuva ácida. Nos anos 1980, não havia regu-
lamentação e era utilizado óleo diesel com
13000 ppm de enxofre. Em 2009, o diesel
passou a ter 1800 ppm de enxofre (S1800) e,
em seguida, foi inserido no mercado o diesel
S500 (500 ppm). Em 2012, foi difundido o
diesel S50, com 50 ppm de enxofre em sua
composição. Atualmente, é produzido um
diesel com teores de enxofre ainda menores.
Os Impactos da má qualidade do óleo diesel
brasileiro. Disponível em: www.cnt.org.
br. Acesso em: 20 dez. 2012 (adaptado).

395
GABARITO
1. D 2. A 3. C 4. D 5. D
6. B 7. B 8. D 9. B 10. D
11. E 12. D 13. B 14. D 15. B

396
397
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus
papéis nos processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico.
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização
H4
sustentável da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde
H7
do trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a
instrumentos ou ações científico-tecnológicos.
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, consi-
H8
derando processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar
H9
alterações nesses processos.
Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produ-
H10
tivos ou sociais.
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos
H11
biotecnológicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.

Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacio-
nando conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente,
H14
sexualidade, entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como
H17
texto discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social,
H19
econômica ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e(ou) do eletro-
H21
magnetismo.
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou
H22
em suas implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais
H23
e/ou econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas

Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua
H25
obtenção ou produção.
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transfor-
H26
mações químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções
científicotecnológicas.
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em
H28
especial em ambientes brasileiros.
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias
H29
primas ou produtos industriais.
H30 Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e a implementação da saúde individual, coletiva
ou do ambiente.
Aulas 11 e 12

Competências 3, 5, 6 e 7
Habilidades 10, 18, 21 e 24

BREVIÁRIO
Cálculo do pH e pOH

O potencial hidrogeniônico (pH) é o cologaritmo da concentração hidrogeniônica:

pH = colog [H+] = –log [H+]

O potencial hidroxiliônico (pOH) é o cologaritmo da concentração hidroxiliônica:

pOH = colog [OH–] = –log [OH–]

pH e pOH de soluções

1. Solução neutra

a 25 °C, Kw = [H+] · [OH-] = 10–14


[H+] = [OH–] = 10–7 mol/L
pH = pOH = 7
pH + pOH = 14

2. Solução ácida

a 25 °C, [H+] > 10–7 ⇒ pH < 7


[OH–] < 10-7 ⇒ pOH > 7

3. Solução básica

a 25 °C, [H+] < 10–7 ⇒ pH > 7


[OH–] > 10–7 ⇒ pOH < 7

DESLOCAMENTO DE EQUILÍBRIO
Se um sistema está em equilíbrio, a velocidade da reação direta é igual à velocidade da reação inversa e as con-
centrações em mol/L de todos os participantes permanecem constantes.
Se, sobre esse equilíbrio, não ocorrer a ação de nenhum agente externo, ele tende a permanecer nessa situ-
ação indefinidamente. Porém, se for exercida uma ação externa sobre esse equilíbrio, ele tende a reagir de maneira
a minimizar os efeitos dessa ação.
Esse é o princípio de Le Chatelier (1884).
Os fatores que podem afetar a condição de equilíbrio de um sistema são:

399
Concentração
Considere o seguinte equilíbrio:

C(s) + CO2(g) → 2CO(g)

Ele vai servir de exemplo para este estudo. Vamos analisar seu comportamento em três situações.
1. Adição de CO2
Se forem adicionados CO2 ao equilíbrio, imediatamente ocorre um aumento na concentração desse compos-
to, que vai acarretar aumento do número de choques entre o C e o CO2. Isso favorece a formação de CO, ou
seja, o equilíbrio desloca-se para o lado direito (→).
Outra maneira de entender o deslocamento desse equilíbrio seria por meio de uma análise da expressão
do Kc.
[CO]2
Kc = ____
[CO2]
Ao introduzir CO2 no equilíbrio, sua concentração vai aumentar; como a constante Kc não varia, a concen-
tração do CO também deve aumentar para manter a igualdade matemática.

2. Adição de CO
Se for adicionado CO ao equilíbrio, imediatamente vai ocorrer aumento na concentração desse composto.
Com isso, uma parte desse CO será transformando em CO2 e em C. Nesse caso, o equilíbrio desloca-se para
a esquerda (←).

3. Remoção de CO
Se parte do CO presente no equilíbrio for retirada, imediatamente vai ocorrer diminuição na concentração
desse composto, consequentemente, a velocidade da reação inversa diminui. Logo, a velocidade da reação
direta será maior e favorecerá a formação de CO, ou seja, o equilíbrio desloca-se para a direita (→).
Outra maneira de entender o deslocamento desse equilíbrio é analisar a expressão do Kc.
[CO]2
Kc = ____
[CO2]
Observe que, se a [CO] diminuir, a única forma de manter a igualdade é diminuir a de [CO2].
Importante: a adição de sólidos não altera o equilíbrio químico. Em outras palavras, diz-se que a adição de
sólidos não desloca o equilíbrio.

