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RESUMO
ABSTRACT
RESUMEN
Introdução
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Silva A.M.B., Enumo S.R.F., Bittencourt I.G., Carvalho L.F., Araújo M.F., Afonso R.M., Luz T.S.R.
É importante mencionar um estudo realizado por Fernandes (2012), que testou qua-
tro modelos do CSAI-2 designados para atletas e propostos na literatura, com varia-
ções no número de fatores: a) o modelo original de Martens et al. (1990) com três
fatores; b) o modelo de Lane et al. (1999), que encontraram dois – ansiedade e
autoconfiança; c) o de Tsorbatzoudis et al. (1998), também com dois – ansiedade
cognitiva e ansiedade somática; e d) o modelo de Coelho et al. (2007), com dois
fatores – ansiedade cognitiva e autoconfiança. Fernandes (2012) analisou também
uma versão reduzida do CSAI-2, o CSAI-2R, proposto por Cox, Martens e Russell
(2003), com 17 itens e três fatores, cuja consistência interna foi: ansiedade somática
(α = 0,783), ansiedade cognitiva (α = 0,840) e autoconfiança (α = 0,807).
Método
Participantes
Participaram voluntariamente deste estudo 264 bailarinos brasileiros, cujos pais ou
responsáveis foram informados sobre os objetivos da pesquisa, metodologia, riscos
e benefícios e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os partici-
pantes eram de ambos os sexos (243 mulheres), com idade de 14,73 anos (± 1,82),
e dançavam há nove anos. O nível socioeconômico foi classificado, em média, como
classe B1, equivalente a R$ 5.241,00 por mês. Esta é uma amostra de conveniência,
com os bailarinos selecionados em festivais de dança de caráter nacional e interna-
cional, conforme sua disponibilidade para participar do estudo. Foram excluídos 63
sujeitos após a análise estatística, considerando somente aqueles que responderam
a todos os itens do instrumento e não classificados como outliers. A amostra final
ficou, portanto, com 201 participantes.
Aspectos éticos
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Fran-
cisco sob o Parecer no 770.131, seguindo as normas da Resolução do CNS no 466/12.
Os pais ou responsáveis e os participantes foram informados sobre os objetivos da
pesquisa, metodologia, riscos e benefícios, participando voluntariamente após o pre-
enchimento do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Instrumentos
Na presente pesquisa, utilizou-se como base o Inventário de Ansiedade-Estado Com-
petitiva (CSAI-2) (Martens et al., 1990), em sua versão brasileira, validada por Coe-
lho, Vasconcelos-Raposo e Mahl (2010). Os autores aplicaram este teste em 266
jogadores de futebol de nível regional (idade média = 22,87; ± 4,08) e 263 de nível
nacional (idade média = 23,16; ± 4,37). O instrumento é multidimensional e engloba,
distintamente, três dimensões de avaliação (ansiedade cognitiva, ansiedade somá-
tica e autoconfiança), com nove questões cada, totalizando 27 itens. Os itens 2, 5, 8,
11, 14 (item invertido), 17, 20, 23 e 26 correspondem à ansiedade somática; os itens
1, 4, 7, 10, 13, 16, 19, 22 e 25, à ansiedade cognitiva; e os itens 3, 6, 9, 12, 15, 18,
21, 24 e 27, à autoconfiança. O escore de cada subescala varia de 9 a 36 pontos,
sendo calculado pela soma das respostas aos itens. Em relação à homogeneidade dos
itens, o estudo demonstrou uma forte consistência interna das três subescalas, com
coeficientes alfa de Cronbach que variaram entre 0,79 e 0,90 (Martens et al., 1990).
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1) Com base nas notas dos juízes, calcula-se a média das notas de cada item (Mx):
Mx = soma das notas dos juízes/ número de juízes que avaliaram o item
CVCi= média das notas de cada item/ valor máximo que o item poderia receber
3) Foi realizado o cálculo do erro (Pei), para descontar possíveis vieses dos juízes
avaliadores, para cada item:
Pei = (1/ número de juízes que avaliaram o item) número de juízes que avaliaram o item
4) Com isso, o CVC final de cada item (CVCc) foi assim calculado:
5) Para o cálculo do CVC total do questionário (CVCt), para cada uma das caracterís-
ticas (clareza de linguagem e pertinência prática), foi usada a fórmula:
Onde: Mcvci representa a média dos coeficientes de validade de conteúdo dos itens
do questionário e Mpei, a média dos erros dos itens do questionário.
A aplicação dos instrumentos ocorreu antes dos ensaios de passagem de palco, no dia
da competição. Foi utilizada uma escala de quatro pontos, na qual o participante res-
pondeu como se sentia no momento em que estava preenchendo o questionário, isto
é, momentos antes de se apresentar no festival. Sua resposta podia variar de 1
(absolutamente não) a 4 (muitíssimo).
Em seguida, utilizando o software MPlus, versão 6.12, foi realizada a análise fatorial
exploratória com índices de ajuste (E-SEM), forçando-se soluções de dois a cinco
Eigen values of original and simulated factors and components
PC Actual Data
6 PC Resampled Data
FA Actual Data
5 FA Resampled Data
0 5 10 15 20 25
Factor Number
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Resultados
No Fator 1 – Ansiedade, ficaram itens como: 2- “Eu me sinto nervoso(a)”; 24- “Eu
estou preocupado(a) em não poder me concentrar”. Já o Fator 2- Autoconfiança inclui
itens como: 3 – “Eu me sinto à vontade”; 26- “Eu estou confiante em atuar sob pres-
são”. A escala ficou com 26 itens, isto é, apenas um item foi excluído nesta versão
para bailarinos.
de alfa próximos dos considerados altos (Pasquali, 1999). Houve, também, uma
mudança na disposição de um item nos fatores. Na versão para bailarinos, a questão
13 (equivalente à 14 do inventário original) obteve carga fatorial satisfatória para o
fator autoconfiança, enquanto na proposta de Martens et al. (1990) este item per-
tence ao fator ansiedade somática.
Discussão
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Além disso, de acordo com o modelo teórico (Martens et al., 1990), existem correla-
ções entre os fatores, de forma que a “ansiedade cognitiva” tem correlação positiva
com a “ansiedade somática” e ambas se correlacionam de modo negativo com a
“autoconfiança”. Desse modo, com aumento da autoconfiança, tem-se uma diminui-
ção dos estados ansiosos e, da mesma forma, os sintomas de ansiedade manifestam-se
na ausência da autoconfiança. Considerando os resultados obtidos na presente pes-
quisa, em que foram identificados dois fatores e não três, demonstra-se a necessi-
dade de compreender o modelo teórico e aplicação para o estudo com adolescentes
bailarinos no contexto brasileiro.
Considerações finais
Referências
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Submetido em: 01/04/2015
Revisto em: 27/09/2016
Aceito em: 13/12/2016
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