Pressão
Aumento da pressão desloca o equilíbrio para o lado com menor volume gasoso (menor número de moléculas
gasosas). Diminuição da pressão desloca o equilíbrio para o lado com maior volume gasoso (maior número de
moléculas gasosas).
Observe que a variação na pressão só afeta sistemas com pelo menos um componente (reagente ou pro-
duto) gasoso.
Considere este equilíbrio:

CaCO3(s) → CaO(s) + CO2 (g)

400
Aumentar a pressão vai deslocar o equilíbrio para a esquerda, o lado com menor volume gasoso – de fato,
o volume é igual a zero, uma vez que os reagentes são sólidos.
Se um gás inerte – um gás que não reage – for adicionado a um sistema em equilíbrio, ocorrerá aumento
da pressão total do sistema. No entanto, como não há variação da concentração nem das pressões parciais de cada
gás componente do equilíbrio, a adição do gás inerte não vai provocar deslocamento de equilíbrio.

Temperatura
Aumento da temperatura favorece a reação que absorve calor, ou seja, desloca o equilíbrio para o sentido endo-
térmico. Diminuição da temperatura favorece a reação que libera calor, ou seja, desloca o equilíbrio para o sentido
exotérmico.
Vale ressaltar que o uso de catalisadores não desloca o equilíbrio das reações, uma vez que estes servem
apenas para diminuir a energia de ativação de uma reação, ou seja, aceleram reações químicas. É muito comum
presenciar situações em que há a diminuição do volume em algumas equações; para isso, deve-se seguir a seguinte
lógica: quanto menos volume, mais concentrado será o composto em questão.

Exemplo
1. N2 (g) + 3H2 (g) → 2NH3 (g) ∆H < 0
A reação direta (→) é exotérmica (H < 0).
Portanto:
§ o aumento da temperatura desloca o equilíbrio no sentido da reação endotérmica (para a esquerda); e
§ a diminuição da temperatura desloca o equilíbrio no sentido da reação exotérmica (para a direita).

Efeito de catalisador

Catalisadores são substâncias que aumentam a velocidade das reações químicas graças à diminuição da
energia de ativação. Numa situação de equilíbrio, a diminuição da energia de ativação produzida pelo cata-
lisador tem o mesmo valor para a reação direta e para a inversa.
Como o aumento de velocidade da reação produzido pelo catalisador é o mesmo, tanto para a reação direta
como para a inversa, esse aumento não altera o equilíbrio.
Considere a reação genérica:

Da qual teq 1 > teq 2.


Catalisadores não alteram (não deslocam) equilíbrios, apenas fazem com que eles sejam atingidos em me-
nor intervalo de tempo.

401
TERMOQUÍMICA

Processo exotérmico e endotérmico


Todas as reações químicas e todas as mudanças de estado físico liberam ou absorvem calor.
§ Processos exotérmicos → liberam calor (todas as combustões, as dissoluções em água da maioria dos
ácidos etc.)
§ Processos endotérmicos → absorvem calor (síntese do monóxido de nitrogênio, decomposição do car-
bonato de cálcio etc.)

Variação de entalpia (ΔH)


O ∆H corresponde ao calor liberado ou absorvido durante o processo, à pressão constante. O cálculo da variação
da entalpia e dado pela expressão genérica:

∆H = Hfinal – Hinicial

ΔH em reações exotérmicas
Nas reações exotérmicas, como ocorre na liberação de calor, a entalpia dos produtos (HP) é menor do que a ental-
pia dos reagentes (HR). Com isso, conclui-se que:

∆H < 0

Exemplos
Todas as combustões (queimas) são exotérmicas:
§ queima do metano:

CH4(g) + 2O2(g) → CO2(g) + 2H2O(l) + calor


§ queima do carvão:

C(s) + O2(g) → CO2(g) + calor


§ As dissoluções em água da maioria dos ácidos também são exotérmicas:

H2SO4(l) + H2O → H3O+(aq) + HSO4 −

(aq)
+ calor

ΔH em reações endotérmicas
Nas reações endotérmicas, como ocorre na absorção de calor, a entalpia dos produtos (HP) é maior do que a en-
talpia dos reagentes (HR).
∆H > 0

402
Exemplos
§ Síntese do monóxido de nitrogênio:

calor + 1/2N2(g) + 1/2O2(g) → NO(g)

§ Decomposição do carbonato de cálcio:

calor + CaCO3(s) → CaO(s) + CO2(g)

As reações endotérmicas realizam-se exclusivamente mediante absorção de calor do meio ambiente. É


necessário, portanto, aquecer os reagentes para que elas se realizem.

Equação termoquímica
§ Reações endotérmicas (∆H > 0)

reagentes + calor → produtos

Exemplo:

H2O(ℓ) + 68,3 kcal → H2 (g) + O2 (g)

§ Reações exotérmicas (∆H < 0)

reagentes → produtos + calor

Exemplo:

C(s) + O2 (g) → CO2 (g) + 394 kJ

Fatores que influem nas entalpias (ou calores) das reações


1. Quantidade de reagentes e de produtos
A quantidade de calor de um processo (∆H) é diretamente proporcional à quantidade de matéria (mol) de
seus participantes

2. Estado físico dos reagentes


Por convenção, a entalpia padrão de substâncias simples – formadas por um único elemento químico – no
estado físico mais estável é zero (N2, H2, Fe, Mg etc.).

3. Forma alotrópica
Se o elemento formar alótropos – substâncias simples diferentes –, a forma mais estável – menos energé-
tica – tem entalpia zero (O2 e O3, Cgrafite e Cdiamante etc.).

Por que isso acontece?

Porque a estrutura cristalina do diamante é dotada de maior quantidade de entalpia “acumulada” do que a
do grafite. Quando diamante é queimado, essa quantidade adicional de conteúdo de calor é liberada, o que

403
explica o maior ∆H da reação da grafite. Mais uma vez está em funcionamento a contabilidade de energia,
ou balanço energético, exigida pelo princípio da conservação da energia.
Regra geral: a forma alotrópica de entalpia maior é a mais reativa; e a forma alotrópica de entalpia menor
é a mais estável – por isso, mais abundante, se ocorrer na natureza. No exemplo, a grafite é, sem dúvida,
mais estável – e mais abundante na natureza – do que o diamante.
Atualmente, é possível fabricar diamantes sintéticos. Considerando que a entalpia do diamante é muito ele-
vada, sua produção é muito cara, exige altas temperaturas (da ordem de 3,0 mil ºC) e altas pressões (acima
de 100 mil atm). Contudo, existe um tipo de diamante sintético ultracristalino que vem sendo produzido
a uma temperatura menor que 800 ºC, usado para auxiliar no transplante de retinas artificiais em pessoas
que ficam cegas.
Conclusões idênticas valem para as formas alotrópicas de outros elementos químicos. Em razão disso, pode-
-se dizer que:
§ o enxofre rômbico é mais estável (menos reativo) que o monoclínico;
§ o fósforo vermelho é mais estável (menos reativo) que o branco; e
§ o oxigênio (O2) é mais estável (menos reativo) que o ozônio (O3).

4. Temperatura e pressão
Praticamente, a pressão não influi nos calores de reações que compreendem sólidos e líquidos. Mesmo em
reações com gases, a influência da pressão é mínima. Reações perceptíveis são as que ocorrem sob pressões
elevadíssimas (da ordem de 1.000 atm). Em razão disso, não se preocupe com a influência da pressão em
seus cálculos.

DIAGRAMAS ENERGÉTICOS (ENTÁLPICOS)


As transformações físicas ou químicas da matéria são representadas por gráficos, deixando explícito a troca de
energia – ganho ou perda – do sistema. É muito comum que a representação dos reagentes e produtos tragam
seus respectivos coeficientes estequiométricos e seus valores de energia que permitem calcular o ∆H.

1. Reações endotérmicas (∆H > 0)

2. Reações exotérmicas (DH < 0)

404
Lei de Hess
Em 1849, ao efetuar inúmeras medidas dos calores de reação, o químico Germain Henri Hess, verificou que o calor
liberado ou absorvido numa reação química depende apenas dos estados inicial e final da reação; não depende
dos estados intermediários pelos quais a reação passa.
Essa é a lei da aditividade dos calores de reação ou lei de Hess.
De acordo com ela, é possível calcular a variação de entalpia de uma reação pela soma algébrica de equa-
ções químicas cujos ∆H são conhecidos.
Por exemplo, a partir destas equações:
§ C(Graf.) + O2(g) → CO2(g) ∆H = –393 kJ
§ H2(g) + 1/2O2(g) → H2O() ∆H = –285,5 kJ
§ CH2(g) + 2O2(g) → CO2(g) + 2H2O() ∆H = –889,5 kJ

É possível determinar a variação de entalpia da reação de formação do metano, CH4, que não permite me-
didas calorimétricas precisas de seu calor de reação porque é lenta e apresenta reações secundárias.
A soma algébrica das reações dadas deve, portanto, resultar na reação de formação do metano, cujo ∆H
pretende-se determinar:

C(Graf.) + 2H2(g) → CH4(g) ∆H = ?

No entanto, para se obter essa equação, devem-se efetuar estas operações:


§ multiplicar a reação II por 2 para que o número de mol de H2(g) seja igual a 2; consequentemente, o ∆H
também será multiplicado por 2;
§ inverter a reação III para que o CH4(g) passe para o segundo membro da equação. Em razão disso, o ∆H
também terá seu sinal invertido; portanto, se a reação for exotérmica, com o sentido invertido passará a ser
endotérmica e vice-versa; e
§ somar algebricamente as equações e os ∆H.
I. C(Graf.) + O2(g) → CO2(g) ∆H = –393 kJ
II. H2(g) + ½O2(g) → H2O(<) ∆H = –285,5 kJ
III. CH4(g) + 2O2(g) → CO2(g) + 2H2O(<) ∆H = –889,5 kJ

ENERGIA DE LIGAÇÃO
Em todas as reações químicas ocorre quebra das ligações dos reagentes e formação de novas ligações nos produ-
tos. O estudo da variação de energia compreendida nesses processos permite determinar a variação de entalpia
das reações.
Para que ocorra a quebra de ligação dos reagentes, é necessário fornecer energia; logo, estamos
diante de um processo endotérmico.
À medida que se formam ligações entre os produtos, há liberação de energia, ou seja, ocorre um
processo exotérmico.
A energia absorvida na quebra de uma ligação é numericamente igual à energia liberada na sua formação.
No entanto, a energia de ligação é definida para a quebra de ligações.

A — A → A + A ∆H = +x kJ
A + A → A — A ∆H = –x kJ

405
Energia de ligação é a energia absorvida na quebra de 1 mol de ligações, no estado gasoso, a 25 ºC e
1 atm.
A energia de ligação pode ser determinada experimentalmente.
Nesta tabela estão relacionadas as energias de algumas ligações.

Energias de ligação (kcal/mol) medidas a 25 ºC

N—N 39 C—C 85,5

N=N 100 C = O (no CO2) 192,0

N;N 225,8 C—S 65

C—C 82,6 C=S 128

C=C 145,8 N—H 93,4

C;C 199,6 P—H 76

C—N 72,8 C—H 98,8

C=N 147 O—H 110,6

C;N 212,6 S—H 83

Para se determinar o ∆H de uma reação a partir dos valores de energia de ligação, é necessário considerar:
§ que todas as ligações dos reagentes são rompidas e determinar a quantidade de energia consumida nesse
processo; e
§ que as ligações dos produtos foram todas formadas a partir de átomos isolados e determinar a quantidade
de energia liberada nesse processo.
∆H será correspondente à soma algébrica das energias compreendidas nos dois processos, o de ruptura e
o de formação de ligações.
É importante salientar que esse método fornece valores aproximados de ∆H. Esse método é muito útil na
previsão da ordem de grandeza da variação de entalpia de uma reação.

406
APLICAÇÃO DOS b) foi realizada, pois o caráter ácido da cal vir-
gem promove o deslocamento do equilíbrio

CONHECIMENTOS - SALA descrito para a esquerda, em decorrência da


redução de pH do meio.
c) não foi realizada, pois o caráter ácido da cal
1. (ENEM) Decisão de asfaltamento da rodo-
virgem promove o deslocamento do equilí-
via MG-010, acompanhada da introdução de
brio descrito para a direita, em decorrência
espécies exóticas, e a prática de incêndios
da redução de pH do meio.
criminosos ameaçam o sofisticado ecossiste-
d) não foi realizada, pois o caráter básico da cal
ma do campo rupestre da reserva da Serra do
Espinhaço. As plantas nativas desta região, virgem promove o deslocamento do equilí-
altamente adaptadas a uma alta concentra- brio descrito para a esquerda, em decorrên-
ção de alumínio, que inibe o crescimento das cia da elevação de pH do meio.
raízes e dificulta a absorção de nutrientes e) não foi realizada, pois o caráter neutro da
e água, estão sendo substituídas por espé- cal virgem promove o deslocamento do equi-
cies invasoras que não teriam naturalmente líbrio descrito para a esquerda, em decorrên-
adaptação para este ambiente; no entanto, cia da manutenção de pH do meio.
elas estão dominando as margens da rodo-
via, equivocadamente chamada de “estrada 3. (ENEM) O abastecimento de nossas necessi-
ecológica”. Possivelmente, a entrada de es- dades energéticas futuras dependerá certa-
pécies de plantas exóticas neste ambiente
mente do desenvolvimento de tecnologias
foi provocada pelo uso, neste empreendi-
mento, de um tipo de asfalto (cimento-solo) para aproveitar a energia solar com maior
que possui uma mistura rica em cálcio, que eficiência. A energia solar é a maior fonte
causou modificações químicas aos solos adja- de energia mundial. Num dia ensolarado,
centes à rodovia MG-010. por exemplo, aproximadamente 1 kJ de
Scientific American Brasil. Ano 7, n.° 79, 2008 (adaptado). energia solar atinge cada metro quadrado da
superfície terrestre por segundo. No entan-
Essa afirmação baseia-se no uso de cimento-
to, o aproveitamento dessa energia é difícil
-solo, mistura rica em cálcio que:
porque ela é diluída (distribuída por uma
a) inibe a toxicidade do alumínio, elevando o
área muito extensa) e oscila com o horário
pH dessas áreas.
e as condições climáticas. O uso efetivo da
b) inibe a toxicidade do alumínio, reduzindo o
energia solar depende de formas de estocar
pH dessas áreas.
a energia coletada para uso posterior.
c) aumenta a toxicidade do alumínio, elevando
BROWN, T. Química, a ciência central. São
o pH dessas áreas. Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
d) aumenta a toxicidade do alumínio, reduzin-
do o pH dessas áreas. Atualmente, uma das formas de se utilizar a
e) neutraliza a toxicidade do alumínio, redu- energia solar tem sido armazená-la por meio
zindo o pH dessas áreas. de processos químicos endotérmicos que
mais tarde podem ser revertidos para liberar
2. (ENEM) O pH do solo pode variar em uma calor. Considerando a reação:
faixa significativa devido a várias causas.
Por exemplo, o solo de áreas com chuvas es- CH4(g) + H2O(v) + calor  CO(g) + 3H2(g)
cassas, mas com concentrações elevadas do e analisando-a como potencial mecanismo
sal solúvel carbonato de sódio (Na2CO3) tor- para o aproveitamento posterior da energia
na-se básico devido à reação de hidrólise do solar, conclui-se que se trata de uma estra-
íon carbonato, segundo o equilíbrio: tégia:
CO32-(aq) + H2O()  HCO-3(aq) + OH-(aq) a) insatisfatória, pois a reação apresentada não
permite que a energia presente no meio ex-
Esses tipos de solo são alcalinos demais para terno seja absorvida pelo sistema para ser
fins agrícolas e devem ser remediados pela utilizada posteriormente.
utilização de aditivos químicos. b) insatisfatória, uma vez que há formação de
BAIRD, C. Química ambiental. São Paulo: gases poluentes e com potencial poder ex-
Artmed, 1995 (adaptado).
plosivo, tornando-a uma reação perigosa e
Suponha que, para remediar uma amostra de difícil controle.
desse tipo de solo, um técnico tenha utiliza- c) insatisfatória, uma vez que há formação de
do como aditivo a cal virgem. Nesse caso, a gás CO que não possui conteúdo energético
remediação: passível de ser aproveitado posteriormente e
a) foi realizada, pois o caráter básico da cal vir- é considerado um gás poluente.
gem promove o deslocamento do equilíbrio d) satisfatória, uma vez que a reação direta ocor-
descrito para a direita, em decorrência da re com absorção de calor e promove a forma-
elevação de pH do meio. ção das substâncias combustíveis que poderão

407
ser utilizadas posteriormente para obtenção ocorre com absorção de calor e promove a
de energia e realização de trabalho útil. formação das substâncias combustíveis que
e) satisfatória, uma vez que a reação direta poderão ser utilizadas posteriormente para
ocorre com liberação de calor havendo ain- obtenção de energia e realização de trabalho
da a formação das substâncias combustíveis útil.
que poderão ser utilizadas posteriormente 4. Reações de combustão:
para obtenção de energia e realização de 15
trabalho útil. 1C6H6 + O2 → 6CO2 + 3H2O ∆hC =
−3268 kJ
2
1C2H5 OH + 3O2 → 2CO2 + 3H2O ∆hC =
−1368 kJ
4. (ENEM) Um dos problemas dos combustíveis 1C6H12O6 + 6O2 → 6CO2 + 6H2O ∆hC =
−2808 kJ
que contêm carbono é que sua queima pro- 1CH4 + 2O2 → 1CO2 + 2H2O ∆hC =
−890 kJ
duz dióxido de carbono. Portanto, uma ca-
25
racterística importante, ao se escolher um 1C8H18 + O2 → 8CO2 + 9H2O ∆hC =
−5471 kJ
2
combustível, é analisar seu calor de combus-
tão (∆hc0), definido como a energia liberada Para uma mesma quantidade de energia li-
na queima completa de um mol de combus- berada (1000 kJ), teremos:
tível no estado padrão. O quadro seguinte 1C6H6 +
15
O2 → 6CO2 + 3H2O ∆hC =
−3268 kJ
2
relaciona algumas substâncias que contêm 6 mols 3268 kJ (liberados)
carbono e seu (∆Hc0). x mols 1000 kJ (liberados)
x ≈ 1,84 mol
Substância Fórmula ∆Hc0 (kJ/mol)
1C2H5 OH + 3O2 → 2CO2 + 3H2O ∆hC =
−1368 kJ
benzeno C6H6() –3268
2 mols 1368 kJ (liberados)
etanol C2H5OH() –1368 y mols 1000 kJ (liberados)
y ≈ 1,46 mol
glicose C6H12OH6(s) –2808
metano CH4(g) –890 1C6H12O6 + 6O2 → 6CO2 + 6H2O ∆hC =
−2808 kJ
octano C8H18() –5471 6 mols 2808 kJ (liberados)
z mols 1000 kJ (liberados)
z ≈ 2,14 mol
Neste contexto, qual dos combustíveis, quan-
do queimado completamente, libera mais di-
1CH4 + 2O2 → 1CO2 + 2H2O ∆hC =
−890 kJ
óxido de carbono no ambiente pela mesma 1 mols 890 kJ (liberados)
quantidade de energia produzida? t mols 1000 kJ (liberados)
a) Benzeno. t ≈ 1,12 mol
b) Metano.
c) Glicose. 1C8H18 +
25
O2 → 8CO2 + 9H2O ∆hC =
−5471 kJ
2
d) Octano. 8 mols 5471 kJ (liberados)
e) Etanol. w mols 1000 kJ (liberados)
w ≈ 1,46 mol

RAIO X Conclusão: para uma mesma quantidade de


energia liberada (1000 kJ) a glicose libera
maior quantidade de CO2.
1. A mistura rica em cálcio deixa o solo básico,
ou seja, eleva o pH.
Como os íons Aℓ3+ reagem com o ânion hidró-
xido, são retirados do solo.
GABARITO
2. Com a adição de CaO ao solo, teríamos a se-
guinte reação: 1. A 2. D 3. D 4. C
CaO + H2O → Ca(OH)2
Consequentemente o equilíbrio:
CO2-3(aq) + H2O()  HCO-3(aq) + OH-(aq)
seria deslocado para a esquerda.
3. Considerando a reação:

CH4(g) + H2O(v) + calor  CO(g) + 3H2(g)


(reação endotérmica)

E analisando-a como potencial mecanismo


para o aproveitamento posterior da energia
solar, conclui-se que se trata de uma estraté-
gia satisfatória, uma vez que a reação direta

408
Prescrição: Ter o conhecimento sobre as propriedades do Ph, equilíbrio químico e noções de
deslocamento e termoquímica.

PRÁTICA DOS A indústria que descarta um efluente com


características básicas é a:
CONHECIMENTOS - E.O. a) primeira.
b) segunda.
1. (ENEM) O rótulo de uma garrafa de água mine- c) terceira.
ral natural contém as seguintes informações: d) quarta.
e) quinta.
Características Composição
Valor mg/L
físico-químicas química
3. (ENEM) Fertilizantes químicos mistos, deno-
bicarbonato 93,84 minados NPK, são utilizados para aumentar
pH a 25°C 7,54 cálcio 15,13 a produtividade agrícola, por fornecerem
sódio 14,24 os nutrientes nitrogênio, fósforo e potás-
magnésio 3,62 sio, necessários para o desenvolvimento das
condutividade plantas. A quantidade de cada nutriente
151 (μS/cm) carbonatos 3,09
elétrica a 25°C varia de acordo com a finalidade do adubo.
sulfatos 2,30
Um determinado adubo NPK possui, em sua
potássio 1,24
resíduo da eva- 126,71 composição, as seguintes substâncias: nitra-
fosfatos 0,20 to de amônio (NH4NO3), ureia (CO(NH2)2),
poração a 180°C (mg/L)
fluoretos 0,20 nitrato de potássio (KNO3), fosfato de sódio
(Na3PO4) e cloreto de potássio (KC).
As informações químicas presentes no rótu- A adição do adubo descrito provocou dimi-
lo de vários produtos permitem classificar de nuição no pH de um solo. Considerando o
acordo com seu gosto, seu cheiro, sua aparên- caráter ácido/básico das substâncias consti-
cia, sua função, entre outras. As informações tuintes desse adubo, a diminuição do pH do
da tabela permitem concluir que essa água é: solo deve ser atribuída à presença, no adubo,
a) gasosa. de uma quantidade significativa de:
b) insípida. a) ureia.
c) levemente azeda. b) fosfato de sódio.
d) um pouco alcalina. c) nitrato de amônio.
e) radioativa na fonte. d) nitrato de potássio.
e) cloreto de potássio.
2. (ENEM) Cinco indústrias de ramos diferen- 4. (ENEM) A tabela lista os valores de pH de al-
tes foram instaladas ao longo do curso de um gumas bebidas consumidas pela população.
rio. O descarte dos efluentes dessas indús-
trias acarreta impacto na qualidade de suas Bebida pH
águas. O pH foi determinado em diferentes Refrigerante 5,0
pontos desse rio, a 25ºC, e os resultados são Café 3,0
apresentados no quadro.
Vinho 4,5
Pontos de coleta Valor do pH Suco de limão 2,5
Antes da primeira indústria 5,5 Chá 6,0

Entre a primeira e a segunda indústria 5,5 O esmalte dos dentes é constituído de hi-
Entre a segunda e a terceira indústria 7,5 droxiapatita (Ca5(PO4)3OH), um mineral que
Entre a terceira e a quarta indústria 7,0 sofre desmineralização em meio ácido, de
Entre a quarta e a quinta indústria 7,0 acordo com a equação química:
Após a quinta indústria 6,5 Ca5(PO4)3OH(S)  5Ca2+(aq) + 3PO3-4(aq) + OH-(aq)

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Das bebidas listadas na tabela, aquela com menor potencial de desmineralização dos dentes é o:
a) chá.
b) café.
c) vinho.
d) refrigerante.
e) suco de limão.

5. (ENEM) Às vezes, ao abrir um refrigerante, percebe-se que uma parte do produto vaza rapidamen-
te pela extremidade do recipiente. A explicação para esse fato está relacionada à perturbação do
equilíbrio químico existente entre alguns dos ingredientes do produto, de acordo com a equação:
CO2(g) + H2O(l)  H2CO3(aq)
A alteração do equilíbrio anterior, relacionada ao vazamento do refrigerante nas condições descri-
tas, tem como consequência a:
a) liberação de CO2 para o ambiente.
b) elevação da temperatura do recipiente.
c) elevação da pressão interna no recipiente.
d) elevação da concentração de CO2 no líquido.
e) formação de uma quantidade significativa de H2O.

6. (ENEM) Sabões são sais de ácidos carboxílicos de cadeia longa utilizados com a finalidade de faci-
litar, durante processos de lavagem, a remoção de substâncias de baixa solubilidade em água, por
exemplo, óleos e gorduras. A figura a seguir representa a estrutura de uma molécula de sabão.

Em solução, os ânions do sabão podem hidrolisar a água e, desse modo, formar o ácido carboxílico
correspondente. Por exemplo, para o estearato de sódio, é estabelecido o seguinte equilíbrio:

CH3(CH2)16COO– + H2O  CH3(CH2)16COOH + OH–

Uma vez que o ácido carboxílico formado é pouco solúvel em água e menos eficiente na remoção
de gorduras, o pH do meio deve ser controlado de maneira a evitar que o equilíbrio acima seja
deslocado para a direita.
Com base nas informações do texto, é correto concluir que os sabões atuam de maneira:
a) mais eficiente em pH básico.
b) mais eficiente em pH ácido.
c) mais eficiente em pH neutro.
d) eficiente em qualquer faixa de pH.
e) mais eficiente em pH ácido ou neutro.

7. (ENEM) Os refrigerantes têm-se tornado cada vez mais o alvo de políticas públicas de saúde. Os de
cola apresentam ácido fosfórico, substância prejudicial à fixação de cálcio, o mineral que é o princi-
pal componente da matriz dos dentes. A cárie é um processo dinâmico de desequilíbrio do processo
de desmineralização dentária, perda de minerais em razão da acidez. Sabe-se que o principal com-
ponente do esmalte do dente é um sal denominado hidroxiapatita. O refrigerante, pela presença
da sacarose, faz decrescer o pH do biofilme (placa bacteriana), provocando a desmineralização do
esmalte dentário. Os mecanismos de defesa salivar levam de 20 a 30 minutos para normalizar o nível
do pH, remineralizando o dente. A equação química seguinte representa esse processo:
GROISMAN, S. Impacto do refrigerante nos dentes é avaliado sem tirá-lo da dieta. Disponível
em: http://www.isaude.net. Acesso em: 1 maio 2010 (adaptado).

Considerando que uma pessoa consuma refrigerantes diariamente, poderá ocorrer um processo de
desmineralização dentária, devido ao aumento da concentração de:
a) OH–, que reage com os íons Ca2+, deslocando o equilíbrio para a direita.
b) H+, que reage com as hidroxilas OH–, deslocando o equilíbrio para a direita.
c) OH–, que reage com os íons Ca2+, deslocando o equilíbrio para a esquerda.
d) H+, que reage com as hidroxilas OH–, deslocando o equilíbrio para a esquerda.
e) Ca2+, que reage com as hidroxilas OH–, deslocando o equilíbrio para a esquerda.

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8. (ENEM) Hipóxia ou mal das alturas consiste na diminuição de oxigênio (O2) no sangue arterial do
organismo. Por essa razão, muitos atletas apresentam mal-estar (dores de cabeça, tontura, falta
de ar etc.) ao praticarem atividade física em altitudes elevadas. Nessas condições, ocorrerá uma
diminuição na concentração de hemoglobina oxigenada (HbO2) em equilíbrio no sangue, conforme
a relação:
Hb(aq) + O2(aq) → HbO2(aq)
Mal da montanha. Disponível em: www.feng.pucrs.br. Acesso em: 11 fev. 2015 (adaptado).

A alteração da concentração de hemoglobina oxigenada no sangue ocorre por causa do(a):


a) elevação da pressão arterial.
b) aumento da temperatura corporal.
c) redução da temperatura do ambiente.
d) queda da pressão parcial de oxigênio.
e) diminuição da quantidade de hemácias.

9. (ENEM) Vários ácidos são utilizados em indústrias que descartam seus efluentes nos corpos d'água,
como rios e lagos, podendo afetar o equilíbrio ambiental. Para neutralizar a acidez, o sal carbonato
de cálcio pode ser adicionado ao efluente, em quantidades apropriadas, pois produz bicarbonato,
que neutraliza a água. As equações envolvidas no processo são apresentadas:
I. CaCO3(s) + CO2(g) + H2O()  Ca2+(aq) + 2 HCO–3(aq)
II. HCO–3(aq)  H+(aq) + CO2–3(aq)K1 = 3,0 x 10-11
III. CaCO3(s)  Ca2+(aq) + CO2–3(aq)K2 = 6,0 x 10-9
IV. CO2(g) + H2O()  H+(aq) + HCO–3(aq)K3 = 2,5 x 10-7
Com base nos valores das constantes de equilíbrio das reações II, III e IV a 25 ºC, qual é o valor
numérico da constante de equilíbrio da reação I?
a) 4,5 ⋅ 10–26.
b) 5,0 ⋅ 10–5.
c) 0,8 ⋅ 10–9.
d) 0,2 ⋅ 105.
e) 2,2 ⋅ 1026.

10. (ENEM) A formação de estalactites depende da reversibilidade de uma reação química. O carbonato
de cálcio (CaCO3) é encontrado em depósitos subterrâneos na forma de pedra calcária. Quando um vo-
lume de água rica em CO2 dissolvido infiltra-se no calcário, o minério dissolve-se formando íons Ca2+
e HCO3–. Numa segunda etapa, a solução aquosa desses íons chega a uma caverna e ocorre a reação
inversa, promovendo a liberação de CO2 e a deposição de CaCO3 de acordo com a equação apresentada.
Ca2+(aq) + 2HCO–3(aq)  CaCO3(s) + CO2(g) + H2O()∆H = +40,94 kJ/mol
Considerando o equilíbrio que ocorre na segunda etapa, a formação de carbonato será favorecida pelo(a):
a) diminuição da concentração de íons OH– no meio.
b) aumento da pressão do ar no interior da caverna.
c) diminuição da concentração de HCO3– no meio.
d) aumento da temperatura no interior da caverna.
e) aumento da concentração de CO2 dissolvido.

11. (ENEM) Vários combustíveis alternativos estão sendo procurados para reduzir a demanda por com-
bustíveis fósseis, cuja queima prejudica o meio ambiente devido à produção de dióxido de carbo-
no (massa molar igual a 44 g mol–1). Três dos mais promissores combustíveis alternativos são o
hidrogênio, o etanol e o metano. A queima de 1 mol de cada um desses combustíveis libera uma
determinada quantidade de calor, que estão apresentadas na tabela a seguir.

Combustível Massa molar (g mol–1) Calor liberado na queima (kJ mol–1)


H2 2 270
CH4 16 900
C2H5OH 46 1350

Considere que foram queimadas massas, independentemente, desses três combustíveis, de forma
tal que em cada queima foram liberados 5400 kJ. O combustível mais econômico, ou seja, o que
teve a menor massa consumida, e o combustível mais poluente, que é aquele que produziu a maior

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massa de dióxido de carbono (massa molar igual a 44 g mol–1), foram, respectivamente:
a) o etanol, que teve apenas 46 g de massa consumida, e o metano, que produziu 900 g de CO2.
b) o hidrogênio, que teve apenas 40 g de massa consumida, e o etanol, que produziu 352 g de CO2.
c) o hidrogênio, que teve apenas 20 g de massa consumida, e o metano, que produziu 264 g de CO2.
d) o etanol, que teve apenas 96 g de massa consumida, e o metano, que produziu 176 g de CO2.
e) o hidrogênio, que teve apenas 2 g de massa consumida, e o etanol, que produziu 1350 g de CO2.

12. (ENEM) As mobilizações para promover um planeta melhor para as futuras gerações são cada vez
mais frequentes. A maior parte dos meios de transporte de massa é atualmente movida pela quei-
ma de um combustível fóssil. A título de exemplificação do ônus causado por essa prática, basta
saber que um carro produz, em média, cerca de 200 g de dióxido de carbono por km percorrido.
Revista Aquecimento Global. Ano 2, nº 8. Publicação do Instituto Brasileiro de Cultura Ltda.

Um dos principais constituintes da gasolina é o octano (C8H18). Por meio da combustão do octano
é possível a liberação de energia, permitindo que o carro entre em movimento. A equação que re-
presenta a reação química desse processo demonstra que:
a) no processo há liberaçao de oxigênio, sob a forma de O2.
b) o coeficiente estequiométrico para a água é de 8 para 1 do octano.
c) no processo há consumo de água, para que haja liberação de energia.
d) o coeficiente estequiométrico para o oxigênio é de 12,5 para 1 do octano.
e) o coeficiente estequiométrico para o gás carbônico é de 9 para 1 do octano.

13. (ENEM) O aproveitamento de resíduos florestais vem se tornando cada dia mais atrativo, pois eles
são uma fonte renovável de energia. A figura representa a queima de um bio-óleo extraído do resí-
duo de madeira, sendo ∆H1 a variação de entalpia devido à queima de 1g desse bio-óleo, resultando
em gás carbônico e água líquida, e ∆H2 a variação de entalpia envolvida na conversão de 1g de água
no estado gasoso para o estado líquido.

A variação de entalpia, em kJ, para a queima de 5g desse bio-óleo resultando em CO2 (gasoso) e
H2O (gasoso) é:
a) -106.
b) -94.
c) -82.
d) -21,2
e) -16,4.

14. (ENEM) A escolha de uma determinada substância para ser utilizada como combustível passa
pela análise da poluição que ela causa ao ambiente e pela quantidade de energia liberada em sua
combustão completa. O quadro apresenta a entalpia de combustão de algumas substâncias. As massas
molares dos elementos H, C e O são, respectivamente, iguais a 1 g/mol, 12 g/mol e 16 g/mol.

Substância Fórmula Entalpia de combustão (kJ/mol)


Acetileno C 2H2 -1298
Etano C 2H6 -1558
Etanol C2H5OH -1366
Hidrogênio H2 -242
Metanol CH3HO -558

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Levando-se em conta somente o aspecto energético, a substância mais eficiente para a obtenção de
energia, na combustão de 1 kg de combustível, é o:
a) etano.
b) etanol.
c) metanol.
d) acetileno.
e) hidrogênio.

15. (ENEM) Nas últimas décadas, o efeito estufa tem-se intensificado de maneira preocupante, sendo
esse efeito muitas vezes atribuído à intensa liberação de CO2 durante a queima de combustíveis
fósseis para geração de energia. O quadro traz as entalpias-padrão de combustão a 25ºC (∆H025) do
metano, do butano e do octano.

Fórmula Massa molar ∆H025


Composto
molecular (g/moℓ) (kj/moℓ)
Metano CH4 16 - 890
Butano C4H10 58 - 2.878
Octano C8H18 114 - 5.471

À medida que aumenta a consciência sobre os impactos ambientais relacionados ao uso da ener-
gia, cresce a importância de se criar políticas de incentivo ao uso de combustíveis mais eficientes.
Nesse sentido, considerando-se que o metano, o butano e o octano sejam representativos do gás
natural, do gás liquefeito de petróleo (GLP) e da gasolina, respectivamente, então, a partir dos
dados fornecidos, é possível concluir que, do ponto de vista da quantidade de calor obtido por mol
de CO2 gerado, a ordem crescente desses três combustíveis é:
a) gasolina, GLP e gás natural.
b) gás natural, gasolina e GLP.
c) gasolina, gás natural e GLP.
d) gás natural, GLP e gasolina.
e) GLP, gás natural e gasolina.

GABARITO
1. D 2. B 3. C 4. A 5. A
6. A 7. B 8. D 9. B 10. D
11. B 12. D 13. C 14. E 15. A

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